Upload
hakhanh
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
Revista Ampla de Gestão Empresarial www.revistareage.com.br
Análise de Demonstrações Contábeis na
Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos
Cássia Harue Takii Hanaoka1
Felix Hugo Aguero Diaz Leon2
RESUMO
A análise de demonstrações contábeis é uma importante ferramenta na gestão financeira das organizações por poder extrair-se informações importantes para a tomada de decisões. O Terceiro Setor executa atividades cada vez mais relevantes para a sociedade, porém um dos grandes problemas enfrentados é a escassez de recursos financeiros. Assim, este trabalho teve como objetivo geral verificar se a análise de demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de entidades sem fins lucrativos brasileiras. Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Para a coleta de dados utilizou-se da análise documental realizada em uma entidade denominada Associação A localizada no município de Registro/SP, que executa atividades principalmente culturais e também sociais e filantrópicas. Embora alguns aspectos contábeis não foram observados pela entidade, por meio da aplicação da análise vertical e horizontal e dos indicadores econômico-financeiros no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Superavit ou Deficit foi possível extrair informações valiosíssimas que podem ser utilizadas na tomada de decisões por seus gestores. Palavras-chave: Terceiro Setor. Análise de Demonstrações Contábeis. Gestão Financeira. 1 INTRODUÇÃO As entidades sem fins lucrativos (ESFL) ou Organizações do Terceiro Setor
(OTS) ou entidades filantrópicas nasceram da necessidade de suprir ações que o
1 Graduada em Ciências Contábeis e graduanda em Administração de Empresas pelas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro/SP. Especialista em Gestão Financeira e Orçamentária (UNINOVE). Contadora da Prefeitura Municipal de Registro. [email protected] 2 Graduado em Administração (FMU). Especialista em Finanças (UFPR) e em Marketing (IBMEC). Mestre em Administração (UNICID). Doutor em Administração de Empresas (MACKENZIE). Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Nove de Julho. Consultor de Marketing pela Total Marketing Consultoria e Treinamento. [email protected]
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 2
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
governo não consegue desempenhar com satisfação à sociedade. Essas entidades
começaram a ganhar força e se multiplicar após a segunda guerra mundial, que
deixou muita pobreza e carência na sociedade que, para amenizar a situação, tomou
a iniciativa de auxiliar os necessitados. Atualmente, as OTS vêm desempenhando
funções cada vez mais amplas e relevantes na sociedade moderna, realizando
atividades de caráter beneficente, buscando desenvolvimento sustentável e
socioeconômico e proporcionando melhores condições de vida às comunidades em
que atuam.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em
2009 haviam 498.378 entidades sem fins lucrativos cadastradas no Cadastro Central
de Empresas – CEMPRE. Em 2005, eram 338.162, o que indica um aumento de
47,38% entre 2005 e 2009.
Para que essas entidades consigam atingir o máximo de pessoas, é preciso
utilizar os recursos financeiros com eficiência e eficácia. Onde os recursos são
escassos e as receitas são variáveis, a tomada de decisão deve ser bem planejada
para não comprometer o andamento de suas atividades ou até mesmo o futuro da
entidade.
Umas das ferramentas mais importantes dentro de uma empresa é a
contabilidade que fornece informações sobre fatos passados e previsões para o
futuro para que a tomada de decisão seja feita com mais segurança. Analisando as
demonstrações contábeis é possível ter um panorama da situação passada e
presente, possibilitando a obtenção de informações para o planejamento do futuro
da empresa.
Observando o crescimento significativo no número de OTS e sua atuação
cada vez mais essencial na sociedade, a importância da gestão dos recursos
financeiros dessas entidades para a maximização de suas ações e sendo que a
contabilidade pode auxiliar na gestão desses recursos é que se deu a escolha do
tema.
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral verificar se a análise de
demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de entidades
sem fins lucrativos brasileiras.
Para tanto, questiona-se: A análise de demonstrações contábeis pode ser
utilizada na gestão de entidades sem fins lucrativos brasileiras? E para responder a
este questionamento, pretende-se como objetivos específicos: a) pesquisar as
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 3
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
demonstrações contábeis das organizações do Terceiro Setor do Brasil, b)
descrever os tipos de análise de demonstrações contábeis, c) conceituar a gestão
financeira e d) caracterizar as entidades sem fins lucrativos.
Como metodologia; quanto aos objetivos, esta pesquisa será exploratória,
utilizando como procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica para levantamento
do referencial teórico e a pesquisa documental para coletar informações e os
demonstrativos contábeis da entidade analisada, denominada Associação A, para
verificar a aplicabilidade dos conceitos de análise de balanços na gestão de uma
entidade sem fins lucrativos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esta seção contempla os conceitos, definições e referências relacionadas às
demonstrações contábeis dos órgãos do terceiro setor, alguns tipos de análise que
podem ser utilizados, à gestão de recursos financeiros e à caracterização de
entidades sem fins lucrativos.
2.1 Demonstrações Contábeis do Terceiro Setor do Brasil
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, NBC T 10.19, as
demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade
de lucros são as determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e
Nomenclatura das Demonstrações Contábeis: o Balanço Patrimonial (BP), a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL), a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR) e as Notas Explicativas.
2.1.1 Balanço Patrimonial De acordo com Olak e Nascimento (2000), “o balanço patrimonial é uma
demonstração contábil indispensável a qualquer tipo de organização, quer explore
ou não atividade lucrativa”. E acrescentam que o balanço patrimonial evidencia, de
forma sucinta, a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade.
