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[1] Acesso à Transmissão ANEEL

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Cadernos Temáticos ANEEL

Acesso e Uso dosSistemas de Transmissão e deDistribuição

5

Brasília, DFAbril 2005

Agência Nacional de Energia Elétrica

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Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL

Diretoria

Diretor-Geral

Jerson Kelman

Diretores

Eduardo Henrique Ellery FilhoIsaac Pinto AverbuchJaconias de AguiarPaulo Jerônimo Bandeira de Mello Pedrosa

Catalogação na FonteCentro de Documentação - CEDOC

  A265a Agência Nacional de Energia Elétrica (Brasil).

Acesso e uso dos sistemas de transmissão e dedistribuição / Agência Nacional de Energia Elétrica. -

Brasília : ANEEL, 2005.

57 p. : il. - (Cadernos temáticos ANEEL; 5)

 

1. Tarifa elétrica - Brasil. 2. Sistema de transmissão.

3. Sistema de distribuição. 4. Encargo tarifário. I.Título.

II. Série.

CDU: 338.516.46:621.31(81)

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1. APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7

2. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

3. ASPECTOS CONCEITUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113.1. Caracterização do livre acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113.2. Qualificação dos acessantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123.3. Caracterização dos prestadores de serviço

público de transmissão e distribuição . . . . . . . . . . . . . . . .133.4. Classificação das instalações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143.5. Definição das receitas anuais permitidas . . . . . . . . . . . . . . 163.6. Encargos setoriais de responsabilidade

do segmento consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173.7. Descontos nas tarifas de uso das redes elétricas . . . . . . . . 18

4. ASPECTOS OPERACIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .194.1. Processo de acesso à transmissão ou à distribuição . . . . . 19

4.2. Contratos celebrados pelo usuário . . . . . . . . . . . . . . . . . .204.3. Estabelecimento das tarifas de uso do sistema detransmissão e distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

4.3.1. Cálculo da TUST . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .244.3.1. Cálculo da TUSD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

4.4. Medição do uso dos sistemas de transmissão ede distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

4.5. Apuração e contabilização dos encargosde uso e conexão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

4.6. Apuração e contabilização dos encargossetoriais de responsabilidade do segmento consumo . . . . . 30

SUMÁRIO

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5. HISTÓRICO E RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

5.1. Histórico da regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325.2. Evolução das tarifas de uso dosistema de transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

6. ASPECTOS LEGAIS E REGULAMENTARES . . . . . . . . . . . . . . . .366.1. Da exploração dos serviços e instalações de

energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366.2. Da prestação de serviços públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

6.3. Da responsabilidade objetiva na prestação deserviços públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

6.4. Do serviço adequado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .376.5. Dos encargos do poder concedente e

da concessionária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 376.6. Das instalações de transmissão de

interesse restrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

6.7. Do exercício da opção pelo consumidor . . . . . . . . . . . . . .386.8. Dos condicionantes à estipulação debenefícios tarifários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

6.9. Da classificação das instalações de transmissão . . . . . . . .396.10. Do livre acesso aos sistemas de transmissão

e distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .406.11. Das opções de compra de energia elétrica

por parte dos consumidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

6.12. Das tarifas de transmissão e distribuição . . . . . . . . . . . . .436.13. Dos descontos nas tarifas de uso do sistema

de transmissão e de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . .446.14. Dos encargos setoriais de responsabilidade

do segmento consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

7. APERFEIÇOAMENTOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

8. DÚVIDAS MAIS FREQÜENTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

INFORMAÇÕES ADICIONAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

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Reduzir a assimetria de informações e disseminar a cultura da regulaçãosão dois dos mais árduos e importantes desafios enfrentados por umaagência reguladora. Esses desafios ficam maiores ainda quando se trata daregulação de um setor complexo como é o setor elétrico brasileiro. Criarcondições para que todos – consumidores, empresas do setor, autoridades

e público em geral – possam ter um mínimo de compreensão das ques-tões que afetam suas vidas é um trabalho de todos os dias, 365 dias porano. Tanto é assim, que o próprio Decreto nº 2.335/1997, que constituiu aAgência, estabeleceu como uma das diretrizes para sua ação a “educaçãoe informação dos agentes e demais envolvidos sobre as políticas, diretrizese regulamentos do setor de energia elétrica”.

Essas atividades são extremamente importantes para manter o adequadoequilíbrio nas relações entre os consumidores e os agentes do setor, sendoessenciais para o processo regulatório. Para vencer essa assimetria, tor-nando a atividade regulatória mais compreensível, a Agência Nacional deEnergia Elétrica (ANEEL) tem trabalhado de forma constante no sentido detornar públicas e acessíveis todas as informações de interesse da socieda-de relativas ao setor elétrico.

Exemplos disso são a obrigatoriedade da remessa, pelas distribuidoras,dos contratos de prestação de serviços de distribuição de energia elétricaa todos os consumidores; a ampla divulgação da Resolução nº 456/2000,que estabelece direitos e deveres dos consumidores e das distribuidoras; aCentral de Teleatendimento da Agência, que tira dúvidas dos consumidorese recebe suas reclamações; as reuniões públicas de Diretoria, transmitidaspela internet; a própria página da ANEEL na internet e as audiências públi-cas que a Agência realiza (foram mais de 150 nos primeiros sete anos deexistência da ANEEL).

1. APRESENTAÇÃO

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Ainda que essas ações possam ser consideradas positivas, temos convicção

de que há muito por fazer nesse campo. Assim, uma nova iniciativa da Agên-cia é o lançamento da coleção Cadernos Temáticos ANEEL, que tem comoobjetivo colocar ao alcance do público temas relevantes da regulação do setorelétrico brasileiro. Ao abordar esses temas em linguagem simples e direta,a ANEEL espera dar mais uma contribuição para que todos os interessadospossam entender melhor cada um dos muitos assuntos que são objetos desua ação de regulação. Espera-se com isso, permitir o avanço do debate so-

bre cada um desses temas, contribuindo para o aprimoramento do processoregulatório e, conseqüentemente, com as melhorias da qualidade do serviçode energia elétrica e da qualidade de vida da população brasileira.

Nesse sentido, o presente caderno aborda os aspectos conceituais e meto-dológicos do acesso aos sistemas de transmissão e de distribuição, tratan-do-se de tema relevante do setor elétrico brasileiro e aspecto essencial para

a competição na comercialização de energia elétrica e para o exercício daescolha de fornecedores pelos consumidores livres.

Mais informações sobre o tema poderão ser obtidas diretamente com asáreas técnicas da ANEEL, responsáveis por sua implementação, ou na páginaeletrônica - www.aneel.gov.br ..

Brasília, abril de 2005

Jerson KelmanDiretor-Geral

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É de competência da União explorar, diretamente ou mediante autorização, conces-são ou permissão, os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamentoenergético dos cursos de água, em articulação com os estados onde se situam ospotenciais hidroenergéticos.1 

Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessãoou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.2 

Nas palavras de Maria Sylvia Zanella Di Pietro3, “a Constituição Federal atribuiu aoPoder Público competências que ele não tem condições de cumprir a contento”, hajavista as enormes cifras que são necessárias para expandir e manter os serviços deenergia elétrica.

Di Pietro acrescenta: “Daí o instituto da privatização, considerado em seu sentido amplo,para designar todos os instrumentos de que o Estado se serve para reduzir o tamanhode seu aparelhamento administrativo; daí a quebra de monopólios, para tornar competi-tivas atividades que vinham sendo exercidas com exclusividade pelo poder público; daí adelegação de serviços públicos ao particular, pelos institutos da autorização, permissãoe concessão de serviços públicos; daí também a parceria com entidades públicas ouprivadas para a gestão associada de serviços públicos ou serviços de utilidade pública,por meio de convênios, consórcios ou contratos de gestão.”

A privatização de parcelas da distribuição e da geração de energia elétrica, empreen-dida pelo Governo, determinou menor presença do Estado na prestação dos serviçospúblicos de energia elétrica, quebrando monopólios e introduzindo a competição nacomercialização de energia.

1 Constituição Federal, art. 21, inciso XII2 Constituição Federal, art. 1753 Parcerias na Administração Pública, ed. Atlas, p.40

2. INTRODUÇÃO

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Em todos os países onde houve reestruturação do setor elétrico, ao se

instituir a competição foi necessário garantir o livre acesso às redes detransmissão e distribuição. No Brasil não foi diferente, e com esse intuito,dispôs a Lei nº 9.074/1995: “É assegurado aos fornecedores e respectivosconsumidores livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão deconcessionário e permissionário de serviço público, mediante ressarcimentodo custo de transporte envolvido, calculado com base em critérios fixadospelo poder concedente”.4

Esse é um dos pilares de sustentação de um modelo onde existe uma multi-plicidade de agentes e consumidores, e sob o qual foi construída a regulaçãoque trata do livre acesso às redes de transmissão e distribuição que seencontra resumida neste documento.

4 Lei nº 9.074/1995, art. 15, § 6º

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3.1. Caracterização do livre acesso

Antes de tratar especificamente do acesso aos sistemas de transmissão e dis-tribuição, é necessário compreender conceitualmente o termo Livre Acesso.Conforme já abordado, em um sistema onde existe uma multiplicidade de agen-

tes comercializando energia de diferentes fornecedores, independente das suaslocalizações físicas, o acesso e uso das redes elétricas indistintamente constituielemento essencial para viabilizar o transporte desse bem, garantindo o exercícioda competição.

