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03 fundamentosda orientacaoeducacional

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FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL

1ª Edição - 2008

IMESInstituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C LTDA.

William OliveiraPresidente

Samuel SoaresSuperintendente Administrativo e Financeiro

Germano TabacofSuperintendente de Ensino, Pesquisa e Extensão

Pedro Daltro Gusmão da SilvaSuperintendente de Desenvolvimento e Planejamento Acadêmico

FTC - EADFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

Reinaldo de Oliveira BorbaDiretor Geral

Marcelo NeryDiretor Acadêmico

André PortnoiDiretor Administrativo e Financeiro

Roberto Frederico MerhyDiretor de Desenvolvimento e Inovações

Mário FragaDiretor Comercial

Jean Carlo NeroneDiretor de Tecnologia

Ronaldo CostaGerente de Desenvolvimento e Inovações

Jane FreireGerente de Ensino

Luis Carlos Nogueira AbbehusenGerente de Suporte Tecnológico

Osmane ChavesCoord. de Telecomunicações e Hardware

João JacomelCoord. de Produção de Material Didático

EquipeAndré Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Cláuder Frederico, Francisco França Júnior, Herminio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo,

John Casais, João Ricardo Chagas, Márcio Serafim, Mariucha S. Ponte, e Ruberval da FonsecaImagens

Corbis/Image100/Imagemsource

Produção AcadêmicaJane Freire

Gerente de Ensino

Jean Carlo BacelarSupervisão Pedagógica

Fábio Sales, Leonardo Suzart, Ludmila Vargas, Tiago Cordeiro, Jaqueline Sampaio, Milena Macedo

Análise Pedagógica

Tatiane de Lucena LimaCoordenação de Curso

Maria das Graças Correia da Silva Passos Autoria

Produção TécnicaJoão JacomelCoordenação

Carlos Magno Brito Almeida Santos Márcio Magno Ribeiro de MeloRevisão de Texto

John CasaisEditoração

John CasaisIlustrações

copyright © FTC EADTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98.

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da FTC EAD - Faculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância.

www.ead.ftc.br

MATERIAL DIDÁTICO

SUMÁRIO

HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL ____ 7

FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ___________________ 7

LINHAS DE PESQUISA _______________________________________________________ 7

PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL _______________ 7

CONTEXTO SÓCIO-EDUCACIONAL _____________________________________________11

TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ____________11

ATIVIDADE COMPLEMENTAR _________________________________________________12

ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ________________________13

POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO ___________________________________________13

LEGISLAÇÃO VIGENTE / LEIS DE DIRETRIZES E BASE (LDB) __________________________14

PAPÉIS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ________________________________________60

ORIENTADOR PROFISSIONAL _________________________________________________62

ATIVIDADE COMPLEMENTAR _________________________________________________64

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL PARA A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM NOSSA REALIDADE ______________________65

PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL _______________________65

AGENTES EDUCATIVOS ______________________________________________________65

CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ONDE ESTÁ INSERIDA ________________________67

ATIVIDADES COMPARTILHADAS _______________________________________________68

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA _________________________________________________69

ATIVIDADE COMPLEMENTAR _________________________________________________70

SUMÁRIO

PRÁTICA PEDAGÓGICA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ____________71

PLANEJAMENTO, PROJETOS E INTERVENÇÕES NA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL ________71

PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ___________________________________________72

PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM _________________________________________73

ADAPTAÇÕES CURRICULARES/ INCLUSÃO _______________________________________74

ATIVIDADE COMPLEMENTAR _________________________________________________81

GLOSSÁRIO _____________________________________________________________83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________________84

z

PREZADOS,

Atualmente, a palavra que retrata a atuação do Orientador Educacional é a CONSTRUÇÃO. Construção conjunta com parceiros que alavancam o desenvolvi-mento do aluno para a formação do cidadão consciente e ético.

Busca-se novas técnicas, como vocês poderão confrontar nesse material, em busca da aprendizagem significativa. Mas. o aluno continua o “foco” como ser em constru-ção, que está sendo formado e VOCÊ, PEDAGOGO ORIENTADOR EDUCACIONAL ou PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO, é o elo de interação com este mundo de novidades.

A quebra de paradigmas é uma constante com um único objetivo – a EDUCAÇÃO.

Este material nos instiga a questionarmos / refletirmos o nosso papel nesse de-senvolvimento; na formação deste educando.

A reflexão crítica deve ser uma constante em nossa formação continuada, con-tribuindo para uma nova cultura educacional e profissional.

Desejo que vocês tenham uma atuação comprometida com o processo do ensino-aprendizagem, pois acredito em VOCÊ, AGENTE TRANSFORMADOR de seu meio.

Faça parte deste processo e seja um agente atuante para se definir um novo padrão educativo. Desta maneira, estaremos conhecendo algumas informações sobre os FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL para subsidiá-lo em uma atuação eficaz.

A aprendizagem desta disciplina é dinâmica e interativa. Este material foi estruturado para ajudá-lo a pensar, refletir, analisar e aplicar como agente transformador.

Ao longo do material, você irá ter a oportunidade de responder a questões e fazer reflexões.

Quanto mais você se envolver, melhor proveito tirará do material.

Procuramos colocar o que é mais consensual entre as teorias e abordagens, vi-sando a sua prática transformadora.

Segundo CLAUDE BERNARDE “, uma teoria não é certa ou errada, não é boa nem má em si mesma. É fértil ou estéril. Tudo depende do uso que se faz”.

Espero que esse material seja fértil para vocês.

Atenciosamente,

Profª Graça Correia

Apresentação da Disciplina

Fundamentos da Orientação Educacional 7

HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL

FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

LINHAS DE PESQUISA

Nas sociedades primitivas, o homem buscava a sobrevivência e adaptação ao mundo. Nesse cená-rio, a Orientação Educacional ajudava na sobrevivência individual e grupal.

Na Grécia, Platão sugeriu que a seleção para desempenhar papéis na sociedade fosse através do nível inte-lectual. A função do Orientador Educacional era realizada pelos professores através do desempenho escolar.

Depois, na época de Carlos Magno, os que se destacavam intelectualmente era como se tivessem recebido um dom recebido de Deus, cabia à escola desenvolver esta capacidade. Neste momento houve um aumento do número de escolas, principalmente nas paróquias e os párocos desempenhavam a função de Orientação Educacional.

Até o século XVI havia a idéia que o homem nascia com o seu destino traçado. Era a época do cristianismo e a escola tinha mais uma função doutrinária até o século XIX.

No fi nal do século XIX iniciou-se a orientação formal e a constatação que o professor não conse-guia dar a assistência total ao aluno.

Iniciou-se, também, a orientação vocacional. Ou seja, o Orientador Educacional tinha que co-nhecer o educando, sujeito de sua orientação. E, cada vez mais, o papel do Orientador Educacional se expandia visando atender o educando de maneira integral.

PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL

A Orientação Educacional sempre esteve associada às tendências pedagógicas. Mas, no início, a sua abordagem era na área psicológica.

A Orientação Educacional tornou-se obrigatória nas escolas de 1º e 2º graus, a partir de 1971.( Art. 10 da lei nº 5692/71.)

Como todo início a sua prática era “desenhada” por várias tendências pedagógicas. Havia a diversi-dade e discussões sobre as atribuições, funções e a própria identidade do profi ssional.

O que podemos concluir é que a Orientação Educacional, atualmente, faz parte intrinsicamente do processo pedagógico, quebrando paradigmas, adequando-se à sociedade contemporânea. Acabou a “terapia”, iniciou-se a profi ssionalização. Uma abordagem mais ampla de inserção do cidadão ao mundo em que vive.

FTC EAD | PEDAGOGIAFTC 8

A pedagogia é uma ciência que tem envolvimento com outras, como a Filosofi a da Educação, História da Educação, Sociologia da Educação, Psicologia da Educação, etc.

Saiba mais!

Assim, a Orientação Educacional tem forte ligação com a educação. Conceitualmente, EDUCARE é guiar, nortear, orientar o indivíduo.

Quando iniciou, a Orientação Educacional era mais uma Orientação vocacional.

Os primeiros trabalhos no Brasil de Orientação Educacional datam da década de 20, através de ROBER-TO MANGE, Engenheiro suíço que atuou no liceu de Artes e Ofícios/ S.P, com a ajuda de um casal de franceses. Com a reforma CAPANEMA, a Lei Orgânica do Ensino Industrial, institui o Serviço de Orientação Educacional, visando “a correção e encaminhamento dos alunos - problema e de elevação das qualidades morais.

Segundo FELTRAN (1990), a Orientação Educacional encontra, também, na criança, fundamen-tos para o trabalho pedagógico na pré-escola, de acordo com a realidade brasileira.

Diz, ainda, que o Orientador Educacional deve pesquisar, sobre a criança, qual o grupo a que per-tence e quais os objetivos que se pretende alavancar.

A pesquisa visando a melhoria deste processo é, atualmente, uma necessidade mundial.

Dos Estados Unidos, temos, claramente, três linhas de pensamento:

1- PARSONS – queria que o termo ORIENTAÇÃO fosse utilizado apenas no curso profi ssional;

2- BREWER e JONES – queria que a ORIENTAÇÃO tivesse uma ação individualizada;

3- KOOS e KEFAUVER – ainda a dividia em três funções:

3.1 – informativa (informando oportunidades escolares e profi ssionais);

3.2 – conhecimento (conhecer o aluno ).

3 – ORIENTAÇÃO (Orientar o educando individualmente).

Como afi rma NILDA TEVES FERREIRA (1993):

É pelo diálogo que os homens, nas condições de indivíduos cidadãos, constroem a inteli-gibilidade das relações sociais. Trata-se, pois, de eliminar tudo aquilo que possa prejudicar a comunicação entre as pessoas, pois só através dela se pode chegar a um mínimo con-senso. (...). A cidadania apareceu como resultado de comunicação intersubjetiva, através da qual indivíduos livres concordam em construir e viver em uma sociedade melhor.

No início, chegou-se a comentar que a Orientação Educacional estava interferindo no papel do professor, até perceber-se como parceiros no processo político pedagógico da Escola.

Afi nal, na escola, ninguém queria atuar com os problemas, confrontos e confl itos.

Mas... A partir do desenvolvimento da sociedade, a Orientação Educacional também desenvolveu-se através de estudo da teoria da Educação.

Sua característica principal era a metodologia centrada nos “problemas do aluno”.

Atualmente, existe a postura crítica da Orientação Educacional como uma ação consciente do “fa-zer acontecer” no projeto político-sócio-escolar.

O educando não era levado em consideração na execução do processo de ensino. Os sucessos eram do professor, e o contrário era a “culpa” do aluno. Muito menos se levava em consideração os elementos: escola, meio social.

Fundamentos da Orientação Educacional 9

No início do século é que deu-se a virada com o educando, onde os elementos citados infl uencia-vam ativamente no processo de sucesso do ensino-aprendizagem.

Daí a Orientação Educacional surge como o reconhecimento da realidade do educando com suas difi culda-des para atingir o rendimento esperado, além de sua integração na escola, na família, sociedade e no “trabalho”.

A Orientação Educacional fundamenta-se na afi rmativa das diferenças individuais e no que o ser humano necessita de compreensão, ajuda e orientação.

É comum ocorrências que a Orientação Educacional começou na era industrial, que afastou os pais para a fábrica. Praticamente, surgiu do início no século XX, nos Estados Unidos, com o primeiro objetivo de orientar os estudantes para escolha de trabalho, ou seja, de orientação profi ssional.

Mas, também, no início desse século, ampliou-se a atuação da Orientação Educacional visando as-sistir ao educando o desenvolvimento de sua estrutura física, mental, normal, social, científi ca, religiosa, política. Neste momento, o sistema escolar brasileiro começou a pensar em Orientação Educacional, pois a discussão já estava na maioria dos países.

Um dos educadores responsáveis por isso foi LOURENÇO FILHO, criando o serviço de Orienta-ção Profi ssional e Educacional em 1931, e a primeira obra sobre Orientação Educacional foi escrito por ARACY MUNIZ FREIRE em 1940.

Segundo Nérici, os princípios mais signifi cativos são:

1- Ver o educando em sua realidade bio-psíquico-social , respeitando-o;

2- Orientar sem criar dependência;

3- Atuação preventiva;

4- Estabelecimento de um clima de confi ança;

5- Integração das pessoas envolvidas no processo de educação;

6- Processo contínuo;

7- Ter a pesquisa como meta para aperfeiçoamento de sua atuação;

E segundo JOSÉ DO PRADO MARTINS:

1- A Orientação Educacional reconhece e respeita a dignidade e o direito de escolha do educando;

2- O Orientador Educacional tem uma fi losofi a educacional sobre os problemas da realidade que atua;

3- A Orientação Educacional é parte do pro-cesso educativo, facilitando métodos científi cos e técnicos aos educandos, ampliando as possibilida-des de desenvolvimento;

4- A Orientação Educacional é um processo de relacionamento interpessoal de auto-ajuda, rea-lizada de forma organizada, visando o amadureci-mento do educando;

5- A Orientação Educacional busca levar o educando ao máximo do seu desenvolvimento.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT10

Quanto aos períodos da Orientação Educacional, podemos dizer que quando a Orientação Educacio-nal começou, tinha uma atuação “resolutora de problemas”. Depois, passou por uma fase “objetiva”, pres-tando serviço, para que os problemas não acontecessem, ou seja, a “prevenção”. E, por último, a fase crítica, ajudando o aluno dentro do seu contexto. Através de análise e compreensão de que está acontecendo.

Segundo MIRIAN P. S. ZIPIN CRISPUN, eis os períodos por que passou a Orientação Educacional:

PERÍODO IMPLEMENTADOR – de 1920 a 1941

A Orientação começa a aparecer no cenário educacional associada á Orientação profi ssional, com ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profi ssional.

PERÍODO INSTITUCIONAL – De 1942 a 1960

Neste período, CRISPUN subdivide em funcional e instrucional. Há a exigência legal da Orientação Educacional nas Escolas e a abertura de cursos que cuidavam da formação do Orientador Educacional.

PERÍODO TRANSFORMADOR – 1961 a 1970

A lei nº 4024/61 com uma caracterização educativa, traz a profi ssionalização dos que atuam na área através da Lei 5540/48.

Iniciam-se os seminários, encontros e congressos da área.

Nesta década, houve o “boom” da educação como responsável para alavancar o desenvolvimento do país.

Ainda não havia grêmios. E os teatros, festivais não eram bem vistos na escola.

PERÍODO DISCIPLINADOR – De 1971 a 1980

Mais uma lei, a de nº 5692/71- determinando o aconselhamento vocacional e o Decreto nº 72846/73, que regula a lei que trata do exercício da profi ssão do Orientador Educacional . Na década de 70, as teorias pedagógicas de ALTHUSSER e BOURDIER, PASSERON estavam sendo estudadas, verdadeira ebulição educacional.

PERÍODO QUESTIONADOR – Década de 1980.

Época de questionamentos da formação e prática dos Orientadores Educacionais. Este profi ssio-nal que é parte integrante da Escola, inclusive como protagonista.

Há a organização dos Orientadores Educacionais nos sindicatos. A educação passa a ser um ato político na sociedade.

PERÍODO ORIENTADOR – a partir de 1990.

Muitas inquietações sobre a prática e o futuro do Orientador Educacional. E inserido no novo contexto educacional, social, político e histórico.

Ressalta, mais uma vez, GRISPUN a associação da Educação com a Orientação, pois o conceito etimológico de educação – EDUCARE, está intimamente ligado a Orientação, isto é, refere-se a orientar, guiar, conduzir o indivíduo.

ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA – Como já dissemos, a prática dos Orientadores Educa-cionais está determinada no Decreto nº 72846/73, e nos artigos 8º e 9º, as atribuições privativas e não privativas do Orientador Educacional.

Mas..., as evoluções acontecem.

Através da evolução da Orientação Educacional, ressalta-se a base de andar integrada ao projeto pedagógico da Escola e com uma atuação crítica.

Também podemos visualizar esta evolução com a “leitura” de DERMEVAL SAVIANE, segundo o qual, a evolução ocorre nos seguintes períodos:

Fundamentos da Orientação Educacional 11

Até 1930 – concepção humanística tradicional.

De 1930 a 1945 – equilíbrio entre a concepção humanista tradicional e humanista moderna.

De 1945 a 1960 – concepção humanista moderna.

De 1945 a 1968 – articulação tecnicista.

A partir de 68 – tendência tecnicista predominante.

CONTEXTO SÓCIO-EDUCACIONAL

Antigamente, a atuação do Orientador Educacional se restringia ao S.O.E (Serviço de Orientação Educacional) onde teríamos informações sobre os perfi s de alunos,turmas, testes, sociogramas, etc.

Atualmente, é uma prática mais ampla, em toda a escola, através de uma integração com os outros elementos educativos.

Deve-se estar atento às singularidades, juntar esforços no sentido de desenvolver o aprendizado, o conhecimento atento ao contexto-sócio educacional.

Sugiro a leitura de alguns trabalhos de BAKTIN, VIGOTSKY e BENJAMIN.

A auto-estima e auto-realização são questões que continuam sendo estimuladas. Esta interdiscipli-naridade é necessária para a formação do aluno como cidadão. “

Os alunos devem participar, ativamente, como sujeitos e não como coisas” – BAKTIN – Processo de formação.

O educando no contexto educacional recebe infl uências fi siológicas, cognitivas, afetiva, social, eco-nômica. E, por este motivo, deve atuar integrado no contexto da teoria da Educação.

Atualmente, a Orientação Educacional tem uma ampliação pedagógica completa. Atua como me-diadora junto aos seus pares, tem uma atuação efetiva na formação da cidadania e foco coletivo.

A Orientação Educacional segundo GRISPUN deve estar comprometida com:

a) a construção do conhecimento;

b) atenta a realidade da qual está inserida;

c) atua de acordo com a prática pedagógica;

d) está atenta ao papel social;

e) diversidade da educação e participar efetivamente do Projeto Político Pedagógico da escola.

TENDÊNCIAS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

Segundo LIBÂNEO, as tendências educacionais são:

1- EDUCAÇÃO TRADICIONAL – a Orientação Educacional caracteriza-se pela ação terapêu-tica e psicológica / alunos -problemas. Utilizava-se testes.

2- EDUCAÇÃO RENOVADA PROGRESSIVISTA – a Orientação Educacional visava o de-senvolvimento cognitivo do aluno.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT12

3- EDUCAÇÃO NÃO DIRETIVA - a Orientação Educacional tinha a função de “facilitador de mudança” . ( ROGERS).

4- EDUCAÇÃO TECNICISTA – o Orientador Educacional visava o mercado de trabalho.

5- EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA – o Orientador Educacional discutia relações de poder.

