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007- Romance Da Pedra Do Reino - Ariano Suassuna

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ROMANCE DA PEDRA DO REINOE OPRNCIPE DO SANGUE DO VAI-E-VOLTA1.a edio: agosto de 1971. Capa de Gian Calvi. 2.a edio: jae!"o de 197#. Capa de Eugenio Hirsch. 3.a edio: agosto de 197#. Capa de Eugenio Hirsch. 4.a edio: $a"%o de 197&. Capa de Eugenio Hirsch.Todas ilustradas e com pre!cio de Ra'(e) de *+e!"o, e pos!cio de Ma-!$!ao Ca$.os."#$%& '$ T()#&G)$ 'E (&*$%CE+ 'EARIANO SUASSUNA$ *$($,)#H&+$ 'E+$,E%T-($ 'E*UADERNA/ O DECI0RADORE $ 'E*$%'$ %&,E#&+$ '& (E)%& '& +E(T.&) / (&*$%CE DA PEDRA DO REINOE & "(0%C)"E '& +$%G-E '& ,$)1E1,T$.)) / H)+T2()$ D1O REI DEGOLADO %$+ C$T)%G$+ '& +E(T.&.))) / & (&*$%CE 'E SIN2SIO/ O ALUMIOSO/"(0%C)"E '$ 3$%'E)($ '& '),)%& '& +E(T.&.&utras o4ras do autor pu4licadas por esta Editora:O sato e a .o"'a e O 'asa$eto s+s.e!toso 5Teatro / 1 vol.60a"sa da 3oa ."eg+!%a 5Teatro6Se)eta e$ ."osa e 4e"so. $presentao7 estudo e notas do "ro. +ilviano +antiago#ivraria 8&+9 :*")& Editora apresenta de$()$%&+-$++-%$(&*$%CE ';$ "E'($ '& (E)%&E &"(0%C)"E '& +$%G-E '& ,$)1E1,T$romance armorial1popular 4rasileiro4< E')=.&()& 'E 8$%E)(&1>?@Copyright A 1971 by Ariano Suassuna'ireitos desta edio reservados B#),($()$ 8&+9 :*")& E')T&($ +. $.(ua *arCuDs de &linda7 12(io de 8aneiro / (epE4lica Federativa do 3rasilPrinted in Brazil G )mpresso no 3rasilhttp:GGgroups.google.comGgroupGdigitalsource http:GGgroups.google.comGgroupGdigitalsourceF)CH$ C$T$#&G(HF)C$5"reparada pelo Centro de Catalogao1na1onte do+indicato %acional dos Editores de #ivros7 (86+uassuna7 $riano ,ilar7 1>2?1+>33r(omance d;$"edrado (einoe o "rIncipe dosangue do ,ai1e1,olta: romance armorial1popular 4rasileiroJ pre!cio KdeK (achel de LueiroM7 pos!cioKdeK *aNimiano Campos. 4.ed. (io de 8aneiro7 8. &lOmpio7 1>[email protected]@3Pp.ilust.21cm.'ados 4io4i4liogr!icos do autor.1. (omance 4rasileiro. ). TItulo. )). TItulo: & "rIncipe do +angue do ,ai1e1,olta.?@1QQ?2C''1R@>.>3 C'-1R@>.Q5R16131Em memria deJOO S!ASS!"AJos# de Alen$ar% Jesu&no Brilhante% Syl'io (omero% Ant)nio Conselheiro% Eu$lydes da Cunha% *eandro +omes de Barros% Jo,o -uarte -antas% .omero /orres 0illar%Jos# Pereira *ima% Al1redo -antas 0illar% Jos# *ins do (ego e2anuel -antas 0illar%Santos% poetas% m3rtires% pro1etas e guerreirosdo meu mundo m&ti$o do Sert,o%o1ere$e%dedi$ae $onsagraEPGRA0ESSGuardai7 "adre7 esta Espada7 porCue um dia me hei de valer dela com os *ouros7 metendo o (eino pela Hrica adentroTU'&*+E3$+T).&)/ou'&*+E3$+T).&7&'E+E8$'&/ (eide "ortugal7 do 3rasil e do +erto7 1P?R.S4uemn,osabe5ueodignoPr&n$ipe% oSenhor-omPedro666% tempoder legitimamente $onstitu&do por -eus para go'ernar o Brasil7 -as ondas do mar-om Sebasti,o sahir3$om todo o seu e8er$ito9 /ira a todos no 1io da Espada deste papel da (epubli$a e o sangue hade ir at# a :unta grossa;9'&*$%TV%)&C&%+E#HE)(&7proeta e regente do )mpWrio do 3elo1*onte de Canudos7 +erto da 3ahia7 1R>?.S+oldados de todo o eNWrcito do )mpWrioU #em4rai1vos das ogueiras do +erto 3onitoU $Cui me tendes: Cuem deende o 3rasil no morreU Com esta 3andeira em rente do campo da honra destruiremos os nossos inimigos e7 no maior dos com4ates7 gritaremos: ,iva a )ndependDncia do 3rasilTU'&* "E'(& )7 )mperador do 3rasil e (ei de "ortugal7 1R22.SPassa o muni$&pio de Prin$esa a $onstituir% $omseus limites atuais% um /erritrio *i're% 5ue ter3 a denomina3Q.SEsteXo certos Cue a (epu4lica se aca4a 4reve. 9 princIpio de espinhos. Entrando a *onarCuia7 sero ormados novos 3atalhYes7 pois por serem os 3atalhYes eitos de canalhasWCue tem chegado a tal ponto. & "rinspo Wo verdadeiro dono do 3rasil. Luem or repu4licano mude1se para os Estados1-nidosTU'e uma carta encontrada no 4ornal de 4alas de E.".$#*E)'$7 guerrilheiro do )mpWrio de Canudos7 +erto da 3ahia7 1R>?.S-omSebasti,o est3muito desgostoso e triste $omseu Po'o% por5ue o perseguem% n,o regando o Campo En$antado e n,o la'ando as duas torres da Catedral de seu (eino $om o sangue ne$ess3rio para 5uebrar de uma 'ez este $ruel En$antamentoT='&* 8&.& FE((E)($1L-$'E(%$ / ou '&* 8&.& ))7 & EZEC(H,E#7 (ei da "edra 3onita7 +erto do "aXeE7 "ernam4uco/"araI4a7 1R3R.ROMANCE D1A PEDRA DO REINOE OPRNCIPE DO SANGUE DO VAI-E-VOLTA"re!cio 5Ra'(e) de *+e!"o,6$. +. / hist[ria pessoalLIVRO IA PEDRA DO REINOFHET& )"eCueno Cantar $cadDmico a *odo de )ntroduoFHET& ))& Caso da Estranha CavalgadaFHET& )))$ $ventura da Em4oscada +ertaneXaFHET& ),& Caso do FaMendeiro 'egoladoFHET& ,"rimeira %otIcia dos Luadernas e da "edra do (einoFHET& ,)& "rimeiro )mpWrioFHET& ,))& +egundo )mpWrioFHET& ,)))& Terceiro )mpWrioFHET& )Z& Luarto )mpWrioFHET& Z& Luinto )mpWrioFHET& Z)$ $ventura de (osa e de #a CondessaFHET& Z))& (eino da "oesiaFHET& Z)))& Caso da CavalhadaFHET& Z),& Caso do Castelo +ertaneXoFHET& Z,& +onho do Castelo ,erdadeiroFHET& Z,)$ ,iagemFHET& Z,))$ "rimeira Caada $venturosaFHET& Z,)))$ +egunda Caada $venturosaFHET& Z)Z& Caso da Coroa ENtraviadaFHET& ZZ$ Terceira Caada $venturosaFHET& ZZ)$s "edras do (einoFHET& ZZ))$ +agrao do Luinto )mpWrioLIVRO IIOS EMPAREDADOSFHET& ZZ)))Cr\nica dos Garcia13arrettosFHET& ZZ),& Caso do Fil[soo +ertaneXoFHET& ZZ,& Fidalgo dos EngenhosFHET& ZZ,)& Caso dos TrDs EmparedadosFHET& ZZ,))$ $cademia e o GDnio 3rasileiro 'esconhecidoFHET& ZZ,)))$ +esso a Cavalo e o GDnio da (aaFHET& ZZ)Z& GDnio *!Nimo da HumanidadeFHET& ZZZ$ Filosoia do "enetralFHET& ZZZ)& (omance do CasteloFHET& ZZZ))$ Tr!gica 'esaventura do (ei ]um4i dos "almaresFHET& ZZZ)))& Estranho Caso do Cavaleiro 'ia4[licoFHET& ZZZ),*arItima &dissWia de um Fidalgo 3rasileiroFHET& ZZZ,$ Tr!gica 'esaventura de 'om +e4astio7 (ei de "ortugal e do 3rasilFHET& ZZZ,)& GDnio da (aa e o Cantador da 3or4oremaLIVRO IIIOS TR7S IRM8OS SERTANE9OSFHET& ZZZ,))$ Teia do meu "rocessoFHET& ZZZ,)))& Caso da Ca4eada )nvolunt!riaFHET& ZZZ)Z& Cordo $Mul e o Cordo EncarnadoFHET& Z#Cantar dos %ossos CavalosFHET& Z#)$s $rmas e os 3arYes $ssinaladosFHET& Z#))& 'uetoFHET& Z#)))& $lmoo do CondenadoFHET& Z#),$ ,isagem da *oa CaetanaFHET& Z#,$s 'esventuras de um Corno 'esam4iciosoFHET& Z#,)& (eino da "edra FinaFHET& Z#,))$ $ventura dos Cachorros $maldioadosFHET& Z#,)))$ Conisso da "ossessaFHET& Z#)Z$ CadeiaFHET& #& )nCuWritoFHET& #)& Crime )ndecir!velFHET& #))&s trDs )rmos +ertaneXosFHET& #)))*eus 'oMe "ares de FranaFHET& #),$ "arada dos Fidalgos +ertaneXosFHET& #,'e %ovo a CavalgadaFHET& #,)$ ,isagem da 3icha 3ruMacFHET& #,)))nvaso e Tomada da ,ilaFHET& #,)))$ $ventura da &na *iXadeiraFHET& #)Z& Grande "retendenteFHET& #Z$ Furna *isteriosaFHET& #Z)& Caso do Cego Teol[gicoFHET& #Z))& $tentado *isteriosoFHET& #Z)))& Encontro de 'ois )rmosLIVRO IVOS DOIDOSFHET& #Z),$ Cachorra Cantadeira e o $nel *isteriosoFHET& #Z,'e %ovo a "edra do (einoFHET& #Z,)$ Filha %oiva do "ai7 ou $mor7 Culpa e "erdoFHET& #Z,))& Emiss!rio do $Mul e as 8uras de CastidadeFHET& #Z,)))& Caso do Cachorro *al ComportadoFHET& #Z)Z$ Estranha $ventura do Cavalo ConcertanteFHET& #ZZ& Carneiro Ca4eludoFHET& #ZZ)& Caso do 8aguar +arnentoFHET& #ZZ))& $lmoo do "roetaFHET& #ZZ)))Cavalhadas de +o 8oo na 8udWiaFHET& #ZZ),$ $strosa 'esaventura dos GaviYes CegadoresFHET& #ZZ,& $Xudante de "roetaLIVRO VA DEMANDA DO SANGRALFHET& #ZZ,)$ Gruta +umeriana do 'eserto +ertaneXoFHET& #ZZ,))Cantar do Fidalgo "o4reFHET& #ZZ,)))$ Cegueira EpopWicaFHET& #ZZ)Z& Emiss!rio do Cordo EncarnadoFHET& #ZZZ& (oteiro do TesouroFHET& #ZZZ)$ Cantiga da ,elha do 3adaloFHET& #ZZZ))$ 'emanda do +angralFHET& #ZZZ)))& ,inho da "edra do (einoFHET& #ZZZ),& Enviado do 'ivinoFHET& #ZZZ,$ +agrao do GDnio 3rasileiro 'esconhecido"&+F$C)& 5*aNimiano Campos6UM ROMANCE PICARESCO:? primeira 'ez em 5ue Ariano Suassuna me 1alou na "edra do (eino disse 5ue esta'a es$re'endo @um roman$e pi$ares$o; 2e interessei logo /lembrei>me das astA$ias% da pi$ardia% das artes gra$iosas do meu 5uerido amarelinho Jo,o +rilo% e de $erta 1orma 1i5uei esperando no'as e mirabolantes a'enturas deste ou de outroamarelinho pare$ido% desen'ol'idas ao longo de uma histria em muitos $ap&tulos / por5ue ele me a'isara tamb#m de 5ue o roman$e era $omprido92as oparaibano me enganou9 Pi$ares$o o li'ro #/ou antes% o elemento pi$ares$oe8istegrandementenoroman$e% outratado%ouobra%ousimplesmente li'ro/sei l3$omo#5uediga= Por5uedepois depronto$"edrado(eino trans$endedissotudo% e#roman$e%#odiss#ia%#poema%#epop#ia%#s3tira%# apo$alipse999Ali3s% pergunto se ele me enganou ou se enganou7 Pode ser 5ue a id#ia de Suassuna% ao $omeliter3ria a 5ue re$orrem os $antadores e repentistas e os $ontadores de roman$es / naturalmente trans1igurada pelo trato 5ue Suassuna lhe d39-igamosagora5uepoderiaha'erissotudoeent,oArianoSuassunaser apenas umbom$ompilador 1ol$lri$o e restaurador $ompetente de 1rmulas bonitas e ar$ai$as9 Podia ser% mas n,o D9 Pois o 5ue h3prin$ipalmente ^_$ "edra do(eino#uma1or3R estamos ainda Sno tempo do (eiT7 e anunciar Cue a no4re ,ila sertaneXa onde nasci W o palco da terrIvel SdesaventuraT Cue tenho a contar.E E E"ara ser mais eNato7 preciso eNplicar ainda Cue meu SromanceTW7 mais7 um *emorial CuediriXoB%ao3rasileira7Bguisadedeesaeapelo7 noterrIvel processo em Cue me veXo envolvido. "ara Cue ninguWm Xulgue Cue sou um impostor vulgar7 devo inalmente esclarecer Cue7 ineliM e desgraado como estou agora7 preso aCui nesta velha Cadeia da nossa ,ila7 sou7 nada mais7 nada menos7 doCue descendente7 emlinhamasculinaedireta7 de'om8ooFerreira1Luaderna7 mais conhecidocomoEl1(ei 'om8oo))7& ENecr!vel7 homemsertaneXo Cue7h!um sWculo7 oi(ei da "edra 3onita7no +erto do "aXeE7 na ronteira da "araI4a com "ernam4uco. )stosigniicaCuesoudescendente7 nodaCuelesreiseimperadores estrangeiradosealsiicados daCasade3ragana7 mencionados comdesca4ida insistDnciana.istria+eral doBrasil%de,arnhagenJ massimdoslegItimose verdadeiros (eis 4rasileiros7 os(eiscastanhos e$abrasda"edrado(einodo +erto7 Cue cingiram7 de uma veM para sempre7 a sagrada Coroa do 3rasil7 de 1R3P a 1R3R7transmitindo1aassim aseusdescendentes7porheranade sanguee decreto divino.E E E$gora7preso aCui na Cadeia7 rememorotudo Cuantopassei7etoda a minha vida parece1me umsonho7 cheio deacontecimentos aomesmotempo grotescos e gloriosos. +ou um grande apreciador do Xogo do 3aralho. TalveM por isso7 o mundo me parea uma mesa e a vida um Xogo7 onde se cruMam idalgos (eis1de1&uro com castanhas 'amas1de1Espada7 onde passam $ses7 "eninchas e Coringas7 governados pelas regras desconhecidas de alguma velha Canastra esCuecida. 9 por isso tam4Wm Cue7 doundodoc!rcere ondeestoutrancaiadoneste nossoanode1>3R/ aminto7 esarrapado7 suXo7 prematuramenteenvelhecidopelossorimentosaos41 anos de idade / diriXo1me a todos os 3rasileiros7 sem eNceoJ mas especialmente7 atravWs do +upremo Tri4unal7 aos magistrados e soldados /toda essa raa ilustre Cue tem o poder de Xulgar e prender os outros. 'iriXo1me7 outrossim7 aos escritores 4rasileiros7 principalmente aos Cue seXam "oetas1escrives e $cadDmicos idalgos7 como eu e "ero ,aM de Caminha7 o Cue ao aCui7 eNpressamente7 por intermWdio da $cademia 3rasileira7 esse +upremo Tri4unal das #etras.