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01 ATIVIDADE DO ÓLEO ESSENCIAL DE Ruta Graveolens SOBRE OS
DÉFICTS DE MEMÓRIA CAUSADO PELA ESCOPOLAMINA E
ACETILCOLINESTERASE EM CAMUNDONGOS
Camila Angela Zanella*, Paula Santana Lunardi**, Tanara Weber*, Assis
Ecker**, Aline Rosset*, Carlos Alberto Gonçalves, Rogério Luis Cansian,
Silvane Souza Roman
Objetivo: Verificar o efeito do óleo essencial de Ruta graveolens sobre a
reversão do défict de memória causado pela escopolamina bem como sua
atividade sobre a acetilcolinesterase. Métodos: Após aprovação deste projeto
pelo comite de ética da instituição, foram utilizados para o presente estudo 95
camundongos Swiss machos, com 60 dias de idade divididos em 5 grupos, dos
quais 3 grupos experimentais, que receberam as doses de 100 e 200 mg/kg de
óleo essencial via oral, 15 minutos antes da escopolamina (3 mg/kg
intraperitoneal), o terceiro grupo recebeu apenas óleo essencial na dose de
100 mg/kg e solução salina 0,9%i.p. e 2 grupos controles, controle negativo
recebeu os veículos e o controle positivo, veiculo via oral e escopolamina i.p.
Para avaliar os efeitos na memória de curta e longa duração, foi realizada a
tarefa de esquiva inibitória, sessão teste realizada 90 minutos e 24 horas após
a sessão treino, respectivamente. Foram verificadas as concentrações de óleo
essencial capazes de inibir a acetilcolinesterase (AChE) cerebral in vitro. Para
o ensaio ex vivo foram utilizadas as estruturas, córtex pré-frontal, hipocampo e
estriado oriundos dos animais em teste. Resultados: Para o grupo controle
negativo foi observado um aumento significativo na latência de descida da
plataforma na sessão teste, representando assim a formação de memória de
curta duração. Para memória de longa duração não foi verificado diferenças
entre sessão treino e teste. O grupo escopolamina reduziu a latência de
descida da plataforma na sessão teste, indicando desta forma o déficit de
memória de curta e longa duração. A administração via oral do óleo essencial
de Ruta graveolens não foi capaz de reverter significativamente o défict de
memória de curta e longa duração causado pela escopolamina. Entretando
observou-se que, quando administrado apenas 100 mg/kg do óleo essencial,
este não interferiu na formação da memória de curta duração pois não diferiu
significativamente do grupo controle negativo. Porém o aumento significativo na
4
latência de descida da plataforma na sessão teste, quando avaliada a memória
de longa duração, sugere fortemente a capacidade do óleo essencial em
melhorar a aquisição de uma memória de longa duração. Toda via não foi
possivel verificar relação entre esta melhora coginitiva e o sistema colinérgico
central, pois as atividades da AChE não foram alteradas de forma significativa
no ensaio ex vivo, apesar de no ensaio in vitro a dose de 1000 µg/ml inibir 34%
da atividade enzimática. Conclusões: Pode-se concluir que o óleo essencial
de Ruta graveolens não conseguiu reverter o deficit de memória causado pela
escopolamina porém foi capaz de melhorar a aquisição de uma memória de
longa duração com apenas uma administração.
Apoio financeiro:PIIC/URI
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02 MODIFICAÇÃO DO VIÉS DE ATENÇÃO: ESTA TÉCNICA PO DE
AJUDAR FUMANTES A PARAREM DE FUMAR?
Fernanda M. Lopes**, Augusto Viana Pires**, & Lisiane Bizarro.
Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento
(LPNeC)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre.
O viés de atenção (VA) é a tendência de uma pessoa em dirigir ou manter a
atenção para uma classe particular de estímulos. Dependentes químicos
demonstram aumento da atenção em direção a eventos relacionados a sua
droga de escolha. No caso dos fumantes, as pistas condicionadas aos efeitos
da droga (cinzeiros, isqueiros) recebem mais atenção do usuário em detrimento
de outros estímulos do meio, portanto, o VA parece estar relacionado à maior
freqüência do uso de cigarro e à maior dificuldade para manter a abstinência.
Assim, o objetivo deste estudo foi investigar se uma técnica de modificação do
VA reduziria o VA para estímulos relacionados ao cigarro em fumantes que
querem parar de fumar. Método : Fumantes (n = 67, média de idade 45±12
anos) participantes de um tratamento para cessar o tabagismo e fumantes (n =
22, média de idade 45±14 anos) que não estavam pensando em parar de
fumar executaram uma tarefa computadorizada padrão para avaliar o VA para
estímulos relacionados ao cigarro em três diferentes tempos de exposição (50,
500 e 2000 milisegundos). Após, os fumantes em tratamento foram
randomicamente alocados em um de três grupos de treino para modificação do
VA: três sessões placebo (grupo controle); duas sessões placebo e uma
sessão de treino para evitar o cigarro (grupo evita 1); e três sessões de treino
para evitar o cigarro (grupo evita 3). Um dia após a última sessão de treino da
atenção os participantes executaram novamente a tarefa padrão de avaliação
do VA. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Instituto de Psicologia
da UFRGS. Resultados : Todos os fumantes, querendo ou não parar de fumar,
apresentaram VA direcionado a pistas associadas ao cigarro na linha de base
[M=20, sd= 64, p>0.05] em todos os tempos de
exposição [M=17(50ms);M=30(500ms);M=13(2000ms,p>0.05]. No pós teste, os
três grupos experimentais mostraram redução no VA para pistas associadas ao
6
cigarro, que se tornou negativo [M=-35,sd=54]. Além disso, quanto maior o
tempo de exposição, mais forte foi o padrão de evitação para esta classe de
estímulos [M=-16(50ms);M=-36(500ms);M=-53(2000ms),F(2,122)=6.3,
p=0,003]. Houve, ainda, uma diferença significativa entre grupos (F(2.61)=3.6,
p=0.03); com diferença entre o grupo que fez uma (M=2.4) e três sessões de
treino (M=-25.5), mas não entre estes e o grupo controle (M=-5.5). Não houve
interação entre os fatores. Conclusões : Considerando que todos os grupos
reduziram o VA, supõe-se que fumantes podem reduzir seus VAs para
estímulos relacionados ao cigarro após iniciarem tratamento para parar de
fumar. Eles desenvolvem uma evitação consciente para pistas relacionadas ao
cigarro, conforme comprovado nos diferentes tempos de exposição. Existe a
possibilidade de que três sessões de treino tenham desenvolvido um padrão
mais eficiente de evitação, contudo, a falta de interação do fator grupo com os
demais fatores não ajuda a explicar esta tendência. O estudo de seguimento de
seis meses e de um ano poderá detectar o impacto de longo prazo das
sessões de treino da atenção. Novas intervenções direcionadas a
processamentos automáticos como o VA podem ter aplicações clínicas no
tratamento da dependência química.
Apoio CAPES
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03 AVALIAÇÃO DOS LIMIARES DA REAÇÃO DE DEFESA INDUZIDOS
PELA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DA SUBSTÂNCIA CINZENTA
PERIAQUEDUTAL NAS DIFERENTES FASES DO CICLO ESTRAL1de Abreu, L.D.*; 1Rangel, I.C.*; 2Müller, C.J.T.**; 2,3Bittencourt, A.P.S.V., 1,
3Bittencourt, A.S. 1-Dept. Morfologia, 2-Dept. C. Fisiológicas, 3-PPG
Bioquímica e Farmacologia, UFES, Vitória/ES.
Objetivos: O transtorno do pânico é uma doença que acomete adultos com
idades entre 25 e 44 anos, sendo que sua incidência é 2,2 vezes maior no sexo
feminino. Esse valor eleva-se para quatro vezes em mulheres em idade fértil e
declina após a menopausa. Entretanto, desconhece-se ao certo, qual a
influência das flutuações hormonais femininas nesta prevalência. Sintomas
presentes no ataque de pânico espontâneo são similares as respostas
aversivas evocadas pela estimulação elétrica intracraniana (EI) da substância
cinzenta periaquedutal dorsal (MCPAd), que possui participação no controle do
estado emocional aversivos de animais. Utilizando-se um modelo experimental
de pânico, objetivou-se quantificar as respostas defensivas: exoftalmia (EXO),
imobilidade (IMO), trote (TRT) galope (GLP), salto (SLT), micção (MIC) e
defecação (DEF), induzidas por EI da MCPAd de ratas nas diferentes fazes do
ciclo estral: Proestro (P), Estro (E), Metaestro (M) e Diestro (D).
Método: Ratas Wistar (Rattus norvegicus albinus) N=24, com livre acesso à
água e comida, pesando entre 270-300g, foram implantadas com eletrodos na
MCPAd, e mantidas em gaiolas de vidro individuais de 25x15x30cm com ciclo
de iluminação de 12h e temperatura controlada (20-25ºC). Cinco dias após a
cirurgia para o implante iniciaram-se as sessões de estimulação elétrica da
MCPAd e seus registros. Em cada sessão, os animais foram colocados
individualmente em uma arena cilíndrica de acrílico transparente, com 50 cm
de diâmetro e altura. Imediatamente antes das sessões de EI e com o auxílio
de uma micropipeta, a fase do ciclo estral de cada fêmea foi determinado pela
observação do esfregaço vaginal, obtido através da instilação de 20 µL de
salina na fenda vaginal, e o material disposto em lâmina de vidro foi analisado
em microscópio óptico (40x).
Resultados: Observamos efeitos nas respostas de IMO, cuja intensidade
mediana (I50) na fase M foi 34,5% superior quando comparado à do P; na
resposta de TRT no E, que teve a I50 18,8% menor do que em P; e pela MIC
8
que se apresentou 44% maior no D em comparação ao P, além de ter sido
virtualmente abolida nas fases E e M (P < 0,007). No entanto, as demais
respostas defensivas não diferiram significativamente quando comparadas
individualmente entre as várias fases.
Conclusão: A ausência da MIC no E e M, e o menor limiar observado em P,
fase onde o nível de progesterona é maior, talvez esteja relacionado ao efeito
anti-mineralocorticóide deste hormônio. De forma geral, embora tenha sido
observado menor e maior limiar de IMO e TRT respectivamente no P na
comparação com as demais fases, estas não se mostraram sensíveis às
variações de limiares das respostas defensivas. A dosagem hormonal e o seu
pareamento com os comportamentos se fazem necessário para melhor
compreensão destes resultados.
Auxílio Financeiro : FAPES, CNPQ.
9
04 MODULAÇÃO OPIÓIDE DA INTERAÇÃO SOCIAL ENTRE MÃE S E
FILHOTES SUBMETIDOS À ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO1da Mata, M.J.*; 1,2Schenberg, L.C.; 1,2Bittencourt, A.P.S.V. 1-Dept. C.
Fisiológicas, 2-PPG Bioquímica e Farmacologia, UFES, Vitória/ES.
Objetivos: As experiências dos primeiros anos de vida são determinantes no
desenvolvimento psicológico e fisiológico dos indivíduos, e eventos traumáticos
no período perinatal são potenciais desencadeadores de psicopatologias na
vida adulta. Neste contexto, a privação da presença materna nos primeiros
momentos da vida representa um dos principais eventos ansiogênicos para os
filhotes de mamíferos. O presente trabalho objetivou avaliar a influência da
ansiedade de separação sobre a interação entre mãe e filhote, bem como
verificar o efeito da manipulação do sistema opióide sobre essa interação.
Métodos: Foram utilizadas 30 ninhadas de ratos Wistar, cada uma com 8
animais (4 machos e 4 fêmeas), mantidas em condições controladas e mínima
manipulação. Aos 17 dias de idade, os animais e suas mães foram habituados
ao campo aberto onde o Teste de interação Social (TIS) foi realizado. No dia
seguinte, 30 min após terem sido injetados com morfina (MF 0,3, 1,0 ou 3,0
mg/kg) ou salina (SAL), os animais foram randomicamente organizados em
grupos Separados (S) e não separados (NS) de suas mães por 3 horas. Após
esse período, os filhotes foram individualmente avaliados no TIS com suas
mães, onde foram observados comportamentos como interação social (IS,
cheirar, seguir ou lamber a mãe), contato passivo (CP) e atividade exploratória
e locomotora. Os dados foram avaliados por ANOVA de duas vias, seguida
pelo teste de Bonferroni quando indicado, e expressos como Média + EPM de
segundos gastos em cada comportamento.
Resultados: Pudemos observar que a separação maternal induz alterações
nas respostas comportamentais dos filhotes, sendo as mais evidentes o
aumento no tempo de contato passivo com as mães em machos e a diminuição
desse tempo em fêmeas, bem como a diminuição da interação social em
machos e seu aumento em fêmeas (vide tabela, P < 0,01 em todas as
comparações). Tais efeitos foram prevenidos pela administração de morfina,
tanto em machos quanto em fêmeas.
MACHOS N CP (s) IS (s) FÊMEAS N CP (s) IS (s)
NS SAL 13 22,5 + 4,5 109,6 + 5,4 NS SAL 13 17,8 + 4,5 139,3 + 10,1
10
NS MF 0,3 12 32,6 + 6,6 74,6 + 1,7# NS MF 0,3 9 20,4 + 2,9 92,3 + 2,2#
NS MF 1 13 25,6 + 1,9 103,5 + 0,9 NS MF 1 9 54,3 + 4,7# 82,8 + 10,1#
NS MF 3 12 39,2 + 4,8 95,8 + 5,4 NS MF 3 12 28,7 + 1,1 87,6 + 0,7#
S SAL 13 81,5 + 5* 79,2 + 0,7* S SAL 12 7,8 + 1,9* 164,9 + 2,7*
S MF 0,3 13 10,9 + 2# 162,8 + 1,1# S MF 0,3 10 20,6 + 2,7 129,2 + 0,6#
S MF 1 14 18,1 + 3,5# 145,8 + 6,1# S MF 1 10 22,3 + 4,5# 135,2 + 6,2#
S MF 3 13 49,5 + 1,9# 85,1 + 1,9 S MF 3 13 44,9 + 2,1# 116,8 + 7,3#
*Diferente do grupo NS equivalente, #Diferente do grupo SAL submetido à
mesma condição de separação
Conclusões: Podemos sugerir uma influência do sistema opióide nas
respostas comportamentais desencadeadas pela ansiedade de separação, as
quais se manifestam diferentemente em machos e fêmeas, bem como que a
modulação deste sistema pode representar uma alternativa farmacológica para
a prevenção das respostas de ansiedade eliciadas pela separação maternal
aguda.
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05 CARACTERIZAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DE COFILINA-1 NA
APOPTOSE EM RESPOSTA A NEUROTOXINA 6-HIDROXIDOMINA EM
LINHAGEM CELULAR TIPO DOPAMINÉRGICA – UM PROTÓTIPO PARA
ESTUDOS MOLECULARES DE DOENÇA DE PARKINSON.
Silva, A.C.*1,2; Marengo, L.*1,2; Lopes,F.**1,2; Londeiro, G. F.**1,2; Muller, C. B.**1,2,
Motta, L.L.**1,2; Freitas, M.B**1,2; Klamt, F1,2.
1. Departamento de Bioquímica, ICBS/UFRGS – Porto Alegre, Brasil.
2. Instituto Nacional de Medicina Translacional (INCT-TM)
Um dos grandes desafios no estudo sobre a Doença de Parkinson (DP) é a
elucidação da fisiopatologia dos neurônios dopaminérgicos da via Nigro-
estriatal durante a progressão da DP. A maior parte dos estudos sobre a DP
são desenvolvidos em modelos animais, o que compreende inúmeras
vantagens, mas também limitações inerentes de modelo experimental não
humano. Em nosso grupo de pesquisa, utilizamos a linhagem celular de
neuroblastoma humano SH-SY5Y diferenciada em linhagem tipo neurônio
dopaminérgico, como previamente descrito (Lopes et al. Brain Res. 1337:85-
94,2010). Essas células expressam marcadores como a nestina e após a
diferenciação marcadores típicos de neurônios maduros como a enolase
neurônio específica, proteína nuclear de neurônio, sinaptobrevina e
sinaptofisina. Além disso, expressa tirosina hidroxilase (enzima necessária para
síntese de dopamina) e transportador de recaptação de dopamina, marcadores
específicos de neurônios dopaminérgicos. O que as faz um modelo in vitro da
DP. Objetivos : Sabendo-se que oxidação de cofilina-1 medeia a disfunção
mitocondrial e apoptose por oxidantes em células tumorais (Klamt, et al. Nature
Cell Biol. 11:1241-1246, 2009) e pode potencialmente desempenhar um papel
na morte de células neuronais induzidas por neurotoxinas, como a 6-
hidroxidopamina (6-OHDA), nosso intuito é avaliar o papel da cofilina-1 e DJ-1
na indução de morte celular e neuroproteção. Metodologia e Resultados :
Após o estabelecimento do cultivo celular e protocolo de diferenciação, foram
avaliados diversos parâmetros como toxicidade da célula a 6-OHDA, nos
permitindo estabelecer o valor de GI50. Pelo ensaio de DCF, constatamos o
aumento da produção de espécies reativas de oxigênio na presença de 6-
OHDA e manutenção de viabilidade celular quando há inibição da via das
caspases. Verificamos também, a ocorrência da disfunção mitocondrial pela
12
técnica de JC-1 e por western bloting a translocação de cofilina-1 do citosol
para a mitocôndria em resposta a 6-OHDA. E com sucesso, avaliamos a
possibilidade de transfecção destas células diferenciadas e superexpressão de
cofilina-1 pela célula, que torna mais sensível à neurotoxina utilizada neste
estudo. Conclusões : A linhagem SH-SY5Y diferenciada representa um modelo
experimental para estudar os mecanismos moleculares e celulares da DP; A
neurotoxina 6-OHDA induz disfunção mitocondrial com envolvimento da via das
caspases e translocação de cofilina-1, elucidando parte do processo
fisiopatológico da DP. Perspectivas: A curto prazo, avaliar os efeito
neuroprotetores de DJ-1e a longo prazo buscar inibidores para cofilina-1,
podendo ser um alvo terapêutico para o tratamento da Doença de Parkinson.
Financiamento: CNPq, CAPES, FAPERGS.
13
06 EXPOSIÇÃO CRÔNICA A DIETA HIPERLIPÍDICA E ESTRE SSE POR
ISOLAMENTO NO PERÍODO PRÉ-PUBERE CONTRIBUEM COM
DESEQUILÍBRIO OXIDATIVO NO HIPOTÁLAMO DE RATOS MACH OS
ADULTOS.
Danusa Mar Arcego**; Rachel Krolow**; Carine Lampert**; Cristie Noschang;
Tamires Ben*; Carla Dalmaz.
* Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS, Porto Alegre-RS.
** Departamento de Bioquímica, UFRGS, Porto Alegre-RS.
Objetivo: A pré-puberdade é um período crítico para a maturação final dos
circuitos neuronais. Nessa fase de desenvolvimento, onde a capacidade
plástica do individuo é muito grande, estímulos externos, como exposição a
diferentes dietas e ao estresse, podem influenciar nas respostas de adaptação,
com repercussões a longo-prazo. É sabido que o consumo de alimento pode
funcionar como um mecanismo de compensação em uma situação de estresse.
A partir disso, o objetivo do nosso trabalho foi investigar os efeitos da
exposição a um estressor (isolamento social) e a diferentes tipos de dietas no
período pré-pubere sobre parâmetros relacionados ao estresse oxidativo no
hipotálamo de ratos adultos. Métodos: Ratos machos Wistar de 21 dias foram
divididos em 2 grupos: controle e estressados (isolamento do dia 21 ao 28 pós-
natal). Esses grupos foram subdivididos de acordo com a dieta: um grupo
recebeu somente ração, outro ração e dieta rica em glicídeos simples, e outro
ração e dieta hiperlipídica. As dietas foram oferecidas cronicamente, desde 21
dias até idade adulta. Aos 60 dias os animais foram sacrificados, o hipotálamo
foi dissecado e congelado (-80°C) para posterior an álise das atividades
enzimáticas da Superóxido Dismutase (SOD), Glutationa Peroxidase (GPx),
avaliação da produção de radicais livres pelo método da oxidação da
diclorodihidrofluoresceína e conteúdo de tióis totais. Análise estatística foi feita
por ANOVA de duas vias (fatores estresse e dieta). Este projeto foi aprovado
pelo Comite de Ética da nossa universidade (nº 21205). Resultados: Os
animais que foram estressados no período pré-pubere mostraram uma
diminuição da atividade da SOD (P=0.02). Além disso, a atividade da GPx foi
diminuída nos animais que receberam dieta hiperlipídica quando comparados
ao grupo que recebeu somente ração (P<0.05, seguido de post-hoc de
Duncan). Em relação à produção de radicais livres e conteúdo de tióis totais,
14
não houve diferença significativa entre os grupos. Conclusão: O estresse no
período pré-pubere, parece causar um desbalanço oxidativo pela diminuição da
atividade de uma das enzimas antioxidantes. A dieta rica em gordura, por sua
vez, também atua de forma a contribuir com esse desequilíbrio oxidativo no
hipotálamo, mas não houve interação entre esses fatores nos parâmetros
avaliados.
Apoio financeiro: Capes e CNPq.
15
07 CANABINÓIDE AUMENTA A IMPULSIVIDADE EM UM MODEL O
ANIMAL DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE: INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO CRÔNICO CO M
CAFEÍNA
Douglas T. Leffa1*, Jussemara S. da Silva1*, Grasielle C. Kincheski1**, Diogo O.
Souza1, Pablo Pandolfo1, 2
1Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.2Departamento de Neurobiologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal
Fluminense, Niterói, RJ, Brasil.
