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SOCIEDADE PARANAENSE DE ENSINO E TECNOLOGIA - SPET PROGRAMA DE EVOLUÇÃO CONTÍNUA DE QUALIDADE "Apostando na formação do profissional para uma nova economia" Página 1/3 RT09 DISCIPLINA : EDIÇÃO DE ÁUDIO DATA: ____ /____ / _______ AULA NÚMERO: 02 PROFESSOR: CAIO M. NOCKO APRESENTAÇÃO : Vamos entender melhor o que são o som e a música, já que essa é a base para tudo o que vêm a seguir em edição de áudio. DESENVOLVIMENTO : O som possui certos parâmetros ou propriedades. Há controvérsias sobre o número delas, se são três ou quatro. Trabalharemos aqui com as quatro: altura, duração, timbre e intensidade. A altura do som é a relação entre o número de ciclos de uma onda sonora por segundo (Hertz). Mais simplesmente pode-se dizer que altura é a distinção da gama entre graves e agudos ou vice-versa. Daí que é uma questão de altura sonora (além de fisiológica, claro) a relação entre a voz dos homens e das mulheres, por exemplo. A voz das mulheres é aproximadamente uma oitava acima, ou seja, mais agudo que a dos homens. Os nomes das notas musicais são denominações para sua localização em termos de altura: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. O som existe no tempo. Portanto, uma outra propriedade dele é ter duração. Essa é a relação de tempo pelo qual o fenômeno em questão persiste. A duração refere-se à gama de sons de curtos à longos (e vice-versa). Uma tecnologia onde a duração sonora é essencial é o ‘Código Morse’. Esse código nada mais é que sons de duas diferentes durações – um curto e outro longo, ponto e traço – que são disposto em certa ordem e com certa seqüência para significar algo. O código também depende da duração do silêncio ou das pausas entre letras, palavras ou frases. O mesmo acontece com a música, que é um combinar de sons e pausas com durações diversas ou iguais. Letra Código Internacional Letra Código Internacional A .- N -. B -... O --- C -.-. P .--. D -.. Q --.- E . R .-. F ..-. S ... G --. T - H .... U ..- I .. V ...- J .--- W .-- K -.- X -..- L .-.. Y -.-- M -- Z --.. Figura 1 - Alfabeto Internacional de Morse A intensidade é o parâmetro sonoro que abrange a gama de sons entre o fraco e o forte (e ao contrário). A intensidade está diretamente ligada à propagação do som, porque se refere à força com que as ondas sonoras vão se propagar e fazer as moléculas do ar comprimirem e expandirem, como veremos nas próximas aulas. Intensidade, portanto, é a força mecânica na emissão e

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B -... O --- F ..-. S ... J .--- W .-- C -.-. P .--. L .-.. Y -.-- Vamos entender melhor o que são o som e a música, já que essa é a base para tudo o que vêm a seguir em edição de áudio. DESENVOLVIMENTO: DISCIPLINA : EDIÇÃO DE ÁUDIO DATA: ____ /____ / _______ AULA NÚMERO: 02 PROFESSOR: CAIO M. NOCKO SOCIEDADE PARANAENSE DE ENSINO E TECNOLOGIA - SPET RT09 APRESENTAÇÃO: "Apostando na formação do profissional para uma nova economia" Página 1/3

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RT09 DISCIPLINA : EDIÇÃO DE ÁUDIO DATA: ____ /____ / _______ AULA NÚMERO: 02 PROFESSOR: CAIO M. NOCKO APRESENTAÇÃO: Vamos entender melhor o que são o som e a música, já que essa é a base para tudo o que vêm a seguir em edição de áudio. DESENVOLVIMENTO: O som possui certos parâmetros ou propriedades. Há controvérsias sobre o número delas, se são três ou quatro. Trabalharemos aqui com as quatro: altura, duração, timbre e intensidade. A altura do som é a relação entre o número de ciclos de uma onda sonora por segundo (Hertz). Mais simplesmente pode-se dizer que altura é a distinção da gama entre graves e agudos ou vice-versa. Daí que é uma questão de altura sonora (além de fisiológica, claro) a relação entre a voz dos homens e das mulheres, por exemplo. A voz das mulheres é aproximadamente uma oitava acima, ou seja, mais agudo que a dos homens. Os nomes das notas musicais são denominações para sua localização em termos de altura: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. O som existe no tempo. Portanto, uma outra propriedade dele é ter duração. Essa é a relação de tempo pelo qual o fenômeno em questão persiste. A duração refere-se à gama de sons de curtos à longos (e vice-versa). Uma tecnologia onde a duração sonora é essencial é o ‘Código Morse’. Esse código nada mais é que sons de duas diferentes durações – um curto e outro longo, ponto e traço – que são disposto em certa ordem e com certa seqüência para significar algo. O código também depende da duração do silêncio ou das pausas entre letras, palavras ou frases. O mesmo acontece com a música, que é um combinar de sons e pausas com durações diversas ou iguais.

Letra Código Internacional Letra Código Internacional

A .- N -.

B -... O ---

C -.-. P .--.

D -.. Q --.-

E . R .-.

F ..-. S ...

G --. T -

H .... U ..-

I .. V ...-

J .--- W .--

K -.- X -..-

L .-.. Y -.--

M -- Z --..

