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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 97 - Dezembro 2015 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Artigos Recomendados EDITORIAL Mensagem do Editor Página 2 ******************* Crônica de Natal Página 3 ******************* Porque será que o Brasil não dá certo? Página 4 ******************* O natal e os excluídos Página 5 ******************* Um conto... Uma história A galinha Página 6 ******************* Página da Tia Genha Contos, Poesia e Crônicas Página 7 ******************* A Família do Século XXI Página 8 ******************* Quem falta, faz falta! Página 9 ****************** Islamofobia existe? Página 10 ****************** Os crimes socioambientais e a pedagogia da catástrofe Página 11 - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu .www.culturaonlinebrasil.net Baixe o aplicativo IOS www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org Página 12 A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA Parte VII - FINAL Página 15 A História do Samba Página 13 A lusofonia é uma Bolha “reinventamos o português, os tu- gas a aprenderem conosco, so- mos colonos desta vez” Continuação - Parte VII Página 16 E tem mais... Confira! Lembro-me que na minha infância não tínhamos muito dinheiro para presentes, mas toda vez que montávamos nossa árvore de Natal e preparávamos as decorações, mesmo sendo simples, era uma felicidade sem tamanho para mim. O sentido do Natal era tão grande que os presentes vinham como consequência.

097 - Dezembro - gazetavaleparaibana.com · E a tristeza incurável do tempo não passa fora de nós, passa é dentro e na pele marcada da gen- ... O fim do ano é sempre um tempo

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Ano VIII - Edição 97 - Dezembro 2015 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Artigos Recomendados

EDITORIAL Mensagem do Editor

Página 2 ******************* Crônica de Natal

Página 3 *******************

Porque será que o Brasil não dá certo?

Página 4 *******************

O natal e os excluídos

Página 5 *******************

Um conto... Uma história A galinha Página 6

******************* Página da Tia Genha

Contos, Poesia e Crônicas

Página 7 *******************

A Família do Século XXI

Página 8 *******************

Quem falta, faz falta!

Página 9 ******************

Islamofobia existe?

Página 10 ******************

Os crimes socioambientais e a pedagogia da catástrofe

Página 11

- Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

Agora também no seu

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Página 12

A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA Parte VII - FINAL

Página 15

A História do Samba Página 13

A lusofonia é uma Bolha

“reinventamos o português, os tu-gas a aprenderem conosco, so-

mos colonos desta vez” Continuação - Parte VII

Página 16

E tem mais... Confira!

Lembro-me que na minha infância não tínhamos muito dinheiro para presentes, mas toda vez que montávamos nossa árvore de Natal e preparávamos as

decorações, mesmo sendo simples, era uma felicidade sem tamanho para mim. O sentido do Natal era tão grande que os presentes vinham como

consequência.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download

Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

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Gazeta Valeparaibana e

CULTURAonline BRASIL

Juntas, a serviço da Educação e da divulgação da

CULTURA Nacional

Leia mais em 2016

“A leitura é uma conversação com os homens mais ilustres dos

séculos passados.” René Descartes

“Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de so-nhar, porque não sonhar os meus

próprios sonhos?” Fernando Pessoa

“A leitura especializada é útil, a

diversificada dá prazer.” Sêneca

“Às vezes a leitura é um modo en-

genhoso de evitar o pensamento.” Arthur Helps

“A leitura é para o intelecto o que o

exercício é para o corpo.” Joseph Addison

“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta

sede.” Carlos Drummond de Andrade

“Amar a leitura é trocar horas de fastio por horas de inefável e

deliciosa companhia.” John F. Kennedy

“A maior parte do tempo de um

escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer

um só livro.” Samuel Johnson

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socie-dade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebrasil.net

Mensagem do Presidente Estamos chegando a mais um final de ano. São promessas e esperanças que se renovam, como se as festas de natal e passagem de ano significassem um marco, a partir do qual pudéssemos zerar nossos erros e reiniciarmos novas vidas. Isso, apesar de ser quase verdade, é muito bom, já que aceitar compromissos e rever procedi-mentos significa vida, alegria de viver, sonho de felicidade. O projeto “Formiguinhas do Vale” só tem a comemorar em virtude do sucesso de seus meios de comunicação “Gazeta Valeparaibana” que já alcançou a significativa marca de 3.2 milhão de downloads e a sua rádio Web que também já ultrapassou a marca de 130 mil ouvintes únicos e mais de 2.5 milhões de acessos. Enfim, realizações e sonhos que se renovam junto com o compromisso de bem servir à nossa comunidade. Que cada um de nós possa encontrar a paz e um pouco de felicidade neste período de festas e no ano que se inicia. Muito obrigado a todos pelo incentivo e apoio. Boas festas. Até o próximo ano. Filipe de Sousa

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de

inteira responsabilidade dos colabo-radores que assinam as matérias, podendo seus conteúdos não cor-

responderem à opinião deste proje-to nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

Um novo ano

Vacina de ano novo Muitos me desejaram paz e amor em 75. Mas havendo amor, haverá paz?

Amor é o contrario radioso dela.

É inquietação, agitação, vontade de absorver o objeto amado, temor de perdê-lo, sentimento de não merecê-lo, ânsia de dominá-lo, masoquismo de ser dominado por ele, dor de não o haver conhecido antes, dor de não ocupar seu pensamento 24 horas por dia, e mais dias a pedir ao dia para ocupá-lo, brasa de imaginá-lo menos preso a mim do que eu a ele, desespero de o não guardar no bolso, junto ao coração, ou fisicamente dentro deste, como sangue a circular eterna-mente e eternamente o mesmo.

Amor é isso e mais alguma triste coisa.

E a tristeza incurável do tempo não passa fora de nós, passa é dentro e na pele marcada da gen-te, lembrando que eternidade é ilusão de minutos e o ato de amor deste momento já ficou mergu-lhado em ter sido. Amor é paz? Carlos Drummond de Andrade

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 3

Crônica de Natal Acho que as festividades de Natal nos nossos dias se revestem de muito mais que pura hipocrisia. Tem sem dúvida á mistura com esta ou por via dela, num flagrante e desmesu-rado aproveitamento comercial, diria que quase a todos os níveis. Para os presentes – quase todos por obrigação e não por amizade ou admiração, para as decorações – para não se perder o lugar no campeonato perante a vizinhança, e outras coisas com outros objetivos que me abstenho de aqui apresentar. Nunca fui capaz de entender como é que uma comemoração em honra do nascimento – “natális, nascor, nascéris, natus sum “ – puxa a objetivos tão dispersos e distantes da ale-gria pelo nascimento. Sabemos o significado forte da vinda a este mundo das crianças, dos nossos filhos, que quase comumente nos conduz a sentidas lágrimas com misto de alegria e felicidade, que se repetirão ao longo da sua vida, do seu crescimento, obviamente com marés altas e bai-xas, mas sempre para nós, sentidas como pais ou familiares, profunda e sinceramente, sem a obrigação hipócrita da oferta diária de presentes e prendinhas e prendinhas e pre-sentes, para lhes lembrarmos que existimos e que estamos ali para eles. Porque, ótimo e bom e humano é sentirem-nos sempre próximos com ao calor da proximi-dade sem limite de amor e sacrifício quando necessário. E tal surge natural e espontanea-mente com a grandeza e força incomensurável dum beijo ou dum abraço, dum auxílio no leito dum hospital, no aconchego com a palavra reconfortante perante a crueldade da vida e dos outros. Este, para mim é que deve ser o presente, a comemoração, o que quiserem como símbolo e prática de natal – a preço zero. Acho que o Natal não é sempre que o homem quiser – tem de o ser mesmo quando não quer! O natal atualmente não é mais que um reflexo da sociedade que fomos criando e que te-mos hoje. É um natal, frio, cheio de sentimentos fantasiados, hipócrita onde toda a gente tenta como que apagar os erros que fez ao longo do ano. No passado quase que não havia presentes, apenas pequenas lembranças e peças que necessitávamos, mas com sentimento, isso sim era importante. Hoje se compra e se gasta dinheiro em presentes para muitos alguns dos quais não nos dizem nada, apenas porque parece bem, fica bem, é uma obrigação muitas vezes despro-vida de qualquer sentimento nobre e que valha a pena. Foi isto que fomos criando e que cada vez se acentua mais nos nossos dias, o natal do fica bem e do faz de conta. Olhemos para dentro de nós; paremos, e pensemos no que realmente é o natal. De certo seremos mais verdadeiros durante todo o ano. Um Bom Natal a todos Vós

Filipe de Sousa

Calendário do mês

Alguns Feriados e

Datas Comemorativas 01 - Dia Internacional da Luta contra a AIDS 02 - Dia Nacional das Relações Públicas 02 - Dia Nacional do Samba 02 - Dia da Astronomia 02 - Dia Panamericano da Saúde 03 - Dia Internacional do Portador de Deficiência 04 - Dia Mundial da Propaganda 08 - Dia da Família 08 - Dia da Justiça 10 - Declaração Universal dos Direitos Humanos 14 - Dia Nacional do Ministério Público 15 - Dia Nacional da Economia Solidária 23 - Dia do Vizinho 25 - Natal 31 - Réveillon (Dia de São Silvestre)

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DEMOCRACIA

A verdadeira Democracia (onde o povo participe de alguma forma das decisões

que interferem nas relações sociais) su-põe uma prática pedagógica: educar pa-ra a cidadania. Educar é um ato que visa não apenas desenvolver nossas habili-dade físico-motoras e psíquico-afetivas, mas igualmente à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência

política.

A educação para a cidadania significa fa-zer de cada pessoa um agente de trans-formação social, por meio de uma práxis

pedagógica e filosófica: uma reflexão/ação dos homens sobre o mundo para

transformá-lo.

Este é um dos objetivo do Jornal

Gazeta Valeparaibana

O fim do ano é sempre um tempo de alegria e esperança: alegria por tudo aquilo que conquistamos durante todo este ano de 2015 e esperança para tudo que nos aguarda em

2016.

Neste tempo, lembramo-nos de tudo que nos aconteceu e também das pessoas que entraram em nossa vida, nos fizeram felizes, dividiram conosco momentos felizes,

algumas, com certeza, se casaram, outras tiveram a alegria de ter um filho (talvez aquele tão esperado há muito tempo), outras entraram na faculdade, muitas outras encontraram

verdadeiros amigos que as ajudaram a vencer um sofrimento, uma dor, a encontrar a direção perdida pelo caminho e, assim, a vencer diversas dificuldades.