Objetivos: O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um
dos transtornos psiquiátricos mais prevalentes em crianças e adolescentes, e
se caracteriza pela presença de hiperatividade, falta de atenção e
impulsividade. Os ratos espontaneamente hipertensos (SHR), quando
comparados aos ratos Wistar Kyoto (WKY), são considerados um modelo
apropriado para o estudo do TDAH por apresentarem características
comportamentais e neuroquímicas observadas no transtorno. Há uma
associação bem documentada entre o TDAH e o consumo de substâncias,
sendo a maconha (Cannabis sativa) a droga ilícita mais utilizada entre os
pacientes com TDAH. Além disso, os antagonistas de receptores de adenosina
parecem atenuar alguns comportamentos relacionados à dependência de
drogas. Portanto, o presente estudo tem como objetivo investigar o efeito do
tratamento crônico com cafeína no aumento da impulsividade induzido pelo
agonista canabinóide WIN55,212-2 (WIN).
Métodos: Os animais WKY (n=6-7) e SHR (n=5-6) foram divididos em dois
grupos e expostos a duas administrações intraperitoniais (i.p.) diárias de
cafeína (2 mg/kg) ou salina durante 21 dias, e foram expostos a uma restrição
alimentar por 7 dias. A impulsividade foi medida por meio do paradigma da
tolerância ao atraso da recompensa em um labirinto em T, onde os animais
podiam escolher entre uma recompensa pequena e imediata, ou então uma
recompensa maior e demorada. Durante a realização da sessão teste, os
animais foram injetados com o agonista canabinóide WIN (0,25mg/kg).
16
Resultados: Os SHR do grupo controle fizeram um número menor de escolhas
da recompensa maior em comparação com os WKY controle, revelando o perfil
impulsivo desses animais. O tratamento agudo com o agonista canabinóide
aumentou a impulsividade dos animais de ambas as linhagens, assim como a
administração prévia e crônica com cafeína, que causou este mesmo efeito em
ambos os grupos.
Conclusões: Os resultados destacam a impulsividade basal aumentada dos
SHRs e indicam que ambas as drogas aumentam o comportamento impulsivo
das duas linhagens, sendo que as características apresentadas pelo modelo
animal do TDAH o torna mais sensível aos efeitos impulsivos dessa
associação. Mais investigações são necessárias para que as interações
farmacológicas entre os receptores dopaminérgicos, adenosinérgicos, e
canabinóides, assim como sua relação com a impulsividade, sejam
compreendidas.
Apoio Financeiro: CAPES; FAPERGS; FINEP/IBN.Net; CNPq/INCT para
excitotoxicidade e neuroproteção.
17
08 EXPOSIÇÃO AO ETANOL NA ADOLESCÊNCIA E EFEITOS S OBRE A
ATENÇÃO NA VIDA ADULTA DE RATOS WISTAR
Augusto Viana Pires*, Jonatas Passos*, Leticia Scheidt*, Rosa Maria Martins
de Almeida, Lisiane Bizarro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre
Palavras chaves: Atenção, modelo animal, álcool, padrão de consumo binge.
Introdução: A adolescência é uma fase de transição para a vida adulta e se
caracteriza por intenso comportamento exploratório e de exposição a riscos.
Durante esse período, são comuns a experimentação e o início do uso de
drogas, como a nicotina e o álcool. O álcool é uma droga amplamente utilizada
entre jovens, disponível nos diversos ambientes que frequentam. Nesta
população percebe-se um padrão de consumo denominado binge drinking,
caracterizado pelo consumo de cinco ou mais doses por ocasião. Este padrão
de consumo tem relação com prejuízos a curto prazo, associado a
comportamentos de risco sob o efeito da substância. É difícil, no entanto, isolar
os efeitos do álcool de outros efeitos ambientais em estudos com humanos. A
utilização de modelos animais em estudos sobre efeitos do álcool a longo prazo
mostram-se uma alternativa para o entendimento dos mecanismos da
dependência e prejuízos cognitivo-comportamentais derivados deste consumo.
Objetivo: Investigar os efeitos da exposição ao etanol na adolescência em
ratos sobre a atenção durante a vida adulta. Método: Ratos Wistar (machos,
peso médio de 81,4g) foram alojados em grupos de quatro até 60 dias pós-
natal. Do dia 30 ao 46 pós-natal, receberam um de três tratamentos: 3g/kg de
etanol (15% v/v; n=16); 1,5g/kg de etanol (12,5% v/v; n=12) em água ou
apenas água (n=12), a cada 48 horas. Após o dia 60 pós-natal, os animais
foram treinados na tarefa 5-choice serial reaction time task (5CSRTT). Nesta
tarefa detecta e responde a estímulos visuais de um segundo, apresentados a
cada cinco segundos em um de cinco buracos para receber comida até que
uma linha de base estável seja observada. Após a aquisição da linha de base
cinco sessões de teste foram conduzidas com duração de estímulos menor
18
(0,5s e 0,25s),manipulação do intervalo entre tentativas (ITI, 2s e 15s) ou os
parâmetros da linha de base em ordem randomica para cada animal.
Resultados: O treinamento até os animais atingirem a linha de base foi
realizado em 89 dias. Não houve diferença entre grupos na aquisição da linha
de base da tarefa. Nas sessões de teste, quando o ITI foi de 15s, os grupos
apresentaram diferença (F(1,8;64,9)=3,2; p=0,02; contraste simples p<0,023),
sendo que o grupo que recebeu 3g/kg apresentou acurácia menor (72,5% de
acerto) que os demais (81,9% de acertos no grupo que recebeu 1,5g/kg e
83,4% no grupo que recebeu apenas água). Os grupos diferiram na latência
das respostas corretas (F(2;32)=5,7; p=0,007), sendo que o tratamento de
1,5g/kg produziu uma latência maior do que o grupo que recebeu 3g/kg
(Bonferroni, p<0,05). Não houve efeito principal de grupo ou interação de grupo
com o tipo de sessão nas demais medidas. Conclusão: A exposição
intermitente ao álcool durante a adolescência produziu uma dificuldade em
responder corretamente a uma tarefa de atenção na idade adulta e pode ter
comprometido a prontidão para responder.
19
09 INFLUÊNCIA DO DIMORFISMO SEXUAL SOBRE A DISFUNÇ ÃO
MITOCONDRIAL EM CÓRTEX CEREBRAL DE RATOS NEONATOS
SUBMETIDOS À HIPÓXIA-ISQUEMIA
Nathália Kersting a*, Simone N. Weis b**, Leticia Pettenuzzo b, Rachel
Krolow b**, Lauren M. Valentim c, Carina S. Mota b**, Carla Dalmaz b, Angela
T.S. Wyse b, Carlos Alexandre Netto b
aFaculdade de Biomedicina,Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, BrasilbPrograma de Pós-Graduação em Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da
Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, BrasilcDepartamento de Ciências Exatas e da Natureza, Colégio de Aplicação,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Introdução: A hipóxia-isquemia (HI) encefálica resulta em alterações
bioquímicas e neurofisiológicas que podem causar dano encefálico pela
ativação de mecanismos citotóxicos e apoptóticos. Dentre eles, a função
mitocondrial é particularmente afetada, através da inibição da atividade dos
complexos da cadeia respiratória. Uma vez que o dimorfismo sexual pode
influenciar as diferentes respostas de sobrevivência e morte celular após a
injúria cerebral, torna-se interessante o estudo dos efeitos da lesão causada
pela HI neonatal sobre a função mitocondrial, bem como a avaliação das
alterações encontradas no que se refere aos diferentes sexos. Objetivo: O
objetivo do estudo foi avaliar a integridade da função mitocondrial no córtex
cerebral de ratos Wistar submetidos à HI no período neonatal e verificar a
contribuição do dimorfismo sexual. Metodologia: O procedimento experimental
foi realizado aos 7 dias de vida pós-natal, e consiste na associação de uma
isquemia unilateral, seguida de exposição a atmosfera hipóxica (8% de O2) por
90 minutos. Os animais controle foram submetidos ao procedimento cirúrgico
sem oclusão da artéria carótida e sem a exposição à hipóxia. Após a HI (2 e 18
horas) amostras de córtex cerebral foram obtidas para a realização dos
procedimentos experimentais (n=5-6/grupo). Foi avaliada a atividade dos
complexos I-III, II e IV da cadeia respiratória mitocondrial e também foram
determinadas a integridade do potencial de membrana (∆ψ) e a massa
mitocondrial. Resultados: Não houve alterações significativas na atividade dos
20
complexos mitocondriais tanto em machos quanto em fêmeas 2h após a HI,
entretanto, as fêmeas apresentaram um aumento per se na atividade dos
complexos I-III, II e IV quando comparadas com os machos. Apesar da falta de
alterações na atividade dos complexos mitocondriais pela HI, tanto machos
quanto fêmeas tiveram diminuição da massa e do ∆ψ mitocondrial 2h após o
insulto. Por outro lado, 18h após a HI a atividade dos complexos (I-III, II e IV)
da cadeia respiratória mostrou uma inibição severa que foi acompanhada de
diminuição de ∆ψ mitocondrial em ambos os sexos, sendo observado
diminuição da massa mitocondrial somente nas fêmeas. Conclusão: Esses
resultados assinalam a disfunção mitocondrial induzida pela HI e apontam a
presença do dimorfismo sexual, uma vez que as fêmeas, além de
apresentarem maior atividade dos complexos da cadeia respiratória per se
quando comparadas aos machos, mostraram-se mais vulneráveis ao dano da
HI. Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.
21
10 CARACTERIZAÇÃO DA DOSE DE INFUSÃO ICV DE ÁCIDO OCADÁICO
COMO MODELO ANIMAL DE DEMÊNCIA: IMPLICAÇÕES NA MEMÓ RIA
ESPACIAL
Núbia Broetto Cunha**, Márcio F. Dutra**, Roberta B. Silvestrin**, Cristiane
Batassini**, Ana Carolina Tramontina**, Carlos Alberto Saraiva Gonçalves.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto Alegre.
Diferentes modelos animais têm sido utilizados para o estudo da doença de
Alzheimer. Dentre eles, a infusão de ácido ocadáico, um potente inibidor das
fosfatases 1 e 2A, têm demonstrado características patológicas nos animais
que mimetizam a doença (Behav Brain Res. 226:420-7, 2012; Brain Res.
1309:66-74, 2010). Porém, a infusão ICV da referida droga ainda pode ser
melhor estudada quanto a dose utilizada. Objetivo: Caracterizar a melhor dose
de infusão de ácido ocadáico (AO) intracerebroventricular (ICV) capaz de
causar déficit cognitivo espacial. Método: Ratos Wistar machos (n=40) foram
divididos aleatoriamente em 4 grupos e submetidos a cirurgia estereotáxica
para infusão ICV bilateral de AO ou veículo, desta maneira, divididos nos
seguinte grupos: ratos submetidos a infusão do veículo (sham), submetidos a
infusão de ácido ocadáico na dose de 100ng (AO 100ng), de 200ng (AO
200ng) e 400ng (AO 400ng). No 12º dia após a indução do modelo animal,
iniciou o treino no labirinto aquático de Morris com duração de 5 dias, 24 horas
após o término do treino foi realizado o teste. Resultado: A análise estatística
mostrou diferença significativa (p<0,05) na latência para encontrar a plataforma
no dia do teste, ocorrendo um aumento do tempo no grupo AO 200ng
(42,44±6,56) quando comparado ao grupo sham (23,00±4,96). Não foram
observadas diferenças nos grupos AO 100ng e 400ng (36,22±6,58 e
33,09±5,66, respectivamente). Conclusão: Nossos resultados mostram que a
infusão ICV de ácido ocadáico na dose de 200ng foi mais efetiva em produzir
um déficit cognitivo espacial.
Apoio Financeiro: Capes e CNPq.
22
11 EFEITOS DO TREINAMENTO DE EQUILÍBRIO E COORDENA ÇÃO E DO
TREINAMENTO AERÓBICO NA RECUPERAÇÃO SENSORIOMOTORA DE
RATOS APÓS LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA . Leandro Viçosa Bonetti**1,
Ana Paula Krauthein Schneider*1, Silvia Barbosa*1, Jocemar Ilha2, Maria
Cristina Faccioni-Heuser1.1- Departamento de Ciências Morfológicas – Instituto
de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(ICBS/UFRGS). 2- Departamento de Fisioterapia – Laboratório de Pesquisa
Experimental – Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Objetivos: Desenvolver protocolos de treinamento físico voltados à reabilitação
de lesões nervosas periféricas.
Métodos: Foi utilizado o modelo de lesão no nervo ciático, onde a lesão foi
realizada através da compressão deste nervo por meio de uma pinça
homeostática, durante 30 segundos. Foram utilizados 24 ratos Wistar machos
adultos divididos em 4 grupos experimentais: non-trained (NT), animais que
passaram pelo procedimento cirúrgico e esmagamento do nervo porém sem a
realização de exercício físico; sham (SH), animais que passaram pelo
procedimento cirúrgico sem esmagamento do nervo e sem exercício físico;
balance and coordenation training (BC), animais que passaram pelo
procedimento cirúrgico com esmagamento do nervo e com a realização de
exercícios de equilíbrio e coordenação durante 4 semanas, 5 vezes por
semana; e treadmill training (TT), animais que passaram pelo procedimento
cirúrgico com esmagamento do nervo e com a realização de exercício em
esteira ergométrica durante 4 semanas, 5 vezes por semana. O protocolo de
treino do grupo BC consistiu em 5 passagens por 5 diferentes obstáculos
elevados, de 1 metro cada, correspondendo a 25 metros por dia de treino, onde
o grau de dificuldade aumentou a cada semana. Esse treino buscava a
recuperação nervosa periférica do nervo lesionado através de movimentos
específicos que proporcionassem equilíbrio e precisão. Já o protocolo de treino
do grupo TT consistiu no percurso por uma esteira ergométrica adaptada, não
exigindo habilidades motoras finas, em tempos que aumentaram
progressivamente de 20 minutos, na primeira semana, a 60 minutos, na última.
Para o acompanhamento temporal da recuperação sensoriomotora, foram
23
realizados testes sensoriomotores, o Horizontal Rung Ladder Walking Test
(HLWRT) e o Narrow Beam Test (NBT) ao final da segunda, terceira e quarta
semana de treinamento. Os animais foram filmados atravessando 3 vezes cada
aparato de teste, e o número de erros do membro posterior direito e esquerdo
por trilha foi analisado.
Resultados: No NBT, os grupos NT e TT cometeram mais erros de membro
posterior direito, obtendo, respectivamente, médias de 2,35 e 2,55, quando
comparado ao grupo SH, com média de 0,59 erros. Já o grupo BC obteve uma
média de erros de 0,72, se aproximando do grupo SH. No HLWRT, as médias
de erros dos grupos NT, TT, BC e SH foram respectivamente 1,88, 0,98, 0,61 e
0,59.
Conclusões: Os animais do grupo BC, que realizaram o treinamento de
equilíbrio e coordenação, obtiveram uma melhor performance motora em testes
sensoriomotores quando comparado com exercício aeróbico ou com a falta de
qualquer treinamento.
Apoio Financeiro: CAPES – CNPq
24
12 PADRONIZAÇÃO DA CONVULSÂO EM ZEBRAFISH ADULTO
INDUZIDA POR PENTILENOTETRAZOL
Luana Moro*, Ben Hur M. Mussulini**, Carlos E. Leite**, Suelen Baggio*,
Kamila C. Zenki*, Denis Broock Rosemberg**, Eduardo Pacheco Rico**,
Renato D. Dias, Tadeu M. Souza, Maria M. Campos, Maria E. Calcagnoto**,
Ana M. Battastini, Diogo L. de Oliveira.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Objetivo
O propósito desse trabalho é descrever detalhadamente parâmetros acerca
das crises convulsivas ao longo do tempo geradas por pentilenotetrazol (PTZ)
em zebrafish adulto.
Métodos
Os animais foram imersos em soluções de 0; 5; 7,5; 10 e 15 mM de PTZ
durante 20 min (n =12 para cada grupo). Foi avaliada a mortalidade durante 7
dias após a exposição. Como controle de crise, dois grupos (n = 12 para cada
grupo) foram expostos à diazepam 75 uM durante 40 minutos e,
posteriormente, um dos grupos foi submetido à água e o outro à 10 mM de
PTZ. Foi realizada uma dosagem da quantidade de PTZ que atinge o cérebro
do animal, para tanto usamos três cérebros de animais para cada amostra (n =
4 amostras), sendo esses expostos a 5mM e 10mM de PTZ, que foram mortos
após os tempos 2.5 e 20 min de exposição e 60 min após retirar o animal do
agente convulsivante.
Resultados
Nosso estudo apontou os seguintes estágios: (0) nado normal, (I)
hiperventilação, (II) burst: mudanças bruscas de direção do nado, (III)
movimentos circulares, (IV) convulsão tônico-clônica, (V) queda ao fundo do
aquário, (VI) morte. Expressamos através de curvas o perfil do comportamento
dos animais através do tempo, baseado nos estágios já definidos, para cada
concentração citada no qual deixou claro que os estágios progridem
rapidamente nos cinco primeiros minutos, e que os animais expostos à
concentrações elevadas atingem os estágios mais altos em menos tempo.
Assim, notamos que as crises se desenvolvem com diferentes intensidades. No
primeiro momento, as concentrações mais elevadas tiveram maior intensidade;
25
num segundo, as três maiores concentrações tiveram forte intensidade quando
comparada com 5 mM; num terceiro, todas as concentrações agora possuem
grande intensidade.. A mortalidade foi de 33% para a concentração de 10 mM
e 50% para 15 mM. O diazepam elevou a latência para o estágio IV de 150 s
para 600 s e aqui a mortalidade foi de 0%. Quanto a quantidade de PTZ
cerebral, níveis similares de PTZ foram encontrados no cérebro em 2.5 min de
exposição ao PTZ e 60 min depois da retirada da solução. Houve um pico de
PTZ no cérebro depois de 20 min de exposição ao agente convulsivante
Conclusão
Todas as análises descritas podem ser ferramentas importantes na
investigação acerca dessa doença e na descoberta de novos fármacos de uma
maneira rápida e em larga escala devido à praticidade de se trabalhar com
esse modelo animal.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPERGS.
26
13 A NATAÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO PREVINE DE FORMA S EXO-
ESPECÍFICA O DÉFICIT DE MEMÓRIA ESPACIAL EM RATOS W ISTAR
SUBMETIDOS À HIPÓXIA-ISQUEMIA CEREBRAL NEONATAL. Willborn,
S.2*, Sanches, E.1**, Boisserand, L.1**, Nicola, F.1**, Delgado, T.2*, Netto, C.A2
1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Neurociências.
Departamento de 2 Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A encefalopatia hipóxico-isquêmica (HI) é causa importante de dano
cerebral e causa de graves sequelas neurológicas. Os modelos experimentais
de HI causam alterações comportamentais, dentre elas prejuízo à memória de
referência e de trabalho no labirinto aquático. Até o momento, as estratégias de
tratamento (farmacológicas ou não) têm se demonstrado pouco eficazes no
tratamento da HI. Em modelos animais, o nado durante a gestação promove,
nos filhotes, melhora da capacidade cognitiva, aumento da neurogênese
hipocampal e a liberação de fatores tróficos como o BDNF. Com isso, nossa
hipótese de trabalho é que um protocolo de nado durante o período gestacional
possa causar alterações na prole e influenciar a cascata de eventos
fisiopatológicos responsáveis pelo dano cerebral, prevenindo os prejuízos de
memória induzidos pela HI.
OBJETIVO: Avaliar o efeito da natação durante a gestação sobre a memória
espacial em ratos submetidos à HI.
MÉTODOS: Ratas Wistar foram submetidas a um protocolo de exercício físico
(natação) durante 10 minutos por dia durante toda a gestação (21 dias). Aos 7
dias de vida, os filhotes de ambos os sexos foram submetidos à HI cerebral
unilateral através da oclusão da artéria carótida comum direita, período de
recuperação de 2h e exposição a uma câmara hipóxica (8% de O2 por 90 min).
Os ratos sham foram submetidos a todos os procedimentos, porém sem a
oclusão da carótida. A partir dos 30 dias, a memória espacial foi avaliada
através do labirinto aquático de Morris. Os resultados foram analisados por
ANOVA seguido do post hoc de Duncan.
RESULTADOS: A HI neonatal causou prejuízo à memória de referência nos
animais HI sem nado de ambos os sexos. Na prole das ratas que nadaram, os
animais HI machos tiveram latências similares aos sham durante os 5 dias de
27
treino, sem prejuízo à memória de referência. No entanto, esse efeito não foi
observado nas fêmeas HI filhotes de ratas que treinaram durante a gestação,
indicando dificuldades na aprendizagem da tarefa assim como a apresentada
pelos HI cujas mães não realizaram o protocolo de treinamento. Os déficits de
memória de trabalho foram observados em todos os grupos HI, não tendo sido
observado efeito benéfico da natação.
CONCLUSÕES: Estes resultados indicam um efeito neuroprotetor da natação
durante a gestação sobre os déficits cognitivos causados pela HI. Este efeito se
manifestou nos ratos HI machos, mas não nas fêmeas. Os déficits sobre a
memória de trabalho não foram revertidos. A neuroproteção observada
confirma estudos mostrando que o sucesso de estratégias terapêuticas no
tratamento da HI dependente do sexo dos animais. Mais estudos se fazem
necessários na tentativa de identificar os mecanismos responsáveis por este
caráter neuroprotetor (Apoio: CAPES/ CNPq).
28
14 AVALIAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO COMPORTAMENTO ALIMEN TAR
DE RATOS SUBMETIDOS À POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA POR UM C URTO
PERÍODO
SOARES, F.J.S.*1, SZCZEPANIAK, R.F.**1, VITÓRIA, P.S.**1, BORK, C.*1,
COLLARES G.*1, BAINY, B.K.*1, GAMARO, G.D.1.1Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.
INTRODUÇÃO: O comportamento alimentar é controlado por interações entre
sistemas psicobiológicos e fisiológicos (OLIVEIRAet al., Rev. Nutr., 24(4):619-
628, 2011). Segundo Blundell et al. (Brain Res. Bull.,15(4):371-6.; 1985) o
comportamento alimentar de animais é uma resposta adaptativa, decorrente de
demandas internas que são moduladas pelas limitações impostas pelo
ambiente externo influenciando na homeostase. A poluição atmosférica, mais
precisamente o material particulado fino (MP 2,5 µm), pode atuar como um
agente estressor de relevância. Estudos sugerem que MP 2,5 µm pode
ultrapassar a barreira hematoencefálica atuando sobre o sistema nervoso
central via nervos olfativos (OBBERDORSTER et al., J. Toxicol. 65 : 1531-43;
2002 ). Tais partículas podem atuar sobre regiões responsáveis pela
modulação direta ou indireta do comportamento alimentar. OBJETIVO: O
presente trabalho tem como objetivo avaliar o consumo de alimento doce em
ratos submetidos à poluição atmosférica por um curto período (5 dias).
METODOLOGIA: Foram utilizados ratos Wistar machos adultos, provenientes
do Biotério Central da UFPel. Os animais foram divididos em dois grupos:
animais expostos à poluição (n=5) e animais não expostos (n=5). Os animais
do grupo exposto à poluição foram colocados em um aquário (30x30x50) cm
hermeticamente fechado, com apenas duas saídas de ar com bombeamento
contínuo de ar externo, durante 5 dias, 4h/dia. Concomitantemente a
quantidade de partículas finas foi monitorada por meio do aparelho Dust Track
(Modelo 8520, TSI Incorporated, St. Paul, MN, USA). Após 30 minutos do
término da exposição, os animais realizaram a tarefa para avaliar o consumo
de alimento doce. A tarefa foi realizada conforme descrito em ELY et al., 1997.
Após a habituação ao ambiente e alimento novo, durante 5 dias, os animais
foram testados. Na extremidade oposta ao lado onde o animal era colocado
havia um recipiente com 10 rosquinhas Froot-Loops (Kellogs®). Os animais
foram expostos à tarefa durante 3 minutos, após o término da mesma foi
29
mensurado o número de rosquinhas ingeridas. RESULTADOS : Não houve
diferença significativa entre o consumo de alimento doce entre os grupos
(Teste t P = 0,986). Os resultados obtidos demonstram que a exposição de
curta duração à poluição de Pelotas, no inverno, parece não exercer influência
sobre o consumo de doce. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos são
preliminares e serão repetidos para aumentar o número de animais por grupo e
em outra estação do ano. APOIO FINANCEIRO: CNPq
30
15 COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS DO SISTEMA GLUTAMATÉRG ICO
EM CULTURAS DA LINHAGEM C6 COM PASSAGENS RECENTES E
TARDIAS
Chairini Cássia Thomé*, Mery S. L. Pereira**, Marcela M. Cavalheiro*, Kamila
Zenki*, Rafael Zanin**, Eduardo C. Filippi Chiela**, Guido Lenz e Diogo Lösch
de Oliveira.
UFRGS, Porto Alegre/RS
Objetivo: Avaliar e comparar alguns parâmetros do sistema glutamatérgico
entre passagens recentes e tardias de culturas da linhagem de glioma C6.
Métodos: Passagens recentes e tardias foram cultivadas em DMEM 5% SFB a
37°C e CO 2/ar (95:5). A captação de L-[3H]-Glu e D-[3H]-Asp foi feita em HBSS;
sua inibição foi realizada adicionando PDC 100µM ou TBOA 100µM e sua
estimulação foi realizada adicionando PMA 100nM. A liberação do [3H]
proveniente da captação dos aminoácidos foi avaliada incubando as células em
HBSS contendo L-[3H]-Glu ou D-[3H]-Asp durante 1h a 37ºC. Após, as culturas
foram incubadas por mais 1h a 37ºC em L-Glu ou D-Asp em HBSS. A
radioatividade foi mensurada por cintilação e as proteínas quantificadas pelo
método de Peterson. O imunoconteúdo dos transportadores de glutamato
(GLAST, GLT1 e EAAC1) foi avaliado por Western Blot, a integridade de
membrana por marcação com iodeto de propídeo e a senescência celular por
marcação com β-galactosidase e análise morfométrica nuclear.
Resultados: Ambas as culturas apresentaram aumento tempo-dependente no
conteúdo intracelular de [3H], atingindo platô em 2h. As passagens recentes
apresentaram um conteúdo intracelular de [3H] derivado da captação de L-[3H]-
Glu 55% maior que as passagens tardias (P<0,001, two-way ANOVA, n=4-14).
Ambas as passagens expressaram somente o transportador EAAC1, cujo
imunoconteúdo foi similar entre elas. As duas culturas apresentaram um
aumento tempo-dependente no conteúdo intracelular de [3H] derivado do D-
[3H]-Asp, sem atingir platô. Porém, nas passagens recentes, seu conteúdo foi
30% maior em até 2h em relação às passagens tardias (P<0,05, two-way
ANOVA, n=8). Houve inibição na captação dos aminoácidos tanto por PDC
quanto por TBOA. Nas duas culturas, aproximadamente 50% do [3H] derivado
da captação de L-[3H]-Glu foi liberado para o meio extracelular, entretanto não
foi verificada liberação de D-[3H]-Asp. Não houve diferença significativa em
31
relação à integridade de membrana. A adição de PMA estimulou somente o
aumento de 45% do conteúdo intracelular de [3H] nas passagens recentes.
Através da análise morfométrica nuclear, observou-se que 44% das células
com passagens tardias mostraram-se em processo de senescência.
Resultados: As passagens recentes e tardias da linhagem C6 apresentaram
perfis distintos de conteúdo intracelular de [3H] derivado da captação de L-[3H]-
Glu. A menor quantidade de [3H] intracelular nas passagens tardias não está
relacionada à perda na integridade de membrana, a diferenças do
imunoconteúdo de EAAC1 e a um excesso de libertação da radioatividade.
Porém, ela pode ser explicada por uma provável redução da expressão de
superfície do EAAC1 na membrana das passagens tardias, a qual pode estar
relacionada à grande quantidade de células em processo de senescência
nessas culturas.
Apoio: CNPq, CAPES, FAPERGS, INCT em EM, IBN-Net
32
16 ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA DE CAFEÍNA PREVINE ALTERA ÇÕES NA
MEMÓRIA AVERSIVA E NO IMUNOCONTEÚDO DE BDNF EM RATO S DE
MEIA-IDADE1,2Cássia Sallaberry**, 2Fernanda Nunes**, 2Marcelo S. Costa **, 2Gabriela T.
Fioreze *, 2Ana P. Ardais **, 2Paulo H. Botton**, 2Bruno Klaudat *, 2Thomas
Forte*, 2Diogo O. Souza**, 1,2Elaine Elisabetsky**, 1,2Lisiane O. Porciúncula**
1.Programa de Pós-Graduação em Neurociências, ICBS, UFRGS, 2.
Laboratório de Estudos sobre o Sistema Purinérgico, Departamento de
Bioquímica, ICBS, UFRGS, Porto Alegre/RS.
Objetivo: Os efeitos benéficos da cafeína sobre a memória têm sido
observados em diferentes modelos animais de doenças neurodegenerativas e
de envelhecimento, embora os mecanismos subjacentes permaneçam
desconhecidos. Tendo em vista que o fator neurotrófico derivado do encéfalo
(BDNF) está associado à formação da memória e suas ações são modulados
por receptores de adenosina (alvos moleculares para as ações
psicoestimulantes da cafeína), o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da
administração crônica de cafeína sobre a memória de curta e longa duração e
sobre os níveis de proBDNF, BDNF, TrkB e CREB no hipocampo de ratos
adultos e de meia-idade. Métodos: ratos Wistar machos adultos (3 meses de
idade) e de meia-idade (12 meses de idade) receberam cafeína (1 mg / mL na
água de beber ) por 30 dias. Ambos os grupos foram submetidos à tarefa de
esquiva inibitória para avaliar a memória de curta duração (teste 90 minutos) e
de longa duração (teste 24 horas). Após a avaliação comportamental, os
animais foram sacrificados e o hipocampo removido para avaliação do
imunoconteúdo de proBDNF, BDNF, TrkB e CREB por Western blot.
Resultados: A administração de cafeína preveniu o comprometimento de
memória relacionado à idade em ratos de meia-idade nos dois tipos de
memória avaliada e preveniu o aumento do imunoconteúdo de BDNF
hipocampal. Além disso, a cafeína aumentou o imunoconteúdo de proBDNF e
CREB e diminuiu os níveis de TrkB, no hipocampo, independentemente da
idade. Conclusão: Estes dados fornecem novas evidências a favor da hipótese
de que modificações no BDNF e proteínas relacionadas no hipocampo
contribuem para os efeitos pró-cognitivos da cafeína em perdas associadas à
idade na codificação da memória.
33
Apoio financeiro: CAPES, CNPq/INCT, FAPERGS.
17 EXPRESSÃO DE HSP70 NO HIPOTÁLAMO DE RATOS APÓS
EXERCÍCIO AGUDO E TREINAMENTO DE DIFERENTES INTENSIDADES
DE NATAÇÃO
Porto, R. R**; Zancan, Denise, M; Bittencourt, A*; Scomazzon, S*; Rakowski, I*;
Lima, Leandro L*; Bandeira, B.B*; De Cesare*, M; Homem de Bittencourt, P.I.
Jr.
UFRGS – Porto Alegre
Objetivo: Determinar a influência do exercício de natação agudo e crônico em
diferentes intensidades na expressão de HSP70 no hipotálamo de ratos.
Métodos: 40 ratos Wistar machos (200-250 g) foram adaptados ao ambiente
da natação durante uma semana e, então, 3 grupos foram separados: 1- No
exercício agudo (n=5 por grupo), os ratos nadaram por 20 min em diferentes
intensidades (temperatura da água: 30±1°C) constitu indo os grupos G2%,
G4%, G6% e G8%, de acordo com o sobrepeso adicionado à cauda dos
animais. Um animal permaneceu na água rasa (3 cm) durante o mesmo tempo,
em repouso (rep). Os animais foram mortos por decapitação imediatamente
após o exercício e as amostras (hipotálamo) foram coletadas de cada animal.
2- No protocolo agudo 12 h (n=4 por grupo), os ratos foram submetidos à
mesma sessão de exercício (repouso; G2%, G4%, G6% e G8%) e foram
mortos por decapitação 12 h depois. 3- No protocolo crônico (n=6 por grupo),
os ratos foram submetidos a um treinamento de natação por 8 semanas, 5 dias
por semana, durante 20 min em diferentes intensidades, como no protocolo
agudo, e foram mortos 72 h depois da última sessão de exercício. A
imunodetecção da HSP70 (unidades arbitrárias HSP70/actina) foi determinada
por Western Blot com anticorpos monoclonais específicos.
Resultados: Não houve diferença na imunodetecção de HSP70 entre as
intensidades de exercício no grupo agudo imediato (rep=1,22±0,28;
G2%=1,08±0,11; G4%= 1,17±0,18; G6%= 1,20±0,29; G8%= 1,34±0,41;
p>0,05). Entretanto, no grupo agudo 12 h (rep=1,12±0,07; G2%=1,38±0,09;
G4%= 1,21±0,46; G6%= 1,73±0,16; G8%= 2,84±0,20; p<0,05) e no grupo
crônico (rep=1,05±0,06; G2%=1,11±0,13; G4%= 1,28±0,34; G6%= 1,59±0,21;
G8%= 1,84±0,56; p=0,02) houve um aumento significativo no conteúdo de
HSP70 no hipotálamo do grupo de maior intensidade (G8%) quando
34
comparado aos outros grupos, havendo uma correlação entre a intensidade de
exercício e o conteúdo da proteína, que aumentou com incremento da
intensidade.
Conclusão: O exercício agudo imediato não modificou a quantidade de HSP70
no hipotálamo. No entanto, 12 h após o exercício de alta intensidade (agudo e
crônico) provavelmente houve “estresse” nas células do hipotálamo,
aumentando a quantidade de HSP72. Esse aumento detectado no exercício de
alta intensidade pode estar relacionado com mudanças no metabolismo
energético, pois no hipotálamo contém núcleos responsáveis pela regulação da
glicose, fome e saciedade. No grupo treinado, esse aumento em situação basal
pode ter sido causado por uma adaptação à alta demanda e consumo
energético pelo encéfalo para manter a atividade neuronal, já que o hipotálamo
controla a homeostase corporal. Os resultados sugerem um possível
mecanismo a ser usado como tratamento e prevenção de disfunções
metabólicas, como a diabetes e a obesidade.
Apoio à pesquisa: CNPq, Propesq-UFRGS, INCT de hormônios e saúde da
mulher e CAPES.
35
18 EFEITO DA AMÔNIA SOBRE A ATIVIDADE ASTROGLIAL N O
HIPOCAMPO DE RATOS WISTAR
Galland F.**, Strapazzon L.*, Guera MC.**, Negri E.*, Da Re C.*, Froes F.*,
Gonçalves CA., Leite MC.
Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Departamento de Bioquímica, UFRGS
- Porto Alegre
Objetivos: A hiperamonemia é observada tanto em doenças hepáticas quanto
em erros inatos do metabolismo. Altas concentrações de amônia no cérebro é
tido como uma das principais causas para as anormalidades neuropsiquiátricas
observadas na encefalopatia hepática (HE). De forma a atenuar os efeitos
deletérios da amônia podem ocorrer alterações moleculares e fisiológicas, tais
como alterações no metabolismo da glutamina sintetase (GS), a qual converte
glutamato em glutamina adicionando uma molécula de amônia; alterações na
captação de glutamato, a qual poderia estar comprometida em astrócitos uma
vez que estas células são o alvo principal da toxicidade da amônia; e no
metabolismo da glutationa (GSH), um importante antioxidante cerebral. O
objetivo deste estudo foi investigar o efeito agudo da amônia sobre a atividade
da GS, captação de glutamato e o conteúdo intracelular de GSH em fatias
hipocampais.
Métodos: O hipocampo de ratos Wistar, fêmeas de 30 dias, foi dissecado e
cortado em fatias de 0,3 mm. Após estabilização em solução salina HEPES por
duas horas, amônia foi adicionada em concentrações variando de 0,1 a 10 mM.
A atividade da GS foi medida por um ensaio enzimático, a captação de
glutamato por um ensaio radiométrico, utilizando [3H] glutamato, e a GSH por
um ensaio fluorimétrico. Todos os ensaios foram realizados após uma hora de
tratamento. A viabilidade celular foi testada utilizando os ensaios de redução do
MTT e incorporação do corante vermelho neutro.
Resultados: Não observou-se um aumento na atividade da GS como era
esperado. Acredita-se que esta enzima atue na sua capacidade máxima já em
condições fisiológicas, excedendo rapidamente a sua capacidade de
metabolizar a amônia no cérebro em condições de hiperamonemia (Progress in
Neurobiology 67 259–279, 2002). A redução observada na captação de
glutamato poderia contribuir para o acúmulo extracelular de glutamato, ativando
36
os receptores pós-sinápticos e, dessa forma, aumentando o efeito patológico
da hiperamonemia. A redução no conteúdo de GSH intracelular poderia ser um
indicativo de estresse oxidativo provocado pela amônia, bem como uma
tentativa de exportar GSH para o meio extracelular, a fim de minimizar os
danos aos neurônios.
Conclusão: As análises destes parâmetros podem revelar aspectos
importantes da etiologia e fisiopatologia da HE.
Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq, CAPES, MCT/INCT Excitotoxicidade e
Neuroproteção.
37
19 PADRONIZAÇÃO DE UM MODELO PARA AVALIAÇÃO DE MEM ÓRIA
EM ZEBRAFISH
⊥Sandro Daniel Córdova**, ⊥Cássio Morais Loss**, φFabiano Peres Menezes*,
⊥Eduardo Pacheco Rico**, ⊥Diogo Losch de Oliveira**
⊥UFRGS, Porto Alegre; φPUCRS, Porto Alegre
Objetivos: O zebrafish é um modelo animal em ascensão para estudo nas
mais diversas áreas incluindo a neurosciência. Devido ao número restrito de
testes comportamentais para avaliar a memória, é fundamental o
desenvolvimento de novos protocolos que visem mensurar este parâmetro. O
objetivo do presente trabalho é propor um novo aparato para avaliar diferentes
tipos de memória em zebrafish. Métodos: Animais de ambos os sexos de 3-4
meses foram obtidos de um fornecedor comercial e ambientados por 2
semanas com temperatura mantida em 26 + 2 ºC com ciclo claro/escuro de
14/10h com as luzes sendo acesas às 6 h. Resultados: Experimento 1: os
animais foram mantidos por 24 h em aquário transparente (T) ou preto (P).
Após este período, individualmente, foram colocados na zona branca do
aparato de teste (aquário 50% branco/50% preto). Foi medida a latência para a
entrada e a saída da zona preta. Não houve diferença entre os grupos na
latência de entrada. No entanto, na latência de saída do compartimento preto
houve diferença (grupo P 10 animais > 10s e 4 animais < 10s; grupo T 3
animais > 10s e 10 animais < 10s). Experimento 2: os animais foram mantidos
em aquário preto por 24 h. Após este período foram colocados no aparato
como no experimento 1, sendo que neste experimento ao entrar no
compartimento preto os animais receberam um estímulo elétrico de 0,4; 0,6 ou
0,8mA durante 3s. Após retornar para a zona branca, foi medida a latência de
retorno para a zona preta. O procedimento foi repetido até os animais atingirem
um teto de 180s de latência de retorno ou receberem 10 choques. Todos os
animais do grupo 0,8 atingiram o teto com no máximo 6 choques (mediana;
p25,p75 = 2;2,4). Para os grupos 0,4 e 0,6 somente 36% e 45%
respectivamente atingiram o teto (10;5,10 e 9;4,10 respectivamente). Quando o
teto foi estabelecido em 120s, todos os animais do grupo 0,8 atingiram o teto
com no máximo 6 choques (2;2,4), 72% dos animais do grupo 0,6 atingiram o
teto com 8 choque (6;4,10) e 45% dos animais do grupo 0,4 com 4 choques
(10;5,10). Quando o teto foi estabelecido em 60s, 100% dos animais do grupo
38
0,8 atingiram o teto com 3 choques (2;1,3), 81% dos animais do grupo 0,6 com
6 choques (3;2,6) e 63% dos animais do grupo 0,4 com 6 choques (5;5,10).
Conclusões: A ambientação por 24 h no aquário preto não diminui a latência
de entrada na zona preta quando comparada a ambientação em aquário
transparente. No entanto, foi observado um aumento na latência para retornar
para o compartimento branco, sugerindo que o retorno observado após o
choque (experimento 2) está relacionado com o estímulo e não com uma
preferência natural. Concluímos também, que um estímulo mais forte leva a
uma diminuição no número de choques necessário para gerar a memória
aversiva imediata.
Apoio financeiro: CNPq, FAPERGS, CAPES e FINEP “Rede Instituto
Brasileiro de Neurociência (IBN-Net)”
39
20 DIFERENCIAÇÃO NEURONAL DA LINHAGEM DE NEUROBLAS TOMA
HUMANO SH-SY5Y E SEU USO PARA PESQUISA EM NEUROCIÊN CIAS
Liana Marengo de Medeiros*, Eduardo Pacheco Rico**, Fernanda Martins
Lopes, Giovana Ferreira Londero, Valeska Aguiar de Oliveira**, Fabio Klamt
Departamento de Bioquímica - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Introdução: Doenças neurodegenerativas formam um grupo de desordens
caracterizadas pela perda progressiva e seletiva de determinadas populações
de neurônios. Os mecanismos moleculares pelos quais ocorre a degeneração
neuronal ainda não são totalmente conhecidos. A linhagem de neuroblastoma
humano SH-SY5Y tratada com 6-hidroxidopamina (6-OHDA) tem sido
amplamente utilizada como um modelo in vitro para a DP. Evidências apontam
que esta linhagem pode ser diferenciada em neurônios dopaminérgicos em
resposta ao tratamento com ácido retinóico (AR). Ainda, o AR induz a
expressão de receptores TrkB em células SH-SY5Y, tornando-as responsivas
ao fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), o que parece modificar esta
linhagem para um fenótipo mais colinérgico. No entanto, são poucos os
estudos que comparam as alterações nos marcadores neuronais em células
SH-SY5Y nos diferentes processos de diferenciação.
Objetivo: Pretendemos avaliar as mudanças morfológicas e marcadores
neuronais dopaminérgicos e colinérgicos ao longo da diferenciação da
linhagem SH-SY5Y quando tratadas apenas com AR e AR em combinação
com BDNF.
Métodos: As células proliferativas SH-SY5Y foram cultivadas em meio
DMEM/F12 com 10% de soro fetal bovino (SFB). Após 24 horas, a
diferenciação foi induzida com 10µM de AR em meio de cultura com 1% de
SFB durante 4, 7 e 10 dias em cultura. BDNF foi acrescentado no quarto dia,
quando a expressão de TrkB já está ocorrendo.
Resultados: As células SH-SY5Y diferenciadas por 7 dias mostram um
aumento do imunoconteúdo de várias marcadores neuronais relevantes (DAT,
TH, NSE, NeuN) com a concomitante diminuição do marcador de células não-
diferenciadas (nestina). Além disso, as células tornaram-se duas vezes mais
sensíveis a 6-OHDA durante o processo de diferenciação, o que pode ser
explicado pelo aumento da imunoconteúdo DAT. Interessantemente, as células
40
diferenciadas têm níveis elevados de proteína DJ-1, a qual está relacionada
com uma parkinsonismo juvenil. Ainda, as células tratadas com BDNF
demonstraram um aumento da atividade de enzimas como AchE
(Acetilcolinesterase) e ChAT (Colina Acetiltransferase) indicando uma mudança
para o fenótipo mais colinérgico.
Conclusões: Assim, nossos dados demonstram a utilização de células SH-
SY5Y diferenciadas como um modelo in vitro mais específico para estudos de
doenças neurodegenerativas como a Doença de Parkinson e Alzheimer, pois,
dependendo da sua diferenciação, essas células apresentam características
morfológicas e neuroquímicas de neurônios dopaminérgicos, e colinérgicos e
também podem ser usadas para avaliar compostos neuroprotetores/
neurotóxicos.
Apoio Financeiro: MCT/CNPq Universal (470306/2011-4), INCT-TM
(MCT/CNPq 573671/2008-7), PRONEX/FAPERGS (1000274),
PROPESQ/UFRGS, FINEP/IBN-Net (01060842-00).
