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Sistemas de Esgotos Sanitários Prof. Carlos Alberto O Irion/Prof. Geraldo Lopes da Silveira 1 SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS 1 – INTRODUÇÃO. De acordo com a sua origem os esgotos poderão ser classificados em esgotos domésticos, esgotos industriais, esgotos sanitários e esgotos pluviais. A NBR 9648 de 1986 apresenta as seguintes definições: Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para a higiene e necessidades fisiológicas humanas. Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os padrões de lançamento estabelecidos. Esgoto sanitário: despejo líquido constituído de esgotos domésticos e industriais, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária.(NBR 7229- 1993). Esgoto pluvial: são os esgotos provenientes das águas de chuva. A vazão de esgoto doméstico pode ser calculada em função da quota per capta de abastecimento de água, pois as contribuições de esgotos dependem fundamentalmente do sistema de abastecimento de água e existe uma correlação entre a quota per capta de abastecimento de água e a produção de esgotos. Esta relação é chamada de coeficiente de retorno (C), que apresenta uma variação entre 0,5 e 0,9, dependendo das condições locais. A Norma (NBR 9649 – 1986) recomenda o valor de 0,8 na falta de valores obtidos em campo.. O esgoto doméstico é constituído de uma elevada percentagem de água (99,9 %) e uma parcela mínima de impurezas que lhes confere características bastante acentuadas, decorrentes de alterações que ocorrem com o passar do tempo (decomposição), e por isto, se não receberem um tratamento sanitário adequado causarão a poluição das águas. A utilização da água para fins de abastecimento público origina os esgotos que deverão ter um recolhimento e uma adequada destinação, para não causar a poluição do solo, a contaminação das águas superficiais e subterrâneas e para não escoarem a céu aberto proporcionando a propagação de doenças. O esgoto industrial normalmente é intermitente e a sua composição depende principalmente do tipo e do porte da indústria, bem como da existência de pré-tratamento. A vazão dos esgotos industriais é função de uma série de fatores entre os quais podemos citar: existência de condições particulares de abastecimento de água, regime de trabalho da indústria e existência de pré-tratamento e regularização. Os esgotos industriais podem ser recebidos na rede coletora de esgotos domésticos, entretanto, alguns cuidados devem ser tomados no que se refere principalmente a sua qualidade e a sua quantidade. Com ralação a sua qualidade deverá ser analisada principalmente a necessidade de um pré-tratamento, para que o esgoto industrial não seja lançado in natura na rede coletora. O pré-tratamento em princípio deverá ser exigido quando o esgoto industrial apresentar as seguintes características: - serem nocivos a saúde ou prejudiquem a segurança dos trabalhos na rede; - prejudicarem os processos de tratamento; - causarem obstruções nas tubulações e equipamentos; - atacarem as tubulações ou prejudicarem a durabilidade das estruturas; - temperaturas elevadas, acima de 40 °C;

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Sistemas de Esgotos Sanitários Prof. Carlos Alberto O Irion/Prof. Geraldo Lopes da Silveira

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SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS

1 – INTRODUÇÃO.

De acordo com a sua origem os esgotos poderão ser classificados em esgotos domésticos, esgotos industriais, esgotos sanitários e esgotos pluviais. A NBR 9648 de 1986 apresenta as seguintes definições:

Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para a higiene e necessidades fisiológicas humanas.

Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os padrões de lançamento estabelecidos.

Esgoto sanitário: despejo líquido constituído de esgotos domésticos e industriais, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária.(NBR 7229- 1993).

Esgoto pluvial: são os esgotos provenientes das águas de chuva. A vazão de esgoto doméstico pode ser calculada em função da quota per capta de

abastecimento de água, pois as contribuições de esgotos dependem fundamentalmente do sistema de abastecimento de água e existe uma correlação entre a quota per capta de abastecimento de água e a produção de esgotos. Esta relação é chamada de coeficiente de retorno (C), que apresenta uma variação entre 0,5 e 0,9, dependendo das condições locais. A Norma (NBR 9649 – 1986) recomenda o valor de 0,8 na falta de valores obtidos em campo..

O esgoto doméstico é constituído de uma elevada percentagem de água (99,9 %) e uma parcela mínima de impurezas que lhes confere características bastante acentuadas, decorrentes de alterações que ocorrem com o passar do tempo (decomposição), e por isto, se não receberem um tratamento sanitário adequado causarão a poluição das águas.

A utilização da água para fins de abastecimento público origina os esgotos que deverão ter um recolhimento e uma adequada destinação, para não causar a poluição do solo, a contaminação das águas superficiais e subterrâneas e para não escoarem a céu aberto proporcionando a propagação de doenças.

