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7/22/2019 08 - DIREITO ADMINISTRATIVO - TCDF.pdf http://slidepdf.com/reader/full/08-direito-administrativo-tcdfpdf 1/76  APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 1 3 Organização administrativa. 3.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 3.2 Administração direta e indireta. 3.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de eco- nomia mista. 3.4 Entidades paraestatais e terceiro setor: serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais, organizações da socie- dade civil de interesse público. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO Hely Lopes MEIRELLES define que o conceito de direito administrativo sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. O conjunto harmôni- co de princípios jurídicos... significa a sistematização de normas doutriná- rias de Direito (e não de Política ou de ação social), o que indica o caráter científico da disciplina em exame, sabido que não há ciência sem princípios teóricos próprios, ordenados e verificáveis na prática; que regem os órgãos, os agentes... indica que ordena a estrutura e o pessoal do serviço público; e as atividades públicas... isto é, a seriação de atos da Administração Públi- ca, praticados nessa qualidade, e não quando atua, excepcionalmente, em condições de igualdade com o particular, sujeito às normas do Direito Privado; tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Aí está a caracterização e a delimitação do objeto do Direito Administrativo. Os três primeiros termos  – concreta, direta e imediatamente  – afastam a ingerência desse ramo do Direito na atividade estatal abstrata que é a legislativa, na atividade indireta que é a judicial, e na atividade mediata que é a ação social do Estado. As últimas expressões da definição  – fins desejados pelo Estado  – estão a indicar que ao Direito Administrativo não compete dizer quais são os fins do Estado. Cada Esta- do, ao se organizar, declara os fins por ele visados e institui os Poderes e órgãos necessários à sua consecução. O Direito Administrativo apenas passa a disciplinar as atividades e os órgãos estatais ou a ele assemelha- dos, para o eficiente funcionamento da Administração Pública. Maria Sylvia Zanella di PIETROconceitua que o direito administrativo como ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. Para José CRETELLA JÚNIOR (18) entende-se por direito administrativo o ramo do direito público interno que regula a atividade e as relações jurídicas das pessoas públicas e a institui- ção de meios e órgãos relativos à ação dessas pessoas. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO: O Direito Administrativo possui, para sua formação, em quatro fontes principais, a saber: - A lei, que em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito Administrativo; - A doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência jurídica à qual pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo; - A jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influência poderosamente a constru- ção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência tem um caráter mais prático, mais objetivo, mas nem por isso se aparta de  princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por  penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica; - O costume, no Direito Administrativo brasileiro, exerce ainda influência, em razão da deficiência da legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e, sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO: O estudo da interpretação das normas, atos e contratos administrativos não tem correspondido, entre nós, ao progresso verificado nesse ramo do Direito. Adiantados como estamos em muitos aspectos da Ciência Jurídica, não cuidamos, ainda, com a profundidade devida, de fixar as regras básicas da aplicação desse novel ramo do Direito Público Interno, o que nos leva a utilizar, quase que exclusivamente, da hermenêutica civilista em matéria administrativa. A nosso ver, a interpretação do Direito Administrativo, além da utilização analógica das regras do Direito Privado que lhe forem aplicá- veis, há de considerar, necessariamente, esses três pressupostos: 1º) a desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados; 2º) a presunção de legitimidade dos atos da Administração; 3º) a necessidade de poderes discricionários para a Administração atender ao interesse público. Com efeito, enquanto o Direito Privado repousa sobre a igualdade das partes na relação jurídica, o Direito Público assenta em princípio inverso, qual seja, o da supremacia do Poder Público sobre os cidadãos, dada a prevalência dos interesses coletivos sobre os individuais. Sempre que entrarem em conflito a direito do indivíduo e o interesse da comunidade, há de prevalecer este, uma vez que o objetivo primacial da Administração é o bem comum. As leis administrativas visam, geralmente, a assegurar essa supremacia do Poder Público sobre os indivíduos, enquanto necessária à consecução dos fins da Administração. Ao aplicador da lei compete inter- pretá-la de modo a estabelecer o equilíbrio entre os privilégios estatais e os direitos individuais, sem perder de vista aquela supremacia. O segundo princípio que há de estar sempre presente ao intérprete é o da presunção de legitimidade dos atos administrativos . Essa presunção, embora relativa, acompanha toda a atividade pública, dispensando a Administração da prova de legitimidade de seus atos. Presumida esta, caberá ao particular provar o contrário, até demonstrar cabalmente que a Administração Pública obrou fora ou além do permitido em lei, isto é, com ilegalidade flagrante ou dissimulada sob a forma de abuso ou desvio de poder. O terceiro princípio é o de que a Administração Pública precisa e se utiliza frequentemente de poderes discricionários na prática rotineira de suas atividades. Esses pode- res não podem ser recusados ao administrador público, embora devam ser interpretados restritivamente quando colidem com os direitos individuais dos administrados. Reconhecida a existência legal da discricionariedade administrativa, cumpre ao interprete e aplicador da lei delimitar o seu cam- po de atuação, o que é do interesse público. A finalidade pública, o bem comum, o interesse da comunidade, é que demarcam o poder discricionário da Administração. Extravasando desses lindes, o ato administrativo des- camba para o arbítrio, e o próprio Direito Administrativo lhe nega validade, por excesso ou desvio de poder. Afora estas regras privativas do Direito Público, admite-se a utilização dos métodos interpretativos do Direito Civil (LICC, artigos 1º a 6º), que é a lei de todos, quando estabelece princípios gerais para aplicação do Direito, sempre trasladados por via analógica, ou seja, por força de compreensão, e não por extensão. O DIREITO ADMINISTRATIVO NO BRASIL O Direito Administrativo no Brasil não se atrasou cronologicamente das demais nações. Em 1851 foi criada essa cadeira (Decreto n. 608, de 16/08/1851) nos cursos jurídicos existentes, e já em 1857 era editada a primeira obra sistematizada - Elementos de Direito Administrativo Brasileiro - de Vicente Pereira do Rego, então professor da Academia de Direito do Recife. O SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIRO Por sistema administrativo, ou sistema jurisdicional da Administração, como se diz modernamente, entende-se o regime adotado pelo Estado para a correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público em qualquer dos seus departamentos de governo. O Brasil adotou, desde a instauração de sua primeira República (1891), o sistema da jurisdição única, ou seja, o do controle administrativo pela Justiça Co- mum. As Constituições posteriores (1934, 1937, 1946 e 1969) afastaram sempre a ideia de uma Justiça administrativa coexistente com a Justiça ordinária, trilhando, aliás, uma tendência já manifestada pelos mais avan- çados estadistas do Império, que se insurgiam contra o incipiente contenci-

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 APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 

Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 1

3 Organização administrativa. 3.1 Centralização,descentralização, concentração e desconcentração.3.2 Administração direta e indireta. 3.3 Autarquias,

fundações, empresas públicas e sociedades de eco-nomia mista. 3.4 Entidades paraestatais e terceirosetor: serviços sociais autônomos, entidades de

apoio, organizações sociais, organizações da socie-dade civil de interesse público.

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVOHely Lopes MEIRELLES define que o conceito de direito administrativo

sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem osórgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta,

direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. O conjunto harmôni-co de princípios jurídicos... significa a sistematização de normas doutriná-rias de Direito (e não de Política ou de ação social), o que indica o carátercientífico da disciplina em exame, sabido que não há ciência sem princípiosteóricos próprios, ordenados e verificáveis na prática; que regem os órgãos,os agentes... indica que ordena a estrutura e o pessoal do serviço público; eas atividades públicas... isto é, a seriação de atos da Administração Públi-ca, praticados nessa qualidade, e não quando atua, excepcionalmente, emcondições de igualdade com o particular, sujeito às normas do DireitoPrivado; tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os finsdesejados pelo Estado. Aí está a caracterização e a delimitação do objetodo Direito Administrativo. Os três primeiros termos  –  concreta, direta eimediatamente  –  afastam a ingerência desse ramo do Direito na atividadeestatal abstrata que é a legislativa, na atividade indireta que é a judicial, ena atividade mediata que é a ação social do Estado. As últimas expressõesda definição  –  fins desejados pelo Estado  – estão a indicar que ao DireitoAdministrativo não compete dizer quais são os fins do Estado. Cada Esta-do, ao se organizar, declara os fins por ele visados e institui os Poderes eórgãos necessários à sua consecução. O Direito Administrativo apenaspassa a disciplinar as atividades e os órgãos estatais ou a ele assemelha-dos, para o eficiente funcionamento da Administração Pública. Maria SylviaZanella di PIETROconceitua que o direito administrativo como ramo dodireito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicasadministrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídicanão contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecuçãode seus fins, de natureza pública. Para José CRETELLA JÚNIOR (18)entende-se por direito administrativo o ramo do direito público interno queregula a atividade e as relações jurídicas das pessoas públicas e a institui-ção de meios e órgãos relativos à ação dessas pessoas.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO:O Direito Administrativo possui, para sua formação, em quatro fontes

principais, a saber: - A  lei, que em sentido amplo, é a fonte primária doDireito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição atéos regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque taisatos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado,estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato doDireito Administrativo; - A doutrina, formando o sistema teórico de princípiosaplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência jurídica àqual pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elaboração da leicomo nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, opróprio Direito Administrativo; - A jurisprudência, traduzindo a reiteraçãodos julgamentos num mesmo sentido, influência poderosamente a constru-

ção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressentede sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência temum caráter mais prático, mais objetivo, mas nem por isso se aparta de

 princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica; - O costume, no Direito

Administrativo brasileiro, exerce ainda influência, em razão da deficiênciada legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e,sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxeburocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo dadoutrina.

INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO:O estudo da interpretação das normas, atos e contratos administrativos

não tem correspondido, entre nós, ao progresso verificado nesse ramo doDireito. Adiantados como estamos em muitos aspectos da Ciência Jurídica,não cuidamos, ainda, com a profundidade devida, de fixar as regras básicasda aplicação desse novel ramo do Direito Público Interno, o que nos leva autilizar, quase que exclusivamente, da hermenêutica civilista em matériaadministrativa. A nosso ver, a interpretação do Direito Administrativo, alémda utilização analógica das regras do Direito Privado que lhe forem aplicá-veis, há de considerar, necessariamente, esses três pressupostos: 1º) adesigualdade jurídica entre a Administração e os administrados; 2º) apresunção de legitimidade dos atos da Administração; 3º) a necessidade depoderes discricionários para a Administração atender ao interesse público.Com efeito, enquanto o Direito Privado repousa sobre a igualdade daspartes na relação jurídica, o Direito Público assenta em princípio inverso,qual seja, o da supremacia do Poder Público sobre os cidadãos, dada aprevalência dos interesses coletivos sobre os individuais. Sempre que

entrarem em conflito a direito do indivíduo e o interesse da comunidade, háde prevalecer este, uma vez que o objetivo primacial da Administração é obem comum. As leis administrativas visam, geralmente, a assegurar essasupremacia do Poder Público sobre os indivíduos, enquanto necessária àconsecução dos fins da Administração. Ao aplicador da lei compete inter-pretá-la de modo a estabelecer o equilíbrio entre os privilégios estatais e osdireitos individuais, sem perder de vista aquela supremacia. O segundoprincípio que há de estar sempre presente ao intérprete é o da presunçãode legitimidade dos atos administrativos . Essa presunção, embora relativa,acompanha toda a atividade pública, dispensando a Administração daprova de legitimidade de seus atos. Presumida esta, caberá ao particularprovar o contrário, até demonstrar cabalmente que a Administração Públicaobrou fora ou além do permitido em lei, isto é, com ilegalidade flagrante oudissimulada sob a forma de abuso ou desvio de poder. O terceiro princípio

é o de que a Administração Pública precisa e se utiliza frequentemente depoderes discricionários na prática rotineira de suas atividades. Esses pode-res não podem ser recusados ao administrador público, embora devam serinterpretados restritivamente quando colidem com os direitos individuaisdos administrados. Reconhecida a existência legal da discricionariedadeadministrativa, cumpre ao interprete e aplicador da lei delimitar o seu cam-po de atuação, o que é do interesse público. A finalidade pública, o bemcomum, o interesse da comunidade, é que demarcam o poder discricionárioda Administração. Extravasando desses lindes, o ato administrativo des-camba para o arbítrio, e o próprio Direito Administrativo lhe nega validade,por excesso ou desvio de poder. Afora estas regras privativas do DireitoPúblico, admite-se a utilização dos métodos interpretativos do Direito Civil(LICC, artigos 1º a 6º), que é a lei de todos, quando estabelece princípiosgerais para aplicação do Direito, sempre trasladados por via analógica, ouseja, por força de compreensão, e não por extensão.

O DIREITO ADMINISTRATIVO NO BRASILO Direito Administrativo no Brasil não se atrasou cronologicamente das

demais nações. Em 1851 foi criada essa cadeira (Decreto n. 608, de16/08/1851) nos cursos jurídicos existentes, e já em 1857 era editada aprimeira obra sistematizada - Elementos de Direito Administrativo Brasileiro - de Vicente Pereira do Rego, então professor da Academia de Direito doRecife.

O SISTEMA ADMINISTRATIVO BRASILEIROPor sistema administrativo, ou sistema jurisdicional da Administração,

como se diz modernamente, entende-se o regime adotado pelo Estado paraa correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados peloPoder Público em qualquer dos seus departamentos de governo. O Brasil

adotou, desde a instauração de sua primeira República (1891), o sistemada jurisdição única, ou seja, o do controle administrativo pela Justiça Co-mum. As Constituições posteriores (1934, 1937, 1946 e 1969) afastaramsempre a ideia de uma Justiça administrativa coexistente com a Justiçaordinária, trilhando, aliás, uma tendência já manifestada pelos mais avan-çados estadistas do Império, que se insurgiam contra o incipiente contenci-

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 2

oso administrativo da época. A orientação brasileira foi haurida do DireitoPúblico norte-americano, que nos forneceu o modelo para a nossa primeiraConstituição. Tal sistema, é o da separação entre o Poder Executivo e oPoder Judiciário, vale dizer, entre administrador e o juiz. Com essa diversi-ficação entre a Justiça e a Administração é inconciliável o contenciosoadministrativo, porque todos os interesses, quer do particular, quer doPoder Público, se sujeitam a uma única jurisdição conclusiva: a do PoderJudiciário. Isto não significa, evidentemente que se negue à Administraçãoo direito de decidir; absolutamente, não. O que se lhe nega é a possibilida-

de de exercer funções materialmente judiciais, ou judiciais por natureza, ede emprestar às suas decisões força e definitividade próprias dos julgamen-tos judiciários. Para a correção judicial dos atos administrativos ou pararemover a resistência dos particulares às atividades públicas a Administra-ção e os administrados dispõem dos mesmos meios processuais admitidospelo Direito Comum, e recorrerão ao mesmo Poder Judiciário uno e único -que decide os litígios de Direito público e de Direito Privado. Este é o senti-do da jurisdição única adotada no Brasil.

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO.Prof. Leandro CadenasAo conjunto de regras que disciplinam determinado instituto dá-se o

nome de regime jurídico.Em se tratando de regime jurídico administrativo, importam as normas

que buscam atender aos interesses públicos, é dizer, refere-se ao con- junto  dessas regras que visam a esse fim. Normalmente, para atingiresses objetivos, as normas jurídicas desse tipo de regime jurídico conce-dem uma posição estatal privilegiada, ou seja, como já dito, o Estadolocaliza-se num patamar de superioridade em relação ao particular, justa-mente por defender o interesse de toda uma coletividade.

Dessa forma, surgem os dois princípios basilares do Direito Administra-tivo: supremacia do interesse público sobre o particular e indisponibi-lidade do interesse público, tratados adiante.

No entanto, ainda que a importância do Direito Administrativo seja pa-tente, as controvérsias em matéria administrativa decididas pelo órgãoexecutor não fazem coisa julgada material, cabendo ao Judiciário essaincumbência. Então, algum pedido que seja dirigido à Administração Públi-ca e por ela negado, pode ser revisto, como regra geral, pelo Judiciário (CF,art. 5º, XXXV). Veremos adiante que, quanto ao mérito administrativo, oJudiciário nada pode fazer.

Então, no Brasil, cabe somente ao Poder Judiciário dizer o Direito ( jurisdicere), de forma definitiva, no caso concreto. Isso não afasta a possibilida-de de se recorrer administrativamente de qualquer lesão ou ameaça adireto. Porém, as decisões nessa instância, repita-se, sempre estarãosujeitas ao crivo do Judiciário.

Aqui cabe uma importante distinção, destacando a diferença entre uni-cidade e dualidade de jurisdição. A Jurisdição é una, como no Brasil,quando apenas a um órgão se defere a competência de dizer o Direitode forma definitiva, é dizer, fazendo coisa julgada material (CF, art. 5º,XXXVI). De outro lado, diz-se que é dual quando há previsão de que doisórgãos  se manifestem de forma definitiva sobre o Direito , cada qualcom suas competências próprias. Ocorre tal dualidade na França, onde asdecisões em matéria administrativa fazem coisa julgada material, enquantoque cabe ao Judiciário manifestar-se sobre os demais assuntos. Assim, naFrança, uma decisão administrativa não pode ser revista pelo Judiciário.Como já se disse, o Direito Administrativo pátrio tem forte influência doDireito francês, sendo que a principal diferença entre ambos os sistemasestá justamente na dita natureza judicante da decisão do contenciosoadministrativo francês.

Apenas para clarear, não se confundam os conceitos de dualidade de  jurisdição e duplo grau de jurisdição. Este refere-se à possibilidade derecorrer da decisão de primeira instância, para que seja novamente anali-sado o caso por outra superior, dentro do Judiciário. Portanto, se um casoestá pendente de solução na esfera administrativa, e inicia-se ação (peran-te o Judiciário) tratando do mesmo tema, a decisão administrativa ficaprejudicada, posto que sempre valerá a judicial. Assim, o processo adminis-trativo será arquivado sem decisão de mérito. A eleição da via administrati-va ou judicial é opção do interessado. Porém, uma vez acionado o Judiciá-rio, não caberá mais a primeira via, pois a decisão judicial sempre prevale-cerá sobre a administrativa. No entanto, nada impede que, após esgotadastodas as instâncias administrativas, o interessado se socorra do Judiciário,

pois, repita-se, no Brasil, a jurisdição é una. Só para citar, a instânciaadministrativa tem várias peculiaridades interessantes para os administra-dos, como a informalidade do processo, celeridade, gratuidade, possibilida-de de revisão de ofício e muitas outras, que acabam por incentivar o seuuso, desafogando um pouco o Poder Judiciário.

PARA GUARDAR • Direito Administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tra-

tam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes  públi-cos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir às finalidadesdo Estado.

• O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja prin-cipal característica encontramos no fato de haver uma desigualdade

 jurídica entre cada uma das partes envolvidas, ou seja, a AdministraçãoPública se encontra num patamar superior ao particular.

• Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas  do Estado, qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal aque pertença: se a atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos doDireito Administrativo.

• Quatro são as principais fontes do Direito Administrativo:I – lei: fonte primária, principal, em geral abstrata e geral;II – jurisprudência: conjunto de decisões do Poder Judiciário no mesmo

sentido, é fonte secundária;III  –  doutrina: teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, é fonte

secundária;IV  –  costumes: reiteração uniforme de determinado comportamento, é

fonte secundária.• Regime jurídico administrativo é o conjunto das regras que buscam 

atender aos interesses públicos.• São princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia do 

interesse público sobre o particular e ndisponibilidade do  interessepúblico.

• No Brasil, a Jurisdição é una, cabendo apenas a um órgão a com-petência de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo coisa

 julgada material: Poder Judiciário.

• Diz-se que a Jurisdição é dual quando há previsão de que dois órgãos se manifestem de forma definitiva sobre o Direito, cada qualcom suas competências próprias, como na França.

• Aqui, as decisões em matéria administrativa só fazem coisa julgadamaterial quando tomadas pelo Judiciário.

• Dualidade de jurisdição e duplo grau de jurisdição não se confun-dem. Dualidade: dois órgãos dizendo o Direito no caso concreto, de formadefinitiva. Duplo grau: duas instâncias, dentro do mesmo órgão, decidindo amesma matéria, uma superior à outra.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAAntes de falar sobre a estrutura da Administração Pública brasileira, é

importante que sejam dados conceitos de alguns importantes institutos,quais sejam: Estado, Governo e Administração Pública. O Estado, sinteti-camente, é o ente que necessariamente é composto por três elementosessenciais: povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerçasuas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do Estado (ouFunções do Estado), que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,independentes e harmônicos entre si, conforme assevera a nossa Consti-tuição Federal (art. 2º). A função principal do Poder Legislativo é a elabora-ção de leis (função legislativa), a função principal do Poder Executivo é aexecução das leis (função administrativa), enquanto que a função principaldo Poder Judiciário é a aplicação das leis aos casos concretos (função

 judicial). Aqui, cabe um primeiro alerta aos leitores, pois em várias questõesde prova, tenho visto que os examinadores tentam confundir os concursan-dos ao tentar vincular a função administrativa exclusivamente ao PoderExecutivo, o que é um erro, pois conforme expliquei, cada um dos trêsPoderes desempenham cada uma dessas funções de maneira precípua,

mas todos eles desempenham todas as funções. Ou seja o Poder Executi-vo, também legisla e julga; o Poder Legislativo, também executa e julga e oPoder Judiciário, também executa e legisla, mas em todos esses casos deforma secundária. Governo, conforme nos ensina o eminente autor HelyLopes, "é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 3

objetivos, do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente." No quese refere à Administração Pública, os autores têm várias formas de concei-tuá-la. Novamente, aqui, utilizaremos a definição de Hely Lopes, "a Admi-nistração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática asopções políticas de governo." (Direito Administrativo Brasileiro, 1993, Ma-lheiros, págs. 56-61)

A Administração Pública pode classificar-se em: Administração Públicaem sentido objetivo, que "refere-se às atividades exercidas pelas pessoas

 jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às ne-cessidades coletivas", e Administração Pública em sentido subjetivo, que"refere-se aos órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União,Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais a lei confere o exercíciode funções administrativas." (Direito Administrativo, Maria Sylvia Zanella DiPietro, 1997, Atlas, págs. 55-56)

Cada um desses entes políticos possui sua organização administrativa.Será objeto do nosso estudo, a estrutura administrativa federal, ou seja daUnião. O Decreto-Lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967, dispõe sobre aorganização da Administração Federal, e em seu art. 4º estabelece a divi-são entre administração direta e indireta. A Administração Direta constitui-se dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência daRepública e dos ministérios, enquanto que a Administração Indireta consti-tui-se nas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista efundações públicas. As autarquias e as fundações públicas têm natureza

 jurídica de direito público, enquanto que as empresas públicas e socieda-des de economia mista têm natureza jurídica de direito privado. Cabe frisarao leitor a grande importância deste texto legal, objeto de várias questõesde prova. O leitor deve ter em mente que esses entes citados pertencem àAdministração Pública federal e estão no ordenamento jurídico legal, ouseja, estão positivados (na lei). Existem vários outros entes, que pertencemà Administração Pública Indireta segundo a doutrina (ou seja, o sistemateórico de princípios aplicáveis ao direito positivo, consubstanciado peloconsenso dos escritores) e não estão positivados, tais como os entescooperativos (ou entes de cooperação).

A atividade administrativa  - Em sentido lato, administrar é gerir inte-

resses, segundo a lei , a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda econservação alheias; a Administração Pública, portanto, é a gestão de bense interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual oumunicipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o bem comum.No trato jurídico, a palavra administração traz em si conceito oposto ao depropriedade, isto é, indica a atividade daquele que gere interesses alheios,muito embora o proprietário seja, na maioria dos casos, o próprio gestor deseus bens e interesses; por aí se vê que os poderes normais do adminis-trador são simplesmente de conservação e utilização dos bens confiados àsua gestão, necessitando sempre de consentimento especial do titular detais bens e interesses para os atos de alienação, oneração, destruição erenúncia (na Administração Pública, deve vir expresso em lei).

Para Hely Lopes MEIRELLES o conceito de administração pública

não oferece contornos bem definidos, quer pela diversidade de sentidos daprópria expressão, quer pelos diferentes campos em que se desenvolve aatividade administrativa.

Administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dosbens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e interessesgeridos são individuais, realiza-se administração particular; se são dacoletividade, realiza-se administração pública. Administração pública,portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, noâmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do direito e damoral, visando ao bem comum. Há de distinguir ainda, na AdministraçãoPública:

I) - os atos de império (é todo aquele que contém uma ordem ou de-cisão coativa da Administração para o administrado);

II) - os atos de gestão (é todo aquele que ordena a conduta interna daAdministração e de seus servidores, ou cria direitos e obrigaçõesentre ela e os administrados, tais como os despachos que determi-nam a execução de serviços públicos, os atos de provimento decargo e movimentação de funcionários, as autorizações e permis-sões, os contratos em geral);

III) - os atos de expediente (é todo aquele de preparo e movimentaçãode processos, recebimento e expedição de papéis e de despachosrotineiros, sem decisão de mérito administrativo).

Natureza e fins da administração – A Natureza da Administração Pú-blica é a de um munus público para quem a exerce, isto é, a de um encargode defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interessesda coletividade, impondo ao administrador público a obrigação de cumprirfielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa que regem suaatuação, pois tais preceitos é que expressam a vontade do titular dosinteresses administrativos - o povo - e condicionam os atos a serem prati-cados no desempenho do munus público que lhe é confiado. Os Fins daAdministração Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum dacoletividade administrativa; toda atividade deve ser orientada para esseobjetivo; sendo que todo ato administrativo que não for praticado no inte-resse da coletividade será ilícito e imoral.No desempenho dos encargosadministrativos o agente do Poder Público não tem a liberdade de procuraroutro objetivo, ou de dar fim diverso do prescrito em lei para a atividade;descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a incumbênciaque aceitou ao empossar-se no cargo ou função pública.Em última análise,os fins da Administração consubstanciam-se em defesa do interesse públi-co, assim entendidas aquelas aspirações ou vantagens licitamente almeja-das por toda a comunidade administrativa, ou por parte expressiva de seus

membros; o ato ou contrato administrativo realizado sem interesse públicoconfigura desvio de finalidade.Formas e características –  a) As pessoas que exercem as atividades

de administração pública são agentes de Direito Público, especialmentedesignados, podendo também serem designados por delegação. b) Osobjetivos perseguidos pela Administração Pública são sempre estabeleci-dos por lei, ou seja, são sempre vinculados e não discricionários. c) Osinteresses são sempre públicos, isto é, visando a coletividade como umtodo, segundo o princípio da isonomia. d) As atividades administrativas eseus atos em geral gozam de executoriedade prática, ou possibilidadeimediata de serem realizados. e) A natureza da Administração é munuspúblico (encargo que alguém de exercer), ou seja, o que procede de natu-reza pública ou da lei, obrigando o agente ao exercício de certos encargosvisando o benefício da coletividade ou da ordem social.

Modo de atuação - A Administração, visando o interesse social, de-sempenha suas atividades diretamente através de seus agentes técnicos eadministrativos, devidamente selecionados, ou então o faz indiretamente,delegando para outra personalidade jurídica de direito público, ou mesmopara uma instituição de direito privado que possas agir em nome da referidaAdministração Pública, o que significa, neste caso. outorga de competência,como ocorre nas concessões, permissões, etc. Da mesma forma, a Admi-nistração diversifica no regime jurídico de sua atuação, ora manifestando-secom maior poder de império ou de comando, segundo as normas de direitopúblico, como, v. g.. quando exerce o poder de tributar, ou o poder-dever decoibir a prática de um delito, ou mesmo de punir; ora praticando sua ativi-dade em concorrência com a iniciativa privada, no mesmo pé de igualdadee condições, produzindo e vendendo, bens e serviços. Para atuar devida-mente, a Administração Pública divide-se em entidades de administração,ou seja, em Administração Direta e Administração Indireta, como definidoem lei (Decreto-lei 200/67), especificando os órgãos que compõe o PoderExecutivo, não obstante as manifestações do poder estatal serem exercidasigualmente também por órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário,sendo o primeiro na função de fazer leis e o segundo de aplicá-las.

REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios que regem o regime jurídico da Administração Pública:Princípio da supremacia do interesse público.Princípio da indisponibilidade do interesse público.

Princípio da supremacia do interesse público + Princípio da indis-ponibilidade do interesse público = binômio prerrogativas + limites na

leiPrincípio da supremacia do interesse público:Este princípio confere ao administrador um conjunto de privilégios jurí-

dicos que o particular não tem, em razão dos interesses que ele representa,ou seja, interesses da coletividade.

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A Administração está numa posição de superioridade (supremacia jurí-dica), numa relação vertical (desigual) para com o particular, pois enquantobusca a satisfação dos interesses públicos, o particular busca a satisfaçãodos próprios interesses. Já no mundo privado, parte-se da ideia que,formalmente, as pessoas estão no mesmo plano, isto é, que as relaçõessão horizontais.

Há um dogma em direito administrativo que diz que o interesse públicoprevalece sobre o particular. Ex: No mundo privado, uma pessoa não podecriar obrigações ao outro sem a concordância dele. Já o administrador, poruma manifestação de vontade, pode criar uma obrigação unilateral, inde-pendentemente da concordância; Administração pode rescindir o contratoadministrativo e o particular não pode fazer nada contra isso; Poderá existirintervenção na propriedade para preservar o interesse público.

Princípio da indisponibilidade do interesse público:Este princípio afirma que o administrador não pode dispor livremente

do interesse público, pois não representa seus próprios interesses quandoatua, devendo assim agir segundo os estritos limites impostos pela lei. Oprincípio da indisponibilidade do interesse público aparece como um freioao princípio da supremacia do interesse público.

O princípio da legalidade surge como um desdobramento do princípio

da indisponibilidade do interesse público. Segundo tal princípio, o adminis-trador não pode fazer o que bem entender na busca do interesse público,isto é, deve agir segundo a lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressa-mente autoriza e no silêncio da lei, está proibido de agir. Há uma relaçãode subordinação à lei. Já o particular pode fazer tudo aquilo que a lei nãoproíbe e o que silencia a respeito. Portanto, tem uma maior liberdade doque o administrador. Há uma relação de não contrariedade à lei.

Regime jurídico da Administração Pública:É o conjunto de direitos (prerrogativas) e deveres (limitação) que o or-

denamento jurídico confere ao Poder Público e que não se estende aosparticulares, por força dos interesses que ela representa quando atua.

O particular só será submetido a este regime quando lhe for delegado o

exercício da função administrativa, isto é, quando executar um serviçopúblico. Ex: Concessionário ou Permissionário; Cartórios extrajudiciais.

Direitos ou Prerrogativas: Os direitos surgem em decorrência dos in-teresses que a Administração representa quando atua. Exemplo de direitosque a Administração Pública tem e o particular não tem:

Os atos administrativos são dotados de auto-executoriedade, isto é, aAdministração pode executar sozinha seus próprio atos, sem autorizaçãoprévia do Poder Judiciário. Ex: O oficial da prefeitura, quando constata umbarulho numa danceteria além dos limites legais, pode lavrar um auto deinfração unilateralmente, por força dos interesses que ele representa.Diferentemente, um particular, na mesma situação, teria que procurar o

Poder Judiciário.

A Administração elabora sozinha os contratos administrativos, tendo oparticular que aderir ao mesmo. Se o particular não cumpre as suas obriga-ções, a Administração pode sozinha invocar a exceção do contrato nãocumprido. Nos contratos particulares, as partes participam da sua elabora-ção e podem invocar a exceção do contrato não cumprido através do PoderJudiciário.

O Poder Público tem uma série de vantagens que o coloca num graude superioridade em relação aos particulares. O nome que se dá a esseconjunto de vantagens é "cláusulas exorbitantes", pois exorbitam o padrãodos contratos particulares, conferindo vantagens à Administração.

Deveres: Os deveres também surgem em razão dos interesses que a

Administração representa quando atua. Exemplo de deveres que a Admi-nistração tem e o particular não tem:

O particular tem autonomia de vontade, pode contratar quem quiser pa-ra a sua empresa. Já a Administração deve contratar através de concursopúblico.

O empresário pode contratar os serviços que quiser e pelo valor quequiser. A Administração não tem essa liberdade, precisa fazer licitação.

http://www.webjur.com.br/doutrina

A ESTRUTURA ADMINISTRATIVAO estudo da  Administração Pública em geral, compreendendo a sua

estrutura e as suas atividades, deve partir do conceito de Estado, sobre oqual repousa toda a concepção moderna de organização e funcionamento

dos serviços públicos a serem prestados aos administrados.

CONCEITO, ELEMENTOS E PODERES DE ESTADOConceito de Estado — O conceito de Estado varia segundo o ângulo

em que é considerado. Do ponto de vista sociológico, é corporação territori-al dotada de um poder de mando originário (Jellinek); sob o aspecto políti-co, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestadesuperior de ação, de mando e de coerção (Malberg): sob o prisma constitu-cional, é pessoa jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia); na concei-tuação do nosso Código Civil, é  pessoa jurídica de Direito Público Interno(art. 14. I). Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campodo Direito Público como no do Direito Privado, mantendo sempre sua única

 personalidade de Direito Público, pois a teoria da dupla personalidade doEstado acha-se definitivamente superada.

Esse é o Estado de Direito, ou seja, o Estado juridicamente organiza-do e obediente às suas próprias leis.

Elementos do Estado —  O Estado é constituído de três elementosoriginários e indissociáveis: Povo, Território e Governo soberano. Povo é ocomponente humano do Estado; Território, a sua base física; Governosoberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poderabsoluto de autodeterminação e auto - organização emanado do Povo. Nãohá nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem essepoder absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-sesegundo a vontade livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisõesinclusive pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e semanifesta através dos denominados Poderes de Estado.

Poderes de Estado — Os Poderes de Estado, na clássica tripartiçãode Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo,o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suasfunções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). Esses Poderes sãoimanentes e estruturais do Estado (diversamente dos  poderes administrati-vos, que são incidentais e instrumentais da Administração), a cada umdeles correspondendo uma função que lhe é atribuído com precipuidade.Assim, a função precípua do Poder Legislativo é a elaboração da lei (funçãonormativa); a função precípua do Poder Executivo é a conversão da lei emato individual e concreto (função administrativa);   a função precípua doPoder Judiciário é a aplicação coativa da lei aos litigantes (função judicial).Referimo-nos à função precípua de cada Poder de Estado porque, emborao ideal fosse a privatividade de cada função para cada Poder, na realidade

isso não ocorre, uma vez que todos os Poderes têm necessidade de prati-car atos administrativos, ainda que restritos à sua organização e ao seufuncionamento, e. em caráter excepcional admitido pela Constituição,desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro Poder.O que há, portanto, não é separação de Poderes com divisão absoluta defunções, mas, sim, distribuição das três funções estatais precípuas entreórgãos independentes, mas harmônicos e coordenados no seu funciona-mento, mesmo porque o poder estatal é uno e indivisível.

Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou em sua obrapolítica  as expressões “separação de Poderes” ou “divisão de Poderes”,referindo-se unicamente à necessidade do “equilíbrio entre os Poderes”, doque resultou entre os ingleses e norte-americanos o sistema de checks andbalances, que é o nosso método de freios e contrapesos, em que um Poder

limita o outro, como sugerira o próprio autor no original: “le pouvoir arrête lepouvoir”. Seus apressados seguidores é que lhe deturparam o pensamentoe passaram a falar em “divisão” e “separação de Poderes”, como se estesfossem estanques e incomunicáveis em todas as suas manifestações,quando, na verdade, isto não ocorre, porque o Governo é a resultante da

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interação dos três Poderes de Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário—, como a Administração o é de todos os órgãos desses Poderes.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃOOrganização do Estado — A organização do Estado é matéria consti-

tucional no que concerne à divisão política do território nacional, à estrutu-ração dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dosgovernantes, aos direitos e garantias dos governados.  Após as disposiçõesconstitucionais que moldam a organização política do Estado soberano,surge, através da legislação complementar e ordinária, a organizaçãoadministrativa das entidades estatais, de suas autarquias e entidades

 paraestatais instituídas para a execução desconcentrada e descentralizadade serviços públicos e outras atividades de interesse coletivo, objeto doDireito Administrativo e das modernas técnicas de administração.

No Estado Federal , que é o que nos interessa, a organização políticaera dual, abrangendo unicamente a União (detentora da Soberania) e osEstados-membros ou Províncias (com autonomia política, além da adminis-trativa e financeira). Agora, a nossa Federação compreende a União, osEstados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, que também sãoentidades estatais, com autonomia política reconhecida pela Constituiçãoda República (art. 18), embora em menor grau que a dos Estados-membros(art. 25). Essa outorga constitucional de autonomia política aos Municípiosé uma peculiaridade da Federação brasileira.. Assim, integra a organizaçãopolítica da nossa Federação um Estado-membro anômalo, que é o DistritoFederal, onde se localiza a Capital da União: Brasília (art. 18 e § 1º).

Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, entida-des com autonomia política (além da administrativa e financeira), sãounicamente a União, os Estados-membros,os Municípios e o Distrito Fede-ral. . As demais pessoas jurídicas instituídas ou autorizadas a se constituí-rem por lei ou são autarquias, ou são fundações, ou são entidades paraes-tatais, como veremos ao cuidar dos serviços públicos. Esse conjunto deentidades estatais, autárquicas, fundacionais e  paraestatais constitui a

 Administração Pública em sentido instrumental amplo, ou seja, a Adminis-tração centralizada e a descentralizada, atualmente denominada direta eindireta.

A nossa atual Constituição da República, do ponto de vista formal, émal redigida, assistemática e detalhista; a redação é confusa, a matéria édistribuída sem sistema, e desce a detalhes impróprios de texto constitucio-nal.

Organização da Administração — Após a organização soberana doEstado, com a instituição constitucional dos três Poderes que compõem oGoverno, e a divisão política do território nacional, segue-se a organizaçãoda Administração, ou seja, a estruturação legal das entidades e órgãos queirão desempenhar as funções, através de agentes públicos (pessoas físi-cas). Essa organização faz-se normalmente por lei, e excepcionalmente pordecreto e normas inferiores, quando não exige a criação de cargos nem

aumenta a despesa pública.

Nesse campo estrutural e funcional do Estado atua o moderno Direito Administrativo organizatório, auxiliado pelas contemporâneas técnicas deadministração, aquele estabelecendo o ordenamento jurídico dos órgãosdas funções e dos agentes que irão desempenhá-las, e estas informandosobre o modo mais eficiente e econômico de realizá-las em benefício dacoletividade. O Direito Administrativo impõe as regras jurídicas de organiza-ção e funcionamento do complexo estatal; as técnicas de administraçãoindicam os instrumentos e a conduta mais adequada ao pleno desempenhodas atribuições da Administração. Assim, embora sendo disciplinas diferen-tes, ambas devem coexistir em toda organização estatal, autárquica, funda-cional e paraestatal, a fim de bem ordenar os órgãos, distribuir as funções,fixar as competências e capacitar os agentes para a satisfatória prestação

dos serviços públicos ou de interesse coletivo, objetivo final e supremo doEstado em todos os setores do Governo e da Administração.Impõe-se, pois, estabelecermos o confronto entre Governo e Adminis-

tração e, a seguir, examinarmos seus órgãos e agentes para, após, estu-darmos a atividade administrativa em toda a sua extensão e efeitos.

GOVERNO E ADMINISTRAÇÃOGoverno e Administração são termos que andam juntos e muitas ve-

zes confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspec-tos em que se apresentam.

Governo —  Em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãosconstitucionais; em sentido material, é o complexo de funções estataisbásicas; em sentido operacional, é a condução política dos negócios públi-cos. Na verdade, o Governo ora se identifica com os Poderes e órgãossupremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias dessesPoderes e órgãos como manifestação da Soberania. A constante, porém,do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixaçãode objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. OGoverno atua mediante atos de Soberania ou, pelos menos, de autonomiapolítica na condução dos negócios públicos.

Administração Pública — Em sentido formal, é o conjunto de órgãosinstituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material,do conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; emacepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técni-co, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício dacoletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelha-mento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfa-ção das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos degoverno; pratica, tão somente, atos de execução, com maior ou menorautonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes.

Comparativamente, podemos dizer que governo é atividade política ediscricionária; administração é atividade neutra, normalmente vinculada àlei ou à norma técnica. Governo é conduta independente; administração éconduta hierarquizada. O Governo comanda com responsabilidade consti-tucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução; a

 Administração executa sem responsabilidade constitucional ou política, mascom responsabilidade técnica e legal pela execução.  A Administração é oinstrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções políti-cas do Governo. Isto não quer dizer que a Administração não tenha  poderde decisão. Tem. Mas o tem somente na área de suas atribuições e noslimites legais de sua competência executiva, só podendo opinar e decidirsobre assuntos jurídicos, técnicos, financeiros ou de conveniência e oportu-nidade administrativas, sem qualquer faculdade de opção política sobre amatéria.

O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constitui-ção e das leis, atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas),de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes (pessoas físicasinvestidas em cargos e funções). É o que veremos a seguir.

ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVASEntidade é pessoa jurídica, pública ou privada; órgão é elemento des-

personalizado incumbido da realização das atividades da entidade a que

pertence, através de seus agentes. Na organização política e administrativabrasileira as entidades classificam-se em estatais, autárquicas, fundacio-nais e paraestatais.

Entidades estatais — São pessoas jurídicas de Direito Público que in-tegram a estrutura constitucional do Estado e têm poderes políticos eadministrativos, tais como a União, os Estados-membros, os Municípios e oDistrito Federal. A União é soberana; as demais entidades estatais têmapenas autonomia política, administrativa e financeira, mas não dispõem deSoberania, que é privativa da Nação e própria da Federação.

Entidades autárquicas — São pessoas jurídicas de Direito Público, denatureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para a reali-zação de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal

que as criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidorae nos termos de seu regulamento.   As autarquias podem desempenharatividades econômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer outrasoutorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierárqui-ca, sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da condu-ta de seus dirigentes.

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Entidades fundacionais — São, pela nova orientação da Constituiçãoda República de 1988, pessoas jurídicas de Direito Público, assemelhadasàs autarquias, como já decidiu o Supremo Tribunal Federal. São criadas porlei específica com as atribuições que lhes forem conferidas no ato de suainstituição.

Entidades paraestatais —  São pessoas jurídicas de Direito Privadocuja criação é autorizada por lei específica para a realização de obras,serviços ou atividades de interesse coletivo. São espécies de entidadesparaestatais as empresas públicas, as sociedades de economia mista e osserviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI e outros). As entidadesparaestatais são autônomas, administrativa e financeiramente, têm patri-mônio próprio e operam em regime da iniciativa particular, na forma de seusestatutos, ficando vinculadas (não subordinadas) a determinado órgão daentidade estatal a que pertencem, o qual supervisiona e controla seu de-sempenho estatutário, sem interferir diretamente na sua administração.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAOs princípios referidos no programa são aqueles constantes da reforma

administrativa de 1967 (Decreto-Lei n. 200, de 25.02.67), mantidos tacita-mente pela reforma de 1990 (Lei n. 8028, de 12.04.90 e Decreto 99.180, de15.03.90). São eles o do “planejamento”, o da .coordenação”, o da “descen-tralização”, o da “delegação de competência” e o do “controle”, que serãosucintamente analisados a seguir:

Planejamento  – É o estudo e estabelecimento das diretrizes e metasque deverão orientar a ação governamental, através de um piano geral degoverno, de programas globais, setoriais e regionais de duração plurianual,do orçamento-programa anual e da programação financeira de desembolso.Desta forma, as atividades da Administração Pública deverão adaptar-seaos programas aprovados pela Presidência da República, isto é, não sãopermitidos desvios que comprometam os limites financeiros de desembolsoou afrontem a respectiva programação.

Coordenação –  É o que visa entrosar as atividades da Administração,de modo a evitar a duplicidade de atuação, a disperso de recursos, a diver-

gência de soluções e outros males característicos da burocracia.Através da coordenação pretende-se a harmonização de todas as ati-

vidades da Administração Pública, evitando-se desperdícios. Economiza-se, portanto, recursos materiais e humanos.

Descentralização  - É o que tem por objeto o descongestionamentoadministrativo, afastando do centro (o Estado) e atribuindo a uma pessoadistinta, poderes de administração, constituídos do exercício de atividadespúblicas ou de utilidade pública. Desta forma, em seu próprio nome, o entedescentralizado age por outorga do serviço ou atividade pública, bem comopor delegação de sua execução. A descentralização distingue-se da “des-concentração”, que vem a se constituir na distribuição ou repartição defunções entre vários órgãos da mesma entidade estatal (União, Estados,DF, Municípios).

Delegação de competência - Pode ser encarada como uma forma deaplicação do “princípio da descentralização”, mas o Decreto-Lei n. 200/67coloca-o como princípio autônomo e diferenciado daquele. Constitui-se natransferência, pelas autoridades administrativas, de atribuições decisórias aseus subordinados, mediante ato específico e que indique, com clareza eprecisão, a autoridade delegante (a que transfere), a delegada (que recebe)e o objeto da delegação (a própria atribuição). Através desse princípio visa,a Administração Pública, maior objetividade e precisão às suas decisões.com vistas a situá-las o mais próximo possível dos fatos, das pessoas e dosproblemas que pretende atender.

Controle - Em sentido amplo, caracteriza-se numa das formas deexercício do poder hierárquico, com o objetivo de fiscalização, pelo órgãosuperior, do cumprimento da lei, das instruções e da execução das atribui-

ções específicas, dos órgãos inferiores, bem como dos atos e rendimentode cada servidor. Pelo enfoque da reforma administrativa e que mais dire-tamente interessa ao nosso estudo, constitui-se em instrumento da supervi-são ministerial, a que sujeitam-se todos os órgãos da Administração fede-ral, inclusive os entes descentralizados (autarquias, paraestatais), normal-

mente não sujeitos ao poder hierárquico das autoridades da Administraçãodireta. Visa, especificamente, à consecução de seus objetivos e à eficiênciade sua gestão, sendo exercido de diversos modos e que poderão chegar,se for o caso, à intervenção, mediante controle total.

CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA 

O Estado tem como função primordial o oferecimento de utilidades aosadministrados, não se justificando sua atuação senão no interesse público.Assim, entende-se que todas as vezes que o Estado atua, o faz porque àcoletividade deve atender.

No início dos estudos sobre o Direito Administrativo havia o entendi-mento de que os serviços público eram poderes estatais (e não deveres),que independiam da vontade ou da necessidade do cidadão ou do residen-te de um determinado local.

Esta ideia inicial foi superada com o surgimento da Escola Francesa doServiço Público, capitaneada por Léon Duguit , quando se passou a enten-der serviço público como serviços prestados aos administrados.

HELY LOPES MEIRELLES nos deixou o seguinte conceito de serviço

público:"Serviço Público é todo aquela prestado pela Administração ou por

seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessi-dades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniênciado Estado."

(HELY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo Brasileiro, São Pau-lo, Ed. Malheiros, 1997, 22ª Ed., pg. 297)

Nesse sentido, prendendo-se aos critérios relativos à atividade pública,ensina o Professor JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO:

"..., conceituamos serviço público como toda atividade  prestada peloEstado ou por seus delegados, basicamente sob o regime de direito públi-co, com vistas a satisfação de necessidades essenciais e secundárias da

coletividade."(JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Direito Adminis-

trativo, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 3ª ed., 1999, pg. 217)

Apresentado dois dos diversos conceitos oferecidos pela doutrina, de-ve-se buscar qual a entidade federativa (União, Estados-Membros, DistritoFederal ou Municípios) competente para instituir, regulamentar e controlaros diversos serviços públicos.

Para tanto, há que se buscar o fundamento de validade da atuação es-tatal na Constituição Federal que apresenta, quanto ao ente federativotitular do serviço, a classificação de serviços privativos e serviços comuns.Os primeiros são aqueles atribuídos a somente uma das esferas da federa-ção, como por exemplo, a emissão de moeda, de competência privativa daUnião (CF, art. 21, VII). Já os serviços comuns, podem ser prestados pormais de uma esfera federativa, como por exemplo, os serviços de saúdepública (CF, art. 23, II).

Analisados o conceito e a atribuição para a prestação dos serviços pú-blicos, deve-se ter em mente que estes são regidos por princípios quelevam em consideração o prestador (ente público ou delegado), os destina-tários e o regime a que se sujeitam. Como exemplo dos princípios queregem os serviços públicos temos o princípio da generalidade - o serviçodeve beneficiar o maior número possível de indivíduos; princípio da conti-nuidade – os serviços não devem sofrer interrupção; princípio da eficiência;princípio da modicidade – o lucro, meta da atividade econômica capitalista,não é objetivo da função administrativa.

Feitas breves considerações preliminares, quanto à origem, ao concei-to, à titularidade, e aos princípios informativos, passamos à análise daquestão central que é a forma de execução dos serviços públicos.

Sendo o titular dos serviços públicos, o Estado deve prestá-los da me-lhor forma possível. Assim, pode, em casos específicos, dividir a tarefa da

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execução, não podendo, em nenhuma hipótese, transferir a titularidade doserviço.

O certo é que, possível a parceria, podem os serviços públicos seremexecutados direta ou indiretamente.

O Estado, por seus diversos órgãos e nos diversos níveis da federa-ção, estará prestando serviço por EXECUÇÃO DIRETA quando, dentro desua estrutura administrativa -ministérios, secretarias, departamentos, dele-gacias -, for o titular do serviço e o seu executor. Assim, o ente federativo,será tanto o titular do serviço, quando o prestador do mesmo. Esses órgãosformam o que a doutrina chama de  ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA,porque é o próprio Estado que, nesses casos, centraliza a atividade.

O professor CARVALHO DOS SANTOS, em sua obra já citada (pg.229), conclui:

"O Decr.-lei n° 200/67, que implantou a reforma administrativa federal,denominou esse grupamento de órgãos de administração direta (art. 4°, I),isso porque o Estado, na função de administrar, assumirá diretamente seusencargos." (GN)

Por outro lado, identifica-se a EXECUÇÃO INDIRETA quando os servi-ços são prestados por pessoas diversas das entidades formadoras da

federação.

Ainda que prestados por terceiros, insisto, o Estado não poderá nuncaabdicar do controle sobre os serviços públicos, afinal, quem teve o poder

 jurídico de transferir atividades deve suportar, de algum modo, as conse-quências do fato.

Essa execução indireta, quando os serviços públicos são prestados porterceiros sob o controle e a fiscalização do ente titular, é conhecido nadoutrina como DESCENTRALIZAÇÃO.

Leciona o Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO que:"Diz-se que a atividade é descentralizada quando é exercida, ..., por

pessoas distintas do Estado.

Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o faz através deoutras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejamcriaturas suas e por isso mesmo se constituam, ..., em parcelas personali-zadas da totalidade do aparelho administrativo estatal."

(CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direto Adminis-trativo, São Paulo, Ed. Malheiros, 10 ed., 1998, pg. 96)

Visualizado o conceito de descentralização da prestação dos serviçospúblicos, há que destacar os modelos de descentralização adotados peladoutrina pátria.

Não há, pelos doutrinadores, uniformidade na classificação das subes-pécies de descentralização.

Entretanto, tenho por mais didática a apresentação feita pela Professo-ra MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO, em seu Direito Administrativo, SãoPaulo, Ed. Atlas, 1997, 8° ed. Pg. 296 e ss.

Em seu curso, a professora MARIA SYLVIA divide a descentralizaçãoinicialmente em política e administrativa.

A descentralização política ocorre quando o ente descentralizado exer-ce atribuições próprias que não decorrem do ente central. Tema que já foiabordado supra, a descentralização política decorre diretamente da consti-tuição (o fundamento de validade é o texto constitucional) e independe da

manifestação do ente central (União).

Já a descentralização administrativa ocorre quando o ente descentrali-zado exerce atribuições que decorrem do ente central, que empresta suacompetência administrativa constitucional a um dos entes da federação tais

como os Estados-Membros, os municípios e o Distrito Federal, para aconsecução dos serviços públicos.

Assim, entende-se que na descentralização administrativa, os entesdescentralizados têm capacidade para gerir os seus próprios "negócios",mas com subordinação a leis postas pelo ente central

A descentralização administrativa  se apresenta de três formas. Podeser territorial ou geográfica, por serviços, funcional ou técnica e por colabo-ração.

A descentralização territorial ou geográfica é a que se verifica quandouma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade

 jurídica própria, de direito público, com capacidade jurídica própria e com acapacidade legislativa (quando existente) subordinada a normas emanadasdo poder central.

No Brasil, podem ser incluídos nessa modalidade de descentralizaçãoos territórios federais, embora na atualidade não existam.

