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1 APO STILA DE PO RTUGUÊS Prof.ªD enise A parecida 2012 Bons estudos! ORTOGRAFIA A ortografia é a parte da gramática que trata da escrita das palavras. Um conjunto de regras que estabelece como escrever as palavras de uma língua, empregar os sinais gráficos e pontuar adequadamente a escrita. Emprego das letras Emprega-se a letra Z: Em palavras derivadas de outras grafadas com z: juiz/ ajuizado Em substantivos abstratos femininos, derivados de adjetivos: flácido / flacidez belo / beleza Nas terminações –izar (verbos) e –ização(substantivos): capital / capitalizar / capitalização urbano / urbanizar / urbanização Emprega-se a letra S: Nos sufixos –ês, -esa, -isa, -osa, -oso e –ense: camponês / japonesa / sacerdotisa / bondosa / gostoso / paraense em palavras derivadas de outras que têm s no fim do radical: análise / analisar mesa / mesário em todas as formas dos verbos querer e pôr, que têm s: quis / quiseram pus / puseram em substantivos derivados de verbos terminados em –nder ou –ndir: pretender / pretensão expandir / expansão Emprega-se a letra X:

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Bons estudos!

ORTOGRAFIA

A ortografia é a parte da gramática que trata da escrita das palavras. Um conjunto de regras que estabelece como escrever as palavras de uma língua, empregar os sinais gráficos e pontuar adequadamente a escrita.

Emprego das letras

Emprega-se a letra Z:

Em palavras derivadas de outras grafadas com z:juiz / ajuizado

Em substantivos abstratos femininos, derivados de adjetivos:

flácido / flacidez belo / beleza

Nas terminações –izar (verbos) e –ização(substantivos):capital / capitalizar / capitalizaçãourbano / urbanizar / urbanização

Emprega-se a letra S:

Nos sufixos –ês, -esa, -isa, -osa, -oso e –ense:camponês / japonesa / sacerdotisa / bondosa / gostoso / paraense

em palavras derivadas de outras que têm s no fim do radical:análise / analisar mesa / mesário

em todas as formas dos verbos querer e pôr, que têm s:quis / quiseram pus / puseram

em substantivos derivados de verbos terminados em –nder ou –ndir:pretender / pretensão expandir / expansão

Emprega-se a letra X:

depois de ditongo:a-mei-xa / trou-xa

depois da sílaba inicial en-:enxame / enxaqueca

Exceções: Palavras derivadas de outras que terminam em ch:

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Bons estudos!

encharcar (de charco) enchente (de cheio) depois da sílaba me:

mexer / mexerico

Exceção: mecha (de cabelo)

Emprega-se a letra J:

em palavras derivadas de outras que já tenham j:laranjeira ( de laranja) granjeiro ( de granja)

nas formas dos verbos terminados em –jar e –jear:esbanjei (de esbanjar) gorjeia (de gorjear)

em vocábulos de origem ameríndia (sobretudo tupi) ou africana:maracujá / pajé

Emprega-se a letra g:

em vocábulos formados pelo sufixo –gem:ramagem / ferrugem

Exceções: pajem / lajem / lambujem

em vocábulos terminados em –ágo, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:pedágio / colégio / prestígio / relógio / refúgio

em vocábulos derivados de outros já grafados com g:ungir / ungido fingir / fingimento

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Bons estudos!Emprego das letras SS :

(Só é grafado entre vogais)

No Pretérito imperfeito de todos os verbos

Corrêssemos / cantássemos

Na terminação de superlativos Lindíssimo / fofíssima

Emprego da letra Ç:

(Só é grafado antes de a, o, u)

Nos verbos terminados em -ecer, -escer: anoiteça (de anoitecer) cresça ( de crescer)

Nos sufixos ação, aça, aço, iça, iço, uça, uço reação / ricaço / carniça / caniço / carapuça

Em palavras de origem árabe, indígena e africanaPaçoca / muçulmano / miçanga

Palavras Homônimas

São as palavras que tem a mesma pronúncia, mas são diferentes no significado.

Veja alguns exemplos:cela (cubículo) e sela (arreio), coser (costurar)e cozer (cozinhar), entre outros. Segue abaixo uma lista com os exemplos mais comuns:

ACENTO – sinal gráfico (acento agudo, circunflexo etc.), sotaque.ASSENTO - lugar para sentar. CAÇAR - perseguir animais.CASSAR – tornar sem efeito alguma decisão ou cargo.

CENSO – recenseamento, estudo sobre uma população.

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Bons estudos!SENSO – discernimento, juízo.

CESSÃO – ato de ceder.SEÇÃO – divisão, departamento.SESSÃO - reunião, assembléia ,repetição de um espetáculo no mesmo dia.

CONCERTO – composição de instrumentos, espetáculo musical.