41
21 CONSUMO DE CAFEÍNA PREVINE DANO À MEMÓRIA E AUM ENTO NO
IMUNOCONTEÚDO DE RECEPETORES A2A NO HIPOCAMPO EM MODELO
DE DEMÊNCIA ESPORÁDICA EM RATOS
A. Rocha*1, J. Espinosa**1, M. S. Costa**1, F. Nunes**1, V. Schein**1, V.
Kazlauckas**1, E. Kalinine**1, D. O. Souza1, R. A. Cunha2, L. O. Porciúncula1
1 Departamento de Bioquímica - UFRGS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul,
Brasil
2 Universidade de Coimbra, Faculdade de Medicina – FMUC – Coimbra,
Portugal
Objetivos: Estudos recentes sugerem que o consumo de café/cafeína previne
a neurodegeneração e o déficit mnemônico decorrente da idade e de modelos
experimentais da Doença de Alzheimer (DA). A administração
intracerebroventricular (icv) de estreptozotocina (STZ) compromete a
sinalização encefálica de insulina e induz alterações patológicas e
comportamentais semelhantes à DA, sendo um bom modelo experimental de
demência esporádica em ratos. Utilizando-se desse modelo experimental, este
trabalho tem por objetivo avaliar o impacto da demência na expressão e
densidade de receptores de adenosina, bem como, os mecanismos envolvidos
nos efeitos neuroprotetores da cafeína.
Métodos: Ratos Wistar machos adultos foram divididos em quatro grupos:
água/veículo; água/STZ; cafeína/veículo e cafeína/STZ. A cafeína foi
administrada na água de beber (1mg/mL) por 15 dias antecedendo a infusão de
STZ (icv) e por 30 dias após a mesma. A seguir, os animais foram submetidos
à tarefa de reconhecimento de objetos. Parte dos animais teve seus
hipocampos processados para a análise do imunoconteúdo e do RNA
mensageiro dos receptores de adenosina A1 e A2A. Outra parte dos animais foi
submetida ao protocolo de imunohistoquímica para NeuN e DAPI. As áreas
analisadas na imunohistoquímica foram as regiões CA1 e CA3 do hipocampo.
Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética
de Experimentos em Animais da Universidade do Rio Grande do Sul (Protocolo
nº 2008223).
42
Resultados: Os resultados analisados por ANOVA de duas vias revelam que a
administração de STZ prejudicou a memória de reconhecimento dos animais e
a cafeína preveniu esse comprometimento. O imunoconteúdo dos receptores
A2A, mas não do receptor A1, aumentou em 25% no hipocampo dos animais
tratados com STZ, um aumento prevenido pela administração de cafeína.
Coerentemente com esse resultado, na análise por PCR em tempo real
encontrou-se um aumento na expressão do RNA mensageiro para o receptor
A2A nos animais tratados com STZ, situação que foi normalizada pela cafeína.
Já na análise imunohistoquímica verificou-se uma diminuição na marcação de
NeuN na região CA1 do hipocampo dos animais tratados com STZ, efeito que
também foi prevenido pela administração de cafeína.
Conclusão: Sabe-se que parte dos mecanismos conhecidos para os efeitos
neuroprotetores da cafeína deve-se ao bloqueio dos receptores de adenosina
A2A, ao invés dos receptores A1. A partir dos resultados observados nesse
modelo de demência esporádica, sugere-se que a normalização do
imunoconteúdo dos receptores A2A seja um dos mecanismos responsáveis
pelos efeitos benéficos da cafeína em modelos experimentais de demência.
Apoio financeiro: INCT/CNPq, IBNnet, CNPq e CAPES.
43
22 AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS FUNCIONAIS DA LINGUAGEM EM
ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE: UM ESTUDO DE
CASOS E CONTROLES
Rudineia Toazza1� �, Giovanni Abrahão Salum2��, Rafaela Behs Jarros3� �, Suzielle
Menezes Flores4�, Flávia Vedana5�, Jeruza Fumagalli de Salles6, Gisele Gus
Manfro7
1,2,3,4,5,6,7 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Introdução: A maior parte dos transtornos de ansiedade inicia na infância e
adolescência a partir de alterações cerebrais durante o neurodesenvolvimento.
No entanto, poucos estudos avaliaram déficits de linguagem específicos em
adolescentes com Transtornos de Ansiedade. A linguagem pode ser vista como
uma ferramenta necessária para o sucesso acadêmico e comportamento social
adequado, sendo que crianças com pobres habilidades de linguagem estariam
em risco para posteriores dificuldades de aprendizagem e problemas sociais.
Sendo assim, supõe-se que indivíduos com Transtornos de Ansiedade
possuam alterações no processo da linguagem, especificamente déficits
discursivo, pragmático e prosódico. Objetivos: Avaliar o desempenho de
adolescentes com diagnóstico de Transtorno de Ansiedade em quatro
diferentes tarefas em uma bateria de avaliação da comunicação, comparados
com um grupo controle sem transtornos de ansiedade. Métodos: Participaram
do estudo 58 adolescentes (33 casos e 25 controles) selecionados a partir de
uma amostra comunitária, com idade entre 12 e 18 anos. Para avaliação
diagnóstica de transtornos de ansiedade e comorbidades foi utilizada a
entrevista semiestruturada K-SADS-PL, aplicada por um psiquiatra da infância
e adolescência ou residente em psiquiatria. Para avaliação dos componentes
da linguagem (prosódia linguística compreensão, discurso narrativo, prosódia
emocional compreensão e prosódia emocional produção) foi utilizada a Bateria
Montreal de Avaliação da Comunicação (MAC), validada para a população
brasileira, aplicada por fonoaudiólogos treinados. Os resultados obtidos entre
os grupos foram analisados com o teste de Mann-Whitney. Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA sob número 10-0333.
44
Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos
de adolescentes ansiosos comparados aos não ansiosos para as seguintes
tarefas: prosódia linguística compreensão, Mdn= 10,00 vs. Mdn= 10,00 (U =
412, p =. 839 r = 026); discurso narrativo Mdn=11,00 vs. Mdn=11,00 (U = 362,
p =. 325, r = .129); prosódia emocional compreensão Mdn=11,00 vs. Mdn=
11,00 (U = 409, p = .800, r = .033; e prosódia emocional produção Mdn=18,00
vs. Mdn=18,00 (U = 424, p = .993, r = .001). Conclusão: Contrariamente às
nossas expectativas, não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas nas tarefas de linguagem comparando adolescentes ansiosos e
adolescentes sem transtornos de ansiedade. Mais estudos são necessários
para investigar características de linguagem nestes indivíduos.
Estudo financiado pelo FIPE – HCPA.
45
23 Memória e Nutrigenética: estudo da interação en tre consumo de zinco
e selênio sobre escores de memória no envelheciment o
Andréa Guedes Machado* (UFCSPA), Ana Paula Nazario* (UFCSPA), Tatiane
Jacobsen da Rocha** (UFCSPA), Tainá Ludmila Ramos Fonseca* (UFCSPA),
Paola Dornelles* (UFCSPA), Caroline Reppold (UFCSPA), Marilu Fiegenbaum
(UFCSPA), Luciana Tisser (FEEVALE), Fabiana de Andrade (FEEVALE),Alcyr
Oliveira (UFCSPA)
Objetivos
Avaliar a interação entre a variabilidade no gene SLC30A3 e o consumo de
Zinco (Zn) e a variabilidade no gene SEP15 e o consumo de selênio (Se) sobre
a memória de voluntários com mais de 50 anos.
Métodos
Participaram 197 voluntários da região do Vale dos Sinos com idades acima de
50 anos. Cinco tipos de memória foram analisados por meio dos seguintes
instrumentos: Memória Lógica da Escala de Memória de Wechsler Revisada
(WMS-R) que avalia memória verbal imediata e tardia; Reprodução Visual de
Figuras da WMS-R, para memória visual imediata e tardia; e Teste de
Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey. Os voluntários responderam a um
recordatório de freqüência alimentar que requisitava informações sobre
freqüência de consumo de 3 alimentos ricos em Zn (carnes de gado, frango e
peixe) e 4 ricos em Se (castanha do Pará, couve, espinafre e linhaça). O
recordatório considerava dois períodos da vida: antes e depois dos 40 anos de
idade. Os grupos alimentares foram alocados em duas classes de consumo
(diariamente e duas vezes por semana ou menos). A determinação dos
genótipos dos polimorfismos dos genes SLC30A3 (rs11126936 e rs73924411)
e SEP15 (rs5859, rs5845 e rs561104) foi realizada através de ensaios de
discriminação alélica em PCR em tempo real. As interações foram investigadas
através do delineamento fatorial, utilizando o grau de escolaridade (em anos de
estudo) e sexo como co-fatores de ajuste para escores de memória. Todas as
análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa SPSS versão 19,0.
Resultados
Dos cinco tipos de memória avaliados somente a memória verbal imediata
apareceu associada às variabilidades genéticas investigadas. Observou-se
interação (p=0,050) entre o consumo passado de Zn e o polimorfismo
46
rs11126936. Homozigotos GG que consumiam diariamente alimentos ricos em
Zn, apresentaram maiores escores de memória verbal imediata do que
heterozigotos GT (0,04 ±1,315 vs -0,33 ± 1,41 p=0,050). Efeito similar foi
observado para o polimorfismo rs5845 e consumo de Se sendo que o consumo
pouco freqüente foi associado a escores reduzidos neste tipo de memória
somente em homozigotos GG, mas não em portadores do alelo A (p=0,035).
Conclusões
O zinco (Zn) é um micronutriente essencial e desempenha funções no
metabolismo celular e expressão gênica, além de possuir um importante papel
na neurogênese. O gene SLC30A3 codifica a proteína transportadora de Zn3
(ZnT3) aparecendo no hipocampo e neocórtex, regiões envolvidas na
consolidação da memória. Já o selênio (Se) é um micronutriente e antioxidante
cujo declínio dietário têm estado associado a déficits de memória no
envelhecimento. O gene da selenoproteína 15k (SEP15) é responsável pelo
transporte de 50% do Se encontrado no plasma sendo esta concentração
influenciada pela dieta. A alimentação pode interagir com o perfil genético
individual e determinar a suscetibilidade de um indivíduo a desenvolver graus
maiores de déficit de memória. Os dados apresentados no presente trabalho
devem ser confirmados com o aumento do tamanho amostral, e indicam uma
possibilidade para a futura personalização da dieta relacionada à modulação da
memória. Apoio Financeiro: Edital Universal - CNPq.
47
24 MENSURAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE RATAS
FÊMEAS EXPOSTAS AS DIETAS HIPOPROTEICA E HIPERLIPÍD ICA
ATRAVÉS DO BIODAQ ®.
Daniela Pereira Laureano1,2**, Carla da Silva Benetti2**, Roberta Dalle Molle2**,
Tania Diniz Machado2**, André Krumel Portella, Fernanda Urruth Fontella,
Patricia Pelufo Silveira1,2.
1PPG Ciências Biológicas – Neurociências, 2PPG Saúde da Criança e do
Adolescente, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, - Porto Alegre/RS.
Introdução: Exposição crônica a diferentes tipos de dieta altera o metabolismo
do sistema dopaminérgico bem como o comportamento alimentar dos animais.
O BioDAQ (Research Diets®) é um sistema computadorizado de mensuração
episódica, através dele é possível obter uma monitorização contínua do
comportamento alimentar. Objetivos: Verificar como a exposição a diferentes
tipos de dieta altera o perfil alimentar de ratas expostas ao consumo agudo de
alimento doce através do BioDAQ®. Métodos: Ratas Wistar fêmeas adultas
randomizadas por peso divididas em: dieta controle (C) contendo 22% de
proteína e 4% de lipídios; dieta hipoproteica (LP) 8% de proteína ou dieta
rica em gordura (HF) 45% de lipídios, ad libitum, por 5 semanas, sendo o
consumo medido a cada 72 horas e o peso semanalmente. Após, os animais
ficaram durante 7 dias no BioDAQ®. O consumo alimentar dos animais foi
mensurado através de mordidas (diferença de 0,1 g na balança) e refeições
(conjunto de mordidas por um tempo igual ou menor a 15 min). Após 1
semana, foi coletado sangue, cérebro e mensurada a gordura abdominal.
Resultados: Houve efeito do tempo sobre o consumo durante os 7 dias no
BioDAQ® (p= 0,016). Os grupos HP e LP apresentaram um maior número de
mordidas por dia (p= 0,001) e maior quantidade de gramas/mordida (p= 0,008).
LP teve maior acúmulo de gordura abdominal (p= 0,025). Não houve diferença
pós e pré BioDAQ® tanto no peso corporal (p= 0635; p= 0,258) quanto no
consumo alimentar (p= 0,987; p= 0,838). O consumo entre os ciclos claro e
escuro foi similar (p= 0,227; p= 0,254). Conclusões: Não existiu grande efeito
das dietas crônicas no comportamento alimentar em si (nem no ritmo
48
circadiano, nem no consumo calórico), mas ambas as dietas alteram a
estrutura da refeição (número de mordida, mordidas/grama). (Apoio: CNPq,
FAPERGS, CAPES, FIPE-HCPA).
49
25 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM RATOS INDUZIDAS A PÓS
ADMINISTRAÇÃO SUBCRÔNICA ORAL DE BENZO[A]PIRENO
SCHUNCK, R. V. A.1**, MACIEL, É. S.1**, BECKER, G. C.2*, SALOMON, J.2*,
BRANCO, C. S.3**, DALLEGRAVE, E.5**, SALVADOR, M.3**, GARCIA, S. C.4**,
LEAL, M. B1,2**.1 Programa de Pós Graduação em Neurociências, UFRGS, Porto Alegre.2 Departamento de Farmacologia, UFRGS, Porto Alegre.3 Centro de Ciências Agrárias e Biológicas, UCS, Caxias do Sul.4 Departamento de Análises, UFRGS, Porto Alegre.5 Departamento de Ciências Básicas da Saúde, UFCSPA, Porto Alegre.
Objetivos: Benzo(a)pireno (BaP) é um composto tóxico pertencente à classe
de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). Forma-se pela combustão
incompleta de matérias orgânicas e acumula-se como material particulado no
ar, no solo, na água e nos alimentos. Já que a exposição humana ao BaP pode
ocorrer pela ingestão de água e alimentos contaminados, o objetivo deste
estudo foi investigar os efeitos da administração subcrônica oral de BaP sobre
parâmetros comportamentais e indução de danos ao ácido desoxiribonucléico
(DNA) em ratos.
Métodos: Após a aprovação do comitê de ética da UFRGS (protocolo número
18287), ratos Wistar machos (120 dias, 360-480g, n= 6-8/grupo) foram tratados
com BaP (2 mg/kg) ou óleo de milho (grupo controle), via gavagem oral, uma
vez ao dia, por 28 dias. Teste de avaliação da atividade locomotora (caixa de
atividade locomotora Insight Equipamentos Ltda.) e memória de
reconhecimento de objetos de curta duração foram usados para analisar
alterações comportamentais após administração de BaP. Adicionalmente
amostras de sangue da veia cava caudal foram coletadas para a análise de
dano ao DNA (ensaio cometa). Os resultados da atividade locomotora e de
danos ao DNA foram analisados através do teste estatístico “t de Student” e a
memória de reconhecimento de objetos através do teste estatístico Mann-
Whitney U teste.
Resultados: Foi observado um aumento significativo (p<0,05) na atividade
locomotora dos animais tratados com BaP (7682,25mm±1123,56mm) em
relação ao grupo controle (2935,71mm±1476,37mm). No teste de
reconhecimento de objetos de memória de curta duração, o índice de
50
reconhecimento dos animais tratados com BaP foi 38,6 [21,0/48,0] e dos
animais do grupo controle 51,4 [43,6/59,9], apresentando uma tendência
(p=0,064) de déficit na memória. Um efeito genotóxico (ensaio cometa) foi
encontrado nos animais tratados com BaP em relação ao grupo controle
(p=0,001). Danos ao DNA de classe três (p<0,001) e quatro (p<0,01) no grupo
tratado com BaP foram maiores em relação ao grupo controle, que apresentou
maior freqüência de células sem danos (p<0,01).
Conclusão: BaP administrado subcronicamente em baixa dose (2mg/kg)
provocou alterações comportamentais e induziu danos ao DNA. Em relação ao
teste de memória de curta duração, apesar da tendência de déficit observada,
mais testes são necessários para a confirmação desta hipótese.
Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERGS, INCT- Instituto Nacional de
Análise Integrada do Risco Ambiental e PROPESQ/UFRGS.
26 EFEITOS DO HUPERZINE-A SOBRE O DESEMPENHO DE MEMÓRIA E
COMPORTAMENTO EXPLORATÓRIO DE RATOS EM UM MODELO DE
DOENÇA DE ALZHEIMER . Anna Ourique**, Letícia Bertuzzi**, Patrícia Silva*,
Élida Fluck*, Arthur Bastos*, Giovani Gatto*, Alcyr Oliveira. Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre.
Objetivos: investigar os efeitos do Hup-A sobre a memória e o comportamento
exploratório de ratos em um modelo animal de doença de Alzheimer.
Métodos: 36 ratos Wistar, machos, adultos e pesando entre 200 e 250 gramas,
receberam infusões unilaterais de AMPA (α-Amino-3-hydroxy-5-methyl-4-
isoxazolepropionic acid), no núcleo basal magnocelular (NBM) através de
cirurgias estereotáxicas. Todos os animais na cirurgia de lesão receberam
infusões da neurotoxina com exceção do grupo controle que foi infundido com
solução salina. Os animais foram distribuídos em 4 grupos de acordo com o
tratamento recebido: Salina + Salina (Grupo 1), Lesão + Hup-A (Grupo 2),
Lesão + Salina (Grupo 3) e Salina + Hup-A (Grupo 4). Logo após a injeção de
Hup-A ou salina, os animais foram submetidos a três instrumentos de avaliação
comportamental: Teste do Campo Aberto para avaliar atividade motora,
comportamento exploratório e habituação; Teste de Reconhecimento de
Objetos para investigar o estado da memória de reconhecimento; Teste do
51
Labirinto em T-elevado para avaliar desempenho da memória emocional
espacial.
Resultados: Os resultados sugerem que o Hup-A produziu ativação
comportamental exploratória como observado no teste do campo aberto.
Entretanto, não ocorreram diferenças significativas entre os grupos no teste de
reconhecimento de objetos nem no teste do labirinto em T-elevado.
Discussão:
A doença de Alzheimer (dA) é uma patologia neurodegenerativa incurável cujo
principal sintoma é o acentuado declínio mnemônico em decorrência da perda
de terminações colinérgicas nos córtices frontais e parietais. O tratamento para
a doença baseia-se no alívio farmacológico através da inibição de enzimas que
degradam a acetilcolina. Fármacos que associam capacidades neuroprotetoras
e anticolinérgicas associadas tem sido considerados como importantes
alternativas para o tratamento da dA. O Huperzine-A (Hup-A) derivado de um
arbusto natural da China, a Huperzia Serrata, tem sido usada há séculos como
chá para o tratamento de diversas doenças. Após ter sido sintetizado, muitos
estudos têm mostrado que o Hup-A é um potente, reversível, seletivo e bem
tolerado inibidor da acetilcolinesterase com ação antioxidante e efeitos
neuroprotetores. O estudo de tais fármacos é de grande relevância na medida
que cresce o número de casos da doença na população idosa. Nossos
resultados, entretanto, não indicaram acentuado efeito nos testes efetuados.
Estudos sobre o Hup-A sugerem que os animais apresentariam recuperação
nos testes de memória. Entretanto, os resultados não indicam diferenças
significativas no teste de reconhecimento de objetos nem no labirinto em T-
elevado. Na fase final do estudo ainda não concluída, os animais serão
sacrificados e perfundidos para extração de seus encéfalos. Logo após, os
cérebros serão examinados imunoistologicamente para detecção de corpos
colinérgicos no NBM, local da lesão e de terminações colinérgicas nos córtices
frontal e parietal. Bolsista CAPES.
52
27 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO ÁLCOOL NO
DESENVOLVIMENTO GLIAL EM FATIAS HIPOCAMPAIS DE RATO S
Giovana Brolese**, Paula Lunardi**, Franciane L. Pedroso*, Núbia B. Cunha**,
Carlos Alberto Saraiva Gonçalves. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
– UFRGS. Porto Alegre.
Os astrócitos são células gliais particularmente suscetíveis aos efeitos do
etanol. Além de alterar a homeostase entre a interação neurônio-glia (Dev.
Brain Res. 147, 119–133, 2003), estudos recentes reportam que a exposição
crônica ao álcool pode ser capaz de ativar uma resposta neuroinflamatória
imune (J. Neurosc. 30(24), 8285-8295, 2010). Astrócitos expressam a proteína
glial fibrilar ácida (GFAP), bem como receptores para diferentes
neurotransmissores (GABA e glutamato). São células responsáveis por grande
parte da captação do glutamato na sinapse e atuam como moduladores de
respostas inflamatórias no cérebro. Tanto a captação de glutamato como a
proteína GFAP podem sofrer alterações após a exposição crônica ao álcool
durante o desenvolvimento cerebral, mas pouco se sabe se o mesmo ocorre
sob doses moderadas de etanol. Objetivo: Avaliar o efeito da exposição pré-
natal ao álcool, sob doses moderadas na captação de glutamato e expressão
da GFAP. Método: Ratas (n=28) Wistar prenhas foram expostas por via oral
sob livre escolha, desde o dia gestacional um (DG1) até o dia pós-natal 22
(DPN22), aos seguintes tratamentos: água, solução não-alcoólica (SNA),
SNA+5%v.v.EtOH ou SNA+10%v.vEtOH. Os filhotes (DPN 30 – 35) foram
sacrificados, o hipocampo foi dissecado e fatiado. Parte das fatias foram
congeladas para posterior análise de GFAP, o restante das fatias procedeu
para estabilização e posterior tratamento ex vivo com ou sem LPS 0,1 ug/mL
durante 1 hora. Testes de morte (atividade da LDH) e viabilidade celular (MTT)
foram realizados bem como a captação de glutamato. Resultados: Os
resultados mostram que administração pré-natal de 5% e 10% etanol foi capaz
de reduzir significativamente o conteúdo de GFAP (F3,50=42,87; p<0,0001)
quando comparado ao controle (água e SNA), além disso, a solução de 10%
etanol reduziu a captação de glutamato quando comparado ao controle
(F3,38=4,382; p=0,0096). A fim de avaliar um possível papel da resposta
53
inflamatória na modulação da captação de glutamato envolvida nesse modelo
de exposição pré-natal a 10% etanol, fatias hipocampais foram tratadas com
LPS 0.1 ug/mL. LPS não alterou a captação de glutamato em fatias de
hipocampo de animais do grupo Água, entretanto, quando analisamos as fatias
de hipocampo dos animais expostos a 10% etanol observamos uma redução
significativa (Teste t Student, p=0,0184). Nenhum tratamento causou morte ou
perda de integridade celular. Conclusão: Os nossos resultados sugerem que a
exposição pré-natal ao etanol, mesmo sob doses moderadas, foi capaz de
reduzir o conteúdo da proteína GFAP no hipocampo de ratos jovens, sugerindo
um atraso na maturação dos astrócitos para esta proteína durante o
desenvolvimento do cérebro. Ainda, a redução da captação de glutamato
observada no grupo exposto a 10% etanol pode nos indicar uma alteração no
funcionamento dos astrócitos que pode ou não estar relacionado com a
redução de GFAP.
