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Morte

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  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

    www.ee.usp.br/reeusp/386A morte e o morrer segundo representaesde estudantes de enfermagemOliveira JR, Brtas JRS, Yamaguti L

    DEATH AND DYING ACCORDING TO NURSING STUDENTS REPRESENTATIONS

    LA MUERTE Y EL MORIR SEGN REPRESENTACIONES DE ESTUDIANTES DE ENFERMERA

    Jos Rodrigo de Oliveira1, Jos Roberto da Silva Brtas2, Lie Yamaguti3

    RESUMENSe trata de un estudio cualita-tivo, cuyo objetivo fue conocer lasrepresentaciones de los estudian-tes del curso de graduacin enEnfermera de la UniversidadFederal de So Paulo, sobre lascuestiones que envuelven la muer-te y el morir. Los sujetos fueron40 estudiantes del sexo masculinoy femenino que frecuentaban la2, 3 y 4 series del curso degraduacin en Enfermera. Comometodologa usamos las premisasde las Representaciones Sociales,utilizando la tcnica de entrevistacon dos cuestiones dirigidas noestructuradas. Los resultados deeste estudio fueron organizadosy dispuestos en un rbol mxi-mo, teniendo como ncleo cn-trico de la representacin el even-to muerte y como representacio-nes perifricas ms importantes:conceptos, miedo a la muerte yrelacin alumno-paciente.

    DESCRIPTORESEstudiantes de enfermera.Muerte.Salud mental.Tanatologa.

    RESUMOTrata-se de um estudo qualita-tivo, cujo objetivo foi conheceras representaes das estudantesdo curso de graduao em Enfer-magem da Universidade Federalde So Paulo, sobre as questesque envolvem a morte e o morrer.Os sujeitos foram 40 estudantesdo sexo masculino e feminino quefreqentavam a 2., 3. e 4.sries do curso de graduao emEnfermagem. Como metodolo-gia, foram utilizadas as premissasdas Representaes Sociais,usando a tcnica de entrevistacom duas questes norteadorasno estruturadas. Os resultadosdeste estudo foram organizadose dispostos em uma rvoremxima, tendo como ncleocentral da representao o eventomorte e como representaesperifricas mais importantes:conceitos, medo da morte erelacionamento aluno-paciente.

    DESCRITORESEstudantes de enfermagem.Morte.Sade mental.Tanatologia.

    Feminismo.

    ABSTRACTThis is a qualitative study whoseobjective was to know therepresentations of the FederalUniversity of So Paulosundergraduate Nursing students onthe questions that involve deathand dying. The subjects were 40students, males and females, in the2nd, 3rd and 4th year of the under-graduate course in Nursing. As amethodology were used theassumptions of the Social Repre-sentations, using the technique ofan interview with two non-structured guiding questions. Theresults of this study were orga-nized and placed on a maximumtree having as the represen-tations central nucleus the eventdeath and as the most importantperipheral representations con-cepts, fear of death and relation-ship pupil-patient.

    KEY WORDSStudents, nursing.Death.Mental health.Thanatology.

    AR

    TIGO

    OR

    IGIN

    AL

    A morte e o morrer segundo representaesde estudantes de enfermagem*

    * Pesquisa financiadapelo CNPq, Programade IniciaoCientfica/CNPq/UNIFESP.

    1 Graduando de Enfer-magem, Universi-dade Federal deSo Paulo (UNIFESP).So Paulo, SP, [email protected]

    2 Enfermeiro. Psiclo-go. Professor Adjuntoda UNIFESP.So Paulo, SP, [email protected]

    3 Graduanda de Enfer-magem, UNIFESP.So Paulo, SP, [email protected]

    Recebido: 03/11/2005Aprovado: 31/05/2006

  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

    www.ee.usp.br/reeusp/ 387A morte e o morrer segundo representaesde estudantes de enfermagemOliveira JR, Brtas JRS, Yamaguti L

    INTRODUO

    No ambiente hospitalar o cuidar envolve, verdadeira-mente, uma ao interativa. O processo de cuidar definidocomo o desenvolvimento de aes, atitudes e comporta-mentos com base em conhecimento cientfico, experincia,intuio e pensamento crtico realizado para e com o cliente,cuidado no sentido de promover, manter e/ou recuperar suadignidade e totalidade humana. O termo cuidado em enfer-magem tem sido utilizado para denotar um servio oferecidopor enfermeiros queles que apresentam necessidades rela-cionadas ao binmio sade-doena. A distino entre aspolaridades de compreenso sobre o cuidado de enferma-gem, que se refere ao desempenho de procedimentos espe-cficos por parte das enfermeiras, e a expresso cuidar emEnfermagem denota a totalidade de servios prestados atra-vs das interaes enfermeiro-paciente(1).