+imU %esse estranho processo7 a um tempo polItico e liter!rio7 ao Cual estou sendo su4metido por deciso da Xustia7 este W um pedido de clemDncia7 uma espWcie deconissogeral7 uma apelao/umapeloaocoraomagncnimode ,ossas ENcelDncias. E7 so4retudo7 umaveMCueasmulherestDmsempreocoraomais 4rando7 esta Wuma solicitao dirigida aos 4randos peitos das mulheres e ilhas de ,ossas ENcelDncias7 Bs 4randas eNcelDncias de todas as mulheres Cue me ouvem.Escutem7 pois7 no4res +enhores e 4elas 'amas depeitos 4randos7 minha terrIvel hist[riadeamor edeculpaJ desangueedeXustiaJ desensualidadee violDnciaJdeenigma7 demorteedisparateJ delutasnasestradasecom4atesnas CatingasJ hist[ria Cue oi a suma de tudo o Cue passei e Cue terminou com meus costados aCui7 nesta Cadeia ,elha da ,ila (eal da (i4eira do Tapero!7 +erto dos Cariris ,elhos da Capitania e "rovIncia da "araI4a do %orte.0OLlos tantos% t,o astutos e $res$idos90inham *adrBes de $a'alo% 'inham muitos (aizeiros% 'inham% do Sol abrasados% nossos b3rbaros +uerreiros% bons dizedores de Sortes% muitos e bons Ca'aleiros=E 'inha o -onzel errante no $er$o dos roubadores= -e sua -ama>de>Copasno Es$udo trazia as $)resG tinha amor pela Sonhosa% eram $laros seus amores=En1im% dizer 5uanto 'imos n,o $abe neste PapelG 'inham muitas Alim3rias / s,o roubadas a granel / e 'inha o Alumioso% montado em bran$o Cor$el=;E E EEntretanto7 se eram7 mesmo7 Ciganos em viagem7 seria uma tri4o Cue7 ao lado das roupas principescas7 das medalhas nos arreios e da ladroagem meio acangaceirada7 possuIa algumas singularidades."rimeiro7 os Ciganos sertaneXos comuns no andam encourados. -sam7 Cuase sempre7 camisa e cala c!Cuis7 chapelYes de pano pardo e 4otas de cano alto. &ra7 aCuDles estavam7 comoicadito7decala1perneira7guarda1peitoegi4o7tudode couro. &s gi4Yes7 porWm7 eitos de duro e castanho couro de 4ode7 alWm das placas dereoronasom4reiraseXoelheiras7 tinhamde4runseem4lemascraveXadosde 4rochas de metal. Essas 4rochas7 ora se agrupavam em !reas macias7 ora seguiam7 em ileiras7as linhas das costuras e de4runsmaisimportantes7 demodo Cue suas armaduras de couro aMiam aCueles Cavaleiros sertaneXos semelhantes ao Guerreiro mouroCueogenial "oetapernam4ucano+everino*ontenegrodescreveunum soneto cWle4re: vestido de armadura negra e escarlate7 de placas de ao7 incrustada deesmaltese4rasYes7 parecendo7 otodo7 acarapaadura7 calc!ria7 espinhosae violeta1escarlate de um crust!ceo gigantesco encravado num penhasco. $Cui7 porWm7 asarmaduraseramapenas decourocastanho1negro7 craveXadopelosmetais das 4rochasJ e7 emveMdosSpenhascosTestrangeiradosdosonetode*ontenegro7 o undodoCuadroeraormadopelosenormes#aXedossertaneXos7 Cue7 deveMem Cuando7 apareciam ao lado da estrada7 eneitados por macam4iras roNas e amarelas e pelo vermelho sangrento dos topes das coroas1de1rade.E E E$ segunda singularidade era Cue a Cavalgada tinha7Brente7 trDs homens7B guisa dos SmatinadoresT Cue iniciam nossos desiles de Cavalhada.& primeiro7 o mais da rente7 estava a cavalo7 e conduMia na mo uma 4andeira Cue7 depois7 devidamente instruIdo por mime pelo 'outor "edro Gouveia7 o Cantador#ino"edra1,erdedescreveriaassim7 noSolhetoTCueescreveuso4re o acontecimento:@-i'idida por dois Campos/ um -ireito e outro Es5uerdo /tinha trDs On2@J ou parecido comaCueles 3ispos e monges Cue7 segundo o genial $cadDmico pernam4ucano7 'outor *anuel de&liveira#ima7 envergavam7 na)dade*Wdia7 armaduras de erro so4 as so4repeliMes e pluviais7 colocando1se7 assim7 SB rente de 4andos armadosT.Entretanto7 o nosso *onge1cangaceiro daCuele dia no vinha nemcom so4repeliM nemcomarmadura de erro. Envergava um4urel 4ranco7 comum enorme Corao1de18esus sangrentoelameXante7 4ordadoasedavermelha7 no peito. "or 4aiNo do 4urel7 arregaado porCue o Frade viaXava escanchado na sela7 viam1se calas1perneiras de couro7 esporas e sapatYes iguais aos dos outros Cavaleiros7 oCueindicavaCue7 por4aiNodoh!4ito7 Frei+imousava7 tam4Wm7 guarda1peito e gi4o7 se 4em Cue no trouNesse chapWu de couro. Em compensao a essa alha7 traMia7 porWm7 por cima do 4urel7 um grosso cinturo sertaneXo de sola7 cartucheira e tala4artes atulhados de 4alasJ assimcomo traMiaBs costas um mosCueto atravessado7 preso a seu tronco por uma correia de couro Cue lhe cruMava o peito a tiracolo. &Frade conduMia ainda7 presa na haste de uma lana de marmeleiro incada no aro da sela7 uma 4andeira7 mais alta do Cue larga7 vermelha e com peas de ouro eneitando o campo encarnado /ou Sde golesT7 para os Cue so7 como eu7 entendidos na no4re $rte da Her!ldica. %os cantos7 ormando uma SaspaTouSsantorT7 haviaCuatropeasCuepareciamtersido4ordadasempano amarelo7 imitando SerrosT de errar 4oi7 mas Cue7 de ato7 Ssim4oliMavam chamasT7como o 'outor "edro Gouveia nos eNplicaria depois. Entre essas Cuatro peas7 mais ou menos no meio do campo vermelho7 havia um +ol com deMesseis raios e com seu centro7 vaMio7 ormando um anel Cuecircundavaum pom4o volante. Em4aiNo do +ol7 uma Coroa real7 encimada por Esera e CruM7 sendo todas estas peas Sde ouro em campo de golesT. E como7 do mesmo modo7 essa 4andeiraW ponto importante no meu processo7 aCui vai7 tam4Wm7 a gravura Cue Taparica cortou em casca de caX! e Cue W c[pia: dela.E E E$tr!s dos dois porta14andeiras7 o leigo e o Frade7 numa Xaula colocada so4re umacarretapuNadapor dois 4urros 4emtosados eescovados7 ripadosBmoda cigano1sertaneXa7 vinha uma &na1"intada7 um so4er4o animal de malhas negras e pelo cor de ouro7 manchado7 aCui e ali7 de um vermelho Cue se undia no ulvo7 em tons cam4iantes Cue o +ol incendiava.'epois7 em Xaulas semelhantes7 vinham: uma &na1"arda7 dessas chamadas no +erto de +uuaranas ou &nas1de14odeJ um casal de "avYes7 a4rindo o macho7 ao +ol7 suacaudaincrustadadeX[ias epedrariasJ uma&na1%egra7 ouseXa7 uma *aaroca7 Cue W uma &na mestia de negra e pintada% dessas Cue tDm o dorso meio pardo em cima do espinhao e so4 cuXo pelo negro e aveludado vDem1se malhas7 meio1negras7 meio1vermelhas7 massempreluminosas: sochamadas7 tam4Wm7 de &nas lombo>pardo%assim como a %egra Wchamada &na1Tigre ou &na lombo>preto9E como no +erto no eNistem Tigres7 animal estrangeiro7 ona alsiicada7 oracertamenteX!antevendo7 comoalumiadoevision!rio7 estacenadaminha hist[ria7 Cue o eNcelso 3ardo 4rasileiro 8oaCuim de +ouMa1$ndrade escreveu aCueles amosos versos Cue diMem:@"o Sert,o% no Sert,o% 'ede a trementeondula3P e a +emana da "aiNo deste nosso ano de 1>3R. Foi tam4Wm esta cena inicial da S'emanda %ovelosa do (eino do +ertoT Cue terminou 4atendo com meus costados na Cadeia onde estou preso7 BmercDdo Xulgamento de ,ossas ENcelDncias.%aCuele dia porWm7 e mesmo com o aviso dado pela "rovidDncia com a morte de Colatino7 ainda no estava rompida a descuidosa mas culposa ignorcncia em Cue est!vamostodosn[sCueirIamosparticipar daterrIvel 'esaventuradorapaMdo cavalo 4ranco. & +ol alumiava e esCuentava tudo7 como antes. Como se tivesse sido por elegerado7 umCerreiro%nomato7 comeouadeserir seucantomet!lico7 semelhante ao 4atido dum martelo numa 4igorna7 canto logo seguido pelos piados7 tam4Wm violentos e met!licos7 de um 4ando de Can$Bes9 & corpo de Colatino7 colo1cado de travWs em cima do cavalo7 oi conduMido assim7 aguardando o enterro Cue o 'outorordenaraparalogomais7 nasimediaYesdohist[ricoriachoemCue7 no sWculo Z,))7 o $Xudante Cosme "into iniciara a penetrao do Cariri7 so4 as ordens do Capito1*or Teod[sio de &liveira #edo. %ovamente a tropa de Cavaleiros7 com a 4andeira B rente7 tomou o caminho de Tapero!. $gora7 porWm7 como precauo7 o rapaM7 o'outoreoFradeiamnomeiodosdoiscordYesdeCavaleirosetodos viaXavam de rile na mo7 prontos para CualCuer novo ataCue. $Cuele7 porWm7 seria o Eltimo incidente sWrio7 atW a chegada a Tapero!. & perigo principal passara7 de modo Cue7 como tinha previsto desde 1>22 o genial 8. $. %ogueira/ em seu livro Sonho de +igante%Cue tanta inluDncia eNerceu entre n[s7 $cadDmicos sertaneXos/na1Cuele instante7 passando o laXedo e a em4oscada7 So "eregrino do +onho transpunha7derepente7 aronteiradedois(einos. &(iosu4terrcneodeiNavadereletir as tene4rosas aspereMas da regio da morte: elevou1se como uma Coluna de diamantes e7 arre4entandoBlordaterra7 espraiou1sede4aiNodeumCWudemeio1dia7 na regiopedregosado+ol edasaltitudes7 Cueo(ea4ilitadordavidaelegerapara iluminar com sua presena de FogoT.0OLse H pris,o% por $ausa de uma des1eita 5ue 1izeram a seu irm,o=;"reparadopelosacontecimentosda"edrado(eino7 impressionadocomas palavras(eie$ampo5tantoaMia ScampodahonraT comoScampoencantado em4e4ido de sangueT67 eu comeava a misturar 8esuIno 3rilhante com meu 4isav\7 'om8ooFerreira1Luaderna. $prendi7 ento7 asoladaSCantigade8esuInoT7 e Cuando chegava nos versos Cue aca4o de citar7 su4stituIa as palavras assim.:@-om Jo,o 4uaderna morreu% morreu o (ei do Sert,o= 2orreu no Campo En$antado% so1rendo a degolao% subiu ao /rono do irm,o=;E E ETudo isso7porWm7 era a princIpio apenasumaraiM dosangue7uma peonha conusa Cue incava dentro de mim suas raIMes proundas e inarranc!veis. +[ depois WCue tudo iria se aclarando e se espalhando diante dos meus olhos7 graas7 principalmente7BsliYesdemeu"adrinho7 8oo*elchIadesFerreira. ECueele7 seguindo o eNemplo de seu antigo *estre7 o grande Francisco (omano7 da ,ila do TeiNeira7 instalara na S&na *alhadaT uma Escola de cantoria7 onde procurava nos ensinar Sa $rte7 a mem[ria e o estro da "oesiaT. "rocurava7 entre n[s7 os Cue ouviam com mais interesse seus romances e olhetos7 veriicava se Stinham vocao para a $rteT7 eentotornava1osdiscIpulosseus. TerminouescolhendoCuatroentreos melhores: eu7 *arcolino $rapu!7 +everino "utrio e #ino "edra1,erde.Comeou ensinando1nos Cue havia dois tipos deroman$e: o Sversado e rimadoT7 ou em poesiaEe o Sdesversado e desrimadoT7 ou em prosa9Era7 mesmo7 umeNercIcioCuenoso4rigavaaaMer: pegarumromancedesrimadoCualCuere Svers!1loT7 contando em verso o Cue era contado em prosa. #ia para n[s a .istria de Carlos 2agno e os -oze Pares de CranpedrDs% 5ue trDs n,o podem $ruzar9!m Padre :3 me $ontou 5ue 1oi dar uma $a3Q7 acompanhado por meu irmo 4astar1do7 *alaCuias %icolau "avo1Luaderna7 em missYes e em4aiNadas secretas de 'om "edro +e4astio para 'om8osW"ereira. %inguWmpode7 assim7 imaginar o so4ressalto Cue eNperimentei7 na primeira dessas viagens7 Cuando conheci #uIs do Tricngulo7 em "rincesa7 e sou4e Cue ele7 sendo descendente do Comandante *anuel "ereira e do 3aro do "aXeE7 era o dono atual das terras onde icavam as torres de pedradonossoCastelo7 sagrado7 soterradoeencantado. +[podiatersidooutro desIgnio da "rovidDncia Cue7 eNatamente a +erra do (eino7 tivesse ido cair na mo daCuele homem7 de amIlia inimiga7 mas7 atualmente7 amigo e aliado nosso.