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FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS: DEUS AO REINO DO CÉU NA TERRA MESSSIAS VOLUME 4 2010

04 Messias

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FILOSOFIA RELIGIOSA DO MESSIAS: DEUS AO REINO DO CÉU NA TERRA

MESSSIAS

VOLUME 4

2010

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INTRODUÇÃO “Messias” compreende três tópicos: Família, Trabalho e Fé; Messiânica; Messiânica Mundial. Este volume apresenta a vida de Mokiti Okada, seus pensamentos, palavras e ações, suas reencarnações, como se tornou Meishu-Sama, anos mais tarde, Meshia-Sama, o Messias. Os 72 anos de existência de Mokiti Okada são apresentados em três períodos: primeiro, que vai de 1882 a 1934, seus primeiros 52 anos de vida, passos iniciais na família, trabalho e fé; o segundo, de 1935 a 1949, dos 52 aos 66 anos, seus posteriores 15 anos, formando e desenvolvendo a Messiânica; e o terceiro, de 1950 a 1955, dos 67 aos 72, seus últimos cinco anos, edificando a Messiânica Mundial. O primeiro período - Família, Trabalho e Fé - compreende três sub-períodos: “Caseiro comum e admirável” [1882-1904, primeiros 22 anos], “Empresário de loja de aviamentos” [1905-1919, 23 aos 37 anos] e “Religioso da Oomoto” [1920-1934, 38 aos 51]. O segundo período - Messiânica: “Criador de uma Ultra-Religião” [1935-1943, 52-61], “Edificador de Solos Sagrados” [1944-1949, 62-66] e “Revelador de seu Passado, Presente e Futuro”. O terceiro período - Messiânica Mundial: “Começou a usar o nome de Meishu-Sama” [1950-1953, 67-70], “Passou a ser chamado de Meshia-Sama” [1954-1955, 71-72] e “Delineou o Século XXI”. Meishu-Sama é o nome religioso de Mokiti Okada, assim como, Sakyamuni é o nome religioso do príncipe Sidartha Gautama que foi um Buda, e Jesus de Nazaré que foi um Cristo. O empresário Mokiti Okada, que viveu entre 1882 e 1955, teve várias reencarnações, numa delas, ele mesmo disse: “Relacionando a minha vida à do Príncipe Shotoku, dá para perceber a existência de pontos semelhantes entre as nossas idéias porque, na verdade, eu sou uma reencarnação dele.”

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Reencarnações conjecturadas, após a deste príncipe regente Shotoku (574 d.C.-622 d.C.), foram a do general Hideyoshi Toyotomi (século XVI) e o pintor Ogata Korin (1658-1716). Vidas anteriores a do príncipe, que foram muito significativas, data de cerca de três mil anos atrás, que será explicitada neste trabalho. Eis o que o Meishu-Sama pensa a respeito destas últimas personalidades vivenciadas por ele. No que se refere ao príncipe Shotoku: “Uma semelhança marcante entre a minha vida e a do Príncipe Shotoku diz respeito às construções.” “Exemplifiquemos, primeiramente, com o príncipe Shotoku, cujo vasto conhecimento sobre a cultura budista, principalmente na parte artística, ninguém poderá deixar de reconhecer. Temos a prova disso no Templo Horyuji e em outras construções, que ainda conservam o esplendor da sua magnificência, A sua famosa "Constituição dos 17 Artigos" de ser considerada a base da lei japonesa.” Meishu-Sama sempre dizia: “"Trabalho dez vezes mais do que qualquer homem.” Neste aspecto, lembra o príncipe regente Shotoku, que ouvia dez pessoas ao mesmo tempo, coisa impossível para uma pessoa comum.” No que diz respeito ao general Hideyoshi Toyotomi: “A maior honra, no entanto, desejamos conferir a Hideyoshi Toyotomi (unificador dos feudos, no ano de 1573). A grandeza de Hideyoshi Toyotomi reside no fato de ter compreendido a Arte ainda na mocidade e colecionado obras-primas, o que não deixa de ser algo surpreendente, dado que ele era filho de lavrador. Geralmente, além de crescer sob condições favoráveis, ou melhor, na classe acima da média, é necessário um grande esforço para se atingir o nível do "saber das coisas" [tieshokaku]. Hideyoshi, portanto, é de fato um homem extraordinário, pois atingiu esse nível apesar de sua origem humilde e de ter vivido continuamente em campos de batalha.”

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No que tange ao pintor Ogata Korin: Quando Meishu-Sama tinha 25 anos de idade, abriu uma loja em Tóquio, na Rua Nishinaka, Nihonbashi e deu o nome de Korin-do em homenagem ao famoso artista Korin Ogata (1658-1716), que Meishu-Sama mais admirava entre todos os artistas japoneses. Mas, afinal, em poucas palavras, quem é Meishu-Sama? Ele mesmo responde: “No presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação, Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade.” “Mesmo aquela estátua do Palácio dos Sonhos, que ficou por longos anos oculta, indica simbolicamente o meu nascimento como um Guce Kannon, isto é, um salvador da humanidade.” Antes de começar a primeira parte, isto é, transmitir a vida de Meishu-Sama, expõe-se o que Meishu-Sama pensa, através de suas próprias palavras, a respeito da transmissão de sua existência: “Aqueles que me conhecem, cientes da grande obra de salvação por mim realizada, naturalmente gostariam de saber tudo o que for possível a meu respeito; no futuro, será incalculável o número de pessoas, no mundo inteiro, que terão o mesmo desejo. Assim, como criador do princípio do Mundo Paradisíaco, pretendo deixar para as gerações vindouras a imagem mais fiel de minha pessoa, e por isso escreverei a meu respeito. Parece-me estranho que aqueles grandes religiosos – Cristo [Jesus], Maomé (séc. VI d.C.) e Sakyamuni (séc. VI a.C.) - nada tenham falado de si mesmos. É como se estivessem trajados com magníficas vestes e não quisessem tirá-las; desse modo, não podemos conhecer suas impressões e confissões. Talvez eles não nos tenham revelado seu íntimo por não terem vontade de fazê-lo, mas acho isso realmente lamentável.

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Quanto a mim, acontece o contrário. Desejo escrever tudo a meu respeito, com todos os detalhes. Provavelmente encontrarão pontos incompreensíveis em minhas explanações, fatos que lhes parecerão inverossímeis, grandes ou pequenos, claros ou obscuros, finitos ou infinitos, etc. Saboreando minhas palavras, conseguirão a sabedoria da vida e tornar-se-ão possuidores de espírito inabalável.” Enfatizando mais ainda: “Todo acontecimento da vida cotidiana relacionada à minha pessoa, por menor que seja, é Luz. Portanto, faça o possível para transmitir isso a um maior número de pessoas.” “Sem levar em consideração o fato de saber redigir bem ou não, todos vocês que servem perto de mim, têm o dever de transmitir aos fiéis a minha vida diária. Vocês precisam observar direito se realmente estou pondo em prática tudo o que digo ou ensino aos membros, e registrar tudo tal qual têm observado.” “É importante que os mamehito saibam quem sou eu, Meishu-Sama. Quando tiverem convicção absoluta do meu poder, a sua alma ficará sólida como um diamante. Ao mesmo tempo, a capacidade de atuação de cada um aumentará consideravelmente. Assim todos conseguirão colaborar na Obra Divina. Devem vocês, portanto, procurar entender do fundo do coração, estas minhas palavras e, depois, colocá-las em prática o maior número possível de vezes.” Em dois poemas: “Homens! Preparem-se! Grande Messias é o Sagrado Nome Daqueles que salvará o mundo no Juízo Final. A Era dos Deuses Será a era em que a Luz do Messias Iluminará ilimitadamente a Terra.

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Ecoam mudas vozes de alegria Pelo surgimento do Messias Nos três mundos: Divino, Espiritual e Material.” “Sou homem e não sou homem Sou Deus e não sou Deus Fico a refletir sobre mim mesmo ... O Estado de União com Deus Refere-se à ação onde não existe distinção Entre a Obra de Deus ou a do homem. Serei eu A salvar este conturbado Mundo Material Manifestando a Força da União com Deus.” “Quanto ao museu, ficará para o ano que vem. Creio que ele será comentado mundialmente, atraindo a atenção do mundo inteiro. A obra ainda está na metade, mas quando estiver totalmente concluída, causará assombro. Como resultado, surgirá esta pergunta: ‘Afinal de contas, o que é a Igreja Messiânica Mundial?’. Sabendo que se trata de uma Igreja dirigida por um indivíduo chamado Meishu-Sama, quererão saber quem é esse indivíduo. Assim, estou certo de que terá início uma pesquisa sobre ele.” ““Entre o espaço de 10 e 20 anos, Ele construiu tudo isto..." Eu acho que a partir de uma frase como esta, as pesquisas sobre Mokiti Okada vão dar o seu passo de largada. "Quem foi ele e qual a filosofia que pregava". Através destas e de outras frases, todas as coisas que eu escrevi serão lidas em todas as partes do mundo. E, como resultado concreto disso, teremos que as pessoas não vão poder deixar de entender

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sobre a superstição da Medicina e a superstição dos fertilizantes muito utilizados até os dias de hoje. E ainda, como vou construir a grandiosa obra que é o Paraíso Terrestre, vão achar maravilhosas as minhas palavras e a minha ideologia e, principalmente, vão entender que através dela é que vamos implantar a verdadeira saúde. Todas as doenças vão ser exterminadas. Teremos grandes colheitas sem nenhum tipo de fertilizante ou adubo. E, ainda por cima, quando acabarmos com o ateísmo, os criminosos também vão desaparecer. Como escrevo coisas do tipo extraordinário e até raro, se forem lidas por pessoas que possuem pensamentos deturpados, por mais que sejam coisas boas que estejam escritas, de maneira alguma elas entram na cabeça destas pessoas. Por outro lado, se for lido por pessoas que tenham o pensamento: "Ele é diferente das pessoas comuns. Com certeza não é um homem qualquer. O que será que ele quer dizer com isso?", rapidamente se tornará um apreciador das minhas palavras. Se não for por esta maneira, não se chegará a lugar nenhum. E esta forma de fazer é uma atitude do Deus Absoluto. Assim, dá para entender que Deus faz de uma forma tão magnífica que chega a nos deixar boquiaberto, ou seja, antes de tudo, Ele utiliza o Belo para chamar a atenção das pessoas em geral. Eu acho que Deus faz tudo com muita habilidade.” Assim, neste volume devido ao seu caráter excepcional de abordar existência pessoal, são incluídas na Bibliografia outras referências que trazem depoimentos de familiares, como os livros de Ensinamentos de Nidai-Sama e trechos de palestras de Kyoshu-Sama.

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ÍNDICE 1. Família, Trabalho e Fé................................................... 011 1.1. Caseiro comum e admirável.............................................. 011 1.2. Empresário de loja de aviamentos.................................... 032 1.3. Religioso da Oomoto......................................................... 051 2. Messiânica.................................................................... 089 2.1. Criador de uma Ultra-Religião........................................... 089 2.2. Edificador de Solos Sagrados............................................. 143 2.3. Revelador de seu Passado, Presente e Futuro................... 172 3. Messiânica Mundial...................................................... 241 3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama........................ 241 3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama............................ 313 3.3. Delineou o Século XXI........................................................ 342 Síntese................................................................................... 353

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1. FAMÍLIA, TRABALHO E FÉ 1.1. Caseiro comum e admirável. De 1882 a 1904, ou seja, os primeiros vinte e dois anos. Neste item: Nascimento; Infância; Juventude. ● Nascimento. Neste ponto: Lugar e Tempo; Predição; Linhagem. Lugar e Tempo. Meishu-Sama disse as seguintes palavras: “Deus, confiando essa grande missão a um simples ser humano como eu, fez-me nascer neste mundo” e “Nasci em Hashiba localizado em Assakussa, Tóquio, no dia 23 de dezembro de 1882”. Predição. Ele falou o seguinte a esse respeito: “Creio que a expressão “Luz do Oriente” surgiu há uns dois mil anos, tendo-se propagado gradativamente a ponto de hoje não existir quem a desconheça. Até agora, no entanto, por ignorância do seu verdadeiro significado, ela continua envolvida em mistério. Assim, gostaria de mostrar o que realmente significa essa expressão. Indiscutivelmente, “Luz do Oriente” era uma predição relacionada à minha pessoa. Não haverá quem não se espante ao tomar conhecimento dessa verdade, e poucas pessoas conseguirão aceitá-la de imediato. Por isso, tentarei me explicar melhor, apresentando provas reais do que estou dizendo.

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A primeira prova é o local onde nasci e o trajeto das mudanças que fiz. O país chamado Japão, como todos sabem, localiza-se no extremo leste do globo terrestre; acrescenta-se que Tóquio é uma cidade do leste do Japão. O leste de Tóquio é Assakussa, cujo leste, por sua vez, é Hashiba. Assim, Hashiba é realmente o leste do leste; em termos mundiais, é o extremo leste do mundo.” Em outras traduções ou ensinamentos: “A palavra "Luz do Oriente" é pronunciada desde a Antigüidade, há muito tempo atrás, no Ocidente. Eu acho que foi pelo Cristianismo. A partir daí, essa palavra foi transmitida de boca em boca, mas para as pessoas ainda tem um significado muito vago. Na verdade, até hoje elas não entendem o verdadeiro significado dela. E é sobre isso que gostaria de falar no dia de hoje. A Luz do Oriente, na verdade, se refere à minha pessoa. São várias coisas, mas vou explicar da maneira mais clara para poderem entender. O leste do Mundo é o Japão. É indiscutível o fato do Japão se situar no extremo oriente do planeta. Depois, o leste do Japão é Tókio. A tradução literal da palavra "Tókio" é "capital do leste". O leste de Tókio é o bairro de Assakussa. E o leste de Assakussa é Hashiba, local onde eu nasci. Depois que nasci, eu vim me mudando, mas sempre em direção ao Oeste. Primeiro foi o bairro de Senzokubashi, depois foi Naniwatyo de Nihon-bashi, Kobikityo de Kyo-bashi, Oii de Oota-ku, Tamagawa de Oomori, Hakone, Atami e, por último, Kyoto. Notem que, se contarmos, veremos que foram 8 [número de Izunome] os lugares para onde me mudei e sempre em direção ao Oeste.” “Analisando os diferentes aspectos da cultura japonesa. Entre as religiões, o budismo, o cristianismo e o xintoísmo nasceram no oeste e foram se propagando para o leste.

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Nos últimos tempos, foi introduzida no país a cultura ocidental, de modo que a maior parte de sua cultura provém do oeste. Mas agora precisamos refletir: se, através dessa cultura nascida no oeste, se tivesse conseguido formar um mundo ideal de paz e felicidade que teria eu para falar? O que vemos, entretanto, é justamente o contrário. Materialmente, o mundo se tornou uma civilização magnífica, porém o mais importante, que é a felicidade humana, não foi alcançada. O centro desse desejo, na realidade, é a Luz do Oriente. Como podemos ver, os fundamentos da civilização seguiram uma trajetória contrária à ordem natural, o que pode ser muito bem compreendido ao observarmos a Natureza: o Sol e a Lua despontam no leste e descrevem órbita em direção do oeste. Sendo esta uma verdade eterna, o que nasce no leste representa a própria Verdade. Assim, posso afirmar com toda segurança que as pessoas que acreditarem em minhas palavras, procedendo em conformidade com elas, conseguirão obter a verdadeira felicidade. Em resumo: eu purificarei toda a água turva impelida do oeste para o leste, devolvê-la-ei pura e construirei um mundo límpido como o cristal.” “A atual cultura mundial nasceu no ocidente e finalmente chegou ao Japão. Só que, como esta cultura foi criada de forma desordenada, ao chegar ao Japão, ela será reestruturada para a maneira certa e então devolvida novamente para o Ocidente. Esse é o significado das palavras ditas há pouco: "Puxar a água suja, deixá-la pura e devolvê-la de volta". O trabalho da Igreja Messiânica é transformar todas as coisas construídas com fins maléficos para coisas límpidas e puras, e devolvê-las novamente para o Mundo.” “Se observarmos todas as culturas existentes no mundo até hoje, veremos que todas partiram do Oeste. As religiões também, como o Budismo, Cristianismo, Xintoísmo, ou seja, os deuses, praticamente vieram do Oeste. O

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Xintoísmo japonês nasceu com os descendentes do Imperador Jinmu, que veio da região de Kyushu, cidade de Takatiho. Depois foram os descendentes dos Izumos. Assim, dessa maneira, todas as religiões, em resumo, vieram do Oeste. “Só tem um único Budismo que veio do leste: é a seita Nitiren-shudo. Como eu sempre digo, o Budismo em si é a religião da Era da Noite, ou seja, é de influência da Lua. E, dentro do Budismo, só a Seita Nitiren-shu é o Budismo do Sol. Isso porque foi o Bonzo Nitiren quem pela primeira vez começou a entoar o "Sol" nas suas preces, no Monte Seityozan, Cordilheira de Awa. Na verdade, ele nasceu ali naquele local. O templo Tanjo-ji de Kominato de Awa, que existe ali, é dito que foi erguido em memória ao nascimento do Bonzo Shonin Nitiren. Bem, eu já havia dito que no dia 15 de junho de 1931, quando eu e mais 30 pessoas escalamos o Monte Kenkonzan de Awa, e fomos até o Templo Nihon-ji, começava naquele instante a aurora neste mundo. Mas bem antes disto, não muito longe dali, o Bonzo Nitiren já havia entoado pela primeira vez a oração "Myo-ho-ren-gue-kyo". Dizem que há 700 anos atrás esta oração foi entoada e que há 650 anos atrás o Bonzo Nitiren faleceu. Quer dizer que foi mais ou menos entre estes anos que o Sol nasceu pela primeira vez no Mundo Budista. Foi o primeiro passo para a entrada na Era do Dia.” A segunda prova, por Nidai-Sama (esposa de Meishu-Sama), é o mistério da data do seu nascimento: “Meishu-Sama nasceu no dia seguinte ao solstício de inverno, no hemisfério norte - quando os dias tornam-se mais longos que a noite.(...) O fato de ter sido esta a data do seu nascimento, dia em que o mundo começa a mudar da fase negativa para a positiva, pode-se citar como de bom augúrio. Ele nasceu para trazer Luz ao mundo.”

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Tanto no Ocidente como no Oriente, existe a crença de festejar o solstício de inverno como sinal de respeito à luz do Sol, origem de toda a vida, como momento em que a Luz ressurge e todas as coisas renascem. Um bom exemplo disso é que a data do nascimento de Jesus Cristo apontada pela História, Natal para os cristãos, não corresponde à data verdadeira. Sendo assim, Meishu-Sama veio a este mundo no misterioso dia que simboliza o alvorecer do ano. Terceira prova, nasceu na Era Meiji, que serviu de cenário para seu nascimento, considerada como a da colisão das civilizações oriental e ocidental. Diante destas provas, Meishu-Sama escreveu: “Realmente eu sou uma pessoa que nasceu com um destino misterioso.” E compôs dois poemas: “O surgimento da Luz do Oriente No extremo oriente, no país do Sol Nascente, É a Determinação Divina.” “Saibam que a Luz de Oriente Refere-se à Força da Salvação Que possuo.” Meishu-Sama proferiu esta palestra no momento da inauguração da Grande Igreja de Kannon, em 1o de janeiro de 1935: “A Luz do Oriente corresponde, na verdade, ao poder de Kannon. Desde a Antiguidade, muitas referências têm sido feitas à Luz do Oriente. Continua, porém, sendo uma expressão misteriosa cuja origem é desconhecida. O seu verdadeiro sentido, contudo, me foi revelado no dia 04 de fevereiro de 1928. Enquanto esperava o tempo certo para divulgar essa revelação, estava me preparando espiritualmente a fim de realizar tão importante incumbência com muita dignidade. Todos vocês que me ouvem neste momento devem conhecer o Sr. Mitsuo Azuma aqui presente. Um dia, ele me

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pediu audiência e fiquei muito surpreso ao ler o seu nome no cartão que me fora apresentado. Esse espanto me foi causado pelos nomes Azuma, que em japonês significa “Oriente”, e Mitsuo, “homem de luz”. Conheci-o casualmente no dia 11 de outubro do ano passado (1934). Nessa ocasião ele me disse que, por revelação de Deus, já há vinte anos [1914] sabia do aparecimento de uma pessoa possuidora do poder de Kannon. Contou-me ainda lhe ter sido também mostrado que essa tal pessoa havia nascido a leste do bairro de Shibuya, local onde ele, Azuma, morava. Além disso, Mitsuo Azuma tinha conhecimento de que encontraria esse homem divino no ano de 1934. Foi, por essa razão, procurá-lo em Kojimachi e alguém lhe falou a meu respeito. Azuma veio, então, visitar-me em Ooshin-do, local onde eu morava na época. Conversamos e eu lhe disse que ele estava certo. Mitsuo tirou algumas fotos minhas. Numa delas, aparece um desenho de Kannon. Esse fato representa o primeiro passo da manifestação na Terra da Luz do Oriente. Aconteceu que em setembro do ano de 1934, por ordem de Kannon, eu devia desenhar Senju, o Kannon de mil braços. Preparei-me e, no dia 5 de outubro, comecei a executar o trabalho imediatamente. Já havia realizado um terço da tarefa quando, no dia 11, o Sr. Azuma apareceu e, conforme já lhes falei, me fotografou. Com o aparecimento de Senju Kannon numa das fotos, concluí que eu deveria refazer o desenho de acordo com o que estava sendo mostrado na fotografia tirado pelo Sr. Azuma. E assim o fiz. Esse acontecimento foi, na verdade, o primeiro sinal concreto da ação da Luz do Oriente, dando a conhecer ao mundo o poder de Kannon e de sua Obra.” “O que vou dizer é algo que já queria ter dito há tempos, mas não o fiz porque enquanto não chega o momento certo não

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posso contar tudo claramente. Como esse momento chegou vou falar hoje, pela primeira vez. Num tempo bem primitivo, no ocidente começou a se falar na “Luz do Oriente”, com certeza no cristianismo. E a “Luz do Oriente” vem sendo transmitida de pessoa para pessoa. “Luz do Oriente” tem sido algo muito vago e até agora não se entendia muito bem do que se tratava. Hoje, pretendo falar a respeito dessa “Luz do Oriente”. Ela diz respeito a mim. (...) E a “Luz do Oriente”, em suma, é o Sol [Sol Espiritual]. Mundo do Dia significa o mundo iluminado pelo Sol [Sol Espiritual]. Existe uma bola de luz aqui em mim (no centro da barriga). Essa bola é a “Luz do Oriente” [no entanto, a luz não é exclusivamente originária do Sol]. Como disse a pouco, do leste vai indo cada vez mais para o oeste [pois, o Mundo do Dia, a civilização, segue o trajeto do Sol] ou então subindo no centro do céu [pois, o Mundo do Dia é a elevação de nível espiritual do Mundo Material, bem como a civilização oriental é espiritual e vertical]. Desse modo, o mistério da “Luz do Oriente” se desfaz aqui [no sentido de que Meishu-Sama é a “Luz do Oriente”]. Sarar fazendo assim [por meio da imposição das mãos], sai daqui [da bola de luz que está no centro da barriga de Meishu-Sama]. Significa que está sendo irradiada Luz para o peito [ou Meishu-Sama está apontando suas mãos para o peito, ou então a luz da bola que está na barriga está subindo para o centro do céu]. (...) Para tanto, em mim existe a Bola de Luz. Os ocidentais compreendem melhor se falar em Jeová, por isso, deixei escrito também que a doença é curada através dessa Bola de Luz atribuída por Jeová. Pois caso contrário, a coisa não fica para valer. O assunto agora seria sobre Jesus e na Bíblia ele fala diversas vezes que “vai fazer a salvação através do Espírito do pai do Céu”. Por isso Jesus Cristo seria o filho de Jeová.

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Já o meu poder é um poder direto. Jesus seria, para mim, um filho. O que os fiéis estão realizando agora tão intensamente é o que Jesus realizava. Outro dia, por exemplo, uma pessoa que não enxergava há oito anos, passou a enxergar perfeitamente com apenas 2 minutos, o que será colocado no próximo “Eiko”. Outra pessoa que não ficava em pé há 13 anos conseguiu se levantar com 20 minutos e no dia seguinte, conseguiu ficar em pé e andar. Aconteceram essas coisas e o que consta na Bíblia, que Jesus realizou , o cego enxergou e o aleijado andou, está sendo realizado pelos meus discípulos. Com esses fatos não há outro jeito senão acreditar porque o que eu disse não tem erro.” Linhagem. Nidai-Sama, Segunda Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mundial, lembra freqüentemente de Meishu-Sama dizendo: "O espírito de meu bisavô me guia." Realmente, diz ela, sua fisionomia e caráter eram notavelmente parecidos com os de seu bisavô. A árvore genealógica da família Okada constitui-se: dos bisavós, Kizaemon e Tosse; dos avós, Sashiti e Yassu; e dos pais, Kissaburõ e Tori. O bisavô pela metade do século passado, em torno de 1850, administrava uma casa de penhores e gozava de excelente situação financeira. Era muito querido por todos devido ao seu amor humanitário: emprestava dinheiro a juros baixíssimos sem levar em conta lucros ou perdas, deixava à mão vários guarda-chuvas para transeuntes desprevenidos nos dias chuvosos, distribuía papinhas de arroz nos dias frios de inverno e hospedava sempre pessoas em sua casa. O avô é que entrou para família Okada, isto aconteceu quando durante uma viagem passou pela casa de penhores. O bisavô gostando dele a primeira vista, acabou por torná-lo seu genro. Como não tinha herdeiro homem, fê-lo adotar sobrenome Okada ao casar-

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se com sua filha. Porém, levando vida ociosa, colocava em risco a fortuna familiar. Um dia foi embora e não se soube mais de seu paradeiro. No entanto, ao sair de casa, sua esposa já estava grávida. Ao fim da gestação, nasceu o pai de Meishu-Sama em 1852. Em 1867, faleceu bisavô, quinze anos antes do nascimento de Meishu-Sama, que herdaria seu amor. Com a morte, a casa de penhores foi declinando por não haver nenhum familiar competente para fazer uma boa avaliação dos objetos e a fortuna foi diminuindo gradativamente. Em 1871, a casa de penhores acabou falindo. Nesse mesmo ano, seus pais se casaram, ele com vinte anos e ela com dezoito. Quando Meishu-Sama nasceu, sua família era constituída de cinco pessoas: pai, mãe, irmã Shizu, irmão Takejirõ e ele que era o caçula. Havia ainda uma irmã mais velha, chamada Haru, mas esta faleceu um ano antes do seu nascimento. Eles moravam numa humilde casa de aluguel. Nidai-Sama escrevendo sobre o lugar de nascimento de Meishu-Sama: “Após a Segunda Guerra Mundial, visitei Hashiba e suas vizinhanças, juntamente com Meishu-Sama. O templo Renso-ji, apesar de danificado, estava de pé, mas do seu antigo lar não havia vestígios, embora algumas pequenas casas permanecessem, como há alguns anos atrás.” Hoje, o local faz parte da Sede Metropolitana de Tóquio da Igreja Messiânica Mundial. Infância. Nidai-Sama escrevendo sobre as indicações de qualidades espirituais precoces de Meishu-Sama: “Desde sua infância, pressentia-se que Meishu-Sama tornar-se-ia um grande Líder Espiritual”. Aparentemente, ele não foi preparado em qualificações especiais, mas absorveu no lar durante a sua infância, muitos hábitos bons, alicerçando uma base de grande valor para sua vida futura.

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Neste ponto: Pobre Grato; Doente Inteligente e Altruísta; Pacífico Justo. Pobre Grato. Ela descreve assim a família dele: “Uma loja de penhores tinha sido trabalho da família de Meishu-Sama, de geração a geração; até o tempo de seu bisavô, o negócio tinha sido muito próspero. Apesar de seu bisavô ter sido uma pessoa notável em vários sentidos e aspectos, a fortuna da família tinha diminuído bastante e quando Meishu-Sama nasceu, seus pais atravessavam uma fase financeira difícil, sendo até necessário armar barracas noturnas para negociar objetos de segunda mão. Sua mãe, sendo uma dona-de-casa de poucos recursos, empenhava-se em ser, extremamente econômica e zelava para que nada fosse desperdiçado. Com grande senso de responsabilidade e atenta a tudo que possuía foi exemplo na conduta do lar.” O próprio Meishu-Sama conta: “Nasci em Hashiba, bairro pobre. Lembro-me vagamente de que meu pai negociava com objetos usados e de que nossa casa só tinha dois cômodos: um, com mais ou menos 4,90 metros quadrados, onde funcionava a loja, e uma sala de estar com aproximadamente 7,30 metros quadrados. Todas as noites, ele ia ao Parque Assakussa para abrir sua barraca noturna. Desde que tenho consciência, muitas vezes ouvi meu pai falar que, se não conseguisse determinada quantia naquela noite, não teríamos o que comer no dia seguinte. Ele carregava uma pequena carroça com alguns utensílios velhos, e minha mãe, levando-me às costas, ia empurrando-a. Vivendo numa pobreza extrema, ela ficou desnutrida e, como não tinha leite para me amamentar, ia pedir leite materno.

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Portanto, em minha infância provei o sabor da pobreza, podendo compreender o quanto o dinheiro é motivo de gratidão. Isso me foi de grande proveito, pois ainda hoje não consigo desperdiçar nada, nem viver no luxo, de modo que sou até grato pela adversidade daquela época.” Nidai-Sama atestou: “Era tão econômico que não desperdiçava nem uma folha de papel para escrever. Por outro lado, não regateava ao pagar somas bem alta em dinheiro para a aquisição de obras de arte. Valorizava a obtenção de tão lindos trabalhos artísticos.” Doente Inteligente e Altruísta. O Fundador da Igreja Messiânica Mundial - Meishu-Sama - relata: “Até os doze ou treze anos eu era uma criança fraca e doentia e vivia tomando remédios. Consegui terminar o curso primário com muito sacrifício e, apesar de minha pouca idade, sentia inveja quando via crianças saudáveis. Mas era interessante como eu tinha bom aproveitamento na escola, sempre estava em primeiro ou segundo. No lar, era um menino que pensava em meus pais e irmãos. Acordava antes de qualquer outra pessoa da família, cozinhava o arroz e depois acordava a mãe. É engraçado eu mesmo falar destas coisas, mas desde pequeno, onde quer que eu fosse, quase nunca era malquisto ou antipatizado. Pelo contrário, era respeitado e amado na maioria das vezes. Então, pensando bem, concluí que tenho uma característica que me parece ser o motivo disso: sempre deixo meus próprios interesses e minha própria satisfação em segundo plano; procuro fazer, em primeiro lugar, aquilo que satisfaz aos outros, aquilo que os deixa felizes. Ajo assim não por razões morais ou religiosas, mas naturalmente. Talvez seja da minha

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própria natureza. Em outras palavras, é até uma espécie de "hobby" para mim.” Sua esposa é testemunha de que ele, além de ensinar o caminho do altruísmo, sempre procurou fazer as pessoas felizes: “Meishu-Sama nos ensina que a “chave para a felicidade consiste em trabalhar para o bem estar dos outros” e ensina isso face à sua própria experiência. Durante toda sua vida manifestou amor pelos outros, procurando fazer com que todos fossem felizes ao seu redor.” Pacífico Justo. Nidai-Sama narra: “Nascido e criado por tal mãe e por pai honesto e meticuloso em suas atitudes, Meishu-Sama era o reflexo destas qualidades práticas e somava a tudo isso, suas virtudes e idéias expansivas, inerentes à sua pessoa.” Seus pais sempre calmos davam conta de todo serviço sem reclamar. Meishu-Sama recorda: “Não me lembro de ter sido repreendido por meus pais.” Mas embora ele não tivesse vivenciado conflito, conheceu experiências a respeito: “Um bonzo famoso deixou a Imagem de Kannon como garantia e fez um empréstimo com Hanagame. Meses depois, juntando o dinheiro necessário, o bonzo procurou-o, conforme o prometido, para pagar a dívida e reaver a Imagem. Mas Hanagame lhe disse: “Não me lembro absolutamente, deve haver algum engano”, e nem lhe deu atenção. O bonzo, num beco sem saída, amaldiçoou-o e enforcou-se em frente à casa dele. Hanagame tinha vendido a Imagem a um estrangeiro por uma quantia elevada e, desde então, tinha ampliado sua loja. Evidentemente, o rancor e a maldição do bonzo foram os causadores da cegueira de Hanagame. Além do mais, seu único

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filho tornou-se um alcoólatra depravado, que gastou toda a fortuna da família.” Pensou em aprender judô: “Quando eu estava no curso primário (entre sete e onze anos), quis aprender judô.” No entanto era tão pacifista que no museu olhava para o lado oposto da exposição das armas brancas e dizia: “Eu, por exemplo, mesmo quando visito os museus, não vejo o que se refere às armas. Passo direto pela arte de espadas." “Sinto frio na espinha.” Mas, era extremamente justo: “De nascença, tenho forte sentimento de justiça, maior do que o das pessoas comuns. Acabar com que causam transtorno à sociedade. Tenho sempre isso em mente.” Lutou na Justiça durante anos, inclusive contra poderosos: “Também sinto um grande ódio contra as injustiças. Quanto mais injusta é uma pessoa, maior é minha convicção: "Tenho de vencê-la de qualquer forma". Como exemplo disso, há quatorze anos venho lutando na Justiça com o problema de um terreno. Meu contestante, tomado de impaciência, já me propôs solução amigável por três vezes, mas, por ele não demonstrar nenhum arrependimento pelo que fez, não aceitei sua proposta. Consequentemente, quem está em apuros agora é o juiz, que procura uma solução amistosa. Outro exemplo: Certa vez entrei com uma ação judicial contra um jornal de renome, Na ocasião, muitas pessoas me aconselharam a não fazê-lo, pois a luta contra uma grande empresa jornalística poderia resultar em prejuízos. Mas eu não cedi um passo sequer e, como deve ser do conhecimento de todos, batalhei através do nosso Jornal Hikari. Se é por justiça, eu luto até mesmo contra o mundo.” Tinha ódio ao mal, porém era prudente nas ocasiões em que este se manifestava: “Desde menino, desenvolvi um forte sentimento de justiça. Tinha um ódio profundo pelas desigualdades que há no

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mundo e muito lutei para reprimir o furor que me dominava quando sabia de alguma injustiça ou desonestidade. Esse autodomínio é difícil e doloroso, mas será facilitado se o encararmos como um treinamento Divino que nos aprimora espiritualmente. Sob esse aspecto, vemos que tal controle minora o sofrimento e lapida a alma. Eis uma característica que conservo até hoje: continuo tendo horror pelo mal. Porém aceito os fatos, buscando ser tolerante, tomando tudo como provação. A boa norma de conduta determina ódio ao mal, mas também prudência nas ocasiões em que ele se manifeste. Melhor dizendo, temos de ter cuidado para que esse sentimento não se mostre exagerado nem prejudique o próximo; que ele não fira o bom senso, não falte aos preceitos do amor e da harmonia. É um ódio útil, que nos permite caminhar com um sentimento semelhante ao de Deus.” Sua natureza era alegre, ficava infeliz com lamúrias e repetições de assuntos: “Por esse motivo algo que me deixa muito triste é escutar gritos de raiva, lamentações, inúteis e reclamações. Também me é difícil ouvir repetidas vezes um mesmo assunto. Minha natureza é sempre pacífica e alegre.” Juventude. Neste ponto: Doenças; Belas-Artes; Filosofia. Doenças. Reencontrando-se com a sua última reencarnação veio o gosto pela pintura: “Quando eu estava para terminar o curso primário, a situação financeira de minha família melhorou um pouco, e

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então pude ingressar na Escola de Belas-Artes.” e “Se eu puder ganhar a vida com a pintura de que tanto gosto.” No entanto, no decorrer deste reencontro, em 1897, aos 14 anos, poucos meses depois de ter começado a freqüentar a escola de Belas-Artes de Tóquio, sentiu sua vista embaçar e começou a ver as coisas duplicadas. E assim, uma doença maligna na vista impede seu sonho de ser pintor. “Na juventude, quando pensei em ser pintor, tive problemas na vista, e parei.” Um ano depois, em 1898: “Quando eu tinha quinze anos, contraí pleurisia. Através de tratamento médico, feito durante um ano, fiquei completamente curado. Por algum tempo tive saúde, mas depois sofri uma recaída.” No início do século XX, já estava desenganado pelo médico: “Desta vez, a doença progredia aceleradamente e eu ia piorando cada vez mais. Passados pouco mais de um ano, diagnosticaram-me tuberculose de terceiro grau. Nessa época, eu estava exatamente com dezoito anos. Resolvi, então, consultar o falecido Prof. Irissawa Tatsukiti, o qual, depois de minuciosos exames, disse-me que já não havia esperança de cura. Era como se tivesse sido condenado à morte sem dia determinado para a execução. Então, eu me decidi. Já que ia morrer de qualquer maneira, achei que não havia outro jeito senão tentar o milagre da cura através de algum método diferente. Pus-me à procura desse método.” Restabelece-se com uma dieta vegetariana: “Na minha mocidade, quando estava condenado a morrer de tuberculose, eu ingeria grande quantidade de alimentos de origem animal, mas, por certo motivo, descobri o erro acerca disso e então passei a me alimentar com verduras. Desde então, fui me restabelecendo vigorosamente e descobri que a medicina era omissa. Parei, então, de tomar remédios e

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continuei por três meses consecutivos com a alimentação vegetariana e nem mesmo peixe seco comi. Com isso, restabeleci-me completamente, dessa enfermidade e adquiri mais saúde do que antes de adoecer. A partir dessa ocasião, contraí outras doenças, mas a tuberculose desapareceu por completo, e hoje, com 68 anos de idade, sou um velho cheio de vigor que superava qualquer jovem. Se naquela ocasião não tivesse despertado para a alimentação vegetariana, certamente não estaria mais vivo. Cada vez que penso nessas coisas, sinto arrepios.” Porém, aos 20 anos, foi classificado no alistamento militar em categoria próxima à dos inválidos. Nesta força armada lhe disseram: “Seu corpo é um lixo” Diante desse quadro doentio da juventude foi uma pessoa tímida: “Entretanto, quando eu era jovem, nunca cheguei a pensar em tais coisas. Dos quinze aos vinte anos mais ou menos, era mais tímido que qualquer outra pessoa. Sem nenhum motivo, tinha receio de me encontrar com desconhecidos; principalmente quando achava que a pessoa era um pouco mais importante, nem conseguia falar direito com ela. Diante de moças, eu enrubescia, meus olhos ficavam perdidos e eu nem ao menos conseguia olhar para rosto delas ou falar-lhes. Como fiquei pessimista por causa disso! Consequentemente, muito duvidei se conseguiria integrar-me na sociedade como cidadão adulto. Naquela época, quando me via frente a qualquer pessoa, sempre tinha a impressão de que ela era mais inteligente e importante que eu. Todavia, comparando o que eu era com que sou atualmente, eu mesmo estranho a enorme diferença.” Nessa época falece sua irmã Shizu aos 29 anos de idade, ela que era o sustentáculo do progresso econômico da família Okada com uma pensão de refeições. Seu filho ficou com o tio Mokiti, que lhe dedicava um carinho tão grande como se fosse seu pai.

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Belas-Artes. “Desde jovem eu gostava de tudo que dissesse respeito ao Belo. Embora fosse muito pobre, cultivava flores em espaços vazios e, quando dispunha de tempo, pintava quadros. Sempre que me era possível, visitava museus e exposições.” Nidai-Sama, escrevendo traços de seu esposo: “Meishu-Sama sempre incentivou a visita a museus e galerias, para ampliação do senso artístico, recomendação que endosso. As palavras de Meishu-Sama, ”Paraíso é um mundo do Belo", são absolutamente certas.” Através da experiência com antiguidades, pedindo opinião ao seu pai, adquiriu uma aguçada capacidade de apreciação e avaliação das belas-artes. Um familiar menciona: “Aos 22 anos, aproximadamente, Meishu-Sama costumava dar uma volta pela Avenida Guinza, em Tóquio, todos os dias, após o jantar. Não se tratava apenas de um passeio, pois, como havia muitas lojas abertas à noite, ele visitava aquelas que comercializavam antiguidades, e examinava cuidadosamente os objetos. Regressando, comentava com o pai: "Hoje, estava à venda uma mercadoria assim, e creio que se tratava de um artigo antigo e valioso. O que o senhor acha?"' Dessa forma, ele conversava freqüentemente com seu pai. Este, por sua vez, dizia: "Muito bem. Mas, da próxima vez, se achar que é algo de valor, experimente comprá-lo." Então, de vez em quando, Meishu-Sama adquiria algum objeto e, recebendo critica dos familiares, foi, pouco a pouco, desenvolvendo a percepção de distinguir objetos raros.” Costumava convidar sua mãe para assistir peças artísticas engraçadas. Ele mesmo recitava algumas durante o banho sob o riso dos familiares, onde falava brincando: “Que mal há? Eu faço isso porque gosto”. Costumava freqüentar cinema:

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“Nunca me esquecerei. Eu estava com dezesseis ou dezessete anos quando assisti a uma exibição cinematográfica pela primeira vez. Posso dizer, portanto, que sou o mais antigo fã do cinema, que estava entrando no Japão nessa época.” Filosofia. Nidai-Sama, expõe que Meishu-Sama desde cedo se educou na leitura de livros de valor: “Num aprimoramento constante, leu muito, estudou vários temas, aprofundou-se em estudos filosóficos, assistiu conferências, etc. É importante criar o hábito de ler livros de valor. Meishu-Sama em sua juventude enquanto estava doente e enfraquecido, conseguiu um grande conforto na leitura de livros. Ele também inicialmente baseou sua educação nessas leituras.” Mesmo frágil de saúde: “O senso de determinação de Meishu-Sama quando ainda jovem, chamava a atenção. A despeito de sua frágil saúde, utilizava o tempo livre para alargar seus conhecimentos, assistindo conferências e consultando livros com o intuito de ter mente equilibrada.” Meishu-Sama menciona um dos trechos que o impressionou muito: “Citarei um trecho que ouvi e muito me impressionou: ‘Todo homem nasce mesquinho. para aperfeiçoar-se, deve cultivar uma segunda personalidade, isto é, nascer pela segunda vez.’ Estas palavras ficaram gravadas na minha mente e me esforcei no sentido de colocá-las em prática na minha vida.” Mais tarde, baseado nestas palavras escreveria: “O egoísmo não é bom. Visar apenas o benefício próprio é desaconselhável. O verdadeiro caminho do homem consiste em ajudar as pessoas que estão em dificuldades após ter progredido.” Bem como orientaria um servidor:

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“O fato de se sentir desgostoso consigo mesmo significa nascimento de um novo eu que manifestou a capacidade de criticar seu velho eu, e isso é muito bom. Todo homem precisa evoluir para um segundo eu.” Adere a idéias contidas na filosofia da intuição de Henri Bergson: “Quando jovem a filosofia de Bergson baseia-se nestes três princípios: ‘Todas as coisas se movem’, ‘Teoria da Intuição’ e ‘O eu do momento’. Os conceitos formados pela instrução que recebemos, pela tradição, ocupam o subconsciente humano como se fossem uma barreira, e dificilmente o percebemos. Por essa razão, tal ‘barreira’ constitui um obstáculo quando observamos as coisas. A ‘Teoria da Intuição’ encarrega-se de corrigir tais erros, comuns entre os homens, libertando estes, completamente, de preconceitos. Para isso é necessário ser ‘O eu do momento’, isto é, fazer com que a impressão instantânea, captada pela intuição, corresponda à verdadeira substância do objeto de observação. ‘Todas as coisas se movem’. Isso significa que tudo está em contínuo movimento. Por exemplo, este ano difere do ano passado em tudo. O mesmo podemos dizer a respeito do mundo, da sociedade e dos nossos próprios pensamentos e circunstâncias. Somos diferentes até mesmo do que fomos ontem, ou há cinco minutos atrás.” Mais tarde, norteado pela filosofia da intuição, orientaria a construção dos Solos Sagrados através das idéias que lhe vinham à mente. Adere também ao pragmatismo de William James: “Na mocidade James não considerava as filosofias como divertimentos intelectuais; para ele, as doutrinas só eram válidas se fossem postas em prática. O benefício que o pragmatismo me proporcionou nessa época, não foi pequeno. Mais tarde, quando iniciei meus trabalhos religiosos, julguei necessário aplicá-lo à Religião.”

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Continuando disse: “Pretendo fundir a Religião e a vida prática, tornando-as íntimas e inseparáveis. Deixemos, pois, de ostentar virtudes, de isolar-nos, de ser teóricos como foram até hoje os religiosos, e sejamos iguais às pessoas comuns. Para tanto, é preciso que eliminemos toda afetação religiosa e procedamos sempre de acordo com o senso comum, a ponto de tornar a Fé imperceptível aos outros.” Nidai-Sama recorda: “Meishu-Sama afirma que o homem não deverá limitar a fé às atividades particulares, mas sim, dela fazer um sólido embasamento em outros campos de sua atuação tais como, na política, economia, relações externas e atividades culturais. De outra forma, afirma Meishu-Sama, um novo mundo de verdadeira felicidade jamais se tornará realidade.” Kyoshu-Sama, Terceira Líder Espiritual e filha de Meishu-Sama, presenciou como seu pai seguia seus próprios ensinamentos: “Por longo tempo eu julgava que a pontualidade de Meishu-Sama era um hábito natural; mas, mais tarde percebi que ele tinha se esforçado muito para se disciplinar. Uma vez, ele disse: "Como qualquer outra pessoa, eu me sinto cansado às vezes e gostaria de descansar em vez de trabalhar, mas sempre sigo meu programa. De outro modo, eu não estaria fazendo o que mando meus membros fazer." Assim aprendi que quando ele dava um Ensinamento aos outros, é que ele sempre o seguia. Isso me tornou muito feliz e aumentou o meu respeito por ele.” Meishu-Sama explica o porquê de ser assim: “De fato, eu não sou uma pessoa comum, sobretudo porque Deus me atribuiu uma grandiosa missão. Esforço-me dia e noite para cumpri-la, e todos os messiânicos sabem que, através dela, um incontável número de pessoas está sendo salvo.”

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Mas algo que lhe era inato, o seu altruísmo: “Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto de isso se tomar quase um "hobby" para mim. Sempre estou pensando no que devo fazer para que todos fiquem felizes. Quando acordo pela manhã, por exemplo, minha primeira preocupação é saber o estado de ânimo dos meus auxiliares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem.” Mais detalhes dessa sua natureza nobre privilegiada: “Em outras palavras, é até uma espécie de “hobby” para mim. Por essa razão, muitos dizem que tenho uma natureza privilegiada, e é possível que tenha mesmo.” Depois que me tornei religioso, esse sentimento aumentou ainda mais. Quando vejo uma pessoa sofrendo por doença, não consigo ficar tranqüilo; tenho vontade de curá-la a qualquer custo. Então, ministro-lhe Johrei, e ela fica curada e feliz. Ao ver sua alegria, esta se reflete em mim e eu me sinto feliz também. Por esse motivo, criei inúmeros problemas no passado e sofri muito. Mesmo quando achava que nada poderia fazer por uma pessoa e que deveria parar de dar-lhe assistência, a pedido insistente e até súplicas da própria pessoa e de sua família, eu cedia e continuava indo visitá-la, ainda que fosse longe. Gastava tempo e dinheiro, e, no final, o resultado era ruim, desapontando os familiares do doente. Muitas vezes, cheguei até a ser odiado. Toda vez que isso acontecia, eu me censurava, achando que deveria tornar-me mais frio. Como essa minha característica também foi de muita ajuda para a construção do protótipo do Paraíso Terrestre e do Museu de Belas-Artes, creio que ela me tenha sido atribuída por Deus. Quando vejo uma magnífica obra de arte ou uma paisagem maravilhosa, não sinto vontade de apreciá-las sozinho e até fico melindrado; nasce em mim o desejo de mostrá-las a um grande número de pessoas, para alegrá-las. Dessa forma, minha maior satisfação é alegrar o próximo, o que me faz ficar alegre também.”

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1.2. Empresário de loja de aviamentos. De 1905 a 1919, ou seja, dos 23 aos 37 anos. Neste item: Loja de Miudeza; Loja de Atacado; Ateísta Bondoso e Sofrido. Loja de Miudeza. Neste ponto: Falecimento Paterno; Sucesso com Honestidade; Sofrimento por Acidente. Falecimento Paterno. Em 1905 quando Meishu-Sama tinha 23 anos, falece seu progenitor: “Meu pai faleceu muito cedo. Para combater a prisão de ventre, tomou um remédio durante trinta anos sem falhar um só dia, ficou doente do coração.” Seu pai ao falecer, aos 53 anos, interrompe segundo sonho de Meishu-Sama que era o de abrir uma loja de antiguidades com ele. Sua mãe o incentivaria a uma terceira tentativa de caminho profissional: “Não se preocupe. Cuidarei do que você não souber. Não acha melhor começar por uma loja de miudezas do que por uma loja de antiguidades, o que é muito mais difícil de administrar, especialmente agora que seu pai faleceu?” Aceitando a sugestão, ele prosperaria: “Ora, eu sou de família pobre, e só pude me casar e ter um lar graças à soma em dinheiro que me foi presenteada por meus pais, então, uma lojinha de miudezas a varejo, a qual tinha uma largura de 2,70 m. Como os resultados foram bons, em pouco mais de um ano comecei no comércio por atacado e, aproximadamente dez anos depois, era considerado um bem

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sucedido na vida; meus bens somavam o equivalente a cento e cinqüenta mil ienes daquela época (1919).” Nidai-Sama expõe o que seu esposo descrevia para si a respeito desses negócios na época: “Nesse tempo ele vivia com sua mãe, pois seu pai já havia falecido e decidiu que sozinho, enfrentaria a responsabilidade do negócio: o armazenamento dos estoques, a venda das mercadorias, a parte administrativa, enfim, todas as atividades do empreendimento. Ao me descrever o negócio, contou que se levantava muito cedo e limpava a rua em frente à loja, antes que as pessoas começassem a transitar. Depois, varria e espanava a loja preparando diariamente o ambiente de trabalho. Disse também que preenchia os deveres de três pessoas: proprietário, vendedor e aprendiz, e que atendia a todos os fregueses com cortesia e consideração, indistintamente.” Sucesso com Honestidade. Meishu-Sama sempre pensava: "Não devemos praticar más ações, e sim boas ações." Ao tentar colocar isso em prática, no entanto, faltou-lhe coragem. Um dia experimentou mentir nos negócios e a vida se tornou sombria, retomando a verdade os resultados foram favoráveis: “É constrangedor eu falar de mim mesmo, mas desde jovem eu era muito honesto. Não conseguia mentir de maneira alguma. Por isso, sempre me diziam: “Um rapaz honesto como você nunca vai alcançar sucesso. Se você não mudar seu pensamento e não for hábil no mentir, dificilmente será bem sucedido na vida.” Achando que essas palavras eram sensatas; menti bastante durante algum tempo, mas não estava bem comigo mesmo. Sentia uma angústia insuportável, minha vida se tornava sombria, meus dias eram só de tristeza. Não havia, pois,

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condição para eu obter bons resultados nos meus empreendimentos. Naquela época, eu era comerciante, de modo que as "técnicas" de negociar deveriam ser muito mais vantajosas para mim. Mas eu não conseguia me sair bem e acabei decidindo voltar à honestidade, traço próprio de meu caráter. O engraçado é que, depois disso, os resultados começaram a ser melhores do que eu esperava. Em primeiro lugar, adquiri maior crédito no mundo dos negócios, as coisas passaram a se processar num ritmo excelente e em pouco tempo consegui um grande capital.” Nidai-Sama escrevendo a respeito: “Quando abriu a "Korin-do", um dos seus parentes, com muita experiência no setor comercial, aconselhou-o a administrar o negócio, sem observar os três itens primordiais para o ser humano: honestidade, cortesia e consideração. Ele disse a Meishu-Sama: "Ninguém pode ter sucesso no comércio com uma política de total integridade". Meishu-Sama achou, entretanto, que lhe era impossível seguir tal conselho e prosseguiu como tinha sido até então, de acordo com suas orientações próprias.” Sofrimento por Acidente. Entretanto, apesar do progresso da loja, Meishu-Sama passou por mais uma decepção. “Comecei a estudar Makiê (artesanato em laca). Aí, Deus acabou cortando o nervo do meu dedo. Todos os outros dobram e só este dedo (indicador direito) não. Consequentemente, não consegui mais segurar o pincel e fui forçado a deixá-lo, pois neste trabalho, este é o dedo que mais se usa, sabe? Nada podia ser feito.” No fundo, Deus estava cortando o laço de Meishu-Sama com a sua encarnação anterior, ou seja, sua missão não era continuar vivendo de arte.

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Loja de Atacado. Neste ponto: Casamento Independente e Próspero; Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções; Sofrimentos por Dificuldades Financeiras. Casamento Independente e Próspero. Nidai-Sama relata que Meishu-Sama recebeu proposta idêntica a que seu bisavô havia feito ao seu avô, qual seja de um casamento dependente: “Contrastando com uma constituição física frágil e delicada, Meishu-Sama possuía um espírito forte. Desde a infância, manifestou uma sobrenatural espiritualidade. Meishu-Sama possuía características pessoais especiais; tinha as orelhas bem modeladas e, no Japão, acreditava-se que quem tivesse os lóbulos das orelhas grandes e cheios, nascia sob boa estrela. Certo senhor possuidor de considerável fortuna em negócios de moinho e desejando preservá-la aos seus descendentes, pediu a Meishu-Sama que ficasse noivo de sua filha e se tornasse seu filho adotivo. A sua resposta foi categórica: "Eu nunca mudarei o meu sobrenome e estou determinado a sozinho, ter meu próprio lar e construir algo valioso". Ele rejeitou de forma irredutível as ofertas desse senhor, causando grande desapontamento aos seus parentes. O fato de tal recusa, demonstrou seu espírito forte e determinação de elevados planos para sua vida futura.” Escolhendo a autonomia, Meishu-Sama, em 1907, quando tinha 25 anos, casou-se independentemente com Aihara Taka, que tinha 19 anos. Graças à ajuda desta esposa, em dez anos de comerciante, obteve sucesso como fabricante e atacadista de miudezas. Pois, ela executava os trabalhos domésticos e os da loja, lavava a roupa dos funcionários e

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guardava suas economias, bem como aprendia vivificação floral e cerimônia do chá. Quase meio século depois, continuava apontando como negativo a dependência, agora sobre o caráter dependente dos japoneses: “Raciocinando dessa forma, fica bem claro que o método de fazer greves para resolver os problemas entre empregados e capitalistas não passa de simples manifestação do espírito de dependência, pois, se os empregados pedem aumento de salário aos capitalistas é porque dependem deles. Se trabalhassem dando o máximo de seu espírito de independência, os resultados do seu trabalho seriam muito melhores e certamente os capitalistas é que ficariam na sua dependência. Por conseguinte, primeiro os empregados devem fazer com que os capitalistas lucrem e, depois, exigir a justa distribuição dos lucros. Como isso é o certo e o justo, logicamente os capitalistas não poderiam recusar-se a atender às suas reivindicações. Seguindo-se essa diretriz, a solução dos problemas entre trabalhadores e capitalistas não seria tão difícil. Atualmente, porém, tenta-se apenas obter a elevação dos salários, sem levar em conta as dificuldades; portanto, só podemos julgar que está se tentando forçar a situação. Sintetizando, nesta oportunidade eu gostaria de alertar que, para resolver esse problema, não há meio mais eficiente do que eliminar de vez o espírito de dependência que caracteriza o povo japonês.” Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções. Nidai-Sama conta a respeito do sucesso de Meishu-Sama devido à sua abnegação: “Uma vez, o chefe da divisão de compras de aviamentos da loja de Departamento Mitsukoshi (uma das maiores e mais antigas lojas de departamento do Japão), chegou a Meishu-Sama

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e disse: "Eu fui nomeado há pouco tempo chefe de divisão e sei muito pouco sobre aviamentos. Apreciaria enormemente qualquer informação sobre este assunto, sobre lojas especializadas neste ramo e qualquer detalhe a mais que o senhor queira me ensinar.” Meishu-Sama respondeu: "Eu mesmo não tenho muita experiência, mas terei imensa satisfação em contar-lhe o que sei". Deu-lhe detalhadas informações sobre as notas e particularidades especiais de várias lojas de aviamentos, apontando algumas que eram excelentes em desenhos ou especializadas em certos artigos. O chefe de divisão da Mitsukoshi, após as informações, foi se embora, agradecendo as orientações recebidas. Alguns dias mais tarde, ele voltou: "Hoje eu tenho um favor a lhe pedir ” - disse a Meishu-Sama. "O senhor é um raro homem de negócios. A maioria dos homens não teria falado comigo com a sinceridade que o senhor falou, elogiando e analisando os pontos positivos dos competidores, sem dizer uma só palavra sobre sua própria loja. Esta é uma prova convincente para mim, de que o senhor não é mercenário. Estou muito impressionado com sua moral e consideração. Minha loja gostaria de começar a negociar com o senhor". Meishu-Sama declinou repetidas vezes, desta oferta, explicando que sua loja era de varejo; mas diante de contínua insistência, entrou em acordo com a Mitsukoshi. Esta transação obrigou-o a mudar a loja que era de varejo para atacado.” Eis o que Nidai-Sama falou: “Empregou seu primeiro funcionário, com participação de lucros. Sua empresa foi crescendo gradativamente; as vendas alcançaram cifras enormes e o lucro dos empregados era tão grande que era difícil saber quem estava em melhor situação: se Meishu-Sama ou seus vendedores que ganhavam mais que os vendedores de outras lojas. Isso grangeou-lhe grande respeito e fidelidade no trabalho.

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Um de seus primeiros vendedores, senhor Nagashima, que trabalhou na loja de Meishu-Sama por longo tempo, mais tarde estabeleceu-se por conta própria, com grande sucesso, mas nunca esqueceu os seus tempos de empregado, orgulhando-se por ter tido Meishu-Sama como seu empregador. Ele até hoje vem visitar-lhe e por várias vezes disse: "Meishu-Sama causou em todos nós uma impressão profunda de um patrão incomum. Durante todo o tempo que para ele trabalhamos, sentíamos sua intensa bondade e autêntica dignidade que inspirava em nós um grande respeito. Combinava firmeza e amor em sua pessoa. Além de nossos salários regulares, ele adicionava uma porcentagem proporcional à eficiência do trabalho de cada um. Seu método era bem diverso dos outros empregadores. Sua profunda bondade, e a sua dignidade aliada ao senso de justiça, faziam-no um empregador adiantado no tempo, e por isso era muito respeitado por todos nós”.” Exigia relatórios e orientava sobre a docilidade no cobrar dos clientes: “Enquanto não fizer o relatório, o serviço não estará terminado. Quando for fazer as cobranças e não conseguir receber das lojas que não costumam pagar em dia, nunca faça cara feia, pois a pessoa ficará revoltada. Diga que, se não puderem pagar na ocasião, você voltará outro dia.” Nidai-Sama: “A originalidade de suas inovações e estilo na atividade comercial chamou a atenção e simpatia do público, obtendo assim grande êxito.” Inventou vários adornos para cabelo e expôs um deles em Tóquio, onde recebeu o troféu de Bronze. Criou o Diamante Assahi, requerendo patente deste artigo em dez países. Além disso, obteve patentes de onze novos produtos criados por si.

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Sofrimentos por Dificuldades Financeiras. Isso ocorreu, em parte, por especular nos empreendimentos: “Eu também, antigamente, lidei muito com especulações. Cheguei até a estabelecer uma sociedade de comanditas: realmente, gostava muito de especular, vendia e comprava ações. Entretanto, no final das contas, acabei tendo prejuízos (risos). Lucrei, por isso, tive prejuízos. Quem perde desde o início, é quem sai ganhando. Quando se lucra parece estar ganhando, mas no final, está tendo prejuízo. É como nos casos amorosos. Se leva fora de uma mulher logo no início, acaba desistindo, não é? (risos).” “Em 1919, aos 36 anos de idade, possuía uma financeira. O Banco, que era o escudo protetor desta, abre falência. O administrador da sua financeira tentando recuperar o dinheiro perdido, sem que ele soubesse de nada, pediu dinheiro emprestado à agiotas. A situação agravou-se e os agiotas providenciaram a penhora dos bens. Oficiais de justiça entraram na casa de Meishu-Sama e lacraram-lhe os móveis. Este, tirando o lacre para pegar suas roupas necessárias, seria chamado à delegacia onde recebeu advertência.” A partir desse momento, começou a sofrida luta de Meishu-Sama para saldar as dívidas, que se estenderam durante vinte e dois longos anos, até 1941. Ateísta Bondoso e Sofrido. Neste ponto: Sentimentos Positivos de um Descrente; Sofrimentos por Doenças à Libertação aos Remédios; Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio.

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Sentimentos Positivos de um Descrente. Perfil ateísta: “Primeiramente devo explicar como se processou a evolução do meu pensamento. Quando jovem, eu era extremamente materialista. Até mais ou menos quarenta anos nunca entrei em templo algum. Achava tolice adorar ou rezar para uma pedra, um espelho ou um papel escrito, que constituem a imagem de Deus nos templos xintoístas e são colocados num recipiente com formato de caixa, feito por carpinteiros, com tábuas de cânfora. Nos templos budistas também se adora um Buda desenhando em papel, ou as estátuas de Kannon, Amida e Buda talhadas em madeira, pedra ou metal. Eu costumava afirmar que Kannon e Amida só existiam na imaginação do homem; por conseguinte, achava que era uma adoração ainda mais sem sentido, não passando de idolatria. Naquele tempo, li a tese do famoso filósofo alemão Rudolf Eucken (1846-1926), o qual diz que o homem possui o instinto inato de adorar qualquer coisa e, assim, criou e adora os seus próprios ídolos, caindo na auto-satisfação. Como prova disso, acrescenta ele, todas as oferendas depositadas no altar estão voltadas para o lado dos homens e não para o lado de Deus. Senti-me, perfeitamente identificado com a tese e até considerava que a existência de templos era prejudicial ao progresso da Pátria, porque as nações que possuíam muitos templos estavam em declínio e aquelas que quase não os tinham se achavam em franco desenvolvimento.” “Apesar disso, mensalmente eu contribuía com uma modesta quantia para o Exército da Salvação, e por esse motivo era visitado por um sacerdote que sempre insistia em que eu me convertesse ao cristianismo. Ele me dizia: "As pessoas que contribuem para o Exército da Salvação geralmente são cristãs. Por que o senhor contribui, se não é cristão?”Então expliquei: "O

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Exército da Salvação trabalha para a recuperação de ex-presidiários, transformando-os em pessoas de bem. Se não existisse, talvez um deles tivesse entrado em minha casa para me roubar. Portanto, se o Exército da Salvação está impedindo que isso aconteça, é natural que eu seja agradecido e colabore nas suas obras." Também quis praticar virtudes segundo o ditame comunista: “Eu também desde que nasci não era como sou agora. Era ateu convicto. Pensava em ajudar o comunismo quando conseguisse ganhar muito dinheiro, e quis tornar-me simpatizante. Por isso, ficava irritado com as pessoas que tinham fé em Deus pensava que elas eram tolas. Entretanto, eu não fazia maldade; queria praticar boas ações, mas achava que Deus não existia.” Kyoshu-Sama recorda a filantropia de seu pai com sua empregada doméstica, mesmo sob forte oposição dos parentes: “Ela voltou para casa, mas não podia trabalhar e era tratada como um estorvo. Meishu-Sama enviava-lhe na época 15 ienes mensalmente. As pessoas que o rodeavam lhe disseram: “O que adianta ajudar alguém que está condenado à morte? Se ela pudesse retribuir o favor, trabalhando depois que ficasse boa, ainda bem. Mas não é esse o caso. Portanto, você está gastando, dinheiro à toa. É melhor parar logo com isso!" Aí, Meishu-Sama respondeu: "Não tenho mínima intenção de ser recompensado pelo que estou fazendo. Ajudar as pessoas visando recompensa é uma espécie de troca. É como vender favores. E isso não é caridade. Eu ajudo essa moça porque tenho pena dela e não posso deixá-la desamparada. É um sentimento natural que brota de mim. Vocês podem achar uma tolice, mas eu estou plenamente satisfeito.” Mais tarde, ao orientar, lembraria do que passou: “É melhor ficar só com a Salvação. Não precisa se importar com a oposição de familiares e parentes, já que está

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dizendo que está mais atarefado com essa parte. Comigo também era assim. Todos eram contra mim, mas eu fiquei firme, sem dar ouvido a eles.” Solidariedade com sua esposa tuberculosa: Em 1908, considerava-se a contagiosa tuberculose uma doença incurável. Mas, pensando que ajudar-se mutuamente, é a atitude que um casal deve ter, cuidou dela. Tratando-a, com uma dieta vegetariana, esta ficaria boa. Custeou os estudos de um condutor (puxador) de carrinho de transporte pessoal: “Certo dia, na época em que ele era atacadista de bijuterias e adornos, Meishu-Sama foi a Assakussa de jinriquixá assistir a um filme. Percebendo que o condutor, além de ser jovem, não conseguia conduzir o veículo adequadamente, perguntou: "Você ainda é novato nesse serviço, não é?" O rapaz respondeu. "Sim, faz pouco tempo que comecei. Na verdade, sou estudante e não queria estar fazendo este serviço. Mas quero ver se continuo até me formar". Então, Meishu-Sama disse: "Realmente, isso é admirável! Onde é que você mora? A minha residência é esta (entregou-lhe o cartão), venha me procurar. Quem sabe, talvez até poderei pagar os seus estudos". O rapaz ficou muito contente e, dias depois, procurou-o em sua residência. Meishu-Sama fez-lhe várias perguntas e, após incentivá-lo, prometeu-lhe custear a educação até a formatura. - Jamais esquecerei o favor concedido pelo senhor - dizendo estas palavras, o rapaz, muito contente e emocionado, retirou-se. Soube-se, mais tarde, que ele conseguira terminar os, estudos; e se tornara um policial.” Justo ao escrever para os políticos que combatiam a corrupção: “No mundo político da atualidade, quase não existem pessoas assim. A maioria é muito esperta e versátil, sendo

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muitos os que se mostram hábeis em forçar situações perigosas. Torna-se evidente o vazio em que o mundo político se encontra. Dessa forma, o que mais falta é um homem de fibra, que todos possam seguir.” Eis algumas práticas desse sentimento de justiça. Em 1916, com 33 anos: “Na época em que, eu era comerciante (antes de me tornar religioso), muitas vezes fui vítima de embustes e experiências pavorosas. Por felicidade, possuo inquebrantável espírito de justiça. Lutei contra todos os obstáculos, indiferente às conseqüências monetárias. O esforço empreendido na preservação da justiça acarretou-me muitas desvantagens, que felizmente foram passageiras. Com o tempo, a situação melhorou e acabei por vencer, não só recuperando como ganhando muito mais do que tinha perdido. Involuntariamente tive três ou quatro casos judiciais, e um deles vem se prolongando até hoje. No tempo em que eu vivia na pobreza, uma associação perseguiu-me, aproveitando-se do seu dinheiro e posição. Com o decorrer do tempo, fui favorecido pelas circunstâncias e essa associação teve de desistir. Foi o seguinte: Eu possuía uma fábrica de objetos de fantasia e obtive, em dez países a patente de um artigo que teve extraordinária aceitação, propiciando-me um contrato especial com certa firma. Como o artigo tivesse entrado em moda, recebi uma proposta sumamente egoísta de uma associação de lojas varejistas de objetos de fantasia, sediada em Tóquio, a qual me pedia que lhe vendesse uma das duas exclusividades reservadas àquela firma. Vendo-se rejeitada pela minha honestidade, tentou boicotar-me com a colaboração de todas as lojas do gênero, a fim de obrigar-me a ceder. Dois anos de resistência me acarretaram considerável prejuízo, mas a associação deu-se por vencida e entramos em acordo.

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Outro caso interessante foi quando, em protesto contra uma injustiça comercial, tentei suspender determinada transação. O encarregado, surpreso, disse-me ter sido eu a primeira pessoa que rompera a tradicional obediência às imposições feitas aos comerciantes. Reconhecendo que eu estava com a razão, a firma desculpou-se, e o caso foi resolvido.” Optou pela abertura de um jornal que combatesse os males sociais, e assim iniciou vários negócios para conseguir capital. Mais tarde, Nidai-Sama escreveria a respeito: “Desde a juventude Meishu-Sama deplorou as condições infelizes da sociedade e se preocupou profundamente com o melhoramento do mundo. Anos antes de fundar a Igreja Messiânica Mundial, ele pensou em publicar um jornal que servisse, até certo ponto, para esclarecer as pessoas e preparar o caminho para a reforma do homem. Isso indica que, mesmo naquela época, ele estava decidido a, de alguma maneira, ajudar a humanidade.” Ele mesmo diria: “Quando eu era jovem, apesar de ser ateu, sempre tive o desejo de melhorar a sociedade, Achando que, para isso, não havia meio mais eficaz do que uma empresa jornalística, fiz vários pesquisas e fiquei sabendo que, naquela época precisaria de mais ou menos um milhão de ienes. Precipitando-me em conseguir logo a quantia necessária para a abertura da empresa Jornalística, estendi demais a mão, de modo que acabei falindo, com dívidas até o pescoço. Consequentemente tive de desistir da idéia de abrir a empresa.” Falando no enterro daquele que o colocara naquela situação de dívida e que havia se suicidado: “Afinal, eu é que fui o culpado, por ter confiado demais.” Sofrimentos por Doenças à Libertação dos Remédios. Eis o que Meishu-Sama dizia:

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“Tive quase todas as doenças, exceto as de senhoras.” Teve crises de hemorróidas, dores de cabeça e estômago, reumatismo, prostração nervosa, uretrite, amidalite, catarro intestinal, problemas das válvulas cardíacas e periodontite.

Na sua crise de hemorróidas, superou quando descobriu a causa desta: “Essa doença é considerada mais comum entre os japoneses. A sua causa está totalmente na má estruturação dos sanitários que eles usam. Há muitas pessoas que lêem no sanitário. Isso não é bom porque geralmente, quando começam a ler demoram tempo. As pessoas que têm problemas de hemorróidas devem refletir bem sobre esse ponto. Quando eu era jovem "Sofri muito com essa enfermidade, mas decidi fazer minhas necessidades fisiológicas em menos de cinco minutos, mesmo que não tivesse terminado totalmente. A partir daí a doença começou a melhorar naturalmente.” Em 1905, aos 22 anos, sofreu uma grave isquemia cerebral em conseqüência de tensão e sobrecarga de trabalho por falta de prática na loja de miudezas. Quando passava por ruas onde circulavam bondes, chegava a sentir-se tonto e até a desmaiar, por causa do estridente barulho dos trilhos. Bastava-lhe conversar para que ficasse sem fala. Em 1909 foi desenganado com tifo intestinal: “Quando eu tinha 28 anos, sofri tifo. Observando o estado do meu corpo, pensei que não tivesse cura; por isso, fiz um testamento para minha ex-mulher (já falecida), explicitando o que deveria fazer quando eu morresse. Estava, pois, bem conformado com a minha situação. Como a casa em que eu morava era pequena, imaginei que, se viesse muita gente para o meu enterro, iria ficar muito apertada. Então, preferi aguardar o desenlace num hospital particular de clínica geral que havia perto da minha residência. Pedi para ser colocado ali, mas não fui aceito. O diretor recusou

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a minha internação, alegando que a morte de um doente traria má fama para a clínica, sendo, por isso, uma situação diferente da que acontece numa instituição pública. Mesmo assim, não desisti. Recorri ao irmão mais velho do diretor que, como eu, nessa mesma época, tinha uma loja de armarinhos. Através dele, fiz o pedido para que pudesse morrer nesse hospital e, por causa desse relacionamento comercial que mantínhamos, fui aceito. Estava, contudo, tão debilitado que não consegui entrar no jinrikisha (carrinho de mão, o meio de transporte da época). Fui, então, levado numa maca. Durante o percurso, olhava a cidade e as pessoas, pensando estar fazendo isso pela última vez. Sentia um vazio e uma solidão profundos. Nos três primeiros dias de internação, não houve muita mudança no meu estado clínico. O médico diagnosticou pneumonia, receitou um medicamento, dizendo que com ele poderia obter a cura. Caso contrário, não haveria outra solução. Quando o tomei, meu sofrimento tornou-se ainda maior. Passei por uma espécie de delírio em que via túmulos. Pensei: com certeza, vou morrer.” Sobrevivendo, vivia sob o temor da doença a ponto de parecer neurótico. Precavia-se a ponto de ir ao médico por causa de um espirro. Quando ia ao toalete jamais usava a toalha usada por outras pessoas, abanava as mãos para secá-las. Eis um fato acontecido consigo, contado por ele, que mostra o quanto ficou dependente da Medicina: “Portanto, imaginamos o quanto os homens da atualidade temem doença e estão apavorados. Uma vez doentes, é senso comum ir a um médico e tomar remédios. Não posso deixar de ficar admirado ao ver como puderam chegar a acreditar esse ponto na medicina. Apesar disso, se pensar, como eu era antes, não estou na posição de falar dos outros. Certa vez, aconteceu o seguinte fato: creio que mais ou menos quando eu tinha 30 anos e fui a uma região de águas termais num lugar bem afastado. Assim que cheguei à hospedaria, perguntei à funcionária: - Nessas termas existem médicos?

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- Sim, há um médico – respondeu. - É um médico comum ou um cientista? - Ouvi dizer que se formou este ano. Ao saber disso, fiquei tranqüilo pensando que poderia ficar sossegado nesse local. Entretanto, mas tarde, sabendo que existiam muitas pessoas iguais a mim, vi que não era tão excepcional. Também aconteceu o seguinte: como ninguém sabe quando irá ficar doente, eu procurava um médico gentil que me atendesse quando fosse chamado, mesmo durante a noite, com um simples telefonema. Achei um médico assim e por isso tratava-o com a maior consideração, até que ficamos como se fossemos parentes. Ele foi padrinho de meu casamento com minha atual esposa, e isso mostra o quanto eu acreditava na medicina, nessa época.” Porém, conscientizar-se-ia da nocividade dos remédios, através da doença que mais lhe fez sofrer e de maior duração, qual seja, a dor de dentes de 1914 a 1916: “A dor de um só dente já é terrível. Imaginem então quatro dentes doendo ao mesmo tempo todos os dias. Era insuportável. Minha cabeça foi ficando tão perturbada que eu me vi num beco-sem-saída, achando que teria de escolher entre ficar louco ou me suicidar.” Nessa situação, ouviu do seu dentista: “Já usei todos os remédios que conheço. Agora só resta esperar pelo novo medicamento que um amigo meu vai trazer dos Estados Unidos”. Não suportando mais o sofrimento por que passava, começou a experimentar um tratamento que um sacerdote da religião Nitiren lhe aconselhou. Começou a se sentir melhor, a dor havia diminuído, se viu tomado por uma sensação agradável que não sentia há meses. Repentinamente, ocorreu-lhe uma idéia: a causa da dor de dente não seriam os remédios? Não seria por causa deles que a dor de dentes não passava? Os analgésicos não estariam causando uma dor ainda maior?

