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A q u a C i ê n c i a 2 0 0 8 Maringá, PR 23 a 30 de outubro de 2008 Tópicos Especiais em Biologia Aquática e Aqüicultura III Editores José Eurico Possebon Cyrino Wilson Massamitu Furuya Ricardo Pereira Ribeito João Donato Scorvo Filho Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática Jaboticabal, SP Setembro – 2010

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AquaCiência 2008 Maringá, PR

23 a 30 de outubro de 2008

Tópicos Especiais em Biologia Aquática e Aqüicultura III

Editores José Eurico Possebon Cyrino Wilson Massamitu Furuya Ricardo Pereira Ribeito João Donato Scorvo Filho

Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática Jaboticabal, SP

Setembro – 2010

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AquaCiência 2008

Tópicos Especiais em Biologia Aquática e Aqüicultura III

Editores José Eurico Possebon Cyrino Wilson Massamitu Furuya Ricardo Pereira Ribeito João Donato Scorvo Filho

Palestras e trabalhos apresentados durante o AquaCiência 2008, congresso da Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática

Jaboticabal – 2010

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© 2010 dos editores

Todos os direitos desta edição reservados

Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática Sede: Centro de Aqüicultura da UNESP

Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n 14884-900 – Jaboticabal - SP

www.aquabio.com.br [email protected]

Coordenação Editorial

José Eurico Possebon Cyrino

Coordenação Executiva João Donato Scorvo Filho

Diagramação

Claudete Pereira

Impressão Copiadora Luiz de Queiroz

Piracicaba, SP

Ficha Catalográfica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP

AquaCiência 2008 ( 2008 : Maringá) Tópicos especiais em biologia aquática e aqüicultura III / edição de José Eurico

Possebon Cyrino, Wilson Massamitu Furuya, Ricardo Pereira Ribeiro e João Donato Scorvo Filho. - - Jaboticabal: Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática, 2008. 335 p. : il.

Bibliografia. ISBN: 978-85-60190-02-7

1. Aqüicultura 2. Biologia aquática I. Título

CDD 639.3

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Agradecimentos Agradecemos a todos os envolvidas na organização do AquaCiência 2008, ao contínuo apoio dos sócios da Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática e aos autores, que uma vez mais contribuíram para a concretização do projeto editorial da AQUABIO, base da consolidação de um veículo de comunicação científica competente e autônomo que represente a área de aqüicultura e biologia aquática no Brasil. Um agradecimento especial e nosso reconhecimento aos mestrandos Brunno da Silva Cerozi e Thyssia Bomfim Araújo da Silva, doutorandos Giovanni Vitti Môro, Ricardo Basso Zanon e Tarcila Souza de Castro Silva, e pós-doutorando Dr. Jony Koji Dairiki, pela dedicação e competente ajuda na finalização do processo de revisão e editoração dos originais.

Os editores

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Sumário Apresentação ..................................................................................................................................... ix I - PALESTRAS Capítulo 1 Avanços na reprodução de peixes migradores ................................................................................................... 1 Elizabeth Romagosa Capítulo 2 Ranicultura no Brasil .......................................................................................................................... 17 Marta Verardino De Stéfani II - ARTIGOS E REVISÕES Capítulo 3 Perfil do consumidor de carne de peixe em Ilha Solteira, SP ....................................................... 23 Milena Penteado Chaguri, Marcos Chiquitelli Neto e Rose Meire Vidotti Capítulo 4 Custo de produção da criação de surubins Pseudoplatystoma spp. alimentados com diferentes rações comerciais ............................................................................... 35 Adriana Fernandes de Barros, Cristiane Meldau de Campos, Marcela Amábile dos Santos Redondo, José Luiz Pilecco e Thiago Tetsuo Ushizima Capítulo 5 Capacidade de sustentação do parque aqüícola Xororó, Reservatório de Itaipú, PR, Brasil ............................................................................................................................ 45 Pedro Rogério Leandro da Silva, Gilmar Baumgartner, Nyamien Yahaut Sebastien, Angelo Ferreira Pieretti e Atielli Crislian de Oliveira Capítulo 6 Análise do ciclo de vida do sistema peixe-verde ............................................................................ 55 Jorge de Matos Casaca e Jöel Aubin Capítulo 7 Efluentes do berçário secundário de Macrobrachium amazonicum no período de inverno ............................................................................................................................. 69 Daniela Castellani, Eduardo Gianini Abimorad e Antonio Fernando Monteiro Camargo Capítulo 8 Piscicultura em tanques-rede na concentração de nutrientes em um corpo d’água ........................................................................................................................................ 79 Margarete Mallasen e Helenice Pereira de Barros

