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01-Diamante Proibido - Susan Stephens (1)

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MUITO BOM

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  • A nica mulher que eleno pode ter...

    justamente a que eledeseja!

    Tyr Skavanga, herdeiro de um imprio dediamantes, finalmente voltou para casa.Assombrado pelos terrores da guerra,isolou-se de todos e endureceu seucorao. Apenas uma pessoa conseguiudriblar suas defesas: a inocente princesaJasmina de Kareshi. Como Tyr, ela temuma reputao a zelar e deveres acumprir. Mas calar a voz de uma paixoarrebatadora ser um desafio impossvel.

  • Seria ela a nica a sentir a tensoaumentando em torno da mesa?

    Fazia todo o possvel para ignorarTyr, mas ele estava to perto que seucorpo inteiro tinia. Como poderiacontinuar insensvel ao devastadorviking ao seu lado? Tendo se proibidotodos os deleites sensuais que arealidade pudesse lhe oferecer, exploraro proibido em sua mente tornara-se umde seus passatempos prediletos. Masno nessa noite. No deveria divagar.

    Fechando um pouco mais seu robe,forou seus pensamentos a se afastaremde Tyr.

    Por uns cinco segundos.

  • Mais gua, princesa? A voz roucade Tyr fez Jazz estremecer e virar-se. Talvez outra coisa?

    No, obrigada.Como soava pudica! Mas aqueles

    olhos ferinos... Como se atrevia a olharpara ela assim? Aqueles olhos cinzacomo uma tempestade reluziam,compreendendo perturbadoramente aconfuso interna em Jazz. E aquela bocafirme que imaginara com muitafrequncia beijando-a...

    Deveria esquecer isso agora.Deveria! Voc est bela esta noite, Jazz.Voc no pode dizer isso!

  • Mas como era o que ela queria ouvir!

  • Querida leitora,

    Para a princesa Jasmina de Kareshi,Tyr Skavanga representava a liberdade.Ela sabia que seu dever era se casarcom o homem escolhido por seu irmo,mas sonhava com um destino diferente.Ao voltar de sua longa viagem, Tyrreencontrou Jasmina e viu que ela noera mais a menina que conhecera. Haviase transformado em uma bela mulherE a atrao entre os dois era inegvel.Mas Jazz tinha de cumprir com suasobrigaes polticas, e Tyr estava feridodemais para entregar seu corao. Serque ambos sero capazes de superar osobstculos para viver esse amor?

  • Boa leitura!Equipe Editorial Harlequin Books

  • Susan Stephens

    DIAMANTEPROIBIDO

    TraduoAna Death Duarte

    2014

  • CAPTULO 1

    TYR SKAVANGA VOLTOU PARA CASA!

    BRITT COLOCARA o jornal em suaescrivaninha, onde sabia que o veria.Era seu jeito sem noo de dizer-lhecomo sentiram sua falta. A fotografiasob a manchete mostrava Britt, Eva eLeila abraadas e alegres.

    Por sua causa.Tyr fixou o olhar janela afora, onde a

    neve caa de um cu negro comosuspiros congelados. Tudo fora dali erabranco, lmpido, imaculado; ali,

  • refletido na janela, o rosto de ummatador, seu rosto, do qual no podia e,melanclico, nem desejava esconder-se.Retornara a Skavanga, a cidadezinhaconhecida por sua indstria mineradoraque levava o nome de sua famlia, pararecomear a vida entre seus entesqueridos. Aps sair do exrcito, ficouum bom tempo fora, para proteger asirms e os amigos de si, muitssimomudado. Britt, sua irm mais velha,nunca desistiu dele nem deixou de tentarcontat-lo, com ou sem resposta. Ela erauma das poucas pessoas que tinhamcomo falar com Tyr atravs de seumarido, o sheik Sharif, um dos melhores

  • amigos dele, que lhe permanecera leal otempo todo, recusando-se a revelar seuparadeiro ou o que fazia, at a suaesposa.

    No fim, uma criana fora aresponsvel por traz-lo de volta realidade. Carregara a menininha dazona de guerra para se juntar a suafamlia num campo de refugiados, equando as lgrimas de alegria cessaramela virou-se para ele e perguntou-lhe,com toda a preocupao que uma filhacom seis irmos que vira demais podiareunir:

    O senhor no tem famlia, sr. Tyr?Ele ficara envergonhado, estilhaado,

  • com a armadura partida, forado apensar no que deixara para trs. Sim,uma famlia que amava muito, explicou menininha. Ningum da famlia delacomentou nada quando os olhos de Tyrse encheram de lgrimas. Eles viram detudo. Estavam reunidos. Vivos. Era tudoo que queriam. Quando deixou o campopara voltar ao deserto e comear areconstruo, trabalhou at se esgotar, e,constantemente, o comentrio damenininha incomodava-o, at quepercebeu sua sorte por ter pessoas que oamavam. Sabia que tinha que voltar paracasa, mesmo que suas irms vissem onovo e muito transformado Tyr.

  • Tyr era de um valor inestimvel paraas Foras Especiais, disse-lhe umoficial veterano, colocando umamedalha em seu peito. Mas no queriaisso entalhado em sua lpide, e sim serlembrado pelo que construiu, no peloque destruiu. Em batalha, viu trs tiposde soldado, os que gostavam dotrabalho, falavam de dever, corajosos eleais aos camaradas e ao pas e aquelesque nunca se recuperariam do queviram, fsica, mentalmente ou ambos.Ele era forte. Amado por uma boafamlia e sara vivo e relativamenteileso, pelo menos por fora. Agora,cabia-lhe completar seu processo de

  • cura e ser um pouco til para os menosafortunados.

    Tyr! Britt.Tyr virou-se bem a tempo para sua

    bela irm cair em seus braos,embevecida, mas cheia de perguntas.Como foi o voo? Fez boa viagem?

    Voc est timo, Tyr. Mentirosa. Certo, suas roupas so timas. Melhor assim. Parei em Milo,

    pois, vindo para uma festa organizadapelas minhas glamorosas irms, meuvisual deveria estar altura.

    Via-se a preocupao no rosto de

  • Britt. Voc sabe que no tem que fazer

    nada que no queira. Mas quero estar aqui. Queria vir

    para casa e ver vocs. Ento est preparado para arcar

    com as consequncias? perguntou-lheBritt, olhando para o mais estiloso hotelda cidade, do outro lado da rua, ondeorganizara a festa de boas-vindas peloretorno de Tyr.

    Se voc estiver, estou. S gostaria que tivssemos mais

    tempo para conversar, mas voc nuncafoi de fazer algo aos poucos.

    Imerso total. S sei agir assim.

  • Aham. Se voc diz... Isso mesmo! E obrigado por se dar

    a todo esse trabalho por mim. bom ter essa oportunidade. Se eu

    no puder dar as boas-vindas ao herida cidade que retornou...

    Apenas d as boas-vindas ao seuirmo. tudo que quero.

    Eu iria at o fim do mundo porvoc, Tyr... e quase tive que faz-lo.

    Aqueles e-mails no paravam dechegar.

    E voc continuava ignorando-os. Mas acabei lhe poupando de uma

    viagem. Tyr, voc nunca muda.

  • Britt ria, com olhos tristes, poisambos sabiam que era mentira. Elemudara muito.

    Alm de trocar seus coturnos dedeserto e a camisa de safri por roupasusadas na cidade, Tyr no tivera nenhumcontato humano aps sair daquela caixade areia que era o Oriente Mdio.Depois do silncio do deserto, at osrudos da rua eram ensurdecedores.

    Bem, voc se deu bem. Quero trocarumas palavrinhas sozinha com voc,depois iremos para a festa.

    Parece srio. Tenho muito a lhe contar, Tyr. Voc

    ficou longe por tanto tempo! Leila teve

  • gmeos... Eu sei, voc j me contou. Contei quando nasceram. Esto

    praticamente em idade escolar e vocainda no os viu.

    Tyr inclinou a cabea emarrependimento.

    E Leila est grvida de novo... O qu? Raffa no perde tempo! Deixe de ser jurssico! Aqueles

    dois se adoram. Segundo Leila, queremum time de futebol. E se voc sumir domapa, o mundo no parar at vocdecidir voltar.

    No havia nenhuma comunicao como mundo externo onde ele estivera, no

  • at que configurou o sistema decomunicao e seguiu em frente,deixando outros encarregados de entrarem contato com seus entes queridos. Porum bom tempo, estava muito destrudopor dentro para at mesmo pensar emimpor seus infortnios sobre suas irms.

    No vai me falar onde esteve? Apenas conforme for precisando

    saber.Ele deu de ombros. Seu trabalho era

    importante para ele, a nica forma queconhecia de consertar as coisas. Noqueria falar sobre isso com ningum.No queria ser louvado por consertarerros que cometera. S queria seguir em

  • frente com o trabalho. Bem, desisto, mas vou esperar at

    voc ver a Leila. Ela est... Imensa? sugeriu ele, desviando

    quando Britt mirava para lhe dar umtapo.

    E assim voltavam aos dias felizes,dias tranquilos.

    Ento, o que mais est acontecendopor aqui que eu deva saber?

    Jazz est aqui.Uma onda eltrica percorreu seu

    corpo. Jazz. Faz anos que no a vejo. S

    de ouvir falar no nome dela, Tyr voltaramentalmente s selvagens frias da

  • escola, quando podia cavalgar at noaguentar mais, nadar at seus braosdoerem, no pensar em nada alm daprxima aventura inofensiva com seusdois amigos de Kareshi. Mas sentiu algomais sob o tom de declarao de Britt. E...? O que est acontecendo com ela? Ele estava bem confiante de que Sharifteria lhe contado se algo srio tivesseacontecido com sua Jazz, a princesaJasmina al Kareshi, como o mundo aconhecia.

    Jazz est bem, no? Claro. Mas...? Ele atenuou o tom, mas

    seu corao parou s ao pensar que algo

  • acontecera a Jazz.Eles se conheciam desde que Sharif

    convidara Tyr pela primeira vez parapassar suas frias escolares em Kareshi,onde Jazz o provocara impiedosamentepor no conhecer o deserto. Sempreficava feliz ao ver a irmzinha irritantedo amigo. Surgira uma espcie decamaradagem entre eles, e s de pensarnela doente ou machucada seu estmagose revirava. Ele vira muito disso.

    Sem mas, Tyr. Eu diria sehouvesse algo errado com ela.

    Ele sabia que ela no estava lhecontando tudo.

    Ela vem hoje noite, Tyr.

  • timo. Ela mudou, Tyr. Como o resto de

    ns, Tyr, Jazz cresceu.O que ela estava tentando lhe dizer?

    Ele deu de ombros, visualizando Jazzcom aparelho e marias-chiquinhas.Quanto poderia uma pessoa mudar?Olhou para seu reflexo na janela, vendosua melhor resposta.

    Qual o problema, Tyr? Nada. Nenhum. Todos mudamos, mas pelo menos

    agora voc est sorrindo. Pensando naJazz?

    Deu de ombros, mas pensava em Jazz,que, todos aqueles anos atrs, costumava

  • se referir a ele como o cara do nortecongelado com um nome engraado. Ele,Sharif e Jazz formavam um grupinhoexcntrico. Ela comeou como a maisindesejada e mais determinada do grupo,capaz de ganhar dele e de Sharif nascorridas a cavalo. E conhecia ospadres de mudanas do deserto como apalma de sua mo. Os dois garotos notinham como se livrar de Jazz Kareshi,ento, no fim das contas, desistiram.

    No parea to preocupada.Consigo lidar com Jazz disse eleconfiante.

    Apenas no a provoque. No provocar Jazz? Ele franziu o

  • cenho. Ela sempre foi o alvo das piadasdeles e sempre dava o troco altura.

    Jazz s concordou em vir hoje noite porque uma importante ocasiofamiliar. Estou aqui como acompanhantedela. Quero dizer, eu e Sharif.

    Isso tudo me soa terrivelmenteformal e nem um pouquinho a cara dela.

    Jazz adulta agora e irms solteirasdo sheik regente em Kareshi nopartilham de nossas liberdades.

