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Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727 Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Cássia Harue Takii Hanaoka 1 Felix Hugo Aguero Diaz Leon 2 RESUMO A análise de demonstrações contábeis é uma importante ferramenta na gestão financeira das organizações por poder extrair-se informações importantes para a tomada de decisões. O Terceiro Setor executa atividades cada vez mais relevantes para a sociedade, porém um dos grandes problemas enfrentados é a escassez de recursos financeiros. Assim, este trabalho teve como objetivo geral verificar se a análise de demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de entidades sem fins lucrativos brasileiras. Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Para a coleta de dados utilizou-se da análise documental realizada em uma entidade denominada Associação A localizada no município de Registro/SP, que executa atividades principalmente culturais e também sociais e filantrópicas. Embora alguns aspectos contábeis não foram observados pela entidade, por meio da aplicação da análise vertical e horizontal e dos indicadores econômico-financeiros no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Superavit ou Deficit foi possível extrair informações valiosíssimas que podem ser utilizadas na tomada de decisões por seus gestores. Palavras-chave: Terceiro Setor. Análise de Demonstrações Contábeis. Gestão Financeira. 1 INTRODUÇÃO As entidades sem fins lucrativos (ESFL) ou Organizações do Terceiro Setor (OTS) ou entidades filantrópicas nasceram da necessidade de suprir ações que o 1 Graduada em Ciências Contábeis e graduanda em Administração de Empresas pelas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro/SP. Especialista em Gestão Financeira e Orçamentária (UNINOVE). Contadora da Prefeitura Municipal de Registro. [email protected] 2 Graduado em Administração (FMU). Especialista em Finanças (UFPR) e em Marketing (IBMEC). Mestre em Administração (UNICID). Doutor em Administração de Empresas (MACKENZIE). Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Nove de Julho. Consultor de Marketing pela Total Marketing Consultoria e Treinamento. [email protected]

01ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NA GESTÃO … · vertical e horizontal e dos indicadores econômico-financeiros no Balanço Patrimonial ... financeiros dessas entidades

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Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727

Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br

Análise de Demonstrações Contábeis na

Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos

Cássia Harue Takii Hanaoka1

Felix Hugo Aguero Diaz Leon2

RESUMO

A análise de demonstrações contábeis é uma importante ferramenta na gestão financeira das organizações por poder extrair-se informações importantes para a tomada de decisões. O Terceiro Setor executa atividades cada vez mais relevantes para a sociedade, porém um dos grandes problemas enfrentados é a escassez de recursos financeiros. Assim, este trabalho teve como objetivo geral verificar se a análise de demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de entidades sem fins lucrativos brasileiras. Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Para a coleta de dados utilizou-se da análise documental realizada em uma entidade denominada Associação A localizada no município de Registro/SP, que executa atividades principalmente culturais e também sociais e filantrópicas. Embora alguns aspectos contábeis não foram observados pela entidade, por meio da aplicação da análise vertical e horizontal e dos indicadores econômico-financeiros no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Superavit ou Deficit foi possível extrair informações valiosíssimas que podem ser utilizadas na tomada de decisões por seus gestores. Palavras-chave: Terceiro Setor. Análise de Demonstrações Contábeis. Gestão Financeira. 1 INTRODUÇÃO As entidades sem fins lucrativos (ESFL) ou Organizações do Terceiro Setor

(OTS) ou entidades filantrópicas nasceram da necessidade de suprir ações que o

1 Graduada em Ciências Contábeis e graduanda em Administração de Empresas pelas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro/SP. Especialista em Gestão Financeira e Orçamentária (UNINOVE). Contadora da Prefeitura Municipal de Registro. [email protected] 2 Graduado em Administração (FMU). Especialista em Finanças (UFPR) e em Marketing (IBMEC). Mestre em Administração (UNICID). Doutor em Administração de Empresas (MACKENZIE). Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Nove de Julho. Consultor de Marketing pela Total Marketing Consultoria e Treinamento. [email protected]

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governo não consegue desempenhar com satisfação à sociedade. Essas entidades

começaram a ganhar força e se multiplicar após a segunda guerra mundial, que

deixou muita pobreza e carência na sociedade que, para amenizar a situação, tomou

a iniciativa de auxiliar os necessitados. Atualmente, as OTS vêm desempenhando

funções cada vez mais amplas e relevantes na sociedade moderna, realizando

atividades de caráter beneficente, buscando desenvolvimento sustentável e

socioeconômico e proporcionando melhores condições de vida às comunidades em

que atuam.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em

2009 haviam 498.378 entidades sem fins lucrativos cadastradas no Cadastro Central

de Empresas – CEMPRE. Em 2005, eram 338.162, o que indica um aumento de

47,38% entre 2005 e 2009.

Para que essas entidades consigam atingir o máximo de pessoas, é preciso

utilizar os recursos financeiros com eficiência e eficácia. Onde os recursos são

escassos e as receitas são variáveis, a tomada de decisão deve ser bem planejada

para não comprometer o andamento de suas atividades ou até mesmo o futuro da

entidade.

Umas das ferramentas mais importantes dentro de uma empresa é a

contabilidade que fornece informações sobre fatos passados e previsões para o

futuro para que a tomada de decisão seja feita com mais segurança. Analisando as

demonstrações contábeis é possível ter um panorama da situação passada e

presente, possibilitando a obtenção de informações para o planejamento do futuro

da empresa.

