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1 Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE CORPORATIVA POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Sistema Jurídico Ambiental Msc. Eliane Pereira Rodrigues Poveda 15 de agosto de 2009

1 Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE

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Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE SUSTENTABILIDADEE RESPONSABILIDADE CORPORATIVA

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Sistema Jurídico Ambiental

Msc. Eliane Pereira Rodrigues Poveda 15 de agosto de 2009

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AgendaAgenda

1.1. Fundamentos do Direito Ambiental e Fundamentos do Direito Ambiental e questões de Direito Ambiental Internacional: questões de Direito Ambiental Internacional: caracterização do Direto Ambiental e sua caracterização do Direto Ambiental e sua inter-relação com outras áreas do Direito. inter-relação com outras áreas do Direito.

2.2. O bem jurídico protegido pelo Direito O bem jurídico protegido pelo Direito Ambiental. Evolução e princípios do Direto Ambiental. Evolução e princípios do Direto Ambiental. Ambiental. Ordenamento Jurídico Ambiental. Ordenamento Jurídico Ambiental.

3.3. Atos normativos em matéria ambiental dos Atos normativos em matéria ambiental dos três Poderes (Legislativo, Executivo e três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário).Judiciário).

4.4. O Meio Ambiente na Constituição Federal.O Meio Ambiente na Constituição Federal.5.5. Competências em matéria ambiental. Competências em matéria ambiental.

Características da legislação ambiental.Características da legislação ambiental.6.6. Meio Ambiente e Legislação Esparsa Meio Ambiente e Legislação Esparsa

Aplicável no Sistema Jurídico Ambiental.Aplicável no Sistema Jurídico Ambiental.

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DIREITO AMBIENTAL

“ramo do direito positivo difuso que tutela a vida humana com qualidade através de normas jurídicas protetoras do direito à qualidade do meio ambiente e dos recursos ambientais necessários ao seu equilíbrio ecológico”

(CARVALHO PIVA)

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MEIO AMBIENTE

Ambiente: “o lugar, o sítio, o recinto, o espaço que envolve os seres vivos ou as coisas”

(MILARÉ)

”a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas

as suas formas” (AFONSO DA SILVA)

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CONCEITO DOUTRINÁRIO

MEIO AMBIENTE

NATURAL OU FÍSICO: constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o ambiente físico que ocupam.

ARTIFICIAL: constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos públicos.

CULTURAL: integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico que, embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu no que se agregou.

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CONCEITO LEGAL

MEIO AMBIENTE

Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente

“Art. 3º Para os fins previstos nesta lei, entende-se por:

I- meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

(...)”

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EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL

٠ 2ª Revolução Industrial٠ Clube de Roma (1968)٠ Estocolmo (1972)٠ Bariloche (1976)٠ Comissão Brundtland (1987)٠ Rio (1992)٠ Rio + 10 (2002)

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EVOLUÇÃO DA QUESTÃO EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTALAMBIENTAL

Clube de Roma - 1968Clube de Roma - 1968

Congregando cientistas, economistas e altos funcionários governamentais, com a finalidade de interpretar oque foi denominado, sob uma perspectiva ecológica, “sistemas globais”. O arcabouço teórico do pensamentodo Clube de Roma reside na idéia de que o planeta é um sistema finito de recursos, submetido às pressões do crescimento exponencial da população e da produção econômica. As suas conclusões apontavam o horizonte do colapso do sistema. As suas propostas organizavam-se em torno da noção de um Gerenciamento global da demografia e da economia, a fim de alcançar um estado de equilíbrio dinâmico. Severas medidas de controle da natalidade e mudanças radicais nos modelos produtivos, com ênfase numa “economia de serviços”, eram as recomendações centrais da nova escola de pensamento ecológico.

Conferência de Estocolmo – 1972Conferência de Estocolmo – 1972

No mesmo ano da publicação, 1972, e como sua conseqüência direta, aconteceu a Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema “Crescimento Econômico e Meio Ambiente”, com a presença de 113 países.A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente ocorreu sob a égide dessas concepções e produziu declarações diplomáticas genéricas. O seu resultado mais efetivo foi a criação do novo campo da política internacional – a “ecodiplomacia”.

