46
16 1 INTRODUÇÃO A sala de aula é um ambiente onde o aluno permanece por no mínimo durante quatro horas do seu dia, portanto além do programa de ensino, não menos importante para a formação do aluno, a sala de aula tem que ter padrões de qualidade e proporcionar conforto tanto para o público docente quanto para o público discente. Cadeiras inadequadas no ambiente escolar induzem a posturas erradas, que podem desencadear problemas na coluna lombar e cervical, e em membros superiores, além de causar deficiências circulatórias nos membros inferiores, as cadeiras com melhor qualidade ergonômica permitem a adaptação da cadeira ao aluno e não o inverso 1 . Os mobiliários inadequados levam a posturas inadequadas que quando adotadas no ambiente escolar provocam alterações no funcionamento articular e orgânico, os sinais e sintomas mais frequentes apresentados pelos estudantes que adotam a má postura sentada englobam dores, parestesias, limitações dos movimentos, diminuição da força muscular, cefaléia, cãibras, tensão muscular, tosse, hipersecreção brônquica e dispnéia, as alterações posturais, algias vertebrais, bursite no ombro, cervicobraquialgia, lombociatalgia, a presença de retrações e contraturas musculares, a diminuição da força muscular geral, a diminuição da resistência à fadiga e a ocorrência de problemas respiratórios 2 . Para que os alunos possam realizar suas funções durante o período que estão em sala de aula, a instituição de ensino a qual estão vinculados precisa estar equipada com mobiliário “classe”, que é cadeira e mesa escolar, adequados ergonomicamente a cada estudante 3 . Uma das principais dificuldades em projetos de cadeiras é o fato de que o sentar- se é comumente visto como atividade estática, enquanto, na realidade, ela é dinâmica 4 . Desta forma, observando que no ambiente escolar existe uma grande lacuna de aplicações e adequações ergonômicas, principalmente no mobiliário mais também no ambiente em geral, pergunta-se: as condições ergonômicas da sala de aula da 803 da Escola Governador Aderbal Ramos da Silva estão adequadas para que os alunos e professores tenham um ambiente escolar apropriado? Levando-se em conta que no contexto escolar nacional, o número de crianças que freqüentam as escolas é superior ao de adultos envolvidos em atividades ocupacionais, entretanto pouca ou nenhuma atenção tem sido dispensada as questões ergonômicas que envolvem o ambiente escolar 5 .

1 INTRODUÇÃO - fisio-tb.unisul.brfisio-tb.unisul.br/Tccs/10b/gessica/tcc.pdf · 21 Abaixo, a figura -2 mostra os três tamanhos diferentes de mesas e cadeiras (pequeno, médio e

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16

1 INTRODUÇÃO

A sala de aula é um ambiente onde o aluno permanece por no mínimo durante

quatro horas do seu dia, portanto além do programa de ensino, não menos importante para a

formação do aluno, a sala de aula tem que ter padrões de qualidade e proporcionar conforto

tanto para o público docente quanto para o público discente.

Cadeiras inadequadas no ambiente escolar induzem a posturas erradas, que podem

desencadear problemas na coluna lombar e cervical, e em membros superiores, além de causar

deficiências circulatórias nos membros inferiores, as cadeiras com melhor qualidade

ergonômica permitem a adaptação da cadeira ao aluno e não o inverso1.

Os mobiliários inadequados levam a posturas inadequadas que quando adotadas

no ambiente escolar provocam alterações no funcionamento articular e orgânico, os sinais e

sintomas mais frequentes apresentados pelos estudantes que adotam a má postura sentada

englobam dores, parestesias, limitações dos movimentos, diminuição da força muscular,

cefaléia, cãibras, tensão muscular, tosse, hipersecreção brônquica e dispnéia, as alterações

posturais, algias vertebrais, bursite no ombro, cervicobraquialgia, lombociatalgia, a presença

de retrações e contraturas musculares, a diminuição da força muscular geral, a diminuição da

resistência à fadiga e a ocorrência de problemas respiratórios2.

Para que os alunos possam realizar suas funções durante o período que estão em

sala de aula, a instituição de ensino a qual estão vinculados precisa estar equipada com

mobiliário “classe”, que é cadeira e mesa escolar, adequados ergonomicamente a cada

estudante3.

Uma das principais dificuldades em projetos de cadeiras é o fato de que o sentar-

se é comumente visto como atividade estática, enquanto, na realidade, ela é dinâmica4.

Desta forma, observando que no ambiente escolar existe uma grande lacuna de

aplicações e adequações ergonômicas, principalmente no mobiliário mais também no

ambiente em geral, pergunta-se: as condições ergonômicas da sala de aula da 803 da Escola

Governador Aderbal Ramos da Silva estão adequadas para que os alunos e professores

tenham um ambiente escolar apropriado?

Levando-se em conta que no contexto escolar nacional, o número de crianças que

freqüentam as escolas é superior ao de adultos envolvidos em atividades ocupacionais,

entretanto pouca ou nenhuma atenção tem sido dispensada as questões ergonômicas que

envolvem o ambiente escolar5.

17

No município de Tubarão - SC, não há achados relevantes de estudos feitos na

área da ergonomia na sala de aula.

Diariamente, as crianças na idade escolar permanecem sentadas por muitas horas,

arqueadas sobre as suas mesas, com posturas extremamente danosas à sua saúde. A pressão

mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das crianças ocasionarão

transformações posturais permanentes, que irão lhes incomodar para o resto de suas vidas5.

Além da falta de conhecimento na questão da saúde dos discentes, percebe-se a

necessidade da prevenção das conseqüências que uma má postura pode trazer, e outro aspecto

não menos importante que é de demonstrar para as autoridades governamentais, professores

alunos e gestores de ensino a importância de se ter um estabelecimento de ensino dentro das

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Norma Brasileira (NBR)

14006:1997, visando o crescimento saudável do aluno6.

Levando-se em conta que a postura sentada agindo sobre o organismo humano de

forma repetitiva, leva os escolares a criarem seus mecanismos de defesa, podendo promover

uma irritação ou agonia que muitas vezes aparece em sala de aula por meio de dispersão e

bagunça7.

Além disso, ressalta-se a relevância do estudo no intuito de que se as autoridades

governamentais investirem de forma adequada na saúde dos alunos e dos professores,

proporcionando uma qualidade de vida dentro do ambiente escolar, haverá uma queda

significante nos gastos voltados à doença, tendo em vista que crianças com uma postura

adequada terão menores chances de desenvolverem alterações posturais patológicas

ocasionadas por uma má postura.

A carência de dados antropométricos relativos à população brasileira e a falta de

normas técnicas nacionais relacionadas a cadeiras e mesas escolares reforçam a importância

do desenvolvimento de projetos com a finalidade de propor critérios de avaliação,

contribuindo tanto para a melhoria do mobiliário fabricado, quanto para o conforto dos alunos

durante o período estudantil.

Com isso, agregar-se-ia mais um item de valor ao produto: a "qualidade

ergonômica", que demonstra, dentro dos seus princípios básicos, como a segurança, o bem-

estar e a satisfação do ser humano, soluções práticas para o desenvolvimento de móveis que

sejam ergonomicamente adaptados aos seus usuários e adequados à sua utilização diária.