Observando o crescimento significativo no número de OTS e sua atuação

cada vez mais essencial na sociedade, a importância da gestão dos recursos

financeiros dessas entidades para a maximização de suas ações e sendo que a

contabilidade pode auxiliar na gestão desses recursos é que se deu a escolha do

tema.

Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral verificar se a análise de

demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de entidades

sem fins lucrativos brasileiras.

Para tanto, questiona-se: A análise de demonstrações contábeis pode ser

utilizada na gestão de entidades sem fins lucrativos brasileiras? E para responder a

este questionamento, pretende-se como objetivos específicos: a) pesquisar as

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demonstrações contábeis das organizações do Terceiro Setor do Brasil, b)

descrever os tipos de análise de demonstrações contábeis, c) conceituar a gestão

financeira e d) caracterizar as entidades sem fins lucrativos.

Como metodologia; quanto aos objetivos, esta pesquisa será exploratória,

utilizando como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica para levantamento

do referencial teórico e a pesquisa documental para coletar informações e os

demonstrativos contábeis da entidade analisada, denominada Associação A, para

verificar a aplicabilidade dos conceitos de análise de balanços na gestão de uma

entidade sem fins lucrativos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esta seção contempla os conceitos, definições e referências relacionadas às

demonstrações contábeis dos órgãos do terceiro setor, alguns tipos de análise que

podem ser utilizados, à gestão de recursos financeiros e à caracterização de

entidades sem fins lucrativos.

2.1 Demonstrações Contábeis do Terceiro Setor do Brasil

De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, NBC T 10.19, as

demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade

de lucros são as determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e

Nomenclatura das Demonstrações Contábeis: o Balanço Patrimonial (BP), a

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido (DMPL), a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

(DOAR) e as Notas Explicativas.

2.1.1 Balanço Patrimonial De acordo com Olak e Nascimento (2000), “o balanço patrimonial é uma

demonstração contábil indispensável a qualquer tipo de organização, quer explore

ou não atividade lucrativa”. E acrescentam que o balanço patrimonial evidencia, de

forma sucinta, a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade.

A NBC T 10.19 determina algumas alterações no balanço patrimonial para as

entidades sem fins lucrativos: no Patrimônio Líquido deve-se acrescentar “Social”,

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pois Patrimônio Líquido Social indica mais adequadamente a quem pertence o

patrimônio líquido, ou seja, à própria sociedade; a conta Capital deve ser substituída

por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido; a conta Lucros ou

Prejuízos Acumulados por Superavit ou Deficit do Exercício; o valor do superavit ou

deficit do exercício deve ser registrado na conta Superavit ou Deficit do Exercício,

enquanto não aprovado pela assembleia dos associados, e depois deve ser

transferido para a conta Patrimônio Social.

2.1.2 Demonstração do Superavit ou Deficit do período

Segundo Olak e Nascimento (2000), é preferível utilizar a nomenclatura

“Demonstração do Superavit ou Deficit das Atividades” ao invés de “Demonstração

do Resultado” para as entidades sem finalidade de lucro, pois mesmo obtendo-se

resultado (superavitário ou deficitário) o objetivo principal dessa demonstração é

evidenciar todas as atividades desenvolvidas pelos gestores relativas a um

determinado período de tempo.

Os mesmos autores dizem que essa demonstração “é de fundamental

importância para essas entidades, por evidenciar, efetivamente, as ações dos

gestores em termos de volume de recursos obtidos e custos e despesas

empregadas nas atividades dessas entidades”.

2.1.3 Demais demonstrações contábeis De acordo com Olak e Nascimento (2000), a elaboração da Demonstração

das Mutações do Patrimônio Líquido é obrigatória somente para as companhias de

capital aberto, mas nas ESFL essa demonstração também é útil por indicar os

saldos do início do período e os acréscimos ou decréscimos por doações,

subvenções ou contribuições recebidas; o superavit ou deficit do período e possíveis

ajustes no Patrimônio Social.

A DOAR, para os mesmo autores, tem como objetivo principal explicar a

variação ocorrida no Capital Circulante Líquido (diferença entre Ativo Circulante e

Passivo Circulante) de um período a outro, podendo indicar como e por que a

posição financeira da entidade mudou de um período a outro, com a evidenciação

de onde vieram os recursos e onde eles foram aplicados. No entanto, deve-se

ressaltar que a partir de 01 de janeiro de 2008 entrou em vigor a lei que alterou a Lei

nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas – SAs), a Lei nº. 11.638/07, trazendo

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mudanças significativas na escrituração e na elaboração das demonstrações

contábeis. Essa lei substituiu a DOAR pela DFC. Essa demonstração procura evidenciar as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa, como saldo bancário e aplicações financeiras) da companhia em determinado período, através de fluxos de recebimentos e pagamentos. Além da demonstração da mudança do saldo de caixa da companhia, a Demonstração do Fluxo de Caixa abre as variações do Capital Circulante Líquido, o que nem sempre é evidenciado na DOAR. O Pressuposto é que os leitores dos demonstrativos contábeis entendem melhor o fluxo de caixa do que a DOAR. (Padoveze, 2004 apud BETON, 2009)

Assaf Neto (2002) define que as Notas Explicativas visam esclarecer

informações importantes que não podem ser detalhadas nas demonstrações

contábeis elaboradas. De acordo com Olak e Nascimento (2006 apud BAREA,

2008), as notas explicativas têm como objetivo: “explicar os principais critérios

adotados pela contabilidade para elaborar as demonstrações contábeis, bem como

esclarecer algumas operações realizadas pela organização que estão refletidas,

monetariamente, nessas demonstrações”. Conforme a NBC T 6.2.2.3 (2003 apud

Barea, 2008), as notas explicativas evidenciam informações de natureza patrimonial,

econômica, financeira, legal, física e social, os critérios utilizados na elaboração das

demonstrações contábeis e também os eventos subsequentes ao balanço.