O esgoto industrial normalmente é intermitente e a sua composição depende principalmente do tipo e do porte da indústria, bem como da existência de pré-tratamento. A vazão dos esgotos industriais é função de uma série de fatores entre os quais podemos citar: existência de condições particulares de abastecimento de água, regime de trabalho da indústria e existência de pré-tratamento e regularização.

Os esgotos industriais podem ser recebidos na rede coletora de esgotos domésticos, entretanto, alguns cuidados devem ser tomados no que se refere principalmente a sua qualidade e a sua quantidade. Com ralação a sua qualidade deverá ser analisada principalmente a necessidade de um pré-tratamento, para que o esgoto industrial não seja lançado in natura na rede coletora. O pré-tratamento em princípio deverá ser exigido quando o esgoto industrial apresentar as seguintes características:

- serem nocivos a saúde ou prejudiquem a segurança dos trabalhos na rede; - prejudicarem os processos de tratamento; - causarem obstruções nas tubulações e equipamentos; - atacarem as tubulações ou prejudicarem a durabilidade das estruturas; - temperaturas elevadas, acima de 40 °C;

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O esgoto pluvial é intermitente e sazonal e depende principalmente da intensidade e da ocorrência das precipitações atmosféricas.

2 - SISTEMAS DE ESGOTAMENTO.

Os esgotos são conduzidos por gravidade, isto é, o escoamento é feito em princípio

naturalmente dos pontos mais altos para os pontos mais baixos seguindo a declividade do terreno, logo, o traçado das redes de esgotos deve levar em conta a topografia.

Na concepção do traçado da rede de esgotamento sanitário, devido principalmente as condições topográficas locais, são definidas bacias de esgotamento sanitário, isto é, são definidas áreas onde é possível recolher e conduzir os esgotos por gravidade.

Os sistemas de esgotos sanitários apresentam principalmente os seguintes objetivos e finalidades:

- coletar os esgotos individualmente ou coletivamente; - afastamento rápido e seguro dos esgotos (fossas sépticas ou redes coletoras); - tratamento e disposição sanitária dos efluentes; - eliminação da poluição do solo; - conservação dos recursos hídricos; - eliminação de focos de poluição e contaminação; - redução na incidência das doenças relacionadas com a água contaminada.

3 - TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E TRANSPORTE.

O sistema de coleta e transporte de esgotos pode ser individual ou coletivo. O sistema individual é adotado normalmente para o atendimento unifamiliar e é

constituído por uma fossa séptica e um dispositivo de infiltração no solo que poderá ser um poço negro (sumidouro) ou outro dispositivo de irrigação sub-superficial (valas).

Para que este sistema funcione satisfatoriamente as habitações tem que ser esparsas (lotes grandes com elevada percentagem de área livre), o solo deverá apresentar boas condições de infiltração, e o lençol freático deve estar em uma profundidade adequada para não haver risco de contaminação por microorganismos transmissores de doenças (microorganismos patogênicos).

Os sistemas coletivos são adotados para o atendimento de uma comunidade e são constituídos de canalizações que recebem os esgotos para transportar adequadamente ao destino final. O atendimento de uma comunidade, como por exemplo: uma vila ou um loteamento, poderá ser feita com uma fossa séptica coletiva que terá também a função de tratamento dos esgotos, desde que exista área disponível e que as características do solo e de nível de lençol subterrâneo permitam a infiltração dos esgotos sem riscos de contaminação.

O sistema coletivo de coleta e transporte dos esgotos poderá ser unitário ou separador. 3.1 - SISTEMA UNITÁRIO.

Este sistema coleta os esgotos juntamente com as águas pluviais e normalmente não é

utilizado por exigir investimentos iniciais maiores, devidos principalmente ao grande diâmetro das canalizações, bem como também por apresentarem alguns inconvenientes:

- problemas em regiões onde as precipitações são muito intensas (regiões tropicais);

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- poluição dos corpos receptores porque os sistemas de tratamento não podem ser dimensionados para tratar toda a vazão (vazão dos esgotos e vazão da chuva), logo, uma parcela destes esgotos, em períodos críticos, extravasa para o corpo receptor sem tratamento;

- problemas de mau cheiro em certas partes do sistema (bocas de lobo). 3.2 – SISTEMA SEPARADOR.

O sistema separador tem o objetivo de coletar exclusivamente os esgotos sanitários e

apresentam como grande vantagem o reduzido custo (canalizações de menor diâmetro), o que já justifica o seu emprego, mas além do custo este sistema apresenta outras vantagens:

- o afastamento das águas pluviais em separado pode ser feito através da vários lançamentos ao longo dos cursos de água, evitando-se o transporte das águas pluviais a longa distância;

- possibilidade de planejamento das obras para a execução em etapas, de acordo com a sua importância e as disponibilidades econômicas da comunidade;

- redução da possibilidade de poluição dos cursos de água (não ocorrerão extravasão dos esgotos nos períodos de precipitação intensa);

- permite o emprego de vários materiais para as tubulações de esgotos (tubos de cerâmica, tubos de concreto, tubos de PVC, tubos de ferro fundido).

