10
  

1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 1/10

Departamento de Zoologia

Univcrsidade de Coimbra

3004-517 Coimbra

INVERTEBRADOS DO ECOSSISTEMA MARlNHO

TRABALHO DE CAMPO

Isabel Luci Pisa Mata da Conceicao

Ant6nio Manuel Santos Carrico Portugal

Departamento de Zoologia-Lt.

2003

Page 2: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 2/10

INVERTEBRADOS

Saida de campo

Sendo 0 tempo disponivel urn factor limitante, a aula incidira

apenas sobre 0 estudo dos invertebrados marinhos. A preferencia deve-

-se a varies factores, tais como: 0 facil acesso as zonas marinhas, a

grande variabilidade de organism os existentes nestazona e a facilidade

de observacao e recolha dos invertebrados at existentes,

Local: Praia entre Buarcos e 0 Cabo Mondego

a) OBJECTIVOS

i. Avaliar a diversidade dos invertebrados marinhos na zona das mares.

ii. Observar os organismos no seu meio natural. Esta observacao

permite-nos obter dados sobre diversos aspectos tais como: morfologia,

tipo de movimento, tipo de habitat, etc., os quais nao sao faceis de obter,

em laborat6rio.

iii. Identificar os organismos.

iv. Preparar alguns exemplares para vconservacao em laborat6rio.

b ) INFORMACAO DE APOIO

o contacto entre a terra firme e 0 mar pode fazer-se quer por

costas rochosas, quer por costas arenosas. 0 desenvolvimento da vida na

regiiio costeira depende essencialmente do ritmo das mares.

Page 3: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 3/10

A zona compreendida entre a preia-mar e a baixa-mar designa-se

por zona das mares au regiiio intertidal; e as organismos que nela

vivem estao submetidos a penodos alternados de emersiio e imersiio.

A zona das mares, parte do meio marinho, e uma "regiiio

fronteirica", Por esta raziio, nela se encontra uma consideravel

originalidade nos povoamentos. A sua situacao e condicoes eco16gicas

muito particulares permitem que, alem de representantes de quase

todos os grupos que habitam 0 meio marinho, haja tambem a penetracao

de formas pertencentes a grupos tipicamente terrestres.

A agitacao maritima constitui outro factor importante que vai

influenciar a distribuicao dos organismos na regiao costeira. A seguir it

regiiio de impacte directo da onda, estende-se a regiac do espraiado,

onde a agua chega sob a forma de goticolas resuItantes do rebentamento.

A transicao entre os dominios terrestre e marinho faz-se, assim, de

forma graduaL

Os periodos alternados de imersiio e emersao motivados pelo ritmo

das mares, a area relativamente reduzida desta zona e 0 impacte

continuo das ondas exigem dos organismos uma serie de adaptacoes que

lhes garantam a sobrevivencia nessa regiiio. Assim, e frequente a

associacao dos individuos em comunidades que lhes permitem uma

melhor defesa. Por outro lade, 0 corpo adquire, muitas vezes, uma forma

achatada que permite uma melhor resistencia ao embate das aguas; os

organism os podem ainda fechar-se hermeticamente para evitar a

dessecacao.

Nas costas arenosas, menos batidas pela forca das aguas, a

adaptacao dos animais consiste em enterrarem-se no substrata. Os

animais tubicolas refugiam-se em tubas subterraneos, cuja entrada

podem tapar. Os lamelibranquios enterram-se na areia ou no lodo,

estabelecendo a ligacao com a exterior mediante tubos au sifbes.

A costa rochosa oferece con di cfies especiais para 0

desenvolvimento dos seres vivos, por constituir urn substrato adequado

para a sua, fixacao, dispondo ainda duma radiacao solar intensa. No

2

Page 4: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 4/10

entanto, a accao mecanica das ondas .atinge aqui

intensidade. A costa rochosa oferece condicoes

desenvolvimento da vida bentonica,

a sua maxima

favoraveis ao

Na costa rochosa podem distinguir-se tres zonas principais: a

zona mediolitoral, situada entre os limites maximo e minimo,

atingidos pelas ondas e mares, na preia-mar e na baixa-mar; a zona

supralltoral que vai do limite maximo da zona anterior ate ao limite

alcancado pela agua evaporada e pelo ar carregado de sal; e a zona

infralitoral que se estende desde 0 limite mfnimo da zona mediolitoral

ate ao limite inferior de penetracao luminosa eficaz para a realizacao da

fotossintese das algas.