Figura 1 - Alfabeto Internacional de Morse

A intensidade é o parâmetro sonoro que abrange a gama de sons entre o fraco e o forte (e ao contrário). A intensidade está diretamente ligada à propagação do som, porque se refere à força com que as ondas sonoras vão se propagar e fazer as moléculas do ar comprimirem e expandirem, como veremos nas próximas aulas. Intensidade, portanto, é a força mecânica na emissão e

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conseqüente propagação do som. Um decibelímetro, por exemplo, aparelho usado para medir a intensidade do som em decibéis (dB) e que é usado por engenheiros e técnicos para medir níveis de poluição sonora, trabalha com a captação e medida da força de compressão e expansão que o som em questão está promovendo. Por fim, o mais difícil de se explicar, mas não de se entender. O timbre é o conjunto de elementos, sobretudo espectrais, que fazem com que diferenciemos um som de outro. Muitas vezes é conhecido como a ‘cara’, a ‘impressão digital’ ou a ‘identidade’ de um som ou do objeto que o emite. O timbre, portanto, é fundamental para reconhecermos os sons. Assim, se dois instrumentos diferentes (como um violino e uma marimba) tocam a mesma nota (altura), com a mesma dinâmica (intensidade) e com a mesma duração, o que nos possibilitará diferenciá-los, ainda, será o timbre de cada um deles. Veremos durante todo o semestre mais questões relacionadas às propriedades do som e ao com como um todo. Quanto aos elementos da música, é importante observar que eles têm seu fundamento nas propriedades do som, já que o som é a base da música. Quando fazemos música dizemos que estamos ‘compondo’. E isso porque no fundo estamos realmente fazendo uma composição de elementos sonoros, ou seja, estamos trabalhando com duração, timbre, intensidade e altura.

Figura 2 – Trecho musical

Os principais elementos da música são: melodia, harmonia e ritmo. Esses elementos são deduzidos das propriedades: altura e duração (embora sempre tenham uma intensidade e um timbre). Dos outros elementos do som – intensidade e timbre – é que ‘saem’ outros elementos da música como dinâmica (intensidade), instrumentação ou orquestração ou textura (timbre) e andamento (duração). Entretanto, como vimos, o homem está sempre presente na música e, por isso, sempre teremos estética (elementos formais e do gosto) e intencionalidade, também. Melodia é a seqüência temporal de sons, um após o outro. Diferentemente, a harmonia é, de certa forma, uma ordenação espacial de sons. Em uma música comum temos sempre as duas coisas: se tomarmos somente um instrumento como uma flauta, teremos uma melodia que está sendo realizada; já se somarmos uma flauta à um clarinete, já teremos uma harmonia. A maneira mais fácil de se entender é pensar que a melodia se desenvolve na horizontal enquanto que a harmonia é feita verticalmente. Assim, temos também a divisão de instrumentos entre polifônicos e monofônicos, onde os primeiros podem executar várias notas ao mesmo tempo (caso do piano), além de poderem fazer notas em seqüência e os segundos apenas realizam melodias, ou seja, notas em seqüência. Ritmo é a organização de durações de uma música. Cada nota tem uma duração e os agrupamentos de várias durações são figuras rítmicas. O ritmo, portanto, se dá do arranjo entre as durações das notas ou pausas em uma música. Mas o ritmo se relaciona com outro aspecto da duração do som na música, o andamento. O andamento nada mais é que a velocidade de execução

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da música. Uma mesma música pode ser executada mais lentamente ou mais rapidamente, segundo o andamento escolhido. Do parâmetro intensidade temos especificamente a dinâmica da música, das notas ou dos trechos, ou seja, a dinâmica determina a intensidade das notas, dos trechos ou da música toda. Assim, a mesmo música pode ser tocada forte ou fraco (piano). Normalmente a dinâmica está relacionada com a carga expressiva, já que as músicas costumam ter muitas alterações de dinâmica como maneira de contribuir expressivamente junto aos demais elementos. Na composição do parâmetro ‘timbre’ temos a instrumentação, orquestração ou a textura da música. No fundo, é a escolha do ou dos instrumentos que executarão a música. A ‘textura’ surgiu a partir dos estudos de música concreta e eletroacústica, sendo um pensamento distinto da orquestração ou da instrumentação por não pensar em termos de emitente, mais em termos de som procurado. Por exemplo, a textura de uma orquestra moderna tocando com todos os instrumentos é diferente da textura de uma banda marcial ou de uma banda de rock, mesmo que estejam todos tocando a mesma música. A idéia se aproxima do pensamento com ‘blocos sonoros’ ou ‘objetos sonoros’ ao invés de pensar em instrumentos, afinal, na música concreta, por exemplo, não temos ‘instrumentos’, ao menos não no sentido tradicional. Existem mais questões técnicas mais específicas, como articulação, que não vêm ao caso neste momento. Mas adiante estaremos tratando dessas questões, tanto do som quanto da música, no âmbito do áudio como ferramentas e base para nossas edições.

INTEGRAÇÃO: Debater os assuntos.

BIBLIOGRAFIA:

BENNETT, R. Elementos básicos da música. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

COPLAND, Aaron. Como ouvir e entender música. Rio de Janeiro: Artenova. 1974.

HARNONCOURT, Nikolaus. O Discurso dos Sons. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

JOURDAIN, R. Música, Cérebro e Extase: como a música captura nossa imaginação. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

IAZZETTA, Fernando. Tutoriais de áudio e acústica. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/introducao/som.html

LAZZARINI, Victor. Elementos de Acústica. Disponível em: http://music.nuim.ie//vlazzarini/papers/Elementos_de_Acustica.pdf