28

1. FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA TÍTULO: De lenda em lenda a uma produção que surpreenda AUTOR Márcia

Embed Size (px)

Citation preview

1. FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

TÍTULO: De lenda em lenda a uma produção que surpreenda

AUTOR Márcia Aparecida Locomann

ESCOLA DE ATUAÇÃO

Colégio Estadual César Lattes – EF e EJA

MUNICÍPIO DA ESCOLA

Cambira

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO

Apucarana

ORIENTADOR Profº Drº Wagner Ferreira Lima

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

Universidade Estadual de Londrina – UEL

DISCIPLINA/ÁREA Língua Portuguesa

PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Unidade Didática (Sequência Didática)

PÚBLICO ALVO 6º Ano do Ensino Fundamental II

LOCALIZAÇÃO Rua Niterói, 55 – Centro – Cambira – PR.

RESUMO

Sabendo da dificuldade de produção textual dos alunos do 6º Ano, devido à falta de um letramento adequado nas séries iniciais do Ensino Fundamental, este projeto propõe um trabalho a partir da teoria bakhtiana dos gêneros discursivos e através da Sequência Didática formulada pelos teóricos suíços: Joaquim Dolz e Bernard Schneuwly, entre outros. O gênero textual elencado para o desenvolvimento deste

projeto são as lendas, mais especificamente as lendas paranaenses: Naipi e Tarobá – a Lenda das Cataratas do Iguaçu; Itacueretaba – a Lenda de Vila Velha e Curiaçu e a Gralha Azul – a Lenda das Araucárias, da Coleção Lendas Paranaense de Hardy Guedes, bem como a intertextualidade entre as Lendas das Araucárias com o livro: Diário de uma árvore a partir de uma gralha, de Jussara Braga. A utilização de uma Sequência Didática proporciona ao professor a possibilidade de conhecer as dificuldades dos alunos para depois propor as atividades necessárias para saná-las, pois, após apresentar a situação aos estudantes, propõe-se uma produção inicial do gênero que será estudado. Através de oficinas é possível trabalhar as práticas sociais da leitura, da oralidade e, neste caso específico, da escrita, que, conforme Irandé Antunes, deve considerar o leitor, ou seja, ter um destinatário, uma finalidade. Para isto, o projeto propõe o uso da internet através da criação de um blog, onde serão postadas as lendas produzidas pelos alunos. Com isto a produção escrita será mais significativa para eles, pois não servirá apenas para atribuição de nota, mas se sentirão autores de seus textos.

PALAVRAS-CHAVES Gênero Textual; Sequência Didática; lendas

paranaenses; produção textual; blog.

2. APRESENTAÇÃO

A presente Produção Didático-Pedagógica, apresentada ao Programa de

Desenvolvimento da Educação – PDE como parte integrante às atividades de

formação continuada da Rede Estadual de Educação do Paraná, será implementada

no 6º Ano no Ensino Fundamental, no Colégio Estadual Cesar Lattes de Cambira,

região norte do Paraná.

A referida Produção Didático-Pedagógica tem como objetivo desenvolver

metodologia, no caso uma Sequência Didática do Gênero Textual: Lendas

Paranaenses, para a superação das dificuldades de produção textual dos alunos do

6º ano do Ensino Fundamental.

A elaboração desta produção partiu da identificação da dificuldade de

produção textual dos alunos dessa faixa etária, ou seja, alunos oriundos das séries

iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º) e recém-chegados ao Ensino Fundamental

II (6º ano).

Vários podem ser os motivos que provocam este déficit na aprendizagem dos

alunos, entre eles, a falta de uma alfabetização e letramento adequado de nossas

crianças, por uma má compreensão por parte dos educadores e pedagogos do que

seria realmente o „‟letramento‟‟, ou ainda, do que seria uma alfabetização com

letramento. Para isso é necessário termos claro a distinção entre “alfabetização” e

“letramento”. Sendo que a alfabetização é a aquisição da escrita alfabética e as

habilidades em utilizá-las para ler e escrever. Envolve destreza e conhecimentos

variados como o alfabeto, as letras e os sons, o uso do lápis, do papel e outros

instrumentos. Já o letramento é o uso competente da leitura e da escrita nas

situações em que precisamos usar a leitura e produção de textos reais.

Magda Soares (2009, p.47) diz que “alfabetizar e letrar são duas ações

distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou

seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da

escrita". Essa mesma autora faz a distinção entre ser alfabetizado e ser letrado:

(...) a pessoa que aprende a ler e a escrever – que torna alfabetizada – e que passa a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita – que se torna letrada – é diferente de uma pessoa que não sabe ler ou escrever – é analfabeta – ou sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da escrita – é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem

sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita. (SOARES, 1998, p.36)

Outro motivo seria a realidade onde nossos estudantes estão inseridos, pois

eles advêm de comunidades rurais e da periferia da cidade. Devido a isso, a maioria

não pode contar com os pais para ajudá-los em seus deveres de casa, nem em

trabalhos extraclasse. Quer por escassez de tempo, quer por falta de conhecimento

formal (uma vez que a maioria é de analfabetos funcionais), os pais normalmente

não acompanham os estudos de seus filhos.

Tal problema acarreta uma dificuldade generalizada em aprender, não só a

Língua Portuguesa como outras disciplinas. Isto é percebido em Conselhos de

Classes e Reuniões Pedagógicas, onde os professores de todas as disciplinas

relatam a imensa dificuldade de seus alunos em escrever: eles têm problemas não

apenas em grafar corretamente as palavras, mas também em conferir coerência e

coesão ao que escrevem. Muitos alunos não conseguem sequer expor no papel o

que tem em mente. Sabemos que não cabe só ao Professor de Língua Portuguesa o

ensino da linguagem, porém na realidade não é o que ocorre. A maioria dos

professores das demais disciplinas se preocupa apenas com o seu conteúdo,

quando deveriam também fazer interferências na escrita dos alunos, não só

corrigindo-a, mas proporcionando atividades nas quais os alunos pudessem

desenvolver sua produção escrita.

Posto isto, se faz necessária uma intervenção pontual dos professores das

séries finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), no caso de Língua Portuguesa,

para tentar diminuir essa dificuldade na escrita.

O ensino de Língua Portuguesa nas Diretrizes Curriculares Estaduais está

fundamentado nas teorias de Mikhail Bakhtin, e visa o ensino da língua a partir do

estudo dos gêneros discursivos. Assim sendo, o trabalho do professor é o de

proporcionar aos educandos uma variedade de textos, para que, com esses, eles

possam materializar práticas autênticas de leitura, escrita e oralidade em sala de

aula. Assim, o conteúdo estruturante de Língua Portuguesa, que é o discurso como

prática social, é efetivamente aplicado.

Segundo Antunes (2009, p. 26) a prática da escrita nas escolas ainda se faz

de forma artificial e inexpressiva realizada em exercícios de criar listas de palavras

soltas, ou ainda, de formar frases. Por sua vez, Gomes (2009, p. 114) diz que a

escrita deve contemplar três etapas: a ideia (o conteúdo) que vai ser desenvolvida; o

texto (o gênero textual adequado ao contexto de produção); e por fim o leitor (para

quem se escreve o texto). Diante dessa perspectiva, o texto cumpre sua função

social, como prevê as DCE de Língua Portuguesa.

O aluno quando escreve um texto na escola tem como leitor apenas o

professor, que irá corrigir o seu texto e atribuir uma nota. É muito difícil o aluno ter

em mente outro leitor, por mais que o professor se esforce para dar um leitor

hipotético ao texto.

