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REDACAO1000.COM PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO 1 AULA 5 1 Enem 2011 Correção e Comentário da Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

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AULA 5

1 – Enem 2011 – Correção e Comentário da Prova de Linguagens, Códigos e suas

Tecnologias

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QUESTÃO 115 - ENEM 2011 – o poema Cidadezinha Qualquer, de Carlos

Drummond de Andrade segue o mesmo raciocínio do poema Estrada, de Manuel

Bandeira. Ambos querem passar a impressão do bucolismo das pessoas que moram no

meio rural. Mais importante de tudo é a impressão que os autores querem mostrar a

respeito da efemeridade da vida, que tudo é transitório, nada é absoluto. Esta impressão

da vida trazida pela experiência dos autores imprime uma angústia nos leitores. Mas

esta impressão é a que precisa ser passada, e por isso, a linguagem é universal,

independente de onde a pessoa mora elas apresentam sentimentos parecidos.

CIDADEZINHA QUALQUER

casas entre bananeiras

mulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra B.

QUESTÃO 116 - ENEM 2011 – a subjetividade e os valores humanos são importantes

elementos formadores da história da humanidade. Juntamente com as crenças e tradição

de um povo (expressos e impressos na literatura deste) a sua memória cultural e o seu

patrimônio histórico devem ser guardados pela sociedade. Releia o poema da questão

acima e veja as impressões do autor em relação à vida e às coisas. Esta impressão não é

palpável, não se pode pegar por ser subjetiva e intrínseca às coisas e à vida.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra C.

QUESTÃO 117 - ENEM 2011 – o olhar do autor da questão dirigiu-se para a questão

da importância dada pelos brasileiros às músicas portuguesa e brasileira. Entretanto, o

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autor do texto, Aluísio Azevedo, que pertence à Escola Literária Naturalista, enfoca

com mais intensidade outras características sociais, próprias do cortiço e das gentes

mais pobres, sempre representados pelos negros escravos e pelos brancos sem ascensão

social. Ao reler criticamente o texto você notará as seguintes informações: ” Já não

eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em

torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada eram ais

convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos;

carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo”.

O texto abaixo traz informações importantes para você melhor entender o

comentário acima.

Naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a radicalização

do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando

que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. A escola esboçou o

que se pode declarar como os primeiros passos do pensamento

teórico evolucionista de Charles Darwin.

O naturalismo como forma de conceber o universo constitui um dos pilares

da ciência moderna, sendo alvo de considerações também de ordem filosófica.

Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem extremamente aberta

do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e

extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão

inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se a impressão de se estar a ler uma obra

contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é

um mero produto da hereditariedade e o seu comportamento é fruto do meio em que

vive e sobre o qual age.

A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, que

acreditavam ser a Seleção Natural impulsionadora da transformação das espécies.

Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural,

retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a

personalidade humana.

Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte influenciaram de

modo definitivo a estética naturalista.

Os autores naturalistas criavam narradores omniscientes e impassíveis para

dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como a homossexualidade, o

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incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando personagens que eram dominados

pelos seus instintos e desejos, pois viam no comportamento do ser humano traços da sua

natureza animal.

No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Aluísio Azevedo com a

obra O mulato, publicado em 1881. Esta marcou o início do Naturalismo brasileiro e a

obra O cortiço, também de sua autoria, marcou essa tendência.

Características gerais

1. Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta

2. Engajamento literário (o autor tenta convencer o leitor)

3. Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ momento)

4. Darwinismo social

5. Positivismo / Cientificismo exagerado

Ambiente e personagens

Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade

Preferência por grupos humanos marginalizados

Patologias sociais (prostituição, traição, incesto, homossexualismo)

Animalização / Zoomorfização dos personagens. Origem: Wikipédia.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra C.

QUESTÃO 118 - ENEM 2011 – a alternativa diz o seguinte: explora a construção da

essência feminina, a partir da polissemia da “língua” e inova o léxico.

À medida que discorre a leitura do texto observamos como a linguagem é multifacetada

com plurais informações, percebendo uma diversidade de maneiras de ver e sentir as

coisas. O jogo de palavras e as rimas ricas: às vezes alternadas, às vezes parelhadas ou

parelhas provocam uma imagem lânguida e sinestésica, características da Escola

Literária Simbolista. O sétimo verso do poema “em linhas longas de invisíveis teias” e

o décimo primeiro verso “te amam, ó língua-lama, ó língua-explendor” formam rimas

internas, que são as aliterações, que produzem uma musicalidade muito importante no

poema.

Sinestesia é uma figura de estilo ou semântica que designa a união ou

junção de planos sensoriais diferentes. Tal como a metáfora ou

a comparação por símile, são relacionadas entidades de universos distintos.

Sinestesia, como figura de linguagem, é o cruzamento dos sentidos, a

qualidade de um sentido atribuído a outro, expressão típica de uma determinada

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categoria de poetas. Quanto mais sentidos cruzados em apenas um sintagma, ou sob

uma única conjunção sensorial, mais rica será a frase ou poesia sinestésica.

Exemplos de Sinestesia como Figura de Linguagem

"Vamos respirar o ar verde do outono" (autor desconhecido)

(respirar = olfato / verde = visão, no sentido das cores).

"Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte" (Giuliano Fratin)

(cor = visão / estridente = audição).

“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frémito

alegre e doce.” (Eça De Queiros).

(aroma = tato / tato = aroma)

"A melodia do pianista era doce e rósea em suas sublimes imensidões" (Giuliano

Fratin).

(melodia = audição / doce = paladar / rósea = visão)

"Estende a mão trazendo a chuva, tocando o som do trovão." (Tiago Iorc) (Tocando

= tato / Som= audição)

Gilka Machado

Poetisa, sufragista e feminista carioca, pioneira na utilização do erotismo na poesia

feminina brasileira. Fez parte do grupo que fundou o Partido Republicano Feminino, em

1910. Publicou vários livros de poesia, como Mulher Nua e Sublimação. Em 1979,

recebeu o prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

Ser Mulher ...

Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada

para os gozos da vida; a liberdade e o amor;

tentar da glória a etérea e altívola escalada,

na eterna aspiração de um sonho superior...

Ser mulher, desejar outra alma pura e alada

para poder, com ela, o infinito transpor;

sentir a vida triste, insípida, isolada,

buscar um companheiro e encontrar um senhor...

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Ser mulher, calcular todo o infinito curto

para a larga expansão do desejado surto,

no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...

Ser mulher, e, oh! atroz, tantálica tristeza!

ficar na vida qual uma águia inerte, presa

nos pesados grilhões dos preceitos sociais!

Publicado no livro Cristais partidos (1915).

In: MACHADO, Gilka. Poesias completas. Apres. Eros Volúsia Machado. Rio de

Janeiro: L. Christiano: FUNARJ, 1991, p. 106.

Simbolismo

Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que

surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e

ao Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes

à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola

literária (e sim, apenas um movimento literário), teve suas origens de As Flores do

Mal, do poeta Charles Baudelaire. É bastante relevante não confundirmos o Simbolismo

com a Simbologia, a qual é a ciência que estuda, analisa e interpreta os significados dos

símbolos reais ou metafóricos.

