40
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO? CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA (MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA) 09_CTS_Petroleo.indd 1 09_CTS_Petroleo.indd 1 29/11/2011 19:56:30 29/11/2011 19:56:30

09 CTS Petroleo Miolo FINAL

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTESDA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

(MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA)

09_CTS_Petroleo.indd 109_CTS_Petroleo.indd 1 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 2: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

José Renato CasagrandeGovernador

Givaldo Vieira da SilvaVice-Governador

Klinger Marcos Barbosa AlvesSecretário de Estado da Educação

Adriana SperandioSubsecretária de Educação Básica e Profi ssional

Leonara Margotto TartagliaGerente de Ensino Médio

Rafaela Teixeira Possato de BarrosSubgerente de Desenvolvimento Curricular do Ensino Médio

Dr. Álvaro ChrispinoConsultor

COMISSÃO ORGANIZADORA

Adriana Sperandio

Elizabeth Detone Faustini Brasil

Leonara Margotto Tartaglia

Lucia Helena Maroto

Naédina Barbieri

Maria Cristina Garcia Teixeira da Silva

Patrícia Silveira da Silva Trazzi

Rafaela Teixeira Possato de Barros

Valeria Zumak Moreira

PROFESSORES AUTORES

Adenilson Gomes Costa – Professor de Biologia

Adriana Karina Ribeiro Rocha – Professora de Matemática

Alan Fraga Freitas – Professor de Biologia

Américo Alexandre Sattler – Professor de Física

Ana Janete Viana Souza – Professora de Biologia

Ana Karla de Jesus – Professora de Ciências

Ana Paula Alves Bissoli – Professora de Biologia

Ana Paula Machado Fernandes Lima – Professora de Biologia

Ana Paula Torres de Souza – Professora de Matemática

Anna Ruth de Souza e Souza – Professora de Física

Arlan Roberto de Freitas – Professor de Física

Bruna Vital Machado – Professora de Biologia

Bruna Wencioneck de Souza Soares – Professora de Química

Bruno de Souza Marques – Professora de Matemática

Carlos Eduardo Pinheiro – Professor de Matemática

Carlos Sebastião de Oliveira – Professor de Química

Claudinei Pereira da Silva – Professor de Matemática

Cleidevone Toledo de Carvalho Rodrigues – Professora de Matemática

Daniel Dias da Silva – Professor de Física

Dayver José Vieira de Rezende – Professor de Ciências

Degiane Figueiredo Miotto Schiavo – Professora de Química

Derlieny Caliari – Professora de Biologia

Dolores de Fátima Colle Fragoso – Professora de Ciências

Domingos Rodrigues Souza Junior – Professor de Física

Edivaldo Menegazzo de Almeida – Professor de Química

Edson Natal de Oliveira – Professor de Matemática

Eduardo Moisés Teodoro da Cunha – Professor de Biologia

Edy Vinícius Silverol da Silva – Professor de Matemática

Elisandra Brizola de Oliveira – Professora de Ciências

Elizangela dos Santos de Oliveira – Professora de Biologia

Erika Aparecida Silva de Freitas – Professora de Biologia

Erivaldo Bergamaschi – Professor de Matemática

Estevão Luiz de Oliveira Gonçalves – Professor de Matemática

Eufélix Monteiro Maurício – Professor de Matemática

Fábio Alves dos Santos – Professor de Matemática

Fernanda Rocha Cocco – Professora de Matemática

Fernando César Leal Fernandes – Professor de Matemática

Flávia Demuner Ribeiro – Professora de Biologia

Gilberto Vitorino de Oliveira – Professor de Biologia

Gina Márcia Catalunha Luiz – Professora de Ciências

Héverton Filipe Gomes Dazilio – Professor de Biologia

Ivy Rocha Costa da Silva – Professora de Biologia

Jailson Maurício Pinto – Professor de Ciências

Janaína Nielson de Souza Corassa – Professora de Matemática

João Carlos da Conceição – Professor de Física

João Paulo Rolin Lievore – Professor Biologia

Jomar Apolinário Pereira – Professor de Física

José Carlos Fernandes Soares – Professor Ciências

Josiane Souza Carmo de Menezes – Professora de Matemática

Katia Batista Duarte – Professora de Física

Larrisa Rouzer Borges Bourguignon – Professora de Biologia

Leandro Ribeiro da Conceição – Professor de Biologia

Leandro Rossmann de Barros – Professor de Matemática

Lecione Maria de Freitas Barboza – Professora de Matemática

Leonardo Pereira Monteiro – Professor de Física

Letícia Moreira Vargas Marreco – Professora de Ciências

Linderclei Teixeira da Silva – Professor de Física

Luciana Barbosa Soares Chamoun – Professora de Biologia

Luciana Oliveira Feitosa – Professora de Ciências

Luciano François Mendonça – Professor de Matemática

Lussandra Marques Meneghel – Professora de Biologia

Luzineide Ferreira de Oliveira Silva – Professora de Física

Mara Cristina S. Ribeiro – Professora de Ciências

Marcela Aparecida Butke – Professora de Matemática

Marcela Mastella Fraga Agrizzi Cansi – Professora de Química

Marcelo Lírio da Silva – Professor de Química

Márcio Roberto Cabral da Silva – Professor de Ciências

Márcio Vieira Rodrigues – Professor de Química

Maria Aparecida Rodrigues Campos Salzani – Professora de Química

Maria Luiza Barbosa Ribeiro – Professora de Ciências

Maria Nilza Corrêa Martins – Professora de Ciências

Mariana Camuzi Machado – Professora de Química

Mariana Ferreira Provetti – Professora de Biologia

Marilene da Silva – Professora de Química

Marise Bergamini Vieira – Professora de Matemática

Michel Galão – Professor de Biologia

Michelle Bins Tassara Ferreira – Professora de Química

Néviton de Souza Serra – Professor de Ciências

Nilzete da Conceição Figueira Manzoli – Professora de Biologia

Noelly Nascimento de Oliveira – Professora de Química

Oberdan Zambon – Professor de Biologia

Ondina Josiela Atanazio Rodrigues – Professora de Matemática

Organdi Mongin Rovetta- Professora de Matemática

Pablo Júnior Sarti – Professor de Matemática

Patrícia Maria Gagno Franco Bastos – Professora de Biologia

Paulo Ricardo dos Santos – Professor de Biologia

Paulo Roberto Arantes – Professor de Biologia

Péricles José Ferreira – Professor de Biologia

Renan de Nardi de Crignis – Professor de Biologia

Renato Köhler Zanqui – Professor de Química

Renato Santos Pereira – Professor de Matemática

Rhaiany Rosa Vieira Simões – Professora de Química

Rômullo Ronne Pereira Rodrigues – Professor de Química

Sabrina Celeste Crema – Professora de Ciências

Samuel Nogueira de Almeida – Professor de Matemática

Sandro Luís Dematte Possatti – Professor de Matemática

Sara Clem de Oliveira Silva – Professora de Química

Silvia Regina Jardim de Almeida Canali – Professora de Biologia

Simoni Saccani Tellis – Professora de Matemática

Suely Breda Gava – Professora de Matemática

Tatiana Stanisz Nunes – Professora de Biologia

Tiago Fernandes Cerqueira Lima – Professor de Ciências

Valdira Pereira Oliveira – Professora de Ciências

Vandréa Machado Lopes – Professora de Biologia

Verônica Capaz Videto – Professora de Matemática

Wagner Fernandes Fogos – Professor de Química

Wendell Bonni Corsini – Professor de Química

09_CTS_Petroleo.indd 209_CTS_Petroleo.indd 2 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 3: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

A Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo (ES) concluiu em 2008 a elaboração do Currículo Básico Estadual que orienta a política edu-

cacional do ES. A partir d e então, orienta seu trabalho de modo a garantir que os concei-

tos e princípios da Educação Básica sejam garantidos no cotidiano escolar.

Avançando na implementação do currículo, as discussões e formações propostas buscam

abranger as áreas de conhecimento, tornando os saberes escolares cada vez menos frag-

mentados, ampliando as possibilidades de aprendizagem aos estudantes.

No ano de 2009 foi realizado o curso CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade), com 120 pro-

fessores da rede pública estadual, cujo produto você conhecerá neste caderno.

O propósito deste trabalho é favorecer uma educação que visa a superar o modelo foca-

do em conteúdos distantes da realidade e fragmentados, para uma compreensão da ci-

ência próxima à realidade do educando: a ciência como atividade humana, historicamen-

te contextualizada, apresentando suas interrelações com a tecnologia, a sociedade e o

meio ambiente, e desenvolvendo nos educandos sensibilidade crítica acerca dos impactos

sociais e ambientais derivados das novas tecnologias. Tem como desafi o superar um en-

sino ainda predominantemente verbal, conteudista e descontextualizado, possibilitando

mudanças metodológicas associadas a um Ensino de Ciências como investigação. Ensino

esse caracterizado pela superação de evidências do senso comum, por formas de pensa-

mento mais rigorosas, críticas e criativas, elaborando e comparando diferentes hipóteses

em situações controladas.

O curso foi organizado em nove módulos, sendo oferecido em  cinco etapas com ativida-

des presenciais (três) e não presenciais (duas). Nas etapas iniciais foram apresentados os

conceitos de Ciências, Tecnologia e Sociedade, desconstruindo alguns mitos. Posterior-

mente, os professores propuseram temas tecnocientífi cos de impacto social, relaciona-

dos às problemáticas locais e globais, que pudessem ser trabalhados a partir da Técnica

da Controvérsia Controlada, dando ênfase à contextualização do conhecimento e à in-

terdisciplinaridade.

09_CTS_Petroleo.indd 309_CTS_Petroleo.indd 3 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 4: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

Durante a formação, foram escolhidos pelos professores dez temas. Essas controvérsias

foram aplicadas pelos professores em 35 escolas estaduais de 11 superintendências regio-

nais, envolvendo 1.848 alunos. Os resultados foram socializados nos encontros presenciais.

