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1. FICHA PARA CATÁLOGO - PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA

Título: A escola conta sua história: vivência e registro das memórias históricas do

Colégio Ubedulha – Londrina – Paraná.

Autor Maria Aparecida de Lima

Escola de Atuação Colégio Estadual Ubedulha Correia de Oliveira

Município da escola Londrina

Núcleo Regional de Educação

Londrina

Orientador Prof.ª Marlene Cainelli

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Londrina

Disciplina/Área História

Produção Didático-pedagógica

Unidade didática

Relação Interdisciplinar

Geografia e Língua Portuguesa

Público Alvo Alunos – 9ª ano

Localização Rua: Júlio Farináceo, 110

Apresentação:

A presente produção didática visa traçar estratégias para implementar no espaço escolar a proposta de intervenção didática do PDE. Esta, fundamentada nas teorias da História Local e História Oral, tem por objetivo realizar uma experiência no ensino de história que leve os alunos a reconstruírem o percurso para levantamento da história da escola através de narrativas de ex-alunos e moradores do bairro. A ação de realizar a trajetória da História do colégio poderá dar visibilidade à memória dessa comunidade e permitir ao educando vivenciar o processo de elaboração do conhecimento histórico enquanto produtores e sujeitos da história. Nesse sentido, as atividades propostas foram pensadas com o intuito de colocar o aluno no papel de investigador histórico no sentido de levantar, analisar, confrontar e fazer inferências as fontes para elaborar o conhecimento histórico. No

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decorrer desse processo, o professor estará investigando a percepção dos alunos no que se refere à história, a construção do colégio e organização da comunidade. O emprego da temática local e da metodologia da História Oral em sala de aula contribui para deixar de lado a história linear e factual baseada nos grandes personagens presentes nos livros didáticos e coloca em cena uma História “vista de baixo”, a história dos excluídos, segundo (Thompson, 1992). Portanto, a investigação da história da escola por meio da metodologia da História Oral, torna-se assim, o instrumento mediador para instigar o raciocínio histórico do aluno acerca de: conceitos, fontes, sujeitos históricos e métodos da História.

Palavras-chave Fonte histórica, história local, historia oral, sujeitos históricos

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REFERENCIAL TEÓRICO

A década 1980 no Brasil foi marcada pela crítica ao ensino tradicional da

história, e pela defesa das novas propostas teóricas e metodológicas para a

abordagem da História. A historiografia brasileira desse período, passa apontar,

para novos sujeitos, temas, fontes e o uso de novas ferramentas. Esses debates,

futuramente, acabam permeando as propostas de ensino de História delineadas

pelos órgãos do Estado através do Ministério da Educação, das Secretarias de

Educação Estaduais e Municipais com a participação direta ou indireta de

pesquisadores e professores.

No Paraná, a elaboração das Diretrizes Curriculares entre 2004 e 2008,

influenciadas pelas correntes historiográficas da Escola dos Annales da França, da

História Social da Inglaterra ou na Micro-história da Itália, passam a propor a

inserção de histórias locais e do Brasil, e das narrativas orais aos conteúdos da

História.

Com relação à História Local, o texto da DCs (PARANÁ..., 2008, p. 72),

apoiando-se nas ideias do historiador italiano Ivo Mattozzi, indica que quando o

professor introduz conteúdos temáticos numa perspectiva de abordagem das

histórias locais, cria uma prática pedagógica que possibilita a “investigação das

regiões ou dos lugares onde os alunos vivem, mas também das histórias de outras

regiões ou cidades”.

Barbosa (2006, p. 64), por exemplo, fala que a pesquisa, ao visar a

produção do conhecimento local, “deve ser feita numa perspectiva de abordagem

de inclusão dos protagonistas da história que efetivamente fazem parte dos

espaços estudados, no caso, professores, alunos e comunidade local”, e ainda cita

as ideias de Giroux e Simon em defesa do uso das histórias locais inclusivas para

afirmar que:

“São abordagens desse tipo que apresentam um ganho pedagógico para os estudantes ao tornar disponíveis aquelas narrativas, históricas locais e memórias subjugadas que foram excluídas e marginalizadas nas interpretações dominantes da história.” (GIROUX; SIMON,1994, p. 65 apud BARBOSA, 2006).

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Gonçalves, vê o local como: “conjunto de experiências de sujeitos em um

lugar e, também, o conhecimento sobre o conjunto dessas experiências”,

destacando assim, uma concepção de história local:

Como conhecimento produtor de uma consciência acerca das relações entre as ações de sujeitos individuais e/ou coletivos em um lugar [...]. O estabelecimento desses lugares/unidade, por seu turno, se materializa na ação dos homens no mundo (GONÇALVES, 2007, p.178).

Nesta perspectiva, o estudo da história local, através da abordagem da

memória histórica do Colégio Ubedulha, pensada enquanto experiência educativa,

só terá sentido se recuperarmos as ações e experiências dos sujeitos locais em

torno da construção do colégio e da organização da comunidade.

