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Educação Pet Linguagem Canina Pet Ação Cliques que salvam vidas Pet Entrevista Livro bom pra cachorro Felinos em Foco Medo De Fogos... Ouvidos Sensíveis! Ano I - No 4- Julho/ 2010 Meu pet envelheceu, e agora?

#04 - Julho 2010

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Revista Conexão Pet, edição de Julho de 2010

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Page 1: #04 - Julho 2010

Educação PetLinguagem Canina

Pet Ação Cliques que salvam vidas

Pet EntrevistaLivro bom pra cachorro

Felinos em FocoMedo De Fogos... Ouvidos Sensíveis!

Ano I - No 4- Julho/ 2010

Meu pet envelheceu, e agora?

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Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet em revista é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os

direitos reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Andrea Lambert

Marúcia de Andrade CrusGustavo Campelo

Gisele NeisMarcelo Corso

Fabiana BertoliniLaelia Tonhozi

Rosemary Lucas

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Felinos em Foco

Pet Saúde

Educação Pet

Pet Comportamento

Meu pet envelheceu, e agora?

Celebridades do Bem

Pet Entrevista

Pet Ação

Trabalho Pet

Perfil Pet

Vitrine Pet

6

10

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14

16

20

30

34

38

28

Editorial

Queridos leitores,

É com muita felicidade que trazemos até vocês mais uma edição da revista digital Co-nexão Pet. Neste mês, temos uma grande novidade: a estréia da coluna de Gustavo Campelo, especialista em comportamento animal. Vocês poderão enviar dúvidas sobre o comportamento dos seus pets para o [email protected] e Gustavo irá respondê-las.

Em nossa matéria de capa, trazemos uma questão muito delicada e séria: a velhice de nossos animais. Infelizmente, muitas pessoas ainda vêem nossos amigos como objetos des-cartáveis, que quando ficam velhos não servem para mais nada, mas nós que amamos nossos companheiros, queremos saber as melhores formas de tratar deles, e nesta reportagem trazemos inúmeras dicas de como lidar com nossos queridos velhinhos.

Ainda na área da saúde, falamos um pouco sobre a gripe canina e da vacina para preveni-la. Temos também uma matéria sobre festas. Vocês sabiam que muitos tutores adoram comemorar o aniversário dos seus pets, com direito a comes e bebes e decora-ção exclusiva?

Por último, mas nem por isso menos impor-tante, estamos lançando o primeiro concurso cultural Conexão Pet: Meu Pet é Estrela. Você acha que seu bichinho leva jeito para modelo? Gostaria de vê-lo na capa de nossa revista? Então veja com participar em nossas páginas.

Tudo isso e muito mais, você encontrará em nossa edição de julho. Espero que gostem.

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet em revista é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os

direitos reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Andrea Lambert

Marúcia de Andrade CrusGustavo Campelo

Gisele NeisMarcelo Corso

Fabiana BertoliniLaelia Tonhozi

Rosemary Lucas

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Felinos em Foco

Pet Saúde

Educação Pet

Pet Comportamento

Meu pet envelheceu, e agora?

Celebridades do Bem

Pet Entrevista

Pet Ação

Trabalho Pet

Perfil Pet

Vitrine Pet

6

10

12

14

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30

34

38

28

Editorial

Queridos leitores,

É com muita felicidade que trazemos até vocês mais uma edição da revista digital Con-exão Pet. Neste mês, temos uma grande novi-dade: a estréia da coluna de Gustavo Campelo, especialista em comportamento animal. Vocês poderão enviar dúvidas sobre o comportamento dos seus pets para o [email protected] e Gustavo irá respondê-las.

Em nossa matéria de capa, trazemos uma questão muito delicada e séria: a velhice de nossos animais. Infelizmente, muitas pessoas ainda vêem nossos amigos como objetos des-cartáveis, que quando ficam velhos não servem para mais nada, mas nós que amamos nossos companheiros, queremos saber as melhores formas de tratar deles, e nesta reportagem trazemos inúmeras dicas de como lidar com nossos queridos velhinhos.

Ainda na área da saúde, falamos um pouco sobre a gripe canina e da vacina para preveni-la. Temos também uma matéria sobre festas. Vocês sabiam que muitos tutores adoram comemorar o aniversário dos seus pets, com direito a comes e bebes e decora-ção exclusiva?

Por último, mas nem por isso menos impor-tante, estamos lançando o primeiro concurso cultural Conexão Pet: Meu Pet é Estrela. Você acha que seu bichinho leva jeito para modelo? Gostaria de vê-lo na capa de nossa revista? Então veja com participar em nossas páginas.

Tudo isso e muito mais, você encontrará em nossa edição de julho. Espero que gostem.

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Se você tiver alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagem para [email protected] e ela poderá ser publicada aqui.

Mensagens dos leitores

Olá, recebi hoje e-mail da conexão pet e gostei muito. Parabéns a todos vocês! Gostaria de saber se é possível que eu continue recebendo os informa-tivos sempre.Um grande abraço,

Simone Marcussi de Almeida PradoOrlândia/ SP

Prezada editora: parabéns pela brilhante iniciativa com a certeza do sucesso da Conexão Pet. Como sugestão seria interessante criar uma seção de "cartas e/ou opinião", casos engraçados, contos, denúncias dos leitores etc.

Luiz LubiancoRio de Janeiro/ RJ

Adorei a revista. Poderei tirar algumas dúvidas e continuar amando os animais com intuito de ver em minha cidade um local para abrigá-los e castrá-los. Quem sabe? O importante é divulgar!

OdileneSão Pedro da Aldeia/ RJ

Gostei muito de vosso site. Parabéns pela iniciativa!

Roberto SchnebalgRecife/PE

A leitora Helga mandou sua opinião sobre os pit bulls:

Acredito que a criação tem muito a ver com o caráter do cachorro. Já conheci Pit Bulls e Rotweillers extremamente mansos, assim como o oposto também. Exterminar a raça não é solução. O que acho é que somente criadores responsáveis deveriam ter o direito de reproduzir esses animais, por isso deveriam vender os filhotes castrados. Dessa forma evita-se que proprietários comuns cruzem seus cães indiscriminadamente. Quem faz isso não se sente responsável pelo o que acontece com os filhotes depois de vendidos. Cruzamentos planejados por profissionais tendem a diminuir características indesejadas das raças.Sou a favor da posse responsável! Quem quer um animal desse porte deve ter ciência da sua respon-sabilidade com o bicho e com a sociedade!Adorei a revista!

Abraços,Helga M. M. BohnenSão Paulo/ SP

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Se você tiver alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagem para [email protected] e ela poderá ser publicada aqui.

Mensagens dos leitores

Olá, recebi hoje e-mail da conexão pet e gostei muito. Parabéns a todos vocês! Gostaria de saber se é possível que eu continue recebendo os informa-tivos sempre.Um grande abraço,

Simone Marcussi de Almeida PradoOrlândia/ SP

Prezada editora: parabéns pela brilhante iniciativa com a certeza do sucesso da Conexão Pet. Como sugestão seria interessante criar uma seção de "cartas e/ou opinião", casos engraçados, contos, denúncias dos leitores etc.

Luiz LubiancoRio de Janeiro/ RJ

Adorei a revista. Poderei tirar algumas dúvidas e continuar amando os animais com intuito de ver em minha cidade um local para abrigá-los e castrá-los. Quem sabe? O importante é divulgar!

OdileneSão Pedro da Aldeia/ RJ

Gostei muito de vosso site. Parabéns pela iniciativa!

Roberto SchnebalgRecife/PE

A leitora Helga mandou sua opinião sobre os pit bulls:

Acredito que a criação tem muito a ver com o caráter do cachorro. Já conheci Pit Bulls e Rotweillers extremamente mansos, assim como o oposto também. Exterminar a raça não é solução. O que acho é que somente criadores responsáveis deveriam ter o direito de reproduzir esses animais, por isso deveriam vender os filhotes castrados. Dessa forma evita-se que proprietários comuns cruzem seus cães indiscriminadamente. Quem faz isso não se sente responsável pelo o que acontece com os filhotes depois de vendidos. Cruzamentos planejados por profissionais tendem a diminuir características indesejadas das raças.Sou a favor da posse responsável! Quem quer um animal desse porte deve ter ciência da sua respon-sabilidade com o bicho e com a sociedade!Adorei a revista!

Abraços,Helga M. M. BohnenSão Paulo/ SP

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Para cães gourmets

Pet Notas

Parece um pote daqueles iogurtes com cereais, mas não é doce – nem feito para humanos. Trata-se do Equilíbrio du Chef (R$ 12,60, dois potes). A ração especial com frango, vegetais e macarrão pode ser “tem-perada” com duas opções de molho: tomate ou madeira. Quer variar ainda mais o cardá-pio? A ração Big Boss Strogonoff possui pe-dacinhos de carne grelhada e pode ser servida seca ou com caldo. O Big Boss Strogonoff custa entre R$ 16,90 (2 kg) e R$ 85,90 (20 kg). Ambos os produtos são lança-mentos da Total Alimentos (www.totalalimentos.com.br).

Brincadeira à japonesa

Nem adianta ficar com água na boca. Este combinado de sushi de pelúcia é apenas para distrair e divertir seu melhor amigo. O produto faz parte de uma linha de brinque-dos para cães inspirada na culinária japonesa, a Sushi Plus. Ela vem com quatro peças: uramaki osso, uni, sushi de tamago e sushi de atum. O conjunto pode ser encon-trado na importadora virtual Kevin Store e custa R$ 117,48.

www.kevinstore.com.br

BBC

Bebedouro de cachorro

Festa mexicanaO "Pool Float Dog" é fabricado em tecido

revestido de vinil resistente a perfurações e espuma ultraflutuante, garantindo que os cachorros possam tomar sol e relaxar sem o risco de cair na água. São três tamanhos e duas opções de cores que não mancham, des-botam ou mofam graças a um tratamento especial que o vinil recebe. Sem falar que fora d'água serve como uma gostosa caminha. Destinada a cachorros bem nascidos e que têm piscina em casa, o que eu queria ver é se algum gato endinheirado encararia a brinca-deira.

Copo caninoTá, pode não ser exatamente um copo,

mas serve pra os nossos amigões matarem a sede! O nome é pomposo "Collapsible Pet Travel Cup", mas a ideia é bem simples. Trata-se de um pequeno disco que se trans-forma num potinho de água com um simples puxão. Para facilitar o transporte, ele vem com um mosquetão que permite prendê-lo em cintos, mochilas e na própria guia da coleira. Fácil de guardar e transportar, ele é perfeito para passeios e viagens. Custa 9,99 dólares.

Felinos elegantes

Os bichanos já são elegantes por natureza, mas não custa dar mais uma forcinha. Que tal dar um chique chapéu de feltro para seu felino passear com mais estilo? O acessório vem com um fino elástico para mantê-lo no lugar. Por 13 dólares na Etsy (www.etsy.com).

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

8

Que tal um jeito diferente de dar água para o seu cachorrinho?! Dar é maneira de dizer, na verdade com a "Doggie Fountain™" ele mesmo se serve! Trata-se de uma plataforma que é fixada junto a qualquer mangueira comum de jardim. O funcionamento tipo "pedal" é simples e basta ensinar o cãozinho que ao pisar para a água começar a jorrar e pronto! Adeus vasilhas derrubadas, sujeira, potes que precisam ser limpos. Com este acessório seu cachorro tem sempre água fresca e abundante. Custa 39,98 dólares.

Reprodução

Reprodução

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Para cães gourmets

Pet Notas

Parece um pote daqueles iogurtes com cereais, mas não é doce – nem feito para humanos. Trata-se do Equilíbrio du Chef (R$ 12,60, dois potes). A ração especial com frango, vegetais e macarrão pode ser “tem-perada” com duas opções de molho: tomate ou madeira. Quer variar ainda mais o cardá-pio? A ração Big Boss Strogonoff possui pe-dacinhos de carne grelhada e pode ser servida seca ou com caldo. O Big Boss Strogonoff custa entre R$ 16,90 (2 kg) e R$ 85,90 (20 kg). Ambos os produtos são lança-mentos da Total Alimentos (www.totalalimentos.com.br).

Brincadeira à japonesa

Nem adianta ficar com água na boca. Este combinado de sushi de pelúcia é apenas para distrair e divertir seu melhor amigo. O produto faz parte de uma linha de brinque-dos para cães inspirada na culinária japonesa, a Sushi Plus. Ela vem com quatro peças: uramaki osso, uni, sushi de tamago e sushi de atum. O conjunto pode ser encon-trado na importadora virtual Kevin Store e custa R$ 117,48.

www.kevinstore.com.br

BBC

Bebedouro de cachorro

Festa mexicanaO "Pool Float Dog" é fabricado em tecido

revestido de vinil resistente a perfurações e espuma ultraflutuante, garantindo que os cachorros possam tomar sol e relaxar sem o risco de cair na água. São três tamanhos e duas opções de cores que não mancham, des-botam ou mofam graças a um tratamento especial que o vinil recebe. Sem falar que fora d'água serve como uma gostosa caminha. Destinada a cachorros bem nascidos e que têm piscina em casa, o que eu queria ver é se algum gato endinheirado encararia a brinca-deira.

Copo caninoTá, pode não ser exatamente um copo,

mas serve pra os nossos amigões matarem a sede! O nome é pomposo "Collapsible Pet Travel Cup", mas a ideia é bem simples. Trata-se de um pequeno disco que se trans-forma num potinho de água com um simples puxão. Para facilitar o transporte, ele vem com um mosquetão que permite prendê-lo em cintos, mochilas e na própria guia da coleira. Fácil de guardar e transportar, ele é perfeito para passeios e viagens. Custa 9,99 dólares.

Felinos elegantes

Os bichanos já são elegantes por natureza, mas não custa dar mais uma forcinha. Que tal dar um chique chapéu de feltro para seu felino passear com mais estilo? O acessório vem com um fino elástico para mantê-lo no lugar. Por 13 dólares na Etsy (www.etsy.com).

Paulo Toledo Piza/G1

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Que tal um jeito diferente de dar água para o seu cachorrinho?! Dar é maneira de dizer, na verdade com a "Doggie Fountain™" ele mesmo se serve! Trata-se de uma plataforma que é fixada junto a qualquer mangueira comum de jardim. O funcionamento tipo "pedal" é simples e basta ensinar o cãozinho que ao pisar para a água começar a jorrar e pronto! Adeus vasilhas derrubadas, sujeira, potes que precisam ser limpos. Com este acessório seu cachorro tem sempre água fresca e abundante. Custa 39,98 dólares.

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Para cães gourmets

Pet Notas

Parece um pote daqueles iogurtes com cereais, mas não é doce – nem feito para humanos. Trata-se do Equilíbrio du Chef (R$ 12,60, dois potes). A ração especial com frango, vegetais e macarrão pode ser “tem-perada” com duas opções de molho: tomate ou madeira. Quer variar ainda mais o cardá-pio? A ração Big Boss Strogonoff possui pe-dacinhos de carne grelhada e pode ser servida seca ou com caldo. O Big Boss Strogonoff custa entre R$ 16,90 (2 kg) e R$ 85,90 (20 kg). Ambos os produtos são lança-mentos da Total Alimentos (www.totalalimentos.com.br).

Brincadeira à japonesa

Nem adianta ficar com água na boca. Este combinado de sushi de pelúcia é apenas para distrair e divertir seu melhor amigo. O produto faz parte de uma linha de brinque-dos para cães inspirada na culinária japonesa, a Sushi Plus. Ela vem com quatro peças: uramaki osso, uni, sushi de tamago e sushi de atum. O conjunto pode ser encon-trado na importadora virtual Kevin Store e custa R$ 117,48.

www.kevinstore.com.br

BBC

Bebedouro de cachorro

Festa mexicanaO "Pool Float Dog" é fabricado em tecido

revestido de vinil resistente a perfurações e espuma ultraflutuante, garantindo que os cachorros possam tomar sol e relaxar sem o risco de cair na água. São três tamanhos e duas opções de cores que não mancham, des-botam ou mofam graças a um tratamento especial que o vinil recebe. Sem falar que fora d'água serve como uma gostosa caminha. Destinada a cachorros bem nascidos e que têm piscina em casa, o que eu queria ver é se algum gato endinheirado encararia a brinca-deira.

Copo caninoTá, pode não ser exatamente um copo,

mas serve pra os nossos amigões matarem a sede! O nome é pomposo "Collapsible Pet Travel Cup", mas a ideia é bem simples. Trata-se de um pequeno disco que se trans-forma num potinho de água com um simples puxão. Para facilitar o transporte, ele vem com um mosquetão que permite prendê-lo em cintos, mochilas e na própria guia da coleira. Fácil de guardar e transportar, ele é perfeito para passeios e viagens. Custa 9,99 dólares.

Felinos elegantes

Os bichanos já são elegantes por natureza, mas não custa dar mais uma forcinha. Que tal dar um chique chapéu de feltro para seu felino passear com mais estilo? O acessório vem com um fino elástico para mantê-lo no lugar. Por 13 dólares na Etsy (www.etsy.com).

Paulo Toledo Piza/G1

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Que tal um jeito diferente de dar água para o seu cachorrinho?! Dar é maneira de dizer, na verdade com a "Doggie Fountain™" ele mesmo se serve! Trata-se de uma plataforma que é fixada junto a qualquer mangueira comum de jardim. O funcionamento tipo "pedal" é simples e basta ensinar o cãozinho que ao pisar para a água começar a jorrar e pronto! Adeus vasilhas derrubadas, sujeira, potes que precisam ser limpos. Com este acessório seu cachorro tem sempre água fresca e abundante. Custa 39,98 dólares.

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Para cães gourmets

Pet Notas

Parece um pote daqueles iogurtes com cereais, mas não é doce – nem feito para humanos. Trata-se do Equilíbrio du Chef (R$ 12,60, dois potes). A ração especial com frango, vegetais e macarrão pode ser “tem-perada” com duas opções de molho: tomate ou madeira. Quer variar ainda mais o cardá-pio? A ração Big Boss Strogonoff possui pe-dacinhos de carne grelhada e pode ser servida seca ou com caldo. O Big Boss Strogonoff custa entre R$ 16,90 (2 kg) e R$ 85,90 (20 kg). Ambos os produtos são lança-mentos da Total Alimentos (www.totalalimentos.com.br).

Brincadeira à japonesa

Nem adianta ficar com água na boca. Este combinado de sushi de pelúcia é apenas para distrair e divertir seu melhor amigo. O produto faz parte de uma linha de brinque-dos para cães inspirada na culinária japonesa, a Sushi Plus. Ela vem com quatro peças: uramaki osso, uni, sushi de tamago e sushi de atum. O conjunto pode ser encon-trado na importadora virtual Kevin Store e custa R$ 117,48.

www.kevinstore.com.br

BBC

Bebedouro de cachorro

Festa mexicanaO "Pool Float Dog" é fabricado em tecido

revestido de vinil resistente a perfurações e espuma ultraflutuante, garantindo que os cachorros possam tomar sol e relaxar sem o risco de cair na água. São três tamanhos e duas opções de cores que não mancham, des-botam ou mofam graças a um tratamento especial que o vinil recebe. Sem falar que fora d'água serve como uma gostosa caminha. Destinada a cachorros bem nascidos e que têm piscina em casa, o que eu queria ver é se algum gato endinheirado encararia a brinca-deira.

Copo caninoTá, pode não ser exatamente um copo,

mas serve pra os nossos amigões matarem a sede! O nome é pomposo "Collapsible Pet Travel Cup", mas a ideia é bem simples. Trata-se de um pequeno disco que se trans-forma num potinho de água com um simples puxão. Para facilitar o transporte, ele vem com um mosquetão que permite prendê-lo em cintos, mochilas e na própria guia da coleira. Fácil de guardar e transportar, ele é perfeito para passeios e viagens. Custa 9,99 dólares.

Felinos elegantes

Os bichanos já são elegantes por natureza, mas não custa dar mais uma forcinha. Que tal dar um chique chapéu de feltro para seu felino passear com mais estilo? O acessório vem com um fino elástico para mantê-lo no lugar. Por 13 dólares na Etsy (www.etsy.com).

Paulo Toledo Piza/G1

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Que tal um jeito diferente de dar água para o seu cachorrinho?! Dar é maneira de dizer, na verdade com a "Doggie Fountain™" ele mesmo se serve! Trata-se de uma plataforma que é fixada junto a qualquer mangueira comum de jardim. O funcionamento tipo "pedal" é simples e basta ensinar o cãozinho que ao pisar para a água começar a jorrar e pronto! Adeus vasilhas derrubadas, sujeira, potes que precisam ser limpos. Com este acessório seu cachorro tem sempre água fresca e abundante. Custa 39,98 dólares.

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Por Marúcia de Andrade Cruz*

Felinos em Foco

MEDO DE FOGOS... OUVIDOS SENSÍVEIS!

Épocas festivas, como Ano Novo e a que estamos vivendo no momento – Copa do Mundo - são muito alegres e também muuuuito barulhentas! A utilização de fogos de artifício para incrementar a comemora-ção nestas datas deixa nossos amigos de pêlos muitas vezes em pânico. Afinal eles têm maior sensibilidade auditiva quando comparados aos humanos! E ainda para piorar a situação o barulho acontece de surpresa para eles, assustando-os ainda mais!!