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Capítulo 9 Impactos ambientais de pisciculturas em tanques-rede sobre águas continentais brasileiras: revisão e opinião ....................................................................................... 87 Igor Paiva Ramos, Augusto Seawright Zanatta, Érica de Oliveira Penha Zica, Reinaldo José da Silva e Edmir Daniel Carvalho Capítulo 10 Desempenho do pirarucu, Arapaima gigas (Schinz, 1822), em confinamento no Estado de Pernambuco ...................................................................................... 99 Maria do Carmo Figueredo Soares, Athiê Jorge Guerra Santos, Ranilson de Souza Bezerra e Marcos Luciano Masano Capítulo 11 Viabilidade da produção de acará-bandeira Pterophyllum scalare e acará-disco Symphysodon aequifaciatus em sistema intensivo indoor ......................................................... 113 Felipe de Azevedo Silva Ribeiro, Luiz Gustavo Giannecchini, Thiago Scremin Pereira, João Batista Kochenborger Fernandes e Maria Inez Espagnoli Geraldo Martins Capítulo 12 Crescimento e composição corporal de juvenis de cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) alimentados com dietas contendo fitase, amilase e endo-β-glucanase ............................................................................................................... 125 Márcia Regina Stech, João Martins Pizauro Júnior, Euclides Braga Malheiros, Maria Célia Portella e Dalton José Carneiro Capítulo 13 Incubação de peixes em sistema de recirculação de água simplificado ....................................... 143 Luciano Caetano de Oliveira, Cláudio Angelo Agostinho e Rodrigo Morgado Ramalho de Sousa Capítulo 14 Crioprotetores, temperaturas, tempos de descongelamento e características seminais de Piaractus mesopotamicus ........................................................................... 153 Michelle Sampaio Paulino, Luis David Solis Murgas, Gilmara Junqueira Machado Pereira e Ivan Bezerra Allaman Capítulo 15 Criopreservação do sêmen de pacu Piaractus mesopotamicus: efeito de diluidores, crioprotetores e ativadores ............................................................................................. 161 Laura Helena Orfão, Ana Tereza de Mendonça Viveiros, Alexandre Nizio Maria e Fernanda Pereira Corbeira da Silva Capítulo 16 Protocolo de feminilização para o jundiá Rhamdia quelen .............................................................. 169 Hilton Amaral Junior, Marco Flávio Silva Nunes e Silvano Garcia Capítulo 17 Identificação de polimorfismos no primeiro íntron do hormônio de crescimento do jundiá (Rhamdia quelen) ............................................................................................ 175 Janaína Camacho da Silva, Heden Luiz Marques Moreira, Bernardo dos Santos Vaz, Diones Bender Almeida, Marco André Paldes da Costa, Carla G. Alves Moreira e Vitor Hugo Borba Manzke

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Capítulo 18 Resistência do pacu Piaractus mesopotamicus alimentado com - glucano ao desafio com Aeromonas hydrophila .................................................................................. 185 Marianne Schorer, João Batista Kochenborger Fernandes, Elisabeth Criscuolo Urbinati, Fabiana Pilarski e Ian Taibo Timpone Capítulo 19 Infecção experimental por Enterococcus sp. e alterações dasa variáveis leucocitárias e atividade fagocítica em tilápia-do-Nilo ................................................... 193 Maurício Laterça Martins, Gabriela Tomas Jerônimo, Felipe do Nascimento Vieira, José Luiz Pedreira Mouriño, Geovana Dotta, Gisele Mari Speck, Adolfo Jatobá Medeiros Bezerra, Celso Carlos Buglione-Neto e Gilberto Pereira Júnior Capítulo 20 Comunidades de Monogenoidea em tilápias-do-Nilo mantidas em diferentes sistemas de piscicultura no Estado de Santa Catarina ................................................. 199 Eduardo Luiz Tavares Gonçalves, Gabriela Tomas Jerônimo, Giselle Mari Speck, Natália Marchiori e Maurício Laterça Martins Capítulo 21 Desempenho do tambaqui Colossoma macropomum alimentado com ração suplementada com mebendazole ........................................................................................... 207 Mizael dos Santos Seixas, Marcondes Agostinho Gonzaga Jr., Carlos André Silva Lima, Wendel Oliveira e Bruno Adam Cavero Capítulo 22 Parasitos de peixes: conheça para evitar prejuízos ......................................................................... 213 Sybelle Bellay, Ricardo Massato Takemoto e Gilberto Cezar Pavanelli Capítulo 23 Tecnologia de bioflocos: criação sustentável de camarões marinhos .......................................... 227 Leandro Cesar de Godoy, Clarisse Odebrecht, Tatiana Germano Martins, Eduardo Luis Cupertino Ballester, Paulo Cesar Abreu e Wilson Wasielesky Jr. Capítulo 24 Bioflocos: mecanismos de formação, caracterização da comunidade microbiana e valor nutricional .......................................................................................................... 237 Leandro Cesar de Godoy, Wilson Wasielesky Jr., Tatiana Germano Martins, Eduardo Ballester e Clarisse Odebrecht Capítulo 25 Produção super intensiva do camarão-branco Litopenaeus vannamei em sistemas estáticos ................................................................................................................................ 249 Dariano Krummenauer, Silvio Peixoto, Ronaldo Olivera Cavalli, Luis Poersch e Wilson Wasielesky Jr. Capítulo 26 Produção do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis em cercados com substratos artificiais ............................................................................................................................ 259 Eduardo Luis Cupertino Ballester, Paulo César Abreu, Tito Luís Pissetti, Ronaldo Olivera Cavalli, Natália Rudorff e Wilson Wasielesky Jr.

