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1. Arte: ConCeito, reflexõeS Os

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Sumário do VolumeArteS1. Arte: conceito, reflexões 5

1.1 O tema, o belo 61.2 A arte no tempo e a sua compreensão 7

2. Egito 133. Grécia 204. Roma 305. A Idade Média 44

5.1 Arte bizantina 445.2 A arte românica 495.3 A arte gótica 51

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Sumário CompletoVOLUME 1

1. Arte: conceito, reflexões2. Egito3. Grécia4. Roma5. A Idade Média

VOLUME 2

6. Arte Islâmica7. Renascença8. Gravura9. Barroco10. Fotografia11. Neoclassicismo12. A Missão Francesa no Brasil13. Romantismo14. Realismo

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1. Arte: ConCeito, reflexõeS

Os objetos artísticos são resultantes de uma elaboração e reflexão do artista a partir do seu contato primário com a realidade; portanto carregam significados. Através de sua obra, ele acrescenta conhecimentos ao universo cultural do seu tempo, atribuindo-lhe novos significados.

Aranha e Martins, 1994.

Isso é arte? Por quê? Afinal, o que é arte? Podemos afirmar com certeza que a Cabeça de Touro é uma obra de gênio, é arte. Picasso, ao criá-la, fez uma associação única: usou um selim e um guiador de uma bicicleta velha, sugerindo uma cabeça de touro. O que parecia não ter qualquer relação, a imaginação e a criatividade do artista relacionam, dando à obra nova forma. Trata-se de um exemplo típico de como a criatividade dá forma material a uma ideia.

Marcel Duchamp, artista francês, figura das mais influentes da arte moderna, radicaliza a noção do que é arte, ou melhor, do que é constituída a arte. Cria os famosos objetos chamados ready-made, ou “arte pronta”. Para Duchamp não importava a criação, o ato de fazer, mas sim a ideia, a escolha do objeto. Seu ready-made mais famoso e polêmico foi um mictório de porcelana, comprado por ele numa firma de materiais de encanamento. Esse objeto foi assinado por ele com o pseudônimo de R. Mutt e intitulado A Fonte, participando da exposição dos Independentes, em Nova York em 1916. Essa assinatura, R. Mutt, foi inspirada em Mutt e Jeff, personagens de histórias em quadrinhos da época. O R. significa “Richard”, em francês, pessoa rica. Esse pseudônimo também é uma alusão ao nome da empresa onde comprou o mictório, a “Mott Works”.Ele troca o “o” pelo “u” (Mott - Mutt). Quanto ao título A Fonte, o que se deduz é que tenha associado a ideia da função da peça de porcelana

com as fontes de jardins, onde o chafariz é um cupido ou querubim. A ideia de tirar um objeto comum de seu cenário habitual e colocá-lo num contexto novo e incomum desperta um novo olhar sobre ele, cria um novo conceito, transformando-o numa obra de arte. De acordo com Marcel Duchamp, a concepção da obra de arte é mais importante que o produto acabado.Seus trabalhos revolucionaram a arte convencional e influenciaram vários artistas e movimentos, como o Dadaísmo e o Surrealismo.

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nPablo Picasso - Cabeça de Touro, 1943. Moldagem em bronze de partes de bicicleta. Alt. 0,41 m. Galerie Louise Leris. Paris.

Marcel Duchamp - A Fonte , 1917.

