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XXI 43 06/03/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Patrimônio Cultural Direitos Humanos Procon-MG Saúde Tráfico e Abuso de Drogas Destaques: Prefeitura entrega permissão para os 605 novos taxistas - p. 01 Vereadores mineiros reagem à PEC que acaba com salário - p. 07 Confissão tira Bruno da cadeia em até 3 anos - p. 11

06 Março 2013

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Clipping Geral e Espec. Eletrônico

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Page 1: 06 Março 2013

XXI

43

06/03/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralPatrimônio Cultural

Direitos HumanosProcon-MG

SaúdeTráfico e Abuso de Drogas

Destaques:

Prefeitura entrega permissão para os 605 novos taxistas - p. 01

Vereadores mineiros reagem à PEC que acaba com salário - p. 07

Confissão tira Bruno da cadeia em até 3 anos - p. 11

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Elian GuimarãesTerminou ontem mais um capítulo da novela que se

arrastou por anos sobre concessão de novas placas de tá-xis na capital. O prefeito Marcio Lacerda (PSB) entregou simbolicamente cartas de concessão aos 605 novos per-missionários do sistema de Belo Horizonte, um aumento de 10% na frota atual de 5.991 veículos. O desafio ago-ra será colocar os veículos em circulação nos próximos três meses, prazo que coincide com os jogos da Copa das Confederações no Mineirão.

Os motoristas serão convocados à BHTrans, onde re-ceberão a carta de autorização para compra do veículo. Os primeiros a serem chamados serão os portadores de defici-ência, que deverão passar por perícia médica que avaliará o grau de dificuldades e quais equipamentos serão neces-sários na equipagem do carro. Os demais (táxis comuns e empresas) serão convocados a partir de segunda-feira. Assim que receberem a carta de autorização eles terão prazo de 90 dias para apresentar o veículo à BHTrans e receberão autorização para circular. A expectativa da pre-feitura é de que todos estejam em circulação ainda no fim deste semestre. O prefeito anunciou também que em bre-ve será iniciado o processo de licitação para 200 placas que estão desativadas e servirão para recompor a frota.

A novidade, segundo o presidente da BHTrans, Ra-mon Victo Cersar, é que a nova frota já virá com equipa-mento de biometria instalado. Essa tecnologia permitirá o controle de horas de trabalho dos motoristas, que deverá ser de, no mínimo, 12 diárias. Entretanto, o presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodo-viários de Bens (Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, não há equipamentos disponíveis no mercado. Entretanto, a as-sessoria da BHTrans sustenta que sim. Quatro foram tes-tados em táxis de BH durante seis meses no ano passado.

Reis disse também que essa era uma antiga reivindi-cação dos taxistas auxiliares, mas que não acredita que vai resolver o problema deste tipo de transporte na capi-tal: “Isto dependerá de mais investimentos em mobilidade urbana, não adianta colocarmos mais veículos nas ruas se ficarmos parados no trânsito”.

O presidente do Sincavir também criticou a iniciativa da BHTrans de controle da jornada de trabalho, afirmando que os táxis de BH circulam bem além das 12 horas por dia e que não vê essa necessidade de mais um gasto para os motoristas (eles terão que adquirir o equipamento).

O presidente da BHTrans confirmou que a medi-da será tomada para os novos táxis, mas que os demais também serão monitorados por meio de um sistema já existente no taxímetro que permite saber quanto tempo o

carro circulou.Taxista auxiliar há 32 anos, Juscelino Cândido de Mi-

randa só aguarda a carta de autorização para conseguir fi-nanciamento e disse estar muito contente com o que con-sidera a sua “aposentadoria”. Segundo ele, trabalhar du-rante décadas saindo de casa devendo diária e um tanque de gasolina era muito difícil. Ele ainda não tem o carro.

De acordo com Dalcio Amorim Carneiro, gerente ge-ral da concessionária Sinal Veículos (Fiat), se o motorista optar por um modelo mais simples como o Siena EL1.4, por exemplo, sem muitos opcionais, é possível entregar o veículo entre 30 e 40 dias. Procurada, a assessoria da Fiat enviou nota informando que “a disponibilidade de pro-dutos varia de acordo com a demanda de mercado” e que a empresa “procura sempre estar atenta às variações da demanda de forma a otimizar sua cadeia de fornecimento e capacidade produtiva”.

Durante a entrevista coletiva no fim do evento na pre-feitura, o prefeito Marcio Lacerda falou também dos ex-concessionários de placas que tentam judicialmente ga-rantir a hereditariedade da concessão. Segundo ele, essa é uma questão a ser resolvida pela Justiça e não cabe ao poder municipal decidir.

memória

Longo tormentoA briga pela ampliação da frota de táxis em Belo

Horizonte é antiga. Somente em 2012, pelo menos cin-co reportagens especiais do Estado de Minas abordavam o problema, desde a promessa da prefeitura de reforçar o serviço, feita oficialmente em fevereiro. A licitação se arrastava havia anos, enquanto a demanda crescia con-sideravelmente em razão da precariedade do transporte público e de um fenômeno em particular, a Lei Seca, em vigor no Brasil desde 2008. As tentativas de destravar o setor resultaram até em ameaça de morte, como no caso do promotor de Justiça Leonardo Barbabela, por ter mo-vido ação para evitar a concentração de placas nas mãos de uma só pessoa.