    Sharif est confinando-a? No seja bobo. Voc sabe que

    Sharif um grande defensor doprogresso. A deciso dela e temos querespeitar suas crenas, que demonstram

  • fora serena e muita coragem. Jazz ficouao lado de Sharif o tempo todo enquantoele persuadia Kareshi a entrar no sculo21 e agora ela no quer perturbar oequilbrio alcanado, muito menos darmotivos para os tradicionalistas deKareshi criticarem Sharif pela rpidaimplementao do progresso.

    Ento Jazz est se sacrificando? Elafica confinada?

    No exatamente, mas ficou umpouco conservadora. Tyr, por ela, pegueleve, ok?

    O que voc acha que farei? Fomosamigos quase a vida toda, Britt.Dificilmente vou pular em cima dela.

  • S no fique muito por perto.Cumprimente-a com educao e depoisse afaste. Certo?

    Voc est falando srio? Algumpode se aproximar da Vossa Realeza?

    No zombe dela, Tyr. Claro quepodem. Jazz leva uma vida quase normalem Kareshi. Sharif quebrou as regras detodos os tradicionalistas empregando-aem seus estbulos, onde excelente emseu gerenciamento, mas o maisimportante que isso abriu as comportaspara que todas as mulheres de Kareshitrabalhem, se quiserem.

    Mas...? perguntou-lhe Tyr,aproveitando a deixa da breve hesitao

  • da irm. Mas Jazz ficou mais determinada do

    que nunca a manter a tradio em outrasreas de sua vida.

    O que exatamente significa mantera tradio?

    Jazz acredita que Kareshi sconsegue dar um pequeno passo de cadavez e se o refgio dela de perigos epreocupaes significar que todas asmulheres em Kareshi tero direito detrabalhar, ela est preparada para isso.Deveramos admir-la por essesacrifcio.

    Sacrifcio? Kareshi deve ser persuadida

  • devagar, e no intimidada, Tyr.Liberdade para que mulheres trabalhem o primeiro grande passo. Liberdadepara mulheres solteiras poderem semisturar em pblico com homens semque a sociedade as evite o prximo.Kareshi dar esse passo, mas Jazz devotada ao seu povo, e acho quepodemos com certeza confiar que elasabe o que melhor nesse caso.

    Para ela ou para Kareshi? No fique to irritado, Tyr. Para

    ambos, claro. Por favor, no me olhefeio assim.

    Voc est certa e peo desculpas.Ainda estou tentando entender como a

  • garota enrgica que conheci se tornouuma mulher reclusa.

    Voc no se afastou daqueles que oamavam?

    Claro que Britt tinha que ressaltarisso. Ele forou um sorriso apesar desua preocupao com Jazz.

    Entendi. Fique feliz por ela, Tyr. Jazz uma

    jovem maravilhosa com o mais fortesenso de dever quanto a Kareshi, e seique voc entende isso.

    Jazz minha amiga. Verei muitosamigos nessa noite e tratarei a todos domesmo jeito.

    Ento no temos nada com que nos

  • preocupar, certo? Agora, h algumaspessoas l fora que esperaram um bomtempo para fazer a grande eextremamente sentimental cena de boas-vindas sem o resto do mundo olhando.

    Seu nimo foi s alturas com aexpectativa.

    Eva e Leila esto aqui? Com seus maridos... No achei que

    voc se incomodaria, pois Roman eRaffa so seus amigos ntimos...

    Nem um pouco.Ele esperara ansiosamente por isso, e

    seu eu cnico lhe garantiu que, sepegasse leve, no veriam nada em seusolhos alm da felicidade por essa

  • reunio. Eva, sua irm do meio, foi aprimeira a entrar, alterando porcompleto a dinmica. Ela vivia alturade seus brilhantes cabelos vermelhoscom a lngua mais afiada que um bisturi,e o longo tempo sem se verem noembotara sua abordagem.

    Voc parece to formidvel quantoeu me lembrava, garoto guerreiro.

    Eu poderia esmag-la com um dedo,minha pequena.

    Erguendo os punhos, fingiam brigar,caindo aos prantos. Eva lanou-se paracima dele. Golpeando-o com seuspulsos minsculos, disse furiosa, com avoz trmula:

  • Nunca mais faa isso comigo. Estme ouvindo, Tyr? Nunca maisdesaparea da minha vida sem pelomenos me deixar as chaves de seupossante carro.

    Rindo, Tyr abraou-a. Juro murmurou ele baixinho,

    beijando o topo de sua cabea.Com o olhar suavizado pelas

    lgrimas, Eva recuou para fit-lo. Voc no faz ideia do quanto

    sentimos sua falta, Tyr! Tambm senti falta de vocs. O

    quanto... nunca saberiam. No consigonem imaginar como sobrevivi at agorasem vocs me importunando.

  • Enquanto Eva fingia fria, Britt andouat a porta, escancarando-a.

    Leila! Uau! Voc est mesmo numestgio bem avanado da gravidez!

    Redonda como uma imensa bola deboliche confirmou Leila, rindo echorando ao mesmo tempo, enquanto seabraavam.

    Mas est to bela quanto Britt medisse.

    Leila riu e bufou: Para quem gosta de hipoptamos...

    No consigo acreditar que voc voltoupara ns. Seus olhos encheram-se deamor e de preocupao. Mas a vidaarrancou-lhe um pedao.

  • Chega. Vamos a uma festa, no? No devemos deixar os convidados

    esperando.De braos dados com suas duas irms

    mais novas, conduziu-as sala afora.

    PELA PRIMEIRA vez em que Jazz podia selembrar, Sharif no mostraraimpacincia com ela quando no estavapronta para se dirigir a uma festa comele e Britt.

    Sem pressa disse ele, acalmando-a com um sorriso. s me ligarquando estiver pronta que volto parabusc-la.

    Tentava decidir o que vestiria, talvezum exagero para uma pessoa comum,

  • mas, quando se opta por no socializarcom homens e mulheres juntos, ficavadifcil saber o que a alta sociedadenuma frentica cidade de mineraocomo Skavanga esperaria de uma muitoconservadora princesa de Kareshi.

    Seu sorriso, Jazz! Britt insistiuque mostrasse o rosto na ocasio. Voc no tem que levar as tradies deKareshi ao p da letra enquanto estiverconosco na parte congelada do norte.

    Mas se eu for fotografada... O povo de Kareshi poderia apenas

    se orgulhar de sua princesa. Vendo-acom seu irmo, cercada por uma famliaque a ama tanto, como no se

  • orgulharem de voc, Jazz?Sempre era difcil discutir com Britt,

    e agora, impossvel, embora Jazz lutassecom seus demnios internos atconcordar em mostrar o rosto empblico. Seus pais abusaram de seusprivilgios, negligenciando seu povo,deixando Sharif e Jazz aos cuidados debabs enquanto sua me exibia suabeleza em algum palco pelo mundo.Sharif e Jazz cresceram sensveis aosmurmrios descontentes em Kareshi,sendo que, quando chegou a hora deSharif assumir o trono, mexera-se o maisrpido possvel para dar uma guinada de180 graus, estabelecendo uma regncia

  • justa, para garantir segurana a seu pas.Sharif era bom, forte, bondoso e sbio,mas a infncia conturbada dos dois,numa terra de regentes ausentes ecorrupo desenfreada, deixara Jazzdeterminada a no causar maistranstornos, ento, por mais livre quefosse seu esprito, na aparncia, sempretomava cuidado para no escandalizar.

    Voc deveria sair mais de Kareshi.Seria bom para o seu povo e para voc.

    Jazz concordava, mas Kareshi estavaembrenhada em milnios de tradies.Sharif j lhe empregara em seusestbulos de cavalos de corrida, abrindoas comportas para todas as mulheres no

  • pas poderem trabalhar. Jazz noarriscaria a liberdade delas forandodemais os tradicionalistas. Era muitomais fcil esconder-se atrs de um vudo que enfrentar uma noite como aquela.

    Tyr.Jazz ficou com a garganta seca.

    Sempre ficava animada ao ver o grandeviking. Mas as coisas estavam diferentesagora. Era uma adulta comresponsabilidades, no mais umacriana, no mais a pestinha que sempreimplicava com o melhor amigo de seuirmo. Tinha que resguardar seussentimentos.

    Mas sempre poderia contar com Tyr.

  • Ou podia, at ele desaparecer.Como se preocupara com ele...

    pensando no que estaria acontecendocom ele, rezando para que estivesse asalvo.

    E agora estava de volta.O que pensaria dela? To mudada,

    solene e silenciosa. Sem pregar peasnele hoje.

    E no iria festa se no se acalmasse.Inspirando, fechou os olhos e

    esforou-se para no pensar em Tyr.Depois de alguns instantes, desistiu.

    TYR PAROU na entrada do salo debailes do hotel e sorriu:

    Bonito, Britt.

  • Sem faixas de boas-vindas reclamou Eva.

    No. tudo bem a cara da Britt. Leila aprovava. Realmente comclasse.

    Para o retorno de um guerreiro disse Eva com orgulho, colocando amo no brao dele.

    Para o retorno ao lar. Seu tom eragentil.

    Britt tivera bastante trabalho. Asflores clssicas e brancas nos altosvasos flanqueavam o cavalete num doslados das grandes portas-duplas. A fotodele que Britt escolheu para o cavaletemostrava-o sorrindo antes de entrar no

  • teatro da guerra, que transformara suavida completamente.

    Voc parece 20 anos mais velho navida real disse-lhe Eva, cujas irmsdiscordaram em coro.

    Cuidado com o que diz, sua an avisou ele brincalho, sentindo seunimo aumentar, e talvez at curtisse anoite. Aproveitando que Roman nopode nos ouvir, Eva, eu poderiamergulh-la na fonte de chocolate.

    Morte por chocolate a minha cara. Vocs dois, chega de briguinhas

    tolas disse Britt, em seu papel de irmmais velha.

    Tyr foi na frente, entrando no salo

  • luxuosamente decorado, com floreiosgticos, imensos e reluzentescandelabros, e Jazz foi a primeira queviu ao entrar.

  • CAPTULO 2

    CARAMBA !Seu corao espancou seu peito

    quando Jazz se virou e olhou para ele.Era como se algum fio eltrico invisvelconectasse-os. O que ele dissera mesmodaquele jeito to confiante para Britt unsminutos antes? Verei muitos amigosessa noite e tratarei todos do mesmojeito.

    Srio?Ningum mais no salo tinha a mnima

    chance de ganhar da princesa Jasmina al

  • Kareshi. Jazz parecia uma flor extica, amulher mais bela que j vira, cujo novoar de serenidade o intrigava. Criara umpapel para si, determinada a cumpri-lototalmente.

    Ele dispensou isso com uma bufadadesaprovadora. Ela evitava a verdade.

    Um pouco como ele, ento?Nem um pouco como ele!Jogando os cabelos para trs, voltou a

    pensar no lampejo fogoso que vira nosolhos dela assim que ela o viu entrar nosalo, o que o lembrou dos dias em queVossa Descaradeza costumavaprovoc-lo sempre que possvel. Agoraque estava concentrada no grupo de

  • mulheres que a cercavam, a calmavoltara aos seus olhos.

    Tyr? Ele virou-se para Britt. Elaest bonita, no?

    Sua resposta foi cautelosa. Acho que sim.Tyr vivera sozinho por tempo demais

    para partilhar seus sentimentos pessoaiscom algum.

    No a abale, Tyr. Pegue leve pertodela, no banque o viking saqueador.Jazz est tentando ao mximo bancar aconservadora, para os tradicionalistasno ficarem agitados quando Sharif fizermudanas gerais permanentes emKareshi. Essa noite realmente difcil

  • para ela, Tyr. Quero dizer, emcompanhia de homens e mulheres. Masprecisa disso. Ela tem um esprito tolivre... voc sabe. Ela sacrificou maisdo que sabemos por Kareshi.

    Sua liberdade? Tyr, por favor. No dificulte mais

    isso para ela! Voc, de todas as pessoas,pode certamente apreciar o valor dosacrifcio. Ento apenas diga ol, sejaeducado e depois caia fora. Certo?

    Obrigado pelo roteiro. Simplesmente no mexa com Jazz.

    Ela j tem bastante com que lutar. No tenho nenhuma inteno de

    mexer com Jazz, mas teria que ser feito

  • de madeira do pescoo para cima parano responder a uma mulher linda comoela.