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Capítulo 27 Melaço na produção de camarão marinho: alimento natural, fertilização e qualidade de água ........................................................................................................ 277 João Paulo Viana de Lima, Fabiana Penalva de Melo, Daniel Rodrigues dos Santos, Albino Luciani Gonçalves Leal e Eudes de Souza Correia Capítulo 28 Melaço na produção de fitoplâncon em tanques-berçário estáticos de Litopenaeus vannamei ............................................................................................................................. 295 Daniel Rodrigues dos Santos, Fabiana Penalva Melo, Wanessa de Melo Costa, Ugo Lima Silva, João Paulo Viana de Lima e Eudes de Souza Correia Capítulo 29 Morfometria e medidas produtivas dos peixes: peso e rendimento ............................................ 307 Aline de Assis Lago, Adriano Carvalho Costa, Rilke Tadeu Fonseca de Freitas, Rafael Vilhena Reis Neto, Ivan Bezerra Allaman e Thiago Archangelo Freato Capítulo 30 Rendimento, análise sensorial e microbiológica de bandas defumadas de pacu, com e sem pele .................................................................................................................... 315 Vitória Regina Takeuchi Fernandes, Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, Juliana Minardi Galo, Melanie Digmayer, Nilson do Prado Franco, Adriana Cristina Bordignon e Jane Martha Graton Mikcha Capítulo 31 Sobrevivência e desenvolvimento das larvas de Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) produzidas em laboratório sob diferentes densidades ........................................................................................................................................... 321 Kelly Ferreira Cottens, Ubiratan Assis Silva, Robson Ventura, Gabriel Wandebruck e Antonio Ostrensky Capítulo 32 Crescimento da ostra-do-mangue Crassostrea rizophorae Guilding 1828, em Graciosa, baixo sul baiano .......................................................................................................... 329 Jorge Luiz Silva dos Reis Junior e Gilmar Nunes

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Apresentação

Uma das formas encontradas pelos órgãos de fomento à pesquisa para avaliar nossos cientistas e acadêmicos foi verificar a quantidade de publicações científicas e a qualidade dos veículos por eles escolhidos. Esta forma de avaliação, se por um lado é justa, pois quantifica e qualifica a produção acadêmica e científica de nossos pares, por outro causa um estresse muito grande, pois são poucos os veículos de publicação e nem todos tem a qualificação desejada.

Esta tão almejada qualificação não tem sido fácil de ser conseguida, pois para ser obtida tem que ser atendida uma série de quesitos, que só se consegue com o tempo e com a persistência na qualidade dos artigos publicados. A meta de toda revista e chegar à classificação de “Qualis A1”.

A Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática [AQUABIO] tem, ao longo de seus poucos anos de existência, procurado construir uma revista que possa atender aos anseios de seus representados. Cumprindo mais uma etapa desta missão a Sociedade lança este livro, “Tópicos Especiais em Biologia Aquática e Aqüicultura III” com trabalhos apresentados no AQUACIÊNCIA2008, realizado em outubro de 2008 em Maringá, PR. Este é o quarto livro de uma série que se pretende em 2010 seja transformada em Revista Científica.

Assim, entendendo que o tempo e a persistência na busca da qualidade fará com que a AQUABIO tenha uma Revista Científica digna de seus sócios, damos mais este passo para sua concretização.

Dr. João Donato Scorvo Filho Presidente da AQUABIO

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Capítulo 9

Impactos ambientais de pisciculturas em tanques-rede sobre águas continentais brasileiras:

revisão e opinião

Igor Paiva Ramos1; Augusto Seawright Zanatta1; Érica de Oliveira Penha Zica1; Reinaldo José da Silva2; Edmir Daniel Carvalho3*

1 Curso de Pós-Graduação em Biologia; Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP, Rubião Jr. s/n; 18618-000 - Botucatu - SP

2 Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP, Departamento de Parasitologia 3*Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP, Departamento de Morfologia;

* autor correspondente: [email protected]

Resumo Historicamente o homem é dependente dos rios e dos seus recursos pesqueiros. Entretanto, esta interação com os ecossistemas aquáticos interiores acarretam impactos sobre a biota local. Atualmente uma nova forma de interação entre o homem e os ecossistemas aquáticos, a piscicultura em tanques-rede, está crescendo. Diversos autores relatam os impactos da atividade de pisciculturas em tanques-rede sobre o ecossistema aquático. Estes impactos podem causar interferências na qualidade da água, nas comunidades bentônicas, planctônicas e peixes. Ainda, há relatos de que a falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes levou a instalação descontrolada de tanques-rede, acarretando desequilíbrio na comunidade planctônica e rápido processo de eutrofização artificial em lagos na Indonésia. Entretanto, na história recente desta atividade em represas da região sudeste do Brasil há poucas evidências da perda da qualidade da água em decorrência destes empreendimentos. Desta forma, neste controverso contexto, estudos integrados e multidisciplinares na vertente limnológica (qualidade de água e capacidade suporte ambiental), ictiológica (fauna agregada) zootécnica e econômica são pertinentes, visto que podem elucidar os reais impactos e danos desta atividade, no sentido de nortear diretrizes para os órgãos de gestão ambiental.