Os sistemas normalmente não são totalmente separadores, pois no próprio conceito de esgoto sanitário já estão incluídas parcelas de esgoto industrial (admissível a tratamento juntamente com o esgoto doméstico), águas de infiltração e a contribuição pluvial parasitária (proveniente do encaminhamento acidental ou clandestino das águas pluviais).

Os despejos industriais deverão ser analisados com relação a sua quantidade e qualidade, com relação a sua quantidade dois tipos de indústrias devem ser consideradas:

- as indústrias que lançam na rede pública quantidades pequenas de despejos e que sob o ponto de vista de contribuição de esgotos não são consideradas;

- as indústrias que lançam na rede pública quantidades consideráveis de despejos e que sob o ponto de vista de contribuição de esgotos devem ser consideradas e analisadas (normalmente a vazão máxima de lançamento de despejos da indústria na rede é limitada o que leva a indústria a utilizar tanques de regularização)

Em princípio as águas pluviais não deveriam chegar aos coletores de sistemas separadores, mas na prática isto ocorre devido a defeitos nas instalações e ligações clandestinas (lançamento de águas de chuva nos sistemas de esgotos), mas estas ligações clandestinas deverão ser fiscalizadas e controladas porque poderão dificultam as operações dos sistemas.

As águas de infiltração são as contribuições indevidas provenientes do subsolo que são genericamente chamadas de infiltração, que penetram nos sistemas pelas tubulações defeituosas (paredes, conexões e juntas), através das estruturas dos órgãos acessórios (poços de visita, tubos de inspeção e limpeza, terminal de limpeza) estações elevatórias, etc.

De acordo com a Norma NBR 9649 a parcela que deve sempre ser considerada no cálculo da vazão, mesmo sendo o sistema separador, é a ocasionada pelas infiltrações. Esta parcela é chamada de taxa de infiltração e depende principalmente do tipo de material empregado, da qualidade do assentamento das tubulações bem como das características do solo (nível do lençol freático, tipo de solo e permeabilidade do solo). O coletor predial às vezes pode assumir importância fundamental na taxa de infiltração devido a sua grande extensão bem como a falte de cuidado na sua execução.

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A contribuição devida as águas pluviais, de acordo com a NBR 12207 – 1989 deve ser analisada apenas no dimensionamento dos interceptores.

O sistema separador poderá ser do tipo convencional, ou do tipo alternativo.

3.2.1 - SISTEMA SEPARADOR DO TIPO CONVENCIONAL.

É o sistema normalmente adotado para o esgotamento das águas residuárias (esgoto

sanitário) de um município e pode ser composto das seguintes unidades: - rede coletora (tubulações, conexões, peças especiais e órgãos acessórios / PV-TIL- TL -

CP); - estações elevatórias; - estações de tratamento; - disposição final; Na análise de alternativas de esgotamento sanitário normalmente delimitam-se bacias de

esgotamento sanitário que podem ser esgotados por gravidade contribuindo num mesmo ponto do interceptor.

As seguintes definições e conceitos são importantes, nos sistemas convencionais: Ramal predial, coletor predial ou ramais domiciliares: é o trecho que leva os esgotos

da unidade residencial para a rede pública de coleta. Rede coletora: é o conjunto de tubulações destinadas a receber e conduzir os esgotos

provenientes dos ramais prediais. A rede coletora é constituída de coletores secundários e coletores troncos ou principais. Os coletores secundários são os coletores que recebem os despejos diretos dos prédios, ao passo que os coletores principais são os que recebem a contribuição dos coletores secundários e encaminham estas contribuições para um emissário ou interceptor.

Interceptores: os interceptores são responsáveis pelo transporte dos esgotos gerados nas sub-bacias, evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos de água.

Emissários: os emissários são interceptores que não recebem contribuições ao longo do percurso e tem a função de transportar os esgotos até a estação de tratamento de esgotos ou ao seu ponto de lançamento final.

Estação elevatória: são as instalações (tubulações, equipamentos e acessórios) destinadas a transportar os esgotos de uma cota mais baixa para uma cota mais alta.

Poços de Visita (PV): são dispositivos destinados a inspeção e limpeza das redes e tradicionalmente são colocados nos trechos iniciais da rede, nas mudanças de direção / material / declividade / diâmetro, nas junções de tubulações e em trechos muito longos. Apresentam um custo muito elevado e por isto sempre que possível devem ser substituídos por equipamentos adequados para a limpeza das redes coletoras de esgotos (TIL - tubos de inspeção e limpeza, TL - terminais de limpeza, CP - caixas de passagem).

