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LISA K LEYPAS 

SEDUZA 

-ME

 A O

  A MANHECER  

Série HathawaysII

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Tradução: Ja

Revisão Inicial: Daniela

Revisão Final: Ja e Mariana

Comentário da Revisora Daniela: Deve ser um pesadelo, você amar umapessoa com toda a sua alma e coração e nunca poder confessar seussentimentos. Pois é assim que se sente o nosso Merripen.

E não é que o Merripen dá um Dom. muito hot, muito ao estilo hristian

!re"# e mais não di$o

Comentário da revisora Mariana:  %ue livro maravilhoso, tem umahist&ria super rom'ntica e profunda, onde podemos ver ele lutando contra si

mesmo e seu amor por ela, pois não quer machucá(la, e ela, lutando para queeles fiquem )untos. E como em todo romance *om, em vários momentos eu quis

entrar na hist&ria e sacudir aquele homem, $ente+

Mesmo que demore um pouquinho, as cenas dos dois )untos são superecitantes e as cenas em que a fam-lia se rene nos rendem *oas risadas+

/eiam e descu*ram o que uma mocinha teimosa e ca*eça dura, mas queama é capa0 de fa0er para conse$uir o seu final feli0+

1proveitem.

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1P234/5 6

Londres, 1848Inverno

7in sempre tinha pensado que 8ev Merripen era *onito, do modo quepodia ser *onita uma austera paisa$em ou um dia de inverno.

Era um homem alto e atraente, infle-vel so* qualquer 'n$ulo.

1 e&tica audácia em suas feiç9es era o complemento perfeito para olhostão escuros que quase não permitiam distin$uir as pupilas.eu ca*elo era espesso e tão preto como a asa de um corvo, suas

so*rancelhas fortes e retas, e sua $rande *oca, com*inada com uma constantelinha de preocupação, conferiam(lhe um ar irresist-vel.

Merripen. eu amor, mas nunca seu amante. onheciam(se desde ainf'ncia, quando ele tinha sido acolhido por sua fam-lia. Em*ora os ;atha<a"ssempre o tivessem tratado como da fam-lia, Merripen a$ia como se fosse umempre$ado. 4m protetor. 4m estran$eiro.

Ele foi ao quarto de 7in e deteve(se na porta para o*servar enquanto elaenchia uma maleta com al$uns arti$os pessoais do seu toucador. 4ma escovapara o ca*elo, uma almofada de alfinetes, um punhado de lencinhos *ordadospara ela por sua irmã Popp". Enquanto 7in colocava os o*)etos na *olsa decouro, estava muito consciente do corpo im&vel de Merripen. a*ia o que seocultava so* sua quietude, porque ela sentia o mesmo repuo dese)oso.

1 idéia de deiá(lo estava partindo o coração. E ainda assim não haviaoutra opção. Estava inválida desde que adoecera de escarlatina há dois anosatrás. Estava ma$ra e frá$il, muito propensa a epis&dios de desmaios e cansaço.Pulm9es fracos, tinham dito todos os médicos. =ada a fa0er, senão ceder. 4ma

vida inteira de repouso se$uida por uma morte prematura.7in não aceitaria esse destino.Dese)ava curar(se, aproveitar as coisas que a maioria das pessoas tinha

como certas. Dançar, rir, caminhar pelo campo. %ueria li*erdade para amar...casar(se... ter sua pr&pria fam-lia al$um dia.

om sua sade em tão deplorável estado, não tinha nenhumapossi*ilidade de fa0er qualquer dessas coisas. Mas isso estava a ponto demudar. =este dia partiria para uma cl-nica francesa onde um )ovem e din'micomédico, >ulian ;arro<, estava conse$uindo notáveis resultados com pacientes

como ela. eus tratamentos eram pouco ortodoos, polêmicos, mas 7in não se

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importava. ?aria o que fosse para curar(se. Porque até que esse dia che$asse,nunca poderia ter Merripen.

@=ão vá @ disse ele, tão suavemente que quase não o ouviu.7in esforçou(se por permanecer eteriormente calma, mesmo quando umarrepio desceu(lhe pela espinha.

@Por favor, feche a porta @ ela conse$uiu di0er.  Precisavam deprivacidade para a conversa que estavam a ponto de ter.

Merripen não se meeu. 1 cor tinha aumentado em seu rosto moreno e osolhos ne$ros *rilhavam com uma ferocidade que não era pr&pria dele. Ele eraum perfeito romaní 6 neste momento, suas emoç9es estavam mais pr&imas dasuperf-cie do que $eralmente ele permitia.

?oi fechar a porta ela mesma enquanto ele se afastava, como se qualquercontato entre eles fosse resultar em um dano fatal.@ Por que você não quer que eu vá, 8evA @ per$untou suavemente.@ Bocê não estará se$ura lá.@ Estarei perfeitamente a salvo @ disse @ 3enho fé no doutor ;arro<.

eus tratamentos parecem adequados para mim, e ele )á teve uma alta taa desucessos...

@ 3eve tantos fracassos como sucessos. ;á muitos médicos *ons aqui em/ondres. Bocê deveria consultá(los primeiro.

@Penso que minha melhor chance está com o doutor ;arro<. @ 7insorriu para os duros olhos ne$ros de Merripen, compreendendo as coisas queele não podia di0er. @ Boltarei para você. Eu prometo.

Ele i$norou o comentário. %ualquer tentativa que fi0esse para tra0er seussentimentos C lu0 sempre encontrava uma resistência etremamente forte.=unca admitiria que a amava, ou a trataria como al$o mais que uma frá$ilinválida que precisava de sua proteção. 4ma *or*oleta presa em um vidro.

Enquanto ele continuava com suas atividades particulares.1pesar da discrição de Merripen em seus assuntos pessoais, 7in estava

certa que haviam sido mais que umas poucas mulheres as que lhe tinham

entre$ado seus corpos e o tinham usado para seu pr&prio pra0er. 1l$uma coisafria e furiosa cresceu desde as profundidades de sua alma ante o pensamentode Merripen dormindo com al$uma outra. sso surpreenderia a qualquer umque a conhecesse e o faria entender o poder de seu dese)o por ele.Provavelmente surpreenderia a Merripen, so*retudo.

Bendo seu rosto inepressivo, 7in pensou: Muito bem, Kev. Se for isto o quevocê quer, vou mostrar-me estóica. eremos uma ami!"ve# e amistosa des$edida.

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 Povo nmade, $eralmente conhecido pela desi$nação de ci$ano.

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ofreria depois, quando estivesse a s&s, sa*endo que passaria umaeternidade antes que voltasse a vê(lo novamente. Mas isso era melhor do que

viver desta maneira, sempre )untos e ainda assim separados, com sua doençasempre entre eles. @ Fem @ disse ela ener$icamente @, vou partir lo$o. E você não precisa

se preocupar, 8ev. /eo cuidará de mim durante a via$em para a ?rança, e...@ eu irmão não conse$ue cuidar sequer de si mesmo @ disse Merripen

severamente.@ Bocê não vai. Bai ficar aqui, onde eu possa...Mordeu as palavras.Mas 7in tinha ouvido uma nota de al$o parecido C fria ou C an$stia

enterrada em sua vo0.

sto estava ficando interessante.eu coração começou a *ater com força.@ ;á... @ teve que fa0er uma pausa para tomar fle$o @ ;á apenas uma

coisa que poderia impedir(me de ir.Ele lançou(lhe um olhar alerta.@ 5 que éAPrecisou de um *om tempo para reunir a cora$em para falar.@ Di$a(me que me ama. Di$a(me isso e eu ficarei.5s olhos ne$ros se arre$alaram. 5 som sufocado de sua respiração

atravessou o ar como o arco descendente de um $olpe de machado. Estavaquieto, $elado.

4ma curiosa mistura de diversão e desespero cresceu em 7in enquantoesperava sua resposta.

@ Eu... amo a todos os mem*ros de sua fam-lia...@ =ão. Bocê sa*e que não é isso que estou lhe pedindo. @ 7in se

aproimou dele e er$ueu as mãos pálidas até seu peito, descansando as palmasso*re uma superf-cie de msculos duros e r-$idos. entiu a resposta que oso*ressaltou. @ Por favor @ disse, odiando o fio de desespero em sua pr&priavo0 @, não me importaria se morresse amanhã, se pudesse ouvi(lo apenas uma

ve0...@ =ão @ $runhiu ele, retrocedendo.Deiando toda a cautela de lado, 7in prosse$uiu. Estendeu a mão para

a$arrar as do*ras soltas de sua camisa.@ Di$a(me. Bamos tra0er a verdade C tona, finalmente#@ ale(se, você vai ficar doente.7in se enfureceu por ele ter ra0ão. Podia sentir a familiar fraque0a, a

verti$em que sur$ia com a *atida acelerada de seu coração e a falta de ar.1maldiçoou seu corpo defeituoso.

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@ Eu te amo @disse ela miseravelmente @, e se estivesse *em, nenhumpoder na terra poderia afastar(me de você. e estivesse *em, levaria você para

minha cama e lhe mostraria tanta paião como qualquer mulher...@ =ão. @/evantou a mão até sua *oca como se quisesse silenciá(la, e emse$uida a afastou rapidamente ao sentir o calor de seus lá*ios.

@ im, eu não tenho medo de admitir. Por que você temA @ eu pra0erpor estar perto dele, tocando(o, era uma espécie de loucura. mprudentementeamoldou(se contra seu corpo. Ele tentou empurrá(la para lon$e sem ma$oá(la,mas ela se a$arrou com toda a força que lhe restava. @ E se este fosse o ltimomomento que você tivesse comi$oA =ão lamentaria por não me di0er o quesenteA =ão lhe...A

Merripen co*riu(lhe a *oca com a sua, desesperado por encontrar amaneira de silenciá(la. 1m*os ofe$aram e ficaram calados, a*sorvendo essasensação. ada $olpe da respiração dele em seu rosto era uma descar$a decalor. eus *raços a rodeavam, envolvendo(a com sua imensa força,sustentando(a contra a dure0a de seu corpo. E então tudo se incendiou, e am*osse perderam em uma necessidade escandalosa.

7in podia sa*orear a doçura de maçãs em seu hálito, o $osto amar$o decafé, mas, principalmente, a sa*orosa essência dele. %uerendo mais, famintapor mais, pressionou(se contra ele. Ele tomou a inocente oferta com um som

 *aio e selva$em.Ela sentiu o toque de sua l-n$ua. 1*rindo(se para ele, atraindo(o mais

intensamente, usando sua pr&pria l-n$ua hesitante num desli0ar de seda so*reseda, e ele estremeceu, ofe$ou e a*raçou(a com mais força. 4ma nova fraque0ainundou(a, seus sentidos famintos por essas mãos, *oca e corpo... seu poderosopeso so*re, entre e dentro dela... 5h, dese)ava(o, dese)ava(o...

Merripen *ei)ou(a com fome selva$em, sua *oca movendo(se so*re a delacom ásperos e deliciosos $olpes. eus nervos ardendo com pra0er, contorcendo(se, a$arrando(se a ele, dese)ando tê(lo mais perto.

Mesmo através das camadas de suas saias, sentia a forma com que ele

empurrava os quadris contra os dela, o firme ritmo sutil. nstintivamenteestendeu a mão para *aio para senti(lo, aliviá(lo, e seus dedos trêmulosencontraram a dura forma de sua ecitação.

Ele enterrou um $emido de a$onia em sua *oca. Por um ardorosomomento estendeu a mão para *aio e apertou(a fortemente contra si mesmo.5s olhos dela se a*riram rapidamente quando sentiu a car$a pulsante, o calor ea tensão que pareciam estar prontos para eplodir.

@ 8ev... a cama... @sussurrou, corando da ca*eça aos pés. Dese)ara(o tãodesesperadamente, durante tanto tempo, e a$ora finalmente iria acontecer.

@ /eve(me...

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Merripen soltou uma imprecação e empurrou(a para afastá(la dele,virando(se de lado. Estava ofe$ando incontrolavelmente.

7in se aproimou dele.@ 8ev...@ 1faste(se @ disse ele com tanta força que a assustou.Durante ao menos um minuto não se ouviu nenhum som ou movimento,

eceto suas furiosas respiraç9es.Merripen foi o primeiro a falar. ua vo0 estava cheia de raiva e des$osto,

em*ora fosse imposs-vel sa*er se eram diri$idos a ela ou contra si mesmo.@ sto )amais voltará a acontecer.@ Porque você teme que possa me machucarA

@ Porque não dese)o você dessa maneira.Ela ficou r-$ida de indi$nação e soltou um riso de incredulidade.@ 1$ora a pouco você correspondeu. Eu senti.ua cor se intensificou.@ Poderia acontecer com qualquer mulher.@ Bocê... está tentado me fa0er acreditar que não sente nada por mimA@ =ada mais que o dese)o de prote$er a um mem*ro de sua fam-lia.Ela sa*ia que isso era uma mentiraG sa*ia. Mas sua cruel re)eição aliviou

um pouco mais sua partida.@ Eu..., @era dif-cil falar @ que no*re de sua parte @. 1 intenção de falar

com um tom irnico aca*ou arruinada por seu sufocamento. Estpidos e frá$eispulm9es.

@ Bocê está muito a$itada @ disse Merripen, aproimando(se dela. @Precisa descansar... 

@ Estou *em @ disse 7in furiosamente, diri$indo(se ao lava*o,a$arrando(o para sustentar(se. %uando firmou o equil-*rio, derramou umpouco de á$ua em um lenço e colocou(o em suas faces coradas. 5lhando(se noespelho, comps o rosto em sua costumeira máscara de serenidade. De al$ummodo fe0 com que sua vo0 sa-sse calma. @ 3erei tudo de você ou nada @

disse.@ Bocê conhece as palavras que me fariam ficar. e não vai di0ê(las, entãosaia.

5 ar no quarto estava cheio de emoção. 5s nervos de 7in $ritavam emprotesto enquanto o silêncio se prolon$ava. 5lhou fiamente o espelho, capa0de ver apenas a ampla forma do om*ro e do *raço dele. E então ele se meeu, aporta se a*riu e se fechou.

7in continuou pressionando o tecido fresco so*re o rosto, usando(o parasecar al$umas lá$rimas perdidas. olocando o lenço de lado, notou que suapalma, a que usara para a$arrar a forma -ntima dele, ainda retinha a mem&ria

de sua carne. E os lá*ios ainda formi$avam pelos doces e fortes *ei)os, e seupeito estava cheio com a dor do amor desesperado.

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@ Fem, @ disse ao seu corado refleo @ a$ora você está motivada @. Esorriu trêmula, até que teve de limpar mais lá$rimas. 

Enquanto am Hohan supervisionava o carre$amento da carrua$em quelo$o partiria para o cais de /ondres, não podia evitar de se per$untar se estavacometendo um erro. Prometera a sua nova esposa que cuidaria de sua fam-lia.Mas, menos de dois meses depois do casamento com 1melia estava enviandouma de suas irmãs para a ?rança.

@ Podemos esperar @disse C 1melia na noite anterior, se$urando(acontra o om*ro, acariciando seu ca*elo castanho escuro que descia como um rioso*re seu peito. @ e quiser que 7in fique com você um pouco mais, podemos

enviá(la C cl-nica na primavera.@ =ão, deve ir o quanto antes. 5 doutor ;arro< deiou claro que )áperdemos muito tempo. 1 melhor esperança de recuperação para 7in écomeçar lo$o o tratamento.

am sorriu ante o tom prático de 1melia. ua esposa era uma especialistaem esconder suas emoç9es, mantendo uma fachada dura, o que fa0ia com quepoucas pessoas perce*essem o quanto era vulnerável em seu -ntimo. am era onico com quem podia *aiar a $uarda.

@ Devemos ser sensatos @acrescentou 1melia.am colocou(a de costas e *aiou os olhos para seu pequeno e adorável

rosto C lu0 da l'mpada. 5s olhos a0uis redondos e som*rios como o coração dameia noite.

@ im. @ admitiu ele suavemente. @ Mas nem sempre é fácil ser sensato,não éA

Ela sacudiu a ca*eça, os olhos chorosos.Ele acariciou(lhe o rosto com as $emas dos dedos.@ Po*re coli*ri+ @ sussurrou. @ Passou por muitas mudanças nos

ltimos meses, e um dos mais importantes foi casar(se comi$o. E a$ora estoumandando sua irmã para lon$e.

@ Para uma cl-nica, para que se cure @ disse 1melia. @ ei que isto é omelhor para ela. I s& que... sentirei saudades. 7in é a mais carinhosa, a maisdoce da fam-lia. 1 conciliadora. Provavelmente vamos todos nos matar em suaausência @. 5lhou(o com o cenho fran0ido @ =ão di$a a nin$uém que chorei,ou ficarei muito 0an$ada com você.

@ =ão, monis%a  @ tranquili0ou(a, a*raçando(a mais forte enquanto elafun$ava.@ 3odos os seus se$redos estão a salvo comi$o. Bocê sa*e.

Fei)ando suas lá$rimas, tirou(lhe a camisola va$arosamente e fi0eramamor ainda mais lentamente.

@ %uerida @ sussurrou(lhe enquanto ela tremia so* ele@ deie(me fa0ercom que se sinta melhor... @. E ao mesmo tempo em que tomava posse de seu

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corpo, cuidadosamente, disse(lhe no anti$o idioma o quanto ela lhe davapra0er, de todas as formas, que adorava estar dentro dela, e que nunca a

deiaria. Em*ora 1melia não entendesse as palavras estran$eiras, o som aecitara, suas mãos desli0aram para as costas dele como se fossem patas de um$ato, pressionando os quadris contra seu peso. Ele lhe dera pra0er e tomara oseu pr&prio, até que sua esposa caiu em um sono satisfeito. 

4m *om tempo depois, am ainda a mantinha aninhada contra ele, aca*eça apoiada em seu om*ro. Ele era o responsável por 1melia a$ora, e portoda sua fam-lia.

5s ;atha<a"s eram um $rupo incomum, composto por quatro irmãs, umirmão e Merripen, que era romaní  como am. =in$uém parecia sa*er muito de

Merripen, eceto o fato de que tinha sido acolhido pela fam-lia ;atha<a"quando era menino, depois de ser encontrado ferido, a*andonado quase mortoem um acampamento ci$ano. Era mais que um empre$ado, mas na verdadenão era parte da fam-lia.

=ão se podia prever como Merripen se comportaria na ausência de 7in,mas am tinha o pressentimento de que não ia ser a$radável. =ão podiam sermais diferentes, a pálida loira indefesa e o enorme romaní . Ela tão refinada eespiritual, ele moreno, rude e pouco civili0ado. Mas a coneão estava ali, comoo caminho de um falcão que sempre retorna C mesma floresta, se$uindo o mapainvis-vel $ravado em sua pr&pria nature0a.

%uando a carrua$em estava devidamente carre$ada e a *a$a$em presacom correias de couro, am entrou na su-te do hotel onde a fam-lia estavahospedada. Encontravam(se reunidos na sala de recepção, para as despedidas.

Merripen estava visivelmente ausente.Estavam apertados no pequeno quarto, as irmãs e seu irmão /eo, que ia

para a ?rança como acompanhante e escolta de 7in.@ Benha, vamos @ disse /eo asperamente, enquanto dava uns tapinhas

nas costas da mais )ovem, Featri, que aca*ava de completar de0esseis anos.@ =ão precisa fa0er uma cena.

Ela a*raçou(o com força.@ Bocê estará so0inho, tão lon$e de casa. =ão quer levar um de meus

animais de estimação para lhe fa0er companhiaA@ =ão, querida. Estarei mais feli0 com qualquer companhia humana que

possa encontrar a *ordo @. Boltou(se para Popp", uma *ele0a ruiva de de0oitoanos @. 1deus, irmã. 1proveite sua primeira temporada em /ondres. 3entenão aceitar o primeiro tipo que lhe faça uma proposta.

Popp" avançou para a*raçá(lo.@ %uerido /eo @ disse, sua vo0 apa$ou(se contra o om*ro dele @, tente

comportar(se enquanto estiver na ?rança.

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@ =in$uém se comporta na ?rança @ disse /eo. @ I por isso que todos aamam @. Boltou(se para 1melia. & então essa fachada de se$urança começou

a desinte$rar(se. oltou uma respiração inse$ura. De todos os irmãos;atha<a"s, /eo e 1melia eram os que discutiam mais frequentemente e maisamar$amente. Mas ainda assim, indu*itavelmente ela era a sua favorita.Passaram por muitas coisas )untos enquanto cuidavam das irmãs menoresdepois da morte de seus pais. 1melia assistira enquanto /eo se convertia de um

 )ovem e promissor arquiteto a uma som*ra de homem. ;erdar um viscondadonão o tinha a)udado em nada. De fato, o t-tulo recentemente adquirido e aposição apenas tinham acelerado a de$radação de /eo. sso não dissuadira1melia de lutar por ele, tentando salvá(lo a cada passo do caminho. 5 que o

irritara consideravelmente.1melia foi até ele e colocou a ca*eça contra seu peito.@ /eo @ disse(lhe enquanto fun$ava @ se deiar que al$uma coisa

aconteça com 7in, vou matá(lo.Ele acariciou(lhe o ca*elo suavemente.@ ;á anos que você ameaça me matar e não cumpre.@ Estou es# esperando uma *oa ra0ão.orrindo, /eo afastou a ca*eça de seu peito e *ei)ou(lhe a testa.@ Bou tra0ê(la de volta sã e salva.@ E a vocêA @ E a mim.1melia alisou(lhe o casaco, seu lá*io tremendo.@ Então é melhor deiar de levar a vida de um *ê*ado es*an)ador @

disse ela./eo sorriu a*ertamente.@ Mas eu sempre acreditei que se deve cultivar os talentos naturais ao

máimo @. Faiou a ca*eça para que ela pudesse *ei)ar(lhe o rosto. @ %uem évocê para falar so*re como comportar(se @ disse @. asou(se com um homemque mal conhece.

@ ?oi a melhor coisa que )á fi0 @ disse 1melia.@ >á que é ele quem está pa$ando minha via$em para a ?rança, suponho

que eu não possa discordar @. /eo estendeu a mão para apertar a de am.Depois de um in-cio dif-cil, os dois homens passaram a se dar *em em poucotempo. @ 1deus,  $%ra#  @disse /eo, usando o termo romaní   que am lheensinara para JirmãoK@ =ão tenho nenhuma dvida de que fará um ecelentetra*alho ao cuidar da fam-lia. >á se livrou de mim, o que é um começopromissor.

@ He$ressará para uma casa reconstru-da e uma pr&spera propriedade,

meu senhor. /eo soltou um risinho.

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@ =em posso esperar para ver o que você vai conse$uir. >á sa*e, nemtodos do reino confiariam seus ne$&cios a uma dupla de ci$anos.

@ Diria, com certe0a @ replicou am@, que você é o nico. 

Depois que 7in se despediu de suas irmãs, /eo a a)udou a su*ir nacarrua$em e sentou(se ao seu lado. ;ouve um pequeno sacole)ar quando oscavalos começaram a se movimentar e lo$o se diri$iram para o cais de /ondres.

/eo estudou o perfil de 7in. omo de costume, ela mostrava poucasemoç9es, sua face, de ossos delicados, serena e calma. Mas viu as marcas de corardente no alto das maçãs do rosto e a forma com que seus dedos apertavam eretorciam o lenço que levava no colo. =ão lhe escapara o fato de que Merripennão fora despedir(se. /eo se per$untou se Merripen e 7in tinham discutido.

uspirando, /eo estendeu a mão e colocou o *raço ao redor da ma$ra efrá$il silhueta de sua irmã. Ela ficou r-$ida, mas não se afastou. Depois de ummomento er$ueu o lenço e ele perce*eu que ela secava os olhos. Estavaassustada, doente e sentia(se miserável.

E ele era tudo o que tinha. %ue Deus a a)udasse.3entou *rincar.@ =ão permitiria que Featri lhe desse um de seus *ichinhos de

estimação, não éA 1viso a você, se tra0 um ouriço ou um rato, vai parar no martão lo$o em*arquemos.

7in ne$ou com a ca*eça e assoou o nari0.@ a*e @disse /eo casualmente, enquanto continuava a*raçando(a@,

você é a menos divertida de todas as irmãs. =ão posso acreditar que estou indopara a ?rança com você.

@ 1credite(me @ foi sua resposta desanimada @, não seria tãoa*orrecida se tivesse al$uma coisa para di0er a respeito. =a verdade, quandome curar, penso em comportar(me muito mal.

@ Fom, isso é encora)ador @. Descansou a face no suave ca*elo louro.@ /eo @ disse ela, depois de um momento @ Por que você se ofereceu

como voluntário para vir C cl-nica comi$oA I porque quer curar(se tam*émA

/eo sentiu(se comovido e irritado ao mesmo tempo pela inocenteper$unta. 7in, como todos os demais na fam-lia, considerava seu pro*lemacom a *e*ida uma doença que podia curar(se com um per-odo de a*stinência eum am*iente saudável. Mas seu v-cio era apenas um sintoma da doença real,uma dor tão persistente que Cs ve0es ameaçava fa0er com que seu coraçãodeiasse de *ater. 

=ão havia nenhuma cura para a perda de /aura.@ =ão @disse a 7in@. =ão tenho aspiraç9es de curar(me. & quero

continuar minha li*ertina$em em um novo cenário @. Biu(se recompensado

com um risinho. @ 7in... você *ri$ou com MerripenA I por isso que ele nãoestava lá para se despedir de vocêA @ 1nte seu silêncio prolon$ado /eo revirou

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os olhos. @ e você insiste em ser discreta irmã, esta realmente vai ser umalon$a via$em.

@ im, n&s discutimos.@ o*re o queA 1 cl-nica de ;arro<A@ =a verdade não. sso foi s& uma parte, mas... @ 7in encolheu os

om*ros constran$ida. @ I muito complicado. /evaria uma eternidade paraeplicar.

@ Estamos a ponto de cru0ar um oceano e a metade da ?rança. 1credite(me, temos tempo.

Depois que a carrua$em tinha partido, am se diri$iu para as cavalariças

atrás do hotel, uma construção or$ani0ada com está*ulos para cavalos e umdep&sito para as carrua$ens na planta *aia, e o alo)amento dos empre$ados naparte de cima. omo esperava, Merripen estava cuidando dos cavalos. 1scavalariças do hotel estavam so* o sistema de meia(li*ré, o que si$nificava queal$uns dos tra*alhos de está*ulo tinham de ser feitos pelos donos dos cavalos.=este momento, Merripen estava cuidando do castrado preto de am, umcavalo de três anos chamado PooLa.

5s movimentos de Merripen eram rápidos e met&dicos enquanto passavaa escova so*re os relu0entes flancos do cavalo.

am o*servou(o por um momento, apreciando a destre0a do romaní . 1hist&ria de que os ci$anos eram ecepcionalmente *ons com os cavalos não eraum mito. 4m romaní  considerava o cavalo como um companheiro, um animalde poesia e instintos her&icos. E PooLa aceitava a presença de Merripen comuma tranquila deferência que costumava demonstrar a poucas pessoas.

@ 5 que você querA @ per$untou Merripen sem virar(se.am se aproimou lentamente da *aia, sorrindo quando PooLa *aiou a

ca*eça e tocou seu peito.@ =ão $aroto# sem torr9es de açcar @. Deu palmadinhas no pescoço

musculoso. 1s man$as de sua camisa estavam arre$açadas até os cotovelos,

epondo a tatua$em de um cavalo alado em seu ante*raço. am não lem*ravaquando tinha conse$uido a tatua$em# tinha estado ali desde sempre, porra09es que sua av& nunca quis lhe eplicar.

5 s-m*olo era um corcel da mitolo$ia irlandesa chamado  $oo&a, um cavalomalévolo e ao mesmo tempo *enévolo, que falava com vo0 humana e voavapela noite com as asas a*ertas. De acordo com a lenda,  $oo&a poderia *ater Cporta de um inocente humano no meio da noite e levá(lo a um passeio que omudaria para sempre.

am nunca tinha visto uma marca similar em nin$uém mais. 1té

Merripen.

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Por acaso, Merripen tinha se ferido recentemente em um incêndio na casa.E quando sua ferida estava sendo tratada, os ;atha<a"s desco*riram a

tatua$em em seu om*ro.sso tinha suscitado mais que umas poucas per$untas na mente de am.Biu o olhar de Merripen, fio na tatua$em de seu *raço.@ 5 que fa0 um romaní carre$ando um desenho irlandêsA @ per$untou

am.@ ;á romanís na rlanda. =ada incomum.@ ;á al$o incomum nessa tatua$em @ disse am tranquilamente. @

=unca tinha visto outra i$ual, até que o vi. E )á que foi uma surpresa para os;atha<a"s, evidentemente você se esforçou muito para mantê(la escondida.

Por que ra0ão, meu $%ra#A@ =ão me chame assim.@ Bocê tem sido parte da fam-lia ;atha<a" desde a inf'ncia @ disse

am. @ E eu me casei com um de seus mem*ros. sto nos fa0 irmãos, não lhepareceA

4ma olhada desdenhosa foi sua nica resposta.am achava perversamente divertido mostrar(se amistoso com um romaní  

que claramente o despre0ava. Entendia eatamente o que en$endrara ahostilidade de Merripen. 1 adição de um novo varão no $rupo familiar, ouvitsa , nunca era uma situação fácil, e normalmente seu status seria inferior nahierarquia. %ue am, um estranho, entrasse e a$isse como o chefe da fam-liaera quase insuportável. =ão a)udava o fato de am ser um $os%ram , um mestiçonascido de uma mãe romaní  e um pai !ad'o irlandês. E se havia al$o que poderiafa0er com que o assunto ficasse pior, era a rique0a de am, a qual eraver$onhosa aos olhos do romaní.

@ Por que a manteve sempre ocultaA @ insistiu am.Merripen fe0 uma pausa na escovação e ofereceu a am um olhar frio e

som*rio.@ Disseram(me que era a marca de uma maldição. %ue no dia que

desco*risse o que si$nificava, e o que era, eu ou al$uém pr&imo a mim estariapredestinado a morrer.

am não mostrou nenhuma reação eterna, mas sentiu al$umas pontadasde inquietude em sua nuca.

@ %uem é você, MerripenA @ per$untou suavemente.5 enorme romaní  retomou seu tra*alho.@ =in$uém.@ Bocê fe0 parte de um $rupo uma ve0. Deve ter tido fam-lia.@ =ão lem*ro de nenhum de meus pais. Minha mãe morreu quando

nasci.@ 1 minha tam*ém. ?ui criado por minha av&.

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1 escova se deteve a meio caminho. =enhum dos dois se meeu. 5está*ulo ficou mortalmente em silêncio, a eceção do resfole$ar e da

movimentação dos cavalos.@ Eu fui criado por meu tio. Para ser um as%aribe.@ 1h+@am manteve afastada qualquer indicação de piedade em sua

epressão, mas interiormente pensou, $obre bastardo.=ão era de se surpreender que Merripen lutasse tão *em. 1l$uns $rupos

ci$anos tomavam seus meninos mais fortes e os transformavam em lutadores,confrontando uns com os outros em feiras, ta*ernas e reuni9es para osespectadores que fa0iam as apostas. 1l$uns dos meninos ficavam desfi$uradose até mesmo morriam. E aqueles que so*reviviam, convertiam(se em insens-veis

lutadores auto(suficientes e eram desi$nados como os $uerreiros do $rupo.@ Fem, isso eplica seu temperamento doce @ disse am. @ ?oi por issoque escolheu ficar com os ;atha<a"s depois que lhe acolheramA Porque nãoqueria mais viver como um as%aribeA

@ im.@ Bocê está mentindo,  $%ra#  @ disse am, fitando(o com os olhos

entrecerrados. @ Bocê ficou por outra ra0ão @. E am sou*e pelo ru*or vis-veldo romaní  que tinha acertado no alvo.

Em vo0 *aia, am acrescentou:@ Bocê ficou por ela. 

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1P234/5

(o)e anos antes

=ão havia *ondade nele. =enhuma suavidade. 3inha nascido para dormirna terra dura, para comer coisas simples e *e*er á$ua fria, e para lutar comoutros meninos. e al$uma ve0 se ne$asse a lutar, seria açoitado por seu tio, orom baro , o homem mais velho do $rupo. =ão havia uma mãe para a)udá(lo nemum pai para intervir ante as severas puniç9es do rom baro. =in$uém )amais o

tocava, senão com violência. Eistia apenas para lutar, rou*ar, fa0er de tudocontra os !ad'os.1 maioria dos ci$anos não odiava os pálidos e macilentos in$leses que

viviam em casas arrumadas, carre$avam rel&$ios de *olso e liam livros )unto Clareira. implesmente não confiavam neles. Mas o $rupo de 8ev despre0ava os

 !ad'os , principalmente porque o rom baro o fa0ia. E qualquer capricho, crença ouinclinação que tivesse o l-der, tinham de se$ui(la.

?inalmente, em virtude de tanta maldade e miséria que o $rupo do rombaro  tinha provocado onde quer que montasse acampamento, os  !ad'osdecidiram fusti$á(los da terra. 5s in$leses vieram a cavalo, portando armas.;ouve disparos, lamentos, romanís  adormecidos atacados em suas camas,mulheres e crianças $ritando e chorando. 5 acampamento foi dispersado, todosafu$entados, os vardos* incendiados, e muitos dos cavalos foram rou*ados pelos

 !ad'os.8ev tentou lutar com eles para defender a vitsaN , mas foi $olpeado com a

pesada culatra de uma arma. 5utro o tinha apunhalado nas costas com uma *aioneta. 5 $rupo o tinha dado por morto. o0inho na noite, ficou ca-do semiinconsciente )unto ao rio, escutando o rumor da á$ua escura, sentindo o frio dadura terra molhada so* ele, va$amente consciente de seu pr&prio san$ue

escorrendo em quentes )orros do seu corpo. Ele esperou sem medo que a $randeroda o levasse para a escuridão. =ão tinha nenhuma ra0ão ou dese)o de viver.

Mas )ustamente quando a =oite se deiava vencer por sua irmã, a Manhã,8ev se viu er$uido e transportado em uma pequena carreta rstica. 4m !ad'o otinha encontrado e pedira a um menino das redonde0as que o a)udasse a levar oHomO mori*undo até sua casa.

 arroção. De modo $eral, é o s-m*olo dos povos ci$anos.N

 5 $rupo familiar.O  Bocá*ulo de ori$em s'nscrita, que si$nifica homem ou pessoa, sendo mais comumenteatri*u-do ao ci$ano de ori$em oriental.

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Era a primeira ve0 que 8ev estava so* o teto de outra coisa que não fosseum vardo. Encontrou(se dividido entre a curiosidade pelo am*iente estranho e a

raiva pela indi$nidade de ter que morrer dentro de casa, so* os cuidados de um !ad'o. Mas 8ev estava muito fraco, sentia muita dor para levantar um dedo emsua pr&pria defesa.

5 quarto que ocupava não era muito maior do que uma *aia de cavalo,tinha apenas uma cama e uma cadeira. ;avia almofadas, travesseiros,tapeçarias emolduradas nas paredes e uma l'mpada com fran)a de contas. eele não estivesse tão mal, teria enlouquecido no a*arrotado quartinho.

5 !ad'o que o tinha levado para lá... ;atha<a"... era alto, ma$ro, com umca*elo amarelo claro. eus modos $entis, seu retraimento, fa0iam com que 8ev

se sentisse hostil. Por que esse ;atha<a" o havia salvadoA %ue poderia quererde um $aroto romaní A 8ev recusou(se a falar com o !ad'o e a tomar os remédios.He)eitou qualquer insinuação de *ondade. =ão devia nada a esse ;atha<a".=ão queria ser salvo, não queria viver. Então permaneceu im&vel e em silêncioenquanto o homem trocava o curativo das costas.

omente uma ve0 8ev falou e foi quando ;atha<a" per$untou(lhe pelatatua$em.

@ 5 que é essa marcaA@ I uma maldição @ disse por entre os dentes cerrados. @ =ão fale dela

a nin$uém, se não a maldição cairá so*re você tam*ém.@ Entendo @. 1 vo0 do homem era amável. @ !uardarei seu se$redo.

Mas tenho de di0er(lhe que, como sou racionalista, não acredito nessassuperstiç9es. 4ma maldição tem apenas o poder que o su)eito confere a ela.

+ad'o est$ido , pensou 8ev. 3odos sa*iam que ne$ar uma maldição atra-amá sorte so*re si mesmo.

Era uma casa *arulhenta, cheia de crianças. 8ev podia ouvi(las através daporta fechada do quarto em que fora colocado. Mas havia al$o mais... 4matênue e doce presença pr&ima. Ele a sentia pairando do lado de fora do quarto,apenas lon$e de seu alcance. E ansiava por ela, faminto pelo al-vio da

escuridão, da fe*re e da dor.Em meio ao clamor de crianças discutindo, rindo, cantando, ouviu um

murmrio que lhe eriçou todos os pelos do corpo. 1 vo0 de uma menina,amorosa, tranquili0adora. %ueria que ela fosse até ele. %ueria isso enquantoestava ali, prostrado, com suas feridas sendo curadas lenta e torturadamente.en%a $ara mim...

Mas ela nunca apareceu. 5s nicos que entravam no quarto eram;atha<a" e sua esposa, uma mulher amável, mas desconfiada, que considerava8ev como um animal selva$em que tinha encontrado caminho até sua casa

civili0ada. E ele se comportava como um, rosnando e arre$anhando os dentessempre que che$avam perto dele. 1ssim que pode mover(se por si pr&prio,

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lavou(se em uma *acia de á$ua morna que deiaram em seu quarto. Ele nãocomia na frente deles, mas esperava até que deiassem a *ande)a ao lado da

cama. 3oda sua vontade era dedicada a curar(se o suficiente para ser capa0 deescapar.Em uma ou duas ocasi9es as crianças vieram vê(lo, espreitando pela porta

parcialmente a*erta. ;avia duas meninas chamadas Popp" e Featri, que rirame $uincharam com ale$re espanto quando ele rosnou para elas. ;avia umaoutra filha, mais velha, 1melia, que olhou para ele com a mesma avaliaçãocética da mãe. E havia um menino alto, de olhos a0uis, /eo, que não pareciamuito mais velho que o pr&prio 8ev.

@ %uero deiar claro @ o rapa0 tinha dito da porta, sua vo0 calma @  que

nin$uém tem a intenção de lhe causar qualquer dano. 1ssim que você for capa0de sair, você estará livre para fa0ê(lo @. Ele fitou a carrancuda face fe*ril de8ev antes de acrescentar: @ Meu pai é um homem *om. 4m samaritano. Maseu não sou. Portanto, nem sequer pense em ferir ou insultar qualquer um dos;atha<a"s, ou você vai responder a mim.

8ev respeitou isso. 5 suficiente para dedicar a /eo um rápidoassentimento com a ca*eça. I claro, se 8ev estivesse *em, ele poderia derrotar o$aroto facilmente, deiando(o no chão, san$rando e machucado. Mas 8evcomeçou a aceitar que esta pequena e estranha fam-lia realmente não queriafa0er(lhe mal. =em mesmo queriam nada dele. implesmente lhe haviamproporcionado cuidado e ref$io como se fosse um cão vadio. =ão pareciamesperar nada em troca.

sso não diminuiu seu despre0o por eles e seu ridiculamente suave,confortável mundo. 5diava a todos, quase tanto como odiava a si mesmo. Eraum lutador, um ladrão, mer$ulhado na violência e no en$ano. =ão podiam verisso. =ão pareciam compreender o peri$o que tinham introdu0ido em suapr&pria casa.

Depois de uma semana a fe*re tinha diminu-do e suas feridas se curado osuficiente para permitirem(lhe se movimentar. 3inha que partir antes que

acontecesse al$o terr-vel, antes que fi0esse al$o. Então, uma manhã 8evlevantou cedo, vestiu com dolorosa lentidão a roupa que lhe haviam dado, quetinha pertencido a /eo. Era dif-cil se meer, mas i$norou a dor a$uda na ca*eçae o fo$o que sentia nas costas. Encheu *olsos do casaco com um $arfo e faca desua *ande)a de comida, um toco de vela e um pedaço de sa*ão. 1 primeira lu0da aurora *rilhou através da pequena )anela acima da cama. 1 fam-lia acordariaem *reve. Ele foi até a porta, sentiu(se tonto e desa*ou so*re o colchão.5fe$ante, tentou reunir suas forças.

;ouve uma *atida na porta, e ela foi a*erta. eus lá*ios se separaram para

rosnar para o visitante. @ Posso entrarA @ ouviu uma menina per$untar suavemente.

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1 maldição morreu nos lá*ios de 8ev. eus sentidos estavamso*recarre$ados. Ele fechou os olhos, respirando, esperando.

você. ocê est" aqui./ina#mente.@ Bocê tem estado so0inho por muito tempo @ disse ela, aproimando(se

@, pensei que poderia querer um pouco de companhia. ou 7innifred.8ev acercou(se do perfume e do som dela, seu coração palpitando.

uidadosamente endireitou as costas, i$norando a dor que o atravessava. 1*riuos olhos.

=unca tinha pensado que al$uma  !ad'i pudesse se comparar Cs meninasromanís.  Mas esta era etraordinária. 4ma criatura so*renatural, tão pálida

quanto o luar, ca*elos louro(prata, as feiç9es formadas com uma terna$ravidade. Ela parecia quente, inocente e suave. 3udo o que ele não era. 3odo oseu ser respondeu tão a$udamente a ela, que ele estendeu a mão e a$arrou(acom um calmo $emido.

Ela ofe$ou um pouco, mas permaneceu parada. 8ev sa*ia que não eracerto tocá(la. =ão sa*ia como ser $entil. Ele iria machucá(la, mesmo sempretender. E, no entanto ela relaou em seu a*raço, e encarou(o com aquelesfios olhos a0uis.

Por que não tinha medo deleA Ele estava realmente assustado por ela,porque sa*ia do que era capa0.

Ele não tinha consciência de tê(la puado para perto. 3udo o que sa*ia eraque a$ora parte do peso dela estava descansando so*re ele, que estava deitadona cama, e as pontas dos seus dedos estavam curvadas na carne macia de seus

 *raços. @ olte(me. @ disse ela $entilmente.=ão queria. =unca. %ueria retê(la )unto a ele, puar seu ca*elo trançado

para *aio e correr os dedos pela pálida seda. %ueria levá(la até os confins daterra.

@ e eu soltá(la @ disse *ruscamente @ você ficaráA

5s delicados lá*ios se curvaram. 4m sorriso doce e delicioso.@ Menino *o*o. I claro. ?icarei. Bim visitá(lo.uavemente seus dedos a soltaram. Pensou que sairia correndo, mas ela

ficou.@ Bolte a deitar(se. @ disse(lhe ela. @ Por que )á está vestido tão cedoA @

eus olhos se arre$alaram. @ 5h, você não deve partir. =ão até que este)a *em.=ão tinha por que preocupar(se. 5s planos de fu$a de 8ev tinham

desaparecido no se$undo em que a viu. 1poiou as costas contra os travesseiros,o*servando(a intensamente, enquanto ela se sentava na cadeira. 4sava um

vestido rosa. 1 $ola e os punhos tinham pequenos *a*ados.@ omo você se chamaA @ per$untou ela.

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8ev odiava falar. 5diava ter uma conversa com qualquer pessoa. Masestava disposto a fa0er qualquer coisa para mantê(la ao seu lado. @ Merripen.

@ Esse é seu nomeAEle ne$ou com a ca*eça.7innifred inclinou a ca*eça para um lado. @ =ão vai me di0erA=ão podia. 4m romaní   s& podia compartilhar seu verdadeiro nome com

outros romanís.@ Pelo menos di$a(me a primeira letra @ pediu(lhe.8ev fiou os olhos nela, perpleo.@ =ão conheço muitos nomes ci$anos @ disse. @ /ucasA MarcosA

EstefanA

5correu a 8ev que ela tentava )o$ar com ele. Frincando. =ao sa*-a comoresponder. =ormalmente se al$uém tentava 0om*ar dele, respondia metendoos punhos na cara do ofensor.

@ 1l$um dia você me dirá @ disse ela com um risinho. ?e0 ummovimento para levantar(se da cadeira, e a mão de 8ev saiu disparada parase$urá(la. 1 surpresa assomou no rosto dela.

@ Bocê disse que ficaria. @ disse ele rudemente. 1 mão livre dela foi até aque se fechava ao redor de seu pulso. @ Bou ficar. alma, Merripen. 1penasvou pe$ar um pouco de pão e chá para n&s. Deie(me ir. Bou voltar @. 1palma era leve e fresca ao passar so*re sua mão. @ Posso ficar aqui todo o dia,se você quiser.

@ =ão vão deiá(la.@ 5h, sim, eles vão @. Persuadiu a sua mão para que a soltasse,

afrouando $entilmente seus dedos. @ =ão se)a tão ansioso. Meu Deus. Eupensava que os ci$anos eram ale$res.

%uase conse$uiu que ele sorrisse.@ 3ive uma semana ruim @ disse ele $ravemente.Ela, no entanto, continuava tentando retirar os dedos dele de seu *raço.@ im, compreendo. omo aca*ou sendo feridoA

@ 5s  !ad'os  atacaram meu $rupo. Pode ser que venham aqui atrás demim. ?iou os olhos nela, mas o*ri$ou(se a soltá(la. @ =ão estou a salvo. Devoir.

@ =in$uém se atreveria a afastar você de n&s. Meu pai é um homemmuito respeitado no povoado. 4m erudito @. Bendo a epressão de dvida deMerripen acrescentou: @ Bocê sa*e, a pena é mais forte que a espada.

sso soava como al$o que um !ad'o diria. =ão tinha nenhum sentido. @ 5shomens que atacaram minha vitsa a semana passada não estavam armados compenas.

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@ Po*re0inho @ disse ela com compaião. @ into muito. eusferimentos devem doer depois de todo esse movimento. Bou *uscar al$um

remédio.8ev nunca tinha sido o*)eto de compaião antes. =ão $ostava disso. euor$ulho se eriçou. @ =ão vou tomar. 5s remédios  !ad'os  não funcionam. evocê o trouer, simplesmente vou atirá(lo ao...

@ Está *em. =ão se ealte. Estou certa de que isso não é *om para você @. Diri$iu(se até a porta e o desespero sacudiu o corpo de 8ev. 3inha certe0a deque ela não retornaria. E dese)ava tanto tê(la por perto. e tivesse forças, teriapulado da cama e a se$urado outra ve0. Mas não era poss-vel.

?iou os olhos nela com um olhar mal humorado e murmurou: @ Bá

então. %ue o dia*o lhe carre$ue.7innifred deteve(se a caminho da porta e olhou(o por cima do om*rocom um sorriso eni$mático. @ %ue contradit&rio e teimoso você é. Bou retornarcom pão, chá e um livro, e ficarei todo o tempo necessário até que consi$a umsorriso de você.

@ Eu nunca sorrio @ disse(lhe ele.Para sua $rande surpresa, 7in re$ressou. Passou a maior parte do dia

lendo para ele umas hist&rias tão a*orrecidas que lhe fa0iam adormecerconstantemente. =enhuma msica, nenhum sussurro de árvores no *osque,nenhum passarinho cantando o a$radavam tanto como sua vo0 suave.5casionalmente al$um outro mem*ro da fam-lia se aproimava da porta, mas8ev não pode o*ri$ar(se a $runhir a nenhum deles. Estava cheio de al-vio pelaprimeira ve0 desde que podia recordar. =ão via como podia odiar a al$uémquando estava tão perto da felicidade.

=o dia se$uinte os ;atha<a"s levaram(no ao salão principal da casa decampo, uma sala repleta de m&veis $astos. ada espaço dispon-vel estavaco*erto de desenhos, costuras e pilhas de livros. =ão se podia caminhar semtropeçar em al$o.

Enquanto 8ev se reclinava no sofá, as meninas menores )o$avam no tapete

pr&imo, tentando ensinar truques para o esquilo de Featri. /eo e seu pai )o$avam adre0 em um canto. 1melia e sua mãe co0inhavam. E 7in sentou(seperto de 8ev e tra*alhou em seu ca*elo.

@ Bocê tem a ca*eleira de uma *esta selva$em @ disse(lhe, usando osdedos para separar os emaranhados, e em se$uida penteando os cachosdesenredados com muito cuidado. @ ?ique quieto. Estou tentando que vocêpareça mais civi... oh, deie de pular. =ão é poss-vel que sua ca*eça se)a tãosens-vel.

8ev não pulava por causa dos n&s, ou porque lhe estivessem penteando.

Era porque nunca em sua vida al$uém lhe havia tocado durante tanto tempo.Estava mortificado, interiormente alarmado... mas quando percorreu

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cautelosamente a sala com os olhos, pareceu(lhe que nin$uém se importava ouse preocupava com o que 7in estava fa0endo.

nclinou(se para trás com os olhos semicerrados. 5 pente puou um poucomais forte e 7in murmurou uma desculpa esfre$ando o lu$ar com a ponta dosdedos. Muito $entilmente. 1 $ar$anta de 8ev se apertou e os olhos arderam.Muito inquieto e confuso, 8ev reprimiu o sentimento. Manteve(se tenso, maspassivo so* o toque dela. 1penas podia respirar pelo pra0er que ela lheproporcionava.

Em se$uida vieram um tecido, que ela lhe colocara ao redor do pescoço, eas tesouras.

@ ou muito *oa com isto @ disse ela, empurrando(lhe a ca*eça para

frente e penteando os cachos da nuca @ e seu ca*elo precisa de um corte. ;á lãsuficiente em sua ca*eça para rechear um colchão.@ 3enha cuidado $aroto+ @ disse o r. ;atha<a" ale$remente. @

/em*re(se do que ocorreu com ansão.8ev levantou a ca*eça.@ 5 que aconteceuA7in voltou a *aiá(la. @ 5 ca*elo de ansão era a fonte de sua força @

disse @. Depois que Dalila o cortou, ele tornou(se fraco e foi capturado pelosfilisteus.

@ Bocê não leu a F-*liaA @ per$untou Popp".@ =ão @ disse 8ev.@ Então você é um pa$ãoA@ im.@ Bocê é dos que comem $enteA @ per$untou Featri com maior

interesse.7in respondeu antes que 8ev pudesse di0er al$uma coisa: @ =ão,

Featri. 1l$uém pode ser pa$ão sem ter que ser cani*al.@ Mas os ci$anos comem ouriços @ disse Featri@. E isso é tão ruim

quanto comer pessoas. Porque os ouriços têm sentimentos, você sa*e @.

Deteve(se quando um ne$ro e $rosso cacho caiu no chão. @ 5ooooh, que lindo+@ eclamou a $arotinha. @ Posso ficar com isso, 7inA

@ =ão @ disse Merripen *ruscamente, com a ca*eça ainda inclinada.@ Por que nãoA @ per$untou Featri.@ 1l$uém poderia usá(lo para fa0er um feitiço de má sorte. 5u um

encantamento de amor.@ 5h, eu não faria isso @ disse Featri ansiosamente. @ & quero fa0er

um ninho com ele.@ =ão importa, querida @ disse 7in serenamente. @ e isso fa0 com que

nosso ami$o se sinta desconfortável, seus *ichinhos de estimação vão ter quefa0er seus ninhos com outro material @. 1s tesouras tra*alhavam em outro

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$rande n& ne$ro. @ 3odos os ci$anos são tão supersticiosos como vocêA @ elaper$untou a 8ev.

@ =ão. 1 maioria é pior.5 riso li$eiro dela fe0(lhe c&ce$as na orelha, o hálito quente arrepiou suapele. @ 5 que você mais odiaria, Merripen... a má sorte ou o feitiço de amorA

@ 5 feitiço de amor @ disse ele sem vacilar.Por al$uma ra0ão, a fam-lia inteira riu. Merripen olhou a todos irritado,

mas não encontrou nenhuma 0om*aria em seus olhares, s& amistosa diversão.8ev ficou calado, ouvindo(os conversar enquanto 7in cortava camadas de

seu ca*elo. Era a conversa mais estranha que )á havia presenciado em sua vida,as meninas intera$iam livremente com seu irmão e seu pai. 3odos mudavam de

um assunto para outro discutindo so*re ideias que não se lhes aplicavam,situaç9es que não lhes afetavam. =ão tinham nenhum prop&sito, mas pareciamapreciar tremendamente.

Ele não sa*ia que eistiam pessoas assim. =ão tinha ideia de como haviamso*revivido por tanto tempo.

5s ;atha<a"s eram um $rupo fora deste mundo, eram ecêntricos,ale$res e se preocupavam com os livros, as artes e a msica. Biviam em umacasa de campo em ru-nas, mas em ve0 de consertar os marcos das portas ou os

 *uracos do teto, cultivavam rosas e escreviam poemas. e a pata de uma cadeiraque*rava, simplesmente colocavam so* ela uma pilha de livros. uasprioridades eram um mistério para 8ev. Desconcertou(o ainda mais, quando, )árecuperado de seus ferimentos, foi convidado para que fi0esse um quarto nosestá*ulos.

@ Bocê pode ficar o tempo que dese)ar @ disse(lhe o r. ;atha<a".@ ma$ino que em al$um momento vá querer procurar pelos do seu $rupo.

Mas 8ev )á não tinha $rupo. 3inham(no por morto. Este era seu lu$ar dedescanso.

omeçou a ocupar(se das coisas as quais os ;atha<a"s não davam

atenção, tais como consertar as )untas deterioradas so* a estante da lareira.1pesar de seu medo por altura, colocou uma co*ertura nova no telhado.uidava do cavalo e da vaca, cultivava a horta e ainda remendava os sapatos dafam-lia. /o$o o r. ;atha<a" confiou nele para entre$ar(lhe dinheiro e enviá(loao povoado para comprar comida e outras necessidades.

;ouve somente uma ve0 em que sua presença na pequena casa de campopareceu correr peri$o e foi quando o pe$aram *ri$ando com outros meninos dopovoado.

1 ra. ;atha<a" alarmou(se ao vê(lo, espancado e san$rando pelo nari0,

e ei$iu sa*er como isso tinha acontecido.

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@ Mandei(o C quei)aria e você volta para casa com as mãos va0ias e nestascondiç9esA @$ritou. @ %ue tipo de violência você fe0 e por quêA

8ev não se eplicou, apenas ficou ali, som*rio, virado para a portaenquanto ela o repreendia.@ =ão vou tolerar nenhum tipo de *rutalidade nesta casa. e você não

quer eplicar o que aconteceu, pe$ue suas coisas e parta.1ntes que pudesse se meer ou falar, 7in entrou em casa. @ =ão, Mãe @

disse calmamente. @ Eu sei o que aconteceu... minha ami$a /aura aca*ou deme contar. eu irmão estava lá. Merripen estava defendendo nossa fam-lia.5utros dois meninos estavam $ritando insultos contra os ;atha<a"s eMerripen lhes deu uma surra por isso.

@ %ue espécie de insultosA @ per$untou a ra. ;atha<a" aturdida.8ev cravou os olhos no chão, apertando fortemente os punhos.7in não vacilou ante a verdade. @ Estavam criticando nossa fam-lia @

disse@ porque al*er$amos um romaní.  1l$uns dos ha*itantes não $ostamdisso. 1creditam que Merripen poderá rou*ar(lhes ou lançar(lhes umamaldição ou outras *o*a$ens assim. ulpam(nos por acolhê(lo.

=o silêncio que se se$uiu, 8ev tremeu de raiva. E ao mesmo tempo,sentiu(se oprimido pela derrota. entia(se o*ri$ado para com esta fam-lia.

 >amais poderia viver entre os !ad'os sem pro*lemas.@ Bou em*ora @ disse @. Era o melhor que podia fa0er por eles.@ Para ondeA @per$untou 7in com surpresa na vo0, como se a ideia de

que ele partisse a pertur*asse. @ Bocê pertence a este lu$ar. =ão tem nenhumoutro lu$ar para onde ir.

@ ou um romaní   @ disse ele simplesmente @. =ão pertencia a lu$arnenhum e a todas as partes.

@ Bocê não irá @ estava di0endo, para sua surpresa, a ra. ;atha<a".@ ertamente não por causa de al$uns *andidos do povoado. %ue lição estariadando aos meus filhos, permitindo que semelhante conduta i$norante edespre0-vel prevaleçaA =ão, você vai ficar. I o certo. Mas você não deve *ri$ar,

Merripen. $nore(os e por fim perderão o interesse em se$uir 0om*ando de n&s.4m estpido sentimento !ad'o. $norar nunca funcionava. 1 maneira mais

rápida de silenciar as 0om*arias era *ater(lhes até fa0ê(los san$rar.4ma nova vo0 entrou na conversa. @ e ele ficar @ comentou /eo,

entrando na co0inha @, terá de *ri$ar, Mãe.1ssim como 8ev, /eo não tinha uma aparência muito *oa, com um olho

preto e o lá*io partido. Es*oçou um sorriso enviesado ante as reclamaç9es desua mãe e de sua irmã. 1inda rindo lançou um olhar para 8ev: @ Dei umasurra a um ou dois dos rapa0es que você ne$li$enciou @ disse ele.

@5h, querido @ disse a ra. ;atha<a" penali0ada, pe$ando a mão doseu filho, machucada e com os n&s dos dedos san$rando do corte que devia

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resultar dos dentes de al$uém. @ Estas mãos são para se$urar livros. =ão paralutar.

@ !osto de pensar que posso fa0er as duas coisas @ disse /eo secamente.ua epressão ficou séria quando olhou para 8ev. @ %ue eu se)a amaldiçoadose aceitar que al$uém me di$a quem pode viver em minha casa. e você quiserficar, Merripen, vou defendê(lo como a um irmão.

@ =ão quero ser um pro*lema para vocês @ disse 8ev.@ =enhum pro*lema @ replicou /eo, fleionando cautelosamente a mão.

@ 1lém do mais, al$uns princ-pios são di$nos de serem defendidos.

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1P234/5 N

Princ-pios. deais. 1 dura realidade da vida anterior de 8ev nunca lhehavia permitido tais coisas. Mas a constante eposição aos ;atha<a"s haviam(no mudado, elevando seus pensamentos a consideraç9es mais além da meraso*revivência. ertamente que ele nunca seria um erudito ou um cavalheiro.

Passou anos, no entanto, escutando as animadas discuss9es dos ;atha<a"sso*re haLespeare, !alileu, a arte flamenca contra a vene0iana, democracia,monarquia e teocracia, e qualquer outro assunto ima$inável. 3inha aprendido aler, até mesmo umas poucas palavras em latim e francês. 3inha mudado atéconverter(se em al$uém a quem seu anti$o $rupo )amais teria reconhecido.

8ev nunca considerou o r. e a ra. ;atha<a" como pais, em*ora fi0essequalquer coisa por eles. =ão tinha nenhum dese)o de formar laços com eles. ssorequeria mais confiança e intimidade do que ele podia reunir. Mas cuidava detoda a ninhada ;atha<a", incluindo /eo. E depois estava 7in, por quem 8evteria morrido mil ve0es.

=unca de$radaria a 7in com seu toque, ou se atreveria a assumir umlu$ar em sua vida além do de protetor.

Ela era demasiado delicada, demasiado nica.%uando cresceu, convertendo(se em uma mulher, todo homem no

condado caiu cativado por sua *ele0a.5s desconhecidos tendiam a ver 7in como uma don0ela de $elo,

imaculada, serena e sem cére*ro. Mas os desconhecidos não sa*iam nada dain$ênua astcia e do calor que se escondiam so* sua perfeita superf-cie. 5sdesconhecidos não a tinham visto ensinando a Popp" os passos de uma

quadrilha, até am*as ca-rem no chão entre risos. 5u caçando rãs com Featri,seu avental repleto de anf-*ios saltitantes. 5u a forma divertida como lia umromance de DicLens, com um monte de vo0es e sons, até que a fam-lia inteira$ritava ante sua inteli$ência.

8ev a amava. =ão da forma como os romancistas e os poetas descreviam.=ada tão domesticado. 1mava(a mais além da terra, do céu e do inferno. adamomento lon$e de sua companhia era uma a$oniaG cada momento com ela era anica pa0 que conhecia. ada toque de suas mãos deiava uma marca quecorroia sua alma. 3eria matado a si mesmo antes de admiti(lo a al$uém. 1

verdade estava profundamente enterrada em seu coração.

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8ev não sa*ia se 7in lhe correspondia. 3udo o que sa*ia era que nãoqueria que ela sou*esse.

@ 1-+ @ disse 7in um dia, enquanto descansavam em seu lu$ar favorito,depois de estarem peram*ulando pelos prados secos. @ Bocê está quasefa0endo.

@ Estou quase fa0endo o queA @ per$untou 8ev pre$uiçosamente. Estavainclinado )unto a um $rupo de arvores, Cs mar$ens de um riacho que ficavaseco nos meses de verão. 1 $rama estava salpicada de que camp'nulas de corprpura e filipêndulas *rancas, as ltimas ealavam uma fra$r'ncia deamêndoa no ar quente e fétido.

@ orrir @. 1poiou os cotovelos )unto dele, seus dedos roçando(lhes oslá*ios. 8ev reteve a respiração.4m tordo voou com asas firmes de uma árvore pr&ima soltando uma

lon$a nota enquanto pousava. oncentrada em sua tarefa, 7in levantou oscantos da *oca de 8ev e tentou mantê(los assim.

Ecitado e divertido, 8ev deiou escapar um riso afo$ado e afastou a mãocom delicade0a.

@ Deveria sorrir mais ve0es @ disse 7in, ainda fitando(o. @ ?ica muito *onito quando sorri.

Ela era mais deslum*rante que o sol, seu ca*elo como seda cremosa, seuslá*ios de um suave tom rosa. 1 princ-pio seu olhar parecia apenas ami$ávelcuriosidade, mas enquanto sustentava o dele, 8ev compreendeu que estavatentando ler seus se$redos. Dese)ou puá(la para si e co*rir seu corpo com odele. 3inham se passados anos desde que fora viver com os ;atha<a"s. adave0 era mais e mais dif-cil controlar seus sentimentos por 7in.

@ =o que está pensando quando me olha assimA @ ela per$untousuavemente.

@ =ão posso lhe di0er.@ Por que nãoA

8ev sentiu um sorriso $ravitar so*re seus lá*ios de novo, desta ve0carre$ado de ironia. @ 1ssustaria você.

@ Merripen @ disse ela decididamente @, nada do que você possa fa0erou di0er, vai me assustar @. ?ran0iu o cenho. @ 1l$uma ve0 você vai me di0erseu primeiro nomeA

@ =ão.@ Bocê dirá. Bou o*ri$á(lo @. ?in$iu $olpear(lhe o peito com os punhos.8ev prendeu os pulsos ma$ros em suas mãos, contendo(a facilmente. eu

corpo acompanhou o movimento, $irando para prendê(la so* ele. Estava

errado, mas não podia deter(se. E quando ele a prendeu com seu peso, e sentiu(a se contorcer instintivamente para se amoldar a ele, quase ficou paralisado com

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o pra0er primitivo disso. Esperava que lutasse, que se opusesse a ele, mas emve0 disso ela ficara passiva em seu a*raço, sorrindo(lhe.

Ba$amente 8ev recordou das hist&rias mitol&$icas Cs quais os ;atha<a"seram tão afeiçoados... a $re$a so*re ;ades, o deus do mundo su*terr'neo, quesequestrou a don0ela Perséfone em um campo florido e a arrastou para *aioatravés de uma a*ertura na terra. Para seu mundo escuro e particular, ondepoderia possu-(la. Em*ora as filhas ;atha<a"s se mostrassem indi$nadas pelodestino de Perséfone, as simpatias de 8ev foram secretamente para ;ades. 1cultura romaní  tendia a romanti0ar a ideia de raptar uma mulher para ser umanoiva, até mesmo imitando isso durante seus rituais de corte)o.

@ =ão ve)o porque o mero fato de comer meia d0ia de sementes de romã

deveria ter condenado Perséfone a ficar com ;ades parte de cada ano @ dissePopp" indi$nada. @ =in$uém lhe contou as re$ras. =ão foi )usto. Estou certaque )amais teria tocado al$uma, se sou*esse o que aconteceria.

@ E nem era um lanche muito apetitoso @ acrescentou Featri. @ e euestivesse lá, pediria um pudim ou um patê de presunto, pelo menos.

@ 3alve0 não se sentisse totalmente infeli0 por ter que ficar @ su$eriu7in, com olhos *rilhantes. @ 1lém disso, ;ades fe0 dela sua rainha. E ahist&ria di0 que possu-a Jas rique0as da terraK.

@ 4m marido rico @ disse 1melia @, não muda o fato de que aresidência principal de Perséfone era um lu$ar indese)ável, sem visão al$uma.Fasta pensar nas dificuldades de alu$á(lo nos meses menos populares paracasamentos.

3odas concordaram que ;ades era um completo vilão.Mas 8ev entendia eatamente por que o deus do mundo su*terr'neo

sequestrou Perséfone para ser sua esposa. Dese)ava um pouco de lu0 do sol ecalor para si mesmo na l$u*re triste0a de seu palácio som*rio.

@ Então, aos mem*ros de seu $rupo, que lhe deram por morto... @ disse7in, tra0endo os pensamentos de 8ev para o presente @ ... a eles era permitidosa*er seu nome, mas não a mimA

@ Está certa @. 8ev o*servava o )o$o de lu0 e som*ras em seu rosto.Per$untou(se como seria pressionar os lá*ios contra essa macia e luminosa pele.

4ma ru$a deliciosa apareceu entre as so*rancelhas morenas de 7in.@ Por quêA Por que nãoA@ Porque você é uma !ad'i @. eu tom foi mais terno do que pretendia.@ ua !ad'i.Diante dessa incursão em territ&rio peri$oso, 8ev sentiu seu coração

contrair(se dolorosamente. Ela não era sua, )amais poderia ser. Eceto em seucoração.

!irando o corpo, afastou(se dela, colocando(se em pé.

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@ I hora de voltar @ disse cortante. Espichou o *raço, se$urando suapequena mão estendida, impulsionando(a para cima. Ela não se deiou

dissuadir pelo momento e em ve0 disso deiou(se cair com naturalidade so*reele. uas saias esvoaçaram ao redor das pernas de 8ev e a del$ada formafeminina de seu corpo pressionou(se ao lon$o de toda a sua frente.Desesperado, ele *uscou a força, a vontade para afastá(la.

@ erá que al$um dia vai tentar encontrá(los, MerripenA @ ela per$untou.@ 1l$um dia você vai se afastar de mimA

0unca , ele pensou em um lampe)o de dese)o ardente. Mas em ve0 dissofalou: @ =ão sei.

@ e você fi0er isso, vou se$uir você. E o trarei de volta para casa.

@ Duvido que o homem com quem você se case vá permitir isso.7in sorriu como se a declaração fosse rid-cula. 1fastou(se e soltou suamão. omeçaram a caminhar de volta a ;ampshire ;ouse em silêncio.

@ 3o*arA @ su$eriu depois de um momento. @ !arridanA PaloA@ =ão.@ H"eA@ =ão.@ ooperA... tanle"A@ =ão.

Para or$ulho de toda a fam-lia ;atha<a", /eo foi aceito na 1cademia deFelas 1rtes de Paris, onde estudou arte e arquitetura durante dois anos. 5talento de /eo era tão promissor que parte de sua formação foi assumida pelorenomado arquiteto Ho<land 3emple, em /ondres, podendo /eo compensá(lo,mais tarde, tra*alhando como seu desenhista. Poucos teriam discordado doquanto /eo amadurecera, transformando(se em um )ovem firme e de *oa-ndole, com um humor afiado e um sorriso pronto. E, C lu0 de seu talento eam*ição, havia a promessa de mais sucessos. %uando re$ressou para a

n$laterra, /eo fiou residência em /ondres para honrar suas o*ri$aç9es paracom 3emple, mas frequentemente vinha a Primrose Place para visitar suafam-lia. E para corte)ar uma linda $arota morena do povoado, chamada /auraDillard.

Durante a ausência de /eo, 8ev fe0 o que pode para cuidar dos;atha<a"s. E o r. ;atha<a" tentou, em mais de uma ocasião, a)udar 8ev aplane)ar um futuro para si mesmo. 3ais conversas aca*aram sendo um eerc-ciode frustração para am*os.

@ Bocê está sendo desperdiçado @ disse o r. ;atha<a" para 8ev,

parecendo li$eiramente pertur*ado.8ev tinha *ufado com isso, mas ;atha<a" persistiu.

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@ Devemos considerar seu futuro. E antes que você di$a uma palavra,deie(me di0er que sou consciente de sua preferência romaní   de viver no

presente. Mas você mudou, Merripen. Bocê avançou demasiado parane$li$enciar o que se enrai0ou em você.@ Bocê quer que eu vá em*oraA @ per$untou 8ev em vo0 *aia.@ éus, não+ Em a*soluto+ omo eu disse antes, você pode ficar conosco

tanto tempo quanto dese)ar. Mas sinto que é meu dever fa0er com que este)aconsciente de que ficando aqui, estará sacrificando muitas oportunidades paraseu autoaperfeiçoamento. Deveria sair para o mundo, como fe0 /eo. olocar(secomo aprendi0, aprender um of-cio, talve0 alistar(se no eército...

@ 5 que eu poderia $anhar com istoA @per$untou 8ev.

@ Para começar, a possi*ilidade de $anhar mais que a ninharia que euposso lhe dar.@ =ão preciso de dinheiro.@ Mas do modo como estão as coisas, você não tem possi*ilidade de

casar(se, comprar sua pr&pria terra...@ =ão quero casar(me. E não posso ter uma terra. =in$uém pode.@ 1os olhos do $overno *rit'nico, Merripen, um homem certamente pode

possuir terras, e tam*ém uma casa nela.@ 1 tenda perdurará quando o palácio cair @ respondeu 8ev

prosaicamente.;atha<a" deiara escapar uma risada easperada. @ Preferiria discutir

com cem eruditos @ disse a 8ev@, do que com um ci$ano. Muito *em, porenquanto deiemos em pa0 a questão. Mas tenha em mente, Merripen... a vida émais do que se$uir os impulsos primitivos. 4m homem deve deiar sua marcano mundo.

@ Por quêA @ per$untou 8ev $enuinamente desconcertado, mas;atha<a" )á tinha ido reunir(se a sua esposa no roseiral.

1proimadamente um ano depois de /eo ter retornado de Paris, atra$édia $olpeou a fam-lia ;atha<a". 1té então nenhum deles conhecera overdadeiro sofrimento, o medo ou o pesar. 3inham vivido no que parecia serum c-rculo familiar ma$icamente prote$ido. Mas o r. ;atha<a" queiou(se deestranhas e a$udas dores no peito uma noite, levando sua esposa a concluir queestava sofrendo dispepsia depois de um )antar particularmente farto. Ele foicedo para a cama, quieto e com a face acin0entada. =ada mais se ouviu em seuquarto até que, ao amanhecer, a ra. ;atha<a" saiu chorando e disse C atnitafam-lia que seu pai estava morto.

E isso foi s& o começo do infortnio dos ;atha<a"s. Parecia que a fam-liatinha ca-do so* uma maldição, pela qual a medida completa de sua anterior

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felicidade convertera(se em sofrimento. J5s pro*lemas vêm de três em trêsK eraum dos ditados que Merripen recordava da sua inf'ncia, o qual, para sua

amar$a triste0a, provou(se verdadeiro.1 ra. ;atha<a" estava tão dominada pela dor que ficou de cama ap&s ofuneral de seu marido, e dificilmente era persuadida a comer ou *e*er.=enhuma das tentativas de seus filhos para tra0ê(la de volta ao normal resultouefetiva. Em um per-odo de tempo assom*rosamente curto, redu0ira(se a nada.

@ I poss-vel morrer por ter(se o coração partidoA @ per$untou /eosom*riamente uma tarde, depois que o médico foi em*ora com opronunciamento de que não podia identificar nenhuma causa f-sica no decl-niode sua mãe.

@ Deveria querer viver por Popp" e Featri, pelo menos @ disse 1melia,mantendo a vo0 *aia. =este momento, Popp" estava levando Featri para acama em outro quarto. @ ão ainda muito )ovens para ficar sem mãe. =ãoimporta o quanto me custasse ter que viver com um coração partido, eu meo*ri$aria a fa0ê(lo, apenas para cuidar delas.

@ Mas você tem um ncleo de aço @ disse 7in, dando palmadinhas nascostas de sua irmã. @ Bocê é sua pr&pria fonte de força. 3emo que Mamãesempre retirasse a sua de Papai. @ 5lhou para Merripen com desespero nosolhos a0uis. @ Merripen, o que os romanís  prescrevem para a melancoliaA1l$uma coisa, não importa quão estranha se)a, que possa a)udá(laA omo seupovo lidaria com istoA

8ev sacudiu a ca*eça, diri$indo o olhar para a lareira. @ 1 deiariam s&.5s romanís têm medo da dor ecessiva.

@ Por quêA@ 3enta os mortos a voltar e assom*rar aos vivos.5s quatro ficaram em silêncio, escutando os chiados e estalidos do fo$o.@ Ela quer estar com Papai @ disse 7in finalmente. eu tom era

pensativo. @ 5nde quer que ele este)a. eu coração está partido. Dese)aria quenão fosse assim. Mudaria minha vida, meu coração pelo seu, se essa troca fosse

poss-vel. @ Dese)aria... @ interrompeu a rápida respiração quando a mão de8ev fechou(se em seu *raço.

Ele não estava consciente de ter estendido a mão para ela, mas suaspalavras provocaram(no irracionalmente. @ =ão di$a isso @ ele murmurou.=ão estava tão distante de seu passado romaní  para ter esquecido o poder daspalavras que tentavam o destino.

@ Por que nãoA @ sussurrou ela.Porque não era seu para dá(lo.Seu cora2o 3 meu , pensou ele selva$emente. ertence mim.

E em*ora não tenha pronunciado as palavras em vo0 alta, pareceu que deal$um modo 7in as tinha escutado. eus olhos se a*riram, se o*scureceram, e

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um ru*or nascido de uma forte emoção alcançou seu rosto. E ali mesmo, napresença de seu irmão e de sua irmã, *aiou a ca*eça e pressionou a face contra

o dorso da mão de 8ev.8ev dese)ava reconfortá(la, envolvê(la em *ei)os, rodeá(la com sua força.Em ve0 disso, soltou(lhe o *raço cuidadosamente e arriscou uma olhadacautelosa para 1melia e /eo. 1 primeira tinha pe$o al$uns pedaços de lenha dacesta da lareira e ocupava(se em alimentar o fo$o. 5 ltimo o*servava 7inatentamente.

Menos de seis meses depois da morte do marido, a ra. ;atha<a" )a0ia

descansando )unto a ele. E antes que as irmãs começassem a aceitar queestavam &rfãs, com uma cruel rapide0 ocorreu a terceira tra$édia.@ Merripen @. 7in estava de pé na porta dianteira da casa de campo,

hesitando em entrar. 3inha um olhar tão estranho no rosto que 8ev levantou(seimediatamente.

Ele tinha os ossos cansados e estava su)o, tendo che$ado do tra*alho queestivera fa0endo todo o dia na casa de um vi0inho, levantando cercas ao redorde seu quintal. Para colocar as estacas, 8ev cavara *uracos na terra que estavapermeável pela $eada do inverno que se aproimava. 1ca*ava de sentar(se namesa com 1melia, que tentava limpar as manchas de um dos vestidos de Popp"com uma pena mer$ulhada em tere*intina. 5 cheiro do produto qu-micoqueimou as fossas nasais de 8ev quando ele aspirou rapidamente. a*ia, pelaepressão de 7in, que al$o ia muito mal.