    Durante o exerccio da profisso, os enfermeiros seguemnormas e condutas objetivando salvar vidas e evitar a mor-te, que, quando se faz presente, pode causar um estado detristeza, perda, frustrao e estresse j que ver o corpo iner-te de uma pessoa para o qual se prestou cuidados, se dedi-cou tempo, energia, carinho, amor, se trocou palavras e atmesmo se riu lado a lado algo que causa estranheza(2). Apartir desta questo e tendo como referencial a formao doser enfermeiro, que ocorre durante a graduao, surge aseguinte pergunta: Os estudantes de enfermagem esto re-cebendo preparo adequado para o enfrentamento do pro-cesso doena-morte no convvio hospitalar?

    Os estudantes de enfermagem so treinados para desen-volver uma relao com o paciente segundo os modelosdescritos nos livros de enfermagem. Aprendem que o cuidar um dos ingredientes essenciais da vida; que o cuidar aju-da a assegurar que a vida continue, pela construo de umambiente propcio para crianas e adultos. O cuidar ajuda aevitar doenas, a promover a sade, curar ou ajudar os vul-nerveis, educar a populao e elevar as relaes humanasa experincias gratificantes de prazer, segurana, confiana,crescimento e atividade produtiva. Amor, dio, medo, felici-dade, raiva, prazer, ou qualquer outra emoo humana po-dem receber os efeitos produtores de crescimento, gerado-res de energia, motivadores e, consistentemente, positivosdo cuidar. Todos os demais sentimentos humanos possuemefeitos potencialmente negativos, bem como positivos, maso cuidar, por sua natureza e definio, somente e semprepositivo.

    A problematizao deste estudo resumiu-se da seguinteforma: como o estudante sente, percebe e organiza-se dian-te da possibilidade ou da concretude da morte de umcliente?

    Diante desta questo, entendemos a importncia desteestudo para obteno de algumas respostas, com a finalida-

    de de identificar se os estudantes do curso de enfermagemesto sendo preparados para manuteno da vida, comotambm para o processo doena-morte.

    A finalidade deste estudo caracterizou-se por coletar ele-mentos para elaborao de uma disciplina eletiva que possi-bilite a reflexo e discusso sobre o tema morte e o morrer,visando buscar caminhos para que os futuros profissionaisde enfermagem possam lidar com a morte no seu ambientede trabalho, segundo uma postura profissional e essencial-mente humana. Teve por objetivo conhecer e identificar asrepresentaes dos estudantes do curso de graduao emEnfermagem da Universidade Federal de So Paulo, frentes questes que envolvem a morte e o morrer.

    MTODO

    Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, parao qual utilizamos as premissas das Representaes Sociais,tendo como referencial de anlise os estudos realizados(3-5).

    Por representaes sociais entendemos um conjuntode conceitos, proposies e explicaes originadas na vidacotidiana no curso de comunicaes interpessoais. Elasso o equivalente, em nossa sociedade, aos mitos e siste-mas de crena das sociedades tradicionais; podem tam-bm ser vistas como a verso contempornea do sensocomum(6). uma forma de conhecimento socialmente ela-borada e partilhada, tendo uma viso prtica e concorren-do para a construo de uma realidade comum a um con-junto social(7).

    Esta pesquisa teve seu projeto (CEP n 0972/03) avali-ado e aprovado pelo Comit de tica da UniversidadeFederal de So Paulo. Todos os procedimentosmetodolgicos obedeceram aos padres estabelecidospela Resoluo 196/ 96, que trata das Normas de Pesqui-sa Envolvendo Seres Humanos(8). Foi realizada na Uni-versidade Federal de So Paulo junto a estudantes docurso de graduao de Enfermagem. Os sujeitos destapesquisa foram constituram-se de 40 estudantes do sexomasculino e feminino escolhidos aleatoriamente. Opta-mos por entrevistar estudantes do 2, 3 e 4 anos queapresentavam vivncias em estgios curriculares. Do to-tal das entrevistas, 15 estudantes (38%) eram do 4ano,15 (38 %) do 3 ano e 10 (24%) do 2 ano; a mdia de idadeentre as estudantes foi de 23 anos, sendo que a idademnima foi de 19 anos e a mxima de 48 anos.

    Para a coleta de dados, utilizamos como instrumento aentrevista individual em local reservado, a qual possibilitauma atmosfera de interao e reciprocidade entre quem en-trevista e o entrevistado(9). As entrevistas foram gravadasapenas aps a aquiescncia dos estudantes, e posterior-mente transcritas pelo entrevistador, de forma sigilosa, ga-rantido aos mesmos o anonimato.