O que fazer? O importante é tentar mini-mizar o estresse, já que não podemos eliminá-lo. Algumas dicas:

- deixá-los em um local seguro;- de preferência não deixá-los sozinhos;- colocar chumacinhos de algodão em ambos os condutos auditivos, só não esquecendo de retirar quando acabar o foguetório;- reservar esconderijos para eles, como interior de armários, caixas, caminhas do tipo toca;- existem associações de Florais de Bach ou fitoterápicos que podem ser prescritos e administrados dias antes da comemora-ção, deixando-os mais tranquilos;- um ambiente de cor azul é indicado pela cromoterapia, para tranquilizá-los, inclu-sive utilizando lâmpada azul caso não haja um espaço com paredes azuis;- manter portas e portões bem fechados;- procurar mantê-los em locais protegidos de fugas;- sempre mantê-los com identificação, caso haja fuga!

A maior dica é sempre imaginarmos estar no lugar deles, e assim fica mais fácil de pensar em maneiras de protegê-los destes momentos de pânico!!

A GUARDA-RESPONSÁVEL É UM ATO DE AMOR!!!

SEJA COMPROMETIDO COM O BEM-ESTAR E A SAÚDE DE SEU COMPANHEIRO!!!

* MV, MsC, Marúcia de Andrade Cruz (CRMV 4357/PR) Médica Veterinária, Clínica Veterinária Mania de GatoProfessora Clínica de Gatos, UTP

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Por Marúcia de Andrade Cruz*

Felinos em Foco

MEDO DE FOGOS... OUVIDOS SENSÍVEIS!

Épocas festivas, como Ano Novo e a que estamos vivendo no momento – Copa do Mundo - são muito alegres e também muuuuito barulhentas! A utilização de fogos de artifício para incrementar a comemora-ção nestas datas deixa nossos amigos de pêlos muitas vezes em pânico. Afinal eles têm maior sensibilidade auditiva quando comparados aos humanos! E ainda para piorar a situação o barulho acontece de surpresa para eles, assustando-os ainda mais!!

O que fazer? O importante é tentar mini-mizar o estresse, já que não podemos eliminá-lo. Algumas dicas:

- deixá-los em um local seguro;- de preferência não deixá-los sozinhos;- colocar chumacinhos de algodão em ambos os condutos auditivos, só não esquecendo de retirar quando acabar o foguetório;- reservar esconderijos para eles, como interior de armários, caixas, caminhas do tipo toca;- existem associações de Florais de Bach ou fitoterápicos que podem ser prescritos e administrados dias antes da comemora-ção, deixando-os mais tranquilos;- um ambiente de cor azul é indicado pela cromoterapia, para tranquilizá-los, inclu-sive utilizando lâmpada azul caso não haja um espaço com paredes azuis;- manter portas e portões bem fechados;- procurar mantê-los em locais protegidos de fugas;- sempre mantê-los com identificação, caso haja fuga!

A maior dica é sempre imaginarmos estar no lugar deles, e assim fica mais fácil de pensar em maneiras de protegê-los destes momentos de pânico!!

A GUARDA-RESPONSÁVEL É UM ATO DE AMOR!!!

SEJA COMPROMETIDO COM O BEM-ESTAR E A SAÚDE DE SEU COMPANHEIRO!!!

* MV, MsC, Marúcia de Andrade Cruz (CRMV 4357/PR) Médica Veterinária, Clínica Veterinária Mania de GatoProfessora Clínica de Gatos, UTP

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Todos nós sabemos que com as quedas de temperatura nosso corpo sofre e é um tal de atchim para cá e cof, cof para lá... mas não somos só nós que sofremos com a gripe. Os cães também estão sujeitos a essa doença chatinha. Nos caninos, a enfermidade é chamada de tosse dos canis ou traqueo-bronquite infecciosa canina. Ela é altamente contagiosa entre nossos amigos de quatro patas, mas raramente evolui para um quadro mais sério. Entretanto, os totós sentem muito incômodo para comer e dormir.

Os principais sintomas da gripe canina são: tosses secas, febre, fadiga e fraqueza. De acordo com a médica veterinária Camila Fetter Souza, o principal sintoma nos cães é a tosse seca, parecendo que o animal está engasgado. Pode até expectorar um tipo de espuma branca. “Essas tosses podem piorar com exercícios físicos, agitação ou mesmo pela própria pressão da coleira”, explica.

Qualquer cachorro que compartilhar um mesmo ambiente pode pegar gripe de outro, ou seja, num simples passeio pelo parque, durante um banho no pet shop ou estada de

final de semana no hotel etc. É bom lembrar que a gripe canina não contamina seres humanos.

A gripe canina é causada por diversos agentes infecciosos, entre os quais se incluem o vírus da parainfluenza, a bactéria Bordetella bronchiseptica e o adenovírus tipo 2, além de micoplasmas, reovírus e herpes-vírus que também contribuem para a ocorrên-cia dessa doença.

Na maioria dos casos, a gripe é resultado da presença de mais de um desses microor-ganismos, sendo que o agente mais comum é o vírus da parainfluenza que provoca sintomas leves que duram até seis dias, se não estiver presente nenhuma bactéria.

O clima frio e seco favorece o aparecimento da gripe canina, que é facilmente transmitida de um animal doente para outros por meio da tosse e espirros ou objetos contaminados. A transmissão aumenta quando há aglomera-ção de animais, como em parques, praças, canis, hotéis, abrigos e lojas de animais.

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Pet SaúdeComo faço para meu amigo não ficar doente?

A vacinação contra a gripe é sempre a melhor forma de prevenção, além de repre-sentar menos risco para seu pet e mais eco-nomia para seu bolso. Há duas opções para vacinar contra a gripe canina: pela via inje-tável ou nasal. Ambas as formas de vacina-ção precisam ser feitas anualmente.

A vacinação por injeção é a melhor escolha para cachorros que podem reagir com uma mordida, quando um estranho se aproxima de seu focinho. No caso de filhotes, indica-se duas doses da vacina injetável, com aproxi-madamente um mês de intervalo. A vacina injetável ainda confere excelente imunidade nos animais adultos, permitindo que as fêmeas transmitam anticorpos protetores para os filhotes pelo leite (colostro). As vaci-nas injetáveis não protegem se aplicadas pela via nasal. A revacinação anual deve ser feita em animais durante toda a sua vida.

A vacinação pela via nasal é também uma opção. É considerada uma vacina protetora, mas possui o inconveniente da forma de administração, pois alguns animais não toleram a aplicação da vacina dessa forma. Outro problema da vacina nasal é que o cachorro pode simplesmente jogá-la fora, ao espirrar após a vacinação, o que pode com-prometer a proteção contra a gripe. As vaci-nas nasais não podem ser dadas por injeção ao animal. Se isso ocorrer acidentalmente, no local da aplicação forma-se inchaço, podendo ainda levar a consequências graves ou até mesmo fatais. Elas também não prote-gem contra gripe, se aplicadas pela via oral. A revacinação também deve ser feita uma vez ao ano, como para a vacina injetável.

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Gripe canina: o melhor remédio

é a prevençãoJá existem vacinas para prevenir a gripe

canina, mas se o seu animal já está infectado, veja que cuidados seguir

ATENÇÃO: Não há vantagem em aplicar tanto a vacina nasal como a injetável num mesmo cachorro numa consulta ao veter-inário. A vacinação não previne a gripe em cachorros que já estão incubando ou com os sintomas dessa doença.

Caso você já tenha percebido que seu animal está com sintomas de gripe, a orienta-ção da veterinária é começar o tratamento. “Basicamente consiste em antibioticotera-pia, xaropes para alívio da tosse, anti-inflamatórios e confinamento do animal, para evitar que fique exposto ao frio, vento, umidade e banhos frios”, orienta. E se você tem mais de um animal em sua casa, é pre-ciso levá-los todos para um profissional. Há riscos de que todos fiquem doentes e cada um com quadro diferente de agravamento. “O modo de transmissão é como se fosse uma gripe humana, por aerossóis”, afirma Camila.

Mas preste bem atenção no seu animal, pois nem sempre a tosse seca pode indicar gripe canina. “Este sintoma também ocorre em animais com problemas cardíacos, par-ticularmente nos animais idosos. Por isso, sempre é importante levar o animal a seu veterinário de confiança, para que o diagnós-tico seja correto”, conclui a veterinária.

Então, como já diziam nossas avós, é melhor prevenir do que remediar, correto? Procure a orientação de um veterinário de confiança e imunize seus cães, pois apesar de ser bem incomum, a gripe canina pode evoluir para uma pneumonia.

* Com informações de Merial e ANDA.

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Todos nós sabemos que com as quedas de temperatura nosso corpo sofre e é um tal de atchim para cá e cof, cof para lá... mas não somos só nós que sofremos com a gripe. Os cães também estão sujeitos a essa doença chatinha. Nos caninos, a enfermidade é chamada de tosse dos canis ou traqueo-bronquite infecciosa canina. Ela é altamente contagiosa entre nossos amigos de quatro patas, mas raramente evolui para um quadro mais sério. Entretanto, os totós sentem muito incômodo para comer e dormir.

Os principais sintomas da gripe canina são: tosses secas, febre, fadiga e fraqueza. De acordo com a médica veterinária Camila Fetter Souza, o principal sintoma nos cães é a tosse seca, parecendo que o animal está engasgado. Pode até expectorar um tipo de espuma branca. “Essas tosses podem piorar com exercícios físicos, agitação ou mesmo pela própria pressão da coleira”, explica.

Qualquer cachorro que compartilhar um mesmo ambiente pode pegar gripe de outro, ou seja, num simples passeio pelo parque, durante um banho no pet shop ou estada de

final de semana no hotel etc. É bom lembrar que a gripe canina não contamina seres humanos.

A gripe canina é causada por diversos agentes infecciosos, entre os quais se incluem o vírus da parainfluenza, a bactéria Bordetella bronchiseptica e o adenovírus tipo 2, além de micoplasmas, reovírus e herpes-vírus que também contribuem para a ocorrên-cia dessa doença.

Na maioria dos casos, a gripe é resultado da presença de mais de um desses microor-ganismos, sendo que o agente mais comum é o vírus da parainfluenza que provoca sintomas leves que duram até seis dias, se não estiver presente nenhuma bactéria.

O clima frio e seco favorece o aparecimento da gripe canina, que é facilmente transmitida de um animal doente para outros por meio da tosse e espirros ou objetos contaminados. A transmissão aumenta quando há aglomera-ção de animais, como em parques, praças, canis, hotéis, abrigos e lojas de animais.

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Pet SaúdeComo faço para meu amigo não ficar doente?

A vacinação contra a gripe é sempre a melhor forma de prevenção, além de repre-sentar menos risco para seu pet e mais eco-nomia para seu bolso. Há duas opções para vacinar contra a gripe canina: pela via inje-tável ou nasal. Ambas as formas de vacina-ção precisam ser feitas anualmente.

A vacinação por injeção é a melhor escolha para cachorros que podem reagir com uma mordida, quando um estranho se aproxima de seu focinho. No caso de filhotes, indica-se duas doses da vacina injetável, com aproxi-madamente um mês de intervalo. A vacina injetável ainda confere excelente imunidade nos animais adultos, permitindo que as fêmeas transmitam anticorpos protetores para os filhotes pelo leite (colostro). As vaci-nas injetáveis não protegem se aplicadas pela via nasal. A revacinação anual deve ser feita em animais durante toda a sua vida.

A vacinação pela via nasal é também uma opção. É considerada uma vacina protetora, mas possui o inconveniente da forma de administração, pois alguns animais não toleram a aplicação da vacina dessa forma. Outro problema da vacina nasal é que o cachorro pode simplesmente jogá-la fora, ao espirrar após a vacinação, o que pode com-prometer a proteção contra a gripe. As vaci-nas nasais não podem ser dadas por injeção ao animal. Se isso ocorrer acidentalmente, no local da aplicação forma-se inchaço, podendo ainda levar a consequências graves ou até mesmo fatais. Elas também não prote-gem contra gripe, se aplicadas pela via oral. A revacinação também deve ser feita uma vez ao ano, como para a vacina injetável.

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Gripe canina: o melhor remédio

é a prevençãoJá existem vacinas para prevenir a gripe

canina, mas se o seu animal já está infectado, veja que cuidados seguir

ATENÇÃO: Não há vantagem em aplicar tanto a vacina nasal como a injetável num mesmo cachorro numa consulta ao veter-inário. A vacinação não previne a gripe em cachorros que já estão incubando ou com os sintomas dessa doença.

Caso você já tenha percebido que seu animal está com sintomas de gripe, a orienta-ção da veterinária é começar o tratamento. “Basicamente consiste em antibioticotera-pia, xaropes para alívio da tosse, anti-inflamatórios e confinamento do animal, para evitar que fique exposto ao frio, vento, umidade e banhos frios”, orienta. E se você tem mais de um animal em sua casa, é pre-ciso levá-los todos para um profissional. Há riscos de que todos fiquem doentes e cada um com quadro diferente de agravamento. “O modo de transmissão é como se fosse uma gripe humana, por aerossóis”, afirma Camila.

Mas preste bem atenção no seu animal, pois nem sempre a tosse seca pode indicar gripe canina. “Este sintoma também ocorre em animais com problemas cardíacos, par-ticularmente nos animais idosos. Por isso, sempre é importante levar o animal a seu veterinário de confiança, para que o diagnós-tico seja correto”, conclui a veterinária.

Então, como já diziam nossas avós, é melhor prevenir do que remediar, correto? Procure a orientação de um veterinário de confiança e imunize seus cães, pois apesar de ser bem incomum, a gripe canina pode evoluir para uma pneumonia.

* Com informações de Merial e ANDA.

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Linguagem canina

Quem nunca tentou decifrar o que nossos melhores amigos estão “pensando” ou que-rendo nos dizer?

As pessoas que gostam e convivem com animais sempre tiveram esse sonho de con-seguir entender tudo sobre a linguagem dos animais. Entretanto, paradoxalmente, é justamente por essa tentativa de entender a linguagem canina que acabam acontecendo a maioria dos problemas de relacionamento entre cães e seus proprietários.

Há anos que trabalho dando consultoria para solucionar supostos problemas de com-portamento em animais de estimação. E adi-vinhe qual é o problema mais comum que encontro nas residências com animais? Uma comunicação falha, ou a falta dela, entre homem e animal.

E qual a razão para que isso aconteça? A resposta é muito simples: Nós, humanos, temos a tendência natural de tratar qualquer outra espécie de estimação como se fossem nossos bebês humanos. Claro. A única

linguagem que conhecemos e que estamos aprendendo desde o nosso primeiro dia de vida é a linguagem humana. O problema é que o contrário também acontece. Os cães também conhecem uma única forma de se comunicar: a linguagem canina. É a lingua-gem natural para eles.

Brinco sempre que minha função é ser intérprete. Ensinar um pouco de “cachor-rês” aos humanos e um pouco de “hu-manês” aos cães. É dessa maneira que con-sigo levar harmonia e entendimento para ambos.

Tudo deve ser feito da maneira mais natu-ral e prazerosa possível. Quando estamos aprendendo uma nova língua, primeiro começamos a identificar algumas palavras, depois algumas frases. Aí, com um pouco de timidez nos arriscamos a repetir palavras e até mesmo frases mais complexas. E aos poucos nos tornamos cada vez mais a von-tade com nossa segunda língua, até que ficamos fluentes.

Apenas para exemplificar, imagine a seguinte situação: Um bebê (humano) dor-mindo tranquilamente em seu berço. De repente, um barulho muito alto de fogos de artifício. O bebê se sente amedrontado com o som estridente e começa a chorar. O natu-ral de qualquer mãe é pegar o bebê no colo e ninar até que o bebê se acalme e volte a dormir. Problema resolvido. O que acontece nesse caso é que o bebê se sentiu descon-fortável com a situação e tudo o que ele pre-

14

Educação Pet cisava era conforto e segurança e conseguiu no momento em que viu, ouviu e sentiu a mãe.

Agora vamos imaginar uma situação semelhante, porém com um cachorro (de qualquer raça e idade). Quando o cão se assusta com os fogos a nossa reação humana natural é nos aproximar, dar carinho e falar baixinho. Exatamente como faríamos com nosso bebê. Esperamos que nosso cão responda como respondeu o bebê. Mas isso não acontece. Ao contrário, o cão apenas piora. E a cada vez que soltam mais fogos, mais o coitado do animal sente medo, até treme. O que aconteceu de errado? Comuni-cação!

O cão, assim como nosso bebê, precisava de conforto e segurança. Porém o conforto e a segurança que o cão precisava não era o carinho ou atenção. Carinho e atenção apenas mostraram ao cão que ele estava agindo da maneira correta. Ou seja, na inter-

Por Gustavo Campelo *

pretação canina significou “Muito bem! Fique com medo, pois os fogos são real-mente perigosos!”. O cão apenas precisava saber que seu proprietário estava tranqüilo. Que o seu líder não identificou nenhuma ameaça nos fogos, e que aquilo não repre-senta perigo algum para o grupo, portanto, ele também não deveria ficar com medo. Simples, não? É assim que funciona o código de conduta canino. Sim, os cães possuem um código de conduta e são bem organiza-dos. Mas falaremos sobre isso no nosso próximo encontro.

Até mais!

* Gustavo Campelo é especialista em com-portamento animal e palestrante. Ele é diretor da empresa que leva seu nome, e é especializada em educação e socialização de pets –www.gustavocampelo.com.br.

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Linguagem canina

Quem nunca tentou decifrar o que nossos melhores amigos estão “pensando” ou que-rendo nos dizer?

As pessoas que gostam e convivem com animais sempre tiveram esse sonho de con-seguir entender tudo sobre a linguagem dos animais. Entretanto, paradoxalmente, é justamente por essa tentativa de entender a linguagem canina que acabam acontecendo a maioria dos problemas de relacionamento entre cães e seus proprietários.

Há anos que trabalho dando consultoria para solucionar supostos problemas de com-portamento em animais de estimação. E adi-vinhe qual é o problema mais comum que encontro nas residências com animais? Uma comunicação falha, ou a falta dela, entre homem e animal.

E qual a razão para que isso aconteça? A resposta é muito simples: Nós, humanos, temos a tendência natural de tratar qualquer outra espécie de estimação como se fossem nossos bebês humanos. Claro. A única

linguagem que conhecemos e que estamos aprendendo desde o nosso primeiro dia de vida é a linguagem humana. O problema é que o contrário também acontece. Os cães também conhecem uma única forma de se comunicar: a linguagem canina. É a lingua-gem natural para eles.

Brinco sempre que minha função é ser intérprete. Ensinar um pouco de “cachor-rês” aos humanos e um pouco de “hu-manês” aos cães. É dessa maneira que con-sigo levar harmonia e entendimento para ambos.

Tudo deve ser feito da maneira mais natu-ral e prazerosa possível. Quando estamos aprendendo uma nova língua, primeiro começamos a identificar algumas palavras, depois algumas frases. Aí, com um pouco de timidez nos arriscamos a repetir palavras e até mesmo frases mais complexas. E aos poucos nos tornamos cada vez mais a von-tade com nossa segunda língua, até que ficamos fluentes.

Apenas para exemplificar, imagine a seguinte situação: Um bebê (humano) dor-mindo tranquilamente em seu berço. De repente, um barulho muito alto de fogos de artifício. O bebê se sente amedrontado com o som estridente e começa a chorar. O natu-ral de qualquer mãe é pegar o bebê no colo e ninar até que o bebê se acalme e volte a dormir. Problema resolvido. O que acontece nesse caso é que o bebê se sentiu descon-fortável com a situação e tudo o que ele pre-

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Educação Pet cisava era conforto e segurança e conseguiu no momento em que viu, ouviu e sentiu a mãe.

Agora vamos imaginar uma situação semelhante, porém com um cachorro (de qualquer raça e idade). Quando o cão se assusta com os fogos a nossa reação humana natural é nos aproximar, dar carinho e falar baixinho. Exatamente como faríamos com nosso bebê. Esperamos que nosso cão responda como respondeu o bebê. Mas isso não acontece. Ao contrário, o cão apenas piora. E a cada vez que soltam mais fogos, mais o coitado do animal sente medo, até treme. O que aconteceu de errado? Comuni-cação!

O cão, assim como nosso bebê, precisava de conforto e segurança. Porém o conforto e a segurança que o cão precisava não era o carinho ou atenção. Carinho e atenção apenas mostraram ao cão que ele estava agindo da maneira correta. Ou seja, na inter-

Por Gustavo Campelo *

pretação canina significou “Muito bem! Fique com medo, pois os fogos são real-mente perigosos!”. O cão apenas precisava saber que seu proprietário estava tranqüilo. Que o seu líder não identificou nenhuma ameaça nos fogos, e que aquilo não repre-senta perigo algum para o grupo, portanto, ele também não deveria ficar com medo. Simples, não? É assim que funciona o código de conduta canino. Sim, os cães possuem um código de conduta e são bem organiza-dos. Mas falaremos sobre isso no nosso próximo encontro.

Até mais!

* Gustavo Campelo é especialista em com-portamento animal e palestrante. Ele é diretor da empresa que leva seu nome, e é especializada em educação e socialização de pets –www.gustavocampelo.com.br.