Sob a ótica jurídica, instituiu o princípio da responsabilidade civil ambiental prevendo a responsabilidade pelos danos ambientais e à indenização às vítimas da poluição e de outros danos ambientais (Princípio 22), o desenvolvimento tecnológico, com vistas a evitar e combater os riscos (Princípio 18) e, ainda, o incentivoà pesquisa científica por meio da disposição e difusão de tecnologias ambientais (Princípio 20). A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano.

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ORDENAMENTO JURÍDICO AMBIENTALORDENAMENTO JURÍDICO AMBIENTAL

FONTES DO DIREITOFONTES DO DIREITO

São os vários modos de onde nascem ou surgem as São os vários modos de onde nascem ou surgem as normas jurídicas e os princípios gerais da ciência do direitonormas jurídicas e os princípios gerais da ciência do direito

- Fontes diretasFontes diretas: lei: lei usos e costumesusos e costumes

- Fontes indiretasFontes indiretas: doutrina (princípios): doutrina (princípios) jurisprudênciajurisprudência

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ORDENAMENTO JURÍDICO AMBIENTALORDENAMENTO JURÍDICO AMBIENTALFONTES DIRETAS E INDIRETASFONTES DIRETAS E INDIRETAS

LEISLEIS:: são as normas gerais impressas para o futuro e editadas para são as normas gerais impressas para o futuro e editadas para um número indeterminado de pessoasum número indeterminado de pessoas

COSTUMESCOSTUMES: normas jurídicas não escritas que o uso continuado : normas jurídicas não escritas que o uso continuado consagra. Os costumes são consagrados pela sociedade onde se consagra. Os costumes são consagrados pela sociedade onde se instalam como se tivessem força de leiinstalam como se tivessem força de lei

DOUTRINADOUTRINA:: trabalhos teóricos desenvolvidos por estudiosos do trabalhos teóricos desenvolvidos por estudiosos do direito que visam a interpretação das leis e dos preceitos jurídicos direito que visam a interpretação das leis e dos preceitos jurídicos (princípios)(princípios)

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA:: conjunto de decisões proferidas pelos tribunais conjunto de decisões proferidas pelos tribunais quando do julgamento dos casos concretosquando do julgamento dos casos concretos

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

Princípios do Direito Ambiental

• Constituem a idéia central de um determinado sistema, é o alicerce do sistema jurídico

• É aquela disposição fundamental que influencia e repercute em todas as demais normas do sistema

São extraídos do ordenamento jurídico, denominados princípios jurídicos positivados estão inscritos expressamente nos textos normativos ou decorrem do sistema de direito positivo em vigor

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

Conhecer os princípios do Direito Ambiental é condição essencial para aplicá-lo corretamente.

Por quê?

• permitem compreender a autonomia do direito ambiental;

• auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e coerência entre todas as normas; e

• servem de critério básico e inafastável para a exata inteligência e interpretação de todas as normas que compõem o sistema jurídico ambiental, condição indispensável para a boa aplicação do direito

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

“Violar um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma, pois implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra”.

(Celso Antonio Bandeira de Mello, Elementos do Direito Administrativo, 2ª ed, São Paulo: Ed. RT, p. 300)

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

Princípios Fundamentais do Direito Ambiental

Princípio da supremacia do interesse público na proteção ao meio ambiente em relação aos interesses privados

Princípio da indisponibilidade do interesse público na proteção do meio ambiente

Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana

Princípio da participação popular na proteção do meio ambiente

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL

Princípio do poluidor-pagador

Princípio do usuário-pagador

Princípio da prevenção

Princípio da precaução

Princípio do desenvolvimento sustentável

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DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL

Princípio da informação

Princípio da reparação

Princípio da cooperação entre os povos

Princípio do acesso eqüitativo aos recursos naturais

Princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de desenvolvimento

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PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL

Prevenção Poluidor-PagadorPrecaução CooperaçãoDesenvolvimentoSustentável

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EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

1ª Fase: Legislação Federal

٠ Ordenações Portuguesas (Afonsinas, Manuelinas e Filipinas)٠ Código Florestal (Dec. 23.793/34)٠ Código de Águas (Dec. 24.643/34)٠ Código de Pesca (Dec. 794/38)٠ Novo Código Florestal (Lei 4.771/65)٠ Novo Código de Pesca (Dec.-lei 221/67)٠ Código de Caça ( Lei 5.197/67)