    Oculte seus sentimentos, Tyr.Poupe-a dessa dor de cabea. Elasempre foi meio apaixonada por voc,que ficou sozinho um bom tempo,lembra?

    Relaxa, Britt. No estou todesesperado. No fui bem um santoenquanto estive fora.

    Pode-se encontrar o amor em todotipo de lugar inesperado, mas no creioque Jazz esteja em busca do tipo deamor que voc tem a oferecer.

    Espero que no esteja procurando

  • amor nenhum. Por que, Tyr? Ficaria com cimes? Dos pretendentes de Jazz?Ele dispensou a resposta rindo.

    Oferecendo o brao a Britt, conduziu-amais adentro em meio ao salo lotado.

    H muitos machos aqui, possoacabar me afogando em testosterona disse Britt enquanto seus cunhados,Raffa e Roman, surpreenderam Tyr combruscos abraos masculinos.

    No se preocupe, salvarei voc. isso que temo.Aproximaram-se de Jazz, e Britt

    olhou para Tyr com ares de aviso. Lembro-me do que voc disse.

  • Respeito Jazz. Sempre a respeitei,sempre a respeitarei.

    No ouviu a resposta de Britt. Acomoo passava por ele como esttica,mas seu olhar estava fixo em Jazz, que,banhada pela luz de um imensocandelabro, conversava animada comum grupo de admiradoras.

    No, Tyr. No se lembra do quefalei? Jazz estar muito ocupada estanoite, no interfira!

    Voc ainda acha que vou pular emcima dela?

    Conheo esse seu olhar. QuandoJazz se casar, ter declarado suainteno de ser pura.

  • O que voc est sugerindo? Que voc no a coloque numa

    posio comprometedora. Pegue levecom ela. Jazz mal saiu de Kareshi desdeo dia em que nasceu. Vir at Skavanga uma grande aventura para ela.

    No tenho nenhuma inteno deestragar nada para ela. Se optou porviver segundo as tradies de Kareshi,respeito isso.

    Que bom, porque voc pode ser oirmo que adoro, mas se machuc-la...

    Voc no precisa me dizer isso,Britt.

    No? Britt acompanhou o olharfixo dele direto para a garota esguia de

  • costas eretas vestindo os longos e noreveladores trajes de Kareshi.

    L SE ia sua inteno de levar uma vidacasta e pura! As intenes de Jazz nomudaram, mas seu corpo rebelava-se deforma tal que no dava para acreditar.Excitao foi uma reao involuntria ameaa, e bastou um vislumbre de TyrSkavanga para que tivesse todos ossintomas. Seus msculos estavampreparados para ao; ela estava tensa epronta. Seu corao batia acelerado, suarespirao estava frentica enquanto aadrenalina percorria seu sistema, todassuas terminaes nervosas em modosuper-receptivo. O mecanismo comum a

  • todos os seres humanos, a reao delutar ou fugir, no podia ser controladopor fora de vontade, fossem sheiksautocrticos, poderosos guerreirosescandinavos como Tyr (homnimo dodeus nrdico da guerra e da glriaheroica) ou a altamente protegida irmdo regente sheik Sharif al Kareshi.

    Mas deve ser controlado, decidiuJazz, olhando para o irmo,certificando-se de que no notara suareao a Tyr.

    No era medo de que Tyr Skavangafosse acelerar seus batimentos cardacosque Jazz sentiu enquanto continuava aconversar com o grupo de mulheres que

  • a cercava, mas sim a excitao dereacender uma amizade para toda a vidacom ele... to prxima ao amor quantopossvel. Mas eles no eram maiscrianas e Jazz era uma princesa solteirade Kareshi, e amar um homem fora desua famlia, por mais inocente que fosse,era proibido pelos tradicionalistas emKareshi. Sharif era um regenteprogressista, mas Jazz acreditava quetudo no mudava to rpido num pasembrenhado em tradies, e suapresena ali s foi garantida por ser umevento familiar imperdvel.

    Mas passara tantos anos pensandonele que era impossvel tir-lo da

  • cabea agora que estava to perto.Ningum sabia de seu paradeiro, excetotalvez Sharif, irritantemente caladocomo a Esfinge quanto a Tyr. Ela sabiaque eles estudaram numa faculdademilitar de elite, e depois se juntaram sForas Especiais, onde Tyr foracondecorado por sua coragem, masdepois desapareceu. No deserto,dissera-lhe Sharif, que nunca trairia aconfiana de um amigo, mas explicaraque Tyr trabalhava na reconstruo enos reparos da infraestrutura danificadadurante os anos de conflito antes queSharif ascendesse ao trono.

    Jazz percebeu, fitando-o, que Tyr

  • mudara com suas experincias de vida.Sombras atrs de seus olhos e linhasprofundas marcavam seu forte rosto.Obrigaes quanto a amizades comhomens fora da famlia parte, tinhacompaixo por ele.

    Era como se ele pudesse sentir seuinteresse.

    Desviou o olhar. Suas bochechasardiam. Certamente Sharif explicara aTyr sua situao e ainda a um passo deum casamento arranjado e vantajosopara Kareshi.

    Skavanga est to glamorosa essesdias, no?

    Grata pela distrao, ela virou-se e

  • sorriu para a idosa ao seu lado. a primeira vez que venho aqui,

    ento s sei o que meu irmo me dissesobre esse lugar que ama.

    Antes de descobrirem os diamantesna mina da minha famlia, Skavanga eraapenas uma cidadezinha alm do Crculortico, que mal se mantinha em p, masagora reluz tanto quanto as pedraspreciosas mineiradas por seu irmo.Temos que agradecer ao sheik Sharifpor seu papel importante no acordo quenos salvou.

    A senhora muito bondosa, masBritt, esposa de Sharif, sempre foi afora motriz por trs da empresa de

  • minerao Skavanga.A idosa fitou Jazz com aprovao,

    ficando nas pontas dos ps para lhefazer uma confidncia:

    Fico surpresa porque aqueles trshomens poderosos no puseram BrittSkavanga para correr da cidade.

    Jazz e todas as outras deram risadacom essa referncia aos trs homensambiciosos que formaram o consrcioque salvou a mina.

    Acho difcil pensar que meu irmocolocaria a esposa que adora paracorrer da cidade. O consrcioproporcionou os fundos para minerar osdiamantes, mas... sem Britt? Jazz deu

  • de ombros. Britt Skavanga sempre foi uma

    brilhante mulher de negcios confirmou outra mulher, sorrindo paraJazz.

    E agora a marca SkavangaDiamonds um nome familiarinternacional disse a primeira, comadmirao.

    Como vocs podem falar denegcios quando Tyr Skavanga est nacidade?

    Jazz fitou a bela jovem que acabarade se pronunciar e notou que encaravaTyr.

    Vocs deveriam estar to animadas

  • quanto eu. O mercado casamenteirorealmente foi reaberto. No concorda,princesa Jasmina? J falou com TyrSkavanga? Sei que seu irmo, SuaMajestade, e Tyr eram melhores amigos.

    Ainda so confirmou Jazzamigvel. Por que no podia aceitar ointeresse dessas mulheres e concordar?

    ele ali perto da porta? disseoutra jovem que acabara de se juntar aelas.

    Como poderia confundi-lo?! exclamou a primeira afrontada. TyrSkavanga o homem mais atraente nestesalo.

    Mas achei que estivesse

  • trabalhando duro no deserto, no? Creio que ele pode ter tomado um

    banho desde ento disse a idosa, paradiverso geral.

    Jazz no poderia culpar as mulherespor ficarem perplexas com o irresistvelTyr. Moreno e alto, parecia intocvel eimponente. Quem no gostaria deconhecer os segredos de um homemcomo ele?

    Ele tem uma boa aparncia paraalgum que viveu como nmade portanto tempo comentou uma mulher.

    Tyr trabalhou no deserto com ospovos nmades, que tm uma sociedademuito sofisticada explicou Jazz.

  • A mesma mulher fingiu estar emxtase.

    Que romntico, erguer tendasbedunas e passar longas noites nodeserto com um guerreiro Viking.

    Um n firme formara-se no mago deJazz.

    Tyr estava no deserto construindoescolas e procurando fontes de guapotvel.

    Todas se calaram e ela quasearrancou um pedao da lngua. Nopretendia passar um sermo e estragar adiverso, mas ouvir desconhecidasfalando de Tyr quando elas nem mesmoo conheciam ou ao valioso trabalho que

  • ele estava fazendo...Tyr olhou para Jazz e o mundo caiu.Sharif, to afiado quanto o khanjar

    cerimonial, a lmina curva suspensa nopunho decorado com pedras preciosasem seu cinto, no perdia nada einstantaneamente estava ao seu lado.

    No est se sentindo bem, Jasmina? Est um pouco barulhento, no

    acha? Talvez eu no fique muito tempoaqui.

    Ela queria ir embora quase tantoquanto queria ficar. No sabia o quequeria.

    Deveria fazer o melhor: ficar porquanto tempo ditasse a etiqueta e depois

  • sair francesa. s me avisar quando estiver

    preparada para partir, Jasmina. Aviso sim, obrigada.Sob o exterior de ao, Sharif era o

    homem mais bondoso e atencioso queconhecia.

    E caso se sinta desconfortvel paraencontrar-se com Tyr, avise-me tambm.

    No estou desconfortvel. ramosamigos de infncia.

    Ela odiava enganar Sharif, mesmo empensamentos, e inspirou fundo algumasvezes. Achara mesmo que conseguirialidar com isso?

    O olhar de falco de Sharif passou

  • num lampejo de Tyr para ela. Contanto que voc esteja bem com

    isso, Jasmina... Sim, claro. Mas seus lbios

    pareciam to rgidos quanto o boneco deum ventrloquo. Com Tyr, Jazz nopoderia confiar em seus sentimentos.

    Tyr est vindo para c avisouSharif, embora pudesse sentir que oamigo se aproximava sem se virar.Ento ele estava a poucos centmetros nasua frente.

    Jazz permaneceu paralisada e rgidaenquanto os dois se cumprimentavamcom os costumeiros socos nos punhos, eseu irmo foi para o lado e ela ficou

  • cara a cara com Tyr Skavanga. Por uminstante, analisou seu rosto, registrandotodas as terrveis mudanas, e depois selembrou de respirar.

  • CAPTULO 3

    QUE MARAVILHA v-lo novamente,Tyr.

    Digo o mesmo quanto a voc,Jasmina.

    Maravilha? Como palavras podem serinadequadas! Seu mundo estava vazio eagora, cheio. O forte viking era toatraente e fatal quanto ela lembrava, masdoa ver suas mudanas. Tyr passara porcoisas demais, sentiu Jazz, refletidas emseus olhos. Parecia mais endurecido,mais cnico, embora a fitasse com algo

  • prximo ao humor em seu lmpido epungente olhar.

    Voc mudou, Jazz. Voc tambm. O tom dela era

    leve, mas a essncia de Tyr mudara... deum jeito aterrador!

    Como vai, Jazz?Seu olhar fixo e pungente perguntava-

    lhe:Como voc realmente est? A

    verdade. Muito bem, obrigada, e voc?Seu tom forado trouxe outro lampejo

    de diverso aos escuros olhos de Tyr. Voc parece bem.Calor se apossou dela enquanto ele

  • continuava a encar-la de cima a baixo,destruindo sua deciso de permanecerindiferente aos homens. E como poderiater esquecido o efeito de sua voz?Aquele tom grave e rouco abraava-acomo uma recordao bem-vinda dopassado, mesmo com seus alarmesmentais.

    Temos que arrumar um tempo parafalar sobre nossas novidades, Jazz.

    Ela realmente ficou boquiaberta. Serque Tyr fazia ideia do que estavasugerindo? Uma conversa ntima, comeles sozinhos... totalmente proibido.Mas quando Sharif foi chamado paracumprimentar alguns de seus outros

  • convidados, acabou sozinha com Tyr.Suas bochechas ficaram vermelhas comobrasa. A conexo entre eles no seperdera. A passagem do tempo s afortalecera.

    Britt salvou-a. Era a organizadora doevento, a mulher mais ocupada do salo,mas ainda assim avistou Jazz,abandonada em sua deserta ilha pessoalcom Tyr, e rapidamente entrou em cenapara salvar-lhe.

