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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
a) Identificação do Estabelecimento
CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - Professora Linda Eiko A. Miyadi - Apucarana - Ensino Fundamental e Médio
Endereço: Av. Curitiba - 1052
Bairro/Distrito: Centro
Município: Apucarana
NRE: Apucarana
CEP: 86800-005
Telefone/Fax: 43 3423-2840
E-mail: [email protected]
Na década de 1980, no Estado do Paraná, foram criados os Centros
de Estudos Supletivos (CES), passando a Centros de Educação Aberta Continuada
à Distância (CEAD) em 1998 e logo após em 1999, passaram a ser denominados
Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJAS). Nessa
época foram criados também os Termos de Cooperação Técnica (ICIS) - Convênios
entre Secretaria de Estado da Educação e empresas, entidades públicas e privadas
que desejassem escolarizar seus funcionários.
Com a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 a Educação de Adultos
evidencia que o Ensino Supletivo passa a denominar Educação de Jovens e
Adultos. Com a LDB 9394/96, a nomenclatura Ensino Supletivo passa para EJA.
Com o Parecer CEB/CNE 11/2000 que respaldou a Resolução do CNE de Diretrizes
Curriculares para a EJA, são enfatizadas as mudanças da nomenclatura de ensino
supletivo para EJA, o direito público subjetivo dos cidadãos à educação, as funções:
reparadora; equalizadora e qualificadora, assim como distingue a EJA da aceleração
de estudos, concebe a necessidade de contextualização do currículo e dos
procedimentos pedagógicos e aconselha a formação específica dos educadores.
(PAIVA,1987)
Um avanço para a EJA foi a promulgação das Diretrizes Nacionais
para a Educação de Jovens e Adultos em 1999, elaborada pelo Conselho Nacional
de Educação que supera a visão preconceituosa do analfabeto ou iletrado como Págin
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
inculto ou apto apenas para as tarefas desqualificadas no mundo do trabalho. Elas
passam a valorizar as especificidades de tempos e espaço para seus educandos,
tratamento presencial dos conteúdos curriculares, o respeito a faixa etária bem
como, a formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos para a
modalidade de ensino (Brasil,2000).
Em 1996 foi fundado pela Resolução N° 4.807/96, o CEEBJA -
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko
A. Miyadi, no Município de Apucarana.
A Instituição é uma Escola Pública mantida pelo Governo do Estado
do Paraná e supervisionada pela Secretaria de Estado da Educação e denominado
Centro de Estudos Supletivos (CES). A escola foi reconhecida através da Resolução
N° 4033/97 de 17/12/1997 e de acordo com a Resolução nº 3120/98 passou a
denominar-se Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância (CEAD). Ainda
em 1998, a instituição passou a ofertar e executar os Exames de Suplência,
atendendo ao disposto na Lei n° 9394/96, autorizado e credenciado pela Secretaria
de Estado da Educação, por meio de Edital próprio, emitido pelo Departamento de
Educação e Trabalho.
A Resolução 4561/99 de 15/12/99 determinou que o CEAD
passasse a denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e
Adultos (CEEBJA), em função da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394/96, que
redefiniu o Ensino Supletivo como uma modalidade de Educação Básica para
Jovens e Adultos, com uma sistemática de Ensino Presencial, com autonomia para
funcionar em diferentes locais por meio das Ações Pedagógicas Descentralizadas
(APEDs) do CEEBJA.
A Resolução Nº 2.618 de 01 de novembro de 2001 proíbe as
matrículas no Ensino Fundamental regular noturno, obrigando os estudantes a
migrarem para a EJA. Isso intensificou as matrículas no CEEBJA de Apucarana.
Nesse mesmo ano a escola passou a denominar-se Centro Estadual
de Educação Básica para Jovens e Adultos Professora Linda Eiko A. Miyadi, em
homenagem à grande educadora do Município de Apucarana (Res. 423/01).
Os Cursos de EJA no Estado do Paraná até 2005 se organizavam
nas formas presenciais e semipresenciais. Coube então, ao CEEBJA Professora
Linda Eiko Akadi Miyadi ofertar a escolarização do ensino fundamental e médio com
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matrícula por disciplina organizada em momentos presenciais 70% e não
presenciais 30%. Essa forma de organização curricular foi cessada em 2006,
quando a Proposta Pedagógica Curricular da EJA do Estado do Paraná contempla
100% da carga horária total na forma presencial.
Nesse mesmo ano, o Estado do Paraná conta com as Diretrizes
Curriculares da Educação de Jovens e Adultos com o desafio de apresentar
propostas viáveis para o acesso, permanência e sucesso do educando dessa
modalidade de ensino.
Em 2008 a escola passou a receber adolescentes excluídos do
ensino regular respaldado pelo Parecer 626/08, aprovado em 16/09/2008 o que
gerou alguns conflitos marcados pela diversidade relativas a idade.. Em 2009,
aconteceu uma grande descentralização da oferta de EJA no Estado do Paraná,
sendo transferidos do CEEBJA mais de 1.000 educandos para as escolas regulares
que passaram a ofertar essa modalidade de ensino.
O governo atual do Estado do Paraná Beto Richa evidencia metas
em seu plano de governo para a educação de jovens e adultos sendo elas: o
fortalecimento e a reorganização dessa modalidade de ensino adequando-as às
reais necessidades do trabalhador e a erradicação do analfabetismo. (PLANOS E
METAS – SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ, 2011)
Este Projeto Político Pedagógico, para o CEEBJA - Centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos – justifica-se tendo como processo
educativo, papel fundamental: o da socialização dos sujeitos, agregando elementos
e valores que levem os educandos à emancipação de sua identidade cultural.
Este trabalho, construído coletivamente para este Centro, identifica por três
eixos cultura, trabalho e tempo. Os itens citados devem, assim, ter articulação com
toda ação pedagógica dessa instituição, sendo ela voltada para a diversidade do
perfil do educando que procura o CEEBJA.
O trabalho pedagógico se realiza a partir de conhecimentos construídos por
meio do senso comum, adquirido no cotidiano em suas relações com o outro e com
o meio, conduzindo os alunos, jovens e adultos a adquirirem os conhecimentos
elaborados.
Portanto, este Projeto Político Pedagógico tem como desafio a busca
permanente do conhecimento que dialogue concomitantemente com o singular e o
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
universal, de forma dinâmica e histórica.
A oferta da educação de jovens e adultos deste Centro está calcado em
situações de ensino-aprendizagem adequadas às necessidades educacionais desse
alunado, (re) construindo o conhecimento entre esses sujeitos, tendo como
referência a realidade na qual estão inseridos.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
b) Níveis e modalidades de ensino
O CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos
Professora Linda Eiko Akagi Miyadi oferta a Educação Básica na modalidade de
Educação de Jovens e Adultos: Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio a todos
aqueles que buscam ingressar ou dar continuidade a sua escolarização.
O CEEBJA, também oferta Educação Especial, aos alunos com deficiência visual,
auditiva, intelectual e física por meio de uma metodologia diferenciada, com
atendimento personalizado, dispondo também de profissionais da educação
especializados para o atendimento das áreas citadas.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
c) Diagnóstico
Características dos alunos
Os educandos adolescentes, jovens, adultos são portadores de um saber
adquirido em sua participação na sociedade como trabalhador, membro atuante em
seu meio social. Eles possuem uma leitura de mundo e tem capacidade de adquirir
conhecimentos de forma semelhante a outras pessoas de sua idade que tiveram
melhores oportunidades de escolarização e se encontram em melhores condições
de vida.
As dificuldades desses educandos, na aprendizagem da leitura escrita,
cálculos e demais elementos do conhecimento científico, não devem constituir-se
em barreiras ao ensino, mesmo porque estas dificuldades também estão presentes
no trabalho educativo com criança e adolescente. Entre os mais velhos, elas podem
manifestar-se de forma peculiar, por bloqueios, medo, vergonha autocensura e
outros fatores ligados às condições de vida dos trabalhadores como cansaço,
preocupação e opressão nas relações de trabalho. Esses elementos não impedem o
trabalho educativo com adultos cuja experiência de vida e vontade de aprender faz
que assimilem os novos conhecimentos, muitas vezes, mais rapidamente que a
criança e o adolescente.
A partir desses conceitos, entende-se que o papel da oferta da educação de
adultos é ampliar este universo de saber para que o educando possa mudar a
qualidade de sua intervenção na sua própria realidade.
A construção desse novo saber exige um trabalho cuidadoso por parte da
equipe pedagógica e corpo docente que devem respeitar os conhecimentos
empíricos do educando, considerados significativos para incrementar o currículo da
EJA.
Essa modalidade de educação pauta-se pela concepção de que é preciso
não reproduzir, na intimidade da sala de aula, a submissão da relação autoritária,
que reduz o educando a condição de objeto manipulável, de mero receptáculo de
postulados, regras, receituário, ameaças, recepções, repressões e punições. Sendo
assim, é tarefa, deste Centro de Educação, colocar em prática uma relação
pedagógica democrática, aliada a um trabalho sério e rigoroso com uma didática
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
capaz de resgatar a condição do educando como sujeito do processo do
conhecimento.
O CEEBJA tem como visão de formação, um sujeito ativo com capacidade
de desvelar as contradições da realidade, de se colocar numa postura inquiridora
diante do mundo e, com os outros, atuar como agente histórico de mudança. Um
sujeito capaz de aprender pensando, formar hipóteses e, considerando as possíveis
contradições das hipóteses formuladas, superar os "conflitos cognitivos" e avançar
no sentido de novas reestruturações.
Os adolescentes, jovens e Adultos atendidos pelo CEEBJA - Professora
Linda Eiko A. Miyadi - Apucarana, precisam e buscam uma escolarização formal,
seja pelas necessidades pessoais, ou pelas exigências do mundo do trabalho.
Ocupações principais/Níveis de renda/Condições de trabalho
Os educandos que frequentam o CEEBJA, em sua maioria, são
trabalhadores do comércio, da indústria e de empresas da região e da zona rural e
adolescentes que migram das escolas regulares. Há muitas mulheres alunas, que
realizam trabalhos formais e informais. Deve se ressaltar também que além da
busca do conhecimento, muitos alunos procuram a instituição como forma de
oportunidade de convivência e realização pessoal.
Considerando o perfil diferenciado dos educandos da EJA, bem como suas
diferentes necessidades, este Centro procura ofertar uma escolarização formal,
numa perspectiva democrática, comprometida com a superação de preconceitos e
desigualdades.
Localização Física da Escola/Característica do bairro
O CEEBJA está situado na área central do Município de Apucarana e assim
sendo com uma localização privilegiada para atender os alunos que procuram a
Instituição.
Quantitativos do Corpo Docente/Discente/Administrativo e de Apoio
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Atualmente este Centro de Educação conta com 101 profissionais entre
equipe Técnico-pedagógica, Professores e Agentes educacionais I e II, para atender
aproximadamente 1.700 alunos adolescentes, jovens, adultos do município de
Apucarana e região.
A Equipe técnico-pedagógica do CEEBJA está assim constituída:
Diretor: Jorge Marques;
Diretora-auxiliar: Sandra Regina Nantes;
Secretária: Josiane Aparecida Zaqui
Pedagogos: Maria Bernardete M. Mendonça, Cíntia de Paula, Charles Alberto
Crepe, Tânia Helena T. Guimarães, Margareth Guerra e Lucia Aparecida
Barreiros Samensari.
Coordenadora Geral das APEDs: Sueli Mansano;
Coordenações Itinerantes: Sirlene Cristiane Ribeiro da Silva, Osvaldo Sinkoc,
Juliana Cristina Xavier, Flávio Emiliano dos Santos Silva e Carlos Alberto de
Souza.
Essa equipe Técnico-Pedagógica, juntamente com Professores e
Funcionários conta ainda, com a participação da comunidade por meio do Conselho
Escolar e da APAF e se reúnem periodicamente para traçar e definir ações em
benefício do processo educacional deste Centro de Educação.
Vínculos Funcionais/Distribuição de Funções/Níveis de Formação Inicial e
Acesso à Formação Continuada
Corpo Docente
QUANTIDADE 101
VÍNCULO
QPM 72
REPR 29
FORMAÇÃO
PROFESSORES PDE 23
PROFESSORES MESTRES 3
PROFESSORES PÓS-GRADUADOS
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Funcionários
Assistente Técnico
Administrativo
QTDE VÍNCULO FUNCIONAL
FUNÇÃO FORMAÇÃO
13 QFEB 01- SECRETÁRIA01- BIBLIOTECÁRIA01- LABORATORISTA -10 - ASSISTENTE
08 - ENS.MÉDIO05 – GRADUADOS - 9-PROFUNCIONÁRIO CONCLUÍDO7 - CURSANDO
Agente de Apoio I
7 06- QEFB01- REPR
02-COZINHEIRAS04- LIMPEZA01-INSPETOR DE ALUNOS
01-ENS.FUND.05-ENS. MÉDIO
Distribuição do tempo e dos espaços pedagógicos
Além dos já citados, a escola deve ter como princípio metodológico um terceiro eixo
mediador que consiste em valorizar os diferentes tempos necessários à
aprendizagem do educando da EJA. Assim, devem ser considerados os saberes
adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à
diversidade de suas características.
Tempo escolar diz respeito ao estabelecido pelo calendário e suas exigências
burocráticas; é mecânico, passível de ser medido e nele impera a hora-relógio.
O tempo pedagógico tem sentido de tempo vivido, uma vez que enfoca o processo
de formação e o autoconhecimento do educando. Ao priorizar a qualidade do ensino
e da aprendizagem, tende a adequar ao tempo escolar essas suas necessidades
eminentemente educativas. A organização do trabalho pedagógico na escola, que
inclui os diferentes sujeitos da prática educativa, necessita ser pensada em razão da
articulação satisfatória entre o tempo pedagógico e o tempo escolar.