A descentralização por serviços, funcional ou técnica é a que se verifi-ca quando o poder público (União, Estados, Distrito Federal ou Município)por meio de uma lei cria uma pessoa jurídica de direito público  – autarquiae a ela atribui a titularidade (não a plena, mas a decorrente de lei) e aexecução de serviço público descentralizado.

Doutrina minoritária permite, ignorando o DL 200/67, a transferência datitularidade legal e da execução de serviço público a pessoa jurídica dedireito privado. Essa classificação permitiria no Brasil a transferência datitularidade legal e da execução dos serviços às sociedades de economiamista e às empresas públicas.

Na descentralização por serviços, o ente descentralizado passa a detera "titularidade" e a execução do serviço nos termos da lei não devendo enão podendo sofrer interferências indevidas por parte do ente que lhe deuvida. Deve pois, desempenhar o seu mister da melhor forma e de acordocom a estrita demarcação legal.

A descentralização por colaboração é a que se verifica quando por

meio de contrato (concessão de serviço público) ou de ato administrativounilateral   (permissão de serviço público), se transfere a execução dedeterminado serviço público a pessoa jurídica de direito privado, previamen-te existente, conservando o poder público, in totum, a titularidade do servi-ço, o que permite ao ente público dispor do serviço de acordo com o inte-resse público.

Feitas as distinções concernentes ao tema, vale recordar que a des-centralização não se confunde com a desconcentração.

A desconcentração é procedimento eminentemente interno, significan-do, tão somente, a substituição de um órgão por dois ou mais com o objeti-vo de acelerar a prestação do serviço. Na desconcentração o serviço eracentralizado e continuou centralizado, pois que a substituição se processou

apenas internamente.Na desconcentração, as atribuições administrativas são outorgadas

aos vários órgãos que compões a hierarquia, criando-se uma relação decoordenação e subordinação entre um e outros. Isso é feito com o intuito dedesafogar, ou seja, desconcentrar, tirar do centro um grande volume deatribuições para permitir o seu mais adequado e racional desempenho.

SANCHES, Salvador Infante. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 35,out. 1999.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETAAdministração Direta  é aquela composta por órgãos ligados direta-

mente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios

organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias.

Administração Indireta é aquela composta por entidades com perso-nalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades deGoverno de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Funda-ções, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

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ADMINISTRAÇÃO DIRETA1. ConceitoConstituída dos órgãos e serviços integrados na estrutura administrati-

va da Presidência da República, Governo dos Estados e do DF, Prefeiturase dos Ministérios e Secretarias (DL 200/67).

2. Centralização administrativaA atividade administrativa é centralizada quando é exercida diretamen-

te pelas entidades políticas estatais (União, Estados, Municípios e DistritoFederal), ou seja, pelo conjunto de órgãos que as compõem.

3. Órgãos públicos3.1 ConceitoÓrgão público é a unidade de atuação integrante da estrutura da Admi-

nistração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei 9.784/99).Tem estrutura, competência própria, quadro de servidores, poderes funcio-nais, mas não personalidade jurídica.

Exemplos: Ministério da Justiça, Secretaria de Administração, ReceitaFederal etc.

3.2 Relação do Estado com os agentes públicosConsiderando que o Estado é pessoa jurídica e que, como tal não dis-

põe de vontade própria, ele atua sempre por meio de pessoas físicas, osagentes públicos. Assim, de acordo com a teoria do órgão ou da imputação,a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de talmodo que quando os agentes que os compõem manifestam sua vontade, écomo se o próprio Estado o fizesse.

3.3 Classificação3.3.1 Quanto à posição estatala) Independentes, originários da CF e representat ivos dos três Pode-

res de Estado, sem qualquer subordinação hierárquica (Casas Le-gislativas, Chefia do Executivo, Tribunais e o Ministério Público);

b) autônomos, se localizam na cúpula da Administração, subordina-dos diretamente à chefia dos órgãos independentes (Ministérios,Secretarias de Estado e de Município);

c) superiores, órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos àsubordinação e ao controle hierárquico de uma chefia, não gozamde autonomia administrativa ou financeira (departamentos, coorde-nadorias, divisões);

d) subalternos, se acham subordinados hierarquicamente a órgãossuperiores de decisão, exercendo principalmente funções de exe-cução (seções de expediente, de pessoal, de material).

3.3.2 Quanto à estruturaOs órgãos podem ser:

a) 

simples ou unitários, constituídos por um único centro de atribui-ções, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções inte-gradas em órgãos maiores; e

b)  compostos, constituídos por vários outros órgãos, como acontececom os Ministérios e as Secretarias de Estado.

3.3.3 Quanto à composiçãoClassificam-se em:

  singulares, quando integrados por um único agente, como a Presi-dência da República e a Diretoria de uma escola;

b) coletivos, quando integrados por vários agentes, como o Conselhode Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

4. DesconcentraçãoÉ uma distribuição interna de competências, ou seja, uma divisão decompetências dentro da mesma pessoa jurídica.

Fonte: http://www.alexandremagno.com/novo/administracao-direta

ADMINISTRAÇÃO INDIRETACarlos Eduardo Guerra

1 Administração Indireta1.1 NoçãoA base da ideia da Administração Indireta encontra-se no instituto da

descentralização, que vem a ser a distribuição de competências de umapara outra pessoa, física ou jurídica.

Nos próximos capítulos iremos desenvolver melhor o tema. Agora, sóafirmamos que a descentralização pode ser feita de várias formas, comdestaque a descentralização por serviços, que se verifica quando o poderpúblico (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal) cria uma pessoa

 jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a execu-ção de determinado serviço público, surgindo as entidades da Administra-ção Indireta.

A Administração Indireta, na análise de Hely Lopes Meirelles, é o con- junto dos entes (entidades com personalidade jurídica) que vinculados a umórgão da Administração Direta, prestam serviço público ou de interessepúblico.

1.2 DivisãoSão as seguintes as entidades da Administração Indireta:o  Autarquiao  Empresa Públicao  Sociedade de Economia Mistao  Fundação Pública

1.3 CaracterísticasAs entidades da Administração Indireta possuem, necessária e cumula-

tivamente, as seguintes características:o  personalidade jurídica;o  patrimônio próprio;o  vinculação a órgãos da Administração Direta.

1.4 Personalidade Jurídica PrópriaPara que possam desenvolver suas atividades, as entidades da admi-

nistração indireta são dotadas de personalidade; consequentemente, po-dem adquirir direitos e assumir obrigações por conta própria, não necessi-tando, para tanto, das pessoas políticas.

1.5 Patrimônio PróprioEm função da característica anterior, as entidades possuem patrimônio

próprio, distinto das pessoas políticas.

1.6 Vinculação aos Órgãos da Administração DiretaAs entidades da Administração Indireta são vinculadas aos órgãos daAdministração Direta, com o objetivo principal de possibilitar a verificaçãode seus resultados, a harmonização de suas atividades políticas com aprogramação do Governo, a eficiência de sua gestão e a manutenção desua autonomia financeira, operacional e financeira, através dos meios decontrole estabelecido em lei.

Alguns denominam este controle de tutela, definida por Maria SylviaZanella Di Pietro como a fiscalização que os órgãos centrais das pessoaspúblicas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercemsobre as pessoas administrativas descentralizadas, nos limites definidos emlei, para garantir a observância da legalidade e o cumprimento de suasfinalidades institucionais.

Não significa a tutela que os entes da Administração Indireta estejamhierarquicamente subordinados à Administração Direta ocorrendo apenasuma descentralização. A subordinação ocorre entre os órgãos da Adminis-tração, denominando-se de hierarquia ou autotutela.

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A autora estabelece diferenças sensíveis entre tutela (vinculação) e hi-erarquia, conforme o quadro a seguir.

Tutela (Vinculação) Hierarquia (Autotutela)

A tutela supõe a existência deduas pessoas jurídicas, uma dasquais exercendo controle sobre aoutra (a pessoa política controla as

entidades da Administração Indire-a).

A hierarquia existe dentro de umamesma pessoa jurídica, quando,por exemplo, um Ministério controla

seus próprios órgãos.

A tutela não se presume, só exis-indo quando a lei a estabelece.

A hierarquia existe independente-mente de previsão legal, pois éinerente à organização administrati-va.

2 AUTARQUIA2.1 NoçãoA origem do vocábulo autarquia é grega, significando qualidade do que

se basta a si mesmo, autonomia, entidade autônoma.

A ideia da autarquia reside na necessidade da pessoa política criar

uma entidade autônoma (com capacidade de administrar-se com relativaindependência e não de maneira absoluta, visto que há a fiscalização doente criador) para a realização de atividade tipicamente pública, sendo umadas formas de materialização da descentralização administrativa.

Nesta linha de pensamento, autarquias são entes administrativos autô-nomos, criados por lei específica, com personalidade jurídica de direitopúblico interno, para a consecução de atividades típicas do poder público,que requeiram, para uma melhor execução, gestão financeira e administra-tiva descentralizada.

2.2 CaracterísticasAs autarquias possuem as seguintes características:

  personalidade jurídica de direito público;o  realização de atividades especializadas (capacidade específi-

ca), em regra;o  descentralização administrativa e financeira;  criação por lei específica.

2.3 Personalidade Jurídica de Direito PúblicoTendo personalidade jurídica, as autarquias são sujeitos de direito, ou

seja, são de titulares de direitos e obrigações próprios, distintos dos perten-centes ao ente político (União, Estado, Município ou Distrito Federal) que asinstitui.

Submetem-se a regime jurídico de direito público quanto à criação, ex-

tinção, poderes, prerrogativas, privilégios e sujeições, ou melhor, apresen-tam as características das pessoas públicas, como por exemplo as prerro-gativas tributárias, o regime jurídico dos bens e as normas aplicadas aosservidores.

Por tais razões, são classificadas como pessoas jurídicas de direito pú-blico.

2.4 Capacidade EspecíficaOutra característica destas entidades é capacidade específica, signifi-

cando que as autarquias só podem desempenhar as atividades para asquais foram instituídas, ficando, por conseguinte, impedidas de exercerquaisquer outras atividades.

Como exceção a esta regra temos as autarquias territoriais (os territó-rios), que são dotadas de capacidade genérica.

O atributo da capacidade específica é o denominado comumente deprincípio da especialidade ou especialização.

2.5 Descentralização Administrativa FinanceiraAs autarquias desempenham atividades tipicamente públicas. O ente

político "abre mão" do desempenho de determinado serviço, criando enti-dades com personalidade jurídica (autarquias) apenas com o objetivo derealizar tal serviço.

Por força de tal característica, as autarquias são denominadas de ser-viços públicos descentralizados, serviços públicos personalizados ou servi-ços estatais descentralizados.

2.6 Criação por Lei EspecíficaDe acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19

ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as autarquias são criadas porlei específica. Para extingui-las entretanto, faz-se é necessária somenteuma lei ordinária, não necessitando ser específica.

Se a União desejar criar dez autarquias, será necessária a promulga-ção de dez leis ordinárias distintas. Caso pretenda extingui-las, bastaráuma única lei.

3 EMPRESA PÚBLICA3.1 Noção

A exploração da atividade econômica deve ser realizada, em regra ge-ral, pelo setor privado, mas, excepcionalmente, tal atividade pode serrealizada diretamente pelo setor público, respeitado o disposto no art. 173da Constituição da República.

Por várias vezes o Poder Público institui entidades para a realização deatividades típicas do setor privado, como a indústria, o comércio e a bancá-ria, regidas pelas mesmas normas da iniciativa privada.

Esses entes podem ser a empresa pública ou a sociedade de econo-mia mista. Neste tópico dedicaremos ao estudo da primeira.

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadaspor autorização legislativa específica, com capital exclusivamente público,para realizar atividades econômicas ou serviços públicos de interesse daAdministração instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendorevestir de qualquer forma admitida em direito.

3.2 CaracterísticasAs empresas públicas possuem as seguintes características:o  personalidade jurídica de direito privado;o  capital exclusivamente público;o  realização, em regra, de atividades econômicas;1.  revestimento de qualquer forma admitida no Direito;2.  derrogações (alterações parciais) do regime de direito privado3.  por normas de direito público;

o  criação por autorização legislativa específica.

3.3 Personalidade Jurídica de Direito PrivadoPor realizarem, em regra, atividades econômicas, o art. 173 da Consti-

tuição da República estabelece que devem as empresas ter o mesmotratamento jurídico da iniciativa privada, inclusive no que tange às obriga-ções tributárias e trabalhistas.

3.4 Capital Exclusivamente PúblicoA grande distinção entre a empresa pública e a sociedade de economia

mista está na distribuição do capital, pois na primeira (empresa pública) sóhá capital público, ou seja, todo o capital pertence ao poder público, inexis-tindo capital privado.

3.5 Atividades EconômicasAs empresas públicas não realizam atividades típicas do poder público,

mas sim atividades econômicas em que o Poder Público tenha interessepróprio ou considere convenientes à coletividade.

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Atualmente, admitem a doutrina e a jurisprudência que as empresaspúblicas podem exercer serviços públicos, sendo tratadas, neste caso,como concessionárias de serviço público, continuando a ser aplicado odireito privado.

3.6 Qualquer Forma Admitida no DireitoAs empresas públicas, de acordo com o Decreto-Lei 200/67, podem re-

vestir-se de qualquer forma admitida no Direito, inclusive a forma de Socie-dade Anônima.

3.7 Derrogações do Regime de Direito Privado Por Normas de Di-reito Público

Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, não se aplica oDireito Privado integralmente às Empresas Públicas, pois são entidades daAdministração Pública algumas normas públicas são aplicadas a estesentes, com destaque a obrigatoriedade de realizarem licitações e concursospúblicos, e a vedação de seus servidores acumularem cargos públicos deforma remunerada.

3.8 Criação por Autorização Legislativa EspecíficaDe acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19

ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das empresas

públicas necessita de autorização legislativa específica. Para extingui-lasprecisa-se apenas de uma autorização legislativa, não necessitando serespecífica

3.9- Divisão das Empresas PúblicasAs empresas públicas dividem-se em:o  empresas públicas unipessoais - são as que o capital pertence

a uma só pessoa pública.o  empresas públicas pluripessoais - são as que o capital per-

tence a várias pessoas públicas.

4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA4.1 NoçãoAs sociedades de economia mista são as pessoas jurídicas de direito

privado, com a participação do Poder Público e de particulares no seucapital, criadas para a realização de atividade econômica de interessecoletivo, podendo, também, exercer serviços públicos.

São semelhantes à empresa pública, tendo como diferenças básicas ofato do capital ser diversificado (capital público e privado) e só podendo tera forma de sociedade anônima.

Aspectos Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

CapitalCapital exclusivamentepúblico

Parte do capital pertencente aoPoder Público e outra parte ao setorprivado, tendo, sempre, o controlepúblico.

FormaQualquer forma admiti-da em Direito.

Somente a forma de SociedadeAnônima.

Competência

De acordo com o art.109 da CF, as causasde interesse das em-presas públicas fede-rais serão julgadas naJustiça Federal, comexceção das causastrabalhistas.

As causas de interesse das socie-dades de economia mista federaisserão julgadas na Justiça Estadual,com exceção das causas trabalhis-tas.

4.2 CaracterísticasAs sociedades de economia mista possuem as seguintes característi-

cas:o  personalidade jurídica de direito privado;o  capital público e privado;

o  realização de atividades econômicas;o  revestimento da forma de Sociedade Anônima;o  detenção por parte do Poder Público de no mínimo a maioria

das ações com direito a voto;o  derrogações (alterações parciais) do regime de direito privadoo  por normas de direito público;o  criação por autorização legislativa específica.

4.3 Personalidade Jurídica de Direito PrivadoComo as empresas públicas, as sociedades de economia mista tam-

bém possuem personalidade jurídica de direito privado.

4.4 Capital Público e PrivadoDiferente da empresa pública, cujo capital pertence exclusivamente ao

Poder Público, na sociedade de economia mista é possível que haja capitalprivado. Apenas deve ser destacado que o controle será público, tendo oEstado a maioria absoluta das ações com direito a voto.

4.5 Atividades EconômicasDa mesma forma que as empresas públicas, as sociedades de econo-

mia mista também realizam atividades econômicas ou serviços públicos.

4.6 Forma de Sociedade AnônimaAs sociedades de economia mista, por força de lei, são regidas pela

forma de sociedade anônima, diferente da empresa pública que pode terqualquer forma admitida em direito.

4.7 Derrogações do Regime de Direito PrivadoComo às empresas públicas, não se aplica o regime de direito privado

na íntegra.

4.8 Criação por Autorização Legislativa EspecíficaDe acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19

ao art. 37, XIX, da Constituição da República, a criação das sociedades deeconomia mista será igual a das empresas públicas, necessitando deautorização legislativa específica.

A extinção também será igual a da empresa pública, ou seja, é precisoa autorização legislativa, não necessitando ser específica.

5 FUNDAÇÃO PÚBLICA5.1 NoçãoExistem dois tipos de fundação, uma regida pelo Direito Público e outra

por normas privadas.Em primeiro lugar, devemos definir fundação como sendo a atribuição

de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina auma finalidade social. Trata-se de um patrimônio com personalidade.

As fundações públicas são instituídas pelo poder público, com, é claro,patrimônio público afetado a um fim público.

5.2 CaracterísticasAs fundações públicas possuem as seguintes características:

  são criadas por dotação patrimonial;

  desempenham atividade atribuída ao Estado no âmbito social;

  sujeitam ao controle ou tutela por parte da Administração Di-reta;

  possuem personalidade jurídica de direito público, em regra;

  criação por autorização legislativa específica.

5.3 Dotação PatrimonialComo ensina a doutrina, a fundação pública vem a ser um patrimônio

dotado de personalidade jurídica, assim, para ser criada, é necessária adotação de um de conjunto de bens (patrimônio).

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5.4 Atividade SocialO objetivo da fundação é a realização de atividade social, educacional

ou cultural, como saúde, educação, cultura, meio-ambiente e assistênciasocial.

5.5 Personalidade Jurídica de Direito PúblicoCom o advento da nova Constituição, como ensina Celso Antônio

Bandeira de Mello as fundações públicas passaram a ter o mesmo trata-

mento jurídico das autarquias, sendo assim, classificadas como pessoas jurídicas de direito público.

Entretanto, essa visão não é unânime, Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Hely Lopes Meirelles entende que a Fundação Pública pode ser deDireito Público ou Privado conforme a lei instituidora.

No nosso entender a emenda nº 19 tendeu a dar razão a esta últimacorrente, pois estabeleceu a criação da fundação pública de forma seme-lhante a das empresas públicas.

5.6 Criação por Autorização Legislativa EspecíficaDe acordo com a nova redação dada pela emenda constitucional nº 19

ao art. 37, XIX, da Constituição da República, as fundações públicas, comoas empresas públicas e as sociedades de economia mista, são criadas porautorização legislativa específica, entretanto para extingui-las é necessáriaapenas uma autorização legislativa, não necessitando ser específica.

AS ENTIDADES PARAESTATAISINTRODUÇÃOPretende-se com essa breve exposição sobre o tema: as entidades pa-

raestatais, por meio de alguns doutrinadores e conclusões próprias sobre oassunto, buscar o verdadeiro significado da sua definição conceitual, seuobjeto, sua competência, suas relações com a Administração Pública Direta(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), seu regime administrativointerno e com terceiros.

1 BREVE HISTÓRICO

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello o termo Entidades Paraesta-tais foi empregado pela primeira vez na Itália, em 1924. O objetivo eraalcançar um meio termo entre as pessoas públicas e privadas, por não setratar de nenhuma das duas especificadamente. Posteriormente, ainda, naItália, essa designação, tratava de autarquias de base fundacional.

No Brasil o vocábulo era utilizado para indicar de uma forma geral todaa Administração Pública Indireta. Após o decreto-lei n.200 de 25 de feverei-ro de 1967, tornou-se uma conceituação imprecisa que muda de doutrina-dor para doutrinador.

2 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE CELSO ANTONIO BANDEIRA DEMELLO

A expressão abrange pessoas privadas que colaboram com o Estadodesempenhando atividade não lucrativa e à qual o Poder Público dispensaespecial proteção, colocando a serviço delas manifestações de seu poderde império, como o tributário, por exemplo. Não Abrange as sociedades deeconomia mista e as empresas públicas; trata-se de pessoas privadas queexercem função típica (embora não exclusiva do Estado).

3 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE MARÇAL JUSTEN FILHOEntidade paraestatal ou serviço social autônomo é uma pessoa jurídica

de direito privado criada por lei, atuando sem submissão à AdministraçãoPública, promover o atendimento de necessidades assistenciais e educaci-onais de certas atividades ou categorias profissionais que arcam com suamanutenção mediante contribuições compulsórias.

4 DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA DE HELY LOPES MEIRELLESSão pessoas jurídicas de direito público, cuja criação é autorizada por

lei específica (CF, art. 37, XIX e XX), com patrimônio público ou misto, pararealização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sobnormas e controle do estado. Não se confundem com as autarquias nem

com as fundações públicas, e também não se identificam com as entidadesestatais. Responde por seus débitos, exercem direitos e contraem obriga-ções, são autônomas.

Hely Lopes Meirelles acredita que o paraestatal é gênero, e, diferentede Celso Antonio Bandeira de Mello, do qual são espécies distintas asempresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociaisautônomos, as duas primeiras compondo a administração indireta e aúltima, a categoria dos entes da cooperação.

5 CARACTERÍSTICASÉ mais fácil visualizar as diferenças entre os doutrinadores do que as

semelhanças, porém vê-se em todos, por obvio, tratar-se de uma pessoa jurídica de direito privado e criada por lei.

Sua etimologia indica que as entidades paraestatais são entes parale-los ao estado, encontrando-se ao lado da Administração Pública paraexercer atividades de interesse daquele. Não são submissas à administra-ção pública, seu patrimônio pode ser público ou misto e se de interessecoletivo podem ser fomentadas pelo Estado.

Segundo Hely Lopes Meirelles:

“As entidades estatais prestam-se a executar atividades impróprias dopoder público, mas de utilidade pública, de interesse da coletividade e, porisso, fomentadas pelo estado, assim, sendo seus dirigentes sujeitos aomandado de segurança e ação popular.” 

Elas voltam-se às necessidades Coletivas normalmente relacionadas,segundo Marçal Justen Filho com questões assistenciais, educacionais oucategorias profissionais. Não se confundem com as autarquias nem com asfundações públicas.

Apesar de se tratar de pessoa jurídica de direito privado, devem serimpostas algumas regras de direito público. “Graças à natureza supra -individual dos interesses atendidos e o cunho tributário dos recursos envol-

vidos, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos termos e condiçõesestabelecidas na legislação de cada uma”.

As entidades paraestatais estão localizadas no terceiro setor porquenão se tratam do estado e nem de atividade privada lucrativa, tratam-se deatividades de interesse coletivo protegendo os valores da ordem pública.

Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas variam de doutri-nador para doutrinador. Hely Lopes Meirelles acredita que elas se dividemem empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociaisautônomos, diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello que diz serem aspessoas privadas que exercem função típica (não exclusiva do Estado),como as de amparo aos hiposuficientes, de assistência social, de formaçãoprofissional.

Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço social autôno-mo voltada à satisfação de necessidades coletivas e supra-individuais,relacionadas com questões assistenciais e educacionais.

Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na categoria de en-tidades paraestatais, por serem pessoas privadas que atuam em colabora-ção com o Estado, "desempenhando atividade não lucrativa e às quais oPoder Público dispensa especial proteção", recebendo, para isso, dotaçãoorçamentária por parte do Estado.

Possui como objeto a formação de instituições empresariais tendo namaioria das vezes em seu bojo a contribuição com o interesse coletivo,sendo a sua atuação materialmente administrativa não governamental. HelyLopes Meirelles diz ser normalmente seu objeto:

“A execução de uma atividade econômica empresarial, podendo sertambém uma atividade não econômica de interesse coletivo ou, mesmo, umserviço público ou de utilidade pública delegado pelo Estado.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 12

No primeiro caso a entidade paraestatal há que revestir a forma de em-presa pública ou sociedade de economia mista, devendo operar sob asmesmas normas e condições das empresas particulares congêneres, paranão lhes fazer concorrência, como dispõe expressamente a CF; nos outroscasos o estado é livre para escolher a forma e estrutura da entidade eoperá-la como lhe convier, porque em tais hipóteses não está intervindo nodomínio econômico reservado à iniciativa privada.

O patrimônio dessas entidades pode ser constituído com recursos par-ticulares ou contribuição pública, ou por ambas as formas conjugadas. Taisempreendimentos, quando de natureza empresarial, admitem lucros edevem mesmo produzi-los, para desenvolvimento da instrução e atrativo docapital privado.” 

6 RELAÇÕES COM TERCEIROSAs Entidades Paraestatais estão sujeitas a licitação, seguindo a lei

8.666/83, para compras, obras, alienações e serviços no geral, segundo oartigo 17 da referida lei. Quando imóveis dependerão de avaliação prévia ede licitação na modalidade de concorrência. Sendo apenas dispensada alicitação nos seguintes casos:

“a) dação em pagamento; “ b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

Administração Pública, de qualquer esfera de governo;c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do

inciso X do art. 24 desta Lei;d) investidura;e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qual-

quer esfera de governo (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994);f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de

uso de bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados noâmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ouentidades da administração pública especificamente criados para esse fim(Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994);

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lein. 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dosórgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se talatribuição (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005).” 

Também dependerão de avaliação prévia e de licitação os moveis,sendo esta dispensada segundo os termos da lei nos seguintes casos:

“a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse soci-al, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades daAdministração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada alegislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entida-

des da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades

da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.“ 

Podendo também ter regulamentos próprios para licitar, mas com ob-servância da lei. Devendo ser aprovados pela autoridade superior e obede-cer ao princípio da publicidade.

7 REGIME INTERNOSeus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT. Têm que

ser contratados através de “concurso público de acordo com a natureza e acomplexidade do cargo ou emprego, ressalvadas as nomeações para cargoem comissão”.

A administração varia segundo a modalidade, civil ou comercial, que alei determinar. Seus dirigentes são estabelecidos na forma da lei ou doestatuto. Podendo ser unipessoal ou colegiada. Eles estão sujeitos a man-dado de segurança e ação popular.

8 RELAÇÕES COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETACriadas por lei e de Competência comum das pessoas políticas. (Uni-

ão, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Possuem autonomia administrativa e financeira não dependendo doEstado e nem tendo submissão a ele, tendo fiscalização do controle/tutelapor ter valor relevante social.

São Fomentadas, se de Interesse Coletivo pelo Estado, mediante con-

trato gestão. Pode ter seu capital público ou misto. O fomento pode ser emforma de subvenção, financiamento, favor fiscais objetivando uma reper-cussão coletiva e desapropriação.

Extintas por lei porque ninguém pode gerir os destinos de uma entida-de criada em função do interesse coletivo.

CONCLUSÃOAs Entidades Paraestatais possuem uma conceituação bastante confu-

sa em que seus doutrinadores entram, em diversas matérias, em contradi-ção uns com os outros.

Celso Antonio Bandeira de Mello acredita que não se tratam as socie-dades de economia mista e as empresas públicas de paraestatais, Sendo

acompanhado por Marçal Justen Filho que acredita serem apenas entida-des paraestatais os serviços sociais autônomos.

Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirelles acreditaque as empresas públicas e as sociedades de economia mista se tratamsim de paraestatais junto com os serviços sociais autônomos.

Hely Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais podem ser lu-crativas por serem empresariais. Já Ana Patrícia Aguiar, Celso AntonioBandeira de Mello e Marçal Justen Filho discordam dizendo que elas de-vem ser não lucrativas.

São Fomentados pelo Estado, através de contrato social, quando sãode interesse coletivo. Não se submetem ao Estado porque são autônomosfinanceiramente e administrativamente, porém por terem relevância social e

se tratar de capital público, integral ou misto, sofrem fiscalização do contro-le/tutela, para não fugirem dos seus fins.

Tem como objetivo a formação de instituições que contribuam com osinteresses sociais através da realização de atividades, obras ou serviços.

NOTAS:MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 22ª edição,

São Paulo, 1997.1 - JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Pau-

lo:Saraiva, 2005.2 - Artigo 37, II da Constituição Federal.Fonte - http://advbr.info/doutrinas/doutadm16.htm

Organizações SociaisOrganização Social é uma qualificação dada às entidades privadas

sem fins lucrativos (associações, fundações ou sociedades civis), queexercem atividades de interesse público. Esse título permite que a organi-zação receba recursos orçamentários e administre serviços, instalações eequipamentos do Poder Público, após ser firmado um Contrato de Gestãocom o Governo Federal.

Contrato De GestãoÉ aquele em que o Governo atribui ao gerenciador a condução de um

empreendimento, reservando para si a competência decisória final e res-ponsabilizando-se pelos encargos financeiros da execução das obras eserviços projetados, com os respectivos equipamentos para sua implanta-ção e operação.

Com relação aos serviços de Engenharia, o gerenciamento  encontrarespaldo jurídico na Lei 5.194/66 que teve seu art. 83 revogado pela novaLei 8.666/93.

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ÓRGÃOS PÚBLICOS. AGENTES PÚBLICOS.

ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOSÓrgãos públicos — São centros de competência instituídos para o de-

sempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação éimputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação comatribuições específicas na organização estatal. Cada órgão, como centro decompetência governamental ou administrativa, tem necessariamente fun-

ções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem sermodificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica.Isto explica por que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou amudança de seus titulares, não acarreta a extinção do órgão.

Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídi-cas como partes desses corpos vivos, dotados de vontade e capazes deexercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus finsinstitucionais. Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídicanem vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes, mas naárea de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional ex-pressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seusatos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas). Como partesdas entidades que integram, os órgãos são meros instrumentos de açãodessas pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho das funções quelhes forem atribuídas pelas normas de sua constituição e funcionamento.Para a eficiente realização de suas funções cada órgão é investido dedeterminada competência, redistribuída entre seus cargos, com a corres-pondente parcela de poder necessária ao exercício funcional de seusagentes.

Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações funcionais en-tre si e com terceiros, das quais resultam efeitos jurídicos internos e exter-nos, na forma legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personali-dade Jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que,quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo por manda-do de segurança.

A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles integram,mas nenhum órgão a representa juridicamente. A representação legal da

entidade é atribuição de determinados agentes (pessoas físicas), tais comoos Procuradores judiciais e administrativos e, em alguns casos, o próprioChefe do Executivo (CPC, art. 12, I, II e VI). Não se confunda, portanto, aimputação da atividade funcional do órgão à pessoa jurídica com a repre-sentação desta perante a Justiça ou terceiros: a imputação é da atuação doórgão à entidade a que ele pertence; a representação é perante terceirosou em juízo, por certos agentes.

Não há entre a entidade e seus órgãos relação de representação ou demandato, mas sim de imputação, porque a atividade dos órgãos identifica-se e confunde-se com a da pessoa jurídica. Daí por que os atos dos Órgãossão havidos como da própria entidade que eles compõem.  Assim, os órgãosdo Estado são o próprio Estado compartimentado em centros de competên-cia, destinados ao melhor desempenho das funções estatais. Por sua vez, a

vontade psíquica do agente (pessoa física) expressa a vontade do órgão,que é a vontade do Estado, do Governo e da Administração.

Quando o agente ultrapassa a competência do órgão surge a sua res-ponsabilidade pessoal perante a entidade; como também, quando estadesconsidera direitos do titular do órgão, pode ser compelida judicialmentea respeitá-los. Há, pois, que distinguir a atuação funcional do agente,sempre imputável à Administração, da atuação pessoal do agente além dasua competência funcional ou contra a Administração, na defesa de direitosindividuais de servidor público: aquela deflui de relações orgânicas; estaresulta de relações de serviço.

Classificação dos órgãos públicos — Como as atividades governa-mentais e administrativas são múltiplas e variadas, os órgãos que irãorealizá-las se apresentam diferençados na escala estatal, multiformes nasua estrutura e diversificados nas suas atribuições e funcionamento, procu-

rando adaptar-se às especializadas funções que lhes são atribuídas. Daí apresença de Órgãos legislativos, executivos e judiciários; de órgãos dedireção, deliberação, planejamento, assessoramento e execução; de ór-gãos superiores e inferiores; de órgãos centrais, regionais e locais; deórgãos administrativos, jurídicos e técnicos; de órgãos normativos e fiscali-

zadores; de órgãos simples e compostos; de órgãos singulares e colegia-dos, e tantos outros.

Muitas classificações têm sido elaboradas para os órgãos públicos, nasua maioria sem interesse prático, pelo que nos permitimos omiti-las, paragrupá-los apenas quanto à sua posição estatal, estrutura e atuação funcio-nal, porque essas divisões revelam as características próprias de cadacategoria e facilitam a compreensão de seu funcionamento, suas prerroga-tivas e seu relacionamento interno e externo.

Órgãos independentes, autônomos, superiores e subalternos:quanto à  posição estatal, ou seja, relativamente à posição ocupada pelosórgãos na escala governamental ou administrativa, eles se classificam em:independentes, autônomos, superiores e subalternos, como veremos aseguir.

Órgãos independentes são os originários da Constituição e represen-tativos dos Poderes de Estado —  Legislativo, Executivo e Judiciário—,colocados no ápice da pirâmide governamental, sem qualquer subordina-ção hierárquica ou funcional, e só sujeitos aos controles constitucionais deum Poder pelo outro. Por isso, são também chamados órgãos primários doEstado. Esses órgãos detêm e exercem precipuamente as funções  políticas

 judiciais e quase-judiciais outorgadas diretamente pela Constituição, paraserem desempenhadas pessoalmente por seus membros (agentes políti-cos, distintos de seus servidores, que são agentes administrativos), segun-do normas especiais e regimentais.

Nessa categoria encontram-se as Corporações Legislativas (CongressoNacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislati-vas, Câmaras de Vereadores), as Chefias de Executivo (Presidência daRepública, Governadorias dos Estados e do Distrito Federal, PrefeiturasMunicipais), os Tribunais Judiciários e os Juízos singulares (SupremoTribunal Federal, Tribunais Superiores Federais, Tribunais Regionais Fede-rais, Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados-membros, Tribunais doJúri e Varas das Justiças Comum e Especial). De se incluir, ainda, nestaclasse o Ministério Público federal e estadual e os Tribunais de Contas daUnião, dos Estados-membros e Municípios, os quais são órgãos funcional-mente independentes e seus membros integram a categoria dos agentes

 políticos, inconfundíveis com os servidores das respectivas instituições.

Órgãos autônomos  são os localizados na cúpula da Administração,imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordina-dos a seus chefes. Têm ampla autonomia administrativa, financeira etécnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções precípuasde planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades queconstituem sua área de competência. Participam das decisões governa-mentais e executam com autonomia as suas funções específicas, massegundo diretrizes dos órgãos independentes, que expressam as opçõespolíticas do Governo.

São órgãos autônomos os Ministérios, as Secretarias de Estado e deMunicípio, a Advocacia-Geral da União e todos os demais órgãos subordi-nados diretamente aos Chefes de Poderes, aos quais prestam assistência e

auxílio imediatos. Seus dirigentes, em regra, não são funcionários, mas simagentes políticos nomeados em comissão.

Órgãos superiores são os que detêm poder de direção, controle, de-cisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempresujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta.Não gozam de autonomia administrativa nem financeira, que são atributosdos órgãos independentes e dos autônomos a que pertencem. Sua liberda-de funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas, dentro dasua área de competência, com responsabilidade pela execução, geralmentea cargo de seus órgãos subalternos.

Nessa categoria estão as primeiras repartições dos órgãos indepen-dentes e dos autônomos, com variadas denominações, tais como Gabine-tes, Secretarias - Gerais, Inspetorias - Gerais, Procuradorias Administrati-vas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões. O nome dadoao órgão é irrelevante; o que importa para caracterizá-lo superior é a pree-minência hierárquica na área de suas atribuições. Assim, num Ministério ounuma Secretaria de Estado poderão existir tantos órgãos superiores quan-tas forem as áreas em que o órgão autônomo se repartir para o melhordesempenho de suas atribuições.

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Órgãos subalternos são todos aqueles que se acham hierarquizadosa órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância deatribuições de execução. Destinam-se à realização de serviços de rotina,tarefas de formalização de atos administrativos, cumprimento de decisõessuperiores e primeiras soluções em casos individuais, tais como os que,nas repartições públicas, executam as atividades-meios e atendem aopúblico, prestando-lhe informações e encaminhando seus requerimentos,como são as portarias e seções de expediente.

Órgãos simples ou compostos: quanto à estrutura, os órgãos podemser simples ou compostos.

Órgãos simples ou unitários são os constituídos por um só centro decompetência. Essa unitariedade tem levado alguns autores a identificar oórgão simples com o cargo de seu agente e com o próprio agente, o que éum erro; o órgão é  a unidade de ação; o cargo é o lugar reservado aoagente; e o agente é a pessoa física que exercita as funções do órgão.

O que tipifica o órgão como simples ou unitário é a inexistência de ou-tro órgão incrustado na sua estrutura, para realizar desconcentradamentesua função principal ou para auxiliar seu desempenho. O número de seuscargos e agentes não influi na unidade orgânica se esta é mantida num

único centro de competência, como ocorre numa portaria, que é órgãosimples ou unitário, com diversos cargos e agentes.

Órgãos compostos são os que reúnem na sua estrutura outros órgãosmenores, com função principal idêntica (atividade-fim realizada de maneiradesconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas (atividades-meiosatribuídas a vários órgãos menores). Assim, uma Secretaria de Educaçãoórgão composto tem na sua estrutura muitas unidades escolares, órgãosmenores com atividade-fim idêntica e órgãos de pessoal, de material, detransporte etc. —órgãos menores com atividades-meios diversificadas queauxiliam a realização do ensino, mas todos eles integrados e hierarquiza-dos ao órgão maior.

No órgão composto, o maior e de mais alta hierarquia envolve os me-nores e inferiores, formando com eles um sistema orgânico, onde as fun-

ções são desconcentradas (e não descentralizadas), isto é, distribuídas avários centros de competência, que passam a realizá-las com mais preste-za e especialização, mas sempre sob a supervisão do órgão mais alto efiscalização das chefias imediatas, que têm o poder de avocação e derevisão dos atos das unidades menores, salvo nos órgãos independentes.

Órgãos singulares ou colegiados: quanto à atuação funcional, os ór-gãos podem ser singulares ou colegiados.

Órgãos singulares ou unipessoais  são os que atuam e decidematravés de um único agente, que é seu chefe e representante. Esses ór-gãos podem ter muitos outros agentes auxiliares, como normalmente ostêm, mas o que caracteriza sua singularidade ou unipessoalidade é odesempenho de sua função precípua por um só agente investido como seu

titular. São exemplos desses órgãos a Presidência da República, as Gover-nadorias dos Estados, as Prefeituras Municipais, que concentram as fun-ções executivas das respectivas entidades estatais, enfeixam-nas num sócargo de chefia suprema e atribuem seu exercício a um único titular.

A formação e manifestação de vontade desses órgãos, ou seja, suaatuação funcional, não exigem formalidades nem procedimentos especiais,bastando a autenticação do Chefe para que se tornem eficazes nos limitesde sua competência legal.

Órgãos colegiados ou pluripessoais são todos aqueles que atuam edecidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seusmembros. Nos órgãos colegiados não prevalece a vontade individual deseu Chefe ou Presidente, nem a de seus integrantes isoladamente: o quese impõe e vale juridicamente é a decisão da maioria, expressa na formalegal, regimental ou estatutária.

A atuação desses órgãos tem procedimento próprio, que se desenvolvenesta ordem: convocação, sessão, verificação de quorum e de impedimen-tos, discussão, votação e proclamação do resultado. Com a proclamaçãodo resultado torna-se inalterável a deliberação colegial, só admitindo modi-

ficação ou correção através de novo pronunciamento do órgão, se cabível,(por via recursal ou de ofício)

Após a votação, os votos vencedores da maioria fundem-se unitaria-mente num ato simples (e não complexo, como erroneamente pensamalguns) e os votos vencidos da minoria ficam sem efeito jurídico na consti-tuição do resultado, só servindo para ensejar recurso (embargos), quandolegalmente admitido.

Como as deliberações e decisões dos Órgãos colegiados estão sempreformalmente vinculadas a um procedimento legal para sua emissão evalidade, o desrespeito a esse procedimento, tal seja a sua relevância,pode conduzir à nulidade do ato final. Essa ilegalidade é possível apresen-tar-se desde a convocação da sessão até a proclamação do resultado davotação. Observe-se, neste ponto, que a nulidade de um ou de algunsvotos não invalida a manifestação do Órgão se, excluídos aqueles, aindaremanescer a maioria necessária a favor da decisão impugnada.

Nas relações com a própria Administração e com terceiros os órgãoscolegiados são representados por seus dirigentes, e não por seus mem-bros, conjunta ou isoladamente. O ato colegial só é necessário para amanifestação da vontade do órgão no desempenho específico de suasfunções. Assim, as Corporações Legislativas, os Tribunais e as Comissõesdeliberam e decidem por seus plenários e câmaras, mas se fazem repre-sentar juridicamente e se administram por seus Presidentes, Chefes ouProcuradores.

Apreciados os órgãos públicos como centros de competência, aptos àrealização das funções do Estado, vejamos, agora, as pessoas físicas queatuam como seus agentes, com parcelas de seu poder.

Agentes públicos — São todas as pessoas físicas incumbidas, defini-tiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentesnormalmente desempenham funções do órgão, distribuídas entre os cargosde que são titulares, mas excepcionalmente podem exercer funções semcargo. A regra é a atribuição de funções múltiplas e genéricas ao órgão, asquais são repartidas especificamente entre os cargos, ou individualmenteentre os agentes de função sem cargo. Em qualquer hipótese, porém, o

cargo ou a função pertence ao Estado, e não ao agente que o exerce,razão pela qual o Estado pode suprimir ou alterar cargos e funções semnenhuma ofensa aos direitos de seus titulares, como podem desapareceros titulares sem extinção dos cargos e funções.

Os cargos, como já v imos, são apenas os lugares criados no órgão pa-ra serem providos por agentes que exercerão as suas funções na formalegal. O cargo é lotado no órgão e o agente é investido no cargo. Por aí sevê que o cargo integra o órgão, ao passo que o agente, como ser humano,unicamente titulariza o cargo para servir ao órgão. Órgão,função e cargosão criações abstratas da lei; agente é a pessoa humana, real, que infundevida, vontade e ação a essas abstrações legais.

As funções são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes.

O órgão normalmente recebe a função in genere e a repassa aos seuscargos in specie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargo, com anecessária parcela de poder público para o seu exercício. Toda função éatribuída e delimitada por norma legal. Essas atribuição e delimitaçãofuncional configuram a competência do órgão, do cargo e do agente, ouseja, a natureza da função e o limite de poder para o seu desempenho. Daípor que, quando o agente ultrapassa esse limite, atua com abuso ou exces-so de poder.

Portanto, na estrutura e organização do Estado e da Administração dis-tingue-se nitidamente poder, órgão, função,  competência, cargo e agente.Neste tópico interessam-nos os agentes públicos, para conceituá-los,classificá-los e situá-los no quadro geral do Governo e da Administração.

Os agentes públicos, gênero que acima conceituamos, repartem-se ini-cialmente em quatro espécies ou categorias bem diferençadas, a saber:agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos e agentesdelegados, que, por sua vez, se subdividem em subespécies ou subcatego-rias, como veremos a seu tempo. Essa classificação não correspondeexatamente à dos demais autores pátrios, mas se nos afigura a mais lógica

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e condizente com a realidade nacional, como procuraremos demonstrar aseguir.

 Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primei-ros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, pornomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribui-ções constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional,desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidadespróprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. Não são servi-

dores públicos, nem se sujeitam ao regime jurídico único estabelecido pelaConstituição de 1988. Têm normas específicas para sua escolha, investidu-ra, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, quelhes são privativos.

Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e qua-se-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos,decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência.São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração naárea de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenasaos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, osagentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independên-cia dos juízes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de respon-sabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenhamagido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder.

Realmente, a situação dos que governam e decidem é bem diversa dados que simplesmente administram e executam encargos técnicos e profis-sionais, sem responsabilidade de decisão e de opções políticas. Daí porque os agentes políticos precisam de ampla liberdade funcional e maiorresguardo para o desempenho de suas funções. As prerrogativas que seconcedem aos agentes políticos não são privilégios pessoais; são garantiasnecessárias ao pleno exercício de suas altas e complexas funções gover-namentais e decisórias. Sem essas prerrogativas funcionais os agentespolíticos ficariam tolhidos na sua liberdade de opção e de decisão, ante otemor de responsabilização pelos padrões comuns da culpa civil e do errotécnico a que ficam sujeitos os funcionários profissionalizados.

Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente daRepública, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros

e Secretários de Estado e de Município); os membros das CorporaçõesLegislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do PoderJudiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Pro-curadores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos); osmembros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os represen-tantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independênciafuncional no desempenho de atribuições governamentais, judiciais ouquase judiciais, estranhas ao quadro do serviço público.

 Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Es-tado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profissi-onais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico único da entidadeestatal a que servem. São investidos a título de emprego e com retribuiçãopecuniária, em regra por nomeação, e excepcionalmente por contrato de

trabalho ou credenciamento. Nessa categoria incluem-se, também, osdirigentes de entidades paraestatais (não os seus empregados), comorepresentantes da Administração indireta do Estado, os quais, nomeadosou eleitos, passam a ter vinculação funcional com órgãos públicos daAdministração direta, controladores da entidade.

Os agentes administrativos não são membros de Poder de Estado,nem o representam, nem exercem atribuições políticas ou governamentais;são unicamente servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, en-cargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade aque servem, conforme o cargo ou a função em que estejam investidos. Deacordo com a posição hierárquica que ocupam e as funções que lhes sãocometidas, recebem a correspondente parcela de autoridade pública para oseu desempenho no plano administrativo, sem qualquer poder político.Suas atribuições, de chefia, planejamento, assessoramento ou execuçãopermanece no âmbito das habilitações profissionais postas remunerada-mente a serviço da Administração. Daí por que tais agentes respondemsempre por simples culpa pelas lesões que causem à Administração ou aterceiros no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, vistoque os atos profissionais exigem perícia técnica e perfeição de ofício.

Esses agentes administrativos ficam em tudo e por tudo sujeitos ao re-gime da entidade a que servem e às normas específicas do órgão em quetrabalham, e, para efeitos criminais, são considerados funcionários públi-cos, nos expressos termos do art. 327 do CP.

A categoria dos agentes administrativos — espécie do gênero agente público — constitui a imensa massa dos prestadores de serviços à Adminis-tração direta e indireta do Estado nas seguintes modalidades admitidaspela Constituição da República de 1988: a) servidores públicos concursa-

dos (art. 37,II); b) servidores públicos exercentes de cargos em comissãoou função de confiança, sem concurso, escolhidos, preferencialmente, entre“servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional” (art. 37,V); c) servidores temporários, contratados “por tempo determinado paraatender a necessidade temporária de excepcional interesse público” (art.37, IX).

Esses servidores públicos sujeitam-se ao disposto no art. 37 e incisos;todavia, somente os servidores da Administração direta, das autarquias edas fundações públicas é que estão adstritos ao regime jurídico únicoimposto pela atual Carta, nos termos do art. 39.

 Agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou no-meados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado,em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notóriacapacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatu-tário e, normalmente, sem remuneração. Tais serviços constituem o cha-mado múnus público, ou serviços públicos relevantes, de que são exemplosa função de  jurado, de mesário eleitoral, de  presidente ou membro decomissão de estudo ou de julgamento e outros dessa natureza.

Os agentes honoríficos não são funcionários públicos, mas momenta-neamente exercem uma função pública e, enquanto a desempenham,sujeitam-se à hierarquia e disciplina do órgão a que estão servindo, poden-do perceber um pro labore e contar o período de trabalho como de serviçopúblico. Sobre estes agentes eventuais do Poder Público não incidem asproibições constitucionais de acumulação de cargos, funções ou empregos(art. 37, XVI e XVII), porque sua vinculação com o Estado é sempre transi-tória e a título de colaboração cívica, sem caráter empregatício. Somentepara fins penais é que esses agentes são equiparados a funcionários

públicos quanto aos crimes relacionados com o exercício da função, nosexpressos termos do art. 327 do CP.

 Agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência daexecução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizamem nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estadoe sob a permanente fiscalização do delegante. Esses agentes não sãoservidores públicos, nem honoríficos, nem representantes do Estado;todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores do PoderPúblico. Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissioná-rios de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios ou cartóriosnão estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, as de-mais pessoas que recebem delegação para a prática de alguma atividadeestatal ou serviço de interesse coletivo.

Embora nossa legislação seja omissa a respeito, esses agentes, quan-do atuam no exercício da delegação ou a pretexto de exercê-la e lesamdireitos alheios, devem responder civil e criminalmente sob as mesmasnormas da Administração Pública de que são delegados, ou seja, comresponsabilidade objetiva pelo dano (CF, art. 37, § 6º), e por crime funcio-nal, se for o caso (CP, art. 327); pois não é justo e jurídico que a só transfe-rência da execução de uma obra ou de um serviço originariamente públicoa particular descaracterize sua intrínseca natureza estatal e libere o execu-tor privado das responsabilidades que teria o Poder Público se o executas-se diretamente. Por essa mesma razão é que a lei de mandado de segu-rança considera “autoridade”, para fins de impetração, “as pessoas naturaisou jurídicas com funções delegadas do Poder Público, somente no queentende com essas funções” (Lei 1.533/51, art. 1º, § 1º). Não se confunda,entretanto,funções delegadas com atividades meramente fiscalizadas peloEstado: aquelas têm origem e natureza públicas; estas são e continuamsendo particulares, sem equiparação aos atos estatais.

Ainda sobre a conduta desses agentes, entendemos que o Estado temresponsabilidade subsidiária pelos seus atos funcionais lesivos aos usuá-

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rios ou terceiros, desde que a vítima comprove a insolvência do delegado,devedor principal. Note-se bem que a responsabilidade do delegante não éconjunta nem solidária com a do delegado; é subsidiária, ou seja, supletivada do causador do dano na execução da delegação, se este se revelarincapaz de satisfazer a indenização devida. Nenhuma responsabilidade,porém, suporta o delegante pelos atos negociais do delegado para a exe-cução da obra ou do serviço, pois quem com ele contrata o faz em termosparticulares, sem qualquer vinculação com o Poder Público delegante.

 Agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da Admi-nistração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividadeespecífica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

Investidura dos agentes públicos Todo agente público vincula-se aoEstado por meio de ato ou procedimento legal a que se denomina investidu-ra, variável na forma e nos efeitos, segundo a natureza do cargo, do em-prego, da função ou do mandato que se atribui ao investido.

A investidura pode ser administrativa ou política; originária ou derivada;vitalícia, efetiva ou em comissão, e outras formas temporárias.

Investidura administrativa: é toda aquela que vincula o agente a car-go, função ou mandato administrativo, atendidos os requisitos de capacida-de e idoneidade que a lei estabelecer. Destina-se, em geral, à composiçãodos quadros do serviço público, em sentido amplo, abrangendo o pessoaldos três Poderes e dos serviços autárquicos e fundacionais. A forma usualdessa investidura é a nomeação, por decreto ou portaria, mas admite,também, a admissão, a designação, a contratação e a eleição administrati-va, nos termos regulamentares, regimentais ou estatutários.

Investidura  política:  realiza-se, em regra, por eleição direta ou indire-ta, mediante sufrágio universal, ou restrito a determinados eleitores, naforma da Constituição da República (arts. 2º e 14), para mandatos nasCorporações Legislativas (Senado Federal, Câmara dos Deputados, As-sembleias Legislativas e Câmaras Municipais) ou nas Chefias dos Executi-vos (Presidente da República, Governadores de Estados-membros, Gover-nadores do Distrito Federal e Prefeitos Municipais). O fundamento dessainvestidura é a condição cívica do cidadão, razão pela qual não se exigem

do candidato requisitos profissionais, mas apenas a plenitude de seusdireitos políticos, nos termos da legislação eleitoral. Considera-se, também,investidura política a dos altos cargos do Governo, como os de Ministros eSecretários de Estado, Ministros dos Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República e Governadores de Territórios, com a diferença de queos eleitos exercem mandato por tempo certo, só cassável, em princípio,pelo Plenário da respectiva corporação, e os nomeados, cargo em comis-são (de confiança), sendo, por isso mesmo, exoneráveis ad nutum, a qual-quer tempo.

É de se distinguir, todavia, a eleição política da eleição administrativa,visto que aquela é feita diretamente pelo povo, ou indiretamente, por seusrepresentantes, para uma investidura cívica, e esta é realizada internamen-te pelos próprios pares do eleito, no seio do colegiado, ou por votantes (nãoeleitores) da categoria profissional a que pertence o candidato ao mandato.