    Jazz, gostaria que conhecessealgumas pessoas. Com licena, Tyr. Com um breve sorriso para ele, levouJazz rpido para longe.

    Jazz exalou, tremendo, enquanto

  • cruzavam o salo de baile. Obrigada por me salvar. Daqueles dois dinossauros? Britt

    riu. Eu podia ver a tenso de Sharif aum quilmetro de distncia e, quandoTyr foi falar com voc, soube que erahora de resgat-la.

    Jazz olhou ao redor e viu que Tyrainda olhava para ela.

    Venha. H muitas pessoas timaspara voc conhecer aqui.

    Jazz considerava-se sortuda por teruma cunhada como Britt do seu lado, eera reconfortante saber que semprepoderia conversar com ela. Valorizavasua crescente amizade com as trs irms

  • Skavanga, embora duvidasse queentendessem sua escolha de estilo devida.

    Vou apresent-la a um gruporealmente legal. Deixemos os homensremoendo seus pensamentos.

    Jazz ruborizou-se. Podia sentir oolhar fixo de Tyr em suas costas, dooutro lado do salo.

    Voc est bem? Vi como olhou paraTyr.

    Havia muita compaixo nos olhos deBritt. Ser que todos notaram?

    Estou bem. Consigo lidar com Tyr.Britt sorriu tambm, mas no se

    convenceu.

  • Ele gosta de voc, Jazz. Todos nsgostamos.

    Por impulso, Jazz abraou Britt, omais prximo de uma irm, porm nadapoderia descarrilhar sua determinaode levar uma vida impecvel a serviode seu pas.

    JAZZ KARESHI crescera. Tyr quase sorriucom a ironia de tentar no a acharatraente, e fracassar brutalmente. Jazztornara-se uma bela mulher e ele noconseguia olhar para mais nada. Deveriaagradecer a Britt por lev-la emboraantes que seu interesse ficasse maisbvio. Ficara muitssimo irritado porSharif ficar entre ele e Jazz at ser

  • chamado para longe dali. Que inferno,ele a conhecia desde que ela usavamarias-chiquinhas e aparelhos nosdentes! No podiam conversar agora?

    Jazz parece feliz esta noite comentou Tyr quando Sharif se juntou aele, determinado a descobrir tudo sobreela.

    Minha irm sempre est feliz. Porque no estaria?

    Por nada, Sharif. Voc est tentandomant-la longe de mim? Relaxe... Jazz sua irm e respeito isso. No faria nadaque embaraasse nenhum de vocs.

    Jasmina escolheu distanciar-se domundo moderno por seus prprios

  • motivos.Tyr fitava os olhos de um homem que

    conhecera e em quem confiara quase avida inteira e soube instantaneamenteque falava a verdade.

    Jasmina acredita que, enquanto faomelhorias no pas, ela deve tranquilizaros mais conservadores, mantendo atradio como princesa. Faremos tudoque pudermos para evitar o caos emnosso pas.

    Entendo e respeito isso garantiu-lhe Tyr, acompanhando seu olhar fixoat o outro lado do salo, onde Jazzestava.

    Tanto Sharif quanto Jazz estavam

  • determinados a fazer tudo o quepudessem por seu povo, mesmosacrificando sua felicidade.

    Creio que Jasmina est achando afesta um pouco demais comentouSharif, como se lesse a mente de Tyr.

    Deve ser conflitante para ela... estarentre homens e mulheres.

    Eles partilharam um sorriso quandoTyr se lembrou da moleca frente detodas as aventuras deles, enquantoSharif sempre tinha que considerar suadignidade e colocar Kareshi emprimeiro lugar.

    E voc, Tyr? O que est achando dafesta?

  • Estou que nem a Jazz. Misturar-me atantas pessoas de uma vez um suplciopara mim. Mas estou grato porque Brittorganizou esta festa. Ela est certa,preciso estar de volta em meio spessoas que amo.

    Era verdade, mas havia gente e rudosdemais ali. Cinco minutos sozinho comJazz teria sido mais do que suficiente, aquem ele no teria que explicar cadacoisinha, devido ao longo histrico daamizade deles.

    Tyr... Aqui...Mais um amigo. Outra fotografia. Ele

    deveria ser mais simptico. Tentaria,

  • mas o reflexo da chama da luz da velano cristal era como um bombardeio derefletores em sua face. Apenas Jazzbrilhava como um farol em meio a todaa comoo. Um osis no deserto de suavida, e seu olhar faminto buscava-a.

    Acho que voc preferiria estar nodeserto.

    Acertou!Fora o silncio do deserto que se

    imprimira primeiro em seu corao, eSharif e Jazz faziam parte daquele pasinspito com terreno hostil que eleamava. E amava os dois. A dureza deseu trabalho no deserto aliviava-o,distraa-o de coisas feias em seu

  • passado. At essa noite, no desejarareacender sentimentos gentis quepareciam mortos, mas agora?

    Desejo-lhe a melhor das noites, Tyr,mas fique longe da minha irm. Tardou, mas notou que encarava Jazz otempo todo enquanto conversavam. No dificulte mais ainda a vida dela.

    Eu no faria nada para machucarnenhum de vocs. Ele tranquilizou oamigo. Enquanto falava, um grupo deconvidados escolheu aquele momentopara tirar Sharif dali, deixando-o livrepara contemplar Jazz sem interrupes.

    Ele tentou ignor-la, mas enquantoestivessem no mesmo aposento no

  • conseguiria se concentrar. Deveriamignorar-se pelo resto da noite? Estavato tenso que pareceu feroz quandoalgum ps a mo em seu brao. Eleficou chocado ao ver uma idosa olhandopara ele.

    Sinto muito. Sua expressoabrandou-se de imediato. Por favor,perdoe-me.

    No precisa desculpar-se. S querialhe dizer como bom ver a famliaSkavanga reunida. Acho especialmentesignificativo ver a irm do sheik Sharifaqui. Entendo por que a princesaJasmina optou por essa forma de vida.Conversei com ela mais cedo. Deve ter

  • sido um grande passo para ela e aindamaior estar aqui esta noite. E que belaela ! Tem muita sorte de ter um irmoque claramente a adora.

    Tyr fez rudos educados enquanto aidosa continuava falando, mas aprecioua desculpa para olhar abertamente paraJazz. Fora um prisioneiro de guerra porum tempo e entendia que cativeiropoderia ser tanto da mente quanto docorpo, e seu corao simpatizava comJazz. No trocaria um momento de suavida agora pela existncia confinadadela, mas no podia culp-la por suasescolhas quando era uma serva do devercomo ele.

  • Como sentindo seu interesse, Jazzvirou-se para olhar para Tyr e, pelomais breve instante, sua expressocontinha toda a calidez e travessura dopassado.

    Bem, no devo tomar todo o seutempo.

    Notando que ignorara a velha dama,Tyr rapidamente se voltou para ela.

    Perdoe-me mais uma vez. Estavadistrado.

    Pela princesa Jasmina? A idosasorriu. No me surpreende.

    Ele deu de ombros. Essas eram boaspessoas, entusiasmadas para lhe dar asboas-vindas, e ele deveria mostrar-lhe

  • mais respeito. De agora em diante, anoite seria mais tranquila, seconseguisse admitir que Jazz Kareshiera um fruto proibido.

    Porm, em instantes, um grupoformou-se em volta dele e todos queriamvoltar a falar de seus exticos amigos deKareshi. Uma das mulheres apontou paraSharif, que at mesmo Tyr admitiu queparecia bem atraente com seu robeondulante.

    Quando imagino um guerreiro dodeserto, exatamente o sheik. Diga-me,Tyr, serviam-lhes plulas de beleza naescola?

    No. Banhos frios e palmatrias

  • murmurou ele distrado. Deixando asmulheres ao seu redor ainda exclamandoem fria por esse comentrio, foi atJazz. Somente uma mulher naquelesalo, uma nica mulher no mundopoderia provocar qualquer tipo deresposta nele, que achava que perdera acapacidade de sentir alguma coisa, atessa noite.

    Britt estava com Jazz e seu grupo esorriu quando Tyr foi juntar-se a elas. Oolhar fixo e velado de Sharif seguiu-oenquanto cruzava o salo lotado. Tyrolhou para trs, para tranquilizar oamigo, e tambm dizer que poderiam sercomo irmos, mas ningum lhe dizia

  • como viver. Mas como poderia searriscar a infectar um esprito brilhantecomo o de Jazz com suas trevas? Elamesma j no juntara dor o suficientesem que ele interferisse? Liberdade eraum dom que nunca apreciara, mas Jazzera um exemplo gritante de que a vidanem sempre era simples. Seus limitesno foram expandidos, mas encolheramquando ela cresceu.

    Mais um rpido olhar de Jazz e elevoltou a lembrar-se das peas quepregavam um no outro quando maisnovos: carrapichos debaixo da sela, p-de-mico dentro das botas de montaria.Tempos inocentes antes de as sombras

  • se insinuarem. Decidiu conversar rpidae educadamente com ela. O que poderiaser mais inocente do que isso?Perguntaria sobre os estbulos, mas nocomentaria nada sobre serem mais umamaneira que ela tinha para se isolar.No falaria nada sobre a excitao queatravessava seu corpo a cada vez queseus olhares se encontravam. Eram bonsamigos. Continuariam sendo. Sempreconseguiam voltar a uma amizadetranquila, mesmo depois de mesesseparados.

    Aquilo foi antes e agora tudo mudou.O passado no poderia ser retomado

    e o futuro no estava sob seu comando,

  • mas aproveitar o momento era suahabilidade especfica, e tinha essachance de conversar com Jazz.

  • CAPTULO 4

    BRITT LEVOU Jazz para longe de Tyr,explicando-lhe que arrumara os cartesdos convidados na mesa para que notivesse que se sentar perto de Tyr nemde nenhum outro homem solteiro.

    Estou to feliz por voc estar aqui.No seria o mesmo sem voc, Jazz.

    Desculpe-me se pareo tensa. Voc se sente estranha em volta de

    homens? No me surpreende. Deveriasair mais de Kareshi. Falarei com seuirmo sobre isso.

  • Por favor, no preocupe maisSharif. Estou feliz em Kareshi. Vocsabe o quanto amo meu trabalho e...

    E como vive sob sua autoimpostaguarda l? Sim, sei, Jazz, permitindo-seapenas essas brevssimas viagens parafora do pas?

    Sei que difcil que voc entendameu modo de vida, mas, por favor, ocerto pelo meu pas.

    Trancafiar-se nunca certo. Seupovo e voc se beneficiariam se vocviajasse mais.

    Nunca posso esquecer que sou umaprincesa de Kareshi. Nem que esse ttulovem com deveres e responsabilidades.

  • No com uma bola e uma corrente,certo?

    Agora voc est exagerando. Quemouvir isso vai achar que sou minhaprpria carcereira.

    E no ? Britt ficou sria. Cuidado para no esmagarcompletamente seu esprito. No setransforme no que voc no .

    Uma mulher velha, amargurada eranzinza?

    No h chances de isso acontecer. Britt riu. Agora temos que lidar commeu irmo. Suspirando, levantou-se eficou de lado enquanto os grupos sedividiam para dar passagem ao belo

  • viking. No se preocupe. Consigo lidar

    com Tyr. Jazz apenas esperava que seucorao lhe ouvisse.

    TYR FOI checar se Sharif aindaconversava com o embaixador e suaesposa, antes de se aproximar da mesada famlia para o jantar.

    Sharif chamou a irm.Britt foi de encontro a Tyr. Voc parece to pensativo. Estou. Mas vai ficar at o fim? Claro. Aprecio tudo que fez por

    mim. Mas teria preferido algo mais

  • comedido. No, voc est certa. melhor ver

    todos de uma vez. Acabar logo com isso?Ele olhou com diverso para a irm. Sem comentrios.Ento, o padro sempre mutante de

    amigos remodelou-se novamente,deixando Jazz sozinha num halo de luz.