(esolvi imediatamente ir B +erra7 para conhecer meu Castelo. & tempo no era propIcio7 porCue7 em1>3Q7 euestavaemmissodeguerras ecavalarias7 eas estradas7 cortadas de +oldados e eriadas de piCuetes7 eram perigosIssimas para n[s7 soldados eNtraviados daCuela aventura guerrilheira. $pesar disso7 porWm7 deli4eradamente procurei cativar7 e terminei amigode #uIs doTricngulo7 Cue prometeuconvidar1medepois7seam4osescap!ssemoscomvida. Eumecalaraa respeito da "edra do (eino: apesar de meu amigo7 #uIs do Tricngulo era um "ereira de pura raa7 e 4empodia resolver liCuidar esta verg\ntea da (aa real dos Luadernas.E E E& ato WCue passou a SGuerra de "rincesaT. *eu padrinho morreu7 degolado por causa delaJ mas eu escapei e #uIs do Tricngulo tam4Wm. "assaram os anos de 1>317 32e33. Entrou1>347 eaproNimava1se1>3P7 anoimportantIssimo7 porCue marcava o inIcio daCuilo Cue inEmeras proecias sertaneXas chamavam S& +Wculo do (eino EncantadoT7 uma veM Cue o (einado realmente importante da minha amIlia durara de 1R3P a 1R3R. Ento7 Cuando cheg!vamos ao im de 1>347 escrevi a #uIs do Tricngulo co4rando a promessa dele e declarando1me disposto a viaXar para +erra Talhada em 8aneiro7 caso ele pudesse cumprir o Cue prometera.-ns vinte dias depois7 rece4i a resposta do Condest!vel de "rincesa. 'iMia ele Cue teria grande honra em rece4er seu amigo e aliado de 1>3Q. Estava pereitamente lem4rado da promessa: Cue eu viaXasse em 8aneiro7 ou Cuando Cuisesse7 porCue ele e osoutros"ereirasestavamde4raosa4ertospara merece4er. $conselhava1mea seguir amesmarotadas minhas viagens de1>3Q: Tapero!7 'esterro7 TeiNeira7 )maculada7Hgua13ranca7 Tavares7 "rincesa. 'aI7 cruMando a ronteira7 entrasse eu em"ernam4ucoeseguisse7 porFlores7 atW+erraTalhada. )ndagavaseeuainda estavalem4radodoChee atual daamIlia "ereira7 *anuel "ereira #ins7 mais conhecidocomo%WdaCarnaE4a. Comunicava1meCueentraraementendimento comele7 Cue me rece4eria7 como h[spede7 em+erra Talhada. 'aI7 eu seria inalmente encaminhado para a ,ila de 3ernardo ,ieira7 antiga +Itios %ovos7 onde ele7 #uIs do Tricngulo7 estaria me esperando.Eu me recordava pereitamente do velho Fidalgo7 'om*anuel "ereira7 +enhordaCarnaE4a. Comomem4rodoEstado1*aiordo(ei 'om8osW"ereira7 tinhasidoumdos'oMe"areseumdosGrandesdo(einode"rincesa. Eraum homemguerreiroeperigosoemtempode4rigas7 mashospitaleiroemansoem tempodepaM. $liadoeparentedo(ei daEspinhara7 levaraumtroodosseus inumer!veisca4ras1de1guerraparaintegrar oinvictoENWrcitode"rincesa. Com essas coisas ardendo na ca4ea7 passei a noite de ano novo de 1>34 na mais tensa eNpectativa. )am comear os anos do +Wculo do (eino e eu ia ver7 pela primeira veM7 a"edra do(eino.+emme sentir7iatransormandoa cartade#uIsdoTricngulo numaCr\nica1epopWica7 escritanoestilomon!rCuicoCueeuaprenderalendoas hist[rias de +ouMa #eite. 'iMia para mim mesmo: S"artindo da ,ila (eal da (i4eira do Tapero!7 arei dois pousos principais. & primeiro7 ainda dentro do meu (eino do Cariri7 na,ila(eal da+erradoTeiNeira. &segundo7 na,ila(eal da"rincesa )sa4el7 Capital do meu (eino da Espinhara.'aI7 cruMando a ronteira7 entrarei no meu (eino do "aXeE7 e entrarei triunalmente a cavalo7 como todo Cavaleiro Cue se preMa7 na Capital dele7 minha muito no4re e leal ,ila 3ela da +erra TalhadaUTE E E"asseiento umtelegrama a #uIs do Tricngulo7 avisando1o de Cue partia7 e comecei os preparativos da viagem.(esolvera levar comigo meu irmo predileto7 *alaCuias7 eumamigo7 oidalgoEuclOdes ,illar7 intelectuale "oeta amosoda nossa,ila7 homemCuealWmde*estreemcharadaselogogrios7 eraot[grao respeitado7 instalado com oicina7 primeiro em Tapero!7 terra sua7 depois na antiga ,ila %ova da (ainha de Campina Grande.$ presena de *alaCuias era1me indispens!vel porCue ele7 ao contr!rio do Cue acontece comigo7WcoraXoso7 4omCavaleiro7 4omatirador e4omcaador. &s Luadernas so altos7 mas *alaCuias W o mais alto7 ro4usto e 4em proporcionado de todos. CreioCue7 emtodooCariri7 s[haviadois homens capaMes dederrotar *alaCuias numa luta corpoa corpo. & primeiro7 era *arino LuelD"imenta7pela descomunal ora Isica. & outro7 era meu primo $rWsio Garcia13arretto7 ilho mais velhodemeu"adrinho:noporCueossemuitomaisorte7 masporCue7 naluta7 *alaCuias com4ateriapelaalegriadocom4ate7 enCuantoCue$rWsio7 morenoe cerrado7 depois de rece4er os primeiros golpes7 no poderia impedir Cue irrompesse dedentrodeleaCuelaviolDnciao4scuraecegaCuemoravanosrecessosdeseu sangue e Cue oi a causa de tantos inortEnios para n[s e para ele mesmo. *eu irmo *alaCuias7 porWm7 era umdesses homens Cue7 semesoro nenhum7 atraem risonhamente as mulheres7 coisa Cue sempre me causou a maior inveXa. *uitas veMes eu passara pela decepo de levar meses e meses aMendo prodIgios de ha4ilidade para atrair a ateno de uma mulher7 isto para ver *alaCuias7 de volta de uma das suas viagens de cam4iteiro7 conseguir7 sem levantar um dedo e no mesmo instante7aCuiloCueeutentaraemvo7 aorademWritoeportantotempo. (estava1me somenteoconsolodeseroCheeeirmoprediletodopr[prio*alaCuiasedos outros 4astardos7 Cuenosedavam4emcommeus irmos legItimos7 *anuel7 Francisco7 $nt\nio e $lredo.$ssim7 aidade*alaCuiasdestinava1seaaMer 4rilharaamIliaLuaderna diante dos aguerridos e aanhosos "ereiras. Em +erra Talhada7 das charadas7 das conversas deguerras ecaadas7 da$strologiaedetudoomais CueseligaB #iteratura7 poderia eu me encarregar7 como "oeta7 eN1seminarista e $cadDmico Cue sou. *as se osse para l!soMinho7 seria derrotado inalivelmente pelos "ereiras7 na parte dos heroIsmos e cavalarias.LuantoaEuclOdes,illar7 euXurarasecretamenteCue7 chegandoao"aXeE7 achariaummeiodeaMercomCueospr[prios"ereirasmelevassem B"edrado (eino. +eriaumavit[riaCueeles conduMissem paral!aCueleCue7tomado como simples Escrivo7 eN1seminaristae3i4liotec!rio7 era7 deato7 o(ei doLuinto )mpWrio7 'om "edro 'inis Luaderna7 & $str[logo7 ou 'om "edro ),7 & 'ecirador7 como sou mais conhecido. EuclOdes ,illar era Cuem se encarregaria de documentar isso7 otograando os lances principais da viagem. Eu teria o cuidado de me aMer retratar Xunto das pedras7 com as torres a4solutamente iguais7 reluMindo gloriosamente ao sol o chuvisco prateado Cue as reco4ria e Cue ormavam7 no meu sonho7 o Castelo de pedra e prata do meu sangue.0OL3P7 de manh 4em cedinho7 eu no meu cavalo S"edra #ispeT7 *alaCuias em seu SHs de &uroT7 e EuclOdes ,illar na 4esta de sela SCanguuT Cue meu irmo lhe emprestara para a viagem.""ara no incorrer na galhoa dos outros7 eu resolvera maneirar a viagem o mais possIvel7 com vagareMas e longas paradas de descanso7 preteNtando Cue est!vamos em viagem de praMer e no de guerra e o4rigao. $colchoara toda a minha sela7 deiNando as deles no couro liso: com isso7 atenuaria7 pelo menos7 as assaduras da 4unda7 X! Cue as dores e a inchao nos Xoelhos seriam inevit!veis.Com todas essas precauYes7 porWm7 oi meio arre4entado Cue cheguei B minha leal ,ila do 'esterro7 primeira etapa da Xornada aventurosa Cue est!vamos empreendendo. %a,iladoTeiNeira7 omosrece4idospelo3acharel 8osW'uarte 'antas7 e7 em )maculada7 por um primo dele7 'om 8osW'uarte 'antas Correa de Goes. %a ,ila deTavares7 estava nos esperandoChiCuinho*endes7 Cueora Estri4eiro e +ecret!rio1particular de 'om 8osW )7 no (eino de "rincesa. Foi o tempo maisevocativodessaetapa7 revendoeue*alaCuiastodosaCueleslugares7 cinco anos antes transormados em campos de 4atalha7 em lugares de piCuetes e com4ates. Em"rincesa7 omos rece4idos pelo pr[prio 'om8osW"ereira #ima7 ento X! destronado7 masidalgoehospitaleirocomosempre. %oeramais(ei7 masera ainda o +enhor de "rincesa7 reconhecido como tal por seus maiores advers!rios. $o sero7recordou conosco ecomChiCuinho*endesosepis[diosmais terrIveis ou mais curiosos da SGuerra de "rincesaT.'epois7lem4roumeu "adrinho degolado7 indagando pormenores da sua morte. "erguntou se o enigma desse crime continuava indecirado7 e se era verdade Cue +inWsio desaparecera7 mesmo7 como por encanto7 no dia da morte do "ai. Conirmei tudo isso7 diMendo1lhe Cue ninguWm entendera7 ainda7 como W Cue meu "adrinho se trancara dentro dum Cuarto sem Xanelas7 murado por todos os lados7 e aparecera morto7 esaCueado por assassinos cruWis e desconhecidos. &no4re+enhorde"rincesamandouCueChiCuinho*endesnos escoltasse atW a ,ila de Flores7 com uma parada na sua aMenda S$s $4[4orasT7 de onde partimos s[s7 chegando a +erra Talhada no dia 3Q de 8aneiro de 1>3P.E E E& velho Fidalgo7 'om *anuel "ereira #ins7 no morava na rua7 e sim na sua aMenda7 SCarnaE4aT7 aCuelaCue7 nosWculopassado7 oraocentrodasesmaria pertencente a seu av\. "or isso7 almoamos numa hospedaria7 e partimos7Bs duas horas da tarde7 para a SCarnaE4aT7 em cuXa casa chegamos com a noite X! caindo.hCuelaaltura7 euX!estavaempetiodemisWria. FeliMmenteosXoelhos7 a parte Cue7 em mim7 mais reclama de cavalarias7 X!estavam adormentados de tanto sorer. Tomei 4anho e Xantei7 mas7 para alar a verdade7 no podia nem corresponder comodeviaBscortesiasehospitalidadesdonossoc[digosertaneXodemaneiras7 cumpridoreligiosamentepeloCoronel %WdaCarnaE4aeporsuamulher7 'ona "autila de *eneMes7 assim como por seus trDs ilhos7 'e[sio7 #e\nidas e $rgemiro7 Cue se desdo4ravam em nos servir e o4seCuiar. & mais gentil e cort Ds de todos era o moo $rgemiro7 rapaM moreno de deMoito para deMenove anos7 Cue B certa altura do sero7 alou:/"ai7 deiNe eu levar o pessoal para o Cuarto de h[spedes7 Cue eles devem estar cansados da viagemU/Eu7 noU/protestei logo7 para no icar desmoraliMado./Luem pode estar cansado WEuclOdes ,illar7 Cue no Wha4ituado a essas coisasU "or mim7 ico conversando atW de manhU& Coronel%W74ondosamente7resolveuatrair para osseus sessentaetantos anos a desonra do cansao:/ Est! 4emU / disse ele. / "ara vocDs Cue so moos7 o cansao no eNisteU *as eu X! sou velho7 e Cuem est! cansado e com sono sou euU ,amos dormirU$preciei acortesia do velho Fidalgo7mais orte doCue todos n[s7 mas Cue escondia essa ora para no nos humilhar. E dormi7 naCuela noite7 com um sono do Cual as dores do corpo7 X! transormadas em simples doIdo7 s[ me despertavam para Cue eu remergulhasse no praMer mais gostoso de sentir Cue estava deitado e dormindo7 e no acordado e andando a cavalo. %o tinha tempo de estranhar nem a cama nova nem a noite7 mais Cuente do Cue as nossas rescas noites de sert o de serra7 do Cariri.0OLQ?7 Cuando7 entre n[s7 apareceu outro personagem7 tam4Wm importantIssimo em nossa hist[ria7 o'outor +amuel bandernes. Estenoeranegro7 nemdo+erto7 nemdo(io Grande do %orte. Era 4ranco e idalgo7 Sum gentil1homem dos Engenhos pernam14ucanosT7 como costumava diMer. +egundo nos disse7 seu "ai7 +enhor arruinado do Engenho SGuarup!T7 tornara1se corretor1de1aEcar no (ecie7 onde Svivia B larga7 B moda idalgaT. Ele7 +amuel7 S*orgado do Guarup!T7 tam4Wm ormado na Faculdade de 'ireito7 era7 porWm7 no um radical7 como Clemente7 mas Sum poeta do +onho e pesCuisador da #egendaT. %essa Cualidade7 planeXara7 tam4Wm7 um livro7 uma o4ra 'de gDnio intitulada & (ei e a Coroa de Esmeraldas9"ara a eitura deste Slivro de tradio e 4rasilidadeT7 dedicara1se a SpesCuisas geneal[gicas e her!ldicas so4re as amIlias idalgas de "ernam4ucoT. Topara ento Scom a estranha hist[ria da amIlia Garcia13arretto7 Cue desco4rira por acaso7 em velhos manuscritos7 arCuivados na +W eno*osteirode+o3ento7 em&lindaT. $versoCueeleapresentavadessa hist[ria era7 porWm7 dierente da nossa7 se 4emCue ainda Smais estranha e legend!riaT. Comotodossa4em7 oi a4deagostode1P?RCueos"ortugueses7 cheiados por El1(ei 'om +e4astio7 oram derrotados pelos *ouros7 comandados por El1(ei *olei1*oluco7 no norte da Hrica. Foi uma 4atalha sangrenta7 com morte de (eis e de muitos Fidalgos7 sendo Cue 'om +e4astio7 Smoo7 casto e guerreiro como o +anto Cue lhe deu nome7 CruMado e cavaleiro medieval eNtraviado na (enas1cena i4WricaT/comodiMia +amuel/tinha sido dadocomo mortona 4atalha. EssamortedeiNaraem"ortugal eno3rasil Sumalegendadesangue7 violDncia7 religio e saudade7 tIpica da (aaT. E como7 por causa dela7 Filipe )) esta4elecesse7 so4re n[ssuaSautocraciateocr!ticaT7 asaspiraYes4rasileiras eportuguesaspela (estaurao se corporiicaram no sebastianismo9Corria entre o "ovo7 primeiro em "ortugal e depois no 3rasil7 Cue 'om +e4astio no morrera: encantara1se7 e voltaria para o +erto7 um dia7 pelo *ar7 numa %au7 entre nevoeiros7 para restaurar o (eino e instaurar deinitivamente a elicidade do "ovo.