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1 Inteligência Artificial Prof. Dr. Sérgio Silva Profª. Josiane M. Pinheiro Baseado no Cap. 2 do livro de Stuart Russel e Peter Norving - “Inteligência Artificial”, 2 a ed.

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    Inteligncia Artificial

    Prof. Dr. Srgio SilvaProf. Josiane M. Pinheiro

    Baseado no Cap. 2 do livro de Stuart Russel e Peter Norving - Inteligncia Artificial, 2a ed.

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    O que Inteligncia Artificial? Durante milhares de ano procuramos entender como

    pensamos Como um mero punhado de matria pode perceber,

    compreender, prever e manipular um mundo muito maior?

    A IA tenta alm de entender, tambm construir entidades inteligentes

    Subcampos rea de uso geral: aprendizado e percepo

    Tarefas especficas: jogos de xadrez, demonstrao de teoremas matemticos, criao de poesia e diagnstico de doenas

    Um campo universal: sistematiza e automatiza tarefas intelectuais

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    Quatro pontos de vista sobre AIPensando

    Agindo

    Como humanos Racionalmente

    A automao de atividades que ns associamos com o pensamento humano, atividades como a tomada de deciso, a resoluo de problemas, o aprendizado... [Bellman, 1978]

    A arte de criar mquinas que realizam funes que requerem inteligncia quando realizadas por pessoas [Kurzwell, 1990]

    O estudo das computaes que tornam possvel perceber, raciocinar e agir [Winston, 1992]

    O estudo e o projeto de agentes inteligentes [Poole et al.,1998]

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    Agindo como humanos Alan Turing (1950) prope o Teste de Turing

    Computing Machinery and Intelligence [http://www.abelard.org/turpap/turpap.htm]

    As mquinas podem se comportar inteligentemente?

    Teste operacional para comportamento inteligente: O JOGO DA IMITAO

    Previu que, em 2000, as mquinas teriam 30% de chance de enganar uma pessoa leiga por 5 minutos

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    O Interrogador

    Agindo como humanos

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    Agindo como humanos Para passar no Teste de Turing necessrio:

    Processamento de Linguagem Natural Representao de Conhecimento Raciocnio Automtico Aprendizagem de mquina

    Teste de Turing Total

    Viso Computacional Robtica

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    Agindo como humanos Eliza e Jlia so softwares que tentaram passar no teste

    Atualmente pesquisadores em IA tem dedicado pouco esforo para passar no teste de Turing

    Acreditam que mais importante estudar os princpios bsicos da inteligncia do que reproduzir um ser inteligente

    O desafio do vo artificial Teve sucesso quando os pesquisadores pararam de imitar os

    pssaros e estudaram a aerodinmica

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    Pensando como humanos Programas pensam como humanos => como os humanos

    pensam?

    Como a mente humana trabalha por dentro? Atravs de introspeco Atravs de experimentos psicolgicos

    Uma teoria precisa do funcionamento da mente => possibilidade de expressar a teoria no computador

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    Pensando como humanos Newell e Simon (1961) General Problem Solver (GPS)

    Estavam preocupados em comparar as formas de seu raciocnio s formas do raciocnio humano para resolver os mesmos problemas

    Cincia Cognitiva modelos computacionais da IA + tcnicas experimentais da psicologia Tentar construir teorias precisas e testveis a respeito dos processos de

    funcionamento da mente humana

    IA e cincia cognitiva ajudam uma a outra, especialmente em reas de viso computacional, linguagem natural e aprendizagem

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    Pensando racionalmente Aristteles => tentou codificar o pensamento correto

    (processos de raciocnio irrefutveis, incontestveis) Silogismos = concluses corretas para premissas corretas

    Scrates um homem e Todo homem mortal, ento Scrates mortal

    As leis do pensamento deveriam governar as operaes da mente => incio da lgica

    Desenvolvimento da lgica formal (sculos 19 e 20) => fornece uma notao precisa para declarar sobre todos os tipos de coisas do mundo e as relaes entre elas

    Em 1965 existiam programas que podiam resolver qualquer problema solucionvel descrito em notao lgica Se no houver uma soluo o programa pode nunca mais parar

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    Pensando racionalmente A tradio logicista da IA tenta desenvolver tais programas

    para criar sistemas inteligentes

    Obstculos da abordagem:

    Dificuldade de passar conhecimento informal para termos formais (notao lgica) principalmente quando o conhecimento impreciso

    Existe uma grande diferena entre ser capaz de resolver um problema e fazer isto na prtica

    Problemas pequenos podem esgotar os recursos computacionais se no tiverem alguma orientao de quais etapas de raciocnio ele deve tentar primeiro

