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ESAMC - SOROCABA PROF. DANIEL TRIDAPALLI 1º Semestre 2014-I Disciplina HISTÓRIA DO DIREITO

1 º Semestre 2014-I Disciplina HISTÓRIA DO DIREITO

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Esamc - sorocaba PROF. Daniel tridapalli. 1 º Semestre 2014-I Disciplina HISTÓRIA DO DIREITO. Esamc - sorocaba PROF. Daniel tridapalli. Contrato Pedagógico - PowerPoint PPT Presentation

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ESAMC - SOROCABA PROF. DANIEL TRIDAPALLI

1º Semestre 2014-I

Disciplina HISTÓRIA DO DIREITO

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ESAMC - SOROCABA PROF. DANIEL TRIDAPALLI

Contrato Pedagógico

Apresentação da disciplina

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OBJETIVO DA DISCIPLINA:

Ao final desta Disciplina o aluno deve ser capaz de:

- Possuir uma compreensão do Direito como manifestação histórica;

- Compreender o Direito não apenas enquanto processo interpretativo, mas sobremaneira em razão de sua historicidade;

- Avançar quanto ao desenvolvimento de um raciocínio crítico acerca do Direito, por meio de inevitáveis comparações emergentes do processo histórico;

- Desenvolver um raciocínio generalizante acerca do Direito, concebido este enquanto fenômeno dotado da característica da evolução.

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METODOLOGIA GERAL:

Aulas expositivas de conceitos e teorias, interagindo com os alunos em termos reflexivos e analíticos a partir das atividades de aprendizado e preparações prévias, como também de suas vivências particulares, dinâmica de grupo, estudos de caso, simulações, pesquisas extra sala de aula, visitas técnicas, discussão de artigos e textos relativos aos temas emergentes, eventuais palestras com profissionais do mercado, além de outras atividades em grupo.

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SISTEMA DE AVALIAÇÃO:

AVALIAÇÃO PESO NÚMERO CONS. TIPO MATÉRIA

Prova 1 20% individual escrita Módulos 0, I, II e III

Prova 2 30% individual escrita Todos os módulos

Interdisciplinar 30% grupos

Preparação Prévia 20% individual escrita conforme programa

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CONTRATO PEDAGÓGICO• A preparação prévia deve ser entregue no início da aula em forma

manuscrita ou digitada no formulário padrão. • Será considerado para fins de nota de preparação prévia não só a entrega

da conclusão mas também a participação nas discussões em classe.• Alunos que não estiverem preparados para as discussões da preparação

prévia e que entregaram a conclusão, terão direito a 50% da nota de cada tema.

• A entrega da conclusão fora do prazo marcado também representará a 50% da nota de cada tema.

• Em caso de apresentação de seminários, a nota terá peso de 10%. Nesta hipótese, a preparação prévia também terá peso 10%.

• Alunos que faltarem na apresentação do grupo/seminário terão direito a 50% da nota do grupo. Se nenhum integrante do grupo apresentar o seminário, a nota será zero.

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BIBLIOGRAFIA

BÁSICA:

LOPES, José Reinaldo de Lima. Curso de história do direito. 1. ed. São Paulo: Editora Método, 2006. BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. História do direito brasileiro. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 

COMPLEMENTAR:

GAVAZZONI, Aluisio. História do direito – dos sumérios até a nossa era. 2. ed. São Paulo: Freitas Bastos, 2002.WOLKMER, Antonio Carlos. Fundamentos de história do direito. 4. ed. São Paulo: Del Rey, 2007.

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 MÓDULOS Módulo 0 – O Direito PrimitivoMódulo I – Pensamento jurídico orientalMódulo II – Formação da tradição jurídica ocidentalMódulo III – Instituições jurídicasMódulo IV – Modernidade jurídicaMódulo V – Pós-modernidade jurídicaMódulo VI – O Direito no Brasil

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Direito como objeto de conhecimento

Indagações iniciais:

1) O que é “Direito”?

2) Por que estudar História do “Direito”?

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HISTÓRIA DO DIREITO:

Procurará reconstituir (mesmo provisoriamente) as idéias e práticas jurídico-sociais em determinado contexto histórico, social e intelectual e não da norma jurídica exclusivamente.

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“Entende-se a História, ou seja, a tentativa de reconstrução da gênese de acontecimentos e, principalmente, de nossas ideias, hábitos e costumes, como a grande ferramenta virtualmente apta a nos permitir desnaturalizar as ideias que expressamos, bem como os costumes que compartilhamos com aqueles outros que nos constituem e com quem, juntos, construímos o mundo em que vivemos.” (Jacó-Vilela, 1999)

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A história não é uma sucessão de acontecimentos lineares identificáveis e passíveis de uma única ordenação lógica. Então não precisamos tentar o impossível, mas mesmo dentre as possibilidades existentes, muitos problemas se fazem presentes e precisam ser solucionados. Uma mesma história pode ser construída de diferentes perspectivas, e muitos questionamentos existem sobre quais as melhores dentre elas.

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Para entender o presente, é preciso conhecer o passado.

Conhecendo o passado e compreendendo o presente, é possível construir o futuro.

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Apresentação da DisciplinaHistória do Direito tem por missão:

• Compreender a evolução do pensamento jurídico, a fim de que o Direito atual seja mais claramente apreensível;

• Possibilitar um olhar vasto acerca das experiências jurídicas humanas, embora tendendo naturalmente à referenciação do conteúdo estudado à luz de uma dada tradição cultural.

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PREPARAÇÃO PRÉVIA

• Leitura de um texto sobre o CÓDIGO DE HAMMURABI

• Apresentação de breve conclusão escrita na folha padrão

• Preparar-se para perguntas e respostas em sala de aula

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HISTÓRIA DO DIREITO

MÓDULO 0

O Direito primitivoProf. DANIEL TRIDAPALLI

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OBJETIVO DO MÓDULOAo final deste módulo o aluno deve ser capaz de : - Compreender a importância de perquirir as bases históricas

do Direito;  - Iniciar o desenvolvimento de um raciocínio jurídico

comparativo; - Derrogar valores pré-concebidos que, acaso existentes,

comprometeriam o estudo do Direito segundo uma perspectiva cultural.

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Introdução

• Sociedade

• Lei – parte nuclear de controle social É somente escrita?

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Introdução

Lei - expressa um direito ordenado em práticas costumeiras do grupo social.

Surgimento da escrita: + - 3.100 a.C.

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Direito primitivo

• Não se refere ao “pior” dos direitos (o que seria um julgamento moral),

mas sim a uma forma arcaica do Direito.

• Trata-se do Direito pré-histórico, ou seja, das experiências jurídicas que tiveram lugar em meio aos povos desconhecedores da escrita.

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Direito

Escrita antes direito primitivo

direito arcaico

depois direito normatizado

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Direito primitivo

Sociedade pré-histórica fundamenta-se no princípio do parentesco

Base laços de consangüinidade convívio social

união por crenças e tradições

“Nascem nos antigos princípios que constituíram a família, derivando de crenças religiosas admitidas na Idade Primitiva destes povos, exercendo domínio sobre as inteligências e as vontades.”

(Fustel de Coulanges).

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Direito primitivo

Não havia escrita oralidade

Sanções sacerdotes legisladores intérpretes executores das leis

nos rituais

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Direito primitivo

CARACTERÍSTICAS formalismo

ritualismo

atos simbólicos

palavras sagradas

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Direito primitivo

EVOLUÇÃO O direito provém dos deuses

O direito é confundido com os costumes

O direito identificado com a lei ainda não escrito

conjunto disperso de usos, práticas e costumes, reiterados e aceitos

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Direito primitivo

Características Não era legislado

Cada organização possuía um direito únicoCada comunidade suas regras

diversidade de direitos não escritos

Base ainda na prática religiosa

Preceito sobrenatural - a punição era divina (extinção da vida, da família, banimento)

Confusão entre religião e regras sociais, morais e jurídicas

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Direito primitivo

Fontes Decisões conforme a tradição

Transmissão verbal

Costumes

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Direito Primitivo

• Existia direito civil? Ou apenas direito penal?

• Investigações nas Ilhas Trobiand – 1926 – Nova Guiné

• Se não há sanção, o que faria cumprir as regras de direito civil?

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Formação primitiva do Direito(revisando)

Condiciona-se a:

– Mitos– Parentesco– forte sentimento de insegurança– Espírito intuitivamente sancionador

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Características do Direito arcaico(revisando)

• Não legislado• Particular e autônomo• Diversidade• Religiosidade • Incerteza acerca do jurídico

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Fontes do Direito arcaico(revisando)

• Costumes, representando a maneira tradicional de viver da sociedade.

• Poder, como meio de invenção das leis (ordens gerais e permanentes).

• Precedentes (aplicações sucessivas de decisões pretéritas).

• Provérbios e adágios, como fruto de uma cultura oral.

