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7/21/2019 1. Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
Princípios Tributários
São limitações constitucionais ao poder de tributar.
O Princípio Tributário baliza a tributação, permitindo que ela seja considerada constitucional ouinconstitucional.
PREVISÃO LEGAL: Art. 150, 151, 152
Princípio podem ser desafiados por uma emenda na CF? Para o STF, os princípios tributários não
podem ser desafiados por emenda constitucional, destacando-se como “garantia individual do
contribuinte” (ADI 939-7, de 1993 – Princípio da Anterioridade Tributária). O STF considerou
determinados princípios como cláusula pétrea – núcleos imodificáveis da CF. 1
1. Princípio da Legalidade Tributária
PREVISÃO LEGAL: Art. 150, I da CF; art. 97 do CTN
- União, Estados, Municípios e DF (Pessoas políticas) só podem criar e aumentar o tributo por meio
de lei.
É possível que o princípio receba a seguinte terminologia:
Reserva Legal
Estrita Legalidade
Tipicidade Fechada (regrada ou cerrada)
VALOR/VETOR AXIOLÓGICO: SEGURANÇA JURÍDICA é o valor que motiva a existência deste
princípio (lei é o veiculo que traduz a segurança jurídica, devendo ser o produto do poder
legislativo)
“O Povo tributando a si mesmo” (Pontes de Miranda), pois o povo que escolhe os membros
do poder legislativo
1CESPE, UNB e FGV
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
Em Regra, LEI ORDINÁRIA que cria e aumenta tributo;
- LEI COMPLEMENTAR é hábil para criar e aumentar somente casos específicos que o
legislador deixa expresso.
Tributos Federais que dependem de LC:
Imposto sobre Grandes fortunas2
Empréstimo Compulsório
Imposto Residual
Contribuição Social-Previdênciária Residual
Obs.: Doutrina Minoritária – Impostos sobre grandes fortunas regulados de forma geral pela Lei
Compl., mas criados e aumentados por lei ordinária.
Bancas de concurso = desconsideram discussão, considerando que nestes quatro impostos são
regulados, criados e aumentados por lei Complementar.
Pode ser ele atenuado/mitigado? Pode sim. Podendo o poder executivo apitar em tributário,
alterando alíquotas de certos tributos. (art. 153, §1°, CF).3
Tributos que tem suas alíquotas alteradas pelo poder executivo:
IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO (II)4
IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO (IE)5
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)6
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF)7
2Art. 153, VII – “criado nos termos de lei complementar” doutrina minoritária diz que não diz que é LC, mas nos
termos de , sendo LC no geral e nos ‘termos de’ sendo LO que levará a cabo instituição de tributo. Bancas de concurso
não levam tal visão em consideração.
3 “Exceção” – algumas bancas chamam de exceção, mas se o tributo nasceu por meio de lei, não é exceção, e simmera mitigação, devendo em prova oral justificar que se tratam de mitigações.
4 Imposto Federal
5 Imposto Federal
6Imposto Federal
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
CIDE - COMBUSTÍVEL (art. 177, §4°, I, b, da CF): alíquotas reduzidas e restabelecidas8 pelo
poder executivo; ser aumentar deve ser feito só por meio de lei, jamais por ato do
executivo.9 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.
ICMS - COMBUSTÍVEL (art. 155, §4°, IV, c, da CF): alíquotas do ICMS – combustível poderão
ser reduzidas e restabelecidas por ordem do poder estadual.10
A matéria é tratada no art. 97 do CTN, indicando que a lei tributária é estrutura tipificante,
contendo elementos numerus clausus: alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato
gerador.
Itens “numeros clausus” de toda lei tributária:
Alíquota
Base de cálculo
Multa
Fato gerador
Sujeito passivo
Obs.: Prefeito aumentou no valor venal (base de cálculo) do IPTU, que tem como base de cálculo o
valor do Imóvel, por meio de Decreto. Só para fins de atualização.
A base de cálculo do tributo pode ser alterada por ato do poder executivo, desde que se respeitem
índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca atualização. O
aumento (acima dos índices de correção monetária) depende de lei.