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Pensando assim, parou de ir ao dentista e também nunca mais foi a casa do sacerdote. Eis o que Meishu-Sama disse a respeito: “Tentarei escrever sobre minhas experiências com relação a esse fato. Há 36 anos atrás, extraí os dentes para poder colocar dentaduras; ao colocar remédio desinfetante na cavidade aberta, comecei a sentir muitas dores. Para aliviá-las, tomei novos remédios, mas elas iam aumentando gradualmente. Entretanto, compreendi que tudo tinha sido causado pelos remédios, sendo também uma forma de jogar fora o meu "eu" de até aquele momento. Depois de compreender isso abandonei os dentistas, e a dor foi passando gradativamente.” Diante de tantas doenças, Meishu-sama aprendeu que: “o meu mestre foram as doenças.” Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio. No dia 25 de maio de 1912, quando Meishu-Sama tinha 30 anos, sua mãe falece de nefrite com 57 anos de idade. Eis suas últimas palavras: “Parece que estou chegando ao fim. Chamem Mokiti, preciso falar com ele” e “Mokiti você voltou...” Em 1915, no oitavo ano de casamento, quando já haviam desistido de ter filhos, Taka ficou grávida de uma menina. Mas, o parto fora muito difícil, e por isso, logo depois de seu nascimento, a criança veio a falecer. Logo depois, engravidou novamente, nasceu outra menina, mas já estava morta. Em 4 de junho de 1919, ficou grávida pela terceira vez de uma outra terceira menina, contraiu tifo intestinal ocasionando nascimento e morte prematuros da criança. Taka ficou muito enfraquecida e, uma semana depois, no dia 11 de junho de 1919, acabou falecendo. No funeral, muito deprimido, Meishu-Sama falou: “Cortaram-me um dos braços.” Em dezembro de 1919, aos 36 anos, casa-se pela segunda vez, com Ôta Yoshi de 22 anos. Esta, que após a morte de

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Meishu-Sama, viria a ser Nidai-Sama, a Segunda Líder Espiritual da Messiânica. Eis as circunstâncias em que se deu esse matrimônio. - Um indivíduo de nome Okada diz que deseja desposar a Srta. Yoshi. - [resposta negativa] - O Sr. Okada falou que está firmemente disposto a desposar a Srta. Yoshi. Não poderiam pensar melhor no caso? - Por favor, dê este assunto por encerrado. - O Sr. Okada está muito entusiasmado e me falou que quer desposar Yoshi de qualquer jeito. - Se insistem, podemos aceitar. - Yoshi diz: “Se ele insiste tanto, eu aceito.” “Ao ser indagada pela tia, que perguntou: "O que você acha? Ele é bem mais velho. Vai aceitá-lo?", Nidai-Sama respondeu: "Essas coisas dependem da afinidade. A idade não importa." O pai de Nidai-Sama, vendo a foto de Meishu-Sama que fora enviada, disse: "Como essa pessoa tem boa fisionomia, é melhor aceitar a proposta" e, prosseguindo, disse que poderia ajudá-lo, de certa forma, nos negócios. Ao saber disso, Meishu-Sama afirmou: "Não gosto de incomodar as pessoas, e também não quero que se misturem as coisas. Aceito-a (Nidai-Sama) como esposa, desde que seja em separado dos negócios". E assim, foi feito o casamento. Por isso, quando se casaram, os dois sofreram muito financeiramente. Mas como Meishu-Sama a tratava bem, Nidai-Sama foi muito feliz. Trata-se de um fato ocorrido quando Yoshi (Nidai-Sama) ia se casar. Soube que Meishu-Sama dissera o seguinte, naquela ocasião: "Apesar de já ter confirmado o casamento, por causa de certa pessoa, tive que contrair uma dívida. Sinto pena dela (Yoshi), portanto, vamos encerrar este assunto por enquanto." Entretanto, Yoshi disse: "Uma vez confirmado o casamento, mesmo que meu corpo esteja aqui, já pertenço àquela família" e assim, felizmente, o matrimônio foi realizado.

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Normalmente, as pessoas escondem o fato de terem pesadas dívidas e se casam, mas, Meishu-Sama, sem dissimular, expôs tudo. Senti com isso que o Sr. Okada é uma pessoa realmente honesta e boa, foi o que foi dito. E então, Yoshi contraiu casamento, - afirmando: "Mesmo que tenha que morar num cortiço por causa das dívidas, uma vez que o compromisso foi selado, já faço parte daquela família. Portanto, quanto ao dinheiro, podemos consegui-lo com esforço mútuo".” Depois de casados, um parente perguntou a Yoshi: “Como é? Dá para viverem juntos?” Ela respondeu: “Comecei a gostar dele. Fique tranqüila. Estando com ele, tudo irá bem.” Um familiar diria que Mokiti ao acolher Yoshi como esposa: “Revelou-se uma pessoa carinhosa que, mesmo para a caminhada diária, levava-a em sua companhia. Com todo o carinho que recebeu, ela teve uma vida realmente muito feliz.” E que quando ela engravidou, ele era extremamente zeloso. Ao saírem para fazer compras, Mokiti, dizendo ser perigoso se ocorresse uma colisão violenta, chamava, além do táxi que os conduzia, mais dois: um ia à frente e o outro atrás, amarrados com cordas ao seu veículo. Isso era para evitar que outros carros entrassem no meio. Quando o motorista aumentava um pouco a velocidade, ele logo chamava a atenção: "Está correndo demais, vá devagar". Assim, ele sempre tratou Yoshi com o máximo de cuidado. Os cabelos de Meishu-Sama, na época, já estavam brancos. Por, isso, quando se casou, Yoshi chegou a levar uma tinta para pintá-los. Porém, ele lhe disse: “Não faça isso. Essa cor fica até muito bem.”

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1.3. Religioso da Oomoto. De 1920 a 1934, ou seja, dos 38 aos 51 anos. Neste item se aborda: Conversão; Iluminação; Desligamento. Conversão. Neste ponto: Prejuízo e Entrada na Fé; Sofrimento e Afastamento; Mistérios, Sofrimentos e Retorno. Prejuízo e Entrada na Fé. “Naquele tempo, as minhas atividades comerciais iam muito bem, e eu estava no auge da autoconfiança, mas um de meus empregados me fez perder tudo. A sorte adversa, manifestada através do falecimento de minha primeira esposa, dos embargos judiciais sofridos da falência e de outras desgraças me arrastaram para o fundo do abismo. Como resultado, acabei recorrendo aquilo a que todos recorrem nessas ocasiões: a Religião. Também eu fui à procura da salvação do xintoísmo e no budismo, como era de praxe, e assim tive conhecimento da existência de Deus, do Mundo Espiritual, da vida após a morte, etc. Refletindo sobre o meu passado, arrependi-me da vida inútil que levara até então.” Registrou assim também: “No dia 15 de março do ano seguinte (1920), começou a famosa crise financeira. As ações tiveram uma grande baixa, e o preço das mercadorias caiu bruscamente. Por isso, a Loja Okada S.A., que havia acabado de nascer, desmoronou sem oferecer nenhuma resistência, ficando num beco-sem-saída.” Meishu-Sama conta que: “Desesperado, recorri à Religião. Durante mais ou menos vinte anos, passei por inúmeros percalços e dificuldades, tendo sofrido muito por causa de vultosas dívidas. Para

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que possam fazer uma idéia, recebi várias intimações judiciais e sofri uma falência.” Ele, que acreditava que a felicidade ou infelicidade dependia unicamente da inteligência e esforço, [pois, para si, estes dois atributos foram a causa dele sozinho obter muito êxito empresarial em pouco tempo] foi perdendo autoconfiança. Os seguidos e sérios infortúnios que o atingiram, levaram-no a sentir a insignificância da força humana para chegar a felicidade. Ele passou a pesquisar diversas religiões, em busca de uma forma para se livrar das desgraças. “Realizei minuciosos estudos e pesquisas procurando ouvir o maior número possível de espíritos desencarnados, através de médiuns. De tudo que esses espíritos disseram, eliminei aquilo que pode não ser verdade, transcrevendo apenas os pontos coincidentes entre os muitos depoimentos que ouvi. Por isso, tenho certeza de que não há erros em minhas explanações.” Assim mais tarde: “Neste volume estão coligidos os Ensinamentos que escrevi sobre os fenômenos do Mundo Espiritual, como resultado de estudos e pesquisas efetuados durante mais de vinte anos. Não há fantasia nem exagero em minhas palavras. Como exemplo, vou contar uma estória ocorrida na época em que eu estava pesquisando a religião Tenri-Kyo. Um rapaz que sofria de tuberculose pulmonar e fora desenganado, ingressou na referida religião. Pensando na prática de uma boa ação, decidiu fazer a limpeza do escarro expectorado por outras pessoas nos passeios da cidade. Decorridos três anos, durante os quais fez isso todos os dias, o rapaz estava completamente recuperado; a doença tinha desaparecido sem deixar o menor vestígio.” Outro exemplo: “Certa vez em que eu estava fazendo concentração mental, repentinamente senti uma sensação estranha. Tinha

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impressão de que minha boca se abria até as orelhas, que meus olhos brilhavam e que nos dois lados da minha testa se formavam chifres. Comecei a emitir, espontaneamente, um som horrível, como se fossem rugidos de um animal selvagem. Fiquei assustado, mas, como já tinha ouvido falar sobre encosto de espíritos, achei que devia ser isso. Pensei em espírito de tigre, leopardo ou mesmo leão, mas vi que não poderia ser, pois esses animais não possuem chifres. Consultei, então, meu superior hierárquico, que na época era um orientador. Ele disse que sem dúvida era espírito de dragão. Naquele tempo, eu também não tinha certeza se dragão existia realmente, mas através do fato em questão conclui que sim. Além disso, na ocasião eu tive a impressão de que os ossos da parte superior da minha coluna ficaram salientes, o que é outra característica do dragão.” Pesquisou a Bíblia: “Quando eu era jovem, discuti a respeito do milagre numa reunião de pesquisa da Bíblia. Dizendo que não conseguia acreditar absolutamente nos milagres, risquei todos os trechos relacionados a eles. Lendo-a sem esses trechos, ela não era relacionada mais a um livro religioso e sim, um livro de moral. Quando entendi isso, perdi todo o interesse que tinha, e larguei a pesquisa.” [pode-se imaginar quando se compara com os livros de ensinamentos de Meishu-Sama que são ultra-religiosos]. Meishu-Sama se sentiu atraído pela Oomoto por ela pregar a reforma do mundo e a toxicidade dos remédios, confirmando seu sentimento de justiça e experiência da nocividade dos medicamentos. “A religião Oomoto nunca se preocupou em divulgar os ensinamentos relacionados ao erro da medicina. No entanto, quando ingressei nessa Doutrina, percebi, ao ler o Ofudessaki (coletânea de textos psicografados pela fundadora Não Deguchi) criticas a medicina. Nesses escritos encontrei a seguinte revelação: “Deus está triste! O povo, por ignorância, deixou-se contaminar pelos remédios, que não curam, só envenenam o corpo.” No

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momento em que li esse trecho fiquei assustado, pois, até então, nenhuma corrente religiosa havia afirmado tão claramente que remédio é veneno. Percebi aí também a razão pela qual ingressei na Oomoto.” Em outro ensinamento: “Depois que tomei conhecimento dos erros da medicina, descobri estas palavras escritas no Ofudesaki: "Aquilo que veio do além-mar está mais para veneno do que para remédio. É um bando de imbecis que pagam altos preços por uma coisa inútil e, ainda por cima, sujam seus próprios corpos. Desse jeito, até Deus fica em apuros..." E eu fiquei deveras assustado! Nesta época acho que não havia uma única pessoa que dissesse que o remédio era veneno. E isto estava escrito no Ofudessaki, o que me comoveu muito. Esse foi o principal motivo pela qual ingressei na Religião Oomoto-kyo.” Assim, decidiu converter-se àquela religião. Isso ocorreu no mês de junho de 1920. “Completar trinta e oito anos, para mim, foi também meu segundo nascimento. A partir de então, inesperadamente, ingressei na vida religiosa e, pela primeira vez, soube da missão confiada a mim pelos Céus.” Anos mais tarde falaria: “Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a sua existência. Como o Sr. Tokugwa, disse há pouco, é uma questão de alma. A ação da alma é muito grande. Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há cerca de um ano. Anteontem eu tinha pensado: "Como estará ele passando?" No dia seguinte ele apareceu. Aí eu disse para mim mesmo: "Ah, o espírito dele veio aqui antes!"”

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Sofrimento e Afastamento. Meishu-Sama disse que após tornar-se religioso, passou por grandes sofrimentos, mas, por outro lado, também teve grandes alegrias. Como ocorreu ao passar por esse acontecimento: “Quando entrei na religião Oomoto, meu sobrinho, que era estudante ginasial, foi à cidade de Ayabe e lá, caindo num rio, morreu afogado. Ele era o herdeiro do meu irmão mais velho. Este irmão me disse: "Meu filho foi para lá e acabou morrendo porque você ingressou na religião Oomoto. A religião Oomoto é nossa inimiga." Como foi um acontecimento real, afastei-me daquela religião.” Logo em seguida, nasceu sua primogênita Mitiko em 11 de outubro de 1920, no ano seguinte seu primeiro filho homem Mitimaro. Começou a melhorar profissionalmente: “Mesmo assim, fizemos esforço para levantar o destino da empresa e, por volta de 1922, finalmente a situação começou a melhorar.” Mistérios, Sofrimentos e Retorno. Certo dia, antes da Segunda Guerra Mundial, Meishu-Sama referiu-se ao livro de profecias da Oomoto: "Pode ser que vocês não saibam de que se trata, mas está bem claro para quem queira entender." Ali diz "pássaros de terras estranhas voarão sobre o nosso país e abaterão os pássaros japoneses. Sob seus pés sairá fogo." “Tudo isso se realizará.” Perguntei-lhe o que significava "sob seus pés." Disse-me: "significa que a Imperial Cidade de Tóquio um dia será um mar de chamas. Vocês devem procurar ser mais perspicazes para entender todo o assunto por uma simples palavra. Caso contrário, não poderão ser eficientes instrumentos de Deus, na

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Obra Divina." Somente após o término da guerra é que pude compreender o verdadeiro significado de tudo isso. Algo parecido se deu por ocasião do grande terremoto ocorrido no Japão, no Distrito de Kanto. Antes de sua erupção o Reverendo Deguchi da Seita Oomoto deu a Meishu-Sama um quadro de um grande incêndio, por ele próprio pintado, onde se via um mar de chamas em quase toda a superfície. Bastou olhá-lo e Meishu-Sama previu o que estava para acontecer, mudou-se, então, para Omori. Logo em seguida, um terremoto devastou a cidade de Tóquio. Certo dia Meishu-Sama contou-me o seguinte fato, que ocorreu em Maio de 1923, quando era proprietário da casa de comércio Okada. Nessa ocasião, ele decidiu vender sua bela residência por 35.500 ienes: ainda que o valor normal fosse acima de 50.000 ienes e mudou-se imediatamente, onde comprou outra casa. Seus parentes ficaram surpresos por essa atitude repentina. Criticaram Meishu-Sama asperamente haver efetuado a venda por preço tão baixo. Ele respondeu tranqüilamente: "Vocês criticam-me agora, mas vocês deverão voltar aqui dentro de pouco tempo." Os parentes que não acreditavam em sua profecia, olharam-se aborrecidos e saíram sem nada mais dizer. Alguns meses após, houve grande terremoto que transformou em um amontoado de brasas e cinzas. Foi, realmente, uma trágica ocorrência em que morreram milhares de pessoa, algumas diretamente pelo terremoto, outras pelos incêndios que se seguiram. Todos os parentes de Meishu-Sama que o haviam criticado pela venda da casa, perderam seus lares e pertences. Procuraram então Meishu-Sama com alguns poucos objetos de uso pessoal, e admitiram que haviam cometido um engano ao criticá-lo naquela ocasião. Disseram: “o que nos disse finalmente aconteceu."

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Nesse episódio acima se observa como Meishu-Sama aceita a Lei de Causa e Efeito, a afinidade, o predestino, assim ele não teve pena de quem iria comprar a sua casa. Já para seu companheiro de negócios e líder da Associação de Lojista, falou claro: “Em breve Tóquio ficará em chamas.” Espantado, o companheiro deu gargalhada, falando: “Não diga tolices.” Em 1 de setembro de 1923, ocorreu um grande terremoto no Japão. Uma calamidade que ocasionou a morte de 50 mil pessoas e a destruição de mais de 400 mil casas. O líder da Associação que gargalhara, comentou: “Onde foi que Okada ouviu aquilo? Ele diz coisas terríveis.” E apelidou-o de ‘Deus’.” Meishu-Sama, com esse grande terremoto, além de sofrer novamente grande prejuízo nos negócios, perderia seu filho homem no dia 3 de outubro. Pois, após catástrofe, houve um surto de cólera infantil e sem que ninguém percebesse seu primogênito teria contraído a doença e acabou não sendo socorrido a tempo. Em 2/12/1923, nasceu outro filho homem Mihomaro, que é surdo. No ano seguinte retorna a Oomoto: “Depois de cinco anos, fui a Ayabe. A partir daquela ocasião, tornei-me um membro devoto da Oomoto. Esse fato também estava relacionado com a chegada do meu tempo certo. Na primeira vez, a época ainda estava prematura. Adiar por cinco anos foi melhor.” Iluminação. Neste ponto: Atuação direta de Deus como Kannon; Acontecimentos encerram vida empresarial; Transição da Era da Noite para Era do Dia e Johrei.

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Atuação direta de Deus como Kannon. “Como falei anteriormente, desde o meu nascimento até mais ou menos a meia-idade, era pessoa comum, sem qualquer diferença em relação às demais. Perseguido pela adversidade, senti-me perdido no mundo, buscando a fé. Filiei-me à Religião Oomoto e, depois de considerável aprimoramento, consegui apreender a essência de Deus. Minha vida sofreu uma mudança de cento e oitenta graus. Fiquei sabendo que o homem recebe a proteção de Deus e que, se ele não reconhece a existência do espírito, não passa de um ente vazio. Mesmo nas pregações, caso não o façamos reconhecer essa existência, estas não passarão de sermões sem valor.” Em 1924, aos 41 anos: “O ponto culminante da Fé é a paixão a Deus.” E canta esse sentimento em alguns poemas: “Conheci um amor Que supera os amores Aos quais entreguei minha vida.” “É possuindo um caloroso amor Pelo homem, que se ama a Deus A ponto de se lhe entregar a vida.” Em 1925, aos 43 anos, nasce a segunda filha Miyako. Aos 44 anos, através da Revelação Divina em forma de transe, sua missão lhe é comunicada: “Certo dia do mês de dezembro de 1926, por volta das vinte e quatro horas, tive uma sensação muito estranha, jamais sentida até então. Ao mesmo tempo em que experimentava essa agradável sensação, sentia-me induzido a falar. Queria deter esse impulso, mas não conseguia. Insuportável força me impelia, de dentro para fora. Não podendo resistir, deixei-a expressar-se livremente. As primeiras palavras foram: ‘Prepare papel e pincel’. Pedi à minha esposa que assim procedesse. As palavras brotaram ininterrupta e compassadamente, expressaram fatos surpreendentes.”

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As revelações duraram cerca de três meses, chegando a preencher de trezentas a quatrocentas folhas de papel-carta. Seu conteúdo era inimaginável, versando sobre a formação do Japão, no período que remontava há quinhentos mil anos [Durante as eras glaciais, este país era conectado ao continente asiático, o que facilitou a migração para o arquipélago japonês. Nesse período, na China, os homens de Beijing tinham a imagem parecida com a dos macacos. O Japão era ocupado por seres humanos primitivos] e estendia-se até sete mil anos atrás [Com o fim da última era glacial, já surgiria a cultura Jomon por volta de 11 mil anos a.C.]; sobre a história da humanidade, no passado e no futuro, e sobre a vida passada, presente e futura do próprio Meishu-Sama, esclarecendo, também, a Vontade de Deus. As previsões sobre o futuro, mais tarde se concretizaram: o incidente da Manchúria, a 2ª Guerra Mundial e a situação do mundo após guerra. Na época, era muito difícil acreditar-se em tudo isso, de modo que, durante algum tempo, muitas vezes Meishu-Sama leu esses escritos e depois os guardou. Pelo fato de ‘não entender, por mais que pensasse’, espirituosamente, intitulou-os: ‘Será?’ Naqueles escritos, havia fatos relacionados com o Imperador, que era tido como Deus, de modo que seria muito perigoso se eles viessem a cair nas mãos das autoridades. Assim, os deixou enterrados, dentro de uma lata de zinco. Entretanto, o controle das autoridades se tornava mais rigoroso. Ele passou a ser vigiado e a receber repetidas intimações para depor. Pressentindo o perigo, acabou queimando os papéis em questão. Mais tarde pensou em reescrever; mas acabou não o fazendo. Após a Segunda Guerra Mundial, escreveu o artigo intitulado ‘O Século XXI’ (que será abordado em 3.3.). Apesar das dúvidas e rebeldias, Deus usaria seu corpo para executar grande obra de salvação: “Será que realmente me foi confiada a força de salvação da humanidade? Não consigo desenvolver de maneira alguma esse

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trabalho cuidadoso de salvação”, “Por tratar-se de uma missão grandiosa demais, nunca vista até então, não pude deixar de achá-la muito pesada para um ser comum como eu. Entretanto, como era Deus, quem me incumbia dessa missão, é claro que eu não podia recusá-la. No início, duvidei bastante, chegando mesmo a rebelar-me, mas de nada adiantou. Deus me manipulava livremente. Algo muito grandioso me manejava, fazendo com que, por meio de milagres, eu me encontrasse, pouco a pouco, com o Mundo de Deus.” O líder da Oomoto chegou a lhe dizer: “Daqui para frente, se você se dedicar à cura de doenças, poderá curá-las quanto quiser. Faça-o o mais possível. Se, por acaso, você colocar água num copo e disser que a tomem, porque é remédio, essa água se transformará em remédio, sabia?” A partir do dia 4 de fevereiro de 1928 ele adquiriu diversos conhecimentos sobre o assunto, por Revelação de Kannon. E assim chegou ao Estado de Suprema Iluminação Espiritual: “Naturalmente, consegui alcançar o estado de Kenshinjitsu e pude conhecer a existência de Deus e dos mundos Divino, Espiritual e Material, o significado fundamental da vida e da morte, a tendência do mundo no passado, presente e futuro, o significado da vida, etc. Minha alegria foi algo imensurável. Acho que foi bem maior que a alegria sentida por Dharma quando alcançou a Suprema Sabedoria, na noite em que reverenciou a lua cheia, após ficar sentado contra uma parede durante nove anos, oito meses e quinze dias.” “Tudo que preguei Desde os quarenta e cinco anos Idade em que atingi o ‘Kenshinjitsu’ Expressa a Verdade.” Continuando:

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“Até hoje, a Religião, a Filosofia, a Educação, a Ideologia, etc., em relação a todas as coisas, achavam impossível obter a compreensão além de certo limite ou tocar no âmago das coisas. Dizem que Sakyamuni atingiu o Estado de Suprema Iluminação Espiritual aos 72 anos, e Nitiren, com pouco mais de 50 anos. O Estado de Suprema Iluminação Espiritual se refere ao fato de se chegar à essência. Através dele, Sakyamuni ficou sabendo sobre a "Destruição da Lei", a "Vinda de Miroku"; Nitiren, sobre a vinda de Diogyo-Bossatsu, após 650 anos, e sobre o advento do Mundo da Agricultura justa. Jesus Cristo não falou sobre esse estado, mas as profecias sobre "A chegada do Reino dos Céus" e a "Segunda Vinda de Cristo" só seriam possíveis, alcançando aquele estado. E, além deles, é possível imaginar que tenham surgido diversos santos que, mesmo não o atingindo, chegaram perto. Explicando de forma mais compreensível, o Estado de Suprema Iluminação Espiritual é como se subíssemos no ápice de uma pirâmide. Ao galgar o topo, verifica-se que o campo de visão será mais amplo quanto mais alto formos. Aqui, preciso falar de mim mesmo. Atingi o Estado de Suprema Iluminação Espiritual, aos 45 anos de idade. Ao alcançá-la, é possível conhecer claramente todas as coisas do passado, do presente e do futuro. É claro que, além de transparecerem, todos os erros do passado, é possível saber também sobre o mundo futuro, o comportamento dos homens dessa época. Mas não é por isso que agora posso contar tudo que sei. Isso porque, Satanás e os Fariseus ainda continuam atrapalhando. Consequentemente, não tenho alternativa, senão anunciar só uma parte. Fico triste por estarmos ainda a um passo, até que tudo se decida. Mas isso também é inevitável, devido à Providência Divina. No entanto, as pessoas que têm lido meus Ensinamentos, devem ter se conscientizado de que há uma grande diferença, comparando-os com os dos meus antecessores.” “Ao atingir esse plano ultra-superior de perfeição, também os seres humanos terão condições de saber distinguir,

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com precisão, os mais distantes lugares e conhecer o futuro de dez ou de centenas de anos à frente.” “Um outro fato digno de nota foi eu ter percebido que Kannon mostra de diversas formas (kata ou modelo) como ficará a situação do mundo, quais transformações vão ocorrer na sociedade, qual o destino de cada pessoa, além de outras inúmeras ocorrências vindouras. Dentre essas muitas manifestações de Kannon, algumas podem ser publicadas, mas a respeito de muitas outras nada devo falar porque estão relacionadas a personalidades ilustres, a fenômenos naturais que abalarão o mundo e também ao destino das religiões até então existentes. Como serão acontecimentos profundos e marcantes, se forem revelados antecipadamente, poderão tornar-se motivo de interpretações erradas e causar, por isso, muita intranqüilidade à população.” É claro que não atendo à modéstia quando digo que quase sempre consigo resolver qualquer problema em poucos minutos, por mais difícil que ele seja. Excepcionalmente, se aparece uma questão que não resolvo logo, protelo-a sem me esforçar. Momentos depois, infalivelmente, vem-me a inspiração para solucionar o caso.” Por isso, ensina: “Não desvie de mim a sua atenção. Fixe atentamente os olhos na minha pessoa e faça o serviço entregando-se de corpo e alma. Tudo a que der minha atenção, certamente crescerá com o tempo." Na época em que Meishu-Sama atingiu o estado de Kenshinjitsu, isto é, o estado de iluminação máxima no Mundo Espiritual, nasceu no dia 4 de junho de 1927, sua terceira filha. Ela recebeu o nome de Itsuki e mais tarde, após a morte de Nidai-Sama, se tornou Kyoshu-Sama, a terceira Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mundial.

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Nidai-Sama escreveu: “Foi em 1928, com 45 anos de idade, que ele percebeu sua missão espiritual e encerrando as atividades comerciais iniciou nova vida." Em 4 de fevereiro de 1928, a fim de dedicar-se intensamente à Obra Divina, deixou a parte administrativa da Loja Okada e passou a ocupar posição de conselheiro. Meishu-Sama expressou o que vivia: “Naquela época, a minha vida era um contínuo milagre. Quanto mais eu duvidava, mais milagres surgiam, possibilitando-me desfazer as dúvidas. É mesmo, Deus existe de fato e está muito próximo. Ou melhor, talvez esteja até dentro de mim. Há uma Bola de Luz em meu ventre. Ela é o Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas palavras, tudo.” Em 08/08/1951: “Afinal, por que eu nasci neste mundo? A primeira metade da minha vida foi muito comum. Entretanto, uma vez que me tornei religioso tudo se transformou. Isto porque, não sei o que é, mas, mirando a minha pessoa, algo como uma bola invisível, foi atirada. E essa bola se alojou em meu ventre. Isso aconteceu cerca de 30 anos atrás [por volta de 1921]. O interessante é que essa Bola parece ter um cordão. E alguém a puxa ou afrouxa livremente. Ao mesmo tempo, a minha liberdade me foi tirada. Quando penso em fazer algo, o cordão me puxa e não deixa que eu faça. Em compensação, ele me puxa para lados inesperados e sou levado para essa direção. É realmente misterioso. Eu sou como um boneco que é manipulado por um mestre de marionetes.” Numa ocasião ele diria: “Como há muita gente interessada em saber qual é a relação entre mim e Kannon, a partir de agora vou explicar. Comecei a seguir a religião Oomoto em 1918, mas, devido a certas circunstâncias, afastei-me durante um período

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de mais ou menos cinco anos. Em 1923, retornei. Cerca de seis meses mais tarde, fui procurado por um topógrafo desejoso de informações sobre a Oomoto que, na época, se expandia rapidamente. Em meio à conversa, olhando-me fixamente no rosto, perguntou-me se a doutrina tinha alguma ligação com Kannon. Respondi-lhe negativamente dizendo-lhe que a Oomoto era xintoísta e Kannon, budista. Insistindo no assunto, afirmou O estar vendo à minha direita. Na verdade, como o topógrafo possuía a faculdade da vidência, a sua visão espiritual se abriu naquele momento e ele foi capaz de perceber a presença de Kannon ao meu lado.” Uma vez, um senhor, fiel da Oomoto disse: “Estou vendo um redemoinho em cima da sua cabeça; bem no centro dele, está Kannon e vejo também uma cruz nas suas costas”. Não entendi bem o significado dessa visão; mas, mais tarde, vi-me no fundo de um abismo de sofrimentos, experimentando uma grande perseguição religiosa e, pela primeira vez, percebi que, de acordo com a clarividência espiritual acima, eu me encontrava frente ao meu destino de estar no meio de um redemoinho carregando uma cruz. Mais tarde, várias divindades – deuses e budas – começaram a se manifestar por intermédio de Meishu-Sama, entre eles o deus Izunome, que é a essência de Kannon. E Izunome anunciou-lhe a sua missão: seu corpo físico [corpo humano de Mokiti Okada] seria usado por Kannon [no yukon de Mokiti Okada] para a grandiosa tarefa de salvação da humanidade. [“- Interlocutor: É um assunto relacionado a Deus, mas será que poderíamos interpretar que uma parte do espírito de Meishu-Sama manifestou-se dessa forma, nessa época?. - Meishu-Sama: Sim, pode pensar assim.”] Por esses e outros fatos, foi percebendo que a misteriosa união entre ele e Kannon era um fenômeno divino:

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“É’ venerável o Kannon Que habita o corpo material De um homem [Mokiti Okada] que era insignificante.” “Sagrado é o Deus Que com o nome de Kannon Salva o mundo.” Acontecimentos encerram vida empresarial. “Não sei se é Algum Plano Divino, Mas, em minha vida, É a primeira vez Que assisto a um parto.” Isso ocorreu no dia 11 de abril de 1929, quando tinha 47 anos, com o nascimento do seu sexto filho, um terceiro homem. Shigueyoshi, deficiente físico, mas mentalmente normal. O Fundador para presentear as pessoas que levaram presentes em face deste nascimento, pintou desenhos em leques sob aspectos das quatros estações e os intitulou “Paisagens das Quatro Estações”. Foi a partir dessa época que o Fundador começou a produzir muitas imagens e caligrafias. Parte significativa das imagens de Kannon foram elaboradas entre 1930 e 1934. “Na realidade, muitas pessoas enxergam a Luz que sai dos meus desenhos ou das letras que escrevo. O mais interessante ainda é que essa Luz se projeta na mesma forma dessas letras ou desenhos e, posteriormente, atua, fazendo com que se concretize, então, seu próprio significado. Assim, ao grafar palavras como "paz", "saúde" e "felicidade", por exemplo, esses mesmos conceitos vão partir do plano espiritual, para daí se tornarem reais, no Mundo Material. Não se trata, contudo, de uma explicação fácil de ser entendida por meio do raciocínio científico dominante hoje.”

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“Agora quero relatar um fato curioso referente ao Dragão Dourado, o Protetor de Kanzeon-Bossatsu. Jamais esquecerei esse acontecimento, ocorrido em 1929, quando eu era ainda fervoroso seguidor da religião Oomoto. Não me recordo, com exatidão, do dia, mas acho que foi 19 de abril, data em que a Oomoto realizava o grande festival da Primavera. O líder espiritual Seishi Sama (= mestre sagrado), Onissaburo Deguchi oficiaria um culto, do qual eu iria participar, no templo xintoísta da localidade em que nascera o fundador da Oomoto. Entre a cidade de Kameoka, onde me encontrava, e o templo havia uma distância de aproximadamente oito quilômetros, os quais percorri de automóvel, na companhia de um outro membro da Oomoto chamado Jinmamoru. No momento da partida, chegou a esposa de um deputado federal, o Sr. Shiga. Tinha vindo do Estado de Saytama, norte de Tóquio, e nos pediu carona para ela e o marido. O carro partiu. Em seguida, veio-me o pensamento de estar ocorrendo algo misterioso com o nome Shiga, pois era também a denominação do lugar onde se realizaria o culto. Imaginei então que deveria haver alguma coisa em comum entre a cerimônia a qual iríamos assistir e o lago Biwa, existente no mesmo local. Depois da Celebração, o mestre Deguchi dirigiu-se imediatamente para o lago Biwa, à beira do qual havia um famoso restaurante (de cujo nome não me lembro), propriedade de um membro da Oomoto. Antes de voltar para casa (em 20 de abril), Deguchi escreveu quatro ideogramas e os deixou no restaurante: “A água do lago se enfurece e sobe até o céu”. No dia seguinte (21 de abril), forte tempestade desabou misteriosamente sobre o lago Biwa, chegando a afundar quarenta e sete barcos pesqueiros. O fato foi noticiado pelos

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jornais da época. A causa de tamanha tempestade, segundo a revelação que recebi, foi a subida ao céu do Dragão Dourado, mergulhado há milhares de anos, no fundo do lago Biwa. Então, no momento em que ia saltar da água, veio voando o Dragão Vermelho (conforme a Bíblia, Satanás) para derrubá-lo. Violenta batalha foi travada entre ambos, até a vitória do Dragão Dourado [Izunome-no-Kami = Kunitokotati-no-Mikoto] e a fuga do Dragão Vermelho para além do norte do Japão.” No dia 23 de maio: Um mês após o incidente no lago Biwa, por volta do meio-dia, desabou um vendaval em Tóquio, onde eu morava na época e, a partir desse momento, o Dragão Dourado tornou-se o meu Protetor. No dia 12 de agosto registrou um milagre com um miteshiro, ou seja, com oferenda de algo que substitui a mão com escritos impressos nele. “Ao receber um leque branco Do Sr. Yamamura, pedindo-me Que lhe desse um ‘miteshiro’, Eu escrevi um poema.” “Este leque purifica O corpo espiritual de todas as coisas.” “Yamamura contou-me que viu O leque que lhe dei Irradiar uma luz espiritual.” No dia 14 de novembro, conforme está escrito no seu diário: “Fui à sessão experimental de uma associação de pesquisas parapsicológicas e vi curiosas manifestações espirituais.” Em 26 de março de 1930, participou de um ‘futi’, onde ganhou uma folha de papel no meio da qual estava escrita, em letra bem grande, a palavra “Purificação”.

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“Na Igreja Messiânica Mundial, conhecemos a existência de Deus através de graças e milagres. A ‘Associação Segai Kõmanji’ faz com que as pessoas O conheçam através [do ‘fûti’]. Em cima de uma mesa, coloca-se uma bandeja rasa, quadrada, formada de areia prateada. Nas laterais, ficam duas pessoas segurando uma vara com formato de T. A ponta da vara vai se movendo automaticamente, traçando letras. Grandes religiosos como Sakyamuni, Jesus Cristo e outros praticaram o ‘futi’. As palavras fluem com muita rapidez, e por isso é impossível que as duas pessoas se consultem.” Meishu-Sama praticava o tinkon, um método religioso antigo que consiste em serenar a alma, excluindo os próprios sentimentos, e tornar-se uno com Deus. Para isso, a pessoa se senta sobre as pernas dobradas, com os braços cruzados e os olhos cerrados, e planeja o engendramento da própria espiritualidade, tendo por objetivo a união com Deus. Considera-se que, repetindo essa prática, a pessoa recebe poderes Divinos, através dos quais lhe é possível curar doenças e manifestar diversos milagres. Um caso no decorrer de uma prática de tinkon: “O fato que vou contar aconteceu no início das minhas pesquisas e experiências sobre a cura das doenças. Eu dava assistência a uma jovem de dezenove anos que sofria de doença pulmonar em terceiro grau. Com a aplicação do segundo, tratamento, verificou-se algum efeito positivo. No início do terceiro, a Sra. M., mãe da jovem, de aproximadamente cinqüenta anos, que estava ao lado observando, de repente se levantou e ficou meio inclinada. Apresentava uma fisionomia triste e, parecendo querer me agredir, falou: - Você quase me destruiu. Quando eu já ia conseguindo matar essa moça, você interferiu e salvou-a. Estou realmente muito zangado, por isso vou fazê-lo sofrer. Como era voz de homem, fiquei deveras surpreso e perguntei:

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- Mas quem é você? Fique calmo! Quando consegui acalmá-lo, ele sentou-se pesadamente e declarou: - Meu nome é Hirokiti. Então, indaguei: - Qual a sua relação com esse corpo? - Sou irmão mais novo da quarta geração dos ancestrais dessa família. - Mas por que encostou nessa jovem e tentou matá-la? - Eu abandonei meu lar e morri fora de casa. Por estar de relações cortadas com meus familiares, ninguém se importou comigo. Desejando que me sufragassem, fiz tudo para que eles despertassem para esse meu desejo; provoquei doenças, inclusive, mas até hoje ninguém percebeu. Fiquei muito injuriado, por isso vou matar essa moça. Creio que, assim, alguém perceberá. - Você veio do Inferno, não? - Sim, estive muito tempo no Inferno. Como não queria ficar mais lá, fugi, com a intenção de que me sufragassem. - Mas você sabe que, se fizer o que está pretendendo, cairá num nível infernal pior, do que aquele onde estava até agora? Ao ouvir minhas palavras, o espírito mostrou-se muito surpreso e perguntou-me: - Isso é verdade? - É verdade. Sou uma pessoa que executa as tarefas de Deus e de modo algum posso mentir. E também prometo sufragá-lo. Assim, apresentando-lhe vários argumentos, acabei convencendo-o. Tendo finalmente compreendido, ele decidiu colaborar comigo na cura da moça. Hirokiti era um homem simples e de bons sentimentos; suas maneiras e sua linhagem eram próprias das pessoas nascidas em Tóquio. Parecia ser um

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adesão da periferia daquela cidade, do fim da Era Tokugawa (1600-1867). Durante todo o tempo em que o espírito permaneceu encostado na Sra. M., ela esteve totalmente inconsciente. Era realmente uma médium ideal. Depois disso, a doença de sua filha foi caminhando favoravelmente para a cura.” Meishu-Sama dedicou-se à pesquisa do Mundo espiritual através das experiências com os fenômenos de encosto que acompanhavam o tinkon. “No tempo em que eu era comerciante, havia em meu escritório uma funcionária de vinte anos mais ou menos, estudante da Escola de Belas-Artes. Meu trabalho era relacionado à Arte, e ela fazia os desenhos. Seu nome era T. Certo dia, uma colega sua de escola, moça bonita de dezoito ou dezenove anos, chamada U., veio visitá-la. Como T. estava ocupada, pedi-lhe que esperasse na sala. Ao olhar casualmente para essa moça, percebi que ela se encontrava muito deprimida e intranqüila. Não conseguindo conter-me, dirigi-me à sala onde T. trabalhava e fiz-lhe perguntas sobre a colega. No começo, ela não queria dizer a verdade, mas, devido à minha insistência, acabou contando-me tudo. Durante longo tempo, T, e U. mantiveram relações homossexuais, porém, recentemente, a mãe de T. descobrira o caso e advertira a filha com rigor, dizendo-lhe que teria que afastar-se de U. ou, então, deixar a escola. As duas haviam discutido o problema e resolvido se suicidar juntas, naquela noite. Impressionado, levei T. para outra sala e fiz-lhe exame espiritual, constatando que ela estava com encosto do espírito de um pato. Ele confessou que encostara em T. há alguns meses e se apaixonara pelo espírito de rouxinol encostado em U. Pude, então, compreender que era essa a causa do problema. Com a repreensão que lhe dei, o espírito acabou se afastando da moça. Consequentemente, como no despertar de um sonho, o amor de T. em relação a U. desapareceu, e assim elas continuaram sendo

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simples amigas. Até chegar a esse ponto, tive, sem dúvida, que realizar vários tratamentos espirituais. Através desse caso, descobri que a causa do amor é espiritual, e, também, que é possível solucionar um problema resolvendo apenas um dos lados. Talvez as pessoas da atualidade achem que essa descrição, feita em termos superficiais, seja produto da minha imaginação. Na verdade, porém, trata-se da explanação de pontos coincidentes entre levantamentos e estudos que fiz durante mais de vinte anos com inúmeros espíritos, através de médiuns e de todos os meios possíveis. Por isso, podem estar certos da veracidade do que lhes estou transmitindo. Crendo nos fenômenos espirituais, poderemos apreender a causa fundamental da verdadeira felicidade para obtermos a perfeita paz de espírito, é necessário profundo conhecimento de tais fenômenos, seja qual for a Fé que professemos.” Experiências com a sua própria esposa: “Há alguns anos, minha esposa, repentinamente, começou a ter febre e tosse e a escarrar sangue. Apresentava sintomas de tuberculose de terceiro grau. Imediatamente lhe apliquei o nosso tratamento, mas com pouco resultado. Após dois ou três dias, o problema oscilava: ora ela melhorava, ora piorava. Imaginando que a causa poderia ser espiritual, procurei verificar se havia encosto. Realmente havia. Era de um rapaz chamado Suzuki, falecido há mais ou menos um ano. Esse rapaz sofria de tuberculose e, na época, eu lhe dei assistência. Ele vivia com o pai, que, devido ao prolongamento da doença, gastou toda a sua fortuna, ficando paupérrimo; em conseqüência disso não foram feitos suficientes Ofícios Religiosos em sufrágio do espírito do filho. Este, sentindo-se solitário e insatisfeito no Mundo Espiritual, encostou em minha esposa, a fim de que eu o sufragasse. Falou isso pausadamente, usando a fala de minha esposa. A fisionomia e a voz eram realmente de Suzuki. Então eu lhe

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disse: "Amanhã à noite farei Ofício Religioso para você, mas deixe esse corpo imediatamente". O espírito ficou contente e, com palavras de profundo agradecimento, afastou-se. Assim, minha esposa voltou ao seu estado normal, como se nada tivesse acontecido. Eu próprio fiquei deveras surpreso com esse fato tão evidente. Até hoje estou sufragando aquele espírito em minha casa. O caso a seguir também aconteceu com minha esposa. Repentinamente ela teve um espasmo estomacal, contorcendo-se e debatendo-se com uma dor violenta no estômago. Apliquei-lhe o tratamento, mas a dor, embora tenha melhorado, não passava. No local, havia uma bola de aproximadamente 3 cm, que aos poucos foi se deslocando para cima. Quando chegou à altura da garganta, minha esposa gritou: "Não agüento mais!" Achando que se tratava de encosto, perguntei: "Quem é você?" O espírito quis responder, mas não conseguiu. Percebi que era o espírito de uma pessoa que morrera de derrame há uns três meses, e pedi-lhe para confirmar. Ele confirmou. Em seguida, fiz-lhe várias perguntas, através das quais fiquei sabendo que seu objetivo era pedir-me que parasse de comentar com outras pessoas seus pontos negativos enquanto estivera no Mundo Material. De fato eu havia comentado algumas vezes. Então lhe pedi desculpas, prometendo nunca mais fazer aquilo. Contente, o espírito agradeceu e foi embora. Depois de sua partida, minha esposa voltou ao normal. Desde os tempos antigos dizem que não se deve falar mal de pessoas falecidas; realmente é uma verdade.” No dia 8 de fevereiro de 1930, escreveu o seguinte poema: “Tenho a forte impressão De que em junho deste ano Receberei uma grande missão.” No dia primeiro de junho de 1930, que correspondia no antigo calendário ao dia 5 do mês 5 do ano 5 e, no signo zodíaco,

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ao ano do cavalo, ao mês do cavalo e ao dia do cavalo. Dessa coincidência rara entre números e signos conscientizou-se de que, juntamente com a força de salvação do Kannon que atuava através dele, a bola de Luz que se alojava no seu ventre aumentava dia-a-dia. Naquela data erigiu, num canto do jardim de sua casa, uma torre de pedra constituída de treze seções superpostas, à qual deu o nome de Torre de Miroku. Exatamente por aqueles dias salvou um jovem, que estava para se suicidar juntamente com uma meretriz, ao retirar-lhe um espírito de raposa encostado. O jovem, porém, continuava de olhos cerrados e com as palmas das mãos unidas. Finalmente abriu os olhos e, com uma fisionomia muito impressionada, disse que havia visto uma cena interessantíssima. Falou que alguém estava tocando ‘koto” e que o som era belo e nobre. Embevecido, percebeu encontrar-se num santuário muito espaçoso. No fundo, havia uma pessoa de costas, vestido com trajes litúrgicos, subindo uma escada. - Se você viu uma pessoa de costas, não podia ter reconhecido quem era. - Tenho a certeza de que era o senhor. Como à esquerda do lugar onde o rapaz estava sentado ficava o Altar, Meishu-Sama interpretou que ele tivera a faculdade da visão espiritual. Um mês depois, no dia 21 de julho: “Saí de casa às nove da manhã Para realizar a importante Obra Divina De escalada do Monte Fuji.” O objetivo da escalada era visitar um santuário. Um dos acompanhantes da comitiva teve a visão espiritual da bela deusa Kannon de 18 anos que estava assentada no Monte Fuji. Alegre, ela agradecia a escalada feita pela comitiva. [Aliás, no Templo de Assakussa a estátua de Kannon é de apenas cinco centímetros e seis milímetros (5,6 cm) de altura, o que, pela medida japonesa, equivale a um sum e oito bu (=18)].

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Meses depois, em 6 de dezembro de 1930, assistiria um parto misterioso que o faria abandonar por completo o comércio e tomar a decisão de dedicar-se unicamente à Obra Divina. Uma menina de sete anos com dores iguais às de parto, diante de uma estatueta de Kannon, se recobra e sente uma grande vontade de tomar um copo de leite. Meishu-Sama explicou que: “Ela deu à luz Kannon” Início de 1931, aos 48 anos: “Hoje estou abandonando O comércio de miudezas Que comecei há vinte anos.” “A partir de hoje Finalmente vou viver Exclusivamente para a Obra Divina.” “(.) Sem lamentar o que ficou para trás.” Nidai-Sama descreve a generosidade de Meishu-Sama ao deixar seus negócios: “Empenhava-se constantemente em melhorar a sorte dos outros. Por exemplo: quando estava se preparando para devotar exclusivamente sua vida a atividades espirituais, generosamente, dividiu entre seus empregados, seu próprio negócio, fruto de anos de árduo trabalho.” Meishu-Sama: “Finalmente decidi dedicar-me de corpo e alma, obedecendo à Ordem Divina. Sentia maior segurança, mas também sentia maior solidão. Naturalmente, eu não tinha uma vida fácil, economicamente falando, e, em princípio, só dispunha do suficiente para me manter durante alguns meses, não havendo qualquer perspectiva de renda certa. Era uma vida extremamente insegura, mas os milagres e revelações me faziam esquecer a preocupação financeira, de modo que a vida se tornava realmente alegre. Uma vez que eu havia cortado a minha fonte de renda, tornou-se impossível saldar as dívidas que ainda me restavam, e

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os agiotas começaram a me pressionar. Os agradecimentos em forma de dinheiro que eu recebia pela cura de doenças através da Fé eram quantias irrisórias, e tive de economizar ao máximo, agüentando viver nas mais precárias condições, a fim de poder saldar as dívidas aos poucos. Agora estou passando dificuldades, como pode ver, mas logo começará chover dinheiro.” “Certo dia, Nidai-Sama me disse brincando: "Eu posso pedir a Meishu-Sama quantos vestidos quiser, pois, no início, ele levou toda a minha roupa para casa de penhores, e disse-me: 'Daqui a algum tempo, comprarei tantas roupas quantas você quiser, mas, no momento, ofereça tudo para a Obra Divina.' Assim, doei toda a minha roupa." Como se pode observar nesse comentário de Nidai-Sama, houve época em que Meishu-Sama passou por sérias dificuldades financeiras. Transição da Era da Noite para Era do Dia e Johrei. Em meados de maio de 1931, aos 48 anos, recebeu a Ordem de Deus: “No dia 15 de junho, vá ao Templo Nihon, na montanha Nokoguiri.” Meishu-Sama: “Seu nome é Nihon e não existe outro com o mesmo nome. Além do mais, ele fica na montanha denominada Kenkon, nome que significa ‘Céu e Terra’. Por isso, esse templo possui um grande significado.” Às três horas da manhã do dia 15 acompanhado de vinte homens, entre os quais dois fotógrafos, e oito mulheres, perfazendo um total de vinte e oito pessoas: “Adentrando pela escuridão Do caminho da Montanha, Alcançamos o topo Com a ajuda da lanterna.”

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Em direção ao Sol que se levantava, entoou-se em voz alta a oração ‘Amatsu Norito’. Naquele instante, Meishu-Sama sussurrou: ”Algo misterioso ocorreu” “No maravilhoso Dia 15 de junho de 1931 Abriram-se as portas do Céu.” Um dos acompanhantes registrou suas impressões: “Nós não tínhamos condições de penetrar na parte mais profunda daquele acontecimento Divino, mas foram dois dias paradisíacos, repletos de extasiante emoção, de alegria inigualável.” Nidai-Sama registrou: “Certo dia em 1931, quando morávamos em Omori, Meishu-Sama recebeu, de Deus, a ordem para ir ao templo Budista Nihonji, no Estado de Tiba. Assim, no dia 14 de junho, tomamos o trem em Ryogoku com um grupo de 28 discípulos. Naquela noite chegamos ao templo de Nihonji, mais ou menos a um quarto do caminho, no Monte Nokoguiri. Meishu-Sama e todos nós da sua comitiva, tivemos uma agradável conversa até tarde da noite com o Reverendo Tanaka, o monge superior do templo, e nos despedimos com grande sentimento de gratidão pela calorosa hospitalidade que nos dispensou. Após descansarmos um pouco, levantamo-nos às 3 horas da manhã e nos preparamos para subir ao pico da montanha. Como ainda estava escuro, levamos lanternas. Quando, estávamos na metade da subida, a primeira luz da aurora começou a aparecer. Naquela hora, o tempo ainda estava tão nublado, que nos impedia de ver coisa alguma em nosso caminho. Alcançamos, finalmente, o cume e com nossos corações ligados a Deus, esperamos em estado de oração, o raiar do sol. Levou algum tempo até que o sol se levantou brilhante através da neblina, envolvendo-nos numa atmosfera de grande esplendor,

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Com maior luminosidade, tivemos uma vista das planícies de Kanto e bem à nossa frente, pudermos ver o monte Seitho, a montanha onde Nitiren, o fundador da seita budista Nitiren, tinha alcançado sua iluminação. A grandeza do panorama estava além de qualquer descrição. As palavras não são suficientes para traduzir nossas emoções. Parecia que estávamos numa esfera celestial. Todos nós externamos o deslumbrante encantamento que surgia das profundezas de nossos corações. Seguindo a liderança de Meishu-Sama, entoamos oração "Amatsu Norito". A mística atmosfera que nos envolveu e o poder imenso que sentimos, permanecem indeléveis em minha mente.” Antes de prosseguir a narração a respeito do que ocorreu na época da transição, considera-se a indagação constante: Em que a Doutrina Messiânica se baseou para dizer que começou essa mudança no Mundo Espiritual a partir dessa data? A resposta a esta pergunta pode ser a seguinte. Todas as religiões têm um Mestre, aquele que começa uma religião. Por exemplo, se vai no Cristianismo, lá eles dizem: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." Em que Jesus se baseou para falar isso? O estado de iluminação do Kenshinjitsu é que faz essa pessoa entrar em contato com Deus e receber a intuição e falar. Por analogia, na Messiânica, é Meishu-Sama quem está falando: “Começou uma mudança no Mundo Espiritual". Isso, também, não deixa de ser um dogma, porque são coisas que não podem ser provadas, mas, à medida que se vai elevando espiritualmente, que se vai comprovando as coisas, tudo deixa de ser dogma, porque passa a ser uma coisa com base científica, com provas. Então, muitas coisas que eram dogmas no passado, estão deixando de ser agora. E muitas coisas que agora são dogmas, deixarão de ser no futuro. Mas, basicamente, toda a orientação, é na crença em Meishu-Sama, como a decorrente de que todas as suas profecias se realizaram.

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Prosseguindo a narração do que ocorreu na época da transição:

Durante os três dias que se seguiram, ocorreram fenômenos misteriosos relacionados com o acontecimento Divino vivenciado no Templo Nihon. Eles mostravam qual seria o destino de Meishu-Sama e a transformação do mundo. O primeiro fenômeno foi na descida do topo quando viu uma estátua budista sem cabeça. Ali compreendeu que no mundo budista estava se processando uma grande mudança, ou seja, a Era da Noite estava se encerrando. “Será que metade Das estátuas de Rokan erigidas Não têm cabeça porque existem Muitas pessoas sem coração?” Outro fenômeno foi, no entardecer daquele dia, quando realizou um ofício religioso na casa de um membro. Ali, observou que o nome deste queria dizer ‘revelação’. Um outro fenômeno ocorreu no dia seguinte: Um tamanqueiro que gostava de receber seus ensinamentos, falou-lhe com um ar muito sério: “Pela manhã, tive um sonho terrível”. E contou que um amigo seu de rosto semelhante ao de Sakyamuni, cavando um buraco na rua com expressão muito triste, lhe disse: ‘Sr. Koike, o mundo é realmente sem graça. Afinal, nós cavamos o buraco para nós mesmos entrarmos nele’. Contou também que alguém jogara uma pedra no pequeno lago existente na casa de Meishu-Sama e que, na superfície da água, formara-se um círculo que foi se expandindo cada vez mais, até que se tornou do tamanho do mundo. Um número infinito de pessoas ia sendo engolido por esse redemoinho e morrendo. Por fim, o redemoinho desapareceu. Quando cessaram os gritos de agonia o local ficou deserto, só vendo figuras de Kannon em vários pontos. Meishu-Sama, além de perceber no sonho a confirmação da previsão de Sakyamuni sobre a extinção do budismo e a

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indicação de que ele seria o continuador de Buda, entendeu que a construção do Paraíso Terrestre se daria pelas edificações de solos sagrados. Ele então disse para Koike: “Esse sonho foi uma mensagem que Deus me mandou através de sua pessoa, não tem nenhuma relação com você. Por isso, não se preocupe. A providencia Divina constrói todas as coisas em dimensões extremamente pequenas e vai ampliando-as pouco a pouco, até que elas se tornem mundiais. Isso é realmente misterioso e também se aplica ao Mundo Material: quando o homem vai construir algo grandioso, primeiro faz o modelo e só depois dá início à obra.” “De manhã cedo Recebi, por telefone, O comunicado De que Koike Seizaburõ Morrera afogado.” Captando o significado da revelação que recebera, expressou: “Não há dúvida de que ‘Paraíso Terrestre’ e o ‘Mundo’ de Miroku, anunciado por Buda, a chegada do ‘Reino dos Céus’, profetizada por Cristo, têm o mesmo significado. A diferença é que não se fez indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se aproxima.” “O Deus Amaterassu Oomikami é a mais elevada divindade do Japão, entretanto não é o Deus Supremo, ou seja, ele é o Deus do Sol. O dia 15 de junho é o aniversário do deus Amaterassu, e o sentido esotérico da palavra ‘aniversário’ é ‘nascimento do Sol’. Quando fui ao Templo Nihon, era o dia 15 de junho de 1931, e esse dia corresponde ao nascimento do Sol no Japão. Isso representa o Alvorecer do Mundo.”

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“Kannon vai Concretizar, em breve, Os ensinamentos De Sakyamuni, Confúcio e Yasso.” “Dando o sinal de que surgiu A tão almejada salvação, Vou despertar a humanidade.” O estabelecimento da forma do Johrei se deu em duas fases. Na primeira fase, o objetivo deste era curar doenças. Por volta de junho de 1930, começava-se com a entoação da Amatsu Norito, reverenciava-se com as mãos unidas, pressionava-se a região enferma com os dedos, passava-se nela a palma da mão e soprava-se o local. Já em 1932, estendia-se a palma da mão em direção da pessoa e entoava-se em silêncio, três vezes, a oração de contagem dos números sagrados. Outra forma consistia em escrever no ar com o próprio dedo: ‘Que esse interior seja purificado’. Ou, então, falar: ‘Dor de cabeça, deixe esta criatura’. Além destes, empregava-se também o método de, após fazer a prece com as mãos unidas, levantava-se a mão em direção da pessoa e, ao mesmo tempo, dava-se um sopro. Logo na fase inicial do Johrei, Meishu-Sama permitiu que outros o aplicassem: “Sr. Takei, hoje eu vou permitir que o senhor aplique uma vez o tratamento através do Espírito da Palavra, experimente”. E assim ele fez: “Sr. Hida, deite-se aí. Hoje quem vai lhe fazer o tratamento sou eu. Dor de barriga deixe o Sr. Hida. Como está?” Sr. Hida ficou bastante surpreso ao constatar que a dor que sentia ainda há pouco instante atrás passara sem deixar o menor vestígio, e o Sr. Takei mais ainda. A respeito dessa época, um dos filhos de Meishu-Sama conta: “Na época em que residíamos em Õmoni, havia lá muitos doentes em estado que requeria internação. Eram portadores de doenças mentais ou tuberculose, e nós convivíamos com eles.

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Lembro-me de que ele fez uma experiência para saber o grau de diferença no processo da cura: não fazer nada, deixando a cargo da natureza, ou ministrar Johrei. Todos os dias chegavam muitos doentes, que às vezes ocupavam até o quarto das crianças, mas ele ministrava Johrei nessas pessoas com todo amor.” Assim, somando diversas pesquisas, estabeleceu em 1934 o que seria chamado de Johrei. Entretanto, na época, o método ainda não tinha esse nome. Até aquela data, chamava-se ‘tinkon’, depois ‘shijutsu’ (técnica de aplicação), ‘tiryõ’(tratamento), após a Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1947, ‘okiyome’ (purificação). Só meses mais tarde seria chamado de Johrei. A Luz que irradiava de Meishu-Sama era intensa. Em 4 de janeiro de 1934, o papagaio que empinava emitia raios de luz violeta para todos os lados, num raio de mais ou menos dois metros. “Segure um pouco, que eu vou ao toalete.” Ao entregar o cordão do papagaio, a luz apagou-se instantaneamente. Entretanto, quando retornou e pegou o cordão, novamente ela se expandiu no céu. Alguém ao seu lado, admirado, perguntou-lhe a razão daquele fato misterioso, o que respondeu: “Não é nada demais. A Luz que se irradia do meu corpo, passa de mão para o fio e, chegando ao papagaio, não tem mais campo para ser transmitida. Começa, então, a irradiar-se. É só isso.” Desligamento. Neste ponto: Desentendimentos na religião; Atarefado e exausto na Salvação; Finalmente a saída.

Desentendimentos na Religião. “Á medida que meu poder Vai aumentando dia após dia Aumentam os fiéis que me seguem.”

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“Que alegria é ver aumentar, A cada dia, a cada mês, As pessoas que acatam minhas palavras.” Em 1931, ao realizar intensas pregações como ‘divulgador’ sacerdotal da Oomoto, começou a formar discípulos, mas também começou a entrar em conflito com esta religião: - Sr. Okada, é muito bom curar doenças. Mas não é bom que faça apenas isso. Gostaria que o senhor se empenhasse nas campanhas ideológicas. - Sei disso muito bem. Mas eu recebo pedido de vários lugares e por ora não tenho tempo para campanhas. Além do mais, acho que, no momento, importante é salvar os que estão sofrendo. Com campanhas não é possível salvá-las de forma direta. Em outra ocasião, um dos diretores da Igreja repreendeu-o publicamente. Além de ofendê-lo, perante um grande número de fiéis, queimou no braseiro os ‘ohineri’ feitos por ele. Um dos seus discípulos assim se referiu à situação: “Naquele momento, vendo-o passar tanta vergonha na frente dos fiéis, senti muita pena dele. Entretanto, ele agüentou tudo quieto, sem dizer uma palavra.” A partir de 1932 o Japão vai caminhando para Segunda Guerra Mundial, a democracia foi sofrendo opressões. Nessas condições sociais, a Oomoto colocava grande empenho nas campanhas ideológicas. Ao passo que ele continuava considerando mais importante salvar pessoas concretas que sofriam, através da distribuição dos sagrados amuletos e ‘ohineri’ confeccionados por si. “Três anos mais tarde, na primavera em [11 de fevereiro] 1932, um jovem que eu não conhecia, adepto da Oomoto, acusou-me de estar causando grandes transtornos dentro da instituição. Aos gritos, condenava-me por estar fazendo Omamori [significa em japonês talismã, mais tarde, Meishu-

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Sama a substituiu por Ohikari (Luz) para evitar confusão de sentido, uma vez que no Ocidente talismã tem outra conotação] - símbolo de grande importância para a Religião Oomoto - e distribuindo-os aos membros. Segundo ele, minha atitude constituía séria profanação. Não poderia, por isso, permitir que eu continuasse vivo. Ameaçou, então, matar-me caso eu continuasse fazendo Omamori. Repetia euforicamente que, embora sacrificando a vida dele, tiraria a minha. Ao proferir essas palavras, sacou do bolso uma pequena espada e a cravou no tatami. Quando estava nesse estado de revolta, o jovem tinha pescoço e rosto avermelhados; não parecia uma pessoa normal. Os olhos saltados, cor de sangue, faiscavam raivosamente. Tive, naquele instante, a nítida certeza de que o Dragão Vermelho se havia encostado nele para me destruir. Na verdade, viera desafiar o Dragão Dourado. Decidi nessa hora que não me deixaria derrotar por satã. Eu havia sido autorizado pelo próprio mestre Deguchi a fazer os Omamori. Recusei-me, por isso, terminantemente a atender as exigências do Dragão Vermelho. De repente, no momento quando o jovem parecia estar prestes a cometer o assassinato, a cor do seu rosto mudou e ele se agachou, gemendo agoniado. Perguntei-lhe o que sentia. Respondeu-me dizendo tratar-se de uma insuportável dor de barriga. Disse-lhe, então, para continuar deitado que eu iria curá-lo. Comecei a ministrar-lhe Johrei; logo depois, melhorou. A seguir, o jovem mudou completamente de atitude. Acalmou-se e me pediu para acompanhá-lo no dia seguinte, à sede da Oomoto em Kameoka, Quioto, pois queria falar com o mestre Deguchi. Estando já diante de Deguchi, ouvimos dele a seguinte afirmação: “Eu mesmo não posso fazer Omamori. Tal permissão só foi concedida por Deus à minha filha Kyoshu-Sama, que será a terceira líder espiritual da Oomoto. Naturalmente, também os

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membros não poderão confeccioná-lo. Okada-San (Meishu-Sama), contudo, é uma pessoa muito especial. Procure, então, aparecer o menos possível”. Com essas palavras, o jovem obteve a confirmação do que eu já lhe havia explicado e a questão foi encerrada.” Mas os ressentimentos e as hostilidades continuaram. Era natural, entretanto que a Oomoto, desenvolvendo suas atividades como entidade religiosa organizada, tomasse uma posição rigorosa em relação a ele que estava seguindo um caminho próprio. Nidai-Sama ao escrever sobre o progresso espiritual através do programa da Luz Divina parece estar recordando o que seu esposo havia passado naquela época: “Meishu-Sama lembra-nos que o principal objetivo da religião é purificar o ser espiritual e a mente, bem como permitir que a alma possa expressar-se livremente.” Em 1932, com 50 anos, nasce o seu sexto e último filho, Kunihiro, que é mudo. Atarefado e exausto na Salvação. “Chegam seguidos doentes, Mesmo antes que eu possa Abrir os olhos. Estou ficando muito atarefado.” “Meu resfriado Ainda não passou. Como sofro indo Nas noites de frio!” “Indisposto apliquei o ‘tinkon’ Em grande número de pessoas “A Obra Divina vai ficando Cada vez mais pesada. Meu corpo e minha mente

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Estão exaustos.” Ia a longínquas cidades. Certa vez pegou um trem noturno chegando às quatorze horas e trinta minutos do dia seguinte, ministrou Johrei num menino enfermo e partiu nessa mesma noite às vinte horas, recebeu pela manhã telegrama dizendo que o estado da criança se agravara e imediatamente retornou. E fez tudo isso sabendo o seguinte: “Na primeira vez que vi o menino, achei que ele não se salvaria, mas senti tanta pena dos familiares que estavam cuidando dele com tanto empenho, que não tive coragem de dizer-lhes que não havia mais jeito.” Orientava aqueles que o procuravam, esquecendo-se até do transcorrer das horas: “O Senhor X vai embora Contente e orgulhoso Da Obra Divina Que lhe expliquei Durante cinco horas.” “Com a permanência De cinco a seis fiéis, Passamos a noite Em claro, falando Sobre os benefícios da Fé.” Para salvar não se importava em cair no Inferno: “Quando eu pertencia à religião Oomoto, alguém me disse: "Quero ser salvo ao Paraíso. O que devo fazer?" Dei risada e respondi-lhe: "Eu não penso assim. Tenho o desejo de salvar o maior número possível de pessoas ao Paraíso, e não me importo se tiver que cair no Inferno." Desenhava imagens de Kannon para serem usadas como Imagem da Luz Divina e proteção. Relataram-se diversos milagres com estas imagens. Um desses foi o restabelecimento de uma pessoa que ficara neurótica depois do parto. Ela ao reverenciar a Imagem

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que havia entronizada em sua casa, Kannon saiu do quadro e deu-lhe diversas orientações [assim como uma voz saí do telefone aconselhando], graças às quais pôde voltar ao normal. Outra benção foi na proteção dos ônibus. Os acidentes acabaram por completo, depois que se colocaram os protetores. “Fiquei a confeccionar, Com quarenta e cinco pessoas, Até tarde da noite, Os protetores contra acidentes de trânsito Para serem colocados nos ônibus municipais.” Finalmente a saída. “Comecei o método de terapia pela Fé no mês de maio de 1934, alugando uma casa de cinco cômodos por setenta e sete ienes. Estava situada na Rua Hiraga-tyo, no bairro de Koji Mati (Tóquio). Achei que era uma casa boa demais; entretanto, como as condições eram ótimas, decidi alugá-la. Na época, ainda tinha muitas dívidas, mas fiz esse empreendimento pensando em praticar a filosofia para qual despertara através delas. As idéias sobre esse principio filosófico me foram fornecidas pela Grande Natureza. Podemos entendê-lo observando os seres humanos. A criança recém-nascida, com o passar dos meses e dos anos, vai crescendo cada vez mais, e a sua força e inteligência tornam-se adultas. O mesmo acontece com as plantas. Plantando-se uma pequena semente, ela germina, formando um broto; a, seguir saem duas folhinhas e, depois das folhas propriamente ditas, o caule se desenvolve, os galhos se expandem, até que a planta se torna uma enorme árvore. Esta é a verdade. Portanto, os seres humanos precisam seguir esse exemplo. Eu tive a revelação de que, praticando fielmente o principio acima, não deixaria de obter, grande sucesso. Decidi,

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pois, em qualquer empreendimento, partir da menor forma possível.” “Instalei [no dia primeiro de maio] um centro terapêutico em Kõji, no centro da cidade imperial, e almejo alcançar o meu objetivo de salvar o mundo. O Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo Okada, iniciado por mim, é uma decorrência da sensibilidade espiritual que repentinamente me foi atribuída há oito anos por Kannon, o qual me deu um grande poder para curar todo e qualquer tipo de doença. Os resultados alcançados foram verdadeiramente surpreendentes: as enfermidades mais sérias, casos mais graves, como milagres de Deus, foram completamente curadas”. Em julho de 1934, seus discípulos discordaram de um dos diretores da Oomoto em torno da distribuição do jornal desta religião. Os discípulos pediram perdão ao Mestre Meishu-Sama por terem causado esse problema, mas ele captou a atuação de Deus por trás dos acontecimentos. Assumindo a responsabilidade, entregou pedido de afastamento no dia 15 de setembro. A partir daí, iniciou uma nova caminhada. Passado 17 anos, parece escrever lembrando-se desta experiência: “Quando eu era da religião Oomoto encontrei as seguintes frases: "Não há coisa mais temível do que o 'ga' [Espírito Secundário]; até divindades cometeram erros por causa dele". E também: "Devem ter 'ga' e não ter 'ga'; é bom que o tenham, mas não o manifestem". Fiquei profundamente impressionado pela perfeita explicação da verdadeira natureza do “ga" em frases tão simples. É escusado dizer que elas me induziram a uma profunda reflexão. Havia, ainda, esta frase: "Em primeiro lugar, a docilidade". Achei-a extraordinária. Isso porque, até hoje, para aqueles que seguiram docilmente meus conselhos, tudo correu bem, sem fracassos."

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2. MESSIÂNICA 2.1. Criador de uma Ultra-Religião. De 1935 a 1943, ou seja, dos 52 aos 61 anos. Neste item: Fundação da Igreja; Pressões, milagres e espera do momento oportuno; Igrejas Kannon e Miroku. Fundação da Igreja. Neste ponto: Imagem de Kannon e Oração Zenguen Sandji; Dai Nippon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu; Publicações, Cursos de Iniciação e Ohikari. Imagem de Kannon e Oração Zenguen Sandji. Meishu-Sama expressa em forma de poema sua profunda relação estabelecida com Kannon: “A Obra Divina avança cada vez mais, E eu vou ficando atarefado. Finalmente sou o Kannon de Mil Braços.” Em 2 de outubro de 1934, cumprindo Orientação Divina, iniciou confecção de Kannon de Mil Braços sentado sobre uma flor de lótus em cima das nuvens. “A partir de hoje Ficou decidido desenhar

O quadro de Kannon Na sala do segundo andar Da casa de Kanetaka.” No dia 19 de outubro, uma semana depois que recebeu uma foto misteriosa onde se via Kannon de Mil Braços saindo de seu corpo, esposo de Kanetaka voltou bêbado:

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“Quando já estava Quase no meio do desenho Do Kannon de Mil Braços, Avisaram-me De que o marido de Kanetaka O rasgara.” Meishu-Sama compreendeu que a destruição do quadro que estava pintando não era uma desgraça; era motivo de gratidão. Pois Kannon, insatisfeito com tal figura, estava ordenando que ele pintasse outro quadro, tendo como modelo a figura que aparecera na foto: “Hoje comecei a pintar, A segunda imagem Do Kannon de Mil Braços.” A nova imagem sentada em cima de uma rocha, simbolizava mais o Plano Divino. Mostrava que a salvação do mundo não seria realizada no Céu, e sim, na Terra. Nesta época ocorrem profecias. Certo dia do ano de 1934, num dos cultos regulares, Meishu-Sama fez uma profecia sobre a Segunda Guerra Mundial. O ponto principal de suas palavras foi o seguinte: "Dia virá em que a Grã-Bretanha, os Estados Unidos da América do Norte, a França, a Rússia, e a China constituirão uma aliança entre si contra o Japão. Como conseqüência disso, o Japão perderá a Coréia, Mandchúria, a Ilha Sakhalin, Formosa e as Ilhas da Micronésia. Depois disso, o Japão não mais possuirá exército ou marinha. As classes privilegiadas, a aristocracia e os ricos sofrerão grandes dificuldades. A crise nacional está bem próxima, irromperá uma guerra entre o Japão e o resto do mundo, e passaremos por uma época de muito sofrimento. Será sem dúvida um período grave e tormentoso, em que o Japão ficará completamente isolado. É certo que essa crise está se aproximando."

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Era uma época em que o imperialismo predominava no Japão, sem qualquer oportunidade de penetração de outras idéias, de modo que Meishu-Sama falou sobre isso apenas com os amigos mais íntimos e de maior confiança. Se sua profecia houvesse sido contada às autoridades governamentais, Meishu-Sama teria enfrentado mais problemas do que se possa imaginar. Dez anos mais tarde, contudo, a maior parte de sua profecia havia acontecido. No ano de 1934, em virtude dos violentos ventos causados pelo tufão que açoitou a região de Muroto, o famoso pagode de cinco andares de Osaka, desabou. Poucos dias antes, ao dar orientação aos seus discípulos, Meishu-Sama casualmente disse: "O pagode vai desmoronar.". Um comissário de polícia presente manifestou-se sobre isso dizendo: "Meishu-Sama, o senhor não deveria dizer essas coisas! Não é bom! É por isso que as autoridades estão observando o senhor." Meishu-Sama sorriu e respondeu: "Oh, você não me deu tempo para completar. Eu ia acrescentar que sonhei que havia visto o pagode desabando." Meishu-Sama continuou, então, sua palestra como se nada importante houvesse acontecido. Ele havia previsto esse evento antes que o tufão irrompesse. Foi uma prova de seus atributos de profeta. No dia 4 de dezembro, em plena preparação para a fundação da Igreja, ordenou: “Venha no Õjin-do trazendo o sutra ‘Kannon’ [um dos mais importantes livros do budismo]. Vou compor uma oração.” O budismo foi introduzido no país há mil e trezentos anos, mas até então tudo seguia o estilo xintoísta. A “Zenguen Sandji’, que ele compôs, constitui o ponto positivo do budismo adaptado ao estilo xintoísta. No fundo, esta oração [onde: ‘Zenguen’ e ‘Sandji’ querem dizer, respectivamente, ‘palavras

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boas” e ‘oração de louvor’] expressa a Providência de Deus referente à Transição da Noite para o Dia, do Mundo de Buda para o Mundo do Supremo Criador do Universo. Dai Nippon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu [mais precisamente: Kannon de Mil Braços]. “No dia 1 de janeiro de 1935 vou fundar uma Igreja sob o nome de ‘Dai Nippon Kannon Kai’ [Associação Kannon do Japão]” “Está quase pronto

O estatuto da ‘Kannon Kai’. É simples, mas bem elaborado.”

Um dos artigos: “Só poderão ser membros aqueles que tiverem entronizado em seus lares a imagem de Kannon e pago a taxa de ingresso, que é de 50 ‘sen’. A mensalidade mínima é de 10 ‘sen’ por pessoa, devendo ser entregue na Sede. Os membros deverão participar de todos os cultos mensais.” No dia, em que completava 52 anos, teve início a cerimônia de instituição provisória da ‘Dai Nippon Kannon Kai’. Sob sua liderança, entronizou-se a grande imagem do Kannon de Mil Braços que havia terminada de desenhar e entoou-se pela primeira vez a oração ‘Zenguen Sandji’ que acabara de compor. Nesse mesmo dia recebeu uma inédita moeda de um centavo, nela estava escrita de um lado ‘Kannon de Mil braços’ e desenhada no verso a sua imagem: “Creio que através de um fato aparentemente insignificante, Deus levou-me ao conhecimento de que o Kannon de Mil Braços faz o trabalho de 1%.” Em 1 de janeiro de 1935, Tóquio, Meishu-Sama fundou oficialmente a Dai Nippon Kannon Kai [primeiro nome da Igreja Messiânica Mundial], com mais de 150 pessoas presentes no culto oficial da instituição, apresentando a seguinte proposição:

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“Com a graça de Deus, pudemos instituir a Dai Nippon Kannon Kai, fato muito alvissareiro. Pretendia fazê-lo mais tarde, mas Kannon estava muito apressado. Hoje, gostaria de falar sobre a construção do Mundo da Grandiosa Luz, que é o objetivo da Kannon Kai. Conforme o seu nome indica, trata-se de um mundo sem trevas é um mundo sem sofrimento, um mundo sem pecados e males. Com o desejo de verem surgir um mundo assim, há milhares de anos que santos, grandes religiosos e outros mentores vêm pregando muitos ensinamentos e desenvolvendo grandes atividades. Entretanto, ele não se concretizou até hoje; não apareceu sequer nada semelhante. Considerando-se que esse mundo não passava de um ideal da humanidade, até o presente duvidava-se de seu advento. Entretanto, eu afirmo que ele vai se concretizar. Qual a base disso? É o Poder de Kannon. Até o momento, esse poder nunca havia se manifestado realmente. Sakyamuni pregou a piedade, Jesus Cristo o amor, e diversos santos ensinaram ao homem o Caminho, mas nenhum deles tinha poder suficiente para fazer com que seus ensinamentos fossem praticados. Finalmente chegou a hora: daqui para frente, o Poder Absoluto vai se manifestar na Terra. Surgirá um poder desconhecido pela humanidade durante milhares de anos e acontecerão fatos que ninguém sequer imagina. O mundo é formado por países, constituídos pelo conflito de seres humanos; os países são constituídos de cidades, bairros e vilas; estes são compostos, de famílias, e as famílias, de indivíduos. Por isso, se o indivíduo, que é a unidade, não for salvo, não há condições para que o mundo o seja. Consequentemente, assim como a Fé Shojo, que visa às vantagens individuais, é errado, a Fé Daijo, que sacrifica o indivíduo, também o é. O indivíduo é salvo e se aperfeiçoa; ampliando-se a isto, o mundo será salvo e se aperfeiçoará.