O termo, no entanto, pode levar a outro tipo de entendimento, ou seja, que oacesso poderia se dar da forma pretendida pelo acessante, mesmo que isso

acarretasse ônus e conseqüências para os demais. Na realidade, o acesso euso das redes elétricas é um direito de todo usuário interessado, estabelecidoem lei, implementado de forma planejada, mediante o pagamento dos encargoscorrespondentes.

Uma central geradora termelétrica, por exemplo, necessita de um ato autorizativoemitido pelo poder concedente para entrar em operação e comercializar energia.Nesse mesmo ato consta o ponto de conexão onde a central deverá ser ligada àrede de transmissão ou distribuição, e quais deverão ser as instalações de trans-missão de seu interesse exclusivo, também conhecidas como instalações deconexão. Tanto o ponto de conexão, quanto as instalações de interesse exclusivosão definidos pelo planejamento setorial, em sintonia com o Operador Nacionaldo Sistema Elétrico (ONS), observando critérios técnicos e econômicos para acomposição da melhor solução para integração daquela central.

O mesmo ocorre quando uma central hidrelétrica tem sua concessão submetidaà licitação, pois o próprio edital relaciona as instalações de conexão, tambémplanejadas antecipadamente.

3. ASPECTOS CONCEITUAIS

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No caso de grandes consumidores, que adquirem energia elétrica diretamen-

te de produtores ou comercializadores, o livre acesso se constitui no direitode conexão e utilização das redes para transportar a energia adquirida. Nahipótese de haver um novo consumidor localizado em área não servida pelamalha de transmissão ou de distribuição, o planejamento define a melhorsolução para sua integração. Quando essa integração acontece exclusiva-mente em área de sua propriedade, ele detém a responsabilidade pela suaimplementação.5

3.2. Qualificação dos acessantes

São considerados acessantes dos sistemas de transmissão e distribuição to-dos os agentes regulados do setor elétrico e os consumidores livres, ligados aosistema interligado nacional.6 

Os agentes regulados são os prestadores de serviços de energia elétrica – con-cessionários, permissionários e autorizados – aí incluídos os produtores inde-pendentes, comercializadores, autoprodutores e os importadores e exportadoresde energia elétrica.

Os consumidores livres são caracterizados por aqueles que exerceram o direito,estabelecido em lei, de se desvincular do fornecimento da distribuidora local eadquirir energia de outro fornecedor.

O autoprodutor é o agente do setor que gera energia elétrica para seu próprioconsumo, podendo, eventualmente, comercializar a energia excedente. Do pontode vista de acesso à rede elétrica, quando as unidades de geração e de consumode um autoprodutor se encontram em regiões distintas, a primeira equivale-se aum gerador comum, enquanto a última é equivalente a um consumidor livre.

5 Resoluções Normativas nºs 067 e 068, de 20046 Lei nº 9.074/1995, arts. 15 e 16

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3.3. Caracterização dos prestadores de serviço público

de transmissão e distribuiçãoA prestação de serviço público de distribuição se dá mediante concessão oupermissão. A concessionária ou permissionária explora o serviço de distribuiçãoem uma área geográfica bem delimitada, em regime de monopólio, ou seja,concentra toda a prestação do serviço de rede aos acessantes daquela região,responsabilizando-se pela operação, manutenção e expansão dessa rede.

A prestação de serviço público de transmissão (Rede Básica) se dá apenas me-diante concessão. Diferentemente da concessionária de distribuição, que explorao serviço em uma determinada área, a concessão de transmissão é dada paracada nova instalação agregada ao sistema.7 

A outorga da concessão de transmissão, sempre precedida de licitação, induz

a competição na entrada, ganhando o direito de explorar o serviço o empreen-dedor que se dispuser a prestá-lo pela menor receita permitida, homologada nocontrato de concessão. Constitui obrigação constante dos editais de licitação adisponibilização das instalações de transmissão à operação integrada do sistemaelétrico interligado, sob a supervisão e coordenação do ONS.

Todos os equipamentos dos sistemas de distribuição e transmissão estão sub-metidos ao controle de qualidade disciplinado nas normas técnicas e nos regula-mentos e procedimentos de rede aprovados pela ANEEL, tendo como contrapar-tida a receita auferida pelas concessionárias.

Para o caso das concessões de transmissão, as instalações integrantes da RedeBásica respondem, diretamente, pela sua disponibilidade, sendo que a eventualsaída de operação resulta em desconto na receita estabelecida, já que é dada àconcessionária a liberdade para elaboração do projeto das instalações.

7 Lei nº 9.074/1995, art. 17,§ 1º

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3.4. Classificação das instalações

As instalações de energia elétrica são classificadas em instalações de transmis-são e de distribuição, sendo essas últimas sempre de propriedade de uma con-cessionária ou permissionária de distribuição e vinculadas à prestação de serviçopúblico. As instalações de transmissão podem ser classificadas dentre aquelasque se destinam à formação da Rede Básica do Sistema Interligado Nacional, asde âmbito próprio da concessionária de distribuição e as de interesse exclusivo

das centrais de geração.8

Caso sejam de propriedade de uma concessionária de transmissão, as instala-ções de transmissão estão vinculadas à prestação de serviço público, e, nessecaso, o livre acesso é garantido mediante o pagamento dos encargos correspon-dentes. No caso de serem de propriedade de agentes de geração9, importaçãoou exportação de energia, o acesso não é livre10, mas pode ser negociado com

o proprietário, se necessário com a interveniência da ANEEL.

A Resolução Normativa nº 067, de 8 de junho de 2004, estabelece os critériospara classificação das instalações de propriedade das concessionárias de trans-missão. Os critérios observados são aqueles descritos pelo art. 17 da Lei nº9.074/1995, conjugado com o art. 6º do Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998,ou seja, as instalações são classificadas como integrantes da Rede Básica oucomo Demais Instalações de Transmissão (DITs), sendo essas últimas dispo-nibilizadas para os geradores e importadores e/ou exportadores de energia, emcaráter exclusivo ou compartilhado, e para as distribuidoras, como instalaçõesde âmbito próprio da distribuição.

A Figura 1 representa, simplificadamente, como são classificadas as instalaçõesde propriedade de uma concessionária de transmissão.

8 Lei nº 9.074/1995, art. 179 Lei nº 9.074/1995, art. 17, § 3º10 Decreto nº 5.163/2004, art. 60, parágrafo único

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Figura 1: Classificação das Instalações de Transmissão

A Tabela 1 mostra a classificação das instalações de energia elétrica em função

de sua propriedade.

 

Tabela 1: Classificação das Instalações em Função da Propriedade

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3.5. Definição das receitas anuais permitidas

A receita anual permitida (RAP) corresponde ao pagamento recebido pelas con-cessionárias de transmissão pela disponibilização de suas instalações, integran-tes da Rede Básica ou das DITs, para prestação do serviço público de transmis-são de energia elétrica.

Como as concessões de transmissão são obtidas mediante processo licitatório,

em regime de concorrência, a RAP fixada pela ANEEL para esses casos refere-se ao preço máximo – ou receita teto – dos leilões de transmissão. As adiçõesàs concessões existentes, referentes ao aumento da capacidade de linhas detransmissão ou subestações em operação, são obtidas por meio de autorizaçãoespecífica, com o correspondente estabelecimento da parcela adicional da RAP.Em ambas situações – receita-teto ou parcela adicional – os critérios e parâme-tros observados pela ANEEL para o cálculo da RAP são os mesmos:

Investimentos compostos por custos-padrão dos equipamentos asso-ciados; Taxa média de depreciação ponderada por cada tipo de equipamento; Custos padronizados de operação e manutenção, correspondentes a

um percentual do investimento; Custo de capital próprio e de terceiros, obtidos por modelos CAPM e

WACC11 ; Estrutura ótima de capital para o negócio-transmissão; Tributos e encargos, de acordo com a legislação.

A partir desses dados, pelo método de fluxo de caixa descontado, calcula-se asérie de pagamentos anuais que, em um período de 30 anos, amortiza os inves-timentos associados. De modo a contribuir para a modicidade tarifária, a série éajustada para que os pagamentos anuais reduzam-se à metade do décimo sextoano em diante.

11 Capital Asset Princing Model e Weighted Average Cost of Capital

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3.6. Encargos setoriais de responsabilidade do

segmento consumoA partir de 2002, a legislação determinou que os encargos setoriais de respon-sabilidade do “segmento consumo” passassem a ser incorporados nas tarifas deuso do sistema, juntamente com as perdas elétricas12. Determinou ainda, que oscontratos de fornecimento dos consumidores do “Grupo A” fossem abertos emcontratos de compra de energia, conexão e uso.

A Tabela 2 mostra a composição atual das tarifas de uso do sistema de trans-missão e distribuição, em suas parcelas “fio” e “encargo”.