O uso das tecnologias, no caso a internet, seria uma possibilidade para

resolver a questão do interlocutor do texto dos alunos. Moran (1997), quando

escreve sobre o uso da internet na educação, diz:

A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece [...] Na Internet também desenvolvemos formas novas de comunicação, principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, conectada, multilinguística, aproximando texto e imagem [...] A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais

na Internet gera uma grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos.

A internet por sua vez é muito ampla, então elencamos aqui o uso de blogs,

onde os alunos poderão postar suas produções escritas e assim terem leitores reais

para seus textos, pois conforme Gomes (2005, p. 313):

A criação e dinamização de um blog com intuitos educacionais podem, e devem ser um pretexto para o desenvolvimento de múltiplas competências. O desenvolvimento associadas à pesquisa e seleção de informação, à produção de texto escrito, ao domínio de diversos serviços e ferramentas da web são algumas das mais valias associadas a muitos projetos de criação de blogs em contextos escolares.

É sabido do interesse dos estudantes pelas tecnologias, porém nem sempre

eles têm acesso a elas, como ocorre na escola onde se aplicará este Projeto de

Intervenção Pedagógica, já que a maioria deles é da zona rural ou da periferia da

cidade. O que é mais um motivo que justifica e motiva esse trabalho, pois se faz

urgente que eles sejam inseridos no mundo tecnológico, tão aclamado atualmente.

O gênero textual escolhido para servir de base para o desenvolvimento desse

projeto será as lendas paranaenses, pois no contexto escolar, especialmente entre o

público alvo desse projeto: os pré-adolescentes, este gênero provoca a imaginação,

a magia e a curiosidade. Essas sensações levam os alunos a querer saber mais

sobre os fatos ali narrados.

Acredita-se que o ensino de Língua Portuguesa, a partir de Gêneros Textuais,

aqui especificamente “lendas paranaenses” e através de Sequências Didáticas,

possa ajudar a superar as dificuldades de produção textual dos alunos, bem com

uso de tecnologias, no caso a internet com a utilização de blogs servindo de veículo

para os textos produzidos pelos alunos, também poderá auxiliá-los a escrever de

forma mais coerente e coesa, diminuindo os erros ortográficos e gramaticais,

ajudando-os a se tornarem escritores autônomos e competentes.

3. UNIDADE DIDÁTICA – SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Fig.1-Theodoro de Bona Fig.2-Lange de Morretes- Pinheiros, 1979 Cataratas dos Iguaçu, 1920 Fig.3-Parque Estadual de Vila Velha – Ponta Grossa

Fonte: PARANÁ, 2011 Fonte: PARANÁ, 2011 Fonte: PARANÁ, 2011

3.1. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO

(atividade oral)

Como é importante valorizarmos a nossa cultura, as nossas histórias! Todos os povos têm suas lendas e seus mitos. É através dessas histórias que conhecemos suas origens e tradições. A nossa cidade tem alguma história, alguma lenda que vocês conhecem? Qual? Que tal nós produzirmos histórias, que chamaremos de lendas, sobre a nossa cidade? Depois que as lendas forem escritas, como divulgá-las para que outras pessoas conheçam as nossas lendas? Que tal usarmos a internet? Vocês conhecem “blogs”? Vamos criar um “blog” da turma onde postaremos as lendas produzidas, assim teremos um veículo para a divulgação dos nossos textos o ano todo.

Professor (a), dependendo do nível de conhecimento da turma

e se achar necessário, traga material explicativo sobre

“blog”, ou apenas explique aos alunos o que é um “blog” e suas

utilizações. Aqui o blog será utilizado como suporte e não

como Gênero Textual.

Professor (a), caso surjam algumas

histórias, peça que os alunos contem para a

turma.

Professor (a), crie o „‟blog‟‟ para a turma, usando os sites disponíveis na

„‟internet‟‟, eu gosto do blogger: www.blogger.com/start?hl=pt-BR

É necessário ter uma conta no „‟gmail‟‟, mas você pode entrar no „‟google‟‟, lá tem vários tutoriais de como criar um

„‟blog‟‟.

GÊNERO TEXTUAL:

LENDAS PARANAENSES

3.1.1 RECONHECIMENTO DO GÊNERO TEXTUAL “LENDAS”

(atividade oral)

Leiam com bastante atenção os textos informativos abaixo. Eles te ajudarão a definir melhor o

gênero textual „‟lenda‟‟ e algumas de suas características:

Vocês sabem o que é uma lenda? Qual a origem das lendas? Por que elas foram criadas? Quais são suas principais características?

Professor (a), peça que pesquisem e tragam para a próxima aula algumas lendas que eles conheçam. Traga você também alguns textos de gêneros variados, como contos de fada, fábulas, lendas etc. Distribua pela sala e peça que os alunos façam a diferenciação entre os gêneros. Este momento é muito importante para avaliar se o aluno já consegue identificar uma lenda ou se ainda está confundindo-a com outro gênero. Neste caso vá traçando as diferenças a partir das suas características.

Segundo o Dicionário do Folclore Brasileiro de Luís da Câmara Cascudo a

lenda é um:

Episódio heróico ou sentimental com o elemento maravilhoso ou sobre-humano, transmitido e conservado na tradição oral popular, localizável no espaço e no tempo. De origem letrada, lenda, legenda, “legere”, possui características de

fixação geográfica e pequena deformação. Liga-se a um local, como processo etiológico de informação, ou à vida de um herói [...] (CASCUDO, 1993, p. 434)

A lenda é uma narrativa de caráter maravilhoso em que um fato histórico, centralizado em torno de algum herói popular (revolucionário, santo, guerreiro), se amplifica e se transforma sob efeito de evocação poética ou da imaginação, sem explicações científicas.

Função social da lenda: preservar histórias fantásticas e/ou fantasiosas, criadas pela imaginação do homem, pelas suas crenças, e que foram sendo repassadas oralmente, de geração para geração, tornando-se parte da cultura popular.

Principais características: Texto predominantemente narrativo. O personagem principal geralmente é um revolucionário, guerreiro, ser

maravilhoso, encantatório ou sobrenatural. Pode apresentar tanto características positivas como negativas, ou seja, de herói ou anti-herói.

Fazem referência a ritos, costumes, deuses e nomes indígenas. Explicam, de forma não científica, o surgimento de fenômeno (Lenda do Eclipse

da Lua), de lugar (Lenda das Cataratas do Iguaçu), de um ser sobrenatural (Lenda do Saci Pererê), de uma planta exótica (Lenda da Vitória-Régia), entre outras.

HÜBES, Terezinha da Costa (Coord.). Sequência didática: uma proposta para o ensino de Língua Portuguesa nas séries

iniciais. Caderno Pedagógico 1. AMOP (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná). Cascavel, 2007

3.2 OFICINAS

Oficina 1

Leitura de “Lendas Paranaenses”

Figura 4 - Capa do livro Figura 5 - Capa do livro

Fonte: LOCOMANN, 2012 Fonte: LOCOMANN, 2012

Figura 6 – Capa do livro

Fonte: LOCOMANN, 2012

Professor (a), sugerimos o trabalho com as lendas paranaenses para conhecermos melhor nossas histórias e nosso folclore. Sugerimos também que procurem na biblioteca da escola a Coleção Lendas Paranaenses de Hardy Guedes. Todas as escolas receberam essa coleção há alguns anos atrás. Caso não tenham a coleção, imprima-as para que os alunos tenham no caderno, mas leia as lendas antes de eles terem-nas impressas, fazendo uma leitura dramática para despertar o interesse e a curiosidade dos alunos.