enquanto isso......promessa para o BRt

Sobre as obras do BRT e de infraestrutura paralisadas na cidade, Marcio Lacerda admitiu que houve uma desa-celeração no ritmo dos trabalhos no fim do ano passado, atraso que ele atribuiu a supostos problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que os recursos estariam dis-poníveis mas não poderiam ser usados ainda em 2012. O prefeito garantiu que a partir de maio haverá a retomada do ritmo normal.

estado de minas - mg - p. 21 - 06.03.2013 tRanspoRte

Após sinal verde, desafio é circula Reforço de 605 táxis à frota da capital agora depende da liberação de veículos e da

instalação de equipamentos biométricos. Prazo para começarem a rodar é de três meses

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estado de minas - mg - p. 02 - 06.03.2012em dia Com a poLÍtiCaBaptista CHagas de aLmeida

O Conselho Nacional dos Procurado-res-Gerais (CNPG) indicou, hoje (05), três nomes para compor o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para o biê-nio 2013/2015. Os conselheiros Alessandro Tramujas Assad e Jarbas Soares Júnior, e o procurador-geral de Justiça de Mato-Gros-so, Marcelo Ferra de Carvalho, foram os escolhidos para compor o CNMP. O pre-sidente da Associação Nacional dos Mem-bros do Ministério Público (CONAMP), César Mattar Jr., a 1º vice-presidente, Nor-ma Angélica Cavalcanti, o tesoureiro da entidade, José Silvério Perdigão, os presi-dentes da Associação Mineira do Ministé-rio Público (AMMP), Nedens Ulisses Viei-ra, da Associação Sul-Mato -Grossense do Ministério Público (ASMMP), Alexandre Magno Lacerda, da Associação do Minis-tério Público de Pernambuco (AMPPE), José Vladimir da Silva, e da Associação do Ministério Público do Estado de Ron-dônia (Ampro), Marcelo Lima de Oliveira, acompanharam a votação.

O presidente do CNPG irá submeter, em até cinco dias, a lista dos indicados para Norma Cavalcanti, Jarbas Soares, Alessandro Tramujas, César Mat-

tar Jr. e Marcelo Ferra

notÍCia da HoRa - BRasÍLia, 05 de feveReiRo de 2013

CNMP terá três ex-procuradores-gerais indicados pelo CNPG aprovação do Senado Federal. Posteriormente, os indicados serão sa-batinados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votados pelo plenário do Senado. Depois de aprovados pelo Senado, os futuros conselheiros serão nomeados pela presidente da República.

Ao final da eleição, o presidente CONAMP saudou os três indica-dos, desejando sucesso no mandato e colocando a entidade à disposi-ção do CNMP e do CNPG.

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SEGUNDO DIA

Julgado no Fórum de Contagem (MG), goleiro acusado do assassinato de Eliza Sa-mudio irá depor hoje Última testemunha a depor ontem, no segundo dia de julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, Célia Aparecida Rosa Sales afirmou que, momen-tos antes de Eliza Samudio entrar em um car-ro com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e desaparecer, o jogador se despediu dizendo vai com Deus . Irmã de Sérgio Rosa Sales, réu do processo que foi assassinado, Célia depôs no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ela foi convocada a depor como teste-munha de defesa do goleiro e de sua ex-mu-lher, Dayanne Souza, que também é acusada de envolvimento no desaparecimento e mor-te de Eliza. Bruno falará hoje (veja quadro).

Em seu depoimento, Célia contou que estava no sítio de Bruno nos dias que antece-deram o crime. Segundo seu relato, entre o dia 9 e 10 de junho de 2010, a mulher de Ma-carrão passou mal. A testemunha e Dayanne, então, levaram-na ao hospital. Quando re-tornou ao sítio, Eliza estava tomando banho e disse a ela que seria levada por Macarrão para conhecer o apartamento onde moraria.

A testemunha ainda afirmou que Eliza chegou a convidá-la para morar no seu novo apartamento por alguns dias. De acordo com Célia, enquanto ela conversava com a víti-ma, Macarrão riu. Eliza disse então: Não sei porque esse gordo está rindo, pois se eu con-tar para o Bruno as coisas pesadas dele que eu sei, essa vida boa dele vai acabar.

Segundo o depoimento, Macarrão então disse que já estava na hora de ir e chamou Eliza para entrar no carro. O primo do go-leiro, Jorge Luiz Rosa, também estava no veículo.

Célia disse que Eliza se despediu de Bruno dizendo tchau, Bruno . Ele então res-pondeu a ela: Vai com Deus .

Célia foi indagada sobre contradição em testemunho

De acordo com o relato, a dupla retor-nou ao sítio com o bebê e sem Eliza. Bruno então questionou onde estaria a ex-amante. Macarrão respondeu que ela voltaria para pegar o filho.

Célia também contou aos jurados que, durante o período em que Bruninho ficou longe da mãe, Dayanne cuidou da criança como se fosse filho dela.

A testemunha foi indagada sobre a con-tradição em seu depoimento atual e anterior a respeito do conhecimento dela da presença de Bruninho, filho do goleiro com Eliza, no sítio. Ela informou que em seu depoimento anterior estava sem a presença do advogado e por isso falou tudo o que deu na cabeça .