Desse modo, o caráter coletivo da organização escolar permite maior segurança ao
educador da EJA que, em sua ação formadora, toma para si a responsabilidade de
adiantar-se ao tempo vivido pelo educando, criando espaços interativos, propondo
atividades que lhe propiciem o pensar e a compreensão de si mesmo, do outro e do
mundo.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Períodos e Turnos de Funcionamento
Este Centro conta com Atendimento individual em 10 áreas, nos turnos:
matutino, vespertino e noturno (com horários flexíveis de atendimento, inclusive aos
sábados, no período vespertino) O atendimento ao público na secretaria é das 8:00
h às 22h10 minutos sem interrupção.
Verifica-se também o atendimento de organização coletiva de acordo com a
tabela abaixo.
Número de turmas
Período Número de turmas Nível
Matutino 16 FUND. 15 MÉDIO 1
Vespertino 8 FUND. 7 MÉDIO 1
Noturno 46 FUND. 24 MÉDIO 22
Formas de Organização
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos
(2006) a EJA, implantou novas metodologias de ensino-aprendizagem, por meio de
cursos organizados caracterizados por estudos presenciais ou seja 100% da matriz
curricular. ..
a) Organização coletiva - A mediação pedagógica ocorre priorizando o
encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, oportunizando a integralização
do currículo. A matrícula nessa organização ocorre tendo em vista um cronograma
que determina o período, dias e horários das aulas, assim como início e término da
disciplina.
b) Organização individual - É ofertado aos educandos, por meio de um cronograma
(horário de atendimentos) que determina o período, dias e horário de atendimento,
contemplando mais intensamente a relação pedagógica personalizada e o ritmo
próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos
saberes já apropriados.
O aluno que cursar pela Organização Coletiva, 100% das disciplinas e carga horária,
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
tanto do Ensino Fundamental (Fase II), como do Ensino Médio, e tiver
disponibilidade de um período (manhã ou noite), para comparecer às aulas, tem
condições de concluir o curso em menos tempo.
A Instituição conta também com as Ações Pedagógicas Descentralizadas (APED's),
dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta
de escolarização para Jovens, Adultos e Adolescentes, respeitadando a Proposta
Pedagógica e o Regimento Escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo
critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria.
Para essa implantação são definidas as localidades onde não haja oferta de
Educação Básica para Jovens, Adultos e Adolescentes, particularmente no período
noturno. Preferencialmente é autorizada turma de APED, em estabelecimentos da
Rede Estadual e se não houver espaço estadual pode funcionar em estabelecimento
da Rede Municipal, desde que atenda as exigências contidas na instrução. Para
cada local onde é implantado a APED, é necessário um plano de desenvolvimento
do Curso, que demonstre o Cronograma da Oferta das disciplinas do Ensino
Fundamental e Médio, constatando a matriz curricular do ensino pretendido; a
duração de oferta coletiva; turno, horário de funcionamento e dias de oferta.
Os dias ofertados são de segunda a quinta-feira, totalizando dezesseis horas-aulas
semanais, nas sextas-feiras os profissionais que atuam nas APED's , se reúnem no
CEEBJA sede, juntamente com a Direção, Coordenação Geral, Coordenação
Itinerante para realização da hora atividade. Neste momento, avaliam discutem e
tração metas para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem.
Município de Apucarana
Escola Municipal Mateus Leme
Escola Municipal Idalice Moreira Prates
Escola Municipal Papa João XXIII
Escola Municipal Wilson de Azevedo
Escola Municipal Dr. Joaquim Vicente de Castro
Escola Municipal Marta Pereira
Escola Municipal Plácido de Castro
Colégio Estadual Antonio dos Três Reis de Oliveira
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Colégio Estadual Cel. Luis José dos Santos.
C.A.S.A. – Centro de Apoio Social ao Adolescente
CASA DA GENTE
Associação Cultural Beneficente Resgate de Deus
Escola Municipal Luiz Carlos Prestes
Condições de Atendimento a alunos com Necessidades Educacionais
Especiais
É preciso lembrar que de acordo com a LDB 9394/96 no que tange a Educação
Especial, precisa ser revista de modo a superar a concepção tradicional de ensino e
aprendizagem que condiciona a efetivação do direito à escolarização ao padrão de
ensino escolar estabelecido desconsiderando as especificidades dos alunos como
integrantes ao processo educacional.
A adequação de conjuntos dos marcos legais à Convenção é uma decorrência deste
tempo histórico na qual as políticas públicas de educação especial são reorientadas
na perspectiva da inclusão escolar, a fim de programar ações específicas que
garantam às pessoas com deficiência o pleno acesso ao ensino em igualdade de
condições com as demais pessoas.
Assim sendo, o CEEBJA tem como princípio fundamental trabalhar com o aluno com
necessidade educacional especial compartilhando liderança e estimulando a troca
de experiências, minimizando assim as dificuldades do contexto e favorecendo as
mudanças necessárias na sala de aula relativa ao ensino-aprendizagem.
Os professores do CEEBJA enfrentam o desafio da inclusão percebendo que este
processo pode modificar a vida escolar e a relação com os demais membros da
escola. Este procedimento tem favorecido a reflexão-ação sobre sua práxis
pedagógica.
Para dinamizar o processo pedagógico, deste Centro de Educação são realizados
projetos e atividades nos contras-turnos como:
Projetos /Atividades desenvolvidas no contraturno
Produção Textual
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Este projeto visa por meio de oficinas, à dinamização da oralidade leitura e
escrita, levando o aluno jovem e adulto a ser reflexivo criativo e crítico.
Show de Talentos - evento que se tornou tradicional e de muita importância
para evidenciar as manifestações artísticas de alunos, professores e funcionários do
CEEBJA. Este show tem reunido mais de 500 pessoas entre alunos, professores e
funcionários no Cine Teatro Fênix de Apucarana, por mais de 10 anos
consecutivamente. Essa atividade tem como objetivo oportunizar às pessoas a
mergulharem, para dentro de si mesmas, trazendo para fora e levando para dentro
das outras pessoas, as emoções próprias do ser humano.
Olimpíadas de Matemática (OBMEP).
Evento de nível nacional que oportuniza ao alunado da rede pública
participar de provas para evidenciar o conhecimento matemático elaborado.
Semana da Cultural
Atividades realizadas durante o ano são evidenciadas para a comunidade
como, por exemplo, a publicação de livros. O CEEBJA já publicou em três anos, três
livros de poesias “Assim Nasce o Poeta 1, Assim Nasce o Poeta 2 e Assim Nasce o
Poeta 3”.
Dia do Desafio
Atividade que vem reunindo e unindo professores, funcionários e alunos em
atividades físicas e também por meio de gestos concretos com a arrecadação de
alimentos para doações à entidades do município.
Campanha do Agasalho
Alunos, funcionários e professores trazem roupas e calçados para a escola.
Tudo é exposto para doações à alunos carentes que escolhem o que lhes servem. O
restante é distribuído para a Casa de Misericórdia, Casa de Apoio Divina
Misericórdia e Centro para o Resgate à Vida (CEPES).
De Mãos Dadas com a Universidade
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
A instituição recebe estagiários de faculdades e universidades da região que
observam e ministram alguns conteúdos no intuito de colaborar com a aprendizagem
dos nossos educandos e ao mesmo tempo os acadêmicos podem adquirir a sua
prática pedagógica.
Canto Coral
O canto Coral é um projeto que vem sendo desenvolvido com a finalidade de
explorar a música no ambiente escolar promovendo interação entre os sujeitos
envolvidos e estimulando o conhecimento musical. A música é feita para ser bela
e o belo existe para proporcionar alegria, a alegria estética. O ensino da música
tem por objetivo levar os alunos a um contato feliz com as obras musicais, fazê-
los viver uma experiência de alegria a partir delas.
Cine CEEBJA
É um projeto interdisciplinar que por meio de filmes dos mais variados gêneros
cada disciplina explora os conteúdos levando em conta a diversidade cultural
fazendo uma análise estética-formal e crítica.
Teatro na Escola
O teatro na escola desenvolve uma das linguagens da arte e proporciona a
interdisciplinaridade por meio das várias linguagens utilizadas como: pesquisas,
leituras e representações artísticas.
Trabalhos Manuais
Os trabalhos manuais têm incentivado a criação artística dos educandos
valorizando sua cultura e o seu lado empreendedor.
Implementações dos Projetos de Intervenções - PDE
Os professores PDE's estão implementando seus projetos de intervenção
pedagógica aos alunos e professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
As metodologias inovadoras têm contribuído muito na dinamização do processo
ensino-aprendizagem.
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Projeto “A Ciência Explica”
É um projeto que aproveita o conhecimento empírico dos alunos sobre assuntos
da atualidade e por meio da ciência do conhecimento adquirem o saber
elaborado.
Diversidade Religiosa
No projeto da Diversidade Religiosa são realizadas cerimônias ecumênicas de
louvor no salão nobre da escola Tais eventos têm trazido crescimento espiritual e
bons momentos de comunhão à comunidade escolar.
Jogos Escolares
O CEEBJA teve dois alunos classificados na Modalidade Atletismo nos Jogos
Escolares do ano de 2011. Os atletas Débora da Silva Ribeiro e Willian da Silva
dos Santos foram classificados na Fase Municipal dos Jogos Escolares.
PALESTRAS COMPLEMENTAM E ENRIQUECEM O CURRÍCULO, CONTRIBUINDO PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO DO CEEBJA.
Profissionais são convidados a discorrer sobre temas como:
Consciência Política Nacional;
Auto-estima;
Saúde;
Tabagismo;
ECA;
Alimentação Alternativa;
Politização da Juventude;
Direitos do Consumidor;
NATTA;
Conselho Tutelar;
Carreira Militar – 30º BIM.
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Projeto SESI - Junior Achievement,
EXAMES SUPLETIVOS
Este Estabelecimento Escolar oferta Exames de EJA, atendendo ao disposto
na Lei n° 9394/96, autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da
Educação, por meio de Edital próprio, emitido pela SEED.
Os Exames On-line também são disponibilizados para os candidatados que,
por algum motivo previsto no edital, não puderam participar das provas na data
marcada.
Condições Físicas do Estabelecimento
O CEEBJA é um local alugado mantido pelo Governo do Estado. O prédio é de alvenaria sendo composto por dois andares.
Primeiro andar
• sala da Direção;• sala da Coordenação Pedagógica;• sala dos professores;• secretaria que é subdividida em dois ambientes;• 04 banheiros para professores e funcionários• 06 banheiros femininos;• 06 banheiros masculinos• sala para as disciplinas de Artes e Educação Física;• sala para as disciplinas de Física e Química;• salão de reuniões com 65 lugares• laboratório de informática do Paraná Digital• Laboratório de Ciência, Biologia, Física e Química,• 06 sala de aulas• refeitório• cozinha• sala de refeição para funcionários• depósito de merenda• depósito de utensílios de cozinha• 01 depósito de material de expediente• 01 depósito de material de limpeza
Segundo piso
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
07 salas destinadas as disciplinas de:• Língua Portuguesa;• Língua Estrangeira Moderna;• História;• Geografia;• Ciências e Biologia• Sociologia e Filosofia• Matemática
Este Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos,
atendendo exigências da legislação vigente, constituiu um Conselho Escolar com
representantes da Equipe Técnico Pedagógica, Professores, Alunos e
Representantes dos Movimentos Sociais Organizados da Comunidade. O Conselho
é um órgão colegiado, de natureza consultiva, avaliativa, deliberativa e fiscalizadora
com o objetivo de promover a articulação entre os vários segmentos da sociedade e
os setores da escola, a fim de garantir o fortalecimento da qualidade de oferta e
escolarização deste Estabelecimento de Ensino.
Resultados Educacionais: aprovação e evasão
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do
Estado do Paraná, o erro serve para direcionar a prática pedagógica, como
diagnóstico que permite a percepção do conhecimento construído. Com isso,
descaracteriza-se o processo de controle como instrumento de aprovação ou
reprovação. Por outro lado, o acerto desencadeia no educando ações que sinalizam
possibilidades de superação dos saberes apropriados para novos conhecimentos.
Nesse sentido, na EJA a evasão é considerada como idas e vindas como defende
Jane Paiva, no EREJA - Encontro Regional de Educação de Jovens e Adultos
ocorrido nos dias 18 e 19 de agosto de 2011, no Município de Canoas, no Estado do
Rio Grande do Sul, pois os alunos adolescentes, jovens e adultos se evadem por
algum motivo, mas voltam depois considerando o tempo de cada um. É importante
ressaltar que o Sistema SEJA não evidencia evasão e nessa modalidade de ensino
não existe reprovação, pois o tempo escolar é diferenciado, ou seja, o aluno só Págin
a18
Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
prossegue de uma disciplina para outra, depois da efetivação do conhecimento
propriamente dito.
Essa questão não tem impedido todos esforços necessários no planejamento e
replanejamento de ações, por meio de práticas pedagógicas voltadas para o
sucesso do aluno no sentido de oportunizar a ele a continuidade e conclusão da sua
escolarização.
ALUNOS MATRICULADOS - 2011Ens. Fundamental Ensino Médio TOTAL
SEDE 1251 1366 2817APED’S 214 203 417TOTAL 1465 1569 3034
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Fundamentação
Concepção de Homem
Conforme Guzzo (2006) o homem está em contato com o mundo que o
cerca a partir de circunstâncias, necessidades e da cultura onde se insere tendo
destaque as abordagens religiosas, do censo comum, filosóficas, artísticas,
científicas, etc. A realidade constatada pelo homem não se limita apenas aos objetos
naturais ou artificiais, consistentes fisicamente, mas ela é o próprio significado
resultante das relações sociais dentro de um contexto determinado. Ao criticá-la,
projeta um futuro em que outra realidade será construída.