Estação de Tratamento de Esgotos (ETE): são as instalações que tem por objetivo a remoção dos poluentes dos esgotos (redução de cargas poluidoras) antes do seu lançamento final. 3.2.2 – SISTEMA SEPARADOR ALTERNATIVO. Como os sistemas convencionais apresentam um alto custo, dificultando ou mesmo impedindo um maior atendimento as populações, principalmente de baixa renda, outros

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sistemas coletivos de esgotamento sanitário foram concebidos nos últimos anos (Sistema Condominial de Esgotos, Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade, Sistema Pressurizado e Sistema a Vácuo).

Os sistemas alternativos de esgotos criam uma nova forma de relação entre a população e o poder público, proporcionando uma maior participação da população que deve participar no planejamento e nas decisões, tem parcela de responsabilidade na operação do sistema e se possível também auxilia na execução dos serviços. Nestes sistemas em princípio a medida que aumenta a participação da comunidade, menor serão os custos e maior será a eficiência do sistema.

Estes sistemas estão forçando uma mudança nos padrões técnicos que muitas vezes estão associados a sofisticações e a um elevado nível de segurança que ocasionam normalmente maiores custos. Estes sistemas estão permitindo o atendimento de um maior número de pessoas, conta com a participação da população e implicam em menores custos, entretanto, isto é uma cultura que não se caracteriza por um saneamento de segunda categoria para uma população de segunda classe, mas sim uma correta avaliação da nossa realidade que não permite um atendimento a todos com a manutenção dos padrões atuais.

Os sistemas alternativos deverão ter tratamento e a disposição final como etapas indispensáveis na sua concepção, e portanto, o tratamento e a disposição final devem ser projetados e implantados juntamente com as demais unidades do sistema.

No Brasil, o Sistema Condominial de Esgotos e o Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade são os sistemas que tem uma melhor aceitação.

O Sistema Condominial de Esgotos tem uma concepção de traçado de rede em condomínios, que na realidade são grupos de usuários onde normalmente a unidade de esgotamento é a quadra urbana. O ramal condominial (DN = 100 mm) passa pelo interior dos lotes e recebe os esgotos de uma caixa de inspeção individual (0,40 m x 0,40 m) à qual estão conectadas as instalações prediais. Neste caso deverá haver um pacto entre os vizinhos possibilitando a passagem dos esgotos pelos lotes, bem como futuras operações de manutenção do sistema, mas em princípio cada condômino deve assumir a parcela do sistema situado em seu lote. Os ramais condominiais descarregam o esgoto na rede coletora pública que conduz o esgoto para tratamento, sendo a operação e a manutenção do ramal condominial de responsabilidade do condomínio..

O Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade foi desenvolvido pela primeira vez no Brasil pelo Prof. Cynamon, que chamou a nova tecnologia de Sistema Não Convencional de Esgotos a Custo Reduzido. O Sistema Não Convencional de Esgotos a Custo Reduzido é composto de ramal domiciliar, tanques sépticos com leitos de secagem acoplados, rede coletora, estações de tratamento (filtro anaeróbico) e disposição final. Este sistema que recolhe o efluente líquido dos tanques sépticos obteve uma significativa redução de custos principalmente devido a utilização de tubos plásticos de pequeno diâmetro (D ≥ 50 mm) e a substituição do PV por TIL. Os sistemas alternativos, no que se refere ao tratamento, estão normalmente vinculados a processos não aerados, que são processos mais naturais, menos mecanizados e em conseqüência mais econômicos e mais simples (tanques sépticos, filtro anaeróbico e lagoas de estabilização)

Estes sistemas podem ser utilizados em núcleos isolados (vilas, distritos, conglomerados rurais e loteamentos), que muitas vezes são privados de sistemas de esgotos convencionais por dificuldades de ordem técnica e econômica.

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4 - LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES As redes coletoras de esgotos poderão ter tubulação simples (tubulação na rua) ou tubulação dupla (tubulação na calçada). A tubulação simples é localizada no leito carroçável, no seu eixo ou a 1/3 de distância entre o eixo e o meio fio, quando o eixo estiver ocupado por galeria de águas pluviais. A tubulação dupla pode ser utilizada nas seguintes situações: - em ruas com largura superior a 15 metros. - em ruas com tráfego muito intenso. - em ruas com pavimento de defecou recomposição. - quando existirem galerias pluviais, adutoras ou outras tubulações que dificultem ou

impeçam as ligações domiciliares.

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SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS

5555 –––– INTRODUÇÃO. INTRODUÇÃO. INTRODUÇÃO. INTRODUÇÃO.