Célia disse que Macarrão também traba-lhava para a ex-mulher do jogador, Dayanne Souza. Até então, Macarrão era apontado como faz tudo apenas de Bruno. O depoi-mento pode ser usado pela Promotoria con-tra Dayanne. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Macarrão foi quem le-vou Eliza para ser assassinada. Em novem-bro, ele foi condenado a 15 anos de prisão por sua participação no crime.

Entretanto, no momento em que o assis-tente da acusação José Arteiro fez perguntas a Célia, ela entrou em contradição. Arteiro perguntou se Macarrão e Bruno cumpriam ordens um do outro e vice-versa. Célia res-pondeu que não e que cada um deles fazia o que queria fazer.

Em outro momento do seu depoimento, Célia disse que Bruno não mandava em Ma-carrão, apesar de ele, na ocasião, ser o seu secretário. Ele (Bruno) só pedia para fazer as coisas .

O depoimento de Célia, prestado na con-dição de informante (sem o compromisso de falar a verdade), foi marcado pelas dúvidas lançadas sobre Macarrão. Por outro lado, ela só falou bem de Bruno, com quem fora criado pela avó. Disse, por exemplo, que ele sempre ajudou a família financeiramente.

ZeRo HoRa | poLÍCia | Rs - 06 de maRço de 2013ministério público

Bruno se despediu de Eliza, diz testemunha

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Localização do corpo de Eliza é iminente, garante advogado

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia

No segundo dia de julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne do Carmo Souza, ambos acusados de envol-vimento no desaparecimento e morte de Eliza Samudio, o advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação, revelou que está perto de encontrar os restos mortais da vítima.

Isso, segundo Arteiro, colocará um ponto final no conturbado processo. “Tenho um infor-mante confiável. No entanto, vou contar com o auxílio de profissionais especializados para ve-rificar a denúncia. Caso a informação seja con-firmada, imediatamente repasso para a Polícia Civil”, disse o assistente de acusação, que, por motivo de segurança, preferiu não revelar mais detalhes sobre a denúncia.

Ele acrescentou que a localização dos res-tos mortais de Eliza deve ocorrer antes do jul-gamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, marcado para 22 de abril.

Emocionada com a notícia da possibilida-de de resgatar o corpo da filha, Sônia Fátima de Moura disse, chorando, que a localização seria um alento para a família. Para o promotor Hen-ry Vasconcelos, o corpo de Eliza Samudio ja-mais será encontrado. “O corpo foi destruído”, afirmou.

EmbateDefesa e acusação sempre divergiram so-

bre o assassinato da ex-modelo.Na avaliação do promotor Francisco Santiago, que acompanhou parte do julgamento na última terça-feira (5), a falta de um cadáver não inibe a caracterização de um crime e, por isso, nada vai mudar o desti-no dos acusados. “As provas periciais, além das testemunhas, comprovam o assassinato”.

O advogado Francisco Simim, que defende Bruno e Dayanne, não acredita na informação repassada pelo assistente de acusação e mantém a tese de que não há crime sem corpo. “A morte de Eliza Samudio não foi confirmada. Não por acaso, a participação de outros policiais está sendo paralelamente investigada”.

À frente dos interesses de Luiz Carlos Sa-mudio, o pai da vítima, o advogado Cidnei Kar-pinski disse que, se a informação for confirma-da, será um alívio para os familiares de Eliza.

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Guilherme Paranaiba, Valquiria Lopes, Paula Sarapu, Landercy Hemer-son e Tiago de Holanda

Se, na condição de goleiro, Bruno Fernandes de Souza já teve nas mãos o resultado de inúmeras decisões, ele entra hoje no salão do júri do fórum de Contagem, na Grande BH, acuado e com o próprio futuro dependendo de seu posicionamento. Principal réu no processo sobre o sumiço e assassinato de Eliza Samudio, o atleta deve ser ou-vido nesta quarta e contar sua versão para o caso. Tudo indica que não mais negará a morte. Até porque o balanço do segundo dia de júri não pode ser co-memorado pela defesa, especialmente no que se refere ao testemunho da ex-mulher, Dayanne dos Santos, que com-plicou a situação do acusado: afirmou que Bruno e seu braço direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, reco-mendaram que ela mentisse à polícia, indicou que o ex-jogador sabia o tempo todo da trama e que conhecia o poli-cial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, agora investigado por participação no crime. Já o promotor Henry Wagner, com base no testemu-nho, afirmou que está preparado para acusar Bruno de estar presente no mo-mento em que Eliza foi entregue a seu executor.

A expectativa, diante dos últimos acontecimentos, gira em torno de o quanto Bruno admitirá sobre sua par-ticipação ou conhecimento do crime. Fontes ligadas à acusação ventilaram ontem que o ex-jogador pode estar dis-posto a dar evidências que indicariam o executor de Eliza, apontado nas in-vestigações como sendo o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Defensores disseram ontem que o cliente está disposto a fazer revelações, mas negaram a possibilidade de confis-são, embora com menos ênfase do que na véspera. Hoje, enquanto orientam o testemunho, os advogados manterão os olhos no Tribunal de Justiça, onde pode

ser julgado mais um pedido de habe-as corpus. Por outro lado, a defesa se movimenta para reforçar a participação de Macarrão no assassinato. Um indi-cativo de que Bruno não pretende as-sumir sozinho a condição de mentor e mandante, e de que ainda aproveitaria para dar o troco no ex-braço direito, o primeiro a admitir que a vítima foi le-vada para a morte com o conhecimento do então chefe.