O produto fi nal desse processo é a elaboração de dez Cadernos Temáticos: 1 Agrotóxi-

co: Opção ou Necessidade?; 2. Água: Bem de Todos, Patrimônio de Ninguém; 3.

Bicombustível: Alternativa ou Problema?; 4. Culto à Beleza: Saúde ou Obsessão?;

5. Construção de Hidrelétricas: Um Mal Necessário ou uma Decisão Arbitrária?; 6.

Lei Seca: Valorização da Vida; 7. Lixo: Interesse Econômico ou Ecológico?; 8. Re-

féns do Mármore e Granito; 9. Petróleo: Herói ou Vilão?; 10. Biotecnologia dos

Transgênicos: Será esse o Futuro?

As temáticas também são base para o curso Práticas Experimentais Investigativas em Fí-

sica, Química e Biologia, desenvolvido nos anos de 2010 – 2011.

Os Cadernos Temáticos pretendem subsidiar uma prática pedagógica inovadora no ensino

de Ciências, uma vez que a abordagem CTS, na prática, contribuiu para aproximar o ensi-

no de Ciências das necessidades dos estudantes como membros de uma sociedade cada

vez mais desenvolvida científi ca e tecnologicamente.

Este é um material que não se esgota em si mesmo, que tem por objetivo favorecer o

aprendizado em rede, provocando discussões e debates acerca de uma prática pedagógi-

ca dialogada e repensada cotidianamente.

09_CTS_Petroleo.indd 409_CTS_Petroleo.indd 4 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 5: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

Sumário

1 Apresentação ...................................................................................................................................... 7

2 Guia didático ....................................................................................................................................... 7

2.1 Contextualização ............................................................................................................................ 7

2.2 Objetivos ............................................................................................................................................ 9

2.3 Organização da controvérsia simulada ...............................................................................10

3 Documento inicial: a notícia (sensibilização) ...........................................................15

3.1 Questionário da Técnica de Controvérsia Tecnocientífi ca ...........................................18

4 Documentos polêmicos (reais) ............................................................................................19

4.1 Vantagens com a Exploração de Petróleo no Brasil ......................................................19

4.2 Exploração de Petróleo no Brasil: Situação Atual e Perspectivas ............................21

4.3 Distribuição de royalties do petróleo deve passar por mudanças ...........................25

4.4 Natureza sofre com crescimento desordenado ...............................................................27

4.5 Vazamento de petróleo chega à costa da Coreia do Sul .............................................29

5 Pautas para o trabalho das equipes ................................................................................30

5.1 Colaboração na equipe ..............................................................................................................30

5.2 Preparação da exposição ..........................................................................................................31

5.3 Preparação do relatório .............................................................................................................32

6 Documentos para o debate ....................................................................................................33

6.1 Protocolo para preparar a argumentação no debate ...................................................33

6.2 Protocolo para preparar as argumentações frente às demais equipes/atores ...34

7 Avaliação do caso prático .......................................................................................................35

8 Fontes para aprofundamento do tema e da técnica ..........................................39

09_CTS_Petroleo.indd 509_CTS_Petroleo.indd 5 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 6: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

09_CTS_Petroleo.indd 609_CTS_Petroleo.indd 6 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 7: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

7

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

1 Apresentação

Neste trabalho de Simulação CTS “Petróleo: Herói ou Vilão”, utilizando a técnica de con-

trovérsia, desenvolvida nas escolas do município de São Mateus, pretendeu-se fazer uma

amostragem seguida de uma avaliação para a validação ou não dessa técnica na constru-

ção do processo ensino-aprendizagem interdisciplinar e contextualizado com as concep-

ções fundamentadas na tríade Ciência, Tecnologia e Sociedade. A partir da controvérsia,

espera-se que o aluno se identifi que nesse contexto social simulado e perceba que é pos-

sível, por meio da organização/informação real, desenvolver a capacidade de posicionar-se

sobre fatos tecnocientífi cos socialmente relevantes e a simular uma tomada de decisão.

2 Guia didático

2.1 ContextualizaçãoO Petróleo vem sendo motivo de muitas especulações no mundo estando diretamente

ligado a guerras, golpes, roubos e aos avanços tecnocientífi cos e econômicos de uma

nação. No Brasil, desde os tempos coloniais, a corrida pelo Ouro Negro já se fazia pre-

sente. Mas a história começa a se desenvolver mais intensamente quando o primeiro

poço DNPM-163 ocupa a parte de sua coluna de perfuração, mesmo ainda identifi ca-

do antieconômico.

Segundo Getúlio Vargas, em cerimônia no Palácio do Catete, em seu discurso, a explora-

ção de petróleo contribuiria decisivamente para eliminar a evasão de nossas divisas, cons-

tituída com capital, técnica e trabalho exclusivamente brasileiros.

Com as descobertas cada vez mais favoráveis, o Brasil se desenvolve no caminho da au-

tossufi ciência sustentável na exploração de petróleo, que pode ser simbolizada pelo na-

vio-plataforma P-50, partindo no norte da Bacia de Campos (RJ) para a exploração em

09_CTS_Petroleo.indd 709_CTS_Petroleo.indd 7 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 8: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

8

águas cada vez mais profundas até chegar à Bacia do Pré-Sal entre os estados do Espíri-

to Santo e Santa Catarina.

Certamente, com o movimento que a exploração de petróleo proporciona ao Brasil, o edu-

cando está cada vez mais inserido nesse contexto e solicita mais informações qualifi ca-

das. São muitas as propostas de alto valor econômico ditas como exclusivamente favorá-

veis à sociedade pelos diversos meios de comunicação, despertando nos estudantes ex-

pectativas do petróleo como o herói para o crescimento de uma nação.

Devemos pensar em toda a cadeia produtiva envolvida na concepção de uma plataforma

petrolífera, tais como: técnicos em projetos, estaleiros com milhares de empregos dire-

tos e indiretos, matéria-prima e insumos variados, impostos que são recolhidos em vários

entes federativos, infraestrutura para sua implantação (estradas, serviços dos mais va-

riados), tecnologias necessárias ao bom funcionamento (eliminação de resíduos etc). Por

conta de toda essa cadeia produtiva e dos riscos ambientais e sociais de se conviver com

esse grande aparato tecnocientífi co, torna-se indispensável oferecer informações quali-

fi cadas aos alunos que atuarão como cidadãos esclarecidos na decisão social envolven-

do fato tecnocientífi co.

Portanto, esse tema “Petróleo: Herói ou Vilão”, como proposta de controvérsia para

simulação do CTS, compõe-se de questões que promovem o trânsito nas relações e

significados das atividades exploratórias intrinsecamente relacionadas ao meio am-

biente, à economia, à distribuição de royalties, e à funcionalidade dos órgãos gover-

namentais. Ao nosso ver, a legislação existente ainda não é clara sobre o destino dos

resíduos deixados com a exploração, a influência da população flutuante e as ativi-

dades sustentáveis de uma região antes da exploração. O tema e a técnica permitem

ainda aos educandos uma postura que se aproxima daquela que terão como cida-

dãos, exercitando escolhas em situações próximas da realidade, utilizando-se de in-

formações com criticidade, consciência social e principalmente com a responsabili-

dade nas decisões que atentem para o cuidado com o meio ambiente, que deve ser

preocupação de todos nós.

A escola hoje não é somente transmissora de informações, ela dialoga nas relações co-

tidianas, políticas, econômicas, científi cas e tecnológicas; mas o que fazer com tantas

informações para o desenvolvimento de uma sociedade mais próxima do que se bus-

ca/acredita? Assim, a escola assume uma das principais funções enquanto instituição

educacional.

09_CTS_Petroleo.indd 809_CTS_Petroleo.indd 8 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 9: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

9

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

2.2 Objetivos1

Dentre os objetivos a serem buscados pela abordagem CTS, por meio da técnica da con-

trovérsia controlada, utilizando o tema do Petróleo estão:

OBJETIVOS GERAIS DA COLEÇÃO:

• Desenvolver hábitos de leitura, de escrita e de investigação sobre temas tecnocientí-

fi cos socialmente relevantes a partir da busca, seleção, análise e valoração das diver-

sas informações disponíveis.

• Compreender as dimensões valorativas e as controvérsias presentes nos desenvolvi-

mentos tecnocientífi cos, e assumir a necessidade da participação pública nas decisões

que os orientam e controlam.

• Participar em processos simulados de tomada de decisão sobre temas de importância

social, nos quais as informações e valorações tecnocientífi cas se contrastem no mar-

co de um trabalho cooperativo dirigido a oferecer argumentos racionais para o deba-

te público em torno das alternativas possíveis.

• Exercitar a antecipação de fatos tecnocientífi cos de interesse social, a simulação de

debates entre atores sociais com diferentes posições e interesses e a decisão social so-

bre os temas e interesses.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO TEMA

• Conhecer de forma geral as diferentes posições que envolvem os atores e suas argu-

mentações em torno do tema selecionado.

• Analisar os riscos existentes na exploração de petróleo considerando, no mínimo, os

aspetos químicos, biológicos, socioambientais e socioeconômicos.

• Analisar a distribuição dos royalties do petróleo e o que implica a utilização desses re-

cursos.

1 Foi aproveitado como base para a elaboração desta Simulação CTS o estudo intitulado – Proibição do Fumo: decisão pessoal ou social? e a estrutura proposta pelo Grupo Argo para a coleção Papeles Iberoamericanos/OEI.

09_CTS_Petroleo.indd 909_CTS_Petroleo.indd 9 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 10: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

10

• Analisar os distintos interesses e valorações relacionadas com a exploração do petró-

leo e derivados, vislumbrando os diferentes aspectos éticos, políticos, sociais e econô-

micos envolvidos no processo decisório.