6- EDUCAÇÃO LEBERTADORA – a Orientação Educacional visa entender o mundo real dos alunos, sendo vistos como indivíduos históricos, concretos, reais. Havia diálogo.

7- EDUCAÇÃO CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS – a Orientação Educacional visava preparar o aluno para o mundo adulto.

Ou seja, podemos dizer que a Orientação Educacional acompanhou a evolução da educação.

A Orientação Educacional busca, no decorrer dos tempos, atuar de forma mais integrada, amplian-do conhecimentos para uma atuação efi caz no contexto no qual está inserida.

Discutindo diversidade, refl etindo sobre a sociedade e a participação efetiva de cidadãos melhores.

Há uma intenção em rever os conteúdos que fundamentam a formação de professores e especia-listas em educação, visando uma atuação mais efi caz desses profi ssionais.

Necessitamos discutir currículos, avaliar a aprendizagem, refl etir criticamente a realidade social, po-lítica e econômica do país, estudar constantemente em busca de novas práticas onde nossa contribuição seja crescente e nos afaste cada vez mais da inconstância da nossa atuação perante o processo educativo.

Aumentando as Competências e habilidades do profi ssional da Orientação Educacional, tornare-mos, cada vez mais, a Orientação Educacional um processo ativo e dinâmico. Com a compreensão do ponto de vista cognitivo (conhecimento), afetivo (valores e idéias ) e de inserção social.

Só assim o aluno será capaz de realizar a sua leitura de mundo.

Como diz VIGOTSKY, a linguagem é, principalmente, comunicação consigo mesmo.

Na verdade, a educação tem uma função social grande. Através desta interação que formam cida-dãos conscientes e críticos.

Continuamos na linha construtivista, assim denominada por PIAGET, onde há interação entre sujeito e realidade. Para PIAGET, a AÇÃO é algo básico para o conhecimento da realidade.

Continuamos, também, com VIGOTSKY, que valoriza a linguagem para estruturar o pensamento e o meio social para o processo de comunicação.

Na verdade, as várias abordagens se complementam. E a Orientação Educacional focada nos meios para que este aluno se torne um ser completo dentro do contexto educacional. É um processo contínuo e permanente.

Atividade Complementar

METACOGNIÇÃO

1- Construa uma “linha de tempo” mostrando a trajetória da Orientação Educacional.

Fundamentos da Orientação Educacional 13

2- Compare as linhas de pesquisa da Orientação Educacional e veja em qual Orientação Educacio-nal atual se encaixa.

3- Em que circunstâncias o contexto-sócio-educacional infl uencia na prática do Orientador Educacional?

4-Estabeleça relações entre as linhas de pesquisa para fundamentação da Orientação Educacional.

5- Como as tendências da Orientação Educacional brasileira infl uenciam a sua atuação profi ssional?

ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

POLÍTICAS PÚBLICAS DA EDUCAÇÃO

Sempre rodeada de impasses, limites e desafi os.

Em 1960, a Orientação Educacional iniciou-se nas escolas. No Brasil, em 1931; e em 1934, no Rio de Janeiro.

Segundo JOSÉ DO PRADO MARTINS, nos documentos legais a Orientação Educacional apa-rece com a seguinte cronologia:

• 1942 – A Lei CAPANEMA traça as diretrizes para a Orientação Educacional nas escolas secun-dárias, defi nindo as funções do Orientador Educacional.

• 1943 – A Lei Orgânica do Ensino Comercial cria a Orientação Educacional e a Orientação Pro-fi ssional nas escolas do comércio.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT14

• 1968- A Lei nº 5564 diz: “A Orientação Educacional se destina a assistir o educando individu-almente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário,visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem infl uência em sua formação e preparação para o exercício das opções básicas. Regulamenta a profi ssão do Orientador Educacional.

• 1971 – A Lei nº 5692 no seu artigo 10 Será instituída obrigatoriamente a Orientação Educacio-nal, incluindo o aconselhamento vocacional em cooperação com os professores, família / comunidade. Tornou obrigatório a Orientação Educacional nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus.

• 1973 – Decreto –lei 72846/73 – defi niu as atribuições do Orientador Educacional.

• Década de 80 - várias refl exões, país em ebulição política e econômica.

• Década de 90 - surge a representatividade através de uma Confederação.

• Lei de 9394/96 - Década de 96 – Não traz mais a obrigatoriedade da Orientação.

Atualmente, a Orientação Educacional tem como paradigma:

• A Orientação Educacional mais comum é a centrada na escola.

• Não se reconhece a Orientação Educacional no 3º grau

• A Orientação Educacional deverá englobar a Orientação Educacional e a Vocacional

• Sua atuação deve ser integrada coma escola, família e a comunidade.

LEGISLAÇÃO VIGENTE / LEIS DE DIRETRIZES E BASE (LDB)

Está diminuindo a gestão do Estado na promoção das políticas sociais. As transformações no mundo do trabalho, os processos produtivos, as relações sociais, infl uenciam as mudanças. Existe a glo-balização, o neoliberalismo, a desregulação estatal.

Palavras como excelência, competência, competitividade fazem parte do social educacional hoje.

Vamos conhecer a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente:

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Lei no 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e legislação correlata.

LEI No 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996

TÍTULO I

DA EDUCAÇÃO

TÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL

TÍTULO III

DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR .

Fundamentos da Orientação Educacional 15

TÍTULO IV

DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

TÍTULO V

DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO

CAPÍTULO I

DA COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS ESCOLARES

CAPÍTULO II

DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SEÇÃO I

Das Disposições Gerais

SEÇÃO II

Da Educação Infantil

SEÇÃO III

Do Ensino Fundamental

SEÇÃO IV

Do Ensino Médio

SEÇÃO V

Da Educação de Jovens e Adultos .

CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CAPÍTULO IV

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR .

CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL .

TÍTULO VI

DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

TÍTULO VII

DOS RECURSOS FINANCEIROS

TÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

TÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

LEGISLAÇÃO CORRELATA

Constituição da República Federativa do Brasil-1988

LEI No 9.424, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1996

FTC EAD | PEDAGOGIAFT16

Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valori-zação do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7o, do Ato das Disposições Constitucionais Transi-tórias, e dá outras providências.

DECRETO No 2.264, DE 27 DE JUNHO DE 1997

Regulamenta a Lei no 9.424, de 24 de dezembro de 1996, no âmbito federal, e determina outras providências.

DECRETO No 3.860, DE 9 DE JULHO DE 2001

Dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições, e dá outras providências.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 5

LEI NO 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961

Estabelece as diretrizes e bases da ducação nacional.

TÍTULO I

DA EDUCAÇÃO

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convi-vência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

TÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fi nalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho.

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

1 Publicada no Diário Ofi cial da União de 23 de dezembro de 1996.

6 Câmara dos Deputados

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi ciais;

VII - valorização do profi ssional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;

Fundamentos da Orientação Educacional 17

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

TÍTULO III

DO DIREITO À EDUCAÇÃO E DO DEVER DE EDUCAR

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condi-ções de acesso e permanência na escola;

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 7

VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suple-mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;

IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, defi nidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.

Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.

§ 1º Compete aos estados e aos municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:

I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;

II - fazer-lhes a chamada pública;

III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

§ 2º Em todas as esferas administrativas, o poder público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.

§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2o do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.

§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.

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§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o poder público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior.

8 Câmara dos Deputados

2Art. 6º É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental.

Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino;

II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo poder público;

III - capacidade de autofi nanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal.

TÍTULO IV

DA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Art. 8º A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão, em regime de colabo-ração, os respectivos sistemas de ensino.

§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes ní-veis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.

§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta lei.

3Art. 9º A União incumbir-se-á de:

I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os estados, o Distrito Fe-deral e os municípios;

II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições ofi ciais do sistema federal de ensino e o dos territórios;

III - prestar assistência técnica e fi nanceira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;

2 Artigo com nova redação dada pela Lei no 11.114, de 16-5-2005 (DOU de 17-5-2005).

3 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9

IV - estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;

V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;

VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, mé-dio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a defi nição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;

VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a coo-peração dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;

4IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das ins-tituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.

Fundamentos da Orientação Educacional 19

§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normati-vas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.

§ 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.

§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.

Art. 10. Os estados incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições ofi ciais dos seus sistemas de ensino;

4 A Lei no 10.870, de 19-5-2004 (DOU de 20-5-2004), institui Taxa de Avaliação in loco, em favor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelas avaliações perió-dicas que realizar, quando formulada solicitação de credenciamento ou renovação de credenciamento de instituição de educação superior e solicitação de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhe-cimento de cursos de graduação.

10 Câmara dos Deputados

II - defi nir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos fi nanceiros disponíveis em cada uma dessas esferas do poder público;

III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus municípios;

IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das insti-tuições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio.

5VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.

Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos estados e aos municípios.

Art. 11. Os municípios incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições ofi ciais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos estados;

II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;

III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamen-tal, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

5 Inciso acrescido pela Lei no 10.709, de 31-7-2003 (DOU de 1-8-2003).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 11

6VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.

Parágrafo único. Os municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT20

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de en-sino, terão a incumbência de:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e fi nanceiros;

III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;

VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da socie-dade com a escola;

VII - informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica;

7VIII - notifi car ao conselho tutelar do município, ao juiz competente da comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;

6 Inciso acrescido pela Lei no 10.709, de 31-7-2003 (DOU de 1-8-2003).

7 Inciso acrescido pela Lei no 10.287, de 20-9-2001 (DOU de 21-9-2001).

12 Câmara dos Deputados

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos perío-dos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profi ssional;

VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Art. 14. Os sistemas de ensino defi nirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profi ssionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão fi nanceira, obser-vadas as normas gerais de direito fi nanceiro público.

Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:

I - as instituições de ensino mantidas pela União;

II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III - os órgãos federais de educação.

Art. 17. Os sistemas de ensino dos estados e do Distrito Federal compreendem:

I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo poder público estadual e pelo Distrito Federal;

Fundamentos da Orientação Educacional 21

II - as instituições de educação superior mantidas pelo poder público municipal;

III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;

IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 13

Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.

Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:

I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo poder público municipal;

II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;

III - os órgãos municipais de educação.

Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classifi cam-se nas seguintes categorias administrativas:

I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo poder público;

II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:

I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;

8II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais, professores e alunos, que incluam em sua entidade mantenedora representantes da comunidade;

III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específi cas e ao disposto no inciso anterior;

IV - fi lantrópicas, na forma da lei.

8 Inciso com nova redação dada pela Lei no 11.183, de 5-10-2005 (DOU de 6-10-2005).

14 Câmara dos Deputados

TÍTULO V

DOS NÍVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO

CAPÍTULO I

DA COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS ESCOLARES

Art. 21 A educação escolar compõe-se de:

I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio;

II - educação superior.

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CAPÍTULO II

DA EDUCAÇÃO BÁSICA

SEÇÃO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22 A educação básica tem por fi nalidades desenvolver o educando, assegurar- lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

§ 1º A escola poderá reclassifi car os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre esta-belecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.

§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta lei.

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 15

I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames fi nais, quando houver;

II - a classifi cação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita:

a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;

b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;

c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defi na o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;

III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode ad-mitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;

IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;

V - a verifi cação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualita-tivos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas fi nais;

b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;

c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verifi cação do aprendizado;

d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os ca-sos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

VI - o controle de freqüência fi ca a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino.

Fundamentos da Orientação Educacional 23

Câmara dos Deputados gida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;

VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certifi cados de conclusão de cursos, com as especifi cações cabíveis.

Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.

Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições disponíveis e das ca-racterísticas regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.

Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversifi cada, exigi-da pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.

§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.

§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educa-ção básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

9§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obri-gatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno:

I - que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;

II - maior de trinta anos de idade;

III - que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física;

IV - amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;

9 Parágrafo com nova redação dada pela Lei no 10.793, de 1-12-2003 (DOU de 2-12-2003)

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 17

V - (vetado.)

VI - que tenha prole.

§ 4º O ensino da história do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.

§ 5º Na parte diversifi cada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha fi cará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.

10Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, ofi ciais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro- Brasileira.

§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

§ 3º (Vetado.)

Art. 27.Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:

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I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;

II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;

III - orientação para o trabalho;

IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.

10 Artigo acrescido pela Lei no 10.639, de 9-1-2003 (DOU de 10-1-2003).

18 Câmara dos Deputados

Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:

I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrí-cola e às condições climáticas;

III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.

SEÇÃO II

DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como fi nalidade o desenvolvi-mento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:

I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II - (vetado). Pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

SEÇÃO III

DO ENSINO FUNDAMENTAL

11Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na es-cola pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

11 Caput com nova redação dada pela Lei no 11.114, de 16-5-2005 (DOU de 17-5-2005).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 19

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conheci-mentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.

§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino funda-

Fundamentos da Orientação Educacional 25

mental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendiza-gem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.

§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunida-des indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complemen-tação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

12Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do ci-dadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a defi nição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.

§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações reli-giosas, para a defi nição dos conteúdos do ensino religioso.

12 Artigo com nova redação dada pela Lei no 9.475, de 22-7-1997 (DOU de 23-7-1997).

20 Câmara dos Deputados

Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.

§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas nesta lei.

§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.

SEÇÃO IV

DO ENSINO MÉDIO

Art. 35. O ensino médio, etapa fi nal da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como fi nalidades:

I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com fl exibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desen-volvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científi co-tecnológicos dos processos produtivos, relacio-nando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste capítulo e as seguintes diretrizes:

I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do signifi cado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;

II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 21

III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela co-munidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.

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§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao fi nal do ensino médio o educando demonstre:

I - domínio dos princípios científi cos e tecnológicos que presidem a produção moderna;

II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;

III - domínio dos conhecimentos de fi losofi a e de sociologia necessários ao exercício da cidadania.

13§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profi ssões técnicas.

§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos.

§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profi ssional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições espe-cializadas em educação profi ssional.

SEÇÃO V

DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continui-dade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as característi-cas do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

13 Parágrafo regulamentado pelo Decreto no 5.154, de 23-7-2004 (DOU de 26-7-2004).

22 Câmara dos Deputados

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:

I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;

II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.

§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferi-dos e reconhecidos mediante exames.

CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

14Art. 39. A educação profi ssional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciên-cia e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.

Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profi ssional.

15Art. 40. A educação profi ssional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho.

16Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profi ssional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certifi cação para prosseguimento ou conclusão de estudos.

Fundamentos da Orientação Educacional 27

Parágrafo único. Os diplomas de cursos de educação profi ssional de nível médio, quando registra-dos, terão validade nacional.

14 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.154, de 23-7-2004 (DOU de 26-7-2004).

15 Idem.

16 Idem.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 23

Art. 42. As escolas técnicas e profi ssionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos espe-ciais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessaria-mente ao nível de escolaridade.

CAPÍTULO IV

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Art. 43. A educação superior tem por fi nalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científi co e do pensamento refl exivo;

II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profi ssio-nais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científi ca, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científi cos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profi ssional e possibilitar a corres-pondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelec-tual sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regio-nais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científi ca e tecnológica geradas na instituição.

17Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:

17 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001).

24 Câmara dos Deputados

I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;

II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classifi cados em processo seletivo;

III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especia-lização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que aten-dam às exigências das instituições de ensino;

IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.

Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou priva-

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das, com variados graus de abrangência ou especialização.

18 19Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação.

20§ 1º Após um prazo para saneamento de defi ciências eventualmente identifi cadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da auto-nomia, ou em descredenciamento.

§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das defi ciências.

Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, du-zentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames fi nais, quando houver.

18 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001).

19 A Lei no 10.870, de 19-5-2004 (DOU de 20-5-2004), institui Taxa de Avaliação in loco, em favor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelas avaliações perió-dicas que realizar, quando formulada solicitação de credenciamento ou renovação de credenciamento de instituição de educação superior e solicitação de autorização, reconhecimento ou renovação de reconhe-cimento de cursos de graduação.

20 A Taxa de Avaliação in loco de que trata a Lei no 10.870, de 19-5-2004 (DOU de 20-5-2004), será também devida no caso da reavaliação de que trata este parágrafo.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-25

§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualifi cação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições.

§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específi cos, aplicados por banca examinadora especial, pode-rão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.

§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância.

§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.

Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacio-nal como prova da formação recebida por seu titular.

§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles con-feridos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.

§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesm nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.

§ 3º Os diplomas de mestrado e de doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.

22 Parágrafo regulamentado pela Lei no 9.536, de 11-12-1997 (DOU de 12-12-1997).

26 Câmara dos Deputados

Fundamentos da Orientação Educacional 29

Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos afi ns, na hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.

21Parágrafo único. As transferências ex offi cio dar-se-ão na forma da lei.

Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com provei-to, mediante processo seletivo prévio.

Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.

22Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profi ssionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:

I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científi co e cultural, quanto regional e nacional;

II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;

III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.

Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber.

Art. 53 No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:

23I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;

21 Parágrafo regulamentado pela Lei no 9.536, de 11-12-1997 (DOU de 12-12-1997)

22 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001).

23 Conforme o parágrafo 2o do art. 10 do Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001), a autoLDB:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 27

II - fi xar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;

III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão;

IV - fi xar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio;

V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes;

VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;

VII - fi rmar contratos, acordos e convênios;

VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, servi-ços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;

IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;

X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação fi nanceira resultante de convê-nios com entidades públicas e privadas.

Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científi ca das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:

I - criação, expansão, modifi cação e extinção de cursos;

FTC EAD | PEDAGOGIAFT30

II - ampliação e diminuição de vagas;

III - elaboração da programação dos cursos;

IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;

V - contratação e dispensa de professores;

VI - planos de carreira docente.

Art. 54. As universidades mantidas pelo poder público gozarão, na forma da lei, de estatuto ju-rídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e fi nanciamento pelo poder público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.

28 Câmara dos Deputados

§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as uni-versidades públicas poderão:

I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis;

II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes;

III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor;

IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;

V - adotar regime fi nanceiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento;

VI - realizar operações de crédito ou de fi nanciamento, com aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos;

VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, fi nan-ceira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.

§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualifi cação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo poder público.

Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos sufi cientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas.

Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão demo-crática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.

Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modifi cações estatutárias e regi-mentais, bem como da escolha de dirigentes.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 29

24Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor fi cará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.

CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

Fundamentos da Orientação Educacional 31

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específi cas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes co-muns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específi cos, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específi ca para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas defi ciências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articu-lação com os órgãos ofi ciais afi ns, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

24 Conforme o art. 3º do Decreto no 2.668, de 13-7-1998 (de 14-7-1998), aos docentes servidores ocupantes de cargo em comissão e função de confi ança não se aplica o disposto neste artigo.

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o res-pectivo nível do ensino regular.

Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fi ns lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fi ns de apoio técnico e fi nanceiro pelo poder público.

Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendi-mento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independen-temente do apoio às instituições previstas neste artigo.

TÍTULO VI

DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

25Art. 61. A formação de profi ssionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos:

I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;

II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.

26Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

27Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:

FTC EAD | PEDAGOGIAFT32

25 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.276, de 6-12-1999 (DOU de 7-12-1999).

26 Idem.

27 Idem.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 31

I - cursos formadores de profi ssionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, des-tinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental;

II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica;

III - programas de educação continuada para os profi ssionais de educação dos diversos níveis.

Art. 64. A formação de profi ssionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em peda-gogia ou em nível de pósgraduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas.

Art. 66. A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.

Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em área afi m, poderá suprir a exigência de título acadêmico.

Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profi ssionais da educação, asseguran-do-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

II - aperfeiçoamento profi ssional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fi m;

III - piso salarial profi ssional;

IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;

V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;

32 Câmara dos Deputados

VI - condições adequadas de trabalho.

Parágrafo único. A experiência docente é pré-requisito para o exercício profi ssional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.

TÍTULO VII

DOS RECURSOS FINANCEIROS

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de:

I - receita de impostos próprios da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

II - receita de transferências constitucionais e outras transferências;

III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;

IV - receita de incentivos fi scais;

V - outros recursos previstos em lei.

Fundamentos da Orientação Educacional 33

Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito Federal e os municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou leis orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e de-senvolvimento do ensino público.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, ou pelos estados aos respectivos municípios, não será considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos mencionadas neste artigo as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária de impostos.

§ 3º Para fi xação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos neste artigo, será con-siderada a receita estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 33

§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do exercício fi nanceiro.

§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, observados os seguintes prazos:

I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia;

II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;

III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo dia do mês subseqüente.

§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.

Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas reali-zadas com vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se destinam a:

I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profi ssionais da educação;

II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos neces-sários ao ensino;

III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;

IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;

V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino;

VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;

VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;

34 Câmara dos Deputados

VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de programas de transporte escolar.

Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:

I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;

FTC EAD | PEDAGOGIAFT34

II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;

III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;

IV - programas suplementares de alimentação, assistência médicoodontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social;

V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para benefi ciar direta ou indiretamente a rede escolar;

VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em ati-vidade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do poder público, assim como nos relatórios a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição Federal.

Art. 73. Os órgãos fi scalizadores examinarão, prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Dispo-sições Constitucionais Transitórias e na legislação concernente.

Art. 74. A União, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios, estabelecerá padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade

Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo será calculado pela União ao fi nal de cada ano, com validade para o ano subseqüente,

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 35 considerando variações regionais no cus-to dos insumos e as diversas modalidades de ensino.

Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino.

§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a fórmula de domínio público que inclua a ca-pacidade de atendimento e a medida do esforço fi scal do respectivo estado, do Distrito Federal ou do município em favor da manutenção e do desenvolvimento do ensino.

§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo será defi nida pela razão entre os recursos de uso constitucionalmente obrigatório na manutenção e desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo de qualidade.

§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1o e 2o, a União poderá fazer a transferência direta de recur-sos a cada estabelecimento de ensino, considerado o número de alunos que efetivamente freqüentam a escola.

§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, dos es-tados e dos municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V do art. 11 desta lei, em número inferior à sua capacidade de atendimento.

Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no artigo anterior fi cará condicionada ao efetivo cumprimento pelos estados, Distrito Federal e municípios do disposto nesta lei, sem prejuízo de outras prescrições legais.

Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas que:

I - comprovem fi nalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonifi cações, par-ticipações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;

II - apliquem seus excedentes fi nanceiros em educação;

36 Câmara dos Deputados

Fundamentos da Orientação Educacional 35

III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, fi lantrópica ou confes-sional, ou ao poder público, no caso de encerramento de suas atividades;

IV - prestem contas ao poder público dos recursos recebidos.

§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma da lei, para os que demonstrarem insufi ciência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública de domicílio do educando, fi cando o poder público obrigado a investir prioritariamente na expansão da sua rede local.

§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio fi nanceiro do poder público, inclusive mediante bolsas de estudo.

TÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:

I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafi rmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;

II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técni-cos e científi cos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.

Art. 79. A União apoiará técnica e fi nanceiramente os sistemas de ensino no provimento da educa-ção intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa.

§ 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades indígenas.

§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos:

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 37

I - fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna de cada comunidade indígena;

II - manter programas de formação de pessoal especializado, destinado à educação escolar nas comunidades indígenas;

III - desenvolver currículos e programas específi cos, neles incluindo os conteúdos culturais corres-pondentes às respectivas comunidades;

IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específi co e diferenciado.

28Art. 79-A. (Vetado.)

29Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.

30Art. 80. O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por institui-ções especifi camente credenciadas pela União.

§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relati-vos a cursos de educação a distância.

31§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a

FTC EAD | PEDAGOGIAFT36

autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver coope-ração e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

28 Artigo acrescido pela Lei no 10.639, de 9-1-2003 (DOU de 10-1-2003).

29 Idem.

30 Artigo regulamentado pelo Decreto no 2.494, de 10-2-1998 (DOU de 11-2-1998).

31 Parágrafo regulamentado pelo Decreto no 3.860, de 9-7-2001 (DOU de 10-7-2001).

32 A Lei no 11.129, de 30-6-2005 (DOU de 1-7-2005), em seu art. 1o, instituiu o Programa Nacio-nal de Inclusão de Jovens (ProJovem), destinado a executar ações integradas que propiciem aos jovens brasileiros, na forma de curso previsto neste artigo, elevação do grau de escolaridade, qualifi cação profi s-sional e desenvolvimento de ações comunitárias.

38 Câmara dos Deputados

I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II - concessão de canais com fi nalidades exclusivamente educativas;

III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público, pelos concessionários de canais comerciais.

33Art. 81. É permitida a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais, desde que obedecidas as disposições desta lei.

Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas para realização dos estágios dos alunos regularmente matriculados no ensino médio ou superior em sua jurisdição.

Parágrafo único. O estágio realizado nas condições deste artigo não estabelece vínculo emprega-tício, podendo o estagiário receber bolsa de estágio, estar segurado contra acidentes e ter a cobertura previdenciária prevista na legislação específi ca.

Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específi ca, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fi xadas pelos sistemas de ensino.

Art. 84. Os discentes da educação superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pes-quisa pelas respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos.

Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocu-pado por professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Art. 86. As instituições de educação superior constituídas como universidades integrar-se-ão, tam-bém, na sua condição de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação específi ca.

TÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 39

Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta lei.

§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta lei, encaminhará, ao Congresso

Fundamentos da Orientação Educacional 37

Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

§ 2º O poder público deverá recensear os educandos no ensino fundamental, com especial atenção para os grupos de sete a quatorze e de quinze a dezesseis anos de idade.

§ 3º Cada município e, supletivamente, o estado e a União, deverá:

33I - matricular todos os educandos a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental, aten-didas as seguintes condições no âmbito de cada sistema de ensino:

a) plena observância das condições de oferta fi xadas por esta lei, no caso de todas as redes escolares;

b) atingimento de taxa líquida de escolarização de pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) da faixa etária de sete a catorze anos, no caso das redes escolares públicas; e

c) não redução média de recursos por aluno do ensino fundamental na respectiva rede pública, resultante da incorporação dos alunos de seis anos de idade;

II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e adultos insufi cientemente escolarizados;

III - realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação a distância;

IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino fundamental do seu território ao sistema nacio-nal de avaliação do rendimento escolar.

§ 4º Até o fi m da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço.

33 Inciso com nova redação dada pela Lei no 11.114, de 16-5-2005 (DOU de 17-5-2005).

40 Câmara dos Deputados

§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral.

§ 6º A assistência fi nanceira da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, bem como a dos estados aos seus municípios, fi cam condicionadas ao cumprimento do art. 212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes pelos governos benefi ciados.

Art. 88. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios adaptarão sua legislação educacio-nal e de ensino às disposições desta lei no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua publicação.

§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e regimentos aos dispositivos desta lei e às normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes estabelecidos.

§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos incisos

II e III do art. 52 é de oito anos.

Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino.

Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime anterior e o que se institui nesta lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a autonomia universitária.

Art. 91. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nos 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968, não alteradas pelas Leis nos 9.131, de 24 de novembro de 1995, e 9.192, de 21 de dezembro de 1995, e, ainda, as Leis nos 5.692, de 11 de agosto de 1971, e 7.044, de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos-lei que as modifi caram e quaisquer outras disposições em contrário.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT38

Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza

LEGISLAÇÃO CORRELATA

42 Câmara dos Deputados

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

1988

.......................................................................................................

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

.......................................................................................................

CAPÍTULO VI

DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos estados nem no Distrito Federal, exceto para:

.......................................................................................................

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

.......................................................................................................

34e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

..............................................................................................

TÍTULO VIII

DA ORDEM SOCIAL

.......................................................................................................

34 Alínea acrescida pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de 13-9-1996), com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 29, de 13-9-2000 (DOU de 14-9-2000).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 43

CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

SEÇÃO I

DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exer-cício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

Fundamentos da Orientação Educacional 39

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi ciais;

35V - valorização dos profi ssionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profi ssional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científi ca, administrativa e de gestão fi nan-ceira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

36§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

37§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científi ca e tecnológica.

35 Inciso com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 19, de 4-6-1998 (DOU de 5-6-1998).

36 Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional no 11, de 30-4-1996 (DOU de 2-5-1996).

37 Idem.

44 Câmara dos Deputados

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

38I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para to-dos os que a ele não tiverem acesso na idade própria;

39II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de defi ciência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-dade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a cha-mada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo poder público.

38 Inciso com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de 13-9-1996).

39 Idem.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 45

FTC EAD | PEDAGOGIAFT40

Art. 210. Serão fi xados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunida-des indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão em regime de cola-boração seus sistemas de ensino.

40§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos territórios, fi nanciará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e fi nanceira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios.

41§ 2º Os municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

42§ 3º Os estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.

43§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os estados e os municípios defi nirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os estados, o Distrito Federal e os municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

40 Parágrafo com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de

13-9-1996).

41 Idem.

42 Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de 13-9-1996).

43 Idem.

46 Câmara dos Deputados

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, ou pelos estados aos respectivos municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão fi nanciados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

44§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de fi nanciamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou fi lantrópicas, defi nidas em lei, que:

I - comprovem fi nalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes fi nanceiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, fi lantrópica ou confes-sional, ou ao poder público, no caso de encerramento de suas atividades.

Fundamentos da Orientação Educacional 41

§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insufi ciência de recursos, quando hou-ver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, fi cando o poder público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

44 Parágrafo com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de 13-9-1996).

LDB ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 47 )

§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do poder público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articu-lação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam à:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científi ca e tecnológica do País.

.......................................................................................................__

ATO DAS DISPOSIÇÕES

CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

.......................................................................................................

45Art. 60. Nos dez primeiros anos da promulgação desta emenda, os estados, o Distrito Federal e os municípios destinarão não menos de sessenta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal, à manutenção e ao desenvolvimento do ensino fundamental, com o objetivo de assegurar a universalização de seu atendimento e a remuneração condigna do magistério.

§ 1º A distribuição de responsabilidades e recursos entre os estados e seus municípios a ser concretizada com parte dos recursos defi nidos neste artigo, na forma do disposto no art. 211 da Constituição Federal, é assegurada mediante a criação, no âmbito de cada estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, de natureza contábil.

§ 2º O fundo referido no parágrafo anterior será constituído por, pelo menos, quinze por cento dos recursos a que se referem os arts. 155, inciso

45 Artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional no 14, de 12-9-1996 (DOU de 13-9-1996).

48 Câmara dos Deputados

II; 158, inciso IV; e 159, inciso I, alíneas a e b, e inciso II, da Constituição Federal, e será distribuído entre cada estado e seus municípios, proporcionalmente ao número de alunos nas res-pectivas redes de ensino fundamental.

§ 3º A União complementará os recursos dos fundos a que se refere o

§ 1º, sempre que, em cada estado e no Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo defi nido nacionalmente.

§ 4º A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios ajustarão progressivamente, em um

FTC EAD | PEDAGOGIAFT42

prazo de cinco anos, suas contribuições ao fundo, de forma a garantir um valor por aluno correspondente a um padrão mínimo de qualidade de ensino, defi nido nacionalmente.

§ 5º Uma proporção não inferior a sessenta por cento dos recursos de cada fundo referido no § 1o será destinada ao pagamento dos professores do ensino fundamental em efetivo exercício no magistério.

§ 6º A União aplicará na erradicação do analfabetismo e na manutenção e no desenvolvimento do ensino fundamental, inclusive na complementação a que se refere o § 3o, nunca menos que o equivalente a trinta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal.

§ 7º A lei disporá sobre a organização dos fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, sua fi scalização e controle, bem como sobre a forma de cálculo do valor mínimo nacional por aluno.

.......................................................................................................

LDB ( Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 49 )

LEI NO 9.424, DE 24 DE DEZEMBRO DE 199646 47

Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valori-zação do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7o, do Ato das Disposições Constitucionais Transi-tórias, e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1o É instituído, no âmbito de cada estado e do Distrito Federal, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o qual terá natureza contábil e será implantado, automaticamente, a partir de 1o de janeiro de 1998.

§ 1º O fundo referido neste artigo será composto por quinze por cento dos recursos:

I - da parcela do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), devida ao Distrito Federal, aos estados e aos municípios, conforme dispõe o art. 155, inciso II, combinado com o art. 158, inciso IV, da Constituição Federal;

II - do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e dos Municípios (FPM), previstos no art. 159, inciso I, alíneas a e b, da Constituição Federal, e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966; e

III - da parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) devida aos estados e ao Distrito Federal, na forma do art. 159, inciso II, da Constituição Federal e da Lei Complementar no 61, de 26 de dezembro de 1989.

§ 2º Inclui-se na base de cálculo do valor a que se refere o inciso I do parágrafo anterior o mon-tante de recursos fi nanceiros transferidos, em mo-

46 Publicada no Diário Ofi cial da União de 26 de dezembro de 1996.

47 Regulamentada pelo Decreto no 2.264, de 27-6-1997 (DOU de 28-6-1997).

50 Câmara dos Deputados eda, pela União aos estados, Distrito Federal e municípios a título de compensação fi nanceira pela perda de receitas decorrentes da desoneração das exportações, nos termos da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, bem como de outras compensações da mesma natureza que vierem a ser instituídas.

§ 3º Integra os recursos do fundo a que se refere este artigo a complementação da União, quando for o caso, na forma prevista no art. 6o.

§ 4º A implantação do fundo poderá ser antecipada em relação à data prevista neste artigo, median-te lei no âmbito de cada estado e do Distrito Federal.

Fundamentos da Orientação Educacional 43

§ 5º No exercício de 1997, a União dará prioridade, para concessão de assistência fi nanceira, na forma prevista no art. 211, § 1o, da Constituição Federal, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios nos quais a implantação do fundo for antecipada na forma prevista no parágrafo anterior.

Art. 2º Os recursos do fundo serão aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino funda-mental público, e na valorização de seu magistério.

§ 1º A distribuição dos recursos, no âmbito de cada estado e do Distrito Federal, dar-se-á, entre o governo estadual e os governos municipais, na proporção do número de alunos matriculados anualmente nas escolas cadastradas das respectivas redes de ensino, considerando-se para esse fi m:

I - as matrículas da 1a a 8a séries do ensino fundamental;

II - (vetado.)

§ 2º A distribuição a que se refere o parágrafo anterior, a partir de 1998, deverá considerar, ainda, a diferenciação de custo por aluno, segundo os níveis de ensino e tipos de estabelecimento, adotando-se a metodologia de cálculo e as correspondentes ponderações, de acordo com os seguintes componentes:

I - 1a a 4a séries;

II - 5a a 8a séries;

III - estabelecimentos de ensino especial;

IV - escolas rurais.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 51

§ 3º Para efeitos dos cálculos mencionados no § 1o, serão computadas exclusivamente as matrículas do ensino presencial.

§ 4º O Ministério da Educação e do Desporto (MEC) realizará, anualmente, censo educacional, cujos dados serão publicados no Diário Ofi cial da União e constituirão a base para fi xar a proporção prevista no § 1º.

§ 5º Os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão, no prazo de trinta dias da publicação referida no parágrafo anterior, apresentar recurso para retifi cação dos dados publicados.

§ 6º É vedada a utilização dos recursos do fundo como garantia de operações de crédito internas e externas, contraídas pelos governos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, admitida somente sua utilização como contrapartida em operações que se destinem, exclusivamente, ao fi nancia-mento de projetos e programas do ensino fundamental.

Art. 3º Os recursos do fundo previstos no art. 1o serão repassados, automaticamente, para contas únicas e específi cas dos governos estaduais, do Distrito Federal e dos municípios, vinculadas ao fundo, instituídas para esse fi m e mantidas na instituição fi nanceira de que trata o art. 93 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966.

§ 1º Os repasses ao fundo, provenientes das participações a que se refere o art. 159, inciso I, alí-neas a e b, e inciso II, da Constituição Federal, constarão dos orçamentos da União, dos estados e do Distrito Federal, e serão creditados pela União em favor dos governos estaduais, do Distrito Federal e dos municípios, nas contas específi cas a que se refere este artigo, respeitados os critérios e as fi nalidades estabelecidas no art. 2o, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação adotados para o repasse do restante destas transferências constitucionais em favor desses governos.

§ 2º Os repasses ao fundo provenientes do imposto previsto no art. 155, inciso II, combinado com o art. 158, inciso IV, da Constituição Federal, constarão dos orçamentos dos governos estaduais e do Distrito Federal e serão depositados pelo estabelecimento ofi cial de crédito, previsto no art. 4º da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990, no momento em que a arrecadação estiver sendo realiza-da nas contas do fundo abertas na instituição fi nanceira de que trata este artigo.

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52 Câmara dos Deputados

§ 3º A instituição fi nanceira, no que se refere aos recursos do imposto mencionado no § 2o, cre-ditará imediatamente as parcelas devidas ao governo estadual, ao Distrito Federal e aos municípios nas contas específi cas referidas neste artigo, observados os critérios e as fi nalidades estabelecidas no art. 2o, procedendo à divulgação dos valores creditados de forma similar e com a mesma periodicidade utilizada pelos estados em relação ao restante da transferência do referido imposto.

§ 4º Os recursos do fundo provenientes da parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados, de que trata o art. 1o, inciso III, serão creditados pela União, em favor dos governos estaduais e do Distrito Federal, nas contas específi cas, segundo o critério e respeitadas as fi nalidades estabelecidas no art. 2o, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação previstos na Lei Complementar no 61, de 26 de dezembro de 1989.