A NBC T 10.19 determina algumas alterações no balanço patrimonial para as
entidades sem fins lucrativos: no Patrimônio Líquido deve-se acrescentar “Social”,
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 4
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
pois Patrimônio Líquido Social indica mais adequadamente a quem pertence o
patrimônio líquido, ou seja, à própria sociedade; a conta Capital deve ser substituída
por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido; a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados por Superavit ou Deficit do Exercício; o valor do superavit ou
deficit do exercício deve ser registrado na conta Superavit ou Deficit do Exercício,
enquanto não aprovado pela assembleia dos associados, e depois deve ser
transferido para a conta Patrimônio Social.
2.1.2 Demonstração do Superavit ou Deficit do período
Segundo Olak e Nascimento (2000), é preferível utilizar a nomenclatura
“Demonstração do Superavit ou Deficit das Atividades” ao invés de “Demonstração
do Resultado” para as entidades sem finalidade de lucro, pois mesmo obtendo-se
resultado (superavitário ou deficitário) o objetivo principal dessa demonstração é
evidenciar todas as atividades desenvolvidas pelos gestores relativas a um
determinado período de tempo.
Os mesmos autores dizem que essa demonstração “é de fundamental
importância para essas entidades, por evidenciar, efetivamente, as ações dos
gestores em termos de volume de recursos obtidos e custos e despesas
empregadas nas atividades dessas entidades”.
2.1.3 Demais demonstrações contábeis De acordo com Olak e Nascimento (2000), a elaboração da Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido é obrigatória somente para as companhias de
capital aberto, mas nas ESFL essa demonstração também é útil por indicar os
saldos do início do período e os acréscimos ou decréscimos por doações,
subvenções ou contribuições recebidas; o superavit ou deficit do período e possíveis
ajustes no Patrimônio Social.
A DOAR, para os mesmo autores, tem como objetivo principal explicar a
variação ocorrida no Capital Circulante Líquido (diferença entre Ativo Circulante e
Passivo Circulante) de um período a outro, podendo indicar como e por que a
posição financeira da entidade mudou de um período a outro, com a evidenciação
de onde vieram os recursos e onde eles foram aplicados. No entanto, deve-se
ressaltar que a partir de 01 de janeiro de 2008 entrou em vigor a lei que alterou a Lei
nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas – SAs), a Lei nº. 11.638/07, trazendo
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 5
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
mudanças significativas na escrituração e na elaboração das demonstrações
contábeis. Essa lei substituiu a DOAR pela DFC. Essa demonstração procura evidenciar as modificações ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa, como saldo bancário e aplicações financeiras) da companhia em determinado período, através de fluxos de recebimentos e pagamentos. Além da demonstração da mudança do saldo de caixa da companhia, a Demonstração do Fluxo de Caixa abre as variações do Capital Circulante Líquido, o que nem sempre é evidenciado na DOAR. O Pressuposto é que os leitores dos demonstrativos contábeis entendem melhor o fluxo de caixa do que a DOAR. (Padoveze, 2004 apud BETON, 2009)
Assaf Neto (2002) define que as Notas Explicativas visam esclarecer
informações importantes que não podem ser detalhadas nas demonstrações
contábeis elaboradas. De acordo com Olak e Nascimento (2006 apud BAREA,
2008), as notas explicativas têm como objetivo: “explicar os principais critérios
adotados pela contabilidade para elaborar as demonstrações contábeis, bem como
esclarecer algumas operações realizadas pela organização que estão refletidas,
monetariamente, nessas demonstrações”. Conforme a NBC T 6.2.2.3 (2003 apud
Barea, 2008), as notas explicativas evidenciam informações de natureza patrimonial,
econômica, financeira, legal, física e social, os critérios utilizados na elaboração das
demonstrações contábeis e também os eventos subsequentes ao balanço.
Por meio das demonstrações contábeis é possível extrair informações quanto
à situação financeira, econômica e patrimonial; arrecadação de receitas e realização
de despesas; entradas e saídas de caixa e muito mais. Todas as demonstrações
são importantes, mas será dada mais ênfase ao Balanço Patrimonial e à
Demonstração de Resultado devido ao seu maior grau de utilidade para as
organizações em questão.
2.2 Análise de Demonstrações Contábeis Segundo Matarazzo (1997), “a Análise de Balanços objetiva extrair
informações das demonstrações financeiras para a tomada de decisões”. E ainda
complementa: “as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a
empresa, de acordo com as regras contábeis. A análise de balanços transforma
esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto mais informações
produzir.” (grifo nosso) O mesmo distingue dados de informações, sendo dados
números ou fatos isolados que não tem significância e informações representam
uma comunicação.
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 6
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
Por meio da análise das demonstrações contábeis de uma empresa podem
ser extraídas informações a respeito de sua posição econômica e financeira atual,
os motivos de seu crescimento em determinado período e as tendências futuras, ou
seja, pela análise de balanços é possível obter informações sobre o passado, o
presente e o futuro de uma empresa. (Assaf Neto, 2002) Para Matarazzo (1998),
além da situação econômica e financeira, podem ser obtidas informações sobre o
desempenho da empresa, sua eficiência na utilização dos recursos, seus pontos
fortes e fracos, suas tendências e perspectivas, seu quadro evolutivo, a adequação
das fontes às aplicações de recursos, as causas das alterações na situação
financeira e na rentabilidade, a evidência de erros na administração, as providências
que não foram tomadas e a avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
2.2.1 Análise vertical e horizontal A análise vertical “permite conhecer a estrutura financeira e econômica da
empresa, ou seja, a participação relativa de cada elemento patrimonial e de
resultados” (ASSAF NETO, 2002). Para tanto, conforme Matarazzo (1998), calcula-
se o percentual de cada conta em relação a um valor-base, sendo que no balanço
calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do ativo e na
demonstração de resultado, em relação às vendas.
Para Assaf Neto (2002), a análise horizontal “identifica a evolução dos
diversos elementos patrimoniais e de resultados ao longo de determinado período
de tempo”. Segundo Matarazzo (1998), baseia-se na evolução de cada conta de
uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior.