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Doravante, com o Poder de Kannon, isso será concretizado. Explicando melhor, surgirão lares isentos de doenças, miséria e conflito, e, consequentemente, despontará um mundo isento desses males. A construção do Grandioso Mundo da Luz parece ser muito difícil, mas não é tanto assim; basta que o mundo se encha de lares sem doença, miséria e conflito, pois, com isso, ficará banhado de verdadeira paz. O Poder de Kannon é a Luz do Oriente, da qual se fala desde os tempos antigos. Essa expressão, surgida a esmo, na Antigüidade, encerra um grande mistério. A partir do dia 4 de fevereiro de 1928 - faz sete anos, portanto - adquiri diversos conhecimentos sobre o assunto, por Revelação de Kannon. Pacientemente, esperei pela chegada do tempo certo. Ou melhor, fiquei fazendo os preparativos. Mas vejamos por que a Luz do Oriente só se manifestou nos dias de hoje. As primeiras civilizações que surgiram no mundo foram a chinesa e a hindu. Como acontece atualmente com a civilização européia, elas prevaleceram durante longo tempo, em todo o mundo. Depois, a civilização oriental transportou-se gradativamente para o oeste, dando origem às civilizações egípcia, grega, assíria, etc. e, através da civilização romana, desenvolveu-se a civilização ocidental da atualidade. O fato da civilização oriental ter surgido primeiro que a ocidental, encerra um profundo significado e a Providência de Deus para governar o mundo. A civilização oriental é espiritual e vertical, e a civilização ocidental é material e horizontal. Podemos compreender isso ao observarmos que o pensamento oriental é egoístico e isolacionista, ao passo que o pensamento ocidental é expansionista. Entretanto, ambas as civilizações, crescendo o suficiente e atingindo a fase de maturação, entraram num beco-sem-saída. Assim, tanto o caráter restrito de uma como o caráter amplo da outra são impotentes. A questão, portanto, é saber para onde vão essas duas grandes civilizações.

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Eis a missão da Kannon Kai. A sua união, no final, é a Providência de Deus. O ponto de união é o Japão, e a hora da união, é a partir desse momento. É como se formar um casal. O noivo, chamado Oriente, e a noiva, chamada Ocidente, se casam, e o padrinho de casamento é Kannon. A criança que nascerá dessa união é a ‘Verdadeira Civilização’, o ‘Mundo Ideal’, tão esperado pela humanidade - o Paraíso Terrestre, o Mundo de Miroku. O poder, nunca visto antes, que executará a grande tarefa de promover esse casamento, fazendo nascer uma criança bela e perfeita, é, em suma, o Poder Kannon. Quando a civilização que, até o presente, veio do oeste, atingiu os 99% de seu desenvolvimento, surgiu uma Luz no extremo leste do Japão a Luz do Oriente. Com essa Luz, a civilização que vinha avançando para o leste e que estava destinado a desmoronar, será reformulada e aperfeiçoada, nascendo a civilização ideal, caracterizando-se pela harmonia e pela fusão do vertical e do horizontal. Ela se tornará o caminho da Luz, o da eterna prosperidade, e, ao contrário de antes, avançará cada vez mais para oeste. O ponto de partida da atuação da Luz do Oriente é a instituição desta Igreja. A partir desse momento, daqui da Kannon Kai, situada em Kõji, no centro do Japão, tem início a civilização que avança para o oeste. Será construído o Mundo Perfeito, isto é, o Mundo da Grandiosa Luz, objetivado por nós. Por isso, trata-se de um movimento absolutamente inédito. Deus vinha preparando-o de forma latente há mais de dez mil anos, e finalmente seu momento chegou.” "De acordo com a minha inspiração, a base para a construção do Mundo de Miroku [Paraíso Terrestre], já está pronta no Mundo Espiritual [“Na parte central do Plano Inferior do Mundo Espiritual, o Paraíso Terrestre já está construído. E isso, ao ser refletido para o Mundo Material, pouco a pouco vai se expandindo pelo mundo inteiro. Isso é uma coisa magnífica, mas por outro lado, à medida que essa mudança

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vai se expandindo, é preciso também limpar todas as coisas "sujas" e tantas outras mais que estão estorvando o desenvolvimento da Obra. Para Deus, esta mudança é extremamente sensacional, mas para os demônios e outros espíritos malignos isso representa um grande terror que está se aproximando. Isso porque eles que vinham se portando tranqüilamente; agora chegou finalmente a hora deles quitarem as contas. Assim, à medida que isso vai se expandindo pelo mundo, os demônios vão ficando amedrontados e as pessoas de bem vão se sentindo mais agradecidas. Para mim, até certo ponto, está ficando cada vez mais divertido. É quando a destruição e a construção acontecem ao mesmo tempo. E isso vai se desenvolver de uma forma cada vez mais acelerada.”]. Portanto, não há nenhuma dúvida de que, num futuro bem próximo, concretamente, ela aparecerá sobre a Terra [Plano Intermediário do Mundo Espiritual ou então pelo tempo necessário da Lei da Precedência do Espírito sobre a Matéria, ou seja, do Mundo Espiritual sobre o Mundo Material]." “Desde o princípio venho travando batalha com os demônios. Por isso que nunca tive um único dia em que estive sem nenhuma ocupação ou livre de preocupações. Os problemas estão acontecendo a todo o momento, por isso existe a batalha do começo ao fim. Acho que podemos até chamá-la de "guerra fria", pois é uma guerra onde não se usa armas de verdade. E isso vai continuar até o fim. Assim, o fato de estarmos enfrentando 3, 4 processos judiciais é tudo uma batalha contra o Mal. Como os demônios têm muito medo de mim, agora eles estão fazendo tudo que é possível ao alcance deles. Só que antigamente eles ainda faziam como o que fizeram com Cristo, crucificando-o, mas hoje em dia, o máximo que pode acontecer é fazerem algo como deportar uma pessoa para uma ilha isolada da civilização. Nesse ponto, até que hoje somos agraciados com uma boa época. Ou seja,

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já não existem mais aquelas coisas horrorosas que se faziam antigamente. Pode-se até dizer que estou travando a batalha de forma "confortável". Em outras palavras, toda Religião está condenada a este destino de ser perseguida pelos demônios. Por outro lado, a Religião que for possuidora de grande força, acaba sendo muito mais perseguida do que as outras.” “Dias atrás, fui entrevistado por um jornalista e expliquei-lhe sobre a concretização de um mundo isento de doenças, misérias e conflitos. Após ouvir-me, disse-me que esse mundo idealizado por mim só poderia surgir num futuro muito distante. Repliquei, afirmando que era exatamente o contrário, pois, enquanto estivesse vivo, iria concluir o estabelecimento, pelo menos, das bases desse mundo ideal.” No dia 11 de janeiro de 1935, realizou-se o primeiro culto: “Nossa Igreja foi criada no dia 1 de janeiro de 1935. Meishu-Sama compôs um hino para a cerimônia de inauguração. Zenguen Sandji, em que descrevia o mundo feliz da Nova Era, o mundo de Miroku (o mundo ideal). Na oração Zenguen Sandji ele dizia que "o tempo será perfeito, com ventos em cada cinco dias e chuvas em cada dez dias, nessa ordem exata." Isso aconteceu logo após a divulgação desta oração, pois se teve uma chuva muito forte no último dia de dezembro. No dia seguinte o céu ficou limpo e tivemos bom tempo por mais quatro dias. O quinto dia foi de muito vento e, no décimo, voltou a chover. Naquela ocasião Meishu-Sama disse que o tempo que se havia desfrutado no princípio do ano era um modelo do tempo no futuro, do que Deus agora nos dava uma pequena demonstração. Ficou-se deveras impressionado pela segurança das palavras de Meishu-Sama.

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Nesse culto, Meishu-Sama dirigiu aos fiéis uma palestra sobre Kanzeon-Bossatsu, aquele que atuava em sua pessoa [o que iria atuar era um Nyorai, o Koomyo-Nyorai, o Kannon de Mil Braços, e não um Bossatsu, o Kanzeon] e era o alvo de fé da Dai Nippon Kannon Kai. Nessa palestra ele disse: “Convém falar aqui a respeito de Kanzeon-Bossatsu. Dentre muitos Budas, ele era considerado o mais oculto. Há nisso um profundo mistério, mas não posso divulgá-lo totalmente, pois ainda não chegou o tempo certo. Pretendo fazê-lo tão logo Deus me permita. A atuação de Kanzeon-Bossatsu vem desde o advento do budismo.” [isso já foi exposto em “● Divulgar totalmente que Kanzeon-Bossatsu é o Buda mais oculto” em 5.24 do volume 1]. No dia 5 de junho de 1935, como Dai Nippon Kannon Kai cresceu, a sede se tornou pequena: “Decidido a procurar um local Onde a sede viria a ser instituída, Fui a Tamagawa.” “Tempos atrás, quando me mudei para Kaminogue, em Tamagawa, houve pessoas que se preocuparam, dizendo: "Um local retirado como esse!" Entretanto, disse-lhes: "O lugar não importa. desde que seja algo verdadeiro.” Mais tarde num de seus ensinamentos;

“Com a mudança de residência acontece a mesma coisa. Não precisam se preocupar nem um pouco com a fisiognomonia ou a posição cardeal da casa. As pessoas acabam mudando para casas que estão no nível correspondente a elas. As que estão no Mundo Intermediário, se mudam para uma casa boa. Da mesma forma, as pessoas que têm os seus espíritos no Inferno, por mais que procurem mudar-se para uma casa de boa fisiognomonia e posição cardeal, jamais conseguirão ir a tal lugar.

Como sei disso, quando mudo de residência não examino nada, nem mesmo a sua fisiognomonia. Quando sinto vontade, vou até o local, e, infalivelmente, encontro uma boa casa. Depois

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de mudar, fico conhecendo ainda mais os seus pontos positivos.” Um exemplo: “Quando vi o local, minha surpresa foi enorme. Era tão magnífico, que fiquei paralisado. Exclamei, então: ‘É esse! Já estava preparado por Deus!’ Situa-se no ponto mais alto da região, possuindo jardim esplêndido. Daí se avista, logo abaixo, um pomar de pêssegos, seguido de um arrozal. Mais adiante fica o Rio Tama, dando para se ver uma ponte a partir da qual se sucedem várias colinas. Posso afirmar que não há, na cidade de Tóquio, outro lugar com um panorama tão magnífico como esse.” E fez a seguinte poesia: “O Gyokussen-Kyõ Adequado para a lua, Para a flor E também para a neve, É a flor do Paraíso.” Para o Fundador, que, naquela época, passava dificuldades financeiras, a aquisição de uma propriedade tão grande como aquela era uma utopia. Entretanto, de forma rápida e inesperada, abriram-se as portas para essa transação. Graças a uma pessoa que costumava receber Johrei pôde adquirir por um preço bem baixo de 98 mil ienes, e, na época ele só dispunha de 5 mil. Fazendo um empréstimo de 5 mil, o proprietário se propôs a entregar a casa mediante 10 mil ienes de sinal. Mudou-se para lá no dia 1 de outubro. “Mudamo-nos Para o Gyokussen-Kyõ Num dia tranqüilo, de sol, E nem vento havia.” No final de 1937, surgiu um desentendimento em torno dos direitos de propriedade da área onde ele se estabeleceu. A disputa, iniciada nessa época, durou até pouco antes da ascensão do Fundador.

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Publicações, Cursos de Iniciação e Ohikari. “Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos relacionados à Fé. Ao Contrário de outros fundadores de religiões, procurei eliminar formalidades e palavras difíceis, utilizando uma linguagem que todos pudessem compreender facilmente. Os membros devem, na medida do possível, adquirir e ler os Ensinamentos, revistas e boletins publicados por esta associação, a fim de polirem a sua espiritualidade e estarem a par da situação geral das nossas atividades.” O Fundador começou a publicar um jornal ‘Luz do Oriente’ e uma revista ‘Mundo de Luz’, cujos nomes foram dados por ele. O jornal teve uma tiragem de três mil exemplares, e a revista de duzentos. Essas publicações deixaram de ser editadas devido à perseguição policial. No dia 5 de fevereiro de 1935, ele registrou: “A partir de hoje, Ficou decidido vender, nas casas, O jornal ‘Luz do Oriente’. E eu saí com esse objetivo, Agora ao entardecer.” Na época inicial da Dai Nippon Kannon Kai a aplicação do método de salvação só era permitida a treze diretores, eles curavam as doenças através de ‘miteshiro’. Entretanto, captando que, a partir do dia 5 de maio, a Obra Divina caminhara para uma nova fase, o Fundador resolveu permitir a ministração do poder de salvação a um grande número de fiéis. Foi para formar elementos humanos que abriu o Curso de Terapia Japonesa, que deu origem ao Curso Kannon e este ao atual Curso de Iniciação. Na apostila escreveu sobre o princípio e o objetivo do ‘Tratamento de Digitopuntura no Estilo Okada’: “Esse método de tratamento foi criado por desígnio de Deus Supremo, que deseja eliminar por completo a doença, o

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maior dos sofrimentos da humanidade. Para concretizar esse objetivo, Ele passou a manifestar um grande poder de perfeita união Deus-Homem através do corpo espiritual de Kannon, Sua representação, e do corpo material de Jinsai [um dos pseudônimos do Fundador]. Eu recebi Ordem Divina para executar essa grandiosa obra e, desde então, durante sete anos, em contato com todos os tipos de doentes, vim fazendo estudos e passando por aprimoramentos. Nesse período, graças à orientação espiritual de Kanzeon, consegui resultados surpreendentes, jamais imaginados pela medicina tradicional. Portanto, sob o novo nome de ‘Terapia Japonesa’, resolvi, agora, iniciar a grandiosa e fundamental providência de salvação da humanidade. Esse tratamento pode ser efetuado por qualquer pessoa, uma vez recebendo a minha permissão, ela conseguirá uma extraordinária capacidade de cura através do Poder Kannon, que se manifesta através do seu corpo espiritual.” O Curso Kannon teve início no dia 15 de julho de 1935: “Os ensinamentos de Kannon Kai são de compreensão muito difícil, devido aos costumes vigentes. Por isso, vou sistematizá-los e abrir o Curso Kannon. Explanarei algo que não existe em nenhuma religião ou organização similar. Trata-se do verdadeiro aspecto da execução do Plano de Deus para o Céu e a Terra. Vou esclarecer, em todos os sentidos, que Deus construirá o Mundo de Luz por meio desta Igreja.” Com mais de cem alunos, aqueles que o concluíam foram atribuídos a qualificação de missionários. Após o término da sétima e última aula, no dia 15 de setembro, tivera início o segundo curso, a partir do qual designou sete pessoas para ministrarem Curso Kannon baseado nas anotações do primeiro. Eis o seu conteúdo: “Primeira aula - O objetivo de Deus Supremo e o verdadeiro aspecto da execução do Seu Plano para o Céu e a Terra; Segunda - A origem da Religião e a vinda do Salvador;

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Terceira - A verdadeira natureza de Kanzeon-Bossatsu; Quarta - A realidade dos Mundos Divino, Espiritual e Material; Quinta - A essência do Bem e do Mal e a construção do Mundo de Luz; Sexta - A missão do Japão e dos outros países; Sétima - A doença, princípios e métodos infalíveis para se obter à saúde.” Antes mesmo da fundação da Igreja, o Fundador criara um talismã que servia de protetor para pessoa. Depois da fundação, criou mais dois tipos: um novo talismã protetor e aquele que permitia ministrar Johrei. O primeiro talismã protetor possuía a palavra ‘Luz’, escrita pelo Fundador. O segundo talismã protetor continha as palavras ‘Luz Intensa’ e a imagem do Kannon de Mil Braços, colocadas num mesmo invólucro, e se usava pendurado ao pescoço. Com esse talismã não se podia ministrar Johrei, mas, pelo simples fato da pessoa enferma tê-lo no peito, ela ficava banhada pela Luz Kannon e pela divina espiritualidade do Fundador; havia ocasiões em que esse talismã podia ser emprestado a doentes graves. O terceiro talismã, aquele que permitia ministrar Johrei, só era possível fazendo Curso de Terapia Japonesa de duração de uma semana, constando da observação de práticas de Johrei e da leitura completa da apostila. Aquele que concluía, era atribuída a qualificação de terapeuta, usava talismã com as palavras ‘Poder Kannon de Tratamento’ escritas pelo punho do Fundador. Assim, o poder do Johrei, até então manifestado através de leques, passou a sê-lo através das palmas das mãos e talismãs correspondendo ao atual ‘Ohikari’ “Outro dia, ouvi de um ministro já idoso, sobre um assunto do período inicial da fundação da Igreja. Entre as pessoas que vinham receber Johrei, algumas não conseguiam aceitar muito os Ensinamentos de Meishu-Sama; com certeza eram aqueles sobre a Transição e sobre diversos assuntos espirituais. Para saber como conseguiria encaminhar tais pessoas, o ministro, receoso, indagou Meishu-Sama a respeito.

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Então Meishu-Sama deu uma gargalhada e disse: “Qual é o problema se eles não gostam de meus Ensinamentos? O que importa é que essas pessoas sejam salvas. Se estiverem sofrendo, basta que fiquem aliviadas desse sofrimento e, por isso, deixe falar o que quiserem e ministre-lhes Johrei”. Meishu-Sama disse ainda a uma outra pessoa: “De nada adianta alguém me tratar como Deus se ele não for salvo. Nada melhor para mim se ele for salvo, mesmo que fale mal a meu respeito.” Ao ouvir isso, esse ministro idoso pensou: “Que palavras grandiosas e gratificantes. Meishu-Sama pensava unicamente em salvar as pessoas através do Johrei.” ● Pressões, milagres e espera do momento oportuno. Neste ponto: Proibições e prisões; Benefícios inesperados; De mãos atadas; Vida no lar; Agricultura Natural; Segunda Guerra Mundial. Proibições e prisões. “Após tomar-me religioso, por diversas vezes passei momentos agitadíssimos, de sério perigo. Nessa época, bastava a religião ser nova para sofrer pressão e perseguição. Não havia meios para reagir, e eu padeci bastante. A Dai Nippon Kannon Kai teve um desenvolvimento espantoso e em pouco tempo tornou-se a maior de todas as religiões novas.” Palavras como essa, começaram chamar a atenção. Até que no dia 17 de dezembro foi publicado num jornal de Tóquio, um artigo sobre a Dai Nippon Kannon Kai, com manchetes depreciativas: “O surto de religiões parecidas” e “O astro de sucesso atualmente”. O texto era o que segue: “Como me disseram que aquele era o local onde atuava o novo ‘deus’ de tanto sucesso ultimamente, experimentei ir até lá

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há uns dois ou três dias atrás. No alto, entre o teto e a porta, está afixado o preço do tratamento. Parece que o ‘deus’ também dá consultas domiciliares e é bem mais careiro que os médicos da cidade. Apesar de ter iniciado esse tratamento no dia 1 de janeiro do corrente ano, ele recebe cinqüenta doentes por dia, contando com mais de dez filiais, dentro e fora da cidade.” No entanto essa matéria jornalística gerou efeito contrário, como o artigo ‘Os Resultados do Tratamento de Doenças pelo Estilo Okada Vistos por um Médico’: “Em 1907, formei-me pela Universidade de Medicina de Tóquio. Defendi tese de doutorado, especializando-me em medicina química. Por meio de bolsas de estudo, fiz curso em outros países, entre os quais a Alemanha, e depois passei a dirigir um hospital. Entretanto, em 1928, repentinamente, sofri um derrame cerebral, sendo acometido de apoplexia. Fui examinado por vários médicos categorizados e todos diagnosticaram: ‘Paralisia total - impossibilidade de recuperação’. Mais tarde, entrei para o mundo da Fé e fui para Tóquio. Exatamente no dia 17 de dezembro, li o artigo publicado pelo Jornal Hibi, de Tóquio, sobre a Dai Nippon Kannon Kai. Senti-me muito bem após a leitura e dirigi-me imediatamente à Sede dessa Associação, naquela cidade. Logo no início do tratamento ministrado pelo Mestre Okada Jinsai, fui surpreendido por um bem-estar que nunca havia sentido antes e a cada dia ia me libertando da paralisia. Adquiri autoconfiança e em breve me recuperei. O Mestre Jinsai não só curava todas as doenças sem o uso de remédios, como também estava formando um grande número de ‘terapeutas’. Eu também, ao lado dele diariamente, como seu aprendiz, acompanhava de perto todos os tipos de tratamento e ficava admirado com os excelentes resultados obtidos: doenças realmente incuráveis pela medicina iam sendo

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curadas umas após as outras. Posso, pois, afirmar, que o método de tratamento de doenças no Estilo Okada possui de fato absoluto poder de salvar os sofrimentos da humanidade causados pela doença.” Em 1936, foi firmado o ‘Acordo de Mútua Defesa’, entre o Japão e a Alemanha de Hitler, o militarismo avançou, e o controle ideológico foi se tornando mais rigoroso. A Oomoto foi pressionada. Antes mesmo do julgamento, apareciam manchetes que agitavam a opinião pública, como esta em relação ao seu líder: “Pena de morte ou trabalhos forçados por tempo indeterminado?”. O Fundador, embora desligado desta religião, era considerado um ‘remanescente’, de modo que a vigilância tornou-se ainda mais rigorosa. No dia 27 de maio de 1936, foi chamado à delegacia de Tamagawa, onde o interrogaram durante várias horas sobre o artigo ‘A Luz do Oriente’. No dia primeiro de junho, recebeu nova intimação para comparecer à delegacia. Desde a instituição da Dai Nippon Kannon Kai, conciliava a religião e a técnica medicinal, a fé e o tratamento. Mas devido essa corrente repressiva da época, foi instituída, a 15 de maio de 1936, a Dai Nippon Kenkõ Kyõrai [Associação Japonesa de Saúde] com a finalidade de dissociar da religião a técnica medicinal e o tratamento, tornando-os atividades independentes. Menos de dois meses após a instituição da Dai Nippon Kenkô Kyôkai, a intervenção das autoridades tornou-se maior, viu-se forçado a dissolver a Dai Nippon Kannon Kai. “Após a cerimônia Do Culto Mensal, Expliquei detalhadamente O motivo da dissolução Da Kannon Kai.”

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Entretanto, o controle das autoridades era muito rigoroso e persistente. Sem nenhum aviso prévio, baixou a ‘Ordem de proibição da prática de tratamentos’, no dia 28 de julho. Essa lei significava a dissolução da própria Dai Nippon Kenkô Kyôkai. “Como a tempestade Que vem após a bonança, Veio da Delegacia de Polícia Metropolitana A ordem de proibição de tratamentos.” “Ainda não se sabe O motivo da ordem. Fico penalizado Com a má política Que faz o povo sofrer.” No dia 4 de agosto de 1936, recebeu uma intimação da delegacia de Õmiya. Isso ocorreu porque naquela cidade existia uma fábrica com mais de mil operárias, algumas das quais doentes ficaram curadas através do Johrei, o que contrariava a Lei da Medicina. Além disso, aquela intimação também teve por motivo a foto do Fundador com Kannon, que foi considerada como sendo truque de fotografia. No dia seguinte, respondeu ao interrogatório caracterizado pela parcialidade e brutalidade. Caso as respostas não correspondessem aos desejos dos investigadores, eles apelavam para a agressão, puxando seus cabelos ou ameaçando-o com uma espada de bambu. Na ocasião, ocorreram fatos estranhos, como por exemplo, a repentina dor de cabeça sentida pelo policial que o agredira, dor tão forte que o obrigou a sair da sala. Mas, o Fundador resolveu assinar que a foto espiritual não passava de uma foto artística feita por ele, e assim o seu nome entrava para a lista negra. A esse respeito disse: “Com um depoimento falso feito por meios forçados, acabam transformando um cidadão bom num cidadão mau. Por isso acho que este mundo é realmente terrível. Através do fato

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em questão, podemos ver o quanto as autoridades da época eram tiranas e feudais. A partir daquele momento, por ter entrado para a lista negra, eu vivia pressionado. Todas as vezes que mudava de residência, tinha de comunicar à polícia local, que não cessava de exercer vigilância sobre mim, fazendo tudo para me incriminar. Por isso, além de nada poder fazer, eu estava sempre preocupado e nem sequer conseguia dormir tranqüilo, por saber que a qualquer momento poderia ser preso ou ter a minha casa revistada. Dessa forma, pode-se dizer que, até o fim da Segunda Guerra Mundial, as novas religiões recebiam o mesmo tratamento que o comunismo. Em face de tal situação, eu sempre pensava: ‘Embora esteja realizando ações tão benéficas para a humanidade sou oprimido desse jeito! Que tristeza! Entretanto, isso também é um aprimoramento que Deus me dá’. Pensando assim, reprimia a ira.” Outro dia, assim que terminou uma audiência no Tribunal de Justiça, foram ouvidas as impressões dos réus. Segundo um deles as investigações foram feitas pelas pessoas de forma equivocada, e o juiz e o promotor eram insolentes. Insatisfeito, ele disse tudo aquilo que havia deixado de falar até então. Meishu-Sama, entretanto, disse que estava agradecido, pois, graças ao promotor pôde aprimorar muito e com isso a Igreja também se tomou sólida. Mas não falou para agradar, pois quando se pensa de forma Daijo, procede-se assim, isto é, pode-se agradecer profundamente. Na delegacia de Õmiya, o Fundador foi solto no dia seguinte ao de sua prisão. Logo em seguida, foi novamente intimado, desta vez pela delegacia de Tamagawa que investigava a relação entre Kannon Kai e Oomoto. Ficou detido do dia 10 de agosto ao dia 20 de agosto, para investigações. O Gyokussen-Kyõ foi revistado, sendo apreendido não apenas os livros, mas tudo que se relacionava às duas entidades.

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A partir de agosto de 1936, o Gyokussen-Kyõ teve o seu nome mudado para Hõzan-Sõ (Solar da Montanha Preciosa). Por trás desse fato percebe-se a intenção de eliminar o aspecto religioso da instituição até mesmo no que se refere ao nome da sede. Em setembro de 1936, no Solar da Montanha Preciosa, foi instituída uma associação com o nome de Kannon Hyapuku Kai [Associação dos Cem Kannon]. No seu estatuto, consta o seguinte: “Por serem as imagens de Kannon, pintadas com o máximo cuidado pelo Fundador, diferente das imagens pintadas pelos artistas e possuírem uma elegância altiva e delicada, não encontrada na atualidade, ele recebeu muitos pedidos, mas, infelizmente, até o momento não foi possível atendê-los; fato inevitável, porque o Mestre não dispunha de tempo. Agora, tendo conseguido, o Fundador irá se empenhar na confecção de cem imagens de Kannon. Acreditamos que uma oportunidade como esta jamais se repetirá. Portanto, façam o seu pedido o quanto antes.” Até então, a pressão por parte das autoridades era intensa, por isso, como é do conhecimento de todos, vinha-se desenvolvendo a terapia sob a denominação "Terapia de purificação japonesa". Todavia, entre as pessoas que não tinham fé, a cura das doenças não era absoluta, e por esse motivo, dependendo da pessoa, Meishu-Sama fazia com que ela orasse diante da imagem de Kannon pintada por ele. Tal procedimento era aceito pelas autoridades, que, desde antigamente, diziam não ser problema esse tipo de fé. No outono de 1936, um general do exército pedira para ele curar a doença de sua filha. A menina, acompanhada da mãe, passou a ir lá e seu estado de saúde foi melhorando pouco a pouco. Entretanto, o caso chegou ao conhecimento da polícia, e a senhora do general teve de fazer um relatório por escrito. O marido que presenciara a melhora gradativa da criança ficou

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indignado e empenhou-se em anular a ordem de proibição de tratamento recebida pelo Fundador. No dia 22 de outubro de 1937: “Finalmente, Passado pouco mais de um ano, A longa proibição de tratamento Foi anulada.” Porém a pressão continuava: “Proclamei uma nova teoria relacionada com a Medicina; tão logo, porém, eu a publiquei em livro, este foi apreendido. Como isso aconteceu três vezes, sem que eu pudesse fazer nada, desisti. O motivo da apreensão é que a minha tese é contrária aos princípios da Medicina atual. Em relação à porcentagem de curas alcançadas por meio desta, os efetivos resultados obtidos através do meu método comprovam que ele é dez vezes mais eficaz. Além disso, não se trata de cura temporária, mas definitiva. O que estou dizendo constitui a pura verdade, sem o mínimo alarde. No prefácio do livro, eu até escrevi: "Estou pronto para comprová-lo a qualquer hora." Entretanto como as autoridades e os especialistas não deram a mínima atenção, nada mais pude fazer.” Meishu-Sama chega a dizer: “No momento, porém, nada nos resta fazer senão orar: "Ó Deus, Todo-Poderoso! Fazei, por favor, com que a Medicina abra os olhos, o quanto antes, para as suas falhas e, assim, torne saudáveis todos os homens!”

Benefícios inesperados. Para serem bem compreendidos se tem que ultrapassar visões como a já disposta no volume 2, máxima do que importa é a fé mesmo que dirigida a uma cabeça de sardinha, de outras como o do que importa é a auto-sugestão e não a atuação da divindade.

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Nessa época, quarenta pessoas por dia recebiam Johrei, e muitos vivenciaram milagres. Em abril de 1939, médicos para os pais de uma menina, com cárie no fêmur: ‘Se fizer o menor movimento com a perna, será preciso amputá-la a partir do tronco’. O Fundador aproximando a palma de sua mão da criança, ministrou-lhe Johrei durante dois minutos. “Pronto, ela já está curada; não precisa vir aqui outra vez”. A menina que viera carregada por não poder pisar no chão de tanta dor, saiu correndo. Outro milagre, uma senhora, que tinha tido seu filho salvo pelo Fundador de uma meningite, entrou carregando sua filha de três anos em coma por cólera infantil: - Não é aqui que deveria trazê-la. - O senhor não me falou que viesse a qualquer hora, quando estivesse em apuros? E colocou-a diante dele. Vinte minutos de Johrei, a criança abriu os olhos e balbuciou: - Mamãe, mamãe. - Eu ficaria em má situação se essa criança morresse aqui, sabe? Se a senhora tivesse demorado, um pouco mais, teria sido tarde. Um outro milagre, foi em 24 de novembro de 1940. Para subir até a uma mina, o Fundador usou uma bengala. Quando desceu, deixou-a no escritório e retornou a Tóquio. Nesse escritório, morava um idoso que sofria de reumatismo e caminhava com dificuldade. Este usando a bengala percebeu que se locomovia com mais facilidade. Achando aquilo misterioso, continuou a usá-la, e qual não foi a sua alegria a se ver curado. Um quarto milagre: Em 1940, recuperou as peônias que estavam em condições precárias apenas com a canalização da Luz Divina através de seus olhos. Um quinto milagre foi em 1942. Uma pessoa não conseguia se mover, por causa das cáries nos ossos, só lhe restava esperar pela morte. “Isso é terrível. Será expelido através de um furúnculo ou então pela urina, mas seria melhor que fosse pela urina”. E assim aconteceu e assim foi salva.

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Uma ampliação de visão: “Em fevereiro de 1943, logo após haver sido curado de um sério problema na vista por intermédio do Johrei, fui designado, pela primeira vez, para prestar serviço, na residência de Meishu-Sama em Tozan-so. Ele entrou na sala onde estávamos todos reunidos. Como era a primeira vez que via Meishu-Sama, fitei bem seu rosto. De repente, notei com assombro que uma luz branca, em forma de névoa, circundava sua cabeça e gradualmente começou a envolver todo o corpo. Limitada a princípio, passou a expandir-se vagarosamente até que, finalmente, espalhou-se por todo o recinto. Já havia ouvido meu ministro falar a respeito da brilhante aura de Meishu-Sama e imaginei que devia ser o que estava presenciando. Fiquei emocionado por haver conhecido o homem que recebeu de Deus a Luz Divina em tal grau. Pela primeira vez, compreendi a razão por que meus olhos puderam ser curados, e fiquei convencido do Poder de Deus, do qual Meishu-Sama se convertera em canal. Até aquele momento, tinha dúvidas sobre o que dizia meu ministro quanto ao fato de ser Meishu-Sama o mensageiro da Luz eleito por Deus. Eu sabia que a cura de meus olhos era algo maravilhoso, mas tratava-se apenas de uma simples cura física. Até o dia em que fui a Atami, para mim Meishu-Sama era apenas um admirável homem capaz de curar doenças. Naquele dia, porém, meus olhos espirituais despertaram para o verdadeiro e mais profundo significado, no serviço da Obra Divina.” “Em 1935, a Sede Geral da Luz Divina ficava em Hanzomon, Koji-Machi, Tóquio. Toda minha família estava passando por uma purificação de eczema. Eu tinha apenas cinco anos de idade. A parte inferior de meu corpo estava coberta de eczema e como eu usava calças curtas, minhas pernas foram envoltas em bandagem.

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Assim que terminou o Johrei, Meishu-Sama disse: "Pronto! Acabou!" Dirigi-me até minha mãe que me ajudou a vestir-me (naquela época tínhamos que tirar a roupa para receber Johrei). Quando vesti a calça, a bandagem de minha perna esquerda soltou. "Oh! A perna está curada!", exclamei e observei minha perna direita. Ela também estava curada. Sentei no assoalho e quase chorei de alegria e gratidão. Quando agradeci a Meishu-Sama a cura, ele apenas respondeu: "Estou contente por vê-lo curado." Sua expressão sorridente, plena de amor, era tão marcante que posso dela me lembrar ainda hoje.” Uma pessoa que tinha a característica de não se deixar levar por ninguém, foi visitar o Fundador: “Vou até a origem, para desmascarar esse falso método de tratamento.” Depois de ir lá três dias, acabou abaixando cabeça para o Mestre e tornou-se membro. De mãos atadas. Nidai-Sama escrevendo como nada desencorajava Meishu-Sama: “Ao mudarmos para Tamagawa, Meishu-Sama caiu no desagrado da polícia, devido a um acontecimento infeliz. Certa manhã bem cedo, o chefe de polícia de Tamagawa veio nos fazer uma visita de cortesia. Como Meishu-Sama habitualmente trabalhava noite adentro, na parte da manhã permanecia mais tempo descansando. O porteiro ao atender o chefe de polícia, disse que Meishu-Sama ainda estava deitado. Tal resposta desagradou a autoridade. Pensou tratar-se de uma recepção fria. Afinal, era uma visita de cortesia. Este caso, junto a outros, nos trouxeram vários aborrecimentos durante todo o tempo em que moramos em Tamagawa.

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Em 1937, o setor policial da região disse-lhe que daquela data em diante, não poderia combinar o ensino e uma ou outra atividade. Então Meishu-Sama decidiu fazer somente o trabalho de cura, prosseguindo sua tarefa humanitária.” Porém: “O método terapêutico de Meishu-Sama produzia resultados tão miraculosos que os pacientes chegavam a ser mais de cem diariamente.” Como a freqüência era grande, reiniciaram as intervenções policiais: “Você infringiu as leis da medicina, não foi? Você se lembra de ter falado a um doente que ele ficaria curado sem precisar ir a um médico, não lembra? Suas palavras mostram uma total infração às leis da Medicina. Aos pequenos infratores perdoamos, mas aqueles como você, que agem abertamente, nós consideramos elementos nocivos à sociedade e não podemos deixar que continuem prejudicando-a.” Esses interrogatórios foram feitos ao Fundador, com ele atrás das grades da delegacia de Tamagawa, em 28 de setembro. Prevendo que seria proibido de exercer suas atividades, declarou: “Se, por causa disso, eu for processado pelo crime de infringir as leis da Medicina, ser-me-à totalmente impossível continuar com o meu trabalho. Por isso, a partir de hoje vou abandoná-lo.” Poucos dias depois, talvez indignado por ter sido passado para trás, o delegado intimou-o a comparecer novamente à delegacia e mandou que fizesse promessa por escrito: “Pelo resto de minha vida, jamais voltarei a praticar a terapia.” Explicando significado da ocorrência, deixa terapia para encargo de discípulos:

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“Para atingir esse propósito, eles lutam incessantemente com as divindades. Essa é a realidade do Mundo Espiritual, que se reflete no Mundo Material, e por isso este é um mundo diabólico, como podemos constatar. Para um pequeno, bem, surge uma ação contrária praticada por um demônio de pouca força; para um grande bem, surge a ação de um demônio muito poderoso. Assim, a Igreja Messiânica Mundial vem enfrentando contínuos obstáculos provocados pelos chefes do mundo satânico. Sendo ela a mais elevada de todas as religiões que já existiram desde o começo da História, aquele mundo está em pânico.” E analisa assim o acontecimento: “Espiritualmente, significava que eu havia subido mais um degrau, e por isso, fiquei contente. Em verdade, até então o meu trabalho estava limitado ao tratamento, em outros termos, era trabalho corporal, como a de um soldado na frente de batalha.” Nidai-Sama complementa: “Embora tivesse assistentes e auxiliares, o programa pessoal era muito pesado e Meishu-Sama freqüentemente ficava sem almoçar. Com o correr do tempo, foi-se evidenciando uma fadiga cada vez mais forte e não somente eu, mas todos nós estávamos preocupados com ele. Um dia, quando voltou do "Fujimi-tei" (seu local de trabalho de onde se avistava o monte Fuji), tendo apenas ingerido uma xícara de saké (vinho de arroz), ficou terrivelmente pálido e sofreu uma crise anêmica. Depois deste fato, começamos a pensar que alguma coisa, precisaria ser feita para aliviar o ritmo de suas tarefas. Também ouvimos comentários de que a prática terapêutica poderia ser proibida, por isso, resolvemos desistir dela como meio preventivo, anunciando a cessação de nossas atividades às autoridades locais. Foi uma surpresa para a polícia da Tamagawa, mas, a

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nossa decisão foi aceita sem comentários. Tal decisão causou grande reviravolta nas atividades de Meishu-Sama, porém, nós consideramos como excelente e oportuna, não só pelo desenvolvimento futuro de sua missão, bem como pela preservação de sua saúde. Depois da interrupção de sua prática "terapêutica", Meishu-Sama dedicou-se à formação de missionários que o auxiliariam no futuro da grande missão e também na pintura de desenhos de Kannon (Avalolitesvara).” Kyoshu-Sama recorda: “No início, quando o lado espiritual ou religioso tinha que ser escondido e o trabalho de Meishu-Sama era apresentado somente como uma atividade terapêutica, a entrada da frente da casa principal ficava tão cheia de sapatos de madeira dos pacientes que dificilmente encontrar-se-ia um lugar para um passo. (Os japoneses entram numa casa descalços e deixam o calçado na entrada). Meishu-Sama ficava ocupado, ministrando Johrei desde a manhã até à tarde. Freqüentemente, quando estava muito ocupado não tinha tempo para almoçar. Com o pôr-do-sol, o número de sapatos ia gradualmente diminuindo. Quando o último par havia partido, nós nos sentíamos aliviados e corríamos para o quarto de Meishu-Sama. Ali nós o encontrávamos ainda ocupado ministrando Johrei em seus assistentes. Quando terminava de ministrar o Johrei, saía para o jardim onde ainda havia luz e começava a andar rapidamente. De vez em quando, parava para cuidar de uma flor num dos canteiros. Dava uma volta nos jardins e ouvia os relatórios de seus auxiliares. Depois de cumprimentar os frangos nos seus poleiros, estudava com contentamento o pequeno jardim de pedra que ele próprio tinha colocado no canto sul. Em seguida, ia para o jardim interior, sentava-se na varanda sob as glicínias e mirava o rio Tamagawa, enquanto a tarde ia descendo.

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Finalmente, descia em direção à lagoa novamente, para dar uma olhada no crescimento das plantas de arroz, localizadas numa extremidade. Depois disso subia de volta ao Fujimitei. Esse era o caminho usual de Meishu-Sama à tarde para um passeio, que requeria uma hora. Durante seu passeio, nós, crianças O seguíamos pulando e rolando no chão alegremente, às vezes correndo atrás de libélulas que apareciam perto da tarde com suas asas transparentes, adejando o ar graciosamente. Eu ainda me lembro da felicidade que sentia durante esses passeios com Meishu-Sama. Não me recordo quando o quarto de tratamento - que sempre estivera cheio de pacientes - começou a ficar vazio a sua entrada também ficou deserta somente com poucos sapatos abandonados. Isso continuou até que um dia Nidai-Sama nos disse: "Vocês não terão mais doces como antes. Tenham paciência, por favor.” Soubemos que Meishu-Sama tinha sido proibido de fazer tratamentos. Depois disso, Meishu-Sama passava a maior parte de seus dias desenhando quadros de Kannon no seu quarto particular. Como esse quarto estivesse exposto ao sol do oeste, freqüentemente transpirava nos ombros e costas. Ele continuava dando seus passeios diários, principalmente sua volta costumeira da tarde; mas, freqüentemente, durante o dia ia longe, até o rio Tamagawa. Estando pressionado pelos pagamentos da casa, com a responsabilidade de manter tantos servidores e tantas crianças, em que pensava tanto, durante esses passeios, agora que o tinham privado do seu trabalho?” Um caso engraçado. A esposa de um Ministro continuou indo receber Johrei. Um policial que há muito tempo vinha vigiando a casa, ficou desconfiado e, certo dia, seguiu-a até a mansão onde ela morava. Lá havia um guarda na entrada e o policial pensou: ‘Ah! Não há dúvidas de que ela é suspeita. Até a

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sua casa está sendo vigiada.’ Então, perguntou ao colega: ‘Quem é a mulher que acabou de entrar nesta casa?’ Ao que ele respondeu, com um olhar indignado: ‘Veja lá como você fala! Saiba que é a esposa do Ministro’. Assustado, pediu mil desculpas e foi embora de mansinho, muito temeroso. Outro caso: - Orador! Cuidado! - Não; não se trata de religião. - Então porque pendura a Imagem de Kannon nesse lugar? - Na hora de aplicar a terapia, há casos em que a pessoa fica nua. Portanto, como o homem tende a ter maus pensamentos, penduramos na parede Imagem de Kannon, para que isso não aconteça. Nesse tempo, evitava-se reunir muitas pessoas no Hozan-Sõ. Promovendo jantares, criaram oportunidades para ouvirem os seus Ensinamentos com tranqüilidade. Nidai-Sama escrevendo sobre autodisciplina parece lembrar como seu esposo fazia para aprender nestas horas difíceis: “Para você que acredita no Plano de Deus e deseja ser seu efetivo instrumento, é importante ter o desejo de sempre aprender. Não importa se freqüentou ou não um curso superior. Você poderá sempre aprender mais, assistindo conferências, ouvindo rádio, televisão e música; lendo jornais, revistas, livros e assistindo filmes. Meishu-Sama constantemente atualizava seus conhecimentos por esses meios, e assim, em nenhuma época ficou totalmente inativo, mesmo que permanecesse a maior parte do tempo em casa.” Vida no lar. Nidai-Sama: “Quando terminava o trabalho pela manhã, ele almoçava e saía para um passeio. Eu o acompanhava sempre de perto, durante as caminhadas pelos locais pitorescos das planícies de

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Musashino, ou freqüentemente até às margens do rio Tamagawa. Enquanto andávamos, ele falava sempre me esclarecendo sobre as idéias que tinha sobre sua missão. Assim, Meishu-Sama olhava o futuro claro e iluminado e eu jamais consegui descobrir nele, qualquer ponto negativo. Embora experimentasse muitas dificuldades e sofrimentos, nunca proferia uma palavra desagradável. Sinto que ele foi realmente um homem que vivia no céu e com seu pensamento ligado a Deus. Um ser realmente feliz. Penso que nós todos deveríamos seguir o seu exemplo.” Um de seus filhos: “Meishu-Sama foi sempre muito rigoroso com os familiares e os servidores que trabalhavam com ele. Em nada, permitia parcialidade ou ambigüidade. Por isso, quando alguém falhava, repreendia severidade a ponto de deixar as pessoas ao redor deveras apreensivas. Às vezes, até achávamos que não havia necessidade de repreender tanto. Porém, por outro lado, Meishu-Sama possuía no seu coração um sentimento realmente afetuoso e um grande amor. Por isso, mesmo sendo repreendida, e ficando momentaneamente triste, a pessoa logo retomava o ânimo, ela passava a se compenetrar ainda mais no Servir. Pude compreender claramente que para mover as pessoas daquela forma, seria necessário realmente ter no coração, um “makoto” pleno de palavra, pensamento e ação. O que move as pessoas não é a técnica, mas sim, o “makoto”. É muito difícil chegar a esse ponto, mas não é impossível. Portanto, devem se conscientizar e se esforçar nesse sentido.” “Meishu-Sama deixava seus filhos à vontade. Em assuntos de crença religiosa, ele nunca pressionava para aceitarem suas convicções. Ele nos permitia fazer o que mais gostássemos. Ele nos dizia: "Cada um deve fazer aquilo que mais deseja: mas atos errados nunca devem ser cometidos".

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A Segunda Guerra Mundial acabava de terminar, e as pessoas sofriam ainda por falta das coisas mais necessárias; ele nos ensinava a não desejar demais. Por exemplo: se usássemos o carro da família sem necessidade, ele nos repreendia por sermos irresponsáveis e preguiçosos. Não permitia que vantagem alguma dada a um membro, devido à causa, fosse utilizada em proveito de sua família. Havia uma distinção bem clara entre o trabalho e nossas atividades particulares. Meishu-Sama insistia para que fôssemos conscientes a respeito dos cumprimentos. (No Japão cumprimentar os pais é de vital importância nas relações de família). Mesmo quando eu dormia demais, era obrigada a ir a Meishu-Sama para cumprimentá-lo. Ele dizia-me: “Venha e diga bom dia, mesmo quando você se levantar tarde". Era embaraçoso ir a ele nas horas avançadas da manhã. Por isso eu ia envergonhada. Em tais ocasiões, ele dizia: "Você chegou muito cedo hoje, não é?" Ou alguma coisa igualmente embaraçante. Eu me sentia ainda mais embaraçada então, fazia uma promessa a mim mesma para levantar-me mais cedo no futuro. Mesmo quando Meishu-Sama repreendia as pessoas com humor, suas palavras atingiam as profundezas de suas mentes e assim nunca eram esquecidas. À mesa, ele fazia freqüentemente observações espirituosas provocando o riso de todos, e nós gostávamos das nossas refeições alegres. Mas ele freqüentemente mantinha conversas muito instrutivas conosco enquanto comíamos e contava-nos muitas das suas experiências como jovem. Era imparcial com relação a todo mundo, em casa ou em qualquer outro lugar. Quando ministrava Johrei, aqueles que precisavam mais eram atendidos em primeiro lugar. Pessoas fortes, com saúde, como eu, eram sempre relegadas para o fim, e apenas por alguns minutos.

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Uma vez, depois que ele terminou o Johrei, eu me queixei: "Eu tenho ainda dor de cabeça". Ele respondeu simplesmente: "Sim, mas isso passará logo". E de fato, passou. Quando eu era criança, tinha constantes brigas com os empregados e outras pessoas da casa e ia sempre a Meishu-Sama procurando apoio. Ele me dizia: "Muito bem, eu vou repreendê-lo mais tarde". Suspeito que ele nunca fez isso, mas apenas dizia à pessoa: "Se lhe perguntarem, diga que você foi repreendido". Um provérbio japonês diz: "Numa briga, ambas as partes devem ser censuradas". Mas o feitio de Meishu-Sama era consolar ambas e não culpar ninguém. Sem ser levado por considerações pessoais, ele enfrentava as situações, imparcial e calmamente. Por tais incidentes podíamos ver o aspecto justo de Meishu-Sama. Embora nunca tivesse sido um pai muito expansivo, eu podia sentir nas suas palavras e atitudes, amor e preocupação e disso lembro-me agora com um profundo sentimento.” Seus seis filhos lembram sua figura como pai: “De um lado, ele era muito rigoroso; de outro, extremamente carinhoso”. Rigoroso, quando exigia saudações ou cópias: “Por que é que não fazem os cumprimentos?.” “É melhor fazer cópias. Depois de treinar bastante através dela, então faça suas próprias criações”. Carinhoso, quando dava semanada de acordo com a diferença da quantia determinada pelo sexo e idade, ou seja, para filho mais velho 20 sen, para filha mais velha 15, e assim por diante. Um dos filhos recorda: “Após as refeições, meu pai, minha mãe e meus irmãos viviam momentos muito animados. Quando tocava uma música no rádio, meu pai, cheio de humor, acompanhava o seu ritmo e, no final, cantava a melodia: "Veja rio límpido céu do mar do leste, quando o sol resplandece nas alturas." Primeiramente, ele batia palmas e, em seguida, batia na parte de cima de uma lata

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de chá, virava-a e batia no fundo da lata; em seguida, colocava a lata na mesa, pegava-a de lado, virava-a novamente, colocando-a na posição primitiva, e voltava a bater na parte de cima. Assim, nessa ordem, fazia demonstrações de maneira realmente hábil, interessante e divertida, fazendo com que todos caíssem na gargalhada.” Sua esposa registra que sua atenção para com ela, era algo avançado para época: “Não era comum naquela época, marido e mulher saírem juntos; assim nós chamávamos a atenção, fazendo com que eu me sentisse um pouco tímida. Meishu-Sama não se importava com isso, pois sempre tinha seu pensamento mais evoluído que a maioria das pessoas.” Outro ponto de modernidade, permitir que ela divergisse sobre arte ou assuntos da vida diária: “O que venho contando até hoje aos fiéis, e no qual sempre me baseio, é a rapidez da mudança do humor de Meishu-Sama e Nidai-Sama. Por exemplo: muitas vezes, a opinião dos dois sobre objetos de arte ou sobre diversos aspectos da vida diária divergia a ponto de eles soltarem faíscas. Minha esposa e eu ficávamos cabisbaixos, pensando no que iria acontecer. Então, de repente, palavras como: "Sabe, Mestre”, faziam com que as faíscas de instantes atrás desaparecessem. Com a mudança total do assunto, a tranqüilidade reinava novamente, e Meishu-Sama esquecia-se completamente do ocorrido.” Agricultura Natural. “Há mais de dez anos descobri e venho propondo o método agrícola que, dispensando o uso dos adubos químicos e do estrume de origem animal e humano, possibilita a obtenção de grandes colheitas. Naquela época, conquanto eu me esforçasse bastante, tentando convencer os agricultores,

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ninguém queria me ouvir. Entretanto, é minha convicção, desde o princípio, que o método natural de cultivo representa a Verdade Absoluta, e estou certo de que todos chegarão à mesma conclusão, compreendendo também que, se não se apoiarem nisso, não só os agricultores nunca poderão ser salvos, mas o próprio destino da nação ficará comprometido. É por esse motivo que venho insistindo no assunto até hoje. Com base nisso, eu estava certo de que a Agricultura Natural encontraria, por algum tempo, oposição e dificuldades, mas também acreditava que ela não tardaria a mostrar resultados surpreendentes, bastando ter paciência durante certo período. Como eu esperava, posso notar, através dos relatórios chegados às minhas, mãos, que finalmente o cultivo sem adubos está despertando interesse em setores. No inicio, as circunstâncias eram muito desfavoráveis e, como os próprios agricultores não tinham muita confiança no novo método, foram poucos os que abertamente começaram a praticá-lo; a grande maioria começou a experimentá-lo naquele estado de "confiar, desconfiando".” “Não há um dia sequer Que os jornais não publiquem Artigos sobre a devastação Das terras agrícolas. Que peso no meu coração!” “Chegou a hora De salvar os agricultores Respeitados como grande tesouro Desde os tempos antigos.” Em julho de 1935, no Curso Kannon, pregou os princípios fundamentais da agricultura indicada por Deus, e disse que, futuramente, viria uma época em que se colheriam produtos em abundância. Em fevereiro de 1936, pouco depois da mudança para o Gyokussen-Kyõ, que tinha um quintal bem amplo, ficou

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decidido iniciar o cultivo de verduras, assim como a criação de galinhas para obtenção de ovos frescos. Nessa época por ter recebido ordem de proibição de tratamento, o Fundador estava numa situação financeira apertada. Yoshi pensava que esta produção de alimentos era para suprir sua família, bem como os dedicantes. Mas, foi durante uma refeição que ela soube dos verdadeiros propósitos: “Enquanto Meishu-Sama viveu no Hozan-so em Tamagawa, converteu as terras espaçosas em jardins de flores, campos para plantações de chá e legumes, e campos de arroz. Ele encorajava os jovens trabalhadores, tomando parte no trabalho. Ao mesmo tempo estudava a consistência e a natureza química do solo. No começo, não prestamos muita atenção a esse projeto. Mais tarde percebemos que ele estivera trabalhando de acordo com um plano bastante profundo. "Este é um produto cultivado pelo processo natural. Não é delicioso?" perguntou-nos depois que a primeira safra chegou. As amostras eram realmente boas, de muitos anos de estudo, Meishu-Sama chegou à conclusão de que o seu método natural de cultivo era o melhor e advogava-o com fervor. Isso deu nascimento à Associação para Expansão da Agricultura Natural. Suas idéias foram adotadas por muitos fazendeiros, membros e não membros, em todo o país.” Outra evidência foi numa conversa gozada entre ele e seu jardineiro: - Não se pode colocar adubo? - É isso mesmo. - Então levarei essa muda de volta. Eu sou artista de jardinagem; se derem flores pequenas, quem não vai gostar sou eu. - Você não teria outra idéia melhor? - Naquele buraco há bastante húmus, deixe-me colocá-lo na raiz da muda da rosa. - Ah, se for assim, está bem.

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Uma outra evidência do ineditismo da agricultura que ele vinha desenvolvendo, foi como ele arrumou um substituto responsável para esta: - Tem experiência em agricultura? - Muito pouco, mas pelo menos sei como usar a enxada. - Eu prefiro um amador. Cuide das plantações e faça-me relatórios.” Em visita a uma vila composta de novecentas pessoas, todas saudáveis, diria: “Esse fato torna evidente o quanto a comida vegetariana e a não utilização de remédios são benéficos à saúde; comprovando a tese que eu defendia.” Os próprios discípulos duvidavam da capacidade do Mestre: "Meishu-Sama é realmente entendido sobre a cura de doenças, mas sobre a agricultura não é tão profundo conhecedor do assunto" era o que todos pensavam. Mas isso também era devido ao fator tempo, por isso, não adiantava falar.” Segunda Guerra Mundial. No verão de 1935, comprou uma mina de tungstênio com a seguinte intenção: capital para Obra Divina, manter família, saldar dívidas e ter uma profissão para ser apresentada a sociedade. Nessa ocasião, observa-se como ele orientava de acordo com a pessoa, pelo seu sentimento e não por sua atitude: - Como ficou aquele caso? - Fui até aquela empresa, mas o chefe do setor estava ausente e me disseram que só voltaria depois de uma semana. Então, pensei que era bobagem ficar à sua espera por uma semana, hospedado naquele lugar. Resolvi voltar, e depois ir para lá novamente. - O que!? Repita o que disse! - Sim, senhor. O chefe do setor estava ausente, e ... - Isso eu entendi; quero que repita o que falou depois. Você achou

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bobagem fazer um serviço para mim? - Não, achei bobagem ficar esperando ... - Devia esperar quantos dias fossem necessários; você acharia com que se ocupar até realizar o serviço que pedi. - O servidor ficou sabendo, mais tarde, que o chefe do setor havia voltado depois de dois dias. Pouco depois desse acontecimento. Outro dedicante também a serviço do Fundador, foi encontrar-se com determinada pessoa e retornou por ela estar ausente. Entretanto, nessa ocasião, ele não disse nada. Mas, o interessante é que a atividade de mineração prosseguiu, sem sucesso, em toda a Segunda Guerra Mundial até antes da sua ascensão. Dessa forma, a Obra Divina desenvolveu-se graças às contribuições dos fiéis vindas de todo o país. “Durante vinte anos sofri em virtude de dívidas aparentemente insolúveis. Finalmente consegui saldá-las em 1941. Foi um alívio! No ano seguinte, começaram a chegar-me riquezas inesperadas, e assim me surpreendi com a profundidade da Vontade Divina.” Em 28 de setembro de 1942, aos 59 anos, publicou ‘Medicina do Futuro’, com venda proibida, acabou sendo distribuídos apenas entre os fiéis. O conteúdo centralizado nas pesquisas e experiências do Fundador, repletos de dados estatísticos, era o seguinte: O futuro do problema populacional e a sua solução básica; Os erros da medicina e explicação a respeito; Patologia e Higiene; Ciência Espiritual. Nessa obra escreveu: “A percentagem de curas era espantosa: 90% dos casos eram certos. Um dos motivos pelos quais deixei de aplicar o tratamento foi o meu físico não agüentar tamanho trabalho, pois em frente ao portão de minha casa sempre havia fila de pessoas. Talvez ninguém acredite que a percentagem de cura fosse a que estou afirmando; aqueles, principalmente, que se dedicam a esse campo como especialistas custarão ainda mais a acreditar. Ora, se eu ainda me dedicasse à cura, todos poderiam pensar

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que estivesse me valendo dessa afirmativa para fazer propaganda. Entretanto, eu já não realizo esse trabalho, de modo que não há nenhuma necessidade de promoção.” Nessa época, Meishu-Sama também fez numerosas pinturas e caligrafias e grande número de pessoas foram salvas por meio delas. E isso está registrado nesta obra “Medicina do Futuro”: “Como forma de manifestar a misteriosa e profunda força, eu uso a escrita, a palavra; às vezes, a pintura e ainda, às vezes, a vontade-pensamento.” No dia 13 de dezembro de 1942, editou outra obra ‘Método de cura da tuberculose’. Esta obra e a ‘A Medicina do Futuro’, conseguiram através da fé passar pela censura no ano seguinte, em 1943: “no Restaurante, comemoramos a reedição do livro. Foi uma festa muito alegre, da qual participaram mais de cem pessoas.” Mais tarde diria: “Se eu me descuidasse, poderia acabar como Cristo ou ser exilado, como os ilustres sacerdotes do Japão, ou até ser morto. Logo, não se podia agir às claras, mantinha-se segredo. Conosco também acontecia o mesmo. Antes do término da Segunda Guerra Mundial, não se podia falar abertamente. Portanto, o livro "A medicina do amanhã" continha partes ambíguas porque não se podia escrever explicitamente. Todavia, hoje não é mais assim. Devido à liberdade de expressão, pode-se escrever livremente e, por isso, desta vez, escrevi, com toda clareza, o livro "Método de cura da tuberculose através da fé.” Porém: “Há algum tempo, ocorreu o seguinte caso: durante a guerra, atendendo ao pedido de um, oficial da marinha para que eu solucionasse o problema, de haver muitas pessoas portadoras de tuberculose no grupo de aviação, enviei meus discípulos ao batalhão de aviadores em Kiriga-Ura. Ali, quando eles disseram

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que a tuberculose não é contagiosa, o médico do exército ficou bastante furioso e disse que se permitisse a entrada deles na tropa, em breve, a tuberculose se alastraria pelo batalhão inteiro. E assim, eles acabaram sendo dispensados. Eu preconizo essa teoria porque tenho certeza absoluta. Para provar a teoria acima, vou contar minha experiência. Minha família era formada, além de mim e de minha esposa, por seis filhos, que, na época, estavam na faixa etária de dois ou três anos a quinze ou dezesseis. Durante mais de dez anos, a título de pesquisa, eu sempre fazia que uma ou duas pessoas tuberculosas em estado grave, cuja doença fora diagnosticada em grandes hospitais, morassem conosco e recebessem o nosso tratamento. Pelo menos vinte pessoas passaram por esse tratamento. Naturalmente elas eram tratadas como se fossem da família, fazendo as refeições junto conosco, sem que se desinfetassem pratos e talheres. Como experiência, os doentes dormiam no mesmo quarto em que meus filhos dormiam Alguns faleceram em minha casa, de modo que se pode ver que todos eles eram doentes graves, desenganados pelos médicos. Passados mais de dez anos, nenhum de meus seis filhos contraiu a doença. Aliás, eles são exemplo de saúde. Essa experiência vem confirmar que a tuberculose não é uma doença contagiosa. Sendo assim, proponho que façam um teste a qualquer hora. Nem é preciso dizer que eu próprio, minha família, meus discípulos e seus familiares, que chegam a milhares de pessoas, serviremos de cobaias com muito prazer. Num livro que publiquei tempos atrás, afirmei que a tuberculose não era contagiosa. Isso ofendeu as autoridades, e o livro foi censurado. Fiquei com muita pena, pois, apesar de ter escrito que me colocava à disposição para o teste mencionado, elas decidiram pela censura, sem realizá-lo sequer, talvez por acreditarem que as teorias tradicionais eram verdades absolutas. Daí podermos ver como as autoridades japonesas daquela época eram

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obcecadas e firmemente dispostas a impedir o avanço da cultura.” No decorrer da Guerra, o Fundador fez vários prognósticos corretos. “Meishu-Sama mandou-me a Morioka em 1936, para a expansão da Obra Divina. Pouco tempo depois me mudei dali para Kamaishi, onde ficava bastante ocupado a ministrar Johrei em muitas pessoas (de cinqüenta a sessenta por dia). Em fins de 1939, Meishu-Sama disse-me: "Mude-se! Saia de Kamaishi! Será devastada pelo fogo em futuro próximo. Mude-se o mais depressa possível, ou para Ishinomaki ou para Ichinosek." Na realidade, não desejava sair de Kamaishi, pois minha missão de Ministro estava indo bem e em bom ritmo de expansão, mas uma vez que Meishu-Sama me havia prevenido, decidi finalmente a mudar-me, e assim fui para Ichinoseki. Dois anos mais tarde começou a Segunda Guerra Mundial e a cidade de Kamaishi foi bombardeada duas vezes por navios de guerra. Durante o segundo ataque toda a cidade foi completamente destruída. O que teria acontecido comigo se lá permanecesse? Nunca poderei saber, mas posso imaginar. Fiquei a pensar que Meishu-Sama sabia de há muito que a guerra irromperia e que causaria a destruição daquela cidade pelo fogo. Ainda que algumas pessoas digam que não acreditam no que Meishu-Sama dizia e nem o consideram um homem inspirado por Deus, quanto a mim estou inteiramente convencido.” Outra vez: “Se tiver parentes no interior, vá ministrar-lhes Johrei” Salvaram-se os que seguiram essas diretrizes disfarçadas [na época, se as desse abertamente, interpretariam que era contra a guerra]. Um dos salvos foi o que, recebendo um presente do Fundador com os dizeres de que ‘Moradia no mato -

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Contemplação tranqüila’, refugiou-se nas matas. O local que havia abandonado transformou-se num mar de chamas, devido a diversos bombardeios navais. Mas, quando se refugiou, houve pessoas que debocharam dizendo: “Quem foi o louco que construiu aquela casa no mato?” Houve poucos membros que não deram crédito à palavra de Meishu-Sama. Alguns destes infelizmente morreram. O que mais nos surpreendeu foi a terrível morte do Sr. M., um de nossos líderes. Meishu-Sama tinha-o alertado, duas ou três vezes, para que fosse embora logo que possível, porque ele achava que aquele lugar era um dos pontos mais perigosos de Tóquio. Cada vez que Meishu-Sama falava ao Sr. M., ele respondia com evasivas, parecendo não desejar acatar o conselho de Meishu-Sama. Foi aproximadamente em julho, ou agosto de 1944, que o vi pela última vez. Por aquela ocasião, a maioria dos membros residentes em Tóquio já havia deixado a cidade, que estava sendo intensamente bombardeada pela aviação inimiga. Quando perguntei ao Sr. M. se havia decidido ou não sair, respondeu-me que não havia encontrado uma casa que lhe agradasse. Lembro-me de como me intrigava o fato de ser ele tão indiferente ao perigo que o ameaçava. Se realmente ele tivesse sincero desejo de mudar, teria encontrado um lugar apropriado. Acho que ele não estava interessado nisso. Pouco tempo depois, houve uma grande incursão aérea sobre a área do centro da cidade. Nessa época, estávamos acostumados a ouvir relatos de membros que escaparam milagrosamente, de modo que não ficamos muito preocupados com a segurança do Sr. M. Entretanto, ele não apareceu na sede em Hakone posteriormente e começamos a pensar no que poderia ter-lhe

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acontecido. Mais tarde soubemos que ele foi dado como desaparecido. Depois que a Sede foi transferida para Atami, sua filha mais velha dedicava-se a uma de nossas tarefas. Ela foi a única sobrevivente da família a escapar do bombardeio de Tóquio, porque havia ido para o interior. Com lágrimas nos olhos, contou-nos que obtivera confirmação de que o restante da família, - cinco pessoas incluindo seu pai, - havia morrido, todos eles queimados. Estava tão abatida que não tínhamos meios de consolá-la. A trágica morte do Sr. M. nos ensinou a valiosa lição de que podemos confiar inteiramente nas palavras de Meishu-Sama e que nosso futuro depende da maneira como as aceitamos ou não. Se o Sr. M. tivesse seguido o conselho de Meishu-Sama, ele não teria sofrido morte tão trágica. Ao ignorá-lo, demonstrou falta de fé por sua própria culpa.” “E assim, insistentemente, incentivava os fiéis a se refugiarem. Os Ministros também, seguindo o seu conselho, se refugiaram, um após o outro, no interior. Mas a intenção de Meishu-Sama em relação a esses refúgios não se limitava ao desejo de proteger suas vidas ou os seus bens; desejava, isto sim, que os Ministros fossem para o interior e fizessem difusão.” Outro prognóstico correto, dois dias após o início da guerra nipo-americana quando a marinha japonesa obteve uma vitória nos mares da Malásia; bem como fim da guerra: “Durante a Segunda Guerra Mundial, meu marido estava servindo na Marinha como Oficial. Assim que começou a guerra, a marinha japonesa venceu uma batalha que se travou na costa da Península Malaia e houve até um desfile para celebrar. Fui a Meishu-Sama para manifestar o meu contentamento pela vitória. Meishu-Sama disse-me: "Desta vez nossa marinha venceu, mas perderá no futuro".

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Senti-me magoado por suas inesperadas palavras, pois meu marido era comandante na área de Saigon e toda a nação estava inebriada pela vitória. Meishu-Sama, contudo, continuou: "Até que nosso país seja derrotado nesta guerra, ele jamais se tornará o verdadeiro Japão." “As previsões para esta guerra são tenebrosas. Agora não posso falar a verdade, porque seria pressionado, mas suas conseqüências serão calamitosas.” Outros prognósticos sobre o fim da guerra: “Quando as conseqüências da guerra atingirem o nordeste, ela estará perto do final” “Deixe seu filho por minha conta. Farei dele uma pessoa útil. Quando ele tiver de se alistar, o alistamento militar acabará. O mais tardar no mês que vem já não haverá nenhum avião inimigo sobrevoando os nossos céus.” “No princípio de maio de 1944, recebi uma notícia já um pouco fora do tempo. Quando assistia ao Culto Mensal na Sede Geral em Hakone, contei a Meishu-Sama que havia sido convocado pelo exército. "Você deve aceitar o fato, Deus cuidará do seu caso", disse ele ligeiramente, de maneira despreocupada. Do lado de fora, após o Culto, alguns ministros mais antigos, que tinham ouvido nossa conversa, aproximaram-se de mim e disseram: "Parabéns! Nada acontecerá a você. Não há razão para afligir-se". Naquela ocasião, não entendi o que queriam dizer. Logo em seguida, fui mandado para um regimento em Tiba, integrando uma unidade encarregada de construir ferrovias. Poucos dias após, comecei a lembrar-me do que haviam dito alguns anos atrás, que eu sofria de cálculos renais e que o mal era crônico. Pensei comigo mesmo: "Talvez seja recusado na hora em que fizer o exame médico”. Diferentemente do que supunha e esperava, quando chegou minha vez de ser examinado pelo médico do exército, fui

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aprovado sem maiores delongas. Eu havia rezado tanto para que fosse excluído, pois só assim poderia dedicar-me inteiramente à Obra Divina, como desejava. Lamentava o fato de que, tendo o sagrado Ponto Focal em meu peito, tivesse que ir combater, ao invés de ajudar os que sofriam. Estava certo, entretanto, de que nada me caberia fazer naquele momento e, por isso decidi resignar-me. Naquela tarde, o oficial de plantão semanal trouxe um aviso. Era um boletim que dizia: "as seguintes pessoas não precisam preparar-se para seguir com destino à frente de batalha”. Entre os nomes relacionados, lá estava o meu! Pouco depois a unidade partiu. As pessoas que ficaram passaram por novos exames médicos, foram reprovadas e mandadas de volta aos seus lares. Mais tarde soube que a unidade, quando, estava sendo transportada para o front, foi atacada por aviões inimigos e totalmente dizimada. Essa noticia fez-me pensar muito sobre a proteção especial que havia recebido e fiquei profundamente agradecido. Quando encontrei Meishu-Sama outra vez na Sede Geral, falou-me: "Parabéns, agora, dedique-se inteiramente à Causa de Deus". Fiquei tão impressionado que senti todo o meu corpo tremer.” “No final do mês de julho de 1945, recebi um bilhete, que dizia: "Regresse à sua unidade no Regimento Utsunomiya no dia 15 de agosto às 13h." Procurei imediatamente Meishu-Sama: "Não, você não deve ir", retrucou. Eu sabia que tinha que me apresentar, pois não havia alternativa, por isso falei categoricamente: "Nada posso fazer, tenho que ir!" "Você vai se apresentar, mas você não será necessário". Não entendi bem o que ele queria dizer.

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Ao meio-dia de 15 de agosto, quando me dirigia à minha unidade, aproveitei para visitar um amigo. Quando entrei em sua casa, encontrei-o imóvel em frente do rádio ouvindo uma estação. Intrigado com o que pudesse ter acontecido, perguntei-lhe o que se passava. Disse-me: "O Imperador em pessoa anunciou o fim da guerra". Um pouco confuso fui ao Quartel do Regimento, conforme determinaram. Lá me informaram que como a guerra havia terminado, não mais se fazia necessária minha apresentação, podendo assim voltar para casa. Logo que regressei, procurei Meishu-Sama para dizer-lhe que havia retornado. E Meishu-Sama: "Está vendo? Você não foi necessário afinal". Ele sempre dizia: "Há um profundo significado em tudo que digo ou faço". Pela primeira vez essas palavras soaram claro para mim e tocaram o fundo de meu coração.” Outros fatos interessantes: “A Segunda Guerra Mundial terminou em agosto de 1945. Durante a guerra e mesmo depois dela, houve muita escassez de arroz. Estávamos cientes de que, e nossa Sede Geral, onde muitas pessoas trabalhavam havia grande falta de arroz. Morávamos em Niigata, distrito famoso pela produção de arroz de modo que não foi muito difícil conseguir suprimento para nós, e tudo fizemos para conseguir quantidades maiores para atender nossa Sede. Certa vez, conseguimos comprar um arroz próprio para ser moído, com o qual fazíamos moti (bolinhos de arroz) para levar à Sede. Bem cedo, tomamos o trem para Atami, eu e mais três companheiros. Assim que chegamos à porta, uma das servidoras abriu-a. Ela agradeceu-nos as caixas de bolos de arroz. Fizemos menção de ir embora, dizendo-lhe que retornaríamos na manhã

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seguinte. "Por favor, fiquem conosco e durmam aqui", disse "Meishu-Sama falou-me, por volta das nove horas, viriam quatro pessoas de Nigata com moti e deu-me instruções para que os convidasse a ficar. Preparamos camas para vocês". Ficamos tão surpresos com isso que momentaneamente perdemos a fala, pois não havíamos avisado a Meishu-Sama sobre nossa vinda. Como pôde ele saber? Até hoje não encontrei uma explicação.” “Meu marido esteve na frente de combate durante a Segunda Guerra Mundial. Durante sua ausência, meu filho caçula caiu e quebrou a perna. Recebeu Johrei e ficou completamente curado. Quero explicar o significado espiritual deste evento. Quando meu filho se acidentou, levei-o imediatamente ao nosso ministro, que comunicou o fato a Meishu-Sama. Soube pelo ministro que Meishu-Sama dissera que se tratava de um aviso. Fiquei a pensar que aviso poderia ser, mas como a perna do menino logo ficou boa, esqueci do que falara Meishu-Sama. Alguns dias após, recebi carta de meu marido. Dizia: "Quando estava andando a cavalo, ele pisou num buraco oculto sob a grama e tropeçou. Fui lançado ao solo. Pelo modo como caí, poderia haver-me ferido terrivelmente, mas não sofri um arranhão". Imaginei que poderia ser uma proteção divina, embora não associasse o fato com o que aconteceu com meu filho. Assim que encontrei Meishu-Sama, contei-lhe o ocorrido. Ele disse: "O acidente com seu filho foi em substituição ao do pai. Seu filho está num lugar onde pode receber Johrei e curar-se facilmente, de modo que aquilo que devia acontecer para seu marido, aconteceu para seu filho. Isto é sem dúvida uma grande graça". Naquela ocasião não pude entender o sentido claramente, mas de qualquer forma; agradeci muito.” Meishu-Sama brincava de soltar pipa e jogar carta:

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“Num dia de primavera subo no grande telhado Para soltar pipa para os meus filhos. E minha esposa sente alegria." Esse poema de Meishu-Sama foi declamado por Nidai-Sama, no Ano Novo, em 1932. Quando Meishu-Sama e Nidai-Sama em companhia de toda a família passavam um alegre dia de primavera. O casal, como que retomando ao espírito infantil, brincava com os filhos. Nessa ocasião, Meishu-Sama sempre empinava pipa. Assim, com a proximidade do final do ano, eu costumava ir a Guinza comprar pipa e linha. Parece que ele gostava muito de soltar pipa, e era hábil nisso. Então, mesmo em dia comum, não sei se para relaxar durante as horas de folga, havia ocasiões em que ia soltar pipa com os filhos. Como o jardim da residência de Shofu-So não era amplo, e também por haver árvores, Meishu-Sama, geralmente, soltava pipa do primeiro andar da casa e, às vezes, subia no telhado. Os filhos, freqüentemente, participavam e, realmente, Meishu-Sama a manejava com paciência, de acordo com a mudança da direção do vento. Quando a pipa subia, ele dava gritos de alegria juntamente com Nidai-Sama e os filhos, mostravam grande satisfação. Na época da guerra, no Ano Novo, Meishu-Sama reunia-se com os familiares e dedicantes para jogar carta, e todos pareciam alegres. Os dedicantes, nas horas de folga, jogavam ping-pong. Às vezes, Meishu-Sama aparecia e ficava apreciando o jogo. Nidai-Sama também participava, jogando com os dedicantes. Final da guerra, ele publica “O Evangelho do Paraíso”, retomando temas da “Medicina do Futuro”. Por essa época afirma: “Tenho falado tanto sobre os erros da Medicina, com base em fatos concretos, que os leitores já devem estar relativamente conscientizados a esse respeito.”