Environmental impacts of inland cage fish farming on Brazilian continental waters: Review and opinion

Abstract Historically the man is dependent on rivers and their fisheries resources. However, this interaction with aquatic ecosystems leads to impacts on local biota. Currently a new form of interaction between man and aquatic ecosystems, fish farming, is growing. Several authors report the impacts of the activity in cage fish farms on the aquatic ecosystem. These impacts cause interference in water quality, benthic communities, planktonic and fish. Still, there reports that the lack of supervision by the competent organs has led to uncontrolled installation of tanks, which in turn resulted in imbalance in the plankton community and a rapid process of artificial eutrophication in lakes in Indonesia. However, the recent history of activity in dams in the region southeast of Brazil there is little evidence of loss of water quality as a result of this activity. Thus, in this controversial context, multidisciplinary and integrated studies in limnological (quality of water and environmental support capacity), ichthyological (fauna aggregate) zootechnical and

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economical aspects are relevant because they can elucidate whether there is damage and impacts of this activity, to guide the national guidelines for environmental management.

1. Introdução

Historicamente o homem é dependente dos rios e dos seus recursos pesqueiros. Entretanto, esta interação com os ecossistemas aquáticos interiores leva a impactos sobre a biota local. Atualmente uma nova forma de interação entre o homem e os ecossistemas aquáticos interiores, a piscicultura em tanques-rede, está crescendo. Neste contexto, tem-se de um lado, o homem extrativista/coletor, hoje representado pelo o pescador artesanal que explora os recursos pesqueiros de forma integrada e pouco impactante e de outro, o piscicultor, teoricamente habilitado a manejar de maneira utilitarista, os recursos pesqueiros visando à produção de alimento de origem animal.

Esta situação não é diferente nas águas interiores das diferentes bacias hidrográficas brasileiras. Novas políticas públicas incentivam a substituição da pesca extrativista por atividades de aqüicultura, que se expande nas grandes represas ou águas públicas abertas, sob o domínio da União (Seap, 2008). Atualmente, a taxa de crescimento anual desta atividade no território brasileiro, é maior do que qualquer outra atividade zootécnica. Segundo Conepe (2008), a produção total de pescado em 2006 foi estimada em mais de 1.000.000 toneladas, com a aqüicultura continental respondendo por 18,2% deste montante, apresentando taxa de crescimento 6% maior em relação a 2005.

Decorrente da opção energética brasileira, atualmente existe no Brasil 768 empreendimentos hidroelétricos (pequenas, médias e grandes usinas hidrelétricas), representando 75,39% (77.523 106 MW) da potência total instalada para geração de energia elétrica, além das termoelétricas, eólicas e outras formas. Somente o Estado de São Paulo é responsável por aproximadamente 20% da energia hidrelétrica produzida no país. Para tanto, utilizou os recursos hídricos da bacia do Alto Paraná, para construção de represas, que estão presentes em seus principais rios e sub-bacias (Rio Grande, Tiete, Paranapanema e o próprio Paraná) (ANEEL, 2009). Estas represas alteram as características ecológicas dos ambientes aquáticos, terrestres e adjacentes (Agostinho et al., 2007; Tundisi, 1999). Entre estas mudanças pode-se citar a criação de novos habitats, como bancos de areia, galhadas submersas, banco de macrófitas e principalmente o surgimento da zona pelágica e destruição de outros como, lagoas marginais, canais, poções e corredeiras (Agostinho et al., 2007). Ainda, são considerados ecossistemas complexos, pois, incorporam em seus vários componentes ambientais, os efeitos decorrentes dos impactos nas bacias hidrográficas e usos múltiplos da água (Tundisi, 2003).

Os barramentos dos rios afetam severamente a hidrologia local, implicando em novos processos ecológicos “naturais” com tendência à simplificação da teia trófica, na qual grande parcela da biota local é prejudicada (Agostinho et al., 2007). Os peixes são os elementos da biota mais afetados pelas mudanças geradas após o represamento, principalmente nos primeiros anos, pois são submetidos rapidamente aos novos processos limnológicos dos ambientes semi-lênticos (Agostinho et al., 1999; Agostinho et al., 2007). Durante o processo de colonização desses novos ambientes,

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há depleção de algumas populações, geralmente de hábito migratório, alta longevidade e baixo potencial reprodutivo, para as quais as novas condições são restritivas e explosão de outras, que têm no novo ambiente condições favoráveis. Essa proliferação massiva é constatada entre as espécies de pequeno porte, sedentárias, com alto potencial reprodutivo e baixa longevidade, para as quais a disponibilidade alimentar é elevada (Agostinho et al., 1994; Carvalho e Silva, 1999; Zocchi, 2002). Assim, a maioria das represas brasileiras possui baixa produção pesqueira, devido às espécies peixes de pequeno porte e baixo valor econômico serem as que melhor se ajustam e proliferam nestes novos ecossistemas, por apresentarem táticas de vida compatíveis com o novo ambiente (Carvalho e Silva, 1999).

Em especial, para os estoques pesqueiros, além desse grande impacto primário, o barramento dos rios, outras ações antrópicas também os diminuem quali-quantitativamente, com acentuada redução da biodiversidade lato sensu dos peixes. São elas: introdução de espécies de peixes não nativas, contaminação ambiental devido a efluentes agroindustriais/domésticos, perda de vegetação ripária, desmatamento, assoreamento das margens/lagoas marginais e erosão devido à exploração agrícola/mineral em seu entorno (Agostinho et al., 2007; Paiva, 1983; Torloni et al., 1986). Entre esses impactos podem-se destacar a introdução de espécies de peixes não nativas, que acarreta grandes impactos sobre a biota local, deplecionando ainda mais os estoques pesqueiros, um importante recurso natural (Latini e Petrere, 2004; Orsi e Agostinho, 1999; Santos e Formagio, 2000).

