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04 PAINEL CRICIÚMA, TERÇA-FEIRA 2 DE ABRIL DE 2013 [email protected] www.jmnet.com.br Amanda Tesman Criciúma A fiscalização de ba- res próximos a ins- tituições de ensino deve ser intensificada. O prin- cipal alvo será a venda de bebidas alcoólicas para menores, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Na tar- de de ontem, o assunto foi pauta de reunião entre os proprietários dos estabele- cimentos, representantes das escolas, Polícia Militar e Ministério Público. O promotor da Infância e Juventude, Mauro Canto da Silva, explica que se for necessário a Câmara de Ve- readores pode ser acionada para estudo de projeto de lei para que a atividade seja regulamentada, com restri- ção de horários para a ven- da de bebidas alcoólicas ou fixar perímetro de comércio próximo as instituições. A necessidade de inspe- cionar os empreendimentos surgiu a partir da reclama- ção de alguns educadores. “Durante as férias escola- res, estive no Colegião e uma das reclamações dos professores daquele estabe- lecimento era da incidência de adolescentes que chega- vam para a aula - mais no período noturno - embria- gados”, ressalta o promo- tor da infância e juventude, Mauro Canto da Silva. Durante o encontro de ontem, os donos de bares e lanchonetes foram alertados sobre as consequências legais e a responsabilidade de cada um sobre o problema. “Os comerciantes foram orienta- dos a não vender ou fornecer bebidas alcoólicas a adoles- centes e que, caso tenham dúvida sobre a idade, podem pedir que seja apresentada Carteira de Identidade. Se não apresentar, não tem ven- da. Orientei, ainda, que eles mesmos podem exercer a fiscalização dos outros esta- belecimentos, pois enquanto sociedade tem responsabili- dades na proteção de crianças e adolescentes”, defende. A iniciativa foi apro- vada por alguns donos de estabelecimentos. “Temos que parabenizar pela ini- Criciúma O governo do Estado assina nesta quinta-feira o contrato para licitação da construção do prédio que vai abrigar o centro tecno- lógico do projeto Inova@ SC. Os detalhes do projeto foram apresentados na Acic ontem, pelo Secretário de Desenvolvimento Econômi- co, Luiz Fernando Cardoso. O prédio com quatro mil metros quadrados vai cus- tar R$ 4 milhões. Represen- tantes da Satc, Unesc, Con- selho de Desenvolvimento Regional, Senai, Fiesc e Sebrae acompanharam a apresentação. Os recursos para a obra virão do BNDES, e vão estar NOVIDADES Projeto do Inova@SC é apresentado na Acic incluídos no Pacto por San- ta Catarina, a ser assinado na quinta-feira. O prédio vai ser construído em um terreno doado pela Fucri ao Governo do Estado, junto ao Iparque, em Criciúma. Em paralelo às obras físi- cas as entidades educacionais e empresariais vão constituir um conselho deliberativo para encaminhar um modelo de funcionamento deste cen- tro. De acordo com o vice-rei- tor da Unesc, Márcio Fiori, em paralelo às documentações para as obras, deve-se cons- truir um trabalho coletivo, de união das entidades, para que a região ganhe de manei- ra coletiva com o projeto. ALERTA Venda de bebida alcoólica para menores será fiscalizada Principal reclamação de professores é de alunos que chegam à escola bêbados. Criação de lei que restringe o funcionamento dos bares também pode ser estudada ciativa. Nunca ninguém fez isso. Concordo que a venda para menor é o maior cri- me e isso desencadeia a possibilidade de usar ou- tras drogas, como cocaína, crack...”, fala o empresário Rômulo Teixeira. Segundo ele, o bar não é um local adequado para menores frequentarem. “Aqui se fala de sexo, homossexualida- de. Todas as vertentes são discutidas. Por ser um am- biente hostil, não gosto que fiquem aqui”, opina. O dono de uma lancho- nete, Darlan Vieira Euzébio, pensa que a fiscalização será de grande ajuda para eles. “Eu não vendo. Acredito que a fiscalização é a melhor medida. Tem que ser toma- da atitude. Os pais também devem orientar os filhos. Já teve caso de pais chegarem aqui e autorizar a venda de bebida alcoólica ao filho, mas eu não vendi”, comenta. O assunto também deve ser debatido com o Poder Executivo e Polícia Civil. Rômulo defende a scalização nos estabelecimentos DANIEL BÚRIGO/JM

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04 PAINEL CRICIÚMA, TERÇA-FEIRA2 DE ABRIL DE 2013

[email protected] www.jmnet.com.br

Amanda TesmanCriciúma

A fiscalização de ba-res próximos a ins-

tituições de ensino deve ser intensificada. O prin-cipal alvo será a venda de bebidas alcoólicas para menores, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Na tar-de de ontem, o assunto foi pauta de reunião entre os proprietários dos estabele-cimentos, representantes das escolas, Polícia Militar e Ministério Público.