A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional
tem como finalidade e objetivo principal o compromisso com a formação humana e
com o acesso à cultura geral, de modo que esses educandos venham a participar
política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e
compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Portanto, coerente com o exposto acima, o papel fundamental da construção
curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino, é fornecer
subsídios para que os alunos se tornem ativos, críticos, criativos e democráticos.
Tendo em vista esse papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual
os educandos possam: aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com
responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva;
comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais;
enfrentar problemas novos, construindo soluções originais com agilidade e rapidez,
a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos,
tecnológicos e sócio-históricos (KUENZER, 2000, p.40).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96, em
seu artigo 37, prescreve que ‘’a educação de jovens e adultos será destinada
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental
e médio na idade própria’’. É característica desta modalidade de ensino a
diversidade do perfil dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização
em que se encontram, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e a
motivação pela qual procuram a escola.
O universo da EJA contempla diferentes culturas que devem ser priorizadas
na construção das diretrizes educacionais. Nesse sentido, segundo SOARES Págin
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
(1986), o educando passa a ser visto como sujeito sócio-históricocultural, com
conhecimentos e experiências acumuladas. Cada sujeito possui um tempo próprio
de formação, com elaboração entre saberes locais e universais, a partir de uma
perspectiva de resignificação da concepção de mundo e de si mesmo. Tendo em
vista a diversidade destes educandos, com situações socialmente diferenciadas, é
necessário que a Educação de Jovens e Adultos proporcione seu atendimento
aproveitando outras formas de socialização como expressão de cultura própria.
Considerando-se o diálogo entre as diversas culturas e saberes é necessário
retirar desta modalidade de ensino uma estrutura rígida pré-estabelecida, ou
adequá-la a estruturas de ensino já existentes, levando-se em conta suas
especificidades.
A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, capaz de contemplar
inovações que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um tempo
diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos e os limites e
possibilidades de cada educando devem ser respeitados.
Entretanto, é um desafio educacional para este Centro de Educação dar
ênfase ao aluno, atendendo suas necessidades individuais, construindo propostas
viáveis para que o acesso, a permanência e o sucesso nos estudos.
A viabilidade do acesso e permanência deste educando na escola se
fortalecerá a partir das políticas públicas que garantam esse atendimento,
destinando recursos próprios para a manutenção e a melhoria da qualidade do
ensino nas escolas. Desta forma, a função social da EJA se articula a um
compromisso do Estado em atender continuamente, enquanto houver demanda,
desta população.
Na função social da EJA se apresenta como demanda fundamental, que
possibilita o envolvimento dos educandos adolescentes, jovens, adultos e idosos nas
práticas escolares, garantindo-lhes o acesso aos saberes em suas diferentes
linguagens, intimamente articulados com suas necessidades, expectativas e
trajetórias de vida, despertando-lhes a oportunidade de continuidade da
escolarização.
Desta forma, a Lei nº 9394/96 incorpora uma concepção de formação mais
ampla e abre outras perspectivas para a educação de jovens e adultos,
desenvolvida na pluraridade de vivências humanas. Conforme aponta o artigo 1ª da
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Lei vigente:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
O educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento
mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de
cultura. Os adolescentes, jovens, adultos e idosos passam a se reconhecer como
sujeitos do processo, confirmando saberes adquiridos para além da educação
escolar, na própria vida, numa consistente comprovação de que esta modalidade de
ensino é uma forma de construir e se apropriar de conhecimentos para o mundo do
trabalho e para o exercício da cidadania, ressignificando as experiências sócio-
culturais trazidas pelos educandos.
A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do meio
em que vivem sendo modificada conforme se alteram as relações sociais,
diferenciando assim, uma sociedade da outra pela produção do seu trabalho.
O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, alterando o
que é necessário e desenvolvendo novas idéias. Dessa forma, por meio do
pensamento crítico, o educando pode desmistificar a divisão social do trabalho,
como, por exemplo, a divisão entre trabalho manual e intelectual, conceitos
opressores estabelecidos pelos modelos de organização do sistema produtivo.
A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão social do
trabalho possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de sua relação com
o mundo do trabalho e com as demais relações sociais que permeiam o mundo
atual.
Cabe ao processo educacional da EJA evidenciar possíveis mudanças que
apontem para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma
base sólida de formação científica e histórica, que ajude os educandos a
desenvolverem todas as suas dimensões enquanto seres humanos. Assim, o
conhecimento adquirido mantém-se inter-relacionado com a sua vida, possibilitando
a interferência na sociedade.
No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do educando
deve ser estimulada, para que o mesmo possa dar continuidade aos seus estudos,
independente da educação formal. Cabe ao educador, incentivar esta busca Págin
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
constante pelo conhecimento historicamente produzido pela humanidade, presente
em outras fontes de estudo ou de pesquisa. Esta forma de estudo individual é
necessária, quando se trata da administração do tempo de permanência deste
educando no espaço escolar e importante na construção da autonomia.
A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a
capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da
atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os
saberes, de forma a que ele assimile estes conhecimentos como instrumentos de
transformação de sua realidade social.
A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um
papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
O tempo que este educando permanecerá no processo educativo da EJA
terá valor próprio e significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de
caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na
relação qualitativa com o conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de cada
disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-
histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre
outros.
Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a EJA
poderá colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de forma
crítica, viabilizando a busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade de vida.
Além disso, ela contribuirá para que eles compreendam as dicotomias e
complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.
A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante exercício
com os educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência da construção
desta autonomia com a qual contribui a educação escolar. O exercício de uma
cidadania democrática, pelos educandos da EJA, será o reflexo de um processo
cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,
solidariedade e justiça.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Concepção de Sociedade
A interpretação de compreender que a sociedade consiste simplesmente das
pessoas e de suas ações é denominada por Bhaskar (1998, p. 2) de atomismo
social, ou por sua manifestação epistemológica que busca fornecer uma estrutura
para uma explicação dos fenômenos sociais mediante o individualismo
metodológico.
A sociedade é campo das manifestações e interações humanas. É nela que
o ser humano se expõe agindo, comunica seus pensamentos, celebra suas
conquistas ou demonstra suas deficiências.
Nesta sociedade a educação tem papel fundamental, devendo ser
libertadora, interdisciplinar, inclusiva, integradora, dialética, contínua, processual e
segura, embasada por uma escola democrática, reflexiva, transformadora, coerente,
prazerosa e planejada.
A sociedade, portanto deve ser o espaço onde toda a complexidade da
humanidade possa ser exposta, vista e sentida com solidariedade e fraternidade.
É nesta perspectiva que a educação encontra um dos seus grandes
desafios: instrumentalizar o educando para sua emancipação social com equilíbrio e
sobriedade, estabelecendo subsídios para a construção de uma sociedade fundada
nos princípios da coletividade, justiça e liberdade sem restrições de qualquer
natureza, permitindo a convivência na e pela diversidade, projetando em suas
gerações futuras valores morais e materiais balizados pelos mais justos dos
princípios que fazem jus à nossa humanidade.
Na visão de Gramsci o conceito de sociedade civil é um conceito-chave para
compreender as complexas articulações de uma formação social moderna. A sociedade civil
é o lócus no qual as classes sociais lutam para exercer a hegemonia cultural e política sobre
o conjunto da sociedade.
A educação de adultos é uma necessidade, pois a medida que a sociedade
se desenvolve novas possibilidades de crescimento profissional surgem, mas, por
outro lado, exigem maior qualificação e constante atualização de conhecimentos.
Concepção de Escola
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
A escola não tem o privilégio de lugar único para a tarefa da educação
formal por não poder ignorar a cultura do aluno, compreendendo o mundo e meio
em que vive. Vista como fato isolado, a escola e a educação estão muito
provavelmente no centro das crises observadas no ensino ao longo das últimas
décadas. Das experiências iniciais fragmentadas e confusas o educando vai ser
levado a um processo de organização dessas experiências possibilitando-lhe o
desenvolvimento integral que é o de capacidade física, intelectual e moral visando
desenvolver habilidades o caráter e a personalidade social.
De acordo com Santos (1997) é importante que a escola desenvolva em
seus alunos habilidades de pensamento crítico, incluindo a capacidade de analisar e
solucionar problemas. Seria ainda de fundamental importância que, nessa escola,
fossem formados valores sociais relacionados ao homem e à natureza, valores que
orientassem os jovens no sentido do respeito à vida humana e às diferenças
culturais.
Assim sendo, é importante que a escola se organize como um amplo espaço
para estudos, como espaço democrático, possibilitando o diálogo e o
questionamento crítico. Uma educação efetivamente emancipatória com a
compreensão que ela é uma forma de intervenção no mundo.
Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços
escolares preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A organização
desses tempos e espaços compreende características que devem ser entendidas
como discursos que revelam, por exemplo, um espaço autoritário ou um espaço
democrático. Cabe destacar que a organização dos tempos e dos espaços escolares
interfere na formação dos educandos, seja para conformar ou para produzir outras
práticas de significação.
Dessa forma, constata-se que o CEEBJA é um dos espaços em que os
educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu
mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola é a mediação entre o
educando e os saberes, de forma a que ele assimile estes conhecimentos como
instrumentos de transformação de sua realidade social.
A Educação de Jovens e Adultos, enquanto processo educativo, tem um
papel fundamental na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que
os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
O tempo que este educando permanecerá no processo educativo da EJA
terá valor próprio e significativo e, portanto, a escola deve superar o ensino de
caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na
relação qualitativa com o conhecimento. Quanto aos conteúdos específicos de cada
disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-
histórica, articulada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre
outros.
Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a EJA
poderá colaborar para que os mesmos ampliem seus conhecimentos de forma
crítica, viabilizando a busca pelos direitos de melhoria de sua qualidade de vida.
Além disso, ela contribuirá para que eles compreendam as dicotomias e
complexidades do mundo do trabalho contemporâneo e do contexto global.
A busca da autonomia intelectual e moral deve ser um constante exercício
com os educandos da EJA. A emancipação humana será decorrência da construção
desta autonomia com a qual contribui a educação escolar. O exercício de uma
cidadania democrática, pelos educandos da EJA, será o reflexo de um processo
cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo,
solidariedade e justiça.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola, impõe
estar atento à dinâmica das relações sociais com o objetivo de “democratizar o
saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o educando a aprender o
significado social e cultural dos símbolos construídos, tais como as palavras, as
ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade de propiciar-nos meios de
orientação, de comunicação e de participação” (Arroyo, 2001, p.144).
Concepção de Educação
A educação como meio de transmitir a visão de mundo, num processo de
perpetuação da cultura, já se manifestava juntamente com a formulação das
primeiras teorias filosóficas. A educação para os gregos pertencia por essência à
comunidade, não sendo propriedade individual e, sim, resultado da consciência viva
de uma norma a que rege, promovendo a participação na vida e no crescimento da
sociedade. Para esse povo, conforme JAEGER, uma educação consciente pode até
mudar a natureza física do homem e suas qualidades, elevando-lhes a capacidade a
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
um nível superior, conduzindo a descoberta de si mesmo e criando, pelo
conhecimento do mundo exterior e interior melhores formas de existência humana
(1995, p.3)
Percebe-se então que o ato de educar pode ser conceituado como uma
atividade sistemática de interação entre seres sociais, ocorrendo essa interação no
nível intrapessoal como no nível da influência do meio, interação essa que se
configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar
neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação
exercida (ARANHA, 2002 p.50)
Historicamente, a educação formal e não-formal dos diferentes grupos
sociais de trabalhadores tem buscado habilitá-los técnica, social e ideologicamente
para o trabalho, tratando a função social da educação de forma controlada para
responder às necessidades de produção. A fim de superar esta relação direta da
educação com a demanda de trabalho, torna-se fundamental compreender o sentido
desse processo na vida dos educandos que não tiveram acesso ou continuidade da
escolarização na denominada idade própria.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) como modalidade educacional que
atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso
com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os
educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e
compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual.
O papel fundamental da construção curricular para a formação dos
educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se afirmem
como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos. Tendo em vista esta função,
a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender
permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e
coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária;
acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos
construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso
metodologicamente adequado de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-
históricos (KUENZER, 2000, p. 40).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN n. 9394/96), em
seu artigo 37, prescreve que ‘’a Educação de Jovens e Adultos será destinada
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental
e Médio na idade própria’’. É característica dessa Modalidade de Ensino a
diversidade do perfil dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização
em que se encontram, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e a
motivação pela qual procuram a escola.
O universo da EJA contempla diferentes culturas que devem ser priorizadas
na construção das diretrizes educacionais. Conforme Soares (1986), o educando
passa a ser visto como sujeito sócio-histórico-cultural, com conhecimentos e
experiências acumuladas.
Cada sujeito possui um tempo próprio de formação, apropriando-se de
saberes locais e universais, a partir de uma perspectiva de ressignificação da
concepção de mundo e de si mesmo. Tendo em vista a diversidade desses
educandos, com situações socialmente diferenciadas, é preciso que a Educação de
Jovens e Adultos proporcione seu atendimento por meio de outras formas de
socialização dos conhecimentos e culturas. Considerando-se o diálogo entre as
diversas culturas e saberes, é necessário retirar esta modalidade de ensino de uma
estrutura rígida pré-estabelecida, ou adequá-la a estruturas de ensino já existentes,
levando-se em conta suas especificidades.
A EJA deve ter uma estrutura flexível e ser capaz de contemplar inovações
que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um tempo diferenciado
de aprendizagem e não um tempo único para todos. Os limites e possibilidades de
cada educando devem ser respeitados; portanto, é desafio deste Projeto Político
Pedagógico apresentar propostas viáveis para que o acesso, a permanência e o
sucesso do educando estejam assegurados.
De fato, a função social da EJA se articula a um compromisso do Estado em
atender esta população enquanto houver demanda, continuamente.