Texto 1

Itacueretaba – a lenda de Vila Velha Há muitos e muitos anos existia um lugar chamado Abaretama, a Terra dos Homens. Lá viviam os Apiabas, cercados por matas, onde cresciam ipês, manacás e muitas araucárias. Tupã, o deus do trovão, havia encarregado os Apiabas da guarda de todos os segredos das cerimônias

sagradas, que deveriam permanecer escondidos nas Grutas de Abaretama. Naquele local, as mulheres dos Apiabas não podiam entrar e os homens nada lhes contavam. Eles

temiam que alguma delas, se fosse aprisionada por seus inimigos, acabasse por revelar os segredos que Tupã havia lhes confiado. E inimigos, eles tinham: os terríveis Camés!

Os Camés queriam desvendar os mistérios e segredos de Abaretama, para que o deus do trovão perdesse a confiança nos Apiabas. Por isso, sempre os atacavam, mas sem obter sucesso.

Cauá, o chefe dos Camés, era muito astuto e traiçoeiro. Como não conseguia vencer os Apiabas pela força, pediu a Aracê, a moça mais bonita de sua tribo, que se aproximasse de Abaretama para conquistar o amor de Dhui, o chefe dos Apiabas.

Cauá esperava que o guerreiro apaixonado revelasse a Aracê os segredos de Tupã. Ele passou a viver nas proximidades da Terra dos Homens, esperando o momento certo de se

aproximar de Dhui. Um dia, quando o guerreiro Apiaba saiu para pescar, ela mergulhou na lagoa, pertinho de onde ele

estava. Dhui, ao ouvir o som do corpo na água, olhou para aquela direção e viu Aracê, com flores de ipê amarelo nos cabelos. Ele jamais tinha conhecido moça tão bela e, logo, se apaixonou. Parecia que o plano de Cauá estava dando certo. Mas Tupã fez com que Aracê também se apaixonasse por Dhui.

Os dois jovens passaram a viver, cada qual, um dilema: para viverem juntos, Aracê teria que trair a sua tribo; Dhui deveria correr o risco de levá-la para Abaretama. Dhui preferiu confiar no amor de Aracê e levou-a para a Terra dos Homens, ocultando a sua presença dos demais guerreiros. E, assim, passaram a viver em completa felicidade.

Enquanto isso, na aldeia dos Camés, Cauá estava impaciente porque Aracê não voltava. A demora da moça indicava que algo saíra errado. Talvez estivesse prisioneira dos Apiabas.

Cauá enviou, então, o seu filho Caritubu, para verificar o que estava acontecendo. O filho do chefe dos Camés escondeu-se numa mata próxima de Abaretama, e ficou vigiando os arredores, na esperança de encontrar Aracê.

Algum tempo depois, Caritubu viu o que jamais poderia imaginar: Aracê sorrindo feliz para Dhui, trocando carícias e juras de amor. De vez em quando, ela pegava uma cuia, cheia de Ouricuri, uma espécie de licor feito de butiá, e a levava aos lábios de Dhui que bebia com prazer.

Caritubu encheu-se de ódio. Ele sonhava em se casar com Aracê quando se tornasse chefe de sua tribo. Achou, ainda, que a traição de Aracê ao seu povo merecia vingança.

Aproveitando-se de um momento, em que os jovens entraram numa parte densa da mata, à procura de penas coloridas de tucanos e araras para os seus cocares, mergulhou as pontas envenenadas de suas flechas no licor de butiá.

Dhui e Aracê voltaram contentes e abraçados para a clareira, onde estavam, e ela ofereceu-lhe um pouco mais de Ouricuri.

Dhui bebeu sorrindo, sem saber que aquilo provocaria a sua morte. O veneno agiu instantaneamente e Aracê, desesperada, sem saber o que estava ocorrendo, começou a chorar e gritar.

Caritubu logo apareceu e começou a cantar a sua própria glória pela morte do rival nas batalhas e no amor. Percebendo o que havia acontecido, Aracê bebeu rapidamente o que restava de licor na cuia e tombou ao lado do seu amado.

Tupã, profundamente entristecido com as mortes de Dhui, o guardião-chefe dos mistérios sagrados, e de sua amada Aracê, e irado com a inveja dos homens, resolveu destruir Abaretama. O céu encheu-se de trovões e raios caíram sobre a região com fúria. As grutas ficaram cobertas de água para sempre e nunca mais alguém conseguiu desvendar os segredos de Tupã.

Para eternizar a história de amor de Aracê e Dhui, o deus do trovão transformou Abaretama em Itacueretaba – aldeia petrificada.

Abaretama, hoje, se chama Vila Velha. As suas pedras retratam os animais que habitavam a região, a floresta e aldeia dos Apiabas. A pedra

que chamam de Urso, é, na verdade, a preguiça terrestre gigante: Mapinguari, para os índios. A do Camelo representa as Lhamas, cujas remanescentes fugiram para a Cordilheira dos Andes. As Furnas são as grutas que guardavam os segredos de Tupã, eternamente cobertas de água, para que ninguém mais possa encontrá-los. A taça reproduz as mãos de Aracê, oferecendo a cuia com o licor de butiá ao seu amado. E, nas águas da lagoa dourada, tupã guardou o brilho das flores de ipê amarelo que Aracê usava nos cabelos...

Hardy Guedes. Coleção Lendas Paranaenses.

Texto 2

xto 2

Naipi e Tarobá – a Lenda das Cataratas do Iguaçu

O Iguaçu pertencia a M’Boi. Por isso, até hoje, as águas desse rio serpenteiam imitando os seus

movimentos. Porque M’Boi é M’Boitatá, o deus-serpente e o Iguaçu é, também, uma enorme serpente que vai

se arrastando pelo chão do Paraná.

Aonde M’Boi ia, o Iguaçu o acompanhava. É por isso que quase todos os rios desaguam no mar, mas o

rio-serpente, não. Ele nasce pertinho do Atlântico, no Planalto de Curitiba. Bastaria se lançar Serra do

Mar abaixo e sem dificuldades levaria as suas águas para o Oceano. Mas o Iguaçu é um rio avesso e tem

destino contrário aos demais. O traçado do Iguaçu foi escolha de M’Boi e ele quis correr para o interior.

O deus-serpente desejava chegar em outro mar: o de Xaraés. Era assim que as tribos antigas chamavam

o Pantanal do Matogrosso.

E foi abrindo o seu caminho, rasgando chão, arrancando mata, alagando baixada.

O Iguaçu tinha muito peixe e o índio Caingangue muita fome. Índio queria peixe, mas peixe pertencia

a M’Boi que era dono do rio. Índio ia pescar, canoa virava. Perdia peixe, perdia vida.

Caingangue resolveu fazer trato com deus-serpente. M’Boi deixava índio pescar. Índio dava cunhã

para M’Boi. Todo ano, uma cunhã.

Cunhã era moça bonita. Bonita como Naipi, a mais linda de toda tribo Caingangue.

Muitos queriam se casar com Naipi. Eram tantos, que os Caingangues prepararam uma enorme festa.

Nela, os bravos guerreiros, com o corpo pintado com as cores da alegria, disputaram o amor de Naipi. E

começaram as lutas e os risos e os cantos. Tarobá, um jovem forte e belo foi o vencedor.

M’Boi ouviu o barulho da festa e quis saber o que estava acontecendo. M’Boi viu Naipi e pediu a moça

pra ele. Mas Tarobá havia vencido as lutas. Naipi era de Tarobá.