@ Eu estive com /aura e /eo ho)e @ disse 7in. @ /aura sentiu(se doentelo$o cedo# disse que lhe do-a a $ar$anta e a ca*eça, então a levamos para casaimediatamente e sua fam-lia chamou o médico. Ele disse que era escarlatina.

@ 5h, Deus @ ofe$ou 1melia, a cor a*andonando seu rosto @. 5s trêsficaram em silêncio dividindo o horror.

=ão havia nenhuma outra fe*re que ardesse tão violenta ou se espalhasse

tão rapidamente. Provocava uma erupção vermelha e relu0ente na pele, dando(lhe uma tetura fina e $ranulosa, como lia de papel utili0ada para alisar peçasde madeira. E ardia e devastava, a*rindo caminho pelo corpo até que os &r$ãosfalhassem. 1 enfermidade pairava no ar, nas mechas de ca*elo, ou mesmo napele. 1 nica forma de prote$er os demais era isolar o paciente.

@ Bocê tem certe0aA @ per$untou 8ev com vo0 controlada.@ im, disse que os sinais eram inconfund-veis. E disse...7in se interrompeu quando 8ev aproimou(se dela @ =ão , Merripen+ @

E sustentou a mão *ranca del$ada com tal desesperada autoridade que ele se

deteve no ato. @ =in$uém deve se aproimar de mim. /eo está na casa de/aura. =ão vai a*andoná(la. Eles di0em que não há pro*lema que fique, e...

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você deve reunir Popp" e Featri, e 1melia tam*ém, e levá(las até nossosprimos, em ;ed$erle". Eles não vão $ostar, mas vão acolhê(las e...

@ Eu não vou a nenhuma parte @ disse 1melia calmamente, em*oratremesse li$eiramente. @ e você tem a fe*re, vai precisar que eu lhe cuide.@ Mas se você se conta$ia...@ 3ive uma variante muito fraca quando menina. sso si$nifica que

provavelmente este)a a salvo a$ora.@ E /eoA@ 3emo que ele não a teve. 5 que o coloca em peri$o@. 1melia olhou

para 8ev. @ Merripen, al$uma ve0...A@ =ão sei.

@ Então você deveria ficar com as meninas até que isto aca*e. Poderiareuni(lasA ?oram *rincar no arroio. Bou empacotar suas coisas.8ev achava quase imposs-vel a*andonar 7in quando ela podia estar

doente. Mas não tinha escolha. 1l$uém precisava levar as irmãs para um lu$arse$uro.

1ntes que tivesse passado uma hora, 8ev tinha encontrado Featri ePopp", em*arcado as desconcertadas meninas na carrua$em da fam-lia, e aslevado para ;ed$erle", a meio dia de via$em. %uando retornou C casa, depoisde ter deiado as meninas com seus primos, )á passava muito da meia(noite.

1melia estava na sala, usando uma camisola e um roupão, o ca*elo ca-dopelas costas em uma lon$a trança.

Estava sentada )unto ao fo$o, com os om*ros encurvados./evantou os olhos com surpresa quando 8ev entrou na casa.@ Bocê não deveria estar aqui. 5 peri$o...@ omo ela estáA @ interrompeu 8ev. @ 1l$um sinal de fe*reA@ 1rrepios. Dores. 1 temperatura não su*iu, pelo que posso di0er. 3alve0

isso se)a um *om sinal. 3alve0 si$nifique que ela s& vai tê(la levemente.@ 1l$uma not-cia dos DillardA De /eoA1melia sacudiu a ca*eça. @ 7in disse que /eo tinha intenção de dormir

na sala e estar com /aura sempre que lhe permitissem. =ão é de todoapropriado, mas se /aura... *em, se não so*revive a isso... @ 1 vo0 de 1meliaficou rouca, e ela fe0 uma pausa para en$olir as lá$rimas. @ uponho que seisso acontecer, não vão querer privar /aura de seus ltimos momentos com ohomem a quem ama.

8ev sentou(se perto e silenciosamente reviu as *analidades que ouvira os !ad'os  falar uns para aos outros. oisas so*re suportar e aceitar a vontade do3odo Poderoso, e so*re mundos muito melhores que este. =ão conse$uiao*ri$ar(se a repetir nenhuma delas para 1melia. 1 compaião por ela era

demasiado sincera, o amor por sua fam-lia demasiado real.

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@ I demais @ ouviu 1melia sussurrar depois de um tempo. @ =ãoposso suportar perder a nin$uém mais. 3enho tanto medo por 7in. 3emo por

/eo @. Esfre$ou a testa. @ ?alo como uma evidente covarde, não éA8ev sacudiu a ca*eça. @ Bocê seria uma tola se não tivesse medo.sso provocou uma risadinha seca e a*afada. @ Definitivamente não sou

uma tola então.

Pela manhã 7in estava corada e fe*ril, suas pernas moviam(se inquietasso* as mantas. 8ev foi até a )anela e a*riu a cortina, deiando entrar a fraca lu0do amanhecer.

Ela despertou quando ele se aproimou da cama, seus olhos a0uis imensos

em um rosto vermelho relu0ente.@ =ão @ $emeu, tentando afastar(se dele. @ Bocê não deveria estar aqui.=ão se aproime de mimG vai se conta$iar. Por favor, saia...

@ %uieta, @ disse 8ev, sentando(se na *eirada do colchão. e$urou 7inquando esta tentou afastar(se virando para o lado, e colocou uma mão so*re suatesta. entiu o pulso ardendo so* a pele frá$il, a veias iluminadas pela fe*reraivosa.

%uando 7in tentou empurrá(lo, 8ev se alarmou com a fraque0a dela. >á.@ =ão @ soluçou 7in, retorcendo(se @. /á$rimas fracas desli0aram de

seus olhos. @ Por favor, não toque em mim. =ão quero você aqui. =ão queroque adoeça. 5h, por favor, saia...

8ev puou(a contra si, o corpo dela era uma chama viva so* a fina camadada camisola, a pálida seda do seu ca*elo flu-a so*re os dois. Ele aninhou aca*eça dela em uma de suas mãos, a poderosa mão maltratada de um lutador.

@ Bocê está louca @ disse em vo0 *aia @, se pensa que a deiaria a$ora.Bou vê(la sã e salva, não importa o que aconteça.

@ =ão vou so*reviver a isto @ sussurrou ela.8ev estava surpreso por suas palavras, e mais ainda por sua pr&pria

reação a elas.

@ Bou morrer @ disse 7in @ e não vou levar você comi$o.8ev se$urou(a ainda mais forte, deiando que a entrecortada respiração

dela soprasse contra seu rosto. em se importar o quanto ela se retorcia, não asoltou. Hespirou o ar vindo dela, tomando(o profundamente em seus pr&priospulm9es.

@ Pare @ ela chorou, tentando desesperadamente afastar(se dele @. 5esforço fe0 com que seu ru*or ficasse mais escuro. @ sto é uma loucura... 5h,teimoso des$raçado, deie(me ir+

@ =unca @ 8ev alisou seu ca*elo fino e despenteado, as mechas

escurecidas onde as lá$rimas haviam ca-do. @ alma @ murmurou. @ =ão sees$ote. Descanse.

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1 luta de 7in diminuiu quando ela reconheceu o ftil que era resistir aele. @ Bocê é tão forte @ disse fracamente, as palavras nascidas não do elo$io,

mas da condenação. @ Bocê é tão forte#@ im @ disse 8ev, usando $entilmente uma ponta do lençol para secarseu rosto. @ ou um *ruto, e você sempre sou*e, não éA

@ im @ sussurrou ela.@ E vai fa0er o que eu di$o @. 1ninhou(a contra o peito e lhe deu um

pouco de á$ua.Ela tomou uns poucos e dolorosos $oles. @ =ão posso @ conse$uiu di0er,

afastando o rosto.@ Mais @ insistiu ele, voltando a levar o copo aos lá*ios dela.

@ Deie(me dormir, por favor...@ Depois que você *e*er mais.8ev não se rendeu até que ela o*edeceu com um $emido. Hecostando(a

contra os travesseiros, deiou(a dormir durante uns minutos, depois voltoucom al$umas torradas amolecidas no caldo de carne. 5*ri$ou(a a tomar umascolheradas.

=essas alturas, 1melia tinha acordado e foi ao quarto de 7in. 4m rápidopestane)ar foi a nica reação ante a visão de 7in apoiada no *raço de 8evenquanto este a alimentava.

@ /ivre(me dele @ disse 7in a sua irmã com vo0 rouca, a ca*eçaencostada no om*ro de 8ev. @ Ele está me torturando.

@ Fem, n&s sempre sou*emos que ele era um demnio @ disse 1meliaem um tom ra0oável, vindo para a *eira do leito. @ omo você ousa,MerripenA ... Entrar no quarto de uma menina inocente e alimentá(la comtorradas.

@ 1 erupção começou @ disse 8ev, notando a aspere0a que se espalhavapelo pescoço e *ochechas de 7in. ua pele sedosa tornara(se $ranulosa evermelha. entiu a mão de 1melia tocar(lhe as costas, se$urando(se a umapre$a solta de sua camisa como se necessitasse se apoiar nele para manter o

equil-*rio.Mas a vo0 de 1melia foi leve e firme.@ Bou misturar uma solução de á$ua e s&dio. sso deve acalmar a

aspere0a, querida.8ev sentiu uma onda de admiração por 1melia. =ão importava que

desastres viessem em sua direção, ela estava disposta a enfrentar todos osdesafios. De todos os ;atha<a"s, tinha sido a que demonstrara a mais duratêmpera, até a$ora. E 7in teria que ser mais forte e até mais o*stinada, seso*revivesse aos dias que viriam.

@ Enquanto você lhe dá um *anho @ ele disse a 1melia @, vou *uscar omédico.

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=ão que tivesse al$uma fé no médico  !ad'o , mas podia proporcionar pa0de esp-rito para as irmãs. 3am*ém queria ver como estavam /eo e /aura.

Depois de entre$ar 7in aos cuidados de 1melia, 8ev foi C casa dosDillard. Mas a criada que atendeu a porta disse(lhe que /eo não estavadispon-vel.

@ Está lá com a rta. /aura @ disse a criada com a vo0 que*rada,enu$ando o rosto em um pano. @ Ela não reconhece a nin$uém, está quaseinconsciente. Está caindo rápido, senhor.

8ev sentiu a tração de suas unhas rudemente cortadas contra a dura peleda palma de sua mão. 7in era menos ro*usta que /aura Dillard, menos forteem forma e constituição. e /aura estava afundando tão rápido, parecia muito

dif-cil que 7in fosse capa0 de resistir C mesma fe*re. eu pensamento se$uintefoi para /eo, que não era um irmão de san$ue, mas, certamente, era um homemde seu $rupo. /eo amava /aura Dillard com tal intensidade, que não sepermitiria aceitar sua morte racionalmente, nem de al$um outro modo.

8ev estava mais que preocupado por ele.@ omo está o r. ;atha<a"A @ per$untou 8ev. @ Mostra al$um sinal

da enfermidadeA@ =ão, senhor. =ão creio. =ão sei.Mas pela maneira como o olhar lacrimoso se afastou dele, 8ev entendeu

que /eo não estava *em. %ueria levar /eo para lon$e do rel&$io da morte,a!ora , e colocá(lo na cama para preservar suas forças para os dias que viriam.Mas seria cruel ne$ar a /eo as ltimas horas com a mulher que amava.

@ %uando ela se for @ disse 8ev secamente @, levem(no para casa. Masnão o deiem ir so0inho. %ue al$uém o acompanhe todo o caminho até oum*ral da casa ;atha<a". Bocê compreendeuA

@im, senhor.

Dois dias depois, /eo che$ou em casa.

@ /aura está morta @ disse, e caiu em um del-rio de fe*re e pesar.

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1P234/5 O

1 escarlatina que havia assolado o povoado era de uma cepaparticularmente virulenta, e os piores efeitos reca-ram so*re os mais )ovens e osvelhos. =ão havia médicos suficientes para atender aos enfermos, e nin$uém defora de Primrose Place se atrevia a vir. Depois de visitar a casa de campo paraeaminar aos dois pacientes, o eausto doutor tinha prescrito cataplasmasquentes de vina$re para a $ar$anta. 3am*ém deiara um tnico que tinhatintura de acnito. Este parecia não ter nenhum efeito em 7in ou /eo.

@ =ão estamos fa0endo o suficiente @ disse 1melia no quarto dia @.

=em ela nem 8ev dormiam o *astante, am*os fa0iam turnos cuidando de seuirmão e irmã enfermos. 1melia entrou na co0inha, onde 8ev fervia á$ua para ochá. @ 1 nica coisa que conse$uimos fa0er até a$ora é deiá(los maisconfortáveis. Deve haver al$o que possa deter a fe*re. =ão vou deiar que istoocorra @. Ela se mantinha em pé, r-$ida e trêmula, empilhando palavra so*repalavra, como se tentasse manter er$uidas suas defesas. E parecia tãovulnerável que 8ev se compadeceu. =ão se sentia cmodo tocando os outrosnem sendo tocado, mas um sentimento fraternal levou(o a dar um passo até ela.

@ =ão @ disse 1melia rapidamente, quando se deu conta que ele estavaprestes a alcançá(la. Dando um passo atrás, sacudiu fortemente a ca*eça.@ Eu... não sou o tipo de mulher que pode apoiar(se em al$uém. ?aria(me empedaços.

8ev entendia. Para pessoas como ela e ele pr&prio, a proimidadesi$nificava muito.

@ 5 que há para ser feitoA @sussurrou 1melia, envolvendo(se a si mesmacom os *raços.

8ev esfre$ou os olhos cansados. @ >á ouviu falar de uma planta chamada *eladonaA

@ =ão @ 1melia s& estava familiari0ada com as ervas utili0adas na

co0inha.@ & floresce C noite. %uando sai o sol, as flores morrem. ;avia um

draben!ro , Jum homem de poç9esK, no meu $rupo. s ve0es, ele me enviavapara *uscar as plantas que eram dif-ceis de encontrar. Disse(me que a *eladonaera a erva mais poderosa que ele conhecia. Podia matar um homem, mastam*ém podia tra0er de volta al$uém C *eira da morte.

@ Bocê a viu em ação al$uma ve0A8ev assentiu com a ca*eça, dando uma olhada de soslaio enquanto

esfre$ava os msculos tensos da nuca. @ Bi como curava a fe*re @ murmurou.

E esperou.

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@ onsi$a al$umas @ disse 1melia finalmente, com vo0 instável. @ Podeser fatal. Mas sem dvida os dois vão morrer sem ela.

8ev ferveu as plantas que tinha encontrado nas proimidades docemitério do povoado, até redu0i(las a um fino arope preto. 1melia estava depé ao seu lado quando filtrou o caldo mortal e serviu uma pequena taça.

@ /eo primeiro @ disse 1melia com resolução, em*ora sua epressãoestivesse carre$ada de dvida. @ Está pior que 7in.

?oram até a cama de /eo. Era assom*rosa a rapide0 com que um homemse deteriorava em função da escarlatina, quão ema$recido seu irmão se tornara.5 rosto de /eo, anteriormente *onito, estava a$ora irreconhec-vel, inchado edescolorido. uas ltimas palavras coerentes foram no dia anterior, quando

implorara a 8ev que o deiasse morrer. /o$o seu dese)o seria concedido. Deacordo com todos os ind-cios, o coma estava somente há al$umas horas, senãominutos, de dist'ncia.

1melia foi diretamente até uma )anela e a a*riu, deiando o ar frio varrero odor de vina$re.

/eo $emeu e se revirou fracamente, incapa0 de resistir quando 8evforçou(o a a*rir a *oca, er$ueu um colher e colocou quatro ou cinco $otas datintura na l-n$ua seca e fissurada.

1melia foi sentar(se )unto ao irmão, alisando seu ca*elo pálido, *ei)andosua testa.

@ e houver efeitos adversos @ disse ela, quando 8ev sa*ia que queriadi0er Jse isto for matá(loK @, quanto tempo vai levarA

@ De cinco minutos a uma hora @ 8ev viu que a mão de 1melia tremiaenquanto continuava alisando o ca*elo de /eo

Pareceu a hora mais lon$a da vida de 8ev, os dois sentados e o*servando/eo, enquanto este se meia e murmurava como se estivesse em meio a umpesadelo.

@ Po*re $aroto @ murmurou 1melia, passando um pano fresco so*re seurosto.

%uando estiveram se$uros que as convuls9es não voltariam, 8ev recolheua taça e ps(se de pé.

@ 1$ora você vai dar isto para 7inA @ per$untou 1melia, mas *aiandoo olhar para seu irmão.

@ im.@ Precisa de a)udaA8ev ne$ou com a ca*eça.@ ?ique com /eo.8ev foi ao quarto de 7in. Ela estava im&vel e silenciosa na cama. >á não o

reconhecia, sua mente e seu corpo estavam consumidos pelo forte calor da

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fe*re. %uando a er$ueu e lhe deiou cair a ca*eça para trás, so*re seu *raço, elase contorceu em sinal de protesto.

@7in @ disse suavemente @ 1mor, fique quieta @. 5s olhos dela sea*riram *revemente ante o som de sua vo0. @ Estou aqui @ sussurrou @.Pe$ou uma colher e mer$ulhou(a na taça. @ 1*ra a *oca, pequena  !ad'i. ?aça(opor mim @. Mas ela se ne$ou. Birou o rosto e seus lá*ios se moveram numsussurro silencioso.

@ 5 que é istoA @ ele murmurou, colocando(lhe a ca*eça para trás.@ 7in. Bocê deve tomar o remédio.

Ela sussurrou novamente.ompreendendo as ásperas palavras, 8ev contemplou(a com

incredulidade. @ Bocê tomará seu eu lhe disser meu nomeA7in se esforçou para produ0ir *astante saliva para falar. @im.ua $ar$anta se apertou mais e mais, e os cantos dos olhos arderam. @ I

8ev @ conse$uiu di0er. @ Meu nome é 8ev.Ela deiou(o colocar a colher entre seus lá*ios, e o veneno escuro escorreu

por sua $ar$anta.eu corpo relaou contra ele. Enquanto continuava sustentando(a, sentia o

frá$il corpo tão leve e quente como uma chama entre seus *raços.5u se!uirei você  , pensou, qua#quer que se'a o seu destino.7in era a nica coisa na terra que havia dese)ado. Ela não partiria sem ele.nclinou(se so*re ela, tocou(lhe os lá*ios secos e quentes com os seus.4m *ei)o que ela não podia sentir e )amais recordaria.a*oreou o veneno quando permitiu que sua *oca se demorasse na dela.

Er$uendo a ca*eça, deu uma olhada para a mesinha de ca*eceira onde deiarao resto da *eladona. o*rara o suficiente para matar um homem saudável.

Parecia que a nica coisa que impedia o esp-rito de 7in de a*andonar seucorpo era o confinamento nos *raços de 8ev. Então ele a se$urou e em*alou.Pensou em re0ar. Mas não reconheceria a nenhum ser, so*renatural ou mortal,que estava tentando tirá(la dele.

5 mundo tinha se redu0ido a este quarto tranquilo e envolvido nassom*ras, o corpo ma$ro entre seus *raços, o sopro que se filtrava suavementepara dentro e para fora dos pulm9es dela. e$uiu aquele ritmo com sua pr&priarespiração, sua pr&pria *atida do coração. Hecostado na cama, caiu em umtranse som*rio, enquanto esperava por seu destino compartilhado.

em sa*er quanto tempo se passou, adormeceu com ela até que ummovimento na porta e um *rilho de lu0 o despertaram.

@ Merripen @ era a vo0 rouca de 1melia @. Ela se$urava uma vela nasoleira.

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s ce$as, 8ev sentiu a *ochecha de 7in, ps a mãos no lado do rosto delae sentiu um arrepio de p'nico quando os dedos encontraram a pele fria. Ele

sentiu o pulso em sua $ar$anta.@ 1 fe*re de /eo desapareceu @ disse 1melia. 8ev mal podia ouvi(la so*a torrente de san$ue em seus ouvidos. @ Ele vai ficar *em.

4ma pulsação fraca, mas constante, so* os dedos perscrutadores de 8ev.5s *atimentos card-acos de 7in... a pulsação que sustentava o seu universo.

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Londres, 1846

1 adição de am Hohan C fam-lia ;atha<a" preparou a mesa para umnovo companheiro. Era intri$ante como uma pessoa podia mudar tudo. Paranão di0er irritante.

Mas então, tudo era irritante para 8ev a$ora. 7in partira para a ?rança enão havia ra0ão para que fosse a$radável ou mesmo civili0ado. ua ausência

colocara(o na espreita furiosa de uma criatura selva$em privada de suacompanheira. Estava sempre consciente de sua necessidade por ela, doinsuportável conhecimento de que estava em al$um lu$ar distante e de que elenão podia alcançá(la.

8ev havia esquecido como era isto, este &dio som*rio pelo mundo e portodos os seus ocupantes. Era uma lem*rança indese)ada de sua inf'ncia,quando não conhecia outra coisa que não a violência e a miséria. E ainda assimtodos os ;atha<a"s pareciam esperar que se comportasse normalmente, quetomasse parte na rotina familiar, que fin$isse que a 3erra se$uia $irando.

1 nica coisa que o mantinha são era o conhecimento do que ela queriaque ele fi0esse. Ela queria que cuidasse de suas irmãs. E se a*stivesse de mataro novo cunhado.

8ev apenas podia suportar o *astardo.5s demais o adoravam. am Hohan che$ou e conquistou 1melia, uma

solteirona convicta. edu0iu(a, a *em da verdade, al$o que 8ev ainda não lhetinha perdoado. Mas 1melia era completamente feli0 com seu marido, mesmosendo ele metade romaní.

=enhum deles conhecera mais nin$uém como Hohan, cu)as ori$ens eramtão misteriosas quanto as do pr&prio 8ev. =a maior parte da sua vida, Hohan

tra*alhara em um clu*e de )o$os para cavalheiros, o >ennerRs, convertendo(seem um fa0(tudo, e, posteriormente, tendo uma pequena participação nessene$&cio altamente lucrativo. o*recarre$ado com sua crescente fortuna, ele fe0investimentos tão ruins quanto era poss-vel, para evitar o constran$imentosupremo de ser um ci$ano com dinheiro. =ão funcionou. 5 dinheiro continuouche$ando, cada investimento insensato retornando em dividendos mila$rosos.Hohan timidamente a chamava de sua maldição de *oa sorte.

Mas, como se revelou mais tarde, a maldição de Hohan era til, )á quecuidar dos ;atha<a" era uma tarefa cara. 1 propriedade de ;ampshire, que

/eo tinha herdado no ano anterior, )untamente com seu t-tulo, tinha incendiadorecentemente e estava sendo reconstru-da. E Popp" precisava de um $uarda(

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roupa para sua temporada em /ondres, e Featri queria terminar seus estudos.1lém disso, havia as contas médicas de 7in. omo Hohan mostrara a 8ev, ele

estava em condiç9es de fa0er muito pelos ;atha<a" e esta deveria ser umara0ão suficiente para que 8ev o tolerasse.1ssim, 8ev o tolerava.3ão somente.

@ Fom dia @ disse Hohan ale$remente, entrando na sala de )antar dasu-te da fam-lia no ;otel Hutled$e. Eles )á estavam na metade do café damanhã. 1o contrário do resto deles, Hohan não era um madru$ador, tendo

passado a maior parte de sua vida em um clu*e de )o$o, onde havia atividadeem todas as horas da noite. 4m ci!ano da cidade , 8ev pensou com despre0o.Fanhado e vestido com roupas  !ad'o, Hohan era eoticamente *onito, com

um ca*elo escuro muito comprido e um *rinco de diamante cintilando em umaorelha. Era es*elto e á$il, com uma maneira fácil de se mover. 1ntes de ocupara cadeira )unto de 1melia, inclinou(se para *ei)á(la na ca*eça, uma claraei*ição de afeto que a deiou ru*ori0ada. ;ouvera um tempo, não muitodistante, em que 1melia teria desaprovado tais demonstraç9es. 1$orasimplesmente corou e pareceu confusa.

8ev *aiou os olhos para seu prato inaca*ado, com o cenho fran0ido.@ 1inda está sonolentoA @ ouviu 1melia per$untar a Hohan.@ =esse ritmo, não estarei totalmente desperto até o meio(dia.@ Bocê deveria provar um pouco de café.@ =ão, o*ri$ado. =ão posso suportar esta coisa.Featri falou então. @ Merripen *e*e um monte de café. Ele adora.@ I claro que *e*e @ disse Hohan. @ I escuro e amar$o@. orriu

quando 8ev diri$iu(lhe uma olhada de advertência. @ omo está se saindo estamanhã, $%ra#A

@ =ão me chame assim. @ Em*ora 8ev não tenha levantado a vo0, havia

uma nota selva$em nela e todos fi0eram uma pausa.Depois de um momento, 1melia disse a Hohan em um tom

deli*eradamente despreocupado.@ Bamos C costureira ho)e, Popp", Featri e eu. Provavelmente estaremos

fora até o )antar @. %uando 1melia passou a descrever os tra)es de noite, oschapéus e acess&rios que precisavam, 8ev sentiu a pequena mão de Featripousar so*re a sua.

@ Está tudo *em @ sussurrou Featri @ eu tam*ém tenho saudades.1os de0esseis anos, a caçula dos ;atha<a"s estava nessa idade

vulnerável, entre a inf'ncia e a idade adulta. 4ma nature0a doce, um poucotravessa, tão curiosa quanto um dos *ichinhos de estimação que colecionava.

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Desde o casamento de 1melia com Hohan, Featri vivia implorando paraterminar a escola. 8ev suspeitava que lera muitos romances cu)as hero-nas

adquiriam ares e $raças nas Jacademias para senhoritasK. Duvidava que aacademia para senhoritas fosse apa$ar por completo o esp-rito livre de Featri.oltando sua mão, Featri voltou sua atenção para a conversa que tinha

evolu-do para a questão do ltimo investimento de Hohan.3ornara(se uma espécie de )o$o para Hohan encontrar uma oportunidade

de investimento que não tivesse êito. 1 ltima ve0 que tentou, comprara umafá*rica de *orracha em /ondres que estava fracassando seriamente. 3ão lo$oam a comprou, no entanto, a empresa adquiriu os direitos de patente paravulcani0ação e tinha inventado uma coisa chamada tira elástica. E a$ora as

pessoas estavam comprando milh9es dessas coisas.@... este, certamente, será um desastre @ di0ia am. @ ;á um par deirmãos, am*os ferreiros, que vieram com um pro)eto de um ve-culo acionadopor força humana. Eles chamam isso de veloc-pede. Duas rodas locali0adas emuma estrutura de aço tu*ular, impulsionada por pedais que você empurra comos pés.

@ omente duas rodasA @ Popp" per$untou perplea. @ omo al$uémpoderia montá(lo sem cairA

@ 5 condutor teria de equili*rar seu centro de $ravidade so*re as rodas.@ omo se acionaria o ve-culoA@ Mais importante @ 1melia disse em um tom seco. @ omo fa0er para

pará(loA@ 4tili0ando o pr&prio corpo no chãoA @ Popp" su$eriu.am riu. @ Provavelmente. Bamos colocá(lo em produção, é claro.

7estcliff di0 que nunca viu um investimento mais desastroso. 5 veloc-pedeparece desconfortável como o dia*o e requer um equil-*rio que supera emmuito as ha*ilidades de um homem médio. =ão será *arato, nem prático. 1lémdisso, nenhum homem são escolheria pedalar pelas ruas em um aparelho deduas rodas em ve0 de montar a cavalo.

@ Parece divertido, no entanto @ disse Featri melancolicamente.@ =ão é um invento que uma menina possa eperimentar @ disse Popp".@ Por que nãoA@ =ossas saias se meteriam no meio.@ Por que devemos usar saiasA @ disse Featri. @ 1cho que calças

sempre serão muito mais confortáveis.1melia pareceu consternada e divertida. @ I melhor você manter em

fam-lia essas o*servaç9es, querida @. Pe$ando um copo de á$ua levantou(o nadireção de Hohan. @ Fem, então. Por seu primeiro fracasso @. /evantou uma

so*rancelha. @ Espero que não este)a arriscando toda a fortuna da fam-lia antesde conversarmos com a costureira.

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Ele lhe sorriu. @ =ão toda a fortuna. ompre com confiança, monis%a.%uando o café da manhã foi conclu-do, as mulheres a*andonaram a mesa

enquanto Hohan e 8ev levantaram(se educadamente.Boltando a sentar(se, Hohan o*servou, quando 8ev começava a sair. @1onde você vaiA @ per$untou Hohan pre$uiçosamente. @ Encontrar(se comseu alfaiateA Discutir os ltimos acontecimentos pol-ticos na cafeteriaA

@ e o seu o*)etivo é me irritar, @ disse 8ev @ não há necessidade de seesforçar. Bocê me irrita simplesmente respirando.

@ Perdoe(me. !ostaria de tentar a*ster(me do há*ito, mas tornei(me *astante afeiçoado a ele @. Hohan indicou uma cadeira. @ >unte(se a mim,Merripen. Precisamos discutir al$umas coisas.

8ev acatou com um olhar ameaçador.@ Bocê é um homem de poucas palavras, não éA @ comentou Hohan.@ Melhor que encher o ar de ta$arelice va0ia.@ oncordo. rei diretamente ao ponto, então. Enquanto /eo... /orde

Hamsa"... está na Europa, todas as suas propriedades, seus assuntos financeirose três de suas irmãs foram deiadas aos cuidados de um par de ci$anos. =ão é oque eu chamaria de uma situação ideal. e houvesse al$uma possi*ilidade de/eo ficar, eu o teria conservado aqui e enviado Popp" C ?rança com 7in. Mas/eo não estava em *oas condiç9es, como am*os sa*emos. Ele vinha sendo umhomem arruinado, um perdulário, principalmente desde a morte de /auraDillard. E em*ora tenha finalmente che$ado a um acordo com sua dor, seucaminho para a cura, tanto do corpo como do esp-rito, não será curto.

@ Bocê realmente acredita @ 8ev per$untou, sua vo0 cheia de despre0o@ que /eo vai tratar(se em uma cl-nica de sadeA

@ =ão. Mas ele vai ficar por perto para manter o olho em 7in. E é umlu$ar remoto, onde as oportunidades de pro*lema são limitadas. Ele se saiu

 *em na ?rança antes, quando estava estudando arquitetura. 3alve0 viver lánovamente vá a)udá(lo a lem*rar(se de si pr&prio.

@ 5u @ 8ev disse som*riamente @ ele vai desaparecer em Paris e se

afo$ar em *e*idas e prostitutas.Hohan encolheu os om*ros. @ 5 futuro de /eo está em suas pr&prias

mãos. Estou mais preocupado com o que estamos enfrentando aqui. 1meliaestá determinada a que Popp" tenha sua temporada em /ondres e que Featritermine a escola. 1o mesmo tempo, a reconstrução da mansão em ;ampshiretem de continuar. 1s ru-nas precisam ser removidas e as fundaç9es...

@ Eu sei o que precisa ser feito.@ Então você vai administrar o pro)etoA Bocê vai tra*alhar com o

arquiteto, os construtores, os pedreiros e carpinteiros e assim por dianteA

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8ev olhou para ele com um $rau de anta$onismo. @ Bocê não vai selivrar de mim. E que eu se)a amaldiçoado se for tra*alhar ou prestar contas para

você...@ Espere @. Hohan er$ueu as mãos num $esto para interrompê(lo, os *rilhantes anéis de ouro tilintando ricamente em seus dedos escuros. @ Esperepelo amor de Deus, não estou tentando me livrar de você, estou propondo umaparceria. ?rancamente, eu não estou mais entusiasmado com a perspectiva doque você, mas há muito para ser feito e temos mais a $anhar se tra*alharmos

 )untos do que termos o*)etivos opostos.Pe$ando descuidadamente uma faca de mesa 8ev, correu os dedos ao

lon$o da *orda sem corte e do intrincado ca*o dourado.

@ Bocê quer que eu vá para ;ampshire e supervisione as equipes detra*alho enquanto você fica em /ondres com as mulheresA@ Benha e vá quando dese)ar. Eu estarei indo e vindo de ;ampshire de

ve0 em quando, para controlar as coisas @. Hohan lançou(lhe um olhar astuto.@ =ão há nada que o mantenha em /ondres, não éA

8ev sacudiu a ca*eça.@ Então está resolvidoA @ Hohan pressionou.Em*ora 8ev odiasse admitir isso, o plano era atraente. Ele odiava

/ondres, a su)eira, a $ritaria, os edif-cios lotados, a poluição e o ru-do. Eledese)ava voltar ao campo. E o pensamento da reconstrução da mansão,es$otando(se no tra*alho duro... isto lhe faria al$um *em. 1lém disso, ele sa*iado que a propriedade Hamsa" precisava mais do que nin$uém. Hohan podiaconhecer cada rua, praça e colnia de  !ad'os  em /ondres, mas ele não estava

 *em familiari0ado com a vida no campo. ?a0ia todo sentido que 8ev cuidasseda propriedade Hamsa".

@ Eu vou querer fa0er melhorias nas terras, tam*ém @ disse 8ev,lar$ando a faca @ ;á porteiras e cercas que precisam de reparação. Balas ecanais de drena$em para serem escavados. E os a$ricultores ainda estão usandoman$uais e ancinhos porque não têm máquinas de de*ulhar. 1 propriedade

deve ter sua pr&pria padaria para asse$urar que os arrendatários não tenhamde ir até o povoado *uscar seu pão. 3am*ém...

@ 5 que você decidir @ disse Hohan rapidamente, mostrando a total et-pica falta de interesse dos londrinos pela a$ricultura. @ 1trair maisarrendatários será *enéfico para a propriedade, é claro.

@ ei que você )á contratou um arquiteto e um construtor. Mas de a$oraem diante, eu serei o nico a quem farão as per$untas. Bou precisar ter acessoCs contas de Hamsa". E vou escolher as equipes e administrá(las sem a suainterferência.

1s so*rancelhas de Hohan se er$ueram diante das maneiras autoritáriasde 8ev. @ Fem, esta é uma faceta sua que eu ainda não tinha visto, c%air.

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7 1ceita meus termosA@ im @ Hohan estendeu sua mão. @ Bamos apertá(lasA

@ =ão é necessário.5s dentes *rancos de Hohan *rilharam em um sorriso. @ Merripen, seriatão terr-vel tentar manter uma ami0ade comi$oA

@ =unca seremos ami$os. =o melhor dos casos, somos inimi$os com umprop&sito em comum.

Hohan continuou sorrindo. @ uponho que o resultado final se)a o mesmo@. Esperou até 8ev alcançar a porta para di0er casualmente. @ ertamente voucontinuar com a questão das tatua$ens. e eiste uma coneão entre elas, queroencontrá(la.

@ ?ará isso sem a minha cooperação @ disse 8ev $lacialmente.@ Por que nãoA =ão tem curiosidadeA@ 1 menor.5s olhos castanhos de Hohan se encheram de especulação. @ Bocê não

tem v-nculos com o passado ou com os romanís , nenhum conhecimento de porque um desenho nico foi tatuado em seu *raço em tenra inf'ncia. 5 que vocêteme desco*rirA

@ Bocê tem carre$ado a mesma tatua$em durante o mesmo tempo @espetou 8ev. @ 3em tanta ideia quanto eu do que se)a. Por que tanto interessenisso a$oraA

@ Eu... @ Hohan esfre$ou distraidamente o *raço so*re a man$a dacamisa, no lu$ar da tatua$em. @ empre assumi que foi feito por al$umcapricho de minha av&. Ela nunca me eplicou porque tinha a marca ou o quesi$nificava.

@ Ela sa*iaA@ 1credito que sim @ a *oca de Hohan se torceu em uma careta.

@ Parecia sa*er tudo. Era uma poderosa her*alista e acreditava no Fiti ?oLi.@ ?adasA @ per$untou 8ev com um sorriso desdenhoso nos lá*ios.Hohan sorriu. @ 5h sim, ela me $arantia que mantinha relaç9es pessoais

com muitos deles @. 5 traço de diversão desvaneceu. @ %uando tinha de0anos, minha av& mandou(me em*ora do $rupo. Disse que eu corria peri$o.Meu primo, =oah, troue(me para /ondres e a)udou(me a encontrar tra*alhono clu*e de )o$o como corretor de apostas. =unca mais vi a nin$uém de meu$rupo @. Hohan fe0 uma pausa, seu rosto ficou som*rio. @ ?ui eclu-do dosromaní sem )amais sa*er o porquê. E não tinha ra09es para acreditar que atatua$em tinha al$o a ver com isso. 1té que o conheci. 3emos em comum duascoisas  $%ra#  fomos eclu-dos e carre$amos a marca de um mitol&$ico cavaloirlandês. E acho que desco*rir de onde isso veio pode a)udar a n&s dois.

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=os meses se$uintes 8ev preparou a propriedade Hamsa" para suareconstrução. 4m inverno ameno e pouco entusiasta caiu so*re o povoado de

ton" ross e arredores, onde a propriedade Hamsa" estava situada. 5 pasto *e$e estava que*radiço pela $eada e as pedras descansavam con$eladas Csmar$ens dos rios 1von e tchen. 5s amentilhos emer$iam dos sal$ueiros,suaves e macios como ra*os de ovelhas, enquanto o corniso lançava vermelhostalos de inverno para que*rar o cin0a da pálida paisa$em.

1s equipes contratadas por >ohn Dashiell, o empreiteiro que reconstruiriaHamsa" ;ouse, eram tra*alhadoras e eficientes. =os primeiros meses passaramlimpando as ru-nas da casa, arrastando madeiras chamuscadas, ti)olosque*rados e escom*ros. 4ma pequena casa de $uarda na estrada de acesso foi

reparada e restaurada para a conveniência dos ;atha<a".4ma ve0 que a terra começou a amolecer em março, a reconstrução damansão iniciou para valer. 8ev estava certo de que as equipes forampreviamente advertidas de que o pro)eto estava sendo supervisionado por umromaní  , pois não ofereciam o*)eção a sua presença ou autoridade. Dashiell, umhomem prático, que se fe0 por si pr&prio, não parecia se importar que seusclientes fossem in$leses, ci$anos ou de qualquer outra nacionalidade, desde queo crono$rama de pa$amentos fosse cumprido.

Perto do final de fevereiro 8ev fe0 a via$em de do0e horas de ton" rossaté /ondres. 3inha rece*ido not-cias de 1melia de que Featri a*andonara aacademia para senhoritas. Mesmo que 1melia tenha acrescentado que estavatudo *em, 8ev queria asse$urar(se por si mesmo.

1 separação de dois meses era o tempo mais lon$o que )á tinha passadolon$e das irmãs ;atha<a", e estava surpreendido do quão intensamentesentira a falta delas.

Parecia que o sentimento era mtuo. 1ssim que 8ev che$ou a sua su-te no;otel Hutled$e, 1melia, Popp" e Featri se lançaram so*re ele com umentusiasmo impr&prio. 8ev tolerou seus $ritos e *ei)os com rude indul$ência,secretamente contente com a calorosa acolhida.

e$uindo(as até o salão familiar, 8ev sentou(se com 1melia em um sofá,enquanto am Hohan e Popp" ocupavam as cadeiras pr&imas. Featri estavasentada so*re um *anquinho, aos pés de 8ev. 1s mulheres pareciam *em, 8evpensou... as três ele$antemente vestidas e arrumadas, o ca*elo escuro arran)adoem cachos presos no alto, eceto Featri que usava tranças.

1melia, em particular, parecia feli0 e ria com facilidade, irradiando umasatisfação que somente poderia advir de um *om casamento. Popp"despontava como uma *ele0a, com seus finos traços e seu lindo ca*elo de umtom castanho avermelhado... uma versão mais quente e acess-vel da delicada

perfeição loira de 7in. Featri, no entanto, estava ma$ra e a*atida. Para al$uém

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que não a conhecesse, Featri parecia uma menina normal, ale$re. Mas 8ev viaos sinais sutis de tensão e cansaço em seu rosto.

@ 5 que aconteceu na escolaA @ per$untou 8ev com sua franque0aha*itual.Featri desa*afou ansiosamente. @ 5h, Merripen+ ?oi tudo culpa minha.

1 escola é horr-vel. Eu a*omino isso. ?i0 uma ou duas ami$as e senti muitodeiá(las. Mas não conse$ui com meus professores. Eu estava sempre di0endo acoisa errada em sala de aula, fa0endo as per$untas erradas.

@ Parece @ disse 1melia secamente @, que o método ;atha<a" deaprendi0a$em e de*ate não era *em(vindo na escola.

@ E eu tive al$umas *ri$as @ continuou Featri@, porque al$umas

meninas disseram que seus pais falaram para não se associarem a mim, porquetemos ci$anos na fam-lia, e por tudo que sa*iam, eu tam*ém poderia ser emparte ci$ana. Eu lhes disse que não era, mas mesmo que fosse, isso não eramotivo para enver$onhar(me, e chamei(as de esno*es, e então houve uma sériede arranh9es e pu9es de ca*elo.

8ev pra$ue)ou *aiinho. 3rocou olhares com Hohan, que parecia som*rio.1 presença de am*os na fam-lia era uma car$a para as irmãs ;atha<a"... e nãohavia remédio para isso.

@ E depois @ disse Featri @, meu pro*lema voltou.3odos ficaram silenciosos. 8ev estendeu o *raço e pousou a mão so*re a

ca*eça dela, curvando os dedos so*re a forma de seu cr'nio. @9%avi @ elemurmurou, uma epressão ci$ana carinhosa para uma )oven0inha. Dado queele raramente usava o anti$o idioma, Featri fitou(o com os olhos arre$aladosde surpresa.

5 pro*lema de Featri apareceu pela primeira ve0 depois da morte do r.;atha<a". Boltava a aparecer de ve0 em quando, em épocas de ansiedade ouaflição. entia a compulsão por rou*ar coisas, usualmente coisas pequenascomo tocos de lápis ou marcadores de leitura, ou um talher desparceirado.1l$umas ve0es nem mesmo recordava ter pe$o o o*)eto. Depois sofria intensos

arrependimentos e percorria etraordinárias dist'ncias para devolver as coisasque furtara.

8ev retirou a mão da ca*eça, *aiando o olhar para ela. @ 5 que vocêpe$ou, pequena furãoA @per$untou $entilmente.

Ela parecia mortificada. @ ?itas de ca*elo, pentes, livros... coisinhas. Edepois tentei repor tudo, mas não podia lem*rar onde tinha pe$o. Então houveum $rande tumulto, me adiantei para confessar e me pediram para a*andonar aescola. E a$ora )amais serei uma dama.

@ im, você será @ disse 1melia de imediato. @ Bamos contratar uma

preceptora, que é o que dev-amos ter feito desde o in-cio.

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Featri o*servou(a em dvida. @=ão acho que al$uma preceptora este)adisposta a tra*alhar para nossa fam-lia.

@5h, não somos tão maus quanto... @ começou 1melia.@im, n&s somos @ informou(lhe Popp". @ omos estranhas, 1melia.empre lhe disse. Iramos estranhas mesmo antes que você trouesse o r.Hohan para a fam-lia @. /ançando um rápido olhar para am, disse: @ =ãoleve a mal, r. Hohan.

5s olhos dele *rilharam com diversão. @ =ão levei.Popp" recorreu a 8ev. @ =ão importa o dif-cil que se)a encontrar uma

preceptora adequada, devemos ter uma. Preciso de a)uda. Minha temporadatem sido nada menos que um desastre, Merripen.

@ ?oram apenas dois meses @ disse 8ev. @ omo pode ser um desastreA@ ou a re)eitada do *aile.@ Bocê não pode ser.@ ou menos que a re)eitada do *aile @ disse ela. @ =enhum homem

quer fa0er qualquer coisa comi$o.8ev olhou para Hohan e 1melia com incredulidade. 4ma menina *onita e

inteli$ente como Popp" deveria estar cercada de pretendentes. @ 5 queacontece com esses !ad'os: @ per$untou 8ev com assom*ro.

@ ão todos idiotas @ disse Hohan. @ =unca perdem a oportunidade deprovar isso.

Boltando o olhar para Popp", 8ev foi direto ao assunto. @ I porque háci$anos na fam-liaA I por isso que não lhe procuramA

@ Fem, isso não a)uda eatamente @ admitiu Popp". @ Mas o pro*lemamaior é que não tenho traque)o social. Estou constantemente dando $afes. E souterr-vel em conversas fiadas. Bocê tem de passar despreocupadamente de umassunto para o outro como uma *or*oleta. =ão é fácil de fa0er, e não há sentidonisso. E os )ovens que se permitem aproimar(se de mim encontram umadesculpa para fu$ir depois de cinco minutos. Porque eles flertam e di0em ascoisas mais tolas e eu não tenho ideia de como responder.

@ =ão queria nenhum deles para ela, de qualquer forma @ disse 1meliade imediato. @ Deveria vê(los, Merripen. 4m $rupo mais intil que pav9esvaidosos não poderia ser encontrado.

@ 1cho que seria melhor chamá(los de *ando de pav9es vaidosos @ dissePopp". @ =ão um $rupo.

@ 4ma saparia, em ve0 disso @ falou Featri.@ olnia de pin$uins @ adicionou 1melia.@ 4ma al$a0arra de *a*u-nos @ disse Popp" rindo.8ev sorriu um pouco, mas permanecia preocupado. Popp" sempre

sonhara com uma temporada londrina. E devia ser uma decepção esma$adoraas coisas terem tomado esse rumo.

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@ Bocê foi convidada para os acontecimentos apropriadosA @ per$untou.@ 5s *ailes, os )antares...

@ Failes e saraus @ Popp" informou. @ im, temos rece*ido convites$raças ao patroc-nio de /orde 7estcliff e /ord t. Bincent. Mas simplesmenteultrapassar a porta não a fa0 dese)ável, Merripen. 1penas lhe dá aoportunidade para escorar a parede enquanto todos os outros dançam.

8ev olhou para 1melia e Hohan fran0indo o cenho. @ 5 que você vaifa0er a respeitoA

@ Bamos retirar Popp" da temporada @ disse 1melia@, e di0er a todosque, pensando melhor, é ainda muito )ovem para frequentar a sociedade.

@ =in$uém vai acreditar @ disse Featri. @ 1lém disso, Popp" tem

quase de0enove anos.@ =ão há necessidade de fa0er(me parecer uma velha com verru$as, Fea@ disse Popp" com indi$nação.

@# e enquanto isso @ continuou 1melia com toda paciência @,encontraremos uma preceptora que ensinará a Popp" e a Featri como seportar.

@ Ela tem que ser mais que *oa @ disse Featri, tirando um porquinho da-ndia preto e *ranco de seu *olso e aconche$ando(o so* o queio. @ 3emosmuito que superar. =ão temos, r. =i**lesA

Mais tarde, 1melia levou 8ev para um lado. olocou a mão no *olso deseu tra)e de noite e retirou um quadrado pequeno, *ranco. Entre$ou(o a ele,com o olhar fio em seu rosto. @ 7in escreveu outras cartas para a fam-lia, eclaro que você as lerá tam*ém. Mas esta está diri$ida apenas a você.

ncapa0 de falar, 8ev fechou os dedos ao redor do pedacinho deper$aminho fechado com lacre.

Ele foi para o seu quarto no hotel que, a seu pedido, ficava separado doresto da fam-lia. entando(se em uma pequena mesa, rompeu o selo comescrupulosa cautela. 1li estava a familiar escrita de 7in, com pequenos e

precisos $olpes de pena.

;uerido Kev,5s$ero que esta carta o encontre com $#eno vi!or e sade. 02o $osso ima!in"-#o de

nen%uma outra forma, na verdade. 9ada man%2 em que des$erto neste #u!ar, que $areceinteiramente outro mundo, sur$reendo-me novamente $or encontrar-me t2o #on!e demin%a famí#ia. 5 de você.

 < via!em atrav3s do cana# foi "rdua, a rota terrestre at3 a c#ínica ainda mais.9omo você sabe, n2o sou boa via'ante, mas Leo trou=e-me at3 aqui s2 e sa#va. <!ora est"

residindo a $ouca dist>ncia, como inqui#ino em um $equeno caste#o, e at3 a!ora temvindo visitar-me a cada dois dias....

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1 carta de 7in continuava descrevendo a cl-nica, que era tranquila e

austera. 5s pacientes padeciam uma variedade de doenças, mas maisespecialmente dos pulm9es e do sistema respirat&rio. Em ve0 de medicá(loscom entorpecentes e mantê(los recolhidos, como prescreviam a maior parte dosmédicos, o Dr. ;arro< colocava a todos em um pro$rama de eerc-cios, *anhosfrios, tnicos de sade e um re$ime fru$al simples. ompelir os pacientes afa0er eerc-cio era um tratamento controvertido, mas se$undo o Dr. ;arro<, omovimento era o instinto predominante de toda vida animal.

5s pacientes começavam cada dia com um passeio matutino ao ar livre,com chuva ou sol, se$uido por uma hora no $inásio para atividades como su*ir

por escadas e levantar halteres. Por enquanto, 7in apenas podia reali0ar al$unseerc-cios sem ficar severamente sem fle$o, mas ela pensava que podia notaruma pequena melhora nas suas capacidades. 3odos na cl-nica eram o*ri$ados atreinar a respiração em um dispositivo novo, chamado espirmetro, umaparelho para medir o volume de ar inspirado e epirado pelos pulm9es.

;avia mais so*re a cl-nica e os pacientes que 8ev leu apressadamente. Eentão che$ou aos ltimos pará$rafos.

(esde a min%a doena ten%o tido foras $ara fa)er muito $ouco e=ceto amar  S7inescreveuT , mas o ten%o feito, e continuo a fa)er, em sua $#enitude. Lamento a formacomo sur$reendi você na man%2 em que $arti, mas n2o #amento os sentimentos quee=$ressei.

5stou correndo atr"s de você, e da vida, em uma busca deses$erada. Meu son%o 3que a#!um dia você n2o só se vo#te, mas me dei=e a#canar você. 5sse son%o me #evaatrav3s de cada noite. (ese'o di)er tantas coisas a você, mas ainda n2o sou #ivre.

5s$ero estar bastante bem a#!um dia $ara sur$reendê-#o outra ve), com resu#tadosmuito mais $ra)erosos.

 <ne=ei uma centena de bei'os nesta carta. ocê deve cont"-#os com cuidado e n2o $erder nen%um.

Sua, ?innifred.

1chatando o pedaço de papel so*re a mesa, 8ev alisou(a e correu aspontas dos dedos ao lon$o das delicadas linhas escritas. /eu mais duas ve0es.

Deiou sua mão se fechar so*re o per$aminho, amassando(o firmemente,e lançou(o na lareira, onde um pequeno fo$o ardia.

E o*servou o per$aminho iluminar(se e arder a fo$o lento, até que a *rancura escurecera em cin0as, até que a ltima palavra de 7in haviadesaparecido.

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1P234/5 U

Londres, 18@1rimavera

?inalmente 7in voltara para casa.5 veleiro de alais foi atracado, o porão a*arrotado com arti$os de luo,

sacos de cartas e pacotes para serem entre$ues pelo orreio Heal. Era um *arcomediano, com sete espaçosos camarotes para os passa$eiros, cada um forradocom painéis arqueados em estilo $&tico, pintados com uma camada *rilhante de

 *ranco ?lorença.7in estava em pé no convés e o*servava a tripulação tra*alhando com os

equipamentos para atracar o *arco. omente então os passa$eiros teriampermissão para desem*arcar.

3empos atrás, a ecitação que a assaltava lhe impossi*ilitaria de respirar.Mas a 7in que re$ressava a /ondres era uma mulher diferente. Per$untou(secomo rea$iria sua fam-lia Cs mudanças operadas nela. E claro que eles haviammudado tam*ém: 1melia e am estavam casados há dois anos, Popp" e Featrifi0eram sua apresentação na sociedade.

E Merripen... mas a mente de 7in afastou os pensamentos dele, que eramdemasiado vivos para ha*itar em qualquer outro cenário que não fosse umparticular.

5lhou ao seu redor, a floresta de mastros de navios, os acres intermináveisde cais e p-ers, os imensos arma0éns para ta*aco, lã, vinho e outros arti$os decomércio. ;avia movimento em todas as partes, marinheiros, passa$eiros,fornecedores, tra*alhadores, ve-culos e $ado. 4ma profusão de cheiros

carre$ava o ar: ca*ras e cavalos, condimentos, sal marinho, alcatrão, podridãoseca. E acima de tudo pairava o cheiro de fumaça e vapores de carvão quesaiam da chaminé, escurecendo a cidade como se a noite se aproimasse.

7in dese)ou estar em ;ampshire, onde os prados primaveris estariamverdes e espessos com pr-mulas, flores silvestres e se*es em flor. e$undo1melia, a restauração da propriedade Hamsa" ainda não estava conclu-da, masa$ora a mansão estava ha*itável. Parecia que os tra*alhos tinha transcorridocom uma velocidade mila$rosa so* a direção de Merripen.

1 prancha do navio foi *aiada e fiada. Enquanto 7in o*servava os

poucos passa$eiros que desciam ao cais, viu seu alto irmão, de constituiçãoquase ma$ra, a*rindo caminho.

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1 ?rança tinha sido *oa para os dois. Enquanto 7in $anhou um pouco depeso muito necessário, /eo perdera seu dissipado inchaço. Ele passou tanto

tempo ao ar livre, andando, pintando, nadando, que seu ca*elo castanho escurotinha clareado um pouco e sua pele tinha a*sorvido o sol. eus olhos, de umdeslum*rante tom a0ul pálido, resultavam surpreendentes no rosto *ron0eado.

7in sa*ia que seu irmão )amais seria novamente o rapa0 $alante einocente que tinha sido antes da morte de /aura Dillard. Mas )á não era umaru-na suicida, o que sem dvida seria um $rande al-vio para o resto da fam-lia.

Em um espaço de tempo relativamente curto, /eo voltou ao *arco su*indopela prancha. he$ou até 7im com um sorriso irnico, apertando a cartolamais firmemente na ca*eça.

@ ;á al$uém nos esperandoA @ per$untou 7in ansiosamente.@ =ão.1 preocupação enru$ou sua testa. @ Então não rece*eram minha carta @.

Ela e /eo avisaram que che$ariam al$uns dias antes do esperado, em ra0ão damudança no horário da linha do navio.

@ ua carta provavelmente está no fundo de uma sacola do orreio Heal,em al$uma parte @ disse /eo. @ =ão se preocupe, 7in. remos para oHutled$e em uma carrua$em de alu$uel. =ão está lon$e.

@ Mas será um choque para a fam-lia che$armos antes do esperado.@ =ossa fam-lia $osta de ficar chocada @ disse ele. @ 5u, pelo menos,

estão acostumados.@ 3am*ém ficarão surpresos que o Dr. ;arro< tenha re$ressado conosco.@ 3enho certe0a que não vão se importar com a presença dele @

respondeu /eo @. 4m canto de sua *oca er$ueu(se com certa diversãoparticular. @ Fem# a maior parte deles.

1 tarde tinha ca-do quando che$aram ao ;otel Hutled$e. /eo pediuquartos e ocupou(se da *a$a$em enquanto 7in e o Dr. ;arro< esperavam emum canto do espaçoso vest-*ulo.

@ Deiarei que se encontrem com sua fam-lia em particular @ disse;arro<. @ Meu criado e eu iremos para os nossos quartos desfa0er as malas.

@ Bocê é *em(vindo para nos acompanhar @ disse 7in, mas sentiu(sesecretamente aliviada quando ele ne$ou com a ca*eça.

@ =ão vou me intrometer. eu encontro deveria ser particular.@ Mas o veremos pela manhãA @ per$untou 7in.@ im @. Ele ficou olhando para ela com um leve sorriso nos lá*ios.5 Dr. >ulian ;arro< era um homem ele$ante, com uma &tima

constituição, encantador sem fa0er qualquer esforço. 3inha o ca*elo escuro e

olhos cin0as e possu-a um atraente mailar quadrado que fa0ia quase todas assuas pacientes femininas apaionarem(se um pouco por ele. 4ma das mulheres

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da cl-nica comentou secamente que o ma$netismo pessoal de ;arro< não s&afetava homens, mulheres e crianças, mas tam*ém se estendia aos armários,

cadeiras e ao peiinho dourado que havia em uma ti$ela pr&ima.omo /eo havia colocado: @ ;arro< não se parece em nada com ummédico. Ele parece a fantasia que uma mulher tem de um médico. uspeito quea metade do tempo de sua prática da medicina dedica(a Cs mulheresperdidamente apaionadas que prolon$am suas enfermidades meramente paracontinuar sendo tratadas por ele.

@ 1sse$uro a você @disse 7in rindo @, eu não estou perdidamenteapaionada, nem me sinto o m-nimo inclinada em prolon$ar minhaenfermidade.

Mas ela tinha de admitir que era dif-cil não sentir al$o por um homem queera atraente, atencioso, e que tam*ém a curara de uma doença que a consumia.E 7in pensou que era poss-vel que >ulian tivesse sentimentos em relação a ela.Durante o ltimo ano, especialmente quando a sade de 7in voltara com plenavitalidade, >ulian começara a tratá(la como al$o mais que uma simples paciente.Deram lon$as caminhadas pelo cenário impossivelmente rom'ntico daProvença, e tinha flertado com ela, fa0endo(a rir. uas atenç9es acalmaram seuesp-rito ferido, depois que Merripen a i$norara tão insensivelmente.

?inalmente, 7in aceitou que os sentimentos que tinha por Merripen nãoeram correspondidos. Ela tinha chorado so*re o om*ro de /eo. eu irmão tinhasalientado que ela vira muito pouco do mundo e não sa*ia quase nada so*re oshomens.

@Bocê não acha poss-vel que sua atração por Merripen se)a resultado daproimidade, do que por qualquer outra coisaA @ per$untara /eoamavelmente. @ onsideremos a situação honestamente, 7in. Bocê não temnada em comum com ele. Bocê é uma mulher linda, sens-vel, culta, e ele é...Merripen. Ele $osta de cortar lenha por diversão. E aparentemente ca*e a mimdestacar a realidade, pouco delicada, de que al$uns casais com*inam na cama,mas em nenhum outro lu$ar.

7in escandali0ou(se com a sua crue0a. @ /eo ;atha<a", você estásu$erindo#

@/orde Hamsa" a$ora, o*ri$ado @ ele *rincou...@/orde Hamsa", você está su$erindo que meus sentimentos por Merripen

se)am de nature0a carnalA@ ertamente não são intelectuais @ disse /eo, sorrindo a*ertamente,

enquanto ela $olpeava(lhe o om*ro.=o entanto, depois de muita refleão, 7in teve de admitir que /eo tinha

um pouco de ra0ão. I claro, Merripen era muito mais inteli$ente e educado do

que seu irmão reconhecia. 1té onde ela lem*rava, Merripen desafiara /eo emum *om nmero de de*ates filos&ficos e aprendera de mem&ria mais $re$o e

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latim que qualquer outro mem*ro da fam-lia, C eceção de seu pai. MasMerripen s& aprendera essas coisas para se encaiar aos ;atha<a", não porque

tivesse al$um interesse real em o*ter uma educação.Merripen era um homem da nature0aG ele ansiava sentir a terra e o céu.=unca estaria mais que meio domado. Ele e 7in eram tão diferentes quanto ospeies das aves.

 >ulian colocou a mão dela em sua lon$a e ele$ante mão. eus dedos eramsuaves e *em cuidados com as pontas finas estreitas. @ 7innifred @ disse comsuavidade @, a$ora que estamos lon$e da cl-nica, a vida não será tão *emre$ulada. Bocê deve preservar sua sade. 1sse$ure(se de descansar esta noite,não importa quão tentador se)a permanecer em pé.

@ im, doutor @ disse 7in, sorrindo(lhe. entiu uma onda de afeto porele, lem*rando a primeira ve0 que conse$uira su*ir a escadaria de eerc-cios nacl-nica. >ulian a apoiara em cada de$rau, encora)ando(a $entilmente, seu peitofirme contra suas costas. Am $ouco mais acima, ?innifred. 02o dei=arei que caia. =ão fe0 o tra*alho por ela. 1penas a mantinha se$ura enquanto ela su*ia.

@ Estou um pouco nervosa @ admitiu 7in quando /eo a escoltou até asu-te dos ;atha<a" no se$undo piso do hotel.

@ Por quêA@ =ão estou certa. 3alve0 porque todos tenhamos mudado.@ 1s coisas essenciais não mudaram @ /eo se$urou seu cotovelo

firmemente. @ Bocê ainda é a menina encantadora de sempre. E eu continuosendo um li*ertino com inclinação para a *e*ida e saias esvoaçantes.

@ /eo @ disse ela, com o cenho fran0ido @ Bocê não está pensando emvoltar aos seus velhos há*itos, não éA

@ Bou evitar a tentação @ ele respondeu @, a menos que apareçadiretamente em meu caminho @. Deteve(a na metade do desem*arque@ %uer parar um momentoA

@ De )eito nenhum @. 7in continuou su*indo com entusiasmo.@ 1doro su*ir escadas. 1doro fa0er qualquer coisa que antes não podia fa0er.

E de a$ora em diante vou viver de acordo com o lema Ja vida deve ser vividaao máimoK.

/eo sorriu a*ertamente. @ Deveria sa*er que eu disse isso muitas ve0esno passado, e sempre conse$ui meter(me em pro*lemas.

7in deu uma olhada ao redor com pra0er. Depois de viver nos austerosarredores da cl-nica de ;arro< durante tanto tempo, aproveitaria um pouco deluo.

Ele$ante, moderno e etremamente confortável, o Hutled$e erapropriedade do misterioso ;arr" Hutled$e, a respeito de quem havia tantos

rumores, que nin$uém poderia di0er se definitivamente era *rit'nico ouamericano. 3udo o que se sa*ia com a*soluta certe0a, era que vivera durante

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um tempo na 1mérica e viera para a n$laterra para fundar um hotelcom*inando a opulência da Europa com as melhores inovaç9es americanas.

5 Hutled$e era o primeiro hotel no qual cada quarto era uma su-te comseu pr&prio *anheiro particular. E tinha os deleites como elevadores para oserviço de refeiç9es, armários em*utidos nos dormit&rios, salas de reuni9esprivadas com teto de cpulas de vidro, átrios e )ardins pro)etados como salas aoar livre. 5 hotel tam*ém oferecia uma sala de )antar que, se$undo di0iam, era amais *onita da n$laterra, com tantos lustres no teto, que tivera de ser reforçadodurante a construção.

he$aram C porta da su-te dos ;atha<a" e /eo *ateu com delicade0a.;ouve al$uns movimentos do lado de dentro. 1 porta se a*riu para

revelar uma )ovem criada loira. 5 olhar fio da criada eaminou a am*os.@ Posso a)udá(lo, senhorA @ per$untou a /eo.@ Biemos ver o r. e a ra. Hohan.@ Peço perdão, senhor, mas aca*am de retirar(se para dormir.Era realmente tarde, pensou 7in decepcionada. @ Dever-amos ir para

nossos quartos e deiar(lhes descansar @ disse a /eo. @ Boltaremos pelamanhã.

/eo olhou fiamente a criada com um sorriso leve, e per$untou em vo0 *aia e $entil: @ omo se chama, criançaA

eus olhos castanhos se a*riram e um ru*or su*iu lentamente por suasfaces. @ 1*i$ail, senhor.

@ 1*i$ail @ repetiu ele. @ Di$a a ra. Hohan que sua irmã está aqui e$ostaria de vê(la.

@ im, senhor @. 1 criada riu nervosamente e deiou(os na porta.7in diri$iu uma olhada irnica a seu irmão enquanto ele a a)udava a

retirar a capa. @ uas maneiras com as mulheres nunca deiam de meassom*rar.

@ 1 maioria das mulheres sente uma atração trá$ica pelos li*ertinos @disse com pesar. @ =a verdade não deveria usá(la contra elas.

1l$uém entrou na sala de recepção. Ele viu a fi$ura familiar de 1melia,vestida com um roupão a0ul, acompanhada por am Hohan, que estavaatraentemente desalinhado, com calças e uma camisa a*erta.

om seus olhos a0uis redondos como pratos, 1melia se deteve olhandoseu irmão e sua irmã. 4ma mão *ranca escorre$ou para a $ar$anta de 1melia.@ I você realmenteA @ ela per$untou vacilante.

7in tentou sorrir, mas era imposs-vel quando seus lá*ios tremiam pelaemoção. 3entou ima$inar o que devia parecer a 1melia, que a tinha visto pelaltima ve0 como uma frá$il inválida. @ Estou em casa @ disse com a vo0

li$eiramente que*rada.

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@ 5h, 7in+ Eu sonhei... eu esperei tanto... @ 1melia parou e correu parafrente, e a*raçaram(se uma a outra, rápida e fortemente.

7in fechou os olhos e suspirou, sentindo que finalmente tinha voltadopara casa. Min%a irm2. Ela se deliciava no suave conforto dos *raços de 1melia.@ Bocê está tão linda @ disse 1melia, desli0ando para trás e pe$ando

com as mãos o rosto molhado de 7in. @ 3ão saudável e forte. 5h, ve)a estadeusa. am, simplesmente ve)a+

@ %ue *oa aparência você tem @ disse(lhe Hohan seus olhosresplandecendo. @ Melhor que nunca, irmã0inha @. 1*raçou(acuidadosamente e *ei)ou sua testa. @ Fem(vinda.

@ 5nde estão Popp" e FeatriA @ per$untou 7in, apertando a mão de

1melia.@ Estão na cama, mas vou acordá(las.@ =ão, deie(as dormir @ disse 7in rapidamente. @ =ão ficaremos por

muito tempo, estamos eaustos, mas tinha de vê(los antes de deitar(me.5 olhar de 1melia foi para /eo, que estava parado mais atrás, perto da

porta. 7in ouviu como sua irmã continha silenciosamente a respiraçãoenquanto via as mudanças que se operaram nele.

@Este é meu velho /eo @ disse 1melia suavemente.7in se surpreendeu ao ver o lampe)o de al$o na epressão sardnica de

/eo @ uma espécie de vulnera*ilidade masculina, como se estivesseenver$onhado de sentir pra0er pelo encontro. @ 1$ora você vai chorar por ummotivo diferente @ disse a 1melia. @ Porque, como vê, tam*ém re$ressei.

Ela voou até ele, e foi envolvida por um forte a*raço. @ 5s franceses nãoquiseram vocêA @ per$untou(lhe, sua vo0 a*afada contra o peito do irmão.

@ 1o contrario, me adoravam. Mas não há divertimento em ficar onde seé dese)ado.

@ %ue lástima @ disse 1melia, colocando(se na ponta dos pés para *ei)arseu rosto. @ Porque você é muito dese)ado aqui.

orrindo, /eo, apertou a mão de Hohan. @ Estou dese)ando ver as

melhorias so*re as quais você me escreveu. Parece que a propriedade estáprosperando.

@ Pode per$untar a Merripen amanhã @ respondeu(lhe Hohan. @ Eleconhece cada pole$ada do lu$ar, e o nome de cada empre$ado e cadaarrendatário. E tem muito que di0er so*re o assunto, assim que previno a você,qualquer conversa so*re a propriedade, será uma lon$a conversa.

@ 1manhã @ repetiu /eo, olhando rapidamente para 7in. @ Então estáem /ondresA

@ 1qui no Hutled$e. Beio C cidade a fim de visitar um escrit&rio para

contratar mais empre$ados.

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@ 3enho muito que a$radecer a Merripen @ disse /eo com umasinceridade pouco ha*itual @, e a você tam*ém, Hohan. & o dia*o sa*erá por

que você se empenhou tanto por mim.@ ?oi pela fam-lia tam*ém.

Enquanto os dois homens estavam falando, 1melia levou 7in até um sofáperto da lareira. @ eu rosto está mais cheio @ disse 1melia, analisandoa*ertamente as mudanças em sua irmã. @ eus olhos estão mais *rilhantes, esua fi$ura é a*solutamente esplêndida.

@ =ada mais de espartilhos @ disse 7in com um sorriso a*erto. @ 5 Dr.;arro< di0 que comprimem os pulm9es, forçam a coluna verte*ral e a ca*eça a

adotarem uma posição antinatural, e de*ilitam os msculos das costas.@ Escandaloso+ @ eclamou 1melia, seus olhos cintilando. @ emespartilhos, nem mesmo nas ocasi9es formaisA

@ Permite seu uso em poucas ocasi9es, mas apenas fol$adamenteamarrado.

@ %ue mais di0 o Dr. ;arro<A @ 1melia estava claramente divertindo(se. @ 1l$uma opinião so*re meias e li$asA

@ Bocê poderá ouvir da pr&pria fonte @ disse 7in. @ /eo e eutrouemos o Dr. ;arro< conosco.

@ %ue adorável. Ele tem ne$&cios aquiA@ =ão que eu sai*a.@ uponho, )á que é de /ondres, que tenha conhecidos e ami$os para

encontrarA@ im, mas... @ 7in sentiu que corava um pouco @, >ulian epressou um

interesse meramente pessoal em passar um tempo comi$o fora do recinto dacl-nica.

5s lá*ios de 1melia se a*riram com surpresa. @ >ulian @repetiu @, temintenção de corte)ar você, 7inA

@ =ão estou certa. =ão tenho eperiência nesses assuntos. Mas acho que

sim.@ Bocê $osta deleA7in assentiu sem titu*ear. @ Fastante.@ Então tenho certe0a que vou $ostar dele tam*ém. E me ale$ra ter a

oportunidade de lhe a$radecer pessoalmente pelo que fe0.orriram uma para a outra, deleitando(se no pra0er de estarem )untas.

Mas um momento depois 7in pensou em Merripen, e seu pulso começou a *ater com incmoda força, e os nervos se crisparam em todo seu corpo.

@ omo está ele, 1meliaA @ o*ri$ou(se finalmente a sussurrar.

=ão foi necessário que 1melia per$untasse quem era JeleK. @ Merripenmudou @ disse cautelosamente @, quase tanto quanto você e /eo. am di0 que

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o que Merripen conse$uiu na propriedade é nada menos que assom*roso. Ipreciso uma ampla $ama de ha*ilidades para administrar os construtores, os

artesãos e )ardineiros, e tam*ém para reparar as fa0endas dos arrendatários. EMerripen fe0 tudo isso. %uando é necessário, tira o casaco e a)uda em qualquertarefa. !anhou o respeito dos tra*alhadores ( eles nunca se atrevem aquestionar sua autoridade.

@ =ão me surpreende, é claro @ disse 7in, enquanto um sentimentoa$ridoce lhe assaltava. @ empre foi um homem muito capa0. Mas quandovocê di0 que mudou, a que se refereA

@ 3ornou(se um pouco# duro.@ Duro de coraçãoA 3eimosoA

@ im, e distante. Parece não sentir satisfação com seu êito, nemdemonstra nenhum pra0er autêntico pela vida. 5h, aprendeu muito e eerce aautoridade efica0mente, veste(se melhor, de acordo com sua nova posição. Masestranhamente, parece menos civili0ado que antes. Penso# @. 4ma pausaincmoda. @ 3alve0 possa a)udá(lo vê(la novamente. Bocê sempre foi uma *oainfluência para ele.

7in soltou as mãos dela e olhou com raiva para o pr&prio colo.@ Duvido. Duvido totalmente que tenha al$uma influência so*re Merripen. Eledeiou muito clara sua falta de interesse.

@ ?alta de interesseA @ repetiu 1melia, e soltou um estranho risinho.@ =ão, 7in, eu não diria isso. %ualquer menção a você provoca sua imediataatenção.

@ =ão se pode )ul$ar os sentimentos de um homem por suas aç9es @.7in suspirou e esfre$ou os olhos cansados. @ 1 princ-pio fiquei muitoma$oada pela maneira como i$norou minhas cartas. Depois fiquei irritada.1$ora simplesmente sinto(me uma tola.

@ Por que, queridaA @ per$untou 1melia, seus olhos a0uis se encheramde preocupação.

Por amar, e ter esse amor atirado de volta no rosto. Por desperdiçar um

oceano de lá$rimas por um $rande *ruto de coração duro.E por ainda querer vê(lo, apesar de tudo.7in sacudiu a ca*eça. 1 conversa so*re Merripen deiou(a inquieta e

melanc&lica. @ Estou cansada depois de uma via$em tão lon$a, 1melia @ dissecom um meio sorriso. @ =ão se importa se#

@ =ão, não, vá lo$o @ disse sua irmã, puando 7in do sofá e colocandoum *raço protetor ao redor dela. @ /eo, leve 7in até seu quarto. Bocês estãoeaustos. 1manhã teremos tempo para continuar conversando.

@ 1h, esse encantador tom de mando @ recordou /eo. @ Esperava que a

estas alturas a tivesse livrado do há*ito de proferir ordens como se fosse umsar$ento, Hohan.

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@ 1precio todos os seus há*itos @ respondeu Hohan, sorrindo para aesposa.

@ Em que quarto está MerripenA @ murmurou 7in ao ouvido de 1melia.@ =o terceiro piso, no nmero vinte e um @ sussurrou 1mélia. @ Masvocê não deve ir esta noite, querida.

@ I claro @ 7in sorriu(lhe. @ 1 nica coisa que tenho intenção de fa0eresta noite é ir para a cama sem demora.

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1P234/5 V

3erceiro piso, nmero vinte e um. 7in puou o capu0 da capa so*re suaca*eça, ocultando o rosto enquanto caminhava so0inha por aquele silenciosocorredor.

I claro que tinha de se encontrar com Merripen. Binha de muito lon$e.3inha atravessado milhas de terra, um oceano, e pensando nele, su*ira oequivalente a mil de$raus no $inásio da cl-nica, tudo para alcançá(lo. 1$ora queestavam no mesmo prédio, dificilmente iria terminar sua )ornada

prematuramente.5s corredores do hotel estavam delimitados em cada etremidade compoços de lu0 que permitiam a entrada do sol nas horas diurnas. 7in podiaouvir ao lon$e os acordes de msica, procedentes do interior do hotel. Deviaestar acontecendo uma festa particular no salão de *aile ou um acontecimentona famosa sala de )antar. ;arr" Hutled$e era conhecido como o hoteleiro dareale0a, acolhendo em seu esta*elecimento os famosos, poderosos e aqueles queestavam na moda.

5lhando para os nmeros dourados em cima de cada porta, 7infinalmente encontrou o 6. eu estma$o se encolheu e cada msculo secontraiu de ansiedade. entiu um rápido suor *rotar em sua testa.1trapalhando(se um pouco com suas luvas, tirou(as e $uardou(as nos *olsos dacapa.

4m trêmulo $olpe na porta com os n&s dos dedos. E ela esperou em umacon$elada quietude, a ca*eça *aia, a respiração dif-cil por causa dos nervos.Envolveu(se com os pr&prios *raços, escondida so* a capa.

=ão sou*e quanto tempo se passou, apenas que pareceu transcorrer umaeternidade antes que a porta fosse destravada e a*erta.

1ntes de poder o*ri$ar(se a er$uer o olhar, ouviu a vo0 de Merripen.

3inha esquecido quão profunda e som*ria era, como parecia atin$ir o centrodela.