Tabela 2: Encargos Setoriais de Responsabilidade do Segmento Consumo

12 Lei nº 10.604/2002, Decreto nº 4.562/2002, Lei nº 10.848/2004 e Decreto nº 5.163/2004

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3.7. Descontos nas tarifas de uso das redes elétricas

As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e os empreendimentos de geração quetêm como base fontes alternativas de energia – solar, biomassa, eólica e co-gera-ção qualificada – que produzam energia para fins de comercialização e que tenhamcaracterísticas de PCH, ou seja, com potência instalada menor ou igual a 30 Me-gawatt (MW), têm direito a pelo menos 50% de desconto nas tarifas de uso dossistemas de transmissão e distribuição13. Esse direito lhes foi dado por disposição

legal, em função de políticas e diretrizes setoriais estabelecidas pelo Governo Fede-ral. O percentual de desconto é estabelecido no próprio ato autorizativo da usina.

Também têm direito ao mesmo percentual de desconto, as unidades de consumoque comercializem energia com as referidas usinas.

Para ter direito ao desconto, a unidade de consumo precisa celebrar contra-

tos específicos de conexão e uso da rede, explicitando a parcela de demandacontratada com a usina beneficiada. Ressalta-se que o desconto incide apenassobre a parcela “fio” das tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição,permanecendo a tarifa-encargo inalterada.

13 Resolução Normativa nº 077/2004

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4.1. Processo de acesso à transmissão ou à distribuição

Os agentes regulados do setor que quiserem acessar as redes de serviço públicode transmissão e distribuição devem implementar suas próprias instalações até oponto de conexão com a rede. No caso de geradores, autoprodutores (geração)

e importadores e/ou exportadores de energia elétrica, essas instalações, bemcomo os pontos de conexão, são estabelecidas nos próprios atos autorizativosou nos contratos de concessão, após definidas pelo planejamento setorial.

As concessionárias e as permissionárias de distribuição detêm responsabilidadepela extensão das redes de distribuição para se conectarem às subestaçõesrebaixadoras integrantes da Rede Básica, às DITs e às redes de outras distribui-

doras.

Previamente à conexão, é requerida a solicitação de acesso pelo agente setorialregulado, que deve ser feita ao ONS ou à transmissora, quando as instalaçõesacessadas forem integrantes da Rede Básica, ou à concessionária proprietáriadas instalações, quando essas forem em tensão inferior a 230 quilovolt (kV).Portanto, para acessar as DIT’s, a solicitação deve ser dirigida à transmissora,enquanto o acesso a instalações de distribuição será solicitado à distribuidoralocal.

O ONS ou a concessionária analisam a solicitação do acesso em prazos de 30 ou120 dias, dependendo da necessidade ou não de reforços na rede a ser acessa-da.14

A solicitação de acesso por consumidor livre pode ser feita ao ONS ou à trans-missora, caso o ponto de conexão pretendido seja na Rede Básica e todas asinstalações de conexão do consumidor estejam em terreno de sua propriedade.

14 Resolução nº 281/1999

4. ASPECTOS OPERACIONAIS

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Caso a conexão seja nas DITs, nas instalações de distribuição ou mesmo na RedeBásica, mas de forma que requeira instalações de conexão atravessando áreas

públicas ou propriedades que não sejam do consumidor, a solicitação de acessodeve ser feita à concessionária ou permissionária de distribuição local.

O ONS disponibiliza em sua página eletrônica www.ons.org.br uma cartilha quetrata, com detalhes, dos aspectos técnicos e procedimentais do acesso à RedeBásica, mas que também pode ser utilizada como referência para acesso à distri-buição, até que sejam publicados os Procedimentos de Distribuição.

4.2. Contratos celebrados pelo usuário

O documento que estabelece as condições do acesso pretendido pelo agenteregulado ou pelo consumidor livre é o Parecer de Acesso, que é emitido peloONS caso o ponto de conexão seja na Rede Básica, pela transmissora, caso sejanas DITs, ou pela distribuidora, caso seja em instalações de sua propriedade.

Quando o ponto de conexão for em barramentos com tensão inferior a 230 kVlocalizados em subestações integrantes da Rede Básica, que são instalações defronteira classificadas como DITs, o Parecer de Acesso será, também, emitidopelo ONS.

O Parecer de Acesso tem 90 dias de validade15, período no qual devem ser cele-brados os contratos que firmam a intenção de conexão e uso da rede.

Como agentes setoriais regulados, as distribuidoras, os geradores, os autopro-dutores (geração) e os importadores e/ou exportadores de energia celebram osseguintes contratos para acessar a Rede Básica ou as DITs:

Contrato de Conexão à Transmissão (CCT) com a transmissora proprietáriadas instalações;

Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (CUST) com o ONS.Para acessar as instalações de distribuição, esses mesmos agentes celebram:

15 Procedimentos de Rede, Módulo 3

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Contrato de Conexão à Distribuição (CCD);

Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD) com a distribuidoraproprietária das instalações a serem acessadas.

As centrais geradoras despachadas de forma centralizada também firmam CUSTcom o ONS, mesmo que se conectem a instalações de distribuição. Já as centraisgeradoras não-despachadas de forma centralizada, somente celebram CUST como ONS caso se conectem diretamente à Rede Básica.

Os consumidores livres celebram os seguintes contratos para acessar a rede: Contrato de Conexão à Transmissão com a transmissora proprietária

das instalações; Contrato de Uso do Sistema de Transmissão, com o ONS, caso o acesso

se dê à Rede Básica; Contrato de Conexão à Distribuição, com a distribuidora local;

Contrato de Uso do Sistema de Distribuição, caso o acesso seja àsDITs ou em instalações de distribuição, em qualquer tensão.

Por sua vez, o acesso de consumidor livre às DITs faz com que a distribuidoralocal adite seu CCT (ou celebre novo) com a transmissora proprietária dasinstalações e também adite seu CUST com o ONS.

21

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A Figura 2 mostra esses contratos, indicando o consumidor livre (CL), o gerador

despachado de forma centralizada pelo ONS (Gc), o não-despachado de formacentralizada (Gd), a distribuidora (D) e a transmissora (RB ou DIT):

Os contratos de uso do sistema de transmissão e de distribuição especificam, emMW, os montantes de uso associados ao ponto de conexão, ou seja, a potência má-xima demandada ou injetada no ponto. Sobre esses montantes é aplicada a tarifa deuso de sistema de transmissão (TUST) ou a tarifa de uso do sistema de distribuição(TUSD), havendo penalidades para o caso de ultrapassagem dos valores contrata-dos.

Os contratos de conexão dizem respeito às condições técnicas e contratuais dasinstalações de conexão e do ponto de conexão. Os agentes regulados do setor sãoresponsáveis pelas próprias instalações de conexão, inclusive aquelas necessáriaspara conectar suas instalações com as da outra parte, podendo implementá-las dire-tamente ou contratá-las junto à concessionária acessada. Nesse último caso, o CCTou CCD deverão dispor sobre os encargos de conexão devidos pelo acessante parao ressarcimento dos investimentos feitos pela acessada.

Figura 2: Contratos de Transmissão e de Distribuição 

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Caso o acessante seja uma concessionária ou permissionária de distribuição, osencargos cobrados pela acessada são objeto de aprovação da ANEEL para fins de re-conhecimento nos reajustes e revisões das tarifas de distribuição. Nos outros casos,os valores de encargos de conexão são livremente negociados entre as partes.

Associados aos Contratos de Conexão e aos contratos de uso são celebrados Con-tratos de Constituição de Garantia (CCG) ou exigidas Cartas de Fiança Bancária, de

modo a assegurar o pagamento dos encargos devidos.

Caso haja capacidade remanescente nos sistemas, é possibilitada a contratação tem-porária do uso da transmissão ou distribuição. Essa contratação pode ser feita porperíodos de até três anos, não tendo prioridade sobre aquelas de caráter permanente.As concessionárias de distribuição não podem utilizar a modalidade temporária, exce-to para cargas relativas aos consumidores livres que se ligam nos mesmos pontos de

conexão nas DITs onde essas distribuidoras contratam o uso da transmissão.

16

Os modelos dos contratos da transmissão podem ser encontrados na página do ONSna internet www.ons.org.br .

4.3. Estabelecimento das tarifas de uso do sistema de

transmissão e distribuiçãoOs acessantes dos sistemas de transmissão e distribuição estão sujeitos ao pagamen-to de encargos de uso desses sistemas, estabelecidos com base em tarifas fixadaspela ANEEL, em conformidade com diretrizes emanadas da lei e dos contratos celebra-dos. Uma parcela dessas tarifas representa o custo do transporte da energia geradaou consumida e está associada aos investimentos feitos pelas concessionárias paraconstrução dessas redes. Essa parcela é comumente conhecida como “tarifa-fio”.

16 Resolução nº 715/2001

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A Figura 3 mostra a quais tipos de “tarifas-fio” e encargos de conexão estão sub-metidos os acessantes, com base no ambiente em que se conectam: Rede Básica(tensão igual ou superior a 230 kV) e Âmbito da Distribuição (tensão inferior a 230kV). São representados os geradores despachados de forma centralizada (Gc), e os deforma não-centralizada (Gd) pelo ONS, o consumidor livre (CL), a distribuidora (D) e atransmissora (RB ou DIT). A título de simplificação, o encargo decorrente da TUSTRB émostrado como se fosse pago ao ONS:

Figura 3: Tarifas de Uso e Encargos de Conexão

4.3.1. Cálculo da TUST

A TUSTfio é calculada a partir de simulação com o Programa Nodal, sistemacomputacional que implementa a Metodologia Nodal. Essa metodologia procuraatribuir tarifas que dependem da localização da carga ou geração e tambémdas condições de carregamento da rede elétrica até aquele ponto, ou seja, onúmero de circuitos a serem percorridos para escoar uma geração ou supriruma carga e o nível de carregamento desses circuitos que têm relação diretacom a intensidade da tarifa de uso do sistema de transmissão. É por essemotivo que, por exemplo, unidades consumidoras instaladas em zonas de ge-

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ração intensiva têm, normalmente, tarifas inferiores à média, porque aliviam o

carregamento dos circuitos da região.

