13
 1 Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.  Princípios Tributários São limitações constitucionais ao poder de tributar. O Princípio Tributário baliza a tributação, permitindo que ela seja considerada constitucional ou inconstitucional. PREVISÃO LEGAL: Art. 150, 151, 152 Princípio podem ser desafiados por uma emenda na CF? Para o STF, os princípios tributários não podem ser desafiados por emenda constitucional, destacando- se como “garantia individual do contribuinte” (ADI 939-7, de 1993  Princípio da Anterioridade Tributária). O STF considerou determinados princípios como cláusula pétrea núcleos imodificáveis da CF. 1  1.  Princípio da Legalidade Tributária PREVISÃO LEGAL: Art. 150, I d a CF; art. 97 do CTN - União, Estados, Municípios e DF (Pessoas políticas) só podem criar e aumentar o tributo por meio de lei. É possível que o princípio receba a seguinte terminologia:  Reserva Legal  Estrita Legalidade  Tipicidade Fechada (regrada ou cerrada) VALOR/VETOR AXIOLÓGICO: SEGURANÇA JURÍDICA é o valor que motiva a existência deste princípio (lei é o veiculo que traduz a segurança jurídica, devendo ser o produto do poder legislativo) “O Povo tributando a si mesmo” (Pontes de Miranda), pois o povo que escolhe os membros do poder legislativo 1 CESPE, UNB e FGV

1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários

Embed Size (px)

Citation preview

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 1/13

 1

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

Princípios Tributários

São limitações constitucionais ao poder de tributar.

O Princípio Tributário baliza a tributação, permitindo que ela seja considerada constitucional ouinconstitucional.

PREVISÃO LEGAL: Art. 150, 151, 152

Princípio podem ser desafiados por uma emenda na CF? Para o STF, os princípios tributários não

podem ser desafiados por emenda constitucional, destacando-se como “garantia individual do

contribuinte” (ADI 939-7, de 1993  – Princípio da Anterioridade Tributária). O STF considerou

determinados princípios como cláusula pétrea – núcleos imodificáveis da CF. 1 

1.  Princípio da Legalidade Tributária

PREVISÃO LEGAL: Art. 150, I da CF; art. 97 do CTN

- União, Estados, Municípios e DF (Pessoas políticas) só podem criar e aumentar o tributo por meio

de lei.

É possível que o princípio receba a seguinte terminologia:

  Reserva Legal

  Estrita Legalidade

  Tipicidade Fechada (regrada ou cerrada)

VALOR/VETOR AXIOLÓGICO: SEGURANÇA JURÍDICA é o valor que motiva a existência deste

princípio (lei é o veiculo que traduz a segurança jurídica, devendo ser o produto do poder

legislativo)

“O Povo tributando a si mesmo” (Pontes de Miranda), pois o povo que escolhe os membros

do poder legislativo

1CESPE, UNB e FGV

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 2/13

 2

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

  Em Regra, LEI ORDINÁRIA que cria e aumenta tributo;

- LEI COMPLEMENTAR é hábil para criar e aumentar somente casos específicos que o

legislador deixa expresso.

Tributos Federais que dependem de LC:

  Imposto sobre Grandes fortunas2 

  Empréstimo Compulsório

  Imposto Residual

  Contribuição Social-Previdênciária Residual

Obs.: Doutrina Minoritária  – Impostos sobre grandes fortunas regulados de forma geral pela Lei

Compl., mas criados e aumentados por lei ordinária.

Bancas de concurso = desconsideram discussão, considerando que nestes quatro impostos são

regulados, criados e aumentados por lei Complementar.

Pode ser ele atenuado/mitigado? Pode sim. Podendo o poder executivo apitar em tributário,

alterando alíquotas de certos tributos. (art. 153, §1°, CF).3 

Tributos que tem suas alíquotas alteradas pelo poder executivo:

  IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO (II)4 

  IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO (IE)5 

  IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)6

 

  IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF)7 

2Art. 153, VII  –  “criado nos termos de lei complementar” doutrina minoritária diz que não diz que é LC, mas nos

termos de , sendo LC no geral e nos ‘termos de’ sendo LO que levará a cabo instituição de tributo. Bancas de concurso

não levam tal visão em consideração.

3  “Exceção” – algumas bancas chamam de exceção, mas se o tributo nasceu por meio de lei, não é exceção, e simmera mitigação, devendo em prova oral justificar que se tratam de mitigações.