Por todos esses motivos é imprescindível que existam estudos que analisem o

conforto dos alunos e dos professores dentro da sala de aula durante o ano letivo.

18

Sendo assim o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a adequação ergonômica

das salas de aula e o nível de conforto atribuído pelos discentes ao ambiente escolar numa

escola de ensino regular da cidade de Tubarão SC.

Os objetivos específicos foram os seguintes: verificar e descrever

ergonomicamente o ambiente da sala de aula de uma 8ª série da Escola Governador Aderbal

Ramos da Silva, dentre eles mesas e cadeiras, identificar o nível de desconforto dos discentes

no ambiente da sala de aula, comparar se as dimensões do mobiliário da sala de aula estão de

acordo com as normas técnicas impostas pela ABNT, demonstrar a importância da ergonomia

na sala de aula de uma 8º série da Escola Governador Aderbal Ramos da Silva,

proporcionando conhecimento aos docentes e discentes dos problemas futuros em questão da

saúde e também das normas técnica e agendar uma palestra com os alunos e gestores de

ensino da escola Governador Aderbal Ramos da Silva, para dar um parecer dos resultados

obtidos com a pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa classificada quanto: ao nível como sendo descritiva,

quanto ao procedimento de coleta de dados tipo transversal e quanto à abordagem, como

quantitativa.

O primeiro capítulo mostra a introdução, o segundo uma breve revisão da literatura

encontrada sobre o assunto, o terceiro apresenta a metodologia desenvolvida no estudo, o

quarto traz os resultados e discussão dos dados e por ultimo as considerações finais junto a

sugestões para próximos estudos.

19

2 ERGONOMIA

A ergonomia surgiu logo após a II Guerra Mundial e se deu como consequência

do trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais tais como, engenheiros,

fisiologistas e psicólogos, durante aquela guerra8.

Iida8 ainda define a ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao

homem, trabalho aqui abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e

equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que

ocorre o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva.

E subdivide em: ergonomia física e cognitiva: A primeira ocupa-se das

características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados

com a atividade física. A ergonomia cognitiva: ocupa-se dos processos mentais, como a

percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre

pessoas e outros elementos de um sistema, já a ergonomia organizacional: ocupa-se da

otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e

processos8.

Conforme a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO)9 em questão de

objetivo, a ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade

neles existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu

desempenho eficiente, confortável e seguro.

Lima10

define o objetivo da ergonomia como “melhorar o método de trabalho,

transformar condições primitivas dos postos de trabalho através das devidas adequações para

que o ser humano possa executar suas tarefas com segurança, conforto e eficiência”.

De acordo com Vidal11

, “a ergonomia dá sustentação do ajuste aos requisitos de

usabilidade, conforto e segurança”.

A ergonomia possui caráter interdisciplinar ao se apoiar em outras áreas do

conhecimento humano (antropologia, fisiologia, psicologia e sociologia) e ao mesmo tempo é

de natureza aplicada ao adaptar os postos de trabalho e ambientes as necessidades dos

trabalhadores, este caráter interdisciplinar se estende também para a pedagogia12

.

A ação ergonômica se caracteriza como uma consultoria dinâmica que parte das

definições inicialmente delineadas pela organização e paulatinamente vai construindo um

objeto preciso de intervenção, focos definidos de sua ação e modalidades ajustadas de

atuação11

.

20

2.1 CRITÉRIOS DIMENSIONAIS PARA MESAS E CADEIRAS –NBR14006 ABNT

A ABNT editou em 1997 duas normas referentes ao mobiliário escolar: NBR

14006 - Móveis escolares - Cadeiras e mesas para instituições educacionais - Classes e

dimensões e NBR 14007 - Móveis escolares - Assentos e mesas para instituições educacionais

Requisitos6.

A NBR 14006 trata das questões relativas a recomendações ergonômicas (postura)

e antropométricas (dimensões) desse tipo de mobiliário, prevendo um total de sete padrões ou

classes dimensionais para a mesa e cadeira escolar. A abrangência desses padrões ou classes

inclui faixas de estatura que compreendem desde crianças na idade pré-escolar até indivíduos

adultos. As duas primeiras classes previstas dirigem se às crianças menores, as quatro

seguintes aos alunos do ensino fundamental e a última a indivíduos adultos6.

O crescimento do corpo humano processa-se segundo uma ordem complexa:

cabeça, tronco e membros desenvolvem-se gradualmente, apresentando variações de

proporções em relação à estatura, por isso recomenda-se a adoção de tamanhos diferentes de

cadeiras e mesas, pequeno, médio e grande, a fim de que sejam atendidos os requisitos

básicos de postura para a realização das diversas atividades na sala de aula, por parte de

alunos de diferentes estaturas. Essa recomendação baseia-se em análise desenvolvida sobre

normas internacionais: Din 68970 (Alemanha) e BS 3030 (Inglaterra). Essas normas adotam

de 5 a 7 padrões, referenciados na estatura dos alunos e não nas faixas etárias3. Como

podemos ver na figura abaixo:

Figura -1 Representação esquemática do desenvolvimento das partes do corpo humano em

diferentes faixas etárias.

Fonte: Fundo de Desenvolvimento da Escola (FUNDESCOLA).

21

Abaixo, a figura -2 mostra os três tamanhos diferentes de mesas e cadeiras

(pequeno, médio e grande), que atendem os requisitos básicos de postura de alunos de

diferentes estaturas:

Figura-2 Padrões de mesas e cadeiras utilizados pela Fundação para o Desenvolvimento da

Educação (FDE).

Fonte: FUNDESCOLA.

Verifica-se em sua definição uma correspondência muito próxima entre as quatro

classes previstas para o ensino básico e os três padrões recomendados pelo Centro Brasileiro

de Construções e Equipamentos Escolares (CEBRACE) e adotados pela FDE. A adoção dessa

norma pela ABNT indica claramente que a preocupação com as questões de postura do aluno

nas salas de aula transcende a esfera teórica, constituindo-se em assunto de saúde pública6.

Dentro do critério geral de relacionamento de dimensões entre mesas e cadeiras, a

principal relação a ser observada é entre a altura da superfície da mesa e a altura da superfície

de assento6.

A dimensão mínima dos tampos de mesas deve ser de 450 x 600 mm,

considerando-se6.

a) O alcance dinâmico dos usuários;

b) O espaço necessário para as tarefas a serem realizadas, incluindo o

material;

c) O espaço físico em que se insere o mobiliário;

d) O dimensionamento da matéria prima. As mesas devem permitir

agrupamento, dentro de critérios pedagógicos contemporâneos, que

prevêem a mobilidade dentro das salas de aula.

Conseqüentemente, as dimensões dos tampos dos diversos padrões devem ser

idênticas.

22

Os portas-livros não devem se constituir em obstáculo à liberdade de postura dos

alunos quando sentados e em sua movimentação para sentar-se e levantar-se6.

Devem ter altura e recuo adequado em relação à beirada do tampo de mesa mais

próximo do aluno. As superfícies de mesas devem ser duras e receber tratamento superficial,

devem ser foscas, não devem empenar e nem ser absorventes6.