De acordo com a sua origem os esgotos poderão

ser classificados em esgotos domésticosesgotos domésticosesgotos domésticosesgotos domésticos, esgotos esgotos esgotos esgotos

industriais, esgotos sanitáriosindustriais, esgotos sanitáriosindustriais, esgotos sanitáriosindustriais, esgotos sanitários e esgotos pluviaisesgotos pluviaisesgotos pluviaisesgotos pluviais.

A NBR 9648 de 1986 apresenta as seguintes

definições:

Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do

uso da água para a higiene e necessidades

fisiológicas humanas.

Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos

processos industriais, respeitados os padrões de

lançamento estabelecidos.

Esgoto sanitário:::: despejo líquido constituído de

esgotos domésticos e industriais, água de

infiltração e a contribuição pluvial

parasitária.(NBR 7229- 1993).

Esgoto pluvial: são os esgotos provenientes das

águas de chuva.

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A vazão de esgoto doméstico pode ser

calculada em função da quota per capta de

abastecimento de água, pois as contribuições de

esgotos dependem fundamentalmente do sistema

de abastecimento de água e existe uma

correlação entre a quota per capta de

abastecimento de água e a produção de esgotos.

Esta relação é chamada de coeficiente de retornocoeficiente de retornocoeficiente de retornocoeficiente de retorno

(C), que apresenta uma variação entre 0,5 e 0,9,

dependendo das condições locais. A Norma (NBR

9649 – 1986) recomenda o valor de 0,8 na falta de

valores obtidos em campo..

O esgoto doméstico é constituído de uma

elevada percentagem de água (99,9 %) e uma

parcela mínima de impurezas que lhes confere

características bastante acentuadas, decorrentes

de alterações que ocorrem com o passar do tempo

(decomposição), e por isto, se não receberem um

tratamento sanitário adequado causarão a

poluição das águas.

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9

A utilização da água para fins de abastecimento

público origina os esgotos que deverão ter um

recolhimento e uma adequada destinação, para

não causar a poluição do solo, a contaminação

das águas superficiais e subterrâneas e para não

escoarem a céu aberto proporcionando a

propagação de doenças.

O esgoto industrial normalmente é intermitente

e a sua composição depende principalmente do

tipo e do porte da indústria, bem como da

existência de pré-tratamento. A vazão dos esgotos

industriais é função de uma série de fatores entre

os quais podemos citar: existência de condições

particulares de abastecimento de água, regime de

trabalho da indústria e existência de pré-

tratamento e regularização.

Os esgotos industriais podem ser recebidos na

rede coletora de esgotos domésticos, entretanto,

alguns cuidados devem ser tomados no que se

refere principalmente a sua qualidade e a sua

quantidade. Com ralação a sua qualidade deverá

ser analisada principalmente a necessidade de um

pré-tratamento, para que o esgoto industrial não

seja lançado in natura na rede coletora. O pré-

tratamento em princípio deverá ser exigido quando

o esgoto industrial apresentar as seguintes

características:

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- serem nocivos a saúde ou prejudiquem a

segurança dos trabalhos na rede;

- prejudicarem os processos de tratamento;

- causarem obstruções nas tubulações e

equipamentos;

- atacarem as tubulações ou prejudicarem a

durabilidade das estruturas;

- temperaturas elevadas, acima de 40 °C;

O esgoto pluvial é intermitente e sazonal e

depende principalmente da intensidade e da

ocorrência das precipitações atmosféricas.

6666 ---- SISTEMAS DE ESGOTAMENTO. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO.

Os esgotos são conduzidos por gravidade, isto é,

o escoamento é feito em princípio naturalmente

dos pontos mais altos para os pontos mais baixos

seguindo a declividade do terreno, logo, o traçado

das redes de esgotos deve levar em conta a

topografia.

Na concepção do traçado da rede de

esgotamento sanitário, devido principalmente as

condições topográficas locais, são definidas

bacias de esgotamento sanitário, isto é, são

definidas áreas onde é possível recolher e conduzir

os esgotos por gravidade.

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Os sistemas de esgotos sanitários apresentam

principalmente os seguintes objetivos e

finalidades:

- coletar os esgotos individualmente ou

coletivamente;

- afastamento rápido e seguro dos esgotos

(fossas sépticas ou redes coletoras);

- tratamento e disposição sanitária dos

efluentes;

- eliminação da poluição do solo;

- conservação dos recursos hídricos;

- eliminação de focos de poluição e

contaminação;

- redução na incidência das doenças

relacionadas com a água contaminada.

7777 ---- TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E

TRANSPORTE.TRANSPORTE.TRANSPORTE.TRANSPORTE.

O sistema de coleta e transporte de esgotos

pode ser individualindividualindividualindividual ou coletivocoletivocoletivocoletivo.