O depoimento de Dayanne foi prestado longe dos olhos de Bruno, que havia sido levado de volta à Peni-tenciária Nelson Hungria. Julgada por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza, Bruninho, ela indicou que o goleiro e Macarrão agiram em sintonia no que dizia respeito ao destino de Eli-za. Reforçando depoimento que havia prestado à polícia a pedido de sua famí-lia, Dayanne sustentou que o réu tentou sem sucesso mantê-la afastada do sítio onde estava a vítima.

A mulher confirmou que esteve com Eliza na propriedade e que viu quando Macarrão chamou a ex-amante do goleiro para ir embora. Ainda se-gundo Dayanne, foi Bruno quem lhe pediu que cuidasse do bebê, depois que a mãe da criança deixou o sítio. Ma-carrão e o ex-marido a teriam orientado para que negasse o fato à polícia, caso fosse perguntada.oLHos esBUgaLHados

Dayanne contou que o primo de Bruno Jorge Luiz Lisboa Rosa, então menor de idade, também estava no carro em que Eliza foi retirada do sí-tio com Macarrão. Segundo suas pala-vras, o goleiro havia dito que daria um apartamento à ex-amante, e que tudo já estava acertado entre os dois. Dayan-ne acrescentou que estava presente quando Macarrão e Jorge voltaram à propriedade apenas com o bebê. “Jor-ge estava com os olhos deste tamanho, esbugalhados. Perguntei onde estava a mãe do menino, mas ele estava assus-tado e não respondia.” O testemunho é coerente com o primeiro depoimento

de Jorge, que afirmou ter presenciado a execução de Eliza.

Dias depois, ao se encontrar com Bruno no Rio de Janeiro, Dayanne te-ria ouvido do atleta que Eliza estava “armando”, para acusá-lo de sequestro. De volta a Minas, Dayanne teria rece-bido ligação de Macarrão, informando que a polícia estava atrás dela no sítio. A mulher afirmou ter ido até a proprie-dade, onde não encontrou ninguém, porque todos tinham sido levados para a delegacia.

Em outros contatos, Macarrão te-ria passado orientações sobre o que fa-zer com o bebê Bruninho e avisado que o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, faria contato para dizer para qual delegacia o grupo ha-via sido levado. O homem, apresentado pelo braço direito de Bruno como “um amigo” do grupo, ligou e passou o tele-fone da unidade.

Questionada pela promotoria, Dayanne informou ter sentido cheiro de queimado e visto fumaça no sítio, no dia em que Eliza deixou a casa, logo depois que Macarrão e Jorge voltaram com o bebê. Ela afirma que perguntou a Bruno do que se tratava. Ele teria res-pondido que estavam queimando lixo. Dayanne confirmou, porém, que o lu-gar apontado pelo primo de Bruno, em reconstituição, não era o espaço desti-nado à queima de lixo na propriedade. O testemunho reforça a informação de que a mala com os pertences de Eliza foi queimada no dia em que ela desa-pareceu.

Outras afirmativas de Dayanne que comprometem Bruno dizem res-peito ao seu relacionamento com o ex-marido e deste com Bruninho. A ex-mulher admitiu já ter trocado agressões com o companheiro. Sobre a criança, disse que o goleiro quis trocar o nome do menino, porque “não admitia em hipótese alguma que o nome dele fos-se dado ao bebê”. As palavras vão na contramão do esforço da defesa, que tentou demonstrar que o sonho do joga-

estado de minas - p. 19 e 20 - 06.03.2013Caso BRUno o JULgamento

Goleiro na marca do pênalti Principal réu depõe hoje acuado por testemunho da ex-mulher. Defesa indica que

não negará crime e já não refuta confissão, mas age para dividir culpa com Macarrão

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dor era ter um filho homem e que, por isso, ele não teria motivos para querer se livrar da criança.

O promotor questionou ainda se a carta escrita por Dayanne, afirmando que havia prestado depoimento sob pressão psicológica, foi redigida sob orientação de alguém. Ela respondeu que o advogado Ércio Quaresma, que a representava, foi quem sugeriu que ela escrevesse a declaração. A ré negou, porém, que tenha de fato sofrido pressão ou constran-gimento. Dayanne informou também que o advogado foi uma indicação de Macarrão. Questionada, negou saber se Quaresma e Bola seriam amigos há décadas.

A defesa de Bruno mi-nimizou o resultado do de-poimento de Dayanne, afir-mando que seu testemunho não trouxe fatos novos ao processo. Já o promotor sus-tentou ter se tratado de uma confissão e afirmou que cru-zamentos de telefonemas in-dicam que a ré recebeu uma ligação do celular do primo de Bruno, originada do local onde Eliza estava sendo en-tregue para ser executada.

CRÔniCa

O circo (7)Arnaldo Viana“Tchau, Bruno!”Guardem bem a frase

acima, entre aspas. Parece fofa, mas nem tudo debaixo da lona imaginária é o que parece ser, ou é para rir ou chorar. Guardem bem, para entender a última frase deste texto, que virá também entre aspas. Não se comovam já. A frase acima, entre aspas, é da lavra de Célia, irmã do estranhamente falecido Sér-

gio, outro personagem des-sa trama. Célia, ou Celião, apelido dado por Dayanne, é prima de Bruno e de tudo o que ocorria no sítio do go-leiro, em Esmeraldas. Prima da casa, da piscina, da chur-rasqueira, do fogão. Celião viu Eliza no sítio. Disse que a mãe de Bruninho estava bem. Só faltou dizer “es-banjando saúde”. Estiveram pertinho uma da outra no fo-gão, no dia em que Dayan-ne cismou de comer frango com quiabo.