Tarobá não quis dar Naipi para o deus-serpente. M’Boi desfez trato com índio. Voltou a espantar

peixe. Voltou a virar a canoa. Voltou a matar índio. Índio não tinha mais peixe. Índio voltou a sentir

fome.

Os Caingangues se reuniram. Ofereceram outras moças a M’Boi. M’Boi não aceitou. Ofereceram outras

moças a Tarobá. Tarobá também não aceitou. Lutara por Naipi. Vencera por Naipi. Naipi era de Tarobá.

A fome aumentou. Os Caingangues decidiram roubar Naipi de Tarobá para entregar a M’boi. A moça foi

levada para a beira do Iguaçu. Índio gritou chamando M’Boi. M’Boi veio depressa. Tarobá ouviu algazarra.

Veio depressa também.

Tarobá chegou primeiro. Pegou Naipi. Fugiu mata adentro. M’Boi correu atrás, rasgando chão,

derrubando mata, alagando baixada. Tarobá era guerreiro forte. Tarobá era muito ligeiro. Tarobá era

muito esperto.

M’Boi é deus serpente. É ligeiro e manhoso também. Por onde Tarobá corria com Naipi, M’Boi fechava

caminho com as águas do Iguaçu, serpenteando pra lá e pra cá. Tarobá, sem saída, encontrou canoa,

remou ligeiro. M’Boi foi atrás. Queria virar canoa. Queria Naipi. Tarobá era bom no remo. Canoa não

virava, não. Nem mesmo o deus-serpente podia vencer Tarobá.

Mas o Iguaçu era de M’Boi e fazia o que ele queria. M’Boi viu um grande abismo. Se Naipi não era

dele, de Tarobá não seria.

M’Boi mandou o Iguaçu se jogar no precipício. O Iguaçu, obediente, lançou-se imensidão abaixo,

arrastando canoa com Tarobá e Naipi.

Tupã viu tudo, mas nada pode fazer. Tupã era deus do trovão. M’Boi era deus-serpente. Dois deuses

não lutam entre si. Tupã fez do corpo de Tarobá uma grande pedra, e o deixou lá embaixo, no grande

abismo onde ele caiu, e transformou Naipi nas espumas das águas.

Desde então, todos os dias, Naipi, a espuma, procura acariciar o corpo do seu amado Tarobá. E toda

vez que eles se encontram, nas águas das Cataratas do Iguaçu, aparece um belo arco-íris.

O castigo do Iguaçu foi acabar ali, juntando-se ao rio Paraná, tendo de correr de volta um grande

caminho, em direção do Atlântico.

M’Boi, o deus serpente, foi-se embora para o Mar dos Xaraés e povoou a região de serpentes gigantes,

que são as assustadores sucuris.

Hardy Guedes - Coleção Lendas Paranaenses.

Professor (a), após ler a Lenda das Cataratas, sugerimos que passe o seguinte vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=hENLm6v0Qow Acesso em 04 out. 2012.

Texto 3

A LENDA DAS ARAUCÁRIAS

Nunca houve em todo Paiquerê um guerreiro como Curiaçu.

Era mais alto e mais forte que todos. Os seus companheiros o admiravam. Os seus inimigos os

temiam. Na pesca, Curiaçu era incomparável. A sua pontaria era tão precisa que, mesmo à longa distância,

flechava o peixe que escolhia. Era, também, excelente caçador. Nunca deixava faltar alimento para sua

tribo. Mas gostava de caçar sozinho. Seus passos eram mais largos na caminhada, seus movimentos mais

ligeiros e, apesar do seu tamanho, mais silenciosos.

Certa vez, embrenhou-se na mata seguindo os rastros de uma onça-pintada. Estava tomado de um

pressentimento. Sentia que alguma coisa o levava na mesma direção em que ia a fera. O pressentimento

virou certeza, ao avistar, no chão as marcas dos pés delicados de uma moça. Era Guacira, filha do pajé de

uma tribo inimiga, que havia saído à procura de ervas curativas. A moça só percebeu a presença da onça,

quando a distância já era pequena demais para que pudesse fugir. Guacira sentiu que seu fim havia chegado.

A onça correu em sua direção. Mas, no meio do caminho, surgiu Curiaçu. A corda do arco, já esticada,

soltou uma flecha ligeira que atingiu mortalmente a fera. Guacira desfaleceu de susto.

Curiaçu tomou-a em seus braços e a levou para a beira do rio. Pegou um pouco d’água e começou a

molhar o belo rosto da moça para despertá-la. Um guerreiro da tribo de Guacira, vendo de longe aquela

cena, pensou que Curiaçu estava raptando a filha do pajé e deu o alarme. Vieram vários guerreiros com

suas armas. Cercaram Curiaçu e passaram a atirar flechas na sua direção. O guerreiro lutou bravamente.

Rompeu o cerco e fugiu em direção à mata virgem levando Guacira consigo. Mas o corpo de Curiaçu, da

cintura pra cima, estava bastante crivado de flechas e ele começou a fraquejar. O bravo guerreiro, sentindo

que não teria mais forças para resistir, pediu a Guacira que ocultasse seu corpo. Não queria que os seus

inimigos o encontrassem. A jovem índia encontrou uma fenda no chão, escondeu Curiaçu e cobriu com

folhas. Voltou atrás no caminho percorrido cobriu com a terra as gotas de sangue de Curiaçu e apagou os

rastros. Depois que o perigo havia passado, Guacira tentou encontrar o local onde havia escondido o corpo

de Curiaçu. Queria usar todo o segredo das ervas que aprendera com seu pai, o pajé, para curá-lo. Mas ela

nunca mais achou o lugar onde havia enterrado Curiaçu.

Algum tempo depois, no Paiquerê, surgiu uma árvore enorme, de tronco marrom-escuro como o dorso

de um índio, Os galhos dessa árvore pareciam flechas cravadas no tronco.

Foi assim que surgiu a Araucária, o Pinheiro do Paraná.

Tupã transformou Guacira em gralha-azul. Desde então, toda vez que os pinhões caem no chão, a

gralha-azul pensa que são as gotas de sangue do bravo guerreiro e trata de os enterrar. E não as encontra

mais, porque Tupã deu a ela, como castigo, uma memória fraca, por causa de Guacira que nunca mais

achou o corpo de Curiaçu.

Dos pinhões enterrados pela gralha-azul, foram nascendo imensas florestas de Araucárias.

Hardy Guedes – Coleção Lendas Paranaenses

Conhecendo melhor o escritor Hardy Guedes

Hardy Guedes (Hardy Guedes Alcoforado Filho) nasceu no dia 6/3/1947, em Niterói-RJ. É cantor, compositor, violinista, escritor, nasceu em Niterói, mudou-se para Curitiba no Paraná em 1976, onde

reside atualmente. Compôs sua primeira música aos doze anos de idade. Publicou diversos livros infantis, entre os quais, "A loja da raposa", "O balaio - primeiro movimento" e a Coleção Lendas Paranaenses.

Entre suas músicas gravadas estão: "Rodeio e vendaval e calmaria", por Lydio Roberto, "Rodeio", no disco Terra de pinho, com o grupo MPB da Universidade Federal do Paraná e "Viver valerá a

pena", que se tornou tema de Primavera da TV Paranaense.

Leiam o recado dele para vocês:

Olá, amigos! Meu nome é Hardy Guedes e estou aqui, de novo, pra contar outras histórias para vocês! Desta vez, são lendas do Paraná, estado onde moro desde 1976.