4 Imposto Federal

5 Imposto Federal

6Imposto Federal

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 3/13

 3

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

  CIDE - COMBUSTÍVEL (art. 177, §4°, I, b, da CF): alíquotas reduzidas e restabelecidas8 pelo

poder executivo; ser aumentar deve ser feito só por meio de lei, jamais por ato do

executivo.9 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.

  ICMS - COMBUSTÍVEL (art. 155, §4°, IV, c, da CF): alíquotas do ICMS – combustível poderão

ser reduzidas e restabelecidas por ordem do poder estadual.10

 

A matéria é tratada no art. 97 do CTN, indicando que a lei tributária é estrutura tipificante,

contendo elementos numerus clausus: alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato

gerador.

Itens “numeros clausus” de toda lei tributária: 

Alíquota

Base de cálculo

Multa

Fato gerador

Sujeito passivo

Obs.: Prefeito aumentou no valor venal (base de cálculo) do IPTU, que tem como base de cálculo o

valor do Imóvel, por meio de Decreto. Só para fins de atualização.

A base de cálculo do tributo pode ser alterada por ato do poder executivo, desde que se respeitem

índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca atualização. O

aumento (acima dos índices de correção monetária) depende de lei.

Súm. n. 160 do STJ.

Obs.:Não depende de anterioridade – atualização.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

 Arts. 5º, II, e 150, I, III, b, da CF.

I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;

Súm. nº 185 do STJ.

II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39 e 65;

O mencionado art. 57 foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.

Súm. nº 95 do STJ.

7 Imposto Federal

8 Alíquotas voltam ao patamar anterior estabelecido pela lei, pois acima do previamente estabelecido só por meio de lei. 

9 Tributo Federal – adicionado pela EC n° 33/2001.

10Tributo Estadual – adicionado pela EC n° 33

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 4/13

 4

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3o doartigo 52, e do seu sujeito passivo;

O referido artigo foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.

IV – a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57e 65;

O art. 57 referido foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.

Súm. nº 95 do STJ.

V  – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outrasinfrações nela definidas;

VI  – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução depenalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo maisoneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Súm. nº 160 do STJ.

ART. 97,  §§1° E 2°: a base de cálculo do tributo pode ser alterada por ato do executivo, desde que

se respeitem índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca

atualização. O aumento depende de lei. [súmula 160 do STJ]

Princípio da Legalidade e EC n°32/01 – MP no Direito

Tributário

PREVISÃO LEGAL: ART. 62,  §2°, CF 

“Art. 62, § 2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos , excetoos previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiroseguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.” 

Tal emenda, colocando em xeque a segurança jurídica do princípio da legalidade, previu que

a MP pode aumentar e criar imposto no Brasil. A doutrina critica, mas o STF já aceitava antes

mesmo da EC.

Ex.: MP aumenta o IF no Brasil.

Obs.: Problema - Urgência e Relevância não são levadas a sério pelo Poder executivo.

PERGUNTAS:

 Todos os tributos podem ser criados ou majorados por MP? Segundo a CF, apenas o imposto

será objeto da MP (tributo é gênero). Entretanto, o STF considera, há muito tempo, que a MP

pode criar/aumentar tributo.

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 5/13

 5

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

Em constitucional, sabe-se que assuntos regulados por LC, não podem ser objeto de MP,

logo, os tributos que são objeto de Lei Complementar não podem ser criados ou

aumentados por MP, nos termos do art. 62, CF.

Por fim, o art. 62, § 1º11, inciso III, CF, indica que “quando a Lei Complementar versar, a

Medida Provisória não irá apitar”. 

# Empréstimo Compulsório, Imposto Residual, Contribuição Social – Previdenciária Residual

e Imposto sobre grandes fortunas não podem ser criado por MP.

Pode uma MP aumentar um imposto não-federal? Para o STF, é possível que uma MP

crie/aumente um imposto não federal, desde que faça a observância simétrica do processo

legislativo federal (Princípio da Simetria). [ADI 425/TO, de 2002; ADI 2391/SC de 2006]

2.  Princípio da Anterioridade Tributária

SINÔNIMO: Princípio da Eficácia Diferida - eficácia foi protraída, prorrogada

PREVISÃO LEGAL: Art. 150, III, b (anterioridade anual /anterioridade de exercício)

Art. 150, III, c 12 (anterioridade privilegiada ou nonagesimal) 

Art. 150, inciso III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou

aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

De 2004 em diante existem 2 anterioridades.

