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Os fármacos possuem normalmente três ou mais nomes:

Sigla, número de código ou designação do código;

Nome químico; Nome registrado, nome patenteado, nome

comercial ou nome próprio; Nome genérico, nome oficial ou nome

comum e; Sinônimos e outros nomes.

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OBSERVAÇÃO – Presume-se que os medicamentos que tenham o mesmo nome oficial, mas nomes comerciais diferentes e que são fabricados por laboratórios diferentes, sejam bioequivalentes. No entanto, nem sempre isso ocorre, devido a diversos fatores, como formulação e métodos de fabricação.

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DENOMINAÇÕES COMUNS BRASILEIRAS No Diário Oficial da União, do dia 13/08/1993 foi

publicada a portaria n° 971, de 10/08/1993 assinada pelo então Ministro da Saúde Jamil Haddad. Nesta portaria foram arroladas seis mil (6.000) denominações comuns brasileiras (D.C.B.) e que deveriam entrar em vigor a partir do dia 05/10/1993.

No entanto, devido à pressa com que foi realizada esta lista saiu com inúmeros erros, e atualmente o Ministério da Saúde ainda está elaborando uma nova lista de denominações.

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SIGLA NOME QUÍMICO NOME REGISTRADO

NOME GENÉRICO

FK – 027FR – 17027CL – 284635

Ácido[6R-[6α,7β(2)]]-7-[[(2-amino-4-tiazolil)(carboximetoxi)imino]acetil]amino-3-etenil-8-oxo-5-tia-1-azabiciclo[4.2.0]oct-2-eno-2-carboxílico.

Plenax. Cefixima.

LY – 139037ZE – 101ZL – 101

N-[2-[[[2-(dimetilamino)metil]-4-tiazolil]metil]tio]-etil]-N’-metil-2-nitro-1,1-etenodiamina.

Axid. Nizatidina.

RU – 965 9-[0-[(2-metoxietoxi)metil]oxima da eritromicina

Rulid. Roxitromicina.

GR – 43175 3-[2-(dimetilamino)etil]-N-metil-1H-indol-5-metanossulfonamida.

Imigran, Sumax. Sumatriptana.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS SINÔNIMOS DE NOMES GENÉRICOS

DENOMINAÇÃO BRASILEIRA SINÔNIMOS EM OUTROS PAÍSES

Benzilpenicilina. Penicilina G.

Clofenotano. Clorofenotano-DDT-dicofano.

Cloreto de metilrosanilínio. Cristal de violeta ou violeta de genciana.

Cloreto de metiltionínio. Azul de metileno.

Cloreto de suxametônio. Cloreto de succinilcolina.

Fenoximetilpenicilina. Penicilina V.

Metamizol sódico. Analgina ou dipirona ou sulpirina ou mesilato de noraminofenazona sódica.

Norepinefrina. Levarterenol ou noradrenalina.

Sulfadimidina. Sulfadimezina ou sulfametazina.

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PROPOSTA PARA PADRONIZAÇÃO DAS DENOMINAÇÕES COMUNS BRASILEIRAS

Na lista recapitulativa n° 08 das Denominações Comuns Internacionais (D.C.I.), adaptados para o português, estes critérios seriam os seguintes:

Conservar tanto quanto possíveis as D.C.I. (alterações mínimas);

Manter a uniformidade das raízes; Evitar alongamentos das palavras; Efetuar alterações necessárias com base nas seguintes

regras: 4.1) Aceitar, na medida do possível, os nomes em inglês e/ou

francês; 4.2) Utilizar, tanto quanto possível, o nome já consagrado em

português e 4.3) Obedecer à fonética e a ortografia portuguesa.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS Adaptações das Nomenclaturas Comuns Internacionais:

INGLÊS PORTUGUÊS

- ac – diclofenac - aco – diclofenaco

- am – piroxicam - am – piroxicam

- ame – aspartame - amo – aspartamo

- in(e) – oxytocin - ina – oxitocina

- ke – metkefamide - ce – metcefamida

- ome – carbazochrome - omo – carbazocromo

- one – dapsone - ona – dapsona

- prim – trimethoprim - prima – trimetoprima

- th – methadone - t – metadona

- w – warfarin - v – varfarina

- y – oxyfedrine - i – oxifedrina

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ERROS MAIS COMUNS EM BULAS Apesar das tentativas de normatização, a qualidade das

bulas de medicamentos comercializados no Brasil não é uniforme, muitas felizmente são completas e bem feitas, embora algumas sejam verborrágicas. Outras merecem vários reparos, são frequentemente incompletas e contém diversas incorreções.