§ 5º Do montante dos recursos do IPI, de que trata o art. 1o, inciso III, a parcela devida aos mu-nicípios, na forma do disposto no art. 5o da Lei Complementar no 61, de 26 de dezembro de 1989, será repassada pelo respectivo governo estadual ao fundo e os recursos serão creditados na conta específi ca a que se refere este artigo, observados os mesmos prazos, procedimentos e forma de divulgação do restan-te desta transferência aos municípios.

§ 6º As receitas fi nanceiras provenientes das aplicações eventuais dos saldos das contas a que se refere este artigo em operações fi nanceiras de curto prazo ou de mercado aberto, lastreadas em títulos da dívida pública, junto à instituição fi nanceira depositária dos recursos, deverão ser repassadas em favor dos estados, do Distrito Federal e dos municípios nas mesmas condições estabelecidas no art. 2o.

§ 7º Os recursos do fundo, devidos aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, constarão de programação específi ca nos respectivos orçamentos.

§ 8º Os estados e os municípios recém-criados terão assegurados os recursos do fundo previstos no art. 1o, a partir das respectivas instalações, em conformidade com os critérios estabelecidos no art. 2o.

§ 9º Os estados e os respectivos municípios poderão, nos termos do art.

211, § 4º, da Constituição Federal, celebrar convênios para transferência de alunos, recursos huma-nos, materiais e encargos fi nanceiros nos quais estará

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 53 prevista a transferência imediata de recur-sos do fundo correspondentes ao número de matrículas que o estado ou o município assumir.

Art. 4º O acompanhamento e o controle social sobre a repartição, a transferência e a aplicação dos recursos do fundo serão exercidos, junto aos respectivos governos, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, por conselhos a serem instituídos em cada esfera no prazo de cento e oitenta dias a contar da vigência desta lei.

§ 1º Os conselhos serão constituídos, de acordo com norma de cada esfera editada para esse fi m:

I - em nível federal, por no mínimo seis membros, representando respectivamente:

a) o Poder Executivo federal;

b) o Conselho Nacional de Educação;

c) o Conselho Nacional de Secretários de Estado da Educação (Consed);

d) a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE);

e) a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime);

f) os pais de alunos e professores das escolas públicas do ensino fundamental; e

II - nos estados, por no mínimo sete membros, representando respectivamente:

a) o Poder Executivo estadual;

Fundamentos da Orientação Educacional 45

b) os Poderes Executivos municipais;

c) o Conselho Estadual de Educação;

d) os pais de alunos e professores das escolas públicas do ensino fundamental;

e) a seccional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime);

f) a seccional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE);

54 Câmara dos Deputados

g) a delegacia regional do Ministério da Educação e do Desporto (MEC);

III - no Distrito Federal, por no mínimo cinco membros, sendo as representações as previstas no inciso II, salvo as indicadas nas alíneas b, e, e g;

IV - nos municípios, por no mínimo quatro membros, representando respectivamente:

a) a Secretaria Municipal de Educação ou órgão equivalente;

b) os professores e os diretores das escolas públicas do ensino fundamental;

c) os pais de alunos;

d) os servidores das escolas públicas do ensino fundamental.

§ 2º Aos conselhos incumbe ainda a supervisão do censo escolar anual.

§ 3º Integrarão ainda os conselhos municipais, onde houver, representantes do respectivo Conse-lho Municipal de Educação.

§ 4º Os conselhos instituídos, seja no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, não terão estrutura administrativa própria e seus membros não perceberão qualquer espécie de remune-ração pela participação no colegiado, seja em reunião ordinária ou extraordinária.

48§ 5º Aos conselhos incumbe acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e do Programa de Apoio aos Siste-mas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos e, ainda, receber e analisar as presta-ções de contas referentes a esses programas, formulando pareceres conclusivos acerca da aplicação desses recursos e encaminhando-os ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Art. 5º Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais, mensais e atualizados, relativos aos recursos repassados, ou recebidos, à conta do fundo a que se refere o art. 1o, fi carão, permanentemente, à disposição dos conselhos responsáveis pelo acompanhamento e fi scalização, no âmbito do estado, do Dis-trito Federal ou do município, e dos órgãos federais, estaduais e municipais de controle interno e externo.

48 Parágrafo acrescido pela Lei no 10.880, de 9-6-2004 (DOU de 11-6-2004).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 55

Art. 6º A União complementará os recursos do fundo a que se refere o art.

1o sempre que, no âmbito de cada estado e do Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo defi nido nacionalmente.

49§ 1º O valor mínimo anual por aluno, ressalvado o disposto no § 4o, será fi xado por ato do Presi-dente da República e nunca será inferior à razão entre a previsão da receita total para o fundo e a matrícula total do ensino fundamental no ano anterior, acrescida do total estimado de novas matrículas, observado o disposto no art. 2º, § 1º, incisos I e II.

§ 2ºAs estatísticas necessárias ao cálculo do valor anual mínimo por aluno, inclusive as estimativas de matrículas, terão como base o censo educacional realizado pelo Ministério da Educação e do Despor-to, anualmente, e publicado no Diário Ofi cial da União.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT46

§ 3º As transferências dos recursos complementares a que se refere este artigo serão realizadas mensal e diretamente às contas específi cas a que se refere o art. 3o.

§ 4º No primeiro ano de vigência desta lei, o valor mínimo anual por aluno, a que se refere este artigo, será de R$ 300,00 (trezentos reais).

§ 5º (Vetado.)

Art. 7º Os recursos do fundo, incluída a complementação da União, quando for o caso, serão utilizados pelos estados, Distrito Federal e municípios, assegurados, pelo menos, sessenta por cento para a remuneração dos profi ssionais do magistério, em efetivo exercício de suas atividades no ensino fundamental público.

Parágrafo único. Nos primeiros cinco anos, a contar da publicação desta lei, será permitida a apli-cação de parte dos recursos da parcela de sessenta por cento, prevista neste artigo, na capacitação de professores leigos, na forma prevista no art. 9º, § 1º.

Art. 8º A instituição do fundo previsto nesta lei e a aplicação de seus recursos não isentam os esta-dos, o Distrito Federal e os municípios da obrigatoriedade de aplicar, na manutenção e desenvolvimento do ensino, na forma prevista no art. 212 da Constituição Federal:

49 Parágrafo regulamentado pelo Decreto no 5.374, de 17-2-2005 (DOU de 18-2-2005).

56 Câmara dos Deputados

I - pelo menos dez por cento do montante de recursos originários do ICMS, do FPE, do FPM, da parcela do IPI, devida nos termos da Lei Complementar no 61, de 26 de dezembro de 1989, e das transferências da União, em moeda, a título de desoneração das exportações, nos termos da Lei Comple-mentar no 87, de 13 de setembro de 1996, de modo que os recursos previstos no art. 1o, § 1o, somados aos referidos neste inciso, garantam a aplicação do mínimo de vinte e cinco por cento destes impostos e transferências em favor da manutenção e desenvolvimento do ensino;

II - pelo menos vinte e cinco por cento dos demais impostos e transferências.

Parágrafo único. Dos recursos a que se refere o inciso II, sessenta por cento serão aplicados na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental, conforme disposto no art. 60 do Ato das Dispo-sições Constitucionais Transitórias.

Art. 9º Os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão, no prazo de seis meses da vigência desta lei, dispor de novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, de modo a assegurar:

I - a remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público, em efetivo exercício no magistério;

II - o estímulo ao trabalho em sala de aula;

III - a melhoria da qualidade do ensino.

§ 1º Os novos planos de carreira e remuneração do magistério deverão contemplar investimentos na ca-pacitação dos professores leigos, os quais passarão a integrar quadro em extinção, de duração de cinco anos.

§ 2º Aos professores leigos é assegurado prazo de cinco anos para obtenção da habilitação neces-sária ao exercício das atividades docentes.

§ 3º A habilitação a que se refere o parágrafo anterior é condição para ingresso no quadro perma-nente da carreira conforme os novos planos de carreira e remuneração.

Art. 10. Os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão comprovar:

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 57

I - efetivo cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição Federal;

II - apresentação de Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, de acordo com as diretrizes

Fundamentos da Orientação Educacional 47

emanadas do Conselho Nacional de Educação, no prazo referido no artigo anterior;

III - fornecimento das informações solicitadas por ocasião do censo escolar, ou para fi ns de elabo-ração de indicadores educacionais.

Parágrafo único. O não-cumprimento das condições estabelecidas neste artigo, ou o fornecimento de informações falsas, acarretará sanções administrativas, sem prejuízo das civis ou penais ao agente exe-cutivo que lhe der causa.

Art. 11. Os órgãos responsáveis pelos sistemas de ensino, assim como os Tribunais de Contas da União, dos estados e municípios, criarão mecanismos adequados à fi scalização do cumprimento pleno do disposto no art. 212 da Constituição Federal e desta lei, sujeitando-se os estados e o Distrito Federal à intervenção da União, e os municípios à intervenção dos respectivos estados, nos termos do art. 34, inciso VII, alínea e, e do art. 35, inciso III, da Constituição Federal.

Art. 12. O Ministério da Educação e do Desporto realizará avaliações periódicas dos resultados da aplicação desta lei, com vistas à adoção de medidas operacionais e de natureza político-educacional corretivas, devendo a primeira realizar-se dois anos após sua promulgação.

Art. 13. Para os ajustes progressivos de contribuições a valor que corresponda a um padrão de qualidade de ensino defi nido nacionalmente e previsto no art. 60, § 4o, do Ato das Disposições Constitu-cionais Transitórias, serão considerados, observado o disposto no art. 2o, § 2o, os seguintes critérios:

I - estabelecimento do número mínimo e máximo de alunos em sala de aula;

II - capacitação permanente dos profi ssionais de educação;

III - jornada de trabalho que incorpore os momentos diferenciados das atividades docentes;

IV - complexidade de funcionamento;

V - localização e atendimento da clientela; 58 Câmara dos Deputados

VI - busca do aumento do padrão de qualidade do ensino.

Art. 14. A União desenvolverá política de estímulo às iniciativas de melhoria de qualidade do ensi-no, acesso e permanência na escola promovidos pelas unidades federadas, em especial aquelas voltadas às crianças e adolescentes em situação de risco social.

50Art. 15. O salário-educação, previsto no art. 212, § 5o, da Constituição Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento, é calculado com base na alíquota de dois e meio por cento sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim defi nidos no art. 12, inciso I, da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

51§ 1º O montante da arrecadação do Salário-Educação, após a dedução de 1% (um por cento) em favor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), calculado sobre o valor por ele arrecadado, será distribuído pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), observada, em 90% (no-venta por cento) de seu valor, a arrecadação realizada em cada estado e no Distrito Federal, em quotas, da seguinte forma:

I - quota federal, correspondente a um terço do montante de recursos, que será destinada ao FNDE e aplicada no fi nanciamento de programas e projetos voltados para a universalização do ensino fundamental, de forma a propiciar a redução dos desníveis socioeducacionais existentes entre municípios, estados, Distrito Federal e regiões brasileiras;

52II - quota estadual e municipal, correspondente a 2/3 (dois terços) do montante de recursos, que será creditada mensal e automaticamente em favor das secretarias de educação dos estados, do Distrito Federal e dos municípios para fi nanciamento de programas, projetos e ações do ensino fundamental.

§ 2º (Vetado.)

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§ 3º Os alunos regularmente atendidos, na data da edição desta lei, como benefi ciários da aplicação realizada pelas empresas contribuintes, no ensino fundamental dos seus empregados e dependentes, à conta de deduções da

50 Artigo regulamentado pelo Decreto no 3.142, de 16-8-1999 (DOU de 17-8-1999).

51 Parágrafo com nova redação dada pela Lei no 10.832, de 29-12-2003 (DOU de 30-12-2003).

52 Inciso com nova redação dada pela Lei no 10.832, de 29-12-2003 (DOU de 30-12-2003).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 59 contribuição social do salário-educação, na forma da legislação em vigor, terão, a partir de 1o de janeiro de 1997, o benefício assegurado, respeitadas as condições em que foi concedido, e vedados novos ingressos nos termos do art. 212, § 5o, da Constituição Federal.

Art. 16. Esta lei entra em vigor em 1o de janeiro de 1997.

Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de dezembro de 1996; 175o da Independência e 108o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza

66 Câmara dos Deputados

DECRETO NO 3.860, DE 9 DE JULHO DE 200158

Dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4.024, de 20 de dezembro de 1961, 9.131, de 24 de novembro de 1995, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996, decreta:

CAPÍTULO I

DA CLASSIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Art. 1º As instituições de ensino superior classifi cam-se em:

I - públicas, quando criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo poder público; e

II - privadas, quando mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Art. 2º Para os fi ns deste decreto, entende-se por cursos superiores os referidos nos incisos I e II do art. 44 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

CAPÍTULO II

DAS ENTIDADES MANTENEDORAS

Art. 3º As pessoas jurídicas de direito privado mantenedoras de instituições de ensino superior poderão assumir qualquer das formas admitidas em direito de natureza civil ou comercial, e, quando constituídas como fundação, serão regidas pelo disposto no art. 24 do Código Civil Brasileiro.

Parágrafo único. O estatuto ou contrato social da entidade mantenedora, bem assim suas altera-ções, serão devidamente registrados pelos órgãos competentes e remetidos ao Ministério da Educação. 58 Publicado no Diário Ofi cial da União de 10 de julho de 2001.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 67

Art. 4º A transferência de cursos e instituições de ensino superior de uma para outra entidade man-

Fundamentos da Orientação Educacional 49

tenedora deverá ser previamente aprovada pelo Ministério da Educação.

Art. 5º As entidades mantenedoras de instituições de ensino superior sem fi nalidade lucrativa pu-blicarão, para cada ano civil, suas demonstrações fi nanceiras certifi cadas por auditores independentes e com parecer do respectivo conselho fi scal, sendo ainda obrigadas a:

I - manter, em livros revestidos de formalidades que assegurem a respectiva exatidão, escrituração completa e regular de todos os dados fi scais na forma da legislação pertinente, bem assim de quaisquer outros atos ou operações que venham a modifi car sua situação patrimonial; e

II - conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contados da data de emissão, os documen-tos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modifi car sua situação patrimonial.

§ 1º As entidades de que trata o caput deverão, ainda, quando determinado pelo Ministério da Educação:

I - submeter-se a auditoria; e

II - comprovar:

a) a aplicação dos seus excedentes fi nanceiros para os fi ns da instituição de ensino superior mantida; e

b) a não remuneração ou concessão de vantagens ou benefícios, por qualquer forma ou título, a seus instituidores, dirigentes, sócios, conselheiros, ou equivalentes.

§ 2º Em caso de encerramento de suas atividades, as instituições de que trata o caput deverão destinar seu patrimônio a outra instituição congênere ou ao poder público, promovendo, se necessário, a alteração estatutária correspondente.

Art. 6º As entidades mantenedoras de instituições de ensino superior com fi nalidade lucrativa, ain-da que de natureza civil, deverão elaborar, em cada exercício social, demonstrações fi nanceiras atestadas por profi ssionais competentes.

68 Câmara dos Deputados

CAPÍTULO III

DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Art. 7º Quanto à sua organização acadêmica, as instituições de ensino superior do Sistema Federal de Ensino, classifi cam-se em:

59I - universidades;

60II - centros federais de educação tecnológica e centros universitários;e

61III - faculdades integradas, faculdades de tecnologia, faculdades, institutos e escolas superiores.

62Parágrafo único. São estabelecimentos isolados de ensino superior as instituições mencionadas no inciso III deste artigo.

Art. 8º As universidades caracterizam-se pela oferta regular de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, atendendo ao que dispõem os arts. 52, 53 e 54 da Lei no 9.394, de 1996.

§ 1º As atividades de ensino previstas no caput deverão contemplar, nos termos do art. 44 da Lei no 9.394, de 1996, programas de mestrado ou de doutorado em funcionamento regular e avaliados posi-tivamente pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes).

§ 2º A criação de universidades especializadas, admitidas na forma do parágrafo único do art. 52 da Lei no 9.394, de 1996, dar-se-á mediante a comprovação da existência de atividades de ensino e pesquisa, tanto em áreas básicas como nas aplicadas, observado o disposto neste artigo.

§ 3º As universidades somente serão criadas por credenciamento de instituições de ensino

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superior já credenciadas e em funcionamento regular, com qualidade comprovada em avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação.

Art. 9º Para os fi ns do inciso III do art. 52 da Lei no 9.394, de 1996, entende- se por regime de trabalho docen-te em tempo integral aquele que obriga a prestação de quarenta horas semanais de trabalho na mesma instituição,

59 Inciso com nova redação dada pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

60 Idem.

61 Idem.

62 Parágrafo acrescido pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 69 nele reservado o tempo de pelo menos vinte horas semanais destinado a estudos, pesquisa, trabalhos de extensão, planejamento e avaliação.

Art. 10. As universidades, mediante prévia autorização do Poder Executivo, poderão criar cursos superiores em municípios diversos de sua sede, defi nida nos atos legais de seu credenciamento, desde que situados na mesma unidade da Federação.

§ 1º Para os fi ns do disposto no art. 52 da Lei no 9.394, de 1996, os cursos criados na forma deste artigo, organizados ou não em novo campus, integrarão o conjunto da universidade.

§ 2º A autonomia prevista no inciso I do art. 53 da Lei no 9.394, de 1996, não se estende aos cursos e campus fora de sede das universidades.

63§ 3º Os campi fora de sede já criados e em funcionamento na data de publicação deste decreto preservarão suas atuais prerrogativas de autonomia, sendo submetidos a processo de recredenciamento em conjunto com a sede da universidade.

64Art. 11. (Revogado.)

§ 1º (Revogado.)

§ 2º (Revogado.)

§ 3º (Revogado.)

§ 4º (Revogado.)

§ 5º (Revogado.)

65Art. 11-A. Os centros federais de educação tecnológica são instituições de ensino superior plu-ricurriculares, especializados na oferta de educação tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino, caracterizandose pela atuação prioritária na área tecnológica.

§ 1º Fica estendida aos centros federais de educação tecnológica autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de

63 Parágrafo com nova redação dada pelo Decreto no 3.908, de 4-9-2001 (DOU de 5-9-2001).

64 Artigo revogado pelo Decreto no 4.914, de 11-12-2003 (DOU de 12-12-2003).

65 Artigo acrescido pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

70 Câmara dos Deputados

educação superior voltados à área tecnológica, assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos existentes nessa área.

§ 2º Os centros federais de educação tecnológica poderão usufruir de outras atribuições da autono-mia universitária, além da que se refere o § 1º, devidamente defi nidas no ato de seu credenciamento, nos termos do § 2º do art. 54 da Lei no 9.394, de 1996.