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E vai rolar a festa... para pets!Eventos para animais tornam-se cada vez mais comuns no Brasil

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Pet Comportamento

18 19

20

22 23

21

Alguns consideram exagero. Outros acham perfeitamente normal. O fato é que as festas voltadas para os pets estão fazendo cada vez mais sucesso. Existem buffets especializados em decoração e guloseimas para os bichinhos. Os cães aproveitam mais, é verdade. Os felinos ainda ficam ressabiados com tanta movi-mentação, preferem seguir um estilo mais low profile.

Quem deu o pontapé inicial em toda essa moda foi a socialite carioca vera

Loyola, cujas festas para os pets chega-ram a viram matéria em telejornais. Vera chegou até mesmo a casar sua cadelinha. Os mimos dispensados aos cãezinhos renderam críticas até mesmo do jornal britânico de The Guardian.

Polêmicas à parte, para quem quer comemorar o aniversário ou outra data especial para o totó, opções não faltam. As produções mais procuradas são as de aniversário. Os clientes caninos real-mente respondem pela maior fatia do mercado. “Já houve um pedido de orça-mento para um cavalo, mas o evento não se realizou”, relata Rosemary Lucas, da Pet Mania de Festas.

De acordo com a empresa carioca Pet Party, um kit individual para festas parte do valor de R$ 80. As classes média e alta são as que mais procuram os serviços.

Quanto às guloseimas, mamães e papais dos caninos não precisam se preocupar. Ela é totalmente adequada ao cliente: “As receitas são fornecidas por veterinários e eu mesma pesquiso o que deverá ser evitado”, afirma Rose-mary.

Casamento na roça

Para celebrar os dois anos de sua pet shop, a empresária Cristina Gon-çalves, de Santana do Parnaíba, SP, rece-beu várias sugestões. Mas a ideia que mais agradou foi a do casamento caipira entre seu cão Golden retriever, Vip, e a cadelinha da mesma raça, Belinha.

“Casar um "filho" é uma alegria enorme, mas organizar a festa é uma responsabilidade e tanto. Cuidei de tudo: os convites para os amigos (cachorros ou não), o banho de beleza dos noivos no grande dia... Com tudo pronto, foi emo-cionante ver o Vip no altar”, relata Cris-tina.

Belinha chegou como manda o figurino: vestida de noiva, muito bonita e comportada. Porém, o pior pesadelo de toda noiva aconteceu: o futuro marido havida dado no pé, ou melhor, nas patas!

“O fato é que, do altar, o Vip viu a amante, Fiona, uma vira-lata irresistível, e acabou sumindo com ela por uns minutos. Fiona se hospeda na minha pet shop com frequência, e os dois passam muito tempo juntos. Vip não se segurou”, diverte-se a empresária.

Mas, como em todo casório na roça, o pai da noiva não deixou barato e foi buscar o noivo fujão! O melhor de toda a brincadeira, é que Cristina, além da diversão, arrumou um jeito de auxiliar focinhos carentes. Foram arrecadados 175 quilos de ração para a ONG Frans-lázaro, que cuida de 170 cães abandona-dos.

O menu da festa de casamento, com salgados, bolos e lembrancinhas, custa a partir de R$ 18 por animal

A organizadora de festas Carla Zajdenwerg criou a Pet Party

(www.petpartyeventos.com) para orga-nizar aniversários e até casamentos entre cães e gatos. O menu gastronômico inclui bolo, sonho, tortas doces e salgadas, sempre com produtos naturais. Cada festa custa a partir de R$ 18 por animal. “É uma desculpa para as pessoas reuni-rem seus animais e amigos. Os casamen-tos que fiz nem eram de cães que iriam acasalar.” Também é possível fazer lem-branças, como ossinhos de biscoito para os convidados comerem depois – de preferência quando se mostrarem obedi-entes.

Discoteca para cães

Para quem tem cães mais bala-deiros, a opção é fazer uma comemora-ção na discoteca. Em São Paulo, os au-aus contam com uma opção exclusiva para eles: a Pet Dance. Lá, os convida-dos podem provar petiscos caninos e se deitar em pufes jogados pelo salão de 20 metros quadrados.

As baladas na discoteca canina duram, em média, quatro horas e os con-vidados podem servir-se de rações nacionais e importadas à vontade, além de petiscos exclusivos.

Como os cachorros têm ouvidos bastante sensíveis, preferem som ambi-ente, mas o proprietário da Pet Dance, Thiago Tanahara, explica que atende às preferências do tutor do animal. Então, tutores, por favor, peguem leve com a sonzeira!

Como toda discoteca, essa também tem censura: “Menor de cinco meses não entra. É que é só nessa idade que os cachorros já tomaram todas as vacinas. Eu mesmo confiro pessoal-mente os cartões de vacinação. Também não me responsabilizo por gravidez indesejada. Aliás, pode rolar de tudo aqui na balada, desde que o tutor fique lá vigiando”, diverte-se Tanahara.

Apesar dessa liberdade que as festanças permitem, o clima é bem familiar: “Até hoje não aconteceu briga, mas se acontecer os tutores é que terão de separar os cães porque a Pet Dance não tem seguranças. Mas o ambiente é de pura diversão. Os convidados estão mais preocupados em comer e socializar do que brigar”, explica Tanahara.

Os baixinhos são os mais diverti-dos. “Os de pequeno porte, como basset, yorkshire e lhasa apso são mais animados. Eles correm de um lado pro outro, latem, fazem uma farra. Já os

grandalhões, são preguiçosos e preferem os pufes”, enumera o proprietário da dis-coteca.

Mas os tutores não devem se animar muito com a balada. Os comes e bebes são exclusivos para os totós.

Se você quer fazer uma festa para seus melhores amigos, certifique-se de contratar uma empresa séria, que faça alimentos específicos para cães e fique sempre perto para evitar confusões.

16

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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Pet Comportamento

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Alguns consideram exagero. Outros acham perfeitamente normal. O fato é que as festas voltadas para os pets estão fazendo cada vez mais sucesso. Existem buffets especializados em decoração e guloseimas para os bichinhos. Os cães aproveitam mais, é verdade. Os felinos ainda ficam ressabiados com tanta movi-mentação, preferem seguir um estilo mais low profile.

Quem deu o pontapé inicial em toda essa moda foi a socialite carioca vera

Loyola, cujas festas para os pets chega-ram a viram matéria em telejornais. Vera chegou até mesmo a casar sua cadelinha. Os mimos dispensados aos cãezinhos renderam críticas até mesmo do jornal britânico de The Guardian.

Polêmicas à parte, para quem quer comemorar o aniversário ou outra data especial para o totó, opções não faltam. As produções mais procuradas são as de aniversário. Os clientes caninos real-mente respondem pela maior fatia do mercado. “Já houve um pedido de orça-mento para um cavalo, mas o evento não se realizou”, relata Rosemary Lucas, da Pet Mania de Festas.

De acordo com a empresa carioca Pet Party, um kit individual para festas parte do valor de R$ 80. As classes média e alta são as que mais procuram os serviços.

Quanto às guloseimas, mamães e papais dos caninos não precisam se preocupar. Ela é totalmente adequada ao cliente: “As receitas são fornecidas por veterinários e eu mesma pesquiso o que deverá ser evitado”, afirma Rose-mary.

Casamento na roça

Para celebrar os dois anos de sua pet shop, a empresária Cristina Gon-çalves, de Santana do Parnaíba, SP, rece-beu várias sugestões. Mas a ideia que mais agradou foi a do casamento caipira entre seu cão Golden retriever, Vip, e a cadelinha da mesma raça, Belinha.

“Casar um "filho" é uma alegria enorme, mas organizar a festa é uma responsabilidade e tanto. Cuidei de tudo: os convites para os amigos (cachorros ou não), o banho de beleza dos noivos no grande dia... Com tudo pronto, foi emo-cionante ver o Vip no altar”, relata Cris-tina.

Belinha chegou como manda o figurino: vestida de noiva, muito bonita e comportada. Porém, o pior pesadelo de toda noiva aconteceu: o futuro marido havida dado no pé, ou melhor, nas patas!

“O fato é que, do altar, o Vip viu a amante, Fiona, uma vira-lata irresistível, e acabou sumindo com ela por uns minutos. Fiona se hospeda na minha pet shop com frequência, e os dois passam muito tempo juntos. Vip não se segurou”, diverte-se a empresária.

Mas, como em todo casório na roça, o pai da noiva não deixou barato e foi buscar o noivo fujão! O melhor de toda a brincadeira, é que Cristina, além da diversão, arrumou um jeito de auxiliar focinhos carentes. Foram arrecadados 175 quilos de ração para a ONG Frans-lázaro, que cuida de 170 cães abandona-dos.

O menu da festa de casamento, com salgados, bolos e lembrancinhas, custa a partir de R$ 18 por animal

A organizadora de festas Carla Zajdenwerg criou a Pet Party

(www.petpartyeventos.com) para orga-nizar aniversários e até casamentos entre cães e gatos. O menu gastronômico inclui bolo, sonho, tortas doces e salgadas, sempre com produtos naturais. Cada festa custa a partir de R$ 18 por animal. “É uma desculpa para as pessoas reuni-rem seus animais e amigos. Os casamen-tos que fiz nem eram de cães que iriam acasalar.” Também é possível fazer lem-branças, como ossinhos de biscoito para os convidados comerem depois – de preferência quando se mostrarem obedi-entes.

Discoteca para cães

Para quem tem cães mais bala-deiros, a opção é fazer uma comemora-ção na discoteca. Em São Paulo, os au-aus contam com uma opção exclusiva para eles: a Pet Dance. Lá, os convida-dos podem provar petiscos caninos e se deitar em pufes jogados pelo salão de 20 metros quadrados.

As baladas na discoteca canina duram, em média, quatro horas e os con-vidados podem servir-se de rações nacionais e importadas à vontade, além de petiscos exclusivos.

Como os cachorros têm ouvidos bastante sensíveis, preferem som ambi-ente, mas o proprietário da Pet Dance, Thiago Tanahara, explica que atende às preferências do tutor do animal. Então, tutores, por favor, peguem leve com a sonzeira!

Como toda discoteca, essa também tem censura: “Menor de cinco meses não entra. É que é só nessa idade que os cachorros já tomaram todas as vacinas. Eu mesmo confiro pessoal-mente os cartões de vacinação. Também não me responsabilizo por gravidez indesejada. Aliás, pode rolar de tudo aqui na balada, desde que o tutor fique lá vigiando”, diverte-se Tanahara.

Apesar dessa liberdade que as festanças permitem, o clima é bem familiar: “Até hoje não aconteceu briga, mas se acontecer os tutores é que terão de separar os cães porque a Pet Dance não tem seguranças. Mas o ambiente é de pura diversão. Os convidados estão mais preocupados em comer e socializar do que brigar”, explica Tanahara.

Os baixinhos são os mais diverti-dos. “Os de pequeno porte, como basset, yorkshire e lhasa apso são mais animados. Eles correm de um lado pro outro, latem, fazem uma farra. Já os

grandalhões, são preguiçosos e preferem os pufes”, enumera o proprietário da dis-coteca.

Mas os tutores não devem se animar muito com a balada. Os comes e bebes são exclusivos para os totós.

Se você quer fazer uma festa para seus melhores amigos, certifique-se de contratar uma empresa séria, que faça alimentos específicos para cães e fique sempre perto para evitar confusões.

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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E vai rolar a festa... para pets!Eventos para animais tornam-se cada vez mais comuns no Brasil

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Pet Comportamento

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Alguns consideram exagero. Outros acham perfeitamente normal. O fato é que as festas voltadas para os pets estão fazendo cada vez mais sucesso. Existem buffets especializados em decoração e guloseimas para os bichinhos. Os cães aproveitam mais, é verdade. Os felinos ainda ficam ressabiados com tanta movi-mentação, preferem seguir um estilo mais low profile.

Quem deu o pontapé inicial em toda essa moda foi a socialite carioca vera

Loyola, cujas festas para os pets chega-ram a viram matéria em telejornais. Vera chegou até mesmo a casar sua cadelinha. Os mimos dispensados aos cãezinhos renderam críticas até mesmo do jornal britânico de The Guardian.

Polêmicas à parte, para quem quer comemorar o aniversário ou outra data especial para o totó, opções não faltam. As produções mais procuradas são as de aniversário. Os clientes caninos real-mente respondem pela maior fatia do mercado. “Já houve um pedido de orça-mento para um cavalo, mas o evento não se realizou”, relata Rosemary Lucas, da Pet Mania de Festas.

De acordo com a empresa carioca Pet Party, um kit individual para festas parte do valor de R$ 80. As classes média e alta são as que mais procuram os serviços.

Quanto às guloseimas, mamães e papais dos caninos não precisam se preocupar. Ela é totalmente adequada ao cliente: “As receitas são fornecidas por veterinários e eu mesma pesquiso o que deverá ser evitado”, afirma Rose-mary.

Casamento na roça

Para celebrar os dois anos de sua pet shop, a empresária Cristina Gon-çalves, de Santana do Parnaíba, SP, rece-beu várias sugestões. Mas a ideia que mais agradou foi a do casamento caipira entre seu cão Golden retriever, Vip, e a cadelinha da mesma raça, Belinha.

“Casar um "filho" é uma alegria enorme, mas organizar a festa é uma responsabilidade e tanto. Cuidei de tudo: os convites para os amigos (cachorros ou não), o banho de beleza dos noivos no grande dia... Com tudo pronto, foi emo-cionante ver o Vip no altar”, relata Cris-tina.

Belinha chegou como manda o figurino: vestida de noiva, muito bonita e comportada. Porém, o pior pesadelo de toda noiva aconteceu: o futuro marido havida dado no pé, ou melhor, nas patas!

“O fato é que, do altar, o Vip viu a amante, Fiona, uma vira-lata irresistível, e acabou sumindo com ela por uns minutos. Fiona se hospeda na minha pet shop com frequência, e os dois passam muito tempo juntos. Vip não se segurou”, diverte-se a empresária.

Mas, como em todo casório na roça, o pai da noiva não deixou barato e foi buscar o noivo fujão! O melhor de toda a brincadeira, é que Cristina, além da diversão, arrumou um jeito de auxiliar focinhos carentes. Foram arrecadados 175 quilos de ração para a ONG Frans-lázaro, que cuida de 170 cães abandona-dos.

O menu da festa de casamento, com salgados, bolos e lembrancinhas, custa a partir de R$ 18 por animal

A organizadora de festas Carla Zajdenwerg criou a Pet Party

(www.petpartyeventos.com) para orga-nizar aniversários e até casamentos entre cães e gatos. O menu gastronômico inclui bolo, sonho, tortas doces e salgadas, sempre com produtos naturais. Cada festa custa a partir de R$ 18 por animal. “É uma desculpa para as pessoas reuni-rem seus animais e amigos. Os casamen-tos que fiz nem eram de cães que iriam acasalar.” Também é possível fazer lem-branças, como ossinhos de biscoito para os convidados comerem depois – de preferência quando se mostrarem obedi-entes.

Discoteca para cães

Para quem tem cães mais bala-deiros, a opção é fazer uma comemora-ção na discoteca. Em São Paulo, os au-aus contam com uma opção exclusiva para eles: a Pet Dance. Lá, os convida-dos podem provar petiscos caninos e se deitar em pufes jogados pelo salão de 20 metros quadrados.

As baladas na discoteca canina duram, em média, quatro horas e os con-vidados podem servir-se de rações nacionais e importadas à vontade, além de petiscos exclusivos.

Como os cachorros têm ouvidos bastante sensíveis, preferem som ambi-ente, mas o proprietário da Pet Dance, Thiago Tanahara, explica que atende às preferências do tutor do animal. Então, tutores, por favor, peguem leve com a sonzeira!

Como toda discoteca, essa também tem censura: “Menor de cinco meses não entra. É que é só nessa idade que os cachorros já tomaram todas as vacinas. Eu mesmo confiro pessoal-mente os cartões de vacinação. Também não me responsabilizo por gravidez indesejada. Aliás, pode rolar de tudo aqui na balada, desde que o tutor fique lá vigiando”, diverte-se Tanahara.

Apesar dessa liberdade que as festanças permitem, o clima é bem familiar: “Até hoje não aconteceu briga, mas se acontecer os tutores é que terão de separar os cães porque a Pet Dance não tem seguranças. Mas o ambiente é de pura diversão. Os convidados estão mais preocupados em comer e socializar do que brigar”, explica Tanahara.

Os baixinhos são os mais diverti-dos. “Os de pequeno porte, como basset, yorkshire e lhasa apso são mais animados. Eles correm de um lado pro outro, latem, fazem uma farra. Já os

grandalhões, são preguiçosos e preferem os pufes”, enumera o proprietário da dis-coteca.

Mas os tutores não devem se animar muito com a balada. Os comes e bebes são exclusivos para os totós.

Se você quer fazer uma festa para seus melhores amigos, certifique-se de contratar uma empresa séria, que faça alimentos específicos para cães e fique sempre perto para evitar confusões.

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

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Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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Pet Comportamento

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Alguns consideram exagero. Outros acham perfeitamente normal. O fato é que as festas voltadas para os pets estão fazendo cada vez mais sucesso. Existem buffets especializados em decoração e guloseimas para os bichinhos. Os cães aproveitam mais, é verdade. Os felinos ainda ficam ressabiados com tanta movi-mentação, preferem seguir um estilo mais low profile.

Quem deu o pontapé inicial em toda essa moda foi a socialite carioca vera

Loyola, cujas festas para os pets chega-ram a viram matéria em telejornais. Vera chegou até mesmo a casar sua cadelinha. Os mimos dispensados aos cãezinhos renderam críticas até mesmo do jornal britânico de The Guardian.

Polêmicas à parte, para quem quer comemorar o aniversário ou outra data especial para o totó, opções não faltam. As produções mais procuradas são as de aniversário. Os clientes caninos real-mente respondem pela maior fatia do mercado. “Já houve um pedido de orça-mento para um cavalo, mas o evento não se realizou”, relata Rosemary Lucas, da Pet Mania de Festas.

De acordo com a empresa carioca Pet Party, um kit individual para festas parte do valor de R$ 80. As classes média e alta são as que mais procuram os serviços.

Quanto às guloseimas, mamães e papais dos caninos não precisam se preocupar. Ela é totalmente adequada ao cliente: “As receitas são fornecidas por veterinários e eu mesma pesquiso o que deverá ser evitado”, afirma Rose-mary.

Casamento na roça

Para celebrar os dois anos de sua pet shop, a empresária Cristina Gon-çalves, de Santana do Parnaíba, SP, rece-beu várias sugestões. Mas a ideia que mais agradou foi a do casamento caipira entre seu cão Golden retriever, Vip, e a cadelinha da mesma raça, Belinha.

“Casar um "filho" é uma alegria enorme, mas organizar a festa é uma responsabilidade e tanto. Cuidei de tudo: os convites para os amigos (cachorros ou não), o banho de beleza dos noivos no grande dia... Com tudo pronto, foi emo-cionante ver o Vip no altar”, relata Cris-tina.

Belinha chegou como manda o figurino: vestida de noiva, muito bonita e comportada. Porém, o pior pesadelo de toda noiva aconteceu: o futuro marido havida dado no pé, ou melhor, nas patas!

“O fato é que, do altar, o Vip viu a amante, Fiona, uma vira-lata irresistível, e acabou sumindo com ela por uns minutos. Fiona se hospeda na minha pet shop com frequência, e os dois passam muito tempo juntos. Vip não se segurou”, diverte-se a empresária.

Mas, como em todo casório na roça, o pai da noiva não deixou barato e foi buscar o noivo fujão! O melhor de toda a brincadeira, é que Cristina, além da diversão, arrumou um jeito de auxiliar focinhos carentes. Foram arrecadados 175 quilos de ração para a ONG Frans-lázaro, que cuida de 170 cães abandona-dos.

O menu da festa de casamento, com salgados, bolos e lembrancinhas, custa a partir de R$ 18 por animal

A organizadora de festas Carla Zajdenwerg criou a Pet Party

(www.petpartyeventos.com) para orga-nizar aniversários e até casamentos entre cães e gatos. O menu gastronômico inclui bolo, sonho, tortas doces e salgadas, sempre com produtos naturais. Cada festa custa a partir de R$ 18 por animal. “É uma desculpa para as pessoas reuni-rem seus animais e amigos. Os casamen-tos que fiz nem eram de cães que iriam acasalar.” Também é possível fazer lem-branças, como ossinhos de biscoito para os convidados comerem depois – de preferência quando se mostrarem obedi-entes.

Discoteca para cães

Para quem tem cães mais bala-deiros, a opção é fazer uma comemora-ção na discoteca. Em São Paulo, os au-aus contam com uma opção exclusiva para eles: a Pet Dance. Lá, os convida-dos podem provar petiscos caninos e se deitar em pufes jogados pelo salão de 20 metros quadrados.

As baladas na discoteca canina duram, em média, quatro horas e os con-vidados podem servir-se de rações nacionais e importadas à vontade, além de petiscos exclusivos.

Como os cachorros têm ouvidos bastante sensíveis, preferem som ambi-ente, mas o proprietário da Pet Dance, Thiago Tanahara, explica que atende às preferências do tutor do animal. Então, tutores, por favor, peguem leve com a sonzeira!