CONSERTO – reparo, reforma.

ESTRATO – camada, nível.EXTRATO – produto da extração de alguma coisa (extrato de banco, extrato de tomate,etc.)

TACHAR – rotular, pôr defeito em alguma coisa ou alguém.TAXAR – regular preço, estipular valores.

VIAGEM – substantivo. Ato de ir de um a outro lugar.VIAJEM – uma das formas conjugadas do verbo “viajar”.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

As palavras podem ser classificadas, de acordo com a posição da sílaba tônica(pronúncia mais forte), em:

Oxítonas – tonicidade na última sílaba: café / sipó / português / funil / Niterói

Paroxítonas - tonicidade na penúltima sílaba:Difícil / carinho / baía / escola / brasileiro

Proparoxítonas – tonicidade na última sílaba:Mágico / escândalo / aritmética / lâmina / público

Observação: As sílabas são contadas da última para a primeira!

REGRAS BÁSICAS

Acentuam-se os monossílabos (palavras de uma sílaba) tônicos terminados em –a, -e, -o, seguidos ou não de s:

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Bons estudos!pá(s), pé(s), pó(s).

Acentuam-se as oxítonas terminadas em –a, -e, -o, seguidos ou não de s e as terminadas em –em (-ens):sofá(s) / café(s) / também / parabéns

Permanecem as oxítonas terminadas em ditongos abertos –éi, -éu, -ói, seguidos ou não d s: Fiéis / chapéu / céus / remói / sóis

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em -l, -r, -x, -n, -ps, -i, -is, -us, -um, -uns, -ã, -ãs, -ãos, -ãos, Ditongos orais: Útil / éter/ xérox / próton / fórceps / táxi / lápis / álbum / álbuns / ímã / órfãs / bênção / sótãos / cárie / árduo.

Acentua-se os –i, -u tônicos que formam hiato com a vogal anterior:Aí / cafeína / distribuí-lo / egoísta / faísca / saída / juízo / país / saía / saúde

*Atenção!Se o –i for seguido de -nh, não haverá acento:Rainha / bainha Também não haverá acento quando o –i, -u tônicos forem acompanhados deoutra letra que não seja o s:ruim / juiz

VERBOS TER E VIR

No presente do indicativo, a forma da terceira pessoa do plural é acentuada para diferenciá-la da forma da terceira pessoa do singular:

Ele tem / eles têm ele vem / eles vêm

Atenção!Os verbos derivados de ter e vir conservam a acentuação:

Ele mantém / eles mantêmEle provém / eles provêm

Hiato: Encontro de duas vogais em sílabas diferentes. Exemplos: sa/ú/de; pa/ís

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Bons estudos!

OUTROS CASOS DE ACORDO COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

-éi ; -ói perdem o acento quando formam sílaba tônica de palavras paroxítonas:

ideia / assembleia / joia / heroico

Não se acentuam os hiatos –ee, -oo, seguido ou não de s, nas palavras paroxítonas:creem / enjoo / voo

TREMA

O trema desaparece definitivamente das palavras na língua portuguesa. Permanece apenas nas originadas de outra língua.Ex.: Muller, mulleriano, Hubner, huberiano, Bröckelmann

ACENTOS DIFERENCIAIS

Perdem a acentuação para diferenciar as palavras homógrafas (diferentes no significado, e às vezes na pronúncia, mas iguais na escrita):

ANTES

Pára: verboPara: preposição

Pêlo: substantivoPélo: do verbo pelarPelo: preposição per + o

DEPOIS

Para: verboPara: preposição

Pelo: substantivoPelo: do verbo pelarPelo: preposição per + o

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Bons estudos! Permanece acentuada a 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo do

verbo poder (pôde) e o verbo pôr. Este último para diferenciar da preposição por.

Permanecem acentuadas as oxítonas terminadas em vogais tônicas i e u precedidas de ditongo.

Uso do acento facultativo (pode ser utilizado quando quiser):Dêmos (1ª pessoa do presente do subjuntivo do verbo “dar”) Fôrma (substantivo) – Ex.: Essa fôrma de bolo é grande.

HÍFEN

Usa-se:

1. Depois dos prefixos ante-, aero-, agro-, anti- arqui-, auto-, circum-, co-, contra-, eletro-, entre-, extra-, geo-, hidro-, bio-, hiper-, infra-, inter-, intra-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, sobre-, sub-, super-, supra-, tele-, ultra- etc.

a) Se a palavra seguinte iniciar por h.Anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-harmônico, extra-humano, pré-história, sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico, arqui-hipérbole, eletro-higrômetro, geo-história, neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.

Exceção: desumano, inumano, desumidificar, inábil.

b) Se a última vogal do prefixo coincidir com a primeira vogal da palavra seguinte.

Anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular, arqui-inimigo, auto-observação, eletro-ótica, semi-interno.

Exceção: o prefixo co- é uma exceção: cooperar, coordenar, coobrigação,coocupante.

Ditongo: Encontro de duas vogais na mesma sílaba. Exemplos: Pi/au/í ; tei/ú ; tui/ui/ú ; tui/ui/ús

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Bons estudos!2. Depois dos prefixos re-, pre- e co- se a palavra seguinte começar por

h.re-hospitalização, pré-humano (“pré-“ , aqui é tônico), co-herdeiro.

3. Depois dos prefixos circum- e pan-, se a segunda palavra iniciar por h, vogal, m ou n.Circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-mágico, pan-americano,

4. Depois dos prefixos hiper-, inter-, e super-, se a palavra seguinte iniciar por r.Hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

5. Depois dos prefixos ex- (estado anterior ou cessamento), sota-, soto-, vice- e vizo-.Ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor.

6. Com o advérbio bem.bem-criado, bem-falante, bem-nascido, bem-vindo.

NÃO SE USA HÍFEN

1. Se a última vogal do prefixo for diferente da primeira vogal da palavra seguinte.

Antiaéreo, coeducação, coedição, coautoria, extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoescola, agroindustrial, hidroelétrico, plurianual.

2. Depois de qualquer prefixo seguido de r ou s,dobra-se a consoante “r” ou “s” (com exceção dos prefixos hiper-, inter- e super-.)

Antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.

3. Com o advérbio mal aglutinado com palavras iniciadas por consoante.Malcriado, malditoso, malmandado, malvisto.

Exceções: usa-se hífen quando a tal advérbio se seguem palavras iniciadas por h, como em mal-humorado.

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Bons estudos!4. O acordo não cita o caso dos prefixos re- e pre- quando a palavra

seguinte começa por “e”. Alguns gramáticos consideram que não se deve usar hífen.Reedição, reescrever, reencontro, preeminente, preencher, preestabelecer.

EMPREGO DE POR QUE, POR QUÊ, PORQUE E PORQUÊ

POR QUE

Início de frases interrogativas:Por que é difícil aprender Inglês?

Quando se subentende a palavra motivo ou razão?Ninguém explicou por que Inglês é difícil.

Quando é possível a substituição pelas expressões pelo qual e suas flexões:São justas as causas por que lutamos.

PORQUE

Respostas a perguntas:Não vim porque estava chovendo. (Pode ser substituído por pois)

Quando for igual a para que:Reclamava porque fosse discutido o aumento salarial.

Pergunta com resposta implícita:Por que Maria faltou à aula? Não será porque estava indisposta?

POR QUÊ

Usado no final de perguntas:Você chegou atrasado, por quê?

PORQUÊ

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Bons estudos! Usado antes de um artigo ou pronome, exercendo a função de um

substantivo:Ele queria saber o porquê de sua desatenção.

EXERCÍCIOS

1) Complete com s ou z:

Anali__ar, bali__a, cateque___e, catequi__ar, sacerdoti__a, grani__o, qui__er, milane__a, cuscu__, pu__, cori__a, coali__ão.

2) Complete com x ou ch:

Bro___e, ___ucro, pi___e, pra___e, Ca___umba, ___ale, ___alé, ___icória, ma___i___e, ___ávena, me___er, salsi___a, ____ará, ___ícar.

3) Complete com g ou j:

Ma___estade, ___iló, lití___io, egré___io, ultra__e, ___erigonça, gor___eta, man___edoura, o___eriza, ___eito.

4) Complete com c, ç, s, sc, SS ou xc:

an__io__o, a___en___ão, benefí___io, preten___io__o, su__into, e___plêndido, Pai____andu.

5) Preencha os espaços com por que, porque, porquê ou por quê:

a) São justos os ideiais ___________________ lutamos.

b) _________________é difícil aprender Inglês? Será que é _________________ é outra língua?

c) Não é difícil empregar os ___________________.

d) Reze, _______________________ tudo corra bem.

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Bons estudos!e) _____________________você não estudou? Não estudei

____________________ fui ao jogo. Eis o ___________________ não estudei.

f) Estavas alegre ______________________ foste promovido?______________________ não me avisaste?

g) Não há __________________ desconfiar dele. Você reclamou tanto ______________________?

h) Os servidores fizeram greve____________________ o governo não concedeu aumento salarial.

i) Resta-lhes explicar pelo menos um ____________________ dessa desvalorização da moeda.

6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) enxotar - trouxa - chícara.

b) berinjela - jiló - gipe.

c) passos - discussão - arremesso.

d) certeza - empresa - defeza.

e) nervoso - desafio - atravez.

7. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do

seguinte período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a

_____ japoneses."

a) seção - cessão - emigrantes

b) cessão - sessão - imigrantes

c) sessão - secção - emigrantes

d) sessão - cessão - imigrantes

8. Assinale a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na

ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os ideais de

uma sociedade _____ justa ainda permanecem".

a) mas - mas

b) mais - mas

c) mas - mais

d) mais - mais

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Bons estudos!9. Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras

homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa com a

sequência correta.

1 - conserto ( ) valor pago

2 - concerto ( ) juízo claro

3 - censo ( ) reparo

4 - senso ( ) estatística

5 - taxa ( ) pequeno prego

6 - tacha ( ) apresentação musical

a) 5-4-1-3-6-2

b) 5-3-2-1-6-4

c) 4-2-6-1-3-5

d) 1-4-6-5-2-3

10. (TER–ES) A palavra “fachada” se escreve com ch assim como:

a) en......ada

b) amei.......a

c) en......er

d) .....adrez

e) ......ícara

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Bons estudos!

Encontro consonantal

O encontro consonantal é a sequência de duas ou mais consoantes, sem

vogal intermediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na

mesma sílaba ou não (carpete, bíblia).

Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns.

Quando eles aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no

meio criam uma pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma

tendência a destruir esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda.

Quando “x” corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro

consonantal fonético. Nesse caso, “x” é chamado de dífono.

Dígrafo

O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São

dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu, gu (seguidos de “e” ou “i”), sc,

sç, xc e xs.

Os encontros gu e qu se forem usados com acento, não serão dígrafos,

uma vez que o “u” será pronunciado.

Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais

nasais: am, an, em, en, im, in, om, on, um e un.

Separação silábica

Na língua portuguesa, a divisão das sílabas deve ser feita a partir da

soletração. Utiliza-se o hífen para marcar as sílabas (con-ver-sí-vel).

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Bons estudos!

Para a separação silábica correta devem-se observar as seguintes regras:

os ditongos e tritongos não podem ser separados:

(Pa-ra-guai, Ro-gé-rio, au-la);

os hiatos têm as vogais separadas (a-é-re-o);

os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu não são separados (cho-ca-lho);

os dígrafos ss, rr, sc, sç e xc são separados :

(pás-sa-ro, nas-cer, cor-ri-da);

as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç são separados:

(co-or-de-na-dor, in-te-lec-ção);

os encontros consonantais ocorridos em sílabas internas diferentes

são separados (em-pre-gar);

grupos consonantais que ocorrem no início dos vocábulos são

inseparáveis: psi-co-se, dra-ma, pneu-mo-ni-a.

EXERCÍCIOS

1. Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos:

a) um ditongo

b) um tritongo

c) um trissílabo

d) um oxítono

e) um proparoxítono

2. Assinale a alternativa que não apresenta todas as palavras separadas

corretamente.

a) de-se-nho, po-vo-ou, fan-ta-si-a, mi-lhões

b) di-á-rio, a-dul-tos, can-tos, pla-ne-ta

c) per-so-na-gens, po-lí-cia, ma-gia, i-ni-ci-ou

d) con-se-guir, di-nhei-ro, en-con-trei, ar-gu-men-tou

e) pais, li-ga-ção, a-pre-sen-ta-do, au-tên-ti-co

3. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:

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Bons estudos!

a) assinar / bocadinho / arredores.

b) residência / pingue-pongue / dicionário.

c) digno / decifrar / dissesse.

d) dizer / holandês / groenlandeses.

e) futebolísticos / diligentes / comparecimento.

4. Verificamos a presença de um hiato em:

a) entendia.

b) trabalho.

c) conjeturou.

d) mais.

e) saguão.

5. A alternativa em que as letras sublinhadas nas palavras constituem,

respectivamente, dígrafo e encontro consonantal é:

a) exceção / étnico

b) banho / desça

c) seguir / nascimento

d) aquático / psicologia

e) occipital / represa

6. Só não existe hiato em:

a) atoleiros.

b) miaram.

c) ruído.

d) defendiam.

e) haviam.

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Bons estudos!

Pontuação

Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até

mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita,

para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.

Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações

e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.

Ponto:

Usa-se no final do período, indicando que o sentido está completo e nas

abreviaturas. (Dr.ª, Exa., Sr.), marca uma pausa absoluta.

O ponto-e-vírgula:

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula.

Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:

a) separar orações coordenadas um pouco extensas ou que venham

subdivididas por vírgulas:

Dizem que nós, os políticos, somos todos desonestos; e não é verdade.

Joana prefere sorvete; chocolate.

b) separar vários itens de uma enumeração:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o

saber;

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Bons estudos!III - pluralismo de idéias e de concepções, e coexistência de instituições públicas

e privadas de ensino;

c) Separar orações coordenadas que encerram pensamentos opostos:

“Matamos o tempo; o tempo nos enterra.”