@ =ão pedi uma mulher esta noite.1quela ltima palavra retardou a resposta de 7in.JEsta noiteK implicava que tinha havido outras noites quando, de fato lhe

enviaram(lhe uma mulher. E em*ora 7in não fosse tão desenvolta, entendia oque acontecia quando uma mulher era chamada e rece*ida por um homem emum hotel.

eu cére*ro se encheu de pensamentos. =ão tinha nenhum direito de

opor(se se Merripen dese)ava uma mulher para servi(lo. Ela não era sua dona.=ão fi0eram promessas ou )uramentos. Ele não lhe devia fidelidade.

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Mas não pode deiar de per$untar(se... %uantas mulheresA %uantasnoitesA

@ =ão importa @ disse ele *ruscamente. @ Posso usar você. Entre @.4ma mão $rande se estendeu e a$arrou o om*ro de 7in, fa0endo(a ultrapassara soleira sem dar(lhe oportunidade de se opor.

osso usar você:Haiva e consternação desa*aram so*re ela. =ão tinha nem ideia do que

fa0er ou di0er. De al$um modo, não parecia apropriado simplesmente retirar ocapu0 e $ritar: Sur$resaB

Merripen a tinha confundido com uma prostituta e a$ora o encontro como qual tinha sonhado por tanto tempo estava se convertendo em uma farsa.

@ Presumo que tenham mencionado a você que sou um romaní  @ disseele.om o rosto ainda oculto pelo capu0, 7in assentiu.@ sso não incomoda a vocêA7in deu apenas uma sacudida com a ca*eça.;ouve um riso suave, sem humor, que não soou em a*soluto como 

Merripen. @ I claro que não. Enquanto o dinheiro for *om.Deiou(a momentaneamente, caminhando até a )anela para fechar as

pesadas cortinas de veludo, *loqueando as esfumaçadas lu0es de /ondres. 4manica l'mpada se esforçava para iluminar a escuridão do quarto.

7in deu(lhe uma rápida olhada. Era Merripen... mas como 1melia tinhadito, havia mudado. Perdera peso, talve0 seis quilos. Estava alto, ma$ro, quaseesquelético. 5 colarinho de sua camisa estava a*erto, revelando o peito moreno,sem pelos, e a curva relu0ente dos msculos poderosos. 1 princ-pio pensou quea imensa força de seus om*ros e *raços era um truque de lu0. Meu Deus+ %ueforte ele se tornou.

Mas nada disso intri$ou(a ou so*ressaltou(a tanto quanto seu rosto. 1indaera tão *onito como o dia*o, com aqueles olhos ne$ros e a *oca travessa, os'n$ulos austeros do nari0 e do mailar, os planos elevados de suas maçãs do

rosto. =o entanto tinha novas linhas, profundos sulcos amar$os que corriam donari0 até a *oca, e o rastro de uma carranca permanente entre suas espessasso*rancelhas. E o mais inquietante de tudo, um ind-cio de crueldade em suaepressão. Ele parecia capa0 de coisas que seu Merripen )amais teria feito.

Kev, ela pensou com desespero e espanto, o que aconteceu com você:Ele se aproimou. 7in tinha esquecido a forma flu-da com que se movia,

essa vitalidade que tirava o fle$o e parecia carre$ar o ar. 1pressadamente ela *aiou a ca*eça.

Merripen estendeu a mão até ela e perce*eu seu so*ressalto. 3am*ém

deve ter notado os tremores que a percorriam, )á que disse em um tomimpiedoso @ Bocê é nova nisso.

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Ela conse$uiu um sussurro rouco @ im.@ =ão vou machucar você @. Merripen condu0iu(a a uma mesa

pr&ima. omo ela permanecia de costas para ele, aproimou(se do fecho desua capa. 5 pesado tra)e desapareceu, revelando seu liso ca*elo loiro, que ca-ade seus pentes. 5uviu(o prender a respiração. 4m momento de silêncio. 7infechou os olhos enquanto as mãos de Merripen percorriam os lados de seucorpo. eu corpo estava mais cheio, mais redondo, forte nos lu$ares onde tinhasido frá$il uma ve0. =ão usava nenhum espartilho, apesar de que uma mulherdecente sempre o usava. & havia uma conclusão que um homem poderia tirardisso.

%uando ele se inclinou para colocar a capa no costado da mesa, 7in

sentiu a superf-cie infle-vel de seu corpo contra o dela. 5 cheiro dele, limpo,rico e masculino, a*riu um fluo de recordaç9es. heirava como o ar livre,folhas secas e terra limpa encharcada de chuva. heirava a Merripen.

=ão dese)ava ver(se tão desarmada por causa dele. E ainda assim nãodeveria ser uma surpresa. 1l$uma coisa nele sempre tinha tocado suatranquilidade, re*aiando(a a puro sentimento. Esta ale$ria *ruta era terr-vel edoce, e nenhum homem )amais a tinha feito sentir isso, eceto ele.

@ =ão quer ver o meu rostoA @ per$untou ela com vo0 rouca.@ =ão interessa para mim se você é comum ou ra0oável @. 4ma resposta

fria. Mas sua respiração acelerou quando colocou as mãos nela, desli0ando(asso*re suas costas, eortando(a a inclinar(se para frente. E suas palavrasse$uintes ca-ram so*re seus ouvidos como veludo ne$ro.

@ oloque as mãos so*re a mesa.7in o*edeceu ce$amente, tentando entender(se a sim mesma, as lá$rimas

ardendo repentinamente, a ecitação pulsando através dela. Ele se colocouatrás, suas mãos movendo(se continuamente pelas costas de 7in em uma suavee tranquili0adora trilha, e ela dese)ou arquear(se como um $ato. eu toquedespertava sensaç9es que )a0iam adormecidas por lon$o tempo. Essas mãos atinham aliviado e cuidado durante sua doençaG tinham(na arrancado da *eira

do a*ismo da morte.E, no entanto, não a tocava com amor, mas com uma ha*ilidade

impessoal. Ela compreendeu sua plena intenção de tomá(la, usá(la, tal comotinha dito. E depois desse ato -ntimo com uma completa estranha, plane)avamandá(la em*ora ainda como uma estranha. 1l$o indi$no dele, o covarde.1l$uma ve0 se envolveria com al$uémA

Ele tinha fechado uma mão em suas saias, a$ora, er$uendo(as. 7in sentiuuma corrente fria tocar seu torno0elo e não pode deiar de ima$inar como seriase o deiasse continuar.

Desesperada e em p'nico, *aiou o olhar até seus punhos fechados e dissecom vo0 a*afada: @ I assim que você trata as mulheres a$ora 8evA

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3udo parou. 5 mundo ficou suspenso em seu eio.ua saia caiu, e ele a capturou em um aperto fero0 e doloroso, virando(a.

em defesas, ela levantou o olhar até seu rosto som*rio.Merripen não mostrava epressão, eceto pelos seus olhos muito a*ertos.Enquanto a fitava, um ru*or queimou suas faces e a ponte de seu nari0.

@ ?in @ seu nome saiu em um sopro a$itado.

Ela tentou sorrir, di0er al$o, mas sua *oca tremia e estava ce$a pelaslá$rimas de ale$ria. Estar com ele de novo... a esma$ava em todos os sentidos.

4ma das mãos masculinas se er$ueu. 1 $ema de um pole$ar cale)adosuavi0ou a *rilhante umidade de seu olho. 1 mão se$urou um lado do seu

rosto tão suavemente que ela *aiou os c-lios, e não pode resistir enquantosentia(o se aproimar. 5s lá*ios entrea*ertos dele tocaram a trilha sal$ada delá$rimas e continuaram ao lon$o de sua *ochecha. E então sua $entile0a seevaporou. om um rápido e $anancioso movimento, a$arrou seus quadris portrás apertando(a contra ele.

ua *oca encontrou a dela com quente e ur$ente pressão. Ele sa*oreou...ela levantou as mãos e correu os dedos so*re seu rosto e desli0ou(os so*re otraço de *ar*a. 4m som vindo das profunde0as de sua $ar$anta, um $runhidode pra0er e dese)o masculino. eus *raços se fecharam em torno dela em uma*raço inque*rantável, pelo qual ela a$radeceu. eus )oelhos ameaçaram cedercompletamente.

Er$uendo a ca*eça, Merripen fitou(a com olhos escuros atordoados.@ omo você pode estar aquiA@ Boltei mais cedo @ um arrepio percorreu(a enquanto sua respiração

quente acariciava os lá*ios dela @, queria vê(lo, procurei por você.Ele tomou de volta sua *oca, sem *ondade, mer$ulhou sua l-n$ua dentro

dela, *uscando a$ressivamente. Er$ueu as duas mãos até sua ca*eça,inclinando(a para acessar totalmente sua *oca. Ela envolveu(o, se$urando(se Cetensão poderosa de suas costas, aos msculos r-$idos que continuavam e

continuavam.Merripen $runhiu ao sentir as mãos femininas so*re ele. Fuscou Cs ce$as

os pentes no ca*elo dela, retirando(os, os dedos emaranhando(se nos fios deseda. ondu0iu sua ca*eça para trás, *uscando a pele frá$il do pescoço, earrastou a *oca so*re ele como se procurasse alimentar(se dela. ua fome seintensificou acelerando a respiração e seu pulso, até que 7in perce*eu queestava prestes a perder o controle.

Er$ueu(a com uma facilidade assustadora, levou(a para a cama deitando(arapidamente até o colchão. eus lá*ios encontraram os dela, devastando(a

profundamente, docemente, es$otando(a com quentes *ei)os eploradores.

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olocou(se so*re ela, seu s&lido peso prendendo(a no lu$ar. 7in sentiuque ele a$arrava a frente do seu vestido de via$em, puando com tanta força

que ela pensou que o tecido se ras$aria. 5 pano $rosso resistiu a seus esforços,mas al$uns *ot9es nas costas não resistiram e re*entaram.@ Espere... espere... @ 7in sussurrou @. Ele estava demasiado cativo de

seu dese)o selva$em para ouvir qualquer coisa.%uando Merripen aninhou a forma suave de seu seio so*re o tecido, a

ponta doeu e endureceu. 1 ca*eça masculina *aiou. om assom*ro, 7insentiu ele morder através da roupa, até que seu mamilo estava preso em umsuave aperto dos dentes. Ela soltou um $emido e seus quadris se elevaraminstintivamente para frente.

Merripen avançou so*re ela. eu rosto estava molhado de suor. uasnarinas a*ertas pela força da sua respiração. 1 frente da saia havia su*ido entreeles, ele levantou(a mais e empurrou entre as coas até que ela sentiu suadure0a entre as camadas de roupa interior e suas calças. 1rre$alou os olhos.5lhou dentro do fo$o ne$ro do olhar dele, que se moveu contra ela deiando(asentir cada cent-metro do que ele dese)ava introdu0ir em seu interior e 7in$emeu a*rindo(se para ele.

Merripen soltou um som primitivo, esfre$ando(se contra ela, acariciando(a com uma intimidade sem palavras. 7in dese)ava que parasse e ao mesmotempo que nunca o fi0esse. @ 8ev @ sua vo0 tremendo @, 8ev...

Mas sua *oca co*riu a dela penetrando(a profundamente, enquanto seusquadris se moviam em lentos $olpes. hocada e apaionada, elevou(se contra adure0a demandante. ada impulso perverso causando disseminadas sensaç9es,o calor redo*rado.

7in se contorcia impotente, incapa0 de falar com aquela *oca possuindo asua. Mais calor, mais deliciosa fricção. 1l$uma coisa estava acontecendo, seusmsculos se apertavam, seus sentidos a*riam(se em prontidão para... para quêAa desmaiar se ele não parasse. 3ateou seus om*ros com as mãos, re)eitando(o,mas ele i$norou o fraco empurrão. olocando as mãos em*aio dela, se$urou

seu traseiro que se contorcia e puou(a mais para o alto, direto contra a ereção,esfre$ando, pressionando. 4m momento suspenso de requintada tensão, tãoa$udo que ela $emeu inquieta.

Hepentinamente ele se )o$ou para lon$e dela, indo para o lado oposto dasala. 1poiando as mãos contra a parede, *aiou a ca*eça e ofe$ou,estremecendo como um cachorro molhado.

1tordoada e trêmula, 7in moveu(se lentamente, a)eitando suas roupas.entiu um desesperado e doloroso va0io, precisando de al$o que não conse$uianomear. %uando estava novamente co*erta, afastou(se da cama com as pernas

instáveis.

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1proimou(se de Merripen com cautela. Ele estava o*viamente ecitado.Dolorosamente. Dese)ava tocá(lo novamente, mas, principalmente, queria que

ele a a*raçasse e dissesse como estava feli0 por tê(la de volta.Mas ele falou antes que o alcançasse. E o tom não era encora)ador.@ e você me tocar @ disse com a vo0 $utural @ vou arrastá(la para a

cama. E não serei responsável pelo que ocorra em se$uida.7in parou, entrelaçando os dedos.?inalmente Merripen recuperou o fle$o. E diri$iu(lhe um olhar que

deveria tê(la fulminado na hora.@ Da pr&ima ve0 @ ele disse, sem rodeios @, um aviso de sua che$ada

seria uma *oa ideia.

@ Eu mandei um aviso @ 7in se surpreendeu por conse$uir falar.@Deve ter(se perdido @ ela se deteve. @ ?oram umas *oas(vindas maiscalorosas do que eu esperava, considerando(se como me i$norou nos ltimosdois anos.

@ =ão a i$norei.7in rapidamente refu$iou(se no sarcasmo.@ Bocê me escreveu uma ve0 em dois anos.Merripen virou(se, encostando(se na parede.@ Bocê não precisava de cartas minhas.@ Eu precisava de al$um pequeno sinal de afeto+ E você não me deu um

sequer @ fitou(o com incredulidade, enquanto ele permanecia em silêncio.@ Pelo amor de Deus, 8ev, você não vai me di0er que se ale$ra por ver(menovamenteA

@ 1le$ra(me vê(la de novo.@ Então por que se comporta assimA@ Porque nada mais mudou.@ ocê mudou @ ela respondeu @ não o reconheço mais.@ I assim que deve ser.@ 8ev @ disse ela desconcertada @, por que se comporta assimA Eu parti

para melhorar. 9ertamente que você não pode me culpar por isso.@ =ão a culpo por nada, mas s& o dia*o sa*e o que você poderia querer

de mim a$ora.5u quero que você me ame, queria $ritar. Ela via)ara para tão lon$e e ainda

a$ora havia mais dist'ncia entre eles do que nunca.@ Posso di0er(lhe o que n2o quero, 8ev, que é não ser uma estranha para

você.1 epressão de Merripen era atnita e incrédula.@ =&s não somos estranhos @. Ele pe$ou a capa e lhe entre$ou.

@ oloque(a, vou levá(la para seu quarto.

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7in colocou a roupa lançando olhares furtivos para Merripen, que eratodo ener$ia reprimida e poder, enquanto enfiava a camisa dentro das calças. 5

W dos suspens&rios em suas costas a$i$antava sua constituição ma$n-fica.@ Bocê não tem que andar comi$o até o meu quarto @ disse ela com vo0apa$ada @ posso encontrar o caminho de volta sem...

@ Bocê não vai a qualquer parte do hotel so0inha, não é se$uro.@ Bocê está certo @ ela disse esquivamente @, eu odiaria ser a*ordada

por al$uém.5 tiro atin$iu o alvo. 1 *oca de Merripen se endureceu e ele diri$iu(lhe

um olhar peri$oso enquanto ela encolhia os om*ros so* o casaco.5 quanto lhe recordava, neste momento, o menino rude e irritado que

fora, ao che$ar pela primeira ve0 nos ;atha<a".@ 8ev @ disse em vo0 *aia @, não podemos retomar a nossa ami0adeA@ Eu ainda sou seu ami$o.@ Mas nada maisA@ =ão.7in não conse$uia evitar olhar para a cama, o co*ertor amarrotado que a

co*ria, e uma nova onda de calor a percorreu.Merripen permaneceu im&vel enquanto se$uia a direção do seu olhar.

@ sso não deveria ter acontecido @ disse rudemente @ não deveria ter... @ elefe0 uma pausa e en$oliu audivelmente. @ =ão havia tido... uma mulher porcerto tempo, você estava no lu$ar errado, na hora errada.

7in nunca se sentira tão mortificada. @ Bocê está di0endo que teriarea$ido do mesmo modo com qualquer mulherA

@ im.@ =ão acredito em você+@ 1credite no que quiser @ Merripen foi até a porta e a*riu(a, olhando

em am*as as direç9es ao lon$o do corredor. @ Benha.@ Eu quero ficar, preciso falar com você.@ =ão a s&s, não a esta hora @ ele fe0 uma pausa. @ Eu disse para você

vir.1 ltima frase foi dita com uma autoridade que a fe0 ressentir(se, mas

o*edeceu.%uando 7in o alcançou, Merripen puou o capu0 de seu manto para

ocultar(lhe o rosto. 1o confirmar que o corredor estava va0io, condu0iu(a paraforam do quarto e fechou a porta.

Permaneceram em silêncio até che$arem Cs escadas no fundo do corredor.7in estava a$udamente ciente da mão pousada levemente em suas costas.1tin$indo o alto da escadaria, 7in ficou surpresa quando ele parou. @ 3ome o

meu *raço.

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Perce*eu que ele tentava a)udá(la a descer as escadas, como sempre tinhafeito quando ela estava doente. 1s escadas sempre foram um desafio especial

para ela. 3odos da fam-lia se aterrori0avam com a possi*ilidade de 7indesmaiar ao su*ir ou descer escadas e, talve0, que*rar o pescoço. Merripenmuitas ve0es a tinha carre$ado em ve0 de deiá(la correr o risco.

@ =ão, o*ri$ada @ disse ela @, eu posso fa0er isso so0inha a$ora.@ Pe$ue(o @ ele repetiu *uscando a mão dela.7in retrocedeu, enquanto seu peito tremia de irritação.@ =ão quero sua a)uda, eu não sou uma inválida. Em*ora pareça que

você me preferia desse )eito.1ntes que pudesse ver seu rosto, ouviu sua áspera e dif-cil respiração.

entiu(se enver$onhada da acusação mesquinha, ainda que se per$untasse senão haveria um $rão de verdade nisso.=o entanto Merripen não respondeu. e o havia ferido, ele suportava

estoicamente. Desceram as escadas separados, em silêncio.7in estava completamente confusa. ;avia ima$inado esta noite de

maneira diferente. De todas as maneiras poss-veis, eceto dessa. 1*riu caminhoaté sua porta e pe$ou a chave no *olso.

Merripen pe$ou a chave e a*riu a porta.@ Bá e acenda a l'mpada.onsciente de sua fi$ura alta e escura que esperava na porta, 7in foi até a

mesinha de ca*eceira. uidadosamente levantou o $lo*o da l'mpada, acendeua mecha e recolocou o vidro.

@ ?eche quando eu me for @ disse Merripen depois de inserir a chave nooutro lado da porta.

Birando(se para encará(lo, 7in sentiu uma risada triste prender sua$ar$anta. @ ?oi aqui que paramos, não éA Eu, )o$ando(me a seus pés. Bocê, mere)eitando. Eu costumava pensar que o compreendia. Eu não estava *em osuficiente para o tipo de relacionamento que você queria. Mas a$ora eu nãoentendo. Porque a$ora não há nada para nos impedir de desco*rir se... se

estamos destinados a... @ afli$ida e mortificada, não conse$uia encontrar aspalavras que *uscava. @ 1 menos que estivesse errada so*re o que você sentiapor mimA 1l$uma ve0 você me dese)ou, 8evA

@ =ão @ sua vo0 era quase inaud-vel. @ Era s& ami0ade. E piedade.7in sentiu seu rosto empalidecer. 5s olhos e o nari0 ardiam. 4ma lá$rima

quente desli0ou por sua face.@ Mentiroso @ ela disse e se virou.1 porta se fechou suavemente.

8ev )amais lem*rou de ter caminhado de volta para seu quarto, apenasque aca*ou se encontrando parado ao lado da cama. !emendo uma pra$a, caiu

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de )oelhos, a$arrou um punhado enorme do co*ertor e enterrou o rosto nele.Estava no inferno.

anto risto, como 7in o devastara. Ele estava tão faminto por ela hátanto tempo, sonhara com ela tantas noites e despertara tantas manhãs sem ela,que, a princ-pio não tinha acreditado que era real.

Pensou em seu rosto adorável, a macie0 de sua *oca contra a dele e o )eitocomo queimara em suas mãos. Ela se sentia diferente, seu corpo fle-vel e forte.Mas seu esp-rito era o mesmo, radiante com a doçura cativante e a honestidadeque sempre trespassava direto ao coração dele. Precisou de toda sua força paranão cair de )oelhos diante dela.

7in pediu sua ami0ade. mposs-vel. omo poderia separar qualquer parte

do complicado emaranhado de seus sentimentos e entre$ar(lhe um pedaço tãopequenoA E ela o sa*ia *em, sem ter que per$untar. Mesmo no mundoecêntrico dos ;atha<a", al$umas coisas eram proi*idas.

8ev não tinha nada para oferecer a 7in, além de de$radação. Mesmo amHohan tinha sido capa0 de proporcionar a 1melia sua considerável fortuna.Mas 8ev não tinha posses, ou virtudes, nem educação, nem cone9esvanta)osas, nada que os !ad'os valori0avam. Ele tinha sido isolado e maltratadoaté mesmo pelas pessoas de seu pr&prio $rupo, por ra09es que nuncaentendera. Mas em um n-vel elementar, ele sa*ia que o merecia. 1l$uma coisanele o havia destinado para uma vida de violência. E nenhuma pessoa racionalpoderia di0er que seria *enéfico para 7in ;atha<a" amar a um homem queera, em essência, um *ruto.

e ela estivesse *em o suficiente para casar(se al$um dia, seria com umcavalheiro.

om um cavalheiro.

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1P234/5 X

Pela manhã, /eo encontrou a preceptora.Popp" e Featri tinham escrito, um ano antes, so*re a necessidade de ser

contratada uma preceptora. eu nome era rta. MarLs, e am*as $ostavam dela,mas suas descriç9es não transmitiram com precisão  $or que  $ostavam de talcriatura. 1parentemente, ela era pequena, tranquila e severa. Estava a)udandonão s& as irmãs, mas toda a fam-lia, a desenvolver(se em sociedade.

/eo pensou que esta instrução social provavelmente era uma *oa coisa.Para todos os outros, não para ele.%uando se tratava de comportamento adequado, a sociedade tendia a ser

muito mais ei$ente para com as mulheres do que para os homens. E se umhomem tivesse um t-tulo e administrasse sua queda pela *e*ida ra0oavelmente

 *em, poderia fa0er ou di0er quase qualquer coisa que $ostasse, e ainda assimser convidado para todos os lu$ares.

Por um capricho do destino /eo tinha herdado um t-tulo de visconde, oque meticulosamente cumpria a primeira parte da equação. E a$ora, depois deuma lon$a estadia na ?rança, havia limitado o seu consumo a um ou dois coposde vinho no )antar. 5 que si$nificava uma relativa certe0a de ser rece*ido emqualquer evento maçante e respeitável de /ondres, ao qual ele não tinhavontade de participar.

Ele s& esperava que a formidável rta. MarLs tentasse corri$i(lo. Poderiaser divertido fa0ê(la tropeçar em seus pr&prios calcanhares.

/eo não sa*ia quase nada so*re preceptoras, eceto as criaturasmon&tonas dos romances, que tendiam a cair de amores pelo dono da mansão,sempre com resultados desastrosos. =o entanto, a rta. MarLs estavacompletamente se$ura com ele. Para variar, não tinha interesse em sedu0i(la.

uas aventuras anti$as tinham perdido o poder de encantá(lo.Em uma das ecurs9es de /eo pela Provença, visitando al$uns vest-$ios

da arquitetura $alo(romana, tinha encontrado um de seus anti$os professoresda Escola de Felas 1rtes. 1quele oportuno encontro levou C renovação daami0ade. =os meses se$uintes, /eo passou muitas tardes fa0endo es*oços,lendo e estudando no atelier do professor. /eo che$ou a al$umas conclus9esque pretendia testar a$ora que estava de volta C n$laterra.

Enquanto passeava despreocupadamente pelo lar$o corredor que levava Csu-te ;atha<a", ele ouviu o som de passos apressados. 1l$uém estava

correndo até ele, vindo da direção contrária. 1fastando(se para o lado, /eoesperou com as mãos nos *olsos.

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@ Benha cá, seu dia*inho+ @ Ele ouviu um rosnado de mulher. @ Hato$i$ante+ %uando eu colocar minhas mãos em você, vou ras$ar suas entranhas+

5 tom san$uinário era $rosseiro. 1pavorante. /eo estava imensamenteentretido. 5s passos se aproimaram... mas havia apenas um par deles. %uemdia*os ela poderia estar perse$uindoA

3ornou(se rapidamente evidente que ela não estava perse$uindo um quemmas  um  que. 5 corpo peludo e escorre$adio de um furão veio $alopando aolon$o do corredor com um o*)eto cheio de *a*ados preso em seu focinho. 1maioria dos h&spedes do hotel ficaria, sem dvida, desconcertada com a visãode um pequeno mam-fero carn-voro que corria como um raio em direção a eles.Mas /eo tinha vivido durante anos com as criaturas de Featri: camundon$os

que apareciam em seus *olsos, filhotes de coelhos em seus sapatos, ouriçoserrantes que passeavam despreocupadamente na frente dele, na mesa de )antar.orrindo, ele o*servou o apressado furão passar por ele.

1 mulher che$ou pouco depois, uma massa de saias cin0entas farfalhantesenquanto ela corria a plena velocidade atrás da criatura. Mas se havia uma coisapara a qual as roupas das mulheres não eram pro)etadas, era a facilidade demovimentos. 5primida por camadas e camadas de tecido, ela tropeçou e caiu apoucos metros de /eo. 4m par de &culos voou para um lado.

/eo estava diante dela em um instante, a$achado no chão enquantoeaminava entre o emaranhado si*ilante de mem*ros e saias.

@ Bocê se machucouA Eu tenho certe0a que há uma mulher aqui emal$um lu$ar... 1h, a- está você. alma, a$ora. Deie(me...

7 02o me toque @ ela retrucou, $olpeando(o com os punhos.@ =ão estou tocando você. sto é, eu s& estou tocando você com a... 5h,

dia*os+... com a intenção de a)udá(la @. eu chapéu, um pequeno pedaço defeltro amarrado com fitas *aratas, tinha ca-do no rosto. /eo conse$uiu empurrá(lo para o alto da ca*eça, evitando por pouco um duro $olpe na sua mand-*ula.@ 9risto. %uer parar de tremer por um momentoA

/utando para se sentar, ela o encarou.

/eo rastreou para recuperar os &culos e voltou(se para devolvê(los. Ela ospe$ou sem uma palavra de a$radecimento.

Ela era uma ma$ra e aparentemente impaciente mulher. 4ma )ovemmulher com os olhos apertados, dos quais faiscava o mau humor. eu ca*elocastanho claro estava puado para trás, preso tão apertado que fe0 /eoestremecer somente por vê(lo. eria de esperar al$uma caracter-stica paracompensar... um par de lá*ios macios, talve0, ou um peito *onito. Mas não,havia apenas uma *oca severa, um peito liso e *ochechas ma$ras. e /eoestivesse o*ri$ado a passar al$um tempo com ela, o que feli0mente ele não

estava, começaria por alimentá(la.

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@ e você quer a)udar @ disse ela friamente, en$anchando os &culos emcada lado de suas orelhas @, recupere esse maldito furão para mim. 3alve0 eu o

tenha cansado o suficiente para você ser capa0 de pe$á(lo.1inda a$achado, /eo olhou para o furão, que estava a de0 metros dedist'ncia, o*servando(os com seus *rilhantes olhos redondos. @ %ual é seunomeA

@ Dod$erQ./eo deu um asso*io e al$uns estalos com a l-n$ua. @ Benha cá, Dod$er.

Bocê )á causou pro*lemas suficientes por esta manhã. Em*ora eu não possaculpá(lo por seu $osto por... li$as de senhorasA I isso que você está se$urandoA

1 mulher assistiu, estarrecida, como o corpo lon$o e fino do furão moveu(

se na direção de /eo. !uinchando ativamente, Dod$er raste)ou até a coa de/eo. @ Fom $aroto @ /eo disse, acariciando o pelo lustroso.@ omo você fe0 istoA @ a mulher per$untou irritada.@ Eu tenho uma li$ação com os animais. Eles tendem a me aceitar como

um dos seus @. /eo res$atou o pedaço de renda e fita dos compridos dentesdianteiros. Era definitivamente uma li$a, deliciosamente feminina e poucoprática. Ele deu um sorriso 0om*eteiro para a mulher quando entre$ou a li$apara ela. @ em dvida, isto é seu.

Ele não pensava realmente que fosse, é claro. 1ssumira que a li$apertencia C outra pessoa. Era imposs-vel ima$inar que essa severa mulher fosseusar al$o tão fr-volo. Mas quando ele viu um ru*or se espalhar por todo o rostoda )ovem, ele perce*eu que na verdade era dela. ntri$ante.

Ele fe0 um $esto com o furão pendurado descontraidamente em sua mão edisse: @ Presumo que este animal não pertença a vocêA

@ =ão, é de uma de minhas alunas.@ Por acaso, você é uma preceptoraA@ sto não di0 respeito a você.@ Porque se você é, então uma de suas alunas é definitivamente a rta.

Featri ;atha<a".

Ela fran0iu a testa. @ omo você sa*e distoA@ Minha irmã é a nica pessoa que conheço que traria um furão ladrão de

li$as para o ;otel Hutled$e.@ ua irm2 AEle sorriu para o rosto espantado. @ /orde Hamsa", a seu serviço. E você

é a rta. MarLs, a preceptoraA@ im @ ela murmurou, i$norando a mão que ele oferecia. /evantou(se

sem a)uda.

Q3rapaceiro.

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/eo sentiu uma vontade irresist-vel de provocar. @ %ue $ratificante. Eusempre ansiei por uma preceptora para assediar.

5 comentário pareceu enfurecê(la além de qualquer epectativa. @ Estouciente de sua reputação como perse$uidor de saias, meu senhor. =ão ve)o nadade en$raçado nisso.

/eo não acreditava que ela pudesse achar $raça em muita coisa. @ Minhareputação perdura, apesar de uma ausência de dois anosA @ ele per$untou,assumindo um tom de ale$re surpresa.

@ Bocê é or!u#%oso dissoA@ Fem, é claro. I fácil ter uma *oa reputação... você simplesmente não

precisa fa0er nada. Mas conquistar uma má reputação... *em, isso ei$e al$um

esforço.4m olhar de desdém queimou através das lentes dos &culos. @ Eu odespre0o @ ela anunciou @. !irando os calcanhares, ela caminhou para lon$edele.

/eo se$uiu(a, levando o furão. @ 1ca*amos de nos conhecer. Bocê nãopode me despre0ar até que realmente me conheça.

Ela o i$norou enquanto a se$uia até a su-te dos ;atha<a". $norou(oenquanto ele *atia na porta, e i$norou(o quando foram rece*idos pelaempre$ada.

;avia uma espécie de comoção acontecendo na su-te, o que não deveriaser nenhuma surpresa, considerando que era a su-te da fam-lia. 5 ar estavacheio de imprecaç9es, eclamaç9es e $runhidos de com*ate f-sico.

@ /eoA @ Featri apareceu no salão principal e caminhouapressadamente na direção deles.

@ Featri, querida+ @ /eo ficou surpreso com a mudança que os ltimosdois anos e meio tinham feito em sua irmã mais nova. @ omo você cresceu...

@ im, esqueça isto @ disse ela impaciente, pe$ando o furão. @ Bá até láa)udar o r. Hohan+

@ 1)uda em quêA

@ Ele está tentando impedir que Merripen mate o Dr. ;arro<.@ >áA @ /eo per$untou sem epressão, e correu para a sala de recepção.

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1P234/5 Y

Depois de tentar dormir em uma cama que se transformara em uma mesade tortura, 8ev acordou com o coração pesado. E outros desconfortos maisur$entes.

Ele tinha sido atormentado por sonhos estimulantes em que o corpo nu de7in se enrodilhava contra o dele, so* ele. 3odos os dese)os que mantinha Cdist'ncia nas horas do dia haviam se epressado nesses sonhos... Ele estavase$urando 7in, introdu0indo(se nela, silenciando seus $ritos com a *oca...

 *ei)ando(a da ca*eça aos pés e refa0endo este mesmo caminho. E naquelesmesmos sonhos ela tinha se comportado de um modo diferente, deleitando(sedelicadamente com uma *oca devassa so*re ele, eplorando(o com as mãospequenas e curiosas.

4m *anho de á$ua $elada a)udara um pouco o seu estado, mas 8ev aindaestava ciente do incêndio que queimava muito pr&imo da superf-cie.

Ele teria que encarar 7in ho)e, e falar com ela na frente dos outros comose tudo estivesse normal. 3eria que olhar para ela e não pensar na suavidadeentre as suas coas, como ela o havia acolhido quando ele empurrou contra ela,e como ele sentira seu calor, mesmo através das camadas de roupas. E como elehavia mentido para ela, fa0endo(a chorar.

entindo(se miserável e eplosivo, 8ev vestiu as roupas de cidade que afam-lia insistia que usasse quando estava em /ondres. @ Bocê sa*e o quanto os

 !ad'os valori0am a aparência @ Hohan lhe tinha dito, arrastando(o para avileHo<. @Bocê tem que parecer respeitável, ou isto vai afetar ne$ativamente suasirmãs quando forem vistas com você.

5 anti$o empre$ador de Hohan, /orde t. Bincent, recomendara uma lo)aespeciali0ada em roupas masculinas so* medida. ocê n2o vai conse!uir nadadecente se n2o for sob medida , t. Bincent havia dito, depois de um olhar avaliador

em 8ev. 0en%um mode#o servir" ne#e.8ev se su*metera C indi$nidade de ter suas medidas tomadas, sendo

co*erto com incontáveis tecidos, passando por um sem fim de acess&rios.Hohan e a irmãs ;atha<a" pareciam feli0es com o resultado, mas 8ev nãoconse$uia ver qualquer diferença entre seu novo tra)e e o velho. 1s roupas eramroupas, que co*riam seu corpo para prote$ê(lo dos elementos.

arrancudo, 8ev vestiu uma camisa *ranca pre$ueada e $ravata preta,um colete com o colarinho marcado e calças estreitas. Em se$uida, vestiu umcasaco de lã com *olsos frontais e uma a*ertura na parte de trás. Z1pesar de seu

desdém pela roupa  !ad'o,  tinha de admitir que era uma roupa quente econfortável[.

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omo de costume, 8ev foi para a su-te ;atha<a" para o café da manhã.Ele manteve o rosto impass-vel, mesmo quando seu intestino se contorcia e sua

pulsação estava descontrolada. sso tudo, ante o s& pensamento de ver 7in.Mas ele iria controlar a situação com ha*ilidade. ?icaria calmo e tranquilo, e7in estaria como sempre serena, e eles superariam aquele primeiro encontroprofano e em*araçoso.

=o entanto, todas as intenç9es desapareceram quando ele entrou na su-te,foi até a sala de recepção e viu 7in no chão. om roupas -ntimas.

Estava deitada de *ruços, tentando empurrar para cima, enquanto umhomem estava de*ruçado so*re ela. 3ocando(a.

1 visão eplodiu dentro de 8ev.

om um ru$ido san$uinário, ele alcançou 7in em um rel'mpa$o erapidamente tomou(a nos *raços possessivos.@ Espere @ ela en$as$ou. @ 5 que você está...A 1h, n2o+ Deie(me

eplic... não+Ele a depositou sem cerimnia em um sofá atrás dele, e virou(se para o

outro homem. 5 nico pensamento na mente do 8ev era um desmem*ramentorápido e efica0, começando por arrancar fora a ca*eça do *astardo.

a*iamente o homem tinha corrido para trás de uma cadeira pesada,colocando(a entre eles.

@ Bocê deve ser Merripen @ disse ele. @ Eu sou...@ 4m homem morto @ rosnou 8ev, assustando(o.@ I o meu médico+ @ 7in chorou . @ I o Dr. ;arro<, e... Merripen, não

se atreva a feri(lo+$norando(a, 8ev avançou cerca de dois passos antes de ser pe$o por um

$ancho em torno de sua perna e )o$ado no chão. Era am Hohan que se lançouso*re ele, a)oelhou(se so*re seus *raços e a$arrou(o pela parte de trás dopescoço.

@ Merripen, idiota @ Hohan disse, lutando para contê(lo @, é o dia*o domédico. 5 que você acha que está fa0endoA

@ Matando(o... @ 8ev rosnou, saltando para cima, apesar do pesorestritivo de Hohan.

@ %ue inferno+ @ Hohan eclamou. @ /eo, me a)ude a se$urá(lo+ <!ora./eo correu para a)udar. ?oi preciso am*os para conter Merripen.@ Eu amo nossas reuni9es de fam-lia @ ele ouviu /eo di0er. @ Merripen,

que dia*o é o seu pro*lemaA@ 7in está em roupas -ntimas, e aquele homem...@ Estas não são minhas roupas de *aio @ veio a vo0 easperada de 7in.

@ Este é um tra)e de eerc-cio+

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Merripen contorceu(ser para olhar na direção dela. Desde que /eo eHohan ainda se$uravam(no, ele não podia ener$ar muito. Mas ele viu que 7in

estava vestindo calças e uma *lusa solta que mostrava os *raços nus.@ Eu reconheço roupa de *aio quando ve)o uma.@ Estas são calças turcas e um corpete perfeitamente respeitável. 3oda

mulher na cl-nica usa este mesmo tra)e. 5 eerc-cio é necessário para minhasade+ E certamente eu não vou fa0ê(lo num vestido e espart...

@ Ele estava tocando em você+ @ 8ev interrompeu severamente.@ Ele estava se certificando se eu estava fa0endo da forma correta.5 médico se aproimou com cautela. ;ouve um lampe)o de humor em

seus alertas olhos cin0entos.

@ =a verdade esta é uma prática hindu. Parte do método de treinamentoque eu desenvolvi. 3odos os meus pacientes têm incorporado em suaspro$ramaç9es diárias. Por favor, acredite em mim quando di$o que as minhasatenç9es para a rta. ;atha<a" foram completamente respeitosas @. Ele fe0uma pausa e, ironicamente, per$untou: @ 1$ora estou se$uroA

/eo e am, ainda lutando com 8ev, responderam simultaneamente:@ =ão+

1 essas alturas, Popp", Featri e a rta. MarLs tinha corrido para a sala.@ Merripen @ disse Popp". @ 5 Dr. ;arro< não vai fa0er qualquer mal

a 7in e...@ Ele é realmente muito *om, Merripen @ Featri interveio. @ 1té

mesmo meus animais $ostam dele.@ alma @ disse Hohan tranquilamente para 8ev, falando em romaní  , de

modo que nin$uém mais conse$uia entender. @ sso não é *om para nin$uém.8ev ficou im&vel: @ Ele estava tocando nela @ respondeu na l-n$ua

anti$a, em*ora ele odiasse usá(la.E ele sa*ia que Hohan compreendia que um romaní   achava dif-cil, até

mesmo imposs-vel, tolerar que qualquer outro homem colocasse as mãos so*resua mulher, por qualquer motivo.

@ Ela não é sua, $%ra# @ Hohan disse em romaní  , não sem simpatia.8ev lentamente forçou(se a relaar.@ Posso deiá(lo, a$oraA @ /eo per$untou. @ & eiste um tipo de

esforço que eu $osto antes do café da manhã. E não é este.Hohan deiou que 8ev levantasse, mas manteve seu *raço torcido atrás

das costas.7in foi para o lado de ;arro<. 1 visão dela usando tão pouca roupa,

estando tão perto de outro homem, fe0 com que os msculos de 8ev secontra-ssem por todo o corpo. Ele podia ver a forma dos seus quadris e pernas.

1 fam-lia inteira estava louca por deiá(la vestir(se assim na frente de um

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estranho, a$indo como se isso fosse apropriado. 9a#as turcas... como se dar(lhesesse nome as tornasse outra coisa que não calças de *aio.

@ Eu insisto que você peça desculpas @ 7in disse. @ Bocê foi muitorude com meu convidado, Merripen.eu convidadoA 8ev parecia indi$nado.@ =ão há necessidade @ ;arro< disse apressadamente. @ Eu entendo o

que deve ter parecido.7in olhou para 8ev. @ Ele s& estava a)udando novamente, e   esta  é a

maneira como você retri*uiA @ ela per$untou.@ Bocê a)udou a si mesma @ disse ;arro<. @ I o resultado de seus

pr&prios esforços, rta. ;atha<a".

1 epressão de 7in se suavi0ou quando olhou para médico. @ 5*ri$ada@. Mas quando voltou os olhos novamente para 8ev, a carranca retornou.@ Bocê vai se desculpar, MerripenA

Hohan torceu(lhe o *raço um pouco mais. @ ?aça isso, maldito @ Hohanresmun$ou. @ Para o *em da fam-lia.

5lhando para o médico, 8ev falou em romaní . @Ka =#ia ma $e tute ZEu vouca$ar em você[ @.

@ 5 que si$nifica @Hohan disse apressadamente @ JPor favor, desculpeo mal entendidoG vamos nos despedir como ami$osK.

@ e ma#ave# #es i men&iva, 8ev acrescentou com *oas maneiras. Z%ue vocêmorra de uma doença mali$na e definhante[.

@ 1 tradução aproimada @ Hohan disse @, seria: J%ue seu )ardim se)arepleto de *ons e $ordos ouriçosK. 5 que, devo acrescentar, é considerado uma

 *ênção entre os romanís.;arro< parecia cético. Mas murmurou: @ Eu aceito o seu pedido de

desculpas. em ressentimentos.@ om licença @ Hohan disse em um tom a$radável, ainda torcendo o

 *raço do 8ev. @ ontinuem com o café da manhã, por favor... =&s temosal$umas quest9es a serem finali0adas. Por favor, di$a a 1melia, quando ela

levantar, que voltarei ao meio(dia @. E levou 8ev para fora da sala, com /eoem seus calcanhares.

%uando eles estavam fora da su-te, no corredor, Hohan li*erou o *raço de8ev e virou(se para enfrentá(lo. Passando a mão pelos ca*elos, Hohanper$untou com leve irritação: @ 5 que você esperava $anhar matando omédico de 7inA

@ Pra0er.@ em dvida, você teria. 1inda assim, 7in não parecia estar se

divertindo muito.

@ Por que ;arro< está aquiA @ 8ev per$untou fero0mente.

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@ Eu posso responder isso @ disse /eo, apoiando um om*ro contra aparede com despreocupação. @ ;arro< quer conhecer melhor os ;atha<a"s.

Porque ele e minha irmã são... pr&imos.8ev a*ruptamente sentiu um peso nauseante no estma$o, como setivesse en$olido um punhado de pedras de rio.

@ 5 que você quer di0erA @ ele per$untou, em*ora sou*esse. =enhumhomem podia ser eposto a 7in e não se apaionar por ela.

@ ;arro< é um vivo @ disse /eo. @ 4m su)eito decente. Mais li$ado Csua cl-nica e aos seus pacientes do que a qualquer outra coisa. Mas é umhomem sofisticado, um via)ante incansável e rico como o dia*o. E é umcolecionador de o*)etos *onitos. 4m apreciador das coisas *elas.

=enhum dos outros homens perdeu a implicação. 7in seria uma *oaadição C sua coleção de o*)etos finos.?oi dif-cil fa0er a per$unta, mas 8ev forçou(se a fa0ê(la. @ 7in se

interessa por eleA@ Eu não acredito que 7in sai*a o quanto do que ela sente por ele é

$ratidão e o quanto é afeto verdadeiro @. /eo lançou um olhar a$udo para 8ev.@ E ainda há al$umas quest9es não respondidas, que ela terá de resolver por simesma.

@ Bou falar com ela.@ Eu não faria isso se fosse você. =ão até que ela esfrie um pouco. Ela está

 *astante irritada com você.@ Por quêA @ 8ev per$untou, querendo sa*er se ela havia dito a seu

irmão al$uma coisa so*re os acontecimentos da noite anterior.@ or quê:  @ /eo contraiu os lá*ios. @ ;á uma variedade tão

deslum*rante de opç9es que me encontro em um dilema so*re por qual delasiniciar. Deiando de lado o assunto desta manhã, o que me di0 do fato de nuncater escrito para elaA

@ Eu escrevi @ disse 8ev indi$nado.@ 4ma carta @ /eo consentiu. @ 5 relat&rio da fa0enda. Ela mostrou(me,

na verdade. omo poderia esquecer a prosa elevada que você usou paradescrever so*re a fertili0ação do campo pr&imo ao portão lesteA Eu vou lhedi0er, a parte so*re o estrume de ovelha quase troue uma lá$rima aos meusolhos, era tão sentimental e...

@ 5 que ela esperava que eu escrevesseA @ 8ev protestou.@ =ão se preocupe em eplicar, meu senhor @ am intercedeu quando

/eo a*riu a *oca @. =ão é ha*itual para n&s, romanís,  colocarmos nossospensamentos privados no papel.

@ 3am*ém não é ha*itual para os romanís administrar uma propriedade e

$erenciar equipes de tra*alhadores e arrendatários @ disse /eo. @ Mas ele fe0isto, não éA @ /eo sorriu ironicamente ante a epressão taciturna de 8ev.

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@ Muito provavelmente, Merripen, você faria um senhor de mansão muitomelhor do que eu. 5lhe para você... está vestido como um romaní A Bocê passa

seus dias descansando em torno de uma fo$ueira, ou de*ruçado so*re os livrosde conta*ilidade da propriedadeA Bocê dorme a céu a*erto no chão duro, ou nointerior, so*re um confortável colchão de penasA Bocê ainda fala como umromaní A =ão, você perdeu o seu sotaque. Bocê parece como...

@ 5nde você quer che$arA @ interrompeu 8ev *ruscamente.@ 1penas que você tem feito compromissos C esquerda e C direita desde

que che$ou a esta fam-lia. Bocê fe0 tudo o que foi preciso para estar perto de7in. Então, não se)a um maldito hip&crita e não se torne um romaní  a$ora quevocê tem finalmente a chance de... @ /eo parou e levantou os olhos para o céu

@ Fom Deus+ sso é demais até para mim. E eu pensei que estava ha*ituado aodrama @. Deu um olhar a0edo para Hohan. @ Bocê fala com ele. Eu vou pe$armeu chá.

Ele voltou para a su-te, deiando(os no corredor.@ Eu não escrevi so*re esterco de ovelhas @ 8ev resmun$ou. @ Era

outro tipo de fertili0ante.Hohan tentou sem sucesso reprimir um sorriso. @ De qualquer maneira , 

 $%ra#, a palavra ferti#i)ante certamente deveria ser eclu-da de uma carta a umasenhora.

@ =ão me chame disso.Hohan começou a descer o corredor. @ Benha comi$o. =a verdade, eu

preciso de você para uma missão.@ Eu não estou interessado.@ I peri$oso @ disse Hohan persuasivo. @ Bocê pode conse$uir *ater em

al$uém. 3alve0 até mesmo começar uma *ri$a. 1h... Eu sa*ia que iria convencê(lo.

4ma das caracter-sticas que 8ev achava mais irritante em am Hohan eraa sua persistência em fa0er per$untas so*re as tatua$ens. Ele perse$uia o

mistério há dois anos.1pesar do $rande nmero de responsa*ilidades que levava nos om*ros,

Hohan nunca perdia uma oportunidade para investi$ar o assunto. Eleprocurava dili$entemente por seu pr&prio $rupo, pedindo informaç9es a cadavardo que passava , indo a todos os acampamentos de ci$anos. Mas parecia queo $rupo de Hohan tinha desaparecido da face da terra, ou pelo menos tinha idopara o outro lado dela. Provavelmente nunca os encontraria ( não havia limitesde quão lon$e um $rupo poderia via)ar, e nenhuma $arantia de que retornariaal$uma ve0 C n$laterra.

Hohan procurou em re$istros de casamentos, nascimentos e &*itos, naesperança de encontrar al$uma menção a sua mãe, on"a, ou a si mesmo. =ada

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até a$ora. Ele tam*ém consultou especialistas e historiadores da heráldicairlandesa para desco*rir o poss-vel o si$nificado do s-m*olo  $oo&a. 3udo o que

estes tinham sido capa0es de tra0er C tona foram as lendas )á conhecidas so*re ocavalo dos pesadelos: que falava com vo0 humana, que aparecia C meia(noite eque se pedia a você para acompanhá(lo, )amais poderia recusar. E quando vocêretornasse, se so*revivesse ao passeio, você estaria mudado para sempre.

am não foi capa0 de encontrar uma coneão si$nificativa entre os nomesde Hohan e Merripen, que eram comuns entre romanís. 1ssim, a ltima tentativade Hohan era procurar pelo $rupo de 8ev, ou al$uém que o conhecesse.

8ev era compreensivelmente hostil ao plano que Hohan revelou para eleenquanto caminhavam para as cavalariças do hotel.

@ Ele me deiaram para morrer @ disse 8ev @ e você quer me a)udar aencontrá(losA e eu ver qualquer um deles, especialmente o rom baro, vou matá(lo com minhas pr&prias mãos.

@ Fem @ disse Hohan. @ (e$ois que nos contarem so*re a tatua$em.@ 3udo que vão di0er é o que eu )á lhe falei... é a marca de uma maldição.

E se al$uma ve0 você desco*rir o que isso si$nifica...@ im, sim, eu sei. Estamos condenados. Mas se eu carre$o uma maldição

no meu *raço, Merripen, eu quero sa*er so*re isso.8ev deu(lhe um olhar que deveria tê(lo derru*ado. Ele parou em um

canto dos está*ulos onde ferraduras, tesouras e arquivos estavam *emor$ani0ados em uma prateleira.

@ Eu não vou. Bocê terá que encontrar meu $rupo sem mim.@ Eu preciso de você @ re*ateu Hohan. @ Para começar, o lu$ar para

onde estamos indo é &e&&eno mus%es $uv.8ev olhou(o incrédulo. Ke&&eno mus%es $uv , tradu0ido como Jterra de

nin$uémK era uma plan-cie esquálida locali0ada em urre", Cs mar$ens do3'misa. 5 chão lamacento estava cheio de *arracas ci$anas esfarrapadas,al$uns vardos deca-dos, cães selva$ens, e romanís quase selva$ens. Mas esse nãoera o peri$o real. ;avia outro $rupo, não ci$ano, chamado horodies,

descendentes de *andidos e mar$inais, principalmente de ori$em sanica. 5shorodies eram realmente vis, su)os e fero0es, sem moral ou costumes. Estarem qualquer lu$ar pr&imo a eles era praticamente implorar para ser atacadoou rou*ado. Era dif-cil ima$inar um lu$ar mais peri$oso em /ondres do que asfavelas de Eastside.

@ Por que você acha que al$uém do meu $rupo poderia estar em umlu$ar como esseA @ 8ev per$untou, um pouco impressionado com a idéia.ertamente, mesmo so* o comando do rom baro , eles não teriam ca-do tão

 *aio.

@Encontrei recentemente um c%a# do $rupo Fosvil. Ele disse que sua irmãmais nova, huri, casou(se há muito tempo com o seu rom baro 7 Hohan olhou

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para Merripen atentamente. @ Parece que a hist&ria do que aconteceu com vocêé conhecida até os confins da Homani)a.

@ Eu não ve)o o porquê @ 8ev murmurou, sentindo(se sufocado. @ =ãoé importante.Hohan deu de om*ros despreocupadamente, fiando o olhar a$uçado no

rosto de 8ev. @ 4m romaní cuida dos seus. =enhum $rupo )amais deiaria ummenino ferido para morrer, independentemente das circunst'ncias. Eaparentemente isto troue uma maldição so*re o $rupo do rom baro... ua sortetornou(se muito ruim e a maioria deles caiu em ru-nas. ;ouve )ustiça para você.

@ Eu nunca me importei com a )ustiça @8ev ficou va$amente surpresocom o som fraco de sua pr&pria vo0.

Hohan falou com compreensão silenciosa. @ I uma vida estranha, não éA... 4m romaní sem um $rupo. =ão importa o quão dif-cil possa parecer, vocêpode nunca encontrar um lar. Porque, para n&s, um lar não é um prédio ou uma

 *arraca ou um vardo... um lar é uma fam-lia.8ev teve dificuldade para manter o olhar de Hohan. 1s palavras cortaram

muito perto do seu coração. Desde que conhecera Hohan, 8ev nunca sentirauma afinidade com ele, até aquele momento. Mas ele não podia mais i$norar ofato de que eles carre$avam uma maldição em comum. Eram dois estranhoscom um passado cheio de per$untas sem respostas. E cada um deles tinha sidoatra-do para os ;atha<a", e encontrara um lar com eles.

@ Eu vou com você, maldição @ 8ev disse rispidamente. @ Mas s&porque eu sei o que 1melia faria comi$o se deiasse al$uma coisa acontecer avocê.

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1P234/5 6\

Em al$umas partes da n$laterra, a primavera tinham co*erto a terra comveludo verde e flores convincentes nas se*es. Em al$umas partes, o céu era a0ule o ar doce. Mas não em terra de nin$uém, onde a fumaça de milh9es dechaminés a0edou a aparência da cidade com uma névoa amarelada através daqual a lu0 do dia mal conse$uia penetrar. ;avia pouco, eceto lama e misérianeste lu$ar estéril. Estava locali0ado a cerca de um quarto de milha do rio e

rodeado por uma colina e uma ferrovia.8ev estava taciturno e silencioso enquanto ele e Hohan condu0iam seuscavalos através do acampamento romaní . 1s *arracas estavam espalhadaslivremente, os homens sentados nas entradas enquanto entalhavam estacas oufa*ricavam cestas. 8ev ouviu al$uns meninos $ritando uns para os outros. 1odar a volta em uma *arraca, viu um pequeno $rupo reunido em torno de umaluta. ;omens com raiva $ritavam instruç9es e ameaças para as crianças, comoanimais em um poço.

Parando ante a visão, 8ev olhou para os meninos, enquanto as ima$ens desua pr&pria inf'ncia passaram por sua mente. Dor, medo, violência... a ira dorom baro,  que espancaria 8ev ainda mais, se ele perdesse. E se ele $anhasse,mandando um outro menino ensan$]entado e que*rado para o chão, nãohaveria recompensa. omente a culpa esma$adora de ferir al$uém que não lhetinha feito nenhum mal.

C que 3 isso: Hu$ira o rom baro , ao desco*rir 8ev encolhido em um canto,chorando, depois de ter espancado um $aroto que lhe pedira para parar. ocê 3

 $at3tico, c2o #amuriento. ou #%e dar um destes, sua *ota tinha afundado no lado de8ev, contundindo uma costela , $ara cada #"!rima que você derramar. ;ue ti$o deidiota iria c%orar $or !an%ar: 9%orando de$ois de fa)er a nica coisa na qua# você 3

bom: 5=$u#se a fraque)a $ara fora de você, !rande bebê c%or2o . Ele não parara dechutar até que 8ev perdera a consciência.

1 pr&ima ve0 que 8ev teve de *ater em al$uém não sentiu nenhumaculpa. Ele não sentiu nada.

8ev não estava consciente de ter con$elado no lu$ar, ou que estavarespirando pesadamente, até que Hohan falou *aiinho. @ Benha, $%ra#.

Desviando o olhar para lon$e dos meninos, 8ev viu a compaião esa*edoria nos olhos do outro homem. 1s mem&rias som*rias recuaram. 8ev fe0uma *reve inclinação com a ca*eça e continuou.

Hohan parou em duas ou três *arracas, per$untando pelo paradeiro deuma mulher chamada huri. 1s respostas vieram com relut'ncia. omo

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esperado, os romaní  o*servavam Hohan e 8ev com desconfiança e curiosidade&*via. 5 dialeto Doma era dif-cil de interpretar, uma mistura de romaní  

carre$ado que eles chamavam de JtinLer patoisK, uma $-ria usada pelo ci$anour*ano.8ev e Hohan diri$iram(se a uma das *arracas menores, onde um $aroto

mais velho estava sentado C entrada, em um *alde virado. Ele esculpia *ot9escom uma pequena faca.

@ Estamos procurando por huri @ 8ev disse na l-n$ua anti$a.5 menino olhou para a *arraca, por cima do om*ro.@  Main#  @ ele chamou. @ ;á dois homens para ver você. Domanís 

vestidos como !ad'os.

4ma mulher de aparência sin$ular veio até a entrada. Media não mais queum metro e meio de altura, mas seu tronco e sua ca*eça eram $randes, a peleescura e enru$ada, os olhos *rilhantes e pretos. 8ev reconheceu(aimediatamente. Era, certamente, huri, que tinha apenas cerca de 6U anos deidade quando se casou com o rom baro. 8ev deiara o $rupo não muito tempodepois.

5s anos não tinham sido $entis com ela. huri tinha sido uma *ele0aincr-vel, mas uma vida de dificuldades a envelhecera precocemente. Em*ora elae 8ev tivessem quase a mesma idade, a diferença entre eles poderia parecer devinte anos, em ve0 de dois.

Ela olhou para 8ev sem muito interesse. Então seus olhos se arre$alaram eas mãos nodosas moveram(se num $esto comumente usado para prote$er(secontra os maus esp-ritos.

@ 8ev @ ela sussurrou.@ 5lá, huri @ disse ele com dificuldade, e continuou com uma saudação

que não fa0ia desde a inf'ncia. @ (roboE tume Doma#e. @ Bocê é um esp-ritoA @ ela per$untou.Hohan olhou(a alerta. @ 8evA @ ele repetiu. @ I esse o seu nome no

$rupoA

8ev o i$norou. @ Eu não sou um esp-rito, huri @. Ele deu a ela umsorriso tranq]ili0ador. @ e fosse, eu não teria ficado muito mais velho, não éA

Ela *alançou a ca*eça, olhos como fendas com um olhar desconfiado desoslaio.

@ e você é realmente você, mostre(me a marca.@ Posso fa0er isso lá dentroADepois de lon$a hesitação, huri concordou relutantemente, acenando

para que 8ev e Hohan entrassem na *arraca.am parou na entrada e disse ao menino. @ ertifique(se de que os

cavalos não se)am rou*ados @ ele disse @ e vou lhe dar meia coroa @. Ele não

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tinha certe0a se os cavalos corriam mais peri$o com os horodies do que comos romanís. 

@ im, Ka&o  @ disse o menino, usando o t-tulo respeitoso para umhomem mais velho.orrindo tristemente, am se$uiu Merripen até a *arraca.1 estrutura era feita com hastes presas no solo e do*radas na parte

superior com outras hastes fiadas so*re ela em cadeia. 3oda ela estava co*ertapor um pano $rosso marrom que tinha sido fiado )untamente com a estrutura.=ão havia cadeiras ou mesas. Para um romaní o chão servia perfeitamente *empara am*os os fins. Mas havia uma a*und'ncia de panelas e caldeir9es em umcanto, num pequeno estrado co*erto por um pano. 5 interior da *arraca era

aquecido por um pequeno fo$o *rilhante so*re o qual estava um caldeirão comtrês patas.1nte a indicação de huri, am sentou(se com as pernas cru0adas,

pr&imo C panela no fo$o. Ele a*afou um sorriso quando huri insistiu em ver atatua$em de Merripen, provocando neste um pesaroso olhar de resi$nação.endo um homem moderado e reservado, Merripen provavelmente estava seencolhendo interiormente, por ter de se despir na frente deles. Mas ele er$ueu oqueio, tirou o casaco e desa*otoou o colete.

Em ve0 de tirar totalmente a camisa, Merripen a desa*otoou e deiou(acair para revelar a parte superior de suas costas e om*ros, os msculosrelu0entes como co*re. 1 tatua$em ainda era uma visão um poucosurpreendente para am, que nunca a tinha visto em nin$uém, senão em simesmo.

Murmurando em romaní   carre$ado, usando umas palavras que soavamcomo s'nscrito, huri moveu(se para trás, para olhar a tatua$em de 8ev.Merripen, de ca*eça *aia, suspirou *aiinho.

5 divertimento de am desapareceu quando viu o rosto de Merripen,indiferente, eceto por uma leve careta. Para am teria sido uma ale$ria e umal-vio encontrar al$uém de seu passado. Para Merripen, a eperiência era pura

miséria. Mas ele suportou(a com uma cora$em est&ica que tocou am. E amdesco*riu que não $ostava de ver Merripen tão vulnerável.

Depois de eaminar a marca do cavalo, huri se afastou de Merripen e fe0(lhe um sinal para ele se vestir.

@ %uem é este homemA @ ela per$untou, apontando para am.@ 4m dos meus &um$ania , Merripen murmurou. Kum$ania era uma

palavra usada para descrever um clã, um $rupo unido, em*ora nãonecessariamente por laços familiares. olocando suas roupas no lu$ar,Merripen per$untou a*ruptamente. @ 5 que aconteceu com o $rupo, huriA

5nde está o rom baroA

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@ =o chão @ disse a mulher, demonstrando uma acentuada falta derespeito pelo marido. @ 5 $rupo se dispersou. Depois que o $rupo viu o que

ele fe0 com você, 8ev... fa0endo(nos deiar você para morrer... tudo deu erradodepois disso. =in$uém mais queria se$ui(lo. 5 !ad'os finalmente o enforcaram,quando ele foi pe$o fa0endo Fafodu #uvvu.

@ 5 que é issoA @ am per$untou, incapa0 de acompanhar o sotaquedela.

@ Dinheiro falso @ Merripen disse.@ 1ntes disso @ huri continuou @ o rom baro  tentou fa0er al$uns

rapa0es como as%ribe , $anhar moedas em feiras e nas ruas de /ondres. Masnenhum deles podia lutar como você e seus pais não permitiram ao rom baro ir

tão lon$e com eles @. eus olhos ne$ros penetrantes voltaram(se para am.@5 rom baro chamava 8ev de seu cão de luta @ ela disse. @ Mas os cães eramtratados melhor que ele.

@ huri... @ Merripen resmun$ou, fran0indo a testa. @ Ele não precisasa*er...

@ Meu marido queria 8ev morto @ ela continuou @, mas até o rom baro não se atreveria a matá(lo a*ertamente. Então privou o menino de comida ecolocou(o em muitas lutas, não lhe deu nenhum curativo ou *álsamo para suasferidas. =unca lhe deu um co*ertor, apenas uma cama de palha.ostumávamos es$ueirar comida e remédios para ele quando o rom baro  nãoestava olhando. Mas não havia nin$uém para defendê(lo, coitado @. eus olhosficaram mal(humorados quando falou diretamente para Merripen. @ E não erafácil a)udar você, quando não fa0ia nada mais que rosnar e arre$anhar osdentes. =unca uma palavra de a$radecimento, nem mesmo um sorriso.

Merripen $uardava silêncio, o rosto de lado enquanto terminava de fecharo ltimo dos *ot9es do seu colete.

am viu(se pensando que era *om que o rom baro  )á estivesse morto.Porque sentia o dese)o poderoso de perse$uir e matar o des$raçado. E am não$ostou da cr-tica de huri para Merripen. =ão que Merripen tenha sido al$uma

ve0 um modelo de encanto... mas tendo crescido em um am*iente tão cruel, eraum verdadeiro mila$re que fosse capa0 de viver como um homem normal.

5s ;atha<a"s tinha feito mais do que salvar a vida de Merripen. Elestam*ém salvaram sua alma.

@ Por que seu marido odiava tanto MerripenA @ am per$untou$entilmente.

@ 5 rom baro  odiava todas as coisas  !ad'o. Ele costumava di0er que sequalquer do $rupo fosse em*ora com al$um !ad'o , ele os mataria.

Merripen olhou(a repentinamente. @ Mas eu sou romaní .

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@ Bocê é  $os%ram , 8ev. Metade !ad'o @. Ela riu de seu espanto. @ Bocênunca suspeitouA Bocê tem o olhar de um  !ad'o , sa*e. 5 nari0 estreito. 1 forma

da mand-*ula.Merripen ne$ou com a ca*eça, mudo ante a revelação.@ anto inferno @ am sussurrou.@ ua mãe se casou com uma  !ad'o,  8ev @ huri continuou. @ 1

tatua$em que você leva é a marca da sua fam-lia. Mas o seu pai a deiou, comotendem a fa0er !ad'os. E depois que pensamos que você estivesse morto, o rombaro disse: J1$ora s& há umK.

@ & um o quêA @ am conse$uiu per$untar.@ rmão @ huri mudou(se para remeer o contedo da panela no fo$o,

enviando um lampe)o *rilhante através da *arraca. @ 8ev tinha um irmão maisnovo.1 emoção inundou am. entiu uma mudança impressionante em toda

sua consciência, uma nova infleão em cada pensamento. 3endo passado todasua vida acreditando estar so0inho, ali estava al$uém que compartilhava seusan$ue. 4m irmão real. am olhou para Merripen, o*servando a compreensãonos olhos escuros como café. am não acreditava que a not-cia fosse tão *em(vinda para Merripen como era para ele, mas para o dia*o se ele se importava.

@ 1 av& cuidou de am*as as crianças por um tempo @ huri continuou.@ Mas, então, a av& teve ra09es para acreditar que os  !ad'os poderiam vir elevá(los em*ora. 3alve0 até mesmo matá(los. Então ficou com um menino,enquanto 8ev foi enviado para o nosso $rupo, so* os cuidados de seu tio Pov, orom baro. 3enho certe0a que a av& não suspeitou como o rom baro  iria a*usardele, ou não teria feito.

huri olhou para Merripen.@ Provavelmente pensou que em ra0ão de Pov ser um homem forte, faria

um *om tra*alho prote$endo você. Mas ele pensava em você como umaa*ominação, sendo meio... @ ela parou com uma arfada quando am afastou aparte superior de seu casaco e a man$a da camisa, mostrando(lhe o ante*raço.

1 tatua$em $oo&a so*ressa-a escura, um relevo ne$ro so*re sua pele.@ ou seu irmão @ disse am com a vo0 um pouco rouca.5 olhar de huri movia(se do rosto de um homem para o do outro.@ im, compreendo @ ela murmurou finalmente. @ =ão há uma

semelhança muito &*via, mas a- está @. 4m sorriso curioso tocou seus lá*ios.@ (ev#esa <vi#an. ?oi Deus quem os reuniu.

%ualquer que fosse a opinião de Merripen so*re quem ou o que os uniu,não a compartilhava. Em ve0 disso, ele per$untou sem rodeios: @ a*e o nomede nosso paiA

huri olhou(o com triste0a.@ 5 rom baro nunca o mencionou. into muito.

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@ =ão, você a)udou *astante @ disse am. @ Bocê sa*e al$o so*reporque os !ad'os poderiam querer...

@  Mami @veio a vo0 do menino do lado de fora. @ 5s horodies estãoche$ando.@ %uerem os cavalos @ disse Merripen pondo(se rapidamente em pé. Ele

pressionou al$umas moedas na mão de huri. @ ade e *oa sorte @ disse(lhe.7 Kus%ti bo& @ ela respondeu, devolvendo(lhe o sentimento.am e Merripen se apressaram em sair da *arraca. 3rês horodies

estavam se aproimando. om ca*elos emaranhados, rostos su)os, *ocas podrese um fedor que os precedia muito antes de sua che$ada, pareciam mais animaisdo que homens. 1l$uns romanís assistiam a uma dist'ncia se$ura. ?icou claro

que não haveria a)uda daquele quarteto.@ Fem @ disse am em vo0 *aia @ isto deverá ser divertido.@ 5s horodies $ostam de facas @ disse Merripen @, mas não sa*em

como usá(las. Deie isso para mim.@ Bá direto para o l-der @ disse am a$radavelmente.4m dos horodies falou em um dialeto que am não conse$uiu entender.

Mas apontando para o cavalo de am, oo&a, que os o*servava nervosamente ese a$itava.

@ 4m inferno @ am murmurou.Merripen respondeu ao homem com um punhado de palavras i$ualmente

incompreens-veis. omo havia previsto, o horodie estendeu a mão para trás epuou uma faca serrilhada. Merripen parecia relaado, mas seus dedos estavamdo*rados e am viu como sua posição de prontidão se alterava sutilmentepreparando(se para atacar.

5 horodie atacou com um $rito áspero, apontando para o meio do peito.Mas Merripen virou(se a$ilmente. om uma velocidade e ha*ilidadeimpressionantes, a$arrou o *raço do atacante. Puou o horodie,desequili*rando(o, usando o pr&prio impulso contra ele mesmo. 1ntes quehouvesse outro *atimento card-aco, Merripen )o$ou seu adversário no chão,

torcendo o *raço do *astardo. 4ma fratura aud-vel fe0 com que todos, atémesmo am, estremecesse. 5 horodie uivava em a$onia. 3omando a faca damão froua do homem, Merripen )o$ou(a para am, que pe$ou(a num atorefleo.

Merripen olhou para os dois horodies restantes.@ %uem é o pr&imoA @ per$untou com frie0a.Em*ora as palavras tivessem sido ditas em in$lês, as criaturas pareceram

entender o seu si$nificado. Eles fu$iram sem olhar para trás, deiando seucompanheiro ferido arrastando(se enquanto se afastava $emendo alto.

@ Muito *om, $%ra# @ am disse com admiração.

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@ Bamos em*ora @ disse Merripen de forma cortante @, antes quevenham mais destes.

@ =&s vamos para uma ta*erna @ disse am. @ Preciso de uma *e*ida.Merripen montou seu *aio sem di0er uma palavra. Pela primeira ve0parecia que Merripen e am concordavam em al$o.

1s ta*ernas eram muitas ve0es descritas como a recreação do homemocupado, o ne$&cio do homem ocioso e o santuário do homem melanc&lico. 5;ell and FucLet, locali0ado nos arredores de pior reputação de /ondres,tam*ém poderia ser chamado de o esconderi)o do criminoso ou o ref$io do

 *ê*ado. sto satisfa0ia *astante *em os o*)etivos de am e 8ev, )á que era umlu$ar que serviria a dois romanís sem pestane)ar. 1 cerve)a era de *oa qualidade,

do0e alqueires de concentração e apesar de as $arçonetes serem mal(humoradas, fa0iam um &timo tra*alho mantendo a )arra cheia e o chão varrido.am e 8ev sentaram(se em uma pequena mesa, iluminada por uma vela

em um castiçal, com o se*o correndo pelos lados, tin$idos de prpura. 8ev *e*eu metade de um )arro sem parar, deiando o recipiente. Haramente *e*iaqualquer coisa, eceto vinho e com moderação. Ele não $ostava da perda decontrole que vinha com a *e*ida.

am, no entanto, es$otou a sua pr&pria )arra. Ele se recostou na cadeira eeaminou 8ev com um sorriso.

@ empre me diverti com a sua incapacidade para lidar com a *e*ida @disse am. @ 4m romaní  do seu tamanho devia ser capa0 de *e*er um quartode *arril de um tra$o. Mas a$ora, ao desco*rir que você é meio irlandêstam*ém... isso é imperdoável. 3eremos de tra*alhar em suas ha*ilidades de

 *e*edor...@ =&s não vamos di0er a nin$uém @ disse 8ev $ravemente.@ 5 fato de que somos irmãosA @ am parecia divertir(se com o vis-vel

estremecimento de 8ev. @ =ão é tão ruim ser metade  !ad'o 7 disse para 8ev$entilmente e riu dissimuladamente de sua epressão. @ sso provavelmenteeplica por que n&s dois encontramos um lu$ar de descanso, enquanto a

maioria dos romanís decide va$ar para sempre. I o irlandês que temos dentrode...

@ 0em... uma... $a#avra... @ 8ev disse. @ =em mesmo para a fam-lia.am ficou um pouco sério.@ =ão $uardo se$redos para minha esposa.@ =em mesmo para sua se$urançaAam parecia pensar, olhando através das )anelas estreitas da taverna. 1s

ruas estavam cheias de vendedores am*ulantes, as rodas dos carrinhos *arulhentos so*re as pedras. eus $ritos su*iam no ar enquanto tentavam

interessar clientes com caias de chapéus, *rinquedos, )o$os infernais, $uarda(

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chuvas e vassouras. =o lado oposto da rua, uma )anela de açou$ueiro *rilhavavermelha e *ranca com a carne recém cortada.

@ Bocê acha que a fam-lia de nosso pai ainda quer nos matarA @ amper$untou.@ 3alve0.am esfre$ou a man$a, no lu$ar onde a marca do $oo&a estava locali0ado.@ Entende que nada disso: tatua$ens, se$redos, manter(nos afastados

dando(nos nomes diferentes, teria acontecido a menos que o nosso pai fosse umhomem importante. Porque de outro modo, o  !ad'os não dão a m-nima para umpar de crianças mestiças. Eu me per$unto por que deiaria nossa mãeA Eu meper$unto...

@ Eu não dou a m-nima.@ Eu vou fa0er uma nova pesquisa nos re$istros de nascimentos napar&quia. 3alve0 nosso pai...

@ =ão, deie estar.@ (ei=e estar: @ am olhou para ele, incrédulo. @ Bocê realmente dese)a

i$norar o que sou*emos ho)eA $norar o parentesco que há entre n&sA@ im.Falançando a ca*eça lentamente, am virou um dos anéis de ouro de seus

dedos. @ Depois de ho)e, rmão, eu lhe entendo muito melhor. 1 maneira quevocê...

@ =ão me chame disto.@ Eu acho que crescer como um animal de rinha não inspira muito

sentimento para a raça humana. /amento que fosse você o infeli0, o que foienviado para nosso tio. Mas você não pode deiar que isso lhe impeça de viveruma vida plena a$ora. Desco*rir quem você é.

@ Desco*rir quem eu sou não vai me dar o que quero. =ada o fará.Portanto, não há ra0ão para isso.

@ 5 que você querA @ am per$untou $entilmente.Mantendo a *oca fechada, 8ev encarou am.

@ Bocê não conse$ue mesmo forçar(se a di0erA @ am estimulou.%uando 8ev permaneceu teimosamente em silêncio, am esticou o *raço parasua caneca de cerve)a. @ Bocê vai terminar issoA

@ =ão.am *e*eu a cerve)a em poucos $oles. @ Bocê sa*e @ comentou

ironicamente @, é muito mais fácil $erir um clu*e cheio de *ê*ados, )o$adorese diversos criminosos do que lidar com você e os ;atha<a"s @. Depositou o

 )arro e esperou um momento antes de per$untar em vo0 *aia. @ Bocêsuspeitava de al$oA Bocê pensava que o v-nculo entre n&s pudesse ser tão

pr&imoA@ =ão.

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@ Eu acho que eu pensei, lá no fundo. Eu sempre sou*e que não deviaestar so0inho.

8ev olhou para ele com firme0a. @ sso não muda nada. Eu não sou suafam-lia. =ão há v-nculo entre n&s.@ 5 san$ue conta para al$uma coisa @ am respondeu afavelmente.

@ E )á que o resto do $rupo se foi, você é tudo que tenho,  $%ra#. 3ente se livrarde mim.

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1P234/5 66

7in desceu a escadaria principal do hotel com um dos lacaios dos;atha<a", harles, acompanhado(a de perto.

@ uidado, rta. ;atha<a" @ disse ele. @ 4m desli0e e pode que*rar opescoço nesta escada.

@ 5*ri$ada, harles @ disse ela, sem redu0ir a sua velocidade. @ Masnão há necessidade de se preocupar @. Ela estava *astante familiari0ada com asescadas, depois de su*ir e descer lon$as escadarias na cl-nica da ?rança, como

parte de seus eerc-cios diários. @ Devo avisá(lo, harles, vou dar umacaminhada vi$orosa.@ im, senhorita @ ele disse, olhando des$ostoso. harles era um tanto

volumoso e nenhum apaionado por caminhadas. 1pesar da idade avançada,os ;atha<a" relutavam em demiti(lo antes que ele dese)asse se aposentar.