Súm. n. 160 do STJ.
Obs.:Não depende de anterioridade – atualização.
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
Arts. 5º, II, e 150, I, III, b, da CF.
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
Súm. nº 185 do STJ.
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39 e 65;
O mencionado art. 57 foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.
Súm. nº 95 do STJ.
7 Imposto Federal
8 Alíquotas voltam ao patamar anterior estabelecido pela lei, pois acima do previamente estabelecido só por meio de lei.
9 Tributo Federal – adicionado pela EC n° 33/2001.
10Tributo Estadual – adicionado pela EC n° 33
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3o doartigo 52, e do seu sujeito passivo;
O referido artigo foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.
IV – a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57e 65;
O art. 57 referido foi revogado pelo Dec.-lei nº 406, de 31-12-1968.
Súm. nº 95 do STJ.
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outrasinfrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução depenalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo maisoneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Súm. nº 160 do STJ.
ART. 97, §§1° E 2°: a base de cálculo do tributo pode ser alterada por ato do executivo, desde que
se respeitem índices oficiais de correção monetária do período, ou seja, que se trate de inequívoca
atualização. O aumento depende de lei. [súmula 160 do STJ]
Princípio da Legalidade e EC n°32/01 – MP no Direito
Tributário
PREVISÃO LEGAL: ART. 62, §2°, CF
“Art. 62, § 2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos , excetoos previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiroseguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.”
Tal emenda, colocando em xeque a segurança jurídica do princípio da legalidade, previu que
a MP pode aumentar e criar imposto no Brasil. A doutrina critica, mas o STF já aceitava antes
mesmo da EC.
Ex.: MP aumenta o IF no Brasil.
Obs.: Problema - Urgência e Relevância não são levadas a sério pelo Poder executivo.
PERGUNTAS:
Todos os tributos podem ser criados ou majorados por MP? Segundo a CF, apenas o imposto
será objeto da MP (tributo é gênero). Entretanto, o STF considera, há muito tempo, que a MP
pode criar/aumentar tributo.
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
Em constitucional, sabe-se que assuntos regulados por LC, não podem ser objeto de MP,
logo, os tributos que são objeto de Lei Complementar não podem ser criados ou
aumentados por MP, nos termos do art. 62, CF.
Por fim, o art. 62, § 1º11, inciso III, CF, indica que “quando a Lei Complementar versar, a
Medida Provisória não irá apitar”.
# Empréstimo Compulsório, Imposto Residual, Contribuição Social – Previdenciária Residual
e Imposto sobre grandes fortunas não podem ser criado por MP.
Pode uma MP aumentar um imposto não-federal? Para o STF, é possível que uma MP
crie/aumente um imposto não federal, desde que faça a observância simétrica do processo
legislativo federal (Princípio da Simetria). [ADI 425/TO, de 2002; ADI 2391/SC de 2006]
2. Princípio da Anterioridade Tributária
SINÔNIMO: Princípio da Eficácia Diferida - eficácia foi protraída, prorrogada
PREVISÃO LEGAL: Art. 150, III, b (anterioridade anual /anterioridade de exercício)
Art. 150, III, c 12 (anterioridade privilegiada ou nonagesimal)
Art. 150, inciso III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
De 2004 em diante existem 2 anterioridades.
ANTERIORIDADE ANUAL: a eficácia da lei majoradora ou criadora do tributo fica
adiada para o 1° de janeiro do ano seguinte (sempre existiu).
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL: a eficácia da lei fica adiada para o 91° dia a
partir da publicação da lei (EC n. 42/2004).
11 Note que tal parágrafo foi elaborado em prol dos tributos de natureza extrafiscal que visam regular o mercado.
12Emenda Constitucional n° 42 de 2004.
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
VALOR/VETOR AXIOLÓGICO: este princípio proíbe a “tributação de surpresa”, ratificando a segurança
jurídica.
PUBLICAÇÃO E VIGÊNCIA: quase sempre, mesma data.