O período tarifário da transmissão vai de 1º de julho de cada ano até 30 de junhodo ano subseqüente. A data de 1º de julho é coincidente com o reajuste anual doscontratos de concessão da transmissão, quando são reajustadas as receitas anu-ais permitidas, que as transmissoras recebem para prestar o serviço de trans-missão. O Programa Nodal tem como entrada de dados a configuração da rede

elétrica, carga e geração projetadas para o mês de junho do ano subseqüente aoda simulação das tarifas, bem como a receita anual permitida a ser arrecadadano período, correspondente à soma de todas as receitas anuais permitidas dasconcessionárias de transmissão.

A partir de 1 de julho de 2004, em decorrência da publicação da Resolução Nor-mativa nº 067/2004, que deu nova classificação às instalações de transmissão,

a TUSTfio

passou a ter duas parcelas: a TUSTRB

, correspondente às instalaçõesintegrantes da Rede Básica com tensão igual ou superior a 230 kV, e a TUSTFR,relativa às instalações integrantes da Rede Básica localizadas na fronteira entre aRede Básica (tensão igual ou superior a 230 kV) e a rede de distribuição (tensãoinferior a 230 kV), correspondente aos transformadores rebaixadores e suasconexões. A TUSTFR também engloba as DITs de uso compartilhado entre osagentes setoriais regulados. A TUSTRB é calculada com base na Metodologia Nodal.A TUSTFR, no entanto, é obtida a partir do rateio da receita associada às instalaçõesde fronteira e das DITs compartilhadas pelos montantes de uso contratados pelosagentes setoriais regulados que delas se utilizam.

Na página eletrônica da ANEEL na internet, sob o link “tarifas de transmissão”, podeser encontrado e baixado o Programa Nodal, a metodologia associada e os arquivosatualizados para simulação do período tarifário. Também encontra-se disponível umtexto explicativo com as tarifas vigentes e os demais dados necessários à simulação,bem como as Notas Técnicas que detalham os processos de reajuste das receitasanuais permitidas e de cálculo da TUST.

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4.3.2. Cálculo da TUSD

A TUSDfio17 tem como insumo principal a receita requerida pela distribuidora para a

exploração do “serviço fio”, que é constituída da soma das parcelas correspondentesindicadas na Tabela 2 . Os investimentos prudentes (Base de Remuneração Regula-tória) são definidos nas revisões ordinárias, e sobre eles é aplicada a remuneraçãodo capital próprio e de terceiros, e calculada a parcela de depreciação (cota dereintegração). Os custos eficientes de operação e manutenção (O&M) são definidos

a partir da aplicação do modelo da empresa de referência e à provisão para devedo-res duvidosos. Esses itens correspondem aos custos gerenciáveis da distribuidora,também conhecidos como itens da “Parcela B”. As demais “parcelas-fio” da Tabela 

2 compõem os custos não-gerenciáveis – “Parcela A”, devendo ser somadas aositens da “Parcela B” para se obter a receita requerida a ser recuperada pela aplicaçãoda TUSDfio.

Essa receita é dado de entrada no Programa TARDIST, que calcula o custo marginalde fornecimento de potência, o qual tem como principais insumos os custos margi-nais de expansão (valores padronizados tendo como base o custo incremental de mé-dio e longo prazo), os diagramas unifilares simplificados da rede da distribuidora e astipologias de carga de unidades consumidoras e de instalações de transformação.

O custo marginal de fornecimento de potência, também denominado tarifa de re-ferência, reflete a contribuição do “cliente-tipo” (perfil agregado das tipologiasde carga) na formação da demanda máxima da rede, e é definido para os postostarifários “ponta” e “fora de ponta”.

A tarifa de referência aplicada ao mercado de referência de demanda nem semprerecupera a receita requerida para exploração do “serviço fio”, de modo que são ne-cessários alguns ajustes posteriores nessa tarifa para que se obtenha a TUSDfio.

17 Resolução nº 152/2003

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A TUSDfio tem valores únicos para cada subgrupo de tensão da distribuidora, ou

seja, não incorpora a metodologia locacional utilizada no cálculo da TUSTfio. Nocaso de geradores conectados às instalações de distribuição, é considerada amenor dessas tarifas.

4.4. Medição do uso dos sistemas de transmissão ede distribuição

Antes de expor sobre a medição do uso do sistema de transmissão e distribuição,é necessário um relato sobre o aparelhamento necessário para realizar tal medição.Todas as transações entre os agentes de produção e os de consumo, e os própriosconsumidores livres são contabilizadas em termos de energia gerada ou consumida.O agente responsável por tal controle é a Câmara de Comercialização de EnergiaElétrica (CCEE) que, em conjunto com o ONS, definiu as especificações técnicas dos

sistemas de medição para faturamento e automatizou o processo de medição daenergia elétrica gerada ou consumida pelos agentes setoriais e pelos consumidoreslivres, enviando as leituras, em tempo real, até uma central de aquisição de dados.

Portanto, não é necessário instalar um sistema de medição específico para se fazera aquisição dos montantes de uso da transmissão, pois o ONS acessa a central deaquisição da CCEE para obter as informações necessárias para seu processo deapuração e contabilização dos encargos de uso da transmissão.

A instalação do sistema de medição para faturamento cabe a cada agente re-gulado do setor, que também é responsável pela leitura e envio à central deaquisição da CCEE. Esses sistemas de medição são instalados na fronteira entrea Rede Básica e as instalações sob responsabilidade do acessante ou, no caso deacesso a DITs compartilhadas por mais de uma concessionária de distribuição,nos pontos de conexão entre essas DITs e as instalações de propriedade ou deuso exclusivo da distribuidora.

Diferentemente dos consumidores cativos, que pagam os custos de seus me-

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didores na conta de energia, os consumidores livres arcam com os custos de

seus próprios sistemas de medição para faturamento. Eles podem adquirir seusequipamentos e solicitar a instalação à concessionária, observando suas normase padrões técnicos, ou contratá-los da concessionária, que se ressarcirá doscustos incorridos por meio da cobrança de encargos de conexão. Isso é devidoporque os medidores e os necessários transformadores de instrumentos espe-cificados pela CCEE/ONS requerem uma classe de precisão especial, e tambémque as leituras sejam enviadas em tempo real para a central de aquisição, o

que os torna mais caros que os equipamentos comuns, que fazem a leitura doconsumidor cativo.

A leitura da energia consumida pelos consumidores livres, entretanto, não éfeita diretamente por eles, mas sim pela concessionária ou permissionária res-ponsável pelo sistema de medição para faturamento a eles associados. Caso oconsumidor esteja conectado à Rede Básica, a responsável é a concessionária

de transmissão com a qual se conecta. Caso esteja conectado a instalações comtensão inferior a 230 kV, a responsável pela leitura de faturamento é a conces-sionária ou permissionária de distribuição local.

4.5. Apuração e contabilização dos encargos de uso e conexão

As concessionárias de transmissão disponibilizam ao ONS as instalações integrantesda Rede Básica via Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão (CPST). Nes-se contrato, constam as condições da prestação do serviço, que se dá de acordo comos padrões de desempenho estabelecidos dos Procedimentos de Rede18, e tambéma delegação da concessionária ao ONS para que esse a represente na celebração doscontratos de uso do sistema de transmissão, a ser feita com os usuários da RedeBásica.

Essa delegação gera um sistema matricial de contratação que, na prática, faz comque cada usuário da Rede Básica tenha um contrato com cada concessionária detransmissão e vice-versa.

18 Procedimentos de Rede, Módulo 2

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A apuração e contabilização dos encargos de uso do sistema de transmissão é feita

mensalmente pelo ONS, que emite Avisos de Débito (AVD) aos usuários e Avisos deCrédito (AVC) às transmissoras, informando os valores a serem faturados. Com basenesses Avisos, as concessionárias de transmissão enviam as faturas aos usuários,que devem liquidá-las em três pagamentos mensais, realizados nos dias 15 e 25 domês subseqüente, e 5 do segundo mês após a apuração.

A Figura 4 esquematiza a forma de apuração e liquidação dos encargos de uso do

sistema de transmissão.

Figura 4: Apuração e Contabilização do Uso da Transmissão

A apuração dos encargos de conexão é feita diretamente entre as transmissoras edistribuidoras e os respectivos usuários, em relação bilateral.

Da mesma forma, os encargos de uso do sistema de distribuição são apuradose contabilizados diretamente pela concessionária de distribuição local, em relaçãobilateral com seus usuários.

