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UNIDADE - 1 A FORMAÇÃO DO PODER PÚBLICO Professora: Maryângela Aguiar Bittencourt Email: [email protected]

1. Aula - A Formação Do Poder Público

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Referente a disciplina Formação do Poder Público

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  • UNIDADE - 1

    A FORMAO DO PODER PBLICO Professora: Maryngela Aguiar Bittencourt

    Email: [email protected]

  • CONCEITO DE ADMINISTRAAO PBLICA

    A administrao pblica so a organizao e a gerncia de

    homens e materiais para a consecuo dos propsitos de um

    governo. (WADO 1971,P.6)

  • CONCEITO DE ADMINISTRAAO PBLICA

    A administrao pblica a ocupao de todos aqueles que

    atuam em nome do povo em nome da sociedade, que delegade forma legal e cujas aes tm conseqncias para osindivduos e grupos sociais. (HARMON E MAYER (1999, p.34)

  • CONCEITO DE ADMINISTRAAO PBLICA

    O que hoje entendemos como Administrao Pblicaconsiste em um conjunto de agncias e de servidores

    profissionais, mantidos com recursos pblicos e encarregados

    da deciso e implementao das normas necessrias ao bem-

    estar social e das aes necessrias gesto da coisa

    pblica.

    toda atividade desenvolvida pelo Estado atravs de seus

    rgos pblicos destinados a executar o interesse coletivo.

  • NVEIS DE ATUAO NA ADMINISTRAO PBLICA

    1- Federal, Estadual e Municipal

    Administrao Pblica criam rgos para realizao de

    determinadas tarefas de acordo com a sua competncia.

    2- A Administrao Pblica brasileira composta pelos trs

    Poderes:

    Executivo Legislativo - Judicirio

    2.1- Executivo: Administrao Direta e Indireta

  • ADMINISTRAO DIRETA

    2.1. A Administrao Direta constituda pelos Ministrios

    Regulares e Extraordinrios, os quais so dotados de:

    2.2. Secretarias Executivas, Consultorias Jurdicas (que so

    rgos da Advocacia Geral da Unio), Secretaria de Controle

    Interno (CISET), Secretarias especficas,Departamentos,

    Coordenaes e Divises.

  • ADMINISTRAO INDIRETA

    2.2 Administrao Indireta o conjunto de entidadespersonalizadas, vinculadas normalmente a um rgo daAdministrao Direta (Ministrio ou Secretaria):

    Autarquias criadas com finalidade de maior autonomia ;

    Fundaes pblicas criadas para dar mais liberdade deatuao do que as Autarquias ;

    Empresas pblicas- so aquelas empresas subordinadas direo estatal para atuao de vrios tipos de Atividades; e,

    Sociedades de economia mista so as empresas mistascriadas pelo Estado com a sua participao majoritria.

  • PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    1- O princpio da Legalidade

    Significa que os atos dos servidores pblicos, no

    exerccio das suas funes, devem ser realizados em

    conformidade com a lei.

    2- O princpio da Publicidade

    o carter do que feito em pblico e em nome do

    pblico: implica a visibilidade e transparncia das

    decises e aes e a responsabilidade pblica pelos atos

    praticados.

  • PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    3- O princpio da ImpessoalidadeA impessoalidade a caracterstica que tona as aes dosservidores pblicos independentes de qualquerParticularidade.

    4- O princpio da Moralidade

    Est relacionada aos princpios tico-filosficos que regemas democracias modernas e que se aplicam seja de modoabsoluto para qualquer tempo ou lugar, seja em referncias aes de grupos ou pessoas determinadas: a justia, aequidade e a probidade.

  • PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

    5- O princpio da EficinciaSignifica que os atos da administrao pblica devem ser

    desempenhados visando a melhor relao custo/benefcio

    na gesto dos recursos pblicos.

  • DEVERES DO ADMINISTRADOR PBLICO

    1- O administrador no pode contrariar a lei;

    2- No se desviar das regras administrativas ;

    3- O administrador deve dentro das suas possibilidades

    procurar alcanar os melhores resultados na sua

    atuao;e,

    4- Dever do administrador pblico prestar contas .

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    1- NAO:

    a reunio de pessoas, geralmente do mesmo grupotnico, que falam o mesmo idioma e tem os mesmos

    costumes, formando assim, um povo. Uma nao se

    mantm unida pelos hbitos, tradies, religio, lngua e

    conscincia nacional.

    um grupo de pessoas unidas por laos naturais e,portanto eternos e que, por causa desses laos, se torna

    necessria para organizao do poder sob a forma do

    Estado nacional.