Assim, a alfabetização se apresenta como tarefa fundamental para o
envolvimento dos educandos jovens, adultos e idosos nas práticas escolares, com
acesso aos saberes em suas diferentes linguagens. Tais práticas devem estar
intimamente articuladas às suas necessidades, expectativas e trajetórias de vida, e
devem servir como incentivo para que continuem os estudos.
Desta forma, a Lei n. 9394/96 incorpora uma concepção mais ampla e abre
outras perspectivas para a Educação de Jovens e Adultos, desenvolvida na
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
pluralidade de vivências humanas. Conforme aponta o artigo 1.o da Lei vigente:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa,
nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática
social.
O educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento
mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de
cultura. Portanto, passa a se reconhecer como sujeito do processo e a confirmar
saberes adquiridos para além da educação escolar, na própria vida. Trata-se de uma
consistente comprovação de que esta modalidade de ensino pode permitir a
construção e a apropriação de conhecimentos para o mundo do trabalho e o
exercício da cidadania, de modo que o educando ressignifique suas experiências
socioculturais.
A identidade de homens e mulheres é formada pelas experiências do meio
em que vivem e se modifica conforme se alteram as relações sociais, principalmente
as relações no mundo do trabalho.
O trabalho é o processo social pelo qual o homem se modifica, altera o que
é necessário e desenvolve novas idéias. Dessa forma, por meio do pensamento
crítico, o educando pode desmitificar a divisão social e técnica do trabalho como por
exemplo, entre trabalho manual e intelectual, conceitos opressores estabelecidos
pelos modelos de organização do sistema produtivo.
A compreensão das contradições inerentes ao processo da divisão social do
trabalho possibilitará ao educando da EJA melhor entendimento de sua relação com
o mundo do trabalho e demais relações sociais.
Cabe aos professores da EJA evidenciar possíveis mudanças que apontem
para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura, por meio de uma base
sólida de formação científica e histórica que ajude os educandos no seu
desenvolvimento. Assim, conhecer significa a possibilidade de interferir socialmente.
A Educação de Jovens e Adultos tem um papel fundamental na socialização
dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à
afirmação de sua identidade cultural.
O tempo que um educando participa da EJA tem valor próprio e significativo
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
e, portanto, a escola deve superar o ensino de caráter enciclopédico, centrado mais
na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento.
Quanto aos conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à
realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do
trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros.
Com relação às perspectivas dos educandos e seus projetos de vida, a EJA
poderá colaborar para que eles ampliem seus conhecimentos de forma crítica,
viabilizando a reflexão pela busca dos direitos de melhoria de sua qualidade de vida.
Além disso, contribuirá para que compreendam as dicotomias e complexidades do
mundo do trabalho contemporâneo, no contexto mais amplo possível.
No transcorrer do processo educativo, a autonomia intelectual do educando
deve ser estimulada para que ele continue seus estudos, independentemente da
educação formal.
Cabe então ao educador do CEEBJA, incentivar a busca constante pelo
conhecimento produzido pela humanidade, presente em outras fontes de estudo ou
pesquisa. Esta forma de estudo individual é necessária, quando se trata da
administração do tempo de permanência deste educando na escola e importante na
construção da autonomia.
Assim sendo, emancipação humana será decorrência da construção dessa
autonomia obtida pela educação escolar. O exercício de uma cidadania democrática
pelos educandos da EJA será o reflexo de um processo cognitivo, crítico e
emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça.
Concepão de Cultura
A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e
compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade
social. (Willians, 1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar
sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de
mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse sentido, possui um duplo caráter:
remete o indivíduo à sociedade e é, também, o intermediário entre a sociedade e a
formação do indivíduo. (Adorno, 1996).
A cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime música ou obra
literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar” (Sacristàn, 2001, p.105).
Como elemento de mediação da formação humana, torna-se objeto da educação
que se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse modo, pode-se
compreender o currículo como a porção da cultura - em termos de conteúdos e
práticas (de ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerada relevante em um
dado momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada (Williams,
1984).
A cultura, entendida como prática de significação, não é estática e não se
reduz à transmissão de significados fixos, mas é produção, criação e trabalho, em
uma perspectiva que favorece à compreensão do mundo social, tornando-o
inteligível e dando-lhe um sentido. Para Silva (2000b, p.12) “o currículo, como o
conhecimento e a cultura, não pode ser pensado fora das relações de poder”, pois
são produzidos nas interações sociais.
Concepção de Trabalho
O trabalho compreende uma forma de produção da vida material a partir do
qual se produzem distintos sistemas de significação. É a ação pela qual o homem
transforma a natureza e, nesse processo, transforma-se a si mesmo. É, portanto,
produção histórico-cultural que atribui à formação de cada novo indivíduo, também,
essa dimensão histórica.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à
preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do
industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões
relativas à produção e às suas transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os vínculos
entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla, tendo
em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e moral,
sua autonomia e liberdade individual e coletiva e sua emancipação..
Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a escola
está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao contexto atual
do mundo do trabalho. No entanto, cada educando que procura a EJA apresenta,
em sua particularidade, um tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
sua vida.
Concepção de Tecnologia
De acordo com Moran (2003) tecnologias são os meios, os apoios, as
ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. A forma como os
organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso também é tecnologia. O
giz que escreve na lousa é tecnologia de comunicação e uma boa organização da
escrita facilita e muito a aprendizagem. A forma de olhar, de gesticular, de falar com
os outros também é tecnologia. O livro, a revista e o jornal são tecnologias
fundamentais para a gestão e para a aprendizagem e ainda não sabemos utilizá-las
adequadamente.
Segundo Moran (2002) as tecnologias de comunicação não mudam
necessariamente a relação pedagógica. As Tecnologias tanto servem para reforçar
uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista. Uma mente
aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias ferramentas maravilhosas
de ampliar a interação.
As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas
paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da
mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os
professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos
e divulgados instantaneamente na rede para quem quiser.Alunos e professores
encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, revistas on line, com muitos textos,
imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de
pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais
próximo do aluno. Pode receber mensagens com dúvidas, pode passar informações
complementares para determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de
cada aluno. Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem,
novos programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-
aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação
inusitada.
O re-encantamento, enfim, não reside principalmente nas tecnologias -cada
vez mais sedutoras- mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
plenas, num mundo em grandes mudanças. É maravilhoso crescer, evoluir,
comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio.
Concordando com o exposto acima o CEEBJA usa as tecnologias de
comunicação não para substituir o professor, mas para modificar algumas das suas
funções. A tarefa de passar informações acontece por meio dos bancos de dados,
livros, vídeos, programas em CD´s. O professor se transforma no estimulador da
curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação
mais relevante coordenando assim o processo de apresentação dos resultados
pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os
resultados, e os adapta à realidade dos alunos, transformando a informação em
conhecimento e conhecimento em saber.
Concepção de Cidadania
Sobre cidadania o dicionário de língua portuguesa Larousse afirma ser
“qualidade de cidadão, “qualidade de uma pessoa que possui, em uma determinada
comunidade, política, o conjunto de direitos civis e políticos”. No entanto, na
realidade em que vivemos atualmente, se indagarmos a respeito do tema,
certamente encontraremos uma diversidade de opiniões e nenhuma definição que
possa contemplar de forma plena o conceito de cidadania. Podemos afirmar que ser
cidadão é ter direitos e deveres. Mas de que maneira poderemos definir quais
direitos e quais deveres? Portanto, é na determinação destes direitos e deveres que
se encontra o “nó” relacionado a esta questão complexa que é a cidadania.
Gentili e Alencar (2003) afirmam que “a cidadania deve ser pensada como
um conjunto de valores e práticas cujo exercício não somente se fundamenta no
reconhecimento formal dos direitos e deveres que a constituem na vida cotidiana
dos indivíduos”. Ou seja, não basta que se defina um conceito formalmente. Mais
importante que isso é a prática dessa definição. Cidadania significa, além do
reconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos, o cumprimento dos mesmos
por parte da sociedade. Por outro lado, tanto o reconhecimento quanto o
cumprimento destes direitos e deveres, não devem – como é de senso comum – se
restringir à esfera política, isto é, ao direito e ao dever de votar e ser votado. Em
outro aspecto importante é que a cidadania tem na igualdade uma condição de
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
existência. Igualdade de direitos, de deveres, de oportunidades. Igualdade, enfim, de
participação social e política.
A complexidade do mundo globalizado e a amplitude das comunicações
provocam essa indefinição relativamente à cidadania. Ser cidadão significa,
conforme a origem grega, em termos bastante genéricos, ser o habitante da cidade,
isso implica no pertencimento a determinado espaço geográfico. Mas o que se pode
perceber é que para a globalização não existem barreiras. Ao extrapolar estes
limites faz desaparecer as peculiaridades de cada espaço e também dos indivíduos
implicados. Serão todos “cidadãos do mundo”, sujeitos indefinidos socialmente. A
rapidez das transformações sociais provoca igualmente transformações individuais.
Isso exige readaptação, reeducação. Neste ponto a escola precisa também ser
repensada, principalmente os professores, responsáveis diretos por promover essa
readaptação exigida pelas transformações tecnológicas. Dessa forma, é necessário
que valores e a forma de disseminá-los sejam repensados, inclusive no que se
refere à cidadania.
Assim sendo o CEEBJA constata que a cidadania deve ser pensada como
condição fundamental para a existência de uma sociedade democrática que deve
acontecer com a participação de cada membro, cada cidadão consciente de seus
direitos, deveres e valores.
Concepção de Conhecimento
O conhecimento é um processo humano, histórico, incessante, de busca de
compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e sempre
provisório, tem origem na prática do homem e nos processos de transformação da
natureza. É, também, uma ação humana atrelada ao desejo de saber. Só o homem,
por ser pensante, pode ser sujeito: somente ele pode desejar a mudança, porque só
a ele lhe falta a plenitude.
O que possibilita a construção do conhecimento, nesse momento de
aventura em busca do novo, é sem dúvida o reconhecimento de que somos seres
falantes. E nesse movimento que se instaura o desejo de aprender.
Nesse processo é envolvido simultaneamente um sujeito que conhece um
objeto a ser conhecido, um modo particular de abordagem do sujeito em relação ao
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objeto e uma transformação tanto do sujeito, quanto do objeto. É necessário, aqui,
entender o objeto como realidade socialmente construída e compartilhada.
O conhecimento entendido pressupõe a construção recíproca, entre o sujeito
e o objeto, já que é pela práxis do homem sobre o mundo se modifica e se
movimenta.
Baseados na teoria dialética do conhecimento, a ação educativa deverá
levar em conta que:
• a prática social é a fonte do conhecimento;
• a teoria deve estar a serviço de e para uma ação transformadora;
• a prática social é o critério de verdade e o fim último do processo de
conhecimento.
Respeitar a caminhada de cada sujeito de um determinado grupo é uma
aprendizagem necessária e fundamental numa vivência dentro de uma perspectiva
interdisciplinar, sendo necessário eliminar as barreiras que se criam entre as
pessoas para o estabelecimento de uma relação dialógica.
Frente aos questionamentos sobre o conhecimento, com discursos ou
conceitos Perrenoud tenta explicar esse processo humano. No entanto, o que se
pode observar no âmbito educacional é uma ambigüidade no que diz respeito às
opiniões relacionadas ao desenvolvimento do pensamento através da capacidade
empírica ou do apriorismo.
Vejam-se os dois lados. O autor afirma que o conhecimento é algo que entra
pelos sentidos, algo que vem de fora da pessoa, portanto se instala no indivíduo,
independentemente de sua vontade, e é sentido por esse indivíduo como uma
"vivência". A pessoa, o indivíduo ou, de modo geral, o sujeito não tem mérito nisso, é
passivo. O objeto, isto é, o conjunto de tudo o que é não-sujeito, pouco ou nada tem
a ver com isso. Esse modo de entender o aparecimento, a gênese do conhecimento
num indivíduo, é chamado de empirismo. Pode-se dizer que empiristas são aqueles
que pensam que o conhecimento acontece porque se vê, ouve, tateia etc., e não
pela ação. O conhecimento será, então, sensível no começo, abstrato depois. Na
Psicologia, é a teoria da associação entre estímulo e resposta que constitui a
explicação própria do empirismo.
O sujeito age, espontaneamente, isto é, independentemente do ensino, mas
não independentemente dos estímulos sociais-, com os esquemas ou estruturas que
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já tem, sobre o meio físico ou social. Retira (abstração) deste meio o que é do seu
interesse. Em seguida, reconstrói (reflexão) o que já tem, por força dos elementos
novos que acaba de abstrair. Torna-se simples, ao professor entender essa teoria à
medida que reflete suas deficiências, pois saberá entender o processo por qual
passa essa construção, visto que refletir implica na reconstrução do pensamento. No
entanto, frente as complexidades dos dias atuais não podes-se afirmar os efeitos
das mais nobres práticas neste âmbito.
Concepção de ensino-aprendizagem
De acordo com Freire (1996) a aquisição do saber sistematizado possibilita
novas formas de interação do sujeito que aprende com os outros sujeitos e também
com os diversos objetos de conhecimento disponibilizados no mundo social e
letrado. Sabendo mais acerca de saberes científicos, o sujeito que aprende
(re)significa o cotidiano vivenciado, a partir do estabelecimento de novas e melhores
formas de inserção no mundo.
Segundo Vygotsky (2003), a aprendizagem resulta da interação entre as
estruturas do pensamento e o contexto social, num processo de construção e
reconstrução pela ação do sujeito sobre o objeto a ser conhecido. Para ocorrer a
aprendizagem seria necessário o enfrentamento de situações desafiadoras que
propiciem ao aluno chegar a patamares mais elaborados de conhecimento,
necessitando da intervenção de outros sujeitos.
Nesse sentido, verifica-se que a construção do conhecimento não acontece
de maneira linear, constituindo-se em importantes etapas deste processo os
momentos de dúvidas e os erros cometidos desde que utilizados para se chegar à
sistemática produtiva de estágios superiores de desenvolvimento.