§ 3º A autonomia de que trata o § 2º deverá observar os limites defi nidos no plano de desenvolvi-

Fundamentos da Orientação Educacional 51

mento institucional, aprovado quando do seu credenciamento e recredenciamento.

§ 4º Os centros federais de educação tecnológica, mediante prévia autorização do Poder Executivo, poderão criar cursos superiores em municípios diversos do de sua sede, indicada nos atos legais de seu credenciamento, desde que situados na mesma unidade da federação.

§ 5º O credenciamento de centros federais de educação tecnológica ocorrerá somente a partir da transformação de escolas técnicas ou agrotécnicas federais em funcionamento regular, com qualidade comprovada, conforme critérios específi cos a serem fi xados pelo Ministério da Educação.

Art. 12. Faculdades integradas são instituições com propostas curriculares em mais de uma área de conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unifi cado.

66Art. 13. A criação de cursos superiores em instituições credenciadas como faculdades integra-das, faculdades de tecnologia, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores depende de prévia autorização do Poder Executivo.

Art. 14. Os institutos superiores de educação criados na forma do Decreto no 3.276, de 6 de de-zembro de 1999, deverão defi nir planos de desenvolvimento institucional.

Parágrafo único. Os institutos de que trata o caput poderão ser organizados como unidades acadê-micas de instituições de ensino superior já credenciadas, devendo neste caso defi nir planos de desenvol-vimento acadêmico.

66 Artigo com nova redação dada pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 71

Art. 15. Anualmente, antes de cada período letivo, as instituições de ensino superior tornarão pú-blicos seus critérios de seleção de alunos nos termos do art. 44, inciso II, da Lei no 9.394, de 1996, e de acordo com as orientações do Conselho Nacional de Educação.

§ 1º Na ocasião do anúncio previsto no caput deste artigo, as instituições de ensino superior tam-bém tornarão públicas:

I - a relação nominal dos docentes e sua qualifi cação, em efetivo exercício;

II - a descrição dos recursos materiais à disposição dos alunos, tais como laboratórios, computado-res, acesso às redes de informação e acervo das bibliotecas;

III - o elenco dos cursos reconhecidos e dos cursos em processo de reconhecimento;

IV - os resultados das avaliações do Exame Nacional de Cursos e das condições de oferta dos cur-sos superiores, realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep); e

V - o valor dos encargos fi nanceiros a serem assumidos pelos alunos e as normas de reajuste apli-cáveis ao período letivo a que se refere o processo seletivo.

§ 2º O não-cumprimento do disposto no parágrafo anterior, bem assim a publicação de informa-ção inverídica, constituem defi ciências para os fi ns do § 1º do art. 46 da Lei no 9.394, de 1996.

CAPÍTULO IV

DA AVALIAÇÃO

Art. 16. Para fi ns de cumprimento dos arts. 9o e 46 da Lei no 9.394, de 1996, o Ministério da Edu-cação coordenará a avaliação de cursos, programas e instituições de ensino superior.

§ 1º Para assegurar processo nacional de avaliação de cursos e instituições de ensino superior, o Ministério da Educação manterá cooperação com os sistemas estaduais de educação.

72 Câmara dos Deputados

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§ 2º Para assegurar o disposto no § 3º do art. 80 da Lei no 9.394, de 1996, o Ministério da Educação coordenará a cooperação e integração prevista com os sistemas de ensino estaduais.

Art. 17. A avaliação de cursos e instituições de ensino superior será organizada e executada pelo Inep, compreendendo as seguintes ações:

I - avaliação dos principais indicadores de desempenho global do sistema nacional de educação superior, por região e unidade da Federação, segundo as áreas do conhecimento e a classifi cação das ins-tituições de ensino superior, defi nidos no Sistema de Avaliação e Informação Educacional do Inep;

II - avaliação institucional do desempenho individual das instituições de ensino superior, conside-rando, pelo menos, os seguintes itens:

a) grau de autonomia assegurado pela entidade mantenedora;

b) plano de desenvolvimento institucional;

c) independência acadêmica dos órgãos colegiados da instituição;

d) capacidade de acesso a redes de comunicação e sistemas de informação;

e) estrutura curricular adotada e sua adequação com as diretrizes curriculares nacionais de cursos de graduação;

f) critérios e procedimentos adotados na avaliação do rendimento escolar;

g) programas e ações de integração social;

h) produção científi ca, tecnológica e cultural;

i) condições de trabalho e qualifi cação docente;

j) a auto-avaliação realizada pela instituição e as providências adotadaspara saneamento de defi ci-ências identifi cadas; e

l) os resultados de avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação; e

III - avaliação dos cursos superiores, mediante a análise dos resultados do Exame Nacional de Cursos e das condições de oferta de cursos superiores.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 73

§ 1º A análise das condições de oferta de cursos superiores referida no inciso III será efetuada nos locais de seu funcionamento, por comissões de especialistas devidamente designadas, e considerará:

I - organização didático-pedagógica;

II - corpo docente, considerando principalmente a titulação, a experiência profi ssional, a estrutura da carreira, a jornada de trabalho e as condições de trabalho;

III - adequação das instalações físicas gerais e específi cas, tais como laboratórios e outros ambien-tes e equipamentos integrados ao desenvolvimento do curso; e

IV - bibliotecas, com atenção especial para o acervo especializado, inclusive o eletrônico, para as condições de acesso às redes de comunicação e para os sistemas de informação, regime de funcionamen-to e modernização dos meios de atendimento.

§ 2º As avaliações realizadas pelo Inep subsidiarão os processos de recredenciamento de institui-ções de ensino superior e de reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores.

Art. 18. A avaliação de programas de mestrado e doutorado, por área de conhecimento, será reali-zada pela Capes, de acordo com critérios e metodologias próprios.

Fundamentos da Orientação Educacional 53

CAPÍTULO V

DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Art. 19. A autorização para funcionamento e o reconhecimento de cursos superiores, bem assim o creden-ciamento e o recredenciamento de instituições de ensino superior organizadas sob quaisquer das formas previstas neste decreto, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente após processo regular de avaliação.

Art. 20. Os pedidos de credenciamento e de recredenciamento de instituições de ensino superior e de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores serão formalizados pelas respectivas entidades mantenedoras, atendendo aos seguintes requisitos de habilitação:

74 Câmara dos Deputados

I - cópia dos atos, registrados no órgão ofi cial competente, que atestem sua existência e capacidade jurídica de atuação, na forma da legislação pertinente;

II - prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);

III - prova de regularidade perante a Fazenda federal, estadual e municipal;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

V - demonstração de patrimônio para manter instituição ou instituições de educação;

VI - identifi cação dos integrantes do corpo dirigente, destacando a experiência acadêmica e admi-nistrativa de cada um;

VII - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual e municipal, se for o caso; e

VIII - estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição de ensino sem prerrogativas de autonomia.

Parágrafo único. O Ministério da Educação defi nirá, em ato próprio, os requisitos de habilitação aplicáveis às instituições federais de ensino superior nos processos de que trata o caput.

Art. 21. As universidades, na forma disposta neste decreto, somente serão criadas por novo credencia-mento de instituições de ensino superior já credenciadas e em funcionamento regular, e que apresentem bom desempenho nas avaliações realizadas pelo Inep, ou, no caso de instituições federais, por lei específi ca.

Parágrafo único. O credenciamento e o recredenciamento das universidades, bem assim a aprova-ção dos respectivos estatutos e suas alterações, serão efetivados mediante ato do Poder Executivo, após deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo ministro de Estado da Educação.

Art. 22. O processo de recredenciamento de universidades autorizadas ou credenciadas antes da vigên-cia da Lei no 9.394, de 1996, deverá ocorrer sem prejuízo do estabelecido no § 2o do art. 88 da mesma lei.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 75

Art. 23. Os centros universitários, na forma disposta neste decreto, somente serão criados por credenciamento de instituições de ensino superior já credenciadas e em funcionamento regular, e que apresentem, na maioria de seus cursos de graduação, bom desempenho na avaliação do Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo Inep.

Parágrafo único. O credenciamento e recredenciamento dos centros universitários, bem assim a aprovação dos respectivos estatutos e suas alterações, serão efetivados mediante ato do Poder Executivo, após deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo ministro de Estado da Educação.

67Art. 24. O credenciamento das faculdades integradas, faculdades de tecnologia, faculdades, ins-titutos superiores e escolas superiores dar-se-á mediante ato do Poder Executivo.

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Art. 25. O credenciamento e o recredenciamento de instituições de ensino superior, cumpridas todas as exigências legais, fi cam condicionados a formalização de termo de compromisso entre a entidade mantenedora e o Ministério da Educação.

Parágrafo único. Integrarão o termo de compromisso de que trata o caput, os seguintes documentos:

I - plano de implantação e desenvolvimento de seus cursos superiores, de forma a assegurar o atendimento aos critérios e padrões de qualidade para o corpo docente, infra-estrutura geral e específi ca e organização didático-pedagógica, bem como a descrição dos projetos pedagógicos a serem implantados até sua plena integralização, considerando as diretrizes nacionais de currículo aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e homologadas pelo ministro de Estado da Educação;

II - critérios e procedimentos editados pelo Ministério da Educação, reguladores da organização, supervisão e avaliação do ensino superior;

III - descrição e cronograma do processo de expansão da instituição a ser credenciada, em relação ao aumento de vagas, abertura de cursos superiores, ampliação das instalações físicas e, quando for o caso, abertura de cursos fora de sede;

67 Artigo com nova redação dada pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

76 Câmara dos Deputados

IV - valor dos encargos fi nanceiros assumidos pelos alunos e as normas de reajuste aplicáveis du-rante o desenvolvimento dos cursos;

V - projeto de qualifi cação da instituição, contendo, pelo menos, a descrição dos procedimentos de auto-avaliação institucional, bem como os de atendimento aos alunos, incluindo orientação administrati-va, pedagógica e profi ssional, acesso aos laboratórios e bibliotecas e formas de participação dos profes-sores e alunos nos órgãos colegiados responsáveis pela condução dos assuntos acadêmicos; e

VI - minuta de contrato de prestação de serviços educacionais a ser fi rmado entre a instituição e seus alunos, visando garantir o atendimento dos padrões de qualidade defi nidos pelo Ministério da Edu-cação e a regularidade da oferta de ensino superior de qualidade.

Art. 26. A autorização prévia para o funcionamento de cursos superiores em instituições de ensino su-perior mencionadas no inciso III do art. 7o deste decreto será formalizada mediante ato do Poder Executivo.

§ 1º O ato de que trata o caput fi xará o número de vagas, o município e o endereço das instalações para o funcionamento dos cursos autorizados.

§ 2º O disposto no caput e no § 1o deste artigo aplica-se, igualmente, aos cursos referidos no art. 10.

Art. 27. A criação de cursos de graduação em medicina, em odontologia e em psicologia, por uni-versidades e demais instituições de ensino superior, deverá ser submetida à manifestação do Conselho Nacional de Saúde.

§ 1º O Conselho Nacional de Saúde deverá manifestar-se no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data do recebimento do processo remetido pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.

§ 2º A criação dos cursos de que trata o caput dependerá de deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo ministro de Estado da Educação.

Art. 28. A criação e o reconhecimento de cursos jurídicos em instituições de ensino superior, in-clusive em universidades e centros universitários, deverão ser submetidos à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 77

§ 1º O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil deverá manifestar-se no prazo má

Fundamentos da Orientação Educacional 55

ximo de cento e vinte dias, contados da data do recebimento do processo, remetido pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.

§ 2º A criação dos cursos de que trata o caput dependerá de deliberaçã da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo ministro de Estado da Educação.

Art. 29. Os atos de autorização prévia de funcionamento de cursos de medicina, psicologia, odontologia e direito ofertados por universidade, em sua sede, não se estendem a cursos oferecidos fora de sua sede.

Art. 30. Os cursos superiores autorizados deverão iniciar suas atividades acadêmicas no prazo má-ximo de até doze meses, contados da data de publicação do ato legal de sua autorização, fi ndo o qual este será automaticamente revogado.

Art. 31. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos superiores serão formali-zados mediante ato do Poder Executivo.

Parágrafo único. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de direito, medi-cina, odontologia e psicologia dependem de deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo ministro de Estado da Educação.

Art. 32. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos superiores ofertados por universidades, em sua sede, nos termos do artigo anterior, serão formalizados mediante atos do Poder Executivo, que fi xarão o município e os endereços de funcionamento de suas instalações.

Parágrafo único. Os atos referidos no caput não se estenderão a cursos oferecidos fora da sede da universidade.

Art. 33. A autorização prévia de funcionamento de cursos fora de sede, ofertados por universidades, em conformidade com o disposto no art. 10 deste decreto, será formalizada mediante ato do Poder Execu-tivo, após deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologado pelo ministro de Estado da Educação, que fi xará o município e o endereço de seu funcionamento.

78 Câmara dos Deputados

Art. 34. O Ministério da Educação, após a aprovação pela Câmara de Educação Superior do Con-selho Nacional de Educação, estabelecerá os critérios e procedimentos para:

I - o credenciamento e recredenciamento de instituições de ensino superior referidas no inciso III do art. 7º;

II - a autorização prévia de funcionamento de cursos superiores em instituições não universitárias;

III - o reconhecimento de cursos superiores, ressalvados os que dependem de deliberação indivi-dual da câmara referida no caput; e

IV - a elaboração de regimentos por parte de instituições de ensino superior não universitária.

§ 1º Os critérios e procedimentos referidos no caput deverão levar em consideração, obrigatoriamen-te, os resultados da avaliação do Exame Nacional de Cursos e das demais avaliações realizadas pelo Inep.

§ 2º Compete ao Departamento de Políticas do Ensino Superior, da Secretaria de Educação Supe-rior do Ministério da Educação, considerando os resultados das avaliações realizadas pelo Inep:

I - a preparação dos atos necessários à execução dos procedimentos estabelecidos na forma do caput;

II - a instrução dos processos de deliberação obrigatória pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação; e

III - a expedição de notifi cação ao interessado na hipótese de indeferimento do pleito.

§ 3º Recebida a notifi cação de que trata o inciso III do § 2o, o interessado poderá apresentar re-curso ao secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, observado o prazo de trinta dias contados da expedição da notifi cação.

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§ 4º Na apreciação do recurso de que trata o parágrafo anterior, o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação poderá solicitar a manifestação da Câmara de Educação Superior do Conse-lho Nacional de Educação sobre a matéria.

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 79

§ 5º No caso de decisão fi nal desfavorável nos processos de credenciamento de instituições de ensino superior e de autorização prévia de funcionamento de cursos superiores, inclusive os fora de sede em universidades, os interessados só poderão apresentar nova solicitação relativa ao mesmo curso ou instituição após decorrido o prazo de dois anos, a contar da publicação do ato.

Art. 35. Identifi cadas defi ciências ou irregularidades mediante ações de supervisão ou de avaliação e reavaliação de cursos ou instituições de ensino superior, nos termos do art. 46 da Lei no 9.394, de 1996, ou o descumprimento do disposto no termo de compromisso mencionado no art. 25 deste decreto, o Poder Executivo determinará, em ato próprio, conforme o caso:

I - a suspensão do reconhecimento de cursos superiores;

II - a desativação de cursos superiores;

III - a suspensão temporária de prerrogativas de autonomia de universidades e centros universitários;

IV - a intervenção na instituição de ensino superior; e

V - o descredenciamento de instituições de ensino superior.

§ 1º O baixo desempenho em mais de uma avaliação no Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo Inep poderá caracterizar as defi ciências de que trata o caput.

§ 2º O ato de intervenção referido no caput especifi cará sua amplitude, prazo e condições de exe-cução, e será acompanhado de designação de dirigente pro tempore.

Art. 36. O Ministério da Educação, ouvida a Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, estabelecerá os procedimentos para:

I - suspensão do reconhecimento de cursos superiores;

II - a desativação de cursos superiores;

III - a suspensão temporária de prerrogativas de autonomia de universidades e centros universitá-rios, observado o disposto no caput do art. 35;

IV - a intervenção em instituição de ensino superior; e

V - o descredenciamento de instituições de ensino superior.

80 Câmara dos Deputados

§ 1º Os cursos de graduação que tenham obtido, reiteradamente, desempenho insufi ciente na ava-liação do Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo Inep terão seu reconheci-mento suspenso mediante ato do Poder Executivo.

§ 2º As instituições de ensino superior de que trata o caput terão prazo de um ano para solicitar novo reconhecimento, sendo vedada a abertura de processo seletivo de ingresso de novos alunos até que o curso obtenha novo reconhecimento.

§ 3º Decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior sem que a instituição tenha solicitado novo reconhecimento, ou caso o processo de novo reconhecimento identifi que a manutenção das defi ci-ências e irregularidades constatadas, o curso será desativado.

68§ 4º As instituições de ensino superior credenciadas como centros universitários, centros fede-rais de educação tecnológica e universidades e que possuam desempenho insufi ciente na avaliação do

Fundamentos da Orientação Educacional 57

Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo Inep terão suspensas as prerrogativas de autonomia, mediante ato do Poder Executivo.

§ 5º As instituições de que trata o § 4o serão submetidas, nos termos do art. 34, a imediato processo de recredenciamento.

Art. 37. No caso de desativação de cursos superiores e de descredenciamento de instituições, caberá à entidade mantenedora resguardar os direitos dos alunos, dos docentes e do pessoal técnico administrativo.

Parágrafo único. São assegurados aos alunos de cursos desativados ou com o reconhecimento suspenso:

I - a convalidação de estudos até o final do período em que estiverem matriculados para efeito de transferência; e

II - o registro do diploma no caso daqueles que tenham concluído o curso ou estejam matriculados no último período letivo, desde que comprovado o aproveitamento escolar.

Art. 38. Será sustada a tramitação de solicitações de credenciamento e recredenciamento de insti-tuições de ensino superior, e de autorização, reco-

68 Parágrafo com nova redação dada pelo Decreto no 5.225, de 1-10-2004 (DOU de 4-10-2004).

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 81 nhecimento e renovação de reconheci-mento de cursos superiores, quando a proponente estiver submetida a processo de averiguação de defi -ciências ou irregularidades.

Art. 39. Os processos que, na data de publicação deste decreto, estiverem protocolizados no Con-selho Nacional de Educação serão deliberados pela sua Câmara de Educação Superior e submetidos à homologação do ministro de Estado da Educação.

Art. 40. Fica delegada ao ministro de Estado da Educação competência para a prática dos atos referidos no § 1o do art. 8o, nos arts. 10, 13, 21, 23, 24, 26, 31, 32, 33, 35 e 36 deste decreto.