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provérbio

“Quem cala consente”

CPC. Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor.

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HISTÓRIA DO DIREITO

MÓDULO I

Pensamento jurídico Oriental

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HISTÓRIA DO DIREITOMÓDULO I

Pensamento jurídico Oriental

Objetivos do Módulo:  

Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de : - Compreender a importância de perquirir as bases históricas do Direito;  - Iniciar o desenvolvimento de um raciocínio jurídico comparativo; - Derrogar valores pré-concebidos que, acaso existentes, comprometeriam o estudo do Direito segundo uma perspectiva cultural.

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Direito e Sociedade no Oriente Antigo

• MESOPOTÂMIA E EGITO

“Não há direito fora da sociedade. Não há sociedade fora da história”.

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Grupos

DIREITO ARCAICO Povos sem Escrita

DIREITO ANTIGO Primeiras Civilizações Urbanas

DIREITO MODERNO Sociedades posteriores à Revolução Francesa

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Fatores de Transição

1) CIDADES

2) ESCRITA

3) COMÉRCIO (moeda)

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1) Surgimento das CIDADES

• Paleolítico (2,5 milhões a.C. a 10.000 a.C.) = Ritos

• Neolítico (10.000 a.C. até 3.000 a.C.) = agricultura

• Mesopotâmia (+ - 4.000 a.C.) = “destribalização”, primeiras cidades (estrutura)

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2) Invenção e Domínio da Escrita

• 1ª forma = CUNEIFORME (+- 3.100 a.C.)

- Construção geométrica de caracteres

- memória

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3) Advento do Comércio

• vendas em mercados e navegação

• Apropriação individual dos produtos substitui a distribuição comunitária (pobre/rico)

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Fórmula

CIDADES + ESCRITA + COMÉRCIO

=

MESOPOTÂMIA E EGITO

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Geografia

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Política (Monarquia)

MESOPOTÃMIA EGITOCidades-estados independentes Poder Central (Faraó)

Regiões: SUMÉRIA, BABILÔNIA, ACÁDIA e ASSÍRIA

unificação

Fragmentação, soberanos e divindades próprios

Rito de imortalidade

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Economia (solo fértil e crescente uso da navegação)

MESOPOTÃMIA EGITOCarência de minerais

Drenagem ruim, difícil de conter avanço da vegetação desértica

Maior dependência do comércio

Produtos de origem mineral(ouro, cobre, granito)

Boa drenagem do solo

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O direito nos povos antigos

• Caráter urbano e comercial mais complexo

• Necessidade de regras e Tribunais• Ponto comum – revelação divinaEx. Código de Hammurabi

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Direitos cuneiformes

• Envolvia Direitos de vários povos do Oriente Médiorefere-se ao tipo de Direito que se vale da escrita cuneiforme

(em forma de cunha)

• Não há um Direito cuneiforme único: Suméria Acádia BabilôniaAssíria Mitanni UrartuAlalakh Ugarit e atual Turquia (hititas)

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MESOPOTÂMIA - Códigos

1)Suméria, 2140 a.C., Código de Ur-Nammu (rei fundador do novo império)- Normas abstratas e decisões de casos

concretos- Classes de pessoas (homens livres,

escravos e funcionários do palácio)- Predomina o penal

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MESOPOTÂMIA - Códigos

2) Acádia, 1930 a.C., Código de Lipit-Ishtar3) Código de Esnunna, com 60 artigos, contempla resp. civil, direito de família e danos causados por animais.“56. Se um cão é perigoso, e se as autoridades da Porta preveniram o seu proprietário (e este) não vigia o seu cão, e (o cão) morde um cidadão e causa a morte, o proprietário do cão deve pagar dois terços de uma mina de prata”

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Preparado o caminho....

CÓDIGO DE HAMMURABI

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Código de Hammurabi

• 282 artigos• Compilação de normas e decisões- Organização da sociedade- Direito de família- Domínio econômico - Direito penal- Direito privado

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• “Por exemplo, aquele que, espancando a filha de um homem livre, faz com que ela aborte pagará indenização de 10 siclos de prata; se se tratar da filha de um subalterno, 5 siclos; de um escravo, apenas 2”

• “Se um homem desapareceu e se não há de comer na sua casa, a sua esposa poderá entrar na casa de um outro; essa mulher não é culpada”

• Tabelamento de salários e preços

• “Se um filho agrediu o pai, ser-lhe-á cortada a mão por altura do pulso”

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Código de Hammurabi (1694 a.C.)

Representa avanço no desenvolvimento de um sistema jurídico privado, notadamente no campo contratual.

Avanços: venda a créditoarrendamentodepósitoempréstimo a jurostítulos de créditocontrato social.

Ainda conserva características de períodos anteriores.

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Como era o processo de aplicação do direito?

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Como era o processo de aplicação do direito?

• Tabletes de argila• Não existia estrutura burocrática• Auxiliares do soberano• Apelo ao rei ou ministro supremo

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Egito

• Critério divino de justiça

• deusa maat

• Faraó responsável pela Justiça, Paz, Equilíbrio – fazer com que as duas partes saiam do tribunal satisfeitas

• Podia delegar para funcionários especializados a tarefa de decisão.

• Várias Leis e Regulamentos, Justiça escalonada em instâncias, autoridades constituídas.

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Êxodo

Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? Êxodo 18:14

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Princípio da Delegação de Competência

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• Qual o legado deixado pelas sociedades da Mesopotâmia e Egito?

• Os institutos jurídicos da Mesopotâmia e Egito foram absorvidos pelas sociedades clássicas do mundo ocidental?

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• Hititas – diplomacia – 1270 a.C., um dos primeiros documentos de direito internacional

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Preparação Prévia

• Pesquisa a respeito do JULGAMENTO DE SÓCRATES

• Informar fonte (ou fontes) e entregar a conclusão

• Preparar-se para debate em classe

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Direito hebraico

• Sistema único• Trata-se de um Direito de natureza religiosa monoteísta (“dado por

Deus”)

• O Direito torna-se, assim, imutável pelos homens. Apenas Deus pode alterá-lo.

• Os rabinos são seus intérpretes, mas jamais alteradores.

O Direito Canônico, assim como o muçulmano, posteriormente, têm a mesma fonte que o Direito hebraico.

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Fontes do Direito hebraico

• Bíblia (Tanakh)

• Leis orais derivadas de interpretações bíblicas

• Michna (séc. III d.C.)

• Guémara (séc. III a V d.C.)

• Talmud (séc. V d.C.)

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Direito hebraico

Tanakh – acrônimo (conjunto de pergaminhos)

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História de Israel (2000 a.C a 135 d.C.)

• Israel, primeiro povo a ter uma história escrita

“Mas, quando consultamos o próprio Velho Testamento, defrontamo-nos com um obstáculo formidável: ele não foi escrito como uma história dos feitos e crenças de Israel e sim como a narrativa das intervenções de Deus nessa história. Assim como os Evangelhos não nos dão material para uma reconstrução completa da vida de Jesus, o Velho Testamento não nos fornece um relato completo dos acontecimentos históricos que narra”. (BEEK, M. M. A História de Israel, p. 1)

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História de Israel (2000 a.C a 135 d.C.) (séc. XX ao XVI a.C.)Patriarcal nômade (séc. XVII a. C. ao XII a.C.)Confederação Doze Tribos

(séc. XII ao X a.C.)Reino Unido Monarquia (Saul, Davi e Salomão)

(séc. X ao VI a.C.)Reino Dividido

Reino do Norte (Samaria) e Reino do Sul (Jerusalém) (séc. VI a.C. ao II d.C.)Vassalagem Cativeiro em Babilônia, Retorno à Palestina, Guerra com Romanos

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História de IsraelPatriarcal: Gênesis 31:25-35 – princípio da responsabilidade coletiva do clã. Ex.: roubo dá direito de busca por todas as tendas do clã acusado.Líder do clã = sacerdote, juiz, militar – poder absoluto.

Confederação(juízes): Moisés: + - 1513 a.C. Egito PalestinaUnidade - lei comumRestrição do poder absoluto e da justiça familiarClasse de sacerdotes = Levitas (controlada pelo Sumo sacerdote) Conselho de Anciãos e Confederação de Tribos (Militar)Transição tribal/nacional; seminômade/territorial

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História de IsraelReino Unido- Povo começa pedir um líder único (rei)- Confederação gerou aos poucos: exército, funcionários, organização

religiosa e da justiça- Rei Administra a Justiça mas não legisla (sacerdotes)- Saul, Davi, Salomão (cisma)

Reino Dividido- Norte/Israel e Sul(Judá)- Norte: queda em 740 a.C. – Assírios- Sul: queda em 607 a.C. Babilônia (cativeiro na Babilônia até 539 a.C.

quando o Decreto de Ciro autorizou o retorno para Jerusalém). Nação súdita de governo estrangeiro até 70 d.C. quando deixou de existir em território como Nação).