Principais características: Subjetivismo, Musicalidade,

Transcendentalismo.

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!...

Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras..." [...]

Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente uma obsessão

pelo branco, sendo relatado com grande constância no simbolismo.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra E.

QUESTÃO 119 - ENEM 2011 – mais uma vez o Enem pede funções da linguagem em

sua prova. O aluno inteligente, observador e experiente já notou a importância deste

conteúdo para esta prova. Entretanto, existem aqueles mais ingênuos ou novatos ou sem

experiência que ainda não captou a mensagem, e por isso vou repetir para você: este

conteúdo cai em provas dos vestibulares, concursos e Enem em grande quantidade de

questões e você não vai ficar aí boiando, não é! Fique ligado!

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Vou repetir de novo para você as funções de linguagem, porque,

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!

Para que serve a linguagem?

Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas

do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar

o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz.

Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que

ela funciona?

A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em funções ou finalidades básicas.

Veja a seguir:

1) Função Referencial ou Denotativa

Palavra-chave: referente

Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados

concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal,

do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o

referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. É um texto informativo.

Exemplo:

Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma

maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este

texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função

referencial).

2) Função Expressiva ou Emotiva

Palavra-chave: emissor

Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos

indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns

sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.

Exemplos:

a) Ah, que coisa boa!

b) Tenho um pouco de

medo...

c) Nós te amamos!

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3) Função Apelativa ou Conativa

Palavra-chave: receptor

Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo

de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de

tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada

nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Exemplos:

a) Você já tomou banho?

b) Mãe, vem cá!

c) Não perca esta

promoção!

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra B.

QUESTÃO 120 - ENEM 2011 – não é novidade para ninguém que a língua portuguesa

que o Brasil fala está recheada de influências de outras línguas: no mínimo o português

que falamos sofre influência das línguas indígenas, espanhola, francesa, inglesa,

italiana, alemã e outras mais. O maior patrimônio cultural de uma nação é a sua língua,

e por isso, o português que falamos não é o mesmo falado em Portugal. Nossa língua

ficou muito mais rica que a deles e hoje o Brasil está muito mais apto no que se refere a

seu léxico do que os nossos colonizadores. Por esse motivo nossa literatura, desde o

modernismo, já se equiparou em grandeza à literatura de Portugal. Logo atrás, nesta

prova mesmo, vimos uma questão que se refere a Noel Rosa, quando ele afirma no

sétimo e oitavo versos do poema que, o que o povo brasileiro fala não tem tradução nos

idiomas de outras nações, porque é próprio do português falado no Brasil, mostrando

que a gíria e as palavras aportuguesadas são, na verdade, a linguagem do brasileiro, que

já ultrapassou o português falado em Portugal. O poema foi colocado aqui para que

você possa perceber nele este comentário.

Não tem tradução

[...]

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A Risoleta desiste logo do francês e do inglês

A gíria que o nosso morro criou

Bem cedo a cidade aceitou e usou

[...]

Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição

Não entende que o samba não tem tradução no idioma

francês

Tudo aquilo que o malandro pronuncia

Com voz macia é brasileiro, já passou de português

Amor lá no morro é amor pra chuchu

As rimas do samba não são I love you

[...]

A Risoleta desiste logo do francês e do inglês

A gíria que o nosso morro criou

Bem cedo a cidade aceitou e usou

[...]

Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição

Não entende que o samba não tem tradução no idioma

francês

Tudo aquilo que o malandro pronuncia

Com voz macia é brasileiro, já passou de português

Amor lá no morro é amor pra chuchu

As rimas do samba não são I love you

[...]

A resposta da questão não poderia ser outra que não a letra E, porque as outras

alternativas destoam muito do texto motivador.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra E.

Padre Vieira

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Não podemos passar por estas aulas sem conhecer um pouco do grande escritor que é

Padre Vieira para a literatura mundial. Todos os grandes e renomados vestibulares

cobram Padre Vieira em suas provas e por isso é preciso entendê-lo.

Padre Antônio Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 — Salvador, 18 de

julho de 1697), foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de

Jesus. Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória,

destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu

infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e

escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande

Padre/Pai, em tupi).

Antônio Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-

novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os

católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os

sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.

Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco

brasileiro e português. As universidades frequentemente exigem a sua leitura.

Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco, Padre Antônio

Vieira é conhecido por seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o

despotismo dos colonos portugueses, a influência negativa que o Protestantismo

exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e

evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso, defendia os

índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de

colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram.

Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e

profecias.

Mito do Sebastianismo

Com o desenvolvimento do mercado marítimo, Portugal vivenciou um período de

ascensão e grandeza. Porém, com o declínio do comércio no Oriente, Portugal viveu

uma crise econômica e dinástica. Como consequência, o então rei de Portugal D.

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Sebastião resolve colocar em prática seu plano de organizar uma cruzada em Marrocos

e levando à batalha de Alcacer-Quibir em 1578.

A derrota na batalha e seu desaparecimento (provável morte em batalha), gerou

especulações acerca de seus paradeiro. A partir de então, originou-se a crença de que o

rei retornaria para transformar Portugal novamente em uma grande potência econômica.

Padre Antônio Vieira era um dos que acreditavam no Sebastianismo e, mais adiante,

Antônio Conselheiro anunciava o retorno de D. Sebastião nos episódios da Guerra de

Canudos.

Nascido em lar humilde, na Rua do Cônego, perto da Sé, em Lisboa, foi o primogênito

de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco, de origem alentejana cuja mãe era filha de

uma mulata ou africana, e de Maria de Azevedo, lisboeta.

Cristóvão serviu na Marinha Portuguesa e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição.

Mudou-se para o Brasil em 1614, para assumir cargo de escrivão em Salvador,

na Bahia, mandando vir a família em 1618.

No Brasil

Antônio Vieira chegou à Bahia, onde em 1619 seu pai passou a trabalhar como escrivão

no Tribunal da Relação da Bahia, o que motivou a vinda de toda a família. Em 1614,

iniciou os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas de Salvador, onde, principiando

com dificuldades, veio a tornar-se um brilhante aluno. Segundo o próprio, foi a partir de

um "estalo" na cabeça que, de súbito, tudo clareou: passou a entender com facilidade e a

guardar tudo o que lia na memória. Até hoje muitos se referem a fenômeno semelhante

a esse como "o estalo de Vieira".

Ingressou na Companhia de Jesus como noviço em maio de 1623.

Em 1624, quando na invasão holandesa de Salvador, refugiou-se no interior da

capitania, onde se iniciou a sua vocação missionária. Um ano depois tomou os votos

de castidade, pobreza e obediência, abandonando o noviciado. Prosseguiu os seus

estudos em Teologia, tendo estudado ainda Lógica, Metafísica e Matemática, obtendo o

mestrado em Artes. Foi professor de Retórica em Olinda, ordenando-se sacerdote

em 1634. Nesta época já era conhecido pelos seus primeiros sermões, tendo fama de

notável pregador.