Por meio das demonstrações contábeis é possível extrair informações quanto

à situação financeira, econômica e patrimonial; arrecadação de receitas e realização

de despesas; entradas e saídas de caixa e muito mais. Todas as demonstrações

são importantes, mas será dada mais ênfase ao Balanço Patrimonial e à

Demonstração de Resultado devido ao seu maior grau de utilidade para as

organizações em questão.

2.2 Análise de Demonstrações Contábeis Segundo Matarazzo (1997), “a Análise de Balanços objetiva extrair

informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisões”. E ainda

complementa: “as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a

empresa, de acordo com as regras contábeis. A análise de balanços transforma

esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto mais informações

produzir.” (grifo nosso) O mesmo distingue dados de informações, sendo dados

números ou fatos isolados que não tem significância e informações representam

uma comunicação.

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Por meio da análise das demonstrações contábeis de uma empresa podem

ser extraídas informações a respeito de sua posição econômica e financeira atual,

os motivos de seu crescimento em determinado período e as tendências futuras, ou

seja, pela análise de balanços é possível obter informações sobre o passado, o

presente e o futuro de uma empresa. (Assaf Neto, 2002) Para Matarazzo (1998),

além da situação econômica e financeira, podem ser obtidas informações sobre o

desempenho da empresa, sua eficiência na utilização dos recursos, seus pontos

fortes e fracos, suas tendências e perspectivas, seu quadro evolutivo, a adequação

das fontes às aplicações de recursos, as causas das alterações na situação

financeira e na rentabilidade, a evidência de erros na administração, as providências

que não foram tomadas e a avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

2.2.1 Análise vertical e horizontal A análise vertical “permite conhecer a estrutura financeira e econômica da

empresa, ou seja, a participação relativa de cada elemento patrimonial e de

resultados” (ASSAF NETO, 2002). Para tanto, conforme Matarazzo (1998), calcula-

se o percentual de cada conta em relação a um valor-base, sendo que no balanço

calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do ativo e na

demonstração de resultado, em relação às vendas.

Para Assaf Neto (2002), a análise horizontal “identifica a evolução dos

diversos elementos patrimoniais e de resultados ao longo de determinado período

de tempo”. Segundo Matarazzo (1998), baseia-se na evolução de cada conta de

uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior.

Em termos gerais, os objetivos da análise vertical, segundo Matarazzo (1998),

são “mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a

que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais

da própria empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das

proporções normais.” E, de acordo com o mesmo autor, os objetivos da análise

horizontal são “mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e,

pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa”.

Matarazzo (1998) recomenda que as análises vertical e horizontal sejam

usadas em conjunto, visto que as conclusões baseadas na análise vertical podem

ser complementadas pela análise horizontal, com a identificação de pontos

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específicos de falhas, problemas e características da empresa e explicar os motivos

da empresa estar em determinada situação.

2.2.2 Índices econômico-financeiros Índice, no conceito de Matarazzo (1998), é a relação de contas ou grupo de

contas das demonstrações financeiras que evidenciam determinado aspecto da

situação econômica ou financeira de uma empresa, sendo a característica

fundamental dos índices fornecerem visão ampla da situação econômica e financeira

da empresa. Para Assaf Neto (2002), os índices “procuram relacionar elementos

afins das demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a

situação da empresa”.

Segundo Matarazzo (1998), inicialmente analisa-se a situação financeira

separadamente da situação econômica para posteriormente juntar-se as conclusões

dessas duas análises. Os índices da situação econômica são chamados de índices

de rentabilidade e os índices da situação financeira são divididos em índices de

estrutura de capitais e índices de liquidez.

A seguir, apresenta-se uma breve descrição dos tipos de índices, segundo

Assaf Neto (2002):

Liquidez: Visa conhecer a capacidade de a empresa cumprir com seus

compromissos assumidos dentro do vencimento, além de revelar o equilíbrio

financeiro e sua necessidade de investimento em capital de giro.

Estrutura de capitais: Avalia basicamente a proporção de recursos próprios e

de terceiros utilizados pela empresa, sua dependência financeira por dívidas

de curto prazo, a natureza de suas exigibilidades e seu risco financeiro.

Rentabilidade e lucratividade: Avalia o desempenho da empresa

economicamente, demonstrando o retorno sobre os investimentos realizados

e a lucratividade apresentada pelas atividades da empresa.

No Quadro 1 estão resumidos os principais índices de estrutura de capitais,

liquidez e rentabilidade utilizados na análise de balanços.

As análises vertical e horizontal utilizadas em conjunto mostram o

desempenho da entidade durante determinado período de tempo e como ela

conseguiu obter determinado resultado. Os índices permitem uma visão geral sobre

a situação financeira e econômica da entidade em determinado período, indicando

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pontos fortes e pontos fracos, os quais devem ser observados e corrigidos para que

se obtenha os resultados esperados.

