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João Fortini Albano 1. EVOLUÇÃO DAS VIAS: uma visão geral Sistema Viário Via Ruas, avenidas, passeios, estradas, hidrovias, ferrovias, rotas aéreas, etc. Veículo Automóvel, ônibus, caminhão, moto, bicicleta, navio, avião, trem, etc. Usuário Pedestre, motorista, passageiro, ciclista, etc. Meio ambiente Chuva, sol, neblina, vento, fumaça, poluição, ruído, congestionamentos, etc. Trânsito É o conjunto de todos os deslocamentos diários feitos sobre o sistema viário implantado que se configura na forma de uma movimentação geral de pedestres e veículos. Todos esses deslocamentos representam a “vida” das cidades e do meio rural. O trânsito não é só um problema técnico. É também uma questão social e política, pois envolve toda população e suas complexas características e relações tais como a idade das pessoas, o trabalho, a renda, o lazer, a moradia e a classe social, entre outras.

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João Fortini Albano

11.. EEVVOOLLUUÇÇÃÃOO DDAASS VVIIAASS:: uummaa vviissããoo ggeerraall Sistema Viário

Via Ruas, avenidas, passeios, estradas, hidrovias, ferrovias, rotas aéreas, etc.

Veículo Automóvel, ônibus, caminhão, moto, bicicleta, navio, avião, trem, etc.

Usuário Pedestre, motorista, passageiro, ciclista, etc.

Meio ambiente Chuva, sol, neblina, vento, fumaça, poluição, ruído, congestionamentos, etc.

Trânsito

É o conjunto de todos os deslocamentos diários feitos sobre o sistema viário implantado que se configura na forma de uma movimentação geral de pedestres e veículos. Todos esses deslocamentos representam a “vida” das cidades e do meio rural. O trânsito não é só um problema técnico. É também uma questão social e política, pois envolve toda população e suas complexas características e relações tais como a idade das pessoas, o trabalho, a renda, o lazer, a moradia e a classe social, entre outras.

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A infra-estrutura de transportes é um pré-requisito do desenvolvimento. Esforços para aumentar a produção agrícola requerem a disponibilidade oportuna de sementes, fertilizantes e outros insumos. Produtores precisam de acesso garantido aos mercados consumidores. A expansão da indústria exige transporte eficiente de matérias primas e de produtos acabados. Exportações necessitam de instalações portuárias e acessos adequados. Transporte é uma atividade meio que viabiliza de forma econômica os deslocamentos para satisfação de necessidades coletivas ou pessoais. O maior benefício produzido por transportes é a mobilidade.

Passado:

No Mundo Durante milênios, o homem só dispunha, para se deslocar e transportar quaisquer objetos, dos meios físicos que sua natureza fornecia. Mais tarde começou a utilizar animais para carga, posteriormente inventou a roda, que permitiu o aparecimento das carretas primitivas. No século XVIII, com a invenção da máquina a vapor, apareceram os primeiros meios mecânicos de transporte: marítimos e ferroviários. Durante cerca de um século a ferrovia cresceu e se expandiu sem qualquer possibilidade de competição, habituando-se a uma condição de monopólio que a manteve como único meio “moderno” e eficiente de transporte até o aparecimento de veículos motores, no início do século XX. Cerca de 20 anos mais tarde o motor a explosão viria dar lugar ao aparecimento de outro meio de transporte, por via aérea.

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Para deslocamentos de passageiros e cargas é necessário uma infra-estrutura adequada:

• Canais • Linhas • Vias: Náuticas

Aéreas Dutos Estradas: Ferrovias Rodovias Ruas e avenidas

As rodovias, devido ao pequeno investimento inicial, destacam-se por atingirem um maior número de usuários e promovem um retorno mais rápido do investimento público. Já nasce integrada a outras atividades por ser uma via permanente de uso universal entregue ao público. Necessita menor especialização e menores investimentos em terminais, embora à custa de operações caras. A primeira estrada “pavimentada” do mundo foi construída no Egito, cerca de 2500 AC, para as obras das Grandes Pirâmides.

Entre os anos 300 AC e 200 DC os romanos “aprimoraram-se” na construção de estradas com finalidades militares e comerciais por toda Europa e Bretanha. As primeiras restrições devidas ao trânsito parecem ter sido formuladas por Júlio Cezar que proibiu o tráfego de veículos com rodas no centro da Roma Antiga. Na época também havia ruas de mão única e estacionamentos para carroças.

Nos EUA, as primeiras estradas foram construídas sobre trilhas indígenas na Califórnia e Novo México. As primeiras ferrovias também seguiam as trilhas dos índios.