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Igrejas Kannon e Miroku. Neste ponto: Vigilância e otimismo; Surgimentos; Reformulando Johrei e Imagem. Vigilância e otimismo. “Os agentes da Polícia são exigentes; por isso é melhor não vir aqui.” O Fundador pressentia o momento em que o policial estava saindo de casa e que, se calhasse de estar fazendo caligrafia nesse momento, o pincel parava sozinho. Porem, não tomava nenhuma precaução: servia-lhes doces, atendia-os com sorriso, levava-os para ouvir palestras, presenteava-os com imagens de Kannon pintadas por ele e lhes ministrava Johrei. A vigilância dos investigadores fazia o Fundador achar graça. Uma dessas situações: - Investiguei bastante, fazendo tudo para prender Okada, mas estou em apuros, porque não consigo achar nenhuma prova. - Eu não pude deixar de rir. Prende-se alguém quando há motivos, se não há, é porque a pessoa é honesta. Ele, no entanto, diz que está em apuros porque quer me incriminar a qualquer custo. Não consigo entender uma coisa dessas. Outro caso irônico: - Na sua casa, curam-se doenças, mas não é Kannon quem as cura. Elas são curadas graças ao grande poder do Imperador, por isso, vocês deveriam agradecer a ele. - As pessoas curadas devem mesmo ir agradecer lá no Palácio Imperial, é? Em 15 de agosto de 1945, aos 62 anos, o Imperador transmitiu pelo rádio que o Japão declarava o fim da Guerra. O Fundador disse aos fiéis, que o olhavam ansiosamente:

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“Foi bom assim. O Japão irá melhorar. Não posso falar abertamente, mas, esse resultado merece uma grande comemoração.” Eis um caso demonstrativo de como era difícil falar abertamente. Pouco depois de terminada a guerra, um militar o visitou: - Não consigo entender o motivo da rendição. É uma vergonha! - [silêncio] - O senhor é japonês? - Não; não sou japonês. - Então de que país é o senhor? - Eu sou universal. Após o término da guerra, no dia 11 de fevereiro de 1947, o Fundador reformulou “Tratamento de Digitopuntura no Estilo X” para organizar a “Associação de Terapia Japonesa de Purificação”. Com a seqüência inumerável de milagres produzidos, ao mesmo tempo em que a Associação se expandia em número de associados, aumentava também os interrogatórios baseados em denúncias de que ela infringia as leis da Medicina. Uma vez um investigador das tropas de ocupação americanas não conseguindo entender que da palma da mão saísse uma luz espiritual, o Fundador o fez assistir uma experiência. Colocou algumas pessoas de pé à beira do lago e pediu que alguém ministrasse Johrei naquela direção, e todos começaram a tossir e a bocejar. Suspeitando que tudo tivesse sido combinado, o investigador mandou que elas ficassem de costas e que só ministrassem Johrei quando ele desse o sinal. O resultado foi o mesmo e as suspeitas se desfizeram por completo. O Fundador assistiu a tudo achando muita graça. Mais tarde, esse investigador por ter ficado muito bem impressionado, trabalhou para que esta pudesse ser preparada sem tropeços como Igreja Kannon do Japão.

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Surgimentos. A instituição da Igreja Kannon do Japão foi realizada no dia 11 de novembro de 1947 no Hõzan-Sõ. Na ocasião, fez a seguinte saudação: “Em outubro de 1934, iniciei a campanha Kannon do Japão, com o objetivo de construir um mundo isento de doença, miséria e conflito. Naquela época, entretanto, as autoridades tinham como direito pressionar indiscriminadamente todas as religiões e organizações similares, e por isso a Associação Kannon do Japão também não foi poupada, recebendo total repressão. Consequentemente, desde então abandonamos o aspecto religioso e viemos desenvolvendo atividades terapêuticas, o que é do conhecimento de todos. Finalmente, com a marcha do tempo, chegou a oportunidade de manifestar a força virtuosa, ou seja, o Poder da Inteligência Superior de Kannon.” “Esta é a força gerada pelo cruzamento do horizontal com o vertical. Em termos budistas, é o Poder Kannon ou Poder da Inteligência Superior; em termos cristãos, é o Poder do Messias.” Em outubro de 1948, o Fundador deu autonomia a uma das nove filiais, a qual recebeu o nome de Igreja Miroku do Japão. Ele explicou a relação entre esta e a Igreja Kannon do Japão. “Todas as coisas têm positivo e negativo, masculino e feminino, vertical e horizontal; assim, se ambas as partes caminharem suprindo suas falhas e defeitos, a expansão será mais rápida. É como ter braço direito e esquerdo. Esta é a Verdade.” Em 1949, o número de fiéis elevava-se a mais de cem mil [em 14 anos cresceu mil vezes].

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Reformulando Johrei e Imagem de Deus. Instituída as Igrejas Kannon e Miroku, as atividades de salvação foram totalmente reformuladas, pois agora se explicitava o aspecto religioso destas atividades. O Johrei denominado ‘Tratamento’, passou a ser chamado de ‘Purificação’ e logo a seguir de ‘Johrei’. Quanto ao talismã passou a ter as palavras ‘Hikari’ (‘Luz’), ‘Koomyo’(‘Luz Intensa’) e ‘Dai-Koomyo’(‘Luz Muito Intensa’) escritas verticalmente. Meishu-Sama explicou a respeito do Johrei. A segunda fase do Johrei caracteriza-se pela modificação do conceito de doença e mudança e ampliação do objetivo: “Sendo a doença Algo que purifica O corpo e o espírito, Ela é uma infinita Benção de Deus.” Nidai-Sama compreendendo a purificação cita: “Meishu-Sama ensinou que todo sofrimento é uma purificação, isto é: a eliminação das máculas do corpo espiritual. Esteja ou não a pessoa consciente desse fato, o sofrimento é uma benção.” Meishu-Sama diz: “O objetivo do Johrei não é curar doenças. O Johrei é um método criador de felicidade. Isso por que a doença também é uma purificação e sua origem é a ação eliminadora das máculas do espírito. Mas não é só. O Johrei é uma ação que acaba com todos os sofrimentos do ser humano. A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a grande diferença que há de umas para outras pessoas, está além da imaginação. Quanto mais poderosa for essa irradiação, maior será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior potência, concentrei-a numa parte do corpo [palma da mão], alcançando, com isso, pleno sucesso na eliminação das máculas.

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Consegui, também, aumentar ainda mais a força da irradiação que cada um possui, através de um método todo peculiar [Ohikari]. Aplicando esses dois métodos, conhecendo o seu princípio e somando experiências, consegue-se manifestar um poder extraordinário. O método consiste em erradicar, pela palma da mão, uma espécie de ondas espirituais, que têm como agente principal o elemento fogo. Por ora, vou chamar essas ondas de raios misteriosos. Todas as pessoas os possuem em determinada quantidade, ou melhor, esses raios existem em número ilimitado no espaço aéreo acima do Planeta, isto é, no Mundo Espiritual. Mas por que será que ninguém descobriu antes esse método que consiste na eliminação das máculas através das ondas espirituais? Foi porque, conforme já dissemos, era noite no mundo, não existiam raios misteriosos em quantidades suficientes para apagar as máculas. Não é que eles fossem totalmente nulos, tanto assim que alguns religiosos procediam ao tratamento das doenças e até certo ponto tinham êxito. Como é do conhecimento de todos, os fundadores de algumas religiões ganharam considerável fama. Acontece, porém, que o principal componente da luz da Lua é o elemento água. Com base no elemento água, essa luz é de natureza fria, e por isso sua aplicação torna-se um tratamento solidificador. No Johrei, o principal agente é o elemento fogo, capaz de queimar mácula, por conseguinte, ele apresenta efeitos extraordinários. O principal motivo que me levou a descobri-lo foi o conhecimento sobre a Transição da Era da Noite para a Era do Dia e o conseqüente aumento de partículas do elemento fogo. O método do Johrei que tenho empregado atualmente consiste em outorgar às pessoas um papel onde está escrito a palavra Hikari, ou seja, Luz. Os efeitos se manifestam quando esse papel é usado no peito, pendurado ao pescoço. Isso acontece porque da palavra “Hikari” se irradia poderosas ondas

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de Luz, as quais são transmitidas através do corpo, do braço e da palma da mão do fiel que ministra o Johrei. E porque motivo se irradiam ondas da luz da palavra Hikari? Essas ondas são emitidas do meu corpo e, pelo elo espiritual transmitem-se instantaneamente à palavra em questão. É muito semelhante às ondas de rádio. Todavia, se as ondas de Luz são emitidas do meu corpo e transmitidas através do elo espiritual surge a seguinte pergunta: que segredo existe no meu espírito? No meu ventre [no centro dele se encontra a alma] há uma bola de Luz que normalmente mede uns 6 cm de diâmetro [de uma esfera, donde o volume de sua alma é de aproximadamente 4/3 x Π x r³ = 4/3 x 3 x (6/2 cm)³ = 100 cm³. Como o volume da alma de uma pessoa comum é 1/10.000 do corpo espiritual = 1/10.000 do corpo material = 1/10.000 x Π x r² x altura = 1/10.000 x 3 x (10 cm)² x (160 cm) = 5 cm³, então, a alma do prestes a se tornar Meishu-Sama já é 20 [o dobro do número de Deus que é dez, ou seja, Ooshin-Miroku] vezes maior em volume do que o de um homem comum. Isso sem falar de iluminação, brilho, fluxo luminoso e intensidade luminosa] ela foi vista por algumas pessoas. Dela, as ondas de Luz irradiam-se infinitamente. A fonte dessa bola está no “Nyoi-no-Tama” de Kanzeon-Bossatsu, no Mundo Espiritual [ou seja, no yukon de Mokiti Okada]; daí me é fornecida uma Luz infinita. Esse é o Poder Kannon.” Quem já consegue trabalhar num certo nível de Tie (inteligência) é chamado de “homem desperto”. Chama-se de “grande desperto” àquele que chegou ao ponto máximo da expansão de consciência. Explicitando as duas razões da evidência do Poder do Johrei: “A Luz era formada pela união do elemento fogo e do elemento água, mas faltava o elemento terra. Como havia apenas dois elementos, a força era insuficiente. A força da terra é o elemento da matéria e correspondente ao corpo humano. Ao

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passar pelo corpo, a Luz é acrescida do elemento terra e daí nasce a força da trilogia, ou seja, o Poder Kannon. Explicando, a Luz emitida por Kanzeon-Bossatsu, passando pelo meu corpo, manifesta-se como Poder Kannon, o qual através do corpo do messiânico, torna-se força purificadora. Outra razão é a grande Transição, havia muito elemento água e pouco elemento fogo no Mundo Espiritual. Se a Luz é forte, significa que há maior quantidade de elemento fogo. Da mesma forma, no caso das lâmpadas elétricas, quanto mais intensa é a luz, maior é a quantidade e calor emitido.” “Para esclarecer melhor a relação existente entre mim e o mundo da Era do Dia, devo dizer-lhes que dentro do meu corpo há uma bola de Luz, conhecida no Budismo, desde a antiguidade. Em primeiro lugar e para maior clareza, preciso explicar-lhes que a Luz desta “bola”, em sua essência, resulta da junção de dois elementos: Sol e Lua. Portanto, não é exclusivamente originária do Sol, como normalmente se admite. Então, ao juntar-se à “bola” alojada no meu corpo, essa Luz forma uma trindade composta pelos elementos fogo, água e terra.” Assim, efetuou-se o grande salto da terapia popular denominada Tratamento de Purificação por Digitopontura, para a pessoa jurídica de natureza religiosa chamada Igreja Kannon do Japão. Entretanto, houve membros que vacilaram. Aqueles que se limitavam a pensar no Johrei como um tratamento, não conseguindo reconhecer a existência de Deus e o Seu amplo desejo de salvação, muitos interpretaram que tinham sido enganados, quando se revelou o seu aspecto religioso. Dessa forma, muitos membros se afastaram. Por outro lado, surgiram grandes milagres, e o número de membros chegou a dezenas de milhares. Como está na oração Zenguen Sandji, Kanzeon-Bossatsu [encarnação da misericórdia] (5), Koomyo-Nyorai [encarnação da Luz] (8), Ooshin-Miroku [encarnação da ação livre e

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desimpedida] (20), Messias e Miroku Oomikami [encarnação de Deus] (36) é o mesmo espírito apresentado com nomes diferentes. A essência divina, portanto, não se altera; apenas amplia a sua área de atividade de acordo com a época em que se manifesta no mundo. Assim, Kannon, após aparecer, adquirir notoriedade e ficar bem em evidência devido à sua ação como Deus misericordioso, transformou-se em Koomyo-Nyorai = Kannon de Mil Braços. Finalmente, tendo conquistado entre os homens notável fama e honradez, torna a nascer como Miroku = Guce Kannon. Existem, portanto, várias maneiras pelas qual Deus se manifesta no Mundo Material. Messias é o nome de Deus depois de ter nascido como ser humano. 2.2. Edificador de Solos Sagrados. De 1944 a 1949, ou seja, dos 62 aos 66 anos. Meishu-Sama assim escreveu: “O Criador, quando criou a Terra, projetou-a de acordo com um plano infinito. Provavelmente, isso deve ter sido há uns dez milhões de anos. Quando criou o planeta, estabeleceu um território paradisíaco, o futuro Japão, como um grande jardim público mundial. Como condições necessárias, preparou de maneira ideal o clima, os aspectos topográficos, a beleza natural, etc., e aguardou o tempo. Evidentemente, trata-se de nossa Atami, Hakone e também do monte Fuji. Especialmente para Atami, objetivou um ambiente ideal, de máxima beleza. Assim, tendo o nível de progresso da cultura material finalmente chegado a uma situação adequada para a construção do Paraíso, fez-me nascer, passar por várias experiências e residir em Atami, onde deu início à edificação do Protótipo do Paraíso Terrestre, Seu objetivo.”

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“A nossa Igreja tem como objetivo a construção do Paraíso na Terra, e dá início a ele construindo o protótipo do Paraíso na Terra. O destino do mundo, isto é, o Plano Divino, é algo muito interessante. É como se fosse a semente da fruta; a polpa da fruta em si, por exemplo, da ameixa, do pêssego, representa o mundo, mas a semente é o centro. Não posso dizer exatamente, neste momento, o que seja esse centro [é a ação de Kannon como Koomyo-Nyorai, depois como Ooshin-Miroku, mais tarde, com uma partícula nesse centro da semente se alojou Deus], mas nele é que está a origem do mundo. Desta maneira, para se fazer algo no mundo, deve-se mudar primeiro a pequenina semente. É como o aparecimento dos círculos quando se lança uma pedra no lago. Para transformar o mundo em Paraíso, deve-se mudar adequadamente o pequenino ponto central, ou seja, construir o Paraíso. Esta será a minha obra de Salvação.” “Que poderia ser o Solo Sagrado senão uma grande obra de arte preparada por Deus quando criou o mundo? Quando o Criador fez a Terra há milhares ou bilhares de anos. Mas, Ele determinou que, futuramente, haveria uma região paradisíaca, no Parque Mundial chamado Japão; para tanto, preparou de forma mais perfeita o seu clima, ambiente, beleza natural, etc. e esperou pelo tempo certo. Obviamente essa região paradisíaca é a nossa Atami, mas Hakone e o Monte Fuji também possuem a mesma missão. Projetamos o protótipo do Paraíso Terrestre escolhendo locais maravilhosos, em Atami e Hakone, onde estão sendo edificados magníficos edifícios e jardins. Com a conclusão dessas obras, pretendo mostrar ao mundo a sublimidade e formosura do Supremo Céu.” A missão geral dos Solos Sagrados é a de serem assento de Deus, lugares ideais determinados por Ele, fontes da Luz, protótipos do paraíso e depósitos do sentimento de Meishu-

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Sama. Mas, cada um tem sua especificidade em relação a cada um destes pontos. No que se refere á lugar ideal, Hakone é o centro do mundo, Atami é o mais elevado e belo: “Espiritualmente, o Japão é o centro do mundo. Hakone é o centro do Japão, e Gora é o centro de Hakone. A Montanha Divina é a mais alta da Cordilheira de Hakone, sendo o verdadeiro centro do Japão. Essa montanha é o ponto de separação entre o Leste e o Oeste japonês. Na realidade, o protótipo do Paraíso Terrestre deveria ser construído em cima da Montanha Divina, mas, por ser impossível, escolhi esse lugar. Dei à minha primeira residência o nome de ‘Shinzan-Sô’, Solar da Montanha Divina, justamente por tê-la como modelo da Montanha Divina. Assim, dentro do Plano do Criador, estava programado que Atami, em particular, seria um lugar ideal, o mais elevado e mais belo.” Tanto pela beleza da água e da montanha, como pelo clima, pelas águas termais, pela facilidade dos meios de transporte, etc., Atami é provida de todas as condições para protótipo do Paraíso Terrestre; em nenhum lugar do Japão existe um lugar com paisagens tão magníficas.” Meishu-Sama chegou a compor o seguinte poema: “Não me canso de Atami. A vista para o mar E para a montanha É magnífica. E Atami também possui Abundância de águas termais.” Hakone é espírito, montanha, fogo, está relacionado com o Mundo Espiritual, será o modelo deste mundo; Atami é matéria, mar, água, está relacionado com o Mundo Material, será o modelo deste mundo. Hakone é o centro do Espírito; o que ali se planeja, reflete-se para Atami e se transforma em

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Providência Divina expressa materialmente. Ao se ter Quioto, o solo sagrado de Atami passa a ser semi-matéria relacionado com o Mundo Atmosférico; enquanto que Quioto passa a ser matéria, solo, terra, relacionado com o Mundo Material. Impregnação do sentimento do Fundador está nos nomes dados por ele, em Hakone é Shinsen-Kyô (Terra Divina), Atami é Zuiun-Kyô (Terra Celestial [ou Espiritual]) e Quioto é Heian-Kyô (Terra da Tranqüilidade [ou Material]). O nome de tranqüilidade talvez se deva ao receio, preocupação, insegurança, fúria, anormalidade, incerteza e perturbação que há três mil anos atrás o planeta Terra vem passando, inclusive as próprias reencarnações de Meishu-Sama. Em 27 de setembro de 1952, antes de Meishu-Sama ter escolhido Quioto como terceiro solo sagrado (foi em 11 de maio de 1953), ele assim pensava: “Concluindo-se o Paraíso Terrestre de Atami, (a atuação) será realmente a nível de Mundo Material. Como sempre digo, aqui (Terra Divina) é o Mundo Espiritual. [Hakone é] O Mundo Espiritual do Mundo Material. E Atami é o Mundo Material do Mundo Material.” Neste item se aborda: Hakone; Atami; Quioto. Hakone. Neste ponto: Significado; Milagres; Construções. Significado. Início e término de Hakone: Em maio de 1944, ano anterior ao término da guerra, mudou-se de Hôzan-Sõ para Shinzan-Sô. Logo, iniciou a construção da Terra Divina, atualmente com área de 76 mil metros quadrados a 600 metros de altitude. Levou nove anos

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para concluir o Paraíso Terrestre de Hakone, terminou no dia 15 de junho de 1953 aos 70 anos. Significação: “O centro da nossa Igreja é Gõra, em Hakone. ‘Gõ’ é ‘cinco’ e também ‘fogo’; ‘ra’ é ‘espiral’. Por isso, o nome Gõra significa ‘Expansão centrífuga [força para fora] da essência do fogo’. É muito profundo o significado do assento em forma de flor de lótus (‘rengue-dai’) que constituí a base onde repousam as estátuas budistas. [de acordo com o budismo, uma flor de lótus serve como assento aos que renascem no paraíso budista. Nessa religião, esta flor branca é o símbolo da pureza e perfeição da natureza búdica, inerente a todas as pessoas. Assim, como o lótus brota de dentro da escuridão da lama para a superfície da água, florescendo somente depois que se elevou acima da água e por permanecer imaculada sem se contaminar nem com a terra nem com a água que o nutriram, da mesma forma a mente, nascida do corpo humano, desabrocha suas verdadeiras qualidades (pétalas) depois que se elevou acima das torrentes lodosas da paixão e da ignorância, e transforma as forças obscuras das profundezas em brilhantes e puros néctar da consciência iluminada.] Gõra, situada em Hakone, é o próprio ‘rengue-dai’, porque está formada de montanhas de alturas variadas em torno de uma montanha alta, assemelhando-se, topograficamente, à flor de lótus.” Deus é o construtor: “É interessante como os terrenos de que necessitamos vão chegando às nossas mãos uns após outros. E não são terrenos dispersos; eles vão se ampliando de um vizinho para outro, mesmo acontece com o tempo. Quando está se aproximando a hora em que teremos necessidade do terreno, os proprietários nos procuram, para vendê-los. Tudo se processa conforme desejamos. As pedras de que precisamos, surgem abundantemente, num só lugar. Parecem não ter fim, por mais que escavemos.

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Desde 1931, o Mundo Espiritual tende gradativamente a clarear e por isso tornou-se fácil construir o Paraíso. Não são os homens que o constroem, e sim, Deus. Assim, a construção avança naturalmente, de acordo com o tempo, bastando que o homem trabalhe em conformidade com a Vontade Divina. Deus é quem fez o projeto e inspeciona o trabalho, utilizando livremente grande número de pessoas; quanto a mim, pode-se considerar que represento o papel de mestres de obras.” O Fundador como mestre de obras: Em 20/12/1949: “Então, deus escolheu a mim, como executor desta grande obra. Não digo que sou o Messias, mas hoje posso afirmar que Deus irá manifestar o poder do Messias através de mim.” “Basta que façam como eu digo para fazer. Você trabalha bem demais e por isso o trabalho não fica bom. Aqueles que não conhecem o serviço de jardinagem ou qualquer outro, fazem conforme eu digo para fazer. Quem o conhece, executa-o de acordo com a sua própria cabeça. Isso não é bom. Ainda que a pessoa se julgue com capacidade para realizar algo, ela deve fazer docilmente aquilo que eu digo para fazer. Agindo-se assim, conseguem-se resultados magníficos.” Em ??/10/1952: [órgão executor, não é o corpo todo, existe um Mestre em estado de união com a Obra do Reino do Céu na Terra, mas ainda não nasceu o Messias]. “Desse modo, de agora em diante, cada vez mais Deus irá realizando a Obra de Salvação por diversos métodos. E eu sou o seu órgão executor. Só com o espírito o mundo não pode ser salvo. Como o mundo é feito de matéria, é preciso que um ser humano vivo advogue. E estou incumbido de fazer esse trabalho. Por isso, à medida que o tempo passa, isso vai aparecendo de forma concreta.”

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Eis um exemplo significativo desta situação, isso aconteceu na época em que estava sendo construído o Jardim dos Musgos na Terra Divina. “Sempre digo que a pessoa que consegue fazer exatamente como falo, é um herói. É um grande homem. Porém, a maioria age quase sempre de forma diferente. Isso não acontece apenas na fé. Na obra do jardim, também, é a mesma coisa. Não há sequer um jardineiro que faça o trabalhe como eu peço. Se digo para pôr determinada coisa em determinado lugar, não há uma pessoa que coloque no lugar indicado: ou coloca mais para cá ou para lá. Se digo para pôr mais para cá, ela acaba colocando mais para lá. Por isso, não sei o que fazer com esses jardineiros profissionais. Mas é muito mais fácil fazer de acordo com o que eu falo. É estranho, pois as pessoas não gostam de fazer as coisas do modo mais fácil. Dentre os jardineiros, havia um que procedia da seguinte maneira: quando eu falava para puxar a pedra 30 cm para frente, ele não obedecia. Movia apenas cerca de 10 cm. E então. Perguntando-lhe por que não movia exatamente os 30 cm, ordenei para que puxasse mais para frente, e ele só conseguiu mover cerca de 20 cm. Como ainda não estava bom, disse-lhe para fazer de novo. Então, ele a colocou na diagonal. Disse-lhe: "Não pode ser na diagonal. Esta já é a terceira vez que peço. Se errar mais vez, vou despedi-lo." Parecia que iria fazer tal qual eu havia pedido, mas não conseguia. Então, ele disse que iria pedir ajuda ao Mestre-de-obras. Solicitei, então, ao mestre para fazer como eu queria e ele aprontou em duas ou três horas; ao passo que a primeira pessoa levou de três a quatro dias. Esse tipo de coisa tem acontecido. Principalmente os japoneses, estes não fazem conforme são mandados; não pensam de acordo com o que foi falado: parece um tipo de vício, um tipo de doença. Por isso, minha palavra é interpretada de forma errada.

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Assim, quando alguém diz: "Fiz conforme Meishu-Sama falou, mas não obtive êxito", eu, achando impossível, pergunto melhor à pessoa e descubro que fez de forma diferente.” Os Solos Sagrados jamais se desenvolveram dentro de boa situação financeira. Eles foram construídos por cerca de cem mil fiéis, gratos por terem sidos salvos pelo Poder Divino. Mas seria através dele e do Museu de Belas-Artes onde se expunham obras de qualidades extraordinariamente elevada em termos artísticos, é que se evidenciaria diante de todos, a realização de um trabalho de primeira classe em matéria de empreendimento cultural e, graças a isso, os intelectuais do Japão começaram a reconsiderar sua opinião da Igreja ser trapaceira. “Há pessoas que interpretam erroneamente as atividades da Igreja como algo que visa somente lucros monetários, e isso só porque flui para ela uma espantosa quantia de dinheiro - imagem que, felizmente, foi desfeita após a construção do Museu de Belas Artes. Para salvar um número maior de pessoas é necessário, consequentemente, grandes instalações. Nesse sentido, cada vez necessita-se de mais recursos financeiros. É muito bom ter avidez neste caso. O dinheiro passa a ser mal visto - principalmente os japoneses têm esse ponto de vista - porque ele é usado de maneira corrupta. Isto é, o próprio dinheiro já se encontra maculado. Mas, quando utilizado para boas causas, não há meio mais útil e poderoso que ele. Salvam-se muito mais pessoas quando o dinheiro é utilizado para esta finalidade. Por exemplo, qualquer pessoa que o veja, achará nosso templo magnífico, e o nosso jardim maravilhoso. Achará então que a Igreja também deve ser algo maravilhoso e nela: ingressará. Assim ela se salvará.”

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Milagres. “Sendo assim, os terrenos me são oferecidos inesperadamente, em lugares inesperados e por pessoas inesperadas. Mal eu sinto que Deus me está dizendo para comprá-los, obtenho a quantia necessária sem maiores sacrifícios. De acordo com o terreno, consigo não só o projeto mais adequado como o melhor construtor, e o material necessário também entra na medida exata. Até um arbusto para jardim me é trazido inesperadamente por alguém, e há sempre um lugar onde ele se encaixa com perfeição. Às vezes, aparece-me varias árvores ao mesmo tempo e fico sem saber onde colocá-las; entretanto, como creio que tudo isso é feito por Deus, ponho-me a estudar o jardim e começo a plantá-las uma a uma. Resultado, elas vão se encaixando perfeitamente. Cada vez que isso acontece, vejo que tudo está sendo feito por Deus. Quando desejo colocar uma pedra ou uma árvore em determinado lugar, em dois ou três dias elas vêm às minhas mãos. Que poderá ser isso senão um milagre?” Outros milagres, um deles aconteceu no verão de 1945, quando se colocava o telhado na Casa da Contemplação da Montanha. Em Hakone, o transporte de rochas enormes era muito freqüente, portanto, havia um grande perigo. Um jovem que dedicava na construção do jardim em volta daquela casa, prendeu a mão entre duas rochas, e o sangue imediatamente começou a escorrer. O Fundador passava por ali nessa hora e, tão logo viu o que estava acontecendo, começou a ministrar Johrei do lugar onde se encontrava a uns três metros de distância do rapaz. O sangue, que saía em grande quantidade, estancou em cerca de três minutos. Vendo isso, o Fundador deixou o local como se nada tivesse acontecido, mas as pessoas que ali estavam ficaram maravilhadas, sentindo-se tomadas por

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uma sensação arrepiante. Abismadas, permaneceram estáticas, olhando ele se afastar. Outro milagre ocorreu, na mesma época, quando faltava apenas 40 ou 50 cm para terminar a cobertura e o céu escureceu de nuvens negras: - Se começar a chover antes de terminar a cobertura, as pilastras vão ficar manchadas. Por favor, vá pedir-lhe [a Meishu-Sama] que faça algo para resolver o problema. - Primeiro, porém, diga-me quanto tempo vocês necessitam para terminar o teto? - Provavelmente, cerca de trinta ou quarenta minutos, mas seria melhor se tivéssemos uma hora mais de bom tempo. - Está bem, irei e contar-lhe-ei o que ocorre. Quando chegou à Meishu-Sama, este lhe perguntou: - Qual é o problema? - Pode começar a chover dentro de poucos minutos ... - De quanto tempo vocês precisam? - Os encarregados da cobertura podem terminar o trabalho dentro de uma hora. - Está bem. Mas qual o menor tempo possível de que eles precisam? - Cerca de quarenta minutos. - Está bem.[fitou o céu durante cinco minutos e falou] Agora pode ir. Diga aos homens que terminem o trabalho rapidamente. - [No momento em que terminaram o serviço e estavam descendo, preparando-se para descer pela escada, grossos pingos de chuva começaram a cair em torrentes. Entretanto não estava chovendo até cerca de cinco metros ao redor da casa; dali para frente, tudo estava inundado.] Um outro milagre: Em maio de 1948, na ocasião em que uma pessoa trabalhava na construção de uma canalização de água no Solar de Contemplação da Montanha, no mini-paraíso de Hakone, o

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cordão de seu Ohikari rompeu. Depois disso, não mais o usou, porque na realidade ele não entendia bem o que significava. Certo dia, resolvendo podar o enorme cipreste que havia no jardim para permitir que a plantação de verduras pudesse receber mais Sol. Para isso ele subiu na árvore com um serrote preso à cintura. De repente, o galho em que se agarrava quebrou e despencou de uma altura de quase quinze metros. Caiu violentamente sobre a coxa, batendo contra um tronco que estava no solo e ficou sem poder mover-se. Tentou pedir socorro, mas a voz não saía. Tentou várias vezes até que conseguiu emitir alguns sons, o bastante para que sua mulher lhe ouvisse e viesse para lhe acudir. Ela chamou um ortopedista, membro da Igreja. Ele veio em seguida e o atendeu, mas ele continuava sem poder movimentar porque a queda fora tão violenta que teve a impressão de que o cabo do serrote havia penetrado no seu corpo. Doía até quando respirava. Ficou de cama durante duas semanas, impossibilitado de fazer qualquer coisa. Pensando que nunca mais poderia trabalhar, mesmo depois que se recuperasse, e estava cogitando de pedir dispensa de seu trabalho. Foi nessa ocasião que recebeu uma ajuda financeira de Meishu-Sama. No décimo - quinto dia pôde sentar pela primeira vez. No décimo - sexto, já podia andar com a ajuda de uma bengala, e assim foi agradecer a Meishu-Sama o auxílio que lhe havia dado. Um empregado mais antigo recomendou-lhe que pedisse Johrei a Meishu-Sama. Assim, no décimo sétimo dia, foi até Shinzan-so, residência de Meishu-Sama em Hakone. Lá ficou esperando junto à ponte até que Meishu-Sama terminasse seu café da manhã e saísse para atender seus compromissos do dia. Ao pedir-lhe Johrei ele lhe disse: "Muito bem, vou ministrar-lhe agora mesmo e você vai conseguir flexionar o tronco."

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Ele ministrou o Johrei de uma distância de mais ou menos 2 metros durante um minuto, e perguntou: "Como se sente? Acho que pode curvar agora. Experimente." Meio receoso, fez uma tentativa e, para espanto seu, verificou que podia flexionar o tronco. "Você pode flexionar mais," falou Meishu-Sama. Tentou outra vez e certifiquei-me de que podia movimentar-me ainda mais. Quando voltava para casa, imaginando que devia ter sido uma espécie de magia ou mágica. Se fosse, pensava, o encantamento desaparecerá com o passar do tempo. Acordou aquela noite, saiu da cama e experimentou novamente fazer flexões. "Extraordinário”, falou consigo mesmo, "O encantamento ainda está funcionando". Quando foi lavar o rosto pela manhã, pôde curvar-se, e pela primeira vez, desde que havia caído, conseguiu usar as duas mãos. Chegou à conclusão, então, de que realmente havia sido curado pelo Poder de Deus atuando através de Meishu-Sama e de que não havia sido magia. Compreendeu também, que Meishu-Sama era um homem maravilhoso. "Crer cegamente não é sinal de verdadeira fé", ensinava-nos Meishu-Sama. "Quando você obtém cura pelo Johrei, você sente o poder de Deus. Este fato é que lhe permite conhecer a verdadeira fé". Construções. A primeira construção, iniciada pelo Fundador na Terra Divina, foi na Casa da Contemplação da Montanha. Nessa época, no Japão, havia carência de materiais para construção e até mesmo de provisões, porém: “Vou trabalhar nesta casa. Quando ela ficar pronta, a humanidade estará mais perto da salvação. Se deixarmos os

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trabalhadores passarem fome, a obra atrasará. Por isso estou-lhes fornecendo arroz.” Ela, que foi sua moradia, começou em março de 1945 e ficou concluída em 15 de agosto de 1946. Oferecendo uma bela paisagem com três montes, era o lugar onde, no verão, residia e elaborava os planos da construção do Paraíso Terrestre. Esta Casa de 50 metros quadrados foi usada para os encontros com os diretores da Igreja, com os comerciantes de obras de artes; aí também foram ditados e revisados um grande número de Ensinamentos. Além de ser considerada um museu histórico, foi muito importante como ponto central da Obra Divina no Solo Sagrado de Hakone. Outra construção na Terra Divina foi o Santuário da Divina Luz. Concluído em 5 de outubro de 1971, sendo elaborado com seguinte plano e significado: No Santuário da Divina Luz estão assentados Miroku Oomikami [Messias] e o Espírito Divino de Oshie-Miyoa-Nushi-No-Kami [Meishu-Sama, isto é, Mestre de Obras do Reino do Céu na Terra]. Do ponto de vista espiritual, isso significa que a Luz surgiu do centro da Terra [de um ponto terreno para onde as coisas convergem], e que o Mundo da Luz se concretizará. Isto é, tendo como fonte de Luz o Santuário da Divina Luz, Deus vem ativando o Seu poder, e com isso a Sua Obra está se desenvolvendo mundialmente. Entretanto, o Templo Messiânico de Atami é a fonte de Luz que representa as atividades de caráter material. Uma outra edificação é o Sorei-Sha (Santuário dos Ancestrais), consagrado por Nidai-Sama em outubro de 1958. Neste, primeiramente está assentado o Espírito Divino do Fundador; a seguir, os espíritos dos pioneiros, dos antepassados da família de cada fiel que fez sua inscrição, e dos parentes, amigos e conhecidos dos fiéis. Além desses, estão assentados os espíritos das vítimas da Segunda Guerra Mundial. Ele ocupa uma área de 490 metros quadrados, e nele, todas as manhãs e todas

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as tardes, são realizados Ofícios Religiosos em Sufrágio dos Espíritos, Ofícios Religiosos do Dia de Falecimento, etc. Já em 1926, admirador de Hakone, alugou uma casa para passar o verão. Como recordação, foi reformada e reconstruída em 1947, servindo para ele fazer as caligrafias a pincel. O nome dado, pelo Fundador, a esta casa foi a Casa do Trevo. Mais uma, é a Casa de Contemplação do Monte Fuji. Construída em 1936 com área de 50 metros quadrados, ao lado do Hôzan. Era o local onde ele, além de atender as pessoas que diariamente vinham receber Johrei, ser entrevistada ou receber orientações, dedicava a escrever Imagens da Luz Divina e Ohikari. Ela foi desmontada e reconstruída na Terra Divina em 23 de dezembro de 1974. Uma expressiva construção, foi a do Museu de Belas-Artes de Hakone. “Com a demolição da casa [dos pássaros, no final de 1950], formou-se um terreno livre de 500 metros quadrados mais ou menos, e eu fiquei pensando em construir algo adequado ao lugar. De repente, me veio à cabeça a idéia da construção de um Museu de Arte. Ora, ainda que pequeno, não se faz com pouco dinheiro, e eu não tinha previsão de obter os recursos suficientes num futuro imediato. Confiando em que Deus daria um jeito em tudo, iniciamos a obra em outubro daquele mesmo ano. Como podem ver, o Museu de Arte está sendo concluído passo a passo, e ouvi dizer que está se tornando bastante popular entre as pessoas da classe alta da sociedade. Deus deseja salvar primeiramente as pessoas intelectuais e as da classe alta, mas elas, normalmente, não se aproximam. O Museu de Arte, por exemplo, é o melhor meio para fazê-las se aproximarem. Acredito que não há outra forma, além desta, para reunir tais pessoas. E quando elas pisarem este Solo Sagrado, acabarão unindo-se a nós espiritualmente, por isso, mesmo contra a vontade, surgirá um motivo para serem salvas.

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Tratando-se de um Museu de Arte, as pessoas têm uma grande admiração, portanto, não será necessário dizer uma só palavra. Apenas vindo aqui para apreciar as obras de arte, forma-se uma afinidade espiritual. E, posteriormente, quando chegar o tempo certo, elas começarão a ouvir a nossa conversa. Isso significa que houve o enfraquecimento daquilo que estava atrapalhando espiritualmente. Portanto, observando-se a habilidosa realização de Deus, fico deveras admirado.” Terminado em 15 de junho de 1952, um ano antes da conclusão da Terra Divina. “Hoje é o terceiro dia das comemorações e acho que o tempo também é dos melhores; considerando que estamos em temporada de chuva. O Museu de Arte também, como podem ver, ficou pronto totalmente, portanto, gostaria que, depois, apreciassem calmamente. Levando em consideração que houve poucos contratempos e tudo correu bem, apesar de nos apressarmos para que ficasse terminado dentro do prazo significa que quem, está realizando é Deus.” Significação e objetivo: “Embora simples, os princípios religiosos utilizados por mim na obra salvadora que venho empreendendo, diferem grandemente dos princípios religiosos existentes até hoje. Os antigos fundadores ou pregadores de religiões adotavam a frugalidade na alimentação, vestiam-se sumariamente e levavam uma vida simples. Para se aperfeiçoarem, faziam penitências, permanecendo isolados em montanhas quase inacessíveis, debaixo de cascatas (ato considerado purificador), lendo os livros sagrados dia após dia. Dessa maneira, entre Verdade, Bem e Belo, este último era negligenciado. Poucos religiosos se interessavam pelas artes. Paraíso terrestre pode ser considerado, essencialmente, o Mundo da Arte, razão por que a nossa Igreja confere às manifestações artísticas uma atenção toda especial.

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Vou explicar o significado fundamental da construção do Museu de Belas-Artes de Hakone. Como sempre digo, o objetivo da nossa Igreja é construir um mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo. Para expressar este último, construí uma obra de arte inédita, unindo a beleza natural à beleza criada pelo homem. Que pretendo atingir com isso? Embora, o Japão, desde um passado bem remoto, sempre tivesse possuído grande número de magníficas obras de arte, que nunca deixaram nada a desejar em relação às de qualquer outro país, até hoje elas estavam nas mãos da classe dominante, bem guardadas nos seus palácios. Só de vez em quando essas obras eram expostas e, assim mesmo, a um limitado número de pessoas. Portanto, em termos mais claros, vigorava, até algum tempo atrás, o monopólio das belas artes, produto do pensamento feudalista dos japoneses. Já há muito tempo eu vinha me rebelando contra esse mau costume. Pensava modificá-lo de alguma forma, colocando as belas-artes ao alcance de todos. Enfim, queria libertá-las e, com elas, deleitar o povo. Acreditava que, dessa maneira, também daria um novo sopro à vida da Arte. Como sou líder religioso e, consequentemente, pude contar com a dedicação dos fiéis, o Museu de Belas-Artes foi concluído em curto espaço de tempo. Vendo concretizada uma aspiração de longos anos, estou imensamente feliz. Atualmente, existem museus de Arte particulares, mas o objetivo destes é muito diferente do meu. São museus organizados por milionários, com os inúmeros objetos que eles colecionaram para preservação e segurança de seu futuro. Esses milionários despendem grande soma de dinheiro para satisfazer seus próprios "hobbies", proteger sua fortuna, receber honrarias, etc. Entretanto, como existe uma lei regulamentando que, num determinado número de dias do ano, as peças dos museus particulares devem ser expostas ao público, esses

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museus abrem suas portas durante um curto período, na primavera e no outono, apenas para cumprirem a exigência da lei. Por isso, devemos dizer que seu significado social ainda é muito limitado. Em contraposição, o nosso Museu de Belas-Artes fecha somente durante os três meses de inverno dezembro, janeiro e fevereiro - devido ao clima impróprio de Hakone. No restante do ano, ele está aberto, podendo ser visitado quando se desejar. Assim, também nesse aspecto podemos dizer que ele é um museu ideal. Além disso, os objetos nele expostos são tão famosos e raros, que as pessoas interessadas em Arte desejam admirá-los pelo menos uma vez. Imagino, pois, quão grande seja sua satisfação. Acrescente-se que, o preço do ingresso é bem acessível; dessa forma, estamos contribuindo grandemente para o bem da sociedade. Outro aspecto positivo é que, quando os artistas da atualidade queriam ver um objeto de arte como ponto de referência para os seus estudos, não encontravam um museu de arte japonesa no verdadeiro sentido da palavra. Como todos sabem, os museus históricos possuem grande número de objetos históricos e arqueológicos, mas trata-se, principalmente, de arte budista, ao passo que outros, como os particulares, por exemplo, expõem, sobretudo arte chinesa e ocidental. Assim, poderemos contribuir para a preservação dos valiosos patrimônios culturais que tendem a se dispersar facilmente. Outro dia, em visita ao museu, o Sr. Assano, diretor do Museu Nacional do Japão, e o Sr. Fujikawa, chefe do Departamento do Conselho de Desenvolvimento do Patrimônio Histórico e Artístico Japonês, disseram que esse tipo de museu preenche as condições de que a nação mais necessita atualmente, razão pela qual eles nos manifestavam seu irrestrito apoio e o desejo de que alcançássemos um êxito cada vez maior. Isso veio firmar mais ainda a, minha convicção. Por fim, quero dizer em especial que, no futuro, virão

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turistas ao Japão, uns após outros e, como não existem turistas que não passem por Hakone, sem dúvida eles visitarão o nosso Museu de Belas-Artes. Também nesse aspecto ele será de grande utilidade, contribuindo para que os visitantes se conscientizem do elevado nível da cultura japonesa. A propósito, estrangeiros de grande influência tal como o Professor Langdon Warner (1881-1955) nos solicitaram permissão para visitar o museu, de modo que, um dia, ele também será conhecido no exterior; creio mesmo não estar muito longe o tempo em que se tornará uma das atrações do Japão. No desejo de corresponder a essa expectativa, estou me esforçando ao máximo para, o aperfeiçoamento de todos os seus detalhes. O Museu de Arte de Hakone é o Palácio do Belo que irá representar a arte do Japão ao mundo. Quando ele estiver pronto, tornar-se-á conhecido também no exterior e provavelmente muitos estrangeiros virão visitá-los. Ele também é um modelo da Obra Divina. É um símbolo do Paraíso Terrestre. Com o término dessa construção, estará concluído o protótipo do Paraíso Terrestre de Hakone e, com o passar do tempo, se desenvolverá a construção do Paraíso em escala mundial.” Meishu-Sama não queria apreciar as obras de arte solitariamente, queria mostrar as pessoas a fim de alegrá-las: “Amanhã vamos mostrar aos fiéis a obra que adquiri estes dias. Quando vejo uma magnífica obra de arte, ou uma paisagem maravilhosa, não sinto vontade de apreciá-las sozinho, e até fico melindrado; nasce em mim a vontade de mostrá-las a um grande número de pessoas, para alegrá-las. Dessa forma, minha maior satisfação é alegrar o próximo e com isso ficar alegre também.” Nidai-Sama fala sobre a aquisição do acervo: “O Japão mergulhou na Segunda Guerra. Após o término, sua situação modificou-se por completo, levando-o a fazer sua própria reformulação. O imposto sobre imóveis e a mudança para o novo sistema monetário compeliram as classes nobres e

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ricas a pôr suas imensas coleções de arte à venda. Objetos que eles tinham colecionado com carinho em seus lares, eram vendidos para pagar seus impostos sobre imóveis ou restabelecerem-se em seus negócios. Isso ofereceu a Meishu-Sama uma oportunidade ideal para atingir a esperança acalentada por muito tempo: tornar tais objetos acessíveis ao público. Ele começou a coleção e cinco anos mais tarde começou a construção do Museu de Arte nas terras do Solo Sagrado, em Hakone. Um ano e sete meses mais tarde o Museu foi aberto ao público. Meishu-Sama ficou deveras encantado com a admiração pública e pela velocidade extraordinária com que o Museu se completou. Mostrava esse prazer nitidamente em seu rosto feliz, no dia da cerimônia da abertura.” Aquisição do acervo, sem pedir abatimento, isso é o que Meishu-Sama fazia: “Dar exemplo de si próprio é meio constrangedor, mas, quando vou fazer compras, sou do tipo que quase nunca pede desconto. Só quando os artigos são espantosamente caros ou percebo que vou ser enganado é que me vejo forçado a regatear, porém é muito raro. Ajo assim porque, se eu pechinchar, não há dúvida de que o vendedor aumentará o preço na próxima ocasião; aí eu vou pechinchar outra vez, e assim por diante. Isso dá muito trabalho e só causa experiências desagradáveis. Como as pessoas que já visitaram o Museu de Belas-Artes de Hakone devem saber, temos inúmeras peças que não se conseguem facilmente. Por isso não há quem não se espante. Vou contar, desde o início, como ocorreram os fatos. Comecei a comprar objetos de arte logo após o término da guerra. Naquela época, o Japão estava passando por uma transformação até então nunca vista. Os nobres, os milionários, os senhores feudais, os grandes grupos econômicos, enfim,

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todos aqueles que ocupavam posições privilegiadas foram despojados delas de uma só vez. Premidos pelas dificuldades financeiras, eles viram-se obrigados a desfazer-se das caligrafias, quadros e antiguidades de valor artístico que eram tesouros de família desde a época de seus ancestrais. Por conseguinte, surgiram no mercado muitas peças famosas e raras, e a preços baixos. Fiquei com muita pena, pois essas pessoas precisavam vendê-las mesmo a contragosto, para poderem pagar os altíssimos impostos lançados sobre seus bens. Assim, ao comprar os objetos, eu também fui levado por uma grande vontade de ajudá-las, de modo que não pedi desconto, tendo comprado a maioria pelo preço ofertado. É óbvio, porém, que fiz um balanço dos ganhos exorbitantes de vendedores ambiciosos. Dessa forma, as peças foram sendo colecionadas pouco a pouco. Não se deve pedir abatimento. Convém até mesmo dar gratificações; caso contrário, quem é que vai trazer objetos de primeira qualidade ou os melhores que existem? É preciso, inclusive, agradecer aos comerciantes. (.) Quero que traga uma peça que faça minhas mãos tremerem ao pegá-la.” Certa vez, um discípulo de Meishu-Sama, veio todo contente para falar com o Mestre, dizendo: - Consegui 500 mil ienes de abatimento. - Não devia ter pechinchado, principalmente por se tratar de uma obra pertencente a um templo. - É mesmo? Mas o vendedor aceitou ... - Vá agora mesmo ao templo levar esse dinheiro. - Levarei dentro de dois ou três dias. - Absolutamente! Pegue o trem desta noite. - [retornando, relatou o que havia ocorrido ao Bonzo responsável do templo, este profundamente comovido, pegou parte do dinheiro e devolveu o restante.] Meishu-Sama procura aprender com terceiros: “Essa peça não foi escolhida por você, foi? Traga a pessoa que o mandou trazê-la para mim.” Porém ele tinha dificuldade de ser obedecido:

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“As cadeiras do interior da nave, o teto e as paredes, tudo deve ser feito como eu penso. O Museu de Arte também está quase pronto. A parte que ficou concluída primeiramente não está muito boa. Foi preciso explicar tudo, tintim por tintim. E se tivessem feito tal como eu havia pedido, estaria ótimo; mas os profissionais não fazem como foi solicitado, dizendo que isso prejudica a sua reputação, e mudam. Eles procuram corrigir e acabam modificando, ao invés de fazerem como foi dito. Eles dizem: "O amador não entende esses pontos. Desse jeito não está bom, pois parece trabalho de principiante." Trata-se de um tipo de educação. Leva-se muito tempo para fazer assimilar o modo de fazer de acordo com o que eu falo.” No entanto, Meishu-Sama ocasionava uma grande impressão nas pessoas: - Conversamos durante algumas horas, e o assunto se desenvolveu como se nos conhecêssemos há mais de dez anos, e o que me deixou impressionado e que pude perceber claramente enquanto que conversava com o Fundador, era o seu entusiasmo em aprender com terceiros. Ele tomava nota de tudo. Embora estivesse na posição em que estava, vivia sempre voltado para o alto, estudando, o que acho muito nobre.” Meishu-Sama não se deixava enganar: “Leve isso embora. [rindo] Aquele indivíduo queria me enganar.” Era determinado nesse aspecto: “Eu não tenho dinheiro, você sabe. Minha Igreja está comprando objetos de arte com os donativos feitos pelos fiéis e por isso não posso despender tanto dinheiro levianamente. Mas, sendo assim, não há alternativa. Vamos comprar pelo preço que estão pedindo.” Com ajuda dos espíritos dos autores das obras: “Os espíritos dos autores dessas obras, que, obviamente, estão no Mundo Espiritual, assim como os espíritos das pessoas que as apreciavam ou tinham alguma relação com elas,

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desejando praticar um ato meritório, faziam com que as peças chegassem às minhas mãos por diversos meios. Isto porque, através desse mérito, eles se salvariam e subiriam de nível no Mundo Espiritual. Não é preciso dizer que foi pelo mesmo motivo que conseguimos um Museu de Arte como este em tão pouco tempo.” Obra do Poder de Deus: “Entretanto, na confusão do período logo após a guerra, os preços eram baixíssimos e eu pude adquirir muitas obras; podemos, pois, entender que isso foi obra do Poder de Deus. É por esse motivo que eu nunca deixava de conseguir as peças que gostaria de possuir ou que necessariamente deveriam existir no Museu de Belas-Artes. Todas as vezes que isso acontecia, o vendedor exclamava: "É um mistério! É um milagre!” A esse respeito, ocorreu um fato interessante. Eu estava querendo adquirir a famosa xilogravura "Tokaido Gojusantsugui", de Hiroshigue, quando me apareceu um vendedor especializado em xilogravuras, que me ofereceu algumas obras desse artista. Eu lhe disse que, se fosse a impressão original da "Gojusantsugui", eu a compraria a qualquer hora. Qual não foi o meu espanto quando, no dia seguinte, ele a trouxe para mim, dizendo: "Não há nada mais misterioso. Ontem assim que voltei para casa, uma pessoa me levou exatamente o que o senhor queria. Fiquei muito surpreso, pois estava à procura dessa obra há mais de quarenta anos, e justamente ontem apareceu alguém para vendê-la. Não consigo entender!" Meishu-Sama impediu a saída para o exterior de obras consideradas Tesouro Nacional: “Podemos considerar Meishu-Sama o salvador das obras de arte do Japão após a guerra. Creio que devemos agradecer-lhe por isso, pois, adquirindo aquelas obras e criando o Museu de Hakone, impediu que os estrangeiros levassem as peças qualificadas como Tesouro Nacional para o exterior. Ao dizer isso a Meishu-Sama, ele

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comentou: "As pessoas estão dizendo que é para o meu benefício, mas não é. No Japão, existem peças de arte que remontam desde a Antigüidade. Ficaremos sem nenhum Tesouro Nacional se permitirmos que todas as obras sejam levadas para o exterior. Para impedir que isso ocorra é que as estou comprando. Através de atitudes como esta, o Japão irá prosperar, aquilo que é do Japão deve permanecer no Japão." Fiquei deveras emocionado e achei que era isso mesmo.” Atami. Neste ponto: Significado; Milagres; Construções. Significado. Início e término: Em agosto de 1944, três meses após mudar-se para Hakone, comprou Solar da Montanha do Leste, situada em Higashiyama, na cidade de Atami, e para lá se mudou em outubro. Foi, nessa casa, que durante quatro anos desenvolveu Obra Divina. Mas, no começo, quando ele expôs os seus planos para o futuro: “Em breve construirei, na montanha em frente, um prédio que comportará milhares de pessoas.” Os fiéis que ouviram e se viam em número de dez olhando para uma montanha acidentada e coberta de densas matas, isso não passava de um sonho. No entanto, a Terra Celestial teve início em 1946 e em 1954 tomou o aspecto com o qual se apresenta hoje. Atualmente ela tem 176.000 metros quadrados. Meishu-Sama falou a respeito da significação: “‘A’ significa ‘céu’; ‘ta’ significa ‘centro’ e se expressa com o sinal de um círculo com uma cruz no meio, já ‘mi’ significa ‘água’. Portanto, o nome ‘Atami’ significa ‘terras da Lua no

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centro do céu’. O fogo arde em sentido vertical, e a água corre em sentido horizontal.” Ele explicava que o Solo Sagrado de Atami significa expansão da difusão pelo mundo inteiro: “O protótipo de Hakone é de escala menor, por isso eu me aterei apenas ao protótipo de Atami. Meu plano, inicialmente, é construir uma grandiosa Obra de Arte, única no mundo, onde a beleza natural se harmonize com a beleza artificial. Não existe, ou melhor, nunca existiu uma religião que desse tanta importância à Arte quanto a Igreja Messiânica Mundial. Isto porque o Paraíso Terrestre - nosso objetivo último - é o Mundo da Arte. Obviamente, se ele é um mundo isento de doença, pobreza e conflito, isto é, o mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo, o homem seguirá a Verdade, amará o Bem e odiará o Mal; assim, todas as coisas se tornarão belas. Nesse sentido, a Arte não será apenas um deleite indispensável; ela constituirá a própria vida e se desenvolverá intensamente. Ou seja, o Paraíso Terrestre será o Mundo da Arte. Eis o motivo pelo qual tenho grande interesse por ela e pretendo incentivá-la bastante, no futuro. Como primeiro passo, estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, em Atami; quando ele estiver concluído, atrairá ainda mais a atenção da sociedade, recebendo muitos elogios. Infalivelmente, merecerá consideração a nível mundial. Portanto, estamos dando prosseguimento aos planos sob essa diretriz.” Milagres. No dia 8 de março de 1949, o jornal ‘Hikari’ noticiou o seguinte fato: “Dias atrás, aconteceram dois milagres misteriosos, que absolutamente não foram uma simples coincidência. Um deles ocorreu por ocasião de um desmoronamento na escavação de uma montanha. Pensou-se que todos tinham ficado soterrados,

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mas qual não foi o milagre! Os dedicantes estavam enterrados só até a cintura e seus ferimentos eram mínimos. Assim que foram socorridos, recomeçaram a trabalhar normalmente. O outro milagre evidenciou-se durante o transporte de uma carreta, que caiu num barranco de mais de dez metros de altura. A pessoa que a conduzia chegou a pensar que ficaria esmagada sob ela, mas, emaranhando-se no mato que havia no barranco, foi salva por um triz.” Outros fatos interessantes. - O que fazer com essa grande quantidade de terra retirada do ato de eliminar a inclinação do terreno? - Não se preocupe com coisas que ainda estão por acontecer. É um cuidado desnecessário, porque Deus está conosco. Ele fará o que for o melhor. - [Pouco tempo depois, foi adquirido o terreno do O Bai-en (Jardim das Ameixeiras), situado num vale muito fundo, de modo que a terra excedente das obras da estrada pôde ser utilizada para aterrá-lo]. “Em matéria de muros de pedras, este deve ser o local mais rico do Japão. As pedras aqui empregadas têm surgido abundantemente num só lugar, e quanto mais se cava, mais aparecem. Não existe outro local de Atami onde haja tantas pedras como aqui. Todos ficam surpresos, pois realmente é um mistério. Também o fato de termos conseguido adquirir aqui, seguidamente, as áreas necessárias, não deixa de ser um mistério. Essa aquisição de terrenos foi se processando de forma ordenada, ampliando-se gradativamente. Mesmo em se tratando de oportunidade, quando eu sentia necessidade de determinado terreno, o seu proprietário vinha oferecê-lo a mim. Tudo ocorria de acordo com o meu desejo. Após a aquisição do terreno, cada vez que eu ia inspecionar o local, surgia em minha mente um novo projeto. Era uma tranqüilidade, pois nem precisava pensar muito sobre o assunto.”

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Construções. “Deus escolheu Atami para aí estabelecer o protótipo do Paraíso na Terra, confiando a mim Sua construção. Aquilo que vamos realizar daqui para frente, foi preparado por Deus há centenas, milhares ou milhões de anos atrás; portanto, basta que chegue o tempo. Desta feita, é fácil. Mesmo no caso do Paraíso Terrestre de Atami, eu necessitava de muitas pedras para levantar paredes, e elas surgiam em abundância e ilimitadamente. Sabendo da atual necessidade de paredes de pedras, Deus preparou-as há milhões e milhões de anos. E para a apreciação de belas paisagens naquele local, Ele criou a baía de Sagami e as ilhas de Hatsushima e Ooshinia. Esses preparativos foram feitos a tanto tempo, que as várias modificações atuais foram preparadas deveras recentemente.” Meishu-Sama era exigente: “As ameixeiras que só dão flores têm pouco perfume. Por isso plante árvores que dêem frutos e que sejam velhas.” Foram quatro anos para arrancar, transportar e plantar 360 ameixeiras de mais de 100 anos no Jardim das Ameixeiras. Outra vez: “No caso da construção do jardim, também, quase nunca penso isso em fazer deste ou daquele jeito, ou como será a melhor maneira. Só que quando chega o tempo certo, a idéia age na cabeça, instantaneamente. Logo, indo ao "Paraíso Terrestre" (Solo Sagrado), a idéia de que vou fazer deste ou daquele modo ocorre imediatamente. Por conseguinte, quando penso um pouco e não entendo, desisto. Isso acontece com extrema rapidez; o templo que será construído está totalmente em minha mente: até mesmo a estampa de sua cortina. Só quando, devido ao fator tempo, não me vem a idéia como fazer determinado lugar, é que deixo a coisa do jeito que está. Entretanto, quando chega a época certa, a idéia flui repentinamente.”

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“Com esse esboço, dá para vocês perceberem claramente que antes mesmo de eu começar a fazer alguma coisa, tudo já fica pronto na minha cabeça. Entretanto, como existe uma distância muito grande entre a idéia e a sua efetivação, eu sinto uma espécie de tédio, mas, ao mesmo tempo, tenho enorme satisfação pela facilidade com que prevejo meus projetos realizados.” Tudo pelo belo, sem preocupação de tempo e dinheiro. Na Colina das Azaléias: - Como o formato está pronto, se eu plantar estas trezentas azaléias, ele não vai me dizer para arrancá-las. - O formato não está bom. Por isso arranque as azaléias e comece tudo de novo. [mais tarde] - Conseguiram! Obrigado pelo esforço que fizeram durante tanto tempo. Vocês devem ter se preocupado com tempo e dinheiro gasto para construir essa colina, mas isso não é o problema. Eu quero construir algo realmente magnífico e deixá-lo para a posteridade. Esse é o meu único pensamento. Diante de pilares de concreto que fora um serviço muito trabalhoso e demorado: “Reconstruam-no, porque está faltando sinceridade.” “Na ocasião de levantar alguma construção, por exemplo, divirjo sempre do operário que se preocupa somente com a beleza exterior. Como isso, de certo modo, causa má impressão, faço-o corrigir as suas falhas.” O Santuário Messiânico de Atami foi consagrado em 1955, por Nidai-Sama. O Templo Messiânico também concluído em 1955 e reconstruído em 1972, com 12.000 metros quadrados, pode abrigar 6.000 pessoas. Foi projetado não apenas para a realização de ofícios religiosos, mas para utilidades múltiplas, como: projeções de filmes, espetáculos de teatros, dança e concertos musicais.

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“Sendo espírito, Hakone é um tanto difícil de visualizar, mas como Atami é matéria, à medida que o Templo Messiânico avança gradativamente rumo à conclusão, sua influência se manifestará mundialmente. A expansão da Igreja Messiânica Mundial será o mais evidente, e como ela ocorrerá no nível material, será mais perceptível. Entre as cartas recebidas anteontem, havia um assunto muito interessante. Era um debate entre uma pessoa do escritório e o Sr. Shiino, que trabalha na construção o qual será publicado no próximo número do jornal. Até eu fiquei surpreso quando me inteirei do assunto. Trata-se da altura do teto do Templo. Outro dia, pedi a um engenheiro da construção para examinar a obra e ele a inspecionou por completo, verificando, também, o projeto. Então, ele afirmou que tudo estava na medida exata, sem o mínimo erro. Diz-se que um especialista, normalmente, leva dois meses para realizar esse trabalho, e, no entanto, eu o fiz em cerca de cinco minutos. Quanto à altura, baseando-me numa maquete, determinei-a e, achando que seria mais ou menos aquela medida, defini a metragem. Não é que, para isso cheguei a pensar ou usar a cabeça. Só de olhar, vi que aquela altura estaria boa; para os especialistas, no entanto, é uma coisa tão trabalhosa. E quanto à espessura da coluna, também; quando vi a maquete pela primeira vez, achei que, 84 cm de diâmetro seria uma medida ideal e, por isso mandei que assim fizesse, e o engenheiro disse que a medida, estava justa. Acho que os cálculos são feitos baseados no peso e na medida. Soube que o referido engenheiro ficou extremamente surpreso com isso. Creio que a teoria é a mesma de um médico que, mesmo se empenhando ao máximo, não consegue curar um doente; enquanto que com o Johrei, só de estender a mão, o enfermo se restabelece.”

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O Museu de Belas-Artes de Atami, instalado em 1957, foi um congênere do Museu de Belas-Artes de Hakone. Em 1982, inaugurou-se o Museu de Arte Meishu-Sama. Palácio do Cristal, última construção dirigida pelo Fundador, concluída em 1954. Circunferência de 22 metros de diâmetro, numa área de 3.000 metros quadrados onde está a Colina das Azaléias. Ele explicou que a muralha de pedra situada atrás do prédio, a qual forma uma reentrância, representa a Lua, e a cor vermelha do tapete o Sol. E disse ainda: “O Palácio de Cristal não pertence exclusivamente a nós. Desejo que o maior número de pessoas se deleite com este lugar pitoresco concedido por Deus.” O Solar da Nuvem Esmeralda substituiu ao Solar da Montanha do Leste. No período em que lá residiu foi o mais atarefado de toda a sua vida. Essa casa é muito importante por ter sido o local onde passou os últimos anos de sua vida e ocorreu sua ascensão. A qualidade das dedicações: “Todos estão tão entusiasmados que nem querem saber de problemas trabalhistas. Executam as tarefas da melhor forma, com vontade de que tudo esteja ao meu gosto, e por isso os resultados são de uma categoria como não se encontra na sociedade. Dependendo do serviço, eles usam lâmpadas e ficam trabalhando até altas horas da noite.” Mas houve vadios entre os dedicantes, porém eles se arrependeram: ‘Não está certo que só nós fiquemos sem fazer nada, quando viemos aqui para dedicar’. Passaram a trabalhar dando conta do serviço de três pessoas, o dinheiro e objetos desaparecidos foram sendo devolvidos. Na confraternização final, o líder dos ex-vadios levantou e, chorando, confessou que, através do contato com eles, percebera que seu modo de vida estava errado. E desculpou-se, pela sua falta de respeito. Em

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seguida, seus companheiros se levantaram e se desculparam. Os demais os cumprimentaram pela mudança e a emoção foi geral. ● Quioto. A criação das premissas e surgimento deste solo sagrado nesta antiga capital japonesa teve início após a fundação da Igreja Messiânica Mundial em 1950, quando Meishu-Sama começou a fazer viagens missionárias pelo interior do Japão e a difundir a messiânica pelo exterior deste país. Ele o escolheu em 11 de maio de 1953: “Como todos sabem, escolhi três locais para Solo Sagrado: Hakone, Atami e Quioto, no Japão.” Embora tenha deixado claro que sua construção não seria algo de imediato. Pois, Em 23 de setembro de 1953: “Hakone completado, passa-se a Atami; e, este, concluído, volta-se novamente a Hakone. Esta é a ordem.” Em 30 de setembro de 1953: “Consegui adquirir, também, o terreno para o Paraíso Terrestre em Quioto, cuja construção pretendo realizar um dia.” 2.3. Revelador do seu Passado, Presente e Futuro. Neste item se aborda: Individualidade; Personalidade; Messias. ● Individualidade. Este ponto já foi praticamente exposto no volume 1. Em linhas gerais, do seu passado como Kunitokotati-no-Mikoto e Enma Daio no Japão, Izunome-no-Kami e Kanjizai-Bossatsu na Índia, Kanzeon-Bossatsu e Kannon na China se pode considerar que foi apresentada uma idéia geral a respeito de outras vidas de Mokiti Okada nos fins da última Era do Dia e inícios da última

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Era da Noite; bem como o suposto Imperador Ojin [Imperador Ojin foi o 15º imperador do Japão, na lista tradicional de sucessão. Reinou de 270 a 310, O primeiro monarca da lista como imperador que é geralmente reconhecido pelos historiadores como tendo existido historicamente], Príncipe Shotoku, Bonzo Saigyo (1118-1190, ou o samurai lendário Yoshitsune, 1159 - 1189.), regente Hideyoshi Toyotomi, Imperatriz Koomyo e o pintor Ogata Korin no país do Sol nascente na Era da Noite. Do seu presente e futuro no Japão desde como Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços, passando por Miroku San-E e Meishu-Sama, chegando a Ooshin-Miroku, indo até Messias e Miroku Oomikami se considera a vida de Mokiti Okada onde se faz algumas abordagens mais para motivar e fixar o conhecimento desta última existência. Todavia, a rigor se deve incluir também Kanzeon Bossatsu, consequentemente Izunome-no-Kami, pois conforme diz Meishu-Sama: “O deus Kanzeon-Bossatsu é, originariamente, deus Izunome-no-Kami.” Kanzeon-Bossatsu e Kannon. “Deus Supremo rebaixou-se, temporariamente, à posição de Kanzeon-Bossatsu, para salvar todos os seres vivos, retornando, depois, à sua posição superior original [Miroku Oomikami]. Subindo um degrau, transforma-se em Koomyo-Nyorai e, em seguida, [se transforma] em Miroku Oomikami. Atualmente [entre 1944 e 1949], está na posição intermediária [Izunome-no-Kami ou até como Ooshin-Miroku] entre Buda e Deus." "Compreendi que, num determinado período, Kanzeon-Bossatsu encarnou-se, a fim de salvar a humanidade, e, no estágio final, retornou à sua posição divina original. A partir de 1926, Kanzeon-Bossatsu apossou-se de mim; ensinou-me e ordenou-me várias coisas, utilizando-se livremente do meu

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corpo. Tomando-me inteiramente como seu instrumento, exigiu de mim a salvação de todos os seres viventes." Meishu-Sama escreveu em termos poéticos esta situação: “A Bola de Luz Que possuo, A cada dias, a cada mês, Vai se expandindo, E um dia envolverá o Mundo.” “Deus, o Altíssimo, Que há muito tempo não se manifestava, Surgiu, transformando-se Na luz do Oriente. Fala-se na Luz do Oriente Mas trata-se do poder De Salvação do Mundo Manifestado por Kannon.” Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços. “Por que é preciso fazer desabrochar a flor do budismo no Japão? Isso também contém um profundo significado. Isto é, se a flor não desabrochar, o fruto não nasce. Esse fruto é o Mundo em seu estado verdadeiro, e a semente desse fruto é também a ação de Nyorai Kannon. Como sempre digo, Kanzeon é Miroku do Sol, Amida é Miroku da Lua e Sakyamuni é Miroku da Terra. Esses três budas são Miroku dos três Santos. Assim sendo, os ensinamentos de Amida e Sakyamuni são do período do mundo da noite, e Kanzeon manifesta o poder de Kannon bem no limite em que o Mundo está para se tornar Dia. Essa providência foi prometida na antiga Índia, no momento em que nasce o budismo. A nossa Igreja iniciou a sua jornada como Nippon Kannon Kyodan, e eu também desenhei as imagens de Kannon; fiz com que elas fossem utilizadas como Imagem da Luz

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Divina e eu também estava constantemente acompanhado pelo espírito de Kannon, devido àquela afinidade. Como Sakyamuni e Amida eram Nyorai, ficando presas ao nome de Bossatsu de Kanzeon, algumas religiões consideram Kannon abaixo de Amida e Sakyamuni. Sabendo do motivo acima exposto, entenderão que isso é errado. Entretanto, depois, sua posição se elevou e ele se tornou Koomyo-Nyorai. Atualmente, como os fiéis sabem, a atuação é de Koomyo-Nyorai.” Por isso, ele compôs esse poema: “Mesmo sendo possuidor de um elevado Nível Divino, Kannon promove a salvação. Num nível bem inferior, como Bossatsu.” “Quando escrevo ou desenho, a Luz parte da minha mão, passa pelo pincel e fica gravada no papel. Antes, porém, sai da Bola de Fogo existente em meu ventre, a qual se origina de Koomyo-Nyorai que, por sua vez, a recebe de Deus Supremo. Então, por exemplo, se escrevo Koomyo-Nyorai, essa letra trabalha como se fosse a própria divindade. Eis a explicação mais simples. Se fosse tratar sobre esse tema em detalhes, precisaria iniciar a explanação pela própria origem da formação do Mundo Espiritual, assunto que pretendo abordar só futuramente.” Interpretando-se, Meishu-Sama (Kanzeon-Bossatsu, que é o Buda “Miroku do Sol”) está acima de Sakyamuni (Buda, que é o Buda “Miroku da Terra”) e Amida (Cristo, que é o Buda “Miroku da Lua”), e transformou-se em Koomyo-Nyorai isto é: Nyorai Kannon, Kannon de Mil Braços ou Nyorin Kannon aquele “Kannon possuidor do poder de realizar todos os desejos”, aquele que “A bola que Nyoirin Kannon traz consigo é igual à de Kanzeon-Bossatsu.” Kanzeon-Bossatsu é o nome tomado quando desceu ao mundo búdico. Ora se encarnando em 33 formas e faces entre masculinas e femininas, conforme tipo, hora e local da salvação

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que realiza, a fim de se dedicar exclusivamente à salvação das criaturas, ora se manifestando como Koomyo-Nyorai, ora se transformando em Ooshin-Miroku: atua de maneira realmente livre e desimpedida. Meishu-Sama chega a dizer: “Tudo isso está baseado na ação de Ooshin-Miroku, uma das manifestações de Kannon.” "Acreditamos que Kanzeon-Bossatsu, a partícula do Deus Supremo, sob o nome de Dai-Koomyo-Nyorai ou Ooshin-Miroku, atua de várias formas para purificar o mundo decadente e impuro e salvar os espíritos dos três mundos." Entre estas formas se tem, além dos citados Koomyo-Nyorai [Nyorai Kannon, Kannon de Mil Braços] e Ooshin-Miroku, tem-se o Fukukensaku Kannon (“Kannon que não despreza o desejo dos outros”), Senju Kannon (Kannon de Mil Braços na rocha) e o Unjõ Kannon (Kannon das nuvens, que está entronizado no Solo Sagrado de Guarapiranga). Meishu-Sama comenta o conhecimento de que o Kannon de Mil Braços faz o trabalho de um por cento: “Quando a civilização que, até o presente, veio do oeste, atingiu os 99% de seu desenvolvimento, surgiu uma luz no extremo leste do Japão: a Luz do Oriente. Com essa Luz, a civilização que vinha avançando para o leste e que estava destinada a desmoronar, será reformulada e aperfeiçoada, nascendo a civilização ideal, caracterizada pela harmonia e pela fusão do vertical e do horizontal. Ela se tornará o caminho da luz, o caminho da eterna prosperidade, e, ao contrário de antes, avançará cada vez mais para o oeste. O ponto de partida da atuação da luz do Oriente é a instituição desta Igreja, que ora se realiza. Por isso, daqui em diante, ela irá se expandir com grande impulso. O Kannon de Mil Braços é também conhecido pelo nome de Kannon de Mil Olhos; com os mil braços, ele dá vida a todas as coisas, fazendo-as renascer, e banha-as e salva-as com a luz que irradia de seus mil olhos.