  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

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    Para nortear a entrevista, elaboramos algumas proposi-es ou questes orientadoras da investigao, que se cons-tituiu de: 1. O que a morte para voc?; 2. como voc encaraou espera encarar a morte no ambiente de trabalho?

    Aps a realizao das entrevistas utilizamos a tcnicade anlise do discurso, na qual o trabalho de interpreta-o seguiu os seguintes passos: leitura flutuante do ma-terial; transcrio do material; elaborao de mapa dostemas emergentes; construo do discurso; transportedas associaes para um grfico, pontuao das relaesentre elementos cognitivos, prticas e investimentosafetivos.

    morte

    medo da morteConceitos

    Lidando com a morte e o morrer

    Crenas enquanto elemento interveniente

    Fatores estruturadores do comportamento em relao a morte e o morrer

    O cuidado com o corpo ps-morte

    Lidando com os familiares

    Sentimentos em relao a morte

    Relacionamento aluno-paciente

    Expectativas com relao morte e o morrer

    Medo de espritos

    Medo de morrer cedo

    Medo de perder a figura parental

    Medo de ficar sozinho(a)

    culpaimpotncia

    apegodistanciamento

    indiferena

    Finitude passagem separaoIncgnito Medo da hospitalizao

    Medo de sofrimento

    Etapa da vida

    tristeza

    idade

    Medo de expressar sentimentos

    ANLISE DOS DADOS

    Aps a transcrio do material, elaboramos um mapacontendo os temas emergentes, no qual pontuamos o n-cleo central que representa a morte. Ligados a este ncleocentral esto os elementos perifricos, como podemos ob-servar na Figura 1.

    Como ncleo central temos o episdio da morte. Quantoao sistema perifrico, este se constitui por trs principaisramos de representaes, desvelados pelos sujeitos, queso: conceitos, o medo da morte e o relacionamento aluno-paciente.

    Figura 1 - Figura 1 - Figura 1 - Figura 1 - Figura 1 - rvore Mxima da Representao Social dos estudantes de Enfermagem sobre a morte e o morrer- So Paulo - 2005

    A representao de conceitos desmembra-se em elemen-tos como: passagem, incgnita, separao, finitude e eta-pa da vida. O elemento denominado passagem compreendeuma concepo espiritual do tema central, segundo a qual apessoa tem a morte enquanto transio entre o mundo mate-rial e o espiritual. Como exemplo destacamos os seguintesrecortes de falas dos estudantes:

    Eu acho que uma passagem, uma etapa da vida, eu achoque o nosso corpo fica e nosso esprito vai para outrolugar.(E-1)

    Neste sentido, a morte como transio a representaodas crenas e convices espirituais do ser humano(5). vista como evento que ocorre com todos, num futuro, por-tanto supostamente desconhecido. Entretanto, alguns rela-tos apresentam, com tanta convico, uma viso do que vaiacontecer depois, que parecem supor um conhecimento quecontrasta com o (des) conhecimento que envolve a morte.

    Quanto ao elemento denominado incgnito, interpreta-mos como aquilo que desconhecido, enigmtico, comoobservamos na frase a seguir:

    uma coisa desconhecida para mim, no sei o que verda-de, ento eu ignoro, ento, o que tiver que ser, ser. (E-9)

    A morte vista como o desconhecido traz tona a emoodo medo, o mistrio, o no familiar, que, tambm associadaa um certo fascnio, de que o desconhecido oferece a possi-bilidade de descobrir algo que no se conhece e que podeser mais instigante que a prpria existncia(5).

    O elemento separao nos mostra o afastamento de pes-soas com vnculos afetivos entre si, caracterizando um acon-tecimento sem volta, permeado de saudosismo, como pode-mos observar na fala:

    Para mim, morte a separao, de voc ficar longe daspessoas queridas. (E-4)

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    A perda de uma pessoa amada uma das experinciasmais intensamente dolorosa que o ser humano pode sofrer. penosa no s para quem experencia, como tambm paraquem a observa, ainda pelo fato de sermos to impotentespara ajudar(10). O elemento finitude revela o carter de finito,ou seja, que tudo est acabado. Neste caso, temos a desvin-culao do tema morte ao aspecto religioso/espiritual, de-notando uma viso de cunho materialista.

    Morte o fim de tudo, o fim de tudo que voc fez, tudoque voc cultivou. (E-5)

    A morte ligada idia de finitude pode vir acompanhadade tristeza e revolta. Considerando que interrompe a vida,podendo-se pensar na morte fora de hora. Pode tambm serencarada com indiferena, fatalidade, aps ter-se cumpridouma misso; poder ser chamada de morte na hora certa(4).