Especificamente, a controvertida legislação ambiental previa a mitigação dos impactos ambientais devidos aos barramentos dos rios, de duas formas básicas: 1) as estações de piscicultura, fazendo a reprodução de peixes em cativeiro e a reposição dos estoques por meio de repovoamento; e/ou 2) a construção de mecanismos de transposição (escadas, elevadores e canais para peixes), sendo a eficácia desses procedimentos discutível (Agostinho et al., 2007). Assim, durante a execução dos repovoamentos ocorreram muitas falhas e pelo menos vinte espécies de peixes não nativos foram introduzidas propositalmente nas represas brasileiras, em especial na região Sudeste. Destaca-se entre elas, a corvina (Plagioscion squamosissimus) e os tucunarés (Cichla sp.) que são peixes de boa aceitação na pesca artesanal e esportiva. Por outro lado, por possuírem hábito alimentar carnívoro, alimentando-se desde insetos até peixes, causam depleção e até mesmo extinção local de espécies de peixes nativas (Agostinho et al., 2007; Pelicice e Agostinho, 2008).

Conforme enfatizado, nos últimos anos, registra-se um crescimento considerável na implantação de sistemas de pisciculturas em tanques-rede nas grandes represas brasileiras, decorrente de vantagens zootécnicas sobre a piscicultura em tanques escavados. Neste sentido, a utilização de sistemas de criação de organismos aquáticos em gaiolas ou tanques-rede iniciou-se há mais de 50 anos, no Delta do rio Mekong, na Ásia (Beveridge, 1984; Castagnolli, 2000; Medeiros, 2002). Em nosso país, este sistema ganhou impulso em meados da década de 1990, principalmente na região Sudeste (Brandão et al., 2004; Medeiros, 2002; Ono, 1998), tendo como modelo zootécnico, as tilápias (Oreochromis niloticus e suas linhagens). Entretanto, seus impactos ou danos sobre o ecossistema aquático ainda não foram totalmente elucidados, requerendo ainda, estudos para uma melhor compreensão dos seus efeitos sobre a biota e qualidade de água (Agostinho et al., 2007; Ramos et al., 2008).

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Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para melhor percepção e entendimento dos impactos e/ou danos ambientais, que a atividade de pisciculturas em tanques-rede pode acarretar ao ecossistema aquático. Assim, a seguir é apresentada uma revisão temática dos principais impactos ou danos ambientais decorrente da atividade de piscicultura em represas brasileiras. 2. Impactos sobre o ecossistema aquático

2.1. Qualidade da água e eutrofização O principal fator que possibilita a criação intensiva de organismos em sistemas

de tanques-rede é sua estrutura física, que permite fluxo contínuo de água, aumentando a oxigenação, remoção das excretas e de outros resíduos metabólicos dos peixes, além de propiciar a retirada das sobras de alimento (Beveridge, 1996). Contudo, de modo similar aos sistemas de tanques escavados, no sistema de tanques-rede há entrada contínua de matéria orgânica decorrente do arraçoamento e saída de matéria representada pela conversão em biomassa de pescado (Sipaúba-Tavares, 1995). Autores como Beveridge (2004) e Pillay (2004) relatam que até 30% da matéria orgânica (ração) destinada à produção do pescado nesses sistemas de produção, não são aproveitados. Assim, quantidade considerável de matéria orgânica é disponibilizada no ecossistema aquático na forma da ração não aproveitada pelos animais e efluentes (excretas e metabólitos) (Munday et al., 1992; Persson, 1988; Pillay, 2004). Estes efluentes, ao serem disponibilizados, podem gerar danos ao ecossistema aquático local, como o aumento do grau de trofia da água (sensu índice de Carlson (Henry et al., 2006) com reflexos na qualidade das águas, sendo esta situação um dos aspectos mais preocupantes para os ambientalistas, ecólogos e gestores dos recursos hídricos. Desta maneira, um aspecto relevante é o processo de eutrofização (Beveridge, 2004; Pillay, 2004), uma vez que o fósforo é um dos elementos chave para indução deste processo juntamente com o nitrogênio (Esteves, 1998; Pillay, 2004). Esta preocupação justifica-se, pois no caso de rações comerciais brasileiras, onde o percentual de fósforo orgânico varia entre 0,50 a 3% (Carvalho et al., 2008a), quantidades relativamente altas deste nutriente associado à outras formas de nitrogênio, são disponibilizadas no meio aquático e podem alavancar a produtividade primária local.

Entretanto, estudos realizados em represas das bacias do rio Tietê e do rio Paranapanema em sistemas de tanques-rede com menos de cinco anos de atividade e com escala de produção de médio porte, mostraram situações similares em termos de condições limnológicas. Para a represa eutrófica (sensu Carlson in Henry et al., 2006) de Nova Avanhandava (baixo rio Tietê), Carvalho (2006) e Paes (2006) demonstraram que as pisciculturas em tanques-rede ainda não estão alterando as variáveis físico-químicas da água, uma vez que não foram detectadas diferenças significativas nesses parâmetros (pH, clorofila a, condutividade iônica, nutrientes totais, dentre outros) em relação a trechos sem influência do sistema de criação de peixes em tanques-rede. Resultados similares foram encontrados por Zanatta (2007) para represa de Jurumirim (alto rio Paranapanema) também em sistemas de médio porte (80 tanques-rede) e por Carvalho et al. (2008b) para represa de Chavantes (médio rio Paranapanema) em

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sistema maiores (entre 200 à 400 tanques-rede), que evidenciam não haver diferenças significativas nas condições físico-química da água e nutrientes entre trechos utilizados para pisciculturas em tanques-rede e trechos sem a interferência desta atividade. Contudo, nesta abordagem um fato comum em todas essas pisciculturas é a presença de muito perífiton (popularmente chamado de lodo) junto aos tanques que são limpos periodicamente por alguns piscicultores.