São pequenos contos, que adaptei, renovei e reinventei pra mostrar que todas as nações indígenas, de todos os lugares, têm histórias e tradições ricas, cheias de imaginação e poesia. Espero que vocês gostem e que, com elas, todos aprendam a respeitar, cada vez mais,

aqueles que eram os verdadeiros donos desta terra, quando o homem branco aqui chegou!

Figura 4 – Hardy Guedes

Fonte: GUEDES, 2008

A t i v i d a d e s a p a r t i r d a s l e i t u r a s d a s l e n d a s a n t e r i o r e s

1) Por que os textos 1, 2 e 3 podem ser considerados lendas? Que

características do gênero textual „‟lendas‟‟ nós podemos destacar nos textos

que lemos?

2) Os textos que acabamos de ler são Lendas Paranaenses. A que fato histórico

ou fenômeno elas se referem?

OFICINA 2

Análise do contexto de Produção

1) Leia novamente as lendas e responda:

a) Quem escreveu estas lendas? Sabemos que ela foi reescrita, na verdade

essas histórias já existem há muito tempo e foi transmitida oralmente de

geração para geração. Então, quem pode ter criado estas lendas? E

Hardy Guedes, a quem ele destinou esta lenda?

b) Qual pode ter sido o objetivo do Hardy Guedes ao recontar estas lendas?

c) Onde elas foram veiculadas?

Professor (a): É necessário explicar aos alunos o que é o contexto de produção: Emissor: (ou locutor) pessoa que produz fisicamente o texto. (Antigamente foram os índios os emissores que foram transmitindo de geração em geração. Hoje, neste caso, é o Hardy Guedes). Receptor: a pessoa que pode perceber ou receber concretamente o texto. (Antigamente, os próprios índios eram os receptores. Hoje, os receptores são os leitores de lendas de forma geral). Destinatário: papel social do receptor, inserido em uma esfera social. (Antigamente, eram os índios, que não tinham explicações científicas para existência dos fatos históricos ou fenômenos, mas atualmente os destinatários são os alunos do Ensino Fundamental, que desejam conhecer mais sobre a cultura e o folclore de um determinado povo). Enunciador: papel social que o emissor desempenha na interação. (Os índios, que não tinham o conhecimento necessário para a explicação de fatos e fenômenos e tinham necessidade de explicá-los e transmitir aos seus herdeiros. Hoje o enunciador é um escritor, que deseja resgatar essas histórias, para que não sejam esquecidas). Objetivo: intenção comunicativa. (Os índios tinham como objetivo explicar os fenômenos, para os quais não tinham uma explicação. Hoje, o escritor tem o objetivo de resgatar o folclore do Paraná, valorizando os povos indígenas paranaenses). Veículo: suporte pelo qual o texto será veiculado. (Os índios veiculavam essas histórias oralmente, mas o Hardy Guedes veiculou essas histórias em uma coleção de livros, no caso a Coleção de Lendas Paranaenses).

OFICINA 3

Estudo da Estrutura Composicional

As lendas apresentam um aspecto tipológico predominantemente do mundo

do narrar, ou seja, é uma sequência narrativa, portanto elas devem apresentar os

seguintes elementos:

Situação inicial: situa ou orienta o leitor a respeito da narrativa. Personagens e suas características, onde e quando acontece a história.

Complicação: transformação deste “estado” equilibrado, introduzindo à narrativa uma perturbação criando uma tensão.

Ações: reúne acontecimentos desencadeados por essa perturbação

Clímax: momento mais importante da narrativa.

Resolução: solução da tensão.

Situação final: novo estado de equilíbrio estabelecido.

A t i v i d a d e s

1) Localize na lenda “Itacueretaba – A Lenda de Vila Velha”:

a) Os personagens principais e as suas características.

b) Onde e quando acontecem os fatos narrados nesta lenda?

c) A situação problema apresentada no texto.

d) O clímax da lenda, ou seja, o momento mais importante.

e) E localize, também, qual foi o desfecho dado para a história.

2) Ainda sobre a Lenda de Vila Velha, responda:

a) Qual era a grande missão dos guerreiros da tribo dos Apiabas?

b) Por que as mulheres Apiabas não podiam entrar na gruta onde eram

guardados os segredos de Tupã?

c) Com base na resposta anterior, podemos concluir que havia um preconceito

contra as mulheres daquela tribo. Comente que preconceito seria esse.

d) Por que Dhui não conseguiu cumprir sua missão?

e) Qual foi a vingança de Tupã?

f) Que fato ou fenômeno esta lenda procura explicar?

g) Você acredita que isto possa ter realmente acontecido? Justifique a sua

resposta.

h) Você conhece Vila Velha, no Paraná, local narrado por essa lenda?

Professor (a), algumas considerações sobre as questões acima:

c) Espera-se que os alunos concluam que era o preconceito de achar que as mulheres falam demais, ou não sabem guardar segredos. Caso os alunos não consigam chegar a esta conclusão, sugerimos que faça comentários, ou dê exemplos que os levem a perceber que nesta lenda existe esse preconceito contra as mulheres.

g) Espera-se que os alunos respondam que não acreditam, pois se trata de uma lenda, porém sugiro que os ajude na justificativa, aproveitando para mostra-lhes que se trata de rochas de arenito que foram esculpidas pela natureza por milhares de anos.

h) Aproveite esta questão para mostrar aos alunos vídeos que aparecem disponíveis no youtube, que mostram Vila Velha. Há vários vídeos, aqui sugerimos o seguinte: http://www.youtube.com/watch?v=PgqJvfrihMw, acesso em 04 out. 2012. Leve também o mapa do Paraná e peça que eles localizem Vila Velha no mapa.

OFICINA 4

Análise Linguística

TOPONÍMIA PARANAENSE

A língua portuguesa falada no Brasil sofreu muitas influências, por conta da

colonização de muitos povos que para cá vieram: os europeus e especialmente os

africanos, mas não podemos nos esquecer dos povos que já viviam aqui, chamados

de „‟índios‟‟ pelo colonizador português. Quando os portugueses aqui chegaram,

havia aproximadamente dois milhões de indígenas, com seus costumes e seus

falares. Por isso muitas palavras que usamos em nosso dia a dia é de origem tupi-

guarani. Como por exemplo:

Atividades

1) Leia novamente a lenda: “Naipi e Tarobá – A lenda das Cataratas do Iguaçu”,

observe as palavras que são se origem indígena e pesquise na internet e/ou

dicionários o significado e a origem das seguintes palavras:

Arapuca - do tupi guarani "ara"= guirá - ave; puca - rebentar, estourar. Armadilha, feita de paus, com formato piramidal, e destinada a pegar vivos aves, pequenos mamíferos, ou outros animais de caça. Caipira - do tupi-guarani, caaipura=de dentro do mato. Nome que os índios do interior de São Paulo deram aos colonizadores. Atualmente é designação genérica dada aos habitantes de regiões do interior do Sudeste e Centro-Oeste. Pessoa do interior, da roça. Inocente, tímido. Caju - do tupi-guarani, caá-ju = mato de folhas Capim – tupi-guarani, caá-folha; pií-fino, delgado. Existe grande variedade desta planta queamíneas bastante comum no Brasil.

http://dicionariotupiguarani.blogspot.com.br/2010/09/i.html

Boitatá - Caingangue – cunhã – Curitiba – Iguaçu – Paraná – Tupã

2) Percebemos que o nome do nosso estado (Paraná) e da nossa capital (Curitiba)

são de origem tupi-guarani. Continue a pesquisa, mas agora procure a origem e o

significado do nome da tua cidade: Cambira e das cidades próximas, como

Apucarana, Itacolomi, Jandaia do Sul, Mandaguari, Marumbi, entre outras, como

Ibiporã, Guarapuava, Itaipu, etc.