  ANTERIORIDADE  ANUAL: a eficácia da lei majoradora ou criadora do tributo fica

adiada para o 1° de janeiro do ano seguinte (sempre existiu).

  ANTERIORIDADE  NONAGESIMAL: a eficácia da lei fica adiada para o 91° dia a

partir da publicação da lei (EC n. 42/2004).

11 Note que tal parágrafo foi elaborado em prol dos tributos de natureza extrafiscal que visam regular o mercado.

12Emenda Constitucional n° 42 de 2004.

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 6/13

 6

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

VALOR/VETOR AXIOLÓGICO: este princípio proíbe a “tributação de surpresa”, ratificando a segurança

 jurídica.

PUBLICAÇÃO E VIGÊNCIA: quase sempre, mesma data.

EFICÁCIA: após o transcurso de tempo das duas esperas.

Vacatio legis  – praticamente não existe no D. tributário – 99% das leis tributárias entram em

vigor no dia da publicação.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE X PRINCÍPIO DA ANUALIDADE: Princípio da Anterioridade não se

confunde com o da Anualidade. Este esteve presente na CF/46, condicionando a eficácia da lei

tributária à prévia estipulação do fenômeno na Lei Orçamentária Anual. Nos textos constitucionais

posteriores, o tema oscilou, desaparecendo a partir de 1969. “Portanto, a Anualidade nãoencontra respaldo no hodierno sistema constitucional tributário brasileiro.”

13 

  O que é princípio da eficácia diferida? Significa um princípio em que a eficácia foi protraída,

adiada.

- Quando pagarei?

1)  Lei publicada em 15/12/2009

Incidência: aplicar 2 anterioridades – após aplicar as duas escolhe o maior

Anterioridade anual: 1°.01.2010

Nonagesimal: 15.03.2010 (maior) 

2)  Lei publicada em 10/08/09

Incidência: aplicar 2 anterioridades – após aplicar as duas escolhe o maior

Anterioridade anual: 1°.01.2010 (maior) 

Nonagesimal: 10.11.2009

REGRA GERAL: caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro (até 2 de

outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1° de janeiro do ano seguinte.

Se, a lei for publicada entre outubro (a partir de 03/10) e dezembro, a data da incidência

será posterior a 1° de janeiro, em razão do impacto dos 90 dias (aplicação da

13CESPE; TRF-4; Procuradoria do Estado de SP - VUNESP

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 7/13

 7

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

anterioridade Privilegiada). Casos em que a resposta será “pagarei novamente dia a partir

de .../ nonagésimo primeiro dia a partir de ...” 

3)  Taxa criada em 16.11.2010: pagarei daqui a 90 dias

  Lei que reduz o tributo  –  aplica o princípio? O princípio é para proteger o contribuinte

(estatuto do contribuinte), logo, nos casos de redução do tributo a lei deve ter pronta

incidência em prol do contribuinte. Nos casos de Redução não há que se falar em

anterioridade. 

2.1 Exceções ao Princípio da Anterioridade

PREVISÃO LEGAL: art. 150, §1°

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV

e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,

153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.

155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Duas listas/Duas regras - LISTA DE EXCEÇÕES:

Anterioridade Anual

(art. 150, §1°, parte inicial)

Anterioridade Nonagesimal

(art. 150, §1°, parte final)14 

Imposto de Importação (II) Imposto de Importação (II)

Imposto de Exportação (IE) Imposto de Exportação (IE)

Imposto sobre produto industrializado

(IPI)Imposto de Renda (IR)

Imposto sobre Operações Financeiras Imposto sobre Operações Financeiras

Imposto Extraordinário (de guerra) Imposto Extraordinário (de guerra)

Empréstimo Compulsório para

Calamidade e Guerra

Empréstimo Compulsório para

Calamidade e Guerra

14Emenda Constitucional n° 42/2003

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 8/13

 8

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

CIDE – combustível15 Alteração na base de cálculo do IPTU

e do IPVA16 

ICMS - combustível17 

CONFRONTOS DAS LISTAS:

1)  TRIBUTOS  DE  PRONTA  INCIDÊNCIA (incidência imediata): II, IE, IOF, Imposto

extraordinário (de guerra) e Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública e Guerra.