Dois-pontos:

Os dois-pontos são empregados para:

a) uma enumeração:

Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o

salto que deu, levado de um ímpeto irresistível...

(Machado de Assis)

b) uma citação (cita a fala de alguém):

Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:

- Afinal, o que houve?

c) um esclarecimento:

Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o

amasse, mas para magoar Lucila.

d) Na invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida

de dois-pontos ou de vírgula:

Querida amiga:

Prezados senhores,

Ponto de interrogação:

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda

que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:

- O senhor não precisa de mim?

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Bons estudos!- Não obrigado. A que horas janta-se?

- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.

- Bem.

- O senhor sai a passeio depois do jantar? De carro ou a cavalo?

- Não.

(José de Alencar)

Ponto de exclamação:

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer frase que

exprime sentimentos, emoções, dor, ironia e surpresa

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível

e muito repousante, Jacinto!

- Então janta homem!

(Eça de Queiroz)

NOTA

O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas:

Oh!

Valha-me Deus!

O uso da vírgula:

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a) para separar os elementos mencionados numa relação:

A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de

sistemas e secretárias.

O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e

dois banheiros.

Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração,

a vírgula deve ser empregada:

Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta,

e ria, e roía as unhas.

b) para isolar o vocativo:

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Bons estudos!

Cristina, desligue já esse telefone!

Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

c) para isolar o aposto:

Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador.

Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou

melhor, aliás, além disso etc.):

Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos

economizado durante anos.

e) para isolar, nas datas, o nome do lugar:

São Paulo, 22 de maio de 1995.

Roma, 13 de dezembro de 1995.

f) após a saudação em correspondência (social e comercial):

Cordialmente,

Respeitosamente,

g) para isolar orações intercaladas:

Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.

O filme, disse ele, é fantástico.

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Bons estudos!

EXERCÍCIOS

1. Pontuar:

a) É um homem ainda jovem de aparência robusta cabelos e barba castanhos pele clara e olhos esverdeados

b) Os meninos entraram no riacho esfregaram os pés saíram calçaram os chinelos e ficaram espiando o movimento dos pais

c) Minha casa que fica no alto de uma colina está localizada em Campos do Jordão

d) A maior parte dos candidatos aprovados no concurso optou por tempo integral

e) Marcos feche a porta

f) Luisa você vai sair agora

g) Santos 20 de março de 2012.

h) Bom dia

2. Atente para as seguintes frases:

I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontra ameaçada.II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam sua independência.III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo.

A falta da(s) vírgula(s) altera o sentido apenas do que está ema) Ib) IIc) IIId) I e IIe) II e III

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Bons estudos!

Crase

Crase é a fusão de duas vogais idênticas, uma sendo preposição e a outra

podendo ser um artigo, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo.

Exemplos:

Fui a + a quitanda. (Fui à quitanda.)

Fui a + aquele encontro. (Fui àquele encontro.)

CRASE OBRIGATÓRIA

1. Acentua-se o a quando, substituindo o substantivo feminino por um

masculino, o a se torna ao.

Ex.: Fui à feira. (Fui ao mercado.)

Não me refiro à professora. (Me refiro ao professor.)

2. Diante da palavra moda (à moda de), mesmo quando subentendida.

Ex.: Ele comeu bife à milanesa. (à moda milanesa)

Fez um gol à Pelé. (à moda Pelé)

Vestiu-se à Luis XV. (à moda Luis XV)

3. Na indicação de horas.

Ex.: Saiu às cinco horas.

4. Com expressões adverbiais femininas, locuções prepositivas ou

conjuntivas: à direita, à esquerda, à tarde, à noite, à beira de, à procura

de, à proporção que, à frente de, às vezes...

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Bons estudos!

NÃO SE USA A CRASE

1. Diante de palavras masculinas.

Ex.: Celso viajou a serviço.

2. Diante de palavras repetidas.

Ex.: Os dois candidatos ficaram frente a frente.

3. Diante de verbos.

Ex.: Estamos dispostos a passar no concurso.

4. Diante de artigo indefinido.

Ex.: Chegamos a uma conclusão.

5. Diante de pronomes que não admitem artigos:

Ex.: a ele, a ninguém, a Vossa Majestade , a qualquer pessoa.

6. Quando o “a” está no singular e a palavra seguinte está no plural.

Ex.: Refiro-me a candidatas ao cargo de secretária.

USO FACULTATIVO

1. Diante de pronomes possessivos femininos.

Ex.: Obedeço a (à) minha mãe.

2. Diante da preposição “até”.

Ex.: Irei até a (à) praia.

3. Diante de nomes de pessoas femininos.

Ex.: Gustavo fez referência a (à) Dolores.