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    2- ESTADO :

    uma parte da sociedade. uma estrutura poltica eorganizacional que se sobrepe sociedade e ao mesmo

    tempo que dela faz parte. ( Bresser Pereira).

    No uma entidade monoltica, pois estruturado pordiversas instituies de governo

    (Executivo,Legislativo,Judicirio,Ministrio Pblico), que

    fazem a intermediao dos interesses diferentes dos

    diversos grupos sociais.

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    3- PODER :

    a capacidade de influenciar algum a fazeralgo que, de outra forma,ele/ela no faria( Robert Dahl)

    O que se diz comumente que o Estado tem opoder de agir, ele tem o poder de polcia, ele tem

    o poder de dar ordens aos cidados.

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    4- GOVERNO :

    o conjunto de indivduos que orientam os rumos dasociedade, pois ocupam posices na cpula do

    Estado.Quem est no governo sempre exerce o poder

    poltico, seja porque chegou l por meio da eleio ou

    pelo uso da fora.

    Metaforicamente governo um caldeiro de problemas,solues, domnios, coalizes empreendedoras capazes

    de transformar estes ingredientes numa sopa

    minimamente coerente. (Martins)

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    4- GOVERNO :

    um conjunto de pessoas que exercem o poder pollticoe que determinam a orientao poltica de uma

    determinada sociedade.

    5- GOVERNANA :

    conjunto de poderes relativos que organizaes sociais

    internas e externas exercem concomitantemente com o

    governo sobre a sociedade e que influenciam os

    governos nas suas decises . A governana tem base em

    valores aceitos pelas sociedades e poderes antecipados

    e delegados oficialmente pelos governos.

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    7- ESTADO MODERNO :

    Para Weber o Estado Moderno existe onde a

    comunidade poltica possui as seguintes caractersticas :

    1. Uma ordem administrativa e jurdica sujeita a alteraes

    atravs da legislao;

    2. Um aparelho administrativo que conduza os assuntos

    oficiais de acordo com a regulamentao legislativa;

    3. Autoridade com poder sobre todas as pessoas e sobre a

    maioria das aes que aconteam na rea de sua

    jurisdio; e,

  • FORMAO DO PODER PBLICO

    7- ESTADO MODERNO :

    4. A legitimao para usar a fora dentro de sua rea,

    quando a coero permitida ou recomendada pelo

    governo legalmenete constitudo.

  • PBLICO E PRIVADO O Estado no uma ampliao do crculo familiar e, ainda menos, uma

    integrao de certos agrupamentos, de certas vontades

    particularistas, de que a famlia o melhor exemplo. No existe

    entre o crculo familiar e o Estado, uma gradao, mas antes uma

    descontinuidade e at uma oposio. (HOLANDA, 1993, p.101).

    A perspectiva de que a esfera pblica um local no qual os interesses

    particulares das famlias patriarcais podem ser realizados, tem sua

    origem no tipo de cultura poltica desenvolvida historicamente No

    Brasil .Ou seja, uma cultura na qual o Estado emerge como ente

    civilizador antes mesmo da formao de classes sociais bem

    definidas que poderiam, em tese, lutar por direitos da cidadania e

    assim, por direitos polticos.

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL

    1. CLIENTELISMO

    Tradio secular brasileira originria da estrutura social,econmica e poltica que se configurou no pas desde os

    tempos da colnia seus outros nomes podem serpatrimonialismo, coronelismo e fisiologismo;

    Relao patro cliente, relao de mando e obedincia,com interdependncia entre os atores sociais (poltica de

    favores); Conjunto de redes personalistas envolvendo

    uma pirmide de redes sociais que cortam a sociedade

    de alto a baixo, farto uso privado dos recursos do Estado

    em um sistema de corretagem poltica ( decorrentesprivilgios);

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 1. CLIENTELISMO

    Instrumento de legitimao poltica e dominao nfase napoltica local e no pragmatismo poltico visando o sucessoeleitoral; Atualmente o clientelismo permeia muitas instituies,

    fornece uma gramtica compreensvel para o sistema de relaes

    sociais e polticas, atravessa distines de classe e organiza

    verticalmente a sociedade; Principais atores: partidos polticos;

    Arena principal: o Congresso.

    2. CORPORATIVISMO

    Emerge a partir de 1930, com Getlio Vargas; Estreito controle dasmassas (especialmente urbanas), mas tambm das elites

    empresariais (tentativa de disciplinar a burguesia), atravs desindicatos (de trabalhadores e patronais) e outras organizaes

    criando uma cidadania tutelada pelo Estado;

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 2. CORPORATIVISMO

    Uma maneira de lidar com as incertezas geradas no mercado ecom os conflitos entre classes e grupos de interesse (capitalismo

    organizado);

    Tambm instrumento de legitimao poltica e dominao nfase no Estado e nos sindicatos (ou associaes profissionais)

    como gestores da sociedade civil; Atualmente o corporativismoemprega comandos universais e organiza horizontalmente vrias

    instncias de unidades sociais;

    Principais atores: Estado e Agentes do Mercado (sindicatos,empresas, associaes comerciais e industriais, grupos financeiros

    e grupos de presso); Arena principal: o Executivo e o Congresso.