7in reprimiu um sorriso. @ & até ;"de ParL e voltamos, harles.%uando eles se aproimavam da entrada do hotel, 7in viu uma alta e

escura fi$ura movendo(se pelo vest-*ulo. Era Merripen, parecendo mal(humorado e distra-do enquanto caminhava com os olhos voltados para o chão.=ão foi poss-vel evitar a vi*ração do pra0er que lhe percorreu ao vê(lo, a *ela emal(humorada *esta. Ele se aproimou da escada, olhou para cima, e suaepressão mudou quando a viu. ;ouve um lampe)o de fome em seus olhosantes que ele conse$uisse etin$ui(lo. Mas essa *reve e *rilhante chama fe0 comque os 'nimos de 7in aumentassem infinitamente.

1p&s a cena naquela manhã e a demonstração de cimes de Merripen,7in pediu desculpas a >ulian. 5 médico estava mais divertido do quedesconcertado. @ Ele é eatamente como você o descreveu @ disse >ulian,acrescentando com triste0a @... e muito mais.

^Mais_ era uma palavra apropriada para aplicar a Merripen, pensou ela.

=ão havia nada su*estimavel nele. =este momento parecia mais o vilãotaciturno de um romance sensaçãoU. 5 tipo que era sempre derrotado pelo her&iloiro.

5s olhares discretos que Merripen atra-a de um $rupo de senhoras novest-*ulo deiavam evidente a 7in que não era a nica que o achava cativante.5 tra)e civili0ado o favorecia. Bestia roupas *em talhadas sem um traço depreocupação com o efeito que causava, como se não se importasse se se vestia

U=o ori$inal ^ensation =ovel`, $ênero literário de ficção popular na n$laterra na década de

6XU\ e 6XV\, centrado em temas como adultério, rou*o, sequestro, insanidade, *i$amia,falsificação, sedução e assassinato.

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como um cavalheiro ou como um estivador. E conhecendo Merripen, ele não seimportava.

7in parou e esperou, sorrindo, enquanto ele se aproimava. eu olhar apercorreu, sem omitir um nico detalhe do simples vestido de passeio rosa e docasaquinho com*inando.

@ 1$ora você está vestida @ disse Merripen, como se surpreso por elanão passear nua pelo sa$uão.

@ Este é um vestido de passeio @ disse ela. @ omo você pode ver, vousair para tomar um pouco de ar.

@ %uem está acompanhando vocêA @ ele per$untou, ainda que pudessever o lacaio esperando a poucos metros de dist'ncia.

@ harles @ disse ela.@  <$enas  harlesA @ Merripen parecia indi$nado. @ Bocê precisa demais proteção do que esta.

@ Bamos caminhar apenas até Mar*le 1rch @ disse ela, divertida.@ Bocê perdeu o )u-0o, mulherA Bocê tem al$uma idéia do que poderia

acontecer a você no ;"de ParLA ;á *atedores de carteira, ladr9es, vi$aristas e$an$ues, todos prontos para desplumar uma pequena e linda pom*a comovocê.

Em ve0 de ficar ofendido, harles disse ansiosamente: @ 3alve0 o r.Merripen tenha ra0ão, rta. ;atha<a".  *astante lon$e... e nunca se sa*e...

@ Bocê está se oferecendo para tomar seu lu$arA @ 7in per$untou aMerripen.

omo ela esperava, ele demonstrou uma mal(humorada relut'ncia. @uponho que sim, se a alternativa é ver você andando pelas ruas de /ondres,tentando todos os criminosos C vista @. Ele olhou carrancudo para harles.@ =ão precisa vir conosco. Prefiro não ter que cuidar de você tam*ém.

@ im, senhor @ foi a resposta a$radecida do lacaio, que su*iu as escadascom muito mais entusiasmo do que quando as havia descido.

7in desli0ou a mão pelo *raço de Merripen e sentiu a tensão fero0 em

seus msculos. 1l$uma coisa deiara(o pertur*ado, ela perce*eu. 1l$o muitomais importante do que seu tra)e de eerc-cio ou a perspectiva de passeio em;"de ParL.

Eles deiaram o hotel, as lar$as passadas de Merripen facilmentesincroni0adas com os passos enér$icos dela. 7in manteve seu tom informal eale$re.

@ omo está fresco e a$radável o ar ho)e.@ Está contaminado com fumaça de carvão @ disse ele, fa0endo(a

contornar uma poça dá$ua, como se ela pudesse sofrer um dano fatal se

molhasse os pés.

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@ =a verdade, sinto um forte cheiro de fumaça vindo do seu casaco. Enão é fumo de rapé. 5nde você e o r. Hohan foram esta manhãA

@ 1 um acampamento ci$ano.@ Por que motivoA @ 7in persistiu. om Merripen, não se podia deiardissuadir por seu laconismo ou nunca se conse$uiria nada dele.

@ Hohan acreditava que poder-amos encontrar al$uém do meu $rupo.@ E encontrouA @ ela per$untou *aiinho, sa*endo que era um assunto

sens-vel.=otou um movimento inquieto do msculo so* sua mão.@ =ão.@ im, você encontrou. Posso asse$urar que sim.

Merripen *aiou os olhos para ela e viu como o estudava detidamente. Elesuspirou. @ =o meu $rupo havia uma $arota chamada huri...7in sentiu uma pontada de cime. 4ma $arota que ele conhecia e nunca

havia mencionado. 3alve0 estivesse preocupado com ela.@ =&s a encontramos ho)e no acampamento @ continuou Merripen.

@ 1penas parecia a mesma. 4ma ve0 foi muito *onita, mas a$ora parece muitomais velha do que sua idade.

@ 1h, que pena @ disse 7in, tentando soar sincera.@ eu marido, o rom baro, era meu tio. Ele era... não era homem *om.sso foi uma surpresa, considerando a condição em que 7in conhecera

Merripen. ?erido, a*andonado e tão fero0 que estava claro que tinha vividocomo uma criatura selva$em.

7in estava cheia de compaião e ternura. /amentou não estarem emal$um lu$ar privado, onde ela poderia persuadir Merripen a contar(lhe tudo./amentou não poder a*raçá(lo, não como um amante, mas como um ami$oquerido. em dvida, muitos pensariam que era a*surdo sentir(se tão protetorade um homem aparentemente invulnerável. Mas por trás dessa fachada dura eimpenetrável, Merripen possu-a uma sensi*ilidade rara e profunda. Ela o sa*ia.E tam*ém sa*ia que ele ne$aria isso até a morte.

@ 5 r. Hohan mencionou sua tatua$em a huriA @ 7in per$untou.@ %ue era idêntica C suaA

@ im.@ 5 que huri disse so*re issoA@ =ada.ua resposta saiu num tom rápido demais.4m casal de vendedores de rua, um deles carre$ando feies de a$rião, o

outro $uarda(chuvas, aproimaram(se esperançosos. Mas um olhar ameaçadorde Merripen os fe0 retirar(se, desafiando o tráfe$o de ve-culos, carroças e

cavalos para atravessar ao outro lado da rua.

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7in não disse nada por um minuto ou dois, a$arrando(se ao *raço deMerripen que a $uiava com uma arro$'ncia irritante, murmurando: _Por ali_,

ou _3omemos este caminho_, ou _Bá com cuidado aqui_, como se um passo emfalso no pavimento que*rado ou irre$ular pudesse lhe causar um ferimento$rave.

@ 8ev @ protestou ela finalmente @ não sou frá$il.@ Eu sei.@ Então, por favor não me trate como se fosse que*rar ao primeiro

tropeço.Merripen reclamou um pouco, al$o so*re a rua não ser suficientemente

 *om para ela. Era muito acidentada. Muito su)a.

7in não podia deiar de rir *aiinho. @ Pelo amor do céu. e esta ruafosse pavimentada com ouro e os an)os a varressem, você ainda diria que émuito acidentada e su)a para mim. Bocê deve se livrar desse há*ito de proteçãocomi$o.

@ =ão enquanto eu viver.7in ficou em silêncio, mas a$arrou(se mais forte ao seu *raço. 1 paião

enterrada so* as palavras rudes e simples a enchia de um pra0er quaseindecente. om facilidade, ele poderia che$ar C re$ião mais profunda do seucoração.

@ Eu preferiria não ser colocada em um pedestal @ ela disse, finalmente.@ Bocê não está em um pedestal. Bocê está... @ mas ele deteve suas

palavras, sacudindo um pouco a ca*eça, como se estivesse va$amente surpresocom o que dissera. 5 que quer que houvesse acontecido naquele dia, tinhaafetado seriamente seu auto(controle.

7in considerou as coisas que huri poderia ter tido. 1l$uma coisa so*re aconeão entre am Hohan e Merripen...

@ 8ev @7in diminuiu seu ritmo, forçando(o a ir mais deva$ar tam*ém@, mesmo antes de eu ir para a ?rança, tinha a ideia de que essas tatua$enseram provas de um v-nculo estreito entre o r. Hohan e você. Estando tão

doente, tinha pouco a fa0er senão o*servar as pessoas ao meu redor. =oteicoisas que nin$uém mais teve tempo de perce*er, nem pensar a respeito. E eusempre estive especialmente em sintonia com você @. aptando sua epressãocom uma rápida olhada de es$uelha, 7in viu que ele não $ostou. Ele nãoqueria ser compreendido ou o*servado. %ueria ficar se$uro em sua solitáriaarmadura. @ E quando eu conheci o r. Hohan @ 7in continuou em tomcasual, como se estivessem tendo uma conversa comum @, fiqueiimpressionada com as muitas semelhanças entre vocês dois. 1 inclinação daca*eça, o meio sorriso... como ele $esticula com as mãos... todas as coisas que eu

vi você fa0er. E pensei para mim mesma, 5u n2o ficaria sur$resa em saber, um dia,que os dois s2o... irm2os.

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Merripen parou completamente. Birou(se para encará(la, ali mesmo narua, forçando os outros pedestres a desviarem deles murmurando so*re a

desconsideração de pessoas que *loqueavam um passeio p*lico. 7in olhouem seus escuros olhos pa$ãos e encolheu os om*ros inocentemente. E esperoupor sua resposta.

@ mprovável @ disse ele *ruscamente.@ oisas improváveis acontecem todo o tempo @ disse 7in.

@ Especialmente para nossa fam-lia @. ontinuou o*servando(o, lendo(o. @ Iverdade, não éA @ per$untou maravilhada. @ Ele é seu irmãoA

8ev hesitou. eu sussurro foi tão *aio que ela mal conse$uiu ouvi(lo.@ rmão mais novo.

@ Estou ale$re por você. Por vocês dois @. Ela sorriu(lheperseverantemente, até que a *oca dele assumiu uma curva, respondendoironicamente.

@ Eu não.@4m dia você estará.Depois de um momento ele retirou o *raço dela e começou a andar

novamente.@ e o r. Hohan e você são irmãos @ disse 7in @ então você é metade

 !ad'o. omo ele. Bocê lamenta issoA@ =ão, eu... @ ele parou, confuso com esta desco*erta. @ Eu não fiquei

tão surpreso quanto deveria. empre senti que era romaní  e... al$o mais.E 7in entendeu o que ele quis di0er. 1o contrário de Hohan, ele não

estava ansioso para encarar essa outra identidade completamente nova, essavasta parte de si mesmo que até o momento tinha sido tão incompreens-vel.

@ Bocê vai falar so*re isso com a fam-liaA @ ela per$untoudelicadamente. onhecendo Merripen, ele $ostaria de manter a informaçãoconfidencial até que revisse todas as suas implicaç9es.

Ele *alançou a ca*eça. @ ;á per$untas a serem respondidas, primeiro.nclusive porque o !ad'o que nos $erou queria nos matar.

@ Ele queriaA éus, por quêA@ Meu palpite é, provavelmente, devido a uma questão de herança. om

os $ad'os, isso $eralmente se resume a dinheiro.@ I tão amar$o @ disse 7in, a$arrando(se com mais força ao seu *raço.@ Eu tenho motivos.@ 3am*ém tem motivos para estar feli0. ;o)e você encontrou um irmão. E

desco*riu que é meio irlandês.sso realmente arrancou uma nota de diversão dele. @ Isso  deveria me

fa0er feli0A

@ 5s irlandeses são uma raça etraordinária. E ve)o isso em você: seuamor C terra, sua tenacidade...

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@ Meu amor por *ri$as.@ im. Fem, talve0 você deva continuar suprimindo essa parte.

@ er meio irlandês @ disse ele @ deveria fa0er de mim um *e*edor maiscompetente.@ E um conversador muito mais eloquente.@ Prefiro falar apenas quando tenho al$o a di0er.@ ;ummm. sso não é nem irlandês nem romaní . 3alve0 ha)a al$uma

outra parte de você que ainda não foi identificada.@ Meu Deus. Espero que não @. Mas ele estava sorrindo, e 7in sentiu

uma onda de pra0er se espalhando por todos os seus mem*ros.@ Este é o primeiro sorriso verdadeiro que ve)o em você desde que voltei

@ ela disse. @ Bocê deveria sorrir mais, 8ev.@ DeveriaA @ per$untou delicadamente.@ 5h, sim. I *enéfico para sua sade. 5 Dr. ;arro< di0 que seus

pacientes ale$res tendem a se recuperar mais rapidamente do que os mal(humorados.

1 menção ao Dr. ;arro< fe0 desaparecer o sorriso fu$a0 de Merripen.@ Hamsa" disse que você tornou(se pr&ima a ele.

@ 5 Dr. ;arro< é um ami$o @ ela admitiu.@ 1penas um ami$oA@ im, até a$ora. Bocê teria al$uma o*)eção se ele dese)asse me corte)arA@ I claro que não @ Merripen resmun$ou. @ %ue direito tenho de me

opor a al$uma coisaA@ =enhum. 1 menos que você tivesse al$um interesse em )o$o, o que

certamente você não tem.Ela sentiu a luta interior de Merripen para deiar o assunto morrer. 4ma

luta que perdeu, pois ele disse a*ruptamente: @ /on$e de mim ne$ar a vocêuma dieta de papinha, se é isso o que ei$e seu apetite.

@ Bocê está comparando o Dr. ;arro< a papinhaA @ 7in lutou parase$urar um riso satisfeito. 1 pequena demonstração de cime era um *álsamo

para seu esp-rito. @ Eu lhe asse$uro que ele não é nada mole. I um homem desu*st'ncia e caráter.

@ 4m !ad'o pálido de olhos lacrimosos.@ I muito atraente. E seus olhos não são nada lacrimosos.@ Bocê permitiu que a *ei)asseA@ 8ev, n&s estamos em uma via p*lica...@ Bocê permitiuA@ 4ma ve0 @ ela admitiu, e esperou enquanto ele di$eria a informação.

Ele fran0iu o cenho fero0mente olhando para a calçada. %uando ficou evidente

que não diria nada, 7in su$eriu: @ ?oi um $esto de afeto.1inda nenhuma resposta.

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Goi teimoso, ela pensou irritada.@ =ão foi como os seus *ei)os. E nunca fi0emos... @ ela sentiu uma onda

de ru*or @, n&s nunca fi0emos nada parecido com o que você e eu... na outranoite...@ =&s não vamos falar so*re isso.@ Por que podemos falar dos *ei)os do Dr. ;arro<, mas não dos seusA@ Porque os meus *ei)os não vão condu0ir ao noivado.sso doeu. 3am*ém deiou(a perplea e frustrada. 1ntes que tudo fosse

dito e feito, 7in pretendia fa0er Merripen admitir por que não queriacomprometer(se com ela. Mas não aqui, não a$ora.

@ Fem, na verdade eu tenho uma possi*ilidade de noivado com o Dr.

;arro< @ disse, tentando um tom pra$mático. @ E na minha idade, devoconsiderar qualquer perspectiva de casamento muito a sério.@ ua idadeA @ ele 0om*ou. @ Bocê tem apenas vinte e cinco anos.@ Binte e seis. E mesmo que fosse vinte e cinco, eu )á seria considerada

velha. Eu perdi vários anos, os melhores talve0, por causa da minha doença.@ 1$ora você está muito mais *onita do que antes. %ualquer homem

seria louco ou ce$o se não a quisesse @. 5 elo$io não foi oferecidodelicadamente, mas com uma sinceridade masculina que aumentou seu ru*or.

@ 5*ri$ada, 8ev.Ele desli0ou um olhar cauteloso para ela.@ %uer se casarA5 coração voluntarioso e traiçoeiro de 7in deu al$uns $olpes,

dolorosamente ecitado, porque no começo pensou que ele per$untara: _Bocêquer casar comi!oA` Mas não, ele estava apenas querendo sa*er a sua opiniãoso*re o casamento enquanto uma... *em, como seu acadêmico pai teria dito,enquanto uma _estrutura conceitual com potencial de reali0ação._

@ im, claro @ disse ela. @ %uero filhos a quem amar. %uero um maridoque envelheça ao meu lado. %uero minha pr&pria fam-lia.

@ E ;arro< di0 que tudo isso é poss-vel a$oraA

7in hesitou antes de di0er.@ im, plenamente poss-vel.Mas Merripen a conhecia muito *em.@ 5 que você não está me di0endoA@ Estou *em o suficiente para fa0er qualquer coisa que escolha a$ora @

disse ela com firme0a.@ 5 que ele di0...A@ Eu não quero falar so*re isso. Bocê tem seus assuntos proi*idosG eu

tenho o meu.

@ Bocê sa*e que eu vou desco*rir @ disse ele calmamente.

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7in i$norou aquilo, olhando para o parque que estava diante deles. eusolhos se arre$alaram quando viu al$o que não estava lá quando ela foi para a

?rança... uma enorme e ma$n-fica estrutura de vidro e ferro.@ I o Palácio de ristalA 1h, deve ser. I tão lindo... muito mais do que as$ravuras que vi.

5 prédio, co*rindo uma área de mais de nove acres, reali0ava umaeposição internacional de arte e ciência chamada !rande Eposição. 7in havialido so*re isso em )ornais franceses, que tinham acertadamente chamado aeposição de uma das $randes maravilhas do mundo.

@ ;á quanto tempo foi conclu-doA @ ela per$untou, acelerando o passoenquanto se diri$iam para a *rilhante construção.

@ 1proimadamente um mês.@ Bocê )á entrouA Bocê viu as eposiç9esA@ Eu visitei uma ve0 @ Merripen disse, rindo de seu entusiasmo. @ Bi

al$uns dos o*)etos epostos, mas não todos. /evaria três ou mais dias para vertudo.

@ %ue parte visitouA@ 1 sala de máquinas, especialmente.@ Healmente lamento não ter visto sequer uma pequena parte dela @

disse ela com melancolia, vendo as multid9es de visitantes dentro e fora doetraordinário edif-cio. @ Bocê não quer me levarA

@ Bocê não teria tempo de ver nada. I tarde. Bou tra0ê(la amanhã.@ 1$ora. or favor 7. Ela puou impacientemente seu *raço. @ 1h, 8ev,

não di$a não.%uando Merripen olhou para ela, estava tão *onito que ela sentiu uma dor

pouco a$radável no estma$o.@ omo poderia di0er não a vocêA @ ele per$untou delicadamente.Enquanto a condu0ia até a imponente entrada em arco do Palácio de

ristal, e pa$ava um elim para cada admissão, 7in reverentemente o*servavaseus arredores. 1 força motri0 por trás da eposição de pro)etos industriais era

o Pr-ncipe 1l*ert, um homem de visão e sa*edoria. De acordo com o mapa nominsculo papel que foi entre$ue a eles )untamente com o *ilhete de entrada, oprédio fora constru-do com mais de mil colunas de ferro e tre0entos mil painéisde vidro. 1l$umas partes eram altas o suficiente para co*rir olmos adultos.omando tudo, havia cem mil o*)etos epostos, provenientes de todas as partesdo mundo.

1 eposição era importante do ponto de vista social e cient-fico. Era umaoportunidade para todas as classes e re$i9es, altas e *aias, misturarem(selivremente so* um mesmo teto de uma maneira que raramente acontecia.

Pessoas com todo tipo de vestuário e aparência lotavam o interior do edif-cio.

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4m $rupo ele$antemente vestido esperava no cru0amento, ou na seçãotransversal central, do Palácio de ristal. =enhum deles parecia ter um

interesse no am*iente.@ 5 que estas pessoas estão esperandoA @ ela per$untou.@ =ada @ respondeu Merripen. @ Eles estão aqui apenas para serem

vistos. ;avia um $rupo semelhante quando estive aqui antes. =ão estãointeressados em qualquer uma das eposiç9es. & permanecem ali por vaidade.

7in riu. @ Fem, vamos ficar perto deles e fin$ir que os admiramos, ouvamos ver al$o rea#mente interessanteA

Merripen entre$ou(lhe o pequeno mapa.Depois de eaminar a lista de salas e ei*iç9es, 7in disse com decisão:

@ 3ecidos e produtos têteis.Ele escoltou(a por um corredor de vidro até um espaço de tamanho elar$ura impressionantes. =o ar vi*ravam os sons dos teares e máquinas têteis,com fardos de tapetes dispostos no meio e ao redor da sala. 5 cheiro de lã e detintura fa0ia a atmosfera li$eiramente amar$a e adstrin$ente. Mercadorias de8idderminster, 1mérica, Espanha, ?rança e 5riente enchiam a sala com umarco(-ris de tons e teturas... carpetes, pilhas de n&s, laços, $anchos, *ordados,trançados... 7in tirou as luvas e correu as mãos so*re os ma$n-ficos produtos.

@ Merripen, ve)a este+ @ ela eclamou. @ I um tapete 7ilton. imilar aode Fruelas, mas os fios são cortados. Parece como veludo, não éA

5 representante do fa*ricante, que estava pr&imo, disse: @ 7ilton émuito mais *arato, a$ora que somos capa0es de produ0ir com teares a vapor.

@ 5nde está locali0ada a fá*ricaA @ Merripen per$untou, percorrendocom a mão nua o carpete macio. @ 8idderminster, presumoA

@im, e outra em !las$o<.Enquanto os homens falavam so*re a produção de tapetes nos novos

teares, 7in va$ueou para lon$e ao lon$o das fileiras de amostras e produtosepostos. ;avia mais máquinas, que desconcertavam pelo seu tamanho ecompleidade, al$umas para tecela$em de tecidos, para impressão do modelo e

para $irar o fio de lã a fim de convertê(lo em linha e fio. 4ma dessas máquinasque enchiam colch9es e travesseiros demonstrava como esta atividade um diaestaria totalmente mecani0ada.

5*servando fascinada, 7in deu(se conta que Merripen parava ao seu ladodele. @ erá maravilhoso se tudo no mundo for finalmente feito por umamáquina @ disse ela.

Ele riu *revemente. @e tivéssemos tempo, levaria você até a ei*içãoa$r-cola. 4m homem pode cultivar duas ve0es mais alimentos em uma fraçãodo tempo que seria necessário para fa0ê(lo com a mão. =&s compramos uma

máquina de*ulhadora para os arrendatários de Hamsa"... Bou mostrar(lhequando formos lá.

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@ Bocê aprova esses avanços tecnol&$icosA @ 7in per$untou comal$uma surpresa.

@ im, por que nãoA@4m romaní  não acredita nessas coisas.Ele encolheu os om*ros. @ ndependentemente do que um romaní  

acredita, eu não posso i$norar o pro$resso que vai melhorar a vida de todos. 1mecani0ação vai facilitar as coisas para as pessoas comuns, para compraremroupas, comida, sa*ão... até mesmo um tapete para o chão.

@ Mas e quanto aos homens que perderão seus meios de su*sistência,quando uma máquina tomar o seu lu$arA

@Estão sendo criadas novas indstrias e empre$os. Por que colocar um

homem fa0endo tarefas estpidas em ve0 de educá(lo para fa0er al$o maisA7in riu. @ Bocê fala como um reformista @ ela sussurrou0om*eteiramente.

@1 mudança econmica é sempre acompanhada de mudança social.=in$uém pode evitar isso.

%ue mente qualificada ele tem, pensou 7in. eu pai estaria contente dever no que tinha se tornado seu ci$ano en)eitado.

@ 4ma $rande força de tra*alho será necessária para dar suporte a todaesta indstria @ disse comentou. @ Bocê acha que um nmero suficiente depessoas do pa-s estaria disposta a se mudar para /ondres e outros locais...

Ela foi interrompida por um so$ro  eplosivo e al$uns $ritos de surpresados visitantes ao redor. 4ma fumaça espessa e alarmante encheu o ar em umara)ada sufocante. Parecia que a máquina de enchimento de colch9es estavafuncionando mal, epelindo redemoinhos de plumas so*re tudo o que estava Cvista.

Hea$indo rapidamente, Merripen tirou o casaco e )o$ou(o so*re 7in e, emse$uida, su)eitou um lenço so*re sua *oca e nari0.

@ Hespire através disto @ ele murmurou e a arrastou pela sala. 1multidão se dispersou, al$umas pessoas tossiam, in$avam, e outros riam,

enquanto $randes volumes de enchimento *ranco e macio caiam so*re ocenário. ;ouve $ritos de ale$ria das crianças que tinham vindo da sala ao lado,dançando e pulando, tentando pe$ar as indescrit-veis massas flutuantes.

Merripen não parou até che$ar C outra ala, que continha a sala de tecidos.Eles constru-ram enormes prateleiras de madeira e armários para ei*ir tecidosque flu-am como rios. =as paredes pendiam as amostras de veludo, *rocado,seda, al$odão, lã, musselina, e todo o material ima$inável criado para vestuário,cortinas ou estofamentos. 1lt-ssimos fardos de tecido em rolos verticais foramcolocados em prateleiras formando lon$os corredores dentro da sala.

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Emer$indo do casaco de Merripen, 7in olhou para ele e começou a ofe$arde tanto rir. 5 enchimento *ranco tinha co*erto o seu ca*elo preto e aderido Cs

suas roupas como neve recém(ca-da.1 epressão preocupada de Merripen mudou para uma carranca.@ Eu ia per$untar se você tinha respirado um pouco de p& de pena @

disse ele. Mas, a )ul$ar por todo o *arulho que você fa0, seus pulm9es parecem *em claros.

7in não conse$uiu responderG ela estava rindo muito.%uando Merripen passou a mão pelas mechas de seu ca*elo cor de meia(

noite, o movimento fe0 com que se enredassem ainda mais.@ =ão faça isso @ disse 7in, lutando para conter o riso. @ Bocê nunca

vai... deie(me a)udá(loG você está piorando... e você d... disse que eu era umapom*a pronta para ser desplumada... @. 1inda rindo, ela pe$ou sua mão earrastou(o para um dos corredores de tecido que estavam parcialmenteescondidos da vista dos outros. Estavam além da tênue lu0, entre as som*ras.@ 1qui, antes que al$uém nos ve)a. 1h, você é muito alto para mim @.ncentivou(o a *aiar até o chão, onde ele se a$achou. 7in a)oelhou(se entre amassa de suas saias. 3irando o chapéu, colocou(o de lado.

Merripen o*servava o rosto de 7in enquanto ela tra*alhava, escovandoseus ca*elos e om*ros.

@ Bocê não pode estar $ostando disso @ ele falou.@ ;omem tolo. Bocê está co*erto de penas... 3 c#aro que $osto disso @. E o

fa0ia. Parecia tão... *em, adorável, a)oelhado ali, fran0indo a testa e se contendoenquanto ela o depenava. E era encantador *rincar com o ca*elo espesso e

 *rilhante, al$o que ele nunca teria permitido em outras circunst'ncias. 1srisadas ainda flu-am, imposs-veis de suprimir.

Mas quando um minuto se passou, e depois outro, o riso deiou sua$ar$anta, e sentiu(se relaada e um pouco sonhadora, enquanto continuava aretirar as penas dos ca*elos dele. 5 ru-do da multidão era a*afado pelo veludoao redor deles, pendurados como cortinas C noite, nuvens e névoa.

5s olhos de Merripen assumiram um estranho *rilho escuro, os contornosde seu rosto eram $raves e *onitos. Parecia(se a al$uma peri$osa criatura pa$ãsur$indo a partir da hora das *ruas.

@ %uase pronto @ 7in sussurrou, em*ora )á houvesse aca*ado. eusdedos acariciavam seu ca*elo. 3ão vi*rante, pesado, as mechas na nucapareciam veludo.

7in conteve a respiração quando Merripen se moveu. De in-cio, estava sepondo em pé, mas puou(a, aproimando(a dele, e em se$uida tomou suaca*eça entre as mãos. ua *oca estava tão perto, sua respiração era como vapor

contra seus lá*ios.

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Ela ficou surpresa pelo momento de violência suspensa, a firme0aselva$em de seu aperto. Esperou, escutando sua respiração dif-cil, irritada,

incapa0 de entender o que o provocara.@ =ão tenho nada para lhe oferecer @ ele finalmente disse com uma vo0$utural. @ =ada.

5s lá*ios de 7in tornaram(se secos. Ela os umedeceu e tentou falaratravés da emoção de trêmula ansiedade. @ Bocê tem a si mesmo @ elasussurrou.

@ Bocê não me conhece. Bocê pensa que sim , mas não. 1s coisas que eufi0, as coisas que eu sou capa0 de... você e sua fam-lia, tudo o que você sa*e davida vem dos livros. e você não entendeu al$uma coisa...

@/aa-me  compreender. Di$a(me o que é tão terr-vel que você devecontinuar me empurrando para lon$e.Ele *alançou a ca*eça.@ Então pare de torturar a n&s dois @ disse ela, hesitante. @ Deie(me ou

me deie ir.@ Eu não posso @ ele re*ateu. @ Eu não posso, maldição @. E antes que

ela pudesse fa0er um som, ele a *ei)ou.eu coração trove)ou, e ela a*riu(se para ele com um *aio e desesperado

$emido. uas narinas foram preenchidas com o cheiro de fumaça, homem, terrae tempero de outono dele. ua *oca moldada a dela com uma fome primitiva,sua l-n$ua dando estocadas profundas, procurando avidamente. Eles sea)oelharam mais firmemente quando 7in er$ueu(se para pressionar seu peitocontra o dele, mais perto, mais forte. E todos os lu$ares que tocava, do-am. Elaqueria sentir sua pele, seus msculos tensos e fortes so* as mãos.

5 dese)o queimou alto e selva$em, não deiando espaço para a sanidade.e ao menos ele pressionasse suas costas contra todo esse veludo, aqui e a$ora,e se$uisse em frente com ela. Ela pensava em tê(lo dentro de seu corpo, e corouso* sua roupa, até que o calor que se estendia lentamente a fe0 contorcer(se. 1

 *oca dele procurou por sua $ar$anta, e ela inclinou a ca*eça para trás para dar(

lhe livre acesso. Ele encontrou a *atida de sua pulsação, a l-n$ua tocando oponto vulnerável até que ela ofe$ou.

Er$uendo as mãos para seu rosto, ela delineou a mand-*ula com os dedos,a tetura áspera da *ar*a raspando deliciosamente contra as palmas delicadasdas mãos. Ele $uiou a *oca de volta para a dela. 5 pra0er a encheu como se elativesse os olhos vendados pela escuridão e a sensação dele ao seu redor.

@ 8ev @ ela sussurrou entre *ei)os @, eu amei você por tanto...Ele esma$ou sua *oca desesperadamente, como se pudesse sufocar não s&

as palavras, mas a emoção em si. Ele cavou seu sa*or tão profundo quanto

poss-vel, ardentemente determinado a não deiar de ei$ir nada. Ela se a$arroua ele, seu corpo torturado pelos arrepios constantes, seus nervos cantando com

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o calor incandescente. Ele era tudo que ela sempre quis, tudo o que poderiaprecisar.

Mas uma respiração forte foi arrancada de sua $ar$anta quando ele aempurrou para trás, que*rando o contato quente e necessário entre seus corpos.Por um lon$o momento nenhum deles se moveu, am*os se esforçando

para recuperar o equil-*rio. E quando a chama do dese)o esvaneceu, 7in ouviuMerripen di0er asperamente: @ =ão posso ficar so0inho com você. sso nãopode acontecer novamente.

Essa, decidiu 7in com uma onda de raiva, era uma situação imposs-vel.Merripen se recusava a reconhecer seus sentimentos por ela e a eplicar oporquê. ertamente ela merecia mais confiança da sua parte do que isso.

@ Muito *em @ ela disse com firme0a, lutando para pr(se em pé.%uando Merripen se levantou e estendeu a mão para a)udá(la, ela a empurroucom impaciência.

@=ão, eu não quero a)uda @. Ela começou a sacudir as saias. @ Bocê estáa*solutamente certo, Merripen. =ão devemos ficar )untos, so0inhos, porque oresultado é sempre uma conclusão inevitável: você fa0 um $rande avanço, eurespondo, e então você me empurra para lon$e. Eu não sou um *rinquedo decriança para ser )o$ado para trás e para frente em uma corda, 8ev.

Ele encontrou seu chapéu e entre$ou(o a ela.@ ei que não...@Bocê di0 que não o conheço @ disse ela com raiva. @ 1parentemente

não lhe ocorreu que você não me conhece, tam*ém. Bocê está completamentecerto de quem eu sou, não éA Mas eu mudei ao lon$o dos ltimos dois anos.Bocê poderia pelo menos fa0er um esforço para desco*rir que tipo de mulhereu me tornei @. Ela foi até o final do corredor de tecidos, olhou para fora paraver se o caminho estava livre, e caminhou rapidamente em direção C parteprincipal da sala.

Merripen a se$uiu. @ 1onde você vaiA5lhando(o de es$uelha, 7in ficou feli0 em ver que ele parecia tão

des$renhado e easperado quanto ela se sentia.@ Estou indo em*ora. Estou furiosa demais para poder usufruir qualquer

uma das eposiç9es a$ora.@Bocê está indo na direção oposta.7in ficou em silêncio enquanto Merripen a condu0ia pelo Palácio de

ristal. Ela nunca se sentira tão instável e irritada. eus pais sempre tinham ditoque a irrita*ilidade era um ecesso do *aço, mas 7in não tinha a eperiêncianecessária para compreender que seu mau humor provinha de uma fontecompletamente diferente do *aço. 3udo o que sa*ia era que Merripen parecia

i$ualmente irritado enquanto caminhava ao lado dela.

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ncomodava(lhe que ele não dissesse uma palavra. 3am*ém lhe irritavaque ele a acompanhasse tão facilmente com suas enér$icas e lon$as passadas, e

que quando ela começou a respirar com dificuldade pelo esforço, ele apenaspareceu afetado pelo eerc-cio.1penas quando se aproimaram do Hutled$e, 7in que*rou o silêncio.

1$radou(lhe parecer tão tranquila. @ Bou satisfa0er os seus dese)os, 8ev. Dea$ora em diante nossa relação será platnica e ami$ável. =ada mais @. Elaparou no ltimo de$rau e olhou solenemente para ele. @ ?oi(me dada umaoportunidade rara... uma se$unda chance na vida. E eu tenho a intenção deaproveitá(la ao máimo. =ão vou desperdiçar meu amor com um homem quenão o quer ou precisa. =ão vou incomodar você novamente.

%uando am entrou no quarto de sua su-te, encontrou 1melia diante deuma pilha alta de pacotes e caias que estavam trans*ordando de fitas de seda eornamentos femininos. Ela se virou com um sorriso enver$onhado quando elefechou a porta, seu coração tropeçou um pouco ao vê(lo. ua camisa sem $olaestava a*erta na $ar$anta, o corpo quase felino com seus msculos á$eis, orosto fascinante em sua sensual *ele0a masculina. 1té pouco tempo atrás,

 )amais se ima$inaria casada, e muito menos com uma criatura tão e&tica.5 olhar dele desli0ou lentamente so*re ela, o roupão de veludo cor de rosa

que a*ria para revelar a camisola e as coas nuas.@Be)o que a epedição de compras foi um sucesso.@=ão sei o que deu em mim @ 1melia respondeu com um toque de

desculpa. @ Bocê sa*e que nunca sou etrava$ante. & queria comprar al$unslenços e meias. Mas...@ desa)eitadamente apontou para a pilha de futilidades.@ Pareço ter sido tomada por uma disposição consumista, ho)e.

4m sorriso iluminou seu rosto moreno. @omo )á disse antes, amor, $asteo quanto quiser. Bocê não poderia me empo*recer, mesmo que tentasse.

@ omprei al$umas coisas para você tam*ém @ disse ela, meendo na

pilha. @ 1l$umas $ravatas, livros, sa*ão de *ar*ear francês... em*ora eu este)adese)ando falar so*re isso com você...

@ ?alar so*re o queA @ am se aproimou dela por trás, *ei)ando o ladode sua $ar$anta.

1melia en$as$ou com a pressão quente de sua *oca e quase esqueceu oque estava di0endo.

@ 1 sua *ar*a @ ela disse va$amente. @ Far*as estão muito em modaultimamente. 1cho que você deveria deiar um cavanhaque. ?icaria muitoele$ante, e... @ sua vo0 foi desaparecendo enquanto ele descia por seu pescoço.

@Pode fa0er c&ce$as @ am murmurou, e riu quando ela estremeceu.

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Birando(a $entilmente para deiá(la de frente para ele, olhou(a fiamentenos olhos. ;avia al$o diferente nele, pensou 1melia. 4ma curiosa

vulnera*ilidade que nunca tinha visto antes...@ am @ disse com cuidado @, como foi sua dili$ência com MerripenA5s olhos cor de 'm*ar estavam suaves e vivos pelo entusiasmo. @

Fastante *em. Eu tenho um se$redo, monis%a. Devo contar(lheA @ Puou(acontra ele, envolvendo os *raços em torno dela, e então sussurrou em seuouvido.

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1P234/5 6

8ev estava em um estado de esp-rito dia*&lico esta tarde, por váriasra09es. 1 principal era que 7in estava levando a ca*o sua ameaça. Ela estavasendo ami!"ve#  com ele. Educada, cortês, malditamente a$radável. E ele nãoestava em posição de se opor a qualquer coisa, )á que era eatamente o quehavia querido. Mas ele não esperava que houvesse al$o ainda pior do que ter7in lançando(lhe olhares ardentes. E isso era sua indiferença.

om 8ev, mostrava(se $entil, até mesmo carinhosa, assim como com /eo

ou am. 3ratava 8ev como a um irmão. Ele mal podia suportar.5s ;atha<a"s se reuniram na sala de )antar da su-te, rindo e fa0endopiadas so*re a falta de espaço enquanto sentavam(se C mesa. Era a primeira ve0em anos que podiam )antar todos )untos: 8ev, /eo, 1melia, 7in, Popp" eFeatri, com a adição de am, a rta. MarLs e o Dr. ;arro<.

Em*ora a rta. MarLs tivesse tentando o*)etar, eles insistiram para que )antasse com a fam-lia.

@1final @ disse Popp", rindo @, como vamos sa*er nos comportarA1l$uém deve nos salvar de n&s mesmos.

1 rta. MarLs cedera, em*ora deiasse claro que preferia estar em outrolu$ar. 1ceitou um lu$ar tão pequeno quanto poss-vel, uma fi$ura retra-da,incolor, espremida entre Featri e o Dr. ;arro<. 1 preceptora raramentelevantava os olhos do prato, eceto quando /eo estava falando. Em*ora seusolhos estivessem parcialmente escondidos pelos &culos, 8ev suspeitava que elesnão continham nada mais do aversão ao irmão ;atha<a".

1parentemente a rta. MarLs e /eo tinha encontrado um no outro apersonificação de tudo o que menos $ostavam. /eo não podia suportar aspessoas sem senso de humor, ou que )ul$avam os outros, e começara a se referirimediatamente C preceptora como Jatanás de 1ná$uasK. E a rta. MarLs, por

sua ve0, despre0ava os aproveitadores. %uanto mais encantadores eram, maisprofundamente os odiava.

1 maior parte da conversa durante o )antar centrou(se na cl-nica de;arro<, que os ;atha<a"s consideravam uma empresa mila$rosa. 1smulheres adularam ;arro< até um $rau repu$nante, deleitando(se com seuscomentários triviais, admirando(o a*ertamente.

8ev sentiu uma aversão instintiva por ;arro<, mas não tinha certe0a seera por causa do pr&prio médico, ou porque os afetos de 7in estavam em )o$o.

Era tentador despre0ar a ;arro< e toda aquela perfeição de modos

a$radáveis. Mas ele tinha um humor malandro escondido em seu sorriso, emostrava $rande interesse na conversa que se desenrolava em torno dele, e

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nunca parecia levar muito a sério a si mesmo. ;arro< era o*viamente umhomem que carre$ava em seus om*ros uma $rande responsa*ilidade... a vida e

a morte... e ainda assim levava isso despreocupadamente. Era o tipo de pessoaque sempre parecia se encaiar, não importando quais fossem as circunst'ncias.Enquanto a fam-lia comia e falava, 8ev estava em silêncio, eceto quando

era o*ri$ado a responder a qualquer per$unta so*re a propriedade Hamsa".5*servava 7in circunspectamente, incapa0 de discernir quais eram eatamenteos sentimentos dela em relação a ;arro<. Ela rea$ia ao médico com acompostura ha*itual, o rosto não revelando nada. Mas quando seus olhos seencontravam, havia uma clara coneão, uma sensação de hist&riacompartilhada. E o pior de tudo, 8ev reconhecia al$o na epressão do médico...

um eco pertur*ador de seu pr&prio fasc-nio por 7in.=a metade do )antar espantosamente a$radável, 8ev perce*eu que1melia, sentada na ponta da mesa, estava estranhamente quieta. 5lhou(aatentamente, notando que sua cor havia desaparecido e que suas *ochechasestavam suando. omo estava sentado imediatamente C sua esquerda, 8ev seinclinou e sussurrou: @ 5 que está acontecendoA

1melia olhou para ele distra-da. @ Doente@respondeu em um sussurro,en$olindo de*ilmente. @ Eu me sinto tão... 5h, Merripen, a)ude(me a sair damesa.

em outra palavra, 8ev empurrou sua cadeira para trás e a)udou(a a selevantar.

am, que estava na outra ponta da lon$a mesa, olhou(os com severidade.@ 1meliaA

@ Ela está doente @ disse 8ev.am che$ou até eles em um piscar de olhos, seu rosto tenso com a

ansiedade. Do modo como tomou 1melia nos *raços e levou(a da sala,protestando, al$uém poderia pensar que ela tinha sofrido uma $rave lesão emve0 de um provável caso de indi$estão.

@ 3alve0 eu possa ser til @ disse o Dr. ;arro< com tranquilo interesse,

colocando o $uardanapo so*re a mesa enquanto se preparava para se$ui(los.@ 5*ri$ada @ disse 7in, sorrindo a$radecida. @ Estou tão feli0 por você

estar aqui.8ev s& pode evitar de ran$er os dentes de cime enquanto ;arro< saia da

sala.5 resto da refeição foi em $rande parte ne$li$enciada, a fam-lia indo para

a sala principal de recepção para a$uardar um relat&rio so*re 1melia. /evouum lon$o e irritante tempo até aparecer al$uém.

@ %ual poderia ser o pro*lemaA @ Featri per$untou melancolicamente.

@ 1melia nunca adoece.

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@ Ela vai ficar *em @ 7in tranquili0ou(a. @ 5 Dr. ;arro< vai tomarconta dela.

@ 3alve0 eu deva ir até o quarto @ disse Popp" @, e per$untar como elaestá.Mas antes que al$uém pudesse dar uma opinião, am apareceu na porta

da sala. Ele parecia aturdido, seus olhos castanhos intensos quando ele olhoupara os diversos mem*ros da fam-lia ao seu redor. Ele parecia estar procurandoas palavras certas. Então um sorriso deslum*rante apareceu apesar de seuesforço &*vio em moderá(lo. @ em dvida, os  !ad'os  têm uma maneira maiscivili0ada de colocar isto @ ele disse @, mas 1melia está $rávida.

4m coro de feli0es eclamaç9es saudou a revelação.

@ 5 que disse 1meliaA @ /eo questionou.am deu um sorriso torto. @ 1l$o no sentido de que isso não seriaconveniente.

/eo riu *aiinho. @ 1s crianças raramente são. Mas ela vai adorar teral$uém novo para controlar.

8ev o*servou 7in do outro lado da sala. ?icou fascinado pelo dese)omoment'neo que nu*lou a epressão dela. e tinha al$uma dvida do quantoela queria ter seus pr&prios filhos, isso ficou evidente para ele, então. Enquantoa olhava, uma onda de calor o percorreu, en$rossando(o, endurecendo(o atéque compreendeu o que era. Ele estava ecitado, seu corpo ansiando dar a ela oque ela queria. Dese)ava a*raçá(la, amá(la, preenchê(la com sua semente. 1reação era tão *ár*ara e impr&pria que o mortificou.

Parecendo sentir seu olhar, 7in fitou(o, como se pudesse ver todo o calor *ruto em seu interior. E então desviou os olhos para lon$e dele, numa rápidare)eição.

Escusando(se, am voltou para 1melia que estava sentada na *eira dacama. 5 Dr. ;arro< deiara o quarto para permitir(lhes privacidade.

am fechou a porta e encostou(se nela, deiando seu olhar carinhoso

recair so*re a pequena e tensa fi$ura de sua esposa. Ele sa*ia muito poucoso*re estas quest9es. Em am*as as culturas, romaní  e  !ad'o , a $ravide0 e o partoeram de dom-nio estritamente feminino. Mas ele sa*ia que sua esposa se sentiadesconfortável em situaç9es nas quais não tinha controle. Ele tam*ém sa*ia queas mulheres em sua condição precisavam de tranquilidade e ternura. E ele tinhaum suprimento ines$otável de am*os para ela.

@ =ervosaA @ am per$untou *aiinho, aproimando(se dela.@ 5h, não, não, no m-nimo, é uma circunst'ncia comum, e esperada

depois... @ 1melia parou com um pequeno suspiro quando ele sentou ao lado

dela e puou(a em seus *raços. @ im, estou um pouco nervosa. Eu queria... Eu$ostaria de poder falar com minha mãe. Eu não sei eatamente como fa0er isso.

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laro. 1melia $ostava de diri$ir tudo, ser autoritária e competente nãoimportando o que fi0esse. Mas todo o processo da $ravide0 leva a uma

crescente dependência e desamparo, até C fase final, quando a nature0a tomaconta completamente.am pressionou os lá*ios em seu ca*elo escuro e *rilhante que cheirava a

madeira fresca. omeçou a massa$ear(lhe as costas do )eito que sa*ia que elamais $ostava.

@ Encontraremos al$umas mulheres com eperiência para que você possaconversar com elas. 1 ra. 7estcliff, talve0. Ela $osta de você, e Deus sa*e queela vai ser sincera. E, quanto ao que você vai fa0er... deie(me cuidá(la e mimá(la e dar(lhe tudo o que quiser @. entiu(a relaar um pouco. @ 1melia, amor

@ ele murmurou @, eu queria isso há muito tempo.@ BerdadeA @ ela sorriu e se aconche$ou apertando(se contra ele.@ Eu tam*ém. Em*ora esperava que fosse acontecer em um momento maisconveniente, quando Hamsa" ;ouse estivesse conclu-da, e Popp" estivessenoiva e a fam-lia estivesse assentada...

@ onfie em mim, com sua fam-lia nunca haverá um momentoconveniente. am aliviou suas costas deitando(a na cama com ele. @ Bocê vaiser uma linda mãe0inha @ sussurrou(lhe, a*raçando(a. @ om seus olhosa0uis, as *ochechas rosadas e o ventre arredondado com meu filho...

@ %uando eu ficar enorme, espero que você não saia se pavoneando todoor$ulhoso, e me indicando como eemplo de sua virilidade.

@ sso eu )á faço , monis%a.1melia olhou para seus olhos sorridentes. @ =ão posso ima$inar como

isso aconteceu.@ Eu não lhe epliquei na nossa noite de npciasAEla riu e passou os *raços ao redor de seu pescoço. @ Estava me referindo

ao fato de que tenho tomado medidas preventivas. 3odas essas -caras de chárepu$nante. E ainda assim aca*o conce*endo.

@Domaní @ ele disse a $uisa de eplicação, e *ei)ou(a apaionadamente.

%uando 1melia sentiu(se suficientemente *em para )untar(se Cs outrasmulheres para o chá na sala de recepção, os homens desceram para o salão decavalheiros do Hutled$e. Em*ora a sala fosse, aparentemente, para uso dosh&spedes do hotel, havia se tornado o ref$io da no*re0a que queria partilharda companhia de muitos notáveis h&spedes estran$eiros do Hutled$e.

5s tetos eram *aios e confortavelmente escuros, revestidos com painéisde pau(rosa *rilhante, os pisos co*ertos com $rossos tapetes 7ilton. 5 salão decavalheiros era dividido em $randes e profundas áreas privadas que

proporcionavam espaços reservados para *e*ida, leitura e conversação. 5 salãoprincipal estava mo*iliado com cadeiras estofadas de veludo e mesas

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carre$adas de caias de charutos e )ornais. 5s criados moviam(sesilenciosamente através da sala, tra0endo taças de conhaque quente e vinho do

porto.nstalando(se em um dos reservados octo$onais, 8ev solicitou conhaquepara a mesa.

@ im, senhor Merripen @ disse o criado, apressando(se a o*edecer.@ %ue pessoal tão *em treinado @ disse o Dr. ;arro<. @ 1cho louvável

que prestem serviço imparcial a todos os h&spedes.8ev se inclinou em direção a ele com um olhar cr-tico. @ E por que não o

fariamA@ ma$ino que um cavalheiro de suas ori$ens não se)a atendido em todos

os esta*elecimentos que frequenta.@ Desco*ri que a maioria dos esta*elecimentos presta mais atenção Cqualidade das roupas de um homem do que ao seu tom de pele @ 8evrespondeu sem alterar(se. @ =ormalmente não importa que se)a um romaní  ,desde que possa pa$ar por seus *ens.

@ laro @. ;arro< parecia desconfortável. @ Minhas desculpas.!eralmente não sou tão indiscreto, Merripen.

8ev deu(lhe um pequeno aceno de ca*eça para indicar que não houveofensa.

;arro< virou(se para am, tentando mudar de assunto. @ Espero que mepermita recomendar um cole$a para atender a ra. Hohan durante o resto desua estadia em /ondres. Estou familiari0ado com muitos médicos ecelentesaqui.

@ /he a$radeceria @ disse am, aceitando um conhaque de um criado.@Em*ora eu tema que não vamos permanecer muito mais tempo em /ondres.

@ 1 rta. 7innifred parece ter um $rande carinho por crianças @ refletiu;arro<. @ lu0 de sua condição, é uma sorte que terá so*rinhos e so*rinhaspara mimar.

5s outros três homens olharam(no *ruscamente. am se deteve no ato de

levar o conhaque aos lá*ios. @ ondiçãoA @ per$untou.@ ua incapacidade de ter seus pr&prios filhos @ disse ;arro<.@ %ue dia*os você quer di0er, ;arro<A @ /eo per$untou. @ =ão temos

anunciado aos quatro ventos a recuperação mila$rosa de minha irmã, por causade seus esforços estelaresA

@ =a verdade, recuperou(se, meu senhor @. ;arro< fran0iu o cenho,pensativo, enquanto olhava para o copo de conhaque. @ Mas sempre será umpouco frá$il. =a minha opinião, nunca deveria tentar en$ravidar. 5 maisprovável é que o processo resultaria em sua morte.

4m silêncio pesado se$uiu a esta declaração. Mesmo /eo, que $eralmentefin$ia um ar de indiferença, não conse$uira esconder sua reação.

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@ Minha irmã está ciente dissoA @ ele per$untou. @ Porque me deu aimpressão de que espera se casar e ter sua pr&pria fam-lia al$um dia.

@ Eu discuti o assunto com ela, é claro @ ;arro< respondeu. @ Disse(lheque, se casar, seu marido teria que concordar com um casamento sem filhos @.Ele fe0 uma pausa. @ =o entanto, a rta. ;atha<a" ainda não está pronta paraaceitar a idéia. om o tempo, espero convencê(la a a)ustar suas epectativas @.Ele sorriu li$eiramente. @ 1 maternidade, afinal, não é necessária para afelicidade de toda mulher, por mais que a sociedade $lorifique a idéia.

am olhou para ele intensamente. @ Minha cunhada vai achar que édecepcionante, para di0er o m-nimo.

@ im. Mas a rta. ;atha<a" vai viver mais tempo e desfrutará de uma

maior qualidade de vida como uma mulher sem filhos. E vai aprender a aceitarsuas novas circunst'ncias. Essa é sua força @. Ele en$oliu um pouco deconhaque antes de continuar calmamente. @ 1 rta. ;atha<a" provavelmentenunca esteve destinada para a maternidade, de qualquer maneira, antes mesmoda escarlatina. 4ma estrutura tão estreita. Ele$ante, mas dificilmente ideal parafins de reprodução.

8ev tomou o conhaque, deiando que o fo$o 'm*ar raste)asse $ar$antaa*aio. Empurrou a mesa e se levantou, incapa0 de suportar mais um momentode proimidade com o *astardo. 1 menção C Jestrutura estreitaK de 7in foi a$ota que fe0 trans*ordar o copo. Desculpando(se com um murmrio áspero,deiou o hotel e entrou na noite. eus sentidos atraindo o ar frio, o cheiro forteda cidade, o movimento e o ru-do, os $ritos da noite de /ondres $anhando vida.risto, como ele queria estar lon$e deste lu$ar.

%ueria levar 7in para o campo com ele, em al$um lu$ar que fosse fresco esaudável. /on$e do *rilhante Dr. ;arro<, cu)a impecável e meticulosaperfeição enchia 8ev de medo. 3odos os seus sentidos lhe advertiam que 7innão estava se$ura com ;arro<.

Mas tampouco estava se$ura com ele.ua pr&pria mãe morreu no parto. 1 idéia de matar 7in com seu pr&prio

corpo, seus filhos crescendo dentro dela até que...3odo o seu ser estava aterrori0ado com a idéia. eu terror mais profundo

era feri(la. Perdê(la.8ev queria falar com ela, ouvi(la, a)udá(la de al$uma forma a aceitar os

termos das limitaç9es que lhe tinham sido dadas. Mas ele tinha colocado uma *arreira entre eles, e não ousava atravessá(la. Porque se o defeito de ;arro< eraa falta de empatia, o de 8ev era eatamente o oposto. Demasiado sentimento,demasiada necessidade.

5 suficiente para matá(la.

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Mais tarde naquela noite, am foi ao quarto de 8ev. 8ev tinha aca*ado devoltar de sua caminhada, com uma camada de ne*lina da parte da tarde que

ainda se a$arrava ao seu casaco e ao ca*elo.Hespondendo C *atida na porta, 8ev se ps em pé na soleira e fran0iu atesta. @ 5 que houveA

@ Eu tive uma conversa particular com ;arro< @ am disse, com o rostoinepressivo.

@ EntãoA@ Ele quer se casar com 7in. Mas pretende que o casamento se)a apenas

no nome. Ela não sa*e ainda.@ Maldição @ 8ev murmurou. @ Ela será a mais recente adição C sua

coleção de o*)etos finos. Permanecerá casta, enquanto ele tem seus casos...@ Eu não a conheço *em @ murmurou am @, mas não acho queconcordaria com tal arran)o. Especialmente se você oferecesse uma alternativa,

 $%ra#.@ & há uma alternativa, e esta é permanecer se$ura com a sua fam-lia.@ ;á mais uma. Bocê poderia propor(lhe casamento.@ sso não é poss-vel.@ Por que nãoA8ev sentiu o rosto arder. @ Eu não poderia permanecer celi*atário com

ela. =unca conse$uiria manter isso.@ ;á maneiras de evitar a concepção.sso provocou um suspiro de despre0o vindo de 8ev. @ ?uncionou muito

 *em para você, não éA @ Ele esfre$ou o rosto cansado. @ Bocê conhece asoutras ra09es pelas quais eu não posso oferecer casamento a ela.

@ Eu sei como você viveu uma ve0 @ am disse, escolhendo as palavrascom cuidado &*vio. @ Entendo o seu medo de machucá(la. Mas apesar de tudoisso, acho dif-cil acreditar que você realmente a deiaria ir com outro homem.

@ Eu o faria, se fosse o melhor para ela.@ Bocê pode realmente di0er que o melhor que 7innifred ;atha<a"

merece é al$uém como ;arro<A@ Melhor ele @ 8ev conse$uiu di0er @, do que al$uém como eu.

Em*ora a temporada social não houvesse aca*ado ainda, ficou acordadoque a fam-lia iria para ;ampshire. ;avia que se considerar a condição de1melia... estaria muito melhor em um am*iente saudável... e 7in e /eoqueriam ver a propriedade Hamsa". 1 nica questão era sa*er se era )ustoprivar Popp" e Featri do resto da temporada. =o entanto, am*as afirmavam

estar completamente feli0es em deiar /ondres.

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Esta atitude não era inesperada em Featri, que ainda parecia muito maisinteressada em livros e animais, e a correr ale$remente pelos campos como uma

criatura selva$em. Mas /eo ficou surpreso que Popp", que tinha sido honestaso*re suas intenç9es de encontrar um marido, estivesse tão disposta a partir.@ Estudei todas as perspectivas desta temporada @ Popp" disse a /eo em

tom severo, enquanto passeavam pelo ;"de ParL em uma carrua$em a*erta.@ Mas nenhum deles vale a pena ficar na cidade.

Featri estava sentada na frente do assento, com Dod$er, o furão, enroladono seu colo. 1 rta. MarLs estava comprimida a um canto, olhando a paisa$ematravés dos &culos.

/eo raramente havia conhecido uma mulher tão desconcertante. áustica,

pálida, seu corpo era uma coleção de cotovelos pontudos e ossos an$ulares, suapersonalidade dura, complicada e seca.atherine MarLs claramente odiava os homens. Pelo que /eo não a

culpava, )á que era *em consciente das deficiências do seu $ênero. & que elaparecia não $ostar muito de mulheres, tam*ém. 1s nicas pessoas com quemparecia relaar eram Popp" e Featri, que haviam relatado que a rta. MarLsera ecepcionalmente inteli$ente, podia ser muito espirituosa, por ve0es, e tinhaum sorriso encantador.

/eo tinha dificuldade em ima$inar a )unção um pouco apertada da *ocada rta. MarLs curvando(se em um sorriso. 1té mesmo duvidava que elativesse dentes, )á que ele nunca os tinha visto.

@ Ela vai estra$ar a vista @ ele se queiou naquela manhã, quando Popp"e Featri lhe disseram que a estavam tra0endo para o passeio. =ão vou apreciara paisa$em com 3he !rim Heaper lançando sua som*ra so*re ela.

@ =ão a chame por este nome tão horr-vel, /eo @ Featri tinhaprotestado. @ Eu $osto muito dela. E ela é muito a$radável quando você nãoestá por perto.

@ 1credito que foi muito maltratada por um homem em seu passado @Popp" disse calmamente. @ =a verdade, ouvi um *oato ou dois de que a rta.

MarLs tornou(se $overnanta porque estava envolvida em um esc'ndalo./eo se interessou, mesmo sem querer. @ %ue tipo de esc'ndaloAPopp" *aiou a vo0 para um sussurro. @ Di0em que concedeu seus favores.@ =ão parece uma mulher que concederia seus favores @ Featri disse

com uma vo0 normal.@ ilêncio, Fea+ @Popp" eclamou. @ =ão quero que a rta. MarLs nos

ouça. Poderá pensar que estamos fofocando so*re ela.@ Mas estamos fofocando so*re ela. 1lém disso, não acho que ela tenha

feito... você sa*e, aqui#o... com al$uém. =ão parece, em a*soluto, esse tipo de

mulher.

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@ Eu acredito @ disse /eo. @ !eralmente as damas mais inclinadas aconceder seus favores são aquelas que não têm nenhum.

@ =ão compreendo @ disse Fea.@ sso quer di0er que as damas não atraentes são mais fáceis de sedu0ir@ Popp" disse ironicamente @, com o que eu discordo. E, além disso, a rta.MarLs não é não atraente, em a*soluto. I s& um pouco... séria.

@ E ma$ra como uma $alinha escocesa @ resmun$ou /eo.%uando a carrua$em passou de Mar*le 1rch e avançou para ParL /ane, a

rta. MarLs fiou seu olhar nas flores da primavera epostas./ançando(lhe um olhar pre$uiçoso, /eo notou que tinha um perfil

decente... um nari0 doce e pequeno que sustentava os &culos, um queio

suavemente arredondado. Pena que a *oca apertada e carrancuda arruinava oresto.Ele voltou sua atenção para Popp", analisando sua falta de vontade por

permanecer em /ondres. em dvida, qualquer outra $arota da sua idade teriasuplicado para finali0ar a temporada e desfrutar de todos os *ailes e festas.

@ ?ale(me so*re as JperspectivasK desta temporada @ disse a Popp".@Poderia ser que nenhum deles tenha qualquer interesse para vocêA

Ela *alançou a ca*eça. @=enhum. onheci al$uns de quem $ostei, comoo r. Fromle", ou...

@ Fromle"A @ /eo repetiu, er$uendo as so*rancelhas. @ Mas ele tem odo*ro da sua idade. ;á al$um )ovem a quem você possa considerarA 1l$uémnascido neste século, talve0A

@ Fem, há o r. HadstocL.@ /ento e pesado @ disse /eo, que encontrara o leitão em al$umas

ocasi9es anteriores. 5s altos c-rculos de /ondres eram uma comunidaderelativamente pequena. @ %uem maisA

@ ;á o r. 7allscourt, muito doce e a$radável, mas... é um JcoelhoK.@ urioso e adorávelA @ per$untou Featri, que tinha uma opinião muito

elevada dos coelhos.

@ =ão, eu quis di0er que era *astante incolor e... 5h, apenas medroso. 5que é uma coisa *oa em um animal de estimação, mas não em um marido @.?in$iu arrumar as fitas do chapéu amarradas so* o queio. @ Provavelmentevocê vai me aconselhar a *aiar as minhas epectativas, /eo, mas )á as deieicair a tal ponto que um verme não poderia arrastar(se so* elas. Devo di0er quea temporada de /ondres é uma $rande decepção.

@ into muito, Popp" @ /eo disse suavemente. @ !ostaria de conheceral$um su)eito para lhe recomendar, mas os nicos que conheço são uns inteis e

 *ê*ados. Ecelentes ami$os. Mas prefiro atirar em um deles a tê(los como

cunhados.@ sso leva a al$o que queria lhe per$untar.

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@ 5hA @ eaminou o rosto doce e sério desta irmã a*solutamenteadorável que tão desesperadamente aspirava ter uma vida tranquila e normal.

@ 1$ora que estive na sociedade @ disse Popp" @, ouvi rumores...5 sorriso de /eo tornou(se triste quando entendeu o que ela queria sa*er.@ o*re mim.@ im. Bocê é realmente tão ruim quanto al$umas pessoas di0emA1pesar da nature0a particular da per$unta, /eo estava consciente de que

tanto a rta. MarLs como Featri voltaram toda a atenção para ele.@ 3emo que sim, querida @ disse ele, enquanto um desfile s&rdido dos

seus pecados passados percorria sua mente.@ Por quêA @ Popp" per$untou com uma franque0a que $eralmente /eo

achava cativante. Mas não com o olhar carola da rta. MarLs fio nele.@ I muito mais fácil ser ruim @ disse. @ Especialmente se a pessoa nãotem motivos para ser *oa.

@ E quanto a $anhar um lu$ar no céuA @ per$untou atherine MarLs./eo teria pensado que ela tinha uma vo0 a$radável, se não viesse de uma fontetão pouco atraente. @ =ão é um motivo suficiente para comportar(se comal$uma decênciaA

@ sso depende @ disse ele sarcasticamente. @ 5 que é o céu para você,rta. MarLsA

Ela analisou a questão com mais cuidado do que ele esperava. @ Pa0.erenidade. 4m lu$ar onde não há pecado, sem fofoca, sem conflito.

@ Fem, rta. MarLs, temo que sua ideia de para-so se)a a minha ideia deinferno. Portanto, meu péssimo comportamento deverá continuar ale$remente@. Boltando(se para Popp", falou muito mais suavemente. @ =ão perca aesperança, mana. ;á al$uém lá fora lhe esperando. 1l$um dia você vaiencontrá(lo, e será tudo que você está esperando.

@ Bocê realmente acha issoA @ per$untou Popp".@ =ão. Mas sempre achei que era al$o *om para di0er a al$uém em suas

circunst'ncias.

Popp" riu e cutucou o lado de /eo, enquanto a rta. MarLs lançou(lhe umolhar de pura repulsa.

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1P234/5 6N

Em sua ltima noite em /ondres, a fam-lia participou do *aile particularreali0ado na casa do r. e da ra. ;unt, em Ma"fair. 5 r. ;unt, um empresáriodo ramo ferroviário e co(proprietário de uma fá*rica *rit'nica de locomotivas,era um homem que se fe0 por si mesmo, filho de um açou$ueiro de /ondres.Era parte de uma nova e crescente classe de investidores, empresários eeecutivos que estavam desesta*ili0ando as tradiç9es de lon$a data e a

autoridade que um t-tulo de no*re0a representava por si pr&prio.4ma mistura fascinante e *astante volátil de convidados compareceu ao *aile anual de primavera dos ;unt... pol-ticos, estran$eiros, aristocratas epessoas de ne$&cios. Di0ia(se que os convites eram altamente co*içados, e atémesmo os pares do reino, que aparentemente despre0avam a *usca de rique0a,estavam ansiosos para ter al$uma li$ação com o etraordinariamente poderosor. ;unt.

1 mansão dos ;unt poderia ser descrita como o s-m*olo do sucesso dosempreendimentos privados. !rande, luuosa e tecnolo$icamente avançada, acasa era iluminada com $ás em todos os cmodos e o revestimento de re*ocoera feito com os modernos moldes fle-veis atualmente epostos no Palácio deristal. >anelas que iam do chão ao teto, davam acesso aos amplos passeios e

 )ardins eteriores, para não mencionar uma etraordinária estufa com telhadode vidro e um compleo sistema de encanamento su*terr'neo.

Pouco antes dos ;atha<a"s che$arem C mansão dos ;unt, a rta. MarLssussurrou al$umas dicas de ltima hora para suas prote$idas, di0endo(lhespara não preencher seus cart9es de dança muito rapidamente, para o caso deque al$um cavalheiro mais atraente che$asse ao *aile mais tarde, que nunca sedeiassem ver sem suas luvas, e nunca re)eitassem um cavalheiro que lhes

pedisse para dançar, a não ser que )á estivessem comprometidas para dançarcom outro. Mas acima de tudo, que )amais permitissem mais de três danças aum cavalheiro... pois tão ecessiva familiaridade provocaria fofocas.

7in ficou tocada pela maneira cuidadosa com que a rta. MarLstransmitia suas instruç9es, e a séria atenção que Popp" e Featri lhe prestavam.Era evidente o quanto as três haviam tra*alhado duro no intrincado la*irinto daetiqueta.

7in estava em desvanta$em em comparação com suas duas irmãs maisnovas. Depois de passar tanto tempo lon$e de /ondres, seu conhecimento dos

 *ons costumes sociais era escasso. @ Espero não fa0er(lhes passar por nenhumconstran$imento @ ela disse suavemente. @ Em*ora deva avisá(los que as

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chances de eu cometer um desli0e social se)am realmente altas. Espero que vocêse comprometa a ensinar(me tão *em, rta. MarLs.

1 preceptora sorriu li$eiramente, até revelando seus dentes *rancos e oslá*ios macios. 7in não pode deiar de notar que se a rta. MarLs fosse umpouco mais cheia, seria muito *onita. @ Bocê tem um sentido de decoro tãonatural @ disse para 7in@, que não posso ima$iná(la sendo nada menos doque uma perfeita dama.

@ 5h, 7in nunca fa0 nada de errado @ disse Featri a rta. MarLs.@ 7in é uma santa @ Popp" concordou. @ sso é muito irritante. Mas

fa0emos o que podemos para tolerá(la.Win sorriu. @ Para sua informação @ disse ela despreocupada @, tenho a

intenção de que*rar totalmente pelo menos três re$ras de etiqueta, antes que o *aile aca*e.@ %uais trêsA @ Popp" e Featri per$untaram em un-ssono. 1 rta.

MarLs pareceu confusa, como se tentasse entender por que al$uém faria umacoisa dessas deli*eradamente.

@ 1inda não decidi @. 7in cru0ou as mãos enluvadas so*re o colo.@Bou ter de esperar para que as oportunidades se apresentem.

medida que os convidados entravam na mansão, os funcionáriosrecolhiam as capas e ales, chapéus e casacos de cavalheiros. Bendo am eMerripen em pé, um ao lado do outro, retirando seus casacos dos om*ros comos mesmos $estos há*eis, 7in sentiu que um sorriso caprichoso tocava seuslá*ios. Ela se per$untava como al$uém não podia ver que eles eram irmãos. euparentesco era muito evidente para ela, em*ora não fossem idênticos. 5 mesmoca*elo escuro ondulado, em*ora o de am fosse mais lon$o e Merripenmantivesse o seu muito *em cortado. 1 mesma constituição es*elta e atlética,em*ora am fosse mais ma$ro e fle-vel, enquanto Merripen era mais ro*usto,a constituição musculosa de um *oeador.

ua principal diferença, no entanto, não era a aparência, mas como cadaum encarava o mundo. am, com um sentido de toler'ncia divertida, charme e

confiança sa$a0. E Merripen, com sua di$nidade maltratada e uma intensidadelatente, especialmente com a força do sentimento que lutava tãodesesperadamente para esconder.

5h, como ela o queria. Mas ele não seria fácil de conquistar, se é quepoderia sê(lo. 7in pensava que isso era um pouco como persuadir a umacriatura selva$em a se aproimar de sua mão: os avanços e recuos sem fim, afome e a necessidade de se conectar lutando contra o medo.

Ela o queria ainda mais quando o via aqui, entre esta multidão *rilhante,sua fi$ura distante e poderosa usando um austero tra)e de noite preto e *ranco.

Merripen não se considerava inferior Cs pessoas ao seu redor, mas estava *emciente de que não era um deles. ompreendia seus valores, em*ora nem sempre

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concordasse com eles. E ele aprendera a condu0ir(se *em no mundo !ad'o... erao tipo de homem que se adaptava a qualquer situação. 1final, 7in pensou, com

um divertimento particular, não era qualquer homem que podia domar umcavalo, construir uma cerca de pedra com as mãos, recitar o alfa*eto $re$o ediscutir os méritos filos&ficos relativos ao empirismo e ao racionalismo. emmencionar a reconstrução de uma propriedade e a sua administração como sefosse o proprietário.

;avia uma sensação de mistério impenetrável em torno 8ev Merripen. Elaestava o*cecada pela tentadora ideia de dri*lar todos os seus se$redos e atin$iro etraordinário coração que ele mantinha tão encerrado.

1 melancolia a inundou quando percorreu com o olhar o *elo interior da

mansão, os convidados rindo e conversando enquanto a msica flutuavalevemente so*re o cenário. Muito para desfrutar e apreciar, e, ainda assim, tudoque 7in queria era estar a s&s com o homem menos acess-vel da sala.

=o entanto, ela não iria interpretar a re)eitada do *aile. ria dançar e rir efa0er todas as coisas que ima$inara por anos, enquanto estava deitada em suacama. E se isso desa$radasse a Merripen ou o deiasse com cimes, tantomelhor.

3irando a capa, 7in se$uiu adiante com suas irmãs. 3odas vestiam cetinspálidos, Popp" em rosa, Featri de a0ul, 1melia em lavanda e ela de *ranco.eu vestido era desconfortável, ao que Popp" tinha dito sorrindo que era umacoisa *oa, porque um vestido de noite confortável seria, quase certamente, nadaele$ante. entia(o muito leve na parte superior, o corpete *aio e plano, asman$as curtas e apertadas. E muito pesado da cintura para *aio, com amplassaias triplas presas em *a*ados. Mas a principal fonte do desconforto era seuespartilho, o qual ela deiara de usar por tanto tempo, que a fa0ia ressentir(seda mais leve constrição. Em*ora estivesse frouamente amarrado, o espartilhocontraia seu torso e empurrava seus seios para cima de um modo artificial. Malparecia decente. E ainda era considerado indecente não usá(lo.

onsiderando tudo, no entanto, valeu a pena o desconforto quando viu a

reação de Merripen. eu rosto ficou *ranco ante a visão dela no vestido de *ailecom decote *aio. eu olhar via)ou desde a ponta da sapatilha de cetim so* a

 *ainha de seu vestido até o seu rosto. Ele olhou mais al$uns se$undos para seusseios, er$uidos como se estivessem aninhados nas mãos dele. %uando seusolhos finalmente encontraram os dela, *rilharam como um fo$o de o*sidiana.Em resposta, um arrepio a percorreu so* o espartilho. om dificuldade, eladesviou o olhar.

5s ;atha<a"s entraram no sa$uão, onde um lustre derramava uma lu0suave so*re o chão de madeira decorado.

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@ %ue criatura etraordinária @ 7in ouviu o Dr. ;arro< murmurarpr&imo dali. Ela se$uiu seu olhar para a dona da casa, a ra. 1nna*elle ;unt,

que cumprimentava os convidados.Em*ora 7in nunca houvesse encontrado a ra. ;unt, reconheceu(a pelasdescriç9es que ouvira. Di0ia(se que a ra. ;unt era uma das maiores *ele0as dan$laterra, com sua fi$ura lindamente torneada, olhos a0uis com c-lios $rossos eca*elo que *rilhava com ricos tons de mel e ouro. Mas era sua luminosa eanimada epressividade que a fa0ia verdadeiramente envolvente.

@ 1quele é seu marido, em pé ao lado dela @ murmurou Popp". @ Iintimidante, mas muito a$radável.

@ Desculpe discordar @ disse /eo.

@ =ão acha que se)a intimidanteA @ 7in per$untou.@ =ão acho que se)a a$radável. empre que estou na mesma sala que suamulher, ele me olha como que querendo desmem*rar(me.

@ Fem @ disse Popp" prosaicamente @, nin$uém pode culpar seu )ul$amento @. Ele se inclinou para 7in e disse: @ 5 r. ;unt é louco por suaesposa. 5 casamento deles é uma união de amor, você sa*e.

@ %ue fora de moda @ disse o Dr. ;arro< com um sorriso.@ Ele até mesmo dança com ela @ disse Featri para 7in @, o que

maridos e esposas nunca devem fa0er. Mas, considerando a fortuna de r. ;unt,as pessoas encontram ra09es para perdoar(lhe tal comportamento.

@ Be)a como é pequena a cintura dela @ Popp" sussurrou para 7in. @ Eisso depois de três filhos... dois deles )á meninos crescidos.

@ 3erei de ensinar a ra. ;unt os males de uma amarração tão apertada@ o Dr. ;arro< disse em vo0 *aia, e 7in riu.

@ 3emo que a escolha entre a sade e a moda não se)a uma decisão fácilpara as mulheres @ disse ela. @ 1inda estou surpresa por você permitir(meusar o espartilho esta noite.