    O elemento etapa da vida nos desvela a compreensoda morte enquanto um processo natural, relacionado ao de-senvolvimento do ser humano.

    Morte o fim da manifestao da vida de uma pessoa. um acontecimento biolgico, alias um acontecimento quefaz parte da vida, meio estranho falar que faz parte davida, mas[...]. (E-19)

    Nessa representao, a morte decorrncia e faz parteda vida, despersonalizada, no de ningum, de todahumanidade. Vista como evento natural, as pessoas se tor-nam observadoras do seu processo de morrer(5). Destaforma, esta conexo entre vida e morte aparece tambm quan-do se afirma que a morte est no cotidiano das pessoas.

    Todos os elementos descritos (passagem, incgnito, sepa-rao, finitude e etapa da vida) convergem para a representaodenominada de lidando com a morte e o morrer. Trata-se dadescrio de formas adotadas para enfrentar situaes queenvolvam a morte e o morrer, como observamos nas frases:

    Eu acredito que tem vida aps a morte, voc j cumpriuseu papel aqui na terra e acaba passando para outroplano, s de pensar assim me sinto confortada. (E-2)s vezes a pessoa est sofrendo tanto, que at a morteseria melhor para pessoa, descansar em paz como falampor a. (E-12)

    Um autor(11) refere que se negamos a morte, se nos recu-sarmos a entrar em contato com nossos sentimentos, esseluto ser mal elaborado e, assim, teremos uma chance maiorde adoecermos, cairmos em melancolia e em outros proces-sos substutivos.

    Negar a morte uma das formas de no entrar em conta-to com experincias dolorosas. A grande ddiva da negaoe da represso permitir que se viva num mundo de fanta-sia, no qual h iluso de imortalidade. O mesmo autor afirmaque negar a morte pode dar idia de fora e controle; entre-tanto, uma perda seguida de precria ou m elaborao do

    luto no se permitindo a expresso da tristeza e da dor tem trazido graves conseqncias como a maior possibilida-de de adoecimento(11).

    A partir desta representao, desvelamos elementos como:crenas enquanto elemento interveniente e fatores estrutu-radores do comportamento em relao morte e o morrer.

    Com relao crenas enquanto elemento intervenienteentendemos tratar-se de um objeto de crena, uma con-vico ntima em que a f religiosa influencia a capacidadede enfrentamento de situaes envolvendo a morte e o mor-rer, como podemos observar nas falas dos estudantes:

    Ter uma convico por uma coisa que voc no v, queno pode sentir fisicamente, sei o que vai acontecer comi-go, eu tenho essa certeza pela f. (E-24) A nica certeza que a gente tem que vai morrer, mas nareligio, a filosofia que tenho espiritual, ento a morteno o fim, no vejo a morte como algo ruim, s que eutenho medo [...]. (E-24)

    Esta representao da morte como limite nos ajuda acrescer, mas a morte vivenciada como limite, tambm dor,perda da funo, das carnes, do afeto. O papel da religio ,em parte, o de socializar e dirigir os ritos de morte comoforma de lidar com o terror(3).

    Por outro lado, os ritos destinados aos mortos sempreestiveram vinculados ao medo de que eles pudessem impor-tunar e aterrorizar os vivos(3).

    Quanto aos fatores estruturadores do comportamentoem relao morte e o morrer, revelamos elementos quecontribuem com a ordem das atitudes frente temtica, quepodem ser representadas por:

    Eu acho que o pior o sofrimento antes da morte, a gentefica pensando o que pode acontecer para quem est mor-rendo. (E-26)

    Eu penso assim, se voc morrer, acabou, mas o pior quando morre algum que voc gosta porque fica a lem-brana da pessoa. (E-32)

    Outro ramo de representao importante medo da mor-te, que se decomps em: medo do sofrimento, medo dahospitalizao, medo de ficar sozinho, medo de espritos,medo de morrer cedo, medo de perder a figura parental.

    O medo a resposta psicolgica mais comum diante damorte. O medo de morrer universal e atinge todos os sereshumanos, independente da idade, sexo, nvel socioecon-mico e credo religioso(3).

    A gente ouve todo mundo falar que geralmente todos pro-fissionais fogem nessa hora. A pessoa e o familiar aca-bam ficando sozinhos e eu no quero isso; ento querome preparar para poder dar apoio para as pessoas quevenham perder algum. (E-3)

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    O medo do sofrimento caracteriza-se pelo temor de passarpor procedimentos invasivos, incapacitantes e pela perdado controle sobre si, em um perodo que antecede a morte:

    [...] acho que algo do psicolgico do ser humano, dequerer se defender daquilo que ele no suportaria; ento,para muitas pessoas, a morte uma coisa insuportvel.Tem gente que s pensar em morrer j no quer falarsobre o assunto, acho que as pessoas ficam com medode viver outras coisas, de reviver parentes que jfaleceram. (E-4)

    O mais comum de todos os medos que a morte sejadolorosa. A frase morreu em agonia parece estar gravadanas mentes das pessoas, motivando uma expectativa malfundamentada em relao morte(12).