O promotor da Infância e Juventude, Mauro Canto da Silva, explica que se for necessário a Câmara de Ve-readores pode ser acionada para estudo de projeto de lei para que a atividade seja regulamentada, com restri-ção de horários para a ven-da de bebidas alcoólicas ou fixar perímetro de comércio próximo as instituições.

A necessidade de inspe-cionar os empreendimentos surgiu a partir da reclama-ção de alguns educadores. “Durante as férias escola-

res, estive no Colegião e uma das reclamações dos professores daquele estabe-lecimento era da incidência de adolescentes que chega-vam para a aula - mais no período noturno - embria-gados”, ressalta o promo-tor da infância e juventude, Mauro Canto da Silva.

Durante o encontro de ontem, os donos de bares e lanchonetes foram alertados sobre as consequências legais e a responsabilidade de cada um sobre o problema. “Os comerciantes foram orienta-dos a não vender ou fornecer bebidas alcoólicas a adoles-centes e que, caso tenham dúvida sobre a idade, podem pedir que seja apresentada Carteira de Identidade. Se não apresentar, não tem ven-da. Orientei, ainda, que eles mesmos podem exercer a fiscalização dos outros esta-belecimentos, pois enquanto sociedade tem responsabili-dades na proteção de crianças e adolescentes”, defende.

A iniciativa foi apro-vada por alguns donos de estabelecimentos. “Temos que parabenizar pela ini-

Criciúma

O governo do Estado assina nesta quinta-feira o contrato para licitação da construção do prédio que vai abrigar o centro tecno-lógico do projeto Inova@SC. Os detalhes do projeto foram apresentados na Acic ontem, pelo Secretário de Desenvolvimento Econômi-co, Luiz Fernando Cardoso. O prédio com quatro mil metros quadrados vai cus-tar R$ 4 milhões. Represen-tantes da Satc, Unesc, Con-selho de Desenvolvimento Regional, Senai, Fiesc e Sebrae acompanharam a apresentação.

Os recursos para a obra virão do BNDES, e vão estar

NOVIDADES

Projeto do Inova@SC é apresentado na Acicincluídos no Pacto por San-ta Catarina, a ser assinado na quinta-feira. O prédio vai ser construído em um terreno doado pela Fucri ao Governo do Estado, junto ao Iparque, em Criciúma.

Em paralelo às obras físi-cas as entidades educacionais e empresariais vão constituir um conselho deliberativo para encaminhar um modelo de funcionamento deste cen-tro. De acordo com o vice-rei-

tor da Unesc, Márcio Fiori, em paralelo às documentações para as obras, deve-se cons-truir um trabalho coletivo, de união das entidades, para que a região ganhe de manei-ra coletiva com o projeto.

ALERTA

Venda de bebida alcoólica para menores será fiscalizadaPrincipal reclamação de professores é de alunos que chegam à escola bêbados. Criação de lei que restringe o funcionamento dos bares também pode ser estudada

ciativa. Nunca ninguém fez isso. Concordo que a venda para menor é o maior cri-me e isso desencadeia a possibilidade de usar ou-tras drogas, como cocaína, crack...”, fala o empresário Rômulo Teixeira. Segundo ele, o bar não é um local adequado para menores frequentarem. “Aqui se fala de sexo, homossexualida-de. Todas as vertentes são discutidas. Por ser um am-biente hostil, não gosto que fiquem aqui”, opina.

O dono de uma lancho-nete, Darlan Vieira Euzébio, pensa que a fiscalização será de grande ajuda para eles. “Eu não vendo. Acredito que a fiscalização é a melhor medida. Tem que ser toma-da atitude. Os pais também devem orientar os filhos. Já teve caso de pais chegarem aqui e autorizar a venda de bebida alcoólica ao filho, mas eu não vendi”, comenta.

O assunto também deve ser debatido com o Poder Executivo e Polícia Civil. Rômulo defende a fi scalização nos estabelecimentos

DANIEL BÚRIGO/JM