@ Bocê quase não precisa dele @ ele disse com os olhos cin0entosfaiscando. @ ua cintura natural é pouco maior que a cintura com espartilho da

ra. ;unt.7in sorriu para o *elo rosto de >ulian, pensando que na presença dele

sempre se sentia se$ura e reconfortada. 3inha sido sempre assim, desde aprimeira ve0 que o encontrara. Ele tinha sido uma fi$ura divina para ela e paratodos na cl-nica. Mas continuava a não ter uma noção real dele como umhomem de carne e osso. =ão fa0ia ideia se havia mais potencial para estarem

 )untos do que individualmente.@ 1 misteriosa irmã ;atha<a" perdida+ @ $ritou a ra. ;unt, e tomou as

duas mãos enluvadas de 7in entre as suas.

@ =ão tão misteriosa @ 7in disse sorrindo.

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@ rta. ;atha<a", que deleite conhecê(la, e ainda mais vê(la com *oasade.

@ 1 ra. ;unt sempre per$unta por você @ disse Popp" para 7in. @Por isso a mant-nhamos informada de seus pro$ressos.@ 5*ri$ada, ra. ;unt @ 7in disse timidamente. @ 1$ora estou muito

 *em, e honrada por ser uma convidada em sua adorável casa.1 ra. ;unt diri$iu a 7in um sorriso deslum*rante, se$urando suas mãos

enquanto falava para am. @ %ue maneiras $raciosas. 1cho, r. Hohan, que arta. ;atha<a" alcançará facilmente a popularidade de suas irmãs.

@=o pr&imo ano, temo eu @ disse am calmamente. @ Este *aile marcao fim da temporada para n&s. Bia)aremos para ;ampshire dentro de uma

semana.1 ra. ;unt fe0 uma pequena careta.@ 3ão cedoA Mas suponho que se)a normal. /orde Hamsa" deve querer

ver sua propriedade.@1ssim é, ra. ;unt @ disse /eo. @ Eu amo as paisa$ens *uc&licas.

=unca se pode ver ovelhas demais.1o som dos risos da ra. ;unt, seu marido )untou(se C conversa. @ Fem(

vindo, meu senhor @ disse imon ;unt para /eo. @ 1 not-cia de seu retornoestá sendo comemorada por toda /ondres. 1parentemente, os esta*elecimentosde )o$o e vinho sofreram pesadas perdas em sua ausência.

@ Então farei o meu melhor para revi$orar a economia @ disse /eo.;unt sorriu *revemente. @ Bocê deve muito a este su)eito @ disse a /eo,

virando(se para apertar a mão de Merripen. Merripen, como sempre, estava depé discretamente ao lado do $rupo. @ e$undo 7estcliff, Merripen fe0 dapropriedade Hamsa" um êito incr-vel em muito pouco tempo.

@ 4ma ve0 que o nome JHamsa"K é tão raramente associado C palavraJêitoK @ /eo respondeu @ o sucesso de Merripen é ainda maisimpressionante.

@ 3alve0 mais tarde @ disse ;unt para Merripen @, possamos encontrar

tempo para discutir as suas opini9es so*re a máquina de*ulhadora que vocêcomprou para a propriedade. om os *enef-cios da locomotiva tão *emesta*elecidos, estou pensando em epandir o ne$&cio para o maquinárioa$r-cola. >á ouvi falar de um novo pro)eto de de*ulha, *em como de uma prensade feno movidos a vapor.

@ 3odo o processo a$r-cola será mecani0ado @ Merripen respondeu. @olheitadeiras, cortadeiras e enfardadeiras... muitos dos prot&tipos estão sendoapresentados na eposição.

5s olhos escuros de ;unt *rilharam com interesse. @ Eu $ostaria de ouvir

mais.

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@ Meu marido está infinitamente fascinado pelas máquinas @ disse a ra.;unt, rindo. @ reio que isso está ofuscando todos os seus outros interesses.

@ =ão todos @ disse ;unt em vo0 *aia. 1l$o na maneira como olhoupara sua esposa a fe0 corar.Divertido, /eo suavi0ou o momento di0endo: @ r. ;unt, eu $ostaria de

lhe apresentar o Dr. ;arro<, o médico que a)udou minha irmã a recuperar asade.

@ 4m pra0er, senhor @ ;arro< disse, e apertou a mão de ;unt.@ Di$o o mesmo @ ;unt respondeu cordialmente, retornando o aperto

de mão. Mas lançou ao médico um olhar estranho, especulativo. @ Bocê é o;arro< que diri$e a cl-nica na ?rançaA

@ ou eu.@ E ainda reside láA@ im, em*ora tente visitar os ami$os e familiares na n$laterra tantas

ve0es quantas minha a$enda permite.@ reio que conheço a fam-lia de sua falecida esposa @ murmurou ;unt,

fitando(o duramente.Depois de um rápido piscar de olhos, ;arro< respondeu com um sorriso

triste. @ 5s /anham. Pessoas estimáveis. =ão os ve)o há anos. 1s lem*ranças,você sa*e.

@ ompreendo @ ;unt disse calmamente.7in ficou intri$ada com a lon$a e em*araçosa pausa que se se$uiu, e a

sensação de disc&rdia emanada dos dois homens. 5lhou para sua fam-lia e paraa ra. ;unt, que claramente tampouco entendiam.

@ Fem, r. ;unt @ disse a ra. ;unt @ vamos impressionar a todosdançando )untosA Bão tocar uma valsa em *reve... e você sa*e que é meu parpreferido.

1 atenção de ;unt foi imediatamente distra-da pela nota de flerte na vo0de sua esposa. orriu(lhe a*ertamente.

@ %ualquer coisa por você, amor.

;arro< capturou o olhar de 7in com o seu. @ Eu não danço uma valsahá muito tempo @ ele disse. @ Bocê pode reservar um lu$ar para mim no seucartão de dançaA

@ eu nome )á está lá @ disse ela, e colocou a mão de leve no *raço queele lhe oferecia para acompanhar os ;unt até a sala.

Popp" e Featri )á estavam sendo a*ordadas por potenciais pares dedança, enquanto am fechava os dedos enluvados em 1melia. @ %ue meamaldiçoem se ;unt é o nico autori0ado a chocar. Dance comi$o.

@ 3emo que não impressionaremos a nin$uém, em a*soluto @ disse ela,

acompanhando(o sem hesitar. @ 1s pessoas simplesmente assumem que nãosa*emos o que fa0emos.

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/eo o*servou a procissão entrar no salão com os olhos semicerrados.@ Eu me per$unto @ disse para Merripen @ o que ;unt sa*e so*re

;arro<A Bocê o conhece suficientemente *em para per$untarA@ im @ disse Merripen. @ Mas mesmo que não o conhecesse, nãodeiaria este lu$ar até fa0er com que me contasse.

sso fe0 /eo dar uma risadinha. @Bocê pode ser o nico nesta mansãointeira que se atreveria a tentar Jfa0erK com que imon ;unt faça al$uma coisa.Ele é um $randess-ssimo *astardo.

@ Então eu sou @ foi a sinistra resposta de Merripen.

Era um *aile adorável, ou teria sido, se Merripen tivesse a$ido como umser humano ra0oável. Ele o*servava 7in constantemente, mal se preocupandoem ser discreto so*re isso. Enquanto ela estava em um $rupo ou outro, e eleconversava com um $rupo de homens, incluindo o r. ;unt, o olhar atento deMerripen )amais se afastava de 7in .

=o m-nimo três ve0es 7in foi a*ordada por diferentes homens com osquais prometera dançar, e em cada uma dessas ocasi9es Merripen apareceu aolado dela olhando furiosamente para o aspirante a parceiro de dança, até queeste se es$ueirasse para lon$e.

Merripen assustava seus pretendentes C esquerda e C direita.=em mesmo a rta. MarLs foi capa0 de dissuadi(lo. 1 preceptora disse a

Merripen, da forma mais firme poss-vel, que seu acompanhamento eradesnecessário, que tinha a situação so* controle. Mas ele respondeuteimosamente que se ela estava a$indo como acompanhante, seria melhor quetra*alhasse melhor mantendo os homens indese)áveis lon$e de sua prote$ida.

@ 5 que você acha que está fa0endoA @ 7in murmurou furiosamentepara Merripen quando ele epulsou outro cavalheiro consternado. @ Eu queriadançar com ele+ Eu tinha prometido que o faria+

@ Bocê não vai dançar com esc&ria como ele @ murmurou Merripen.

7in *alançou a ca*eça com perpleidade.@ I um visconde de uma fam-lia respeitável. 5 que você poderia oporA@ I um ami$o de /eo. sso é motivo suficiente.7in olhou para Merripen. Ela se esforçou para manter uma certa

compostura. Ela sempre achou muito fácil esconder suas emoç9es so* umafachada serena, mas ultimamente estava cada ve0 mais dif-cil. eus sentimentosestavam C espreita, muito pr&imos da superf-cie.

@ e você está tentando estra$ar minha noite @ disse ela @ está fa0endoum tra*alho esplêndido. Eu quero dançar, e você afasta qualquer um que

che$ue perto de mim. Deie(me em pa0 @. Ela deu(lhe as costas, suspirando deal-vio quando >ulian ;arro< se aproimou deles.

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@ rta. ;atha<a" @ disse ele @, você me honra...@ im @ disse ela, antes que ele pudesse terminar a frase. 3omando(lhe o

 *raço, deiou que a levasse até a massa de casais que valsavam. 5lhando porcima do om*ro, ela viu Merripen se$uindo(a com os olhos e fitou(oameaçadoramente. Ele retornou com uma carranca.

Enquanto se afastava, 7in sentiu a pressão de uma risada frustrada emsua $ar$anta. En$oliu(a de volta, pensando que 8ev Merripen era o homemmais irritante vivo. Era o cão na man)edoura, que nem comia nem deiavacomer, recusando(se a ter um relacionamento com ela e ainda não permitindoque ela o tivesse com mais nin$uém. E conhecendo sua capacidade deresistência, era provável que permanecesse assim por anos. Para sempre. Ela

não podia viver assim.@ 7innifred @ disse >ulian ;arro<, seus olhos cin0entos preocupados.@ Esta noite está encantadora demais para que você este)a an$ustiada. o*re oque discutiamA

@ =ada de importante @ ela disse, tentando falar despreocupadamente,mas conse$uindo apenas soar tensa. @ I apenas uma tola discussão de fam-lia.

Ela fe0 uma reverencia e >ulian inclinou(se de modo respeitoso. Ele atomou nos seus *raços, sua mão firme em suas costas, $uiando facilmenteenquanto eles dançavam.

5 toque de >ulian despertou mem&rias da cl-nica, a forma como aincentivara e a)udara, as ve0es em que fora severo quando ela precisava que ofosse, e as ve0es em que comemoraram quando ela atin$ia outro sucesso em seupro$resso. Era um homem *om, $entil, ma$n'nimo. 4m homem *onito. 7indificilmente esquecia os olhares cheios de admiração feminina que ele atra-a. 1maioria das meninas solteiras naquela sala teria dado qualquer coisa para terum pretendente tão esplêndido.

5u $oderia casar com e#e , pensou. Ele deiou claro que s& precisava de umpouco de incentivo da parte dela. Poderia se tornar a esposa de um médico eviver no sul da ?rança, e talve0 a)udar de al$uma forma no tra*alho da cl-nica.

Para a)udar outras pessoas que sofriam como ela sofreu... fa0er al$o positivo eimportante com sua vida... não seria melhor que istoA

%ualquer coisa era prefer-vel C dor de amar um homem que não podia ter.E, que Deus a a)udasse, vivendo em estreita proimidade. Ela se tornariaamar$a e frustrada. Poderia até mesmo vir a odiar Merripen.

entiu(se relaar nos *raços de >ulian. 1 sensação de triste0a e raivadesvaneceu, aliviada pela msica e o ritmo da valsa. >ulian levou(a ao redor dasala, $uiando(a com cuidado entre os casais dançando.

@ Era com isto que eu sonhava @ disse 7in. @ er capa0 de fa0er isso...

como todo mundo.

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1 mão dele apertou(lhe a cintura. @ E então, aqui está você. Mas você nãoé como todo mundo. I a mulher mais *ela aqui.

@ =ão @ ela disse, rindo.@ im. omo um an)o em um tra*alho 5ld Master. 5u talve0 a BênusDormindo. Bocê está familiari0ada com a pinturaA

@ 3emo que não.@Bou levar você para vê(la al$um dia. Em*ora você possa achar que é

um pouco chocante.@ Presumo que Bênus este)a despida neste tra*alhoA @ 7in tentou

demonstrar desenvoltura, mas sentiu(se corar. @ =unca entendi por que taisrepresentaç9es de *ele0a são sempre em estado de nude0, quando um pouco de

roupa$em discreta produ0iria o mesmo efeito.@Porque não há nada mais *elo do que a forma feminina revelada @. >ulian riu *aiinho quando viu sua cor se intensificar. @ Eu a em*aracei com aminha franque0aA into muito.

@ =ão creio que você sinta. Penso que você quis me desconcertar @. Erauma sensação nova, flertar com >ulian.

@ Bocê está certa. %uero fa0ê(la perder um pouquinho do equil-*rio.@ Por quêA@ Porque $ostaria que me visse como al$uém diferente do previs-vel,

tedioso e velho Dr. ;arro<.@ Bocê não é nenhuma dessas coisas @ ela disse, rindo.@ Fom @ ele murmurou, sorrindo. 1 valsa tinha aca*ado e os cavalheiros

começavam a condu0ir suas companheiras para fora da área de dança,enquanto outros tomavam seus lu$ares.

@ Está quente aqui, e muito lotado @ disse >ulian. @ !ostaria de serescandalosa e escapar comi$o por um momentoA

@ Eu $ostaria./evou(a para um canto parcialmente prote$ido por al$umas plantas em

vasos enormes. =o momento oportuno, levou(a para fora da sala, para uma

enorme estufa de vidro. 5 espaço estava cheio de caminhos, flores e árvores deinterior, e pequenos *ancos isolados. Mais além da estufa, um $rande terraçodava vista para )ardins cercados e outras mans9es de Ma"fair. 1 cidade sedelineava na dist'ncia, co*erta de chaminés que nu*lavam o céu da meia(noitecom fluos de fumaça.

Eles sentaram em um *anco, as saias de 7in ondulando em torno deles. >ulian virou(se parcialmente para encará(la. 5 *rilho do luar dava a sua pele demarfim polido uma li$eira luminescência.

@ 7innifred @ ele murmurou, e o tim*re de sua vo0 era *aio e -ntimo.

5lhando para seus olhos cin0entos, 7in perce*eu que ia *ei)á(la.

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Mas ela a surpreendeu, removendo uma de suas luvas com requintadocuidado, o luar *rilhando so*re seus ca*elos ne$ros. Ele levou sua mão del$ada

aos lá*ios, *ei)ou as costas dos dedos, e depois o interior frá$il de seu pulso. Elese$urou a mão dela como uma flor semia*erta contra seu rosto. ua ternura adesarmou.

@ Bocê sa*e por que vim para a n$laterra @ ele disse suavemente. @%uero conhecê(la muito melhor, querida, de um modo que não era poss-vel nacl-nica. %uero...

Mas um som pr&imo a >ulian o interrompeu, e ele levantou a ca*eça. >untos, ele e 7in, encararam o intruso.Era Merripen, naturalmente, $rande, taciturno e a$ressivo, que caminhava

a passos lar$os na direção deles.5 mailar de 7in despencou em descrença. Ele a tinha se$uido até láforaA Ela se sentia como uma criatura presa. Pelo amor do céu, não havianenhum lu$ar onde pudesse escapar de sua perse$uição ultra)anteA

@ "... embora  @ ela disse, pronunciando cada palavra com precisodespre0o. @ Bocê não é minha dama de companhia.

@ Bocê deveria estar com ela @ Merripen re*ateu. @ =ão aqui com e#e.7in nunca achou tão dif-cil dominar suas emoç9es. Empurrou(as de volta,

encerrando(as atrás de um rosto inepressivo. Mas podia sentir otemperamento impaciente fervilhando dentro dela. ua vo0 tremeu um poucoquando virou(se para >ulian. @ Bocê teria a *ondade de nos deiar, Dr.;arro<A ;á al$o que preciso resolver com Merripen.

 >ulian deu uma olhada do rosto de Merripen para o dela. @ =ão tenhocerte0a se deveria @ disse lentamente.

@ Ele vem me atormentando a noite toda @ disse 7in. @ Eu sou a nicaque pode dar um fim nisso. Por favor, permita(me um momento com ele.

@ Muito *em@ >ulian levantou do *anco. @ 5nde devo esperar vocêA@ Bolte C sala de estar @ 7in disse, a$radecida que não houve discussão

por parte de >ulian. laramente ele a respeitava, e as suas ha*ilidades, o

suficiente para permitir(lhe lidar com a situação. @ 5*ri$ada, Dr. ;arro<.Ela mal notou a sa-da de >ulian, tão concentrada estava em Merripen.

/evantou(se e foi até ele com uma carranca furiosa. @ Bocê está me deiandolouca+ @ ela eclamou. @ %uero que você pare isso, 8ev+ Bocê tem al$umaideia do quanto está sendo rid-culoA De como se comportou mal esta noiteA

@ Eu me comportei malA @ ele trove)ou. @ Bocê estava prestes a sedeiar comprometer.

@ 3alve0 eu queira ser comprometida.@ %ue pena+ @ ele disse, estendendo a mão para pe$ar seu *raço, pronto

para arrastá(la para fora da estufa. @ Porque eu vou $arantir que você semantenha se$ura.

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@ =ão me toque+ @ 7in contorceu(se para li*erar(se dele, furiosa. @ Euestive se$ura por anos. Escondida se$uramente na cama, assistindo todos ao

meu redor desfrutando suas vidas. Eu tive se$urança suficiente para uma vidainteira, 8ev. E se é isso que você quer, para eu continuar so0inha e despre0ada,então você pode ir para o inferno.

@ Bocê nunca esteve so0inha @ ele disse asperamente. @ Bocê )amais foidespre0ada.

@ Eu quero ser amada como mulher. =ão como uma criança, ou umairmã, ou uma inválida.

@ sso não é como eu...@ 3alve0 você nem se)a capa0 de tal amor @. Em sua ardente frustração,

7in eperimentou al$o que nunca tinha sentido antes. 5 dese)o de machucaral$uém. @ Bocê não tem isso em você.Merripen moveu(se por entre um raio de luar que atravessava o vidro da

estufa e 7in sentiu um pequeno choque quando viu sua epressão assassina.om apenas umas poucas palavras ela conse$uira cortá(lo profundamente, osuficiente para a*rir uma veia de sentimento escuro e raivoso. Ela recuou umpasso, alarmada quando ele a a$arrou num aperto *rutal.

Ele a puou para cima. @3odos os fo$os do inferno poderiam queimarpor mil anos e não se i$ualariam ao que sinto por você num minuto do dia. Eu aamo tanto e não há pra0er nisso. =ada além de tormento. Porque se eu pudessediluir o que sinto por você C milionésima parte, ainda seria suficiente paramatá(la. E mesmo se isso me deiar louco, vou preferir ver você viva nos *raçosdaquele frio *astardo sem alma, do que morrer nos meus.

1ntes que ela pudesse começar a entender o que ele disse, e aceitar as suasimplicaç9es, ele tomou sua *oca com uma fome selva$em. Por um minuto,talve0 dois, nem sequer conse$uiu se mover, s& pode ficar ali, impotente,caindo aos pedaços, todo o pensamento racional se dissolvendo. Ela sentiu(setonta, mas não de doença. ua mão flutuou para a volta do pescoço dele, osmsculos r-$idos acima do colarinho, as mechas do ca*elo como seda crua.

nconscientemente os dedos dela acariciaram(lhe o pescoço, tentando acalmar oardor da respiração dif-cil. 1 *oca dele mais profundamente inclinada so*re adela, su$ando e provocando, seu $osto narc&tico e doce. E então al$o acalmousua fria e ele tornou(se $entil. ua mão tremia quando tocou o rosto dela, osdedos suaves so*re sua *ochecha, a palma se$urando o queio. 1 famintapressão de sua *oca a*andonou os lá*ios dela, e ele *ei)ou(lhe as pálpe*ras,nari0 e testa.

Em seu esforço para aproimar(se mais, ele pressionou suas costas contrauma parede da estufa. Ela ofe$ou quando o topo de seus om*ros nus foram

esma$ados contra o vidro, causando crescentes arrepios. 5 vidro estava frio...

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Mas o corpo dele quente, sua *oca escaldante e macia via)ava para *aio de sua$ar$anta, seu peito, o ind-cio do decote.

Merripen desli0ou dois dedos dentro do corpete, acariciando a macie0fresca do seu peito. =ão era suficiente. mpaciente, puou para *aio a *ordado corpete e as pouco profundas taças do espartilho. 7in fechou os olhos semproferir sequer uma palavra de protesto, apenas os sons de seus suspiros.

Merripen deu um suave $runhido de satisfação quando o peito apareceulivre. /evantou(a mais alto contra o vidro, os pés quase suspensos no ar, efechou a *oca so*re a ponta de um seio.

7in mordeu o lá*io para não $ritar. ada lam*ida, a l-n$ua emmovimentos circulares, enviava dardos de calor para os dedos dos pés.

Desli0ou as mãos por seus ca*elos, uma enluvada, a outra nua, arqueando ocorpo contra o est-mulo macio de sua *oca.%uando o mamilo estava tenso e late)ante, ele desli0ou de volta ao seu

pescoço, arrastando a *oca ao lon$o da pele delicada. @ 7in @ sua vo0 estavairre$ular @ Eu quero... @. Mas ele reprimiu as palavras e a *ei)ou novamente,profunda e fe*ril, enquanto tomava o pico r-$ido do seu seio nos dedos.1pertou(o e rolou(o delicadamente até que o assédio suavemente perverso a fe0se contorcer e soluçar de pra0er.

Então tudo terminou com rapide0 cruel. Ele con$elou, ineplicavelmente,e puou(a para lon$e da )anela, pressionando a frente de seu corpo contra odele. omo se estivesse tentando esconder al$o. 4ma imprecação *aia escapoudele.

@ 5 que... @ 7in encontrava dificuldade para falar. Estava tãoatordoada, como se emer$indo de um sono profundo, seus pensamentos caindouns contra os outros. @ 5 que é issoA

@ Eu vi um movimento no terraço. 1l$uém pode ter nos visto.1quilo assustou 7in, tra0endo(a de volta a uma aparência de

normalidade. Desviou(se dele, retornando desa)eitadamente o corpete ao lu$ar.@ Minha luva @ murmurou, vendo(a deitada ao lon$o do *anco, como uma

pequena *andeira de tré$ua a*andonada.Merripen foi recuperá(la para ela.@ Eu... Eu vou para o toalete de senhoras @ disse ela com vo0 trêmula.

@ Bou me a)eitar e voltar ao salão lo$o que poss-vel.Ela não estava inteiramente certa do que acontecera, o que si$nificava.

Merripen tinha admitido que a amava. ?inalmente ele disse. Mas ela sempreima$inara como uma confissão feli0, não uma raivosa e amar$urada. 3udoparecia tão terrivelmente errado.

e apenas ela pudesse voltar para o hotel, a$ora, e ficar so0inha em seu

quarto. Precisava de privacidade para pensar. 5 que foi que ele disseA... 5u

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 $refiro ver você viva nos braos do bastardo frio e sem a#ma do que morrer nos meus. Mas isso não fa0ia sentido. Por que ele diria uma coisa dessasA

Ela queria confrontá(lo, mas este não era o momento nem o lu$ar. Esta erauma questão que devia ser tratada com cuidado. Merripen era mais complicadodo que a maioria das pessoas perce*ia. Em*ora desse a impressão de ser menossens-vel do que a maioria dos homens, a verdade é que a*ri$ava sentimentostão poderosos com os quais nem mesmo ele conse$uia lidar.

@ Devemos conversar mais tarde, 8ev @ disse ela.Ele deu um *reve aceno, seus om*ros e o pescoço r-$idos como se

estivesse carre$ando um fardo insuportável.

7in foi o mais silenciosamente que pode, escadas acima, para o toaletedas senhoras, onde as empre$adas estavam ocupadas consertando fitaspartidas, a)udando a secar o *rilho dos rostos suados e su)eitando os penteadoscom $rampos adicionais. 1s mulheres se reuniam em pequenos $rupos, rindo efofocando so*re coisas que tinham visto e ouvido. 7in sentou(se C frente de umespelho e estudou seu refleo. eu rosto estava vermelho, um forte contrastecom sua tranquila palide0 ha*itual, e seus lá*ios estavam vermelhos e inchados.ua cor se tornou mais intensa quando per$untou(se se todos podiam ver o queesteve fa0endo.

1 empre$ada entrou para secar o rosto de 7in e colocar(lhe p& de arro0, eela murmurou um a$radecimento. Hespirou fundo várias ve0es tranquili0ando(se... tão fundo quanto seu maldito espartilho permitia... e tentou certificar(se,discretamente, de que o corpete co*ria seus seios.

%uando 7in sentiu(se em condiç9es de descer novamente, tinham sepassado cerca de trinta minutos. orriu quando Popp" entrou na sala dassenhoras e se aproimou dela. @ 5lá, querida @ disse 7in levantando(se dacadeira. @ Benha, tome o meu lu$ar. Precisa de $ramposA P&A

@ =ão, o*ri$ada. @Popp" tinha uma epressão tensa, ansiosa, pareciaquase tão corada quanto 7in um momento antes.

@ Bocê está se divertindoA @ 7in per$untou com al$uma preocupação.@ =a verdade, não @ disse Popp", tra0endo(a para o canto para impedir

de serem ouvidas. @ Estava ansiosa para conhecer al$uém que não fosse aha*itual multidão de tolos e no*res velhos, ou ainda pior, tolos e )ovens. Mas asnicas pessoas novas que conheci são caça(dotes e empresários. 5s dois tipos s&querem falar de dinheiro... o que é vul$ar e eu não sei nada so*re isso... ou temprofiss9es as quais não podem discutir, o que si$nifica que provavelmentese)am ile$ais.

@ E FeatriA omo está indoA

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@ Ela é *astante popular, na verdade. Bai por a- di0endo coisasconstran$edoras e as pessoas riem e pensam que está sendo espirituosa, quando

na verdade ela está falando muito a sério.7in sorriu. @ Devemos descer e procurá(laA@ 1inda não. @ Popp" espichou(se para pe$ar sua mão e se$urou(a com

firme0a. @ 7in, querida... Eu vim *uscá(la porque... há uma espécie dea$itação lá em*aio. E... refere(se a você.

@ 4ma a$itaçãoA @ 7in *alançou a ca*eça, sentindo um frio na medula&ssea. eu estma$o em*rulhou. @ =ão estou entendendo.

@ Está se espalhando rapidamente o *oato de que você foi vista na estufaem uma posição comprometedora. Muito comprometedora.

7in sentiu o rosto empalidecer. @ ?oi há apenas trinta minutos @murmurou.@ Esta é a sociedade londrina @ Popp" disse so*riamente. @ 5s rumores

via)am a toda velocidade.4m par de )ovens entrou na sala, viram 7in, e imediatamente

sussurraram uma no ouvido da outra.5 olhar aflito de 7in encontrou o de Popp". @ Bai haver um esc'ndalo,

não éA @ ela per$untou com vo0 fraca.@ =ão se tratarmos do assunto de forma rápida e corretamente @ Popp"

apertou a mão dela. @ Devo levá(la para a *i*lioteca, querida. 1melia e o r.Hohan estão lá... vamos nos reunir, )untar nossas ca*eças e decidir como vamosa$ir.

7in quase dese)ou poder voltar atrás e ser uma inválida com frequentesepis&dios de desmaio. Porque neste momento, um *om e lon$o desmaio pareciamuito atraente.

@ 5h, o que eu fi0A @ murmurou.sso provocou uma risada fraca em Popp". @ Essa parece ser a per$unta

na mente de todos.

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1P234/5 6O

1 *i*lioteca dos ;unt era uma linda sala rodeada por estantes de mo$nocom portas de vidro opaco. am Hohan e imon ;unt estavam em pé, )unto aum lon$o aparador repleto de *rilhantes $arrafas de *e*ida. e$urando umcopo cheio até a metade de um l-quido 'm*ar, ;unt lançou a 7in um olharinescrutável quando ela entrou na *i*lioteca. 1melia, a ra. ;unt e o Dr.;arro< tam*ém estavam lá. 7in tinha a curiosa sensação de que isto não

estava realmente acontecendo. Ela nunca se envolvera em um esc'ndalo antes, eisso não era tão ecitante ou interessante como tinha ima$inado, deitada em seuleito. Era horr-vel.

Porque apesar do que disse antes para Merripen, so*re dese)ar ser pe$aem uma posição comprometedora, não falou seriamente. =enhuma mulher emsã consciência iria querer uma coisa dessas. Porque um esc'ndalo si$nificava aru-na, não s& das perspectivas de 7in, mas as de suas irmãs mais novas. sso

 )o$aria uma som*ra so*re toda a fam-lia. ua imprudência pre)udicaria a todosque amava.

@ 7in @ 1melia aproimou(se imediatamente, a*raçando(a com força.@ Está tudo *em, querida. Bamos arrumar isto.

e 7in não estivesse tão enver$onhada, teria rido. ua irmã mais velha erafamosa por sua confiança em sua pr&pria capacidade para resolver qualquercontratempo, incluindo catástrofes, invas9es estran$eiras e o estouro deanimais. =enhum deles se aproimava, no entanto, da devastação de umesc'ndalo na sociedade de /ondres.

@ 5nde está a rta. MarLsA @ 7in per$untou com vo0 apa$ada.@ =o salão com Featri. 3entamos manter a aparência de normalidade o

quanto poss-vel @. 1melia dedicou um sorriso tenso e triste aos ;unt. @ Mas

nossa fam-lia nunca foi especialmente *oa nisso.7in enri)eceu quando viu /eo e Merripen entrando na *i*lioteca. /eo veio

direto em sua direção, enquanto Merripen foi se esconder em um canto, comode costume. =ão quis enfrentar os seus olhos. 1 sala estava cheia de um silênciotenso que fe0 eriçar os ca*elos na sua nuca.

Ela não estava completamente so0inha nisto, pensou 7in com um lampe)ode raiva.

Merripen teria de a)udá(la a$ora. 3eria de prote$ê(la com todos os meios Csua disposição. ncluindo o seu nome.

eu coração começou a *ater tão forte que quase do-a.

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@ 1parentemente você esteve compensando o tempo perdido, mana @/eo disse levianamente, mas havia uma centelha de preocupação em seus olhos

sorridentes. @ 3emos de ser rápidos nisso, porque as pessoas vão falar aindamais C lu0 de nossa ausência coletiva. 1s l-n$uas se a$itam muito rapidamentee criaram uma forte *risa no salão.

1 ra. ;unt se aproimou de 1melia e 7in.@ 7innifred @ sua vo0 era muito $entil. @ e esse rumor não é

verdadeiro, vou tomar medidas imediatas para ne$á(lo em seu nome.7in ealou um suspiro trêmulo.@ I verdadeiro @ ela disse.1 ra. ;unt acariciou seu *raço e deu(lhe um olhar de conforto. @ onfie

em mim, você não é a primeira nem será a ltima a estar nessa situação.

@ =a verdade @ veio o sotaque pre$uiçoso do r. ;unt @, a ra. ;unttem eperiência de primeira mão em semelhante...@ r. ;unt+ @ disse sua mulher com indi$nação, e ele sorriu. Birando(se

para 7in, ;unt falou: @ 7innifred, você e o cavalheiro em questão devemresolver isso imediatamente @. 4ma pausa delicada. @ Posso per$untar comquem foi vistaA

7in não podia responder. Ela deiou seu olhar repousar so*re o tapete, eestudou o padrão dos medalh9es e das flores ofuscadamente, enquantoesperava Merripen falar. 5 silêncio durou apenas al$uns se$undos, maspareceram horas. (i!a a#!uma coisa, ela pensou desesperadamente. (i!a que eravocêB 

Mas não houve qualquer movimento ou som de Merripen.E então >ulian ;arro< deu um passo C frente. @ Eu sou o cavalheiro em

questão @ disse calmamente.7in er$ueu a ca*eça de s*ito. 5lhou(o espantada enquanto ele pe$ava

sua mão. @ Peço desculpas a todos @ >ulian continuou @, especialmente Crta. ;atha<a". Eu não tinha a intenção de ep(la C fofoca ou C censura. Masisso precipita uma coisa que )á tinha resolvido fa0er, que é pedir a mão da rta.;atha<a" em casamento.

7in parou de respirar. 5lhou diretamente para Merripen, e um $ritosilencioso de an$stia ardeu através de seu coração. 1 epressão $rave deMerripen e seus olhos ne$ros como *rasas não revelavam nada.

Ele não disse nada.Ele não fe0 nada.Merripen a tinha comprometido e a$ora outra pessoa assumiria a

responsa*ilidade por isso. onsentindo que outro a res$atasse. 1 traição erapior do que qualquer doença ou dor que ela )amais tivera eperimentado. 7in oodiou. E o odiaria até o dia de sua morte e mais além.

%ue escolha tinha, senão aceitar a >ulianA Era isso ou permitir que ela esuas irmãs ca-ssem em ru-na.

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7in sentiu que toda a cor era drenada de seu rosto, mas invocou umsorriso fraco quando olhou para seu irmão. @ Fem, meu senhorA @ per$untou

a /eo. @ Devemos pedir sua autori0ação, primeiroA@ Bocês têm a minha *ênção @ disse seu irmão *ruscamente. @ 1finalde contas, certamente não quero que minha imaculada reputação se)a arruinadapor seus esc'ndalos.

7in virou(se para >ulian. @ Então, doutor ;arro< @ disse elacalmamente @, vou casar com você.

4ma ru$a apareceu entre as finas e escuras so*rancelhas da ra. ;untquando olhou para 7in. Ela *alançou a ca*eça seriamente. @ Bou sair eeplicar calmamente para as pessoas apropriadas que o que viram foi um casal

comprometido a*raçando(se... um pouco inapropriadamente, talve0, mas *astante desculpável, tendo em conta o noivado.@ Eu vou com você @ disse o r. ;unt, virando(se para sua esposa.

Estendeu a mão para o Dr. ;arro< e a apertou. @ Minhas con$ratulaç9es,senhor @. eu tom era cordial, mas lon$e de ser entusiasmado. @ I umafortunado por ter conse$uido a mão da rta. ;atha<a".

%uando os ;unt se foram, am se aproimou de 7in. Ela foi forçada aolhar diretamente para seus astutos olhos castanhos, em*ora isso lhe custasse.@ I isso o que você quer, irmã0inhaA @ ele per$untou delicadamente.

ua compaião quase a fe0 desa*ar. @ 5h, sim @. Ela disse, apertando amand-*ula que tremia miseravelmente, e conse$uindo sorrir. @ ou a mulhermais afortunada do mundo.

E quando se o*ri$ou a olhar para Merripen, viu que este tinha ido em*ora.

@ %ue dia mais horroroso @ 1melia murmurou depois que todos sa-ramda *i*lioteca.

@ im @. am a condu0iu pelo corredor.@ Para onde vamosA

@ De volta ao salão para fa0er uma aparição. 3ente parecer feli0 econfiante.

@ 5h, Deus a*ençoado @. 1melia afastou(se dele repentinamente e foiaté um $rande nicho em arco na parede, onde uma )anela Palladian revelavauma vista para a rua a*aio. Ela pressionou a testa contra o vidro e suspirouprofundamente. 4m repetido *arulho de *atidas ecoou pelo corredor.

!rave como era a situação, am não pode resistir a um sorriso malicioso.empre que 1melia estava preocupada ou irritada, seu há*ito nervoso seacentuava. omo disse a ela uma ve0, lem*rava(lhe um coli*ri que *atia o chão

de seu ninho com um pé.

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am foi até ela e colocou suas palmas quentes so*re as frescas costas dosom*ros dela. Ela sentiu um arrepio ao seu toque. @ oli*ri @ ele sussurrou, e

desli0ou suas mãos até a curva do pescoço para massa$ear os pequenosmsculos tensos. medida que sua tensão ia diminuindo, o *ater do pé sedesvanecia $radualmente. ?inalmente 1melia relaou o suficiente para contar(lhe seus pensamentos.

@ ada pessoa naquela *i*lioteca estava consciente de que foi Merripenquem a comprometeu @ ela disse secamente. @ 02o  ;arro<. =ão pudeacreditar. Depois de tudo que 7in suportou, acontece issoA asar(se com umhomem que não ama e ir para a ?rança, enquanto Merripen não levanta umdedo para impedi(laA %ual é o $rob#ema deleA

@ Mais do que pode ser eplicado aqui e a$ora. 1calme(se, amor. entir(se ansiosa não vai a)udar 7in.@ =ão posso evitar. sto é um erro. 1h, o olhar no rosto da minha irmã...@ 3emos tempo para corri$ir isso @ am murmurou. @ 5 compromisso

não é a mesma coisa que o casamento.@ Mas são vinculantes @ disse 1melia com miserável impaciência. @

Bocê sa*e que as pessoas vêem isso como um contrato que não pode serque*rado facilmente.

@ 3alve0 semivinculantes @ ele admitiu.@ 1h, am @ seus om*ros se encurvaram. @ Bocê nunca deiará que

al$uém se interponha entre n&s, não éA =unca deiará que nos separemA1 per$unta era tão o*viamente rid-cula que am nem sou*e o que di0er.

Birou 1melia para encará(lo e viu, com um choque de surpresa, que sua práticae sensata esposa estava quase chorando. 1 $ravide0 deiou(a sens-vel, elepensou. 5 *rilho de umidade em seus olhos enviou uma onda violenta deternura através dele. Envolvendo(a com um *raço, usou a mão livre paraafastar o ca*elo dela para trás, sem se preocupar se a despenteava.

@ Bocê é a ra0ão do meu viver @ disse em vo0 *aia se$urando(a maisperto. @ Bocê é tudo para mim. =ada poderia fa0er que lhe deiasse. E se

al$uém tentasse nos separar, eu o mataria @ co*riu(lhe a *oca com a sua e *ei)ou(a com devastadora sensualidade, não se detendo até que ela ficou fraca,corada e se apoiou com força contra ele. @ 1$ora @ ele disse, apenas meiodivertido @, onde fica essa estufaA

sso provocou um sorriso aquoso nela.@ reio que )á houve o suficiente para alimentar as fofocas por uma noite.

Bocê vai falar com MerripenA@ laro. =ão vai me ouvir, mas isso nunca me deteve antes.@ Bocê acha que ele... @ 1melia rompeu o a*raço quando ouviu passos

vindo pelo corredor, acompanhado de rápidos sussurros e de saias pesadasfarfalhando. Encolheu(se ainda mais no interior do nicho com am, ocultando(

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se em seus *raços. Ela sentiu que ele ria contra o seu ca*elo. 1inda )untos e emsilêncio, escutaram a conversa de um par de senhoras.

@ ... em nome dos céus, porque os ;unt os convidaramA @ per$untouuma delas com indi$nação.1melia pensou reconhecer a vo0, pertencia a uma das acompanhantes

com cara de ameia que sentavam a um lado do salão. 4ma tia, rele$ada Ccondição de solteirona.

@ Por que são monstruosamente ricosA @ su$eriu sua companheira.@ uspeito que é devido a /orde Hamsa" ser um visconde.@ Bocê está certa. 4m visconde solteiro.@ Mas em qualquer caso... 9i!anos na fam-lia+ & de pensar nisso+ =unca

se pode esperar que se comportem de maneira civili0ada, $uiados por seusinstintos animais. E eles esperam que confraterni0emos com essas pessoas,como se fossem nossos i$uais.

@ 5s ;unt são *ur$ueses, você sa*e. =ão importa que ;unt se)a dono demetade de /ondres, ainda é o filho de um açou$ueiro.

@ Eles e muitos dos convidados aqui não tem o cali*re adequado paraque nos associemos com eles. =ão tenho dvidas de que pelo menos meia d0iade esc'ndalos vai eplodir antes de a noite terminar.

@ 3err-vel, concordo @. 4ma pausa, e depois a se$unda mulheracrescentou melancolicamente: @ Healmente espero que nos convidemnovamente no pr&imo ano...

%uando as vo0es desapareceram, am olhou melancolicamente para suaesposa. Ele se importava a m-nima com os comentários de al$uém... Estavaacostumado a tudo o que poderia ser dito so*re os ci$anos. Mas odiava queesses dardos por ve0es fossem diri$idos a 1melia.

Para sua surpresa, ela estava rindo firmemente para ele, seus olhos a0uismeia(noite.

ua epressão ficou curiosa. @ 5 que há de tão en$raçadoA1melia *rincava com um *otão do casaco dele. @ Eu s& estava pensando...

ho)e, essas duas $alinhas velhas provavelmente irão para a cama com frio eso0inhas @. 4m sorriso travesso curvou seus lá*ios. @ Enquanto eu estareicom um infame e *onito romaní  que vai manter(me quente durante toda a noite.

8ev o*servou e esperou encontrar uma oportunidade para se aproimarde imon ;unt, que aca*ava de se esquivar da conversa de um par de mulheresque riam tolamente.

@ Posso falar com vocêA @ 8ev per$untou em vo0 *aia.;unt não parecia nem um pouco surpreso. @ Bamos para o terraço.

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Eles caminharam até uma porta lateral do salão, que a*ria diretamentepara o terraço. 4m $rupo de homens reunidos em um canto do terraço

apreciava seus charutos. 5 cheiro de rapé ia C deriva devido C *risa fresca.imon ;unt riu a$radavelmente e ne$ou com a ca*eça quando os homensacenaram para que ele e 8ev se )untassem a eles.

@ 3emos um ne$&cio para tratar @ disse(lhes. @3alve0 mais tarde.nclinando(se casualmente contra a $rade de ferro, ;unt eaminou 8ev

com seus olhos escuros avaliadores.=as poucas ocasi9es em que haviam se encontrado em ;ampshire, em

ton" ross ParL, a propriedade ad)acente C propriedade Hamsa", 8ev tinha$ostado de ;unt. Era um verdadeiro homem, que falava com maneiras francas.

4m homem muito am*icioso que $ostava da caça ao dinheiro e dos pra0eresque este oferecia. E em*ora a maioria dos homens na sua posição sesuperestimava, ;unt tinha um senso de humor irreverente e humilde.

@ uponho que você vá per$untar o que sei so*re ;arro< @ disse ;unt.@ im.@ lu0 dos recentes acontecimentos, isto parece um pouco como trancar

a porta depois que a casa foi rou*ada. E devo acrescentar que não tenhonenhuma prova de nada. Mas as ale$aç9es que os /anham fi0eram contra;arro< são $raves o suficiente para merecerem ser consideradas.

@ %ue acusaç9esA @ 8ev rosnou.@ 1ntes de ;arro< construir a cl-nica na ?rança, casou(se com a filha

mais velha do /anham, /ouise. e$undo di0iam, ela era uma $arotaecepcionalmente *onita, um pouco mimada e voluntariosa, mas no $eral umpartido vanta)oso para ;arro<. Binha com um $rande dote e uma fam-lia *emrelacionada.

;unt retirou uma fina ci$arreira de prata de seu casaco. @ %uer umA @ele per$untou. 8ev sacudiu a ca*eça. ;unt pe$ou um charuto, cortou a ponta, eo acendeu. 1 etremidade do charuto *rilhava enquanto ;unt tra$ava.

@ De acordo com os /anham @ ;unt continuou, ealando uma *aforada

de fumaça aromática @, ap&s um ano de casamento /ouise mudou, tornou(semuito d&cil e distante, e parecia ter perdido o interesse nos seus $ostos anti$os.%uando os /anham se aproimaram de ;arro< com suas preocupaç9es, eledisse que as mudanças eram simplesmente prova da sua maturidade efelicidade con)u$al.

@ Mas eles não acreditaramA@ =ão. %uando per$untaram a /ouise, no entanto, ela afirmou estar feli0

e pediu(lhes para não interferir @. ;unt levou novamente o charuto aos lá*iose olhou pensativo para as lu0es cintilantes de /ondres em meio C ne*lina da

noite. @ Em al$um momento, durante o se$undo ano, /ouise começou adeclinar.

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8ev senti uma sensação de desconforto com a palavra Jdecl-nioK,comumente usada para qualquer doença que um médico não podia

dia$nosticar ou entender. 4ma ineorável falha f-sica que nenhum tratamentopoderia evitar.@ Ela tornou(se fraca, sem ener$ia, acamada. =in$uém podia fa0er nada

por ela. 5s /anham insistiram em tra0er o seu pr&prio médico para a)udar, maseste não pode encontrar nenhuma causa para a doença. 1 condição de /ouise sedeteriorou ao lon$o de um mês, mais ou menos, e lo$o morreu. 1 fam-lia culpa;arro< por sua morte. 1ntes do casamento, /ouise tinha sido uma meninasaudável, ale$re, e menos de dois anos depois ela se foi.

@ 1l$umas ve0es esses decl-nios acontecem @ disse 8ev, sentindo a

necessidade de interpretar o advo$ado do dia*o. @ =ão foi necessariamentepor culpa de ;arro<.@ =ão. Mas foi a reação de ;arro< que convenceu a fam-lia de que era

responsável, de al$uma forma, pela morte de /ouise. Ele estava muitocomposto. Desapaionado. 1l$umas lá$rimas de crocodilo para salvar asaparências, e nada mais.

@ E então ele foi para a ?rança com o doteA@ im @. 5s om*ros lar$os de ;unt se er$ueram. @ Despre0o fofocas,

Merripen. Haramente as passo adiante. Mas os /anham são pessoasrespeitáveis, pouco propensas ao drama @. Ele fran0iu a testa, e com ummovimento )o$ou as cin0as do seu charuto na *eira das $rades. @ E apesar detudo o que os pacientes relatam de *om so*re ;arro<... não consi$o deiar desentir que há al$o errado com ele. =ão é al$o que eu possa eplicar compalavras.

8ev sentiu um al-vio indescrit-vel ao ver que seus pr&prios pensamentosecoavam por um homem como ;unt.

@ Eu tive o mesmo sentimento so*re ;arro<, desde que nos conhecemos@ disse ele. @ Mas todos parecem reverenciá(lo.

;avia um *rilho sarcástico nos olhos escuros de ;unt. @ im, *em ... esta

não é a primeira ve0 que eu discordo da opinião popular. Mas acho que al$uémque se preocupa com a rta. ;atha<a", devia se interessar com o seu *em(estar.

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Merripen tinha partido quando a manhã che$ou. a-ra do Hutled$edeiando a mensa$em de que via)aria so0inho para a propriedade Hamsa".

7in havia despertado com lem*ranças alcançando o primeiro plano desua mente confusa. entia(se pesada, cansada e mal(humorada. Merripen foraparte dela durante muito tempo. /evava(o em seu coração, a*sorvera(o até amedula dos ossos. Deiá(lo ir a$ora, seria como amputar uma parte de si

mesma. E ainda assim, tinha que ser feito. 5 pr&prio Merripen tornouimposs-vel para ela escolher o contrário.Ela se lavou e vestiu com a a)uda de uma empre$ada, e arrumou o ca*elo

em um coque trançado. =ão haveria conversas si$nificativas com nin$uém desua fam-lia, decidiu entorpecida. =ão haveria lá$rimas ou arrependimentos. acasar com o Dr. >ulian ;arro< e viver lon$e de ;ampshire. E tentaria encontraral$uma pa0 nessa $rande e necessária dist'ncia.

@ %uero casar o mais *reve poss-vel @ disse a >ulian mais tarde, naquelamesma manhã, enquanto tomavam chá na su-te da fam-lia. @ 3enho saudadesda ?rança. %uero voltar para lá sem demora. omo sua esposa.

 >ulian sorriu e tocou a curva do seu rosto com as mãos macias, os dedosafilados.

@ Muito *em, querida @. Ele pe$ou a mão dela na sua, acariciando os n&sdos dedos com o pole$ar. Preciso me ocupar de al$uns ne$&cios em /ondres eem poucos dias poderei me reunir com você em ;ampshire. Bamos fa0ernossos planos lá. =&s nos casamos na capela da propriedade, se você quiser.

1 capela reconstru-da por Merripen.@ Perfeito @ disse 7in sem alterar a vo0.@ Bou comprar um anel para você ho)e @ disse >ulian. @ %ue tipo de

pedra você $ostariaA 1 safira para com*inar com seus olhosA@ %ualquer um que você escolha vai ser lindo @. 7in deiou sua mão

so*re a dele enquanto os dois ficaram em silêncio. @ >ulian @ murmurou @,você não me per$untou o que... o que aconteceu a noite passada entre mim eMerripen.

@ =ão há necessidade @ disse >ulian. @ Estou muito satisfeito com oresultado.

@ %uero... quero que entenda que serei uma *oa esposa para você @disse 7in com $rande seriedade. @ Eu... Meu passado relacionado a Merripen

...@ sso desaparecerá com o tempo @ disse >ulian suavemente.

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@ im.@ Eu lhe advirto, 7innifred... vou iniciar uma *atalha pelo seu carinho.

Bou provar ser um marido tão dedicado e $eneroso, que não haverá espaço emseu coração para nin$uém mais.Ela pensou em tra0er C *aila a questão dos filhos, per$untando se talve0

um dia ele cederia, caso sua sade melhorasse ainda mais. Mas pelo que elaconhecia de >ulian, ele não voltaria atrás em sua decisão facilmente. E nãoestava certa se isso lhe importava. Estava presa.

%ualquer coisa que a vida lhe reservasse a$ora, ela a aproveitaria aomáimo.

1p&s dois dias fa0endo malas, a fam-lia ps(se a caminho de ;ampshire.am, 1melia, Featri e Popp" estavam na primeira carrua$em, enquanto /eo, arta. MarLs e 7in se$uiam no se$undo. Eles partiram antes do amanhecer paraaproveitar o máimo poss-vel de uma )ornada de do0e horas.

& Deus sa*ia o que estava sendo discutido no se$undo carro. amesperava que a presença de 7in a)udasse a diminuir a animosidade entre /eo ea rta. MarLs.

1 conversa na primeira carrua$em, como am esperava, não era nadasenão animada. 5 emocionava e surpreendia que Popp" e Featri se lançassemem uma campanha para promover Merripen a candidato a marido de 7in.n$enuamente as meninas assumiram que a nica coisa que se interpunha era afalta de fortuna Merripen.

@ ... então, se você pudesse lhe dar um pouco do seu dinheiro... @ Featriestava di0endo animadamente.

@ ... ou dar(lhe parte da fortuna de /eo @ intercedeu Popp". @ /eo s& adesperdiçaria...

@ ... faça Merripen entender que seria o dote de 7in @ disse Featri @, eassim não iria ferir seu or$ulho...

@ ... e não precisariam de muito @ disse Popp". =enhum deles dá um

fi$o por mans9es ou finas carrua$ens...@ Esperem as duas @ disse am, er$uendo as mãos em um $esto

defensivo. @ 5 pro*lema é mais compleo do que uma questão de dinheiro, e...não, parem de ta$arelar por um momento e ouçam @. Ele sorriu para o par deolhos a0uis que o avaliavam ansiosamente. 1chava sua preocupação porMerripen e 7in um pouco mais que cativante. @ Merripen tem amplos meiospara oferecer a 7in. 5 que ele $anha como administrador na propriedadeHamsa" é uma *ela soma por si pr&pria, e tam*ém tem acesso ilimitado Cscontas de Hamsa".

@ Então, por que 7in vai se casar com o Dr. ;arro< e não comMerripenA @ ei$iu Featri.

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@ Por ra09es que Merripen dese)a manter privadas, ele considera que nãoseria um marido adequado para ela.

@ Mas ele a ama+@ 5 amor não resolve todos os pro*lemas, Fea @ disse 1meliasuavemente.

@ sso soa como al$o que Mamãe teria dito @ o*servou Popp" com umleve sorriso, enquanto Featri parecia chateada.

@ 5 que teria dito seu paiA @ am per$untou.@ 3eria condu0ido todos n&s por uma eploração lon$a e filos&fica acerca

da nature0a do amor, que não teria servido para nada, em a*soluto @ disse1melia. @ Mas teria sido fascinante.

@ Eu não me importo o quão complicado todos di0em que é @ disseFeatri. @ 7in deve se casar com Merripen. Bocê não concorda, 1meliaA@ =ão é nossa escolha @ disse 1melia. =em mesmo de 7in, a menos que

o $rande im*ecil ofereça uma alternativa. 7in não pode fa0er nada se ele nãolhe propor.

@ =ão seria *om se as damas pudessem propor casamento aoscavalheirosA @ Featri ponderou.

@ éus, não @ disse 1melia rapidamente. @ sso tornaria muito fácilpara os cavalheiros.

@ =o reino animal @ disse Featri @, machos e fêmeas têm o mesmostatus de i$ualdade. 4ma fêmea pode fa0er qualquer coisa que dese)e.

@ 5 reino animal permite muitos comportamentos que n&s, humanos,não podemos imitar, querida. oçar em p*lico, por eemplo. He$ur$itaralimentos. Ei*ir(se para atrair um par. em mencionar... *em, não é precisocontinuar.

@ Eu $ostaria que você pudesse @ disse am disse com um sorriso.nstalou 1melia de modo mais confortável contra ele e falou com Featri ePopp". @ 5uçam as duas. =enhuma de vocês vai assediar Merripen so*re estasituação. Eu sei que vocês querem a)udar, mas tudo o que conse$uirão fa0er

com isso é provocá(lo.1m*as resmun$aram, assentiram com relut'ncia e se acomodaram em

seus cantos. 1inda estava escuro lá fora, o *alanço do carro era reconfortante.Dentro de minutos, as duas irmãs estavam adormecidas.

5*servando 1melia, am viu que ainda estava acordada. 1cariciou(lhe apele macia do rosto e do pescoço, olhando para seus puros olhos a0uis.

@ Por que não deu um passo C frente, amA @ ela sussurrou. @ Por queentre$ou 7in ao Dr. ;arro<A

am levou um tempo para responder. @ Ele tem medo.

@ Do queA@ Do que poderia fa0er a ela.

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1melia fran0iu a testa, intri$ada. @sso não fa0 sentido. Merripen nunca amachucaria.

@ =ão intencionalmente.@ Bocê se refere ao peri$o de deiar(lhe $rávidaA Mas 7in não concordacom o parecer do Dr. ;arro<, e di0 que nem mesmo ele não pode ter certe0a doque poderia acontecer.

@ =ão é s& isso @ am suspirou e colocou(a mais perto dele. @ 1l$umave0 Merripen disse a você que é as%aribeA

@ =ão, o que si$nifica issoA@ I uma palavra para um $uerreiro romaní . rianças de até cinco ou seis

anos são treinadas para lutar. =ão eistem re$ras ou pra0os. 5 o*)etivo é causar

o maior dano, o mais rápido poss-vel, até que al$uém caia. 5s treinadores dascrianças tomam o dinheiro pa$o pelas multid9es. Eu vi as%aribes que aca*aram$ravemente feridos, ce$os, mesmo mortos durante os encontros. /utam com ospulsos fraturados e costelas que*radas, se necessário @. Distraidamente amalisou o ca*elo de 1melia, acrescentando. @ =ão havia nenhum em nosso$rupo. =osso l-der decidiu que era muito cruel. 1prendi a lutar, é claro, masnunca foi um modo de vida para n&s.

@ Merripen... @ 1melia sussurrou.@ Pelo que posso di0er, foi ainda pior do que isso para ele. 5 homem que

o criou...@ am, sempre tão eloquente, achou dif-cil continuar.@ eu tioA @ 1melia incentivou.@ =osso tio @. am )á lhe havia dito que ele e Merripen eram irmãos.

Mas ele omitira o resto do que huri lhes havia dito. @ 1parentemente criouMerripen como se fosse um cão de lutas.

1melia ficou pálida. @ 5 que você quer di0erA@ Merripen foi criado para ser tão cruel como o pior dos animais. Passou

fome e a*usos, até estar condicionado a lutar com qualquer pessoa, so*quaisquer circunst'ncias. Ele foi ensinado a aceitar qualquer a*uso que lhefosse infli$ido e diri$ir sua a$ressividade contra seu oponente.

@ Po*re criança @ 1melia murmurou. @ sso eplica muita coisa comoera no in-cio, quando ele che$ou até n&s. Estava apenas meio domesticado.Mas... tudo isso foi há muito tempo atrás. ua vida tem sido diferente desdeentão. E tendo sofrido terrivelmente, não quer ser amado a$oraA =ão quer serfeli0A

@ =ão funciona assim, querida @. am sorriu para seu rosto perpleo.=ão era de estranhar que 1melia, criada em uma fam-lia $rande e amorosa,achasse dif-cil compreender um homem que temia as suas pr&priasnecessidades como se fossem seus pr&prios inimi$os. @ 5 que aconteceria se

lhe ensinassem, durante toda sua inf'ncia, que a nica ra0ão da sua eistênciaera infli$ir dor aos outrosA %ue a violência era a nica coisa para o que você era

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 *omA omo você esquece uma coisa assimA =ão conse$ue. Então, você escondeisso tão *em quanto pode, sempre ciente do que está por *aio da aparência.

@ Mas... o*viamente Merripen mudou. Ele é um homem com muitasqualidades.@ Merripen discordaria.@ Fem, 7in deiou *em claro que o aceitaria apesar de tudo.@ =ão importa que ela o aceite. Ele está determinado a prote$ê(la de si

mesmo.1melia odiava ver(se confrontada com pro*lemas que não tinham

soluç9es definitivas.@ Então, o que podemos fa0erA

am *aiou a ca*eça para *ei)ar a ponta do seu nari0. @ ei como vocêodeia ouvir isto, amor... mas não muito. Está nas mãos deles.Ela *alançou a ca*eça e murmurou al$o em seu om*ro.@ 5 que você disseA @ ele per$untou, divertido.1melia olhou para cima, e um sorriso autodepreciativo curvou seus

lá*ios. @ 1l$o no sentido de que odeio  ter que deiar o futuro de Merripen e7in nas mãos deles.

1 ltima ve0 que /eo e 7in a tinham visto, Hamsa" ;ouse estava emru-nas e meio incendiada, as fundaç9es estéreis, eceto pelas ervas daninhas edetritos. E ao contrário do resto da fam-lia, eles não tinham visto os está$ios daevolução enquanto estava sendo reconstru-da.

5 opulento condado de ;ampshire a*ran$ia terras costeiras, charnecas eanti$as florestas cheias de fauna a*undante. ;ampshire tinha um clima maisameno e ensolarado do que a outras partes da n$laterra, devido ao efeitoesta*ili0ador de sua locali0ação. Em*ora 7in não tivesse vivido em ;ampshirepor um lon$o tempo, antes de partir para a cl-nica do Dr. ;arro<, tinha asensação de voltar para casa. Era um lu$ar simpático e acolhedor, com oanimado mercado da cidade de ton" ross a apenas uma caminhada a pé da

propriedade Hamsa".1parentemente, o clima de ;ampshire havia decidido apresentar a

propriedade no seu melhor momento, com muito sol e poucas e pitorescasnuvens C dist'ncia.

1 carrua$em passou pelo alo)amento do porteiro, constru-da com ti)olosa0ul acin0entados e detalhes em pedra creme.

@ Heferem(se a ele como a asa 10ul @ disse a rta. MarLs @, por ra09es&*vias.

@ %ue encantador+ @ 7in eclamou. @ =unca antes tinha visto ti)olos

dessa cor em ;ampshire.

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@ 3i)olo a0ul de taffordshire @ disse /eo, esticando o pescoço para ver ooutro lado da casa. @ 1$ora que é poss-vel tra0er ti)olos de outros locais pela

ferrovia, não há necessidade de o construtor fa0ê(los no lu$ar.Eles se$uiram ao lon$o do caminho até a casa, que estava cercada por$ramados verdes e *rancos caminhos de cascalho, )ovens se*es e roseirais.

@ Meu Deus @ /eo murmurou enquanto se aproimavam da casa. Erauma estrutura com vários telhados de duas á$uas, de pedra creme e ale$resmansardas. 5 telhado de ard&sia a0ul formava 'n$ulos e saliências delineadas,em contraste com as telhas de terracota. Em*ora o lu$ar fosse similar C anti$acasa, havia sido tão cuidadosamente restaurado que não se podia distin$uir asseç9es anti$as das novas.

/eo não afastava o olhar do local.@ Merripen disse que mantiveram al$uns dos quartos de forma irre$ulare em cantos. Be)o muito mais )anelas. E eles acrescentaram uma ala de serviços.

;avia pessoas tra*alhando por toda parte, carroceiros, arrendatários,carpinteiros, pedreiros, )ardineiros, cavalariços e lacaios acudindo C che$adadas carrua$ens. 1 propriedade não apenas voltara C vida, estava prosperando.

5*servando o perfil a*sorto de seu irmão, 7in sentiu uma onda de$ratidão para com Merripen, que tinha feito tudo isso acontecer. Era *om para/eo voltar para casa e encontrar(se com isso. Era um começo auspicioso de umanova vida.

@ 1 criada$em carece de ampliação @ disse a rta. MarLs @, mas os queo r. Merripen contratou são *astante eficientes. 5 r. Merripen é umadministrador eficiente, mas tam*ém $entil. Eles fariam qualquer coisa paraa$radá(lo.

7in desceu do carro com a a)uda de um lacaio, e permitiu(lheacompanhá(la até as portas dianteiras. 4m maravilhoso con)unto de portasduplas com painéis inferiores de madeira maciça e vitrais no topo. 1ssim queela che$ou ao de$rau mais alto, as portas se a*riram para revelar uma mulherde meia(idade, com ca*elos ruivos e pele sardenta. ua fi$ura era *em

constitu-da e ro*usta em um vestido preto de $ola alta.@ Fem vinda, rta. ;atha<a" @ disse calorosamente. @ Eu sou a ra.

Farnsta*le, a $overnanta. Estamos contentes de ter todos de volta a ;ampshire.@ 5*ri$ada @ 7in murmurou, se$uindo(a até a entrada da sala.5s olhos de 7in se arre$alaram ante o interior do lu$ar, tão *rilhante e

relu0ente, o salão de dois andares com painéis pintados de *ranco cremoso.4ma escadaria de pedra cin0a estava locali0ada no fundo da sala com $rades deferro pretas e limpas. 3odo lu$ar cheirava a sa*ão e cera fresca.

@ urpreendente @ 7in sussurrou. @ =ão é o mesmo lu$ar, em

a*soluto.

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/eo se aproimou dela. Pela primeira ve0 não tinha nenhuma o*servaçãofr-vola a fa0er, nem se preocupava em esconder sua admiração.

@ I um verdadeiro mila$re @ disse ele. @ Estou espantado@. Ele sevirou para a $overnanta. @ 5nde está Merripen, ra. Farnsta*leA@?ora, no dep&sito de madeiras da propriedade, meu senhor. Ele está

a)udando a descarre$ar um va$ão. 1s toras são muito pesadas, e ostra*alhadores, Cs ve0es precisam da a)uda do r. Merripen com uma car$adif-cil.

@ 3emos um dep&sito de madeirasA @ questionou /eo.1 rta. MarLs replicou: @ 5 r. Merripen está plane)ando construir casas

para os novos arrendatários.

@ I a primeira ve0 que ouço isso. Por que é que vamos proporcionar(lhescasasA @ o tom de /eo não era a*solutamente de censura, apenas de interesse.Mas os lá*ios da rta. MarLs se apertaram, como se ela tivesse interpretado aper$unta como uma queia.

@ 5s mais recentes arrendatários da propriedade foram atra-dos pelapromessa de novas casas. ão a$ricultores *em(sucedidos, educados epro$ressistas, e o r. Merripen acredita que sua presença vai aumentar aprosperidade da propriedade. 5utras propriedades locais, como ton" rossParL, tam*ém estão construindo casas para os operários e camponeses...

@ Está *em @ /eo interrompeu(a. @ =ão há necessidade de ficar nadefensiva, MarLs. Deus sa*e que eu não pensaria em interferir nos planos deMerripen depois de ver tudo o que fe0 até a$ora @. Ele olhou para a$overnanta. @ e me mostrar o caminho, ra. Farnsta*le, sairei para encontrarMerripen. 3alve0 eu possa a)udar a descarre$ar o va$ão de madeira.

@4m lacaio vai lhe mostrar o caminho @ disse a $overnantarapidamente. @ Mas o tra*alho pode ser ocasionalmente peri$oso, meu senhor,e não é para um homem de sua posição.

1 rta. MarLs disse em um tom leve, mas forte. @ 1lém disso, é duvidosoque possa ser de al$uma a)uda.

1 *oca da $overnanta caiu a*erta.7in teve que morder(se para conter o riso. 1 rta. MarLs tinha falado

como se /eo fosse uma pequena erva daninha de homem em ve0 de um su)eitocorpulento com um metro e oitenta de altura.

/eo lançou um sorriso sardnico para a preceptora. @ ou fisicamentemais capa0 do que suspeita rta. MarLs. Bocê não tem idéia do que se encontraso* este casaco.

@ Estou profundamente satisfeita por isso.@ rta. ;atha<a" @ disse a $overnanta rapidamente, tentando resolver o

conflito @, posso mostrar o caminho para o seu quartoA

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@im, o*ri$ada @. 5uvindo as vo0es de suas irmãs, 7in voltou(se paravê(las entrar na sala com o r. Hohan.

@ FemA @ 1melia per$untou com um sorriso, estendendo a mão paraindicar o am*iente.@ 1dorável, mais além das palavras @ disse 7in.@ Bamos nos refrescar e tirar o p& da via$em, e então vou levar você para

um passeio.@& serão al$uns minutos.7in foi para as escadas com a $overnanta.@ ;á quanto tempo está empre$ada aqui, ra. Farnsta*leA @ per$untou,

enquanto elas su*iam até o se$undo andar.

@ 4m ano mais ou menos. Desde que a casa ficou ha*itável. Eu estavaanteriormente empre$ada em /ondres, mas o anti$o padrão faleceu, e o novodemitiu muitos da criada$em e os su*stituiu pelos seus pr&prios. Eu precisavadesesperadamente de uma posição.

@ into ouvir isso. Mas fico muito satisfeita pelos ;atha<a"s.@ 3em sido um compromisso desafiador @ disse a $overnanta @, reunir

a criada$em e treiná(los todos. onfesso que tinha al$umas preocupaç9es,dadas as circunst'ncias incomuns deste empre$o. Mas o r. Merripen foi muitopersuasivo.

@ im @ disse 7in distraidamente @, é dif-cil di0er(lhe não.@ Ele tem uma presença forte e constante, o r. Merripen. Muitas ve0es

fiquei espantada ao vê(lo no centro de d0ias de atividades simult'neas...carpinteiros, pintores, o ferreiro, o mordomo, todos pedindo por sua atenção. Eele sempre mantém a ca*eça fria. =ão podemos fa0er quase nada sem ele. I opilar da propriedade.

7in assentiu com a ca*eça tristemente, olhando para as salas por ondepassavam. Mais painéis creme e mo*iliário cere)a pálido, e estofados em veludode cores claras em ve0 dos tons som*rios e escuros que estavam atualmente namoda. Pensou que seria uma pena não poder desfrutar desta casa, eceto em

visitas ocasionais.1 ra. Farnsta*le levou(a a um *onito quarto, com )anelas com vista para

os )ardins.@ Este é o seu @ disse a $overnanta. @ =in$uém o ocupou antes.1 cama era feita de painéis estofados a0ul celeste, a roupa de cama de

linho *ranco. ;avia uma $raciosa escrivaninha para senhoras no canto, e umarmário de *ordo cetim, com um espelho fiado na porta.

@ 5 r. Merripen escolheu pessoalmente o papel de parede @ disse a ra.Farnsta*le. @ %uase enlouqueceu o arquiteto com sua insistência em ver

centenas de amostras, até que desco*riu esse padrão.

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5 papel era *ranco com um delicado desenho de ramos floridos. Emal$uns intervalos, tinha o motivo de um pequeno tordo empoleirado em um

$alho.7in se aproimou lentamente de uma parede e tocou uma das aves comas pontas dos dedos. ua visão ficou turva.

Durante sua lon$a recuperação da escarlatina, quando o cansaço che$avaao etremo de impedi(la de se$urar um livro nas mãos e não havia nin$uémdispon-vel para ler, ficava olhando pela )anela para um ninho de tordos emuma árvore de *ordo pr&ima. Ela tinha visto os filhotes eclodirem de seusovos a0uis, seus corpos rosa, venosos e confusos. 3inha visto suas penascrescerem, e tinha o*servado a mãe tordo tra*alhando para encher seus *icos

$ananciosos. E 7in viu como, um por um, tinham voado do ninho, enquantoela permanecia na cama.Merripen, apesar de seu medo de altura, muitas ve0es tinha su*ido uma

escada para lavar a )anela do se$undo andar para ela. Ele queria que sua visãodo mundo eterior fosse clara.

Ele havia dito que o céu devia estar sempre a0ul para ela.@ Bocê $osta de pássaros, rta. ;atha<a"A @ per$untou a $overnanta.7in assentiu com a ca*eça sem olhar em volta, temendo que seu rosto

estivesse vermelho por uma emoção não epressada. @ Especialmente tordos@ meio sussurrou.

@ 4m lacaio vai tra0er suas malas em *reve, e uma das criadas vaidesfa0ê(las. Enquanto isso, se quiser se refrescar, há á$ua fresca na *acia.

@ 5*ri$ada @. 7in foi até o )arro e *acia de porcelana e re$ou o rosto e opescoço com desa)eitados )orros de á$ua fria, indiferente Cs $otas que ca-ramso*re seu corpete. ecando o rosto com um pano, sentiu apenas um al-viomoment'neo do doloroso calor que a inundara.

5uvindo o ran$er de uma tá*ua, 7in virou(se *ruscamente. Merripenestava parado na porta, o*servando(a. 5 detestável ru*or não desaparecia.Dese)ou estar do outro lado do mundo, lon$e dele. =ão queria vê(lo nunca

mais. E ao mesmo tempo seus sentidos avidamente a empurravam na direçãodele... sua visão com uma camisa de linho *ranco, o colarinho a*erto, $rudada Cno0(moscada marrom de sua pele... as curtas camadas ne$ras de seu ca*elo, ocheiro de seus esforços atin$indo suas narinas. 1penas com seu tamanho epresença sentia(se paralisar de dese)o. %ueria o sa*or da pele dele contra seuslá*ios. %ueria sentir a vi*ração da pulsação dele contra a sua pr&pria. e aomenos ele viesse para ela neste momento, apenas como era, e a esma$asse so*rea cama com seu corpo duro e pesado, e a tomasse. 1 arruinasse.

@ omo foi a via$em de /ondresA @ ele per$untou com rosto

inepressivo.

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fam-lia. Em sua dor, eles precisavam acusar al$uém. >ulian foi um *odeepiat&rio conveniente.

@ 5s /anham ale$am que se comportou de modo suspeito ap&s a mortedela. =ão se encaiava na ideia de nin$uém como um marido enlutado.@ =em todas as pessoas demonstram sua dor do mesmo modo @ disse

7in rispidamente. @ >ulian é um médico... foi treinado para permanecerimpass-vel no decurso do seu tra*alho, porque isso é o melhor para seuspacientes. =aturalmente que não se deia desmoronar, não importa o quãoprofunda se)a a sua dor. omo você se atreve a )ul$á(loA

@ Bocê não perce*e que pode estar em peri$oA@ om Hu#ianA 5 homem que me deiou *emA @ *alançou a ca*eça com

um sorriso incrédulo. @ Pelo *em de nossa ami0ade do passado, vou esquecerque você disse al$uma coisa so*re isso, 8ev. Mas lem*re(se que no futuro nãovou tolerar qualquer insulto a >ulian. /em*re(se que ele ficou ao meu ladoquando você não o fe0.

Passou por ele sem esperar por sua reação, e viu sua irmã vindo ao lon$odo corredor. @ 1melia @ disse ale$remente. @ Bamos começar o passeioa$oraA Eu quero ver tudo.

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Em*ora Merripen houvesse deiado claro para os empre$ados que /eoHamsa", e não ele, era o patrão, os criados e os arrendatários ainda oconsideravam a autoridade. Era a Merripen a quem acudiam primeiro comtodas as suas preocupaç9es. E /eo se contentava em deiar assim, enquanto sefamiliari0ava com a revi$orada propriedade e seus ha*itantes.

@ Eu não sou um completo idiota, apesar das aparências em contrário @

disse secamente a Merripen quando montavam pelo lado leste da propriedadeem uma manhã. @ 5s arran)os que você fe0, o*viamente funcionam. =ão tenhonenhuma intenção de estra$ar as coisas num esforço para provar que eu sou osenhor da mansão. Dito isso... tenho al$umas melhorias a su$erir, relativas Csha*itaç9es dos arrendatários.

@ 1hA@ 1l$umas alteraç9es *aratas no pro)eto fariam as casas mais confortáveis

e atraentes. E se a ideia é esta*elecer, eventualmente, uma espécie de vilare)o napropriedade, poderia ser conveniente começarmos a plane)ar um modelo.

@ %uer tra*alhar nos planos e edificá(losA @ Merripen per$untou,surpreso com o interesse demonstrado pelo $eralmente indolente senhor.

@ e você não tem nenhuma o*)eção.@ laro que não. I sua propriedade @. Merripen eaminou(o

especulativamente. @ Bocê está pensando em voltar C sua profissão anteriorA@ =a verdade, sim. Poderia começar como arquiteto amador. Bamos ver

onde pode nos levar um pouco de impulso. E fa0 sentido que eu $anheeperiência com as casas de meus pr&prios arrendatários @. Ele sorriu. @ Meuracioc-nio é que será menos provável que eles me processem do que unsdesconhecidos.

Em uma propriedade a*arrotada de árvores como as terras Hamsa", umaredução dos *osques era necessária a cada de0 anos. De acordo com o cálculode Merripen, a fa0enda tinha perdido pelo menos os ltimos dois ciclos, o quesi$nificava que havia uns *ons trinta anos de árvores mortas, doentes ouem*otadas, que precisavam ser retiradas dos *osques Hamsa".

Para desapontamento de /eo, Merripen insistiu em arrastá(lo durantetodo o processo, até que /eo sa*ia so*re árvores, muito mais do que al$uma ve0dese)ara.

@ 5 corte adequado a)uda a nature0a @ disse Merripen, em resposta Cs

reclamaç9es de /eo. @ 1 condição da madeira será mais saudável e muito maisvaliosa se as árvores certas forem removidas para a)udar as outras a crescer.

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@ Eu preferiria que as árvores se acertassem entre elas @ disse /eo, o queMerripen i$norou.

Para educar(se a si mesmo, e a /eo, mais ainda, Merripen or$ani0ou umareunião com a equipe de lenhadores da propriedade. a-ram para eaminaral$umas árvores marcadas, enquanto os lenhadores eplicavam como calcular ocomprimento e a área transversal de uma árvore, para determinar o seucontedo c*ico. 4sando uma fita métrica, uma vara de vinte pés, e umaescada, fi0eram al$umas mediç9es preliminares.

1ntes que /eo sou*esse o que estava acontecendo, ele estava em cima deuma escada, a)udando com as mediç9es.

@ Posso sa*er @ $ritou para Merripen, a*aio @ porque você está a-

em*aio, enquanto eu estou aqui arriscando meu pescoçoA@ ua árvore @ Merripen disse de forma sucinta.@ 3am*ém é o meu pescoço+/eo entendia que Merripen queria que tivesse um interesse ativo na

propriedade e em todos os assuntos, $randes e pequenos. Parecia que umaristocrata latifundiário naqueles dias não podia simplesmente relaar na

 *i*lioteca e *e*er porto, por mais atraente que resultasse a ideia. Podia(sedele$ar a responsa*ilidade para os administradores e os empre$ados, mas issosi$nificava arriscar(se a ser tosquiado.