O conhecimento é adquirido através da interação social. Ele é constituído a
partir da relação do indivíduo com o meio social, considerando as experiências de
vida, os valores, as crenças, ou seja, a cultura do alfabetizando. Freire (1987)
entende que uma aprendizagem significativa se dará a partir de um processo que
proporcione uma análise crítica da prática social dos homens, contribuindo para que
estes repensem a forma de atuar no mundo.
O aspecto social da aprendizagem diz respeito aos valores e aspirações
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coletivas, bem como a dimensão política da educação. A intervenção pedagógica
pode ter um amplo alcance, requerendo responsabilidade e compromisso por parte
dos educadores. Para Paulo Freire educar é um ato político, é um ato de criação e
recriação, sendo, portanto, impossível falar em educação neutra. O diálogo aparece
como fundamento da construção do sujeito, como mecanismo de compreensão da
estrutura social, de conscientização e de transformação.
A educação é também um ato coletivo e solidário e nunca se dá
isoladamente. "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se
educam entre si, mediatizados pelo mundo (FREIRE, 1987, p. 13).
A técnica para a construção de uma verdadeira práxis, que atenda aos
interesses e necessidades das camadas populares. Por isso é que insistimos na
discussão acerca do que a escola tem, verdadeiramente, possibilitado aos seus
alunos no que concerne à construção de conhecimentos sistematizados e/ou
científicos, que garantam a estes sujeitos formas mais acertadas de lidar com o
poder instituído; o aprender tem, assim, um sentido existencial,
Valorizando a conquista dos vários sujeitos adultos que se aventuram na
boniteza do aprender escolar, reafirmamos o nosso compromisso com a Escola
Pública de qualidade e, principalmente com a ação pedagógica comprometida com a
emancipação de mulheres e homens que reconhecem o valor / poder do
conhecimento formal e o buscam como estratégia para uma vida melhor e mais
solidária.
Desta forma, não podemos desconsiderar que o caminho a ser trilhado pela
escola, para garantir o sucesso no processo de escolarização do sujeito adulto,
passa, necessariamente, pelo comprometimento político com a transformação
social, mas requer, ainda, competência técnica para a construção de uma verdadeira
práxis, que atenda aos interesses e necessidades das camadas populares. Por isso
é que insistimos na discussão acerca do que a escola tem, verdadeiramente,
possibilitado aos seus alunos no que concerne à construção de conhecimentos
sistematizados e/ou científicos, que garantam a estes sujeitos formas mais
acertadas de lidar com o poder instituído; o aprender tem, assim, um sentido
existencial, político e social. Assim, a aprendizagem escolar só ganha sentido se, e
somente se, possibilitar a quem aprende, e também a quem ensina, novas e
melhores formas de compreensão e (re)significação da realidade vivida e de formas
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mais elaboradas de inserção no mundo social, político-econômico e do trabalho.
Portanto, nos cabe considerar: se a capacidade de aprender é própria do
humano, por que as nossas escolas, enquanto instituições próprias ao ensino –
mesmo aquelas que se apresentam sob o rótulo de Construtivista / Progressista,
teimam por recapitular o movimento da sociedade e, insistentemente, sabotam a
aprendizagem formal dos seus alunos? Como se autorizar sob a égide da
emancipação se não está sendo capaz de assegurar a estes sujeitos, no mínimo, a
aquisição da leitura e da escrita de forma competente?
Concepção de Avaliação
A história da educação no Brasil, no tocante à avaliação, salienta um quadro
onde muitos são excluídos, alguns nem chegam a participar do processo educativo,
e ainda existem aqueles que, por falta de adaptação ou metodologias adequadas,
acabam desistindo e engrossando a fila dos marginalizados socialmente.
Este sistema avaliativo, de caráter excludente, seletivo e classificatório, tem
origem nas concepções trazidas pelos jesuítas nos séculos XVI e XVII, e foi
consolidado ao longo do tempo, permanecendo cristalizado até hoje na prática
escolar. Esta prática, apesar das mudanças sofridas no decurso da história, está
centrada no professor controlador do processo. Enfatiza provas e exames em
ocasiões solenes, marcadas pela constituição de bancas examinadoras, adotadas
como disciplinamento social dos educandos.
Segundo Comênio, em Luckesi (2000, p.75), “o medo é um excelente fator
para manter a atenção dos alunos às atividades escolares”. Além disso afirma que, a
educação deve ser o centro da ação do professor e os exames devem ser utilizados
como meios de estimular o trabalho intelectual da aprendizagem dos educandos.
Justifica-se, assim, a postura autoritária frente à avaliação, que enfatiza a
aprendizagem centrada na memorização.
A sociedade burguesa, através da escola, reforça e aprimora os
mecanismos de manutenção do seu “status quo”, utilizando-se de instrumentos de
controle com o objetivo de provocar o medo e a subserviência, os quais irão operar
decisivamente na formação da personalidade dos educandos. Esse modelo
avaliativo conservador, em essência, é mantido na pedagogia positivista, que
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garante a permanência da hierarquização do poder, acompanhando as reformas de
ensino do primeiro período republicano em nosso país.
O movimento escolanovista lança um novo olhar sobre a avaliação, apoiado
na psicologia, na sociologia e na antropologia. Utiliza uma nova retórica que dá
ênfase às diferenças individuais dos educandos através da auto-avaliação. No
entanto, permanece a palavra final do professor no processo avaliativo, provocando
poucas mudanças no modelo vigente.
A pedagogia tecnicista, na transmissão do conhecimento e no princípio do
rendimento, está orientada pela visão técnica da racionalidade econômica e
empresarial, funcionando como modeladora do comportamento humano através de
técnicas específicas, assumindo caráter disciplinador, não só da conduta social,
como da cognitiva, subtraindo do professor o domínio absoluto sobre a tomada de
decisões. Logo, a instituição, por meio de seus grupos dirigentes e/ou
representantes constroem o processo avaliativo.
Pressupõe a equidade social que o próprio modelo liberal vigente não
permite que se concretize, estabelecendo regras unificadas para a aplicação dos
procedimentos avaliativos.
O modelo social brasileiro, voltado para atender as necessidades do capital
é, na sua essência, seletivo e excludente. A escola, inserida neste modelo, pouco
avalia a aprendizagem, mas examina, pontua e classifica.
Segundo Luckesi (2000, p.18), a “pedagogia de exames” nos cursos não
auxilia na aprendizagem dos alunos, pois, psicologicamente, desenvolve
personalidades submissas e sociologicamente reproduz os interesses da sociedade
de classes, na medida em que, seleciona e classifica.
No contexto de uma cultura avaliativa classificatória e excludente, faz-se
necessário repensar se, no discurso de uma “escola libertadora”, esta concepção
está contemplada em sua prática, ou seja, se a escola ainda utiliza os conselhos de
classe com o único objetivo de aprovação e reprovação, se as provas são feitas para
medição e atribuição de notas, privilegiando apenas a memorização. Todo o
processo avaliativo que a escola pratica está fundamentado em uma concepção
teórica que a comunidade escolar necessita ter clareza da mesma, para não
dicotomizar discurso e prática.
Mudar a forma de avaliação, pressupõe mudar também a relação ensino-
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aprendizagem e a relação educador-educando, tendo em vista que esta mudança,
para muitos, pressupõe a perda de poder. Os educadores que ainda estão presos a
essas concepções e se utilizam da coerção por meio da avaliação confundem o
silêncio e a submissão do educando com aprendizagem e reforçam a permanência
de uma sociedade excludente e seletiva.
Diante disso, Vasconcelos (1993, p. 45) nos instiga a repensar o fazer
pedagógico, quando afirma que as “novas idéias abrem possibilidades de
mudanças, mas não mudam. O que muda a realidade é a prática”.
É preciso construir uma nova cultura avaliativa, que propicie à escola
questionar o seu papel e comprometer-se com a construção e socialização de um
conhecimento emancipatório.
A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo,
diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de
ensino-aprendizagem.
Segundo Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso
pedagógico útil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca
e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.
Na relação dialética, presente na avaliação, o educando confronta-se com o
objeto do conhecimento, que o levará a participação ativa, valorizando o fazer e o
refletir. Assim, o erro no processo ensino-aprendizagem assume caráter mediador,
permitindo tanto ao educando como ao educador rever os caminhos para
compreender e agir sobre o conhecimento, sendo um ponto de partida para o
avanço na investigação e suporte para a internalização.
O erro serve para direcionar a prática pedagógica, assumindo papel
diagnóstico e permitindo aos envolvidos no processo, a percepção do conhecimento
construído. Com isso, descaracteriza-se o processo de controle enquanto
instrumento de aprovação ou reprovação. Por outro lado, o acerto desencadeia no
educando ações que sinalizam possibilidades de superação dos saberes
apropriados para novos conhecimentos.
Nessa perspectiva, é necessário repensar os instrumentos de avaliação,
reavaliá-los e ressignificá-los para que, de fato, possam atingir seus objetivos, ou
seja, que tenham significado para o educando, que não exijam somente
memorização ou conteúdo específico para uma prova, que sejam reflexivos,
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relacionais e compreensíveis.
Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de
partida real, realizando a avaliação a partir das experiências acumuladas e das
transformações que marcaram o seu trajeto educativo. A avaliação será significativa
se estiver voltada para a autonomia dos educandos.
A avaliação perpassa e é perpassada pelo coletivo da escola e possibilita a
indicação de caminhos mais adequados e satisfatórios para a ação pedagógica. Em
outras palavras, a avaliação não pode ser um mecanismo para classificar, excluir ou
promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os
acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento.
Assim, a prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteúdismo e o
ato de avaliar como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova perspectiva,
marcada pela autonomia do educando. Como afirma Vasconcelos:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de uma auto-crítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. (VASCONCELOS, 1994, p.54)
Constata-se então que a avaliação não pode ser um processo meramente
técnico, porém avaliar exige o domínio de conhecimentos e técnicas com a
utilização, dentre outros, de critérios claros e objetivos.
O sistema educacional deve ser orientado para se constituir, cada vez mais,
como agente concretizador de mudanças, e essas devem estar comprometidas com
os interesses das classes populares, as quais buscam uma progressiva autonomia
com participação, preocupando-se especialmente em não corroborar com o
processo excludente.
Com o objetivo de refletir sobre a prática de avaliação atual é necessário um
olhar crítico e uma projeção de metas definidas pela comunidade escolar, dentro de
um processo gradual de mudanças, que tenham como fim o aperfeiçoamento da
avaliação escolar, devendo se respeitar os tempos individuais e a cultura de cada
educando para que, com isso, ele seja sujeito nas relações sociais. Essa expectativa
de reformular a prática de fato e de direito, necessita algumas reflexões no tocante
ao que se tem e ao que se almeja conseguir.
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e reconhece Págin
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as diferenças, propõe-se refletir sobre a flexibilização da proposta de avaliação para
que a mesma possa contemplar as necessidades de todos os educandos.
Assim sendo este Centro de Educação entende que o processo avaliativo é
parte integrante da práxis pedagógica e deve estar voltada para atender as
necessidades dos educandos, considerando seu perfil, bem como o ensino-
aprendizagem respaldado por processos de recuperação fazendo-se cumprir a
função social da EJA, isto é, seu papel na formação da cidadania e na construção da
autonomia.
Concepção de Currículo
De acordo com Silva (2000a, p.13) o currículo, tal como a cultura, é
compreendido como prática de significação, e como tal, vinculado à prática
produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que produz identidades
sociais.
Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma
mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que
hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma
aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa.
Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na
escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os
educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores, como
por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a
dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas aulas
distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de avaliação
coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola e a
comunidade, dentre outras.
O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo ordenador
da socialização do conhecimento que engloba toda a ação pedagógica, é o principal
elemento de mediação da prática dos educadores e educandos. Por isso, a
organização dos espaços, dos tempos escolares e da ação pedagógica deve ser
objeto de reflexão entre os educadores e educandos para que o currículo seja
significativo.
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Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendido em
suas três dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e currículo
oculto.
O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia
estabelecida seja pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se prescreve
como intenção na formação dos indivíduos.
O currículo real ou vivo é aquele que acontece na sala de aula e produz e re-
produz usos e significados, por vezes, distintos das intenções predeterminadas no
currículo formal. Nele se explicitam, com maior nitidez, as visões de mundo e as
ações dos diferentes sujeitos da prática educativa no espaço escolar.
O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que media
a relação entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar, contudo,
explicitado no currículo formal. Desde a organização do horário das aulas, a
organização da entrada dos educandos na escola, os métodos, as ideologias, a
organização do espaço e do tempo, bem como todas as atividades que, direta ou
indiretamente disciplinam, regularizam por meio de normas as atitudes, os valores e
comportamentos dos educandos.
Se o currículo orienta toda a ação pedagógica da EJA, ele deve expressar
os interesses dos educadores e educandos: o conhecimento necessário para a
compreensão histórica da sociedade; metodologias que atendam a todos os
envolvidos nesse processo; bem como uma avaliação que encaminhe para a
emancipação.
As Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos
identificam três eixos, cultura, trabalho e tempo como os que deverão articular
toda ação pedagógico-curricular nas escolas. Tais eixos foram definidos tendo em
vista a concepção de currículo como um processo de seleção da cultura, bem como
pela necessidade de se atender ao perfil do educando da EJA.
A cultura compreende toda forma de produção da vida material e imaterial e
compõe um sistema de significações envolvido em todas as formas de atividade
social. (Willians, 1992). Por ser produto da atividade humana, não se pode ignorar
sua dimensão histórica. No terreno da formação humana, a cultura é o elemento de
mediação entre o indivíduo e a sociedade e, nesse sentido, possui um duplo caráter:
remete o indivíduo à sociedade e é, também, o intermediário entre a sociedade e a
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formação do indivíduo. (Adorno, 1996).