CASOS ESPECIAIS

1. Nomes de lugares:

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Bons estudos!Dica: Se vou a e volto da , crase há. Se vou a e volto de , crase pra

quê?

Vou à França. (vou a, volto da)

Vou a Buenos Aires. (vou a, volto de)

ATENÇÃO!

HÁ x A

HÁ – verbo haver, indica uma ação passada: A aula começou há quinze minutos.

A – preposição, indica tempo futuro: A aula começará daqui a quinze minutos.

EXERCÍCIOS

1. (CARLOS CHAGAS) Quando for _____ Bahia, quero visitar ____ igreja do

Bonfim e assistir_____ uma missa para dar cumprimento ___ promessa

que fiz.

a) a, a, à, à

b) à, à, a, a

c) a, à, a, à

d) à, a, a, à

e) a, a, a, a

2. Daqui ___ pouco, ele chegará ____ este Tribunal para encaminhar suas

reclamações ___ quem de direito.

a) a – a – à

b) à – à – à

c) a – à – a

d) a – a- a

e) à – a – a

3. Complete adequadamente as lacunas com a(s), à(s) ou há:

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Bons estudos!a) Deixei-me ficar pelas ruas até ____ quatro horas da tarde, quando me dirigi

____ sua casa, saudoso dele, ____ quem não via ____ mais de vinte

anos.

b) Maria pediu ____psicóloga que ____ ajudasse___ resolver o problema que

____ muito _____ afligia.

c) Daqui_____ vinte quilômetros, o viajante encontrará logo ___ entrada do

grande bosque, uma estátua que _____ séculos foi erigida em homenagem

____ duas deusas da floresta.

d) Os rapazes, ____ partir daquele dia, só usaram o carro ___ gás, por

economia; _____ tempos pensavam em ir ____ Brasília, mas o preço do

combustível impedia que pensassem em ir _____ lugares tão distantes.

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Bons estudos!

Roteiro para compreensão e ou interpretação de textos

1. Leia o texto por pelo menos duas vezes. Na primeira para ter uma visão geral dele; na segunda, destacando suas idéias principais.

2. Se duas alternativas parecerem corretas busque a mais completa.

3. Se o enunciado solicitar a ideia principal ou tema, geralmente ela situa-se na introdução do texto (primeiro parágrafo) ou na conclusão (último parágrafo).

4. Evite os seguintes tipos de erros:a) Extrapolação - acrescentar idéias que não estão no texto;b) Redução – dar atenção a alguns trechos do texto, não o analisando como

um todo;c) Contradição – concluir contrariamente ao texto; omitir passagens

importantes para fugir do sentido original.

TESTE

(FUVEST) I – Uma andorinha não faz verão. II – Nem tudo o que reluz é ouro. III – Quem não tem cão, caça com gato.As ideias centrais dos provérbios acima são, respectivamente:

a) Solidariedade – aparência – vingança – dissimulação.b) Cooperação- aparência – punição – adaptaçãoc) Egoísmo – ambição – vingança – falsificaçãod) Cooperação – ambição – consequência – dissimulaçãoe) Solidão – prudência – punição – adaptação

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Bons estudos!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DALEFI, Roberto Gomes. Enciclopédia do estudante: Gramática e Linguística – História, regras e usos da língua portuguesa. São Paulo: Moderna, 2008.

KAPPLER, Carlos Antônio [at al]. Escriturário – Banco do Brasil. São Paulo: Policon Editora, 2007.

TUFANO, Douglas e SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, Gramática, Produção de texto. São Paulo: Moderna, 2004.

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Bons estudos!

Reforma Ortográfica

Não é de hoje que os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pensam em unificar as ortografias do nosso idioma. Desde o início do século XX, busca-se estabelecer um modelo de ortografia que possa ser usado como referência nas publicações oficiais e no ensino. No quadro a seguir tem-se, resumidamente, as principais tentativas de unificação ortográfica já ocorridas entre os países lusófonos. No Brasil, note que já houve duas reformas ortográficas: em 1943 e 1971. Assim, um brasileiro com mais de 65 anos está prestes a passar pela terceira reforma. Em Portugal, a última reforma aconteceu em 1945.

Cronologia das Reformas Ortográficas na Língua Portuguesa

Séc XVI até ao séc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de caráter etimológico (procurava-se a raiz latina ou grega para escrever as palavras).

1907 - A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita nas suas publicações.

1910 - Implantação da República em Portugal – foi nomeada uma Comissão para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme, para ser usada nas publicações oficiais e no ensino.

1911 - Primeira Reforma Ortográfica – tentativa de uniformizar e simplificar a escrita de algumas formas gráficas, mas que não foi extensiva ao Brasil.

1915 - A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a ortografia com a portuguesa.

1919 - A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resolução de 1915.

1924 - A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começam a procurar uma grafia comum.