Alguns erros mais comuns: Uso de galicismo – uso desnecessário dos artigos “um” e

“uma”; o uso da palavra “ergot” em lugar de esporão de centeio;

Erros de ortografia – dihidro (diidro), gastrointestinal (gastrintestinal), glicosídeo (glicósido), gangliosídeo (gangliósido).

Erros de tradução – severe = severo (grave), dosage = dosagem (dose), monitoring = monitoração (vigilância), drug = droga (fármaco), blood pressure = pressão sangüínea (pressão arterial);

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Uso de termos em inglês sem necessidade clearance = depuração; spray = aerossol; rash = exantema; shampoo = xampu; screening = triagem; refil = recarga; pool = conjunto; standard = padrão.

Indicações terapêuticas indevidas; Outras incorreções – Metabolismo ou Metabolização –

quando se referem a produtos exógenos deve-se usar Biotransformação; Metabolismo de Primeira Passagem deve-se preferir Eliminação Pré-Sistêmica; Endovenoso prefere-se Intravenoso;

Omissão de contra-indicações ou abrandamento das mesmas;

Omissão de efeitos adversos; Omissão de interações medicamentosas e alimentares e Erros de nomenclatura.

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ESPECIALIDADES FARMACÊUTICAS

Definição: Produto medicamentoso

industrializado e vendido nas farmácias e drogarias.

Na especialidade farmacêutica há de se considerar três aspectos: substância ativa, forma e fórmula.

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SUBSTÂNCIA ATIVA: Fármaco = droga, princípio ativo e base

medicamentosa. É responsável pela ação terapêutica e também

pelas reações adversas. Os fármacos oficializados tem que apresentar três

características fundamentais: Eficácia – efeito terapêutico esperado; Segurança – isenção de efeitos adversos

inesperados e Biodisponibilidade – capacidade de atingir a

circulação geral ou de ser absorvido em quantidade e com rapidez adequadas.

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FORMA: As mais comuns são: pós, comprimidos,

drágeas, pílulas, grânulos, pastilhas, cápsulas, sucos, emulsões, dispersões coloidais e suspensões, hidróleos, enóleos, gliceróleos, extratos fluidos, hidrolatos, alcoolatos ou espíritos, pomadas, linimentos, loções, óvulos vaginais, soluções para aplicação nasal, formas para aplicação uretral, aerossóis, enemas, supositórios.

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FÓRMULA: A especialidade farmacêutica pode conter um ou

mais fármacos, além de vários aditivos. A associação dos fármacos visa: a) Somação; b) Antagonismo e c) Sinergismo. Os aditivos podem ser: adjuvantes, aglutinantes,

tampões, corantes, diluentes, aromatizantes, saporificantes, desintegrantes, lubrificantes, conservantes, agentes tensoativos, emulsificantes, suspendentes, etc...

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NÚMERO DE ESPECIALIDADES O número de especialidades farmacêuticas é

excessivo em quase todos os países, inclusive no Brasil.

Quais as causas disso? As principais são as seguintes:

Enorme extensão territorial do Brasil; Acentuado espírito de concorrência comercial; Grande quantidade de similares de produtos de

alta vendagem; Profunda ignorância da grande massa do nosso

povo; Condições deficientes de saúde do nosso povo;

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Baixo nível educacional da população; Propaganda altamente agressiva dos laboratórios; Conhecimento de farmacologia clínica e

terapêutica dos nossos médicos e dentistas; Retenção, no comércio, de medicamentos

obsoletos, ineficazes e até mesmo perigosos e Açodamento dos pequenos laboratórios. O número ideal de especialidades farmacêuticas,

segundo Martin, é de quinhentos (500). A O.M.S. publicou em 1992 a sua seleção de 268 fármacos e de 13 associações.

No Brasil atualmente temos mais de 20.000 medicamentos entre monofármacos e associações

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ASPECTOS FUNDAMENTAIS SOBRE OS FÁRMACOS

FONTES DE FÁRMACOS: Saúde – “Estado de completo bem-estar

físico, mental e social – e não apenas a ausência de desconforto ou de enfermidades”.

Até 1930 as drogas usadas na Medicina eram em sua maioria de origem natural: vegetal, animal ou mineral.