Merece, ainda, distinção entre o eleito para integrar um colegiado ou paradirigi-lo e o que é nomeado para o mesmo órgão pelo Executivo: aqueleexerce um mandato administrativo; este, uma delegação administrativa daprópria Administração, e por isso mesmo pode ser destituído da funçãosumariamente e a qualquer tempo pelo delegante, embora a renovação docolegiado tenha prazo certo. O mesmo ocorre com algumas investiduraspolíticas por nomeação, dependentes de aprovação pelo Legislativo, masque podem ser desconstituídas a qualquer tempo e sem mais formalidadespelo Executivo, como podem prosseguir além do mandato do nomeante,independentemente de nova aprovação e nomeação.

Investidura originária e derivada: investidura originária é a que vincu-la inicialmente o agente ao Estado, tal como a primeira nomeação paracargo público a que se refere a Constituição (art. 37, II); investidura deriva-da é aquela que se baseia em anterior vinculação do agente com a Admi-nistração, como a promoção, a transferência, a remoção, a reintegraçãoetc. Para o funcionalismo em geral, a investidura originária depende deconcurso público de provas, ou de provas e títulos, salvo as dispensasindicadas em lei; a investidura derivada normalmente se faz por seleçãointerna pelo sistema de mérito e tempo de serviço, na forma estatutária.

Investidura vitalícia, efetiva e em comissão: investidura vitalícia é aque tem caráter perpétuo, como a dos Magistrados, e cuja destituição exigeprocesso judicial; investidura efetiva é a que tem presunção de definitivida-de, para tornar o agente estável no serviço após o estágio probatório, peloque a sua destituição depende de processo administrativo; investidura emcomissão é a de natureza transitória, para cargos ou funções de confiança,sendo o agente exonerável ad nutum, a qualquer tempo, e independente-mente de justificativa. Nesta modalidade de investidura o agente não adqui-re estabilidade no serviço público, nem as vantagens da função integram

seu patrimônio, dada a precariedade de seu exercício.

A investidura efetiva é própria dos cargos do quadro permanente daAdministração, ocupados pela grande massa do funcionalismo, com provi-mento inicial por concurso, para o desempenho de atividades técnicas eadministrativas do Estado, com caráter de exercício profissional. Diversa-mente, a investidura em comissão é adequada para os agentes públicos dealta categoria, chamados a prestar serviços ao Estado, sem caráter profis-sional, e até mesmo de natureza honorífica e transitória. Tais agentes, emsua maioria, são delegados ou representantes do Governo, pessoas de suaconfiança, providos nos altos postos do Estado, para o desempenho defunções diretivas ou missões transitórias características de múnus público.

1 Ato administrativo. 1.1 Conceito, requisitos, atribu-tos, classificação e espécies. 1.2 Extinção do atoadministrativo: cassação, anulação, revogação e

convalidação. 1.3 Decadência administrativa.

ATOS ADMINISTRATIVOSNoções introdutórias acerca do ato administrativoTexto extraído do Jus Navigandihttp://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6722

Roberto Wagner Lima Nogueiramestre em Direito Tributário, professor do Departamento de Direito

Público das Universidades Católica de Petrópolis (UCP), procurador do

Município de Areal (RJ), membro do Conselho Científico da AssociaçãoPaulista de Direito Tributário (APET)

1. CONSIDERAÇÕES PREAMBULARES.Trata-se de apontamentos, anotações básicas para aqueles operado-

res do direito administrativo que queiram iniciar estudos concernentes aoato administrativo, por conseguinte, carecem de uma maior aprofundamen-to teórico, senão que servem como um guia para estudos a serem feitoscom mais rigor e detida análise.

É material de reciclagem para os já formados, e instrumental útil paraos bacharelandos que vivenciam o estudo de direito administrativo ainda nauniversidade. O texto aponta caminhos que devem necessariamente serpercorridos.

2 - FATOS ADMINISTRATIVOS.É conceito mais amplo do que o de ato administrativo. É uma atividade

material  no exercício da função administrativa que visa efeitos práticospara a Administração.  É o ato material de pura execução, i,e, em satisfa-ção de um dever jurídico e traduz o exercício da função administrativa nadicção de Marçal Justen Filho.

Segundo Hely Lopes Meirelles o fato administrativo resulta do atoadministrativo que o determina. Entretanto, pode ocorrer o contrário, nocaso da apreensão de mercadoria  (atividade material de apreender ),primeiro se apreende e depois se lavra o auto de infração, este sim oato administrativo. Pode ocorrer também independente de um ato ad-ministrativo, quando se consuma através de uma simples condutaadministrativa, alteração de local de um departamento público se perfazsem a necessidade de um ato administrativo , porém, não deixa de ser

um atividade material. Até fenômenos naturais, quando repercutem naesfera administrativa, constituem fatos administrativos, um raio quedestrói um bem público, chuvas que deterioram um equipamento doserviço público. Ex de fato administrativos: Construção de uma ponte,varredura de ruas, dispersão de manifestantes, reforma de escolas públi-cas.

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Para Diógenes Gasparini os fatos administrativos não se  preorde-nam à produção de qualquer efeito jurídico, traduzem mero trabalho  ouoperação técnica  do agente público. Ex : de atos materiais: dar aula.Ainda que não seja a regra, deles, atos materiais, podem advir efeitos

 jurídicos, ex: o direito a indenização do paciente  que foi negligente-mente operado por um cirurgião-médico do serviço público. Já os atosadministrativos, ao contrário,  predestinam-se a produção de efeitos

 jurídicos, são os típicos atos administrativos, sejam concretos ou abstra-tos, atos de governo  (declaração de guerra, declaração de estado de

emergência, declaração de estado de sítio, atos administrativos dos Tribu-nais de Contas, do Poder Legislativo, Judiciário, pelas Concessionárias deserviço público). Celso Antonio  não concorda  em colocar os atos degoverno ou atos políticos  sob a rubrica atos administrativos por traduzi-rem exercício de função política e não administrativa, porém, Gasparini diz que hoje em dia a sua sindicabilidade é ampla pelo judiciário, logo,perfeitamente enquadráveis na noção de ato administrativo.  

ESPÉCIES ATOS PERTINENTES A ATIVIDADE PÚBLICA - No exer-cício da função legislativa o legislativo edita leis, o Judiciário, decisões

 judiciais, e o executivo, atos administrativos. Temos, assim, na ativida-de pública geral, três categorias de atos  inconfundíveis entre si: atoslegislativos, atos judiciais e atos administrativos. 

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO QUE NÃO SÃO TÍPICOS ATOS ADMI-NISTRATIVOS  – Podem ser atos privados da administração, contratosregidos pelo direito privado, compra e venda e locação. Atos materiais, oschamados fatos administrativos já estudados.

3- ATO ADMINISTRATIVO.Conceito de Diógenes Gasparini, toda  prescrição, juízo ou conheci-

mento, predisposta à produção de efeitos jurídicos, expedida pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, no exercício de suas prerrogativas e como

 parte interessada numa relação, estabelecida na conformidade ou compati-bilidade da lei , sob o fundamento de cumprir finalidades assinaladas nosistema normativo, sindicável pelo Judiciário. 

Do conceito de Gasparini  ressalta a presença do atos concretos  eabstratos (chamados regulamentos do Executivo, art. 84, IV da CF). A

prescrição  destina-se a produzir efeitos jurídicos: certificar , criar ,extinguir , transferir , declarar  ou modificar direitos e obrigações. Exclu-em-se do conceito, os atos materiais, os atos de particulares, os de origemconstitucional  (sanção e veto), atos legislativos e as sentenças judiciais.

Conceito de José dos Santos Carvalho Filho  – é a exteriorização davontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários ,nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção deefeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público. 

Para Marçal Justen Filho  ato administrativo é uma manifestação devontade funcional apta a gerar efeitos jurídicos, produzida no exercíciode função administrativa. 

4. REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.Para fins didáticos adotamos os requisitos constantes do art. 2º da Leinº 4.717/65, ação popular , cuja ausência provoca a invalidação do atos.São eles, competência, objeto, forma, motivo e finalidade.

Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades menci-onadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência;b) vício de forma;c) ilegalidade do objeto;d) inexistência dos motivos;e) desvio de finalidade.

COMPETÊNCIA  – Di Pietro  prefere fazer alusão ao SUJEITO ao revésde falar da COMPETÊNCIA. É o poder que a lei outorga ao agentepúblico para desempenho de suas funções. Competência lembra acapacidade do direito privado, com um  plus, além das condições normasnecessárias à capacidade, o sujeito deve atuar dentro da esfera que a leitraçou. A competência pode vir primariamente fundada na lei (Art. 61, §1º, II e 84, VI da CF), ou de forma secundária, através de atos adminis-

trativos organizacionais. A CF também pode ser fonte de competência,consoante arts. 84 a 87  (competência do Presidente da República e dosMinistros de Estado no Executivo); arts. 48, 49, 51 inciso IV e 52  (compe-tência do Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal).

Para Di Pietro, competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes, fixadas pelo direito positivo. 

A competência é inderrogável, isto é, não se transfere a outro órgão

por acordo entre as partes, fixada por lei deve ser rigidamente observada. Acompetência é improrrogável, diferentemente da esfera jurisdicional onde se admite a prorrogação da competência, na esfera administrativa aincompetência não se transmuda em competência, a não ser por alteraçãolegal.  A competência  pode ser objeto de delegação (transferência defunções de um sujeito, normalmente para outro de plano hierarquicamenteinferior, funções originariamente conferidas ao primeiro – ver art. 84 pará-grafo único da CF ) ou avocação (órgão superior atrai para si a competên-cia para cumprir determinado ato atribuído a outro inferior)  consoante art.11 da Lei 9.784/99 (Lei do procedimento administrativo federal) , "acompetência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a quefoi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legal-mente admitidos". 

Para Di Pietro a regra é a possibilidade de delegação e avocação ea exceção é a impossibilidade de delegação e avocação que só ocorrequando a competência é outorgada com exclusividade a um determinadoórgão. Ver artigos 12 e 13 e 15 da mesma lei. Para José dos Santos Carva-lho Filho tanto a delegação quanto a avocação devem ser consideradascomo figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a leiestabelecer.  

OBJETO  – Também chamado de conteúdo, é a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe realizar , é identificado pelaanálise do que o ato enuncia, prescreve ou dispõe. O objeto é uma res-posta a seguinte pergunta: para que serve o ato? Consiste na aquisição,na modificação, na extinção  ou na declaração de direito conforme o fimque a vontade se preordenar . Ex: uma licença para construção tem comoobjeto permitir que o interessado possa edificar de forma legítima; o objeto

de uma multa é a punição do transgressor da norma jurídica administrativo;o objeto da nomeação, é admitir o indivíduo como servidor público; nadesapropriação o objeto do ato é o comportamento de desapropriar cujoconteúdo é o imóvel sobre a qual ela recai.  

Para ser válido o ato administrativo, o objeto há que ser lícito, deter-minado ou determinável, possível.

FORMA - É o meio pelo qual se exterioza a vontade administrativa .Para ser válida a forma do ato deve compatibilizar-se com o que expres-samente dispõe a lei ou ato equivalente com jurídica. O aspecto relativo àforma válida tem estreita conexão com os procedimentos administrati-vos. O ato administrativo é o ponto em que culmina a sequência de atosprévios (é um produto do procedimento), há que ser observado um iter  (procedimento), até mesmo em homenagem ao princípio do devido

processo legal. Torna-se viciado o ato (produto) se o procedimento nãofoi rigorosamente observado. Ex: licitação. Outros exemplos: Se a leiexige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será nulo; se a leiexige processo disciplinar para demissão de um funcionário, a falta ou vícionaquele procedimento invalida a demissão.

Como anotado por José dos Santos Carvalho Filho, a forma e pro-cedimento  se distinguem, a forma  indica apenas a exteriorização davontade e o procedimento  uma sequência ordenada de atos e vontades,porém, a doutrina costuma caracterizar o defeito em ambos como vício deforma. Ex: portaria de demissão de servidor estável sem a observância doprocesso administrativo prévio (art. 41, § 1º, II, da CF); ou, contrataçãodireta de empresa para realização de obra pública em hipótese na qual a leiexija o procedimento licitatório.  

A forma é uma garantia jurídica para o administrado e para a admi-nistração, é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do atoadministrativo, quer pelos seus destinatários, que pela própria administra-ção, que pelos demais poderes do Estado.   Em regra a forma é escrita,porém a Lei 9.784/99, consagra em seu art. 22  praticamente o informa-lismo do ato administrativo. Excpecionalmente, admitem-se ordens

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verbais, gestos, apitos  (policial dirigindo o trânsito), sinais luminosos. Háainda, casos excepcionais de cartazes e placas expressarem a vontade daadministração, como os que proíbem estacionar em ruas, vedam acesso depessoas a determinados locais, proíbem fumar etc. Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação de vontade, quando a lei fixa umprazo, findo o qual o silêncio da administração significa concordância oudiscordância. 

MOTIVO  –  É o pressuposto de fato  e de direito  que serve de fun-

damento ao ato administrativo. Pressuposto de direito  é o dispositivolegal em que se baseia o ato e o  pressuposto de fato  corresponde aoconjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam aadministração a praticar o ato. A ausência de motivo ou a indicação demotivo falso invalidam o ato administrativo. Ex. de motivos: no ato depunição de servidor, o motivo é a infração prevista em lei que ele praticou;no tombamento, é o valor cultural do bem; na licença para construir, é oconjunto de requisitos comprovados pelo proprietário.

Motivação  – Motivação é a demonstração por escrito de que os pres-supostos de fato realmente existiram. A motivação diz respeito às forma-lidades do ato, que integram o próprio ato, vindo sob a forma de "consi-derandos". A lei 9.784/99 em seu art. 50 indica as hipóteses em que amotivação é obrigatória.  Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pelaprópria leitura do art. 50 da Lei 9.784/99 pode-se inferir que não se podemesmo considerar a motivação como indiscriminadamente obrigatória para toda e qualquer manifestação volitiva da Administração.   Ainda segun-do ele, o art. 93, X, não pode ser estendido como regra a todos os atosadministrativos, ademais a CF fala em "motivadas", termo mais próximode motivo do que de motivação. Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro amotivação é regra, necessária, tantos para os atos vinculados  quantopara os discricionários já que constitui garantia da legalidade adminis-trativa prevista no art. 37, caput, da CF. 

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES  – Segundo a qual o moti-vo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com asituação de fato que gerou a manifestação de vontade. Se o interessa-do comprovar que inexiste a realidade fática mencionada no ato comodeterminante da vontade, estará ele irremediavelmente inquinado de

vício de legalidade.  (25)

 Ex: administração revoga permissão de uso soba alegação de que a mesma tornou-se incompatível com a destinação dobem público objeto da permissão, e logo a seguir permite o uso do mes-mo bem a terceira pessoa, restará demonstrado que o ato de revogaçãofoi ilegal por vício quanto ao motivo; servidor tem seu pedido de fériasindeferido  sob a alegação de que há falta de pessoal na repartição,

 poderia o agente público não ter declinado o motivo, já que o fez e em casodo servidor provar o contrário, o ato estará viciado uma vez que presente aincompatibilidade entre o motivo expresso no ato (motivo determinan-te) e a realidade fática.

FINALIDADE  – É o resultado que a Administração quer alcançar com aprática do ato. Enquanto o objeto é o efeito jurídico imediato (aquisição,transformação ou extinção de direitos) a finalidade é o efeito mediato, ouseja, o interesse coletivo que deve o administrador perseguir. Ex: numapermissão de transporte urbano o objeto é permitir a alguém o exercício detal atividade e a finalidade  é o interesse coletivo a ser atendido atravésdeste serviço público.

Abaixo jurisprudência do STJ, sobre vício de finalidade, ou seja, des-vio de finalidade de ato administrativo, verbis:

DESAPROPRIAÇÃO. UTILIDADE PÚBLICA.Cuida-se de mandado de segurança no qual o impetrante pretende in-

validar ato de autoridade judicial que imitiu o Estado do Rio de Janeiro naposse de imóvel objeto de processo expropriatório. Visa, ainda, àanulação do Dec. Expropriatório n. 9.742/1987. A segurança foi concedi-da pelo TJ-RJ ao entendimento de que haveria ocorrido manifesto desviode finalidade no ato expropriatório, pois, além de o Decreto omitir quala utilidade pública na forma do DL n. 3.365/1941, os imóveis desapropri-

ados destinavam-se a repasse e cessão a terceiros, entre eles, osinquilinos. O Min. Relator entendeu que se submete ao conhecimento doPoder Judiciário a verificação da validade da utilidade pública, da desapro-priação e seu enquadramento nas hipóteses previstas no citado DL. Avedação que encontra está no juízo valorativo da utilidade pública, e a meraverificação de legalidade é atinente ao controle jurisdicional dos atos admi-

nistrativos, cuja discricionariedade, nos casos de desapropriação, nãoultrapassa as hipóteses legais regulamentadoras do ato . Com esseentendimento, a Turma não conheceu do recurso. REsp 97.748-RJ, Rel.Min. João Otávio de Noronha, julgado em 5/4/2005.

5. MÉRITO ADMINISTRATIVO.Como bem leciona Hely Lopes Meirelles, o mérito administrativo 

conquanto não se possa considerar requisito de sua formação , deve serapreciado neste tópico dadas as suas implicações  com o motivo  e o

objeto (conteúdo) para que serve o ato?  do ato, e consequentemente,com as suas condições de validade e eficácia. Portanto, considera-semérito administrativo a avaliação (valoração) da conveniência e oportuni-dade relativas ao objeto e ao motivo, na prática do ato discricionário, ouseja, aquele em que a lei permite ao agente público proceder a uma avalia-ção de conduta (motivo e objeto), ponderando os aspectos relativos àconveniência e à oportunidade da prática do ato. 

Os atos discricionários  possuem requisitos sempre vinculados (competência, finalidade  e forma), e outros dois  (motivo  e objeto) emrelação aos quais a Administração decide como valorá-los, desde queobservados os princípios constitucionais, e submetendo-se nos casos dedesvio de poder  a sindicabilidade do Judiciário.

Os atos administrativos vinculados possuem todos os seus requisi-

tos  (elementos) definidos em lei, logo, não há falar-se em MÉRITOADMINISTRATIVO (ex: licença para exercer profissão regulamentada emlei ), logo, caberá ao Judiciário examinar todos os seus requisitos, aconformidade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade ou não; já nosatos administrativos discricionários, o controle judicial também é possí-vel, porém, terá que respeitar a discricionariedade administrativa  noslimites em que ela é assegurada à Administração Pública pela lei ( legalida-de administrativa – 37, caput, CF). 

Os autores que afirmam uma tendência de ampliar o alcance daapreciação do Poder Judiciário, falam em aplicar o princípio da razoabi-lidade  para aferir a valoração subjetiva da administração pública.Aplica-se também o princípio da moralidade dos atos administrativos (art.37, caput, CF), todavia, não cabe ao magistrado substituir os valores

morais do administrador público  pelos seus próprios valores, desdeque uns e outros sejam admitidos como válidos dentro da sociedade;o que ele pode e deve invalidar  são os atos que, pelos padrões do ho-mem comum, atentar manifestamente contra a moralidade. Ex: zonacinzenta de sindicabilidade  pelo Judiciário é o conceito de notável saber

 jurídico  que permite certa margem de discricionariedade, exceto, noscasos em que fica patente, sem sombra de dúvida, de que o requisitoconstitucional não foi atendido.

Contra a tese de ampliação  do controle de apreciação do méritoadministrativo pelo Judiciário, José dos Santos Carvalho Filho  cita oSTJ  – É defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrati-vo, cabendo-lhe unicamente examiná-lo sob o aspecto da sua legalidade,isto é, se foi praticado conforme ou contrariamente à lei. Esta solução sefunda no princípio da separação dos poderes, de sorte que a verificação

das razões de conveniência ou oportunidade dos atos admistrativos escapaao controle jurisdicional do Estado (ROMS nº 1288-91-SP, Min. Cesar AsforRocha, DJ-2-5-1994). Cita também o STF  –  que em hipótese onde sediscutia a expulsão de estrangeiro, disse a Corte que se trata de atodiscricionário de defesa do Estado, sendo de competência do Presidên-cia da República a quem incumbe julgar a conveniência ou oportunidadeda decretação da medida, e que ao Judiciário compete tão-somente aapreciação formal  e a constatação da existência ou não de vícios denulidade do ato expulsório, não o mérito da decisão presidencial.

Fluxograma dos requisitos do ato administrativo:CompetênciaFormaObjetoMotivo

Finalidade

6. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.IMPERATIVIDADE   ou COERCIBILIDADE   –  Os atos administrativos

são cogentes, obrigando a todos que se encontrem em seu círculo deincidência, ainda que contrarie interesses privados, porquanto o seu único

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 19

alvo é o atendimento do interesse coletivo. É certo que em determinadosatos administrativos de consentimento  (permissões e autorizações) oseu cunho coercitivo não se revela cristalino, uma vez que ao lado dointeresse coletivo há também o interesse privado, porém, ainda nestescasos a imperatividade se manifesta no que diz respeito à obrigação dobeneficiário de se conduzir exatamente dentro dos limites que lhe foramtraçados. 

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE  –  Trata-se de presunção relativa 

de que o ato administrativo nasceu em conformidade com as devidasnormas legais, tal presunção iuris tantum pode ceder à prova de que oato não se conformou às regras legais. O ônus da prova de provar queo ato é ilegítimo é do administrado que pode inclusive opor resistência aoseu cumprimento mediante dedução de pleito no Judiciário. O  judiciáriopoderá rever o ato administrativo  (respeitado o seu mérito) e a interpre-tação dada pela administração, até porque a presunção de legitimidadenão é instrumento de bloqueio da atuação jurisdicional. 

AUTO-EXECUTORIEDADE   – É admissão da execução de ofício dasdecisões administrativas sem intervenção do Poder Judiciário . Desseponto de vista, o ato administrativo vale como própria "sentença" do juiz,ainda que possa ser revista por este como bem anota García de Enterría.  

Para Marçal Justen Filho só deve ser aplicada em situações excep-cionais e observados os  princípios da legalidade e da  proporcionalida-de. Não há auto-executoriedade sem lei que a preveja, e mesmo assim aauto-executoriedade só deverá ser aplicada  quando não existir outraalternativa menos lesiva. 

José dos Santos Carvalho Filho cita como exemplo do exercício daauto-executoriedade, a destruição de bens impróprios para o consumo

 público, a demolição de obra que apresenta risco iminente de desabamen-to. A vigente Constituição traça limites à executoriedade em seu art. 5º,LV, contudo mencionada restrição constitucional não suprime o atributoda auto-executoriedade do ato administrativo, até porque, sem ele,dificilmente poderia a Administração em certos momentos concluir seusprojetos administrativos.

7. ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE.Podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos como que-

rem Hely Lopes Meirelles  seguido por Diogo de Figueiredo MoreiraNeto.

ATOS NORMATIVOS  –  São aqueles que contém um comando geraldo Executivo visando o cumprimento (aplicação) de uma lei. Podem apre-sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geralque regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto denomeação de um servidor). Os atos normativos podem ser:

Regulamentos  – Hely Lopes Meirelles  e Diogo Figueiredo classifi-cam os regulamentos como espécie autônoma dentro do tipo normativo,entretanto, José dos Santos Carvalho Filho  entende que os regulamen-tos, muito embora citados pelo art. 84, IV da CF, não constituem espécie

autônoma, mas sim um apêndice de decreto, tanto que o próprio HelyLopes Meirelles  apesar de classificá-lo em separado assim afirma: "Osregulamentos são atos administrativos postos em vigência por decreto ,

 para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda nãodisciplinadas por lei ." (38) Logo, verifica-se que Hely Lopes Meirelles defen-de a tese de que existe o regulamento autônomo  juntamente com oregulamento de execução. O primeiro seria destinado a prover situaçõesnão contempladas em lei, porém, atendo-se sempre aos limites da com-petência do Executivo (reserva do Executivo) não podendo invadir assima competência de lei (reserva de lei). A partir da Emenda 32/01 que modi-ficou a redação do art. 84, VI da CF, a corrente que defende a existênciados regulamentos autônomos ganhou nova força, pugnando pela ideia deque os regulamentos autônomos estão inseridos no campo da compe-tência constitucional conferida diretamente pela CF ao executivo,chamando tal fenômeno de reserva administrativa.

Decretos  –  São atos que provêm da manifestação de vontade dosChefes do Executivo, o que os torna resultante de competência adminis-trativa específica. A CF trata deles no art. 84, IV, como forma do Presiden-te da República dá curso à fiel execução da lei. Podem se manifestar na

forma de decretos gerais, com caráter normativo abstrato, ou como decre-tos individuais, com destinatários específicos e individualizados. HelyLopes Meirelles fala em decretos autônomos e decretos regulamentarou de execução, e representa um importante pensamento dentro destacorrente doutrinária. 

Regimentos  – São atos de atuação interna da administração desti-nados a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporaçõeslegislativas, como ato regulamentar interno, o regimento só se dirige aos

que devem executar o serviço ou realizar a atividade funcional regimen-tada, sem obrigar os particulares em geral . As relações entre o PoderPúblico e os cidadãos refogem ao âmbito regimental, devendo constar delei ou de decreto regulamentar. 

Resoluções  – São atos normativos gerais ou individuais, emanados deautoridades de elevado escalão administrativo. Ex: Ministros e Secretáriosde Estado ou Município, art. 87 e incisos da CF. Constituem matéria dasresoluções todas as que se inserem na competência específica dos agen-tes ou pessoas jurídicas responsáveis por sua expedição.   Não se confun-dem com resolução legislativa (art. 59, VII da CF; 155, § 2º, IV e 68, § 2º,ambos da CF), que é ato do Senado Federal ou do Congresso Nacionalque independem de sanção e têm as regras jurídicas de elaboraçãoconforme o Regimento interno ou o Regimento Comum destas Casas. 

Deliberação  –  São atos normativos ou decisórios emanados de ór-gãos colegiados, como conselhos, comissões, tribunais administrati-vos etc. Segundo Hely Lopes Meirelles as deliberações devem obediência ao regulamento e ao regimento que houver para a organização e funciona-mento do colegiado. 

ATOS ORDINATÓRIOS  –  São os que visam a disciplinar o funcio-namento da Administração e a conduta funcional  de seus agentes.Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes deserviços aos seus subordinados. Só atuam no âmbito interno das repar-tições e só alcançam os servidores hierarquizados à chefia que os expediu.Não obrigam aos particulares. Não criam, normalmente, direitos ouobrigações para os administrados, mas geram deveres e prerrogativas para os agentes administrativos a que se dirigem.

Instruções, Circulares, Portarias, Ordens de Serviço, Provimentose Avisos. Todos estes atos servem para que a Administração organizesuas atividades e seus órgãos. O sistema legislativo pátrio não adotou oprocesso de codificação administrativo, de maneira que cada pessoafederativa dispõe sobre quem vai expedir esses atos e qual será o conteú-do. 

ATOS NEGOCIAIS ou DE CONSENTIMENTO ESTATAL   –  SegundoHely Lopes Meirelles são todos aqueles que contêm uma declaração devontade  da Administração apta a concretizar determinado negócio

 jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular , nas condições impos-tas ou consentidas pelo Poder Público.  

Consoante escol de Diogo Figueiredo Moreira Neto os atos adminis-trativos negociais  contêm uma declaração de vontade  da administraçãocoincidente  com uma pretensão do administrado. A manifestação devontade do administrado não é requisito para a formação do ato, contudo,é necessária como provocação do Poder Público para sua expedição, bemcomo uma vez expedido, para que se dê a aceitação da vontade públicanele expressada. São unilaterais por conceito, embora já contenham umembrião de bilateralidade, já que de algum modo pressupõem a aceitaçãodo administrado via provocação ao Poder Público, daí porque a nomencla-tura atos negociais.  Tipos:

Autorização  –  ato administrativo unilateral, discricionário e precáriopelo qual a Administração faculta ao particular   o uso do bem público noseu próprio interesse  mediante (autorização de uso  –  fechamento derua para realização de festa), ou exerça atividade (autorização de servi-ços de vans-peruas, táxi), ou a prática de ato, sem esse consentimento,seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia  – porte dearma). Ex: art. 176, parágrafo primeiro, art. 21, VI, XI, XII, todos da Consti-tuição Federal.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 20

Permissão  –  É ato administrativo discricionário  e precário  peloqual a Administração consente que ao particular utilize privativamentebem público. Com o advento da Lei 8.987/95 (art. 40), o instituto da per-missão como ato administrativo está restringido ao uso de bens públi-cos, porquanto a permissão de serviços públicos passou a ter natureza

 jurídica de contrato administrativo bilateral, de adesão, e resultante deatividade vinculada  do administrador em virtude da exigência normal delicitação para a escolha do contratado.  

Licença  – Ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verifi-cando que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho de atividade ou a realização de fatos materiais antesvedados ao particular, exemplo, o exercício de uma profissão, a construçãode um edifício em terreno próprio. Se o interessado preenche os requisi-tos legais para a concessão de licença, e por ser um ato administrativovinculado, se for negada, caberá a impetração de mandado de segurançaex vi do art. 5º, inciso LXIX da CF.

Em regra a licença por ser ato vinculado não pode ser revogada porconferir direito adquirido. Contudo, o STF em 1999 (RE nº 212.780-RJ,Rel. Min. Ilmar Galvão) reafirmou decisão anterior no sentido de que nãofere direito adquirido decisão que, no curso do processo de pedido delicença de construção, em projeto de licenciamento, estabelece novasregras  de ocupação de solo, ressalvando-se ao prejudicado  o direito àindenização nos casos em que haja ocorridos prejuízos. 

Aprovação, Homologação ou Visto ou atos de confirmação  – Pres-supõem sempre a existência de outro ato administrativo.

A aprovação pode ser prévia (art. 52, III da CF), ou posterior  (art. 49,IV da CF), é uma manifestação discricionária do administrador a respeitode outro ato.

A homologação  constitui manifestação vinculada, isto é, ou bemprocede à homologação se tiver havido legalidade ou não o faz em casocontrário, é sempre produzida a posterior. Ex: licitação.

O visto é ato que se limita à verificação da legitimidade formal de outro

ato.  É condição de eficácia do ato que o exige. É ato vinculado, todavia,na prática tem sido desvirtuado  para o exame discricionário, comoocorre com o visto em passaporte, que é dado ou negado ao alvedrio dasautoridades consulares. 

ATOS ENUNCIATIVOS  – Segundo Diogo Figueiredo Moreira Neto, sãotodos aqueles em a Administração se limita a certificar ou a atestar umfato, ou emitir uma opinião  sobre determinado assunto, constantes deregistros, processos  e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo (objeto).  

Certidões  – são atos que reproduzem  registros das repartições, con-tendo uma afirmação quanto à existência e ao conteúdo de atos adminis-trativos praticados. É mera trasladação  para o documento fornecido ao

interessado do que consta de seus arquivos. Podem ser de inteiro teor  ouresumidas. A CF em seu art. 5º, XXXIV, b, dispõe sobre o fornecimento decertidões independentemente do pagamento de taxas.

Atestados  – São atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competen-tes. Diferentemente da certidão, os atestados comprovam uma situaçãoexistente mas não constante em livros, papéis ou documentos em poderda administração, destinam-se a comprovação de situações transeuntes,passíveis de modificações frequentes. Ex: atestado médico. 

Pareceres  – São atos que contém opiniões de órgãos técnicos a res-peito de problemas  e dúvidas  que lhe são submetidos, orientando aAdministração sobre a matéria técnica neles contida. Muito embora sejamopinativos, os pareceres da consultoria jurídica, órgãos exercentes defunção constitucional essencial à justiça na órbita dos entes da federação,obrigam, em princípio, a Administração, não obstante se optar por des-considerá-los, deverá motivar suficientemente porque o fazem. Oparecer embora contenha um enunciado opinativo (opinar  é diferente dedecidir ), pode ser  de existência obrigatória no procedimento administrati-

vo (caso em que integra o processo de formação do ato) e dar ensejo ànulidade do ato final se não contar  do respectivo processo (por ausência de requisito FORMAL), exemplo, casos em que a lei exige prévia audiên-cia de um órgão jurídico-consultivo, processo licitatório. Neste caso, oparecer é obrigatório, muito embora seu conteúdo não seja vinculante.Quando o ato decisório se limita a aprovar o parecer, fica este integradoao ato  como razões de decidir   (motivação), agora, se ao revés, o atodecisório decide de maneira contrária ao parecer , deve expressar for-malmente as razões que o levaram a não acolher o parecer, sob pena de

abuso de poder  e ilegalidade. 

Pareceres normativos  – É aquele que quando aprovado pela autori-dade competente, é convertido em norma de procedimento interno, aosquais se confere uma eficácia geral e abstrata  para a Administração,dispensando seus entes, órgãos e agentes de reproduzirem as motiva-ções, se forem as mesmas nele examinadas.

Apostila  –  São atos enunciativos ou declaratórios de uma situaçãoanterior criada por lei. Ao apostilar um título  a Administração não criaum direito, porquanto apenas declara o reconhecimento da existência deum direito criado por norma legal. Segundo Hely Lopes Meirelles equiva-le a uma averbação. 

ATOS PUNITIVOS  –  São aqueles que contêm uma sanção impostapela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações admi-nistrativas  ou conduta irregulares  de servidores  ou de particulares perante a Administração. 

Multa  –  imposição pecuniária  por descumprimento de preceito admi-nistrativo, geralmente, é de natureza objetiva, independente da ocorrênciade dolo ou culpa.

Interdição de atividades  – Ato pelo qual a Administração veda a prá-tica de atividades sujeitas ao seu controle ou que incidam sobre seusbens. Funda-se na lei e no poder de polícia administrativa, e pressupõea existência de um prévio e devido processo administrativo (Art. 5º, LVda CF), sob pena de nulidade.

Destruição de coisas  – Ato sumário  da Administração pelo qual seinutilizam alimentos, substâncias, objetos  ou instrumentos imprestá-veis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Típico ato depolícia administrativa, de caráter urgente que dispensa prévio processo,contudo, exige sempre auto de apreensão  e de destruição em formaregular   (descritivo e circunstanciado), nos quais se fixam os motivos damedida drástica, se identifiquem as coisas destruídas, para oportunaavaliação da legalidade do ato. (

Demolição administrativa  – Ato executório, praticado para removerperigo público iminente, exigindo, também, auto descritivo  e circuns-tanciado sobre o estado da edificação a ser destruída, e quando possível,prévio e devido processo legal (art. 5º, LV, CF). 

8. EXISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.Noções iniciais  – Antes de falarmos da extinção do ato administrativo,vamos falar de sua formação. Sob a perspectiva de sua existência (perfei-ção) no mundo jurídico o ato administrativo pode ser visto sob três planosde investigação científica quais sejam: vigência, validade e eficácia.

Um ato administrativo quando editado e publicado passa a ter vigên-cia, logo, possui existência jurídica (perfeição). Um ato administrativoexiste quando contiver: motivo, conteúdo, finalidade, forma, e assinatura deautoridade competente. O ato administrativo que entrou no plano da exis-tência  "é". Existindo, pode ser válido  se obedecidas as condições formais(órgão competente) e materiais (está de acordo com a lei e a Constituição)de sua produção e consequente integração no sistema ou inválido (nuloou anulável) em caso contrário. Contudo, o ato administrativo inválido éexiste e produz eficácia; ou seja, é qualidade do ato administrativo (queexiste é válido ou inválido) e que está apto a produzir efeitos jurídicos, istoé, incidir/juridicizar o fato ocorrido no mundo real.

O Ato existe, é válido e eficaz. Ex: nomeação de posse do Prefeitomunicipal eleito democraticamente.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 21

O ato existe, é válido  e ineficaz. Ex: ato que permite a contrataçãodepois que o vencedor da licitação tenha promovida a competente garantia.

O ato existe, é inválido e como tal pode ser eficaz ou ineficaz. Ex:ato de declaração de utilidade pública para fins de utilidade pública, parafins expropriatórios, editados por vingança política.

O ato existe, é inválido e ineficaz. Ex: o ato que permite a nomeaçãode servidor para cargo de provimento efetivo no serviço público (Câmara

Municipal), sem o prévio concurso, depois do recesso parlamentar . 

EXTINÇÃO – MODALIDADESExtinção natural  – por cumprimento de seus efeitos. Ex: a destruição

de mercadoria nociva ao consumo público, neste caso, o ato cumpriu seusobjetivos, extinguindo-se naturalmente. 

Extinção subjetiva ou objetiva  – Ocorre quando do desaparecimentodo sujeito ou do objeto. Ex: a morte do permissionário extingue o ato depermissão por ausência do elemento subjetivo. Vejamos agora, outroexemplo, agora de extinção objetiva. Sendo o objeto um dos seus elemen-tos essenciais do ato administrativo, se depois de praticado o ato desapa-rece o objeto ocorre a chamada extinção objetiva, ex: interdição de esta-belecimento, e após o estabelecimento é definitivamente desativado peloproprietário.  

Retirada  –  Que pode se realizar mediante REVOGAÇÃO  quando sedá por razões de conveniência e oportunidade ou por razões de INVA-LIDAÇÃO  (ANULAÇÃO), que compreende as ideias de vícios dos atosadministrativos , convalidação e as modalidades de cassação e caduci-dade.

Revogação  – É ato administrativo discricionário (não se aplica ao atovinculado, porque nestes não há conveniência e oportunidade) pelo qual aAdministração extingue um ato válido, por razões de conveniência eoportunidade. a)- Não retroage pois pressupõe um ato editado em confor-midade com a lei; b)- seus efeitos se produzem a partir da própria revoga-ção (ex nunc); c)-  é ato privativo da administração; d)-  não podem serrevogados os atos que já exauriram os seus efeitos, uma vez que a revoga-

ção não retroagem mais apenas impede que o ato continue a produzirefeitos, ex: a administração concede dois meses de afastamento ao servi-dor e após este prazo os efeitos já estarão exauridos; e)-  pressupõe atoque ainda esteja produzindo efeitos, ex: autorização para porte de arma oude qualquer atividade sem prazo estabelecido; f)-  não podem ser revoga-dos atos que integram um procedimento, pois a cada novo ato ocorre apreclusão em relação ao ato anterior, ex: não pode ser revogado o ato deadjudicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato; g)- nãopodem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos, conformeSúmula nº 473 do STF - ( A administração pode anular seus próprios atos,quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não seoriginam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunida-de, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, aapreciação  judicial ); g)-  só quem pratica o ato ou quem tenha poderes

explícitos ou implícitos para dele conhecer de ofício ou por via de recurso,pode revogá-lo, trata-se de competência intransferível a não ser por forçade lei; h)- pressupõe o contraditório no caso de desfazimento de processolicitatório, art. 49, § 3º da Lei de Licitações (8.666/93)

Invalidade ou anulação   – É o desfazimento do ato por razões de ile-galidade. a)-  atinge o ato em sua origem, produzindo efeitos retroativos àdata em que foi emitido (ex tunc); b)- pode ser feita pela própria administra-ção ou pelo judiciário; c)- deve observar o princípio do contraditório quandoafetar interesses de terceiros; d)-  A doutrina não é unânime quanto aocaráter vinculado ou discricionário da invalidação, os que defendem odever de anular apegam-se ao princípio da legalidade e da autotutela e osque defendem a faculdade de anular se apoiam na predominância dointeresse público sobre o particular . Ex: loteamento irregular realizadoem área municipal, valendo-se o interessado de documentos falsos que

fizeram com que conseguisse aprovar o projeto na municipalidade e obteralvará, inúmeras famílias adquiriram os lotes, construíram casas, foramcobrados tributos etc. Após foi descoberta a falsidade. A doutrina nestecaso entende que a Administração terá liberdade discricionária  paraavaliar qual será o prejuízo menor , manter (convalidar ) ou anular o atoilegal.

Vícios que geram a possibilidade de invalidação – previstos no art.2º da Lei 4.717/65  – 

Vícios relativos ao sujeito  – Diz a Lei 4.717/65 em seu art. 2º, pará-grafo único,

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:

a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nasatribuições legais do agente que o praticou;

O vício relativo ao sujeito pode se dar através de usurpação de po-der  (crime previsto no art. 328 do CP  – a pessoa que pratica o ato não foiinvestida no cargo); excesso de poder   (excede os limites de sua compe-tência) e função de fato  (pessoa que pratica o ato está irregularmenteinvestida no cargo.

Vícios relativos ao objeto  – Diz a lei já citada,c) a ilegalidade do objeto  ocorre quando o resultado do ato importa

em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;Ex: município que desaproprie bem imóvel da União; nomeação para

cargo inexistente; desapropriação de bem não definido com precisão;intervenção federal disfarçada por ato de requisição, caso da intervençãona área de saúde no Rio de Janeiro pelo Governo Federal etc.

Vícios relativos à forma  – Diz a Lei 4.717/65,b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta

ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade doato;

Ex: o decreto é a forma normal que deve revestir o ato do Chefe doExecutivo e o Edital é a única forma possível para convocar os interessadosem participar de concorrência pública (modalidade de licitação).

Vícios quanto ao motivo  – Diz a Lei 4.717/65, em seu art. 2º,d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou

de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

Ex: A Administração pune um funcionário, mas este não praticou qual-quer infração, o motivo é inexistente. Se ele praticou infração diversa daqual foi enquadrado o motivo é falso.

Vícios relativos à finalidade. Diz o art. 2º da Lei 4.717/65,e) o desvio da finalidade se verifica quando o agente pratica o ato vi-

sando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regrade competência.

Ex: desapropriação feita para prejudicar determinada pessoa; remoçãoex officio do servidor com o objetivo de puni-lo. A grande dificuldade éprovar o desvio de poder. Segundo Cretella Júnior o desvio de poder podeser comprovado por indícios, exemplos, motivação insuficiente; motivaçãocontraditória, irracionalidade do procedimento, camuflagem dos fatos,inadequação entre motivos e efeitos e excesso de motivação.

Convalidação  –  Também denominada por alguns de sanatória, é oprocesso de que se vale a Administração para aproveitar atos administra-

tivos com vícios superáveis, de modo a confirmá-los  no todo  ou emparte. O instituto da convalidação é aceito pela doutrina dualista  bemcomo pela Lei 9.784/99 em seu art. 55, que admitem possam os atosadministrativos serem nulos  ou anuláveis. Convalida-se por ratificação,reforma ou conversão. Na ratificação, a autoridade que praticou o ato ousuperior hierárquico decide sanar o ato inválido anteriormente praticado,suprindo a ilegalidade que o vicia, ex: um ato com vício de forma pode serposteriormente ratificado com a adoção de forma legal. Na reforma  ouconversão, o novo ato suprime a parte inválida do anterior, mantendo suaparte válida, ex: ato anterior concede férias e licença a um servidor, apósse verifica que ele não tinha direito a licença, pratica-se novo ato retirando aparte relativa à licença e ratifica-se a parte atinente às férias. Já na conver-são. 

Cassação  – forma extintiva que se aplica quando o beneficiário de de-terminado ato descumpre condições que permitem a manutenção do ato eseus efeitos. Características: a)- trata-se de ato vinculado, já que o agentesó pode cassar o ato anterior nas hipóteses previamente fixadas em lei; b)- é natureza jurídica sancionatória, porquanto pune aquele que deixou decumprir as condições para a subsistência do ato. Ex: cassação de licença

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 para exercício de profissão; cassação do porte de arma se o portador fordetido ou abordado em estado de embriaguez, art. 10, § 2º da Lei10.826/03. 

Caducidade  – Diz Diógenes Gasparini, há caducidade quando a reti-rada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência dasituação anteriormente consentida.  Noutro dizer, significa a perda de efei-tos jurídicos  em virtude de norma jurídica superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato. Ex:  permissão de uso de bem

 público, supervenientemente, é editada lei que proíbe o uso privativo doreferido bem por particulares, o ato anterior (permissão de uso) de natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se. 

Discricionariedade  é a opção, a escolha entre duas ou mais alternati-vas válidas perante o direito (e não somente perante a lei), entre váriashipóteses legais e constitucionalmente possíveis ao caso concreto. Essaescolha se faz segundo critérios próprios como oportunidade, conveniência,

 justiça, equidade, razoabilidade, interesse público, sintetizados no chamadomérito do ato administrativo.

Vinculação e Discricionariedade do Ato AdministrativoO ordenamento jurídico confere determinados poderes instrumentais à

Administração Pública para que essa possa tutelar os interesses que foramcolocados sob sua guarda. A atividade administrativa não pode ser exercidafora dos trilhos demarcados pela lei.

Quando a lei estabelece que, perante determinadas circunstâncias, aAdministração só pode dar uma específica solução, toda a atuação doadministrador público se encontra vinculada ao determinado pelo legislador,como no exemplo de cobrança de um tributo pelo agente fazendário. Nessesentido, Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que ato vinculado “éaquele em que o agente tem competência para praticá-lo em estrita con-formidade às prescrições legais, manifestando a vontade da Administraçãona oportunidade e para os efeitos integralmente previstos em lei, semqualquer margem de escolha de atuação, seja de tempo ou de conteúdo”.  

Se o legislador entender que, diante do caso concreto, caberá ao agen-te público decidir qual será a melhor solução dentre aquelas permitidas pela

lei, existe discricionariedade administrativa. A escolha dessa decisão reali-za-se por meio de critérios de oportunidade, conveniência e justiça. Comoexemplo de discricionariedade administrativa, tem-se o deferimento ou nãode licença para capacitação ao servidor público federal (art. 87 da Lei nº8.112/90). O servidor pode, após cada quinquênio de efetivo exercício,afastar-se das suas atribuições, com a respectiva remuneração, por até trêsmeses, para participar de curso de capacitação profissional, no interesse da

 Administração. Caberá à autoridade competente decidir se é convenienteou oportuno, permitir que o servidor usufrua dessa licença.

Não se deve confundir, entretanto, discricionariedade com arbitrarieda-de. Na discricionariedade, o agente público age com liberdade dentro da lei,enquanto, na arbitrariedade, a atuação do administrador ultrapassa oslimites legais. Todo ato arbitrário é nulo, pois extrapola o permitido pelo

ordenamento jurídico, acarretando a responsabilidade do agente que oemitiu.

Como certos aspectos do ato sempre são vinculados, não há ato admi-nistrativo inteiramente discricionário. No ato vinculado, todos os elementosestão estabelecidos em lei. Já no ato discricionário, alguns elementos vêmdefinidos minuciosamente em lei (competência, finalidade e forma), en-quanto outros são deixados para a análise do agente público (motivo eobjeto), com maior ou menor liberdade de apreciação da oportunidade econveniência.

Em consequência disso, o ato vinculado só é examinado sob o aspectoda legalidade, isto é, apenas é contrastado com a previsão legal. O atodiscricionário, por sua vez, pode ser analisado sob aspecto da legalidade edo mérito (oportunidade e conveniência diante do interesse público a atin-gir). O mérito do ato administrativo representa a escolha feita pelo adminis-trador público quanto à conveniência e oportunidade na expedição de umato discricionário. Não há mérito nos atos vinculados, pois não há decisão aser tomada pelo agente público. O legislador já decidiu previamente qual éa solução adotada para determinada hipótese nos atos vinculados.

Como bem observa Gustavo Binenbojm, a constitucionalização do di-reito administrativo permitiu uma incidência direta dos princípios constituci-onais sobre os atos administrativos. Dessa forma, não há decisão adminis-trativa que seja imune ao direito ou aos princípios constitucionais, poishaverá diferentes “graus de vinculação à juridicidade”. Segundo GustavoBinenbojm, “conforme a densidade administrativa incidente ao caso, pode -se dizer, assim, que os atos administrativos serão: (i) vinculados por regras(constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo alto grau de vincula-ção à juridicidade; (ii) vinculados por conceitos jurídicos indeterminados

(constitucionais, legais ou regulamentares), exibindo grau intermediário devinculação à juridicidade; e (iii) vinculados diretamente por princípios (cons-titucionais, legais ou regulamentares) , exibindo baixo grau de vinculação à

 juridicidade”. 

Informações bibliográficas:

NOGUEIRA, Roberto Wagner Lima. Noções introdutórias acerca do atoadministrativo . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 678, 14 maio 2005.Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6722>. Acessoem: 19 fev. 2009.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS  Classificação:

Os autores divergem na classificação em razão dos conceitosdiferentes. Um ato administrativo pode estar enquadrado emvárias classificações ao mesmo tempo. Ex: Ato de permissãode uso é ato individual, externo, de império, discricionário esimples.

  Quanto ao alcance ou efeitos sob terceiros:  Atos internos: São aqueles que geram efeitos dentro da Adminis-

tração Pública. Ex: Edição de pareceres.  Atos externos:  São aqueles que geram efeitos fora da Adminis-

tração Pública, atingindo terceiros. Ex: Permissão de uso; Desa-propriação.

3.  Quanto à composição interna:  Atos simples:  São aqueles que decorrem da manifestação de

vontade de um único órgão (singular, impessoal ou colegiado). Ex:Demissão de um funcionário.

  Atos compostos: São aqueles que decorrem da manifestação devontade de um único órgão em situação sequencial. Ex: Nomeaçãodo Procurador-Geral de Justiça.

  Atos complexos:  São aqueles que decorrem da conjugação devontades de mais de um órgão no interior de uma mesmo pessoa

 jurídica. Ex: Ato de investidura; portaria intersecretarial.4.  Quanto à sua formação:   Atos unilaterais:  São aqueles formados pela manifestação de

vontade de uma única pessoa. Ex: Demissão - Para Hely LopesMeirelles, só existem os atos administrativos unilaterais.

  Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação de von-tade de mais de uma pessoa. Ex: Contrato administrativo.

5.  Quanto à sua estrutura:   Atos concretos: São aqueles que se exaurem em uma aplicação.

Ex: Apreensão.  Atos abstratos:  São aqueles que comportam reiteradas aplica-

ções, sempre que se renove a hipótese nele prevista. Ex: Punição.  Quanto aos destinatários:   Atos gerais:  São aqueles editados sem um destinatário específi-

co. Ex: Concurso público.  Atos individuais:  São aqueles editados com um destinatário es-

pecífico. Ex: Permissão para uso de bem público.  Quanto à esfera jurídica de seus destinatários:   Atos ampliativos: São aqueles que trazem prerrogativas ao desti-

natário, alargam sua esfera jurídica. Ex: Nomeação de um funcio-

nário; Outorga de permissão.  Atos restritivos: São aqueles que restringem a esfera jurídica do

destinatário, retiram direitos seus. Ex: Demissão; Revogação dapermissão.

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8.  Quanto às prerrogativas da Administração para praticá-los:   Atos de império: São aqueles praticados sob o regime de prerro-

gativas públicas. A administração de forma unilateral impõe suavontade sobre os administrados (princípio da supremacia dos inte-resses públicos). Ex: Interdição de estabelecimento comercial porirregularidades.

  Atos de expediente:  São aqueles destinados a dar andamentoaos processos e papéis que tramitam no interior das repartições.Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado. Ex:

contratos de locação em que a Administração é locatária) não sãoatos administrativos, mas são atos da Administração. Para os auto-res que consideram o ato administrativo de forma ampla, os atosde gestão são atos administrativos.

9.  Quanto ao grau de liberdade conferido ao administrador:   Atos vinculados: São aqueles praticados sem liberdade subjetiva,

isto é, sem espaço para a realização de um juízo de conveniênciae oportunidade. O administrador fica inteiramente preso ao enunci-ado da lei, que estabelece previamente um único comportamentopossível a ser adotado em situações concretas. Ex: Pedido deaposentadoria por idade em que o servidor demonstra ter atingidoo limite exigido pela Constituição Federal.

  Atos Discricionários:  São aqueles praticados com liberdade deopção, mas dentro dos limites da lei. O administrador também fica

preso ao enunciado da lei, mas ela não estabelece um único com-portamento possível a ser adotado em situações concretas, exis-tindo assim espaço para a realização de um juízo de conveniênciae oportunidade. Ex: A concessão de uso de bem público dependedas características de cada caso concreto; Pedido de moradoresexigindo o fechamento de uma rua para festas Juninas.

A discricionariedade é a escolha de alternativas dentro da lei. Já a arbi-trariedade é a escolha de alternativas fora do campo de opções, levando àinvalidade do ato.

O Poder Judiciário pode rever o ato discricionário sob o aspecto da le-galidade, mas não pode analisar o mérito do ato administrativo (conjunto dealternativas válidas), salvo quando inválido. Assim, pode analisar o ato sob

a ótica da eficiência, da moralidade, da razoabilidade, pois o ato administra-tivo que contrariar estes princípios não se encontra dentro das opçõesválidas.