1929 - A Academia Brasileira de Letras lança um novo sistema gráfico.

1931   - Foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o Brasil e Portugal, que visava suprimir as diferenças, unificar e simplificar a língua portuguesa, contudo não foi posto em prática.

1938   - Foram sanadas as dúvidas quanto à acentuação de palavras.

1943 - Foi redigido, na primeira Convenção ortográfica entre Brasil e Portugal, o Formulário Ortográfico de 1943.

1945 - O acordo ortográfico tornou-se lei em Portugal, mas no Brasil não foi ratificado pelo Governo. Os brasileiros continuaram a regular-se pela ortografia anterior, do Vocabulário de 1943.

1971 - Foram promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as divergências ortográficas com Portugal.

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Bons estudos!

1973 - Foram promulgadas alterações em Portugal, reduzindo as divergências ortográficas com o Brasil.

1975 - A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboram novo projeto de acordo, que não foi aprovado oficialmente.

1986 - O presidente brasileiro José Sarney promoveu um encontro dos sete países de língua portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe - no Rio de Janeiro. Foi apresentado o Memorando Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

1990 - A Academia das Ciências de Lisboa convocou novo encontro juntando uma Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – as duas academias elaboram a base do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O documento entraria em vigor (de acordo com o 3º artigo do mesmo) no dia 1º de Janeiro de 1994, após depositados todos os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo português.

1996 - O último acordo foi apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde.

2004 - Os ministros da Educação da CPLP reuniram-se em Fortaleza (Brasil), para propor a entrada em vigor do Acordo Ortográfico, mesmo sem a ratificação de todos os membros.

Nova Reforma Ortográfica -  Aspectos Positivos 

O Novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro de 2009, gera polêmica entre gramáticos, escritores e professores de Língua Portuguesa. Segundo o Ministério de Educação, a medida deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países que falam Português e ampliar a divulgação do idioma e da literatura portuguesa. Dentre os aspectos positivos apontados pela nova reforma ortográfica, destacam-se ainda:

- redução dos custos de produção e adaptação de livros;

- facilitação na aprendizagem da língua pelos estrangeiros;

- simplificação de algumas regras ortográficas.

Nova Reforma Ortográfica -  Aspectos Negativos 

- Todos que já possuem interiorizadas as normas gramaticais, terão de aprender as novas regras;

- Surgimento de dúvidas;

- Adaptação de documentos e publicações.

Período de Adaptação

Mesmo entrando em vigor em janeiro de 2009, os falantes do idioma terão até dezembro de 2012 para se adaptarem à nova escrita. Nesse período, as duas normas ortográficas poderão ser usadas e aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos. Em Portugal, cerca de 1,6% das palavras serão alteradas. No Brasil, apenas 0,5%.

Atualização dos Livros Didáticos

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Bons estudos!

De acordo com o MEC, a partir de 2010 os alunos de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental receberão os livros dentro da nova norma - o que deve ocorrer com as turmas de 6º a 9º ano e de Ensino Médio, respectivamente, em 2011 e 2012.

Reforma na Escrita

Por fim, é importante destacar que a proposta do acordo é meramente ortográfica. Assim, restringe-se à língua escrita, não afetando aspectos da língua falada. Além disso, a reforma não eliminará todas as diferenças ortográficas existentes entre o português brasileiro e o europeu.

Veja as mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro de 2009.

Guia Prático da Nova Ortografia

Esteja atento às alterações previstas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A partir de 2009, as novas regras linguísticas entrarão em vigor oficialmente.

1 - ACENTO AGUDO

O acento agudo desaparecerá em três casos:

a) Nos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).

Exemplos:

idéia -> ideia geléia -> geleia bóia -> boia jibóia -> jiboia

Mais exemplos: alcaloide, alcateia, apoio, assembleia, asteroide, celuloide, colmeia, Coreia, epopeia, estreia, heroico, joia, odisseia, onomatopeia, paranoia, plateia, proteico, etc.

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam sendo acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus, chapéu, chapéus, anéis,

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Bons estudos!

dói, céu, ilhéu.

Exemplos:

papéis chapéus troféu

b) Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos formando hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas

diferentes), quando vierem após um ditongo. Veja:

baiúca -> baiuca

bocaiúva -> bocaiuva

feiúra -> feiura

cheiínho -> cheiinho

saiínha -> saiinha

Taoísmo -> Taoismo

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ouseguidos de s), o acento permanece.Exemplos: tuiuiú, Piauí.

c) Nas formas verbais que possuem o u tônico precedido das letras g ou q e seguido de e ou i. Esses casos

ocorrem apenas nas formas verbais de arguir e redarguir. Observe:

argúis -> arguis

argúem -> arguem

redargúis -> redarguis

redargúem -> redarguem

2 - ACENTO DIFERENCIAL

O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas (que possuem a mesma pronúncia). Com o acordo ortográfico, ele deixará de existir nos seguintes casos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Observe os exemplos:

Ela não pára de dançar.