Assim sendo a cultura compreende, portanto, “desde a mais sublime música
ou obra literária, até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a
arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar” (Sacristàn, 2001, p.105).
Como elemento de mediação da formação humana, torna-se objeto da educação
que se traduz, na escola, em atividade curricular. Desse modo, pode-se
compreender o currículo como a porção da cultura - em termos de conteúdos e
práticas (de ensino, avaliação, etc.) - que, por ser considerada relevante em um
momento histórico, é trazida para a escola, isso é, é escolarizada (Williams, 1984).
De certa forma, então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura
na qual ele se organizou, de modo que ao analisar um determinado currículo, pode-
se inferir não só os conteúdos que, explícita ou implicitamente, são vistos como
importantes naquela cultura, como, também, de que maneira aquela cultura prioriza
alguns conteúdos em detrimentos de outros, isso é, pode-se inferir quais foram os
critérios de escolha que guiaram os professores, administradores, curriculistas, que
montaram aquele currículo. (Veiga-Neto, 1995)
Se a cultura abarca toda produção humana, inclui, também, o trabalho e
todas as relações que ele perpassa. O trabalho compreende, assim, uma forma de
produção da vida material a partir do qual se produzem distintos sistemas de
significação. É a ação pela qual o homem transforma a natureza e, nesse processo,
transforma-se a si mesmo. É, portanto, produção histórico-cultural que atribui à
formação de cada novo indivíduo, também, essa dimensão histórica.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida à
preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender às demandas do
industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões
relativas à produção e às suas transformações técnicas (Arroyo, 2001). Os vínculos
entre educação, escola e trabalho situam-se numa perspectiva mais ampla, tendo
em vista a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e moral,
sua autonomia e liberdade individual e coletiva e sua emancipação.
Um dos fatores que leva os educandos da EJA a retornarem para a escola
está relacionado à elevação do nível de escolaridade para atender ao contexto atual
do mundo do trabalho. No entanto, cada educando que procura a EJA apresenta,
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em sua particularidade, um tempo social e um tempo escolar vivido no decorrer de
sua vida, o que implica na reorganização curricular, dos tempos e espaços escolares
para atender o perfil daqueles que buscam a sua emancipação.
Do ponto de vista da dimensão social, pode-se dizer que os educandos
viveram e vivem tempos individuais e coletivos, os quais compreendem os
momentos da infância, da juventude, da vida adulta, no contexto das múltiplas
relações sociais.
Na dimensão escolar, o tempo de cada educando compreende um tempo
definido pelo período de escolarização e um tempo singular de aprendizagem, que
no caso dos educandos da EJA é bem diversificado, tendo em vista a especificidade
dessa modalidade de ensino que busca atender, ainda, o tempo de que o educando
dispõe para se dedicar aos estudos. O tempo e o espaço são aspectos da cultura
escolar e, portanto, fazem parte da ação pedagógica, uma vez que regulam e
disciplinam educandos e educadores de formas diferenciadas de escola para escola
ou mesmo de sistema educacional para sistema educacional.
A organização do tempo escolar compreende três dimensões: o tempo
físico, o tempo vivido e o tempo pedagógico. O primeiro está relacionado ao
calendário escolar organizado em dias letivos, horas/aula, bimestres que organizam
e controlam o tempo da ação pedagógica. O segundo, diz respeito ao tempo vivido
pelo professor nas suas experiências pedagógicas, nos cursos de formação, na
ação docente propriamente dita, bem como o tempo vivido pelos educandos nas
experiências sociais e escolares. O último compreende o tempo que a organização
escolar disponibiliza para a escolarização e socialização do conhecimento, e ainda,
o tempo de que o aluno dispõe para se dedicar aos afazeres escolares internos e
externos exigidos pelo processo educativo.
Na escola, a organização dos tempos está articulada com os espaços
escolares preenchidos pelos educandos em toda ação educativa. A organização
desses tempos e espaços compreende características que devem ser entendidas
como discursos que revelam, por exemplo, um espaço autoritário ou um espaço
democrático. Cabe destacar que a organização dos tempos e dos espaços escolares
interfere na formação dos educandos, seja para conformar ou para produzir outras
práticas de significação.
Pensar as práticas de significação que se devem gerar na escola, impõe
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estar atento à dinâmica das relações sociais com o objetivo de “democratizar o
saber, a cultura e o conhecimento, bem como conduzir o educando a aprender o
significado social e cultural dos símbolos construídos, tais como as palavras, as
ciências, as artes, os valores, dotados da capacidade de propiciar-nos meios de
orientação, de comunicação e de participação” (Arroyo, 2001, p.144).Cultura e
conhecimento são produzidos nas e pelas relações sociais.
Desse modo, o currículo não pode ser pensado fora dessas relações. Nessa
perspectiva, de acordo com Silva (2000a, p.13), o currículo, tal como a cultura, é
compreendido como prática de significação, e como tal, vinculado à prática
produtiva, às relações sociais e de poder, enfim, uma prática que produz identidades
sociais.
Historicamente, a cultura curricularizada tem privilegiado uma forma
mecânica e instrumental de organização dos saberes. A lógica disciplinar que
hierarquiza e fragmenta o conhecimento, limita a possibilidade de uma
aprendizagem reflexiva, crítica e, portanto, significativa.
Para que ocorram mudanças na forma de organizar o conhecimento na
escola, é imprescindível que toda a ação educativa esteja voltada para os
educandos. É preciso rever a cultura escolar em seus aspectos limitadores, como
por exemplo, nas práticas formais de planejamento que desconsideram a
dinamicidade e a concretude dos processos de ensino e aprendizagem, nas aulas
distanciadas da realidade de referência do educando, nas práticas de avaliação
coercitivas e burocráticas, na ausência de interlocução entre a escola e a
comunidade, dentre outras.
O currículo, entendido como seleção da cultura, como processo ordenador
da socialização do conhecimento que engloba toda a ação pedagógica, é o principal
elemento de mediação da prática dos educadores e educandos. Por isso, a
organização dos espaços, dos tempos escolares e da ação pedagógica deve ser
objeto de reflexão entre os educadores e educandos para que o currículo seja
significativo.
Nessa perspectiva, o currículo não é neutro e deve ser compreendido em
suas três dimensões: currículo formal ou prescrito, currículo vivo ou real e currículo
oculto.
O currículo formal tem suas bases assentadas na regulação prévia
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estabelecida seja pela escola, seja pelo sistema educacional. É o que se prescreve
como intenção na formação dos indivíduos.
O currículo real ou vivo é aquele que acontece na sala de aula e produz e
reproduz usos e significados, por vezes, distintos das intenções predeterminadas no
currículo formal. Nele se explicitam, com maior nitidez, as visões de mundo e as
ações dos diferentes sujeitos da prática educativa no espaço escolar.
O currículo oculto é inerente a toda e qualquer ação pedagógica que media
a relação entre educador e educando no cotidiano escolar, sem estar, contudo,
explicitado no currículo formal. Desde a organização do horário das aulas, a
organização da entrada dos educandos na escola, os métodos, as ideologias, a
organização do espaço e do tempo, bem como todas as atividades que, direta ou
indiretamente disciplinam, regularizam por meio de normas as atitudes, os valores e
comportamentos dos educandos.
Se o currículo orienta toda a ação pedagógica da EJA, ele deve expressar
os interesses dos educadores e educandos: o conhecimento necessário para a
compreensão histórica da sociedade; metodologias que atendam a todos os
envolvidos nesse processo; bem como uma avaliação que encaminhe para a
emancipação.
Concepção de Adolescência
A adolescência é conhecida como uma categoria histórica, que recebe
significações e significados que estão longe de serem essencialistas.Ser
adolescente é viver um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais que,
juntas, ajudam a traçar o perfil desta população.
Segundo Ozella (2003, p.20), “é necessário superar as visões naturalizantes
presentes na Psicologia e entender a adolescência como um processo de
construção sob condições histórico-culturais específicas. Isso significa pensar que a
adolescência deve ser vista e compreendida como uma categoria construída
socialmente, a partir das necessidades sociais e econômicas dos grupos sociais,
que lhe constituem como pessoas, enquanto são constituídas por elas. Assim, é
mais possível falar de adolescentes que tenham um nome, pertençam a um grupo
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cultural e tenham uma vida vivida concretamente, do que de uma adolescência de
uma forma mais abrangente.
Aguiar; Bock; Ozella (2002) apontam elementos fundamentais para a
compreensão da adolescência numa perspectiva sócio-histórica. Para eles é
necessário não perder de vista o vínculo entre o desenvolvimento do homem e a
sociedade, em especial a adolescência re-contruindo a compreensão desta e sua
expressão social. Por fim, sugerem um avanço urgente para além de uma suposta
realidade “natural” da adolescência.
Nesse sentido, cabe ao CEEBJA compreender que a adolescência deve ser
pensada para além da idade cronológica, da puberdade e transformações físicas
que acarreta, dos ritos de passagem, ou de elementos determinados
aprioristicamente ou de modo natural. A adolescência deve ser pensada como uma
categoria que se constrói, exercita e se re-constrói dentro de uma história e tempo
específicos.
Vale lembrar que vem sendo um desafio para a Instituição o trabalho
pedagógico com a diversidade, pois o Centro de Educação conta com educandos
adolescentes, jovens, adultos e idosos.
Concepção de Letramento
Capitaneada pelas publicações de Angela Kleiman, (95) Magda Soares (95,
98) e Tfouni (95), a concepção de letramento contribuiu para redimensionar a
compreensão que hoje tem sobre: a) as dimensões do aprender a ler e a escrever;
b) o desafio de ensinar a ler e a escrever; c) o significado do aprender a ler e a
escrever, c) o quadro da sociedade leitora no Brasil d) os motivos pelos quais tantos
deixam de aprender a ler e a escrever, e e) as próprias perspectivas das pesquisas
sobre letramento.
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo,
ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da
aquisição de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20).
Com a mesma preocupação em diferenciar as práticas escolares de ensino
da língua escrita e a dimensão social das várias manifestações escritas em cada
comunidade, Kleiman, apoiada nos estudos de Scribner e Cole, define o letramento
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema
simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos. As práticas específicas
da escola, que forneciam o parâmetro de prática social segundo a qual o letramento
era definido, e segundo a qual os sujeitos eram classificados ao longo da dicotomia
alfabetizado ou não-alfabetizado passam a ser, em função dessa definição, apenas
um tipo de prática – de fato, dominante – que desenvolve alguns tipos de
habilidades, não outros que determinam uma forma de utilizar o conhecimento sobre
a escrita. (1995, p. 19)
Mais do que expor a oposição entre os conceitos de “alfabetização” e
“letramento”, Soares valoriza o impacto qualitativo que este conjunto de práticas
sociais representa para o sujeito, extrapolando a dimensão técnica e instrumental do
puro domínio do sistema de escrita:
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e
das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia –
do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício
efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica
habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes
objetivos (In Ribeiro, 2003, p. 91).
Concepção de Gestão Escolar
De acordo com Santos (2006) o conceito de Gestão Escolar, relativamente
recente, é de extrema importância para que se tenha uma escola que atenda às
atuais exigências da vida social: formar cidadãos e oferecer, ainda, a possibilidade
de apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção
social.
Conforme apontado por Luck (2000, p. 11), gestão escolar (...) constitui uma
dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a
mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias
para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de
ensino orientadas para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo
a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade
globalizada e da economia centrada no conhecimento.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Percebe-se que quando a autora fala em gestão escolar, fala-se da participação
global de toda comunidade escolar analisando situações, decidindo sobre seu
encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto, isso porque o êxito de uma
organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo
trabalho associado, mediante reciprocidade que cria “todo” orientado por uma
vontade coletiva.
A gestão escolar apresenta um novo paradigma voltado para uma
perspectiva cidadã, onde as concepções e praticas dialógicas, interativas,
participativas e democráticas ganham espaço à medida que proporcionam o direito
de “aprender a aprender”, a construírem saberes de maneira justa, criativa, a serem
sujeitos de seus conhecimentos.
Conforme Luck (2001), os diretores participativos baseiam-se no conceito da
autoridade compartilhada, cujo poder é delegado aos representantes da comunidade
escolar e as responsabilidades são assumidas por todos.
A Gestão Democrática é formada por alguns componentes básicos: Constituição do
Conselho escolar; Elaboração do Projeto Político Pedagógico de maneira coletiva e
participativa; definição e fiscalização da verba da escola pelos dirigentes,
estudantes, equipe técnica; eleição direta para diretor(a);
Entende-se assim que Gestão Democrática é o resultado de um processo
pedagógico coletivo que envolve o conhecimento da legislação e também a
implantação e consolidação de mecanismos de participação tais como conselho ou
colegiado escolar e grêmios estudantis, que contribuem de maneira eminente para a
autonomia da escola. A dimensão sócio-política da escola torna-se mais exigente e
complexa e exige parceria e co-responsabilidade na sua gestão. A responsabilidade
sócio-política da escola, não dispensa seus agentes sociais inseridos na
comunidade escolar, nem o governo, nem a sociedade de lutar pela universalização
da educação de qualidade e excelência.
Assim sendo, o gestor do CEEBJA deve ser um articulador na organização
do trabalho escolar como um todo, buscando em suas ações a coletividade junto a
comunidade escolar por meio dos órgãos colegiados como Associação de
Professores, Alunos e Funcionários do CEEBJA (APAF), o Conselho Escolar, entre
outras representatividades. Como principal meta, o gestor do CEEBJA deve ser um
líder para atender as especificidades que a EJA requer.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
c) Proposição de Ações
Propiciar uma atmosfera participativa, profissional, democrática e colegiada
(Enguita, 2004) como variáveis de incentivo e participação de todos os envolvidos no
processo educacional do CEEBJA é uma das bases para a efetivação do trabalho
pedagógico. Há de se elencar também o perfil do profissional, que requer
habilidades específicas para atuar na EJA, tendo em vista a grande diversidade dos
alunos que buscam a Instituição. A formação nessa modalidade de ensino tem
colaborado para a dinamização da prática pedagógica.