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Definindo arte - Diríamos que arte é um objeto estético (uma criação humana) feito para ser visto e apreciado pelo seu valor intrínseco. A necessidade de fazer arte é exclusivamente humana. Só o homem é capaz de usar a imaginação para contar histórias, pintar, esculpir, etc. As artes e as ciências são aspectos do desenvolvimento da mente humana no concreto. A arte forma a realidade usando a matéria de acordo com uma concepção estética. Transmite nossa percepção através de símbolos, permite-nos apresentar, de um modo novo, pensamentos complexos e compreender melhor o real, analisando, estabelecendo relações e estimulando reflexões, através do objeto artístico. Um quadro sugere muito mais do que diz, transmitindo novos e múltiplos significados e estados de espírito. A arte está sujeita ao gosto e aos conceitos da sociedade que a cerca. É a nossa cultura que condiciona o nosso gosto e as nossas opções. Se quisermos compreender uma obra de arte, é necessário que conheçamos o estilo e as concepções de um país, de um período, para assim entender a linguagem do artista, ou melhor, do autor da obra. Assim, a arte, como atividade inserida em um contexto histórico e social, e a vivência cotidiana do artista têm uma importante relação com o seu trabalho. A sensibilidade humana na forma de perceber, apreender e construir o real é a relação do artista com o seu mundo. Poderíamos dizer que as obras de arte são arranjos formais, exprimindo atitudes emocionais. Para produzirmos arte, são necessárias determinadas capacidades, tais como: coordenação, inteligência, personalidade, imaginação, criatividade e sentimento estético. Suas características especiais fazem da obra de arte um objeto à parte, longe da vida cotidiana, em museus, igrejas, galerias, etc.

1.1 O tema, o belo

Para um artista, qualquer tema nada mais é senão uma oportunidade de estudar o equilíbrio da cor e do desenho.

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A beleza de uma obra de arte, seja um quadro ou uma escultura, não reside realmente na beleza do seu tema, e sim na maneira como foi concebida. Nossa tendência natural é gostar daquilo que entendemos com facilidade, daquilo que nos é óbvio. O problema é que gostos e padrões de beleza variam muitíssimo entre países, povos e pessoas.

PICASSO. Uma galinha com pintos. Ilustração para a História Natural de Buffon, publicado em 1942.

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PICASSO. Um galo novo. Desenhado em 1938. Anteriormente propriedade do artista.

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Nesses casos, vamos analisar a expressão, que é o que nos leva a gostar de uma obra ou detestá-la. Quando um artista desenha ou pinta alguma coisa a sua maneira, fica sujeito a críticas das mais variadas. Se foge da realidade tal como a vemos, não quer dizer que não tenha conhecimentos para desenhar corretamente. Na obra que retrata a galinha com pintinhos, ninguém encontrará defeitos. A composição, a movimentação, as imagens representam a realidade com expressividade e perfeição. O objetivo do artista era ilustrar um livro de “História Natural” e, para isso, tinha que representar a realidade tal como a vemos. Ao desenhar o galo, entretanto, seu objetivo era outro: mostrar sua agressividade, sua insolência. Sendo assim, não se contentou em fazer uma mera reprodução física da ave, recorrendo à caricatura.

As obras de arte expressam um pensamento, uma visão do mundo e provocam uma forma de inquietação no observador, uma sensação especial, uma vontade de contemplar, uma admiração emocionada ou uma comunicação com a sensibilidade do artista. A esse conjunto de sensações chamamos de experiência estética.

Oliveira e Garcez, Explicando a arte

Se quisermos realmente sentir uma obra, vivermos uma autêntica experiência estética, além de conhecer o estilo e o período em que o artista produziu essa obra, é necessário que eduquemos nosso olhar. Olhar e ver – olhar o mundo como se o víssemos pela primeira vez, olhar com os olhos de estrangeiro numa viagem de descoberta. Ver que o céu apresenta muitas outras cores além do azul e que a grama nem sempre é verde. Tentar interpretar o olhar do artista, que sempre vê o mundo como uma novidade, numa viagem de descobertas, sem ideias preconcebidas. Só assim “nos tornaremos capazes de captar a banalidade do cotidiano humano, dando-lhe a poesia do instantâneo e da contemporaneidade”.

PEIXOTO, Nélson Brissac. Olhar do estrangeiro.

“Ser o olho que transforma o muro em nuvem.Apoiar-se sobre o que há de mais leve, as nuvens e o vento,e dirigir o olho para aquilo que só pode se revelar por uma visão indireta.Capaz de – sem deixar de dar concreção e espessura às coisas– subtrair peso do mundo.“Retirar o peso” é transformar o mundo em paisagem.Transformar tudo em luz.”