QUADRO 1 – Quadro-resumo dos índices Símb. Índice Fórmula Indica Interp.

ESTRUTU

RA

DE C

APITA

L

CT/PL

Participação de capitais de terceiros

(endividamento)

Capitais de terceiros x 100 Patrimônio líquido

Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $

100 de capital próprio.

Quanto menor, melhor.

PC/CT Composição do endividamento

Passivo Circulante x 100 Capital de terceiros

Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às

obrigações totais.

AP/PL Imobilização do patrimônio líquido

Ativo permanente x 100 Patrimônio líquido

Quanto a empresa aplicou no ativo permanente para cada $ 100 de

patrimônio líquido.

AP

PL+ELP

Imobilização dos recursos não

correntes

Ativo permanente x100PL + Exigível a longo prazo

Que percentual dos recursos não correntes foi destinado ao ativo

permanente.

LIQUIDE

Z

LG Liquidez geral - LG

Ativo circulante + Real. a LP Passivo circulante + Exigível a LP

Quanto a empresa possui de ativo circulante e realizável a longo prazo

para cada $ 1 de dívida. Quanto maior,

melhor. LC Liquidez corrente -

LC Ativo circulante

Passivo circulante

Quanto a empresa possui de ativo circulante para cada $ 1 de passivo

circulante.

LS Liquidez seca - LS Ativo circulante - estoques

Passivo circulante

Quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $ 1 de passivo

circulante.

REN

TAB

ILIDA

DE

V/AT Giro do ativo Vendas líquidas Ativo

Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total.

Quanto maior,

melhor.

LL/V Margem líquida Lucro líquido x 100Vendas líquidas

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos.

LL/AT Rentabilidade do ativo

Lucro líquido x 100Ativo

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento

total.

LL/PL Rentabilidade do patrimônio líquido

Lucro líquido Patrimônio líquido médio

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício.

Fonte: Matarazzo (1998)

2.3. Gestão Financeira Segundo o Guia de Gestão (2002), o principal no processo de gestão é a

tomada de decisões. O processo de gestão de qualquer empresa ou Organização da

Sociedade Civil (OSC) se relaciona ao planejamento, implementação e avaliação

(controle) da dimensão de recursos de uma entidade. A vida da entidade envolve o

desembolso e a captação de recursos, portanto a gestão financeira tem o importante

papel de fornecer informações adequadas para dar embasamento a todas as

decisões que envolvem os colaboradores, a prestação de serviços e a relação com a

sociedade. As informações necessárias à tomada de decisão referem-se tanto sobre

fatos do passado como previsões para o futuro da entidade e, como a contabilidade

registra os atos e fatos de uma organização, as demonstrações contábeis podem

subsidiar o processo de tomada de decisão.

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As demonstrações essenciais, de acordo com este guia, são o balanço, a

demonstração de resultados e o fluxo de caixa, mas a entidade pode criar outras

demonstrações de acordo com sua necessidade. A partir dessas demonstrações

podem-se elaborar alguns índices para a avaliação da situação financeira da

entidade que auxiliarão no sistema de controle.

O sistema de controle financeiro é necessário para monitorar o desempenho

da entidade quanto à solvência, à liquidez, à capacidade de gerar superavit e sua

eficiência econômica. A partir das projeções estipuladas no processo de

planejamento, deve-se comparar com os valores efetivamente realizados para

verificar se os objetivos da entidade estão ou não sendo atingidos e corrigir

possíveis falhas.

A gestão financeira é essencial no processo de tomada de decisões, pois dela

extraem-se as informações necessárias sobre fatos passados e previsões para o

futuro, a fim de que os objetivos da entidade sejam alcançados.

2.4 Contextualizando o Terceiro Setor

Para Cruz et al. (2010) “o terceiro setor atua nas lacunas deixadas pelos

setores público e privado, buscando a promoção do bem-estar social.”

As origens do terceiro setor são muito remotas. Segundo Coelho (2002 apud

Cruz et al., 2010), as associações voluntárias sempre existiram nas comunidades

principalmente por meio das organizações religiosas e étnicas. De acordo com o

Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2008), com o final da segunda guerra

mundial ocorreram várias transformações sociais em todo o mundo, como mudanças

radicais nos centros de poder econômico e político; concentração urbana de ações

desenvolvimentistas; migrações em massa dos campos para as cidades; entre

outros fatores que contribuíram para o aumento da violência, doenças, pobreza e

conflitos, sejam religiosos, étnicos, sociais e políticos. A partir deste momento, para

a solução ou amenização destes problemas, a sociedade civil passou a se mobilizar

e essa mobilização passou a crescer cada vez mais.

Cunha, Beuren e Corrêa (2009) definem o terceiro setor como “um conjunto

de organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens, serviços públicos e

privados, tendo como objetivo o desenvolvimento político, econômico, social e

cultural no meio em que atuam.” E acrescentam com a definição de Voltolini (2004

apud CUNHA, BEUREN e CORRÊA, 2009): “trata-se de organizações de natureza

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privada e finalidade pública, portanto sem finalidade de lucro, cujas ações estão

voltadas para questões como cidadania, emancipação, autonomia e direitos da

população em geral, e dos excluídos preferencialmente”.

As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 10.19, definem as entidades

sem fins lucrativos como aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos

proprietários do patrimônio líquido e usa-se superavit ou deficit para seu resultado

positivo ou negativo (lucro ou prejuízo), respectivamente.