Em termos gerais, os objetivos da análise vertical, segundo Matarazzo (1998),
são “mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a
que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais
da própria empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das
proporções normais.” E, de acordo com o mesmo autor, os objetivos da análise
horizontal são “mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e,
pela comparação entre si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa”.
Matarazzo (1998) recomenda que as análises vertical e horizontal sejam
usadas em conjunto, visto que as conclusões baseadas na análise vertical podem
ser complementadas pela análise horizontal, com a identificação de pontos
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 7
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
específicos de falhas, problemas e características da empresa e explicar os motivos
da empresa estar em determinada situação.
2.2.2 Índices econômico-financeiros Índice, no conceito de Matarazzo (1998), é a relação de contas ou grupo de
contas das demonstrações financeiras que evidenciam determinado aspecto da
situação econômica ou financeira de uma empresa, sendo a característica
fundamental dos índices fornecerem visão ampla da situação econômica e financeira
da empresa. Para Assaf Neto (2002), os índices “procuram relacionar elementos
afins das demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a
situação da empresa”.
Segundo Matarazzo (1998), inicialmente analisa-se a situação financeira
separadamente da situação econômica para posteriormente juntar-se as conclusões
dessas duas análises. Os índices da situação econômica são chamados de índices
de rentabilidade e os índices da situação financeira são divididos em índices de
estrutura de capitais e índices de liquidez.
A seguir, apresenta-se uma breve descrição dos tipos de índices, segundo
Assaf Neto (2002):
Liquidez: Visa conhecer a capacidade de a empresa cumprir com seus
compromissos assumidos dentro do vencimento, além de revelar o equilíbrio
financeiro e sua necessidade de investimento em capital de giro.
Estrutura de capitais: Avalia basicamente a proporção de recursos próprios e
de terceiros utilizados pela empresa, sua dependência financeira por dívidas
de curto prazo, a natureza de suas exigibilidades e seu risco financeiro.
Rentabilidade e lucratividade: Avalia o desempenho da empresa
economicamente, demonstrando o retorno sobre os investimentos realizados
e a lucratividade apresentada pelas atividades da empresa.
No Quadro 1 estão resumidos os principais índices de estrutura de capitais,
liquidez e rentabilidade utilizados na análise de balanços.
As análises vertical e horizontal utilizadas em conjunto mostram o
desempenho da entidade durante determinado período de tempo e como ela
conseguiu obter determinado resultado. Os índices permitem uma visão geral sobre
a situação financeira e econômica da entidade em determinado período, indicando
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 8
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
pontos fortes e pontos fracos, os quais devem ser observados e corrigidos para que
se obtenha os resultados esperados.
QUADRO 1 – Quadro-resumo dos índices Símb. Índice Fórmula Indica Interp.
ESTRUTU
RA
DE C
APITA
L
CT/PL
Participação de capitais de terceiros
(endividamento)
Capitais de terceiros x 100 Patrimônio líquido
Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $
100 de capital próprio.
Quanto menor, melhor.
PC/CT Composição do endividamento
Passivo Circulante x 100 Capital de terceiros
Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às
obrigações totais.
AP/PL Imobilização do patrimônio líquido
Ativo permanente x 100 Patrimônio líquido
Quanto a empresa aplicou no ativo permanente para cada $ 100 de
patrimônio líquido.
AP
PL+ELP
Imobilização dos recursos não
correntes
Ativo permanente x100PL + Exigível a longo prazo
Que percentual dos recursos não correntes foi destinado ao ativo
permanente.
LIQUIDE
Z
LG Liquidez geral - LG
Ativo circulante + Real. a LP Passivo circulante + Exigível a LP
Quanto a empresa possui de ativo circulante e realizável a longo prazo
para cada $ 1 de dívida. Quanto maior,
melhor. LC Liquidez corrente -
LC Ativo circulante
Passivo circulante
Quanto a empresa possui de ativo circulante para cada $ 1 de passivo
circulante.
LS Liquidez seca - LS Ativo circulante - estoques
Passivo circulante
Quanto a empresa possui de ativo líquido para cada $ 1 de passivo
circulante.
REN
TAB
ILIDA
DE
V/AT Giro do ativo Vendas líquidas Ativo
Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total.
Quanto maior,
melhor.
LL/V Margem líquida Lucro líquido x 100Vendas líquidas
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos.
LL/AT Rentabilidade do ativo
Lucro líquido x 100Ativo
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento
total.
LL/PL Rentabilidade do patrimônio líquido
Lucro líquido Patrimônio líquido médio
Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido, em média, no exercício.
Fonte: Matarazzo (1998)
2.3. Gestão Financeira Segundo o Guia de Gestão (2002), o principal no processo de gestão é a
tomada de decisões. O processo de gestão de qualquer empresa ou Organização da
Sociedade Civil (OSC) se relaciona ao planejamento, implementação e avaliação
(controle) da dimensão de recursos de uma entidade. A vida da entidade envolve o
desembolso e a captação de recursos, portanto a gestão financeira tem o importante
papel de fornecer informações adequadas para dar embasamento a todas as
decisões que envolvem os colaboradores, a prestação de serviços e a relação com a
sociedade. As informações necessárias à tomada de decisão referem-se tanto sobre
fatos do passado como previsões para o futuro da entidade e, como a contabilidade
registra os atos e fatos de uma organização, as demonstrações contábeis podem
subsidiar o processo de tomada de decisão.
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 9
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
As demonstrações essenciais, de acordo com este guia, são o balanço, a
demonstração de resultados e o fluxo de caixa, mas a entidade pode criar outras
demonstrações de acordo com sua necessidade. A partir dessas demonstrações
podem-se elaborar alguns índices para a avaliação da situação financeira da
entidade que auxiliarão no sistema de controle.