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    Agindo racionalmente: o agente racional Agente computacional X programas

    Operar sob controle autnomo, perceber seu ambiente, adaptar-se s mudanas ser capaz de assumir metas

    Agente racional => age para alcanar o melhor resultado (esperado)

    Comportamento Racional FAZER A COISA CERTA aquilo que maximiza o objetivo, dada a informao disponvel

    Fazer inferncias corretas parte de uma agente racional Agir racionalmente raciocinar logicamente sobre o objetivo que

    uma dada ao ir alcanar, e ento agir

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    Agindo racionalmente Inferncia correta no representa toda a racionalidade

    Algo deve ser feito, mas no existe algo comprovadamente correto

    Agir racionalmente s vezes no envolve inferncia. Ex: tirar a mo de algo quente

    Obs.:Limitaes computacionais tornam a racionalidade perfeita inalcanvel.

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    Qual o ncleo do problema?

    Conhecimento

    Aquisio Representao Uso

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    Sub-reas de IA

    Conhecimento

    AquisioAprendizagem Simblica Conexionista Social e emergentePercepo Viso

    RepresentaoLgicasRedes Simblica Conexionista BayseanaFrames

    UsoRaciocnioPlanejamentoPLNRobtica

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    Fundamentos da inteligncia artificial

    IA

    Filosofia Matemtica

    PsicologiaComputao

    Lingstica

    Economia

    Neurocincia

    Teoria de Controle e Ciberntica

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    Filosofia (428 B.C. - presente) Lgica e mtodos de raciocnio

    Aristteles (384-322 a.C.) silogismos, noo de intuio

    Ramon Lull (1315) artefato mecnico para raciocnio til

    Thomas Hobbes (1588-1679) raciocnio semelhante computao numrica

    Leonardo da Vinci (1500) projeto de uma calculadora mecnica

    Wilhelm Leibniz (1623) primeira mquina de calcular conhecida

    A mente como um sistema fsico

    Ren Descartes (1596-1650) Dualismo mente isenta das leis da fsica (matria)

    materialismo, onde todas as coisas do mundo (inclusive o crebro e a mente) opera segundo leis fsicas

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    Filosofia (428 B.C. - presente) A origem do conhecimento

    Francis Bacon's (1561-1626) - empirismo, conhecimento est baseado na observao e na experincia

    Hume (1739) - princpio da induo - regras gerais so adquiridas pela exposio e repetidas associaes entre seus elementos

    Ludwig Wittgestein (1889-1951) e Bertrand Russel (1872-1970) - positivismo lgico - observaes que correspondem ao sensores de entrada

    Carnap e Carl Hempel (1905 - 1997) teoria da confirmao tentava compreender como o conhecimento pode ser adquirido a partir da experincia

    Racionalidade

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    Matemtica (800-presente) Representao formal e lgica clssica

    George Boole (1847) - linguagem formal para fazer inferncias lgicas - lgica booleana

    Gottlob Frege (1879) - formou a lgica de predicados de primeira ordem, que utilizada em boa parte dos sistemas atuais (RC)

    Alfred Tarski (1902-1983) - teoria que mostra como relacionar objetos em uma lgica a objetos do mundo real

    Algoritmos de prova

    Kurt Gdel (1931) - teorema da incompletude, existem afirmaes verdadeiras que so indecidveis sua verdade no pode ser estabelecida por qualquer algoritmo

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    Matemtica (800-presente) Indecidibilidade

    Alan Turing (1936) - modelo da mquina de Turing - determinar se um problema ou no decidvel (um problema decidvel se existe um algoritmo para ele)

    Intratabilidade

    Cobham (1964) e Edmonds (1965) intratabilidade - o tempo de execuo dos problemas chamados intratveis crescem exponencialmente em relao ao tamanho de suas instncias

    Teoria da NP-Completude

    Steven Cook (1971) e Richard Karp (1972) mtodo para reconhecer um problema intratvel

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    Matemtica (800-presente) Teoria da Probabilidade

    Gerolamo Cardano (1501-1576) - teoria da probabilidade

    Tomas Bayes (1702-1761) anlise Bayesiana - regras para quantificar probabilidades subjetivas (tratamento de incerteza)

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    Economia (1776-presente) Economia:estuda como as pessoas fazem escolhas que levam

    a resultados preferenciais (utilidade)

    Utilidade Lon Walras (1834-1910)

    Frank Ramsey (1931)

    Teoria dos jogos e o comportamento econmico John Von Neumann e Oskar Morgenstern (1944)

    Teoria da deciso = teoria da probabilidade + teoria da utilidade Wellman (1965)

    Pesquisa operacional Richard Bellman (1957) processos de deciso de Markov

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    Neurocincia (1861-presente) Como o crebro processa informaes?