Quando a segunda invasão holandesa ao Nordeste do Brasil (1630-1654), defendeu que

Portugal entregasse a região aos Países Baixos, pois gastava dez vezes mais com sua

manutenção e defesa do que o que obtinha em contrapartida, além do fato de que os

Países Baixos eram um inimigo militarmente muito superior à época. Quando eclodiu

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uma disputa entre Dominicanos (membros da Inquisição) e Jesuítas (catequistas),

Vieira, defensor dos judeus, caiu em desgraça, enfraquecido pela derrota de sua posição

quanto à questão da guerra. Vieira sempre foi um visionário, muito à frente de seus à

época em que viveu. Quando defendia os judeus, na verdade ele estava defendendo o

“capital” que era naquela época os judeus quem mais tinha domínio das riquezas na

Europa, e não era diferente em Portugal, Espanha, Países Baixos, Holanda, Inglaterra,

França e Bélgica. Para o Brasil era melhor ter os judeus aqui para trazer riquezas para a

nossa terra, já que eles estavam localizados em todos os países citados acima e que

dominavam as riquezas da Europa daqueles tempos, podendo trazer muito dinheiro para

investir no Brasil daqueles tempos. Não se pode esquecer que, na disputa pelo comércio

marítimo daquela época foram eles os vencedores e Portugal um dos grandes perdedores

com esta luta inglória, enfraquecendo sua economia e decadência até os tempos

contemporâneos(atualmente). Veja que trágica consequência para Portugal ter banido os

judeus de seu território e também da colônia chamada Brasil. Só para você ter uma ideia

da perda sofrida pelo Brasil, os nossos judeus moradores de Pernambuco à época foram

expulsos daqui e fundaram Nova York, nos Estados Unidos da América. Quando os

portugueses ganharam a luta militar pela retomada da Capitania Hereditária de

Pernambuco os Dominicanos voltaram à cena e os judeus foram expulsos assim como

os holandeses dominadores. Nova York era nossa meu caro aluno rsrs! Você já

imaginou Nova York encravada do nosso Nordeste, rsrs! Brincadeiras à parte, mas tudo

isso é verdade.

Coloca o texto abaixo em um quadro

Geograficando você:

Países Baixos (em neerlandês: Nederland, literalmente "país baixo") é uma nação

constituinte do Reino dos Países Baixos localizada na Europa ocidental. O país é

uma monarquia constitucional parlamentar democrática banhada pelo mar do Norte a

norte e a oeste, que faz fronteira com a Bélgica a sul e com aAlemanha a leste. A capital

é Amesterdão (português europeu) ou Amsterdã (português brasileiro) e a sede do governo é Haia.

Geograficamente, os Países Baixos são um país de baixa altitude, com cerca de 27% de

sua área e 60% de sua população situados abaixo do nível do mar. Uma significativa

parte de seu território foi obtida através da recuperação e preservação de terras através

de um elaborado sistema de pôlderes e diques. Grande parte dos Países Baixos é

formada por um grande delta, o delta do Reno e Mosa.

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Em Portugal

Após a Restauração da Independência (1640), em 1641 regressou a Lisboa iniciando

uma carreira diplomática, pois integrava a missão que ia ao Reino prestar obediência ao

novo monarca. Sobressaindo pela vivacidade de espírito e como orador, conquistou a

amizade e a confiança de João IV de Portugal, sendo por ele nomeado embaixador e

posteriormente pregador régio. Ainda como diplomata, foi enviado em 1646 aos Países

Baixos para negociar a devolução do Nordeste do Brasil, e, no ano seguinte, à França.

Caloroso adepto de obter para a Coroa a ajuda financeira dos cristãos-novos, entrou em

conflito com o Santo Ofício, mas viu fundada a Companhia Geral do Comércio do

Brasil.

No Brasil, outra vez

Em Portugal, havia quem não gostasse de suas pregações em favor dos judeus. Após

tempos conturbados acabou voltando ao Brasil, de 1652 a 1661, missionário

no Maranhão e no Grão-Pará, sempre defendendo a liberdade dos índios.

Diz o Padre Serafim Leite em Novas Cartas Jesuíticas, Companhia Editora Nacional,

São Paulo, 1940, página 12, que Vieira tem "para o norte do Brasil, de formação tardia,

só no século XVII, papel idêntico ao dos primeiros jesuítas no centro e no sul», na

«defesa dos índios e crítica de costumes". "Manuel da Nóbrega e Antônio Vieira são,

efetivamente, os mais altos representantes, no Brasil, do criticismo colonial. Viam justo

- e clamavam!"

Naufrágio nos Açores

Em 1654, pouco depois de proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes"

em São Luís, no estado do Maranhão, o padre Antônio Vieira partiu para Lisboa, junto

com dois companheiros, a bordo de um navio da Companhia de Comércio, carregado

de açúcar. Tinha como missão defender junto ao monarca os direitos

dos indígenas escravizados, contra a cobiça dos colonos portugueses. Após cerca de

dois meses de viagem, já à vista da ilha do Corvo, a Oeste dos Açores, abateu-se sobre a

embarcação uma violenta tempestade. Mesmo recolhidas as velas, à exceção

do traquete, correndo o navio à capa, uma rajada mais forte arrancou esta vela, fazendo

a embarcação adernar a estibordo. Em pleno mar revolto, na iminência do naufrágio, o

padre concedeu a todos absolvição geral, bradando aos ventos:

"Anjos da guarda das almas do Maranhão, lembrai-vos que vai este navio

buscar o remédio e salvação delas. Fazei agora o que podeis e deveis, não a

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nós, que o não merecemos, mas àquelas tão desamparadas almas, que tendes a

vosso cargo; olhai que aqui se perdem conosco."

Após essa exortação, obteve de todos a bordo um voto a Nossa Senhora de que lhe

rezariam um terço todos os dias, caso escapassem à morte iminente. Ainda por um

quarto de hora o navio permaneceu adernado até que os mastros se partiram. Com o

peso da carga, estivada até às escotilhas, o navio voltou à posição normal,

permanecendo à deriva, ao sabor dos elementos.

Nesse transe uma outra embarcação foi avistada, mas sem que prestasse qualquer

auxílio. Ao cair da noite a mesma retornou, mas tratava-se de

um corsário neerlandês que recolheu os náufragos a bordo e pilhou a embarcação à

deriva, que acabou por ser afundada. Nove dias mais tarde, quarenta e um

portugueses, despojados de seus pertences pessoais, foram desembarcados

na Graciosa, onde o padre Antônio Vieira, com o auxílio dos religiosos

da Companhia de Jesus, procurou providenciar-

lhes roupas, calçado e dinheiro durante os dois meses que permaneceram na ilha.

Dali, também, creditou Jerônimo Nunes da Costa para que este fosse

a Amesterdão resgatar os papéis e livros que lhe haviam sido tomados pelos

corsários, o que se acredita tenha sido cumprido uma vez que dispomos hoje de

cerca de duzentos sermões (este naufrágio é relatado no vigésimo-sexto) e cerca de

500 cartas do religioso, muitas das quais anteriores ao naufrágio.