&ra7 tinhasidoeNatamentenosinsde1P?RCueaportaraa&lindaaCuele misteriosoeXovemFidalgo7 'om+e4astio3arretto7 troncoeorigemdaamIlia Garcia13arrettoaCuen[spertencIamos. 'iMia+amuel Cue7 deacordocomsuas pesCuisas Shist[rico1poWticasT7 esse Fidalgo era o pr[prio (ei 'om +e4astio7 Cue escapara B morte na 4atalha e7 numa %au7 viera para o 3rasil7 inc[gnito7 disposto a recuperar aCui7 Snuma nova ase de ascese guerreira e mIstica7 sua honra de +oldado e suas perdidas esporas de CavaleiroT. Esse WCue seria o motivo da constcncia do nome de +e4astioemtodos os ilhos varYes da amIlia Garcia13arretto. Ele7 +amuel7 SatraIdo pelo +onho e pela #egendaT7 resolvera dedicar parte de sua vida Bs pesCuisas so4re aCuela Cue ele considerava7 talveM7 Sa mais 4ela e her!ldica legenda amiliar do %ordesteT. +eu "ai era amigo do grande 'elmiro Gouveia7 o sertaneXo e sertanista cuXos neg[cios de gado7 couros e algodo levavam prepostos e traicantes desde o +erto do +o Francisco de $lagoas atW a 3ahia7 "ernam4uco7 "araI4a7 (io Grande do %orte e Cear!. 'elmiro Gouveia7 Cue comprava gado e algodo da S&na *alhadaT7 deraaonaCueletempoXovem'outor+amuel anotIciadeCueainda so4revivia7 no+ertodoCariri da"araI4a7 ailustregrei dos Garcia13arrettos. +amuel7 ascinado7 pediu1lhe uma recomendao para meu "adrinho e veio 4ater na S&na *alhadaT7para estudar de perto e de vista aCuela amIlia7BCual prometia dedicar 4oa parte de seu livro.,eio e icou7 Sprocurando7 nos velhos papWis da amIlia e nos arCuivos empoeirados dos cart[rios sertaneXos7 traos e atos Cue comprovassem a linhagem real dosGarcia13arrettosT. &tempopassava7 enoseencerravamaspesCuisas. "assou um ano7 passou outro. *orreu 'ona *aria da "uriicao. *eu tio7 viEvo7 casou com minha irm8oana. %asceu +inWsio e cresceu. Eu ui para o +emin!rio7 deiNei1o. *eu irmo *anuel casou1se. EnadaU +amuel continuava na S&na *alhadaT7 mantidopor meu"adrinho7 aCuemeletratavapor-omedeCuem rece4ia SmesadasT semanais7 tendo eNplicado Cue seu "ai7 no (ecie7 reporia essas importcncias na irma de 'elmiro Gouveia7 na conta de meu "adrinho.'om "edro +e4astio7 rico e poderoso7 generoso e desorganiMado no seu trato comaspessoas7 nuncaapurouseesseaXusteestavasendocumprido. *asCuem icou desconiado e depois indignado com isso oi Clemente. 'esde o comeo7 ele SareXara naCuele intruso7 naCuele elegante e 4em1alantePoetadosonho%um cavalheiro de indEstria Cue se introduMira na S&na *alhadaT para ilaCuear a 4oa1W decerta pessoa rica epoderosa7 pretendendoiludir essa pessoacompatranhas de idalguia para melhor eNplorar a situaoT. & rancor de Clemente era maior7 ainda7 porCue+amuel levava uma grande vantagemso4reele: emveM deser ateue anticlerical7 daescoladeTo4ias3arretto7 eraumascinadopelogenial escritor parai4ano Carlos 'ias Fernandes. +egundo +amuel7 Carlos 'ias Fernandes era7 no %ordeste7 SoEnico homemcapaM de escrever7 ao mesmo tempo7 uma "rosa her!ldicaeversosdesonhoeXoiaria7 maneXandotantoaCitaradapoesial Irica7 Cuanto o C!lamo do prosador e a Tior4a da poesia WpicaT7 rase Cue7 pela primeira veM7 meapresentouaessesinstrumentos7 indispens!veisB4agagemdeCualCuer escritor de gDnio. & melhor7 porWm7 W Cue Carlos 'ias Fernandes7 alWm de tudo isso7 eraaindaSocoraXosodeensordaFWcat[licaT7 no3rasil7 umhomemCuetinha aud!cia e coragem para pregar um 4anho de sangue7 uma ScruMadaT7 atravWs da Cual os Cat[licos 4rasileiros deveriam deender o direito do 3rasil B FW7 mesmo Bs custas de Saud!cia e violDncia7 de direitos aniCuilados e de torrentes de sangue derramadoT.$ssim7 com essas idWias ortodoNas e idalgas de CruMado7 era muito mais !cil a +amuel do Cue a Clemente ser agrad!vel ao casal de Fidalgos sertaneXos em cuXa casa todos n[s vivIamos7 ou como parentes7 ou como agregados. Clemente7 sendo negro e discIpulo do mulato To4ias 3arretto7 escarnecia de tudo Cuanto era idalguia7 osse daCui7 osse da Espanha. *as7 apesar da desavena pendente entre os dois7 ele e +amuel pressentiam Cue meu "ai7 como parente7 era um rival perigoso naproteodemeu"adrinho. "orisso7 aliavam1secontraele7 numaguerraCue7 depois da morte do velho7 terminei herdando. *eu "ai7 alWm de raiMeiro e autor do Almana5ue do Cariri%Cue ele pu4licava todo ano e Cue eu herdei tam4Wm7 era um genealogista de mWrito. +a4ia a cr\nica de todas as amIlias do Cariri e proclamava7 empaiado7 Cuen[sLuadernas7 descendIamosdo(ei de"ortugal7 'om'inis7 o #avrador. Clemente ridiculariMava eroMmente essa descendDncia real dos Luadernas7 e no se detinha nem diante da Fidalguia poderosa e armada dos Garcia13arrettos. (epetiaconstantemente oditodeTo4ias 3arretto7 segundoCuemas epidemias Cue mais grassavam no 3rasil eram o papo em *inas Gerais e a 1idalguia no %ordeste. +amuel Xuntava1se a Clemente para escarnecer de meu "ai7 em Cuem ele colocou o apelido de S& Fidalgote (aiMeiroT. *as7 no sendo um Xaco4ino7 como Clemente7 parava aIe aMia suas distinYes7 elevando Bs alturas So sangue real dos Garcia13arrettos7 descendentesde'om+e4astioT. +[tratavameu"adrinhopor -om "edro +e4astio7 eNplicando Cue o tItulo de -om era7 a princIpio7 privativo dos "rIncipes de sangue7 tendo sido7 depois7 estendido aos Sricos1homens de pendo e caldeiraT. 'e modo Cue oi com ele Cue aprendi a usar esse tratamento7 sem o Cual7depois7 no podia aceitar ouvir nem o nome de meu "adrinho nem o meu. 9 verdade Cue7 depois denomeado"romotor7 +amuel comeoua4otar as unhas deora7 revelando seu verdadeiro pensamento7 o de Cue Sa Fidalguia sertaneXa era 4!r4ara7 4astarda e corrompida em comparao com a dos Engenhos pernam4ucanos7 a Enica verdadeira do 3rasilT. %o princIpio7 porWm7 enCuanto vivia7 na S&na *alhadaT7 das mesadas de meu "adrinho7 elogiava indistintamente toda a $ristocracia nordestina e muito especialmente a amIlia Garcia13arretto.'om"edro+e4astioesuamulher7 cuXasamIliastinhamsido7 sempre7 do velho "artido #i4eral7 do tempo do )mpWrio7 tinham permanecido iWis B *onarCuia7 demodoCuenopodiamdeiNardeseimpressionarumpoucocomasgogasde +amuel7 oCual nosmostrava7 nosmapasda.istriadaCi'iliza3Q. $o mesmo tempo7 devagarinho7 oi se insinuando e terminou conseguindo tomar uma parte do lugar de Clemente Xunto a n[s. +uas aulas eram raras e desordenadas7 constituindo1se7 Cuase Cue s[7 da leitura7 em voM alta7 de"oetas desuapredileo7 principalmenteos tradicionalistas epatriotas. Clemente amaldioava Sa inluDncia perniciosa daCuele parasita 4D4ado da reao cat[lica so4re a XuventudeT.9Cue7 aos s!4ados7 +amuel ugia para a ,ila7 onde se tornara conhecidoe admiradonas rodas intelectuais7 e7 l!7 tomava carraspanas terrIveis7 Cue o deiNavam prostrado atWa noite do 'omingo. *as como7 com isso7 no aMia mal a ninguWm7 meu "adrinho echava os olhos tam4Wm a essa raCueMa.Tais oramosmotivosdetodosn[s7 intelectuaismais moosdeTapero!7 termos sidoeducados entreainluDnciacontradit[ria7 mas ecunda7 desses dois grandes homens. Eu passei por v!rias ases em minhas relaYes com eles. "rimeiro7 oi a estreita dependDncia de aluno7 Cuando menino e adolescente7 na S&na *alhadaT. 'epois Cue passei ao +emin!rio7 praticamente me igualei aos dois Cuanto Bidade7 porCue me tornei adulto e eles ainda no eram velhos. Foi porWm aICue entrei por uma ase negra de decadDncia7 na Cual7 sem terras e sem emprego7 vivi dias duros7 na ,ila. $Ios dois7 homens importantes7 um"romotor7 o outro $dvogado7 deram1me ao despreMo: s[ alavam comigo Cuando no havia outro Xeito7 eassimmesmocomumacondescendDnciatosuperiorCueeuicavaesmagado. FeliMmente7 comecei a su4ir de novo na vida7 por inluDncia de meu "adrinho7 sendo nomeado3i4liotec!rio7 Ta4elioe7 por ta4ela7 Coletor. *orreuTiaFilipaeeu herdei7 dela7 Cuatro casarYes pegados7 na (ua Grande. 'esses Cuatro7 cedi dois7 um a cada um dos meus dois *estres7 para Cue eles ali morassem gratuitamente. $I7 a gratidomatouCuase todoodespreMoe comeouoperIodo!ureodas nossas relaYes7 perIodoemCue7 apesardeumaououtraalinetada7 ui erguidoauma altura7 senoigual7 pelomenos pr[Nimadadeles. Eoi assimCuetudooi se Xuntando e me preparando para eu ser7 naCuele dia 1.fde 8unho de 1>3P7 o Enico homem talveM realmente apto7 na ,ila7 a entender7 em toda a sua importcncia7 o Cue signiicava a chegada do rapaM do cavalo 4ranco.0OLme um -rag,o em um Ca'alo montado9 -izia o An:oG / Este #o Anti> ame a 0irgem% a 2,e do 0erbo En$arnado=;E E E#ino chegou ao roado7 no Cue4rou o milho /Cue encontrou ainda verde demais /e voltou a Estaca ]ero7 encontrando a ,ila inteiramente su4vertida pela passagem do rapaM do cavalo 4ranco7 daCuele Cavaleiro Cue parecia a imagem re1versa do outro7 Cue tanto o assom4rara no Campo calcinado. %o estado de espIrito causadopelasvisagens7 #inoestavaespecialmentepredispostoaseimpressionar com a descrio Cue lhe iMeram dos gi4Yes medalhados7 dos cavalos7 dos arreios reluMentes de moedas7 da 4andeira da coroa e das chamas de ouro7 do escudo das onas vermelhas e dos treMe contra1arminhos de prata. $lvoroado7 #ino se inormou so4re a direo Cue seguira a cavalgada e meteu o pW na estrada7 atr!s dela7 ato Cue veio a ter tanta inluDncia em minha vida7 como ,ossas ENcelDncias vero daCui a pouco.*as apausaCuetInhamos eitoemnossaviagemX!aca4ou. Clementee +amuel meconvenceramdeCueomaiscertoeracontinuarmosemrente7 pelo caminhoCue vInhamos seguindo7 demodoCue retomamos a viagem e tam4Wm a conversao interrompida.Clemente terminara de recitar a EpopWia negra de ]um4i7 o Cue eM com um ar atIdico e impressionador Cue me deiNara arrepiado. #em4rava1me de meu 4isav\7 degolado7 como ]um4i7 num (eino pedregoso e amuralhado. $ 4atalha da "edra do (eino galopava de novono meu sangue7 por entre chamas e voMerios7 agora acrescentados das cenas de "almares e da morte tr!gica de ]um4i. *as +amuel tinha outras idWias e comeou logo a desmoraliMar as de Clemente. 