Dar significado ao conhecimento histórico através da pesquisa local é algo

que Cainelli e Schmidt (2004) também destacam. As autoras ainda acrescentam

que é possível obter melhor resultado quando se propõe a pesquisa da história local

com a metodologia da história oral.

Utilizando uma definição, dentre as várias que podem ser encontradas nas

pesquisas acadêmicas com discursos semelhantes, Freitas (2006, p. 18), define a

História Oral como “um método de pesquisa que utiliza a técnica da entrevista e

outros procedimentos articulados entre si, no registro de narrativas humanas”.

Segundo Neves (2000, p. 109-110), o uso da metodologia da História Oral

para captar o passado, constitui-se “como espaço vivificador da relação entre a

História, a memória e a identidade”. Portanto, a produção de documentos orais, na

concepção de Neves, respalda duas questões fundamentais na produção do

conhecimento histórico: “o ofício do historiador e a memória individual dos

depoentes”.

Os registros das narrativas produzidos pela metodologia da História Oral

são as fontes orais, que estão classificadas em histórias orais, relatos orais de vida

e depoimentos orais.

Porém, o professor ao desenvolver projetos de estudos por meio da história

local e história oral precisa ter consciência das peculiaridades dessas teorias.

No que se refere à história local, é importante que se procure articular o

macrossocial com o microssocial, visto que, analisar as relações entre o local

nacional e o mundial é um dos caminhos para investigar as identidades sociais.

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O pesquisador em história local deve cuidar para não propor uma

abordagem reducionista e localista. Para tanto, vale considerar a seguinte

observação:

[...] uma realidade local não contém, em si mesma, a chave de sua própria explicação, pois os problemas culturais, políticos, econômicos e sociais de uma localidade explicam-se, também, pela relação com outras localidades, outros países e, até mesmo, processos históricos mais amplos (CAINELLI; SCHMIDT, 2004, p. 112).

Cainelli e Schmidt (2004, p. 112) ainda salientam que com o processo de

globalização tornou-se importante estabelecer “marcos de referências relacionais

que devem ser conhecidos e situados, como o local, o nacional, ocidental e o

mundial” quando se propõe o estudo o local como “indicador da construção de

identidades”. Ainda segundo as autoras:

Já o registro das memórias sociais pela metodologia da história oral impõe

algumas questões. Uma delas é que a História Oral limita-se ao tempo presente,

sendo impossível colher informações de um tempo muito longínquo. A outra é que o

espaço da história oral é o espaço da subjetividade, uma vez que é fundamental

respeitar a forma como cada indivíduo explica os fenômenos que memorizou.

OBJETIVO GERAL

Investigar e registrar a memória de formação do bairro e construção do

Colégio Ubedulha por meio das lembranças dos moradores, possibilitando ao aluno

do Ensino Fundamental compreender como o conhecimento histórico é produzido,

levando-o a construir o percurso para levantamento da história do colégio.

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UNIDADE I

TEMA: INTRUDUÇÃO AOS ESTUDOS DA HISTÓRIA: O ALUNO E SUAS IDEIAS

ACERCA DA HISTÓRIA.

DURAÇÃO: 2 aulas

OBJTIVOS

- Conhecer melhor os sujeitos da pesquisa com o intuito de caracterizar o meio que

estão inseridos no dia a dia;

- Verificar qual a percepção que o aluno tem da história, dos conceitos de sujeitos

históricos, das fontes históricas, assim como identificar seus conhecimentos sobre a

história do colégio e do bairro;

PERSPECTIVA DE ENSINO

O campo de pesquisa em Educação Histórica tem demonstrado que a população

escolar possui ideias relacionadas à História que são apreendidas na convivência

social familiar, escolar, na comunidade local ou através dos meios midiáticos. Esse

conhecimento histórico dos alunos, ainda que seja de senso comum, pode ser a

ponte para que o professor estimule a cognição histórica do aluno e estruture sua

didática.

Neste sentido, Barca (2001) propõe aos profissionais de História; detectar

essas ideias e contribuir para modificá-las e torná-las mais elaboradas de forma a

estimular o pensamento histórico do aluno. Portanto, partindo dos pressupostos de

que a população escolar é detentora de conhecimento e opiniões acerca da História;

de que a aprendizagem melhor se realiza quando parte do conhecido, e esta deve

buscar ampliar o conhecimento do educando, pensamos a primeira atividade como

instrumento de estudo exploratório para conhecer essas ideias, e dialogar com e a

partir delas com o objeto dessa pesquisa.

