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INTENSIVO COMPLEMENTAR Disciplina: Direitos Humanos Prof. Emerson Malheiro Data: 20-07-2012 1. CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS. Os Direitos Humanos levam em consideração três expressões diferentes, quais sejam: Direitos do homem: direitos conexos com o direito natural (direito à vida, direito dar a cada uma o que lhe é devido). Direitos Humanos em sentido estrito: aqueles interesses conexos ao direito natural foram devidamente positivados em Tratados e Convenções Internacionais. Direitos Fundamentais: aqueles Tratados e Convenções Internacionais que foram devidamente incorporados no ordenamento jurídico do Estado. 2. POSICIONAMENTO HIERÁRQUICO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. Todos os tratados são absolutamente iguais, não existindo qualquer hierarquia entre eles. Sabemos que há, no direito interno, hierarquia entre as normas (pirâmide normativa de Hans Kelsen). No direito brasileiro, a hierarquia entre normas está prevista no art. 59 da CF. O Tratado Internacional, quando entra no ordenamento jurídico brasileiro, passa a respeitar nossas regras, nossa hierarquia. Uma vez incorporado, como regra geral, ocupará o plano hierárquico de uma lei ordinária. Esta regra não está presente na Constituição Federal, mas é resultado na decisão do STF de 1977. O STF ao julgar o Recurso Extraordinário 80.004, estabeleceu que os Tratados Internacionais, uma vez incorporados ao nosso ordenamento jurídico, ocuparão a mesma posição, ou seja, são equivalentes às Leis Ordinárias. Revogação tácita: tratado Internacional posterior que tratar do mesmo assunto de Lei Ordinária anterior revogará a esta última. Surgindo nova lei no plano interno, posterior ao Tratado Internacional anteriormente incorporado, revogará este, ou seja, o Tratado Internacional não mais valerá no Direito Interno. No entanto, é preciso salientar, que este Tratado Internacional continua a possuir validade, isto é, eficácia no plano Internacional. Contudo, o Brasil sofrerá sanções por descumprir as regras estabelecidas no Tratado Internacional, caso o faça. Material elaborado por Tatiana Melo Contato: e-mails: [email protected] [email protected] INTENSIVO IiI DIREITOS HUMAMOS -CONCEITO-CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO

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INTENSIVO COMPLEMENTAR Disciplina: Direitos Humanos Prof. Emerson Malheiro Data: 20-07-2012

1. CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS.

Os Direitos Humanos levam em consideração três expressões diferentes, quais sejam:

� Direitos do homem: direitos conexos com o direito natural (direito à vida, direito dar a cada uma o que lhe é devido).

� Direitos Humanos em sentido estrito: aqueles interesses conexos ao direito natural foram devidamente positivados em Tratados e Convenções Internacionais.

� Direitos Fundamentais: aqueles Tratados e Convenções Internacionais que foram devidamente incorporados no ordenamento jurídico do Estado.

2. POSICIONAMENTO HIERÁRQUICO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO.

Todos os tratados são absolutamente iguais, não existindo qualquer hierarquia entre eles. Sabemos que há, no direito interno, hierarquia entre as normas (pirâmide normativa de Hans

Kelsen). No direito brasileiro, a hierarquia entre normas está prevista no art. 59 da CF. O Tratado Internacional, quando entra no ordenamento jurídico brasileiro, passa a respeitar nossas

regras, nossa hierarquia. Uma vez incorporado, como regra geral, ocupará o plano hierárquico de uma lei ordinária. Esta regra não está presente na Constituição Federal, mas é resultado na decisão do STF de 1977. O STF ao julgar o Recurso Extraordinário 80.004, estabeleceu que os Tratados Internacionais, uma vez incorporados ao nosso ordenamento jurídico, ocuparão a mesma posição, ou seja, são equivalentes às Leis Ordinárias. Revogação tácita: tratado Internacional posterior que tratar do mesmo assunto de Lei Ordinária anterior revogará a esta última.