Alguns autores alemães afirmam que não há discricionariedade, pois oadministrador tem sempre que escolher a melhor alternativa ao interessepúblico, assim toda atividade seria vinculada.

Aspectos do ato administrativo que são vinculados: Para Hely LopesMeirelles, são vinculados a competência, a finalidade e a forma (vem defi-nida na lei). Para maior parte dos autores, apenas a competência e afinalidade, pois a forma pode ser um aspecto discricionário (Ex: Lei quedisciplina contrato administrativo, diz que tem que ser na forma de termoadministrativo, mas quando o valor for baixo pode ser por papéis simplifica-dos); Celso Antonio diz que apenas a competência, pois a lei nem semprediz o que é finalidade pública, cabendo ao administrados escolher.

Classificação dos atos administrativos quanto ao conteúdo1.  Admissão:

Admissão é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual aAdministração faculta à alguém o ingresso em um estabelecimentogovernamental para o recebimento de um serviço público. Ex: Ma-trícula em escola.É preciso não confundir com a admissão que se refere à contrata-ção de servidores por prazo determinado sem concurso público.

2.  Licença:Licença é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo qual a Ad-ministração faculta à alguém o exercício de uma atividade material.Ex: Licença para edificar ou construir. Diferente da autorização,

que é discricionária.  Homologação:

Homologação é o ato administrativo unilateral vinculado, pelo quala Administração manifesta a sua concordância com a legalidade deato jurídico já praticado.

4.  Aprovação:Aprovação é o ato administrativo unilateral discricionário, pelo quala Administração manifesta sua concordância com ato jurídico jápraticado ou que ainda deva ser praticado. É um ato jurídico quecontrola outro ato jurídico.

  Aprovação prévia ou “a priori”: Ocorre antes da prática do ato eé um requisito necessário à validade do ato.

  Aprovação posterior ou “a posteriore”: Ocorre após a pratica doato e é uma condição indispensável para sua eficácia. Ex: Ato que

depende de aprovação do governador.Na aprovação, o ato é discricionário e pode ser prévia ou posterior.Na homologação, o ato é vinculado e só pode ser posterior à práti-ca do ato. Para outros autores a homologação é o ato administrati-vo unilateral pelo qual o Poder Público manifesta a sua concordân-cia com legalidade ou a conveniência de ato jurídico já praticado,diferindo da aprovação apenas pelo fato de ser posterior.

5.  Concessão:Concessão é o contrato administrativo pelo qual a Administração(Poder Concedente), em caráter não precário, faculta a alguém(Concessionário) o uso de um bem público, a responsabilidade pe-la prestação de um serviço público ou a realização de uma obrapública, mediante o deferimento da sua exploração econômica.  – Este contrato está submetido ao regime de direito público.

Tendo em vista que o contrato tem prazo determinado, se o PoderConcedente extingui-lo antes do término por questões de conveni-ência e oportunidade, deverá indenizar, pois o particular tem direitoà manutenção do vínculo.

Concessão para uso de bem público:-  Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de

uso: É o contrato administrativo por meio do qual delega-se o usode um bem público ao concessionário, por prazo certo e determi-nado. Por ser direito pessoal não pode ser transferida, “inter vivos”ou “causa mortis”, à terceiros. Ex: Área para parque de diversão;Área para restaurantes em Aeroportos.

  Concessão de direito real de uso: É o contrato administrativo pormeio do qual delega-se o uso em imóvel não edificado para fins deedificação; urbanização; industrialização; cultivo da terra (Decreto-lei 271/67). Delega-se o direito real de uso do bem.

  Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual trans-fere-se o uso de bem público de um órgão da Administração paraoutro na mesma esfera de governo ou em outra.

Concessão para realização de uma obra pública:  Contrato de obra pública: É o contrato por meio do qual delega-

se a realização da obra pública. A obra será paga pelos cofres pú-blicos.

  Concessão de obra pública ou Concessão de serviço públicoprecedida da execução de obra pública: É o contrato por meiodo qual delega-se a realização da obra pública e o direito de explo-rá-la. A obra pública será paga por meio de tarifas.

  Concessão para delegação de serviço público: É o contrato pormeio do qual delega-se a prestação de um serviço público, sem lheconferir a titularidade, atuando assim em nome do Estado (Lei

8987/95 e Lei 9074/95).“Incumbe ao Poder Público na forma da lei, diretamente ou sob re-gime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, aprestação de serviços públicos” (art. 175 da CF).“A lei disporá sobre o regime das empresas concessionárias epermissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seucontrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caduci-dade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; os direi-tos dos usuários, política tarifária, a obrigação de manter serviçoadequado” (art. 175, parágrafo único da CF). 

6.  Permissão:Permissão é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qualo Poder Público (Permitente), em caráter precário, faculta a alguém(Permissionário) o uso de um bem público ou a responsabilidade

pela prestação de um serviço público. Há autores que afirmam quepermissão é contrato e não ato unilateral (art. 175, parágrafo únicoda CF).Tendo em vista que a permissão tem prazo indeterminado, o Pro-mitente pode revogá-lo a qualquer momento, por motivos de con-veniência e oportunidade, sem que haja qualquer direito à indeni-

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zação.Quando excepcionalmente confere-se prazo certo às permissõessão denominadas pela doutrina de permissões qualificadas (aque-las que trazem cláusulas limitadoras da discricionariedade). Se-gundo Hely Lopes Meirelles, a Administração pode fixar prazo se alei não vedar, e cláusula para indeniza,r no caso de revogar a per-missão. Já para a maioria da doutrina não é possível, pois a per-missão tem caráter precário, sendo esta uma concessão simulada.

1.  Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário

e precário através do qual transfere-se o uso do bem público paraparticulares por um período maior que o previsto para a autoriza-ção. Ex: Instalação de barracas em feiras livres; instalação deBancas de jornal; Box em mercados públicos; Colocação de mesase cadeiras em calçadas.

  Permissão de serviço público:  É o ato administrativo unilateral,discricionário e precário pelo qual transfere-se a prestação do ser-viço público à particulares.

7.  Autorização:Autorização é o ato administrativo unilateral discricionário pelo qualo Poder Público faculta a alguém, em caráter precário, o exercíciode uma dada atividade material (não jurídica).

  Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricioná-rio e precaríssimo através do qual transfere-se o uso do bem públi-

co para particulares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercício de uma atividade material sobre um bem público.Ex: Empreiteira que está construindo uma obra pede para usaruma área pública, em que irá instalar provisoriamente o seu cantei-ro de obra; Fechamento de ruas por um final de semana; Fecha-mento de ruas do Município para transportar determinada carga.Difere-se da permissão de uso de bem público, pois nesta o uso épermanente (Ex: Banca de Jornal) e na autorização o prazo máxi-mo estabelecido na Lei Orgânica do Município é de 90 dias (Ex:Circo, Feira do livro).

  Autorização de serviço público: É o ato administrativo através doqual autoriza-se que particulares prestem serviço público.

2 Agentes públicos. 2.1 Lei Complementar Distrital nº840/11.4: cargo, emprego e função pública; provi-

mento; vacância; efetividade, estabilidade e vitalici-edade; remuneração; direitos e deveres; responsabi-

lidade processo administrativo disciplinar.

TÍTULO ICAPÍTULO ÚNICODAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico dos servidorespúblicos civis da administração direta, autárquica e fundacional e dos

órgãos relativamente autônomos do Distrito Federal.Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor público é a

pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidadesprevistas na estrutura organizacional e cometidas a um servidor público.

Parágrafo único. Os cargos públicos são criados por lei, com denomi-nação própria e subsídio ou vencimentos pagos pelos cofres públicos, paraprovimento em caráter efetivo ou em comissão.

TÍTULO IIDOS CARGOS PÚBLICOS E DAS FUNÇÕES DE CONFIANÇA

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Seção IDas Disposições Gerais

Art. 4º A investidura em cargo de provimento efetivo depende de préviaaprovação em concurso público.

Art. 5º Os cargos em comissão, destinados exclusivamente às atribui-ções de direção, chefia e assessoramento, são de livre nomeação e exone-ração pela autoridade competente.

§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se cargo em co-missão:

I  –  de direção: aquele cujo desempenho envolva atribuições da admi-nistração superior;

II  –  de chefia: aquele cujo desempenho envolva relação direta e ime-diata de subordinação;

III – de assessoramento: aquele cujas atribuições sejam para auxiliar:

a) os detentores de mandato eletivo;

b) os ocupantes de cargos vitalícios;

c) os ocupantes de cargos de direção ou de chefia.

§ 2º Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em comissão devemser providos por servidor público de carreira, nos casos e condições previs-tos em lei.

§ 3º É proibida a designação para função de confiança ou a nomeaçãopara cargo em comissão, incluídos os de natureza especial, de pessoa que

tenha praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista nalegislação eleitoral, observado o mesmo prazo de incompatibilidade dessalegislação.

Art. 6º As funções de confiança, privativas de servidor efetivo, desti-nam-se exclusivamente às atribuições de direção, chefia e assessoramen-to.

Art. 7º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I – a nacionalidade brasileira;

II – o gozo dos direitos políticos;

III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V – a idade mínima de dezoito anos;

VI – a aptidão física e mental.

§ 1º A lei pode estabelecer requisitos específicos para a investidura emcargos públicos.

§ 2º O provimento de cargo público por estrangeiro deve observar odisposto em Lei federal.

§ 3º Os requisitos para investidura em cargo público devem ser com-provados por ocasião da posse.

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:

I – nomeação;

II – reversão;

III – aproveitamento;

IV – reintegração;

V – recondução.

Art. 9º É vedado editar atos de nomeação, posse ou exercício com efei-to retroativo.

Art. 10. O ato de provimento de cargo público compete ao:

I – Governador, no Poder Executivo;

II – Presidente da Câmara Legislativa;

III – Presidente do Tribunal de Contas.

Seção IIDo Concurso Público

Art. 11. As normas gerais sobre concurso público são as fixadas em leiespecífica.

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§ 1º (V E T A D O).

§ 2º O concurso público é de provas ou de provas e títulos, conformedispuser a lei do respectivo plano de carreira.

Art. 12. O edital de concurso público tem de reservar vinte por centodas vagas para serem preenchidas por pessoa com deficiência, desprezadaa parte decimal.

§ 1º A vaga não preenchida na forma do caput reverte-se para provi-

mento dos demais candidatos.§ 2º A deficiência e a compatibilidade para as atribuições do cargo são

verificadas antes da posse, garantido recurso em caso de decisão denega-tória, com suspensão da contagem do prazo para a posse.

§ 3º Não estão abrangidas pelos benefícios deste artigo a pessoa comdeficiência apta para trabalhar normalmente e a inapta para qualquertrabalho.

Art. 13. O concurso público tem validade de até dois anos, a qual podeser prorrogada uma única vez, por igual período, na forma do edital.

§ 1º No período de validade do concurso público, o candidato aprovadodeve ser nomeado com prioridade sobre novos concursados para assumircargo na carreira.

§ 2º O candidato aprovado em concurso público, no prazo de cinco diascontados da publicação do ato de nomeação, pode solicitar seu reposicio-namento para o final da lista de classificação.

Seção IIIDa NomeaçãoArt. 14. A nomeação faz-se em cargo:

I – de provimento efetivo;

II – em comissão.

§ 1º A nomeação para cargo efetivo deve observar a ordem de classifi-cação e o prazo de validade do concurso público.

§ 2º O candidato aprovado no número de vagas previstas no edital do

concurso tem direito à nomeação no cargo para o qual concorreu.Art. 15. O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser nomeado

para ter exercício, interinamente, em outro cargo em comissão, hipótese emque deve:

I – acumular as atribuições de ambos os cargos;

II – optar pela remuneração de um deles durante o período da interini-dade.

Art. 16. É vedada a nomeação, para cargo em comissão ou a designa-ção para função de confiança, do cônjuge, de companheiro ou de parente,por consanguinidade até o terceiro grau ou por afinidade:

I – do Governador e do Vice-Governador, na administração pública di-reta, autárquica ou fundacional do Poder Executivo;

II – de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa;

III  –  de Conselheiro, Auditor ou Procurador do Ministério Público, noTribunal de Contas;

IV – (V E T A D O).

§ 1º As vedações deste artigo aplicam-se:I – aos casos de reciprocidade de nomeação ou designação;

II – às relações homoafetivas.

§ 2º Não se inclui nas vedações deste artigo a nomeação ou a desig-nação:

I  –  de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, incluídos osaposentados, desde que seja observada:

a) a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo efetivo com ocargo em comissão ou a função de confiança;

b) a compatibilidade e a complexidade das atribuições do cargo efetivocom o cargo em comissão ou a função de confiança;

II – realizada antes do início do vínculo familiar entre o agente público eo nomeado ou designado;

III – de pessoa já em exercício no mesmo órgão, autarquia ou fundaçãoantes do início do vínculo familiar com o agente público, para cargo, funçãoou emprego de nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormenteocupado.

§ 3º Em qualquer caso, é vedada a manutenção de familiar ocupantede cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação hierárqui-

ca mediata ou imediata.Seção IVDa Posse e do Exercício

Art. 17. A posse ocorre com a assinatura do respectivo termo, do qualdevem constar as atribuições, os direitos e os deveres inerentes ao cargoocupado.

§ 1º A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, contados da publica-ção do ato de nomeação.

§ 2º O prazo de que trata o § 1º pode ser prorrogado para ter inícioapós o término das licenças ou dos afastamentos seguintes:

I – licença médica ou odontológica;

II –  licença-maternidade;III –  licença-paternidade;

IV – licença para o serviço militar.

§ 3º A posse pode ocorrer mediante procuração com poderes específi-cos.

§ 4º Só há posse nos casos de provimento por nomeação.

§ 5º Deve ser tornado sem efeito o ato de nomeação se a posse nãoocorrer no prazo previsto neste artigo.

Art. 18. Por ocasião da posse, é exigido do nomeado apresentar:

I  – os comprovantes de satisfação dos requisitos previstos no art. 7º e

nas normas específicas para a investidura no cargo;II – declaração:

a) de bens e valores que constituem seu patrimônio;

b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego público, bem comode proventos da aposentadoria de regime próprio de previdência social;

c) sobre a existência ou não de impedimento para o exercício de cargopúblico.

§ 1º É nulo o ato de posse realizado sem a apresentação dos docu-mentos a que se refere este artigo.

§ 2º A aptidão física e mental é verificada em inspeção médica oficial.

§ 3º A declaração prevista no inciso II, a, deve ser feita em formuláriofornecido pelo setor de pessoal da repartição, e dele deve constar campopara informar bens, valores, dívidas e ônus reais exigidos na declaraçãoanual do imposto de renda da pessoa física, com as seguintes especifica-ções:

I – a descrição do bem, com sua localização, especificações gerais, da-ta e valor da aquisição, nome do vendedor e valor das benfeitorias, sehouver;

II  –  as dívidas e o ônus real sobre os bens, com suas especificaçõesgerais, valor e prazo para quitação, bem como o nome do credor;

III – a fonte de renda dos últimos doze meses, com a especificação dovalor auferido no período.

Art. 19. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo pú-blico.

§ 1º O servidor não pode entrar em exercício:

I  –  se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar a exoneração ou avacância de que trata o art. 54;

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II – se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a compatibilidade dehorários;

III  –  se receber proventos de aposentadoria inacumuláveis com a re-muneração ou subsídio do cargo efetivo, sem comprovar a opção por umadas formas de pagamento.

§ 2º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor entrar em exercício,contado da posse.

§ 3º Compete ao titular da unidade administrativa onde for lotado o ser-vidor dar-lhe exercício.

§ 4º Com o exercício, inicia-se a contagem do tempo efetivo de serviço.

§ 5º O servidor que não entrar em exercício no prazo do § 2º deve serexonerado.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor tem de apresentar ao órgãocompetente os documentos necessários aos assentamentos individuais.

Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício doexercício são registrados nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 21. O exercício de função de confiança inicia-se com a publicaçãodo ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afas-tado por qualquer motivo legal, hipótese em que o exercício se inicia no

primeiro dia útil após o término do impedimento, que não pode exceder atrinta dias da publicação.

Seção VDo Estágio Probatório

Art. 22. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de pro-vimento efetivo fica sujeito ao estágio probatório pelo prazo de três anos.

Art. 23. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o estágio probató-rio é cumprido em relação a cada cargo em cujo exercício esteja o servidor,vedado o aproveitamento de prazo ou pontuação.

Art. 24. O servidor pode desistir do estágio probatório e ser reconduzi-do ao cargo de provimento efetivo anteriormente ocupado no qual já possu-ía estabilidade, observado o disposto no art. 37.

Parágrafo único. Não pode desistir do estágio probatório o servidor queresponde a processo disciplinar.

Art. 25. É vedado à administração pública conceder licença não remu-nerada ou autorizar afastamento sem remuneração ao servidor em estágioprobatório.

§ 1º Excetua-se do disposto neste artigo o afastamento para o serviçomilitar ou para o exercício de mandato eletivo.

§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se ao gozo de licença-prêmio por assiduidade.

Art. 26. O servidor em estágio probatório pode:

I – exercer qualquer cargo em comissão ou função de confiança no ór-gão, autarquia ou fundação de lotação;

II – ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargo de nature-za especial ou de equivalente nível hierárquico.

Art. 27. Fica suspensa a contagem do tempo de estágio probatórioquando ocorrer:

I – o afastamento de que tratam os arts. 26, II, e 162;

II – licença remunerada por motivo de doença em pessoa da família doservidor.

Art. 28. Durante o estágio probatório, são avaliadas a aptidão, a capa-cidade e a eficiência do servidor para o desempenho do cargo, com aobservância dos fatores:

I – assiduidade;

II – pontualidade;

III – disciplina;IV – capacidade de iniciativa;

V – produtividade;

VI – responsabilidade.

§ 1º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo devem regu-lamentar, em seus respectivos âmbitos de atuação, os procedimentos deavaliação do estágio probatório, observado, no mínimo, o seguinte:

I  –  até o trigésimo mês do estágio probatório, a avaliação é feita se-mestralmente, com pontuação por notas numéricas de zero a dez;

II – as avaliações de que trata o inciso I são feitas pela chefia imediatado servidor, em ficha previamente preparada e da qual conste, pelo menos,o seguinte:

a) as principais atribuições, tarefas e rotinas a serem desempenhadaspelo servidor, no semestre de avaliação;

b) os elementos e os fatores previstos neste artigo;

c) o ciente do servidor avaliado.

§ 2º Em todas as avaliações, é assegurado ao avaliado:

I – o amplo acesso aos critérios de avaliação;

II – o conhecimento dos motivos das notas que lhe foram atribuídas;

III  –  o contraditório e a ampla defesa, nos termos desta Lei Comple-mentar.

§ 3º As avaliações devem ser monitoradas pela comissão de que tratao art. 29.

Art. 29. A avaliação especial, prevista na Constituição Federal comocondição para aquisição da estabilidade, deve ser feita por comissão,quatro meses antes de terminar o estágio probatório.

§ 1º A comissão de que trata este artigo é composta por três servidoresestáveis do mesmo cargo ou de cargo de escolaridade superior da mesmacarreira do avaliado.

§ 2º Não sendo possível a aplicação do disposto no § 1º, a composiçãoda comissão deve ser definida, conforme o caso:

I – pelo Presidente da Câmara Legislativa;

II – pelo Presidente do Tribunal de Contas;

III – pelo Secretário de Estado a que o avaliado esteja subordinado, in-cluídos os servidores de autarquia, fundação e demais órgãos vinculados.

§ 3º Para proceder à avaliação especial, a comissão deve observar osseguintes procedimentos:

I  –  adotar, como subsídios para sua decisão, as avaliações feitas naforma do art. 28, incluídos eventuais pedidos de reconsideração, recursos edecisões sobre eles proferidas;

II – ouvir, separadamente, o avaliador e, em seguida, o avaliado;

III  –  realizar, a pedido ou de ofício, as diligências que eventualmenteemergirem das oitivas de que trata o inciso II;

IV  – aprovar ou reprovar o servidor no estágio probatório, por decisãofundamentada.

§ 4º Contra a reprovação no estágio probatório cabe pedido de recon-sideração ou recurso, a serem processados na forma desta Lei Comple-mentar.

Art. 30. As autoridades de que trata o art. 29, § 2º, são competentespara:

I  –  julgar, em única e última instância, qualquer recurso interposto naforma do art. 29;

II – homologar o resultado da avaliação especial feita pela comissão e,como consequência, efetivar o servidor no cargo, quando ele for aprovadono estágio probatório.

Art. 31. O servidor reprovado no estágio probatório deve ser, conformeo caso, exonerado ou reconduzido ao cargo de origem.

Seção VIDa Estabilidade

Art. 32. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo regular-mente aprovado no estágio probatório adquire estabilidade no serviçopúblico ao completar três anos de efetivo exercício.

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Art. 33. O servidor estável só perde o cargo nas hipóteses previstas naConstituição Federal.

Seção VII

Da Reversão

Art. 34. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:

I  –  por invalidez, quando, por junta médica oficial, ficar comprovada asua reabilitação;

II  –  quando constatada, administrativa ou judicialmente, a insubsistên-cia dos fundamentos de concessão da aposentadoria;

III – voluntariamente, desde que, cumulativamente:

a) haja manifesto interesse da administração, expresso em edital quefixe os critérios de reversão voluntária aos interessados que estejam emigual situação;

b) tenham decorrido menos de cinco anos da data de aposentadoria;

c) haja cargo vago.

§ 1º É de quinze dias úteis o prazo para o servidor retornar ao exercíciodo cargo, contados da data em que tomou ciência da reversão.

§ 2º Não pode reverter o aposentado que tenha completado setentaanos.

Art. 35. A reversão deve ser feita no mesmo cargo ou no cargo resul-tante de sua transformação.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 34, I e II, encontrando-se provi-do o cargo, o servidor deve exercer suas atribuições como excedente, até aocorrência de vaga.

Seção VIIIDa ReintegraçãoArt. 36. A reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo anterior-

mente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quandoinvalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com orestabelecimento dos direitos que deixou de auferir no período em que

esteve demitido.§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fica em disponi-

bilidade, observado o disposto nos arts. 38, 39 e 40.

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante deve serreconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou aproveitadoem outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade.

§ 3º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor retornar ao exercíciodo cargo, contados da data em que tomou ciência do ato de reintegração.

Seção IX

Da Recondução

Art. 37. A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteri-

ormente ocupado, observado o disposto no art. 202, § 3º, e decorre de:I – reprovação em estágio probatório;

II – desistência de estágio probatório;

III – reintegração do anterior ocupante.

§ 1º Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor tem de seraproveitado em outro cargo, observado o disposto no art. 39.

§ 2º O servidor tem de retornar ao exercício do cargo até o dia seguinteao da ciência do ato de recondução.

Seção X

Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 38. O servidor só pode ser posto em disponibilidade nos casos

previstos na Constituição Federal.Parágrafo único. A remuneração do servidor posto em disponibilidade,

proporcional ao tempo de serviço, não pode ser inferior a um terço do quepercebia no mês anterior ao da disponibilidade.

Art. 39. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade é feito me-diante aproveitamento:

I – no mesmo cargo;

II – em cargo resultante da transformação do cargo anteriormente ocu-pado;

III – em outro cargo, observada a compatibilidade de atribuições e ven-cimentos ou subsídio do cargo anteriormente ocupado.

Art. 40. É obrigatório o imediato aproveitamento de servidor em dispo-nibilidade, assim que houver vaga em órgão, autarquia ou fundação.

§ 1º É de trinta dias o prazo para o servidor retornar ao exercício, con-tados da data em que tomou ciência do aproveitamento.

§ 2º Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento e ser cassada adisponibilidade, se o servidor não retornar ao exercício no prazo do § 1º,salvo se por doença comprovada por junta médica oficial.

CAPÍTULO IIDOS REMANEJAMENTOS

Seção IDa Remoção

Art. 41. Remoção é o deslocamento da lotação do servidor, no mesmo

órgão, autarquia ou fundação e na mesma carreira, de uma localidade paraoutra.

§ 1º A remoção é feita a pedido de servidor que preencha as condiçõesfixadas no edital do concurso aberto para essa finalidade.

§ 2º O sindicato respectivo tem de ser ouvido em todas as etapas doconcurso de remoção.

§ 3º A remoção de ofício destina-se exclusivamente a atender a neces-sidade de serviços que não comporte o concurso de remoção.

Art. 42. É lícita a permuta entre servidores do mesmo cargo, medianteautorização prévia das respectivas chefias.

Seção IIDa Redistribuição

Art. 43. Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago,para outro órgão, autarquia ou fundação do mesmo Poder.

§ 1º A redistribuição dá-se:

I  –  para cargo de uma mesma carreira, no caso de reorganização ouajustamento de quadro de pessoal às necessidades do serviço;

II – no caso de extinção ou criação de órgão, autarquia ou fundação.

§ 2º Nas hipóteses do § 1º, II, devem ser observados o interesse daadministração pública, a vinculação entre os graus de complexidade eresponsabilidade do cargo, a correlação das atribuições, a equivalênciaentre os vencimentos ou subsídio e a prévia apreciação do órgão central depessoal.

CAPÍTULO IIIDA SUBSTITUIÇÃO

Art. 44. O ocupante de cargo ou função de direção ou chefia tem subs-tituto indicado no regimento interno ou, no caso de omissão, previamentedesignado pela autoridade competente.

§ 1º O substituto deve assumir automaticamente o exercício do cargoou função de direção ou chefia:

I  –  em licenças, afastamentos, férias e demais ausências ou impedi-mentos legais ou regulamentares do titular;

II – em caso de vacância do cargo.

§ 2º O substituto faz jus aos vencimentos ou subsídio pelo exercício do

cargo de direção ou chefia, pagos na proporção dos dias de efetiva substi-tuição.

Art. 45. O disposto no art. 44 aplica-se aos titulares de unidades admi-nistrativas organizadas em nível de assessoria.

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CAPÍTULO IVDA ACUMULAÇÃO

Art. 46. É proibida a acumulação remunerada de cargos públicos, exce-to, quando houver compatibilidade de horários, para:

I – dois cargos de professor;

II – um cargo de professor com outro técnico ou científico;

III – dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com

profissões regulamentadas.

§ 1º Presume-se como cargo de natureza técnica ou científica, para osfins do inciso II, qualquer cargo público para o qual se exija educaçãosuperior ou educação profissional, ministrada na forma e nas condiçõesprevistas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

§ 2º A proibição de acumular estende-se:

I – a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresaspúblicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedadescontroladas direta ou indiretamente pelo poder público;

II – aos proventos de aposentadoria pagos por regime próprio de previ-dência social do Distrito Federal, da União, de Estado ou Município, ressal-vados os proventos decorrentes de cargo acumulável na forma deste artigo.

§ 3º O servidor que acumular licitamente cargo público fica obrigado acomprovar anualmente a compatibilidade de horários.

Art. 47. Ressalvados os casos de interinidade e substituição, o servidornão pode:

I – exercer mais de um cargo em comissão ou função de confiança;

II – acumular cargo em comissão com função de confiança.

Art. 48. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de cargos,empregos, funções públicas ou proventos de aposentadoria, o servidordeve ser notificado para apresentar opção no prazo improrrogável de dezdias, contados da data da ciência da notificação.

§ 1º Em decorrência da opção, o servidor deve ser exonerado do car-

go, emprego ou função por que não mais tenha interesse.

§ 2º Com a opção pela renúncia aos proventos de aposentadoria, o seupagamento cessa imediatamente.

§ 3º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste artigo, o setor depessoal da repartição deve solicitar à autoridade competente a instauraçãode processo disciplinar para apuração e regularização imediata.

§ 4º Instaurado o processo disciplinar, se o servidor, até o último dia deprazo para defesa escrita, fizer a opção de que trata este artigo, o processodeve ser arquivado, sem julgamento do mérito.

§ 5º O disposto no § 4º não se aplica se houver declaração falsa feitapelo servidor sobre acumulação de cargos.

§ 6º Caracterizada no processo disciplinar a acumulação ilegal, a ad-ministração pública deve observar o seguinte:

I – reconhecida a boa-fé, exonerar o servidor do cargo vinculado ao ór-gão, autarquia ou fundação onde o processo foi instaurado;

II – provada a má-fé, aplicar a sanção de demissão, destituição ou cas-sação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos ouempregos em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ouentidades de vinculação devem ser comunicados.

Art. 49. É vedada a participação de servidor, salvo na condição de Se-cretário de Estado, ainda que suplente, em mais de um conselho, comis-são, comitê, órgão de deliberação coletiva ou assemelhado, na administra-ção direta, autárquica ou fundacional do Distrito Federal.

§ 1º É vedada a remuneração pela participação em mais de um conse-lho.

§ 2º É permitida, observado o disposto no § 1º, a participação remune-rada de servidor em conselho de administração ou conselho fiscal de

empresa pública ou sociedade de economia mista em que o Distrito Federaldetenha, direta ou indiretamente, participação no capital social.

CAPÍTULO VDA VACÂNCIA

Art. 50. A vacância do cargo público decorre de:

I – exoneração;

II – demissão;

III – destituição de cargo em comissão;

IV – aposentadoria;

V – falecimento;

VI – perda do cargo, nos demais casos previstos na Constituição Fede-ral.

Art. 51. A exoneração de cargo de provimento efetivo dá-se a pedidodo servidor ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dá-se, exclusivamente, quan-do o servidor:

I – for reprovado no estágio probatório;

II  –  tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabeleci-do.

Art. 52. A exoneração de cargo em comissão dá-se:

I – a critério da autoridade competente;

II – a pedido do servidor.

Art. 53. A servidora gestante que ocupe cargo em comissão sem víncu-lo com o serviço público não pode, sem justa causa, ser exonerada deofício, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto,salvo mediante indenização paga na forma do regulamento.

Parágrafo único. Deve ser tornado sem efeito o ato de exoneração,quando constatado que a servidora estava gestante e não foi indenizada.

Art. 54. Ao tomar posse em outro cargo inacumulável de qualquer ór-gão, autarquia ou fundação do Distrito Federal, o servidor estável podepedir a vacância do cargo efetivo por ele ocupado, observando-se o seguin-te:

I  – durante o prazo de que trata o art. 32, o servidor pode retornar aocargo anteriormente ocupado, nos casos previstos no art. 37;

II – o cargo para o qual se pediu vacância pode ser provido pela admi-nistração pública.

TÍTULO IIIDAS CARREIRAS E DO REGIME E DA JORNADA DE TRABALHO

CAPÍTULO IDAS CARREIRAS

Seção IDas Disposições Gerais

Art. 55. Os cargos de provimento efetivo são organizados em carreira,criada por lei, que deve fixar:

I – a denominação, o quantitativo e as atribuições dos cargos;

II  – os requisitos para investidura no cargo e desenvolvimento na car-reira;

III – a estrutura da carreira com a fixação dos vencimentos ou do sub-sídio;

IV – os critérios de capacitação;

V – o regime e a jornada de trabalho.

Parágrafo único. As alterações de requisitos para provimento de cargopúblico de carreira aplicam-se, exclusivamente, àqueles servidores cujoingresso se der após elas terem sido publicadas.

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Seção IIDa Promoção

Art. 56. Salvo disposição legal em contrário, a promoção é a movimen-tação de servidor do último padrão de uma classe para o primeiro padrãoda classe imediatamente superior.

§ 1º A promoção dá-se por merecimento ou por antiguidade, na formado plano de carreira de cada categoria funcional.

§ 2º A promoção não interrompe o tempo de exercício no cargo.CAPÍTULO IIDO REGIME E DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 57. Salvo disposição legal em contrário, o servidor efetivo fica sujei-to ao regime de trabalho de trinta horas semanais.

§ 1º No interesse da administração pública e mediante anuência doservidor, o regime de trabalho pode ser ampliado para quarenta horassemanais, observada a proporcionalidade salarial.

§ 2º É vedado aplicar ao regime de trabalho interpretação por analogia,extensão ou semelhança de atribuições.

§ 3º A jornada de trabalho em sistema de escala de revezamento deveser definida em lei ou regulamento, observando o registro em folha de

ponto do horário de entrada e de saída.Art. 58. O servidor ocupante de cargo em comissão ou no exercício de

função de confiança tem regime de trabalho de quarenta horas semanais,com integral dedicação ao serviço.

Art. 59. No serviço noturno, a hora é considerada como tendo cinquen-ta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Considera-se noturno o serviço prestado entre as vin-te e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte.

Art. 60. Para atender a situações excepcionais e temporárias do servi-ço, a jornada de trabalho pode ser ampliada, a título de serviço extraordiná-rio, em até duas horas.

Parágrafo único. Nos casos de risco de comprometimento da ordem eda saúde públicas, o Governador pode autorizar, excepcionalmente, aextrapolação dos limites previstos neste artigo, para os servidores queatuem diretamente nas áreas envolvidas.

Art. 61. Pode ser concedido horário especial:

I – ao servidor com deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial;

II  –  ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiên-cia;

III – ao servidor matriculado em curso da educação básica e da educa-ção superior, quando comprovada a incompatibilidade entre o horárioescolar e o da unidade administrativa, sem prejuízo do exercício do cargo;

IV – na hipótese do art. 100, § 2º.

§ 1º Para o servidor com deficiência, o horário especial consiste na re-dução de até vinte por cento da jornada de trabalho.

§ 2º Nos casos dos incisos II a IV, é exigida do servidor a compensa-ção de horário na unidade administrativa, de modo a cumprir integralmenteo regime semanal de trabalho.

§ 3º O servidor estudante tem de comprovar, mensalmente, a frequên-cia escolar.

Art. 62. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio, o servidor pode au-sentar-se do serviço, mediante comunicação prévia à chefia imediata:

I – por um dia para:

a) doar sangue;

b) realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos ou periódi-cos voltados ao controle de câncer de próstata, de mama ou do colo deútero;

II  – por até dois dias, para se alistar como eleitor ou requerer transfe-rência do domicílio eleitoral;

III  – por oito dias consecutivos, incluído o dia da ocorrência, em razãode:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro homoafetivo, pai,mãe, padrasto, madrasta, filho, irmão, enteado ou menor sob guarda ou

tutela.Art. 63. Em caso de falta ao serviço, atraso, ausência ou saída anteci-

pada, desde que devidamente justificados, é facultado à chefia imediata,atendendo a requerimento do interessado, autorizar a compensação dehorário a ser realizada até o final do mês subsequente ao da ocorrência.

§ 1º O atraso, a ausência justificada ou a saída antecipada são compu-tados por minutos, a serem convertidos em hora, dentro de cada mês.

§ 2º Apurado o tempo na forma do § 1º, são desprezados os resíduosinferiores a sessenta minutos.

§ 3º Toda compensação de horário deve ser registrada pela chefiaimediata junto ao setor de pessoal da repartição.

Art. 64. As faltas injustificadas ao serviço configuram:

I – abandono do cargo, se ocorrerem por mais de trinta dias consecuti-vos;

II – inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais de sessenta dias, in-terpoladamente, no período de doze meses.

Art. 65. Salvo na hipótese de licença ou afastamento prevista no art.17, § 2º, considera-se falta injustificada, especialmente, a que decorra de:

I  – não retorno ao exercício, no prazo fixado nesta Lei Complementar,em caso de reversão, reintegração, recondução ou aproveitamento;

II  –  não apresentação imediata para exercício no órgão, autarquia oufundação, em caso de remoção ou redistribuição;

III – interstício entre:

a) o afastamento do órgão, autarquia ou fundação de origem e o exer-cício no órgão ou entidade para o qual o servidor foi cedido ou colocado àdisposição;

b) o término da cessão ou da disposição de que trata a alínea a e o rei-nício do exercício no órgão, autarquia ou fundação de origem.

TÍTULO IVDOS DIREITOS

CAPÍTULO IDO SISTEMA REMUNERATÓRIO

Seção IDos Conceitos Gerais

Art. 66. A retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público é fixadaem lei, sob a forma de subsídio ou remuneração mensal.

§ 1º O valor diário da remuneração ou subsídio obtém-se dividindo-se ovalor da retribuição pecuniária mensal por trinta.

§ 2º O valor horário da remuneração ou subsídio obtém-se dividindo-sea retribuição pecuniária mensal pelo quíntuplo da carga horária semanal.

§ 3º Na retribuição pecuniária mensal de que tratam os §§ 1º e 2º, nãose incluem:

I – as vantagens de natureza periódica ou eventual, as de caráter inde-nizatório, o adicional noturno e o adicional por serviço extraordinário;

II – os acréscimos de que trata o art. 67, I a VII.

Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única, e a ele pode seracrescido, exclusivamente:

I – o décimo terceiro salário;

II – o adicional de férias;

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III – o auxílio-natalidade;

IV – o abono de permanência;

V – o adicional por serviço extraordinário;

VI – o adicional noturno;

VII – as vantagens de caráter indenizatório;

VIII – a remuneração ou subsídio:

a) pelo exercício de cargo em comissão ou de função de confiança, deque trata o art. 77;

b) decorrente de substituições.

Art. 68. A remuneração é constituída de parcelas e compreende:

I – os vencimentos, que se compõem:

a) do vencimento básico;

b) das vantagens permanentes relativas ao cargo;

II – as vantagens relativas às peculiaridades de trabalho;

III – as vantagens pessoais;

IV – as vantagens de natureza periódica ou eventual;V – as vantagens de caráter indenizatório.

Art. 69. Os vencimentos ou o subsídio são irredutíveis.

Art. 70. A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de cargos e fun-ções públicos da administração direta, autárquica e fundacional, incluídosos cargos preenchidos por mandato eletivo, e os proventos, as pensões ououtra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídasas vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não podem excedero subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal deJustiça do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O valor do teto de remuneração ou subsídio deve ser publicado noDiário Oficial do Distrito Federal pelo Poder Executivo sempre que se

alterar o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do DistritoFederal e Territórios.

§ 2º Excluem-se do valor do teto de remuneração o décimo terceiro sa-lário, o adiantamento de férias, o adicional de férias, o auxílio-natalidade, oauxílio pré-escolar e as vantagens de caráter indenizatório.

Seção IIDo Vencimento Básico e do Subsídio

Art. 71. O vencimento básico é fixado por padrão na tabela de remune-ração da carreira.

Art. 72. Na fixação do subsídio ou dos padrões do vencimento básico edas demais parcelas do sistema remuneratório, devem ser observados:

I  – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos car-

gos componentes de cada carreira;II – os requisitos para investidura;

III – as peculiaridades dos cargos.

Art. 73. O subsídio ou o vencimento básico inicial da carreira não podeser inferior ao salário-mínimo.

§ 1º O valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser complemen-tado, sempre que ficar abaixo do salário-mínimo.

§ 2º Sobre o valor da complementação de que trata o § 1º, devem inci-dir as parcelas da remuneração que incidem sobre o vencimento básico.

Seção III

Das VantagensArt. 74. Além do vencimento básico, podem ser pagas ao servidor, co-

mo vantagens, as seguintes parcelas remuneratórias:

I – gratificações;

II – adicionais;

III – abonos;

IV –  indenizações.

§ 1º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento, noscasos e nas condições indicados em lei.

§ 2º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou proventopara qualquer efeito.

Art. 75. As vantagens pecuniárias não são computadas, nem acumula-das, para efeito de concessão de qualquer outro acréscimo pecuniárioulterior.

Seção IVDas Vantagens Permanentes Relativas ao Cargo

Art. 76. As vantagens permanentes relativas ao cargo, criadas por lei,compreendem as gratificações e os adicionais vinculados aos cargos decarreira ou ao seu exercício.

Seção V

Das Vantagens Relativas às Peculiaridades de Trabalho

Subseção I

Da Gratificação de Função de Confiança e dos Vencimentos de Cargoem Comissão

Art. 77. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo, oservidor faz jus:

I – ao valor integral da função de confiança para a qual foi designado;

II  – a oitenta por cento dos vencimentos ou subsídio do cargo em co-missão por ele exercido, salvo disposição legal em contrário.

§ 1º As férias, o adicional de férias e o décimo terceiro salário são pa-gos proporcionalmente aos meses de efetivo exercício do servidor efetivono cargo em comissão ou função de confiança.

§ 2º O servidor efetivo pode optar pelo valor integral do cargo em co-missão, hipótese em que não pode perceber o subsídio ou a remuneraçãodo cargo efetivo.

Art. 78. O disposto no art. 77 aplica-se ao servidor ou empregado re-quisitado de qualquer órgão ou entidade dos Poderes do Distrito Federal,da União, de Estado ou Município.

Subseção IIDos Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade

Art. 79. O servidor que trabalha com habitualidade em locais insalubresou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou comrisco de vida faz jus a um adicional de insalubridade ou de periculosidade.

§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de peri-culosidade tem de optar por um deles.

§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessacom a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a suaconcessão.

Art. 80. Deve haver permanente controle da atividade de servidores emoperações ou locais considerados insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante, enquanto durar agestação e a lactação, deve exercer suas atividades em local salubre e emserviço não perigoso.

Art. 81. Na concessão dos adicionais de insalubridade ou de periculo-sidade, devem ser observadas as situações estabelecidas em legislaçãoespecífica.

Art. 82. Os locais de trabalho e os servidores que operam com raios Xou substâncias radioativas devem ser mantidos sob controle permanente,de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nívelmáximo previsto na legislação própria.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 31

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo devem sersubmetidos a exames médicos a cada seis meses.

Art. 83. O adicional de insalubridade ou de periculosidade é devido nostermos das normas legais e regulamentares pertinentes aos trabalhadoresem geral, observados os percentuais seguintes, incidentes sobre o venci-mento básico:

I – cinco, dez, ou vinte por cento, no caso de insalubridade nos grausmínimo, médio ou máximo, respectivamente;

II – dez por cento, no caso de periculosidade.§ 1º O adicional de irradiação ionizante deve ser concedido nos percen-

tuais de cinco, dez ou vinte por cento, na forma do regulamento.

§ 2º A gratificação por trabalhos com raios X ou substâncias radioativasé concedida no percentual de dez por cento.

Subseção IIIDo Adicional por Serviço ExtraordinárioArt. 84. O serviço extraordinário é remunerado com acréscimo de cin-

quenta por cento em relação ao valor da remuneração ou subsídio da horanormal de trabalho.

Subseção IVDo Adicional Noturno

Art. 85. O serviço noturno a que se refere o art. 59 é remunerado comacréscimo de vinte e cinco por cento sobre o valor da remuneração ousubsídio da hora trabalhada.

Parágrafo único. O adicional noturno incide sobre o adicional de serviçoextraordinário.

Seção VIDas Vantagens Pessoais

Subseção IDas Disposições GeraisArt. 86. Consideram-se pessoais as parcelas da remuneração que de-

pendam da situação individual de cada servidor perante a administraçãopública.

Art. 87. As vantagens pessoais, uma vez adquiridas, incorporam-se àremuneração.

Subseção IIDo Adicional por Tempo de ServiçoArt. 88. O adicional por tempo de serviço é devido à razão de um por

cento sobre o vencimento básico do cargo de provimento efetivo por ano deefetivo serviço.

Parágrafo único. O adicional de tempo de serviço é devido a partir domês em que o servidor completar o anuênio.

Subseção IIIDo Adicional de QualificaçãoArt. 89. O adicional de qualificação, instituído por lei específica, desti-

na-se a remunerar a melhoria na capacitação para o exercício do cargoefetivo.

Parágrafo único. Os conteúdos dos cursos de qualificação devemguardar pertinência com as atribuições do cargo efetivo ou da unidade delotação e exercício.

Subseção IVDas Vantagens Pessoais Nominalmente IdentificáveisArt. 90. As vantagens pessoais nominalmente identificáveis são defini-

das em lei ou reconhecidas em decisão judicial.

Parágrafo único. (V E T A D O).

Seção VIIDas Vantagens Periódicas

Subseção IDo Adicional de Férias

Art. 91. Independentemente de solicitação, é pago ao servidor, porocasião das férias, um adicional correspondente a um terço da remunera-ção ou subsídio do mês em que as férias forem iniciadas.

§ 1º No caso de o servidor efetivo exercer função de confiança ou car-go em comissão, a respectiva vantagem é considerada no cálculo do adici-onal de que trata este artigo, observada a proporcionalidade de que trata oart. 121, § 1º.

§ 2º O adicional de férias incide sobre o valor do abono pecuniário.

§ 3º A base para o cálculo do adicional de férias não pode ser superiorao teto de remuneração ou subsídio, salvo em relação ao abono pecuniário.

Subseção IIDo Décimo Terceiro Salário

Art. 92. O décimo terceiro salário, observado o disposto no art. 66, § 3º,corresponde à retribuição pecuniária do mês em que é devido, à razão deum doze avos por mês de exercício nos doze meses anteriores.

§ 1º A fração superior a quatorze dias é considerada como mês inte-gral.

§ 2º O décimo terceiro salário é devido sobre a parcela da retribuiçãopecuniária percebida por servidor efetivo pelo exercício de função de confi-ança ou cargo em comissão, observada a proporcionalidade de que trataeste artigo e o art. 121, §1º.

Art. 93. O décimo terceiro salário é pago:

I – no mês de aniversário do servidor ocupante de cargo de provimentoefetivo, incluído o requisitado da administração direta, autárquica ou funda-cional de qualquer Poder do Distrito Federal, da União, de Estado ou Muni-cípio;

II – até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano, para os servido-res não contemplados no inciso I.

§ 1º No mês de dezembro, o servidor efetivo faz jus a eventuais dife-renças entre o valor pago como décimo terceiro salário e a remuneraçãodevida nesse mês.

§ 2º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo podem alterara data de pagamento do décimo terceiro salário, desde que ele seja efeti-vado até o dia vinte de dezembro de cada ano.

Art. 94. Ao servidor demitido, exonerado ou que entre em licença semremuneração, é devido o décimo terceiro salário, proporcionalmente aosmeses de exercício, calculado sobre o subsídio ou a remuneração do mêsem que ocorrer o evento.

Parágrafo único. Se o servidor reassumir o cargo, o décimo terceiro sa-lário deve ser pago proporcionalmente aos meses de exercício após areassunção.

Art. 95. O décimo terceiro salário não pode:

I – ser considerado para cálculo de qualquer outra vantagem;

II – ser superior ao valor do teto de remuneração a que o servidor estásubmetido.

Seção VIII

Das Vantagens EventuaisSubseção IDo Auxílio-NatalidadeArt. 96. O auxílio-natalidade é devido à servidora efetiva por motivo de

nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento básicodo serviço público distrital, inclusive no caso de natimorto.

§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor deve ser acrescido de cin-quenta por cento por nascituro.

§ 2º O auxílio-natalidade deve ser pago ao cônjuge ou companheiroservidor público, quando a parturiente não for servidora pública distrital.

§ 3º O disposto neste artigo aplica-se às situações de adoção.

Subseção IIDo Auxílio-Funeral

Art. 97. O auxílio-funeral é devido à família do servidor efetivo falecidoem atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remunera-ção, subsídio ou provento.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 32

§1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio-funeral é pagosomente em razão do cargo de maior remuneração ou subsídio.

§ 2º O auxílio-funeral deve ser pago no prazo de quarenta e oito horas,por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houvercusteado o funeral.

§ 3º No caso de servidor aposentado, o auxílio-funeral é pago pelo re-gime próprio de previdência social, mediante ressarcimento dos valorespelo Tesouro do Distrito Federal.

Art. 98. O terceiro que custear o funeral tem direito de ser indenizado,não podendo a indenização superar o valor de um mês da remuneração,subsídio ou provento.

Art. 99. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local detrabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correm àconta de recursos do Distrito Federal, da autarquia ou da fundação pública.

Subseção IIIDa Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

Art. 100. A gratificação por encargo de curso ou concurso é devida aoservidor estável que, em caráter eventual:

I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou

de treinamento regularmente instituído nos Poderes Executivo ou Legislati-vo;

II – participar de banca examinadora ou de comissão de concurso para:

a) exames orais;

b) análise de currículo;

c) correção de provas discursivas;

d) elaboração de questões de provas;

e) julgamento de recursos interpostos por candidatos;

III  – participar da logística de preparação e de realização de concursopúblico envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão,execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem

incluídas entre as suas atribuições permanentes;

IV – participar da aplicação de provas de concurso público, fiscalizá-laou avaliá-la, bem como supervisionar essas atividades.

§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação para as ativi-dades de que trata este artigo são fixados em regulamento, observados osseguintes parâmetros:

I – o valor da gratificação deve ser calculado em horas, observadas anatureza e a complexidade da atividade exercida;

II  –  o período de trabalho nas atividades de que trata este artigo nãopode exceder a cento e vinte horas anuais ou, quando devidamente justifi-cado e previamente autorizado pela autoridade máxima do órgão, autarquiaou fundação, a duzentas e quarenta horas anuais;

III  –  o valor máximo da hora trabalhada corresponde aos seguintespercentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da tabela deremuneração ou subsídio do servidor:

a) dois inteiros e dois décimos por cento, em se tratando de atividadesprevistas nos incisos I e II do caput;

b) um inteiro e dois décimos por cento, em se tratando de atividadeprevista nos incisos III e IV do caput.

§ 2º A gratificação por encargo de curso ou concurso somente pode serpaga se as atividades referidas nos incisos do caput forem exercidas semprejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendoimplicar compensação de horário quando desempenhadas durante a jorna-da de trabalho, na forma do art. 61, § 2º.

§ 3º A gratificação por encargo de curso ou concurso não se incorporaà remuneração do servidor para qualquer efeito e não pode ser utilizadacomo base para cálculo de qualquer outra vantagem, nem para fins decálculo dos proventos de aposentadoria ou das pensões.

Seção IXDas Vantagens de Caráter Indenizatório

Subseção IDas Disposições Gerais

Art. 101. Tem caráter indenizatório o valor das parcelas relativas a:

I – diária e passagem para viagem;

II – transporte;

III – alimentação;

IV – creche ou escola;

V – fardamento;

VI – conversão de férias ou de parte delas em pecúnia;

VII – abono de permanência;

VIII  –  créditos decorrentes de demissão, exoneração e aposentadoria,ou relativos a férias, adicional de férias ou conversão de licença-prêmio empecúnia.

Art. 102. Os valores das indenizações, assim como as condições paraa sua concessão, são estabelecidos em lei ou regulamento, observadas as

disposições dos artigos seguintes.Art. 103. O valor das indenizações não pode ser:

I – incorporado à remuneração ou ao subsídio;

II  – computado na base de cálculo para fins de incidência de impostode renda ou de contribuição para a previdência social, ressalvadas asdisposições em contrário na legislação federal;

III – computado para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.

Subseção IIDa Diária e da Passagem

Art. 104. O servidor que, a serviço, se afastar do Distrito Federal em ca-ráter eventual ou transitório faz jus a passagem e diária, para cobrir as

despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana.§ 1º A diária é concedida por dia de afastamento, sendo devida pela

metade quando o deslocamento não exigir pernoite.

§ 2º Nos casos em que o afastamento do Distrito Federal constituir exi-gência permanente do cargo, o servidor não faz jus a diária.

Art. 105. O servidor que receber diária ou passagem e não se afastardo Distrito Federal, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las inte-gralmente, no prazo de setenta e duas horas, contadas da data em quedeveria ter viajado.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazomenor do que o previsto para o seu afastamento, tem de restituir, no prazoprevisto neste artigo, as diárias recebidas em excesso.

Subseção IIIDa Indenização de Transporte

Art. 106. O servidor que realiza despesas com a utilização de meiopróprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força dasatribuições próprias do cargo, faz jus à indenização de transporte, na formado regulamento.

Subseção IVDo Auxílio-Transporte

Art. 107. Ao servidor é devido auxílio-transporte, a ser pago em pecú-nia ou em vale-transporte, destinado ao custeio parcial das despesasrealizadas com transporte coletivo, inclusive interestadual, no início e no fimda jornada de trabalho, relacionadas com o deslocamento da residência

para o trabalho e vice-versa.§ 1º O auxílio-transporte não pode ser computado para cálculo de

qualquer outra vantagem pecuniária.