O grupo passou em seguida à Ilha Terceira, onde Vieira obteve o aprestamento de

uma embarcação para que os seus companheiros de infortúnio pudessem seguir para

Lisboa. Instalado no Colégio dos Jesuítas em Angra, ele aqui permaneceu mais

algum tempo, tendo instituído a devoção do terço, que pela primeira vez foi cantado

na Ermida da Boa Nova. Entre os sermões que pregou em diversos locais da ilha,

destacou-se o que proferiu na Igreja da Sé, na Festa do Rosário, celebrada

anualmente a 7 de outubro, com aquele templo repleto.

Uma semana mais tarde, Vieira passou à Ilha de São Miguel, onde proferiu o

sermão de Santa Teresa, um dos mais destacados de sua autoria. Dali partiu para

Lisboa, a bordo de um navio inglês, a 24 de outubro. Após atravessar nova

tempestade, o religioso chegou finalmente ao destino, em novembro de 1654.

Em Portugal, outra vez

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Em Portugal, Antônio Vieira tornou-se confessor da “regente”, D. Luísa de

Gusmão que foi a primeira rainha de Portugal da quarta dinastia. Com a ascensão ao

trono de D. Afonso VI, Vieira não encontrou apoio.

Abraçou a profecia Sebastiana e por isso entrou em novo conflito com a Inquisição

que o acusou de heresia com base numa carta de 1659 ao bispo do Japão na qual

expunha sua teoria do quinto império segundo a qual Portugal estaria predestinado a

ser cabeça de um grande império do futuro.

Em Roma

Em Roma, ficou 6 anos, encontrou o Papa a beira da morte, mas deslumbrou

a Cúria com seus discursos e sermões. Com apoios poderosos, renovou a luta contra

a Inquisição, cuja atuação considerava nefasta para o equilíbrio da sociedade

portuguesa. Obteve um breve pontifício que o tornava apenas dependente do

Tribunal romano. A mesma extraordinária capacidade oratória que seduzira,

primeiro, o governo geral do Brasil, a corte de Dom João IV, e que depois, iria

convencer o Papa e garantir assim a anulação das suas penas e condenações.

Entre 1675 e 1681, a atividade da Inquisição esteve suspensa por determinação

papal em Portugal e no império, uma determinação que encontrou o seu maior

fundamento nos relatórios sobre os múltiplos abusos de poder que o jesuíta deixou

em Roma, nas mãos do Sumo Pontífice. Desta forma conseguia dois feitos raros e

históricos, por um lado conseguia parar pela primeira vez durante sete anos a

atividade do Santo Oficio em Portugal e, feito não menor, lograva escapulir da

perigosa malha que inquisidores derramavam sobre si.

Os sermões

Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista, isto é, que privilegia a

retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos. Estão formalmente divididos em

três partes:

Intróito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto.

Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação.

Peroração: parte final, conclusão.

Seus sermões mais famosos são:

Sermão da Sexágésima (1655):

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O sermão, dividido em dez partes, é conhecido por tratar da arte de pregar. Nele, Padre

Antônio Vieira condena aqueles que apenas pregam a palavra de Deus de maneira vazia.

Para ele, a palavra de Deus era como uma semente, que deveria ser semeada pelo

pregador. Por fim, o padre chega à conclusão de que, se a palavra de Deus não dá frutos

no plano terrreno a culpa é única e exclusivamente dos pregadores que não cumprem

direito a sua função. Leia um trecho do sermão:

Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear"

a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus que só faz menção do

semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir

a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há

uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os

que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se

contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos

que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão

longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo!

Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos:

Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação

depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles

devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte

de Deus? (...)

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640):

Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra as invasões Holandesas,

alegando que a presença dos protestantes na colônia resultaria em uma série de

depredações à colônia. Leia um trecho do sermão:

Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto

juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito

deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode

suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor

será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na

intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho

para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os

homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio

para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o

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mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa

justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e

aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as

ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a

vissem, não os havia.

Sermão de Santo Antônio (1654):

Também conhecido como "O Sermão dos Peixes", pois nele o padre usa a imagem dos

peixes como símbolo para fazer uma crítica aos vícios dos colonos portugueses que se

aproveitavam da condição dos índios para escravizá-los e sujeitá-los ao seu poder. Leia

um trecho do sermão:

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-

lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é

impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa,

havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta

corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório.

Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só

cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de

converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...)

Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em

dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei

os vossos vícios. (...)

BARROCO

É importante sabermos um pouco do Barroco para entender como funciona a técnica de

produção dos seus textos. Padre Vieira dividiu com Gregório de Mattos Guerra a

posição de melhores escritores barrocos de nossa literatura. Eu disse nossa literatura

porque quase tudo que eles escreveram foi escrito em terras brasileiras e Vieira passou a

maior parte de sua vida em nossas terras, porque veio morar aqui ainda bem menino.

Claro que estamos puxando a sardinha para a nossa farinha rsrs! E queremos enfatizar a

influência da sociedade brasileira na formação deste maravilhoso escritor.

O Barroco sucedeu o Renascimento, abrangendo do final do século XVI ao final

do século XVIII, estendendo-se a todas as manifestações

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culturais e artísticas europeias e latino-americanas. O momento final do Barroco,

o Rococó é considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a

decadência do movimento. No Brasil, o Rococó é uma característica marcante nas obras

de Aleijadinho nas igrejas de algumas cidades mineiras como em Ouro Preto, Mariana e

Congonhas.

Não há um consenso quanto a origem da palavra Barroco. A mais aceita diz que o termo

deriva da palavra Barróquia, nome de uma região da Índia, grande produtora de uma

pérola de superfície irregular e áspera com manchas escuras, conhecida pelos

portugueses como barroco. Aproximando-se assim do estilo, que segundo os clássicos

era um estilo "irregular", "defeituoso", de "mau gosto".

Em sua estética, o barroco revela a busca da novidade e da surpresa; o gosto pela

dificuldade, pregando a ideia de que se nada é estável tudo deve ser decifrado; a

tendência ao artifício e ao engenho; a noção de que no inacabado reside o ideal supremo

de uma obra artística.

A literatura barroca se caracteriza pelo uso da linguagem dramática expressa no exagero

de figuras de linguagem, de hipérboles, metafóricos, anacolutos e antíteses.

A origem do barroco

Em Portugal, o Barroco, também chamado Seiscentismo (por ter sido estilo que teve

início no final do século XVI), tem como marco inicial a Unificação da Península

Ibérica sob o domínio espanhol em 1580, estendendo-se até por volta da primeira

metade do século XVIII, quando ocorre a fundação da Arcádia Lusitana, em 1756 e tem

início o Arcadismo.