O VERBO NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO

Atividades

1) Observe as palavras destacadas neste trecho da lenda “Curiaçu e a Gralha

Azul – A lenda das Araucárias” e responda:

“Era mais alto e mais forte que todos. Os seus companheiros o admiravam. Os seus inimigos os temiam.

Na pesca, Curiaçu era incomparável. A sua pontaria era tão precisa que, mesmo à longa distância,

flechava o peixe que escolhia. Era, também, excelente caçador. Nunca deixava faltar alimento para sua

tribo. Mas gostava de caçar sozinho. Seus passos eram mais largos na caminhada, seus movimentos mais

ligeiros e, apesar do seu tamanho, mais silenciosos”.

a) As palavras destacadas remetem a:

( ) um tempo presente

( ) um tempo passado

( ) um tempo futuro.

b) As palavras sublinhadas indicam:

( ) um fato passado concluído

( ) um fato passado, mas não concluído, ou seja, prolongado.

2) Observe este outro trecho e responda:

“A moça só percebeu a presença da onça, quando a distância já era pequena demais para que

pudesse fugir. Guacira sentiu que seu fim havia chegado. A onça correu em sua direção. Mas, no

Professor (a), adapte essa atividade de acordo com o nome da tua cidade e das cidades vizinhas. Caso o nome da tua cidade não seja de origem tupi-guarani, você pode pedir a eles que pesquisem as cidades paranaenses de origem tupi. Fique a vontade para adaptar essa atividade de acordo com a tua realidade. Sugerimos os seguintes sites e livro para pesquisa:

http://dicionariotupiguarani.blogspot.com.br/2010/09/i.html

http://ipanemamg.blogspot.com.br/2008/12/significado-de-algumas-palavras-

tupi.htmlhttp://falabonito.wordpress.com/category/etimologia/page/5/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Top%C3%B3nimos_tupi-guaranis_no_Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_tupis-guaranis Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena - Clóvis Chiaradia

Na internet tem muito mais!

meio do caminho, surgiu Curiaçu. A corda do arco, já esticada, soltou uma flecha ligeira que

atingiu mortalmente a fera. Guacira desfaleceu de susto”.

a) E agora estas palavras sublinhadas remetem ao presente, passado ou

futuro?

b) Elas indicam um fato passado concluído ou não concluído, prolongado?

ATENÇÃO! As palavras sublinhadas nas atividades acima são denominadas, pela Gramática, de VERBOS. Os verbos, no texto, são palavras que, indicam um fato (em geral, ação, estado ou processo), situando-o no tempo (presente, passado ou futuro). A palavra „‟verbo‟‟ em latim significa ‟‟palavra‟‟! Isso mostra como o verbo é importante para a língua. No caso do gênero textual „‟lenda‟‟, é comum aparecer dois tipos de verbos:

Pretérito Perfeito: são palavras empregadas para indicar fatos ou ações concluídas.

Ex.: “Foi assim que surgiu a Araucária, o Pinheiro do Paraná”.

Pretérito Imperfeito: são palavras empregadas para indicar fatos ou ações passadas, porém prolongadas, rotineiras, sem marcas de conclusão (não marcam até quando durou o fato e/ou ação).

Ex.: “Sentia que alguma coisa o levava na mesma direção em que ia a fera”.

3) Se o Pretérito Perfeito marca a narração e o Pretérito Imperfeito, a descrição.

Volte ao texto e indique:

a) Trechos narrativos (pinte de vermelho)

b) Trechos descritivos (pinte de azul)

4) Neste caso, o que predomina na Lenda das Araucárias: a narração ou a descrição?

Professor (a), esta lenda com a qual estamos trabalhando, tem o 2º parágrafo essencialmente descritivo, porém o texto todo é composto por sequência narrativa. A sequência descritiva que aparece na 2º parágrafo está em função da narração, ou seja, descreve-se para esclarecer o fato narrado. Por isso, dizemos que este é um texto narrativo.

Professor (a), diga a seus alunos que o uso do pretérito perfeito num texto marca a narração, enquanto o pretérito

imperfeito marca a descrição.

OFICINA 5

Intertextualidade

Professor (a), para o trabalho com intertextualidade será necessário ter o livro: “Diário de uma árvore a partir de uma gralha” de Jussara Braga. Este livro foi enviado às escolas em 2005 e vieram aproximadamente 30 livros, por isso é possível todos lerem o livro e até emprestar para ler em casa. Embora seja melhor ler na sala com os alunos, pois será necessário explicar alguns pontos da história aos alunos. Caso não tenha este livro na biblioteca, infelizmente não será possível realizar esta oficina, que apesar de interessante, poderá ser retirada do roteiro da Sequência Didática.

A t i v i d a d e s A partir da leitura do livro: “Diário de uma árvore a partir de uma gralha”

responda:

1) Quem conta a história narrada no livro?

( ) A árvore (uma araucária)

( ) O pássaro (uma gralha)

( ) Uma outra pessoa que não participa da história.

2) Onde se passa a história (espaço):

( ) Numa fazenda.

( ) Numa cidade grande.

( ) Numa floresta.

3) O que aconteceu para que a araucária tivesse que cuidar da gralha? Por

que o pássaro ficou sozinho?

4) A araucária tem o desejo de conhecer o mar, o mundo. Mas ela diz: “Meu

caminho não vai além da sombra sobre a terra”. Através da leitura do livro

nós sabemos que ela conheceu um pouco mundo. Como isso aconteceu?

5) Nas oficinas anteriores nós lemos a Lenda das Araucárias, e ela conta que

a gralha-azul enterrou os pinhões (fruto da araucária) e com isso formou

as imensas florestas de araucária, árvore símbolo do Paraná. E no final do

livro, a gralha também enterrou o pinhão? Ou teve outro final? Explique.

6) Leia o texto abaixo:

Figura 7 – Araucária – Pinheiro do Paraná

a) Lemos no livro que houve um incêndio que destruiu a floresta. Inclusive, a

Araucária, que criou a gralha, morreu neste incêndio. A história do livro é

uma ficção, mas a destruição das florestas de araucária no Paraná, não é

ficção, muito pelo contrário: No século passado, o Estado do Paraná era

coberto por matas de araucárias, numa área total de 80 mil Km2, mas

atualmente esta área está reduzida a apenas 4% da cobertura original.

Qual a tua opinião a este respeito? O que você acha que deve ser feito

para que o que restou da floresta de araucária não seja extinta de uma

vez por todas?

b) O livro tem essa mensagem de preservação ambiental, mas também nos

traz outra grande lição. Que lição é essa?

Professor (a), pode ser que os alunos, por serem do 6º ano, tenham certa dificuldade para refletir e expor de forma escrita uma opinião e até chegar a outra lição do livro, que é a lição da amizade, do companheirismo entre a araucária e a gralha. Assim se faz necessária tua interferência neste momento, a fim de ajudá-los a tirar as conclusões corretas.

3.2. PRODUÇÃO TEXTUAL E REESCRITA

Agora chegou o momento mais importante do nosso trabalho, pois será

através da produção textual que saberemos o que aprendemos sobre

lenda, por isso a turma será dividida em dois grupos:

A espécie Araucária Angustifólia é nativa do Brasil e possui uma ampla área de distribuição. A despeito de ocupar extensas áreas, a sua exploração indiscriminada colocou-a na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (Brasil, 1992).

Fonte: PARANÁ, 2009

Grupo 1

Produzir uma lenda que explique de forma lúdica e sobrenatural a

origem do nome da cidade: Cambira.