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FONTES MODERNAS: Após a descoberta acidental dos antibióticos após 1940, os

cientistas procuravam em outros organismos, novos antibióticos, o que resultou na descoberta, isolamento e identificação de mais de 6000 (seis mil) antibióticos, dos quais, entretanto, somente 200 são usados na terapêutica (os outros são muito tóxicos).

Com o avanço da química orgânica, o arsenal terapêutico vem sendo predominantemente fármacos de origem sintética.

Ao lado de produtos de origem microbiana (antibióticos e vitaminas), de novos alcalóides e daqueles obtidos totalmente por síntese química, o arsenal terapêutico foi enriquecido por muitos fármacos semi-sintéticos, introduzidos mediante modificações químicas de produtos vegetais, animais ou microbianas.

Também o processo da microbiologia e imunologia possibilitou a fabricação de soros e vacinas, principalmente na profilaxia ou no tratamento de doenças de origem viral.

Outros métodos mais avançados (como a biotecnologia) também auxiliam como é o caso, de fármacos produzidos usando a tecnologia de DNA recombinante. Ex.: insulina, interferonas, interleucinas, sagramostim e somatropina.

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CONTRIBUIÇÃO DAS DIFERENTES FONTES: Atualmente cerca de 7.000.000 de substâncias

químicas são identificadas e caracterizadas, a este número acrescenta-se 150.000 compostos novos. São de uso corrente aproximadamente 70.000 substâncias químicas, das quais 7.000 são fármacos, 2.000 são aditivos de medicamentos, outras 2.500 a 5.000 são aditivos alimentares e mais de 1.500 são ingredientes de agrotóxicos.

Segundo a OMS 50% dos medicamentos essenciais são de origem sintética, 7% semi-sintéticas, 10% de origem vegetal, 8% animal, 8% mineral, 7% microbiana, 3% são soros e 5% vacinas.

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EMPREGO: Os fármacos são usados normalmente para um ou mais

desses fins: Fornecimento de elementos carentes ao organismo – ex.:

vitaminas e sais minerais; Prevenção de doenças ou infecções – ex.: soros e vacinas; Combate a uma infecção – ex.: quimioterápicos

(antibióticos); Bloqueio temporário de uma função normal – ex.:

anestésicos gerais, locais ou anticoncepcionais. Correção de uma função orgânica desregulada – ex.: I – Disfunção – cardiotônicos, II – Hipofunção –

hidrocortisona e III – Hiperfunção – metildopa (P.A.); Destoxificação do organismo – ex.: antídotos; Agentes auxiliares de diagnóstico – ex.: radiopacos.

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EFEITOS ADVERSOS: Todos os fármacos causam efeitos

adversos, já dizia Paracelso. “A dose correta diferencia um veneno de um remédio”.

Holmes disse “se toda a matéria médica, conforme é hoje usada, pudesse ser lançada ao fundo do mar, seria tanto melhor para a humanidade e tanto pior para os peixes”.

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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Se tomados juntos, os fármacos podem interagir, com as

seguintes conseqüências: Efeito aditivo ou sinérgico; Perda de efeito e Influência de um fármaco sobre outro, alterando sua

absorção, biotransformação ou excreção. A absorção pode ser diminuída pela administração simultânea

de outro fármaco que forme com o primeiro um complexo pouco solúvel para o T.G.I., por exemplo: antiácido + tetraciclina.

A distribuição se deve à sua maior ou menor ligação às proteínas plasmáticas, uma vez que a fração não-ligada é a biologicamente ativa. A administração simultânea de dois fármacos que tenham alta afinidade pelas proteínas plasmáticas, pode resultar que um fármaco desloque o outro de sua ligação protéica, o que resultaria na potencialização do fármaco deslocado.

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A biotransformação pode ser inibida ou intensificada na presença de outros fármacos, por exemplo: o fenobarbital e outros barbitúricos aceleram a biotransformação de vários fármacos, tais como: anticoagulantes cumarínicos, antidepressivos tricíclicos, clorpromazina, digitoxina, fenitoína, dipirona (metamizol sódico). Outros fármacos tem a sua biotransformação inibida, como por exemplo: os hipoglicemiantes orais (dicumarol e isoniazida) são inibidos pela fenitoína, pelo paracetamol e pelo cloranfenicol.

A excreção também pode ser alterada pelas interações medicamentosas, por exemplo:

Interações que compreendem a secreção e a reabsorção ativas. Ex.: a probenicida com a penicilina retarda a excreção da penicilina.