O Barroco corresponde a um período de grande turbulência político-econômica, social,

e principalmente religiosa. A incerteza e a crise tomam conta da vida portuguesa. Fatos

importantes como: o término do Ciclo das Grandes Navegações, a Reforma Protestante,

liderada por Lutero (na Alemanha) e Calvino (na França) e o Movimento Católico de

Contra-Reforma, marcam o contexto histórico do período e colaboram com a criação do

"Mito do Sebastianismo", crença segundo a qual D. Sebastião, rei de Portugal (aquele a

quem Camões dedicou Os Lusíadas), não havia morrido, em 1578, na Batalha de

Alcácer Quibir, mas que estava apenas "encoberto" e que voltaria para

transformar Portugal no Quinto Império de que falam as Escrituras Sagradas.

O marco inicial do Barroco brasileiro é o poema épico, Prosopopeia de Bento Teixeira

(1601). Há dúvidas quanto à origem do poeta, estudos literários recentes afirmam que

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ele nasceu em Portugal, porém viveu grande parte de sua vida no Brasil, em

Pernambuco.

Características

As principais características barrocas são:

Dualismo: O Barroco é a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificação

do bifrontismo (o homem dividido entre a herança religiosa e mística medieval e o

espírito humanista, racionalista do Renascimento). É a expressão do contraste

entre as grandes forças reguladoras da existência humana: fé x razão; corpo x

alma; Deus x Diabo; vida x morte, etc. Esse contraste será visível em toda a

produção barroca, é frequente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e de

conceitos. Mas o artista barroco não deseja apenas expor os contrários, ele quer

conciliá-los, integrá-los. Daí ser frequente o uso de figuras de linguagem que

buscam essa unidade, essa fusão.

Fugacidade: De acordo com a concepção barroca, no mundo tudo é passageiro e

instável, as pessoas, as coisas mudam, o mundo muda. O autor barroco tem a

consciência do caráter efêmero da existência.

Pessimismo: Essa consciência da transitoriedade da vida conduz frequentemente à

ideia de morte, tida como a expressão máxima da fugacidade da vida. A incerteza

da vida e o medo da morte fazem da arte barroca uma arte pessimista, marcada

por um desencantamento com o próprio homem e com o mundo.

Feísmo: No Barroco encontramos uma atração por cenas trágicas, por aspectos

cruéis, dolorosos e grotescos. As imagens frequentemente são deformadas pelo

exagero de detalhes. Há nesse momento uma ruptura com a harmonia, com o

equilíbrio e a sobriedade clássica.

Cultismo: jogo de palavras, o uso culto da língua, predominando inversões

sintáticas.

Conceptismo: jogo de raciocínio e de retórica que visa melhor explicar o conflito

dos opostos.

Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos

estilísticos, figuras de linguagem e

sintaxe, hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos.

Literatura moralista, já que era usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e

a religião.

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Antropocentrismo x Teocentrismo (homem X Deus, carne X espírito).

Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pagão e

a fé religiosa.

Barroco no Brasil

O poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira, publicado em 1601, apesar de

considerado um documento de pouco valor literário, é indicado como o início do

Barroco na Literatura Brasileira. E também é considerado uma cópia mal elaborada

de Os Lusíadas de Camões

Autores representativos brasileiros:

Gregório de Matos, representando a vértice cultista do barroco;

Poesia religiosa - Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado

diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.

Bento Teixeira Pinto

Manuel Botelho de Oliveira

Padre Antônio Vieira

Frei Manuel de Santa Maria Itaparica

E Portugueses

Padre Antônio Vieira, representando a vértice conceptista do Barroco.

Adiante falaremos de Gregório de Mattos Guerra, à medida que houver alguma questão

se referindo a ele. Aguarde! Só mencionei-o aqui para você perceber a sua

nacionalidade.

Gregório de Matos

Advogado

Gregório de Matos Guerra, alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um

advogado e poeta do Brasil colônia. Wikipédia

Nascimento: 7 de abril de 1636, Salvador, Bahia

Falecimento: 26 de novembro de 1696, Recife, Pernambuco

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Educação: Universidade de Coimbra

Cônjuge: Maria dos Povos (desde 1691)

Toda vez que eu coloco informações a respeito dos autores e suas obras, às

vezes citando-as ou colocando parte delas, é porque quero acudi-lo das inúmeras

surpresas a que estamos submetidos nas provas, tendo a certeza que será necessário para

formação de seus conhecimentos para enfrentar as provas que virão pela frente. Sua

formação é necessária para não ficar intimidado na hora de fazer os certames. O aluno

nem sempre sabe o que é mais importante saber para a prova, entretanto, o professor

zeloso procura colocar ali o conteúdo, sempre prevenindo surpresas que comumente

estão nos vestibulares e concursos. Fique ligado!

QUESTÃO 121 - ENEM 2011 – Na canção de Geraldo Vandré tem-se a manifestação

da função poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da

mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,

entretanto, percebe-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva,

por meio da qual o emissor imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus

sentimentos.

É muito importante prestarmos atenção nos enunciados das questões porque

eles trazem importantes definições ou informações a respeito de assuntos que nos

esclarecem outras teorias, e que podem responder outras questões da prova.

Perceba que a função poética da linguagem está muito bem explicada no

enunciado e ele aproveita para pedir que o aluno detecte a função emotiva ou expressiva

nas alternativas da questão.

Apesar de já ter destacado as funções da linguagem na questão anterior vou

repeti-la aqui para você entender que tem coisa que tem que memorizar, não adianta

chorar, tem que decorar – vou rimar para você não esquecer de memorizar, rsrs!

Função poética da linguagem

A função poética da linguagem, um dos seis elementos da comunicação

prescritos pelo linguista russo Roman Jakobson, tem como principal característica a

emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora, encontrada

predominantemente na linguagem literária, sobretudo na poesia.

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O centro de interesse da comunicação na função poética é o próprio texto e,

por isso, alguns recursos são utilizados para chamar a atenção do destinatário para a

mensagem. Forma e conteúdo ganham um novo arranjo para provocar no leitor o prazer

estético. Recursos como efeitos sonoros e rítmicos, além do uso das diversas figuras

de linguagem, colaboram na tentativa de deslocar a mensagem de uma estrutura

convencional que tolhe a criatividade artística. Observe alguns exemplos em que a

função poética da linguagem é predominante:

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

Com intenção de incorporar à arte as estruturas matemáticas geométricas, os poetas

concretistas subverteram a forma do poema

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Convite

Poesia

é brincar com palavras

como se brinca

com bola, papagaio, pião.

Só que

bola, papagaio, pião

de tanto brincar

se gastam.

As palavras não:

quanto mais se brinca

com elas

mais novas ficam.

Como a água do rio

que é água sempre nova.

Como cada dia

que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

José Paulo Paes

Capaz de conferir enorme expressividade aos textos, a função poética da linguagem

não está restrita aos textos literários e aos poemas: é muito utilizada na

publicidade, na música e em provérbios. Dessa forma, é importante ressaltar que nem

sempre a linguagem literária apresenta o predomínio dessa função.

Funções da Linguagem

Para que serve a linguagem?

Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas

do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar

o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz.

Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que

ela funciona?

A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em funções ou finalidades básicas.

Veja a seguir:

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1) Função Referencial ou Denotativa

Palavra-chave: referente

Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados

concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal,

do discurso científico e de qualquer exposição de conceitos. Coloca em evidência o

referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. É um texto informativo.