Como toda discoteca, essa também tem censura: “Menor de cinco meses não entra. É que é só nessa idade que os cachorros já tomaram todas as vacinas. Eu mesmo confiro pessoal-mente os cartões de vacinação. Também não me responsabilizo por gravidez indesejada. Aliás, pode rolar de tudo aqui na balada, desde que o tutor fique lá vigiando”, diverte-se Tanahara.

Apesar dessa liberdade que as festanças permitem, o clima é bem familiar: “Até hoje não aconteceu briga, mas se acontecer os tutores é que terão de separar os cães porque a Pet Dance não tem seguranças. Mas o ambiente é de pura diversão. Os convidados estão mais preocupados em comer e socializar do que brigar”, explica Tanahara.

Os baixinhos são os mais diverti-dos. “Os de pequeno porte, como basset, yorkshire e lhasa apso são mais animados. Eles correm de um lado pro outro, latem, fazem uma farra. Já os

grandalhões, são preguiçosos e preferem os pufes”, enumera o proprietário da dis-coteca.

Mas os tutores não devem se animar muito com a balada. Os comes e bebes são exclusivos para os totós.

Se você quer fazer uma festa para seus melhores amigos, certifique-se de contratar uma empresa séria, que faça alimentos específicos para cães e fique sempre perto para evitar confusões.

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

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Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

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Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

Page 22: #04 - Julho 2010

Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

Page 23: #04 - Julho 2010

Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

Page 24: #04 - Julho 2010

Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

Page 25: #04 - Julho 2010

Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a juventude. Vemos celebridades que não sabem amadurecer, e tentam aparentar menos idade a todo custo. É difícil aceitar as rugas e as limitações físicas. Obviamente, reproduzimos esse comporta-mento com os animais. Todos os anos, cães e gatos idosos são descartados nas ruas, e até mesmo sacrificados por “não terem mais serventia”.

Felizmente, você que está lendo esta maté-ria ama e se importa muito com os animais. E é para que você cuide ainda melhor de seus pets que fizemos esta reportagem. Assim como nós, na chegada da maturidade, nossos amigos apresen-tam limitações e o surgimento de algumas enfermi-dades torna-se mais comum.

Para o veterinário Kenji Irio um dos primeiros sintomas da velhice, além da pelagem mais clara no focinho, é a surdez com a conse-quente mudança de comportamento derivada dela. É como se o animal se tornasse indiferente

aos comandos. “Desobedece, mostra-se preguiçoso e tem dificuldade de atender aos chamados. Segue a rotina de vida como se o mundo fosse o silêncio”.

Frequentemente desafia o tutor, experi-mentando agir de modo pouco convencional como querendo dizer “sou velho, tenho meus privilégios”. Torna-se mais exigente, mas fica tolerante em rela-ção a animais mais jovens e não entra em disputas. Muitos se isolam, passando longo tempo desatento à vida em torno dele. Na medida em que a velhice vai se tornando crítica, o animal passa a defecar e a urinar em qualquer lugar, demons-trando um certo constrangimento pelo que acon-tece, mas perde o controle de suas funções orgâni-cas.

O progresso leva à cegueira, à imobilidade e à falência total dos órgãos e finalmente à morte. Todo o processo pode demorar alguns anos, mas de modo geral é rápido quando outros problemas

Meu pet envelheceu, e agora?Animais idosos precisam de cuidados especiais.

Você sabe como tratar do seu amigo quando a velhice chega?

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de saúde afetam a qualidade de vida do animal, tais como problemas cardíacos, diabetes e distúr-bios renais.

Sob o aspecto da saúde, Kenji reconhece que atualmente os alimentos especiais e os medica-mentos específicos estão dando maior sobrevida aos animais. No passado, no início de sua carreira, a vida média de um cão era de sete ou oito anos. Eram casos raros os animais que viviam mais de dez anos.

Uma coisa é certa, quanto mais pura é a raça do animal, mais frágil é a sua condição de vida. Os animais “SRD” (Sem Raça Definida) ou mais comu-mente, os “Vira Latas” são mais resistentes, possivelmente pela capacidade que devem ter para superar as adversidades da vida. “É a seleção natural das espécies atuando” diz o médico vete-rinário.

“Quando eu comecei a trabalhar com cães e gatos não havia nenhuma ração para pequenos animais. As empresas produziam rações para aves, cavalos e gado. Os cães eram alimentados com sobras de comida da família ou recebiam angu (fubá de milho cozido), quando muito, enriquecido com restos de carne bovina ou de frango”, afirma Irio.

“Quando surgiram as rações, há cerca de 25 anos, a vida ficou mais fácil. Os cães e gatos, rece-bendo alimentos balanceados, começaram a ter melhor qualidade de vida e uma vida mais longa e saudável”.

Para o veterinário, o tempo de vida de um animal varia conforme a raça. Segundo ele, os animais maiores tendem a ter uma vida menor: “um dina-marquês, por exemplo, aos quatro anos já está debilitado, dando os primeiros sinais da velhice”.

A surdez, a esclerose, a dificuldade de levantar ou de deitar deve atualmente levar o proprietário a prestar mais atenção ao animal: “A aparência é de que o animal está preguiçoso, mas não é nada disso. Está mesmo é ficando velho” diz Kenji, regis-trando que atualmente existem dezenas de exames que podem contribuir com o diagnóstico correto.

Os gatos na melhor idade

A grande diferença entre o gato e o cachorro, pode-se dizer, é a aparência. Enquanto o cão mais velho demonstra isso em seu aspecto físico, o gato, mesmo o “quarentão”, mantém o aspecto jovem e nunca perde a agilidade, é o seu comportamento que lhe revela a idade: os gatos mais velhos tendem a dormir mais tempo do que os jovens.

A contagem da idade, tanto de cães como de gatos, têm uma lógica própria. Nos primeiros anos, o desenvolvimento é mais rápido. Tanto o cão como o gato chegam à idade de reprodução em poucos meses, diferente dos seres humanos que levam de 13 a 16 anos para atingir esta matura-ção. Pela lógica, essa seria a idade de um animal quando reproduzisse pela primeira vez.

A partir da maturidade sexual, o desenvolvi-mento vai reduzindo e o metabolismo tornando-se mais lento. Começam a surgir problemas de cora-ção, insuficiência renal, tumores, problemas de visão e audição, por exemplo. A castração, redu-zindo os anseios de reprodução, tem sido uma das formas de alongar a vida dos animais: sem entrar em disputas e sem cópulas, os nossos amigos caminham para uma maturidade mais lentamente e sem riscos de brigas e outros estresses.

Conexão Pet - Quais são as principais doenças relacionadas à velhice nos felinos?

Marúcia Cruz - As enfermidades mais comuns em gatinhos idosos são as relacionadas com o também envelhecimento dos órgãos, assim como Doença Renal ou Hepáticas Crônicas, Doenças Articulares Degenerativas, diminuição da acui-dade visual, e de sensibilidade olfativa e referente ao paladar também, alterações endócrinas como o Hipertireoidismo, Cardiopatias, Hipertensão, Distúrbios Respiratórios como Pneumonias ou Asma e outros podem ter Distúrbios Cognitivos, apresentando algumas alterações de comporta-mento como vocalizações ou dificuldade na utilização da liteira (caixa de areia).

Conexão Pet - Que cuidados especiais os donos de felinos devem ter com os animais idosos?

Marúcia Cruz - Devem mantê-los sob observa-ção diária, com referência a todos os detalhes da rotina dos gatinhos (alimentação, frequência e aspecto de urina e fezes), mantê-los bemmmm aquecidinhos e confortáveis, observar a existên-cia ou não de dentes, pois podem apresentar dificuldade em apreender, mastigar e até engolir os alimentos secos.

Conexão Pet - É necessário fazer alguma adaptação no ambiente para facilitar a vida dos bichanos idosos?

Marúcia Cruz - Sim, algumas vezes eles precisam de auxílio para subir e descer de sofás e camas, podendo-se colocar objetos que funcionem como degraus, para facilitar a vida dos senhores gatos. Precisa observar as unhas, pois eles algumas vezes sofrem com dores articulares e podem não estar mais arranhando seus arranha-

dores preferidos para perder as unhas velhas. Cuidado com corredores de ventos, pois eles pade-cem mais de problemas respiratórios e não gostam de sentir frio!!! E algumas vezes precisamos ofe-recer alimentos mais macios devido à ausência de dentes.

Conexão Pet - Com o inverno os animais idosos sofrem mais?

Marúcia Cruz - Com certeza, os gatinhos já sentem mais frio mesmo quando jovens quando comparados às outras espécies, então os idosos por apresentarem perda de peso, mesmo que sutil, e doenças articulares crônicas sofrem mesmo com as baixas temperaturas, preferindo muitas vezes alimentos úmidos morninhos e água menos fria e caminhas quentinhas, até mesmo com bolsinhas de água quente.

Conexão Pet - Com a velhice, as idas ao vete-rinário devem ser mais regulares?

Marúcia Cruz - Sim, pelo menos a cada seis meses para checagens gerais, ou sempre que algo sair da rotina, eles devem ser desverminados regu-larmente e devem receber as vacinações necessárias também!

Velhice não é doença!

Na clínica do Hospital Veterinário da USP, a veterinária Denise Simões atende o que aparece em seus plantões, entretanto, canalizou a sua teoria e prática médica para a endocrinologia, a parte da ciência que estuda as glândulas, órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e, em última instância, pelo envelhecimento.

Para ela, existe um desvio no entendimento da

Para esclarecer mais aspectos acerca da maturidade felina, entrevis-tamos a veterinária Marúcia de Andrade Cruz, colunista da Conexão Pet e especialista em felinos.

maioria das pessoas para uma questão, a seu ver, fundamental. E ela é enfática: “O envelhecimento não é uma doença! É um processo complexo que pode resultar em algumas doenças, em geral rela-cionado com a qualidade de vida (entenda-se aí: toda a vida, da infância até a maturidade!)”.

Ela explica que, entre os animais, o envelheci-mento é influenciado pelo tamanho, pela raça, fatores genéticos, nutricionais, ambientais e outros. “O que leva a associar a velhice com a doença é que vários distúrbios endócrinos desenvolvem-se mais comumente no paciente idoso, tais como o diabetes mellitus canino e felino, o hiperadrenocorticismo canino e o hiper-tireoidismo felino, provavelmente em decorrência do maior tempo de sobrevida desses animais! Na verdade, são muitos os fatores envolvidos no aparecimento das endocrinopatias e a idade pode ser considerada um deles!”

Para que a qualidade de vida tanto do tutor como a do animal não sofra declínio, é importante que seja feita, permanentemente, uma avaliação do paciente, com o objetivo de detectar as doen-ças mais precocemente, para intervir e aliviar os problemas delas decorrentes.

Os tutores dos animais idosos têm um papel fundamental no sucesso deste programa, que geralmente se inicia na faixa de idade considerada sênior, lembrando que os animais seniores são mais jovens que os pacientes geriátricos.

“É importante orientar os tutores a observarem as mudanças com relação ao consumo de água, ao aumento ou diminuição do apetite, as alte-rações no peso corpóreo, a diminuição ou aumento do nível de atividade, a aparência ou variações na pele e especialmente, as modifica-ções no comportamento”, explica Denise.

A cadela mais velha do mundo

Com 147 anos caninos, uma Beagle é atual-mente a cadela mais velha do mundo. Com 21 anos humanos, Lulu é surda, está praticamente

cega e anda com dificuldade, problemas que não tiram o orgulho do dono Travis Buckley.

Em declarações ao jornal inglês The Sun, Buck-ley, de 60 anos, acredita que a fórmula da longevi-dade de sua cadelinha pode ser explicada pelo hábito de frequentar um pub. Lulu fielmente acom-panha o dono em suas idas e vindas de um bar em Longford, na cidade de Coventry, Inglaterra.

"Ela tem o hábito de passear ao invés de querer voltar para casa. Ela vem e senta-se no canto do bar esperando por mim [...] Todos adoram ela", explica Buckley. Ou seja, enquanto ele bebe todas, a Beagle ganha chamegos e bajulações de quem passa pelo bar.

Buckley ganhou a mascote de sua filha em 1989. Na época, a cadela tinha apenas seis sema-nas de idade.

De acordo com o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o registro de cão mais velho do mundo pertence a um vira-lata de Nova York. Aos 21 anos, ele morreu no verão passado. Agora, os pesquisa-dores do Guinness estudam o caso de Lulu para certificá-la do novo recorde.

Geriatria veterinária?

Isso mesmo! Como nossos pets estão ficando cada vez mais velhos (eba!), é importante que a medicina veterinária acompanhe este processo e avance.

A qualidade de vida dos bichos de estimação melhorou muito. Hoje, eles são alimentados com rações balanceadas e recebem cuidados médicos básicos, como vacinações e exames clínicos periódicos. "Por causa disso, a expectativa de vida de um cão, que, em média, era de dez anos, agora vai além disso", constata o veterinário Paulo Marcos Agria de Oliveira, tradutor de Geria-tria e Gerontologia: Cão e Gato, o primeiro livro médico lançado no Brasil sobre o assunto. "A geriatria veterinária é a complementação desse ciclo."

Nos Estados Unidos, veterinários especializa-dos em geriatria não são novidade. No Brasil a prática começa a ganhar impulso agora. Não há estatísticas a respeito, mas estima-se que o país dispõe de cerca de 36 milhões de animais domés-ticos. Boa parte dessa população já entrou na terceira idade. São "clientes" em potencial de hospitais e clínicas equipadas com aparelhos de raios X, ultra-sonografia, eletrocardiografia, endoscopia e até programas de fisioterapia para auxiliar no tratamento de mascotes idosas.

"As pessoas estão mais preocupadas com sua qualidade de vida e estendem essa preocupação a seus animais", observa a veterinária Valéria

Storace Carvalho Carreon. Valéria fala com a experiência de quem se especializou no assunto. Ela é cardiologista do Koala Hospital Animal, de São Paulo, e está acostumada com os sustos de quem não quer perder seus animaizinhos. Para a veterinária, logo chegará o tempo em que o clínico encaminhará seus pacientes para especialistas, como acontece com os humanos.

O principal problema dos cães idosos é a catarata. Os gatos quase sempre estão livres. Patologia de evolução lenta, a catarata pode levar à cegueira. O tratamento é sempre cirúrgico e implica a retirada do cristalino para que o animal volte a enxergar. Já se faz o implante de uma lente em substituição ao cristalino, segundo o vete-rinário Oswaldo Pasqualin. Mas a técnica ainda é pouco empregada no Brasil.

Um animal que chega aos 20 anos passa a maior parte da vida na terceira idade. Por essa razão, o veterinário Paulo Agria aconselha a adoção de um programa de saúde geriátrico a partir de certa idade - sete anos para os cães maiores, nove anos para os menores e oito anos para os gatos. "Diagnosticadas no início, muitas doenças da terceira idade podem ser evitadas e tratadas", afirma Agria.

Há casos em que nem os recursos da medicina conseguem livrar as mascotes da dor. Como ocorre com os humanos, no caso de animais, também se discute a possibilidade da eutanásia. Os vete-rinários dizem que casos terminais, que implicam grande sofrimento para a mascote, obrigam a

abreviar a morte. Não é uma decisão fácil. Nem para o médico, nem para o dono. A veterinária Cláudia Ronca Felizzola, do setor de oncologia do Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo, viveu essa situação. Três anos depois de seu cão, um setter irlandês, ser operado de câncer, ela mudou para os Estados Unidos para fazer especia-lização. Com o stress da separação, a doença agravou-se. Em poucos dias, o cão ficou paralítico. "Autorizei a eutanásia por telefone", lembra a veterinária. "Foi difícil; eu era ao mesmo tempo a médica e a dona." Apesar dessa experiência, Cláu-dia acredita que a mascote deve ser tratada até o fim, mesmo em casos graves, como de um câncer. "Se a doença for detectada a tempo, o animal pode ser curado ou medicado", explica. "Com chance de viver muito bem."

Doenças que seu pet pode ter

Câncer: É comum depois dos sete anos. Há predisposição racial. Tumores em rottweiler, fila-brasileiro, bullmastif e mastin-napolitano. Linfomas atingem boxers, golden retrievers e são-bernardos.

Felinos: Os tumores mais comuns entre gatos são carcinomas de pele em felinos despigmen-tados e linfomas.

Catarata: Acontece após os seis anos em raças pequenas de cães, como poodle, schnauzer e maltês. É raro em gatos.

Colesterol alto: Ocorre em cães obesos e com problema de tireoide. Os schnauzers têm grande predisposição. Não é comum em gatos.

Diabetes: É relativamente comum em ambas as espécies, especialmente fêmeas de raças pequenas.

Insuficiência renal: Ocorre em cães, depois de 10 anos, em todas as raças e tamanhos. Atinge muitos cockers e poodles. Alta incidência em gatos persas e de pelo longo.

Cardiopatias: Comuns em gatos persas e em cães como poodle, yorkshire, cocker e pincher.

Obesidade: Ocorre em cães com alimentação inadequada e falta de exercício físico. Raças com propensão: beagle, labrador, cocker, dachshund e collie. Nos gatos, há maior incidência em raças de pelo curto.

Costas: Problemas na coluna, hérnia de disco e calcificação são comuns em dachshund, pequinês, beagle, poodle, cocker, shitzu, lhasa apso. Bicos de papagaio acometem pastor-alemão, dog-alemão e são-bernardo. O dober-man tem predisposição a alterações no final da coluna e os menores no início.

*Com informações de Galileu, Associação Nacio-nal de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais/SP e Época SP.

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Eles utilizam a fama em prol dos animais!

Moby

O multifacetado músico norte-americano é um ferrenho defensor dos animais, chegando a exigir em seus camarins comida 100% vegana. Moby lançou um livro sobre os animais intitulado Gristle, que mostra a exploração dos nossos amigos. O lucro da obra é totalmente revertido para instituições que apóiam os animais.

Joaquin Phoenix

O ator é de uma família de vegetarianos e defensores dos animais. Nos anos 80, seu falecido irmão River Phoenix fazia sucesso entre as adolescentes. Joaquin é um membro ativo do Peta e empresta sua imagem a diversas campanhas sobre os direitos dos animais. Ele também narrou o premiado documentário Terráqueos (Earthlings), que mostra como as fazendas industriais operam e os abusos dos seres humanos para utilizar os

animais na alimentação, vestuário e entretenimento.

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Celebridades do bem

Pamela Anderson

Ela ficou conhecida mundialmente por correr com um maiô vermelho, espremendo seus enormes seios no seriado SOS Malibu. Apesar da imagem de gostosona e dos escândalos como um vídeo caseiro de sexo com seu ex-marido Tommy Lee, Pamela também é uma incansável defensora dos direitos dos animais. Ela é vegetariana, faz campanhas para a ONG Peta e frequen-temente levanta sua voz contra crueldades como as touradas.

Charlize Theron

A bela atriz ganhadora do Oscar atribui seu amor aos ani-mais a uma herança genética. Sua mãe também protegia animais, e chegou a ter 14 cães. Hoje, Charlize vive em Los Angeles com quatro cães adotados e é uma firme defen-sora dos direitos dos animais.

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Eles utilizam a fama em prol dos animais!

Moby

O multifacetado músico norte-americano é um ferrenho defensor dos animais, chegando a exigir em seus camarins comida 100% vegana. Moby lançou um livro sobre os animais intitulado Gristle, que mostra a exploração dos nossos amigos. O lucro da obra é totalmente revertido para instituições que apóiam os animais.

Joaquin Phoenix

O ator é de uma família de vegetarianos e defensores dos animais. Nos anos 80, seu falecido irmão River Phoenix fazia sucesso entre as adolescentes. Joaquin é um membro ativo do Peta e empresta sua imagem a diversas campanhas sobre os direitos dos animais. Ele também narrou o premiado documentário Terráqueos (Earthlings), que mostra como as fazendas industriais operam e os abusos dos seres humanos para utilizar os

animais na alimentação, vestuário e entretenimento.

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Celebridades do bem

Pamela Anderson

Ela ficou conhecida mundialmente por correr com um maiô vermelho, espremendo seus enormes seios no seriado SOS Malibu. Apesar da imagem de gostosona e dos escândalos como um vídeo caseiro de sexo com seu ex-marido Tommy Lee, Pamela também é uma incansável defensora dos direitos dos animais. Ela é vegetariana, faz campanhas para a ONG Peta e frequen-temente levanta sua voz contra crueldades como as touradas.

Charlize Theron

A bela atriz ganhadora do Oscar atribui seu amor aos ani-mais a uma herança genética. Sua mãe também protegia animais, e chegou a ter 14 cães. Hoje, Charlize vive em Los Angeles com quatro cães adotados e é uma firme defen-sora dos direitos dos animais.

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EntrevistaLivro bom pra cachorro!

Conheça o adorável labrador personagem do livro Spike Você Vai se Apaixonar e sua simpática autora

Livros com animais são quase sempre um

sucesso. Quem gosta de literatura, encanta-se com as divertidas e emocio-nantes histórias do amor entre animais e humanos. Gisele Martins Neis resolveu entrar no bem-sucedido filão e contar a história do seu encantador cão labrador, no livro Spike – Você Vai se Apaixonar.