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Direito hebraico

70 d.C.

- Soberania de Israel deixou de existir

- Templo destruído pelos Romanos

- Sistema deixou de existir na prática (leis, crimes e punições) e passaram a ser teoria (sociedade ideal)

- Desafio: reconstruir o sistema jurídico

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Direito hebraico

Código de Leis – Êxodo, Deuteronômio e Crônicas(regulamentos, instruções morais, judiciais)

LEIS APODÍTICAS LEIS CASUÍSTICAS

Categórica e incondicional de certo e errado.Ex.: dez mandamentos. Não matarás

Define um caso específico e diferencia dos demais.Ex.: Deuteronômio 21: 18-19.Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; Deuteronômio 21:18-19

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Direito hebraico

Administração da Justiça:Patriarcal: poder absolutoConfederação: Limitação – Tribunal/Conselho de Anciãos

- Período conturbado posterior – diversidade (julgamentos)

- Caraterística – religioso – punições em forma de maldições, juramentos, confissões, lançar à sorte.

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Direito hebraico

Relações Civis

Bens: touros, jumentos, ovelhas.Patriarcal

Imóveis: Conquistas e tratados/compra e venda pacífica

Confederação - cidades canaanitas para os Israelitas, inclusive com os bens.

Reino Unido - Aquisição de grandes extensões de terra para cultivo – escravos e contratados – capital começa a ficar nas mãos de poucos. Propriedade muda constantemente de dono.

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Direito hebraico

Relações CivisCONTRATOS:- formais e escritos são raros- Acordos tinham base religiosa = juramento, matar um animal, coluna de pedra,

testemunha.

FAMÍLIA:

Casamento 1a etapa – pagamento do “mohar” oral – presença de testemunhas

lei do levirato (casamento de cunhado)

Sucessão: Filho mais velho ficava com a maior parte

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Direito hebraico

Crimes e Punições

- Ausência da palavra “crime” (pecado, transgressões, iniquidade)

- Classificação pela forma da punição:Ex.: com morte, pelo Karet, pelo banimento, pela flagelação, pela lex talionis, Pagamento de multa, escravidão penal.

KARET – eliminado espiritualmente de seu povo no mundo vindouro (Ex.: não ser circuncidado, incesto).

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Direito hebraico

Conclusão

- Caráter religioso (norma básica comum)- Lei era o pacto de Deus com uma Nação- Intervenção divina no processo judicial (sistema de

ordálias. Ex.: águas da amargura)- Transgressão = violação de lei divina- Valor: raízes da moderna civilização ocidental

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O julgamento de Sócrates

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MÓDULO II

Formação da tradição jurídica

ocidental

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Objetivos do módulo:

Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de :• Entender o significado da tradição histórico-jurídica ocidental.• Saber distinguir as bases dos Direitos ocidentais em relação aos

Direitos orientais;• Conseguir dimensionar o todo do caminho histórico-evolutivo

trilhado na perspectiva jurídica ocidental.

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DIREITO GREGO

• Primeira fonte formadora da tradição jurídica ocidental

• Cada unidade política grega possuía seu próprio Direito

• Século VIII a.C. ao III a.C.

• ATENAS

• Lei escrita (Poder da cidade sobre o povo)

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Fontes do Direito grego• Inicialmente, não utilizava as fontes formais

Usava as passagens literárias e filosóficas.

• O Direito grego deriva de uma noção difusa de Justiça

• Período arcaico epopéias de Homeroclássico discursos

• Não se copiou (filosofia, literatura e história)

• Lei substantiva (fim) e Lei processual

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TRIBUNAIS

HELIAIA- Tribunal Popular (todas as causas menos crimes de sangue)- Membros do juri (heliastas +- 6.000/dikastas = 201 a 501)- Seções = dikasterias: apresentação do caso, discurso de cada parte

dirigido aos dikastas, votação sem deliberação, magistrado preside mas não interefere, amigos e parentes como testemunhas, Retórica e Persuasão, logrófagos e sicofantas).

AREÓPAGO- Homicídios voluntários, incêndios e envenenamentos

EFETAS- Homicídios desculpáveis (involuntários)

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JUSTIÇA

CRIMINAL: Areópago e Efetas

CIVIL: -Juízes dos demos (pequenos valores e instruções preliminares)-Árbitros (privados e públicos)- Heliaia – povo soberano- Juízes de Tribunais Marítimos

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Preparação prévia para 21/2

• Ler um texto sobre a Lei das XII tábuas• Preparar-se para perguntas em classe• Não será necessário entregar texto escrito

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DIREITO ROMANO

Império Romano – etapas (escravagista, feudal e capitalista)

FASES HISTÓRICAS1) REALEZA – origens até 510 a. C.2) REPÚBLICA – (510 a.C. a 27 a.C.)3) PRINCIPADO – (27 a.C. a 285 d.C.)4) BAIXO IMPÉRIO – (285 a 585 d.C.)

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DIREITO ROMANO

REALEZA

- Auxiliares do Rei = militares- Custódia da cidade = juízes- Conselho do Rei = Senado (100 membros)- Direito costumeiro = jurisprudência

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DIREITO ROMANO

REPÚBLICA- Magistraturas (cônsules mais importantes eram

os de segurança, exército e justiça criminal)- Gestão das finanças- Plebeus adquirem direitos (fiscalizar

espetáculos, vigilância sanitária, pretura urbana e peregrina)

- Direito (costumes, lei e éditos da magistratura)

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DIREITO ROMANO

PRINCIPADO- Unificação do poder = OCTAVIO AUGUSTO- Em Roma respeitava instituições políticas- destacam-se os jurisconsultos

BAIXO IMPÉRIO- Decadência econômica e cultural- cristianização

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Primitivo ou Arcaico (fundação até séc. II a.C.)

DIREITO Clássico (Séc. II a.C. ao Séc. II d.C.)ROMANO

Pós-clássico (Baixo império até a Codificação de Justiniano)

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DIREITO ROMANO

Perfil socioeconômico da Roma Antiga

• A cidade era fruto de uma aristocracia fundiária

• A expansão econômico-territorial pelo militarismo

• Surgimento do latifúndio escravagista

Aumento populacional X

desafio de respectivo aumento da produção

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• “os campos de batalha forneciam mão de obra para os campos de cereais e vice-versa (...) os trabalhadores capturados permitiam a criação de exército de cidadãos”.

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+ OU - 460 a.C.

• Aristocracia patrícia• Plebeus• Escravos (res)

- Desigualdade social – conflitos de classes- Sociedade patriarcal = exacerbado poder

do pater famílias romano

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“O nascimento de um romano não é apenas um fato biológico. Os recém-nascidos só vem ao mundo, ou melhor, só são recebidos na sociedade em virtude de uma decisão do chefe de família; a contracepção, o aborto, o enjeitamento das crianças de nascimento livre e o infanticídio do filho de uma escrava são, portanto, práticas usuais e perfeitamente legais” (ARIES, Philipe; DUBY, Georges . História da vida privada. São Paulo. Cia das letras, 1997, v 1, p.23)

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• Não existia poder público coativo e exterior capaz de impor a sanção de forma organizada e centralizada. (ex. vizinho que toma posse do sítio)

• Casamento= sem registro, dificuldade de comprovação

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O Direito Romano Arcaico(Realeza e parte do Republicano)

• Organização social por clãs gerou o Direito consuetudinário

• Pouco uso da escrita

• Confusão entre Direito e religião (Lei das XII Tábuas –

base da constituição da República Romana e do mos maiorum 

(antigas leis não escritas e regras de conduta).

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LEI DAS XII TÁBUAS• Tábuas I e II: Organização e procedimento judicial;• Tábua III - Normas contra os inadimplentes;• Tábua IV - Pátrio poder;• Tábua V - Sucessões e tutela;• Tábua VI - Propriedade;• Tábua VII - Servidões;• Tábua VIII - Dos delitos;• Tábua IX - Direito público;• Tábua X - Direito sagrado;

• Tábuas XI e XII - Complementares.

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Leis Romanas• Lex Canuleia (445 a.C., que permitia o casamento - ius connubii - entre patrícios e

plebeus)

• Leges Licinae Sextiae (367 a.C., que restringiam a posse de terras públicas e exigiam que um dos cônsules fosse plebeu)

• Lex Ogulnia (300 a.C., que autorizava os plebeus a ocupar cargos sacerdotais)

• Lex Hortensia (287 a.C., pela qual as decisões das assembleias plebeias passavam a valer para todo o povo).

• Lex Aquilia (286 a.C., que regulava a responsabilidade civil)

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Estrutura Política da RepúblicaCônsules: chefes da República, com mandato de um ano; eram os comandantes do exército e tinham atribuições jurídicas e religiosas.

Senado: composto por 300 senadores, em geral patrícios. Eram eleitos pelos magistrados e seus membros eram vitalícios. Responsabilizavam-se pela elaboração das leis e pelas decisões acerca da política interna e externa.