• Compreender a utilização de fl uidos e identifi car as consequências.

2.3 Organização da controvérsia simuladaO caso proposto consiste em uma controvérsia controlada pública em torno da identifi -

cação do “Petróleo: Herói ou Vilão” nas atividades exploratórias de petróleo e na utiliza-

ção de seus derivados.

Se vilão, poderá acarretar, no futuro, na diminuição da movimentação do comércio local

e indústria, nas estruturas físicas da cidade e na diminuição de royalties comprometen-

do os benefícios da infraestrutura da região local. Se herói, cria-se o conceito de que a

exploração deverá ser maximizada, visto que poderá acarretar no futuro problemas am-

bientais, econômicos e sociais muitas vezes irreversíveis.

Toda a discussão deverá ser concluída a partir de debates envolvendo um recorte de ato-

res sociais possíveis e a decisão de ser “vilão ou herói” e como proceder com as consequ-

ências da decisão será mediada pelo gestor.

COMO PODERÍAMOS PARTICIPAR DA CONTROVÉRSIA

Petróleo: herói ou vilão?

A atividade que será realizada consiste na simulação de um debate sobre um proble-

ma técnico-científi co polêmico com importantes incidências sociais. Trata-se de um

caso simulado a partir de fato real, cotidiano e atual, referente à exploração de petró-

leo, identifi cado pela falta de conhecimento do contexto em que suas atividades ex-

ploratórias estão envolvidas, tais como: a (1) emissão de CO2, identifi cado como mais

um contribuinte para o aquecimento global, (2) as consequências da população fl utu-

ante que se instalam permanentemente ocasionando problemas sociais, (3) a utiliza-

ção de fl uidos pouco conhecidos em seu produto fi nal, (4) os desastres que causam vá-

rios transtornos para a população local, e (5) os impactos variados para as atividades

pesqueiras e para o turismo.

Nessa simulação, o debate será realizado entre os representantes dos segmentos que cha-

maremos de atores sociais. Esses atores sociais devem representar os diferentes grupos

09_CTS_Petroleo.indd 1009_CTS_Petroleo.indd 10 29/11/2011 19:56:3029/11/2011 19:56:30

Page 11: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

11

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

de interesse que encontramos na sociedade contemporânea. Podemos, inicialmente, di-

vidir os atores sociais em dois grandes grupos: (1) aqueles que são favoráveis à explora-

ção do petróleo na esperança de melhorias econômicas da nação, e por conta dos bene-

fícios do consumo e dos benefícios sociais, e (2) aqueles que são desfavoráveis à explo-

ração por conta da perda da única fonte de renda através das atividades pesqueiras, pelo

compromisso com o equilíbrio ecológico dos variados ecossistemas, e pela arquitetura

natural turística desmanchada.

As teses defendidas pelos diversos representantes sociais são variadas. Prega-se desde

que a exploração traz somente benefícios (o que é uma inverdade, visto que é transitó-

ria) até a tese de que a exploração é a solução dos problemas econômicos, o que poderá

apresentar muita controvérsia.

Devemos estruturar nosso debate em torno da questão “Petróleo: Herói ou Vilão?” e no

seu decorrer os participantes deverão utilizar os documentos indicados, mas pode-

rão também apresentar novos argumentos/documentos/fatos que somem aos documen-

tos de trabalho aqui apresentados, tendo em vista que a simulação deverá estar centra-

da na realidade.

A atividade se dá pela simulação entre as posições controversas, a partir de argumentos

a favor e contra à exploração do petróleo. Para isso, o grupo deverá ser dividido em cin-

co equipes de trabalho que representarão na sala de aula os distintos protagonistas des-

sa polêmica.

ATORES SOCIAIS

Ator 1: Explorador de petróleo

Defende a exploração do petróleo devido à necessidade mundial (exportação) e local des-

se produto, visto que a maximização da exploração do petróleo garante a economia es-

tável de uma nação e a acumulação de riquezas.

Ator 2: Indústria e comércio local

Defendem que a exploração do petróleo permite aos consumidores o direito de adquiri-

rem bens de consumo.

Ator 3: Órgãos governamentais

Defendem a exploração do petróleo porque os royalties adquiridos sustentam a econo-

mia do Estado, contribuindo para a geração de empregos. Propõem, ainda, a inspeção da

09_CTS_Petroleo.indd 1109_CTS_Petroleo.indd 11 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 12: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

12

exploração atentando para os problemas ambientais que surgirão, não precisando mu-

dar, portanto, a partilha das reservas.

Ator 4: Ambientalistas

Denunciam os danos ambientais causados pela exploração do petróleo, como a utiliza-

ção de fl uidos e acidifi cantes, os riscos de vazamento, a emissão de CO2 na atmosfera e

o desequilíbrio para as atividades pesqueiras.

Ator 5: Turismo

Contestam as consequências benéfi cas da exploração do petróleo considerando a polui-

ção visual, o impacto ao paisagismo, à natureza, às atividades pesqueiras, e a aglomera-

ção urbana causada pela população fl utuante geradora de demandas sociais etc.

Cada uma dessas equipes irá assumir o papel que lhe corresponder e preparará argumen-

tos a favor ou contra na controvérsia. Não se trata somente de expor e defender a postu-

ra real proposta, mas também de apresentar as razões desses atores sociais, a fi m de pre-

parar os estudantes para a vivência efetiva do problema social retratado na controvérsia.

Deve-se antecipar uma possível controvérsia dando a ela ares de realidade.

Acompanhar as argumentações que cada setor irá utilizar e encaminhar para um debate

geral de ideias, antecipando argumentos e estratégias. É importante preparar razões que

convençam aos demais de que a proposição é a mais adequada. Nesse sentido, faz-se ne-

cessário organizar o debate. Propomos os seguintes passos:

1. Entender os motivos pelos quais se posiciona a favor ou contra.

2. Selecionar e analisar a informação relevante sobre esse tema e a proposta que defende.

3. Preparar a argumentação a ser empregada para defesa da proposta, antecipar os ar-

gumentos que os demais darão na defesa da opinião contrária e preparar a forma com

que se vai defender das possíveis críticas.

4. Redigir um informe sobre o tema que justifi que o argumento em defesa.

5. Preparar a exposição e defesa pública do informe, assim como os argumentos que se

utilizarão no debate.

Nas primeiras sessões cada equipe preparará suas posições. Para isso contarão com diver-

sos materiais de apoio consistentes (documentos 2) em relação ao tema. As equipes dis-

09_CTS_Petroleo.indd 1209_CTS_Petroleo.indd 12 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 13: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

13

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

porão de pautas para a preparação dos informes e a exposição do trabalho, assim como

para a participação no debate (documentos 3). A avaliação realizar-se-á seguindo um pro-

tocolo (documento 4) que também será conhecido pelas equipes.

Além desse material de partida, cada equipe deverá aportar novos documentos em rela-

ção ao problema que se estabelece. As informações podem ser reais e referentes a polê-

micas com implicações pré-estabelecidas. Para obtê-las, pode-se recorrer a quantas fon-

tes de informações se considere oportuno.

Após a exposição e a defesa dos informes elaborados por cada uma das equipes que re-

presentam os atores da polêmica, realiza-se o debate público. Um ou dois representantes

de cada equipe ocuparão seus lugares na mesa de reunião e defenderá a proposição em

questão. O restante fará o papel de espectadores do debate. Posteriormente, haverá um

momento onde todos poderão participar.

Como se tem dito, cada equipe deverá redigir um informe que explicite a proposta que

defende sobre o tema. Ao redigir esses informes a equipe deverá levar em conta dois as-

pectos. Em primeiro lugar, garantir que as outras equipes não se conheçam previamente

(a não ser que sejam coincidentes com as posições de alguma outra equipe e pareça con-

veniente estabelecer alianças para o debate). Em segundo lugar, garantir que seus conte-

údos justifi quem a proposta que se defende, exemplifi cando todas as informações rele-

vantes. Ao fi nal do debate toma-se uma decisão sobre o tema que motivou a polêmica e

estabelece as condições de sua aplicabilidade.

Os temas dos informes e as exposições das equipes, assim como o debate fi nal, deverão

estar centrados nas decisões adotadas na controvérsia hipotética. Para isso, cada equi-

pe/ator deverá responder às seguintes questões argumentando aspectos e decisões pre-

sentes na controvérsia:

Petróleo: Herói ou Vilão?

• Que consequências a exploração do petróleo pode desencadear?

• Somente quando ocorre um desastre nas sondas é que há problemas para o meio am-

biente?

• Enumere as conseqências que a exploração de petróleo pode acarretar.

• Que implicações sociais e econômicas têm a exploração do petróleo e a partilha des-

ses bens?

09_CTS_Petroleo.indd 1309_CTS_Petroleo.indd 13 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 14: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

14

• A partir das informações apresentadas e os debates desenvolvidos pode-se dizer que

é possível aprovar plenamente a exploração do petróleo no Brasil? E sobre as partilhas

das reservas?

– Em caso afi rmativo: com que condições? Como implementar essa proibição?

– Em caso negativo: que alternativas se propõem e que aspectos deveriam variar para

defender a exploração de petróleo e essa partilha?

– Em ambos os casos: que implicações (vantagens e inconvenientes) tem essa deci-

são?

CARACTERIZAÇÃO E POSICIONAMENTO

Na tentativa de simular a realidade, propomos que a atividade de controvérsia se desenvol-

va nos moldes de uma Conferência sobre a Exploração do Petróleo, para a qual são convi-

dados os diversos atores sociais, representando os diversos interesses sociais implicados.