Art. 41. Ficam revogados os Decretos nos 2.026, de 10 de outubro de 1996, e 2.306, de 19 de agosto de 1997.

69Art. 42. Este decreto entra em vigor em 12 de julho de 2001.

Brasília, 9 de julho de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo Renato Souza 69

Vamos conhecer a legislação vigente quanto a atuação do:

1-Orientador Educacional:

Art. 24 – O cargo de Orientador Educacional será exercido por especialista com licenciatura plena, habilitação e demais exigências previstas em lei.

Art. 25 – São atribuições do Orientador Educacional;

I – executar e avaliar o Processo de Orientador Educacional na escola;

II – desenvolver o aconselhamento vocacional dos educandos, em cooperação com os professores, a família e a comunidade;

III – sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando-os à assistência es-pecial, quando necessário;

IV – cooperar na elaboração e execução no Plano escolar;

V – participar do processo de identifi cação das características básicas da comunidade e da clientela escolar e do processo de integração escola-família-comunidade;

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VI – organizar e atualizar a documentação pertinente à orientação educacional;

VII – supervisionar estágios na área de Orientação Educacional, sujeito a instruções normativas gerais;

VIII – exercer atribuições que lhe forem diretamente cometidas pelo Secretário Municipal de Educação.

Parágrafo único – as atribuições do Orientador Educacional serão exercidas nos termos da legisla-ção que regulamenta o exercício da profi ssão

2- Da atuação da Orientação Educacional:

Art. 18 – As atividades de Orientação Educacional são exercidas pelo Orientador Educacional coadjuvado pelos professores Conselheiros de classe.

Art. 19 – Ao Orientador Educacional cabe a responsabilidade básica de coordenar, orientar e con-trolar, no âmbito da escola, as atividades relacionadas à sua área de atuação.

Art. 20 – O Orientador Educacional tem as seguintes atribuições:

I - Participar da elaboração do Plano Escolar;

II- Elaborar a programação das atividades de sua área de atuação,mantendo-a articulada as demais programações do núcleo de apoio técnico - pedagógico;

III- Orientar a elaboração e execução do programas de círculos nos aspectos relativos à Orientação Educacional.

IV- Controlar e avaliar a execução da Programação de Orientação Educacional e apresentar relatório das atividades;

V - Colaborar nas decisões referente a argumentos de alunos;

VI - Desenvolver processo de aconselhamento junto aos alunos, orientado-os para o trabalho em cooperação com a família , professores e a comunidade;

VII- Organizar e manter atualizado o dossiê individual do aluno e das classes;

VIII- Assessorar o trabalho docente:

a) acompanhando o processo de avaliação e recuperação do aluno;

IX- Cooperar com o bibliotecário na orientação da leitura dos alunos;

X- Encaminhar os alunos a especialistas quando necessário;

XI- Orientar o trabalho dos Professores e Conselheiros de classe;

XII- Montar e coordenar o desenvolvimento de contato permanente com a família dos alunos.

3- Do Processo de Orientação Educacional

Art. 100 – a Orientação Educacional é processo continuo que será desenvolvido ao longo das oito séries de 1º grau, mediante ações cientifi camente planejadas, em termos de direção, aconselhamento e avaliação vinculadas às atividades da escola e em benefi cio de todos os educando.

§ 1º - São os princípios básicos da ação de orientação educacional:

1º - ser processo contínuo;

2º - ser técnico;

3º - ter caráter predominantemente preventivo, na medida em que se coloca no contexto curricular;

4º - ser democrático.

§ 2º - Além dos princípios constantes do parágrafo anterior, norteiam o trabalho de orientação educacional:

1º - abordagem especial à orientação vocacional;

Fundamentos da Orientação Educacional 59

2º - atuação em outras áreas, que permite uma adequação da ação e um diagnostico da realidade;

3º - exigência à participação dos professores, da família e da comunidade no processo Orientação Educacional.

4- Das Funções do Orientador Educacional:

As funções da Orientador Educacional são próximas dos objetivos, mais podemos visualizá-los de maneira mais prática ao dividi-los em três tipos:

Funções de planejamento , organização e atendimento geral (individual, aconselhamento,relacionamento).

• FUNÇÕES DE PLANEJAMENTO- Elaboração De planos de trabalho, levando em conta os resul-tados anteriores e a observação de dados para incluir no planejamento do projeto de Orientação Educacional.

• FUNÇÃO DE ORGANIZAÇÃO - São os instrumentos de trabalho com fichas, questio-nários, testes e registros.

• FUNÇÃO DE ATENDIMENTO GERAL – realizada durante todo o ano letivo com ativida-des de estudo, vocacional, atualidade, prospecção de futuro, prevenção, socialização etc.

- Atendimento individual - atender às difi culdades com a meta de integrar-se a vida escolar através de atividades terapêutica, recuperação, auto-realização

- Atendimento de Aconselhamento - de natureza existencial, de estudos ou vocacional.

- relacionamento - é a adequação de relacionamentos com a direção, professores, pais e comunida-de, educando, professor e educandos e pais.

A crítica que se faz a LDB é que esta não defi niu o “novo padrão educativo”.

A Orientação Educacional e a LEI Nº 5.692/71

A lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, que fi xa as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, se apóia na base fi losófi ca introduzida pela Lei de Diretrizes e Bases ( Lei nº 4.024/61 ). Esta lei instituiu a obrigatoriedade da orientação dando-lhe meios adequados para que a educação esteja sempre voltada para o desenvolvimento do País.

“Art. 10. Será instituída, obrigatoriamente, a Orientação Educacional, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade.”

A Lei nº 5.692, de 1971, evidencia que:

• a orientação educacional é obrigatória;

• o aspecto vocacional é atribuído à orientação educacional e, portanto, a orientação educacional inclui a orientação vocacional;

• o papel de inter-relacionamento da orientação educacional é realizado por meio do entrosamento da escola com a família e a comunidade;

• a orientação educacional é trabalho de planejamento, execução e avaliação junto aos de-mais membros da escola;

• é indispensável a ação integrada da orientação educacional com a orientação pedagógica e os de-mais educadores, para a formulação de uma fi losofi a básica da educação. ( Art. 1º da citada lei )

A orientação educacional assume importante papel nas escolas por meio da determinação explicita no art. 10, como também a nova estrutura de ensino, e, emanada da Lei nº 5.692, exige, sobremaneira, um acompanhamento do aluno e análise de suas tendências para que se efetive a sua auto-realização e legitimidade de suas opções.

A legitimidade da orientação educacional como parte integrante do processo educativo foi reco-nhecida, como vimos anteriormente, por leis, decretos, portarias e pareceres.

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Ocorre, entretanto, que a nova lei de ensino ressaltou a sua ação permanente, sistemática e contí-nua, que deve existir no ensino de 1º e 2º graus.

Quando a Lei nº 5.692 nos fala da sondagem de aptidões, iniciação para o trabalho, formação profi s-sional e principalmente de auto-realização sentimos de perto toda uma ação – e não só um instrumento – que tem objetivos de larga amplitude, como seja o de assistir ao desenvolvimento do individuo para a maturação de suas potencialidades pessoais.

O processo de desenvolvimento, cotejando vários aspectos, tais como psicológico, biológico, econômico, sociológico, exige uma educação mais efetiva visando a preparar o nosso aluno para o exercício consciente da cidadania.

O alargamento progressivo do foco de atuação do conceito de orientação no Brasil correspondeu a uma extensão nos elementos envolvidos na tarefa:

1) O orientador passa ação isolada à ação integrada com os demais membros da equipe escolar.

2) Dentro desta perspectiva, o orientador funciona como elemento integrador das infl uências des-ses agentes educativos e sua atenção é voltada para as relações interpessoais.

Esta posição é adotada pela Lei nº 5.692, que institui, obrigatoriamente, a orientação educacional, “em cooperação com os professores, a família e a comunidade”.

A orientação na legislação atual é defi nida como mecanismo auxiliar do processo educativo, res-ponsável pela integração das infl uências exercidas pelos elementos que atuam sobre o aluno.

PAPÉIS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Na década de 80 começa-se a discutir as funções dos Orientador Educacional com atribuições na consultoria, assessoria e coordenação

O Orientador Educacional é o profi ssional responsável pelo serviço de Orientação Educacional, planejando, organizando e implementando a Orientação Educacional na escola.

A sua função deve ter conhecimentos de Psicologia educacional, da Criança, do adolescente, Psi-cologia pedagógica, Sociologia educacional, Filosofi a da educação, Psicologia Educacional, Estatística educacional, Orientação profi ssional, Estrutura e funcionamento de ensino.

Além de estar atento às atualizações constantes através de Congressos, Seminários, etc.

O Orientação Educacional é formado em curso de licenciatura em Pedagogia com habilitação es-pecífi ca em Orientação Educacional.

A nível pessoal deve ter: equilíbrio emocional, empatia,entusiasmo , domínio das relações humanas.

A Orientação Educacional tem uma legislação própria (Lei 5564/68 e Resolução nº 72.846/73), como vimos no tópico anterior.

ORIENTADOR EDUCACIONAL COMO PRESTADOR DE SERVIÇO

O número excessivo de alunos em sala de aulas não deixa opções ao professor de acompanhamento, sendo mais este o papel do Orientador Educacional, transferindo muitas vezes a responsabilidade. O professor é quem está no dia a dia com seu aluno, estimulando às descobertas que o levarão à uma aprendizagem signifi cativa.

Por isso, seu papel é de orientador, parceiro do professor, supervisores, escola, pais.

Ou seja, a aprendizagem signifi cativa ocorre quando ambiente e todos os envolvidos têm um mes-mo objetivo, atentando para:

• o “aluno” é o fi m (objetivo).

Fundamentos da Orientação Educacional 61

• Estar em desenvolvimento.

• É um ser cooperativo e afetivo, portanto, integral.

É o agente que irá coordenar as atividades da Orientação Educacional na escola, integrado com a direção, docentes, família, comunidade.

Para esta função deve possuir habilidades pessoais como: cultura geral, criatividade, empatia, con-trole emocional, dinamismo, adaptabilidade.

O Orientador Educacional deve ter um grau de cultura diversifi cado, mas é necessário formação peda-gógica geral e formação pedagógica especializada na área. Melhor ainda se tiver experiência no magistério.

Competências e habilidades necessárias ao Orientador Educacional para o exercício eficaz da sua profissão:

• habilidade de lidar com pessoas;

• iniciativa e liderança;

• empatia, confi ança, colaboração;

• adaptação / fl exibilidade;

• sensibilidade, compreensão;

• coerência;

• equilíbrio emocional.

PROCESSO DE CONSULTORIA

No processo de conhecimento da atuação do Orientador Educacional, encontramos a consultoria.

O objetivo de atuar como consultores é contribuir com informações /ações que façam a diferença no pro-cesso educativo. O importante é que o Orientador Educacional seja fl exível e atento às mudanças da sociedade.

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EO TRABALHO

A orientação deve ter uma ação também voltada para o trabalho. Educação e Trabalho estão inse-ridos no mesmo processo educativo.

A Orientação Educacional deve discutir educação, qualifi cação profi ssional, preparação profi ssio-nal, orientação profi ssional, vocacional.

Todos devem estar empenhados para a conscientização sobre o trabalho. Tornar familiar para os alunos termos atuais.

A partir do contexto social do trabalho, o Pedagogo atualmente tem uma atuação também nas seguintes Organizações:

• Ong’s – Organização Não-Governamental;

• nos centros de idosos : trabalha a auto-estima, alegria, descoberta etc;

• Hospitais : na Pediatria, através de atividades lúdicas para estimular a vontade de viver, de estudar..., humanização;

• Palestras : Puericultura, ambiente familiar;

• Empresas: trabalhando com reabilitação profi ssional, qualidade de vida, relações interpessoais, reorientação profi ssional, educação continuada...;

• em clubes, Universidades.

A Orientação Educacional dinamiza a educação, lembrando que o processo educativo é um fenô-meno além da escola.

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Ou seja, nas empresas atua como facilitadora de processos de aprendizagem e crescimento profi s-sional atuando como educador, além de treinar, selecionar e identifi car talentos.

Ao falarmos no papel do Orientador Educacional, vamos defi nir a Orientação Educacional como JONES (1970) a defi niu: “ Orientação é a assistência prestada aos indivíduos no sentido de adaptações e escolhas inteligentes” , ou com LOFFREDI (1976): “A Orientação Educacional como desenvolvimento de relações interpessoais defi ne-se como uma ação no sentido de mobilizar os agentes educativos de for-ma que cada um, dentro de suas limitações, possa desenvolver relações signifi cativas, com o objetivo de criar um clima educativo que favoreça o processo de aprendizagem - maturação” .

Nas dezenas de defi nições, temos em comum:

• A Orientação Educacional assiste ao educando nas suas escolha, oferecendo condições de descober-tas de si mesmo, e, conseqüentemente, facilitando-lhe escolhas coerentes com suas capacidades pessoais.

• A Orientação Educacional propicia ao educando as condições para o amadurecimento pessoal que lhe permite integrar-se socialmente em todos os aspectos.

A atuação do Orientador Educacional tem que estar em consonância com os Objetivos da Orien-tação Educacional,que, por sua vez têm que estar integrados aos objetivos da educação.

Vamos conhecer quais os objetivos da Orientação Educacional:

• orientar o educando em seus estudos;

• orientar para sua adaptação no lar e na vida;

• conhecer as aptidões e aspirações do educando visando orientá-lo a sua realização;

• Orientar na escolha profi ssional;

• Propiciar a educação religiosa;

• Contribuir para um clima escolar propício ‘a aprendizagem signifi cativa;

• Integrar a família ‘a escola;

• Integrar a comunidade à escola;

Prevenir o educando de “desajustamentos sociais”.

ORIENTADOR PROFISSIONAL

A Orientação Profi ssional iniciou com uma prática junto a efi ciência industrial.

Ou seja, quando começou em 1902 era para detectar inaptos ao trabalho para evitar acidentes de trabalho.

Mas, entre 1907 e 1909 houve um marco da Orientação Profi ssional com a criação do 1º centro de Orientação Profi ssional norte americano, o VOCACIONAL BUREAL OF BOSTON.

Segundo PARSONS, são três os passos durante o processo de Orientação Profi ssional.

1- análise das características do indíviduo;

2- análise das características das ocupações;

3- análise do “cruzamento” destas informações.

Surgiram os testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses. E a partir daí começaram a surgir diversas teorias.

No Brasil, o marco se deu com a criação em 1924 do Serviço de Seleção e Orientação Profi ssional para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Fundamentos da Orientação Educacional 63

Passou por várias fases e, até hoje, é investigado qual a melhor forma de assessorar o cidadão na escolha profi ssional e por qual profi ssional.

A Lei 5692/71 ( lê-se educação para o desenvolvimento integral), preconiza o educando como ser integral-cognitivo, psicomotor, afetivo. O Orientador Educacional harmoniza o ambiente sempre visan-do a Orientação Educacional dentro do contexto do projeto pedagógico.

Destacam-se alguns aspectos como foco do Orientador Profi ssional:

• Orientação ao aluno: através da atuação direta aos educandos visando orientá-lo em suas difi cul-dades. Há discussões em torno da efi cácia deste aconselhamento.

Atualmente, não se coloca a “culpa” no aluno de toda a sua problemática, o problema pode estar em outras variáveis como currículo e programas inadequados, além da metodologia imprópria.

Esta aí mais um papel do Orientador Educacional nas escolas, ser agente transformador no clima da escola.

Quando seu papel restringe-se ao aconselhamento o número de Orientadores Educacionais não está de acordo com o número de alunos.

ORIENTADOR PROFISSIONAL OU VOCACIONAL

Para se tornar um cidadão em sua plenitude, temos que estar atentos a todos os ambientes: natural, social, histórico, sempre em interação.

Segundo FREIRE (1983), “o destino do homem deve ser criar e transformar o mundo”, onde ele é o sujeito da ação.

Assim o Orientador Educacional também necessita ter esta função de Orientador Profi ssional onde o trabalho é o saber o que fazer com o conhecimento adquirido.

Chega um momento na vida estudantil onde tem que optar entre a escola de educação geral (visan-do a universidade) e a escola profi ssional (para o mundo de trabalho ).

As dimensões sobre educação, trabalho e cidadania tornam o processo educacional crítico. Sa-bemos que muitos fatores infl uenciam na escolha profi ssional e o Orientador Educacional deve estar preparado para estas refl exões. Atualmente há multiplicidade de profi ssões assim como as experiências de especializações tem sido uma preocupação constante.

Segundo PRADO MARTINS, a cinqüenta anos as carreiras eram: Engenharia, Medicina e Direito. Hoje dentro destes cursos há várias ramifi cações, ex: Engenharia elétrica, Eletrônica, Civil, Mecânica etc.

O Orientador Educacional deve oferecer ao educando oportunidades do educando auto conhecer-se visando uma escolha acertada. Sugerimos estar atento a aptidões, interesses, personalidade. Além de conhecer o mundo profi ssional a escolher em relação a responsabilidade, mercado, formação, promo-ções, remuneração, etc. Objetivando ser um profi ssional feliz, produtivo.

Em um processo de Orientação Profi ssional devemos considerar aspectos como: ambiente, alunos, professores, pais.

Para PRADO MARTINS um programa de Orientação Profi ssional deve desenvolver:

a) atitudes positivas no educando em relação a si mesmo e a profi ssão;

b) técnicas de ajustamento, capacidade de decisão.

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Atividade Complementar

METACOGNIÇÃO

1 - Como o Projeto Pedagógico pode auxiliá-lo em sua atuação profi ssional visando uma prática efi caz?

2 - Você conhece as Políticas Públicas da atuação da Orientação Educacional? Comente:

3 - Refl ita sobre o seguinte:

A Orientação Educacional deve ser uma habilitação no Curso de Pedagogia ou na especia-lização “stricto senso”.?

4 - Como você se sente como agente transformador da realidade em que atua?

Esta orientação deve ser uma constante na vida escolar do educando visando desenvolver uma vocação de acordo com as aptidões, assim como necessárias ao desenvolvimento econômico, social, cien-tífi co, cultural e da comunidade.

A Orientação Profi ssional é parte integrante da educação, inicia-se no ler e vai em toda a vida esco-lar; integra o indivíduo nas atividades da vida.

Segundo IMÍDEO NÉRICI, o objetivo da Orientação Vocacional é:

Orientar o educando para que conheça as suas aptidões visando poder escolher a sua profi s-são, ou a que melhor se ajuste.

Fundamentos da Orientação Educacional 65

5 - Como você pode melhorar a Orientação Profi ssional que, atualmente, a sua escola realiza?