Apoio Financeiro: Capes e CNPq.
54
28 Atualização neurohumoral da memória por mecanis mos de
reconsolidação
SIERRA, R. O.** , CASSINI, L. F. **, DE OLIVEIRA ALVARES, L. **,
SANTANA, F. **, CRESTANI, A. P. **, DURAN, J. M. **, BOOS, F. Z. *,
HAUBRICH, J. **, DUTRA, F. D. **, ZANONA, Q. K. **, QUILLFELDT, J.
A. Departamento de Biofisica - UFRGS
Resumo
Objetivos
Sob certas circunstâncias, a evocação pode tornar uma memória lábil. Essa
memória precisa de um período de estabilização para persistir, processo
chamado de reconsolidação. Durante a reconsolidação é possível atualizar a
memória com novas informações. Para se estudar a atualização utilizam-se
pequenas mudanças ambientais a serem incorporadas na memória original.
Nossa hipótese é de que, além de atualizar características ambientais, também
é possível atualizar-se características endógenas ou neurohumorias da
memória.
Métodos
158 ratos machos Wistar (250-350g) foram treinados em um protocolo de
condicionamento aversivo ao contexto (CAC; choque padrão 0,7mA ou fraco
0,4mA) no dia 1. No dia 2, 18h antes da sessão de reativação, o grupo
experimental teve restrito seu acesso à água, enquanto que o grupo controle
não teve restrição nenhuma. No dia 3, ambos grupos foram reexpostos à caixa
do CAC durante 3min, protocolo padronizado no nosso laboratório para
reativação da memória. Seis horas após a reativação, o grupo em restrição
voltou a ter livre acesso à água. No dia 4, todos os animais foram testados
(Teste 1), sem restrição de água, durante 4 min. Seis horas após o Teste 1,
animais do grupo experimental foram colocados novamente em restrição
durante 18h. No dia 5, os grupos foram testados novamente (Teste 2), nas
mesmas condições que na reativação. Para sabermos se essa atualização
correspondia a um processo de reconsolidação, administramos Nimodipina
(16mg/kg; S.C.) antes da reativação. Além do contexto de condicionamento
55
foram utilizados dois outros (AB e C), e o treinamento com choque fraco visava
avaliar a função da atualização da memória na evocação.
Resultados
Ratos reativados com restrição, e testados sem, apresentam uma diminuição
significativa do tempo de congelamento em comparação com o grupo controle
(n=12; P = 0,044), efeito que não se verifica quando os animais são testados
novamente sob restrição. Ratos em restrição sem a sessão de reativação não
diferem dos controles durante o teste. A Nimodipina reverteu os efeitos da
restrição no teste 1 (n=36; F(1,32)= 5,075, P= 0,031). Nos contextos AB e C
nenhuma diferença foi encontrada. No treino com o choque fraco, ratos em
restrição durante a reativação e o teste apresentam maior congelamento que
os controles (n=20; P = 0,031).
Conclusão
Nossos experimentos indicam que a memória pode ser atualizada por eventos
que alterem o estado neurohumoral. Os efeitos desses eventos sobre a
memória parecem ser mediados por um processo de reconsolidação e podem
variar conforme a intensidade do treino e as condições nas quais a memória é
evocada. Uma possível interpretação desses resultados é que durante a
reativação em condições de restrição estabelece-se uma dependência de
estado, ou seja, as mudanças produzidas pela restrição são incorporadas à
memória, e a presença dessas condições passam a ser necessárias para uma
adequada evocação. Os resultados poderiam estar associados ao aumento de
angiotensina ll no hipocampo dorsal gerada pela restrição.
Apoio Financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior/CAPES.
56
29 Diferenças entre camundongos C57BL6 e suíços a lbinos na
realização da tarefa de relocação de objetos.
Autores: 2Giordano G. Viola; 1Paula G. Dias *; 2André Colla**; 1Sabrina Y. I.
Minatelli*; 3 Camila Zanella*; 1,2Ana L. S. Rodrigues;
1Laboratório de Neurobiologia da depressão, Departamento de Bioquímica,
UFSC, Florianópolis, SC.
2 Programa de Pós-graduação Neurociências, CCB, UFSC
3 Universidade Regional Integrada, Erechim, RS.
Palavras-chave: camundongos Suíços, C57BL/6, etologia, relocação de
objetos.
OBJETIVOS: A manutenção de animais em cativeiro para
experimentação gera espécimes com encéfalo reduzido e uma diminuição da
capacidade cognitiva quando comparados com congêneres selvagens. A
seleção artificial por diversas gerações produz alterações comportamentais nos
indivíduos, como por exemplo, o surgimento de linhagens mais dóceis. Por
outro lado, trabalhos demonstram que a condição padrão de laboratório não
produz uma uniformidade na realização de tarefas comportamentais tanto em
ratos quanto em camundongos. É conhecido que roedores são capazes de
formar memória espacial sobre os locais onde vivem e que esta é utilizada para
obtenção de alimentos e fuga de possíveis predadores. Sendo assim, o
objetivo deste trabalho é avaliar diferenças comportamentais na tarefa de
relocação de objeto (TRO) nas linhagens de camundongos Suíço e C57BL/6.
MÉTODOS: Os camundongos Suíço (n=10) e C57BL/6 (n=8) machos
foram criados em condição padrão de biotério. Com 90 dias, os animais
realizaram a TRO. Para tanto, foram expostos ao teste do campo aberto (10
min) e reexpostos 24 horas após. Depois de 24 horas foram expostos à sessão
de treino e no dia seguinte (24 horas), os animais foram colocados na sessão
de teste. A análise estatistica atraves de ANOVA de medidas repetidas para
TRO. Protocolos CEUA nº 478 e 446.
RESULTADOS: Na TRO, a razão de discriminação indica que os
camundongos Suíços não foram capazes de discriminar o objeto relocado: 0,49
± 0,01 vs 0,51 ± 0,02 enquanto os C57BL6/J discriminaram 0,53 ± 0,01 vs 0,62
± 0,04. O tempo de exploração total foi diminuído do treino para o teste, no
57
Suíço de 61,59 ± 9,621 para 21,59 ± 1,779 (N=9) enquanto não há diferença na
linhagem C57BL/6 de 15,40 ± 2,819 (N=8) para 10,34 ± 1,263 (N=8).
CONCLUSÃO: A linhagem C57BL/6 apresenta capacidade mnemônica
na TRO, enquanto a Suíço não. A C57BL/6 despende menos tempo
explorando os objetos. Entretanto, à diminuição de exploração total no treino
indica um possível aprendizado do camundongo Suíço.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq.
58
30 AVALIAÇÃO DA RESPOSTA AO ESTRESSE DO RETÍCULO
ENDOPLASMÁTICO EM LINFÓCITOS DE PACIENTES COM TRANS TORNO
BIPOLAR
André V. C. Paz*1,2, Bianca Pfaffenseller1,2,3, Bianca Wollenhaupt de Aguiar1,2,3,
Gabriel Rodrigo Fries1,2,3, Gabriela Delevati Colpo1,2, Renan Kubiachi Burque1,2,
Giovana Bristot1,2, Pâmela Ferrari1,2, Keila Mendes Ceresér1,2, Fábio Klamt1,3,4,
Flávio Kapczinski1,2,5
1Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Translacional em Medicina
(INCT), Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil2Programa de Transtorno Bipolar e Laboratório de Psiquiatria Molecular,
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil3Departamento de Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, RS, Brasil4Rede Gaúcha de Estresse Oxidativo e Sinalização Celular (FAPERGS), Porto
Alegre, RS, Brasil5Departamento de Medicina Legal e Psiquiatria, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: O Transtorno Bipolar (TB) é uma doença psiquiátrica crônica e
grave que tem sido relacionada com várias disfunções celulares, tais como
uma resposta prejudicada ao estresse do retículo endoplasmático (RE).
Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta ao estresse do RE
(Unfolded Protein Response - UPR) e a morte celular induzida por este
processo celular em linfócitos de pacientes com TB e indivíduos saudáveis,
avaliando sua relação com os estágios da doença. Métodos: Linfócitos de 30
pacientes bipolares e 32 controles pareados por sexo e idade foram tratados
com tunicamicina (TU), um indutor do estresse do RE, por 12h ou 24h, com o
objetivo de mensurar os níveis de proteínas relacionadas à UPR (GRP78,
eIF2α-P e CHOP) por citometria de fluxo, e por 48h para analisar a morte
celular induzida pelo estresse do RE. O efeito do lítio sobre estes parâmetros
na cultura celular também foi avaliado. Este protocolo foi aprovado pelo comitê
59
de ética do HCPA (projeto 10-091) e todos os participantes assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido antes da inclusão no estudo. Resultados:
No grupo controle, observamos a indução de GRP78 e eIF2α-P pela TU após
12h e 24h e de CHOP após 24h, não havendo indução nos pacientes. Os
pacientes eutímicos em estágio inicial da doença tiveram uma melhor UPR
quando comparados aos pacientes em estágios avançados, apresentando
níveis de GRP78 e eIF2α-P semelhantes aos controles após 12h de tratamento
com TU. A morte celular induzida por TU foi maior nos pacientes bipolares em
relação aos controles. O lítio não induziu diferenças na expressão das
proteínas avaliadas, entretanto levou a uma diminuição pequena, mas
estatisticamente significativa, na morte celular. Conclusão: Este estudo reforça
os resultados anteriores sobre a disfunção UPR no TB. Essa disfunção no RE
pode estar associada com a diminuição da resiliência celular nos pacientes,
contribuindo, em última análise, para a progressão da doença.
Apoio financeiro: CNPq INCT-TM (573671/2008-7), FINEP / IBN-Net
(01060842-00), PRONEX / FAPERGS (1000274), FAPERGS (1009613/PqG
2010-6) e FIPE-HCPA (10-0191).
60
31 MORTE CELULAR POR AUTOFAGIA EM RATOS NEONATOS
SUBMETIDOS À HIPÓXIA-ISQUEMIA: CONTRIBUIÇÃO DO DIMO RFISMO
SEXUAL
Weis, S.N. a**, Toniazzo, A.P. a**, Ander, B.P. b, Zhan, X. b, Careaga, M. b,
Ashwood, P. b,c, Sharp, F.R. b, Wyse, A.T.S. a, Netto, C.A. a
aPrograma de Pós-Graduação em Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da
Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS, Brazil.bDepartment of Neurology and the Medical Investigation of Neurodevelopmental
Disordes (M.I.N.D.) Institute, UC Davis Health System, Sacramento, CA, USA.cDepartment of Microbiology & Immunology, UC Davis Health System,
Sacramento, CA, USA
Introdução: A autofagia é um processo catabólico que tem por objetivo regular
a renovação dos constituintes celulares, pela degradação de proteínas e
organelas, através da via autofagossomo/lisossomo. A autofagia é importante
para manter a homeostase e serve como um mecanismo de adaptação quando
há uma baixa disponibilidade de nutrientes. O dano encefálico induzido pela
hipóxia-isquemia (HI) neonatal causa morte celular dependente e independente
da ativação das caspases além de ativar o processo de autofagia. Objetivo: O
objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do processo de autofagia no
hipocampo de ratos neonatos submetidos à HI neonatal e determinar as
possíveis diferenças sexo-específicas destas alterações. Metodologia: Aos 7
dias de vida pós-natal os neonatos foram submetidos à oclusão da artéria
carótida comum direita (isquemia unilateral) e em seguida foram expostos a
uma atmosfera hipóxica (8% O2) por 90 minutos. Os animais controles foram
submetidos ao procedimento cirúrgico sem oclusão da artéria carótida e sem a
exposição à hipóxia. Dezoito horas após a HI, amostras de hipocampo foram
obtidas para a avaliação do conteúdo de autolisossomos e lisossomos
intracelulares, quantificação das proteínas LC3B e beclina e atividade das
caspases 3/7. Resultados: Não foram encontradas alterações nos níveis de
LC3B. Essa ausência de efeito na expressão da proteína LC3B poderia ser
explicada pela rápida degradação desta pela via lisossomal que pode ocorrer
sob condições severas de dano, levando à rápida degradação e turnover do
61
LC3B. Surpreendentemente, somente os machos submetidos à HI
responderam à ativação da autofagia uma vez que o número de
autolisossomos nas fêmeas apresentava-se elevado per se tanto nos animais
controle quanto nos HI. Este efeito pode representar um mecanismo intrínseco
de proteção por renovação celular presente nas fêmeas. Em ambos os casos,
entretanto, a indução da autofagia pode ter sido tão intensa a ponto de
comprometer a viabilidade celular levando as células a entrar em processo de
apoptose, uma vez que machos e fêmeas apresentaram aumento da atividade
das caspases. Conclusão: A HI ativou o processo de autofagia o qual se
apresentou de forma distinta em machos e fêmeas, entretanto, essa ativação
invariavelmente poderia levar à morte celular quando os animais são
submetidos à HI neonatal por mostrar-se incapaz de restabelecer a
homeostase através do turnover celular. Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.
62
32 ATIVIDADE DOS RECEPTORES CB1 NA EXTINÇÃO DE UMA
MEMÓRIA AVERSIVA NO HIPOCAMPO E CÓRTEX INFRALÍMBICO
Santana, F.°*, De Oliveira Alvares, L. °*, Duran, J .M. °*, Zanona, Q.K.°*, Sierra,
R.O.°*, Cassini, L.F.°*, Crestani A.P.°*, Boos, F.Z .°, Haubrich, J.°*, Dutra,
F.D.°*, Quillfeldt, J.A.°*
°LPBNC, Depto Biofísica, IB & * PPG Neurociências, ICBS, UFRGS, Porto
Alegre, RS
Objetivos: O sistema endocanabinóide tem um papel modulador retrógrado
sobre a atividade neural excitatória e inibitória no sistema nervoso central e
periférico. Os receptores canabinóides CB1 têm uma alta concentração em
áreas importantes na modulação da memória, como no hipocampo -
responsável pelo componente contextual, e no córtex infralímbico, envolvido na
manutenção da extinção. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da
microinfusão do agonista do receptor CB1 - CP55,940 - no hipocampo dorsal
ou no córtex infralímbico sobre processo de extinção de uma memória
aversiva.
Métodos: Foram utilizados ratos 57 Wistar machos adultos com idade igual ou
superior a 60 dias (pesos entre 250 e 350 g). Os animais foram canulados
bilateralmente no hipocampo dorsal ou no córtex infralímbico e treinados na
tarefa de condicionamento aversivo ao contexto (2 choques 0,7mA/2s). Após
48h, os animais passaram por uma sessão de reativação da memória de longa
duração (30min), apropriada para desencadear a extinção de memórias
previamente aprendidas. 15min após essa reexposição, os animais foram
infundidos bilateralmente no hipocampo ou no córtex infralímbico com veículo
ou CP55,940 (5µg/µl). Testes foram realizados 24h (teste I) e 7 dias (teste II)
depois, registrando-se o tempo de congelamento dos animais durante 4min. A
análise estatística utilizada foi ANOVA de uma via com teste post hoc de Post
Hoc Student-Newman-Keuls para um nível de significância de 0,05.
Resultados: No hipocampo dorsal não houve diferença significativa na sessão
de teste I (F(2,27)= 0,021; P=0,591) entre os grupos droga (15%±6, n=10) e
controle (11%±3, n=9), o mesmo tendo se verificado no teste II (P=0,618). Já
no córtex infra-límbico a infusão do CP55,940 apresentou diferença significativa
na sessão de teste I (F(2,26)=; P=0,000), entre os grupos droga (44%±6,
63
n=10) e controle (18%±5, n=9, Tukey P<0,001), mas não no teste II (F(2,18)=
0,463; P=0,637), entre os grupos droga (39%±6) e controle (34%±7).
Conclusão: A ativação exógena dos receptores CB1 pelo CP55,940 no córtex
infralímbico, mas não na área CA1 do hipocampo dorsal, foi capaz de inibir a
extinção dessa memória aversiva contextual num teste feito 1 dia após a
reativação, mas o efeito foi temporário, não se estendendo ao 7o dia. Esse
efeito disruptor corrobora a conhecida participação dessa região cortical na
modulação da extinção, porém sugere um papel menos duradouro das ações
do subsistema CB1, pelo menos sob a ação de um agente artificial exógeno
como a CP55.940, que age independentemente dos níveis locais de
endocanabinóides. Em trabalhos anteriores de nosso grupo, encontramos um
efeito facilitatório da anadamida intrahipocampal em baixas concentrações,
porém a tarefa era diferente (esquiva inibitória) e este lipídio, um ligante muito
inespecífico. Assim, a CP55,940 tem um perfil de ação farmacológico bem
diferente do da anandamida, porém ficou demonstrada a participação da
modulação canabinóide do córtex infralímbico dessa tarefa comportamental.
Apoio Financeiro: FINEP, CAPES, CNPQ, FAPERGS e IFS
64
33 Efeito amnéstico do agonista canabinóide exóge no, CP55.940, na
reconsolidação de memória aversiva ao contexto infu ndido no
Hipocampo e no Córtex Infralímbico de ratos
ZANONA, Q. K.**, SANTANA, F.**, DE OLIVEIRA ALVARES, L.**, SIERRA, R.
O.**, CASSINI, L. F.**, CRESTANI, A. P.**, BOOS, F. Z. *, DURAN, J. M.**,
HAUBRICH, J.**, DUTRA, F. D.**, QUILLFELDT, J. A. UFRGS, Porto Alegre.
Objetivos
A evocação pode induzir a desestabilização da memória, necessitando a
mesma ser reconsolidada para persistir. Evidências anteriores sugerem que os
receptores de endocanabinóides estão envolvidos com a labilização e posterior
reconsolidação da memória: o agonista anandamida pouco seletivo, que é
facilitador pós-treino no hipocampo foi amnéstico pós-reativação. O objetivo
deste trabalho foi estudar os efeitos da microinfusão do agonista canabinóide
CP55.940 no hipocampo dorsal ou no córtex infralímbico sobre o processo da
reconsolidação da memória.
Métodos
Ratos Wistar machos adultos (270 e 320 g) foram treinados na tarefa de
condicionamento aversivo ao contexto (2 choques 0,7mA/2s). Após 48h, os
animais passaram por uma sessão de reativação da memória por 3min, tendo
sido infundidos bilateralmente no hipocampo (Ns = 6 a 8) ou no córtex
infralímbico (Ns = 8 a 10) com veículo ou CP55.940 (5µg/µl) 15min após a
sessão reativação. Depois de 24h (teste I) e 7 dias (teste II) registrou-se o % de
tempo de congelamento dos animais durante 4min. A análise estatística
utilizada foi ANOVA de uma via com teste post hoc de Student-Newman-
Keuls para um nível de significância de 0,05.
Resultados
No hipocampo dorsal houve diferença significativa na sessão de teste I
(P=0,026) entre os grupos droga (17,4% ± 5,2) e controle (45,8% ±
5,0; Tukey P=0,020), o mesmo se dando no teste II (P=0,039) entre os grupos
droga (9,4% ± 3,8) e controle (42,0% ± 6,7; Tukey P=0,050). A infusão do
CP55,940 no córtex infra-límbico apresentou diferença significativa na sessão
de teste I (P=0,003), entre os grupos droga (18,7% ± 4,5) e controle (50,4% ±
65
7,3; P=0,020), e também no teste II (P=0,002), entre os grupos droga (12,7% ±
3,0) e controle (42,5% ± 8,0; P =0,003).
Conclusão
A ativação dos receptores de canabinóide pelo CP55.940, tanto no córtex
infralímbico, quanto no hipocampo dorsal, promoveu um efeito amnéstico na
reconsolidação da memória desta tarefa aversiva. Além disso, anandamida
intrahipocampal também provocou um efeito amnéstico na reconsolidação da
memória na esquiva inibitória, o que corrobora com os nossos resultados.
Levando em consideração esses aspectos, a infusão de CP55.940 nestas duas
estruturas foi capaz de modificar um traço de memória recém-reativado que se
encontrava lábil devido ao processo de reconsolidação, que sabemos ser
iniciado após uma reexposição ao contexto com essa exata duração de 3
minutos (Neurobiol Learn Mem. 90(1):1-9, 2008), um achado totalmente novo,
especialmente com relação ao córtex infralímbico. Por fim, mostrou-se que tal
modificação é duradoura, já que persistiu até pelo menos 7 dias após a
reativação.
Apoio Financeiro: FINEP, CAPES, CNPQ e FAPERGS
66
34 EFEITOS DE DIFERENTES PROPORÇÕES DE ÁCIDOS GRAXOS
POLIINSATURADOS NA DIETA CETOGÊNICA NO METABOLISMO
BIOQUÍMICO PERIFÉRICO E NEUROGLIAIL EM RATOS WISTAR
Leticia Dapont Toniolli*, Adriana Fernanda Kuckartz Vizuete**, Daniela Fraga
de Souza**, Cristiane Batassini**, Márcio Ferreira Dutra**, Ana Paula Costa**,
Carlos Alberto Saraiva Gonçalves.