'isse:/,ocDs dois icam em4as4acados7 aI7 como se a morte daCuela negralhada osse coisa do outro mundoU *as o pior Cue eu acho WClemente Cuerer criar aCui7 artiicialmente7 a partir da (epE4lica de "almares7 uma coisa Cue nunca eNistiu no 3rasil7 uma espWcie de +e4astianismonegroU9uma idWia artiicial7 Clemente7 porCueonEcleo7 oundamentodo3rasilWi4WricoU +eXaXustoouinXustoisso7 Clemente7 X! aconteceu e agora no tem mais Cuem dD XeitoU 'e modo Cue o Enico +e4astianismoautDntico7 aCui7Wo+e4astianismoi4WricoCuen[sherdamosdos "ortugueses7 Cue se a4rasileirou aCui e Cue Wo grande assunto nacional Cue pode servir de 4ase B &4ra da (aaU0OL de 8unho7 dia de +o "edro e +o "aulo. %avegaram atW3 de setem4ro7 data na Cual7 perto dos $ores7 oram atacados por Suma %au de cors!rios ranceses luteranosT7 armada de muitos canhYes grandes7 enCuanto a nossa tinha somente dois peCuenos7 umSalcoT e umS4eroT. &s *aruXos Cuiseramse render7 mas 8orge de $l4uCuerCue Coelho disse Cue Xamais permitiria Cue se rendesse sem luta uma %au em Cue estivesse. Ento7 somente sete homens concordaram em com4ater com ele. SE assim7 com estes homens somenteT7 conta Frei ,icente7 aCuela igura homWrica de Fidalgo 4rasileiro Sse p\sBs 4om4ardas7 arca4uMadas e rechadas comos FrancesesT. & ar se enchia com os estouros dos tiros7 com os gritos dos eridos7 e o *ar salgado se avermelhava com o sangue dos Cue l! caIamUE E EEu7 to entusiasmado com a SodissWia marItimaT do Fidalgo 4rasileiro Cuanto icara7antes7com aSilIadaterrestreT dooutro7o %egro7nomecontiveegritei7 erguendo de novo o punho para o CWu:@S,o 2aru:os brasileiros% a bruna P3tria os $riouG s,o 1ortes 0arBes morenos do 2ar 5ue Cabral $ortou= .omens 5ue a Pedra talhara% ',o $antando a Estro1e rara 5ue o Cego rou$o $antou= "autas das $astanhas Plagas% ',o% nas Cara'elas 'agas% H 6b#ria 5ue nos sonhou=;+amuel7 interrompido7 alou mais uma veM com rieMa7 ameaando:/+e vocDvier7 ainda7 com outra moNiniada dessas7 eu deiNo de comunicar minhas idWias B $cademiaU"rometi me calar7 e+amuel pegoudenovodolugar emCueestava. &s *aruXos covardes7 vendoCue7 mesmo comaCuela inerioridadetoda7 8orgede $l4uCuerCueCoelholutariaatWoimdetodos7 resolveramtraI1lo. $4aiNandode surpresa as velas gritaram para os Franceses Cue a4ordassem a %au7 Cue eles os aXu1dariam. $ssim7 conseguiramos Cors!rios se assenhorear donavio. &Capito rancDs7 ao ver Cue ali s[havia aCueles dois peCuenos canhYes7 disse a 8orge:/ S%o me espanta a tua coragem7 porCue coragem todo 4om +oldado W o4rigado a ter. *as o Cue iMeste aCui oi mais do Cue coragem7 oi temeridadeUT E premiou1o com a honra de sentarBca4eceira da mesa. Ento7 no dia 12 de +etem4ro7 4ateu so4re eles uma tempestade pavorosa. $ %au 4rasileira comeou a aundar7 e todos viram chegar Sa derradeira hora da vidaT. $pavorados7 os 3rasileiros cat[licos e tam4Wm os Franceses luteranos aproNimaram1se do "adre XesuItaHlvaro de #ucena7 comeandotodosaseconessar. *as8orgede$l4uCuerCueCoelhocomeoua encoraXar uns e outros7 diMendo Cue no deviam deiNar tudo ao cuidado de 'eus: SiMessemtam4Wm7 desuaparte7 oremWdiopossIvel7 unsdandoB4om4a7 outros esgotando a!guaCueestavanoconvWsT7conselhoCueos*aruXos7animando1se7 comearamaseguir. &ilhode'uarteCoelhoanimava1os7comatosepalavras7 diMendoCueSesperava7 na4ondadedivinaenaintercessoda,irgem7 +enhora %ossa7Cuehaviam de icar livresdo perigo em Cue estavamT.$o diMer ele isso7Sviram todos um grande resplendor no meio da grandIssima escurido7 e 'eus oi servido de aplacar a tempestadeT. Ento7 apareceu de novo a %au rancesa7 Cue tinha se desgarrado da nossa no comeo do temporal: tomando os Franceses Cue estavam naCaravela4rasileiraeamaiorpartedosnossosmantimentos7 seguiramparaa Frana7 deiNando os nossos num navio destroado7BmercDdo *ar. %ovamente o desespero se apossou dos 3rasileiros. *as 8orge de $l4uCuerCue Coelho mandou costurar guardanaposetoalhas7 aMendo7 assim7 uma,ela. FiMeramum*astro7amarrandodois remos. 'ecordas deredeimprovisaramacordoalha. Eassim7iniciaram a etapa mais dolorosa e her[ica da viagem. &s Franceses tinham deiNado pouCuIssimo mantimento aos nossos: dois sacos de 4iscoitos podres7 Suma pouca de cerveXa danadaT7 duas canadas de vinho7 um rasco de !gua de lor7 alguns cocos7 poucospunhadosdearinhaeseistassalhosdepeiNe14oi. 8orgede$l4uCuerCue Coelhooi repartindoessacomidaportrintaetantoshomens7 duranteaviagem7 cuidando pessoalmente da partilha. *as7 por maiores Cue ossem seus cuidados e sua parcim\nia7 a ome teria Cue chegar7 como chegou7 traMendo tam4Wmo desespero. Ento7 aminta7 desesperada7 a maruXada resolve deitar sortes7 para escolher um dos homens7 a im de ser morto e comido pelos outrosUEuX!estavanovamente entusiasmadocomaCueladolorosahist[riaher[ica. +o4retudo porCue7 agora7 estava convencido de Cue X!conhecia tudo isso7 se 4em Cuepor caminhos menos idalgos Cueos de+amuel. "or isso7 esCueci1me da promessa e interrompi:/+amuel7 essapartedahist[riaeuX!conhecia7 se4emCuenosou4esse como tudo tinha comeado. 9 a hist[ria da "au Catarineta% Cue a gente canta7 aCui no +erto7 noCandango%Cuando vai representar oAuto das Chegan+eneral=/ -ou>te a "au Catarineta t,o boa em seu na'egar=/ ",o 5uero a Catarineta% 5ue "aus n,o sei manobrar=/ 4ue 5ueres ent,o% +a:eiro7 4ue al'issaras hei de dar7/ Capit,o% eu sou o -iabo e a5ui 'im pra 'os tentar=O 5ue eu 5uero% # 'ossa Alma para $omigo a le'ar= S assim $hegais a porto% s assim 'os 'ou sal'ar=/ (enego de ti% -em)nio% 5ue esta'as a me tentar=A minha Alma% eu dou a -eus% e o meu Corpo eu dou ao 2ar=E logo salta nas 3guas o Capit,o>+eneral= !m An:o o tomou nos brase o 0ento e o 2ar% e H noite a Catarineta $hega'a ao Porto do 2ar=;E E ELuandoterminei derecitaressemaravilhosoromance1epopWico7 marItimoe 4andeiroso7 +amuel veio logo com achincalhes:/Luaderna7 no venha misturar suas 4ar4aridades de sertaneXo coma idalguia dos Coelhos7 $l4uCuerCues7 Cavalcantis e ban d;Ernes da ]ona da *ataU Eus[aceitaria7 so4re8orgede$l4uCuerCueCoelho7 umversoeitopor algum Trovador i4Wricoidalgo7 comoEl1(ei 'om'inis7 avrador7 oucomo'om $onso +anches7 ilho deleU )sso Cue vocDcantou7 aI7 W uma 4ar4aridade7 Cuase to espEriaeple4WiaCuantoostaisSolhetosTCuevocDe#ino"edra1,erdevivem espalhando pelas eiras7 para corromper ainda mais o gosto dos +ertaneXosU/ Est! 4em7 deiNe isso de ladoU / concordei7 para no desgost!1lo. / Estou toentusiasmadocomessahist[riade'uartee8orgede$l4uCuerCueCoelhoU ComoWCue ela terminag9verdade Cue eles oramatWos areais aricanos7 acompanhando 'om +e4astio na sua aventura de CruMado B Hricag/9verdade7 simU/disse +amuel./ENistemdocumentos daWpoca7 provandoissoUEnotemaisumacoisa7 Luaderna: na4atalhade$lc!cer1Lui4ir7 8orge de $l4uCuerCue Coelho estava montado num cavalo 4ranco7 de crinas cor de ouro...*eu corao deu seu estremeo costumeiro. Falei:/&lhe aI7 +amuelU #!vemde novoa hist[riaU %o(oman$e da"au Catarineta o cavalo do Capito1General era 4rancoU/ )sso no tem a menor importcncia7 LuadernaU / disse +amuel7 impaciente. / & Cue interessa W Cue7 no atropelo da 4atalha7 'om +e4astio7 lutando como um her!ldico #eopardo erido7 cercado por cachorros negros7 teve seu cavalo morto. En1contrando7ento78orge de$l4uCuerCueCoelho7tam4Wm eridoeensang`entado7 pediu1lhe sua montaria7 para continuar a luta7 Cue ele7 coitado7 BCuela altura7 X! sa4ia perdidaU & Fidalgo donat!rio de "ernam4uco cede seu cavalo 4ranco ao (ei7 mesmo sa4endo Cue a montaria era a Enica possi4ilidade Cue tinha7 ele pr[prio7 de escaparU 'om+e4astiomonta7 eoi nessecavalo4rancodopernam4ucanoCueo(eimorreu7 oumelhor7 Cueseencantou7 desaparecendo7 Senco4rindo1seT7 paravoltar um dia7 com seu nome ou outro CualCuer7 a im de instaurar o Luinto )mpWrio do 3rasil7 sonho messicnico e proWtico de $nt\nio ,ieira e de outros vision!rios da nossa(aaU9por issoCueeu7 apesar doenormeorgulhoCuetenhodaparte castelhana do meu sangue7 dou graas a 'eus 5e aCui o Fidalgo persignou1se6 por ser mais descendente de "ortugueses do Cue de Espanh[isU $ Espanha7 por maior Cue seXa sua grandeMa7 tem sempre7 ao lado de sua an!tica heroicidade idalga7 um lado amolecado7 almocreve e popular Cue nunca me agradou. 9 por isso Cue7 enCuanto a Espanha contri4uIa7 atravWs das molecagens vulgares de Cervantes7 para destruir o mitodoCavaleiro7 "ortugal ornecia aomundoaEltima igura de CruMadoe CavaleiroCueeNistiu7 'om+e4astio7 &'eseXadoU &rgulho1me deCueminha amIlia seXa7 como a dos #encastres7 uma amIlia emcuXo sangue i4Wrico se instilaram algumas gotas de sangue mais n[rdicoU +e 4em Cue a minha seXa superior7 porCue7 nos #encastres7 o sangue Cue entrou oi o grosseiro sangue inglDs7 ao passo Cuenodosmeus7 comonodeCarlos7 &Temer!rio7 oi ono4reeinosangue lamengo14orgonhDsU *as eNiste ainda outro motivo7 para o orgulho do meu sangue: na"enInsula)4Wrica7 "ortugalWumaespWciede]onada*ataeaiNalitorcnea7 semelhanteBdas Engenhos pernam4ucanos7 enCuantoCueaEspanha7 comsua Castelaseca7 parda7!spera eempoeirada7Wmuitomaisparecidacomeste+erto 4!r4aro de vocDsUE E EFoi eNatamenteCuando+amuel aca4oudediMer issoCueeu7 terrivelmente preocupado7 desco4ri Cue tInhamos chegado7 de novo7 ao mesmo lugarU #!estava novamente a pedra grande7 espalhada no cho7 com as mesmas coroas1de1rade e os mesmos tuos de macam4ira. $pontei1os aos companheiros e disse:/&lhem l!7 a mesma pedraU $ gente est!WperdidoU $ndamos7 andamos e viemos 4ater no mesmo lugarU'esta veM os dois icaram mais preocupados do Cue eu. +amuel lem4rou7 logo7ocasorecentedeumvelhoCue7 montadoacavalo7 seeNtraviaranaCatingae morrera de ome7 sendo encontrada a ca4ea do cavalo /Cue ele amarrara a uma !rvore / pendurada pelo ca4resto e separada do corpo pelas aves de rapina Cue lhe tinham comido o pescoo. & Fidalgo7 com ar lament!vel7 indagou:/ E agora7 Clementeg/ $gora7 W apelar para Luaderna7 Cue tem pr!tica nessas andanas e correrias pela CatingaU Luaderna7 v! na rente7 guiando1nosU/$contece Cueestou completamente ariadoU /disse eu7 inCuieto./Com asvoltasCuedemosecomaatenoCueeuvinhaprestandoaessas#iteraturas cavalarianasdevocDsestoucompletamentedesorientado7 comomundoescuroe viradoBsavessasU&melhorCuetemosaaMerWdesmontar7 icaralinasom4ra daCuela $roeira e esperar Cue o +ol comece a descam4ar para o poente7 porCue aI a gente se orientaU "or outro lado7 isso aCui W uma velha estrada de carro1de14oi: pode ser Cue passe alguWm7 e aI estaremos salvosU'esmontamos7 amarramos nossas montarias nuns pWs de marmeleiro7 perto7 e acolhemo1nos Bsom4ra da $roeira. *eus dois *estres e rivais estavam um pouco inCuietos7 mas no havia coisa melhor7 para passar o tempo7 do Cue continuar nossos de4ates acadDmicos. +amuel conduMia7 tam4Wm7 sempre7 consigo7 umac[piade retalhos Cue cortara e reXuntara7 so4re 'om +e4astio. Eu7 Cue estava interessadIssimo no assunto7 espicacei1o:/ *as ninguWm viu 'om +e4astio morrer no7 +amuelg/ ,iram7 viramU *as vocD sa4e como o +onho W muito mais poderoso do Cue o (ealU $ntero de Figueiredo conta Cue7 chegando ao (eino as primeiras notIcias so4re a derrota7 as versYes so4re o (ei eram as mais desencontradasU -ns diMiam CueS#uIsde3ritoohaviavisto7 noimda4atalha7 avanarpelocampoaora7 aproveitando uma clareira7 limpa de *ourosT. &utros airmavam Cue So (ei peleXara 4ravamenteatWamorte7 eCueseucad!ver oraencontrado7 numaeNtrema do campo7 no meio de outros7 dois dias depois7 desigurado7 a4andonado e nuT. Estava com Sa ca4ea inchada7 lIvida7 X! decomposta pela canIcula de dois dias aricanosTU/CoitadoU/disse eu./*orreu como o (ei ]um4i7 no (eino dos "almaresU/$ comparao no ca4e7 LuadernaU/cortou +amuel./ 'om +e4astio era de sangue ino e puro como o meuU E o ato W Cue o "ovo nunca se convenceu de Cueeletinha morridoUComearam7 logo7aaparecer versYesso4reseumilagroso salvamento: S'om +e4astio7 em4uado7 escapara com mais Cuatro FidalgosU 'om +e4astio conseguira sair da Hrica7 num veleiroU 'om +e4astio vive errante pelo mundo para pagar seus pecados: assim Cue limpar sua grande $lma de seus 4elos erros /o Cue ar!pela penitDncia /se des$obrir3e voltar!ao (eino7 iniciando uma eradegrandeMa7 deXustiaedepaMUTE$nterodeFigueiredoidalgoe cavaleiresco atWo sangue7 diM Cue Sos coraYes comovidos e esperanados7 Xuntavam7 assim7 os primeirosiosdaCuiloCue7 mais tarde7 oimeada decrespas #endas de 4em1Cuerer e devooTU/ Lue veadagem portuguesa mais desca4eladaU / rosnou Clemente.Eu7 porWm7 Cue me interessava7 mesmo7 era pela participao dos 3rasileiros na 4atalha7 interrompi:/Espere aI7 "roessor ClementeU E como oi a igura Cue 8orge de $l4uCuerCue Coelho eM em $lc!cer1Lui4irg H! alguma reerDncia a ele e ao irmo7 com a hist[ria do cavalo 4ranco e outros heroIsmos legend!rios7 +amuelg/H!7 simU EveXaseanossa(aanodeu7 mesmo7 aomundoiguras predestinadas de her[isU *al chega a "ortugal7 aminto7 com as eridas das lechadas ainda mal cicatriMadas7 8orge de $l4uCuerCue Coelho ica ascinado pela igura de Cavaleiro7 do (eiU 9Cuando 'om +e4astio so4e ao trono7 e comea a preparar a grande $ventura. 