O sistema de controle financeiro é necessário para monitorar o desempenho
da entidade quanto à solvência, à liquidez, à capacidade de gerar superavit e sua
eficiência econômica. A partir das projeções estipuladas no processo de
planejamento, deve-se comparar com os valores efetivamente realizados para
verificar se os objetivos da entidade estão ou não sendo atingidos e corrigir
possíveis falhas.
A gestão financeira é essencial no processo de tomada de decisões, pois dela
extraem-se as informações necessárias sobre fatos passados e previsões para o
futuro, a fim de que os objetivos da entidade sejam alcançados.
2.4 Contextualizando o Terceiro Setor
Para Cruz et al. (2010) “o terceiro setor atua nas lacunas deixadas pelos
setores público e privado, buscando a promoção do bem-estar social.”
As origens do terceiro setor são muito remotas. Segundo Coelho (2002 apud
Cruz et al., 2010), as associações voluntárias sempre existiram nas comunidades
principalmente por meio das organizações religiosas e étnicas. De acordo com o
Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2008), com o final da segunda guerra
mundial ocorreram várias transformações sociais em todo o mundo, como mudanças
radicais nos centros de poder econômico e político; concentração urbana de ações
desenvolvimentistas; migrações em massa dos campos para as cidades; entre
outros fatores que contribuíram para o aumento da violência, doenças, pobreza e
conflitos, sejam religiosos, étnicos, sociais e políticos. A partir deste momento, para
a solução ou amenização destes problemas, a sociedade civil passou a se mobilizar
e essa mobilização passou a crescer cada vez mais.
Cunha, Beuren e Corrêa (2009) definem o terceiro setor como “um conjunto
de organizações privadas sem fins lucrativos que geram bens, serviços públicos e
privados, tendo como objetivo o desenvolvimento político, econômico, social e
cultural no meio em que atuam.” E acrescentam com a definição de Voltolini (2004
apud CUNHA, BEUREN e CORRÊA, 2009): “trata-se de organizações de natureza
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 10
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
privada e finalidade pública, portanto sem finalidade de lucro, cujas ações estão
voltadas para questões como cidadania, emancipação, autonomia e direitos da
população em geral, e dos excluídos preferencialmente”.
As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 10.19, definem as entidades
sem fins lucrativos como aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos
proprietários do patrimônio líquido e usa-se superavit ou deficit para seu resultado
positivo ou negativo (lucro ou prejuízo), respectivamente.
Portanto, conclui-se que as entidades sem fins lucrativos são aquelas que
atendem alguma necessidade da comunidade que o governo não consegue suprir
com satisfação, que não visam lucro para seus proprietários, mas que necessitam
de recursos humanos e financeiros para a execução de suas atividades e sua
continuidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este artigo utilizou as tipologias de pesquisa quanto aos objetivos e quanto
aos procedimentos técnicos. Quanto aos objetivos, este trabalho se caracteriza
como um estudo exploratório. No conceito de Gil (2002 apud Meireles, 2010), este
estudo tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, de
modo a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Na maioria dos casos, essas
pesquisas envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos.
Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa utilizou a pesquisa
bibliográfica e a pesquisa documental. Segundo Silva (2002), a pesquisa
bibliográfica explica e discute um tema ou problema com base em referências
teóricas já publicadas. Assim, utilizou-se a pesquisa bibliográfica para buscar o
referencial teórico deste trabalho em livros e trabalhos científicos. A pesquisa
documental, de acordo com o mesmo autor, difere da pesquisa bibliográfica por
utilizar material que ainda não foi analisado ou que pode ser reelaborado. Desta
maneira, foram reunidas as informações sobre a entidade analisada e suas
demonstrações contábeis. Este estudo foi realizado na entidade denominada
Associação A, localizada no município de Registro, interior de São Paulo, uma
associação sem a finalidade de distribuição de lucro aos seus associados que
executa atividades culturais, sociais e filantrópicas. Entre suas atividades, na
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 11
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
promoção de eventos culturais, promove 3 dos maiores eventos da cidade e
participa de vários outros eventos durante o ano todo, tendo parcerias com outras
entidades do Terceiro Setor e com o município. Portanto, a entidade foi escolhida
devido à sua participação de destaque nesta sociedade.
As demonstrações contábeis e informações da Associação A foram colhidas
por análise documental e então foram aplicados os conceitos de análise vertical e
horizontal e extraídos os indicadores econômico-financeiros, para assim se fazer um
parecer analítico da situação financeira e econômica da entidade que estão
apresentados na seção seguinte.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS Nesta seção, primeiramente será feita uma breve apresentação da entidade
em análise e em seguida serão apresentados os resultados da aplicação dos
conceitos de análise de demonstrações contábeis nos demonstrativos da entidade.
4.1 Apresentação da Associação A A Associação A, situada no município de Registro/SP, foi fundada
oficialmente em 21 de junho de 1994. Esta associação promove anualmente vários
eventos culturais e gastronômicos em parceria com a prefeitura e outras entidades,
além de prestar auxílio a outras OTS do município. Possui também vários
departamentos que mantém atividades culturais para público de todas as idades.
Em seu quadro de funcionários, possui apenas duas pessoas contratadas
para suas rotinas administrativas. A diretoria é composta por associados que
colaboram voluntariamente, havendo 6 conselheiros consultivos, 6 membros no
conselho fiscal, 9 membros na diretoria executiva e 30 diretores de departamentos.
A Associação A executa suas atividades com recursos financeiros
provenientes de anuidades de seus associados; doações e contribuições; locação
de salão, mesas e cadeiras; rendimento de aplicações financeiras, eventos e
repasse da Secretaria de Estado da Cultura para o Ponto de Cultura (desde 2010 e
até 2012).