Introdução: A dieta cetogênica é empregada como tratamento em casos de
epilepsia refratária. Durante a ingestão da dieta ocorrem adaptações no
metabolismo periférico e neuroglial, como a síntese de corpos cetônicos no
fígado e a substituição parcial da glicose por corpos cetônicos como fonte
energética no encéfalo. Entretanto, o mecanismo de neuroproteção da dieta
cetogênica na epilepsia não está bem esclarecido. Além disso, pouco se
discute sobre a qualidade dos lipídios constituintes da dieta assim como a
proporção ideal de ácidos graxos poliinsaturados (ômega-3).
Objetivo: Este trabalho visou padronizar dietas cetogênicas com diferentes
composições em ácidos graxos poliinsaturados e avaliar seus efeitos no
metabolismo periférico e neuroglial a fim de compreender seu mecanismo de
ação e seus diferentes efeitos.
Métodos: Para tanto, 10 ratos machos Wistar de 30 dias foram submetidos há
8 semanas de tratamento com diferentes dietas: 1) dieta controle (C), 2) dieta
cetogênica usual (u-DC) e 3) dieta cetogênica com aumento na composição de
ômega-3 (w3-DC). Ao término do tratamento, os ratos foram mortos 8h pós-
jejum para avaliação sérica de marcadores bioquímicos e do imunoconteúdo de
BDNF e da proteína S100B nas estruturas do hipocampo e estriado. No líquido
cefalorraquidiano (LCR) foi avaliado o conteúdo de corpos cetônicos e S100B.
Os dados estão expressos em média ± E.P. e foram analisados através de
ANOVA de uma via seguido de teste post hoc de Tukey (p < 0,05).
Resultados: No soro, observou-se níveis elevados de corpos cetônicos em
ambas as dietas cetogênicas (C= 0,14 ± 0,01; u-DC=0,25 ± 0,04 ; w3-DC=
0,29 ± 0,04 ), redução de uréia apenas na u-DC (C= 4,84 ± 0,18; u-DC=3,94 ±
0,29; w3-DC= 4,08 ± 0,23 ), e não houve diferença na glicemia dos ratos nos
diferentes tratamentos (C= 7,0 ± 0,66; u-DC=7,89 ± 0,40; w3-DC= 8,18 ± 0,59).
Não houve diferença do conteúdo de S100B no hipocampo entre as diferentes
dietas. No estriado, entretanto, houve diferença somente entre as dietas
67
cetogênicas (C= 0,46 ± 0,06; u-DC=0,54 ± 0,05; w3-DC= 0,38 ± 0,04 ). A
expressão de BDNF foi reduzida por ambas dietas cetogenicas somente no
estriado (C= 0,17 ± 0,03; u-DC=0,06± 0,02; w3-DC= 0,08± 0,01 ). No LCR, os
níveis de β-hidroxibutirato (C= 1,54 ± 0,41; u-DC= 0,51 ± 0,02; w3-DC= 0,06 ±
0,01). e S100B (C= 1,54 ± 0,41; u-DC= 0,51 ± 0,10; w3-DC= 0,46 ± 0,11).
foram reduzidos somente nos animais cetogênicos.
Conclusões: As diferentes dietas cetogênicas promoveram alterações no
metabolismo periférico tornando-o cetogênico. Entretanto, seu efeito quanto ao
BDNF mostrou-se tecido-especifico.
Apoio financeiro: CNPq e CAPES.
68
35 ESTRATÉGIAS COMPORTAMENTAL E FARMACOLÓGICA
ENFRAQUECEM MEMÓRIA TRAUMÁTICA
Boos, F.Z.*, de Oliveira Alvares, L., Sierra, R.O.* *, Crestani A.P.**, Dutra,
F.D.**, Cassini, L.F.**, Santana F.**, Haubrich, J. **, Zanona, Q.K.**, Duran
J.M.**, Quillfeldt, J.A.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Al egre/RS
Introdução: Memórias podem ser alteradas ao longo do tempo, desde que
sejam evocadas e que ocorra o processo de labilização ou desestruturação das
mesmas. Memórias muito fortes, como traumas, são mais resistentes à
labilização e a alterações. Nesse trabalho, desenvolvemos um modelo de
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em ratos com o objetivo de
investigar a influência de ferramentas comportamentais e farmacológicas na
facilitação da labilização da memória traumática para que a mesma possa ser
atenuada através da inibição de sua reconsolidação. Métodos: Foram
utilizados ratos Wistar machos (60 dias, 270-320g) em um protocolo de TEPT,
que consistiu em uma caixa dividida em dois compartimentos, o claro (seguro)
e o outro escuro (com choques). Cada animal permaneceu 2 min no
compartimento seguro, quando a divisória entre os compartimentos foi
suspensa apenas para o animal passar para o compartimento escuro. Ali,
recebeu 20 choques de 1mA/s. Sete dias depois, os ratos foram reexpostos ao
compartimento claro durante 3min (reativação da memória) e divididos em 4
grupos [nome do grupo] conforme o tratamento: (a) administração de salina
logo após a reativação [controle reativado, n=10], (b) administração de
Midazolam (3mg/Kg) i.p. logo após a reativação [MDZ, n=11], (c) exploração de
campo aberto (habituação) por 20 min, 1h antes da reativação com
administração de Midazolam logo após a reativação [hab+MDZ, n=10], e (d)
adição de uma novidade (essência de baunilha) ao contexto de reexposição
com injeção de Midazolam imediatamente depois da reativação [nov+MDZ,
n=10]. Sete dias após a reativação, a resposta de medo dos animais foi
avaliada durante 4 min no contexto (claro). Já havíamos demonstrado que o
Midazolam pós-reativação era capaz de inibir a reconsolidação. Resultados:
Na sessão de teste houve diferença significativa na resposta de medo entre os
grupos (F(3,37)=3,504; P=0,024, ANOVA de uma via), sendo que somente o
69
grupo hab+MDZ apresentou uma diminuição na resposta de medo (P=0,007,
post hoc SNK) em relação ao grupo controle. Conclusões: Acredita-se que a
função biológica do processo de labilização-reconsolidação de uma memória
seja a atualização da mesma. A memória traumática apenas conseguiu ser
labilizada e atenuada com a ação conjunta de uma estratégia comportamental
(exposição ao campo aberto antes da reativação no contexto idêntico) e
farmacológica (administração de Midazolam). Esses resultados sugerem que
mesmo uma memória traumática pode ser alterada através da reconsolidação,
desde que se utilize a estratégia adequada para a desestabilização da mesma.
Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico/CNPq, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior/CAPES, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio
Grande do Sul/FAPERGS e Financiadora de Estudos e Projetos/FINEP.
70
36 AÇÕES DO TAMOXIFENO SOBRE PARÂMETROS OXIDATIVOS EM
CÉREBRO DE RATAS OVARIECTOMIZADAS - EFEITOS AGONIST A E
ANTAGONISTA DE ESTRÓGENO .
Lampert C.**; Arcego, D. M.**; Krolow, R.**; Noschang, C.**; Laureano D. P.**;
Lima, I.F.* ; Diehl, L.A.**; Dalmaz C.; Pettenuzzo, L.F.**; Vendite, D.
**Laboratório de neurobiologia do estresse, Departamento de Bioquímica –
UFRGS. Porto Alegre/RS.
Introdução: A terapia de reposição hormonal é normalmente usada para
minimizar alterações físicas e psicológicas associadas à menopausa. No
entanto, esta terapia provoca um aumento na incidência de câncer da mama.
Por outro lado, o tamoxifeno é um modulador seletivo do receptor de estrógeno
amplamente utilizado no tratamento do câncer de mama e pode ter atividade
estrogênica ou antiestrogênica dependendo do tecido. No cérebro ainda não
esta bem claro se o tamoxifeno funciona como agonista ou antagonista de
estrógeno, além disso já se sabe que os estrógenos podem modular as
enzimas antioxidantes, mas não se conhece os efeitos do tamoxifeno nesse
contexto. Portanto, o objetivo do presente estudo é investigar os efeitos do
tratamento crônico com tamoxifeno (TAM), estradiol (E) e E+TAM sobre as
atividades das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), glutationa
peroxidase (GPX) e catalase (CAT) no cérebro de ratas ovariectomizadas.
Também, avaliar a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS).
Métodos: Cinquenta ratas Wistar, 60-75 dias de idade, foram ovariectomizadas
e após 14 dias foram injetados (ip.) com: estradiol (E), TAM e E + TAM durante
30 dias. Os grupos controles (SHAM e OVX) foram injetados com veículo.
Depois do tratamento, as ratas foram sacrificadas por decapitação, o
hipotálamo, hipocampo e estriado foram removidos e posteriormente foram
realizadas as análises das enzimas antioxidantes e ROS. Resultados: Os
grupos E, TAM e E+TAM apresentaram um aumento na atividade da SOD no
hipocampo e no hipotálamo e diminuição da atividade dessa enzima no
estriado. A atividade da GPX foi diminuída pelo TAM e estradiol no hipocampo,
no entanto, no hipotálamo apenas no grupo E+TAM que a atividade da GPX foi
menor. Estradiol reduziu a atividade da CAT no hipocampo e no hipotálamo e
TAM aumentou esta atividade no estriado. Nos grupos TAM, E e E+TAM os
71
níveis de ROS foram aumentados no hipotálamo. Conclusão: Os efeitos do
TAM sobre o perfil oxidativo foi dependente da estrutura cerebral analisada.
TAM atua como agonista de estrógeno sobre a atividade da SOD e GPX no
hipotálamo, hipocampo e estriado. No entanto, o efeito do TAM sobre a
atividade da CAT é possivelmente independente de receptor de estrógeno.
Estes resultados sugerem que TAM é capaz de agir como agonista de
estrógeno sobre o sistema antioxidante enzimático no cérebro.
Apoio financeiro: CAPES e CNPq.
72
37 EFEITO DA EPIGALOCATEQUINAGALATO EM MODELO ANIM AL DA
DOENÇA DE PARKINSON INDUZIDA POR 6-HIDROXIDOPAMINA
SORRENTINO, J. M.*(1); ABIB, R. T.** (1); BATASSINI, C.** (1);DUTRA, M. F.**(1);BORSOI, M.** (1);LAZZARETTI, C.** (1);SILVESTRIN, R. B.**
(1);GONÇALVES, C. A(1); MELLO E SOUZA, T(1).; GOTTFRIED, C(1).
(1)Departamento de Bioquímica, UFRGS (Porto Alegre-RS)
Objetivos: A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela perda de
neurônios dopaminérgicos na substância negra (SN) e consequente depleção
de dopamina estriatal. Os tratamentos atualmente disponíveis minimizam os
sintomas, mas não impedem a progressão da doença, reforçando a
importância da pesquisa de novas terapias. O consumo de chá verde tem
mostrado inúmeros benefícios para a saúde, e isso têm sido atribuído ao seu
conteúdo de catequinas, especialmente a epigalocatequina galato (EGCG).
Neste estudo, o objetivo foi avaliar a possível ação neuroprotetora do EGCG
em um modelo animal da DP induzida por 6 hidroxidopamina (6-OHDA).
Métodos: foram ministradas doses únicas de 10mg/kg intraperitoneais de
EGCG ou solução salina (NaCl 0,9%) em ratos machos Wistar (110-150 dias
de idade) durante sete dias. Ao quarto dia de tratamento, os animais
receberam três infusões cirúrgicas de 6-OHDA (6µL, 21 µg) ou de veículo
(NaCl a 0,9% + ácido ascórbico 0,2%, sham) no estriado direito. Os animais
foram divididos aleatoriamente em quatro grupos: (a) solução salina+ sham, (b)
salina+6-OHDA; (c) EGCG+sham; (d) EGCG+6-OHDA. A avaliação do
comportamento rotacional induzido pelo metilfenidato (40 mg/kg, 4 mg/mL) foi
realizado 30 dias após a cirurgia. Sessenta dias após a cirurgia, realizou-se
imunohistoquímica anti-tirosina hidroxilase (TH) cuja finalidade de identificar
células TH positivas na SN. Foi utilizado o software Scion Image para a
quantificação de neurônios TH-nigral positivos na SN de ambos os hemisférios.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa local (número
19.553). A análise estatística foi realizada utilizando ANOVA de duas vias
seguido pelo teste post-hoc de Duncan, considerando P <0,05. Resultados:
houve aumento do número de rotações ipsolaterais em animais lesionados com
6-OHDA [efeito fator lesão, F (3,16) = 10,44, p = 0,002], confirmando a indução
do modelo. No entanto, não houve diferença significativa no número de
73
rotações entre os dois grupos [efeito fator tratamento; F (3,18) = 1,77, p = 0,19]
(n = 13, 9, 10, 11 nos grupos salina+sham, EGCG+sham, salina+6-OHDA e
EGCG+6-OHDA, respectivamente). Os animais tratados com EGCG
apresentaram menor redução no imunoconteúdo de TH, comparado com os
animais tratados com solução salina [efeitofator tratamento; F (1,10) = 11, p =
0,007]. (N = 2, 4, 4, 4 dos animais sham+soro fisiológico, EGCG + placebo,
solução salina+6-OHDA e EGCG+6-OHDA, respectivamente). Conclusões:
estes resultados preliminares sugerem que EGCG pode exercer um efeito
neuroprotetor neste modelo de PD, uma vez que encontramos uma menor
diminuição no número de células positivas para TH em EGCG animais tratados
quando comparados com os controle. No entanto, EGCG não mostrou um
efeito benéfico sobre o comportamento motor. Apoio financeiro: CNPq,
CAPES e FAPERGS.
74
38 MEDITAÇÃO, EMOÇÃO E COGNIÇÃO: ENSAIO CONTROLADO
RANDOMIZADO DE 6 SEMANAS COM UMA AMOSTRA NÃO CLÍNIC A
Carolina B. Menezes1**, Mirtes Pereira2, Lisiane Bizarro1
1LPNeC, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2LABNEC,
Universidade Federal Fluminense, Niterói
Objetivo: Este ensaio avaliou o efeito de 6 semanas de meditação
concentrativa em variáveis emocionais e cognitivas usando uma tarefa de
discriminação com distratores emocionais, bem como escalas de autorrelato
em estudantes universitários (meditação=35; relaxamento progressivo=37; lista
de espera=28). Método: 120 imagens neutras e 120 emocionais - negativas e
ativadoras - (9 cm de altura x 12 cm de largura), flanqueadas por duas barras
periféricas (0,3 cm de largura x 3 cm de altura), equidistantes do centro da
figura (9 cm), foram igualmente e randomicamente distribuídas e apresentadas
em três blocos, um com baixa carga de atenção (B) e dois com alta carga (A).
Os participantes indicavam se as barras estavam paralelas, ou não,
pressionado um de dois botões. Nas condições B e A, respectivamente, as
barras diferiam com uma inclinação de 90º e 6º em metade das tentativas.
Cada tentativa começava com uma cruz de fixação (1500ms), seguida por uma
figura com barras (200ms). Após, um tabuleiro permanecia na tela até a
resposta ou por 2000ms. Resultados: Os principais resultados indicaram que
após o treino (meditação=26; relaxamento=24; controle=24), a meditação
mostrou a maior redução da interferência emocional na condição fácil
[F(2)=4,47, p=,01], diferindo significativamente do relaxamento [t(46)=2,69,
p=0,01]. Ademais, apenas a meditação reduziu significativamente a avaliação
da valência [t(23)=-3,0, p=,001] e da ativação das imagens [t(23)=3,69, p=,001],
e os escores de ansiedade-traço [t(25)=2,20, p=,03] e de afeto negativo
[t(25)=2,7, p=,01]. Ambos meditação e relaxamento aumentaram o afeto
positivo [t(25)=-2,7, p=<,001; t(23)=-3,7, p=,001] e reduziram os escores de
dificuldades de regulação das emoções [t(25)=2,1, p=,04; t(23)=2,2, p=,03].
Referente aos aspectos cognitivos, a análise da Teoria da Detecção de Sinal
mostrou uma interação significativa entre carga x tempo x grupo para o viés de
75
resposta [F(2,68)=4,02, p=,02]: meditação [t(23)=5,6, p=<,001] e relaxamento
[t(23)=3,6, p=,001] reduziram significativamente o viés comparado aos
controles [t(22)=1,0, p=,29] após o treino, na condição difícil. Também
observou-se um efeito dose-resposta no viés (p=,02), o qual foi
significativamente menor na meditação, aumentando linearmente no
relaxamento e no controle. Conclusão: Os resultados sugerem que meditação
e relaxamento podem ajudar no bem-estar emocional, mas que a meditação
parece exercer um efeito maior, especialmente na redução de aspectos
negativos e no controle cognitivo. Estes dados apoiam a ideia de que a
combinação entre um estado de relaxamento e o controle atencional
característica do treino meditativo podem ser particularmente úteis para a
regulação das emoções, assim como a associação entre meditação e
processos atencionais e de monitoramento.
Palavras-chave : meditação concentrativa, relaxamento progressivo,
interferência emocional, viés de resposta.
Apoio : CNPq
76
39 ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE OS TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE E SEUS ENDOFENÓTIPOS E O POLIMORFISMO DA REGIÃO
PROMOTORA DO GENE DO TRANSPORTADOR DE SEROTONINA (5 -
HTTLPR) EM ADOLESCENTES E SUAS FAMÍLIAS
Andressa Bortoluzzi 1,2**, Eduarda Dias da Rosa 2,3*, Carolina Blaya 3,5,
Giovanni Abrahão Salum 2,4**, Sandra Leistner-Segal 6, Gisele Gus Manfro
1,2,4
1 Programa de Pós-Graduação em Ciência Biológicas: Neurociências -
UFRGS; 2 Programa de Transtornos da Infância e Adol escência
(PROTAIA); 3 Graduação em Farmácia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS); 4 Programa de Pós-Graduação em Ciências
Médicas: Psiquiatria- UFRGS; 5 Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); 6 Serviço de Genéti ca Médica do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (SGM-HCPA)
Introdução: Os transtornos de ansiedade (TA) e os traços relacionados à
ansiedade, como o comportamento inibido (CI) e a evitação de danos (ED), são
prevalentes na infância e na adolescência e podem persistir na vida adulta. O
neurotransmissor serotonina (5-HT) possui um papel crítico no
desenvolvimento e na plasticidade do encéfalo. A existência de um
polimorfismo funcional na região promotora do gene do transportador de
serotonina (5-HTTLPR) tem relevância para estudos de associação na
psiquiatria.
Objetivos: Investigar a associação entre o 5-HTTLPR (bialélico e trialélico) e os
TA, CI e ED, em adolescentes ansiosos e não ansiosos e seus familiares.
Métodos: 225 adolescentes (129 casos e 96 controles para TA) e seus
familiares (200 mães, 66 pais e 34 irmãos) participaram do estudo. O
diagnóstico psiquiátrico resultou de entrevista clínica e do K-SADS-PL. A
escala TCI e uma adaptação da escala RSRI mensuraram, respectivamente, a
77
ED e o CI. O DNA salivar foi extraído de todos os participantes. Os genótipos
foram agrupados pelo nível de expressividade: baixo (SS, LGS, LGLG);
intermediário (LALG, LAS) e alto (LALA). A análise estatística foi realizada com
o software PLINK (α < 0.05).
Resultados: Não foi encontrada associação entre o 5-HTTLPR (bialélico e
trialélico) e os TA, CI e a ED, tanto no caso-controle quanto no estudo de
família.
Conclusões: Diante de resultados controversos descritos na literatura, estudos
de meta-análises são necessários para esclarecer a perda de associação entre
o 5-HTTLPR e as variáveis estudadas.
Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (FIPE-HCPA)
78
40 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ANIMAIS SUBMETIDO S À
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA POR UM CURTO PERÍODO
VITÓRIA, P.S.**1 SOARES, F.J.S.*1 ,SZCZEPANIAK, R.F.**1,BORK, C.*1,
COLLARES G.*1, BAINY, B.K.*1, SILVA, A.L., GAMARO, G.D.1.1Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.
INTRODUÇÃO: A atmosfera é constituída por vários tipos de gases e material
particulado (MP). O MP é constituído por uma mistura complexa
de componentes orgânicos e inorgânicos de tamanhos variados geralmente
invisíveis, mas, coletivamente podem aparecer como nuvens em suspensão
movimentadas pelos ventos. Vários estudos epidemiológicos têm relacionado
uma série de efeitos adversos à exposição ao MP nos sistemas respiratório,
cardio-vascular e reprodutivo. Porém pouco se sabe a respeito de alterações
neurocomportamentais frente à ação de poluentes. A ativação do eixo
hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) que regula e integra muitas funções
fisiológicas em resposta a estressores ambientais, resulta na secreção de
glicocorticóides, pelas glândulas supra-renais responsáveis por alterações
fisiológicas que incluem efeitos sobre o metabolismo intermediário, crescimento
e resposta inflamatória. A exposição a poluentes pode gerar alteração da
função das supra-renais com conseqüências relacionadas as capacidades
cognitivas e nas funções imunológicas. Além disso, existem estudos (ZANCHI,
et al 2009) demonstrando o envolvimento de sistemas de neurotransmissores
atuando na modulação de comportamentos. OBJETIVO: O objetivo desse
trabalho é avaliar os efeitos da exposição de curta duração ao MP
(representando a poluição de Pelotas) na tarefa comportamental: Labirinto em
Cruz-Elevado. METODOLOGIA: Foram utilizados ratos Wistar machos adultos,
oriundos do Biotério da UFPel. Os animais foram divididos em dois grupos:
animais expostos à poluição (n=5) e animais não expostos (n=5). Os animais
do grupo exposto à poluição foram colocados em um aquário hermeticamente
fechado (30x30x50) com bombeamento contínuo de ar externo, durante 5 dias,
4h/dia. Após o término da exposição, os ratos realizaram a tarefa de
comportamento Plus Maze. O equipamento é constituído por 2 braços abertos
(50 X 10 cm ) sem qualquer anteparo dispostos em oposição a outro e de 2
braços fechados (de mesma proporção com paredes de 40 cm de altura)
79
também opostos, formando uma cruz, com 50 cm de altura do chão (Rhoden e
Rhoden, 2006). Os animais foram colocados no centro do labirinto (no
cruzamento entre os braços), com a cabeça voltada para um dos braços
abertos e o comportamento foi avaliado por um período de 5 minutos para cada
animal. Concomitantemente a quantidade de partículas finas foi monitorada por
meio do aparelho Dust Track (Modelo 8520, TSI Incorporated, St. Paul, MN,
USA). RESULTADOS: Os animais expostos entraram maior número de vezes
nos braços abertos bem como permaneceram maior tempo nesses (Teste t P =
0,026 para tempo e P = 0,045 para entradas). CONCLUSÕES: Os resultados
sugerem que os animais expostos à poluição de Pelotas parecem ser menos
ansiosos que os não expostos. Porém tal fato pode ser devido a alguma
alteração nas vias sensoriais principalmente nas vias olfativas. Desta forma é
preciso estudar mais a respeito dessas interações APOIO FINANCEIRO:
CNPq
80
41 CARACTERIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL DE CULTURA DE
ASTRÓCITOS ADULTOS
Aline Boni*, Débora Guerini de Souza**, Bruna Bellaver*, Diogo Souza, André
Quincozes-Santos
Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – RS
Introdução: O cultivo de células do Sistema Nervoso Central é uma ferramenta
metodológica amplamente utilizada no estudo de propriedades celulares e
teciduais por inúmeros grupos de pesquisa ao redor do mundo. A maioria dos
protocolos utilizados faz uso de animais neonatos (geralmente ratos e
camundongos) para a obtenção das células. Neste estudo, propomos um
protocolo de obtenção de cultura de astrócitos corticais a partir de ratos Wistar
adultos de 90 dias, caracterizando-os morfofuncionalmente.