Que no final de 2016, possamos ter as mesmas lembranças.

Gazeta Valeparaibana

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 4

Social Porque será que o Brasil não dá certo?

Porque será que o Brasil não deu certo, não dá certo, nada funciona? Dizem alguns que tudo de ruim que acontece é em função de origem, do domínio português. Que nenhuma das antigas colônias de Portugal conseguiu prosperar, basta ver a situação do Timor Leste, Macau, Cabo Verde, Angola,… …a lista é interminável, a grande maioria imersa na mais depri-mente miséria. Que lá mesmo em Portugal, nosso antigo colonizador, a taxa de analfabetismo é muito alta e o país está sofrendo uma série de problemas, enfrentando dificulda-des quase que insuperáveis na tentativa de integração à Co-munidade Européia.

Outros preferem acreditar, ainda, que "é tudo uma questão dos trópicos", do "carma" do Continente, citando como exem-plo as três Guianas colonizadas por países do primeiríssimo mundo, mas, mesmo assim, não fugiram ao círculo de deses-pero e nem ao horror que tão bem conhecemos. Esse assun-to talvez pudesse ser melhor definido por um estudioso das sociedades, um sociólogo (epa!). A questão é estarmos tão vacinados contra certos sabichões que preferimos ficar pre-sos às nossas próprias divagações e lucubrações, tentando descobrir que infelicidade é essa, a nossa, que vai se tornan-do crônica.

Outros existem, mais radicais, iconoclastas e ateus convictos que colocam a culpa de tudo na religião. No tipo de religião que formou o nosso país. A Igreja Católica, segundo esses outros, seria a culpada de tudo: "criou vícios insanáveis e acostumou o povo na desgraça". Eles entendem que o fato de o catolicismo pregar a conformação e a renúncia, o desa-pego a coisas materiais, o abandono de tudo que é terreno, preparando-se para entrar "no outro lado" com a alma limpa (onde tudo já se encontra pronto e arrumado, desde que o mundo é mundo), abateu o ânimo das pessoas, do "populacho", deixando pleno convencimento de que "o que tiver de vir, virá, não adianta correr atrás". Afinal, dizem os incrédulos, a Igreja Católica já trouxe tudo pronto, o Céu, o Purgatório, o Inferno, tudo montado e burocratizado: "porque alguém iria pensar em lutar por mudanças?" A mistura des-ses ingredientes (continente e religião), afirmam os descon-tentes, ao se adicionar ao pensamento português, "deu no que deu". Como conseqüência cria-se uma ideologia de mas-sacre nessa submissão.

No Brasil, ora no Brasil(!?), a maioria passa a vida inteira sem abrir um livro, sem ler, sem refletir, repetindo o que ouve aqui e alhures, quase todos com diploma universitário à mão, di-zendo-se "doutor". Faculdades e universidades nós as temos

aos montes, mesmo sem pagar e sem treinar professores ou, diríamos melhor, "reciclar" o magistério, mas isso já é uma outra história. Existem formados e conformados, sempre "conscientes" da intimidade com a "verdade", embora essa "verdade" muitas vezes seja apenas a repetição de velhos e carcomidos chavões, preconceitos, definições "perfeitas" e elaboradas que jamais são ou serão questionadas. Por falar em preconceito, para os que vivemos num país de profunda miscigenação racial, mas onde o negro, o mulato, o deserda-do e principalmente o pobre não têm vez, o Brasil adotou até mesmo o "elevador social" e o de "serviço", separando, nos edifícios residenciais, a companhia indesejável de "senhores" e "servos". É essa a pátria amada, salve, salve!

Existem dois livros relativamente recentes, fundamentais para quem deseja ter compreensão mínima de como funcio-na a nossa sociedade: "Chatô", de autoria de Fernando Mo-rais, e "Mauá", de autoria de Jorge Caldeira. O primeiro enfa-tiza a "formação política", a estruturação das principais maze-las nos nossos quadros dirigentes, enquanto que o segundo dá panorâmica exemplar a respeito de nossa "formação eco-nômica". Não são livros apenas dirigidos aos estudiosos dos temas, dos assuntos citados, mas, direcionados a todos os que desejam ampliar conhecimentos e decifrar o mínimo das estranhas mensagens emitidas das entranhas da sociedade nacional. Isso sem citar o clássico do jurista Raymundo Fao-ro, intitulado "Os Donos do Poder", editado pela Editora Glo-bo.

Num país onde existem cerca de 90% de analfabetos, muitos diplomados e que raramente abrem ou folheiam um livro (povo movido pela paixão, pela emoção pura e barata, que se deixa levar pela lavagem cerebral da Rede Globo), o precon-ceito com relação à candidatura do Dr. Enéas é fato que não chega a chocar, apresenta-se mais do que compreensível. Pergunte-se a pessoas de classe média se a candidatura Enéas pode ser considerada opção e, entre respostas de "vamos ver" e "quem sabe(?)" escutar-se-ão os que o apon-tam como "maluco" e "nazista", embora sem saber dizerem, tais pessoas, qual holocausto o indigitado "nazista" tomou parte ou ato insano praticado deva servir de referência à ad-jetivação. Isso num país que vem repetindo, eternamente, os mesmos erros e fracassos. Que não ousa mudar e que a cada novo pleito indica um representante ligado aos mesmís-simos grupos que se perpetuam e se perpetuam, por todos os séculos e séculos, amém!

REFRESCANDO A MEMÓRIA

Desde a chamada "Revolução de 30" até agora, as coisas vêm mudando sim, mas sempre para pior. Tivemos Getúlio Vargas por 15 anos, Eurico Gaspar Dutra(1946-51), nova-mente Getúlio(1951-54), Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ra-mos, os três últimos no intervalo entre o suicídio de Getúlio(1954) e a posse de Juscelino Kubitschek(1956-61). Jânio Quadros, que renunciou(1961), João Goulart(1961-64) e 21 anos de regime militar(1964-85). Depois, a famosa "redemocratização". Vieram, pela ordem (ou pela desordem?) José Sarney(1985-90), Fernando Collor de Mello(1990-92), Itamar Franco(1992-94) e, por fim, Fernando Henrique Car-doso. Este último apresentou, de cara, projeto igual ao de Carlos Menem (Argentina) e Alberto Fujimori (Peru), pois pretende ficar no cargo, se possível, a vida inteira. O que Fernando Henrique Cardoso está fazendo no Brasil e ao Bra-

sil é caso de polícia ou de deposição pelas Forças Armadas, se os militares não estivessem tão "queimados" e sentindo-se tão culpados pela longa permanência efetuada a partir de 64. O problema é que, se demorar muito, não vai sobrar mais motivo e nem razão para intervir. O Brasil terá se transforma-do, como está se transformando, num amontoado de "vagabundos" e desagrupados, o paraíso dos picaretas.

O Brasil se encontra quase que inteiramente dominado pelo tráfico de drogas, pela roubalheira institucionalizada, pela desestruturação educacional, pela rapinagem sem fim. "Vender" a Vale do Rio Doce, como o presidente Fernando Henrique Cardoso "vendeu", é caso passível de severa puni-ção por traição aos altos interesses da nação, crime de lesa-pátria. Além do mais, na maioria dos 26 estados da Federa-ção, os governantes que ali se encontram encastelados teri-am de estar, imediatamente, cumprindo longas penas de prisão! São ladrões do dinheiro público, assaltantes dos co-fres da nação, batedores de carteira, os verdadeiros culpados pela desordem e pelo desmonte de nosso país. O povo? Ora, direis, o povo! Encontra-se anestesiado pelas novelas imun-das e pornográficas da Rede Globo, a jogatina desenfreada e imoral dessa mesma emissora e de todas as outras que lhe seguem o exemplo vil, com os carnavais "fora de época", estimulados e patrocinados pelos governantes, a prostituição adulta e a infantil, a dificílima sobrevivência, enfim, a ativida-de diária nesse inferno em que estamos mergulhados. Vive-mos como na "Salve Rainha", "gemendo e chorando nesse vale de lágrimas".

E porque os militares ainda não intervieram, quando se sabe que a presente situação é muito mais estarrecedora do que aquela vivida antes de 64? Porque ficaram mais tempo do que o devido, ao darem o golpe naquele ano. Porque, ao invés de promoverem a necessária correção de rumos, retor-nando o poder constitucional aos civis, resolveram gozar as delícias do Olimpo. Porque os grupos que ali chegaram, no Palácio do Planalto, não honraram o nome e nem a tradição das Forças Armadas, respingando lama na instituição. Alia-ram-se e foram envolvidos pela escória civil (esses políticos), a mesma escória que aí continua a sangrar o dinheiro públi-co. Do jeito que as coisas estão caminhando, com as Forças Armadas sem equipamento e sem efetivo, vivendo à míngua, dependente dos entreguistas que estão no poder, não vai sobrar muita coisa em curtíssimo espaço de tempo.

Por isso, se nós temos uma saída democrática, e se essa saída democrática é pelo voto, mesmo manipulado pelas pesquisas, confundido pela máquina administrativa e compra-do pelas estruturas partidárias (onde se reduz criminosamen-te o tempo gratuito de televisão que seria destinado aos opo-sitores do sistema), está na hora de mudar e de se procurar alternativa para o Brasil antes que seja tarde demais. Vamos entrar nessa campanha, atuar como se fosse a última espe-rança, trabalhar os que temos consciência desse gravíssimo quadro, para remover o lixo apodrecido de nossa atividade política e administrativa. Vamos, acima de tudo, acreditar, mais uma vez, procurando o melhor para os nossos descen-dentes, agindo, por questão de dever cívico e de cidadania.

Essa é uma tarefa gigantesca, colocada com todo o seu peso nos ombros daqueles que ainda conseguem pensar no Brasil.

Da redação

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 5

Nossos deveres

O Natal e os excluídos Neste mês, no próximo dia vinte e cinco, é mais um Natal. O Natal é uma cerimônia de origens pagãs que foi assimilada pelo Cristia-nismo com a finalidade de comemorar o ani-versário de Jesus Cristo. Atualmente, não é Jesus Cristo o grande destacado da come-

moração, e sim o fictício Papai Noel, que esti-mula o consumo de presentes, portanto, mais interessante para o Mercado.