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4.6. Apuração e contabilização dos encargos setoriais

de responsabilidade do segmento consumoAlém dos encargos de uso do sistema de transmissão, que dizem respeito ao custo detransporte da Rede Básica, o ONS também apura os encargos setoriais do segmentoconsumo, que são cobrados dos consumidores livres e das unidades de consumodos autoprodutores conectadas à Rede Básica, conforme disposto em lei, mediante aaplicação de uma tarifa específica sobre a energia consumida, essa última informada

pela CCEE. Diferentemente dos encargos relativos ao transporte, que são pagos atodas as transmissoras, os encargos setoriais são pagos apenas às concessionáriasem que se conectam as unidades consumidoras, ficando essas responsáveis pelo seurepasse. Atualmente, dos consumidores livres e autoprodutores conectados na RedeBásica são cobrados os encargos setoriais Conta de Consumo de Combustíveis (CCC)e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), cujos recursos são administrados emovimentados pela Eletrobrás.19

Vale ressaltar que a CCC dos sistemas isolados e a CDE são cobradas apenas sobre aenergia consumida oriunda de comercialização, ou seja, a energia de autoprodução ouo consumo próprio de produtores independentes estão sujeitos apenas ao pagamentoda CCC do sistema interligado onde suas cargas se conectam.

19 Resolução Normativa nº 074/2004

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A Figura 5 esquematiza a forma de apuração e liquidação dos encargos setoriais de

responsabilidade dos consumidores livres e autoprodutores com unidade de consumoconectada à Rede Básica.

Figura 5: Apuração e Contabilização dos Encargos Setoriais de Responsabilidade do Segmanto Consumo

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5.1. Histórico da regulação

No que se refere ao livre acesso e à metodologia de tarifação da transmis-são, a regulação vigente permanece praticamente inalterada desde a sua edi-ção, em 1999. A Resolução nº 281/1999 estabeleceu as condições gerais decontratação do acesso, compreendendo o uso e a conexão aos sistemas de

transmissão e distribuição de energia elétrica, juntamente com a MetodologiaNodal, sendo que a Resolução nº 282/1999 fixou os parâmetros a seremutilizados pelo Programa Nodal, que implementa tal metodologia.

A seguir são listados os principais aperfeiçoamentos e melhorias introduzi-dos com respeito à Resolução nº 281/1999 e à Metodologia Nodal:

A Resolução nº 208/2001 dispôs sobre a celebração dos contratos deuso e conexão previamente à execução de obras de reforços ou am-pliações na rede, e desobrigou os geradores não-conectados à RedeBásica e não despachados centralizadamente pelo ONS da celebraçãodo CUST;

A Resolução nº 655/2002 disciplinou a celebração pelas concessioná-rias de distribuição do CUST com o ONS, determinando a contrataçãode montantes de uso em pontos de conexão localizados nas DITs;

A Resolução Normativa nº 067/2004 dispôs sobre a responsabili-dade do consumidor livre com os custos do sistema de mediçãopara faturamento de energia elétrica, bem como da sistemáticade aquisição dos montantes de uso do sistema de transmissãopelo ONS;

A Resolução Normativa nº 077/2004 revogou o art. 22, que dispu-nha sobre os descontos nas tarifas de uso dos sistemas de trans-missão e distribuição, passando a disciplinar o assunto;

Após a realização da Audiência Pública nº 019/2004, feita em razãodo comando disposto na Lei nº 10.848/2004, que modificou o art. 3º

5. HISTÓRICO E RESULTADOS

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da Lei nº 9.427/1996, incluindo o inciso XVIII, que trata de sinalização

locacional nas tarifas de uso do sistema de transmissão, foi emitida aResolução Normativa nº 117/2004, que alterou parâmetros para simu-lação com o Programa Nodal, deu estabilidade temporal para as tarifasaplicáveis aos geradores e revogou a Res. 282/1999.

Relativamente à classificação das instalações de transmissão, foram promo-vidos os principais aperfeiçoamentos na regulação:

A Resolução nº 245, de 31 de julho de 1998, estabelecia que faziamparte da Rede Básica todas as linhas de transmissão com tensão igualou superior a 230 kV e também as subestações que tivessem, pelomenos, esse nível de tensão. A classificação valia para toda a subesta-ção, e o acesso a qualquer de seus barramentos era considerado aces-so à Rede Básica. Exceção era feita, como hoje, às instalações de uso

exclusivo de geradores, consumidores e importadores ou exportadoresde energia que, no caso, eram consideradas como DITs ou instalaçõesde conexão, disponibilizadas diretamente aos respectivos usuários me-diante o pagamento dos encargos de conexão correspondentes;

Em 10 de novembro de 2000, após a realização de Audiência Pública,foi emitida a Resolução nº 433/2000, que revogou a Resolução nº245/1998 e redefiniu as fronteiras da Rede Básica, que passaram acontemplar apenas os barramentos com tensão igual ou superior a 230kV das subestações classificadas como integrantes da Rede Básica;

A Resolução nº 489, de 29 de agosto de 2002, estabeleceu que asdistribuidoras poderiam contratar as transmissoras para implementaras instalações não integrantes da Rede Básica;

Após a realização da Audiência Pública nº 034 em 2003, as ResoluçõesNormativas nº 067 e nº 068 de 2004 foram publicadas e revogaram,respectivamente, as Resoluções nº 433/2000 e nº 489/2002. Segundotais regulamentos, as instalações integrantes da Rede Básica são aslinhas e equipamentos de subestação com tensão igual ou superior a230 kV, incluindo os transformadores rebaixadores e suas conexões,

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sendo que os barramentos com tensão inferior a 230 kV classificam-se

como DITs.

5.2. Evolução das tarifas de uso do sistema de transmissão

As tarifas de uso do sistema de transmissão são fixadas anualmente em 1ºde julho, data em que ocorre o reajuste contratual das “receitas anuais per-mitidas” de todas as concessionárias de transmissão.

Essas receitas são pagas às transmissoras pela disponibilização de suasinstalações integrantes da Rede Básica para o sistema, sob coordenação doONS.

A expansão da Rede Básica ocorre por determinação do planejamento se-torial, sob coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME), e com a

participação do ONS. É elaborado um plano de expansão, de caráter determi-nativo, cabendo à ANEEL, por delegação do poder concedente, promover aslicitações das concessões de transmissão - novas linhas e subestações, apósaprovação pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND), publicada emdecreto presidencial. Os reforços nas instalações existentes são autorizadospela ANEEL, também por delegação do poder concedente.

A Figura 6 mostra a evolução da demanda máxima e da geração instaladano sistema, comparando-as com a evolução da receita total da transmissão,arrecadada via encargos estabelecidos com base na TUST.

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Figura 6: Evolução Anual da RAP, Carga e Geração

A Tabela 3 mostra a participação dos custos das redes de transmissão, via receitapermitida, na tarifa média de fornecimento:

Tabela 3: Participação da Transmissão na Tarifa Média de Fornecimento

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6.1. Da exploração dos serviços e instalações de energia elétrica

  Constituição Federal  “Art. 21. Compete à União:

...........

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:...........b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-

mento energético dos cursos de água, em articulação com osEstados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;”

6.2. Da prestação de serviços públicos

  Constituição Federal  “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente

ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de lici-tação, a prestação de serviços públicos.Parágrafo único. A lei disporá sobre:I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias deserviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua pror-rogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização erescisão da concessão ou permissão;II - os direitos dos usuários;III - política tarifária;IV - a obrigação de manter serviço adequado.”

6.3. Da responsabilidade objetiva na prestação de serviços públicos

  Constituição Federal  “Art. 37.

...........

6. ASPECTOS LEGAIS E REGULAMENTARES

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§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado

prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seusagentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direitode regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

6.4. Do serviço adequado

  Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 

“Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de ser-viço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabe-lecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.

§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regulari-dade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equi-pamento e das instalações e a sua conservação, bem como a me-lhoria e a expansão do serviço.”

6.5. Dos encargos do poder concedente e da concessionária

  Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995  “Art. 29. Incumbe ao poder concedente:

...........VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à execução doserviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamen-te ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em queserá desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;...........

IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de ins-tituição de servidão administrativa, os bens necessários à execuçãode serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante

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outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a res-

ponsabilidade pelas indenizações cabíveis;”...........“Art. 31. Incumbe à concessionária:...........VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadaspelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;”

6.6. Das instalações de transmissão de interesse restrito  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995  “Art. 14. As linhas de transmissão de interesse restrito aos apro-

veitamentos de produção independente poderão ser concedidas ouautorizadas, simultânea ou complementarmente, aos respectivoscontratos de uso do bem público.”

6.7. Do exercício da opção pelo consumidor

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 15...........

§ 5º O exercício da opção pelo consumidor não poderá resultar emaumento tarifário para os consumidores remanescentes da conces-sionária de serviços públicos de energia elétrica que haja perdidomercado. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.5.98)”

6.8. Dos condicionantes à estipulação de benefícios tarifários

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 35. A estipulação de novos benefícios tarifários pelo poder conce-

dente, fica condicionada à previsão, em lei, da origem dos recursos ou dasimultânea revisão da estrutura tarifária do concessionário ou permissioná-rio, de forma a preservar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

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Parágrafo único. A concessão de qualquer benefício tarifário so-

mente poderá ser atribuída a uma classe ou coletividade de usuáriosdos serviços, vedado, sob qualquer pretexto, o benefício singular.”

6.9. Da classificação das instalações de transmissão

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 17. O poder concedente deverá definir, dentre as instalações

de transmissão, as que se destinam à formação da rede básica dossistemas interligados, as de âmbito próprio do concessionário dedistribuição e as de interesse exclusivo das centrais de geração.