Surgindo nova lei no plano interno, posterior ao Tratado Internacional anteriormente incorporado,

revogará este, ou seja, o Tratado Internacional não mais valerá no Direito Interno. No entanto, é preciso salientar, que este Tratado Internacional continua a possuir validade, isto é, eficácia no plano Internacional. Contudo, o Brasil sofrerá sanções por descumprir as regras estabelecidas no Tratado Internacional, caso o faça.

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DIREITOS HUMAMOS -CONCEITO-CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO

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Contudo, a Emenda Constitucional 45/2004 estabeleceu mais duas regras quanto à posição hierárquica dos tratados internacionais no ordenamento jurídico brasileiro.

CF - Art. 5º. (...)

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros

decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais

em que a República Federativa do Brasil seja parte.

O dispositivo acima expressa que os direitos fundamentais se encontram, além do art.5º da CF,

também em outros artigos da CF, em normas infraconstitucionais e em Tratados Internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Atenção! Os Tratados Internacionais de Direito Humanos são considerados cláusulas pétreas.

Em 2008, o STF, no julgamento do HC 87.585/TO, estabeleceu que os Tratados Internacionais de

Direito Humanos que obedecerem o disposto no art. 5º, § 2º da CF, possuem valor constitucional. Contudo, tal decisão foi monocrática, de modo que um único Ministro não tem força para vincular todos os outros.

Posteriormente, no julgamento do Recurso Extraordinário 466.343, por 5 votos a 4, os Ministros do STF, afirmaram que os Tratados Internacionais de Direito Humanos que obedecerem o disposto no art. 5º, § 2º da CF, possuem status de norma supralegal. É o caso do Pacto San José da Costa Rica.

���� Decreto 678/92 – Pacto San José da Costa Rica

Este diploma internacional, em seu art. 7º, § 7º prevê hipótese de prisão civil em caso de devedor inescusável de alimentos.

Art. 7º - Direito à liberdade pessoal

(...)

7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em

virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.”

Neste sentido, em 2009, o STF elaborou a Súmula Vinculante 25, que estabelece que vedação da prisão do depositário infiel,

qualquer que seja a modalidade de depósito, remanescendo apenas a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos.

Norma supralegal: acima de todas as demais regras do ordenamento jurídico brasileiro, porém,

abaixo da Constituição Federal, estando acima até da Lei Complementar. Assim, no plano material não há que se falar (ou é irrelevante falar) em hierarquia entre as normas

de Direitos Humanos: por força do princípio ou regra pro homine sempre será aplicável (no caso concreto) a que mais amplia o gozo de um direito ou de uma liberdade ou de uma garantia. Materialmente falando, portanto, não é o status ou posição hierárquica da norma que vale, sim, o seu conteúdo (porque sempre irá preponderar a que mais assegura o direito). Além do parágrafo 2º acima comentado, a Emenda Constitucional 45/2004, incluiu no art. 5º da o parágrafo 3º, in verbis:

CF - “Art. 5º. (...)

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos

votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)(Decreto Legislativo com força de Emenda

Constitucional)”

Os tratados de direitos humanos que seguirem a forma de aprovação do dispositivo acima serão materialmente e formalmente constitucional. Possui um quorum de aprovação de Emenda Constitucional e, sua valoração também será de Emenda Constitucional.