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ATIVIDADE: Estudo exploratório

a) Nome __________________________________ Idade_____________________

b) Com quem mora Pai e mãe( ) Mãe( ) Pai( ) Avós( ) Outros_________

c) Exerce algum tipo de trabalho: ________________________________________

d) Qual seu hobby preferido:___________________________________________________

e) Dos aparelhos eletrônicos abaixo, indique aqueles que você possui e de quais de

ferramentas faz uso constante:

( ) Celular___________________________________________________________

( ) Máquina fotográfica ________________________________________________

( ) Computador com internet____________________________________________

f) Há quanto tempo estuda no colégio? ___________

g) Outros membros de sua família estudaram nesse colégio? Sim ( ) Não ( )

h) Você gosta de sua escola? Por quê? ___________________________________

1.1- Com relação à disciplina de História pense e responda as questões abaixo:

a) Para que serve o conhecimento histórico ou (a História)?

b) Para você quem são os sujeitos históricos?

c) O que são as fontes históricas? E quais fontes um historiador pode utilizar para

escrever a história da cidade, de seu bairro ou do colégio Ubedulha?

d) Pensando na história do colégio, você sabe qual o ano de sua fundação? Quem

teve a ideia de construí-lo? Como era antes esse espaço físico? Quem criou o

símbolo do Colégio?

e) Nas aulas de História, você consegue relacionar os conteúdos que são estudados

com a vida cotidiana em seu bairro, cidade ou escola? Caso sua resposta seja sim

ou não, por que você acha que isso ocorre?

METODOLOGIA

No inicio da aula o professor deve apresentar o projeto e explicar o objetivo

da atividade. Preparar as questões com antecedência e providenciar cópias para

entregar um questionário por aluno. Após o preenchimento do questionário, o

professor poderá estimular um debate promovendo uma roda de conversa para que

os alunos discutam com seus colegas as suas percepções acerca da história e

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depois organizar um quadro síntese das ideias no quadro. Ao final da aula, o

professor deve recolher os questionários para análise qualitativa das respostas.

RECURSOS DIDÁTICOS

Xerox dos questionários, quadro negro e giz.

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UNIDADE II

TEMA: OS CONCEITOS DE HISTÓRIA, FONTES E SUJEITOS NOS TEXTOS

HISTOFRIOGRÁFICOS.

DURAÇÃO: 2 aula

OBJETIVOS

- Refletir acerca dos conceitos de História, fontes e sujeitos com apoio da produção historiográfica;

- Reelaborar as noções históricas de senso comum e confrontar discursos;

PERSPECTIVA DE ENSINO

Uma das sugestões feitas pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica

ao professor da disciplina de história é a de organizar o trabalho pedagógico por

meio da fundamentação historiográfica com vistas a favorecer a construção do

conhecimento pelo educando.

Portanto, pensamos usar nessa atividade recortes de textos historiográficos

sobre os conceitos de história, sujeitos históricos e fontes com o intuito colocar o

aluno em contato com o conhecimento elaborado pela produção historiográfica a fim

de estabelecer confronto entre os discursos dos textos, com as ideias históricas

elaboradas pelos estudantes.

ATIVIDADE: Confrontando conceitos históricos

Texto 1

“Concebemos história como o estudo da experiência humana no passado e no presente. A história busca compreender as diversas maneiras como homens e mulheres viveram e pensaram suas vidas e a de suas sociedades, através do tempo e do espaço. Ela permite que as experiências sociais sejam vistas como um constante processo de transformação; um processo que assume formas muito diferenciadas e que é produto das ações dos próprios homens. [...] Por isso, a história ensina a ter respeito pela diferença, contribuindo para o entendimento do mundo em que vivemos e também do mundo em que gostaríamos de viver.”

FONSESA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História. São Paulo: Papirus, 2003. P.40.

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Texto 2

Texto 3

2.1- Ler os textos, organizar as informações no quadro, refletir e resolver as questões.

Autor Data Conceito de História

Conceito de fonte

Conceito de sujeitos

Conceito do aluno

Texto 1

Texto 2

Texto 3

• Qual o julgamento do autor do texto 1 sobre a história? O conceito de História

do autor é semelhante ou diferente do seu? Explique.

• Com relação à concepção de sujeitos históricos, o autor do texto 2 concorda

com o autor do documento 3 ou o contradiz? Por quê?

METODOLOGIA

O professor deve ter em mãos as ideias elaboradas pelos alunos na primeira

atividade: “O aluno e suas ideias acerca da história”. Pedir para os alunos lerem os

“Mas como essa história é registrada, escrita e transmitida para várias gerações? [...] Segundo Thompson (1981), é por meio dos diversos registros das ações humanas, dos documentos, dos monumentos, dos depoimentos de pessoas, de fotografias, objetos, vestuários que o real vivido por homens e mulheres nos diversos tempos e espaços chega até nós. Portanto, todos os registros e as evidências das ações humanas são fontes de estudo da história.”

“Logo, todos os homens e mulheres, ricos e pobres, pretos índios brancos, governantes e governados são sujeitos da história. A história não é feita apenas de autores individuais, mas também por movimentos sociais, pela classe trabalhadora, pelos militares etc.”

FONSESA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História. São Paulo: Papirus, 2003. P.40.