EFICÁCIA: após o transcurso de tempo das duas esperas.
Vacatio legis – praticamente não existe no D. tributário – 99% das leis tributárias entram em
vigor no dia da publicação.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE X PRINCÍPIO DA ANUALIDADE: Princípio da Anterioridade não se
confunde com o da Anualidade. Este esteve presente na CF/46, condicionando a eficácia da lei
tributária à prévia estipulação do fenômeno na Lei Orçamentária Anual. Nos textos constitucionais
posteriores, o tema oscilou, desaparecendo a partir de 1969. “Portanto, a Anualidade nãoencontra respaldo no hodierno sistema constitucional tributário brasileiro.”
13
O que é princípio da eficácia diferida? Significa um princípio em que a eficácia foi protraída,
adiada.
- Quando pagarei?
1) Lei publicada em 15/12/2009
Incidência: aplicar 2 anterioridades – após aplicar as duas escolhe o maior
Anterioridade anual: 1°.01.2010
Nonagesimal: 15.03.2010 (maior)
2) Lei publicada em 10/08/09
Incidência: aplicar 2 anterioridades – após aplicar as duas escolhe o maior
Anterioridade anual: 1°.01.2010 (maior)
Nonagesimal: 10.11.2009
REGRA GERAL: caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro (até 2 de
outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1° de janeiro do ano seguinte.
Se, a lei for publicada entre outubro (a partir de 03/10) e dezembro, a data da incidência
será posterior a 1° de janeiro, em razão do impacto dos 90 dias (aplicação da
13CESPE; TRF-4; Procuradoria do Estado de SP - VUNESP
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
anterioridade Privilegiada). Casos em que a resposta será “pagarei novamente dia a partir
de .../ nonagésimo primeiro dia a partir de ...”
3) Taxa criada em 16.11.2010: pagarei daqui a 90 dias
Lei que reduz o tributo – aplica o princípio? O princípio é para proteger o contribuinte
(estatuto do contribuinte), logo, nos casos de redução do tributo a lei deve ter pronta
incidência em prol do contribuinte. Nos casos de Redução não há que se falar em
anterioridade.
2.1 Exceções ao Princípio da Anterioridade
PREVISÃO LEGAL: art. 150, §1°
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV
e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.
155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Duas listas/Duas regras - LISTA DE EXCEÇÕES:
Anterioridade Anual
(art. 150, §1°, parte inicial)
Anterioridade Nonagesimal
(art. 150, §1°, parte final)14
Imposto de Importação (II) Imposto de Importação (II)
Imposto de Exportação (IE) Imposto de Exportação (IE)
Imposto sobre produto industrializado
(IPI)Imposto de Renda (IR)
Imposto sobre Operações Financeiras Imposto sobre Operações Financeiras
Imposto Extraordinário (de guerra) Imposto Extraordinário (de guerra)
Empréstimo Compulsório para
Calamidade e Guerra
Empréstimo Compulsório para
Calamidade e Guerra
14Emenda Constitucional n° 42/2003
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
CIDE – combustível15 Alteração na base de cálculo do IPTU
e do IPVA16
ICMS - combustível17
CONFRONTOS DAS LISTAS:
1) TRIBUTOS DE PRONTA INCIDÊNCIA (incidência imediata): II, IE, IOF, Imposto
extraordinário (de guerra) e Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública e Guerra.
Exceção às anterioridades, tanto a anual, quanto a nonagesimal. Serão pagos
imediatamente
2) REGRA – ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
E quanto ao IPI? Será pago depois de 90 dias
Obs.: a mesma resposta vale para CIDE – combustível e ICMS – combustível
Até 2003 era de incidência imediata. A partir de 2004 IPI majorado – será pago após
noventa dias (anterioridade nonagesimal). Se não veio como exceção a nonagesimal, de 2004 para
cá o IPI majorado no Brasil vai ser pago daqui a 90 dias.
É perfeitamente possível o aumento por decreto (mitigação ao princípio da legalidade),
mas, pelo princípio da anterioridade, o IPI não é exceção a anterioridade nonagesimal, logo é
inconstitucional sua eficácia de pronto.(a mesma resposta vale para CIDE-combustível e ICMS-
combustível).