    O medo da hospitalizao desvela o receio que o indiv-duo tem de no poder retornar ao seu lar, permanecendo noambiente hospitalar, longe de seus familiares e pertences,como observamos na frase:

    [...] ento, o hospital j tem um esteretipo de ser umacoisa ruim e, s vezes, que leva a morte, s vezes apessoa estava bem em casa vai para o hospital e piora porcausa dos problemas. (E-7)

    O medo de ficar sozinho(a), relaciona-se diretamentecom o item anterior, evidenciado pelo temor de ficar sozi-nho(a), hospitalizado em um lugar estranho, cuidado pordesconhecidos; o fato preponderante deste contexto apossibilidade de morrer sozinho, junto a estranhos:

    Eu no sei, tenho medo de ficar sem a pessoa ou entomedo de ir embora e deixar a pessoa sem mim, no sei deonde surgiu esse medo. mais um medo de ficar sozi-nha. (E-33)

    O medo de espritos diz respeito a fenmenos sobrenatu-rais, com base nas crenas religiosas e crendices populares:

    Eu tenho medo de espritos, de algum que eu conheoaparecer [...]. (E-36)

    A sensao de que o morto est presente comum nosprimeiros estgios do pesar e pode ser considerada comouma tentativa da psique para mitigar a sensao de perda(12).

    O medo de morrer cedo est relacionado interrupoprematura da existncia humana, ou seja, deixar de viverantes da concretizao de um determinado projeto de vida,como observamos na fala que segue:

    Tenho medo de morrer e de no viver tudo que eu esperoviver, de fazer varias coisas assim que eu espero fazer.(E-35)

    O medo de perder a figura parental enfoca a preocupa-o com a morte do outro, como encontramos nas falas queseguem:

    A morte uma coisa ruim, acho que para todo mundo.Tenho medo da morte, tenho medo de deixar meus paren-tes, tenho medo de deixar principalmente a minha me,fico meio preocupado e tenho medo de eu morrer. (E-4)

    Quanto ao medo da perda, a teoria da fixao, derivadacom estudo feito com animais e bebs, mostra como a ame-aa da separao da figura parental provoca ansiedade eestimula, no paciente, o impulso primitivo de apegar-se aesta figura(12).

    A morte como perda a morte do outro internalizada.Faz parte da vida e, dificilmente, no ter sido vivida pelaspessoas. H uma subdiviso entre a morte concreta, aquelaque ocorre efetivamente, ou seja, a morte da pessoa comquem se mantm um vinculo e, a simblica, quando se refe-rem a perdas no resultantes de morte, como a separao,perda de um emprego etc(4).

    O terceiro principal ramo de representao enfoca o re-lacionamento aluno-paciente, na qual emergem elementoscomo: expectativas com relao morte e o morrer, lidan-do com os familiares, o cuidado com o corpo, distan-ciamento e apego.

    Na relao aluno-paciente destacamos as seguintesfrases:

    Para ter uma melhor relao com o paciente, para que elepossa confiar em voc, sentir-se mais vontade, ter maisintimidade, tem que ter envolvimento. (E-1)

    Tem pessoas que falam que se apegam complemente, epessoas que no se apegam, assim como tem pessoasque se afastam. Acredito que durante a estada com opaciente em tratamento voc acaba tendo um grau deenvolvimento. (E-10)

    Quanto expectativas com relao morte e o morrer,as representaes nos mostraram a existncia de expectati-vas, resultantes do contato do estudante de Enfermagemcom a possibilidade da morte e o morrer no ambiente em quedesenvolve procedimentos prticos e vivencia sua relaocom o cliente, assim descritas:

    Espero encarar muito bem. Eu acho que lidar com a morte muito complicado, por mais que no tenha uma ligaocom a pessoa, ainda tem aquela coisa de que a pessoamorreu. (E-1)

    Eu nunca tive que encarar a morte de um paciente, maseu espero encarar assim, vai ser muito difcil e achoque vai ser impossvel para no envolver-me e ficaremocionada. (E-3)

    Entre as vrias formas sob as quais se evidencia a nega-o da morte no contexto hospitalar, est a questo da lin-guagem. Na comunicao da equipe, a palavra morte rara-mente pronunciada, sendo substituda por outras, comoparada cardaca, por exemplo. A questo central parece

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    estar no fato de que a morte no ambiente hospitalar identificada como fracasso da instituio e do profissional(13).