As superfícies de assento devem ser duras, receber tratamento superficial, não

devem empenar e nem ser absorventes. Todas as superfícies devem ter baixo índice de

reflexão e cores neutras6.

Mesa e cadeira devem ter pesos proporcionais à força dos usuários. De acordo

com o critério de mobilidade e agrupamento dentro das salas de aula, não se recomenda o uso

de mobiliário que integre a superfície de trabalho com a superfície de assento num único

móvel, excetuando-se as cadeiras do tipo universitário. O uso de tampo inclinado não é

recomendado, na medida em que dificulta o agrupamento. As bordas de assentos e encostos

devem ser arredondadas, sem arestas vivas que possam causar traumatismos ou incômodos ao

aluno6.

2.1.1 Critérios ergonômicos para mesas e cadeiras

Os critérios apresentados a seguir são considerados requisitos mínimos para uma

boa postura do indivíduo sentado, em posição de trabalho, diante de uma superfície

horizontal, esses critérios foram elaborados a partir de normas internacionais, especialmente a

Norma BS 3030, e de bibliografias específicas na área de ergonomia e de fisiologia do

trabalho6.

A observação desses critérios juntamente com as recomendações dimensionais

apresentadas no item anterior é essencial para que se atinja um grau de conforto adequado do

aluno em sua relação com o conjunto mesa e cadeira escolar6.

Abaixo segue a lista dos requisitos mínimos para uma boa postura sentado, com

suas respectivas ilustrações6.

a) A existência de espaço livre entre a parte inferior da mesa, incluindo-se os

portas-livro, e a parte superior das coxas dos alunos deve ser suficiente para

permitir liberdade de postura e de movimentação dos alunos.

23

b) A altura da superfície de trabalho das mesas deve ser tal que os cotovelos

apoiem-se sobre a mesa ou estejam numa altura ligeiramente inferior, em relação à

sua superfície.

c) Com o objetivo de evitar pressões sobre a musculatura das pernas, deve-se

prever espaço livre entre a parte posterior da perna e a borda frontal da superfície

do assento, que deve ser arredondada (raio mínimo = 40mm).

d) O encosto deve permitir apoio adequado da região lombar entre a terceira e a

quinta vértebras lombares. Além do apoio lombar, deve haver apoio dorsal.

e) Deve haver espaço livre entre o apoio lombar e a superfície do assento, para

acomodação da região glútea.

f) A altura do assento deve permitir que as plantas dos pés apóiem-se

integralmente no chão, não havendo assim nenhuma pressão do assento contra os

músculos inferiores das coxas.

g) A profundidade do assento deve ser determinada a partir do menor

comprimento de coxa do usuário, considerando como limite deste comprimento a

região sacra, ou seja, a extremidade do corpo do usuário definida por suas costas

quando sentado.

Figura-3 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado.

Fonte: BS 30303.

24

h) A largura do assento não deve ser inferior à menor largura do ombro do

usuário.

i) A forma do assento deve permitir que o peso do tronco se apóie nas

tuberosidades isquiáticas, ou seja, nos dois ossos que sustentam a musculatura da

região glútea.

j) A inclinação do encosto em relação ao assento deve ser, no mínimo, de 100° e,

no máximo de 105°.

l) O assento deve ser de preferência, horizontal. Ou inclinado até um ângulo

máximo de 4°.

m) O assento pode ter um rebaixo de 10 mm de profundidade máxima, no limite

de seus dois terços finais.

Figura-4 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado.

Fonte: BS 30303.

25

Figura-5 Requisitos mínimos para uma boa postura do indivíduo sentado

Fonte: BS 30303.

Cadeiras impróprias obrigam o aluno a adotar posturas incorretas, que se forem

mantidas por muito tempo, podem provocar fortes dores localizadas no conjunto de músculos

solicitados para a conservação dessas posturas7.

De acordo com as normas propostas pela ABNT NBR14 006:1997, serão

utilizados os seguintes parâmetros6:

a) Altura do assento: 42 a 50 cm .

b) Largura do assento: maior do que 35 cm.

c) Profundidade do assento: maior do que 37 cm.

d) Espaço para a região posterior do joelho: 10 cm.

e) Inclinação do assento: 5º.

f) Altura do encosto lombar: 15 a 20 cm.

g) Largura do encosto: 30,35 cm.

h) Altura do encosto em relação ao assento: 22 cm.

i) Ponto médio do encosto em relação ao assento: 17 a 23 cm.

j) Inclinação do encosto: 95 a106 cm.

k) Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo: 66 a 86 cm.

l) Inclinação do braço da cadeira: 10 a 15 º.

26

2.2 POSTURA CORPORAL

A postura corporal é um tema que abrange vários aspectos e pode ser definida de

várias formas dependendo do ponto de vista dos autores.

A postura ou porte do corpo devem ser considerados diferentemente do que o

alinhamento de um segmento em relação ao segmento imediatamente adjacente. Para a autora

a conotação de postura é a disposição relativa total dos segmentos da cabeça aos pés13

.

Não existe consenso sobre a definição de postura ideal. Apesar das diferenças

individuais acredita-se, que do ponto de vista fisiológico, existe uma boa postura para cada

indivíduo e que esta é caracterizada por um bom alinhamento corporal, o qual determina uma

máxima eficiência fisiológica e biomecânica do organismo5.

É sem dúvida um dos temas principais em saúde do final e início do século. O

arranjo dos segmentos corporais de forma a permitir a posição em pé, é um marco na

evolução de espécie humana, fundamental para a realização da maior parte de suas

atividades14

.

A postura do ser humano depende de elementos como a adaptação da espécie no

processo evolutivo e as adaptações individuais desde o início do desenvolvimento

neuropsicomotor a fim de obter a postura bípede. Então, entende-se que não se deve

considerar somente o desenvolvimento da bipedestação na espécie humana, mas também a

individualidade, observando cada gesto e como cada ser humano se comporta no espaço15

.

As grandes transformações anatomofisiológicas e sócio-culturais têm uma relação

de dependência com a postura vertical e com a marcha bípede, em virtude de serem

características exclusivas entre os mamíferos. A mesma autora afirma que, supostamente, esta

temática se alicerça nos seus conceitos, fundamentações e metodologias, num longo período

histórico, sendo analisadas de diversas formas dentro de várias perspectivas16

.

Uma postura correta é a posição na qual o mínimo estresse é aplicado em cada

articulação e exige mínima atividade muscular para sua manutenção; qualquer posição que

aumenta o estresse sobre as articulações pode ser denominada postura defeituosa17

.

Uma boa postura solicita a ação permanente da musculatura contra a gravidade,

porém com gasto mínimo de energia. Uma postura adequada é o resultado da ação coordenada

de diversos grupos musculares e ligamentos que atuam elevando, mantendo ou dando apoio a

diversas partes do esqueleto18

.

27

A ação integrada dos músculos que constituem as cadeias musculares é

responsável pela manutenção do alinhamento postural14

.