3) REGRAS A ANTERIORIDADE ANUAL: IR e Alterações na base de cálculo do IPTU e do
IPVA: regra a anterioridade anual, SEMPRE a incidência vai ser em 1° de janeiro do ano
seguinte, sem trabalhar com 90 dias.
Os outros domínios cabem a regra das 2 anterioridades (ex.: ISS, alíquota de IPVA/IPTU)
CURIOSIDADES: Tautologia - o que não for exceção será regra - os outros domínios cabem a regra
das 2 anterioridades (ex.: ISS, ITR, taxa, ICMS, IPVA, IPTU18, etc)
15 Emenda Constitucional n° 33/2001
16 Emenda Constitucional n° 42/2003
17Emenda Constitucional n° 33/2001
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
2.2 Contribuição da Seguridade Social/Social Previdenciária Princípio Da Anterioridade Especial / Mitigada / Nonagesimal : específico para o tributo de
Contribuição Social Previdenciária – 90 dias (desde sempre).
art. 195, § 6º, CF - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
Para o STF a expressão “modificado” significa inequívoca onerosidade (ex.:inclusão de sujeito
passivo como devedor).
Caso clássico: a alteração na data de pagamento da contribuição previdenciária não significa
onerosidade suficiente para avocar a noventena [súmula 669 do STF].
3. Princípio da Isonomia Tributária
O princípio da isonomia está previsto genericamente no caput do art. 5° da CF (“todos são iguais
perante a lei). Curiosamente, o inciso II do art. 150 retoma a ideia, estatuindo, pela negativa o que
foi proclamado afirmativamente naquele dispositivo (é vedado o tratamento desigual aoscontribuintes que se encontram em situação de equivalência).
Isonomia relativa: os iguais sendo igualmente tratado e os desiguais sendo desigualmente
tratados na medida de suas desigualdades.
SINÔNIMOS: o principio da isonomia tributária é também conhecido como Princ. que proíbe os
privilégios odiosos, devido aos favoritismos concedidos no IR, sobretudo entre 67/69.
ELEMENTO/VETOR AXIOLÓGICO: justiça fiscal ou justiça distributiva
Art. 150, II, CF
A luz do art. 150, II da CF, cabe-nos descobrir quem são os “iguais” e os “desiguais” na seara
tributária.
Quem são os iguais? Os iguais deverão ser detectados pela interpretação objetiva do fato gerador,
que privilegia os aspectos econômicos do fato imponível em detrimento dos elementos externos a
18Quando fala IPTU e IPVA querem dizer alíquotas, quando quiserem dizer base de cálculo vão falar.
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
ele. Ex.: ilicitude do ato, imoralidade do ato, incapacidade civil do agente, etc. Daí se falar que
haverá normal tributação sobre a renda auferida por um bicheiro, por um traficante, a renda
oriunda da casa de prostituição.
Art. 118, CTN – a interpretação objetiva foi internalizada no CTN pelo art. 118, que mostra que a
definição do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica do ato e dos efeitos
dos fatos. Pode-se afirmar que tal dispositivo representa normativamente a máxima latina
construída à época do império romano: ”Pecunia non olet” (tributo não tem cheiro).
_____________________________________
Não existe FG ilícito.
Incide ICMS na venda de drogas? _____________
_______________________________________________________
Outro artigo que ratifica a matéria: art. 126
A capacidade tributária passiva é plena. Nessa medida, a capacidade civil é irrelevante para
o contexto tributário. Por isso, a tributação alcançará o menor (inciso I)
Caso a pessoa natural esteja sujeito a medidas privativas do exercício de atividades
profissionais, isso será irrelevante para a tributação (inciso II). Ex. medido não habilitado queclinica.
Caso a PJ não esteja formalmente constituída e tenha realizado fatos geradores,
isso será suficiente para a tributação.