§ 1º As instalações de transmissão componentes da rede básicado Sistema Interligado Nacional - SIN serão objeto de concessãomediante licitação e funcionarão na modalidade de instalações inte-

gradas aos sistemas com regras operativas aprovadas pela ANEEL,de forma a assegurar a otimização dos recursos eletroenergéticosexistentes ou futuros. (Redação dada pela Lei nº 10.848, de 2004)

§ 2º As instalações de transmissão de âmbito próprio do concessio-nário de distribuição poderão ser consideradas pelo poder concedenteparte integrante da concessão de distribuição.

§ 3º As instalações de transmissão de interesse restrito das centrais de gera-ção poderão ser consideradas integrantes das respectivas concessões, per-missões ou autorizações. “(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.5.98)”

  Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998  “Art. 6º. Ressalvados os casos indicados na legislação específica,

a atividade de transmissão de energia elétrica será exercida me-diante concessão, precedida de licitação, observado o disposto noart. 3º deste regulamento.

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§ 1º Os reforços das instalações existentes serão de responsabili-

dade da concessionária, mediante autorização da ANEEL;

§ 2º As instalações e equipamentos considerados integrantes daRede Básica de Transmissão, de conformidade com os procedimen-tos e critérios estabelecidos pela ANEEL, serão disponibilizadas,mediante Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão, aoOperador Nacional do Sistema Elétrico, e a este estarão subordina-

das suas ações de coordenação e operação;

§ 3º As demais instalações de transmissão, não integrantes da RedeBásica, serão disponibilizadas diretamente aos acessantes interes-sados, contra o pagamento dos encargos correspondentes.”

  Resolução Normativa nº 067, de 8 de junho de 2004

  Resolução Normativa nº 068, de 8 de junho de 20046.10. Do livre acesso aos sistemas de transmissão e distribuição

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 15. ...........

§ 6º É assegurado aos fornecedores e respectivos consumidoreslivre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão de con-cessionário e permissionário de serviço público, mediante ressar-cimento do custo de transporte envolvido, calculado com base emcritérios fixados pelo poder concedente.”

  Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998“Art. 7º. A ANEEL estabelecerá as condições gerais do acesso aossistemas de transmissão e de distribuição, compreendendo o uso ea conexão, e regulará as tarifas correspondentes, com vistas a:

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 I - assegurar tratamento não discriminatório a todos os usuários

dos sistemas de transmissão e de distribuição, ressalvado o dis-posto no § 1º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 1996, com a reda-ção dada pelo art. 4º da Lei nº 9.648, de 1998;

II - assegurar a cobertura de custos compatíveis com custos-padrão;III - estimular novos investimentos na expansão dos sistemas;IV - induzir a utilização racional dos sistemas;V - minimizar os custos de ampliação ou utilização dos sistemas

elétricos.”

  Resolução nº 281, de 1º de outubro de 1999  Resolução Normativa nº 067, de 8 de junho de 2004

6.11. Das opções de compra de energia elétrica por partedos

 

consumidores

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 15. Respeitados os contratos de fornecimento vigentes, a

prorrogação das atuais e as novas concessões serão feitas semexclusividade de fornecimento de energia elétrica a consumidorescom carga igual ou maior que 10.000 kW, atendidos em tensãoigual ou superior a 69 kV, que podem optar por contratar seufornecimento, no todo ou em parte, com produtor independente deenergia elétrica.

§ 1º Decorridos três anos da publicação desta Lei, os consumidoresreferidos neste artigo poderão estender sua opção de compra a qual-quer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétricado sistema interligado. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.5.98)

§ 2º Decorridos cinco anos da publicação desta Lei, os consumido-res com carga igual ou superior a 3.000 kW, atendidos em tensãoigual ou superior a 69 kV, poderão optar pela compra de energia

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elétrica a qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de

energia elétrica do mesmo sistema interligado.

§ 3º Após oito anos da publicação desta Lei, o poder concedentepoderá diminuir os limites de carga e tensão estabelecidos nestee no art. 16.

§ 4º Os consumidores que não tiverem cláusulas de tempo deter-

minado em seus contratos de fornecimento só poderão exercer aopção de que trata este artigo de acordo com prazos, formas e con-dições fixados em regulamentação específica, sendo que nenhumprazo poderá exceder a 36 (trinta e seis) meses, contado a partirda data de manifestação formal à concessionária, à permissionáriaou à autorizada de distribuição que os atenda. (Redação dada pelaLei nº 10.848, de 2004)

§ 5º O exercício da opção pelo consumidor não poderá resultar emaumento tarifário para os consumidores remanescentes da conces-sionária de serviços públicos de energia elétrica que haja perdidomercado. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.5.98)

§ 6º É assegurado aos fornecedores e respectivos consumidoreslivre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão de con-cessionário e permissionário de serviço público, mediante ressar-cimento do custo de transporte envolvido, calculado com base emcritérios fixados pelo poder concedente.

§ 7º O consumidor que exercer a opção prevista neste artigo e noart. 16 desta Lei deverá garantir o atendimento à totalidade de suacarga, mediante contratação, com um ou mais fornecedores, sujeitoa penalidade pelo descumprimento dessa obrigação, observado odisposto no art. 3º, inciso X, da Lei nº 9.427, de 26 de dezembrode 1996. (Redação dada pela Lei nº 10.848, de 2004)

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§ 8º Os consumidores que exercerem a opção prevista neste artigo

e no art. 16 desta Lei poderão retornar à condição de consumi-dor atendido mediante tarifa regulada, garantida a continuidade daprestação dos serviços, nos termos da lei e da regulamentação,desde que informem à concessionária, à permissionária ou à auto-rizada de distribuição local, com antecedência mínima de 5 (cinco)anos. (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)

§ 9º Os prazos definidos nos §§ 4º e 8º deste artigo poderão serreduzidos, a critério da concessionária, da permissionária ou da au-torizada de distribuição local. (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)

§ 10. Até 31 de dezembro de 2009, respeitados os contratos vigen-tes, será facultada aos consumidores que pretendam utilizar, emsuas unidades industriais, energia elétrica produzida por geração

própria, em regime de autoprodução ou produção independente,a redução da demanda e da energia contratadas ou a substituiçãodos contratos de fornecimento por contratos de uso dos sistemaselétricos, mediante notificação à concessionária de distribuição ougeração, com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias.(Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)”

  “Art. 16. É de livre escolha dos novos consumidores, cuja cargaseja igual ou maior que 3.000 kW, atendidos em qualquer tensão, ofornecedor com quem contratará sua compra de energia elétrica.”

  Resolução nº 264, de 13 de agosto de 1998

6.12. Das tarifas de transmissão e distribuição

  Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995“Art. 3º. Além das atribuições previstas nos incisos II, III, V, VI, VII,X, XI e XII do art. 29 e no art. 30 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro

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de 1995, de outras incumbências expressamente previstas em lei

e observado o disposto no § 1º, compete à ANEEL: (Redação dadapela Lei nº 10.848, de 2004)...........

XVIII - definir as tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição, sendo que as de transmissão devem ser baseadas nasseguintes diretrizes: (Incluído pela Lei nº 10.848, de 2004)

a) assegurar arrecadação de recursos suficientes para coberturados custos dos sistemas de transmissão; eb) utilizar sinal locacional visando a assegurar maiores encargos

para os agentes que mais onerem o sistema de transmissão;”

  Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004“Art. 66. O Ministério de Minas e Energia estabelecerá metodo-

logia para utilização de sinal locacional no cálculo das tarifas deuso dos sistemas de transmissão, visando a sua estabilidade, e nocálculo dos fatores de perdas aplicáveis à geração e ao consumode energia elétrica”.

  Resolução nº 281, de 1º de outubro de 1999  Resolução nº 152, de 03 de abril de 2003  Resolução Normativa nº 118, de 06 de dezembro de 2004

6.13. Dos descontos nas tarifas de uso do sistema de transmissãoe de distribuição

  Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996“Art. 26. Cabe ao Poder Concedente, diretamente ou mediante

delegação à ANEEL, autorizar: (Redação dada pela Lei nº 10.848,de 15.03.2004)

I - o aproveitamento de potencial hidráulico de potência superior

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a 1.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, destinado a produ-

ção independente ou autoprodução, mantidas as características depequena central hidrelétrica; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de27.05.98)...........

§ 1º Para o aproveitamento referido no inciso I do caput, os empre-endimentos hidroelétricos com potência igual ou inferior a 1.000kW e aqueles com base em fontes solar, eólica, biomassa e co-ge-

ração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potên-cia instalada seja menor ou igual a 30.000 kW, a ANEEL estipularápercentual de redução não inferior a cinqüenta por cento a seraplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissãoe de distribuição, incidindo na produção e no consumo da energiacomercializada pelos aproveitamentos. (Redação dada pela Lei nº10.762, de 11.11.2003)”

  Resolução Normativa nº 077, de 18 de agosto de 2004

6.14. Dos encargos setoriais de responsabilidade do segmentoconsumo

  Lei nº 10.604, de 17 de dezembro de 2002“Art. 3º. Os consumidores de energia elétrica das concessionáriasou permissionárias de serviço público que não exercerem a opçãoprevista nos arts. 15 e 16 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995,deverão substituir os atuais contratos de fornecimento de energiapor contratos equivalentes de conexão e uso dos sistemas de trans-missão e distribuição e de compra de energia elétrica.”