§ 2º O auxílio-transporte não é devido:

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 33

I  –  quando o órgão, autarquia ou fundação proporcionar, por meiospróprios ou por meio de terceiros contratados, o transporte do servidor parao trabalho e vice-versa;

II – durante as férias, licenças, afastamentos ou ausências ao serviço,exceto nos casos de:

a) cessão do servidor para órgão da administração direta, autárquicaou fundacional do Distrito Federal, cujo ônus da remuneração recaia sobreo órgão cedente;

b) participação em programa de treinamento regularmente instituído;

c) participação em júri e outros serviços obrigatórios por lei;

III – quando a despesa mensal com transporte coletivo for igual ou infe-rior ao valor resultante da aplicação do percentual de que trata o art. 108;

IV  –  cumulativamente com outro benefício ou vantagem de naturezaigual ou semelhante ou com vantagem pessoal originária de qualquer formade indenização ou auxílio pago sob o mesmo título ou idêntico fundamento,salvo nos casos de:

a) acumulação lícita de cargos públicos;

b) servidor que exerça suas atribuições em mais de uma unidade ad-ministrativa do órgão ou entidade a que esteja vinculado, aqui compreendi-

dos os estabelecimentos públicos de ensino e saúde do Distrito Federal.§ 3º É facultado ao servidor optar pela percepção do auxílio referente

ao deslocamento:

I – da repartição pública para outro local de trabalho ou vice-versa;

II – do trabalho para instituição de ensino onde esteja regulamente ma-triculado ou vice-versa.

Art. 108. O valor mensal do auxílio-transporte corresponde ao montantedas despesas realizadas com transporte coletivo, nos termos do art. 107,subtraído o montante de seis por cento incidente exclusivamente sobre:

I – subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo ocupado pelo servi-dor;

II  –  retribuição pecuniária de cargo em comissão, quando se tratar deservidor não detentor de cargo efetivo.

Art. 109. O pagamento do auxílio-transporte, em pecúnia ou em vale-transporte, deve ser efetuado no mês anterior ao da utilização de transportecoletivo, salvo nas seguintes hipóteses, quando pode ser feito até o mêsimediatamente subsequente:

I – efetivo exercício no cargo em razão de primeira investidura ou reiní-cio do exercício decorrente de licença ou afastamento previstos em lei;

II  – modificação no valor da tarifa do transporte coletivo, no endereçoresidencial, no local de trabalho, no trajeto ou no meio de transporte utiliza-do, quando passa a ser devida a complementação correspondente;

III – mudança de exercício financeiro.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no art. 119, § 2º, no caso de pa-gamento indevido do auxílio-transporte.

Art. 110. A concessão do auxílio-transporte fica condicionada à apre-sentação de declaração, firmada pelo próprio servidor, de que realizadespesas com transporte coletivo, nos termos do art. 107.

§ 1º O servidor deve manter atualizados os dados cadastrais que fun-damentam a concessão do auxílio-transporte.

§ 2º Sem prejuízo da fiscalização da administração pública e de even-tual responsabilidade administrativa, civil ou penal, presumem-se verdadei-ras as informações constantes da declaração prestada pelo servidor.

Subseção V

Do Auxílio-AlimentaçãoArt. 111. É devido ao servidor, mensalmente, o auxílio-alimentação,com o valor fixado na forma da lei.

Art. 112. O auxílio-alimentação sujeita-se aos seguintes critérios:

I – o pagamento é feito em pecúnia, sem contrapartida;

II  –  não pode ser acumulado com outro benefício da mesma espécie,ainda que pago in natura;

III – depende de requerimento do servidor interessado, no qual declarenão receber o mesmo benefício em outro órgão ou entidade;

IV  –  o seu valor deve ser atualizado anualmente pelo mesmo índiceque atualizar os valores expressos em moeda corrente na legislação doDistrito Federal;

V – não é devido ao servidor em caso de:a) licença ou afastamento sem remuneração;

b) licença por motivo de doença em pessoa da família;

c) afastamento para estudo ou missão no exterior;

d) suspensão em virtude de pena disciplinar;

e) falta injustificada e não compensada.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no art. 119, § 2º, ao caso de pa-gamento indevido do auxílio-alimentação.

Subseção VIDo Abono PecuniárioArt. 113. A conversão de um terço das férias em abono pecuniário de-

pende de autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativaou do Presidente do Tribunal de Contas.

§ 1º Sobre o valor do abono pecuniário, incide o adicional de férias.

§ 2º A base para o cálculo do abono pecuniário não pode ser superiorao teto de remuneração ou subsídio.

Subseção VIIDo Abono de PermanênciaArt. 114. O servidor que permanecer em atividade após ter completado

as exigências para aposentadoria voluntária faz jus a um abono de perma-nência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária, na forma enas condições previstas na Constituição Federal.

Seção X

Das Disposições GeraisArt. 115. Se não for feita a compensação de horário de que trata o art.63, o servidor perde:

I  – a remuneração ou subsídio dos dias em que faltar ao serviço, semmotivo justificado;

II  –  a parcela da remuneração ou subsídio diário, proporcional aosatrasos, ausências injustificadas e saídas antecipadas.

Art. 116. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum des-conto pode incidir sobre a remuneração ou subsídio.

§ 1º Mediante autorização do servidor e a critério da administração pú-blica, pode haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros,com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

§ 2º A soma das consignações de que trata o § 1º não pode exceder atrinta por cento da remuneração ou subsídio do servidor.

§ 3º A consignação em folha de pagamento não traz nenhuma respon-sabilidade para a administração pública, salvo a de repassar ao terceiro ovalor descontado do servidor.

Art. 117. O subsídio, a remuneração ou qualquer de suas parcelas temnatureza alimentar e não é objeto de arresto, sequestro ou penhora, excetonos casos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.

Parágrafo único. O crédito em conta bancária não descaracteriza a na-tureza jurídica do subsídio ou remuneração.

Art. 118. A quitação da folha de pagamento é feita até o quinto dia útildo mês subsequente.

Parágrafo único. No caso de erro desfavorável ao servidor no proces-samento da folha de pagamento, a quitação do débito deve ser feita noprazo de até setenta e duas horas, contados da data de que trata esteartigo.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 34

Art. 119. As reposições e indenizações ao erário devem ser comunica-das ao servidor para pagamento no prazo de até dez dias, podendo, a seupedido, ser descontadas da remuneração ou subsídio.

§ 1º O desconto deve ser feito:

I – em parcela única, se de valor igual ou inferior à décima parte da re-muneração ou subsídio;

II – em parcelas mensais iguais à décima parte do subsídio ou remune-

ração, devendo o resíduo constituir-se como última parcela.§ 2º No caso de erro no processamento da folha de pagamento, o valor

indevidamente recebido deve ser devolvido pelo servidor em parcela únicano prazo de setenta e duas horas, contados da data em que o servidor foicomunicado.

Art. 120. O pagamento efetuado pela administração pública em desa-cordo com a legislação não aproveita ao servidor beneficiado, ainda que elenão tenha dado causa ao erro.

Parágrafo único. É vedado exigir reposição de valor em virtude de apli-cação retroativa de nova interpretação da norma de regência.

Art. 121. Em caso de demissão, exoneração, aposentadoria ou qual-quer licença ou afastamento sem remuneração, o servidor tem direito de

receber os créditos a que faz jus até a data do evento.§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, aos casos de dispensa

da função de confiança ou exoneração de cargo em comissão, quando:

I – seguidas de nova dispensa ou nomeação;

II – se tratar de servidor efetivo, hipótese em que faz jus à percepçãodos créditos daí decorrentes, inclusive o décimo terceiro salário e as férias,na proporção prevista nesta Lei Complementar.

§ 2º Nas hipóteses deste artigo, havendo débito do servidor com o erá-rio, tem ele de ser deduzido integralmente dos créditos que tenha ou venhaa ter em virtude do cargo ocupado.

§ 3º Sendo insuficientes os créditos, o débito não deduzido tem de serquitado no prazo de sessenta dias.

§ 4º O débito não quitado na forma dos §§ 2º e 3º deve ser descontadode qualquer valor que o devedor tenha ou venha a ter como crédito junto aoDistrito Federal, inclusive remuneração ou subsídio de qualquer cargopúblico, função de confiança, proventos de aposentadoria ou pensão,observado o disposto no art. 119.

§ 5º A não quitação do débito no prazo previsto implica sua inscriçãona dívida ativa.

§ 6º Os créditos a que o ex-servidor faz jus devem ser quitados no pra-zo de até sessenta dias, salvo nos casos de insuficiência de dotação orça-mentária, observado o regulamento.

Art. 122. Em caso de falecimento do servidor e após a apuração dosvalores e dos procedimentos de que trata o art. 121, o saldo remanescente

deve ser:I – pago aos beneficiários da pensão e, na falta destes, aos sucessores

 judicialmente habilitados;

II – cobrado na forma da lei civil, se negativo.

Art. 123. O débito do servidor com o erário ou o crédito que venha a serreconhecido administrativa ou judicialmente deve:

I  –  ser atualizado pelo mesmo índice que atualizar os valores expres-sos em moeda corrente na legislação do Distrito Federal;

II – sofrer compensação de mora, na forma da legislação vigente.

Art. 124. É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casosprevistos em lei.

CAPÍTULO IIDAS FÉRIAS

Art. 125. A cada período de doze meses de exercício, o servidor faz jusa trinta dias de férias.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exigidos doze me-ses de efetivo exercício.

§ 2º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de férias coletivas, hi-pótese em que as primeiras férias são proporcionais ao efetivo exercício.

§ 3º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 4º As férias podem ser acumuladas por até dois períodos, no caso denecessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses previstas em legislação

específica.§ 5º Mediante requerimento do servidor e no interesse da administra-

ção pública, as férias podem ser parceladas em até três períodos, nenhumdeles inferior a dez dias.

Art. 126. Até dois dias antes de as férias serem iniciadas, devem serpagos ao servidor:

I – o adicional de férias;

II – o abono pecuniário, se deferido;

III  –  o adiantamento de parcela correspondente a quarenta por centodo valor líquido do subsídio ou remuneração, desde que requerido.

Parágrafo único. O adiantamento de que trata o inciso III é descontado

do subsídio ou remuneração do servidor em quatro parcelas mensais esucessivas de idêntico valor.

Art. 127. O servidor que opera direta e permanentemente com raios Xou substâncias radioativas tem de gozar vinte dias consecutivos de férias,por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese aacumulação.

Parágrafo único. O servidor referido neste artigo não faz jus ao abonopecuniário.

Art. 128. As férias somente podem ser suspensas por motivo de cala-midade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar oueleitoral ou por necessidade do serviço.

Parágrafo único. A suspensão das férias depende de:

I  – portaria do Secretário de Estado ou autoridade equivalente, no Po-

der Executivo;II – ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas,

nos respectivos órgãos.

Art. 129. Em caso de demissão, destituição de cargo em comissão,exoneração ou aposentadoria, as férias não gozadas são indenizadas pelovalor da remuneração ou subsídio devido no mês da ocorrência do evento,acrescido do adicional de férias.

§ 1º O período de férias incompleto é indenizado na proporção de umdoze avos por mês de efetivo exercício.

§ 2º Para os efeitos do § 1º, a fração superior a quatorze dias é consi-derada como mês integral.

CAPÍTULO IIIDAS LICENÇASSeção IDas Disposições GeraisArt. 130. Além do abono de ponto, o servidor faz jus a licença:I – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

II – por motivo de doença em pessoa da família;

III – para o serviço militar;

IV – para atividade política;

V – prêmio por assiduidade;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para desempenho de mandato classista;VIII – paternidade;

IX – maternidade;

X – médica ou odontológica.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 35

Parágrafo único. A concessão da licença-maternidade sujeita-se àsnormas do regime de previdência social a que a servidora se encontrafiliada.

Art. 131. A licença concedida dentro de sessenta dias do término deoutra da mesma espécie é considerada como prorrogação.

Art. 132. Ao término das licenças previstas no art. 130, II a X, o servidortem o direito de retornar à mesma lotação, com a mesma jornada de traba-lho de antes do início da licença, desde que uma ou outra não tenha sofrido

alteração normativa.Seção IIDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Companheiro

Art. 133. Pode ser concedida licença ao servidor estável para acompa-nhar cônjuge ou companheiro que for deslocado para:

I – trabalhar em localidade situada fora da Região Integrada de Desen-volvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno – RIDE;

II – exercer mandato eletivo em Estado ou Município não compreendi-do na RIDE.

§ 1º A licença é por prazo de até cinco anos e sem remuneração ousubsídio.

§ 2º A manutenção do vínculo conjugal deve ser comprovada anual-mente, sob pena de cancelamento da licença.

§ 3º (V E T A D O).

Seção IIIDa Licença por Motivo de Doença em Pessoa da FamíliaArt. 134. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença

em pessoa da família, mediante comprovação por junta médica oficial. novaredação dada ao caput do artigo 134 pel LEI COMPLEMENTAR Nº 862, DE25/03/2013 - DODF DE 26/03/2013.

Art. 134. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doençado cônjuge ou companheiro, padrasto ou madrasta, ascendente, descen-dente, enteado e colateral consanguíneo ou afim até o segundo grau civil,mediante comprovação por junta médica oficial.

§ 1º A licença somente pode ser deferida se a assistência direta doservidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com oexercício do cargo.

§ 2º A licença é concedida sem prejuízo da remuneração ou subsídiodo cargo efetivo.

§ 3º Nenhum período de licença pode ser superior a trinta dias, e o so-matório dos períodos não pode ultrapassar cento e oitenta dias por ano,iniciando-se a contagem com a primeira licença.

§ 4º Comprovada por junta médica oficial a necessidade de licença porperíodo superior a cento e oitenta dias, a licença é sem remuneração ousubsídio, observado o prazo inicial previsto no § 3º.

Art. 135. É vedado o exercício de atividade remunerada durante o usu-fruto da licença prevista no art. 134.

Parágrafo único. São considerados como faltas injustificadas ao servi-ço, para todos os efeitos legais, os dias em que for constatado, em proces-so disciplinar, o exercício de atividade remunerada durante a licença previs-ta no art. 134, ainda que a licença se tenha dado sem remuneração ousubsídio.

Seção IVDa Licença para o Serviço MilitarArt. 136. Ao servidor convocado para o serviço militar é concedida li-

cença, na forma e nas condições previstas na legislação específica.

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor tem até trintadias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Seção VDa Licença para Atividade Política

Art. 137. O servidor tem direito a licença para atividade política nos pe-ríodos compreendidos entre:

I  –  a data de sua escolha em convenção partidária como candidato acargo eletivo e a véspera do registro da candidatura perante a JustiçaEleitoral;

II  – o registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral e até dez diasapós a data da eleição para a qual concorre.

§ 1º No caso do inciso I, a licença é sem remuneração ou subsídio; nocaso do inciso II, é com remuneração ou subsídio.

§ 2º Negado o registro ou havendo desistência da candidatura, o servi-dor tem de reassumir o cargo imediatamente.

§ 3º O servidor candidato a cargo eletivo que exerça cargo em comis-são ou função de confiança dele deve ser exonerado ou dispensado, ob-servados os prazos da legislação eleitoral.

Art. 138. O servidor efetivo que pretenda ser candidato deve ficar afas-tado de suas atribuições habituais, quando assim o exigir a legislaçãoeleitoral.

§ 1º Ao servidor afastado na forma deste artigo, sem prejuízo da remu-neração ou subsídio, devem ser cometidas atribuições compatíveis comseu cargo e a legislação eleitoral.

§ 2º O afastamento de que trata o § 1º encerra-se na data da conven-

ção partidária, aplicando-se a partir daí o disposto no art. 137, I e II.Seção VIDa Licença-Prêmio por AssiduidadeArt. 139. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o servidor efe-

tivo faz jus a três meses de licença-prêmio por assiduidade, sem prejuízoda remuneração ou subsídio do cargo efetivo.

Art. 140. A contagem do prazo para aquisição da licença-prêmio é inter-rompida quando o servidor, durante o período aquisitivo:

I – sofrer sanção disciplinar de suspensão;

II – licenciar-se ou afastar-se do cargo sem remuneração.

Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retardam a conces-são da licença prevista neste artigo, na proporção de um mês para cada

falta.Art. 141. O número de servidores em gozo simultâneo de licença-

prêmio não pode ser superior a um terço da lotação da respectiva unidadeadministrativa do órgão, autarquia ou fundação.

Art. 142. Os períodos de licença-prêmio adquiridos e não gozados sãoconvertidos em pecúnia, quando o servidor for aposentado.

Parágrafo único. Em caso de falecimento do servidor, a conversão empecúnia de que trata este artigo é paga aos beneficiários da pensão ou, nãoos havendo, aos sucessores judicialmente habilitados.

Art. 143. Fica assegurado às servidoras públicas o direito de iniciar afruição de licença-prêmio por assiduidade logo após o término da licença-maternidade.

Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo aplica-se à licença-prêmio por assiduidade cujo período de aquisição for completado até dezdias antes do término da licença-maternidade.

Seção VIIDa Licença para Tratar de Interesses ParticularesArt. 144. A critério da administração pública, pode ser concedida ao

servidor estável licença para tratar de assuntos particulares, pelo prazo deaté três anos consecutivos, sem remuneração, desde que:

I – não possua débito com o erário relacionado com sua situação funci-onal;

II – não se encontre respondendo a processo disciplinar.

§ 1º A licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido doservidor ou a critério da administração.

§ 2º O servidor não pode exercer cargo ou emprego público inacumulá-vel durante a licença de que trata este artigo.

§ 3º A licença pode ser prorrogada por igual período, uma única vez.

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Seção VIIIDa Licença para o Desempenho de Mandato ClassistaArt. 145. Fica assegurado ao servidor estável o direito a licença para o

desempenho de mandato em central sindical, confederação, federação ousindicato representativos de servidores do Distrito Federal, regularmenteregistrados no órgão competente.

§ 1º A licença prevista neste artigo é considerada como efetivo exercí-cio.

§ 2º A remuneração ou subsídio do servidor licenciado na forma desteartigo e os encargos sociais decorrentes são pagos pelo órgão ou entidadede lotação do servidor.

Art. 146. A licença de servidor para sindicato representativo de catego-ria de servidores civis do Distrito Federal é feita da forma seguinte:

I – o servidor tem de ser eleito dirigente sindical pela categoria;

II – cada sindicato tem direito à licença de:

a) dois dirigentes, desde que tenha, no mínimo, trezentos servidores fi-liados;

b) um dirigente para cada grupo de dois mil servidores filiados, alémdos dirigentes previstos na alínea a, até o limite de dez dirigentes.

Parágrafo único. Para cada dois dirigentes sindicais licenciados na for-ma deste artigo, observado o regulamento, pode ser licenciado mais um,devendo o sindicato ressarcir ao órgão ou entidade o valor total despendidocom remuneração ou subsídio, acrescido dos encargos sociais e provisõespara férias, adicional de férias, décimo terceiro salário e conversão delicença-prêmio em pecúnia.

Art. 147. Para o desempenho de mandato em central sindical, confede-ração ou federação, pode ser licenciado um servidor para cada grupo devinte e cinco mil associados por instituição.

§ 1º O grupo de servidores referido no caput é aferido pelo número deservidores associados aos sindicatos filiados a cada instituição de que trataeste artigo.

§ 2º O servidor deve ser eleito dirigente pela categoria.

Art. 148. A licença tem duração igual à do mandato, podendo ser pror-rogada no caso de reeleição.

Art. 149. O servidor investido em mandato classista, durante o mandatoe até um ano após o seu término, não pode ser removido ou redistribuídode ofício para unidade administrativa diversa daquela de onde se afastoupara exercer o mandato.

Seção IXDa Licença-PaternidadeArt. 150. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor tem direito a

licença-paternidade de sete dias consecutivos, incluído o dia da ocorrência.

Seção XDo Abono de PontoArt. 151. O servidor que não tiver falta injustificada no ano anterior faz

 jus ao abono de ponto de cinco dias.

§ 1º Para aquisição do direito ao abono de ponto, é necessário que oservidor tenha estado em efetivo exercício de 1º de janeiro a 31 de dezem-bro do ano aquisitivo.

§ 2º O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se em 31 de de-zembro do ano seguinte ao do ano aquisitivo.

§ 3º O gozo do abono de ponto pode ser em dias intercalados.

§ 4º O número de servidores em gozo de abono de ponto não pode sersuperior a um quinto da lotação da respectiva unidade administrativa doórgão, autarquia ou fundação.

§ 5º Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do período aquisitivo, oservidor faz jus a um dia de abono de ponto por bimestre de efetivo exercí-cio, até o limite de cinco dias.

CAPÍTULO IVDOS AFASTAMENTOS

Seção IDo Afastamento para Servir em Outro Órgão ou Entidade

Subseção IDo Exercício em Outro Cargo

Art. 152. Desde que não haja prejuízo para o serviço, o servidor efetivopode ser cedido a outro órgão ou entidade dos Poderes do Distrito Federal,da União, dos Estados ou dos Municípios, para o exercício de:

I – emprego ou cargo em comissão ou função de confiança, cuja remu-neração ou subsídio seja superior a:

a) um décimo do subsídio de Secretário de Estado no caso do DistritoFederal;

b) um quinto do subsídio de Secretário de Estado nos demais casos;

II – cargos integrantes da Governadoria ou Vice-Governadoria do Distri-to Federal ou da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional daPresidência da República;

III – cargo em comissão ou função de confiança em gabinete de Depu-tado Federal ou Senador da República integrante da bancada do DistritoFederal;

IV  – cargo em comissão ou função de confiança de Secretário Munici-

pal nos Municípios que constituem a RIDE;V  –  cargo em comissão ou função de confiança, nas áreas correlatas

da União, de servidores das áreas de saúde, educação ou segurançapública.

§ 1º À cessão de servidor do Poder Executivo para órgão do Poder Le-gislativo aplica-se o seguinte:

I  – no caso da Câmara Legislativa, podem ser cedidos até cinco servi-dores por Gabinete Parlamentar;

II – no caso do Congresso Nacional, podem ser cedidos até dois servi-dores por gabinete de Deputado Federal ou Senador da República eleitopelo Distrito Federal.

§ 2º A cessão de servidor é autorizada pelo:I – Governador, no Poder Executivo;

II – Presidente da Câmara Legislativa;

III – Presidente do Tribunal de Contas.

§ 3º Em caráter excepcional, pode ser autorizada cessão e requisiçãofora das hipóteses previstas neste artigo e no art. 154.

§ 4º O servidor tem garantidos todos os direitos referentes ao exercíciodo cargo efetivo durante o período em que estiver cedido.

Art. 153. A cessão termina com a:

I  –  exoneração do cargo para o qual o servidor foi cedido, salvo sehouver nova nomeação na mesma data;

II – revogação pela autoridade cedente.

Parágrafo único. Terminada a cessão, o servidor tem de apresentar-seao órgão, autarquia ou fundação de origem até o dia seguinte ao da exone-ração ou da revogação, independentemente de comunicação entre o cessi-onário e o cedente.

Art. 154. O ônus da cessão é do órgão ou entidade cessionária.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo, passando o ônuspara o órgão, autarquia ou fundação cedente, a cessão para exercício decargo:

I – previsto no art. 152, II a V e § 1º;

II – em comissão da administração direta, autárquica ou fundacional de

qualquer dos Poderes do Distrito Federal.Art. 155. Na cessão com ônus para o cessionário, são ressarcidos ao

órgão cedente os valores da remuneração ou subsídio, acrescidos dosencargos sociais e das provisões para férias, adicional de férias, décimoterceiro salário e licença-prêmio por assiduidade.

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§ 1º O órgão ou entidade cedente tem de apresentar ao cessionário,mensalmente, a fatura com os valores discriminados por parcelas remune-ratórias, encargos sociais e provisões.

§ 2º Havendo atrasos superiores a sessenta dias no ressarcimento, acessão tem de ser revogada, devendo o servidor reapresentar-se ao seuórgão, autarquia ou fundação de origem.

§ 3º Fica autorizada a compensação de valores, quando o Distrito Fe-deral for cedente e cessionário de servidores.

Art. 156. O servidor, quando no exercício de cargo em comissão oufunção de confiança, fica afastado das atribuições do seu cargo de provi-mento efetivo.

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao servidor que acumular licita-mente dois cargos efetivos.

§ 2º No caso do § 1º, a remuneração do segundo cargo efetivo depen-de da contraprestação de serviço e da compatibilidade de horário com ocargo em comissão ou função de confiança.

§ 3º A contraprestação de serviço e a compatibilidade de horário com ocargo em comissão ou função de confiança de que trata o § 2º devem serdeclaradas pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvi-dos.

§ 4º Independentemente da contraprestação do serviço, se a soma dashoras de trabalho dos cargos em regime de acumulação não superar qua-renta e quatro horas semanais, o servidor afastado na forma deste artigofaz jus à remuneração ou subsídio dos dois cargos efetivos, salvo no casoda opção de que trata o art. 77, § 2º.

Subseção IIDo Exercício em Outro Órgão

Art. 157. O servidor estável, sem prejuízo da remuneração ou subsídioe dos demais direitos relativos ao cargo efetivo, pode ser colocado à dispo-sição de outro órgão ou entidade para o exercício de atribuições específi-cas, nos seguintes casos:

I – interesse do serviço;

II – deficiência de pessoal em órgão, autarquia ou fundação sem qua-dro próprio de servidores de carreira;

III – requisição da Presidência da República;

IV  –  requisição do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal RegionalEleitoral do Distrito Federal.

§ 1º O interesse do serviço caracteriza-se quando o remanejamento depessoal se destina a:

I  –  lotar pessoal de órgão ou unidade orgânica reestruturado ou comexcesso de pessoal;

II – promover o ajustamento de pessoal às necessidades dos serviçospara garantir o desempenho das atividades do órgão cessionário;

III – viabilizar a execução de projetos ou ações com fim determinado eprazo certo.

§ 2º No caso dos incisos I e II do caput, o afastamento do cargo efetivorestringe-se ao âmbito do mesmo Poder e só pode ser para fim determina-do e a prazo certo.

Seção IIDo Afastamento para Exercício de Mandato EletivoArt. 158. Ao servidor efetivo investido em mandato eletivo aplicam-se

as seguintes disposições:

I  –  tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, fica afastadodo cargo;

II – investido no mandato de prefeito, fica afastado do cargo, sendo-lhefacultado optar pela remuneração do cargo efetivo;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, percebe as vantagens de seucargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, é afastado do cargo, sen-do-lhe facultado optar pela remuneração do cargo efetivo.

§ 1º O servidor de que trata este artigo, durante o mandato e até umano após o seu término, não pode ser removido ou redistribuído de ofíciopara unidade administrativa diversa daquela de onde se afastou paraexercer o mandato.

§ 2º O servidor tem garantidos todos os direitos referentes ao exercíciodo cargo efetivo durante o período em que estiver em cargo eletivo.

Seção IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 159. Mediante autorização do Governador, do Presidente da Câ-mara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas, o servidor estávelpode ausentar-se do Distrito Federal ou do País para:

I  – estudo ou missão oficial, com a remuneração ou subsídio do cargoefetivo;

II  –  serviço sem remuneração em organismo internacional de que oBrasil participe ou com o qual coopere.

§ 1º A ausência não pode exceder a quatro anos, nem pode ser conce-dida nova licença antes de decorrido igual período.

§ 2º Em caso de exoneração, demissão, aposentadoria voluntária, li-cença para tratar de interesse particular ou vacância em razão de posse emoutro cargo inacumulável antes de decorrido período igual ao do afasta-mento, o servidor beneficiado pelo disposto no inciso I tem de ressarcirproporcionalmente a despesa, incluída a remuneração ou o subsídio e osencargos sociais, havida com seu afastamento e durante ele.

Seção IVDo Afastamento para Participar de Competição Desportiva

Art. 160. Mediante autorização do Governador, do Presidente da Câ-mara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas, pode ser autori-zado o afastamento remunerado do servidor estável:

I – para participar de competição desportiva nacional para a qual tenhasido previamente selecionado;

II  –  quando convocado para integrar representação desportiva nacio-nal, no País ou no exterior.

Parágrafo único. O afastamento de que trata este artigo é pelo prazoda competição e gera como única despesa para o órgão, autarquia oufundação a prevista no caput.

Seção VDo Afastamento para Participar de Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu

Art. 161. O servidor estável pode, no interesse da administração públi-ca, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com oexercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se doexercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração ou subsídio, paraparticipar de programa de pós-graduação stricto sensu em instituição deensino superior, no País ou no exterior.

§ 1º O titular do órgão, autarquia ou fundação deve definir os progra-mas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação de que trata este artigo, com ou sem afastamento do servidor,observado o regulamento.

§ 2º O afastamento para realização de programas de mestrado, douto-rado ou pós-doutorado somente pode ser concedido ao servidor estávelque esteja em efetivo exercício no respectivo órgão, autarquia ou fundaçãohá pelo menos:

I – três anos consecutivos para mestrado;

II – quatro anos consecutivos para doutorado ou pós-doutorado.

§ 3º É vedado autorizar novo afastamento:

I – para curso do mesmo nível;

II – antes de decorrido prazo igual ao de afastamento já concedido.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 38

§ 4º O servidor beneficiado pelos afastamentos previstos nos §§ 1º, 2ºe 3º tem de:

I  –  apresentar o título ou grau obtido com o curso que justificou seuafastamento;

II – compartilhar com os demais servidores de seu órgão, autarquia oufundação os conhecimentos adquiridos no curso;

III – permanecer no efetivo exercício de suas atribuições após o seu re-

torno por um período igual ao do afastamento concedido.§ 5º O servidor beneficiado pelo disposto neste artigo tem de ressarcir

a despesa havida com seu afastamento, incluídos a remuneração ou osubsídio e os encargos sociais, da forma seguinte:

I – proporcional, em caso de exoneração, demissão, aposentadoria vo-luntária, licença para tratar de interesse particular ou vacância em razão deposse em outro cargo inacumulável, antes de decorrido período igual ao doafastamento;

II  –  integral, em caso de não obtenção do título ou grau que justificouseu afastamento, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de casofortuito.

Seção VI

Do Afastamento para Frequência em Curso de FormaçãoArt. 162. O servidor pode afastar-se do cargo ocupado para participarde curso de formação previsto como etapa de concurso público, desde quehaja:

I – expressa previsão do curso no edital do concurso;

II – incompatibilidade entre os horários das aulas e os da repartição.

§ 1º Havendo incompatibilidade entre os horários das aulas e os da re-partição, o servidor fica afastado:

I – com remuneração ou subsídio, nos casos de curso de formação pa-ra cargo efetivo de órgão, autarquia ou fundação dos Poderes Legislativoou Executivo do Distrito Federal;

II – sem remuneração, nos casos de curso de formação para cargo não

contemplado no inciso I deste parágrafo.§ 2º O servidor pode optar por eventual ajuda financeira paga em razão

do curso de formação, vedada a percepção da remuneração prevista no §1º, I.

CAPÍTULO VDO TEMPO DE SERVIÇO E DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Seção IDo Tempo de ServiçoArt. 163. Salvo disposição legal em contrário, é contado para todos os

efeitos o tempo de serviço público remunerado, prestado a órgão, autarquiaou fundação dos Poderes Executivo e Legislativo do Distrito Federal.

§ 1º A contagem do tempo de serviço é feita em dias, que são converti-

dos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cincodias.

§ 2º É vedado proceder:

I  –  ao arredondamento de dias faltantes para complementar período,ressalvados os casos previstos nesta Lei Complementar;

II – a qualquer forma de contagem de tempo de serviço fictício;

III – à contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitan-temente:

a) em diferentes cargos do serviço público;

b) em cargo do serviço público e em emprego na administração indiretaou na iniciativa privada;

IV – à contagem do tempo de serviço já computado:

a) em órgão ou entidade em que o servidor acumule cargo público;

b) para concessão de aposentadoria em qualquer regime de previdên-cia social pelo qual o servidor receba proventos.

Art. 164. Salvo disposição legal em contrário, não são contados comotempo de serviço:

I  – a falta injustificada ao serviço e a não compensada na forma destaLei Complementar;

II – o período em que o servidor estiver:

a) licenciado ou afastado sem remuneração;

b) cumprindo sanção disciplinar de suspensão;

III – o período decorrido entre:

a) a exoneração e o exercício em outro cargo de provimento efetivo;

b) a concessão de aposentadoria voluntária e a reversão;

c) a data de publicação do ato de reversão, reintegração, reconduçãoou aproveitamento e o retorno ao exercício do cargo.

Art. 165. São considerados como efetivo exercício:I – as férias;

II – as ausências previstas no art. 62;

III – a licença:

a) maternidade ou paternidade;

b) médica ou odontológica;

c) prêmio por assiduidade;

d) para o serviço militar obrigatório;

IV – o abono de ponto;

V – o afastamento para:

a) exercício em outro órgão ou entidade, inclusive em cargo em comis-são ou função de confiança, de qualquer dos Poderes do Distrito Federal,União, Estado ou Município;

b) estudo ou missão no exterior, com remuneração;

c) participação em competição desportiva;d) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou

em programa de pós-graduação stricto sensu;

e) (V E T A D O).

VI – o afastamento em virtude de auxílio-doença previsto na legislaçãoprevidenciária;

VII – o período entre a demissão e a data de publicação do ato de rein-tegração;

VIII – a participação em tribunal do júri ou outros serviços obrigatóriospor lei.

Parágrafo único. A licença para o desempenho de mandato classista

ou o afastamento para exercer mandato eletivo federal, estadual, distrital oumunicipal são considerados como efetivo exercício.

Art. 166. Conta-se para efeito de disponibilidade:I – o tempo de serviço prestado a Município, Estado ou União, inclusive

o prestado ao Tribunal de Justiça, Ministério Público ou Defensoria Públicado Distrito Federal e Territórios;

II – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada ao regime geralde previdência social, inclusive o prestado à empresa pública ou à socieda-de de economia mista de qualquer ente da federação;

III – a licença remunerada por motivo de doença em pessoa da famíliado servidor;

IV – a licença remunerada para atividade política;

V – o tempo de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital,anterior ao ingresso no serviço público do Distrito Federal;

VI – o afastamento para frequência em curso de formação, quando re-munerado.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 39

Seção IIDo Tempo de ContribuiçãoArt. 167. Faz-se na forma da legislação previdenciária a contagem do

tempo:

I – de contribuição;II – no serviço público;

III – de serviço no cargo efetivo;

IV – de serviço na carreira.CAPÍTULO VIDO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 168. É assegurado ao servidor o direito de petição junto aos órgãospúblicos onde exerce suas atribuições ou junto àqueles em que tenhainteresse funcional.

§ 1º O direito de petição compreende a apresentação de requerimento,pedido de reconsideração, recurso ou qualquer outra manifestação neces-sária à defesa de direito ou interesse legítimo ou à ampla defesa e aocontraditório do próprio servidor ou de pessoa da sua família.

§ 2º Para o exercício do direito de petição, é assegurada:

I – vista do processo ou do documento, na repartição, ao servidor ou a

procurador por ele constituído;II – cópia de documento ou de peça processual, observadas as normas

daqueles classificados com grau de sigilo.

§ 3º A cópia de documento ou de peça processual pode ser fornecidaem meio eletrônico.

Art. 169. O requerimento, o pedido de reconsideração ou o recurso édirigido à autoridade competente para decidi-lo.

Parágrafo único. A autoridade competente, desde que fundamente suadecisão, pode dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 170. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver ex-pedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

Art. 171. Cabe recurso:

I – do indeferimento do requerimento, desde que não tenha sido inter-posto pedido de reconsideração;

II – da decisão sobre pedido de reconsideração ou de outro recurso in-terposto.

Parágrafo único. O recurso é dirigido à autoridade imediatamente supe-rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente,em escala ascendente, às demais autoridades.

Art. 172. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou derecurso é de trinta dias, contados da publicação ou da ciência pelo interes-sado da decisão impugnada.

Art. 173. O requerimento, o pedido de reconsideração ou o recurso deque tratam os arts. 168 a 172 deve ser despachado no prazo de cinco diase decidido dentro de trinta dias, contados da data de seu protocolo.

Art. 174. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou dorecurso, os efeitos da decisão retroagem à data do ato impugnado.

Art. 175. O direito de requerer prescreve:

I – em cinco anos, quanto aos atos de demissão, de cassação de apo-sentadoria ou disponibilidade, ou de destituição do cargo em comissão;

II  –  em cinco anos, quanto ao interesse patrimonial ou créditos resul-tantes das relações de trabalho;

III  –  em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo disposição legalem contrário.

Parágrafo único. O prazo de prescrição é contado da data:

I – da publicação do ato impugnado;

II – da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado;

III – do trânsito em julgado da decisão judicial.

Art. 176. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, in-terrompem a prescrição.

Art. 177. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevadapela administração pública.

Art. 178. A administração pública deve rever seus atos, a qualquertempo, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, assegurado o

contraditório e a ampla defesa.§ 1º Os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser convali-

dados pela própria administração pública, desde que não acarretem lesãoao interesse público, nem prejuízo a terceiros.

§ 2º O direito de a administração pública anular os atos administrativosde que decorram efeitos favoráveis para o servidor decai em cinco anos,contados da data em que foram praticados, salvo em caso de comprovadamá-fé.

§ 3º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadênciaé contado da percepção do primeiro pagamento.

§ 4º No caso de ato sujeito a registro pelo Tribunal de Contas do Distri-to Federal, o prazo de que trata o § 2º começa a ser contado da data em

que o processo respectivo lhe foi encaminhado.Art. 179. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste

Capítulo, salvo por motivo de força maior.

TÍTULO VCAPÍTULO ÚNICODOS DEVERES

Art. 180. São deveres do servidor:

I – exercer com zelo e dedicação suas atribuições;

II  – manter-se atualizado nos conhecimentos exigidos para o exercíciode suas atribuições;

III  – agir com perícia, prudência e diligência no exercício de suas atri-

buições;IV – atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais;

V  – observar as normas legais e regulamentares no exercício de suasatribuições;

VI  –  cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ile-gais;

VII  –  levar ao conhecimento da autoridade superior as falhas, vulnera-bilidades e as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo públi-co ou função de confiança;

VIII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder;

IX – zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio

público;X – guardar sigilo sobre assunto da repartição;

XI – ser leal às instituições a que servir;

XII – ser assíduo e pontual ao serviço;

XIII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

XIV  – declarar-se suspeito ou impedido nas hipóteses previstas em leiou regulamento;

XV – tratar as pessoas com civilidade;

XVI – atender com presteza:

a) o público em geral, prestando as informações requeridas, ressalva-

das as protegidas por sigilo;b) os requerimentos de expedição de certidões para defesa de direito

ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) as requisições para a defesa da administração pública.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 40

TÍTULO VIDO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDAS RESPONSABILIDADES

Art. 181. O servidor responde penal, civil e administrativamente peloexercício irregular de suas atribuições.

§ 1º As sanções civis, penais e administrativas podem cumular-se,

sendo independentes entre si.§ 2º A responsabilidade administrativa do servidor é afastada no caso

de absolvição penal que negue a existência do fato ou sua autoria, comdecisão transitada em julgado.

§ 3º A responsabilidade administrativa perante a administração públicanão exclui a competência do Tribunal de Contas prevista na Lei Orgânicado Distrito Federal.

Art. 182. A responsabilidade penal abrange crimes e contravençõesimputados ao servidor, nessa qualidade.

Art. 183. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro.

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somen-

te pode ser liquidada na forma prevista no art. 119 e seguintes na falta deoutros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responde o servidor pe-rante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores, e con-tra eles tem de ser executada, na forma da lei civil.

Art. 184. A responsabilidade perante o Tribunal de Contas decorre deatos sujeitos ao controle externo, nos termos da Lei Orgânica do DistritoFederal.

Art. 185. A perda do cargo público ou a cassação de aposentadoria de-terminada em decisão judicial transitada em julgado dispensa a instauraçãode processo disciplinar e deve ser declarada pela autoridade competente

para fazer a nomeação.Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na forma desta Lei

Complementar, resulta de infração disciplinar cometida por servidor noexercício de suas atribuições, em razão delas ou com elas incompatíveis.

§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor, observado o prazoprescricional, permanece em relação aos atos praticados no exercício docargo:

I – após a exoneração;

II – após a aposentadoria;

III – após a vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável;

IV  –  durante as licenças, afastamentos e demais ausências previstos

nesta Lei Complementar.

§ 2º A aplicação da sanção cominada à infração disciplinar decorre daresponsabilidade administrativa, sem prejuízo:

I – de eventual ação civil ou penal;

II – do ressarcimento ao erário dos valores correspondentes aos danose aos prejuízos causados à administração pública;

III  – da devolução ao erário do bem ou do valor público desviado, nasmesmas condições em que se encontravam quando da ocorrência do fato,com a consequente indenização proporcional à depreciação.

CAPÍTULO IIDAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Seção IDas Disposições Gerais

Art. 187. A infração disciplinar decorre de ato omissivo ou comissivo,praticado com dolo ou culpa, e sujeita o servidor às sanções previstas nestaLei Complementar.

Art. 188. As infrações disciplinares classificam-se, para efeitos de co-minação da sanção, em leves, médias e graves.

Parágrafo único. As infrações médias e as infrações graves são sub-classificadas em grupos, na forma desta Lei Complementar.

Art. 189. Para efeitos desta Lei Complementar, considera-se reincidên-cia o cometimento de nova infração disciplinar do mesmo grupo ou classede infração disciplinar anteriormente cometida, ainda que uma e outrapossuam características fáticas diversas.

Parágrafo único. Entende-se por infração disciplinar anteriormente co-metida aquela já punida na forma desta Lei Complementar.

Seção IIDas Infrações Leves

Art. 190. São infrações leves:

I  –  descumprir dever funcional ou decisões administrativas emanadasdos órgãos competentes;

II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, qualquer documen-to ou objeto da repartição;

III  –  deixar de praticar ato necessário à apuração de infração discipli-nar, retardar indevidamente a sua prática ou dar causa à prescrição em

processo disciplinar;IV – recusar-se, quando solicitado por autoridade competente, a prestar

informação de que tenha conhecimento em razão do exercício de suasatribuições;

V  –  recusar-se, injustificadamente, a integrar comissão ou grupo detrabalho, ou deixar de atender designação para compor comissão, grupo detrabalho ou para atuar como perito ou assistente técnico em processoadministrativo ou judicial;

VI – recusar fé a documento público;

VII  – negar-se a participar de programa de treinamento exigido de to-dos os servidores da mesma situação funcional;

VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção ou perícia médi-ca;

IX  –  opor resistência injustificada ou retardar, reiteradamente e sem justa causa:

a) o andamento de documento, processo ou execução de serviço;

b) a prática de atos previstos em suas atribuições;

X  – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, ex-ceto em situações de emergência e em caráter transitório;

XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em comissão ou funçãode confiança, o cônjuge, o companheiro ou parente, por consanguinidadeaté o terceiro grau, ou por afinidade;

XII – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da re-partição;

XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a serenidade no recinto darepartição;

XIV – acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, com recursoseletrônicos da administração pública ou postos à sua disposição, informa-ções de conteúdo pornográfico ou erótico, ou que incentivem a violência oua discriminação em qualquer de suas formas;

XV  – usar indevidamente a identificação funcional ou outro documentoque o vincule com o cargo público ou função de confiança, em ilegítimobenefício próprio ou de terceiro.

Seção III

Das Infrações MédiasArt. 191. São infrações médias do grupo I:I  –  cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos

em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou deseu subordinado;

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 41

II  –  ausentar-se do serviço, com frequência, durante o expediente esem prévia autorização da chefia imediata;

III – exercer atividade privada incompatível com o horário do serviço;

IV – praticar ato incompatível com a moralidade administrativa;

V – praticar o comércio ou a usura na repartição;

VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da repartição, com a finali-dade de expô-la a situação humilhante, vexatória, angustiante ou constran-

gedora, em relação a nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil,trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, orien-tação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por tercumprido pena, ou por qualquer particularidade ou condição.

Art. 192. São infrações médias do grupo II:

I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em resposta a injus-ta agressão ou em legítima defesa própria ou de outrem;

II – praticar ato de assédio sexual ou moral;

III  – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar-se a associação,sindicato, partido político ou qualquer outra espécie de agremiação;

IV  –  exercer atividade privada incompatível com o exercício do cargo

público ou da função de confiança;V – usar recursos computacionais da administração pública para, inten-

cionalmente:

a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudiciais a sites pú-blicos ou privados;

b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e outros males, pragas eprogramas indesejáveis;

c) disponibilizar, em sites do serviço público, propaganda ou publicida-de de conteúdo privado, informações e outros conteúdos incompatíveis comos fundamentos e os princípios da administração pública;

d) repassar dados cadastrais e informações de servidores públicos ouda repartição para terceiros, sem autorização;

VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não autorizada, medianteatribuição, fornecimento ou empréstimo de senha ou qualquer outro meio:

a) a recursos computacionais, sistemas de informações ou banco dedados da administração pública;

b) a locais de acesso restrito.

Seção IVDas Infrações GravesArt. 193. São infrações graves do grupo I:

I – incorrer na hipótese de:

a) abandono de cargo;

b) inassiduidade habitual;II  –  acumular ilegalmente cargos, empregos, funções públicas ou pro-

ventos de aposentadoria, salvo se for feita a opção na forma desta LeiComplementar;

III  –  proceder de forma desidiosa, incorrendo repetidamente em des-cumprimento de vários deveres e atribuições funcionais;

IV – acometer-se de incontinência pública ou ter conduta escandalosana repartição que perturbe a ordem, o andamento dos trabalhos ou causedano à imagem da administração pública;

V  –  cometer insubordinação grave em serviço, subvertendo a ordemhierárquica de forma ostensiva;

VI – dispensar licitação para contratar pessoa jurídica que tenha, comoproprietário, sócio ou administrador:

a) pessoa de sua família ou outro parente, por consanguinidade até oterceiro grau, ou por afinidade;

b) pessoa da família de sua chefia mediata ou imediata ou outro paren-te dela, por consanguinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;

VII  – dispensar licitação para contratar pessoa física de família ou pa-rente mencionado no inciso VI, a e b;

VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

IX  –  exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista oucomanditário;

X  – participar de gerência ou administração de sociedade ou empresaprivada, personificada ou não personificada, salvo:

a) nos casos previstos nesta Lei Complementar;

b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo sem remuneração,desde que não haja proibição em sentido contrário, nem incompatibilidade;

c) em instituições ou entidades beneficentes, filantrópicas, de carátersocial e humanitário e sem fins lucrativos, quando compatíveis com a

 jornada de trabalho.

Parágrafo único. A reassunção das atribuições, depois de consumadoo abandono de cargo, não afasta a responsabilidade administrativa, nemcaracteriza perdão tácito da administração pública, ressalvada a prescrição.

Art. 194. São infrações graves do grupo II:I – praticar, dolosamente, ato definido em lei como:

a) crime contra a administração pública;

b) improbidade administrativa;

II – usar conhecimentos e informações adquiridos no exercício de suasatribuições para violar ou tornar vulnerável a segurança, os sistemas deinformática, sites ou qualquer outra rotina ou equipamento da repartição;

III – exigir, solicitar, receber ou aceitar propina, gratificação, comissão,presente ou auferir vantagem indevida de qualquer espécie e sob qualquerpretexto.

IV – valer-se do cargo para obter proveito indevido para si ou para ou-

trem, em detrimento da dignidade da função pública;V  – utilizar-se de documento sabidamente falso para prova de fato ou

circunstância que crie direito ou extinga obrigação perante a administraçãopública distrital.

Parágrafo único. Para efeitos do inciso III, não se considera presente obrinde definido na legislação.

CAPÍTULO IIIDAS SANÇÕES DISCIPLINARESArt. 195. São sanções disciplinares:

I – advertência;

II – suspensão;

III – demissão;IV – cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;

V – destituição do cargo em comissão.

Parágrafo único. As sanções disciplinares são aplicadas às infraçõesdisciplinares tipificadas em lei.

Art. 196. Na aplicação das sanções disciplinares, devem ser considera-dos:

I – a natureza e a gravidade da infração disciplinar cometida;

II – os danos causados para o serviço público;

III – o ânimo e a intenção do servidor;

IV – as circunstâncias atenuantes e agravantes;

V – a culpabilidade e os antecedentes funcionais do servidor.

§ 1º A infração disciplinar de menor gravidade é absorvida pela de mai-or gravidade.

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§ 2º Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada:

I – sem previsão legal;

II  –  sem apuração em regular processo disciplinar previsto nesta LeiComplementar.

Art. 197. São circunstâncias atenuantes:

I – ausência de punição anterior;

II – prestação de bons serviços à administração pública distrital;III – desconhecimento justificável de norma administrativa;

IV – motivo de relevante valor social ou moral;

V – estado físico, psicológico, mental ou emocional abalado, que influ-encie ou seja decisivo para a prática da infração disciplinar;

VI – coexistência de causas relativas à carência de condições de mate-rial ou pessoal na repartição;

VII – o fato de o servidor ter:

a) cometido a infração disciplinar sob coação a que podia resistir, ouem cumprimento a ordem de autoridade superior, ou sob a influência deviolenta emoção, provocada por ato injusto provindo de terceiro;

b) cometido a infração disciplinar na defesa, ainda que putativa ou comexcesso moderado, de prerrogativa funcional;

c) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo apósa infração disciplinar, evitar ou minorar as suas consequências;

d) reparado o dano causado, por sua espontânea vontade e antes do julgamento.

Art. 198. São circunstâncias agravantes:

I  –  a prática de ato que concorra, grave e objetivamente, para o des-prestígio do órgão, autarquia ou fundação ou da categoria funcional doservidor;

II – o concurso de pessoas;

III – o cometimento da infração disciplinar em prejuízo de criança, ado-lescente, idoso, pessoa com deficiência, pessoa incapaz de se defender, oupessoa sob seus cuidados por força de suas atribuições;

IV – o cometimento da infração disciplinar com violência ou grave ame-aça, quando não elementares da infração;

V – ser o servidor quem:

a) promove ou organiza a cooperação ou dirige a atividade dos demaiscoautores;

b) instiga subordinado ou lhe ordena a prática da infração disciplinar;

c) instiga outro servidor, propõe ou solicita a prática da infração disci-plinar.

Art. 199. A advertência é a sanção por infração disciplinar leve, pormeio da qual se reprova por escrito a conduta do servidor.

Parágrafo único. No lugar da advertência, pode ser aplicada, motiva-damente, a suspensão até trinta dias, se as circunstâncias assim o justifica-rem.

Art. 200. A suspensão é a sanção por infração disciplinar média pelaqual se impõe ao servidor o afastamento compulsório do exercício do cargoefetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos dias em que estiverafastado.

§ 1 º A suspensão não pode ser:

I – superior a trinta dias, no caso de infração disciplinar média do grupo

I;II  –  superior a noventa dias, no caso de infração disciplinar média do

grupo II.

§ 2º Aplica-se a suspensão de até:

I  –  trinta dias, quando o servidor incorrer em reincidência por infraçãodisciplinar leve;

II  – noventa dias, quando o servidor incorrer em reincidência por infra-ção disciplina média do grupo I.

§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de sus-pensão pode ser convertida em multa, observado o seguinte:

I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remuneração ou

subsídio, por dia de suspensão;II – o servidor fica obrigado a cumprir integralmente a jornada de traba-

lho a que está submetido.

§ 4º É aplicada multa ao servidor inativo que houver praticado na ativi-dade infração disciplinar punível com suspensão.

§ 5º A multa de que trata o § 4º corresponde ao valor diário dos proven-tos de aposentadoria por dia de suspensão cabível.

Art. 201. A advertência e a suspensão têm seus registros cancelados,após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente,se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração discipli-nar, igual ou diversa da anteriormente cometida.

§ 1º O cancelamento da sanção disciplinar não surte efeitos retroativos

e é registrado em certidão formal nos assentamentos funcionais do servi-dor.

§ 2º Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão, se lei posteri-or deixar de considerar como infração disciplinar o fato que as motivou.

§ 3º A sanção disciplinar cancelada nos termos deste artigo não podeser considerada para efeitos de reincidência.

Art. 202. A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares graves,pela qual se impõe ao servidor efetivo a perda do cargo público por eleocupado, podendo ser cominada com o impedimento de nova investiduraem cargo público.

§ 1º A demissão de que trata este artigo também se aplica no caso de:

I  –  infração disciplinar grave, quando cometida por servidor efetivo noexercício de cargo em comissão ou função de confiança do Poder Executi-vo ou Legislativo do Distrito Federal;

II – reincidência em infração disciplinar média do grupo II.

§ 2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação da san-ção prevista neste artigo, a exoneração é convertida em demissão.

§ 3º Também se converte em demissão a vacância em decorrência deposse em outro cargo inacumulável ocorrida antes da aplicação da sançãoprevista neste artigo.

Art. 203. A cassação de aposentadoria é a sanção por infração discipli-nar que houver sido cometida pelo servidor em atividade, pela qual seimpõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ser cominada com o

impedimento de nova investidura em cargo público.Parágrafo único. A cassação de aposentadoria é aplicada por infraçãodisciplinar punível com demissão.

Art. 204. A cassação de disponibilidade é a sanção por infração disci-plinar que houver sido cometida em atividade, pela qual se impõe a perdado cargo público ocupado e dos direitos decorrentes da disponibilidade,podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em cargopúblico.