    Paul Broca (1861) estudos em deficincia da fala em pacientes com crebros danificados

    Camillo Golgi (1873) tcnica de colorao para observar neurnios no crebro

    Santiago Ramon Cajal (1852-1934) estudos pioneiros das estruturas de neurnios no crebro

    Hans Berger (1929) eletroencefalgrafo medio da atividade do crebro intcto

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    Psicologia (1879-presente) Fenmenos de percepo e controle

    H. S. Jennings (1906) Introspeco

    John Watson (1878-1958)- behaviorism (comportamentalismo) medidas obejetivas de percepo estmulo e resposta

    O crebro como um dispositivo de processamento de informaes

    Willian James (1842-1910) Psicologia Cognitiva

    Passos entre a percepo e as aes

    Kenneth Craik (1943) - especificou trs passos chaves de um agente baseado em conhecimento: (1) O estmulo transformado em uma representao interna;

    (2) A representao manipulada por um processo cognitivo que deriva novas representaes internas; e

    (3) Esta representao traduzida em uma ao.

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    Computao (1940-presente) A inteligncia artificial necessita de duas coisas: inteligncia e um

    artefato. Atualmente o computador o artefato mais adequado.

    Alan Turing e sua equipe Mquina eletromecnica de Health Robison (1940) - decifrar mensagens

    Alems Colussus (1943) mquina de uso geral utilizava vlvulas

    Konrad Zuse (1941) - Z-3 primeiro computador programvel, pontos flutuantes e a 1 linguagem de programao de alto nvel: Plankalkl

    John Atanasoff e Clifford Berry (1942) ABC Primeiro computador eletrnico

    John Mauchly e John Eckert - ENIAC (2 guerra - primeiro computador digital de propsito geral) mais famoso pq seus conceitos ainda so utilizados

    Evoluo do software: sistemas operacionais, linguagens de programao e ferramentas necessrias para escrever programas sofisticados

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    Teoria de controle e ciberntica Projetos de sistemas que maximizem o objetivo

    Ctesbio de Alexandria (+ ou - 250 a. C.) primeira mquina autocontrolada um relgio de gua com um regulador que mantinha o fluxo de guam constante

    James Watt (1736 1819) regulador de mquinas a vapor

    Cornelis Debbell (1572 1633) Termostato e o submarino

    Norbert Wiener (1894 - 1964) Teoria de controle possibilidade de mquinas dotadas de inteligncia

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    Lingstica (1957-presente) Representao de conhecimento e gramtica

    B. F. Skinner (1957) - Verbal Behavior - Abordagem comportamentalista para o aprendizado da linguagem

    Chomsky - exibiu como a teoria comportamentalista no est direcionada a noo de criatividade na linguagem Ela no explicava como uma criana podia compreender e formar frases que

    nunca tinha ouvido antes.

    IA + Lingstica = Lingstica computacional ou PLN

    Compreenso da linguagem exige compreenso do assunto e do contexto (e no somente sintaxe)

    Representao do Conhecimento como colocar o conhecimento em uma forma que o computador possa utilizar vinculado linguagem

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    Histria da inteligncia artificial A gestao da inteligncia artificial (1943-1956)

    Warren McCulloch e Walter Pitts (1943) modelo de neurnios artificiais

    Cada neurnio poderia estar ligado ou desligado

    Troca para ligado ocorria como resposta aos estmulos para um nmero suficiente de neurnios vizinhos

    Idia de que as redes seriam capazes de aprender

    Donald Hebb (1949) regra de atualizao dos pesos da rede

    Marvin Minsky e Dean Edmonds (1951) SNARC o primeiro computador de redes neurais, possua 40 neurnios

    Alan Turing (1950) artigo Computing Machinery and Intelligence

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    Histria da inteligncia artificial O nascimento da Inteligncia Artificial (1956)

    John McCarthy, Minsky, Claude Shannon e Nathaniel Rochester (1956) seminrio de dois meses, com 10 participantes

    Allen Newell e Herbert Simon Logic Therorist programa de raciocnio

    McCarthy sugere o nome Inteligncia Artificial

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    Entusiasmo inicial, grandes espectativas (1952-1969)

    A classe intelectual preferia acreditar que uma mquina nunca poder realizar X Os pesquisadores em IA respondiam naturalmente demostrando um

    X aps o outro

    Newell e Simon - General Problem Solver (GPS) - Programa projetado para resolver problemas como os humanos