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EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

2ª Fase: Legislação Federal

. Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81)

. Ação Civil Pública (Lei 7.347/85)

. Agrotóxicos (Lei 7.802/89) . Biossegurança (Lei 8.974/95) . Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) . Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98)

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EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

3ª Fase: Legislação Federal

. Política Nacional de Educação Ambiental

(Lei 9.795/99, Decreto 4.281 de 25/06/2002)

. Poluição Causada por Lançamento

(Lei 9.966, de 28/04/2000 - Decreto 4.136, de 20/02/2002)

. Sistema Nacional de Unidades de Conservação

(Lei 9.985, de 18/07/2000 - Decreto 3.834, de 05/06/2001)

. Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001)

. Depósitos de Rejeitos Radioativos (Lei 10.308/2001)

. Lei de Acesso à Informação ( Lei 10.650/2003)

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EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

4ª Fase: Legislação Federal

. Lei de Biossegurança . Lei 11.105/05 (Revoga a Lei 8.974/95 e MP 2.191-9/2001) . Decreto 5.591/05 (Regulamenta a Lei 11.105/05)

. Acesso ao Patrimônio Genético . Decreto 5.459/05 (regulamenta o art. 30 da MP 2.186- 16 de 23.08.2001)

. Gestão de Florestas Públicas para a produção sustentável . Lei 11.284, de 02.03.2006 (institui, na estrutura do Ministério do Meio

Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera Lei 9.605/98, 4.771/65, 6.938/81).

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CONSTITUIÇÃO FEDERALCONSTITUIÇÃO FEDERAL

DIREITO AMBIENTALUMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SOCIAL

Art. 225, CF:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Incumbe ao Poder Público(artigo 225 e incisos)

I – preservar e restaurar processos ecológicos

II - preservar a diversidade e o patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético

III- definir espaços territoriais

IV - exigir estudo prévio de impacto ambiental

V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente

VI – promover educação ambiental

VII – proteger fauna e flora

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Incumbe também ao particular(artigo 225 e parágrafos)

O que explorar recursos naturais deverá recuperar o meio ambiente (§ 2º)

Condutas e atividades consideradas lesivas sujeitam os infratores às sanções penais e administrativas (§ 3º)

Proteção especial a ecossistemas (§ 4º)

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O MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

• CF/88, art. 170: “A ordem econômica fundada na valorização do trabalho humano e n livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos, existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.”

• CF/88, art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao PoderPoder Público e à coletividade o dever dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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- Direito Constitucional- Direito Administrativo- Direito Civil- Direito Penal- Direito Processual (Civil/Penal)- Direito do Trabalho- Direito Tributário- Direito Agrário- Direito Urbanístico- Direito Internacional

RELAÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO

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ATOS NORMATIVOS EM MATÉRIA AMBIENTALATOS NORMATIVOS EM MATÉRIA AMBIENTAL

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Repartição dos PoderesRepartição dos Poderes

LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO

elaboração das leis solução de conflitos

Federal: Congresso Nacional(senadores e deputados federais)

Estadual: Assembléia Legislativa(deputados estaduais)

Municipal: Câmara Municipal(vereadores)

Chefes

Federal: Presidente

Estadual: Governador

Municipal: Prefeito

Tribunais superiores: STF, STJ(ministros)

Tribunais federais e estaduais(desembargadores)

Justiça de 1ª. instância(juízes estaduais e federais)

Justiça especializadaSISNAMA

aplicação das leis eadministração do Estado

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Atos normativosAtos normativos

LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO

Lei Sentenças e

Acórdãos

Atos administrativos

• cria direitos e obrigações

• princípio da legalidade

• base para regulamentos administrativos

• Decreto

• Resolução

• Deliberação

• Portaria

• Norma técnica

•Decisões de Diretoria

“LEGISLAÇÃO” = lei + atos administrativos com efeitos externos

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Lei Lei 10.177/9810.177/98 – regula o processo administrativo no âmbito da Administração – regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual.Pública Estadual.