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL PARA A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL EM NOSSA REALIDADE

PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

AGENTES EDUCATIVOS

Na escola existe um tripé que, integrados, alavancam o processo pedagógico da escola: a adminis-tração da escola, a supervisão escolar e a Orientação Educacional.

Várias pessoas interagem neste ambiente (professor, aluno, diretor, supervisor, pessoal de apoio etc). Essas pessoas infl uenciam-se uma as outras e impelindo-as ás mudanças.

Os Orientadores Educacionais têm uma ação mediadora entre a escola x professores x alunos tra-dicionalmente. Como o Orientador Educacional atua com o desenvolvimento de relações interpessoais, deve-se partir da integração dos agentes educativos em seu programa de ação.

A ESCOLA

É muito importante na sociedade, pois promove o desenvolvimento do indivíduo fazendo-o inte-ragir com o universo.

Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinar a criança a observar. Ou seja, entender a lingua-gem da comunicação através da ação real e material e não ação fi ctícia ou narrada.

Propiciar oportunidades de aprender por si próprio, ensaio e erro que uma atividade real pressupõe.

CARACTERÍSTICA DA ESCOLA

A escola é o grupo social que segue presente na vida do educando durante um bom tempo. Além do papel de formador de cidadãos é o elo entre a família e demais grupos sociais.

Normalmente, esperamos um maior conhecimento sócio-cultural. A dinâmica da escola compre-ende as atividades –meio e atividade-fi m, além de apresentar um currículo escolar com conhecimentos e habilidades que auxiliem o educando em seu desenvolvimento integral.

A pesquisa na caracterização da escola é uma fonte preciosa na coleta de dados / fi losofi a, estrutu-ra, metodologia, relacionamentos.

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EDUCANDO

Objeto da ação educativa, visando seu conhecimento integral, desenvolvendo suas habilidades pro-piciando o desenvolvimento integral de sua personalidade.

O Orientador Educacional deverá ter a confi ança e simpatia dos educandos, para poder auxiliá-los mas, sempre deixando a oportunidade de iniciativa para eles.

Na relação do Orientador Educacional com seus educandos devemos estar atentos a :

Captar simpatia, confi ança e cooperação; demonstrar interesse; não ser paternalista; aconselhar; incentivar; orientação educacional, vocacional, psicológica, higiênica e social.

O PROFESSOR

Tem o papel de auxiliar o educando na aquisição de conhecimentos e habilidades. É o agente de educação que deve ter o papel de estar sempre estimulando os alunos a mover descobertas; seja através da aquisição de conhecimentos, compreensão de fatos e interesses constantes.

Existe uma linha de pensamento em que o professor é o elo principal entre o aluno e o conhecimento.

As competências e habilidades do professor é que farão a diferença no alcance da aprendizagem signifi cativa para os alunos.

O professor é o ponto de apoio , em parceria com o Orientador Educacional. Segundo NÉRICI, o curso de professores deve incluir no currículo “noções de Orientação Educacional a fi m de conscienti-zar os professores da importância do Orientador Educacional em seu processo educacional. Esta é uma relação de troca onde ambas se alimentam um com o outro.

Ao professor cabe a orientação para que os alunos explorem o ambiente sem jamais oferecer a solução pronta.

Claro que é indispensável o conhecimento de sua disciplina, estrutura.

PESSOAL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

A equipe técnico-administrativa também tem um papel fundamental na mudança de postura do professor, visando assessorá-lo no desenvolvimento efi caz de suas aulas. Este deve criar condições para que o desenvolvimento integral do aluno aconteça.

Estas discussões para análise de todos os envolvidos devem existir para expandir as potencialidades do aluno, pois infl uencia o clima escolar.

Quando existe integração com todos, há uma melhoria considerável no relacionamento dos mes-mos com os educadores, existe cooperação.

O RELACIONAMENTO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL COM O DIRETOR

A responsabilidade da política educacional do sistema e o “fazer” para o alcance dos objetivos edu-cacionais é atribuição principal do diretor. Sua atuação infl uencia a todos em seu ambiente, contribuindo para o clima necessário para o desenvolvimento “satisfatório” da sua unidade escolar.

Dentre as suas responsabilidades, a integração de todos na escola, gestão dos recursos huma-nos e fi nanceiros, inserção da comunidade no processo educacional, avaliação contínua da gestão visando a melhoria do processo.

O diretor estando sensibilizado, consciente dos planos de ação do Orientador Educacional estará com 80% do êxito de sua operacionalização. O diretor será exemplo do elemento que deverá estar inte-grado, criando um clima propício ao desenvolvimento das relações interpessoais.

Deve participar do planejamento, participar das reuniões e oferecer os recursos necessários para o desenvolvimento do serviço.

Fundamentos da Orientação Educacional 67

Esta dupla (Orientação e direção devem atuar em clima de cooperação, com o mesmo objetivo – o educando). No III Simpósio de Orientadores Educacionais concluiu-se que APOIAR e COMPREEN-DER são variáveis importantíssimas para a parceria dar certo.

SUPERVISÃO ESCOLAR

A supervisão auxilia o professor da utilização de métodos, técnicas e conteúdos, acompanhando inclusive, na operacionalização. Mas, atualmente, estes aspectos citados são indicadores de como anda o processo de ensino-aprendizagem do professor para a tomada de ações corretivas quando for o caso.

Busca-se uma atuação deste profi ssional próximo ao professor em busca de melhorias contínuas.

FAMÍLIA

Papel de total cooperação com o Orientadores Educacionais. Os pais têm que saber os objetivos da escola conscientizados que a atuação conjunta os levará ao sucesso de aprendizagem.

A família é o primeiro grupo social onde se convive e forma seus primeiros hábitos e adquire co-nhecimentos. Muitos dos descompassos educacionais tem origem na relação familiar.

As vezes a difi culdade de entrosamento dos pais na escola, é pelo tipo de reunião que se realiza na escola, onde o clima é tenso e os pais só recebem críticas do desempenho do fi lho.

Ações que devem ser estabelecidas visando a relação x escola:

- atrair os pais para a escola; conhecê-la, integrá-la.

CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ONDE ESTÁ INSERIDA

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A COMUNIDADE

A escola tem que estar inserida na comunidade. Pois os alunos ao chegarem nas escolas já trazem uma cultura de sua comunidade. Segundo TOSCANO (1969) a comunidade é: Coletividade humana, formada por todas as pessoas que vivem em determinado território e compartilham a mesma maneira de viver, embora nem todos sejam conscientes de sua organização e de seus propósitos.

Como parte integrante do sistema educacional, a atuação do Orientador Educacional na comuni-dade é de análise, refl exão e retro-alimentação.

Esta comunidade a que nos referimos é o clube, indústria, associação de moradores, escola de samba etc.

O fortalecimento da escola x comunidade será de desenvolvimento para ambas as partes. Pode-se estimular:

• criação de associações;

• atividades extra-classes;

• visitas e estágios;

• pesquisas para melhoria de vida da comunidade.

CARACTERÍSTICA DA COMUNIDADE ONDE ESTÁ INSERIDA

A ESCOLA

Aquela máxima de que o homem sofre infl uência do meio na formação da personalidade é verda-deira no contexto da Orientação Educacional.

No processo educacional, faz-se necessário um grande conhecimento sobre a comunidade, até

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ATIVIDADES COMPARTILHADAS

A Orientação Educacional e a realidade cultural do país. A Orientação Educacional deve resguardar a cultura de cada local que está inserida.

Os projetos interdisciplinares devem ser realizados na Educação Artística (artes, pintura, escultura,visitas,exposições,painéis), a Língua Portuguesa (contos, poesia), a Geografi a (as culturas diferentes de acordo com a localização, a História (relação da cultura no contexto urbano e rural e a educação ), a Matemática (processo matemáticos), Informática, Desenho (arquitetura).

Todas estas atividades são intimamente ligadas ao aluno através da vivência.

Eis um modelo de planejamento de ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL que nos dá uma visão geral didática para compreensão do que estudamos até agora:

VARIAVÉIS INDICADORESANÁLISE DOS INDICADORES

PROGNÓSTICO SOLUÇÕES

A COMUNIDADE ONDE A ESCOLA ESTÁ INSERIDA

ATUAÇÃO DA ESCOLA

1- Posição

2- Presença de cursos superiores

3- Mão-de-obra solicitada

1- Em relação ao educando; transmissão de conhecimentos.

2- Em relação a comunidade; participação

3- Organização geral da escola;

das funções.

- Problemas

gerações, crises afetivas e angústia na escolha

- motivação par cursar a universidade mas

- preparação onerosa em

- professores não estão sensibilizados para o verdadeiro objetivo da escola.- falta de interesse pelas atividades da comunidade.- preocupação em dar autonomia aos setores.

- os jovens poderão ser levados a frustrações e vícios,rebeldias etc.-os jovens poderão desestimular-se pelos estudos.- os educandos poderão desinteressar-se pelos cursos da escola, desviando-se para os “cursinhos”.

- prejuízo da formação integral da personalidade do educando.- os educandos poderão perder o sentido social.- choque entre os setores em prejuízo do padrão de ensino.

de gerações, círculo de pais.2- debates com empresários e palestras sobre mercado de trabalho.3- orientação adequada desde a 5ª série, com foco

vocacional.

4-sensibilização daescola e docorpo docente.5- Estudo do meio,visitas, entrevistas, participação nas festas da comunidade.

lidades de cada setor.

para fazermos um elo entre as infl uências que estas exercem sobre a comunidade escolar e as expectativas desta em relação ao trabalho da escola.

As características podem ser obtidas através da COLETA DE DADOS – O Orientador Educa-cional deve ir a campo, visando trazer subsídios para auxiliá-lo em seu Programa de Orientação. O meio mais utilizado é a pesquisa.

Além de fornecer um “retrato” da realidade onde mora,subsidiará, também, o programa de Orientação Pro-fi ssional. Dados mais concisos através de entrevistas com órgãos específi cos (prefeitura, Associação Comercial).

Com certeza, os dados colhidos serão de grande valia para o programa de Orientação.

Iremos ter indicadores de problemas sociais, culturais e até confl itos pessoais, ou seja, escola e comunidade.

Fundamentos da Orientação Educacional 69

VARIAVÉIS INDICADORESANÁLISE DOS INDICADORES

PROGNÓSTICO SOLUÇÕES

RELAÇÕES EXISTENTES NA ESCOLA

A CLIENTELA ESCOLAR

1- Pouca integração do corpo docente com a administração e seus componentes.

2-Relacionamento insatisfatório entre os alunos.

3-Desconhecimento da Orientação Educacional por parte do pessoal da escola.

1-Grande potenciali-dade cultural.

2-Ambiente demo-crático entre pais

comunidade; vida social, interesse pelos estudos.

-falta de reuniões, prática autoritária da direção. - Ausência de trabalho em equipe.- Ausência de atividades socializantes.- falta de cooperação com a Coordenação pedagógica.

- nível cultural elevado das famílias. - os educandos são exigentes quanto ás decisões da escola.- os educandos estão motiva-dos para os estudos devido ás expectativas da vida na cidade e universidades.

- o ambiente escolar poderá

interação entre professores e alunos. - prejuízo na formação integral da personalidade do educando.- o trabalho da Orientação

- possibilidades de grandes realizações culturais.- perigo de choques entre educandos e professores gerando insatisfações e disciplinas.-pode haver frustração devido aos vestibulares.

7- reuniões pedagógicas,8-autogoverno.9- Grêmio10-Promoção de trabalhosem grupo11-Campanha de sensibilizaçãopessoal da escola.

12-programação de olimpíadasculturais, exposições, etc.- promoção de sessões coletivas, manhãs de formação, orientação aos professores sobre os diálogos.

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

A avaliação nos mostra os objetos reais, a coerência entre a teoria e a prática, ou seja, a efetividade educacional .

Em relação a formação dos Orientadores Educacionais os processos devem ser auto-avaliativos.

Há países desenvolvidos que estabelecem a pós-graduação Stricto-Senso , como requisito de qua-lifi cação para dirigir uma escola.

O Sistema educacional sofre infl uência do sistema social, assim como o sistema pedagógico.

Portanto a avaliação do projeto de Orientação Educacional deve estar atento a:

a)resultados na relação com o sistema social

b) resultados na relação com o sistema escolar

c) resultados na relação com o sistema pedagógico

O programa de Orientação Educacional deve ser avaliado também pela equipe escolar

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

É através da avaliação que temos subsídios para novos planejamentos, e execução de novos programas educacionais.

A avaliação deve contar: objetividade, adaptação, efi cácia.

A avaliação pode ser realizada no fi nal ou durante o processo. O feedback é necessário para o replanejamento.

Podemos representar a avaliação de um Programa de Orientação Educacional da seguinte maneira:

FTC EAD | PEDAGOGIAFT70

ESQUEMA GERAL DA AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

PROGRAMA DE O.E

AVALIAÇÃO

Aspectos a avaliar Instrumentos Resultados

- O Programa- A equipe de trabalho- recursos materiais- a família

- a comunidade

- seleção

- aplicação

- análise

- diagnósticos

- prognósticos

Feedback

Através da avaliação que sabemos se os resultados estão sendo atingidos ou se precisamos melhorá-los. Pode ser feita de maneira qualitativa ou quantitativa.

Avaliação qualitativa – avaliamos métodos, técnicas, número de projetos desenvolvidos, número de educandos atendidos, número de atividades . E nestes ítens podemos perguntar: houve adequação, omissão, os objetivos estavam bem elaborados?, houve cooperação? Etc.

Avaliação Quantitativa – pergunta-se se houve mudança de comportamento, através de : opinião dos educandos, opinião dos envolvidos (professores, pais...).

Atividade Complementar

METACOGNIÇÃO

1 - Faça considerações sobre a integração dos agentes educativos para o cumprimento do Projeto Pedagógico da Escola.

2 - Como você relaciona o papel dos Agentes Educativos com o Projeto Pedagógico da escola?

Fundamentos da Orientação Educacional 71

3 - Quais características deve ter um projeto de Orientação Educacional em nossa realidade?

4 - Que estratégia você pode utilizar para aproximar a comunidade do Projeto Pedagógico da Escola?

5 - Identifi que um aluno seu em particular e responda:

A que ele atribui o controle sobre o seu sucesso ou fracasso na aprendizagem – a ele próprio, ao professor, à escola, à família, ao acaso. (sorte azar)?

PRÁTICA PEDAGÓGICA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

PLANEJAMENTO, PROJETOS E INTERVENÇÕES NA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

O que foi aprendido até hoje é valido, mas os tempos são outros e as atualizações necessárias con-forme já falamos sobre contexto sócio-educacional.

Por isso, Freire ( 1983 ), nos diz que devemos pautar nossa pratica na ação - refl exão - ação.

A busca por conhecimentos de psicologia, sociologia, historia da educação e historia do Brasil, antropologia, ciências políticas, metodologia, pesquisa deve ser uma busca incessante. Só assim os Orien-tadores Educacionais avançam em sua história.

Deve-se procurar intervir nas questões sociais e éticas ( drogas, delinqüência, aborto, aids... ) através de discussões criticas, onde ocorre as oportunidades de debates e trocas de experiências.

O Orientador Educacional deve sempre estar atento ao que se quer alcançar na atuação da Orien-tação Educacional levando-se em conta as variáveis estudadas: comunidade, escola, família. Os estabele-cimentos de objetivos devem levar em conta a necessidade, oportunidade, recursos e métodos, baseados nos dados da realidade escolar e relações comunitárias.

No planejamento de serviço de Orientação Educacional deve-se conter as metas, objetivos especí-fi cos, tempo previsto, recursos humanos e materiais necessários e a integração no contexto escolar, otimi-zação do pessoal que atua na escola, seleção de métodos e técnicas e escolha dos meios de avaliação.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT72

Ou seja, em um projeto de Orientação Educacional são estas as variáveis que devemos contemplar:

• a comunidade onde está inserida,

• a atuação da escola;

• relações existentes na escola;

• a clientela escolar.

Em cada variável colocar indicadores, analise dos indicadores, prognósticos e soluções. VIDE SCANNER.

INSUMO NECESSIDADES OBJETIVOS ALTERNATIVAS SELEÇÃO

DEALTERNATIVAS

IMPLEMENTAÇÃO EXEMPLO

RECURSOS E NOVASALTERNATIVAS

REALIMENTAÇÃO

AVALIAÇÃO

José Martins do Prado – Princípios e Métodos da Orientação Educacional

Além do pessoal e material necessário, obstáculos e cronograma de execução. As direções das intervenções da O.E são: preventiva ( evitar situações que possam prejudicá-los), preditiva ( encaminha-mento para escolha ), e curativa ( recuperar o educando das difi culdades ).

PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA

A Orientação Educacional faz parte da proposta pedagógica da escola; pois a Orientador educacional é um educador.

O trabalho em equipe ajuda a alcançar os objetivos propostos. As interferências do orientador educacional serão para que se alcance a aprendizagem esperada.

O “olhar” do orientador educacional será a escola como um todo e não mais só centrado no aluno. An-tes o orientador educacional só era acionado nos problemas ou no momento da escolha vocacional. Hoje sabe-se que sua interferência no processo ensino-aprendizagem contribui para o desenvolvimento da educação.

A promoção de um local propício às aprendizagens signifi cativas, que produzem crescimento e integração do orientador educacional com o projeto educacional da escola.

Fundamentos da Orientação Educacional 73

É um processo contínuo esta interação entre professores, avaliação, conteúdo das disciplinas, rela-ção professor x aluno, currículo, aprendizagem.

Um dos nossos papéis é essa integração para que possamos evidenciar as contradições presentes no projeto pedagógico, participar das discussões, estimulando a participação de todos, levando-os a um compromisso mútuo na melhoria do projeto pedagógico.

Devemos estar atento a tudo. Desde o currículo até a avaliação, passando pelos métodos de ensino, a interação com a comunidade , tecnologia ( tão atual nos dias de hoje ).

Atualmente, busca-se uma orientação que realize suas ações através de uma proposta interdiscipli-nar , com atenção ao projeto pedagógico da escola visando o desenvolvimento da cidadania.

A quebra de paradigmas na Orientação Educacional é uma constante, pois a transformação que ocorreu na escola sujeito de nossa prática são constantes; com um único objetivo – a educação.

A escola de hoje recebe múltiplas infl uências na formação deste educando. E a Orientação Educa-cional tem este papel importantíssimo na orientação destas infl uências recebidas; quando analisa, refl ete, colabora neste processo de mudança.

A educação refl ete a sociedade em que está inserida. Nas escolas se fala em mudanças curriculares, interdisciplinaridade, projeto políticos pedagógicos, construção, interação social. Mas e as vivências e experiências que o aluno traz?

Estamos vivendo novos tempos com a globalização, novas tecnologias.