    Nathaniel Rochester e Herbert Gelernter (1959) Geometry Problem Solver podiam demonstrar teoremas complicados para alunos de matemtica

    Arthur Samuel (1952) srie de programas para jogar damas que podiam aprender

    Histria da inteligncia artificial

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    Histria da inteligncia artificial McCarthy (1958) - Lisp - Um ano mais nova que FORTRAN

    Advice Taker 1 sistema de IA completo princpios centrais de RC e raciocnio

    Escassez e custo dos recursos computacionais => time sharing

    J. A. Robinson mtodo de resoluo algoritmo completo para demostrao de teoremas em lgica de primeira ordem

    Minsky - Micromundos - Problemas em um contexto limitado que requer inteligncia para resolver

    Ex: Mundo de blocos

    Frank Rosemblatt (1962) Perceptrons e o teorema de convergncia

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    Histria da inteligncia artificial Uma dose de realidade (1966-1974)

    Herbert Simon futuro visvel computadores lidaro com uma variedade de problemas correspondente mente humana

    previso: dentro de dez anos um computador seria campeo de xadrez e provaria um teorema matemtico significativo

    Dificuldade de tratar problemas complexos (exemplos testados eram muito simples)

    Principais problemas nas abordagens adotadas:

    Os programas possuam pouco, ou nenhum conhecimento sobre o problema objeto

    Problema de traduo Russo ingls Traduo exige conhecimento do assunto

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    Histria da inteligncia artificial Intratabilidade de alguns problemas que AI estava tentando

    resolver (antes da teoria da NP-completude)

    Iluso do poder computacional ilimitado, computadores 1.000.000 x mais rpidos no resolvem o problema exploso combinatria

    Problemas NP-completos existem e novas abordagens devem ser adotadas

    Machine evolution (algoritmos genticos de hoje)

    Limitaes fundamentais nas estruturas "bsicas" que estavam sendo utilizadas para gerar um comportamento inteligente

    Ex: Estrutura at ento utilizada para representar redes neurais

    Minsky (1969) Os perceptrons podem aprender qualquer coisa que eles so capazes de representar, mas eles podem representar muito pouco.

    Cai o mito que em pouco tempo teramos mquinas super inteligentes

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    Histria da inteligncia artificial Sistemas baseados em conhecimento (1969-1979)

    Weak methods (pouco informao sobre o domnio) necessidade maior de computao

    Surgimento dos Sistemas Especialistas Conhecimento e regras sobre um determinada especialidade

    Separao entre conhecimento mecanismo de raciocnio

    Buchanan e outros DENDRAL (1969) conhecimento de qumica reduz a quantidade de computao

    Feigenbaum e outros MYCIN diagnstico de doenas infecciosas (450 regras)

    Problemas do mundo real representao de conhecimento teve que melhorar Surgimento de novas LRCs Frames (Minsky), abordagem mais estruturada baseada em

    classes e hierarquia de objetos

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    Histria da inteligncia artificial A IA se torna uma indstria (1980 hoje)

    Digital Equipment Corporation R1 (ajuda a configurar pedidos de novos sistemas de computadores) Economia de 40 milhes de dlares (1986)

    1988 O grupo de IA da DEC tinha 40 sist. especialistas entregues Du Pont - 100 SEs em uso e 500 em desenvolvimento

    Economia de 10 milhes de dlares

    Projetos ambiciosos no Japo e EUA (1981) nunca atenderam suas metas

    Industria da IA: 1980 alguns milhes 1988 bilhes de dlares

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    Histria da inteligncia artificial O retorno das redes neurais (1986-presente)

    Desenvolvimento continuou em outras reas (fsica, psicologia)

    Recriao do algoritmo back-propagation (4 grupos diferentes)

    IA Tradicional x Redes Neurais

    Eventos recentes (1987-1995-2000)

    Avanos e utilizao de tecnologia para reconhecimento de imagem e fala/som.

    Belief networks, "probabilidade" que permite formalismo para tratar incertezas.

    Desenvolvimento de mecanismos lgicos para tratar incerteza. Ex: lgica fuzzy, lgica modal, etc.

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    O estado-da-arte O que pode ser feito (usando IA) atualmente?

    Planejamento autnomo e escalonamento (NASA)

    Jogos: Deep Blue da IBM derrota Garry Kasparob campeo mundial de xadrez

    Controle autnomo: Sistema de viso computacional ALVINN treinado para dirigir um automvel

    Diagnstico: Programas de diagnstico mdico com explicao

    Planejamento logstico e programao de execuo de transporte

    Robtica: Ao ponto de ajudarem em microcirurgias

    Reconhecimento de linguagem e resoluo de problemas