1o passarem de um para outro assunto em uma lista diária que s& pareciacrescer ao lon$o da semana, /eo começou a entender o tra*alho esma$ador queMerripen havia reali0ado nos ltimos três anos. 1 maioria dos administradoreshavia tido um aprendi0ado, e na maior parte eram filhos de no*res que forameducados desde cedo em várias quest9es das propriedades que poderiam umdia herdar.

Merripen, entretanto, tinha aprendido tudo isso... pecuária, $estãoa$r-cola, florestal, construção, uso da terra, salários, lucros e renda... semqualquer preparação ou tempo. Mas o homem era ideal para isso. Ele tinha umamem&ria afiada, apetite para o tra*alho duro e incansável interesse pelos

detalhes.@ 1dmita @ /eo tinha dito depois de uma conversa so*re culturas

particularmente impressionantes @, Cs ve0es você acha isto tedioso, não éABocê deve ficar morto de tédio depois de uma hora de intensa discussão so*recomo deve ser a rotação de culturas, e quanta terra arável deve ser alocada parao milho e fei)ão.

Merripen havia considerado o assunto com cuidado, como se nuncativesse pensado que devia achar tedioso al$o a ver com o tra*alho a$r-cola.@ =ão, se você tiver que fa0ê(lo.

?oi então que /eo finalmente o entendeu. e Merripen tinha decididoalcançar um o*)etivo, nenhum detalhe era muito pequeno, nenhuma tarefa

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estava a*aio dele. =enhuma adversidade o detinha. Essa qualidade deconsciência que /eo ridiculari0ara no passado tinha encontrado a sa-da perfeita.

Deus ou o dia*o que a)udasse a quem se interpusesse no caminho de Merripen.Mas Merripen tinha uma fraque0a.1 essas alturas, todos na fam-lia estavam cientes da atração forte e

imposs-vel entre Merripen e 7in. E todos sa*iam que nenhuma mençãocausaria nada além de pro*lemas. /eo nunca tinha visto duas pessoas lutaremtanto contra sua mtua atração.

=ão muito tempo atrás, /eo teria escolhido o Dr. ;arro< para 7in, semhesitação. asar(se com um ci$ano era um decl-nio no mundo. E para asociedade londrina era perfeitamente ra0oável casar(se por conveniência e

encontrar o amor em outro lu$ar. sso não era poss-vel para 7in, no entanto.eu coração era muito puro, seus sentimentos muito fortes. E depois de assistira luta de sua irmã para recuperar(se, e a $raça de caráter que nunca vacilara,/eo pensava que era uma maldita ver$onha que não pudesse ter o marido quedese)ava.

=a terceira manhã de sua che$ada, em ;ampshire, 1melia e 7in foramfa0er uma caminhada por uma rota circular que as condu0ia de volta C Hamsa";ouse. Era um dia frio e claro, a estrada estava um pouco *arrenta em al$unslu$ares, os prados estavam co*ertos com tantas mar$aridas *rancas que, Cprimeira vista, parecia que tinha neve.

1melia, que sempre amou caminhar, acompanhava facilmente o ritmoacelerado de 7in.

@ Eu amo ton" ross @disse 7in, aproveitando o ar fresco e doce. @into(me em casa, mais ainda que em Primrose Place, em*ora não tenha vividoaqui por muito tempo.

@ im. ;á al$o especial em ;ampshire. empre que voltamos de/ondres, eu encontro um al-vio indescrit-vel @. 3irando o chapéu, 1meliase$urou(o pelas fitas e *alançou(o li$eiramente enquanto caminhavam. Parecia

a*sorta na paisa$em, as eplos9es de flores por toda parte, os 0um*idos e vosdos insetos la*oriosos nas árvores, os perfumes li*erados pelo sol que aqueciama relva e o a$rião picante.

@ 7in @ disse finalmente, com vo0 pensativa @, você não tem quedeiar ;ampshire, você sa*e.

@ im, eu tenho.@ =ossa fam-lia pode resistir a qualquer esc'ndalo. 5lhe para /eo. =&s

so*revivemos a todos os seus...@ Em termos de esc'ndalos @ interrompeu 7in, secamente @, eu acho

que realmente conse$ui fa0er pior do que /eo.@ =ão acho que isso se)a poss-vel, querida.

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@ Bocê sa*e tão *em quanto eu que a perda da virtude de uma mulherpode arruinar uma fam-lia muito mais efica0mente do que a perda da honra de

um homem. =ão é )usto, mas a- está.@ Bocê não perdeu sua virtude @ 1melia disse indi$nada.@ =ão por falta de intenção. 1credite em mim, eu queria @. Percorrendo

com o olhar a sua irmã mais velha, 7in viu que a surpreendera. orriu *revemente. @ Bocê acreditava que eu estivesse mais além desses sentimentos,1meliaA

@ Fem... sim, suponho. =unca teve tendência a sonhar com meninos *onitos, ou falar de *ailes e festas, ou sonhar com seu futuro marido.

@ sso foi por Merripen @ 7in admitiu. @ Ele era tudo o que eu queria.

@ 5h, 7in @ 1melia sussurrou. @ into tanto.7in deu um passo so*re um de$rau que levava a uma a*ertura estreitaem uma cerca de pedra, e 1melia a se$uiu. Elas caminharam ao lon$o de umatrilha $ramada, que condu0ia a um caminho na mata, e continuava por umaponte so*re um c&rre$o.

1melia entrelaçou seu *raço no de 7in.@ Em vista do que você aca*ou de di0er, sinto com mais intensidade que

não deveria se casar com ;arro<. 5 que quero di0er é que deveria se casar com;arro<, se assim o quisesse, mas não por medo do esc'ndalo.

@ Eu quero. !osto dele. 1cho que é um *om homem. E se eu ficar aqui,isso vai aca*ar sendo uma miséria sem fim para mim e para Merripen. 4m den&s tem que partir.

@ Por que tem que ser vocêA@ Merripen é necessário aqui. Ele pertence a este lu$ar. E na verdade não

importa onde eu este)a. De fato, creio que seria melhor para mim começar denovo em outro lu$ar.

@ am vai conversar com ele @ disse 1melia.@ 5h, não, não+ =ão por mim @. 5 or$ulho de 7in se eriçou e virou(se

para encarar disse 1melia. @ =ão o permita. or favor.

@ =ão posso deter am quando ele coloca al$o na ca*eça. Ele não vaifalar com Merripen por sua causa, 7in. I pelo *em do pr&prio Merripen.3emos medo do que ele vai se tornar uma ve0 que a tenha perdido parasempre.

@ >á me perdeu @ disse 7in, sem rodeios. @ Perdeu(me no momento emque se recusou a vir em minha defesa. E depois que eu partir, não será diferentedo que sempre foi. =unca se permitirá a*randar. =a verdade, creio quedespre0a tudo que lhe dá pra0er, porque desfrutar de qualquer coisa poderiafa0ê(lo mais *rando @. entiu todos os minsculos msculos do seu rosto

con$elados. 7in levantou a mão para massa$ear sua tensa e dolorida fronte.

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@ %uanto mais se importa comi$o, mais determinado fica em colocar(me delado.

@ ;omens @ resmun$ou 1melia, cru0ando a ponte.@ Merripen está convencido de que não tem nada a me oferecer. ;á umaespécie de arro$'ncia nisso, você não achaA Decidir o que eu preciso. $norandomeus sentimentos. olocando(me em um alto pedestal, que o a*solve dequalquer responsa*ilidade.

@ 1rro$'ncia, não @ disse disse 1melia suavemente. @ Medo.@ Fem, eu não vou viver desse )eito. =ão vou prender(me aos meus

medos ou aos dele @. 7in sentiu que relaava um pouco, a calma o*tida poradmitir a verdade. @ Eu o amo, mas não o quero se tem que ser arrastado ou

ver(se preso em um casamento. %uero um companheiro de *oa vontade.@ ertamente nin$uém poderia culpá(la por isso. empre me incomodou,na verdade, a maneira como as pessoas di0em que uma mulher JpescouK umhomem. omo se fossem trutas e n&s tivéssemos conse$uido fis$á(los e puá(los para fora dá$ua.

1pesar de seu mau humor, 7in não pde deiar de sorrir.Elas a*riram caminho através da paisa$em quente e mida. %uando

finalmente se aproimaram de Hamsa" ;ouse, viram uma carrua$emche$ando, até deter(se na entrada. @ I >ulian @ disse 7in. @ 3ão cedo+ Deveter deiado /ondres muito antes das primeiras lu0es @. Ela acelerou o passo e oalcançou eatamente quando ele deiava a carrua$em.

1 fria compostura de >ulian não tinha sido enfraquecida no m-nimo pelalon$a via$em desde /ondres. 3omou as mãos de 7in e as se$urou comfirme0a, sorrindo.

@ Fem vindo a ;ampshire @ disse ela.@ 5*ri$ado, querida. Bocê esteve caminhandoA@ Bi$orosamente @ ela lhe asse$urou, sorrindo.@ Muito *em. 5lhe, eu tenho al$o para você @. Ele enfiou a mão no *olso

e retirou um pequeno o*)eto. 7in sentiu desli0ar um anel em seu dedo. Ela

olhou para o tom vermelho do ru*i, conhecido como Jsan$ue de pom*oK,en$astado em ouro e diamantes. @ Di0em @ >ulian falou @ que possuir umru*i é ter pa0 e contentamento.

@ 5*ri$ada, é lindo @ ela murmurou, inclinando(se para frente. ?echouos olhos enquanto sentia os lá*ios dele pressionando suavemente contra suatesta. atisfação e pa0 ... e Deus quiser, talve0 al$um dia teria essas coisas.

am duvidava de sua pr&pria sanidade mental, aproimando(se de

Merripen enquanto tra*alhava nos dep&sitos de madeira. 5*servou por ummomento como Merripen a)udava a um trio de lenhadores a descarre$ar

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enormes troncos de um va$ão. Era um tra*alho peri$oso, um erro poderiaresultar na possi*ilidade de uma $rave lesão ou morte.

om o uso de alavancas lon$as e pranchas inclinadas, os homens fa0iamrolar os troncos cent-metro a cent-metro até o chão. om $runhidos pelo esforçoe msculos tensos, lutavam para controlar o peso descendente. Merripen, comoo maior e mais forte do $rupo, tomava a posição central, fa0endo com que fosseo menos provável a escapar, caso al$o desse errado.

Preocupado, am começou a adiantar(se para a)udar.@ ara tr"s @ Merripen ladrou, vendo am pelo canto do olho.am parou instantaneamente. 5s lenhadores tra*alhavam se$uindo um

método, ele compreendeu. 1l$uém que não conhecesse o procedimento

poderia, inadvertidamente, causar danos a todos.Ele esperou e viu como as toras eram depositadas no chão, em se$urança.5s lenhadores respiravam pesadamente, inclinados para frente, se$urando os

 )oelhos com as mãos, enquanto se recuperavam do esforço atordoante.Merripen parecia demon-aco, seu rosto escuro e co*erto de suor, seus

olhos *rilhando com o fo$o do inferno. Em*ora am houvesse che$ado aconhecê(lo *em durante os ltimos três anos, nunca tinha visto Merripen assim.Parecia uma alma perdida, sem esperança ou o dese)o de redenção.

(eus me a'ude , am pensou. 4ma ve0 que 7in estivesse casada com o Dr.;arro<, Merripen poderia perder o controle. Hecordando todos os pro*lemasque teve com /eo, am $emeu internamente.

Esteve tentado a lavar as mãos dessa *a$unça toda, raciocinando quetinha coisas melhores a fa0er do que lutar pela sanidade de seu irmão. DeiarMerripen lidar com as consequências de suas pr&prias escolhas.

Mas então am pensou em como ele teria se comportado se al$uém oual$uma coisa ameaçasse afastar 1melia de seu lado. =ão muito melhor, comcerte0a. 4ma relutante compaião o estremeceu.

@ 5 que você querA @ Merripen per$untou *ruscamente, deiando delado as pinças.

am aproimou(se lentamente. @ ;arro< está aqui.@ Eu )á vi.@ Bocê não vai rece*ê(loAMerripen lançou um olhar desafiador a am. @/eo é o dono da casa.

Pode dar as *oas vindas ao *astardo.@ Enquanto você se esconde aqui no dep&sito de madeirasA5s olhos castanhos se estreitaram. @ =ão me escondo. Estou tra*alhando.

E você está no meu caminho.@ %uero falar com você, $%ra#.

@=ão me chame assim. E não preciso de sua interferência.

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@ 1l$uém tem que tentar fa0ê(lo ver a ra0ão @ am disse suavemente.@5lhe para você, 8ev. Bocê está se comportando eatamente como o *ruto que

o rom baro tentou fa0er de você.@ ale a *oca @ disse Merripen com vo0 rouca.@ Bocê está deiando que ele determine o resto da sua vida por você @

disse am. @ Está mantendo essas malditas correntes em torno de você, comtodas as suas forças.

@ e você não fechar sua *oca...@ e você estivesse pre)udicando apenas a si mesmo, não diria uma

palavra. Mas a está machucando muito, tam*ém, e não parece se imp...am foi interrompido quando Merripen pulou so*re ele, atacando(o com

uma força selva$em que enviou am*os para o chão. 5 impacto foi duro, mesmono chão lamacento. Holaram duas, três ve0es, cada um lutando pela posiçãodominante. Merripen era pesado como o dia*o.

Perce*endo que se fosse su*metido sofreria sérios danos, am torceu(separa se li*ertar e levantou(se de um salto. Er$uendo a $uarda, *loqueou e seesquivou quando Merripen avançou como um ti$re C espreita.

5s lenhadores se apressaram em adiantar(se, dois homens su)eitaramMerripen e o contiveram, o outro pulou em am.

@ Bocê é um idiota @ disse am, fulminando Merripen com o olhar @./i*erou(se do homem que tentou contê(lo. @ Está determinado a estra$ar ascoisas para você mesmo, não importa o que aconteça, não éA

Merripen avançou, o olhar assassino, enquanto os lenhadores seesforçavam para se$urá(lo.

am *alançou a ca*eça em des$osto. @ Eu esperava um ou dois minutosde conversa racional, mas aparentemente você está além disso @. 5lhou paraos lenhadores. @ oltem(no+ Posso lidar com ele. I fácil vencer um homem quepermite que suas emoç9es consi$am o melhor dele.

om isso, Merripen fe0 um esforço vis-vel para controlar sua raiva,permanecendo parado, a selva$eria em seus olhos diminuindo para um

lampe)o de &dio frio. !radualmente, com o mesmo cuidado que tinham usadopara lidar com os pesados troncos, os lenhadores soltaram seus *raços.

@ Bocê )á deiou *em claro o seu ponto de vista @ am disse paraMerripen. @ E parece que vai continuar com isso até que prove a todos. Então,deie(me poupar seu esforço: eu concordo com você. Bocê não é apropriadopara ela.

E deiou o dep&sito de madeira enquanto Merripen olhava(o fiamente.

1 ausência de Merripen lançou uma som*ra so*re o )antar naquela noite,

não importando o quanto todos tentassem a$ir normalmente. 5 estranho é quenunca Merripen fora propenso a dominar as conversas ou ser o foco da reunião,

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e ainda assim a falta de sua presença discreta era como tirar uma pata dacadeira. 3udo ficava desequili*rado quando ele estava ausente.

 >ulian preencheu o va0io com charme e leve0a, contando hist&riasen$raçadas so*re seus ami$os de /ondres, discutindo so*re sua cl-nica,revelando as ori$ens das terapias prestadas aos pacientes com tão *ons efeitos.

7in ouviu e sorriu. ?in$indo interesse no cenário ao seu redor, a mesaposta com porcelanas e cristais, *ande)as de comida *em temperada, e al$umaspoucas peças de *oa e til prata. Estava calma na superf-cie, mas no fundo nãoestava nada mais do que se contorcendo de emoção, raiva, dese)o e al-vio,misturados tão completamente que ela não conse$uia ima$inar as suasproporç9es.

=o meio do )antar, entre o peie e a carne, um lacaio veio C ca*eceira damesa com uma *ande)a de prata minscula. Entre$ou um recado para /eo.@ Meu senhor @ murmurou o criado.1 mesa inteira ficou em silêncio enquanto todos o*servavam /eo ler o

recado. asualmente ele colocou o papel em seu casaco e murmurou al$umacoisa ao lacaio, so*re preparar seu cavalo.

4m sorriso tocou os lá*ios de /eo quando viu os olhos fios nele.@ Minhas desculpas a todos @ ele disse calmamente. @ ;á um pequeno

pro*lema que não pode esperar @. eus risonhos olhos a0uis lançaram umolhar sarcástico para 1melia. @ 3alve0 você pudesse fa0er com que a co0inhame reserve um prato de so*remesaA Bocê sa*e o quanto amo ninharia.

@ omo so*remesa ou como ver*oAV 1melia re*ateu, e ele sorriu.@ 1m*os, é claro @ ele se levantou da mesa. @ Perdoem(me, por favor.7in ficou tensa de preocupação. a*ia que tinha al$o a ver com Merripen,

sentiu(o nos ossos.@ Meu senhor @ disse com vo0 sufocada. @ I...@ Está tudo *em @ disse ele imediatamente.@ Eu deveria irA @ am per$untou, olhando firme para /eo @. Era uma

nova situação para todos. /eo como um solucionador de pro*lemas.

Especialmente para /eo.@ =ão há necessidade @ disse /eo. @ Eu não perderia isso por nada.

1 prisão de ton" ros estava locali0ada em ?ishmon$er /ane. 1s pessoasdo lu$ar se referiam C prisão de dois quartos como Jo curralK. 1 anti$aepressão se referia a um local onde os animais eram mantidos, e remetia aostempos medievais, quando o sistema de campo a*erto ainda era praticado. 5proprietário de uma vaca perdida, ovinos ou caprinos, podia encontrá(los

V3rocadilho intradu0-vel. Hefere(se ao duplo si$nificado da palavra ninharia em in$lês, quetanto é uma so*remesa como um ver*o que si$nifica _meer_.

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normalmente no curral, onde poderia reivindicá(los sem nenhum custo.1tualmente, *ê*ados e )ovens infratores eram reivindicados por seus parentes

mais ou menos da mesma maneira./eo tinha passado mais do que al$umas noites no curral. Mas que elesou*esse, Merripen nunca tinha desrespeitado a lei e, certamente, nunca tinhasido acusado por *e*edeira, em p*lico ou em particular. 1té a$ora.

Era incr-vel essa troca de papéis. ?ora sempre Merripen quem retirara /eoda prisão ou dos pro*lemas em que ele conse$uira se meter.

/eo se encontrou rapidamente como a autoridade policial, que pareciai$ualmente surpresa com a incon$ruência de tudo.

@ Posso per$untar a nature0a do crimeA @ /eo inda$ou

confidencialmente.@ 3omar uma *oa *orracheira na ta*erna @ disse o policial@ e entrar emum verdadeiro J3om e >err"K com um cliente.

@ Por que eles *ri$aramA@ 5 cliente fe0 um comentário so*re ci$anos e *e*ida, o que desencadeou

fo$os de artif-cio no r. Merripen @. oçando a ca*eça através do ca*elo duro,o policial disse, pensativo: @ Merripen tinha homens suficientes que saltaramem sua defesa... estava entre os a$ricultores daqui... mas se desentendeu comeles tam*ém. E eles ainda tentaram pa$ar sua fiança. Disseram que não estavaem seu )u-0o perfeito, alterado e *ri$uento. Pelo que eu sei de Merripen, é dotipo calmo. =ão é como os outros da sua classe. Mas ele disse que não, nãoaceitaria a fiança até que esfriasse um pouco a ca*eça. 1queles punhos são dotamanho de um presunto ;ampshire. Eu não vou li*erá(lo até que este)a pelomenos meio s&*rio.

@ Posso falar com eleA@ im, meu senhor. I na primeira sala. Bou levá(lo até lá.@ =ão se preocupe @ /eo disse suavemente. @ onheço o caminho.5 policial sorriu com isso.@ reio que sim, meu senhor.

1 cela era mo*iliada apenas com um *anquinho de pernas curtas, um *alde va0io e uma cama de palha. Merripen estava sentado na cama, de costascontra uma parede de madeira. 4m )oelho estava fleionado, o *raço meiodo*rado em torno dele. 1 ca*eça escura curvada em uma postura de derrotaa*soluta.

Merripen er$ueu o olhar quando /eo se aproimou da linha de *arras deferro que os separavam. eu rosto estava cansado e soturno. Parecia que eleodiava o mundo e todos os seus ha*itantes.

/eo estava certamente familiari0ado com esse sentimento.

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@ Fem, esta é uma mudança @ disse ale$remente. @ =ormalmente vocêestá deste lado e eu desse.

@ aia fora @ Merripen rosnou.@ E isso é o que eu normalmente di$o @ /eo admirou.@ Bou matar você @ disse Merripen com $utural sinceridade.@ sso não proporciona muito incentivo para eu tirá(lo daqui, não éA @

/eo cru0ou os *raços no peito, e avaliou o outro homem com opiniãoacadêmica. Merripen não estava mais *ê*ado. 1penas mal(humorado como odia*o. E sofrendo. /eo supunha, C vista de seus erros do passado, que deveriater mais paciência com o homem. @ =o entanto @ /eo disse @, vou ter deli*ertar você, )á que fe0 o mesmo por mim em tantas ocasi9es.

@ Então faça.@ Em *reve. Mas tenho al$umas coisas para di0er. E, o*viamente, se euli*ertá(lo primeiro, você vai escapar como uma le*re correndo dos cães, e entãoeu não vou ter a oportunidade.

@ ?ale o que quiser. Eu não estou ouvindo.@ 5lhe para você. Está uma *a$unça imunda e preso no curral. E está

prestes a rece*er um sermão de mim so*re comportamento, que é, o*viamenteo mais *aio que um homem pode cair.

1s palavras pareciam cair em ouvidos surdos. /eo continuou destemido.@ Bocê não foi feito para isso, Merripen. Bocê não suporta *e*ida. E aocontrário de pessoas como eu, que se tornam *astante simpáticas quando

 *e*em, você se torna um troll vil(humorado @. /eo fe0 uma pausa, refletindoso*re a melhor maneira de provocá(lo. @ Di0em que a *e*ida tra0 C tona suaverdadeira nature0a interior.

sso o atin$iu. Merripen lançou para /eo um olhar som*rio carre$ado deraiva e an$stia. urpreso com a força de reação, /eo hesitou antes decontinuar.

Ele compreendia a situação melhor do que o *astardo teria acreditado ouqueria acreditar. /eo podia não sa*er todo o emaranhado do passado

misterioso de Merripen, ou as voltas e reviravoltas compleas de seu caráter,que lhe impediam de ter a mulher que amava. Mas /eo conhecia uma verdadesimples, que superava todas as outras.

1 vida era malditamente muito curta.@ Dia*os @ /eo murmurou, andando de um lado para o outro. 3eria

preferido pe$ar uma faca e a*rir uma parte de sua pr&pria carne antes de di0ero que ele tinha a di0er. Mas ele tinha a sensação de que estava, de al$umaforma, entre Merripen e a aniquilação, e que al$um par de palavras essenciais,um ar$umento decisivo, tinham de ser epostos.

@ e você não fosse um im*ecil tão teimoso @ disse /eo @, eu não teriaque fa0er isso.

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=enhuma resposta de Merripen. =em mesmo um olhar./eo virou(se e esfre$ou a nunca, enfiando os dedos nos pr&prios msculos

r-$idos.@ Bocê sa*e que nunca falo so*re /aura Dillard. =a verdade, esta é aprimeira ve0 que pronuncio seu nome desde que morreu. Mas vou lhe di0eral$o so*re isso, porque devo isso não s& pelo que fe0 na propriedade Hamsa",mas...

@ =ão, /eo @. 1s palavras foram duras e frias. @ =ão se enver$onhe.@ Fem, eu sou *om nisso. E você não me deia outra maldita escolha.

Bocê entende onde está, MerripenA Em uma prisão que você mesmo construiu.E mesmo depois que você sair daqui, você ainda vai estar preso. 3oda a sua

vida será uma prisão @. /eo pensou em /aura, os detalhes f-sicos )á não eramprecisos na sua mente. Mas morava em seu interior como a mem&ria da lu0 dosol, em um mundo que tinha sido amar$amente frio desde a sua morte.

5 inferno não era um poço de fo$o e enofre. 5 inferno era acordarso0inho, os lenç&is molhados pelas lá$rimas e sua pr&pria semente, sa*endoque a mulher com quem tinha sonhado )amais voltaria para você.

@ Desde que perdi /aura @ /eo disse @, tudo o que faço é apenas passaro tempo. I dif-cil não dar a m-nima para muitas coisas. Mas pelo menos possoviver sa*endo que lutei por ela. Pelo menos tomei cada maldito minuto quepude com ela. Ela morreu sa*endo que eu a amava @. Parou de andar e olhoupara Merripen com despre0o. @ Mas você está )o$ando tudo fora... e partindo ocoração de minha irmã... porque é um maldito covarde. 5u é isso ou você é umtolo. omo você pode...A @ deteve(se quando Merripen se lançou contra as$rades, sacudindo(as como um lunático.

7 9a#e a boca, ma#ditoB@ 5 que vai acontecer com você quando 7in partir com ;arro<A @ /eo

insistiu. @ Bocê vai ficar na sua pr&pria prisão, é &*vio. Mas para 7in serápior. Estará so0inha. /on$e de sua fam-lia. asada com um homem que nãoquer nada mais do que um o*)eto decorativo a ser mantido em uma maldita

prateleira. 5 que vai acontecer quando sua *ele0a empalidecer e ela perder ovalor para eleA omo ela a trataráA

Merripen ficou im&vel, o rosto contra-do, o assassinato em seus olhos.@ I uma $arota forte @ disse /eo. @ Passei dois anos com 7in,

o*servando(a superar um desafio ap&s o outro. Depois de todas as lutas que elaenfrentou, está preparada como o dia*o para tomar suas pr&prias decis9es. equiser correr o risco de ter um filho... se sente(se forte o suficiente... ela tem odireito. E se você é o homem que ela quer, não se)a tão etremamente estpido aponto de afastá(la @. /eo esfre$ou a testa cansada. @ =em você nem eu

valemos nada @ murmurou. @ 5h, você pode administrar a propriedade e memostrar como equili*rar os livros de contas, ne$ociar com os arrendatários e

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fa0er um *alanço da fedida despensa. uponho que vamos continuar fa0endoisso muito *em. Mas nenhum de n&s )amais terá mais do que uma meia(vida,

como a maioria dos homens, e a nica diferença é que n&s sa*emos./eo parou, va$amente surpreendido pela sensação r-$ida em torno de seupescoço, como se um laço tivesse se fechado em torno dele.

@ 1melia me contou so*re uma suspeita que teve uma ve0. sso aincomodava *astante. Ela disse que quando 7in e eu ca-mos doentes pelaescarlatina, você fe0 aquele arope de *eladona, e preparou mais do que onecessário. E você tinha uma taça dele na mesa de ca*eceira de 7in, como umaespécie de poção maca*ra. 1melia disse que, se 7in tivesse morrido, acreditavaque você teria tomado o resto deste veneno. E eu sempre o odiei por isso.

Porque você me fe0 ficar vivo, sem a mulher que amei, enquanto você tinha amaldita intenção de morrer com ela.Merripen não respondeu, nem deu qualquer sinal de ter re$istrado as

palavras de /eo.@ risto, homem @ disse /eo com vo0 rouca. @ e você tinha o dese)o

de morrer por ela, não acha que devia reunir a cora$em para viver com elaA=ão havia nada além de silêncio quando /eo afastou(se da cela. Ele se

per$untava que dia*os tinha feito , que efeito teria conse$uido.

/eo foi ao escrit&rio do policial e disse(lhe para li*ertar Merripen.@Espere mais cinco minutos, no entanto @ acrescentou secamente. @

Preciso começar a correr.

Depois que /eo saiu, a conversa na mesa de )antar tomou um tom dedecidida ale$ria. =in$uém queria especular em vo0 alta so*re as ra09es daausência de Merripen, ou por que /eo tinha sa-do ap&s uma mensa$emmisteriosa... mas parecia provável que as duas coisas estivessem conectadas.

7in preocupou(se em silêncio, e disse a si mesma, com firme0a, que não

estava em posição, nem era seu direito preocupar(se por Merripen. E então sepreocupou um pouco mais. omo se havia forçado al$umas $arfadas no )antar,a comida ficara presa em sua $ar$anta.

?oi cedo para a cama, ale$ando uma dor de ca*eça, deiando os outroscom )o$os de ta*uleiro na sala. Depois de >ulian acompanhá(la até a escadariaprincipal, permitiu que ele a *ei)asse. ?oi um *ei)o prolon$ado, que se tornoumido quando ele *uscou entre seus lá*ios. 1 paciente doçura de sua *ocaso*re a dela fora... se não como tremer a terra, ao menos... muito a$radável.

7in acreditava que >ulian seria um companheiro há*il e sens-vel, quando

finalmente conse$uisse convencê(lo a fa0er amor com ela. Mas ele não pareciaterrivelmente ansioso por isso, o que era ao mesmo tempo um al-vio e uma

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decepção. e al$uma ve0 a tivesse olhado com uma fração da fome, do dese)ode Merripen, talve0 poderia ter despertado uma resposta nela.

Mas 7in sa*ia que em*ora >ulian a dese)asse, seus sentimentos nemcomeçavam a se aproimar do sentimento primitivo completamente a*ran$entede Merripen. E era dif-cil ima$inar >ulian perdendo a compostura, mesmodurante o mais -ntimo dos atos. =ão conse$uia ima$iná(lo suando e $runhindoe a*raçando(a com força. ntuitivamente sa*ia que >ulian nunca se permitiriadescer a este n-vel de a*andono.

Ela tam*ém sa*ia que em al$um momento, no futuro, era provável que >ulian pudesse dormir com outra mulher. 5 pensamento a desanimou. Mas essapreocupação não foi suficiente para desencora)á(la de casar(se. 1final, o

adultério não era uma circunst'ncia incomum. Em*ora fosse tido como umideal social que um homem devia manter seus votos de fidelidade, a maioriadas pessoas rapidamente desculpava um marido que se desviasse do curso. Doponto de vista da sociedade, uma mulher devia ser indul$ente.

7in *anhou(se e vestiu uma camisola *ranca, sentando na cama para lerum pouco. 5 romance que Popp" lhe emprestou tinha tamanha confusão depersona$ens e uma prosa tão floreada, que s& se podia supor que o autorrece*era por palavras. Depois de completar dois cap-tulos, 7in fechou o livro eapa$ou a l'mpada. Estava olhando desanimada através da escuridão.

5 sono finalmente a reivindicou. Dormia profundamente, dando as *oasvindas C fu$a. Mas al$um tempo depois, quando ainda estava escuro, ela se viulutando para emer$ir através das camadas de sono. ;avia al$o ou al$uém noquarto. eu primeiro pensamento foi que poderia ser o furão de Featri que, Csve0es, escapulia pela porta para pe$ar o*)etos que o intri$avam.

Esfre$ando os olhos, 7in começava a sentar(se quando houve ummovimento ao lado da cama. 4ma $rande som*ra caiu so*re ela. 1ntes que aconfusão pudesse dar lu$ar ao medo, ele ouviu um murmrio familiar e sentiuos dedos quentes de um homem so*re seus lá*ios.

@ ou eu.

eus lá*ios se moveram contra a mão dele. Kev.5 estma$o de 7in se contraiu com um pra0er doloroso, e seu coração

pulsou na $ar$anta. Mas ainda estava 0an$ada com ele, tinha terminado com ele,e se tivesse vindo aqui C meia(noite para conversar, ele estava redondamenteen$anado. omeçou a di0er(lhe, então, mas para sua surpresa sentiu um $rossopedaço de tecido descer so*re sua *oca, e lo$o ele o estava amarrando por trásde sua ca*eça. Em poucos se$undos mais, ele tinha amarrado seus pulsos nafrente.

7in ficou r-$ida com o choque. Merripen nunca tinha feito nada parecido.

E ainda assim era eleG o reconheceria apenas pelo toque de suas mãos. 5 que elequeriaA 5 que passava pela sua ca*eçaA ua respiração estava mais rápida do

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que o normal quando roçou seu ca*elo. 1$ora que sua visão tinha se a)ustado Cescuridão, viu que seu rosto estava r-$ido e austero.

Merripen arrancou o anel de ru*i de seu dedo e colocou(o na mesa deca*eceira. e$urando a ca*eça dela em suas mãos, olhou em seus olhosarre$alados. Ele disse apenas duas palavras. Mas elas eplicavam tudo o queestava fa0endo, e tudo o que pretendia fa0er.

@ Is minha.Er$ueu(a facilmente, colocando(a so*re um om*ro forte e levou(a para

fora do quarto.7in fechou os olhos, rendendo(se, tremendo. Pressionou al$uns soluços

contra a mordaça que co*ria sua *oca, não de triste0a ou medo, mas de al-vio

selva$em. sto não era um ato impulsivo. sto era um ritual. Era um anti$oritual de namoro romaní  , e não havia nada de desapaionado nele. Ela iria serraptada e violada.

?inalmente.

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=o que di0 respeito a raptos, este foi ha*ilmente eecutado. =ão se teriaesperado menos de Merripen. Em*ora 7in tivesse ima$inado que a levaria paraseu quarto, ele a surpreendeu carre$ando(a para fora, onde um cavalo estavaesperando. Envolvendo(a em seu casaco, a*raçou(a contra o peito e caval$oucom ela. =ão em direção C linha da propriedade, mas ao lon$o do *osque,através da noite *rumosa e das densas trevas que a lu0 do dia lo$o iria infiltrar.

7in permaneceu relaada contra ele, confiando nele, e mesmo assim comos nervos a*alados. Este era Merripen, e ainda assim não lhe era totalmentefamiliar. 1quele lado que tinha estado sempre so* controle, a$ora fora li*erado.

Merripen $uiou o cavalo ha*ilmente através dos restos de um carvalho emcin0as. 1 ca*ana *ranca apareceu em se$uida, fantasma$&rica na escuridão.7in per$untou(se a quem pertenceria. Era simples e com aparência de nova,com a fumaça saindo da chaminé. Estava iluminada, aconche$ante, como setivesse sido preparada com antecedência para os visitantes.

Desmontando, Merripen puou 7in para seus *raços e levou(a para osde$raus.

@ =ão se mova @ disse ele @. Ela permaneceu im&vel, o*edientemente,enquanto ele amarrava o cavalo.

Merripen fechou a mão em seus pulsos amarrados e levou(a para dentro.7in se$uiu(o humildemente, uma cativa de *oa vontade. 1 casa eraescassamente mo*iliada, e cheirava a madeira fresca e pintura. =ão s& estavava0ia em questão de moradores, mas parecia que nin$uém )amais tinha vividolá.

ondu0indo 7in para o quarto, Merripen colocou(a so*re uma camaco*erta com mantas e roupa de cama *ranca. 5s pés descalços ficaram

pendurados so*re a *orda do colchão enquanto se sentava ereta.Merripen estava de pé diante dela, C lu0 do fo$o que *rilhava de um lado

de seu rosto. eu olhar estava fio no dela. /entamente, ele tirou o casaco edeiou(o cair no chão, sem prestar atenção ao tecido fino. %uando ele tirou acamisa so*re a ca*eça, 7in ficou surpresa com a poderosa amplitude de seutorso, todo msculos e força *ruta morena. eu peito não tinha pelos, a pele

 *rilhante como o cetim, e os dedos de 7in se retorceram pelo dese)o de tocá(lo.Ela sentiu(se corar de emoção, seu rosto estava no au$e do calor.

5s olhos escuros de Merripen capturaram sua reação. Ela sentia que ele

compreendia o que ela dese)ava, o que ela precisava, mais do que ela pr&pria.Ele tirou as *otas de meio cano, chutando(as para o lado, e se aproimou até

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que 7in captou o cheiro sal$ado de sua masculinidade. Ele tocou o laço dodecote de sua camisola, demorando(se um pouco. ua mão desli0ou so*re o

peito e moldou(se ao peso dos seios. 5 cálido aperto provocou um arrepio nela,a sensação concentrada na ponta endurecida. Dese)ava que a *ei)asse ali.Dese)ava(o tanto que se meia nervosamente, enquanto os dedos de seus pés seenroscavam, seus lá*ios se separaram em um suspiro so* o tecido restritivo.

Para seu al-vio, Merripen estendeu as mãos em volta de sua ca*eça edesatou a mordaça.

Bermelha e trêmula, 7in conse$uiu deiar escapar um sussurro instável.@Bocê... não havia necessidade de usar isso. Eu teria permanecido em silêncio.

5 tom de Merripen era sério, mas havia um *rilho pa$ão nas profunde0as

de seus olhos. @ e decido fa0er al$o, eu o faço *em.@ im @. ua $ar$anta se fechou em torno de um $emido de pra0erquando os dedos dele desli0aram por seu ca*elo e tocaram o couro ca*eludo.@ Eu sei disso.

1ninhando a ca*eça entre as mãos, inclinou(se para *ei)á(la suavemente,a l-n$ua em ardentes e superficiais movimentos circulares so*re sua *oca, equando ela correspondeu ele aprofundou(se mais, ei$indo mais. 5 *ei)ocontinuou e continuou, fa0endo(a ofe$ar pelo esforço, sua pr&pria l-n$uacorrendo avidamente além das *ordas dos dentes dele. Estava tão a*sorta emsa*oreá(lo, tão deslum*rada com a corrente de ecitação que 0um*ia nela, quelevou um momento para perce*er que estava deitada na cama com ele, as mãosamarradas so*re a ca*eça.

Ele desli0ava os lá*ios por sua $ar$anta, sa*oreando(a com *ei)os lentos,a*ertos.

@ 5n... onde estamosA @ ela conse$uiu per$untar, estremecendo quandoa *oca dele encontrou um lu$ar particularmente sens-vel.

@ =a casa do $uarda(caça @ ele permaneceu nesse ponto vulnerável atéque ela se contorceu.

@ E onde está o $uarda(caçaA

1 vo0 de 8ev estava carre$ada de paião. @ 1inda não temos um.7in esfre$ou a *ochecha e o queio contra as espessas mechas do ca*elo

dele, desfrutando a sensação. @ omo não vi este lu$ar antesAEle er$ueu a ca*eça. @ Está no interior do *osque @ sussurrou @ lon$e

do *arulho @. Ele *rincou com seu seio, mordiscando suavemente a ponta @.4m $uarda(caça precisa de pa0 e tranquilidade para cuidar das aves.

7in não sentia nada parecido com pa0 e tranquilidade em seu interior,seus nervos estavam tensos, seus pulsos presos na amarra de seda. Ela estavamorrendo de vontade de tocá(lo, de a*raçá(lo.

@8ev, desamarre meus *raços.

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Ele ne$ou com a ca*eça. 5 caminho suave de sua mão percorrendo(a a fe0arquear(se.

@ 5h, por favor @ ela ofe$ou. @ 8ev...@ ilêncio @ ele murmurou. @ 1inda não @. ua *oca moveu(se comavide0 so*re a dela. @ 3enho dese)ado você por tanto tempo. 3enho precisadotanto de você @. eus dentes prenderam o lá*io inferior com ecitadadelicade0a. @ 4m toque de suas mãos e eu não duraria um se$undo.

@ Mas eu quero lhe a*raçar @ disse ela tristemente.eu olhar despertou(lhe uma emoção.

@ 1ntes que aca*emos, amor, você vai me se$urar com cada parte do seucorpo @. Ele co*riu a *atida selva$em do coração com uma palma suave.

Faiando a ca*eça, *ei)ou a *ochecha quente dela e sussurrou: @ Bocê sa*e oque estou fa0endo, 7inA1 respiração dela era irre$ular. @1cho que sim. 1melia contou(me

al$umas coisas no passado. E, claro, todo mundo )á viu as ovelhas e o $ado naprimavera.

sso provocou um raro sorriso nele. @ e esse é o padrão pelo qual sereiavaliado, não teremos nenhum pro*lema.

Ela o capturou com os *raços amarrados e lutou para alcançar a sua *oca.Ele a *ei)ou, empurrando(a de volta para *aio, desli0ando um )oelho entre ascoas dela com cuidado. !entilmente, cada ve0 mais, até que ela sentiu umapressão -ntima contra suas partes, que começaram a doer. 1 r-tmica fricção sutila fe0 contorcer(se, uma espécie de sinuoso, trêmulo pra0er, emer$indo a cadalento est-mulo. 1tordoada, 7in per$untou(se se fa0er isso com um homem queela conhecia tão *em, há tanto tempo, não era, de al$um modo, maisem*araçoso do que fa0ê(lo com um perfeito desconhecido.

1 noite estava se dissolvendo no dia, a prateada manhã penetrando noquarto, a floresta acordando com os trinados e $or)eios... ra*irruivos,andorinhas. Ela pensou rapidamente em todos em Hamsa" ;ouse... lo$o elesdesco*ririam que ela tinha partido. 4m arrepio a percorreu quando se

per$untou se iriam procurá(la. e ela voltasse como uma vir$em, qualquerfuturo com Merripen estaria em $rave peri$o.

@ 8ev @ ela sussurrou a$itada @, talve0 devêssemos nos apressar.@ Por quêA @ ele per$untou contra a $ar$anta dela.@ 3enho medo que al$uém nos detenha.Ele er$ueu a ca*eça. @ =in$uém vai nos deter. 4m eército inteiro

poderia cercar a ca*ana. Eplos9es. Hel'mpa$os. E ainda assim isso se$uiriaacontecendo.

@ 1inda acho que você deveria ir um pouco mais rápido.

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@ Bocê achaA @. Merripen sorriu de um )eito que fe0 seu coração parar.%uando ele estava relaado e feli0, ela pensou, era o homem mais *onito que

 )amais tinha vivido.Ele corte)ou sua *oca com ha*ilidade, distraindo(a com *ei)os profundos eardentes. 1o mesmo tempo, pe$ou a frente da camisola nas mãos e a puou,ras$ando a roupa ao meio, como se não fosse mais su*stancial do que um laçode papel. 7in deu um triste suspiro, desconcertada, mas não se meeu.

Merripen moveu(se mais para cima. 1$arrando(lhe os pulsos, colocou(osacima da sua ca*eça mais uma ve0, epondo totalmente seu corpo e fa0endocom que seus seios se er$uessem. Ele fitou os pálidos mamilos rosados. 5ru$ido suave que vinha de sua $ar$anta a fe0 estremecer. Ele se curvou e a*riu

sua *oca so*re a ponta de seu seio direito, e se$urou(o contra a sua l-n$ua... tãoquente... ela se encolheu, como se o contato a tivesse escaldado. %uando elelevantou a ca*eça, o mamilo estava mais vermelho e intumescido do que )amaistinha sido antes.

eus olhos estavam nu*lados pela paião quando ele *ei)ou o outro seio. 1l-n$ua convertendo o pico macio em um *otão ardente, acalmando(o com osquentes toques. Ela pressionou(se contra a umidade, a respiração misturadacom soluços *aios. Ele se$urou o mamilo entre os dentes, puandocuidadosamente, mordendo. 7in $emia enquanto as mãos fortes rastreavamso*re seu corpo, demorando(se em lu$ares de insuportável sensação.

1lcançando as coas, tentou separá(las, mas 7in as mantinhatimidamente fechadas. ua 'nsia em prosse$uir havia sido apa$ada pelaconsciência de uma umidade a*undante sur$indo #", o que ela nunca esperaranem lhe tinha sido dito.

@ Eu pensei que você disse para apressarA @ Merripen sussurrou em seuouvido. eus lá*ios va$avam so*re o rosto vermelho.

@ olte minhas mãos @ ela implorou, pertur*ada. @ Eu preciso... *em,arrumar.

@ 1rrumarA Dedicando(lhe um olhar interro$ativo, Merripen desatou a

tira de seda de seus pulsos. @ Bocê quer di0er o quartoA@ =ão, eu... eu mesma.1 perpleidade desenhou um entalhe entre as so*rancelhas escuras.

1cariciou a )unção de suas coas e ela apertou(as num ato refleo. Perce*endo opro*lema, sorriu levemente enquanto uma ternura a*soluta lhe percorreu. @ Iisso o que preocupa vocêA @ Ele forçou(a a afastar as pernas, encontrando amancha de umidade com dedos suaves. @ %ue você está mida aquiA

Ela fechou os olhos e acenou com um som a*afado.@ =ão @ confortou(a @, isso é *omG é assim que deve ser. sso vai me

a)udar a entrar em você, e... @ ele respirava com dificuldade. @ 5h, 7in, você étão adorável, deie(me tocar em você, deie(me tê(la...

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Em uma a$onia de pudor, 7in deiou que ele afastasse ainda mais suascoas. Ela tentou permanecer quieta e im&vel, mas seus quadris se sacudiram

quando ele acariciou o lu$ar que se tornara quase dolorosamente sens-vel. Elemurmurou suavemente, apaionadamente a*sorvido na carne macia do seofeminino. Mais umidade, mais calor, seu toque desli0ando ao redor e so*re elacutucando carinhosamente, até que um dedo desli0ou para dentro. Ela enri)eceue en$as$ou, e o contato foi imediatamente retirado.

@ Eu machuquei vocêAEla levantou os c-lios. @ =ão @ ela disse com espanto. @ =a verdade, não

senti dor al$uma. Ela se esforçou para ver entre eles. @ ;á san$ueA 3alve0 eudevesse...

@ =ão. 7in... @ havia uma quase cmica epressão de espanto no rostodele. @ 5 que eu fi0 não vai provocar dor ou san$ue @. 4ma *reve pausa.@ %uando eu fi0er com o meu pinto, no entanto, provavelmente vá doer comoo inferno.

@ 5h. @ Ela ponderou por um momento. @ I a palavra usada peloshomens para suas partes -ntimasA

@ 4ma das palavras usadas por !ad'os.@ De que os romanís chamamA@ Eles chamam isso de &ori.@ 5 que [email protected] desli0ou um olhar t-mido para a dura protu*er'ncia esticada por trás

de suas calças. @ Fem mais su*stancial do que um espinho. Eu teria pensadoque eles usariam uma palavra melhor. Mas eu suponho que... @ ela aspirou

 *ruscamente C medida que a mão dele movia(se para *aio @, suponho que sevocê quer rosas, deve... @ o dedo dele desli0ou para dentro dela novamente @,... suportar o espinho ocasional.

@ Muito filos&fico @. Ele $entilmente acariciou e provocou o apertadointerior do corpo dela.

5s dedos dos pés de 7in se enrolaram na colcha com a pressão maliciosaque ondulava a*aio de sua *arri$a.

@ 8ev, o que devo fa0erA@ =ada. 1penas deie(me lhe dar pra0er.3oda sua vida ela havia ansiado por isso sem sa*er muito *em o que era,

essa lenta, espantosa fusão com ele, essa doce dissolução de si mesma. Essaentre$a mtua. =ão havia dvida de que ele estava no controle, e ainda assimpasseava o olhar por ela com a*soluta admiração. entia(se inundada desensaç9es, seu corpo repleto de cor e calor.

Merripen não lhe permitia ocultar nenhuma parte de si mesma... 3omavao que queria, virando e er$uendo seu corpo, $irando(a para trás e para frente,

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sempre com cuidado, e ainda com insistência apaionada. Fei)ou(a so* os *raços e ao lon$o dos lados e em toda parte, passando a l-n$ua em cada curva e

do*ra mida. 1os poucos, o pra0er acumulando foi dando forma a al$osom*rio e cru, e 7in $emeu de dor e intensa necessidade.5 ritmo do seu *atimento card-aco rever*erava por toda parte, em seus

seios, coas e ventre, até nas pontas dos dedos das mãos e dos pés. Era demais,essa selva$eria que ele havia despertado. Ela pediu(lhe um momento de tré$ua.

@ 1inda não @ ele disse com a respiração irre$ular, seu tom áspero comum triunfo que ela não entendia.

@ or favor , 8ev...@ Bocê está tão perto que posso sentir isso. 5h, Deus... @ Ele tomou sua

ca*eça entre as mãos, *ei)ando(a vora0mente, e disse contra seus lá*ios. @ Bocênão quer que eu pare ainda. Deie(me mostrar(lhe porquê.4m $emido escapou(lhe quando ele desli0ou para *aio, entre suas coas,

inclinando a ca*eça na direção do ponto inchado que havia atormentando comos dedos. Ele colocou sua *oca so*re ela, lam*endo ao lon$o do sal$ado esens-vel estreito, separando(o com seus pole$ares. Ela tentou endireitar(se deum salto, mas voltou a cair para trás, contra os travesseiros, quando eleencontrou o que *uscava, com sua l-n$ua forte e mida.

Ela se a*riu so* ele, como em um sacrif-cio pa$ão, iluminada pela lu0 dodia que a$ora inundava o quarto. Merripen a adorava com lam*idas quentes,sa*oreando o $osto de sua carne pra0erosa. !emendo, ela fechou as pernas emtorno de sua ca*eça, e ele virou(se deli*eradamente para mordiscar e lam*er ointerior de uma coa pálida, depois a outra. Fanqueteando(se com ela.%uerendo tudo.

7in  enroscou os dedos desesperadamente em seus ca*elos, perdeu aver$onha quando $uiou(o de volta, seu corpo arqueando sem palavras... aqui,

 $or favor, mais, mais, a!ora... e $emeu enquanto ele matinha a *oca so*re ela comrápidos e ritmados $olpes. 5 pra0er a$arrou(a, arrancou(lhe um $rito surpreso,mantendo(a r-$ida e paralisada durante se$undos de tormento. ada

movimento, medida e pulsação do universo afluiu para o ei$ente calorescorre$adio, atra-do para aquele ponto crucial, e então isso tudo foi li*erado, asensação e a tensão eplodindo etraordinariamente, e ela foi torturada porfortes e a*ençoados tremores.

7in  relaou impotente enquanto os espasmos esvaneciam. Estavainvadida de um cansaço incandescente, uma imensa e $enerali0ada sensação depa0 que a impedia de se mover. Merripen deiou(a apenas o suficiente para sedespir completamente. =u e ecitado ele voltou para ela. 4niu(se a ela com a

 *ruta necessidade masculina, colocando(se so*re ela.

Ela er$ueu os *raços para ele com um murmrio sonolento. uas costaseram fortes e suaves so* seus dedos, os msculos se contorcendo ansiosamente

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ao seu toque. Ele *aiou a ca*eça, o rosto áspero pela *ar*a, contra o dela. 7inencontrou sua força com rendição completa, fleionando os )oelhos e inclinando

seus quadris para rece*ê(lo.Ele empurrou $entilmente a princ-pio. 1 carne inocente resistindo,sofrendo com a invasão. Ele empurrou mais forte, e 7in prendeu a respiraçãocom a dor lancinante de sua entrada. Muito dele, muito duro, muito profundo.Ela contorceu(se em reação, e ele enterrou(se fortemente, encurralando(a so*seu corpo, murmurando, ofe$ante, que ficasse quieta, que esperasse, que não semoveria, que melhoraria. ?icaram im&veis, respirando pesadamente.

@ Devo pararA @ Merripen sussurrou sem fle$o, seu rosto tenso.Mesmo a$ora, neste momento decisivo de dese)o, ele se preocupava com

ela. ompreendendo o que lhe custava per$untar, o quanto a dese)ava, 7in seviu dominada pelo amor.@ =em pense em parar a$ora @ sussurrou em resposta. Estendendo as

mãos até seus flancos, acariciou(o num t-mido encora)amento. Ele $emeu ecomeçou a se mover, todo o seu corpo tremendo enquanto pressionava dentrodela.

Em*ora cada estocada provocasse um ardor a$udo onde estavam unidos,7in tentou puá(lo ainda mais fundo. 1 sensação de tê(lo dentro dela estavamuito além da dor ou do pra0er. Era necess"rio.

Merripen a fitou, os olhos *rilhando no rosto corado. Parecia fero0 evora0, e até um pouco desorientado, como se eperimentasse al$o além doalcance dos homens comuns. & a$ora 7in compreendia a enormidade de suapaião por ela, acumulada durante anos apesar de todos os seus esforços parasufocá(la. 5 quanto ele lutou contra o seu destino, por ra09es que ainda nãoentendia completamente. Mas a$ora ele possu-a seu corpo com uma reverênciae uma intensidade que eclipsava qualquer outro sentimento.

E ainda assim ele a amava como mulher, não al$uma criatura etérea. eussentimentos por ela eram inteiramente carnais, sensuais, primitivos.Eatamente como ela queria.

Ela tomou(o, e tomou(o, envolvendo(o em suas pernas es$uias, enterrandoo rosto em seu pescoço e om*ro. Ela amava os sons que ele fa0ia, os suaves$runhidos e rosnados, o áspero fluo de sua respiração. E a força dele ao redordela e dentro dela. arinhosamente acariciou suas costas e flancos,pressionando *ei)os em seu pescoço. Ele parecia eletri0ado por suas atenç9es,acelerando seus movimentos, os olhos fortemente fechados. E, então, empurroupara frente e estacou, e estremeceu todo, como se estivesse morrendo.

@ 7in @ ele $emeu, escondendo o rosto contra ela. @ 7in @. Essa nicas-la*a contendo a fé e a paião de milhares de oraç9es.

Bários minutos se passaram antes que qualquer um deles falasse. Estavamentrelaçados, fundidos, midos, relutantes em separar(se.

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7in sorriu quando sentiu os lá*ios de Merripen va$uearem pelo seurosto. %uando che$ou ao queio, deu(lhe uma pequena mordida. @ em

pedestal @ ele disse *ruscamente.@ ;ummA @ ela se meeu, levantando a mão para seu rosto marcado porum ind-cio de *ar*a. @ 5 que você quer di0erA

@ Bocê disse que eu a tinha colocado em um pedestal... lem*ra(seA@ im.@ =unca foi assim. empre carre$uei você no meu coração. empre.

1creditava que deveria ser suficiente.Emocionada, 7in *ei)ou(o delicadamente. @ 5 que aconteceu, 8evA Por

que você mudou de ideiaA

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8ev não tinha intenção de responder até que tivesse cuidado dela. Ele saiuda cama e foi até a co0inha, que possu-a um fo$ão com reservat&rio de á$ua eencanamentos que passavam pelo fo$o, fornecendo á$ua quenteinstantaneamente. Encheu um )arro de á$ua quente e levou(o para o quarto

 )unto com uma toalha limpa.Deteve(se ante a visão de 7in deitada de lado, as curvas flu-das co*ertas

pelo linho *ranco, os ca*elos esparramados pelos om*ros em ondas de ouroprateado. E o melhor de tudo, a suavidade de seu rosto satisfeito e do inchados

lá*ios rosados que ele havia *ei)ado e *ei)ado. Era uma ima$em de seus maisprofundos sonhos, vê(la dessa forma na cama. Esperando por ele.

4medeceu a toalha com á$ua quente e afastou o lençol, encantado comsua *ele0a. Dese)ara(a sem se importar com nada, vir$em ou não... masinteriormente reconhecia a satisfação de ter sido seu primeiro amante. =in$uémalém dele a tocaria, lhe daria pra0er, a veria... a menos...

@ 7in @ disse ele, fran0indo a testa enquanto a *anhava, pressionando opano mido entre as coas dela. @ =a cl-nica, al$uma ve0 você vestiu menos doque o tra)e de eerc-ciosA sto é, ;arro< al$uma ve0 a viuA

5 rosto dela estava calmo, mas havia um *rilho divertido e quente emseus intensos olhos a0uis.

@ Bocê está querendo sa*er se >ulian, na condição de profissional, al$umave0 me viu nuaA

8ev estava com cimes, e am*os sa*iam, mas não pode deiar de fran0ir atesta.

@ im.@ =ão, ele não viu @ respondeu emperti$ada. @ Ele estava interessado

em meu sistema respirat&rio, que, como claramente você sa*e, está em um lu$ar

muito diferente dos &r$ãos reprodutivos.@ Ele estava interessado em mais que seus pulm9es @ 8ev disse

som*riamente.Ela sorriu. @ e você está tentando me distrair da per$unta que lhe fi0

anteriormente, não está funcionando. 5 que aconteceu com você ontem C noite,8evA

Ele lavou as manchas de san$ue da toalha, torcendo(a, e pressionou outracompressa quente entre as pernas dela. @ Eu estava na cadeia.

5s olhos dela se arre$alaram. @ =a cadeiaA ?oi onde /eo esteveA Para

li*ertá(loA@ im.

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@ Por que, em nome de Deus, estava atrás das $radesA@ Eu me envolvi em uma *ri$a na ta*erna.

Ela estalou a l-n$ua al$umas ve0es.@ Bocê não é disso.1 declaração estava tão carre$ada de involuntária ironia que 8ev quase

riu. De fato, umas poucas *ufadas vieram do fundo do seu peito, e ficou tãodesanimado que não conse$uiu falar. ua epressão devia ser estranha, porque7in olhou(o cuidadosamente e se sentou. Ela retirou a compressa, colocando(ade lado, e puou o lençol para co*rir os seios. Passou uma leve e $raciosa mãopor so*re seus om*ros nus, num toque reconfortante. Ela continuou acariciandoseu peito, seu pescoço, seu estma$o, e a cada toque amoroso de sua mão

parecia erodir ainda mais o autocontrole dele.@ 1té que conheci sua fam-lia @ disse ele com vo0 rouca @, essa era anica ra0ão pela qual eistia. Para lutar. Para machucar as pessoas. Era...monstruoso @. 5lhando para os olhos de 7in não viu mais que preocupação.

@ onte(me @ ela sussurrou.Ele ne$ou com a ca*eça. 4m calafrio percorreu sua espinha.Ela passou uma mão pela nuca dele, atraindo sua ca*eça até um om*ro

seu, de modo que metade do rosto dele ficou escondido. @ onte(me @ pediu(lhe novamente.

8ev estava perdido, incapa0 de esconder al$uma coisa a$ora. E sa*ia queo que confessaria iria des$ostá(la e revoltá(la, mas encontrou(se falando dequalquer maneira.

Hevelou(lhe tudo insensivelmente, tentando fa0ê(la entender o *astardosem coração que tinha sido e ainda era. Ele falou so*re os meninos que haviaespancado até deiá(los mo-dos, que temia pudessem ter morrido mais tarde,mas que nunca tivera certe0a. ontou(lhe como tinha vivido como um animal,comendo lio e rou*ando, da raiva que sempre o tinha consumido. 3inha sidoum a$ressor, um ladrão, um mendi$o. Hevelou crueldades e humilhaç9es quedeveria ter tido o or$ulho e o *om senso de manter para si mesmo.

8ev mantivera suas confiss9es dentro de si desde sempre, mas a$oratrans*ordavam como lio. E ficou horrori0ado ao perce*er que perdera todo ocontrole, que sempre que tentava parar *astava um toque suave ou um sussurrode 7in para continuar falando, como um criminoso ante o padre da forca.

@ omo posso ter tocado em você com estas mãosA @ ele per$untou, suavo0 que*rada com a an$stia. @ omo pode deiar(me fa0er issoA Deus, sevocê sou*esse todas as coisas que eu fi0...

@ Eu amo suas mãos @ ela murmurou.@ =ão sou *om o suficiente para você, mas nin$uém é. E a maioria dos

homens, *ons ou maus, tem limites para o que fariam, mesmo por al$uém aquem amam. Eu não tenho nenhum. em Deus, sem c&di$o moral, sem fé em

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nada. Eceto em você. Bocê é a minha reli$ião. ?aria qualquer coisa que vocême pedisse. Eu lutaria, rou*aria, mataria por você. ?aria...

@ hhh. =ão fale @ ela parecia sem fle$o. @ =ão há necessidade deque*rar todos os mandamentos, 8ev.@ Bocê não entende @ disse ele, percorrendo(a com o olhar. @ e

acreditasse em um pouco do que eu lhe disse...@ Eu entendo @. 5 rosto dela era o de um an)o, $entil e compassivo. @ E

acredito no que você me disse... mas não concordo, em a*soluto, com asconclus9es que você parece ter che$ado @. Ela levantou as mãos moldando(ascontra as *ochechas dele. @ Bocê é um homem *om, um homem amoroso. 5 rom baro tentou matar tudo isso dentro de você, mas não teve sucesso. Por causa

de sua força. Por causa do seu coração.Ela deitou na cama arrastando(o com ela. @ ?ique tranquilo, 8ev @ elasussurrou. @ eu tio era um homem mau, mas o que ele fe0 deve ser enterradocom ele. J%ue os mortos enterrem seus mortosK, você sa*e o que isso si$nificaA

Ele *alançou a ca*eça.@ Deie o passado para trás e olhe apenas para a )ornada C frente. &

então poderá encontrar um novo caminho. 4ma nova vida. I uma cristã que lhedi0... mas acredito que deveria fa0er sentido para um romaní .

?a0ia mais sentido do que talve0 7in compreendesse. 5s romaní s eraminfinitamente supersticiosos so*re a morte e os mortos, destru-am todos os *ensdaqueles que tinham morrido, mencionando o nome do defunto tão poucoquanto poss-vel. Era tanto em *enef-cio dos mortos como dos vivos, paraimpedi(los de retornar ao mundo dos vivos como horr-veis fantasmas. Deieque os mortos enterrem seus mortos... mas ele não estava certo se poderia.

@ I dif-cil deiar ir @ disse com a vo0 $rossa. @ Dif-cil esquecer.@ im @. Ela apertou os *raços em torno dele. @ Mas vamos encher sua

mente com tantas coisas melhores para se pensar.8ev ficou em silêncio por um lon$o tempo, pressionando o ouvido no

coração de 7in, escutando o *atimento card-aco e o fluo de sua respiração.

@ Desde a primeira ve0 em que vi você sou*e o que si$nificaria paramim@ 7in murmurou finalmente. @ 5 $aroto selva$em e raivoso que vocêera. Eu o amei instantaneamente. Bocê sentiu isso tam*ém, não éA

Ele anuiu levemente, perdido no pra0er de senti(la. ua pele doce comoameias, com um insinuante alm-scar feminino.

@ %ueria amansar você @ disse ela. @ =ão completamente. 1penas osuficiente para me aproimar de você @. 1fundou os dedos nos ca*elos dele. @;omem escandaloso. 5 que possuiu você para me raptar, quando sa*ia que euteria vindo de *om $radoA

@ %uis epressar o meu prop&sito @ respondeu com vo0 apa$ada.

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7in riu e acariciou seu couro ca*eludo, o roçar de suas unhas quase o fe0ronronar.

@ Bocê deiou *em claro. Devemos voltar a$oraA@ Bocê querA7in ne$ou com a ca*eça.@ Em*ora que... eu não me importaria se tivesse al$o para comer.@ Eu troue comida para a ca*ana antes de ir *uscar você.Ela correu um dedo pela *orda da orelha dele.@ %ue vilão eficiente você é. Podemos ficar o dia todo, entãoA@ im.@ 1l$uém virá nos procurarA @ per$untou 7in retorcendo(se com

deleite.@ Duvido @. 8ev puou o lençol para *aio e aninhou(se no eu*erantevale entre seus seios. @ Mataria a primeira pessoa que se aproimasse da porta.

4m riso silencioso ficou preso na $ar$anta de 7in.@ 5 que houveA @ ele per$untou sem se mover.@ 5h, s& estava pensando em todos os anos que passei tentando sair da

cama para estar com você. E a$ora, quando volto para casa, tudo que quero évoltar para a cama. om você.

Para o café da manhã tinham chá forte e quei)o tostado, o quei)o derretidoem fatias $rossas de pão com mantei$a. Envolvida na camisa Merripen, 7inestava sentada na co0inha em um *anco *aio. Dava(lhe $rande pra0er ver omovimento dos msculos de suas costas enquanto ele enchia com á$uafume$ante uma *anheira de assento. orrindo, ela enfiou o ltimo pedaço depão com quei)o na *oca.

@ er sequestrada e sedu0ida @ disse ela @ a*re o apetite.@ 1o sedutor tam*ém.;avia uma aura quase má$ica neste lu$ar comum, nesta ca*ana pequena

e tranquila. 7in sentia como se estivesse so* um encantamento. %uase tinhamedo de estar sonhando, de acordar so0inha em sua casta cama. Mas a

presença de Merripen era tão vital e real para ser um sonho. E as pequenasdores e pontadas em seu corpo ofereciam mais evidências de que fora tomada.Possu-da.

@ 3odos )á sa*em a estas horas @ disse 7in distra-da, pensando em todosem Hamsa" ;ouse. @ Po*re >ulian. Deve estar furioso.

@ E quanto ao coração partidoA @Merripen colocou a panela de á$ua deum lado e aproimou(se dela apenas de calças.

7in fran0iu a testa, pensativa. @ Ele ficará desapontado, eu acho. Eacredito que se preocupe comi$o. Mas não, não ficará com o coração partido @.

Encostou(se em Merripen e ele lhe acariciou os ca*elos, o rosto de 7in

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apertando(se contra a suavidade de seu estma$o. @ Ele nunca me dese)ou do )eito que você me dese)a.

@ %ualquer homem que não lhe dese)asse teria de ser um eunuco @.;avia um aperto em sua respiração e 7in *ei)ou o seu um*i$o. @ Bocê lhecontou o que disse o médico de /ondresA %ue é saudável o suficiente para terfilhosA

7in assentiu.@ 5 que ;arro< disseA@ >ulian disse que eu poderia visitar uma le$ião de médicos, e ter um

monte de opini9es diferentes para apoiar a conclusão que eu dese)o. Mas doponto de vista de >ulian, deveria permanecer sem filhos.

Merripen a deteve e olhou para *aio para vê(la, o rosto insondável.@ =ão quero colocá(la em risco. Mas tam*ém não confio em ;arro<, nemem suas opini9es.

@ Por que você pensa nele como um rivalA@ Em parte @ ele admitiu. @ Mas é al$o i$ualmente instintivo. Eiste

al$uma coisa... faltando nele. Eiste al$uma coisa falsa.@ 3alve0 porque se)a médico @ su$eriu 7in, arrepiando(se quando

Merripen lhe a*riu a camisa. @ ;omens com sua profissão muitas ve0esparecem frios e distantes. uperiores, mesmo. Mas isso é necessário porque...

@ =ão é isso @. Merripen $uiou(a até o *anho de assento, a)udando(a a seacomodar. 7in ofe$ou não s& pelo calor da á$ua, mas tam*ém por ficar nuadiante dele. 5 *anho de assento o*ri$ava a acomodar(se na *anheira e relaarna á$ua enquanto mantinha as pernas afastadas, o que eraimpressionantemente confortável quando se estava a s&s, mas mortificantequando al$uém estava presente. ua modéstia foi ainda mais violentadaquando Merripen a)oelhou(se ao lado da *anheira e começou a *anhá(la. Mas osseus modos não eram nada lascivos, apenas amorosos, e não pode deiar derelaar so* os cuidados daquelas mãos fortes e suaves.

@ 1inda suspeitam que >ulian tenha pre)udicado sua primeira esposa, eu

sei @ 7in disse, enquanto Merripen a *anhava. @ Mas ele é um médico. >amaisfaria mal a al$uém, muito menos a sua pr&pria esposa @. Ela fe0 uma pausapara ler a epressão de Merripen. @ Bocê não acredita em mim. Estádeterminado a pensar o pior dele.

@ 1cho que ele se sente no direito de *rincar com a vida e a morte. 1ssimcomo os deuses das hist&rias da mitolo$ia $re$a que você e suas irmãs tanto$ostam.

@ Bocê não conhece >ulian como eu.Merripen não respondeu, apenas continuou a *anhá(la.

Ela o*servou seu rosto escuro através do véu de vapor, tão lindo eimplacável, como a escultura de um $uerreiro da anti$a Fa*ilnia. @ Eu não

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deveria me preocupar em defende(lo @ disse com triste0a. @ Bocê nunca vaiestar disposto a pensar *em dele, não éA

@ =ão @ ele admitiu.@ E se você acreditasse que >ulian era um homem melhorA @ elaper$untou. @ Bocê aceitaria que ele se casasse comi$oA

Ela viu os msculos de sua $ar$anta se apertarem antes dele responder.@=ão @. ;avia um toque de raiva contra si pr&prio na sua resposta. @ oumuito e$o-sta para isso. =unca teria deiado isso acontecer. e fosse necessário,eu a teria sequestrado no dia do seu casamento.

7in queria di0er(lhe que não tinha nenhum dese)o de que fosse no*re.Estava feli0... encantada... de ser amada desta forma, com uma paião que não

deiava espaço para qualquer outra coisa. Mas antes que pudesse di0er umapalavra, Merripen pe$ou mais sa*ão e desli0ou a mão so*re os msculosdoloridos das suas coas.

Ele a tocava com amor. E possessivamente. 5s olhos de 7in estavamentrea*ertos. 5s dedos entraram nela com cuidado, e seu *raço livre a se$uravapelas costas, e ela se apoiou levemente no espaço entre o peito forte e o om*rodele. Mesmo essa pequena invasão machucou. ua carne havia sido invadida atão pouco e ainda não estava acostumada a ser penetrada. Mas a á$ua quentealiviava, e Merripen era tão $entil que suas coas relaaram, aninhada no calorflutuante.

Ela respirava o ar da manhã, luminoso com o vapor, a essência do sa*ão,da madeira e do co*re. E o cheiro ine*riante de seu amante. Hoçou os lá*iosso*re o om*ro dele, sa*oreando o rico sa*or da pele sal$ada.

5s quentes toques acariciando(a como o *alanço ocioso de )uncos no rio...as astutas pontas dos dedos que rapidamente desco*riram onde ela os queriamais. Ele *rincou com ela, a*rindo(a, investi$ando lentamente os pontossens-veis dentro da convea suavidade. e$amente ela estendeu a mão parape$ar seu pulso forte, sentindo os intrincados movimentos dos ossos e tend9es.Ele desli0ou dois dedos dentro dela, seu pole$ar desenhando suaves c-rculos

so*re seu seo.1 á$ua do *anho começou a a$itar(se quando 7in começou a mover

ritmicamente os quadris, empurrando contra a sua mão. 4m terceiro dedoentrou, e 7in enri)eceu e en$as$ou protestando, era demais, ela não podia...mas ele sussurrou(lhe que podia, devia, e estendendo(a cuidadosamente tomouseus $emidos com a *oca.

om as pernas a*ertas e flutuando, 7in sentiu(se perder, a*rindo(se paraa sensualidade dos dedos que *uscavam dentro dela. entiu(se $ananciosa eselva$em, ondulando para capturar mais do arrasador pra0er. Ela o arranhou

um pouco, as mãos tateando contra a dura pele nua, e ele $emeu como se isso oa$radasse. 4m $rito curto deiou seus lá*ios ao primeiro choque li*ertador. Ela

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tentou sufocá(lo, mas outro lhe foi arrancado, e outro, a á$ua ondulandoenquanto ela estremecia, o cl-ma prolon$ado pelas delicadas e enfáticas

estocadas que continuaram até deiá(la em uma lassidão ofe$ante.Heclinando(a contra a *anheira de espaldar alto, Merripen afastou(se poral$uns minutos. Hetornou com uma toalha comprida e levantou(a da *anheira.Ela permaneceu passivamente diante dele, deiando(o secá(la como se ela fosseuma criança. %uando ela se inclinou contra ele, viu as pequenas marcasvermelhas em sua pele, não profundas, mas marcas, ainda assim. Deveriadesculpar(se, horrori0ada, mas tudo o que queria era fa0er isso novamente.Fanquetear(se com ele. Era tão pouco t-pico dela, que $uardou isso para si, pararefletir.

Merripen a levou para o quarto e colocou(a na cama recém feita. Desli0ouprofundamente so* o edredom e esperou por ele, adormecida, enquanto ele selavava e esva0iava a *anheira. 7in foi inundada por um sentimento que nãoeperimentava há anos... uma espécie de ale$ria incandescente que sentiaquando criança, numa manhã de =atal. ?icou deitada na cama, deliciada com oconhecimento de todas as coisas *oas que em *reve aconteceriam, o coraçãoardendo em antecipação.

5s olhos de 7in estavam entrecerrados quando finalmente sentiu(o su*irpara a cama. 5 peso afundou o colchão, o corpo era assustadoramente quentecontra o frio do 7in. 1ninhando(se na curva de seu *raço, suspirouprofundamente. 1 mão dele traçava lentos e carinhosos desenhos em suascostas.

@ erá que teremos uma ca*ana como esta al$um diaA @ ela murmurou.endo Merripen, ele )á tinha ela*orado um plano: @=&s vamos viver em

Hamsa" ;ouse por mais um ano, provavelmente dois, até que a restauraçãoeste)a conclu-da e /eo encaminhado. Então encontraremos uma propriedadeadequada para uma fa0enda, e construirei uma casa para você. 4m poucomaior do que isso, espero @. Ele desli0ou a mão até seu traseiro, acariciando(oem c-rculos. @ =ão vai ser uma vida etrava$ante, mas confortável. Bocê terá

uma co0inheira, um criado e um cocheiro. E vamos viver perto de sua fam-lia,assim você poderá vê(los quando quiser.

@ oa encantador 7in conse$uiu di0er, tão cheia de felicidade que malpodia respirar. @ eria o céu @. =ão tinha dvidas de que ele poderia fa0ê(lafeli0, e tampouco duvidava que poderia fa0ê(lo feli0 tam*ém. onstruiriamuma *oa vida )untos, em*ora sou*esse, com se$urança, que não seria uma vidacomum.

@ e você casar comi$o, nunca será uma dama de posição @ ele dissesom*riamente.

@ =ão há melhor posição para mim do que ser a sua esposa.

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4ma das $randes mãos de Merripen fechou(se so*re sua ca*eça,pressionando(a contra seu om*ro. @ empre quis para você mais do que isso.

@ Mentiroso@ sussurrou. @ Bocê sempre me quis para você.5 riso sacudiu seu peito. @ im @ admitiu.Então ficaram quietos, sa*oreando a sensação de deitarem(se )untos em

um quarto, em plena manhã. 3inham estado unidos de tantas maneiras antesdisso... e conheciam tão *em... e ainda não completamente. 1 intimidade f-sicacriou uma nova dimensão nos sentimentos de 7in, como se tivesse tomadodentro de si não apenas o corpo dele, mas tam*ém uma parte de sua alma.Per$untou(se como as pessoas podiam se envolver neste ato sem amor, quãova0ias e sem sentido deviam sentir(se em comparação.

5 pé descalço de 7in eplorou a superf-cie peluda de uma perna, aspontas dos dedos cutucando contra a ri$ide0 dos msculos esculpidos.@ Bocê pensava em mim quando estava com elasA @ per$untou(lhe

hesitante.@ %uemA@ 1s mulheres com quem você dormia.Ela sou*e, pelo modo como Merripen ficou tenso, que ele não $ostara da

per$unta. ua resposta foi *aia e carre$ada de áspera culpa. @ =ão. Eu nãopensava em nada quando estava com elas.

7in deiou a mão va$ar pelo peito suave, encontrando os mamilosescuros, *rincando com eles, provocando(os. 1poiando(se em um cotovelo,disse(lhe francamente: @ %uando ima$ino você fa0endo isso com outra pessoa,mal posso suportar.

Ele colocou a mão so*re a dela, prendendo(a contra as *atidas fortes deseu coração. @ =ão si$nificavam nada pra mim. ?oi sempre uma transação.1l$o que devia ser feito tão rapidamente quanto poss-vel.

@ 1cho que o torna ainda pior. 4sar uma mulher desse )eito, semsentimentos...