Materiais e Métodos: Os cérebros foram cuidadosamente dissecados e
lavados com Hank's Balanced Salt Solution (HBSS), pequenas fatias foram
retiradas da porção mais superficial do córtex e submetidas a dois processos
de digestão enzimática (tripsina e papaína), além de uma cuidadosa
dissociação mecânica com pipeta Pasteur. A suspensão de células resultante
foi contada em câmara de Neubauer e semeada numa quantidade de 300-500
mil células/cm2, em placas com poços de 15mm de diâmetro, contendo poli-L-
lisina. O meio de cultivo utilizado foi DMEM/F12 com 10% SFB nas primeiras
duas semanas e 20% na semana seguinte, sendo as células cultivadas em
incubadora umidificada a 37°C numa atmosfera conten do 5% CO2/95% ar.
Resultados: Após esse período, as células apresentaram morfologia poligonal
caracteristicamente astrocitária visualizada ao microscópio ótico (contraste de
fase) e intensa marcação para GFAP (Proteína Glial Fibrilar Ácida).
Funcionalmente, as células não apresentaram perda de integridade de
membrana, uma vez que não incorporaram o corante iodeto de propídio e
foram capazes de captar glutamato, uma das principais funções astrocitárias.
Conclusões: Assim, podemos concluir que o protocolo proposto foi efetivo
para gerar uma cultura funcional e caracteristicamente astrocitária, utilizando
ratos adultos, os quais já apresentam diferenciação celular e conexões
cerebrais estabelecidas. Nosso estudo apresenta uma importante metodologia
relacionada à cultura de células, onde poderemos avaliar importantes funções
81
astrocitárias em animais adultos sob condições normais ou patológicas. Outros
experimentos estão em andamento para seguir nesta investigação.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, INCTen
82
42 AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS GLIAIS EM CULTURA DE
ASTRÓCITOS DE RATOS WISTAR ADULTOS
Bruna Bellaver*, Débora Guerini de Souza**, Aline Boni*, Diogo Souza, André
Quincozes-Santos.
Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas da Saúde,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – RS
Introdução: O Sistema Nervoso Central (SNC) de mamíferos apresenta dois
principais grupos celulares: neurônios e astrócitos. Os astrócitos, células gliais
que representam aproximadamente 50% do número total de células do SNC,
estão envolvidos em um grande número de funções que garantem a
manutenção das condições fisiológicas do cérebro. Eles estão envolvidos na
homeostase iônica e de neurotransmissores, na defesa contra o estresse
oxidativo, na manutenção da barreira hematoencefálica e também garantem
suporte metabólico para os neurônios.
Objetivo: Nesse estudo utilizamos um protocolo de obtenção de cultura de
astrócitos corticais de ratos Wistar adultos (90 dias), e avaliamos se as células
respondem a estímulos externos como oxidantes, antioxidantes e condições
inflamatórias.
Materiais e Métodos : Para a elaboração da cultura, os cérebros foram
cuidadosamente dissecados e o córtex foi dissociado mecânica e
enzimaticamente. As células foram cultivadas em incubadora de CO2 (5% CO2,
95% ar), com DMEM/F12 (10% SFB) nas duas primeiras semanas e
DMEM/F12 (20% SFB) até atingirem a confluência. As células foram expostas
ao peróxido de hidrogênio (H2O2 - 50 and 100 µM) por 1, 3 e 6 h e ao
lipopolissacarídeo (LPS - 10 µg/ml) por 3 h. Buscando avaliar o efeito protetor
do resveratrol, realizamos um pré-tratamento de 1h antes da adição do H2O2
(50 µM/3 h). Utilizamos as seguintes técnicas: captação de glutamato, atividade
da enzima glutamina sintetase (GS), conteúdo de glutationa (GSH), ELISA,
DCFH-DA, e testes de viabilidade celular (MTT e Iodeto de propídeo).
Resultados: Dessa forma pudemos verificar que os astrócitos são suscetíveis
aos estímulos externos, comprometendo sua funcionalidade celular. A
exposição ao H2O2 foi capaz de reduzir a atividade glutamatérgica e as defesas
antioxidantes, enquanto que, o pré-tratamento com resveratrol apresentou
efeito protetor com menor dano oxidativo. Também, observamos que os
83
astrócitos são sensíveis à imunoestimulantes, como o LPS e o H2O2, devido ao
aumento de secreção da citocina TNFα.
Conclusão: Nosso estudo apresenta uma importante ferramenta metodológica
relacionada à cultura de células, onde avaliamos importantes funções
astrocitárias em animais adultos, tanto em condições fisiológicas quanto frente
a insultos celulares. Assim, astrócitos adultos cultivados in vitro apresentam
características mais similares ao cérebro adulto in vivo, e podem ser usados
para se obter respostas mais fidedignas aos estímulos aos quais serão
submetidos, principalmente relacionados a doenças neurodegenerativas e
neurotoxicidade, assim como, agentes neuroprotetores.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, INCTen
84
43 IMPLICAÇÕES NA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO DE FILHOT ES
MACHOS DE RATAS COM OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA DE
CAFETERIA NA TAREFA DE ESQUIVA INIBITÓRIA STEP-DOWN
Amanda Brondani Mucellini**a, Rafael Corrêa Caceres*a, Ana Carla de Araújo
da Cunha*a, Jéferson Ferraz Goularte**a, Grace Violeta Espinoza Pardo**a,
Patrícia Pelufo Silveirab, Gilberto Luiz Sanvittoa
aPrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia,
Departamento de Fisiologia, ICBS, UFRGS, Porto Alegre/RSbPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente,
FAMED e Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas:
Neurociências, ICBS, UFRGS, Porto Alegre/RS
Objetivos: Recentes investigações indicam que a obesidade se tornou a
principal causa de complicações na gestação e está também relacionada a
distúrbios na saúde da prole, incluindo déficits cognitivos. Neste estudo,
utilizou-se um modelo animal de obesidade, composto por alimentos altamente
palatáveis e calóricos, conhecido por Dieta de Cafeteria, e buscou-se avaliar o
desempenho de filhotes machos de ratas obesas na tarefa de esquiva inibitória
step-down, reconhecido modelo de avaliação da memória em roedores.
Métodos Ratas wistar com 21 dias foram divididas em grupo Controle (PAD,
n=20) com acesso a ração padrão e água ad libtum e grupo Cafeteria (CAF,
n=24) com acesso a ração padrão, água, alimentos hipercalóricos e
refrigerante ad libtum. Após quatro meses de experimento, quando na fase do
proestro e receptivas, as fêmeas foram expostas a macho sexualmente ativo.
Após verificação do tampão vaginal na manhã seguinte, foram consideradas
prenhas. Aos 21 dias após o parto, os filhotes machos foram desmamados,
pesados e divididos em grupo PAD-PAD (n=18), provenientes de mães PAD;
grupo PAD-CAF (n=22), provenientes de mães PAD; grupo CAF-PAD (n=25),
provenientes de mães CAF; grupo CAF-CAF (n=21), provenientes de mães
CAF. Semanalmente, foi avaliado o peso corporal dos filhotes. Metade dos
filhotes de cada grupo foi exposta à tarefa da esquiva inibitória step-down
quando púberes (aos 30 dias); a outra metade foi exposta quando adultos (aos
120 dias). A tarefa de esquiva inibitória era composta por 3 sessões: 1
(habituação de 5min); 2 (treino 24h após sessão 1, choque de 0,3mA, quando
púberes, ou de 0,7mA, quando adultos, durante 2seg quando descer com as 4
85
patas da plataforma); 3 (teste, 24h após sessão 2, observação até descer com
4 patas ou até 5min). Os dados foram analisados pela ANOVA de duas vias.
Em todos os casos um P de 0,05 foi considerado significativo. Resultados:
Houve diferença entre as latências de descida da plataforma no treino e no
teste, sendo maior no teste (P<0,0001), dentro de todos os grupos. Porém, os
tratamentos não influenciaram nos tempos (P=0,3122), tampouco houve
interação entre dia da observação e tratamento (P=0,5573), indicando que os
animais PAD-CAF, CAF-PAD e CAF-CAF não apresentaram qualquer
alteração na memória de longa duração em comparação ao PAD-PAD, tanto
aos 30 dias, quanto aos 120 dias. Não houve influência das dietas dos filhotes
e das mães nos tempos de latência no dia do teste, assim como não houve
influência da interação entre as elas, tanto na puberdade (P=0,7559; P=0,7683;
P=0,3630) quanto na idade adulta (P=0,5091; P=0,6546; P=0,1873),
respectivamente. Conclusões : Nas condições do presente estudo, a ingestão
de dieta de cafeteria, tanto dos filhotes, quanto das mães, não influenciou na
memória de longo prazo dos filhotes, além de não haver tido interação entre
dieta da mãe e do filhote. São necessários estudos com outros modelos de
tarefa de memória em roedores para poder elucidar esse efeito prejudicial da
obesidade na cognição descrito na literatura. Apoio Financeiro: CNPq e
PPGCB: Fisiologia
86
44 ESTUDO PRELIMINAR SOBRE OS EFEITOS DA RESTRIÇÃO DE
CRESCIMENTO INTRAUTERINO NO COMPORTAMENTO MATERNO E
ESTADO NEUROLÓGICO DO RECÉM-NASCIDO
ALVES MB**, REIS AR**, NUNES M**, GRUPO IVAPSA, GOLDANI MZ,
SILVEIRA PP
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil.
Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU) é uma condição que se
caracteriza quando o feto não atinge seu tamanho esperado para uma
determinada idade gestacional. É um problema complexo e comum na
obstetrícia moderna, que pode surgir como resultado de uma grande variedade
de fatores. Enquanto os desfechos metabólicos têm sido bem caracterizados
em indivíduos que nascem com esta condição, seus coincidentes prejuízos
neurocomportamentais têm recebido significativamente menor atenção.
Objetivos: Avaliar os efeitos da RCIU sobre o comportamento materno e o
desenvolvimento do sistema nervoso nos primeiros dias de vida.
Métodos: Fizeram parte deste estudo vinte e quatro pares mãe-bebê
participantes da coorte de nascimentos IVAPSA (Impacto das Variações no
Ambiente Perinatal sobre a Saúde do Recém-Nascido nos Primeiros Seis
Meses de Vida) realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Estes pares
foram caracterizados nos grupos Controle (n=17) e RCIU idiopático (n=10). O
comportamento materno foi analisado no 7° e 15° dia s pós-parto, através do
questionário auto-aplicável What Being the Parent of a Baby is Like – Revised
(WPL-R) traduzido e adaptado para o português. Este questionário contempla
medidas de avaliação, centralidade e mudança de vida das mães. Já o estado
neurológico do recém-nascido, foi acessado através do Escore de Capacidade
Neurológica e Adaptativa (NACS) no 7° dia pós-parto . Os dados foram
analisados através de ANOVA de medidas repetidas e teste T não-paramétrico.
Resultados : Bebês do grupo RCIU exibiram um papel mais central nos
pensamentos e ações de suas mães se comparados com os bebês do grupo
controle (efeito principal de grupo: F�1,18)= 5,57 p=0,03; efeito principal do
tempo: F�1,18)= 0,001 p>0,05; interação grupo/tempo: F�1,18)= 1,00 p>0,05).
Para o NACS, bebês do grupo RCIU apresentaram um escore
significativamente menor (33,75±0,64) quando comparados com o grupo
Controle (28,00±2,22), com p<0,05.
87
Conclusão: Embora seja um estudo preliminar, este trabalho indica que a
Restrição de Crescimento Intrauterino pode influenciar o comportamento
materno e também causar prejuízos ao estado neurológico do recém-nascido
pelo menos nas duas primeiras semanas de vida, um período tido como crítico
para o desenvolvimento do sistema nervoso. A continuidade deste estudo
epidemiológico, em conjunto com modelos animais de RCIU, pode ser de
grande interesse para avaliar a intensidade de seus efeitos e identificar os
mecanismos subjacentes que ligam a RCIU com desfechos
neurocomportamentais adversos.
Apoio financeiro: FIPE, CNPq and CAPES
88
45 Alta Frequencia de Cefaleia em Pacientes com Hi perprolactinemia
Centro de Neuroendocrinologia ISCMPA/UFCSPA
Klein AP, Fitarelli LD, Leães CGS, Pereira Lima JFS, Barea LM, Oliveira MC
Objetivo: A cefaleia é uma manifestação comum dos adenomas de hipófise,
particularmente dos prolactinomas. A participação neuroendocrinológica na
gênese da cefaleia nestes tumores tem sido fortemente sugerida, havendo
evidências de que a hiperprolactinemia contribua para o desenvolvimento de
dor, provavelmente por neuro-modulação sensorial. Dessa forma, tivemos
como objetivo avaliar a frequência e as características da cefaleia em pacientes
com hiperprolactinemia.
Métodos: Foram avaliados, através de questionário sobre cefaleia, 71
pacientes com diagnóstico prévio de hiperprolactinemia, 53 do sexo feminino
(74,6%), média de idade de 43 anos (variando de 16-85), média de tempo de
diagnóstico de 8,6 anos (0-37 anos) e de tempo de acompanhamento de 5,2
anos (0-23). Em relação à etiologia da hiperprolactinemia, 45,3% dos pacientes
apresentavam macroprolactinomas, 26,7% microprolactinomas e 27,9%
hiperprolactinemia por outras causas (medicamentosa ou idiopática). Foram
considerados patologia de base, valor sérico da prolactina na apresentação e,
naqueles com adenomas, o volume tumoral e presença de invasão,
documentadas através da ressonância magnética de hipófise. Nos pacientes
em tratamento ou após este, foi reavaliado o padrão da cefaleia.
Resultados: A prevalência geral de cefaleia nos pacientes com
hiperprolactinemia foi de 64,7% e o fenótipo de enxaqueca foi classificado na
maioria dos pacientes (70,9%), seguido de cefaleia tensional (14,5%). Dentre
as causas de hiperprolactinemia, macroprolactinomas invasivos foram os mais
associados à cefaleia (80%), seguido dos microprolactinomas (71,4%) e dos
macroprolactinomas não-invasivos (66,7%). Terapia com agonista
dopaminérgico foi instituída isoladamente em 47 pacientes (59,1%), sendo
cirurgia e radioterapia realizadas em 17 e 5 pacientes, respectivamente. Na
avaliação dos pacientes em tratamento com normoprolactinemia, 94,7%
referiam melhora da cefaleia (média de prolactina de 28,9ng/ml). Entre os
pacientes que permaneciam com hiperprolactinemia (média de 110,7ng/ml)
apesar do tratamento, 52,9% relatavam melhora da cefaleia.
89
Conclusões: Cefaleia foi um achado muito comum nos pacientes com
hiperprolactinemia (64,7%), especialmente em macroprolactinomas invasivos,
predominando o fenótipo de enxaqueca, ao contrário do que acontece na
população adulta em geral, quando a prevalecia de transtorno de cefaleia ativo
é de 46% para cefaleia em geral, 11% para a enxaqueca e 42% para cefaléia
do tipo tensional. O tratamento da hiperprolactinemia se associa a melhora dos
sintomas. Os mecanismos pelos quais a hiperprolactinemis modula tal tipo de
dor ainda não são conhecidos e merecem maiores estudos.
90
46 INFLUÊNCIA DA IDADE NA PRECISÃO DA MEMÓRIA E NO
DESEMPENHO DE OUTRAS TAREFAS ESPACIAIS DEPENDENTES DE
HIPOCAMPO.
CRESTANI, A. P. **, DE OLIVEIRA ALVARES, L. **, SANTANA, F. **,
ORDOÑEZ, R. S. **, CASSINI, L. F. **, HAUBRICH, J. **, DUTRA, F.
D.**, ZANONA, Q. **, DURAN, J. M. **, BOOS, F. Z.*, QUILLFELDT, J. A.
Instituto de Biociências – Depto Biofísica - UFRGS
Objetivos
Com o passar do tempo as memórias podem perder sua precisão
(detalhamento), tornando-se mais genéricas. Ao longo do desenvolvimento e
posterior envelhecimento são encontradas várias diferenças (anatômicas,
fisiológicas, moleculares, etc), por esse motivo resolvemos analisar diferenças
na precisão da memória e o desempenho em outras tarefas também
dependentes de hipocampo em animais de diferentes idades.
Métodos
Com objetivo de avaliar a precisão da memória em diferentes idades utilizamos
ratos Wistar machos de 47-49dias de idade (adolescentes), 3 meses (adultos)
e 12 meses (meia-idade). Todos os animais foram treinados na tarefa de
condicionamento aversivo contextual (choques 2x0.7mA por 2s) e para
avaliação da precisão foram testados no mesmo contexto (ctx tr) ou em um
contexto alternativo (ctx alt) 2, 14 ou 28 dias após o treino, sendo esperado que
animais com a memória detalhada não demonstrariam medo no ctx alt. Tarefa
de Labirinto Aquático de Morris (LAM) e Localização de Objetos (LO) também
foram utilizadas para avaliar déficits em outras memórias também dependentes
de hipocampo.
Resultados
Quando testamos ratos adolescentes 2 dias após o condicionamento eles
conseguiram distinguir (p= 0,039) entre o ctx tr(N=8) e o ctx alt(N=9). Se
testados 14 dias após o treino não havia distinção (p=0,248) entre os contextos
[ctx tr N=6 e ctx alt N=6], sugerindo que a memória já não era precisa. Os ratos
adultos testados 2 dias pós-treino discriminaram os contextos (p<0,001) [ctx tr
N=6 e ctx alt N=7], assim como os ratos adolescentes. Quando os adultos
foram testados aos 14 dias, a precisão da memória se manteve (p<0,002,
91
Ns=6). Aos 28 dias a memória perdeu sua precisão em animais adultos (p=
0,232) [ctx tr N=8 e ctx alt N=6] podendo isso ser correlacionado com a
independência hipocampal. Já os animais de meia-idade expressaram uma
memória generalizada logo aos 2 dias após o treino (0,502), sendo o N=7 em
ambos os contextos. Além disso, foram utilizadas mais duas tarefas
dependentes de hipocampo: LAM e LO. Nós encontramos diferenças na curva
de aprendizado entre as idades (ANOVA de medidas repetidas F(2,32)= 8.094;
p = 0,0014 e efeito dos dias (primeiro, segundo, terceiro e quarto) F(3, 96)=
26,172 p<0.001; e grupo vs dias não teve interação F(6;96)= 1,391), mostrando
que animais demoram mais para aprender quando comparados com adultos.
No LO apenas animais adultos aprenderam (p = 0,004; N=10,10), enquanto
adolescentes (p= 0,497; N=10,10) e meia-idade (p= 0,108; N=10,10) não
aprenderam.
Conclusão
Nós observamos que ratos adolescentes e de meia-idade mantém a memória
precisa por menos tempo; os adolescentes generalizam a memória aos 14
dias, metade do tempo dos adultos (28 dias), e os ratos de meia-idade
demonstram generalização da memória logo aos 2 dias. Além disso,
adolescentes e animais de meia-idade tem mais dificuldade de aprender
memórias espaciais. Uma possível explicação seria que na adolescência a
circuitaria encefálica ainda não está totalmente estabilizada e nos animais de
meia-idade a memória pode ser menos específica devido aos déficits cognitivos
que costumam ser observados.
Apoio Financeiro: CNPq, Capes, FINEP, FAPERGS, IFS.
92
47 SOCIAL INSTIGATION IN LACTATING RATS: EFFECTS O N SOCIAL
INTERACTION AND OXYTOCIN RESPONSES OF THE ADULT OFF SPRING
1Corrêa C.N ., 1Henriques T.P.*, 2Diehl L.A., 1Souza M.A., 1Alves M. B.,
1Menegotto P.R., 1Veiga C.P., 2Dalmaz C., 3de Almeida R.M.M., 1Lucion
A.B., 1Physiology, Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brazil; 2Biochemistry, Federal University of Rio Grande do Sul; 3Institute of
Psychology, Federal University of Rio Grande do Sul.
Objective : We investigated the effects of the Social Instigation as a neonatal
intervention upon social interaction and oxytocin responses in adulthood.