“A Eliza se ofereceu para fazer a polenta, que, para nós, é angu. Até en-sinou como fazia”, contou Celião ao advogado Tiago Lenoir, o Twiteiro, fiel escu-deiro de Lúcio Adolfo, o de-fensor do Bruno. Mas, como Celião tem memória curta, não se lembra com qual das mãos Eliza manejou a colher para mexer a panela. Angu, se não mexer, embola. Quer um palpite? Embolou. A mãe do Bruninho devia ser péssima na cozinha. Vejam bem o angu de caroço que ela deixou para o Bruno. Ce-lião disse que Eliza, quando deixou o sítio com Macarrão e o Jorge, também primo do Bruno, para nunca mais ser vista, acenou de dentro do carro para o goleiro e disse: “Tchau, Bruno!”

O Twiteiro, emocio-nado com seus 15 minutos de fama no plenário, correu para o abraço. Sentou-se diante da galera da imprensa e, adivinhem? Twitou! Tirou o celular do bolso e meteu o dedão nas teclas. Gente, ninguém mais manobra o dedão da mão direita com tanta maestria. O cara é fera. Sabem o que ele twitou? “A

única testemunha presencial do caso (a Celião) está sendo ouvida agora no plenário.”

Enquanto o Twiteiro twi-tava, Ércio, o de sobrenome da temporada, advogado do Bola, a ser julgado em abril, andava de lá para cá no salão do júri, interpelando, de vez em quando, a juíza Marixa sobre questões pertinentes a seu cliente. Gente do céu, como o comportamento do advogado incomoda a ma-gistrada! Quisera saber es-crever para descrever como ela o olha de forma quase imperceptível. Se fosse poe-ta, escreveria, sem dúvida do plágio, que o olhar da juíza “corta feito faca”.

Já que se fala do Twitei-ro, deve-se falar também do chefe dele, o Lúcio Adolfo. O doutor Adolfo cultiva uma franja, que o povo do Vale do Jequitinhonha chama de pastinha. Ele acha que as re-pórteres são alucinadas com a pastinha, que cobre toda a sua testa. O doutor Adolfo entrava todo pimpão no fó-rum, empinando a franjinha. Sabem o que aquele cara su-postamente crucificado em protesto pela morte da mãe de Bruninho perguntou? “E aí, doutor, cadê a Eliza?” Sa-bem o que o doutor Adolfo respondeu? “Vá trabalhar!” Que indelicadeza, doutor. O cara já carrega uma cruz e o senhor quer arrumar outra para ele?

Sobre a frase lá de cima, vamos à de baixo. Celião disse que Bruno, em respos-ta ao tchau de Eliza, reco-mendou:

– “Vai com Deus!”

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JoRnaL do CommeRCio RJ | diReito & JUstiça | RJ - 06 de maRço de 2013

ministério público

Pleno se reúne para eleger lista trípliceO Pleno do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se reúne hoje para

escolher os candidatos à vaga decorrente da aposentadoria do ministro César Rocha e eleger membros do Conselho da Justiça Federal (CJF). A sessão do co- legiado que definirá a lista tríplice de candidatos a mi-nistro terá início às 13 horas. A vaga na composição do STJ é destina-da a membro do Ministério Público. Há 45 candidatos, entre membros do Ministério Público Federal, dos estados e do Distrito Federal. Após a definição dos nomes, a lista tríplice será encaminhada à presidente Dilma Rousseff, que indicará um deles ao Senado Federal.

Nos próximos dias 13 e 20, também às 13 horas, o Pleno se reúne novamente para escolher os candidatos às vagas decorrentes da apo-sentadoria dos ministros Massami Uyeda (desembargador de Tribunal de Justiça) e Teori Zavascki (membro de Tribunal Regional Federal). Este último deixou o STJ para tomar posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na sessão desta quarta- feira, o Pleno do STJ também elegerá membros efetivo e suplente do Conselho da Justiça Federal, órgão que supervisiona a Justiça Federal de primeira e segunda instância nos aspectos orçamentário e administrativo. O CJF é formado por cinco ministros do STJ (incluindo seu presidente e vice) e pelos presidentes dos cinco tribunais regionais federais do País. (Com informações do STJ)

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SÃO PAULO — A tensão causada pela disputa por terras tem se agravado e elevado o número de mortos em conflitos agrários no Brasil. No ano passado, o total de líderes locais assassinados, entre sem-terra, indígenas e pescadores, cresceu 10,3% em relação a 2011, subindo de 29 para 32. As mortes aconteceram, em sua maioria, no Pará e em Rondônia, estados onde os conflitos por terras e as dispu-tas em torno da exploração ilegal de madeira têm recrudescido nos últimos anos. Os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mos-tram que o Rio de Janeiro, onde a média de mortes era de uma por ano, contabilizou quatro no ano passado, maior patamar desde 1999, quando foram assassinadas cinco pessoas. No país, de 2000 a 2012, a violência causada por conflitos agrários provocou 458 mortes.