Nelson Brissac Peixoto no livro Paisagens Urbanas, pg. 41.

1.2 A arte no tempo e a sua compreensão

A história da arte em seu todo não é uma história de progresso evolutivo em aperfeiçoamento técnico na maneira de representar a realidade, mas muito mais uma história de ideias, concepções e necessidades em permanente evolução. Ao analisarmos as obras de arte, ao longo da história, notamos que os temas usados pelos artistas são, muitas vezes, repetidos em várias épocas e de muitas maneiras. Se o que distingue a arte do artesanato é a originalidade, essas obras são ou não obras de arte? O que teremos de analisar não é o fato de ser ou não original determinada obra, e sim estabelecer com precisão o grau de originalidade alcançado. Quando um artista usa uma obra como modelo, ele não está realmente copiando, querendo uma réplica. Ele o faz para se instruir, às vezes copiando com rigor, mas transmitindo o seu próprio e inimitável ritmo. Então, podemos dizer que o artista representa (portanto não copia) a outra obra. A relação entre duas ou mais obras de arte acontece com certa frequência.

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Vamos analisar uma obra que exemplifica claramente a tradição e os vários momentos dentro da história de um mesmo tema.

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ÈDOUARD MANET. Le Déjeuner sur l’Herbe. Óleo sobre tela, 2,13 X 2,44 m. Museu do Louvre, Paris.

Esse quadro foi enviado para o Salão dos Artistas Franceses em 1863 e recusado pelo seu júri. Foi exposto no Salão dos Recusados e, mesmo assim, causou verdadeiro escândalo, parecendo uma obra revolucionária, em parte pelo fato de o artista ter ousado representar uma mulher jovem despida, junto de dois homens elegantemente trajados. Ora, o nu já era usado na arte desde a época clássica na Grécia, então qual era a novidade? Acontece que o nu era usado na antiguidade para representar divindades e, assim, sempre foi aceito, porém Manet usou-o para mostrar pessoas comuns da sociedade parisiense num hábito familiar que era o piquenique nos arredores de Paris. As pessoas ali representadas eram conhecidas: a jovem despida era Victorine Meurand, modelo de Manet. Os rapazes eram Eugène Manet, irmão do pintor, e Ferdinand Leenhoff, escritor e amigo do pintor. A figura de fundo identificada como uma Vênus saindo da água foi inspirada na sua cunhada, também artista plástica, Berthe Morisot. A maneira de pintar também foi uma inovação: a construção por meio de extensões planas de tintas, de cores francamente destacadas, dispensando os meios-tons. Só passados muitos anos um historiador de arte descobriu a origem do grupo: uma gravura, representando divindades clássicas, feitas segundo um desenho de Rafael. A relação, desde que foi apontada, passara despercebida, porque Manet não copiou, nem representou a composição de Rafael, apenas tirou dela os traços principais, transpondo as figuras em termos modernos.

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Manet não foi o único a se inspirar em Rafael. Giorgione (pintor veneziano) mostra esse tema num detalhe de Concerto Campestre (1505-1510). A gravura O julgamento de Páris (cerca de 1520), de Marcantonio Raimundi, tem um detalhe que mostra três figuras com a mesma composição do desenho de Rafael, que, por sua vez, se inspirou num grupo escultórico de um sarcófago romano. Esses artistas formam elos de uma cadeia de relações que surgiu no passado e que continuará a prolongar-se pelo futuro, pois o Dejeuner sur l’Herbe também já serviu de modelo a trabalhos mais recentes.

Releitura de Picasso “O conjunto dessas cadeias forma uma espécie de teia, a que damos o nome de tradição, na qual cada obra ocupa um lugar específico.”

É a tradição e o passado, usando Janson como plataforma segura, que permite ao artista dar rédeas à sua imaginação criadora e criar obras originais refletindo seu pensamento e seu tempo.