Parágrafo único. A cassação de disponibilidade é aplicada por infraçãodisciplinar punível com demissão e na hipótese do art. 40, § 2º.

Art. 205. A destituição do cargo em comissão é a sanção por infraçãodisciplinar média ou grave, pela qual se impõe ao servidor sem vínculoefetivo com o Distrito Federal a perda do cargo em comissão por ele ocu-pado, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura emoutro cargo efetivo ou em comissão.

Parágrafo único. Se o servidor já tiver sido exonerado quando da apli-cação da sanção prevista neste artigo, a exoneração é convertida emdestituição do cargo em comissão.

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Art. 206. A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidadeou a destituição de cargo em comissão, motivada por infração disciplinargrave do grupo II, implica a incompatibilização para nova investidura emcargo público do Distrito Federal pelo prazo de dez anos, sem prejuízo deação cível ou penal e das demais medidas administrativas.

Art. 207. A punibilidade é extinta pela:

I – morte do servidor;

II – prescrição.Art. 208. A ação disciplinar prescreve em:

I – cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissãoou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

II – dois anos, quanto à suspensão;

III – um ano, quanto à advertência.

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da primeira data em que ofato ou ato se tornou conhecido pela chefia da repartição onde ele ocorreu,pela chefia mediata ou imediata do servidor, ou pela autoridade competentepara instaurar sindicância ou processo disciplinar.

§ 2º A instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, uma

única vez.§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada depois de

esgotados os prazos para conclusão do processo disciplinar, previstosnesta Lei Complementar, incluídos os prazos de prorrogação, se houver.

§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a instauração ou atramitação do processo disciplinar ou a aplicação de sanção disciplinarestiver obstada por determinação judicial.

§ 5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, havendo ação pe-nal em curso, aplicam-se às infrações disciplinares capituladas tambémcomo crime.

Art. 209. Não é punido o servidor que, ao tempo da infração disciplinar,era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-

nar-se de acordo com esse entendimento, devido a:I  –  insanidade mental, devidamente comprovada por laudo de junta

médica oficial;

II – embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.

Parágrafo único. A punibilidade não se exclui pela embriaguez, voluntá-ria ou culposa, por álcool, entorpecente ou substância de efeitos análogos.

Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja conduta fun-cional, classificada como erro de procedimento, seja caracterizada, cumula-tivamente, pela:

I – ausência de dolo;

II – eventualidade do erro;

III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;

IV – prejuízo moral irrelevante;

V – reparação de eventual prejuízo material antes de se instaurar sindi-cância ou processo disciplinar.

TÍTULO VIIDOS PROCESSOS DE APURAÇÃO DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IDas Disposições ComunsArt. 211. Diante de indícios de infração disciplinar, ou diante de repre-

sentação, a autoridade administrativa competente deve determinar a instau-ração de sindicância ou processo disciplinar para apurar os fatos e, se for ocaso, aplicar a sanção disciplinar.

§ 1º São competentes para instaurar sindicância ou processo discipli-nar as autoridades definidas no art. 255, em relação às infrações disciplina-

res ocorridas em seus respectivos órgãos, autarquias ou fundações, inde-pendentemente da sanção cominada.

§ 2º A competência para instaurar processo disciplinar para apurar in-fração cometida por servidor efetivo no exercício de cargo em comissão oufunção de confiança do qual foi exonerado ou dispensado é da autoridadedo órgão, autarquia ou fundação onde a infração disciplinar foi cometida.

§ 3º Por solicitação ou determinação da autoridade competente, a apu-ração da infração disciplinar pode ser feita pelo órgão central do sistema de

correição, preservada a competência para o julgamento.§ 4º Os conflitos entre servidores podem ser tratados em mesa de co-

missão de mediação, a ser disciplinada em lei específica.

Art. 212. A infração disciplinar cometida por servidor é apurada median-te:

I – sindicância;II – processo disciplinar.

§ 1º A representação sobre infração disciplinar cometida por servidordeve ser formulada por escrito e conter a identificação e o endereço dodenunciante.

§ 2º No caso de denúncias anônimas, a administração pública pode ini-ciar reservadamente investigações para coleta de outros meios de prova

necessários para a instauração de sindicância ou processo disciplinar.§ 3º Em caso de infração disciplinar noticiada pela imprensa, nas redes

sociais ou em correspondências escritas, a autoridade competente, antesde instaurar sindicância ou processo disciplinar, deve verificar se há indí-cios mínimos de sua ocorrência.

§ 4º Na hipótese do § 3º, no caso de não comprovação dos fatos, a au-toridade competente deve se pronunciar por escrito sobre o motivo doarquivamento da verificação.

§ 5º Se houver indícios suficientes quanto à autoria e à materialidadeda infração disciplinar, a autoridade administrativa pode instaurar imediata-mente o processo disciplinar, dispensada a instauração de sindicância.

Art. 213. Não é objeto de apuração em sindicância ou processo disci-

plinar o fato que:I  –  não configure infração disciplinar prevista nesta Lei Complementar

ou em legislação específica;

II  –  já tenha sido objeto de julgamento pelo Poder Judiciário em sen-tença penal transitada em julgado que reconheceu a inexistência do fato oua negativa da autoria, salvo se existente infração disciplinar residual.

§ 1º O servidor não responde:

I – por ato praticado com fundamento em lei ou regulamento posterior-mente considerado inconstitucional pelo Poder Judiciário;

II – quando a punibilidade estiver extinta.

§ 2º Deve ser arquivada eventual denúncia ou representação que se

refira a qualquer das hipóteses previstas neste artigo.Seção II

Da Sindicância

Art. 214. A sindicância é o procedimento investigativo destinado a:

I – identificar a autoria de infração disciplinar, quando desconhecida;

II  –  apurar a materialidade de infração disciplinar sobre a qual hajaapenas indícios ou que tenha sido apenas noticiada.

§ 1º O ato de instauração da sindicância deve ser publicado no DiárioOficial do Distrito Federal.

§ 2º O prazo para conclusão da sindicância é de até trinta dias, prorro-

gável por igual período, a critério da autoridade competente.Art. 215. Da sindicância pode resultar:

I – o arquivamento do processo;

II – instauração de processo disciplinar;

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III – aplicação de sanção de advertência ou suspensão de até trinta di-as.

§ 1º Constatado na sindicância que a infração classifica-se como leveou média do grupo I, a comissão de sindicância deve citar o servidor acu-sado para acompanhar o prosseguimento da apuração nos mesmos autos.

§ 2º Aplicam-se, a partir do ato processual de que trata o § 1º, as nor-mas do processo disciplinar, incluídas as garantias ao contraditório e àampla defesa e as normas relativas à comissão processante.

Seção IIIDa Sindicância Patrimonial

Art. 216. Diante de fundados indícios de enriquecimento ilícito de servi-dor ou de evolução patrimonial incompatível com a remuneração ou subsí-dio por ele percebido, pode ser determinada a instauração de sindicânciapatrimonial.

§ 1º São competentes para determinar a instauração de sindicância pa-trimonial:

I – o Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nosrespectivos órgãos;

II – o Governador ou o titular do órgão central de sistema de correição,no Poder Executivo.

§ 2º A sindicância patrimonial constitui-se de procedimento sigilosocom caráter exclusivamente investigativo.

§ 3º O procedimento de sindicância patrimonial é conduzido por comis-são composta por três servidores estáveis.

§ 4º O prazo para conclusão do procedimento de sindicância patrimo-nial é de trinta dias, prorrogável por igual período.

§ 5º Concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a comissãoresponsável por sua condução deve elaborar relatório sobre os fatos apu-rados, concluindo pelo arquivamento ou pela instauração de processodisciplinar.

Seção IVDo Processo Disciplinar

Art. 217. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurarresponsabilidade do servidor por infração disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para a conclusão do processo disciplinar é deaté sessenta dias, prorrogável por igual período.

Art. 218. Os autos da sindicância, se houver, são apensados aos doprocesso disciplinar, como peça informativa da instrução.

Art. 219. O processo disciplinar obedece aos princípios da legalidade,moralidade, impessoalidade, publicidade, eficiência, interesse público,contraditório, ampla defesa, proporcionalidade, razoabilidade, motivação,segurança jurídica, informalismo moderado, justiça, verdade material eindisponibilidade.

§ 1º Os atos do processo disciplinar não dependem de forma determi-nada senão quando a lei expressamente o exigir, reputando-se válidos osque, realizados de outro modo, preencham sua finalidade essencial.

§ 2º É permitida:

I – a notificação ou a intimação do servidor acusado ou indiciado ou deseu procurador em audiência;

II – a comunicação, via postal, entre a comissão processante e o servi-dor acusado ou indiciado;

III  – a utilização de meio eletrônico, se confirmado o recebimento pelodestinatário ou mediante certificação digital, para:

a) a entrega de petição à comissão processante, salvo a defesa escrita

prevista no art. 245, desde que o meio utilizado pelo remetente seja previ-amente cadastrado na comissão processante;

b) a notificação ou a intimação sobre atos do processo disciplinar, salvoos previstos nos arts. 243 e 245, desde que o meio eletrônico tenha sido

previamente cadastrado pelo servidor acusado ou indiciado na comissãoprocessante.

§ 3º Se a comissão notificar ou intimar o servidor por meio eletrônico,deve, sempre que possível, avisá-lo por meio telefônico de que a comuni-cação foi enviada.

§ 4º O uso dos meios permitidos nos §§ 2º e 3º deve ser certificado nosautos, juntando-se cópia das correspondências recebidas ou enviadas.

§ 5º Não é causa de nulidade do ato processual a ausência:I – do servidor acusado ou de seu procurador na oitiva de testemunha,

quando o servidor tenha sido previamente notificado;

II – do procurador no interrogatório do servidor acusado.

Art. 220. Os autos do processo disciplinar, as reuniões da comissão eos atos processuais têm caráter reservado.

§ 1º Os autos do processo disciplinar não podem ser retirados da re-partição onde se encontram.

§ 2º É lícito o fornecimento de cópia de peças dos autos ao servidor ouao seu procurador, observado o disposto no art. 168, §§ 2º e 3º.

Art. 221. Salvo quando autorizado pela autoridade instauradora, é ve-

dado deferir ao servidor acusado, desde a instauração do processo discipli-nar até a conclusão do prazo para defesa escrita:

I – gozo de férias;

II – licença ou afastamento voluntários;

III – exoneração a pedido;

IV – aposentadoria voluntária.

CAPÍTULO IIDO AFASTAMENTO PREVENTIVOArt. 222. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a

influir na apuração da infração disciplinar, a autoridade instauradora doprocesso disciplinar pode determinar o seu afastamento do exercício docargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração.

§ 1º O afastamento preventivo pode:

I – ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessam os seus efeitos,ainda que não concluído o processo disciplinar;

II – cessar por determinação da autoridade competente.

§ 2º Salvo motivo de caso fortuito ou força maior, o servidor afastadonão pode comparecer à repartição de onde foi afastado, exceto quantoautorizado pela autoridade competente ou pela comissão processante.

Art. 223. Em substituição ao afastamento preventivo, a autoridade ins-tauradora pode, no prazo do art. 222, determinar que o servidor tenhaexercício provisório em outra unidade administrativa do mesmo órgão,autarquia ou fundação de sua lotação.

CAPÍTULO IIIDA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIOArt. 224. No processo disciplinar, é sempre assegurado ao servidor

acusado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Art. 225. O servidor acusado deve ser:

I  –  citado sobre a instauração de processo disciplinar contra sua pes-soa;

II – intimado ou notificado dos atos processuais;

III  –  intimado, pessoalmente, para apresentação de defesa escrita, naforma do art. 245;

IV –  intimado da decisão proferida em sindicância ou processo discipli-

nar, sem suspensão dos efeitos decorrentes da publicação no Diário Oficialdo Distrito Federal.

Parágrafo único. A intimação de que trata o inciso II deve ser feita comantecedência mínima de três dias da data de comparecimento.

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Art. 226. Ao servidor acusado é facultado:I – arguir a incompetência, o impedimento ou a suspeição:

a) da autoridade instauradora ou julgadora da sindicância ou processodisciplinar;

b) de qualquer membro da comissão processante;

II – constituir procurador;

III – acompanhar depoimento de testemunha, pessoalmente ou por seu

procurador;

IV – arrolar testemunha;

V  –  reinquirir testemunha, por intermédio do presidente da comissãoprocessante;

VI – contraditar testemunha;

VII – produzir provas e contraprovas;

VIII – formular quesitos, no caso de prova pericial;

IX – ter acesso às peças dos autos, observadas as regras de sigilo;

X – apresentar pedido de reconsideração, recurso ou revisão do julga-mento.

§ 1º A arguição de que trata o inciso I do caput deve ser resolvida:

I  – pela autoridade imediatamente superior, no caso do inciso I, a, oupelo substituto legal, se exaurida a via hierárquica;

II – pela autoridade que instaurou o processo disciplinar, no caso do in-ciso I, b.

§ 2º É do servidor acusado o custo de perícias ou exames por ele re-queridos, se não houver técnico habilitado nos quadros da administraçãopública distrital.

Art. 227. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do servidoracusado, a comissão processante deve propor à autoridade competenteque ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participepelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental deve ser processadoem autos apartados e apenso ao processo principal, após a expedição dolaudo pericial.

Art. 228. Estando preso o servidor acusado, aplica-se o seguinte:

I  –  a citação inicial e a intimação para defesa escrita são promovidasonde ele estiver recolhido;

II – o acompanhamento do processo disciplinar é promovido por procu-rador por ele designado ou, na ausência, por defensor dativo;

III  –  o interrogatório é realizado em local apropriado, na forma previa-mente acordada com a autoridade competente.

CAPÍTULO IV

DA COMISSÃO PROCESSANTEArt. 229. A sindicância ou o processo disciplinar é conduzido por co-

missão processante, de caráter permanente ou especial.

§ 1º A comissão é composta de três servidores estáveis designadospela autoridade competente.

§ 2º Os membros da comissão processante são escolhidos pela autori-dade competente entre os ocupantes de cargo para o qual se exija escola-ridade igual ou superior à do servidor acusado.

§ 3º Nos casos de carreira organizada em nível hierárquico, os mem-bros da comissão devem ser ocupantes de cargo efetivo superior ou domesmo nível do servidor acusado.

§ 4º Compete ao presidente da comissão manter a ordem e a seguran-ça das audiências, podendo requisitar força policial, se necessária.

§ 5º A Comissão tem como secretário servidor designado pelo seu pre-sidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.

§ 6º A comissão processante, quando permanente, deve ser renovada,no mínimo, a cada dois anos, vedado ao mesmo membro servir por mais dequatro anos consecutivos.

§ 7º Nas licenças, afastamentos, férias e demais ausências de membroda comissão processante, a autoridade competente pode designar substitu-to eventual.

§ 8º O local e os recursos materiais para o funcionamento dos traba-lhos da comissão processante devem ser fornecidos pela autoridade instau-

radora da sindicância ou do processo disciplinar.§ 9º Podem participar como membros da comissão processante servi-

dores integrantes de outros órgãos da administração pública, distintosdaquele onde ocorreram as infrações disciplinares, se conveniente para ointeresse público.

§ 10. A comissão funciona com a presença de todos os seus membros.

Art. 230. O servidor não pode participar de comissão processantequando o servidor acusado for pessoa de sua família, seu padrasto, ma-drasta, enteado ou parente, na forma da lei civil.

§ 1º Também não pode participar de comissão processante o servidorque:

I – seja amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou devedor, tutor ou cu-rador do servidor acusado;

II – seja testemunha ou perito no processo disciplinar;

III – tenha sido autor de representação objeto da apuração;

IV – tenha atuado em sindicância, auditoria ou investigação da qual re-sultou a sindicância ou o processo disciplinar;

V – atue ou tenha atuado como procurador do servidor acusado;

VI  –  tenha interesse em decisão administrativa a ser tomada pelo ser-vidor acusado;

VII  –  tenha interesse no assunto que resultou na instauração da sindi-cância ou do processo disciplinar;

VIII  –  esteja litigando, judicial ou administrativamente, com o servidorsindicado, acusado ou indiciado, ou com o respectivo cônjuge ou compa-nheiro;

IX – responda a sindicância ou processo disciplinar;

X  –  tenha sido punido por qualquer infração disciplinar, ressalvado odisposto no art. 201;

XI  –  seja cônjuge, companheiro, padrasto, madrasta, enteado ou pa-rente, na forma da lei civil, de outro membro da mesma comissão proces-sante.

Art. 231. A comissão processante exerce suas atividades com inde-pendência e imparcialidade, assegurado o acesso, nas repartições públi-cas, a informações, documentos e audiências necessários à elucidação do

fato em apuração.

Parágrafo único. O presidente da comissão de sindicância ou de pro-cesso disciplinar pode requisitar apoio, inclusive policial, dos órgãos daadministração pública para realização de diligência, segurança ou locomo-ção até o local de coleta de prova ou de realização de ato processual.

Art. 232. As reuniões da comissão processante têm de ser registradasem ata, da qual deve constar o detalhamento das deliberações adotadas.

Art. 233. Sempre que necessário, a comissão processante deve dedi-car tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensadosdos trabalhos na repartição de origem, até a entrega do relatório final.

Art. 234. São asseguradas passagens e diárias aos membros da co-missão e ao servidor acusado, nos casos de atos processuais serem prati-

cados fora do território da RIDE.CAPÍTULO VDAS FASES PROCESSUAIS

Seção I

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Das Disposições Gerais

Art. 235. O processo disciplinar desenvolve-se nas seguintes fases:

I – instauração;

II –  instrução;

III – defesa;

IV – relatório;

V – julgamento.

Seção IIDa Instauração

Art. 236. O processo disciplinar é instaurado pela autoridade competen-te.

Art. 237. Para a instauração de processo disciplinar, deve constar dosautos:

I – a indicação da autoria, com nome, matrícula e cargo do servidor;

II – a materialidade da infração disciplinar.

Parágrafo único. A instauração de processo disciplinar depende de atopublicado no Diário Oficial do Distrito Federal, do qual conste:

I – a comissão processante;

II – o número do processo que contém as informações previstas no ca-put, I e II.

Art. 238. Instaurado o processo disciplinar, o servidor acusado deve sercitado para, se quiser, acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-médio de procurador.

§ 1º A citação deve ser acompanhada de cópia, eletrônica ou em papel,das peças processuais previstas no art. 237 e conter número do telefone,meio eletrônico para comunicação, endereço, horário e dias de funciona-mento da comissão processante.

§ 2º O servidor acusado que mudar de residência fica obrigado a co-

municar à comissão processante o lugar onde pode ser encontrado.§ 3º Estando o servidor acusado em local incerto ou não sabido, a cita-

ção de que trata este artigo é feita por edital publicado no Diário Oficial doDistrito Federal e em jornal de grande circulação no Distrito Federal.

§ 4º Se, no prazo de quinze dias contados da publicação de que trata o§ 3º, o servidor acusado não se apresentar à comissão processante, aautoridade instauradora deve designar defensor dativo, para acompanhar oprocesso disciplinar enquanto o servidor acusado não se apresentar.

Seção IIIDa Instrução

Art. 239. Na fase da instrução, a comissão processante deve promovertomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,

objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos eperitos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 240. Para a produção de provas, a comissão processante pode, deofício ou a requerimento do servidor acusado:

I – tomar depoimentos de testemunhas;

II – fazer acareações;

III – colher provas documentais;

IV – colher provas emprestadas de processos administrativos ou judici-ais;

V – proceder à reconstituição simulada dos fatos, desde que não ofen-da a moral ou os bons costumes;

VI – solicitar, por intermédio da autoridade competente:

a) realização de buscas e apreensões;

b) informações à Fazenda Pública, na forma autorizada na legislação;

c) quebra do sigilo bancário ou telefônico;

d) acesso aos relatórios de uso feito pelo servidor acusado em sistemainformatizado ou a atos que ele tenha praticado;

e) exame de sanidade mental do servidor acusado ou indiciado;

VII – determinar a realização de perícias;

VIII – proceder ao interrogatório do servidor acusado.

§ 1º O presidente da comissão processante, por despacho fundamen-tado, pode indeferir:

I – pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou denenhum interesse para o esclarecimento dos fatos;

II  – pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato indepen-der de conhecimento especial.

§ 2º São classificados como confidenciais, identificados pela comissãoprocessante e autuados em autos apartados, os documentos:

I  –  de caráter sigiloso requeridos pela comissão processante ou a elaentregues pelo servidor acusado ou indiciado;

II  –  sobre a situação econômica, financeira ou patrimonial do servidoracusado ou indiciado;

III – sobre as fontes de renda do servidor acusado ou indiciado;

IV – sobre os relacionamentos pessoais do servidor acusado ou indici-ado.

§ 3º Os documentos de que trata o § 2º são de acesso restrito:

I – aos membros da comissão processante;

II – ao servidor acusado ou ao seu procurador;

III – aos agentes públicos que devam atuar no processo.

§ 4º Os documentos em idioma estrangeiro trazidos aos autos pelacomissão processante devem ser traduzidos para a língua portuguesa,dispensada a tradução juramentada, se não houver controvérsia relevante

para o julgamento da infração disciplinar.Art. 241. As testemunhas são intimadas a depor mediante mandado

expedido pelo presidente da comissão processante, devendo a segundavia, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.

§ 1º Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandadodeve ser comunicada ao chefe da repartição onde tem exercício, com aindicação do dia e da hora marcados para inquirição.

§ 2º A ausência injustificada de servidor público devidamente intimadocomo testemunha deve ser comunicada à autoridade competente, paraapuração de responsabilidade.

Art. 242. O depoimento de testemunha é feito oralmente, sob compro-misso, e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por

escrito.§ 1º As testemunhas são inquiridas separadamente.

§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem,pode-se proceder à acareação entre os depoentes.

§ 3º O servidor acusado, seu procurador ou ambos podem assistir à in-quirição das testemunhas, sendo-lhes:

I – vedado interferir nas perguntas e nas respostas;

II  –  facultado reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissãoprocessante.

Art. 243. Concluída a inquirição das testemunhas e a coleta das demaisprovas, a comissão processante deve promover o interrogatório do servidor

acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 241 e 242.§ 1º No caso de mais de um servidor acusado, o interrogatório é feito

em separado e, havendo divergência entre suas declarações sobre fatos oucircunstâncias, pode ser promovida a acareação entre eles.

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§ 2º O não comparecimento do servidor acusado ao interrogatório ou asua recusa em ser interrogado não obsta o prosseguimento do processo,nem é causa de nulidade.

§ 3º O procurador do servidor acusado pode assistir ao interrogatório,sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e nas respostas, facultando-se-lhe, porém, propor perguntas, por intermédio do presidente da comissãoprocessante, após a inquirição oficial.

Art. 244. Encerrada a instrução e tipificada a infração disciplinar, deve

ser formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a eleimputados e das respectivas provas.

§ 1º Não cabe a indiciação do servidor se, com as provas colhidas, ficarcomprovado que:

I – não houve a infração disciplinar;

II – o servidor acusado não foi o autor da infração disciplinar;

III – a punibilidade esteja extinta.

§ 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, a comissão processante deve ela-borar o seu relatório, concluindo pelo arquivamento dos autos.

Seção IVDa Defesa

Art. 245. O servidor, uma vez indiciado, deve ser intimado pessoalmen-te por mandado expedido pelo presidente da comissão processante paraapresentar defesa escrita, no prazo do art. 250.

§ 1º A citação de que trata o art. 238, § 1º, não exclui o cumprimentodo disposto neste artigo.

§ 2º No caso de recusa do servidor indiciado em apor o ciente na cópiada intimação, o prazo para defesa conta-se da data declarada, em termopróprio, pelo membro ou secretário da comissão processante que fez aintimação, com a assinatura de duas testemunhas.

Art. 246. Quando, por duas vezes, o membro ou o secretário da comis-são processante houver procurado o servidor indiciado, em seu domicílio,residência, ou repartição de exercício, sem o encontrar, deve, havendosuspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua

falta, a qualquer vizinho, que voltará em dia e hora designados, a fim deefetuar a intimação.

§ 1º No dia e hora designados, o membro ou o secretário da comissãoprocessante deve comparecer ao domicílio ou à residência do servidorindiciado, a fim de intimá-lo.

§ 2º Se o servidor indiciado não estiver presente, o membro ou o secre-tário da comissão processante deve:

I – informar-se das razões da ausência e dar por feita a citação, lavran-do de tudo a respectiva certidão;

II  –  deixar cópia do mandado de intimação com pessoa da família doservidor indiciado ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

Art. 247. Junto à intimação para apresentar a defesa escrita, deve serapresentada ao servidor acusado cópia da indiciação.

Art. 248. O servidor indiciado que se encontrar em lugar incerto e nãosabido deve ser intimado por edital para apresentar defesa.

§ 1º O edital de citação deve ser publicado no Diário Oficial do DistritoFederal e em jornal de grande circulação no Distrito Federal.

§ 2º Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa é de quinze dias,contados da última publicação do edital.

Art. 249. Considera-se revel o servidor indiciado que, regularmente in-timado, não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1º A revelia deve ser declarada em termo subscrito pelos integrantes

da comissão processante nos autos do processo disciplinar.§ 2º Para defender o servidor revel, a autoridade instauradora do pro-

cesso deve designar um servidor estável como defensor dativo, ocupantede cargo de nível igual ou superior ao do servidor indiciado, preferencial-mente com formação em Direito.

Art. 250. O prazo para apresentar defesa escrita é de dez dias.

§ 1º Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo é comum ede vinte dias.

§ 2º O prazo de defesa pode ser prorrogado pelo dobro, para diligên-cias reputadas indispensáveis.

Art. 251. Cumpridas eventuais diligências requeridas na defesa escrita,a comissão processante deve declarar encerradas as fases de instrução e

defesa.Parágrafo único. A comissão pode alterar a indiciação formalizada ou

propor a absolvição do servidor acusado em função dos fatos havidos dasdiligências realizadas.

Seção VDo Relatório

Art. 252. Concluída a instrução e apresentada a defesa, a comissãoprocessante deve elaborar relatório circunstanciado, do qual constem:

I – as informações sobre a instauração do processo;

II – o resumo das peças principais dos autos, com especificação objeti-va dos fatos apurados, das provas colhidas e dos fundamentos jurídicos desua convicção;

III – a conclusão sobre a inocência ou responsabilidade do servidor in-diciado, com a indicação do dispositivo legal ou regulamentar infringido,bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes;

IV  –  a indicação da sanção a ser aplicada e do dispositivo desta LeiComplementar em que ela se encontra.

Art. 253. A comissão processante deve remeter à autoridade instaura-dora os autos do processo disciplinar, com o respectivo relatório.

Art. 254. Na hipótese de o relatório concluir que a infração disciplinarapresenta indícios de infração penal, a autoridade competente deve enca-minhar cópia dos autos ao Ministério Público.

Seção VI

Do JulgamentoArt. 255. Salvo disposição legal em contrário, o julgamento do processodisciplinar e a aplicação da sanção disciplinar, observada a subordinaçãohierárquica ou a vinculação do servidor, são da competência:

I  –  no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Legislativa ou doTribunal de Contas;

II – no Poder Executivo:

a) do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargoem comissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

b) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente, quando se tratarde suspensão superior a trinta dias ou, ressalvado o disposto na alínea a,das demais sanções a servidor que a ele esteja imediatamente subordina-do;

c) de administrador regional, dirigente de órgão relativamente autôno-mo, subsecretário, diretor regional ou autoridade equivalente a que o servi-dor esteja mediata ou imediatamente subordinado, quando se tratar desanção não compreendida nas alíneas a e b.

§ 1º No caso de servidor de autarquia ou fundação do Poder Executivo,o julgamento do processo disciplinar e a aplicação da sanção disciplinarsão da competência:

I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargoem comissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

II – do respectivo dirigente máximo, quanto se tratar de sanção discipli-nar não compreendida no inciso I deste parágrafo.

§ 2º No caso de servidor de conselho ou outro órgão de deliberação co-letiva instituído no Poder Executivo, o julgamento do processo disciplinar ea aplicação da sanção disciplinar são da competência:

I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargoem comissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

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II – de Secretário de Estado ou autoridade equivalente a cuja Secreta-ria de Estado o conselho ou o órgão esteja vinculado, quando se tratar desuspensão;

III – do respectivo presidente, quando se tratar de advertência.

§ 3º A competência para julgar o processo disciplinar regula-se pelasubordinação hierárquica existente na data do julgamento.

§ 4º Da decisão que aplicar sanção de advertência ou suspensão cabe

recurso hierárquico, na forma do art. 171, vedado o agravamento da san-ção.

Art. 256. No prazo de vinte dias, contados do recebimento dos autos doprocesso disciplinar, a autoridade competente deve proferir sua decisão.

§ 1º Se a sanção a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instau-radora do processo disciplinar, este deve ser encaminhado à autoridadecompetente para decidir no mesmo prazo deste artigo.

§ 2º Havendo mais de um servidor indiciado e diversidade de sançõespropostas no relatório da comissão processante, o julgamento e a aplicaçãodas sanções cabe à autoridade competente para a imposição da sançãomais grave.

§ 3º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do proces-

so, observada a prescrição.§ 4º A autoridade que der causa à prescrição de que trata o art. 208

pode ser responsabilizada na forma do Capítulo I do Título VI.

Art. 257. A autoridade julgadora deve decidir, motivadamente, confor-me as provas dos autos.

§ 1º A autoridade julgadora pode converter o julgamento em diligênciapara repetição de atos processuais ou coleta de novas provas, caso sejanecessário para a elucidação completa dos fatos.

§ 2º Em caso de divergência com as conclusões do relatório da comis-são processante, a autoridade julgadora pode agravar a sanção disciplinarproposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

§ 3º A autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar maisgrave é também competente para aplicar sanção disciplinar mais branda ouisentar o servidor de responsabilidade, nas hipóteses previstas no § 2º.

§ 4º Se discordar da proposta de absolvição ou da inocência do servi-dor acusado não anteriormente indiciado, a autoridade julgadora devedesignar nova comissão processante para elaborar a indiciação e praticaros demais atos processuais posteriores.

§ 5º Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadoradeve declarar a nulidade total ou parcial do processo disciplinar e ordenar,conforme o caso:

I – a realização de diligência;

II – a reabertura da instrução processual;

III – a constituição de outra comissão processante, para instauração denovo processo.

§ 6º Os atos não contaminados pelo vício devem ser reaproveitados.

§ 7º Nenhum ato é declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízopara a apuração dos fatos, para a defesa ou para a conclusão do processo.

§ 8º O vício a que o servidor acusado ou indiciado tenha dado causanão obsta o julgamento do processo.

Art. 258. O ato de julgamento do processo disciplinar deve:

I – mencionar sempre o fundamento legal para imposição da penalida-de;

II – indicar a causa da sanção disciplinar;

III – ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.

CAPÍTULO VIDA REVISÃO DO PROCESSOArt. 259. O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer tempo, a

pedido ou de ofício, quando forem aduzidos fatos novos ou circunstânciasnão apreciadas no processo originário, suscetíveis de justificar a inocência

do servidor punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada, obser-vado o disposto no art. 175, II.

§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servi-dor, qualquer pessoa da família pode requerer a revisão do processo.

§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão pode serrequerida pelo respectivo curador.

§ 3º A simples alegação de injustiça da sanção disciplinar aplicada não

constitui fundamento para a revisão.§ 4º Não é admitido pedido de revisão quando a perda do cargo público

ou a cassação de aposentadoria decorrer de decisão judicial.

Art. 260. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente deve pedir dia e horapara produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 261. O requerimento de revisão do processo deve ser dirigido, con-forme o caso, à autoridade administrativa que julgou, originariamente, oprocesso disciplinar.

§ 1º Autorizada a revisão, o pedido deve ser encaminhado ao dirigentedo órgão, autarquia ou fundação onde se originou o processo disciplinar,para providenciar a constituição de comissão revisora, observadas, no que

couber, as disposições dos arts. 229 a 234.§ 2º Não pode integrar a comissão revisora o servidor que tenha atua-

do na sindicância ou no processo disciplinar cujo julgamento se pretendarevisar.

Art. 262. A revisão corre em apenso ao processo originário.

Art. 263. A comissão revisora tem o prazo de sessenta dias para aconclusão dos trabalhos.

Art. 264. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que cou-ber, as normas e procedimentos do Capítulo V.

Art. 265. A competência para julgamento do pedido de revisão é da au-toridade administrativa que aplicou, originariamente, a sanção disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para julgamento é de vinte dias, contados dorecebimento dos autos do processo disciplinar, durante o qual a autoridade

 julgadora pode determinar diligências.

Art. 266. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito apenalidade aplicada.

§ 1º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela inocência doservidor punido, deve ser declarada sem efeito a sanção disciplinar aplica-da, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação àdestituição de cargo em comissão, que deve ser convertida em exoneração.

§ 2º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela inadequação dasanção disciplinar aplicada, deve-se proceder à nova adequação, restabe-lecendo-se todos os direitos do servidor naquilo que a sanção disciplinar

aplicada tenha excedido.Art. 267. Da revisão do processo não pode resultar agravamento de

sanção disciplinar.

TÍTULO VIIIDA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAISArt. 268. A seguridade social do servidor público distrital compreende

um conjunto integrado de ações destinadas a assegurar direitos relativos àsaúde, à previdência e à assistência social.

Art. 269. A previdência social destina-se exclusivamente aos servidoresocupantes de cargo de provimento efetivo, na forma prevista na Constitui-

ção Federal e em lei complementar específica.Art. 270. A assistência social deve ser prestada na forma da legislação

específica e segundo os programas patrocinados pelo órgão, autarquia oufundação.

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CAPÍTULO IIDA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Seção IDas Disposições GeraisArt. 271. A assistência à saúde do servidor ativo ou inativo, de seu cônju-

ge, companheiro, dependentes e do pensionista compreende a assistênciamédica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica e é prestada:

I – pelo Sistema Único de Saúde;

II – diretamente pelo serviço de saúde do órgão, autarquia ou fundaçãoa que o servidor estiver vinculado;

III  – pela rede privada de saúde, mediante credenciamento por convê-nio, na forma estabelecida em lei ou regulamento;

IV – na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor des-pendido com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na formaestabelecida em regulamento.

Art. 272. O servidor deve ser submetido a exames médicos periódicosgratuitos, nos termos e condições definidos em regulamento.

Seção IIDa Licença Médica e da Licença OdontológicaArt. 273. Pode ser concedida licença de até quinze dias para o servidor

tratar da própria saúde, sem prejuízo da remuneração ou subsídio.§ 1º A partir do décimo sexto dia, a licença médica ou odontológica

converte-se em auxílio-doença, observadas as normas do regime própriode previdência social do Distrito Federal.

§ 2º Aplica-se o disposto no art. 131 à licença médica ou odontológicaapenas na hipótese de novo benefício concedido em decorrência da mes-ma doença.

Art. 274. A licença de que trata o art. 273 depende de inspeção feitapor médico ou cirurgião-dentista do setor de assistência à saúde.

§ 1º Se necessário, a inspeção de que trata este artigo pode ser reali-zada onde o servidor se encontrar.

§ 2º O atestado de médico ou de cirurgião-dentista particular só produzefeitos depois de homologado pelo setor de assistência à saúde do respec-tivo órgão, autarquia ou fundação.

§ 3º No caso de atestado de comparecimento a serviços médicos,odontológicos ou laboratoriais, a ausência ao serviço restringe-se ao turnoem que o servidor foi atendido.

§ 4º O atestado ou o laudo da junta médica não pode se referir ao no-me ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas poracidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especifi-cadas na legislação do regime próprio de previdência dos servidores públi-cos do Distrito Federal.

§ 5º O atestado médico de até três dias durante o bimestre do ano civilpode ser recebido pela chefia imediata, sem a homologação do serviço de

saúde.Art. 275. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou

funcionais deve ser submetido à inspeção médica.

Parágrafo único. A administração pública deve adotar programas deprevenção a moléstia profissional.

Art. 276. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamentoespecializado pode ser tratado em instituição privada, às expensas doDistrito Federal.

Parágrafo único. O tratamento referido neste artigo constitui medida deexceção e somente é admissível quando inexistirem meios e recursosadequados em instituição pública.

Seção IIIDa ReadaptaçãoArt. 277. Ao servidor efetivo que sofrer redução da capacidade laboral,

comprovada em inspeção médica, devem ser proporcionadas atividadescompatíveis com a limitação sofrida, respeitada a habilitação exigida noconcurso público.

Parágrafo único. O servidor readaptado não sofre prejuízo em sua re-muneração ou subsídio.

TÍTULO IXCAPÍTULO ÚNICODAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIASArt. 278. O dia do servidor público é comemorado em vinte e oito de ou-

tubro.

Art. 279. Podem ser instituídos os seguintes incentivos funcionais, além

daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:I – prêmio pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favo-

reçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;

II – concessão de medalha, diploma de honra ao mérito, condecoraçãoe elogio.

Art. 280. Aos prazos previstos nesta Lei Complementar, salvo disposi-ção legal em contrário, aplica-se o seguinte:

I – sua contagem é feita em dias corridos, excluindo-se o dia do come-ço e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro diaútil seguinte o começo ou o vencimento do prazo que cair em dia:

a) sem expediente;

b) de ponto facultativo;c) em que a repartição ficou fechada;

d) cujo expediente foi encerrado antes do horário habitual;

II  – pela interrupção, extingue-se a contagem do prazo já feita e reini-cia-se nova contagem a partir da data em que o prazo foi interrompido;

III – durante a suspensão, a contagem do prazo fica paralisada, deven-do ser retomada de onde parou na data em que cessar a causa suspensiva.

§ 1º Salvo disposição legal em contrário, os prazos são contínuos, nãose interrompem, não se suspendem, nem se prorrogam.

§ 2º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.

§ 3º Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente ao do co-

meço do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 281. Em razão de nacionalidade, naturalidade, condição social, fí-sica, imunológica, sensorial ou mental, nascimento, idade, escolaridade,estado civil, etnia, raça, cor, sexo, orientação sexual, convicção religiosa,política ou filosófica, de ter cumprido pena ou de qualquer particularidadeou condição, o servidor não pode:

I – ser privado de qualquer de seus direitos;

II – ser prejudicado em seus direitos ou em sua vida funcional;

III – sofrer discriminação em sua vida funcional ou pessoal;

IV – eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 282. Ao servidor público civil são assegurados, nos termos da

Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintesdireitos, entre outros, dela decorrentes:I – representação pelo sindicato, inclusive como substituto processual;

II – desconto em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for fili-ado, do valor das mensalidades e contribuições definidas em assembleiageral da categoria.

Art. 283. Para efeitos desta Lei Complementar, consideram-se da famí-lia do servidor o cônjuge ou o companheiro, os filhos e, na forma da legisla-ção federal sobre imposto de renda da pessoa física, os que forem seusdependentes econômicos.

§ 1º O servidor pode requerer o registro em seus assentamentos funci-onais de qualquer pessoa de sua família.

§ 2º A dependência econômica deve ser comprovada, por ocasião dopedido, e a sua comprovação deve ser renovada anualmente, na forma doregulamento.

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§ 3º Equiparam-se à condição de companheira ou companheiro os par-ceiros homoafetivos que mantenham relacionamento civil permanente,desde que devidamente comprovado.

Art. 284. As orientações normativas para a uniformização dos procedi-mentos de aplicação desta Lei Complementar são formuladas, no PoderExecutivo, pelo órgão central do sistema de:

I – correição, sobre questões atinentes ao regime, à sanção e ao pro-cesso disciplinar, sem prejuízo das competências de corregedorias especí-

ficas;II – pessoal, sobre as questões não compreendidas no inciso I.

Art. 285. As disposições desta Lei Complementar não alteram a jornadade trabalho vigente na data de sua publicação, não extinguem direitosadquiridos, nem direitos ou deveres previstos em lei especial.

Art. 286. Até que lei específica fixe o valor do auxílio-alimentação pre-visto no art. 111, ficam mantidos os valores pagos na forma da legislaçãovigente até a data de publicação desta Lei Complementar.

Art. 287. Fica mantido, com os respectivos efeitos, o tempo de serviçoregularmente averbado na forma da legislação anterior à publicação destaLei Complementar.

Art. 288. Ficam mantidas, até sua adequação às disposições desta LeiComplementar, as normas regulamentares expedidas com base na legisla-ção anterior, exceto naquilo que conflitarem com esta Lei Complementar.

Art. 289. O décimo terceiro salário, previsto nesta Lei Complementar,substitui a gratificação natalícia prevista na Lei nº 3.279, de 31 de dezem-bro de 2003.

Art. 290. As remissões feitas na legislação distrital a dispositivo da Leifederal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou a dispositivos das leisrevogadas por esta Lei Complementar consideram-se feitas às disposiçõescorrespondentes desta Lei Complementar.

Art. 291. A Lei Complementar nº 769, de 30 de junho de 2008, passa avigorar com as seguintes alterações:

Art. 1º ..................................

§ 3º Aplicam-se subsidiariamente às disposições desta Lei Comple-mentar as normas do regime jurídico dos servidores públicos civis do Distri-to Federal.

Art. 12. ..............................

§ 1º A dependência econômica do cônjuge e dos filhos indicados no in-ciso IV é presumida, e a das pessoas indicadas nos incisos I a III deve sercomprovada.

§ 2º A existência de dependente indicado no inciso IV exclui do direitoao benefício os indicados nos incisos I a III.

Art. 18. A aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que, es-tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz de

readaptação para o exercício das atribuições do cargo, de forma compatívelcom a limitação que tenha sofrido, e deve ser paga, com base na legislaçãovigente, a partir da data da publicação do respectivo ato e enquanto oservidor permanecer nessa condição.

§ 9º O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo decontribuição, se acometido de qualquer das moléstias especificadas no §5º, deve passar a perceber provento integral, calculado com base no fun-damento legal de concessão da aposentadoria.

§ 10. A doença, lesão ou deficiência de que o servidor público era por-tador ao ingressar no cargo público não lhe confere o direito à aposentado-ria por invalidez, salvo quando sobrevier incapacidade por motivo de pro-gressão ou agravamento das causas de deficiência.

Art. 24. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de rea-daptação, deve ser aposentado por invalidez.

Art. 29. ..................................

§ 3º A pensão deve ser concedida ao dependente que se habilitar.

§ 4º A concessão da pensão não pode ser protelada pela falta de habi-litação de outro possível dependente.

§ 5º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte ocompanheiro ou a companheira.

§ 6º A habilitação posterior que importe inclusão ou exclusão de de-pendente só produz efeitos a contar da data da habilitação.

Art. 30. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e

temporárias.§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que

somente se extinguem ou revertem com a morte do pensionista.

§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem seextinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou maiori-dade do pensionista.

Art. 30-A. São beneficiários da pensão:I – vitalícia:

a) o cônjuge;

b) a pessoa separada judicialmente, divorciada ou cuja união estávelfoi legalmente dissolvida, com percepção de pensão alimentícia;

c) o companheiro ou companheira que comprove união estável;d) a mãe ou o pai com percepção de pensão alimentícia;

II – temporária:

a) o filho ou o enteado até completar vinte e um anos de idade, ou, seinválidos, enquanto durar a invalidez;

b) o menor sob tutela;

c) o irmão não emancipado até completar vinte e um anos de idade, ou,se inválido, enquanto durar a invalidez, que perceba pensão alimentícia.

Parágrafo único. É vedada a concessão de pensão vitalícia:

I – ao beneficiário indicado no inciso I, c, se houver beneficiário indica-do no inciso I, a;

II – a mais de um companheiro ou companheira.

Art. 30-B. O valor da pensão, calculado na forma do art. 29, deve serrateado entre os habilitados de modo a individualizar a cota a que cadabeneficiário faz jus.

§ 1º Não havendo dependentes previstos no art. 30-A, I, b ou d, ou noart. 30-A, II, c, deve-se observar, no cálculo da cota de cada pensionista, oseguinte:

I  – havendo apenas um pensionista habilitado, o valor da cota corres-ponde ao valor da pensão;

II – ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade dovalor cabe aos habilitados à pensão vitalícia; a outra metade, aos habilita-

dos à pensão temporária.§ 2º Havendo dependentes previstos no art. 30-A, I, b ou d, ou no art.

30-A, II, c, aplica-se o seguinte:

I  –  a cota desses dependentes é calculada de modo proporcional aovalor da pensão alimentícia percebida, tendo como base para cálculo ovalor total da pensão;

II  – a cota dos demais dependentes, se houver, deve ser calculada naforma do § 1º, tendo como base para cálculo o saldo do valor da pensãoque remanescer após deduzir a cota de que trata o inciso I deste parágrafo.

§ 3º O valor apurado na forma do § 2º, I, fica limitado pela cota devidaa cada beneficiário da pensão vitalícia ou da pensão temporária.

Art. 30-C. A cota do pensionista que perdeu essa qualidade reverte-se,

exclusivamente, para seu ascendente, descendente ou irmão que tambémseja pensionista do mesmo instituidor de pensão.

Art. 30-D. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumu-lativa de mais de duas pensões pagas por regime próprio de previdênciasocial.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 51

Art. 292. (V E T A D O).

Art. 293. Esta Lei Complementar entra em vigor no dia 1º de janeiro de2012.

Art. 294. Ficam revogadas as disposições em contrário, deixando deser aplicadas, no Distrito Federal, a Lei federal nº 8.112, de 11 de dezembrode 1990, e a Lei federal nº 8.647, de 13 de abril de 1993.

Art. 295. Salvo as disposições aplicáveis aos empregados das empre-sas públicas ou sociedades de economia mista, ficam expressamenterevogados:

I – art. 4º da Lei nº 39, de 6 de setembro de 1989;

II – art. 12 da Lei nº 51, de 13 de novembro de 1989;

III – art. 5º da Lei 64, de 14 de dezembro de 1989;

IV – art. 13, da Lei 68, de 22 de dezembro de 1989;

V – art. 11 da Lei 88, de 29 de dezembro de 1989;

VI – art. 1º da Lei nº 119, de 16 de agosto de 1990;

VII – art. 4º da Lei nº 125, de 29 de outubro de 1990;

VIII – arts. 12, 13 e 19 da Lei nº 159, de 16 de agosto de 1991;

IX – arts. 4º e 5º da Lei nº 197, de 4 de dezembro de 1991;

X – art. 4º da Lei nº 211, de 19 de dezembro de 1991;

XI – art. 3º da Lei nº 948, de 30 de outubro de 1995;

XII – arts. 3º e 4º da Lei nº 1.141, de 10 de julho de 1996;

XIII – arts. 1º, 2º, 3º, 5º e 6º da Lei nº 1.864, de 19 de janeiro de 1998;

XIV – art. 4º da Lei nº 2.911, de 5 de fevereiro de 2002;

XV – art. 4º da Lei nº 4.381, de 28 de julho de 2009;

XVI – Lei nº 34, de 13 de julho de 1989;

XVII – Lei nº 160, de 2 de setembro de 1991;

XVIII – Lei nº 221, de 27 de dezembro de 1991;XIX – Lei nº 237, de 20 de janeiro de 1992;

XX – Lei nº 463, de 22 de junho de 1993;

XXI – Lei nº 786, de 7 de novembro de 1994;

XXII – Lei nº 921, de 19 de setembro de 1995;

XXIII – Lei nº 988, 18 de dezembro de 1995;

XXIV – Lei nº 1.004, de 9 de janeiro de 1996;

XXV – Lei nº 1.136, de 10 de julho de 1996;

XXVI – Lei nº 1.139 de 10 de julho de 1996;

XXVII – Lei nº 1.303, de 16 de dezembro de 1996;XXVIII – Lei nº 1.370, de 6 de janeiro de 1997;

XXIX – Lei nº 1.448, de 30 de maio de 1997;

XXX – Lei nº 1.569, de 15 de julho de 1997;

XXXI – Lei nº 1.752, de 4 de novembro de 1997;

XXXII – Lei nº 1.784, de 24 de novembro de 1997;

XXXIII – Lei nº 1.799, de 23 de dezembro de 1997;

XXXIV – Lei nº 1.836, de 14 de janeiro de 1998;

XXXV – Lei nº 2.107, de 13 de outubro de 1998;

XXXVI – Lei nº 2.122, de 12 de novembro de 1998;XXXVII – Lei nº 2.226, de 31 de dezembro de 1998;

XXXVIII – Lei nº 2.469, de 21 de outubro de 1999;

XXXIX – Lei nº 2.663, de 4 de janeiro de 2001;

XL – Lei nº 2.671, de 11 de janeiro de 2001;

XLI – Lei nº 2.895, de 23 de janeiro de 2002;

XLII – Lei nº 2.944, de 17 de abril de 2002;

XLIII – Lei nº 2.963, de 26 de abril de 2002;

XLIV – Lei nº 2.966, de 7 de maio de 2002;

XLV – Lei nº 2.971, de 7 de maio de 2002;

XLVI – Lei nº 2.992, de 11 de junho de 2002;

XLVII – Lei nº 3.279, de 31 de dezembro de 2003;

XLVIII – Lei nº 3.289, de 15 de janeiro de 2004;

XLIX – Lei nº 3.389, de 6 de julho de 2004;

L – Lei nº 3.494, de 8 de dezembro de 2004;

LI – Lei nº 3.558, de 18 de janeiro de 2005;

LII – Lei nº 3.577, de 12 de abril de 2005;

LIII – Lei nº 3.648, de 4 de agosto de 2005;

LIV – Lei nº 3.692, de 8 de novembro de 2005;

LV – Lei nº 3.855, de 22 de maio de 2006;

LVI – Lei nº 3.894, de 12 de julho de 2006;

LVII – Lei nº 4.477, de 1º de junho de 2010.

5 LICITAÇÃO. 5.1 PRINCÍPIOS. 5.2CONTRATAÇÃODIRETA: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE. 5.3 MODA-

LIDADES. 5.4 TIPOS. 5.5 PROCEDIMENTO.

GESTÃO DE CONTRATOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

GESTÃO DE CONTRATOS

A Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 8666/93, prevê, nas entrelinhasde seus artigos, que o Administrador Público deve organizar e implantar emórgãos públicos um sistema de gestão de contratos, compreendendo ogerenciamento, o acompanhamento e a fiscalização da execução até orecebimento do objeto.

A gestão de contratos compreende:  O gerenciamento dos contratos;  A fiscalização da execução dos contratos;  O recebimento dos objetos contratados.

Nota: Os artigos citados neste trabalho se referem todos à Lei nº8666/93, conhecida como Lei de Licitações e Contratos.

GERENCIAMENTO DE CONTRATOS 

O gerenciamento de contratos é um serviço administrativo que com-preende a gestão geral dos contratos e que poderá ser exercido por umsetor ou por um funcionário e que trata das questões gerais relativas aoscontratos, tais como: o controle dos prazos de vencimento ou de renovaçãodos contratos, questões ligadas ao reequilíbrio econômico-financeiro, à

documentação, aos pagamentos e outras de amplitude geral.O Administrador Público, com o objetivo de se resguardar de respon-

sabilidades, no que diz respeito aos contratos, deverá adotar algumasprovidências:

Criar comissão permanente de licitações, propiciando a especialização,

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 52

ou comissões especiais de licitação para casos que requeiram conhecimen-tos específicos;

Implantar um serviço de gestão de contratos. A implantação de um ser-viço específico de gestão de contratos, com estrutura física definida e deum sistema de controle, que pode ser informatizado, permite a profissionali-zação e forma especialistas na área, resguardando a responsabilidade doadministrador;

Designar um fiscal para cada contrato. O fiscal deverá ser um funcioná-

rio da Administração, preferencialmente ocupante de cargo efetivo, desig-nado pelo Ordenador de Despesa através de portaria ou termo próprio, comconhecimento do contratado ou ainda previsto no próprio contrato;

Nomear um funcionário ou comissão para receber o objeto da cadacontrato, com o objetivo de se assegurar que o objeto que está sendorecebido corresponda exatamente aquilo que foi contratado;

Designar comissão permanente de sindicância e de processo discipli-nar, com o objetivo de apurar fatos e responsabilidades de forma segura. Asindicância é instrumento para investigar irregularidades sejam elas prati-cadas por servidores ou por funcionários de empresas contratadas. Nocaso de sindicância envolvendo procedimentos de contratados, o objetivo éreunir provas de responsabilidade da contratada, para lastrear providênciastais como rescisão contratual ou reparação de danos. O processo discipli-

nar visa punir servidor ou empregado público;Providenciar no sentido de que os servidores responsáveis pela fiscali-

zação de contratos ou pelo recebimento dos objetos contratados sejamtreinados para o exercício das atividades pertinentes;

Providenciar junto à área de recursos humanos em treinamento parapreparar os empregados da contratada para trabalhar dentro da repartiçãopública e dar-lhes conhecimento dos hábitos e posturas nos recintos ofici-ais;

Orientar os servidores e empregados públicos sobre como deverão serelacionar com as empresas contratadas que exercem serviços terceiriza-dos. Não lhes compete dar ordens, instruções ou repreendê-los. Não po-dem a eles atribuir tarefas particulares porque eles não são seus emprega-dos. Eventuais observações ou queixas devem ser levadas ao fiscal do

contrato ao qual cabe adotar as providências que forem necessárias.

ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE CON-TRATOS

Requisitado o objeto, efetuada licitação e celebrado o contrato, segue-se a fase de execução.

A Lei de Licitações e contratos dispõe em seu art. 67: “ A execução docontrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da

 Administração especialmente designado, permitida a contratação de tercei-ros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribui-ção”.

A designação de um representante da Administração é obrigatória, eisque a lei dispõe que: “deverá ser...”.

O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato são obri-gatórios para todos os contratos que não se esgotem em um único ato talqual a compra de um bem já fabricado, como por exemplo, a aquisição deum eletrodoméstico.

Acompanhar significa estar presente ou manter um sistema de acom-panhamento da execução do contrato.

Fiscalizar significa verificar se o contrato está sendo executado deacordo o que foi pactuado, através de observações e ações junto ao pre-posto do contratado, tudo devidamente registrado e comunicado ao gestordo contrato nos casos de descumprimento do disposto no contrato.

A fiscalização deverá ser efetuada por um representante da Adminis-tração e para ser tal representante, ele deverá ter vínculo com órgão públi-co, isto é, ser servidor estável, comissionado ou empregado público.

O representante da Administração será especialmente designado, istosignifica que para cada contrato deve ser designado um fiscal, mesmo quedesignado para fiscal vários contratos, mas, para cada um, receberá uma

designação específica.

A designação do fiscal de contrato, efetuada pelo ordenador de despe-sa, deverá constar do próprio instrumento de contrato ou formalizada emtermo próprio, sendo ainda aconselhável a designação de um suplente paraatuar nos impedimentos do titular designado.

A lei ainda permite a contratação de terceiros para assistir e subsidiar ofiscal do contrato referente à suas atribuições.

A Lei de Licitações e Contratos inclui como motivo para a rescisão con-tratual: “o desatendimento das determinações regulares da autoridadedesignada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como a desuas superiores. (Art. 78, VII).

- FISCAL DE CONTRATO E PREPOSTO DO CONTRATADO

A Lei de Licitações impõe a obrigação de as duas partes, con-tratante e contratado, terem um representante. O contratado desig-na um preposto, que deverá ser a pessoa de contato, a quem aadministração irá se reportar sempre que necessário. A Administra-ção designará um fiscal que será a referência nos contatos do con-tratado e será o responsável pela verificação da regularidade na

fase de execução.O ordenador de despesa deve resguardar-se com respeito à in-

dicação do fiscal que precisa ter um perfil adequado ao ofício. Ofiscal do contrato precisa estar preparado para a tarefa porqueenvolve um nível de responsabilidade específica. É necessário queo fiscal, ao ser nomeado, tenha conhecimento de suas responsabili-dades e de como deve, efetivamente, desempenhar a missão.

A contratada deve nomear um preposto que será aceito ou nãopela Administração. Ele será e elo de contato do fiscal com a em-presa contratada.

3.2 – ATRIBUIÇÕES DO FISCAL DE CONTRATO

Nomeado o fiscal e instruído sobre seus deveres e responsabilidades,a ele compete:

Obter cópia do contrato, do edital e da proposta da empresa vencedorada licitação, para análise e arquivo;

O fiscal precisa conhecer detalhadamente o contrato e as cláusulas ne-le estabelecidas e buscar os necessários esclarecimentos junto a assesso-rias, consultorias ou ao gestor de contratos.

O fiscal deve estar ciente e atento para a forma com que são executa-dos os serviços, os prazos, horários, o material empregado, enfim com tudoo que se relaciona à atividade sob fiscalização;

A partir da análise do contrato e dos demais documentos, verificará danecessidade ou não de requisitar apoio especializado de terceiros para

assisti-lo e subsidiá-lo com informações técnicas; (art. 67, caput);O fiscal do contrato anotará em registro próprio  todas as ocorrências

relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessá-rio à regularização das faltas ou defeitos observados; (art. 67, § 1º).

Conforme dispõe a Lei de Licitações e Contratos (art. 78 e inciso VIII),é facultado à Administração, em processo próprio, rescindir o contrato pelaocorrência reiterada de faltas, desde que essas faltas estejam anotadaspelo fiscal no registro próprio. O fiscal omisso ocorre em infração disci-plinar.

O registro poderá ser feito em livro próprio, fichas ou em arquivos ele-trônicos e dele deverão constar anotações relativas ao desenvolvimentodos trabalhos, incidentes, visitas, encaminhamento de providências eresultados.

É recomendável que o fiscal transfira a guarda dos documentos origi-nais, ao encerrar sua tarefa, mediante recibo e mantenha preventivamenteem seu poder cópia desses documentos;

Quando ultrapassarem a competência do fiscal, as decisões e provi-

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dências a ser tomadas deverão ser solicitadas aos superiores hierárquicospara adoção das medidas convenientes; (art.67, § 2º);

Há contratos que exigem acompanhamento e fiscalização diária, taiscomo os de serviços de limpeza e higiene e de segurança ou vigilância,recepção e portaria. O fiscal deverá fazer um acompanhamento rotineiro,recolhendo as queixas dos funcionários do órgão, anotando-as e levando-as para solução junto ao preposto da contratada. A mesma atitude deveráser tomada quanto às queixas dos empregados da contratada;

O fiscal deve ainda, atestar a execução total ou parcial do serviço con-tratado.

RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO

4.1 - A Lei de Licitações e Contratos determina que, executado o con-trato, o seu objeto será recebido provisoriamente pelo fiscal do contrato da seguinte forma:

Em se tratando de obras e serviços: mediante termo circunstanciado,assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita docontratado. Isto significa que o contratado deverá comunicar por escrito àAdministração a conclusão da obra ou a prestação do serviço, para que, noprazo citado seja lavrado e assinado o termo circunstanciado de recebimen-

to provisório. Pela Administração assina o fiscal do contrato e, pela contra-tada, poderá ser o preposto. (Art. 73, I, “a”);

Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: para finsde verificação da conformidade do material com a especificação. Nos casosde aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-ámediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo. (Art. 73, II“a” e § 1º); 

Poderá ser dispensado o recebimento provisório e efetuado recebimen-to definitivo, mediante recibo, nos casos de:

  Gêneros perecíveis e alimentação preparada;  Serviços profissionais;

  Obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inc. II, alínea

“a” da Lei 8666/93, desde que não se componham de aparelhos, equipa-mentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtivida-de.

4.2 - A Lei de Licitações e Contratos determina que a Administraçãodesigne um servidor ou uma comissão para o recebimento definitivo doobjeto do contrato, da seguinte forma:

a) Em se tratando de obras e serviços: Mediante termo circunstanciadoassinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vis-toria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,sendo que tal prazo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvoem casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital,observando-se que o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o ob-

 jeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreçõesresultantes da execução ou de materiais empregados. (Art. 73, I “b”,§§ 1º e 3º e art. 69).

b) Em se tratando de compras ou locação de equipamentos: após averificação da qualidade e quantidade do material e consequente acei-tação, sendo que, nos casos de aquisição de equipamentos de grandevulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nosdemais casos, mediante recibo.(Art. 73, II, “b” e § 1º);

c) Nos casos em que o termo circunstanciado ou a verificação citada nãoserem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixa-dos, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Admi-nistração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos. (Art.73, § 4º).

d) A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou forne-cimento executado em desacordo com o contrato. (Art. 76).

DA ATIVIDADE DE RECEBIMENTO DEFINITIVO DO OBJETO

A Lei de Licitações criou a obrigação de nomear-se um servidor, repre-sentante da Administração, especialmente designado para acompanhar efiscalizar a execução do contrato. É o fiscal do contrato. (art. 67).

A Lei também determinou que, executado o contrato, o seu objeto serárecebido definitivamente por servidor ou comissão designada pela auto-ridade. (art. 73).

Enquanto o fiscal age durante o período de execução do contrato, o re-cebimento do objeto se dá depois da execução: a Lei diz: “ executado  o

contrato...”. O Fiscal fiscaliza a execução, enquanto que o responsável pelorecebimento do objeto verifica se o resultado do contrato corresponde aoestabelecido no contrato. Indiretamente ele fiscaliza o fiscal do contrato.

O sentido da lei é o de assegurar que aquilo que foi contratado é exa-tamente aquilo que está sendo recebido pelo contratante. O Administradorao indicar quem irá receber o objeto do contrato deverá atentar para que apessoa indicada tenha perfil adequado, responsabilidade e conhecimentonecessário para o desempenho da tarefa. Em resumo, deverá estar prepa-rado, treinado.

O primeiro ponto de cautela é indicar quem irá receber o objeto.Mas isso não esgota a obrigação do gestor. Ele não pode indicarqualquer pessoa ou comissão, devendo indicar quem atenda o perfilpara a tarefa e a este proporcionar o conhecimento dos critérios edas responsabilidades.

Esta tarefa deve ser entregue a quem:  Tenha recebido treinamento para tal fim;  Tenha familiaridade com o objeto;  Seja detalhista;  Seja organizado;  Esteja ciente de suas responsabilidades.

Quem receber a tarefa deve, efetivamente, estar preparado. Aele devem ser fornecidos recursos materiais e técnicos necessáriosao desempenho do ofício. Quem dá a tarefa tem que oferecer osmeios para realizá-las.

Há, portanto, que ter cautela porque o recebimento do objeto éuma linha de risco, tanto para o gestor que não nomeia quem vaireceber, ou escolhe mal, tanto para quem é incumbido da tarefa enão a executa com segurança.

CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

6.1 – FORMALIZAÇÃO, ARQUIVO E PUBLICAÇÃO

Para a Administração Pública, considera-se contrato: “todo e qualquerajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares,em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipu-lação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.”

(Art. 2º, Parágrafo [único). Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições inte-

ressadas, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formali-zam por instrumento lavrado em cartório de notas e reconhecimento defirma (Art. 60).

As repartições manterão arquivo cronológico de seus autógrafos e re-gistro sistemático do seu extrato (Art. 60).

É obrigatória a publicação resumida do instrumento de contrato ou deseus aditamentos na imprensa oficial, como condição indispensável parasua eficácia. (Art. 61, Parágrafo único).

O gerente de contratos deve manter em arquivo cópia dos contratos,de seus aditamentos e da publicação dos respectivos extratos ou súmulas,

à disposição dos órgãos de fiscalização interna e externa.É nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,

exceto o de pequenas despesas de pronto pagamento feitas em regime deadiantamento (Art. 60, Parágrafo único).

O instrumento de contrato é obrigatório nas contratações fundamenta-

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das em:

  Concorrências;

  Tomadas de preços;

  Dispensas ou inexigibilidades de licitação cujos valores estejamcompreendidos nos limites das modalidades de concorrência outomada de preços;

  Compres de qualquer valor de que resultem obrigações futuras.

O instrumento de contrato é facultativo nas contratações fundamenta-das em:

  Convites;

  Compras para entrega imediata e integral de que não resultemobrigações futuras, independentemente de valor;

Nos demais casos em que a Administração puder substituí-los por ou-tros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho dedespesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. (Art.62).

A contratação somente será efetuada quando existirem à disposição oscorrespondentes recursos orçamentários.

As minutas dos contratos, acordos, convênios ou ajustes e de editaisde licitação devem ser previamente examinados e aprovados por assesso-ria jurídica da Administração (Art. 38, Parágrafo único).

6.2 – PRAZOS DE VIGÊNCIA DOS CONTRATOS

É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado, se regidopela Lei de Licitações e Contratos (Art. 57, § 3º).

Regra geral:

A duração dos contratos administrativos, regidos pela Lei de Licitaçõese Contratos, ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentá-rios. (Art. 57, caput).

Projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabeleci-das no Plano Plurianual:

Poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e des-de que isto tenha sido previsto no ato convocatório. (Art. 57, I).

Prestação de serviços a serem executados de forma contínua:

Poderão ter sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodoscom vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para aAdministração, limitada a 60 (sessenta) meses, ou seja, 5 (cinco) anos,podendo ainda ser prorrogados em até 12 (doze) meses, em caráter excep-cional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridadesuperior. (Art. 57, II e § 4º com as alterações da Lei 9.648/98).

Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática:Pode a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) me-

ses após o início da vigência do contrato. (Art. 57, IV).

Casos especiais, não sujeitos aos prazos estabelecidos no art. 57 daLei de Licitações e Contratos:

  Contratos de seguro, financiamento, locação em que o Poder Pú-blico seja locatário. (Art. 62, § 3º, I);

  Contratos em que a Administração faz parte como usuária de ser-viço público. (Art. 62, § 3º, II);

  Demais contratos cujo conteúdo seja regido predominantementepor norma de direito privado. (Art. 62, § 3º, I).

Disciplinando sobre estes contratos, enumerados no item 5, o § 3º deart. 62 da Lei de Licitações e Contratos manda aplicar tão somente o dis-posto no art. 55 e nos arts. 58 a 61, não fazendo nenhuma referência e,portanto, excluindo exatamente o art. 57, que estabelece limites de prazo eveda o contrato com prazo indeterminado.

Assim é que esses contratos são se subordinam aos prazos de dura-ção fixados no art. 57, incisos II e IV, nem à vedação do § 3º do mesmoartigo, que proíbe a contratação por prazo indeterminado. Podem, portanto,ter prazos superiores a cinco anos ou, até mesmo, ser assinados por prazoindeterminado.

O § 3º de art. 62, que exclui a incidência do art. 57, manda que sejamaplicadas as demais normas gerais, no que couber, pelo que, mesmo emse tratando de serviços públicos, de locação ou de concessão de uso, não

está a Administração desobrigada do processo de licitação, de dispensa ouinexigibilidade, bem como das publicações previstas em lei.

6.3  –  PRORROGAÇÕES DOS PRAZOS DE DURAÇÃO DOS CON-TRATOS.

A regra geral é a de que a duração dos contratos administrativos deve-rá observar a vigência dos respectivos créditos orçamentários.

Existem, porém, serviços de natureza contínua destinados a atendernecessidades públicas permanentes. De outra parte, presume-se a disponi-bilidade de recursos orçamentários, pois os orçamentos certamente con-templarão verbas para despesas com serviços contínuos.

De um modo geral, os contratos são firmados com prazo de um ano,

com previsão de prorrogação por iguais períodos até o limite de sessentameses, no caso de serviços contínuos, e de quarenta e oito meses, em setratando de aluguel de equipamentos ou utilização de programas de infor-mática.

Não há prorrogação tácita. A prorrogação deve ser motivada, previa-mente autorizada  pela autoridade competente e formalizada por umTermo Aditivo analisado e aprovado pelo serviço jurídico do órgão.

Uma vez aditado, o resumo deverá ser publicado na imprensa oficialpara que alcance a eficácia e seja de conhecimento dos interessados e dosórgãos de controle.

A única disposição que a prorrogação deverá conter é o novo prazo,nada mais podendo ser incorporado.

6.4 CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS

Quanto a tais contratos, cabe observar:

É dispensável a licitação para a locação de imóvel destinado ao aten-dimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidadesde instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preçoseja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. (Art.24, X);

Tais contratos não estão adstritos aos prazos estabelecidos no art. 57,de vez que o seu conteúdo é regido predominantemente por norma dedireito privado, Lei 8.245/91, mas devem, da mesma forma ser aplicadas asnormas gerais, estando pois a contratação sujeita ao processo de dispensae às demais formalidades previstas na legislação;

Merecem controle especial os contratos de locação, pois a Lei nº8245/91, estabelece em seu artigo 56, Parágrafo único, que, findo o prazoestipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias semoposição do locador. Presumir-se-á prorrogada a locação, nas condiçõesajustadas, mas sem prazo determinado. Neste caso, o contrato de locaçãopor prazo indeterminado poderá ser denunciado por escrito pelo locador,concedendo ao locatário trinta dias para a desocupação. Um falta de con-trole, nesta hipótese, poderá deixar a Administração em situação de ter quedesocupar o imóvel no prazo de trinta dias;

Quando a locação do imóvel for destinada ao comércio, como é o casodos bancos oficiais ou de outras empresas públicas ou sociedades deeconomia mista, tem direito à renovação do contrato, por igual prazo, desdeque cumulativamente o contrato a renovar tenha sido celebrado por escritoe com prazo determinado e que o prazo mínimo do contrato a renovar ou asoma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos, eo locatário esteja no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de trêsanos;

Nesses casos, deve a Administração procurar assinar esses contratos

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pelo prazo de cinco anos, prazo sempre determinado, e, em tempo oportu-no, antes do seu vencimento, intentar negociações com vistas à sua reno-vação, se interessar, a qual, não logrando êxito, poderá propor a competen-te ação renovatória, assegurada pela Lei nº 8.245/91;

Nas concessões de uso, chamadas de comodato, também não cabema limitação de prazo, devendo, no entanto, caso assinado por prazo deter-minado, formalizar-se, no tempo próprio, as prorrogações ou, procedernova licitação.

6.3  – PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO EM RELAÇÃO AOSCONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Em relação aos contratos, a Administração tem a prerrogativa de:

“Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidadesde interesse público, respeitados os direitos do contratado.” (Art. 58, I).

A Administração não tem a faculdade de alterar o contrato administrati-vo quando e como bem entender. A Administração tem o dever de intervirno contrato e introduzir as modificações necessárias e adequadas à satis-fação do interesse público.

Nos contratos administrativos existem cláusulas que dizem respeito aodesempenho das atividades, denominadas cláusulas regulamentares, ecláusulas que dizem respeito à remuneração do contratado, denominadas

cláusulas econômicas. As cláusulas regulamentares, verificados os pressupostos normativos,

podem ser unilateralmente alteradas pela Administração Pública.

As cláusulas econômicas não podem ser alteradas unilateralmente pelaAdministração Pública: “As cláusulas econômico-financeiras e monetáriasdos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con-cordância do contratado.” (Art. 58, § 1º). 

A alteração unilateral do contrato somente poderá ser efetuada pelaocorrência de eventos ocorridos ou somente conhecidos após a contrata-ção, eis que realizado o certame licitatório. Isto significa que a faculdadeque a Administração detém de modificar o contrato está condicionada aocorrências posteriores à data da contratação. Ocorrências que modifiquemas circunstâncias de fato ou de direito e que motivam e embasam a neces-

sidade ou conveniência de alterar o contrato.A alteração do contrato deverá ser:

Motivada, justificada, sem o que, será inválida a alteração unilateral docontrato administrativo.

Não basta simplesmente invocar a necessidade ou o interesse público.É necessário explicitar o motivo real e concreto que embasa a modificação.

A Administração deverá demonstrar que não existia na data da contra-tação o motivo da modificação, isto é, de que o evento que motivou aalteração ocorreu após aquela data ou comprovar que somente se tornouconhecido após a data da assinatura do contrato.

A modificação introduzida no contrato deverá ser proporcional à ocor-rência que a motivou.

A modificação do contrato será nula quando:

  Desmotivada;

  Fundamentada em motivo existente e conhecido em data anterior ácontratação;

  Fundamentada em motivo inexistente;

  Desproporcional à motivação.

No tópico a seguir, sobre as alterações nos contratos, serão abordadosos limites à faculdade de a Administração modificar unilateralmente oscontratos administrativos.

“Rescindí -los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I doar t. 79 desta Lei.” (Art. 58, II). 

Este tópico será tratado adiante quando for abordado o assunto: resci-são de contratos.

“Fiscalizar -lhes a execução.”  

Este assunto foi abordado em páginas anteriores.

“Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.”(Art. 58, IV).

O tópico será tratado adiante quedo for abordado o assunto: rescisãode contratos.

“O disposto no inciso V do art. 58 não tem mais aplicação no campodos contratos administrativos, com a edição da Lei nº 8.987 , lei específica

que disciplina as concessões e permissões de serviço público.”6.6 – ALTERAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A Lei de Licitações e Contratos dispõe, em seu art. 65, que os contra-tos administrativos poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nosseguintes casos:

“I – Unilateralmente pela Administração:

quando houver modificação do projeto ou das especificações, para me-lhor adequação técnica aos seus objetivos;

quando necessária a modificação do valor contratual em decorrênciade acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permiti-dos por esta Lei;

II – por acordo das partes:  quando conveniente a substituição da garantia da execução;

  quando necessária a modificação do regime de execução daobra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verifica-ção técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

  quando necessária a modificação da forma de pagamento, porimposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atuali-zado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronogramafinanceiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimentode bens ou execução de obra ou serviço:

- para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmen-te entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a

 justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manu-tenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese desobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequênciasincalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ouainda. Em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configu-rando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§ 1 º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições con-tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviçosou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado docontrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites esta-belecidos no parágrafo anterior, salvo:

I – (VETADO);

II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratan-tes;

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.

§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estesdeverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regular-mente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeniza-ção por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde queregularmente comprovados;

§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extin-tos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridasapós a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos

 preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,conforme o caso;

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§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os en-cargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento,o equilíbrio econômico-financeiro inicial;

§ 7º - (VETADO);

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajustamento de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares

até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,dispensando a celebração de aditamento.”

6.7  –  ANULAÇÃO E RESCISÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATI-VOS

De um modo geral um contrato se extingue pela conclusão do seu ob- jeto ou pelo término do prazo.

Existem, porém, situações anormais em que um contrato se extinguepela anulação ou pela rescisão.

6.7.1 – ANULAÇÃO DE CONTRATO 

Anular um contrato significa desconstituir o contrato suprimindo seusefeitos. A nulidade se dá quando o contrato ofende norma que tutela o

interesse público, pressupõe um quadro anormal de direito.A Lei de Licitações e Contratos assim dispõe sobre a anulação de con-

tratos administrativos: “A declaração de nulidade do contrato administrativoopera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamen-te, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.” (Art. 59).  

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever deindenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em queela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contan-to que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quemlhe deu causa.”  

Declarada a nulidade a Administração tem o dever de indenizar o con-tratado, por perdas e danos, no que couber. Vedado o enriquecimento semcausa, a Administração não poderá declarar nulidade de contrato comoinstrumento de enriquecimento.

A decisão sobre a anulação do contrato e a indenização do contratadodeverá se antecedida do devido processo legal, com garantia do contraditó-rio e de ampla defesa do contratado, tanto no que se refere à anulação docontrato quanto ao montante da indenização.

6.7.2 – RESCISÃO DE CONTRATO

A Lei de Licitações e Contratos assim dispõe: “a inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratu-ais e as previstas em lei ou regulamento.” (Art.77).  

A rescisão do contrato poderá ser provocada pela Administração ou,pelo próprio contratado no caso de descumprimento por parte do PoderPúblico.

A inexecução poderá ser total ou parcial, conforme afete o todo ouapenas parcialmente o contrato, por ação ou omissão, com ou sem culpa.

Haverá culpa quando ocorrer negligência, imprudência, imprevidênciaou imperícia no atendimento das disposições contidas nas cláusulas contra-tuais.

RESCISÃO PELA INEXECUÇÃO COM CULPA

A inexecução com culpa enseja a aplicação de sanções legais ou con-tratuais proporcionais à gravidade da falta, garantido o contraditório e ampladefesa por parte do contratado. As sanções poderão ocorrer pela aplicaçãode multas até a rescisão do contrato, com a cobrança de perdas e danos e,até, com a suspensão provisória e a declaração de inidoneidade pra contra-tar com a administração. Tais sanções encontram-se explicitadas nos

artigos 87 e 88 da Lei de Licitações e Contratos.Além das sanções administrativas, a Lei de Licitações e Contratos

também dispõem em seus artigos 89 a 99, sobre os crimes e as penas comrelação a licitações e contratos.

RESCISÃO PELA INEXECUÇÃO SEM CULPA

A inexecução sem culpa ocorre em decorrência de atos ou fatos estra-nhos à conduta dos contratantes, ocorridos posteriormente à assinatura docontrato e que impediram ou dificultaram o cumprimento das obrigaçõesassumidas, caso em que a parte fica isenta de responsabilidades.

De acordo com a Teoria da Imprevisão, existem três hipóteses que ex-cluem a culpa pela inexecução de contrato: o fato do príncipe, o casofortuito e a força maior.

A base da Teoria da Imprevisão é a de que o contrato deve ser cumpri-do em conformidade com as mesmas condições existentes quando daassinatura. Ocorrendo instabilidade econômica ou social, não previstas esem intervenção dos contratantes, que alterem as condições do contrato,não se poderá atribuir culpa ao contratante inadimplente.

Fato do Príncipe:

Trata-se de medidas tomadas pela Administração Pública contratante eque venham a comprometer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Há situações em que, pelo aumento do encargo, o contratado terá di-reito à revisão do preço para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro. Podem ocorrer também situações em que a alteração unilateralocasionada pela Administração inviabilize o contratado de cumprir com o

contrato, fazendo então jus à indenização.Caso fortuito e força maior:

Caso fortuito é decorrente de evento da natureza, imprevisto e inevitá-vel, que torne impossível a execução do contrato, tal como vendaval, inun-dação, terremoto ou outro evento natural anormal.

Força maior é decorrente de evento humano inevitável que impossibiliteou impeça o cumprimento do contrato, tal como uma greve prolongada nosistema de transportes que impossibilite o cumprimento do contrato, gravesperturbações à ordem pública que inviabilizem a execução do que foicontratado.

Hipóteses de rescisão contratual

A Lei de Licitações e Contratos enumera no artigo 78, dezessete casos

para rescisão de contrato administrativo, que deverão ser formalmentemotivados nos autos do respectivo processo, assegurando-se o contraditó-rio e a ampla defesa:

“I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, proje-tos e prazos;

II  – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III  –  a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a com- provar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do forneci-mento, nos prazos estipulados;

IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V  –  a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justacausa e prévia comunicação à Administração;

VI  – a subcontratação parcial ou total do seu objeto, a associação docontrato com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem comoa fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as deseus superiores;

VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas naforma do § 1º de art.67 desta Lei;

IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

 X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

 XI  – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estruturada empresa, que prejudique a execução co contrato;

 XII  –  razões de interesse público, de alta relevância e amplo conheci-mento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera

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administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no proces-so administrativo a que se refere o contrato;

 XIII  –  a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços oucompras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite

 permitido no § 1º do art. 65 desta Lei:

 XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administra-ção, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de cala-midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda

 por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemen-te do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratu-almente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas,assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensãodo cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada asituação;

 XV  –  o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrente de obras, serviços, ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado aocontratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suasobrigações até que seja normalizada a situação;

 XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou ob-

 jeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratu-ais, bem como das fontes de materiais naturais especificados no projeto;

 XVII  –  a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmentecomprovada, impeditiv a da execução do contrato”. 

6.8 – CLÁUSULAS CONTRATUAIS

Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelospreceitos do direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípiosda teoria geral dos contratos e as disposições do direito privado. (Art. 54).

As cláusulas contratuais deverão estar conforme com os termos do edi-tal da licitação e da proposta a que se vinculam. As cláusulas contratuaisdecorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atenderaos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

A Lei de Licitações e Contratos dispõem, em seu artigo 55, comonecessárias e, portanto, obrigatórias, cláusulas contratuais queestabeleçam:

“I – o objeto e seus elementos característicos;

II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III  –  o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualizaçãomonetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo

 pagamento;

IV  –  os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, deentrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V  –  o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação daclassificação funcional programática e da categoria econômica;

VI  –  as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,quando exigidas;

VII  –  os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidadescabíveis e os valores das multas;

VIII – os casos de rescisão;

IX  –  o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso derescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

 X  –  as condições de importação, a data e a taxa de câmbio paraconversão, quando for o caso;

 XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou

a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII  –  a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente

aos casos omissos;

 XIII  –  a obrigação do contratado de manter, durante toda a execuçãodo contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,

todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

6.9 – GARANTIAS CONTRATUAIS

Ao critério da Administração e prevista no instrumento convocatório,poderá ser exigida garantia nas contratações de obras, serviços e compras.(Art.56).

No caso de prestação de garantias, caberá ao contratado optar poruma das seguintes modalidades (Art. 56, § 1º):

“I – caução em dinheiro ou título da dívida pública;II – seguro-garantia;

III – fiança bancária.”

A Lei dispõe, nos incisos do artigo 56, que:

A garantia não excederá a cinco por cento do valor do contrato, e terá oseu valor atualizado nas mesmas condições do contrato, exceto para obras,serviços e fornecimentos de grande vulto, alta complexidade técnica econsideráveis riscos financeiros, quando sob condições de demonstraçãotécnica e aprovação pela autoridade, o limite da garantia poderá ser eleva-do até dez por cento do valor do contrato;

Após a execução do contrato a garantia será liberada ou restituída, e,quando em dinheiro, atualizada monetariamente;

Nos casos em que os contratos importem em na entrega de bens pelaAdministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garan-tia deverá ser acrescido o valor desses bens.

RAIMUNDI & RAMON ADVOGADOS ASSOCIADOS

http://www.sindaf.com.br

SINDAF  –  SINDICATO DOS AUDITORES DE FINANÇAS PÚBLICASDO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Lei 8.666/1993Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui

normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outrasprovidências.

Capítulo IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IDos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratosadministrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãosda administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaçõespúblicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e de-mais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o  As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, aliena-ções, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quan-do contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licita-ção, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo equalquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública eparticulares, em que haja um acordo de vontades para a formação devínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denomina-ção utilizada.

Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípioconstitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para aadministração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável eserá processada e julgada em estrita conformidade com os princípiosbásicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, dapublicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumentoconvocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Reda-ção dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o É vedado aos agentes públicos:

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 58

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulasou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu carátercompetitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabele-çam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede oudomicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ouirrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos

§§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras eestrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local depagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências inter-

nacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei

no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será as-segurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa

e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196,de 2005)

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao pú-blico os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propos-tas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabe-lecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviçosnacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº12.349, de 2010)

§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o  será estabelecidacom base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5

(cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de2010)

I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Inclu-ído pela Lei nº 12.349, de 2010)

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº12.349, de 2010)

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pe-la Lei nº 12.349, de 2010)

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantesde desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser

estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5 o.(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produ-

tos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5 o e 7o, serão definidaspelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar omontante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtosmanufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de2010)

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7

o deste artigo não se apli-

cam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação noPaís seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº12.349, de 2010)

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei,quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5 o poderá ser es-tendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos EstadosPartes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349,de 2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços eobras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente,exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integranteda administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de proces-so isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológicaou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ounão, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Leinº 12.349, de 2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e aoaperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitaçãopoderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no Paíse produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei

no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação

de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cadauma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãosou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fielobservância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendoqualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que nãointerfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteri-za ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera daAdministração Pública.

Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terãocomo expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o dis-posto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, nopagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações,

realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fontediferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suasexigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interessepúblico e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devida-mente publicada.

§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigi-dos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem ovalor.

§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento seráfeito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pelaLei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de

despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II doart. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetu-ados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação dafatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 

...

Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a reparti-ção interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justifi-cado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação deinteressados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no

local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência,no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por ór-gão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando setratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 59

garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da AdministraçãoPública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pelaLei nº 8.883, de 1994)

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se hou-ver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizadaa obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendoainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outrosmeios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dadapela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interes-sados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informaçõessobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realizaçãodo evento será:

I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regi-

me de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica"ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do incisoanterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou"técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificadosna alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883,de 1994)

IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados apartir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite,

ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivosanexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pelaLei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma for-ma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabele-cido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formu-lação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;V - leilão.

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interes-sados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir osrequisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seuobjeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessadosdevidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidaspara cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento daspropostas, observada a necessária qualificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramopertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, emlocal apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aosdemais cadastrados na correspondente especialidade que manifestaremseu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apre-sentação das propostas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessa-dos para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante ainstituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critériosconstantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência míni-ma de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5o  Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessadospara a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produ-tos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens

imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superi-or ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o Na hipótese do § 3o  deste artigo, existindo na praça mais de 3

(três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objetoidêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais uminteressado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimaslicitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o  Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteressedos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes

exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamen-te justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a com-

binação das referidas neste artigo.

§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somen-te poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nosarts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto dalicitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a IIIdo artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites,tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redaçãodada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentosmil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentosmil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redaçãodada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pelaLei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta milreais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta milreais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão

divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aprovei-tamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competiti-vidade sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei nº8.883, de 1994)

§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parce-ladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapasda obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preserva-da a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer queseja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis,ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de

uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, obser-vados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ouentidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite,quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dadapela Lei nº 8.883, de 1994)

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 60

§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizara tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de pre-ços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ouainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local quepossam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o soma-tório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concor-rência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas

de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empre-sas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o  As organizações industriais da Administração Federal direta, emface de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos noinciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desdeque para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manuten-ção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes àUnião. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não hajaprejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidadeinferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitivi-dade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia

de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores

mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entesda Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pelaLei nº 11.107, de 2005)

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cen-to) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde quenão se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda paraobras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam serrealizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do

limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações,nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de ummesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realiza-da de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízoou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos eoutros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessáriosao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelasde obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180(cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrênciada emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivoscontratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi-ficadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regu-lar preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifes-tamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incom-patíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor nãosuperior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, debens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a

Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico emdata anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado sejacompatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883,de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurançanacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento dasfinalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação elocalização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatívelcom o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Leinº 8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem declassificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições ofereci-das pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigi-do;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecí-veis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórioscorrespondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ouestatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucio-nal, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que acontratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenhafins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condi-ções ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos histó-ricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes àsfinalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padroniza-dos de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem comopara prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direitopúblico interno, por órgãos ou entidades que integrem a AdministraçãoPública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacionalou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante operíodo de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipa-mentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para avigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimentode navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios dedeslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos,aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi-mentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dosprazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das ope-rações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" doincico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, comexceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houvernecessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoiologístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de co-missão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física,sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidadesda Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimentode mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com opraticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente àpesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes,pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisacredenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Leinº 12.349, de 2010) 

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétri-ca e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segun-do as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade deeconomia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 61

alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preçocontratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Leinº 9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços comas organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas degoverno, para atividades contempladas no contrato de gestão.  (Incluídopela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica- ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e parao licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.(Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federaçãoou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de servi-ços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato deconsórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº11.107, de 2005) 

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização deresíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistemade coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativasformadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidaspelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso deequipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde

pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). 

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres-tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnoló-gica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmentedesignada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484,de 2007).

XXIX  –  na aquisição de bens e contratação de serviços para atenderaos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadasem operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto aopreço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Coman-dante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistênciatécnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência

Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência 

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.

3o, 4

o, 5

o e 20 da Lei n

o 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados

os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº12.349, de 2010) 

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caputdeste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviçoscontratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empre-sa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, comoAgências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-ção, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só pos-sam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercialexclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação deexclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registrodo comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço,pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelasentidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 des-ta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notóriaespecialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade edivulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pelacrítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresacujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenhoanterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,

permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o maisadequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa,se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo danocausado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e oagente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabí-veis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso IIIe seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do pará-

grafo único do art. 8o  desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3

(três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensaoficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com osseguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifiquea dispensa, quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais osbens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 

...

DOS CONTRATOS

Seção IDisposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-sepelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposiçõesde direito privado.

§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condi-ções para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,

obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com ostermos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de lici-tação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectivaproposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabele-çam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetá-ria entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de en-trega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classifi-cação funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quan-do exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades ca-bíveis e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de resci-são administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para con-

versão, quando for o caso;XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou

a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aoscasos omissos;

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 62

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução docontrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todasas condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pesso-as físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deve-rá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro dasede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o

disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.

§ 3o  No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade

comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização detributos da União, Estado ou Município, as características e os valores

pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de

1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desdeque prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação degarantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidadesde garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estester sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistemacentralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central doBrasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido peloMinistério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)

II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)

§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá acinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mes-

mas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3 o deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo

alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstradosatravés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, olimite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado paraaté dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de1994)

§ 4o  A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituídaapós a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetari-amente.

§ 5o  Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pelaAdministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garan-tia deverá ser acrescido o valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita àvigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relati-

vos:I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas esta-

belecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houverinteresse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no atoconvocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodoscom vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para aadministração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº9.648, de 1998)

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de infor-mática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e

oito) meses após o início da vigência do contrato.V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,

cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses,caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e deentrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato eassegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desdeque ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em pro-cesso:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à von-tade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução

do contrato;III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de tra-

balho por ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, noslimites permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiroreconhecido pela Administração em documento contemporâneo à suaocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, in-clusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo dassanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e pre-

viamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante auto-rização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caputdeste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Leinº 9.648, de 1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído poresta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidadesde interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I doart. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajus-

te;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bensmóveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, nahipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltascontratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contratoadministrativo.

§ 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratosadministrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância docontratado.

§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-

financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi-líbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera re-troativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deve-ria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever deindenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em queela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, con-tanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade dequem lhe deu causa.

Seção IIDa Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas reparti-ções interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autó-grafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitosreais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartóriode notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com aAdministração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim

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entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limiteestabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime deadiantamento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os deseus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, onúmero do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, asujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato oude seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensávelpara sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto diaútil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vintedias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº8.883, de 1994)

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concor-rência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidadescujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidadesde licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substi-tuí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota deempenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução deserviço.

§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato con-

vocatório da licitação.§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização

de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeisaplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dadapela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o  Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demaisnormas gerais, no que couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que oPoder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,predominantemente, por norma de direito privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária deserviço público.

§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituiçãoprevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente deseu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bensadquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistênciatécnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos docontrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, aobtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentosdevidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado paraassinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito àcontratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igualperíodo, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde queocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar otermo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente noprazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, naordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condi-ções propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preçosatualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitaçãoindependentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas,sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados doscompromissos assumidos.

Seção IIIDa Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, comas devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, paramelhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrênciade acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permiti-dos por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra

ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificaçãotécnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por im-posição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualiza-do, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronogramafinanceiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimentode bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmenteentre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a

 justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manu-tenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese desobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequênciasincalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configu-

rando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pelaLei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições con-tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviçosou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado docontrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites esta-

belecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de1998)

I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratan-

tes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários

para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as

partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.

§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contrata-do já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estesdeverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regular-mente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni-zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desdeque regularmente comprovados.

§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extin-tos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas

após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nospreços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,conforme o caso.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os en-cargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamen-to, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.

§ 7o (VETADO)

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previs-tas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até olimite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, poden-do ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de

aditamento.Seção IV

Da Execução dos Contratos

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Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, deacordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendocada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizadapor um representante da Administração especialmente designado, permiti-da a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informaçõespertinentes a essa atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio to-

das as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinan-do o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência dorepresentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábilpara a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administra-ção, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contra-to.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruirou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contratoem que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execu-ção ou de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente

à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execu-ção do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade afiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos tra-balhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública aresponsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto docontrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações,inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032,de 1995)

§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contrata-do pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato,

nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redaçãodada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das res-ponsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Adminis-tração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridadecompetente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, apóso decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequaçãodo objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformida-de do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade domaterial e consequente aceitação.

§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o re-cebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, median-te recibo.

§ 2o  O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabili-

dade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabele-cidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo nãopoderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais,devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que serefere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentrodos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunica-dos à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mes-mos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintescasos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea"a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentose instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-diante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do conviteou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos pornormas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato corrempor conta do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviçoou fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção VDa Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua resci-são, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamen-to.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, proje-tos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a com-provar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do forneci-mento, nos prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justacausa e prévia comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação docontratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bemcomo a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as deseus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na

forma do § 1o do art. 67 desta Lei;IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estruturada empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conheci-mento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esferaadministrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no proces-so administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços oucompras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite

permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administra-ção, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de cala-midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou aindapor repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independente-mente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con-

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 65

tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previs-tas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela sus-pensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normali-zada a situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pe-la Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce-las destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidadepública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado aocontratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas

obrigações até que seja normalizada a situação;XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou ob-

 jeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratu-ais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmentecomprovada, impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmentemotivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampladefesa.

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuí-zo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casosenumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processoda licitação, desde que haja conveniência para a Administração;

III - judicial, nos termos da legislação;

IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de au-torização escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do ar-tigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dosprejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo aindadireito a:

I - devolução de garantia;II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da resci-

são;

III - pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o  Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, ocronograma de execução será prorrogado automaticamente por igualtempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta asseguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que

se encontrar, por ato próprio da Administração;II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material

e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua conti-nuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Adminis-tração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos pre- juízos causados à Administração.

§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigofica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou aoserviço por execução direta ou indireta.

§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contrata-

do, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas ativi-dades de serviços essenciais.

§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedidode autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou SecretárioEstadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4o  A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite àAdministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I desteartigo.

Capítulo IVDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção IDisposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,

aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecidopela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigaçãoassumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes

convocados nos termos do art. 64, § 2o  desta Lei, que não aceitarem acontratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordocom os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitaçãosujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios,sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tenta-dos, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das san-

ções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele

que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo,função ou emprego público.

§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista,as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autoresdos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão oude função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, em-presa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outraentidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações eaos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios,e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economiamista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controledireto ou indireto.

Seção IIDas Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o con-tratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ouno contrato.

§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administraçãorescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstasnesta Lei.

§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será des-contada da garantia do respectivo contratado.

§ 3o  Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada,além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qualserá descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administra-ção ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administraçãopoderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintessanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contra-to;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimentode contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da puniçãoou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que

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aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressar-cir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo dasanção aplicada com base no inciso anterior.

§ 1o  Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que serádescontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração oucobrada judicialmente.

§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão

ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia dointeressado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competênciaexclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal,conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo proces-so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitaçãoser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, emrazão dos contratos regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios do-losos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da lici-tação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção IIIDos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas emlei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou àinexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprova-damente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da

dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o PoderPúblico.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualqueroutro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com ointuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudica-ção do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante aAdministração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração decontrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ouvantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário,

durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, semautorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivosinstrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordemcronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 destaLei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pelaLei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo com-provadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vanta-gem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorroga-ções contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato deprocedimento licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento li-

citatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, graveameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da penacorrespondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desistede licitar, em razão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instauradapara aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decor-

rente:I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada oudeteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria for-necida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a propos-ta ou a execução do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profis-sional declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidô-

neo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qual-quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente aalteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consisteno pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices per-centuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamenteobtida ou potencialmente auferível pelo agente.

§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a

2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor docontrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, àFazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IVDo Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública in-condicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei,a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informaçõessobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu aocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autori-dade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemu-nhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, osmagistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou ostitulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquerdos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, reme-terão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários aooferecimento da denúncia.

Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, seesta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o dispos-to nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10(dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seuinterrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas quetiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas quepretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e pratica-das as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á,

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sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegaçõesfinais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vin-te e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cin-co) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais defini-das nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam

respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e aLei de Execução Penal.

6 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 6.1CONTROLE EXERCIDO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚ-

BLICA. 6.2 CONTROLE JUDICIAL. 6.3 CONTROLELEGISLATIVO. 7 RESPONSABILIDADE CIVIL DO

ESTADO. 7.1 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTA-DO NO DIREITO BRASILEIRO. 7.1.1 RESPONSABILI-

DADE POR ATO COMISSIVO DO ESTADO. 7.1.2RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO.7.2 REQUISITOS PARA A DEMONSTRAÇÃO DARESPONSABILIDADE DO ESTADO. 7.3 CAUSAS

EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RESPONSABI-LIDADE DO ESTADO.

Fernanda Cunha Gomes1. Conceito e principais aspectos

Inicialmente, faz-se oportuno conceituar o que a doutrina compreendecomo controle da Administração Pública, com o fito de conferir uma pers-pectiva de sua atuação dentro do Estado Democrático de Direito.

A palavra controle tem origem no latim roulum, em francês rôle, desig-nando o rol dos contribuintes pelo qual se verificava a operação do arreca-dador. No direito pátrio, o vocábulo foi introduzido por Seabra Fagundes emsua obra O Controle dos Atos Administrativos pelo Poder Judiciário.

Controlar é qualquer ação tomada pela Administração Pública com oobjetivo de atingir metas preestabelecidas. A Administração Pública plane-

 ja, organiza e supervisiona a execução de inúmeras funções e estas ativi-dades, caso sejam bem executadas, devem resultar no alcance destasmetas. Neste contexto, controle é o resultado de planejamento, organizaçãoe supervisão.

O professor Hely Lopes Meireles, em trabalho publicado em 1975 na

Revista do Tribunal de Contas do Distrito Federal, destaca: “Controle admi-nistrativo é todo aquele que o Executivo e os órgãos de Administração dosdemais poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando mantê-lasdentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as exigências técnicasde sua realização, pelo que é um controle de legalidade, de conveniência ede eficiência”. 

O controle administrativo, nas palavras do mestre Carvalho Filho, “re-presenta o conjunto de mecanismos administrativos e jurídicos por meiodos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividadeadministrativa em qualquer das esferas de Poder”. Dessa forma, o controleda Administração está fulcrado nas normas elaboradas pelos representan-tes do povo, estabelecendo tipos e modos de controle de toda atuaçãoadministrativa, para a defesa da própria Administração e dos direitos ine-rentes a todos os administrados.

O traço que distingue controle político do controle administrativo é o fa-to de que enquanto aquele se relaciona com as instituições políticas, visan-do o equilíbrio entre os Poderes da República - Executivo, Legislativo e oJudiciário -, este incide sobre os órgãos incumbidos de exercer a função

administrativa do Estado.

O controle administrativo está lastreado fundamentalmente no poder deautotulela, hierarquia e disciplinar, que é exercido pelo próprio Poder Exe-cutivo, com a finalidade de corrigir e fiscalizar sua atuação, alcançando osaspectos de legalidade e de mérito. A fiscalização e a revisão são, destarte,os elementos básicos do controle; enquanto a fiscalização consiste naverificação realizada sobre a atividade dos órgãos e agentes administrati-vos, bem como em relação à finalidade pública que deve ser perseguida

pela Administração, a revisão nada mais é que a prerrogativa de corrigircondutas administrativas praticadas em desatenção às normas legais. Estecontrole, de natureza interna, atinge toda a atividade administrativa, alcan-çando, assim, todas as esferas de Poder, vale dizer, o Legislativo, o Execu-tivo e o Judiciário.

O poder de autotutela da Administração Pública encontra-se consagra-do em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal (infra  transcritas), asquais conferem à Administração Pública o poder de declarar nulos os seuspróprios atos, quando da constatação de ilegalidade dos mesmos, ou derevogá-los, sob a égide dos critérios de oportunidade e conveniência doato. 

Súmula 346: “Admi nistração pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.”  

Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quandoeivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originamdireitos; ou revogá-los, por motivos de conveniência e oportunidade, respei-tados os direitos adquiridos, e ressalvado, em todos os casos, a apreciação

 judicial.”  

Assim, a legitimidade para praticar o autocontrole, é conferida à própriaAdministração Pública. Esta prática pode ser exercida não só ex officio,como também por provocação.

O fato de anular seus próprios atos constitui um poder interno conferidoà Administração Pública para rever a legalidade de seus atos.

Tradicionalmente, para os mais importantes doutrinadores, o ato admi-nistrativo podia ser classificado ou como válido, ou como nulo; seria nulo oato insuscetível de produzir efeitos (exceto perante terceiros de boa-fé) eimpassível de correção. Negava-se, desta forma, a possibilidade da Admi-nistração editar ato anulável, passível de convalidação.

Porém, com a edição da Lei 9784/1999, passou a existir previsão ex-pressa da convalidação de atos administrativos defeituosos, fato que ense-

 jou a existência de “ato administrativo anulável”. Em seus arts.54 e 55 areferida Lei traça as duas hipóteses que permitem a convalidação de atoadministrativo viciado, quais sejam:

a) sendo favoráveis ao administrado os efeitos do ato viciado, e Ad-ministração não proceder à sua invalidação dentro do prazo decinco anos contados de sua edição, este ato restará convalidado,

sendo definitivos os efeitos dele advindos, salvo comprovada má-fédo beneficiário.b) quando a Administração expressamente determinar a convalidação

do ato defeituoso, desde que deste não resulte lesão ao interessepúblico ou a terceiros.

Fora destas duas hipóteses, portanto, o ato administrativo viciado nãoenseja convalidação, devendo, desta forma, ser declarado nulo pela Admi-nistração, em decorrência de sua autotutela.

Na execução de suas funções, a Administração Pública sujeita-se acontrole por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de exercercontrole sobre seus próprios atos. Esse controle é exercido pela adminis-tração em todos os poderes, quando estiverem exercendo função tipica-mente administrativa - em outras palavras, abrange a Administração Públi-ca considerada em sentido amplo -. A finalidade é de assegurar que aAdministração siga afinada com os princípios que lhe são impostos peloordenamento jurídico.

Embora seja de atribuição do Estado, o administrado (cidadão) partici-pa através de provocação, agindo na defesa de interesses individuais e

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coletivos. O controle popular, provavelmente é o mais eficaz meio de con-trole da Administração a ser utilizado.

O controle da Administração Pública também ocorre em sentido estrito,quando os órgãos públicos exercem os seus próprios controles internamen-te. As Corregedorias exercem internamente essas atividades. Nesse aspec-to, as Corregedorias são identificadas pelo seu poder de correição - essecontrole praticamente rotula as suas competências. Entretanto, o mesmocorresponde a uma função que visa a solução das situações irregulares

consumadas e praticadas pelos funcionários, através do devido processoadministrativo legal.O poder fiscalizador exercido pelas Corregedorias, como meio de con-

trole da Administração, é utilizado também como instrumento para identifi-cação, prevenção e solução das anomalias administrativas na sua origem,e identificador da eficácia do serviço público.

Sendo assim, entende-se que o controle da Administração Pública éexercido com o propósito de corrigir atos ilegais, que são anulados, bemcomo os atos considerados inconvenientes ou inoportunos, que ficamsujeitos à revogação - entendimento sintetizado nas Súmulas 346 e 473,acima transcritas.

2. Classificação das formas de controlea) conforme a origemQuanto a origem, o controle pode ser classificado em interno, externo

ou popular, a depender do sujeito do qual emana.

Em Administração, é pacífica a compreensão de que controle interno éa ação exercida, sobre si própria, pela organização responsável pelo de-sempenho da atividade controlada. Hely Lopes Meireles assim o define:“Controle interno é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsá-vel pela atividade controlada, no âmbito da própria Administração. Assim,qualquer controle efetivado pelo Executivo sobre seus serviços ou agentesé considerado interno, como interno será também o controle do Legislativoou do Judiciário, por seus órgãos de administração, sobre o seu pessoal eos atos administrativos que pratiquem”. 

Logo, controle interno é aquele exercido por órgãos de um Poder sobre

as condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera.

A Emenda Constitucional 45/2004, que implantou a Reforma do Judici-ário, tratou de reforçar ainda mais a criação de órgãos instituidores docontrole interno, haja vista o Conselho Nacional de Justiça (art.103-B) e oConselho Nacional do Ministério Público (art.130-A), que detêm competên-cia para o controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário e doMinistério Público e a função de zelar pela observância dos princípiosadministrativos dispostos no art.37 da Carta Magna.

Diz-se externo o controle quando exercido por um Poder sobre os atosadministrativos praticados por outro Poder; define-o Hely Lopes Meirelescomo sendo:

“O controle que se realiza por órgão estranho à administração respon-

sável pelo ato controlado, como por exemplo, a apreciação das contas doexecutivo e do Judiciário pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de Contassobre a efetivação de determinada despesa do Executivo; a anulação deum ato do executivo por decisão do Judiciário.”  

O controle legislativo é de natureza externa e se desdobra em dois ní-veis principais, que são o controle político, exercido pelo Congresso Nacio-nal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais; e o controle financei-ro, exercido através dos Tribunais de Contas. É o controle externo, destaforma, que dá a medida da harmonia que deve reinar entre os Poderes,como dispõe o art. 2º da Constituição Federal.