Portanto, conclui-se que as entidades sem fins lucrativos são aquelas que

atendem alguma necessidade da comunidade que o governo não consegue suprir

com satisfação, que não visam lucro para seus proprietários, mas que necessitam

de recursos humanos e financeiros para a execução de suas atividades e sua

continuidade.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este artigo utilizou as tipologias de pesquisa quanto aos objetivos e quanto

aos procedimentos técnicos. Quanto aos objetivos, este trabalho se caracteriza

como um estudo exploratório. No conceito de Gil (2002 apud Meireles, 2010), este

estudo tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, de

modo a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Na maioria dos casos, essas

pesquisas envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos.

Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa utilizou a pesquisa

bibliográfica e a pesquisa documental. Segundo Silva (2002), a pesquisa

bibliográfica explica e discute um tema ou problema com base em referências

teóricas já publicadas. Assim, utilizou-se a pesquisa bibliográfica para buscar o

referencial teórico deste trabalho em livros e trabalhos científicos. A pesquisa

documental, de acordo com o mesmo autor, difere da pesquisa bibliográfica por

utilizar material que ainda não foi analisado ou que pode ser reelaborado. Desta

maneira, foram reunidas as informações sobre a entidade analisada e suas

demonstrações contábeis. Este estudo foi realizado na entidade denominada

Associação A, localizada no município de Registro, interior de São Paulo, uma

associação sem a finalidade de distribuição de lucro aos seus associados que

executa atividades culturais, sociais e filantrópicas. Entre suas atividades, na

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promoção de eventos culturais, promove 3 dos maiores eventos da cidade e

participa de vários outros eventos durante o ano todo, tendo parcerias com outras

entidades do Terceiro Setor e com o município. Portanto, a entidade foi escolhida

devido à sua participação de destaque nesta sociedade.

As demonstrações contábeis e informações da Associação A foram colhidas

por análise documental e então foram aplicados os conceitos de análise vertical e

horizontal e extraídos os indicadores econômico-financeiros, para assim se fazer um

parecer analítico da situação financeira e econômica da entidade que estão

apresentados na seção seguinte.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS Nesta seção, primeiramente será feita uma breve apresentação da entidade

em análise e em seguida serão apresentados os resultados da aplicação dos

conceitos de análise de demonstrações contábeis nos demonstrativos da entidade.

4.1 Apresentação da Associação A A Associação A, situada no município de Registro/SP, foi fundada

oficialmente em 21 de junho de 1994. Esta associação promove anualmente vários

eventos culturais e gastronômicos em parceria com a prefeitura e outras entidades,

além de prestar auxílio a outras OTS do município. Possui também vários

departamentos que mantém atividades culturais para público de todas as idades.

Em seu quadro de funcionários, possui apenas duas pessoas contratadas

para suas rotinas administrativas. A diretoria é composta por associados que

colaboram voluntariamente, havendo 6 conselheiros consultivos, 6 membros no

conselho fiscal, 9 membros na diretoria executiva e 30 diretores de departamentos.

A Associação A executa suas atividades com recursos financeiros

provenientes de anuidades de seus associados; doações e contribuições; locação

de salão, mesas e cadeiras; rendimento de aplicações financeiras, eventos e

repasse da Secretaria de Estado da Cultura para o Ponto de Cultura (desde 2010 e

até 2012).

4.2 Análise das demonstrações contábeis da entidade

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A tabela 1 apresenta o Ativo da Associação A dos exercícios de 2009 a 2011,

já calculadas as análises vertical e horizontal. Tabela 1 - Balanço Patrimonial (Ativo) da Associação A

VALORES

CONTA

2011 2010 2009

R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)

ATIVO TOTAL 754.240,20 100,00 3,53 706.685,74 100,00 -3,00 728.514,02 100,00 100,00

CIRCULANTE 89.556,37 11,87 13,59 44.229,36 6,26 -43,90 78.839,64 10,82 100,00

Caixa 7.145,00 0,95 316,76 5.404,16 0,76 215,22 1.714,41 0,24 100,00

Bancos Conta Movimento 2.190,99 0,29 -87,13 20.810,03 2,94 22,26 17.021,53 2,34 100,00

Aplic. Liquidez Imediata 80.220,38 10,63 166,94 18.015,17 2,55 -40,05 30.051,62 4,12 100,00

Outras contas a receber - - -100,00 - - -100,00 29.900,00 4,10 100,00

Prêmios e seguros a vencer

- - -100,00 - - -100,00 152,08 0,02 100,00

NÃO CIRCULANTE 664.683,83 88,13 2,31 662.456,38 93,74 1,97 649.674,38 89,18 100,00

Imobilizado

Móveis e Utensílios 76.830,91 10,19 13,28 74.603,46 10,56 10,00 67.821,46 9,31 100,00

Máquinas e equipamentos 6.000,00 0,79 0,00 6.000,00 0,85 100,00 - - -

Prédio 466.852,92 61,90 0,00 466.852,92 66,06 0,00 466.852,92 64,08 100,00

Monumento 115.000,00 15,25 0,00 115.000,00 16,27 0,00 115.000,00 15,79 100,00

Fonte: Associação A (Adaptado pela autora)

Com uma visualização preliminar do ativo da entidade, observa-se que não há

as contas Estoques e Depreciação Acumulada. Durante visita à entidade para coleta

de documentos para a análise, foi observado que havia embalagens e alguns

ingredientes em estoque que seriam utilizados em eventos posteriormente. Quanto à

depreciação, segundo a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, um item classificado como

ativo imobilizado deve ser depreciado, ou seja, seu valor deve ser alocado de acordo

com sua vida útil por meio de conta redutora, mas, no entanto, no balanço da

entidade os valores de máquinas e equipamentos, prédio e monumento

permaneceram inalterados nos 3 anos.