  Decreto nº 4.562, de 31 de dezembro de 2002“Art. 1º. Os consumidores do Grupo “A”, das concessionárias ou

permissionárias de serviço público de geração ou de distribuiçãode energia elétrica deverão celebrar contratos distintos para a co-

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nexão, uso dos sistemas de transmissão ou distribuição e compra

de energia elétrica, nos termos e condições firmados no art. 9º, doDecreto nº 62.724, de 17 de maio de 1968, com as alterações doDecreto nº 4.413, de 7 de outubro de 2002.

§ 1º Na definição do valor das tarifas para os contratos de conexãoe de uso dos sistemas de transmissão ou distribuição a que serefere este artigo, serão consideradas as parcelas apropriadas dos

custos de transporte e das perdas de energia elétrica, bem como osencargos de conexão e os encargos setoriais de responsabilidadedo segmento de consumo.”

  Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, com redação dadapela Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004

“Art. 13.

...........§ 1º Os recursos da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE serãoprovenientes dos pagamentos anuais realizados a título de uso de bempúblico, das multas aplicadas pela ANEEL a concessionários, permis-sionários e autorizados e, a partir de 2003, das quotas anuais pagaspor todos os agentes que comercializem energia com consumidor final,mediante encargo tarifário, a ser incluído a partir da data de publicaçãodesta Lei nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão ou de distri-buição. (Redação dada pela Lei nº 10.848, de 2004)”

  Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004“Art. 74. Os autoprodutores e produtores independentes não estãosujeitos ao pagamento das quotas da Conta de DesenvolvimentoEnergético - CDE, tanto na produção quanto no consumo, exclu-sivamente com relação à parcela de energia elétrica destinada aconsumo próprio.”

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Os métodos de fixação das tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição sãobem diferentes entre si. O da transmissão se dá pelo uso da Metodologia Nodal, fixandotarifas por ponto de conexão, enquanto o da distribuição baseia-se nos custos margi-nais de expansão da distribuição, definindo-se tarifas iguais para cada nível de tensão.

Essa diferença metodológica leva, muitas vezes, a valores diferentes entre as tarifasde uso nos pontos de conexão na fronteira entre a Rede Básica e a rede de âmbitoda distribuição. Esse assunto deve ser objeto de melhoria na busca de metodologiasque possam resultar em valores mais próximos.

Nesse sentido, vale mencionar a proposta de aperfeiçoamento no cálculo da TUSDque a ANEEL colocou em consulta pública, com o principal objetivo de tornar iguais

as parcelas de encargos setoriais de responsabilidade do segmento de consumo,cobradas nas tarifas de uso da transmissão e da distribuição.

Conforme mostrado na Tabela 2 , essas parcelas, também conhecidas como tarifa-encargo, atualmente são diferentes. A proposta apresenta, também, outros aperfeiço-amentos no cálculo da TUSD, conforme pode ser visualizado na Figura 7 .

Figura 7: Proposta de Aperfeiçoamento no Cálculo da TUSD

7. APERFEIÇOAMENTOS FUTUROS

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Outro aprimoramento que se faz necessário, embora não diga respeito diretamen-

te à questão do livre acesso, é em relação aos valores contratados entre agentese entre esses e o consumidor livre, nos contratos de conexão à transmissão eà distribuição (CCT) e nos contratos de compartilhamento de instalações (CCI),firmados entre duas concessionárias de transmissão. Esses contratos precisamser regulados de forma a dar mais transparência aos preços cobrados e aosdireitos e obrigações das partes.

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a) Sou um consumidor livre e desejo acessar a Rede Básica por meio de umalinha de transmissão construída para meu uso exclusivo. Como devo proceder?

Em decorrência do disposto nos arts. 21, XII, b, 37, § 6º, e 175 da Constituição Fe-deral, a exploração de serviços e instalações de energia elétrica é de competênciada União, que pode fazê-lo diretamente ou por meio de autorização, permissão ou

concessão de serviços públicos. Essas disposições constitucionais encontram-seregulamentadas nas Leis nº 8.987 e 9.074, ambas de 1995. Esse aspecto restringea possibilidade de um consumidor ser proprietário de linha de transmissão em áre-as públicas ou fora de sua propriedade, pelo fato desse consumidor não ser agenteregulado do setor elétrico. Corrobora com esse princípio, o disposto no art. 15 daLei nº 10.848/2004, que determina a incorporação, pelas distribuidoras, das redesparticulares que não dispuserem de autorização do poder concedente.

Nesse sentido, se as instalações para seu uso particular estiverem totalmente con-tidas em áreas de sua propriedade, o acesso é permitido e o consumidor livre devesolicitá-lo ao ONS ou à transmissora detentora das instalações a serem acessadas.As instalações de conexão – aquelas que se situam na subestação ou linha daconcessionária – devem atender aos requisitos mínimos estabelecidos nos Pro-cedimentos de Rede e serem contratadas junto à transmissora, via Contrato deConexão à Transmissão – CCT, no qual será estabelecido o encargo de conexãocorrespondente. A Figura 8 a seguir, ilustra a situação descrita.

 

Figura 8: Instalações de Consumidores em Área Própria

8. DÚVIDAS MAIS FREQÜENTES

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Se as instalações de transmissão de uso exclusivo do consumidor livre não

estiverem totalmente restritas à sua propriedade, o acesso deverá ser so-licitado, sempre, à concessionária de distribuição local, que é a prestadorade serviços públicos responsável pelo atendimento aos consumidores. Alémdisso, a distribuidora irá verificar a viabilidade técnica e ambiental da cone-xão, em articulação com o planejamento setorial. No caso específico, comose trata de instalações de conexão com nível de tensão igual ou superior a230 kV, o consumidor deverá arcar com 100% dos investimentos associa-

dos, além de celebrar um Contrato de Conexão à Distribuição (CCD) com adistribuidora, onde serão estabelecidos os custos com a operação e manu-tenção das instalações de uso exclusivo, bem como dos eventuais encargosde conexão devidos pela distribuidora à transmissora acessada, referentesàs instalações de conexão com a Rede Básica.

A distribuidora, por sua vez, celebrará um CCT com a transmissora acessada,onde serão estabelecidos os encargos correspondentes, já citados no parágrafoanterior, e também um CUST com o ONS (ou aditivo ao CUST existente), especi-ficando os montantes de uso (MUST) associados à demanda do consumidor.

Além do CCD, o consumidor irá celebrar um Contrato de Uso do Sistema deDistribuição (CUSD) com a distribuidora local. Como não existe tarifa de uso dadistribuição para níveis de tensão superiores a 138 kV, a TUSD a que estará sub-metido o consumidor será equivalente à TUST no ponto acessado, eventualmenteacrescida de encargos e tributos, nos termos da legislação específica. Essa TUSDtambém incluirá os encargos setoriais de responsabilidade do segmento consu-mo, associados à área de concessão local. A figura 9 ilustra a situação acimadescrita.

Por não ter concessão de área, é vedado à transmissora implementar as ins-talações para o consumidor, pois isso violaria o monopólio da distribuidorano atendimento ao mercado de consumo. Reforçam essa tese outros doisprincípios: (i) as instalações de transmissão passíveis de autorização pelopoder concedente classificam-se como aquelas integrantes da Rede Básica

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- que são licitadas - e nos reforços de instalações existentes – que são au-torizadas – o que não é o caso das instalações de conexão para atendimentodo consumidor; e (ii) os encargos setoriais de responsabilidade do segmentoconsumo, que estão integrados à tarifa de uso paga pelo consumidor, sãodiferentes na Rede Básica e na distribuição, pois esses últimos incorporam

aspectos específicos da distribuidora, como, por exemplo, as perdas co-merciais. Dar tratamento distinto para um determinado consumidor seriaequivalente a excluí-lo da área de concessão da distribuidora, portanto, nãoisonômico em relação aos demais consumidores.

b) Sou um consumidor livre. Posso ser dono de meu sistema de mediçãode faturamento?

Somente os agentes regulados do setor elétrico – autorizados, permissionários econcessionários – podem fazer suas próprias leituras de faturamento e enviá-las àcentral de aquisição da Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE). Comoo consumidor é um particular, é necessário que uma concessionária faça sua leiturae se responsabilize pela integridade das informações a serem remetidas à CCEE.Neste sentido, a instalação, aferição e lacre do sistema de medição têm de serfeitas exclusivamente pela concessionária.

No entanto, o consumidor poderá, em comum acordo com a concessionária,adquirir seu próprio sistema de medição de faturamento e solicitar que ela o

Figura 9: Acesso de Consumidor em Área Pública

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instale, devendo a concessionária ficar responsável pela leitura do consumo e

guarda do equipamento. Os custos desses serviços serão negociados entre aspartes e contratados no CCT.

c) Sou um consumidor cativo ligado à Rede Básica e quero me tornar livre,mas as instalações de transmissão que me atendem não estão em conformi-dade com os requisitos mínimos estabelecidos nos Procedimentos de Rede.Como devo proceder?

Existem hoje instalações de transmissão que atendem concessionárias de distribuiçãoe que não estão em conformidade com os requisitos mínimos estabelecidos nosProcedimentos de Rede (Módulo 2). Exemplos disso são os acessos em derivaçãosimples a partir de linhas da Rede Básica, cuja configuração mínima requerida é umasubestação seccionadora com arranjo em barra dupla a quatro chaves (230 kV).