Gisele é uma catarinense apai-xonada por animais. Além de Spike, ela tem outros cães, dentre eles um vira-latas adorável chamado Hype que é personagem de um dos próximos livros da autora. A história de Spike já rendeu duas edições ao livro, e segundo Gisele um dos maiores intuitos da obra é mostrar a importância do amor e respeito aos animais.

Nesta entrevista à revista Conexão Pet, Gisele divide conosco como surgiu a ideia do livro e algumas histórias engraça-das do charmoso labrador, que já é uma celebridade e os projetos para próximos livros.

Conexão Pet - Como teve a ideia de escrever um livro sobre seu cão?

Gisele Neis - Veio depois de presentear meu pai com um livro sobre um cachorro. Achei sugestivo o título, e isso bastou para que eu colocasse no papel as lindas histórias com Spike.

Conexão Pet - O que você vê de especial no Spike que queria contar a outras pes-soas?

Gisele Neis - Sempre achei Spike um cão especial devido às suas atitudes e sua facili-dade em aprender e entender tudo. Sei da inteligência dos labradores, mas sempre achei Spike diferente. É aquela coisa, para uma boa mãe, seu filho é sempre melhor. Mas na verdade o que fez dele este cão tão especial, foi a maneira como sempre o trata-mos, com respeito e um imenso amor.

Conexão Pet - Dentre as várias histórias contadas no livro, destacaria alguma em especial? Por quê?

Gisele Neis - Cada história tem seu encanto. Muitos adoram a que ele havia ficado no carro sozinho e acabou devorando todo pão tipo bisnaguinha que tinha ficado em uma sacola fechada dentro do carro. Outros adoram a sua esperteza quando

subia na minha cama enquanto meu marido ia tomar seu banho, e Spike sabia exata-mente quando teria que descer quando escutava o chuveiro ser desligado. Mas uma história que me tocou muito foi a última, em que eu pude passar para o leitor, o quanto os animais são sensíveis e nos confortam não só nos bons momentos, mas nos momentos em que estamos tristes. Perdi meu primo de uma forma trágica, e quando soube da notí-cia, meu grande amigo Spike estava comigo e naquele momento sua demonstração de carinho foi de uma emoção maravilhosa.

Conexão Pet - Qual a importância da con-vivência com um cão em sua vida? De que maneira essa companhia a afetou?

Gisele Neis - Acho que quem consegue conviver de maneira harmoniosa com os ani-mais, isto é, sabendo respeitar, entender, cuidar e acima de tudo dar muito amor e atenção, com toda certeza recebe muita coisa boa de volta. Sempre fui louca por bichos, e Spike mudou muita coisa em mim para melhor. Uma das coisas que foi muito importante nesta transformação, foi a cora-gem que acabei adquirindo com nossa con-vivência. Sempre fui muito medrosa, e acredito fielmente que Spike mudou isto em mim.

Conexão Pet - Qual a maior lição que Spike lhe ensinou?

Gisele Neis - Acho que os cachorros amam incondicionalmente, isto é, não importa quem você seja, qual sua condição social, cor de pele etc., a grande importância na verdade, é o carinho e amor que você tem dentro do seu coração e pode compartilhar, seja com pessoas, animais ou a natureza. A vida é simples, nós homens é que compli-camos demais. Deveríamos nos espelhar nos animais.

Conexão Pet - Qual é o seu maior objetivo com o livro?

Gisele Neis - Quando escrevi o livro eu realmente não pensei em muita coisa.

Apenas quis publicar, o que para mim era uma forma de homenagear meu grande amigo Spike. Fiz uma produção indepen-dente, e acabei sendo convidada pelas livrarias para noites de autógrafos em algu-mas cidades do sul do Brasil. Isto foi muito bacana, pois em todos os lugares fui muito bem recebida, com muito carinho, e com isto pude perceber o quanto poderia transformar de maneira positiva o comportamento de muitas pessoas em relação aos animais.

Conexão Pet - Pretende escrever algum outro livro sobre animais?

Gisele Neis - Acho que este tema ainda tem muito a ser explorado, e estou escrevendo a continuação do livro dele, onde conto além de toda nossa trajetória nas noites de autógrafos, sim, pois ele me acom-panhou em todas, conto também as histórias dele em uma nova fase. Ele já entrou na velhice, e muita transformação está acontecendo. Quero passar aos leitores o quanto o carinho e a paciência são funda-mentais. Muitas pessoas acabam abando-nando seus cães que foram companheiros por uma vida inteira, justamente nesta fase em que merecem mais cuidados, pois na visão desta gente, acham que seus cães nesta fase já não servem mais para nada. Outro livro que também estou em fase final, é sobre meu vira- lata, o Hype. Um cão que resgatei da rua ainda filhote. Com este livro, pretendo dar um novo olhar aos cães que vivem nas ruas, e que de uma certa maneira, todos nós somos responsáveis.

Conexão Pet - Depois de ter lançado o livro, você recebeu mensagens de leitores contando histórias curiosas sobre seus ani-mais de estimação?

Gisele Neis - Muitas histórias. E o que é muito legal, é saber que várias pessoas iden-tificaram seus cães em alguma parte, ou acabaram identificando-se comigo. Man-tenho um contato muito bacana com vários leitores, que esperam curiosos por outros livros.

Conexão Pet - Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores da revista Conexão Pet?

Gisele Neis - Sei que a maioria dos leitores já devem ter uma visão da importância em saber respeitar e amar os animais. Mas eu acho que este bom relacionamento deve ser passado para o maior número de pessoas. E isso só é feito alertando, educando, denun-ciando maus tratos, enfim, devemos ajudar ao máximo, pois assim estaremos con-tribuindo para o desenvolvimento de um mundo muito melhor. Trabalho desde o ano passado em um projeto criado por mim, chamado - CÃOVIVÊNCIA- APRENDENDO COM OS ANIMAIS, onde meu foco está na educação das crianças. As crianças que crescem respeitando os animais, respeitam o próximo. E isso é a base para a construção do futuro do nosso planeta.

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Conheça o adorável labrador personagem do livro Spike Você Vai se Apaixonar e sua simpática autora

Livros com animais são quase sempre um

sucesso. Quem gosta de literatura, encanta-se com as divertidas e emocio-nantes histórias do amor entre animais e humanos. Gisele Martins Neis resolveu entrar no bem-sucedido filão e contar a história do seu encantador cão labrador, no livro Spike – Você Vai se Apaixonar.

Gisele é uma catarinense apai-xonada por animais. Além de Spike, ela tem outros cães, dentre eles um vira-latas adorável chamado Hype que é personagem de um dos próximos livros da autora. A história de Spike já rendeu duas edições ao livro, e segundo Gisele um dos maiores intuitos da obra é mostrar a importância do amor e respeito aos animais.

Nesta entrevista à revista Conexão Pet, Gisele divide conosco como surgiu a ideia do livro e algumas histórias engraça-das do charmoso labrador, que já é uma celebridade e os projetos para próximos livros.

Conexão Pet - Como teve a ideia de escrever um livro sobre seu cão?

Gisele Neis - Veio depois de presentear meu pai com um livro sobre um cachorro. Achei sugestivo o título, e isso bastou para que eu colocasse no papel as lindas histórias com Spike.

Conexão Pet - O que você vê de especial no Spike que queria contar a outras pes-soas?

Gisele Neis - Sempre achei Spike um cão especial devido às suas atitudes e sua facili-dade em aprender e entender tudo. Sei da inteligência dos labradores, mas sempre achei Spike diferente. É aquela coisa, para uma boa mãe, seu filho é sempre melhor. Mas na verdade o que fez dele este cão tão especial, foi a maneira como sempre o trata-mos, com respeito e um imenso amor.

Conexão Pet - Dentre as várias histórias contadas no livro, destacaria alguma em especial? Por quê?

Gisele Neis - Cada história tem seu encanto. Muitos adoram a que ele havia ficado no carro sozinho e acabou devorando todo pão tipo bisnaguinha que tinha ficado em uma sacola fechada dentro do carro. Outros adoram a sua esperteza quando

subia na minha cama enquanto meu marido ia tomar seu banho, e Spike sabia exata-mente quando teria que descer quando escutava o chuveiro ser desligado. Mas uma história que me tocou muito foi a última, em que eu pude passar para o leitor, o quanto os animais são sensíveis e nos confortam não só nos bons momentos, mas nos momentos em que estamos tristes. Perdi meu primo de uma forma trágica, e quando soube da notí-cia, meu grande amigo Spike estava comigo e naquele momento sua demonstração de carinho foi de uma emoção maravilhosa.

Conexão Pet - Qual a importância da con-vivência com um cão em sua vida? De que maneira essa companhia a afetou?

Gisele Neis - Acho que quem consegue conviver de maneira harmoniosa com os ani-mais, isto é, sabendo respeitar, entender, cuidar e acima de tudo dar muito amor e atenção, com toda certeza recebe muita coisa boa de volta. Sempre fui louca por bichos, e Spike mudou muita coisa em mim para melhor. Uma das coisas que foi muito importante nesta transformação, foi a cora-gem que acabei adquirindo com nossa con-vivência. Sempre fui muito medrosa, e acredito fielmente que Spike mudou isto em mim.

Conexão Pet - Qual a maior lição que Spike lhe ensinou?

Gisele Neis - Acho que os cachorros amam incondicionalmente, isto é, não importa quem você seja, qual sua condição social, cor de pele etc., a grande importância na verdade, é o carinho e amor que você tem dentro do seu coração e pode compartilhar, seja com pessoas, animais ou a natureza. A vida é simples, nós homens é que compli-camos demais. Deveríamos nos espelhar nos animais.

Conexão Pet - Qual é o seu maior objetivo com o livro?

Gisele Neis - Quando escrevi o livro eu realmente não pensei em muita coisa.

Apenas quis publicar, o que para mim era uma forma de homenagear meu grande amigo Spike. Fiz uma produção indepen-dente, e acabei sendo convidada pelas livrarias para noites de autógrafos em algu-mas cidades do sul do Brasil. Isto foi muito bacana, pois em todos os lugares fui muito bem recebida, com muito carinho, e com isto pude perceber o quanto poderia transformar de maneira positiva o comportamento de muitas pessoas em relação aos animais.

Conexão Pet - Pretende escrever algum outro livro sobre animais?

Gisele Neis - Acho que este tema ainda tem muito a ser explorado, e estou escrevendo a continuação do livro dele, onde conto além de toda nossa trajetória nas noites de autógrafos, sim, pois ele me acom-panhou em todas, conto também as histórias dele em uma nova fase. Ele já entrou na velhice, e muita transformação está acontecendo. Quero passar aos leitores o quanto o carinho e a paciência são funda-mentais. Muitas pessoas acabam abando-nando seus cães que foram companheiros por uma vida inteira, justamente nesta fase em que merecem mais cuidados, pois na visão desta gente, acham que seus cães nesta fase já não servem mais para nada. Outro livro que também estou em fase final, é sobre meu vira- lata, o Hype. Um cão que resgatei da rua ainda filhote. Com este livro, pretendo dar um novo olhar aos cães que vivem nas ruas, e que de uma certa maneira, todos nós somos responsáveis.

Conexão Pet - Depois de ter lançado o livro, você recebeu mensagens de leitores contando histórias curiosas sobre seus ani-mais de estimação?

Gisele Neis - Muitas histórias. E o que é muito legal, é saber que várias pessoas iden-tificaram seus cães em alguma parte, ou acabaram identificando-se comigo. Man-tenho um contato muito bacana com vários leitores, que esperam curiosos por outros livros.

Conexão Pet - Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores da revista Conexão Pet?

Gisele Neis - Sei que a maioria dos leitores já devem ter uma visão da importância em saber respeitar e amar os animais. Mas eu acho que este bom relacionamento deve ser passado para o maior número de pessoas. E isso só é feito alertando, educando, denun-ciando maus tratos, enfim, devemos ajudar ao máximo, pois assim estaremos con-tribuindo para o desenvolvimento de um mundo muito melhor. Trabalho desde o ano passado em um projeto criado por mim, chamado - CÃOVIVÊNCIA- APRENDENDO COM OS ANIMAIS, onde meu foco está na educação das crianças. As crianças que crescem respeitando os animais, respeitam o próximo. E isso é a base para a construção do futuro do nosso planeta.

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Livros com animais são quase sempre um

sucesso. Quem gosta de literatura, encanta-se com as divertidas e emocio-nantes histórias do amor entre animais e humanos. Gisele Martins Neis resolveu entrar no bem-sucedido filão e contar a história do seu encantador cão labrador, no livro Spike – Você Vai se Apaixonar.

Gisele é uma catarinense apai-xonada por animais. Além de Spike, ela tem outros cães, dentre eles um vira-latas adorável chamado Hype que é personagem de um dos próximos livros da autora. A história de Spike já rendeu duas edições ao livro, e segundo Gisele um dos maiores intuitos da obra é mostrar a importância do amor e respeito aos animais.

Nesta entrevista à revista Conexão Pet, Gisele divide conosco como surgiu a ideia do livro e algumas histórias engraça-das do charmoso labrador, que já é uma celebridade e os projetos para próximos livros.

Conexão Pet - Como teve a ideia de escrever um livro sobre seu cão?

Gisele Neis - Veio depois de presentear meu pai com um livro sobre um cachorro. Achei sugestivo o título, e isso bastou para que eu colocasse no papel as lindas histórias com Spike.

Conexão Pet - O que você vê de especial no Spike que queria contar a outras pes-soas?

Gisele Neis - Sempre achei Spike um cão especial devido às suas atitudes e sua facili-dade em aprender e entender tudo. Sei da inteligência dos labradores, mas sempre achei Spike diferente. É aquela coisa, para uma boa mãe, seu filho é sempre melhor. Mas na verdade o que fez dele este cão tão especial, foi a maneira como sempre o trata-mos, com respeito e um imenso amor.

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Gisele Neis - Cada história tem seu encanto. Muitos adoram a que ele havia ficado no carro sozinho e acabou devorando todo pão tipo bisnaguinha que tinha ficado em uma sacola fechada dentro do carro. Outros adoram a sua esperteza quando

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Conexão Pet - Depois de ter lançado o livro, você recebeu mensagens de leitores contando histórias curiosas sobre seus ani-mais de estimação?

Gisele Neis - Muitas histórias. E o que é muito legal, é saber que várias pessoas iden-tificaram seus cães em alguma parte, ou acabaram identificando-se comigo. Man-tenho um contato muito bacana com vários leitores, que esperam curiosos por outros livros.

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Gisele Neis - Sei que a maioria dos leitores já devem ter uma visão da importância em saber respeitar e amar os animais. Mas eu acho que este bom relacionamento deve ser passado para o maior número de pessoas. E isso só é feito alertando, educando, denun-ciando maus tratos, enfim, devemos ajudar ao máximo, pois assim estaremos con-tribuindo para o desenvolvimento de um mundo muito melhor. Trabalho desde o ano passado em um projeto criado por mim, chamado - CÃOVIVÊNCIA- APRENDENDO COM OS ANIMAIS, onde meu foco está na educação das crianças. As crianças que crescem respeitando os animais, respeitam o próximo. E isso é a base para a construção do futuro do nosso planeta.

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Conheça o adorável labrador personagem do livro Spike Você Vai se Apaixonar e sua simpática autora

Livros com animais são quase sempre um

sucesso. Quem gosta de literatura, encanta-se com as divertidas e emocio-nantes histórias do amor entre animais e humanos. Gisele Martins Neis resolveu entrar no bem-sucedido filão e contar a história do seu encantador cão labrador, no livro Spike – Você Vai se Apaixonar.

Gisele é uma catarinense apai-xonada por animais. Além de Spike, ela tem outros cães, dentre eles um vira-latas adorável chamado Hype que é personagem de um dos próximos livros da autora. A história de Spike já rendeu duas edições ao livro, e segundo Gisele um dos maiores intuitos da obra é mostrar a importância do amor e respeito aos animais.

Nesta entrevista à revista Conexão Pet, Gisele divide conosco como surgiu a ideia do livro e algumas histórias engraça-das do charmoso labrador, que já é uma celebridade e os projetos para próximos livros.

Conexão Pet - Como teve a ideia de escrever um livro sobre seu cão?

Gisele Neis - Veio depois de presentear meu pai com um livro sobre um cachorro. Achei sugestivo o título, e isso bastou para que eu colocasse no papel as lindas histórias com Spike.

Conexão Pet - O que você vê de especial no Spike que queria contar a outras pes-soas?

Gisele Neis - Sempre achei Spike um cão especial devido às suas atitudes e sua facili-dade em aprender e entender tudo. Sei da inteligência dos labradores, mas sempre achei Spike diferente. É aquela coisa, para uma boa mãe, seu filho é sempre melhor. Mas na verdade o que fez dele este cão tão especial, foi a maneira como sempre o trata-mos, com respeito e um imenso amor.

Conexão Pet - Dentre as várias histórias contadas no livro, destacaria alguma em especial? Por quê?

Gisele Neis - Cada história tem seu encanto. Muitos adoram a que ele havia ficado no carro sozinho e acabou devorando todo pão tipo bisnaguinha que tinha ficado em uma sacola fechada dentro do carro. Outros adoram a sua esperteza quando

subia na minha cama enquanto meu marido ia tomar seu banho, e Spike sabia exata-mente quando teria que descer quando escutava o chuveiro ser desligado. Mas uma história que me tocou muito foi a última, em que eu pude passar para o leitor, o quanto os animais são sensíveis e nos confortam não só nos bons momentos, mas nos momentos em que estamos tristes. Perdi meu primo de uma forma trágica, e quando soube da notí-cia, meu grande amigo Spike estava comigo e naquele momento sua demonstração de carinho foi de uma emoção maravilhosa.

Conexão Pet - Qual a importância da con-vivência com um cão em sua vida? De que maneira essa companhia a afetou?

Gisele Neis - Acho que quem consegue conviver de maneira harmoniosa com os ani-mais, isto é, sabendo respeitar, entender, cuidar e acima de tudo dar muito amor e atenção, com toda certeza recebe muita coisa boa de volta. Sempre fui louca por bichos, e Spike mudou muita coisa em mim para melhor. Uma das coisas que foi muito importante nesta transformação, foi a cora-gem que acabei adquirindo com nossa con-vivência. Sempre fui muito medrosa, e acredito fielmente que Spike mudou isto em mim.

Conexão Pet - Qual a maior lição que Spike lhe ensinou?

Gisele Neis - Acho que os cachorros amam incondicionalmente, isto é, não importa quem você seja, qual sua condição social, cor de pele etc., a grande importância na verdade, é o carinho e amor que você tem dentro do seu coração e pode compartilhar, seja com pessoas, animais ou a natureza. A vida é simples, nós homens é que compli-camos demais. Deveríamos nos espelhar nos animais.

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Gisele Neis - Quando escrevi o livro eu realmente não pensei em muita coisa.

Apenas quis publicar, o que para mim era uma forma de homenagear meu grande amigo Spike. Fiz uma produção indepen-dente, e acabei sendo convidada pelas livrarias para noites de autógrafos em algu-mas cidades do sul do Brasil. Isto foi muito bacana, pois em todos os lugares fui muito bem recebida, com muito carinho, e com isto pude perceber o quanto poderia transformar de maneira positiva o comportamento de muitas pessoas em relação aos animais.

Conexão Pet - Pretende escrever algum outro livro sobre animais?

Gisele Neis - Acho que este tema ainda tem muito a ser explorado, e estou escrevendo a continuação do livro dele, onde conto além de toda nossa trajetória nas noites de autógrafos, sim, pois ele me acom-panhou em todas, conto também as histórias dele em uma nova fase. Ele já entrou na velhice, e muita transformação está acontecendo. Quero passar aos leitores o quanto o carinho e a paciência são funda-mentais. Muitas pessoas acabam abando-nando seus cães que foram companheiros por uma vida inteira, justamente nesta fase em que merecem mais cuidados, pois na visão desta gente, acham que seus cães nesta fase já não servem mais para nada. Outro livro que também estou em fase final, é sobre meu vira- lata, o Hype. Um cão que resgatei da rua ainda filhote. Com este livro, pretendo dar um novo olhar aos cães que vivem nas ruas, e que de uma certa maneira, todos nós somos responsáveis.

Conexão Pet - Depois de ter lançado o livro, você recebeu mensagens de leitores contando histórias curiosas sobre seus ani-mais de estimação?

Gisele Neis - Muitas histórias. E o que é muito legal, é saber que várias pessoas iden-tificaram seus cães em alguma parte, ou acabaram identificando-se comigo. Man-tenho um contato muito bacana com vários leitores, que esperam curiosos por outros livros.

Conexão Pet - Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores da revista Conexão Pet?

Gisele Neis - Sei que a maioria dos leitores já devem ter uma visão da importância em saber respeitar e amar os animais. Mas eu acho que este bom relacionamento deve ser passado para o maior número de pessoas. E isso só é feito alertando, educando, denun-ciando maus tratos, enfim, devemos ajudar ao máximo, pois assim estaremos con-tribuindo para o desenvolvimento de um mundo muito melhor. Trabalho desde o ano passado em um projeto criado por mim, chamado - CÃOVIVÊNCIA- APRENDENDO COM OS ANIMAIS, onde meu foco está na educação das crianças. As crianças que crescem respeitando os animais, respeitam o próximo. E isso é a base para a construção do futuro do nosso planeta.