No diagnóstico foi apontado como um desafio a migração dos alunos adolescentes
das escolas regulares para o CEEBJA. Assim posto, trabalhar a prática pedagógica
tem exigido mudanças a fim de garantir o ensino-aprendizagem de todos os alunos
no processo educacional respeitando as especificidades que a EJA requer diante
dessa diversidade. A partir da avaliação institucional tem se constatado a
necessidade da mudança de postura dos profissionais da educação da escola. O
livro Alegria na Escola, de George Sniders, afirma que a Escola deve ter conteúdos
básicos sem deixar de ter conteúdos alegres e alternativos. Esse pensamento tem
sido evidenciado no plano de trabalho docente dos professores, uma vez que a
prática pedagógica tem sido repensada para a diversidade dos educandos desse
Centro.
Outro problema enfrentado pela Instituição é a evasão escolar. Em relação aos
alunos menores existe um acompanhamento por parte da Equipe Pedagógica,
Professores, Agentes de Apoio, a Família e Conselho Tutelar. Com os alunos jovens
e adultos a Equipe Pedagógica e Professores conscientizam colocando a
necessidade da escolarização nas suas vidas e quando há evasão a escola utiliza
de várias formas para trazê-lo de volta.
A rotatividade de professores também tem dificultado a especificidade do trabalho
pedagógico, a hora atividade então, é aproveitada pela Equipe Pedagógica e
professores no sentido de possibilitar reflexão sobre a prática pedagógica nessa
modalidade de ensino.
Forma de Avaliação
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Segundo HOFFMANN (2003, p. 11) “... a avaliação é uma tentativa de definição do
significado primordial da sua prática educativa...”
A avaliação precisa ser entendida pelo professor como um conjunto de ações que irá
auxiliá-lo a refletir sobre as condições de aprendizagem oferecida no ambiente
escolar e readequar quando necessário para atender às necessidades dos alunos.
Também terá a condição de auxiliar o aluno no momento em que este está
precisando de ajuda será um meio mais prático de se observar às dificuldades que o
aluno ou a turma em geral está passando.
Para reafirmar esse pensamento LIBÂNEO (1994, p. 195) afirma que: “a avaliação é
uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuição de
notas. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico – didáticas, de diagnóstico e
de controle em relação às quais se recorre a instrumentos de verificação do
rendimento escolar”.
No contexto de uma cultura avaliativa classificatória e excludente, faz-se
necessário repensar se, no discurso de uma “escola libertadora”, esta concepção
está contemplada em sua prática, ou seja, se a escola ainda utiliza os conselhos de
classe com o único objetivo de aprovação e reprovação, se as provas são feitas para
medição e atribuição de notas, privilegiando apenas a memorização. Todo o
processo avaliativo que a escola pratica está fundamentado em uma concepção
teórica que a comunidade escolar necessita ter clareza da mesma, para não
dicotomizar discurso e prática.
Mudar a forma de avaliação, pressupõe mudar também a relação ensino-
aprendizagem e a relação educador-educando, tendo em vista que esta mudança,
para muitos, pressupõe a perda de poder. Os educadores que ainda estão presos a
essas concepções e se utilizam da coerção por meio da avaliação confundem o
silêncio e a submissão do educando com aprendizagem e reforçam a permanência
de uma sociedade excludente e seletiva.
Diante disso, Vasconcelos (1993, p. 45) nos instiga a repensar o fazer
pedagógico, quando afirma que as “novas idéias abrem possibilidades de
mudanças, mas não mudam. O que muda a realidade é a prática”.
É preciso construir uma nova cultura avaliativa, que propicie à escola
questionar o seu papel e comprometer-se com a construção e socialização de um
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conhecimento emancipatório.
A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo,
diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de
ensino-aprendizagem.
Segundo Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso
pedagógico útil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca
e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.
Na relação dialética, presente na avaliação, o educando confronta-se com o
objeto do conhecimento, que o levará a participação ativa, valorizando o fazer e o
refletir. Assim, o erro no processo ensino-aprendizagem assume caráter mediador,
permitindo tanto ao educando como ao educador rever os caminhos para
compreender e agir sobre o conhecimento, sendo um ponto de partida para o
avanço na investigação e suporte para a internalização.
O erro serve para direcionar a prática pedagógica, assumindo papel
diagnóstico e permitindo aos envolvidos no processo, a percepção do conhecimento
construído. Com isso, descaracteriza-se o processo de controle enquanto
instrumento de aprovação ou reprovação. Por outro lado, o acerto desencadeia no
educando ações que sinalizam possibilidades de superação dos saberes
apropriados para novos conhecimentos.
Nessa perspectiva, é necessário repensar os instrumentos de avaliação,
reavaliá-los e ressignificá-los para que, de fato, possam atingir seus objetivos, ou
seja, que tenham significado para o educando, que não exijam somente
memorização ou conteúdo específico para uma prova, que sejam reflexivos,
relacionais e compreensíveis.
Os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de
partida real, realizando a avaliação a partir das experiências acumuladas e das
transformações que marcaram o seu trajeto educativo. A avaliação será significativa
se estiver voltada para a autonomia dos educandos.
A avaliação perpassa e é perpassada pelo coletivo da escola e possibilita a
indicação de caminhos mais adequados e satisfatórios para a ação pedagógica. Em
outras palavras, a avaliação não pode ser um mecanismo para classificar, excluir ou
promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os
acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento.
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Projeto Político Pedagógico – CEEBJA – APUCARANA / Julho 2010
Assim, a prática avaliativa deve superar o autoritarismo, o conteúdismo e o
ato de avaliar como objeto de punição, estabelecendo-se uma nova perspectiva,
marcada pela autonomia do educando. Como afirma Vasconcelos:
O professor que quer superar o problema da avaliação precisa, a partir de uma auto-crítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta, lhe autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. (VASCONCELOS, 1994, p.54)
Constata-se então que a avaliação não pode ser um processo meramente
técnico, porém avaliar exige o domínio de conhecimentos e técnicas com a
utilização, dentre outros, de critérios claros e objetivos.
O sistema educacional deve ser orientado para se constituir, cada vez mais,
como agente concretizador de mudanças, e essas devem estar comprometidas com
os interesses das classes populares, as quais buscam uma progressiva autonomia
com participação, preocupando-se especialmente em não corroborar com o
processo excludente.
Com o objetivo de refletir sobre a prática de avaliação atual é necessário um
olhar crítico e uma projeção de metas definidas pela comunidade escolar, dentro de
um processo gradual de mudanças, que tenham como fim o aperfeiçoamento da
avaliação escolar, devendo se respeitar os tempos individuais e a cultura de cada
educando para que, com isso, ele seja sujeito nas relações sociais. Essa expectativa
de reformular a prática de fato e de direito, necessita algumas reflexões no tocante
ao que se tem e ao que se almeja conseguir.
Pautados no princípio da educação que valoriza a diversidade e reconhece
as diferenças, propõe-se refletir sobre a flexibilização da proposta de avaliação para
que a mesma possa contemplar as necessidades de todos os educandos.
Assim sendo este Centro de Educação entende que o processo avaliativo é
parte integrante da práxis pedagógica e deve estar voltada para atender as
necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto
é, seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.
Procedimentos de intervenção didática
Confrontando três autores, estudiosos expressivos do campo da didática: Págin
a54
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Piletti (1989), Haydt (2000) e Libâneo (1994) nota-se a concordância entre eles que
para o professor obter sucesso em suas ações é necessário, antes de tudo, elaborar
um planejamento de ensino. Na realidade, os autores focalizam são as variáveis que
estabelecem o como ensinar. Métodos, recursos e procedimentos são alguns dos
termos utilizados para designar os aspectos relativos ao como ensinar.
Os educandos da EJA trazem consigo um legado cultural –
conhecimentos construídos a partir do senso comum e um saber popular, não-
científico, constituído no cotidiano, em suas relações com o outro e com o meio – os
quais devem ser considerados na dialogicidade das práticas educativas. Portanto, o
trabalho dos educadores da EJA é buscar de modo contínuo o conhecimento que
dialogue com o singular e o universal, o mediato e o imediato, de forma dinâmica e
histórica.
Para que a escola possa reorganizar o conhecimento originário na cultura
vivida e dar significado ao conhecimento escolar, o ponto de partida deve ser a
experiência dos sujeitos envolvidos. Conforme Freire (1996, p. 38) a educação
emancipatória valoriza o “saber de experiência feito”, o saber popular, e parte dele
para a construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua
consciência política.
O conhecimento tem múltiplas naturezas. Mesmo separadas por suas
especificidades, elas são interligadas e formam uma rede de significados (CRUZ,
1993, p. 20). De forma didática, esse autor destaca as naturezas política,
econômica, científica e ético-social do conhecimento, e o sentido que devem
adquirir numa prática pedagógica emancipadora:
• política: cuja tarefa é levar à reflexão para desvelar a realidade e os mecanismos
discriminatórios e excludentes e vivenciar, por meio de diálogos, debates,
discussões, o incentivo a tomada de posições;
• econômica: que tem um papel forte na sociedade, porque rege leis e consegue
impô-las aos outros;
• científica: em que o avanço científico e tecnológico tem implicações significativas
nos padrões culturais, nas relações sociais, na reorganização do mundo do
trabalho, e por efeito, nas concepções e práticas de educação que devem se
comprometer, cada vez mais, com o acesso ao conhecimento;
• ético-social: como a dimensão de valores que necessitam ser, constantemente,
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problematizados, dada sua condição histórico-cultural.
O conhecimento socializado no espaço escolar deve oportunizar condições
ao educando de ser cidadão, deve também valorizar sua cultura de referência,
acrescentar-lhes novos conhecimentos, de modo que se tornem “autônomos
intelectual e moralmente, capazes de interpretar as condições histórico-culturais da
sociedade em que vivem de forma crítica e reflexiva, impondo autonomia às suas
próprias ações” (SILVA, 2003, p.1).
Verificação do Rendimento Escolar
A. O educando deve atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula
zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário e
também como acréscimo ao processo de apropriação dos conhe-
cimentos, o educando tem direito à recuperação de estudos.
A. A cada avaliação processual, em caso de não concordância com
o resultado, o educando tem direito a recurso, desde que solicita-
do com o prazo máximo de 72 horas após sua divulgação.
B. Para os educandos que cursam 100% da carga
horária da disciplina, a Média Final (MF) corres-
ponde à média aritmética das Avaliações Proces-
suais (A), ou seja, a soma das notas de cada ava-
liação, divididas pelo número de avaliações efetua-
das, devendo os mesmos atingir no mínimo a nota
6,0 (seis vírgula zero).
Média Final ou MF = soma das avaliações processuais (A) número de avaliações processuais
Os resultados das avaliações dos educandos são registrados em
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documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e
autenticidade da vida escolar do educando.
O educando portador de necessidades educacionais especiais é avaliado
não por seus limites, mas pelos conteúdos que é capaz de desenvolver.
O resultado das atividades avaliativas é analisado pelo educando e pelo
professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e
as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica.
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A oferta da recuperação de estudos se dá concomitantemente ao processo
ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos,
sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação
dos mesmos.
A recuperação é individualizada, organizada com atividades significativas.
Estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos e indicação de roteiro de
estudos, melhoram e diagnosticam o nível de apropriação dos conhecimentos de
cada educando por meio de novos instrumentos de avaliação.
PROMOÇÃO
Para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis
vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED.
A idade mínima para a obtenção do certificado de conclusão do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio, é a estabelecida na legislação vigente.
APROVEITAMENTO DE ESTUDOS E CARGA HORÁRIA
O educando pode requerer aproveitamento integral de estudos de disciplinas
concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou de exames
supletivos, apresentando comprovação de conclusão das mesmas;
O educando oriundo de formas de organização de ensino diferentes da
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ofertada neste Estabelecimento, que não comprovar conclusão de disciplina(s),
pode: ser matriculado para cursar 100% (cem porcento) da carga horária total da
disciplina.
FREQÜÊNCIA
No Ensino Fundamental e Médio a freqüência mínima para cada disciplina
deve ser 75% (setenta e cinco por cento) da carga horária total prevista na Matriz
Curricular na organização coletiva. No entanto, na organização individual no Ensino
Fundamental – Fase II e Médio, o aluno deve cumprir 100% do total da carga horária
estipulada na Matriz Curricular.
Processo de Classificação
A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o
estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos
compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios
formais ou informais, podendo ser realizada:
I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou
fase anterior, na própria escola;
II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou
do exterior, considerando a classifcação da escola de origem;
III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para
posicionar o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu
grau de desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou
informais;
IV. A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, e exige
as seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e
dos proifssionais:
V. I. organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola
para efetivar o processo;
VI. proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe
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pedagógica;
VII. comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado,
para obter o respectivo consentimento;
VIII. arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;
IX. registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.
X. O processo de classificação na modalidade Educação de Jovens e Adultos
poderá posicionar o aluno, para matrícula na disciplina, em 25%, 50%,
75% ou 100% da carga horária total de cada disciplina do Ensino
Fundamental – Fase II e, no Ensino Médio, em 25%, 50%, 75% da carga
horária total de cada disciplina, de acordo com a Proposta Pedagógica da
Educação de Jovens e Adultos.
XI. Parágrafo Único – Do total de carga horária restante a ser cursada na
disciplina, na qual o aluno foi classificado, é obrigatória a freqüência de
75% na Organização Coletiva e de 100% na Organização Individual para
ingresso no ano inicial do Ensino Fundamental a classificação com êxito,
em 100% do total da carga horária, em todas as disciplinas do Ensino
Fundamental – Fase II, o aluno está apto a realizar matrícula inicial no
Ensino Médio.