Cambyra: nome de origem tupi e denomina um cipó de flor roxa muito

comum na região quando da fundação da cidade.

Grupo 2

Produzir uma lenda que explique de forma lúdica e sobrenatural a

origem das pedras do Rio Cambira, que são colunas regulares e

hexagonais que se projetam verticalmente devido ao resfriamento do

magma na superfície.

Com base em tudo o que estudamos, vamos produzir nossas lendas, não nos

esquecendo dos critérios que são necessários para que o nosso texto seja realmente

uma lenda:

Fato histórico ou fenômeno que a lenda justifica.

Onde e quando aconteceu o fato narrado.

Quem são os personagens.

Suas características mais marcantes.

Que conflito que é estabelecido na narrativa.

Clímax (ponto mais alto da narrativa).

Ações.

Desfecho.

Professor (a), estamos propondo uma produção de texto a partir a nossa cidade, da nossa realidade.

Neste caso sugerimos que adapte a produção textual para o nome de

sua cidade e/ou fatos da sua região.

Professor (a), oriente os alunos que produza o texto em folha separada para lhe entregar, faça as correções ortográficas, de pontuação, de concordância, coerência e coesão, porém fique atento aos critérios acima e às características do gênero textual com os qual estamos trabalhando: “lenda”. Devolva os textos aos alunos, levantando na lousa os problemas mais frequentes encontrados e retome alguns conteúdos que achar necessário para ajudá-los a melhorar os seus textos. Os alunos deverão reescrever o texto fazendo as adequações propostas por você e devolvê-los novamente a fim de que seja verificado se os problemas foram sanados ou se é preciso fazer mais intervenções. Este é um processo demorado, porque alguns alunos conseguirão produzir o texto bem próximo da versão final, mas outros terão mais dificuldades. Essa tarefa de repassar aos alunos os problemas dos textos deverá ser de forma individual, pois os bilhetes textuais que escrevemos nas produções nem sempre atingem seus objetivos, ou porque os alunos não compreendem o que queremos ou porque não fomos claros o suficiente para eles entenderem. Enfim, cada um de nós tem critérios para corrigir as produções textuais, porém precisamos deixar bem claro o que queremos que eles melhorem em seus textos.

Depois das lendas produzidas, vamos ilustrá-las. Faça um desenho ou uma

colagem que ilustre a história que você produziu. Essas ilustrações serão

escaneadas para serem postadas no blog junto com a lenda. Também

faremos uma exposição das lendas e das ilustrações nos murais da escola

para que todos, especialmente quem não tem contato com a internet,

possam conhecer o trabalho de vocês.

3.4. CIRCULAÇÃO DO GÊNERO

Chegou a hora de publicarmos as nossas lendas no blog que

criamos para a turma. Então iremos ao laboratório de Informática e lá receberemos

todas as orientações de como postar as lendas. Por isso é necessário muita atenção

e capricho, assim como foi até agora com as atividades que realizamos. Assim que

os textos forem publicados, o blog será divulgado para que outras pessoas leiam e

possam fazer comentários. Vocês também poderão ler e comentar nos posts de

seus colegas.

Professor (a), como foi sugerido na Apresentação da Situação, crie um blog, onde os alunos postarão as lendas produzidas. Assim que os textos estiverem na versão final, eles deverão ser levados ao laboratório de informática com o objetivo de postarem suas lendas. Divulgue o endereço do blog na escola e na comunidade escolar, bem como para as demais escolas da cidade e solicite a quem ler os posts do blog fazer comentários para que os alunos percebam o interlocutor de suas produções. Se for possível, faça algum intercâmbio com alguma turma de outra escola, com o propósito de que realmente aconteça essa interlocução e os alunos percebam que há leitores reais para seus textos.

4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Tendo como parâmetro a teoria dos gêneros discursivos de Mikhail Bakhtin, a

metodologia adotada para implementar esta Produção Didático-Pedagógica é a

Sequência Didática, que contemplará estratégias pedagógicas com o gênero textual

“lendas paranaenses” e terá como público alvo os alunos do 6º ano do Ensino

Fundamental do Colégio Estadual Cesar Lattes de Cambira – PR. Assim será

propiciado aos docentes a compreensão dos elementos característicos das lendas,

com o intuito de, a partir do desenvolvimento da Sequência Didática e

consequentemente a produção textual, formar escritores críticos e competentes.

A apresentação da situação far-se-á de forma oral, em que os alunos serão

seduzidos a estudar o gênero proposto, pois devemos apresentar o motivo, uma

necessidade de interlocução para motivar o estudo, a análise e a produção do

gênero textual. Será também o momento de saber qual é o grau de contato que eles

têm com a internet, se eles sabem o que é um blog e para que serve. Assim tomarão

ciência que seus textos serão divulgados em um blog da turma, que será criado pela

professora.

Para o reconhecimento do gênero serão feitos alguns questionamentos aos

alunos para detectar o que eles sabem sobre o gênero que será trabalhado, como

por exemplo: Vocês sabem o que é uma lenda? Já leram ou ouviram lendas?

Quais? Vocês sabem como surgiram as lendas? Nesta parte da Sequência Didática,

os alunos terão a oportunidade de falar, de contar as lendas que conhecem. Com

certeza eles terão muitas histórias, mesmo que não sejam lendas.

O próximo passo serão os módulos (que doravante serão denominados de

“oficinas”), onde serão apresentadas aos docentes algumas lendas, no caso será

feita a leitura dos livros: Naipi e Tarobá – a Lenda das Cataratas do Iguaçu;

Itacueretaba – a Lenda de Vila Velha e Curiaçu e a Gralha Azul – a Lenda das

Araucárias, da Coleção Lendas Paranaenses de Hardy Guedes. Em uma das

oficinas, será de “intertextualidade” entre a Lenda das Araucárias com o livro: Diário

de uma árvore a partir de uma gralha de Jussara Braga.

Sendo as Lendas um gênero textual da ordem do “narrar‟‟, explorar-se-á, em

uma das oficinas, a sequência narrativa; portanto, as seguintes fases:

Situação inicial: situa ou orienta o leitor a respeito da narrativa, o “estado das

coisas” aparece equilibrado.

Complicação: transformação deste “estado” equilibrado, introduzindo na

narrativa uma perturbação e criando uma tensão.

Ações: compreendem acontecimentos desencadeados por essa perturbação.

Resolução: solução da tensão.

Situação final: novo estado de equilíbrio estabelecido.

Em cada oficina será explorado um dos livros acima através da prática de

leitura, que na proposta sociointeracionista foi reinterpretada como um processo de

interlocução entre autor/leitor mediado pelo texto (GERALDI, 1999, p. 91), pois uma

das ações de reconhecimento do gênero passa pela atividade de leitura, abordando

o conteúdo temático, que deve explorar o conteúdo do texto atrelado ao contexto de

produção e à função social com perguntas de: decodificação, interpretação

(inferenciação) e compreensão (extrapolação).

Para reconhecimento do contexto de produção serão levantadas questões

que abordem:

Lugar de produção: lugar físico em que o texto é produzido;

Momento de produção: a extensão do tempo durante a qual o texto é

produzido;

Emissor: (ou locutor) pessoa que produz fisicamente o texto;

Receptor: a pessoa que pode perceber ou receber concretamente o texto;

Lugar social: a instituição ou, de forma mais geral, em que modo de interação

o texto é produzido.

Destinatário: papel social do receptor, inserido em uma esfera social;

Enunciador: papel social que o emissor desempenha na interação;

Objetivo: intenção comunicativa;

Veículo: suporte pelo qual o texto será veiculado.