    Ela seguiu at a mesa da famlia, edeparou-se com Tyr, relaxando numadas cadeiras douradas, analisando afesta com seu contemplativo e frio olharescuro. Ela estava presentes a se virar,encontrar-se com Britt, ou com Sharif,mas Tyr j estava em p, segurando uma

  • cadeira para ela. Jazz.Nenhum homem deveria sorrir assim

    para ela, to abertamente, de um jeitoto convidativo.

    Acreditava-se em Kareshi quemembros do sexo oposto nuncapoderiam olhar diretamente nos olhosuns dos outros sem alguma implicaosexual.

    Tyr.Ela sempre se sentiu to sem graa

    perto dele? Antigamente, isso nuncaacontecia, mas uma nova tenso invadirao relacionamento deles. No eram osmesmos de dez anos atrs. Britt estava

  • certa ao dizer que muitas guas rolaramdesde ento.

    S quando se sentou Jazz percebeuque Tyr ignorara ou trocara os cartesde lugares dispostos por Britt.

    O que faria? Arrumaria algumadesculpa e iria para o outro lado damesa? No pareceria rude? No seriaridculo, sendo eles os nicos mesa?Seu corao rugia quando inclinou aboca num sorriso.

    Ento, o que andou fazendo da vidaenquanto estive fora, Jazz?

    Ela encarou aquele par de olhos quesempre conseguiram devastar seusistema nervoso.

  • Por onde comeo? Ela riutrmula.

    Jazz?A voz de Tyr soava distante... Ela no

    deveria estar ali, nem conversando comum homem, especialmente Tyr, quedemandava a ateno de todas asmulheres, ainda mais a sua, e, tendotravado olhares com ele, no teria comose desviar.

    Faz um bom tempo...Tyr curvou a boca com uma irnica

    diverso com o comentrio dela, poisfoi provavelmente a coisa mais toscaque poderia dizer. Eram amigos haviaanos e ela no conseguia pensar numa

  • nica pergunta a ele? Nem faminta comoestava para saber detalhes de suaslacunas?

    Nada reservado, diferentemente dela,Tyr continuou estudando seu rosto emcada minsculo detalhe, deixando-adesconfortvel. Ainda bem que Brittapressou-se at eles. Do nada, acoragem voltara, e, fixando seu olhar node Tyr, aceitou a conexo, dizendo-lhecom os olhos que nunca mais poderiaser como antes, que ele no deveriaprovoc-la, nem flertar com ela.

    Tyr? Voc trocou meus cartes delugar? Britt soava rgida.

    Eu? Descansando em sua cadeira,

  • Tyr lanou um olhar preguioso irm,que bufou, impaciente, mas era tardedemais para rearrumar os cartes, j quealguns convidados importantes chegarame esperavam para sentar-se.

    Nem Sharif nem Tyr esqueceram seusmodos. Ambos seguravam cadeiras paraseus visitantes. Sharif at colocou amo, restritiva, no brao de Britt,quando ela e Jazz estavam trocando delugar.

    O embaixador murmurou discreto.Condenada pela etiqueta, pensou Jazz

    quando Tyr sentou-se ao seu lado. Oembaixador e sua esposa eramconvidados de honra de Britt essa noite

  • e, sendo ela e Sharif os anfitries, oembaixador tinha que se sentar ao ladoda anfitri.

    Enquanto Tyr conversava com oembaixador, Britt perguntou a Jazz:

    Tem certeza de que no hproblemas... sentada ao lado dele?

    Sem problemas disse, sorrindo. Oque mais poderia dizer?

    SERIA ELA a nica a sentir a tensoaumentando em torno da mesa? Faziatodo o possvel para ignorar Tyr, masele estava to perto que seu corpointeiro tinia. Como poderia continuarinsensvel ao devastador viking ao seulado? Tendo se proibido todos os

  • deleites sensuais que a realidadepudesse lhe oferecer, explorar oproibido em sua mente tornara-se um deseus passatempos prediletos. Mas nonessa noite. No deveria divagar.Fechando um pouco mais seu robe,forou seus pensamentos a se afastaremde Tyr.

    Por uns cinco segundos. Quer um pouco de gua, Jazz?Seu corao disparou ao fixar o olhar

    no dele. Sim, por favor. Ela soava to

    formal e distante, e lembrou-se de queisso era bom, mesmo sendo o contrriodo que acontecia dentro dela.

  • Vai passar um tempinho emSkavanga, princesa Jasmina?

    Jazz virou-se aliviada para a mulherde seu outro lado, mas nem isso aajudou, porque sua mente haviafotografado Tyr. Ela poderiaconversar e ao mesmo tempo ficarestudando todos os detalhes dele em suacabea. Seus cabelos eram espessos ede um castanho-dourado, descoloridospelo sol, em volta de seu rosto, voltandoa cair em mechas rebeldes, noimportando o quanto tentasse coloc-lospara trs. Sua barba rala estava ntida epreta, embora devesse ter se barbeadoantes de ir para a festa... e ela podia

  • sentir o cheiro de sua colnia. Tudo nelegritava perigo, e era o que Jazz juraraevitar! Ele estava todo de preto, quandotodos os outros homens mesa, excetoSharif, em seu robe cerimonial, vestiamsmoking, com camisas e gravatasconvencionais. Ela lembrava que Tyrsempre fazia o oposto do que eraesperado.

    Mais gua, princesa? A voz roucade Tyr fez Jazz estremecer e virar-se. Talvez outra coisa?

    No, obrigada.Como soava pudica! Mas aqueles

    olhos ferinos... Como se atrevia a olharpara ela assim? Aqueles olhos cor de

  • cinza como tempestade reluziam,compreendendo perturbadoramente aconfuso interna em Jazz. E aquela bocafirme que imaginara com muitafrequncia beijando-a...

    Deveria esquecer isso agora.Deveria! Tem certeza? No mesmo?Suas bochechas ficaram vermelho-

    fogo. Sim, tenho certeza.Franzindo o cenho, desferiu a ele o

    mesmo olhar malicioso de quando maisnovos, lembrete do quo ntimos eram.

    Seu guardanapo, Jazz?Ela inspirou com pungncia quando

  • Tyr se inclinou em sua direo,chacoalhou e disps o guardanapo delaem seu colo. Seus rostos estavam toprximos que as bochechas de Jazzardiam. O roar de linho engomado emsua pele causou um ataque de tremoresde excitao por seu corpo. Ela ficouchocada pelo quo facilmente poderiaser seduzida, quando a perna dele roouem sua coxa. Tyr era uma fora danatureza, um fenmeno natural quehumanos no conseguem controlar. Eladeveria ir embora agora!

    Voc est bela esta noite, Jazz.Voc no pode dizer isso!Mas como era o que ela queria ouvir!

  • Os olhos de Tyr ficaram clidos edivertidos quando ela no disse nada.Ser que ele no sabia do tamanho desseperigo? No se importava?

    Eva salvou o momento, assumindo ocontrole da conversa. Sorrindoorgulhosa para o irmo, disse a todosque Tyr nascera com um mapa e umabssola na mo, e quando riram Jazzrelaxou, pois no estava mais sob oholofote.

    No por muito tempo. Como se sente quanto ao desejo de

    viajar, Jazz?Por que Tyr tinha que lhe perguntar

    isso? Por que falar com ela? Fixou o

  • olhar no dele. Era sua chance deesclarecer-lhe sua posio.

    Sempre acreditei que no h lugarcomo o lar e at agora nada me fezmudar de ideia. A menos que fossepara um novo pas e uma nova famlia,por um casamento arranjado por Sharif,em que seria valorizada como um dosdiamantes Skavanga. Sentiu um arrepiode apreenso ao pensar nisso. Voltou-separa Tyr. Nunca senti seu desejo deficar me aventurando por a.

    Talvez porque nunca se deu essachance...

    perigoso conhecer o Tyr e maisainda o amar disse Eva, rindo com

  • todos.Jazz tambm riu, grata por Eva diluir

    a tenso com uma piada. Agradeceu assuas estrelas da sorte porque nuncaestaria numa posio para descobrir oquo perigoso Tyr poderia ser.

    Nunca sabemos quando Tyrdesaparecer novamente. Se eu piscar,pode ser que ele no esteja mais ali disse Eva.

    No se preocupe. Ficarei por aqui confidenciou Tyr, mas por que ele nodisse isso a todos mesa, e no s paraJazz?

    Britt subiu no palco para seu discursode boas-vindas e as luzes ficaram mais

  • fracas, deixando-a sozinha sob osholofotes, e o restante da sala numasombra. Sharif virara a cadeira paraouvir sua esposa, encorajando os outros mesa a fazerem o mesmo.

    Que foi? Para de me encarar, porfavor?

    No.A voz de Jazz era um sussurro feroz, a

    dele, uma fala lenta e preguiosa, e oleve grunhido de raiva dela, como nosvelhos tempos, fez com que ele sorrisse.Continuava analisando-a a seu bel-prazer, to fascinado que mal ouviu apergunta dela.

    Quando a computou, franziu o cenho.

  • Se consegui levar gua at aquelevilarejo? Sim. Como voc sabe disso?

    No se preocupe, Sharif no o traiu.Vi a nota fiscal da mquina de limpezade gua e sabia que ele no tinha nenhumprojeto assim em andamento, entojuntei dois mais dois.

    E chegou a mim? Realmente tenho ideias originais

    sem o selo de aprovao do meu irmo. Estou certo de que tenha. Detectei

    uma ponta de diverso agora em suavoz, princesa?

    Sou assim to maante? Voc mudou. No zombe de mim, Tyr. No tenho

  • mais 16 anos. Posso ver. Ento no deveria ficar me olhando.Depois veio o silncio. Acabaram-se

    os discursos e todos os prmios foramentregues. Acenderam-se as luzes e Brittvoltou mesa, para ser congratuladapelo marido. Britt era a mopacificadora no cenho de guerreiro deSharif, algo de que Tyr precisavamuitssimo.

    Qualquer coisa que pudesse distra-lo de seus sentimentos por Jazz,fincando as garras em seus sentidos,seria boa.

    Voc um vulco efervescente de

  • energia reprimida comentou Eva. Thor sem o martelo, a menos que estejaescondido debaixo da mesa...

    Eva conhecia-o muito bem. Podiasentir seu instinto de caa. Ele era olobo. Jazz era a ptala correndo risco deser pisoteada. Quando Britt persuadiuSharif a danar e os outros casais a elesse juntavam, Tyr sentiu esse instintoaguar-se, restando apenas o casal deidosos, ele e Jazz mesa, mas os idososestavam absortos em sua conversa...

    Ento, princesa Jasmina...Inspirando fundo, Jazz virou-se para

    fit-lo. No me chame assim, Tyr. No

  • precisa fingir comigo. Voc me chamade Jazz desde a primeira vez que nosvimos. Ainda sou Jazz para voc.

    Sua mente foi sacudida e ele ficousurpreso, depois se censurou poresquecer-se de que Jazz poderia termudado por fora, mas, por dentro, era amesma. Ela ficou tensa quando um grupopassou por eles e todos se curvaram emrespeito ao seu ttulo de nobreza.

    Voc no pode culpar as pessoas.Para elas voc no a moleca quesempre foi para mim. uma princesa.

    No passa disso, Tyr. No possosimplesmente assumir um ttulo sem terfeito nada para merec-lo.

  • Mas far. Talvez esteja certo, mas no me

    sinto diferente de ningum. Exceto... Exceto...? Ele inclinou o queixo

    para fitar-lhe nos olhos. Exceto que acho que voc deveria

    se curvar em reverncia a mim disseela com todo seu antigo humor e,sentando-se novamente, Tyr riu, aliviadoao pensar que a garota que conheciaainda estava ali em algum lugar.

    Oras, por que eu deveria me curvara voc, princesa?

    Guerreiros vikings precisam sercolocados em seu lugar por umaprincesa do deserto.

  • E que lugar esse?As bochechas de Jazz ficaram

    atraentemente ruborizadas. De preferncia numa masmorra. Mas no achei que voc tivesse

    medo de nada...Ela fixou seu olhar firme nele. Voc est certo. No tenho. Ento, se houver qualquer pequeno

    servio que eu possa lhe prestar, a mecurvo a voc em reverncia.

    Pela primeira vez, foi ele o primeiroa interromper o contato visual. Ele tinhaque se lembrar de que, quanto a jogos deseduo, Jazz era to inocente que noconhecia as regras.