    A morte , de certa forma, associada velhice avanada,quando a pessoa j cumpriu uma jornada e estaria prontapara morrer(14). A velhice a fase do desenvolvimento huma-no que carrega mais estigmas e atributos negativos(3).

    A morte como perda nos fala, em primeiro lugar, de umvinculo que se rompe, de forma irreversvel, sobretudo quan-do ocorre perda real e concreta(3).

    O item lidando com os familiares mostra a preocupaoe dificuldade que o estudante de enfermagem enfrenta aorelacionar-se com os familiares de quem morreu, como ob-servamos nos relatos:

    Naquele momento o que importa a famlia no global, voccomo profissional enfermeiro no esta ali s cuidando dopaciente, voc esta cuidando da famlia tambm. (E-4)

    A famlia vai ficar mais desamparada ainda com o momen-to porque j passa por um momento difcil e voc no podese desesperar deve agir da maneira mais formal. (E-12)

    A enfermagem acaba tambm por ter contato mais prxi-mo com os familiares que esto vivendo situaes de ansie-dade e desespero diante do sofrimento e da possvel perdade seu familiar; buscam respostas, querem confirmao desua esperana de cura do paciente, sobrecarregando a equi-pe que tem que dar conta de um nmero muito grande deatividades. Mas, para o profissional, o que ainda maisgrave no saber qual a real situao do paciente, ou, sesabe, sente-se constrangido em dar ms notcias, referentes piora do quadro(5).

    O enfermeiro, lidando com esses diversos sentimentosvividos pelos pacientes e familiares pela aproximao damorte, est diante do conflito de como se posicionar frenteao sofrimento e dor, que nem sempre pode aliviar, tendotambm de elaborar perdas de pacientes, principalmentedaqueles com quem estabeleceu vnculos mais intensos(5).

    Quando membros da famlia so ouvidos e orientados,podem manifestar um comportamento mais tranqilo. Infe-lizmente, no isto que vem ocorrendo no dia-a-dia dasunidades, pois a famlia, na maioria das vezes, no tem rece-bido uma assistncia de enfermagem que contemple suasnecessidades(15).

    A representao o cuidado com o corpo ps-morte des-vela o impacto causado em estudantes de Enfermagem du-rante procedimentos que envolvem o cuidado com o corpodo ser humano aps o falecimento, como podemos notarnas frases selecionadas:

    Nunca tinha visto preparao de corpo nenhum, nem sa-bia que era feito daquela forma, eu passei mal, chorei [...].(E-20)

    O preparo do corpo ps-morte uma atribuio que fazparte do cotidiano, da qual impossvel fugir, mesmo quan-do verbalizado como sendo normal, pois continuidade dosprocedimentos de enfermagem(16). O envolvimento com opaciente um fator considervel na manifestao do senti-mento presente nesse momento, reconhecendo, mais incisi-vamente, o processo de identificar-se com essa situao,dependendo do vnculo desenvolvido durante o processodo cuidar.

    Em um estudo realizado junto equipe de enfermagematuante em uma Unidade de Terapia Intensiva, as autorasverificaram que a emoo presente no momento do preparodo corpo identificada como triste, deprimente, impressio-nante, fim de luta e sofrimento, estressante e angustiante,chato, alm de um mal necessrio(16).

    O apego desvela o contedo afetivo emergente da rela-o que envolve o ato de cuidar, representado pelas frases:

    Fato mais difcil para eu lidar em minha carreira vai sercom relao morte porque me apego, por mais que eutente fugir disso. (E-22)

    O comportamento de apego interpretado como qual-quer forma de comportamento que resulte na consecuoou conservao, por uma pessoa, da proximidade de algumaoutra diferenciada e preferida(10).

    No curso de um desenvolvimento sadio, o comporta-mento de apego leva ao desenvolvimento de laos afetivosou apegos, inicialmente entre a criana e o progenitor e,mais tarde, entre adulto e adulto. A maioria, se no todos,dos episdios mais intensos de tristeza, provocada pelaperda, ou previso de perda, seja de uma pessoa amada, delugares familiares ou de papeis sociais(10).

    O item Idade nos revela que mais fcil a aceitao damorte quando se trata de ser humano adulto ou idoso. Obser-vemos a fala:

    Eu acho que encarei bem, por ser uma pessoa mais velha,um senhor que estava sofrendo; se fosse uma criana,um recm nascido, da eu j no sei como encararia.(E-26)

    Entre os agravantes da percepo deste sofrimento, soressaltados aspectos relativos faixa etria do paciente: amorte percebida como mais traumatizante quanto mais jo-vem for este paciente; muito mais traumatizante ainda, em setratando de crianas(17).