Por fim, há o controle popular, que se manifesta pelos mecanismosconstitucionalmente previstos, à disposição dos administrados, que possibi-litam a verificação da regularidade da atuação da Administração e impedema prática de atos ilegítmos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade, ou possi-bilitem a reparação dos danos decorrentes da prática de tais atos.

b) quanto ao momento de sua realizaçãoDe acordo com este critério, a doutrina classifica as diversas modalida-

des de controle em:

- controle preventivo ou prévio (a priori )  – É exercido antes de con-sumar-se a conduta administrativa. Tal modo de controle é o maisantigo, contudo, em determinadas situações pode gerar o inconve-niente de emperrar a máquina administrativa, suspendendo a efi-cácia do ato até sua análise pelo órgão competente.

- controle concomitante  – é efetuado durante a realização do ato epermite a verificação da regularidade de sua formação. Considera-do o mais eficaz, visto que o ato tido como irregular pode ser so-brestado durante a sua consecução, evitando, assim, maior dis-

pêndio para o erário. Como ilustração deste tipo de controle, tem-se as auditorias do Tribunal de Contas, a fiscalização de concursospúblicos e procedimentos licitatórios, dentre outros.

- controle subsequente ou corretivo (a posteriori ) – tem por objetivoa revisão de atos já praticados, seja para confirmá-los, seja paracorrigi-los. É a forma mais comum, mas também a mais ineficaz,pois verificar a regularidade de ato já consumado pode tornar a re-paração de eventual dano dele advindo e a restauração ao statuquo ante muito difíceis.

c) quanto à iniciativaO controle pode ser dividido em de ofício ou provocado, sendo aquele

executado pela Administração, por iniciativa própria, no exercício de suasfunções, e este, deflagrado por terceiro, que toma a iniciativa de solicitarque seja certo ato revisto pela autoridade competente.

d) quanto ao aspecto controladoO controle pode ainda ser: de legalidade ou de mérito.Pelo controle de legalidade ou de legitimidade, a Administração verifica

se o ato foi praticado em consonância com a lei, fazendo-se o confrontoentre uma conduta administrativa e uma norma jurídica. Verificada a incom-patibilidade da ação ou omissão administrativa com a norma jurídica inci-dente sobre a espécie, deve ser revista a conduta, posto que ilegítima. Estecontrole pode ser processado pelos órgãos da mesma Administração oupor órgãos de Poder diverso. O resultado desse controle pode ser, de umlado, a confirmação do ato ou, de outro, a sua invalidação.

O controle de mérito visa verificar a eficiência, a oportunidade e a con-veniência do ato controlado; é privativo da Administração Pública, e, logi-

camente, não se submete à sindicabilidade no Poder Judiciário. Destecontrole resulta ou a confirmação da conduta, ou sua revogação.

e) no tocante à amplitude, o controle administrativo pode caracterizar-se como:

- controle hierárquico: decorre da desconcentração administrativa,ou seja, da organização vertical dos órgãos administrativa; resultado escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta oudas unidades integrantes das entidades da Administração Indireta.Esta modalidade de controle pressupõe faculdades de supervisão,orientação, fiscalização, aprovação e revisão das atividades con-troladas, disponibilizando meios corretivos para os agentes res-ponsáveis pelo desvio de conduta. Deve-se atentar  para o fato deque não se deve confundir as faculdades de controle hierárquico

com os da direção hierárquica, que consiste no poder reservado àschefias de planejamento e comando dos serviços e atividades desua competência, proferirem ordens, corrigirem os atos inferiores epunirem seus subalternos.

- controle finalístico –  é aquele exercido pela Administração Diretasobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta;verifica o escopo da instituição, perscrutando o seu enquadramen-to no programa de governo e o acompanhamento dos atos de seusdirigentes no desempenho das funções estatutárias, para o alcan-ce das finalidades da atividade controlada. Em razão da autonomiaadministrativa, o controle das entidades da Administração Indireta,consubstanciado na denominada supervisão ministerial, em muitodifere do controle hierárquico pleno e automático acima descrito.

4. Considerações finaisAnte o exposto, percebe-se que o sistema de controle da atividade ad-

ministrativa é um corolário do Estado de Direito, posto que limita a legalida-de e a conveniência da atuação do administrador a dois postulados bási-cos: o princípio da legalidade e o da finalidade pública.

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Noções de Direito Administrativo A Opção Certa Para a Sua Realização 69

Enquanto a legalidade condiciona a atividade administrativa, subordi-nando o administrador às balizas traçadas pela lei, o princípio da finalidadepública estabelece que a Administração deve desempenhar suas atividadesde modo a garantir o interesse público da forma mais rápida e eficientepossível.

Em que pese a inexistência de diploma único que discipline o assunto”controle da Administração”, fazendo-se necessário, assim, para o estudo dotema as jurisprudências a ele relativas e as orientações jurisprudenciais, os

mecanismos de controle da administração representam elemento essencialpara assegurar que o governo tutele o interesse público com eficiência,efetividade e dentro dos preceitos legais da ordem democrática.  

Princípios do Processo AdministrativoGiovana Harue Jojima Tavarnaro

Para a regularidade de desenvolvimento do processo administrativo e justiça das decisões é essencial o bom emprego dos princípios jurídicossobre ele incidentes e, por isso, deve-se observar o significado, a importân-cia, os objetivos e as decorrências de ordem prática de cada um dos princí-pios do processo administrativo.

Os princípios são normas, e, como tal, dotados de positividade, que de-terminam condutas obrigatórias e impedem a adoção de comportamentoscom eles incompatíveis. Servem, também, para orientar a correta interpre-tação das normas isoladas, indicar, dentre as interpretações possíveisdiante do caso concreto, qual deve ser obrigatoriamente adotada peloaplicador da norma, em face dos valores consagrados pelo sistema jurídico.

Cabe ressaltar que, sobre o processo administrativo incidem diversosprincípios expressamente previstos em diferentes partes do texto constitu-cional, como é o caso dos princípios contidos no art. 5 o e, mais diretamente,dos princípios contidos no art. 37, especificamente direcionados para aAdministração Pública em todas as suas formas e ações. Porém, além dosprincípios expressos existem também no contexto constitucional princípiosimplícitos ou decorrentes daqueles, sem falar dos princípios consagradospela teoria geral do Direito, como é o caso do princípio da segurança jurídi-ca.

Diante da pouca utilidade em se tentar organizar sistematicamente os

princípios do processo administrativo, optou-se por fazer uma simplesenumeração, não exaustiva e sem ordem hierárquica, do que pareceucorresponder aos princípios de maior aplicabilidade ou utilidade prática. Écerto que outros princípios são também aplicáveis ao processo administra-tivo, sendo que sua relevância vai depender das circunstâncias do casoconcreto.

Princípio da Igualdade Deve-se observar que no processo administrativo o Estado é, ao mes-

mo tempo, parte e juiz, evidenciando uma desigualdade fundamental. Masessa desigualdade deve ser compensada por uma atuação a mais isentapossível na condução do processo, tendo como norte a igualdade entre aspartes.

Um requisito básico e fundamental para isso é assegurar ao adminis-trado que postula ou se defende perante o Estado um tratamento que não ocoloque em posição subalterna.

Na instrução e na decisão do processo administrativo a autoridade pú-blica disso incumbida deve zelar pela maior igualdade possível entre aspartes, inclusive compensando eventuais desigualdades, em busca de umasolução legal, justa e convincente.

Princípio da Legalidade Pelo princípio da legalidade, tem-se que administração pública é uma

atividade que se desenvolve debaixo da lei, na forma da lei, nos limites dalei e para atingir os fins assinalados pela lei.

É sempre necessária a previsão legislativa como condição de validadede uma atuação administrativa, porém, é essencial que tenham efetivamen-

te acontecido os fatos aos quais a lei estipulou uma consequência.

Está totalmente superado o entendimento segundo o qual a discriciona-riedade que a lei confere ao agente legitima qualquer conduta e impede oexame pelo Poder judiciário.

O princípio da legalidade não pode ser entendido como um simplescumprimento formal das disposições legais. Ele não se coaduna com amera aparência de legalidade, mas, ao contrário, requer uma atençãoespecial para com o espírito da lei e para com as circunstâncias do casoconcreto.

Princípio da Finalidade Segundo o princípio da finalidade, a norma administrativa deve ser in-

terpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do fimpúblico a que se dirige.

Deve-se ressaltar que o que explica, justifica e confere sentido a umanorma é precisamente a finalidade a que se destina. A partir dela é que secompreende a racionalidade que lhe presidiu a edição. Logo, é na finalida-de da lei que reside o critério norteador de sua correta aplicação, pois é emnome de um dado objetivo que se confere competência aos agentes daAdministração.

É preciso examinar à luz das circunstâncias do caso concreto se o atoem exame atendeu ou concorreu para o atendimento do específico interes-se público almejado pela previsão normativa genérica.

Princípio da Motivação O princípio da motivação determina que a autoridade administrativa

deve apresentar as razões que a levaram a tomar uma decisão.

A motivação é uma exigência do Estado de Direito, ao qual é inerente,entre outros direitos dos administrados, o direito a uma decisão fundada,motivada, com explicitação dos motivos.

Sem a explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil sindicar,sopesar ou aferir a correção daquilo que foi decidido, por isso, é essencialque se apontem os fatos, as inferências feitas e os fundamentos da deci-são.

A falta de motivação no ato discricionário abre a possibilidade de ocor-rência de desvio ou abuso de poder, dada a dificuldade ou, mesmo, a

impossibilidade de efetivo controle judicial, pois, pela motivação ;e possívelaferir a verdadeira intenção do agente.

Princípio da Razoabilidade O princípio da razoabilidade é uma diretriz de senso comum, ou mais

exatamente, de bom-senso, aplicada ao Direito. Esse bom-senso jurídico sefaz necessário à medida que as exigências formais que decorrem do princí-pio da legalidade tendem a reforçar mais o texto das normas, a palavra dalei, que o seu espírito.

Enuncia-se com este princípio que a Administração, ao atuar no exer-cício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vistaracional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respei-

tosas das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida.Princípio da Proporcionalidade O princípio da proporcionalidade tem o objetivo de coibir excessos de-

sarrazoados, por meio da aferição da compatibilidade entre os meios e osfins da atuação administrativa, para evitar restrições desnecessárias ouabusivas.

Por força deste princípio, não é lícito à Administração Pública valer-sede medidas restritivas ou formular exigências aos particulares além daquiloque for estritamente necessário para a realização da finalidade públicaalmejada.

Visa-se, com isso, a adequação entre os meios e os fins, vedando-se aimposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelasestritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Princípio da Moralidade A Constituição Federal elegeu como um de seus princípios fundamen-

tais a moralidade como um todo, abrindo o caminho para a superação da

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vergonhosa impunidade que campeia na Administração Pública, podendo-se confiar em uma nova ordem administrativa baseada na confiança, naboa-fé, na honradez e na probidade.

O princípio da moralidade pública contempla a determinação jurídica daobservância de preceitos éticos produzidos pela sociedade, variáveissegundo as circunstâncias de cada caso.

É possível zelar pela moralidade administrativa, por meio da correta uti-

lização dos instrumentos para isso existentes na ordem jurídica, entre osquais merece posição de destaque exatamente o processo administrativo,pela extrema amplitude de investigação que nele se permite, chegandomesmo ao mérito do ato ou da decisão, ao questionamento de sua oportu-nidade e conveniência.

Princípio da Ampla Defesa A Constituição Federal assegura, aos litigantes em geral, tanto na esfe-

ra administrativa quanto judicial, o direito à defesa, com os meios a elainerentes. Ao falar-se de princípio da ampla defesa, na verdade está sefalando dos meios para isso necessários, dentre eles, assegurar o acessoaos autos, possibilitar a apresentação de razões e documentos, produzirprovas testemunhais ou periciais e conhecer os fundamentos e a motivaçãoda decisão proferida.

O direito à ampla defesa impõe à autoridade o dever de fiel observân-cia das normas processuais e de todos os princípios jurídicos incidentessobre o processo.

Princípio do Contraditório A instrução do processo deve ser contraditória, ou seja, é essencial

que ao interessado ou acusado seja dada a possibilidade de produzir suaspróprias razões e provas e, mais que isso, que lhe seja dada a possibilida-de de examinar e contestar argumentos, fundamentos e elementos proban-tes que lhe sejam favoráveis.

O princípio do contraditório determina que a parte seja efetivamenteouvida e que seus argumentos sejam efetivamente considerados no julga-mento.

Princípio da Segurança Jurídica O princípio da segurança jurídica ou da estabilidade das relações jurí-

dicas impede a desconstituição injustificada de atos ou situações jurídicas,mesmo que tenha ocorrido alguma inconformidade com o texto legal duran-te sua constituição.

Muitas vezes o desfazimento do ato ou da situação jurídica por ele cri-ada pode ser mais prejudicial do que sua manutenção, especialmentequanto a repercussões na ordem social. Por isso, não há razão para invali-dar ato que tenha atingido sua finalidade, sem causar dano algum, seja aointeresse público, seja a direitos de terceiros.

Muitas vezes as anulações e revogações são praticadas em nome da

restauração da legalidade ou da melhor satisfação do interesse público,mas na verdade para satisfazer interesses subalternos, configurando abusoou desvio de poder. Mesmo que assim não seja, a própria instabilidadedecorrente desses atos é um elemento perturbador da ordem jurídica,exigindo que seu exame se faça com especial cuidado.

Princípio do Interesse Público A finalidade da lei sempre será a realização do interesse público, en-

tendido como o interesse da coletividade. Cada norma visa a satisfação deum determinado interesse público, mas a concretização de cada específicointeresse público concorre par a realização do interesse público em sentidoamplo (interesse comum a todos os cidadãos).

O interesse público deve ser conceituado como interesse resultante doconjunto dos interesses que os indivíduos pessoalmente têm quando consi-derados em sua qualidade de membros da sociedade.

Princípio da Eficiência A Emenda Constitucional no 19/88 acrescentou o princípio da eficiência

aos demais princípios originalmente previstos no art. 37 a ConstituiçãoFederal. Por óbvio, este princípio já estava implícito, porém, ao torná-loexplícito, pretendeu-se demonstrar a importância que ele passou a ter.

Em termos práticos, deve-se considerar que, quando mera formalidadeburocrática for um empecilho à realização do interesse público, o formalis-mo deve ceder diante da eficiência.

Dessa forma, é preciso superar concepções puramente burocráticas oumeramente formalísticas, dando-se maior ênfase ao exame da legitimidade,da economicidade, da razoabilidade, em benefício da eficiência.

Princípio da Informalidade O princípio da informalidade significa que, dentro da lei, pode haverdispensa de algum requisito formal sempre que a ausência não prejudicarterceiros nem comprometer o interesse público. Um direito não pode sernegado em razão da inobservância de alguma formalidade instituída paragaranti-lo desde que o interesse público almejado tenha sido atendido.

Princípio da Boa-fé A boa-fé é um importante princípio jurídico, que serve também como

fundamento para a manutenção do ato viciado por alguma irregularidade. Aboa-fé é um elemento externo ao ato, na medida em que se encontra nopensamento do agente, na intenção com a qual ele fez ou deixou de fazeralguma coisa. Na prática, é impossível definir o pensamento, mas é possí-vel aferir a boa ou má-fé, pelas circunstâncias do caso concreto.

Princípio da Publicidade O art. 37 da Constituição Federal estampa o princípio da publicidade,

aplicável a todos os Poderes, em todos os níveis de governo.Como regra geral, os atos praticados pelos agentes administrativos não

devem ser sigilosos. Portanto, salvo as ressalvas legalmente estabelecidase as decorrentes de razões de ordem lógica, o processo administrativodeve ser público, acessível ao público em geral, não apenas às partesenvolvidas.

Princípio da Oficialidade Por força do princípio da oficialidade a autoridade competente para de-

cidir tem também o poder/dever de inaugurar e impulsionar o processo, atéque se obtenha um resultado final conclusivo e definitivo, pelo menos noâmbito da Administração Pública.

Diante do fato de que a administração pública tem o dever elementar

de satisfazer o interesse público, ela não pode, para isso, depender dainiciativa de algum particular.

O princípio da oficialidade se revela pelo poder de iniciativa para ins-taurar o processo, na instrução do processo e na revisão de suas decisões,inerente à Administração Pública. E, por isso, tais ações independem deexpressa previsão legal.

A Administração Pública tem o dever de dar prosseguimento ao pro-cesso, podendo, por sua conta, providenciar a produção de provas, solicitarlaudos e pareceres, enfim, fazer tudo aquilo que for necessário para que sechegue a uma decisão final conclusiva.

Princípio da Verdade material No processo administrativo o julgador deve sempre buscar a verdade,

ainda que, para isso, tenha que se valer de outros elementos além daque-

les trazidos aos autos pelos interessados.A autoridade administrativa competente não fica obrigada a restringirseu exame ao que foi alegado, trazido ou provado pelas partes, podendo edevendo buscar todos os elementos que possam influir no seu convenci-mento.

Princípio do Duplo grau de jurisdição administrativa As decisões administrativas, inclusive e principalmente aquelas proferi-

das no processo, podem conter equívocos. Daí a necessidade de que ascondutas estatais submetam-se a duplo exame, porque a oportunidade dese haver uma segunda análise propicia uma melhor conclusão e maiorsegurança para o interessado e para a coletividade. À própria autoridadeque tenha proferido a decisão recorrida é oferecida uma oportunidade dereexame, em geral, vez que a ela é que se dirige o recurso e o pedido dereconsideração, o que, não ocorrendo, determina a remessa à autoridadehierarquicamente superior.

A possibilidade de reexame da decisão retira o arbítrio de quem decidee obriga a que a decisão proferida seja devidamente fundamentada emotivada, dando ensejo à possibilidade de controle, inclusive judicial, sem oqual não existe o chamado Estado de Direito.

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8 REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. 8.1 CON-CEITO. 8.2 PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas

Doutoranda em Direito Privado pela PUC Minas. Mestre em Direito Privado pelaPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professora de Direito da FaculdadeJoão Alfredo de Andrade e da Faculdade Del Rey. Especialista em Direito Processual

Civil pela Universidade Gama Filho. Especialista em Educação a Distância pelaPontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Direito Público  – 

Ciências Criminais. Bacharel em Administração de Empresas e Direito pela Universi-dade FUMEC. Tutora em EAD de Direito do Consumidor e Propriedade Intelectual.

AdvogadaFonte: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_

leitura&artigo_id=9093&revista_caderno=4

Na Constituição da República Federativa do Brasil, encontramos umconjunto de princípios e normas, os quais norteiam a atividade desempe-nhada pelos agentes encarregados de zelar pela coisa pública. Dessemodo, conjugando as regras e os princípios que estruturam a Administra-ção Pública Brasileira, tem-se o regime jurídico administrativo.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que “a expressão regime jurídicoadministrativo é reservada tão-somente para abranger o conjunto de traços,de conotações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Adminis-tração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamente pode-se dizer que o regime administrativoresume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições”[1]. 

Marçal Justen Filho tem a seguinte definição: “o regime  jurídico de di-reito público consiste no conjunto de normas jurídicas que disciplinam odesempenho de atividades e de organizações de interesse coletivo, vincu-ladas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, carac-terizado pela ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação dedeterminados fins”[2]. 

Decorre do ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello que o re-

gime de direito público resulta da caracterização normativa de determina-dos interesses como pertinentes à sociedade e não aos particulares consi-derados em sua individuada singularidade. Juridicamente esta caracteriza-ção consiste, no Direito Administrativo, segundo nosso modo de ver, naatribuição de uma disciplina normativa peculiar que, fundamentalmente sedelineia em função da consagração de dois princípios: a) supremacia dointeresse público sobre o privado; b) indisponibilidade, pela Administração,dos interesses públicos[3]. 

Cumpre ressaltar que os dois princípios retro mencionados são consi-derados princípios implícitos, entretanto, tem a mesma força jurídica que osprincípios expressos. Ademais são princípios basilares da AdministraçãoPública constituindo a base de todo o sistema normativo sendo, portanto,de alta relevância no ordenamento jurídico em geral. Dessa forma, o princí-pio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado e o princí-pio da indisponibilidade do interesse público, informam todo o Direito Admi-nistrativo e constituem, por sua vez, o chamado regime jurídico administra-tivo.

Neste sentido Di Pietro expõe que “ao mesmo tempo em que as prer-rogativas colocam a Administração em posição de supremacia perante oparticular, sempre com o objetivo de atingir o benefício da coletividade, asrestrições a que está sujeita limitam a sua atividade a determinados fins eprincípios que, se não observados, implicam desvio de poder e conseqüen-te nulidade dos atos da Administração. O conjunto das prerrogativas erestrições a que está sujeita a Administração e que não se encontram nasrelações entre particulares constitui o regime jurídico administrativo. Muitasdessas prerrogativas e restrições são expressas sob a forma de princípiosque informam o direito público e, em especial, o Direito Administrativo”[4]. 

Imperioso concluir esse tema com as palavras de Raquel de Carvalhoque elucida o seguinte: “um Estado, para ser Democrático de Direito, deveencarar a tarefa de tutelar a primazia do bem comum, tanto na mediaçãodas relações privadas, quanto no exercício das competências públicas. Osefeitos danosos do individualismo característico do mundo contemporâneo

alastram-se nas relações privadas e até mesmo no cumprimento dos deve-res estatais. É grave o resultado da falta de consciência de que existe uminteresse social que, em determinadas realidades, pode transcender oparticular e que deve sobre o último prevalecer. Se o século XXI nasceusob o signo do individualismo egoísta, cumpre ao jurista estruturar o siste-ma normativo de modo a combater as conseqüências desastrosas de talvício quando atinge as instituições públicas. O regime jurídico administrativodeve necessariamente reconhecer que:

a) a supremacia do interesse público primário (pertinente a toda socie-dade) é princípio integrante do regime jurídico administrativo;

b) é possível que haja, em dadas situações, convergência entre inte-resses privados e interesse público ou atividade particular protetora do bemcomum, sem qualquer tensão que torne necessário falar-se na primazia dointeresse público;

c) na hipótese de conflito entre interesse publico e interesses privados,a proteção constitucional à dignidade da pessoa humana e aos direitosfundamentais não embasa a negativa de predomínio do bem comum, sendoeste o interesse geral a ser tutelado pela Administração, o que não significaarbítrio ou autoritarismo, mas efetividade do Estado Democrático de Direito;

d) não conduz à negação da primazia do interesse público primário ofato deste não ser sempre único, claramente identificável e incidente, de

modo exclusivo, em uma dada realidade; o caráter dinâmico e a multiplici-dade de interesses públicos inerentes ao mundo contemporâneo apenastorna cabível a técnica da ponderação entre os diversos interesses, em facede cada situação específica, à luz da proporcionalidade”[5]. 

Concluímos que, o regime jurídico administrativo trava no sentido deestabelecer, entre o administrador público e seus administrativos, umtratamento próprio e peculiar diferente daquele travado entre os particula-res. Surge da relação entre administrador público e particulares um conjun-to de direitos (prerrogativas) e deveres (limitação) que a lei confere à Admi-nistração Pública, tendo em vista que ela atua em busca do bem-estarcoletivo. Ressalta-se que esses direitos e deveres não se estendem aosparticulares, salvo quando lhe for delegado a execução de algum serviçopúblico, através de concessão ou permissão, por exemplo.

Quando mencionamos que a Administração Pública promove o bem-estar coletivo, queremos enfatizar que ela tem o dever de buscar o interes-se público. Vale ressaltar que este interesse é pertencente ao povo, sendo,desse modo, indisponível. Assim cabe a Administração Pública buscar aprimazia do bem comum, sem, no entanto, transferir a terceiros a adminis-tração desse interesse público, pois faz parte da função administrativaprotegê-lo.

Pois bem. Dado o conceito de regime jurídico administrativo, cabe sali-entar que, em regra, os doutrinadores enumeram, os princípios da legalida-de, igualdade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, supre-macia do interesse público, razoabilidade, proporcionalidade, motivação econtrole da Administração como integrantes do regime jurídico administrati-vo. Vale destacar que a doutrina clássica adota a posição que a legalidade,a supremacia e a indisponibilidade do interesse público são princípios

fundantes do regime mencionado.Diante do que foi exposto, para fins deste trabalho monográfico, é fun-

damental discorrer sobre os princípios previstos no artigo 37 da Constitui-ção Federal de 1988 e sobre os princípios da supremacia e indisponibilida-de do interesse público. Portanto, mãos à obra.

2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS

Estão previstos no artigo 37, caput, da Constituição da República de1988. A seguir passamos a descrever os princípios constitucionais expres-sos fundamentais, os quais são aplicáveis a todos os institutos do DireitoAdministrativo.

1  –  Legalidade: também chamado de princípio da juridicidade, exigeadequação de toda e qualquer conduta administrativa a todo o ordenamen-

to jurídico, nele estando incluídos todas as normas e todos os princípios.Enquanto o particular é livre para fazer tudo o que não seja proibido, aAdministração só pode agir se a lei ordenar, nos termos que a lei traz, nocondicionamento da lei e no tempo que a lei determina. Se a lei não trazqualquer comando, a Administração não pode agir.

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Para Di Pietro, “este princípio, juntamente com o de controle da Admi-nistração pelo Poder Judiciário, nasceu com o Estado de Direito e constituiuma das principais garantias de respeito aos direitos individuais. Isto por-que a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limitesda atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício detais direitos em benefício da coletividade. É aqui que melhor se enquadraaquela idéia de que, na relação administrativa, a vontade da AdministraçãoPública é a que decorre da lei”[6].

Segundo José dos Santos “o princípio da legalidade é certamente a di-retriz básica da conduta dos agentes da Administração. Significa que toda equalquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Não o sendo,a atividade é lícita. Tal postulado, consagrado após séculos de evoluçãopolítica, tem por origem mais próxima a criação do Estado de Direito, ouseja, do Estado que deve respeitar as próprias leis que edita”[7]. 

O princípio da legalidade é considerado pelo Direito Constitucional co-mo uma das maiores conquistas do povo, porque a legalidade é, na verda-de, uma barreira protetora que os particulares têm em relação à Adminis-tração. É de se notar que a Administração atua em nossas vidas compoderes muito grandes, e se não houvesse o princípio da legalidade, amáquina administrativa poderia ser utilizada sem qualquer controle e sem adevida atenção que o interesse público merece. Assim esse princípio

representa um escudo para que a Administração não abuse dos seuspoderes.

Como aplicação ao princípio da legalidade, foram editadas as seguin-tes súmulas, ambas do Supremo Tribunal Federal:

Súmula 346: “A administração pública pode declarar a nulidade deseus próprios atos”. 

Súmula 473: “A administração pode anular seus próprios atos, quandoeivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originamdireitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-tados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação

 judicial”. 

2  –  Impessoalidade: princípio da isonomia no Direito Administrativo.

Não significa dar o mesmo tratamento a todos, mas sim, um tratamentoigual para os iguais e para os desiguais, um tratamento desigual, na medidaem que se desigualam, como ensinava Pontes de Miranda. Desse modo, épossível um tratamento privilegiado desde que ele venha expressamenteprevisto em lei e esteja em conformidade com o interesse da sociedade.

A título de exemplo, o Estatuto do Idoso prevê privilégios para quem éconsiderado idoso. Isso, contudo, não fere o princípio da impessoalidade,tendo em vista que a sociedade brasileira prevê tal tratamento como decor-rente do princípio da dignidade da pessoa humana. É o que também ocorrecom o tratamento especial dispensado às micro empresas e empresas depequeno porte, uma vez que, como atende aos interesses da sociedadeporque gera empregos e promove a circulação de renda, o tratamento éisonômico.

Na feliz síntese de José dos Santos Carvalho Filho “o princípio objetivaa igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos admi-nistrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto,representa uma faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, para quehaja verdadeira impessoalidade, deve a Administração voltar-se exclusiva-mente para o interesse público, e não para o privado, vedando-se, emconseqüência, sejam favorecidos alguns indivíduos em detrimento deoutros e prejudicados alguns para favorecimento de outros”[8]. (grifo nosso)

Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que “no texto constitucionalhá, ainda, algumas referências a aplicações concretas deste princípio,como ocorre no art. 37, II, ao exigir que o ingresso em cargo, função ouemprego público depende de concurso público, exatamente para que todospossam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. Idem, no art. 37, XXI,ao estabelecer que os contratos com a Administração direta e indireta

dependerão de licitação pública que assegure igualdade de todos os con-correntes. O mesmo bem jurídico também está especificamente resguarda-do na exigência de licitação para permissões e concessões de serviçopúblico (art. 175)[9]”.

Isto quer dizer que, o particular tem autonomia para contratar quem

quiser para a sua empresa. Já a Administração tem que observar o princí-pio da impessoalidade devendo contratar, destarte, através de concursopúblico. O empresário pode contratar qualquer serviço e pelo valor queestiver de acordo. Por outro lado a Administração não tem autonomia devontade para isso, sendo necessário, portanto, a realização de licitaçãopara realizar contrato com aquele licitante que ofereceu a melhor proposta.

3 – Moralidade: obrigação de honestidade e de probidade. Ser honestoquer dizer ser fiel ao interesse público definido na lei. É exigido da Adminis-tração como um todo, de cada agente público e também dos particularesque se relacionam com a Administração. Em Direito Administrativo a viola-ção grave do dever de moralidade é chamada de improbidade administrati-va e está prevista no artigo 37, parágrafo 4º, da CF/88 e na lei nº 8.429/92.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, de acordo com o princípioda moralidade “a Administração e seus agentes tem de atuar na conformi-dade de princípios éticos. Violá-los implicará violação ao próprio Direito,configurando ilicitude que assujeita a conduta viciada a invalidação, por-quanto tal princípio assumiu foros de pauta jurídica, na conformidade do art.37 da Constituição”[10]. 

José dos Santos Carvalho Filho, por sua vez, adverte que “a falta demoralidade administrativa pode afetar vários aspectos da atividade daAdministração. Quando a imoralidade consiste em atos de improbidade,que, como regra, causam prejuízos ao erário público, o diploma regulador é

a Lei nº 8.429, de 2/6/1992, que prevê as hipóteses configuradoras da faltade probidade na Administração, bem como estabelece as sanções aplicá-veis a agentes públicos e a terceiros, quando responsáveis por esse tipoilegítimo de conduta. Ao mesmo tempo, contempla os instrumentos proces-suais adequados à proteção dos cofres públicos, admitindo, entre outras,ações de natureza cautelar de seqüestro e arresto de bens e o bloqueio decontas bancárias e aplicações financeiras, sem contar, logicamente, a açãoprincipal de perdimento de bens, ajuizada pelo Ministério Público ou pelapessoa de direito público interessada na reconstituição de seu patrimôniolesado. Outro instrumento relevante de tutela jurisdicional é a ação popular,contemplada no art. 5º, LXXIII, da vigente Constituição. Pela ação popular,regulamentada pela Lei nº 4.717, de 29/6/65, qualquer cidadão pode dedu-zir a pretensão de anular atos do Poder Público contaminados de imorali-dade administrativa. Por fim, não se pode esquecer de também citar a ação

civil pública, prevista no art. 129, III, da CF, como uma das funções institu-cionais do Ministério Público, e regulamentada pela Lei nº 7.347, de24/7/85, como outro dos instrumentos de proteção à moralidade administra-tiva”[11].

4 – Publicidade: como a Administração não é titular do interesse públi-co, o qual pertence ao povo, tudo aquilo que acontece na esfera administra-tiva deve ser publicizado. É o dever de clareza e de transparência que aAdministração deve ter em relação aos titulares do interesse público. Apublicidade é também condição de validade dos atos administrativos, ouseja, apenas quando se tornam claros, eles estão em conformidade com aordem jurídica.

Cumpre salientar que esse princípio traz duas únicas exceções previs-tas no art. 5º, LX, quais sejam, restrição à publicidade determinada em lei

para a proteção da intimidade (do particular ou do agente público) e ointeresse social.

O dever de motivação que a Administração Brasileira tem, ou seja, de-ver de expor por escrito as razões de fato e de direito que justificam aprática de qualquer uma de suas condutas decorre do princípio da publici-dade.

Expõe José dos Santos Carvalho Filho que o princípio da publicidadepode ser reclamado através de dois instrumentos básicos: a) o direito depetição, pelo qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos administrativospara formular qualquer tipo de postulação (art. 5º, XXXIV, ‘a’, CF); b) ascertidões que, expedidas por tais órgãos, registram a verdade de fatosadministrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa deseus direitos ou o esclarecimento de certas situações (art. 5º, XXXIV, ‘b’,CF). Negado o exercício de tais direitos, ou ainda não veiculada a informa-ção, ou veiculada incorretamente, terá o prejudicado os instrumentos cons-titucionais para garantir a restauração da legalidade – o mandado de segu-rança (art. 5º, LXIX, CF) e o habeas data (art. 5º, LXXII, CF). Na verdade,não se deve perder de vista que todas as pessoas têm direito a receber dosórgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse

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coletivo, com exceção das situações resguardadas por sigilo (art. 5º, XXXIII,CF), e o exercício de tal direito, de estatura constitucional, há de pressupornecessariamente a obediência da Administração ao princípio da publicida-de[12]. 

5 – Eficiência: foi tornado expresso no caput do art. 37 da CR/88, pormeio da Emenda Constitucional nº 19/98. Antes da emenda esse princípionão estava escrito na Constituição, pois era implícito, no entanto, a Admi-nistração já tinha o dever de ser eficiente, independente da ordem estarescrita ou não.

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro “o princípio da eficiência apre-senta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação aomodo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempe-nho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e emrelação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Públi-ca, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados naprestação do serviço público. Vale dizer que a eficiência é princípio que sesoma aos demais princípios impostos à Administração, não podendo so-brepor-se a nenhum deles, especialmente ao da legalidade, sob pena desérios riscos à segurança jurídica e ao próprio Estado de Direito”.  

Acrescenta-se que a construção desse princípio teve inspiração na ini-ciativa privada, uma vez que o sucesso de um negócio é medido pelo graude satisfação de seu cliente. Cumpre ressaltar que o princípio da eficiência

é tão importante quanto todos os outros princípios estruturantes do regime jurídico administrativo, de modo que não é possível que, em nome de umamaior eficiência, seja preterido, por exemplo, o princípio da legalidade.

3. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

Tem a mesma força jurídica dos princípios explícitos. A doutrina e a ju-risprudência usualmente se referem a estes princípios, tendo, desse modo,uma mesma relevância jurídica que os princípios escritos na Constituição.

Os princípios implícitos que mais nos interessam são: a supremacia dointeresse público sobre o interesse particular e a indisponibilidade do inte-resse público.

Recordando as palavras de Celso Antônio no que tange a estes doisprincípios: “atribui-se-lhes a importância de pontos fundamentais do Direito

Administrativo não porque possuam em si mesmos a virtude de se imporemcomo fontes necessárias do regime, mas porque, investigando o ordena-mento jurídico-administrativo, acredita-se que eles hajam sido encampadospor ele e nesta condição validados como fonte-matriz do sistema. Todo osistema de Direito Administrativo, a nosso ver, se constrói sobre os menci-onados princípios da supremacia do interesse público sobre o particular eindisponibilidade do interesse público pela Administração”[13]. 

4. O PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

A Administração deve realizar suas condutas sempre velando pelos in-teresses da sociedade, mas nunca dispondo deles, uma vez que o adminis-trador não goza de livre disposição dos bens que administra, pois o titulardesses bens é o povo. Isto significa que a Administração Pública não temcompetência para desfazer-se da coisa pública, bem como, não pode

desvencilhar-se da sua atribuição de guarda e conservação do bem. AAdministração também não pode transferir a terceiros a sua tarefa de zelar,proteger e vigiar o bem. Ademais a disponibilidade dos interesses públicossomente pode ser feita pelo legislador.

Vale mencionar dois importantes institutos que concretizam o dever deindisponibilidade do interesse público pela Administração: a licitação e oconcurso público. No primeiro caso, a Administração não pode escolher,sem nenhum critério objetivo definido em lei, com quem vai celebrar contra-to. A lei estabelece um processo administrativo que deve ser rigorosamenteseguido a fim de que se possa escolher o interessado que apresente aproposta mais vantajosa. No que tange ao concurso público, se há umavaga na estrutura administrativa, a escolha de quem será nomeado nãopode ser aleatória. Então, por meio do concurso, pretende-se dar a mesmaoportunidade a todos que preenchem os requisitos estabelecidos em lei de

apresentarem sua capacidade física e intelectual de ser escolhido.

Leciona Diógenes Gasparini que, segundo o princípio da indisponibili-dade do interesse público, não se acham os bens, direitos, interesses eserviços públicos à livre disposição dos órgãos públicos, a quem apenascabe curá-los, ou do agente público, mero gestor da coisa pública. Aqueles

e este não são senhores ou seus donos, cabendo-lhes por isso tão-só odever de guardá-los e aprimorá-los para a finalidade a que estão vincula-dos. O detentor dessa disponibilidade é o Estado. Por essa razão, hánecessidade de lei para alienar bens, para outorgar concessão de serviçopúblico, para transigir, para renunciar, para confessar, para revelar a pres-crição e para tantas outras atividades a cargos dos órgãos e agentes daAdministração Pública[14]. 

Hely Lopes Meirelles assevera que a Administração Pública não podedispor desse interesse geral num renunciar a poderes que a lei lhe deu paratal tutela, mesmo porque ela não é titular do interesse público, cujo titular éo Estado, que, por isso, mediante lei poderá autorizar a disponibilidade ou arenúncia[15]. 

Segundo Raquel de Carvalho “com base na premissa de que a Admi-nistração não titulariza os interesses públicos primários, é lugar comumafirmar a indisponibilidade de tais interesses pelo agente encarregado de,na sua gestão, protegê-los. Quem detém apenas poderes instrumentais àconsecução de um dado fim não possui, em princípio, a prerrogativa dedeles abrir mão, donde resulta a idéia de indisponibilidade do interessepúblico”[16]. 

Na concepção de José dos Santos Carvalho Filho os bens e interessespúblicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhesapenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, esta

sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos. A Administraçãonão tem a livre disposição dos bens e interesses públicos, porque atua emnome de terceiros. Por essa razão é que os bens públicos só podem seralienados na forma em que a lei dispuser. Da mesma forma, os contratosadministrativos reclamam, como regra, que se realize licitação para encon-trar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso para aAdministração. O princípio parte, afinal, da premissa de que todos os cui-dados exigidos para os bens e interesses públicos trazem benefícios para aprópria coletividade[17]. A Lei Geral do Processo Administrativo nº 9.784/99prevê no seu art. 2º, parágrafo único, inciso II, a indisponibilidade do inte-resse público pela Administração Pública:

“Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, en-tre outros, os critérios de:

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ouparcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.” (grifo nosso) 

Raquel de Carvalho acentua que o interesse público é indisponível eeste é um princípio integrante do regime jurídico administrativo. No entanto,embora não seja a alternativa primeira, nem mesmo a regra, pode ser que,em dada realidade, abrir mão de uma vantagem seja a única saída para areal proteção do interesse público primário[18]. 

Mais além, diz a autora que, o que se admite discutir, portanto, é o quede fato representa proteger o interesse público primário em cada situação.Se o bem estar geral for atendido com a perseguição integral de todasvantagens decorrentes do ordenamento em favor da Administração, é istoque cabe ao Estado buscar, de modo irrenunciável. Se, contudo, em deter-minados contextos, o empenho na satisfação de todos os benefícios públi-

cos não conduzir à satisfação do bem comum, é cabível usar medidaflexibilizadora inserida no novo arsenal normativo para o desenvolvimentoda atividade negocial administrativa, inclusive diante de conflitos. Cumpreatentar para as especificidades do caso concreto e para o dever de motivar

 jurídica e concretamente a escolha levada a efeito[19]. 

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello a indisponibilidade dos inte-resses públicos significa que, sendo interesses qualificados como próprios dacoletividade – internos ao setor público -, não se encontram à livre disposiçãode quem quer que seja, por inapropriáveis. O próprio órgão administrativo queos representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lheincumbe apenas curá-los – o que é também um dever  – na estrita conformi-dade do que predispuser a intentio legis. Relembre-se que a Administraçãonão titulariza interesses públicos. O titular deles é o Estado, que, em certaesfera, os protege e exercita através da função administrativa, mediante o

conjunto de órgãos (chamados administração, em sentido subjetivo ou orgâ-nico), veículos da vontade estatal consagrada em lei[20]. 

É oportuno aqui recordar as lições do professor Manoel Messias Peixi-nho, no sentido de que o administrador público não pode gerir o Estadodesvinculado do interesse público. A indisponibilidade deste interesse quer

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dizer obediência obsequiosa aos direitos fundamentais e aos valores consti-tucionais eleitos pelo constituinte embrionário.

Indisponibilidade, no contexto do Direito Administrativo, deixa de ser sóato de não poder dispor com liberdade dos deveres entregues à tutela doadministrador. Torna-se, também é dever de prover a coisa pública comequidade, isonomia, publicidade, razoabilidade, proporcionalidade, morali-dade, enfim, com todos os demais princípios explícitos e implícitos, enrai-zados no direito administrativo, que são afluentes do princípio da indisponi-bilidade do interesse público[21]. 

Diante do que foi exposto, vale ressaltar que os bens, direitos e inte-resses públicos são confiados ao administrador apenas para a sua gestão,nunca para a sua disposição. Para dispor, alienar, renunciar ou transacio-nar, o administrador dependerá sempre de lei. Assim sendo, não há para aAdministração e seus agentes, qualquer liberdade de disposição ou renún-cia, mas sim de indisponibilidade no que tange ao interesse do povo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Constituição de 1988. 2º edição. Editora Atlas. São Paulo, 2007.PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. O princípio da supremacia do interes-

se público: sobrevivência diante dos ideais do neoliberalismo. Revista Jam – Jurídica. Ano XIII, nº 9, setembro, 2008.

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Notas:[1] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 19ª edição.

Editora Atlas. São Paulo, 2006, pag. 64.

[2] FILHO, Marçal Justen Filho. Curso de Direito Administrativo. EditoraSaraiva. São Paulo, 2005. p. 48

[3] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 55.

[4] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 19ª edição.Editora Atlas. São Paulo, 2006, pag. 66.

[5] CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administrati-vo. Editora Jus Podivrm. Salvador, 2008, pag. 71-72.

[6] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 19ª edição.Editora Atlas. São Paulo, 2006, pag. 67.

[7] FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo.15º edição. Editora Lúmen Júris. Rio de Janeiro, 2006. Pag. 16

[8] FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo.15º edição. Editora Lúmen Júris. Rio de Janeiro, 2006. Pag. 17

[9] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 114.

[10] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrati-vo. 19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 119.

[11] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrati-vo. 19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 18-19

[12] FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrati-vo. 15º edição. Editora Lúmen Júris. Rio de Janeiro, 2006. Pag.83-84.

[13] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrati-vo. 19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 55-56.

[14] GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11º edição. EditoraSaraiva. São Paulo, 2006. p. 18.

[15] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. EditoraMalheiros. 32º edição. São Paulo, 2006. p. 103.

[16] CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administra-tivo. Editora Jus Podivrm. Salvador, 2008, pag. 72.

[17] FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrati-vo. 15º edição. Editora Lúmen Júris. Rio de Janeiro, 2006. Pag.25-26.

[18] CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administra-tivo. Editora Jus Podivrm. Salvador, 2008, pag. 76.

[19] CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administra-tivo. Editora Jus Podivrm. Salvador, 2008, pag. 77-78.

[20] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrati-vo. 19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 62-63.

[21] PEIXINHO, Manoel Messias; GUERRA, Isabella Franco; NASCI-MENTO FILHO, Firly. Os princípios da Constituição de 1988. Lúmen Júris.Rio de Janeiro, 2001. p. 462-463 APUD RAQUEL DE CARVALHO PAG 72

PROVA SIMULADA

01- São formas de extinção do ato administrativo, exceto:

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a) A revogação. b) A rescisão.c) A contraposição. d) A cassação.e) A anulação.

02- Relativamente à vinculação e discricionariedade dos atos administrati-vos, correlacione as colunas apontando como vinculado ou discricioná-rio cada um dos elementos do ato administrativo e assinale a opçãocorreta.

(1) Vinculado

(2) Discricionário( ) Competência.( ) Forma.( ) Motivo.( ) Finalidade.( ) Objeto.a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2 b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2 d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2

03- Assinale a opção que elenque dois princípios norteadores da Adminis-tração Pública que se encontram implícitos na Constituição da Repúbli-ca Federativa do Brasil e explícitos na Lei n. 9.784/99.

a) Legalidade / moralidade.b) Motivação / razoabilidade.c) Eficiência / ampla defesa.d) Contraditório / segurança jurídica.e) Finalidade / eficiência.

04. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, emespecial

(A) na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica egás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundoas normas da legislação específica.

(B) quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifica-damente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.

(C) quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regularpreços ou normalizar o abastecimento.

(D) nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios cor-respondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia.

(E) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamen-te ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crí-tica especializada ou pela opinião pública.

05. Considere as assertivas a respeito dos atributos do ato administrativo:I. Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie,

nascem com a presunção de legitimidade, independentemente de nor-ma legal que a estabeleça.

II. A imperatividade existe em todos os atos administrativos, sendo oatributo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execu-ção.

III. A possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata edireta execução pela própria Administração, independentemente de or-dem judicial, consiste na auto-executoriedade.Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II. (B) I e III.(C) II. (D) II e III. (E) III.

06. Observe as seguintes proposições:I. A faculdade de que dispõe a Administração Pública de ordenar, coor-

denar, controlar e corrigir suas atividades decorre do poder disciplinar.II. Dentre os atributos do poder de polícia, a autoexecutoriedade permite à

Administração, com os próprios meios, decidir e executar diretamentesuas decisões, sem intervenção do Judiciário.

III. O poder normativo da Administração Pública se expressa por meio dasresoluções, portarias, deliberações, instruções e dos decretos.

IV. O poder discricionário permite ao administrador editar atos que exorbi-tem os ditames legais, desde que convenientes e oportunos.Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II. (B) I e IV.(C) I, II e III. (D) II e III. (E) III e IV.

07. Com o objetivo de punir determinado servidor público, o superior hierár-quico, ao invés de instaurar regular processo disciplinar, já que possuíacompetência para tanto, valeu-se do instituto legal da remoção ex offi-cio que, contudo, somente poderia ser utilizado para atender a neces-sidade do serviço público. Em virtude deste fato, a remoção, que cul-minou com a transferência do servidor para outra unidade da federa-ção, será nula em virtude da inobservância do requisito do ato adminis-trativo denominado

(A) objeto. (B) forma.

(C) imperatividade. (D) auto-executoriedade. (E) finalidade.

08. No que tange à licitação, é correto afirmar:(A) Para a compra e alienação de bens imóveis, a Administração Pública

pode se valer do tipo de licitação denominado pregão.(B) A concorrência é a modalidade de licitação obrigatória nas concessões

de direito real de uso.(C) Havendo interesse público, a autoridade competente pode substituir a

tomada de preços pelo convite.(D) O concurso destina-se à escolha de trabalho técnico, científico, artístico

ou contratação de serviço ou fornecimento de bens.(E) O leilão é o tipo de licitação entre quaisquer interessados para a venda

de bens sem utilidade para a Administração.

09. Com relação aos poderes administrativos, é INCORRETO afirmar queo poder

(A) disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infraçõese aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujei-tas à disciplina administrativa.

(B) regulamentar é inerente ao chefe do Executivo para, mediante decreto,expedir atos normativos compatíveis com a lei e visando desenvolvê-la.

(C) discricionário vincula o administrador público à competência, forma eobjeto do ato, deixando livre a opção quanto ao juízo de mérito.

(D) hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir asatividades administrativas, no âmbito da Administração Pública.

(E) Legislativo, no exercício do poder de polícia que compete ao Estado,cria, por lei, as chamadas limitações administrativas ao exercício das li-berdades públicas.

10. O leilão é uma modalidade de licitação(A) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-

ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quemoferecer o maior lance, independentemente do valor da avaliação.

(B) adequada somente para a alienação de bens imóveis, a quem oferecero maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

(C) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de qualquerbem imóvel, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valorda avaliação.

(D) que a Administração Pública pode utilizar para a alienação de bemimóvel, a quem oferecer o maior lance, independentemente do valor daavaliação.

(E) adequada para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, a quem

oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.Nas questões que se seguem, assinale:C – se a proposição estiver corretaE – se a mesma estiver incorreta

11. Pregão é uma das 6 modalidades de licitação utilizadas no  Brasil, considerada como um aperfeiçoamento do regime de licitações para aAdministração Pública Federal. Esta modalidade possibilita oincremento da competitividade e ampliação das oportunidades departicipação nas licitações, por parte dos licitantes que são PessoasJurídicas ou Pessoas Físicas interessadas em vender bens e/ouserviços comuns conforme os editais e contratos que visam o interessepúblico.

12. Também chamado de Leilão Reverso ou Holandês, o Pregão érealizado em lances sucessivos e decrescentes, no chamado "quem dámenos" (NBS). Desta forma, a Administração Publica que estácomprando, gera economia significa o bom uso do dinheiro público.

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13. O pregão pode ser Presencial (onde os licitantes se encontram eparticipam da disputa) ou Eletrônico (onde os licitantes se encontramem sala virtual pela internet, usando sistemas de governo ouparticulares). O designado responsável pelo pregão tem o nome dePregoeiro. 

14. O pregão é caracterizado por inverter as fases de um processolicitatório comum regido pela lei  8.666/93.  Ou seja, primeiro ocorre aabertura das propostas das licitantes e depois é procedido o

 julgamento da habilitação dos mesmos. O Pregão é regido pela LeiFederal Brasileira nº10.520/200

15. Outro grande diferencial do Pregão em relação as demais modalidadesde licitação é a sua economicidade, pois, como os licitantes podembaixar suas ofertas e disputar a venda do objeto em questão, os preçoscostumam chegar a patamares bem mais baixos do que osconseguidos com as demais modalidades. Também a redução dotempo em que se transcorre a licitação é menor, e isto viabilizacontratações mais rápidas e eficientes.

16. Atualmente, a modalidade Pregão eletrônico é a que mais cresce, e assuas inovações e benefícios estão sendo estendidos para as outrasmodalidades, como o uso de internet para registro de ata, e afins. Oprojeto de lei que pode vir a mudar a Lei 8.666/93 traz estas inovações.

Quanto aos poderes da Administração, podemos afirmar que:17. Poder Discricionário - No poder discricionário a lei deixa uma certa

margem para que o agente público possa agir. Nele o agente visando ointeresse público, aplica a conveniência e oportunidade na execuçãodo ato administrativo. O agente público escolhe a melhor possibilidadeque se aplica ao caso concreto. Como esse poder segue os ditames dalei, ele poderá ser revisado no âmbito da própria administração oumesmo na via judicial. O Judiciário não avalia o mérito (conveniência eoportunidade), mas apenas os aspectos de legalidade. Entretanto, hána doutrina e jurisprudência entendimento (não consolidado) de que oPoder Judiciário pode, sim, examinar os motivos do ato, e declarar suanulidade. Outros entendem que o juiz não pode substituir o administra-dor público. Não se pode confundir discricionariedade com arbitrarie-dade. Na arbitrariedade o agente atua fora dos limites da lei (ato ilegal)

e na discricionariedade sua conduta é legal, ele utiliza apenas os crité-rios da conveniência e oportunidade.

18. Poder Vinculado - No poder vinculado a lei ao conferir determinadaatribuição ao administrador público, faz de forma que não lhe deixamargem para escolha. Não deixa espaço para liberdade de atuação daadministração. Não há interpretação subjetiva do agente público. Im-portante lembrar que todos os atos administrativos são vinculadosquanto à competência, forma e objeto. Esses elementos, no momentode sua aplicação, não podem ser valorados. Cabe ao agente apenas asua aplicação.

RESPOSTAS

1- B2- A3- B4- E

11- C12- C13- C14- C

lo, SP  Direito Administrativo Brasileiro  –  H.L. Meireles  –  Malheiros, São

Paulo, SP  Resumos de Direito  –  Maximilianus Cláudio Américo Fuhrer e

Maximiliano Roberto Ernesto Fuhrer  Direito Constitucional Didático  –  Kildare Gonçalves Carvalho  – 

DelRey - MG  Direito Constitucional  –  Maximillianus C. A. Fuhrer  –  Malheiros

Editores – SP  Curso de Direito Constitucional – Celso Ribeiro Bastos – Saraiva – 

SP  Curso de Direito Administrativo Positivo – Edimur Ferreira de Faria

 – DelRey – MG  Direito Administrativo Brasileiro – Hely Lopes Meirelles – Malheiros

Editores - SP  Direito Administrativo  –  Maximillianus C. A. Fuhrer - SP -

Malheiros Editores – SP  Direito Administrativo  –  Miguel Horvath Júnior e Miriam V.F.

Horvatlh ___________________________________

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