XII. Parágrafo Único – Em caso de transferência, esta só poderá ser expedida
após o aluno ter concluído, no mínimo, 2 (duas) disciplinas do Ensino
Médio e obtido, no mínimo, 1 (um) registro de nota e freqüência nas
demais disciplinas matriculadas.
XIII. O aluno, após o processo de classificação nas disciplinas do Ensino
Fundamental – Fase II e Ensino Médio, de acordo com o percentual de
carga horária avançada, terá as seguintes quantidades de registros de
notas:
XIV. Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e Literatura, o aluno
classificado com:
XV. a) 25%, deverá ter 4 (quatro) registros de notas;
XVI. b) 50%, deverá ter 3 (três) registros de notas;
XVII. c) 75%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
XVIII. d) 100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a disciplina.
XIX. Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira Moderna,
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Química,
XX. no classificado com:
XXI. a) 25%, deverá ter 3 (três) registros de notas;
XXII. b) 50%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
XXIII. c) 75%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
XXIV. d) 100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a disciplina.
XXV. Artes, Arte, Filosofa, Sociologia, Educação Física, o aluno classificado
com:
XXVI. a) 25%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;
XXVII. b) 50%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
XXVIII. c) 75%, deverá ter 1 (um) registro de notas;
XXIX. d) 100%, no Ensino Fundamental – Fase II, concluirá a disciplina.
Processo de Reclassificação
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino avalia o
grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do ano,
levando em conta as normas curriculares gerais, a fm de
encaminhá-lo à etapa de estudos compatível com sua experiência e
desenvolvimento, independentemente do que registre o seu Histórico Escolar.
Art. ... Cabe aos professores, ao verifcarem as possibilidades de avanço na
aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com freqüência na
série/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma
possa iniciar o processo de reclassifcação.
Parágrafo Único – Os alunos, quando maior, ou seus responsáveis, poderão
solicitar aceleração de estudos através do processo de reclassifcação, facultando
à escola aprová-lo ou não.
Art. ... A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno
e/ou seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo a ser iniciado, a
fm de obter o devido consentimento.
Art. ... A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela
equipe do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme
orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação, a fim de discutir as
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evidências e documentos que comprovem a necessidade da reclassificação.
Art. ... Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,
anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados,
para que sejam arquivados na Pasta Individual do
Aluno.
O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica, durante
dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.
Art. ... Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, o estabelecimento de
ensino poderá reclassificar os alunos matriculados, considerando:
I. que o aluno deve ter cursado, no mínimo, 25% do total da carga horária
defnida para cada disciplina, no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino
Médio;
II. a idade para a conclusão do nível de ensino, de acordo com a legislação
vigente.
Parágrafo Único – Fica vedada a reclassificação na disciplina de Ensino
Religioso.
Art. ... O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e
Adultos, poderá posicionar o aluno, devendo este cursar ainda 50% ou 25% da
carga horária total de cada disciplina do Ensino Fundamental
– Fase II e do Ensino Médio:
I. tendo cursado 25% e avançando em 25%, o aluno deverá cursar ainda 50%
da carga horária total
da disciplina e obter as seguintes quantidades de registros de notas:
a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e
Literatura, o aluno deverá ter 4 (quatro) registros de notas;
b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira
Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 3 (três) registros de
notas;
c) nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofa, Sociologia, Educação Física, o aluno
deverá ter 2 (dois) registros de notas.
II. tendo cursado 25% e avançando em 50%, o aluno deverá cursar ainda 25%
da carga horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades de registros
de notas:
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a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e
Literatura, o aluno deverá ter 3 (três) registros de notas;
b) nas disciplinas de Geografa, História, Ciências Naturais, Língua Estrangeira
Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 2 (dois) registros de
notas;
c) nas disciplinas de Artes, Artes, Filosofa, Sociologia, Educação Física, o aluno
deverá ter 2 (dois) registros de notas.
Parágrafo Único – Caso o aluno tenha cursado 25% ou mais da carga horária
total da disciplina, após reclassificado, deverá cursar ainda, obrigatoriamente, no
mínimo, 25% do total da carga horária.
Art. ... O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e
integrará a Pasta Individual do aluno.
Art. ... O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo
estabelecimento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado
à Secretaria de Estado da Educação.
Art. ... A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente cursada.
A reclassificação é vedada aos cursos da Educação Profissional.
Aprimoramento da Prática Pedagógica
A prática pedagógica tem sido aprimorada de várias formas por meio de Cursos
da Secretaria de Estado da Educação, tais como:
Semana Pedagógica
A Semana Pedagógica é uma reunião de professores e funcionários da rede
estadual de ensino para tratar da importância da escola pública, a organização do
trabalho pedagógico e as temáticas do cotidiano escolar. Ela é organizada duas
vezes ao ano, em fevereiro e em julho.
Realizada nos próprios estabelecimentos de ensino, durante a Semana os
participantes conhecem a Proposta Pedagógica e o Regimento Escolar, assistem
palestras e fazem discussões em grupo. A Secretaria de Estado da Educação criou
a Semana Pedagógica como uma oportunidade para os profissionais da educação
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discutirem questões sobre a escola, material didático, planejamento e o projeto
pedagógico.
Grupos de Estudos e Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
Os grupos de estudos e GTRs tem proporcionado aos professores e
funcionários do CEEBJA a busca pelo conhecimento, oportunizando-lhes assim
condições de inovações em suas atividades pedagógicas.
Formação em Ação
Curso de Capacitação por meio de oficinas que evidenciam diferenciadas
metodologias com o objetivo de dinamizar a prática pedagógica dos professores do
CEEBJA.
Profuncionário
O Profuncionário é um programa que visa a formação dos funcionários de
escola, em efetivo exercício, em habilitação compatível com a atividade que exerce
na escola. A formação em nível técnico de todos os funcionários é uma condição
importante para o desenvolvimento profissional e aprimoramento no campo do
trabalho e , portanto, para a carreira. O Decreto 7.415 de 30 de dezembro de 2010
institui a política nacional de formação dos profissionais da educação básica e
dispõe sobre a formação inicial em serviço dos funcionários da escola. Entre seus
objetivos fundamentais, está a valorização do trabalho desses profissionais da
educação, através do oferecimento dos cursos de formação inicial em nível técnico
proporcionados pelo Profuncionário.
REUNIÕES PEDAGÓGICAS
As Reuniões Pedagógicas quinzenais com os professores e funcionários
vêm sendo uma prática de grande sucesso adotada pelo CEEBJA para reflexões
pedagógicas, fundamentadas no sonho de uma oferta de educação para tornar a
sociedade mais democrática, justa e humana. Nessas reuniões pedagógicas é
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analisado e discutido todo o processo educacional do Centro de Educação.
A respeito das reuniões pedagógicas, Freire pondera que:
uma mesma compreensão da prática educativa e uma mesma metodologia de trabalho não operam necessariamente de forma idêntica em contextos diferentes. A intervenção é histórica, é cultural, é política. É por isso que insisto tanto que as experiências não podem ser transplantadas, mas reinventadas. (FREIRE, Educação Municipal, 2).
Nesse sentido, a educação de jovens e adultos, oferecida pelo CEEBJA,
propõe-se a construir uma proposta educativa democrática, na busca da ruptura com
o verticalismo e principalmente com a prática bancária na relação pedagógica
educador/educando.
Busca-se não somente uma educação para a democracia, mas um educar
democrático que incorpore seus postulados à prática pedagógica.
Este Centro de Educação privilegia um enfoque educativo que rompa com a
fragmentação tradicional do conhecimento e com as dicotomias teoria x prática,
trabalho manual x trabalho intelectual, educação x realidade, educação x política, na
articulação permanente entre o geral, o local e o nacional.
PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional)
O Programa de Desenvolvimento Educacional oferece cursos e atividades nas
modalidades presencial e à distância para professores do Quadro Próprio do
Magistério (QPM) da Secretaria de Estado da Educação. O programa atende a
milhares de professores da rede estadual de ensino através de parcerias com
Instituições de Ensino Superior do Paraná.
Articulação da Equipe Multidisciplinar
Para efetivar a ação da Equipe Multidisciplinar do CEEBJA tem sido propostas
atividades que ressaltem os movimentos sociais da comunidade, as comemorações
direcionadas a esses povos, marcos históricos, heróis afro-descendentes ou
indígenas, LBGTT, e bem como a contribuição que os povos da cultura local,
estadual e nacional trazem para a própria comunidade escolar.
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f) Regime e funcionamento
A organização da oferta dos cursos, conforme as matrizes curriculares da proposta
pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, apresenta características específicas
vinculadas ao perfil dos educandos adolescentes, jovens, adultos de EJA,
adequadas às normalizações vigentes.
Os educandos com necessidades educacionais especiais serão atendidos por este
Estabelecimento de Ensino segundo os pressupostos da inclusão, necessários no
processo pedagógico, com adequação às necessidades dos educandos, e
corresponderá a um ensino socialmente significativo, conforme legislação vigente e
regulamentação da SEED.
Este Estabelecimento de Ensino funcionará em dias e horários determinados de
acordo com a demanda discente apresentada e a legislação vigente.
Os conteúdos curriculares estão organizados por área do conhecimento e
disciplinas.
A organização dos componentes curriculares seguirá o disposto a seguir:
a Fase l do Ensino Fundamental, por área do conhecimento;
a Fase II do Ensino Fundamental, por disciplinas;
o Ensino Médio, por disciplinas.
A educação, neste Estabelecimento de Ensino, será ofertada de forma presencial,
organizada individual e coletivamente, dependendo da condição e disponibilidade de
tempo do educando.
Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo
da carga horária total estabelecida para cada disciplina, tanto na forma presencial
individual quanto na presencial coletiva, conforme a matriz curricular, sendo
avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-aprendizagem.
A escola garantirá cem porcento dos conteúdos que integrara cada disciplina.
O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, os quais o
receberão individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações
metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que
compõem o Guia de Estudos:
a organização dos cursos;
o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar;
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a dinâmica de atendimento ao educando;
a duração e a carga horária das disciplinas;
a avaliação;
outras informações necessárias.
Do total de carga horária distribuída na matriz curricular do Ensino Fundamental -
Fase l e II e do Ensino Médio é obrigatória a freqüência de 75% (setenta e cinco por
cento) em cada disciplina, conforme legislação vigente.
O material de apoio didático adotado pela SEED é um dos recursos para o
desenvolvimento da escolarização na EJA.
As ações pedagógicas descentralizadas serão solicitadas pela comunidade ao
Estabelecimento de Ensino, conforme regulamentação em instrução própria, ficando
sujeitas a aprovação do SEED.
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Matriz Curricular
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Calendário Escolar
O calendário do CEEBJA é diferenciado contando com 231 dias letivos com
aulas nos períodos matutino, vespertino e noturno. Ele é elaborado, anualmente, por
este Estabelecimento de Ensino, apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar e
após, enviado ao órgão competente para análise e homologação, ao final de cada
ano letivo, anterior à sua vigência.
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Calendário (impresso)
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Matriz Curricular
Ensino fundamental
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Ensino Médio
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g) Avaliação do Projeto–Político Pedagógico
Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares
Estaduais da EJA que "... o processo avaliativo é parte integrante da práxis
pedagógica e deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos,
considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da
cidadania e na construção da autonomia." (SEED, 2005, p.44).
O Projeto Político Pedagógico construído e reconstruído pela coletividade
escolar, que a partir de uma reflexão permanente sobre a prática pedagógica,
possibilita os ajustes das ações propostas por essa Comunidade Escolar e pela
adequação dos dispositivos legais.
Em síntese, repensar a práxis educativa do CEEBJA por meio da contínua
avaliação do P.P.P. como um todo, na oferta da modalidade de EJA, pressupõe
responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da
escolarização de adolescentes, jovens e adultos.
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8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLANCO, Rosa. Aprendendo na diversidade. Transcrição da Conferência "Aprendendo em Ia diversidad: Implicaciones Educativas". Ill Congresso Ibero-americano de Educação Especial (Foz do Iguaçu, PR, 4 a 7 de nov. 1998).
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei Federal n° 8069/90, de 13 de junho de 1990: dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Brasília, 1990.
CARVALHO, Rosita Edier. Temas em educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998.
CARVALHO, Rosita Edier. Removendo barreiras para a aprendizagem. Rio de Janeiro: WVA, 2000.
ENGUITA, M. F., SANCHEZ, J. M. Sociologia de Ia Educación. Barcelona: Editorial Ariel. 1999.
Fórum de Políticas Municipais de Educação de Jovens e Adultos. Princípios metodológicos. In: Educação de Jovens e Adultos - subsídios para elaboração de políticas municipais. São Paulo: CEDI, 1990.
FREIRE. Paulo. Educação de adultos, Hoje. Algumas reflexões. In: ____ Política educação. São Paulo: Cortez, 1997.
GANDIN, Danilo e GANDIN, Luís Armando - Temas para um projeto politico-pedagógico - Editora Vozes: Petrópolis (RJ). 2003.
KUENZER, Acácia Zeneida. Planejamento e Educação no Brasil. São Paulo, Artes Médicas. 2000.
PERRENOUD, Philipphe. Competências para Ensinar no Século XXI. São Paulo. Vozes, 2001.
SAVIANI, Demerval. Política e Educação no Brasil. São Paulo. Cortez/Autores Associados, 1ª ed., 1984 e 4ª ed., 1987.
Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná. Textos elaborados nos encontros da CADEP e das chefias com vistas a construção do Projeto Político Pedagógico.
Silvia Collelo (http://www.hottopos.com/videtur29/silvia.htm)
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Este documento foi elaborado com a participação de professores, funcionários e os representantes dos órgãos colegiados.
Membros da APAF Membros do Conselho Escolar
________________________ Presidente da APAF
________________________ Direção
http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm
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