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No ano de 1600 havia uma estrada que saía da Cidade do México para o interior que possuía uma linha divisória central colorida com a finalidade de separar os fluxos de tráfego. No século XVIII, com a invenção da máquina a vapor, apareceram os primeiros meios mecânicos de transporte. O barco à vela foi substituído pelo vapor e, por terra, inicia o transporte ferroviário.

Em 1775, na França, o eng. Pierre Trésaguet reconhece a importância dos serviços de manutenção rodoviária. Na mesma época, na Inglaterra, John Metcalf foi o primeiro eng. a projetar rodovias considerando a necessidade de um adequado sistema de drenagem.

No início do século 19, foi introduzida nos EUA a pavimentação com camadas de materiais granulares “britados” (John L. McAdam e Thomas Telford). Em 1868 surgiu em Londres o primeiro semáforo que se tem notícia com as cores vermelho e verde. Dois anos mais tarde, já se registravam em Londres 460.000 carruagens. Neste ano, ocorreram muitos acidentes. Os registros indicam 3200 feridos e 237 mortos. A partir de 1910, com a fabricação do veículo automotor, desenvolveram-se rapidamente técnicas construtivas de estradas. Mais tarde dissemina-se o uso de cimento portland e asfalto como materiais de construção.

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No Brasil No Brasil, registros históricos dão conta da viagem de Aleixo Garcia em 1524, desde Patos em Santa Catarina, cruzando o atual Paraná, rumo às “fabulosas” riquezas do Império Inca. A expedição utilizou uma trilha bem demarcada até a confluência do rio Paraguai com o rio Pilcomayio (hoje Assunção). Esta trilha indígena era conhecida como Peabiru. ″Não era uma mera vereda na mata: era quase uma estrada - larga de oito palmos (1,60 m), com mais de 200 léguas (1.200 km) de comprido″.

O Peabiru, parece ter sido a primeira estrada brasileira.

Têm-se informações que o Peabiru ficou contido pela região do Chaco não havendo a sonhada interconexão com a rede viária construída pelos Incas, com “estradas pavimentadas, pontes-pênsil, pedágio e postos de inspeção”.

Em 1674, com o desbravador Fernão Dias, criou-se um “caminho provisório” para a posterior construção da estrada União – Indústria, ligando Minas com o Rio de Janeiro, inaugurada em 1861.

Destaca-se o ano de 1937 com a criação do DNER e do DAER/RS Em 1950 o Brasil contava com uma rede de 968km de rodovias federais pavimentadas: Escolas de Traçado: Clássica (retas) e Moderna (curvas). Em 1965, o arquiteto português Artur Diniz Raposo, recomendou a regularização das superfícies recém acabadas como preparação para o plantio de cobertura vegetal, particularmente nos taludes de corte e aterro. Preconizou a

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remoção de detritos e pavimentos abandonados, a recuperação de zonas de empréstimos e bota foras e a reconstrução ou demolição de edificações desapropriadas ao longo das rodovias. Estas questões deram início a maiores cuidados com a inserção das rodovias com a paisagem rural e uma atitude de preservação ambiental. Cronologicamente os fatos que tiveram maior destaque no cenário nacional podem ser listados: Século XVI - Caminho do Peabiru. Partindo do planalto catarinense, atingia o Rio Paraná, na altura da extinta Sete Quedas;

Século XVII - Caminho Velho. Do Rio de Janeiro a Parati, daí a Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, às roças de Garcia Rodrigues, afinal ao Rio das Velhas. Exigia trinta dias de viagem;

Século XVIII - Caminho Novo. Do Rio de Janeiro a Irajá, ao engenho do alcaide-mor Tomé Correia, ao Porto do Nóbrega (no rio Iguaçu) até o sítio de Manuel do Couto (em Minas Gerais);

1731 - “Primeira Estrada Gaúcha” Caminho de Viamão (Caminho das Tropas). Inicialmente chamado Caminho da Mata, a ligação entre a cidade de Viamão (Rio Grande do Sul), passando pela região dos Campos Gerais (Paraná), até atingir a cidade de Sorocaba (São Paulo);

1856 - 12 de março, Decreto N.º1.733 autoriza a primeira concessão de transportes urbanos que se locomovem por meio de animais sobre trilhos de ferro no Rio de Janeiro;

1868 - 9 de outubro, inaugurada no Rio de Janeiro a primeira linha de bonde no Brasil, eram puxados por tração animal;

1891 - Henrique Santos Dumont (irmão de Alberto) trouxe de Paris o 1º carro a circular no país, em São Paulo. Peugeot com motor Daimler de patente alemã;

1894 - 12 de maio, inaugurado o primeiro bonde elétrico, na cidade do Rio de Janeiro;

1897 - No Rio de Janeiro o abolicionista José do Patrocínio, saia pelas ruas dirigindo um veículo a vapor, importado da França;

1900 - Em Petrópolis, Rio de Janeiro, Fernando Guerra Duval, dirige o primeiro carro de motor a explosão, um Decauville de 6 cavalos, movido a benzina;

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1903 - Em São Paulo, Francisco Matarazzo, licenciava o primeiro automóvel no Brasil. - Francisco Fido Fontana traz o primeiro automóvel para Curitiba;

1910 - Decreto n.º 8.324 aprova o regulamento para o serviço subvencionado de transportes de passageiros ou mercadorias por meio de automóveis industriais, ligando dois ou mais Estados da União ou dentro de um só estado;

1919 - Em 24 de Abril, a Ford Motor Company em Detroit (EUA) decide criar subsidiária no Brasil. Em 1º de Maio, início das atividades da Ford no Brasil. - Primeira sondagem oficial de petróleo, em Marechal Mallet, no Paraná, foi abandonada no ano seguinte;

1921 - Inauguração da linha de montagem (FORD) em SP. - 26 de dezembro, Lei n.º 1.835-C cria, na Diretoria de Obras Públicas, uma inspetoria de Estrada de Rodagem, estabelecendo normas para o estudo, construção e conservação, segurança e policiamento das estradas de rodagem ("Lei Magnifica");

1925 - Montagem Linha GM;

1928 - 24 de julho, Decreto n.º 18.323 cria a "Polícia de Estradas" e define as regras de trânsito rodoviário da época;

1930 - "GOVERNAR É ABRIR ESTRADAS". Frase do presidente Washington Luiz Pereira de Souza.- A partir de 1930, as placas de trânsito começaram e ser implantadas no Brasil;

1938 - Decreto-lei n.º 395, de 29 de abril, Getúlio Vargas criou o Conselho Nacional de Petróleo – CNP. - 15 de dezembro, o interventor federal do Estado Sr. Manoel Ribas, criou o Departamento do Serviço de Trânsito (DST) - atual DETRAN/PR, ligado a Polícia Civil;

1939 - Início da construção da rodovia que liga Rio - Bahia (BR-393/BR-116), foi a primeira estrada brasileira de longo percurso e a primeira via efetiva de integração nacional;

1941 - 28 de janeiro, Decreto-lei n.º 2.994 institui o primeiro Código Nacional de Trânsito.- 25 de setembro, Decreto-lei n.º 3.651 dá nova redação ao Código Nacional de Trânsito. Ficam criados o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, com sede no Distrito Federal e subordinado diretamente ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, e os Conselhos Regionais de Trânsito – CRT, nas capitais dos Estados, subordinados aos respectivos governos;

1950 - A Volkswagen começa a montar o VW Sedan, o popular "Fusca", com componentes importados da Alemanha;

1953 - Proibição da importação de veículos, reaberta mais tarde no Governo Collor. Em 3 de outubro, é criada a Petrobrás;

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1959 - Inaugurada a Fernão Dias (BR-381), ligando São Paulo a Belo Horizonte, estimava um volume de tráfego de 1.500 veículos por dia, atualmente, na região de Mairiporã, em São Paulo, transitam 21.000 veículos ao dia.- 3 de janeiro, o primeiro Sedã 1200 , o "Fusca", totalmente fabricado no Brasil.- Fundação da Karmann–Ghia no Brasil;

Década 60 - Produção de Veículos 100% Nacional;

1960 - No final de 1960, com a investida das fábricas japonesas no mercado internacional, as motocicletas voltaram a ter destaque no mercado brasileiro;

1961 - Construída a Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), trecho que liga São Paulo a Curitiba, foi projetada para receber 8.000 automóveis por dia. Hoje, comporta mais de 32.000 veículos, dos quais 25.000 são caminhões;

1962 - Aberta a Rodovia Belém-Brasília, possui 1.909 quilômetros, atravessa quatro estados: Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará e o Distrito Federal, englobando quatro rodovias federais: BR-153, BR-226, BR-010 e BR-316.- Inauguração da Fábrica da Toyota, em São Bernardo do Campo, SP;

1966 - 21 de setembro, Decreto-lei 5.108 institui o segundo Código Nacional de Trânsito;

1970 - A Rodovia Transamazônica (BR-230), com 5.600 quilômetros, ligando João Pessoa, no litoral Atlântico, à fronteira com o Peru, atravessando a floresta tropical, foi uma das obras faraônicas dos governos militares. Durante os anos 70, ônibus e caminhões percorreram esse caminho, atualmente está abandonada tornando-se intransitável em muitos trechos, na época de chuvas;

1975 - 11 de novembro, Decreto n.º 76.593, com o objetivo de criar uma fonte alternativa de energia, o governo federal cria o Programa Nacional do Álcool – PROÁLCOOL. Em 1990, com a retirada dos subsídios federais à produção do álcool, o programa recuou e as indústrias reduziram a fabricação de veículos a álcool;

1976 - Inauguração da FIAT, em Betim, Minas Gerais;

1979 - Início da produção de carros Fiat a álcool, o Fiat 147.- Crise mundial do petróleo, provoca uma crise econômica internacional;

1997 - 23 de setembro, Lei n.º 9.503 institui o atual Código de Trânsito Brasileiro;

1999 - O Brasil possui 436 rodovias transitáveis, sendo 150 rodovias federais.- Rodovias pavimentadas: 164.244 km (9.52%), - Rodovias não pavimentadas: 1.560.678 km (90.40%).

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Presente: O custo médio de implantação por km de uma rodovia de Classe I gira em torno de R$ 750.000,00.

Recursos que financiam a construção e a manutenção da rede viária existente:

Operações de crédito; Recursos orçamentários; Cide (contribuição de intervenção do desenvolvimento econômico); Taxas sobre gasolina, óleo diesel e pneus; Pedágio e,

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Multas (70% p/ programas de segurança e 30% em reaparelhamento da Polícia Rodoviária).

Existem cerca de 193 milhões de km de rodovias no mundo (1995).

Os EUA possuem a maior rede: mais de 6 milhões de km de rodovias e ruas.

Nos Estados Unidos: 700 automóveis para cada mil habitantes A menor rede viária do mundo pertence a Mônaco e tem uma extensão de 47 km.

O Brasil possui 1.724.930 km de rodovias. Destes 1,2 milhões são municipais. As rodovias federais totalizam 66.000 km (agosto/00) dos quais 58.000 são pavimentados. O Sistema Rodoviário Estadual está constituído por 187.000 km de rodovias sendo 87.000 pavimentadas (46,5%). No Brasil: taxa de cerca de dois passageiros por veículo.

A malha rodoviária do Rio Grande do Sul possui cerca de 150.000km dos quais 5.500 são Federais, 9.000 Estaduais e o restante são municipais. O Estado possui uma rede pavimentada de aproximadamente 5.500km. Rodovias pavimentadas no Brasil: 183.000 km (2005). O valor do patrimônio implantado é de 200 bilhões.

Hoje, cerca de 80 % de passageiros no mundo, deslocam-se por ruas e rodovias. Na América Latina 80% de passageiros e 60% de cargas deslocam-se sobre rodovias. No Brasil 96% dos passageiros são transportados por rodovias e 60,5% (2005) do volume de cargas são transportadas em rodovias;

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O trânsito de veículos é uma solução, mas é também um problema: acidentes, congestionamentos, ruído e poluição do ar. Existem conflitos entre os componentes do sistema. O maior problema (acidente) mata em média 33.000 pessoas por ano. Os feridos chegam a 400.000. Gasta-se anualmente no Brasil cerca de U$ 10 bilhões com acidentes (hospitais, recuperação de veículos, faltas ao trabalho, menor produtividade, etc.).

Rodovias como a Dutra tem um VDM de 250mil veículos/dia, a Via Anhanguera 180mil e a BR/116, Porto Alegre - Canoas 115 mil.

No final dos anos 90 criam-se maiores exigências de estudos de integração das rodovias com o meio ambiente.

A polêmica questão das Concessões e cobrança de Pedágio.

Futuro: Rodovias exclusivas, somente para veículos pesados estão

sendo testadas. Equipamentos eletrônicos de controle: velocidade,

contagem, pesagem, pedágio, internet, etc. ITS - Intelligence Transport System

Rodovias especiais constituídas por esteiras eletrônicas (sensores) estão sendo propostas. Os veículos seriam guiados por controle remoto desde o ingresso até a saída. A auto-estrada automática (Automated Highway System) permitirá formar uma espécie de comboio de diversos carros

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separados por uma determinada distância (cerca de 4 metros) entre si. Quando um motorista da fila quiser sair do comboio, basta pegar o volante e tomar outra via não magnetizada. O veículo de traz avançará e ocupará o espaço aberto. Os automóveis e caminhões trafegarão numa velocidade padrão (atualmente prevista em 100km/h) em fila, sem riscos de acidente. Com o tráfego controlado, as estradas poderão comportar de duas a três vezes mais o volume de veículos, sem risco de colisões ou prejuízos ao fluxo. (Gilberto Leal, Zero Hora, 12/09/1999).