A fi m de garantir a organização dos debates, haverá um mediador da controvérsia ou co-

ordenador do fórum. Na exploração do petróleo, o órgão governamental centralizará os

debates envolvendo todos os assuntos. Antes da conferência que decidirá se concorda

com a exploração e a partilha, o gestor (GT) deve preparar um informe geral sobre a con-

trovérsia causada pela proibição e deixar claro o histórico de tal lei, sua origem e enca-

minhamentos.

Ao fi nal da apresentação inicial e da coordenação dos debates, apresenta-se um relató-

rio com cada uma das posições, suas defesas e discordâncias, bem como do resultado ge-

ral do debate.

INFORMAÇÕES QUE PODERIAM DEMARCAR A CONTROVÉRSIA

Como se tem dito, o GT para a organização da Conferência sobre a Exploração do Petró-

leo deve documentar-se de diversos temas que sirvam de base para a discussão que te-

rão os demais atores. A questão inicial é a reação dos ambientalistas contra a maximiza-

ção da exploração do petróleo sem leis claras e a partilha de royalties nessa exploração.

O GT representado pelos órgãos governamentais deve garantir as condições do debate,

respeitar as diferentes posições, ouvir os representantes sociais e avaliar, no debate, se há

09_CTS_Petroleo.indd 1409_CTS_Petroleo.indd 14 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 15: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

15

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

informações relevantes que permitam reavaliar a posição de aprovar ou não a exploração

do petróleo e a distribuição da partilha das reservas da exploração.

O GT deve deixar claro, ao fi nal dos debates, os aspectos controversos do tema.

É o GT que deverá organizar a agenda de debates e coordenar as sessões.

Os argumentos que porventura sejam apresentados pelo GT devem ser de ordem gover-

namental, como exemplos de outros países, consequências sociais etc.

3 Documento inicial:a notícia (sensibilização)

Exploração do Petróleo: Herói ou Vilão?Calcula-se que a exploração de petróleo favorece diretamente e indiretamente na ren-

da, no emprego, na energia e na tecnologia. Por outro lado, existem controvérsias nesse

processo de benefícios.

Em julho de 2007, o Estadão2 divulgou que as plataformas de extração de petróleo po-

luem tanto quanto os carros. Fazendo uma comparação com o volume de gás carbônico

(CO2) liberado pelos veículos da cidade de São Paulo, que se estimava ser de 7,6 milhões

de toneladas de CO2 por ano, no Brasil as plataformas lançavam cerca de 4 a 7 milhões

de toneladas de CO2 por ano.

Notavelmente dados de 2001 mostravam que a Petrobras queimava cerca de 7,1 milhões

de metros cúbicos de gás natural. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2007,

houve uma queda de 5,5 milhões. Foi identifi cado pelos especialistas que essa queima se

dá pela falta de grandes investimentos no transporte e distribuição do combustível. Des-

sa forma, a solução é queimá-lo nas plataformas ou reinjetá-lo nos poços.

2 Obtido em http://www.ecolnews.com.br/plataformas_poluicao.htm .

09_CTS_Petroleo.indd 1509_CTS_Petroleo.indd 15 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 16: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

16

Segundo o jornal Estadão, a GGFR (Parceria Global para a Redução da Queima de Gás) visa

a buscar meios e mercado para o gás ser consumido ao invés de queimá-lo.

O Brasil é apontado como o 17º maior queimador de gás do planeta, mas não é signatário

do acordo. “Temos conversado com a Petrobras e eles se comprometeram a realizar um

workshop sobre o assunto este ano, o que indica que há preocupação com o assunto”3,

avalia o consultor do Banco Mundial Francisco Sucre. (GGFR-2007)

Na verdade, nada de signifi cativo ainda se fez até 2009. Não há, na legislação brasileira,

nada que obrigue os concessionários de petróleo a mandar a produção para terra fi rme.

O que a ANP faz é cobrar royalties sobre o gás queimado, o que pode incentivar investi-

mentos para vender o combustível.

Na verdade as plataformas de petróleo não agridem somente com a queima ou libera-

ção do gás, chamado de venteio. Para o seu funcionamento utiliza-se os fl uidos, com-

postos por bentonita4, um argilomineral5 montmorilonita6 que tem propriedade de in-

chamento até 20 vezes seu volume inicial, aditivos que não se conhece quais. Água é

injetada no poço por meio de bombas que tem como objetivo manter a pressão ideal

para que as paredes dos poços não desmoronem; e enquanto se processa a perfuração

todo o material triturado pela broca vem à superfície, em mistura com a lama. Não há

relato concreto do destino desses aditivos e de que forma é tratada a lama e quais os

aditivos são adicionados nela.

Nota-se que a instalação de uma plataforma de petróleo traz muitas consequências, seja

em terra ou no mar. No caso da terra, o problema está no trânsito de pessoas e materiais,

bem como o aumento da população fl utuante em busca de oportunidade de empregos, a

abertura de estradas sem controle, e a desapropriação de terras e sistemas hídricos, alte-

rando a sobrevivência de uma comunidade. No caso do mar, traz desequilíbrio no siste-

ma aquático (prejuízo à atividade da pesca, vazamento de óleo etc), alteração na arqui-

tetura natural (fonte de turismo), e desequilíbrio social e econômico através da popula-

ção fl utuante.

3 Obtido em http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/1416

4 Bentonita ou bentonite é a designação dada a uma mistura de argilas geralmente impura, de grãos muito fi nos.

pt.wikipedia.org/wiki/Bentonita

5 Formada pela alteração de certas rochas, como as que têm feldspato, a argila pode ser encontrada próxima de

rios, muitas vezes formando...

pt.wikipedia.org/wiki/Argilomineral

6 Montmorilonita e Ilita são dois tipos de solo que não são aconselháveis para realização de obras como pista e

rodovias automotivas. pt.wikipedia.org/wiki/Montmorilonita

09_CTS_Petroleo.indd 1609_CTS_Petroleo.indd 16 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 17: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

17

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

Deve-se deixar de acreditar que em se tratando de uma alteração em qualquer sis-

tema, esta fornecerá somente benefícios. É preciso lembrar que mudanças promove-

rão algo novo (diferentes formas), e isso nem sempre é completamente favorável ou

desfavorável, sendo necessário avaliar e delinear leis para que essas mudanças não

extrapolem a tolerância de sobrevivência de qualquer cidadão. Portanto, a febre na

corrida da exploração de petróleo, o famoso ‘ouro negro’, necessita urgente de leis

claras e efetivas restabelecendo o equilíbrio do meio ambiente para a preservação da

nossa própria espécie.

A Carta de Curitiba, elaborada no dia 22 de outubro de 2009,“Pré-Sal - O Brasil no

caminho certo”, a partir do encontro entre os ministros Edison Lobão, de Minas e

Energia, e Paulo Bernardo, do Planejamento, , o presidente da Petrobras, José Sér-

gio Gabrielli, o presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio

de Morais, e o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fer-

nando Siqueira, defende a partilha das reservas da exploração do petróleo brasi-

leiro reafirmando que:

...os resultados econômicos dessa exploração sejam distribuídos equitativamen-

te entre todos os brasileiros, sem qualquer espécie de privilegiamento.

Certamente, agora é tudo nosso. Mas o que aconteceu com os pescadores artesanais em

Valença no ano de 2004 quando apresentaram uma perda de 50% de seu poder econômi-

co? Foi um problema de todos os brasileiros? O que aconteceu na plataforma P-36 quando

morreram dez petroleiros das brigadas de incêndio juntamente com o desastre ambien-

tal? Todos acreditaram que seria um problema nosso? E as emissões de CO2? E as conse-

quências futuras que as explorações desses 14 bilhões de barris entre o Espírito Santo e

Santa Catarina vão promover, é também um problema nosso? Como, então, pensar agora

em uma partilha sem privilegiamento? De qual concepção se está falando quando é afi r-

mada a palavra privilegiamento?

Diante de tantos problemas que a exploração de petróleo traz para uma comunidade, faz-

-se necessário repensar ações que possam promover maior fi scalização através de leis cla-

ras e efetivas para que verdadeiramente todos possam, com consciência, partilhar os be-

nefícios que essa exploração agrega.

09_CTS_Petroleo.indd 1709_CTS_Petroleo.indd 17 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 18: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

18

3.1 Questionário da Técnica de Controvérsia Tecnocientífi ca

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO

Nome

Grupo Data

1. Para você o petróleo é herói ou vilão? Justifi que.

2. Que vantagens são observadas para a economia do país e do Estado com a explora-

ção nacional do petróleo?

3. Que desvantagens atingem os municípios que recebem os royalties da exploração do

petróleo?

4. O que se entende por população fl utuante? E quais os desastres podemos citar quan-

do ela se vincula à exploração de petróleo?

5. De que maneira a exploração de petróleo pode afetar o turismo em uma região?

6. Como os órgãos governamentais interferem na exploração do petróleo?

09_CTS_Petroleo.indd 1809_CTS_Petroleo.indd 18 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 19: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

19

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

7. De que forma a exploração e o produto do petróleo interferem no aquecimento global?

8. O fl uido utilizado nos processos de exploração de petróleo é simplesmente um pro-

cesso físico no solo. Você concorda com essa afi rmação?

9. Qual o impacto na distribuição igualitária dos royalties do petróleo entre os estados

do Brasil?

10. O que falta para que a exploração de petróleo seja mais favorável?

4 Documentos polêmicos (reais)

4.1 Vantagens com a Exploração de Petróleo no Brasil7

Basicamente quatro coisas: renda, emprego, energia e tecnologia.

A renda total da exploração do Pré-Sal será uma cifra assombrosa.

Se as reservas petrolíferas forem de 100 bilhões de barris, e o petróleo estiver cotado en-

tre US$ 50,0 ou US$ 100,00, essa riqueza mineral permitirá ao país obter uma renda gi-

gantesca, entre US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, apenas extraindo óleo cru.