Para mim não existe passado, nem futuro na arte. Se uma obra de arte não vive sempre no presente, está fora de questão. A arte dos gregos, dos egípcios e dos grandes pintores que viveram noutras épocas não é uma arte do passado; talvez esteja hoje mais viva do que nunca. A arte não se desenvolveu a partir de si própria, mas as ideias dos homens mudam e, com elas, a sua forma de expressão. Pablo Picasso

História da Arte – H.W.Janson. 5a edição. Editora Martins Fontes.

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Deuses Fluviais (pormenor de um sarcófago romano), século III d.C. Vila Médici-Roma.

O pequeno almoço na relva segundo Manet - Óleo sobre tela, 60 x 73 cm - Lucerna, Galerie Rosengat.

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Pablo Picasso - (Málaga, Espanha, 25 de outubro de 1881 — Mougins, França, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol.

Foi reconhecidamente um dos mestres da arte do século XX. É considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo, tendo criado milhares de trabalhos, não somente pinturas, mas também esculturas e cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de materiais. Ele também é conhecido como sendo o cofundador do Cubismo.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 5 set. 2012

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Exercícios de salaExercícios de sala1 Os artistas usaram em suas obras os mais diversos objetos do cotidiano ou não, criando novos

significados para suas imagens e novos objetos associando elementos variados numa só composição. Fizeram colagens, assemblagens e esculturas com os mais diversos materiais, usando, às vezes, técnicas diferentes numa só obra.

Dê asas a sua imaginação... Crie uma obra com os recursos que temos na sala.

Observação: O professor deixará à disposição uma caixa contendo sucatas de diferentes objetos, peças de aparelhos eletrônicos, caixas, latas, cordões, lãs coloridas, garrafas pet, papelão, revistas, colas, fitas adesivas, tesoura.

Ao escolher seu material, observe sua textura, sua cor, seu formato. Faça um objeto ou uma colagem. Dê um nome ao seu trabalho.

Para concluir essa atividade, será feita uma exposição na própria sala, para que todos conheçam as obras produzidas durante a aula. Cada aluno falará sobre seu processo de criação.

Arte Rupestre A primeira forma de linguagem humana de que se tem notícia é a arte pré-histórica ou arte rupestre. Antes da escrita, o homem (homo sapiens) já se comunicava através de desenhos, pinturas e esculturas. É a chamada escrita pictográfica, representando ideias e fatos através do desenho. Alguns desenhos têm técnicas “avançadas” de pintura, dando sentido de profundidade, movimento e policromia. Utilizavam-se os dedos untados com argila, responsável pelas cores ocre e vermelho, e carvão ou óxido de manganês (retirado das rochas), responsáveis pelas cores negras. Como aglutinante, era usado gordura ou sangue de animais. O homem pré-histórico também se dedicava à escultura, produzindo pequenas peças feitas de chifre. Para esculpir, eram usados instrumentos de sílex, uma espécie de pederneira usada para fazer fogo.Essas manifestações artísticas feitas no interior das cavernas, na maioria das vezes em lugares de difícil acesso, nos atestam que as imagens pintadas ou esculpidas tinham significado mágico, religioso, e não decorativo. Essas obras serviam a ritos mágicos, destinados a assegurar êxito nas caçadas.O homem das cavernas não estabelecia uma distinção nítida entre a imagem e a realidade. Possuir a imagem

significava também o poder sobre o animal representado. A arte rupestre mostra a visão da realidade, o ambiente do homem pré-histórico e a sua consciência mágica do mundo. As primeiras manifestações foram as mãos em negativo e traços feitos no interior das cavernas.O artista preparava um pó colorido através da trituração de rochas e usava como instrumento um canudo de osso ou de alguma planta. A mão era colocada na parede da caverna, e o pó era soprado sobre ela. A região em volta da mão ficava colorida, e a parte coberta não. Assim, o resultado era a silhueta da mão.

Combate entre arqueiros. Mesolítico. (Gruta de Morella la Vieja).

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Essa pintura mostra um animal ferido que tomba agonizante e abaixa a cabeça para se defender das flechas que lhe arremessam.