É através dos músculos que o homem pode atuar sobre o meio ambiente e com

ele se inter-relacionar. Isso é válido tanto para as atividades manuais do trabalho mais pesado

quanto para a comunicação do pensamento mais elaborado ou da emoção mais leve. Todos os

movimentos que servem a estas comunicações só podem ser bem conduzidos quando é

assumida uma postura corporal compatível e alcançado um preciso arranjo no posicionamento

dos grupos musculares e articulações envolvidas15

.

O termo postura, é a posição otimizada, mantida com características automática e

espontânea, de um organismo perfeito harmônico com a força gravitacional e predisposto a

passar do estado de repouso ao estado de movimento. Assim, a postura é considerada uma

forma de expressão e linguagem do corpo. Ela determina como será realizado cada

movimento e sua acomodação no ambiente. Podendo ser considerada um reflexo integrado

dos aspectos corporais e mentais, sendo composta de três componentes estruturais: postura

mecânica, neurofisiológica e psicomotora10

.

A postura sentada possibilita menor gasto de energia e menor carga sobre os

membros inferiores, porém aumenta a pressão sobre os discos intervertebrais quando a

permanência nesta postura for por longo período. A postura sentada permite melhor controle

dos movimentos, pelo fato de que o esforço de equilíbrio é reduzido. Sendo a posição mais

freqüentemente adotada pela maioria das pessoas nas atividades que exigem maior precisão

como atividades profissionais, domésticas e de lazer8.

28

2.2.1 Desconforto postural

Desconforto é sensação como se uma parte do corpo estivesse pesada ou

inclinada, tensa (dura, contraída), com formigamento, ou levemente dolorida, sendo que o

indivíduo pode vir a sentir outras sensações desagradáveis 14

.

Os indivíduos que adotam freqüentemente uma mesma postura podem gerar

alterações significativas no alinhamento corporal, além de apresentarem dor ou desconforto

na musculatura mais utilizada, o indivíduo acaba adquirindo vícios posturais, além de outros

problemas oriundos dessas más posições. Quando se adota uma postura inadequada por um

longo período, sendo esta repetida por semanas, meses ou anos, o corpo responde em forma

de dor14

.

Hábitos posturais inadequados, como impostos pela posição sentada, agindo sobre

o organismo humano de forma repetitiva, são capazes de levar seus vários mecanismos de

defesa e ação compensatórias7.

Os casos de algias posturais da coluna vertebral, inclusive em crianças e

adolescentes, vêm crescendo consideravelmente. A prevalência de desvios na coluna em

estudantes de 11 a 16 anos e relacionou-os aos hábitos diários onde dorme, come, faz tarefas

escolares e a estrutura escolar mobiliário tipo de mochila19

.

Todo indivíduo que realiza suas atividades de forma inadequada, em relação

atividade e corpo, está sujeito a desencadear desconfortos posturais, devido à má adaptação do

ambiente e a sua rotina20

.

29

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa está relacionado ao planejamento da mesma, onde o

pesquisador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo os instrumentos e

procedimentos necessários para coletar os dados21

.

3.1 TIPO DE PESQUISA

É uma pesquisa descritiva, pois tem como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de

relações entre variáveis, uma de suas características mais significativas está na utilização de

técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação

sistemática21

.

Segundo Leopardi22

, pesquisas descritivas são estudos caracterizados pela

necessidade de se explorar uma situação não conhecida, da qual se tem necessidade de

maiores informações. Explorar uma realidade significa identificar suas características, sua

mudança ou sua regularidade.

Este trabalho foi desenvolvido e baseado na forma de abordagem quali

quantitativa por que está relacionada com aspecto da objetividade passível de ser mensurável,

e em conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados a cerca da situação-problema21

.

É um estudo transversal ou estudo de levantamento, pois, as pesquisas desse tipo

caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja

conhecer21

.

Basicamente, procede-se o estudado para, em seguida, mediante análise quali-

quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados21

.

3.2 POPULAÇÃO /AMOSTRA

A população desta pesquisa foi composta pelos alunos matriculados na Escola

Governador Aderbal Ramos da Silva (EGARS) do Município de Tubarão - SC.

30

Foram selecionados os alunos matriculados na EGARS do Município de

Tubarão/SC, que atenderam os critérios de inclusão: faixa etária de 14 a 15 anos; estudar no

período vespertino; cursar todas as disciplinas referentes à série que estuda.

Os critérios de exclusão foram os seguintes: ter deficiência visual e auditiva total

tipo cegueira e surdez, ter sido transferido de outro colégio durante o já vigente ano letivo; ter

sido transferido de outra sala de aula durante o já vigente ano letivo; não ser liberado pelos

pais para participar da pesquisa.

A amostra foi composta pela oitava série três (803) da EGARS é que tem 31

alunos, no qual preenchia os critérios de inclusão e exclusão desta pesquisa.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

- Escala de desconforto postural para diferentes partes do corpo (ANEXO A);

- Fita métrica 1.50 m da marca corrente;

- Goniômetro da marca Carci;

- Câmera digital Cyber-shot da marca Sony 7.2 mega pixels;

- Ficha para coleta de dados de medidas ergonômicas (APÊNDICE A);

Foi utilizada a escala de desconforto para as diferentes partes do corpo (ANEXO

A): a mesma consiste em graduar o nível de desconforto manifesto sob a forma de dor em

cada parte do corpo, numa escala representada por cores, sendo “verde” nenhuma dor,

“amarelo” dor suportável: dor que se caracteriza por um leve desconforto, consegue executar

suas tarefas mesmo sentido-a, “alaranjada” dor intensa: dor que obriga por instantes parar o

que está fazendo e manter-se em repouso ou mudar de posição para aliviar a dor

possibilitando depois continuar e “vermelho” dor insuportável: caracteriza-se a incapacidade

de continuar realizando as tarefas obrigando-o a parar. A escala divide o corpo humano em

segmentos e, para cada um deles registra-se o nível de desconforto relatado através da escala

ao final do período que a criança fica em sala de aula.

Para verificar a medida das carteiras e cadeiras foi utilizada uma fita métrica 1.50

m da marca corrente.

31

Foi utilizada uma câmera digital Cyber-shot da marca Sony 7.2 mega pixels para

fotografar a sala de aula assim como as carteiras e cadeiras para comparar com as normas

propostas pela ABNT NBR14 006:19976.

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

Como procedimento para coleta de dados foi utilizado a Escala de Desconforto

para as Diferentes Partes do Corpo (ANEXO A), Termo de Consentimento Livre Esclarecido

(TCLE) (ANEXO B), Carta de Apresentação (ANEXO C) e Ficha para Coleta de Dados de

Medidas Ergonômicas (APÊNDICE A).

Em primeiro momento fez-se contato com a EGARS, colocando de maneira clara

e objetiva a pesquisa, a ser realizada na sala de aula da oitava série assim como a aplicação da

escala de desconforto para diferentes partes do corpo para ser realizada com os alunos, desta

forma pedindo autorização para a diretora da escola através de uma carta de apresentação para

realizar a pesquisa.

O responsável da instituição assinou a carta de apresentação, e os responsáveis

pelas crianças assinaram um TCLE contendo o esclarecimento sobre pesquisa. As assinaturas

foram arquivadas em documento pessoal.