7 Obtido em http://diariodopresal.wordpress.com/

09_CTS_Petroleo.indd 1909_CTS_Petroleo.indd 19 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 20: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

20

Se o petróleo for refi nado, esse valor pode ser multiplicado em várias vezes, impactando

diretamente toda a economia nacional. Os produtos derivados de petróleo com maior va-

lor agregado não são nem os combustíveis, mas sim os produtos duráveis ou semidurá-

veis, como materiais sintéticos, polímeros (plásticos), policarbonatos, tecidos sintéticos,

além de uma infi nidade de produtos fi nais que utilizam esses materiais em toda a indústria.

É justamente o refi no do petróleo que produz mais empregos, mais renda e mais ener-

gia. A energia dos combustíveis infl amáveis inclui, na realidade, uma grande variedade de

combustíveis, desde óleo pesado para navios e termoelétricas, diesel utilizado nos trens e

caminhões, passando pela gasolina usada nos automóveis, pelo querosene de aviação e

pelo GLP (gás de cozinha), além do gás natural, geralmente encontrado junto com petróleo.

Milhares e milhares de empregos serão criados apenas na exploração de petróleo. A Pe-

trobras calcula 40 mil funcionários, contratados apenas para atuar nas dezenas de pla-

taformas petrolíferas em alto mar até 2020, mais algumas dezenas de milhares de no-

vos empregos para as novas refi narias de petróleo que estão sendo construídas e fi carão

prontas na próxima década. Os sistemas de transporte de petróleo e derivados (navios,

oleodutos, gasodutos, trens, caminhões), devem exigir a contratação de outros milhares

de trabalhadores. Todos esses setores devem contar ainda com funcionários terceirizados,

que a Petrobras quer reduzir o máximo que for possível e substituí-los por concursados.

Serão contratadas ainda dezenas de milhares de trabalhadores qualifi cados para fabri-

car as peças, máquinas, oleodutos, navios, sondas e plataformas petrolíferas necessárias

para a exploração de petróleo em alto mar. Possivelmente isso signifi cará a revitalização

e construção de novos polos de construção e engenharia naval em várias regiões do Bra-

sil, não apenas no Rio de Janeiro.

A cadeia produtiva ligada à exploração petrolífera é extensa, basta imaginar a quantidade

de técnicos qualifi cados e engenheiros que trabalham na fabricação de materiais de al-

tíssima tecnologia, como as brocas perfuratrizes dos navios sonda, até as pequenas em-

presas de metalurgia que fabricam pequenos componentes, tubos, placas de metal ou até

porcas e parafusos. Isso signifi ca uma ampliação considerável da atividade metalúrgica e

siderúrgica, que também aumentará a demanda pela mineração de metais.

Entretanto, os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado não são necessa-

riamente os combustíveis, mas sim os outros produtos duráveis e semiduráveis resultan-

tes do refi no. Esses subprodutos do petróleo incluem desde solventes, fertilizantes, agro-

tóxicos, produtos farmacêuticos, materiais sintéticos, tintas, vernizes, detergentes, borra-

09_CTS_Petroleo.indd 2009_CTS_Petroleo.indd 20 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 21: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

21

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

chas sintéticas, até uma infi nidade de materiais plásticos (polímeros), dos quais se desta-

cam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC e PET.

Esses materiais permitem produzir uma infi nidade de produtos fi nais, como calçados e

tecidos sintéticos (roupas), garrafas recipientes, coberturas translúcidas resistentes, Cds,

revestimentos externos de eletrodomésticos, componentes de interiores de automóveis e

aviões, e até brinquedos.

Para gerar mais empregos nos setores de indústrias químicas e de polímeros, por exemplo,

é fundamental baratear o processo de refi no do petróleo, o que só será alcançado com o

aumento do número de refi narias, ou seja, o novo desafi o é a busca pela autossufi ciência

na indústria petroquímica. Isso é um desafi o, pois até hoje o Brasil importa certos deriva-

dos de petróleo. Provavelmente o país demorará mais para conseguir refi nar tanto petró-

leo, pois uma grande petroquímica moderna leva entre 5 e 10 anos para ser construída.

Mas o Pré-Sal será realmente positivo para o Brasil, dependendo de como a renda petro-

lífera (dinheiro obtido com a exploração do petróleo) for utilizada.

Poucos países conseguiram transformar petróleo em riquezas para o povo. Na maior par-

te enriqueceu uma pequena elite ligada às grandes companhias petrolíferas.

O Pré-Sal pode viabilizar investimentos em energia mais limpa e renovável. Basta que par-

te da renda petrolífera que fi cará com o governo, através do Fundo Social, seja investido

em tecnologia e infraestrutura de energia mais limpa.

O ideal seria utilizar os recursos do Pré-Sal para acelerar a transição tecnológica e produtiva.

4.2 Exploração de Petróleo no Brasil: Situação Atual e Perspectivas8

Desde o início do século 20, o petróleo e seus derivados consolidaram destacada parti-

cipação no desenvolvimento das nações, como formas de energia disponíveis para a hu-

manidade, passando a ser símbolo de riqueza e de poder. Por mais que se fale do capital

simbólico da indústria da informática e outras, o petróleo continua a mover os grandes

interesses e confl itos no mundo.

8 Obtido em www.apgrj.org.br/Setor_petroleo.doc

09_CTS_Petroleo.indd 2109_CTS_Petroleo.indd 21 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 22: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

22

A demanda por petróleo vem crescendo cerca de 2% ao ano, prevendo-se um incremen-

to na demanda global de, aproximadamente, 60% até 2020, totalizando algo em torno de

40 bilhões de barris de petróleo ao ano.

Grandes investimentos vêm sendo realizados em várias regiões do mundo, buscando alon-

gar os prazos previstos para que a curva da demanda supere a curva da produção nos grá-

fi cos das análises estratégicas para esse crítico setor da energia.

Produto de origem fóssil, com jazidas limitadas aos fenômenos geológicos maturados ao

longo de milhões de anos, a estimada exaustão do petróleo é motivo de preocupação entre

técnicos e estrategistas, apesar da evolução tecnológica para sua prospecção e extração.

O Brasil, por esforço próprio e superando as mais variadas formas de barreiras, identifi -

cou jazidas valiosas de óleo e gás, desenvolveu técnicas pioneiras de exploração, particu-

larmente em águas profundas, onde obteve seguidos recordes mundiais, assegurando re-

servas que poderiam satisfazer as necessidades nacionais por cerca de 13 anos.

A execução de uma política neoliberal no Governo FHC, imposta pelas estruturas hege-

mônicas internacionais, que estenderam seus interesses em direção a esse bem estratégi-

co, levaram à abertura da exploração e explotação das jazidas e demais setores ulteriores

da cadeia produtiva do setor petróleo a empresas internacionais. Nesse processo, a partir

de 1997, desmontou-se abruptamente o planejamento empreendido pelo Estado brasi-

leiro no setor petróleo, que era executado pela Petrobras, sem que os novos atores apre-

sentassem resultados próximos dos objetivos propugnados.

Passados cinco anos da instituição do novo modelo, sob a égide de uma agência reguladora

criada especialmente para gerenciar o setor (a ANP), passivos políticos graves estão se acu-

mulando, cujos prejuízos a médio e longo prazo serão bem mais graves do que ter de conviver

diariamente com combustíveis adulterados, ou ver os derivados de petróleo subirem interna-

mente, acompanhando os preços internacionais ou as oscilações do dólar. Ademais, o fato de

não ter havido, até o momento, um compromisso mais efetivo das empresas internacionais de

investirem na construção de novas refi narias, ou de se engajarem de forma efetiva na criação

de oferta energética baseada em termoelétricas, preocupando-se apenas em substituir o Esta-

do via privatizações, espelha a visão imediatista que governa as grandes corporações do setor.

Na área da exploração de petróleo, os sinais dessa política também são visíveis e preo-

cupantes. Antes da quebra do monopólio com a instituição da Lei 9.478/97, que regula-

mentou o setor, cabia à Petrobras a tarefa de inventariar o potencial petrolífero do Brasil

e produzir hidrocarbonetos e seus derivados com menores custos.

09_CTS_Petroleo.indd 2209_CTS_Petroleo.indd 22 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 23: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

23

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

Sob a égide da competição com companhias privadas, o que se viu foi a estatal brasileira, a

exemplo das demais empresas, concentrar os esforços exploratórios em áreas de menor ris-

co. A missão de avaliar áreas geologicamente pouco conhecidas deixou de ser exercida pelo

Estado brasileiro, em face da ANP não ter essa atribuição e nem se encontrar no Serviço Ge-

ológico do Brasil (CPRM) contigente e formação técnica direcionada à realização da tarefa.

O resultado foi o completo abandono do processo exploratório em vastas áreas sedimenta-

res brasileiras que, até 1995, eram, no mínimo, alvos secundários de pesquisa da Petrobras.

Repetem-se, portanto, na exploração de petróleo, os mesmos erros de outros setores de

infraestrutura do Brasil, submetidos à égide da ideologia do “estado mínimo”: na ausên-

cia do governo, nenhum outro ator econômico se oferece para correr riscos. No caso do

setor petróleo, nem a estatal que cumpria esse papel pôde continuar a fazê-lo, posto que

lhe é cobrado auferir lucros em escala crescente. O resultado dessa equação todos pude-

ram conhecer na crise energética de 2001!