Art. 12. AArt. 12. Atos administrativos:tos administrativos:

• DecretoDecreto: competência privativa do Governador do Estado: competência privativa do Governador do Estado

• Resolução: Resolução: Secretários de Estado, Procurador Geral do Estado e Secretários de Estado, Procurador Geral do Estado e Reitores das Universidades;Reitores das Universidades;

• Deliberação: Deliberação: órgãos colegiados.órgãos colegiados.

• PortariaPortaria: competência comum a todas as autoridades... às autoridades : competência comum a todas as autoridades... às autoridades policiais; aos dirigentes das entidades descentralizadas...;policiais; aos dirigentes das entidades descentralizadas...;

• Ofícios, Ordens de Serviço, Instruções:Ofícios, Ordens de Serviço, Instruções: a todas as autoridades ou a todas as autoridades ou agentes da Administração.agentes da Administração.

Poder ExecutivoPoder Executivo

Atos administrativos no Estado de São PauloAtos administrativos no Estado de São Paulo

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Competências da União, Estados e Municípios em Competências da União, Estados e Municípios em matéria ambientalmatéria ambiental

Competência LegislativaCompetência Legislativa

Constituição Federal, Constituição Federal, artigo 24artigo 24. .

Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar legislar concorrentemente sobreconcorrentemente sobre::

I - direito ... urbanístico;I - direito ... urbanístico;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

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CONSTITUIÇÃO FEDERALCOMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Peculiaridades da Competência Concorrente

Legislação concorrente: competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais

Competência da União para legislar sobre normas gerais não excluiu a competência suplementar dos Estados

Inexistindo lei federal sobre normas gerais os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades

Superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário

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Competências da União, Estados e Municípios Competências da União, Estados e Municípios em matéria ambientalem matéria ambiental

MaterialMaterial

Constituição Federal, Constituição Federal, artigo 23artigo 23. .

É É competência comumcompetência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:Municípios:

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;......

* conflitos de competência* conflitos de competência: ex. licenciamento e aplicação de penalidades. : ex. licenciamento e aplicação de penalidades.   

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CONSTITUIÇÃO FEDERALCOMPETÊNCIA COMUM

Exercício da competência comum

Artigo 23, CF

Parágrafo único: Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem estar em âmbito nacionalPROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 12/2003

Resolução CONAMA 237/97

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Competências da União, Estados e Municípios Competências da União, Estados e Municípios em matéria ambientalem matéria ambiental

MunicípiosMunicípios

Constituição Federal, Constituição Federal, artigo 30artigo 30..

Compete aos Municípios:Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;urbano;

Urbanismo e meio ambiente;Urbanismo e meio ambiente; Código Municipal de meio ambiente;Código Municipal de meio ambiente; Gestão ambiental cada vez mais efetiva;Gestão ambiental cada vez mais efetiva; Municípios > Estatuto da Cidade > Planos Diretores 2006.Municípios > Estatuto da Cidade > Planos Diretores 2006.

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CONSTITUIÇÃO FEDERALCOMPETÊNCIA MUNICIPAL

COMPETÊNCIA MUNICIPAL

Compete aos municípios (art. 30, CF)

Legislar sobre assuntos de interesse local

Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber

Instrumentos legislativos adequados

Leis ordinárias municipais

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COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

ENTES DA ENTES DA FEDERAÇÃOFEDERAÇÃO

COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA LEGISLATIVALEGISLATIVA

COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVADMINISTRATIV

AA

DIVISÃO DA DIVISÃO DA ATRIBUIÇÃO ATRIBUIÇÃO

POR MATÉRIAS POR MATÉRIAS DEFINIDASDEFINIDAS

UNIÃOUNIÃO

CONGRESSO CONGRESSO NACIONALNACIONAL

PRIVATIVA: PRIVATIVA: Art. 22 - CF.Art. 22 - CF.Monopólio: águas, Monopólio: águas, energia, crimes, energia, crimes, recursos minerais, recursos minerais, questões indígenasquestões indígenas...................................................... CONCORRENTE:CONCORRENTE:Art. 24 § 1º - CFArt. 24 § 1º - CFEstabelece as normas Estabelece as normas geraisgerais