4.2 Análise das demonstrações contábeis da entidade
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 12
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
A tabela 1 apresenta o Ativo da Associação A dos exercícios de 2009 a 2011,
já calculadas as análises vertical e horizontal. Tabela 1 - Balanço Patrimonial (Ativo) da Associação A
VALORES
CONTA
2011 2010 2009
R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)
ATIVO TOTAL 754.240,20 100,00 3,53 706.685,74 100,00 -3,00 728.514,02 100,00 100,00
CIRCULANTE 89.556,37 11,87 13,59 44.229,36 6,26 -43,90 78.839,64 10,82 100,00
Caixa 7.145,00 0,95 316,76 5.404,16 0,76 215,22 1.714,41 0,24 100,00
Bancos Conta Movimento 2.190,99 0,29 -87,13 20.810,03 2,94 22,26 17.021,53 2,34 100,00
Aplic. Liquidez Imediata 80.220,38 10,63 166,94 18.015,17 2,55 -40,05 30.051,62 4,12 100,00
Outras contas a receber - - -100,00 - - -100,00 29.900,00 4,10 100,00
Prêmios e seguros a vencer
- - -100,00 - - -100,00 152,08 0,02 100,00
NÃO CIRCULANTE 664.683,83 88,13 2,31 662.456,38 93,74 1,97 649.674,38 89,18 100,00
Imobilizado
Móveis e Utensílios 76.830,91 10,19 13,28 74.603,46 10,56 10,00 67.821,46 9,31 100,00
Máquinas e equipamentos 6.000,00 0,79 0,00 6.000,00 0,85 100,00 - - -
Prédio 466.852,92 61,90 0,00 466.852,92 66,06 0,00 466.852,92 64,08 100,00
Monumento 115.000,00 15,25 0,00 115.000,00 16,27 0,00 115.000,00 15,79 100,00
Fonte: Associação A (Adaptado pela autora)
Com uma visualização preliminar do ativo da entidade, observa-se que não há
as contas Estoques e Depreciação Acumulada. Durante visita à entidade para coleta
de documentos para a análise, foi observado que havia embalagens e alguns
ingredientes em estoque que seriam utilizados em eventos posteriormente. Quanto à
depreciação, segundo a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, um item classificado como
ativo imobilizado deve ser depreciado, ou seja, seu valor deve ser alocado de acordo
com sua vida útil por meio de conta redutora, mas, no entanto, no balanço da
entidade os valores de máquinas e equipamentos, prédio e monumento
permaneceram inalterados nos 3 anos.
Analisando o ativo circulante, este representa uma pequena parcela do total
do ativo da entidade nos exercícios analisados, sendo que houve redução em 2010,
devido ao resgate de aplicações para pagamento de despesas, com o deficit
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 13
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
apresentado naquele ano, conforme Tabela 3, e também por não possuir direitos a
receber. Em 2011, houve redução da conta bancos e aumento em aplicações,
indicando aumento de investimentos em aplicações, as quais irão gerar rendimentos
para a entidade.
O ativo não circulante representa em torno de 90% do total do ativo da
entidade. Observa-se aquisição de móveis e utensílios em 2010 e 2011 e de
máquinas e equipamentos em 2010, devido à alteração positiva nas respectivas
contas. Não houve reduções em nenhuma das contas e as contas prédio e
monumento permaneceram inalteradas nos anos analisados.
A Tabela 2 abaixo apresenta as contas do Passivo e Patrimônio Líquido
Social da Associação A nos exercícios de 2009 a 2011, com os cálculos das
análises vertical e horizontal.
Tabela 2 - Balanço Patrimonial (Passivo) da Associação A
VALORES CONTAS
2011 2010 2009
R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)
PASSIVO TOTAL 754.240,20 100,00 3,53 706.685,74 100,00 -3,00 728.514,02 100,00 100,00
CIRCULANTE 3.411,40 0,45 -48,54 4.355,15 0,62 -34,31 6.629,58 0,91 100,00
Impostos e contr. a pagar 1.136,33 0,15 -20,18 1.307,79 0,18 -8,14 1.423,66 0,19 100,00
Salários a pagar 2.275,07 0,30 9,07 1.538,96 0,22 -26,22 2.085,89 0,29 100,00
Cheques a compensar - 0,00 -100,00 1.508,40 0,21 -51,65 3.120,03 0,43 100,00
NÃO CIRCULANTE 6.718,92 0,89 -70,59 12.309,83 1,74 -46,11 22.843,05 3,14 100,00
Parcelamento INSS 884,83 0,12 -92,92 6.931,45 0,98 -44,58 12.507,32 1,72 100,00
Departamentos 5.834,09 0,77 -43,55 5.378,38 0,76 -47,96 10.335,73 1,42 100,00
PATRIMÔNIO SOCIAL 744.109,88 98,66 6,45 690.020,76 97,64 -1,29 699.041,39 95,95 100,00
Patrim. social do exercício anterior 321.141,24 42,58 17,33 330.161,87 46,72 20,63 273.701,57 37,57 100,00
Patrim. Social 90 anos 368.879,52 48,91 0,00 368.879,52 52,20 0,00 368.879,52 50,63 100,00
Superavit do período 54.089,12 7,17 -4,20 (9.020,63) -1,28 -115,98 56.460,30 7,75 100,00
Fonte: Associação A (Adaptado pela autora)
O passivo circulante diminuiu em 2010 e 2011 com a redução em todas as
contas em 2010 e, em 2011, com exceção de salários a pagar, todas as contas
também diminuíram. O passivo não circulante também diminuiu em 2010 e 2011
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 14
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
devido ao pagamento do parcelamento junto ao INSS e à diminuição do saldo
destinado aos departamentos.
O patrimônio líquido social da entidade representa quase totalmente o ativo.