Exceção às anterioridades, tanto a anual, quanto a nonagesimal. Serão pagos

imediatamente

2)  REGRA  –  ANTERIORIDADE  NONAGESIMAL

E quanto ao IPI? Será pago depois de 90 dias

Obs.: a mesma resposta vale para CIDE – combustível e ICMS – combustível

Até 2003 era de incidência imediata. A partir de 2004 IPI majorado  – será pago após

noventa dias (anterioridade nonagesimal). Se não veio como exceção a nonagesimal, de 2004 para

cá o IPI majorado no Brasil vai ser pago daqui a 90 dias.

É perfeitamente possível o aumento por decreto (mitigação ao princípio da legalidade),

mas, pelo princípio da anterioridade, o IPI não é exceção a anterioridade nonagesimal, logo é

inconstitucional sua eficácia de pronto.(a mesma resposta vale para CIDE-combustível e ICMS-

combustível).

3)  REGRAS  A  ANTERIORIDADE   ANUAL: IR e Alterações na base de cálculo do IPTU e do

IPVA: regra a anterioridade anual, SEMPRE a incidência vai ser em 1° de janeiro do ano

seguinte, sem trabalhar com 90 dias.

Os outros domínios cabem a regra das 2 anterioridades (ex.: ISS, alíquota de IPVA/IPTU)

CURIOSIDADES: Tautologia - o que não for exceção será regra - os outros domínios cabem a regra

das 2 anterioridades (ex.: ISS, ITR, taxa, ICMS, IPVA, IPTU18, etc)

15 Emenda Constitucional n° 33/2001

16 Emenda Constitucional n° 42/2003

17Emenda Constitucional n° 33/2001

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 9/13

 9

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

2.2 Contribuição da Seguridade Social/Social Previdenciária Princípio Da Anterioridade Especial / Mitigada / Nonagesimal : específico para o tributo de

Contribuição Social Previdenciária – 90 dias (desde sempre).

art. 195, § 6º, CF - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após

decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se

lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

Para o STF a expressão “modificado” significa inequívoca onerosidade (ex.:inclusão de sujeito

passivo como devedor).

Caso clássico: a alteração na data de pagamento da contribuição previdenciária não significa

onerosidade suficiente para avocar a noventena [súmula 669 do STF].

3.  Princípio da Isonomia Tributária

O princípio da isonomia está previsto genericamente no caput do art. 5° da CF (“todos são iguais

perante a lei). Curiosamente, o inciso II do art. 150 retoma a ideia, estatuindo, pela negativa o que

foi proclamado afirmativamente naquele dispositivo (é vedado o tratamento desigual aoscontribuintes que se encontram em situação de equivalência).

Isonomia relativa: os iguais sendo igualmente tratado e os desiguais sendo desigualmente

tratados na medida de suas desigualdades.

SINÔNIMOS: o principio da isonomia tributária é também conhecido como Princ. que proíbe os

privilégios odiosos, devido aos favoritismos concedidos no IR, sobretudo entre 67/69.

ELEMENTO/VETOR AXIOLÓGICO: justiça fiscal ou justiça distributiva

 Art. 150, II, CF

A luz do art. 150, II da CF, cabe-nos descobrir quem são os “iguais” e os “desiguais” na seara

tributária.

Quem são os iguais? Os iguais deverão ser detectados pela interpretação objetiva do fato gerador,

que privilegia os aspectos econômicos do fato imponível em detrimento dos elementos externos a

18Quando fala IPTU e IPVA querem dizer alíquotas, quando quiserem dizer base de cálculo vão falar.

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 10/13

 10

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

ele. Ex.: ilicitude do ato, imoralidade do ato, incapacidade civil do agente, etc. Daí se falar que

haverá normal tributação sobre a renda auferida por um bicheiro, por um traficante, a renda

oriunda da casa de prostituição.

Art. 118, CTN  – a interpretação objetiva foi internalizada no CTN pelo art. 118, que mostra que a

definição do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica do ato e dos efeitos

dos fatos. Pode-se afirmar que tal dispositivo representa normativamente a máxima latina

construída à época do império romano: ”Pecunia non olet” (tributo não tem cheiro). 

 _____________________________________

Não existe FG ilícito.

Incide ICMS na venda de drogas? _____________

 _______________________________________________________

Outro artigo que ratifica a matéria: art. 126

A capacidade tributária passiva é plena. Nessa medida, a capacidade civil é irrelevante para

o contexto tributário. Por isso, a tributação alcançará o menor (inciso I)

Caso a pessoa natural esteja sujeito a medidas privativas do exercício de atividades

profissionais, isso será irrelevante para a tributação (inciso II). Ex. medido não habilitado queclinica.