Outros autores demonstram a presença de alterações na comunidade planctônica nos locais utilizados por esta atividade. Por exemplo, Hermes-Silva et al. (2004) constataram na represa de Machadinho (Rio Uruguai) uma maior abundância zooplanctônica nas áreas mais próximas aos tanques-rede, como também observado por Dias (2008), para comunidade zooplanctônica na represa de Rosana (Rio Paranapanema). Diaz et al. (2001) na represa de Alicura (Argentina), relata incremento na biomassa de algas e mudanças na abundância da comunidade fitoplanctônica na área utilizada para piscicultura em tanques-rede. Estes estudos demonstram que dependendo da escala de produção de pescado, as pisciculturas em tanques-rede podem induzir a mudanças na comunidade planctônica, o que pode levar a problemas locais na qualidade da água. Reforçando essa tese, na literatura destaca-se o trabalho de Costa-Pierce e Soemarwoto (1990) que demostram esse problema ecológico nas represas Sauling e Cirata na Indonésia. Esses autores relatam que a falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes levou a instalação descontrolada de sistemas de tanques-rede, que acarretou um desequilíbrio na comunidade planctônica e a um rápido processo de eutrofização artificial, tendo como conseqüência perda da qualidade da água.

Assim, a determinação da capacidade de suporte ambiental é um dos parâmetros mais importantes para questão de qualidade das águas e seu estado trófico. Estudos mais aprofundados, com o aprimoramento do clássico modelo de Dilon and Rigler (1975) usado para a estimativa da capacidade suporte ambiental em nossas represas (Carvalho et al., 2008b) devem ser executados, visto que o estabelecimento dos limites quantitativos de tanques-rede numa determinada área aquícola são de fundamental importância no contexto da aqüicultura responsável (Beveridge, 2004). Neste sentido, Kubitza (1997), discute que a capacidade suporte está na dependência dos seguintes fatores, em escala de importância: 1) quantidade de alimento; 2) qualidade nutricional e física do alimento; 3) níveis críticos de oxigênio dissolvido; 4) concentração de substâncias tóxicas como a amônia e o nitrito.

De maneira geral, observa-se que o manejo zootécnico das pisciculturas em tanques-rede das represas da região sudeste do Brasil (caso do médio Tietê e alto Paranapanema, vide Carvalho et al. 2006 e 2008a), ainda não estão interferindo significantemente sobre a qualidade da água e estado trófico destes ecossistemas. Os resultados indicam que devido a pequena quantidade de tanques-rede e empreendimentos ainda recentes nessas represas, a biota está sendo capaz de mitigar os impactos desta atividade, reciclando na coluna d`água os efluentes aportados. Esta hipótese torna-se plausível desconsiderando-se o modelo simplificado de Dilon and Rigler (1975), fundamentado apenas no aporte e sedimentação do fósforo gerado pelo sistema de piscicultura e observa-se de maneira mais holística e integrada o ecossistema aquático e sua capacidade de responder a interferências antrópicas. Para tanto, os estudos de Ramos et al. (2008) e Ramos (2009) servem de respaldo para essa

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nova hipótese, visto que várias espécies de peixes agregam-se aos sistemas de piscicultura, criando novas teias alimentares, sustentadas pelo aporte de efluentes e sobra de rações. No tocante as sobras de rações, Ramos (2009) demonstra grande aproveitamento destas por uma espécie nativa (Pimelodus maculatus, popular mandiúva) abundantes no entorno dos tanques-rede.

2.2. Sedimento e comunidade bentônica As áreas próximas aos sistemas de pisciculturas em tanques-rede recebem

grande parte dos efluentes gerados por esta atividade, que irão ser depositados na forma de sedimentos orgânicos (Beveridge, 2004). Neste sentido, Alves et al. (2004), relatam que 66% do fósforo aportado pelo arraçoamento será depositado no sedimento, podendo causar mudanças em suas características físico-químicas e conseqüentemente mudanças na comunidade bentônica. Devido a estes fatos, a análise do sedimento é uma boa ferramenta para detectar mudanças limnológicas induzidas por pisciculturas em tanques-rede.

Sob este enfoque, há na literatura poucos registros abordando os impactos das pisciculturas em tanques-rede sobre a qualidade do sedimento em represas brasileiras. Alves et al. (2004) observaram que no Córrego do Arribada (baixo rio Tietê, SP) houve aumento nos processos de sedimentação e na concentração de nutrientes no sedimento próximo aos tanques, após um curto período de tempo da implantação da piscicultura. Hermes-Silva et al. (2004) constataram na represa de Machadinho (Rio Uruguai) uma maior abundância de macroinvertebrados bentônicos na área mais próxima aos tanques-rede, devido ao maior acúmulo de matéria orgânica no local. Resultado semelhante também foi registrado por Menezes e Beiruth (2003) ao estudar a comunidade bentônica de Guarapiranga (São Paulo), que apresentou maior abundância em áreas próximas as pisciculturas, entretanto menor diversidade de espécies. Enfatiza-se que o mesmo foi observado por Kelly (1993) em lagos da Escócia e por Kutti (2008) em um fiorde Norueguês, demonstrando que este fato pode ocorrer independente do ecossistema aquático analisado.