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A partir deste momento, daqui da Kannon Kai, situada em Kõji, no centro do Japão, tem início a civilização que avança para o oeste. Será construído o Mundo Perfeito, isto é, o Mundo da Grandiosa Luz, objetivado por nós. Por isso, trata-se de um movimento absolutamente inédito. Deus vinha preparando-o de forma latente há mais de dez mil anos, e finalmente esse momento chegou.” E complementou dizendo: “Pessoas livres de doenças: eis a questão principal. É a única forma de salvação; não existe outra. E só há uma força capaz de concretizá-la: o Poder Kannon.” “Sagrado é Deus Que com o nome de Kannon Salva o Mundo.” Miroku San-E e Meishu-Sama. “Miroku [Kannon] pode, por isso, ser entendido como cinco, seis, sete (5, 6, 7) em que cinco (5) corresponde a fogo, seis (6) a água e sete (7) a terra. [5 + 6 +7 = 18]. Com base nessa mesma interpretação, dá para deduzir também o significado profundo da profecia de Sakyamuni dizendo que o Reino de Miroku começaria após 5 bilhões, 670 milhões de anos de sua morte. Embora fosse um grande profeta, seria impossível a ele profetizar um futuro astronômico de tantos bilhões de anos, nem teria sentido lógico, pois as profecias, na realidade, só têm valor para, no máximo, alguns milhares de anos. Portanto, o que conta, de fato, nessa seqüência é a ordem correta em que os números estão colocados e o segredo que escondem. Na verdade, cinco, seis, sete (5, 6, 7) significam fogo, água e terra, ou seja, a presença de Ooshin-Miroku que está constantemente mudando de acordo com as circunstâncias. Daí a razão de, a partir de agora, poderem ser observadas

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milhares de transformações.” No Solo Sagrado de Quioto foi entronizada, em 6 de junho de 1994, Dai-Miroku que é uma realização da forma do Miroku San-E (encontro simultâneo dos três corpos de Miroku, ou seja, Buda (Miroku da Terra, Solo, matéria), Amida (Miroku da Lua, Água, espírito) e Kannon (Miroku do Sol, Fogo, divino), que corresponde à Sidharta Gautama (7), Jesus (6) e Mokiti (5). “Até agora a civilização ocidental avançou girando, no sentido anti-horário, na mesma direção [olhando para o dorso de sua mão direita, imagine o polegar como número 5, o médio como 6 e o mínimo como 7, gire-a de modo que veja a frente de sua mão, ou seja, girou para direita, deste modo se passou de 5-6-7 se para 7-6-5], portanto, em que a matéria precede em importância o espírito. Atingiu noventa e nove por cento (99%) de desenvolvimento; agora se encontra num beco sem saída, pois qualquer massa girando no sentido contrário aos ponteiros do relógio se esfarela, não se une. Eis a razão por que a humanidade não consegue ficar coesa.” Em 15/11/1952: [O trabalho que estou realizando no momento é o momento é o trabalho de Izanagui-no-Mikoto] “Outra coisa. Até agora eu não falava as coisas de modo muito claro e por isso, de acordo com o tempo irei esclarecendo diversas coisas e todos precisam saber o seguinte. O trabalho que estou realizando no momento é o trabalho de Izanagui-no-Mikoto. Existe uma frase no Kojiki que diz: “A coluna do céu foi virada por ambos os deuses”. Inicialmente Izanami-no-Mikoto, a deusa esposa virou para a direita. Só que assim o mundo não foi muito bem, em suma, ela falhou. Aí Izanagui-no-Mikoto disse: “Está vendo só? Eu disse que não podia virar para a direita, mas você virou e as coisas ficaram assim. Agora, eu vou virar para a esquerda”. E assim Izanagui-no-Mikoto girou para a esquerda o mundo. Isto porque girar para a direita é centrípeto [que tende a se aproximar do centro], é matéria precede espírito. E quando

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Izanagui-no-Mikoto girou para a esquerda o mundo ele adotou o método verdadeiro. É como a atual medicina, é centrípeta e, portanto, matéria precede espírito. É a medicina que gira para a direita. Agora, o “Johrei” que faz do “espírito” o principal é girar para a esquerda. E o trabalho que estou realizando é o de Izanagui-no-Mikoto.” “O poder do Sol Espiritual se manifesta através de mim, para só daí então se expandir para toda a humanidade. E como sempre digo, tal processo se dá porque a Era do Dia está chegando, ao mesmo tempo, em que a Era da Noite está bem próxima de seu fim.” Messias e Miroku Oomikami. O número dezoito é de suma importância. Ao analisá-lo baseado nos ideogramas que o compõem, dez tem o formato de cruzamento dos traços vertical e horizontal, é símbolo de Deus e também a forma da perfeição; oito tem o formato de abertura, além de significar infinito. Desde antigamente, o budismo tem empregado com freqüência o número 18. O Templo Kannon de Assakussa, em Tóquio, e o Templo Zenko-ji, da Província de Nagano, têm o formato de um quadrilátero cujos lados medem 18 “ken”. O “ken" é uma medida japonesa equivalente a cerca de 1,8m x 18 = 32,4 metros. A visitação desses templos, para oração, está fixada para o dia 18 de cada mês. O dobro de 18 é 36, que pode ser lido, em japonês, como "Miroku". Os sinos dos templos budistas, na passagem do Ano Novo, são tocados 108 vezes. O terço budista é feito com 108 contas. Existem referências aos 108 desejos mundanos, mas, nos casos citados, a centena do número 108 significa: dez vezes dez é cem (10 x 10 = 100). Antes de 1950 se nota a solicitação que o Fundador da Messiânica fez a Deus: “Embora eu seja tão fraco, utilizai-me, ó

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Deus Miroku Oomikami, como vosso instrumento neste Caminho.” Já em 03/06/1949: Interlocutor: Já que o poder não se manifesta sem passar pelo corpo físico, O Supremo Deus encarna-se no Grão Mestre e faz [o poder] surgi-lo. Poderíamos pensar assim? Meishu-Sama: Quanto a isso, no momento, fico em apuros, se me dizem tais coisas. Se afirmo que é isso, começará a juntar tanta gente e ficarei tão atarefado que nem poderei mais trabalhar. Com o [Jesus] Cristo também ocorreu o mesmo; recebendo o poder de Jeová desenvolveu o trabalho. E ele dizia que era filho de Deus e que havia nascido sob a ordem de Jeová. Bem de modo geral é isso. As pessoas comuns fazem de tudo para parecerem importantes, mas, no meu caso não sei quanto tenho me esforçado para não me mostrar importante. Pois, se reunir de uma só vez, uma multidão, eu não poderei desenvolver o meu trabalho. É preciso escrever o máximo possível sobre tudo, sobre as coisas como os mistérios do Universo. Por isso, no momento, estou me esforçando o máximo em escrever. Creio que necessitarei ainda do ano que vem inteiro [1950] para concluir. Então, a coisa será séria. Essa será a época. Desde a Antigüidade, costuma-se falar em “Wakô-Dojin” que significa atenuante e “ocultando a sua inteligência e viver entre o povo na sociedade “mundana”. Em suma, é este o meu sentido (...)” Em 04/10/1949: “(...) construção do Paraíso na Terra. Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente um número considerável de criaturas. A idéia exata que se pode ter da minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis

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sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte dessa função.” No entanto, a partir de 1950, atingiu a hierarquia que ninguém tinha atingido, a de Deus (20 ou 36). Por isso quando perguntaram a Meishu-Sama: - Qual é o Deus que atua no senhor? Ele respondeu: - É’ um Deus que não se manifestou ainda neste mundo. “Pensando que todas as divindades são iguais, as pessoas geralmente tendem a cultuá-las da mesma forma. Entretanto, precisamos saber que até entre as divindades existe hierarquia: superior, média e inferior. Em ordem decrescente, essa hierarquia, iniciando pelo Altíssimo, vai até outros. Gostaria de falar detalhadamente, sobre todas essas classes, mas assim eu estaria desvelando divindades de outras religiões. Portanto, por uma questão de respeito, não o farei. Desejo apenas mostrar, através de um fato, quão elevado é o deus que dirige a Igreja Messiânica Mundial.” Em 05/10/1951: “Por isso, eu, por exemplo, tenho disfarçado bastante. Se disser de verdade que sou Messias, - O Cristo - pessoas do mundo inteiro irão se juntar e não poderei trabalhar. Não poderia nem escrever “A Criação da Civilização”. Por isso, Deus está realizando as coisas de forma bem adequada. Feito isto, será assim. Depois, assim. Ele avisa de forma precisa e por isso estou bem ciente. Deus faz as coisas com muita habilidade. Em breve, escreverei uma tese mundial, pretendo escrever que não sou o messias. Depois, vendo o meu trabalho, vendo os efeitos reais de messias que é o de salvar o mundo, aí poderei ser o Messias. Se realizar o trabalho a altura do Messias, posso dizer que o seja, mas falar desde o início que sou assim ou assado, não adiantaria em nada. Há uma frase muito inteligente que diz que

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as coisas dignas se misturam às banais. Já estamos chegando bem perto, sabe?” “O homem que nasce para cumprir missão como salvador tem sempre espírito primordial de Messias. Se fosse apenas a manifestação de um espírito protetor, não teria condições de realizar definitivamente o trabalho de salvação da humanidade. Ministro - Nos salmos, o Senhor fala que Cristo, Sakyamuni [Buda], Messias e Kannon são Deuses que tomaram forma humana. Nesses casos, ou seja, quando Deus encarna, o Seu espírito nasce como o primordial da pessoa ou apenas a acompanha como Protetor? Meishu-Sama - Conforme já expliquei, nasce como espírito primordial, Deus vivo, diferente, portanto, de uma simples manifestação que, de vez em quando, acontece através de alguém, a qual é apenas temporária. Em se tratando então de um Messias, [Deus] permanece continuamente [Estado de União]. No momento, porém, em que a necessidade da sua presença física se extingue, Ele retorna ao seu lugar de origem.” “Desde os tempos antigos, muito se tem falado sobre pessoas que vivem em estado de perfeita união com Deus, mas eu creio que jamais existiu alguém que realmente tivesse vivido nesse estado. De fato, os três grandes religiosos - Sakyamuni, Jesus Cristo e Maomé - pareciam unos com Deus, mas, em verdade, eram apenas mensageiros da Vontade Divina; em termos mais claros, eram mensageiros de Deus. Dessa forma, não se sabia fazer diferença entre uma pessoa em estado de união com Deus e um mensageiro de Deus. Os mensageiros de Deus atuam através de encostos ou seguindo as determinações Divinas. Por isso, sempre rezam a Deus e pedem Sua proteção. Eu, porém, não faço nada disso. Como os fiéis sabem, não oro a Deus nem Lhe peço orientação. Basta que eu aja de acordo com a minha própria vontade, o que é muito fácil. Visto que poderão estranhar o que estou dizendo,

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por ser algo inédito, explanarei apenas os pontos que não acarretam nenhum problema. Como sempre digo, há uma Bola de Luz em meu ventre. Essa Bola é o Espírito de Deus, de modo que Ele mesmo maneja livremente meus atos, minhas palavras, tudo. Ou seja: em mim, não há distinção entre Deus e o homem. Este é o verdadeiro Estado de União com Deus. Como o Espírito Divino que habita o meu ser é O mais elevado, não existindo nenhum deus superior a este, não faz sentido reverenciar outros deuses. A melhor prova são os milagres manifestados diariamente pelos fiéis. Ora, se até os meus discípulos evidenciam milagres que não são inferiores aos manifestados por Cristo, poder-se-à, através desse único fato, imaginar a minha hierarquia divina. Acrescente-se, ainda, que todos os religiosos existentes até agora previram a concretização de um mundo paradisíaco, mas não disseram que seriam eles os construtores desse mundo. Isto porque seu nível divino era inferior, e seu poder, insuficiente. Mas eu afirmo que o Paraíso Terrestre, mundo sem doença, miséria e conflito, será construído por mim. Daqui para frente evidenciarei inúmeras realizações surpreendentes, nunca vistas até agora, e por isso gostaria que as observassem com muita atenção. Surgirão inúmeras ocorrências inconcebíveis em termos de realização humana.” Em ??/04/1952: [O Deus que está no ventre de Meishu-Sama é o Supremo Deus que só nasceria em 1954] “Tem uma coisa que ultimamente me impressiona muito Existem coisas que eu falo de modo simplório, mas que são extremamente importantes. Por isso, quem as ouve acaba se esquecendo e as coisas não vão bem para ela. Questionando melhor, vemos que existem esses pontos. Isto é, os fundadores de religiões são do tipo de entrarem em transe ou melhor, são do método de fazerem indagações a Deus. “Indagando a Deus, recebi essa orientação”. Eles pensam que falando assim, as pessoas ficam bastante agradecidas. E

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quem os ouve também grava bem o que foi dito achando que se trata de uma ordem ou advertência de Deus. Entretanto, como eu estou sempre falando de modo descontraído, as pessoas não recebem esse estímulo forte - vamos dizer assim, essa sensação de sentir-se agradecida, por ouvir as palavras de Deus. Isso é muito freqüente. O que também costuma acontecer desde os tempos antigos é o fiel entrar em transe e dizer que Deus está falando tal coisa. E existem pessoas que acreditam. Entretanto, em tais casos trata-se de deuses, mas de níveis inferiores. Por isso um dia acabam se revelando. Mas as pessoas se deixam enganar momentaneamente. O meu Deus - é estranho falar assim, mas para ser mais claro sou diferente dos Fundadores e de outras pessoas desse tipo. Sou diferente no nível que ocupo. Jesus Cristo, por exemplo, disse que nasceu pela vontade do Pai do Céu, ou que Jeová disse determinadas coisas, não é? O fundador da Tenri-kyo e da Igreja Oomoto também dizem que Deus falou assim, assado. E ficam reverenciando esse Deus incessantemente. Eu não reverencio. Isto porque o Deus que está em meu ventre - ou melhor, tudo que eu digo e faço é diretamente por Deus e por isso não há razão para reverenciá-lo. Não há necessidade de reverenciar. O Deus que está em meu ventre é o Supremo Deus e por isso é natural que seja adorado, mas não existe nenhum Deus que eu precise adorar. Pois são todos de nível inferior. Basta que eu aja da forma como penso, pois isso constitui a ação do Supremo Deus. É por isso que não tenho coisas do tipo de entrar em transe. Eu não reverencio a Imagem da Luz Divina por esse motivo. Isso não existe em nenhuma outra religião do passado. Tanto Sakyamuni como Jesus Cristo e Maomé adoravam a Deus, recebiam orientações etc. Mas eu não tenho

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necessidade de fazer isso e por isso na questão relativa ao poder também, quando escrevo as palavras elas atuam. Em verdade é normal que antes de se escrever as palavras se entoe orações vestindo-se a rigor e após realizar o pedido de permissão a Deus. E isso é feito por quase todos os fundadores de religiões quando vão fazer talismãs, protetores, etc. Eu escrevo as palavras seminu. E está bem assim, não sendo preciso também ficar falando coisas enfadonhas, sabe? Gostaria que soubessem disso. Por isso, mesmo que em outros lugares apareçam coisas como transes, isso não chega a ser importante. Até agora eu não dizia nada a esse respeito porque não tinha muita vontade, mas se não o fizesse as pessoas sentiriam gratidão demais pelos casos de encosto e foi por isso que falei a respeito.” Em 05/04/1954: “Sabe, é uma coisa que eu venho observando muito ultimamente. Até mesmo aquelas palavras mais simples que digo, na verdade, são palavras de gigantesca importância. Por isso, existem pessoas que escutam estas preciosas palavras, mas que acabam, sem perceber, esquecendo-as. E, no final, acabam também não se desenvolvendo satisfatoriamente. Acho que, como eu falo as coisas de forma bem simples, muitas vezes as pessoas acabam não tendo gratidão pelo que falo, o que não permite que isso atinja o ponto vital das coisas.” Em ??/04/1952: [Deus que está comigo é do nível mais elevado][O que sai de minha boca é o que o próprio Deus diz] “Ontem eu falei a respeito dos transes e há pessoas que acharam a palestra muito boa. Eu não adoro a Deus. Em qualquer religião, todos os fundadores sempre adoram a Deus. Eu não faço isso. Isto porque o Deus que está comigo é do nível mais elevado e então não há necessidade de adorar nenhum. Pois

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todos estão abaixo. Outra coisa. Fala-se muito em fazer indagações a Deus ou receber comunicados de Deus - o que deixa as pessoas bastante agradecidas. Eu digo de modo simples, como se fossem coisas comuns. E todos se descuidam e encaram de modo leviano, sabe? Por isso acabam se esquecendo ou se descuidando. Aí, quando acontece alguma coisa é que percebem que já haviam recebido tal advertência de Meishu-Sama. Que já havia sido mencionado nos Ensinamentos. É o que acontece com qualquer um. É que eu não pergunto a Deus para transmitir o que me foi dito. O que sai de minha boca é o que o próprio Deus diz. É assim, pois se trata do Supremo Deus, sabe? Por isso eu não fico fazendo pedidos ou perguntas a Deus. Isso não acontece. Assim, para escrever os talismãs, normalmente, qualquer fundador de religião, nesse caso entoa uma oração vestido a rigor. No meu caso tal não ocorre. No verão, por exemplo, eu os escrevo seminu, de pernas cruzadas. E quem vê isso não sente gratidão. Para mim, assim está bem. Pois é o próprio Deus que escreve e por isso não tem jeito. Eu não falava sobre essas coisas até agora. Mas é bom que todos tomem ciência disso. Para dar um outro exemplo, os fiéis realizam diversos milagres, e estes, iguais aos realizados por Jesus Cristo, são manifestados diariamente. Se sobrasse tempo eu queria ler esses milagres, mas desisti por falta de tempo. Entretanto, são milagres muito superiores aos milagres de Jesus Cristo. São milagres que estão totalmente fora de lógica (...) Portanto, se os meus discípulos realizam milagres iguais aos de Jesus, isso significa que ele também é discípulo meu. Se não entenderem isso claramente, os fiéis do cristianismo, por exemplo, interpretarão errado. Pois, outra coisa que desejo falar é que Jesus Cristo é o Senhor da Redenção. O Redentor, no caso de uma empresa,

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equivaleria ao um superintendente. Se na empresa ocorressem diversos erros, o superintendente, como representante, iria até o presidente pedir perdão. Um redentor seria algo assim. Carregaria para si os pecados de todos os povos e, no lugar deles é crucificado. Além do redentor, existe o presidente, ou seja, é preciso que haja o Senhor que perdoa. Eu sou o senhor do perdão. Por isso, nesse ponto existe uma diferença extrema, tão grande quanto o que há entre um senhor e seu súdito. Já queria ter falado sobre essas coisas, mas como se trata de algo muito distante das coisas mundanas, não falava para não ser mal interpretado. As pessoas não messiânicas iriam dizer: Meishu-Sama é um megalomaníaco doido varrido e por isso nada falei. Entretanto, a época já está ficando favorável e por isso resolvi dizer. Sabendo também dessas coisas, poderão entender mais nitidamente diversas outras, não é? Vou parar por aqui.” Também em 1952 talvez outra maneira de contar a mesma coisa: “A partir de agora, falarei algo difícil de acreditar, porém é a pura verdade. Quem for membro vai entender, mas quem não for, vai pensar que eu sou algum tipo de maluco. Ultimamente, várias divindades (Cristo Jesus, Maomé, Buda Sakyamuni) estão vindo a mim para pedir a salvação. Agora falarei sobre [Jesus] Cristo, que dias atrás veio e encostou-se a uma jovem senhora. Após lhe ministrar Johrei, [Jesus] Cristo começou a chorar muito. As lágrimas eram de gratidão, por estar ali recebendo Johrei. Ele estava realmente muito feliz, pois durante muito tempo estava esperando para receber esta Luz. Nos quadros de [Jesus] Cristo, ele está sempre com pescoço torto, e foi dessa forma que ele veio. Esse é o sofrimento de Cristo, de ficar muito tempo com o pescoço torto. Por que será que ele não conseguiu eliminar este sofrimento? Em primeiro lugar, ele deveria estar em um lugar sem luz.

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Ano passado ministrei Johrei nesta senhora, que eliminou muitas toxinas da cabeça, mas como ainda tinha muita toxina, pedi para vir receber mais Johrei. Creio que [Jesus] Cristo também deva ter recebido muito Johrei neste meio tempo. Após [Jesus] Cristo ter sido curado, veio Maria, sua mãe, umas duas ou três vezes, agradecendo pela salvação de seu filho. Depois vieram os espíritos de João Batista e Jacó, que também receberam Johrei e foram salvos. Assim como eles, outras divindades, como Maomé e Buda, também vieram a mim para buscar Luz. A coisa que eles mais querem é Luz: só de entrar em contato com ela, se salvam. Vieram divindades do mundo inteiro em busca de Luz. E a partir de agora, todos estes fundadores e santos oferecerão seus serviços em prol da Causa Divina. Na verdade, há muito tempo eles queriam colaborar conosco, mas como tinham muitas máculas, não ganhavam permissão de dedicar. Porém, agora que já se purificaram, vão colaborar bastante, e é por isso que, a partir de agora, a Igreja Messiânica Mundial vai desenvolver muito em todo o mundo.” Em 30/04/1952: “Ontem aconteceu uma coisa muito interessante. Ontem eu fui ao Templo Horyuji e lá existe um pequeno templo que só é aberto ao público para ver o interior, uma vez ao ano. E justamente ontem, quando eu fui visitá-lo, a sua porta estava aberta. Isso foi realmente muito estranho. Tanto a porta externa como a interna estavam abertas, o que permitia ver o seu interior. Lá dentro estava a estátua da Deusa Kannon. Não dava para ver claramente, pois além de estar um pouco longe, ainda estava meio escuro lá dentro. Mas dava para ver que a estátua tinha o tamanho natural de uma pessoa. E na entrada estava escrito: "Guce-Kanzeon", cuja tradução literal é "Kannon que salva o mundo", um nome encontrado nos registros históricos, mas eu fui o primeiro e único a batizá-la com o nome de "Messias". Assim, eu a chamo de Kannon Messias. Como nunca havia vista aquela

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Kannon, achei que a Kyusei-Kannon que está nos registros históricos deve ser esta, mas geralmente dizem que existem 6 grandes Kannon e outras 33 pequenas Kannon, e o nome Kannon-Messias parece não constar entre elas. Isso realmente é um grande mistério, né? Bem, depois me dirigi em direção à estátua da Deusa e, de lá de dentro, senti sair uma atmosfera espiritual e entrar dentro de mim. Não dá para explicar a sensação agradável que senti naquele momento. E depois cheguei a sentir as lágrimas quererem escorrer pelos meus olhos. Acho que isso foi por causa do longo tempo que estava me esperando. E, se for pensar bem, até para Deus existe o tempo certo. Enquanto não chegar o momento certo, não adianta que não se consegue fazer nada. Assim, até agora a Deusa Kannon teve que ficar naquele templo esperando o tempo certo chegar. Então, ontem, como eu fui para lá, a partir de agora Ela deseja trabalhar o máximo possível. Por isso, Ela veio encostar-se em mim. Foi tudo uma questão de tempo. A partir de agora, com certeza a Deusa Kannon vai realizar grandes trabalhos. Assim, como tudo acontece dessa maneira, é muito bom se esforçar o máximo possível, mas não se pode afobar, pois se o tempo certo não houver chegado, por mais que se apresse, só vai acabar tendo preocupações desnecessárias. Resumindo, a coisa mais importante é esperar o tempo certo.” “Na verdade, sou um substituto de Kannon no mundo. Ele, entretanto, age como dono e senhor; dispõe de mim da maneira que melhor Lhe aprouver, sem que eu tenha a liberdade de decidir sobre o que e como fazer. Simplesmente manifesta, através de mim, o poder de Sua misteriosa sabedoria, sem obstáculos nem limites. Por isso, sob esse ponto de vista, eu não desfruto daquela autonomia segundo o conceito das pessoas comuns [Lei da Liberdade]. Em compensação, usufruo plenamente da Grande Liberdade [Lei da Perfeição]

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compartilhada apenas por aqueles que se submetem à inteira vontade de Deus. É um estado peculiar da minha alma, difícil de ser traduzido em palavras e, por isso, a maioria das pessoas não tem capacidade nem para imaginar como esses fenômenos acontecem.” Em outro momento assim se expressou: “E lá está escrito Kannon da Salvação do Mundo. Nos documentos literários, consta Kannon da Salvação do Mundo, cuja leitura em japonês é Guce Kannon. E fui eu quem chamou de Messiah, e por isso é bem interessante ter ido desta vez. Existe um significado. O fato de ter ido bem no dia em que isso já estava decidido. Pela programação, deveria ter ido no dia seguinte, mas como a atividade do dia terminou logo, ficou decidido ir até o Templo Horyu. Visitaríamos o Templo e o restante seria deixado para o seguinte. Mas se tivéssemos deixado para o dia seguinte não teríamos visto o Kannon da Salvação do Mundo (Messias). Realmente, estava decidido assim.” Em 17/07/1953 [estado de união com Deus]: “Entretanto, como o Deus está em meu ventre, o fato de eu proceder dessa forma se deve que utiliza o meu corpo como seu instrumento. Por isso, nesses casos, o meu braço é como se fosse um pincel. A outra parte principal ligada ao pincel e a tinta carvão é algo semelhante ao meu braço. Assim sendo, não é necessário fazer mais nada, basta escrever para que através do braço a “Luz” impregne o papel. Por esse motivo, o que os fundadores das religiões vieram fazendo, até hoje, era completamente diferente. E por isso, mesmo o Jesus Cristo adotou a forma de fazer pedidos ao Pai do Céu, isto é a Jeová, ao Zeus, a Deus etc., mas eu não preciso fazer isso. Estou no “Estado de União com Deus” referido desde antigamente. Deus e o homem não estão separados, estão unos.

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Por isso não adoto essa forma. É por isso que eu não reverencio Deus. Ao invés de reverenciar, faço com que me reverenciem. Até agora nada disse sobre isso porque as pessoas interpretam de forma equivocada. Vão dizer que sou um indivíduo megalomaníaco e louco. Para os fiéis que têm ima compreensão correta não há problema, mas por ser algo transcendental os terceiros interpretam de forma equivocada. Mas isso é uma coisa que as pessoas passam a entender após se tornarem fiéis firmes, por isso evito falar. Mas, a explicação é feita como disse agora.” A grande diferença existente entre mim e outros mestres na elaboração de objetos sagrados é que, para consagrá-los, eles precisam suplicar a Deus. Há uma separação entre eles e Deus, portanto, necessitam dessa mediação. No meu caso, entretanto, Ele está dentro do meu ventre, e eu não preciso fazer nada, porque Deus já está assentado em mim, fazendo uso do meu corpo. Quando escrevo os Ohikari, não preciso rogar, apenas deixo meu braço servir de pincel para Deus, e assim a Luz chega ao papel. O fato de eu não rezar nem pedir a intervenção divina é porque sei que se realizou em mim o mais antigo desejo da humanidade: o da união perfeita com Deus. Na introdução deste volume, Meishu-Sama disse em poema: “O Estado de União com Deus Refere-se à ação onde não existe distinção Entre a Obra de Deus ou a do homem.” ● Personalidade. Meishu-Sama ao contar sua história diz: “O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim mesmo, é a minha própria personalidade. Os mistérios que me envolvem são tantos, que eu vou me analisar não só de acordo

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com o meu próprio ponto de vista, mas também com o de terceiros. Até as pessoas, que têm contato comigo há mais de dez anos, ainda não compreenderam realmente esses mistérios; nem mesmo minha esposa parece entender-me muito bem. Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador de religião como foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco sou um personagem sobrenatural. Em verdade, abranjo aspectos muito amplos.” Neste ponto: Sentimento de superioridade; Sensibilidade incomum de justiça; Agudeza de raciocínio; Certeza e rapidez nas decisões; Agilidade nas realizações; Valorização do tempo; Aversão a conversas repetitivas; Felicidade evidente; Simpatia; Atenção ao bem-estar do próximo; Compaixão ante a lamúria; Observador atento; Arrojado e comedido. Sentimento de superioridade. Meishu-Sama: “Quando jovem, nunca atentei para este fato; tinha apenas uma leve consciência de ser um pouco diferente das pessoas comuns. A principal diferença, que eu encontrava em mim, é que não sentia nenhuma inclinação para adorar qualquer pessoa, fosse ela um grande personagem histórico ou qualquer outra eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão relevante a ponto de ser superior a mim. Não era pretensão nem presunção; era um sentimento que surgia naturalmente e, por isso, muitas vezes cheguei até a sentir solidão.” Sensibilidade incomum de justiça. “Outra de minhas características particulares é um forte sentimento de justiça e o dobro de ódio ao mal sentido pelas pessoas comuns. Eu sofria bastante para dominar o furor que sentia ao ler os jornais diários.”

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Agudeza de raciocínio. “Dizem que o Príncipe Shotoku tinha cabeça excelente, pois era capaz de ouvir, ao mesmo tempo, até oito pessoas. Nesse aspecto, sou bastante semelhante a ele, embora eu saiba ser exagero dar atenção a tanta gente num único instante. Comparando-me, porém, ao geral dos homens, que normalmente têm um intelecto muito obscuro, eu tenho, na verdade, grande sutileza de raciocínio.” Certeza e rapidez nas decisões. “Orgulho-me de não ser uma pessoa indecisa. Mesmo que aconteça algum problema mais sério, quase nunca fico em dúvida. Sempre decido, de imediato, a respeito das necessidades mais urgentes olhando-as ou ouvindo alguma sugestão. Por isso, sou muito rápido quando vou fazer as minhas compras. Entrando num shopping, em seguida já sei quais artigos quero e os compro num instante. Minha esposa, ao contrário, olha e revira tudo e, no final, escolhe exatamente aquelas mercadorias pelas quais eu já havia decidido desde o início. Nunca tive dúvidas no que se refere à construção do Museu de Arte ou à maneira de fazer os jardins. Ao chegar ao local, instantaneamente, todo o projeto fica bem claro para mim. Por essa razão, o construtor não consegue entender como é possível eu ter tanta certeza e resolver tudo de uma maneira tão simples. Ele está sempre me questionando; não aceita quando lhe digo não ter refletido antes sobre o assunto para depois deliberar sobre qual caminho seguir. Mas é a verdade. As decisões surgem de repente, no momento em que vou dar a orientação. Essa rapidez significa clareza de raciocínio. Então, comparados a mim, lentos são os outros. Também por ser muito ágil, consigo cumprir várias tarefas num curto espaço de tempo.”

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Agilidade nas realizações. “As pessoas estão sempre me questionando: o senhor tem tantos trabalhos a realizar e nunca está atarefado. É simples, faço em um minuto aquilo que vocês demoram uma hora para executar. Na verdade, é uma questão de discernimento. Embora o homem tenha de levar em consideração o tempo e o espaço não pode preocupar-se exageradamente com esses entraves; precisa, sim, ter consciência de que, quanto maior for o apego, menor será o período disponível para a execução do próprio trabalho.” Valorização do tempo. “Quando vou comprar objetos de arte, também não perco muito tempo. Foi assim que, em poucos minutos, me decidi pela aquisição de um biombo de seis dobras, a ser agora exposto no Museu de Hakone. Certa vez, o dono dessa obra manifestou o desejo de vendê-la a mim. Então, quando visitei o Museu de Quioto, onde esse biombo estava guardado, pedi que abrissem apenas um lado dele para eu poder analisá-lo e apreciar o seu valor artístico. Gastei apenas cinco minutos nessa avaliação e decidi comprá-lo. Em seguida, retornei as outras atividades sem perder tempo algum. Até mesmo eu achei ter sido uma decisão demasiado rápida.” Aversão a conversas repetitivas. “Hoje pela manhã, comentava com uma visita sobre o fato de eu não gostar que falem várias vezes a mesma coisa. Quando percebo tratar-se de uma pessoa exagerada nesse sentido, evito conversar com ela. Quem repete

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persistentemente um assunto, está achando o ouvinte capaz de compreendê-lo somente desse jeito e, por isso, faz comigo a mesma coisa. Nessa hora, me rendo, fico sem ação, pois tenho certeza de que se trata de alguém de cabeça muito ruim.” Felicidade evidente. “Acredito não existir atualmente no mundo pessoa mais feliz do que eu. Por isso estou sempre agradecendo a Deus tão precioso dom. Qual a causa da minha felicidade? De fato, sou bastante diferente dos demais, pois recebi de Deus uma missão importantíssima a cujo cumprimento me dedico dia e noite. Os mamehitos sabem como, através do meu trabalho, tenho conseguido salvar inúmeras criaturas. Contudo, vocês também, mesmo sendo pessoas comuns, poderão tornar-se muito felizes. Vou um dia escrever sobre esse assunto mais detalhadamente. Neste momento, porém, quero expressar apenas o que me vai à alma. Desde criança, gostava de proporcionar alegria aos outros. Essa maneira de agir sempre foi uma característica peculiar da minha personalidade e eu, em todos os momentos, a venho praticando quase como um hobby. Vivo constantemente pensando e procurando descobrir meios pelos quais eu possa tornar felizes os meus semelhantes.” Simpatia. “A palavra “simpatia”, quando pronunciada, causa uma sensação agradável no coração de quem a ouve. Meditando sobre este fato, podemos dizer que transmiti-la espontaneamente ao próximo é muito importante; proporciona ao mundo um ambiente tranqüilo. Com efeito, a atmosfera simpática emanada das pessoas poderia não somente mudar o

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destino individual, mas também de toda a coletividade. Quando encontramos alguém que desperta em nós emoções causadoras de prazer, sentimos bem-estar e uma agradável impressão de liberdade. Este sentimento se expande de pessoa para pessoa, podendo finalmente formar uma sociedade aprazível, com astral elevado. As questões difíceis de serem solucionadas, especialmente os conflitos e a criminalidade poderiam, desta forma, ir desaparecendo aos poucos, e começaria então a surgir o paraíso. Tentar, porém, criar simpatia de uma forma superficial, somente na aparência, traria um efeito temporário apenas. Para ser permanente, é necessário muito sentimento de makoto nascido no fundo do coração; em suma, vivenciar a essência do amor altruístico cuja raiz está na alma.” Atenção ao bem-estar do próximo. “Ao me levantar pela manhã, minha primeira atitude é observar o estado de espírito dos familiares. Basta um deles estar mal-humorado para eu não me sentir satisfeito. Então, também neste particular, pareço contrário aos demais. De modo geral, são os outros membros que percebem o humor do chefe da família. Eu, porém, nunca consigo impor-me como dono da casa. Invade-me, por isso, muitas vezes, uma estranha sensação de desconforto em relação às pessoas com as quais mantenho contato. Na verdade, quase ninguém procura perceber o meu estado de espírito. Eu, sim, sempre tenho consciência de como estão se sentindo as pessoas com as quais me relaciono. Pela mesma razão, também se torna para mim muito difícil suportar um ambiente de gritarias, xingamentos, reclamações e lamúrias, bem como ouvir várias vezes a repetição de um mesmo assunto. Esse desvelo constante com o bem do outro mostra que a minha natureza deseja paz e felicidade para todos os seres

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humanos.” Compaixão ante as lamúrias. “Como resultado da característica específica da minha essência humana, qual seja, o profundo sentimento de alegria e felicidade, sinto uma imensa dor no coração, ao escutar lamúrias e perceber nas pessoas a total ausência de discernimento quanto ao mal que estão causando não só a si mesmas, mas especialmente aos outros. Em tais circunstâncias, brota dentro de mim uma decepção profunda pela falta de sabedoria demonstrada por grande parte dos seres humanos. Poucos são, portanto, capazes de compreender que uma queixa, um grito, uma bronca, não proporciona alegria a ninguém. Pelo contrário. Só cria infelicidade. Por essa razão, um dos objetivos fundamentais do meu trabalho para o estabelecimento do Reino do Céu na Terra consiste em difundir esse estado de paz e felicidade, próprio da minha natureza. Quero que todas as pessoas vivam o prazer de sentirem-se felizes, pois, dessa forma, estarei espargindo a alegria e o bem-estar pelo mundo inteiro.” Observador atento. “Certa vez, aconselhei os meus auxiliares a ficarem tão espertos quanto um “batedor de carteiras”. Se eu fosse um desses larápios, tenho certeza de que teria sucesso, pois sou muito rápido no agir. Não estou, é claro, sugerindo a ninguém roubar os pertences dos outros, mas apenas tornar-se tão ágil e tão eficiente que, sem perder tempo algum, descubra o ponto focal de tudo. Sob este aspecto, polir a alma quer dizer ter capacidade de resolver rapidamente qualquer problema. Os preceitos da Oomoto nos ensinam a sermos cuidadosos e ficarmos atentos a

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tudo. Entretanto, para muita gente, a ação do intelecto é lenta e, por isso, quase ninguém percebe pequeninas situações de grande importância. É preciso, portanto, treinar a atenção e a rapidez mental Assim, será possível notar grande diferença na habilidade de encontrar o ponto focal de tudo. Uma vez adquirida bastante sutileza para descobrir a parte essencial em qualquer ocorrência, será fácil perceber qual a intenção das pessoas ao abordarem algum assunto, ou que capacidade de discernimento possuem, observando apenas a maneira como falam. Da mesma forma, devem vocês tentar descobrir rapidamente qual o objetivo de um visitante, ouvindo-lhe dizer algumas poucas palavras. Se conseguirem, é sinal de que a atenção já está bastante aguçada. Quando forem à casa de alguém, poderão ficar a par da situação financeira da pessoa, sem perguntar nada, observando somente pequenos detalhes, como, por exemplo, o estado do sapato que usa, ou o lanche servido às crianças. Querendo perceber o nível de sensibilidade artística de um homem, eu observo o desenho da gravata ou o modo como a usa. Se em ordem e adequadamente combinada, concluo tratar-se de alguém caprichoso e com certo grau de espiritualidade. Vocês precisam, porém, manter bem claro na mente que esse tipo de observação só traz benefícios quando lhes proporcionar esclarecimentos a respeito da alteração do pensamento, ou da estagnação da fé das pessoas com quem estão tratando. Na verdade, é apenas uma maneira de vocês perceberem, com mais clareza, quais as verdadeiras intenções do seu interlocutor.”

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Arrojado e comedido. “Meu lado audacioso sempre se manifestou através das minhas grandes aspirações para concretizar empreendimentos magníficos. Como moderado, era até um pouco tímido, pois não gostava de falar em público. Porém, agora já me acostumei e consigo expor o que penso, com muita clareza e sinceridade.” ● Messias. Neste ponto: O que é?; Quem é?; Salva de que?; Para que?; Com que?;Quais pessoas? A fim de facilitar a abordagem deste ponto se tecem algumas considerações, quase todas já tratadas em volumes anteriores. Inicialmente que fique claro que na missão, destacadamente, nos bens, se conhece que o Ser Supremo tem como finalidade a trilogia “Saúde-Prosperidade-Paz”; na fundamentação, particularmente, nos princípios, se aprende que Deus tem como propriedade a trilogia “Verdade-Bem-Belo”, consequentemente a alma do ser humano também tem a mesma propriedade. Desta forma, construir o Reino do Céu na Terra é tornar imperativa aquela trilogia no planeta. Isso é o que diz Meishu-Sama a seguir: “Como o ideal de nossa Igreja é construir um mundo sem doença, pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam adquirem uma vida alegre e saudável, cheia de harmonia e prosperidade. Todavia, para os que vivem no lamentável inferno da sociedade atual, isso é algo inconcebível. Além de negarem a concretização desse ideal, eles pensam, naturalmente, que tudo não passa de uma boa isca para iludir o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, o protótipo do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meros palacetes luxuosos. O nosso objetivo, no entanto, é cultivar os nobres sentimentos dos

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homens, possibilitando-lhes oportunidade para se distanciarem, de vez em quando, da sociedade infernal de hoje em dia e visitarem terras paradisíacas, que os envolvam nos ares celestiais de Verdade, Bem e Belo, fazendo-os sentir-se no estado de suprema alegria. Assim, evidencia-se a grande necessidade da construção do protótipo do Paraíso Terrestre para o homem contemporâneo. (...) Por isso podemos afirmar que o único “oásis” do mundo hodierno é este protótipo do Paraíso Terrestre.” Logo, construir o Paraíso Terrestre é tornar imperativo o Espírito Primordial sobre o Espírito Secundário, o eu sobre o ga, ou seja, o soonen positivo sobre o soonen negativo, isto é, a trilogia “razão-sentimento-vontade” com “sabedoria (verdade) - amor (bem) – força (belo)” sobre “ignorância (falsidade) – ira (frieza, mal) – insaciedade (feio)”. Portanto, o corpo espiritual do homem com sua consciência almejando a ser santo (sábio e amoroso) e poderoso (forte). O que é? Meishu-Sama: “O que vem a ser Salvador do Mundo? Sem dúvida, como as próprias palavras dizem, é o santo e poderoso homem nascido com a grandiosa missão de salvar o mundo. Na realidade, desde a criação do gênero humano, ele jamais se manifestou. Gostaria de transmitir revelações sobre esse fato e falar, sem subterfúgios.” “Tanto a Segunda Vinda de Cristo como o Advento do Messias não será uma descida dos Céus, em corpo carnal. Significa que um Espírito Divino específico descendo do Céu, se aloja no corpo físico de ser humano que fora escolhido. “Miroku Guensho” significa que o espírito de Miroku vai nascer em baixo, ou seja, que nascerá na sociedade humana, de nível inferior. Também existe o termo Taizo Miroku, que se refere ao período que permanece no ventre interno no budismo, mas na realidade

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ele já nasceu. Uma vez que Miroku já nasceu, o Mundo Búdico entrou no período de destruição. No sutra que se refere ao nascimento de Miroku está escrito que ele nascerá após a destruição do budismo.” “Quando o Solo Sagrado de Jerusalém for construído, teremos o começo da formação do Paraíso Terrestre do Mundo inteiro, pois, a partir disto, o mundo vai ser unificado. Isso não sou eu quem está falando. Desde a Antigüidade, os judeus já vêm falando sobre esta profecia. Eles dizem que, no futuro, o Salvador do Mundo irá vir até Jerusalém. E ainda dizem que lá existem 4 portões e 3 já foram abertos, faltando um para abrir, que é considerado "o portão fechado", ou seja, não dá para entrar e nem sair. Assim, eu estou indo sempre em direção ao Oeste e, quando eu chegar ali, pela primeira vez abrirei.” Dizia-se também haver uma afinidade espiritual entre ele e a Igreja Bahay, em Israel, que esta estabelecia certas condições para se conhecer o Salvador do Mundo, as mesmas condições que Meishu-Sama também já havia predito, em termos gerais, seriam mais ou menos estas: 1ª) seu saber deve retirar as dúvidas dos Mestres do passado; 2ª) seu ensino deve educar o mundo inteiro; 3ª) seu poder deve originar-se inato; 4ª) seu altruísmo deve ser universal; 5ª) seu ativismo deve alegrar e encaminhar as pessoas para a felicidade; 6ª) seu equilíbrio deve transcorrer infinito e compreensível a todos; 7ª) seu conhecimento deve atrair uma nova civilização e unir os seres humanos; 8ª) seu credo deve possibilitar que dores da humanidade caiam e não o atinjam;

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9ª) seu brio deve ter peso na palavra para conseguir vencer todo o mal. A estas condições, Meishu-Sama acrescentaria mais nove, dizendo que quando surgisse uma pessoa que satisfizesse a todas as essas dezoito qualificações, este deveria ser o Salvador do Mundo. As condições acrescentadas foram, mais ou menos, as seguintes: 1ª) sua justiça efetive um modelo de cidade e suas profecias sejam realizadas; 2ª) sua educação teça transformações inéditas para a raça humana; 3ª) sua força salve a humanidade e distribua esse domínio aos outros; 4ª) sua fraternidade faça sucumbir às coisas erradas; 5ª) sua sabedoria erradique a doença, pobreza e conflito deste mundo; 6ª) sua harmonia irradie luz espiritual do seu corpo como se fosse o Sol; 7ª) sua inteligência abranja os problemas da vida humana e solucione-os; 8ª) sua piedade submeta à sua vontade os fenômenos do Universo; 9ª) sua coragem converta sem a utilização de dogmas e sermões. Ele diz que: “A condição número um, no sentido de qualificação fundamental, é ter força para livrar as pessoas da doença. Há muito tempo venho pensando na condição número um que deve ser preenchido pelo Salvador. Antes de tudo, ele deve ter força para livrar as pessoas da doença. Por conseguinte, além de conceder-lhes o método absoluto para obterem plena saúde e completarem o tempo de vida que lhes foi predestinado, ele deve possuir força para a concretização desse objetivo. Essa é a qualificação fundamental do Salvador.”

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“O mais importante foi Deus ter-me dado uma maneira de aplicar a Sua força invisível. É assim que, usando como instrumento os mamehito, milhares de doentes são curados, o que não constitui novidade alguma, pois todos vocês sabem disso. Portanto, não é exagero afirmar que o Johrei é cem vezes mais eficiente na arte de curar, se comparado à medicina convencional. E tal realidade nada mais representa senão a própria manifestação do poder divino.” “Naturalmente, existem outras razões para o ingresso na fé, mas a razão principal do progresso da nossa Igreja está no fato de haver muita cura de doenças.” “Enfim, curar doenças ou salvar as pessoas, não significa apenas tornar o homem saudável. O objetivo final é torná-lo perfeito, ao mesmo tempo em que o tornamos saudável. Não sendo possível a salvação da humanidade somente fortalecendo o corpo do homem e devolvendo-lhe a possibilidade de trabalhar, é essencial torná-lo saudável de corpo e alma.” Portanto, Messias é o santo poderoso cuja missão é a de salvar o mundo, satisfazendo estas dezoito condições. Quem é? “Quando os protótipos do Paraíso Terrestre de Hakone e Atami estiverem concluídos, a Igreja Messiânica Mundial será conhecida no mundo e, paralelamente, seus Ensinamentos e sua obra de salvação será compreendida. Certamente também terão início os estudos sobre o indivíduo chamado Mokiti Okada.” “Acho o título “Quem é o salvador?” bem inusitado, e sem dúvida os leitores pensarão da mesma forma. A propósito dele, pretendo fazer uma análise psicológica da minha pessoa. Gostaria, porém de deixar claro que se trata de uma análise objetiva do meu interior e que não há nada inventado ou fictício. Portanto, espero que leiam com esse espírito.

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A palavra Messias, ou seja, Salvador, é muito usada no mundo inteiro, sem distinção de tempo e de lugar, tanto no Ocidente como no Oriente. Com exceção de uma parcela de pessoas religiosas, a grande maioria considera que a vinda ou o nascimento do Salvador tão esperado, possuidor de poder sobre-humano, não passa de um grande sonho, ou uma grande esperança utópica. É verdade que já apareceram pessoas que se auto-proclamavam Messias, mas com o passar do tempo, acabaram desaparecendo, donde se conclui que ainda não surgiu o verdadeiro Salvador. Devo confessar que não gosto de afirmar que sou o Salvador, mas por outro lado também não posso dizer que não o seja. Sendo algo tão sério, inédito em toda a história da humanidade, a vinda do Salvador é um assunto que não pode ser discutido de maneira leviana. Contudo, não se pode também afirmar que se trate apenas de um sonho, nem deixar de acreditar na sua viabilidade, pois a Segunda Vinda de Cristo, a Vinda do Messias e o Nascimento de Miroku foram previstos por grandes profetas e santos.” “Os fatos tornar-se-ão claros com o tempo. Assim, eu não quero afirmar que “eu sou o Salvador”. Isto é, mostrarei através dos fatos. Através da realidade as pessoas se convencerão. Através da minha Força e dos resultados obtidos, elas vão concordar que é realmente isso. Esta é a maneira correta.” Meishu-Sama satisfaz a essas dezoito qualificações: 1ª) seu saber deve retirar as dúvidas dos Mestres do passado. Cristo disse: “Arrependei-vos porque o Fim do Mundo se aproxima” e “Arrependei-vos porque está próximo o Reino do Céu”. O verdadeiro significado dessas duas advertências nunca foi devidamente explicado, porque os tempos não eram chegados. Reinava a Era da Noite. Mas eis que finalmente chegou o tempo de anunciar o fim do Mundo da Noite e o que isto significa: uma transição para o Mundo do Dia.

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Cristo, ao falar em Fim do Mundo, referia-se ao fim da Noite. O Reino do Céu é uma alusão ao Mundo do Dia. Este mundo de trevas repleto de sofrimentos é simbolizado pela Noite. O Mundo do Dia será um mundo de alegria repleto de Luz, do qual terão sido eliminados todos os pecados, males e sofrimentos. O homem de fé, ao ouvir esta explicação, a aceitará prontamente. Mas o materialista destituído de fé não poderá compreendê-la. Pela ordem, a transição da Noite para o Dia começou no Mundo Divino, refletindo-se a seguir no Mundo Espiritual e, posteriormente, no Mundo Material. A primeira transição ocorreu no mundo de Yuguen em 1881. A segunda transição ocorreu no Mundo Espiritual em 1931. A próxima transição, o início da grande mudança no Mundo Material, já está iminente [Meishu-Sama anunciou esta grande transformação no dia 15 de junho de 1952, vide (ECR, 100, rodapé) [ou 1951?]]. Em suma, se está no alvorecer de um novo dia, aguardando o levantar do Sol no céu Oriental. Eis o que acontece a partir do dia 15 de junho de 1952: “A partir de agora, devido ao aumento da temperatura da Terra, as purificações vão ficando mais intensas. Como o aquecimento do planeta se está tornando notório, até mesmo os meios de comunicação já começaram a falar a respeito dele. O jornal da NHK, rádio estatal japonesa, em sua edição de 15 de dezembro de 1952, publicou um artigo dizendo que cientistas do mundo inteiro afirmam estar o Globo Terrestre esquentando. Outra comprovação importante é que a temperatura média de Tóquio, comparada à dos invernos anteriores, está mais alta embora, nos últimos tempos, tenha feito muito frio principalmente pela manhã e a noite. Recentemente um jornal dos Estados Unidos noticiou que o Real Instituto Geográfico da Dinamarca publicou um

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estudo segundo o qual o calor da Terra aumenta, pouco a pouco, em conseqüência da radiação solar. Também no Chile, um cientista constatou que a intensidade dos raios solares está permitindo o aquecimento paulatino do Globo Terrestre. Na Suécia, outro estudioso, baseando-se em observações efetuadas em várias partes do mundo, afirma poder comprovar que o planeta está ficando cada vez mais quente. Esse estudioso sueco diz também que o número de dias nos qual a temperatura caiu abaixo de zero, numa cidade do norte de seu país corresponde à metade daqueles em que idêntico fenômeno vinha ocorrendo nos últimos setenta e cinco anos, nesse mesmo local. Acrescenta ainda: o gelo na Groenlândia está derretendo lentamente, fato já conhecido há bastante tempo. Outro episódio digno de nota é que no Mar Branco, ao norte da Rússia, e na Baía da Bósnia, no leste da Escandinávia, o período de congelamento do mar encurtou nos últimos anos. Em conseqüência, prolongou-se para três ou quatro semanas a mais o tempo em que a navegação pode ser efetuada nessas regiões. Um biólogo americano, professor universitário, realizou uma pesquisa com animais selvagens, chegando também à mesma conclusão, qual seja, a Terra está esquentando. Suas afirmações se baseiam no fato de ser cada vez maior o número de espécimes que passaram a viver no norte não só dos Estados Unidos, mas também do Canadá, ambas as regiões de clima notadamente frio. Com base em todas as pesquisas realizadas, os cientistas estão comprovando que a temperatura do Globo Terrestre se eleva dia após dia, determinando mudanças evidentes em todos os setores da vida na Terra. E eu afirmo: nem mesmo os descrentes podem duvidar desse fato.” Meishu-Sama: “Cristo falou sobre o Juízo Final, mas não disse quando, nem como ocorreria. Durante séculos, muitos - especialmente os cristãos - procuraram, sem resultado, elucidar

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o enigma. Agora que a época se aproxima, foi-me dada por Deus a missão de esclarecer a verdade ante a qual os homens ficarão deveras espantados. Como, neste caso, “juízo” significa julgamento, as pessoas imaginam que Deus venha para condená-las ou absolvê-las. Não será assim. Conforme já estou falando há tempo, até agora vivemos no mundo da Noite. Chegou finalmente à hora da transição para o Dia. Esse acontecimento iminente é, na verdade, o Juízo Final e consistirá numa grande ação purificadora de âmbito mundial. Segundo lhes disse algumas vezes, a data de 15 de junho de 1931 marcou, no Mundo Espiritual, o início da gradual passagem para a Era do Dia. No final desse processo, haverá a grande purificação no mundo inteiro, para que possa ocorrer a real mudança da Noite para o Dia. Vai ser uma transformação em três etapas: em primeiro lugar no Reino Divino; a seguir, no Espiritual e finalmente no Plano Material. O Mundo da Luz atingiu o limiar da última etapa nesta data em que lhes estou falando (15 de junho de 1951 ou 1952?). Portanto, a Luz Divina está começando a penetrar no plano material. Nos próximos anos, será, então, estabelecida a base do Reino do Céu na Terra [1961]. Contudo, da alvorada até o surgir do Dia [2021], a mudança se efetuará passo a passo, mas firmemente.” “Essa palavra [Messias] é hebraica e por isso é um pouco difícil de ser entendida em japonês. Significa “Senhor da Salvação do Mundo”, ou simplesmente “Salvador”. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o salvador, mas, na verdade, ele é o Senhor da Redenção, o que é bem diferente de “Senhor da Salvação do Mundo”. Redentor é aquele que redimiu os pecados de todos os povos, tornando-se representante desses pecados, sacrificou sua vida para ser perdoado. Salvador não é aquele que é perdoado, e sim o que perdoa. Bem, darei maiores explicações com o passar do tempo.”

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"Como afirmamos sempre, o Plano Espiritual finalmente ingressou na fase de transição da Noite para o Dia. A salvação budista - como sempre dissemos - corresponde ao período noturno, portanto, com o desaparecimento da Noite, o trabalho de salvação de Kanzeon-Bossatsu irá modificar-se e evoluir. Em síntese, isso significa a extinção de Buda. Por conseguinte, é óbvio que a atuação de Kanzeon-Bossatsu se transforme, naturalmente, na do Salvador - o Messias. Quer dizer, Kanzeon-Bossatsu, que se havia encarnado como Buda, tira agora a sua máscara, e passa a executar o trabalho como Deus, segundo a Sua natureza original." “Interlocutor: Sendo assim, a fé centralizada em Meishu-Sama pode ser interpretada como uma adoração centralizada no Kannon da Salvação do Mundo. (Messias) Meishu-Sama: Não. O nome Kannon ainda constitui um disfarce e por isso não surge o Poder verdadeiro. Pois é Deus quem faz a Providência, sabe? No Kannon da Salvação do Mundo (Messias) a que me referi, o Príncipe Shotoku que é esse Kannon [no sentido de que o príncipe vivia onde ficava o Kannon da Salvação do Mundo no Pavilhão do Sonho]. Agora, finalmente chega a hora e inicia-se a atividade. Como ele fez o Buda, para começar a atividade, precisa transformá-lo do Deus original - fazer com que trabalhe para nós, a Igreja Messiânica Mundial. Faz essas coisas. Messias é o nome de ser humano. Deus, o Supremo Deus [do Mundo Espiritual], é Jeová.” “O mais importante na personificação é que os Budas são todos personificações de Deus e durante o Mundo da Noite, o mundo era de Buda e todos os deuses foram personificados em budas. Amaterassu Ookami em Daihi Nyorai; Tsukuyomi-no-Mikoto em Amida Nyorai; Wakahime Guimi-no-Mikoto em Shaka Nyorai. Portanto, a extinção do budismo significa que os budas irão retornar à qualificação divina original.” 2ª) seu ensino deve educar o mundo inteiro.

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“Eu conduzo as pessoas ao caminho do Reino do Céu ensinando-lhes a Verdade, praticando o Bem e fazendo que elas apreciem o Belo. Sendo assim, o objetivo de Satanás, Seu antagonista, é obviamente: a Falsidade, o Mal e a Fealdade.” 3ª) seu poder deve originar-se inato. “Por exemplo, qualquer coisa que eu desejar saber, eu fico sabendo. Tomo conhecimento de tudo que for importante, a começar dos três mundos - Divino, Espiritual e Material - assim como também do passado, do presente e do futuro. É claro que isso está limitado ao que concerne à salvação da humanidade e à construção do Paraíso Terrestre. Antevejo como será o mundo daqui a um ano ou há vários anos, e também o meu próprio destino. É até engraçado. E note-se, pela experiência que tenho tido até agora, que geralmente os fatos previstos por mim acabam acontecendo. Tenho elaborado e executado vários planos, e tudo tem corrido conforme os meus desejos. Com relação à literatura, se penso em escrever um artigo, as palavras me fluem naturalmente, o quanto eu desejar. Como todos sabem, dedico-me também à composição de poemas e não encontro nenhuma dificuldade nisso; componho cerca de cinqüentas em uma hora. Gostaria, inclusive, de escrever poemas satíricos, obras de ficção, dramas, etc., mas não o tenho feito por falta de tempo. Além desses gêneros, escrevo sátiras e comédias; como elas têm sido publicadas, os leitores devem conhecê-las. As orações entoadas pelos fiéis também são de minha autoria, e parece-me que, apesar de eu não ter tido, anteriormente, qualquer experiência nesse sentido, elas ficaram muito boas. Por outro lado, já é do conhecimento de todos que estou construindo um protótipo do Paraíso Terrestre de grande porte; nessa obra, as pedras, as árvores, as flores, enfim, tudo sou eu quem escolhe e planejo. Naturalmente, o projeto do jardim e dos prédios e até a ornamentação também são trabalhos meus. O Templo Messiânico, que se erguerá no Solo Sagrado de Atami,

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mas que ainda está em fase de projeto, seguirá um estilo mais moderno que o do arquiteto suíço Le Corbusier, estilo esse que nos últimos anos se tornou moda arquitetônica no mundo inteiro. Portanto, quando o templo for inaugurado, deverá ser alvo da atenção mundial. Só de estar no local e olhar o terreno, os prédios e os jardins se projetam aos meus olhos, não havendo necessidade de pensar. Na verdade nunca estudei esses assuntos, nem ninguém me ensinou nada a respeito; entretanto, se quero fazer algo, imediatamente brotam, dentro de mim, excelentes idéias. Além disso, faço vivificações florais, escrita a pincel e pinto quadros. Dessas atividades, a única que estudei um pouco foi pintura, mas nas outras sou totalmente leigo. Com relação à Política, Educação, Economia, Filosofia e Medicina, sei das coisas que irão acontecer até daqui a um século. Sei principalmente o erro em que está baseada a cultura atual e fico impaciente quando penso que, se ele fosse logo corrigido, a humanidade seria salva e a felicidade reinaria no mundo. Nada, porém, pode ser feito enquanto não chegar o tempo certo. Atualmente, seguindo a ordem Divina, estou apenas apontando o problema da doença e os erros da agricultura, questões fundamentais para a construção do Paraíso Terrestre.” 4ª) seu altruísmo deve ser universal. “Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois seria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos.” 5ª) seu ativismo deve alegrar e encaminhar as pessoas para a felicidade. “Desde jovem eu gostava de tudo que dissesse respeito ao Belo. Embora fosse muito pobre, cultivava flores em espaços vazios e, quando dispunha de tempo, pintava quadros. Sempre que me era possível, visitava museus e exposições. Na primavera, apreciava as flores, e no outono, o bordo. Agora, pela graça de Deus, minha vida se tornou mais afortunada, e, além de

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apreciar o Belo como desejo, isso constituí uma ajuda para a realização das atividades da Obra Divina. Entretanto, para terceiros, que desconhecem esse fato, minha vida parece exageradamente luxuosa, o que é inevitável. Desde tempos antigos, como sempre digo, os fundadores de religiões faziam a divulgação das doutrinas levando uma vida paupérrima e realizando penitências. Comparando-me com eles, talvez todos achem minhas atitudes um tanto estranhas, pela grande diferença observada. Na verdade, aqueles religiosos estavam na Era da Noite, e até mesmo a Religião era divulgada por meios infernais. Chegou, porém, a Época de Transição e, atualmente, quando o mundo está para se tornar Dia, a salvação é efetuada num estado paradisíaco, de modo que é necessário refletir profundamente sobre esse ponto. Muitas pessoas que pretendem salvar o próximo, fazem autopropaganda, apesar de ainda não viverem livres das desgraças. A intenção pode ser boa, mas os meios são incorretos. Só devemos pensar em conduzir aqueles que são vítimas de sofrimentos e misérias, quando já tivermos conseguido a nossa própria salvação e felicidade; então, poderemos trazê-los ao nível em que estamos. Nossos semelhantes sentir-se-ão atraídos ao presenciar nosso estado feliz. É quando a propaganda surte cem por cento de efeito. Eu mesmo não ousei difundir meus ensinamentos antes de me encontrar em boas condições. Só o fiz quando me senti abençoado pelas Graças Divinas. Se considerarmos que o Paraíso Terrestre é o Mundo dos Felizes, concluiremos que, no lugar onde as pessoas se reúnem e se tornam felizes, está estabelecido o Paraíso Terrestre.” 6ª) seu equilíbrio deve transcorrer infinito e compreensível a todos. “Por fim, quero falar sobre o comunismo. Dizem que o seu objetivo é também a construção do Paraíso Terrestre; mas, deixando de lado outros aspectos, principalmente a sua noção

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de Belo é escassa. Portanto, desde que ele não adota o Belo, podemos compreender que ele não é verdadeiro.” 7ª) seu conhecimento deve atrair uma nova civilização e unir os seres humanos. “O lamentável é que, se não tivesse havido a redenção, Cristo, quem mais milagres realizou, talvez conseguisse, durante a sua vida, salvar uma grande parte da humanidade e ampliar muito mais a sua doutrina. Seu período de atuação foi bastante curto, sem dúvida por causa da força de Satanás que, na época, era inegavelmente mais forte, em virtude da prematuridade do tempo no Mundo Espiritual. Buda e Cristo mesmo através dos esforços deles e dos seus discípulos, a humanidade ainda padece em meio a agonizantes sofrimentos. Entretanto, finalmente, é chegado o tempo do Céu, Eu vim ao mundo para cumprir a grandiosa missão de salvar a humanidade, manifestando o Poder Absoluto a mim atribuído. Consequentemente, pregarei profundamente a Verdade, para executar a última salvação da humanidade. Além disso, como desempenho também a função de orientador da planificação da Nova Civilização Mundial, esse é realmente um extraordinário Evangelho, inédito e último, para a humanidade inteira.” 8ª) seu credo deve possibilitar que dores da humanidade caiam e não o atinjam. “O Deus que se encontra em mim é o mais elevado de todos, por isso como já disse em outra oportunidade, não preciso orar para nenhum Deus. Como não existe um Deus acima de mim, por este motivo não há nenhum Deus a quem eu precise orar ou me dirigir, portanto não oro. Entretanto, no tempo certo poderão perceber claramente, mas não quero dizer que sou o salvador. Ou melhor, mostrarei a realidade. Através da realidade, dos resultados do meu Poder todos dirão: “É claro, É isso”, entendendo então. Isto é verdade.

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A esse respeito no dia 22, dia anterior ao Culto Mensal, a esposa de um discípulo que dedica diretamente comigo, no ano passado, estava com sua cabeça um pouco estranha. Eu a curei completamente, porém restou um pouco de toxinas, que estavam endurecidas em volta do pescoço. Ela sempre dizia que queria vir, e duas ou três vezes por mês, eu ministrava-lhe Johrei. No dia vinte e dois, no entanto, ao ministrar-lhe Johrei, começou a chorar derramando muitas lágrimas. Chorava tanto que não podia falar. Após passar algum tempo, normalizou-se e procurou escutar, era [Jesus] Cristo que vinha sofrendo muito, durante um longo período e encostou nessa senhora e melhorou ao receber Johrei. Era o sofrimento causado pela ferida na época em que foi crucificado. Ao ficar completamente curado, ficou muito agradecido e, aquelas eram lágrimas de contentamento. E mais ainda, ele estava esperando com muita saudade a oportunidade de ver o Pai Celestial. Não existia felicidade igual a esta. Por esses dois motivos, que com lágrima de alegria, Cristo apareceu. Então, não era possível curar a lesão do corpo daquela senhora. Por esse motivo, a partir de agora, creio que [Jesus] Cristo fará uma grande atividade no exterior. Isto os membros entendem bem, porém os cristãos e budistas se ouvirem, pensarão que se trata de encosto de espírito maligno. Devem pensar, qual será o significado de meu objetivo? Mas, isto logo poderá ser compreendido. O motivo de falar assim é que eu seja alguém extraordinário, porém, a medida que a época se aproximar, as provas de minhas realizações serão evidentes. Virá a época em que não poderá deixar de ser reconhecido.” “Se eu disser que salvei [Jesus] Cristo, a quem milhões de pessoas têm orado, e, também, Sakyamuni, talvez digam: “Deve

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estar louco, pois é impossível o aparecimento de um homem assim”. Os senhores devem saber, mas, quando se chega ao ponto de aceitar tal fato, significa que a alma está bem consolidada. Com isso, ocorre o aumento da força da pessoa. Sendo exatamente assim, podem trabalhar como meus representantes manifestando, magnificamente, a força. Portanto, atuem amplamente, procurando sempre ter no coração o que eu disse.” Em 12/04/1954: “E depois, esse assunto é engraçado e está como “Luz do Oriente”. No final das contas, para salvar as pessoas, não somente as pessoas, até mesmo os espíritos, para salvar tudo é preciso Luz em primeiro lugar. Os espíritos vêm à procura de Luz. “Quero receber Luz”, dizendo assim eles vêm à procura. Serão salvos com a Luz. [lembrar que as duplicidades de princípios como luz e treva não é o fim último, mas sim a verdadeira luz, isto é, a Luz que é DEUS]. Até mesmo [Jesus] Cristo sofreu bastante até agora. Quando [Jesus] Cristo encosta ela dobra o pescoço e dobra igual ao desenho do crucifixo. É como se nesse momento tivesse sido amarrado por alguma coisa ou então morreu e caiu no chão e alguma coisa subiu em cima. É muito sofrimento. As dores da hora da crucificação cessaram, mas o pescoço torto ainda não melhorou completamente. No começo doía bastante, mas isso sarou e Cristo estava muito agradecido. Maria também por ser seu filho, estava muito contente por ele ter sido salvo. O tempo acabou por isso vou parar por aqui, e o que acabei de falar agora é um assunto sério, portanto, se a fé não estiver bem firme não dá para acreditar. Se uma pessoa que não tem fé ouvir irá rir achando que é bobagem, mas é verdade. Vocês não são assim. Daqui em diante isso irá aparecer em formas, por isso vai ser difícil fazer com que acreditem até certo ponto.

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Até hoje não sei quantos bilhões de pessoas reverenciaram [Jesus] Cristo e Sakyamuni e fui eu quem os salvou, mas poderão dizer “não pode aparecer uma pessoa assim, deve estar biruta”. Vocês normalmente têm conhecimento de que chegando ao ponto de achar que “é isso”, o “espírito se solidifica completamente”, portanto, através disso, a força dessa pessoa torna-se forte. Dessa forma, sem dúvida, como meu representante, manifestando grandiosamente a força conseguirá realizar o trabalho. Portanto, reflita bem sobre o que eu disse agora e trabalhe bastante.” Em 02/04/1954: “Citando um exemplo, esses dias, [Jesus] Cristo encostou-se a uma jovem senhora e outro dia ministrei-lhe Johrei, e enquanto ministrava-lhe Johrei derramava lágrimas em abundância, e realmente, era uma atitude de repleta gratidão, Durante muito tempo sofreu bastante no Mundo Espiritual. Entretanto, “Pude ser salvo desta vez e estou agradecido. Não caibo em mim de tanta felicidade”. Dizia isso soluçando em prantos. Não consegui conversar durante um bom tempo e fiquei esperando. Isso aconteceu duas vezes e ao lhe perguntar, respondeu-me que quando [Jesus] Cristo encostava sentia a agonia da crucificação e como na estátua do [Jesus] Cristo crucificado onde ele está com o pescoço dobrado, ela também dobra o pescoço. É como se o pescoço estivesse sendo apertado por alguma coisa, parecia muito agoniante. Isso, sem dúvida é muito sofrido porque foi crucificado. Esse sofrimento não é retirado totalmente. O fato de não poder ser retirado se deve à falta de Luz. Essa senhora ficou ruim da cabeça no ano passado e eu a curei. E como ainda tinha solidificações disse-lhe para vir de vez em quando, e assim de vez em quando lhe ministrava Johrei. Então, não se sabe quando [Jesus] Cristo encostou e sem perceber ele ficou bom.

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Em seguida a Maria apareceu duas a três vezes e estava muito agradecida por seu filho ter sido salvo. Depois surgem outros ordenadamente. José também apareceu e estava sofrendo no Mundo Espiritual durante 2.750 anos, mas foi salvo e estava muito agradecido. Ultimamente encostou um discípulo de [Jesus] Cristo chamado Jacó, que por sinal bem inteligente. Dessa forma, encostaram Maomé, Koshi, Sakyamuni; do Japão Kôbo e Shinran. Vêm encostar um em seguida do outro. E ao lhes perguntar o que desejam eles dizem que querem receber Luz. E ao ministrar um pouco de Johrei eles recebem Luz por isso se salvam. Portanto, à procura de Luz, parece que eles vêm do mundo inteiro. Recebendo Luz consegue-se controlar o mal. Por esse motivo, essas pessoas inteligentes, não são bem pessoas, nem deuses; esses santos dizem que vão trabalhar bastante para a Igreja Messiânica. Até hoje queriam trabalhar, mas como tinham impurezas, máculas, não podiam trabalhar e agora como essas máculas foram retiradas, vão poder trabalhar bastante e todos estão animados. Portanto, esses 800 deuses [o que representa aproximadamente um deus para dez milhões de habitantes] trabalharão em grupo e poderão compreender perfeitamente como será possível realizar uma grande expansão pelo mundo inteiro.” Em 25/11/1951: “Quando fui a Quioto, os deuses dos santuários daquela região - mais de quarenta divindades encostaram e faziam diversos pedidos a Meishu-Sama, agradeciam etc. - cada qual com o seu pedido. Isso é mesmo verdade. Por tratar-se de um fenômeno do Mundo Espiritual, as pessoas não percebem. Quando vou a algum lugar, não são os fiéis que ficam alvoroçados. Os deuses que estão no Mundo Espiritual é que ficam mais ainda. Os deuses que estão nas

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proximidades se reúnem querendo receber graças. Entre eles muitos são os que vêm por vir e depois, surpresos, passam a ajudar com devoção. Por isso esses trabalhos em relação ao Mundo Espiritual são bem mais numerosos. Tenho feito os registros disso e creio que poderei levá-los ao conhecimento de todos em duas ou três reuniões.” Em 01/04/1954: “A referida pessoa que sempre entra em transe, disse recentemente, algo interessante, portanto vou pedir para que leiam agora. (Relatório) À medida que o tempo se aproxima, começam a surgir diversas coisas. Sobre isso, escrevi até agora, nas poesias, de modo genérico, sem aprofundar-me muito. Ontem, uma mulher que incorporou o Jesus Cristo veio receber Johrei. Ao lhe ministrar, a Maria (N.T.: Santa Maria, Mãe de Jesus ) incorporou nela, e muito contente, agradeceu-me repetidas vezes dizendo que o seu filho Jesus, havia sido salvo. E ela não conseguia conter-se de alegria. Dessa forma, o Mundo Espiritual começou a sofrer grandes mudanças. Quando isso se refletir posteriormente na matéria, será uma época de magnífica expansão. Finalmente, estamos próximos do dia da apresentação. Por ora, os acontecimentos se detêm ao Mundo Espiritual e são incompreensíveis aos olhos e ouvidos do homem, mas é certo que o tempo se aproxima. O fato de que o Mundo Espiritual irá mudar amplamente, significa que haverá o aumento do elemento Fogo. Como ocorre o aumento, aproxima-se a cena do aumento do número de doentes tal como a má colheita do ano passado (neste ano não seria apenas má colheita e sim, más pessoas, não?). A propagação do cultivo natural também foi muito boa em todos os lugares e, com bons resultados, tende a ser bem aceito; em

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breve a medicina também sofrerá mudanças. Se isso acontecer será ótimo, pois assim ocorreram mudanças radicais. Como o Mundo Espiritual começou a mudar, têm acontecido muitas coisas interessantes (...).” Em 16/06/1953: “Como o momento se aproxima, Deus realiza coisas imprevisíveis. Por isso, os membros da Igreja Messiânica Mundial compreendem de um modo geral, mas os que não são, não podem mesmo compreender nada. Assim, ultimamente têm aparecido diversos fatos espirituais. Na vez passada, falei sobre os encostos de Jesus e outros eminentes fundadores de religiões. Esses aconteceram com a moça de Quioto, mas desta vez foi uma moça de Atami que também manifestou encostos de espíritos que lhe disseram diversas coisas sobre isso, as quais coincidem com as da moça de Quioto. Como existem pontos novos, vou pedir para que seja feita a leitura. (Relatório) Através disso vemos que Jesus diz coisas características dele, como a forma com que a Bíblia foi escrita e por isso acho interessante. É muito parecido com os pontos impertinentes da Bíblia. Por isso, até agora não havia surgido um ser humano que possuía a Luz. São João sofreu sob o solo durante 2750 anos porque não existia a Luz [São João Batista teria sido o Rei Jerobão, leva em conta 750 antes de Cristo]. E sem receber Luz as pessoas não são salvas. As divindades e os budas também estão querendo receber Luz e por isso a coisa está impressionante no Mundo Espiritual. (...) No que foi lido agora, falava-se em Deus que não é Deus e eu acho isso muito interessante. Na realidade o Deus que era adorado até agora como tal, não era Deus de verdade. Por isso, a expressão Deus que não é Deus é muito bem colocada. Por isso,

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a música Noite Feliz, um salmo Jesus, elogia tanto Jesus que ele chega até a sofrer. Então ensinei a letra, mas o que acho interessante é que, como eu sempre vinha dizendo, quando o Templo Messiânico ficar pronto, pretendo cantar nos Cultos e em outras ocasiões, o “Messias” da autoria de Hendel e também colocar uma orquestra e até preparei um Box de orquestra abaixo do palco, mas como seria inconveniente cantá-la num idioma estrangeiro como o de Hendel, precisaria colocá-la em japonês. Eu pretendia compô-la, mas seria errado eu fazê-lo. Pois não sou eu quem canto, mas que sou cantado... Por isso, no ato de louvar, eu estaria louvando a mim mesmo e por isso queria uma letra apropriada, mas não há uma pessoa que pudesse fazê-la adequadamente. Entretanto, Jesus a fez para mim e realmente está ótima. Então, estou tranqüilo. A letra dessa música é muito boa. É simples e expressa muito bem o sentimento de louvor. Por isso pretendo adotá-la.” “E como acabei de ler agora; a canção que me exalta muito faz sofrer, por isso a canção para ser cantada eu escrevi e fiz com que falassem. Está bem escrito. Estou pensando em utilizá-lo no Prédio Messiânico. A música é de Hendel (Senhor da Salvação - Messias) e estou querendo usar essa letra. Aqui realmente existe um grande significado. Eu compus e todos vão cantar. Isso é uma mentira. Isto é, o Deus que existe em mim mesmo é que compôs e o fato de exaltar está fora de lógica. Então, entre as pessoas que irão cantar, o mais inteligente compôs e todos cantam, esse é o modo verdadeiro. Isso é racional. [Jesus] Cristo, querendo que cantassem dessa maneira escreveu a letra. Está muito bem expressado. O sentimento que exalta Deus está realmente bem expressado. Pretendo transformar isso em letra. Bem, poupou meu trabalho. O livro de orações também, eu escrevi tudo, mas não é correto eu escrever coisas do tipo de ter recebido graças e estar

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agradecido. Bem, é como se tivesse escrito no lugar dos membros, e não tinha outro jeito por isso escrevi, mas o certo seria como acabei de falar agora.” “Depois disso ainda apareceram vários espíritos. Ë bem interessante. Os deuses dragões que habitam o mar, lagoa e lagos das regiões da Europa e África, cada um deles pediram perdão e se prontificaram em trabalhar bastante, fizeram pedidos desse tipo e vários outros. Tanto Deus [Cristo] como Buda também, todos os espíritos desejam a Luz em primeiro lugar. Portanto, como acabei de ler, Maomé também deseja muito a Luz. E também os deuses dragões que apareceram depois e diversos deuses e budas têm o desejo de se banharem ao menos um pouco na Luz. Isso porque até o presente, entre os homens, não havia uma pessoa que tivesse a Luz de Deus. Então, pessoas como João estiveram no inferno durante 2.750 anos. E até mesmo [Jesus] Cristo, pessoas como ele não puderam ser salvas. A causa é a Luz. Não puderam ser banhadas pela Luz. Entretanto, eu apareci, o Mundo Espiritual tornou-se claro e ficou possível banhar-se na Luz, por isso puderam ser salvos. Portanto, a lógica é simples.” “Quero falar sobre mais um assunto (preciso falar sobre isso de qualquer maneira e, além disso, é muito engraçado), os membros irão entender e acreditar, mas os não-membros, sem dúvida, pensarão que é um auto-elogio.” “Falando sobre a minha visita à cidade de Nara, posso dizer que Mikotos, Nyorais, Kami-Samas, ou seja, muitos deuses, "Hotokes" (santos do Budismo), dragões de várias montanhas de Nara, Templos e pagodes, e ainda vários dragões protetores de alguns lugares e junto a outros dragões que se tornaram santos, todos eles vieram hoje me receber com muita alegria do Mundo Espiritual. Bem, isso tudo será editado na Revista "Paraíso Terrestre", mas vou deixar aqui falado. Agora a pouco, eles fizeram os cumprimentos de boas

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vindas através da situação do tempo. Estava chovendo, mas a chuva parou. E exatamente quando cheguei em Nara, o Sol começou a brilhar. Esse foi o cumprimento deles. Assim, já estava marcado para chover hoje. Não existe outra forma dos dragões cumprimentarem, a não ser expressarem claramente através dos fenômenos atmosféricos. Por isso que eu logo pensei: "Ah! são eles!..." Ultimamente, muitos deuses e santos, como Cristo, Maomé, Budha, João Batista, etc. têm manifestado muita alegria para mim. Um pouco antes de eu me dirigir para cá, Maria e [Jesus] Cristo se manifestaram através de certa mulher e todas as palavras proferidas por eles em forma de preces, demonstravam muita alegria. Realmente este sentimento de alegria parecia estar transbordando naquele momento. E o mesmo acontece com os outros deuses e santos. Resumindo, todos eles estavam me esperando há muito tempo, talvez desde centenas ou milhares de anos atrás. Assim, todos os dragões das diversas regiões de Nara me disseram que, quando eu viesse aqui, eles viriam me dar os cumprimentos. Entretanto, como eles são espíritos, não se consegue ver, ou seja, eu só senti a presença deles, pois eles não têm forma. Mas com certeza eles estiveram aqui.” Em 02/04/1954: “Os Deuses são os que mais estão desejando a Luz. Um exemplo é Maomé, que está desesperadamente atrás da Luz. Os deuses dragões e outros tantos santos também vêm alimentando a esperança de se banhar na Luz. Isso mostra que ninguém até hoje possuía a Verdadeira Luz Divina. O que não sabem é que até mesmo João Batista esteve no Inferno durante 2.750 anos. Jesus Cristo e outros da mesma categoria não haviam conseguido a sua própria salvação. Ou seja, eles não puderam ser banhados pela Luz. Entretanto, como eu cheguei e o Mundo Espiritual ficou mais claro, finalmente eles puderam ser agraciados pela Luz, e assim serem salvos.