O sistema individual é adotado normalmente

para o atendimento unifamiliar e é constituído por

uma fossa séptica e um dispositivo de infiltração

no solo que poderá ser um poço negro (sumidouro)

ou outro dispositivo de irrigação sub-superficial

(valas).

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Para que este sistema funcione

satisfatoriamente as habitações tem que ser

esparsas (lotes grandes com elevada percentagem

de área livre), o solo deverá apresentar boas

condições de infiltração, e o lençol freático deve

estar em uma profundidade adequada para não

haver risco de contaminação por microorganismos

transmissores de doenças (microorganismos

patogênicos).

Os sistemas coletivos são adotados para o

atendimento de uma comunidade e são

constituídos de canalizações que recebem os

esgotos para transportar adequadamente ao

destino final. O atendimento de uma comunidade,

como por exemplo: uma vila ou um loteamento,

poderá ser feita com uma fossa séptica coletiva

que terá também a função de tratamento dos

esgotos, desde que exista área disponível e que

as características do solo e de nível de lençol

subterrâneo permitam a infiltração dos esgotos

sem riscos de contaminação.

O sistema coletivo de coleta e transporte dos

esgotos poderá ser unitáriounitáriounitáriounitário ou separadorseparadorseparadorseparador.

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3.1 3.1 3.1 3.1 ---- SISTEMA UNITÁRIO. SISTEMA UNITÁRIO. SISTEMA UNITÁRIO. SISTEMA UNITÁRIO.

Este sistema coleta os esgotos juntamente com

as águas pluviais e normalmente não é utilizado

por exigir investimentos iniciais maiores, devidos

principalmente ao grande diâmetro das

canalizações, bem como também por

apresentarem alguns inconvenientes:

- problemas em regiões onde as precipitações

são muito intensas (regiões tropicais);

- poluição dos corpos receptores porque os

sistemas de tratamento não podem ser

dimensionados para tratar toda a vazão (vazão dos

esgotos e vazão da chuva), logo, uma parcela

destes esgotos, em períodos críticos, extravasa

para o corpo receptor sem tratamento;

- problemas de mau cheiro em certas partes do

sistema (bocas de lobo).

3.2 3.2 3.2 3.2 –––– SISTEMA SEPARADOR. SISTEMA SEPARADOR. SISTEMA SEPARADOR. SISTEMA SEPARADOR.

O sistema separador tem o objetivo de coletar

exclusivamente os esgotos sanitários e

apresentam como grande vantagem o reduzido

custo (canalizações de menor diâmetro), o que já

justifica o seu emprego, mas além do custo este

sistema apresenta outras vantagens:

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- o afastamento das águas pluviais em separado

pode ser feito através da vários lançamentos ao

longo dos cursos de água, evitando-se o transporte

das águas pluviais a longa distância;

- possibilidade de planejamento das obras para a

execução em etapas, de acordo com a sua

importância e as disponibilidades econômicas da

comunidade;

- redução da possibilidade de poluição dos

cursos de água (não ocorrerão extravasão dos

esgotos nos períodos de precipitação intensa);

- permite o emprego de vários materiais para as

tubulações de esgotos (tubos de cerâmica, tubos

de concreto, tubos de PVC, tubos de ferro fundido).

Os sistemas normalmente não são totalmente

separadores, pois no próprio conceito de esgoto

sanitário já estão incluídas parcelas de esgoto

industrial (admissível a tratamento juntamente

com o esgoto doméstico), águas de infiltração e a

contribuição pluvial parasitária (proveniente do

encaminhamento acidental ou clandestino das

águas pluviais).

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Os despejos industriais deverão ser analisados

com relação a sua quantidade e qualidade, com

relação a sua quantidade dois tipos de indústrias

devem ser consideradas:

- as indústrias que lançam na rede pública

quantidades pequenas de despejos e que sob o

ponto de vista de contribuição de esgotos não são

consideradas;

- as indústrias que lançam na rede pública

quantidades consideráveis de despejos e que sob o

ponto de vista de contribuição de esgotos devem

ser consideradas e analisadas (normalmente a

vazão máxima de lançamento de despejos da

indústria na rede é limitada o que leva a indústria a

utilizar tanques de regularização)

Em princípio as águas pluviais não deveriam

chegar aos coletores de sistemas separadores,

mas na prática isto ocorre devido a defeitos nas

instalações e ligações clandestinas (lançamento

de águas de chuva nos sistemas de esgotos), mas

estas ligações clandestinas deverão ser

fiscalizadas e controladas porque poderão

dificultam as operações dos sistemas.