A zona supralitoral constitui uma zona de transicao para 0 meio

terrestre. A zona mediolitoral pode apresentar uma sub-zonacao: uma

zona mesolitoral, situada entre os limites da preia-mar e da

baixa-mar; uma franja superior, ate ao limite de humectacao (devida a

goticolas provenientes da agua do mar), e uma franja inferior, que s6

fica a descoberto pelos movimentos das ondas.

A zona mesolitoral rochosa e a mais rica eapresenta uma

extraordinaria variedade de seres vivos. Alern de algas vermelhas,

verdes e castanhas, encontram-se neste andar animais de tipos muito

diferentes: espongiarios, cnidarios (p6lipos), anelideos, moluscos

poliplac6foros (quitortes - por ex. Chiton sp.), moluscos gastr6podes (ex:

Patella sp.), moluscos bivalves (ex: Mytilus sp.), crustaceos anfipodes (ex:

Hyale sp.), crustaceos cirripedes (Balanus sp. e Lepas sp.), crustaceos

decapodes, equinodermes (ouricos do mar, estrelas-do-mar e holoturias)

e cordados (ascidias). As bolotas-do-mar (Balanus sp.) sao tao

abundantes e caractertsticas que este andar recebe, muitas vezes, a

designacao de zona balan6ide .. Por todas estas razoes, 0 nosso estudo tera

uma maior incidencia nesta zona.

A franja superior rochosa, tambem chamada zona das litorinas,

e caracterizada pel a presenca de moluscos gastr6podes do genero

Littorina e de crustaceos is6podes.

3----

Page 5: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 5/10

roC I . l

o. . . r : :C)

2 "0;; >

. ,

o

.j. .

Page 6: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 6/10

A franja inferior rochosa e dominada por algas castanhas do

tipo laminar (Laminaria sp.), pelo que recebe tambern a designacao de

zona das Iaminarias, Nesta zona, entre os predadores m6veis, destaca-se

o polvo (Octopus sp.).

No substrate arenoso os animais nao se podem fixar facilmente,

enterrando-se para evitar 0 arrastamento pelas aguas.

A zonacao e , neste caso, muito menos nitida do que no substrato

rochoso. Podem, contudo, distinguir-se tres zonas: uma superior,

hom6loga da zona de litorinas, onde dominam crustaceos anfipodes (por

ex: pulgas da areia - Talitrus sp., Talorchestia sp.); uma intermedia

hom6Ioga da zona balan6ide, onde abundam crustaceos isopodes: e uma

inferior.

Nos interstfcios da s particulas do substrato vive urn conjunto de

form as microsc6picas, pertencentes a grupos diferentes: bacterias,

diatomaceas, protozoarios, rotlferos e nematodes.

As formas de maiores dimens5es enterram-se, com frequencia, no

substrato. 1 3 0 que sucede com os poliquetas tubicolas, que vivem em

tubos mais ou menos encurvados, ou corn os moluscos bivalves do tipo

das ameijoas (Tapes sp.), berbig5es (Cardium sp.), conquilhas (Donax sp.),

e navalhas (Ensis sp.), que escavam 0 substrato com 0 auxflio do seu pe e

mantem a ligacao com 0 exterior mediante dois sif6es.

Entre as formas que se deslocam sobre0

substrato dominam oscrustaceos: anfipodes, is6podes e decapodes,

c) COLHEITAS DE MATERIAL BIOL6GICO

No decorrer da saida de campo cada grupo de alunos (cinco alunos)

efectuara colheitas de organismos representativos das zonas

supralltoral e mediolitoral. Devera dar-se atencao a sucessao dos

grupos de invertebrados ao longo da zona mediolitoral.

4

Page 7: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 7/10

d) MATERIAL NECESsARIO PARA A SAIDA

Cada grupo devera ter 0 material seguinte:

-Faeas

-Botas de borracha

-Luvas de borracha

-Tabuleiros

-Balde

-Bloco de apontamentos e lapis

-Sacos de plastico

-Frascos

e) PREPARA<;AO DO MATERIAL BIOLOGICO

Para posteriores estudos, em laborat6rio, os exemplares recolhidos

devem ser mortos e fixados de maneira adequada.

Os metodos utilizados para matar e fixar as especimes variam de

Fila para Fila.

Em relacao aos especimes que poderao ser encontrados na zona

observada durante a saida de campo, indicam-se a seguir, as metodos

mais adequados.