  • Mas no conseguiu ignor-la pormuito tempo.

    Voc parece bem, Jazz. Obviamentea vida vem lhe tratando bem.

    Muito bem, obrigada disse elanum tom formal. Voc tambm.

    No precisa ser educada comigo.Quando os olhos dela ficaram

    anuviados, ele disse: Estamos numa festa, lembra? Em sua honra, Tyr, receio que ter

    que aceitar que as pessoas se importemcom voc. No imagino que ningumsaiba como se comportar ao seu redorquando esteve fora por tanto tempo.

    Gostava dessa nova Jazz, um

  • tremendo desafio sob aquele exteriorrecatado, mas gostava mais da crianaselvagem do passado. Essa nova versoera um instrumento bem acordoado ques tocava sua melodia restritivaautoimposta.

    Ajudaria se voc falasse sobrecoisas que lhe importam, Tyr, como osideais pelos quais lutou.

    Tipo o qu? Ele ficou tenso. Elaatingiu um ponto sensvel. Jazz tinhaproblemas, no ele.

    Como liberdade, Tyr. Liberdade? Ele riu incrdulo,

    fitando-a. O que voc sabe sobre isso? O que voc quer dizer com isso?

  • Sou livre. mesmo?No lhe foi possvel encarar-lhe nos

    olhos, ento sussurrou: Voc sempre representou a

    liberdade para mim, Tyr. Verdade? Ele percebeu que anos

    sem nada sentir tinham ido para oespao essa noite, tudo graas a Jazz.

    Voc sempre fez o que quis, Tyr.Podia ir aonde quisesse, fazer o que equando desejasse.

    Voc tambm pode. Estamos nosculo 21.

    No em Kareshi. Jazz sorriu. Edeveramos parar de falar disso antes

  • que tirem uma foto nossa conversando. Britt no permitiria a presena de

    paparazzi a um raio de cem quilmetrosdaqui.

    Por favor, no me provoque. Apreocupao em sua voz era autntica. Voc no sabe como so as coisas paraSharif em Kareshi, que faz tudo quepode para ajudar nosso povo, mas umaminoria discordante ainda critica e atacao progresso. Estou fazendo tudo queposso para tranquilizar essa minoria.

    A opinio pblica... Sacrificar-sedificilmente ser notado no grandeesquema das coisas, mas sua vida serarruinada... por voc.

  • E se eu quiser fazer isso?Ele silenciou-se, e Jazz balanou a

    cabea. Eu deveria saber que voc no

    entenderia. muito parecido comSharif, que diz que estou indo longedemais.

    E no est? Vocs so como irmos. Podem

    fazer o que e quando quiserem e novalorizam esse direito, mas comigo no assim. Sou uma princesa real deKareshi e devo preservar algunspadres.

    E o que isso implica? Seu coraoafundou... sabia que a resposta

  • envolveria mais sacrifcios,confinamentos, restries, vida inferior,um trgico desperdcio de vida.

    S terei que ver o que o futuro mereserva. Sharif foi abordado pelo Emirde Qadar.

    Tyr no fazia a mnima ideia do queisso significava, mas no parecia coisaboa.

    Seria um bom par para mim, Tyr.Nossos pases compartilham umafronteira.

    Par? Ele olhou para eladesacreditando. Como um...casamento?

    Jazz ruborizou-se.

  • As negociaes esto apenascomeando.

    Ento agora voc um itemespecial de barganha?

    Claro que no. Sharif nunca mefaria casar com algum com quem nome dou bem.

    Dar-se bem? Ele cuspiu aspalavras como se fosse algo nojento. Voc no deveria amar a pessoa comquem vai se casar?

    Amar? Jazz parecia pasma. Nemmesmo o conheo.

    Acha isso sensato? Eu o vi. Voc o viu. Ah, bem, ento, sem

  • problemas. No zombe de mim. So nossos

    modos em Kareshi. Em todos os pases do mundo as

    pessoas deveriam ser livres para amar. Mas Sharif j quebrou a tradio

    permitindo que eu seguisse umacarreira... Concordo que ficando emKareshi poderia conseguir muitascoisas, mas, se me casar com o emir,posso tirar parte do fardo dos ombros deSharif...

    Sharif adulto! Est comprovadoque um bom regente. E quanto suavida, Jazz? E voc?

    Eu?

  • Ele no sabia quem estava maissurpreso com sua fervente exploso.

    Kareshi minha vida. Qualquercoisa que possa fazer para ajudar o meupas, farei de bom grado.

    Voc est se repetindo. E, se quermesmo ajudar seu pas, por que noficar trabalhando em Kareshi?

    Mas o emir... concordei que Sharifpoderia se encontrar com ele...

    Voc pode acabar com isso.Jazz evitou seu olhar fixo.Suspirando, ela olhou ao redor,

    provavelmente para ver se algumnotara essa discusso acalorada.

    No quero impedir isso admitiu,

  • inclinando-se perto de Tyr. Se essecasamento beneficiar Kareshi, est bompara mim.

    Sua sugesto atroz.Tyr sentou-se em seu lugar. Fim de

    papo. Belas palavras, Tyr, mas voc no

    nasceu numa famlia real de Kareshi. livre para fazer o que quiser. Eu, no.Simples assim.

    Nada, nunca, to simples assim. Como ele sabia disso...

    Frustrado, teve que se lembrar de queestava numa festa, e deveriam acalmar-se.

    Pelo menos por ora.

  • CAPTULO 5

    BRITT E Sharif voltaram mesa. Tyrno conseguia acreditar que seu amigosheik concordava com essa ideiamaluca, nem que conseguiriam tirar Jazzdessa trilha estreita que escolheraseguir.

    Pare com a comoo, Tyr.O som baixo e urgente da voz de Jazz

    fez com que ele se virasse para ela. Voc est me deixando

    desconfortvel, e percebero isso. Voc me deixa desconfortvel com

  • esse papo de casamento arranjado comum homem que nem conhece. O que aleva a pensar que mudou tanto assim,Jazz? Quando mais nova, teriadispensado uma ideia dessas dandorisada!

    Exatamente. Estamos mais velhosagora, e na minha posio posso fazeralgo pelo meu pas, garantindo asegurana de pelo menos uma de nossasfronteiras.

    Balanando a cabea, ele desferiu-lheum olhar cnico.

    Aliar nossos pases ser bom paraKareshi.

    Mas Kareshi um pas rico desde

  • que Sharif assumiu o governo, e ele umregente sbio. Por que diabosconcordaria em sacrificar a irm pornada alm de uma vantagem poltica?

    Se acha que isso me far feliz... Aham! No acredito que Sharif

    concorde com isso. Tyr, por favor, fale baixo. O que quiser, princesa, mas no

    creio que tenha pensado nisso a fundo. No discutirei com voc. O que aconteceu com a garota que

    eu conhecia?Jazz voltou um olhar acusador para

    ele, algo sugeria que no fundo elaconcordava com ele. Era triste que, por

  • teimosia, no admitiria seu erro,acabando com esses planos malucos decasamento.

    Sharif olhou ao seu redor, com quemTyr trocou um breve olhar, lamentandopor ser essa a nica vez em que nopoderia ajud-lo. Sharif deu de ombros.Jazz sempre fora teimosa.

    Depois de no sentir nada por umbom tempo, Tyr sentia a opresso dessapremncia de ajud-la. Na verdade,gostaria de ficar bem perto dela.

    Mais motivos ainda para relaxar emseu lugar e ignor-la.

    A noite estava ficando infernal.E prestes a piorar.

  • Quando suspirou em frustrao, oolhar de Jazz para ele colocou seussentidos em queda livre.

    No fique de joguinhos comigo,Jazz.

    No estou jogando com voc.Ento seus olhos ficaram brincando

    com ele... e seus lbios. E suasbochechas ruborizadas traam-na. Asleis da atrao no poupavam ningum.Nem se preocupavam com um guerreiroindependente cuja armadura foraretirada essa noite, nem com umaprincesa conservadora que redescobriraagora suas asas.

    Tyr.

  • Ele olhou, aliviado ao ver Britt. O que vocs esto achando da noite

    at agora? Estou me divertindo muito. Foi uma

    tima oportunidade para tirarmos oatraso nas conversas.

    Voc est falando srio? murmurou Jazz, quando Britt voltou parao lado de Sharif.

    Fiquei sabendo de muita coisa. Quesua liberdade no deveria depender dealguma ideia equivocada de como vocpoderia ajudar melhor seu pas.

    Por que est me encarando assim,Tyr?

    Estou encarando-a?

  • Com um vestido tradicional ejustssimo at o tornozelo, de um intensoazul, guarnecido de sutis fios cor debronze, sua vestimenta estavaperfeitamente adequada ao seupersonagem; quer dizer, recatada comum toque fogoso. Tyr gostaria de ver acentelha pegar fogo. Imaginava o queseria preciso... Jazz estava deslumbrantecom seus cabelos negrssimos at acintura, cobertos por um vutransparente.

    Tyr, pare de me encarar! Voc no pode me culpar por olhar

    para o que h de mais interessante nestesalo.

  • Sim, culpo. No sou mais criana.Voc no pode me provocar e flertarcomigo como antes. No entende nada?Ou quer dificultar minha vida?

    Essa a ltima coisa que eu quero,princesa, mas normal conversar comquem est ao nosso lado a uma mesa dejantar.

    Voc impossvel!Jazz levou a cabea to para trs que

    seu vu escorregou, revelando sua nucamacia, e seus cabelos foram para um doslados. Tyr ficou decepcionado quandoela arrumou rpido o vu e no pdemais ver aquela delicada pele, que o fezcair em si. Jazz levantou-se para propor

  • um brinde. Erguendo seu copo de suco,virou-se de frente para Britt.

    Gostaria de propor um brinde deagradecimento a uma maravilhosamulher e querida amiga: minha cunhada,Britt. Quero agradecer-lhe, em nome detodos aqui, pelo maravilhoso sucessodesta noite. No poderia am-la maisnem se voc fosse minha irm. Emocionada, Jazz fez uma pausa.Murmrios de aprovao se erguiam aoseu redor. A instituio de caridadeque estamos apoiando hoje significamuito para todos ns, sentados a essamesa, e tambm uma oportunidadepara darmos as boas-vindas de volta ao

  • lar a Tyr.Tyr ficou tenso com o fitar direto

    dela. A noite logo acabaria, mas suasrepercusses atingiriam a todos comoondas numa lagoa.

    MESMO DEPOIS de alguns dias, eraestranho estar em casa com suas irmsdepois de tanto tempo longe. Um eventonico, os quatro assim juntos. Britt, Evae Leila dispensaram seus maridos parapassar um tempo com Tyr... e Jazz, mas,na ltima meia hora, conversavamapenas com Jazz, em sussurros cada vezmais baixos, deixando-o superalerta epara l de suspeito.

    Voc no deveria estar ouvindo.

  • Volte a ver o canal de esportes.Sim, ele era o nico homem entre as

    mulheres, e s poderia ficar na mesmasala com elas para lhes servir aperitivose refrigerantes. Estivera invisvel atagora.

    Podem falar mais alto? Est difcilouvir vocs disse Tyr seco.

    Se voc quer saber, Jazz est numaroubada disparou Eva.

    Roubada? Como assim? Ele fixouo olhar em Jazz.

    No nada. Jazz fez um floreiocom a mo.

    Vocs comearam, terminem observou ele num tom seco, notando que

  • as bochechas de Jazz ficaram bemvermelhas.

    Se quer saber, Jazz recebeu hojeuma oferta formal do Emir de Qadar disse Eva.

    Tyr grunhiu por dentro. Sem tempo.Interessado em saber mais, fingiu-se debobo.

    Que oferta? Pelo amor de Deus! exclamou

    Eva. Sei que voc homem, mas devefazer ideia do que se trata, no?

    Ele deu de ombros. Esclarea para mim.Como esperado, Eva apressou-se a

    contar os detalhes.

  • Oferta de casamento, bobalho. Elogo.

    Logo? No queria ouvir mais nada.Sabia que seu rosto deveria estar totenebroso quanto um trovo enquantoconsiderava essa bomba.

    Emir de Qadar? Grande pas,ttulo importante, uma grande lisonjapara Jazz, no?