É interessante observar que a trajetória da Petrobras no sentido de avançar no cenário inter-

nacional decorre, em parte, das difi culdades do novo modelo exploratório estabelecido após

a quebra do monopólio. Sim, porque tanto ela, como boa parte das grandes empresas inter-

nacionais (Exxon, Shell, Chevron, BP, etc), apostaram na ocorrência de grandes acumulações

em águas profundas e ultraprofundas nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, que até

agora não se confi rmaram. Os resultados desanimadores já estão levando grandes empresas,

(a questão não é propriamente de overhead, mas sim uma conjugação de fatores, tais como

nenhuma grande descoberta que aumente o interesse; tendência à maior ocorrência de óleos

pesados em águas profundas e ultraprofundas que necessitem de desenvolvimento tecnológi-

co para explotação; menor valor agregado dos óleos pesados; excesso de oferta de óleos pesa-

dos e problemas para refi no; incerteza quanto à estabilidade de regime fi scal e legal; concor-

rência de outras áreas com melhores potenciais, como China, Kazaquistão, Nigéria etc.; e ou-

tras coisas mais) a reavaliarem seus investimentos em exploração, deslocando-os para regiões

mais prolífi cas em hidrocarbonetos, ou com maiores incentivos fi scais, ou com maior “fl exibi-

lidade” na gestão ambiental. Expressa bem essa realidade a redução do bônus pago por quilô-

metro quadrado nas duas últimas licitações realizadas pela ANP.

O dilema da Petrobras não é diferente, posto que a remuneração dos seus investimentos,

nos termos da legislação instituída em 1997, exige a descoberta de grandes acumulações, o

que não é uma tarefa fácil, em que pese a reconhecida excelência de seus quadros técnicos.

O risco da exploração de petróleo no Brasil é de fato elevado, mas ainda temos muito óleo

a descobrir. Boa parte dele é do tipo pesado, o que impõe decisões de governo no sentido

09_CTS_Petroleo.indd 2309_CTS_Petroleo.indd 23 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 24: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

24

de criar plantas de refi no adequadas ao aproveitamento desses hidrocarbonetos. Igual-

mente relevantes serão as decisões do futuro governo do Brasil no tocante à condução

da política de exploração.

A escolha do sistema de concessão de blocos, sob a supervisão de uma agência indepen-

dente gerindo as atividades do setor, não se mostrou adequada à realidade do nosso país.

A julgar pelo absoluto fracasso na tarefa mais simples de inibir a comercialização de com-

bustíveis adulterados nos postos de gasolina do país, como imaginar a possibilidade da

ANP, sem contar com uma estrutura adequada, acompanhar processos de exploração de

jazidas onde estão envolvidas somas de bilhões de dólares. Tal situação é agravada pelo

fato de que, cinco anos após instalada, a agência ainda não dispõe de um quadro efetivo

de funcionários públicos concursados.

A solução que nos parece mais adequada está em fazer da Petrobras o braço do Estado

na captação de investimentos na área de exploração, nos moldes do que é realizado pe-

las estatais venezuelana (PDVSA) e norueguesa (STATOIL). Essa experiência foi levada a

termo pela Petrobras tão logo foram defi nidas as áreas a ela reservadas após a quebra do

monopólio, quando fi rmou parcerias de exploração com diversas empresas internacio-

nais de grande e médio porte.

A adoção desse sistema, aliada a prazos adequados para o desenvolvimento de projetos

exploratórios e uma carga fi scal que estimule o investimento de risco, permitirão que a

estatal lidere associações com empresas de grande porte para explorar áreas de nossas

bacias sedimentares que vêm sendo descartadas no modelo atual. Não resta dúvida que

esse caminho representa a renúncia aos bônus exigidos às empresas adquirentes de con-

cessões, mas, em contrapartida, conduzirá a investimentos maiores e ampliação de pos-

tos de trabalhos qualifi cados no país, que, de outra forma, tenderão a reduzir-se com a

perpetuação do modelo atual de exploração de petróleo. Deve-se levar em conta, ainda,

a possibilidade de estados e municípios obterem um retorno maior na forma de royalties

e participações especiais.

Nesse processo de ajuste da ação do Estado no setor de petróleo, cabe lembrar o papel a

ser desempenhado pelo Conselho Nacional de Política Energética, que pode assegurar di-

retrizes que estimulem a exploração de nossas bacias e a contratação no Brasil de servi-

ços afetos à atividade, ampliando as oportunidades de emprego.

É conveniente frisar que a abertura de nossas áreas sedimentares à exploração por em-

presas internacionais não implicou num incremento de ocupação qualifi cada de geólogos.

09_CTS_Petroleo.indd 2409_CTS_Petroleo.indd 24 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 25: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

25

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

Poucas foram as grandes empresas que contrataram profi ssionais, especialmente os mais

jovens, para atuarem junto aos grupos de especialistas. A oferta de emprego ampliou-se

em atividades mais rotineiras e na utilização desses técnicos na venda de pacotes de in-

terpretação. Em que pese as contradições na sua política de pessoal, continuou sendo a

Petrobras a grande contratadora de mão de obra com preocupação de formar as novas

gerações de profi ssionais habilitados ao complexo exercício da exploração de petróleo.

O saldo positivo mais relevante trazido pelo novo modelo foi a abertura de linhas de fi -

nanciamentos mais vultosas e com relativa coordenação para projetos de pesquisa e de-

senvolvimentos direcionadas ao setor de petróleo como um todo. Esses recursos esten-

deram-se de forma mais ampla às universidades brasileiras, fortalecendo a formação de

estudantes na área de petróleo e estimulando uma integração mais intensa do setor aca-

dêmico com os desafi os tecnológicos daquela atividade econômica. Independente de al-

gumas imprecisões na forma e seleção desses repasses há que se preservar essa parce-

ria e valorizar a integração dos programas de pesquisa, custeados pelo setor de petró-

leo, com atividades afi ns à geologia subordinados a outros órgãos federais não tão aqui-

nhoados de recursos. Recomenda-se, por exemplo, discutir as convergências de interes-

ses do setor mineral, de água subterrânea e petróleo em áreas de bacias sedimentares in-

teriores, integrando os diferentes comitês tecnológicos fomentadores dessas atividades.

4.3 Distribuição de royalties do petróleo deve passar por mudanças9

A distribuição dos royalties do petróleo extraído da área Pré-Sal deve passar por mudan-

ças para privilegiar estados e municípios não produtores e condicionar a aplicação des-

ses recursos para áreas como educação, ciência e tecnologia e desenvolvimento econô-

mico. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (25) pelos participantes do debate “O futu-

ro do Pré-Sal”, realizado pelo Grupo Estado.

O governador Paulo Hartung (PMDB), do Espírito Santo, o segundo maior Estado produ-

tor de petróleo do Brasil, voltou a defender a ideia segundo a qual os recursos que virão

dessa exploração devem benefi ciar todo o país. “Além de benefi ciar as regiões produto-

ras, essa riqueza deve ser fator de prosperidade para o conjunto do povo brasileiro. Quem

está dizendo isso aqui no ‘Estadão’ é o governador de um Estado produtor”, disse ele.

9 Obtido em http://www.power.inf.br/pt/?p=1406

09_CTS_Petroleo.indd 2509_CTS_Petroleo.indd 25 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 26: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

26

Apesar disso, o governador pediu cautela nessa questão, já que o Estado mais prejudicado

caso haja alterações na política de distribuição de royalties seria o Rio de Janeiro. “Temos que

ter muito cuidado com o Estado do Rio de Janeiro. Precisamos recuperar o Rio. Isso é uma

tarefa nacional. Se errarmos a mão, vamos errar nessa tarefa de recuperação”, sustentou.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afi rmou que apóia mudanças nessa questão.

Para ele, estados e municípios que não produzem petróleo também devem ser benefi cia-

dos, e a utilização desses recursos deve ser condicionada principalmente à educação, ci-

ência e tecnologia. “Acho que precisamos mudar o esquema de distribuição de royalties.

Mas tão importante quanto rever de que maneira será distribuído será discutir como eles

serão utilizados”, argumentou.

Coube ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP) a defesa mais veemente da necessidade de

rever o sistema de distribuição de royalties. Na avaliação dele, o modelo atual tende à con-

centração de renda. Ele citou como exemplo a cidade de Quissamã, no norte fl uminen-

se, que tem uma arrecadação de royalties per capita de R$ 7 mil, enquanto o município

de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, recebe apenas R$ 13 por habitante.“A cidade de

Campos recebe R$ 900 milhões anuais em royalties, não dá satisfação sobre a utilização

desses recursos à União há anos e não cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal”, declarou.

Segundo ele, muitas das cidades que mais recebem royalties do petróleo não apresen-

taram qualquer avanço no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e na distribuição

de renda. Além disso, não investem em alternativas econômicas que substituam a rique-

za da exploração de recursos que não são eternos. “Está havendo desperdício de dinhei-

ro. Os poços vão acabar. É preciso criar alternativas de desenvolvimento para região, pois

são recursos que acabam”, destacou.

Mercadante defende que os recursos provenientes da exploração do petróleo do Pré-Sal

sejam direcionados para um fundo soberano, para que as riquezas sejam utilizadas em

projetos de desenvolvimento econômico para o futuro.

FHC ponderou que a discussão é precoce, já que antes mesmo de se discutir a obtenção do

dinheiro necessário para a exploração do Pré-Sal já está havendo uma disputa pelos royalties.

“Estamos colocando o carro antes dos bois. Estamos com a ideia de que somos muito ri-

cos, mas não somos. Podemos vir a ser”, disse ele, ressaltando a necessidade de discutir o

assunto, o papel da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Conselho Na-

cional de Política Energética, o marco regulatório e o modelo de exploração.

Fonte: Gazeta do Povo/PR/Agência Estado

09_CTS_Petroleo.indd 2609_CTS_Petroleo.indd 26 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 27: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

27

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

4.4 Natureza sofre com crescimento desordenado10

Série Petróleo - 30 Anos da Bacia de Campos: A exploração do petróleo trouxe

riqueza para o país, mas a falta de fi scalização e o desrespeito às leis ambientais

provocaram danos à natureza no Norte do Estado do Rio.