Exemplo:

Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma

maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este

texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função

referencial).

2) Função Expressiva ou Emotiva

Palavra-chave: emissor

Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos

indicadores da função emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns

sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de exclamação.

Exemplos:

a) Ah, que coisa boa!

b) Tenho um pouco de

medo...

c) Nós te amamos!

3) Função Apelativa ou Conativa

Palavra-chave: receptor

Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo

de algo ou dar-lhe ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de

tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. É a linguagem usada

nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Exemplos:

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a) Você já tomou banho?

b) Mãe, vem cá!

c) Não perca esta

promoção!

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra A.

QUESTÃO 122 - ENEM 2011 – a questão dos moradores de lugares propensos a

catástrofes é um dilema importante para ser discutido socialmente. A desorganização da

formação das cidades brasileiras tem múltiplas causas e uma delas é o descaso dos

políticas e dos administradores das cidades que, por uma questão clientelista de voto de

cabresto, não fiscaliza a ocupação das terras próximas às cidades, porque a fiscalização

responsável vai criar problemas eleitoreiros para estes maus administradores e, para que

a bagunça possa continuar sem nenhum controle social, eles não criam um plano diretor

de desenvolvimento para a cidade. Outra causa importante que merece ser comentada é

a de que, antes de as pessoas fazerem suas casas em lugares impróprios, deveriam

pensar nos riscos a que estão expondo a sua família e também o capital que estão

investindo nas construções. Entretanto, as construções continuam acontecendo sem que

as autoridades tomem qualquer providência para evitá-las, ou por questões eleitoreiras

ou porque o Estado brasileiro ainda não responsabilizou os administradores públicos por

sua má gestão dos negócios públicos. Afinal, a responsabilização ou accontability já faz

parte do direito administrativo, que é o direito que pune aqueles que trabalham no

serviço público e que não cumprem as responsabilidades inerentes aos cargos ocupados.

Como fonte de informação ao leitor deste texto, quero salientar a você que, o cidadão

brasileiro pode e deve denunciar ao Ministério Público a má administração feita por

prefeitos e governadores ou qualquer pessoa que trabalha na administração pública, pela

má condução dos negócios públicos. Para denunciar você deve procurar o Ministério

público da sua cidade, levando seu título eleitoral e fazer a sua denúncia. Pode

também entrar com ação popular contra tais administradores públicos que responderão

por seus atos administrativa - civil e criminalmente.

Não podemos nos esquecer das políticas públicas já batidas de tanto

comentadas nas aulas anteriores. Os direitos e garantias individuais do cidadão

brasileiro não podem ser esquecidos e cabe aos políticos a implementação destas

políticas públicas para atender preventivamente os direitos dos cidadãos. No que se

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refere à prevenção à população de estar em lugar perigoso, cabe a fiscalização desses

espaços e não permitir que pessoas construam casas em tais lugares. Bem que nós,

sociedade, também temos o dever de denunciar tais construções ao órgão responsável

pela fiscalização. Não podemos culpar somente os administradores das mazelas sociais,

porque há muitos aproveitadores que se instalam em lugares proibidos pela legislação

para depois receberem do governo indenizações – e o pior é que vão se instalar

novamente nos lugares proibidos para receber mais dinheiro público. Você já observou

como existem construções ilegais nas margens das rodovias federais e estaduais! Então,

todos sabemos que é proibido, porque existem construções feitas nestas condições?

Também precisamos pensar nos grileiros ou outros aproveitadores que invadem terras

privadas e públicas para depois receber dinheiro público. O assunto é polêmico e precisa

que o aluno esteja atento para não vitimizar apenas o cidadão brasileiro, que nem

sempre é pobre e desfavorecido, culpando somente o administrador público. O mesmo

não pode ocorrer defendendo o administrador público e culpando os infratores. Fique

alerta para ter ideias capazes de discernimento suficiente para culpar os culpados e

desculpar os que não têm culpa, não tomando partido dos pobres somente porque são

pobres, porque cada um de nós sabe que, quando construímos casas nas margens dos

rios, como são construídas nas cidades brasileiras, as nossas casas estão ocupando o

lugar da água passar e ela as invadirá e o prejuízo será certo. Então como culpar

somente o governo e arrancar dele o nosso dinheiro público tão necessário para a saúde,

educação, segurança.

Nesta questão todos os atores acima devem levar a culpa, o único que não

pode levá-la é a natureza e Deus, rsrs!

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra C.

QUESTÃO 123 - ENEM 2011 – a alternativa correta é aquela que diz: “Se nada nos

define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações

cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade para a identidade nacional”. O

texto ressalta a importância da língua para a construção da identidade nacional. Como

afirmei numa das questões anteriores, a língua de um país é o seu maior patrimônio,

pois ela identifica um povo, e é por meio dela que as pessoas se interagem no mundo

artístico, científico, literário e expressa sua cultura, seus valores, sua religiosidade. Ou

seja, é por meio da língua que um povo se interage, se comunica: não há povo sem

diálogo.

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Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra B.

QUESTÃO 124 - ENEM 2011 – a comunicação é a maior arma da atualidade na

estratégia para alcançar objetivos. As empresas utilizam os meios de comunicação para

atingir sua meta maior, permanecer no mercado como empresa sólida e digna de

confiança. Para atingir seus objetivos utiliza o marketing nas mais diversas mídias para

interagir e dialogar com o seu consumidor final. O uso da mídia na atualidade tem por

objetivo utilizar todos os recursos necessários para atingir seu alvo, para tanto, utiliza os

recursos visuais, arte-gráficos, sonoros. O exemplo acima nos ensina a ver o indivíduo

com um corpo deformado pela má alimentação e induz o consumidor a mudar o tipo de

alimentação porque a saúde das pessoas e o corpo esteticamente magro é uma das forma

de escravidão na Era Contemporânea: a corpolatria, que já foi questão do Enem.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra D.

QUESTÃO 125 - ENEM 2011 – a alternativa correta é a que diz “o jogo de palavras

entre “acordar” e “dormir”, o que relativiza o problema do leitor em relação ao dos

necessitados”. Observamos o jogo de palavras como forma de persuadir o leitor a

encampar a campanha publicitária em favor dos necessitados e compartilhar para a

aquisição e cobertores e comida.

Se a linguagem é persuasiva o autor utilizou qual figura de linguagem para atingir seu

objetivo de persuasão? Já se esqueceu, então é hora de relembrar!

Função Apelativa ou Conativa

E voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em propagandas

A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar

sua atenção, o contexto torna-se a parte mais importante da mensagem. Geralmente,

usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou

expressões no imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece

comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de

autoajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no interlocutor, há um uso

explícito de argumentos que fazem parte de seu universo.

Exemplo: "Beba Coca-Cola"

Exemplo: "Vem pra caixa você também, vem!"

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra E.