É uma época onde principalmente as crian-ças ganham presentes, muitos adultos tro-cam presentes entre si, parentes e amigos muito próximos se reúnem para cearem jun-tos. É uma época onde as pessoas se unem.

Porém, não funciona assim para todos. Pes-soas que moram na rua, pessoas que já não têm família ou nunca tiveram, pessoas que são simplesmente recusadas e excluídas pe-la sociedade civil não desfrutam de tal prazer, de tal confraternização. Não recebem presen-tes de ninguém, não têm a oportunidade de cear como os mais favorecidos têm.

O Natal, outrora cerimônia religiosa, virou um símbolo do consumismo capitalista. Só quem tem dinheiro para consumir que é levado em consideração. Só quem tem dinheiro é que pode celebrar com a mesa repleta.

Por mais que existam pessoas que reprovem Jesus Cristo nos dias de hoje, por serem con-tra religiões por diversos motivos, Jesus é o maior símbolo de solidariedade que existe até o momento. E se o Natal foi criado para se comemorar o aniversário de Jesus Cristo, é incoerente as pessoas celebrarem o Natal mas, não serem solidárias com os excluídos.

A sociedade civil tem que começar a rever os seus conceitos, começar a procurar entender melhor as coisas. Para que celebrar um rito cristão se não concordam com a proposta de Cristo? Mas, se concordam com a proposta, por que excluem parte dos indivíduos que compõem a sociedade civil? Por que tanta segregação, tanta discriminação?

O Natal é uma época ótima para que as pes-soas reflitam sobre o assunto.

João Paulo E. Barros.

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

Neste Natal seja mais presente!

Todos nós, ao chegar nesta época, poderíamos nos perguntar qual o melhor presente para se ga-nhar e para dar. Só que este presente precisa ser algo que realmente tenha algum significado.

Normalmente ganhamos e procuramos dar apenas coisas materiais. Estas também são importantes. Todavia, muitas vezes, há momentos e coisas que ganhamos, as quais nos engrandecem e são im-pagáveis.

Lembro-me que na minha infância não tínhamos muito dinheiro para presentes, mas toda vez que montávamos nossa árvore de Natal e preparávamos as decorações, mesmo sendo simples, era uma

felicidade sem tamanho para mim.

O sentido do Natal era tão grande que os presentes vinham como consequência.

Hoje em dia, infelizmente isso mudou. As crianças já esperam ganhar roupas, brinquedos e outros presentes das lojas. Infelizmente, elas não são estimuladas a esperar algo diferente disto.

Por isso, neste Natal, podemos fazer com que o significado do “presente” seja mais interessante do que apenas ganhar roupas, jóias, brin-quedos, etc. Podemos usar a criatividade para surpreender quem amamos de outras formas.

E certamente serão muito mais significativas. E falando em presentes, o melhor presente é o Livro.

Pensem nisso!

Filipe de Sousa

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Um conto, uma história. A GALINHA

Estava minha ami-ga andando numa rua arborizada e agradável no bairro do Morumbi com seus dois cachor-ros, grandes, pretos

e, quem os via, ficava com receio de chegar perto, pois, apresentavam um porte soberbo e ela, cara de quem tinha sorte de eles serem guardiães da sua casa.

Pelos anos de amizade que temos,sei da doci-lidade desses cães e a amabilidade como são tratados. Sempre cuidou com comprometimen-to e carinho outros animais que viveram por longos e felizes anos com ela.

Ela teve uma gata muito engraçada que me divertia muito em ouvir suas pitorescas histó-rias e uma delas presenciei: descia elegante-mente as escadas da casa e no meio do cami-nho deparou-se com os“temíveis” cães. Pas-mem! A gata, no meio do trajeto, parou e fez movimentos contorcionistas próprias de felinos e,subitamente um deles,literalmente, ficou pa-ralisado olhando agatinha que continuou seu trajeto suavemente, passando por eles tranqui-lamentee seguindo para suas aventuras notur-nas. Lembro até hoje dessa cena e penso que o observador deveria estar apaixonado pela gata e não podendo assumir essa paixão que não é politicamente correta entre cães e gatos.

Oh! Seria uma vergonha, um cão apaixonar-se por uma gata, talvez por isso ele ficasse incri-velmente paralisado...

Continuando a falar de minha amiga, uma luta-dora em prol dos humanos a vida toda, hoje luta pelos animais e abraça as causas com de-terminação e sabe tanto sobre eles que me fascinou e até me fez gostar e entender me-lhor “os gatos”, MEAU!

Mas, eis que no derradeiro dia de seu passeio, ocorreu um fato inédito, fora o dia do sapo cu-ruru e outras histórias que estou disposta a investigar e, que poderão ser descritas em ou-tros contos. No momento dedico-me a esse peculiar acontecimento que vou relatar:

Saiu de casa e deparou-se com uma galinha, desgovernada, assustada e notou que a coita-da precisava de um “ombro amigo”.

Imaginou que a coitadinha poderia ter caído de algum transportador, que não a viu cair, ou algum insensato que não a quis mais e a jogou ao léu sem pensar no pavor de uma galinha na

rua, no meio do trânsito deparando-se com pessoas elegantes indo ao shopping e que ja-mais se aproximariam dela. Um horror!

Faço o que então? Pensou ela.

Pego a galinha rapidamente e a levo para al-gum lugar que a cuide de forma adequada...

Pense em uma amiga, já na “melhor idade”, agitada numa via de seu nobre bairro, tentan-do capturar uma galinha. Primeiro quem via não entendia e nem poderia imaginar uma pessoa culta e brilhante correndo atrás de uma galinha.

Mas, eis que para sorte dela, apareceu uma viatura policial bem à sua frente, não hesitou em pedir ajuda relatando sua preocupação com a galinha que poderia ter um final trágico. Os policiais pararam e a ouviram, mas, não obteve êxito, pois não teria cabimento levar uma galinha para a delegacia e sugeriram que ligasse para o Centro de Zoonose o que tam-bém não foi solução porque não estavam mais ativos para esse tipo de atendimento.

Novamente diante do problema, recorreu aos policiais que então sugeriram que levasse a galinha pra casa e cuidasse dela.

“Um estalo” – maravilha de ideia, pensou, só que não conseguiria pegá-la, mas eles, por serem treinados para diversas ocorrências, poderiam facilmente ajudá-la a capturar a fami-gerada.

E assim foi, pararam a viatura, correram pra lá e pra cá atrás da penosa e a entregaram para minha amiga já que para sorte deles, não havi-a provas de quem praticou esse crime contra a mesma e que justificasse os defensores da lei ainda terem que fazer um boletim de ocorrên-cia.

Despediram-se cordialmente e, com certeza, devem ter comentado que encontraram uma velha maluca que os fizeram correr atrás de uma galinha.

Perguntei a minha amiga:

- Afinal que fim teve a galinha?

Ela me respondeu que um amigo a levou para um sítio e que lá terminou seus dias muito fe-liz.

Cá entre nós, acho que ela teve outro final que não devo contar pra ela, mas, posso contar pra vocês:

Pra mim, ela virou canja!

Genha Auga

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O QUE ELES DISSERAM SOBRE A LEITURA

“A leitura é a viagem de quem não pode

pegar um trem.” Francis de Croisset

“A leitura, como a comida, não alimenta

senão digerida.” Marquês de Maricá

“A leitura, após certa idade, distrai

excessivamente o espírito humano de suas reflexões criadoras. Todo o

homem que lê demais e usa o cérebro de menos, adquire a preguiça de

pensar.” Albert Einstein

“A leitura engrandece a alma.”

Voltaire

“A leitura deve ser para o espírito como o alimento para o corpo, moderada, sã e

de boa digestão.” Marquês de Maricá

“A leitura nutre a inteligência.”

Sêneca

“A leitura não é uma atividade elitizada, mas uma ferramenta de transformação

social dos indivíduos.” Julian Correa

“A leitura não deve ser mais do que um exercício para nos obrigar a pensar.”

Edward Gibbon

“São necessários anos de leitura atenta e inteligente para se apreciar a prosa e a poesia que fizeram a glória das nossas

civilizações. A cultura não se improvisa.” Julien Green

“O importante é motivar a criança para

leitura, para a aventura de ler.” Ziraldo

“Um público comprometido com a

leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que

alguns fazem passar por idéias.” Mário Vargas Llosa

Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 6

Contar histórias é uma atividade que ocupa a imaginação humana há

milhares de anos. Gente de todos os lugares conta histórias para divertir, ensinar, relembrar ou apenas passar o tempo. As pessoas começaram a

contar histórias muito antes de a escrita ter sido inventada.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos, Poesias e Crônicas SER AVÓ Ser avó é ser mãe pela segunda vez com o que incrivel-mente a natureza nos brinda na idade

mais avançada com paciência, flexibilidade, compreensão e de forma bem mais tranqui-la. É vivenciar aventuras, imaginários, tra-quinagens que nem sempre tivemos tempo de fazer com nossos filhos, ocupados que fomos sempre em suprir nossas obriga-ções.

Há quem ache que mimamos e estragamos netos e na verdade o que fazemos é manter um relacionamento melhor, leve e divertido realizando tarefas com cumplicidade, nos divertindo e fortalecendo o carinho através do lúdico, da fantasia, nos aventurando nesse mundo onde, pais são “proibidos” de entrar. (infelizmente nem todas podem des-frutar e usufruir dessa melhor parte de ser avó).

Geramos com isso, uma infância cheia de descobertas e transformações que é o ca-minho para a adolescência com proteção, amor e atenção, quesito básico no desen-

volvimento de nossos pequeninos, fortale-cendo sua personalidade com suporte físico e psicológico até para enfrentar os conflitos que virão na adolescência.

Aprendem conosco a respeitar os mais ve-lhos aceitando suas limitações, diferenças e fragilidades bem como respeitamos as de-les.

Em contrapartida, nos beneficiamos dessa relação porque nos afastam da depressão do contexto do mundo adulto. Os netos nos representam sempre um tempo de renova-ção e que nos rejuvenesce.