Houve redução em 2010 devido ao resultado negativo naquele ano, mas que foi
recuperado no ano posterior.
Em resumo, apesar do resultado negativo no exercício de 2010, observa-se
que a entidade conseguiu se recuperar no ano seguinte.
A Demonstração de Superavit ou Deficit do Exercício foi reestruturada para
melhor análise, separando-se as receitas e despesas com eventos para
confrontação entre si, visto que é o resultado destes que será utilizado na entidade.
Além disso, o recurso recebido da Secretaria de Estado da Cultura para o Ponto de
Cultura deve ser utilizado exclusivamente para custeamento de despesas
constantes no projeto e, desta forma, também foi apurado sua diferença
separadamente e seu resultado adicionado à demonstração para fechamento do
demonstrativo.
Em seguida, serão analisados os Demonstrativos do Superavit ou Deficit do
Exercício da Associação A de 2009 a 2011, os quais estão apresentados abaixo na
Tabela 3, com os cálculos das análises vertical e horizontal.
Tabela 3 - Demonstração do Superavit ou Deficit do Exercício da Associação A VALORES
CONTA
2011 2010 2009 R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%) R$ AV (%) AH (%)
Receitas eventos 313.066,93 100,00 11,29 276.161,53 100,00 -1,83 281.312,83 100,00 100,00 Despesas eventos (223.129,04) 71,27 6,15 (262.089,44) 94,90 24,68 (210.202,25) 74,72 100,00
Super. eventos 89.937,89 50,31 26,48 14.072,09 15,92 -80,21 71.110,58 42,01 100,00 Anuidades 49.979,18 27,96 24,67 44.605,60 50,46 11,26 40.089,50 23,68 100,00 Financeiras 1.851,57 1,03 100,00 - - - - - - Outras receitas 36.997,03 20,70 -36,31 29.715,19 33,62 -48,84 58.086,42 34,31 100,00 Receitas totais 178.765,67 100,00 5,60 88.392,88 100,00 -47,78 169.286,50 100,00 100,00 (-) Desp. Oper. (128.294,78) 71,77 13,71 (104.596,48) 118,33 -7,29 (112.826,20) 66,64 100,00 Administrativas 68.137,76 38,12 13,85 58.473,96 66,15 -2,30 59.849,96 35,35 100,00 Pessoal 35.278,36 19,73 19,51 28.549,60 32,30 -3,28 29.519,50 17,44 100,00 Mem. da Imigr. 21.954,78 12,28 28,78 15.100,49 17,08 -11,43 17.048,67 10,07 100,00 Financeiras 2.040,98 1,14 -61,27 1.646,51 1,86 -68,76 5.270,29 3,11 100,00 Tributárias 882,90 0,49 -5,29 825,92 0,94 -11,40 932,18 0,55 100,00 Departamentos - - -100,00 - - -100,00 205,60 0,12 100,00 (=) Super/deficit operac. 50.470,89 28,33 -10,61 (16.203,60) -18,33 -128,70 56.460,30 33,36 100,00
(+) Saldo Ponto de Cultura 3.618,23 - - 7.182,97 - - - - -
Receita do Ponto de Cultura 60.000,00 - - 61.897,72 - - - - -
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 15
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
Despesas c/ Ponto de Cultura (56.381,77) - - (54.714,75) - - - - -
(=) Superavit / deficit exercício 54.089,12 -4,20 (9.020,63) -115,98 56.460,30 14,88 100,00
Fonte: Associação A (Adaptado pela autora) Em 2010, o resultado de eventos diminuiu 80,21%, devido à diminuição em
1,83% das receitas e aumento de 24,68% das despesas. As receitas classificadas
como outras também reduziram, mas o recebimento de anuidades dos associados
aumentou, o que, no geral, resultou em queda de 47,78% das receitas. Como as
despesas operacionais diminuíram apenas 7,29%, mesmo com a redução de todas
as despesas, o resultado negativo não pode ser evitado.
Em 2011 os eventos tiveram resultado melhor que o ano de 2009, porém as
receitas totais aumentaram apenas 5,60% ao passo que as despesas operacionais
tiveram acréscimo de 13,71%, gerando superavit inferior ao de 2009.
Analisando verticalmente a relação das receitas, pode-se afirmar que a
entidade depende das sobras de eventos para pagar suas despesas operacionais,
pois essas receitas representam a maior parcela das receitas totais em 2009 e em
2011, quando a entidade conseguiu resultado positivo.
A Tabela 4 contém o cálculo dos índices de estrutura de capitais, liquidez e
rentabilidade da entidade analisada referente aos exercícios de 2009 a 2011.
Tabela 4 - Índices financeiros – Associação A ÍNDICE 2011 2010 2009
Estrutura de capitais
CT/PL 1,36% 2,42% 4,22% PC/CT 33,67% 26,13% 22,49% AP/PL 89,33% 96,00% 92,94% AP/(PL+ELP) 88,53% 94,32% 90,00%
Liquidez LG 8,84 2,65 2,67 LC 26,25 10,16 11,89 LS 26,25 10,16 11,89
Rentabilidade
V/AT 0,61 0,58 0,52 Sobra/Receita de eventos 28,73% 5,10% 25,28% LL/AT 7,17% -1,28% 7,75% LL/PL médio 0,075 -0,013 0,088
Fonte: A autora
Uma entidade do Terceiro Setor depende de doações, repasses, vendas ou
outros meios para arrecadar fundos para desenvolver suas atividades.