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As águas de infiltração são as contribuições

indevidas provenientes do subsolo que são

genericamente chamadas de infiltração, que

penetram nos sistemas pelas tubulações

defeituosas (paredes, conexões e juntas), através

das estruturas dos órgãos acessórios (poços de

visita, tubos de inspeção e limpeza, terminal de

limpeza) estações elevatórias, etc.

De acordo com a Norma NBR 9649 a parcela que

deve sempre ser considerada no cálculo da vazão,

mesmo sendo o sistema separador, é a ocasionada

pelas infiltrações. Esta parcela é chamada de taxa

de infiltração e depende principalmente do tipo de

material empregado, da qualidade do

assentamento das tubulações bem como das

características do solo (nível do lençol freático,

tipo de solo e permeabilidade do solo). O coletor

predial às vezes pode assumir importância

fundamental na taxa de infiltração devido a sua

grande extensão bem como a falte de cuidado na

sua execução.

A contribuição devida as águas pluviais, de

acordo com a NBR 12207 – 1989 deve ser

analisada apenas no dimensionamento dos

interceptores.

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O sistema separador poderá ser do tipo tipo tipo tipo

convencional,convencional,convencional,convencional, ou do tipo tipo tipo tipo alternativo.alternativo.alternativo.alternativo.

3.2.1 3.2.1 3.2.1 3.2.1 ---- SISTEMA SEPARADOR DO TIPO SISTEMA SEPARADOR DO TIPO SISTEMA SEPARADOR DO TIPO SISTEMA SEPARADOR DO TIPO

CONVENCIONAL.CONVENCIONAL.CONVENCIONAL.CONVENCIONAL.

É o sistema normalmente adotado para o

esgotamento das águas residuárias (esgoto

sanitário) de um município e pode ser composto

das seguintes unidades:

- rede coletora (tubulações, conexões, peças

especiais e órgãos acessórios / PV-TIL- TL -CP);

- estações elevatórias;

- estações de tratamento;

- disposição final;

Na análise de alternativas de esgotamento

sanitário normalmente delimitam-se bacias de

esgotamento sanitário que podem ser esgotados

por gravidade contribuindo num mesmo ponto do

interceptor.

As seguintes definições e conceitos são

importantes, nos sistemas convencionais:

Ramal predial, coletor predial Ramal predial, coletor predial Ramal predial, coletor predial Ramal predial, coletor predial ou ramais ramais ramais ramais

domiciliaresdomiciliaresdomiciliaresdomiciliares: é o trecho que leva os esgotos da

unidade residencial para a rede pública de coleta.

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Rede coletoraRede coletoraRede coletoraRede coletora: é o conjunto de tubulações

destinadas a receber e conduzir os esgotos

provenientes dos ramais prediais. A rede coletora

é constituída de coletores secundácoletores secundácoletores secundácoletores secundáriosriosriosrios e coletores coletores coletores coletores

troncostroncostroncostroncos ou principaisprincipaisprincipaisprincipais. Os coletores secundários

são os coletores que recebem os despejos diretos

dos prédios, ao passo que os coletores principais

são os que recebem a contribuição dos coletores

secundários e encaminham estas contribuições

para um emissário ou interceptor.

InterceptoresInterceptoresInterceptoresInterceptores: os interceptores são responsáveis

pelo transporte dos esgotos gerados nas sub-

bacias, evitando que os mesmos sejam lançados

nos corpos de água.

EmissáriosEmissáriosEmissáriosEmissários: os emissários são interceptores que

não recebem contribuições ao longo do percurso e

tem a função de transportar os esgotos até a

estação de tratamento de esgotos ou ao seu ponto

de lançamento final.

Estação elevatóriaEstação elevatóriaEstação elevatóriaEstação elevatória: são as instalações

(tubulações, equipamentos e acessórios)

destinadas a transportar os esgotos de uma cota

mais baixa para uma cota mais alta.

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Poços de Visita (PV)Poços de Visita (PV)Poços de Visita (PV)Poços de Visita (PV): são dispositivos destinados

a inspeção e limpeza das redes e tradicionalmente

são colocados nos trechos iniciais da rede, nas

mudanças de direção / material / declividade /

diâmetro, nas junções de tubulações e em trechos

muito longos. Apresentam um custo muito elevado

e por isto sempre que possível devem ser

substituídos por equipamentos adequados para a

limpeza das redes coletoras de esgotos (TILTILTILTIL -

tubos de inspeção e limpeza, TLTLTLTL - terminais de

limpeza, CPCPCPCP - caixas de passagem).

Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)Estação de Tratamento de Esgotos (ETE)Estação de Tratamento de Esgotos (ETE): são as

instalações que tem por objetivo a remoção dos

poluentes dos esgotos (redução de cargas

poluidoras) antes do seu lançamento final.