Interações que compreendam a reabsorção passiva. Ex.: aumenta-se a excreção do fenobarbital, mediante a alcalinização da urina pelo bicarbonato de sódio.

Interações secundárias a alterações do equilíbrio eletrofílico ou de volume do fluido extracelular. Ex.: retenção de sódio causado pela maioria dos anti-hipertensivos, o que pode ser impedida pela administração simultânea de diuréticos.

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ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS Devido ao pequeno número de fármacos novos

introduzidos na terapêutica (aproximadamente 50 por ano) as indústrias farmacêuticas recorreram ao lançamento das associações medicamentosas, isto é, incluem na mesma fórmula, com doses fixas, dois ou mais princípios ativos.

Algumas associações são realmente úteis. Ex.: ácido benzóico + ácido salicílico = antifúngico; ácido fólico + sal ferroso = antianêmico, bacitracina + neomicina = antiinfeccioso; carbidopa + levodopa = antiparkinsoniano, etinilestradiol + levonorgestrel = anticoncepcional, isoniazida + tioacetazona = tuberculostático, sulfametoxazol + trimetoprima = antibacteriano, ácido acetil salicílico + cafeína = antienxaquecoso; dextropropoxifeno + paracetamol = analgésico intravenoso, hidroclortiazida + lisinopril = anti-hipertensivo, amilorida + hidroclortiazida = diuréticos.

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CRITÉRIOS PARA SE ADOTAR ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Quando um fármaco potencializa outro ou modifica seus

efeitos, em doses menores de um ou mais, produzindo o mesmo efeito com reações adversas menores;

Quando um ou mais fármacos aliviam os sintomas enquanto o fármaco principal cura a infecção;

Quando o microrganismo infectante desenvolve resistência rapidamente;

Quando um fármaco combate a infecção e outro impede o crescimento de certos microrganismos ou a superinfecção;

Em casos em que não é possível identificar rapidamente o agente infectante e o paciente precisar de tratamento urgente;

Quando, em doenças parasitárias, os fármacos atuam por mecanismos diversos;

Em casos de infecções múltiplas; Quando a associação medicamentosa é mais barata e mais

conveniente do que os mesmos fármacos tomados isoladamente.

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ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS SÃO IRRACIONAIS OU INDESEJÁVEIS QUANDO:

Quando um fármaco potencializa em demasia os efeitos dos outros;

Quando um fármaco antagoniza os efeitos do outro ou o inibe;

No caso de antiparasitários, não produzindo efeito terapêutico maior que um só fármaco, causando incompatibilidade ou na ajuda do desenvolvimento de cepas resistentes.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS

As associações medicamentosas são, via de regra, desvantajosas, por que:

Não permitem flexibilidade de doses; Nem sempre contém os fármacos adequados ou a dose

adequada; Podem conduzir a diagnose descuidada e a terapia

inadequada; Podem interferir na identificação do agente etiológica; A toxicidade de um dos ingredientes poderá impedir o uso de

doses terapêuticas do outro; A toxicidade que surge nem sempre pode ser associada com

qualquer um dos princípios ativos e Dificilmente é necessário mais de um fármaco para combater

uma infecção ou corrigir uma disfunção orgânica. Uma associação medicamentosa insatisfatória é, portanto

prejudicial ao bolso e a saúde do paciente.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS GÊNESE DOS FÁRMACOS Eles são produzidos por um dos seguintes

processos: acaso, triagem empírica, extração de fontes naturais, modificação molecular ou planejamento racional.

ACASO: O exemplo clássico é a descoberta da penicilina

por Fleming em 1929, observando a cultura de Staphylococcus aureus.

TRIAGEM EMPÍRICA: Submete-se uma variedade de substancias

químicas a vários ensaios biológicos na esperança que alguma manifeste atividade útil (racionalmente dirigida novos antibióticos e antimaláricos).