Em 2009 a participação do capital de terceiros em relação ao PL representava
4,22% e foi diminuindo, chegando a 1,36% em 2011. Dos capitais de terceiros, a
maior parcela é de longo prazo, mas que tem sido reduzido ano a ano com o
pagamento do parcelamento do INSS, o que fez aumentar a porcentagem de
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 16
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
obrigações a curto prazo, mesmo também apresentando diminuição. Os índices
indicam pouca dependência de capitais de terceiros, no entanto tem seu patrimônio
quase que totalmente imobilizado no ativo permanente, o que significa dependência
de recursos de terceiros para executar suas atividades. Conclui-se que há
dependência de capitais de terceiros, pois a entidade não conseguiria arcar com
suas despesas operacionais somente com seu patrimônio.
Quanto à liquidez, verifica-se que a entidade teria recurso para liquidar as
dívidas de curto e longo prazo tranquilamente, pois as aplicações aumentaram
significativamente, ao passo que suas obrigações diminuíram. Como o estoque não
está contabilizado, não houve alteração entre os índices de liquidez corrente e o de
liquidez seca.
É importante relembrar que o estoque e a depreciação acumulada não foram
contabilizados, portanto os índices não estão exatamente em conformidade com a
realidade.
O ativo teve aumento no seu giro em 2010 e 2011, indicando aumento em
suas atividades ano a ano e que está havendo aumento de receitas maior que o
crescimento do patrimônio da entidade.
A margem líquida de vendas foi apurada para os eventos, ou seja, em vez de
lucro líquido dividido pelas vendas, foi adaptada para sobras de eventos divididas
por suas receitas. Em 2009, sobraram 25,28% do que foi arrecadado com eventos
para serem aplicados na entidade, reduzindo para 5,10% em 2010 e subindo para
28,73% no ano seguinte. Analisando demonstrativos de eventos da associação, em
2010 houve menos patrocínios, e mesmo com a redução de custos alguns eventos
não tiveram resultado positivo, pois o patrocínio é essencial para custeamento de
um evento.
Foi apurado o índice de gastos com despesas operacionais, considerando
como receitas as sobras de eventos, anuidades, receitas financeiras e outras
receitas, ou seja, é o cálculo existente na análise vertical dividindo as despesas
operacionais pelas receitas totais conforme a Tabela 3. Em 2009, 66,64% das
receitas foram utilizadas para pagamento das despesas operacionais, em 2010
foram 118,33% de gastos com despesas, ou seja, foi gasto 18,33% a mais do valor
de receitas arrecadadas naquele ano, pois as receitas diminuíram 47,78% e as
despesas apenas 7,29%. Já em 2011, foram destinados 71,77% das receitas às
despesas operacionais, o que gerou superavit menor que o obtido em 2009, pois as
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 17
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
despesas operacionais cresceram mais que a arrecadação.
Quanto à rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido, tanto um quanto outro
índice tiveram praticamente o mesmo resultado em cada ano. Em 2010 os índices
foram negativos devido ao resultado daquele exercício e 2011 foi menor que 2009
porque teve superavit menor.
Vale ressaltar que a Associação A não distribui seus resultados positivos a
seus associados, mas tem resultados positivos ou negativos que permanecem na
entidade, por isso os índices foram calculados.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Terceiro Setor vem crescendo cada vez mais, devido à sua importância na
sociedade como uma alternativa para amenizar as necessidades da população não
supridas suficientemente pelo Estado. Porém, muitas dessas organizações
enfrentam o problema da escassez de recursos financeiros. Por este motivo, os
gestores precisam planejar e acompanhar sua execução para ter melhor controle.
A gestão de recursos financeiros é essencial para o sucesso de qualquer
organização. A gestão implica em tomada de decisões, que necessitam de
informações baseadas em fatos passados e previsões futuras, as quais podem ser
encontradas nos demonstrativos contábeis e financeiros.
Com a análise de demonstrativos contábeis é possível se extrair informações
como a situação financeira, econômica, patrimonial, receitas arrecadadas e
despesas efetivadas.
Assim, este trabalho teve como propósito verificar se a análise de
demonstrações contábeis pode ser utilizada no processo de gestão de uma entidade
sem fins lucrativos aplicando-se alguns tipos de análises nas demonstrações da
Associação A, os quais serão sintetizados a seguir.
Primeiramente, quanto às demonstrações contábeis aplicadas ao Terceiro
Setor, evidenciou-se que o CFC normatizou as práticas contábeis aplicáveis a este
setor, havendo apenas algumas adaptações no conceito, estrutura, conteúdo e
nomenclatura das demonstrações contábeis.
Foram selecionados a análise vertical e horizontal e indicadores econômico-
financeiros para aplicação nas demonstrações contábeis da Associação A dos
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 18
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
exercícios de 2009 a 2011 e pode-se ter uma visão panorâmica de sua situação, que
está resumida a seguir.
Seu Ativo é composto em grande parte de ativos imobilizados, sendo mínima
a parcela do circulante, e verificou-se variação negativa no ano de 2010, mas que foi
recuperada em 2011. Seu patrimônio é quase totalmente próprio e ainda vem
diminuindo a utilização de recursos de terceiros. Quanto à composição do seu
endividamento, a maior parcela de suas obrigações são de longo prazo. Embora os
índices indiquem que a entidade estava utilizando pouco capital de terceiros, pelo
índice de imobilização do patrimônio líquido e dos recursos não correntes, a
entidade possui seu patrimônio quase em sua totalidade imobilizado no ativo
permanente, o que indica dependência de recursos de terceiros para manter suas
atividades. Além do mais, sabe-se que uma OTS depende de recursos de terceiros
para se manter em funcionamento, observando-se a estrutura das demonstrações
de superavit ou deficit. A entidade também possui boa liquidez a curto e longo prazo;
mesmo com o deficit de 2010, porém os índices de rentabilidade foram diretamente
afetados, mas que recuperaram muito bem no ano seguinte.
Demonstrou-se a importância do planejamento e do controle, pois haviam
menos recursos no ano 2010 e então foram reduzidos custos, o que amenizou o
impacto nas demonstrações.