3.2.2 3.2.2 3.2.2 3.2.2 –––– SISTEMA S SISTEMA S SISTEMA S SISTEMA SEPARADOR ALTERNATIVO. EPARADOR ALTERNATIVO. EPARADOR ALTERNATIVO. EPARADOR ALTERNATIVO.

Como os sistemas convencionais apresentam um

alto custo, dificultando ou mesmo impedindo um

maior atendimento as populações, principalmente

de baixa renda, outros sistemas coletivos de

esgotamento sanitário foram concebidos nos

últimos anos (Sistema Condominial de Esgotos,

Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade,

Sistema Pressurizado e Sistema a Vácuo).

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Os sistemas alternativos de esgotos criam uma

nova forma de relação entre a população e o poder

público, proporcionando uma maior participação da

população que deve participar no planejamento e

nas decisões, tem parcela de responsabilidade na

operação do sistema e se possível também auxilia

na execução dos serviços. Nestes sistemas em

princípio a medida que aumenta a participação da

comunidade, menor serão os custos e maior será a

eficiência do sistema.

Estes sistemas estão forçando uma mudança nos

padrões técnicos que muitas vezes estão

associados a sofisticações e a um elevado nível de

segurança que ocasionam normalmente maiores

custos. Estes sistemas estão permitindo o

atendimento de um maior número de pessoas,

conta com a participação da população e implicam

em menores custos, entretanto, isto é uma cultura

que não se caracteriza por um saneamento de

segunda categoria para uma população de segunda

classe, mas sim uma correta avaliação da nossa

realidade que não permite um atendimento a todos

com a manutenção dos padrões atuais.

Os sistemas alternativos deverão ter tratamento

e a disposição final como etapas indispensáveis na

sua concepção, e portanto, o tratamento e a

disposição final devem ser projetados e

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implantados juntamente com as demais unidades

do sistema.

No Brasil, o Sistema Condominial de Esgotos e o

Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade são

os sistemas que tem uma melhor aceitação.

O Sistema Condominial de Esgotos tem uma

concepção de traçado de rede em condomínios,

que na realidade são grupos de usuários onde

normalmente a unidade de esgotamento é a quadra

urbana. O ramal condominial (DN = 100 mm) passa

pelo interior dos lotes e recebe os esgotos de uma

caixa de inspeção individual (0,40 m x 0,40 m) à

qual estão conectadas as instalações prediais.

Neste caso deverá haver um pacto entre os

vizinhos possibilitando a passagem dos esgotos

pelos lotes, bem como futuras operações de

manutenção do sistema, mas em princípio cada

condômino deve assumir a parcela do sistema

situado em seu lote. Os ramais condominiais

descarregam o esgoto na rede coletora pública que

conduz o esgoto para tratamento, sendo a

operação e a manutenção do ramal condominial de

responsabilidade do condomínio..

O Sistema de Pequenos Diâmetros por Gravidade

foi desenvolvido pela primeira vez no Brasil pelo

Prof. Cynamon, que chamou a nova tecnologia de

Sistema Não Convencional de Esgotos a Custo

Reduzido. O Sistema Não Convencional de Esgotos

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a Custo Reduzido é composto de ramal domiciliar,

tanques sépticos com leitos de secagem

acoplados, rede coletora, estações de tratamento

(filtro anaeróbico) e disposição final. Este sistema

que recolhe o efluente líquido dos tanques

sépticos obteve uma significativa redução de

custos principalmente devido a utilização de tubos

plásticos de pequeno diâmetro (D ≥ 50 mm) e a

substituição do PV por TIL.

Os sistemas alternativos, no que se refere ao

tratamento, estão normalmente vinculados a

processos não aerados, que são processos mais

naturais, menos mecanizados e em conseqüência

mais econômicos e mais simples (tanques

sépticos, filtro anaeróbico e lagoas de

estabilização)

Estes sistemas podem ser utilizados em núcleos

isolados (vilas, distritos, conglomerados rurais e

loteamentos), que muitas vezes são privados de

sistemas de esgotos convencionais por

dificuldades de ordem técnica e econômica.

8888 ---- LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES

As redes coletoras de esgotos poderão ter

tubulação simplestubulação simplestubulação simplestubulação simples (tubulação na rua) ou tubulação tubulação tubulação tubulação

dupladupladupladupla (tubulação na calçada).

A tubulação simples é localizada no leito

carroçável, no seu eixo ou a 1/3 de distância entre

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o eixo e o meio fio, quando o eixo estiver ocupado

por galeria de águas pluviais.

A tubulação dupla pode ser utilizada nas

seguintes situações:

- em ruas com largura superior a 15 metros.

- em ruas com tráfego muito intenso.

- em ruas com pavimento de defecou

recomposição.

- quando existirem galerias pluviais, adutoras ou

outras tubulações que dificultem ou impeçam as

ligações domiciliares.

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