A exata compreensão do princípio da isonomia depende da análise do princ. da capacidade
contributiva (art. 145, §1°, CF), que se mostra como um corolário (consequência) da isonomia,
desta se avizinhando.
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4. Princípio da Capacidade Contributiva
Sempre que possível os impostos serão _______________________.
Princípio que decorre da isonomia
SINÔNIMO: princípio da personalização dos impostos
§1° sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
Menção à impostos: segundo a CF, este comando só se refere a impostos, entretanto 2
observações merecem ser feitas: (a) a CF/46 previa o termo; (b) para o STF este princípio podealcançar outras espécies tributárias, além dos impostos (possibilidade de associá-lo a taxas).
Expressão “Sempre que possível”: a melhor interpretação é a de que este princípio deverá ser
utilizado de acordo com as possibilidades técnicas de cada imposto, e não, como parece ser, como
uma regra do tudo ou nada. Assim esse princípio se mostra com um mandado de otimização,
sendo aplicado “na medida do possível”, diferentemente das regras.
O princ. da capacidade contributiva será realizado por meios de exteriorização, que se mostram
por técnica de incidência de alíquotas: progressividade, proporcionalidade, seletividade, entre
outras.
o Progressividade: técnica que prevê alíquotas diferenciadas que incidirão sobre dadas bases
de calculo (alíquotas diferenciadas). A progressividade tem previsão explícita na CF (STF).
IR (art. 153, §2°,I, CF): o IR, portanto, é geral (generalidade), universal
(universalidade) e progressivo (progressividade)
Concurso - “Os três critérios informadores do IR: generalidade, uniformidade e
progressividade
IPTU progressivo – EC 29/2000: Art. 182, §4°, II c/c ______________
ITR – art. 153, §4°, I CF
O IPTU e o ITR progressivos visam cumprir a função sócia da propriedade, urbana/rural, o
que denota forte potencialidade extra-fiscal assim, enquanto o IR tem progressividade
fiscal, ambos têm progressividade extra-fiscal [FCC – procurador do tribunal de contas].
o Proporcionalidade: Técnica de incidência de alíquotas fixas, que deverão incidir sobre
dadas bases de calculo (não tem previsão explicita na CF, o que significa dizer que os
impostos proporcionais são os não progressivos
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
A maioria dos impostos brasileiros tem vocação proporcional, incidindo fortemente sobre o
consumo (ICMS, IPI, etc). Isso provoca um incomodo efeito colateral, pois “quem ganha
mais paga menos; quem ganha menor paga mais”. (Progressividade às Avessas)
Trata-se de uma anomalia chamada Regressividade, indicadora de uma má gestão na
nossa carga tributária – conceito do CESPE – fiscal estadual do Acre/2009: “relação entre a
totalidade de tributos pagos pela sociedade e o PIB”.
o Seletividade: como mecanismo inibitório da regressividade, o legislador constituinte
escolheu 2 impostos para serem seletivos: ICMS (art. 155, §2°, III da CF) e IPI (art. 153, §3°,
I da CF): é uma técnica de incidência de alíquotas que variarão na razão inversa da
essencialidade do bem:
Essencial impostos seletivo
E na Razão direta da superfluidade do bem
supérfluo imposto seletivo
Também pode ser a razão direta da nocividade do bem (ex. bebidas e cigarros)
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Direito Tributário. Eduardo Sabbag. Princípios Tributários.
5. Irretroatividade Tributária
Significa que a lei deverá atingir fatos geradores a ela posteriores, ou seja, devendo conter
vigência prospectiva, vale dizer, a lei tributária não poderá retroagir sob pena de desafiar a
segurança jurídica, atacar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e ____ (art. 5°, XVI, CF)
Irretroatividade x Anterioridade: a anterioridade refere-se à eficácia da lei, prevendo seu
diferimento (adiar); a irretroatividade se atrela a vigência da lei.
Se a lei for silente quanto à data de vigência, devemos trabalhar com os 45 dias da vacacio legis
Como se aplica o princípio com a legislação que aumenta os poderes de investigação do fisco???
Art. 144, §1°
O que é interpretação autentica (legislativa)?