Caso a PJ não esteja formalmente constituída e tenha realizado fatos geradores,

isso será suficiente para a tributação.

A exata compreensão do princípio da isonomia depende da análise do princ. da capacidade

contributiva (art. 145, §1°, CF), que se mostra como um corolário (consequência) da isonomia,

desta se avizinhando.

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 11/13

 11

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

4.  Princípio da Capacidade Contributiva

Sempre que possível os impostos serão _______________________.

Princípio que decorre da isonomia

SINÔNIMO: princípio da personalização dos impostos

§1° sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal

Menção à impostos: segundo a CF, este comando só se refere a impostos, entretanto 2

observações merecem ser feitas: (a) a CF/46 previa o termo; (b) para o STF este princípio podealcançar outras espécies tributárias, além dos impostos (possibilidade de associá-lo a taxas).

Expressão “Sempre que possível”: a melhor interpretação é a de que este princípio deverá ser

utilizado de acordo com as possibilidades técnicas de cada imposto, e não, como parece ser, como

uma regra do tudo ou nada. Assim esse princípio se mostra com um mandado de otimização,

sendo aplicado “na medida do possível”, diferentemente das regras. 

O princ. da capacidade contributiva será realizado por meios de exteriorização, que se mostram

por técnica de incidência de alíquotas: progressividade, proporcionalidade, seletividade, entre

outras.

o  Progressividade: técnica que prevê alíquotas diferenciadas que incidirão sobre dadas bases

de calculo (alíquotas diferenciadas). A progressividade tem previsão explícita na CF (STF).

  IR (art. 153, §2°,I, CF): o IR, portanto, é geral (generalidade), universal

(universalidade) e progressivo (progressividade)

Concurso - “Os três critérios informadores do IR: generalidade, uniformidade e

progressividade

  IPTU progressivo – EC 29/2000: Art. 182, §4°, II c/c ______________

  ITR – art. 153, §4°, I CF

O IPTU e o ITR progressivos visam cumprir a função sócia da propriedade, urbana/rural, o

que denota forte potencialidade extra-fiscal assim, enquanto o IR tem progressividade

fiscal, ambos têm progressividade extra-fiscal [FCC – procurador do tribunal de contas].

o  Proporcionalidade: Técnica de incidência de alíquotas fixas, que deverão incidir sobre

dadas bases de calculo (não tem previsão explicita na CF, o que significa dizer que os

impostos proporcionais são os não progressivos

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 12/13

 12

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

A maioria dos impostos brasileiros tem vocação proporcional, incidindo fortemente sobre o

consumo (ICMS, IPI, etc). Isso provoca um incomodo efeito colateral, pois “quem ganha

mais paga menos; quem ganha menor paga mais”. (Progressividade às Avessas)

Trata-se de uma anomalia chamada Regressividade, indicadora de uma má gestão na

nossa carga tributária – conceito do CESPE – fiscal estadual do Acre/2009: “relação entre a

totalidade de tributos pagos pela sociedade e o PIB”. 

o  Seletividade: como mecanismo inibitório da regressividade, o legislador constituinte

escolheu 2 impostos para serem seletivos: ICMS (art. 155, §2°, III da CF) e IPI (art. 153, §3°,

I da CF): é uma técnica de incidência de alíquotas que variarão na razão inversa da

essencialidade do bem:

Essencial impostos seletivo

E na Razão direta da superfluidade do bem

supérfluo imposto seletivo

Também pode ser a razão direta da nocividade do bem (ex. bebidas e cigarros)

7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.

http://slidepdf.com/reader/full/1-direito-tributario-eduardo-sabbag-principios-tributarios 13/13

 13

Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários. 

5.  Irretroatividade Tributária

Significa que a lei deverá atingir fatos geradores a ela posteriores, ou seja, devendo conter

vigência prospectiva, vale dizer, a lei tributária não poderá retroagir sob pena de desafiar a

segurança jurídica, atacar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e ____ (art. 5°, XVI, CF)

Irretroatividade x Anterioridade: a anterioridade refere-se à eficácia da lei, prevendo seu

diferimento (adiar); a irretroatividade se atrela a vigência da lei.

Se a lei for silente quanto à data de vigência, devemos trabalhar com os 45 dias da vacacio legis

Como se aplica o princípio com a legislação que aumenta os poderes de investigação do fisco???

Art. 144, §1°

O que é interpretação autentica (legislativa)?