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Se pensarem pela lógica, vão ver que é fácil de entender isso: quem tem muitos pecados... Mas é meio esquisito dizer que estes deuses cometeram pecados. Mas vamos pegar como exemplo Jesus Cristo. O fato de ele ter sido crucificado é que ele havia cometido pecados em outra vida. Esse foi o significado da Redenção de [Jesus] Cristo. Só que não bastou ele ser preso na cruz para ser totalmente salvo. Ficou muito tempo sofrendo até então encontrar com a Luz. Assim, as máculas geradas pelos pecados foram se dissolvendo, se dissipando e por fim foi salvo. Esse foi o motivo de [Jesus] Cristo ter procurado tanto a Luz. Uma outra coisa é que se não eliminar agora os pecados, eles vão se tornar eternos. Os pequenos pecados, com a chegada da Era da Luz, se dissolvem com facilidade, mas falando a verdade, quase não existem pessoas com esses pecados: praticamente todos possuem grandes pecados. Vocês mesmo, por mais que recebam Johrei, não quer dizer que vão acabar com todas as toxinas, pois a quantidade é muito grande, não dá para ver. Ou seja, os grandes pecados nunca vão ser dissipados. Por isso, mais do que depressa precisam receber o maior número de Johrei. Se não se apressarem, não vão conseguir ser salvos. Lembrem-se que o Mundo Espiritual está entrando na Era do Dia a passos largos.” Em 01/02/1953: “Isso mesmo. “Milagres como os de Cristo até os meus discípulos realizam e por isso, no Japão, já nasceram centenas de milhões de Cristos”. Escrevi isso também. Entretanto, um dia todos entenderão isso. Afinal tudo depende do tempo.” Em 27/12/1953: “Eu escrevo com pincel a letra Hikari (Luz) e, colocando-a no peito é possível realizar milagres como os de Cristo. Daí é fácil entender o valor de Jesus.

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Por isso, para falar a verdade, Sakyamuni e Jesus chegam apenas a ser meninos perto de mim. Entretanto, se escreve isso, as pessoas suspeitam e acabam não confiando mais e por isso, tenho procurado não escrever, mas se souberem da verdade, será incrível.” “Interlocutor: Na época em que eu estava na Igreja Oomoto eu era muito cheio de lógicas e tinha pensamentos esquisitos. Num Culto, o líder espiritual incorporou um tigre e um urso e ficou dois dias imóvel, acamado. Como achei que se tratava de Deus, pensei se existia algo tão absurdo assim. Meishu-Sama: É mesmo. Fui eu quem o curou. Ele não conseguia falar e achei que aquilo não era bom. Então, tratando-o espiritualmente ele passou a falar novamente em cerca de duas horas. Com isso fiquei em grandes apuros. Fui à entrevista e o curei.” “Realmente a Igreja Oomoto é uma religião que surgiu para me lançar. Em suma, a fundadora, em termos de budismo, seria Sakyamuni. O líder espiritual, Amida. E são Sakyamuni e Amida que geram Kannon. E eu seria o filho. Por isso eu nasci mesmo da Igreja Oomoto. E eles seriam meu pai e minha mãe. Isso é misterioso. Por isso a fundadora é Izu e o líder espiritual, Mizu, e eu sou Izunome. Algo que engloba e funde os dois caracteres de Izu e Mizu. E seria isso. Tanto a Fundadora como o líder espiritual eram muito brilhantes nas demais coisas, mas não tinham Poder. Também não tinham poder na questão relativa à cura de doenças. Isto porque o poder surge com a união do espírito e matéria. Com a composição vertical e horizontal, surge o poder. E isso sou eu. Ti é espírito e kara é matéria (tikara - poder). Com a identidade espírito e matéria, surge o poder.

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Em suma, Izunome é poder. Por isso, até hoje, não havia surgido no mundo, uma pessoa que tivesse o Poder. E basta que esse poder vá se expandindo mundialmente. Por isso, Kannon seria isso. O Poder de Kannon é exatamente a identidade entre homem e mulher, fogo e água, vertical e horizontal. Então, só porque se fala em Poder Kannon, não é que existam o Poder de Amida, poder de Sakyamuni ou Poder de Jesus Cristo. E o Poder não tem limites. É algo infinito. Por isso, ultimamente, os fiéis realizam milagres iguais aos de Jesus Cristo e, portanto, na questão do poder, Jesus Cristo só tinha o poder equivalente ao de um discípulo meu.” Em 28/01/1949: “Interlocutor: Quando falamos sobre a Obra Divina, aos fiéis do cristianismo, e mesmo que a pessoa não seja fiel, mas tenha lido a Bíblia, ele fala que nela... Meishu-Sama: Dizem que somos o anticristo, não é? Interlocutor: Sim. E isso geralmente nos atrapalha muito. Se o senhor pudesse nos dizer alguma coisa para que possamos desfazer a dúvida deles quanto a esse respeito. Meishu-Sama: Não adianta. Não adianta tentar desfazer a dúvida. Por mais que você se esforce em explicar, não entenderão. Quanto mais explicar, mais eles pensarão que somos o anticristo, uma falsidade extremamente hábil. Enquanto não chegar o tempo certo, não adianta. Além do mais, se naquela época tivesse surgido o Salvador, os meios de transporte eram precários e as pessoas estavam muito distantes umas das outras. E mesmo que se tentasse, era impossível salvar o mundo inteiro. Agora, os meios de transportes se desenvolveram de forma extrema e a comunicação entre os países é imediata. O Mundo tende a se transformar um só e há até propostas de se formar uma federação mundial.

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Pensando por esse aspecto, creio que podem ter uma idéia geral.” 9ª) seu brio deve ter peso na palavra para conseguir vencer todo o mal. “A palavra Meishu-Sama, isto é, a minha representação, significa Senhor Possuidor da Luz. Por isso, existem muitos deuses subordinados a mim que estão fazendo tarefas de minha responsabilidade. Se houver algo importante, eles me representarão. Portanto, o que eu penso não há qualquer obstáculo. Falarei a respeito do fundador da Igreja Tenrikyo. “Quando eu estava no quarto de detenção do Estado de Shizuoka, chamei vários espíritos e falaram diversas coisas. O fundador da Igreja Tenrikyo, também falou. Ele pediu para que o salvasse e depois agradeceu dizendo estar bem. Era esta a sua situação.” 1ª) sua justiça efetive um modelo de cidade e suas profecias sejam realizadas. “Embora eu afirme que isso ocorrerá, trata-se de uma tarefa árdua, já que a humanidade veio alimentando esse ideal por longo tempo, mas ainda não havia aparecido quem o realizasse. E a razão é o fator tempo. Entretanto, para alegria de todos, finalmente chegou o momento tão esperado, e Deus, confiando essa grande missão a um simples ser humano como eu, fez-me nascer neste mundo. Portanto, quem entendeu o fato acima não poderá de deixar de acreditar na absoluta viabilidade da concretização do Paraíso Terrestre. Não tenho a mínima intenção de fazer propaganda da minha importância; basta que tenham conhecimento da realidade da minha pessoa. Se, através disso, aumentar o número de pessoas que acreditem na viabilidade da concretização do Paraíso Terrestre, maior será a expansão do Grande Amor Divino e, consequentemente, estará multiplicado o número de criaturas que serão salvas.”

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2ª) sua educação teça transformações inéditas para a raça humana. “Importa, contudo, primeiramente, que cada um conheça os Ensinamentos a mim revelados por Deus. Dessa forma, à medida que a Messiânica se for expandindo, cada aglomeração humana (lar, país, comunidade, sociedade) se tornará um pequeno núcleo isento de doenças, pobreza e conflitos, pleno de paz e felicidade. Então será concretizado na Terra o Reino do Céu, o supremo objetivo divino.” “Até os dias de hoje, em cada época apareceram grandes personagens que realizaram trabalhos revolucionários para a evolução da cultura; esses trabalhos, porém, eram limitados a uma determinada área e careciam de eternidade. Basta observar o mundo atual para se comprovar tal fato. Entre esses líderes, Buda e Cristo conseguiram obter resultados maravilhosos na revolução religiosa. Entretanto, isso ocorreu principalmente na parte espiritual e quase nada se fez na parte material.” 3ª) sua força salve a humanidade e distribua esse domínio aos outros. “Levando, portanto, em consideração os pontos comentados, ao traçar comparações entre mim e outras religiões e fundadores, poderão entender isso claramente. Um exemplo mais fácil de assimilar são os milagres de Cristo, que são muito famosos; mas os meus discípulos estão fazendo surgir muitos milagres semelhantes aos dele, e até maiores. Se dispusesse de mais tempo, gostaria de ler a respeito, mas são milagres ainda maiores.” “Pelo que já passei em minha vida, sou uma pessoa comum, igual a tantas outras. Tenho, porém, uma vida tão mística, que não encontra paralelo na história de toda a humanidade. Digo isso porque me fizeram nascer com a grande missão de salvar o mundo, completamente diferente da missão dos famosos religiosos como Sakyamuni, [Jesus] Cristo e Maomé. Ou seja, fui investido do poder de executar aquilo que esses

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grandes personagens não puderam realizar. Isso é absoluta verdade, como todos os fiéis estão cientes. Agora será uma narrativa sobre [Jesus] Cristo. Repetidas vezes os Santos estavam mencionando que [Jesus] Cristo realizava a salvação através do Espírito do Pai Celestial. Portanto, [Jesus] Cristo é filho de Jeová. O meu poder é o poder de Jeová. Posso dizer que [Jesus] Cristo tornou-se meu Filho. O que os membros estão realizando atualmente, foi o que [Jesus] Cristo realizou. Há oito anos passados, uma pessoa que não abria os olhos, em 2 minutos, passou a enxergar completamente. Este artigo está publicado na revista Glória. Há 13 anos, mais ou menos, uma pessoa que não conseguia ficar em pé, em apenas 20 minutos, conseguiu e no dia seguinte passou a caminhar. Isto também está na Bíblia como realizações de Cristo, fazendo um cego enxergar e um coxo conseguir andar. Atualmente os meus discípulos estão realizando estas tarefas.” A Luz da “Bola de Luz” de Meishu-Sama se subdivide e é emanada através da “Imagem da Luz Divina” e do Ohikari, caligrafadas por Meishu-Sama transmitindo-se, instantaneamente, a cada pessoa, a cada lar, através do Elo Espiritual. 4ª) sua fraternidade faça sucumbir às coisas erradas. “Os fundadores de religiões de até agora não tinham forças suficientes. O [Jesus] Cristo é um dos melhores exemplos para ilustrar isso. Ele próprio chamou-se de “Redentor”, e não “Salvador”. Redentor, como a própria expressão indica, é aquele que faz a remissão dos pecados, ou melhor, aquele que tem a missão de, assumindo os pecados de todos, apresentar as escusas e implorar perdão a Deus. Em outros termos, foi o representante de todos, o Ente Divino que estava na posição de ser perdoado, e não aquele que concede o perdão. Por esse motivo, teve de ser crucificado para poder resgatar os pecados

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de toda a humanidade. O mesmo pode-se dizer em relação ao Budismo, construir o Mundo Paradisíaco. Mas, não houve o progresso esperado. Como consta no próprio sutra, Sakyamuni diz: “Aos 72 anos de idade, alcancei o estado de Kenshinjitsu”. Foi nessa oportunidade que ele conheceu verdadeiramente a sua predestinação e também a sua missão, teve a percepção das falhas que até então cometera, compreendeu que o surgir do mundo paradisíaco estava muito além do futuro longínquo, e confessou que não eram poucos os pontos errados que existiam nos sutras pregados até então. E, dizendo ainda que o que iria pregar daí em diante era a verdade verdadeira, escreveu o que é conhecido como Hoometsujin-kyo (o sutra sobre a extinção do Budismo), Miroku Shutsuguem Jooju-kyo (o sutra sobre o advento de Maitreya) e os vinte e oito volumes de Hoke-kyo (o sutra de lótus). Isso quer dizer que Sakyamuni ficou consciente e predisse que fatalmente o Budismo acabaria se extinguindo, após o que adviria o reinado de Miroku (Maitreya), o Mundo Material de condições paradisíacas. Esta profecia é notória.” 5ª) sua sabedoria erradique a doença, pobreza e conflito deste mundo. “Para executar o plano de salvação - profetizado desde a antiguidade por muitos mestres, homens santos e sábios - eu (Meishu-Sama) fui o escolhido. Até agora só havia predições, mas finalmente chegou o tempo da sua concretização. Eu vim como executor, ou seja, o incumbido de substanciar as profecias. Essa minha afirmação pode parecer bombástica, mas eu tenho plena convicção do que digo, pois o Supremo Deus me outorgou a sabedoria e as faculdades necessárias para atingir essa meta.” É óbvio que a saúde do corpo deve acompanhar a saúde do espírito. Cristo disse que de nada adianta o homem ganhar o mundo se vier a perder a vida. Parece-nos que essa afirmativa evidência a verdade acima. Assim, as religiões e os lideres religiosos que não possuem força para eliminar as doenças da humanidade, têm valor limitado. Eu sempre abracei essa tese, e

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certo dia, mais de dez anos após entrar na vida da fé, obtive conhecimento sobre o princípio fundamental das doenças e a sua solução. Ah, ninguém poderá imaginar o espanto e a alegria que senti naquela hora, pois nunca ninguém fizera uma descoberta tão importante. Se a compararmos com as grandes descobertas ou as grandes invenções, estas não chegariam a seus pés. 6ª) sua harmonia irradie luz espiritual do seu corpo como se fosse o Sol. Aprofundando-se a relação que existe entre Meishu-Sama e o Mundo do Dia, pode-se começar a perceber a grandiosidade do poder divino. O corpo de Meishu-Sama abrigou a bola da Luz Divina conhecida desde a Antigüidade pela expressão Cintâmani (palavra sâncrista que serve para designar a fabulosa bola com poder de atender a todos os pedidos do homem) [é o nome de uma forma do Bodhisattva Avalolitesvara, o Nyorin Kannon]. Falando-se Luz, pode-se pensar na luz solar, mas não é bem assim. Na verdade, trata-se da união do Sol e da Lua. Como a natureza da Luz que se abriga no corpo de Meishu-Sama é constituída pelos dois elementos extremos, forma-se a trilogia fogo-água-terra, já que o corpo é constituído pelo elemento terra. Mas será que as pessoas comuns são formadas apenas por esse elemento? Absolutamente. Elas também possuem luz, embora pouca e fraca. Já a Luz de Meishu-Sama, no entanto, é extraordinariamente forte, é milhões de vezes superiores à de uma pessoa comum, ultrapassando os limites da imaginação; chega praticamente ao infinito. Nidai-Sama: “Os olhos de Meishu-Sama eram estreitos, mas lembro-me de que, freqüentemente tornavam-se tão brilhantes que pareciam emitir raios dourados.” 7ª) sua inteligência abranja os problemas da vida humana e solucione-os.

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“De acordo com o Livro Sagrado Budista, Sakyamuni disse: “Atingi o supremo estado de elevação espiritual aos setentas e dois anos”. Certo dia, logo após esse acontecimento, ele estava muito diferente do que sempre era, com um desânimo muito grande. Então, um de seus discípulos lhe perguntou: “Senhor, vejo que hoje estais muito tristonho, o que nunca acontece. Por acaso algo que preocupa?”. Ele respondeu de imediato: “Até agora, como trabalho de toda a minha vida, criei o budismo e vim me esforçando incansavelmente para salvar todo o povo. Mas hoje, tive uma revelação inesperada do grande Buda. De acordo com ela, à chegada de um determinado tempo, o nosso budismo se extinguirá. Por isso, fiquei muito decepcionado.” Ele disse ainda: “Descobri, através do supremo estado de elevação espiritual que, no grande número de sutras que vim divulgando até agora, há muitos erros. De agora em diante eu pregarei a verdade. Por isso, adquiram sabedoria através dela.” É certeza que os sutras escritos a partir dessa época, constituem a essência do budismo. São eles: vinte e oito volumes de Hoke-kyo (o sutra de lótus), Hoometsujin-kyo (o sutra sobre a extinção do budismo) e Miroku Shutsuguen Jooju-kyo (o sutra sobre o advento de Maitreya) Quem descobriu esse fato foi Nitiren Shonin. Ele disse que todas as outras doutrinas religiosas eram pregadas anteriormente ao Supremo Estado de Elevação Espiritual de Sakyamuni, e por isso não eram a Verdade. “Possuindo essa grandiosa força, não há nada que eu desconheça. Como os fiéis sabem, nunca tenho dificuldade em responder a qualquer pergunta que me é dirigida. Recebo, freqüentemente, telegramas de pessoas que estão sofrendo, em locais distantes, solicitando-me auxílio e, muitas, obtêm a graça apenas com esse pedido. Isso ocorre porque, no momento em que tomo conhecimento do problema, minha Luz se subdivide e liga-se a essa pessoa. Assim, através do elo, espiritual, ela recebe a graça.

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8ª) sua piedade submeta à sua vontade os fenômenos do Universo. “Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem terrenos em momentos e locais inesperados. Assim que percebo a Vontade Divina de adquirir determinado terreno, surge a quantia requerida, sem que eu empregue o mínimo esforço. Logo a seguir consigo, infalivelmente e à vontade, não só os mais adequados projetistas, engenheiros e construtores, como também o material necessário. Até mesmo uma árvore aparece oportunamente, já existindo lugar apropriado para ela. Às vezes eu me sinto perplexo ao receber árvores às dezenas, de uma só vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando a Vontade Divina, e verifico que elas se encaixam maravilhosamente no jardim, sem falhas nem excesso. Sempre que isso acontece, não posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em tudo. Se desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado local, recebo-as dentro de um ou dois dias no máximo. O que vêm a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu começasse a enumerá-los, não acabaria mais. E o que digo não passa de uma pequena parte do que pretendo expor com o tempo.” 9ª) sua coragem converta sem a utilização de dogmas e sermões. “Nas religiões existentes atualmente, não existe nada disso. Tal fato as levam a se tornarem, gradativamente, religiões teóricas. Para as pessoas em geral, trata-se de religião de sermões. Mas, normalmente, o sermão não faz parte da Religião, pois ele está contido na moral. Diz-se que “o homem deve ter um sentimento assim” ou “deve comportar deste modo”; mas, se procura melhorar o sentimento do homem explanando sobre essas razões, na realidade, ela é inferior a uma Religião. Isto é, ela é moral. Por não conseguir manifestar milagres, é que se utilizou desses métodos para dissimular. A verdadeira Religião é aquela que, mesmo em silêncio,

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forma homens dignos. Portanto, eu não faço muito sermão. Um pouco é até bom, mas as religiões de até o presente são especialistas em sermões.” “Desde os tempos antigos, as religiões sempre se basearam em dogmas, transmitindo-os através de sermões. Em nossa Igreja - os messiânicos o sabem - quase não se utiliza esse recurso”. Salva o mundo de que? Destacadamente: do falso, mal e feio, como das errôneas mortes antinaturais; da ignorância, ira e insaciedade, como o desconhecimento da nova cultura e da civilização em escala mundial; da doença, pobreza e conflito; da obscuridade dos sofrimentos, como da enfermidade. Das mortes antinaturais. Deus, Todo-Poderoso criou o homem como animal do mais elevado nível, e não há nada mais conflitante com a vontade Divina que o reduzido número de mortes naturais em relação às mortes antinaturais, número esse que está diminuindo progressivamente. Ora, se Deus é Todo-Poderoso, cedo ou tarde Ele deverá trazer o homem de volta à sua hierarquia espiritual de origem. Evidentemente. Deus não fechará os olhos, por muito tempo à anomalia ocorrida com a vida humana. Refletindo sobre tudo isso não será motivo de espanto que Izunome-no-Okami, isto é, Kanzeon-Bossatsu o deus que recebeu do supremo Deus a incumbência de salvar o homem esteja prolongando a vida humana, isto é, erradicando a morte antinatural. Dos sofrimentos principalmente das enfermidades. “Pessoas livres de doenças: eis a questão principal. É a única forma de salvação; não existe outra.”

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Para que? Para construir o Paraíso na Terra e não simplesmente salvar todos os seres da morte natural, purificação, máculas. “No presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação, Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade.” (11 de março de 1950) “No momento, estou levando adiante minha intenção de salvar a humanidade, embora tenha por objetivo final a criação de uma nova civilização, ou seja, o estabelecimento de uma forma diferente de compreensão da vida, tendo por base valores espirituais.” Jus ao desejo de Meishu-Sama: “Quero salvar a humanidade dentro do possível.” “Até hoje, tinha-se como princípio salvar todos os seres vivos, mas na Igreja Messiânica Mundial o essencial é a construção do Paraíso Terrestre.” (15 de outubro de 1953) “Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente um número considerável de criaturas. A idéia exata que se pode ter de minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte dessa função.” Aliás, salvar toda a humanidade significa ensinar-lhe o caminho da vida eterna. Com que? Colunas de salvação para remover a falsidade das mortes; Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos sofrimentos;

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Justiça no sentido de tornar desnecessária a necessidade de se adoecer; Dinheiro visando a enfraquecer o inferno na Terra. Colunas de salvação para remover a falsidade das mortes. Em 4.3. do volume 1, se menciona que a salvação tem como colunas: Johrei, Agricultura Natural e Belo. Os que estão intimamente envolvidos com elas têm que tratá-las com devido respeito. Isso pode ser observado, por exemplo, quando se considera Meishu-Sama o salvador das obras de arte do Japão após a guerra. Um outro exemplo é quando o próprio Meishu-Sama considera em seu poema: “Chegou a hora De salvar os agricultores Respeitados como grande tesouro Desde os tempos antigos.” Ele ensina: “Como podem ver, o Museu de Arte está sendo concluído passo a passo, e ouvi dizer que está se tornando bastante popular entre as pessoas da classe alta da sociedade. (...) O Museu de Arte, por exemplo, é o melhor meio para fazê-las se aproximarem. Acredito que não há outra forma, além desta, para reunir tais pessoas. E quando elas pisarem este Solo Sagrado, acabarão unindo-se a nós espiritualmente, por isso, mesmo contra a vontade, surgirá um motivo para serem salvas. Tratando-se de um Museu de Arte, as pessoas têm uma grande admiração, portanto, não será necessário dizer uma só palavra. Apenas vindo aqui para apreciar as obras de arte, forma-se uma afinidade espiritual. E, posteriormente, quando chegar o tempo certo, elas começarão a ouvir a nossa conversa. Isso significa que houve o enfraquecimento daquilo que estava atrapalhando espiritualmente. Portanto, observando-se a habilidosa realização de Deus, fico deveras admirado.” Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos sofrimentos.

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Izunome acrescentou que 2.600 anos atrás, na época em que Sakyamuni nasceu, Kannon morou na montanha de Hodaraka, na Índia, onde ensinou o caminho da salvação como Kanjizai-Bossatsu. “Naquele tempo, entretanto, inesperadamente surgiu Shaka-Muni-Nyorai. Explicarei os detalhes posteriormente. O príncipe herdeiro Shitta, após o aprimoramento que realizou, tornou-se "Supremo Iluminado" e deixou a montanha onde fez o aprimoramento. Ele tomou consciência da verdade dos Mundos Espiritual e Material e, com ardente e profundo sentimento de misericórdia fez o voto de salvar a tudo e a todos. Para tal, inicialmente apresentou no mundo o método de obter a Iluminação através da leitura dos sutras.” “Pesquisando a causa dos sofrimentos da humanidade, descobri que eles se originam na ignorância.” “semeiam o Mal e não sabem por que colhem sofrimentos.” “O maior ignorante é o indivíduo que comete o mal e sacrifica o próximo para satisfazer os seus próprios interesses.” “Preciso esquecer os fatos desagradáveis que já me ocorreram, pois eles foram causados pela minha ignorância.” “No Paraíso Terrestre, desenvolver a sabedoria significa desenvolver a inteligência da percepção verdadeira. O critério para isso são os Ensinamentos, quanto se consegue pensar no que está escrito neles, com lógica, isso indica que a inteligência está bastante elucidada. Pois não estando se tem a lentidão mental, bem como a descrença e ingratidão. Aquela que, em certos casos, admite perder para Satanás são pessoas sábias.” “Eu creio que não haja um livro com teorias tão surpreendentes e inconcebíveis como este. Talvez até haja pessoas que os encarem como demagogia o meu grande desejo de criar uma verdadeira medicina japonesa e salvar a alma de milhões de pessoas que estão para sucumbir, transformou-se nessa obra.”

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“Para aqueles que lerem, felizmente será o mesmo que ter a corda da salvação à frente dos olhos. Portanto devem agarrá-la sem qualquer vacilação. Os homens de muitos pecados serão extintos e os de poucos pecados serão salvos.” “Como eu disse recentemente, agora estou escrevendo o livro Salvação da América. Encontra-se quase pronto e está sendo traduzido. Apenas para o Japão, de qualquer forma está bem, mas para América penso em fazer o máximo possível para mostrar a muitas pessoas. Além do mais, é melhor fazer os textos em inglês. Como atualmente na América existem muitas pessoas doentes, uma por uma, escrevi a prevenção das diversas causas das doenças e sua cura. Se somente houver curas aqui e não der explicações sobre isto, não se fará convencer a outra parte.” “Levando-se ao conhecimento das pessoas do mundo inteiro os malefícios causados pelos medicamentos e os tóxicos contidos nos remédios, o mundo será salvo, sabe? A salvação da humanidade depende unicamente disso.” Justiça no sentido de tornar desnecessária a necessidade de se adoecer. “Assim, sem reprovar o pensamento, Kanzeon-Bossatsu salvará o Bem e o Mal, sem distinção. Mas a verdadeira imagem de Kannon, que é Kunitokotati-no-Mikoto, é a de um deus rigoroso da justiça, que jamais perdoa o Mal. Ele também se transforma em Enma-Daio e faz julgamento. Em suma, ele tem a atuação vertical. O Kannon que não faz distinção entre o Bem e o Mal, atua horizontalmente. Quando se pende para um dos lados, não tem jeito. É necessário que haja os dois e, de acordo com a hora, o local e também a pessoa, Kannon irá se transformando, assumindo formas diversas.” “Ministro - O Senhor já nos orientou a respeito da essência de Kannon e Kunitokotachi. Gostaria, entretanto, de uma explicação mais profunda sobre essa relação. Meishu Sama - Kunitokotachi é extremamente justo e

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reto. Não permite, por isso, erro algum. Há muitos anos, nasceu como ser humano. Após a morte, tornou-se Enma Daio, passando a ser no Mundo Espiritual o juiz dos mortos. Muito rigoroso, mas visando à salvação de todos os espíritos, eliminava-lhes as impurezas, tirando-os, dessa forma, do inferno. Depois de algum tempo, nasceu no mundo físico como Kannon. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação com infinita misericórdia. Sem nunca fazer distinção entre bem e mal, jamais censura os pecados de ninguém. É por essa razão inclusive que os seguidores de Kannon não devem criticar os erros dos outros. Caso o façam, estarão contrariando a vontade de Deus.” Ministro - Gostaria que o Senhor nos explicasse sobre a correspondência entre salvação e julgamento. Meishu-Sama - O próprio julgamento já é salvação. Vejam um pequeno exemplo: quando o ser humano adoece, já está sendo julgado, porque começa a sofrer, em decorrência de sua própria enfermidade. Por outro lado, qualquer purificação vem sempre acompanhada de algum infortúnio, mas, ao mesmo tempo, traz a melhora da própria saúde. E é esse processo todo que corresponde à salvação. Então, como até já falei antes, a solidificação de toxinas pelo emprego de tratamentos errôneos pode chegar a prolongar a vida por algum tempo, mas não levará à salvação verdadeira.

Ministro - Com a aproximação da grande purificação, o julgamento de Deus será maior do que o trabalho de salvação ou ambos vão ocorrer nas mesmas proporções? Meishu-Sama - Haverá equilíbrio, ou seja, a doença sempre virá acompanhada de sofrimento - maior ou menor - conforme a sua gravidade. O fato de sofrer já é o caminho para a salvação, pois estar doente significa passar por uma ação de limpeza capaz de purificar e também de salvar. Portanto o bom será o sofrimento ocorrer o mais cedo possível e não se

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prolongar por muito tempo. Além disso, saibam que algumas pessoas não conseguem salvar o corpo, mas somente o espírito, mesmo que o ideal seja a salvação de ambos. Também o fato de a purificação ser cada vez mais intensa significa que o poder de salvação está sendo fortalecido, em proporções idênticas. “A purificação constitui-se de dois fatores: o primeiro é que Deus precisa, a qualquer custo, corrigir o que está errado, e limpar o que é sujo; e o outro é salvar um maior número possível de pessoas. Desde os tempos antigos, fala-se sobre “Daiji-Daihi" em suas duas faces de Misericórdia - Perdão (absolvição, clemência e graça) e Compaixão (dó, pena e piedade). Misericórdia, em sua face de Perdão, é o imenso amor de querer salvar. Misericórdia, em sua face de Compaixão, inevitavelmente, surgem vítimas. A manifestação do sentimento tal como: “Que dó!", é a compaixão. Por isso existe o Kannon denominado Daihi Bossatsu, Deus da Compaixão e significa intenso entristecimento. Daqui para frente, serão muitas as vítimas e, por isso, será a atuação do Daihi Bossatsu, Deus da Compaixão.” Meishu-Sama explica que tal fato se deu dentro da Administração de Deus; ainda que: Kanzeon-Bossatsu, que atuava na salvação da humanidade como Buda, entrou para o estágio de atuação na sua verdadeira forma de Deus; e que, com isso, deu-se um grande salto, passando da atuação oriental de até aquele momento, para uma atuação mundial de salvação de toda a humanidade, e que a materialização destes acontecimentos foi a instituição da Igreja Messiânica Mundial. Dinheiro visando a enfraquecer o inferno na Terra. “Como sou religioso, qualquer pessoa poderia pensar, que não me interesso por Economia. Mas isso não corresponde à realidade. Talvez pelo fato de já ter sido empresário, estou seguro de que ninguém poderia me passar para trás em matéria de cálculos. Para falar a verdade, comendo e vestindo-me humildemente, e morando num barraco, como os religiosos

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antigos, não me seria possível salvar o homem contemporâneo Os tempos são outros, e os terrenos e as construções devem estar de acordo com eles. Até para construir o modelo do Paraíso Terrestre é preciso uma enorme soma de dinheiro. Por isso, é óbvio que os recursos financeiros constituem uma das bases para a expansão de nossa Igreja.” Quais pessoas? Os dedicantes nas colunas de salvação, os intelectuais que entendem os ensinamentos, os integrantes das classes altas abastardas e artísticas, os ofertantes para construção do Paraíso na Terra. Meishu-Sama pregou a misericórdia divina: “As pessoas que já tem compreensão não precisam ser salvas. Quanto menos as pessoas compreenderem, maior é a necessidade de salvá-las. Isso é que é salvação, não acha?” Pergunta de mamehito: Como o espírito do fogo está aumentando, torna-se bastante evidente, no momento, a cura das doenças. Quando, porém, grandes quantidades de toxinas começam a dissolver-se ao mesmo tempo, muitas vezes, acontece de a pessoa morrer. Então, nesse caso, eu penso que só vale a pena ministrar Johrei se o doente tiver alguma compreensão dos Ensinamentos. Caso contrário, o melhor é não fazer nada. Essa atitude está correta? Resposta de Meishu-Sama: Não. Sua maneira de pensar constitui um grande erro, porque precisam ser salvas também as pessoas que nada entendem dos Ensinamentos. Meishu-Sama depois começou a dizer que, a partir de agora, não se pode perder tempo com quem não conseguir entender os assuntos relacionados à fé. Falou que muitas pessoas comentam que a Messiânica é maravilhosa, o poder de Deus, grandioso e, por isso, quando chegar o dia do Juízo do Bem e do Mal, a humanidade será salva. Na realidade, entretanto, pouquíssimos vão conseguir

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sobreviver; os demais serão destruídos. Este ponto tem que ser bem entendido e divulgado por quem ministra Johrei. Portanto, depois de falar um pouco, se a pessoa não se interessar, condiz com a lógica deixá-la de lado porque, certamente, seu nome já foi apagado do “Livro da Vida”. Essa é a maneira mais certa de agir, pois não compensa o esforço de tentar obter a remissão para quem não a deseja. Além disso, perde-se a oportunidade de ajudar aquele que está querendo ser salvo. Deus deseja salvar primeiramente as pessoas intelectuais e as da classe alta, mas elas, normalmente, não se aproximam.

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3. MESSIÂNICA MUNDIAL 3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama. De 1950 a 1953, ou seja, dos 67 aos 70 anos. Neste item: Igreja Messiânica Mundial; Mais do que Mensageiro Divino; Difusão Mundial. Igreja Messiânica Mundial. Neste ponto: Investigação de Sonegação; Instituição e Senhor da Luz; Calamidades, Perseguição e Reforma. Investigação de Sonegação. Por um lado, com término da Guerra baixou-se Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa, sendo reconhecida a liberdade de crença. Houve muitas religiões que foram criadas visando a aproveitar-se do fato de tais entidades não pagarem impostos. A messiânica japonesa, ao querer criar a Igreja Messiânica Mundial, sem nenhuma intenção oportunista, se viu em purificação de natureza econômica porque na construção da Terra Divina, em Hakone, as obras em grande escala tinham acarretado gastos que atingiam altas somas; entretanto, devido à falta de experiência no serviço de contabilidade, houvera falhas nos registros e por isso foi interpretado como desvio de dinheiro para as rendas individuais do Fundador. Além dessa situação houve também a contada pelo Fundador: “É fato interessante, Pois comigo também, todos os anos, infalivelmente, tenho prejuízos com certa soma de dinheiro que atinge elevado valor. Isso acontece porque entre o grande

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volume de dinheiro que entra, há o extremamente maculado que, da parte de Deus, não pode ser utilizado, e acabo gastando. Na verdade, essas quantias acabam sumindo repentinamente, de maneira estranha. Ao invés de dizer que desaparecem, sinto-me forçado a gastá-las. É isso.” Desde então, começaram a aparecer nos jornais, artigos onde se dizia que a Igreja enganava pessoas inocentes. E não foi só isso: faziam-se distorções dos Ensinamentos, ridicularizando o Johrei e a Agricultura Natural. Em maio de 1949, o caso de irregularidade nas contas ficou resolvido com o pagamento de uma multa. No dia 25 de agosto de 1949, soldados das tropas de ocupação entraram atirando na casa do Fundador. Retiraram o forro do teto, removeram as pedras do jardim e realizaram uma inspeção completa com detector de metal em busca de possíveis barras de ouro e diamantes escondidos durante a guerra. Nada foi encontrado; porém, desapareceram com obras de arte e artigos pessoais de Yoshi. O Fundador escreveu a respeito: “É interessante que existem chantagistas do tipo afável e do tipo ameaçador. O primeiro é muito dócil e mostra-se leal à Igreja. Dizendo que certa entidade planeja colocá-la em má situação, que está confundindo os membros, e outras coisas do gênero, fazem hábeis roteiros e exigem somas para promover campanhas. São bons atores e, se estivermos desprevenidos, somos enganados. Mas os mais numerosos são aqueles cujo método consiste em fazer ameaças, como por exemplo: ‘O Alto Comando e o Poder Judiciário estão providenciando o fechamento da Igreja’; ‘Vou levá-lo à força, mandar revistar a casa e destruir a Igreja’; ‘Vou mandar prender todos, inclusive os das filiais’; etc. Ultimamente têm aparecido os que se aproveitam do nome de membros do Congresso e até do Partido Comunista.”

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No dia 21 de setembro, o órgão oficial das tropas de ocupação publicaram: “A Igreja Kannon do Japão era objeto das nossas investigações desde janeiro, devido a problemas relativos à sonegação de imposto de renda. Havia, também, contra ela, difamações provenientes de outras organizações religiosas, mas ficou esclarecido que o caso não era nada daquilo que se alardeava, como não se colheram provas suficientes, as investigações foram encerradas. O tratamento através do Johrei e do cultivo sem fertilizantes talvez possa constituir um problema, pelo seu caráter anti-social; como, porém, isso não é da nossa alçada, não podemos considerá-los como problema, desde que os fiéis tenham uma compreensão elevada sobre isso.” A incompreensão das tropas de ocupação tinha origem na superstição da cega crença do poder dos remédios e agrotóxicos e na ignorância dos malefícios de suas toxidades. Provavelmente, ocasionado pela urgência de curar os doentes e aumentar a produção de alimentos causados pela guerra. Meishu-Sama dizia: “Freqüentemente, as autoridades vêm investigar, fazem pressão e perguntam-me sobre diversas coisas, sabe? Mas eu nem ligo para isso. Pois o que eu estou fazendo é muito melhor do que o que elas fazem. E tentar parar isso é ruim. Uma que existe um Deus justo, jamais acontecerá do Mal vencer, sabe? Além disso, quando temos firme convicção, os opositores acabam extinguindo-se. Quando temos antagonistas e sofremos várias interferências, geralmente, é porque ainda temos brechas. Se temos um mínimo de indecisão ou de fraqueza, eles atacam esse ponto, pois são espíritos obstáculos.” E assim aconteceu. Quando estava começando a melhorar, ocorre uma desavença. Dois advogados da Igreja, por problemas sentimentais, se equivocaram em torno dos honorários, um deles recorreu a Justiça. No dia 20 de novembro,

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os jornais noticiaram com as seguintes manchetes: “Grupo financeiro Igreja Kannon: grande sonegador de impostos?”, “Quatro milhões e meio para abafar o caso” e “Advogados brigam pela partilha dos honorários e o caso é levado à Justiça.” No dia 31 de dezembro, o Fundador publicou artigo contra esses noticiários: “Como diz o adágio, quanto maior a árvore, mais sujeita ela está aos ventos. Assim, com o surpreendente crescimento de nossa Igreja, começaram a surgir muitas calúnias e difamações contra nós, por inveja ou por outro motivo. O Jornal X, que se considera e é considerado um grande jornal, apesar de ter sido refutado três vezes pela nossa Igreja, publica novamente, na edição do dia 14, espalhafatosos artigos cheios de maledicências, o que só podemos interpretar como feito intencionalmente. Não podemos deixar de ficar abismados com a falsidade do seu conteúdo, nem tampouco de nos preocuparmos com a influência maléfica que um instrumento público, como é o jornal, causa, ao tomar tal atitude. Pensando nisso, enviamos ao Jornal X as palavras de protesto da Igreja, vítima direta, e do Prefeito, da cidade de Atami, vítima indireta, e publicamos as mesmas palavras no nosso jornal, para transmitir a verdade e para que façam uma profunda reflexão a respeito.” Instituição e Senhor da Luz. “Hoje estou escrevendo sobre um assunto que não é para este momento, mas para um futuro próximo. É o da minha relação com Deus. Trata-se de algo que não advém da lógica, mas da alma. Falo sobre aceitação e, não, sobre interpretação. Aqueles que me entenderem terão força, e daí poderão ser considerados meus representantes.” “Tenho me mantido calado, contudo há um momento em que se torna necessário falar.

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Estamos vivendo aspectos de Sabedoria que são apreendidos unicamente pela alma, e isso não é uma questão de lógica.” “Finalmente entramos no ano de 1950. Para as pessoas comuns, é um ano como outro qualquer; no nosso ponto de vista, é um ano muito importante, porque corresponde a um nó no desenrolar da transição do Mundo da Noite para o Mundo do Dia. A Igreja Kannon do Japão, fundada como pessoa jurídica de natureza religiosa a 30 de agosto de 1947, e a Igreja Miroku do Japão, fundada sob os mesmos termos a 30 de outubro de 1948, foram dissolvidas espontaneamente, e, com a união de ambas, sob um novo plano, criou-se a entidade religiosa denominada Igreja Messiânica Mundial, no Dia do Início da Primavera desse ano, 4 de fevereiro de 1950. A Igreja Messiânica Mundial não é uma simples religião. É uma atividade de salvação que marcará época, salvação jamais imaginada que ultrapassa as conceituações acadêmicas do que é Religião, ou seja, é uma Ultra-Religião.” Mais tarde diria: “Fundei uma religião denominada igreja Messiânica Mundial e estou me empenhando em salvar todo o mundo e construir um mundo feliz. O rápido desenvolvimento da nossa Igreja também é uma exceção. E também é inédita uma religião como a nossa, que cura radicalmente, as doenças. Realmente, podemos considerá-la como o mistério do século. Observando-se apenas esse aspecto, verifica-se que aí deve existir algo grandioso. Uma prova disso são as experiências de fé. Quando lemos essas experiências pensando nas pessoas que foram salvas e na sua transbordante gratidão e emoção, não conseguimos ler sem derramar lágrimas.” “Foi também o mesmo princípio de fé e segurança na Messiânica que me levou a colocar na primeira igreja estruturada por mim o nome de Sekai Meshiya Kyo (Igreja do Messias para o Mundo). Importou-me apenas tratar-se de um

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patrimônio da humanidade que nunca cria antagonismos ou qualquer outro tipo de confrontação. Muito pelo contrário. É um conjunto de preceitos que procura unir e reunir, eliminando rivalidades, para levar o mundo inteiro ao encontro de Deus.” Meishu-Sama sempre se referiu à Igreja Messiânica Mundial, como “Igreja de ação”. Ele instituiu a Igreja para realizar a reforma deste mundo. Para isso, reuniu pessoas que, tendo afinidade consigo, estavam incumbidas da missão de Servir a Deus. Algumas dessas pessoas contam: “Certa vez, Meishu-Sama disse que a nossa Igreja é uma entidade revolucionária. Gostaria que os senhores também se tornassem revolucionários. Ele não se referia a qualquer revolucionário, mas sim, a revolucionários que procedem sempre por meios pacíficos, assumindo o papel de precursores da construção do mundo de paz.” “Meishu-Sama, de certa feita, referiu-se aos nossos fiéis, como: "Inovadores pelo Paraíso na Terra". Naturalmente ele não usou o termo "Inovadores" no sentido comum, é claro, mas no sentido de: "Pioneiros do estabelecimento de um mundo de paz, por meios pacíficos".” “Até 02 de abril de 1950 - eu, Meishu-Sama, era chamado pelos adeptos “Dai Sensei” (= Grande Mestre). A partir dessa data, mudei, por ordem de Kannon, o meu nome para Meishu-Sama (o Senhor da Luz) denominação formada de: Mei que corresponde ao ideograma (= a Sol e Lua respectivamente); Shu (Senhor, dono). Sama é apenas uma forma de tratamento respeitoso, aplicável a qualquer pessoa.” “Nesse momento, como sempre falo, todas viverão o izunome - a união dos dois lados: Sol e Lua. É também exatamente por isso que passei a chamar-me Meishu (Sol e Lua)”

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Calamidades, Perseguição e Reforma. Dois meses depois da inauguração da Igreja Messiânica Mundial, Atami sofreu dois grandes incêndios. De acordo com as estatísticas, 979 casas foram queimadas, 1416 famílias ficaram desabrigadas, o número de vítimas elevou-se a 5745, e os prejuízos foram avaliados em 3 bilhões de ienes. Um integrante da Igreja conta: “Em 1950, houve um grande incêndio em Atami. A cidade foi quase completamente destruída. Todo o distrito de Shimizucho ficou reduzido a cinzas, com exceção de nossa Sede Geral. Esta ficou intacta, como ilha isolada no mar da devastação. No dia do grande incêndio em Atami, em 1950, Meishu-Sama deixou sua residência o mais rápido possível, enquanto as chamas ainda cobriam a principal parte da cidade, e dirigiu-se à Sede Geral. Assim que chegou, conversou com os trabalhadores: "Este edifício não será atingido pelo incêndio", disse textualmente. Depois que o incêndio terminou, a Sede Geral da Luz Divina estava intacta. Da mesma forma, foram salvos os móveis e outros objetos pessoais pertencentes ao proprietário de uma casa de venda de frutas do lado oposto da rua, eles haviam sido levados à nossa Sede. O proprietário da casa ficou muito feliz e comentou "Agora, compreendo que proteção especial existe para a Sede Geral da Luz Divina!” Os membros sentiram-se jubilosos e admirados ao verificar que os pinheiros distantes cerca de dois metros da entrada, ficaram chamuscados, embora o edifício não fosse atingido. Próximo ao portão, o pequeno prédio onde se editava nosso jornal, "Hikari", foi incendiado. Quando realizávamos a

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limpeza do local, encontramos uma pilha de exemplares cobertos por cinzas, mas não queimados. Levantando-as, vimos que constituíam as primeiras páginas do primeiro número do "Hikari", onde estava impressa uma grande fotografia de Meishu-Sama. Estas páginas não queimadas foram distribuídas entre os ministros, cuja fé em Meishu-Sama foi intensificada por mais este fato.” No dia 13 de abril, as faíscas caíam como chuva e pareceu aos dedicantes que era questão de tempo para a queima da Sede. Meishu-Sama chegou, dirigiu palavras de agradecimento aos que lutavam para debelar o incêndio, e começou a ministrar Johrei na direção do fogo. Logo em seguida as chamas atingiram a porta da frente, que caiu em poucos instantes. - Pegou fogo! Está queimando! - Não, ela não vai pegar fogo não. Pelo menos a Sede será poupada. Exatamente na hora que se pensava que era o fim, devagarzinho o vento começou a mudar de direção. As labaredas, que pareciam prestes a engolir a Sede a qualquer momento, foram empurradas para trás. Mais tarde Meishu-Sama diria: “É habitual ouvirmos comentários como este: "Fulano ficou rico após o incêndio". Isso nada mais é que uma conseqüência da purificação. Podemos dizer o mesmo em relação ao incêndio de Atami. Se compararmos a atual cidade com o que ela era antes da catástrofe, veremos que a diferença é surpreendente.” Disse também: “Em maio do ano retrasado, recebemos um golpe que, por um momento, parecia fatal à nossa organização. Pensamos que jamais conseguiríamos nos recuperar.” Na manhã de 7 de maio, menos de um mês do incêndio de Atami:

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- Mestre! Chegaram muitos policiais e estão dizendo que vieram fazer investigações. - Aqui está identificação. Não é necessário levantar-se. Continue deitado. Isso foi início da perseguição religiosa que abalou a Igreja durante três anos. As suspeitas incidiam sobre cinco pontos: suborno por ocasião da compra de terras agrícolas para ampliar as ruas da Terra Celestial; construído ruas sem antes fazer a transferência de usufruto das terras; realizado reformas na Sede Provisória sem alvará e subornado a autoridade encarregada do assunto; adquirido gasolina no mercado negro; depositado dinheiro do Fundador numa conta corrente de outra pessoa. Mas na verdade, as investigações tinha por objetivo esclarecer aquela antiga suspeita, qual seja: encontrar os secretos objetos valiosos, que se dizia terem sidos escondidos pelo exército japonês no decorrer da Segunda Guerra Mundial. Como o resultado da investigação não foi o que as autoridades esperavam, os investigadores resolveram interrogar dois discípulos de Meishu-Sama. Percebendo que eles suportavam tudo para que Meishu-Sama não fosse incomodado, ameaçou-os: “Se vocês não confessarem, vou mandar que tragam Okada.” Dispostos a protegerem o Mestre disseram terem feito aquilo de que eram acusados. Esses pronunciamentos foi o pretexto em que se fundamentaram as autoridades para dar ordem de prisão a Meishu-Sama. Na madrugada de 29 de maio, ao ser acordado por policiais: “Deve haver algum ponto que não está sendo compreendido, para que meus discípulos sejam interrogados por tanto tempo. Irei dar as explicações pessoalmente.” No dia seguinte, a prisão de Meishu-Sama foi noticiada em todos os jornais: “O Fundador Okada foi preso” e ‘A Igreja Messiânica sonega e suborna.”

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Mas ele não mudava, mesmo na cadeia se preocupava com os outros: “O fato a seguir refere-se ao caso que ocorreu em 1950. No período em que me encontrava preso, soube que Meishu-Sama também estava detido, por isso, fiquei muito preocupado e, desejando saber pelo menos a situação em que ele se encontrava, pedi informações ao investigador K. Este me disse: "Ele está muito bem e assim que chegou aqui, pediu-nos: Por favor, mesmo que passe a noite em claro, resolva o problema o mais rápido possível, pois quero que os meus discípulos estejam livres o quanto antes”. Dessa forma, o encarregado está um tanto confuso. Mas não há com o que se preocupar, pois estamos tratando do caso com especial atenção. Prosseguindo, disse. "Ele é uma pessoa ‘fora de série', realmente admirável: de manhã, ele acorda sempre antes do horário estabelecido e, sem falta, faz a limpeza da cela. De fato, é algo maravilhoso. Sem dúvida, Meishu-Sama é o fundador de uma religião.” Senti que até mesmo aquele exímio investigador ficou profundamente impressionado.” Um outro caso de preocupação: “Em breve, um indivíduo chamado Motizuki, que está preso aqui, será posto em liberdade. Esse homem é um ladrão, mas eu lhe prometi que, quando o libertassem, eu lhe daria cinco mil ienes, e peço à senhora que diga isso a alguém de minha casa. De manhã, quando eu estava lavando o rosto, Motizuki chegou perto de mim e pediu-me dinheiro emprestado. Eu quis saber para que ele queria esse dinheiro e ele me disse que, quando saísse da prisão, pretendia começar um negócio honesto, como vendedor de chá, e precisava de capital. Tendo-lhe eu perguntado de quanto necessitava, Motizuki me respondeu que de cinco mil ienes, e eu aceitei ajudá-lo.” Os elementos da delegacia começaram a aprender consigo e passaram a chamá-lo de ‘professor’. Certa vez:

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- Que aconteceu professor?- Nada. Estou andando porque preciso fazer exercício. Aqui é um bom lugar para isso, uma vez que não posso ir lá para fora. No entanto, o investigador era brutal: “Quando se fala em interrogatórios da Polícia Especial, todos logo imaginam que sejam de caráter extremamente feudal, mas o desta vez foi incomparavelmente brutal e rigoroso. Foi terrível. Cheguei a pensar: “Na realidade, Deus não precisava chegar a tal ponto". Mas, por outro lado, também pensei: "Como tenho uma missão muito importante, é natural que sofra mais que as pessoas comuns”.” Nesse episódio também foi terrível: - Não há razão para que não saiba. Se tentar fingir ou mentir, não lhe perdoaremos. Uma vez que as palavras de Inoue coincidem com as do funcionário do Banco, não adianta você negar. São dois contra um; é claro, portanto, que você está mentindo. - Por mais que eu pense, acho que eu é que estou certo.- Imagine se você não vai se lembrar de um problema tão evidente! Seria tão fácil se falasse com franqueza! O negócio demora porque você tenta distorcer as coisas! [desmaiou, recobrou os sentidos] Comece a lembrar! - Isso é uma tortura cerebral. [invocou o espírito de quem havia se encarregado daquele problema, e ficou sabendo a quantia aproximada. Enunciou-a com clareza e, finalmente, o depoimento ficou encerrado] Após vinte e dois dias de interrogatórios, foi libertado no dia 19 de junho. Mal entrou no carro: “O pessoal está bem?“ Mais tarde: “Será que fiéis não estão vacilantes? O meu sofrimento é imposto por Deus e por isso não é nada de mais. Mas eles não sabem e devem estar preocupados.”

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“Com a intenção de fortalecer O meu espírito, Deus me impôs Essa perseguição religiosa.” “Realmente, Meishu-Sama era uma pessoa generosa. Quando o Senhor X fora preso em 1950, ao sair da prisão, as pessoas o acusavam, dizendo: Aquele caso ocorreu por sua culpa, portanto, não deve ficar junto de Meishu-Sama. Procure alguma casa e mude-se." Realmente, era um problema de difícil solução. Meishu-Sama estava ciente desse problema, e quando fui receber Johrei com ele, disse-me. "O Senhor X está passando por grandes dificuldades, por isso, vou levá-lo comigo nas minhas saídas". Assim, ao sair, ele sempre o levava consigo para consolá-lo. Quando soube desse fato, pensei: “Quão grandiosa é a pessoa de Meishu-Sama”.” Em 30 de outubro, escreveu o livro ‘Registros sobre a Perseguição Religiosa’, onde falou sobre a situação em que foram realizados os interrogatórios e que a sua confissão e a de todos os outros réus foi feita sob condições extremamente forçadas. Mesmo diante de perseguições não sucumbia a injustiça e ciladas: “Creio ser do conhecimento de todos que, por ocasião do ataque à nossa Igreja feito por um jornal de grande circulação, lutamos sem nenhum temor de sua maldade. Lutamos destemidamente, ainda que o nosso adversário tentasse esmagar-nos pela força, e até que ele se arrependesse dos seus atos. Não seria essa a verdadeira Vontade de Deus? Consequentemente cabe-nos despertar os seres humanos para a melhor solução, que é o abandono do mal pela conversão ao bem, pois, de forma alguma, este poderá ser vencido pelo mal. Penso ser este o procedimento correto de uma religião autêntica e sincera.

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Mantive-me, até hoje, fiel a esse princípio e creio que jamais sucumbirei à injustiça. Uma prova disso é que venho lutando, na condição de réu, por um caso de propriedade que, por incrível que pareça, não foi resolvido no espaço de quatorze anos. Toda vez que ocorre a mudança ou a substituição de um magistrado, quem vem para o seu lugar tem de recomeçar o estudo de todo o processo, afligindo-se ante a obrigação de ler um relatório processual cada vez mais extenso, razão pela qual me sugere um acordo. Como meu objetivo é combater a injustiça, coloco a questão pessoal em segundo plano, evitando a reconciliação, enquanto meu adversário não tomar consciência de seu erro.” Outra vez: “É enorme o meu esforço para manter constantemente o conceito de justiça diante de semelhante mundo. O homem comum escarnece das minhas palavras, que ele considera crendices. Julga-me caprichoso e covarde, porque não sou interesseiro. Sente-se importunado por enfrentamos o mal e destemidamente escrevermos a respeito, e também pelo nosso rápido progresso. Ultimamente, porém em vista da firmeza de atitude com que nos temos mantido, apesar de todas as pressões - atitude que visa unicamente o bem está despertando certa consideração por nós no espírito das pessoas. Alegra-nos, acima de tudo, que a situação tenha abrandado, facilitando o nosso trabalho. Isso se deve à resistência que, oferecemos a todas as perseguições, tendo Deus por, nosso apoio, e ao fato de a Igreja Messiânica Mundial possuir o Johrei, inexistente nas demais religiões.” Uma outra vez: “Estou cercado de indivíduos desonestos, que procuram enganar-me, pelo fato de eu ser um religioso e parecer-lhes até mesmo um santo. Esses, infelizes, dotados de grande astúcia e de inteligência maléfica, preparam-me ciladas incríveis, Alguns deles possuem posição social e são atrevidamente insistentes.

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Eu os deixo agir à vontade. Mesmo assim eles tentam ludibriar-me de várias maneiras. E não desistem, apesar de pressentirem o fracasso. Pelo contrário, aguardam um acordo, julgando-me constrangido pelo cerco, pois mantenho uma atitude calma e completamente indiferente ao assunto. Por fim, colocados em má situação, pelo esgotamento de recursos e de fundos, a afobação acaba por arruiná-los de uma vez. Há, também, os astuciosos, que preparam ardilosamente as armadilhas e empregam mil táticas para me enredar. Pensando que a Igreja dispõe de muitos bens e que eu, seu fundador, talvez seja inexperiente em questões sociais, eles acham que acabarei entregando-lhes uma quantia considerável. Além disso, mostram-se despreocupados, na certeza de que, para evitar aborrecimentos, eu não vou processá-los, embora eles me tenham causado prejuízo. Gente de suas intenções, deixo-os frustrados e perplexos, obrigados a desistir.” Em 24 de dezembro de 1952, Meishu-Sama e os demais réus foram condenados a prestarem serviços na prisão. Porém ele não recorreu da sentença pela seguinte razão: “Como até agora a Igreja teve uma grande expansão em curto espaço de tempo, deve haver, na sociedade, muita gente que a inveje e odeie. Entretanto, como ela foi condenada pela sentença decretada hoje, esse sentimento irá se desfazer, o que é benéfico para nós. Além do mais, ainda que tenhamos sido considerados culpados, a pena só será cumprida mais tarde, não havendo, portanto, muitos danos.” Dois anos depois, todos os que não eram da Igreja recorreram e foram absolvidos. Assim a inocência de Meishu-Sama e dos demais componentes messiânicos ficou comprovada, mesmo que indiretamente, após quatro anos e alguns meses. Após esse acontecimento houve uma grande reforma na organização dá Igreja. Foi implantado o sistema de presidência e Meishu-Sama - que alcançou o Estado de União com Deus -

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deixou o seu cargo de Diretor Representante e, sem estar preso as coisas mundanas, colocou-se na posição de desenvolver a Obra Divina de forma mais livre e desimpedida. Mais do que Mensageiro Divino. Neste ponto: Deus ou Ser Humano?; União ou Separação com Deus?

Deus ou Ser Humano? “Certa vez cedi à insistência de um visitante a quem vinha evitando, e concedi-lhe uma entrevista. Ele perguntou-me: “Quem é o deus da Igreja Messiânica Mundial” “Ignoro-o completamente”, respondi. O visitante tornou a interrogar-me: “O senhor prevê todos os acontecimentos futuros, não é?” Retruquei: “Eu nada sei, porque não sou Deus.” Parece-me que ele se decepcionou, pois não voltou mais.” No entanto, ele dizia: “Penso nunca ter havido alguém tão misterioso quanto eu, desde o início do mundo. Estou cercado de enigmas e reconheço que tudo está envolto em mistérios. Por mais que alguém pense sobre a minha essência, não conseguirá captá-la integralmente, e ficará como um cego que tocou apenas uma parte do corpo de um elefante, para conhecê-lo. Jamais conseguirá imaginá-lo, de fato. Meu ser é demasiadamente misterioso! Se observarmos bem, constataremos que o mistério se faz presente ao permear todas as áreas do conhecimento e tem sido fonte de interesses no impulso de descobertas: o arqueólogo estuda vestígios de civilizações antigas, a vida de povos primitivos, para conhecer os mistérios enterrados com elas e, nessa linha de busca, encontram-se também os historiadores e geólogos.

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O cientista dedica a própria vida na pesquisa de fenômenos, com o objetivo de fazer surgirem do nada as respostas a questionamentos, como equações lógicas sobre o átomo e a transformação da matéria. É o desejo quase obsessivo de se desvendar os mistérios que a eternidade mantém ocultos. E o que dizer sobre as ciências médicas? Ao dissecarem corpos - humanos ou não - os sofisticados aparelhos de que se utilizam vão produzindo referências que desvendar os mistérios da vida. O Astrônomo mantém-se atrás do telescópio, na observação do céu com suas estrelas, sol, lua, tentando interpretar os seus mistérios e os efeitos que surtem sobre nós. Escritores, poetas, pintores e musicistas entregam-se aos próprios sentidos, para serem tocados pelos mistérios da arte. E assim, mesmo que por caminhos diferentes, todos eles vão seguindo os próprios impulsos, aspirações, inspirações, aptidões e competências, cada um a seu modo na própria busca pessoal, mas tendo por objetivo comum a firme proposta de desvendarem mistérios ainda ocultos. Além das ciências e artes, o viver também guarda seus mistérios: quando um grande amor une um homem e uma mulher, o faz através de uma atração misteriosa. Inexplicavelmente, ambos são sacudidos por uma onda de sentimentos mútuos que os torna inseparáveis, inclusive até dispostos ao sacrifício máximo, um em favor do outro, e esse é um mistério do amor! Mas é bem difícil, através da lógica e de suas teorias, desvendar os mistérios infinitos que convivem lado a lado com o ser humano. E também é igualmente verdadeiro que o sonho e a necessidade de esclarecê-los têm sido o fator fundamental que justifica o progresso conquistado pela civilização humana, até os nossos dias. Porém, o maior mistério dentre todos os já buscados pelo homem diz respeito à fé: não há amor humano que se compare ao de Deus, e o mistério da fé que conduz ao Criador é de infinita grandeza!

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Não restrinjo esse pensamento a religiões que, salvo algumas exceções, já não apresentam mais mistérios a serem desvendados, uma vez que tudo que lhes diz respeito já foi logicamente explicado através de sua longa existência. Digo que, ao contrário dessas, as novas religiões, umas mais e outras menos, guardam inúmeros mistérios, e deve-se justamente a esse fato a grande expansão que vêm alcançando. Acompanhamos o desenrolar desse processo com a Messiânica, e eu sou o causador desse milagre, pelo fato de que, por ser uma pessoa tão misteriosa, desperto nos outros a curiosidade e o desejo de entendimento. É difícil imaginar como é rico e abundante esse poder misterioso guardado em mim e também o quanto eu gostaria de esclarecê-lo, mas os entendimentos dessa ordem variam de pessoa para pessoa, pois se relacionam diretamente ao tieshokaku (sabedoria despertada) de cada um. Então, é indispensável que o homem desperte sua consciência e mantenha a sua alma cada vez mais polida, para assim tornar-se digno de penetrar nos mistérios que eu consegui desvendar.” Nem mesmo sua esposa, a 2ª Líder Espiritual da Messiânica, o entendia muito bem: “Modéstia a parte, não existe religião tão cheia de mistérios quanto a nossa Igreja Messiânica Mundial. Poderão comprová-la pela rapidez com que ela está se expandindo. Como sou eu a origem desse milagre, não se pode calcular quão rico é o poder misterioso que está no meu interior. Por isso, desejo fazer com que compreendam profundamente as minhas palavras, embora seja realmente difícil explicar, porque, depois de certo limite, o entendimento é proporcional ao grau de inteligência de cada um. Para que me compreendam, não há outro meio, portanto, a não ser polirem a alma e tornarem-se sábios. Farei agora uma autodissecação dos mais diversos ângulos da minha personalidade, para me revelar inteiramente.

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Não existe pessoa tão singular quanto eu. Nos limites do que se conhece desde os tempos antigos, através das biografias de religiosos, sábios, grandes personagens, etc., não há ninguém que se encaixe nos mesmos moldes. Com certeza, trata-se de um fato inédito desde o início do mundo. Eu próprio, quanto mais penso nisso, creio que tudo se resume numa palavra: mistério. Consequentemente, no futuro, quando se fizerem pesquisa sobre minha pessoa, inevitavelmente surgirão inúmeras críticas. Com esse pensamento, quero deixar retratada a minha imagem mais real. O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim mesmo, é a minha própria personalidade. Os mistérios que me envolvem são tantos, que eu vou me analisar não só de acordo com o meu próprio ponto de vista, mas também de terceiros. Até as pessoas que têm contato comigo há mais de dez anos ainda não compreenderam realmente esses mistérios; nem mesmo minha esposa parece entender-me muito bem.” Outras vezes, ela o apoiava sem o levar à sério: “Um dia, enquanto estávamos passeando ao longo da margem do rio Tamagawa, Meishu-Sama contou-me seus planos e aspirações. Disse-me em confidência: "Espere e verá: eu vou construir um Museu de Arte". Esta afirmação está viva em minha memória. Eu sabia que nenhuma coleção individual encheria um Museu de Arte e embora eu tivesse dito: “Isso é ótimo”, exprimindo minha aprovação, realmente eu não acreditava que essa predição pudesse tornar-se uma realidade. Naquele tempo um plano tão visionário parecia pouco mais que um absurdo para mim. Imaginem a minha surpresa! Em menos de dez anos, o sonho tornou-se realidade!” Desde 1926, recebeu a revelação espiritual sobre a sua vida no passado, presente e futuro, além de ser investido de um poder sobre-humano e da grande missão de salvar a humanidade.

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“Foi assim que ocorreu o meu ingresso na Religião Oomoto. Graças a essa religião, eu, que até então era completamente agnóstico, pude conscientizar-me profundamente da existência de Deus. Como me aconteciam surpreendentes milagres, uns após outros, é claro que meu sentimento mudou completamente, dando uma volta de cento e oitenta graus. A cada dia aumentava o número de milagres, até que finalmente recebi a revelação espiritual sobre a minha vida no passado, no presente e no futuro, além de ser investido de um poder sobre-humano e da grande missão de salvar a humanidade.” Uma força grandiosa manejava-o, por meio de milagres, ia encontrando-se com Mundo Divino: “Um fenômeno que achei muito curioso, nessa época, é que uma força grandiosa me manejava livremente, fazendo com que, por meio de milagres, eu me encontrasse, pouco a pouco, com o Mundo de Deus. A minha alegria, nessas horas, era irrefreável. Era uma sensação indescritivelmente profunda, nítida e elevada. Além do mais, os milagres continuavam, acontecendo fatos interessantíssimos. Não sei quantas vezes cheguei a provar essas sensações num só dia. A propósito, vou apresentar aqui um fato importante. Talvez seja um auto-elogio, mas, quando transformo o papel por mim caligrafado em Luz Divina, manifesta-se uma força maravilhosa, capaz de curar doenças. Como é do conhecimento de todos, consigo caligrafar, por hora, quinhentas folhas; isto significa uma folha a cada sete segundos. Por meio desta obra, feita de papel e tinta, em apenas sete segundos, é possível salvar milhares de pessoas. A grandiosidade do Poder Divino é, portanto, algo imensurável. Não significa que eu me ache poderoso, mas a verdade é que esse trabalho é possível graças ao maravilhoso poder que Deus me concedeu. Como o tempo já está chegando, Deus me mostrou o Seu plano para estabelecer na Terra o Reino dos Céus, bem como os

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fundamentos e as condições para concretizá-lo. Ao mesmo tempo, outorgou-me um poder especial para que eu pudesse atingir esse objetivo. Uma das manifestações do auxílio divino, que me foi concedido, são os meus Ensinamentos através dos quais todos poderão descobrir a verdade sobre o universo e a vida. Pergunta de mamehito: Quando o Senhor escreve, pensa antes sobre o assunto? Resposta de Meishu-Sama: Não é preciso, pois eu tenho até dificuldade em assimilar todas as idéias, porque se manifestam uma após outra. Mesmo no caso de uma construção, quase nunca procuro pensar qual seja a melhor maneira de executá-la. Simplesmente, ao chegar o tempo adequado, surge de repente, na minha cabeça, aquilo que deve ser feito. Ele não considerava ninguém tão relevante, em toda história, a ponto de ser superior a si: “Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador de religião como o foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco sou um personagem sobrenatural. Em verdade, abranjo aspectos muito amplos. Quando jovem, nunca atentei para esse fato; tinha apenas uma leve consciência de ser um pouco diferente das pessoas comuns. A principal diferença que eu encontrava em mim é que não sentia nenhuma inclinação para adorar qualquer pessoa, fosse ela um grande personagem histórico ou qualquer outra eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão relevante a ponto de ser superior a mim. Não era pretensão nem presunção; era um sentimento que surgia e por isso cheguei até sentir solidão.” Isto não é um auto-elogio, mas não existem palavras para expressar a grandiosidade da força Divina que estou manifestando atualmente. Isto porque, até os dias de hoje,

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jamais houve uma pessoa que tivesse experimentado uma força ultra humana como esta. O caminho da maioria dos preceitos que prego não foi pisado pelos meus antecessores. Por essa razão, eu acho que muitas pessoas questionam, no bom sentido, a sua veracidade. Quero, por isso, dar algumas explicações para torná-los bem claros. Acredito, por isso, que, ao lerem atentamente os meus Ensinamentos, todos poderão perceber que os preceitos neles expressos já estão bem mais claros e transparentes se comparados aos dos meus predecessores. Na verdade, já foi aberta a porta do mistério.” Retomando a pergunta “Meishu-Sama é Deus?”, pode se ter a seguinte resposta: A teoria messiânica sobre Deus é que Deus é mono e poli ao mesmo tempo. Não há separação, é como o próprio Izunome da nossa Igreja, não é Shojo e nem Daijo é os dois ao mesmo tempo. O próprio Meishu-Sama fala: Não sou homem sendo homem, não sou Deus sendo Deus. Então, ele está dentro desse Izunome. Várias pessoas que desceram a Terra e aí inclui Cristo, Buda, Maomé, etc., possuem hierarquia divina como Deus Cristo, como Deus Buda, como Deus Maomé, etc.; dentre as de todos o que conseguiu a maior hierarquia divina foi Meishu-Sama. Na remota Antigüidade, o espírito de Meishu-Sama era um deus, neste século nasceu homem: “Sempre que subo ao Monte Zuiun, apreciando a paisagem, penso o seguinte: Na remota Antigüidade, quando eu era Deus, devo ter feito os meus planos para o futuro e projetado esta obra. Nasci como homem, neste século XX, para executar a obra de acordo com o Plano Inicial. Aí está a razão lógica da manifestação dos inúmeros milagres que mencionei anteriormente. Meu trabalho, entretanto, não se limita

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unicamente à construção do protótipo do Paraíso Terrestre, mas abrange muitas outras atividades, fatos inauditos que foram programados por ocasião da criação do mundo.” É um deus personificado na posição de Deus: “Certa vez, no Ano Novo, Meishu-Sama disse, como se estivesse falando consigo mesmo: "Gostaria de poder passar pelo menos o dia de hoje, tranqüilamente com todos." Fiquei agradecido quando senti que o poema, a seguir, retrata o seu sentimento daquela época: "Aquele que está na posição de Deus sente mais intensamente do que outras pessoas tanto os sofrimentos quanto as alegrias."” E complementou: “Sou homem e não sou homem [sou Mokiti Okada, porém sou Kanzeon Bossatsu]. Sou Deus e não sou Deus. [não sou apenas o Deus Kanzeon Bossatsu, sou DEUS Miroku Oomikami, sou DEUS Messias)] Fico a refletir sobre mim mesmo. Imaginem. Não há necessidade alguma de mostrar dignidade, até eu, não penso em mostrar que sou Deus personificado.” “Mas este jardim da Terra Divina foi construído por Deus; eu sou apenas o Seu Instrumento. Essa obra não sou eu quem está realizando. É Deus quem está me utilizando; eu sou um emissor do orgulho de Deus. O fato a que nos referimos, sem dúvida, constitui a grande maravilha da segunda metade do século XX, jamais imaginada por toda a humanidade. Se ela está sendo realizada através de mim, um ser humano, podemos dizer que é realmente um mistério que vai além do mistério. Portanto, não há dúvida de que é preciso ver aí um profundo significado, cuja raiz se baseia no Profundo Plano do Deus Supremo, o superintendente do Universo.” Em 12/09/1951: “Atualmente, estou centralizado na atuação de Koomyo Nyorai. (...)

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E Deus me dá nomes de acordo com a minha posição espiritual e devido ao trabalho executado, por isso, daqui para frente, pode ser que meu nome mude ou não. E, pensando bem, o espírito da palavra Meishu é muito próxima de Messias e por isso, acho que talvez possa ficar com o nome de Messias.” União ou Separação com Deus? A partir de 1921: “Até a metade da minha vida, nada de extraordinário aconteceu, mas assim que me tornei religioso, tudo se transformou. Há trinta anos (1921), não sei quem me fez de alvo, jogando em mim algo assim como uma Bola de Luz invisível que acabou se fixando no centro do meu ventre. Essa Bola parece estar misteriosamente presa a um cordão [de ouro] que alguém puxa e solta, ao mesmo tempo, e essa ação contínua tira toda a minha liberdade. Assim, quando quero fazer algo, o cordão é puxado, impedindo-me de agir. Em certos momentos, sou levado para outra direção, e isso ocorre em situações que nunca havia imaginado antes. É realmente um mistério! Vivo, portanto, como uma marionete que se movimenta sob a vontade de seu manipulador. Não é só isso, contudo. Há ainda outras ocorrências misteriosas. Desde a época em que recebi a Bola de Luz, comecei a compreender vários assuntos dos quais nada sabia antes. No começo não foram tantos [inteligência Superior], mas à medida que o tempo passava, aumentava, na mesma proporção, a freqüência com que era capaz de compreendê-los melhor [inteligência sagrada, depois inteligência divina]. Antigamente, eu ouvia dizer que a sabedoria humana é adquirida pelos estudos, mas que a divina, sem que se precise estudar nada, informação essa que me levou a compreender aquilo que ocorria comigo como sendo sabedoria advinda de Deus. Daí a razão de eu saber o porquê e também as

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conseqüências de tudo que está acontecendo e das idéias que, de modo natural, me vêm à mente. São ocorrências tão instantâneas, que nem me dão tempo de pensar. E o mais interessante em todas essas circunstâncias é que o conhecimento se limita ao estritamente necessário à determinada situação. Por exemplo, quando recebo diversas perguntas dos membros, a resposta sai da minha boca de imediato e, assim, eu aprendo com minhas próprias palavras. Especialmente no que se refere a conceitos sobre a saúde do ser humano, tenho ampla e total compreensão, e aqueles que lerem os Ensinamentos relacionados à medicina hão de concordar comigo.” Em 08/08/1951: E não é só. A partir daquela época [1921] eu entendo diversas coisas que até então não sabia. No início não era tanto, mas à medida que o tempo avança, isso se torna mais intenso. Tempos atrás, ouvi dizer que o conhecimento adquirido pelo estudo se chama inteligência humana e o conhecimento adquirido sem o conhecimento chama-se inteligência divina e então, achei que se tratava desta última. Com certeza trata-se da inteligência divina. Assim que me deparo com alguma coisa, logo compreendo a causa e o resultado. A ponto de não ter tempo para refletir. E o misterioso é que isso se limita a questões necessárias. Recebo perguntas dos fiéis e as respostas saem de imediato pela minha boca. Nessas horas é interessante, pois sou ensinado pelas minhas próprias palavras. Sobretudo nos assuntos sobre a saúde do ser humano, que é mais importante, soube da forma completa em todos os aspectos. Quem já leu as minhas explicações sobre minha medicina há de concordar com isso. E não me limito a isso. Quando observo todos os setores da civilização contemporânea, só posso pensar que a Medicina, por exemplo, seja de nível primário. Até a política, a economia, a educação, me parecem ser realizadas por moleques de primeiro grau. Só o setor

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artístico é que me parece um pouco melhor. Falar tais coisas parece muita mania de grandeza, mas como estou na posição de Deus não posso falar nenhuma mentira e por isso, gostaria que os leitores pensassem que se trata de verdades. E, o mais importante de tudo é que me foi concedido o método para executar um poder invisível e estou curando por completo infinito número de pessoas através de grande número de fiéis. Isso é do conhecimento de todos e a sua cura também é tão maravilhosa que se considerarmos a Medicina com o valor 1, não seria exagero dizer que a minha equivale a 100.(...)” Mas, como foi dito, apenas com as coisas necessárias, pois em 1949: “Notícias procedentes da Inglaterra há mais de dez anos, dizem que surgiram naquele país centenas de sociedades de pesquisas psíquicas desenvolvendo intensas atividades, e que até foi fundada uma universidade para esse fim, mas eu gostaria de saber a situação presente, porque, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, não tive mais notícias a respeito.” “Quando, por exemplo, a minha empregada, diz: "É melhor fazer assim", ou coisa semelhante, eu faço do jeito que ela fala, jamais faço distinção entre as pessoas. Muitas vezes, Deus usa a palavra de pessoas simples para dar avisos.” Assim, o estado de união com Deus não era constante. Em 1948 quando foi acusado de sonegação de impostos, ele perguntou a Vontade Divina a esse respeito, mas nada lhe foi dito: “Deus não disse uma só palavra, limitando-se a dar gargalhada. Entendi, então, que estava dizendo para não me preocupar. Com o passar do tempo, vi que realmente não havia motivo para preocupação. Aí fui eu quem começou a gargalhar.” Tanto não era constante, que ficou preocupado sobre o estado de saúde de um seu servidor:

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“Foi na época em que as entrevistas se realizavam em Shimizu-chô. Acredito, portanto, que este fato tenha se passado em 1949. Certo dia, sob a orientação de Meishu-Sama, eu estava podando árvores do jardim. De seus aposentos, no segundo andar, Meishu-Sama dizia: "Suba naquele galho mais acima; corte o galho do lado direito", etc. De repente, um galho se quebrou e eu caí de cabeça para baixo. O chão era pavimentado de concreto, mas felizmente caí em cima do telhado do banheiro. Meu braço ficou bastante machucado; graças, porém, ao Johrei de Meishu-Sama, sarou completamente. No momento em que caí da árvore, Meishu-Sama veio correndo, o rosto pálido de susto. Geralmente ele era forte, mas naquele momento estava bastante preocupado e me perguntava: "Como é? Está bem?" Durante um mês recebi diariamente Johrei de Meishu-Sama e recuperei-me por completo. Já restabelecido, pensei em voltar a dedicar-me aos serviços do jardim, mas Meishu-Sama não me permitiu mais fazer aquela dedicação. Ouvi dizer que, mesmo enquanto eu dormia ou descansava, Meishu-Sama se preocupava muito comigo, fazendo sempre perguntas sobre o meu estado aos outros dedicantes.” No entanto, muitas vezes, sabia, mas não podia falar: “Essa minha maneira de falar, difícil de ser compreendida, deve-se ao fato de eu ainda não poder falar abertamente sobre os profundos desígnios de Deus.” De 1926 até 1950, ora unido à Deus, ora separado. Mas, no final de maio: "Não posso esquecer: fui preso no dia 29 de maio de 1950 e, sem muita demora, fui avisado por Deus que o período de detenção seria de 18 dias, significando que, justamente, no dia 15 de junho estaria livre [não no sentido de sair da cadeia, pois esta se deu no dia 19 de maio].”