COMUMCOMUM

Art. 23 - CFArt. 23 - CFIncs. III, IV, VI, VII, IX Incs. III, IV, VI, VII, IX Poder de PolíciaPoder de Polícia MultarMultar LicenciarLicenciar FiscalizarFiscalizar EmbargarEmbargar InterditarInterditar

CAÇACAÇA ENERGIA NUCLEARENERGIA NUCLEAR AGROTÓXICOSAGROTÓXICOS ÁGUASÁGUAS MINERAÇÃOMINERAÇÃO LIXOLIXO UNIDADES DE UNIDADES DE CONSEVAÇÃOCONSEVAÇÃO FLORESTAFLORESTA

ESTADOESTADO

CONCORRENTECONCORRENTE

Art.24 - CFArt.24 - CFAssembléia Legislativa.Assembléia Legislativa.

COMUMCOMUM

Art. 23 – CFArt. 23 – CFPoder de PolíciaPoder de Polícia

ÁGUAS INTERNASÁGUAS INTERNAS SOLO AGRÍCOLASOLO AGRÍCOLA EROSÃOEROSÃO LIXOLIXO FLORESTAFLORESTA

MUNICÍPIOMUNICÍPIO

SUPLEMENTARSUPLEMENTAR

Art. 30, II – CFArt. 30, II – CFCâmara MunicipalCâmara MunicipalInteresse localInteresse local

COMUMCOMUM

Art. 23 – CFArt. 23 – CFPoder de PolíciaPoder de Polícia

ZONEAMENTO ZONEAMENTO URBANOURBANO DISTRITO DISTRITO INDUSTRIALINDUSTRIAL PARCELAMMENTO DO PARCELAMMENTO DO SOLO URBANOSOLO URBANO POLUIÇÃO SONORAPOLUIÇÃO SONORA TRÂNSITOTRÂNSITO LIXOLIXO

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COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÃO DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

ENTES DA ENTES DA FEDERAÇÃOFEDERAÇÃO

ÓRGÃOS ÓRGÃOS ADMINISTRATIVADMINISTRATIVOS AMBIENTIAS OS AMBIENTIAS INTEGRANTES INTEGRANTES DO SISNAMADO SISNAMA

ÓRGÃOS DO ÓRGÃOS DO PODER PODER

JUDICIÁRIO E JUDICIÁRIO E ÓRGÃOS ÓRGÃOS

POLICIAIS CIVIS E POLICIAIS CIVIS E MILITARES MILITARES

AMBIENTIASAMBIENTIAS

MINISTÉRIO MINISTÉRIO PÚBLICO - MPPÚBLICO - MP

UNIÃOUNIÃO

MINISTÉRIO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE MEIO AMBIENTE (MMA)(MMA) CONAMACONAMA IBAMAIBAMA INSTITUTO CHICO INSTITUTO CHICO MENDESMENDES DNPMDNPM

JUSTIÇA FEDERALJUSTIÇA FEDERAL POLÍCIA FEDERALPOLÍCIA FEDERAL

MP FEDERAL MP FEDERAL (PROCURADORES DA (PROCURADORES DA REPÚBLICA) - Matérias REPÚBLICA) - Matérias de interesse da união: de interesse da união: Índios, Águas Federais, Índios, Águas Federais, Águas Subterrâneas, Águas Subterrâneas, Energia Nuclear, Praias, Energia Nuclear, Praias, Parques Nacionais e Parques Nacionais e FaunaFauna

ESTADOESTADO

SECRETARIAS DO SECRETARIAS DO MEIO AMBIENTEMEIO AMBIENTE CONSELHOS CONSELHOS ESTADUAIS DE M. A.ESTADUAIS DE M. A. ÓRGÃOS ÓRGÃOS AMBIENTIAS AMBIENTIAS ESTADUAISESTADUAIS

JUSTIÇA ESTADUALJUSTIÇA ESTADUAL POLÍCIA JUDICIÁRIA POLÍCIA JUDICIÁRIA ESTADUALESTADUAL POLÍCIAS MILITARES POLÍCIAS MILITARES DO ESTADO – POLÍCIAS DO ESTADO – POLÍCIAS AMBIENTAIS – FORÇA AMBIENTAIS – FORÇA VERDEVERDE