Eles nos ativam e nos tornam úteis além do lavar, cozinhar, realizar tarefas que devem ser exclusivas dos pais, e isso, nos permite a movimentação, o passear livremente, brincar do jeito de criança e que todos da “menor e melhor idade” adoram.

Nossos queridos netos nos motivam para a sociedade moderna, com eles vestimos mu-danças diariamente e tomamos conta das ferramentas tecnológicas que aprendemos com eles.

Concluí que a melhor troca de geração é: De mãe para avó.

Genha Auga

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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Genha Auga

jornalista MTB:15.320

Então os pássaros voaram e com eles os meus

anjos se foram.

Então, me vi só, seguindo meus próprios passos.

Agora serei eu e mais ninguém...

Olhei para trás e vi uma sombra!

Percebi que não era a minha e sim a “Dele”.

Segui com passos firmes e segura.

Sei que não cairei porque “Ele” está sempre comigo.

Uma manhã ensolarada após um dia muito difícil...

Genha Auga

MINIBIOGRAFIA DA AUTORA Jornalista formada pelas FIAM - Faculdades Integradas Alcântara Machado. Membro da UBE – União Brasileira dos Escritores. Atualmente: Cronista – Contista – Poetisa - Aplicadora e ledora de provas em concursos públicos e vestibulares e de avaliações de instituições do ensino médio e superior. - Atuei na coordenação do núcleo de educação, exatas e saúde das FMU -Faculdades Metropolitanas Unidas. - Atuei como Jornalista Responsável das Revistas na Área da Saúde e na publicação da “Coletânea das Semanas Científicas”da Faculdade Santa Marcelina e Escola Sophia Marchett. - Publicações em antologias de contos e poesias, (Brasil - Genebra – Portugal). - Participação com poemas/contos/crônicas de minha autoria em e-book - abertura de shows - saraus literários – rádio/jornal online – bienal - blogs – sites – portal. Contatos:e-mail: [email protected]

Genha Auga

Assim como um dia bem aproveitado proporciona um bom sono, uma vida bem vivida proporciona uma boa morte. ... O dia mais feliz é aquele que você se faz especial.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 8

A família

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A Família do século XXI

“No Estatuto da família está definido que famí-lia é a união entre homem e mulher por meio de casamento ou união estável, ou a comuni-dade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos.” Sabemos que a família é o primeiro núcleo social do qual fazemos parte, e sabemos que esse con-ceito não mais se sustenta. O mundo mudou, as pessoas mudaram, evoluímos, quero crer que pa-ra uma sociedade melhor, menos preconceituosa e que entende que amor não tem cor, nem sexo, vem do coração e só. Casais homossexuais com filhos são uma família, tanto quanto casais hetero. No mundo contemporâneo não cabe mais apenas a forma tradicional de família. Novas combinações surgiram. Temos a família Mononuclear; (Famílias formadas por mãe, pai e filhos) Família Homoma-ternal; (Famílias formadas por mães e filhos) Fa-mília Homopaternal; (Formada por pais e filhos), a mãe que cuida dos filhos sozinha, Monoparental; Pais independentes; (Pais que cuidam dos filhos sozinhos) pluriparental (o casal ou um dos dois têm filhos provenientes de um casamento ou rela-ção anterior); extensa ou ampliada (tem parentes próximos com os quais o casal e/ou filhos convi-vem e mantém vínculo forte, podemos continuar citando outros tipos de relação, não importa que tipo é, importa que sejam respeitadas e que se-jam reconhecidas para que tenham seus direitos garantidos. Nesse conceito de família que está no nosso esta-tuto, temos várias violações aos Direitos Huma-

nos, vejamos então: Está presente a intolerância, a discriminação, o preconceito, a falta de respeito a dignidade da pessoa humana, o desrespeito a liberdade e outros direitos que fazem parte da nossa existência e de nós enquanto seres huma-nos. Um conceito que faz parte de um projeto de lei aprovado em setembro de 2015 por uma co-missão especial composta por nossos represen-tantes legais. Eu me pergunto a quem eles real-mente representam? Pessoas que estão fomentando a intolerância, a discriminação. Existe um conceito correto sobre o que é família? Então casais homoafetivos por e-xemplo ficam de fora desse conceito, como se assim eles deixassem de existir. Família é a que é formada por laços consanguíneos e também por afinidade, o sexo dos casais pouca importância tem. Não tem como não citar o Art.1º da Declara-ção de Princípios sobre a tolerância. “A tolerância é o respeito, a aceitação e a apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas manei-ras de exprimir nossa qualidade de seres huma-nos.” É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade de pen-samento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. A diversidade faz parte da nossa sociedade, con-ceitos antigos devem ser mudados, mas para que isso aconteça é necessária uma mudança de pos-tura, de visão, e de um novo olhar sobre esse no-vo mundo. Outro direito violado por esse conceito ultrapassado de família é a igualdade, é um direito fundamental, que faz parte da segunda geração dos Direitos Humanos. É sobre a liberdade e a igualdade que está fundamentada a dignidade da pessoa humana, passa pelo direito a dignidade e a igualdade o respeito à orientação sexual de ca-da um. O respeito pela maneira de ser e de viver. O Estado tem o dever de proteger as liberdades fundamentais da pessoa humana e seus direitos, como liberdade de se expressar livremente, seu direito de escolha, de credo, seus valores, direito a intimidade e tantos outros. Quem somos nós para dizer que um casal homoafetivo não pode formar uma família? Dignidade e liberdade estão ligadas, cabe ao Estado assegurar os meios que

nos garantirão as condições necessárias para que tenhamos uma vida digna e ao mesmo tempo nos auxiliar para que possamos dar sentido a nossa própria existência. Existe uma nova diversidade estrutural, em que os papéis de cada um não são estáticos. Mudam conforme a necessidade de ca-da núcleo familiar. Fato é que a família, não importa de que tipo seja, continua sendo importante na formação do indiví-duo e na inserção dele na sociedade. Os padrões patriarcais já não cabem mais. As mudanças soci-ais e culturais exigem que se repense sobre a “instituição família”. A família ideal não existe. Existe a família possí-vel, aquela que nos acolhe, transmite valores, e-ducação, amor, nos socializa, onde nossas primei-ras aprendizagens ocorrem e onde nos desenvol-vemos como seres humanos. Compreender essas mudanças estruturais é algo complexo, muitas são as dificuldades que surgem. A visão conservadora, o preconceito, a discrimina-ção. A falta de visão dessa nova realidade acaba por se estender ao Direito, que está engatinhando no que diz respeito à previsão legal desses novos tipos de relação. Os conflitos surgem a todo o mo-mento e legitimar esses novos relacionamentos é fundamental para a sociedade. O Estado existe para nos defender, para salva-guardar nossos direitos, criando condições para que possamos agir livremente e conduzir nosso próprio destino sob sua proteção, através da pro-moção e da proteção dos direitos individuais, sem com isso interferir e desrespeitar o direito a digni-dade da pessoa humana. Ser feliz é tudo o que queremos. Termos nossos direitos respeitados e salvaguar-dados já é um passo nessa direção. Nossa felici-dade deve vir em primeiro lugar. E que as novas famílias sejam acolhidas e respeitadas e tratadas com igualdade perante a lei.

Mariene Hildebrando Professora e especialista em Direitos humanos

Email: [email protected]

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 9

Discutindo a Educação QUEM FALTA FAZ FALTA Como driblar a evasão escolar e maximizar o corte de custos na educação. Que a evasão escolar é um problema nacio-nal, principalmente no Ensino Fundamental II e Médio, isso ninguém discorda. O grande pro-blema é: Por que esses jovens faltam tanto ou evadem à escola? Necessidade de ajudar fi-nanceiramente suas famílias? Não se encon-traram na escola? Cerceamento da sua liber-dade de expressão? Não encontraram signifi-cado na escola? Ou simplesmente por que não quiseram mais ir para a escola?

Quando se discute ausência escolar e evasão, deve-se levar em conta que cada caso é um caso. De qualquer forma, ainda que este pro-blema seja um problema sociológico, é preciso deixar bem claro que isso também se reflete em um problema econômico de curto, médio e longo prazo, a saber: A curto prazo, entende-se que a evasão vá trazer um maior custo pa-ra quem financia a educação, já que este está ocupando a vaga de alguém que poderia estar estudando; A médio prazo, uma vez que o jo-vem tende a voltar para a escola (na modali-dade EJA), sendo necessário mais investimen-tos e; a longo prazo, quando este jovem in-gressar no mercado de trabalho sem compe-tências e habilidades mínimas para exercer alguma profissão, uma vez que não foi devida-mente trabalhado na escola.

De qualquer forma, governos se articulam pa-ra minorar a problemática da evasão. Novas propostas curriculares se articulam, diferentes compras de materiais tecnológicos são feitas, campanhas para trazer o aluno de volta para a escola são realizadas e até a “ajuda” do Con-selho Tutelar é requerida.

É louvável e até importante que se queira arti-cular diferentes planos para garantir que o jo-vem não evada a escola, porém, há que se trazer ao debate as políticas que não se preo-cupam em trazer o jovem para a escola por-que estão pensando no futuro da sociedade, e sim em cortar custos e elevar índices, e é so-bre isso que se trata esse artigo. Mais especi-ficamente, um projeto do Estado de São Pau-lo.

“Quem falta faz falta”. É com esse slogan que a Secretaria de Estado de Educação de São Paulo lançou em 19 de agosto de 2015 a Re-solução SE 42 que institui o programa que le-va este nome. O programa apresentado tem como único objetivo “Reduzir ainda mais o nú-mero de faltas e o abandono escolar no Esta-do” (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, 2015) e é exatamente sobre este ponto que será dada esta discussão. No vídeo institucional citado é

alegado que as Diretorias de Ensino e as es-colas já realizam vários movimentos para re-duzir o número de falta, novamente é afirmado que isso “já se reflete através dos indicadores de aprovação e na redução da reprovação por faltas”.

Inicialmente é preciso destacar que já publica-mos algumas reflexões sobre a questão da falta e do abandono escolar, inclusive apre-sentando algumas dicas de como o professor, o coordenador pedagógico e o diretor de esco-la devem tratar essa questão. Abaixo é possí-vel verificar os endereços para esses dois arti-gos.