“Porque a história universal, a história do que o homem completou no mundo é, na realidade, a história dos grandes homens que trabalharam na Terra. Eles foram os condutores, os modeladores, os padrões e num largo sentido, os criadores de tudo o que a massa geral dos homens procurou fazer ou atingir. E a alma da história da humanidade pode ser considerada como sendo a história desses grandes homens.”

CARLYLE, Thomas. Os heróis e o culto dos heróis. São Paulo: Cultura Moderna, s/d.p.10

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textos historiográficos e preencher o quadro com as informações solicitadas. Em

seguida, devem anotar seu conceito de história no quadro e resolver as duas

questões propostas. Ao finalizarem as questões o professor pode solicitar aos

alunos que exponham suas observações, e fazer inferências quando for necessário.

O professor poderá finalizar explicando o que a produção historiográfica

contemporânea defende em relação aos conceitos abordados ou fazer com os

alunos a leitura do poema “Perguntas de um trabalhador que lê”, de Bertolt Brecht.

Pode também levantar questões problematizadas para avaliar a argumentação dos

alunos acerca dos conceitos trabalhados até o momento.

RECORSOS DIDÁTICOS

- Xerox dos textos historiográficos e do quadro síntese com as questões.

- Letra do poema de Bertolt.

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UNIDADE III

TEMA: O FILME COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO AUXILIAR NA DISCUSSÃO

SOBRE O SENTIDO HISTÓRIA.

DURAÇÃO: 4 aulas

OBJETIVOS

- Entender o depoimento oral como um instrumento de conhecimento e de produção

de fontes para a história;

- Discutir a relação entre memória e História;

- Compreender que a História é feita por diferentes narrativas que se contrapõem à

noção de verdade absoluta;

- Estimular os alunos a registrarem a história do colégio por meio da história oral;

PERSPECTIVA DE ENSINO

A produção historiografia tem defendido o emprego de filmes como recurso

didático a ser utilizado no ensino de história. No Brasil, os teóricos da Escola Nova

são categóricos ao afirmarem que emprego de recurso audiovisual em sala de aula

estimula e torna o processo de ensino aprendizagem mais interessante para o

educando. Em um artigo sobre a utilização de filmes no ensino, Abud declara que:

o cinema cria possibilidades de construção do conhecimento histórico

escolar, pois o filme em sala de aula mobiliza operações mentais que

conduzem o aluno a elaborar a consciência histórica, forma de consciência

humana relacionada imediatamente com a vida humana prática, e que se

constitui, em última instância, no objetivo maior do ensino de História.

(ABUD, 2003. P.183)

Apoiados nas discussões historiográficas que vê a filmografia como

metodologia de trabalho na construção do conhecimento histórico, optamos por

desenvolver a unidade três através do filme “Narradores de Javé”. Percebemos que

a narrativa do filme dialoga com a proposta da pesquisa que é – vivenciar o registro

das memórias históricas do colégio – e os objetivos traçados nessa atividade. A

relação entre a narrativa do filme e conteúdos históricos poderá ser estabelecida a

partir de temas como a importância da oralidade na construção cientifica da história,

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a questão memória e história, verdade e invenção, herança histórica, cultura de um

povo e múltiplas temporalidades. O caminho a ser percorrido com o filme será o de

viabilizar a formação no sentido de transformar a informação recebida em

conhecimento que enriqueça o “repertório Cognitivo ou simbólico” do aluno e não

mera ilustração do lido ou ouvido (Abud, 2003. p. 190).

Sinopse: Javé é uma localidade fictícia no sertão nordestino que será submersa pelas

águas de uma represa. Seus moradores descobrem que para salvar a cidade teria que

torná-la patrimônio histórico, mas, para isso é preciso escrever a historia oficial de Javé. A

única pessoa alfabetizada no vilarejo era o carteiro Biá, a quem os moradores delegam a

tarefa de realizar o documento cientifico sobre a fundação da cidade. Biá começa a coletar

os depoimentos dos moradores mais antigos da cidade, mas se vê num dilema: que história

registrar diante de tantas versões.

Direção: Eliane Caffé

Roteiro: Eliane Caffé e Luis Alberto de Abreu

Gênero: Drama 85min ano: 2003

Trechos do Filme disponível em:

http://educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/genre.php?genreid=162&letter=N

Palavras Chaves: História Oral, patrimônio, história, memória.

ATIVIDADE 1: Roteiro de observação

1. Ano de produção do filme e responsável pela produção.

2. Identifique e caracterize o espaço geográfico e principais personagens do

filme.

3. O que leva os habitantes de Javé a escreverem a história da cidade?

4. Compare as histórias contadas por seu Vicente, Diodora, Firmino e do Negro

Velho sobre a origem da cidade.

5. Você vê alguma semelhança entre sua localidade e Javé? Conhece alguém

que se parece com algum personagem? Descreva.

ATIVIDADE 2: Reflexão acerca dos métodos e sentidos da história

1. De que maneira ficamos conhecendo a história da cidade de Javé?

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2. Os habitantes de Javé contaram muitas histórias sobre a fundação da cidade.