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O primeiro tratado aprovado nos moldes acima foi a Convenção Internacional Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo de 2007. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. Gerações de Direitos Humanos X Dimensões de Direitos Humanos A mais moderna doutrina entende que a expressão “gerações” é equivocada, sendo a mais adequada a expressão “dimensões”. A crítica que se faz à expressão “geração” é que as gerações futuras fazem com as gerações anteriores desapareçam, ou seja, as futuras prevalecem carregando o legado da anterior. Isto não ocorre se a expressão “dimensões” for utilizada. Portanto, utilizaremos a expressão dimensões de direitos humanos. ���� 1ª Dimensão: Liberdades Públicas Direitos políticos básicos que surgiram em 1215 com a Magna Carta. ���� 2ª Dimensão: Cuida dos Direitos Econômicos e Sociais. Controvérsia doutrinária quanto ao surgimento. Para muitos, este direitos surgiram com a revolução industrial, já que os trabalhadores eram expostos a condição exaustiva de labor. Assim, se reuniram para defesa de seus interesses. Surgiram no século XIX, com a Revolução Industrial. Mas a positivação foi no séc. XX, na Constituição Mexicana e Alemã. ���� 3ª Dimensão: Cuida dos Direitos de Solidariedade ou Fraternidade. São interesses e difusos e coletivos orientados para o progresso da humanidade. Direito ao Meio Ambiente, Direito a Comunicação, Direito a Paz Social, Direito ao Desenvolvimento e o Direito do Consumidor. Movimento de Internacionalização dos Direitos Humanos, para o progresso da humanidade, porque surgiu após a Segunda Guerra Mundial. ���� 4ª Dimensão: Direitos dos Povos. Interesses que têm por objetivo a preservação dos seres humanos. Exemplos.: Biosegurança, Biodireito, inclusão digital e a proteção contra uma globalização desenfreada. Surgiram há aproximadamente 20 anos. Direitos e Garantias Fundamentais a. Direitos Individuais e Coletivos Ex. Direito a vida, direito a igualdade, direito a propriedade e direito a segurança.

b. Direitos Sociais São aqueles que cuja finalidade é garantir as pessoas circunstâncias fundamentais essenciais para

fruição de seus direitos humanos, ao menos no patamar mínimo (exemplo: direito à educação, direito à saúde). c. Direitos de Nacionalidade Conceito de Nacionalidade: é o intrínseco vínculo político jurídico que conecta uma pessoa ao território

ao território do Estado, capacitando-a a exigir a sua proteção e a cumprir os deveres inerentes ao nacional.

Elemento humano de um Estado: povo.

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d. Direitos Políticos Conceito: são aqueles cuja finalidade é estabelecer a participação popular no processo político, com a

atuação do povo na vida pública do Estado. e. Direitos dos Partidos Políticos Conceito: são aqueles direitos de pessoas com afinidade ideológicas de se reunirem e se organizarem

para promover a participação do povo na vida pública do Estado. 4. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS. 4.1. Proibição do Regresso.

Também chamada de vedação de retrocesso. Uma vez concedido, conferido um direito fundamental, o Estado não poderá retroceder, diminuir a

sua proteção aos Direitos Humanos em relação ao estágio em que esta tutela se encontre. 4.2. Imprescritibilidade dos Direitos Humanos.

O rol de imprescritibilidade é exemplificativo e está previsto, nos seguintes dispositivos. Art. 5º da CF XLII Art. 5º XLIV Art. 5º do Estatuto de Roma Art. 29 do Estatuto de Roma

4.3. Congenialidade.

Os Direitos Humanos são congênitos, pois pertencem ao indivíduo antes mesmo do seu nascimento, manifestam-se espontaneamente e derivam da própria condição humana. 4.4. Universalidade

Os Direitos Humanos são universais, ou seja, se ramificam e atingem todas as pessoas independentemente de suas características pessoais, tais como raça, religião, independentemente do local em que se encontram ou das condições de tempo e espaço. 4.5. Irrenunciabilidade

Os Direitos Humanos são irrenunciáveis, ou seja, não podem ser abdicados. Qualquer manifestação nesse sentido é nula de pleno direito.

Caso fosse possível o direito seria suprimido e, portanto, não é admitida. 4.6. Inalienabilidade

Os Direitos Humanos são inalienáveis, ou seja, não podem ser transferidos a outrem, ainda que com a anuência de seu titular.

Na inalienabilidade, o direito, se colocado a disposição será restringido. 4.7. Inexauribilidade

Os Direitos Humanos são inexauríveis, inesgotáveis, podendo sempre ser somados a novos direitos.

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4.8. Interdependência

Os Direitos Humanos são conexos entre si por recíproca dependência, pois apenas alcançam seus objetivos pelo auxílio mútuo. 4.9. Indivisibilidade dos Direitos Humanos.