Após a assinatura do TCLE por todos os responsáveis pelos alunos, assim como a

assinatura da carta de apresentação disponibilizada para a direção da EGARS, deu-se início a

coleta de dados que foi realizada no período de Jun - Jul de 2010, onde em primeiro momento

foi realizada a verificação das medidas das carteiras e cadeiras para serem comparadas com as

normas proposta pela ABNT NBR14 006:19976.

Logo após o recolhimento dos dados em relação às medidas das carteiras e

cadeiras foi aplicado aos alunos da oitava série da EGARS um questionário denominado

escala de desconforto para as diferentes partes do corpo.

3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DOS DADOS

Os dados obtidos com o questionário e as medidas ergonômicas (Apêndice A)

foram armazenados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2007® e analisados sob a luz

de análise descritiva simples.

32

Os dados obtidos através das medidas das carteiras e cadeiras foram anotados na

ficha para coleta de dados de medidas ergonômicas e comparadas com as medidas propostas

pelas normas da ABNT.

Em relação ao questionário denominado “escala de desconforto postural”,

realizou-se a análise de dados com o intuito de saber a região corporal com maior grau de

desconforto durante o período em que o aluno está em sala de aula, os mesmos anexados em

uma planilha do Microsoft Office Excel 2007® e em documentos do Microsoft Office Word

2007®, com uso de gráficos, tabelas e quadros.

3.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Unisul e após a

aprovação do mesmo sob o protocolo 10.019.4.08. III iniciou-se a coleta. Essa pesquisa segue

os princípios da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisas que

envolvem seres humanos, assim, o TCLE e faz parte da pesquisa como forma de preservação

dos direitos do pesquisado. A pesquisa é isenta de riscos, e o participante pode se retirar dela

quando quiser.

33

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados e a análise dos dados que foram

coletados com o objetivo principal de analisar a adequação ergonômica das salas de aula e o

nível de conforto atribuído pelos discentes ao ambiente escolar numa escola de ensino regular

da cidade de Tubarão - SC. Os resultados serão apresentados na seguinte ordem:

Primeiramente os dados obtidos através dos questionários correspondentes ao desconforto

postural aplicados aos discentes, e posteriormente serão apresentados os resultados

encontrados com as medidas ergonômicas da sala de aula 803 da Escola Governador Aderbal

Ramos da Silva.

4.1 QUANTO AO DESCONFORTO CORPORAL

Com relação ao desconforto corporal dos trinta e um alunos participantes da

pesquisa trinta alunos 96,77 % referiram algum desconforto em alguma parte do corpo e

apenas um aluno 3,22% referiu nenhum desconforto em nenhuma parte do corpo, como se

pode visualizar no gráfico 1:

Gráfico-1 Distribuição da amostra em relação à presença de desconforto corporal.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010

34

4.2 NÍVEL DE DESCONFORTO CORPORAL DOS ALUNOS DA 803

Na tabela 1 foram descritas as principais regiões do corpo onde se constatou por

meio da amostra a presença de desconforto corporal, sendo que os sintomas manifestam-se

em mais de um segmento corporal e em diferentes níveis.

Conforme a tabela abaixo, podemos observar que os locais de maior incidência de

dor ou desconforto foram: Coluna cervical, coluna lombar, quadril e mãos.

Tabela 1: Localização de desconforto corporal por segmentos do corpo

º N° de alunos com sintomas

%

Coluna Cervical

24

77,41

Coluna Torácica

16

51,61

Coluna Lombar

22

70,96

Ombros

8

25,8

Quadril

19

61,29

Punhos

16

51,61

Mãos

18

58,06

Coxas

11

35,48

Joelhos

17

54,83

Pernas

14

45,16

Tornozelos

11

35,48

Pés 13 41,93

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Um dos objetivos desse estudo é demonstrar a importância da ergonomia na sala

de aula 803 visando à prevenção de problemas futuros em questão de saúde, pois de acordo

com esse estudo as crianças manifestaram algias em vários segmentos do corpo, em

contrapartida Achour Júnior23

, diz que muitos problemas de dor são transitórios e nem todas

as crianças e adolescentes com dor na coluna transferem esse problema para idade adulta.

Nos achados deste estudo, dos trinta e um integrantes da pesquisa, vinte e quatro

(77,41%) dos alunos sentem dores na coluna cervical, destes oito (25,80%) suportam a dor,

quatorze (45,16%) sentem dor de caráter intenso e dois (6,45%) sentem dor insuportável,

conforme podemos ver no gráfico abaixo:

35

Gráfico – 2 Intensidade de desconforto na região cervical.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Os resultados desse estudo demonstram que dos trinta e um alunos que

responderam o questionário vinte quatro sentem algum tipo de desconforto na região cervical,

isto corresponde 77,4% do total da amostra, o que corrobora com os achados de um estudo

feito por Moro24

, onde foi aplicado um questionário com o objetivo de saber de noventa e três

alunos da rede pública de ensino qual relação com a carteira escolar, além de um questionário,

para que marcassem as regiões do corpo onde sentiam dores ou desconfortos durante o

período escolar e foi verificado que 54% dos relatos de queixas apontavam para a região da

nuca e do pescoço.

Corroborando novamente como um estudo realizado pelo Centro de Saúde em

Ergonomia da Universidade de Surrey no Reino Unido, o qual teve como objetivo identificar

o grau de dor nas costas em sessenta e seis crianças do ensino fundamental, como resultado

encontraram aumento dos ângulos de flexão cervical e da parte superior do tronco durante as

atividades em sala de aula, no geral as crianças apontavam a região do pescoço como a região

de maior desconforto25

.

Em contrapartida um estudo realizado por Nascimento e Iop26

, com dezoito alunos

do segundo grau do Colégio Estadual Senador Francisco Beijamim Galloti, apenas dois cerca

de (11,12%), apresentaram dor na coluna cervical de caráter intenso, contrariando os

resultados obtidos com essa pesquisa sendo que vinte e quatro integrantes da amostra

(77,41%) sentem algum tipo de desconforto na região cervical.

Em relação à dor lombar dos trinta e um alunos participantes da pesquisa vinte e

dois alunos (70,9%) sentiam algum tipo de desconforto na coluna lombar, sendo que nove

(29,03%), referiram não sentir nenhum tipo de dor ou desconforto na coluna lombar, dez

(32,25%) sentiam dores de caráter suportável, dez (32,25%) sentiam dores de caráter intenso e

36

apenas dois (6,45%) sentiam dor de caráter insuportável, a coluna lombar foi uma das regiões

onde houve o maior número de queixas álgicas referidas pelos escolares.

Contudo a pesquisa de Nascimento e Iop26

menciona que quatro alunos cerca de

(22,23%), apresentaram dor na coluna lombar do tipo suportável e três do tipo insuportável, o

que confirma os achados de nossa pesquisa. Podemos observar abaixo no gráfico 3, o que foi

encontrado nessa pesquisa em relação ao desconforto na região lombar:

Gráfico – 3 Intensidade de desconforto na região lombar.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Segundo Hall27

a incidência de lombalgia em crianças é de quase 30%. Essa

incidência aumenta com a idade e se aproxima da observada em adultos por volta dos

dezesseis anos, com a dor nas costas sendo a mais comum em meninos que em meninas,

levando em conta que a amostra desse estudo é constituída por alunos matriculados na oitava

série que tem idade por volta de dezesseis anos, justifica-se a porcentagem de alunos com dor

lombar, que foi de 70,9%.