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Cliques que mudam históriasA Internet serve para tudo atualmente. Inclusive, salvar animais

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Pet Ação

Quem, atualmente, vive sem a Internet? Viramos dependentes crônicos de nossos e-mails, Google Maps, portais de notícias. A rede mundial de informações é uma ferra-menta cada vez mais útil seja para negócios, estudos ou lazer.

Atentos ao potencial de alcance da Internet, muitos ativistas das mais diversas causas, utilizam a rede para convocar manifestações, compartilhar informações e difundir seus princípios. A ONG Greenpeace é uma das que mais utiliza esse meio, chamado por eles de Cyberativismo.

Os protetores de animais não perderam a oportunidade e existem vários sites no Brasil e no mundo dedicados a discutir os direitos dos animais e auxiliar na adoção e divulgação de pets achados e perdidos.

A protetora Fabiana Bertolini, de Curitiba, decidiu fundar em 2007 o site Cãopanheiro Curitiba (www.caopanheirocuritiba.com.br) para divulgar cães e gatos para doação. “Eu realizava feiras de doação em 2007 com o nome de cãopanheiro (achei este nome ideal para nosso propósito), e como faltavam meios de divulgação para doar os animais resgata-dos por nós protetoras, casos de cães espe-ciais e não doados em feiras resolvi criar o site”, explica.

Fabiana diz que mais de dois mil animais foram doados através do site, e é uma entu-siasta da comunicação virtual: “A Internet tem ampla divulgação, isso ajuda e muito, pois

todos tendo acesso podem encontrar o dono ou seu animal perdido, isso já aconteceu muito. É gratificante saber que além de ajudar diretamente alguns animais ajudamos também indiretamente pelo site. Adoro quando encontro alguém que diz que adotou pelo site, no meu site. Que orgulho!”

Para tentar reunir o maior número de prote-tores de animais e fazer seus direitos avança-rem e serem cumpridos, em 2005 foi fundado o Fórum de Defesa dos Direitos dos Animais de Curitiba e Região (FDDA Curitiba). “Ele é regido por uma Carta de Princípios onde define, por exemplo, que foi criado para ser um coletivo de entidades e ativistas, que todos têm direito a voz, que ali é um espaço privilegiado para discussões de políticas públicas para os animais e para organização e movimentos e manifestações. Possui um livro de atas e de presenças, que registra toda a sua história”, define Laélia Tonhozi, Educa-dora Ambiental e Coordenadora de Ativi-dades do Fórum.

Laélia também é da opinião que a Internet é uma ferramenta de mobilização indispen-sável: “Hoje não se pode pensar em qualquer movimento ou defesa de causa sem o uso da internet. É um instrumento não só de comuni-cação, mas de formação de opinião. Pode ser muito eficaz na nossa causa, embora seu excessos à vezes transformem em situações banais, coisas importantes, ao mesmo tempo que torna coisas importantes em situações banais. Os blogs, os grupos, não podemos mais viver sem isto, mesmo que às vezes fiquemos muito cansados ! Mas sempre penso que temos que ser seletivos no que lemos e no que participamos. Não dá pra fazer tudo. Então é melhor fazer o que faze-mos com qualidade e para isto, temos que ter

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e monitorar que só se divulgue cães e gatos castrados, para que o abandono não aumente ainda mais. Passo horas respon-dendo aos donos ou tutores sobre isso, vendo castração em conta, e já ajudei muitos a saírem das ruas podendo dar as dicas para quem os encontrou e não iria resgatar pela falta de informação e conhecimento de como isso funciona”, exemplifica Fabiana Berto-lini.

Já Laélia ressalta que informação em excesso pode ser prejudicial e chama aten-ção para a diplomacia, que também deve existir nos contatos virtuais: “Não sei se seria cuidado, mas penso que informação demais cansa. Temos que ter a medida certa entre o superficial e o detalhista demais. Há um meio termo. Temos que auxiliar o internauta a buscar a informação, dando links e até anex-ando o documento que achamos que é importante. Penso que a delicadeza e nova-mente, a diplomacia, não fazem mal a nin-guém. A internet é um instrumento de comu-nicação como qualquer outro: apenas é mais poderosa quanto a sua abrangência, rapidez e tempo real. Só que não temos muito con-trole sobre o destino do que escrevemos. De forma que se queremos que algo não chegue de forma alguma aos ouvidos do nosso opositor (suponhamos que temos), é melhor usar o velho correio.... senão, entregamos o ouro”.

Se você quiser participar dessa enorme rede de contatos há diversos sites para colaborar. Ou até mesmo iniciar um novo pro-jeto. O importante é fazer esse processo com muita responsabilidade e checar as informa-ções antes de lançá-las.

tempo, cabeça no lugar: enfim, nada como um bom caminho do meio”.

Para quem pensa que o trabalho de militân-cia virtual é moleza, Fabiana Bertolini dá uma ideia de sua rotina: “Passo pelo menos oito horas por dia atualizando o site, respondendo e-mails, postando, tentando ajudar em vários casos (somos uma rede grande de protetoras pela Internet - só de Curitiba), e além do trabalho virtual, realizo feiras pelo menos duas vezes ao mês, onde doamos pelo menos 10 cães em cada. Todos castrados e vacina-dos”.

Laélia também tem uma atividade intensa, ele já trabalhou em diversas ONGs como a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba e auxiliou na fundação da Amigo Animal, em 2000. Atualmente, integra o Movimento SOS Bicho, que tem por finalidade trabalhar com pessoas em prol dos animais.

Ela relata que a Internet é uma poderosa ferramenta política: “Faço um trabalho junto a gestores públicos, levando as demandas geradas a partir do FDDA e do SOSBICHO; levamos as demandas a vereadores, deputa-dos, e outros. Promovemos projetos de lei para encaminhar aos legisladores e ainda apagamos o fogo quando a coisa esquenta muito. Há momentos em que ter diplomacia faz toda a diferença. Por outro lado, um pan-elaço também faz: foi com panelaço que aprovamos a lei dos cães de aluguel em Curitiba, que depois virou lei estadual. Foi com 15.000 assinaturas, que ajudamos a recolher em Curitiba que aprovamos esta lei e a dos circos. Só a Internet seria incapaz de fazer tudo isto!”

Para quem tem interesse em trocar informa-ções e divulgar animais para adoção na rede mundial de computadores alguns cuidados são necessários: “O principal é sempre exigir

Sites interessantes sobre a causa animal:

www.caopanheirocuritiba.com.brwww.seligabicho.blogspot.comwww.adoteumgatinho.com.brwww.queroumbicho.com.brwww.pea.org.brwww.gatinhos.cwb.zip.netwww.doacaodeanimais.com.brwww.rededeadocao.com.brwww.redebichos.ning.com

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Quem, atualmente, vive sem a Internet? Viramos dependentes crônicos de nossos e-mails, Google Maps, portais de notícias. A rede mundial de informações é uma ferra-menta cada vez mais útil seja para negócios, estudos ou lazer.

Atentos ao potencial de alcance da Internet, muitos ativistas das mais diversas causas, utilizam a rede para convocar manifestações, compartilhar informações e difundir seus princípios. A ONG Greenpeace é uma das que mais utiliza esse meio, chamado por eles de Cyberativismo.

Os protetores de animais não perderam a oportunidade e existem vários sites no Brasil e no mundo dedicados a discutir os direitos dos animais e auxiliar na adoção e divulgação de pets achados e perdidos.

A protetora Fabiana Bertolini, de Curitiba, decidiu fundar em 2007 o site Cãopanheiro Curitiba (www.caopanheirocuritiba.com.br) para divulgar cães e gatos para doação. “Eu realizava feiras de doação em 2007 com o nome de cãopanheiro (achei este nome ideal para nosso propósito), e como faltavam meios de divulgação para doar os animais resgata-dos por nós protetoras, casos de cães espe-ciais e não doados em feiras resolvi criar o site”, explica.

Fabiana diz que mais de dois mil animais foram doados através do site, e é uma entu-siasta da comunicação virtual: “A Internet tem ampla divulgação, isso ajuda e muito, pois

todos tendo acesso podem encontrar o dono ou seu animal perdido, isso já aconteceu muito. É gratificante saber que além de ajudar diretamente alguns animais ajudamos também indiretamente pelo site. Adoro quando encontro alguém que diz que adotou pelo site, no meu site. Que orgulho!”

Para tentar reunir o maior número de prote-tores de animais e fazer seus direitos avança-rem e serem cumpridos, em 2005 foi fundado o Fórum de Defesa dos Direitos dos Animais de Curitiba e Região (FDDA Curitiba). “Ele é regido por uma Carta de Princípios onde define, por exemplo, que foi criado para ser um coletivo de entidades e ativistas, que todos têm direito a voz, que ali é um espaço privilegiado para discussões de políticas públicas para os animais e para organização e movimentos e manifestações. Possui um livro de atas e de presenças, que registra toda a sua história”, define Laélia Tonhozi, Educa-dora Ambiental e Coordenadora de Ativi-dades do Fórum.

Laélia também é da opinião que a Internet é uma ferramenta de mobilização indispen-sável: “Hoje não se pode pensar em qualquer movimento ou defesa de causa sem o uso da internet. É um instrumento não só de comuni-cação, mas de formação de opinião. Pode ser muito eficaz na nossa causa, embora seu excessos à vezes transformem em situações banais, coisas importantes, ao mesmo tempo que torna coisas importantes em situações banais. Os blogs, os grupos, não podemos mais viver sem isto, mesmo que às vezes fiquemos muito cansados ! Mas sempre penso que temos que ser seletivos no que lemos e no que participamos. Não dá pra fazer tudo. Então é melhor fazer o que faze-mos com qualidade e para isto, temos que ter

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e monitorar que só se divulgue cães e gatos castrados, para que o abandono não aumente ainda mais. Passo horas respon-dendo aos donos ou tutores sobre isso, vendo castração em conta, e já ajudei muitos a saírem das ruas podendo dar as dicas para quem os encontrou e não iria resgatar pela falta de informação e conhecimento de como isso funciona”, exemplifica Fabiana Berto-lini.

Já Laélia ressalta que informação em excesso pode ser prejudicial e chama aten-ção para a diplomacia, que também deve existir nos contatos virtuais: “Não sei se seria cuidado, mas penso que informação demais cansa. Temos que ter a medida certa entre o superficial e o detalhista demais. Há um meio termo. Temos que auxiliar o internauta a buscar a informação, dando links e até anex-ando o documento que achamos que é importante. Penso que a delicadeza e nova-mente, a diplomacia, não fazem mal a nin-guém. A internet é um instrumento de comu-nicação como qualquer outro: apenas é mais poderosa quanto a sua abrangência, rapidez e tempo real. Só que não temos muito con-trole sobre o destino do que escrevemos. De forma que se queremos que algo não chegue de forma alguma aos ouvidos do nosso opositor (suponhamos que temos), é melhor usar o velho correio.... senão, entregamos o ouro”.

Se você quiser participar dessa enorme rede de contatos há diversos sites para colaborar. Ou até mesmo iniciar um novo pro-jeto. O importante é fazer esse processo com muita responsabilidade e checar as informa-ções antes de lançá-las.

tempo, cabeça no lugar: enfim, nada como um bom caminho do meio”.

Para quem pensa que o trabalho de militân-cia virtual é moleza, Fabiana Bertolini dá uma ideia de sua rotina: “Passo pelo menos oito horas por dia atualizando o site, respondendo e-mails, postando, tentando ajudar em vários casos (somos uma rede grande de protetoras pela Internet - só de Curitiba), e além do trabalho virtual, realizo feiras pelo menos duas vezes ao mês, onde doamos pelo menos 10 cães em cada. Todos castrados e vacina-dos”.

Laélia também tem uma atividade intensa, ele já trabalhou em diversas ONGs como a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba e auxiliou na fundação da Amigo Animal, em 2000. Atualmente, integra o Movimento SOS Bicho, que tem por finalidade trabalhar com pessoas em prol dos animais.

Ela relata que a Internet é uma poderosa ferramenta política: “Faço um trabalho junto a gestores públicos, levando as demandas geradas a partir do FDDA e do SOSBICHO; levamos as demandas a vereadores, deputa-dos, e outros. Promovemos projetos de lei para encaminhar aos legisladores e ainda apagamos o fogo quando a coisa esquenta muito. Há momentos em que ter diplomacia faz toda a diferença. Por outro lado, um pan-elaço também faz: foi com panelaço que aprovamos a lei dos cães de aluguel em Curitiba, que depois virou lei estadual. Foi com 15.000 assinaturas, que ajudamos a recolher em Curitiba que aprovamos esta lei e a dos circos. Só a Internet seria incapaz de fazer tudo isto!”

Para quem tem interesse em trocar informa-ções e divulgar animais para adoção na rede mundial de computadores alguns cuidados são necessários: “O principal é sempre exigir

Sites interessantes sobre a causa animal:

www.caopanheirocuritiba.com.brwww.seligabicho.blogspot.comwww.adoteumgatinho.com.brwww.queroumbicho.com.brwww.pea.org.brwww.gatinhos.cwb.zip.netwww.doacaodeanimais.com.brwww.rededeadocao.com.brwww.redebichos.ning.com

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Quem, atualmente, vive sem a Internet? Viramos dependentes crônicos de nossos e-mails, Google Maps, portais de notícias. A rede mundial de informações é uma ferra-menta cada vez mais útil seja para negócios, estudos ou lazer.

Atentos ao potencial de alcance da Internet, muitos ativistas das mais diversas causas, utilizam a rede para convocar manifestações, compartilhar informações e difundir seus princípios. A ONG Greenpeace é uma das que mais utiliza esse meio, chamado por eles de Cyberativismo.

Os protetores de animais não perderam a oportunidade e existem vários sites no Brasil e no mundo dedicados a discutir os direitos dos animais e auxiliar na adoção e divulgação de pets achados e perdidos.

A protetora Fabiana Bertolini, de Curitiba, decidiu fundar em 2007 o site Cãopanheiro Curitiba (www.caopanheirocuritiba.com.br) para divulgar cães e gatos para doação. “Eu realizava feiras de doação em 2007 com o nome de cãopanheiro (achei este nome ideal para nosso propósito), e como faltavam meios de divulgação para doar os animais resgata-dos por nós protetoras, casos de cães espe-ciais e não doados em feiras resolvi criar o site”, explica.

Fabiana diz que mais de dois mil animais foram doados através do site, e é uma entu-siasta da comunicação virtual: “A Internet tem ampla divulgação, isso ajuda e muito, pois

todos tendo acesso podem encontrar o dono ou seu animal perdido, isso já aconteceu muito. É gratificante saber que além de ajudar diretamente alguns animais ajudamos também indiretamente pelo site. Adoro quando encontro alguém que diz que adotou pelo site, no meu site. Que orgulho!”

Para tentar reunir o maior número de prote-tores de animais e fazer seus direitos avança-rem e serem cumpridos, em 2005 foi fundado o Fórum de Defesa dos Direitos dos Animais de Curitiba e Região (FDDA Curitiba). “Ele é regido por uma Carta de Princípios onde define, por exemplo, que foi criado para ser um coletivo de entidades e ativistas, que todos têm direito a voz, que ali é um espaço privilegiado para discussões de políticas públicas para os animais e para organização e movimentos e manifestações. Possui um livro de atas e de presenças, que registra toda a sua história”, define Laélia Tonhozi, Educa-dora Ambiental e Coordenadora de Ativi-dades do Fórum.

Laélia também é da opinião que a Internet é uma ferramenta de mobilização indispen-sável: “Hoje não se pode pensar em qualquer movimento ou defesa de causa sem o uso da internet. É um instrumento não só de comuni-cação, mas de formação de opinião. Pode ser muito eficaz na nossa causa, embora seu excessos à vezes transformem em situações banais, coisas importantes, ao mesmo tempo que torna coisas importantes em situações banais. Os blogs, os grupos, não podemos mais viver sem isto, mesmo que às vezes fiquemos muito cansados ! Mas sempre penso que temos que ser seletivos no que lemos e no que participamos. Não dá pra fazer tudo. Então é melhor fazer o que faze-mos com qualidade e para isto, temos que ter

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e monitorar que só se divulgue cães e gatos castrados, para que o abandono não aumente ainda mais. Passo horas respon-dendo aos donos ou tutores sobre isso, vendo castração em conta, e já ajudei muitos a saírem das ruas podendo dar as dicas para quem os encontrou e não iria resgatar pela falta de informação e conhecimento de como isso funciona”, exemplifica Fabiana Berto-lini.

Já Laélia ressalta que informação em excesso pode ser prejudicial e chama aten-ção para a diplomacia, que também deve existir nos contatos virtuais: “Não sei se seria cuidado, mas penso que informação demais cansa. Temos que ter a medida certa entre o superficial e o detalhista demais. Há um meio termo. Temos que auxiliar o internauta a buscar a informação, dando links e até anex-ando o documento que achamos que é importante. Penso que a delicadeza e nova-mente, a diplomacia, não fazem mal a nin-guém. A internet é um instrumento de comu-nicação como qualquer outro: apenas é mais poderosa quanto a sua abrangência, rapidez e tempo real. Só que não temos muito con-trole sobre o destino do que escrevemos. De forma que se queremos que algo não chegue de forma alguma aos ouvidos do nosso opositor (suponhamos que temos), é melhor usar o velho correio.... senão, entregamos o ouro”.

Se você quiser participar dessa enorme rede de contatos há diversos sites para colaborar. Ou até mesmo iniciar um novo pro-jeto. O importante é fazer esse processo com muita responsabilidade e checar as informa-ções antes de lançá-las.

tempo, cabeça no lugar: enfim, nada como um bom caminho do meio”.

Para quem pensa que o trabalho de militân-cia virtual é moleza, Fabiana Bertolini dá uma ideia de sua rotina: “Passo pelo menos oito horas por dia atualizando o site, respondendo e-mails, postando, tentando ajudar em vários casos (somos uma rede grande de protetoras pela Internet - só de Curitiba), e além do trabalho virtual, realizo feiras pelo menos duas vezes ao mês, onde doamos pelo menos 10 cães em cada. Todos castrados e vacina-dos”.

Laélia também tem uma atividade intensa, ele já trabalhou em diversas ONGs como a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba e auxiliou na fundação da Amigo Animal, em 2000. Atualmente, integra o Movimento SOS Bicho, que tem por finalidade trabalhar com pessoas em prol dos animais.

Ela relata que a Internet é uma poderosa ferramenta política: “Faço um trabalho junto a gestores públicos, levando as demandas geradas a partir do FDDA e do SOSBICHO; levamos as demandas a vereadores, deputa-dos, e outros. Promovemos projetos de lei para encaminhar aos legisladores e ainda apagamos o fogo quando a coisa esquenta muito. Há momentos em que ter diplomacia faz toda a diferença. Por outro lado, um pan-elaço também faz: foi com panelaço que aprovamos a lei dos cães de aluguel em Curitiba, que depois virou lei estadual. Foi com 15.000 assinaturas, que ajudamos a recolher em Curitiba que aprovamos esta lei e a dos circos. Só a Internet seria incapaz de fazer tudo isto!”

Para quem tem interesse em trocar informa-ções e divulgar animais para adoção na rede mundial de computadores alguns cuidados são necessários: “O principal é sempre exigir

Sites interessantes sobre a causa animal:

www.caopanheirocuritiba.com.brwww.seligabicho.blogspot.comwww.adoteumgatinho.com.brwww.queroumbicho.com.brwww.pea.org.brwww.gatinhos.cwb.zip.netwww.doacaodeanimais.com.brwww.rededeadocao.com.brwww.redebichos.ning.com

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Quem, atualmente, vive sem a Internet? Viramos dependentes crônicos de nossos e-mails, Google Maps, portais de notícias. A rede mundial de informações é uma ferra-menta cada vez mais útil seja para negócios, estudos ou lazer.

Atentos ao potencial de alcance da Internet, muitos ativistas das mais diversas causas, utilizam a rede para convocar manifestações, compartilhar informações e difundir seus princípios. A ONG Greenpeace é uma das que mais utiliza esse meio, chamado por eles de Cyberativismo.

Os protetores de animais não perderam a oportunidade e existem vários sites no Brasil e no mundo dedicados a discutir os direitos dos animais e auxiliar na adoção e divulgação de pets achados e perdidos.

A protetora Fabiana Bertolini, de Curitiba, decidiu fundar em 2007 o site Cãopanheiro Curitiba (www.caopanheirocuritiba.com.br) para divulgar cães e gatos para doação. “Eu realizava feiras de doação em 2007 com o nome de cãopanheiro (achei este nome ideal para nosso propósito), e como faltavam meios de divulgação para doar os animais resgata-dos por nós protetoras, casos de cães espe-ciais e não doados em feiras resolvi criar o site”, explica.

Fabiana diz que mais de dois mil animais foram doados através do site, e é uma entu-siasta da comunicação virtual: “A Internet tem ampla divulgação, isso ajuda e muito, pois

todos tendo acesso podem encontrar o dono ou seu animal perdido, isso já aconteceu muito. É gratificante saber que além de ajudar diretamente alguns animais ajudamos também indiretamente pelo site. Adoro quando encontro alguém que diz que adotou pelo site, no meu site. Que orgulho!”