Os Direitos Humanos são indivisíveis, não podem ser decompostos sob pena de desconfiguração do Direito. Exemplo: Direito a vida não pode ser dividido. 4.10. Complementaridade

Os Direitos Humanos jamais devem ser interpretados isoladamente, mas sempre de maneira conjunta aos demais direitos, de forma a complementar o ordenamento jurídico de um Estado. 4.11. Inviolabilidade

Ninguém pode empreender ofensa legítima contra os Direitos Humanos. O legislador, por exemplo, não pode legislar contra os Direitos Humanos. 4.12. Essencialidade.

Os Direitos Humanos são essenciais, pois protegem interesses excepcionais do ser humano. 4.13. Efetividade

Não basta o singelo reconhecimento pelo Estado dos Direitos Humanos, é preciso que ele empregue medidas efetivas para a sua aplicação. 4.14. Historicidade

Os Direitos Humanos evoluem em processo histórico, as próprias dimensões exemplificam a historicidade dos Direitos Humanos. 5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS. ���� Antiguidade

Período compreendido entre 4000 A.C. - 476 D.C. No início da antiguidade não havia regras para reger a vida em sociedade. A desproporcionalidade

era a tônica. Aos poucos começaram a aparecer determinadas normas como o Código de Ur-Nammu, Código de Hamurabi, Lei das XII tábuas.

O Código de Hamurabi (Século XVIII A.C.): - Awelum (homens livres) – Para essa classe era permitida a composição, com a utilização do

patrimônio. - Mushkenum (camada intermediária) – Para essa classe era permitida a composição

eventualmente. - Wardum (escravos) – Não permitia composição para essa classe, aplicando-se inclusive penas

cruéis.

Lei das XII tábuas: Romanos em 451 – 450 A.C.

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- Trouxe a igualdade de tratamento. - Foi colocado diante do fórum romano, para que assim todos tivessem seu conhecimento

(publicidade das normas). ���� Idade Média

Magna Carta (Inglaterra, 1215): Elaborada pelo Rei João Sem Terra Trouxe a obrigação de o rei se submeter a lei Trouxe também a garantia de propriedade, habeas corpus e devido processo legal (due process of

Law). Essas garantias eram direitos dirigidos única e exclusivamente para os nobres ingleses. ���� Idade Moderna (1453 – 1789)

Tratados de Westphalia (ALE, 1648): 1º tratado de Munster 2º tratado de Osnabruck Trouxe o conceito de soberania. Soberania é a qualidade que caracteriza o poder político supremo de um Estado como afirmação

de sua personalidade independente, autoridade plena e governo próprio dentro do território nacional e em suas relações exteriores.

Elementos do Estado: Objetivo – Soberania, território e povo. Subjetivo – Recognição (reconhecimento pelos seus pares). - Bill of Rights: Previu a independência do parlamento, que é considerada a gênese da separação

dos poderes que conhecemos hodiernamente. Também previu a liberdade política, liberdade de expressão e tolerância religiosa.

- Declaração de Direitos do Povo da Virginia (EUA, 1776) – Previu em seu texto que todo o

poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. Ademais é diploma que prevê que todo ser humano é titular de Direitos Fundamentais. ���� Idade Contemporânea

- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (FRA, 1789) – Previu em seu texto a presença de um Estado laico, direito de associação política. Também trouxe o direito a associação política, reserva legal, anterioridade, presunção do estado de inocência, livre manifestação do pensamento

- Constituição Mexicana de 1917 - Constituição Alemã de 1919 (Constituição de Weimar) Ambas elevaram os direitos trabalhistas e previdenciários ao mesmo nível dos direitos

fundamentais. - Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de dezembro de 1948) – Contempla as três

dimensões dos Direitos Humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é um tratado internacional possuía a natureza

jurídica de uma recomendação. O seu descumprimento não gera sanções internacionais. - Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966) – Para os indivíduos possui aplicabilidade

imediata. - Pacto internacional sobre os Direitos Econômicos Sociais e Culturais (1966) – É dirigido aos

Estados e possui aplicabilidade progressiva.

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7. ESTATUTO DE ROMA – 1998

É o diploma que criou o TPI. Esse tribunal tem caráter permanente. É diferente dos tribunais de exceção (são aqueles que são criados para julgamento de determinados delitos no plano das relações exteriores, uma vez julgados, deixam de existir).