@ empre foram *em recompensadas @ ele disse sarcasticamente. @ E

sempre estavam de *oa vontade.@ Bocê deveria ter encontrado al$uém por quem sentisse carinho, al$uém

que sentisse afeto por você . sso teria sido infinitamente melhor do que umatransação sem amor.

@ =ão podia.@ Bocê não podia o queA@ entir carinho por al$uém mais. Bocê ocupava muito espaço no meu

coração.7in per$untou(se o que diria ele do seu terr-vel e$o-smo se sou*esse o

quanto a resposta a tocara e deiara satisfeita.

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@ Depois que você partiu @ disse Merripen @, pensei que iriaenlouquecer. =ão havia lu$ar onde pudesse me sentir melhor. =enhuma pessoa

com quem quisesse estar. %ueria que você se recuperasse, teria dado minhavida por isso. Mas ao mesmo tempo a odiava por ter ido em*ora. Eu odiavatudo. Meu pr&prio coração por *ater. & tinha uma ra0ão para viver, e essa eravoltar a vê(la novamente.

7in ficou tocada pela etrema simplicidade de sua declaração. Ele erauma força, ela pensou. Podia ser tão dominado quanto se podia se$urar umatempestade com raios. Ele a amaria tão imoderadamente quanto *ementendesse, e o resto que fosse para o inferno.

@ 1s mulheres lhe a)udavamA @ ela per$untou delicadamente.

@ 1calmava a você deitar(se com elasAEle ne$ou com a ca*eça. @ Era pior @ veio a resposta suave. @ Por quenão era você.

7in inclinou(se mais so*re ele, seu ca*elo caindo como fitas *rilhantesque se espalhavam pelo peito, $ar$anta e *raços de Merripen. ?itou(odiretamente nos olhos, tão ne$ros como ameias pretas.

@ %uero que se)amos fiéis um ao outro @ disse ela seriamente. @ Destedia em diante.

;ouve um *reve silêncio, uma hesitação não nascida da dvida, mas darefleão. omo se os votos fossem ser ouvidos por al$uma presença invis-vel.

5 peito de Merripen su*iu e *aiou em uma lon$a e profunda respiração.@ erei fiel a você @ disse ele. @ Para sempre.@ 1ssim como eu.@ 3am*ém promete que nunca me deiará novamente.7in er$ueu a mão até o centro de seu peito e pressionou um *ei)o ali.@ Eu prometo.Estava completamente disposta e ansiosa para selar os votos, mas ele não.

%ueria que 7in descansasse, seu corpo tinha que repousar, e quando elaprotestou, silenciou(a com *ei)os suaves.

@ Durma @ disse ele, e ela o*edeceu, afundando no esquecimento maisdoce e escuro que havia conhecido.

1 lu0 do sol se inclinava impaciente so*re as cortinas simples das )anelas,convertendo(as em *rilhantes ret'n$ulos de cor mantei$a. 8ev a*raçara 7indurante horas. Ele não dormiu durante todo esse tempo. 5 pra0er de o*servá(laeclipsava a necessidade de descanso. ;ouve outros momentos de sua vida emque a tinha o*servado desse )eito, especialmente quando tinha estado doente.

Mas era diferente a$ora que lhe pertencia.

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Ele sempre fora consumido por um miserável e dese)oso amor por 7in,sa*endo que nada poderia resultar disso. 1$ora, a*raçando(a, sentia al$o

desconhecido, o florescer de um calor euf&rico. Permitiu que seus lá*ios a *ei)assem, incapa0 de resistir ao arco *rilhante de suas so*rancelhas. Moveu(separa a curva rosa de sua *ochecha. 1 ponta de seu nari0, tão adorável queparecia di$na de um soneto inteiro. 1mava cada parte dela. Pensou que nãotinha *ei)ado os espaços entre seus dedos dos pés, uma omissão que precisavadesesperadamente ser corri$ida.

7in dormia com uma perna en$anchada nele, o )oelho entre os seus.entindo o -ntimo roçar de seus cachos loiros em seu quadril, ele ficou ereto, acarne viva late)ando dura e precisa contra o lençol de linho que o co*ria.

Ela se meeu, movimentando os mem*ros trêmulos, e entrea*riu os olhos.8ev sentiu sua surpresa ao acordar assim, em seus *raços, e o lentoamanhecer de satisfação quando se lem*rou do que tinha acontecido antes.uas mãos se moviam lentamente so*re ele, eplorando $entilmente. Ele estavatenso por toda parte, ecitado e im&vel, deiando(a desco*ri(lo como dese)asse.

7in reconheceu seu corpo com um a*andono inocente que o sedu0iucompletamente. 5s lá*ios tocaram a pele esticada do peito e do lado.Encontrado o limite inferior de sua costela, mordiscou suavemente, como ummeticuloso pequeno cani*al. 4ma das mãos foi até sua coa e va$ou até avirilha.

Ele pronunciou seu nome entre a respiração cortada, estendendo a mãopara aqueles dedos torturadores. Mas ela afastou sua mão *atendo com umestalido de pele contra pele. 5 que o ecitou além da ra0ão.

7in se$urou a massa de carne com a mão em concha, o movimento de suapalma contra a pesada dure0a. Ela apertou, $irou a mão suavemente ao lon$oda forma arredondada, enquanto ele cerrava os dentes e resistia ao seu toquecomo se estivesse sendo arrastado e esquarte)ado.

u*indo, ela pressionou $entilmente a ereção... muito levemente. 8ev teriaimplorado para ela pressionar mais forte, se tivesse conse$uido tomar fle$o.

Mas ele s& podia esperar, ofe$ante. ua ca*eça inclinou(se so*re ele, o ca*elodourado prendendo(o numa rede relu0ente. 1pesar de sua vontade depermanecer assim, ele não pde evitar a violenta contração de seu pênis, ocomprimento pro)etando(se para cima. Para seu assom*ro, sentiu(a inclinar(seaté *ei)á(lo. E ela continuou su*indo ao lon$o da r-$ida ereção enquanto ele$emia de pra0er e incredulidade.

ua linda *oca nele... ele estava morrendo, perdendo a sanidade. Eramuito ineperiente para sa*er como proceder. =ão o tomou profundamente,apenas lam*eu a ponta, eatamente como ele havia feito com ela antes. Mas

anto risto, era o suficiente por enquanto. 8ev soltou um $emido an$ustiadoquando sentiu um doce e molhado puão e ouviu o som de sua sucção.

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Murmurando uma mistura incompreens-vel de romaní   e in$lês, pe$ou(apelos quadris e puou para cima. Enterrou o rosto nela, sua l-n$ua tra*alhando

vora0mente até que ela se contorceu como uma sereia capturada.a*oreando sua ecitação, ele mer$ulhou a l-n$ua profundamente, umave0 e outra mais. 1s pernas de 7in ficaram r-$idas, como se estivesse prestes aatin$ir o limite. Mas ele tinha que estar dentro dela quando acontecesse,precisava sentir seu aperto em torno dele. olocou(a so* ele cuidadosamente,virou(a e ps um travesseiro so* seus quadris.

Ela $emeu e separou os )oelhos mais amplamente. em mais convite ele seposicionou, seu mem*ro escorre$adio pela umidade de sua *oca. Estendendoum mão para *aio, encontrou o pequeno *otão inchado e massa$eou(o

lentamente enquanto se introdu0ia dentro dela, seus dedos acariciando maisrápido a cada cent-metro que empurrava com força, e quando ele finalmenteenterrou toda sua etensão, ela che$ou ao cl-ma com um $rito soluçante.

8ev poderia ter encontrado seu pr&prio al-vio, então, mas ele tinha queprolon$ar isso. e poss-vel fosse, ele o faria para sempre. ua mão percorreu aele$ante curva das costas pálidas. 7in arqueou(se com a car-cia suspirando seunome. Ele se deitou so*re ela, mudando o 'n$ulo entre eles, ainda escavando oseo dela enquanto empurrava. Ela estremeceu quando al$uns espasmos maislhe foram arrancados, manchas de paião aparecendo nos om*ros e nas costas.8ev pousou a *oca so*re as manchas, *ei)ando cada lu$ar corado enquanto semovia lentamente, penetrando mais fundo nela, mais apertado, até que estacoue $o0ou com )atos violentos.

aindo dela, 8ev puou 7in contra suas costelas e lutou para recuperar ofle$o. 1 pulsação martelou em seus ouvidos durante al$uns minutos, fa0endocom que demorasse a perce*er uma *atida na porta.

7in levou as mãos até o rosto dele, virando(o para ela. eus olhos estavamarre$alados. @ 1l$uém está aqui @ ela disse.

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1P234/5 6Y

Pra$ue)ando *aiinho, pe$ando suas calças e sua camisa, 8ev diri$iu(sedescalço até a porta. 1*rindo(a, viu am Hohan ali, de pé,despreocupadamente, com uma maleta em uma mão e uma cesta na outra.

@ 5lá @. 5s olhos castanhos de am dançavam travessos. @ 3roueal$umas coisas para vocês.

@ omo nos encontrouA @ per$untou 8ev sem ealtar(se.@ a*ia que não teriam ido lon$e. =ão faltavam nenhuma de suas roupas,

nem maleta ou al$um *a. E )á que o alo)amento do porteiro )unto C cerca eramuito &*via, este foi o pr&imo lu$ar que me ocorreu. =ão vai me convidarpara entrarA

@ =ão @ disse 8ev muito rápido, e am sorriu a*ertamente.@ e nossas posiç9es fossem inversas, $%ra# , suponho que eu tam*ém me

mostraria pouco amistoso. ;á comida na cesta e roupa para am*os na maleta.@ 5*ri$ado @. 8ev pe$ou os itens e colocou(os )unto C porta, do lado de

dentro. Endireitando(se, olhou para seu irmão *uscando qualquer sinal decensura. =ão havia nenhum.

@ Cv Ei#o isiA ( am per$untou.Era uma anti$a frase romaní  que queria di0er Jtudo *em por aquiAK. Mas atradução literal era J;á coração aquiAK. 5 que parecia *astante apropriado.

@ im @ disse 8ev $entilmente.@ =ão precisa de nadaA@ Pela primeira ve0 em minha vida @ admitiu 8ev @, não há nada que

necessite.am sorriu. @ btimo @. Enfiando despreocupadamente as mãos nos

 *olsos do casaco, apoiou um om*ro contra o marco da porta.

@ %ual é a situação em Hamsa" ;ouseA @ per$untou 8ev, temendo umpouco a resposta.@ ;ouve al$uns momentos de caos esta manhã, quando desco*rimos que

am*os tinham desaparecido @. 4ma pausa diplomática. @ ;arro< insiste emque 7in foi levada contra a vontade. Em um momento ele ameaçou procurar asautoridades locais. Disse que se você não re$ressar com 7in até o anoitecer, vaia$ir drasticamente.

@ E o que seria issoA @ inquiriu 8ev som*riamente.@ =ão sei. Mas você pode ima$inar o resto de n&s tendo de hospedá(lo

em Hamsa" ;ouse enquanto você está aqui fora com sua prometida.@ I minha prometida a$ora. E a levarei de volta quando *em entender.

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@ ompreendido @. am contraiu os lá*ios. @ 3em intenção de casar(secom ela lo$o, esperoA

@ /o$o não @ disse 8ev. @ mediatamente.@ !raças a Deus. Mesmo para os ;atha<a"s, tudo isto é um poucoinapropriado @. am deu uma olhada para a fi$ura desarrumada de Merripene sorriu. @ I *om vê(lo finalmente tranquilo, Merripen. e fosse qualquer outroque não você, diria que, na verdade, você se encontra feli0.

=ão era fácil despo)ar(se do há*ito da privacidade. Mas 8ev estavarealmente tentado a confidenciar a seu irmão coisas para as quais não tinhasequer palavras para descrever. omo a desco*erta de que o amor de umamulher poderia fa0er com que o mundo inteiro parecesse diferente. 5u a

surpresa de que 7in, que sempre parecera tão frá$il e carente de proteção,sur$isse como uma presença ainda mais forte do que ele.@ HohanA @ per$untou em vo0 *aia para evitar que 7in ouvisse.

@ 3enho uma per$unta...@ imA@ Bocê condu0 seu casamento ao modo !ad'o ou romaní A@ =a maior parte ao modo  !ad'o  @ disse Hohan sem hesitar. @ =ão

funcionaria de outro modo. 1melia não é o tipo de mulher que poderia sertratada como uma su*ordinada. Mas como romaní  , sempre vou me reservar odireito de prote$ê(la e cuidá(la quando achar conveniente @. orriu levemente.@ Bocê vai encontrar um meio termo, como n&s fi0emos.

8ev passou a mão pelo ca*elo e per$untou cautelosamente: @ 5s;atha<a"s estão com raiva pelo que fi0A

@ Bocê que di0er so*re arre*atar 7inA@ im.@ 1 nica queia que ouvi foi que você demorou muito tempo.@ 1l$um deles sa*e onde estamosA@ =ão que eu sai*a @. 5 sorriso de am tornou(se irnico. @ Posso

comprar(lhe al$umas horas mais,  $%ra#. Mas você terá que levá(la de volta ao

anoitecer, se não por outro motivo, pelo menos para fechar a *oca de ;arro<@.?ran0iu o cenho *revemente. @ Esse !ad'o é estranho.

8ev fitou(o alerta. @ Porque você di0 issoAam encolheu os om*ros. @ 1 maioria dos homens na posição dele teria

feito al$o, qua#quer coisa , a essas alturas. Destru-do al$um m&vel. Pe$o al$uémpela $ar$anta. 1 estas horas eu )á teria posto todo ;ampshire do avesso, atéencontrar minha mulher. Mas ;arro< s& fala. E fala.

@ o*re o queA@ Ele fala muito so*re quais são seus direitos, do que ele tem direito, do

sentimento de traição... mas até a$ora não ocorreu a ele epressar nenhumapreocupação pelo *em estar de 7in, ou considerar o que ela quer. Em resumo,

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a$e como um menino a quem tiraram seu *rinquedo e quer que lhedevolvam@. am fe0 uma careta. @ Malditamente constran$edor, mesmo para

um  !ad'o  @. Er$ueu a vo0 e chamando para uma 7in invis-vel: @ Eu estousaindo, a$ora. Fom dia, irmã0inha.@ $ualmente, r. Hohan+ @ sua vo0 ale$re flutuou de volta.

Hetiraram um verdadeiro *anquete da cesta: fran$o assado frio, umavariedade de saladas, frutas, $rossas fatias de tortas. Depois de devorar tudo,sentaram(se so*re uma colcha na frente da lareira. Bestida apenas com a camisade 8ev, 7in sentou(se entre as coas dele, enquanto 8ev desenredava o ca*elodela. Passava os dedos repetidamente pela ca*eleira sedosa, que *rilhava como

a lu0 da lua entre suas mãos.@ Bamos dar um passeio, a$ora que tenho minha roupaA @ per$untou7in.

@ e você quiser @ 8ev colocou seu ca*elo para um lado e *ei)ou(a nanuca @ E depois, de volta para a cama.

Ela estremeceu e fe0 um som de divertimento. @ =unca sou*e que vocêtivesse passado tanto tempo na cama.

@ 1té a$ora nunca tinha tido uma *oa ra0ão @. Deiando de lado aescova, colocou 7in no colo e a aninhou. Fei)ou(a pre$uiçosamente. Elaempurrou(se para cima com uma crescente necessidade, fa0endo(o sorrir eafastar(se.

@ alma @ disse ele, acariciando(lhe o mailar @ =&s não vamoscomeçar de novo.

@ Mas você aca*a de di0er que queria voltar para a cama.@ %uis di0er para descansar.@ =ão vamos mais fa0er amorA@ Por ho)e não @ disse ele $entilmente. @ Bocê )á teve o suficiente @.

Passou o pole$ar so*re os lá*ios inchados pelos *ei)os. @ e fi0esse amor comvocê outra ve0, não poderia caminhar amanhã.

Mas como estava desco*rindo, qualquer desafio C força f-sica dela eraenfrentado com imediata resistência.

@ Estou muito *em @ disse ela, endireitando(se em seu colo. Espalhou *ei)os so*re seu rosto e pescoço, por todas as partes que podia alcançar. @ 4mave0 mais, antes de re$ressarmos. Preciso de você, 8ev, preciso...

Ele a silenciou com sua *oca, e rece*eu uma resposta tão ardentementeimpaciente que não pode evitar rir contra seus lá*ios.

Ela se afastou e per$untou: @ Bocê está rindo de mimA@ =ão. =ão. I s& que... você é adorável, me a$rada tanto. Minha pequena

e ansiosa  !ad'i... @. Fei)ou(a outra ve0, tentando acalmá(la. Mas ela foiinsistente, tirando sua camisa, colocando as mãos so*re seu corpo nu.

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@ Por que está tão ansiosaA @ ele sussurrou, deitando(se so*re a colchacom ela. @ =ão... espere... 7in, di$a(me.

Ela permaneceu quieta entre seus *raços, seu pequeno rosto, com o cenhofran0ido, pr&imo ao dele. @ 3enho medo de voltar @ admitiu. @ into comose al$o ruim fosse acontecer. =ão parece real que possamos verdadeiramenteficar )untos a$ora.

@ =ão podemos nos esconder aqui para sempre @ murmurou 8ev,acariciando(lhe o ca*elo. @=ão vai acontecer nada, amor. ?omos lon$e demaispara voltar atrás. Bocê é minha a$ora, e nin$uém pode mudar isso. Bocê temmedo de ;arro<A I issoA

@ =ão é medo, eatamente. Mas não estou querendo enfrentá(lo.

@ laro que não @ disse 8ev calmamente. @ Bou a)udá(la a passar porisso. ?alarei com ele primeiro.@ =ão acho que isto se)a correto @ disse ela hesitante.@ Eu insisto. =ão vou perder os estri*os. Mas vou me responsa*ili0ar

pelo que fi0. =ão vou deiar que você enfrente as consequências sem mim.7in *aiou a *ochecha até seu om*ro. @ Bocê tem certe0a de que nada o

fará mudar de ideia quanto a casar(se comi$oA@ =ada no mundo poderia fa0er isso @. entindo a tensão em seu corpo,

ele passou as mãos so*re ela, demorando(se em seu peito, onde cada *atida eraum forte e ansioso $olpe. 1cariciou(lhe em c-rculos para acalmá(la. @ 5 queposso fa0er para que você se sinta melhorA @ per$untou ternamente.

@ >á lhe disse, e você não o faria @ respondeu em vo0 *aia e mal(humorada o que arrancou um riso sufocado dele.

@ Então vai ser do seu )eito @ sussurrou. @ Mas muito lentamente, assimnão vou machucar você @. Fei)ou(lhe atrás dos l&*ulos das orelhas e desceuso*re a suave *rancura de seus om*ros, a pulsação na *ase da sua $ar$anta.

1inda com mais delicade0a *ei)ou as roliças curvas dos seios dela. 5smamilos luminosos, ansiando por todas as suas atenç9es anteriores. Ele foicuidadoso com eles, a *oca foi suave quando co*riu o pico inchado.

7in fe0 um pequeno movimento, soltou um som fraco, e ele adivinhouque o mamilo estava ardendo. Mas as mãos dela foram até sua ca*eça,mantendo(a lá. 3raçou c-rculos l'n$uidos com a l-n$ua, su$ando apenas osuficiente para manter a carne sens-vel dentro do aperto de seus lá*ios. Passouum lon$o tempo em seus seios, mantendo(os $entilmente na *oca, até que ela$emeu e moveu os quadris, precisando mais do que apenas uma fraca ecomedida estimulação.

1rrastando seus lá*ios para *aio, entre as coas dela, 8ev afundou nasua quente seda, encontrando o ponto delicado de seu clit&ris, usando o veludo

liso de sua l-n$ua para acariciar. Ela se$urou firmemente a ca*eça dele esoluçou seu nome, o som $utural ecitando(o.

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%uando os sens-veis movimentos de seus quadris assumiram um ritmore$ular, ele afastou a *oca e separou(lhe os )oelhos. Ele levou uma eternidade

para introdu0ir(se no luuriante aperto de sua carne. ompletamenteencaiado, passou os *raços ao redor dela, se$urando(a contra seu corpo.Ela se remeeu, instando(o a empurrar, mas ele continuou parado,

pressionando a *oca contra sua orelha, sussurrando(lhe que a faria $o0arapenas com isto, que ficaria duro dentro dela enquanto fosse preciso.

1 orelha de 7in tornou(se escarlate, e ela apertou e vi*rou ao redor dele.@ Por favor, mea(se @ ela sussurrou@. E ele $entilmente disse que não.

@ Por favor mea(se, por favor...@ =ão.

Mas depois de um tempo começou a meer os quadris em um ritmo sutil.Ela $emeu e tremeu quando ele a condu0iu, investindo mais profundamente,implacável na sua repressão. 5 cl-ma rompeu so*re ela finalmente, arrancando$ritos fracos de seus lá*ios, fa0endo aflorar estremecimentos selva$ens. 8evficou quieto, eperimentando uma li*eração tão a$uda e paralisante que lherou*ou todo som. 5 corpo es$uio dela puando(o, ordenhando(o, encerrando(onum delicado calor.

5 pra0er foi tão $rande que causou um ardor estranho em seus olhos enari0, que a*alou sua estrutura. ;ue inferno , pensou 8ev, compreendendo queal$o tinha mudado nele, e que )amais poderia voltar atrás. 3odas as suasdefesas tinham sido redu0idas ante a força incerta de uma pequena mulher.

5 sol estava descendo para a *acia de ricos vales ar*ori0ados quandoam*os se encontraram vestidos. 5s fo$os se apa$aram, deiando fria e escura acasinha de campo.

7in apertou a mão de Merripen ansiosamente, enquanto ele a condu0iaaté o cavalo.

@ Per$unto(me porque a felicidade sempre parece tão frá$il @ disse ela.@ Penso nas coisas que nossa fam-lia eperimentou... a perda de nossos pais,

/eo perdendo /aura, o incêndio, minha doença... fi0eram(me consciente dequão facilmente as coisas que apreciamos podem nos ser arre*atadas de um$olpe. 1 vida pode mudar de um momento para o outro.

@ =em tudo muda. 1l$umas coisas perduram para sempre.7in se deteve e virou(se, rodeando(lhe o pescoço com os *raços. Ele

respondeu imediatamente, se$urando(a firmemente, encerrando(a contra seucorpo poderoso. 7in enterrou o rosto em seu peito. @ 1ssim espero @ disse7in depois de um momento. @ Bocê é realmente meu a$ora, 8evA

@ empre fui seu @ respondeu ele contra seu ouvido.

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Preparada para os costumeiros $ritos de suas irmãs, 7in sentiu(sealiviada quando ela e 8ev re$ressaram a Hamsa" ;ouse e a encontraram serena

e silenciosa. 3ão inusitadamente serena que estava claro que todosconcordaram em comportar(se como se nada incomum houvesse acontecido.Encontrou 1melia, Popp", a rta. MarLs e Featri na sala do andar superior, astrês primeiras fa0endo tra*alhos de a$ulha, enquanto Featri lia em vo0 alta.

%uando 7in entrou cautelosamente na sala, Featri fe0 uma pausa, e asmulheres er$ueram a ca*eça com olhares *rilhantes e curiosos.

@ 5lá, querida @ disse 1melia calorosamente. @ 3eve uma *onitaecursão com MerripenA @ omo se não tivesse sido mais que um piqueniqueou um passeio de carrua$em.

@ im, o*ri$ada @ 7in sorriu para Featri. @ ontinue, Fea. e)a o quefor que este)a lendo parece precioso...@ I um romance... @ disse Featri. @ Muito ecitante. ;á uma mansão

escura e som*ria, e criados que se comportam estranhamente, e uma portasecreta atrás de uma... @ Faiou a vo0 dramaticamente. @ 1l$uém está a pontode ser assassinado @. Enquanto Featri continuava, 7in sentou(se )unto C1melia. entiu a mão de sua irmã mais velha tomando a sua. 4ma pequenamas ha*ilidosa mão. 4m apertão reconfortante. 5 aperto carinhoso de 1meliaepressou muito, da mesma forma que a pressão retri*u-da pelos dedos de7in... preocupação, aceitação, tranquilidade.

@ 5nde ele estáA @ sussurrou 1melia.7in sentiu uma pontada de preocupação, em*ora conservasse a epressão

serena.@ ?oi conversar com o Dr. ;arro<.5 aperto de 1melia se intensificou. @ Fem... @ 1melia replicou

sarcasticamente @, deverá ser uma conversa animada. 3enho a impressão deque o seu ;arro< tem estado acumulando muitas coisas para di0er.

@ eu *ruto, camponês estpido+ @ >ulian ;arro< tinha o rosto *rancomas estava controlado quando ele e 8ev se reuniram na *i*lioteca. @ =ão temideia do que fe0. Em sua pressa em estender a mão e pe$ar o que queria, nãoprestou atenção nas consequências. E não o fará até que se)a tarde demais. 1téque a tenha matado.

3endo uma *oa ideia do que ;arro< iria di0er, 8ev )á havia decididocomo o trataria. Pelo *em de 7in, 8ev toleraria qualquer quantidade deimpropérios ou de acusaç9es. 5 médico teria a sua fala... e 8ev não seincomodaria com nada do que ele dissesse. Ele vencera. 7in a$ora era sua e

nada mais importava.

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=o entanto, não era fácil. ;arro< era a ima$em perfeita de um ultra)adoher&i rom'ntico... es*elto, alto, ele$ante, o rosto pálido e indi$nado. ?a0ia com

que 8ev se sentisse, em contraste, um escuro vilão im*ecil. E essas ltimaspalavras, at3 que a ten%a matado , con$elaram(lhe até a medula.3antas criaturas vulneráveis sofreram em suas mãos. =in$uém com o

passado de 8ev )amais poderia merecer 7in. E mesmo que ela perdoasse seuhist&rico de *rutalidade, ele nunca poderia esquecê(lo.

@ =in$uém vai fa0er mal a ela @ disse 8ev. @ 5*viamente que, comosua esposa, estaria *em cuidada, mas não foi isso que ela quis. Ela fe0 suaescolha.

@ o* coação+

@ Eu não a forcei.@ I claro que o fe0 @ disse ;arro< com despre0o. @ /evou(a em umademonstração de força *ruta. E sendo uma mulher, é claro que ela achouemocionante e rom'ntico. 1s mulheres podem ser dominadas e persuadidas aaceitar quase qualquer coisa. E no futuro, quando estiver morrendo no parto,com dores $rotescas, não o culpará por isso. Mas você sa*erá que é oresponsável @. Escapou(lhe um riso áspero quando viu a epressão de 8ev. @Bocê é realmente tão simples que não compreende o que di$oA

@ Bocê acredita que ela é muito frá$il para tra0er filhos ao mundo @disse 8ev. @ Mas ela consultou outro médico em /ondres, que...

@ im. 7innifred lhe disse o nome desse médicoA @ 5s olhos cin0as de;arro< eram $laciais, seu tom crispado de condescendência.

8ev ne$ou com a ca*eça.@ Eu continuei per$untando @ disse ;arro< @, até que ela me disse. E

sou*e no mesmo instante que era um nome inventado. 4ma farsa. Mas, apenaspara asse$urar(me, comprovei os re$istros de todos os médicos le$-timos em/ondres. 5 médico que ela indicou não eiste. Estava mentindo, Merripen @.;arro< passou as mãos pelo ca*elo e caminhou de um lado para outro. @ 1smulheres são tão desonestas quanto as crianças quando se trata de o*ter o que

querem. Meus Deus, você é facilmente manipulável, não éA8ev não podia responder. 1creditara em 7in, pela simples ra0ão de que

ela nunca mentia. Pelo que sa*ia, ela o en$anou uma nica ve0 em sua vida, efora para que tomasse morfina quando ele tinha sido v-tima de umaqueimadura. Mais tarde entendera por que ela o tinha feito, e a perdoaraimediatamente. Mas se lhe mentira so*re isso... 1 an$stia ardia como ácido emseu san$ue.

1$ora entendia porque 7in estava tão nervosa em ter de re$ressar.;arro< fe0 uma pausa diante da mesa da *i*lioteca, permanecendo meio

sentado, meio apoiado nela. @ 1inda a quero @ disse *aiinho. @ 1inda estoudisposto a aceitá(la. om a condição de que não tenha conce*ido @.

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nterrompeu(se quando 8ev lançou(lhe um olhar letal. @ 1h+ Bocê pode meolhar encoleri0ado, mas não pode ne$ar a verdade+ 5lhe para você... como pode

 )ustificar o que fe0A Bocê é um ci$ano no)ento, atra-do por um enfeite *onito,como o restante da sua laia.;arro< o*servava 8ev atentamente, enquanto continuava. @ Estou certo

de que a ama, do seu )eito. =ão de uma forma refinada, não da forma como elaverdadeiramente precisa, mas tanto quanto al$uém do seu tipo é capa0 deamar. 1cho isso um tanto comovedor. E penoso. em dvida, 7innifred senteque os laços de ami0ade da inf'ncia conferem a você mais direitos so*re ela doque qualquer outro homem poderia ter. Mas tem estado muito prote$ida domundo. =ão tem nem a sa*edoria nem a eperiência para conhecer suas

pr&prias necessidades. e casar com você, será apenas questão de tempo até quese canse e dese)e mais do que al$uma ve0 você poderá oferecer(lhe. Procureuma forte )ovem camponesa, Merripen. Melhor ainda, uma ci$ana, que ficariafeli0 com a vida simples que você poderia lhe dar. Bocê quer um rouinolquando ficaria mais satisfeito com uma linda e ro*usta pom*a. ?aça o correto,Merripen. Entre$ue(a para mim. =ão é tarde demais. Estará se$ura comi$o.

8ev apenas pode ouvir sua pr&pria vo0 áspera, sua pulsação martelandopela confusão, desespero e fria. @ 3alve0 devesse per$untar aos /anham. Elesconcordariam que ela ficaria mais se$ura com vocêA

E sem esperar para avaliar o efeito de suas palavras, 8ev saiu a passoslar$os da *i*lioteca.

1 sensação de inquietação de 7in aumentou quando a noite caiu so*re acasa. Ela permaneceu na sala com suas irmãs e a rta. MarLs, até que Featricansou de ler. 5 nico al-vio na crescente tensão de 7in, consistia em o*servaras travessuras do furão de Featri, Dod$er, que parecia apaionado pela rta.MarLs, apesar de, ou talve0 devido C &*via antipatia desta. 1rrastou(se até apreceptora tentando rou*ar uma de suas a$ulhas enquanto ela o o*servava comolhos apertados.

@ =em pense nisso @ disse a rta. MarLs ao esperançoso furão, comcalma arrepiante. @ 5u cortarei seu ra*o com uma faca de entalhar.

Featri sorriu a*ertamente. @ Pensava que isso somente funcionasse comratos ce$os, rta. MarLs.

@ urte efeito com qualquer roedor ofensivo @ respondeumisteriosamente a rta. MarLs.

@ 5s fur9es não são roedores, na verdade @ disse Featri. @ Estãoclassificados como mustel-deos. omo as doninhas. Então poder-amos di0erque o furão é um primo distante do rato.

@ =ão é uma fam-lia com a qual tenha interesse de estreitar v-nculos @disse Popp".

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Dod$er escondeu(se atrás do *raço do sofá, dedicando um olhar amorosoC rta. MarLs, que o i$norou.

7in sorriu e se espre$uiçou. @ Estou cansada. Bou dar *oa noite a todasa$ora.@ Eu tam*ém estou cansada @ disse 1melia , dissimulando um profundo

 *oce)o.@ 3alve0 todas devêssemos nos retirar @ su$eriu a rta. MarLs,

$uardando seu tra*alho de tric em uma pequena cesta.3odas foram para seus quartos, enquanto os nervos de 7in se eriçavam

no silêncio sinistro do vest-*ulo. 5nde estava MerripenA 5 que ele e >uliantinham conversadoA

4ma l'mpada ardia tênue em seu quarto, seu *rilho empurrando assom*ras fracamente. Piscou quando viu uma forma im&vel no canto...Merripen, ocupando uma cadeira.

@ 5h+ @ ofe$ou surpreendida.5 olhar fio a se$uiu enquanto se aproimava dele.@ 8evA @ per$untou com hesitação enquanto um frio percorria sua

espinha. 1 conversa não tinha ido *em. 1l$o estava mal. @ 5 que é issoA @per$untou com vo0 rouca.

Merripen ficou em pé, elevando(se acima dela, com epressão insondável.@ %uem foi o médico que você viu em /ondres, 7inA omo o encontrouAEntão ela compreendeu. eu estma$o em*rulhou, e ela tentou acalmar

um pouco sua respiração.@ =ão houve nenhum médico @ disse. @ =ão vi a necessidade disso.@ =ão viu a necessidade @ ele repetiu lentamente.@ =ão. Porque... como disse >ulian mais tarde... poderia ir de médico em

médico até que encontrasse al$uém que me desse a resposta que queria.Merripen deiou escapar um suspiro que soou como um arranhão em sua

$ar$anta. =e$ou com a ca*eça. @ >esus.7in nunca o tinha visto tão devastado, mais além de furioso ou irritado.

1proimou(se dele com a mão estendida. @ 8ev, por favor, deie(me...@ =ão. Por favor. @ Estava, visivelmente, colocando todo o empenho

para se controlar.@ into muito @ disse ela ansiosamente. Eu queria tanto você, e teria que

me casar com >ulian, pensei que se lhe dissesse que tinha visto outro médico,isso faria... *em, dar(lhe um empurrão0inho.

Ele deu(lhe as costas, apertando as mãos com força.@ =ada mudou @ disse 7in, tentando soar calma, tentando pensar mais

além do desesperado martelar de seu coração. @ sso não muda nada,

especialmente depois de ho)e.

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@ Muda al$uma coisa se você mente para mim @ disse ele em tom$utural.

5s var9es romaní   não podiam suportar ser manipulados por suasmulheres. E ela havia que*rado a confiança de Merripen num momento em queele estava particularmente vulnerável. 3inha *aiado a $uarda, tinha deiadoela entrar. Mas de que outra forma ela poderia tê(loA

@ enti que não tinha escolha @ disse ela. @ Bocê é impossivelmenteteimoso quando sua mente está decidida. =ão sa*ia como mudar isso.

@ Então você aca*a de mentir para mim novamente. Por que não lamenta.@ /amento que você este)a ma$oado e com raiva, e entendo o quanto

você...

nterrompeu(se quando Merripen moveu(se com rapide0, a$arrando aparte superior de seus *raços, empurrando(a contra a parede. eu rostoenfurecido aproimou(se dela. @ e você entendesse al$uma coisa, nãoesperaria que eu lhe desse um *e*ê que vai matá(la.

H-$ida e trêmula, ela fitou seus olhos até afo$ar(se naquela profundatriste0a. Hespirou fundo antes de conse$uir di0er o*stinadamente: @ Bereitantos médicos quantos você queira. 5uviremos uma variedade completa deopini9es, e você pode calcular as pro*a*ilidades. Mas nin$uém pode prevercom certe0a o que vai ocorrer. E nada disso mudará a maneira como pretendopassar o resto da minha vida. Bou vive(la de acordo com os meus termos. Evocê... você pode ter tudo de mim, ou nada. =ão serei uma inválida por maistempo. =em mesmo se isso si$nificar perder você.

@ =ão aceito um ultimato @ disse ele, dando(lhe uma pequena sacudida.@ E muito menos de uma mulher @. 5s olhos de 7in ficaram nu*lados e elaamaldiçoou as crescentes lá$rimas. Per$untou(se, com furioso desespero, porque o destino parecia empenhado em ne$ar(lhes a vida normal que outraspessoas tinham como certa. @ eu romaní  arro$ante @ disse com vo0 rouca. @sto não é escolha suaG é minha. Meu corpo. Meu risco. E pode que )á se)a muitotarde. Posso )á ter conce*ido...

@ =ão @ ele se$urou(lhe a ca*eça e pressionou sua testa contra a dela,sua respiração $olpeando(lhe os lá*ios em ra)adas de calor. @ =ão posso fa0eristo @ disse tremendo. @ =ão vou ser forçado a machucar você.

@ implesmente me ame @ 7in não teve consciência de que chorava atéque sentiu a *oca dele so*re seu rosto, sua $ar$anta vi*rando so* $emidos

 *aiinhos enquanto ele lam*ia suas lá$rimas. Fei)ou(a desesperadamente, comuma ferocidade que a fe0 tremer da ca*eça aos pés. %uando esma$ou seu corpocontra o dela, 7in sentiu a estocada de sua ecitação, mesmo através dascamadas de suas roupas. sso fe0 com que um choque percorresse suas veias,

em resposta, e ela sentiu sua carne -ntima arder e se umedecer. Ela o queria

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dentro dela, puá(lo profundamente e mais pr&imo, dar(lhe pra0er até que suaferocidade estivesse aplacada.

Faiou a mão até o mem*ro duro, esfre$ando e apertando até que ele$emeu em sua *oca.@ /eve(me para a cama, 8ev. Possua(me...Mas ele se empurrou para lon$e dela com uma fero0 imprecaçã[email protected] olhar escaldante e ele a*andonou o quarto, a porta tremendo nas

do*radiças com a *atida a*rupta.

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1P234/5 \

5 ar matutino estava fresco e pesado com a promessa de chuva, uma *risaatravessando a )anela entrea*erta do quarto de 1melia e am. am despertoulentamente enquanto sentia o voluptuoso corpo de sua mulher aninhando(sepr&imo ao seu. Ela sempre dormia com uma camisola feita de simplescam*raia *ranca, com um nmero infinito de do*ras e pequenos *a*ados. ssonunca falhava na hora de estimulá(lo, conhecendo as esplêndidas curvasocultas so* a roupa recatada.

1 camisola tinha su*ido até os )oelhos durante a noite. 4ma das pernasnuas estava en$anchada so*re uma das suas, o )oelho descansando perto de suavirilha. 1 leve forma arredondada de seu estma$o pressionando contra umlado seu. 1 $ravide0 fe0 suas formas femininas mais amplas e deliciosas. =estesdias estava radiante, com uma florescente vulnera*ilidade que o enchia de umimpulso irresist-vel de prote$ê(la. E sa*er que as mudanças eram causadas porsua semente, uma parte sua crescendo dentro dela... aquilo era sem dvidaecitante.

=ão esperara estar assim tão cativado pela condição de 1melia. 1os olhosdos romanís , o parto e todas as quest9es relacionadas eram consideradosma%rime,  acontecimentos contaminados. E desde que os irlandeses eramnotoriamente desconfiados e pudicos quando se tratava da reprodução, nãotinha, tampouco por esse lado da sua linha$em, motivos para )ustificar seupra0er ante a $ravide0 de sua esposa. Mas não podia evitar. Ela era a criaturamais *ela e fascinante que )á conhecera.

Enquanto acariciava sonolentamente o quadril, o impulso de fa0er amorcom ela foi demais para resistir. Er$ueu pouco a pouco a camisola e acariciou(lhe o traseiro desnudo. Fei)ou(a nos lá*ios e no queio, sa*oreando a finatetura de sua pele.

1melia meeu(se. @ am @ murmurou com vo0 sonolenta @. uaspernas se separaram, convidando a uma eploração mais suave.

am sorriu contra sua *ochecha. @ %ue *oa esposa você é @ sussurrou(lhe em romaní . Ela espichou(se e soltou um suspiro de pra0er quando as mãosdele desli0aram so*re seu corpo quente. Ele acomodou as pernas dela comcuidado, acariciando(a e elo$iando(a, *ei)ando seus seios. eus dedos *rincaramentre as coas, provocando(a perversamente, até que começou a respirar emcalmos $emidos. 1$arrou(se Cs costas dele enquanto a montava, seu corpofaminto pelo calor e a mida *oa vinda...

4ma *atidinha na porta. 4ma vo0. @ 1meliaA1m*os ficaram con$elados.

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1 vo0 feminina tentou novamente. @ 1meliaA@ 4ma de minhas irmãs @ sussurrou 1melia.

am murmurou um palavrão que descrevia eplicitamente o que tinhaestado a ponto de fa0er e, ao que parece, não iria poder terminar. @ uafam-lia... @ começou com tom som*rio.

@ Eu sei @. Ela afastou os lenç&is. @ into. Eu... @ interrompeu(sequando viu o $rau de sua ecitação e disse fracamente @ 5h, querido.

Em*ora $eralmente fosse tolerante quando se tratava da multidão decaprichos e quest9es dos ;atha<a"s, am não estava atualmente com humorpara ser compreensivo.

@ /ivre(se de quem quer que se)a @ disse(lhe @ e volte para cá.

@ im. Bou tentar @. Ela colocou um roupão so*re a camisola eapressadamente fechou os três primeiros *ot9es. Enquanto se apressava até oquarto cont-$uo, a del$ada tnica *ranca que vestia ondulou por trás dela comoa vela de uma escuna.

am permaneceu deitado, escutando atentamente. 5uviu(se o ru-do daporta do corredor sendo a*erta e al$uém entrando no pequeno quarto de estar.3am*ém ouviu o tranquilo ritmo da vo0 interro$ante de 1melia e a ansiosaresposta de uma de suas irmãs. 7in, sups, )á que Popp" e Featri somentedespertavam tão cedo em casos de $rande catástrofe.

4ma das coisas que am adorava em 1melia era seu terno e incansávelinteresse por todas as preocupaç9es, $randes ou pequenas, de seus irmãos. Erauma pequena $alinha choca, valori0ando a fam-lia tanto como qualquer esposaromaní . sso o fa0ia sentir(se *em. Hemetia a sua inf'ncia, quando aindapermitiam(no viver com seu $rupo. 1 fam-lia era i$ualmente importante paraeles. Mas isso tam*ém si$nificava ter que compartilhar 1melia, o que, certasve0es, como a$ora, era malditamente irritante.

Depois de uns minutos, a conversa feminina ainda não aca*ara. Bendoque 1melia não iria voltar lo$o, am suspirou e a*andonou a cama.

Pe$ou al$umas roupas, foi até a sala de estar e viu 1melia so*re um

pequeno sofá com 7in. %ue parecia miserável.Estavam tão a*sortas em sua conversa que mal prestaram atenção na

aparição de am. entando(se em uma cadeira pr&ima, am escutou até quecompreendeu que 7in tinha mentido a Merripen so*re ter ido ver um médico,que Merripen estava furioso e que a relação entre am*os estava um desastre.

1melia virou(se para am, a testa fran0ida de preocupação. @ 3alve0 7innão devesse tê(lo en$anado, mas estava em seu direito de tomar esta decisãopor si mesma @. 1melia retinha a mão de 7in nas suas enquanto falava. @Bocê sa*e que nada me a$radaria mais que manter 7in a salvo, sempre... mas

mesmo eu tenho de reconhecer que isso não é poss-vel. Merripen deve aceitarque 7in quer ter uma vida de casada normal com ele.

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am esfre$ou o rosto e sufocou um *oce)o. @ im. Mas o modo de fa0ê(loaceitar não é manipulando(o @. ?itou 7in diretamente. @ rmã0inha, você

deveria sa*er que os ultimatos nunca funcionam com os homens romanís. Baicompletamente contra a nature0a de um romaní  que sua mulher lhe di$a o quetem de fa0er.

@ =ão lhe disse o que fa0er @ protestou 7in tristemente. @ & lhedisse...

@ %ue não se importava com o que ele pensasse ou sentisse @ murmurouam. @ %ue você tinha intenção de viver sua vida em seus pr&prios termos,custasse o que custasse.

@ im @ disse ela fracamente. @ Mas isso não si$nifica que não me

preocupe com seus sentimentos.am sorriu com pesar. @ 1dmiro sua fortale0a, irmã0inha. 1té concordocom sua posição. Mas esta não é a forma de tratar um romaní . Mesmo sua irmã,que não é $eralmente conhecida por sua diplomacia, sa*e que há melhoresformas de aproimar(se de mim, do que de modo infle-vel.

@ Eu sou *astante diplomática quando quero @ protestou 1melia,fran0indo o cenho, e ele diri$iu(lhe um *reve sorriso *rincalhão. Birando(separa 7in, 1melia admitiu contrariada. @ am tem ra0ão, apesar de tudo.

7in ficou calada durante um momento, a*sorvendo isso. @ 5 que devofa0er a$oraA omo as coisas podem ser consertadasA

1m*as as mulheres olharam para am.1 ltima coisa que am queria era envolver(se nos pro*lemas de 7in e

Merripen. E Deus sa*ia que Merripen provavelmente estaria tão encantadorcomo um urso en)aulado esta manhã. 3udo o que am queria era voltar para acama e desfrutar de sua esposa. E talve0 dormir um pouco mais. Mas como asirmãs olhavam(no fiamente com olhos a0uis suplicantes, suspirou. @ ?alareicom ele @ murmurou.

@ Provavelmente está acordado a$ora @ disse 1melia esperançosa. @Merripen sempre levanta cedo.

am deu(lhe um aceno triste, quase sa*oreando a perspectiva de discutircom seu mal(humorado irmão so*re quest9es femininas.

@ Bai sacudir(me como um tapete de salão poeirento @ disse am. @ Enão vou culpá(lo nem um pouco.

Depois de vestir(se e lavar(se, am desceu as escadarias até a sala de estar,onde Merripen invariavelmente tomava o café da manhã. Passando peloaparador, am viu pudim de salsichas de orLshire com verduras e molho de

carne assada, um $uisado de salsichas co*erto com massa, toucinho defumadocom ovos, filetes de lin$uado, pão frito e uma ti$ela de fei)ão.

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4ma cadeira estava afastada de uma das mesas redondas. ;avia umpratinho e uma -cara va0ia, e uma pequena cafeteira de prata )unto deles. 5

aroma de café forte e preto persistia no ar.am deu uma olhada pelas portas de vidro que condu0iam ao terraçotraseiro e viu a fi$ura es$uia e taciturna de Merripen. Merripen parecia olharfiamente o pomar de frutas mais além do estruturado )ardim. 5s om*ros e aca*eça demonstravam irritação e mau humor.

(iabos. am não tinha nem ideia do que iria di0er a seu irmão. 3inhamque avançar muito mais, antes de se aproimarem a um n-vel *ásico deconfiança. %ualquer conselho que am tentasse dar a Merripen provavelmentelhe seria )o$ado no rosto.

Pe$ando uma fatia de pão frito, am untou(a com uma colherada de$eléia de laran)a e va$ou até o terraço. Merripen deu uma olhada superficial emam e voltou sua atenção para a paisa$em: os florescentes campos mais adiantedas terras do senhorio, os espessos *osques alimentados pela $rossa artéria dorio.

4mas correntes de fumaça che$avam da distante mar$em do rio, um doslu$ares onde os ci$anos costumavam acampar quando via)avam por;ampshire. am $ravara pessoalmente marcas de identificação nas árvores,para assinalar que se tratava de um lu$ar amistoso para os romanís. E sempreque vinha um $rupo novo, am ia visitá(los para o caso de al$uém de suaanti$a fam-lia estar ali.

@ 5utra &um$ania que passa por aqui @ comentou casualmente, unindo(se a Merripen no *alcão. @ Por que não vem comi$o visitá(los esta manhãA

5 tom de Merripen foi distante e pouco amistoso. @ 5s tra*alhadoresestão fa0endo as novas molduras de $esso para a ala oeste. E depois da su)eiraque fi0eram da ltima ve0, tenho de estar )unto.

@ Da ltima ve0 a ar$amassa não foi fiada apropriadamente @ disseam.

@ Eu sei @ disse Merripen a*ruptamente.

@ btimo @ entindo(se sonolento e irritado, am esfre$ou o rosto. @5lhe, não tenho nenhuma vontade de meter o nari0 em seus assuntos, mas...

@ Então não o faça.@ =ão vai lhe fa0er mal ouvir uma perspectiva eterna.@ =ão dou a m-nima para sua maldita perspectiva.@ e você não estivesse tão malditamente a*sorto em si mesmo @ disse(

lhe am acidamente @, poderia ocorrer(lhe que não é o nico que tem al$ocom que se preocupar. 1credita que não tenho pensado no que poderiaacontecer com 1melia a$ora que está $rávidaA

@ =ão vai acontecer nada com 1melia @ disse Merripen com desdém.

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am fran0iu o cenho. @ 3odos nesta fam-lia parecem pensar que 1melia éindestrut-vel. 1 pr&pria 1melia pensa isso. Mas está su)eita a todos os

pro*lemas e fra$ilidades ha*ituais de qualquer mulher em sua condição. 1verdade é que isto sempre é um risco.5s olhos escuros de Merripen ferviam de hostilidade. @ Mais ainda para

7in.@ Provavelmente. Mas se ela quer assumir o risco, é sua decisão.@ 1- é onde discordamos, Hohan. Porque eu...@ Porque você não se arrisca com nin$uém, não éA 4ma pena que se

apaionou por uma mulher que não se manterá em um pedestal, $%ra#. @ e você voltar a me chamar assim @ $runhiu Merripen @, vou arrancar

sua ca*eça.@ Bá em frente e tente.Provavelmente Merripen teria se lançado so*re am, não fosse pelo fato

de que as portas de vidro se a*riram e outra fi$ura caminhou para o terraço.Dando uma olhada na direção do intruso, am $emeu por dentro.Era ;arro<, com aspecto controlado e competente. 1proimou(se de am

i$norando a Merripen. @ Fom dia, Hohan. 1penas vim di0er(lhe que deiarei;ampshire em al$um momento do dia. %uero di0er, se não conse$uirpersuadir a rta. ;atha<a" a reco*rar o )u-0o.

@ I claro @ disse(lhe am, escondendo sua epressão so* umaimpass-vel simpatia. @ Por favor, deie(me sa*er se há al$o que possamosfa0er para facilitar sua partida.

@ 1penas quero o melhor para ela @ murmurou o médico, ainda semolhar para Merripen. @ ontinuo acreditando que voltar para a ?rança comi$oé a opção mais sá*ia para todos os envolvidos. Mas é uma decisão da rta.;atha<a" @. ?e0 uma pausa, seus olhos cin0as som*rios. @ Espero que vocêeerça qualquer influência que tenha, para asse$urar(se de que todos  osenvolvidos entendem o que está em )o$o.

@ reio que todos temos uma ra0oável compreensão da situação @ disse

am com uma $entile0a que mascarava uma pitada de sarcasmo.;arro< fitou(o com desconfiança e diri$iu(lhe uma leve inclinação de

ca*eça. @ Então vou deiá(los para que continuem sua discuss2o 7. Deu umasutil ênfase C palavra JdiscussãoK, como se sou*esse que eles tinham estado aponto de ter uma *ri$a definitiva. Ele deiou o terraço, fechando as portas devidro atrás de si.

@ 5deio esse *astardo @ disse Merripen em vo0 *aia.@ =ão é meu preferido, tampouco @ admitiu am.ansadamente, se$urou a parte de trás de seu pescoço, tentando aliviar a

ri$ide0 dos msculos tensos. @ Bou descer até o acampamento romaní . E se

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você não se importar, tomarei uma -cara dessa maldita poção que você *e*e.Despre0o essa coisa, mas preciso de al$o que a)ude a manter(me acordado.

@ Fe*a o quanto quiser do que deiei na cafeteira @ resmun$ouMerripen. @ Estou mais acordado do que $ostaria.am assentiu e foi até as portas de vidro. Mas fe0 uma pausa na soleira,

alisou o ca*elo atrás da nuca e falou tranquilamente. @ 1 pior parte de amaruma pessoa, Merripen, é que sempre haverá coisas das quais você não poderáprote$ê(la. oisas que estão além do seu controle. Bocê finalmente compreendeque há al$o pior do que morrer... e isto, é se acontecer al$o com ela. Bocêprecisa viver sempre com esse medo. Mas você tem que aceitar a parte ruim, sequiser a parte *oa.

@ %ual é a parte *oaA4m sorriso tocou os lá*ios de am. @3odo o resto é a parte *oa @ disseele, e foi para dentro.

@ ?ui advertido, so* pena de morte, para não di0er nada @ foi o primeirocomentário de /eo quando uniu(se a Merripen em um dos quartos da ala oeste.;avia dois $esseiros no canto, medindo e marcando as paredes e outrocolocando o andaime que sustentaria um homem pr&imo ao teto.

@ Fom conselho @ disse 8ev. @ Deveria se$ui(lo.@ =unca si$o os conselhos, *ons ou ruins. sso s& os animaria a darem(me

mais.1pesar dos pensamentos que remo-a, 8ev sentiu um relutante sorriso

repuar seus lá*ios. !esticulou na direção de um *alde pr&imo, cheio de umamassa cin0a claro. @ Porque você não pe$a um pau e mee esta massaA

@ 5 que éA@ 4ma ar$amassa de cal, $esso e ar$ila C *ase de &leo.@ 1r$ila C *ase de &leo, encantador. @ Mas /eo o*edientemente pe$ou

um pau e começou a revolver a massa no *alde. @ 1s mulheres vão sair estamanhã @ comentou. @ Bão C ton" ross Manor visitar /ad" 7estcliff. Featri

preveniu(me para vi$iar seu furão para ela, que parece estar desaparecido. E arta. MarLs vai ficar aqui @. ?e0 uma pausa refleiva. @ 4ma criaturaestranha, você não achaA

@ 5 furão ou a rta. MarLsA @ 8ev colocou com cuidado uma ripa demadeira so*re a parede e fiou(a no lu$ar.

@ MarLs. Estive per$untando(me... Ela tem misandria ou odeia a todosem $eralA

@ 5 que é misandriaA@ bdio aos homens.

@ Ela não odeia os homens. empre foi a$radável comi$o e com Hohan./eo olhou(o sinceramente perpleo.@ Então... s& odeia a mimA

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@ I o que parece.@Mas não tem nenhuma ra0ão+

@ E quanto a você ser arro$ante e desdenhosoA@ sso é parte de meu encanto aristocrático @ protestou /eo.@ Parece que seu encanto aristocrático está sendo desperdiçado com a

rta. MarLs @. 8ev arqueou uma so*rancelha quando viu o cenho de /eo.@ Porque você deveria se importarA =ão tem nenhum interesse pessoal, não éA

@ I claro que não @ disse /eo com indi$nação. @ Preferiria ir para acama com o ouriço favorito de Fea. ma$ine aqueles cotovelos e )oelhospontia$udos. 3odos aqueles 'n$ulos a$udos. 4m homem poderia sofrer umdano fatal, enroscado em MarLs...@. Ele remeeu o $esso com renovado vi$or,

claramente preocupado com os peri$os de ver(se no leito com a preceptora.Demasiado preocupado, pensou 8ev.

Era uma pena, refletiu am, enquanto caminhava por um prado verdecom as mãos enfiadas nos *olsos. sto de ser parte de uma fam-lia unidasi$nificava que nunca se podia aproveitar da pr&pria felicidade, enquantoal$um outro estivesse com pro*lemas.

;avia muitas ra09es pelas quais am podia ter pra0er neste momento... a *enção da lu0 solar so*re a áspera paisa$em primaveril, e todo o despertar, o0um*ido vi*rante da atividade das plantas empurrando a terra mida. 5promissor e penetrante cheiro de fumaça de uma fo$ueira de acampamentoromaní   que flutuava so*re a *risa. 3alve0 ho)e, finalmente, pudesse encontraral$uém de seu anti$o $rupo. Em um dia como este, tudo parecia poss-vel.

3inha uma linda esposa $rávida de seu filho. 1mava 1melia mais que avida. Mas tam*ém tinha muito o que perder. Mas am não permitiria que omedo o mutilasse ou lhe impedisse de amá(la com toda a sua alma. Medo... Eleredu0iu a marcha de seu passo, perpleo pela rápida intensidade dos

 *atimentos de seu coração. omo se tivesse corrido durante milhas sem parar.Deu uma olhada através do campo, vendo que a erva estava de um verde

pouco natural.1s *atidas de seu coração tornaram(se dolorosas, como se al$uém

estivesse chutando(o repetidamente. Desconcertado, am ficou r-$ido como umhomem mantido na ponta de uma navalha, colocando uma mão no peito. >esus,o sol *rilhava, perfurando seus olhos até lacrime)arem. ecou a umidade com aman$a e ficou surpreendido ao ver(se rapidamente no chão, de )oelhos.Esperava que a dor diminu-sse, que seu coração redu0isse a marcha, comose$uramente devia fa0er, mas apenas piorou. /utou para respirar, tentandomanter(se em pé. eu corpo não lhe o*edecia. 4m lento colapso de*ilitante, a

erva verde espetando asperamente sua *ochecha. Mais e mais dor, o coraçãoameaçando eplodir pela etraordinária força de seu *atimento.

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am compreendeu , com uma espécie de assom*ro, que estava morrendo.=ão lhe ocorreu porque podia estar acontecendo, ou como, somente que

nin$uém cuidaria de 1melia, e ela precisava dele, não podia a*andoná(la.1l$uém tinha que cuidar delaG precisava de al$uém que lhe esfre$asse os pésquando estivesse cansada. Estava tão cansado. =ão podia levantar a ca*eça ouo *raço, ou mover as pernas, mas os msculos de seu corpo saltavamindependentes, tremores que saltavam dele, como uma marionete com cordas.

 <me#ia. 02o quero abandonar você. (eus, n2o dei=e que eu morra 3 muito cedo. Mas ador continuou fluindo so*re ele, afo$ando(o , sufocando cada respiração e

 *atida de seu coração. <me#ia.  %ueria pronunciar seu nome e não podia. Era uma crueldade

incomensurável que não pudesse deiar este mundo com essas ltimaspreciosas s-la*as em seus lá*ios.

Depois de uma hora fiando revestimentos e provando várias misturas decal, $esso e re*oco, 8ev, /eo e os tra*alhadores tinham acertado as proporç9escorretas.

/eo tinha tomado um interesse inesperado no processo, inclusive inventouuma melhoria so*re as três camadas de decoração, aprimorando a camada *ase.

@ oloque mais &leo nesta co*ertura @ su$eriu @ e lie(a com umaferramenta poderosa, isso proporcionará maior fiação C co*ertura se$uinte.

Estava claro para 8ev que em*ora /eo tivesse pouco interesse nosaspectos financeiros da administração da propriedade, seu amor pelaarquitetura e todos os assuntos relacionados com a construção estava maisintenso do que nunca.

%uando /eo descia do andaime, a $overnanta, a ra. Farnsta*le, che$ouna entrada em companhia de um menino. 8ev avaliou(o com acentuadointeresse. 5 menino parecia ter on0e ou do0e anos. Mesmo se não estivessevestido com roupas coloridas sua te0 caracter-stica o teria identificado como umromaní .

@ enhor @ disse a $overnanta para 8ev, desculpando(se @peço perdãopor interromper seu tra*alho. Mas este menino veio até C porta falando em umalin$ua$em incompreens-vel, e se ne$a a partir. Pensamos que você poderiaentendê(lo.

1 lin$ua$em incompreens-vel resultou ser claramente romaní .@ (roboE tume Doma#e @ disse o menino polidamente @. 8ev reconheceu

a saudação com um assentimento. @ Mis%to avi#an @continuou em romaní . @Bocê é da vitsa do rioA

@im, &a&o. 5 rom $%uro me enviou para di0er(lhes que encontramos um

romaní   ca-do no campo. Bestido como um  !ad'o. Pensamos que poderia seral$uém daqui.

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@ a-do no campo @ repetiu 8ev enquanto o frio e uma penetranteur$ência se er$uia em seu interior. ups imediatamente que al$o muito ruim

tinha acontecido. om esforço, manteve o tom paciente. @ EstavadescansandoA5 menino ne$ou com a ca*eça.@ Está doente e fora de si. E treme

assim...@ ele imitou o tremor com as mãos.@ Disse seu nomeA @ per$untou 8ev. @ Disse al$uma coisaA Em*ora

continuassem falando em romaní  , /eo e a ra. Farnsta*le o*servavam 8evatentamente, entendendo que havia al$uma emer$ência.

@ 5 que está acontecendoA @ per$untou /eo, fran0indo o cenho.5 menino respondeu para 8ev. @ =ão, &a&o , não pode falar muito. E seu

coração @ o menino $olpeou o pr&prio peito com o pequeno punho, comenfáticos $olpes.@ /eve(me até ele @. =ão havia dvida al$uma na mente de 8ev que a

situação era etrema. am nunca ficava doente e $o0ava de uma ma$n-ficacondição f-sica. 5 que quer que lhe tivesse ocorrido, estava fora da cate$oria dedoenças comuns. Mudando para o in$lês, 8ev falou para /eo e para a$overnanta. @ Hohan ficou doente... Está no acampamento romaní . Meu senhor,su$iro que envie um lacaio e um cocheiro a ton" ross Manor para *uscar1melia imediatamente. ra. Farnsta*le, mande *uscar o médico. Eu vou tra0erHohan para cá tão lo$o se)a poss-vel.

@ enhor @ per$untou a $overnanta aturdida @, refere(se ao Dr.;arro<A

@ =ão @ disse 8ev de imediato @. 3odos os seus instintos lhe advertiamque mantivesse ;arro< fora disso. @ De fato, não deie que ele perce*a o queestá acontecendo. Por enquanto, mantenha isto tão secreto quanto se)a poss-vel.

@ im, senhor @. 1inda que a $overnanta não entendesse os motivos de8ev, estava muito *em treinada para questionar sua autoridade. @ 5 r. Hohanparecia perfeitamente *em esta manhã @ disse ela. @ 5 que pode ter(lheacontecidoA

@ =&s vamos desco*rir @. em esperar mais per$untas ou reaç9es, 8evse$urou o om*ro do menino e diri$iu(o até a entrada. @ Bamos.

1 vitsa parecia ser um pequeno e pr&spero $rupo familiar. Montaram umacampamento *em or$ani0ado, com dois vardos e al$uns *urros e cavalos quetinham *om aspecto. 5 l-der do $rupo, a quem o menino identificou como orom $%uro , era um homem *onito, com ca*elos pretos e cálidos olhos ne$ros.Em*ora não fosse alto, estava em *oa forma e era es*elto, com um ar de firmeautoridade. 8ev se surpreendeu com a relativa )uventude do l-der. 1 palavra

 $%uro $eralmente se referia a um homem de idade avançada e sa*edoria. Para

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um homem que parecia estar ao final dos trinta, isto si$nificava que era uml-der ecepcionalmente respeitado.

3rocaram cumprimentos superficiais e o rom $%uro condu0iu 8ev até seuvardo.@ I seu ami$oA @ per$untou o l-der com &*via preocupação.@ Meu irmão @. Por al$uma ra0ão o comentário de 8ev rendeu(lhe um

olhar detido.@ I *om que você este)a aqui. Esta pode ser sua ltima possi*ilidade de

vê(lo deste lado do véu.8ev ficou atnito com sua pr&pria reação visceral ao comentário, a

precipitada indi$nação e a dor.

@ Ele não vai morrer @ disse 8ev duramente, acelerando suas passadas esaltando facilmente dentro do vardo.5 interior do carroção ci$ano tinha aproimadamente três metros e meio

de comprimento e um metro e meio de lar$ura, com o t-pico fo$ão com o tu*ometálico da chaminé locali0ado a um lado da porta. 4m par de camastransversais estavam locali0adas no outro etremo do vardo , uma superior eoutra mais a*aio. 5 lon$o corpo de Hohan estava estirado so*re a camainferior, os pés calçados caindo pelo etremo. Estava tremendo e sacudindo(secom nervosismo, a ca*eça a$itando(se sem cessar so*re o travesseiro.

@ anto inferno @ disse 8ev com vo0 pesada, incapa0 de acreditar namudança que havia se produ0ido no homem em tão curto espaço de tempo. 1cor saudável tinha desaparecido do rosto de Hohan, até deiar(lhe tão *rancocomo papel, seus lá*ios estavam rachados e acin0entados. !emia de dor eofe$ava como um cão.

8ev sentou(se na *eirada da cama e colocou a mão so*re a testa $elada deHohan.

@ am @ disse com ur$ência. @ am, é Merripen. 1*ra os olhos. Di$a(me o que aconteceu.

Hohan lutou para controlar os tremores, focar seu olhar, mas isto era

claramente imposs-vel. 3entou formar uma palavra, mas tudo o que podeproferir foi um som incoerente.

Espalmando uma mão so*re o peito de Hohan, 8ev sentiu as *atidasfero0es e irre$ulares de seu coração. Pra$ue)ou, reconhecendo que nenhumcoração de um homem, sem importar quão forte fosse, poderia continuar nesseritmo frenético durante muito tempo.

@ Deve ter comido al$uma erva sem sa*er que era venenosa @ comentouo rom $%uro , preocupado.

8ev ne$ou com a ca*eça.

@ Meu irmão está muito familiari0ado com as plantas medicinais. =uncacometeria esse tipo de erro @. 1fastando o olhar do rosto de Hohan, 8ev sentiu

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uma mistura de fria e compaião. Dese)aria que seu pr&prio coração pudesseassumir o tra*alho por seu irmão. @ 1l$uém o envenenou.

@ Di$a(me o que posso fa0er @ disse o l-der do $rupo em vo0 *aia.@ Primeiro temos que livrá(lo de tanto veneno quanto se)a poss-vel.@ Ele esva0iou o estma$o antes que o trouéssemos ao vardo.1quilo era *om. Mas pela força da reação que ainda sofria, mesmo depois

da epulsão do veneno, si$nificava que era uma su*st'ncia sumamente t&ica.5 coração so* a mão de 8ev parecia prestes a arre*entar no peito de Hohan./o$o ele deveria ter convuls9es. @ Devemos fa0er al$o para diminuir apulsação e aliviar os tremores @ disse 8ev de maneira cortante. @ Bocê temláudanoA

@ =ão, mas temos &pio sem refinar.@ Melhor ainda. 3ra$a(o imediatamente.5 rom $%uro deu ordens a um par de mulheres que tinha se aproimado da

entrada do vardo. Em menos de um minuto, troueram um pequeno potecontendo uma espessa pasta marrom. Era o fluido desidratado de sementes depapoula. Haspando um pouco da pasta com a ponta de uma colher, 8ev tentoualimentar Hohan.

5s dentes de Hohan *ateram violentamente contra o metal, a ca*eça saltouaté que a colher foi retirada. 5*stinadamente 8ev desli0ou o *raço por de*aiodo pescoço de Hohan e er$ueu(o. @ am. ou eu. Bim a)udá(lo. 3ome isto pormim. 3ome a$ora. @ Empurrou a colher de volta C *oca de Hohan e a manteveali enquanto ele en$as$ava e tremia no aperto de 8ev. @ sso @ murmurou8ev, retirando a colher para trás um momento. olocou a mão quente so*re a$ar$anta de seu irmão, friccionando(a suavemente. @ En$ula. im, $%ra# , isso.

5 &pio funcionou com mila$rosa velocidade. /o$o os tremorescomeçaram a diminuir, aliviando o frenético arfar. 8ev não foi consciente deque trancava a respiração até que a soltou com um suspiro de al-vio. Ps apalma da mão so*re o coração de Hohan, sentindo que *atia a um ritmo maislento.

@ 3ente lhe dar um pouco de á$ua @ su$eriu(lhe o l-der do $rupo,entre$ando a 8ev uma -cara de madeira entalhada. Ele pressionou a *orda da-cara contra os lá*ios de Hohan e insistiu para que *e*esse um $ole.

5s c-lios espessos se er$ueram e Hohan fiou(se nele com esforço. @ 8ev...@ Estou aqui, irmão0inho.Hohan olhou(o fiamente e piscou. Er$ueu a mão e se$urou firmemente o

colarinho a*erto da camisa de 8ev, como um homem que estivesse se afo$ando.@ 10ul @ sussurrou irre$ularmente. @ 3udo... a0ul.

8ev desli0ou o *raço ao redor das costas de Hohan e a$arrou(o com

firme0a. Deu uma olhada ao rom $%uro e tentou pensar desesperadamente.3inha ouvido so*re tal sintoma antes, uma ne*lina a0ul so*re a visão. Era

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causada por tomar ecessiva medicação para o coração. @ Poderia serdi$italina @ murmurou ele. @ Mas não sei qual é sua ori$em.

@ Dedaleira @ disse o rom $%uro  @. eu tom era normal, mas tinha orosto tenso pela ansiedade. @ Fastante letal. Mata o $ado.@ %ual é o ant-dotoA @ per$untou 8ev *ruscamente.1 resposta do l-der foi *aia. @ =ão sei. =em mesmo sei se eiste um.

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Depois de enviar um criado para *uscar o médico do povoado, /eodecidiu ir ao acampamento ci$ano e ver como estava Hohan. /eo não podiaa$uentar a inatividade e o suspense da espera. Estava profundamentepreocupado com o pensamento de que al$o ocorrera a Hohan, que parecia ter seconvertido no eio central de toda a fam-lia.

Hapidamente fa0endo seu caminho através da $rande escadaria, /eoaca*ava de alcançar o vest-*ulo quando a rta. MarLs se aproimou. Estava na

companhia de uma criada e se$urava a infeli0 menina pelos pulsos. 1 criadaestava pálida e com os olhos avermelhados.@ Meu senhor @ disse a rta. MarLs secamente @ venha conosco ao salão

imediatamente. ;á al$o que deveria...@ om seu suposto conhecimento de etiqueta, MarLs, deveria sa*er que

nin$uém ordena ao dono da casa a fa0er qualquer coisa.1 severa *oca da preceptora contraiu(se impacientemente. @ 1o dia*o

com a etiqueta. sto é importante.@ Muito *em. 1parentemente você deve ser caprichosa. Mas di$a(me

aqui e a$ora, que não tenho tempo para ta$arelices de salão.@ 5 salão @ insistiu ela.Depois de revirar os olhos, /eo se$uiu a preceptora e a criada através do

vest-*ulo. @ 1dvirto você: se se trata de al$um assunto trivial so*re a casa, voupe$ar sua ca*eça. 3enho um assunto ur$ente para tratar a$ora mesmo e...

@ im @ cortou MarLs, enquanto caminhavam rapidamente até a sala @Eu sei.

@ Bocê sa*eA Dane(se tudo, a ra. Farnsta*le não deveria falar paranin$uém.

@ 5s se$redos raramente ficam $uardados de*aio da escada, meu

senhor.Enquanto entravam no salão, /eo fiou os olhos na r-$ida coluna verte*ral

da preceptora e eperimentou a mesma pontada de irritação que sempre sentiaem sua presença. Ela era como uma dessas coceiras inalcançáveis nas costas.3inha al$o a ver com o coque cor de café claro, preso apertadamente na nuca. Eo torso estreito, a diminuta cintura no espartilho, e a palide0 seca e imaculadade sua pele. =ão podia evitar pensar em como seria desenlaçar, desa*otoar eli*erá(la. 3irar(lhe os &culos. ?a0er coisas que a deiariam toda corada, lasciva eprofundamente incomodada. im, era isso. %ueria incomodá(la.

Hepetidamente.Fom Deus+ %ue dia*os havia de errado com eleA

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4ma ve0 no salão a rta. MarLs fechou a porta e pe$ou o *raço da criadacom uma ma$ra mão *ranca.

@ Esta é "lvia @ disse a /eo. @ Ela viu al$o inapropriado esta manhã eteve medo de contar a al$uém. Mas depois de inteirar(se da doença do r.Hohan, veio até mim com esta informação.

@ Porque esperou até a$oraA @ per$untou /eo impaciente.@ e$uramente qualquer coisa inapropriada deveria ser informada deimediato.

1 rta. MarLs respondeu com calma irritante. @ =ão há proteção para umcriado que, sem querer, vê al$o que não deveria. E sendo uma menina sensata,"lvia não queria converter(se em um *ode epiat&rio. 3emos sua palavra de

que "lvia não sofrerá consequências ne$ativas pelo que está a ponto dedivul$arA@ 3em a minha palavra @ disse /eo. @ =ão importa o que se)a. onte(

me "lvia.1 criada anuiu e encostou(se contra a rta. MarLs em *usca de apoio.

"lvia era muito mais pesada que a frá$il preceptora, era uma maravilha queam*as não desa*assem.

@ Meu senhor @ hesitou a criada @, estive polindo os talheres de peieesta manhã e os levava para o aparador do café da manhã, para os filetes delin$uado. Mas quando entrava na sala, vi o r. Merripen e o r. Hohan noterraço, conversando. E o Dr. ;arro< estava na sala, o*servando(os...

@ EA @ /eo apressou, enquanto os lá*ios da menina tremiam.@ E acredito que vi o Dr. ;arro< colocando al$o dentro da cafeteira do

r. Merripen. Ele procurou al$o dentro do *olso, parecia um desses estranhostu*inhos de vidro, de farmácia. Mas foi tão rápido que não posso ter certe0a doque ele fe0. E em se$uida ele se virou e viu(me entrando na sala. ?in$i não tervisto nada, meu senhor. =ão queria criar pro*lemas.

@ Pensamos que talve0 o r. Hohan tenha *e*ido o café adulterado @disse a preceptora.

/eo ne$ou com a ca*eça. @ 5 r. Hohan não toma café.@ =ão é poss-vel que talve0 tenha feito uma eceção esta manhãA@ I poss-vel. Mas não seria t-pico dele @ /eo deiou escapar um suspiro

áspero. @ Dane(se tudo+ 3entarei averi$uar o que ;arro< fe0, se é que fe0.5*ri$ado, "lvia.

@ im, meu senhor @ 1 criada parecia aliviada.Enquanto /eo atravessava o salão a passos lar$os, easperou(se ao

desco*rir que a rta. MarLs estava nos seus calcanhares. @ 02o venha comi$o,MarLs.

@ Bocê precisa de mim.

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@ Bá para al$um lu$ar tricotar al$uma coisa. on)u$ar um ver*o. 5 quequer que façam as preceptoras.

@ Eu o faria @ disse ela morda0mente @ se tivesse al$uma confiança nasua ha*ilidade de lidar com a situação. Mas pelo que tenho visto de suasatitudes, duvido muito que consi$a al$uma coisa sem minha a)uda.

/eo per$untou(se se outras preceptoras se atreviam a falar ao dono dacasa dessa forma. =ão acreditava nisso. Porque demnios suas irmãs nãopuderam escolher uma mulher calma e plácida em ve0 desta pequena vespaA

@ 3enho ha*ilidades que você nunca será suficientemente afortunadapara ver ou eperimentar, MarLs.

Ela soltou um desdenhoso JhumfffK e continuou se$uindo(o.

he$ando ao quarto de ;arro<, /eo deu uma rápida *atida na porta eentrou. 5 armário estava va0io e havia uma maleta a*erta so*re a cama.@ Desculpe(me a intrusão, ;arro< @ disse /eo apenas com a som*ra de umapretensa cortesia. @ Mas aconteceu al$o.

@ 5hA @ o médico mostrava(se claramente indiferente.@ 1l$uém ficou doente.@ sso é uma des$raça. Dese)aria poder atendê(lo, mas devo che$ar a

/ondres antes da meia(noite, devo partir em pouco tempo. 3erá que encontraroutro médico.

@ ertamente que você tem a o*ri$ação ética de a)udar a qualquer umque necessite @ disse a rta. MarLs incredulamente. @ 5 que aconteceu com o

 )uramento de ;ip&cratesA@ 5 )uramento não é o*ri$at&rio. E diante dos recentes acontecimentos,

tenho todo o direito de declinar. 3erá que encontrar outro médico para tratardele.

(e#e./eo não precisou olhar para a rta. MarLs para sa*er que ela tam*ém

notara o desli0e. Decidiu fa0er com que ;arro< continuasse falando. @Merripen conquistou minha irmã honestamente, velho companheiro. E o que os

uniu foi posto em marcha muito antes que você entrasse em cena. =ão éesportivo culpá(los.