Os resultados dessa pesquisa vêm de encontro com os achados da pesquisa de

Mangueira 19

, que escreve em relação à presença da dor em estudantes com faixa etária entre

onze e dezesseis anos, onde se pode observar que 72,9% dos estudantes referiram dor na

coluna. Estas dores estavam predominantemente localizadas na região lombar (41,0%) e

torácica (40,4%).

Assim como o estudo de Nascimento e Iop26

com relação à região torácica dos

dezoito alunos entrevistados, duas pessoas, (11,12%), relataram apenas sentir um desconforto

que não causasse dor na região torácica; três pessoas, (16,67%) relataram um desconforto com

37

dor suportável, e uma pessoa (5,56%), apresentou desconforto na região torácica com dor

insuportável, corroborando com nosso estudo, pois (70,9%) dos estudantes referiram algum

desconforto na região lombar e em relação à coluna torácica.

Dezesseis (51,6%) dos trinta e um alunos participantes da pesquisa referem algum

tipo de desconforto na região torácica, sendo que quinze (48,38%) não sentiam dor, onze

(35,48%) sentiam dor suportável, quatro (12,90%), sentem dor intensa e apenas um (3,2%)

sentem dor insuportável, esses dados seguem descritos no gráfico 4:

Gráfico – 4 Intensidade de desconforto na região torácica.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Nesse estudo, a coluna, (cervical, torácia ou lombar) foi o principal segmento com

presença de desconforto relatado pela amostra, o que se confirma com um estudo de

prevalência para dor nas costas realizado por Kristjansdottir e Rhee28

, com 2.173 escolares

com idades entre 11-12 e 15-16 anos, onde demonstrou que a prevalência de dor nas costas

ocorrendo pelo menos uma vez por semana foi de 20,6%, com o predomínio em crianças mais

velhas (15-16 anos) e naquelas que vivem em áreas rurais em relação as que vivem nas

cidades.

A região do quadril também foi apontada pelos alunos, no que diz respeito ao

desconforto, doze alunos (38,70%) não sentem nenhum tipo de dor ou desconforto, quatorze

(45,16%) sentem dor de nível suportável, cinco (16,12%) sentem dor intensa e nenhum aluno

relatou sentir dor insuportável. Os seguintes dados estão descritos no gráfico 5:

38

Gráfico – 5 Intensidade de desconforto na região do quadril.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Segundo Chaffin29

, a criança deve sentar-se com os dois pés apoiados sobre o

chão, com os joelhos fletidos em ângulo reto, pois, nesta posição sentada, o peso do corpo é

transferido para o assento, piso, encosto e braço da cadeira, diminuído picos localizados de

pressão.

Para Kendall e MacProvance30

, se a cadeira for alta, haverá falta de suporte para

os pés e os quadris e os joelhos ficarão com flexão excessiva que não existe uma cadeira

correta, pois a altura e profundidade das cadeiras devem ser apropriadas para cada pessoa,

onde a altura da cadeira possa permitir que os pés fiquem apoiados confortavelmente sobre o

solo, evitando assim, pressão nos glúteos e coxas, e favorecendo o aparecimento das dores.

Rego31

realizou um estudo com 47 alunos de 5ª e 6ª séries, e observou mediante a

avaliação postural o desnivelamento da pelve em 51% da amostra, ainda foi empregado aos

alunos um questionário, onde os alunos relataram desconforto na posição sentada e

inadequação do mobiliário.

Essa pesquisa corrobora em partes com o estudo realizado por Nascimento e Iop26

,

pois em relação ao desconforto na região do quadril apenas um aluno (5,56%) de sua amostra

relatou sentir desconforto de nível suportável e um (5,56%) relatou que seu desconforto se

origina de uma dor insuportável, já nesse estudo o número de alunos que referiram

desconforto de nível suportável e intenso foi muito maior, em contrapartida nenhum aluno

desta amostra relatou sentir dor insuportável.

No gráfico 6 abaixo pode-se visualizar a intensidade do desconforto referidos na

região das mãos, o que prevaleceu na mão direita, supostamente por a grande maioria da

amostra utilizar predominantemente a mão direita para realizar suas atividades, como por

39

exemplo escrever, dos 31 alunos participantes da pesquisa 13 (41,93%) relataram nenhuma

dor, 12 (38,70%) relataram dos suportável, 5 (16,12%) referiram dor intensa e apenas 1

(3,22%) referiu dor insuportável.

Gráfico – 6 Intensidade de desconforto nas mãos

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

A instrução normativa do Instituto Nacional de Seguridade Social usa a expressão

Lesão por Esforço Repetitivo (LER), e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

(DORT), estabelecendo um conceito da síndrome, declarando que ela não se origina

exclusivamente de movimentos repetitivos, podendo ocorrer pela permanência prolongada

dos segmentos corporais em determinadas posições, assim como a necessidade de

concentração e atenção do trabalhador para realização das atividades laborais e a pressão

imposta pela organização do trabalho32

.

Segundo Yeng33

, as LER podem atingir qualquer pessoa que exerça atividades

físicas capazes de exigir esforços que superem suas reservas funcionais, sejam elas

digitadores, caixas de banco, músicos, estudantes e até atletas, estas doenças vêm merecendo

destaque por parte de médicos, agências governamentais de saúde e sindicatos de categorias

profissionais.

De acordo com o autor supracitado as LER não aparecem apenas em pacientes

adultos, mais também em adolescentes, em virtude da introdução precoce destes no mercado

de trabalho, atualmente crianças pré-escolares, escolares e adolescentes vêm apresentando

sintomas similares as LER de adultos e adolescentes em regime de trabalho33

, o que confirma

os achados de nosso estudo, pois as crianças permanecem em média 4 horas de seu dia em

40

sala de aula, muitas vezes em uma mesma postura durante um longo período de tempo e além

de disso realizando atividades repetitivas como escrever.

Yeng33

finaliza mencionando que as LER, são conseqüentes da realização de

movimentos contínuos, posturas inadequadas e estresses emocionais por um período de tempo

variado e podem se manifestar em qualquer segmento do corpo, habitualmente membros

superiores (punho, antebraço, mão), coluna cervical e lombar.

4.3 QUANTO À ERGONOMIA

A sala de aula padrão, segundo normas da Secretaria de Estado da Educação e

Desporto (SEED), é de 6 m de largura por 8 m de comprimento sendo, então, o padrão da

maioria das escolas (72%). Este tamanho comporta até, aproximadamente, 35 alunos. Na

prática, acomoda entre 15 e 25 alunos34

.

A sala de aula no qual foi realizada essa pesquisa tem 6,10 m de largura por 8,35

m de comprimento e 3 metros de altura, portanto encontra-se nos padrões propostos pela

SEED, essa sala de aula comporta 33 alunos no período matutino, correspondente pela sala

801, e já no período vespertino na sala 803, onde foi realizada a nossa pesquisa comporta 31

alunos os quais integram a amostra dessa pesquisa.