    A proximidade das idades entre quem cuida e quem cuidado torna a identidade mais imediata e o profissionalmais vulnervel ao sofrimento com a possibilidade da morte.Por sua vez, as pessoas idosas tm as suas mortes maisaceitas tanto pelos profissionais como pelos membros daprpria famlia, como uma etapa do ciclo de vida(15).

  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

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    Da representao sentimentos em relao morte emer-gem alguns elementos que julgamos importantes, que so:indiferena, tristeza, impotncia, medo de expressar senti-mentos e culpa.

    O item indiferena nos mostra um mecanismo de defesa,adotado por muitos estudantes de Enfermagem e enfermei-ros, que o utilizam inconscientemente, por vezes conscien-temente, buscando, assim, uma autopreservao, ou seja,evitar sentimentos indesejveis acerca da morte:

    Quando tem uma cascata com muito pacientes morrendo,no sei se isto do ser humano, mas voc acaba seacostumando a conviver com aquilo e a conviver comsuas emoes. (E-27)

    Quanto Tristeza, entendemos ser um fato normal, frutodo envolvimento emocional que permeia o relacionamentoaluno-cliente.

    Eu acho que eu ia ficar triste, com sentimento de perdamuito grande. (E-2)

    O sentimento de Impotncia emerge do processo do cui-dar, resultado da onipotncia, da fantasia de que o conheci-mento resolve tudo e da imaturidade, como apresentado nafala abaixo:

    s vezes uma sensao de impotncia porque voc nopode fazer nada como profissional, ento, eu acho queisso da a parte difcil na hora de lidar com a morte. (E-3)

    Com relao impotncia, autores(18) afirmam que a morte percebida pelos profissionais de sade como um inimigoque contraria seus propsitos de salvar vidas, derrotando-os. A morte visualizada pelos profissionais como um mo-mento de derrota. como se travassem uma luta imaginria e,quando o paciente morre, significa que perderam a batalha.

    Por outro lado, ante a percepo de nossa impotncia,por vezes percepo inconsciente, nos defendemos atra-vs da onipotncia. A certeza de uma vida ps-morte podeser resultado desse mecanismo. Embora possamos ou nosaber que ela existe, o que se observa que essa certezadecorre da necessidade de enfrentar a impotncia, incluindoa impotncia do no saber(19).

    O medo de expressar sentimentos resultado da cons-truo do mito de que o Enfermeiro deva ser impassvel di-ante da situao de morte. Diante desta situao, reco-mendvel que procure no se envolver emocionalmente aponto de prejudicar o paciente, mas deve ser capaz de rir,chorar ou calar-se, sem esquecer que deve transmitir segu-rana e desenvolver suas funes.

    Eu iria ficar preocupada, ser que eu posso chorar nafrente do paciente ou eu vou ter que segurar e esconderminhas emoes. (E-7)

    No sculo XX ocorreu uma supresso do luto, escon-dendo a manifestao ou at mesmo a vivncia da dor. Huma exigncia de domnio e controle, pois a sociedade nosuporta ver os sinais da morte(4). Por outro lado, no conse-guimos evitar ou adiar a morte, ou mesmo aliviarmos o sofri-mento, isto pode trazer ao profissional a vivncia dos seuslimites, impotncia e finitude, o que se torna extremamentedoloroso(5).

    No hospital, ao priorizar salvar o paciente a qualquercusto, a ocorrncia da morte ou de uma doena incurvelpode fazer com que o trabalho da equipe de sade seja per-cebido como frustrante, desmotivador e sem significado. Aimpotncia faz reviver os medos de destruio, vulnera-bilidade e separao, possibilitando que o profissional en-tre em contato com sua prpria finitude e mortalidade(5).

    Enfermeiros e mdicos so submetidos, diariamente, asituaes de tenso diante de pacientes hospitalizados.Muitos deles relatam sua impotncia e frustrao perante aimprevisibilidade da trajetria da morte(4).

    til usar a expresso luto num sentido amplo, para cobriruma variedade de reaes perda, inclusive as que levam aum resultado patolgico(10). Ver a perda como fatalidade, ocul-tar os sentimentos, eliminar a dor, apontar o crescimento pos-svel diante dela, podem ser formas de negar os sentimentosque a morte provoca, para evitar o sofrimento(5).