Uma das últimas vítimas foi um dos dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes (RJ), Cícero Guedes dos Santos, de 49 anos, assassinado com dez tiros, em janeiro, em uma estrada de terra do município. A Polícia Civil apura o envolvimento no crime de um homem que pretendia assumir a liderança de um assentamento na Usina Cambahyba, in-vadida em 2012. Em fevereiro, 11 dias após a morte do sem-terra, o corpo da produtora rural Regina dos Santos Pinha, de 56 anos, foi encontrado no assentamento Zumbi dos Palmares, também em Campos dos Goytacazes (RJ).

— Na Usina Cambahyba, o mandante do assassinato foi iden-tificado e, segundo as investigações, é um ex-empregado da fazenda que queria exercer influência no acampamento dos trabalhadores. Como sua influência não foi aceita, ele acabou matando o dirigente. Em relação à outra morte, ainda não foi identificada a motivação do assassinato, explicou o ouvidor agrário nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, desembargador Gercino José da Silva Filho.Em novembro ocorreu o maior número de mortes no campo em 2012. Ao todo, sete pessoas foram assassinadas, quase metade delas no Pará. O estado, que costuma registrar o maior número de mortes em conflitos no campo, apresentou queda no total de assassi-natos: de 12, em 2011, para 6, em 2012. Em Rondônia, por sua vez, a violência aumentou: de 2, em 2011, para 7, em 2012. O aumento deveu-se sobretudo à disputa entre madeireiros na área de divisa do estado com o Acre e o Amazonas, região que tem sido palco de epi-sódios de violência nos últimos anos. O avanço recente da ocupação de terras no local também é apontado como fator responsável pela grande incidência de conflitos.

— Os conflitos continuam e a violência aumenta não tanto pela ação estatal, como se via há muito tempo, mas agora pela iniciativa privada de pistoleiros, jagunços e até de empresas contratadas para fazerem esse tipo de violência — observou Isolete Wichinieski, da coordenação nacional da CPT.

integRantes da Cpt tamBém ameaçadosAno passado, conflitos em áreas indígenas deixaram sete mor-

tos, a maioria no Maranhão. Em Mato Grosso do Sul, em fevereiro deste ano, um índio guarani-caiová, de 15 anos, foi morto na cidade de Caarapó, crime que teve repercussão internacional. Denilson Bar-bosa foi assassinado pelo fazendeiro Orlando Gonçalves Carneiro, que confessou o crime um dia após o assassinato. Na última quin-ta-feira, a família da vítima foi incluída no Programa de Proteção a Testemunhas, que, em 2011, quintuplicou o total de protegidos no campo.

Atualmente, segundo a Secretaria de Direitos Humanos, 391 pessoas estão incluídas no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. Os dados da CPT mostram que o número de pessoas “marcadas para morrer” no meio rural em 2012 foi menor que em 2011, mas permaneceu em nível elevado. O total de pessoas

ameaçadas de morte passou de 347, em 2011, para 280, em 2012, o segundo maior patamar desde 2006. No Norte, os próprios inte-grantes da CPT têm sofrido ameaças e perseguições de pessoas que exploram ilegalmente a madeira da região.

O tráfico de madeira vitimou, no ano passado, duas pessoas em Rondônia. Na frente do filho, de 5 anos, a extrativista Dinhana Nink, de 28 anos, foi assassinada após ter denunciado um grupo de grileiros que extraía madeira ilegalmente na região. Outra vítima foi o índio João Oliveira da Silva Kaxarari, assassinado em agosto por traficantes de maneira que invadiram uma propriedade indígena, na fronteira entre Rondônia e Amazonas.

Campos: cenário histórico de conflitos agrários no Rio

Desde 2006, seis pessoas foram assassinadas no município por disputas na área rural

SÃO PAULO Cenário da morte de dois sem-terra neste ano, Campos de Goytacazes, no Norte Fluminense, é o município que historicamente apresenta o maior número de conflitos agrários no Rio de Janeiro. A cidade, onde vivem hoje cerca de 1.500 famílias em 14 assentamentos de terra, engrossa, nos últimos anos, o saldo de mortes no meio rural. Segundos dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), desde 2006, seis pessoas foram assassinadas no município em decorrência de disputas agrárias. No ano passado, outros dois sem-terra de um acampamento rural de cortadores de cana de açúcar, localizado na cidade fluminense, foram mortos próximo à BR-356, que liga Campos a Itaperuna. Antônio Carlos Biazini, de 45 anos, líder do acampamento rural, e Joais da Silva Rocha, de 25 anos, foram baleados quando deixavam o local.

O município, o mais extenso territorialmente do estado, apre-senta a maior concentração de unidades latifundiárias, sobretudo de tradição canavieira, e de trabalhadores rurais no Rio de Janeiro, fatores que transformaram o local em um caldeirão de conflitos. Para a coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Rio de Janeiro, Marina dos Santos, a demora do gover-no federal em desapropriar algumas propriedades improdutivas e a ausência do poder público na região contribuem para o quadro de tensão rural. Em Campos dos Goytacazes, concentra-se o maior número de ocupações realizadas pelo movimento dos sem-terra na Região Norte do Rio de Janeiro.

- É uma região marcada pela concentração da terra e pela ausência do poder público. Há ainda uma cultura de organização de pistolagem e de jagunçagem. A não presença do poder público deixa esses grupos muito à vontade para atuar - afirmou.