Mesmo observando-se que a associação possui algumas falhas em sua
contabilização, pois não há a conta estoques e depreciação acumulada, o que
compromete a obtenção da real situação da entidade, pode-se extrair informações
valiosíssimas que podem auxiliar na gestão eficiente de seus recursos.
Por fim, espera-se que este trabalho seja útil também a outras OTS.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Cíntia de. O orçamento como ferramenta para a gestão de recursos financeiros no terceiro setor: um estudo nas organizações do estado do Rio Grande do Norte. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) -
Universidade de Brasília, Natal, 2007. Disponível em:
<http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/1831/1/Dissert_CintiadeAlmeida.pdf>.
Acesso em: 02 Fev. 2012.
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 19
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços – Um enfoque
Econômico-Financeiro. 7 ed. São Paulo-SP: Atlas, 2002.
BAREA, Isabela Cristina. A importância da Contabilidade para o Terceiro Setor, especificamente às associações. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Ciências Contábeis) - Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna, 2008.
Disponível em: <http://bibdig.poliseducacional.com.br/document/?view=257>.
Acesso em: 21 Mar. 2012.
BETON, Eliete. SANTOS, Cláudio L. L. dos. Demonstrações Contábeis e Legislação Vigente Aplicadas no Terceiro Setor: Um Estudo de Caso na
Fundação ABRINQ. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Ciências Contábeis) - Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do
Juruena, Juína, 2009. Disponível em:
<http://www.biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20110805181859.pdf>.
Acesso em: 21 Mar. 2012.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de procedimentos contábeis e prestação de contas das entidades de interesse social. 2ª ed.
reimpr. Brasília: CFC, 2008. Disponível em:
<http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_manual_fund.pdf >. Acesso em: 18 Fev. 2012.
______. Resolução CFC nº 686/1999. Aprova a NBC T. 3 – Conceito, conteúdo,
estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 27 ago. 1991. Disponível em: <
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_686.doc>. Acesso em: 20 Mar. 2012.
______. Resolução CFC nº 877/2000. Aprova da NBC T. 10 – Dos aspectos
contábeis específicos em entidades diversas, o item NBC T 10.19 – Entidades sem
finalidade de lucros. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 abr. 2000. Disponível
em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_877.doc>. Acesso em: 21 Mar.
2012.
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 20
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
______. Resolução CFC nº 1177/2009. Aprova a NBC TG 27 (NBC T 19.1) – Ativo
Imobilizado. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 abr. 2009. Disponível em: <
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1177.doc>. Acesso em: 19 Mai. 2012.
CRUZ, Cláudia et al. Uma Análise das Prestações de Contas das Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público do Estado do Rio de Janeiro. Pensar
Contábil, Rio de Janeiro, v. 12, n. 49, p. 31 - 41, set./dez. 2010. Disponível em:
<http://webserver.crcrj.org.br/asscom/Pensarcontabil/revistaspdf/revista%2049.pdf>.
Acesso em: 21 Mar. 2012.
CUNHA, P. R. da; BEUREN, I. M.; CORRÊA, F.S. A Contabilidade no Processo de Gestão das APAEs do Médio Vale do Itajaí. Revista de Contabilidade da UFBA,
América do Norte, 3, fev. 2010. Disponível em:
<http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rcontabilidade/article/view/3477/2779>.
Acesso em: 21 Mar. 2012.
FUNDAÇÃO ABRINQ; SENAC – São Paulo. GUIA DE GESTÃO: para quem dirige
entidades sociais. São Paulo: Fundação ABRINQ; SENAC, 2002. Disponível em:
<http://www.fundabrinq.org.br/_Abrinq/documents/biblioteca/guia_de_gestao.pdf>.
Acesso em: 17 Abr. 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2009. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/cadastroempresa/2009/cempre2
009.pdf> Acesso em: 02 Mar. 2012.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 5 ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MEIRELES, Letícia. Gestão Financeira no terceiro setor: estudo de caso aplicado
à Casa do Menino Jesus de Praga. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10183/29791>. Acesso em: 19
Mar. 2012.
Análise de Demonstrações Contábeis na Gestão Financeira de uma Entidade Sem Fins Lucrativos Hanaoka, C.H.T. ; Leon, F.H.A.D. 21
Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro, SP, Ano 2, N° 2, art. 1, p 1-21, maio 2013, ISSN 2317-0727
MENEZES, Lizandra Almeida de. O reflexo da análise das demonstrações contábeis em entidades sem fins lucrativos. 2008. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Anhanguera – Centro Universitário de
Campo Grande, Campo Grande, 2008. Disponível em:
<http://portal.anhanguera.com/storage/web_aesa/portal_institucional/bibliotecas/bibli
oteca_virtual/publicacoes/lizandra_almeida.pdf>. Acesso em: 19 Jan. 2012.
NASCIMENTO, Diogo Toledo do; OLAK, Paulo Arnaldo. As entidades sem fins
lucrativos (terceiro setor) e as normas brasileiras de contabilidade aplicadas. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE, 16, 2000, Goiânia, GO. Anais...
Brasília: CFC, 2000. 1 CD-ROM.
SELL, Graciele Kieser. Uma sistemática para inserir a contabilidade gerencial no processo decisório nas pequenas e médias empresas: um estudo de caso. 2004.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2004. Disponível em: <
http://www.humbertorosa.com.br/Banco_de_Artigos/Contabilidade_Gerencial_Micros
_Pequenas_e_Medias_Empresas/Graciele_Sell_Uma_Sistematica_Para_Inserir.pdf
>. Acesso em: 20 Jan. 2012.
SILVA, Marise Borba de; GRIGOLO, Tânia Maris. Metodologia para iniciação científica à prática da pesquisa e da extensão II. Caderno pedagógico.
Florianópolis: Udesc, 2002.