Ela não para de dançar.

A mãe péla o bebê para dar-lhe banho.

A mãe pela o bebê para dar-lhe banho.

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Bons estudos!Este é o pólo norte.

Este é o polo norte.

Os garotos gostam de jogar pólo.

Os garotos gostam de jogar polo.

Meu gato tem pêlos brancos.

Meu gato tem pelos brancos.

A menina trouxe pêra de lanche.

A menina trouxe pera de lanche.

Atenção: existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial:

pôr (verbo) -> para não ser confundido com a preposição por.

pôde (verbo poder conjugado no passado) -> para que não seja confundido com pode (forma conjugada no presente).

3 - ACENTO CIRCUNFLEXO

O acento circunflexo deixará de ser utilizado nos seguintes casos:

a) Em palavras com terminação ôo. Veja:

enjôo -> enjoo vôo -> voo magôo -> magoo

Mais exemplos: abençoo (abençoar) , coo (coar), coroo (coroar), doo (doar), moo (moer), perdoo (perdoar), povoo (povoar), voos (plural de voo), zoo (zoar).

b) Nas terminações êem, que ocorrem nas formas conjugadas da terceira pessoa do plural dos verbosler, dar,

ver, crer e seus derivados. Veja o exemplo abaixo:

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Bons estudos!

 Eles lêem. -> Eles leem.

Mais exemplos: creem, deem, veem, descreem, releem, reveem.

Atenção: os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam sendo acentuados na terceira pessoa do plural.

Eles têm três filhos.

Eles detêm o poder.

Eles vêm para a festa de sábado.

Eles intervêm na economia.

4 - TREMA

O trema, sinal gráfico utilizado sobre a letra u dos grupos que, qui, gue, gui, deixa de existir na língua portuguesa. Lembre-se, no entanto, que a pronúncia das palavras continua a mesma.

Exemplos:

cinqüenta-> cinquentapingüim -> pinguim

Mais exemplos: aguentar, bilíngue, consequência, delinquente, frequente, linguiça, sequência, sequestro, tranquilo, etc.

Atenção: o acordo prevê que o trema seja mantido apenas em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados.

Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.

5 - ALFABETO

O alfabeto passará a ter 26 letras. Além das atuais, serão incorporadas oficialmente as letras k, w e y. Observe a posição das novas letras no alfabeto:

A B C D E F G H I

J K L M N O P Q R

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Bons estudos!S T U V W X Y Z

 

Essas letras poderão aparecer em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, playground, watt, Kafka, kafkiano, etc.

 

6 - HÍFEN

O hífen deixará de ser empregado nos seguintes casos:

a) Quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal que iniciar o segundo elemento.

Exemplos:

Estou lendo um livro de auto-ajuda.

Estou lendo um livro de autoajuda.

Ele passou na auto-escola!

Ele passou na autoescola!

Mais exemplos: agroindustrial, autoafirmação, autoaprendizagem, autoestrada, autoimagem, contraindicação, contraoferta, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático, supraocular, ultraelevado, etc.

b) Quando o prefixo da palavra terminar em vogal e o segundo elemento começar com as consoantes sou r. Nesse caso, a consoante será duplicada.

Exemplos:

Meu namorado é ultra-romântico.

Meu namorado é ultrarromântico.

Comprei um creme anti-rugas.

 

Comprei um creme antirrugas.

Mais exemplos: antessala, antirreligioso, antissemita, autorretrato, antissocial, arquirromântico, autorregulamentação, contrarregra, contrassenso, extrarregimento, extrasseco, infrassom, neorrealismo, ultrarresistente, ultrassonografia, semirreta, suprarrenal.

c) Não se utilizará mais o hífen nas palavras que, pelo uso, perderam a noção de composição.

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Bons estudos!

Veja:

pára-quedas -> paraquedas

Mais exemplos: mandachuva, paraquedista.

Uso do Hífen

Com o novo acordo, o hífen passará a ser utilizado quando a palavra for formada por um prefixo terminado em vogal e a palavra seguinte iniciar pela mesma vogal. Observe o exemplo abaixo:

microônibus-> micro-ônibus

Mais exemplos: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, contra-ataque, micro-ondas, semi-interno, etc.

Atenção: se o prefixo terminar com consoante, usa-se hífen se o segundo elemento começar com amesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, super-resistente, super-romântico, etc.

Lembre-se: nos demais casos, não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

Dúvidas?

As dúvidas que porventura surgirem acerca da nova ortografia podem ser resolvidas por meio do novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), cuja elaboração compete à Academia Brasileira de Letras.