Para tentar reunir o maior número de prote-tores de animais e fazer seus direitos avança-rem e serem cumpridos, em 2005 foi fundado o Fórum de Defesa dos Direitos dos Animais de Curitiba e Região (FDDA Curitiba). “Ele é regido por uma Carta de Princípios onde define, por exemplo, que foi criado para ser um coletivo de entidades e ativistas, que todos têm direito a voz, que ali é um espaço privilegiado para discussões de políticas públicas para os animais e para organização e movimentos e manifestações. Possui um livro de atas e de presenças, que registra toda a sua história”, define Laélia Tonhozi, Educa-dora Ambiental e Coordenadora de Ativi-dades do Fórum.

Laélia também é da opinião que a Internet é uma ferramenta de mobilização indispen-sável: “Hoje não se pode pensar em qualquer movimento ou defesa de causa sem o uso da internet. É um instrumento não só de comuni-cação, mas de formação de opinião. Pode ser muito eficaz na nossa causa, embora seu excessos à vezes transformem em situações banais, coisas importantes, ao mesmo tempo que torna coisas importantes em situações banais. Os blogs, os grupos, não podemos mais viver sem isto, mesmo que às vezes fiquemos muito cansados ! Mas sempre penso que temos que ser seletivos no que lemos e no que participamos. Não dá pra fazer tudo. Então é melhor fazer o que faze-mos com qualidade e para isto, temos que ter

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e monitorar que só se divulgue cães e gatos castrados, para que o abandono não aumente ainda mais. Passo horas respon-dendo aos donos ou tutores sobre isso, vendo castração em conta, e já ajudei muitos a saírem das ruas podendo dar as dicas para quem os encontrou e não iria resgatar pela falta de informação e conhecimento de como isso funciona”, exemplifica Fabiana Berto-lini.

Já Laélia ressalta que informação em excesso pode ser prejudicial e chama aten-ção para a diplomacia, que também deve existir nos contatos virtuais: “Não sei se seria cuidado, mas penso que informação demais cansa. Temos que ter a medida certa entre o superficial e o detalhista demais. Há um meio termo. Temos que auxiliar o internauta a buscar a informação, dando links e até anex-ando o documento que achamos que é importante. Penso que a delicadeza e nova-mente, a diplomacia, não fazem mal a nin-guém. A internet é um instrumento de comu-nicação como qualquer outro: apenas é mais poderosa quanto a sua abrangência, rapidez e tempo real. Só que não temos muito con-trole sobre o destino do que escrevemos. De forma que se queremos que algo não chegue de forma alguma aos ouvidos do nosso opositor (suponhamos que temos), é melhor usar o velho correio.... senão, entregamos o ouro”.

Se você quiser participar dessa enorme rede de contatos há diversos sites para colaborar. Ou até mesmo iniciar um novo pro-jeto. O importante é fazer esse processo com muita responsabilidade e checar as informa-ções antes de lançá-las.

tempo, cabeça no lugar: enfim, nada como um bom caminho do meio”.

Para quem pensa que o trabalho de militân-cia virtual é moleza, Fabiana Bertolini dá uma ideia de sua rotina: “Passo pelo menos oito horas por dia atualizando o site, respondendo e-mails, postando, tentando ajudar em vários casos (somos uma rede grande de protetoras pela Internet - só de Curitiba), e além do trabalho virtual, realizo feiras pelo menos duas vezes ao mês, onde doamos pelo menos 10 cães em cada. Todos castrados e vacina-dos”.

Laélia também tem uma atividade intensa, ele já trabalhou em diversas ONGs como a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba e auxiliou na fundação da Amigo Animal, em 2000. Atualmente, integra o Movimento SOS Bicho, que tem por finalidade trabalhar com pessoas em prol dos animais.

Ela relata que a Internet é uma poderosa ferramenta política: “Faço um trabalho junto a gestores públicos, levando as demandas geradas a partir do FDDA e do SOSBICHO; levamos as demandas a vereadores, deputa-dos, e outros. Promovemos projetos de lei para encaminhar aos legisladores e ainda apagamos o fogo quando a coisa esquenta muito. Há momentos em que ter diplomacia faz toda a diferença. Por outro lado, um pan-elaço também faz: foi com panelaço que aprovamos a lei dos cães de aluguel em Curitiba, que depois virou lei estadual. Foi com 15.000 assinaturas, que ajudamos a recolher em Curitiba que aprovamos esta lei e a dos circos. Só a Internet seria incapaz de fazer tudo isto!”

Para quem tem interesse em trocar informa-ções e divulgar animais para adoção na rede mundial de computadores alguns cuidados são necessários: “O principal é sempre exigir

Sites interessantes sobre a causa animal:

www.caopanheirocuritiba.com.brwww.seligabicho.blogspot.comwww.adoteumgatinho.com.brwww.queroumbicho.com.brwww.pea.org.brwww.gatinhos.cwb.zip.netwww.doacaodeanimais.com.brwww.rededeadocao.com.brwww.redebichos.ning.com

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Sabe quando alguém diz que trabalhou ‘pra cachorro’? Pois é, alguns cães realmente trabalham pra cachorro ou pra burro, como preferirem. Esse é o caso de totós que atuam em resgates ou operações poli-ciais.

Marcelo Coruso treina cães para localizar pessoas vivas ou mortas, seja em florestas ou soterradas. Coruso fez um curso para lidar com esse tipo de treinamento em 1995, em Houston, no estado americano do Texas. Na ‘bagagem’ ele levou a cadela Nina, o primeiro cão de resgate treinado por um civil no Brasil. “Fizemos dois cursos no Texas, um sobre detecção de soterrados e outro sobre treinamento de cães forenses, onde o cão é treinado para localizar restos mortais e utensílios utilizados em homicídios”, explica Coruso.

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Trabalho Pet

O trabalho dos cães de resgate ainda não é muito difundido em terras brasileiras, o que pode acarretar uma dificuldade em localizar centros de treinamentos capacitados: “Não existe um padrão sobre que tipo de técnica usar. Em ação hoje em dia, acho que somente meu cão (um boiadeiro australiano) - esteja em atuação como cão de resgate treinado por civil”, afirma o treinador.

Algumas raças são mais indicadas para este tipo de trabalho pra lá de difícil. Pastores, dober-mans, boiadeiros australianos, labradores, gold-ens retrievers, springers spaniels, entre outros são os mais aptos.

É importante deixar claro que a atividade ofe-rece riscos tanto para os humanos, quanto para os animais envolvidos na função. Por essa razão, é extremamente importante que os animais rece-bam um treinamento sério e específico. De acordo com Coruso, é fundamental que mesmo à distân-cia, o cão esteja treinado para seguir as instruções. É sempre importante contatar um veterinário nas proximidades do local a ser visto-riado e também lembrar-se que o animal não é uma máquina, portanto precisa de pausas periódicas para alimentar-se, hidratar-se, ir ao banheiro e descansar.

Marcelo Coruso realiza seu trabalho através da ONG Cães de Resgate. Como uma organização não governamental, eles não recebem verbas periódicas dos poderes públicos, e utilizam os próprios meios para viabilizar o trabalho: “Recebe-mos apoio com material de algumas empresas

privadas, mas não temos verba mensal alguma, gastos com transporte e manutenção mensal são por nossa conta, por isso realizamos periodica-mente cursos de formação de adestradores para angariar fundos para nosso trabalho”, descreve Coruso.

Para quem acha que seu cãozinho poderia desempenhar bem a função de cão de resgate, Coruso dá algumas dicas: “Primeira coisa que a pessoa deve fazer é um curso de formação de adestradores que dê ênfase no treinamento de cães de resgate, porque só assim a pessoa pode identificar se seu cão tem as características para tal função, porque nem todos os cães são aptos para serem cães de resgate, existem característi-cas em cada cão que devem ser analisadas minu-ciosamente, estamos lidando com vidas”.

Trabalhando há tanto tempo com resgates, juntamente com Dolly, que ele considera parte da família, Coruso destaca uma história especial: “Em 2006 fomos chamados para realizar buscas por uma pessoa sequestrada no Espírito Santo. Eu tinha uma cadela chamada Dolly. Ficamos no local por 30 dias sem sucesso, mas pegamos uma afinidade tão grande com a família, inclusive com o filho da pessoa seqüestrada, que até hoje temos contato e o garoto guarda até hoje uma foto dele com Dolly. Esse para mim é um caso emblemático porque precisamos nos abastecer de informações dos órgãos públicos. Por essa falta de comunicação não tivemos sucesso.”

Profissão perigo: cães de resgate

Atividade ainda não é muito difundida no Brasil, mas Marcelo Coruso e seu boiadeiro australiano fazem a diferença

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Sabe quando alguém diz que trabalhou ‘pra cachorro’? Pois é, alguns cães realmente trabalham pra cachorro ou pra burro, como preferirem. Esse é o caso de totós que atuam em resgates ou operações poli-ciais.

Marcelo Coruso treina cães para localizar pessoas vivas ou mortas, seja em florestas ou soterradas. Coruso fez um curso para lidar com esse tipo de treinamento em 1995, em Houston, no estado americano do Texas. Na ‘bagagem’ ele levou a cadela Nina, o primeiro cão de resgate treinado por um civil no Brasil. “Fizemos dois cursos no Texas, um sobre detecção de soterrados e outro sobre treinamento de cães forenses, onde o cão é treinado para localizar restos mortais e utensílios utilizados em homicídios”, explica Coruso.

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Trabalho Pet

O trabalho dos cães de resgate ainda não é muito difundido em terras brasileiras, o que pode acarretar uma dificuldade em localizar centros de treinamentos capacitados: “Não existe um padrão sobre que tipo de técnica usar. Em ação hoje em dia, acho que somente meu cão (um boiadeiro australiano) - esteja em atuação como cão de resgate treinado por civil”, afirma o treinador.

Algumas raças são mais indicadas para este tipo de trabalho pra lá de difícil. Pastores, dober-mans, boiadeiros australianos, labradores, gold-ens retrievers, springers spaniels, entre outros são os mais aptos.

É importante deixar claro que a atividade ofe-rece riscos tanto para os humanos, quanto para os animais envolvidos na função. Por essa razão, é extremamente importante que os animais rece-bam um treinamento sério e específico. De acordo com Coruso, é fundamental que mesmo à distân-cia, o cão esteja treinado para seguir as instruções. É sempre importante contatar um veterinário nas proximidades do local a ser visto-riado e também lembrar-se que o animal não é uma máquina, portanto precisa de pausas periódicas para alimentar-se, hidratar-se, ir ao banheiro e descansar.

Marcelo Coruso realiza seu trabalho através da ONG Cães de Resgate. Como uma organização não governamental, eles não recebem verbas periódicas dos poderes públicos, e utilizam os próprios meios para viabilizar o trabalho: “Recebe-mos apoio com material de algumas empresas

privadas, mas não temos verba mensal alguma, gastos com transporte e manutenção mensal são por nossa conta, por isso realizamos periodica-mente cursos de formação de adestradores para angariar fundos para nosso trabalho”, descreve Coruso.

Para quem acha que seu cãozinho poderia desempenhar bem a função de cão de resgate, Coruso dá algumas dicas: “Primeira coisa que a pessoa deve fazer é um curso de formação de adestradores que dê ênfase no treinamento de cães de resgate, porque só assim a pessoa pode identificar se seu cão tem as características para tal função, porque nem todos os cães são aptos para serem cães de resgate, existem característi-cas em cada cão que devem ser analisadas minu-ciosamente, estamos lidando com vidas”.

Trabalhando há tanto tempo com resgates, juntamente com Dolly, que ele considera parte da família, Coruso destaca uma história especial: “Em 2006 fomos chamados para realizar buscas por uma pessoa sequestrada no Espírito Santo. Eu tinha uma cadela chamada Dolly. Ficamos no local por 30 dias sem sucesso, mas pegamos uma afinidade tão grande com a família, inclusive com o filho da pessoa seqüestrada, que até hoje temos contato e o garoto guarda até hoje uma foto dele com Dolly. Esse para mim é um caso emblemático porque precisamos nos abastecer de informações dos órgãos públicos. Por essa falta de comunicação não tivemos sucesso.”

Profissão perigo: cães de resgate

Atividade ainda não é muito difundida no Brasil, mas Marcelo Coruso e seu boiadeiro australiano fazem a diferença

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Perfil PetUma apaixonada pela proteção animal

Por Vivian Lemos

Andrea Lambert é médica veterinária e atua na proteção animal na cidade do Rio de Janeiro. No ano passado, foi candidata à vereadora pelo PDT. Andrea criou uma rede de ajuda a gatos abandonados no Campo de Santana, um parque público onde vivem cen-tenas de bichanos sem teto. Para mantê-los, ela conta com a ajuda de voluntários e doa-ções, mas ressalta que os recursos são insufi-cientes para manter tantos animais.

Em entrevista ao Conexão Pet, Andrea Lambert fala das dificuldades da proteção animal no Brasil e da falta de conscientização da população em relação ao sofrimento dos animais e seus direitos.

Conexão Pet - Qual a maior dificuldade de quem atua com a proteção animal no Brasil?

Andrea Lambert – Acredito que seja a falta de envolvimento do poder público, que é o responsável direto pelos animais, ele ignora a sua responsabilidade. Desde 1934 temos um decreto que pune os maus tratos a animais e estabelece seus direitos. Temos também a lei de crimes ambientais de 1998 que também trata do assunto, mas infelizmente as autori-dades atuam muito superficialmente nesta questão.

Conexão Pet - Você acredita que as leis relacionadas à proteção dos animais no Brasil são muito brandas ou apenas não são cumpridas?

Andrea Lambert- As leis não são cumpri-das. Existe um alto índice de maus tratos no País, e isso seria coibido se a legislação fosse aplicada. Em relação a alguns países, podemos dizer até que nossa legislação é coerente, apenas não há um esforço por parte das autoridades em fazer com que elas sejam respeitadas.

Conexão Pet - Qual é o maior empecilho à esterilização pública de animais nas grandes cidades?

Andrea Lambert – É importante lembrar que só a esterilização não é responsável pela superpolução. Há também o fator do abandono. O comércio desenfreado de ani-mais (as chamadas “fábricas de filhotes”) precisa ser fiscalizado. Tem também a questão da posse irresponsável, é preciso cobrar uma postura responsável das pes-soas que têm animais. Se você abandona um animal na rua precisa pagar por isso, assim como quem comercializa animais pre-cisa ser responsável pela vida que co-mercializa.

Conexão Pet - Como surgiu o projeto dos Gatos do Campo de Santana e como ele é mantido?

Andrea Lambert – Há muitos anos partici-pava de um programa da prefeitura do Rio de Janeiro na Fundação Parques e Jardins. Nunca havia entrado no Campo de Santana e a primeira vez que fui lá, me deparei com um gatinho doente. Como sou veterinária, peguei o gatinho para cuidar. Depois, vi que existiam vários gatos abandonados por lá, e então resolvi começar a ajudá-los. Nos man-temos através de recursos próprios, volun-tários e doações, mas são tantos animais ali que não conseguimos dar conta de todos. E é

importante frisar que o Campo de Santana não é o único parque do Rio de Janeiro que abriga animais abandonados.

Conexão Pet - Por que acredita que ainda é difícil conscientizar as pessoas em relação à adoção de animais?

Andrea Lambert- É a cultura do modismo. As pessoas estão cada vez mais consumistas e isso se aplica também aos animais, que são vistos como mercadorias. Todos querem o celular da moda, a calça do momento, e isso não seria diferente com animais de estima-ção. Querem o bonitinho, o engraçadinho, o feinho, vira-latinha ninguém quer.

Conexão Pet- Como as prefeituras das grandes cidades (e governos em âmbito geral) podem, efetivamente, colaborar para a redução da superpopulação de animais nas ruas?

Andrea Lambert – Acredito que deve haver um controle de quem compra e adota animais, porque quem adota também aban-dona. Uma alternativa interessante, que vários países estão adotando, é a micro-chipagem. Se for bem feita, pode ser extremamente eficaz, pois ao abandonar um animal microchipado, o proprietário será identificado. Mas é preciso que juntamente com isso, haja conscientização das forças policiais, pois atualmente se alguém presen-cia um abandono e denuncia a um policial, dificilmente é ouvido. No Campo de San-tana, as pessoas entram livremente no parque para abandonar animais e não são impedidas pelos vigias que ali trabalham. É preciso haver punição para esses crimes.

Conexão Pet – Como o cidadão pode colaborar com a proteção animal?

Andrea Lambert – Em primeiro lugar, a pessoa deve analisar como ela acha que pode ajudar. Partindo disso, o primeiro passo é a conscientização de que o animal sofre, tem necessidades e merece respeito. É interessante também ser um fiscalizador da lei e fazer com que seja cumprida. A adoção também é um passo importante, pois quem adota tira um animal das ruas. E, por fim, se você tem condições financeiras, apóie os grupos que trabalham na defesa e resgate de animais.

Conexão Pet - Qual é o seu conselho para quem pretende “adquirir” um pet para evitar futuros problemas?

Andrea Lambert - Quando a pessoa resolver adquirir um animal deve estar ciente de que precisará ter condições financeiras para sustentar aquele animal pelo resto de sua vida e deve também estar atenta a seu perfil e estilo de vida, e ver se o pet escolhido se encaixa nessas condições. Se morar em apartamento, pensar que o cão pode ficar muito tempo sozinho e, por ansiedade, destruir móveis e roupas, além de latir. Se for um gato, ele também pode arranhar a mobí-lia, além de haver a necessidade de instala-ção de telas nas janelas para evitar acidentes e até mesmo a morte do animal.

Se você se interessou ou quer ajudar o trabalho de Andrea Lambert, acesse www.andrealambert.com.br

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Perfil PetUma apaixonada pela proteção animal

Deputado Ricardo Tripoli é o entrevistado do mês do Conexão Pet em Revista

Por Vivian Lemos

Andrea Lambert é médica veterinária e atua na proteção animal na cidade do Rio de Janeiro. No ano passado, foi candidata à vereadora pelo PDT. Andrea criou uma rede de ajuda a gatos abandonados no Campo de Santana, um parque público onde vivem cen-tenas de bichanos sem teto. Para mantê-los, ela conta com a ajuda de voluntários e doa-ções, mas ressalta que os recursos são insufi-cientes para manter tantos animais.

Em entrevista ao Conexão Pet, Andrea Lambert fala das dificuldades da proteção animal no Brasil e da falta de conscientização da população em relação ao sofrimento dos animais e seus direitos.

Conexão Pet - Qual a maior dificuldade de quem atua com a proteção animal no Brasil?

Andrea Lambert – Acredito que seja a falta de envolvimento do poder público, que é o responsável direto pelos animais, ele ignora a sua responsabilidade. Desde 1934 temos um decreto que pune os maus tratos a animais e estabelece seus direitos. Temos também a lei de crimes ambientais de 1998 que também trata do assunto, mas infelizmente as autori-dades atuam muito superficialmente nesta questão.

Conexão Pet - Você acredita que as leis relacionadas à proteção dos animais no Brasil são muito brandas ou apenas não são cumpridas?

Andrea Lambert- As leis não são cumpri-das. Existe um alto índice de maus tratos no País, e isso seria coibido se a legislação fosse aplicada. Em relação a alguns países, podemos dizer até que nossa legislação é coerente, apenas não há um esforço por parte das autoridades em fazer com que elas sejam respeitadas.

Conexão Pet - Qual é o maior empecilho à esterilização pública de animais nas grandes cidades?

Andrea Lambert – É importante lembrar que só a esterilização não é responsável pela superpolução. Há também o fator do abandono. O comércio desenfreado de ani-mais (as chamadas “fábricas de filhotes”) precisa ser fiscalizado. Tem também a questão da posse irresponsável, é preciso cobrar uma postura responsável das pes-soas que têm animais. Se você abandona um animal na rua precisa pagar por isso, assim como quem comercializa animais pre-cisa ser responsável pela vida que co-mercializa.

Conexão Pet - Como surgiu o projeto dos Gatos do Campo de Santana e como ele é mantido?

Andrea Lambert – Há muitos anos partici-pava de um programa da prefeitura do Rio de Janeiro na Fundação Parques e Jardins. Nunca havia entrado no Campo de Santana e a primeira vez que fui lá, me deparei com um gatinho doente. Como sou veterinária, peguei o gatinho para cuidar. Depois, vi que existiam vários gatos abandonados por lá, e então resolvi começar a ajudá-los. Nos man-temos através de recursos próprios, volun-tários e doações, mas são tantos animais ali que não conseguimos dar conta de todos. E é

importante frisar que o Campo de Santana não é o único parque do Rio de Janeiro que abriga animais abandonados.

Conexão Pet - Por que acredita que ainda é difícil conscientizar as pessoas em relação à adoção de animais?

Andrea Lambert- É a cultura do modismo. As pessoas estão cada vez mais consumistas e isso se aplica também aos animais, que são vistos como mercadorias. Todos querem o celular da moda, a calça do momento, e isso não seria diferente com animais de estima-ção. Querem o bonitinho, o engraçadinho, o feinho, vira-latinha ninguém quer.

Conexão Pet- Como as prefeituras das grandes cidades (e governos em âmbito geral) podem, efetivamente, colaborar para a redução da superpopulação de animais nas ruas?