EXTRAÇÃO DE FONTES NATURAIS: Fontes animais, vegetais e minerais.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS

MODIFICAÇÃO MOLECULAR: O método mais usado e mais compensador. Consiste em

tomar uma substancia química bem determinada, e de ação biológica conhecida, como modelo e daí ensaiar e sintetizar novos compostos que sejam congêneres, homólogos ou análogos estruturais do fármaco matriz. Este processo pode ser feito por: a) adição molecular (duas moléculas diferentes ligadas por ligações fracas); b) replicação molecular (duas ou mais moléculas semelhantes); c) hibridação molecular (moléculas diferentes unidas por ligações covalentes = fortes). Além destes pode-se também usar métodos especiais, tais como:

Alterações que aumentam ou diminuem as dimensões e a flexibilidade de uma molécula;

Latenciação – alterações das propriedades físico-químicas através da introdução de novos grupos ou substituintes de determinados grupos por outros diferentes.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS

PLANEJAMENTO RACIONAL: Por este método, faz-se “fármacos sob encomenda”, a

partir de conhecimentos atualizados das bases bioquímicas das doenças, o estudo das patologias a nível molecular, identificação dos processos e moléculas responsáveis pelos efeitos clínicos e pela escolha dos alvos específicos, normalmente macromoléculas, como enzimas, receptores e ácidos nucléicos para contornar problemas patológicos.

Em resumo, este método exige conhecimento dos progressos alcançados em várias áreas da ciência, técnicas de cristalografia, raios-X, ressonância magnética nuclear, modelagem molecular computadorizada e tomografia de emissão de posítrons.

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ENSAIOS FARMACOLÓGICOS E CLÍNICOS São realizados em animais e posteriormente em

humanos. ENSAIOS EM ANIMAIS: ENSAIOS FARMACOLÓGICOS Tem como objetivo a

determinação do modo, local de ação e as ações farmacológicas, de fármacos em potencial. Compara-se os fármacos testados com outros da mesma classe, com o objetivo de estabelecer suas vantagens em relação àquele.

ENSAIOS DE TOXICIDADE São realizados com a intenção de identificar a natureza das reações tóxicas dependentes da dose empregada. Compreendem ensaios de toxicidade aguda, subaguda, crônica e de carcinogenicidade.

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Toxicidade Aguda Consiste na determinação da DL50 (dose letal suficiente para matar 50% dos animais testados), obrigatoriamente usa-se mais de uma espécie.

Toxicidade Subaguda Trata-se da observação dos efeitos decorrentes do uso de doses repetidas, mais altas e intermediárias em relação às usadas, com a finalidade de se descobrir quais os órgãos afetados.

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Toxicidade crônica e de Carcinogenicidade Visa o estabelecimento da segurança do composto em ensaios a longo prazo. Os ensaios de carcinogenicidade são obrigatórios em qualquer composto que contenha a estrutura semelhante a compostos carcinogênicos e que seja usado em pacientes por mais de seis meses. As doses deste ensaio devem ser altas o bastante para causar o aparecimento de tumores, sem contudo, matar os animais antes da conclusão do teste.

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Teratogenicidade após o desastre da Talidomida, estes ensaios tem o objetivo de determinar não só lesões em embriões ou fetos, como também efeito geral na reprodução. O ensaio compreende três fases: 1ª. – tem como finalidade estabelecer os efeitos na fertilidade e no processo de reprodução; 2ª. – detecta-se a teratogenicidade e 3ª. – a toxicidade peri e pós natal.

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ENSAIOS NO HOMEM: Devem ser de acordo com os princípios éticos

estabelecidos na Declaração de Helsinki e são controlados por Comissões de Ética. Em 1977 o F.D.A. (Food and Drug Administration) dividiu o programa de ensaios clínicos em quatro fases:

Fase I relaciona-se com os estudos de tolerância inicial em voluntários;

Fase II refere-se à farmacologia clínica; Fase III compreende os testes finais até o

licenciamento do produto e Fase IV Compreende os estudos após a

comercialização do mesmo.

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CUSTO E LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS

Estima-se que atualmente, que de cada 10.000 compostos novos sintetizados e submetidos a testes preliminares de atividade, apenas 100 chegam à fase de desenvolvimento e de farmacologia clínica, apenas 10 são selecionados e apenas 1 atinge o mercado.

O custo é hoje estimado em 232 milhões de dólares para o desenvolvimento de um novo fármaco. Atualmente 90% dos novos fármacos são produzidos por indústrias farmacêuticas, enquanto 9% são obtidos em universidades e 1% por laboratórios oficiais. Dessas indústrias 25% situam-se na Europa, uma outra grande parte nos USA.

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NOMENCLATURA DE FÁRMACOS

Contudo apesar do gasto cada vez maior de recursos, o número de fármacos introduzidos no mercado têm diminuído com o passar dos tempos.

1.961 95 novos fármacos; 1.985 61 novos fármacos. A exigência cada vez maior para o

registro de um novo fármaco, sobretudo no tocante a segurança do consumidor é um dos fatores que contribuem para o atual quadro.