Como agir o historiador diante de tal situação? Poderia dizer que uma história

era melhor que a outra?

3. Em sua opinião, a inundação fez desaparecer por completo a cidade de

Javé? Explique.

4. Neste momento, o que significado você atribui à História?

METODOLOGIA

Nesta atividade é importante assistir ao filme antes de apresentá-lo aos

alunos, pois o professor saberá qual cena ou recorte servirá a sua proposta de

trabalho. Procurar organizar os recursos tecnológicos para exibição do filme antes

do inicio da aula. O professor pode optar por passar o filme na íntegra ou recortar a

cena que lhe interessa (o portal dia a dia educação, disponibiliza algumas cenas).

Antes de iniciar o filme fazer um pequeno comentário, podendo utilizar o que está na

sinopse e, em seguida, entregar e comentar o roteiro de observação.

Após o filme dar um tempo para os alunos preencherem o roteiro de

observação, o qual pode ser feito em dupla. Em seguida solicitar que apresentem

suas observações procurando mediar, quando perceber que alguma informação não

foi notada ou foi esquecida.

Em seguida pode mediar um debate com a turma em torno de questões

propostas na segunda atividade direcionadas aos objetivos propostos nessa

unidade. A questão quatro ajudará avaliar que sentido o aluno dará a História após

a intervenção feita tendo como parâmetro a atividade da primeira unidade.

Aproveitar o momento para estimular os alunos a iniciarem a pesquisa e estudo

sobre a história de sua localidade.

RECURSOS DIDÁTICOS

- Filme;

- Aparelho de DVD e TV, ou pendrive, data-show e computador;

- Roteiro para análise do filme;

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SUGESTÃO

O livro de VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História geral e do

Brasil. São Paulo: Scipione, apresenta sugestões de filmes e atividades sobre os

estudos de História que ajudaram a pensar as atividades aqui elaboradas.

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UNIDADE IV

TEMA: CONDUTAS TÉCNICAS E ÉTICAS NA PESQUISA COM HISTÓRIA ORAL.

DURAÇÃO: 2 aulas

OBJETIVOS

- Aprender a aplicar recursos tecnológicos na coleta de fontes orais;

- Conscientizar quanto ao comportamento ético perante o entrevistado;

- Pensar e entender o papel de cada aluno durante a entrevista;

PERSPECTIVA DE ENSINO

Para realizar uma boa entrevista é necessário ter alguma habilidade para

manusear aparelhos de multimídias e atitudes éticas frente ao entrevistado.

Portanto, quando o professor propõe trabalhar o conhecimento histórico por meio da

metodologia da História Oral, deve orientar os alunos quanto à responsabilidade e o

comportamento ético que deve ter durante a pesquisa de campo. Trabalhar com a

História Oral é trabalhar com a arte do diálogo, temos que saber ouvir e ver o outro,

temos que respeitar a fala do outro, ser fidedigno ao transcrevê-la, temos que pedir

permissão, dialogar de forma clara, além de manusear recursos tecnológicos

corretamente para obter êxito na coleta de fontes.

ATIVIDADE: Oficina de entrevista

1- Pedir para o aluno trazer dispositivo audiovisual como: gravadores, máquina

fotográfica, filmadora ou telefone celular.

2- Itens para pensar o trabalho de campo antes e durante a entrevista:

• Elaborar roteiro de entrevista, (questões), com base numa temática.

• Ter um primeiro contato e solicitar permissão para realizar a entrevista;

• Agir com educação ao conversar;

• Explicar ao entrevistado como seu depoimento é importante e contribui para

a memória e o conhecimento da história do colégio.

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• O lugar da entrevista. O aluno-entrevistador e o professor devem escolher o

melhor lugar para a entrevista junto com a pessoa que vai ser entrevistada:

pode ser na casa, no trabalho, na escola, procurando respeitar a data e o

horário que o entrevistado sugerir.

• Pedir permissão para gravar ou filmar a entrevista;

• Respeito pessoal: ouvir o que a outra pessoa considera importante dizer.

• Manter o contato visual durante a entrevista: é importante para que o para

que o entrevistado se sinta à vontade e ao mesmo tempo, alvo de atenções.

• Sugerir o Caderno de Campo para realizar observações no ato da entrevista e

para fazer a transcrição da entrevista.

• Testar o equipamento antes da entrevista. Pode-se grava o nome do projeto,

a data, o nome do entrevistado, do aluno-entrevistador, do aluno- auxiliar e o

local da gravação.

• Transcrição: ouvir toda gravação para ter familiaridade com a fala do

entrevistado, utilizar rádiogravador ou fone de ouvido. Ser fidedigno na

transcrição. Transcrever tudo que foi gravado.

• Restituir a memória coletada à comunidade.

• Armazenamento e catalogação. Após a entrevista, a gravação ficará com

professor orientador e este deve etiquetá-la com um número de identificação,

nome do projeto e do entrevistado. Esse material pode ser disponibilizado na

biblioteca do colégio para consultas e interpretações futuras.