Touro Negro é uma obra realista, admirável pela agudeza da observação, pelo traçado firme e pelos matizes que dão volume e relevo às formas. A escultura Vênus de Willendorf foi encontrada na Áustria e é considerada como fetiche da Fertilidade. Suas formas, seios enormes e ventre protuberante, indicam a imagem de uma fêmea fértil. A cabeça é estilizada.

Bisão Ferido (pintura rupestre) 15 000 – 10 000 a.C. Altamira, Espanha.

Touro Negro. Madalense (Gruta de Lascaux).

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Vênus de Willendorf, 24 000 – 20 000 a.C.

Pedra. Alt. 0,12 m. Museu de História

Natural, Viena.

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É no período Neolítico ou da Pedra Polida que começam a aparecer as primeiras construções arquitetônicas, consequência do desenvolvimento cultural do homem, que, de nômade, passa ao sedentarismo. São dois tipos de construções: os nuragues (moradias) e os dolmens. O santuário de Stonehenge fica na Inglaterra e até hoje não se sabe exatamente o porquê dessa contrução. Na verdade, parece ser um calendário astronômico muito preciso. Além de outras particularidades, há uma pedra, que fica isolada desses círculos concêntricos, que marca onde o sol nasce no solstício de verão. Na época neolítica, o homem muda seus hábitos: dedica-se ao pastoreio, à criação de animais e à agricultura. Sai das cavernas e passa a construir suas casas, agrupando-as em aldeias. As cabanas são geralmente circulares, com chão de terra batida, paredes de treliça empastada de barro e coberta por ramos de plantas, sustentada por um tronco central.

Se a vida desses homens mudou, isso acontece também com as suas pinturas, cujos temas agora são cenas da vida cotidiana com: danças, plantios ou afazeres domésticos.

Aldeia pré-histórica de Barumini, na Sardenha.

Stonehenge, 2000 a.C. Diâm. do circulo 29,5 m. Planície de Salisbúria, Wiltshire, Grã-Bretanha.

Pinturas rupestres encontradas em Tassili, região do Saara (cerca de 4 500 a.C.).

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Saiba maisSaiba mais

Estilo “O conjunto de elementos capazes de imprimir diferentes graus de valor às criações artísticas, pelo emprego dos meios apropriados de expressão, tendo em vista determinados padrões estéticos. A feição especial típica de um artista, de um ‘gênero’, de uma escola, de uma época de um tipo de cultura”.

Novo Dicionário Aurélio - Editora Nova Fronteira 1a edição.

Dentre as civilizações antigas, o Egito foi o primeiro Estado unificado de grande porte. Uma grande civilização, com organização social bem estruturada, responsável por grande desenvolvimento da escrita, da matemática, das ciências médicas e de imensas realizações culturais. No entanto, foi a religião seu aspecto mais importante. Através dela (e por causa dela), todas as outras atividades eram desenvolvidas (arte: escultura, pintura, arquitetura; ciências médicas: embalsamamento, etc.).

História da Arte - H. W. Janson

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Os egípcios acreditavam na imortalidade da alma, na vida após a morte. A vida terrena era uma passagem para a outra, sendo esta mais importante, pois era de onde vinham e para onde voltavam para ficarem infinitamente. A arte egípcia refletiu suas crenças fundamentais, destacando-se em tudo que se relacionasse à religião: túmulos, estatuetas e vasos, que acompanhavam o corpo mumificado do morto. A crença na vida após a morte era tão forte que os túmulos dos primeiros faraós eram réplicas de suas casas, com seus pertences, inclusive seus criados, que eram sacrificados para atendê-los na eternidade. Esse costume foi modificado mais tarde, tendo sido a casa substituída pelas pirâmides, e os servos, por pinturas e baixos-relevos nas paredes. Durante muito tempo, a civilização egípcia foi tida como a mais rígida e conservadora de todas as civilizações antigas. Os tipos fundamentais das suas instituições, crenças religiosas e ideais artísticos que se formaram nos primeiros milênios conservaram-se até o fim.