Estes fatos demonstram que a pisciculturas, em menor ou maior escala, estão modificando o sedimento e conseqüentemente a comunidade bentônica das represas brasileiras, embora não haja relatos sobre danos na qualidade do sedimento e comunidade bentônica para estes locais. Entretanto, na aqüicultura marinha, de maior porte (milhares de tanques) e já consolidada algumas mudanças preocupantes quanto à qualidade do sedimento são observadas. Nesta questão, Carrol et al. (2003), ao estudar salmoniculturas na Noruega, registraram que aproximadamente 32% das pisciculturas estudadas apresentaram padrão de qualidade de sedimento ruim ou péssimo no entorno dos tanques, enquanto que 10% apresentaram a mesma condição em distâncias intermediárias. Ainda, segundo Wu (1995) os maiores impactos da aqüicultura marinha sobre o sedimento são a alta demanda de oxigênio, sedimento anóxico, produção de gases tóxicos e o decréscimo da diversidade bentônica. Desta maneira, impactos semelhantes podem ser esperados para piscicultura em represas brasileiras, caso esta atividade continue a crescer sem a devida ordenação e planejamento ambiental.

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2.3. Ictiofauna A ictiofauna dos rios brasileiros, por apresentar grande diversidade de espécies,

que possuem táticas de vida diferenciadas, vem conseguindo se ajustar precariamente aos contínuos distúrbios ambientais, tais como o represamento (Agostinho et al., 2007). Atualmente, a atividade de piscicultura em tanques-rede, encontra-se em expansão nas represas brasileiras, sendo que seus impactos sobre a ictiofauna ainda são desconhecidos. Assim, devido a alterações ambientais como mudanças na comunidade planctônica e bentônica, causadas por esta atividade, pode-se inferir que também haja impactos quali-quantitativos sobre a ictiofauna das represas brasileiras.

Estudos recentes nas bacias do médio Tietê e no Alto Paranapanema (Carvalho et al., 2006 e 2008) demonstram que as pisciculturas em tanques-rede afetam de diferentes formas a ictiofauna residente. Quanto ao número de espécies ou “diversidade”, Paes (2006) relata para a represa eutrófica de Nova Avanhandava, maior diversidade de espécies de peixes no entorno dos tanques, no entanto, há dominância de poucas espécies (Plagioscion squamosissimus, Astyanax altiparanae e Metynnis maculatus), o que demonstra um desequilíbrio em relação aos trechos sem pisciculturas (“ecossistema natural”). Na represa oligotrófica de Jurumirim, resultado equivalente foi registrado por Zanatta (2007) que também observou uma maior diversidade de peixe no entorno dos tanques, mas com dominância por poucas espécies. Estes fatos são semelhantes aos reportados na literatura para aqüicultura em ecossistemas costeiros marinhos, onde também é constatado o efeito da atratividade destes sistemas (grande número de animais e dominância por poucas espécies no entorno do sistema de criação) (Boyra et al., 2004; Dempster et al., 2003; Håkanson, 2005).

Outra interferência induzida por esse tipo de piscicultura em relação à ictiofauna é a mudança nas táticas alimentares dos peixes residentes. Ramos et al. (2008), para a represa de Nova Avanhadava, relata que as espécies mais abundantes ao redor da piscicultura estudada (Plagioscion squamosissimus, Astyanax altiparanae e Metynnis maculatus), apresentaram mudanças em sua dieta em relação a exemplares capturados nos trechos sem influência desta atividade. Neste sentido, o autor registra que Metynnis maculatus (pacu-prata), alimentou-se quase que exclusivamente de restos de ração em áreas próximas aos tanques-rede, mudando seu hábito alimentar, que no ambiente natural é herbívoro. Ainda, demonstrou que para as três espécies estudadas, o comprimento padrão e peso total foram maiores nos exemplares coletados próximos aos tanques de piscicultura. Conclui que as pisciculturas em tanques-rede podem levar a mudanças na dieta de algumas espécies de peixes, tendo isto reflexos sobre a cadeia alimentar local. Sob esta mesma vertente, Eche (2008), relata que a espécie Auchenipterus osteomystax (bagre) na represa de Rosana (baixo Paranapanema), apresentou maiores valores no fator de condição e na densidade calórica em exemplares das áreas próximas aos tanques-rede. Este fato é um indício que a piscicultura pode estar alterando quali-quantitativamente os alimentos disponibilizados para esta espécie, com reflexos em suas condições somáticas.

Sob esta óptica, conclui-se que as pisciculturas em tanques-rede ao alterar a dieta dos peixes residentes em áreas próximas, estarão interferindo em toda a dinâmica ecológica local, em especial na teia alimentar, visto que estarão estabelecendo novas relações ecológicas na biota local, como inferido por Eche (2008), Håkanson (2005) e Ramos et al. (2008). Desta forma, infere-se que este tipo de atividade zootécnica, em

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ecossistemas aquáticos amplos e abertos, promove impactos que ainda não estão totalmente elucidados para as condições das bacias hidrográficas brasileiras.