Magistraturas: responsáveis por funções executivas  e judiciária, formadas em geral pelos patrícios.

Assembleia Popular: composta de patrícios e plebeus; destinava-se a votação das leis e era responsável pela eleição dos cônsules. Conselho da Plebe: composto somente pelos plebeus; elegia os tributos da plebe e era responsável pelas decisões em plebiscitos (decretos do povo).  

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Magistraturas• Cônsules – eram dois cônsules eleitos pela Assembleia Centurial pelo período de

um ano, propunham leis e presidiam o Senado e as Assembleias.• Pretor – administrava a justiça. • Censor – fazia o censo da população, o critério usado era a renda. • Edil – conservava a cidade, do policiamento, do transito, do abastecimento, etc. • Questor – cuidava do tesouro público. • Ditador – em épocas de crises como guerras e calamidades, era escolhido um

ditador pelo período máximo de seis meses, que governava com plenos poderes. • Assembléia Centurial (comitia centuriata) – era a assembléia dividida em

centúrias, isto é, em grupos de cem soldados cidadãos, os centuriões, cuja função era votar os projetos apresentados.

• Assembléia Curial – examinava os assuntos religiosos. • Assembléia Tribal – nomeava os questores e os edis.

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O Direito Romano Clássico Séc. II d.C.

• Laico e individualista

• Iniciava a fonte legislativa humana

• Interpretação alcançada pelos jurisconsultos

• A jurisprudência surge como o estudo das regras para fins de aplicação forense

• Éditos: declaração anual dos magistrados

quanto à forma própria de interpretar e aplicar a lei

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Fontes do Direito Romano Clássico

1) Legislação

2) Doutrina (jurisprudência) – JURISCONSULTOS

3) Éditos dos Magistrados (Pretores em Roma e Governadores nas províncias – maleabilidade, adaptação aos costumes)

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Roma Republicana

• Roma se consolida por todo o Mediterrâneo às custas dos pequenos proprietários militarizados

• O elitismo e os privilégios do poder senatorial conduziram ao colapso da República

• Conquista do poder estatal pelos generais.

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Preparação prévia para 28/2

• Ler um texto sobre o Corpus Iuris Civilis• Preparar-se para perguntas em classe• Não será necessário entregar texto escrito

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PROVA 28/3/2014

MATÉRIA – MÓDULOS 0 a III

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DIREITO ROMANO

Império Romano – etapas (escravagista, feudal e capitalista)

FASES HISTÓRICAS1) REALEZA – origens até 510 a. C.2) REPÚBLICA – (510 a.C. a 27 a.C.)3) PRINCIPADO – (27 a.C. a 285 d.C.)4) BAIXO IMPÉRIO – (285 a 585 d.C.)

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Primitivo ou Arcaico (fundação até séc. II a.C.)

DIREITO Clássico (Séc. II a.C. ao Séc. II d.C.)ROMANO

Pós-clássico (Baixo império até a Codificação de Justiniano)

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O Império Romano

• Restauração da paz interna e melhoria das condições sociais

• A paralisação da expansão territorial traz a escassez de escravos

• Conseqüência = crise de produção agrícola

• A crise econômica é acompanhada pelas invasões bárbaras

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O Império Romano

• A crise de Estado do Séc. III gerou sua reorganização por meio de Diocleciano (Titus Flavius Domitianus 51-96 AD)

(Baixo Império)

• Imperador: dominus et deus

• Consolida-se uma superestrutura estatalfortalecimento do exército, adoção do cristianismo como religião oficial e surgimento de uma burocracia clerical

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O Império Romano

• Nova crise econômica: perdas demográficas oriundas das guerrasdeclínio urbanovoracidade tributária e busca de emprego junto à oligarquia rural

• Surgimento do colonus: rendeiro camponês que quitava suas obrigações de

dependência para com o senhor de terras, por meio do produto de seu trabalho

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Nas fronteiras do Império, com a finalidade de manter ao largo os invasores, cidadãos romanos receberam terras e o status de coloni, sob a supervisão de um senhorio investido de prerrogativas legais. Os colonos pagavam o aluguel em espécie e trabalho e eram obrigados a participar da defesa das fronteiras. Em todos os casos possíveis, os invasores eram comprados pelo convite de entrarem em federação com o Império. Os federati recebiam terras para cultivar, prestavam o juramento de defender o Império e adaptavam sua organização social ao sistema praticado pelos latifundiários e coloni, embora tivessem permissão para conservar suas próprias leis e contendas dentro do grupo. (FERRIL, Arther)

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O Direito Romano Pós-clássico

• Corresponde à decadência econômico-política do Séc. III

• Compilou o que foi formulado na época anterior– Codex Gregorianus 291 d.C.– Codex Hermogenianus 295 d.C.– Código Teodosiano (primeiro oficial) 438 d.C.

O Oriente foi o responsável pela principal codificação do Direito Romano (devido à resistência às invasões bárbaras)

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Império Romano do Oriente

• Desenvolvimento econômico e estrutura social mais flexível

• Resistiu `as invasões bárbaras• Cidades mais numerosas e mais povoadas (comercio)• Carga tributária menor, manutenção da pequena

propriedade, ausência de aristocracia• Período de paz (benefícios das civilizações antigas)• Refúgio natural da cultura latina após queda do império

ocidental

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CORPUS JURIS CIVILIS

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Corpus Juris Civilis

- Comissão formada por 10 juristas

- Compilação de todas as fontes antigas do direito romano e harmonização com o direito vigente

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CÓDIGO (Codex) compilação de leis imperiais (substituto do código

teodosiano)

DIGESTO(Digestas ou Pandectas) compilação de trechos de mais de 1500 livros escritos pelos jurisconsultos daépoca clássica

Corpus Juris INSTITUIÇÕES (Instituitiones) manual elementar para ensinoCivilis do direito

NOVELAS(Novellae) recolha das constituições promulgadaspor JUSTINIANO após publicar oCODEX

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DIREITO MEDIEVAL

• Corpus Juris Civilis permanece desconhecido no ocidente até séc. XII

• Feudalismo = direitos locais – costumes• Direito Romano sobrevive apenas em

alguns locais em forma de costumes• Força do direito canônico.

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Ressurgimento do Direito RomanoCaracterísticas

1)Unidade e ordenação das fontes(direito romano, direito canônico, direitos locais)2)Unidade da ciência jurídica (jurisprudência romano-justaneia)3)Unidade quanto aos métodos científicos empregados pelos juristas4)Unidade quanto ao ensino jurídico5)Difusão de literatura jurídica em língua comum - latim

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Ressurgimento do Direito RomanoFASES

1) séc. XII e XIII – predominância do direito romano sobre os direitos locais

2) Séc. XIV e XV – desenvolvimento dos direitos locais = romano

3) Séc. XVI – supremacia dos direitos locais (régios ou citadinos)

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Ressurgimento do Direito Romano

A partir do final do séc. XII, através da jurisprudência

• Descoberta do Corpus Juris Civilis

• Fatores culturais: latinização da Europa

• Fatores econômicos: surgimento do capitalismo mercantil

Necessidade de estabilidade jurídica

• Fatores políticos: expectativas da nobreza emergente

• Fatores sociológicos: dominação burocrática de Estado (estudos de Max Weber - Napoleão)

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Fatores culturais

• Europa era um ‘ quadro em branco’ e os romanos deixaram marcas no ocidente

• Latifúndio escravagista (cidades fundadas ao longo rios navegáveis da Europa)

• Invasores bárbaros assimilaram ordem romana• Mesmo com o Feudalismo ainda subsistiram

alguns institutos romanos na forma de costumes

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Fatores econômicos • Séculos XII e XIII = desenvolvimento da burguesia europeia e

capitalismo mercantil• Necessidade de direito estável = segurança jurídica para as

operações comerciais• Necessidade de direito válido universalmente – garantir mercado

internacional• Necessidade de libertar as atividades mercantis das limitações

morais• Conceito de propriedade absoluta

Obs: o direito comercial das cidades medievais era bom, mas o direito romano tinha uma estrutura jurídica uniforme e racional (burguesia)

Page 122: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

Fatores econômicosA superioridade do direito romano para a prática mercantil nas cidades residia , assim, não somente em suas bem-definidas noções de propriedade absoluta, mas nas suas tradições de equidade, em seus critérios racionais de prova e ênfase dada a uma magistratura profissional – vantagens que os tribunais consuetudinários normalmente não ofereciam (ANDERSON, Perry, Op. Cit. p. 26)

O capitalismo mercantil foi um dos motivadores da recepção da jurisprudência clássica, mais em razão da segurança e previsibilidade de sua ação, adstrita a regras normativas, do que propriamente em decorrência de seu conteúdo material historicamente condicionado.(Max Weber)

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Fatores políticos• Monarquia absoluta• Burguesia ainda não tinha maturidade para chegar ao poder• Caráter híbrido das nações europeias (capitalismo com liberdade

para os agentes econômicos e poder politico centralizado no monarca) direito privado e direito público.