Bergmiller3, na primeira série de cadernos técnicos para mobiliário escolar afirma

que elementos estruturais, ferragens e quaisquer outros componentes construtivos das mesas e

cadeiras deverão ser utilizadas de modo a evitar que haja contato direto com o corpo do

usuário, evitando-se traumatismos e os elementos estruturais e ferragens não deverão ser

previstos em materiais que sofram desgaste excessivo pelo uso ou pela ação do tempo, o que

infelizmente não é observado na sala de aula analisada (onde funciona a 801 no período

matutino e a 803 no período vespertino) existem 33 mesas e cadeiras, dessas 33 mesas 28 são

com o tampo inclinado e 5 correspondem a mesas com o tampo reto, onde pode-se observar

(conforme as figuras abaixo), o nítido desgaste dos materiais como ferragens e pintura que

compõe o mobiliário.

41

Figura- 6: Cadeira e mesa com o tampo inclinado.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

Figura- 7: Cadeira e mesa com o tampo reto.

Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2010.

O quadro abaixo explana o que foi encontrado em relação às medidas das mesas e

cadeiras da sala 803, e compara com os parâmetros impostos pela ABNT NBR14 006:1997.

42

Quadro – 1 Medida das mesas e cadeiras da sala 803

Medidas ABNT Medidas encontradas

1-Altura do assento

42 a 50cm

41cm

2- Largura do assento

> 35cm

40cm

3-Profundidade do assento

> 37cm

41cm

4-Espaço para a região posterior do joelho

10 cm

6cm

5- Inclinação do

assento

6-Altura do encosto lombar

15 a 20 cm

17 cm

7-Largura do encosto

30 a 35cm

40 cm

8- Altura do encosto em relação ao assento

22 cm

21 cm

9- Ponto médio do encosto em relação ao

assento

17 a 23 cm

19 cm

10- Inclinação do

encosto

95 a 106 cm

78°

11-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo 66 a 86 cm

*

12-Inclinação do braço da cadeira

10 a 15°

*

13-Dimensão mínima dos tampos de mesas

45 x 60 cm

45x60cm**

14-Inclinação do tampo da mesa

16°

10°

* Não foi possível mensurar, pois a cadeira não possui braço.

** O tampo da mesa inclinada mede 45x60cm, já o tampo da mesa reta mede 54 x 46 cm, estando fora dos

padrões das normas propostas pela ABNT.

A partir do quadro -1 pode-se observar que há discrepância entre as medidas

propostas em relação às encontradas como, por exemplo: Altura do assento, espaço para

região posterior do joelho, inclinação do assento, inclinação do tampo da mesa, inclinação do

encosto da mesa, e em relação ao braço da cadeira, pois as cadeiras encontradas não possuem

braço.

Uma pesquisa realizada por Ferreira35

, onde abordou o estudo de critérios técnico-

funcionais para a qualificação do mobiliário escolar de 6.319 alunos do ensino fundamental

de escolas públicas da região Metropolitana de Porto Alegre – RS, concluiu através do

levantamento de medidas antropométricas dos alunos, que grande parte desta população não

possui mobiliário escolar que garanta um padrão mínimo de conforto e qualidade de acordo

com suas características antropométricas e biomecânicas, o que vem de encontro com os

achados deste estudo.

Braccialli7, afirma que cadeiras mal projetadas, com altura e profundidade de

assento e de encosto maior ou menor do que necessário, podem gerar vários ajustes posturais,

os quais são responsáveis por dormência nos membros, dificuldades no retorno venoso, dores

lombares, aceleração do processo degenerativo do disco intervertebral, desgaste das vértebras

e, conseqüentemente, fadiga muscular durante a realização das atividades, corroborando com

43

esse estudo, pois, alguns parâmetros determinantes do mobiliário escolar, como o espaço para

a região posterior do joelho, não vêm de encontro com os propostos pelas normas, e trazem

como consequência desconforto para os alunos.

Loch 36

defende que um produto desenvolvido para uma escola (seja ele material

didático ou equipamento), além de acessível e de atender às necessidades do usuário e da

escola, deve contemplar a segurança, a confiabilidade, ser de fácil manutenção e apresentar

qualidade. Além disso, deve trazer beneficio ao seu usuário e ser produzido em processos

eficientes, ressalta que os estudos ergonômicos, de desempenho e de avaliação pós-uso, assim

como de melhoria contínua do mobiliário, precisam ser pensados desde o seu processo de

concepção, o que não acontece nesta pesquisa, pois todos os alunos utilizam o mesmo

mobiliário, que não proporcionam conforto aos alunos.

Domljan37

realizou um trabalho com 556 alunos de várias escolas da Croácia, a

fim de determinar a relação de dimensões antropométricas de alunos do ensino fundamental,

verificando os ajustes corporais que os alunos fazem durante a postura sentada em seus

mobiliários, os resultados mostraram que os mobiliários utilizados não estavam de acordo

com as características antropométricas de grande parte da amostra, com isso, os mesmo

adotavam estratégias corporais para manter-se numa postura confortável, corroborando

novamente com nosso estudo, pois alguns parâmetros do mobiliário escolar não estão

adequados com as normas propostas pela ABNT.

Para Kroemer e Grandjean38

, a distância entre o assento e a mesa constitui-se na

medida mais importante a ser considerada, pois a altura das mesas não ajustáveis é definida

com base em medidas médias e não consideram as variações individuais. Os autores

recomendam que não sejam colocadas gavetas acima dos joelhos e nem em caixilhos espessos

e argumenta que, como regra geral, uma mesa inclinada é um avanço em relação à mesa

plana, tanto em termos de postura quanto de visão, as mesas de nosso estudo são compostas

por um porta-livro com a altura de 19 cm em relação ao tampo da mesa, o que em escolares

de maior estatura é um empecilho e causa desconforto em membros inferiores, o que acontece

nessa pesquisa quando se trata da região do quadril e dos joelhos.

Segundo Reis39

, a realidade das escolas demonstra que as normas que

regulamentam o mobiliário escolar (NBR-14006 e 14007), estabelecendo as condições

mínimas para utilização do mobiliário escolar, não se cumprem na prática, assim, cabe aos

alunos a utilização de mobiliários escolares inadequados, que não atendem a suas

especificidades, favorecendo a adoção de posturas prejudiciais. Reis enfatiza ainda que tal

situação possa contribuir para o surgimento de patologias músculo-esqueléticas, e interferir no

44

processo educativo, essa afirmação, confirma a relação do mobiliário inadequado com o

desconforto corporal, além de interferir no processo educativo dos alunos como: falta de

atenção, pois quando não se está confortável em um ambiente faz-se necessário a tentativa de

ajuste, o que faz com que os alunos fiquem agitados podendo contribuir diretamente com a

baixa do rendimento escolar.

Portanto existe um mobiliário regulável, que se torna uma boa saída para conciliar

os gastos com a adequação do mobiliário referente às autoridades governamentais e a

diminuição das queixas álgicas referentes aos escolares, atualmente é crescente o número de

escolas que buscam mobiliários alternativos para equacionar os problemas advindos das

questões antropométricas24

. Conforme podemos observar na figura abaixo, essas novas

mobílias possuem sistemas de regulagem tanto da mesa como da cadeira do mobiliário, onde

o próprio aluno, com o tempo, irá encontrar o ajuste ideal para si.