Analisando o ativo circulante, este representa uma pequena parcela do total

do ativo da entidade nos exercícios analisados, sendo que houve redução em 2010,

devido ao resgate de aplicações para pagamento de despesas, com o deficit

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apresentado naquele ano, conforme Tabela 3, e também por não possuir direitos a

receber. Em 2011, houve redução da conta bancos e aumento em aplicações,

indicando aumento de investimentos em aplicações, as quais irão gerar rendimentos

para a entidade.

O ativo não circulante representa em torno de 90% do total do ativo da

entidade. Observa-se aquisição de móveis e utensílios em 2010 e 2011 e de

máquinas e equipamentos em 2010, devido à alteração positiva nas respectivas

contas. Não houve reduções em nenhuma das contas e as contas prédio e

monumento permaneceram inalteradas nos anos analisados.

A Tabela 2 abaixo apresenta as contas do Passivo e Patrimônio Líquido

Social da Associação A nos exercícios de 2009 a 2011, com os cálculos das

análises vertical e horizontal.

Tabela 2 - Balanço Patrimonial (Passivo) da Associação A

VALORES CONTAS

2011 2010 2009

R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)

PASSIVO TOTAL 754.240,20 100,00 3,53 706.685,74 100,00 -3,00 728.514,02 100,00 100,00

CIRCULANTE 3.411,40 0,45 -48,54 4.355,15 0,62 -34,31 6.629,58 0,91 100,00

Impostos e contr. a pagar 1.136,33 0,15 -20,18 1.307,79 0,18 -8,14 1.423,66 0,19 100,00

Salários a pagar 2.275,07 0,30 9,07 1.538,96 0,22 -26,22 2.085,89 0,29 100,00

Cheques a compensar - 0,00 -100,00 1.508,40 0,21 -51,65 3.120,03 0,43 100,00

NÃO CIRCULANTE 6.718,92 0,89 -70,59 12.309,83 1,74 -46,11 22.843,05 3,14 100,00

Parcelamento INSS 884,83 0,12 -92,92 6.931,45 0,98 -44,58 12.507,32 1,72 100,00

Departamentos 5.834,09 0,77 -43,55 5.378,38 0,76 -47,96 10.335,73 1,42 100,00

PATRIMÔNIO SOCIAL 744.109,88 98,66 6,45 690.020,76 97,64 -1,29 699.041,39 95,95 100,00

Patrim. social do exercício anterior 321.141,24 42,58 17,33 330.161,87 46,72 20,63 273.701,57 37,57 100,00

Patrim. Social 90 anos 368.879,52 48,91 0,00 368.879,52 52,20 0,00 368.879,52 50,63 100,00

Superavit do período 54.089,12 7,17 -4,20 (9.020,63) -1,28 -115,98 56.460,30 7,75 100,00

Fonte: Associação A (Adaptado pela autora)

O passivo circulante diminuiu em 2010 e 2011 com a redução em todas as

contas em 2010 e, em 2011, com exceção de salários a pagar, todas as contas

também diminuíram. O passivo não circulante também diminuiu em 2010 e 2011

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devido ao pagamento do parcelamento junto ao INSS e à diminuição do saldo

destinado aos departamentos.

O patrimônio líquido social da entidade representa quase totalmente o ativo.

Houve redução em 2010 devido ao resultado negativo naquele ano, mas que foi

recuperado no ano posterior.

Em resumo, apesar do resultado negativo no exercício de 2010, observa-se

que a entidade conseguiu se recuperar no ano seguinte.

A Demonstração de Superavit ou Deficit do Exercício foi reestruturada para

melhor análise, separando-se as receitas e despesas com eventos para

confrontação entre si, visto que é o resultado destes que será utilizado na entidade.

Além disso, o recurso recebido da Secretaria de Estado da Cultura para o Ponto de

Cultura deve ser utilizado exclusivamente para custeamento de despesas

constantes no projeto e, desta forma, também foi apurado sua diferença

separadamente e seu resultado adicionado à demonstração para fechamento do

demonstrativo.

Em seguida, serão analisados os Demonstrativos do Superavit ou Deficit do

Exercício da Associação A de 2009 a 2011, os quais estão apresentados abaixo na

Tabela 3, com os cálculos das análises vertical e horizontal.