Na terra, na água, no ar, agressões ao meio ambiente. No terminal de cabiúnas, local que

recebe todo o gás natural da Bacia de Campos, a chaminé despeja, em média, 5 toneladas

de gás carbônico na atmosfera durante um dia inteiro de funcionamento, revela o am-

bientalista Júlio César Leitão.

Ele diz que essa quantidade de gás carbônico equivale à fumaça emitida pelo cano de des-

carga de 25 carretas se cada uma delas percorresse, carregada, 170 quilômetros. Poluição

que será lembrada por gerações já que o gás carbônico se acumula na atmosfera e leva

mais de 100 anos para desaparecer, contribuindo para o efeito estufa.

Das 850 empresas do setor de petróleo instaladas em Macaé, menos de 5% estão ambien-

talmente corretas. “E menos que isso têm licenciamento ambiental. Deveria ter fi scaliza-

ção do meio ambiente do município e da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Am-

biente (Feema) para que essas empresas se adequassem. Sem isso, continuam funcionan-

do clandestinamente”, informa o ambientalista Júlio César Leitão. O secretário de meio

ambiente do município, Henrique Emery, esclarece: “quem tem a competência para dar

essas licenças hoje é o Estado. Mas por falta de estrutura dos órgãos ambientais do Esta-

do, a liberação dessas licenças acaba sendo comprometida”.

Quanto à responsabilidade ambiental das empresas ligadas à Petrobras, o gerente ge-

ral da UNBC, Carlos Eugênio Resurreição, é enfático. “Os contratos que a Petrobras assu-

me prevêem que as companhias que estão conosco tenham como valor responsabilida-

de ambiental”, garante.

Não é difícil constar os danos ao meio ambiente no distrito industrial de Macaé. Qua-

tro canais cortam a região. No canal Imboassica, já nem é possível ver o espelho d’água,

coberto pela vegetação que se alimenta de material orgânico. Por mês, são despejados

aqui 225 mil litros de resíduos industriais e esgoto. “Se parar neste momento, acredi-

to que em 2 ou 3 anos, o rio começa a se purifi car e a natureza retorna a ele”, afi rma

o ambientalista.

10 Obtido em http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL143020-9101,00-NATUREZA+SOFRE+COM+CRESCIMENTO+

DESORDENADO.html

09_CTS_Petroleo.indd 2709_CTS_Petroleo.indd 27 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 28: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

28

No mar, dois desastres ambientais que marcaram os 30 anos da Bacia de Campos. Um de-

les foi o de Enchova, há 23 anos, quando 37 pessoas morreram e 30 milhões de litros de

óleo vazaram. O outro foi o da P-36, em 2001. Na época, 11 funcionários da plataforma

morreram e 1.200 milhão de litros de óleo diesel foram derramados no oceano.

SEGURANÇA AMBIENTAL

Até o fi m do ano, acidentes como esses em alguns pontos da Bacia de Campos pode-

rão ser monitorados a distância e em tempo real pela Petrobras. Tudo por meio de cen-

tros de gerenciamento digital integrados com tecnologia de última geração. Por en-

quanto, a experiência é feita com o Campo de Carapeba, a 65 quilômetros do Cabo de

São Tomé através de um projeto piloto. “Futuramente, outros campos da bacia serão

observados. Isso vai evitar que nós fechemos, por exemplo, uma plataforma de petró-

leo sem necessidade ou que a gente tenha derrame de óleo no mar”, assegura o coor-

denador do projeto, Cláudio Lima.

Em terra, pouco se pode fazer. Ao longo dos anos, a atividade em Macaé contribuiu para

a especulação imobiliária. Resultado: uma área de preservação equivalente a 40 maraca-

nãs foi aterrada para dar lugar a construções irregulares.

Josina Bernardes criou os oito fi lhos nessa casa, à margem do Rio Macaé. Lugar bem di-

ferente 30 anos atrás. “Era tudo mato. Não tinha casa nenhuma aqui. Depois que come-

çaram a invadir, aí invadiram tudo”, lembra a aposentada.

Situação que vai além da periferia. “Nós temos grandes condomínios de luxo invadindo

também nossos manguezais. Eu acho que as autoridades deveriam ver isso com mais ca-

rinho”, observou um pescador da região. O secretário de Meio Ambiente, Henrique Emery,

justifi ca: “aconteceram alguns casos há 20, 30 anos atrás, quando a consciência ecológi-

ca não era a mesma e nem a legislação tão rígida”.

Sem o mangue, berçário natural para a vida marinha, os peixes desapareceram. “Atual-

mente nós não estamos tendo praticamente lucro nenhum”, conta o pescador Valdir Pes-

sanha. Com a autoridade de quem trabalha há 35 anos com a pesca, seu Osvaldo olha

com respeito para a natureza. E sonha: “eu gostaria que cada um cuidasse do meio am-

biente com o respeito que ele merece”. “Que nós olhássemos para o manguezal como um

meio de sobrevivência para todos nós, para os fi lhos e netos que vêm por aí”, alerta um

outro pescador.

09_CTS_Petroleo.indd 2809_CTS_Petroleo.indd 28 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 29: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

29

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

A Feema informou que por causa da grande demanda precisaria da ajuda da prefeitu-

ra para realizar todas as fi scalizações. Ninguém da prefeitura foi encontrado para fa-

lar sobre o problema. Quanto à ocupação irregular de áreas de proteção, a secretária

de Meio Ambiente informou que há projetos de despavimentação para tentar diminuir

o impacto ambiental. Nas áreas onde foram construídos condomínios de luxo não há

nada a ser feito.

4.5 Vazamento de petróleo chega à costa da Coreia do Sul11

Região é conhecida por suas paisagens naturais e atividade pesqueira.

O petróleo vazou para o mar após colisão entre um petroleiro e um cargueiro.

O petróleo que vazou para o mar após a colisão entre um petroleiro e um cargueiro nas

águas territoriais da Coreia do Sul chegou hoje à costa oeste do país, região conhecida

por suas paisagens naturais e sua atividade pesqueira.

Segundo a agência sul-coreana “Yonhap”, que cita fontes do governo, o petróleo já afe-

tou cerca de 13 quilômetros de costa do Mar Amarelo. Há manchas de grande extensão

que aproximam da costa devido ao forte vento.

No total calcula-se que caíram no mar 10.500 toneladas de petróleo. O vazamento está

sendo considerado o pior acidente ambiental do país.

A região atingida fi ca perto do parque nacional de Taean Haean, uma área turística e de

cultivo de algas e ostras. O parque conta com uma costa de 530 quilômetros, e um con-

junto de 120 ilhotas, além de cerca de 30 praias. Na região fi ca também a baía de Chon-

su, de grande importância para a biodiversidade local.

As autoridades sul-coreanas formaram um dispositivo para conter e recolher o vazamen-

to, mobilizando cerca de 70 navios e três helicópteros.

11 Obtido em http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI2135557-EI238,00.html

09_CTS_Petroleo.indd 2909_CTS_Petroleo.indd 29 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 30: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

30

5 Pautas para o trabalho das equipes

5.1 Colaboração na equipe

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DA EQUIPE:

• Presença e colaboração diária de todos os membros nas tarefas defi nidas pela equipe.

• Trabalho individual prévio a cada aula sobre as tarefas correspondentes para a discus-

são comum da equipe.

• Estabelecimento e acompanhamento diário de um plano de trabalho da equipe no qual

fi gurem as responsabilidades individuais.

• Distribuição equilibrada das funções e tarefas cotidianas entre todos os membros da

equipe.

• Organização de um sistema para garantir a ordem nos materiais trabalhados e sua

presença em todas as aulas.

DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS PARA REALIZAR O RELATÓRIO:

• Defi nição dos aspectos necessários para a preparação do relatório (estrutura, redação

de rascunhos, organização de partes e referências, digitação, revisão de expressão e

estilo, fotocópia).

• Estabelecimento de responsabilidades individuais nas tarefas de preparação do rela-

tório garantindo o equilíbrio entre os membros da equipe.

• Estabelecimento de prazos concretos para a realização de todas as tarefas de prepa-

ração e entrega do relatório.

COORDENAÇÃO DA EXPOSIÇÃO:

• Defi nição dos aspectos que deverão ser levados em conta para a exposição (partes, re-

partição de intervenções, recursos de apoio, ensaios).

09_CTS_Petroleo.indd 3009_CTS_Petroleo.indd 30 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 31: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

31

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

• Estabelecimento das responsabilidades individuais em todos os aspectos relativos à

preparação da exposição.

• Ensaio individual e/ou em equipe da exposição e correção dos problemas detectados.

5.2 Preparação da exposição

ORGANIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO:

• Estabelecimento dos conteúdos que serão expostos e da ordem de cada um deles. To-

mar-se-á como base o relatório, ainda que não seja necessário que a estrutura da ex-

posição coincida com aquele.

• Distribuição das intervenções entre os membros da equipe e estabelecimento preciso

de sua ordem.

• Decisões sobre o modo como se apresentará o trabalho no começo da exposição e as

conclusões do mesmo ao fi nal da exposição. De qualquer modo, devem-se comentar

as fontes de informação utilizadas e o próprio desenvolvimento do trabalho.

MODO DE EXPRESSÃO:

• Deve-se utilizar um modo de expressão que permita ao público seguir com interesse

a exposição. Para isso se buscará a maior clareza possível para transmitir as informa-

ções.

• Não serão lidos os conteúdos do relatório exceto nos casos em que se queira expor al-

gum dado ou citação literal de alguma informação concreta.

• A preparação da exposição não implica na memorização dos conteúdos a serem ex-

postos.

SELEÇÃO DE INFORMAÇÕES E ARGUMENTOS:

Durante o desenvolvimento da exposição e, especialmente, na parte de conclusões de-

vem fi car claras as informações e os argumentos com os quais a equipe justifi ca suas

propostas sobre as decisões que haverão de ser tomadas em relação ao problema apre-

sentado. A clareza da exposição não deve ser incompatível com a profundidade das

09_CTS_Petroleo.indd 3109_CTS_Petroleo.indd 31 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 32: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

32

análises e o rigor conceitual dos argumentos que permitam uma defesa convincente

das próprias posições.

