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08/12/12

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CJ News - Vaieshev

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Page 1: 08/12/12

Vaieshev Bereshit 37:1 - 40:23

Nesta porção da Torá, Jacob mostra sua preferencia por José, e isto irrita seus irmãos. José tem sonhos onde prevê que reina sobre seus irmãos. Os irmãos decidem vender José como escravo ele acaba indo parar no Egito. Tamar disfarça-se como uma prostituta e dorme com Judá, seu sogro. A mulher de Potifar tenta seduzir José, e quando ele a rejeita, ela o acusa de tentar violentá-la, e é enviado para a prisão. Na prisão dois funcionários do Faraó tem sonhos e José os interpreta os corretamente.

Palavras de André Chouraqui

Ate aqui o texto trouxe à luz os ancestrais das tribos de Israel,

povos e lugares que reencontraremos ao longo da Bíblia. Isto

posto, ele passa a narrar a saga de Iosseph, longa e complexa, e

na qual, de maneira, exemplar, demonstra como Deus sabe

utilizar as fraquezas humanas no sentido de Sua vontade. O relato

assume a partir de daqui novas dimensões: não mais historias, de

indivíduos e clãs, mas historia onde a vida, o destino e as paixões

das pessoas vão por em jogo nações inteiras, o Egito faraônico e

o povo de Israel. Os homens se agitam, desequilibram-se caem e

se reerguem para nova queda, vitimas de seus pecados ou de

suas ambições, ao bel prazer de suas vontades, Mas tudo isso é

aparência: Deus é o guia de nossa tragicomédia humana, seu

querer soberano triunfa absoluto. Este “romance” histórico e

metafisico ocupa os treze últimos capítulos do Bereshit. Cada

parte desta composição forma um todo perfeitamente fundido num

conjunto espantosamente coerente e significativo. O analista

permanece confundido pela perfeição das técnicas de escritura

aqui empregadas, A grande arte consiste em tudo dizer ou tudo

subentender. A ação se desenrola guardando sua intensidade

dramática, sobre o plano da historia como o de suas significações

permanentes mais profundos.

CJנEWם

Ano XV nº 630 8 de Dezembro de 2012 24 de Kislev de 5773

Shabat Vaieshev

Anúncio do novo mês: Tevet começa Sexta Feira

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Chanuká: Muito além do milagre do azeite, comemoramos a salvação proporcionada pela nossa própria luta

David Rosenberg Krausz

No final deste shabat, vamos começar as comemorações da festa de Chanuka, com o acendimento da primeira de oito velas. É uma

comemoração muito leve, bonita e alegre, mas poucas vezes nos

perguntamos sobre o que exatamente estamos comemorando.

A resposta automática que muitos dão é que estamos comemorando o

acontecimento de um milagre; trata-se do famoso milagre do azeite, que queimou durante oito dias ao invés de apenas um, que seria sua duração

normal. Sem dúvida, vemos que aí aconteceu um milagre, mas esse não é o único milagre da história de Chanuka. Toda a história que precedeu o

acendimento desse óleo é por si milagrosa, envolvendo surpreendentes

batalhas vencidas pelos makabim, um pequeno grupo de judeus, frente a um inimigo forte e numeroso. Temos aí uma série de milagres, mas, ainda

assim, isso não é motivo suficiente para fazermos uma festa.

A história judaica está repleta de milagres e nem por isso fazemos uma festa

para cada um deles! Não existe, por exemplo, nenhuma festa que comemora

o fato do sol ter parado durante uma batalha de Ioshua, ou para celebrar a água que Moshe fez sair da pedra no deserto, e assim por diante.

Existe algo especial na história de Chanuka que vai além dos milagres; a real razão para nossa comemoração é que esse episódio foi uma verdadeira

salvação para o povo judeu inteiro. Os selêucidas e seu rei, Antiochus IV,

que governavam a terra de Israel, realmente queriam acabar o povo de Israel e fazê-lo desaparecer, não só através do extermínio físico, mas

principalmente através da aculturação e da destruição daquilo que sempre foi nossa essência, a Torá.

O que há de mais incrível nessa história é como a luta de algumas pessoas, poucas, mas comprometidas, se tornou o veículo da salvação do povo

inteiro. Comemoramos em Chanuka, além do milagre do azeite, a vitória

milagrosa dessas pessoas sobre seus muitos e poderosos inimigos.

Obviamente, um milagre á algo que vem de D’us, mas vemos como, nesse

caso, o milagre só aconteceu porque foi veiculado por uma iniciativa dos homens. A salvação ocorreu, sim, como uma intervenção divina, mas uma

intervenção sobre uma luta dos homens.

A parashá desta semana, Vaieshev, traz uma situação muito parecida. Trata-se da história de Iossef, personagem que, apesar de todas as adversidades

que a vida lhe impôs, é considerado pela Torá como ish matsliach [algo como “um homem bem-sucedido”]. Mesmo tendo sido vendido como escravo

por seus próprios irmãos e preso injustamente, a Torá diz que D’us o abençoava no que quer que fazia e aonde quer que ia, devido à sua justiça e

integridade. Dessa maneira, apesar de todas as dificuldades, Iossef, em

pouco tempo, de um escravo aprisionado tornou-se o vice-rei de todo o Egito e um dos homens mais ricos e poderosos da época.

A semelhança das histórias é obvia – em ambas D’us intervém sobre uma luta humana, fazendo milagrosamente com que o mais improvável ocorra e

com que a justiça triunfe. Mas a analogia não para por aí; a história de Iossef e a dos makabim é uma constante, algo que se repete o tempo todo

conosco, tanto coletivamente, enquanto povo, como também

individualmente.

O que cabe a nós, para que sejamos veículos de milagres, como foram

nossos antepassados, é justamente sermos como eles, como foi Iossef e como foram os makabim; não devemos ficar esperando que os milagres

caiam do céu à nossa frente, mas devemos fazer de tudo quanto pudermos

para lutar pelo que acreditamos.

Se nossa luta for justa, se estivermos lutando por aquilo que D’us espera

que lutemos, pelo aprimoramento deste mundo, as brachot e os milagres provavelmente virão depois, sobre as nossas ações e sobre nós mesmos, os

quais devemos ao máximo nos esforçar para que sejam o veículo da ação dele, como está escrito: “Faça a vontade Dele como se fosse a sua vontade

para que Ele faça a vontade Dele como se fosse a sua” (Pirkei Avot 2:4)

Shabat shalom umevorach! Chanuka sameach! David Rosenberg Krausz

Chanucá: A Festa das Luzes Embora inicialmente um feriado menor, Chanucá se tornou uma das festas judaicas paradigmático. Chanucá comemora a vitória dos judeus sobre os gregos da Síria em 164 aC, e é celebrado por um hanukkiah iluminação, ou menorá, durante oito dias, comendo latkes, e jogar dreidel. Este ano, Chanucá começa no próximo domingo, e mantendo uma tradição milenar, devemos acender a primeira vela da chanukiá no sábado à noite, depois do término do shabat.

Shabat na sinagoga de A Hebraica

Prédica: Maria Antonieta Pezo Chazan: David Kullock

Musicista: Marcello Frenkiel Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz

Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro