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1 TJMS 1ª Fase

1ª Fase 32 - 10.03 … · RESUMINHO LEGITIMADOS ADI, ADC E ADPF: (retirado dos comentários do QConcursos) Três mesas: 1. Mesa do Senado; 2. Mesa da Câmara; 3. Mesa de Assembleia

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TJMS

1ª Fase

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DIA 32 – TERÇA-FEIRA – 10/03/2020

METAS

CONSTITUCIONAL:

Resolver as 15 questões da CONSULPLAN sobre Controle de Constitucionalidade e, depois, resolver 10 ou mais questões de outras bancas sobre Controle de Constitucionalidade em provas para Titular de Serviços de Notas e Registros (1h)

CIVIL:

Resolver as 7 questões da CONSULPLAN sobre Responsabilidade Civil e, depois, resolver mais 18 questões de outras bancas sobre Responsabilidade Civil (1h)

Após, ler do art. 887 ao 965 do Código Civil (1h)

REVISÕES

24H – Direito Notarial e Registral: questões da CONSULPLAN sobre Noções Fundamentais, Aspectos Gerais e a Lei n. 6.015/73 e Registro em Leis Especiais

24H – Direito Processual Civil: questões sobre Novo CPC em provas de outras bancas para Titular de Serviços de Notas e de Registro

7DIAS – Direito Administrativo: questões da CONSULPLAN sobre Atos Administrativos

30DIAS – Direito Processual Civil: questões sobre Novo CPC em provas da CONSULPLAN (10.02)

CONSTITUCIONAL COMO ESTUDAR?

Resolver as 15 questões da CONSULPLAN sobre Controle de Constitucionalidade e, depois, resolver 10 ou mais questões de outras bancas sobre Controle de Constitucionalidade em provas para Titular de Serviços de Notas e Registros (1h)

Acessar o site Qconcursos e colocar os seguintes filtros: o DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL; o ASSUNTO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE; o BANCA: CONSULPLAN.

Lembrar sempre de EXCLUIR AS QUESTÕES ANULADAS OU DESATUALIZADAS.

Após resolver as primeiras 15 questões, RETIRE O FILTRO DA BANCA, ADICIONE O FILTRO DO CARGO: TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTRO e resolva mais 18 questões.

Durante a resolução, inclua os dispositivos de lei que errou na folha de revisão do material Notarium, para futuras consultas.

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OBSERVAÇÕES

A matéria de hoje é uma das mais importantes do Direito Constitucional, sendo bastante cobrada em provas. Também é uma das mais difíceis, pois trabalha com grandes doses de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais. Ainda, envolve os ditames das Leis n. 9.868/99 (Lei da ADI, da ADC e da ADO), n. 9.882/99 (Lei da ADPF) e 11.417/06 (Lei da Súmula Vinculante).

Não temos como incluir em nosso cronograma a leitura dessas leis nem de doutrina relacionada ao tema, dado o pouco tempo de que dispomos. Sugerimos, porém, que os alunos que tenham dificuldade com o tema encontrem um tempo extra para ler as leis ou um resumo doutrinário, como o Manual da OAB, que sempre indicamos.

NOMENCLATURA POUCO USUAL: uma das questões trabalhou com as expressões “método aberto e método reservado” de controle de constitucionalidade. Trata-se de sinônimos de CONTROLE DIFUSO, no primeiro caso, e CONTROLE CONCENTRADO, no segundo.

PARTICIPAÇÃO DO AGU É INDISPENSÁVEL EM ADI E ADO? O Supremo entende ser dispensável a atuação do Advogado-Geral da União em ADI na hipótese de já haver pronunciamento prévio da Corte sobre a (in) constitucionalidade da norma (STF. Plenário. ADI 1.616/PE, rel. Min. Maurício Corrêa, j. 25.06.1997). De outro lado, a doutrina costuma defender a dispensa do AGU nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão. Isso porque a função do AGU se resume, em síntese, à defesa da norma cuja constitucionalidade fora arguida; deve ele defender a presunção de constitucionalidade das leis. No caso da ADO, não há lei a ser presumida constitucional, não subsistindo a função primordial do AGU.

INCONSTITUCIONALIDADE POR REVERBERAÇÃO NORMATIVA, OU POR ARRASTAMENTO, OU POR ATRAÇÃO, CONSEQUENCIAL, CONSEQUENTE OU DERIVADA: ocorre quando o STF declara uma determinada norma inconstitucional, retirando-a do ordenamento jurídico, tendo que, por desdobramento lógico, declarar inconstitucionais outras normas que derivem ou tenham relação direta com a norma inicialmente tida como inconstitucional. O exemplo clássico é o do decreto regulamentador de lei declarada inconstitucional.

RESUMINHO LEGITIMADOS ADI, ADC E ADPF: (retirado dos comentários do QConcursos)

Três mesas: 1. Mesa do Senado; 2. Mesa da Câmara; 3. Mesa de

Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa do DF

Três pessoas/autoridades: 1. Presidente da República; 2.

Procurador Geral da República; 3. Governador do Estado ou DF

Três Instituições/Entidades: 1. Partido Político com representação no CN; 2. Conselho Federal da OAB; 3.Confederação sindical ou entidade de classe no âmbito nacional.

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OBS.: Os legitimados destacados dependem de PERTINÊNCIA TEMÁTICA para terem suas ações conhecidas.

OBS2.: Os legitimados SUBLINHADOS precisam estar representados por ADVOGADO.

OBS3.: Legitimidade do Partido Político - ADIN 5697: “A jurisprudência desta Corte se consolidou no sentido de que o partido político deve estar representado por seu Diretório Nacional, exclusivamente, a fim de configurar a pertinência subjetiva para propositura das ações de controle concentrado diante o Supremo Tribunal Federal, ainda que o objeto impugnado tenha sua amplitude normativa limitada ao Estado ou Município do qual se originou.[...]. O Diretório Municipal de partido político não integra o rol exaustivo dos legitimados à propositura das ações de controle concentrado de constitucionalidade, logo, está desprovido de legitimidade ativa ad causam.”

RECEPÇÃO DE LEIS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO: para a recepção de leis editadas antes da Constituição atual, basta a COMPATIBILIDADE MATERIAL entre as normas, ou seja, basta que o conteúdo da lei recepcionada seja compatível com a Constituição. As normas FORMALMENTE INCOMPATÍVEIS podem ser recepcionadas sem problemas. É por isso, por exemplo, que há diversos decretos-lei ainda em vigor no Brasil, mesmo a Constituição de 1988 não prevendo mais espécie normativa. Da mesma forma, é por isso que o CTN foi recepcionado, apesar de ser uma lei ordinária que trata de temas hoje afetos à lei complementar.

RESUMINHO ADPF (STF):

PRECEITOS FUNDAMENTAIS: direitos e garantias individuais; cláusulas pétreas; princípios constitucionais sensíveis (que podem fundamentar uma intervenção constitucional); direito à saúde; direito ao meio ambiente.

LEGITIMADOS: mesmos das demais ações de controle concentrado.

OBJETO: tem caráter subsidiário, ou seja, tem como objeto tudo aquilo que não pode ser atacado pelas demais ações de controle concentrado – leis e atos normativos municipais; atos administrativos; direito pré-constitucional.

NÃO PODEM SER OBJETO DE ADPF: atos políticos; veto do chefe do executivo em lei municipal; enunciado de súmula do STF (tem o meio próprio de se contestar, que é o pedido de revisão ou cancelamento de súmula); normas secundárias de caráter regulamentar (pois a inconstitucionalidade seria meramente reflexa).

PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: assim como ocorre com os recurso, reconhece-se a fungibilidade entre ADI e ADPF, quando houver dúvida objetiva e desde que preenchidos os requisitos de ambas.

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EFICÁCIA: erga omnes, efeito vinculante, ex tunc. Seus efeitos são imediatos, independentemente da publicação do acórdão, o que não ocorre na ADI e na ADC.

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: também denominada de regra da full bench, está insculpida no art. 97 da Constituição Federal: “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.” Sua inobservância acarreta a NULIDADE ABSOLUTA da decisão. A seguir, indicamos algumas conformações dadas a este instituto pela jurisprudência e pela doutrina:

Aplica-se apenas ao controle DIFUSO de constitucionalidade.

NÃO se aplica ao Supremo Tribunal Federal: "O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art. 97 da CF" (RE 361.829-ED).

NÃO se aplica aos juízes singulares, que também estão autorizados a exercer controle difuso, nem às Turmas Recursais.

NÃO se aplica à declaração de constitucionalidade.

NÃO se aplica à não recepção de normas anteriores à Constituição.

STF - RE n. 460.971, rel. Min. Sepúlveda Pertence (DJ 30.03.2007): "Controle incidente de neoconstitucionalidade: reserva de plenário (CF, art. 97). 'Interpretação que restringe a aplicação de uma norma a alguns casos, mantendo-a com relação a outros, NÃO se identifica com a declaração de inconstitucionalidade da norma que é a que se refere o art. 97 da Constituição'"

Súmula Vinculante n. 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”

Informativo 761 do STF: “A existência de pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do órgão competente do tribunal de justiça local, sobre a inconstitucionalidade de determinado ato estatal, autoriza o julgamento imediato, monocrático ou colegiado, de causa que envolva essa mesma inconstitucionalidade, sem que isso implique violação à cláusula da reserva de plenário (CF, art. 97).”

TEORIA DA ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO: hoje acolhida pelo STF, essa teoria atribui às decisões da Corte Superior em controle difuso efeitos erga omnes e vinculantes, tornando-as semelhantes às decisões do controle concentrado. Aí entra a teoria da “mutação constitucional” do art. 52, X da CF, que passa a entender que a resolução do Senado nesse caso tem efeitos meramente declaratórios e publicísticos, já que a eficácia erga omnes já decorre da decisão do STF. Nesse sentido: STF. Plenário.

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ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

NORMA DE REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA x NORMA DE IMITAÇÃO:

como o nome já diz, a primeira está relacionada àquelas normas insculpidas na Constituição Federal que OBRIGATORIAMENTE devem constar das Constituições Estaduais. Trata-se, portanto, de verdadeira limitação ao Poder Constituinte Derivado;

por sua vez, as normas de imitação são aquelas que a Constituição Estadual, por opção do constituinte derivado, copia da Constituição Federal, sem que isso seja obrigatório.

Apenas as primeiras autorizam a interposição de Recurso Extraordinário em sede de controle concentrado de constitucionalidade estadual: “Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do Tribunal de Justiça local – lei estadual ou municipal em face da Constituição estadual –, somente é admissível o recurso extraordinário diante de questão que envolva norma da Constituição Federal de reprodução obrigatória na Constituição estadual.” (STF. 2ª Turma. RE 246903 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/11/2013.)

JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS

Destacamos aqui alguns entendimentos importantes que o aluno deve conhecer para a prova, apesar de não terem sido cobrados nas questões de hoje.

Súmula 614, STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.

Súmula 637, STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município.

Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.

Súmula 703, STF: A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1º do Dl. 201/67.

Súmula 722, STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.

LEGITIMIDADE DE PARTIDO EM ADI: “Partido político. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua propositura. Perda superveniente de representação parlamentar. Não desqualificação para permanecer no polo ativo da relação processual. Objetividade e indisponibilidade da ação” (STF. Plenário. ADI 2.618, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12.08.2004).

RECURSO POR TERCEIRO PREJUDICADO EM ADI: “Recurso interposto por terceiro prejudicado. Não cabimento. Procedentes. Embargos de

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declaração opostos pela OAB. Legitimidade. Questão de ordem resolvida no sentido de que é incabível a interposição de qualquer espécie de recurso por quem, embora legitimado para a propositura da ação direta, nela não figure como requerido” (STF. Plenário. ADI 1.105 MC-ED-QO, rel. Min. Maurício Corrêa, j. 23.08.2001).

ESTADOS-MEMBROS NÃO SÃO LEGITIMADOS: “os Estados-membros da Federação não estão no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade, sendo indevida, no modelo de processo objetivo, a intervenção de terceiros subjetivamente interessados no feito” (STF. Plenário. ADI 3.013 ED-AgR, rel. Min. Ellen Gracie, j. 31.05.2006).

EXTINÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA PROPOSTO POR DEPUTADO POR DESOBEDIÊNCIA AO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO, STF: “[...] a perda superveniente de titularidade do mandato legislativo tem efeito desqualificador da legitimidade ativa do congressista que, apoiado nessa específica condição político-jurídica, ajuizou ação de mandado de segurança com o objetivo de questionar a validade jurídica de determinado procedimento que ambas as Casas do Congresso Nacional têm adotado em matéria de apreciação de medidas provisórias. É que a atualidade do exercício do mandato parlamentar configura, nesse contexto, situação legitimante e necessária, tanto para a instauração, quanto para o prosseguimento da causa perante o Supremo Tribunal Federal. Inexistente, originariamente, essa situação, ou, como se registra no caso, configurada a ausência de tal condição, em virtude da perda superveniente do mandato parlamentar no Congresso Nacional, impõe-se a declaração de extinção do processo de mandado de segurança, porque ausente a legitimidade ativa “ad causam” do ora impetrante, que não mais ostenta a condição de membro de qualquer das Casas do Congresso Nacional” (STF. Decisão monocrática. MS 27.971/DF, rel. Min. Celso de Mello, j. 01.07.2011).

CIVIL COMO ESTUDAR?

Resolver as 7 questões da CONSULPLAN sobre Responsabilidade Civil e, depois resolver mais 18 questões de outras bancas sobre Responsabilidade Civil (1h)

Acessar o site Qconcursos e resolver, no mínimo, 25 questões com os seguintes filtros:

o DISCIPLINA: DIREITO CIVIL; o ASSUNTO: RESPONSABILIDADE CIVIL; o BANCA: CONSULPLAN.

Lembrar sempre de EXCLUIR AS QUESTÕES ANULADAS e DESATUALIZADAS.

Após resolver as primeiras 7 questões, RETIRE O FILTRO DA BANCA e resolva mais 18 questões.

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Durante a resolução, inclua os dispositivos de lei que errou na folha de revisão do material Notarium, para futuras consultas.

Após, ler do art. 887 ao 965 do Código Civil (1h)

Após a resolução das questões, encerre a leitura do Livro I do Código Civil com as leituras dos Títulos sobre Títulos de Crédito, Responsabilidade Civil e Privilégios Creditórios atentando-se principalmente para os artigos que lhe causaram mais dificuldade na hora de resolver as questões, hoje e nos dias anteriores.

OBSERVAÇÕES

O tema Títulos de Crédito é mais afeto ao Direito Empresarial. Porém, como estamos lendo o Código em sua ordem e temos mais tempo na matéria Direito Civil, encaixamos aqui a leitura desta parte.

Nesse espaço, serão indicadas as principais observações e conclusões às quais os professores chegaram ao resolver as questões e ler os artigos, destacando assim os pontos em que os alunos devem ter mais atenção.

Questões resolvidas:

As questões hoje trabalharam à exaustão entendimentos

jurisprudenciais consolidados, súmulas e até mesmo julgados

isolados. Por isso, seu nível de dificuldade estava extremamente

elevado. Aproveitamos a oportunidade para reforçar que é

ESSENCIAL para concursos estar atualizado com os entendimentos

dos Tribunais Superiores. O site Dizer o Direito é, de longe, a melhor

ferramenta para cumprir essa função. Dê especial atenção aos

Informativos do STJ e do STF.

Como o foco hoje foram os entendimentos jurisprudenciais, a

maioria dos comentários sobre as questões está contido nas

“Jurisprudências Relacionadas”. Abaixo, fazemos apenas alguns

pequenos comentários sobre temas atuais e relevantes não

cobrados nas questões resolvidas hoje.

DANOS SOCIAIS: reconhecido pelos Tribunais, os danos sociais são

uma nova espécie de dano reparável, que decorre de

comportamentos socialmente reprováveis que diminuem o nível

social de tranquilidade. Para mais informações, vide:

https://www.dizerodireito.com.br/2015/01/nocoes-gerais-sobre-

os-chamados-danos.html

TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE: trata-se de teoria inspirada na

doutrina francesa, que defende que configura também ato ilícito a

conduta que faz alguém perder uma oportunidade de obter uma

vantagem ou evitar um dano, sendo passível de indenização. Essa

teoria é aceita pelo STJ, que exige que o dano seja REAL, ATUAL e

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CERTO, dentro de um juízo de probabilidade (REsp 1.104.665-RS,

Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009). Há também

julgados em que se diz que a chance deve ser REAL e SÉRIA (AgRg

no REsp 1220911/RS, Segunda Turma, julgado em 17/03/2011).

Para mais informações, vide:

https://www.dizerodireito.com.br/2013/07/teoria-da-perda-de-

uma-chance.html

Legislação estudada:

TÍTULOS DE CRÉDITO: a matéria será mais bem trabalhada no

Direito Empresarial, onde será feita uma análise mais profunda dos

institutos. Aqui, basta a leitura dos artigos e alguns comentários

gerais:

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: como determina o art. 903 do CC,

as disposições deste Código com relação aos títulos de

crédito só se aplicam aos títulos típicos (ou seja, criados por

leis especiais) subsidiariamente.

ENDOSSO:

A assinatura no verso do título pressupõe-se

ENDOSSO; no anverso, pressupõe-se AVAL. Em

ambos os casos, pode haver declaração expressa em

contrário. Se a assinatura no ANVERSO for do

SACADO, trata-se de AVAL.

Ao contrário do que ocorre na legislação cambiária

especial, o endosso do Código Civil, em regra, não

gera responsabilidade subsidiária do endossante (art.

914 do CC).

Tanto no CC como na legislação especial, o ENDOSSO

PARCIAL É NULO. Isso é uma questão até lógica, já

que o endosso se completa com a transferência da

cártula, que não pode estar na mão de dois credores

ao mesmo tempo.

ENDOSSO EM PRETO é aquele no qual o endossatário

é nomeado; ENDOSSO EM BRANCO é aquele no qual

o endossatário NÃO é nomeado, transformando o

título em um título ao portador.

ENDOSSO TARDIO OU PÓSTUMO: é aquele posterior

ao vencimento. Tem os mesmos efeitos do endosso

anterior, conforme art. 20 do Anexo I da LUG e art. 920

do CC. Porém, a LUG traz uma peculiaridade: se o

endosso for posterior ao PROTESTO ou à EXPIRAÇÃO

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DO PRAZO PARA PROTESTO, produzirá apenas o

efeitos da cessão civil de crédito.

AVAL PARCIAL: a legislação especial permite o AVAL

PARCIAL (art. 30 do anexo I da LUG), enquanto o Código Civil

o VEDA (art. 897, parágrafo único).

TÍTULO AO PORTADOR, NOMINATIVO, À ORDEM:

AO PORTADOR é o título transmissível pela simples

tradição, onde não se indica o beneficiário. Só pode

ser emitido com autorização de lei especial (art. 907

do CC).

TÍTULO À ORDEM é aquele transmissível por

ENDOSSO. É possível a aposição de cláusula “NÃO À

ORDEM” aos títulos de crédito. Essa cláusula torna o

título transmissível apenas pela forma e com os

efeitos de uma cessão civil de crédito (art. 11 do anexo

I da LUG e art. 17, §1º da Lei do Cheque).

TÍTULO NOMINATIVO é aquele em que o emitente

guarda em seus registros o nome do beneficiário. A

transmissão depende, nesse caso, de termo assinado

pelo proprietário e pelo adquirente nos registros do

emitente (art. 921). Um exemplo é a Cédula de Crédito

Imobiliário Escritural (art. 18, §4º da Lei n. 10.931/04).

RESPONSABILIDADE CIVIL: esse tema já foi exaustivamente

trabalhado nas questões. Abaixo, serão encontrados os

principais entendimentos jurisprudenciais relativos ao tema.

PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS: este título

estabelece regras para o concurso de credores no caso da

insolvência civil. A Lei de Recuperação e Falências, que trata

da insolvência do empresário, utiliza-se do regramento dos

artigos 964 e 965, que estabelecem, respectivamente,

privilégios especiais (que recaem sobre partes específicas do

patrimônio do devedor) e privilégios gerais (que recaem

sobre todo o patrimônio do devedor). O tema não é muito

cobrado em provas, mas nem por isso pode ser

negligenciado. Os artigos 964 e 965 são os mais cobrados.

JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS

Questões resolvidas:

RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS DE TABELIÃES E REGISTRADORES (STF): O Estado responde, objetivamente, pelos

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atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).

CASOS EM QUE NÃO HÁ EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE EM CONSTRUÇÃO CIVIL (STJ):

"O Tribunal de origem consigna que a construtora recorrente não comprovou os alegados fatos de força maior. Além disso, os fatos em questão - escassez de mão-de-obra, materiais de construção e maquinários - são caracterizados como fortuito interno, ou seja, estão ligados ao risco natural da atividade econômica da recorrente e, por isso, são incapazes de afastar a mora" (STJ, AgIns no AREsp nº 978.237/MG, j. 7/3/17).

"O atraso na entrega das unidades ao promitente comprador, para ser considerado caso fortuito ou força maior, deve decorrer de fato inevitável e imprevisível, o que não ocorreu na hipótese em tela. Incorporadora e construtora que não tomaram todas as cautelas necessárias e possíveis para o regular licenciamento ambiental de empreendimento de grande porte em local de notório interesse ambiental. A culpa de terceiro não exime o autor direto do dano do dever jurídico de indenizar, mas tão somente lhe assegura o direito de ação regressiva contra o terceiro que criou a situação determinante do evento lesivo" (STJ, REsp nº 1.328.901/SP, j. 6/5/14).

ENUNCIADO 557, CJF: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair

ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar

de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de

regresso.

Súmula 132, STJ: A ausência de registro da transferência não implica a responsabilidade do antigo proprietário por dano resultante de acidente que envolva o veículo alienado.

Súmula 420, STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão.

Súmula 620, STJ: A embriaguez do segurado não exime a

seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de

seguro de vida.

Súmula 380, STJ: A simples propositura da ação de revisão de

contrato não inibe a caracterização da mora do autor.

REsp n. 1.114.604/PR, (STJ): representativo da controvérsia – “as administradoras de consórcio têm liberdade para fixar a respectiva taxa de administração, nos termos do art. 33 da Lei nº 8.177/91 e da Circular nº 2.766/97 do Banco Central, não havendo falar em

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ilegalidade ou abusividade da taxa contratada superior a 10% (dez por cento)”.

DANO AMBIENTAL, TEORIA DO RISCO INTEGRAL, STJ: “RECURSO

ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO AMBIENTAL

PRIVADO. RESÍDUO INDUSTRIAL. QUEIMADURAS EM

ADOLESCENTE. REPARAÇÃO DOSDANOS MATERIAIS E MORAIS. 1

- Demanda indenizatória movida por jovem que sofreu graves

queimaduras nas pernas ao manter contato com resíduo industrial

depositado em área rural. 2 - A responsabilidade civil por danos

ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito

(dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais

(dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria do RISCO

INTEGRAL, em face do disposto no art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938⁄81.

3 - A colocação de placas no local indicando a presença de material

orgânico não é suficiente para excluir a responsabilidade civil. 4 -

Irrelevância da eventual culpa exclusiva ou concorrente da vítima. 5

- Quantum indenizatório arbitrado com razoabilidade pelas

instâncias de origem. Súmula 07⁄STJ. 6 - Alteração do termo inicial

da correção monetária (Súmula 362⁄STJ). 7 - RECURSO ESPECIAL

PARCIALMENTE PROVIDO.” RECURSO ESPECIAL Nº 1.373.788 - SP

(2013⁄0070847-2) RELATOR:MINISTRO PAULO DE TARSO

SANSEVERINO.

Súmula 629, STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer cumulada com a de indenizar.

Jurisprudência em teses, STJ, Edição n. 125: A legitimidade para pleitear a reparação por danos morais é, em regra, do próprio ofendido, no entanto, em certas situações, são colegitimadas também aquelas pessoas que, sendo muito próximas afetivamente à vítima, são atingidas indiretamente pelo evento danoso, reconhecendo-se, em tais casos, o chamado dano moral reflexo ou em ricochete.

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. NASCITURO. PERDA DO PAI. (...) 2.- "O nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum" (REsp 399.028/SP, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ 15.4.2002). 3.- "A jurisprudência desta Corte é disposta no sentido de que o benefício previdenciário é diverso e independente da indenização por danos materiais ou morais, porquanto, ambos têm origens distintas. Este, pelo direito comum; aquele, assegurado pela Previdência; A indenização por ato ilícito é autônoma em relação a

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qualquer benefício previdenciário que a vítima receba" (AgRg no AgRg no REsp 1.292.983/AL, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 7.3.2012). (...) (AgRg no AgRg no AREsp 150.297/DF, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/02/2013, DJe 07/05/2013)

ASSÉDIO SEXUAL EM TRANSPORTE PÚBLICO – JURISPRUDÊNCIA DO STJ DIVIDIDA (DIZER O DIREITO):

3ª Turma do STJ: CONCESSIONÁRIA RESPONDE – A concessionária de transporte ferroviário pode responder por dano moral sofrido por passageira, vítima de assédio sexual, praticado por outro usuário no interior do trem. STJ. 3ª Turma. REsp 1662551-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 628).

4ª Turma do STJ: CONCESSIONÁRIA NÃO RESPONDE – A concessionária de transporte ferroviário não responde por ato ilícito cometido por terceiro e estranho ao contrato de transporte. STJ. 4ª Turma. REsp 1748295-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Marco Buzzi, julgado em 13/12/2018 (Info 642).

Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

Comentário: a ofensa deve ser à sua HONRA OBJETIVA, ou

seja, ao conceito de que a pessoa jurídica goza no meio

social. É impossível ofensa à HONRA SUBJETIVA da pessoa

jurídica, já que ela não sofre abalo psicológico.

DANO MORAL IN RE IPSA PARA PESSOA JURÍDICA (DIZER O DIREITO): Não se admite que o dano moral de pessoa jurídica seja considerado como in re ipsa, sendo necessária a comprovação nos autos do prejuízo sofrido. Apesar disso, é possível a utilização de presunções e regras de experiência para a configuração do dano, mesmo sem prova expressa do prejuízo, o que sempre comportará a possibilidade de contraprova pela parte ou de reavaliação pelo julgador. Ex: caso a pessoa jurídica tenha sido vítima de um protesto indevido de cambial, há uma presunção de que ela sofreu danos morais. STJ. 3ª Turma. REsp 1564955-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/02/2018 (Info 619).

Cuidado: existem julgados em sentido contrário, ou seja, dizendo que pessoa jurídica pode sofrer dano moral in re ipsa. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1327773/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619). STJ. 4ª Turma. AgInt-AREsp 1.328.587/ DF. Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 07/05/2019. STJ. 3ª Turma AgInt-AREsp 1.345.802/ MT. Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/02/2019.

COBRANÇA DE DÍVIDA JÁ PAGA: STJ, Tema Repetitivo 622: A aplicação da sanção civil do

pagamento em dobro por cobrança judicial de dívida já

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adimplida (art. 1.531 do CC/1916 – art. 940 CC/2002) pode ser postulada pelo réu na própria defesa, independendo da propositura de ação autônoma ou do manejo de reconvenção, sendo imprescindível a demonstração de má-fé do credor (REsp 1.111.270/PR, Informativo 576/2016).

STF, Súmula 159: Cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art. 1531 do Código Civil (referência ao CC antigo).

Enunciado 37, CJF: A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.

DANO MORAL COLETIVO (STJ): “RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. TEMPO DE ATENDIMENTO PRESENCIAL EM AGÊNCIAS BANCÁRIAS. DEVER DE QUALIDADE, SEGURANÇA, DURABILIDADE E DESEMPENHO. ART. 4º, II, "D", DO CDC. FUNÇÃO SOCIAL DA ATIVIDADE PRODUTIVA. MÁXIMO APROVEITAMENTO DOS RECURSOS PRODUTIVOS. TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR. DANO MORAL COLETIVO. OFENSA INJUSTA E INTOLERÁVEL. VALORES ESSENCIAIS DA SOCIEDADE. FUNÇÕES. PUNITIVA, REPRESSIVA E REDISTRIBUTIVA. (...) 4. O dano moral coletivo é espécie autônoma de dano que está relacionada à integridade psico-física da coletividade, bem de natureza estritamente transindividual e que, portanto, não se identifica com aqueles tradicionais atributos da pessoa humana (dor, sofrimento ou abalo psíquico), amparados pelos danos morais

individuais. 5. O dano moral coletivo não se confunde com o somatório das lesões extrapatrimoniais singulares, por isso não se submete ao princípio da reparação integral (art. 944, caput, do CC/02), cumprindo, ademais, funções específicas. 6. No dano moral coletivo, a função punitiva - sancionamento exemplar ao ofensor - é, aliada ao caráter preventivo - de inibição da reiteração da prática ilícita - e ao princípio da vedação do enriquecimento ilícito do agente, a fim de que o eventual proveito patrimonial obtido com a prática do ato irregular seja revertido em favor da sociedade. (...)”

“não basta a mera infringência à lei ou ao contrato para a sua caracterização”, sendo necessário que “o ato antijurídico praticado atinja alto grau de reprovabilidade e transborde os lindes do individualismo, afetando, por sua gravidade e repercussão, o círculo primordial de valores sociais”, o que ocorre, por exemplo, na hipótese de haver “intenção deliberada [...] em violar o ordenamento jurídico com vistas a obter lucros predatórios em detrimento dos interesses transindividuais” (REsp 1.473.846/SP, Terceira Turma, DJe 24/02/2017)

ENUNCIADO 455, CJF: A expressão “dano” no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os

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danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.

Súmula 385, STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção

ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando

preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao

cancelamento.

EXCEÇÃO À APLICAÇÃO DA SÚMULA (STJ): “A orientação

contida na Súmula 385 do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

pode ser flexibilizada para permitir o reconhecimento de

dano moral decorrente da inscrição indevida em cadastro

restritivo de crédito, mesmo que as ações ajuizadas para

questionar as inscrições anteriores ainda não tenham

transitado em julgado, desde que haja elementos

suficientes para demonstrar a verossimilhança das

alegações do consumidor.” (REsp 1704002 e REsp 1647795)

http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/

Noticias/Dano-moral-por-inclusao-indevida-em-cadastro-

restritivo-e-possivel-mesmo-com-inscricao-

preexistente.aspx

Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida de cheque

caracteriza dano moral.

Súmula 370, STJ: Caracteriza dano moral a apresentação

antecipada de cheque pré-datado.

Comentário: como se sabe, o cheque é ordem de pagamento

à vista, e, portanto, para fins cambiários, não surte efeito o

chamado cheque “pré-datado”. No entanto, o STJ entende

que o contratante que aceita o cheque pré-datado e depois o

cobra antes do prazo convencionado está agindo de forma

contrária à boa-fé objetiva, de forma que surge o dever de

indenizar.

Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material

e dano moral oriundos do mesmo fato.

Súmula 387, STJ: - É lícita a cumulação das indenizações de dano

estético e dano moral.

CASO DA EMPRESA AÉREA QUE LOCOU UM ÔNIBUS: “A alteração

substancial e unilateral do contrato firmado de transporte aéreo

para terrestre impede a utilização da excludente de fortuito externo

para eximir a empresa de transporte aéreo da responsabilidade civil

por danos causados por roubo ao ônibus.” STJ. 3ª Turma. REsp

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1.728.068-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em

05/06/2018

OUTROS ENTENDIMENTOS IMPORTANTES SOBRE

RESPONSABILIDADE CIVIL NÃO COBRADOS NAS QUESTÕES:

Súmula 130, STJ: A empresa responde, perante o cliente, pela

reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu

estacionamento.

“Em casos de roubo, o STJ tem admitido a

interpretação extensiva da Súmula 130 do STJ, para

entender que há o dever do fornecedor de serviços

de indenizar, mesmo que o dano tenha sido causado

por roubo, se este foi praticado no estacionamento

de empresas destinadas à exploração econômica

direta da referida atividade (hipótese em que

configurado fortuito interno) [ou seja, em

estacionamentos rotativos] ou quando esta for

explorada de forma indireta por grandes shopping

centers ou redes de hipermercados (hipótese em que

o dever de reparar resulta da frustração de legítima

expectativa de segurança do consumidor). Por outro

lado, não se aplica a Súmula 130 do STJ em caso de

roubo de cliente de lanchonete fast-food, se o fato

ocorreu no estacionamento externo e gratuito por ela

oferecido. Nesta situação, tem-se hipótese de caso

fortuito (ou motivo de força maior), que afasta do

estabelecimento comercial proprietário da

mencionada área o dever de indenizar (art. 393 do

Código Civil). Logo, a incidência do disposto na

Súmula 130 do STJ não alcança as hipóteses de

crime de roubo a cliente de lanchonete, praticado

mediante grave ameaça e com emprego de arma de

fogo, ocorrido no estacionamento externo e gratuito

oferecido pelo estabelecimento comercial.” STJ. 3ª

Turma. REsp 1.431.606-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso

Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,

julgado em 15/08/2017 (Info 613).

Súmula 492, STF: A empresa locadora de veículos responde,

civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este

causados a terceiro, no uso do carro locado.

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DANOS MORAIS COLETIVOS EM JOGOS DE AZAR, STJ: “O

dano moral sofrido pela coletividade decorre do caráter

altamente viciante de jogos de azar, passíveis de afetar o

bem-estar do jogador e desestruturar o ambiente familiar.

A responsabilidade civil é objetiva, respondendo o réu,

"independentemente da existência de culpa, pela reparação

dos danos causados aos consumidores" (art. 12, caput, do

CDC). O dano moral coletivo prescinde da comprovação de

dor, de sofrimento e de abalo psicológico [dano in re ipsa],

pois tal comprovação, embora possível na esfera individual,

torna-se inaplicável quando se cuida de interesses difusos e

coletivos.” (STJ. 2ª Turma. REsp 1.464.868-SP, Rel. Min.

Herman Benjamin, julgado em 22/11/2016). Fonte: Dizer o

Direito.

PERDA DE UMA CHANCE: “Tem direito a ser indenizada, com

base na teoria da perda de uma chance, a criança que, em

razão da ausência do preposto da empresa contratada por

seus pais para coletar o material no momento do parto, não

teve recolhidas as células-tronco embrionárias.” STJ. 3ª

Turma. REsp 1.291.247-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso

Sanseverino, julgado em 19/8/2014 (Info 549). Fonte: Dizer o

Direito.

REVISÃO

COMO ESTUDAR?

24H – Direito Notarial e Registral: questões da CONSULPLAN sobre Noções Fundamentais, Aspectos Gerais e a Lei n. 6.015/73 e Registro em Leis Especiais

24H – Direito Processual Civil: questões sobre Novo CPC em provas de outras bancas para Titular de Serviços de Notas e de Registro

7DIAS – Direito Administrativo: questões da CONSULPLAN sobre Atos Administrativos

30DIAS – Direito Processual Civil: questões sobre Novo CPC em provas da CONSULPLAN (10.02)

Dedicar 30 minutos à leitura da folha de revisões, para relembrar os erros e

dúvidas surgidos quando da resolução de questões sobre os temas acima.

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