O Estado monárquico absolutista encontra no direito romano um poderoso instrumento de centralização política e administrativa em que a liberdade outorgada aos agentes econômicos privados é contrabalançada pelo poder arbitrário da autoridade pública.

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Direito privado romano• jus civile, também chamado de jus quiritium, é o direito próprio e peculiar do cidadão

romano, mais antigo e mais rígido, que predominou nos primeiros tempos.

• O jus gentium, surge mais tarde, e tem um âmbito mais amplo, aparece quando Roma estende suas conquistas e entra em contato com outros povos. É o direito comum dos povos, direito das gentes.

• O jus naturale, direito natural, por sua vez, que contrapõe os dois primeiros, é uma lei verdadeira, segundo a natureza, espalhada entre todos os homens, constante e eterna. Uma providência divina.

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Fatores sociológicos

• BUROCRACIA – segurança e previsibilidade. (precisão, rapidez, impessoalidade, uniformidade, hierarquização, especialização)

• Normas jurídicas gerais e abstratas• Surgimento de uma classe – juristas

profissionais

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Fatores epistemológicos• Surgimento de universidades – ordem institucional• Legitimidade da razão – ordem filosófica. (Tomas de Aquino – fé e

razão)

Bolonha:Séc. XII – Monge IRNERIUS começa a lecionar os preceitos do direito romanoGLOSA – glosadores elaboraram breves explicações de partes obscuras dos textos clássicos (sem preocupação prática)CONCILIADORES, PRÁTICOS E COMENTADORES – tornaram o direto romano mais prático (ex. teoria do duplo domínio: distinguia a posse direta da posse indireta; competência para solução de conflitos em razão do lugar do delito, localização da coisa imóvel)

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Fatores epistemológicos

(...) os comentadores converteram o direito Justiniano, pela primeira vez num direito comum de toda a Europa (jus commune); ao mesmo tempo em que reduziram a multidão dos direitos não romanos da Europa `a forma mental de sua ciência. Só pela sua mão a velha ideia de que o direito romano era a ratio scripta da cristandade ocidental se tornou uma realidade palpável (WEACKER, Franz)

- Surgimento do direito natural racionalista – os princípios superiores do direito vem da razão, decorre de uma ordem natural de valores e normas – fim do uso prático da jurisprudência romana.

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CONCLUSÃO

Ainda que se possa levantar críticas às instituições romanas (escravidão, rigidez formal e práticas imperialistas) é inegável a influência dos monumentos jurídicos como a Lei das XII Tábuas e o Código de Justiniano (Corpus Juris Civilis) sobre a formação do direito moderno ocidental (Francisco Quintailha Veras Neto)

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Perguntas

• Por que estudar direito Romano?• Qual a diferença entre direito público e

privado em Roma?• Como se dividia o direito privado em

Roma? Diferencie.

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PREPARAÇÃO PRÉVIA, 14.3.14

• LER O TEXTO: A propriedade antiga, medieval e moderna a partir do materialismo histórico – parte do capítulo que trata da NATUREZA HISTORICA DO DIREITO DE PROPRIEDADE – livro FUNDAMENTOS DE HISTÓRIA DO DIREITO – Antonio Carlos WOLKMER.

• Preparar-se para respostas em classe• Apresentar breve conclusão escrita

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MÓDULO III

Instituições jurídicas

Carlos Sanches

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INSTITUIÇÕES JURÍDICAS

Objetivos do módulo:

Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de:

- Compreender a importância histórica das instituições jurídicas;

- Relacioná-las, sob o viés histórico, à abordagem desenvolvida à luz da Teoria Geral do Direito;

- Empregar o raciocínio histórico-jurídico para a análise toda e qualquer instituição do Direito.

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INSTITUIÇÕES JURÍDICAS“As regras de direito, quando unificadas, constituindo um todo orgânico destinado a reger uma matéria jurídica vasta, compreendendo várias relações jurídicas, formam uma instituição jurídica.”

Paulo Dourado de Gusmão

Page 134: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

INSTITUIÇÕES JURÍDICAS“É conjunto orgânico, que contém a regulamentação de um dado concreto e durável da vida social e que está constituído por um núcleo de regras jurídicas dirigidas para um fim comum”.

Roubier

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INSTITUIÇÕES JURÍDICASElementos duração

repetição de fatos que lhe servem de base

organicidadeinterligação das normas em

função da finalidade que lhes é comum

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A INSTITUIÇÃO DA FAMILIA• A família foi instituída juridicamente na

Antiguidade Clássica, sobremaneira através dos costumes romanos e gregos

• Tratava-se de uma forma de organização política regida pelo princípio de autoridade (pater familias)

• A unidade da sociedade Antiga se dava pela família, enquanto nas sociedades Modernas tal unidade é alcançada por meio do indivíduo

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A INSTITUIÇÃO DA FAMILIAA Cidade Antiga (Fustel de Coulanges)

- Crenças: alma e morte- Importância da sepultura – templo das divindades- Religião da doméstica (pacto entre mortos e vivos)- Culto ao fogo (representação dos mortos)- Pai era o sacerdote - Religião transmitida na linha masculina- Parentesco = relação de dependência e subordinação

(consanguinidade x sujeição ao mesmo culto = AGNAÇÃO)

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A INSTITUIÇÃO DA FAMILIAA Cidade Antiga (Fustel de Coulanges)

- Casamento (não se admitia poligamia e divórcio em poucas circunstâncias)

- Importância do Primogênito (nascido de um casamento)- Reconhecimento pelo pai- Adoção“A mesma religião que obrigava o homem a se casar, que concedida o divórcio em casos de esterilidade, que substituía o marido por algum parente nos casos de impotência ou de morte prematura, oferecia ainda à família um último recurso, como meio de fugir à desgraça tão temida da sua extinção; esse recurso encontramo-lo no direito de adoção”.

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A INSTITUIÇÃO DA FAMILIAA Cidade Antiga (Fustel de Coulanges)

- Emancipação (renúncia ao culto)- Família (gens) era formada também escravos e clientes

iniciados no culto ao preço de sua liberdade- Quando as sociedades se formaram, tomaram o mesmo

padrão estrutural que havia informado a religião nestas condições sociais iniciais.

Page 140: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

Família

• A religião exerceu forte papel na formação da família, e esta, na formação das cidades antigas.

• Daí o governo na Antiguidade encontrar-se centrado na unidade do poder.

• Uma das causas de desagregação da Antiguidade se dá por meio da desvinculação do jurídico face ao religioso. As alterações na constituição da família são significativas a esse respeito (desagregação dos costumes).

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Família

• A substituição do particularismo das religiões por um ideal de universalização das mesmas, determinou o aparecimento de uma nova forma de vida: o respeito aos anseios humanos. Disso resulta uma reformulada concepção de família.

• Impõem-se à família outros direitos, capazes de destacarem o papel do cidadão sobre o doméstico.

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Família

• A família antiga refere-se a um Estado-urbano. Este se refere a uma comunidade religiosa, limitada às circunscrições da Cidade, para além das quais o Direito não alcança, em termos de promoção do humanismo.

• A personalidade jurídica de alguém se dá face ao Estado, donde restar impossível a liberdade individual.

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Família• Em seu período pós-romano, a família, influenciada pelo

Direito germânico e pelo ideal de espiritualização oriunda do cristianismo, teve seu alcance reduzido: uma comunidade formada por pais e filhos.

• Da autoridade paterna, passa a ser regida por uma perspectiva democrático-afetiva, traduzida nos laços de consanguinidade.

• Surge o pátrio poder não como direito, mas como dever do pai em relação aos filhos.

• A evolução do pátrio poder se dá em termos do poder familiar, como no atual Código Civil Brasileiro.

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FamíliaPeríodo pós-romano

Passa da autoridade paterna para afetividade

traduzida nos laços de consangüinidade

Pátrio poder deixa de ser direito passa a ser dever em relação aos filhos

Poder familiar evoluçãoparidade de direitos e deveres entre os

cônjuges

art. 226 §5 CF/88 .