A legislação brasileira traz para o poder públi-co a responsabilidade sobre a permanência do jovem na escola, porém, na prática o que a-contece é que muitos não querem ou não po-dem frequentar a escola. No papel, cabe ao poder público e aos pais zelar pela aprendiza-gem do aluno (basta consultar a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adoles-cente e as Diretrizes e Bases da Educação Nacional).

O nó na garganta se dá ao refletir sobre o pro-jeto “Quem falta faz falta” se dá sobre aquele aluno que não foi para escola ao longo do ano pelo simples motivo de não querer ir pra esco-la, pois nada ali lhe despertava o interesse e a motivação para frequentar aquele lugar. Na prática, este projeto se articula de uma forma com que, independente de qualquer coisa,fará com que o aluno seja promovido. No limite, o aluno foi chamado junto com seus pais e foi oferecido uma oportunidade impar: fazer um “trabalhinho” para passar de ano. Imagine que supostamente este aluno não vá apresentar o tal trabalho solicitado. Sabe o que vai aconte-cer? Adivinhe: vai passar de ano, vai ser pro-movido, vai ser empurrado para a série se-guinte e aqui vou levantar dois pontos: (1) al-guns dirão: “mas a vida vai ensinar este jo-vem” e, (2) “não é justo que eu tenha me es-forçado o ano todo para que ele também fosse promovido sem fazer absolutamente nada”.

O que se observa é que o Governo de São Paulo tem tomado medidas desesperadas pa-ra conter custos com a educação. No final de 2014 (logo após as eleições) foi cortada a ver-ba de manutenção das escolas e a verba de papelaria. Chegamos ao absurdo de ver pro-fessores levando giz e papel higiênico para as escolas. Não somente em 2014, mas no cor-rente ano, o corte de verbas continuou. Foi di-minuído drasticamente a verba de papelaria, a verba de manutenção e o corte 100% da verba para realização de projetos (PRODESC) e do Programa Cultura é Currículo, isso sem falar

no fim do projeto “Residência Educacional” e no corte dos programas “Escola da Família” e “Bolsa Alfabetização”. No início de 2015 pipo-caram várias denúncias sobre fechamento de salas de aula com superlotação de alunos e no segundo semestre essa medida mais re-cente da “reorganização” que pretende fechar 94 escolas. Observa-se claramente a impor-tância que se dá à educação.

Será que realmente está correto o que o Esta-do de São Paulo está fazendo? Aprovar o alu-no sem critérios mínimos de aprendizagem só para conter custos e elevar índices é uma boa opção? Alguém já parou para calcular o custo social da aprovação automática que se insta-lou neste país? Alguém já parou para pensar que essa aprovação automática já chegou ao ensino superior e hoje os médicos se formam sem noções básicas de biologia? Advogados não conseguem interpretar uma lei? Professo-res que não tem proficiência na leitura? Pro-fessores de matemática que não sabem mate-mática? Engenheiros que não sabem diferen-ciar solo de rocha?

Você acredita que um aluno que não frequen-tou essa escola que não lhe ofereceu atrativo ou significância mínima para sua aprendiza-gem, e que fez no final do ano um “trabalhinho”, realmente aprendeu alguma coi-sa? Pois é caro leitor, é assim que vai aconte-cer neste ano.

Um feliz natal e um próspero ano novo!

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO Conheça o projeto Quem falta faz falta. Dispo-nível em: https://goo.gl/0Nv5jx Acesso em 24 nov. 2015. 1. Quem é o maior responsável pela educação do meu filho http://goo.gl/r2ivlt 2. Sobre faltas e evasão escolar: a responsa-bilização das faltas http://goo.gl/N2jY1O Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo [email protected]

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 10

Opinião Islamofobia Existe?

Após os atentados terroristas de Paris, França e Bélgica decretaram “estado de emergência” e fecharam suas fronteiras. Imediatamente, a mídia mundial (seja a oficial ou a paralela) sa-iu em defesa dos radicais islâmicos, lançando uma chamada de atenção para que tais medi-das não reacendam a “Islamofobia” na Euro-pa, nos EUA e no mundo. A retórica midiática culpa o Ocidente pelo ataque e transforma o algoz em vítima.

Palavras com o sufixo "fobia" indicam a exis-tência de algum medo irracional sobre alguma coisa, isto é, sem justificativa real para sua proporção ou existência. Desta feita, será “Islamofobia” uma palavra adequada para de-finir o “preconceito” contra muçulmanos?Não seria mais apropriado falarmos em sentimento "anti-muçulmano" ou "anti-islâmico", na mes-ma medida que falamos em antissemitismo em vez de semitofobia? Parece que sim. Por quê? Porque, "Islamofobia" é um termo es-querdista inventado para sugerir que ter medo de assassinos e terroristas é doença men-tal.Assim, por definição, todo “islamofóbico” é um doente mental.Por conseguinte, o conceito inerente a definição da palavra sugere que inexiste o radicalismo islâmico e o terrorismo, pois, isso é fruto de uma cabeça doente. É preciso estar atento a este fato, pois, palavras não surgem no vácuo, aleatoriamente e, refle-tem sempre interesses aos quais ela atende, visto que foi escolhida por um grupo para ini-ciar uma qualquer definição semântica. “Islamofobia” é um termo inventado por quem defende a Sharia. A dificuldade dos jornalis-tas, comentaristas e acadêmicos de entender a Sharia advém, em parte, da falta de visão do lugar que o Islam ocupa na geopolítica clássica, qual a natureza geopolítica do Islam no mundo e quais são os poderes que dispu-tam a hegemonia do mundo.

Para se ter uma ideia da complexidade do te-ma, atualmente, há três forças históricas que disputam o poder no mundo que se articulam

em três projetos de dominação global: 1) a elite governante da Rússia-China, especial-mente os serviço secretos desses dois paí-ses; 2) a elite financeira ocidental, tal como representada especialmente no Clube Bilde-berg, no Council on Foreign Relations (CFR) e na Comissão Trilateral; 3) a Fraternidade Islâ-mica , as lideranças religiosas de vários paí-ses islâmicos e também alguns governos de países muçulmanos (CARVALHO, O. de. Os EUA e a Nova Ordem Mundial. Vide Editorial). A mídia resolve toda essa questão imputando aos EUA, à Israel e ao Ocidente toda a culpa das desgraças macro e micro que acontecem dentro da África e no Oriente Médio, identifi-cando falsamente o Clube de Bildeberg com os EUA. Basta apenas um detalhe para cons-tatar que tal afirmação carece de fundamento. As três forças históricas tem como objetivo a destruição de três coisas: o Ocidente cristão, os EUA e Israel. Ora, como é possível que os EUA quisesse destruir a si mesmo se de fato, pertence ao segundo grupo, o da elite finan-ceira ocidental? Os EUA não são o centro de comando do projeto globalista da elite finan-ceira ocidental, mas, ao contrario, sua vítima prioritária, marcada para morrer. Só uma far-sa tremenda pode veicular tal tese.

A pergunta que é proibida de se fazer é por-que as três forças históricas pretendem des-truir e coisas:

1) as comunidades cristas, católicas ou pro-testantes de todos os países;

2) a nação judaica;

3) o nacionalismo conservador americano? Que a extinção dessas três comunidades está em curso desnecessita ser provada, basta que se veja diariamente o patente assalto cul-tural, midiático, político e jurídico que se move contra elas mundo afora. Essas três comuni-dades tem respondido aos ataques de modo pontual, desconexo e de longe, inexiste um plano que unifique suas ações. O livro de Jo-el Richardson ISLAMIC ANTICHRIST traça um panorama atualíssimo sobre o tema.

Quanto às interpretações falsas que imputam ao Ocidente cristão, à Israel e aos EUA todos os males internos da África, recomendo a lei-tura de grandes especialistas do tema cujas obras analisam os problemas internos da pró-pria da África, criados pelas estruturas das suas culturas:

1) LUGAN, Bernard. Histoire de l’Áfrique- des origens a nos jours. Ellipse, 2009) – o livro re-lata a escravidão branca dentro da África;

2) BAEPLER, Paul. White Slaves, African Masters: an anthology of american Barbary captivity narratives. University of Chicago Press, 1999 – o livro fala da escravidão dos negros pelos negros mostrando que ela foi imensamente maior que a promovida pelos brancos europeus;

3) N’DIAYE, Tidiane. Le genocide voilé: en-quête historique. Gallimard.- o livro trata da escravidão promovida pelos muçulmanos dentro da África.

A “Islamofobia” existe? Não! “Islamofobia” é uma palavra ligada à chamada guerra cultural (movida pelas três forças históricas que dispu-tam o poder no mundo), a guerra que reduziu a cultura a instrumento de propaganda e ma-nipulação. Inexiste “Islamofobia” no Ocidente. Existe, sim, sentimento "anti-muçulmano" ou "anti-islâmico”, fundamentado em bases muito concretas de ameaças impostas pela Sharia, cujo mandamento primeiro decreta que a Sha-ria é Universal e nada existe fora dela. Esse sentimento é legítimo? Evidente que sim, da-do que refere-se a uma ameaça real ao Oci-dente cristão feita pela Sharia.

Os analistas de plantão “não têm a menor condição de entender como é o processo pro-fundo da guerra de civilizações, porque para isso seria preciso estudar o Islam até às últi-mas fontes da espiritualidade islâmica, que estão bem remotas da política diá-ria” (CARVALHO, O. de. O segredo da inva-são islâmica).

"Mas, quanto mais o tempo passa, mais vejo

que a incapacidade de fazer as perguntas cor-

retas é a grande falha da classe falante: fa-

lam, falam, mas às vezes o problema está na

frente deles e eles nem percebem que existe

o problema, não percebem a questão. E, não

fazendo a pergunta, evidentemente não têm

as respostas. Então, o mistério desse movi-

mento tremendo, avassalador, aparentemente

sem cabeça, sem comando, que vai tomando

conta do mundo, até hoje não suscitou a per-

gunta correta porque as pessoas procuram

[uma resposta] no nível do comando político

ou, no máximo, religioso no sentido mais ex-

terno da coisa, e não no sentido do comando

espiritual que unifica uma civilização" (Nahum

Sirotsky).