RECURSOS DE APOIO:

• Decisão sobre os recursos com os quais se apoiará a exposição (esquemas no quadro,

transparências, diapositivos, vídeos, fotocópias que se entregam ao público). Ditos re-

cursos deverão servir para tornar mais claras e acessíveis todas as informações, argu-

mentos ou opiniões que se pretende transmitir.

• Com a devida antecedência deve-se fazer uma previsão sobre as responsabilidades in-

dividuais na preparação dos recursos de apoio à exposição, garantindo-se que se po-

derá contar no momento da exposição com todo o material necessário.

5.3 Preparação do relatório

ESTRUTURA DO RELATÓRIO, CASO EXISTA APRESENTAÇÃO ESCRITA:

Estabelecimento da estrutura do relatório e título de cada parte. O relatório deverá apre-

sentar, pelo menos, alguns elementos básicos:

• Apresentação: signifi cado, contexto e objetivos do trabalho;

• Apresentação do ator social: caracterização de seu papel na controvérsia, postura que

defende e informações e argumentos em favor da mesma;

• Controvérsia com os demais atores: identifi cação do papel dos demais atores na con-

trovérsia e comentários favoráveis ou críticos sobre os argumentos próprios de cada

um deles;

• Conclusões: resumo fi nal dos aspectos principais do trabalho, avaliação sobre o cum-

primento dos objetivos e resposta argumentada às questões sobre as quais haverá de

se tomar uma decisão em relação ao problema;

• Referências e anexos: bibliografi a utilizada, vínculos de internet e documentação com-

plementar.

09_CTS_Petroleo.indd 3209_CTS_Petroleo.indd 32 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 33: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

33

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

ASPECTOS FORMAIS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS CASO EXISTA APRESENTAÇÃO ESCRITA:

• Informações claras e precisas. Correção ortográfi ca. Informações transcritas integral-

mente de outra fonte devem estar devidamente citadas, comentadas e integradas no

relatório.

• Clareza, limpeza e ordem na apresentação do documento. Uso dos procedimentos es-

tilísticos oportunos (tipos de letra, tabulações, margens, espaçamento, paginação, hie-

rarquia das partes, cabeçalhos, notas de rodapé).

• Tratamento dos conteúdos. Rigor conceitual, veracidade das informações e verossimi-

lhança das hipóteses com as quais se trabalhe. Argumentação refl etida sobre as pro-

postas que se apresentem em relação às decisões sobre as quais versa a controvérsia.

6 Documentos para o debate

6.1 Protocolo para preparar a argumentação no debate

EQUIPE/ATOR:

OPINIÃO QUE DEFENDE:

09_CTS_Petroleo.indd 3309_CTS_Petroleo.indd 33 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 34: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

34

OS PRINCIPAIS MOTIVOS PELOS QUAIS DEFENDEMOS NOSSA POSTURA SÃO:

AS RAZÕES EM QUE ARGUMENTAREMOS A DEFESA DE NOSSA POSTURA SÃO:

6.2 Protocolo para preparar as argumentações frente às demais equipes/atores

EQUIPE/ATOR CONTRA O QUE SE ARGUMENTA:

OPINIÃO QUE DEFENDERÁ PREVISIVELMENTE:

09_CTS_Petroleo.indd 3409_CTS_Petroleo.indd 34 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 35: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

35

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

QUE ARGUMENTOS PODEM DAR PARA ESTAR CONTRA NOSSA POSTURA?

QUE RESPOSTAS LHES DAREMOS?

7 Avaliação do caso prático

Caso:

Ator social:

Data de entrega do informe:

Data de exposição:

Componentes da equipe:

FUNCIONAMENTO DA EQUIPE:

Ator 1 Ator 2

1. Todos os componentes da equipe assistiram e participaram diariamente nas tarefas de aula.

2. Todos os componentes da equipe trouxeram diariamente para a aula as tarefas passadas para fazer fora dela.

09_CTS_Petroleo.indd 3509_CTS_Petroleo.indd 35 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 36: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

36

Ator 1 Ator 2

3. A equipe seguiu um plano de trabalho diário estabelecido no início.

4. As funções e tarefas foram repartidas e realizadas de maneira equilibrada entre todos os membros da equipe.

5. Contou-se nas aulas com todos os materiais necessários e se dispuseram deles de forma ordenada.

6. Todos os membros da equipe participaram de forma equilibrada na preparação do informe.

7. A preparação do informe foi planifi cada adequadamente.

8. O prazo de entrega do informe foi cumprido.

9. Todos os membros da equipe participaram de forma equilibrada e ativa na preparação da exposição.

10. Todos os membros da equipe participaram de forma equilibrada no desenrolar da exposição.

Observações

O: Ótimo (10 e 9) Mb: Muito bom (8 e 7) R: Regular (6 e 5) F: Fraco (4 e 3) R: Ruim (2, 1 e 0)

09_CTS_Petroleo.indd 3609_CTS_Petroleo.indd 36 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 37: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

37

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

REALIZAÇÃO DO INFORME:

Ator 1 Ator 2

1. A estrutura do informe é original e está bem organizada. Os títulos dos enfoques são oportunos.

2. A introdução demarca bem os conteúdos do trabalho e estabelece de forma precisa seus objetivos.

3. O desenvolvimento dos enfoques do ator social e da controvérsia com os demais atores é adequado.

4. As conclusões resumem os aspectos principais e os argumentos que fundamentam as propostas de decisão.

5. O informe mantém a correção ortográfi ca e sintática.

6. O informe tem qualidade na apresentação, organização, limpeza e demais aspectos formais.

7. A expressão é original, correta e adequada para os conteúdos tratados.

8. Analisam-se adequadamente os aspectos conceituais do tema e tratam-se com rigor todas as informações.

9. As propostas de decisão que se defendem estão bem argumentadas.

10. As referências utilizadas são variadas, pertinentes e bem identifi cadas. Os anexos são oportunos e estão bem organizados.

Observações

O: Ótimo (10 e 9) Mb: Muito bom (8 e 7) R: Regular (6 e 5) F: Fraco (4 e 3) R: Ruim (2, 1 e 0)

09_CTS_Petroleo.indd 3709_CTS_Petroleo.indd 37 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 38: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

38

EXPOSIÇÃO DO TRABALHO:

Ator 1 Ator 2

1. A estrutura geral da exposição está bem organizada.

2. A apresentação do trabalho da equipe é clara, pertinente e correta.

3. As conclusões deixam claros os aspectos principais do tema e os argumentos das propostas de decisão.

4. A expressão utilizada é correta e original. Não se lê o informe.

5. A exposição é clara e amena.

6. Há rigor conceitual no tratamento das informações.

7. A organização das ideias expostas é oportuna e persuasiva.

8. Foram selecionados recursos de apoio variados e pertinentes.

9. O uso dos recursos de apoio foi adequado em cada momento da exposição.

10. As perguntas formuladas foram adequadamente respondidas.

O: Ótimo (10 e 9) Mb: Muito bom (8 e 7) R: Regular (6 e 5) F: Fraco (4 e 3) R: Ruim (2, 1 e 0)

09_CTS_Petroleo.indd 3809_CTS_Petroleo.indd 38 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 39: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

39

PETRÓLEO: HERÓI OU VILÃO?

8 Fontes para aprofundamentodo tema e da técnica

CHRISPINO, Alvaro. Controvérsias em educação: exercícios de simulação aplicados a temas

educacionais de acordo com o modelo CTS. In: CHRISPINO, Alvaro (Org.). Controvérsias

em Educação: exercícios de simulação com múltiplas visões sobre questões educacionais.

Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2005.

______. O uso da técnica de controvérsia controlada na abordagem CTS: proibição

do fumo: decisão pessoal ou social? simulação educativa de um caso CTS sobre a saúde.

2005. Disponível em: <http://www.campus-oei.org/salactsi/alvaro.htm>.

FARIAS, Carmen Roselaine de Oliveira; CARVALHO, Washington Luiz Pacheco de. O direito

ambiental na sala de aula: signifi cados de uma prática educativa no ensino médio. Ciência

& Educação, Bauru, v. 13, n. 2, p. 157-174, May/Aug. 2007. Disponível em: <http://www.

scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132007000200002&lng=en&nrm

=iso&tlng=pt>.

MARTÍN GORDILLO, Mariano. Controversias tecnocientífi cas: diez casos simulados sobre

ciencia, tecnología, sociedad y valores. Madrid: OEI, 2006.

______. Cultura científi ca y participación ciudadana: materiales para la educación CTS.

Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad, v. 2, n. 6, dic. 2005. Disponível

em: <http://www.revistacts.net/2/6/dossier4>.

______. La vacuna del SIDA: un caso sobre salud, investigación y derechos sociales.

Madrid: OEI, 2005a.

______. Metáforas y simulaciones: alternativas para la didáctica y la enseñanza de las

ciencias. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, v. 2, n. 3, 2003. Disponível

em: <http://saum.uvigo.es/reec/volumenes/volumen2/Numero3/Art10.pdf>.

RAMOS, Mariana Brasil; SILVA, Henrique César da. Para pensar as controvérsias científi cas

em aulas de ciências. Ciência & Ensino, v. 1, número especial, nov. 2007. Disponível em:

<http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/cienciaeensino/article/view/132/106>.

09_CTS_Petroleo.indd 3909_CTS_Petroleo.indd 39 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31

Page 40: 09 CTS Petroleo Miolo FINAL

09_CTS_Petroleo.indd 4009_CTS_Petroleo.indd 40 29/11/2011 19:56:3129/11/2011 19:56:31