@ =ão os culpo @ disse ;arro< concisamente. @ ulpo a você.@ 1 mimA @ /eo estava indi$nado. @ De queA =ão tive nada a ver com

isso.@ Bocê tem tão pouca consideração por suas irmãs que permitiu não

apenas a um, mas a dois ci$anos entrarem na fam-lia.Pelo ra*o do olho, /eo viu Dod$er, o furão, raste)ando pelo piso

atapetado. 1 curiosa criatura alcançou uma cadeira so*re a qual um casaco

escuro tinha sido estendido. Er$uendo(se so*re as patas traseiras, fun$ou nos *olsos do a*ri$o.

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1 rta. MarLs falava secamente. @ 5 r. Merripen e o r. Hohan sãohomens de ecelente caráter, Dr. ;arro<. Podem culpar /orde Hamsa" por

muitas outras coisas, mas não por isso.@ ão ci$anos @ disse ;arro< desdenhosamente./eo começou a falar, mas viu(se interrompido enquanto a rta. MarLs

se$uia com seu discurso. @ 4m homem deve ser )ul$ado pelo que fa0 de simesmo, Dr. ;arro<. Pelo que fa0 quando nin$uém mais está olhando. E tendovivido pr&ima ao r. Merripen e ao r. Hohan, posso manifestar com se$urançaque am*os são homens honrados e di$nos de respeito.

Dod$er retirou um o*)eto do *olso do casaco e se contorceu em sinal detriunfo. omeçou a trotar lentamente ao redor do quarto, o*servando ;arro<

com precaução.@ Perdoe(me se não aceito )u-0os de caráter de uma mulher como você @disse ;arro< a rta. MarLs. @ Mas se$undo os rumores, você teve demasiadaproimidade com certos cavalheiros em seu passado.

1 preceptora ficou pálida ante a afronta. @ omo você ousaA@ 1cho esse comentário totalmente inapropriado @ disse /eo a ;arro<.

@ I &*vio que nenhum homem sensato )amais tentaria al$uma coisaescandalosa com MarLs @. Bendo que Dod$er che$ava C entrada, /eo estendeua mão até o r-$ido *raço da preceptora. @ Benha, MarLs. Deiemos o Dr.;arro< com sua *a$a$em.

=esse momento, ;arro< viu o furão carre$ando uma fina ampola devidro na *oca. 5s olhos de ;arro< se arre$alaram e ele empalideceu. @ Dê(meisto+ @ $ritou e lançou(se so*re o furão. @ sso é meu+

/eo se )o$ou contra o médico e atirou(o ao chão. ;arro< lhe surpreendeucom um forte $ancho de direita, mas a mand-*ula de /eo tinha sido endurecidapor um *om nmero de lutas de ta*erna. Devolveu $olpe por $olpe, rolandocom o médico pelo chão, lutando pela supremacia.

@ %ue dia*o @ $runhiu /eo @ você colocou naquele caféA@ =ada @. 1s mãos fortes do médico apertavam(lhe a $ar$anta. @ =ão

sei do que está falando.../eo acertou(lhe um $olpe no lado, com o punho fechado, até que o médico

afrouou o aperto.@ 5 inferno que não @ ofe$ou /eo, e deu(lhe uma )oelhada na virilha. Era

um truque su)o que /eo aprendera depois de uma de suas escapadas maiscoloridas em /ondres.

;arro< caiu de lado, $emendo. @ avalheiros... não... fa0em isso...@ avalheiros não envenenam as pessoas, muito menos @. /eo a$arrou(

o. @ Di$a(me o que era, maldito+

1pesar da dor, os lá*ios de ;arro< se curvaram em uma careta dia*&lica.@ Merripen não terá minha a)uda.

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@ Merripen não *e*eu a imund-cie, idiota+ ?oi Hohan quem *e*eu+ 1$oradi$a(me o que colocou no café ou lhe arrancarei a $ar$anta.

5 médico olhou(o aturdido. Manteve a *oca fechada e ne$ou(se a falar./eo $olpeou(lhe com um de direita e em se$uida com um de esquerda mas o *astardo permaneceu em silêncio.

1 vo0 da rta. MarLs rompeu através da fria em e*ulição. @ Meusenhor, pare com isso.  <!ora mesmo. Preciso de sua a)uda para recuperar ofrasco.

Er$uendo ;arro<, /eo arrastou(o até o armário va0io e encerrou(odentro. 3rancando a porta, virou(se para enfrentar a rta. MarLs com o rostosuado e o peito arfando.

eus olhares ficaram presos um no outro durante uma fração de se$undo.5s olhos dela tornaram(se tão redondos quanto as lentes de seus &culos. Mas apeculiar consciência entre eles viu(se imediatamente rompida pelo triunfante$uinchar de Dod$er.

5 danado furão esperava na soleira, eecutando uma feli0 dança de$uerra, que consistia em uma série de saltos laterais. Estava claramentedeliciado com sua nova aquisição, mais ainda pelo fato de a rta. MarLs parecerdese)á(la.

@ Deie(me sair+ @ $ritou ;arro< com vo0 sufocada e houve umviolento $olpe no interior do armário.

@ Essa doninha danada @ murmurou a rta. MarLs. @ sto é um )o$opara ela. Bai passar horas *rincando conosco por causa desse frasco, mantendo(o fora do nosso alcance.

Encarando o furão, /eo sentou(se no tapete e relaou a vo0. @ Benha cá,seu chumaço de pelos cheio de pul$as. Bocê terá todos os *iscoitos de açcarque quiser, se me der seu *rinquedinho novo @. 1ssoviou *aiinho e estalou al-n$ua.

Mas os a$rados não surtiram efeitos. Dod$er simplesmente eaminou(ocom os olhos *rilhantes e permaneceu na soleira, se$urando firmemente o

frasco entre suas diminutas patas.@ Dê a ele uma de suas li$as @ disse /eo, ainda fitando o furão.@ mploro seu perdãoA @ per$untou a rta. MarLs friamente.@ Bocê meu ouviu. 3ire uma de suas li$as e ofereça a ele em troca. De

outro )eito vamos perse$uir este maldito animal por toda a casa. E duvido queHohan aprecie o atraso.

1 preceptora diri$iu a /eo um olhar resi$nado. @ 1penas pelo *em do r.Hohan consentiria nisto. Bire(se de costas.

@ Pelo amor de Deus, MarLs, você acha que al$uém realmente vai querer

dar uma olhada nesses palitos secos que você chama de pernasA @ Maso*edeceu, virando(se na direção oposta. 5uviu uma $rande quantidade de

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farfalhar enquanto a rta. MarLs se sentava em uma cadeira do quarto e er$uiaas saias. implesmente aconteceu de /eo estar posicionado perto de um espelho

de tamanho natural, um modelo oval que se inclinava para frente e para trás, demaneira a a)ustar o refleo. E ele tinha uma visão ecelente da rta. MarLs nacadeira. E o mais estranho ocorreu... ele teve um rápido vislum*re de umaperna incrivelmente *onita. Piscou com estupefação, e então as saias ca-ram.

@ 1qui está @ disse a rta. MarLs *ruscamente e )o$ou a li$a na direçãode /eo. Birando(se, este conse$uiu pe$á(la no ar.

Dod$er eaminava a am*os com interessados olhos pequenos e *rilhantes./eo $irou a li$a tentadoramente em seu dedo. @ Dê uma olhada, Dod$er.

eda a0ul com rendas. 3odas as preceptoras se$uram suas meias de uma forma

tão deliciosaA 3alve0 esses *oatos acerca de seu passado impr&prio se)amverdadeiros, MarLs.@ 1$radeceria se fosse mais educado, meu senhor.1 ca*ecinha de Dod$er oscilava de cima a *aio, acompanhando cada

movimento da li$a. olocando o frasco na *oca, carre$ando(o como um cão emminiatura, aproimou(se de /eo com enlouquecedora lentidão.

@ sto é uma troca, velho ami$o @ disse(lhe /eo. @ Bocê não pode teral$uma coisa de $raça.

uidadosamente, Dod$er colocou o frasco no chão e procurou pela li$a./eo, simultaneamente entre$ou(lhe a circunferência cheia de *a*ados earre*atou o frasco. Estava meio cheio com um fino p& verde pálido. Eaminou(o atentamente rolando(o entre os dedos.

1 rta. MarLs estava ao seu lado em um instante, a$achada so*re as mãose os )oelhos.

@ Está rotuladoA @ per$untou ofe$ante.@ =ão. Maldição @. /eo foi tomado de uma fria vulc'nica.@ Deie(me pe$á(lo @ disse a rta. MarLs, olhando com curiosidade para

o frasco./eo er$ueu(se de um salto, lançando(se so*re o armário. !olpeou(o com

am*os os punhos. @ Maldito se)a, ;arro<, o que éA 5 que é istoA Di$a(me ouvai ficar a- dentro até apodrecer.

=ada mais que silêncio saiu do armário.@ Por Deus, vou... @ começou /eo, mas a rta. MarLs o interrompeu.@ I p& de di$italina./eo diri$iu(lhe um olhar distra-do. Ela tinha a*erto o frasco e cheirava o

contedo com cautela.@ omo você sa*eA@ Minha av& costumava tomar para o coração. 5 aroma é como de chá e a

cor é inconfund-vel.@ %ual é o ant-dotoA

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@ =ão tenho ideia @ disse a rta. MarLs, parecendo mais an$ustiada acada momento. @ Mas é uma su*st'ncia poderosa. 4ma dose elevada pode

muito *em parar o coração de um homem./eo virou(se novamente para o armário. @ ;arro< @ ladrou @, se vocêquiser viver, vai me di0er o ant-doto a$ora.

@ Deie(me sair primeiro @ che$ou a resposta sufocada.@ =ão há ne$ociação+ Di$a(me o que neutrali0a o veneno, maldito+@ 0unca.@ /eoA @ 4ma nova vo0 introdu0iu(se no cenário. Ele virou(se

rapidamente para ver 1melia, 7in e Featri na soleira. ?iavam os olhos nelecomo se tivesse enlouquecido.

1melia falou com serenidade admirável. @ 3enho duas per$untas, /eo:Porque mandou *uscar(me, e porque está tendo uma discussão com o armárioA@ ;arro< está a- dentro @ disse(lhe.1 epressão dela mudou. @ Por quêA@ Estou tentando fa0er com que me di$a como neutrali0ar uma overdose

de p& de di$italina @. 5lhou vin$ativamente para o armário. @ E vou matá(lose não o fi0er.

@ %uem tomou uma overdoseA @ ei$iu 1melia, seu rosto sem cor.@ 3em al$uém doenteA %uem éA

@ Era para Merripen @ disse(lhe /eo em vo0 *aia, estendendo a mão atéela para se$ura(la antes de continuar. @ Mas am tomou por en$ano.

4m $rito estran$ulado escapou dela. @ 5h, Deus. 5nde ele estáA@ =o acampamento ci$ano. Merripen está com ele.1s lá$rimas *rotaram dos olhos de 1melia. @ Devo ir até ele.@ =ão vai adiantar de nada sem o ant-doto.7in passou roçando por eles, caminhando a $randes passos até a mesinha

de ca*eceira. Movendo(se com deli*erada rapide0, pe$ou uma lamparina e umacaia de f&sforos de estanho e levou(os até o armário.

@ 5 que você está fa0endoA @ ei$iu /eo, per$untando(se se sua irmã

tinha perdido totalmente o )u-0o. @ =ão precisa de uma l'mpada, 7in.$norando(o, 7in retirou o vidro e atirou(a na cama. ?e0 o mesmo com o

pavio epondo o dep&sito de &leo. em hesitar, derramou o &leo so*re a frentedo armário. 5 odor acre da parafina altamente inflamável propa$ou(se atravésdo quarto.

@ Bocê perdeu o )u-0oA @ ei$iu /eo, assom*rado não s& por suas aç9es,mas tam*ém por seu comportamento calmo.

@ 3enho uma caia de f&sforos, >ulian @ disse ela. @ Di$a(me o que darao r. Hohan ou vou atear fo$o no armário.

@ Bocê não se atreveria @ $ritou ;arro<.

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@ 7in @ disse /eo @, você vai aca*ar incendiando toda a maldita casa,pouco depois de ter sido reconstru-da. Dê(me a maldita caia de f&sforos.

Ela ne$ou com a ca*eça resolutamente.@ Estamos iniciando um novo ritual de primaveraA @ per$untou /eo.@ 1 queima anual da mansãoA Heco*re a ra0ão, 7in.

7in se afastou dele e olhou com intensidade para a porta do armário.@ Disseram(me, >ulian, que você matou sua primeira esposa. Possivelmentecom veneno. E a$ora, sa*endo o que fe0 com meu cunhado, eu acredito. E sevocê não nos a)udar, vou assá(lo como uma porção de 7elsh rare*itX. @ 1*riua caia de f&sforos.

1creditando ser imposs-vel que ela estivesse falando sério, /eo decidiu

apoiar seu *lefe. @ Eu imploro, 7in @ disse teatralmente @, não faça isso.=ão há necessidade de... risto+Esse ltimo quando 7in riscou um f&sforo e ateou fo$o no armário.=ão era um *lefe, pensou /eo aturdido. Ela realmente tinha a intenção de

assar o *astardo.1o primeiro *rilho, o ondulante desa*rochar das chamas, um $rito

aterrori0ado saiu do interior do armário. @ De acordo+ Deie(me sair+ Deie(mesair+ I ácido t'nico. cido t'nico. Está na maleta de médico. Deie(me sair+

@ Muito *em, /eo @ disse 7in, um pouco ofe$ante. @ Pode apa$ar ofo$o.

1pesar do p'nico que corria por suas veias, /eo não pode reprimir umarisada a*afada. Ela falou como se pedisse para ele soprar uma vela, e nãoapa$ar um m&vel enorme em chamas. 3irando o casaco, correu para frente e$olpeou violentamente a porta do armário.

@ Bocê é uma louca @ disse a 7in ao passar a seu lado.@ De outro modo ele não nos teria dito @ 7in falou.1lertados pela comoção, al$uns empre$ados apareceram, um deles, um

criado que tirou seu pr&prio casaco e apressou(se a a)udar /eo. Enquanto isso,as mulheres revistavam a maleta de médico de couro ne$ro de ;arro<.

@ 5 ácido t'nico não é o mesmo do cháA @ per$untou 1melia, tentandotorpemente a*rir o fecho com mãos trêmulas.

@ =ão, ra. Hohan @ disse a preceptora. @ reio que o médico se referiaao ácido t'nico das folhas de carvalho, não ao tanino do chá @. Estendeu a mãorapidamente quando 1melia quase derru*ou a maleta. @ uidado para nãoderru*á(la. Ele não etiqueta seus frascos. @ 1*rindo a maleta, encontraramfilas de tu*os de cristal meticulosamente or$ani0ados, contendo p&s e l-quidos.Em*ora os frascos não estivessem marcados, as faias que os fiavam estavam

X o*ertura feita com uma mistura de quei)o e mantei$a derretidos, servida quente so*re pãotorrado mo-do.

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identificadas com letras pintadas. De*ruçada so*re os frascos, a rta. MarLsretirou um, cheio de um pálido p& amarelado. @ Este.

7in pe$ou(o. @ Deie(me levá(lo @ disse ela. @ ei onde está oacampamento. E /eo está ocupado destruindo o armário.@ Eu levarei o frasco para am @ disse 1melia veementemente. @ I meu

marido.@ im. E você carre$a o filho dele. e você cair enquanto caval$a a passo

alucinante, ele nunca vai lhe perdoar por arriscar ao *e*ê.1melia diri$iu(lhe um olhar an$ustiado, com a *oca trêmula. 1ssentiu e

falou com vo0 rouca. @ <$resse-se, 7in.

@ Bocê pode fa0er uma padiola com lona e $alhosA @ per$untouMerripen ao rom $%uro. @ Preciso levá(lo de volta a Hamsa" ;ouse.5 l-der do $rupo concordou de imediato. hamou um pequeno $rupo que

esperava perto da entrada do vardo , deu(lhes al$umas instruç9es e elesdesapareceram instantaneamente. Boltando(se para Merripen, murmurou:@ 3eremos al$o preparado em poucos minutos.

8ev assentiu, olhando fiamente o rosto pálido de am. =ão estava *em,de )eito nenhum, mas pelo menos os tremores convulsivos e os colapsoscard-acos estavam temporariamente ameni0ados. Despo)ado de suaepressividade usual, am parecia )ovem e indefeso.

Era curioso pensar que eram irmãos e ainda assim tinham passado suasvidas sem nunca sa*er um do outro. 8ev tinha carre$ado sua auto(impostasolidão durante muito tempo, mas ultimamente esta parecia ter se des$astado,como um tra)e surrado que estava caindo aos pedaços. %ueria sa*er mais so*ream, trocar recordaç9es com ele. %ueria um irmão. Sem$re soube que n2o deviaestar so)in%o , am lhe dissera no dia em que desco*riram seu laço de san$ue.8ev sentira o mesmo. 1penas não fora capa0 de falar.

Pe$ando um pano, enu$ou a camada de suor do rosto de am. 4masilenciosa queia saiu dos lá*ios de am, como se fosse um menino que estava

tendo um pesadelo.@ Bai ficar tudo *em, $%ra# @ murmurou 8ev, colocando uma mão so*re

o peito de am, comprovando o lento e errante ritmo de seu coração. @ /o$ovocê vai estar *em. =ão vou a*andoná(lo.

@ Bocê é unido ao seu irmão @ disse o rom $%uro suavemente. @ sso é *om. Bocês têm outros familiaresA

@ Bivemos com !ad'os @ disse 8ev, fitando desafiadoramente ao homem,caso o desaprovasse. 1 epressão do chefe do $rupo permaneceu amistosa einteressada. @ 4ma delas é sua esposa.

@ Espero que não se)a *onita @ comentou o rom $%uro.@ Ela é @ disse 8ev. @ Por que não deveria serA

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@ Porque deve se escolher uma esposa usando os ouvidos, não os olhos.8ev sorriu *revemente. @ Muito sá*io @. Faiou os olhos para am

novamente, pensando que seu aspecto começava a piorar. @ e precisam dea)uda para fa0er a padiola para levá(lo...@ =ão, meus homens são rápidos. Bão aca*ar lo$o. Mas deve estar *em

feita, e ser forte para carre$ar um homem do tamanho dele.1s mãos de am moviam(se nervosamente, seus lon$os dedos arrancando

 *ruscamente a manta que colocaram so*re ele. 8ev pe$ou a mão fria e a$arrou(a firmemente, tentando aquecê(lo e reconfortá(lo.

5 rom $%uro  fiou os olhos na tatua$em vis-vel no ante*raço de am, aschamativas linhas do ne$ro cavalo alado.

@ %uando você conheceu HohanA @ per$untou em vo0 *aia.8ev diri$iu(lhe um olhar alarmado, aumentando o aperto protetor so*re amão de am. @ omo sa*e seu nomeA

5 l-der do $rupo sorriu, com os olhos cálidos. @ 3am*ém sei outrascoisas. Bocê e seu irmão estiveram separados durante muito tempo @. 3ocou atatua$em com o dedo -ndice. @ E esta marca... você tam*ém tem uma.

8ev fitou(o sem piscar.5s sons de uma comoção menor vieram do lado de fora e al$uém che$ou

a*rindo caminho pela porta. 4ma mulher. urpreso e preocupado, 8ev viu o *rilhante ca*elo loiro prateado. @ 7in+ @ eclamou, *aiando cuidadosamentea mão de am e colocando(se em pé. nfeli0mente não podia levantar(secompletamente no ve-culo de teto *aio. @ Di$a(me que você não veio até aquiso0inha. =ão é se$uro. Porque você está...A

@ Estou tentando a)udar. @ 1s saias do tra)e de montaria de 7infarfalharam ri$idamente quando apressou(se a entrar no vardo. 4ma das mãosestava sem luvas e se$urava al$o nela. =ão dedicou sequer um olhar para o rom

 $%uro , empenhada em che$ar até 8ev. @ 1qui.  <qui  @. Hespirava comdificuldade por caval$ar até o acampamento a um trote suicida, com as

 *ochechas coradas.

@ 5 que é istoA @ murmurou 8ev, pe$ando o o*)eto $entilmente, suamão livre acariciando(lhe as costas. Faiou os olhos para o pequeno frasco cheiode p&.

@ 5 ant-doto @ disse ela @. Dê(lhe rapidamente.@ omo você sa*e que é o remédio certoA@ ?i0 com que o Dr. ;arro< confessasse.@ Poderia ter mentido para você.@ =ão. 3enho certe0a que não mentiu, porque nesse momento ele estava

quase... quero di0er, estava so* coação.

5s dedos de 8ev se fecharam ao redor do frasco. =ão tinha muita escolha.Podiam esperar até consultar a um médico de confiança, mas pelo aspecto

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disso, não restava muito tempo para am. E não fa0er nada tam*ém não erauma opção. 8ev começou a dissolver de0 $rãos em uma pequena quantidade de

á$ua, raciocinando que era melhor começar com uma solução fraca, do que dara am uma superdose de al$um outro veneno. 1)udou am a incorporar(se,se$urando(o contra seu peito. Delirante e inconsciente, am emitiu um som deprotesto, como se o movimento enviasse dores através de seus trêmulosmsculos. Em*ora 8ev não pudesse ver o rosto de am, viu a epressão decompaião em 7in, enquanto estendia a mão para controlar o mailar de am.Ela esfre$ou os msculos $elados e forçou(lhe a a*rir a *oca. Depois de inclinaro l-quido para sua *oca com a a)uda uma colher, ela fe0 uma massa$em nas

 *ochechas e na $ar$anta, persuadindo(o a en$olir. am tra$ou o remédio,

estremeceu e descansou pesadamente contra 8ev.@ 5*ri$ada @ sussurrou 7in, afastando para trás o ca*elo mido deam, colocando a palma da mão contra seu rosto frio. @ Estará melhor a$ora.Descanse tranquilo e deie que faça efeito @. 8ev pensou que nunca a tinhavisto tão adorável como nesse momento, seu rosto suavi0ado pela ternapreocupação. Depois de uns minutos, 7in disse calmamente. @ ua cor estámelhorando.

5 mesmo ocorreu com sua respiração, o ritmo irre$ular se alon$ando edesacelerando. 8ev sentiu o corpo de am relaar(se, os tensos msculossuavi0ando(se a medida que os princ-pios ativos da di$italina eramneutrali0ados.

am se a$itou, como se estivesse voltando de um lon$o sono. @ 1melia@ disse com a vo0 mal articulada pelo &pio.

7in tomou uma de suas mãos entre as dela. @ Ela está *em, e esperandopor você em casa, querido.

@ asa @ repetiu ele com um es$otado assentimento.8ev reclinou am cuidadosamente so*re a cama e eaminou detidamente.

1 máscara de palide0 se desvanecia se$undo a se$undo, a cor saudávelre$ressava ao seu rosto. 1 rapide0 da transformação era pouco menos que

assom*rosa.5s olhos cor de 'm*ar a*riram(se e am fiou a atenção em 8ev.

@ Merripen @ disse am com um tom tão lcido que 8ev foi tomado peloal-vio.

@ im, $%ra#.@ Estou mortoA@ =ão.@ Devo estar.@ Por quêA @ per$untou 8ev, surpreso.

@ Porque# @am fe0 uma pausa para umedecer os lá*ios secos.@ Porque você está sorrindoJ e estou vendo meu primo =oah *em ali.

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5 romaní   $%uro se adiantou, a)oelhando(se )unto C cama.@ 5lá, amlo @murmurou.am fitou(o com desconcertado assom*ro. @=oah. Bocê envelheceu.eu primo riu.@I claro. 1 ltima ve0 que vi você, apenas me che$ava ao

peito. E a$ora parece estar uma ca*eça mais alto que eu.@ Bocê nunca voltou para me *uscar.

8ev interrompeu, tenso.@ E nunca lhe disse que tinha um irmão.5 sorriso de =oah tornou(se pesaroso quando olhou para am*os.@ =ão podia fa0er nenhuma das duas coisas. Para sua pr&pria se$urança

@. eu olhou foi na direção de 8ev. @ =os disseram que você estava morto,8ev. 1le$ro(me comprovar que estávamos equivocados. omo vocêso*reviveuA 5nde tem estado vivendoA

8ev fran0iu o cenho. @ sso não importa. Hohan passou anos procurandopor você. Fuscando respostas. Di$a(lhe a verdade a$ora, conte(lhe por que foiepulso do $rupo e o que si$nifica a maldita tatua$em. E não deie nada defora.

=oah pareceu li$eiramente surpreendido pelos modos autocráticos de8ev. omo l-der de vitsa , =oah não estava acostumado a rece*er ordens denin$uém.

@ Ele é sempre assim @ disse am a =oah. @ Bocê se acostumará.Estendendo o *raço por de*aio da cama, =oah retirou uma caia de

madeira e começou a vasculhar o seu interior.@ 5 que você sa*e so*re nosso san$ue irlandêsA @ ei$iu 8ev. @ %ual

era o nome do nosso paiA

@ ;á muita coisa que não sei @ admitiu =oah. 1o encontrar o queevidentemente tinha estado *uscando, tirou(o da caia e olhou para am.@ Mas nossa av& me contou o que pode em seu leito de morte. E deu(me isto...

Er$ueu um punhal de prata manchado.Hápido como um raio, 8ev a$arrou o pulso de seu primo em um aperto

esma$ador. 7in $ritou alarmada, enquanto am tratava, sem êito, de er$uer(se nos cotovelos.

=oah olhou duramente nos olhos de 8ev.@ Pa0, Primo. =unca faria dano a amlo @. Deiou que sua mão se

a*risse. @ 3ome(o. Pertence a vocêG era de seu pai. eu nome era Frian ole.

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8ev pe$ou o punhal e lentamente soltou o pulso de =oah. ravou osolhos no o*)eto, um punhal para *otas, com uma l'mina de dois fios de umas

quatro pole$adas de comprimento. 1 empunhadura era de prata, com uma$ravação nas laterais. Parecia anti$o e valioso. Mas o que assom*rou 8ev foi a$ravação na re$ião da empunhadura, um s-m*olo estili0ado perfeito do  $oo&a irlandês.

Mostrou(o a am, que deiou de respirar por um momento.@ Bocês são ameron e 8evin ole @ disse =oah. @ Esse s-m*olo do

cavalo era a marca de sua fam-lia... Estava em seu *rasão. %uando separaramvocês dois, decidiram por o em*lema em am*os. =ão s& para identificá(los, mastam*ém como uma oferenda ao se$undo filho de Moshto, para preservá(los e

prote$ê(los.@ %uem é MoshtoA @ per$untou 7in *aiinho.@ 4ma deidade ci$ana @ disse 8ev, ouvia sua pr&pria vo0 assom*rada,

como se pertencesse a outro. @ 5 deus de todas as coisas *oas.@ Procurei... @ começou am, ainda com os olhos cravados no punhal, e

sacudiu a ca*eça como se o esforço de eplicar(se fosse demasiado.8ev falou por ele.@ Meu irmão contratou investi$adores e especialistas heráldicos para

eaminar livros de fam-lias irlandesas, e nunca encontraram este s-m*olo.@ 1cho que os ole eliminaram o  $oo&a do em*lema há quase tre0entos

anos atrás, quando o rei in$lês desi$nou(se como l-der da $re)a da rlanda. 5 $oo&a era um s-m*olo pa$ão. em dvida pensaram que poderia ameaçar suaposição na $re)a Heformista. Mas os ole ainda estavam ape$ados a ele./em*ro que seu pai usava um $rande anel de prata com um $oo&a $ravado nele.

5lhado para seu irmão, 8ev perce*eu que am se sentia como ele, comose houvesse estado encerrado em um quarto toda a vida e repentinamentehavia uma porta a*erta.

@ eu pai, Frian @ continuou =oah @, era o filho de /orde avan, umirlandês representante na 'mara Frit'nica dos /ores. Frian era seu nico

herdeiro. Mas seu pai cometeu um erro: apaionou(se por uma moça ci$anachamada on"a. Muito *onita. asou(se com ela desafiando sua fam-lia, e adela. Biveram afastados de todos, tempo suficiente para que on"a tivesse doisfilhos. Morreu ao dar a lu0 a am.

@ empre pensei que minha mãe morreu ao dar a lu0 a mim @ disse 8ev *aiinho. @ =unca sou*e nada de um irmão menor.

@ ?oi depois do se$undo filho que ela partiu com Deus @. =oah pareciapensativo. @ Eu era *astante crescido para lem*rar(me do dia em que ole ostroue os dois para nossa av&. Disse a  Mami  que tinha sido um sofrimento

tentar viver em am*os os mundos e que queria retornar ao lu$ar a quepertencia. 1ssim que deiou seus filhos com o $rupo e nunca voltou.

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@ Porque nos separaramA @ per$untou am, parecendo ainda maiseausto do que o ha*itual.

=oah ps(se em pé com um movimento flu-do e foi até o canto pr&imodo fo$ão. Enquanto respondia, preparava chá com ha*ilidade, medindo asfolhas secas em um pequeno *ule com á$ua fume$ante.

@ Depois de al$uns anos, seu pai voltou a casar(se. E em se$uida outrasvitsas  nos disseram que al$uns  !ad'os  estavam procurando pelos meninos,oferecendo dinheiro em troca de informação, e ficando violentos quando osromanís não lhes di0iam nada. =os demos conta que seu pai queria desfa0er(sedos filhos mestiços, que eram os herdeiros le$-timos do t-tulo. 3inha uma novaesposa, que lhe daria filhos *rancos.

@ E n&s nos interpnhamos @ disse 8ev com desa$rado.@ Parece que era assim @. =oah filtrou o chá em uma vasilha. erviu umataça, acrescentou açcar e entre$ou(a a am. @ 3ome um pouco, amlo. 5veneno precisa ser dilu-do.

am sentou(se e recostou(se contra a parede. Pe$ou a taça com um apertotrêmulo e sorveu a infusão quente com cuidado.

@ Então, para redu0ir as possi*ilidades de que am*os fssemosencontrados @ disse @, vocês ficaram comi$o e entre$aram 8ev a nosso tio.

@ im, ao 3io Pov @. =oah fran0iu o cenho e evitou o olhar de 8ev.@ on"a era sua irmã favorita. 1creditamos que seria um *om protetor. =ãosups que culparia a seus filhos pela morte dela.

@ 5diava aos !ad'os @ disse 8ev em vo0 *aia. @ sso era mais uma coisaque tinha contra mim.

=oha esforçou(se para fitá(lo.@ Depois de ouvirmos que você estava morto, pensamos que tam*ém era

peri$oso manter am conosco. Então levei(o para /ondres e a)udei(o aencontrar tra*alho.

@ Em um clu*e de )o$oA @ disse am, com uma nota inda$adora deceticismo na vo0.

@ 1l$umas ve0es os melhores esconderi)os estão simplesmente C vista @foi a prosaica resposta de =oah.

am assentiu pesaroso.@ 1posto que metade de /ondres viu minha tatua$em. 1dmiro(me que

/orde avan nunca ouvira falar dela.=oah fran0iu o cenho.@ Disse a você que a mantivesse enco*erta.@ =ão, você não disse.@ Disse @ insistiu =oah, e ps a mão na testa. @ 1h, Moshto, você nunca

foi *om em ouvir.

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7in sentou(se em silêncio )unto a Merripen. Escutou enquanto os homensfalavam, mas estava tam*ém ocupada olhando ao seu redor. 5 vardo era velho,

mas seu interior estava escrupulosamente limpo e arrumado. 4m perfume fracoe acre de fumo parecia emanar das paredes, as tá*uas impre$nadas por milrefeiç9es preparadas no ve-culo. 1s crianças *rincavam lá fora, rindo e

 *ri$ando. Era estranho pensar que este carroção era o nico ref$io da fam-liafrente ao mundo eterior. 1 falta de espaço co*erto compelia o $rupo a viver amaior parte do tempo na intempérie. 1inda que a ideia resultasse estranha,havia uma certa li*erdade nisso.

Era poss-vel ima$inar am levando esta forma de vida, adaptando(se aela, mas não 8ev. empre haveria al$o nele que o levaria a controlar e diri$ir o

am*iente que o cercava. onstruir, or$ani0ar. 3endo vivido entre os deladurante tanto tempo, passou a entendê(los. E ao entendê(los, tornou(se maisparecido com eles.

7in per$untou(se como se sentia 8ev ao ver seu passado ci$anofinalmente Cs claras, eplicados todos os mistérios. Parecia perfeitamente calmoe controlado, mas seria inquietante para qualquer um eperimentar al$o comoisso.

@ ... com todo o tempo que se passou @ di0ia am @, per$unto(me seainda há al$um peri$o para n&sA =osso pai ainda viveA

@ eria *astante fácil averi$uar isso @ respondeu Marripen, e acrescentousom*riamente @ provavelmente não fique feli0 em sa*er que ainda estamosvivos.

@ Bocê está mais ou menos a salvo, enquanto permaneça romaní  @ disse=oah. @ Mas se 8ev se fi0esse conhecer como o herdeiro dos avan e tentassereclamar o t-tulo, poderia ter pro*lemas.

Merripen pareceu desdenhoso. @ Por que eu faria issoA=oah encolheu os om*ros. @ =enhum romaní  o faria. Mas você é metade

 !ad'o.@ =ão quero o t-tulo nem o que vem com ele @ disse Merripen com

firme0a. @ E não quero ter nada a ver com os ole, /orde avan, nem nadairlandês.

@ E i$norar a metade de você mesmoA @ per$untou am.@ Passei a maior parte da vida sem sa*er nada de minha metade

irlandesa. =ão será um pro*lema i$norá(la a$ora.4m menino ci$ano veio até o vardo para di0er(lhes que a padiola )á estava

pronta.@ Fem @ disse Merripen com decisão @, vou a)udar você a sair e...@ 5h, não @ disse am @, de )eito nenhum vou deiar(me carre$ar em

uma padiola até Hamsa" ;ouse.

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Merripen diri$iu(lhe uma olhada irnica. @ E como você plane)a che$araté láA

@ aval$arei.1s so*rancelhas de Merripen arriaram. @ Bocê não está em condiç9es decaval$ar. Bai cair e que*rar o pescoço.

@ Eu consi$o @ insistiu am. @ =ão está lon$e.@ Bocê vai cair do cavalo+@ =ão vou ser carre$ado em uma maldita padiola. 1ssustaria a 1melia.@ Bocê não está tão preocupado com 1melia quanto com seu or$ulho.

Bão carre$á(lo e não se fala mais nisso.@ Maldito você @ eclamou am.

7in e =oah trocaram olhares preocupados. 5s irmãos pareciam dispostosa che$ar Cs vias de fato.@ omo l-der do $rupo, posso a)udar a solucionar a disputa... @ começou

=oah diplomaticamente.Merripen e am responderam ao mesmo tempo.@ =ão.@ 8ev @ murmurou 7in @, ele pode caval$ar comi$oA Ele pode sentar(

se atrás e a$arrar(se em mim para manter o equil-*rio.@ De acordo @ disse am imediatamente. @ ?aremos isso.Merripen fitou(os carrancudo.@ Eu tam*ém irei @ disse =oah com um leve sorriso. @ Em meu cavalo.

Direi ao meu filho para encilhá(lo @. ?e0 uma pausa. @ Bocês poderiam ficaral$uns minutos maisA Bocês têm muitos primos ci$anos para conhecer. E tenhouma esposa e filhos que quero apresentar(lhes e...

@ Mais tarde @ disse Merripen. @ 3enho que levar meu irmão para suaesposa sem mais demoras.

@ Muito *em.Depois de =oah ter sa-do, am olhou distraidamente para os restos de seu

chá.

@ =o que você está pensandoA @ per$untou Merripen.@ Per$unto(me se nosso pai teve filhos com sua se$unda esposa. E se é

assim, quantosA ;á meios(irmãos e meias(irmãs que não conhecemosA5s olhos de Merripen se estreitaram.@ E o que importaA@ Eles são nossos familiares.Merripen espalmou as mãos na testa em um $esto raramente dramático.@ 3emos os ;atha<a"s e mais de uma d0ia de romanís correndo a- do

lado de fora, aparentemente todos primos. %uantos condenados familiares você

quer maisAam limitou(se a sorrir.

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omo era de se esperar, produ0iu(se um $rande alvoroço em Hamsa";ouse. 5s ;atha<a", a rta. MarLs, os empre$ados, a autoridade policial dopovoado e um médico se apertavam no vest-*ulo. omo o curto tra)eto tinhaes$otado as forças de am, ele viu(se forçado a apoiar(se em Merripen quandoentraram.

mediatamente foram cercados pela fam-lia, com 1melia a*rindo caminhoaté am. oltou um soluço de al-vio quando che$ou até ele, derramandolá$rimas enquanto percorria com mãos frenéticas seu peito e rosto. oltandoMerripen, am rodeou 1melia com os *raços, apoiando a ca*eça no om*ro

dela. Permaneceram em silêncio em meio ao tumulto, respirando em curtossuspiros. 4ma das mãos dela er$ueu(se até o ca*elo dele, enterrando seusdedos nas mechas escuras. am murmurou al$uma coisa em seu ouvido, al$umconsolo terno e particular. E vacilou, fa0endo com que 1melia o se$urasse maisfirmemente, enquanto 8ev o sustentava pelos om*ros, para equili*rar(se.

am levantou a ca*eça e fitou sua esposa.@ 3omei um pouco de café esta manhã @ disse(lhe. @ =ão me sinto *em.@ ?oi o que ouvi @ disse 1melia, apoiando a mão em seu peito @. 5lhou

preocupada para 8ev. @ 3em o olhar desfocado.@ Está mais alto que uma $ralha @ disse 8ev. @ Demos(lhe &pio puro

para acalmar seu coração antes de 7in che$ar com o ant-doto.@ Bamos levá(lo para cima @ disse 1melia, usando a *eirada de sua

man$a para esfre$ar os olhos midos. Er$uendo a vo0, diri$iu(se ao homem de *ar*a, mais velho, que se mantinha afastado do $rupo. @ Doutor Martin, porfavor, acompanhe(nos até em cima para poder avaliar o estado de meu maridoem particular.

@ =ão preciso de um médico @ am protestou.@ Eu não me queiaria, se fosse você @ disse(lhe 1melia. @ Estou

tentada a mandar *uscar pelo menos meia d0ia de médicos, sem mencionar os

especialistas de /ondres @. ?e0 uma pausa o *astante lon$a para divisar a=oah. @ Bocê é o cavalheiro que a)udou ao r. HohanA Estamos em d-vida comvocê, senhor.

@ %ualquer coisa por meu primo @ respondeu =oah.@ PrimoA @ repetiu 1melia, com os olhos muito a*ertos.@ Eplicarei a você lá em cima @ disse am, *alançando para a frente @.

mediatamente =oah pe$ou(o por um lado e Merripen pelo outro, e meioarrastando, meio carre$ando am, su*iram a lon$a escadaria. 1 fam-lia osse$uiu, entre eclamaç9es e conversas ecitadas.

@ ão os !ad'os mais *arulhentos que )á conheci @ comentou =oah.

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@ sto não é nada @ disse am, ofe$ando por causa do esforço enquantosu*iam. @ =ormalmente são piores.

@ Moshto+ @ eclamou =oah, sacudindo a ca*eça.

1 privacidade de am foi m-nima, no melhor dos casos, quando odepositaram so*re a cama e o Dr. Martin começou a eaminá(lo. 1melia fe0al$umas tentativas de afu$entar a fam-lia e os parentes do quarto, mas eles semantiveram ao fundo, para ver o que ocorria. Depois de o Dr. Martincomprovar o pulso de am, o tamanho de suas pupilas, o som de seus pulm9es,a umidade e a cor de sua pele, e seus refleos, ele declarou que, em sua opinião,o paciente se recuperaria por completo. e aparecesse qualquer sintoma

preocupante durante a noite, como palpitaç9es, poderiam ser acalmados comuma $ota de láudano dissolvida em um copo de á$ua.5 doutor tam*ém disse que deviam dar l-quidos e alimentos leves para

am, e que ele deveria descansar durante os se$uintes dois ou três dias.Provavelmente eperimentaria uma diminuição do apetite, e certamenteal$umas dores de ca*eça, mas quando estivesse completamente livre dosltimos vest-$ios da di$italina, tudo voltaria C normalidade.

atisfeito de que seu irmão estivesse em *oas condiç9es, 8ev levou /eopara um canto do quarto e per$untou(lhe em vo0 *aia: @ 5nde está ;arro<A

@ ?ora do seu alcance @ disse /eo. @ /evaram(no para a prisão poucoantes que vocês re$ressassem. E não se preocupe em ir atrás dele. >á disse parao policial que não deie você se aproimar a menos de cem quilmetros daprisão.

@ Pensei que dese)asse alcançá(lo primeiro @ disse Merripen. @ Bocê odespre0a tanto quanto eu.

@ I verdade. Mas acho que deve se deiar o processo )udicial se$uir seucurso. E não quero decepcionar Featri. Ela espera um )ul$amento.

@ Por quêA@ Ela quer apresentar Dod$er como testemunha.

Hevirando os olhos, 8ev foi até um canto do quarto e apoiou(se contra aparede. Escutava enquanto os ;atha<a" trocavam suas vers9es so*re osacontecimentos do dia e as per$untas feitas pelo policial, e até mesmo =oahviu(se envolvido, o que levou C revelação do passado de 8ev e am, e assimpor diante. 1 informação voava em rápidas ra)adas. =ão ia aca*ar nunca.

am, nesse meio tempo, parecia mais que feli0 descansado so*re a camaenquanto 1melia se ocupava dele. 1lisava(lhe o ca*elo, dava(lhe á$ua, a)eitavaas mantas, e acariciava(lhe repetidamente. Ele *oce)ava e se esforçava paramanter os olhos a*ertos, voltando a apoiar o rosto no travesseiro.

8ev voltou sua atenção em 7in, que estava sentada em uma cadeira pertoda cama, as costas retas, como sempre. Parecia serena e correta, eceto pelos fios

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de ca*elo que tinham escorre$ado de suas presilhas. =in$uém )amaisadivinharia que ela fosse capa0 de atear fo$o em um armário. om o Dr.

;arro< dentro. omo /eo tinha colocado, a ação podia não refletir muito *emsua inteli$ência, mas tinham que dar(lhe pontos por sua falta de clemência. Eela fe0 um *om tra*alho. 8ev lamentou muito ouvir que /eo res$atara ;arro<,defumado, mas ileso.

?inalmente 1melia anunciou que a visita devia finali0ar lo$o, porque amprecisava descansar. 5 policial partiu, o mesmo que =oah e os criados, até queos nicos que ficaram foram os da pr&pria fam-lia.

@ 1cho que Dod$er está em*aio da cama. @ Featri deiou(se cair nochão e olhou em *aio.

@ %uero recuperar minha li$a @ disse a rta. MarLs misteriosamente,a$achando(se no tapete )unto a Featri. /eo o*servou a rta. MarLs comdissimulado interesse.

Enquanto isso, 8ev se per$untava o que fa0er com 7in.Parecia que o amor a*rira caminho com dificuldade através dele

ineoravelmente, mais e&tico, doce e desconcertante que o &pio puro. Maispenetrante que o oi$ênio do ar. Estava tão malditamente cansado de tentarresistir a ela. am tinha ra0ão. =unca poderia prever o que aconteceria. 3udo oque podia fa0er era amá(la.

Muito *em.Ele se entre$aria, para ela, sem tentar limitar ou controlar nada. Ele iria se

render. airia das som*ras de ve0. Hespirou fundo, lentamente, e deiou ir. <mo você  , pensou, fitando 7in. <mo cada $arte de você, cada $ensamento e

cada $a#avra... todo o com$#icado e fascinante fei=e de coisas que você 3. ;uero você comde) ti$os diferentes de necessidades de uma só ve)... <mo todas as suas 3$ocas, o 'eitocomo você 3 a!ora, a ideia de quanto mais bonita você ser" nas $ró=imas d3cadas. <movocê $or ser a res$osta a cada $er!unta que meu cora2o $ossa formu#ar.

E parecia tão fácil, uma ve0 que se rendeu. Parecia natural e correto.8ev não tinha certe0a se estava se rendendo C 7in ou a sua paião por ela.

1penas que não havia mais como se conter. Ele a tomaria. E lhe daria tudo oque tinha, cada parte de sua alma, mesmo os pedaços que*rados.

5lhou para ela sem pestane)ar, meio temeroso de que o menor movimentode sua parte pudesse precipitar aç9es que não seria capa0 de controlar. Podiasimplesmente avançar em sua direção e arrastá(la para fora do quarto. 1epectativa era deliciosa, sa*endo que iria tê(la em *reve.

1tra-da por seu olhar, 7in lançou(lhe uma olhada. e)a o que for quetenha visto no rosto dele a fe0 pestane)ar e corar. 5s dedos dela moveram(setrêmulos até a $ar$anta, como se para acalmar a pulsação acelerada. sso tornou

ainda pior sua desesperada necessidade de a*raçá(la. %ueria sa*orear o ru*orde sua pele, a*sorver o calor com os lá*ios e a l-n$ua. eus impulsos mais

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primitivos começaram a disparar e ele a fitou intensamente, querendo que elase movesse.

@ om licença @ murmurou 7in, levantando(se com um $raciosomovimento que lhe despertou uma paião além da sanidade. eus dedosmoveram(se trêmulos novamente, desta ve0 perto dos quadris, como se seusnervos estivessem saltando, e ele quis prender sua mão e levá(la C *oca.

@ Deiarei você descansar, caro r. Hohan @ ela disse vacilante.@ 5*ri$ado @ murmurou am da cama. @ rmã0inha... o*ri$ado por...omo ele hesitou, 7in disse com um rápido risinho. @ Eu compreendo.

Durma *em.5 sorriso desapareceu quando ela arriscou uma olhada para 8ev.

Parecendo inspirada por um saudável instinto de auto preservação, saiu Cspressas do quarto.1ntes que outro se$undo tivesse passado, 8ev estava em seus calcanhares.@ 1onde eles vão com tanta pressaA @ per$untou Featri, de*aio da

cama.@ !amão @disse a rta. MarLs rapidamente. @ 3enho certe0a de que os

ouvi plane)ando )o$ar uma ou duas partidas de $amão.@ Eu tam*ém @ comentou /eo.@ Deve ser divertido )o$ar $amão na cama @ disse Featri

inocentemente, e riu dissimuladamente.

mediatamente ficou claro que não haveria uma conciliação com palavras,senão al$o muito mais primitivo. 7in foi rapidamente e em silêncio para seuquarto, sem atrever(se a olhar para trás, em*ora muito consciente de que ele ase$uia de perto.

5 piso atapetado a*afava o som dos seus passos, uns apressados, outrospredat&rios.

1inda sem olhar para ele, 7in se deteve )unto C porta fechada, os dedoscurvados ao redor da maçaneta.

@ Meu termos @ ela falou suavemente. @ omo lhe disse antes.8ev entendeu. =ada aconteceria entre eles a$ora a não ser que 7in

conse$uisse o que queria implicitamente. E amou(a por sua forte teimosia,enquanto sua metade ci$ana se re*elava. Ela podia tê(lo domado em al$unsaspectos, mas não totalmente. Ele empurrou com o om*ro para a*rir a porta,apressou(a a entrar no quarto, e fechou(os dentro. Ele $irou a chave nafechadura.

1ntes que ela pudesse tomar outro fle$o, se$urou a ca*eça dela entre asmãos e a *ei)ou, a*rindo sua *oca contra a dele. 5 $osto dela o inflamou, mas

ele avançou lentamente, deiando que o *ei)o se convertesse em uma profunda,luuriosa tortura, su$ando sua l-n$ua no interior de sua *oca. entiu o corpo

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dela amoldar(se contra o seu, ou pelo menos tanto quanto as pesadas saiaspermitiam.

@ =ão minta para mim de novo @ disse ele rudemente.@ =ão vou mentir. Eu prometo @. 5s olhos a0uis *rilhavam com amor.Ele queria tocar a carne macia so* as camadas de tecido e rendas.

omeçou a puar a parte de trás do vestido, desa*otoando os *ot9es decorados,arrancando os resistentes, a*rindo caminho para *aio até que todo o con)untose soltou e ela ficou sem ar. Esma$ando as aná$uas com os pés, deiou(a em péno interior das do*ras cor de rosa do arruinado vestido, como se estivesse nocoração de al$uma flor $i$antesca. Estendeu a mão para suas roupas -ntimas,desatando o laço do decote de sua camisa e as fitas de suas calças. Ela a)udou(o,

os *raços del$ados e pernas emer$indo do al$odão amarrotado.ua nude0 rosada e *ranca era de tirar o fle$o. 1s es*eltas e s&lidaspanturrilhas estavam co*ertas por meias *rancas amarradas com li$as simples.Era insuportavelmente er&tico, o contraste entre a luuriosa carne quente e aroupa de al$odão *ranco. Pretendendo desamarrar as li$as, ele se a)oelhouentre o monte suave de musselina rosa. Ela curvou um dos )oelhos para a)udá(lo, uma t-mida oferta que o enlouqueceu. Ele se inclinou para *ei)ar os )oelhos, aparte interna das sedosas coas, e quando ela murmurou e tentou evitá(lo,a$arrou(a pelos quadris e a manteve no lu$ar. 1ninhou o rosto entre os cachospálidos, afundando na rosada fra$r'ncia e macie0, usando a l-n$ua para separá(la. 1*ri(la. 5 $emido dela foi *aio e suplicante.

@ Meus )oelhos estão tremendo @ sussurrou ela. @ Bou cair.8ev a i$norou, a *usca mais profunda. Ele a lam*eu, chupou e comeu,

sua fome despertando ao primeiro $osto do eliir feminino. Ela pulsava ao seuredor, enquanto ele introdu0ia sua l-n$ua profundamente e sentia a respostaressonante através do corpo dela. 1spirando entre as do*ras aveludadas,lam*eu um lado e em se$uida o outro, depois eatamente no centro, no lu$aronde seu pra0er se concentrava. Encantado, acariciou(a mais e mais, até que asmãos dela se enredaram em seu ca*elo e ela impeliu os quadris para frente em

premidas ondulaç9es.1fastando sua *oca ele se ps em pé. 1 epressão de 7in era

deslum*rada, o olhar distante como se não che$asse a vê(lo. Ela tremia daca*eça aos pés. Ele a envolveu nos *raços, pressionando o corpo nu contra oseu, vestido. Faiando a *oca até a sens-vel união entre o pescoço e o om*ro,

 *ei)ou sua pele, tocando(a com a l-n$ua. 1o mesmo tempo, desli0ou a mãos atéo fecho de suas calças e as desa*otoou.

Ela se a$arrou a ele quando a levantou e pressionou contra a parede, umdos *raços prote$endo(lhe as costas de arranh9es. eu corpo estava maleável e

surpreendentemente leve, e sua coluna enri)eceu quando ele acomodou seupeso e ela compreendeu o que tinha intenção de fa0er. ompletamente

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pressionado )unto a ela, viu quando sua *oca fe0 um J5K de surpresa enquantoera empalada com um lento e decidido desli0amento.

1s pernas co*ertas pelas meias apertaram(se em torno da cintura dele, eela a$arrou(se a ele desesperadamente, como se estivesse no convés ondulantede um navio em meio a uma tempestade devastadora. Mas 8ev a mantinhapresa e se$ura, deiando que seus quadris fi0essem o tra*alho. 5 c&s de suascalças li*erou os clipes que su)eitavam os tirantes e a roupa desli0ou até seus

 )oelhos. Ele desviou o rosto para esconder um sorriso *reve, momentaneamenteconsiderando a ideia de deter(se para tirar a roupa... mas sentia(se tão *em, odese)o aumentando, até que eclipsou qualquer vest-$io de divertimento.

7in deiava escapar um pequeno arque)o a cada mido movimento,

sentia(se preenchida, saqueada. 8ev fe0 uma pausa para *ei)á(la vora0mente,enquanto desli0ava os dedos $entilmente para *aio, provocando os inchadoslá*ios apartados. %uando o ritmo foi retomado, suas estocadas roçavam opequeno pico a cada firme mer$ulho para o interior. 5s olhos dela se fecharamcomo se sonhasse, sua carne -ntima tra*alhando nele em frenéticas contraç9es.

Dentro e adentro, cavando mais profundamente, condu0indo(a para maisalém do limite. uas pernas apertaram(se ao redor da cintura dele. Ela enri)eceue $ritou contra sua *oca, ele selou o *ei)o para mantê(la quieta. Mas al$uns$emidos escaparam, o pra0er estremecendo(a convulsivamente e atrans*ordando. %uando 8ev entre$ou(se C suavidade da deliciosa ordenha, oêtase disparou através dele, espalhando(se ardentemente, convertendo(se$radualmente em indefesas pulsaç9es.

em ar, 8ev *aiou as pernas dela até o chão. Permaneceram parados,seus corpos midos encaiados, suas *ocas fundidas em tranquili0adores *ei)ose suspiros. 1s mãos de 7in desli0aram so* a camisa e moveram(se pelas costasdele, em uma terna *ênção. Ele retirou(se dela cuidadosamente e li*erou seucorpo suado da roupa.

De al$um modo conse$uiram che$ar até a cama. 8ev arrastou a am*ospara dentro do casulo de lã e al$odão, aninhando 7in contra ele. 5s cheiros

dela, de am*os, eram rosa com um li$eiro toque salino em seu nari0. 1spirou(o,estimulado pela mistura de fra$r'ncias.

@ Me vo#iv tu  @sussurrou e acariciou os sorridentes lá*ios dela com osseus @ quando um romaní di0 a sua mulher Jamo vocêK o si$nificado da frasenunca é casto. Epressa dese)o. /uria.

sso a$radou 7in. @ Me vo#iv tu @ ela sussurrou em resposta. @ 8ev...@ im, amorA@ omo al$uém se casa pelo rito ci$anoA@ Enlaçam as mãos diante de testemunhas, e fa0em um )uramento. Mas

nos faremos ao modo !ad'o, tam*ém. E de todos os )eitos que eu puder pensar@. Desatou suas li$as e desenrolou suas meias uma a uma, massa$eando os

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dedos de seus pés um a um, até que ela emitiu um som quase como umronronar.

Estendendo mão, $uiou(lhe a ca*eça até seus seios, arqueando(se paracima, convidativa. Ele a$radeceu colocando um pico rosado na *oca,circulando(o com a l-n$ua até que se tornasse um duro *roto.

@ =ão sei o que fa0er a$ora @ disse 7in, com vo0 l'n$uida.@ ?ique assim. Eu me encarre$arei do resto.Ela riu. @ =ão, o que queria di0er é, o que fa0em as pessoas depois que

finalmente alcançam o feli0es(para(sempreA@ ?a0em com que dure @. Ele acariciou seu outro seio, amoldando os

dedos $entilmente na macie0.

@ Bocê acredita em feli0es(para(sempreA @ ela insistiu, ofe$ando umpouco quando ele lhe deu uma *eliscadinha.@ omo nos contos infantisA =ão.@ =ãoAEle ne$ou com a ca*eça. @1credito em duas pessoas que se amam @. 4m

sorriso curvou seus lá*ios. @ %ue encontram pra0er em momentoscompartilhados. Passeando )untos. Discutindo so*re coisas como o temponecessário para co0inhar um ovo, ou como administrar os empre$ados, ou otamanho da conta do açou$ue. Deitando(se cada noite, e despertando )untoscada manhã @. Er$uendo a ca*eça, aninhou um lado do rosto dela com a mão.@ empre comecei cada dia indo até a )anela para ver o céu. Mas a$ora nãoterei de fa0er isso.

@Por que nãoA @ per$untou ela suavemente.@ Porque em ve0 disso verei o a0ul de seus olhos.@ %ue rom'ntico você é @ murmurou ela com um sorriso, *ei)ando(o

com ternura. @ Mas não se preocupe. =ão vou contar a nin$uém.Merripen começou a fa0er amor com ela novamente, tão a*sorto que não

pareceu notar o leve *arulho da fechadura da porta.Espreitando por cima do om*ro, 7in viu o corpo lon$o e ma$ro do furão

de Featri esticando(se para arrancar a chave da fechadura. eus lá*ios sesepararam para di0er al$o, mas então Merripen *ei)ou(a e separou suas coas.

 Mais tarde,  ela pensou irrefletidamente, i$norando a fi$ura de Dod$erdesli0ando(se so* a porta com a chave na *oca. 3alve0 mais tarde seria ummomento melhor para mencionar isto.

E lo$o esqueceu(se completamente da chave.

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discreto roçar de seus dedos contra os dele. Merripen raramente era propenso ademonstraç9es p*licas. Em particular, no entanto...

7in sentiu como a mão dele envolvia a sua lentamente, seu pole$aracariciava a carne macia li$eiramente acima da palma. 3erminado o *revediscurso, am voltou(se para 7in. Desprendeu ha*ilmente as moedas da$arrafa e colou(as ao redor do pescoço dela. Estavam pesadas e frias contra suapele, fa0endo um *arulho ale$re. 5 colar anunciava que a$ora estavaprometida, e que qualquer homem que se aproimasse dela, que não fosseMerripen, o faria por seu pr&prio risco. orrindo, am a*raçou 7in com força,murmurou al$o carinhoso em seu ouvido e entre$ou(lhe a $arrafa para que

 *e*esse.

Ela tomou um $ole cuidadoso do forte vinho tinto, e passou a $arrafa paraMerripen, *ei)ando(o depois. Então, o vinho foi servido em taças$enerosamente cheias a todos os convidados. 5uviram(se $ritos de _astimos_ou sade, enquanto *e*iam em homena$em ao casal prometido.

1 cele*ração começou de verdade. 1 msica voltou C vida e os coposforam rapidamente esva0iados.

@ Dance comi$o @ murmurou Merripen surpreendendo(a.7in assentiu com um *reve sorriso, o*servando os casais $irarem em

espiral e moverem(se sinuosamente uns ao redor dos outros. 1s mulheresa$itavam as mãos ao redor de seus corpos, enquanto os homens $olpeavam ochão com os saltos e *atiam palmas ruidosamente, dando voltas todo o tempo,um ao redor do outro, mantendo o olhar fio entre eles, tanto tempo quantoposs-vel.

@ =ão sei como fa0er @ disse 7in.Merripen colocou(se atrás dela e passou o *raço ao redor de seu peito,

atraindo(a para ele. 5utra surpresa. =unca o tinha visto tocá(la tãoa*ertamente. Mas em meio aos acontecimentos, nin$uém pareceu perce*er ouse importar.

ua vo0 era quente e suave em sua orelha.

@ 5*serve por um momento. Bê o pouco espaço que é precisoA omocirculam ao redor uns aos outrosA %uando os romanís  dançam er$uem suasmãos para o céu, mas $olpeiam o chão com seus pés para epressar a coneãocom a terra. E as pai9es terrenas @. orriu empurrando(a para frente.

7in se$uiu(o com timide0, fascinada por essa sua faceta que não tinhavisto antes. =ão esperava que estivesse tão se$uro de si mesmo, $uiando(a nadança com uma $raça animal, fitando(a com um *rilho malicioso nos olhos.onvenceu(a a levantar os *raços, estalar os dedos, e tam*ém sacudir suas saiasdiante dele, enquanto ele $irava ao seu redor. Parecia que não podia deiar de

rir nervosamente. Estavam dançando, e ele era muito *om nisso, convertendo adança em um )o$o de $ato e rato.

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Ela rodopiou em um c-rculo e ele a a$arrou pela cintura, atraindo(adurante um ardoroso momento. 5 perfume de sua pele, o movimento de seu

peito contra o dela encheu(a de um dese)o intenso. 1poiando a testa contra asua, Merripen olhou(a fiamente, até que ela se afo$ou nas profunde0as de seusolhos, tão escuros e *rilhantes como o fo$o do inferno.

@ Fei)e(me @ sussurrou ela ofe$ando, não lhe importava onde estavamou quem pudesse vê(los.

4m sorriso tocou seus lá*ios.@ e começar a$ora, não vou conse$uir parar.5 encantou se que*rou com um pi$arrear de desculpas nas proimidades.Merripen olhou para um lado, onde estava am. 5 rosto de am estava

cuidadosamente sem epressão.@ Minhas desculpas por interromper. Mas a ra. Farnsta*le aca*a deavisar(me que che$ou um convidado inesperado.

@ Mais familiaresA@ im, mas não do lado ci$ano.Merripen, perpleo, sacudiu a ca*eça.@ %uem éAam en$oliu em seco visivelmente. @/orde avan. =osso av.Decidiram que am e 8ev se encontrariam com avan sem a presença de

outros mem*ros da fam-lia.Enquanto o  $#ias%&a estava em seu apo$eu, os irmãos se retiraram para a

 *i*lioteca e esperaram. Dois lacaios entravam e saiam, carre$ando o*)etos deuma carrua$em: almofadas, uma *anqueta co*erta de veludo, uma manta devia$em, um aquecedor de pés, uma *ande)a de prata com uma taça.

Depois de muitos preparativos, avan foi anunciado por um dos lacaios, eentrou no recinto.

5 idoso conde irlandês era fisicamente pouco impressionante, velho,pequeno e enru$ado. Mas avan tinha a presença de um monarca destronado,uma $rande0a entremeada de or$ulho. 4m *a*ado de ca*elos *rancos co*ria

seu couro ca*eludo avermelhado e um cavanhaque emoldurava seu queio,como os *i$odes de um leão. eus sa$a0es olhos castanhos avaliaram os )ovensdesapaionadamente.

@ Bocês são 8evin e ameron ole @ afirmou em ve0 de per$untar, comum acentuado sotaque an$lo(irlandês, as s-la*as $raciosas e levementearrastadas.

=enhum deles respondeu.@ %uem é o mais velhoA @ per$untou avan, sentando(se em uma

cadeira forrada. mediatamente, um lacaio colocou um *anquinho so* seus

calcanhares.

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@ Ele @ disse am, solicitamente indicando a 8ev, enquanto este oolhava de soslaio. $norando o olhar, am falou casualmente: @ omo nos

encontrou, meu senhorA@ 4m especialista em heráldica aproimou(se de mim em /ondres,recentemente, com a not-cia de que lhe encarre$aram de pesquisar so*re umdesenho em particular. dentificou(o como o anti$o em*lema dos ole. %uandome mostrou a c&pia que fi0era da tatua$em de seu *raço, sou*e de imediatoquem você era, e por que queria investi$ar esse desenho.

@ E por que seriaA @ per$untou am suavemente.@ Bocê quer pro$redir social e financeiramente. Dese)a ser reconhecido

como um ole.

am sorriu sem humor. @ 1credite(me, meu senhor. =ão dese)ava nem *enef-cios nem reconhecimentos. implesmente queria sa*er quem era @ seusolhos *rilharam de des$osto. @ E pa$uei a esse maldito investi$ador para dar ainformação a mim, não para correr primeiro até você. Bou despedi(lo por isto.

@ Por que queria nos verA @ per$untou 8ev com franque0a. @ =ãoqueremos nada de você, e não o*terá nada de n&s.

@ Primeiro, pode interessá(los sa*er que seu pai está morto. ?a0 semanasque faleceu, na verdade, como resultado de um acidente de equitação. emprefoi um inepto com os cavalos. ?inalmente provocaram sua morte.

@ =ossas condolências @ disse am com secura.8ev limitou(se a encolher os om*ros.@ Então é assim que rece*em a not-cia da morte de seu pro$enitorA @

per$untou avan.@ 3emo que não conhec-amos o nosso pro$enitor o suficiente para

mostrar uma reação mais satisfat&ria @ disse 8ev sarcasticamente. @ Desculpea ausência de lá$rimas.

@ %uero al$o mais de vocês do que umas poucas lá$rimas.@ Por que isso não me surpreendeA @ per$untou(se am em vo0 alta.@ Meu filho deiou uma esposa e três filhas. =enhum filho varão, eceto

vocês @. 5 conde levou C fronte os dedos pálidos e nodosos. @ 1s terras estãovinculadas C descendência masculina e não há nenhum na estirpe dos ole, emnenhum de seus ramos. 3al como estão as coisas a$ora, o t-tulo avan e tudo oque o acompanha, se etin$uirá com minha morte @. eu mailar ficou r-$ido.@ =ão deiarei que o patrimnio se perca apenas pela incapacidade de seu paide se reprodu0ir.

8ev arqueou uma so*rancelha. @ Dificilmente chamaria a dois filhos etrês filhas uma incapacidade de reprodu0ir(se.

@ 1s filhas não têm nenhuma utilidade. E vocês dois são mestiços. =ão se

pode afirmar que seu pai teve êito em fomentar os interesses da fam-lia. Mas

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não importa. 1 situação deve ser tolerada. Bocês são, apesar de tudo, le$-timosherdeiros @. 4ma pausa acre . @ Meus nicos herdeiros.

5 vasto a*ismo cultural entre eles ficou evidente nesse momento. e /ordeavan tivesse conferido semelhante dádiva a qualquer outro tipo de homem,teria sido rece*ida unicamente com êtase. Mas oferecer a um par de romanís aperspectiva de uma elevada posição social e vastas rique0as materiais nãoproporcionou a avan a reação que tinha previsto.

Em ve0 disso, am*os pareciam sin$ularmente, mais que enlouquecidos,pouco impressionados. avan disse a 8ev, irritado.

@ Bocê é visconde de Mornin$ton, herdeiro da propriedade Mornin$tonno condado de Meath. om a minha morte você tam*ém vai rece*er o castelo

de 8notfor em ;ills*orou$h, a propriedade ?air<all no condado de Do<n, e7atford ParL em ;ertfordshire. sto tem al$um si$nificado para vocêsA@ =a verdade, não.@ Bocê é o ltimo de sua estirpe @ insistiu avan, elevando a vo0 @, de

uma fam-lia cu)as ra-0es remontam suas ori$ens até o t-tulo criado por1thelstan no ano YNU. 1lém disso, é o herdeiro de um condado de linha$emmais distinta que três quartas partes de todos os pares da oroa. =ão tem nadaa di0erA Entende a notável sorte que possuiA

8ev entendia tudo. 3am*ém entendia que um velho *astardo autoritário,que uma ve0 lhe quisera morto, a$ora esperava que ca-sse so*re si mesmo poruma herança não dese)ada.

@ Bocê não nos procurou uma ve0, com a intenção de despacharmoscomo um par de cachorros indese)adosA

ava olhou(o com um cenho.@Essa per$unta não tem relação com o assunto que temos em mãos.@ sso quer di0er que sim @ disse am a 8ev.@ 1s circunst'ncias mudaram @ disse avan. @ Bocês são mais teis

vivos do que mortos. 4m fato pelo qual deveriam estar a$radecidos.8ev estava a ponto de di0er a avan onde poderia enfiar suas

propriedades e t-tulos, quando am empurrou(o para um lado com o om*ro.@ Pode nos desculpar @ disse am a avan por cima do om*ro @,

enquanto mantemos uma conversa fraterna.@ =ão quero conversar @ murmurou 8ev.@ Bocê poderia me escutar apenas uma ve0A @ per$untou am, em tom

 *aio, entrecerrando os olhos. @ omente uma ve0Aru0ando os *raços so*re o peito, 8ev assentiu.@ 1ntes que você chute seu velho traseiro @ disse am *aiinho @,

poderia querer considerar al$uns pontos. Primeiro, ele não vai viver muito.

e$undo, os arrendatários das terras de avan provavelmente precisam dea)uda desesperadamente e uma administração decente. Bocê poderia fa0er

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muito por eles, mesmo que decida residir na n$laterra e supervisionar de lon$ea parte irlandesa da herança. 3erceiro, pense em 7in. Ela teria rique0a e

posição. =in$uém ousaria com uma condessa. %uarto, aparentemente temosuma madrasta e três meias(irmãs sem nin$uém que as cuide depois que o velhoesticar as canelas. %uinto...

@=ão há necessidade de um quinto @ disse 8ev. @ Eu o farei.@ 5 queA @ er$ueu as so*rancelhas. @ Bocê está concordando [email protected] os pontos foram *em aceitos, mas a mera menção a 7in fora o

suficiente. Ela viveria melhor e seria tratada com muito mais respeito comocondessa do que como a esposa de um ci$ano.

5 velho olhou para 8ev com uma epressão a0eda.@ Parece que você entendeu mal se pensava que lhe oferecia uma escolha.=ão lhe $edi nada. Eu informei-#%e de sua *oa sorte e do seu dever. 1lém disso...

@Fem, está tudo decidido @ interrompeu am precipitadamente.@ /orde avan, a$ora você tem um herdeiro e um suplente. Proponho que nosseparemos para refletir so*re as nossas novas circunst'ncias. e dese)ar, meusenhor, nos reuniremos novamente pela manhã para discutirmos os detalhes.

@ De acordo.@ Posso convidá(lo, e aos seus criados, para se acomodarem aqui durante

a noiteA@ >á fi0 os preparativos para conceder minha companhia a /orde " /ad"

7estcliff. em dvida )á ouviram falar do conde. 4m cavalheiro muito distinto.onheci seu pai.

@ im @ disse am com $ravidade. @ 5uvimos falar de 7estcliff.5s lá*ios de avan se apertaram. @uponho que deverei apresentá(los

al$um dia @. Dedicou a am*os uma olhada desdenhosa. @ e pudermos fa0eral$uma coisa com respeito C forma de se vestirem e seus modos. E suaeducação. %ue Deus nos a)ude @. Estalou os dedos, e dois lacaios recolheramvelo0mente os arti$os que haviam tra0ido.

/evantando(se da cadeira avan permitiu que lhe colocassem o casacoso*re os om*ros estreitos. om uma sacudida som*ria de ca*eça, olhou para8ev e murmurou: @ omo frequentemente recordo a mim mesmo, você émelhor que nada. 1té amanhã.

%uando avan deiou a sala, am foi até o aparador e serviu dois$enerosos copos de conhaque. om um ar aturdido, entre$ou um a 8ev. @ Emque você está pensandoA @ per$untou.

@ Parece o tipo de av que ter-amos @ disse 8ev, e am quase se afo$oucom seu conhaque quando riu.

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Muito mais tarde, nessa noite, 7in )a0ia so*re o peito de 8ev, seu ca*elocaindo so*re ele como refleos de luar. Estava nua, eceto pelo colar de moedas.

Desenredando(o de seu ca*elo com $entile0a, 8ev tirou(lhe o colar e colocou(ona mesinha de ca*eceira.@ =ão faça isso @ protestou.@ Por quêA@ Eu $osto de usá(lo. /em*ra(me que estou noiva.@ Eu vou lem*rá(la @ murmurou ele, virando(se até ela que ficou

recostada no vão de seu *raço. @ 3ão frequentemente quanto precise.Ela lhe sorriu, percorrendo seus lá*ios com as $emas dos dedos.@ Bocê lamenta ter sido encontrado por /orde avan, 8evA

Ele *ei)ou as delicadas $emas de seus dedos enquanto pensavacuidadosamente so*re a per$unta.@ =ão @ disse finalmente. @ I um velho idiota e amar$urado, e não me

preocupa passar muito tempo em sua companhia. Mas a$ora tenho respostas aper$untas que fi0 a mim mesmo toda minha vida. E... @ vacilou antes deadmitir timidamente @ ...não me importaria de ser o onde de avan al$umdia.

@ I mesmoA @ olhou( o com um amplo sorriso inda$ador.8ev assentiu.@ 1credito que poderia ser *om nisso @ confessou.@ Eu tam*ém acredito @ disse 7in em um sussurro conspirador. @ De

fato, creio que muitas pessoas se surpreenderão com seu a*soluto *rilhantismoem di0er(lhes o que fa0er.

8ev sorriu a*ertamente e *ei)ou(a na testa. @ ontei a você a ltima coisaque avan disse antes de partir esta tardeA Disse que frequentemente recorda asi mesmo que sou melhor que nada.

@ 5 que é uma *o*a$em de um velho falastrão @ disse 7in, desli0ando amão para trás do pescoço de 8ev. @ Ele está completamente equivocado @acrescentou, pouco antes de que seus lá*ios se encontrassem. @ Porque, meu

amor, você é melhor que tudo.1té muito tempo depois, não houve palavras.

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EP2/5!5

e$undo o médico, fora a primeira ocasião em que teve de preocupar(semais com o futuro pai do que pela mãe e pelo *e*ê.

8ev tinha se comportado *astante *em durante a maior parte do final da$ravide0 de 7in, em*ora tendesse a ea$erar Cs ve0es. 1s conhecidas dores eincmodos da $ravide0 tinham causado não pouco alarme, e houve muitasve0es em que insistira em *uscar o médico sem nenhuma verdadeira ra0ão.

1pesar da ne$ativa easperada de 7in.Mas parte dela foi maravilhosa. 1s tardes tranquilas, quando 8evdescansava )unto a ela com as mãos apoiadas em sua *arri$a para sentir oschutes do *e*ê. 1s tardes de verão, quando passeavam por ;ampshire,sentindo(se unidos C nature0a e a vida pululava por todas as partes. 5desco*rimento inesperado de que o casamento, mais que oprimir sua relaçãocom a formalidade, de certa forma tinha dado vida a uma sensação de leve0a,de despreocupação.

8ev ria com frequência a$ora. Era muito mais dado a $race)ar, *rincar, ademonstrar seu afeto a*ertamente. Parecia adorar ao filho de am e 1melia,Honan, e se )untava C tendência familiar de estra$ar a criança de ca*elo escuro.

=o entanto, durante as ltimas semanas da $ravide0 de 7in, 8ev nãoconse$uiu ocultar seu crescente temor. E quando o parto de 7in começou nametade da noite, entrou em um estado de p'nico a*soluto, que nada poderiaapa0i$uar. ada dor do parto, cada suspiro forte que ela ealava, fa0iam comque 8ev ficasse cin0a, até que 7in se dera conta de que ela estava se saindomelhor do que ele.

@ Por favor @ murmurou 7in ao ouvido de 1melia, em particular.@ ?aça al$uma coisa por ele.

Então am e /eo arrastaram 8ev do quarto para a *i*lioteca, atordoando(o com um *om <hisL" irlandês durante *oa parte do dia.

%uando o futuro onde de avan nasceu, o médico disse que eraperfeitamente saudável, que dese)aria que todos os nascimentos pudessemocorrer tão *em. 1melia e Popp" *anharam 7in e vestiram(na com umacamisola limpa, lavaram e envolveram o *e*ê em al$odão macio. & entãopermitiram que 8ev se )untasse a eles. Depois de se asse$urar que sua esposa efilho estavam *em, 8ev chorou de al-vio sem nenhuma ver$onha eimediatamente caiu adormecido na cama )unto a 7in.

7in desli0ou o olhar do seu *onito e adormecido marido para o *e*ê emseus *raços. eu filho era pequeno, mas estava perfeitamente formado, de pele

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clara, com uma notável quantidade de ca*elo preto. 1 cor de seus olhos nãoestava clara no momento, mas 7in achava que mais tarde mudariam para

a0uis. Er$ueu(o até apoiá(lo contra seu peito, até que seus lá*ios estivessemperto da minscula orelha. E se$uindo a tradição ci$ana, ela lhe disse seu nomesecreto. @ Bocê é 1ndrei @ sussurrou. Era o nome de um $uerreiro. 4m filhode 8ev Merripen não podia ser menos. @ eu nome  !ad'o é >ason ole. E seunome no $rupo... @ fe0 uma pausa meditativa.

@ >ado @ foi a vo0 sonolenta de seu marido )unto a ela.