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QUESTÃO 126 - ENEM 2011 – que tal colocar o Conar para fiscalizar o que dizem os

políticos, seja em campanha eleitoral ou quando eleitos rsrs! Nada nem ninguém

consegue calar a boca dos políticos e suas promessas vazias de verdades. Então vamos

ao que interessa de fato. Se as campanhas publicitárias já dizem tantas inverdades ou

meias verdades com a fiscalização e punição do Conar, imagina sem esta fiscalização!

Aliás, o governo federal, a partir da década de 90 tem trabalhado para criar órgãos

(agências reguladoras) com a função de normatizar e fiscalizar a atuação dos setores de

negócios, como exemplos temos a ANATEL, ANEEL, ANAC, ANS e tantas outras.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra D.

QUESTÃO 127 - ENEM 2011 – “qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça

publicitária pode fazer uma reclamação ao CONAR. Ele analisa cuidadosamente todas

as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição”.

O texto acima nos dá como resposta a alternativa A, cuja informação é a seguinte

“informar os consumidores em geral sobre a atuação do CONAR.”

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra A.

QUESTÃO 128 - ENEM 2011 – a única alternativa que vai ao encontro do texto é a

letra C. Eu fiz questão de colocar que a “alternativa vai ao encontro” para explicar uma

pegadinha clássica nas provas, que tenta confundir o aluno com a possibilidade de trocá-

la por “vai de encontro”. Lembre-se que ir ao encontro = a ir encontrar = uma

congruência de atitudes. Exemplo: as pessoas foram ao encontro das vítimas = foram

encontrar as vítimas. Contudo, ir de encontro = ir contrariamente = ir chocar-se, há uma

incongruência de atitudes. Exemplo: os carros foram de encontro um ao outro = os

carros se chocaram. Outro exemplo: as promessas dos dois candidatos são contrárias às

minhas = diferentes: vão de encontro às minhas ideias. Se fossem ao encontro, seriam

iguais às minhas.

Já explicamos nesta e nas aulas anteriores que a língua falada num mesmo país diverge

em regiões variadas, ou seja, mesmo num país tão pequeno em extensão territorial como

Portugal ocorrem variações na língua. Imagine no Brasil, que tem dimensões

continentais. É só observar o português falado nas cinco regiões brasileiras. Dentro de

um único Estado ocorre varações, imagine num país inteiro.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra C.

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QUESTÃO 129 - ENEM 2011 – o uso dos pronomes é muito cobrado em provas de

vestibulares, Enem e concursos. É muito grave utilizar o pronome de forma incorreta.

Claro que você já viu muita gente que se considera importante ou são consideradas

dizendo:

a) Nós se sentimos incomodados;

b) Eu se senti prejudicado;

c) Nós se sentimos injustiçados.

É muito ruim de ouvir frases mal faladas como estas. Para evitar de errarmos a

colocação de pronomes em provas ou mesmo numa conversa informal, vamos inseri-los

abaixo, afinal, não é privilégio dos escritores falarem corretamente o seu idioma, mas

sim, questão de cidadania e respeito ao idioma falado no nosso País.

Pronomes Pessoais

Pronomes pessoais são aqueles que designam uma das três pessoas do discurso.

Exemplo: Eu fui ao cinema de táxi. (eu = 1ª pessoa do discurso)

Os pronomes pessoais são subdivididos em:

- do caso reto: função de sujeito na oração.

Nós saímos do shopping. (nós = sujeito)

- do caso oblíquo: função de complemento na frase.

Desculpem-me. (me = objeto)

Os pronomes oblíquos subdividem-se em:

- oblíquos átonos: nunca precedidos de preposição, são eles: me, te, se, o, a, lhe, nos,

vos, se, os, as, lhes.

Basta-me o teu amor.

- oblíquos tônicos: sempre precedidos de preposição:

Preposição: a, de, em, por etc.

Pronome: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas.

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Basta a mim o teu amor.

Pronomes Pessoais:

Número Pessoa Pronomes retos Pronomes oblíquos

Singular Primeira Eu Me, mim, comigo

Segunda Tu Te, ti, contigo

Terceira Ele/ela Se, si, consigo, o, a, lhe

Plural Primeira Nós Nos, conosco

Segunda Vós Vos, convosco

Terceira Eles/elas Se, si, consigo, os, as, lhes

Pronomes de Tratamento

Nos pronomes pessoais incluem-se os pronomes de tratamento.

Pronome de tratamento é aquele com que nos referimos às pessoas a quem se fala (de

maneira cerimoniosa), portanto segunda pessoa, mas a concordância gramatical deve ser

feita com a terceira pessoa.

Alguns pronomes de tratamento:

pronome de tratamento abreviatura referência

Vossa Alteza V.A. príncipes, duques

Vossa Eminência V.Emª. cardeais

Vossa Excelência V.Exª. altas autoridades em geral

Vossa Magnificência V.Magª. reitores de universidades

Vossa Reverendíssima V.Revma sacerdotes em geral

Vossa Santidade V.S. papas

Vossa Senhoria V.Sª. funcionários graduados

Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

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Emprego dos pronomes pessoais:

- conosco e convosco: são utilizados na forma sintética, exceto se vierem seguidos

de: outros, todos, mesmos.

Queriam falar conosco.

Queriam falar com nós mesmos.

Queriam falar com elas mesmas.

Elas queriam falar consigo mesmas.

- o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –r, -s, -z, assumem a

forma lo, la, los, las,e os verbos perdem aquelas terminações.

Vou pô-lo a par do assunto. (pôr + o).

Pô-lo-ei a par do assunto.

- o, a, os, as, quando precedidos de verbos que terminam em –m, -ão, -õe, assumem a

forma no, na, nos, nas.

Fizeram-no calar.

- nós e vós podem ser empregados em lugar de eu e tu em situações de cerimônia ou,

no caso de nós, por modéstia.

Nós, disse o papa, seguiremos os mesmos passos de nossos antecessores.

Vós sois sábio.

- vossa e sua: vossa cabe à pessoa com quem se fala; sua cabe à pessoa de quem se

fala.

Vossa Excelência queira tomar a palavra. (falando com ou para uma autoridade)

Sua Excelência não compareceu. (falando de uma autoridade).

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- você e os demais pronomes de tratamento comportam-se gramaticalmente como

pronomes da terceira pessoa.

Você chegou atrasado para o jantar!

Por Marina Cabral

Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra B.

QUESTÃO 130 - ENEM 2011 – nas questões anteriores, por mais de uma vez,

mencionamos a existência de variações na língua portuguesa falada neste País

continental. Os nomes das coisas variam muito de região para região. Por exemplo: o

mingau de milho verde no Espírito Santo é chamado de Mingau de milho verde; em

Brasília é chamado de curau; no Piauí é chamado de canjica. Enquanto canjica no

Espírito Santo é o milho inteiro cozido com leite e outros ingredientes, também

chamado de canjicão em muitos lugares.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra A:” existem variedades

regionais para nomear uma mesma espécie de planta.

QUESTÃO 131 - ENEM 2011 – incorporar novas palavras é bom porque aumenta a

quantidade delas no léxico de uma língua. Mas por detrás desta comodidade e da

possibilidade de denominarmos uma coisa, produto, elemento, estamos sendo

catequisados por outra forma de dominação, que é a dominação lexical de uma outra

língua. Eu quero dizer com isso que o maior patrimônio de uma nação é a sua língua.