Tudo o que era considerado bom e belo na época das pirâmides era tido como igualmente perfeito mil anos depois. É certo que surgiram novas modas, e novos temas foram pedidos aos artistas, mas a maneira de representar o homem e a natureza permaneceu essencialmente imutável”.

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No entanto, a arte não era tão imutável e estática como se julga. Oscilava entre a tradição e a inovação, e algumas de suas grandes realizações exerceram uma influência decisiva nas artes grega e romana. Os egípcios criaram um estilo próprio, que incorporou uma série de regras rigorosas. Todo artista tinha que aprender a dominá-las desde cedo. Não se pedia ao artista que fosse criativo e inovador, e sim que revelasse um perfeito domínio das técnicas de execução. O sentido egípcio de ordem em todos os detalhes é tão poderoso que qualquer variação parece desorganizar o conjunto. De certa forma, a arte egípcia foi padronizada e anônima. Veremos a seguir as características gerais da pintura, da escultura e da arquitetura egípcias.

Arquitetura

A arquitetura egípcia reflete, na sua monumentalidade e aparente imutabilidade, o caráter político-religioso da cultura egípcia. A crença na vida além-túmulo e na natureza divina do faraó justifica a criação de uma arquitetura religiosa em honra dos deuses e a construção de túmulos para a conservação dos corpos, que seriam a morada dos espíritos. O sistema político da autocracia faraônica e a abundância de vassalos e escravos facilitam a disposição da enorme mão de obra necessária.

Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com>. Acesso em: 30 ago. 2012.

Túmulo da Rainha Hatshepsut XVIII Dinastia, em Deir el Bahri (perto de Tebas).

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As formas arquitetônicas egípcias – O principal material usado nas construções foi a pedra, que era abundante na região que limita a bacia do Nilo. As maiores realizações na arquitetura foram as construções dos túmulos dos faraós e, posteriormente, também de sua família e da nobreza, só que mais modestas. Os túmulos mais antigos são as mastabas, inspiradas na forma da casa, compostas de uma câmara funerária subterrânea, a que se tem acesso através de um poço e de uma câmara, às vezes precedida de antessala para a estátua do morto. São câmaras retangulares, cobertas com vigas de madeira ou telhado de areia compactada com gordura, como o chão, com tábuas debaixo para evitar a umidade. Exteriormente, a mastaba apresenta-se como uma pirâmide truncada, retangular. A pirâmide é uma evolução da mastaba, tendo aparecido primeiro como uma sobreposição de mastabas. Como exemplo, a pirâmide de Djoser, em Sacará, que aparece com templo anexo, construído com colunas fasciculadas e um altar com cabeça de leões. Nessa pirâmide, existem duas câmaras interiores: uma em poço, a funerária, revestida de cerâmica, imitando talos de papiro e de madeira, e a outra, no lado oposto, que contém a estátua do faraó. A pirâmide estava rodeada de uma muralha, que criava um espaço retangular de 544 x 177 m.

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Inicialmente, esses ritos eram reservados aos monarcas, mas logo os nobres da casa real passaram a ter seus túmulos menores agrupados em filas muito bem alinhadas ao redor do túmulo real; e, gradualmente, toda pessoa que se prezava tinha que tomar providências para a vida no além, encomendando uma dispendiosa tumba para abrigar sua múmia e sua imagem, onde sua alma podia habitar e receber as oferendas de alimento e bebida que eram feitas aos mortos.

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As grandes pirâmides (como as do deserto de Gizé, Quéops, Quéfren e Miquerinos) já foram concebidas desde o princípio como pirâmides, e não como consequência da sobreposição de mastabas. A maior pirâmide é a de Quéops, com 146 m de altura, que ocupa uma superfície de 54 300 m².

Pirâmide de Djoser, em Sacará. 2723 - 2563 a.C.Disp

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A Pirãmide de Gizé. Quarta Dinastia, 2723-2563 a.C.

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