Outra região que historicamente figura quase todos os anos nos dados da Comissão Pastoral da Terra é a do entorno da Baía de Guanabara. Nos últimos quatro anos, quatro pessoas das comu-nidades locais de pescadores foram assassinadas em conflitos por territórios. No ano passado, em junho, um dia após o encerramento da conferência Rio+20, duas pessoas foram mortas. Uma delas foi João Luiz Telles Penetra, de 40 anos, que estava na lista de amea-çados da CPT. A outra foi Almir Nogueira de Amorim, de 45 anos, outro líder ambiental da região. Os dois faziam parte da Associa-ção Homens do Mar (Ahomar), entidade contrária a empreendi-mentos que prejudiquem a pesca artesanal na Baía de Guanabara. Segundo pescadores, nos últimos meses, aumentou o número de homens armados que circulam pelo local. ( Gustavo Uribe )

ConfRonto agRÁRio - Violência crescenteNúmero de mortes em conflitos por terras cresce 10,3% em todo o país entre 2011 e 2012

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Entrou em vigor no final do ano passado a novíssima lei seca, que traz alterações no Código de Trânsito Brasileiro. Novíssima porque houve uma tentativa fracassada em 2008, acompanhada na época de uma forte campanha nos Estados, com o aumento vertiginoso da fiscalização, das autuações e até de prisões.

Essa, porém, não tardou a se mostrar inviável, porque a configuração do crime dependia da quantidade de álcool no sangue, de modo que bastava recusar-se a fazer o teste do bafômetro para se ver livre da incriminação. Enfim, em poucos meses a tão festejada mudança legislativa se revelou um grande fiasco.

Veio, então, a Lei n.º 12.760/2012, por força da qual o artigo 306 do Código de Trânsito, que tipifica o crime, pas-sou a ter a seguinte redação: “Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”.

Algumas considerações sobre o novo crime de embria-guez ao volante merecem ser feitas.

Um ponto positivo da nova lei é que somente o moto-rista flagrado com a capacidade psicomotora alterada poderá ser enquadrado no mencionado crime, ao contrário do que ocorria com a malsinada lei de 2008, que presumia a alte-ração psíquica a partir de determinada quantidade de álcool no sangue, independentemente da efetiva embriaguez. A mu-dança é bem-vinda porque os efeitos do álcool e de outras substâncias psicoativas variam de uma pessoa para outra, só se podendo afirmar a diminuição da capacidade psicomotora de alguém mediante seu exame médico individualizado.

Entrementes, geraram polêmica na lei atual os meios de prova admitidos para se poder constatar a embriaguez. Além do teste de alcoolemia (por bafômetro ou exame de sangue), de notório fracasso na legislação anterior diante da oponível garantia de ninguém ser obrigado a produzir prova contra si mesmo, a lei agora prevê o exame clínico, a perícia, o vídeo, a prova testemunhal ou outros meios de prova em Direito admitidos.Causa estranheza que provas sérias e dotadas de valor científico, como a perícia ou o laudo clínico do médi-co, tenham recebido o mesmo valor legal do depoimento de uma testemunha qualquer ou até mesmo de um vídeo ama-dor. Sim, porque, excluídos os casos emblemáticos de em-briaguez notória, que a televisão costuma flagrar, a maioria dos casos de alteração da capacidade psicomotora é de difícil asserção, de modo que se mostra bastante temerário deixá-la à mercê da prova testemunhal - cuja falibilidade vem sendo discutida há décadas nos meios acadêmicos -, a qual é aceita com ressalvas pelos tribunais pátrios, sobretudo quando de-sacompanhada de provas materiais do crime.

Da mesma forma, a possibilidade de que a embriaguez seja atestada por imagens captadas em vídeo cria um am-biente fértil para uma indústria de condenações arbitrárias, exatamente o inverso do que deveria prevenir a lei, pois as imagens em vídeo são obviamente muito pobres em infor-

mações se comparadas com as análises médicas realizadas no exato momento da abordagem. Ou seja, mesmo quando não for possível o exame ao vivo e em cores, face to face, feito por um médico no momento da abordagem, diz a lei que poderá substituí-lo o exame virtual, melhor dizendo, ci-nematográfico, em duas dimensões, e não necessariamente submetido à análise médica, posto à mercê, portanto, da in-terpretação leiga dos agentes da Justiça. Havemos de convir que a lei se contentou com muito pouco!

Mais temerário ainda é permitir que o policial responsá-vel pela abordagem possa figurar como “testemunha” da em-briaguez. Herança de sombrios tempos de autoritarismo, o testemunho em juízo do policial responsável pela abordagem ainda é aceito praticamente sem reservas pela jurisprudên-cia dos nossos tribunais como prova para condenar acusados de roubo, pequenos furtos, porte ilegal de arma e de drogas. Logo, ficará a gosto do freguês, cabendo a cada juiz indivi-dualmente decidir se ele será válido ou não como prova da embriaguez.

Acontece que infunde justificado desconforto no espí-rito do cidadão saber que a prova da embriaguez poderá ser decidida, em última análise, pelo policial responsável pela abordagem. Esse incômodo pode ter várias causas, como o histórico de arbítrio do poder no Brasil e as deficiências ainda existentes na nossa polícia. Mas pode ser atribuído também a um natural e, arriscamos dizer, universal receio do indivíduo, não importa o continente onde se encontre, de vir a sofrer abusos e arbitrariedades da parte das forças do Estado.