FILO PORIFERA - Os exemplares devem ser fixados em alcool a 50%

durante 24 horas. Passadas doze horas, 0 alcool deve ser substituido. Os

animais devem ser conservados em alcool a 70%. Para fins histoI6gicos,

recomenda-se 0 fixador BOVIN.

As esponjas marinhas podem ser secas em lugar fresco e arejado

depois de estarem mergulhadas durante duas horas em agua doce para

perderem 0 sal.

FILO CNIDARIA- A maior parte dos Cnidarios pode ser preservada

em formalina a 5% . A fixacao deve ser gradual, adicionando formalina a

5

Page 8: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 8/10

6

agua do mar ate se atingir uma concentracao de 3 % . Logo que os

movimentos cessem, substitui-se 0 meio por formalina a 5%, em agua do

mar.

FILO PLATYHELMINTHES- Podem ser fixados em F.A.A.: (alcool

85% - 85 partes, formalina 40% - 10 partes, acido acetico glacial - 5

partes). Antes de se proceder a fixacac, os animais devem ser

narcotizados, lentamente, para evitar contraccces de determinadas

estruturas e consequente alteracao da morfologia. Para esse efeito,

adicionam-se, lentamente, cristais de mentol (O.5g / 100 ml de agua), ao

meio onde os animais se encontram.

FILO ANNELIDA- Podem ser mantidos por longos perfodos numa

mistura de 1:1:1, formalina: glicerol: alcool a 95%, ou entao simplesmente

em alcool a 70%.

FILO MOLLUSCA- 0 animal deve ser narcotizado com sulfato de

magnesio ou cristais de mental. A fixacao deve fazer-se antes de todas

as contraccoes terminarem, altura em que tern inicio a desintegracao. 0

melhor fixador para os representantes deste filo e 0 BOUIN (75ml de

acido picrico aquoso saturado, 25ml de formalina, 5ml de acido acetico; 0

acido acetico deve ser adicionado antes de cada utilizacao). Devera

deixar-se 0 material, no fixador, durante 24-48 horas, de acordo com 0

tamanho. Depois de lavado em agua, 0 material sera guardado em alcool

a 70-80%.

FILO ECHINODERMATA- 0 animal deve ser morto por Imersao emagua doce, e ser fixado e conservado em alcool a 80%.

FILO ARTHROPODA- A maior parte dos Artr6podes pode ser

preservada em formalin a a 5%. A fixa<;ao deve ser gradual, adicionando

formalina it agua do mar ate se atingir uma concentracao de 5 %

Page 9: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 9/10

f) BIBLIOGRAFIA

A fauna - Vida e costumes dos animais selvagens. Mares e Oceanos.

Vol. 102. Publicacoes Alfa. Lisboa

Almaca, C., 1972. Elementos para 0 estudo ecologico da zona

intercottdal rochosa do litoral Portugues. Lisboa, 2! edicao.

Almeida, F. Ferrand de, 1977 - Os habitats da comunidade (1. 0

habitat marinho (cont.) 1.3.4. A regiao costeira). Seccao de textos do

Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra.

Barret, J. & Yonge, C. M.,1958. Collins Pocket guide to the Seashore.

Collins clear-Type Press, London.

Campbell, A. C.,1982. The Hamlyn Guide to the Seashore and

Shallow Seas of Britain and Europe. Hamlyn Publishing Group Limited.

London, 5th edition.

Dales, R. Phillips et at, 1971. Practical Invertebrate Zoology - A

laboratory manual for the studies of the major groups of invertebrates,

excluding protochordates. Sidgwick & Jackson, London.

Lincoln, Roger J. & Sheals, J. Gordon, 1989. Invertebrados - Guia de

captura y conservacion. McGraw-Hill - Interamericana de Espana,

Madrid.

Newell, R. C.,1979. Biology of Intertidal Animals. Ed. Marine

ecological Surveys Ltd., Kent, 3rrl edition.

Odum, E. P., 1959. Fundamentos da Ecologia. Fundacao Calouste

Gulbenkian, 2! edicao.

7

Page 10: 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1)

5/11/2018 1. Invertebrados Ecossistema Marinho (1) - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/1-invertebrados-ecossistema-marinho-1 10/10

No final da saida de campo os alunos deverao elaborar urn

relat6rio onde serao focados os seguintes aspectos:

- Descricao da zona observada.

- Local onde cada exemplar foi encontrado.

Classificacao, dos invertebrados amostrados, pelo menos ate a

classe.

Metodos utilizados na preparacao dos exemplares.