    Eva fez cara feia, enquanto Leilamordia o lbio e Britt pareciaperturbada. Jazz evitava o olhar fixodele.

    Algum me explica o que estacontecendo? perguntou ele, num tomgentil, fervendo por dentro.

  • Eva mordeu a isca. Posso?Jazz deu de ombros e parecia

    resignada. Sim. Logo todos sabero, ento...

    por que no?Inspirando fundo, Eva fixou o olhar

    no do irmo, enviando-lhe uma fortemensagem de empatia por Jazz e umasplica para que tomasse alguma atitude.

    Talvez no ache tamanha lisonjaquando souber que o emir insistiu queJazz deva ser virgem quando secasarem.

    Tyr levantou-se explosivo e lembrouque deveria agir como o amigo

  • preocupado, e no um amante empotencial para l de enfurecido. Fazendoum gesto apaziguador com as mos,tanto para si quanto para elas, voltou-separa Jazz.

    Perdoe-me, Jazz. No da minhaconta, mas eu no sabia que os homensainda faziam esse tipo de exigncia.Deve ser difcil para voc, impossvelconversar comigo por perto... Elevoltou-se para a porta, desesperado parachut-la ou para dar um soco com opunho cerrado num bloco de madeira.

    No, fique. Voc pode saber.Muito bem. Ele apoiou-se na porta. Certo.

  • Por fora, permanecia calmo, mas umincndio incontrolvel se agitava em seuinterior, preocupado com Jazz. Com queespcie de Neandertal ela planejava secasar? As conversas entre o emir eSharif no estavam apenas comeando?

    Jazz deve fazer o certo para ela.Nenhum de ns faz a mnima ideia decomo ser uma princesa de Kareshi. Voltando-se para Jazz, Leilaacrescentou: E apoiaremos qualquerdeciso sua.

    Eu sei. Vocs me do licena uminstante?

    Claro. O coro da famliaSkavanga foi unnime.

  • Tyr ficou de lado para que Jazzsasse, mas no deu s suas irms achance de reforar a mensagem que elasdirigiram a ele. Ele faria algo, e jestava em ao antes de Jazz fechar aporta, que ele fechou... com os dois domesmo lado.

    O que voc est fazendo? Jazzficou boquiaberta, com o olhar fixo nele,alarmada porque ele fechou a porta atrsdeles.

    Tyr foi direito ao ponto. Voc pensou direito nisso?Jazz baixou o olhar para as mos dele

    em seu brao, e, por um momento muitoperigoso, as paixes corriam alto.

  • Qualquer coisa poderia ter acontecidonaqueles poucos e potentes segundos,mas Jazz inspirou, trmula, e, pelotormento em seus olhos, ele deixou-asair. Quando as mos de Tyr caram aolado de seu corpo, sussurrou:

    Leila est certa. Sei que voc noentende, mas tenho que pelo menosconsiderar a oferta do emir, por todos osbenefcios para Kareshi.

    Bobagem! J falei isso! No certopara voc, e sabe disso. Posso ver noseu rosto.

    Eu sabia que deveria ter vindocoberta com o vu murmurou ela, seca,a antiga Jazz insinuando-se. De alguma

  • forma, esse lampejo de esprito tornavamais difcil aceitar a situao.

    da sua vida que estamos falando. Exatamente, Tyr. O ao tomou

    conta de sua voz. Minha vida. Agorapode me deixar em paz?

    Com o maxilar cerrado, vendo-a sairdali, perguntava-se como viveria seatendesse ao pedido dela de recuar eno fazer nada.

    JAZZ DEIXOU-OS pouco tempo depois,beijando e abraando as irms de Tyrem despedida, mal reconhecendo apresena dele. Ela teria que ir a algumlugar com certa urgncia. No restante datarde, o silncio foi tempestuoso. Ele

  • aumentou o volume da televiso, e suasirms falavam baixinho mesa. Estavadesinteressado na conversa delas. Sabiado que estavam falando e de como sesentia. E que estaria em pssimasituao se partilhasse seus sentimentoscom algum.

    Ele no se moveu at seu celulartocar, o qual ele atendeu na outra sala.

    Sharif? Algum problema? Aligao estava ruim. Ele ficoupreocupado.

    Sim e no. Preciso de voc emKareshi, Tyr.

    Seus processos de pensamentosaceleraram-se. Kareshi? Jazz. Sim. Sim!,

  • tinha que ser sua resposta solicitaode Sharif.

    Desculpe-me por ter de faz-lovoltar s pressas para c... no, no hnenhum problema. Isso o aliviou. Tive que sair inesperadamente. Apenasuns negcios a resolver.

    Entendo. Tyr relaxou. Sharifobviamente estava viajando por algumlugar onde uma boa linha telefnica nemsempre existia.

    Os aldees de Wadi pediram ajudano estabelecimento de sua conexo deinternet e precisam de algum para lhesmostrar como us-la. Eu no pediria quevoc voltasse imediatamente, mas no

  • posso enviar para l algum que elesno conheam. Viviam to isolados atpouqussimo tempo atrs e confiam emvoc.

    Tyr franziu o cenho ao se lembrar desua promessa de voltar a Wadi.

    No os desapontarei.Logo? perguntou-lhe Sharif num tom

    de mistrio. Amanh logo o bastante para

    voc? Perfeito.Britt estava com uma expresso rgida

    quando ele voltou sala. Deixe isso quieto. Deixar o qu? Seus pensamentos

  • estavam acelerados com seu retorno aKareshi e a chance de ver Jazznovamente em seu pas natal, ondepoderiam continuar a conversar. QuandoJazz falara sobre liberdade, visualizaraaquele tipo a que todos naquela sala nodavam o devido valor. Ele no poderiasimplesmente ficar ali sentado. Tinhaque fazer alguma coisa.

    No faa nada quanto a Jazz. E novenha me dizer que no est pensandonela. Conheo esse olhar. Parece quevoc acha que ela foi forada a tomaressa deciso.

    Deciso que ela ainda no tomou,Britt, ento ainda h tempo para mudar

  • de ideia. E, se eu a vir em Kareshi,certamente falarei algo.

    Voc est sugerindo que Sharifforaria Jazz a fazer algo que ela noquisesse?

    Leila entrou em cena. No, claro que no, Britt.E, aos poucos, todos se acalmaram de

    novo.At que Eva acrescentou: Voc deveria contar a ele, Britt.Ele virou-se. Contar o qu? Sei que voc acabou de falar com

    Sharif comeou a dizer Britt, hesitante. Ele me disse que ligaria para voc...

  • E...? Acalme-se, Tyr. Deixe-me explicar

    disse Britt. Jazz no estar emKareshi quando voc voltar eprovavelmente voc no estar mais lquando ela voltar. E tambm no est emSkavanga.

    Ela estava aqui antes! E agora se foi. Foi aonde? Jazz deixou Skavanga com Sharif.A mente dele ficou a mil. Logo

    quando achou que poderia ter aoportunidade de colocar um pouco debom senso na cabea dela, Jazz deixaraSkavanga para algum destino

  • desconhecido.A menos que... No me digam que ela foi para

    Qadar! Seus msculos tensionaram-seenquanto ele esperava uma resposta.

    No tranquilizou-o Britt. E antesque voc fique com raiva, acho quepode ser culpa minha. Eu e Sharifconversamos sobre tirar Jazz de Kareshipara que ela tivesse uma perspectivadiferente sobre a vida. Ele tambm noest feliz com o fato de Jazzhumildemente fazer a linha dostradicionalistas em Kareshi. Ele no av como uma dcil princesa. Nunca aviu assim.

  • Jazz... dcil? Ento, aonde ele a levou? Aos desfiles de moda em Milo. Desfiles de moda? Ele riu alto.

    Desfiles de moda? Sharif sabe algumacoisa sobre a irm? Desde quandoJazz uma fashionista? Ela fica maisfeliz no deserto, cavalgando, livre!

    Tyr. Leila acompanhou-o at aporta. No faa nada sem pensar. Noajudaria Jazz. Sharif queria tirar a mentedela do emir e de sua proposta, para queela tivesse uma chance de pensar nascoisas com calma antes de concordarcom isso e arrepender-se para o resto davida.

  • No me despedi dela! Voc parece to perdido...

    observou Leila, pondo a mo em seubrao.

    E com raiva, pensou ele,envergonhado como falara com a irmem estgio avanado de gravidez.

    Estou agindo como um louco! Noentendo as escolhas malucas da Jazz.Voc sabe que nunca fico com raiva devoc, Leila.

    Eu sei. Leila sorriu emptica Aonde voc vai?

    No sei ao certo ainda. Masprometo manter contato dessa vez.

    Ele no esperou que Leila se

  • levantasse. Puxando-a num abraotranquilizador, beijou o topo de suacabea. Odiava deixar as irms assim,mas seus maridos cuidariam delas, eJazz no tinha ningum.

    Talvez ningum alm de um exrcitode guarda-costas armados enviados porSharif para observarem todos seusmovimentos. De novo, seria protegidada realidade e da prpria vida, entoque chance tinha ele se ela fizesse umaescolha consciente sobre o seu futuro?

  • CAPTULO 6

    ELA TEVE essa ideia maluca de que, seno se envolvesse at que tudo comQadar estivesse estabelecido, seriatarde demais para algum agir. Adeciso no estaria em suas mos. Tudobem por Kareshi. Fronteiras garantidasenquanto estivesse casada com o emir.

    Porm, quando se coloca trs irmsSkavanga na equao, com o crebro denegcios de Britt gritando erro com oarranjo sugerido entre uma Kareshimuito rica e um menos abastado de

  • Qadar, e Eva falando, descontrolada,que ningum bem da cabea passaria oresto da vida com um homem com quemnem tinha ido para a cama, apoiada porLeila, no havia nenhum melodioso corode concordncia e apoio a ela, e sim umruidoso coro de discordncia.

    E ento havia Tyr.E Sharif.E longe de estar feliz esmagada entre

    todas aquelas pessoas importantes e aimprensa da moda na primeira fileira detodos os desfiles, estava totalmentecansada de tudo aquilo. Se tivesse quever mais um trapo desalinhado eassimtrico se passar por obra de arte,

  • poderia acabar usando um saco decnhamo em seu casamento.

    Seu casamento.Era hora de voltar a Kareshi antes de

    perder a coragem. As negociaes decasamento entre Kareshi e Qadardeveriam estar quase completas. Atisso soava errado. Como dois pasespoderiam casar-se?

    Ela planejava casar-se com um pas?Suspirando to alto que as pessoas

    sua volta olharam surpresas para ela,Jazz confrontava os planos que acharaque fariam sentido e percebeu vriosburacos. Como poderia ajudar seu pasmorando em Qadar? Precisava sair

  • daquelas luzes piscantes e msica alta eir para a quietude do deserto, pararepensar seu futuro. Pegando seu celular,estava prestes a fazer planos de viagem,quando recebeu uma mensagem de Eva.

    Tyr est trabalhando no vilarejode Wadi.

    E...?

    E bom dia, princesa hipcrita.

    Eva? O que voc quer que eudiga???

    Ser que a frustrao sexual estimpedindo-a de pensar direito? Se

  • assim for, por favor, ligue paraessa linha de ajuda agora...

    EVA!

    S achei o que seria que vocgostaria de saber. Os desfiles demoda esto sendo bons para voc?

    Zzzzzzzzzzz

    Por que ainda est a?

    Estava pensando justamente nisso.

    Jazz fez uma pausa antes de perguntaro que tamborilava em sua mente.

    O que Tyr est fazendo em

  • Kareshi?

    Certamente no procurandoalguma tola para fazer a danados sete vus para ele em seuharm, como o malvolo Emir deQadar.

    EVA!!

    Que bem voc far a Kareshiatada com algemas de penas?

    No sei ao certo se o emir fariauma coisa dessas.

    Est preparada para se arriscar?

    A pausa foi longa enquanto Jazz

  • digeria essa informao e se contorcia,desconfortvel, em sua cadeira.

    Ok, eu cedo. *grande suspiro*

    Tyr est estabelecendo umaconexo de internet em Wadi,ento, se voc se apressar...

    O que isso tem a ver comigo?

    Ele precisa de falhas e entupir-sede servio para manter asanidade. Voc pode lev-los comvoc.