MP DOS ESTADOS MP DOS ESTADOS (PROMOTORES DE (PROMOTORES DE JUSTIÇA)JUSTIÇA)Matéria: Tudo que não é Matéria: Tudo que não é de interesse da União ou de interesse da União ou atua em consórcio com o atua em consórcio com o M.P.FM.P.F

MUNICÍPIOMUNICÍPIO

SECRETARIAS SECRETARIAS MUNICIPAIS DE MEIO MUNICIPAIS DE MEIO AMBIENTEAMBIENTE CONSELHOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE MEIO MUNICIPAIS DE MEIO AMBIENTEAMBIENTE

GUARDA MUNICIPALGUARDA MUNICIPAL

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SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

ConselhoSuperior

CONAMAMinistério do

Meio AmbienteIBAMA e Instituto Chico Mendes

Órgãos Setoriais (Entidades Públicas Federais)

Órgão Seccionais(Estaduais)

Órgãos Locais(Municipais)

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Visa proteger um direito difuso;Visa proteger um direito difuso;

Abrangência multidisciplinar;Abrangência multidisciplinar;

Legislação esparsa;Legislação esparsa;

Legislação dinâmica, técnica. Legislação dinâmica, técnica.

Meio Ambiente e legislação aplicávelMeio Ambiente e legislação aplicável

Características da legislação ambientalCaracterísticas da legislação ambiental

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(tendência: restrição ao uso da propriedade)(tendência: restrição ao uso da propriedade)

DIREITO DE PROPRIEDADE: ABSOLUTO, ILIMITADO DIREITO DE PROPRIEDADE: ABSOLUTO, ILIMITADO

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADEFUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE

Meio Ambiente e legislação aplicávelMeio Ambiente e legislação aplicável

Legislação esparsa Legislação esparsa

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Legislação Federal – exemplos:Legislação Federal – exemplos:

Código Florestal (Lei 4.771/1965);Código Florestal (Lei 4.771/1965); Código de pesca (Decreto Lei 221/1967)Código de pesca (Decreto Lei 221/1967) Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/1967)Lei de Proteção à Fauna (Lei 5.197/1967) Pesquisa, produção, comercialização de agrotóxicos (Lei Pesquisa, produção, comercialização de agrotóxicos (Lei

7.802/1989)7.802/1989) Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997)Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/1997) Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998)Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei

9.985/2000)9.985/2000) ......

Meio Ambiente e legislação aplicávelMeio Ambiente e legislação aplicável

Legislação esparsa Legislação esparsa

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Legislação Estadual (SP) – exemplos:Legislação Estadual (SP) – exemplos:

Zoneamento industrial (Lei 1.817/1978);Zoneamento industrial (Lei 1.817/1978);

Lei de proteção aos mananciais (Leis 898/1975, 1.172/76, Lei de proteção aos mananciais (Leis 898/1975, 1.172/76, 9.866/1997);9.866/1997);

Leis que criam Unidades de Conservação;Leis que criam Unidades de Conservação; Ex. Lei 4.105/1984 – APA de Campos de JordãoEx. Lei 4.105/1984 – APA de Campos de Jordão

Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (Lei 10.019/1998)Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (Lei 10.019/1998)

Zoneamento Econômico Ecológico do Litoral Norte (Decreto Zoneamento Econômico Ecológico do Litoral Norte (Decreto 49.215/2004);49.215/2004);

......

Meio Ambiente e legislação aplicávelMeio Ambiente e legislação aplicável

Legislação esparsa Legislação esparsa

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Legislação MunicipalLegislação Municipal

Questionamento sobre competência municipal para Questionamento sobre competência municipal para legislar sobre meio ambiente;legislar sobre meio ambiente;

Baixa atividade legislativa;Baixa atividade legislativa;

Preocupação ambiental inserida nos planos diretores Preocupação ambiental inserida nos planos diretores municipais.municipais.

Meio Ambiente e legislação aplicávelMeio Ambiente e legislação aplicável

Legislação esparsa Legislação esparsa

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Obrigada pela atenção!Obrigada pela atenção!

Msc.Msc. Eliane Pereira RodriguesEliane Pereira Rodrigues PovedaPoveda

[email protected]@[email protected]@gmail.com