Os itens acima foram elaborados através de pesquisa realizada nos seguintes

materiais historiográficos:

No manual de coleta e tratamento de relatos orais do grupo de pesquisa Rede

de Estudos sobre Ensino aprendizagem em História – coordenador pela professora

Regina Alegro.

No livro de SCHMIDT, M. A; CAINELLI, M. Ensinar História: pensamento e

ação no magistério. p. 129, 2004.

E na obras de THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Capítulo

7, p. 254-278, capítulo 8, p. 279-298.

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3- Apresentar o modelo de carta de cessão abaixo para os alunos.

Adaptado do manual do grupo de pesquisa Projeto Contação de História do Norte do Paraná - UE

4- Colocando em prática as orientações da aula. Organize os alunos em grupo de

quatro e solicite que pensem duas questões sobre a história do colégio. Depois

devem entrevistar professor, diretor, supervisores, secretários ou pessoas do serviço

geral que trabalhem há muito tempo na escola. Acreditamos que 20 minutos sejam

suficientes para realização dessa experiência.

METODOLOGIA

Organize em Power point os ítens de orientação do trabalho de campo ou

entregue uma cópia para cada aluno. Através de aula expositiva, explique o porquê

de cada item.

Providencie cópias da Carta Sessão para os alunos e os oriente quanto à

importância desse documento e como preenchê-la. Em seguida organize os alunos

em grupo de quatro componentes e oriente-os a realizar a atividade proposta na

CARTA DE CESSÃO

Eu (nome entrevistado).............................................................................., residente na

rua (Av.)............................................................................................................na cidade

de....................................., no estado.......................................portador do documento

de identidade nº......................................, declaro estar ciente de que contribuí para o

projeto.................................................................................................., promovido pela

escola............................................................no município de.................................., no

estado..........................., sendo que fica plenamente autorizado (a) a utilizar o referido

depoimento, no todo ou em parte, editado ou integral, para estudos e publicações.

Assinatura:____________________________________________________________

Local e data___________________________________________________________

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questão número quatro. Lembrá-los de solicitar a autorização através da Carta

Sessão.

Quando os alunos retornarem à sala devem relatar a experiência: O que deu certo? O que deu errado? Por quê?

Para essa atividade é necessário verificar quantos aparelhos de áudio e

vídeo a escola disponibiliza e quantos os alunos podem conseguir, para não correr o

risco de algum grupo ficar sem recurso para realizar a experiência.

RECURSOS DIDÁTICOS

- Aparelhos de vídeo e áudio;

- Xerox da Carta Cessão;

- Tvpendrive;

- Computador para preparar a aula em power point;

SUGESTÃO

Os professores que desejarem trabalhar com a História Oral devem ler o livro

de Paul Thompson – A voz do passado (1992). Nesta obra o autor fala da

importância da história oral e demonstra como a fonte oral pode ser utilizada, como

recurso investigativo na História para construir uma memória mais democrática do

passado. Thompson ainda aponta subsídios sobre como escolher os personagens

para entrevistar, como proceder no registro e interpretação da história oral, indica

técnicas de entrevista e formas de armazenamento e catalogação das informações

coletadas.

Outra possibilidade de leitura é o livro de Verena Alberti – Manual de história

oral (2004). Após fazer um breve relato da presença da História Oral nos programas

acadêmicos, a autora comenta sobre as especificidades da história oral como

método de ampliação do conhecimento e como fonte de consulta. Assim, como

Thompson, traça orientações sobre como preparar e realizar entrevista, como tratar

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o material coletado, como organizar e preservar o acervo, além de fazer

considerações quanto o emprego das novas tecnologias de informação em trabalho

com a história oral. No Google livros é possível ter acesso a sua obra.

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UNIDADE V

TEMA: CONSTRUINDO O ROTEIRO DE ENTREVISTA.

DURAÇÃO: 2 aula para pensar as questões, pois embora apresentemos sugestão

de roteiro é necessário ouvir as ideias dos alunos e acrescentá-las.

OBJETIVOS

- Levantar fontes orais sobre a formação do bairro e da escola;

- Identificar moradores que vivenciaram a construção do colégio e do bairro e

registrar suas lembranças;

- Analisar o sentido da escola para ex-alunos;

- Desenvolver postura investigativa;

- Exercitar a atitude científica de observar, investigar, comparar, estabelecendo elo

entre o conhecimento teórico e a realidade;

PERSPECTIVA DE ENSINO

Coletar os depoimentos de ex-alunos e moradores do bairro será importante

para atingir um dos objetivos proposto na pesquisa, que é levar os alunos a

construírem o percurso para levantamento da história da escola e vivenciar o

processo de elaboração do conhecimento histórico enquanto produtores e sujeitos

da História. Como sempre afirma Cainelli, “o aluno tem o direito de saber como a

história é feita.”