Não à toa, toda a razão de ser do Direito se resume a estabelecer limites ao exercício do poder, e talvez não haja situação mais propícia à ocorrência do desmando estatal do que a abordagem policial de rua. Em situações assim, em que o Estado detém um poder quase de vida ou morte sobre o indivíduo, a lei deve adotar procedimentos insuspeitos, pelos quais a legalidade da atuação possa ser aferida de forma ob-jetiva, e não por mero ato de fé na palavra do policial.

Não há dúvida que a sociedade brasileira era credora de uma lei capaz de responder adequadamente ao número quase epidêmico de acidentes de trânsito causados pela combina-ção de álcool e automóvel. Mas é verdade também que toda iniciativa legislativa dessa natureza deve buscar o binômio liberdade-segurança, garantindo de forma equilibrada a pre-venção de tragédias, sem ameaçar a segurança jurídica da população que sabe dosar liberdade com responsabilidade e não deve, por conseguinte, ser prejudicada pelos excessos alheios.Pesa dizer, mas mais uma vez o legislador se deixou embriagar pela comoção provocada por alguns casos pon-tuais, atuando a reboque dos acontecimentos, aprovando do dia para a noite um texto legal que, sob o pretexto de resolver um relevante drama social, faz reviver velhos anacronismos, resquícios ainda de um Estado com forte viés autoritário.

* Fabio Tofic Simantob é advogado criminalista e presi-dente da Comissão de Direito Penal do Movimento de Defe-sa da Advocacia.

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BRASÍLIAO pastor e deputado federal

Marco Feliciano (PSC) foi esco-lhido ontem para presidir a Comis-são de Direitos Humanos e Mino-rias da Câmara dos Deputados (CDHM). Ele ficou conhecido por suas posições radicais e conserva-doras em relação a homossexuais e a negros.

Antes da definição, o pastor criou em seu site oficial um abai-xo-assinado, que já conta com aproximadamente 59 mil adesões, a seu favor. Ao mesmo tempo, um grupo de opositores criou no site Avaaz uma petição que, por sua vez, reúne 46 mil assinaturas con-tra a indicação.

Outros três parlamentares do PSC também disputaram a indica-ção: as deputadas Antônia Lúcia (PSC-AC) e Lauriete Rodrigues (PSC-ES) e o deputado Zequinha Amaro (PSC-PA), que também são pastores.

Eleito em 2010 para seu pri-meiro mandato de deputado fe-deral, com 210 mil votos, Marco Feliciano, presidente da igreja Mi-nistério Avivamento já declarou que o amor entre pessoas do mes-mo sexo leva ao ódio, ao crime e à rejeição.

Em 2011, criou polêmica ao escrever, em seu perfil no Twitter que “os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e que essa maldição é que explica o “paganismo, o ocultismo, misérias e doenças, como ebola” na África.

A presidência da CDHM é tra-dicionalmente ocupada pelo PT, que dessa vez, não a considerou prioridade.

A bancada petista optou por presidir a Comissão de Seguridade Social, além de ter o comando da

de Constituição e Justiça e da de Relações Exteriores. Já o controla do colegiado de Direitos Huma-nos, por acordo, ficou a cargo do PSC, sigla aliada do Planalto.defesa

Após a definição, Feliciano, mais uma vez, negou ser homofó-bico e racista, citou Martin Luther King para se defender de críticas e disse que a Câmara não voltará à “idade da pedra”.

“Um dos maiores nomes dos direitos humanos do mundo foi também um pastor: Martin Luther King. (...) E foi um grande repre-sentante, um cristão convicto. E por que essa história não pode se repetir?”.

Sobre sua atuação na comissão, o pastor prometeu ser democrático e disse: “Se houver manifestações contrárias, todas elas serão ouvi-das porque o espaço democrático possibilita isso”.

Repercussão

Entidades indicam retrocesso

A eleição do pastor Marco Fe-liciano (PSC) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados foi re-batida por entidades mineiras que militam em defesa dos direitos das minorias.

“A eleição dele é um enorme retrocesso, político e social. Ele é radical, já expôs isso. Para quem a gente vai apelar? Para essa co-missão? É um lugar a menos para a gente ir”, disse Osmar Rezen-de, presidente da ONG Libertos Comunicação, que defende os in-teresses LGBT. Ele acredita que muitas conquistas dos gays e lés-bicas poderão ser perdidas com a

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Pastor polemista presidirá comissão de Direitos HumanosDeputado já disse que relações gays geram ódio e citou `maldição´ a negros

nomeação.Rezende critica ainda a posi-

ção do PT, que sempre defendeu os direitos humanos. “O PT abriu mão desta comissão para conquis-tar outras. Isso é trair o movimento LGBT”.

O deputado Rômulo Viegas (PSDB), vice-presidente da Co-missão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas, também falou em retrocesso. “Pelo o que a imprensa tem noticiado, acho que foi uma escolha infeliz. O presidente dessa comissão deve, sobretudo, pregar a igualdade en-tre as pessoas, independentemente de sexo ou raça.” Viegas acredita, porém, que, com a escolha, o co-legiado será mais monitorado pela população. (Gustavo Prado e Ra-quel Gondim)

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