    Mas no vou at Wadi.

  • Sim, vai.

    Seguiu-se uma pausa muito longa eJazz digitou uma mensagem.

    Sinto sua falta, Eva.

    recproco, menina de olhoscastanhos. Vejo voc em Kareshi?

    Nunca diga nunca para uma tendaondulada beduna.

    :) xx

    Ela poderia fazer parte do mundo deEva e do novo mundo que Sharif estavatrabalhando to duro para construir em

  • Kareshi ou seria a princesa hipcrita,uma velha amargurada, em sua prpriateia de melancolia. A alternativa eracasar-se com um homem que noconhecia. E se o emir realmentedecidisse trancafi-la em seu harm,Eva estava certa: que uso Jazz teria paraKareshi?

    No mnimo, Eva levara Jazz a pensar.Desculpando-se, educada, antes de asluzes acenderem-se na segunda parte dodesfile, segurou a bainha de seuesvoaante robe de seda para fugir dailha da fantasia da moda para arealidade que deixara de encarar portempo demais.

  • SOUBE QUE tomara a deciso certa emvoltar a Kareshi quando o helicpteroreal ergueu-a acima da plancie devegetao verde que cercava, contgua,o recanto de Sharif no palcio no meiodo deserto, graas viso de seu irmo.

    Sharif era seu dolo e de Kareshi, eum dia ela esperava igualar-se a ele emsuas conquistas.

    E no faria isso em Qadar.Se ficasse em Kareshi como a irm

    solteira do sheik, seria um fardo paraele, e ela no se perdoaria por isso.Ento, no seria mais fcil seguir oplano do emir?

    Fcil no era opo nem para Jazz

  • Kareshi nem para seu irmo. QuandoSharif assumiu o trono havia infinitosconflitos at que ele se provou um ldervaloroso. O sonho deles era que todo opovo de Kareshi vivesse junto emharmonia, e agora Jazz se perguntava sehavia levado sua cruzada pessoal longedemais. Sharif nunca lhe pedira queapaziguasse os tradicionalistas. Agoraque estava de volta a Kareshi, a respostaparecia clara. Teria que ficar ali, eraseu lugar.

    Descansando as costas, considerandoessa mudana de planos, o helicpteroreal singrava alto o ar sobre Wadi, ondeEva dissera que Tyr estava.

  • Tyr.A afinidade especial de Tyr com o

    deserto uniu os dois quando jovens.Com o olhar fixo para baixo, Jazzperguntava-se o que Tyr estaria fazendose estivesse sozinho. As sombras atrsde seus olhos pediam para serremovidas com amizade e apoio. Eladeveria agradecer a Eva por faz-la cairem si. As pessoas precisavam mais delaem Kareshi do que o Emir de Qadar.Pessoas como Tyr, cuja alma eramagoada, e que voltara para encontrar apaz na imensido do deserto e umpropsito verdadeiro em seu trabalho.Ela gostaria de ajud-lo, mas ser que

  • ele deixaria?Inquieta, Jazz sabia que tinha que

    parar de sonhar com Tyr e com o que elesignificava para ela. Ela no podiasalvar o mundo... nem mesmo suapequena parte nele, menos ainda chegarao fundo daquelas sombras por trs dosolhos de Tyr.

    Mas isso no a impediria de tentar,nem de sonhar. E sonhos tinham que sergrandiosos, ou qual o sentido do sonhar?Se Tyr estava trabalhando em Wadi,Jazz tinha a obrigao de ir v-lo.

    Quando o helicptero aterrissou, elaaceitou que poderia precisar preparar-separa adequar seus sonhos realidade.

  • Mesmo que estivesse interessado nela,Tyr iria querer mais de uma mulher doque uma virgem constrita, e Jazz temia arealidade do sexo. De certa forma,casar-se com um homem desconhecidofazia-a ter menos medo do qualquerassociao fsica com algum que elarealmente conhecia, talvez porque ocasamento com o emir sempre estivesseenvolto num ar de irrealidade.

    Enquanto Tyr Skavanga, em todo seupleno desejo sexual e estado delicioso,era real demais.

    Naquela noite, com Tyr na festa, seusinstintos primais voaram s alturas, poisat mesmo ela podia sentir que ele era

  • um caador com altssimos desejossexuais, no auge de sua vida, e ela erauma virgem que s sabia de sexo nateoria. E o que ouvira dificilmente eraatraente, exceto quando Eva comeou afalar, mas Eva sempre vivia parachocar, ento nunca seria possvel saberao certo se o que ela dissera era mesmoverdade.

    Pode tirar o cinto de seguranaagora, Princesa Jasmina.

    A voz do piloto soava estridente emetlica nos fones de ouvido enquantoele desligava o motor, e ela mordeu umsorriso ao pensar em quanta sorte tinhapor ele no poder ler seus pensamentos.

  • Manteria seu cinto de segurana bem etotalmente preso at o dia em que secasasse, muito obrigada.

    TYR ESTAVA coberto de areia da cabeaaos ps, depois de caminhar por horassobre um terreno escarpado. Desde altima tempestade, o padro das dunasde areia mudara, e uma viagem emquatro rodas no o levaria ao vilarejo.Ele falara por rdio, para certificar-sede que pegariam veculo antes que atempestade prxima se aproximasse, eento seguiu a p. Estava aliviado emsaber que Jazz estava a meio mundo dedistncia, com aquela tempestade ruimse aproximando.

  • Parando sua mochila numa posiomais confortvel, pensou em seus diasde escola, quando Sharif ficara compena dele durante as frias porque eletinha trs irms. Porm, quando Tyrchegou ao deserto, descobriu que seusproblemas tinham acabado de comear,porque a irm nica de Sharif causava-lhe mais contrariedades do que suas trsirms juntas. A princpio, achara queseria fcil se livrar de Jazz quando elaos acompanhasse, mas no tinham umcavalo rpido o bastante para ficarlonge dela. Eles pensavam em todos ostipos de planos sagazes, mas Jazzsempre era mais rpida do que eles.

  • Sempre fizera isso. Eles relaxavam aolado de um osis enquanto seus cavalosbebiam gua quando ela aparecia dandoa volta numa palmeira para provoc-los,at que, por fim, cederam, e sua duplaexclusiva tornou-se um trio.

    Chegando ao topo de uma duna cujavista dava para Wadi, ele baixou o olharcomo se esperasse que Jazz estivesseesperando por ele. Claro que no.Estava em Milo, bancando afashionista. Mesmo que estivesseesperando por ele, nunca conseguiriamrecuperar aqueles dias inocentes. Otempo mudara-os demais. Apertando osolhos contra os baixos raios do sol que

  • morria, seguiu a ltima fase de suajornada.

    SER QUE ela sempre fora to feliz comoestava agora, preparando-se paracavalgar?

    No, concluiu Jazz, nem se dando aotrabalho de verificar sua aparncia noespelho. O sol estava alto no cu e a luzcinza lentamente cedia lugar a um brilhoclido cor de manteiga. O dia prometiaser fabuloso para uma cavalgada, sesasse antes que o sol subisse demais nocu e a calidez desse lugar a um fogosopoo de inferno. S tinha que pegar seuchapu na porta e estaria pronta paraexplorar seu novo garanho, Spear, que

  • diziam ser impossvel de cavalgar, oque veria por si mesma. Bondade efirmeza sempre ganhava o dia com umgaranho difcil, e Spear era umatremenda de uma bela fera.

    Agora, por que lampejos de TyrSkavanga passavam por sua mente?

    Porque, quanto a belas feras, Tyrera um exemplo supremo.

    Talvez avistasse Tyr se cavalgassepor Wadi.

    Ela era uma princesa comresponsabilidades: teria que selembrar disso.

    Certo, ento no seguiria essecaminho, a menos que o vento soprasse

  • do leste. Ele no queria areia no rosto eno teria opo seno seguir na direode Wadi.

    Jazz desceu as escadas correndo eminutos depois estava no estbulo.Cruzando a porta semiaberta, sussurrouao ouvido de Spear, acariciou suasorelhas, ele relinchou e esfregou ofocinho nela, enquanto ele procurava emseus bolsos por balas de menta.Descansando a bochecha no pescoofirme e musculoso do animal, deleitou-se com a fora contida do garanho, eseus pensamentos alaram voo de voltaat Tyr. O que estaria fazendo agora?Pensando nela?

  • No seja ridcula!Mas havia uma chance de que Tyr

    pudesse estar se preparando paracavalgar. A aurora e o crepsculosempre foram seus momentos prediletospara cavalgar tambm. A aurora erabelamente imvel e silenciosa, e ocrepsculo, fresco.

    Conversando baixinho com seumagnificente garanho, Jazz conduziu-oat o ptio. Voc um mau menino,disse Jazz quase sussurrando, enquantoele jogava a cabea para trs, resistindoas suas tentativas de acalm-lo. Mas bonito, disse ela suave enquanto subialevemente na sela. O garanho estava

  • impaciente por sua corrida matinal, emeneou de lado at que ela o controlounovamente. Persuadiu-o a seguir numgalope tranquilo, em vez do galopebrusco que Spear buscava.

    Passando sob o arco de pedra quedividia o seguro e controlado ambientedos estbulos de Sharif, adentrando odeserto adiante, entraram na fronteiraselvagem e imprevisvel, que era comoJazz sempre pensara em seu lar nodeserto, inspirando fundo expectante ealegre, e soltou sua pegada, dando ocontrole a Spear.

    O vento arrancou seu vu, enquantogalopava pelas dunas. Ela era uma com

  • a potente fera enquanto seguiam comtudo: a melhor sensao do mundo.Spear excedera todas as suasexpectativas. Era perfeito. Com o ventosoprando do leste, s lhe restava umaopo: seguir at Wadi.

    Decidiu tomar um atalho, maisarriscado, porm muito mais rpido. Asubida da duna final era a mais tensa,mas quando chegou ao topo pde porfim ver o osis onde costumava nadarcom Tyr, e Wadi, como uma piscantecidade de brinquedo sua frente.

    O AR frio do osis atingindo sua peleaquecida era um prazer que Tyr esperaradesde que acordara. Nenhum outro lugar

  • na terra era como aquele, assaltandoseus sentidos com tantos contrastes defrio e quente, sombra e luz, a mais puravastido. Tudo era extremo no deserto.Era disso que ele gostava. Apenasconstante desafio e perigo. Relaxando osombros, preparou-se para mergulhar.

    E foi interrompido por um gritoestridente.

    Girando, viu as pernas do garanhocurvarem-se sob o animal deslizandoduna abaixo. Era um alvio ver ocavaleiro instintivamente chutar oestribo e pular do cavalo para no seresmagado por uma tonelada do animal.Reconhecendo a cavaleira, apanhou uma

  • toalha e ps-se a correr. Jazz!Ele subiu o desnvel do osis a todo

    vapor. Os prximos segundos passaram-se num borro desorientador de areia ecavalo girando enquanto Jazz e seugaranho desciam com tudo pelodeclive. Jazz demorou um pouco parachegar, antes de cair em p em com aspernas estiradas. Agachando-se,examinou-a rapidamente. Ela estava comfalta de ar, chocada. No conseguiafalar, mas sua colorao estava boa eela respirava, o que sempre era um bomsinal.

    Tyr? Meu cavalo... disse ela

  • ofegante. Ileso. ele o vira bebendo gua. Voc est bem? Soou rude e

    provavelmente estava mais chocado doque Jazz. Voc no deveria estar naItlia, cuidando das doaes para asinstituies de caridade do ano quevem?

    Desculpe-me? Ela olhou para elecomo antigamente. Desci na paradaerrada?

    Ocultando um sorriso, olhou austeropara ela.

    Poderia ter sido um acidente bemsrio, e ainda no sabemos se voc estmachucada.

  • S meu orgulho admitiu ela,esforando-se para se levantar.

    Ele a pressionou para baixo. Voc no vai a lugar nenhum at eu

    checar se est machucada. E, peodesculpas, mas vou ter que pr as mosem voc.

    No disse Jazz instantaneamente,esforando-se para ir para longe dele.

    Propsitos puramente mdicos.Creia que no tenho desejo algum defazer isso.

    Muito desejo. Seus dedos ardiam sde pens