Method : At the end of the 1st postpartum day (P0), 23 Wistar dams had their
litters culled to 8 pups. At P2 and P5, 12 dams were submitted to the social
instigation (SI) paradigm: an adult male (instigator) inside a perforated tube was
placed in the dam’s cage with its pups for 5min. After a 5min interval, another
male (intruder) was introduced into the home-cage for 10min. The control group
(C, n=11) was left undisturbed. At P90, C and SI male and female experimental
rats were submitted to social interaction test for 15min: the apparatus consisted
of 2 clear Plexiglas boxes (A and B) connected to a third (neutral) by corridors
and guillotine doors. With the connecting doors closed, one experimental rat
was placed into box A and a random rat from the same sex into B. Each rat
remained isolated without access to the neutral box for 24h. The test started at
the dark phase of the light–dark cycle. The doors to compartments were opened
at the same time, allowing both rats the exploration of all three boxes. The test
was recorded to analyse the social behaviors later. Immediately after the test,
experimental rats and rats from the same groups but not submitted to the
behavioral test were sacrificed to collect trunk blood to analyse plasma oxytocin
by ELISA.
Results : In the social interaction test, SI rats showed higher lateral attack
frequencies compared to C. Males from both groups showed increased lateral
attack, biting, boxing, sniffing and mounting frequencies compared to females.
There was a statistical interaction between SI and social interaction on plasma
oxytocin levels: C animals submitted to the test showed increased levels.
93
Conclusion: The SI paradigm, which is used to study maternal aggression
towards male intruders in previous studies, can also represent an early adverse
social experience for the pups. It led to alterations on aggressive behavior and
plasma oxytocin on adult offspring: SI increased lateral attack frequencies and
made the rats fail to increase oxytocin levels when interacting with other
individual. We suggest that the SI paradigm might also be considered as a new
model of neonatal intervention with behavioral and hormonal long-lasting
effects. However, it has the advantage of being closer to an ethological
approach.
94
48 EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA A MEMÓRIA AVERSIVA DE RATOS
WISTAR E ALTERA O CONTEÚDO DE CITOCINAS INFLAMATÓRI AS EM
HIPOCAMPOS DE RATOS DE DIFERENTES IDADES
Gisele Agustini Lovatela**, Viviane Rostirola Elsnerb**, Karine Bertoldib**, Cláudia
Vanzellac**, Felipe dos Santos Moysésb**, Christiano Spindlerb**, Laura Reck
Cechinel*, Carlos Alexandre Nettoa,c, Ionara Rodrigues Siqueirab
aPPG Neurociências; bPPG Fisiologia; cPPG Bioquímica. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul.
Objetivo: Há evidências demonstrando o papel da neuroinflamação crônica no
processo de envelhecimento cerebral. O exercício físico tem sido proposto
como estratégia neuroprotetora no envelhecimento, no entanto, seus
mecanismos de ação não estão totalmente esclarecidos. O objetivo deste
estudo foi investigar o efeito do exercício sobre a memória aversiva e os níveis
de citocinas pró- e anti-inflamatórias em hipocampos de ratos de 3 e 20 meses
em diferentes tempos após a última sessão de treino.
Métodos: Ratos Wistar de 3 e 20 meses de idade foram submetidos a
exercício de corrida (20min/diariamente/2 semanas) ou mantidos sedentários.
Para avaliar a memória aversiva os animais foram submetidos ao teste da
esquiva inibitória, 30 min antes da decapitação. Os animais foram decapitados
1h, 18h, 3d ou 7d após a última sessão de exercício, o hipocampo foi
homogeneizado e o sobrenadante coletado para ensaios bioquímicos. Níveis
de TNF-α, IL-1β e IL-4 foram determinados usando kit comercial de ELISA. Os
resultados foram expressos em média ± desvio padrão e analisados por
ANOVA de duas vias seguida de Duncan.
Resultados : Observamos um efeito significativo dos fatores exercício
(p<0,001) e idade (p<0,001) sobre a latência de descida da plataforma no teste
da esquiva inibitória. Houve uma melhora transitória da memória induzida pelo
exercício em ambos os grupos, 3 e 20 meses de idade, quando comparados
aos respectivos sedentários (p<0,005). Foi observado um aumento nos níveis
de TNF-α e de IL-1β em ratos de 20 meses comparado aos ratos jovens
(p<0,05). O exercício em esteira reduziu os níveis de TNF-α transitoriamente (1
hora) em hipocampos de ratos de 20 meses, entretanto os níveis de IL-1β
foram reduzidos 1h e 18h após a última sessão de exercício, comparados aos
95
sedentários (p<0,005). Houve um efeito significativo dos fatores exercício
(p<0,001) e idade (p<0,001) sobre os níveis de IL-4, além disso, o exercício
físico aumentou transitoriamente (1 hora após a ultima sessão de exercício) os
níveis de IL-4 em hipocampos de ratos de 3 meses (p<0,005).
Conclusão: Nossos resultados indicam que corrida em esteira aumenta os
níveis da citocina anti-inflamatória, IL-4, em hipocampos de ratos de 3 meses,
enquanto que, o protocolo de exercício reduz os níveis de citocinas pró-
inflamatórias, TNF-α e IL-1β, em hipocampos de ratos de 20 meses. O
exercício altera diferentemente os marcadores neuroinflamatórios em
hipocampos de ratos Wistar adultos jovens e envelhecidos. Esta modulação de
mediadores inflamatórios pode estar relacionada com a melhora da memória
aversiva induzida pelo exercício.
Apoio: CAPES, CNPq
96
49 AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA ESPACIAL EM ANIMAIS SUBMET IDOS À
HIPÓXIA-ISQUEMIA NEONATAL: UTILIZAÇÃO DO ÁCIDO FÓLI CO COMO
ESTRATÉGIA NEUROPROTETORA.
JAQUELINE VIEIRA CARLETTI**, BRUNA FERRARY DENIZ**, JOSEANE
JIMENEZ ROJAS**, LUÍSA MARTINATO*, RAMIRO DIAZ**, LENIR ORLANDI
PEREIRA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS –
UFRGS - PORTO ALEGRE.
Objetivos
Estudos anteriores do nosso grupo demonstraram que o tratamento com ácido
fólico em ratos que sofreram hipóxia-isquemia (HI) foi capaz de reverter o
déficit na memória aversiva desses animais. Neste trabalho, nosso objetivo foi
avaliar a memória espacial no labirinto aquático de Morris de animais
submetidos à HI e tratados com ácido fólico.
Materiais e Métodos
Foram utilizados ratos Wistar machos e fêmeas, que sofreram o procedimento
de HI no 7º dia pós-natal (DPN). Esses animais foram tratados diariamente, a
partir do 7ºDPN, uma vez ao dia, com injeções diárias, I.P, de ácido fólico
(0,011µmol/g de peso corporal) até o 40 º DPN. Os animais foram divididos em
quatro grupos experimentais: Controle-Salina, Controle-Ácido fólico, HI-Salina e
HI-Ácido fólico. Após o tratamento os animais foram submetidos ao teste para
memória espacial no labirinto aquático de Morris. O teste consistiu em quatro
sessões diárias de treino, onde a plataforma permaneceu no mesmo local,
durante cinco dias consecutivos. Vinte quatro horas após o treino, os animais
foram avaliados para a memória espacial, sem a plataforma durante 60
segundos, utilizando as variáveis tempo no quadrante alvo e oposto, latência e
número de cruzamentos. Os dados referentes ao aprendizado foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas seguido do
post hoc de Duncan. Os demais dados foram submetidos a ANOVA de duas
vias seguido do teste de Duncan. Foram considerados valores significativos
p<0,05.
Resultados
Nossos resultados demonstraram que os animais HI-Salina apresentaram
prejuízo no aprendizado durante o treino quando comparado aos demais
97
grupos. Esse prejuízo foi verificado também pelo menor número de
cruzamentos e maior latência para encontrar o alvo no dia de teste.
Conclusão
Nossos resultados demonstraram que o ácido fólico não foi efetivo no
tratamento do déficit na memória espacial apresentado pelos animais
hipóxicos-isquêmicos.
Apoio Financeiro: FAPERGS, CNPq
98
50 ALTERAÇÕES ASTROGLIAIS E NA VIA DE SINALIZAÇÃO DAS MAPKs
EM RATOS APÓS A ADMINISTRAÇÃO SUBCRÔNICA ORAL DE
BENZO[a]PIRENO . Maciel É.S.1**, Biasibetti, R.2, Costa A.P.3, Paula Lunardi2,
Schunck, R.V.A.1, Becker G.C.6, Dallegrave, E.5, Gonçalves C.A.2, Garcia
S.C.4, Leal R.B.3, Leal M.B.1,6.1Programa de Pós Graduação em Ciências Biológicas - Neurociências, Instituto
de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, RS, Brazil. 2Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências
Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
RS, Brasil. 3Departamento de Bioquímica, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. 4Laboratório
de Análises e Pesquisas Toxicológicas, Departamento de Análises, Faculdade
de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil. 5Departamento de Ciências Básicas da Saúde. Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)/RS. 6Laboratório de
Farmacologia e Toxicologia de Produtos Naturais, Departamento de
Farmacologia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: Benzo[a]pireno (BaP) é um contaminante ambiental produzido
durante a combustão incompleta de material orgânico. Por ser capaz de
atravessar a barreira hemato-encefálica, BaP pode atingir o sistema nervoso
central (SNC), causando neurotoxicidade. No entanto, existem poucos estudos
sobre as alterações moleculares, celulares e comportamentais após a
exposição ao BaP. Lesões no SNC podem ativar respostas astrocitárias que
envolvem mudanças no conteúdo da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) e na
proteína S100β. Além disso, as vias de sinalização celular, tais como as
proteínas quinases ativadas por mitogêneos (MAPKs), que regulam a
proliferação celular, sobrevivência e morte, bem como a neuroplasticidade, em
muitos casos estão envolvidas no mecanismo de neurotoxicidade de
substâncias tóxicas ambientais. Objetivos : Avaliar o efeito da administração
oral subcrônica de BaP em parâmetros comportamentais e neuroquímicas.
Metodologia: Após aprovação número 18287(CEUA/UFRGS). Ratos Wistar
machos (90 dias, peso 250-300g) foram tratados com BaP (2 mg/kg) ou óleo de
99
milho (controle) via gavagem, uma vez ao dia, durante 28 dias (n=12/grupo). A
atividade locomotora espontânea (Insight Equipamentos Ltda) e a memória de
curta e de longa duração (teste de reconhecimento de objetos) foram
avaliadas. O imunoconteúdo de GFAP e S100β em hipocampo, soro e líquor
foram medidos através de ELISA, enquanto que as formas totais e fosforilada
de MAPKs (ERK1/2, p38MAPK e JNK1/2) foram avaliadas em hipocampo por
Western blotting. Análise estatística: teste de reconhecimento de objetos
(Mann-Whitney U teste) e os demais resultados (teste t de Student).
Resultados: BaP induz um aumento significativo (p<0,05) na atividade
locomotora (BaP: 8428,587±947,08mm x controle: 5517,92±673,98mm) e um
decréscimo na memória de curta duração (Índice de Reconhecimento: BaP:
46,0[43,3/50,0] x controle: 55,9[53,5/58,4]). O conteúdo de S100β aumentou
significativamente (p<0,05) no líquor (BaP=281,9±54,88 x controle=100±30,98
ng/mL), mas reduziu (p<0,05) no soro (BaP=42,03±8,70 e controle=100±23,98
ng/mL). O conteúdo de GFAP hipocampal aumentou (p=0,07) nos animais
tratados com BaP, sugerindo uma tendência à astrogliose. Em relação à
modulação de MAPKs, o tratamento com BaP induziu uma redução (p<0,01) da
fosforilação de ERK2 no hipocampo, sem alterações na fosforilação de p38MAPK
ou JNK 1/2. Conclusão: BaP 2mg/kg induziu alterações comportamentais e
neuroquímicas que podem estar envolvidas nos mecanismos de
neurotoxicidade deste composto.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, INCT- Instituto Nacional de Análise
Integrada do Risco Ambiental e PROPESQ/UFRGS.
100
Índice de autores
(ordenado alfabeticamente pelo sobrenome do primeir o autor) Númerodoresumo
ALVES MB, REIS AR, NUNES M, GRUPO IVAPSA, GOLDANI MZ, SILVEIRA PP 44
Arcego, Danusa Mar; Rachel Krolow; Carine Lampert; Cristie Noschang; TamiresBen; Carla Dalmaz.
6
Bellaver, Bruna, Débora Guerini de Souza, Aline Boni, Diogo Souza, AndréQuincozes-Santos.
42
Bonetti, Leandro Viçosa, Ana Paula Krauthein Schneider, Silvia Barbosa, JocemarIlha, Maria Cristina Faccioni-Heuser
11
Boni, Aline, Débora Guerini de Souza, Bruna Bellaver, Diogo Souza, AndréQuincozes-Santos
41
Boos, F.Z., de Oliveira Alvares, L., Sierra, R.O., Crestani A.P., Dutra, F.D., Cassini,L.F., Santana F., Haubrich, J., Zanona, Q.K., Duran J.M., Quillfeldt, J.A.
35
Bortoluzzi, Andressa, Eduarda Dias da Rosa, Carolina Blaya , Giovanni AbrahãoSalum, Sandra Leistner-Segal, Gisele Gus Manfro
39
Brolese, Giovana, Paula Lunardi, Franciane L. Pedroso, Núbia B. Cunha, CarlosAlberto Saraiva Gonçalves
27
CARLETTI, JAQUELINE VIEIRA, BRUNA FERRARY DENIZ, JOSEANE JIMENEZROJAS, LUÍSA MARTINATO, RAMIRO DIAZ, LENIR ORLANDI PEREIRA
49
Chairini, Cássia Thomé, Mery S. L. Pereira, Marcela M. Cavalheiro, Kamila Zenki,Rafael Zanin, Eduardo C. Filippi Chiela, Guido Lenz e Diogo Lösch de Oliveira.
15
Córdova, Sandro Daniel, ⊥Cássio Morais Loss, Fabiano Peres Menezes, ⊥EduardoPacheco Rico, Diogo Losch de Oliveira
19
Corrêa, C.N ., Henriques T.P., Diehl L.A., Souza M.A., Alves M. B., Menegotto P.R.,Veiga C.P., Dalmaz C., de Almeida R.M.M., Lucion A.B.,
47
CRESTANI, A. P., DE OLIVEIRA ALVARES, L. , SANTANA, F., ORDOÑEZ, R. S.,CASSINI,. F., HAUBRICH, J., DUTRA, F. D, ZANONA, Q, DURAN, J. M., BOOS, F.Z., QUILLFELDT, J. A.
46
Cunha, Núbia Broetto, Márcio F. Dutra, Roberta B. Silvestrin, Cristiane Batassini,Ana Carolina Tramontina, Carlos Alberto Saraiva Gonçalves
10
da Mata, M.J.; Schenberg, L.C.; Bittencourt, A.P.S.V. 4
de Abreu, L.D.; Rangel, I.C.; Müller, C.J.T.; Bittencourt, A.P.S.V., Bittencourt, A.S. 3
Galland F., Strapazzon L., Guera MC., Negri E., Da Re C., Froes F., Gonçalves CA.,Leite MC.
18
Kersting, Nathália, Simone N. Weis, Leticia Pettenuzzo, Rachel Krolow, Lauren M.Valentim, Carina S. Mota, Carla Dalmaz, Angela T.S. Wyse, Carlos Alexandre Netto
9
Klein, AP, Fitarelli LD, Leães CGS, Pereira Lima JFS, Barea LM, Oliveira MC 45
Lampert C.; Arcego, D. M.; Krolow, R.; Noschang, C.; Laureano D. P.; Lima, I.F. ;Diehl, L.A.; Dalmaz C.; Pettenuzzo, L.F.; Vendite, D.
36
Laureano, Daniela Pereira, Carla da Silva Benetti, Roberta Dalle Molle, Tania DinizMachado, André Krumel Portella, Fernanda Urruth Fontella, Patricia Pelufo Silveira
24
Leffa, Douglas T., Jussemara S. da Silva, Grasielle C. Kincheski, Diogo O. Souza,Pablo Pandolfo
7
101
Lopes, Fernanda M., Augusto Viana Pires, Lisiane Bizarro. 2
Lovatel, Gisele Agustini, Viviane Rostirola Elsner, Karine Bertoldi, Cláudia Vanzella,Felipe dos Santos Moysés, Christiano Spindler, Laura Reck Cechinel, CarlosAlexandre Netto, Ionara Rodrigues Siqueira
48
Machado, Andréa Guedes, Ana Paula Nazario, Tatiane Jacobsen da Rocha, TaináLudmila Ramos Fonseca, Paola Dornelles, Caroline Reppold, Marilu Fiegenbaum,Luciana Tisser, Fabiana de Andrade, Alcyr Oliveira
23
Maciel, É.S., Biasibetti, R., Costa A.P., Paula Lunardi, Schunck, R.V.A., Becker G.C.,Dallegrave, E., Gonçalves C.A., Garcia S.C., Leal R.B., Leal M.B.
50
Medeiros, Liana Marengo de, Eduardo Pacheco Rico, Fernanda Martins Lopes,Giovana Ferreira Londero, Valeska Aguiar de Oliveira, Fabio Klamt
20
Menezes, Carolina B., Mirtes Pereira, Lisiane Bizarro 38
Moro, Luana, Ben Hur M. Mussulini, Carlos E. Leite, Suelen Baggio, Kamila C.Zenki, Denis Broock Rosemberg, Eduardo Pacheco Rico, Renato D. Dias, Tadeu M.Souza, Maria M. Campos, Maria E. Calcagnoto, Ana M. Battastini, Diogo L. deOliveira.
12
Mucellini, Amanda Brondani, Rafael Corrêa Caceres, Ana Carla de Araújo da Cunha,Jéferson Ferraz Goularte, Grace Violeta Espinoza Pardo, Patrícia Pelufo Silveira,Gilberto Luiz Sanvitto
43
Ourique, Anna, Letícia Bertuzzi, Patrícia Silva, Élida Fluck, Arthur Bastos, GiovaniGatto, Alcyr Oliveira
26
Paz, André V. C., Bianca Pfaffenseller, Bianca Wollenhaupt de Aguiar, GabrielRodrigo Fries, Gabriela Delevati Colpo, Renan Kubiachi Burque, Giovana Bristot,Pâmela Ferrari, Keila Mendes Ceresér, Fábio Klamt, Flávio Kapczinski
30
Pires, Augusto Viana, Jonatas Passos*, Leticia Scheidt, Rosa Maria Martins deAlmeida, Lisiane Bizarro
8
Porto, R. R; Zancan, Denise, M; Bittencourt, A; Scomazzon, S; Rakowski, I; Lima,Leandro L; Bandeira, B.B; De Cesare , M; Homem de Bittencourt, P.I. Jr.
17
Rocha, A., J. Espinosa, M. S. Costa, F. Nunes, V. Schein, V. Kazlauckas, E.Kalinine, D. O. Souza, R. A. Cunha, L. O. Porciúncula
21
Sallaberry, Cássia, Fernanda Nunes, Marcelo S. Costa, Gabriela T. Fioreze, Ana P.Ardais, Paulo H. Botton, Bruno Klaudat, Thomas Forte, Diogo O. Souza, ElaineElisabetsky, Lisiane O. Porciúncula
16
Santana, F., De Oliveira Alvares, L., Duran, J.M., Zanona, Q.K, Sierra, R.O. Cassini,L.F, Crestani A.P., Boos, F.Z., Haubrich, J., Dutra, F.D., Quillfeldt, J.A.
32
SCHUNCK, R. V. A., MACIEL, É. S., BECKER, G. C., SALOMON, J., BRANCO, C.S., DALLEGRAVE, E., SALVADOR, M., GARCIA, S. C., LEAL, M. B
25
SIERRA, R. O. , CASSINI, L. F. , DE OLIVEIRA ALVARES, L., SANTANA, F. ,CRESTANI, A. P. , DURAN, J. M. , BOOS, F. Z. , HAUBRICH, J. , DUTRA, F. D. ,ZANONA, Q. K. , QUILLFELDT, J.
28
Silva, A.C.; Marengo, L.; Lopes,F.; Londeiro, G. F.; Muller, C. B., Motta, L.L.; Freitas,M.B; Klamt, F
5
SOARES, F.J.S., SZCZEPANIAK, R.F., VITÓRIA, P.S., BORK, C., COLLARES G.,BAINY, B.K., GAMARO, G.D.
14
SORRENTINO, J. M.; ABIB, R. T.; BATASSINI, C.;DUTRA, M. F.;BORSOI, M.;LAZZARETTI, C.;SILVESTRIN, R. B.;GONÇALVES, C. A; MELLO E SOUZA, T.;GOTTFRIED, C.
37
Toazza, Rudineia , Giovanni Abrahão Salum , Rafaela Behs Jarros , SuzielleMenezes Flores , Flávia Vedana, Jeruza Fumagalli de Salles, Gisele Gus Manfro
22
Toniolli, Leticia Dapont, Adriana Fernanda Kuckartz Vizuete, Daniela Fraga de 34
102
Souza, Cristiane Batassini, Márcio Ferreira Dutra, Ana Paula Costa, Carlos AlbertoSaraiva Gonçalves
Viola, Giordano G.; Paula G. Dias ; André Colla; Sabrina Y. I. Minatelli; CamilaZanella; Ana L. S. Rodrigues
29
VITÓRIA, P.S., SOARES, F.J.S. ,SZCZEPANIAK, R.F.,BORK, C., COLLARES G.,BAINY, B.K., SILVA, A.L., GAMARO, G.D.
40
Weis, S.N., Toniazzo, A.P., Ander, B.P., Zhan, X., Careaga, M., Ashwood, P., Sharp,F.R., Wyse, A.T.S., Netto, C.A
31
Willborn, S., Sanches, E., Boisserand, L., Nicola, F., Delgado, T., Netto, C.A 13
Zanella, Camila Angela, Paula Santana Lunardi, Tanara Weber, Assis Ecker, AlineRosset, Carlos Alberto Gonçalves, Rogério Luis Cansian, Silvane Souza Roman
1
ZANONA, Q. K., SANTANA, F., DE OLIVEIRA ALVARES, L., SIERRA, R. O.,CASSINI, L. F., CRESTANI, A. P., BOOS, F. Z. , DURAN, J. M., HAUBRICH, J.,DUTRA, F. D., QUILLFELDT, J. A.
33