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Em 13 de junho de 1950: Meishu-Sama, quando estava preso na penitenciária, começou a sentir dor de barriga, a qual foi se intensificando e, à tarde, tornou-se insuportável. Ministrou Johrei em si mesmo e a dor amenizou um pouco. Mas na manhã do dia 14, achando estranho, perguntou a Deus o que aquilo significava e recebeu a seguinte resposta: ‘Isso se deve à grande providência e não pode ser evitado, portanto agüente um pouco.’ Naquele momento, se deu conta de que o dia seguinte seria a data em que recebera a Revelação sobre a Transição e falou: “Não há dúvidas de que meu ventre está sendo purificado para providenciar o progresso da Obra Divina.” Finalmente, era chegado o dia 15 de junho. De madrugada, esclareceu-se o importante significado daquele dia. Em obras anteriores, escrevi sobre a existência de uma Esfera de Luz no meu ventre, de modo que quem as leu sabe disso. Até então, ela era desprovida de espírito [de incorporação só expressões]. Todavia, naquele dia hospedou-se nela o espírito de uma divindade elevada [Deus], em outras palavras, esse espírito nasceu no mundo concreto. De agora em diante, este espírito divino crescerá gradativamente e, à medida que se for tornando adulto, a luz da esfera aumentará mais e mais o seu resplendor e, no futuro, virá a manifestar grande virtude e força. (...) Dessa maneira, enfim, chegou o momento de dar o primeiro passo para a grande administração. Quer dizer, as flores caem e dão seus frutos e, nesse fruto, uma partícula no centro da semente alojou-se dentro de meu ventre. Realmente um grande acontecimento, jubiloso desde a criação da humanidade." Em 05/04/1954: “Os fundadores de Religião que surgiram até hoje, do começo ao fim, vieram orando para Deus. Só que eu não oro para Deus. Como tudo aquilo que eu falo ou faço, na verdade, é o próprio Deus quem está fazendo diretamente, pois Ele

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está dentro de meu ventre, não oro para Deus, ou seja, não existe a necessidade de orar. Agora, ser reverenciado e receber oração é uma coisa lógica, pois o Deus que está dentro de mim é o Deus Supremo, o maior de todos os Deuses. Por outro lado, não existe para quem eu orar, pois não existe Deus maior que este. Todos os outros são deuses inferiores. Assim, o significado de eu não me virar para a Imagem e fazer a oração é exatamente porque Deus está dentro de mim. Se fizer tudo exatamente da mesma maneira que eu estiver pensando, estará fazendo o mesmo que o Deus Supremo quer fazer. Pode-se até dizer que estou "possuído" pelo Deus... Isso é uma coisa inédita em toda a história da religião.” Em 07/04/1954 comenta sobre a época da perseguição em 1950: “Quando eu estava dentro da prisão, aconteceu um grande Mistério Divino. E isso tem grande relação com isso. Bem, eu acho que já devo ter falado sobre isso naquela época, mas eu sonhei que havia subido o Monte Fuji e apreciado a paisagem lá de cima. Foi quando eu nasci novamente, ou seja, o meu segundo nascimento. E depois de eu sair da prisão, eu disse a seguinte expressão: "Caída da flor e formação do fruto", ou seja, a semente que estava guardada foi "liberada". A partir daí, a minha força e muitas outras coisas passaram a tomar formas diferente e, finalmente, a flor realmente floresceu. Ou seja, eu pensei que a Igreja Messiânica havia sido destruída de vez, e que já não havia mais jeito. Mas na verdade foi só a flor que floresceu e caiu. Sobre isso eu falei muito naquela época e que combina muito com o "oitavo santo" [Izunome-no-Kami é 8], que disse há pouco.” “(...) quando eu estava na penitenciária do Estado de Shizuoka chamei vários espíritos e quando falei sobre várias

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coisas, conversei também com o fundador da Tenrikyo. Ele disse-me: “salve-me”, eu respondi “está bem”.” Em 15/06/1953: “E o dia 15/06 é a data de nascimento de Amaterassu Oomikami e data de nascimento significa que o Sol nasce. Isto está nos meus livros. Quando fui ao Templo Nihon de Boso, era o dia 15 de junho de 1931 e esse, em suma é o dia do nascimento do Sol no Japão. E ele é o alvorecer do mundo. Na ocasião também aconteceram diversos fatos misteriosos. E três meses e três dias depois, no dia 18 de setembro [1931], aconteceu o incidente da Manchúria. Este incidente tem um sentido enorme e em breve vou escrever a respeito. O nome do templo: Templo Nihon também é o nascimento do Sol e dali saiu o Sol. Por isso, o nome também é Templo Nihon. E não existe outro. Além desse, o nome do Monte Kenkon e esta letra significam “Céu e Terra”. Por isso aquele templo tinha um significado incrível. E aconteceu um fato extremamente misterioso. Ainda não escrevi sobre ele, mas como já está quase na época de poder escrevê-lo, o farei em breve. Três anos atrás [1950], no julgamento de Shizuoka, enquanto estava detido na delegacia, houve um fato misterioso. Explicando rapidamente isso, fui levado no dia 29 de maio e ao perguntar a Deus até quando ficaria ali, disse que era por 18 dias e, fazendo as contas, seria até o dia 15/06[/1950]. Nesse dia, aconteceu algo muito misterioso. Isto é, Amaterassu Ookami [conforme v.1, sem muito rigor, como Izunome-no-Kami e assim como Kunitokotati-no-Mikoto, como DEUS] nasceu. Vou falar só um pouco. O interessante daquele momento é que a Sra. Utigui, fornecedora e entregadora de marmitas, uma pessoa muito gorda e que cuidou de mim. Essa pessoa estava aprendendo dança e dançou bastante na noite anterior. No dia seguinte falou muito convencidamente sobre o

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seguinte: o modelo que está no Kojiki: que na hora da abertura do portal da rocha, Amanouzume-no-Mikoto dançou e por ter levantado demais o pé viu-se o seu sexo e ela ouviu muitos deuses darem bastante risada. Amaterassu Oomikami abriu uma fresta do portal da rocha e então, mais que depressa, Tajikaraono-Kami o pegou pela mão e ele apareceu fora do portal. No dia 14 de junho de manhã, eu tive um sonho. E como já disse antes, foi que subi no Monte Fuji e isso tem relação. Depois - hoje também está presente o Sr. Shibui - e naquele momento os que puxaram foram cinco pessoas. E, na hora da abertura do portal, dizendo Itsutomono-o (cinco acompanhantes masculinos), cinco deuses masculinos a acompanharam. Existe ainda muitas coisas, mas aconteceu esse modelo da abertura do portal. E hoje fazem exatamente três anos [15/06/1953]. Realmente, as coisas de Deus estão relacionadas à coisas extremamente misteriosas e por isso é interessante. Por isso, daqui para frente, à medida que o ritmo vai se ampliando, isso aparece de forma concreta. E o ritmo, no início é pequeno, vai crescendo cada vez mais e se tornando mundial. Seja como for, é maravilhoso. E também interessante. Os fiéis também, se observarem o mundo com essa consciência, entenderão.” “Pretendo ir anunciando de acordo com o tempo a respeito do que existe de maravilhoso entre os japoneses. O mais maravilhoso de todos é o povo Yamato. A inteligência cultural desse povo é realmente magnífica. E estava oculta até agora. Isto porque, desde a época do Imperador Shinmu, ocorreram muitas guerras de modo que os tempos de paz eram muito curtos. E depois havia a disputa de poder. Por causa dessas coisas ela estava soterrada.

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Eu sou o chefe do povo Yamato. Por isso, daqui para frente, finalmente começará a surgir o povo Yamato, o qual pertence à linhagem do Sol. O mundo até agora, era da Lua, da Noite e, enquanto a Lua estava no céu, o Sol estava do lado de trás da Terra e por isso era escuro. Agora, o Sol, finalmente, surge, e a escuridão da Lua se esconde. O povo do dia é o povo Yamato. E o centro dele sou eu. Por isso, o deus do Sol está protegendo. Então, surge o elemento fogo e as doenças são curadas. Até agora não era possível curar as doenças fazendo assim. (Johrei). Isto porque a luz era da Lua. A luz da Lua e 1/60 da luz do Sol e por isso, nas religiões existentes até agora, mesmo que as doenças fossem curadas, era na proporção de 1/60. O que antes era uma noite escura, com o surgimento do Sol, a luz da Lua se apaga. Por tratar-se da lua do Sol, significa que a doença é curada 60 vezes mais. Portanto, o fato de melhorar tanto é muito natural, não há nada de estranho nisso.” Em 16/06/1953: “Eu sou Izunome e por isso sou “8”. O Izunome em termos numéricos é 5 [Fogo] e 3 [Água], e por isso fica 8. E o número 8 corresponde ao Monte Fuji. Por isso, ao escrever o número, temos o formato do Monte Fuji. E eu sou o fundador do povo Yamato e a origem do povo Yamato é nas proximidades da atual região de Suruga. (Na verdade é em cima do Monte Fuji, mas...) É no sopé do Monte Fuji. Por isso, antigamente, o Monte Fuji era considerado como o verdadeiro monte de Deus e no seu topo ainda hoje é cultuada a deusa Konohana hime e, nesse sentido, eu tenho grande afinidade com o Monte Fuji. E, como já falei daquela vez, num sonho, eu estava olhando a paisagem de cima do Monte Fuji e foi naquele momento que eu tive o meu Segundo Nascimento.

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Depois que saí eu falei sobre o Cair da Flor e a formação do Fruto, o que significa que a “semente se alojou”. A partir daí, o meu Poder e diversas outras coisas ficaram diferentes. E foi depois disso que abriu de fato. Por isso, naquela hora, a Igreja Messiânica havia desmoronado por completo. Parecia que já não havia mais jeito, mas esse era o aspecto do cair da flor. Falei muito sobre isso na época e assim, a oitava pessoa, mencionada agora também é uma coisa certa. Cerca de uma semana atrás, o casal dos Estados Unidos trouxe uma pessoa principal que desenhou o Stars and Stripes e conversamos diversas coisas. Eu pretendia ter um encontro de 5 ou 10 minutos, mas ao começar a conversa, estava tão interessante que conversei por mais de uma hora. (...) Ela estava muito admirada dizendo: “Até hoje eu vi e ouvi diversas pessoas no mundo, mas todas eram da relação de um para um ou só tinham Ensinamentos. Nunca tinha ouvido a conversa de alguém que superasse Sakyamuni ou Jesus Cristo. Mas, formar muitos discípulos que realizam milagres como os de Cristo é algo que nunca vi nem ouvi. Fiquei surpreso nesse ponto”. E, de fato, disse coisas dignas de um americano. “Eu não posso fazer comentários ou críticas sobre Meishu-Sama. Para se comentar sobre alguém, é preciso (...) e quando Amaterassu Omikami abre uma fresta do portal e olha para fora, repentinamente a pega e puxa pela mão. Aí, sob o nome de 5 deuses acompanhantes, ela aparece no mundo protegida por 5 deuses masculinos. Obviamente isso é uma fábula, mas surgiu um modelo igual. Naquela hora, creio que algumas pessoas já sabem, a senhora de entregas, uma viúva já perto dos 50 anos aprendia dança por gostar muito. E ouvi dizer que na noite anterior ela chamou grande número de pessoas e dançou bastante, e então pensei que finalmente ia acontecer a abertura do portal. E foram 5 os diretores da Igreja que foram puxados para lá. Inicialmente eram 4 e eu achei estranho, mas no final o

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Sr. Shibui foi puxado e assim ficaram 5. Então os 5 deuses acompanhantes ficam as cinco pétalas da ameixeira. No ensinamento da Oomoto está escrito “A flor da ameixeira que se abre ao mesmo tempo nos três mil mundos, o dragão dourado do nordeste... Chegou o Mundo Divino que abre com a ameixa e governa o Pinheiro”. A ameixa tem um importante significado. A “flor princesa do irmão mais velho”, na verdade se deveria escrever “flor do irmão mais velho”. É diferente de. Ela é a cerejeira e, portanto a ação do mundo búdico. A flor do irmão mais velho é a ameixa porque floresce antes de todas. As outras são irmãos mais novos. A cerejeira é irmã mais nova, é do lado feminino. Então a flor da ameixa desabrocha, cai e dá frutos e o fruto da flor da ameixa é chamada de “semente do senhor” e é o. E, na poesia desta vez saiu um pouco sobre a semente do senhor. A flor da semente do senhor desabrocha e exala seu perfume para os quatro cantos. Essa poesia estava no meio dos salmos do Culto de ontem e é por isso. E, naquela época, eu escrevi “Cair das Flores e Formação dos Frutos” e dei a todos. Foi nesse sentido. Isto é, ela canta o sentido de que a flor da ameixa cai e então se forma o fruto. Isso é um assunto muito misterioso. Quem fez o papel de naquela hora, foi o advogado chamado Motizuki. Foi ele quem me puxou. Nessa hora, pela primeira vez, o espírito de Amaterassu Omikami se alojou no meu ventre. E ele agora tende a crescer cada vez mais. Já está bem grande. E com isso a Luz vai ficando mais forte e também maior. E a purificação também fica forte. Entretanto, não sou eu quem faço assim. É Deus que o faz.” Em 12/04/1954: “Chamei muitos deles quando estava na penitenciária de Shizuoka. Nessa hora também chamei Stalin, mas ele não tinha jeito. Os outros diziam “farei assim”, ou “esperarei pelo tempo certo”, mas Stalin estava irredutível. Stalin havia caído no

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Inferno de nível mais baixo e precisava ficar lá mais de mil anos. Dessa forma, no mundo aumentará a força do bem que controlará o mal, aumentará pessoas com esse espírito, por isso, até mesmo Stalin acabará dizendo “não dá mais” e renovará o seu sentimento, mas será um dos últimos.” Quatro dias depois, em 16/04/1954: “Ainda não li sobre isso, e parece que há 2,3 dias atrás Stalin começou a renovar bastante o seu sentimento. O local em que ele se encontra tornou-se um pouco mais claro. Ele está no nível mais baixo do Inferno e disse o seguinte: “Até hoje fiz muitas coisas erradas e queria ser perdoado. Sinto-me um pouco aliviado, mas ainda sofro, por isso quero ser perdoado o quanto antes”. Falta mais um passo para renovar seu sentimento. Acho isso muito bom. Sendo assim, o ideal comunista, em futuro próximo ficará em pedaços. Sobre isso eu havia falado que, após a morte de Stalin infalivelmente, o comunismo acabaria secando, e realmente, como eu predisse, está sendo cada vez mais rápido.” Assim no dia 15 de junho de 1950: “Quero falar sobre a minha pessoa no presente. Já falei a respeito da misteriosa Ação Divina ocorrida quando eu estava preso, naquela oportunidade entrou em meu corpo o Deus mais elevado e sagrado de todos. Em decorrência da Providência Divina naquele momento, assim que fui libertado fiz mil quadros de caligrafia com a frase ‘As flores caem e nascem os frutos’ e os distribuí entre os principais fiéis. A partir de então, já não precisei perguntar as coisas à Deus, como vinha fazendo até ali, pois, uma vez que o Espírito Divino estava em meu corpo, a distância que havia entre Deus e o ser humano desapareceu por completo, e eu atingi o estado de união com Deus, união perfeita Deus-Homem. Por isso basta que eu aja de acordo com a minha própria vontade.” Em 27 de janeiro de 1954:

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Depois do caso judicial de Shizuoka (15 de junho de 1950 - chamado por Meishu Sama de "Mistério do Alvorecer"), não fui mais o mesmo de antes. Ou seja, antes, as coisas que eu não sabia perguntava para Deus e, no fim, Ele me ensinava as coisas ao contrário. Quando eu descobria isso, perguntava novamente para Ele, o qual me respondeu: "Não precisa mais me perguntar. Essa sua maneira de fazer está errada!" Quer dizer, até agora as coisas se faziam de maneira indireta, mas já havia mudado tudo para a forma direta. Depois que eu entendi isso, parei de fazer as perguntas. Como essa forma direta não havia até hoje, ou as coisas eram mostradas por Deus, ou eu perguntava a Ele, o que era uma forma indireta de agir. Agora não há mais separação entre eu e Deus. Agora somos uma coisa só. Eu ainda não me acostumei com isso, mas digo que muitas coisas boas vão acontecer. À medida que eu for me acostumando, todas as coisas que vierem a minha cabeça vão se tornar coisas maravilhosas.” “Silenciosamente, Deus Miroku Oomikami desceu à Terra Como a vinda de um larápio A Luz da pequenina “Bola” Vai se expandindo dia-a-dia No Mundo de eterna Treva Sendo homem sem ser Deus, E sendo Deus sem ser homem, Não há como salvar o mundo.” "Kanzeon-Bossatsu, sendo descendente direto e divindade manifesta [em última instância] do Deus Supremo [= 36, e em instância mais abaixa, de Deus = 20], possui a força absoluta. É a divindade que surgiu no mundo búdico. No Cântico da Boa Palavra (zenguen sanji), consta: "[Deus] Ora se manifestando como Koomyo-Nyorai, ora se transformando em Ooshin-Miroku". Este último ainda é Buda, não sendo essa a sua

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natureza original. Futuramente, transformar-se-á no Deus do Sol, da Lua e da Terra, ou seja, Miroku Oomikami [Miroku San-E = Daí Miroku]. Atuando como Deus Miroku, Ele manifestará a força da trindade dos elementos Fogo, Água e Terra. A idéia do Messias tem profunda relação com o cristianismo. No Ocidente, as interpretações que se dá a respeito são de tal forma diversas que ainda não se chegou a nada de conclusivo. É porque é difícil para a inteligência humana perscrutar os insondáveis mistérios de Deus. Eu próprio ainda não me intitulei Messias nem disse ser Cristo no seu segundo advento. Estou interdito por Deus de anunciá-lo até determinado momento. Aliás, haveria uma grande confusão se, hipoteticamente, desconfiassem da vinda do Messias. Viria gente de todo o lado a fazer imenso alvoroço, estorvando-nos o trabalho.” “Agora, eu me transformo em Messias e vou acabar com a agonia sem fim do inferno.” “Gostaria de, acrescentar que todas as atividades de construção a serem realizadas de agora em diante, da primeira à última, já estão elaboradas, na minha mente, só restando esperar pelo tempo certo. Com o passar do tempo, tudo irá se concretizando. Trata-se de um plano por demais grandioso; pode-se dizer que é a criação da nova civilização mundial.” Desde a manhã do dia 16, se encontrava sem nenhum apetite. Finalmente, por volta do meio dia sentiu vontade de tomar leite. Meishu-Sama ensinou que esse fato mostra o desenvolvimento gradual da Alma que se alojou na bola de Luz, tal qual uma criança recém nascida: “Esse sagrado Espírito de Deus crescerá gradualmente e à medida que vai se tornando adulta, a bola de Luz terá aumentado cada vez mais seu brilho e chegará a manifestar, no futuro, um grande e notável poder.” Messias (ou Meishu-no-Oomikami) é o Deus personificado para construir o Paraíso Terrrestre e salvar a

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Humanidade. Seria a trindade: Deus Criador (Amenominakanushi-no-Ookami), Deus Salvador (Izunome-no-Kami) e Deus do Julgamento (Kunitokotati-no-Mikoto). Em sentido amplo se pode entender Kunitokotati-no-Mikoto, isto é, Meishu Sama, como Deus Supremo. De fato, “Deus Supremo é espírito do espírito. Não possui configuração formal alguma. Existem, entretanto, muitas manifestações d'Ele em forma corpórea.” “Na sua essência [origem de Kunitokotati], Ele é a personificação de Ookunitokotachi, o Deus Criador do Universo. Nasceu como ser humano, recebendo o nome de Kunitokotachi no Mikoto.” Difusão Mundial. Neste ponto: Programação Diária; Johrei, Escritos e Palestras; Interior e Exterior. Programação Diária. “Sobre o assunto, vou falar da minha pessoa. De manhã, quando me levanto, traço de certa forma os meus planos para o dia. Programo que de tal a tal hora ou de tal a tal minuto vou realizar determinada tarefa. Entretanto, quando a pessoa que se comprometeu a chegar num determinado horário se atrasa, o meu plano vai por água abaixo. Às vezes, fica totalmente desfeito. Devido a isso, os trinta minutos previstos para a entrevista acabam reduzidos a dez ou quinze minutos, tornando-se impossível bom resultado. Religião, pesquisa sobre política, economia e educação, literatura, crítica da civilização, medicina, pintura, caligrafia, arquitetura, paisagismo, agricultura, crítica musical e de belas-artes, etc. são aspectos diversificados. Meu objetivo é a salvação

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da humanidade e eu não me arredo um passo sequer dessa linha.” Kyoshu-Sama fala sobre Meishu-Sama: “No que Meishu-Sama mais se devotou foi no sentido de como expandir a obra Divina para a salvação do mundo e por esse motivo ele não perdia um só minuto. Foi um homem que se dedicou de corpo e alma à sua missão. Ele planejava as horas do seu dia, e dava-lhes o melhor uso. Talvez pensasse que de outra maneira não conseguisse realizar sua grande tarefa. Ele não permitia conversas inúteis com os que encontrava, mas sempre os ouvia com boa vontade e seriedade. Meishu-Sama acreditava que era imperativo acompanhar os acontecimentos do mundo. Nas suas conversas, no uso de meios modernos de comunicação, como a televisão e o rádio, ele absorvia os conhecimentos atuais. Seu programa era especialmente organizado para coincidir com os horários do rádio. Ele planejava seu tempo de modo que pudesse ouvir os noticiários enquanto tomava banho, fazia a barba, comia etc., horas em que ele não podia ser interrompido. Sempre que fazia passeio, era acompanhado por um assistente que carregava um rádio portátil. Quando estava supervisionando a construção da Casa de Chá no centro do jardim de Hekiun-so, sua residência em Atami, ele ouvia o rádio enquanto fazia suas visitas. Os carpinteiros sabiam pelo som, quando ele estava chegando e começavam a trabalhar mais vigorosa e animadamente. O rádio de Meishu-Sama era a “campainha do gato” das Fábulas de Esopo. À tarde, eu lia os jornais do dia para Meishu-Sama enquanto ele estudava livros de arte, escrevia cartas ou se dedicava à caligrafia. Ele era um exemplo perfeito de Nagara-zoku (uma pessoa que faz duas coisas ao mesmo tempo), para usar uma expressão japonesa. Pode parecer, à primeira vista, que Meishu-Sama pôde

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completar um trabalho tão grande como a Obra Divina, somente porque ele tinha um poder extraordinário: mas a verdade não se baseia só nesse fato. A sua atenção para os menores detalhes da vida diária, sua agudeza para os negócios do mundo e a sua grande vontade de trabalhar, eram as outras qualidades que produziram os resultados que podemos ver hoje. Com o passar dos anos, o fundador de uma religião é provavelmente tomado como divino pelos seus seguidores devotados e considerado por outros uma autoridade e, freqüentemente, citado em livros e conferências. Embora seja verdade que Meishu-Sama foi Oshiemioya (o Mestre e o Iluminado), uma tentativa para fazê-lo um ser sobre-humano seria um erro; ele não mais seria humano se fosse apenas o Iluminado Meishu-Sama, a pessoa calorosa e familiar que abraçamos em nossos corações com tal proximidade. É verdade que ele tinha uma qualidade espiritual especial e nós não podemos considerá-lo do mesmo nível da maioria das pessoas. Antes de sua revelação, entretanto, ele era simplesmente um ser humano que tinha sido empurrado nas tempestades da vida desde a infância, sofrendo pobreza e doenças, adversidades e fracassos, experimentando toda sorte de dificuldades. Foi depois de todas essas experiências com as quais Deus o estava preparando, que lhe foi revelada a sua missão. Elas testaram sua força e deram-lhe profunda compreensão sobre os outros. Assim, ele nunca hesitou durante os primeiros anos de trabalho ou falhou aos seus seguidores.” Nidai-Sama: “Meishu-Sama nos lembra constantemente como é importante o trabalho para despertar a consciência espiritual do homem.” Meishu-Sama dizia: “Não adianta apenas ter fé, rezar, acreditar em algo. É preciso sabedoria. Geralmente as religiões não dão muita

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importância a um princípio tão fundamental. Com respeito a esses dois pontos essenciais - fé e sabedoria - Sakyamuni falava em níveis de tié. Ele chamava de kakusha ao homem despertado, que já trabalha num certo nível de consciência; ou seja, um bodhisattva; e denominava daikakusha, ao homem que atingiu um grau superior, inteiramente despertado; também pode ser chamado de nyorai (palavra originada do sânscrito tatagata). Por essa razão, satori (iluminação) é o mesmo que tié, porque o homem iluminado tem sabedoria.” Por isso, Meishu-Sama agia assim: “Eu prego a Verdade e me esforço e trabalho incessantemente para concretizá-la.” Sua programação era cuidadosa e atenciosa, e exigia isso de seus servidores. Um exemplo: - Sinto ter sido tão descuidado. - Não fique descuidado e tome mais cuidado. Nessas horas, o edoko não mede palavras e diz: “Seu desastrado! Tome ‘agilidade mental’ ou ‘laxante contra burrice’ e ainda daria uma bronca daquelas”. Outro exemplo: “Quanto tempo pediu para ficar fora? Não estou reclamando de você ter se atrasado porque a barbearia estava cheia; mas, se acha realmente que o meu trabalho é importante, deveria, antes de sair, ter telefonado para o barbeiro, perguntando se poderia atendê-lo dentro do tempo que combinamos. Ou seja, só deveria ter saído depois de se certificar. Suponhamos, por exemplo, que você entre num restaurante com a intenção de tomar o trem de determinado horário. Se dispuser de apenas trinta minutos até essa hora, só faria o pedido depois de ter certeza que conseguiria comer em trinta minutos, não é? Você pode achar que isso é sem importância, mas, se a pessoa não consegue fazer coisas

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insignificantes, como é que poderá realizar grandes empreendimentos?” Um outro exemplo: “Ele leva sete minutos para tomar banho, por isso acho já acabou. Chame-o.” Sua programação, também, era corriqueira e imutável. Por essa razão ele deu uma entrevista sem mostrar sofrimento com terrível dor dentes. Exigia que se fizesse centralizado nele, o melhor possível empregando toda a sua capacidade. Sendo assim, em nenhum cômodo de sua casa havia Imagem da Luz Divina ou outros objetos de cunho religioso. Os servidores aprimoravam sua fé centralizando-se em Meishu-Sama, sempre com os olhos profundamente fixos nele, de modo que não havia alternativa senão agir com seriedade dia e noite. Meishu-Sama sempre dizia: “Não desvie sua atenção de mim. Faça o trabalho como se estivesse arriscando sua vida, centralizando apenas na minha pessoa.” Por isso, se devia estar sempre alerta, permanecendo atentos a todas as situações. Quando Meishu-Sama distribuía tarefa aos servidores, fazia-o conforme a capacidade de cada um. Por isso, determinadas tarefas, dizia: “Faça o melhor possível, empregando toda a sua capacidade." Por exemplo, se uma pessoa recebia a incumbência de fazer "sumi" (tinta carvão), ele exigia que ela, se tornasse insuperável na execução desse trabalho. Dizia: "Mesmo que você não se torne importante, seja uma pessoa capaz de cumprir exatamente o que lhe determinei. Se você conseguir agir tal qual eu falei, será um herói." Certa vez, a um servidor que se atrasara nos preparativos na hora em que ele ia escrever as letras da Imagem da Luz Divina, Meishu-Sama disse: “Eu lhe ordenei que fizesse apenas isso; portanto, faça-o de qualquer maneira. Se fizer o que recomendei, pode dormir ou divertir-se o resto do tempo, que eu não me importo. Jamais reclamarei se isso acontecer."

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Por volta de 1953, no Solar da Nuvem Esmeralda em Atami, sua programação era intensa. Era algo que pessoa comum não agüentaria nem por três dias; mas ele ia cumprindo-a de acordo com os programas radiofônicos. Para Meishu-Sama tempo, não é dinheiro, é salvação. Assim, se uma pessoa já tivesse acabado de falar o necessário e tentasse continuar, Meishu-Sama dizia: “Está bem. Até logo.” A seguir, desviava o olhar e, sorrindo, começava a fazer outra coisa. Freqüentemente as pessoas solicitavam uma entrevista com Meishu-Sama. Muitas diziam que alguns minutos eram suficientes, mas pensavam que, uma vez concedida a entrevista, poderiam demorar mais tempo. Nessas ocasiões, delicadamente, Meishu-Sama falava: “O senhor me disse que alguns minutos; pois bem, já está na hora.” Dessa maneira deixava as pessoas completamente encabuladas. Muitas vezes elas iam embora com ar desapontado, sem nenhuma conclusão sobre aquilo que motivara a entrevista. Um servidor conta: “Quando eu dedicava junto de Meishu-Sama, na época em estava em Tamagawa, muitas vezes fui torturado por espíritos, sofrendo intensamente com isso. Nesses momentos, eu me dirigia aos aposentos onde Meishu-Sama estava trabalhando (fazendo as imagens de Kannon, por exemplo) e pedia-lhes: "Permita-me receber a Luz Divina." Eu ficava quieto, sentado num canto do aposento, pois, só de estar perto dele, o meu sofrimento acabava e eu me sentia aliviado. Em tais ocasiões, mesmo que eu permanecesse ali o dia inteiro sentado ou, vencido pelo cansaço, acabasse cochilando, ele nada dizia. Às três horas da tarde, repartia seu lanche comigo, dando-me um pedaço de doce. Entretanto, se o meu pensamento começava a ficar confuso e eu me punha a divagar sobre coisas inúteis, Meishu-Sama percebia de imediato e dizia: "Se não tiver mais nada a fazer aqui, pode ir embora".”

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Sua programação diária era a seguinte. Pela manhã: Despertava às 7h45m, ligava o rádio e ouvia o programa “Visita da Manhã’ e levantava-se às 8h. Quando Meishu-Sama dormia profundamente e custava a despertar, o servidor encarregado de acordá-lo chamava-o inúmeras vezes, após dar-lhe o seu primeiro bom dia. Vez por outra, o servidor ficava esperando até às oito horas quando voltava a chamá-lo, dizendo: "Está na hora do noticiário". Às vezes, nem assim Meishu-Sama despertava. Nessas ocasiões, ao acordar, dizia: "O noticiário já terminou? Doravante chame-me em voz alta, sem cerimônia." Diante da explicação do servidor - "É que o senhor estava dormindo tão profundamente..." - Meishu-Sama replicava: "Não importa quão profundamente eu esteja dormindo. Pode até sacudir-me para eu acordar. Não se deve ter compaixão barata.” Tomava banho de dez minutos com temperatura mais baixa do que a comumente utilizada, e sempre ouvindo rádio. No inverno: "Sinto muito calor, mesmo depois de um banho de água morna." Exigia a saudação matinal: Habitualmente, as pessoas que serviam diretamente com ele esperavam-no sair do banho para fazer-lhe a saudação matinal. (Os outros servidores saudavam-no na hora da primeira refeição). Exatamente nessa hora, um dos servidores chegou com um ou dois minutos de atraso, por estar terminando um serviço que Nidai-Sama lhe havia solicitado. Meishu-Sama repreendeu-o severamente durante trinta minutos, querendo saber como ele interpretava a saudação matinal. E depois o advertiu: "Sabe por que nesta casa não há Imagem da Luz Divina? Se sabe, deve compreender o verdadeiro significado da saudação de todas as manhãs.”

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Durante vinte minutos passava os olhos nas manchetes de vários jornais e marcava um círculo vermelho nos artigos que queria ler melhor. Entre 8h30 e 8h45, ouvindo rádio, fazia a refeição matinal. Ela era composta de 70% de origem vegetal e 30% animal. Quando a batata-doce era colocada na mesa, todos iam dar bom dia ao Mestre. Na hora da saudação, Meishu-Sama observava-os rapidamente. Quando percebia que algum deles tinha o olhar distraído, determinava-lhe alguma tarefa. Dizia-lhe, por exemplo: "Traga-me o fósforo" ou "Deixei um livro ali: vá buscá-lo." O barbeiro ia à casa de Meishu-Sama de dois em dois dias, aparando-lhe alternadamente o cabelo e a penugem do rosto. Nesse ínterim, um dedicante fazia-lhe a leitura relacionada à Arte. Aqui registramos uma recordação desse barbeiro: “Eu tinha o hábito de usar os melhores instrumentos quando ia à casa de Meishu-Sama. Se adquirisse outros de melhor qualidade, eram esses que eu usava. Um dia ele me disse: "A navalha de hoje é diferente, e a tesoura é nova, não é? Mas estas são melhores." Disse isso sem ter visto ainda aqueles instrumentos, observação que só os profissionais, após exame cuidadoso, poderiam fazer. Fiquei, pois, impressionado com a sensibilidade de Meishu-Sama, que não titubeara ao fazer aquela observação." A cada quatro ou cinco dias fazia dez vivificações florais, levava no máximo meia hora. Em dez dias do mês, às 11h, entrevistava os fiéis que vinham de todo o país. Lia seus ensinamentos, dava orientação ampla e a reunião terminava com máximas curtas e espirituosas sob gargalhada de todos.

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A tarde: Ao meio-dia, ouvindo rádio, dava início a um ato, praticado por ele, de elevar o Ohikari à altura da testa e introduzir-lhe espírito. Numa certa ocasião disse: “A cabeça e o ouvido estão desocupados.” As 12h30 serviam-lhe o almoço. Entre 13 e 15h, recebia os diretores da Igreja ou vendedores de objeto de arte. As 15h escutava o noticiário ‘Hora da Saúde’, tomando chá com doces. Certo dia, Meishu-Sama conversava com um professor e, ao mesmo tempo, ouvia rádio e fazia um trabalho. Num canto da sala, um acompanhante ouvia a conversa sob enorme tensão. No meio do diálogo, Meishu-Sama disse ao interlocutor que, no rádio, estavam falando sobre determinadas coisa - “É!... eu estava tão distraído! – disse o outro. O acompanhante que assistia à cena ficou impressionado, pensando: “Como Meishu-Sama é extraordinário! Consegue perfeitamente dedicar-se ao trabalho, ouvir o noticiário e, simultaneamente, manter uma conversa. Não pode ser um homem comum.” Sua idéia a respeito de doces era a seguinte: “As pessoas saudáveis gostam de doces.” Depois ia inspecionar as obras da Terra Celestial, onde dava instruções sobre os mínimos detalhes. “Quando estou neste lugar – dizia – as idéias geniais me vêm espontaneamente; por isso, ajo de acordo com essas idéias.” Preocupava-se com a apreciação dos fiéis a respeito do jardim da Terra Celestial: “Como estará este jardim quando os fiéis vierem aqui? Será que, por ocasião da próxima visita, estará plenamente florido? Seria bom se eles pudessem admirá-lo na época certa.”

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Às 17h, ouvindo o noticiário, ministrava Johrei nos dedicantes que não estivessem passando bem. Se algum deles, fazendo cerimônia, não vinha pedi-lo, era até repreendido. “Aquele que estiver purificando, diga-me sem cerimônia. A cerimônia é um pecado. Por que não me pede Johrei ao invés de ficar sofrendo?” Ás 17h30 tomava banho novamente. Em seguida passava os olhos nos jornais vespertinos, assinalando os artigos com círculos vermelhos, como fazia pela manhã. Quando chegava a noite: As 18h jantava uma refeição de 70% de origem animal e 30% vegetal. Nessa oportunidade, a família se reunia passando-se momentos alegres. Nos dias ímpares, a partir das 19h, havia exibição de filmes para os dedicantes que durava uma hora e meia. “Costumava dizer: "Indo ao cinema, ficamos mais inteligentes." Caso algum servidor não assistisse ao filme devido aos seus afazeres, Meishu-Sama até o repreendia: "Devia ter ido e deixado o serviço da cozinha para depois. Não se deve perder filmes como esses." Nos dias pares, caligrafava a pincel letras da Imagem da Luz Divina, às vezes cem em apenas dez minutos, ouvindo rádio o tempo todo. Após sessão de cinema ou de caligrafias, estudava belas-artes até 21h. As 21h escutava rádio, enquanto um dedicante lhe massageava os ombros. As 22h, ainda ouvindo o noticiário, tomava um lanche leve. Às 22h30m, quando o noticiário terminava, os dedicantes davam-lhe boa noite e se recolhiam. O administrador da Igreja, porém, fazia-lhe o relatório sobre os trabalhos do dia e sobre outros assuntos e, em seguida, ouvia as orientações que ele lhe dava.

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As 23h tinha início a leitura dos jornais, por um dedicante, que se prolongava até a meia-noite. Enquanto ouvia, ministrava Johrei em si mesmo e apreciava obras de arte. Ele dizia: “Os olhos e as mãos estão desocupados.” Aliás, era um hábito seu realizar duas ou três atividades ao mesmo tempo. Certa ocasião, quando o servidor lia os jornais, Meishu-Sama estendeu a mão para pegar algo. O servidor tentou ajudá-lo, mas foi repreendido: "Continue lendo. Se você pudesse pegar sem parar de ler, eu não me importaria, mas, como estou com as mãos desocupadas, eu mesmo pego." Dessa maneira, vemos a importância que Meishu-Sama dava a cada minuto e segundo. Noutra vez: "Por que se mete no que não é chamado? Você está lendo, portanto, continue a ler. Eu ouço com os ouvidos; minhas mãos estão desocupadas. Se você me ajudar, atrasará a leitura." Por volta de meia-noite ditava dois ou três ensinamentos, cada um de quatro ou cinco folhas. Às vezes ele também compunha salmos para os Cultos ou escutava a leitura das cartas e das Experiências de Fé enviadas pelos fiéis. As 2h, dizendo ‘Por hoje é só’, recolhia-se aos seus aposentos. Neste trabalho intenso era realizado alegremente: "Não devemos deixar que o trabalho nos persiga; nós é que temos de persegui-lo. E não devemos realizá-lo com sofrimento; se não trabalharmos alegremente ele não terá nenhuma utilidade." Um servidor falou: “Observando os trabalhos realizados por Meishu-Sama, tínhamos a impressão de que eles iam se encaixando automaticamente nas horas. Não eram elas que o perseguiam; ele é que as perseguia. "Ih! Já está na hora, preciso escrever aquilo" - essa afobação nunca lhe acontecia. Creio que a impressão de seus

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trabalhos se encaixarem automaticamente dentro das horas, era para mim o aspecto mais extraordinário de Meishu-Sama.” Mostra-se um pouco mais como eram as entrevistas, pinturas e vivificações florais. “Entrevistas fazem parte da Obra Divina, são Providência de Deus. Naturalmente, faço entrevistas com numerosos fiéis e contacto com pessoas de vários níveis sociais; evito o máximo encontrar-me com pessoas que não são membros da Igreja, mas há ocasiões em que, isso é inevitável. Dessa maneira, passo a conversar, com essas pessoas e a ter contacto com suas ações, mas dificilmente encontro criaturas nas quais posso realmente confiar. Algumas parecem pessoas de caráter, mas a maioria efetivamente não é gente interessante. Sem qualquer temor, logo começam a proferir mentiras que podem ser desmascaradas na hora; mesmo durante a entrevista mentem. Como consigo perceber isso, minha tristeza ao ouvi-las é ilimitada. Seu único intento é enganar-me, para obter dinheiro e bens materiais. Ultimamente estou fazendo tudo para não me encontrar com esse tipo de gente.” Os fiéis que iam participar das entrevistas pela primeira vez, pensava: “Que figura imponente ele deve ser!”. Mas, quando viam aquele senhor idoso e miúdo, de cabelos brancos, ficavam surpresos com o que lhes parecia o aposentado da esquina. No entanto, com o decorrer da entrevista, sentiam muito respeito por Meishu-Sama. As entrevistas nasceram com base nos relatórios sobre a difusão e nas suas orientações. Os relatórios eram bem observados: “A conta não está errada? Escute: se vieram trinta pessoas e só foram arrecadados 30 ienes, é porque cada pessoa só deu um iene! Eu falei que deveria elevar o preço do tratamento para dois ienes, não falei? Você está fazendo Deus de bobo. Não se preocupe por cobrar mais, faça o que eu digo.

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Quanto mais caro a pessoa pagar, mais depressa ela ficará curada. Você não sabe das coisas e por isso age como lhe parece melhor, mas daqui para frente tome mais cuidado!” Orientações eram feitas por perguntas e respostas. Nestas, dava resposta sábia a pergunta tola: - Estou pensando em colocar uma placa na frente da Casa de Difusão. Que tamanho o senhor acha melhor? - Um tamanho que seja bem adequado. Nem sempre respondia pacientemente, por exemplo, quando pediam explicações detalhadas sobre processos judiciais, dizia: “Isso você deve procurar saber na Prefeitura.” Se queriam aprofundar muito conhecimento de fenômenos espirituais, perguntava: “O que esse fato tem a ver com a salvação da humanidade?”. Em caso de purificação severa, procurava saber a situação deste: “Quando foi que se tornou fiel?”, ”Está recebendo Johrei?“, “Servindo a Deus?”, “Entronizou em seu lar a Imagem da Luz Divina?”, “Está lendo Ensinamentos?”. Quando sentia que a pessoa estava percorrendo o verdadeiro caminho da fé: “Não há perigo. Ela irá ficar boa.” Mudava a orientação: - Está lendo os Ensinamentos? - Sim, leio diariamente, repetidas vezes. - E tem lido outros livros? - Não, não tenho lido muito. - Já sabia! Mas não deve ser assim. Você deve ler, em primeiro lugar, os livros em geral e, em segundo, os Ensinamentos. “De agora em diante, deixe totalmente de ler os romances, queime-os! O homem da atualidade deve ler muitos jornais e romances. Naturalmente, não devem descuidar da leitura dos Ensinamentos.”

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Após a sessão de perguntas e respostas, um dedicante lia um texto ditado por Meishu-Sama que, em seguida, fazia comentários sobre tendências do Governo, problemas sociais e individuais. Por fim, havia uma leitura de sátiras. Exemplo de uma: “A ingenuidade de uma pessoa que não é ingênua como se o fosse. Entende o sentido disso? Quem é menos importante, mais importante quer se mostrar; quanto menos dinheiro tem um indivíduo, mais rico ele quer parecer; a medicina que não cura, faz pensar que cura; quanto mais medroso é o cachorro, mais ele late; quanto mais medíocre é uma pessoa, mais gabola ela se mostra; quanto mais covarde o homem, mais fanfarrão, ele é. Ah! cansei!” Quando liam mal: "Eu escrevi aquilo pensando em divertir os fiéis; entretanto, por causa da sua má leitura, eles nem sequer riram. É lamentável, mas como você é principiante, não tem jeito. Entretanto, procure melhorar a leitura daqui por diante." Ensinou-me, então, a dar várias pausas necessárias e a fazer a entonação dos sons finais. Após vários ensaios com ele, disse-me: "Está bem melhor, continue assim." E me ouvia rindo tanto, que chegava a ficar com lágrimas nos olhos.” Meishu-Sama era severo, falou para alguém com tosse que atrapalhava entrevista: “Você tem um lenço? Se tampar boca, o barulho diminui, sabe?” Outra vez, para um ministro que faltava as entrevistas por ter cáries ósseas: “Mesmo que só chegue à noite, é preciso que venha.” Uma outra, para um outro que era impontual: “Como é que uma pessoa que está na posição de orientador se atrasa? Não tem pena daqueles que chegaram na hora marcada? Eu próprio sou obrigado a esperar para dar início

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à palestra. Quem está em posição mais elevada deve sempre chegar mais cedo!” Meishu-Sama dizia: “As minhas tarefas diárias estão distribuídas por horas. Portanto, qualquer atraso desequilibra-as totalmente. Um minuto que seja, é importante para mim." "Causa tanta perturbação a pouca importância que os japoneses dão ao horário. Eu não sou ocioso; um minuto que seja, para mim é muito importante. A existência de um número tão grande de japoneses mentirosos deve-se a pequeninas coisas como essa." Um servidor conta: “Meishu-Sama lanchava normalmente às quinze horas, mas os servidores não tinham a obrigação de lhe trazer o lanche exatamente nesse horário. Ele sempre dizia: -"Podem trazer cinco minutos antes". E acrescentava: - "A pessoa não deve se atrasar, mas pode se adiantar cinco minutos." No início, como um bobo que não tivesse aprendido outra coisa, eu sempre fazia tudo com cinco minutos de antecedência. Entretanto, fazendo disso uma norma, acabava cometendo outra falha. Por exemplo: se às sete e meia entrasse no ar um programa humorístico, eu ligava o rádio um pouco antes; há essa hora, porém, ainda irradiavam notícias gravadas, luta de sumô ou anúncios de remédios, e não o programa que Meishu-Sama desejava. Ele, então, me repreendia: - "Veja o que você me faz ouvir." "Para ajustar o dia, um homem não necessita mais que um ou dois segundos. Se ele não consegue fazê-lo nesse espaço de tempo, não pode ser qualificado como homem moderno." - assim me ensinou Meishu-Sama.” Para um ministro que havia desrespeitado a Lei Divina: - Como hoje é domingo, eu trouxe uma pessoa nova. - É um absurdo a expressão ‘Como hoje é domingo’, que você usou há pouco. Essa argumentação fundamentada no tempo é um grande desrespeito a Deus.”

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Reconhecia esforço. A estrada estava paralisada e intransitável, porém uma pessoa conseguiu chegar por um caminho muito longo e desgastante: - Como foi que você veio? Como irá voltar? - Voltarei pelo mesmo caminho. - Está bom. - [Na volta, mesmo com a estrada restaurada retornou pelo mesmo caminho. Chegando, saberia que este trajeto fora o mais rápido. Emocionado, disse:] Será que ele sabia disso? Era reconhecido. Uma pessoa, vendo-lhe pela primeira vez, gritou: “É isso mesmo. Achei o lugar onde vou morrer sem remorsos, entregando a minha vida. É Deus.” Outro: Ao dizer “Quero saber que tipo pessoa ele é.” A figura de Meishu-Sama foi se distanciando. Esfregando os olhos, viu que ela voltava ao normal. O fato se repetiu três vezes e ele percebeu que havia abaixado a cabeça naturalmente. No que diz respeito às pinturas. “A caligrafia era uma das atividades desenvolvidas por Meishu-Sama. Ele caligrafava cem Imagens da Luz Divina em menos de meia hora; no caso do Ohikari, completava esse mesmo número, entre sete e oito minutos. Ele executava centenas de caligrafias, sem demonstrar nenhum cansaço, numa rapidez extraordinária.” Pintou cerca de 7.000 figuras de Kannon e um milhão de caligrafias. Chegou a dizer: “Experimente tocar minha mão. Estes calos, eu os criei segurando o pincel para caligrafar o Ohikari dos fiéis, sabe?” Passou a confeccionar as Imagens da Luz Divina unicamente com letras, não pintando mais a figura de Kannon. Pois, segundo ele, letra é espírito e desenho é matéria, e por isso, aquela tem um nível mais elevado.

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Dava muita importância à tinta feita à mão para as pinturas: “É melhor esfregar o carvão no ‘sucuri’, pois a tinta fica brilhante. É uma tarefa cansativa, mas também é um aprimoramento para quem a executa. Eu não sou fabricante de guarda-chuvas e nem de lanterna de papel. Que idéia é essa de fazer tinta com máquina? O Carvão deve ser esfregado com amor! Principalmente a tinta destinada às letras da Imagem da Luz Divina e do protetor, que poderiam ser chamados de vida da fé, não pode ser preparada com um pensamento tão leviano. Por mais trabalho que dê prepare-a com as mãos.” Também à sua consistência: “A tinta carvão está na consistência certa quando parece fina e grossa ao mesmo tempo. A melhor consistência é quando não se sabe se ela está fina ou grossa. Quem consegue fazer isso é um herói. Se dizemos a uma pessoa comum que a tinta está grossa, ela faz fina demais; se dizemos que está fina, ela faz muito grossa. São pessoas exageradas, extremistas. A medida certa é algo facílimo. Todos dizem que é difícil, mas não há nada tão fácil. Tudo que eu faço é assim.” No que se refere às vivificações florais: “Eu jamais forço o formato das flores; vivifico-as da maneira mais natural possível. Com isso, elas ficam bem vivas, durando bastante. Se mexermos muito, elas morrem e perdem a graça. Sempre que eu vou fazer uma vivificação, idealizo antes o seu formato, corto as flores e coloco-as imediatamente no vaso, assim a vivificação fica mais bonita. É preciso conversar com as flores e vivificar seus sentimentos. Se não fizermos isso, elas não ficam contentes. Não ficando contentes, murcham logo. As flores não gostam de ver negligenciadas as suas características, isto é, de serem arrumadas com muita técnica, como faz a maioria das pessoas.” Continuando:

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“O Mal não gosta das flores, não há pessoas más entre as que amam as flores, elas dão boa influência no Mundo Espiritual. Vamos nos esforçar para que haja mais flores no interior das residências, nos locais de trabalho, enfim, em todos os lugares onde houver pessoas fazendo com que, por meio delas, este mundo se transforme num Paraíso.” “Quem deseja igualar-se À beleza das flores, Possui um coração Que a elas se assemelha.” Concluindo: “Ultimamente tem aparecido vivificações esquisitas. Elas matam as flores, razão pela qual não agradam, mesmo que o formato seja bom. Por isso, é preciso expressar ao máximo as melhores características naturais das flores. Foi para levar ao conhecimento de todos a verdadeira forma de vivificá-las que mandei fazer estes ‘slides’. Seja como for, é uma forma revolucionária. Serve como ensinamento, mostrando a maneira como devem ser feitas as vivificações; além disso, através das flores assim vivificadas a pessoa recebe Johrei.” Suas vivificações surpreendiam as pessoas, pois duravam mais que o dobro do normal. Johrei, Escritos e Palestras. A partir de 1950, ensinou como aumentar a força do Johrei. Distância de 30 a 60 centímetros: “Ressalta-se que quanto mais perto o ministrante, mais facilmente a Luz atinge o local afetado. Quando ele se distancia muito isso se torna mais difícil. Não há, entretanto, restrição em relação à distância. A distância normal é de 30 a 60 centímetros.”

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Sem colocar força, num estado de espírito leve, despreocupado e descontraído: “Por Ordem Divina, mudamos o método de ministrar Johrei e por esse motivo eu gostaria que, a partir de hoje, todos procedessem conforme determinamos. A mudança foi feita com base na grande mudança ocorrida no Mundo Espiritual. O método utilizado até aqui englobava a parte espiritual e a parte material. Irradiando-se a Luz espiritual pela palma da mão, acrescentava-se um pouco de força. Força é matéria, e por isso, na medida em que entra a força material, o poder da Luz diminui. Entretanto, de agora em diante, aquela mudança vai se tornar mais evidente, de modo que é indispensável tirar toda a força material, irradiando apenas a Luz espiritual. Explicando mais detalhadamente, a Luz Espiritual de Deus chega até o Ohikari de todos os fiéis através do elo que os liga a mim, sendo irradiada pela palma da mão, para a parte afetada pelo doente. Portanto, daqui para frente devem transmitir a Luz sem colocar força, e num estado de espírito leve e descontraído. Ou ainda: “Há uma Bola de Luz em meu ventre. Esta Bola de Luz é algo misterioso, profundo e sutil, difícil de explicar; em outras palavras, ela é o Receptáculo Divino, manejado livremente pelo Criador ao qual, desde a antiguidade, deu-se o nome de Nyoihojyu ou Mani-no-tama. Incontestavelmente, Deus outorgou e permitiu a sua utilização a um único ser humano, que sou eu, pela primeira vez desde o início da humanidade. A Luz desta Bola é transmitida e fornecida infinitamente ao Ohikari, através do Elo Espiritual. Por esta razão, não há diferença na sua atuação; por mais que o número de Ohikari aumente.” O maior aprimoramento com relação à ministração de Johrei é a anulação da força humana. Essa força torna-se mais acentuada na medida em que se retira a força muscular do braço intensifica-se de acordo com a

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profundidade da fé diminuirá caso a pessoa venha a ficar presunçosa. O importante é a pessoa ter a humildade de querer se tornar útil como instrumento de Deus. “O ideal é ministrar Johrei despreocupadamente. É preciso estarmos bem conscientes de que é Ele quem opera a cura. Quando eu coloco força no braço, a Luz irradiada de meu ventre diminui proporcionalmente a essa força. Os dedos devem ficar levemente unidos. Deve-se ter como norma não balançar a mão, procedendo da maneira mais descontraída possível.” Com amor: “A mais importante qualidade em Johrei é o amor.” Conscientes de seus ensinamentos a respeito da medicina: “É certo que qualquer fiel pode manifestar o poder de curar, após concluir as aulas do Curso de Formação de Novos Membros, mas haverá diferença entre os iniciantes e aqueles que tiverem mais experiência. É necessário ainda que as pessoas se familiarizem com a Medicina de Deus.” Obedecendo a ordem na ministração: “O doente mais grave deverá ser atendido em primeiro lugar. Após ele, ordem decrescente de idade. Existe, porém, uma exceção caso haja uma criança chorando alto, incomodando, é melhor que ela receba Johrei antes dos outros. Se não houver nenhum desses casos prioritários, devemos obedecer à ordem de idade. Todavia, é conveniente ministrar Johrei naqueles que, por motivo de ocupações especiais ou cargos de destaques, estejam muito atarefados. No caso de ficarem indecisos, sem saber a quem dar preferência, devemos seguir a ordem de chegada. Mas nem por isso deixaremos para depois um doente mais grave ou que esteja sofrendo muito.” “Antigamente, a minha esposa tomava fortes medicamentos à base de plantas medicinais cujas toxinas são terríveis. Às vezes, ministro-lhe Johrei, por isso, têm diminuído a

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cada ano. Mas ultimamente, elas haviam se acumulado bastante; e ao ministrar-lhe Johrei, ela dizia coisas estranhas. Como dizia coisas um tanto fora da lógica, achando aquilo esquisito, procurei analisá-la. Então, percebi que havia ministrado Johrei primeiro na empregada. No início, pensei em desistir, mas, como não dispunha de tempo, achei que não haveria problema. Entretanto, percebi que ela falava estranhamente, porque a ordem de ministrar estava errada. Isso aconteceu porque, desse modo, a minha esposa ficava no nível abaixo da empregada no Mundo Espiritual. Devem tomar cuidado sobre esse ponto, pois se trata de algo definido. Se a ordem for transgredida, por pouco que seja, acontece algum contratempo. Parece que a sua prática é fastidiosa, mas não o é, pois vai se tornando assim, naturalmente. Tenho falado sempre sobre a ordem e mesmo não prestando atenção, consigo percebê-la.” Em 1952, instituiu o Johrei coletivo, logo após, falou: “Devem estar ocorrendo milagres. Por isso façam relatórios.” Como resultado, enviaram-lhe inúmeros relatos de graças. Eis um deles: “Todos os fiéis estavam de cabeça baixa, só eu fiquei com a minha levantada, seguindo suas mãos com os olhos. Continuei nessa atitude mesmo quando ele focalizava o lugar onde eu estava. Depois de terminado o Johrei, eu, como de hábito, sem nenhuma intenção especial, coloquei a mão no rosto e não encontrei as duas verrugas que sempre sentia sob os dedos.” No que tange aos escritos, Meishu-Sama explica: “Em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja conhecida pelas pessoas do mundo inteiro, o empreendimento que agora estou realizando - um grande esforço para revelar a Verdade através de explanações escritas constituí uma fase importantíssima para a concretização desse mundo.

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Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião, publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia, Educação, Arte, etc.” O número de artigos escritos por Meishu-Sama é superior a dois mil. Seu conteúdo versa sobre Religião, Política, Ciência, Arte e todos os setores da vida humana. Lançando as diretrizes para a construção da Verdadeira Civilização. As suas publicações foram interrompidas a fim de evitar choques com o pensamento da sociedade. Depois de muitos estudos editou-se a série ‘Alicerce do Paraíso’, de conteúdo exclusivamente religioso. Escrevia quantos artigos quisesse: “Eu estou sempre escrevendo Ensinamentos. Na época do meu primeiro jornal, "Hikari", havia uma pessoa chamada Kanetika e uma outra. Elas diziam que, geralmente, os jornais extinguem-se, mais ou menos, no exemplar de número trinta. Mas o fato do nosso jornal continuar sendo publicado sem que o assunto se esgote, era algo raro. Naquela ocasião, já estávamos publicando o número 50 e atualmente, o número 184. E, doravante, será publicado tanto quanto for necessário. Isso porque, as pessoas da sociedade são tão cheias de falhas. Por isso, podemos entender quão onde é o número, de coisas erradas”. Eis um diálogo: - Interlocutor: O senhor, ao escrever, pensa no título que vai colocar? - Meishu-Sama: Não há tempo sequer para pensar; as palavras brotam, deixando-me até em apuros. Isso, não tenho necessidade de pensar.” Chegou a um ponto de Meishu-Sama dizer: “Os artigos estão sobrando demais. Por isso aumentam a circunscrição das páginas do jornal, a fim de que se possa colocar o maior número de palavras.”

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Meishu-Sama não escrevia apenas para os órgãos da Igreja. Era freqüente chegarem pedidos especificando o número de laudas e os temas. Ele os aceitava sem preocupação: “Ah! É? Então vamos lá. Mais tarde, farei também o anúncio do livro sobre tuberculose no jornal; farei isto porque desejo salvar os tuberculosos, pois essa doença está se tornando muito problemática. Publicarei sob o título "Cura revolucionária da tuberculose" ou "Cura da tuberculose através da fé".” Compôs cerca de 5.500 poemas, onde ele canta a natureza, os sentimentos e a Religião. Numa ocasião ao fazer dez, em poucos minutos, deixaria perplexo o dedicante encarregado de anotá-los. “Creio que foi alguns meses antes da perseguição religiosa (maio de 1950) que ele compôs, em menos de uma hora, quarenta e seis poemas sob o tema "A grande purificação". Embora isso fosse um ato costumeiro, era impossível alguém deixar de se espantar com seu trabalho sobre-humano. Suas palavras, anotadas por mim, iam saindo ininterruptamente, uma após a outra, tal como a linha que sai do bicho da seda. Assim, a composição de cada poema levava aproximadamente um minuto. Devido ao acúmulo de serviço, Meishu-Sama teve de compor salmos poucos momentos antes do Culto. Nessa ocasião, conversando com visitas e ouvindo rádio, ele compôs, num breve espaço de tempo, dez salmos sobre o tema "O Senhor do Poder". Lembro-me de que fiquei impressionadíssimo.” Meishu-Sama dizia: “Posso compor tantos poemas quanto quiser.” Os Ensinamentos: “‘E será pregado o Evangelho do Reino dos Céus por todo o mundo, em testemunho a todos os povos, e então chegará o fim” referia-se a difusão deste volume. Na Bíblia estão coletados

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os Ensinamentos de Cristo, mas o presente livro é revelação direta de Jeová, a quem [Jesus] Cristo se referia repetidamente, chamando-o de Pai do Céu. Por tudo isso, esse livro é uma grande contribuição cultural nunca vista em toda a história. Na posição de quem recebeu essa grande incumbência, não consigo expressar nem por palavras e nem pela escrita, o peso de minha responsabilidade. Em 1950: “Há um trecho na Bíblia que diz que seria pregado o Evangelho do Paraíso ao mundo inteiro e depois viria o fim. Que quer dizer isso? Acredito firmemente que essa missão será cumprida pelos meus Ensinamentos, um livro intitulado “A Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele seja lido por professores universitários, cientistas, enfim, por intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro que aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito que os integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: "É isto!" Assim, poderiam conceder-me dez, ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for publicado, eu gostaria que todos os povos lessem.” Chamando-os ‘Escrituras de Deus’, na mesa onde eram escritos jamais colocava nada além do necessário para correção dos textos. Parecia um gravador desligado. Às duas horas da

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manhã, mesmo que estivesse no meio do ditado, dizia: “Vamos deixar para amanhã.” No dia seguinte, depois da meia-noite, pedia para o dedicante ler a última linha do que fora ditado na véspera e logo falava: “Ah! Já sei.” Se ele, para ser gentil, lia um pouco além, era repreendido: “Não precisa ler tudo isso. Lendo uma ou duas linhas do final, eu entendo. Que desperdício de tempo.” Escrevia para ser entendido, passava a limpo mais de vinte vezes. E pedia opinião: “Será que, se eu usar essa expressão, os fiéis vão entender o que eu quero dizer? E você, entende?”. Cortava presunção: "Não é que tenha ficado inteligente. Você é a minha caneta e por isso é como se eu que estivesse escrevendo. Eis por que consegue escrever com facilidade." Uma vez: “Senhor não teria confundido com a palavra que significa "valor real"? Nesse caso, a segunda letra está errada." - Não, a letra está certa. Eu não quis dizer "valor real e sim "resultado real", - disse Meishu-Sama. E me repreendeu: "De qualquer forma, limite-se a passar a limpo como eu escrevi; estou criando uma nova civilização, por isso uso neologismos que não constam no dicionário. Aliás, vocês pronunciam a palavra Johrei constantemente, como se fosse uma palavra muito comum, mas esse termo não consta em nenhum dicionário, sabia?”. Em vista disso, na segunda vez que o fato ocorreu, apesar de ter anotado o erro, reproduzi exatamente o que Meishu-Sama escrevera. Momentos depois que lhe entreguei o artigo ele me chamou e, sorrindo, disse: - "A verdade é que dessa vez eu quis ver até que ponto você está obedecendo àquilo que eu lhe disse

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quando me perguntou o significado da palavra "shinka". Premeditadamente empreguei uma palavra errada. Fiz um teste para ver se você passaria a limpo obedientemente ou viria retrucar, dizendo que a palavra estava errada. Como você deixou do jeito que eu escrevi, está aprovado." Essas palavras fizeram com que eu me sentisse bem pequenino.” Determinava para que lessem muitas vezes os seus ensinamentos: “Às vezes as pessoas me fazem perguntas sobre assuntos que estão bem claros nos meus Ensinamentos. Isso acontece porque elas estão faltando com o dever diário de lê-los. Os Ensinamentos devem ser lidos tanto quanto possível; quanto mais os lerem, mais os fiéis aprofundarão sua fé e elevarão seu espírito. Aqueles que negligenciam sua leitura vão perdendo a força gradativamente. Quanto mais sólida for sua fé, mais a pessoa terá vontade de ler, e é bom que o faça repetidas vezes, até que se fixem bem em sua mente. Na medida em que se lê, vai se compreendendo mais claramente a Vontade Divina.” Explicava mais profundamente porque isso deveria ser feito: “Os textos refletem, através das letras o pensamento da pessoa que o escreveu, o qual é transmitido para o pensamento de quem lê. Consequentemente, tudo aquilo que eu escrevi, guiado pela Vontade Divina, irradia a Luz de Deus para o leitor. Podemos dizer que este recebe Johrei através dos olhos, pela Luz irradiada das letras. Assim, quanto mais a pessoa lê, mais aprofunda sua fé, e mais purificado vai ficando seu espírito. Quanto mais a fé ganha plenitude, mais irrefreável é a vontade de ler. Por isso, é bom que leiam meus Ensinamentos muitas vezes, até os assimilarem bem.” Lê-lo com atenção: “Você tem lido meus os meus Ensinamentos? Tudo que eu digo e faço, está escrito neles. Cometer uma falha como essa

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significa ainda que lhe falta leitura. Leia com toda atenção pelo menos trinta minutos por dia!” Com objetivo de praticá-los: - Você está lendo? - Sim, estou. - Está lendo mesmo? Com que lugar do corpo você lê? - Leio com os olhos. - Isso significa que você está lendo com a cabeça, não? - É sim senhor. - Não adianta ler com a cabeça! Leia avidamente com o coração! Vendo suas atitudes, não parece que você está lendo de fato. Não há nada que deixe transparecer isso. Eles devem ser lidos para serem praticados e não apenas por ler.” Meishu-Sama diz de quem é a tarefa de sistematização de seus ensinamentos: “A Bíblia foi escrita posteriormente. Assim também, eu prego de acordo com a ocasião, mas quem vai organizar meus Ensinamentos são vocês. Portanto, não há necessidade de me ficarem fazendo perguntas a toda hora. Os jovens, daqui para frente, precisam compreender bem os Ensinamentos. Se não assimilarem sua natureza ideológica, não conseguirão realizar bons trabalhos.” Nidai-Sama escrevendo sobre os ensinamentos de Meishu-Sama declara que o Fundador possui o dom de manobrar o poder de expressão, ora shojo, ora daijo: “Meishu-Sama possuía um dom singular para expor a Verdade, baseando-se por vezes, no princípio "Shojo" e de outras, guiando as pessoas pelo caminho "Daijo". Utilizava-se de uma variedade infinita de processos em seus métodos de explanação, de acordo com o tempo, a situação, a natureza do indivíduo e o nível de compreensão. Com sua excepcional perspicácia no uso da palavra, Meishu-Sama manobrava o poder de expressão.” Isso porque: “Um dos Ensinamentos de Meishu-Sama diz: "Nos mais altos níveis de compreensão espiritual, podemos tanto ir para a direita como para a esquerda, conforme Deus abre o caminho."

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Meishu-Sama estava indicando a importância de aceitar totalmente qualquer direção que Deus escolheu para nós.” Diz também que estes ensinamentos possibilitam agradecer o Fundador: “Agradecer a Meishu-Sama por nos mostrar o caminho da verdade é viver os Ensinamentos pelos quais ele alicerçou sua vida.” Permitem atingir os degraus no processo espiritual: “Permitam-me lembrar-lhes, entretanto, que o despertar do poder de Deus pelo Johrei, é apenas o primeiro degrau. Há muitos outros degraus no processo espiritual. Através do estudo e da prática dos Ensinamentos de Meishu-Sama sobre a Nova Era, podemos atingir cada um deles.” Proporcionam um padrão de sempre correto viver: “Meishu-Sama ensinava o que praticava. Vivia perenemente de acordo com tudo o que cria. Tudo o que ele escrevia era resultado da sua própria aprendizagem e experiência. Seus ensinamentos proporcionam um padrão de sempre correto viver. Enquanto as coisas andam suavemente, todos aparentamos firme fé. As diferenças dos níveis de compreensão começam a aparecer quando nos defrontamos com dificuldades e problemas. Queixar-se de situação difícil, e demonstrar derrota, é carência básica de compreensão e fé não suficientemente alicerçada. Meishu-Sama era homem de convicções e de ação. Nós não podemos alcançar o seu nível da noite para o dia, mas é importante a nossa aspiração em alcançá-lo. Com isto em mente, urge estudar os seus Ensinamentos desveladamente e praticar as verdades que encerram cada dia de nossas vidas.” No que se refere aos jornais da Igreja: “Observando a redação de nosso jornal, poderão compreender isso muito bem. Os crimes ou aspectos negativos da sociedade jamais são explorados de forma sensacionalista.

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Dessa forma, despertamos a sociedade e reafirmamos a absoluta rejeição do mal. Talvez seja uma posição muito natural para um jornal religioso, mas, se publicações desse tipo contiverem simplesmente artigos semelhantes a sermões, como se estivessem mastigando vela, não sendo lidas. Como essas publicações são infrutíferas, o nosso jornal, mesmo que se trate de um pequeno comentário, publica artigos que toquem a fundo o coração dos leitores. Publica, também, teorias novas, que raramente são apresentadas. É assim que ele atrai as atenções. Além disso, através do “suntetsu” (sátira curta e incisiva), fazendo com que os leitores consigam captar o ponto vital das coisas. Principalmente os relatos de graças recebidas, que são artigos característicos de nosso jornal e representam fatos verídicos - recentes milagres de valiosas vidas que foram salvas - nunca deixam de ser lidos. Os leitores ficam maravilhados e talvez não haja um só que não se comova. Como podemos ver, talvez não exista atualmente um jornal igual ao nosso, que rejeita o mal e inspira fortemente o bem. Podemos, portanto, dizer que, mesmo em pequena escala, ele é, uma existência de caráter luminoso cujo brilho é único, destacando-se pelo seu objetivo de melhorar o sentimento das pessoas.” Acerca das palestras. “Quando chegou a minha vez de subir ao palco, as palavras foram brotando e acabei falando sem me prender ao texto que havia preparado há muito.” Além de difundir a Fé através do Johrei e dos escritos, como vinha fazendo até ali, Meishu-Sama decidiu empenhar-se também na difusão direta, por meio de palestras. Em fevereiro de 1951, realizou a primeira com mais de quatro mil pessoas, ficando pessoas do lado de fora. “Para divulgar a nossa Religião, utilizamos até agora o Johrei e as publicações. Daqui em diante, também vamos difundi-la por meio de mesas-redondas e palestras em

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auditórios, nas mais diversas localidades. À difusão através da visão e da cura de doenças será acrescentado o método que alcança as pessoas pela audição. Utilizando esses três meios, poderemos operar grandiosos resultados. O novo método consiste em transmitir explicações morais sobre a Igreja, procurando mostrar que se trata de uma religião realmente fora do comum. Entretanto, para que nos compreendam, é necessário nós próprios termos profundo conhecimento sobre a Fé que professamos. Só assim faremos com que os nossos ouvintes, conscientes de que a Igreja Messiânica Mundial é de fato uma grande religião, tenham vontade de ingressar nela. Paralelamente a marcha do Plano Divino, pretendo publicar projetos mais recentes, elaborados sob a Orientação de Deus, os quais abrangem Política, Economia, Educação, etc. Através deles, os leitores poderão reconhecer a magnitude dos objetivos da Igreja Messiânica Mundial.” Interior e Exterior. “Freqüentemente, as pessoas me perguntam: Meishu-Sama, o senhor não vai vir para o interior?" Então, dou-lhes o exemplo do eixo de rodas. Digo que o eixo não pode se deslocar, e com isso elas entendem.” No entanto, passou a ir para o interior, realizando durante cerca de cinco anos viagens missionárias sempre para o oeste. Na primavera de 1951, Meishu-Sama fez sua primeira viagem missionária a Quioto. Ao sentir forte impressão desse local, ordenou que adquirissem um terreno naquelas proximidades. Então em 1952, foi anunciada a venda de um terreno, mas como se pedia um preço exorbitante, o assunto foi dado por encerrado. No entanto, em outubro desse mesmo ano, o proprietário precisou de dinheiro e o vendeu por um preço

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justo. Esse foi o evento de maior importância, ou seja, a aquisição do Solo Sagrado de Heian-Kyô (Terra da Tranqüilidade): Outro acontecimento: “Fui às cidades de Quioto e Nara, mas não despendi muito tempo. Sou muito rápido. As outras pessoas ficam todas atrapalhadas, mas eu consigo entender logo.” Um discípulo conta: “Por exemplo, quando ele visitou os velhos templos de Quioto, famosos pelas estátuas de Buda, ele passava rapidamente por aquelas que não tinham grande valor artístico, olhando-as apenas de relance. Quando, porém, deparava com uma verdadeira obra de arte, ele parava e a examinava avidamente, embora também não se detivesse por muito tempo. Penso que Meishu-Sama dava imenso valor às inspirações de fundo espiritual que recebia nesses momentos. Numa dessas excursões, visitamos o Templo ShinYakushi, em Nara. No interior do templo, Meishu-Sama começou a examinar as famosas estátuas das Doze Divindades. Logo, ele apontou uma dessas figurasse disse: "Esta é diferente." Daquelas doze estátuas, onze foram consideradas tesouros nacionais, mas a décima segunda foi feita para substituir a original que se perdera. Embora se tratasse da primeira vez que as via e estivesse meio escuro no pátio, Meishu-Sama imediatamente verificou que essa era apenas uma réplica.” Um discípulo conta esse ocorrido: “Num mês de 1953, quando visitava a região dos Estados de Koti e Hiroshima fazendo difusão, sofri muito com uma purificação na parte superior da cabeça. Então, pensei, na próxima vez que for receber Johrei, vou pedir a Meishu-Sama que ministre nessa região. Assim, quatro ou cinco dias antes, já vinha orando nesse sentido.

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Entretanto, quando me sentei diante dele e abaixei a cabeça pedindo o seu Johrei, Meishu-Sama puxou-me para mais perto e, pondo a sua mão esquerda na região occipital, ministrou com a mão direita, justamente na parte superior da cabeça. Como foi algo muito certeiro, sem querer dei um sorriso. Meishu-Sama perguntou-me o que havia acontecido e respondi-lhe: “Sim, como há quatro ou cinco dias minha cabeça não estava bem, vinha pensando em pedir-lhe Johrei, especialmente nessa região. Porém, antes mesmo de pedir, o senhor pôs a sua mão no local certo e ministrou-me Johrei imediatamente. Por isso espantei-me. Então, Meishu-Sama disse-me: “Através do seu pensamento, Deus fica sabendo de tudo com antecedência”.” Em 1953, utilizou a Shunju-An (Vila Primavera-Outono), uma casa de 228 metros quadrados, que foi o local onde ele empenhou-se na orientação aos ministros. Bem como, utilizou a Tihan-Tei (Vila Beira do Lago), com 298 metros quadrados, que foi um lugar de aprimoramento para os fiéis. Em 11 de maio deste ano diria: “Agora, torna-se necessário que eu fale a meu respeito. Como todos sabem, escolhi três locais para Solo Sagrado Hakone, Atami e Quioto, no Japão. — lugares extremamente aprazíveis, onde estou construindo, atualmente, um pequeno protótipo do Paraíso Terrestre. Meu objetivo é criar um ambiente paradisíaco cujas características internas e externas estejam harmonizadas: enormes jardins com a beleza das montanhas e das águas, um palácio das belas-artes, construções inéditas entre as religiões, etc. Dedico-me, também, ao desenvolvimento revolucionário da medicina e da agricultura; além disso, através de infinitos e fabulosos milagres, empenho-me em fazer com que o homem se conscientize da existência de Deus. Enfim, faço difusão religiosa por métodos ainda não explorados, ainda não utilizados por nenhum homem.”

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Certa vez, em suas viagens missionárias, um devoto de outra religião recebeu Ordem do Alto para servir a Meishu-Sama: “Um homem Divino virá aqui. Esse lugar é pouco freqüentado e está muito sujo; vá até lá e faça limpeza.” Meishu-Sama quando lá chegou: “Quando me coloquei diante da Imagem de Kannon, a energia espiritual de que ela emanava começou a penetrar em mim. Era uma sensação inexprimível e eu tive vontade de chorar. Isso significa que há muito tempo Kannon estava esperando por aquele momento. De fato, para os deuses também existe o tempo certo. Até que este chegue, eles nada podem fazer, Kannon esperava pelo tempo certo naquele templo.” [alguém em estado de união com Deus] A última viagem em 1954, quando todos estavam preocupados para que não chovesse: “O Deus Dragão, que é dominador da chuva, fará com que tudo corra bem.” E assim foi feito, um Sol bem fraco começou a raiar. Nidai-Sama conta a respeito da estadia de Meishu-Sama no Templo Muroji: - Nosso Líder Espiritual deseja visitar o templo, seria recebido no salão nobre? - Para os senhores ele pode ser um Líder Espiritual muito importante, mas nós só poderemos deixá-lo entrar no salão se o reconhecermos digno dessa honraria. - [No dia combinado, quando Meishu-Sama chegou ao templo, o Bonzo Responsável foi recepcioná-lo vestido cerimoniosamente e, além de encaminhá-lo ao salão nobre, tratou-o com a maior gentileza possível. Achando isso estranho, perguntaram a razão e obtiveram a seguinte explicação:] Naquela noite, Meishu-Sama revelou uma parte do mistério que ocorrera: “Eu estive muito contente o dia todo e talvez ninguém entenda minha alegria. A chuva que hoje caiu foi mandada pelos dragões. Eles querem ajudar a Deus na construção do Mundo de

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Miroku, entretanto, na condição de dragão, não o conseguem. Para tanto, precisam voltar à sua qualificação divina original, o que só conseguirão banhando-se de Luz. Assim, hoje, aproveitando minha vinda a este lugar, milhares de dragões expressaram sua gratidão com a chuva que caía à frente do meu carro. Essa gratidão é transmitida a mim, e por isso me sinto tão feliz que não consigo conter as lágrimas.” [os dragões assumem em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes, podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força, ou simplesmente feras destruidoras. Na cultura chinesa antiga, os dragões possuíam um importante papel na revisão climática, pois eram considerados como os responsáveis pelas chuvas. Assim, era comum associar os dragões com a água e com a fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva para eles, mesmo que ainda fossem capazes de causar muita destruição quando enfurecido, criando grandes tempestades. Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino, o dragão Ryujin, por exemplo, era considerado o deus dos mares]. Um membro conta: “Este fato aconteceu no verão de 1954, durante a permanência de Meishu-Sama em Hakone, onde morávamos. Certo dia em que estava fora, minha mulher começou a sentir forte dor de cabeça e de dente a ponto de desesperá-la. Ministrou Johrei em si própria, mas a dor não cedia. Alguém a informou de que Meishu-Sama passaria em frente à nossa casa. Minha mulher conseguiu limpar a área externa da casa com a mão segurando a parte dolorida do rosto. Feito isso, postou-se do lado de fora à espera do carro de Meishu-Sama. Para espanto seu, no momento em que o carro passou defronte dela, aquela terrível dor desapareceu. Nem bem tinha entrado em casa e sentado, começou a sair pus e sangue da gengiva, a inchação em torno do pescoço diminuiu e a dor de cabeça desapareceu.