'uarte7 irmo de 8orge7 deiNa "ernam4uco7 e Xunta1se tam4Wm B CruMada. Era costume7 naCuele tempo7 nas guerras7 organiMar1se uma SCompanhia dos $ventureirosT7 ormada somente por rapaMes solteiros e7 por isso7 destinada Bs missYes mais arriscadas. 8orge e 'uarte7 em "ernam4uco7 na SGuerra dos TapuiasT7 apesar deCondes e+enhores7 renunciavamaseus privilWgios eerasemprena SCompanhiados$ventureirosTCuelutavam7 comosimples+oldados. "ois4em: para a eNpedio B Hrica7 'om +e4astio organiMou7 tam4Wm7 uma SCompanhia dos $ventureirosT7 e oi nas ileiras dela Cue os 3rasileiros se alistaramU S+[ a %o4reMa de sangue enilar!nesta 4rilhante Companhia7 capitaneada pelo privado mais privadodo(ei7 ono4ilIssimoCrist[vodeT!vora.9oterodamocidade7 da esperana7 da 4eleMa aguerrida e gar4osa.T E aXunta1se o ENWrcito e em4arca1se nas %ausU Eu imagino a eNaltao idalga7 cavaleiresca e cat[lica de 8orge de $l4uCuerCue Coelho7 escapo a tantas desaventuras no *ar7 em4arcando1se de novo7 para acompanhar aCuele SCruMado de antiga era7 Cue vai atirar1se7 repleto de altIssimos sonhos7 no ardor da FW e na o4stinao da Honra7 de encontro a chusmas de *ouros7 nos areais da Hrica 4er4eresca7 para7 em sacriIcio ingente7 sagrar a sua alma de Her[i numa epopWia de +angueTU CruMam o *ar7 desem4arcam em Tcnger. &rganiMa1se a Cavalaria7 apresta1se a )nantaria. $ $rtilharia vai na vanguarda7 em carretas. E adentram1se naCuelas desWrticas terras de *ourariaU & 'estino marcou um encontro entre o +onho divino e a *orte sagrat[ria7 numa terra aricana s!ara7 seca7 cheia de pedras e cardos7 como este +erto de vocDsU *arcou1o para o dia 4 de $gosto de 1P?R. 9 nesse dia Cue se trava a 3atalhaU %a vWspera7 um *ouro7 aliado nosso7 colocou veneno na comida do (ei *ouro7 para Cue a morte dele desanime os )niWisU &s dois eNWrcitos / o Fidalgo e cristo7 e o *ouro e iniel / derontam1se desdeoamanhecer dodia4. TodosachamCueWmelhoresperar atWatarde: o veneno ar!eeito7 o (ei *olei1*oluco morrer!7 e os *ouros7 apavorados com a morte de seu (ei7 sero acilmente des4aratados. *as 'om +e4astio7 aconselhado por um +argento1*or espanhol7 resolve dar inIcio B 3atalha perto do meio1dia7 com o +ol alto. +eguindo7 ento7 o eNemplo do (ei7 todo o ENWrcito cristo aXoelha1se para reMar a $ve1*aria. Estando ainda aXoelhados7 os *ouros atiram so4re eles suas primeiras 4om4ardas7 atingindo com uma lava ardente de erro e ogo as ileiras dos nossos +oldadosU EcontaoidalguIssimoCronistadaCueladerradeiraCruMada7 eNtraviada no tempo:0OL?7 na terceira dWcada do +igno de GDmeos7 tempo no Cual7 segundo os livros de $strologia7 Spode nascer um GDnioverdadeiroT7 sendoas pessoas nascidas aISaetuosas einconstantes7 mas assinaladaseterrIveisT. &"lanetadessesigno7W*ercErio7 astroCue7 segundoo *un3rio Perp#tuo%temdomInio Sso4re os "oetas1escrives7 letrados7 "intores7 ourives7 4ordadores7 tratantes7 diligentes e mercadoresT7 sendo de notar Cue7 Cuando h!predomincnciadas inluDncias malWicas7 aparecementreos deGDmeos Sos charlates7 "alhaos7 em4usteiros7 ladrYes7 estelionat!rios e alsiicadoresTU/ComooiCuevocDdisse7 meu"adrinhog/indagueicomoseossede modo casual./,ocDalou em "oetas1escrives7 oig &uviu7 +amuelg Luer diMer Cue eu sou como "ero ,aM de Caminha7 um "oeta1escrivo da $rmada 3rasileiraU& Fidalgo deu um muNoNo:/& Cue vocDpode ser Wum "alhao7 marcado pela SinluDncia malWica de GDmeos e *ercErioT7 um em4usteiro e alsiicador de moedaU/%o altando com o respeito7 o senhor est!enganado7 'outor +amuelU/ contestou 8oo *elchIades. / %a terceira dWcada do signo de GDmeos7 os inluNos astrais so 4enWicos7 pois *ercErio X!est!iluminado pelo +olU $li!s7 'inis sa4e disso melhor doCue eu7epediuao irmodele7Taparica7paracortar um taco de madeira7 representando o carro de *ercErio alumiado pelo +ol e conduMido por um Gavio7 com o signo de GDmeos nas rodasUE E E$credito Cue 8oo *elchIades ainda tivesse outras coisas Sastrosas e ModiacaisT para diMer em meu avor. *as naCuele momento7 cheg!vamos BEstrada (eal. & ariamento em Cue me encontrava desapareceu de repente7 o mundo clareou naminhavista7 oatrapalhosumiu1se. Clementee+amuel Cueiriamparaarua7acompanharam 8oo *elchIades. Eu7 porWm7 X! saIra da rua resolvido a almoar s[7 no meu #aXedo sagrado7 situado perto daCuela estrada. 'espedi1me dos trDs7 prometendo estar de novo com eles na rua7 para assistir Bs Cavalhadas Cue eu e meus irmostInhamosorganiMado7 porencomendada"reeitura7 paraaCuelatarde. 'e modo Cue nos separamos e7 por Cuesto de poucas horas7 terminamos perdendo a passagem7 ali7 da Cavalgada do rapaM do cavalo 4ranco.'e CualCuer modo7 eu X!tinha os dados para aMer meu (omance1epopWico7 tendo como centro e enigma de crime e sangue a degolao de meu tio7 "adrinho e pai1de1criao7 assimcomo a encantao do ilho mais moo dDle7 +inWsio +e4astio7 &$lumioso. EmtornodaTorreemCueovelho(ei oradegoladoe tendocomoalicerceasduas outras torres da"edrado(eino7 euergueriameu Castelo7 aMendo7 de Solheto em romance e de romance em olhetoT7 uma espWcie de Sertaneida% "ordest&ada ou Brasil#ia%parecida com a do +enador $ugusto *eira. Cortaria as pedras sertaneXas com o punhal dos (eis sangrentos7 meus antepassados.*olharia a argamassa com meu sangue e a peonha Cue meus dois *estres diMiam haver em mim. Faria perpassar pela &4ra inteira as insIgnias da minha coragem e a vergonhadasminhasdeserYesJ osestandartese4andeirasdaminhac[leraeo espinho da minha 'or permanente. Tudo X! me aparecia7 como num sonho7 diante de mim7 enCuanto eu caminhava pela estrada. *eu Trono ulgurante de chamas proWticas7 o eNIlio em Cue vivia / implac!vel e irremedi!vel / meu ardente desaio e meu inEtil desespero7 as moradas do meu so1rimento e os travos amargos da minha altiveM. E assim7 ainal7 seria eu pr[prio Cue estaria na &4ra7 cruciicado entre moteXos e ModIacos7 cravado e alanceado7 como ]um4i e 'om +e4astio7 contra os muros do meu Castelo7 eNposto como motivo de honraseMom4arias7BluMmercurianaesolardo meu +igno7sinado eassinalado7com manto de pErpura e coroa de espinhos7 sustendo em minhasmosumCetro escarnecido.9 por isso7 ento7 Cue7 no momento de iniciar minha hist[ria7 preso aCui nesta Cadeia7 humilhado7 perseguido7 despreMado7 olho para tr!s7 e tudo o Cue me aconteceu parece um+onho7 uma visagemCue desilou diante de mim7 num momentoperigosoealucinat[rio7 tendoodesilecomeadocomacavalgadado rapaM do cavalo 4ranco7 naCuele dia7 pela estrada. & Cue7 ali!s7 no W de espantar7 uma veM Cue7 nos meus momentos mais ensolarados de devaneio7 o pr[prio *undo meaparececomoumalargaestradasertaneXa7 umTa4uleirosecoeempoeirado7 onde7 por entre pedras7 cactos e espinhos7 desila o corteXo luminoso e o4scuro dos humanos/(eis7 valetes7 (ainhas7 cavalos7 torres7 Coringas7 'amas7 peninchas7 3ispos7 ases e "eYes. Todo este meu Castelo e os acontecimentos Cue nele sucedem para sempre7 me aparecem com o elemento estivo e sangrento dos sonhos7 como a encenaodeumespet!culodosCued!vamosemnossoCirco7 comadanado cho7 a do sol e a do su4terrcneo7 ao som dos cantos dementes e o4scenos entoados por minha *usa macha1e1Dmea7 a Gavido Carcar! Cue invoCuei e invoco a cada instante7 *usa da vida e da morte7 com a ace saturnal7 som4ria e desWrtica7 com a ace lunar do sonho e do sangue7 e com a ace ensolarada e gargalheira do real. "or outrolado7eusa4iaCuetudoaCuilosucedeWdentrodomeusangueedaminha ca4ea7 da minha Smem[riaT7 onde havia umestrado e uma cortina Cue7 no momento em Cue se echasse deinitivamente7 aca4aria o espet!culo7 aCuele sonho glorioso e grotesco7 cheio de rosnados e clarins7 de arrapos e mantos de ouro7 suXo e em4andeirado. &u7 como diMia um Cantador7 num SolhetoT. @Sabe o (ei 5ue 'i'e um Sonho pois% a5ui% de nada # -ono% 5ue ns surgimos do "ada e a 0ida a$aba num Sono% pois a 2orte # nosso Emblema e a Sepultura # seu /rono=9;LIVRO III&+ T(e+ )(*.&+ +E(T$%E8&+0OL3P7 depois da rustrada insurreio comandada por #uIs Carlos "restes7 chee dos comunistas 4rasileiros7 a represso vinha sendo violenta. Estavam presos ou eNilados inEmeros comunistas e li4erais1de1esCuerda da $liana %acional #i4ertadora7 partido Cue desencadeara a revolta e ora colocado ora da lei. 'urante certo tempo7 o "residente GetElio ,argas parecera se aliar ao partido de eNtrema1direita7 a $o )ntegralista 3rasileira7 cheiada por "lInio +algado 5aCuele mesmo Cue o nosso +amuel tanto admirava7 colocando1o ao lado do General Francisco Franco e do 'outor $nt\nio de &liveira +alaMar7 os trDs ormando as grandes esperanas de restaurao do grande impWrio da %ova )4Wria6. *as7 de repente7 sem Cue ninguWm esperasse por aCuilo7 o "residente ,argas deu um golpedeEstadonodia1Qdenovem4rode1>3?7 suspendendoas elei Yes7 as garantias constitucionais7 esta4elecendo uma rigorosa censura7 instituindo o amoso Tri4unal de +egurana %acional 5do Cual aM parte o nosso poeta (aul *achado6 e colocandoos integralistas oradalei7 comoiMeraX!7 dois anos antes7 comos comunistas.Esperava1se7para CualCuer momento7umrevide dos integralistas.$ca4ou o anode1>3?eentramos por estede1>3R. "assouXaneiro7 passouevereiro7 e entramos pelo mDs de maro. $I7 de repente7 comearama correr 4oatos aterroriMantes. 'iMiam Cue no dia 1Q de maro7 tinha havido uma primeira tentativa de insurreio integralista7 no (io7 tentativa Cue no chegara propriamente a alhar nemtriunar porCue ora suspensa naEltima hora7 tendo chegado os chees integralistas Bconcluso de Cue no havia7 ainda7 condiYes para o golpe de mo. 'iMiam7 porWm7 Cue este viria agora7 a CualCuer momento7 mais orte do Cue nunca.'onossopontodevista7 porWm7 ograveWCueocheemais importante daCuelatentativaora7ninguWm maisninguWmmenos doCue oContra1$lmirante Frederico ,illar. Luando eu sou4e disso7 estremeci7 vendo o alcance do ato para o 3rasil emgeral eparaa"araI4aeoCariri emparticular. &Contra1$lmirante Frederico,illar pertenciaaumaamIliaesta4elecidadesdeosWculoZ,))) em Tapero!7 ondeerapropriet!riadegrandeseNtensYesdeterras7 doadasporEl1(ei 'om 8osW ) ao primeiro ,illar esta4elecido no +erto da "araI4a. Esse era o motivo de +amuel prestigiar aCuela amIlia poderosa Cue se espalhara tam4Wm pelo +erid[ do (io Grande do %orte e por outros lugares.Estava1se nesse am4iente7 Cuando chegou Bnossa ,ila de Tapero!um certo 8uiM1Corregedor7 homem poderoso e perigoso7 aumentando os 4oatos Cue X! corriam so4re a situaopolItica. "or alta de sorte minha7 ora entonesse am4iente carregadodeameaasCueacharadesucederodesenlacedetodaaCuelaterrIvel desa'entura%naCualeu memeteraem1>127e Cueassumiraaspectosgravesem 1>3Q7 culminandocomosacontecimentosdesencadeadosde1>3Pa1>3R7coma chegada do rapaM do cavalo 4ranco. *al chegara7 o Corregedor7 homem arguto7 se aperce4eradoverdadeiroalcanceesentidodetudoaCuilo. Telegraouentoao Tri4unal da"araI4apedindoumalicenaespecial7 ea4riuinCuWrito7 rea4rindo velhosprocessos7 desencavandoautosempoeirados7 areXandoeesmiuandotudo como um cachorro danado.