2.4. Introdução de patógenos A piscicultura é considerada um dos principais meios de introdução de espécies

exóticas em novos ecossistemas, favorecendo a dispersão de doenças parasitárias entre as espécies nativas (Welcomme, 1988). No Brasil, o impacto ecológico da introdução de espécies exóticas de peixes tem sido analisado e foi demonstrado que uma das principais conseqüências deste processo ecológico são a introdução de patógenos e parasitos em peixes nativos (Agostinho e Júlio Jr, 1996).

Diversos exemplos sobre esta prática podem ser citados no Brasil. O mais importante é a lerneose, doença caracterizada pela presença do copépodo Lernea cyprinacea ao longo do corpo do hospedeiro, causando hemorragias e processos inflamatórios, com posterior necrose do tecido circundante (Alexandrino et al., 1999). As lesões ulcerosas provocadas pela estrutura em forma de âncora do copépodo servem também como porta de entrada para fungos e bactérias, causando a morte do hospedeiro parasitado (Querol et al., 2005). Segundo Fortes et al. (1998), a L. cyprinacea foi introduzida no Brasil através da importação de carpas húngaras (Cyprinus carpio), para a região Nordeste. Este parasita disseminou-se posteriormente para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, tendo sido encontrado parasitando diversas espécies de peixes nativos, entre elas, Cyphocharax spilotus, Cyphocharax voga e Steindachnerina biornata (Querol et al., 2005), o que representa um sério problema ecológico, bem como peixes em pisciculturas (Alexandrino et al., 1999), causando importante impacto econômico.

Entretanto, o impacto do sistema de piscicultura em tanques-rede na dispersão de parasitos ainda não foi efetivamente demonstrado. Zica (2008) realizou estudo abordando esta temática em sistema implantado há menos de cinco anos na represa de Chavantes e observou que tilápias-do-Nilo (O. niloticus), criadas em cativeiro apresentavam altas taxas de infecção por Trichodina sp. e monogenéticos, sugerindo que a espécie poderia estar introduzindo estes agentes no ecossistema. Porém, não foi observado a ocorrência destes parasitas de tilápia infectando os peixes nativos. Por outro lado, analisando-se as taxas de infecção por monogenéticos em mandis (Pimelodus maculatus), capturados ao redor dos tanque-redes e comparando com os peixes de pontos afastados desse sistema (grupo controle), observou significativa redução dos parasitas nos peixes capturados ao redor da piscicultura, sugerindo um efeito negativo do sistema de criação no ciclo biológico do parasita. Esse estudo levanta o questionamento da possibilidade de alteração desta situação atual com o decorrer dos anos e, portanto, sugere que a atividade de piscicultura em sistema de tanques-rede deve ser exaustivamente monitorada no sentido de se avaliar o possível potencial desta atividade na introdução de patógenos. 3. Considerações finais

Diversos autores relatam os impactos da atividade de pisciculturas em tanques-rede sobre o ecossistema aquático. Estes impactos causam interferências na qualidade da água, nas comunidades bentônicas, planctônicas e peixes. Entretanto, na historia recente desta atividade em represas da região sudeste do Brasil há poucas evidências

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da perda da qualidade da água em decorrência destes empreendimentos. Neste sentido, com base nas informações apresentadas, pode-se inferir que os efluentes emitidos por essa atividade certamente estão sendo aproveitados pela biota residente em áreas próximas as pisciculturas. Assim, a biota destes ecossistemas está prestando um importante serviço ambiental, uma vez que consumindo estes efluentes diminui os efeitos da eutrofização artificial.

Ainda, este tipo de ação antrópica, com vista à produção de alimentos, possui outras questões que merecem aprofundamentos e discussão. Entre eles pode-se citar a utilização de espécies não-nativas, com seus inerentes escapes e inserção na ictiofauna local, o uso de antibióticos nas rações, produtos para assepsias de instrumentos de manejo, tratamentos in locu de doenças e parasitas, com uso de produtos químicos nocivos à saúde ambiental e pública. Com base nessa situação, Agostinho et al. (2007) argumenta que esta complexa atividade exige de seus executores e gestores, dentre outros, aprendizados constantes, assistência técnica especializada e contínua e principalmente suporte científico, para se evitar graves danos ambientais.

Desta forma, neste controverso contexto, estudos integrados e multidisciplinares na vertente limnológica (qualidade de água e capacidade suporte ambiental), ictiológica (fauna agregada) zootécnica e econômica são pertinentes, visto que podem elucidar se há impactos e danos desta atividade, no sentido de nortear diretrizes para os órgãos de gestão ambiental, visando o ordenamento da atividade. Consequentemente, evitar os graves problemas relacionados à eutrofização artificial, aos escapes de espécies alóctones ao meio aquático. Enfim, executar medidas que preservem os recursos hídricos e aquáticos de nossas bacias hidrográficas e garantir a aplicação da tríade (sustentabilidade e responsabilidade ambiental, social e econômica) que pressupõe que a aqüicultura intensiva deve ser executada com planejamento, gerenciada com suporte técnico-científicos e balizada por diretrizes legais (Ayroza et al., 2006). Referências Bibliográficas

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