Se as citadas instalações são suficientemente boas para que a concessionária dedistribuição preste serviço adequado a um consumidor enquanto ele é cativo, ofato desse mesmo consumidor se tornar livre não é motivo para se adequar asinstalações imediatamente, porque isso representaria um ônus não justificáveltecnicamente a ser imputado ao consumidor.

Portanto, cada situação deve ser avaliada individualmente, devendo o consumidore a concessionária de transmissão a qual ele se conecta, pronunciarem-se arespeito do desempenho das instalações que estão em não-conformidade com osProcedimentos de Rede.

No entanto, sempre deverá ser provida ao ONS a supervisão das instalações, einstalado o sistema de medição de faturamento, em conformidade com as espe-cificações técnicas CCEE/ONS, sendo os custos associados de responsabilidadedo consumidor livre.

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d) De quem é a responsabilidade pelo sistema de medição de faturamen-

to de consumidor cativo que se conecta à Rede Básica?

Para todos os fins, quando um consumidor cativo se conecta à Rede Básica éconfigurado um acesso da distribuidora que o representa. Nesse caso, o siste-ma de medição de faturamento é de responsabilidade da própria distribuidora,inclusive o serviço de leitura.

Entretanto, como se trata de acesso exclusivo de consumidor cativo à Rede Bá-sica, pode ser mais viável que a distribuidora contrate a instalação do sistema demedição de faturamento junto à transmissora acessada, via CCT, tendo em vistaque o consumidor poderá se tornar livre, como será visto na questão a seguir.

e) E se o consumidor do caso anterior se tornar livre? Como fica o siste-ma de medição de faturamento instalado pela distribuidora?

Nesse caso existem quatro possibilidades:

I. a distribuidora retira sua medição e o consumidor instala a própria,observada a dúvida nº 2;

II. a distribuidora transfere o sistema de medição à transmissora, pelovalor contábil, que passará a cobrar encargos de conexão do consu-midor, via CCT a ser celebrado entre as partes;

III. a distribuidora vende sua medição ao consumidor, passando a leituraa ser feita pela transmissora acessada, que cobrará encargos de cone-xão do consumidor, via CCT a ser celebrado entre as partes;

IV. a distribuidora rescinde seu CCT com a transmissora, devendo essacelebrar um novo contrato com o consumidor livre, onde serão cobra-dos os mesmos encargos.

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f) Sou gerador não-despachado de forma centralizada pelo ONS e me co-

necto às Demais Instalações de Transmissão (DITs), que são instalaçõesde propriedade de concessionária de transmissão. Que tarifa irei pagar?

O gerador não-despachado de forma centralizada pelo ONS terá de firmar CCTcom a transmissora acessada e CUSD com a distribuidora local. A tarifa de usoa que estará sujeito esse gerador será equivalente à TUSTFR média dos pontosde conexão da distribuidora local.

g) Sou uma concessionária de distribuição que atende um consumidorcativo por meio de uma instalação de uso exclusivo com tensão igual ousuperior a 230 kV, de propriedade da transmissora, e que está classifica-da como DIT. O que acontece quando o consumidor se torna livre? E seele se tornar apenas parcialmente livre?

Essa instalação faz parte do CCT celebrado entre a transmissora e a distribuido-ra, portanto, esta última paga encargo de conexão à primeira.

O consumidor livre deverá celebrar um CCD com a distribuidora, que lhe repas-sará o valor do encargo de conexão pago à transmissora, acrescido dos encar-gos e tributos legais. Deverá, também, celebrar um CUSD com a distribuidoralocal, em que a tarifa de uso a ser paga será a própria TUST do ponto acessado,acrescida dos tributos e encargos legais, inclusive os encargos setoriais deresponsabilidade do segmento consumo atribuíveis aos demais consumidoresda distribuidora.

Caso apenas parte da carga do consumidor se torne livre, a distribuidora deverápermanecer pagando o encargo de conexão correspondente e celebrar um CCDcom o consumidor livre. O encargo de conexão a ser cobrado será aquele pagopela distribuidora à transmissora, acrescido dos tributos legais, mas proporcio-nal à demanda que se tornou livre, ou seja, a distribuidora continua assumindo aparte que cabe à demanda cativa.

 

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h) Sou um novo empreendedor de geração que irá se conectar à Rede

Básica. Como faço para obter o valor da tarifa que vou pagar pelo uso dosistema de transmissão?

As tarifas de uso do sistema de transmissão são obtidas por meio de simulaçãocom Programa Nodal. Na página eletrônica da ANEEL, sob o link tarifas, podemser encontrados o Programa Nodal, o manual de utilização e todos os arquivosnecessários à simulação para o período tarifário em vigência. Se o usuário quiser

ter uma visão da evolução das tarifas por um período de três anos, poderá aces-sar a página do ONS www.ons.org.br e solicitar os arquivos correspondentes,cabendo ressaltar que os resultados obtidos são apenas indicativos. A principalvantagem da utilização do Programa Nodal é a flexibilidade proporcionada parasimulação das tarifas para novos geradores, pois há uma função que facilmentepermite a integração da usina em qualquer barra do sistema, auxiliando a deci-são do empreendedor.

i) A nova TUSTFR corresponde ao valor da receita associada aos transforma-dores de potência que foram ou seriam reclassificados20 como Instalações 

de Transmissão (DITs), e pagos via Encargos de Conexão no CCT?

Sim, com a publicação da Resolução Normativa nº 067/2004, os transformado-res conectados à Rede Básica passaram a integrar esta rede. Assim, a receitaassociada a esses equipamentos, transformador e conexões, que antes estavaassociada ao CCT, passou, a partir de 1º de julho de 2004, a formar a TUSTFR,que é razão entre valor do Encargo (R$) e o Montante (MW) contratado em cadaponto de conexão pelos agentes setoriais regulados – autorizados, permissio-nários e concessionários – que utilizam tais equipamentos. Cabe ressaltar quea TUSTFR é paga exclusivamente por esses agentes, não onerando os demaisusuários da Rede Básica.

20 Resolução nº 433/2002, já revogada

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j) O autoprodutor pode deter a propriedade de linha de transmissão?

O autoprodutor que tem a produção de energia no mesmo local onde fica seu con-sumo pode implementar e deter instalações de transmissão - ou de conexão - parapossibilitar o escoamento da energia excedente até a rede de serviço público.

Outra possibilidade é a extensão de linha de transmissão entre a produção e o consu-mo, caso estejam em locais distintos e não se conectem à rede de serviço público.

No caso da unidade de produção estar em local distinto da unidade de con-sumo e haja necessidade de utilizar a rede de serviço público para realizar oatendimento, o autoprodutor deve ser tratado como um par carga/geração, ouseja, de um lado um agente de produção com todas as prerrogativas que lheforam dadas, inclusive a possibilidade de deter instalações de conexão, e deoutro um consumidor, a quem é vedada a possibilidade de possuir instalações

de transmissão fora de sua propriedade

21

.

k) De quem é a responsabilidade pela implementação de reforços na redede distribuição para viabilizar o acesso de agente ou de consumidor?

Todos os reforços são de responsabilidade da concessionária de distribuiçãolocal e das demais concessionárias afetadas, em cada área de atuação, ex-cetuando-se as instalações de conexão, sob responsabilidade do acessante,devendo a distribuidora levar em conta a participação do consumidor no inves-timento, quando for o caso.

l) De quem é a responsabilidade pelas instalações de conexão às redesde distribuição?

As instalações de conexão são de responsabilidade do acessante22, que deverá

21 Ver pergunta nº 122 Resolução nº 281/1999, art. 18

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contratar a conexão com a concessionária a qual se liga, mediante a celebração

de um Contrato de Conexão a Distribuição (CCD), assumindo os investimentosque se fizerem necessários (no caso de consumidor, deverá ser levada emconta sua participação nos investimentos). Também são de responsabilidadedo acessante os encargos de manutenção e operação, que deverão estar es-tabelecidos no Contrato.

m) De quem é a responsabilidade pelos custos de extensão de barra-

mentos de subestações do sistema de distribuição onde será conectadoo acessante?

A seção de barramento a ser utilizada pelo acessante faz parte da conexão, por-tanto é de sua responsabilidade viabilizar sua implementação, juntamente com asdemais obras necessárias para a ligação de suas instalações de uso exclusivo aoponto de conexão na rede da concessionária.

n) Quem é responsável pelos custos dos estudos e projetos de conexãoao sistema de distribuição?

A responsabilidade pelos custos dos estudos e projetos de conexão é do acessante.

o) Quais os requisitos técnicos a serem seguidos no projeto de acesso àdistribuição?

Os requisitos técnicos a serem seguidos no projeto, construção e operação doacesso e conexão ao sistema de distribuição obedecerão aos Procedimentos deRede, Procedimentos de Distribuição e às normas e padrões específicos de cadaconcessionária. Enquanto não forem emitidos os Procedimentos de Distribuição,devem ser seguidos, onde couber, os Procedimentos de Rede e as normas epadrões técnicos da concessionária.

5/11/2018 [1] Acesso Transmiss o ANEEL - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-acesso-a-transmissao-aneel 58/5858

Este documento foi elaborado pelas Superintendências de Regulação dos Servi-ços de Transmissão (SRT) e de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD).

Dúvidas, comentários e sugestões para aperfeiçoamento são bem-vindos e po-dem ser enviados por correio eletrônico para: master.srt @ aneel.gov.br  ou

master.srd @ aneel.gov.br .

9. INFORMAÇÕES ADICIONAIS