$I7 ocorrera o pior7 para mim: alguWmme delatou ao Corregedor como implicado nos acontecimentos7 desenterrando7 coma denEncia7 velhas tramas sangrentas e enigm!ticas Cue todos n[s preerIamos sepultar na pedra7 de4aiNo de sete chaves7 mas Cue reapareciam agora7 lanando o desassossego7 o sorimento e o medo so4re a nossa amIlia e so4re algumas das pessoas mais inluentes e poderosas do lugar.0OL2@. E eu7 ao mesmo tempo preocupado e orgulhoso7 desco4ri Cue7 covarde como era7 tinha ama de valente.*eus irmos Cuase morriamde orgulho. Co4riam1me de homenagens7 impando com meu involunt!rio eito. %o havia mais Xeito no: agora7 Cuisesse ou no Cuisesse7 eu tinha de carregar meu destino de Scovarde sortudoT e aCuela cruM de ScoraXoso a pulsoT Cue o nome de Luaderna me impunha.& escrevente7 assim Cue se recuperou do susto7 oi procurar o 'elegado e deu uma CueiNa contra mim. Foi outra coisa Cue me surpreendeu7 pois ele pertencia B ala intelectual Cue sempre tratava a "olIcia com o maior despreMo. 'e CualCuer orma7 porWm7 oinotravesseirodo'elegadoCueeleoichorarsuasl!grimas7 eeuui intimado a comparecerB'elegacia. Ele7 mentindo7 dissera ao 'elegado Cue eu o agredira pelas costas7Btraio. *ostrara o SgaloT Cue su4ira na parte posterior de sua ca4ea 5Cue 4atera7 realmente7 na calada7 pois ele caIra de costas67 diMendo ao 'elegado Cue aCuilo ora uma cacetada Cue eu lhe dera B traio7 por tr!s.$lgumas pessoas tinham assistido ocasionalmente ao ato. *as a4stiveram1se de alar7 com medo de serem chamadas para servir de testemunhas. E como7 de ato7eu7 por monarCuia e cavalaria7 andasse sempre com meu punhal de ca4o de prata7 comecei anotar CueninguWmXulgavaCueminhaca4eadaorainvolunt!ria. $ opinio corrente7 era7 mesmo7 Cue eu derru4ara o escrevente no cho de prop[sito e iria sangr!1loimpiedosamente se ele nocorresse. &pr[prio'elegadoestava a4solutamente convencido de Cue7 no undo7 o escrevente tinha raMo. %o m!Nimo7 admitia Cue eu no lhe dera a cacetada pelas costas7 ato Cue o escrevente inventara7 primeiro7 para aumentar minha culpa7 e depois para diminuir a desmoraliMao de no ter reagido. Em tudo o mais7 todo mundo acreditava.Foi aICue apareceu o Corregedor7 oi aICue se a4riu o inCuWrito. Cheiados pelo escrevente7 todos aCueles lacraus e piolhos1de1co4ra Cue me detestavam viram Cue o momento era aMado para me liCuidar: e mandaram a carta an\nima Cue7 pela terceira veM7 me transormava em suspeito7 enredando1me nas teias de um processo atal7 como perigoso agente polItico e acusado de crime.0OLEn$ourado% o Sangue>do>Es5ueleto 5ue pro$ura espargir pelo 2undo tristonho% no sangue e ao p da 2orte o +alope do sonho%na Ondo>impre'isto o guizo do Burles$o% no 2o$ho do 1ant3sti$o o /igre romanes$o=;Eu tinha sido intimado para comparecer7Btarde7perante o 8uiM1Corregedor. 'epois Cuetomei caW7 ainda so4a m!impressodosonhode*aria +aira7 encaminhei1me instintivamente para a 3i4lioteca: ia me a4rigar ali7 com um terrIvel so4ressalto de culpa7 medo e remorso. Errei7 durante alguns instantes7 por entre os velhos volumes empoeirados Cue enchiam as estantes.%o meioda sala7emtorno de umamesa 4aiNa7havia um so!depalhinha7 duas cadeiras de 4alano e uma espreguiadeira7 m[veis Cue eu mandara colocar ali para servirema nossas cavaCueiras liter!rias e sessYes acadDmicas. Cansadoe preocupado7 sem nem ao menos me aperce4er direito do Cue aMia / tal era o temor Cue se apossava de mimCuando me lem4rava do terrIvel inCuWrito/arriei cansadamentenaespreguiadeiraerepousei aca4easo4reomeu4raodireito do4rado7 a im de descansar um pouco e de pensar em Cual seria a melhor maneira de me conduMir no meu depoimento ao Corregedor. ,inha1me Blem4rana a rase Cue meu "adrinho7 'om "edro +e4astio Garcia13arretto7 pronunciava de veM em Cuando7 em1>3Q7 Cuandoentraraemlutacontrao"residente8oo"essoa7 na SGuerra de "rincesaT:/ *eu 4rio no suportar! humilhaYesU*asmeu"adrinhotinhaterminado7 poucosmesesdepois7 comagarganta cortada7 do mesmo Xeito Cue meu 4isav\7 'om8oo Ferreira1Luaderna7 & ENecr!vel7 em1R3R. FaMia eNatamente umsWculo7 desteEltimoacontecimento. Ento7 no meu Intimo7 no mais proundo do meu ser7 resolvi seguir eNatamente o programacontr!rio. Cheguei mesmoamurmurar paramim7 ormulandoemvoM 4aiNa o meu programa:/ *eu 4rio suportar! todas as humilhaYes Cue orem necess!riasU E7 se 'eus Cuiser7 aca4arei o inCuWrito7 no preso e degolado como meu 4isav\ e meu "adrinho7 massimvivoesolto7 paracontarminhahist[riaeahist[riadorapaMdocavalo 4rancoUE E E*al eu ormulara esse voto7 meus dois mestres e rivais de #iteratura irromperam de 3i4lioteca adentro7 am4os com um ar preocupado e atigado Cue no escondiaanoitemal dormidapassadanavWspera. Estavamam4osvisivelmente nervososJeeudiriamesmoapavorados7seomedoosse sentimentocapaMdese a4rigar naCueles dois peitos guerreiros7 polIticos e 4elicosos.$s relaYes eNistentes entre n[s trDs7 no4res +enhores e 4elas 'amas7 continuavamdecertaormacuriosas. Comorivais7 nonossuport!vamos7 mas comotam4Wmprecis!ssemosmuitounsdosoutros7nopodIamosseparar1nos.$ rivalidadeeNistenteentre+amuel eClementetinhamuitascausasliter!rias7 mas7 como ,ossas ENcelDncias X!devem ter suspeitado7 era principalmente de natureMa polItica. Como X! se viu7 desde o aparecimento de +amuel na SCasa1Forte da Torre da&na *alhadaTCue os dois vinham tomando caminhos polIticosdierentes.$ partir de 1>3Q7 com a vida polItica4rasileirase dividindo cada veM mais7osdois comearam a se radicaliMar. #uIs Carlos "restes X!undara o "artido Comunista do 3rasil7 e "lInio +algado o partido eNtremado de 'ireita7 a $o )ntegralista 3rasileira.#ogo depois7 porWm7 os comunistas procuraram undar um partido Cue agrupasse outras pessoas7 li4erais7 em torno deles: esse partido chamou1se $liana %acional #i4ertadora.%o W preciso diMer Cue +amuel entrou imediatamente para a $o )ntegralista 3rasileira7 undando entre n[s uma seco Cue passou a congregar os Xovens ilhos de amIlia de tudo Cuanto era aMendeiro e propriet!rio. 8!tinha SatWrece4ido um carto de "lInio +algado7 com Cuem passara a manter relaYes de amiMade depois da visita Cue oChe1e "a$ionaliMera ao +erto da "araI4a7 emcompanhia dos intelectuaisparai4anosHortDnsio(i4eiroe"edro3atistaT7 comodiMiamnarua7 deslum4rados com o prestIgio de +amuel7 pois o Chee "lInio +algado7 alWm de lIder polItico7 era um literato nacionalmente consagrado.Luanto a Clemente7 aderira uriosamente B$liana %acional #i4ertadora7 de cuXo ComitD local era "residente.&pior7 porWm7WCueadesgraadadissensoCuesemaniestaradesdeo princIpio entre aCuelas duas personalidades geniais no se contentara em entravar somente o progresso polItico7 liter!rio e ilos[ico do +erto7 separando em divisYes estWreis aCueles dois grandes homens Cue7 de outra maneira7 4em poderiam tra4alhar Xuntos7 com resultados eNtraordin!rios para o progresso de nossa "!tria. $contece Cue a luta ideol[gica travada entre os dois estendera1se do campo puramente polItico atW o liter!rio7 o hist[rico7 o ilos[ico e atW o religioso7 se posso alar assim.%o campo da Hist[ria7 por eNemplo7 os dois tomavam cada um seu partidoJ mas no s[ no 3rasil: em todos os tempos e em todos os lugares do mundo7 levando suas dissensYes 4rasileiras e atuais atW os comeos da vida do homem7 %a hist[ria da GrWcia7 poreNemplo7 Clementetomavaopartidode+[crates7 Cue7 segundoele7 representava o progresso e a vanguarda polItica do tempo7 e +amuel tomava o dos aristocratas Cue envenenaramaCuele eio e mal1amanhado Fil[soo do povo7 diMendo Cue +[crates realmente corrompia a Xuventude7 com sua crItica dissolvente Bs tradiYes religiosas eamiliares dos gregos. Em(oma7 Clementetomava o partidode*!rio7 SdemagogopopularT7 e+amuel ode+ila7 StiranoaristocrataT.$inda em (oma7 Cuando encerravam esta parte da discusso7 o nosso Fil[soo era a avor de 3rutus e o "oeta7 de CWsar.'e modo semelhante7 tomavam7 uriosamente7 partido em tudo. $ +ociologia era da EsCuerda7 e a #iteratura ortemente suspeita de direitismo. & Sriso satIrico e a realidadeTeramdaEsCuerda7 aSseriedademonolIticaeosonhoT7 da'ireita. $ "rosa era da EsCuerda e a "oesia7 da 'ireitaJ mas7 mesmo ainda dentro do campo da "oesia7 tomavampartido7 pois a lIrica era considerada Spessoal e su4Xetiva7 e portantodireitistaereacion!riaT7 enCuantoCueasatIrica7 Ssocial emoraliMante7 did!ticaT7 era considerada progressista e da EsCuerda. $ %atureMa7 com Sa luta pela vida7 dura e cruel7 com a selvageria7 a desordem7 a so4revivDncia do mais orte e as marcas CueaindaguardavadoCaos edonegrumeT7 erada'ireita. $cidade7SorganiMada7 4aseada no progresso7 no tra4alho e na m!CuinaT7 era da EsCuerda. 'o pontodevistasocial7 oseNomasculino7 maisorte7 dominador eeNploradordo outro7 era da 'ireita7 e o seNo eminino7 eNplorado7 raco7 ressentido e revoltado7 da EsCuerda. *as7 do ponto de vista do gosto7 o seNo masculino7 s[4rio e despoXado7 era da EsCuerda7 enCuanto o eminino7 com o amor pelos tecidos e pelas X[ias7 era da 'ireita.E assim por diante7 em tudo e por tudo. $ 4riga era to prounda7 ia to longe Cue7 apesar de ser ateu7 o"roessor Clemente esCuecia momentaneamente seu ateIsmo para tomar partido no seio da pr[pria Trindade. 'iMia ele Cue detestava o "ai7 Cue7 sendoo'eus dodeserto7 daviolDncia7 dos castigos7 das pragas7 dos templosdeouro7 p[riro7 cris[lidaediamante7 doseNWrcitoscom4andeiras7 das guerras e das saras ardentes7 era visivelmente da 'ireitaJ o Cue imediatamente aMia com Cue +amuel7 apesar de seu Catolicismo errenho7 por ele mesmo classiicado como SortodoNo7 antigo7 inCuisitorial7 reacion!rio e o4scurantistaT7 tomasse partido contra o Filho7 Cue era Sclaramente demagogo7 avor!velBple4e e instigador das lutas de classeT.