Andrea Lambert – Acredito que deve haver um controle de quem compra e adota animais, porque quem adota também aban-dona. Uma alternativa interessante, que vários países estão adotando, é a micro-chipagem. Se for bem feita, pode ser extremamente eficaz, pois ao abandonar um animal microchipado, o proprietário será identificado. Mas é preciso que juntamente com isso, haja conscientização das forças policiais, pois atualmente se alguém presen-cia um abandono e denuncia a um policial, dificilmente é ouvido. No Campo de San-tana, as pessoas entram livremente no parque para abandonar animais e não são impedidas pelos vigias que ali trabalham. É preciso haver punição para esses crimes.

Conexão Pet – Como o cidadão pode colaborar com a proteção animal?

Andrea Lambert – Em primeiro lugar, a pessoa deve analisar como ela acha que pode ajudar. Partindo disso, o primeiro passo é a conscientização de que o animal sofre, tem necessidades e merece respeito. É interessante também ser um fiscalizador da lei e fazer com que seja cumprida. A adoção também é um passo importante, pois quem adota tira um animal das ruas. E, por fim, se você tem condições financeiras, apóie os grupos que trabalham na defesa e resgate de animais.

Conexão Pet - Qual é o seu conselho para quem pretende “adquirir” um pet para evitar futuros problemas?

Andrea Lambert - Quando a pessoa resolver adquirir um animal deve estar ciente de que precisará ter condições financeiras para sustentar aquele animal pelo resto de sua vida e deve também estar atenta a seu perfil e estilo de vida, e ver se o pet escolhido se encaixa nessas condições. Se morar em apartamento, pensar que o cão pode ficar muito tempo sozinho e, por ansiedade, destruir móveis e roupas, além de latir. Se for um gato, ele também pode arranhar a mobí-lia, além de haver a necessidade de instala-ção de telas nas janelas para evitar acidentes e até mesmo a morte do animal.

Se você se interessou ou quer ajudar o trabalho de Andrea Lambert, acesse www.andrealambert.com.br

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Deputado Ricardo Tripoli é o entrevistado do mês do Conexão Pet em Revista

Por Vivian Lemos

Andrea Lambert é médica veterinária e atua na proteção animal na cidade do Rio de Janeiro. No ano passado, foi candidata à vereadora pelo PDT. Andrea criou uma rede de ajuda a gatos abandonados no Campo de Santana, um parque público onde vivem cen-tenas de bichanos sem teto. Para mantê-los, ela conta com a ajuda de voluntários e doa-ções, mas ressalta que os recursos são insufi-cientes para manter tantos animais.

Em entrevista ao Conexão Pet, Andrea Lambert fala das dificuldades da proteção animal no Brasil e da falta de conscientização da população em relação ao sofrimento dos animais e seus direitos.

Conexão Pet - Qual a maior dificuldade de quem atua com a proteção animal no Brasil?

Andrea Lambert – Acredito que seja a falta de envolvimento do poder público, que é o responsável direto pelos animais, ele ignora a sua responsabilidade. Desde 1934 temos um decreto que pune os maus tratos a animais e estabelece seus direitos. Temos também a lei de crimes ambientais de 1998 que também trata do assunto, mas infelizmente as autori-dades atuam muito superficialmente nesta questão.

Conexão Pet - Você acredita que as leis relacionadas à proteção dos animais no Brasil são muito brandas ou apenas não são cumpridas?

Andrea Lambert- As leis não são cumpri-das. Existe um alto índice de maus tratos no País, e isso seria coibido se a legislação fosse aplicada. Em relação a alguns países, podemos dizer até que nossa legislação é coerente, apenas não há um esforço por parte das autoridades em fazer com que elas sejam respeitadas.

Conexão Pet - Qual é o maior empecilho à esterilização pública de animais nas grandes cidades?

Andrea Lambert – É importante lembrar que só a esterilização não é responsável pela superpolução. Há também o fator do abandono. O comércio desenfreado de ani-mais (as chamadas “fábricas de filhotes”) precisa ser fiscalizado. Tem também a questão da posse irresponsável, é preciso cobrar uma postura responsável das pes-soas que têm animais. Se você abandona um animal na rua precisa pagar por isso, assim como quem comercializa animais pre-cisa ser responsável pela vida que co-mercializa.

Conexão Pet - Como surgiu o projeto dos Gatos do Campo de Santana e como ele é mantido?

Andrea Lambert – Há muitos anos partici-pava de um programa da prefeitura do Rio de Janeiro na Fundação Parques e Jardins. Nunca havia entrado no Campo de Santana e a primeira vez que fui lá, me deparei com um gatinho doente. Como sou veterinária, peguei o gatinho para cuidar. Depois, vi que existiam vários gatos abandonados por lá, e então resolvi começar a ajudá-los. Nos man-temos através de recursos próprios, volun-tários e doações, mas são tantos animais ali que não conseguimos dar conta de todos. E é

importante frisar que o Campo de Santana não é o único parque do Rio de Janeiro que abriga animais abandonados.

Conexão Pet - Por que acredita que ainda é difícil conscientizar as pessoas em relação à adoção de animais?

Andrea Lambert- É a cultura do modismo. As pessoas estão cada vez mais consumistas e isso se aplica também aos animais, que são vistos como mercadorias. Todos querem o celular da moda, a calça do momento, e isso não seria diferente com animais de estima-ção. Querem o bonitinho, o engraçadinho, o feinho, vira-latinha ninguém quer.

Conexão Pet- Como as prefeituras das grandes cidades (e governos em âmbito geral) podem, efetivamente, colaborar para a redução da superpopulação de animais nas ruas?

Andrea Lambert – Acredito que deve haver um controle de quem compra e adota animais, porque quem adota também aban-dona. Uma alternativa interessante, que vários países estão adotando, é a micro-chipagem. Se for bem feita, pode ser extremamente eficaz, pois ao abandonar um animal microchipado, o proprietário será identificado. Mas é preciso que juntamente com isso, haja conscientização das forças policiais, pois atualmente se alguém presen-cia um abandono e denuncia a um policial, dificilmente é ouvido. No Campo de San-tana, as pessoas entram livremente no parque para abandonar animais e não são impedidas pelos vigias que ali trabalham. É preciso haver punição para esses crimes.

Conexão Pet – Como o cidadão pode colaborar com a proteção animal?

Andrea Lambert – Em primeiro lugar, a pessoa deve analisar como ela acha que pode ajudar. Partindo disso, o primeiro passo é a conscientização de que o animal sofre, tem necessidades e merece respeito. É interessante também ser um fiscalizador da lei e fazer com que seja cumprida. A adoção também é um passo importante, pois quem adota tira um animal das ruas. E, por fim, se você tem condições financeiras, apóie os grupos que trabalham na defesa e resgate de animais.

Conexão Pet - Qual é o seu conselho para quem pretende “adquirir” um pet para evitar futuros problemas?

Andrea Lambert - Quando a pessoa resolver adquirir um animal deve estar ciente de que precisará ter condições financeiras para sustentar aquele animal pelo resto de sua vida e deve também estar atenta a seu perfil e estilo de vida, e ver se o pet escolhido se encaixa nessas condições. Se morar em apartamento, pensar que o cão pode ficar muito tempo sozinho e, por ansiedade, destruir móveis e roupas, além de latir. Se for um gato, ele também pode arranhar a mobí-lia, além de haver a necessidade de instala-ção de telas nas janelas para evitar acidentes e até mesmo a morte do animal.

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Deputado Ricardo Tripoli é o entrevistado do mês do Conexão Pet em Revista

Por Vivian Lemos

Andrea Lambert é médica veterinária e atua na proteção animal na cidade do Rio de Janeiro. No ano passado, foi candidata à vereadora pelo PDT. Andrea criou uma rede de ajuda a gatos abandonados no Campo de Santana, um parque público onde vivem cen-tenas de bichanos sem teto. Para mantê-los, ela conta com a ajuda de voluntários e doa-ções, mas ressalta que os recursos são insufi-cientes para manter tantos animais.

Em entrevista ao Conexão Pet, Andrea Lambert fala das dificuldades da proteção animal no Brasil e da falta de conscientização da população em relação ao sofrimento dos animais e seus direitos.

Conexão Pet - Qual a maior dificuldade de quem atua com a proteção animal no Brasil?

Andrea Lambert – Acredito que seja a falta de envolvimento do poder público, que é o responsável direto pelos animais, ele ignora a sua responsabilidade. Desde 1934 temos um decreto que pune os maus tratos a animais e estabelece seus direitos. Temos também a lei de crimes ambientais de 1998 que também trata do assunto, mas infelizmente as autori-dades atuam muito superficialmente nesta questão.

Conexão Pet - Você acredita que as leis relacionadas à proteção dos animais no Brasil são muito brandas ou apenas não são cumpridas?

Andrea Lambert- As leis não são cumpri-das. Existe um alto índice de maus tratos no País, e isso seria coibido se a legislação fosse aplicada. Em relação a alguns países, podemos dizer até que nossa legislação é coerente, apenas não há um esforço por parte das autoridades em fazer com que elas sejam respeitadas.

Conexão Pet - Qual é o maior empecilho à esterilização pública de animais nas grandes cidades?

Andrea Lambert – É importante lembrar que só a esterilização não é responsável pela superpolução. Há também o fator do abandono. O comércio desenfreado de ani-mais (as chamadas “fábricas de filhotes”) precisa ser fiscalizado. Tem também a questão da posse irresponsável, é preciso cobrar uma postura responsável das pes-soas que têm animais. Se você abandona um animal na rua precisa pagar por isso, assim como quem comercializa animais pre-cisa ser responsável pela vida que co-mercializa.

Conexão Pet - Como surgiu o projeto dos Gatos do Campo de Santana e como ele é mantido?

Andrea Lambert – Há muitos anos partici-pava de um programa da prefeitura do Rio de Janeiro na Fundação Parques e Jardins. Nunca havia entrado no Campo de Santana e a primeira vez que fui lá, me deparei com um gatinho doente. Como sou veterinária, peguei o gatinho para cuidar. Depois, vi que existiam vários gatos abandonados por lá, e então resolvi começar a ajudá-los. Nos man-temos através de recursos próprios, volun-tários e doações, mas são tantos animais ali que não conseguimos dar conta de todos. E é

importante frisar que o Campo de Santana não é o único parque do Rio de Janeiro que abriga animais abandonados.

Conexão Pet - Por que acredita que ainda é difícil conscientizar as pessoas em relação à adoção de animais?

Andrea Lambert- É a cultura do modismo. As pessoas estão cada vez mais consumistas e isso se aplica também aos animais, que são vistos como mercadorias. Todos querem o celular da moda, a calça do momento, e isso não seria diferente com animais de estima-ção. Querem o bonitinho, o engraçadinho, o feinho, vira-latinha ninguém quer.

Conexão Pet- Como as prefeituras das grandes cidades (e governos em âmbito geral) podem, efetivamente, colaborar para a redução da superpopulação de animais nas ruas?

Andrea Lambert – Acredito que deve haver um controle de quem compra e adota animais, porque quem adota também aban-dona. Uma alternativa interessante, que vários países estão adotando, é a micro-chipagem. Se for bem feita, pode ser extremamente eficaz, pois ao abandonar um animal microchipado, o proprietário será identificado. Mas é preciso que juntamente com isso, haja conscientização das forças policiais, pois atualmente se alguém presen-cia um abandono e denuncia a um policial, dificilmente é ouvido. No Campo de San-tana, as pessoas entram livremente no parque para abandonar animais e não são impedidas pelos vigias que ali trabalham. É preciso haver punição para esses crimes.

Conexão Pet – Como o cidadão pode colaborar com a proteção animal?

Andrea Lambert – Em primeiro lugar, a pessoa deve analisar como ela acha que pode ajudar. Partindo disso, o primeiro passo é a conscientização de que o animal sofre, tem necessidades e merece respeito. É interessante também ser um fiscalizador da lei e fazer com que seja cumprida. A adoção também é um passo importante, pois quem adota tira um animal das ruas. E, por fim, se você tem condições financeiras, apóie os grupos que trabalham na defesa e resgate de animais.

Conexão Pet - Qual é o seu conselho para quem pretende “adquirir” um pet para evitar futuros problemas?

Andrea Lambert - Quando a pessoa resolver adquirir um animal deve estar ciente de que precisará ter condições financeiras para sustentar aquele animal pelo resto de sua vida e deve também estar atenta a seu perfil e estilo de vida, e ver se o pet escolhido se encaixa nessas condições. Se morar em apartamento, pensar que o cão pode ficar muito tempo sozinho e, por ansiedade, destruir móveis e roupas, além de latir. Se for um gato, ele também pode arranhar a mobí-lia, além de haver a necessidade de instala-ção de telas nas janelas para evitar acidentes e até mesmo a morte do animal.

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Kong Senior (para cães idosos)Este brinquedo é usado por treinadores profissionais e policiais para recompensar cães que farejam drogas, que defendem e patrulham território, que ajudam a encontrar e prender criminosos. Mas não são só os cachorros "profissionais" que podem brincar com o Kong.Pets idosos também podem, mesmo que ele não tenha mais aquela força toda nos dentes e na mandíbula, pois para esta versão tem uma borracha especial.Pequeno: R$26,20Médio: R$37,10Grande: R$47,30

Na Bitcão – www.bitcao.com.br

Pedigree Equilíbrio Natural Sênior 1 kgRação indicada para cães com mais de 7 anos. Contém vitamina E, Selênio e fonte natural de Ômega 3, que promovem a saúde das articulações e ajudam a prevenir doenças relacionadas à idade.

R$ 11,90, na Pet Center Marginal – www.petcentermarginal.com.br

Royal Canin Mature 27 2 KGAlimento para gatos com mais de 10 anos. Retarda os efeitos do envelhecimento, reduz o odor das fezes e especial para dentes sensíveis.

R$ 67,90 – na Cobasi – www.cobasi.com.br

Vitrine Pet Dental GuardO Dental Guard é um creme dental desenvolvido exclusivamente para cães e gatos. Possui o exclusivo MG Complex que auxilia na prevenção da halitose e na formação da placa bacteriana, prevenindo a formação do cálculo dentário e a ocorrência de doenças periodontais.

R$ 19,62 – www.petcompre.com.br

Fralda higiênica para macho Dogs CareFralda para cães machos grandes. Pacote com seis unidades. Medidas: 0.11 x 0.18 metros (Largura x Altura).

Tamanho G – R$ 12,30 - na Cobasi – www.cobasi.com.br

Fralda higiênica para fêmea - Dogs CareFralda para cadelas pequenas. Pacote com seis unidades. Medidas: 0.11 x 0.16 metros (Largura x Altura)

Tamanho P – R$ 14,80 – na Cobasi – www.cobasi.com.br

Macacão Quatro PatasEste macacão vai manter o seu cão quentinho. Indicado também para pets idosos, que costumam sofrer mais no frio, especialmente os que têm artrite. Disponível nas cores: Marinho, Royal, Turquesa e Vermelho.

Tamanho 05 – R$ 54,54 – www.petcompre.com.br

Comedouro Alumínio com Suporte RegulávelEste comedouro vai facilitar a vida do seu pet idoso, pois muitas vezes devido a dores musculares e problemas ósseos, nossos amigos apresentam dificuldades para abaixar até a comida.

Tamanho Médio – R$ 70,54 – www.petcompre.com.br

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Produtos para os idososA Vitrine Pet deste mês traz produtos especiais para facilitar a vida dos animais idosos.

* Os produtos foram pesquisados em pet shops virtuais e fazem parte de uma seleção jornalística, sem fins comerciais. Para formas de pagamento, prazos de entrega e frete, entrem em contato com os sites.

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Kong Senior (para cães idosos)Este brinquedo é usado por treinadores profissionais e policiais para recompensar cães que farejam drogas, que defendem e patrulham território, que ajudam a encontrar e prender criminosos. Mas não são só os cachorros "profissionais" que podem brincar com o Kong.Pets idosos também podem, mesmo que ele não tenha mais aquela força toda nos dentes e na mandíbula, pois para esta versão tem uma borracha especial.Pequeno: R$26,20Médio: R$37,10Grande: R$47,30

Na Bitcão – www.bitcao.com.br

Pedigree Equilíbrio Natural Sênior 1 kgRação indicada para cães com mais de 7 anos. Contém vitamina E, Selênio e fonte natural de Ômega 3, que promovem a saúde das articulações e ajudam a prevenir doenças relacionadas à idade.

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Royal Canin Mature 27 2 KGAlimento para gatos com mais de 10 anos. Retarda os efeitos do envelhecimento, reduz o odor das fezes e especial para dentes sensíveis.

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Vitrine Pet Dental GuardO Dental Guard é um creme dental desenvolvido exclusivamente para cães e gatos. Possui o exclusivo MG Complex que auxilia na prevenção da halitose e na formação da placa bacteriana, prevenindo a formação do cálculo dentário e a ocorrência de doenças periodontais.

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Fralda higiênica para macho Dogs CareFralda para cães machos grandes. Pacote com seis unidades. Medidas: 0.11 x 0.18 metros (Largura x Altura).

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Fralda higiênica para fêmea - Dogs CareFralda para cadelas pequenas. Pacote com seis unidades. Medidas: 0.11 x 0.16 metros (Largura x Altura)

Tamanho P – R$ 14,80 – na Cobasi – www.cobasi.com.br

Macacão Quatro PatasEste macacão vai manter o seu cão quentinho. Indicado também para pets idosos, que costumam sofrer mais no frio, especialmente os que têm artrite. Disponível nas cores: Marinho, Royal, Turquesa e Vermelho.

Tamanho 05 – R$ 54,54 – www.petcompre.com.br

Comedouro Alumínio com Suporte RegulávelEste comedouro vai facilitar a vida do seu pet idoso, pois muitas vezes devido a dores musculares e problemas ósseos, nossos amigos apresentam dificuldades para abaixar até a comida.

Tamanho Médio – R$ 70,54 – www.petcompre.com.br

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Produtos para os idososA Vitrine Pet deste mês traz produtos especiais para facilitar a vida dos animais idosos.

* Os produtos foram pesquisados em pet shops virtuais e fazem parte de uma seleção jornalística, sem fins comerciais. Para formas de pagamento, prazos de entrega e frete, entrem em contato com os sites.

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Para cães gourmets

Pet Notas

Parece um pote daqueles iogurtes com cereais, mas não é doce – nem feito para humanos. Trata-se do Equilíbrio du Chef (R$ 12,60, dois potes). A ração especial com frango, vegetais e macarrão pode ser “tem-perada” com duas opções de molho: tomate ou madeira. Quer variar ainda mais o cardá-pio? A ração Big Boss Strogonoff possui pe-dacinhos de carne grelhada e pode ser servida seca ou com caldo. O Big Boss Strogonoff custa entre R$ 16,90 (2 kg) e R$ 85,90 (20 kg). Ambos os produtos são lança-mentos da Total Alimentos (www.totalalimentos.com.br).

Brincadeira à japonesa

Nem adianta ficar com água na boca. Este combinado de sushi de pelúcia é apenas para distrair e divertir seu melhor amigo. O produto faz parte de uma linha de brinque-dos para cães inspirada na culinária japonesa, a Sushi Plus. Ela vem com quatro peças: uramaki osso, uni, sushi de tamago e sushi de atum. O conjunto pode ser encon-trado na importadora virtual Kevin Store e custa R$ 117,48.

www.kevinstore.com.br

BBC

Bebedouro de cachorro

Festa mexicanaO "Pool Float Dog" é fabricado em tecido

revestido de vinil resistente a perfurações e espuma ultraflutuante, garantindo que os cachorros possam tomar sol e relaxar sem o risco de cair na água. São três tamanhos e duas opções de cores que não mancham, des-botam ou mofam graças a um tratamento especial que o vinil recebe. Sem falar que fora d'água serve como uma gostosa caminha. Destinada a cachorros bem nascidos e que têm piscina em casa, o que eu queria ver é se algum gato endinheirado encararia a brinca-deira.

Copo caninoTá, pode não ser exatamente um copo,

mas serve pra os nossos amigões matarem a sede! O nome é pomposo "Collapsible Pet Travel Cup", mas a ideia é bem simples. Trata-se de um pequeno disco que se trans-forma num potinho de água com um simples puxão. Para facilitar o transporte, ele vem com um mosquetão que permite prendê-lo em cintos, mochilas e na própria guia da coleira. Fácil de guardar e transportar, ele é perfeito para passeios e viagens. Custa 9,99 dólares.

Felinos elegantes

Os bichanos já são elegantes por natureza, mas não custa dar mais uma forcinha. Que tal dar um chique chapéu de feltro para seu felino passear com mais estilo? O acessório vem com um fino elástico para mantê-lo no lugar. Por 13 dólares na Etsy (www.etsy.com).

Paulo Toledo Piza/G1

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Que tal um jeito diferente de dar água para o seu cachorrinho?! Dar é maneira de dizer, na verdade com a "Doggie Fountain™" ele mesmo se serve! Trata-se de uma plataforma que é fixada junto a qualquer mangueira comum de jardim. O funcionamento tipo "pedal" é simples e basta ensinar o cãozinho que ao pisar para a água começar a jorrar e pronto! Adeus vasilhas derrubadas, sujeira, potes que precisam ser limpos. Com este acessório seu cachorro tem sempre água fresca e abundante. Custa 39,98 dólares.

Reprodução

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