Além das atividades de oralidade e leitura, também se explorará a gramática

da língua em práticas de Análise Linguística. Para Antunes (2009), é impossível a

existência de uma língua sem uma gramática, entretanto, é necessário explicar a

diferença entre regras de gramática e o ensino de nomenclaturas e classificações.

Segundo a autora, as regras servem para orientar o uso da língua:

Dessa forma, são regras, por exemplo, a descrição de como empregar os pronomes; de como usar as flexões verbais para indicar diferenças de

tempo e de modo; de como estabelecer relações semânticas entre partes do texto (relações de causa, de tempo, de comparação, de oposição e etc.); de quando e como usar o artigo indefinido e o definido; de quando e de como garantir a complementação do verbo ou de outras palavras; de como expressar exatamente o que se quer pelo uso da palavra adequada, no lugar certo, na posição certa. (ANTUNES, 2009, p. 86)

Nesta Sequência Didática as atividades de Análise Linguística serão

exploradas através de uma oficina com o estudo da influência das palavras

indígenas na língua portuguesa falada no Brasil, especialmente as toponímias

paranaenses. Também será trabalhado o verbo na construção do texto, ou seja, o

uso do pretérito perfeito e imperfeito na composição da lenda, para que os alunos

reconheçam que o pretérito perfeito indica fatos ou ações concluídas e marca a

narração, já o pretérito imperfeito é usado para indicar fatos e ações passadas, mas

concluídas, dando ideia de rotina e marca a descrição.

Após a realização das oficinas, far-se-á a produção final, para isso a turma

será dividida em dois grupos. Um grupo escreverá lendas sobre a origem do nome

da cidade onde eles moram: Cambira, que é um nome de origem tupi (Cambyra) e

denomina um cipó de flor roxa muito comum na região quando da fundação da

cidade. Outro grupo produzirá lendas sobre as pedras do Rio Cambira, que são

colunas regulares e hexagonais que se projetam verticalmente devido ao

resfriamento do magma na superfície. Este lugar exerce um misticismo na população

da região, que conta histórias sobre as pedras, atribuindo sua origem aos indígenas

ou a extraterrestres. Neste momento da Sequência Didática deverão ser

apresentadas aos discentes as situações de produção:

* Finalidade da produção textual: explicar de forma lúdica e sobrenatural a origem

do nome da Cidade e das Pedras do Rio Cambira;

*especificidades do gênero: as que foram apreendidas durante as oficinas;

*lugar de circulação/veículo: internet / blog;

*interlocutor: leitores do blog, a princípio a comunidade escolar.

Depois da produção das lendas far-se-á a correção dos textos dos alunos,

levando em conta, além das situações de produção acima, os recursos textuais

como a coesão/coerência e os recursos linguísticos de pontuação, ortografia, entre

outros. Com isto eles poderão refazer as lendas. Serão feitas quantas refacções

forem necessárias, até o texto estar o mais próximo possível do gênero estudado.

Estando as lendas concluídas, os alunos criarão ilustrações para seus textos, que

poderão ser feitas em desenho livre, cópia ou colagem, ficando a critério de cada um

e de suas habilidades artísticas. Essas ilustrações serão escaneadas para serem

postadas juntamente com as lendas no blog da turma, que a essa altura já foi criado

pela professora. Os alunos então irão ao Laboratório de Informática e serão

orientados como postarem seus textos no blog, bem como as ilustrações. O próximo

passo será a divulgação do endereço desse blog para as outras turmas da escola e

para a comunidade escolar, para que conheçam o trabalho dos alunos e postem

comentários que serão lidos pelos alunos da turma posteriormente. Outro passo

será o intercâmbio com os alunos da Professora Sandra Almeida de Rolândia, que

também está fazendo PDE e trabalhará com blog com seus alunos, assim

poderemos fazer esse intercâmbio, para que haja, efetivamente, interlocutores para

os textos dos alunos.

Este blog será utilizado durante o ano todo para a divulgação dos trabalhos

desenvolvidos pela turma, a lenda será apenas o primeiro deles e assim eles terão

em mente que o que produzem na escola não será apenas para atribuição de nota,

mas um sentido mais amplo: eles se sentirão autores de seus textos.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé. Aula de Português – encontro & interação. 8 ed. São Paulo:

Parábola Editorial, 2009.

BRAGA, Jussara. Diário de uma árvore a partir de uma gralha. Curitiba: Ed. do

Autor, 2004.

CASCUDO, Luis Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. 7 ed. Belo Horizonte:

Itatiaia Limitada, 1993.

CHIARADIA, Clóvis. Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena. 1 ed.

São Paulo: Limiar, 2008.

DICIONÁRIO Ilustrado Tupi-guarani. 2012. Disponível em:

http://dicionariotupiguarani.blogspot.com.br/2012/07/a.html. Acesso em 10 out. 2012.

GERALDI, João Wanderley. Texto na sala de aula – leitura e produção. 3ª ed. São

Paulo: Ática. 1999

GOMES, J. G. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. In António

Mendes, Isabel Pereira e Rogério Costas (editores). Actas do VII Simpósio

Internacional de Informática Educativa, Leiria: Escola Superior de Educação de

Leiria, 2005, p. 311-315. Disponível em http://stoa.usp.br/cid/files/-1/3104/Blogs-final-

nome.pdf. Acesso em 03 abr. 2012.

GOMES, Maria Lucia de Castro. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa.

São Paulo: Saraiva, 2009.

GUEDES, Hardy. Curiaçu e a Gralha Azul – A lenda das Araucárias. Curitiba:

HGF, 1997. (Coleção Lendas Paranaenses).

_______. Itacueretaba – A lenda de Vila Velha. Curitiba: HGF, 1997. (Coleção

Lendas Paranaenses).

_______. Naipi e Tarobá – A Lenda das Cataratas do Iguaçu. Curitiba: HGF,

1997. (Coleção Lendas Paranaenses).

_______. Foto de Hardy Guedes. 2008. 1 fotografia.

HÜBES, Terezinha da Costa (Coord.). Sequência didática: uma proposta para o

ensino de Língua Portuguesa nas séries iniciais. Caderno Pedagógico 1. AMOP

(Associação dos Municípios do Oeste do Paraná). Cascavel, 2007.

LOCOMANN, A. Márcia. Capa dos livros da Coleção Lendas Paranaenses, 2012.

3 fotografias. Coleção Particular.

MORAN J. M. Como Utilizar a Internet na Educação. Artigo publicado na Revista

Ciência da Informação, Vol. 26, n. 2, maio-agosto 1997, p 146-153. Disponível em

Http://www.eca.usp.br/prof/moram/internt.htm. Acesso em 10 abr. 2012.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica.

Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba,

2008.

_________. Araucária – Pinheiro do Paraná. 2009. Disponível em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=11&min=

180&orderby=titleA&show=10. Acesso em: 03 out. 2012.

_________. Parque Estadual de Vila Velha-Ponta Grossa. 2009. Disponível em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/2geograf

ia/2vilatc.jpg. Acesso em 03 out. 2012.

________. Lange de Morretes – Cataratas do Iguaçu, 1929. 2011.

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/2011/art

e/5langenovo.jpg. Acesso em 03 out. 2012.

________.Theodoro De Bona. Pinheiros, 1979. 2011. Disponível em:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/arte/5de

bona5.jpg. Acesso em 03 out. 2012.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3 ed. Belo Horizonte:

Autêntica, 2009.

ÍCONES ILUSTRATIVOS: (domínio público) http://www.wpclipart.com