Nesse sentido, a atividade aqui proposta, é colocar o aluno para pensar as

questões para o trabalho de campo. Esperamos que a aula ajude o aluno perceber

a relação entre teoria e prática, no sentido de que não basta pegar um gravador e

sair entrevistando pessoas; é preciso ter objetivos, saber que pessoas entrevistar,

Que informação quer levantar? E o que estamos investigando. Ou seja, que

principalmente compreendam que as inquietações postas ao presente só serão

respondidas se fizermos inferências ao passado.

Marc Bloch (2001) também fala que o historiador tem que saber investigar a

fonte histórica, fazendo perguntas e tirando dela as evidências e os elementos que

contribuirão para resolver o problema que propôs em seu projeto de pesquisa.

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Para isso, os alunos poderão fazer questionamentos, objetivando este

registro com base no seguinte roteiro:

ATIVIDADE: Roteiro de entrevista

1. Qual o seu nome? Qual a sua idade?

2. Qual a sua função (profissão) atual?

3. Desde quando reside no bairro?

4. Qual a razão da escolha do bairro para morar?

5. Quando o bairro foi fundado? Qual a origem do nome?

6. Quais são os aspectos bons e ruins do bairro?

7. Participou de algum movimento que reivindicava melhorias para o bairro?

8. Sobre o colégio Ubedulha, sabe quando foi construído e a origem do seu

nome? Alguém de sua família estudou nesse colégio?

9. O que se lembra da época em que o colégio foi construído? Participou de

alguma reunião ou movimento? Relate.

10. Em termos de formação o que representa ou representou o Colégio

Ubedulha para você?

11. Enquanto ex-aluno do colégio ou morador do bairro, o que apontaria

mudanças ou permanências:

A- Estrutura física do colégio:

B- Na organização pedagógica:

C- No aspecto natural da região:

METODOLOGIA

O roteiro de entrevista acima proposto é apenas uma sugestão, pois, nessa

atividade, é importante ouvir o que os alunos pretendem saber sobre a história de

sua localidade.

Após elaborar o roteiro de entrevista, os alunos deverão organizar-se em

grupo de três. O grupo deve definir o papel de cada individuo como: quem

conduzirá o depoimento formulando as questões e quem será responsável pelas

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atividades de apoio, tais como controle do gravador, registro de informações

significativas no caderno de campo.

O professor pode indicar ou pedir para os alunos identificarem na

comunidade pessoas que podem contribuir com a pesquisa. Cada grupo deve

entrevistar uma pessoa, entrar em contato, falar do projeto e marcar data, hora e

local e da entrevista; sempre respeitando a disponibilidade do entrevistado. Todas

as vezes que for necessário e possível o professor deverá acompanhar os alunos.

Uma alternativa (se for possível) é realizar a entrevista na escola em horário

alternado ao da aula.

O grupo ficará responsável por transcrever a entrevista e relatar sua

experiência compartilhando com os outros grupos sua experiência, em sala de aula,

no dia em que o professor marcar.

É importante ressaltar que é complexo estabelecer nesse momento

quantidade exata de aulas para o trabalho de campo, tendo em vista fatores como:

quantas de pessoas teremos para entrevistas; quanto tempo será gasto em cada

entrevista e a disponibilidade da pessoa para dar a entrevista.

RECURSOS DIDÁTICOS

- quadro negro e giz;

- caderno e caneta;

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UNIDADE VI

TEMA: EXPLORANDO DOCUMENTOS PARA PRODUZIR INTEPRETAÇÕES

SOBRE A HISTÓRIA DO COLÉGIO.

DURAÇÃO: 5 Aulas

OBJETIVOS

- distinguir versões diferentes para um mesmo acontecimento histórico através do

confronto de diferentes tipos de fonte;

- Manusear e analisar diferentes tipos de fontes e saber classificá-las;

- Criar postura investigativa;

- Desenvolver a atitude de fazer inferências às fontes;

- Produzir narrativas em forma de poemas, livros ou desenhos sobre a história da

escola e região; tendo as fontes como evidências;

PERSPECTIVA DE ENSINO

Esta unidade está sendo pensada com o propósito de colocar educando em

exercício de interpretação frente a outras fontes documentais existentes sobre o

tema em pesquisa, tais como: jornais, fotos, placa de fundação do colégio e histórico

do PPP da escola para posterior confronto com as narrativas orais dos moradores

do bairro. Neste caso, entendemos o documento como indício, “testemunha do

passado, o qual fala quando é perguntado”( Cainelli e Schmidt, 2004, p.74).

A produção historiográfica que defende o trabalho no ensino de história, por

meio de documentos, indica que a metodologia oportuniza ao aluno ler e confrontar

diferentes discursos, analisar as diferenças e semelhanças entre eles, produzindo as

próprias opiniões e conclusões.

Segundo Lourençato (p.75), o uso de documentos também contribui para

mostrar aos “alunos que os vestígios do passado se encontram em diferentes

lugares, fazem parte da memória social e precisam ser preservados como patrimônio

da sociedade.”