    A culpa surge da sua prpria formao, segundo a qualos estudantes de Enfermagem so mais preparados para li-dar com a vida, deixando margem ou omitindo os cuidadosem relao morte:

    Quando voc no consegue cumprir sua funo, s ve-zes, voc deve pensar se houve alguma falha, aonde foia falha, ser que a falha foi minha ou se foi conseqnciada patologia? (E-29)

    Os profissionais de sade participam do morrer dos pa-cientes questionando a sua atuao. Algumas vezes sen-tem-se culpados, acreditando que falharam na prestao daassistncia, pois os profissionais de sade so preparadospara manuteno, preservao e recuperao da vida. Fo-ram treinados para tal. O morrer, nesta conjuntura, emergecomo fracasso, ou seja, falharam tecnicamente(18).

    Entendemos o distanciamento como um mecanismo dedefesa e proteo contra o sofrimento; o processo de morrere de morte passa a ser visto como banal, sendo o distan-ciamento e o endurecimento das relaes frente morte eao paciente terminal algo tornado natural e consideradocomum e rotineiro, como vemos a seguir no relato de umestudante:

    Voc busca meios de no se envolver tanto com a vida dopaciente e busca se conscientizar que todo mundo vaipassar por isso; a nica certeza que temos que um dia agente morre.(E-27)

  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

    www.ee.usp.br/reeusp/ 393A morte e o morrer segundo representaesde estudantes de enfermagemOliveira JR, Brtas JRS, Yamaguti L

    O afastamento do paciente e a delegao de funespodem estar relacionados a problemas de contratransfernciadiante do indivduo que est morrendo e a ambivalncia en-tre tentar ainda uma medida herica e a raiva do fracasso(3).

    CONSIDERAES FINAIS

    A presente pesquisa possibilitou conhecer as represen-taes dos estudantes de enfermagem sobre a morte e omorrer. A anlise dos contedos enunciados durante as en-trevistas possibilitou-nos reconhecer diversos elementosque emergiram atravs da explorao do tema, sendo pontu-ados no mapa, o episdio morte como ncleo central e oselementos perifricos que, ligados entre si formaram um sis-tema que deu sentido a uma representao coletiva.

    A partir das representaes individuais podemos conhe-cer os pensamentos, as aes e os sentimentos acerca damorte e do morrer no mbito coletivo, identificando os con-ceitos que determinam o comportamento e o enfrentamento,os medos e as crenas.

    Percebemos ainda que os estudantes de enfermagemapresentam dificuldades em lidar com o relacionamento alu-no-paciente e com os sentimentos que emergem aps a mor-te; referem que o apego pode gerar sentimentos de culpa,impotncia, tristeza, medo e indiferena e que o distan-ciamento poderia amenizar a situao, j que h uma dificul-dade em expressar os sentimentos. Outro elemento que me-rece destaque a dificuldade que o estudante tem em en-frentar a morte do cliente, assim como os seus familiares.

    Com base nas representaes, pode-se perceber que exis-te pouco preparo para lidar com as questes da morte e o

    morrer. O despreparo j se faz sentir na prpria bagagem devida, percorrendo os caminhos da educao, perpetuando-se atravs do curso de formao em enfermagem que orafazem.

    Vemos, de maneira geral, que o estudante de enferma-gem ainda est sendo preparado com maior nfase paralidar com a vida e no que tange aos aspectos tcnicos eprticos da funo profissional. H pouca nfase em ques-tes emocionais e na instrumentalizao para o duelo cons-tante entre a vida e a morte, no qual, muitas vezes, deveprestar assistncia pessoa para que tenha uma mortedigna.

    Achamos que no basta reconhecermos a importnciados atributos e habilidades frente ao processo de cuidar dopaciente terminal como se este fosse, unicamente, um pro-cesso racional e constante e dependesse, exclusivamente,da aprendizagem acadmica dos estudantes. Acreditamosque no se pode ignorar as dificuldades individuais e cole-tivas, os sentimentos, as situaes organizacionais e deaprendizagem mobilizadoras de ansiedade. Neste sentido,precisamos de um maior espao para a informao, discus-so, reflexo e, principalmente, a oportunidade para compre-enso do fenmeno.

    Entendemos que o ensino no deve contribuir com osfatores socioculturais que dificultam a elaborao do luto.Deve fornecer subsdios para o desenvolvimento cognitivoe emocional e as atitudes frente morte, alm de fortalecer acapacidade de elaborao do luto.

    Os dados obtidos certamente contribuiro com a elabo-rao de um contedo programtico destinado organiza-o de uma disciplina eletiva sobre a morte e o morrer.

    REFERNCIAS

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  • Rev Esc Enferm USP2007; 41(3):386-94.

    www.ee.usp.br/reeusp/394A morte e o morrer segundo representaesde estudantes de enfermagemOliveira JR, Brtas JRS, Yamaguti L

    Correspondncia: Jos Rodrigo de OliveiraRua Capito Macedo, 519 - Vila MarianaCEP 04020 - 002 - So Paulo, SP, Brasil

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