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 3. INSULAMENTO BUROCRTICO

    Surge no ps-30 j presente no primeiro governo Vargas, pormd a tnica em seu segundo governo, no governo de Juscelino

    Kubitschek especialmente, no governo militar a partir de 1964 e

    tambm, embora com menor fora, no governo de Fernando

    Henrique Cardoso;

    Constitudo por ncleos tcnicos do Estado controlados porespecialistas e onde a informao determinante(a

    tecnoburocracia): as agncias e comisses estatais;

    Forma pela qual as elites modernizantes, tecnoburocrticas eempresariais, promovem o desenvolvimento e o controle do

    Estado nfase no Estado como gestor da sociedade civil eresposta ao clientelismo poltico;

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 3. INSULAMENTO BUROCRTICO

    Forma pela qual as elites modernizantes, tecnoburocrticas eempresariais, promovem o desenvolvimento e o controle do

    Estado nfase no Estado como gestor da sociedade civil eresposta ao clientelismo poltico;

    Uma forma de perseguir a eficincia econmica, odesenvolvimento e a privatizao seletiva das benesses que

    provm do controle de parcelas substanciais do aparelho produtivo

    do Estado sempre utilizado quando se trata de rea estratgica;

    Principais atores: as agncias governamentais aliadas s elitesindustriais; Arena principal: o Executivo.

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 4. UNIVERSALISMO DE PROCEDIMENTO

    Universalismo de procedimentos Surge no ps-30 j presente noprimeiro governo Vargas, porm d a tnica em seu segundo

    governo, no governo de Juscelino Kubitschek especialmente, no

    governo militar a partir de 1964 e tambm, com maior fora e

    nfase, no governo de Fernando Henrique Cardoso;

    Constituda por regras e padres de procedimento organizacionalimprimindo uma nova dinmica s funes do Estado:

    universalismo de procedimentos, normas de impersonalismo,

    transparncia pblica, direitos iguais perante a lei e checks and

    balances (avaliao e controle externo);

  • A GRAMTICA POLTICA DO BRASIL 4. UNIVERSALISMO DE PROCEDIMENTO

    O universalismo de procedimentos confere uma aura demodernidade e de legalidade pblica ao sistema poltico e s

    instituies formais representa a retrica dos intelectuais ejornalistas e ainda confere legitimidade a vrios movimentos

    sociais de classe mdia sempre utilizado quando se trata deaprofundar a democracia e racionalizar as atividades estatais;

    Principais atores: o Estado e organizaes da sociedade civil(classe mdia, profissionais liberais, jornalistas, movimentos

    sociais, tecnocratas etc.);

    Arena principal: todo o Estado.

  • Fonte: Keinert (2000) - Administrao Pblica no Brasil: crises e mudanas de paradigmas Anexo Quadro IIPeriodizao Inicial - Pg. 210

    Ao Administrativa e

    Modelos de Administrao Pblica

    Administrao Pblica no Brasil: a

    contribuio analtica de Tnia Keinert

    Perodo Contexto Institucional Paradigmas Fases Caractersticas do campo

    de AP

    1900-29 Estado Regulador-Liberal Administrao Pblica como

    Cincia Jurdica

    Legalismo

    1930-79 1. Estado Administrativo

    2. Administrao para o

    Desenvolvimento

    3. Estado Intervencionista

    Administrao Pblica como

    Cincia Administrativa

    1930-45

    1946-64

    1965-79

    RacionalizaoDesenvolvimentismo

    Racionalidade e Competncia Tcnicas

    1980-89 Mobilizao Social Administrao Pblica como

    Cincia Poltica

    DemocratizaoConflito de InteressesRecursos Escassos

    1990-... Redefinio do Papel do Estado Administrao Pblica como

    Administrao Pblica

    Capacidade Poltica aliada Competncia Tcnica

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BRESSER PEREIRA, L. C.; SPINK, P. Reforma doEstado e administrao pblica gerencial. Rio de

    Janeiro: FGV, 2003.

    NUNES, Edson. A gramtica poltica do Brasil. Rio deJaneiro: Editora Garamond, 2010.

    TORRES, Marcelo Douglas de Figueiredo. Estado,democracia e Administrao Pblica no Brasil. Rio de

    Janeiro: FGV, 2006.