Loryel Rocha [email protected]

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Os atentados de 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, e depois, em 11 de Março de 2004, em Madrid, e a 7 de Julho de 2005, em Londres, e agora mais recentemente o massacre no jornal satírico Charlie Hebdo e os ataques

do final de Novembro em Paris, praticados por extremistas muçulmanos, a maioria deles de nacionalidade Europeia exigem sim dos Estados meios eficazes no seu combate.

Mas estes crimes não podem conduzir a atos de vingança e Islamofobia contra migrantes ou refugiados.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 11

Meio Ambiente

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No Brasil, a pedagogia dos crimes das mineradoras não sensibiliza governos

nem parlamentares

Os crimes socioambientais e a

pedagogia da catástrofe Desde a década de 70 está em gestação o esboço de um pacto em torno da defesa do planeta Terra, tido como um patrimônio co-mum da humanidade. Ao menos, esse é o discurso consensual corrente, embora não haja uma compreensão coesa do que seja realmente a “defesa da natureza”.

Todavia, a marca pública dos debates eco-lógicos é a denúncia da degradação que o ser humano impôs à água, ao ar e à terra. O sentimento mais presente nos discursos ecológicos é o medo. Não sem razão.

Os exemplos são terríveis: as catástrofes das indústrias químicas, como em Seveso, o gás mortífero da fábrica Icmesa, na Itália, em 1976; o gás tóxico de Bhopal, na Índia, em 1984; a poluição do rio Reno pelo in-cêndio da fábrica da Sandoz na Basileia, na Suíça, em 1986; a doença de Minamata, no Japão, por intoxicação de mercúrio da fábri-ca Chisso, que lançava dejetos desde 1930 na baía de Minamata – o primeiro caso hu-mano diagnosticado ocorreu em 1956, mas morreram cerca de 2.000 pessoas, e as se-queladas são incontáveis!

Não ficam atrás os casos das indústrias pe-trolíferas: marés pretas da Bretanha, do A-lasca, do Rio de Janeiro (2000), na Espa-nha (2002), no golfo do México (2010) etc. O incêndio por vazamento de gasolina na Vila Socó, em Cubatão, em São Paulo

(1984), que oficialmente resultou em 93 mortes, mas há estimativas de que foram mais de 500.

As catástrofes das fábricas e os artefatos nucleares são de grande vulto: a bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, no Japão; Three Miles Island, em 1979, nos Estados Unidos; Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, ex-URSS; o césio de Goiânia, em 1987; e Fukushima, em 2011, no Japão. Como se isso não bastasse, há o justo temor de catástrofes biológicas, via armas biológicas “bioengenheiradas”.

Mas eis que em 5 de novembro passado, por volta das 16h, o povoado de Bento Ro-drigues, em Mariana, foi soterrado pela não inócua lama tóxica – rejeitos de mineração – após o rompimento das barragens do Fundão e Santarém, da mineradora Samar-co, de propriedade da anglo-australiana BHP Billiton e da Vale, ex-Vale do Rio Do-ce…

O povoado de Barreto, em Barra Longa, também foi soterrado, sem mortes huma-nas, mas perdeu escolas, pontes, estradas e casas. Bento Rodrigues contava mais de 200 anos, mas agora acabou! Sete mortes foram confirmadas, 12 pessoas estão desa-parecidas e os impactos socioambientais são incomensuráveis.

Rompimento de barragens de mineradoras em Minas Gerais não é novidade: em Nova Lima, cinco operários morreram (2001); Ca-taguases (2003); Rio Pomba (2007); e Itabi-rito (2014), na qual três operários morreram e cinco ficaram feridos. Porém, os governos de Minas e os brasileiros foram incapazes de beber na “pedagogia da catástrofe” – constatação do ecologista suíço René Lon-get, que diz que Seveso “mudou a visão da opinião pública a respeito da indústria quí-mica, passando a considerá-la potencial-mente perigosa”.

Fátima Oliveira, em O TEMPO Email: [email protected]

Texto original: VIOMUNDO

Jesuis aprometeu que havéra de sarvá A todos fiéis que o pé da cruiz bejá.

Bejemo, rebejemo, tornemo a rebejá, Que é pra Jesuis querê nos sarvá.

(Música cantada por beatas na periferia paulistana no final dos anos 1960)

A igreja do Senhor qual será pararapapá. A igreja do Senhor qual será pararapapá.

Será a que cura os enfermo E que espanta o capetá.

(Música cantada por um pregador evangélico e seus seguidores no Largo da Concórdia, no final dos anos

1960) DITADOS POPULARES: Muitos ditados relacionados a Deus são “edificantes”, conformistas. Há o clássico “Deus dá o frio conforme o cobertor”, usado na bela mú-sica Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa. Di-zem que “o homem põe e Deus dispõe”, ou “se Deus é por nós, quem será contra nós?”, ou “o futuro a Deus pertence”. Ou ainda que “o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada”. E tem aquela: “Quem não morre, não vê Deus”. Mas há outros não tão piegas assim. Aí vão alguns:

Deus é bom, e o diabo não é mau. * * *

O diabo não é tão feio como o pintam. * * *

Se o diabo morresse, poucos se importavam com Deus. * * *

De dinheiro e santidade, a metade da metade. * * *

O diabo é o outro. * * *

Deus é grande, mas o mato é maior. * * *

O homem põe, e Deus dispõe. * * *

Oração curta depressa chega ao céu. * * *

O diabo ajuda os seus. * * *

O diabo reza também. * * *

O diabo sabe muito, porque é velho. * * *

Quem é besta pede a Deus que o mate e ao dia-bo que o carregue.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 12

Na Escola pela Escola

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

Rádio web CULTURAonline Brasil Prestigie, divulgue, acesse,

junte-se a nós. A Rádio web

CULTURAonline BRASIL, prioriza a Educação, a boa

Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social,

cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

Cidadania, Professor e Famí-lia. Uma rádio onde o profes-

sor é valorizado e tem voz e, a Educação e o Brasil se discute

num debate aberto, crítico e livre, com conhecimento e

responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

No final de novembro milhões de pessoas que vivem a realidade da escola (professores, trabalhadores da escola, pais e alunos) tomaram conhecimento da proposta do governo do estado de São Paulo de “reorganização” do ensino público. O projeto em longo prazo é muni-cipalizar todo ensino fundamental, mas imediatamente dividir as esco-las por ciclo único: primeiros anos do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Buscamos nesse artigo elen-car os dez impactos mais importantes dessa profunda alteração das escolas estaduais em 2016.

1- O projeto de reorganização escolar mudará a vida de todos, porém não foi debatido com professores, pais, alunos e funcionários das es-colas de forma democrática. Fomos informados pela televisão e nos-so destino será definido por decreto.

2- O objetivo central da “reorganização” é corte de verbas. Centenas de escolas serão fechadas, já que o remanejamento de mais de 1 mi-lhão de alunos é concentrar a demanda em determinadas unidades de ensino e fechar outras.

3- Os professores temporários serão demitidos, pois haverá ainda menos aulas para atribuir.

4- Trabalhadores terceirizados da merenda e limpeza, que possuem contratos de trabalhos mais frágeis, também serão demitidos.

5- Mais alunos por sala de aula. A realidade de aulas lotadas será a-inda pior.

6- A reorganização é uma preparação para abrir a escola pública ain-da mais para a iniciativa privada. Com a municipalização do ensino fundamental, parcerias públicos privadas na gestão escolar poderão ser implementadas.

7- Os alunos terão que estudar até 1,5 km da escola de origem, o que significa 3km entre uma escola e outra (se cada uma tiver na ponta do diâmetro) e em linha reta. Isso dificultará enormemente para os pais que tem filhos em ciclos diferentes.

8- Aumenta a evasão escolar, principalmente no ensino noturno, já muitos alunos organizam sua vida em função do trabalho, estudam até as 23hs e acordam muito cedo.

9- Reduzirá oferta pelo ensino noturno e os cursos de EJA ou torná-los extremamente precários.

10- Com o ensino em ciclos divididos por escola, a implementação do Ensino em Tempo Integral e a flexibilização do currículo serão facilita-dos, retirando disciplinas e esvaziando a escola de conteúdo.

Fonte: esquerdadiario.com.br

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O que é viver?

Viver é sentir alegria , dor, amor, raiva , medo. viver é querer muitas coisas , uma casa , um doce , um brinquedo , paz , um amigo de verdade .

Mas uma coisa é sentir ,é querer ,outra coisa é ser capaz de falar de nossos dese-jos , sentimentos .

Podemos então recorrer aos poetas capazes de com sua poesia iluminar a vida e traduzir em palavras os seus sentimentos .

Poesia é uma ilha e ao mesmo tempo Um continente.

ROSEANA MURRAY.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 13

2 de Dezembro História do Samba

Sabe por que o Dia Nacional do Samba cai em dois de dezembro? Não, não é a data

de nascimento de Tia Ciata. Também não é

quando gravaram "Pelo Telefone". Muito me-

nos quando Ismael Silva e os bambas do Es-

tácio fundaram a Deixa Falar.

O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa

de um vereador baiano, Luis Monteiro da Cos-

ta, para homenagear Ary Barroso.

Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa

do Sapateiro", mas nunca havia posto os pés

na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Sal-

vador pela primeira vez.

Engraçado, não? A festa foi se espalhando

pelo Brasil e virou uma comemoração nacio-

nal.

O samba surgiu da mistura de estilos musi-cais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as le-tras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado liga-do às danças típicas tribais do continente. As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país. O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Baia-no. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga . Tempos depois, o samba toma as ruas e es-palha-se pelos carnavais do Brasil. Neste pe-ríodo, os principais sambistas são: Sinhô Is-mael Silva e Heitor dos Prazeres . Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de

Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze. Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc. Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Ro-drigues, Aracy de Almeida, Demônios da Ga-roa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nel-son Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamar-tine Babo. Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo Os tipos de samba mais conhecidos e que fa-zem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe. Já o samba de roda, surgido na Bahia no sé-culo XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançari-nos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandei-ro. No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor. Entre os paulistas, o samba ganha uma cono-tação de mistura de raças. Com influência ita-liana, as letras são mais elaboradas e o sota-que dos bairros de trabalhadores ganha espa-ço no estilo do samba de São Paulo.