Tabela 3 - Demonstração do Superavit ou Deficit do Exercício da Associação A VALORES

CONTA

2011 2010 2009 R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)

Receitas eventos 313.066,93 100,00 11,29 276.161,53 100,00 -1,83 281.312,83 100,00 100,00 Despesas eventos (223.129,04) 71,27 6,15 (262.089,44) 94,90 24,68 (210.202,25) 74,72 100,00

Super. eventos 89.937,89 50,31 26,48 14.072,09 15,92 -80,21 71.110,58 42,01 100,00 Anuidades 49.979,18 27,96 24,67 44.605,60 50,46 11,26 40.089,50 23,68 100,00 Financeiras 1.851,57 1,03 100,00 - - - - - - Outras receitas 36.997,03 20,70 -36,31 29.715,19 33,62 -48,84 58.086,42 34,31 100,00 Receitas totais 178.765,67 100,00 5,60 88.392,88 100,00 -47,78 169.286,50 100,00 100,00 (-) Desp. Oper. (128.294,78) 71,77 13,71 (104.596,48) 118,33 -7,29 (112.826,20) 66,64 100,00 Administrativas 68.137,76 38,12 13,85 58.473,96 66,15 -2,30 59.849,96 35,35 100,00 Pessoal 35.278,36 19,73 19,51 28.549,60 32,30 -3,28 29.519,50 17,44 100,00 Mem. da Imigr. 21.954,78 12,28 28,78 15.100,49 17,08 -11,43 17.048,67 10,07 100,00 Financeiras 2.040,98 1,14 -61,27 1.646,51 1,86 -68,76 5.270,29 3,11 100,00 Tributárias 882,90 0,49 -5,29 825,92 0,94 -11,40 932,18 0,55 100,00 Departamentos - - -100,00 - - -100,00 205,60 0,12 100,00 (=) Super/deficit operac. 50.470,89 28,33 -10,61 (16.203,60) -18,33 -128,70 56.460,30 33,36 100,00

(+) Saldo Ponto de Cultura 3.618,23 - - 7.182,97 - - - - -

Receita do Ponto de Cultura 60.000,00 - - 61.897,72 - - - - -

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Despesas c/ Ponto de Cultura (56.381,77) - - (54.714,75) - - - - -

(=) Superavit / deficit exercício 54.089,12 -4,20 (9.020,63) -115,98 56.460,30 14,88 100,00

Fonte: Associação A (Adaptado pela autora) Em 2010, o resultado de eventos diminuiu 80,21%, devido à diminuição em

1,83% das receitas e aumento de 24,68% das despesas. As receitas classificadas

como outras também reduziram, mas o recebimento de anuidades dos associados

aumentou, o que, no geral, resultou em queda de 47,78% das receitas. Como as

despesas operacionais diminuíram apenas 7,29%, mesmo com a redução de todas

as despesas, o resultado negativo não pode ser evitado.

Em 2011 os eventos tiveram resultado melhor que o ano de 2009, porém as

receitas totais aumentaram apenas 5,60% ao passo que as despesas operacionais

tiveram acréscimo de 13,71%, gerando superavit inferior ao de 2009.

Analisando verticalmente a relação das receitas, pode-se afirmar que a

entidade depende das sobras de eventos para pagar suas despesas operacionais,

pois essas receitas representam a maior parcela das receitas totais em 2009 e em

2011, quando a entidade conseguiu resultado positivo.

A Tabela 4 contém o cálculo dos índices de estrutura de capitais, liquidez e

rentabilidade da entidade analisada referente aos exercícios de 2009 a 2011.

Tabela 4 - Índices financeiros – Associação A ÍNDICE 2011 2010 2009

Estrutura de capitais

CT/PL 1,36% 2,42% 4,22% PC/CT 33,67% 26,13% 22,49% AP/PL 89,33% 96,00% 92,94% AP/(PL+ELP) 88,53% 94,32% 90,00%

Liquidez LG 8,84 2,65 2,67 LC 26,25 10,16 11,89 LS 26,25 10,16 11,89

Rentabilidade

V/AT 0,61 0,58 0,52 Sobra/Receita de eventos 28,73% 5,10% 25,28% LL/AT 7,17% -1,28% 7,75% LL/PL médio 0,075 -0,013 0,088

Fonte: A autora

Uma entidade do Terceiro Setor depende de doações, repasses, vendas ou

outros meios para arrecadar fundos para desenvolver suas atividades.

Em 2009 a participação do capital de terceiros em relação ao PL representava

4,22% e foi diminuindo, chegando a 1,36% em 2011. Dos capitais de terceiros, a

maior parcela é de longo prazo, mas que tem sido reduzido ano a ano com o

pagamento do parcelamento do INSS, o que fez aumentar a porcentagem de

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obrigações a curto prazo, mesmo também apresentando diminuição. Os índices

indicam pouca dependência de capitais de terceiros, no entanto tem seu patrimônio

quase que totalmente imobilizado no ativo permanente, o que significa dependência

de recursos de terceiros para executar suas atividades. Conclui-se que há

dependência de capitais de terceiros, pois a entidade não conseguiria arcar com

suas despesas operacionais somente com seu patrimônio.

Quanto à liquidez, verifica-se que a entidade teria recurso para liquidar as

dívidas de curto e longo prazo tranquilamente, pois as aplicações aumentaram

significativamente, ao passo que suas obrigações diminuíram. Como o estoque não

está contabilizado, não houve alteração entre os índices de liquidez corrente e o de

liquidez seca.

É importante relembrar que o estoque e a depreciação acumulada não foram

contabilizados, portanto os índices não estão exatamente em conformidade com a

realidade.

O ativo teve aumento no seu giro em 2010 e 2011, indicando aumento em

suas atividades ano a ano e que está havendo aumento de receitas maior que o

crescimento do patrimônio da entidade.