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A INSTITUIÇÃO DA PROPRIEDADEA Cidade Antiga (Fustel de Coulanges)

Propriedade = solo sagrado da famíliaInalienável e imprescritível

Não responde pelas dívidasSucessão ao primeiro filho homem

“a família não recebeu as suas leis da cidade; (…) À cidade não interessava a inalienabilidade da terra ou a indivisibilidade do patrimônio, ou ainda a disponibilidade total do filho pelo pai. Quando a cidade foi aos poucos se formando e as leis sendo feitas, ela já encontrou esse direito formado e consolidado pela família e acima de tudo pela religião, que se impôs ao legislador”

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Propriedade Primitiva• Predomina propriedade coletiva das famílias, clãs e tribos (vivos e

mortos)• Individual = objetos fabricados para uso pessoal• Surgimento da comunidade política territorial• Nascimento do Estado (indivíduo passa a ser o centro referencial)

“De todas essas crenças, de todos esses costumes, de todas essas leis, resulta claramente que foi a religião doméstica que ensinou o homem a apropriar-se da terra e assegurar-lhe seu direito sobre a mesma” (Fustel de Coulanges)

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Propriedade Primitiva

Germanos: cada membro da tribo recebia um lote para cultivo (proprietários apenas da colheita)

Tártaros: propriedade apenas do rebanho

Itália e Grécia: propriedade privada da terra é da família, de um culto, de uma religião doméstica.

“O corpo do homem responde pela dívida, mas não a terra, porque esta é inseparável da família. Será bem mais fácil escravizar o homem do que tirar-lhe um direito de propriedade, que pertence mais à família do que a ele próprio; o devedor está nas mãos do seu credor: a sua terra, de algum modo, acompanha-o na escravidão”.

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• PROPRIEDADE ANTIGA, MEDIEVAL E MODERNA (MATERIALISMO

HISTÓRICO)

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Marx e EngelsPOVOS ANTIGOS

FORMAÇÃO DAS CIDADES

IDADE MÉDIA

MODERNA

PROPRIEDADE FUNDIÁRIA ESTATAL (POSSE DO INDIVÍDUO)

FUNDIÁRIA FEUDAL

MÓVEL CORPORATIVA

CAPITAL MANUFATUREIRO

ESTADO MODERNO

Adquirido gradualmente pelos proprietários privados

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Perguntas

• Quais são as formas de propriedade para Marx e Engels?

• Na idade média, a propriedade sofria limitações?

• Quais as 3 principais contribuições que se encontram fundadas e estabelecidas solidamente pelas sociedades grega e italiana?

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A INSTITUIÇÃO DA PROPRIEDADE

• O direito de propriedade nasce de relações concretas entre os homens.

• Consiste na atribuição de poder a uma pessoa sobre um determinado bem, com exclusão de todas as demais.

• Nota-se o aparecimento simultâneo das seguintes tipologias da propriedade:– Propriedade individualista (particular do senhor feudal)– Propriedade dividida (arrendamento/servos)– Propriedade comunitária (servos e senhor – bosque e pastos)– Propriedade coletiva (gens ou família)

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PROPRIEDADENo Direito Romano

Noção absoluta propriedade quiritária (reservada aos cidadãos romanos, sobre coisas romanas).

Deu origem a teoria moderna da propriedade individual

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PROPRIEDADE

Direito Romano Quiritária (cidadão romano ou ius commercii) Arcaico

Bonitária (pretor passou a proteger pessoa que comprava Direito Romano propriedade sem transferência de domínio – usucapião)Clássico Provincial (posse alienável de imóveis localizados nas províncias – pertencentes ao povo romano ou imperador)

Peregrina (peregrinos - não possuíam o ius commercii - posse protegida)

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PROPRIEDADENo Direito Romano

Nos Sécs. IV e V, a propriedade romana sofre um desmembramento por razões econômicas:

Enfiteuse

Superfície

Colonato

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PROPRIEDADENo Direito Romano

Nos Sécs. IV e V, a propriedade romana sofre um desmembramento por razões econômicas:

Enfiteuse"o contrato pelo qual o proprietário de terreno alodial cede a outrem o direito de percepção de toda utilidade do mesmo terreno, seja temporária ou perpetuamente, com o encargo de lhe pagar uma pensão ou foro anual e a condição de conservar para si o domínio direto.”

Superfície

Colonato

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PROPRIEDADENo Direito Romano

Nos Sécs. IV e V, a propriedade romana sofre um desmembramento por razões econômicas:

Enfiteuse

SuperfícieInstituto de origem exclusivamente romana. Decorreu da necessidade prática de se permitir a construção em solo alheio, principalmente sobre bens públicos. Os magistrados permitiam que comerciantes instalassem tabernas sobre as ruas, permanecendo o solo em poder do Estado

Colonato

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PROPRIEDADENo Direito Romano

Nos Sécs. IV e V, a propriedade romana sofre um desmembramento por razões econômicas:

Enfiteuse

Superfície

ColonatoForma de organização econômica e social rural.O trabalhador arrenda uma porção de terra sob condição de destinar parte de sua produção como pagamento ao proprietário. O colono é denominado meeiro quando metade da produção obtida com o cultivo tiver que ser paga ao proprietário da terra.

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PROPRIEDADENo Direito Germânico

• Conheceram a propriedade mobiliária, mas os bens imóveis eram inapropriáveis individualmente.

• À propriedade comum do solo pelos clãs, veio se sobrepor a propriedade familiar.

• Posteriormente, na monarquia franca dá-se a interpenetração entre os sistemas romano e germânico de propriedade.

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A PROPRIEDADE FEUDAL

• A classe dominante se associa em face da classe produtora dominada, tendo em vista o bem econômico agrário. O trabalho do servo é preso à propriedade fundiária.

• Posteriormente, isso se arrasta às cidades, ocasião em que se dá a apropriação do trabalho por meio do capital (surgem as corporações de ofício).

Page 160: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

Formas da propriedade feudal

Manso Senhorial

Manso Servil

Terras Comunais

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A propriedade moderna

• A célebre noite de 4 de agosto de 1789: a Assembleia Constituinte francesa decreta a destruição do feudalismo (desvincula-se o solo dos inúmeros encargos a ele relacionados).

• Mesmo assim, o feudalismo só desapareceu efetivamente muito tempo depois (na Inglaterra, por exemplo, apenas em 1925).

• A Revolução Francesa foi decisiva, desse modo, para a evolução jurídica rumo a um individualismo agrário.

Page 162: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

A propriedade moderna a partir do Code Civil de 1804

Restabelece o domínio plenocomo no Direito Romano

A propriedade é considerada um direito absoluto

O proprietário tem a livre disposição de seus bens

O direito de propriedade avança para fins de atingir bens que até então eram inapropriáveis

• (Ex.: marcas, obras artísticas, etc...).

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A propriedade consequente ao Code Civil de 1804

• No séc. XX, passa a ser um direito que sofre desmembramentos

• Sobre ela passam a recair causas de perda do direito (expropriações)

• A carga tributária incide diretamente sobre várias formas do direito de propriedade

• Ganha uma função extra-individualista – (Ex.: função social da propriedade).

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CONTRATOSNo Direito Romano

• formavam-se a partir da stipulatio (forma solene, elementar, mas indispensável à formação do vínculo)

• Certos contratos exigiam a entrega de uma coisa a outro para se considerarem formados

(contratos reais)

• Na falta dos elementos formais (stipulatio e re), formava-se apenas um pacto

(não gerador de ação)

Os contratos puramente consensuais eram excepcionais.

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CONTRATOSConsensualismo

Basta o mútuo consentimento das partes para que o contrato seja formado

Igreja favorável ao empenho da palavra dada

Condena-se o formalismo: ex nudo pacto, actio oritur (1212) (De simples promessa, nasce ação)

Posteriormente, pelo Direito costumeiro, sobre o respeito à promessa não recaem mais conseqüências morais

França surge a convenance – (a vontade basta para obrigar, independentemente do formalismo).

Page 166: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

CONTRATOSA partir do Séc. XVI

concepção comunitária do Direito para

concepção individualista

Sujeito passa a ser aquele que é capaz de dispor

No campo contratual, esse individualismo ganha expressão através do “princípio da autonomia da vontade” – (cada sujeito de direito possui liberdade de se obrigar ou não, mas é pela vontade

consciente que o faz).

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CONTRATOSPrincípio da autonomia da vontade

Humanismo o homem enquanto individualidade própria

Jusnaturalismo (séc. XVIII) Direito sofre racionalização e universalização

Hugo Grotius: o respeito da palavra dada é uma regra de Direito Natural

Pufendorf (1673) o homem é a origem da autoridade e do DireitoA partir de Descartes: quero, logo obrigo-

me

Code Civil de 1804: “o contrato, legalmente formado, é uma emanação da lei e não menos sagrado do que ela”.

.

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CONTRATOS• Reações conta a autonomia da vontade

Denúncia aos abusos da liberdade contratual sobre o proletariado

Surgimento dos conflitos sociais

Desenvolvimento da teoria das obrigações quase delituais

Proteção ao consumo

Não cabimento do constrangimento corporal em caso de descumprimento das relações contratuais.

.

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28/3

PROVA 1Módulos 0 a III

Atenção ao texto: PROPRIEDADE ANTIGA, MEDIEVAL E MODERNA (MATERIALISMO HISTÓRICO

Aulas: Características, Fontes, Fatores, textos transcritos

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MÓDULO <IV>Modernidade jurídica

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Modernidade Jurídica• A Modernidade Jurídica constitui-se na grande Era histórica do Direito

Ocidental, representando sua intenção de êxtase desenvolvimentista. Como tal, ela desnuda o Direito formado a partir da tradição ocidental, indexando-o, nesse percurso, ao seu perfil capitalista e, atualmente, de mercado.

