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1) (Mack) Textos para as duas próximas questões: Texto I Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder. Camões Texto II Amor é fogo? Ou é cadente lágrima? Pois eu naufrago em mar de labaredas Que lambem o sangue e a flor da pele acendem Quando o rubor me vem à tona d’água. E como arde, ai, como arde, Amor. Quando a ferida dói porque se sente. E o mover dos meus olhos sob a casca Vê muito bem o que devia não ver. Ilka Brunhilde Laurito Assinale a alternativa correta sobre o texto I. a) Expressa as vivências amorosas do “eu” lírico em linguagem emotivo-confessional. b) Apresenta índices de linguagem poética marcada pelo racionalismo do século XVI. c) Conceitua o amor de forma unilateral, revelando o intenso sofrimento do coração apaixonado. d) Notam-se, em todos os versos, imagens poéticas contraditórias, criadas a partir de substantivos concretos. e) Conceitua positivamente o amor correspondido e , negativamente, o amor não correspondido. Assinale a alternativa correta.

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1) (Mack)

Textos para as duas próximas questões:

Texto I

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder.

Camões

Texto II

Amor é fogo? Ou é cadente lágrima?

Pois eu naufrago em mar de labaredas

Que lambem o sangue e a flor da pele acendem

Quando o rubor me vem à tona d’água.

E como arde, ai, como arde, Amor.

Quando a ferida dói porque se sente.

E o mover dos meus olhos sob a casca

Vê muito bem o que devia não ver.

Ilka Brunhilde Laurito

Assinale a alternativa correta sobre o texto I.

a) Expressa as vivências amorosas do “eu” lírico em linguagem emotivo-confessional.

b) Apresenta índices de linguagem poética marcada pelo racionalismo do século XVI.

c) Conceitua o amor de forma unilateral, revelando o intenso sofrimento do coração

apaixonado.

d) Notam-se, em todos os versos, imagens poéticas contraditórias, criadas a partir de

substantivos concretos.

e) Conceitua positivamente o amor correspondido e , negativamente, o amor não

correspondido.

Assinale a alternativa correta.

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a) O texto I, com sua regularidade formal, recupera do texto II o rígido padrão da

estética clássica.

b) Os dois textos, ao negarem uma concepção carnal do amor, enaltecem o platonismo

amoroso.

c) O texto I e o texto II são convergentes no que se refere à concepção do sentimento

amoroso.

d) O texto II contesta o texto I no que se refere ao ponto de vista sobre o amor.

e) Os dois textos convergem quanto à forma e à linguagem, mas divergem quanto ao

conteúdo.

2) (Insper-SP)

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

muda-se o ser, muda-se a confiança;

todo o mundo é composto de mudança,

tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,

diferentes em tudo da esperança;

do mal ficam as mágoas na lembrança,

e do bem (se algum houve), as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,

que já coberto foi de neve fria, e, enfim,

converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,

outra mudança faz de mor espanto,

que não se muda já como soía*.

Luís Vaz de Camões

*Soía: Imperfeito do indicativo do verbo soer, que significa costumar, ser de costume.

Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões.

a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente

insatisfeito com as suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte.

b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa

da instabilidade se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas.

c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade,

já que ele se baseia no postulado da imutabilidade.

d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo,

porque constata que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada.

e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não

passa de uma ilusão.

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3) (Unicamp)

Leia o seguinte soneto de Camões:

Oh! Como se me alonga, de ano em ano,

a peregrinação cansada minha.

Como se encurta, e como ao fim caminha

este meu breve e vão discurso humano.

Vai-se gastando a idade e cresce o dano;

perde-se-me um remédio, que inda tinha.

Se por experiência se adivinha,

qualquer grande esperança é grande engano.

Corro após este bem que não se alcança;

no meio do caminho me falece,

mil vezes caio, e perco a confiança.

Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,

se os olhos ergo a ver se inda parece,

da vista se me perde e da esperança.

a) Na primeira estrofe, há uma contraposição expressa pelos verbos alongar e encurtar. A qual

deles está associado o cansaço da vida e qual deles se associa à proximidade da morte?

b) Por que se pode afirmar que existe também uma contraposição no interior do primeiro

verso da segunda estrofe?

c) A que termo se refere o pronome “ele” da última estrofe?

4) (UFSCar-SP)

Os bons vi sempre passar

No Mundo graves tormentos;

E pera mais me espantar

Os maus vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado,

Assim que só pera mim

Anda o Mundo concertado.

(Luís de Camões: Ao desconcerto do Mundo.

In: Rimas. Obra Completa. Rio de Janeiro:

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Aguilar Editora, 1963, p. 475-6.)

Este curto poema de Camões compõe-se de partes correspondentes ao destaque dado às

personagens (o eu poemático e os outros). Quanto ao significado, o poema baseia-se em

antíteses desdobradas, de tal maneira trançadas que parecem refletir o "desconcerto do

mundo". Posto isso:

a) identifique a antítese básica do poema e mostre os seus desdobramentos.

b) Explique a composição do texto com base nas rimas.