Há um mercado potencial (no Brasil) de 60 milhões de

automóveis. Projeta-se para o ano de 2025 uma quantidade de 120 milhões de veículos.

Desde 2006, todos os veículos movidos a diesel produzidos

no Brasil saem de fábrica com motores gerenciados eletronicamente para economizar e poluir menos. Em média, os modelos eletrônicos custam 12 a 15% mais do que seus similares com motor mecânico.

Veículo a hidrogênio

Começou a circular em maio/2003, em Madri, o primeiro de um total de trinta ônibus desenvolvidos pela Daimler-Chrysler e Mercedes Benz movido a célula de combustível. Trata-se de um motor elétrico alimentado por hidrogênio, através de uma reação química. O H2 comprimido é armazenado na parte superior do veículo a uma pressão de 350 bar. O modelo tem capacidade para 70 passageiros, autonomia para 200 km e atinge uma velocidade máxima de 80 km/h. O veículo circula em fase experimental sem estimativa de preço de mercado. Os veículos movidos a H2 têm muitas vantagens, particularmente no tráfego urbano. Desenvolvem baixos níveis de ruído e possuem alto nível de conforto. O hidrogênio é o combustível dos sonhos dos ambientalistas e cientistas de todo mundo. O H2 é abundante e não deixa

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resíduos poluentes. De sua reação química, sobra apenas água. O que inibe o uso do H2 em substituição aos combustíveis fósseis é a dificuldade de armazenamento. No estado gasoso ele necessita ser altamente comprimido, a fim de possibilitar ao veículo uma autonomia compatível com os atuais. Para manter o H2 em estado líquido é necessário armazenamento sob temperaturas muito baixas, condição que inviabiliza o processo. No Brasil esta tecnologia vem sendo desenvolvida pelo Cietec – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, de São Paulo. Prevê-se a operação de oito ônibus para os próximos anos. Em 2000 a Ford anunciou investimentos de U$ 400 milhões no desenvolvimento de veículos movidos com célula de hidrogênio. Prevê-se uma produção limitada destes veículos após 2004. Em Detroit, capital da indústria automotiva americana, já existe um posto de abastecimento para veículos movidos a hidrogênio.

O desafio da tecnologia

“Para os próximos anos podemos esperar grande progresso no rendimento dos veículos, no atingimento de níveis cada vez maiores de proteção ao ambiente, na redução do peso próprio dos veículos, na maior segurança dos ocupantes e do trânsito. Por exemplo, motores diesel com níveis de contaminação atmosférica reduzida, bastante abaixo dos níveis legalmente exigidos, com o uso de novas tecnologias de injeção e de comando de válvulas; sistemas de transmissão mais simples e eficazes; sistemas elétricos em voltagem mais alta, permitindo maior eficiência e redução de peso; novos geradores de energia elétrica e motores de arranque integrados; sistemas eletrônicos de controle, de comunicação (conectividade) e de entretenimento; manufatura cada vez mais eficiente e confiável através de uma engenharia de manufatura mais aperfeiçoada”.

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(Eng. Fabio Eduardo Peake Braga, gerente geral da SAE do Brasil em entrevista ao jornal do IGEA, fevereiro de 2001. Instituto Gaúcho de Estudos Automotivos).

Veículo elétrico (bateria) Veículo híbrido Veículo a gás Estudos de traçado e maiores cuidados com a preservação

ambiental. Tecnologia: Carro elétrico brasileiro chega aos EUA por US$ 45 mil

O primeiro carro elétrico brasileiro deve chegar aos EUA a partir do final do próximo ano. Produzido no Rio de Janeiro, o Óbvio! custará entre US$ 45 e US$ 59 mil, nas versões básica e esportiva.

Além do carro elétrico, a empresa vai exportar a versão flex, que roda com álcool e gasolina, a preços entre US$ 14 e US$ 28 mil.

A Zero Air Pollution (ZAP), empresa da Califórnia que produz veículos elétricos, já fez encomendas de 50 mil veículos do modelo flex e outras 10 mil do elétrico, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

O minicarro Óbvio! tem espaço para três passageiros e pode percorrer 250 quilômetros com uma carga de cinco horas. Com meia hora de carregamento, a autonomia é de até 80 quilômetros.

A linha de montagem do veículo está sendo instalada na antiga Fábrica Nacional de Motores da Fiat. As máquinas serão importadas da Alemanha e até 4 mil funcionários devem ser contratados.

Ainda não há previsão de vendas do minicarro no Brasil.