• Conhecer a Modernidade Jurídica significa conhecer o Direito que temos em mãos, mas, talvez, não mais o que praticamos ou praticaremos.

• Objetivos do módulo:Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de:- Compreender o surgimento e significado da Modernidade Jurídica;- Distinguir as bases teóricas da Modernidade Jurídica;- Realizar uma leitura crítica dessa Era de direitos.

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Modernidade

• Confiança na capacidade racional do ser humano

• Desenvolvimento científico• Controle das forças adversas da natureza• Homem constrói seu próprio destino

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Do séc. XVIII ao séc. XX

• Revoluções de 1776 e 1789• Cada Estado soberano constitui seu

próprio Direito• A lei passa a ser a fonte principal• Consolidação dos grandes sistemas

jurídicos europeus– Direitos romanistas (Europa Continental)– Common Law (Europa setentrional)

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O Direito Moderno – direito natural

• Colonização da América (conquistadores + fé católica)• Como deveriam ser tratados os indígenas? Imposição

da fé? Seria possível acomodar em um Reino as nações não-cristãs?

• Instalou-se o debate: 1) os povos indígenas gozavam ou não de direitos plenos (naturais) de liberdade e propriedade;2) Era preciso definir em quais circunstâncias eram justas as guerras contra eles

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O Direito Moderno – direito natural(continuação)

• Reformas protestantes na Europa (Lutero e Calvino)• Jusnaturalismo moderno: autor influente SAMUEL

PUFENDORF“Dos Deveres do Homem e do Cidadão de acordo com a Lei Natural:(...) 9. é evidente que a lei natural fundamental é: cada homem deve fazer tudo o que puder para cultivar e preservar a socialidade. Já que aquele que quer os fins quer também os meios indispensáveis para aquele fim, segue-se que tudo aquilo que necessária e normalmente leva à socialidade deve ser entendido como prescrito pela lei natural. Tudo o que perturba ou viola a socialidade deve-se entender como proibido”

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Revoluções de 1776 e 1789“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em

dignidade e direitos”. (declaração dos direitos do homem e do cidadão – 1789)

Declaração de Independência dos EUA (1776):“ Consideramos incontestáveis e evidentes em si mesma

as seguintes verdades: que todos os homens foram criados iguais, que eles foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre esses direitos estão, em primeiro lugar, a vida, a liberdade, e a busca da felicidade”.

- Filme (Amistad)

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Os Direitos romanistas

• Desenvolvidos a partir da idéia de uma Ciência do Direito (séc. XII).

• O Corpus Juris Civilis de Justiniano foi analisado racionalmente.

• Surge assim um Direito erudito– Escrito– Comum a todos– Mais completo que os Direitos locais– Mais evoluídoO grau de romanização varia de local para local.

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Os Direitos romanistas

• O sistema jurídico passa de irracional para racional

• Contêm as bases dos Estados Modernos• A lei supera os costumes• O processo de colonização favorece a

difusão dos Direitos romanistas para fora da Europa

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O Common Law

• Trata-se do Direito comum da Inglaterra, elaborado em substituição aos costumes e que se expandiu para várias localidades do mundo.

• Trata-se de um Direito elaborado pelos juízes reais e mantido pela força atribuída aos precedentes.

• Existe a lei, que todavia não possui peso na evolução do Direito.

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Common Law - características

• Trata-se de um judge-made-law;• O direito se desenvolve pelo processo judicial,

que é acessório nos Direitos romanistas;• Pouca influência da romanização;• Para evoluir, não depende dos costumes locais;• À legislação é reservada uma função

secundária, donde a codificação ser quase desconhecida nesse sistema.

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Common Law (equity)• Devido à independência dos juízes, nasceu a

ideia de recorrer-se novamente ao Rei (por meio de seu Chanceler), fonte de toda a Justiça.

• O Chanceler passava a decidir ao largo do Common Law, inspirando-se no Direito Canônico e, muitas vezes, no Direito Romano.

• A equity ampliava o poder real rumo ao absolutismo, além de gerar um sistema jurídico dualista (sécs. XVI e XVII). Tinha um processo escrito, secreto e inquisitório que muito agradava politicamente ao rei, ao contrário dos processo orais e públicos da common law

• Entre 1873 e 1875 os dois sistemas foram integrados.

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Common Law (statute law)

• Conflito entre o Common Law (de caráter liberal) e o fenômeno legislativo (por natureza social)

• Do séc. XIII ao séc. XX cresce a atividade legislativa

• Nenhuma lei tem vigência sem a interveniência do Parlamento (Bill of Rights – 1689)

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A Codificação• Jusnaturalismo moderno (tudo o que for

contrário à razão natural deve ser eliminado da lei)

• Iluminismo (o direito deve ter forma e princípios compreensíveis por qualquer um (razão humana universal)

• Direito nacional (apenas para o território do Estado)

A codificação deve incorporar, de forma sistemática, o direito nacional, abandonando o direito romano

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Preparação Prévia

• Para 25/4“O Código de Napoleão”Texto do Livro indicado em aula

Entregar conclusão escritaPreparar-se para respostas em classe

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O Código de Napoleão

• Inspiração nas leis romanas e francesas• Concretização dos ideais do pensamento

iluminista (leis submetidas a uma ordenação determinada pela razão)

• Eliminou privilégios dos nobres• Separação do Estado e Igreja• Legalizou o divórcio• Direito civil: categorias (propriedade e família)

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O Código de Napoleão

• Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em geral

• Livro Primeiro: Das pessoas• Livro Segundo: Dos bens e das diferentes

modificações da propriedade• Livro Terceiro: Dos diferentes modos de

adquirir a propriedade

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Preparação prévia para 9/5

• Texto Livre sobre o tema “Validade e Eficácia da Norma Jurídica”

• Indicar a fonte• Entregar breve conclusão escrita• Preparar-se para respostas em classe

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MÓDULO <V>Pós-modernidade

jurídica

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Objetivos do módulo:Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de:• Questionar-se acerca da existência efetiva ou

não de uma Pós-modernidade jurídica;• Perquirir quais os caminhos trilhados, em

termos de desenvolvimento, por um Direito denominado pós-moderno;

• Refletir acerca de possíveis práticas profissionais exigíveis nesse novo cenário.

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A Pós-modernidade

• Crítica às crenças modernas:– Supervalorização de progresso e ordem– Razão instrumental (ciência, poder e dominação)

– Lógica racional (esvaziamento ético)

– Justiça de mercado (indivíduo = força de trabalho e consumidor)

– Investimento de indústria (ganho econômico)

– Atuação do Estado (mecanismo de dominação política)

Page 191: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

Elementos da Pós-modernidade• Falência das promessas modernas de liberdade,

igualdade e progresso acessíveis a todos;• Ceticismo quanto à capacidade da ciência do direito de

dar respostas adequadas;• Nova visão do direito civil (direito público e direitos

fundamentais do cidadão)• Implosão de sistemas normativos genéricos e

surgimento de microssistemas jurídicos;• Inserção de princípios jurídicos em normas

(flexibilidade);• Raciocínio jurídico passa a incorporar juízos de valor;• Justiça social (inclusão de grupos hipossuficientes)

Page 192: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

A ineficácia do ordenamento jurídico moderno

O sistema jurídico é aberto e sofre as influências de outros subsistemas

Com isso, torna-se complexo e insubsistente à obediência.

O desmoronamento do sistema jurídico se dá por conta de seu sistemático descumprimento.

A crise pós-moderna de ineficácia do sistema jurídico alcança a esfera estrutural.

O sistema jurídico não tem a capacidade de se autolegitimar.

Page 196: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

Tércio Sampaio Ferraz Júnior

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Validade e Eficácia da Norma Jurídica

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A validade moderna

A validade jurídica consagra o ideal de busca pela ordem.Há uma razão instrumental criadora, a partir de conceitos técnicos, do Direito válido.

Hans Kelsen: A Grundnorm e as normas em cascata. (Norma básica ou norma fundamental - pressuposta)

Validade: dever serEficácia: ser

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VALIDADE E EFICÁCIAIdealista (Direito Natural)Não há nenhuma relação entre ambas.A validade do direito é independente da sua eficáciaRealistaValidade e eficácia se equivalem.Se uma norma vale, quer dizer que ela é acatada e aplicada.Normativista (Kelsen)O que fundamenta a validade de uma norma isolada é uma norma jurídica fundamental que funciona como pressuposto hipotético, como razão lógica que obriga a todos a comportarem-se de acordo com o ordenamento jurídico ou constituição criada em termos gerais.