Principais tipos de samba: Samba - enredo Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfi-le. Geralmente segue temas sociais ou cultu-rais. Ele que define toda a coreografia e ceno-grafia utilizada no desfile da escola de samba. Samba de partido alto Com letras improvisadas, falam sobre a reali-dade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os

compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. Pagode Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos a-nos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras sim-ples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Con-trariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular. Samba - canção Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto. Samba carnavalesco Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Ca-beleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa en-tre outras. Samba-exaltação Com letras patrióticas e ressaltando as mara-vilhas do Brasil, com acompanhamento de or-questra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Al-ves. Samba de breque Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, mui-tos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva . Samba de gafieira Foi criado na década de 1940 e tem acompa-nhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas dan-ças de salão. Sambalanço Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em bo-ates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do Sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elemen-tos de outros estilos.

Comemora-se em

2 de dezembro o

Dia Nacional do Samba.

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 14

Dia Nacional da Economia Solidária

O Dia Nacional da Economia Solidária

é comemorado anualmente em

15 de dezembro, no Brasil.

A data tem o objetivo de incentivar a defesa do trabalho associado e voluntário, a partir do desenvolvimento sustentável, respeito à vida e com justiça social.

O principal intuito do Movimento de Economia Solidária do Brasil é fomentar a criação de po-líticas públicas nacionais de economia solidá-ria.

Muitas empresas brasileiras já trabalham com os princípios da economia solidária, ou seja, utilizam técnicas e modelos de produção que garantem o bem-estar dos seus funcionários, a preservação do meio ambiente e a organi-zação autogestionária da empresa.

Apesar de o nome ter sido criado no Brasil, economia solidária é um movimento que ocor-re no mundo todo e diz respeito a produção, consumo e distribuição de riqueza com foco na valorização do ser humano. A sua base são os empreendimentos coletivos (associação, cooperativa, grupo informal e so-ciedade mercantil).

Origem do Dia Nacional da Economia Solidária

O Dia Nacional da Economia Solidária foi cria-do em homenagem ao ambientalista Chico Mendes, que nasceu em 15 de dezembro de 1944.

Chico Mendes ficou conhecido pela luta em defesa dos seringueiros da Bacia Amazônica, através da conscientização das empresas em preservar a floresta nativa.

O ativismo ecológico de Chico Mentes ganhou dimensões internacionais.

O Movimento de Economia Solidária do Brasil decidiu que o dia 15 de dezembro deveria ser

dedicado à nobre causa que representou a vida de Chico Mendes: o Dia Nacional da E-conomia Solidária.

CHICO MENDES

Chico Mendes (1944-1988) foi um líder serin-gueiro, sindicalista e ativista ambiental brasi-leiro. Lutou pela preservação das Floresta A-mazônica e suas seringueiras nativas. Rece-beu da ONU o Prêmio Global de preservação ambiental.

Chico Mendes (1944-1988) nasceu em Xapu-ri, Acre, no dia 15 de dezembro de 1944. Filho do seringueiro Francisco Alves Mendes e de Maria Rita Mendes, desde criança acompa-nhava seu pai pela floresta. Sem escolas na região, só foi alfabetizado com 19 anos de i-dade.

Em 1975 iniciou sua atuação como sindicalis-ta, foi nomeado secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basiléia. No ano seguinte iniciou sua luta em defesa da posse de terra para os habitantes nativos da região. Criou os “empates” – forma de luta pacífica para impedir o desmatamento da floresta, on-de toda a comunidade se mobilizava e fazia barreiras com o próprio corpo nas áreas ame-açadas de destruição pelos serralheiros e fa-zendeiros.

Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Nesse mesmo ano foi eleito vereador pelo MDB. Re-cebeu as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros. Em 1981 assumiu a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente.

Em 1982 candidata-se a deputado federal pe-lo PT, mas não consegue se eleger. Em 1984 foi acusado de incitar os posseiros a praticar violência. Julgado pelo Tribunal Militar de Ma-naus foi absolvido por falta de provas. Em ou-tubro do ano seguinte lidera o Primeiro En-

contro de Seringueiros e cria o Conselho Na-cional dos Seringueiros.

A liderança de Chico Mendes na luta dos se-ringueiros e na preservação da floresta atingiu repercussão nacional e internacional. Em 1987 proferiu um discurso na reunião do Ban-co Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Miami (EUA), denunciando a destruição da floresta e solicitando a suspensão do finan-ciamento para a construção da BR – 364, que atravessava o estado de Rondônia e chegaria ao Acre. O objetivo da rodovia seria criar um caminho para escoar a produção gerada pe-los estados amazônicos e pelo Centro Oeste, que chegaria ao Pacífico pelo porto peruano.

Nesse mesmo ano, Chico Mendes recebeu em Xapuri, uma comissão da ONU, que viu de perto a destruição da floresta e a expulsão dos seringueiros. Dois meses depois o finan-ciamento foi suspenso e o BID exigiu do go-verno brasileiro o estudo do impacto ambien-tal na região. O Senado americano, onde Chi-co Mendes também foi convidado a falar, fez recomendações a diversos bancos que tam-bém financiavam projetos na região. No mes-mo ano Chico Mendes recebeu da ONU o Prêmio Global 500, de Preservação Ambien-tal.

Em 1988 é criada no Acre, a União Democrá-tica Ruralista (UDR). Nesse mesmo ano Chico Mendes participa da criação primeira reserva extrativista do Acre. Após a desapropriação das terras do fazendeiro Darly Alves da Silva, Chico Mendes recebe ameaças de morte, por prejudicar o progresso da região, e denuncia às autoridades pedindo proteção.

Durante o Terceiro Congresso Nacional da CUT, Chico Mendes volta a denunciar as a-meaças que vem recebendo. A tese que apre-senta "Defesa do Povo da Floresta", em nome do sindicato de Xapuri, é aprovada por unani-midade. Chico Mendes é eleito suplente na direção da CUT.

No dia 22 de dezembro de 1988, ao sair de sua casa em Xapuri, Chico Mendes é assassi-nado com tiros de escopeta, deixando esposa e dois filhos pequenos. Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condena o fazendei-ro Darly Alves a dezenove anos de prisão pe-la morte de Chico Mendes.

Da redação

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Dezembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 15

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Os donos do mundo (artigo continuado)

A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA

Continuação — Parte Final

A Guerra da Coréia (1950-1953) e do Vietnam(1959-1975) são exemplos das práticas do fractional reserve lending praticada pelos bancos centrais para prover os governos de recursos para custear os conflitos, então já sob controle global dos moneychangers. O assassinato do presidente Kennedy em Dal-las, Texas, em 1963, é uma repetição das cir-cunstâncias envolvendo a era de Jesus há 2.000 anos. No dia 30.06.1963, Kennedy pro-mulgou a Ordem Executiva número 11.110, retirando do Fed o poder de emprestar dinhei-ro a juros ao governo federal norte-americano.

Com uma canetada, o pres. Kennedy criou as condições para encerrar as atividades do Banco Central americano. Essa ordem restau-rou ao Depto. do Tesouro o poder de emitir dinheiro sem passar pelo Fed e, portanto, sem cobrança de juros. O dólar deixou de ser nomeado Federal Reserve Note e passou a ser emitido como United States Note e não seria mais emprestado ao governo, seria im-presso por ele, sem juros. Essa lei foi sua sentença de morte. Cinco meses depois, em 22.11.63, Kennedy foi assassinado em Dallas por Lee Oswald, que por sua vez foi morto a tiros por Jack Ruby no dia em que daria seu primeiro depoimento público sobre o caso. Je-sus também confrontou os moneychangers e o tribunal Sanhedrin do templo judeu revelan-do sua ganância monetária e acabou morto. Diante da possibilidade de perder o controle das massas e o direito de cobrar taxas e im-postos, os moneychangers agem rápida e vio-lentamente.

"E deves destruir todos os povos que o Senhor teu Deus te der, e teu olho não terá piedade deles." Deuteronômio 7: 16

Alguém ainda tem dúvida sobre a origem da atual crise econômica que assola o planeta, iniciada com a retomada dos imóveis da cate-goria sub-prime e depois com o desmantela-mento da "bolha" de investimentos de Wall Street, cujos efeitos irão impactar severamen-te todos os países do mundo, lamentavelmen-te os mais pobres com mais crueldade? Fica fácil compreender o papel dos bancos cen-trais mundiais, liderados pelo Fed em todas essas crises. Quem é mesmo que está em-prestando cerca de US$ 850 bilhões ao mer-cado nos EUA, injetando dinheiro nas empre-sas e nos bancos? Ele mesmo, o Fed. Desta forma, expandindo e contraindo o dinheiro em circulação no mercado, os bancos maiores retomam ativos e o patrimônio das pessoas

por uma bagatela e os revendem a preços u-surários. Milhões de pessoas e negócios vão à falência, perdem suas casas e até a roupa d o c o r p o , e n q u a n t o os moneychangers continuam sua opulenta trajetória de acumulação de dinheiro e poder.

"E deves destruir todos os povos que o Se-nhor teu Deus te der, e teu olho não terá pie-dade deles." Deuteronômio 7: 16

Desconhecidas pela grande maioria das pes-soas no planeta, essas informações estão a clamar uma decisão séria e definitiva da po-pulação diante desse cruel sistema de ganân-cia e poder exercido por um pequeno grupo há mais de 300 anos, em contrapartida aos ensinamentos de amor ao próximo, irmanda-de e temor a Deus professados pela religião. Será que somos suficientemente civilizados para tomar esta decisão de forma adequada, quer individual ou coletivamente, para as futu-ras gerações? Ou também nós, diante do di-nheiro e de todas as oportunidades e do po-der que ele oferece, seremos tomados pela ganância e pela usura?

Uma coisa é certa. A civilização contemporâ-nea, tal como está estabelecida, não subsisti-rá por muito mais tempo. Os problemas gera-dos pela cultura do dinheiro, do lucro, da ga-nância e do individualismo já estão destruindo a natureza do planeta de forma irreversível para os nossos descendentes. Aí reside o cer-ne da delicada decisão que nossa civilização terá que adotar, mais cedo ou mais tarde. Se não enfrentarmos vigorosamente o embate milenar entre fortes X fracos e ricos X pobres, buscando ascender a uma consciência coleti-va mais humana e amorosa e suprimindo os valores argentários, estaremos certamente acelerando nosso caminho para o fim. É pre-ciso que alcancemos sabedoria através de um renascimento espiritual, se quisermos deitar o pavimento para a sobrevivência das gerações futuras.