5) (Unicamp)

Leia o soneto abaixo de Luis de Camões.

Enquanto quis Fortuna que tivesse

esperança de algum contentamento,

o gosto de um suave pensamento

me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse

minha escritura a algum juízo isento,

escureceu-me o engenho com tormento,

para que seus enganos não dissesse.

Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos

a diversas vontades! Quando lerdes

num breve livro casos tão diversos,

verdades puras são, e não defeitos...

E sabei que, segundo o amor tiverdes,

Tereis o entendimento de meus versos!

(Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/

texto/bv000164.pdf. Acessado em 02/08/2016.)

a) Nos dois quartetos do soneto acima, duas divindades são contrapostas por exercerem um

poder sobre o eu lírico. Identifique as duas divindades e explique o poder que elas exercem

sobre a experiência amorosa do eu lírico.

b) Um soneto é uma composição poética composta de 14 versos. Sua forma é fixa e seus

últimos versos encerram o núcleo temático ou a ideia principal do poema. Qual é a ideia

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formulada nos dois últimos versos desse soneto de Camões, levando-se em consideração o

conjunto do poema?

6) (Unicamp)

Leia o soneto abaixo, Luís Camões:

Cá nesta Babilônia, donde mana

matéria a quanto mal o mundo cria;

cá donde o puro Amor não tem valia,

que a Mãe, que manda mais, tudo profana;

cá, onde o mal se afina e o bem se dana,

e pode mais que a honra a tirania;

cá, onde a errada e cega Monarquia

cuida que um nome vão a desengana;

cá, neste labirinto, onde a nobreza,

com esforço e saber pedindo vão

às portas da cobiça e da vileza;

cá neste escuro caos de confusão,

cumprindo o curso estou da natureza.

Vê se me esquecerei de ti, Sião!

(Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000164.pdf.

Acessado em 08/09/2015.)

a) Uma oposição espacial configura o tema e o significado desse poema de Camões.

Identifique essa oposição, indicando o seu significado para o conjunto dos versos.

b) Identifique nos tercetos duas expressões que contemplam a noção de desconcerto,

fundamental para a compreensão do tema do soneto e da lírica camoniana.

7) (Fuvest)

Na Lírica de Camões:

a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha.

b) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.

c) cantar a pátria é o centro das preocupações.

d) encontra-se fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.

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e) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.

8) (ENC- SP)

Lioanor pela verdura;

Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,

O testo nas mãos da prata,

Cinta de fina escarlata,

Sainho de chamalote;

Traz a vasquinha de cote,

Mais branca que a neve pura;

Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,

Cabelos de ouro entrançado,

Fita de cor de encarnado,

Tão linda que o mundo espanta.

Chove nela graça tanta,

Que dá graça à fermosura:

Vai fermosa, e não segura.*

* testo = tampa de pote; chamalote = tecido de lã e seda; vasquinha

= espécie de saia; de cote = de uso cotidiano.

A poesia de Camões é comumente classificada em “medida velha” e “medida nova”. É

correto afirmar que o poema abaixo insere-se na:

a) “medida velha”, porque expressa um ideal de beleza mais concreto, por meio da

valorização dos dotes físicos da mulher do povo.

b) “medida velha”, porque se prende às convenções da poesia greco-latina, entre elas,

a do panteísmo.

c) “medida velha” porque é composto em redondilha menor, tipo de verso de origem

popular.

d) “medida nova”, porque se serve do idealismo neo-platônico, para expressar a

elevação espiritual da mulher do povo.

e) “medida nova”, porque é composto em redondilha maior, tipo de verso introduzido

em Portugal por Sá de Miranda

9) (Enem-Mec)

Texto I

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XLI

Ouvia:

Que não podia odiar

E nem temer

Porque tu eras eu.

E como seria

Odiar a mim mesma

E a mim mesma temer.

HILST, H. Cantares.

São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).

Texto II

Transforma-se o amador na cousa amada,

Por virtude do muito imaginar;

Não tenho, logo, mais que desejar,

Pois em mim tenho a parte desejada.

CAMÕES. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldapoesia.com.br.

Acesso em: 3 de set. de 2010 (fragmento)

Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é:

a) O “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma

espécie de fusão em um só.

b) A fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos veros de Hilda Hilst, a afirmação

do eu lírico de que odeia a si mesmo.

c) O “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de

Camões, certa resistência do ser amado.

d) A dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem

no imaginário, sem a realização concreta.

e) O “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos textos I e II,

respectivamente, o ódio e o amor.

10) (Vunesp-SP)

Jacó encontra-se com Raquel

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Depois disse Labão a Jacó: Acaso, por seres meu parente, irás servir-me de

graça? Dize-me, qual será o teu salário? Ora Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha,

e Raquel, a mais moça. Lia tinha olhos baços, porém Raquel era formosa de porte e de

semblante. Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por tua filha mais moça,

Raquel. Respondeu Labão: Melhor é que eu te dê, em vez de dá-la a outro homem;

fica, pois, comigo.

Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como

poucos dias, pelo muito que a amava. Disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, pois já

venceu o prazo, para que me case com ela. Reuniu, pois, Labão todos os homens do

lugar, e deu um banquete. À noite, conduziu a Lia, sua filha, e a entregou a Jacó. E

coabitaram. (...) Ao amanhecer, viu que era Lia, por isso disse Jacó a Labão: Que é isso

que me fizeste? Não te servi por amor a Raquel? Por que, pois, me enganaste?

Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra, dar-se a mais nova antes da

primogênita. Decorrida a semana desta, dar-te-emos também a outra, pelo trabalho

de mais sete anos que ainda me servirás.

Concordou Jacó, e se passou a semana desta; então Labão lhe deu por mulher

Raquel, sua filha. (...) E coabitaram. Mas Jacó amava mais a Raquel do que a Lia; e

continuou servindo a Labão por outros sete anos.

(Gênesis, 29,15-30) BÍBLIA SAGRADA (Trad. João Ferreira de Almeida.)

Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1962.

SONETO 88

Sete anos de pastor Jacó servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;

Mas não servia ao pai, servia a ela,

Que a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,

Passava, contentando-se com vê-la;

Porém o pai, usando de cautela,

Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos

Lhe fora assi[m] negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,

Dizendo: -Mais servira, se não fora

Pera tão longo amor tão curta a vida!

CAMÕES. Obra completa. Rio de Janeiro:

Aguilar, 1963. P. 298.

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O racionalismo é uma das características mais freqüentes da literatura clássica

portuguesa. A logicidade do quinhentista repercutiu no rigor formal de seus escritores, e no

culto à expressão das "verdades eternas", sem que isto implicasse tolhimento da liberdade

imaginativa e poética. Com base nestas observações, releia os dois textos apresentados e:

a) aponte um procedimento literário de Camões que comprove o rigor formal do

classicismo;

b) indique o dado da passagem bíblica que, por ter sido omitido por Camões, revela a

prática da liberdade poética e confere maior carga sentimental ao seu modo de focalizar o

mesmo episódio.

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Gabarito

1) B/D

2) D

3) a) O cansaço da vida está associado ao verbo “alongar”, e a proximidade da morte

está associada ao verbo “encurtar”.

b) Porque existe uma contraposição evidente entre “gastar” (no sentido de diminuir) e

“crescer”; além disso, em certo sentido pode-se contrapor a “idade” (a maturidade)

como um bem e a palavra “dano” entendida como um mal ou desgraça.

c) O elemento a que se refere o “ele” da última estrofe é o termo “bem” da estrofe

anterior.

4) a) A antítese básica que estrutura o poema se centra na oposição entre bem e mal.

b) As rimas estão estruturadas a partir de uma interpolação, isto é, intercaladas.

5) a) As divindades são Fortuna e Amor. Tais entes modulam a apreensão amorosa no

poema. Por um lado, enquanto Fortuna permitiu, o eu lírico pôde ter “esperança de

algum contentamento”. Por outro lado, Amor “escureceu-me o engenho com

tormento”. Dessa forma, essas alusões mitológicas geram o conflito entre forças

opostas no qual o eu lírico está imerso.

b) A ideia contida nos dois últimos versos é a de experiência comum entre eu lírico e o

leitor, já que, depois de o leitor experienciar o amor, ele poderia compreender melhor

os conflitos amorosos do eu lírico.

6) a) Trata-se da oposição entre Babilônia e Sião. Se Babilônia representa alegoricamente

o mal, ao evocar a situação de exílio e privação do eu lírico, e também por tudo que

simboliza na tradição judaico-cristã (como, por exemplo, a tirania, o amor impuro, os

desenganos e a vida errática), Sião encarna as ideias de liberdade, verdade e amor

puro. Babilônia é o local do desconcerto do mundo, ao passo que Sião indica a pátria

verdadeira, local da justa proporção e da possível harmonia entre os valores espirituais

do eu lírico e a sua realidade social e material.

b) No primeiro terceto, a expressão “neste labirinto,” capta um dos traços

fundamentais da noção de desconcerto, a saber, o deslocamento errático do eu

lírico em um mundo marcado pela cobiça e pela vileza, em suma, pelo pecado. No

segundo terceto, a expressão “neste escuro caos de confusão” sugere as ideias de

desordem e desorientação desse eu lírico. Tais expressões do desconcerto são

antítese das ideias de proporção, equilíbrio e beleza, que compõem o campo

semântico do conceito de concerto, encarnado na forma lógica e rigorosa do

soneto e na própria visão de mundo do homem renascentista.

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7)E

8)A

9)A

10) a) O procedimento estruturante da composição, que remete ao rigor Clássico, é o

Soneto – forma comum no período, a partir do desenvolvimento de Petrarca, que

reflete a mentalidade formal da época.

b) Jacó não esperou mais sete anos por Raquel, ele a teve na semana seguinte,

conforme diz a Bíblia.