Figura-8 Foto mostrando a postura corporal do aluno induzida por um conjunto

escolar ergonométrico.(Mobiliário escolar regulável de propriedade da

Indústria CEQUIPEL - Biguaçu-SC).

Fonte: Estudo realizado por Moro, 200524

.

Diante do exposto percebe-se que o mobiliário ajustável é a mais importante

adequação ergonômica apresentada até o presente momento, para superar os velhos conceitos

de sala de aula24

.

45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos e analisados, e de acordo com os objetivos pré-

estabelecidos, concluiu-se com a análise ergonômica, que a sala encontra-se dentro do

proposto pela SEED. Em relação ao mobiliário encontrado, diverge em alguns parâmetros do

mobiliário proposto pela ABNT, o que se faz necessário a adequação do mesmo.

Sabe-se que a faixa etária dos alunos é aproximadamente a mesma, em

contrapartida a estatura oscila muito entre cada um dos escolares, por isso faz-se necessário

que o mobiliário seja diferenciado em relação a estatura e o peso dos escolares.

Dos 31 escolares participantes da pesquisa 30 referiram algum tipo de desconforto

corporal durante o período que fica em sala de aula, isso equivale a 96,77% do total da

amostra, um número alerta para os gestores de ensino e de saúde, sendo que o segmento

corporal mais citado entre os locais de prevalência da dor foi a coluna, de acordo com o

caderno de saúde pública 70-85% de todas as pessoas sofrerão de dor lombar em alguma

época da vida, se no ambiente escolar as crianças já possuem algias corporais, imagina-se

quando forem submetidas ao mercado de trabalho.

Os achados dessa pesquisa, relacionado ao desconforto corporal, leva a pensar na

qualidade de vida que as crianças possuem no período de quatro horas em que ficam em sala

de aula, e de que forma esse desconforto afeta negativamente o rendimento escolar dessas

crianças.

Trata-se também de uma questão de prevenção o que diretamente afeta as

autoridades governamentais, pois investindo em saúde e qualidade de vida para os nossos

escolares no presente não será necessário investir em auxilio doença no futuro para os

mesmos, o que prova mais uma vez que se faz necessário a atuação de um fisioterapeuta

dentro do ambiente escolar, trabalhando integralmente de forma preventiva ao lado dos

educadores, promovendo uma melhora no ambiente escolar e auxiliando de forma indireta no

aumento do rendimento escolar de nossas crianças.

46

REFERÊNCIAS

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Engenharia de Produção, UFSC, 2001.

36 Loch, M.V.P. Convergência entre Acessibilidade Espacial Escolar, Pedagogia

Construtivista e Escola Inclusiva. 2007. Tese de Doutorado, Florianópolis, 2007.

49

37 Domljan, D; Grbac, I; Hadina, J. Classroom furniture design – correlation of pupil and

chair dimensions. Coll Antropol. Mar; 32(1):257-65, 2008.

38 Kroemer, K; Grandjean, E. Fitting the task to the human: a textbook of Occupacional

Ergonomics. 5 ed. London: Taylor & Francis Ltd, 2005.

39 Reis,PF. Estudo da interface aluno-mobiliário: a questão antropométrica e biomecânica da

postura sentada. Dissertação de Mestrado, 2003.

50

APÊNDICE

51

APÊNDICE A- Ficha para coleta de dados de medidas ergonômicas

52

1-Altura do assento

2- Largura do assento

3-Profundidade do assento

4-Espaço para a região posterior do joelho

5- Inclinação do assento

6-Altura do encosto lombar

7-Largura do encosto

8- Altura do encosto em relação ao assento

9- Ponto médio do encosto em relação ao assento

10- Inclinação do encosto

11-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo

12-Inclinação do braço da cadeira

13-Dimensãodos tampos de mesas

14-Inclinação do tampo da mesa

Fonte: Autores, 2010

53

ANEXOS

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ANEXO A- Escala de Desconforto para as diferentes partes do corpo

55

Assinale com um X, o nível de dor que você sente em cada segmento do corpo levando em conta

o período que você fica no ambiente escolar (aproximadamente 4 horas):

Fonte: Moraes, 2002

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ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

57

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL

COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

TÍTULO DO PROJETO: ANÁLISE ERGONOMICA DE UMA SALA DE AULA DE ENSINO REGULAR.

OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROJETO: Analisar a adequação ergonômica das salas de aula (se as

medidas das carteiras e cadeiras estão de acordo com as normas da ABNT ( Associação Brasileira de Normas

Técnicas )) e o nível de conforto atribuído aos alunos no ambiente escolar numa escola de ensino regular da

cidade de Tubarão SC.

RESPONSÁVEIS PELO PROJETO:

Géssica Minatto– 0XX(48) 36260262/ e-mail: [email protected]

Profª orientador: Ralph Fernando Rosas - e-mail: [email protected]

ESCLARECIMENTOS AO VOLUNTÁRIO:

Os alunos responderão um questionário definido como “Escala de desconforto postural”

onde farão um circulo conforme o grau de desconforto (dor ,queimação,formigamento entre outros)

verde ( nenhuma dor), amarelo( dor suportável) alaranjado (dor intensa) e vermelho ( dor insuportável)

nas partes do corpo divididas em partes, desconforto esse que durante o período que o aluno fica dentro

da sala de aula poderá implicar na baixa do rendimento escolar.

CONSENTIMENTO DO RESPONSÁVEL:

Eu,_____________________________________________________________________,RG:_______________

_____ CPF:______________________,abaixo assinado, autorizo meu filho em participar do estudo:” A analise

ergonômica de uma sala de aula de ensino regular, como responsável. Fui devidamente informado e esclarecido

pelo (s) pesquisador (es) Ralph Fernando Rosas sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como

os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu

consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu

acompanhamento/ assistência/tratamento.

Local e data: _______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:___________________________________________.

IDENTIFICAÇÃO DO PESQUISADOR

____________________________________________

Ralph Fernando Rosas (Profª orientador)

Tubarão, ___ de ________________ de 2010.

58

ANEXO C - Carta de apresentação

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL

CURSO DE FISIOTERAPIA

CARTA DE APRESENTAÇÃO

Exmo Sr Diretor

A Universidade do Sul de Santa Catarina-UNISUL, através do Curso de

Fisioterapia, expressa votos de estima e passa a dirigir-se a Vossa Senhoria apresentando a

Senhorita Géssica Minatto, do projeto que se intitula “A análise ergonômica de uma sala de

aula”, com a proposta de investigar os principais desconfortos posturais no publico discente e

analisar as medidas ergonômicas das cadeiras e carteiras na sala de aula, podendo realizar

contato com a sua Escola.

Ressaltamos a importância desse estudo, principalmente no que diz respeito aos

desconfortos posturais que o publico discente está susceptível.

Atenciosamente

____________________________________________

Ralph Fernando Rosas

Coordenador do Curso de Fisioterapia

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