Quando há interferência na língua de um país há também uma certa dominação por

parte do agente desta interferência. Quando inserimos no nosso idioma as palavras

usadas no mundo das novas tecnologias digitais e das comunicações, na verdade

estamos sofrendo interferência no nosso modo de ver as coisa e de pensá-las, e com

isso, estamos influenciados pela língua inglesa, que é de onde vêm tais denominações.

Quando o índio Guarani não incorpora as palavras inglesas em sua língua, na verdade

ele está preservando-a e a si mesmo de sofrer uma dominação que crescerá à medida

que houver evolução no mundo da tecnologia e das comunicações, que hoje está

globalizada.

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Esta questão seria um bom tema para uma redação do Enem. Certamente muita gente

boa não saberia dissertar a respeito desse assunto. É importante você ficar antenado para

tal tema.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra C.

QUESTÃO 132 - ENEM 2011 – a luta entre os gramáticos e a linguagem popular

informal existe há muito tempo. Entretanto, nos últimos tempos, tal disputa está

arrefecendo diante de tantas mudanças na língua falada com estudiosos contra e a favor

da flexibilização do português falado no Brasil. Claro que não chegaremos a um acordo

porque a preservação do português falado em Portugal é defendida por alguns, enquanto

outros, já assimilaram a linguagem popular recheada de gírias que afeta positivamente a

construção e alargamento do nosso léxico.

Esta é mais uma questão com tema batidíssimo nos Enem de 2009, 2010 e 2011. Será

que você vai dar mole em questões batidas como essa e deixar seu concorrente passar

você. Hum! Fique ligado mano! Vai vacilar.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra B .

QUESTÃO 133 - ENEM 2011 – mais uma vez vou citar o Manual de Redação da

Presidência da República que nos ensina que os textos devem ser claros, objetivos,

concisos e precisos. Vou ainda me reportar às aulas anteriores nas quais fiz correções de

redações e explicitei a importância desta informação para o aluno.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra E.

QUESTÃO 134 - ENEM 2011 – atualmente um dos problemas da sociedade urbana é

o uso excessivo de máquinas colocadas em ambientes inadequados para a saúde do

trabalhador. Esse tema é conhecido como higiene e saúde do trabalho. Uma das

preocupações dos órgãos de saúde é com o alto índice de trabalhadores que contraem

esta doença (Lesão por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Ósteo -musculares

Relacionados ao Trabalho(DORT)), própria da Era em que as máquinas tomaram conta

das indústrias e com elas vieram tais problemas de saúde.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra E.

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QUESTÃO 135 - ENEM 2011 – outro tema bastante batido nas questões do Enem dos

anos 2009, 2010 e 2011. A tecnologia digital trouxe profundas transformações nas

relações humanas. As pessoas buscam cada vez mais ficar em frente a este aparato

tecnológico, como se bestificado, preferindo as máquinas às pessoas, e como isso, fica

cada vez mais solitário e depressivo, propensas às doenças da Era Contemporânea que

são a depressão, a síndrome do pânico, o vício pelas novas tecnologias – que hoje é caso

de internação para se libertarem de tais vícios, e outras que assolam a sociedade. Nesse

contexto, as reportagens tão divulgada nos atuais meios de comunicação, juntamente

com as escolas, precisam disseminar informações que educam as pessoas a usarem os

meios digitais com o devido cuidado para evitar o aumento no número de pessoas

dependentes da tecnologia digital. Já comentamos que a Rede Record lançou no

programa Domingo Espetacular, transmitido aos domingos à noite, uma reportagem que

trata das pessoas dependentes de tecnologias digitais e que precisam ser internadas para

tratamento e libertação de tais compulsividades. Se você tem esse problema é melhor se

preocupar porque isso já é caracterizado como doença digital. Prefira sempre os

contatos pessoais aos contatos virtuais. Lembre-se de que precisamos conviver com as

pessoas não apenas para fazer negócios, mas para dialogar, interagir com elas e, com

isso, criar um vínculo social capaz de melhorar a convivência com as pessoas e com

você mesmo, melhorando assim, a sua qualidade de vida. Afinal o ser humano precisa

se contactar com os seus semelhantes.

Diante do exposto acima a alternativa correta é a letra A.

"Nada revela tanto o caráter de uma pessoa quanto as coisas que a fazem rir."

Johann Wolfgang Van Goethe

Você precisa se preocupar com o que está rindo

ultimamente. As redes de televisão estão transmitindo

programas que ultrajam a moral, imagem e bom nome

das pessoas de bem com o intuito de fazer graça nos

telespectadores e ganhar audiência. Estes programas

são pura maldade com muita gente que nada tem a ver

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com o propósito do humor negro imposto por tais programas. A piedade é um dos dons

de Deus. Cuidado! Em vez de rir, seria o caso de protestar contra atos que vão de

encontro com o que comanda a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Deus, as quais

temos que respeitar. Se fosse com você, também acharia graça? Então não queira para

as pessoas o que não quer para você. Por isso, cuidado com o que está fazendo você rir.

Pratique a piedade, a compaixão, a misericórdia, o perdão para com o seu próximo, e

quando precisar deles Deus os providenciará para ti.

Amar o teu próximo como a ti mesmo

"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo

o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o

segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro

mandamento maior do que estes." (Marcos 12:30-31).

A Palavra do Senhor nos diz em Marcos capitulo 12 e versículo 28, que se aproximou

de Jesus um dos escribas perguntando-lhe qual era o primeiro de todos os

mandamentos. E a Palavra do Senhor nos afirma que Jesus respondeu-lhe que Deus é o

único Senhor. Jesus também disse que devemos amar a Deus de todo o nosso coração,

de toda a nossa alma, de todo o nosso entendimento e de todas as nossas forças. Jesus

respondeu a aquele escriba a pergunta que ele lhe fizera a respeito de qual era o

primeiro de todos os mandamentos quando disse que amar a Deus de todo o coração era

o primeiro mandamento. E prossegue dizendo que o segundo mandamento semelhante

ao primeiro, é amar ao seu próximo como a si mesmo. Assim Jesus conclui dizendo que

não há outro maior mandamento do que estes.

Por hoje é só.

Lembre-se que as graças de Deus estão pairadas no espaço sobre nós. Para

recebermos esta graça precisamos nos colocar debaixo delas e, para isso, é preciso

ouvir e praticar o evangelho de Jesus Cristo para aprender com Ele.

Que Deus te abençoe.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Concursos, Brasil: Editora gráfica;

Federal, Senado Federal brasileiro;

Federal, Câmara Federal brasileira;

Constituição Federal Brasileira,

Guia do Participante do Enem;

ALBUQUERQUE, Evaneide Nóbrega. Os 10 pecados da redação. Revista Língua

Portuguesa: Especial Redação. São Paulo, Ed. 5, p. 24-29, agosto 2011. (com

adaptações.).