$ssim7 as 4rigas e discussYes entre os meus dois *estres eram contInuas. "or causa do meu S"astorilT 5Cue eles despreMavam mas assistiam7 no tempo de %atal67 +amuel chamava Clemente de S$ *estra do Cordo EncarnadoT. Clemente retru1cava7 chamando+amuel deS$Contra1*estradoCordo$MulT. $m4os7 porWm7 tinham terminado desistindo da 4rincadeira7 no dia em Cue desco4riram Cue podiam7aItam4Wm7 seunir contramim: 4aseadosnumoutropersonagemdoS"astorilT7 personagem Cue pertencia ao mesmo tempo ao Cordo $Mul e ao Encarnado 5tendo atWa roupagem dividida nessas duas cores6 /chamavam1me S$ 'iana )ndecisaT7 porCue eu no me animava a aceitar totalmente nem o Comunismo de um nem o )ntegralismo do outro.E E E%aCuela manh7 assim Cue oram entrando7 os dois se dirigiram para onde eu estava e sentaram1se7 cada um deles7 na respectiva cadeira de 4alano X! de h! muito determinada. Clemente alou como porta1voM dos dois7 o Cue me revelou logo Cue7 no momento7 estavam unidos por um interesse comum7 provavelmente contra mim:/Luaderna/alou ele num tom um tanto 4rusco /Cue comportamento mais estranho Wesse seu7 desde ontemg Todo mundo7 na rua7 X!sa4e Cue vocDoi intimado pelo Corregedor para depor no inCuWrito. %[s dois esperamos vocD ontem7 o dia todo7 para sa4ermos das novidadesU Ficamos acordados atWas onMe horas da noite7 e nadaU Lue oi Cue houveg &nde esteve vocDg ,ocD dormiu em casag/ 'ormi./ E como oi Cue n[s no vimos vocD entrarg/ Entrei pelo porto do CuintalU/Est!vendooCueeulhediMia7 +amuelg/disseClemente7 severo./ Luadernaest!mal1intencionadoecomculpanocart[rioU ,iuoCueeledisseg Entrou pelos undos da casa7 como umcriminoso7 umhomemCue sente a consciDncia carregada e se esconde dos olhos atWdos seus melhores amigosU Est! vendo7 Luaderna7 em Cue deu a sua imprudDnciag Luantas veMes eu lhe aviseig %o sei CuantasU +empre lhe diMia: SLuaderna7 cuidadoU -m dia7 a casa caiUT ,ocDno ligou7 e tanto eM7 tanto remeNeu nesta conusa polItica 4rasileira7 Cue agora a casa lhe caiu por cimaU/&ra7 ClementeU/retruCuei irritado./Luem WCue vem me diMer issog #ogo vocDU ,ocD7 Cue7 Xuntamente com +amuel7 veio meter essas idWias na minha ca4eaUEununcaterialigadoparaa "olIticase vocDsnotivessem melevadoa issoU/&CuDg/indagou +amuel7 escandaliMando1se o mais Cue p\de e a4oticandounsolhosenormesparamim./,ocDest!ouvindo7 ClementegEste homemdemauscostumes7 ligadoaoCuedepioreNistenacanalhadesordeirae re4elada do +erto7 insinua Cue omos n[s7 pessoas respeit!veis7 Cue o levamos a suas posiYes polIticasU &lhe7 Clemente7 vocDWcomunista7 mas essa Xustia eu lhe ao: vocDWum comunista sWrio e s[se une a outros comunistas sWrios7 gente de coniana7 gentedaCual sepodediscordar7 masaCuem7 deCualCuer modo7 se respeitaU Luaderna7 noU9coma ralW: comos tangerinos7 almocreves7 con1tra4andistasdecachaa7 cantadoreseatWcangaceirosU *eu'eusU )magineseo Tri4unaleo*inistWrio"E4licoda"araI4adesco4remCueandometidocomum homemdessesUEeleinsinuaCueseucomportamentoesuasidWiasnasceramdo nosso convIvioU/ )magine se ele diM essas coisas ao CorregedorU / aXuntou Clemente com ar soturno./Lue opinio no vai aMer de n[s esse digno magistrado parai4anoU & Cue W Cue vocD pretende contar a ele7 Luadernag/ "retendo contar tudo7 ClementeU/ Tudo7 comog E7 principalmente7 tudo o 5uD7/ Tudo7 tudoU Toda a Cuesto da nossa S'emanda %ovelosaT e da SGuerra do (einoT7 principalmente a parte ligada com a morte do meu "adrinho e a apari o do rapaM do cavalo 4rancoU/ ,ocD X! esteve com o Corregedorg/%o7 vou BCadeia hoXe de tarde7 para isso. Ele deve ter rece4ido alguma delao7 alguma carta an\nima contra n[s7 e W por isso Cue Cuer me verU/ -ma carta an\nimag Contra n[sg / alou +amuel7 empalidecendo./$ carga maior deve ter sido contra mim7 porCue somente eu ui intimado. "eo7portanto7aaXuda devocDsU %omea4andonem7 nestahoraamarguradada minha vidaU,ocD7 Clemente7como advogado e criminalista de ama CueW7 pode muito 4em assumir minha deesa perante a 8ustiaU)mediatamenteoFil[sootomouumarausente7 negouocorpode4andae passou a me ouvir da 4anda mouca7 a im de mais acilmente me deiNar no ogo:/Luaderna7/disseele/vocDvai me desculpar7 mas isso7 alWmde impossIvel7Wpereitamente dispens!vel e inEtilU & am4iente de represso7 Cue nos domina desde 1>3P7 agravou1se muito nosEltimos temposJ o terreno emCue pisamos est!cada veM mais escorregadio7 mais traioeiro do Cue nuncaU ,ocDsa4e muito 4em Cue eu sou considerado perigoso e su4versivo por muita genteU "or uma ha4ilidade toda especial7 consegui escapar da priso7 de 1>3P atW o dia de hoXe: mas eu icaria em pWssima situao se esse inCuWrito se virasse por cima de mimU +ou um homem visado e procurado7 Luaderna7 um homem marcado para morrer pelos mais altos cIrculos do"oder emnosso"aIsU ,ivosendoseguidopelos agentes do GovernoaserviodareaoedostrustesinternacionaisU+eelesmepegamem CualCuerdesliMe7 estouliCuidadoUEssagenteWimpiedosaeeunotenhocostas CuentesU $ssim7Wmelhor vocDse pegar com aCueles Cue7 como o nosso "romotor aCui presente7 tDm prestIgio com a reaoU & 'outor +amuel W 4em relacionado nos meios da 8ustia e 4em pode dar uma palavra a seu avor perante o 8uiM1CorregedorU+amuel so4ressaltou1se e7 mais morto do Cue vivo7 lanou um olhar enviesado e mau a Clemente7 Cue tivera aCuela ineliM idWia a seu respeito. E logo negava corpo tam4Wm7 numa mano4ra torpe:/Eu7 deender Luadernag Eu por CuDg "or Cue logo eug ,ocDest!doido7 Clementeg Eu no me meto com essa gente de Xeito nenhumU ,ocDest!consciente do perigo da situao7 Luadernag #eu os Xornais Cue vieram na mala do correio7 na Cuinta1eira passadag/ #iU/Esto correndo 4oatos de Cue no dia 1Q do passado mDs de maro houve uma tentativade(evoluointegralistano(io. ,ocDsa4eCueochee dessa tentativa oi o Contra1$lmirante Frederico ,illarg/ +eiU/& Contra1$lmirante Wde amIlia daCui de Tapero!7 e tudo indica Cue oi por isso Cue esse Corregedor misterioso veio 4ater de repente com os costados aCui7sem ninguWm sa4er como nem porCuDU ComovocDvD7 ento7 a situaonacional no anda tranC`ila7 e W muito perigoso a gente se meter com isso numa hora dessasU/%ocampointernacional7 as coisas tam4WmandamturvasU/reorou Clemente./A !ni,oe o-i3rio de Pernambu$otDm traMido notIcias verdadeiramente inCuietantesU $Cui no 3rasil7 o covarde do GetElio ,argas7 tendo esta4elecidoumEstadoorteemnovem4rodoanopassado7 icoucommedoda interveno americana e nomeou o sa4uXo &svaldo $ranha para *inistro das (elaYes ENteriores. &svaldo $ranha7 como vocDs sa4em7Wumlacaio do imperialismo7 e7 no dia da posse7 ocorrida no mDs passado7 enviou Sao "ovo Wao governo dos Estados -nidosT uma saudao Cue o -i3rio transcreveu e Cue7 mais do Cue um discurso7Wum vergonhoso preito de vassalagemU $ Hustria oi entregue7 sem um tiro7 B $lemanhaU %a Espanha7 as tropas direitistas do General Franco esto suocando edegolando o grande "ovo espanholU Em compensao7 no *WNico7 o esCuerdista #!Maro C!rdenas su4iu ao poder e iniciou a nacionaliMao das empresas estrangeiras de petr[leo. &-i3rio de Pernambu$oconta Cue recentemente o governo meNicano promoveu7 em apoio de seu programa de esCuerda7 um desile no Cual uma verdadeira multido7 vestindo as roupas nacionais e populares do *WNico7 passou durante mais de cinco horas diante do palanCue onde estava #!Maro C!rdenas. E o Xornal comenta: S-m grupo de cu4anos conduMia um grande dIstico com os diMeres: O po'o de Cuba% '&tima do imperialismo% a$orde e siga o e8emplo9; )sto pode ser o comeo da (evoluo #atino1$mericana7 LuadernaU+amuel7 Cue nopodia ouvir calado certas coisas Cue Clemente dissera7 retrucou logo:/ %o concordo nada com as interpretaYes comunistas de Clemente7 mas7 de ato7 Cuem sa4e atW Cue ponto tudo isso tem ligaYes com a luta da 3esta1#oura7 da 3esta1Cali47 contra o $nXo #atino1americano7 o $riel i4Wricog & assunto7 Luaderna7 W mais do Cue perigoso7 W desses nos Cuais no devemos nem tocar7 por1Cue est! ligado aos terrIveis segredos do "oder e das altas eserasU $cresce Cue7 aCui em Tapero!7 toda essa teia amaldioada da "olItica e do "oder se complica com a hist[ria de seu "adrinho e tio7 degolado em 1>3Q7 eNatamente por ter se metido com essasaltaseserasdia4[licasdo"oderU$Cui na"araI4a7 paradesgraanossa7 a (evoluo se misturou Bs 4!r4aras vinditas amiliares sertaneXas7 unindo1se os [dios ancestrais e as divisYes de sangue a tudo o Cue o "oder tem de atIdico e perigosoU Eunomemetonessahist[riadeXeitonenhum7 LuadernaU+ei l!Cueo4Xetivos secretos e Cue ligaYes ocultas tem esse CorregedorU ,! ver Cue7 no undo7 ele no passa W de um agente secreto7 a servio dIEles=E E E"rontoU$gora eu sa4ia Cue no havia ora humana Cue iMesse os dois me aXudaremU Clemente e +amuel7 Cuando metiam na ca4ea Cue Eles estavam metidos em alguma empreitada7 ugiam dela como Cuem oge da pesteU Eles era uma entidade malWica Cuenuncaconsegui identiicar precisamente7 masCue7 segundoparecia7 eraeW ligada B 3esta $nglo1+aN7 B 3esta1#oura1Cali4 / uma entidade Cue est! em toda parte7 inatingIvel7 ameaadora7 invencIvel e dia4[lica. "or isso7 Clemente apoiou na mesma hora / o Cue era raroU / a idWia de seu rival:/+amuel7 agora7 apesar desuastolicesdireitistas7 vocDtocounumponto undamental7 eoi7 comerroem4rasa7 aocmagodachagaUEstouchegandoB evidDnciadeCue7 noundo7 esseCorregedornoWsenoumenviadoCueEles mandaram para me liCuidarU/&ra para liCuidar vocDU Eu no digog Ele veio oi para liCuidar a mim= / gritou +amuel7 apavorando1se aos poucos com suas pr[prias palavras. / $tW agora tenhoescapadopor milagre a todas as tentativas CueElestDmeitopara me assassinar7 me torturar7 me prender7 me aniCuilarU +[posso mesmo atri4uir a uma proteo especial7 de 'eus e dos anXos7 o ato de eu7 um "oeta inerme e angWlico7 ter escapado inc[lume entre tantas em4oscadas7 traiYes e armadilhas dia4[licas7 preparadas por Eles=/,ocD7 +amuelg/indaguei7 espantado./FiMeramalgumatentativade assassinato contra vocDg/E entog &lhe7 Luaderna7 um dia ainda levantarei uma ponta do vWu7 do enigmaCueWminhavida7 evocDestarrecer!U *astenhacuidado7 Luaderna: o simples conhecimentodosatosocorridoscomigopodetornar vocDumhomem tam4Wm mar$ado%um eNilado em sua pr[pria "!triaU "or enCuanto7 para poup!1lo7 vou contar somente o Cue aconteceu Cuando pu4liCuei A .erdeira% um dos poemas mais ligados ao destino atIdico e imperial do 3rasil7 entre todos os Cue aMem parte da minha o4ra7 & (ei e a Coroa de Esmeraldas= "o4re de mimU %aCuele tempo7 no (ecie7 eu era ainda to ingDnuo7 Cue Xulgava Cue o simples ato de me ocultar so4 umpseud\nimome su4trairiaBcondenaodIEles=Lual oCuDU EssagenteW impiedosa e dia4[lica7 e oi daI Cue comeou meu destino de ora1da1lei7 procurado como um criminoso e entregue a todas as oras sinistras Cue Eles sa4em desenca1dear e Xogar a nossos calcanharesU *as eu7 Luaderna7 sou mais orte do Cue pensamU FiM tam4Wm meu pacto com o 'ia4o7 e7 tendo dedicado um estudo aos $nXos7 estou so4 a proteo direta desses seres alados7 puros7 ardentes7 perigosos e asseNuadosU9 por isso Cue7 nos momentos mais perigosos da minha vida7 Cuando Eles Xulgam Cue ainal me pegaram de Xeito e vo me aniCuilar7 o $nXo entremostra sua terrIvel ace7 reluMente e perigosa7 e oge tudo de mim7 Bs lWguasU)nterrompi:/ *as +amuel7 vocD no eM um pacto com o 'ia4og/ FiMU/ E como W Cue7 ao mesmo tempo7 rece4e a proteo dos $nXosg/Luaderna7 cale a 4oca7 porCue vocD7 simples charadista e leitor de almanaCues7 no tem dimenso para entender essas coisas7 a4solutamenteU *e diga uma coisa: o 'ia4o no W um $nXog/ Foi7 no W mais noU/ +e oi7 ainda W7 porCue um $nXo no tem contradiYes7 W uno e perigoso em sua pureMa de ogoU ,ocD7 Luaderna7 editor de olhetos e eN1seminarista7 no pode avaliar a Cuantidade de enigma e verdade Cue eNiste no meu escrito so4re os $nXosU $ mente humana7o humano sorimento e aviso poWtico1proWticanopodem ir mais longe do Cue eu ui nesse tra4alhoU/ E seu poema A .erdeira W tam4Wm ligado aos $nXosg / insisti./ Luaderna7 um dia7 muitos anos depois Cue eu morrer7 talveM haXa am4iente paraseentender aproundaunidadedetudooCueeuescrevo7 daminhao4ra povoada de sentidos secretos e ciradosU +ai4a desde agora7 porWm7 Cue7 nesta o4ra7 o3rasil7 o'ia4o7 os$nXos