Segundo EDGAR MORIN (2000), em seu livro OS SETE SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO, no primeiro dos 7 saberes ele fala que: “devemos pensar a educação como uma atividade humana cercada de incertezas e indeterminações, mais também comprometi-da com os destinos dos homens, mulheres e crianças que habitam nossa “terra pátria”.

É por isso que nos cursos de pedagogia vive-se analisando e refl etindo sobre a formação do Orientador Educacional.

PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Vários são os indicadores que interferem no processo de ensino-aprendizagem:

• indicadores físicos;

• emocionais;

• intelectuais;

• existem ainda as diferenças culturais (dimensão social);

• o sistema da escola (dimensão pedagógica);

A elaboração de um currículo é cuidadosa e deve conter: docência, serviços da escola, recursos humanos e materiais, autonomia, competência, etc.

A qualidade do ensino passa necessariamente pela qualidade do ensino.

A concepção de Piaget de aprendizagem comporta indagações. Aprender implica assimilar o objeto a esquemas mentais.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT74

Piaget destaca, ainda, 4 categorias:

1-ações são operatórias;

2-ações de estruturas operatórias;

3-sucessões físicas;

4-formas ampliadas de sucessões.

Na verdade, devemos considerar o aprender “ através da compreensão das teorias de conhecimen-to, sejam elas piagetianas ou não.

Neste processo tanto a escola como no trabalho, existem metas quantitativas e qualitativas.

ADAPTAÇÕES CURRICULARES/ INCLUSÃO

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Independente de tempo e esforço, o aluno é o protagonista de sua própria aprendizagem, através de diferentes meios e formas de comunicação.

Características:

-relação educador/ educando sem a presença física através de um meio de comunicação (rádio, TV, Texto).

Vantagens:

- alcançar um maior número de pessoas;

- se adequar ao ritmo de aprendizagem de cada aluno;

- desenvolve o autodidatismo;

- exercita o trabalho grupal.

Metodologia:

Método refl exivo “prática –teoria-prática” baseada em 3 modalidades: texto base, textos comple-mentares, técnicas de apoio, questionários, observação, análise de problemas.

Para a Orientação Educacional a educação a distância é uma mobilidade de formação contínua.

A EAD tem a vantagem adicional de estimular a responsabilidade pessoal. Quem a procura sabe-por que o faz, criando-se dessa forma uma nova ética de educação.

Utiliza-se uma metodologia diferenciada, o aluno é sujeito e objeto do processo.

EXCLUSÃO / INCLUSÃO

Existe, hoje, a preocupação da escola com o multiculturalismo, as diferenças.

Na verdade, durante todas as fases históricas da educação o “saber” aprendido nas escolas é um fato de inclusão ou exclusão social.

A refl exão crítica deve ser uma constante na formação continuada dos profi ssionais da área da educação, contribuindo para uma nova cultura educacional e profi ssional.

Artigo I. Educação inclusiva

Fundamentos da Orientação Educacional 75

Jovem com defi ciência física

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabele-cimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o cresci-mento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessida-des educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e fl exível requer mudanças signifi cativas na estrutura e no funcionamen-to das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transfor-madora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a qual se apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. O ensino especial é, desde sua origem, um sistema separado de educação das crianças com defi ciência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das crianças com defi ciência não podem ser supridas nas escolas regulares. Existe ensino especial em todo o mundo seja em escolas de frequência diária, internatos ou pequenas unidades ligadas à escola de ensino regular.

Seção 1.01 Defi nição

De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Defi ciência e do Desenvolvi-mento (International Disability and Development Consortium - IDDC) sobre a educação inclusiva, re-alizado em março de 1998 em Agra, na Índia, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a defi nição ampla deste conceito, nos seguintes termos:[1]

• Reconhece que todas as crianças podem aprender;

• Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, defi ciência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofi lia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição);

• Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;

• Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;

• É um processo dinâmico que está em evolução constante;

• Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.

Seção 1.0 Perspectivas históricas da educação especial: a caminho da inclusão

Estas perspectivas históricas levam em conta a evolução do pensamento acerca das necessidades educativas especiais ao longo dos últimos cinqüenta anos, no entanto, elas não se desenvolvem simultane-amente em todos os países, e conseqüentemente retrata uma visão histórica global que não corresponde ao mesmo estágio evolutivo de cada sociedade. Estas perspectivas são descritas por Peter Clough.

O legado psico-médico: (predominou na década de 50) vê o indivíduo como tendo de algum modo um defi cit e por sua vez defende a necessidade de uma educação especial para aqueles indivíduos.

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1. A resposta sociológica: (predominou na década de 60) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades educativas especiais.

2. Abordagens Curriculares: (predominou na década de 70) enfatiza o papel do currículo na so-lução - e, para alguns escritores, efi cazmente criando - difi culdades de aprendizagem.

3. Estratégias de melhoria da escola: (predominou na década de 80) enfatiza a importância da organização sistêmica detalhada na busca de educar verdadeiramente.

4. Crítica aos estudos da defi ciência: (predominou na década de 90) frequentemente elaborada por agentes externos à educação, elabora uma resposta política aos efeitos do modelo exclusionista do legado psico-médico.

Seção 1.03 Diferença entre o ensino integrado e o ensino inclusivo

As expressões integrado e inclusivo são comumente utilizadas como se tivessem o mesmo signi-fi cado. No entanto, em termos educacionais representam grandes diferenças a nível da fi losofi a a qual cada termo serve. O ensino integrado refere-se às crianças com defi ciência aprenderem de forma efi caz quando freqüentam as escolas regulares, tendo como instrumento a qualidade do ensino. No ensino integrado, a criança é vista como sendo portadora do problema e necessitando ser adaptada aos demais estudantes. Por exemplo, se uma criança com difi culdades auditivas é integrada numa escola regular, ela pode usar um aparelho auditivo e geralmente espera-se que aprenda a falar de forma a poder pertencer ao grupo. Em contrapartida, não se espera que os professores e as outras crianças aprendam a língua de sinais. Em outras palavras, a integração pressupõe que a criança problemática se reabilite e possa ser integrada, ou não obterá sucesso. O ensino inclusivo toma por base a visão sociológica[3] de defi ciência e diferença, reconhece, assim, que todas as crianças são diferentes, e que as escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos – com ou sem necessidade especial. A inclusão não signifi ca tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes métodos para se responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. O ensino integrado é, algumas vezes, visto como um passo em direção à inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão integradas.

Seção 1.04 Convenção da Defi ciência

Um acordo foi celebrado em 25 de agosto de 2006 em Nova Iorque, por diversos Estados em uma convenção preliminar das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com defi ciência, o qual realça, no arti-go 24, a Educação inclusiva como um direito de todos. O artigo foi substancialmente revisado e fortalecido durante as negociações que começaram há cinco anos. Em estágio avançado das negociações, a opção de educação especial (segregada do ensino regular) foi removida da convenção, e entre 14 e 25 agosto de 2006, esforços perduraram até os últimos dias para remover um outro texto que poderia justifi car o segregação de estudantes com defi ciência. Após longas negociações, o objetivo da inclusão plena foi fi nalmente alcan-çado e a nova redação do parágrafo 2 do artigo 24 foi defi nida sem objeção. Cerca de sessenta delegações de Estado e a Liga Internacional da Defi ciência (International Disability Caucus), que representa cerca de 70 organizações não governamentais (ONGs), apoiaram uma emenda proposta pelo Panamá que obriga os governos a assegurar que: as medidas efetivas de apoio individualizado sejam garantidas nos estabelecimen-tos que priorizam o desenvolvimento acadêmico e social, em sintonia com o objetivo da inclusão plena. A Convenção preliminar antecede a assembléia geral da ONU para sua adoção, que se realizará no fi nal deste ano. A convenção estará então aberta para assinatura e ratifi cação por todos os países membros, necessi-tando de 20 ratifi cações para ser validada. A Convenção da Defi ciência é o primeiro tratado dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com defi ciência.

Fundamentos da Orientação Educacional 77

(a) Elementos signifi cativos do artigo 24 da instrução do esboço

• Nenhuma exclusão do sistema de ensino regular por motivo de defi ciência;

• Acesso para estudantes com defi ciência à educação inclusiva em suas comunidades locais;

• Acomodação razoável das exigências indivíduais;

• O suporte necessário dentro do sistema de ensino regular para possibilitar a aprendizagem, inclu-sive medidas efi cazes de apoio individualizado.

Seção 1.05 Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade - (Brasil)

Programa iniciado em 2003, pelo Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial que conta atualmente com a adesão de 144 municípios-pólo que atuam como multiplicadores da formação para mais 4.646 municípios da área de abrangência.[4] O objetivo geral do programa é garantir o acesso de todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao sistema educacional públi-co, bem como disseminar a política de construção de sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos municípios brasileiros.[5]

(a) Objetivos específi cos

• Subsidiar fi losófi ca e tecnicamente o processo de transformação do sistema educacional brasilei-ro em um sistema inclusivo;

• Sensibilizar e envolver a sociedade em geral e a comunidade escolar em particular;

• Preparar gestores e educadores dos Municípios-pólo para dar continuidade à política de Educa-ção Inclusiva;

• Preparar gestores e educadores para atuarem como multiplicadores nos Municípios de sua área de abrangência;

• Desenvolver projetos de formação de gestores e educadores para dar continuidade ao processo de implementação de sistemas educacionais inclusivos;

(b) Ações do Programa

O Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, disponibiliza equipamentos, mobiliários e material pedagógico para que sejam implantadas salas de recursos para viabilização do atendimento nos municípios-pólo, apoiando o processo de inclusão educacional na rede pública de ensino. A meta prevista é de, até o fi nal de 2006, realizar a formação de gestores e educadores para a educação inclusiva em 83,5% dos municípios brasileiros, alcançando de cerca de 80.000 educadores. como parte da mesma ação inclusiva, a Secretaria de Educação Especial vem desenvolvendo desde 2004 o Projeto Educar na Diversidade, quevisa a formação de professores inclusivistas nos 144 municípios-pólo. Até o fi nal de 2006 o projeto deve atingir aproximadamente 30 mil educadores que atuam em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

(c) Evolução do Programa

A evolução da educação inclusiva no Brasil pode ser comprovada através dos dados do Censo Es-colar/INEP, o qual registra o crescimento da matrícula de alunos com necessidades educativas especiais-na rede regular de ensino tendo aumentado de 337.326 alunos, no ano de 1998, para 640.317 em 2005. Essa evolução se refl ete também no aumento de escolas da rede pública, que registram matrículas de alu-nos com necessidades educativas especiais tendo aumentado de 4.498, em 1998, para 36.897 em 2005.

FTC EAD | PEDAGOGIAFT78

Seção 1.06 Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão

A comunidade internacional, sob a liderança das Nações Unidas, reconhece a necessidade de garan-tias adicionais de acesso para excluídos, e neste sentido declarações intergovernamentais levantam a voz para formar parcerias entre governos, trabalhadores e sociedade civil com o objetivo de desenvolverem políticas e práticas inclusivas. No Congresso Internacional “Sociedade Inclusiva” convocado pelo Conse-lho Canadense de Reabilitação e Trabalho, foi feito um apelo aos governos, empregadores e trabalhadores bem como à sociedade civil para que se comprometessem com o desenvolvimento e a implementação de contextos inclusivos em todos os ambientes, produtos e serviços. [7]

Seção 1.07 Convenção da Organização dos Estados Americanos

Aprovada pelo Conselho Permanente na sessão realizada em 26 de maio de 1999, na Guatemala, a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Defi ciência[8] defi ne em seu Artigo I que:

1. O termo “defi ciência” signifi ca uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social;

2. O termo “discriminação contra as pessoas portadoras de defi ciência” signifi ca toda diferencia-ção, exclusão ou restrição baseada em defi ciência, antecedente de defi ciência, conseqüência de defi ciência anterior ou percepção de defi ciência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de defi ciência de seus direi-tos humanos e suas liberdades fundamentais. Não constitui discriminação a diferenciação ou preferência adotada pelo Estado para promover a integração social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de defi ciência, desde que a diferenciação ou preferência não limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação ou preferência. Nos casos em que a legislação interna preveja a declaração de interdição, quando for necessária e apropriada para o seu bem-estar, esta não constituirá discriminação.

Em seu Artigo II, afi rma que a Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de defi ciência e propiciar a sua plena integração à sociedade.

Fundamentos da Orientação Educacional 79

Enquanto os Artigos III e IV enumeram as ações que os Estados Partes se comprometem a tomar para alcançar o objetivo acordado. O conjunto de Artigos desta convenção apresentam medidas práticas, ba-seadas no princípio de eliminar toda e qualque forma de discriminção baseada em defi ciência.

O Congresso Nacional brasileiro aprovou o texto da Convenção Interamericana por meio do De-creto legislativo nº 198, de 13 de junho de 2001. A Convenção entrou em vigor, para o Brasil, em 14 de setembro de 2001, nos termos do parágrafo 3, de seu artigo VIII. [9]

Seção 1.08 barreiras ao ensino inclusivo[10]

• Atitudes negativas em relação à defi ciência

• Invisibilidade na comunidade das crianças com defi ciência que não freqüentam a escola

• Custo;

• Acesso físico;

• Dimensão das turmas;

• Pobreza;

• Discriminação por gênero;

• Dependência (alto nível de dependência de algumas crianças com efi ciência dos que as cuidam).

Seção 1.09 Legislação que regulamenta a Educação Especial no Brasil

• Constituição Federal de 1988 - Educação Especial

• Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN

• Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial

• Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial

• Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente

• Lei nº 8859/94 - Estágio

• Lei nº 10.098/94 - Acessibilidade

• Lei nº 10.436/02 - Libras

• Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de defi ciência

• Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre

• Lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF

• Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Programa de Complementação ao Atendimento Educa-cional Especializado às Pessoas Portadoras de Defi ciência

• Lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 - Direitos e proteção às pessoas acometidas de transtorno mental

• Plano Nacional de Educação - Educação Especial

Seção 1.10 Ver também

• Alicia Fernández;

• Aprendizagem;

• Defi ciência;

FTC EAD | PEDAGOGIAFT80

• Difi culdades de aprendizagem;

• Surdocegueira;

• Discalculia;

• Dislalia;

• Dislexia;

• Disortografi a;

• Educação especial;

• Escola da Ponte;

• Inibição cognitiva;

• Modalidades de aprendizagem;

• Movimento antimanicomial;

• Necessidades educativas especiais;

• Práticas Desenvolvimentalmente Apropriadas;

• Psicopedagogia;

• Síndrome de Down;

• Transtorno do Defi cit de Atenção e Hiperatividade.

Seção 1.11 Notas e referências

1. Esta defi nição de educação inclusiva foi usada durante o seminário sobre Educação Inclusiva do International Disability and Development Consortium (IDDC), Agra, India, em 1998. Desde então foi incorporada, quase palavra por palavra, no Relatório Branco sulafricano sobre educação inclusiva (South African White Paper on inclusive education), em Março de 2000.

2. ↑ Clough, P. (2000) Theories of Inclusive Education: A Student’s Guide. London, Sage/Paul Chapman Publishing

3. ↑ A resposta sociológica: (predominou na década de 60) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades educativas especiais.

4. ↑ Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade - Documento Orientador 2006

5. ↑ Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, Anexo 1a, Termo de Referência

6. ↑ Artigo VIII, 3. Esta Convenção entrará em vigor para os Estados ratifi cantes no trigésimo dia a partir da data em que tenha sido depositado o sexto instrumento de ratifi cação de um Estado membro da Organização dos Estados Americanos.

Fundamentos da Orientação Educacional 81

Atividade Complementar

METACOGNIÇÃO

1 - Elabore um Projeto de Orientação Educacional para sua Escola.

2 - O que pode e deve fazer o Orientador Educacional para assessorar a Escola no processo de ensino aprendizagem?

3 - Cite três processos atuais que interferem na Grade Curricular atual.

4 - O que você considera essencial em um Projeto Pedagógico?

5 - Registre uma intervenção sua como orientadora Educacional que infl uenciou no aperfeiçoa-mento do Projeto Pedagógico da Escola.

6 - E, para pensarmos sobre todo o conhecimento adquirido, aí vai uma

Refl exão:

Há profi ssionais que fi cam esperando que tudo seja resolvido da melhor forma, no tempo certo, com muita efi ciência, sem entretando fazer “a sua parte” no acordo. A este respeito, extraímos de PEIXOTO

FTC EAD | PEDAGOGIAFT82

(1996, p.61-62) a história de uma “(...)piedosa senhora que passava o tempo rezando na pequena aldeia onde morava num vale muito bonito, no sopé de uma montanha, no alto da qual havia uma grande represa”.

O Chamado

Certo dia, houve um estouro na barragem, colocando em perigo iminente todos os moradores da aldeia.

Um jovem trabalhador da barragem correu para a aldeia, solicitando aos moradores que saíssem do local onde estavam, pois logo a aldeia estaria completamente inundada. Mas a Senhora piedosa se limitou a dizer: “Salve-se você, pois a mim Jesus Cristo salva”.

Por duas vezes, quando a água se avolumava, a ponto de obrigá-la a subir nos móveis, outras pes-soas passaram em barcos, convidando-a a fugir do local e, de novo, obtiveram a mesma resposta: “Não se preocupe, Jesus Cristo me salva”.

Na última vez, já em cima do telhado, passou outro barqueiro dizendo: “Logo não haverá mais ninguém aqui. Venha comigo, minha senhora”. De novo, convicta, ela respondeu: “Não se preocupe. Jesus Cristo me salva”.

A última cena da nossa história se passa no céu onde a velhinha depois de ter morrido afogada, foi cobrar de Jesus Cristo. Afi nal, não havia Ele dito que se ela fosse piedosa e boa, Ele a salvaria sempre dos perigos?.

Por que Ele havia deixado que ela morresse afogada, traindo sua fé?

Ao que Jesus respondeu com o coração enternecido: “ Minha boa senhora,por quatro vezes Eu passei pela senhora, chamando-a para a salvação, mas a senhora não quis atender ao meu chamado”.

Qual a sua opinião sobre a atitude da Senhora , a esperar, e apenas isso, pela solução?

Fundamentos da Orientação Educacional 83

Glossário

BOOM: súbita expansão. COADJUVADO: colaborado, em parceria. EDUCARE: orientar, guiar, conduzir o indivíduo. INTERAÇÃO: Ação ou infl uência mútua, entre coisas ou pessoas. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação. METACOGNIÇÃO: estratégias que usamos para “aprender a aprender”.Indica momentos para parar, pensar, refl etir.

ONG: Organização Não-Governamental. TALENTOS: aptidão natural, capacidade adquirida. TECNICISTA: Próprio para o ofício, trabalho.

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