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Portanto, se a proposta da pesquisa é fazer com que o aluno compreenda

como o conhecimento histórico é produzido, levando-o a construir o percurso para

levantamento da história do colégio, essa etapa é de fundamental importância, haja

visto que é por meio das fontes históricas que se criam interpretações do passado e

se constrói o conhecimento histórico.

ATIVIDADE: Explorando fontes históricas

Essa atividade pode ser realizada com documentos de família, fotos ou

noticias em jornais sobre o bairro, a escola ou pessoas. Schmidt e Cainelli (2004, p.

105) indicam que os documentos guardados pelas famílias dos alunos ajudam a

“construir propostas de ensino identificadas com as expectativas e a cultura do

aluno”.

Quadro para identificação e análise do documento

Documento 1 Documento 2 Tipo de Documento

Quando foi feito

Quem produziu

Com qual objetivo foi produzido

Que informações podem ser obtidas através do documento.

Quem são os sujeitos históricos citados ou visualizados nos documentos

Fonte: Adaptação de Schmidt e Cainelli, 2004.

Após a organização das informações no quadro síntese serão propostas aos

alunos duas questões que os levarão a refletir acerca das mudanças e

permanências, passado/presente e relacionar a realidade local com a de processos

históricos mais amplos, no caso, o nacional.

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1- Comparar o período da fonte analisada com o momento atual: semelhanças e

diferenças culturais, políticas, econômicas e sociais. Se for uma fotografia,

observar o ambiente, os objetos, as pessoas retratadas e as suas vestimentas.

2-Realizar uma pesquisa para obter dados sobre o contexto histórico em que a

fonte foi produzida: que acontecimentos históricos estavam acontecendo no local

e no nacional. E qual a relação desses acontecimentos com o fato histórico

pesquisado?

METODOLOGIA

Peça aos alunos que providenciem algum material relacionado à história do

seu bairro ou da escola junto à família ou vizinhos. Pode ser uma foto, reportagem

de jornal ou documento da escola. O professor também deve providenciar

documentos para evitar imprevistos.

Em sala, explique aos alunos o objetivo da atividade e os organize em grupo

de três, de forma que cada grupo fique com dois documentos para análise. Informe

que o documento deve ser interpretado seguindo o roteiro do quadro.

Durante a atividade, circule pelos grupos para sanar possíveis dúvidas. Ao

terminar a atividade, os grupos devem comentar que informações conseguiram

levantar por meio das fontes.

Em seguida, propor que elaborem um texto com base no proposto na

atividade um, a fim de levá-los a refletir acerca das mudanças e permanências,

passado/presente.

Ao concluir a abordagem da questão um, apresentar aos alunos a questão

dois e explicar seus objetivos. Os grupos devem pesquisar sobre o contexto histórico

e em que a fonte foi produzida a nível local e nacional.

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Para essa aula, utilizar o laboratório de informática e a biblioteca. Cada grupo

deve pesquisar um assunto, por exemplo, acontecimentos políticos, econômicos,

sociais, esportivos, culturais e científicos.

RERCUSROS DIDÁTICOS

- Fontes documentais;

- Xerox do quadro para identificação de documentos;

- Caderno, caneta;

- Laboratório de informática;

- Biblioteca;

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AVALIAÇÃO VII

A avaliação será dará através do processo da implementação do projeto em

sala de aula de forma contínua e progressiva utilizando-se de instrumentos como:

interesse, participação, apreensão de conceitos próprios a disciplina de história,

compreensão de textos escritos, análise de documentos, reflexão sobre os

conteúdos, pesquisa, debate, produção de textos e outros instrumentos caso seja

necessário.

No decorrer do processo procuraremos respeitar e valorizar as capacidades e

possibilidades cognitivas dos alunos e a diversidade de suas experiências

socioculturais; com vista a enriquecer a relação entre eles e deles com o

conhecimento histórico.

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES VIII

Conteúdo Período

1- Perfil do aluno Fevereiro

2- Conhecendo alguns conceitos Fevereiro

3- Filme “Narradores de Javé” Fevereiro

4- Atividade: Reflexão acerca dos métodos e sentidos

da história por meio do filme

Março

5- Condutas técnicas e éticas na pesquisa com História Oral

Março

6- Produzindo fontes sobre o colégio por meio de

depoimentos orais (trabalho de campo/ entrevistas)

Março/Abril (7

horas aula)

7- Transcrição das entrevistas Abril/Maio ( 5 horas

aula)

8- Explorando outros (fotos, jornais) documentos para

produzir interpretações sobre a história do colégio. E

Pesquisa para contextualizar a história local.

Maio

9- Organizar o trabalho para apresentar a comunidade

escolar

Junho (3 horas

aula)

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REFERÊNCIAS

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NARRADORES de Javé. Eliane Café, 2003 (85min.). Disponível em: http:// educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/genre.php?genreid=162&letter=N. Acesso em: 25 out. 2012.

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