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VALIDADE E EFICÁCIAIdealista (Direito Natural)Não há nenhuma relação entre ambas.A validade do direito é independente da sua eficáciaRealistaValidade e eficácia se equivalem.Se uma norma vale, quer dizer que ela é acatada e aplicada.Normativista (Kelsen)O que fundamenta a validade de uma norma isolada é uma norma jurídica fundamental que funciona como pressuposto hipotético, como razão lógica que obriga a todos a comportarem-se de acordo com o ordenamento jurídico ou constituição criada em termos gerais.

Page 201: 1 º Semestre 2014-I Disciplina             HISTÓRIA  DO  DIREITO

VALIDADE E EFICÁCIAIdealista (Direito Natural)Não há nenhuma relação entre ambas.A validade do direito é independente da sua eficáciaRealistaValidade e eficácia se equivalem.Se uma norma vale, quer dizer que ela é acatada e aplicada.Normativista (Kelsen)O que fundamenta a validade de uma norma isolada é uma norma jurídica fundamental que funciona como pressuposto hipotético, como razão lógica que obriga a todos a comportarem-se de acordo com o ordenamento jurídico ou constituição criada em termos gerais.

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Conceitos e ideias sobre a eficácia

Luiz Antonio Rizzatto Nunes

"tanto pode referir-se ao aspecto técnico-jurídico ou formal quanto ao aspecto da legitimidade. No primeiro caso, fala-se de norma jurídica ser válida quando criada segundo os critérios já estabelecidos no sistema jurídico: respeito à hierarquia, que tem como ponto hierárquico superior a Constituição Federal; aprovação e promulgação pela autoridade competente; respeito a prazos e quorum; conteúdo de acordo com as designações de competências para legislar. No outro, fala-se do fundamento axiológico, cuja incidência ética seria a condição que daria legitimidade à norma jurídica, tornando-a válida”.

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Miguel Reale

VALIDADE DA NORMA JURÍDICA:1) FORMAL (vigência)2) SOCIAL (eficácia ou efetividade)3) ÉTICA (fundamento)

legitimidade do órgão VIGÊNCIA competência (matéria)

legitimidade do procedimento

EFICÁCIA assentimento costumeiro (socialmente eficaz)

FUNDAMENTO valor ou fim objetivado (razão de ser da norma)

* TRIDIMENSIONALIDADE DO DIREITO

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Norberto Bobbio

Validadea) Legitimidade da autoridade que promulgou (exame sistemático do

ordenamento jurídico);b) Inexistência de sua revogação expressa;c) Inexistência de incompatibilidade com outras normas do sistema

(revogação tácita).

Eficáciad) Sentido genérico: equivale a validade e vigência;e) Relacionada à Sociologia do Direito: prático, norma jurídica na sociedade;f) Aptidão: para produzir efeitos legais ou efeitos desejados.

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Tércio Sampaio

Efetividade Sintática:Aptidão para produzir efeitos jurídicos por parte da norma;

Eficácia Semântica: Norma efetivamente cumprida aos casos concretos.

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Conceitos e ideias sobre a eficácia

Norberto Bobbio: eficácia como sentido fenomenológico do Direito

Miguel Reale: eficácia como adesão social à norma.

Tercio Sampaio Ferraz Júnior: eficácia semântica e eficácia sintática.

é uma questão zetética, portanto uma questão aberta. Uma definição zetética exige distinção entre validade e existência, entre validade de normas jurídicas e de outras normas, como as morais. Do ângulo dogmático, a questão é fechada, tecnológica, isto é, uma questão de identificá-la dentro de um dado ordenamento jurídico.

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Caracterização da eficácia

Norma válida mas ineficaz

X Norma justa e ineficaz

Norma inválida e eficaz

X Norma injusta e eficaz

Norma vigente e ineficaz

X Norma justa e eficaz

Norma não vigente e eficaz

X Norma injusta e ineficaz

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Preparação Prévia 16/5

• Capítulos 7 e 8 do Livro Curso de História do Direito (José Reinaldo)

• Seminário• Entregar conclusão escrita• Preparar-se para perguntas em classe

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MÓDULO <VI>O Direito no Brasil

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A implantação do Direito no Brasil

• O Direito no Brasil não é fruto de uma evolução gradual, mas imposto pelo Estado português que via a Terra Brasilis como espaço de exploração econômica.

• Um Direito branco é imposto a índios e negros.

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O início da colonização

• Utilização do sistema de foraisno sistema de capitanias hereditárias.

• Com o insucesso do sistema de capitanias hereditárias, revogou-se os privilégios dos donatários a fim de impor-se o sistema de administração central portuguesa por meio das Ordenações.

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As Ordenações(Ordenações do Reino)

Correspondiam ao processo de compilação das leis relativas ao Direito Português, de acordo com uma perspectiva de codificação. • Afonsinas (1466)• Manuelinas (1512 a 1615)• Filipinas (1603)

Obs.: Não havia muitas diferenças entre elas.Várias versões históricas, que apontam datas e interpretações diversas

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As Ordenações(Ordenações do Reino)

• Afonsinas (1466)

Portugal época do descobrimento pouca ou nenhuma influência

Eram manuscritas.

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As Ordenações(Ordenações do Reino)

• Manuelinas (1521)

1º corpo legislativo impresso de Portugal.

Rei Manuel

Objetivo adequar a administração do Império Português que crescia.

Vigoraram até a publicação das Ordenações Filipinas (União Ibérica)

Consolidou o papel do Rei na administração da Justiça.

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As Ordenações(Ordenações do Reino)

• Filipinas (1603)

União Ibérica (1580/1640) Domínio da Espanha sobre Portugal

Rei Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal) – reforma do Código Manuelino (Ordenações Manuelinas)- em respeito ao povo português, manteve a estrutura e as

tradições do Código Manuelino.

Após o domínio espanhol, D. João IV manteve o Código Filipino.

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As Ordenações(Ordenações do Reino)

As Ordenações Filipinas, foram alteradas mas constituíram a base do direito português até a promulgação dos códigos, já no século IXI.

Muitas disposições vigiram no Brasil até 1916 (Código Civil da República dos Estados Unidos do Brasil).

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Ordenações Filipinas(exemplo de modéstia e humildade)

• D. Philippe, per graça de Deos, Rey de Portugal e dos Algarves, d'aquém e d'além mar, em Africa Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação e Commercio de Etiopia, Arabia, Persia e da India. A todos nossos subditos e vasallos destes nossos Reinos e Senhorios de Portugal, saúde, etc.

• Considerando Nós quão necessaria he em todo tempo a justiça, assim na paz como na guerra, para boa governança e conservação da Republica e Stado Real, a qual aos Reys convem como virtude principal, e sobre todas as outras mais excellente, e em a qual, como em verdadeiro espelho, se devem ellas sempre rever e esmerar; porque assim como a Justiça consiste em igualdade, e com justa balança dar o seu a cada hum, assim o bom Rey deve ser sempre hum e igual a todos em retribuir e premiar cada hum segundo seus merecimentos.

• E assi como a Justiça he virtude, não para si mas para outrem, por aproveitar sómente áquelles á que se faz, dando-se-lhes o seu, e fazendo-os bem viver, aos bons como premios, e aos máos como temor das penas, d'onde resulta paz e assocego na Republica (porque o castigo dos máos he conservação dos bons); assi deve fazer o bom Rey,pois per Deos foi dado principalmente, nem para si nem para seu particular proveito, mas para bem governar seus Povos e aproveitar a seus subditos como a proprios filhos; e como quer que a Republica consista e se sustente em duas cousas; principalmente em as armas e em as Leis, e huma haja mister à outra; porque assi como as Leis com força das armas se mantêm, assi a arte militar com a ajuda das Leis he segura.

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O Poder Judiciário

• A instituição de um Governo Geral centraliza as decisões e gera, com isso, maior possibilidade de recurso contra sua decisões.

• A máxima autoridade judiciária era a do Ouvidor-Geral (mandato de três anos).

• 1587: criação do Primeiro Tribunal da Relação (segunda instância), mas efetiva instalação somente em 1609.

• 1751: criação do Segundo Tribunal da Relação (Rio de Janeiro), convertido em 1808 em Casa da Suplicação (instância máxima, originariamente em Lisboa).

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Perfil pessoal do Direito no Brasil

• A colonização jurídica do Brasil foi realizada por burocratas enviados pela Coroa portuguesa, que se distanciavam do envolvimento pessoal na decisões.

• Ocorre que a elite local se mobilizou e aproximou-se dos magistrados, com quem passava a trocar favores.

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Estrutura de poder em meio ao Direito no Brasil

• Os desembargadores eram os formadores de opinião do meio jurídico para a sociedade em geral, mas nunca souberam diferenciar os interesses da coletividade de seus próprios interesses.

• Como não eram integrantes da nobreza, objetivavam a ela se igualarem. Para tanto, buscaram os meios materiais de apropriação de bens a fim de se tornarem aristocratas rurais.