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Ela se sentiu tão bem que tudo dentro de casa se tornou mais bonito e agradável.” Meishu-Sama não foi ao exterior, mas fez difusão no exterior. Nos Estados Unidos: “Posteriormente, a linha de difusão deverá se estender aos Estados Unidos e demais países. Se não construir o Paraíso Terrestre nos Estados Unidos, a Igreja Messiânica Mundial não se tornará mundial. Mas é uma questão de tempo, pois se trata de uma concretização que está determinada. Depois será na Europa e em direção ao Oriente, em países tais como a China, a Índia e Birmânia”. As determinações são apresentadas às vezes diferentes: “Doravante buscarei, cada vez mais, o Ocidente. Irei primeiro à China e mais tarde chegarei à Europa.” A previsão de Meishu-Sama, de que seria fácil notar as falhas existentes por trás do esplendor da mais rica civilização material do mundo, se confirmou. Relatórios mostravam que o número de pessoas acometidas de câncer, doenças do coração e até tuberculose era cada vez maior na sociedade americana. Assim, editou a obra ‘Salvar os Estados Unidos’, título chamativo já que o Japão havia acabado de perder a guerra para este país, onde dizia: “O representante da cultura materialista - a cultura horizontal - é os Estados Unidos; o representante da cultura espiritualista - a cultura vertical - é o Japão. A união do vertical e do horizontal é que dará origem à verdadeira cultura. Assim sendo, a tarefa mais importante é unir a cultura americana e a japonesa.” Diante da dificuldade dos ministros, que iriam fazer difusão nos Estados Unidos, conseguirem permissão para entrar neste país: “Isso está acontecendo, obviamente, porque existe alguma coisa atrapalhando. Como se trata de uma grande transformação, pois é a primeira vez que a Verdadeira Luz será

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irradiada no Mundo Espiritual do Ocidente, a oposição de Satanás é terrível, sabe? Mas Deus já decidiu; por isso não há com que se preocupar. Com certeza é preciso esperar o próximo ano e a passagem do Dia do Início da Primavera, pois esse dia é um marco de grandes mudanças.” O que levar para este país: “Cada um tem uma missão. Você não precisa se preocupar com dinheiro. Lembre-se de que todas as riquezas do mundo pertencem a Deus. Para a Sede Ele envia a quantia necessária através de pessoas sinceras. Quando o tempo chegar e os fiéis começarem a entender a Verdade, será surpreendente. Ao invés de se ocupar dessas coisas, pense em salvar logo o mundo. Por isso, faça o que as pessoas estão querendo e tranqüilize-as. Compre logo um terreno, construa uma casa e mostre a elas, de forma concreta, que a Oferta de Gratidão estão sendo usada aí mesmo. Assim, elas verão que o nosso objetivo é salvar as criaturas, e não, juntar dinheiro.” Escutando as inúmeras vozes dos americanos que diziam: “A idéia e a filosofia de Meishu-Sama são maravilhosas, mas nós somos cristãos”, tornou-se claro que a forma de buscar Meishu-Sama estava limitada. Então se refletiu: “Não estaria terminando o tempo de apresentar Meishu-Sama ao mundo somente como simples Fundador de uma religião?” Na Argentina: “Ontem também recebi uma carta de uma pessoa da Argentina, datada de junho deste ano. Como ela desejava a Salvação a qualquer custo, eu lhe enviara, anteriormente, o "Ohikari" e os Ensinamentos. Segundo a carta, ela começou a servir com grande fervor e creio que, brevemente, a Obra Divina irá se expandir também naquele país, Nesse caso, o melhor é fazer difusão através de correspondência. É muito difícil ir sempre a um local tão longe. Por isso, posteriormente, quando lá forem formados membros por correspondência, um dia,

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teremos que enviar alguém; tendo esse tipo de preparação, depois fica mais fácil.” “Esta forma de orientar as pessoas distantes através de cartas [A partir de agora, a divulgação dos Ensinamentos vai ser feita através de e-mails que serão enviados pela internet ao mundo todo] me parece a mais adequada, pois torna muito dispendioso viajar para longe, toda vez que alguém necessita de ajuda. Se, porém, aumentar bastante o número de membros devido à orientação por correspondência, vou, logo mais, enviar um representante que, ao chegar, já encontrará pessoas capacitadas a recebê-lo cordialmente, Assim o seu trabalho junto ao grupo será mais ameno e aceito com alegria. Eu acho essa a maneira mais diplomática de realizar a Obra Divina, porque tudo estará sendo feito dentro de uma lógica. E toda vez que agirmos de acordo com a lei, Deus estará predisposto a ajudar sem exigir de nós sacrifício algum.” 3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama. De 1954 a 1955, ou seja, dos 71 aos 72 anos. Neste item se aborda: Vinda; Ascensão; Eternidade do Deus Homem. Vinda. Neste ponto: Purificação; Chegada do Messias; Convalescença. Purificação. Meishu-Sama: “No Ofudesaki, livro psicografado da Oomoto, está escrito que Kunitokotati no Mikoto vai aparecer no mundo material para julgar os vivos. Em outros textos, consta que até este momento, protegeu a humanidade, permanecendo oculto,

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mas agora vai surgir diante dela, iniciando assim o julgamento no mundo físico. (...) Hoje, 04 de fevereiro de 1954, é, portanto, o dia do início do julgamento final. Terrível para quem tem máculas (...), estarão mais aceleradas as doenças, e o mal causado pelas toxinas dos remédios ficará, cada vez, mais evidente.” Em 19 de abril de 1954, aos 71 anos, por volta das 14 horas, ocorreu um fato que ninguém previa. Enquanto que organizava as obras de arte que colecionara, Meishu-Sama sentiu-se mal repentinamente, caindo de cama com sintomas de derrame cerebral. Seu estado inspirava cuidados, mas no quinto dia já conseguia ficar sentado no leito. Sem condições de dar prosseguimento as atividades e muito atento a preocupação dos fiéis, Meishu-Sama mandou gravar uma mensagem para ser transmitida a eles. Dizendo que sua purificação fora determinada por Deus e tinha um importante significado na Obra Divina, pedia-lhes que continuassem dedicando com tranqüilidade. Durante essa purificação, Meishu-Sama passou dias seguidos com intensas dores na cabeça e nos pés, não conseguindo alimentar-se nem dormir à noite. No quinto dia, estava dormindo um sono leve, quando repentinamente acordou em prantos. Assustada uma tia de Yoshi, perguntou-lhe se estava se sentindo mal, ao que ele respondeu: “Não, não estou. É que acabei de ver a situação do Fim do Mundo. É bem pior do que eu imaginava e por isso me sinto muito triste. Afinal, quem mais sofre com destruição da humanidade é Deus, sabe?” Num texto messiânico intitulado “Mokiti Okada – Manual de Estudos” existe um escrito que diz no seu final “Este documento não pertence aos Ensinamentos de Meishu-Sama. Foi colocado aqui para estudos e comparações com o que nosso Mestre nos ensina sobre o Século XXI e Juízo Final” e diz no seu

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início “Segredo de Fátima – Por favor, repasse, mesmo que você não leia.” Ei-lo a seguir: “O que é sabido é que a Igreja Católica, na época, prometeu revelar o terceiro segredo [de Fátima – 3ª Profecia de Fátima] somente após a passagem das datas em questão (pelo menos isso fecha com este texto). E JÁ SE PASSARAM 88 ANOS DESDE A APARIÇÃO DE FÁTIMA! 1) Após o Papa Pio VI, haveria 12 papas que chegariam ao fim de seus papados: João Paulo II era o décimo segundo! 2) O papa que o precederia (o 11º) teria um período muito curto no papado (detalhe: o papado é vitalício): o Papa João Paulo I morreu um mês após ter sido eleito. 3) O 12º Papa teria um longo papado: João Paulo II ficou 27 anos no papado, de 1978-2005. O 3º papado mais longo da História. 4) O sucessor de João Paulo II, segundo a profecia, provocará uma revolução na própria Igreja Católica: (????) A IGREJA DEU PERMISSÃO DE REVELAR O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA. A igreja deu permissão de revelar aos fiéis uma parte da mensagem de Fátima. Maria, mãe de Jesus, apareceu a três crianças em 1917. Isto foi provado e manifestações extraordinárias ocorreram, sendo testemunhadas por dezenas de milhares de pessoas. Uma das meninas ainda vivia até recentemente; ela se chamava Lúcia (*Irmã Lúcia), freira que residia enclausurada em um convento na Europa. A irmã Lúcia deu a conhecer a mensagem primeiramente ao Papa Pio XII que, ao terminar de lê-la, estava tremendo, mas manteve a mensagem em segredo e não a deu ao conhecimento público. Ao tempo devido, também a leu o Papa João XXIII, que fez a mesma coisa. Eles agiram daquele modo porque sabiam que, quando revelado, isto causaria pânico mundial e desespero.

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Agora outra parte é revelada, NÃO PARA CAUSAR PÂNICO, MAS PORQUE AS PESSOAS DEVEM CONHECER ISTO PARA QUE SE PREPAREM. A Santa contou à Lúcia: “Veja, minha filha, eu mostrei para o mundo o que acontecerá entre os anos 1950 – 2001”. Os homens não estão pondo em prática os Mandamentos que Nosso Pai nos deu. Satã está dirigindo o mundo, semeando ódio e discórdia em todos os lugares. Os homens fabricaram armas mortais que destruirão o mundo em minutos, a metade da humanidade será horrorosamente destruída, a guerra começará. Contra Roma, haverá conflitos entre ordens religiosas. Deus permitirá que todos os fenômenos naturais, como a fumaça, o granizo, o frio, a água, o fogo, as inundações, os terremotos, o tempo inclemente, desastres terríveis e invernos extremamente frios, acabem pouco a pouco com a Terra; estas coisas de qualquer maneira acontecerão nas proximidades do ano 2.000. Esses que não querem acreditar, agora é tempo, a Mãe Sagrada da humanidade lhes fala. Pratique atos de caridade com seu próximo que necessita; dos que não se amam uns aos outros como meu Filho os tem amado. ALGUNS DESTES PODERÃO SOBREVIVER, mas eles quererão ter morrido, milhões destes perderão a vida em segundos. A classe de castigos que estão em frente a nós, na Terra, é inimaginável, e eles virão não há nenhuma dúvida. Nosso Senhor castigará duramente a quem não creia nele, aos que O rejeitam, e aqueles que não tiveram tempo para Ele. Eu chamo a todos que venham para meu Filho Jesus Cristo; Deus é ajuda para o mundo, mas todo aquele que não der testemunho de fidelidade e lealdade, este será destruído de forma terrível". O Padre Agustín, que reside em Fátima, diz que o Papa Paulo VI lhe deu permissão de visitar a irmã Lúcia, já que ela era monja de clausura, e não podia sair ou receber visitas. O

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Padre Agustín contou que ela o recebeu com o coração partido e lhe falou: ''Padre, Nossa Senhora está muito triste porque quase ninguém se interessou pela profecia dela em 1917; assim os bons têm que caminhar por uma estrada estreita e, deste modo, os maus irão por uma estrada larga que os levará diretamente à própria destruição; e me acredite, Padre, o castigo virá muito em breve. Muitas almas podem perder-se e muitas nações desaparecerão da Terra. Mas, apesar de tudo isso, se os homens meditarem, rezarem, levarem a término ações boas, o mundo poderá ser salvo. Caso contrário, se os homens insistirem em suas maldades, o mundo humano se perderá para sempre. Chegou o tempo para todos de transcrever a mensagem de Nossa Senhora para seus familiares, seus amigos, para os amigos deles e para o mundo inteiro. De começar a rezar, de elevar seus espíritos, de fazer penitências e de se sacrificar. Nós estamos a cerca de um minuto do último dia e a catástrofe se aproxima. Devido a isso, muitos que estão afastados se voltarão aos braços da Igreja de Jesus Cristo. Todos os países, Inglaterra, Rússia, China, etc., todos os religiosos, os protestantes, os espíritas, os muçulmanos, os budistas e os judeus. Todos regressarão, adorarão e crerão em Deus, em seu enviado Jesus Cristo e em sua Santa mãe. Mas o que nós devemos esperar? Em todos os lugares se fala de paz e tranqüilidade, mas o castigo virá. UM HOMEM EM UMA POSIÇÃO MUITO ALTA SERÁ ASSASSINADO E ISTO CAUSARÁ A GUERRA. UMA ARMADA PODEROSA CAMINHARÁ ATRAVÉS DA EUROPA E A GUERRA NUCLEAR COMEÇARÁ Esta guerra destruirá tudo, a escuridão cairá sobre a Terra durante 72 horas (três dias). Apenas uma terça parte da humanidade sobreviverá a estas 72 horas de escuridão e terror e começará a viver em uma era nova; serão as pessoas boas. Em uma noite muito fria, 10 minutos antes da meia-

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noite, UM GRANDE TERREMOTO sacudirá a Terra durante 8 horas. Este será o terceiro sinal de que Deus é quem governa a Terra. Os bons, aqueles que propagarem esta mensagem, a profecia da Santa Mãe Maria anunciada em Fátima, não DEVEM TEMER, não TENHAM nenhum receio. O QUE FAZER? Ajoelhe-se e peça perdão a Deus. Não deixe a sua casa e não deixe ninguém estranho entrar. Porque só o bom não estará em poder do mal e sobreviverá à catástrofe. De forma que você deve se preparar e permanecer com vida; como meus filhos que são, lhes darei os seguintes sinais: A NOITE SERÁ EXTREMAMENTE FRIA; SOPRARÃO VENTOS MUITO FORTES; HAVERÁ MUITA ANGÚSTIA E EM POUCO TEMPO COMEÇARÁ UM GRANDE TERREMOTO, QUE FARÁ ESTREMECER TODA A TERRA. Em sua casa, feche portas e janelas e não fale com ninguém que não esteja em sua casa. Não olhe para fora, não seja curioso, porque esta é a ira do SENHOR. Acenda velas benditas, porque por três dias nenhuma outra luz se acenderá. O movimento da Terra será tão violento que moverá o eixo da Terra (23 a 20 graus); depois ela regressará à sua posição normal. Então uma escuridão absoluta e total cobrirá a Terra inteira. Todo espírito maligno andará solto, fazendo muito mal às almas que não quiseram escutar esta mensagem de advertência e para aqueles que não quiseram se arrepender. Que as almas benignas cristãs se lembrem de acender as velas santificadas, preparar um altar sagrado com um crucifixo para comunicar-se com Deus através de Seu Filho, e Lhe implorar Sua infinita misericórdia. Tudo estará escuro. Então, uma grande Cruz Mística aparecerá no céu, lembrando

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o precioso preço que o Seu Filho pagou por amor à humanidade e pela nossa redenção. Na casa a única coisa que poderá dar luz são as VELAS SANTIFICADAS de cera, que uma vez acesas nada poderá apagar até que terminem os três dias de escuridão. Todos também devem ter consigo ÁGUA BENTA (ou magnetizada), que aspergirão pela casa inteira, em especial nas portas e janelas. O Senhor protegerá as propriedades dos eleitos. Ajoelhem-se diante da cruz poderosa do Seu divino Filho, rezem com devoção e depois digam o seguinte: "OH DEUS, PERDOAI NOSSOS PECADOS, SALVANDO-NOS DO FOGO DO INFERNO, LEVE PARA SEU LADO TODAS AS ALMAS, ESPECIALMENTE AQUELAS MAIS NECESSITADAS DE TUA MISERICÓRDIA. DOCE MÃE MARIA, INTERCEDA POR NÓS! NÓS A AMAMOS, SALVA NOSSO MUNDO." Aqueles que acreditam nas palavras acima, levem essa mensagem aos demais. OS JUSTOS NÃO DEVERÃO TEMER NADA NO GRANDE DIA DO SENHOR. Falem com todas as almas agora, enquanto ainda há tempo; os que permanecem calados agora serão responsáveis pelo grande número de almas que se perderão pela ignorância. Quando a Terra já não mais tremer, aqueles que ainda não crerem em Nosso Senhor morrerão horrivelmente. O vento trará gases e os espalhará por toda a parte, não sairá o sol. Pode ser que você viva depois desta catástrofe. Não esqueça que o castigo de Deus é Sagrado e que, uma vez começado, não devem olhar para fora, por qualquer razão, já que Deus não quer que nenhum de seus filhos veja quando castigar os pecadores renitentes. Tudo isso está nas Escrituras Sagradas, veja no Novo Testamento: - S. Lucas (Capítulo 21, versos 5:11, 12:19, 20:20, 29:33)

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- Carta de S. Paulo (Capítulo 3, 8-14). - O profeta Isaías (cap. 40,1: 5:9). Deve-se entender que Deus permitirá que tudo isso aconteça. O Papa e os bispos estão esperando outra mensagem que falará de arrependimento e de oração. Lembre-se sempre que a palavra de Deus não é uma ameaça, mas uma boa notícia''. Por favor, reproduza esta folha e envie isto a quantos você conheça de forma que todos nós tenhamos oportunidade para arrependermo-nos e sobreviver. Nós não sabemos se aqueles que estão recebendo esta mensagem acreditam ou não Nele, mas pense que se Deus permitirá que chegue a eles é porque os quer, seja qual for sua religião. Se você não acredita nesta mensagem, pelo menos a envie para outros, não lhe custa nada, de modo que aqueles que acreditarem, tenham uma oportunidade para decidir por si mesmos. Lembre-se de que tudo isso pode ser evitado se colocarmos em prática os Dez Mandamentos que Nosso Senhor nos deu. São 10 coisas tão simples que se TODOS nós puséssemos em prática, poderíamos obter Seu perdão. A Irmã Lúcia faleceu em 11 de fevereiro de 2005. Desde os anos 20, já tem sido alertado que esta profecia seria cumprida após a morte dessa Irmã.” Para estudos e comparações se põe o que o Mestre ensina sobre Juízo Final e mais adiante, em 3.3., sobre o Século XXI. “(...) Deus não cria nada além do que é preciso. Tudo é criado e eliminado de acordo com as necessidades. Sendo essa a Verdade, que eu sempre afirmo, fica bem clara a minha missão, determinada pelos Céus. A mim é dado conhecer todos os mistérios, sendo-me atribuído, de maneira ilimitada, o poder da Inteligência Superior. Sob a Orientação Divina, estou trabalhando para levar esse fato ao conhecimento de toda a humanidade e edificar a nova cultura, a cultura ideal.

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Todavia, como o homem da atualidade possui uma inteligência muito desenvolvida, ele não iria aceitar que lhe dessem uma explicação de maneira simples como nos tempos antigos. Segundo a Vontade de Deus, é necessário mostrar-lhe milagres comprobatórios e, ao mesmo tempo, transmitir-lhe as teorias de forma que elas possam ser aceitas. É por essa razão que Ele faz ocorrer milagres em grande quantidade. Nesse sentido, por um lado apontam-se os erros; por outro, dão-se provas através de milagres. Sinto-me, portanto, extremamente grato e sensibilizado pela grandeza da Providência de Deus. Observando-se a Divina tarefa que no momento estou executando, não haverá qualquer margem para dúvidas sobre a veracidade de minhas palavras. Provavelmente a humanidade jamais sonhou com uma obra de tão grande porte e de absoluta salvação. Por conseguinte, se uma pessoa, tomando conhecimento dela, não consegue despertar, é porque é cega de alma e não tem possibilidade de ser salva pela eternidade. Além disso, se forem submetidos, no futuro próximo, ao supremo perigo representado pelo "Fim do Mundo", aqueles que não estiverem preparados serão tomados de pânico e irão se arrepender, mas aí já será demasiado tarde.” “Foi exatamente essa a advertência de Cristo [Arrependei-vos porque o Fim da Noite se aproxima], feita já há tantos anos, quando se referiu ao “Fim do Mundo”. Entretanto, até hoje os homens não entenderam o significado do Juízo Final, nem sabem a época em que vai ocorrer. Por essa razão, ainda não despertaram inteiramente. Agora, porém, em que o tempo, na realidade, se aproxima, Deus permite que eu soe um estridente alarme ao falar de modo claro sobre o verdadeiro sentido do “Grande Juízo”. Será um período de inúmeras transformações, tanto no mundo físico quanto espiritual, e também uma oportunidade durante a

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qual o imenso amor divino poderá salvar o maior número possível de pessoas, uma vez que Deus, como executor da grande mutação, terá em Suas Mãos o destino de toda a humanidade. Entretanto, para que a misericórdia suprema se manifeste, é preciso que os homens, desde já, se arrependam e se entreguem irrestritamente ao Criador, pedindo-Lhe perdão pela enorme carga de máculas acumuladas. É a única maneira de ultrapassarem ilesos essa fase. Não haverá outro caminho.” “Falarei um pouco sobre o Juízo Final. Seu ponto fundamental é que ele não passa de uma grande limpeza de âmbito mundial. Todos os pecados e impurezas acumulados durante um longo tempo deverão passar por um processo de purificação. Nesta ocasião, para aqueles que possuírem muitas máculas, não haverá outro caminho senão ser eliminados para sempre da face da Terra. É algo realmente horripilante. Resumindo, aqueles que ainda forem úteis no futuro serão poupados, mas todos os que não o forem, não terão salvação e serão liquidados.” “(...) Quanto mais pecados e impurezas a pessoa tiver em seu espírito, menos força ela terá para resistir à grande purificação e, portanto, para ela só existirá um destino: dar adeus de uma vez por todas a este mundo. (...)” “Acredito que, quem quer que seja, ao ver este título [“Virá uma época de grande pavor”], ficará surpreso. Quanto aos membros, talvez nem tanto, mas as pessoas que o virem pela primeira vez certamente se assustarão. Já venho me referindo ao presente assunto há muito tempo, em várias oportunidades. Mas, como essa época está bem mais próxima, desejo expor de forma mais minuciosa. Naturalmente, a cada dia, a cada mês, a purificação está se intensificando no Mundo Espiritual; creio que, num futuro bem próximo, as pessoas da sociedade em geral se

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verão perdidas. Por isso, recentemente, conjeturando sobre a necessidade de esclarecermos sobre o assunto, comecei a escrever um livro sobre a reforma da Medicina. Acredito que os fiéis já estão deveras cientes, mas, atualmente, todas as pessoas possuem toxinas proveniente dos medicamentos em grande quantidade, a ponto de nos deixar assustado. Sinto que, quanto mais compreendemos sobre isso, maior se torna o nosso pavor. Mesmo assim, ao observar a sociedade atual, há muitas pessoas que estão trabalhando ativamente como se fossem pessoas extremamente saudáveis. Quando observamos superficialmente, não podemos imaginar que está para chegar uma época tão pavorosa. Portanto, creio que não só as pessoas não-membros, mas também os membros mais recentes terão dificuldades em acreditar nesse advento. Na realidade, aqueles que aparentam ser mais saudáveis correm maior risco, pois possuem grande quantidade de toxinas medicinais fortemente solidificadas. Portanto, com a chegada da referida época, principalmente essas pessoas sofrerão uma purificação geral em decorrência dessas toxinas. Devemos compreender que, assim, tais pessoas estarão entre aquelas que serão as primeiras atingidas pela referida purificação. Venho afirmando a mais de vinte anos que a origem da doença são as toxinas produzidas pelos remédios; no início, a maioria das pessoas não acreditava, mas, à medida que elas vão se tornando veteranas, a sua convicção sobre isso vai aumentando. O fato de não acreditar é admissível, pois desde antigamente, desde os tempos dos ancestrais, tem-se assim dito e, por isso, tornou-se lógico que “a doença é curada pelo médico e pelo remédio”. Assim, podemos afirmar que não existem pessoas que consigam compreender totalmente com apenas uma ou duas explicações. Mas, ultimamente, parece

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que elas começaram a compreender mais rapidamente, e isso significa que houve certa mudança na maneira de ver a nossa Igreja. Mas, como afirmei anteriormente, se a purificação se intensifica gradativamente, é natural que o número de pessoas que a compreendem também irá aumentar na mesma proporção. Isto porque, a cada dia, o método de solidificação empregado pela Medicina irá perdendo o seu efeito. Em contrapartida, como o Johrei é um método de dissolução - o oposto - significa que o tempo se aliará ao Johrei. Dessa forma, o número de doentes aumentará cada vez mais; surgirão também vários novos tipos de doenças e os médicos não saberão mais o que fazer; eles ficarão, obviamente, num beco sem saída. Os remédios e injeções que até agora eram prontamente eficazes, além de passarem a não surtir nenhum efeito, se tornarão o oposto. Portanto, virá uma época de pavor em que, quando o médico puser a mão, a pessoa poderá ter a sua doença agravada e chegar até a perder a vida. Se isso começar a acontecer, tanto o governo, os profissionais e as pessoas em geral compreenderão o verdadeiro sentido da Medicina e acabarão por boicotar o tratamento médico, o que se tornará realmente um grande problema. Assim sendo, eles não poderão deixar de respeitar a tese da nossa Igreja e de, ao mesmo tempo, dizer: "Sinto muito por ter acatado naquela ocasião a tese da Igreja Messiânica Mundial como algo estranho e por ter falado mal da mesma", acabando, finalmente, por despertar. Quando isso acontecer, ninguém desejará perder a vida e todos os povos, naturalmente, virão em grande número em busca de salvação. Como isso ocorrerá de uma só vez, não será nada fácil para nós. Mas, enquanto as circunstâncias assim o permitirem, poderemos salvá-los. Entretanto, como não poderemos salvar todas as pessoas, as que se afastarem

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de nós, infelizmente, não terão outra escolha, a não ser arcar com a própria atitude tomada. Há um Ensinamento da religião Oomoto: "Não adianta recorrer a Deus quando chegar o momento decisivo, pois será tarde demais. Para as pessoas que não ouvem com atenção, no dia-a-dia, as palavras de Deus, Ele não poderá, naquele instante, dar-lhes a devida atenção e, assim, nada poderá ser feito. A devoção "de última hora” será tarde". São palavras implacáveis, expressas em forma de epigrama. Está contido nessas afirmações exatamente aquilo que pretendo dizer. Há um outro Ensinamento: "Desta vez, o critério é mostrar, de uma forma diferente, a existência ou não de Deus neste mundo; por isso, quem quer que seja, se compreender que Deus existe, não poderá deixar de capitular". Como são severas essas palavras. Sinto-as penetrarem até os ossos. Há algo que, em geral, as pessoas deixam passar despercebido. Como se trata de outras religiões, sinto-me um tanto receoso, mas como o tempo está bem próximo, e como é para o bem da salvação da humanidade, achei necessário expor. Assim, decidi escrever. Devo dizer que as religiões de nada adiantarão para o Juízo Final que está se aproximando. Isto porque a maioria dos fundadores das religiões, além de não ter o poder de salvar o mundo, precisa se salvar e aos seus fiéis. Assim, ultimamente, eles têm vindo pedir-me seguidamente a salvação. Baseados nisso, vocês poderão compreender que eles realmente não possuem o poder de salvação. As várias religiões talvez tiveram a função de fazer com que o mundo continuasse a existir até os dias de hoje. Mas, já que finalmente estamos numa situação inédita, de grande transição, a cultura tradicional terá um destino catastrófico. Também será uma época de retorno de todas as Igrejas ao "UNO”; assim, todas as religiões formarão um grupo coeso e, centralizadas na nossa Igreja, colaborarão, não só na

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salvação do mundo, como também na construção do Paraíso Terrestre. Há ainda algo a esclarecer. No fim, ou a pessoa extingue-se, voltando as costas para a nossa Igreja, ou será salva, abraçando-a. Já que terá que escolher uma dessas duas alternativas, acho melhor que se decida desde já. Esta será também a tarefa de toda a humanidade num futuro próximo.” Cristo disse: "Arrependei-vos porque o Fim do Mundo se aproxima" e "Arrependei-vos porque está próximo o Reino do Céu". O verdadeiro significado dessas duas advertências nunca foi devidamente explicado, porque os tempos não eram chegados. Reinava a Era da Noite. Mas eis que finalmente chegou o tempo de anunciar o fim do Mundo da Noite e o que isto significa: uma transição para o Mundo do Dia. Cristo, ao falar em Fim do Mundo, referia-se ao fim da Noite. O Reino do Céu é uma alusão ao Mundo do Dia. Este mundo de trevas repleto de sofrimentos é simbolizado pela Noite. O Mundo do Dia será um mundo de alegria repleto de Luz, do qual terão sido eliminados todos os pecados, males e sofrimentos. O homem de fé, ao ouvir esta explicação, a aceitará prontamente. Mas o materialista destituído de fé não poderá compreendê-la. Pela ordem, a Transição da Noite para o Dia começou no reino de Yuguen, refletindo-se a seguir no Mundo Espiritual e, posteriormente, no Mundo Material. A primeira transição ocorreu no Mundo de Yuguen em 1881. A segunda transição ocorreu no Mundo Espiritual em 1931. A próxima transição, o início da grande mudança no Mundo Material, já está iminente. Em suma, estamos no alvorecer de um Novo Dia, aguardando o levantar do Sol no Céu Oriental. Durante o período da Noite, o Espírito da Água prevaleceu no Mundo Espiritual e o Espírito do Fogo ocupou um plano secundário. Com a entrada do Mundo do Dia, o

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Espírito do Fogo se tornará o principal e o Espírito da Água passará a ser secundário. Isto significa que haverá uma mudança das trevas para a claridade. Se a mudança se limitasse a isso, não haveria motivos para preocupação. Mas, em verdade, essa mudança produzirá uma transformação sem precedentes, acarretando um processo de destruição e criação, como o homem nunca antes experimentou. O Mundo Espiritual será purificado e isto refletirá no Mundo Material com o surgimento de grandes catástrofes, de proporções inimagináveis. À medida que o Espírito do Fogo se intensificar no Mundo Espiritual, aumentará cada vez mais a força purificadora. Conseqüentemente, o Bem e o Mal, o certo e o errado se tornarão cada vez mais nítidos, provocando uma purificação em toda a humanidade. Basicamente, as doenças humanas constituem uma ação purificadora provocada pelo Espírito do Fogo. Portanto, é natural que quem possua uma grande quantidade de impurezas no interior de seu corpo sofra purificações severas. Até hoje, as doenças operavam uma purificação lenta e não chegavam a ameaçar a vida. Mas no Fim do Mundo, as moléstias serão violentas, produzindo grandes e extremamente rápidas purificações. Dois ou três sintomas simultâneos - dor de cabeça, tosse, diarréia, etc. - não chegam a colocar a vida em risco. Mas quando se manifestarem simultaneamente sete ou oito sintomas, não haverá quem possa resistir. Os médicos não saberão decifrar a causa das doenças e a morte repentina será inevitável. Em conseqüência dessas grandes purificações que ameaçam a humanidade, virá um período de horror indescritível, em que a quantidade de vítimas será inumerável. Cristo advertiu a humanidade sobre estes fatos com as palavras do Juízo Final. Mas os homens, até hoje, não entenderam a verdade acerca do Juízo e do tempo em que

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este se daria, e por isto não puderam despertar verdadeiramente. Agora que o tempo finalmente se aproxima, Deus permite que eu escreva de modo concreto, para que o grande alarme seja dado. Este é o significado do Grande Juízo que se abaterá sobre a cabeça de toda a humanidade. Nesse tempo, através do grande Amor de Deus, serão salvos tantos quanto possível. Deus é o Executor do Grande Juízo e a vida dos seres humanos está em Suas mãos. E não haverá outro meio de atravessar essa penosa fase se não agarrando-se às mãos de Deus e pedindo para se perdoado. A menos que a grande carga de pecados da humanidade seja eliminada e purificada pela mão de Deus, não haverá outro caminho de salvação. Como executor desta salvação final, eu fui incumbido por Deus com a tarefa de soar o alarme. Quem tampar os ouvidos e não quiser escutar, escolhe o destino da autodestruição. E ainda que se arrependa no último momento, será tarde demais.” Chegada do Messias. Em maio de 1954, ocorreram transformações misteriosas no corpo físico do Meishu-Sama, entre as quais o aparecimento de cinco linhas verticais, nitidamente marcadas, na palma de sua mão esquerda, desde a ponta dos dedos até a base da mão. Um fisionomista chegou à seguinte conclusão: ‘significa a vinda do Messias’. Em 5 de junho, na primeira entrevista, confirma a chegada do Messias, o seu nascimento: “Fala-se sobre a vinda do Messias, não? Pois o Messias nasceu [parto de Deus que estava no ventre de Meishu-Sama]. Não são apenas palavras; é realidade mesmo. Eu próprio fiquei surpreso. E não se trata de renascer, mas de nascer novamente. É esquisito nascer depois de velho, mas o mais interessante é que minha pele ficou delicada como a pele de um bebê e, além

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disso, como podem constatar, surgiram-me estes cabelos pretos. Ao vê-los, o barbeiro disse que parecem cabelo de criança. Os fios brancos foram sumindo gradativamente e só nasciam fios pretos. [assemelha-se ao personagem do filme “O Estranho caso de Benjamin Burton]. Esse Messias tem a posição mais elevada na hierarquia do mundo. No Ocidente, ele é considerado o Rei dos Reis. Assim, a minha vinda se reveste da maior importância, pois, graças a ela, a humanidade será salva.” Dez dias depois, ou seja, em 15 de junho, foi solenemente realizada no Templo Messiânico a Cerimônia de Comemoração Provisória da Vinda do Messias. Nesse dia seu estado não era bom, tendo ele subido ao Altar com muito custo, ajudado por terceiros. Era a primeira vez que Meishu-Sama aparecia em público desde o início de sua purificação. Estava todo vestido de branco e fez uma saudação bem simples. Nessa oportunidade, o Presidente da Igreja comunicou aos mais de dez mil participantes a deliberação de chamá-lo, dali em diante, pelo nome de Meshia-Sama (Messias) e não mais Meishu-Sama. Assim cumpriu-se o que estava escrito na Oração Zenguem Sandji: Sesson Kanzeon, Deus Supremo, desceu ao nível de Bossatsu, chegou a Koomyo-Nyorai, depois Ooshin-Miroku e transformou-se em Guce no Mikami, no Deus da Purificação, no Messias Salvador. Convalescença. Enquanto convalescia, ocupava o seu tempo inspecionando o andamento da construção da Terra Divina, apreciando as obras do Museu de Arte, etc. Como tinha dificuldade de caminhar, usava uma cadeira de rodas. Devido às dores que sentia e à falta de apetite, Meshia-Sama estava abatido, mas seu entusiasmo pela Obra Divina era maior do que antes. Seu estado de saúde era oscilante:

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Por vezes: “Se eu continuar como estou, sem conseguir comer, em breve deixarei este mundo.” Por outras vezes: “Sinto que a minha mão direita é minha. É isso! É isso! Como é gratificante ter a permissão de dissolver este bolo assim tão rápido! Já era tempo, não? Logo vou ficar bom. [não no sentido de não morrer]” Meshia-Sama pegou um cigarro, abriu bem a boca e tentou segurá-lo com os lábios. Ao perceber sua dificuldade, sua esposa envergou a ponta do cigarro, de modo a facilitar-lhe o trabalho. Aproximando novamente o cigarro do rosto, ele conseguiu segurá-lo, com uma exclamação de alegria: “Que bom! Que bom!” Embora estivesse purificando, às vezes fazia humor ao orientar os dedicantes. Por exemplo, no dia 18 de setembro, quando se noticiava a aproximação de um tufão: - Ainda não há previsão sobre o tufão? - Eu estava pensando em lhe falar sobre isso neste momento. - De nada adianta ficar só pensando. Suponhamos que eu estou pensando em lhe dar um anel. Muito bem, agradeça pelo anel! - [Nessa hora, outro servidor, pegando apenas o final da conversa, falou:] Estou tão agradecido que não sei como lhe expressar minha gratidão. - E todos caíram na gargalhada. Dava rigorosas orientações, inclusive em sua esposa Yoshi. Por exemplo, no dia 28 de janeiro de 1955, encontrando papel colado numa caixa onde estava guardada uma peça de cerâmica japonesa: - O que está escrito aqui? - Não consigo ler. - E você [Yoshi]? - Não consigo ler ... Propriedade dos Akaboshi. - Você não pode tomar atitude leviana à toa, sem refletir, pois, assim, vão achá-lo um ser limitado. Se você agir sem pensar bem no que vai fazer, não se poderá dizer que é um grande personagem. É preciso estar sempre atento aos mínimos detalhes, para não deixar passar nada despercebido e, dessa forma, não dar margem a brechas. A família Akaboshi, de Kyushu, é muito

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famosa. Se você estivesse numa luta de espadas, teria perdido a máscara e o colete, e já não estaria vivo. É preciso não deixar nenhuma brecha por onde possam apertá-lo. No dia 11 de novembro de 1954, assim que foi concluído o Palácio de Cristal, disse: “Finalmente entramos no verdadeiro eixo da Obra Divina. Daqui para frente acontecerão muitos fatos estranhos, por isso não vacilem.” Naquele mesmo dia um fiel, que se tornou dirigente da Messiânica, descreveu: “Terminada a recepção, eu ia seguindo em direção ao Palácio de Cristal, pelo caminho íngreme situado do lado leste da Colina das Azaléias. Por causa das plantas, não conseguia enxergá-lo do lugar onde estava, mas, subitamente, ouvi gritarem: ‘Olhem! É Luz!...” Olhando para cima, vi, no centro do telhado do Palácio de Cristal e um pouco para a esquerda (lado do Templo Messiânico), uma Luz bem forte cujos raios, formando como que uma coluna, alcançavam o céu, brilhando ofuscadamente. Fiquei realmente impressionado. Os fiéis que me acompanhavam também puderam ver o fenômeno, o qual durou apenas alguns instantes, talvez dois minutos. Foi um breve espaço de tempo, mas ainda me lembro como se fosse hoje. O aspecto majestoso daquela Coluna de Luz era algo não só emocionante, mas irresistível, que fez com que eu me curvasse. Na ocasião, eu estava sofrendo muito, devido a um problema de relacionamento humano, mas, com o grande milagre ocorrido nesse dia, meu sofrimento voou para longe. E não foi só. Essa experiência é, até hoje, o sustentáculo de minha fé.” No Culto do Natalício do Fundador, em 23 de dezembro de 1954, aos 72 anos, ele esteve presente, o que já não acontecia desde a Cerimônia de Comemoração Provisória da Vinda do Messias, seis meses antes. Por aqueles dias seu estado

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físico era relativamente bom e, na véspera, ele chegara até ficar em pé sem ajuda de ninguém. No dia 25, falou: “Meu corpo começou a ganhar forças.” Yoshi elaborava o seguinte salmo para o culto dos 72 anos de Meshia-Sama: “Deitado, agora, No Solar da Nuvem Esmeralda, Aguardo em Silêncio O momento determinado pelos céus.” Ascensão. Neste ponto: Última Aparição em Público; Predição, Aviso e Morte; Sepultamento. Última Aparição Pública. Em 4 de fevereiro de 1955, no Culto do Início da Primavera, andando com suas próprias pernas, foi até o centro do palco do Templo Messiânico e fez a seguinte saudação: “Hoje depois de muito tempo, estou conseguindo dirigir estas palavras aos senhores. Gostaria de dizer muitas coisas, mas quando falo um pouco mais alto, sinto a cabeça estalar. Por isso, depois que me recuperar mais um pouco, pretendo falar bastante. Creio que não vai demorar muito. Peço que aguardem mais um pouco. [como seis dias depois ele falece, então isso ocorrerá nos mundos Espiritual e Divino onde seu espírito trabalhava concomitantemente]” Três dias depois, ou seja, 7 de fevereiro, sua purificação intensificou-se. Sentindo dores violentas, ele passou o dia inteiro na cama, descansando. Na tarde daquele mesmo dia, teve uma grande alegria: chegou-lhe às mãos o Pote de Glicínias em troca do tão amado Solar da Montanha Preciosa.

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Para se dar idéia do que representava este Solar para Meishu-Sama, eis o que diz Nidai-Sama: “Quando nos mudamos para Tamagawa e tomamos posse da propriedade, tivemos que conseguir um empréstimo. Naquela época, devido a um mal-entendido, o primeiro proprietário fez ao mesmo tempo, um contrato de venda ao senhor Keita Goto. Isso causou um problema legal, desenrolado num longo processo judicial que se prolongou até pouco antes da morte de Meishu-Sama. Socialmente, havia um bom relacionamento entre as famílias do Sr. Keita Goto e a nossa. As esposas se davam muito bem, mas devido ao problema jurídico que surgiu, houve um pequeno estremecimento na amizade. Graças a uma cerâmica de grande valor artístico chamado "O pote de glicínias", que foi fator decisivo na questão entre ambas, o longo processo foi resolvido amigavelmente, continuando entre as duas um bom relacionamento.” O que diz Kyoshu-Sama: “Penso que posso imaginar a surpresa e a alegria de Meishu-Sama no seu primeiro encontro com essa área, e como devia ter sido irresistivelmente forte seu desejo de conseguir esse pedaço de terra. Acredito mesmo agora, que não poderia haver lugar mais belo do que esse em toda a cidade de Tóquio. Meu coração ainda dói ao lembrar-me como Meishu-Sama se sentiu quando teve que se separar de Hozan-so, mesmo para adquirir o Pote de Glicínias do Sr. Goto.” Quando o Pote foi entregue em sua casa, ele estava sentado numa cadeira, olhando para o jardim. No momento em que tiraram a peça da caixa de madeira que a embalava, ficou admirando-o calado, com profunda emoção. À sua volta, havia um profundo silêncio. Naquela noite, quando foi dormir colocou o pote junto à sua cabeceira.

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Predição, Aviso e Morte. “Aconteceu no verão de 1954, no Solar de Contemplação da Montanha, em Hakone. Meshia-Sama apontou para o lugar onde hoje está seu mausoléu e disse: “Não tardará muito para que esse lugar seja minha moradia definitiva.” Pensei que ele se referia a uma nova residência que ali pretendesse construir. Agora verifico que se referia à sua morte, da qual já deveria estar ciente naquela ocasião. Certa vez, Meishu-Sama disse: "Eu falo a verdade de maneira simples, concisa e direta. Por isso é que muitas vezes as pessoas não chegam a entender.” Como, por exemplo, ao antecipar onde ficaria seu sepulcro: O local ideal para se avistar a letra Dai, que fica na montanha oposta, é onde existe um grande pé de olmo (em frente ao atual Sepulcro Sagrado). Quando forem preparar o terreno da colina, devem tomar por base a altura do pé de olmo." No dia 9 de fevereiro de 1955, o Setor de Meteorologia de Tóquio, registrou: “mudanças na pressão atmosférica. Estrondos não identificados.” À tarde, depois de ter dado instruções sobre a construção em Atami e reforma do anexo do Museu de Arte de Hakone, foi para a sala de visitas, onde ficou olhando para as velhas ameixeiras vermelhas e brancas, que estavam em pleno florir, e para as flores de cerejeiras. No silêncio do Solar da Nuvem Esmeralda, em cujo jardim batia o fraco Sol do início da primavera, que estaria pensando, enquanto apreciava as flores? A última crise do Meshia-Sama teve início exatamente nesse momento. Ele falou que estava sentindo algo anormal no peito e, quase carregado pelos dedicantes, foi levado para o quarto. Deitado na cama, dormia, acordava e voltava a dormir. Nesse ínterim, vez por outra, falava com Yoshi, mas suas palavras foram ficando espaçadas.

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No amanhecer do dia 10, Meshia-Sama entrou em coma. As 15h33 desse dia, ele encerrou sua vida de setenta e dois anos. Um pensamento sobre esta curta vida: “Na passagem de Meishu-Sama “Messias renovador dos três Reinos”, ele aponta que embora vivesse no Mundo Material, sua missão desenvolvia-se, concomitantemente, nos três Reinos. Isso quer dizer que o espírito de Meishu-Sama estava, ao mesmo tempo, trabalhando em três planos distintos – material, espiritual e divino -, exercendo uma missão de âmbito verdadeiramente universal. [daí, o que foi dito anteriormente “me recuperar mais um pouco”] Então, ao mesmo tempo em que o Mestre procurava despertar o nível terreno para a existência de Deus, os outros planos também precisavam da sua presença – onde lhe caberia o desempenho de outras tarefas que, por sua vez, também se refletiriam aqui no plano material. Pensa-se que esse tenha sido o motivo de sua partida tão rápida para o Mundo Divino.” Nidai-Sama também comenta: “Depois que Meishu-Sama ascendeu, um homem veio a mim e disse com pesar: “Eu pensei que Meishu-Sama vivesse muito mais tempo, até uma idade bem avançada; mas em vez disso ele teve uma vida curta.” Na verdade ele viveu menos anos do que a maioria das pessoas esperava, mas, mesmo assim, deixou atrás de si, um número imenso de feitos relevantes. Eu acredito que tudo isso vale por uma vida bastante longa.” Sepultamento. No dia 11, mês mais frio no Japão, seu corpo permanecia quente, e seus braços e pernas ainda estavam macios. Os dedicantes hesitavam em colocá-lo no caixão. Sepultar na Terra Divina sem cremar era proibido, pois esta ficava situada dentro de um Parque Nacional. Mas graças a

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um fiel, salvo pelo Johrei dos sofrimentos com os sintomas da radiação causada pela bomba atômica de Hiroshima, que trabalhava na sede da delegacia daquele Estado, obteve-se permissão para sepultar sem cremação. A obra de sepultura foi considerada impossível de ser realizada em número tão limitado de dias. Uma firma construtora recusou o serviço, dizendo que não poderia terminá-lo dentro do tempo estipulado. O local era uma colina cheia de árvores, a qual foi aplainada, soterrando-se as depressões com terra trazida de locais limpos. Os dedicantes venceram limites do tempo e do inverno, e construíram o sepulcro em três dias, de 14 a 17 de fevereiro. Eis um relato: “Trabalhamos realmente sem dormir e descansar. Quando penso naqueles dias, fico atônito, sem saber como pudemos agüentar. Até nós, que executamos a tarefa, não conseguimos acreditar, quando ela ficou pronta. Ao lembrar-me daquele momento, não posso conter as lágrimas.” Nidai-Sama parece captar a grandiosidade humana neste relato, ao escrever: “Meishu-Sama salientou que os seres humanos são, sem dúvida, as criaturas mais abençoadas na Terra. E é verdade.” No dia 17, às 2h da madrugada, apesar da temperatura abaixo de zero, realizou-se um Ofício Religioso diante do seu ataúde. No Templo Messiânico, os preparativos para o Culto de Ascensão já estava pronto. A cerimônia teve início às 9h com mais de dez mil presentes, inclusive personalidades representativas do mundo religioso, político, financeiro, artístico e cultural. As 11h, o ataúde foi levado para Hakone, onde foi realizado solenemente o Culto de Sepultamento, frente ao Sepulcro Sagrado, que acabava de ser construído. Assim, o corpo

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do Mestre ficou descansando eternamente nesse local, com a cabeça voltada para o nordeste e os pés para o sudoeste. Nidai-Sama, faleceu em janeiro de 1962 e está sepultada ao lado esquerdo de Meshia-Sama em outro Sepulcro sagrado. Eternidade do Deus Homem. Neste ponto: Irradiando Luz, Proteção e Orientação; Escrevam, Estudem e Pesquisem; Vindem. Irradiando Luz, Proteção e Orientação. Em 4 de outubro de 1952, numa entrevista com um jornalista, Meishu-Sama respondeu: - Apenas Meishu-Sama possui essa Bola (Bola de Luz)? - Sim. - Sendo assim, se por acaso daqui a cem anos, Meishu-Sama passar para o Mundo Espiritual, significa que essa Bola de Luz irá desaparecer?... - Mas, como emitirei a Luz do Mundo Espiritual, será igual. Ao contrário, ela será mais intensa, porque o corpo causa obstáculo. Daqui para frente será o Mundo do Espírito, o Mundo do Pensamento. Enquanto o corpo físico está em movimento, a ação é limitada. É quando o corpo já não se move é que dá para se fazer um grande trabalho. Ele explicou que a Luz do Deus-homem é intensa e difusa: “A Luz se multiplica milhares e milhares de vezes, sendo irradiada para qualquer lugar, por mais distante que seja. Constitui, portanto, um tesouro precioso. Falando de forma mais compreensível, o que irradia de mim, em suma, é uma granada de Luz. Obviamente, a diferença entre a minha granada e a granada comum é que esta mata, e a minha vivifica as pessoas; a comum é limitada, e a minha, ilimitada.”

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A Luz do Deus-homem, além de intensa e difusa, é instantânea. Em caso de extrema urgência, era bastante eles dizerem: “Grande Mestre, peço-lhe proteção.” “Publicaremos no próximo número do jornal “Eiko” quanto o Poder de Deus é maravilhoso; as experiências de fé do Havaí também são maravilhosas. Irão surgir sucessivos milagres que não ficarão aquém dos ocorridos no Japão. Em Los Angeles também houve milagres maravilhosos, cuja publicação provavelmente será no próximo número do jornal “Eiko”. Isso significa que mesmo eu estando aqui no Japão, a Luz está chegando até aquele lugar. Isso significa que o Poder de Deus é indiferente na questão de distância. Em suma, a Verdade é que ela supera o tempo e o espaço. Portanto, neste caso, significa estar superando o espaço; é como se estivesse acontecendo nas vizinhanças. O mesmo acontece com o tempo: é questão de instantes. Por isso, em breve, os americanos e até os africanos passarão a receber graças imediatas ao fazerem pedidos; dessa forma será preciso salvar o mundo inteiro.” “A obra de Messias é a Luz do Oriente.” “Quando a Luz do Messias irradiar todos os cantos da terra será a era de Deus.” Em 24/09/1953: “A Bola de Luz que existe em meu ventre já cresceu bastante. Ela tende a crescer rapidamente e quando ela atingir o mundo todo, será o Mundo de Miroku. Antes de crescer até esse ponto, as pessoas inúteis serão liquidadas. Por ora, ela é do tamanho deste salão (obs. Templo da Luz do Sol ), mas irá crescer rapidamente. Isso significa que, com o aumento do elemento fogo, a purificação ficará verdadeiramente forte. Assim sendo, a distinção entre o Bem e o Mal se processará naturalmente. Observando o mundo, ciente disso, daqui a dois ou três anos, poderão compreender com maior clareza.”

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Alguns dias antes da sua ascensão, dissera a Yoshi sobre a salvação do mundo: “Se, devido às circunstâncias da Obra Divina, eu vier a ascender, estarei protegendo-a do Mundo Espiritual. Por isso, aqui no Mundo Material, você deve dedicar-se à sagrada obra de salvação do mundo - a construção do Paraíso Terrestre.” Em tom bastante comovido, prosseguira: “Eu exigi muito de você, não foi?” Escrevam, Estudem e Pesquisem. Uma repórter estrangeira falando aos representantes de grandes jornais japoneses. - Os protótipos do Paraíso Terrestre de Hakone e Atami tornar-se-ão, no futuro, locais mundialmente famosos como as cataratas do Niágara. Tenho tido contato com diversas pessoas importantes do Japão, mas acho que o Sr. Meishu-Sama é a mais magnânima de todas. Por que vocês não escrevem isso em seus jornais? - Ali há algo que não é muito bom. - E que importância tem isso? É algo tão insignificante ... Quando se inicia uma grande obra, sempre se cometem falhas, e, às vezes, até se infringem as leis. Não é bom, mas é inevitável. Ao invés de nos atermos a esses detalhes, devemos pensar nos propósitos do Sr. Okada. Ele está declarando que vai construir o Paraíso Terrestre, isento de doença, miséria e conflito. Existe obra tão grandiosa como essa? Em verdade, não há outros exemplos em todo o mundo. Foi através do Sr. Okada que eu descobri a magnanimidade dos japoneses. Por que não escrevem isso em seus jornais. Nidai-Sama procurou escrever sobre seu esposo. Eis mais um de seus escritos:

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“Meishu-Sama nasceu com a grande missão de purificar o mundo através do “Johrei” no momento crítico em que a Terra está à beira da destruição. E ele dedicou sua vida a essa tarefa.” Kyoshu-Sama, também procurou escrever sobre seu pai. Eis o que ela nos conta no seu escrito Um Estado Celestial através do Servir: “Meishu-Sama na última parte de sua vida, parecia estar abençoado com saúde, plenitude e paz. A sua vida diária era mais ativa do que a de muitas pessoas mais jovens. Ele foi cercado de prosperidade material por causa do amor e da devoção dos adeptos que desejavam trazer-lhe todas as coisas boas. Havia paz e harmonia em sua família. Ele costumava dizer: “Eu penso que sou a pessoa mais feliz do mundo. Estou repleto de gratidão.” Também dizia: “A fim de ajudar os outros a encontrar o céu, eu próprio preciso viver no Céu.” Isso soa como se ele tivesse vivido sempre feliz, com facilidade em um ambiente celestial onde houvesse tudo que procurasse. Na realidade, não foi assim. Um dos seus poemas em forma “Waka” diz algo a respeito: “Até que o tempo chegue em que, realmente, Tenhamos o Paraíso sobre a Terra, Teremos que enfrentar severas tempestades E turbulentos mares.” Dificuldades inesperadas chegavam a Meishu-Sama uma após outra. Freqüentes vezes ele não tinha tempo para dormir. Ele estava, é verdade, amparado no setor material. Entretanto, como lhe coube a missão de construir a miniatura do Paraíso, incluindo museus de arte, necessitava de grandes somas de dinheiro e muitas vezes tiveram duros momentos para enfrentar as despesas. Houve pessoas, também, que sempre interrompiam o seu trabalho. Perseguiam a nossa Igreja e ele teve que enfrentar esse problema. Certamente, o seu estado celestial não era um

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“mar de rosas”. Entretanto, ele expressou o seu estado mental em um outro dos seus poemas “Waka”: “A minha mente é ampla e serena Porque trabalho somente para o bem Da humanidade, e do inteiro mundo.” Não importava quão ocupado estivesse ou quão difícil fosse a situação, ele encontrava verdadeira felicidade dedicando-se à humanidade em meio aos seus maiores sofrimentos. Feliz e amplamente adiantava a obra divina com todo o seu poder e energia. Estudem e pesquisem sobre Meishu-Sama, é a ordem que ele deixou: Quanto ao museu, ficará para o ano que vem. Creio que ele será comentado mundialmente, atraindo a atenção do mundo inteiro. A obra ainda está na metade, mas quando estiver totalmente concluída, causará assombro. Como resultado, surgirá esta pergunta: ‘Afinal de contas, o que é a Igreja Messiânica Mundial?’. Sabendo que se trata de uma Igreja dirigida por um indivíduo chamado Meishu-Sama, quererão saber quem é esse indivíduo. Assim, estou certo de que terá início uma pesquisa sobre ele.” Vindem. “Deus é Luz. Onde há Luz, existe paz, felicidade e alegria. Onde não há Luz e Claridade, Existe conflito, pobreza e doença. Vós que desejais Luz e Prosperidade, Vinde! Vinde e Louvais o nome de Deus; Assim sereis salvos!”

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3.3. Delineou o Século XXI. Neste item se aborda: Reflexão sobre Visão e o Despertar no Lar; Passeando pela Cidade; Outros Fatos. Reflexão sobre Visão e o Despertar no Lar. Neste ponto: Concretização da Nova Era; Despertador, Desjejum e Desvelar Jornal; Ambiente Amplo, Claro e Seguro. Concretização da Nova Era. “Refletindo sobre o que vira nesse dia, conclui que realmente o sonho da humanidade havia sido concretizado. Fiquei bastante comovido, achando que era a Utopia há tanto tempo idealizada por ela, e meu espírito de pesquisa aumentou de forma irrefreável, pois eu sentia necessidade de conhecer todos os aspectos da cultura da Nova Era. Primeiramente, resolvi pesquisar em silêncio. Acreditando, entretanto, que os leitores também desejam conhecer tudo sobre esse novo mundo, relatarei, pela ordem dos fatos, aquilo que fiquei sabendo.” Despertador, Desjejum e Desvelar Jornal. “Acordei às seis horas da manhã, ao som de uma música bem baixinha, que parecia sair do travesseiro. Ela foi ficando cada vez mais alta, e como eu não conseguia dormir, levantei-me. "Que Interessante! Um despertador acionado dentro do travesseiro!” - pensei eu. Lavei o rosto e tomei a refeição matinal, uma mescla dos hábitos japoneses e ocidentais: sopa de "misso", pão de arroz, um pouco de peixe e carne, verdura, café, chá verde etc. A composição [dos jornais] estava realmente muito bem feita. Os artigos não eram complexos e mal elaborados como acontecia nos jornais do passado, mas redigidos numa

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linguagem simples e precisa, restringindo-se unicamente ao necessário. Assim, gastava-se pouco tempo na leitura; percebia-se que havia cuidado para não cansar o leitor. Outra nota diferente em relação aos tempos antigos, era a grande quantidade de fotos: cinqüenta por cento de textos e cinqüenta por cento de fotos. A parte escrita era bem reduzida, por isso eu li o jornal todo em aproximadamente quinze minutos. Na página três, deparei com algo inesperado: quase não existiam artigos sobre crimes. Dava-se grande destaque à parte relativa às diversões; os artigos principais versavam sobre esporte, turismo, música, belas-artes, teatro, cinema e outras artes cênicas etc.” Ambiente Amplo, Claro e Seguro. “Terminei a leitura com muita boa disposição. E não era para menos, pois a janela era ampla e a sala estava bem clara. Não havia nenhuma instalação de segurança: explicaram-me que assaltantes e ladrões eram histórias do passado.” ● Passeando pela Cidade. Neste ponto: Ruas, Carros e Parques Públicos; Lojas e Diversões; Centros Comunitários e Turismo. Ruas, Carros e Parques Públicos. “Terminada a leitura do jornal, peguei o carro e sai. Estava muito bem vestido, mas fiquei surpreso com a beleza da cidade. Parecia um jardim. Achando estranho, olhei bem e notei que a rua parecia estar forrada com cortiço. Observando melhor, percebi tratar-se

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de um material elástico e bastante macio, que parecia ter sido preparado com a mistura de borracha e pó de serra. O silêncio era tão grande que não parecia estar-se numa metrópole. Que passeio agradável! Além do mais, se chovia, a água se infiltrava e por isso não se formava poças. Comecei a visita da cidade. Como era bela! Fiquei surpreendido ao ver árvores frutíferas enfileiradas entre a rua e a calçada, como acontecia antigamente com avenca cabelo-de-vênus e as plátanos. Havia figueiras, caquizeiros, ameixeiras e árvores mais baixas, como laranjeiras, pessegueiros e pereiras. No meio da rua existiam canteiros semelhantes aos de outrora, separando as duas mãos do trânsito; neles se enfileiravam árvores frondosas, cobertas de belas flores, e as bordas eram coloridas por todos os tipos de flores e plantas. Enquanto eu passava por elas, chegava a mim o perfume de uma flor que não consegui identificar. O que me pareceu mais bonito no passeio foi um caminho cheio de hortênsias, em determinado bairro, na extensão de uma milha. A segunda coisa mais bela foi o caminho que vinha em seguida, todo florido de dálias. Existia, também, um local onde se viam cachos de uvas pendurados nas duas calçadas das ruas, e latadas de glicínias cujas flores já haviam caído e que só tinham folhas. As mais diversas flores, todas abertas, exalavam um perfume agradável por toda parte, e as árvores estavam carregadas de todos os tipos de frutas. Em diversos pontos da cidade, havia pequenas casas de chá com mesas e cadeiras enfileiradas na beira das calçadas, a fim de que os transeuntes pudessem tomar bebidas simples apreciando as flores. Engraçado é que, além dos automóveis, não se via nenhum outro tipo de condução, o que não era de se admirar,

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pois os trens e os bondes trafegavam pelo subsolo; as ruas eram só para os automóveis. Estes não faziam nenhum barulho. Os carros trafegavam com pneus de borracha, e existiam dispositivos para isolar o som em volta das janelas e em toda parte, não havendo, pois, motivos para poluição sonora. A força motora que movimentava os carros era um minério do tamanho da ponta de um dedo. Algo realmente extraordinário, porque conseguia fazer com que um carro percorresse várias dezenas de milhas. Esse minério assemelhava-se ao urânio e ao plutônio, sendo uma aplicação do princípio da desintegração do átomo. Assim que entrei no carro, vi que não havia motorista. Nem era preciso, pois bastava o passageiro segurar uma barra com uma das mãos para o carro movimentar-se. É claro, porém, que algumas pessoas se davam o luxo de ter motorista. Cada bairro possuía um ou dois pequenos parques públicos, onde as crianças brincavam alegremente, e por isso a cidade também era o Paraíso das Crianças. Alguns jardins de flores tinham um lago artificial bem no centro, e o interessante é que, em sua superfície, boiavam nenúfares. Todas as plantas eram regadas várias vezes por dia, numa hora determinada. Havia um encanamento instalado em volta dos jardins: era um cinturão quadrado, de cimento, com um número infinito de orifícios. Bastava abrir a torneira para que, desses orifícios, saíssem jatos d’água, como os de um chafariz, molhando todo jardim.” Lojas e Diversões. “De carro, eu via as lojas da cidade, enfileiradas. Eram construções bem planejadas, cheias de beleza e altivez, proporcionando uma impressão muito agradável. As lojas um pouco maiores pareciam museus de artes. Aliás, não se via construções de mau gosto, de cores berrantes, pequenas como

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caixinhas de fósforo. Todos tinham janelas bem amplas e iluminação suave. A beleza da pintura e da escultura estava aplicada ao máximo. Olhando as vitrines das lojas, eu tinha a impressão de estar vendo uma exposição de belas-artes. Naquela cidade, até as lojas bem grandes conseguiam suprir as suas necessidades com apenas um ou dois funcionários, visto que as mercadorias tinham os preços remarcados e qualquer pessoa podia pegá-las e examiná-las. Se os fregueses ficavam satisfeitos com o preço e o folheto de explicação, depositava o dinheiro na caixa coletora, colocada à entrada da loja; o embrulho era feito automaticamente por uma máquina e, de acordo com o tamanho do objeto, era amarrado com um barbante, tornando-se fácil de carregar. Dessa forma, era realmente muito fácil fazer compras. Como sentisse fome, entrei num restaurante. Não se avistava nenhum garçom. De um lado da entrada estavam enfileirados pratos apetitosos, todos com uma identificação: A, B, C... Sentei-me num lugar desocupado e, olhando para a mesa, vi que era numerada. Depois, apertei um dos botões instalados no canto. Naturalmente, apertando o botão correspondente ao número da mesa e à identificação do prato, este aparecia imediatamente. Olhando com mais atenção, notei que no meio da mesa havia uma abertura mais ou menos do tamanho do prato, que por ali saia automaticamente. Assim, tudo que eu pedia subia logo em seguida. Não havia necessidade de nenhuma explicação; o serviço era muito rápido, muito agradável. Eu tinha ouvido falar que esse método já existia no século XX, mas me parecia inconcebível que estivesse tão aperfeiçoado. Obviamente, todas as bebidas saíam pela mesma abertura, mas as alcoólicas só apareciam até certo limite. Observando melhor, vi que havia mais um botão. Nele estava escrito: "Conta". "Ah, então se aperta esse botão..." Apertei. Imediatamente surgiu a notinha. Coloquei a quantia estipulada,

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e logo apareceu o recibo. Que facilidade! Fiquei satisfeito e não gastei muito tempo. Por isso, resolvi ir a um teatro. A quantidade de teatros era surpreendente. Qualquer cidade os possuía em tudo quanto é lugar, e, para meu espanto, o ingresso era muito barato. Imaginando que não haveria nenhum lucro, interpelei o gerente. Ele respondeu que todos os teatros eram administrados por milionários como obras sociais, e assim nem seria preciso cobrar ingresso. Não obstante, a construção e as instalações eram luxuosas, ostentando a maior beleza e boa qualidade. Não se permitia a entrada de espectadores além da quantidade de cadeiras, de modo que se podia assistir muito bem às representações. Quando entrei no cinema, estava havendo uma exibição cinematográfica curiosíssima. Exibiam-se dois filmes produzidos por uma companhia nipo-americana, um sobre os Estados Unidos e outro sobre o Japão. O primeiro era um filme histórico que retratava o período transcorrido desde a época em que os puritanos da Inglaterra foram para os Estados Unidos e começaram a desbravar a terra, até a Guerra da Independência. O segundo mostrava um personagem que poderíamos chamar de cientista religioso, o qual revolucionou a medicina e teve uma vida de lutas incessantes buscando solução para o problema da doença. Ambos os filmes eram muito interessantes. Ainda houve outro espetáculo, transmitido pela televisão, mas parecia uma peça representada em algum teatro. Como estava exausto, voltei para casa e fui dormir.” Centros Comunitários e Turismo. “O caso que se segue aconteceu no dia seguinte ao daquele passeio. Um vizinho meu convidou-me para ir a um lugar muito agradável, e eu o acompanhei sem hesitar. Mais ou menos no centro de certa cidade, existia um edifício surpreendentemente

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suntuoso. Dirigimo-nos para lá. Nela, havia teatro, restaurante, locais de diversão etc. Eu quis saber que edifício era aquele, e meu amigo me disse que era o centro comunitário, acrescentando que todas as cidades tinham um ou dois desses centros. Em seguida ele falou que uma vez por semana os membros se reuniam para trocar idéias. Naturalmente avaliavam propostas sobre o plano de expansão da cidade, higiene, diversões e outros setores, objetivando aumentar o bem-estar dos cidadãos. Primeiramente nos encaminhamos ao restaurante, onde saboreamos pratos deliciosos; a refeição era excelente, muito melhor que as do século anterior, em termos de beleza, sabor da comida e aroma das bebidas alcoólicas. Pelo que meu amigo contou, uma vez por semana havia o Dia da Felicidade, em que os membros se reuniam e passavam momentos aprazíveis, saboreando pratos apetitosos, ouvindo música e assistindo a representações teatrais e exibições de dança. Nessa ocasião, as danças e as músicas eram apresentadas, com grande altivez, por moças de todas as famílias da cidade, as quais treinavam estas artes habitualmente. Artistas profissionais e amadores faziam apresentações conjuntas. Todas as despesas com essa e outras atividades eram feitas pelos milionários da cidade, através das instituições sociais. Nesse novo mundo, era surpreendente a intensidade do turismo. Nos parques nacionais, nas regiões montanhosas, nas praias e em ilhas pitorescas de varias regiões havia um grande número de visitantes, provenientes de todos os países. Conseqüentemente, por mais afastado que fosse um lugar, o progresso cobria todas as distancias com trens elétricos, bondinhos aéreos e outros meios de transporte. As ferrovias e os meios de navegação eram magníficos e luxuosos; os preços, no entanto, eram bem baratos. Chegava a ser quase de graça. E não era de se admirar, pois tudo isso também se tornava possível graças à contribuição social dos milionários.

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Ouvi todas essas explicações durante o período de descanso, e nem preciso dizer que fiquei surpreso, não obstante tudo aquilo que já tinha visto.” Outros Fatos. Neste ponto: Eleição à Presidência Mundial; Controle do Tempo e Oásis Artificial; Iluminação. Eleição Presidencial. “Em primeiro lugar, li o jornal. Numa manchete da primeira página, anunciava-se a eleição do Presidente Mundial. O dia da eleição estava próximo. Publicavam-se os nomes e as fotos dos candidatos de diversos países: Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Vietnã, Japão, União Soviética (cujo nome era outro) e países da América do Sul. Parece que o candidato dos Estados Unidos era o preferido.” Controle do Tempo e Oásis Artificial. “Outro aspecto que me surpreendeu foi o tempo que também era controlável, podendo-se fazer sol ou chuva. Assim, se na manhã ou na tarde de certo dia da semana chovia, depois fazia bom tempo até determinado dia. O vento também estava controlado para soprar na proporção adequada em dias espaçados, sendo que, de vez em quando soprava um vento forte. Isso era inevitável, para que as arvores fortificassem suas raízes. A antiga expressão "de cinco em cinco dias ventar, de dez em dez chover" deve referir-se a essa época. Naturalmente, tudo decorria do progresso da Ciência. Nesse meu passeio pela cidade, vi algo interessante. Em diversos locais havia umas casinhas de vidro, semelhantes a caixas, onde se podiam ver desde árvores com folhas aculeiformes até árvores que apresentam sempre o mesmo

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aspecto, como pinheiros, cedros, ciprestes, lariços e outras. Nessas casas conservava-se a temperatura de mais ou menos dez graus centígrados; naturalmente, havia um aparelho de ar condicionado em cada uma. Era oásis artificiais para aqueles que transitavam pelos arredores, sob o Sol quente do verão. Em todos esses locais vi jovens realizando diversas atividades sob a orientação de um responsável, que tinha vasto conhecimento de botânica e fora selecionado entre os componentes da comissão de cada bairro.” Iluminação. “Enquanto eu fazia isso e aquilo, parecia que ia anoitecendo, mas não se sentia que já era noite. Aliás, não era para menos, pois nas ruas, em determinados espaços, existiam postes de iluminação a mercúrio. Os raios de luz eram diferentes dos que são emitidos pelas lâmpadas; muito mais claros, um brilho surpreendente. Parecia estar se recebendo a luz do Sol em plena tarde, e nenhuma das cores sofria modificação. Caros leitores, gostaria que imaginassem o aspecto da cidade que acabei de descrever.” Finalizando: “Por exemplo, uma árvore tem os galhos por ter o tronco, e a ordem seria salvar o tronco e, em seguida, os grandes galhos, os pequenos galhos e as folhas. Por isso, mesmo que se tente salvar as folhas depois do trono estar salvo, não dá certo porque a ordem está errada. Entre as pessoas da Igreja Messiânica Mundial eu sou a raiz e as pessoas da diretoria seriam mais para os grandes galhos; o tronco ainda não posso dizer quem é. Com os grandes

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galhos sendo salvos é que os galhos pequenos vão sendo salvos. Tentar salvar as folhas deixando-os de lado está em ordem errada e por isso elas não são salvas.”

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MESSIAS 1. FAMÍLIA, TRABALHO E FÉ. 1.1. Caseiro comum e admirável. ● Nascimento. Lugar e Tempo. Predição. Linhagem. Infância. Pobre Grato. Doente Inteligente e Altruísta. Pacífico Justo. Juventude. Doenças. Belas-Artes. Filosofia. 1.2. Empresário de loja de aviamentos. Loja de Miudeza. Falecimento Paterno. Sucesso com Honestidade. Sofrimento por Acidente. Loja de Atacado. Casamento Independente e Próspero. Sucesso com Altruísmo, Administração e Invenções. Sofrimentos por Dificuldades Financeiras. Ateísta Bondoso e Sofrido. Sentimentos Positivos de um Descrente. Sofrimentos por Doenças à Libertação dos Remédios. Falecimento dos Familiares e Segundo Matrimônio.

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1.3. Religioso da Oomoto. Conversão. Prejuízo e Entrada na Fé. Sofrimento e Afastamento. Mistérios, Sofrimentos e Retorno. Iluminação. Atuação direta de Deus como Kannon. Acontecimentos encerram vida empresarial. Transição da Era da Noite para Era do Dia e Johrei. Desligamento. Desentendimentos na Religião. Atarefado e exausto na Salvação. Finalmente a saída. 2. MESSIÂNICA. 2.1. Criador de uma Ultra-Religião. Fundação da Igreja. Imagem de Kannon e Oração Zenguen Sanji. Dai Nipon Kannon Kai e Kanzeon-Bossatsu [mais precisamente: Kannon de Mil Braços]. Publicações, Cursos de Iniciação e Ohikari. ● Pressões, milagres e espera do momento oportuno. Proibições e prisões. Benefícios inesperados. De mãos atadas. Vida no lar. Agricultura Natural. Segunda Guerra Mundial. Igrejas Kannon e Miroku. Vigilância e otimismo. Surgimentos. Reformulando Johrei e Imagem de Deus.

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2.2. Edificador de Solos Sagrados. Hakone. Significado. Milagres. Construções. Atami. Significado. Milagres. Construções. ● Quioto. 2.3. Revelador do seu Passado, Presente e Futuro. ● Individualidade. Kanzeon-Bossatsu e Kannon. Koomyo-Nyorai e Kannon de Mil Braços. Miroku San-E e Meishu-Sama. Messias e Miroku Oomikami. ● Personalidade. Sentimento de superioridade. Sensibilidade incomum de justiça. Agudeza de raciocínio. Certeza e rapidez nas decisões. Agilidade nas realizações. Valorização do tempo. Aversão a conversas repetitivas. Felicidade evidente. Sinceridade. Atenção ao bem-estar do próximo. Compaixão ante as lamúrias. Observador atento. Arrojado e comedido. ● Messias. O que é? Ele é um santo poderoso cuja missão é a de salvar o

mundo, satisfazendo dezoito condições. Quem é?

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Salva o mundo de que? Das mortes antinaturais e dos sofrimentos, principalmente das enfermidades.

Para que? Construir o Paraíso na Terra e não simplesmente salvar todos os seres da morte natural, purificação, máculas.

e) Com que? Colunas de salvação para remover a falsidade das mortes; Ensinamentos a fim de retirar a ignorância dos sofrimentos; Justiça no sentido de tornar desnecessária a necessidade de se adoecer; Dinheiro visando a enfraquecer o inferno na Terra;

f) Quais pessoas? Os dedicantes nas colunas de salvação, os intelectuais que entendem os ensinamentos, os integrantes das classes altas abastardas e artísticas, os ofertantes para construção do Paraíso na Terra.

3. MESSIÂNICA MUNDIAL. 3.1. Começou a usar o nome de Meishu-Sama. Igreja Messiânica Mundial. Investigação de Sonegação. Instituição e Senhor da Luz. Calamidades, Perseguição e Reforma. Mais do que Mensageiro Divino. Deus ou Ser Humano? União ou Separação com Deus? Difusão Mundial. Programação Diária. Johrei, Escritos e Palestras. Interior e Exterior. 3.2. Passou a ser chamado de Meshia-Sama. Vinda. Purificação. Chegada do Messias. Convalescença. Ascensão.

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Última Aparição Pública. Predição, Aviso e Morte. Sepultamento. Eternidade do Deus Homem. Irradiando Luz, Proteção e Orientação. Escrevam, Estudem e Pesquisem. Vindem. 3.3. Delineou o Século XXI. Reflexão sobre Visão e o Despertar no Lar. Concretização da Nova Era. Despertador, Desjejum e Desvelar Jornal. Ambiente Amplo, Claro e Seguro. ● Passeando pela Cidade. Ruas, Carros e Parques Públicos. Lojas e Diversões. Centros Comunitários e Turismo. Outros Fatos. Eleição Presidencial. Controle do Tempo e Oásis Artificial. Iluminação.

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