A margem líquida de vendas foi apurada para os eventos, ou seja, em vez de

lucro líquido dividido pelas vendas, foi adaptada para sobras de eventos divididas

por suas receitas. Em 2009, sobraram 25,28% do que foi arrecadado com eventos

para serem aplicados na entidade, reduzindo para 5,10% em 2010 e subindo para

28,73% no ano seguinte. Analisando demonstrativos de eventos da associação, em

2010 houve menos patrocínios, e mesmo com a redução de custos alguns eventos

não tiveram resultado positivo, pois o patrocínio é essencial para custeamento de

um evento.

Foi apurado o índice de gastos com despesas operacionais, considerando

como receitas as sobras de eventos, anuidades, receitas financeiras e outras

receitas, ou seja, é o cálculo existente na análise vertical dividindo as despesas

operacionais pelas receitas totais conforme a Tabela 3. Em 2009, 66,64% das

receitas foram utilizadas para pagamento das despesas operacionais, em 2010

foram 118,33% de gastos com despesas, ou seja, foi gasto 18,33% a mais do valor

de receitas arrecadadas naquele ano, pois as receitas diminuíram 47,78% e as

despesas apenas 7,29%. Já em 2011, foram destinados 71,77% das receitas às

despesas operacionais, o que gerou superavit menor que o obtido em 2009, pois as

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despesas operacionais cresceram mais que a arrecadação.

Quanto à rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido, tanto um quanto outro

índice tiveram praticamente o mesmo resultado em cada ano. Em 2010 os índices

foram negativos devido ao resultado daquele exercício e 2011 foi menor que 2009

porque teve superavit menor.

Vale ressaltar que a Associação A não distribui seus resultados positivos a

seus associados, mas tem resultados positivos ou negativos que permanecem na

entidade, por isso os índices foram calculados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Terceiro Setor vem crescendo cada vez mais, devido à sua importância na

sociedade como uma alternativa para amenizar as necessidades da população não

supridas suficientemente pelo Estado. Porém, muitas dessas organizações

enfrentam o problema da escassez de recursos financeiros. Por este motivo, os

gestores precisam planejar e acompanhar sua execução para ter melhor controle.

A gestão de recursos financeiros é essencial para o sucesso de qualquer

organização. A gestão implica em tomada de decisões, que necessitam de

informações baseadas em fatos passados e previsões futuras, as quais podem ser

encontradas nos demonstrativos contábeis e financeiros.

Com a análise de demonstrativos contábeis é possível se extrair informações

como a situação financeira, econômica, patrimonial, receitas arrecadadas e

despesas efetivadas.

Assim, este trabalho teve como propósito verificar se a análise de

demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de uma entidade

sem fins lucrativos aplicando-se alguns tipos de análises nas demonstrações da

Associação A, os quais serão sintetizados a seguir.

Primeiramente, quanto às demonstrações contábeis aplicadas ao Terceiro

Setor, evidenciou-se que o CFC normatizou as práticas contábeis aplicáveis a este

setor, havendo apenas algumas adaptações no conceito, estrutura, conteúdo e

nomenclatura das demonstrações contábeis.

Foram selecionados a análise vertical e horizontal e indicadores econômico-

financeiros para aplicação nas demonstrações contábeis da Associação A dos

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exercícios de 2009 a 2011 e pode-se ter uma visão panorâmica de sua situação, que

está resumida a seguir.

Seu Ativo é composto em grande parte de ativos imobilizados, sendo mínima

a parcela do circulante, e verificou-se variação negativa no ano de 2010, mas que foi

recuperada em 2011. Seu patrimônio é quase totalmente próprio e ainda vem

diminuindo a utilização de recursos de terceiros. Quanto à composição do seu

endividamento, a maior parcela de suas obrigações são de longo prazo. Embora os

índices indiquem que a entidade estava utilizando pouco capital de terceiros, pelo

índice de imobilização do patrimônio líquido e dos recursos não correntes, a

entidade possui seu patrimônio quase em sua totalidade imobilizado no ativo

permanente, o que indica dependência de recursos de terceiros para manter suas

atividades. Além do mais, sabe-se que uma OTS depende de recursos de terceiros

para se manter em funcionamento, observando-se a estrutura das demonstrações

de superavit ou deficit. A entidade também possui boa liquidez a curto e longo prazo;

mesmo com o deficit de 2010, porém os índices de rentabilidade foram diretamente

afetados, mas que recuperaram muito bem no ano seguinte.

Demonstrou-se a importância do planejamento e do controle, pois haviam

menos recursos no ano 2010 e então foram reduzidos custos, o que amenizou o

impacto nas demonstrações.

Mesmo observando-se que a associação possui algumas falhas em sua

contabilização, pois não há a conta estoques e depreciação acumulada, o que

compromete a obtenção da real situação da entidade, pode-se extrair informações

valiosíssimas que podem auxiliar na gestão eficiente de seus recursos.

Por fim, espera-se que este trabalho seja útil também a outras OTS.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Cíntia de. O orçamento como ferramenta para a gestão de recursos financeiros no terceiro setor: um estudo nas organizações do estado do Rio Grande do Norte. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) -

Universidade de Brasília, Natal, 2007. Disponível em:

<http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/1831/1/Dissert_CintiadeAlmeida.pdf>.

Acesso em: 02 Fev. 2012.

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ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um enfoque

Econômico-Financeiro. 7 ed. São Paulo-SP: Atlas, 2002.

BAREA, Isabela Cristina. A importância da Contabilidade para o Terceiro Setor, especificamente às associações. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso

(Graduação em Ciências Contábeis) - Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2008.

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