"O mundo já está preparado para se submeter a um governo mundial. A soberania suprana-cional de uma elite de intelectuais e de ban-queiros mundiais, seguramente é preferível à autodeterminação nacional."

David Rockfeller

1991.

E enquanto isso, aqui no Brasil ...

Logo depois, a jornalista foi discretamente a-fastada...

NOTAS E REFERÊNCIAS

Todas as citações deste artigo, quer no texto principal, quer em notas de rodapé, podem ser conferidas em livros e matérias atuais e da época, ou diretamente pela Internet através de ferramentas de busca como o Google e outros.

1 Pai de Mayer Amschel [Bauer] Rothschild, autor da afirmação que abre o texto acima.

2 Pela primeira vez em sua história, a empresa Lehman Bro-thers viu-se enredada em problemas especulativos e pediu concor-data no início de setembro/2008 para evitar a falência.

3 A respeito, veja a história do conflito de Waterloo no Google, utili-zando as palavras chave "Waterloo" + "Nathan Rothschild". É im-portante realizar a pesquisa com as aspas e o sinal de mais para atingir o resultado esperado.

4 Veja no Google, sempre entre aspas para "focar" a pesquisa.

5 Banqueiro, financista e colecionador de arte america-no que dominou o financiamento corporativo e a consoli-dação industrial no século XIX, ele articulou a fusão das empresas Edison General Electric e Thompson-Houston Electric Company que se transformou na General Elec-tric, a conhecida GE. Também participou ativamente da criação da United States Steel Corporation, fruto da uni-ão da Federal Steel Company com a Carnegie Steel Company, que se tornou uma das grandes siderúrgicas americanas. Doou grande parte de sua fabulosa coleção de arte ao Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque.

6 Fractional Reserve Banking = Sistema Bancário de Reserva Fracional, em que apenas uma pequena fração (às vezes até nenhuma, zero) dos depósitos bancários tem lastro em moeda corrente disponível para saque dos depositantes.

7 Greenback = verso verde. Os dólares impressos por determinação do presidente Abraham Lincoln tinham o verso em cor verde, para diferenciá-los das demais cé-dulas da moeda americana.

8 Do presidente Andrew Jackson, ao expulsar uma dele-gação de banqueiros internacionais do Salão Oval da Casa Branca: "Vocês são um ninho de vespas e ladrões cuja única intenção é acampar em torno da administra-ção federal americana com sua aristocracia monetária perigosa para as liberdades do país".

9 Do presidente James Madison (quarto presidente a-mericano): "A história registra que os moneychangers se utilizaram de toda sorte de abusos, intrigas e de todos os meios violentos possíveis para manter o controle so-bre governos através da emissão de moeda".

10 A propósito, leia sobre "A República de Weimar", período de inflação galopante na Alemanha entre a Pri-meira e a Segunda Guerras Mundiais, em que o poder de compra do marco alemão foi completamente pulveri-zado pela altas taxas cobradas dos países aliados ven-cedores do conflito.

* Nehemias Gueiros Jr. é advogado especializado em Direito Autoral e CyberLaw, Professor da Fundação Ge-túlio Vargas/RJ., Professor da pós-graduação da Escola Superior de Advocacia da OAB/RJ e Consultor Jurídico do site CONJUR (www.conjur.com.br) Rio de Janeiro - BRASIL.

** Cabe aqui uma pequena retificação, pois há docu-mentos e registros dessa usura e ganância que remon-tam até trezentos anos antes da data referida pelo autor.

*** Apesar de algumas pessoas jurarem, até pela alma da própria mãe, que não sabem de nenhum conluio, é Hannah Arendt (citada pelo judeu Attali) quem diz:

"Não existe melhor prova desse conceito fantástico de um governo mundial judaico do que essa família, os Ro-thschilds, estabelecidos em cinco países de regimes diferentes, poderosos em cada um, em estreitíssimas relações de negócios com pelo menos três desses go-vernos, e sem que guerras e conflitos entre essas na-ções jamais tenham, nem ao menos por algum momen-to, abalado aquela firme solidariedade entre banquei-ros."

E o que dizer então da prepotência e desfaçatez do ban-queiro David Rockfeller?

"O mundo já está suficientemente preparado para se submeter a um governo mundial. A soberania suprana-cional de uma elite de intelectuais e de banqueiros mun-diais, seguramente é preferível à autodeterminação na-cional."

Nehemias Gueiros Jr Advogado

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Dezembro 2015

Edição nº. 97 Ano VIII

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

CONTINUANDO nesta edição a sequencia de textos de autoria de Marta Lança sobre

Lusofonia. Adaptando-se ao português escrito e falado no Brasil.

Marta Lança: Doutoranda em Estudos Artísti-cos na FCSH - Universidade Nova de Lisboa, onde se formou em Línguas e Literaturas Mo-dernas, variante Estudos Portugueses, com pós-graduação em Literatura Comparada e

Edição de Texto.

A lusofonia é uma bolha Parte VII

O fechamento para outros espaços como re-flexão cria essa bolha de proteção nas rédeas de um circuito fechado e alienante. O facto da produção literária passar pelo mercado portu-guês para ser legitimada (o cânone produzido de forma exógena), e nessa obrigação ter co-mo porta de acesso o ‘exótico’, a única permi-tida pois o mercado sabe bem fazer rentabili-zar a ‘diferença’, por vezes condiciona a pró-pria forma de escrever (como se se escreves-se para português ler), praticando uma tradu-ção cultural de si mesmos. Os escritores afri-canos pouco lidos nos seus países de origem são-no mais na Europa, onde há mais leito-res, e também aqui pode pôr-se a hipótese, como avançou Inocência Mata, de uma reedi-ção da política do assimilacionismo cultural e de continuidade do império na cultura. (Mata, 2007: 288)

A língua portuguesa era o suporte do Império e hoje é o suporte da lusofonia no que conce-de de possibilidade de universalismo. Para reforçar esta partilha há que promove-la, o que não tem mal nenhum se não se partisse do princípio de que cabe aos portugueses o controlo da língua portuguesa. Desta forma, escreve Alfredo Margarido (2007), “a língua deixaria de ser um instrumento capaz de ser utilizado por qualquer grupo ou mesmo indiví-duo, pois seria não só a criação mas sobretu-do propriedade dos portugueses. Se partirmos do princípio que a língua pertence àqueles que a falam, regista-se uma profunda autono-mia dos locutores de português. Se espera-

mos que a língua continue a expandir-se, de-vemos em contrapartida refrear o instinto de dominação que continua a marcar a socieda-de portuguesa.” Veremos agora em relação ao novo acordo ortográfico o que vai mudar neste capítulo, bem presente nas vozes mais conservadoras deste debate.

É como se a língua, o patrimônio dos falantes de português, fosse o último território que fi-cou por descolonizar, como sugeriu o escritor timorense Luís Cardoso no colóquio acima referido.

Mas só que quem está a dar cartas desta vez, num processo autofágico de pegar na norma e subvertê-la, ao contrário do colonialismo lin-guístico pretendido, são outros: “reinventamos o português, os tugas a aprenderem conosco, somos colonos desta vez” rapa o angolano Kheita Mayanda no tema “É dreda ser angola-no”. E é equacionando estas variantes todas do português, com muitos mais falantes e cri-atividade, sem sobreposição da norma do su-posto ‘centro’ da língua, que a língua portu-guesa se enriquece.

A música poderia ser a exceção, onde o dis-curso do “espaço lusófono” faria algum senti-do uma vez que, desde o séc. XV, tem sido um elemento de fortes trocas culturais perce-bendo-se a saudável contaminação dos rit-mos e conhecimento das origens da música nos vários países de língua portuguesa. E-xemplos: o fado que é da família do lundum e da morna; a curiosidade dos cantautores de intervenção portugueses pelas sonoridades da música africana e brasileira; a partir dos anos 90, a alavanca de projetos como Rap Mania ou Kussondolola (que fez a ponte com África na cultura jovem) e, hoje em dia, inú-meras bandas de fusão. A música que circula na cultura urbana recupera o semba, mornas, e apresenta imensos pontos de contacto entre as várias culturas.

Apesar da lusofonia musical ser uma realida-de constatada, mais uma vez o próprio projec-to lusófono se desintegra na prática. As pro-dutoras portuguesas andam a dormir. No filme Lusofonia, Sons da (R)evolução os músicos e

agentes musicais lamentam a falta de investi-mento nacional e terem de recorrer a editoras não portuguesas (sobretudo francesas e ho-landesas, no caso das cantoras Lura, Cesária Évora, Sara Tavares, Mariza) com melhores condições, da gravação à promoção passan-do pelos prêmios. As editoras portuguesas estão desatentas à fonte inesgotável de boa música da noite afro-lisboeta, não acreditam e não cuidam do seu ‘patrimônio linguístico’ - a música em língua portuguesa ou crioulo em muitos casos - como mercado de confluência de culturas. Por complexos, falta de visão? De vez em quando descobrem incríveis fenóme-nos como o kuduro progressivo, caso dos Bu-raka Som Sistema. Mas mesmo assim, o ku-duro, sobretudo o original e dos guetos, é su-baproveitado no seu potencial: “se fosse de Berlim, Nova Iorque ou Londres o kuduro era uma música do mundo” diz, no mesmo filme, o crítico Vítor Belanciano.

Nas artes plásticas parece que a maioria das abordagens vão de encontro a um espírito que cristalizou uma ideia de arte africana, tra-dicional e ao gosto dos africanistas. Ou para satisfazer um mercado ávido de naif e novos primitivismos, bastante condescendente e que sobrevaloriza os contextos dos artistas em relação à sua arte. De vez em quando há ini-ciativas que refletem uma visão contemporâ-nea e introduzem uma série de questões liga-das às teorias pós-coloniais, mas colocam sempre o enfoque na tal devolução da ima-gem de um centro: os vestígios dos portugue-ses em África, ou como os africanos vêem os portugueses cá, ou os descendentes de colo-nizados descobrem as suas origens, etc. Ou-tros eventos passam à margem da aglomera-ção lusófona (e do próprio meio artístico por-tuguês).

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