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1- PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO Diante de tantas diversidades culturais existentes no Brasil, por que será que a Dança é tão pouco trabalhada nas aulas de Educação Física? Será problema na graduação dos professores de Educação Física? Será a falta de apoio e estrutura das escolas? Será falta de interesse dos professores? Serão os preconceitos de alunos, professores, escola e comunidade? Será a falta de fundamentação teórico- prática que o professor tem? O que mais está dificultando o professor para que ele trabalhe a Dança em suas aulas de Educação Física? Esta proposta tem como objetivo, oferecer opções para o professor de Educação Física poder desenvolver com seus alunos, um conteúdo curricular diferenciado e igualmente propiciador para atingir seus objetivos, fundamentação, contextualizando, subsidiando os professores, trazendo assim mais segurança e conhecimento ao mesmo, facilitando o ensino-aprendizagem do aluno. Sabemos das grandes dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física em trabalhar a dança em suas aulas, mas ao mesmo tempo, tem-se consciência que a Educação Física tem papel fundamental na formação do homem como um ser integral e um agente de transformação social, se compõe de diversas formas expressivas de movimento, como a dança, que se caracteriza como a cultura do movimento, onde a mesma permite o conhecimento das possibilidades e capacidades tanto físicas como expressivas do corpo. A dança foi uma das formas mais significativas para o homem antigo, pois era através dela que exibiam suas qualidades físicas, expressavam seus sentimentos, seus estados de espírito, sua alegria pela caça e pesca, permeios de emoções e de expressões. A dança na escola deve estar inserida no âmbito da vivência, oferecendo um leque de possibilidades de vivências corporais, o conhecimento da cultura corporal de movimento, assim como aprender a lidar com o corpo e com o movimento

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1- PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

Diante de tantas diversidades culturais existentes no Brasil, por que será que a Dança é tão pouco trabalhada nas aulas de Educação Física? Será problema na graduação dos professores de Educação Física? Será a falta de apoio e estrutura das escolas? Será falta de interesse dos professores? Serão os preconceitos de alunos, professores, escola e comunidade? Será a falta de fundamentação teórico-prática que o professor tem? O que mais está dificultando o professor para que ele trabalhe a Dança em suas aulas de Educação Física? Esta proposta tem como objetivo, oferecer opções para o professor de Educação Física poder desenvolver com seus alunos, um conteúdo curricular diferenciado e igualmente propiciador para atingir seus objetivos, fundamentação, contextualizando, subsidiando os professores, trazendo assim mais segurança e conhecimento ao mesmo, facilitando o ensino-aprendizagem do aluno. Sabemos das grandes dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física em trabalhar a dança em suas aulas, mas ao mesmo tempo, tem-se consciência que a Educação Física tem papel fundamental na formação do homem como um ser integral e um agente de transformação social, se compõe de diversas formas expressivas de movimento, como a dança, que se caracteriza como a cultura do movimento, onde a mesma permite o conhecimento das possibilidades e capacidades tanto físicas como expressivas do corpo. A dança foi uma das formas mais significativas para o homem antigo, pois era através dela que exibiam suas qualidades físicas, expressavam seus sentimentos, seus estados de espírito, sua alegria pela caça e pesca, permeios de emoções e de expressões. A dança na escola deve estar inserida no âmbito da vivência, oferecendo um leque de possibilidades de vivências corporais, o conhecimento da cultura corporal de movimento, assim como aprender a lidar com o corpo e com o movimento

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integrado na totalidade do ser humano, pois a dança na Educação Física deverá estar adequada aos conhecimentos, objetivos e valores, pois além de atividade física é educação. Possibilitar ao indivíduo expressar-se criativamente, sem exclusões, tornando a linguagem corporal transformadora e não reprodutora, é buscar uma prática pedagógica, levando o individuo a lidar com suas necessidades, cooperando para o desenvolvimento individual e social, mas para isso o ser humano deverá ter consciência de todos os seus gestos, não podendo, portanto, ser algo mecânico, meramente repetitivo. Sabemos da importância e benefícios da dança, sendo elas bio-psíco-social e cognitiva, mas para que isso aconteça, deve-se levar o aluno a conhecer a si próprio, explorando, criando, expressando-se, compartilhando e interagindo socialmente, formando assim, cidadãos com uma visão mais crítica e participativa desta sociedade, visando a uma transformação social. A escola tem o papel fundamental, de instrumentalizar e construir conhecimentos por meio da dança com seus alunos, pois ela é forma de conhecimento, equivalendo a um tipo de alfabetização, desenvolvendo uma linguagem diferente da fala e da escrita, mas nós professores também exercemos fundamental papel, e para que isso ocorra, devemos saber explorar o potencial do aluno, sabendo que a criança ao ingressar na escola, traz consigo um conhecimento a respeito de seu corpo, onde devemos aproveitar esse conhecimento, promovendo novos conhecimentos mais complexos, possibilitando o desenvolvimento natural do aluno, favorecendo uma maior criatividade. Para que isso ocorra, é necessário um planejamento, com objetivos e atividades propostas, adaptando a realidade de cada grupo, favorecendo a aprendizagem, criando condições para que o aluno se movimente, dentro de suas concepções. A variedade de atividades que a dança nos possibilita, deverá permitir a integração com os processos de ensino-aprendizagem, atingindo os objetivos propostos, promovendo

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a evolução quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo e melhorando as possibilidades de movimentação, superando limitações, enfrentando novos desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos. Conclui-se com isso, que a dança, enquanto forma de manifestação corporal e cultural, nas aulas de Educação física, não se resume apenas em aquisição de habilidades, mas também contribui para o aprimoramento das habilidades básicas, no desenvolvimento das potencialidades humanas e sua relação com o mundo.

2- INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

• A Dança como um conteúdo possível nas aulas de Educação Física.

A arte da dança faz parte das culturas humanas e sempre integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer. Os povos sempre privilegiaram a dança, sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem.

A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si mesma e daquilo que a rodeia, pois possui um vocabulário gestual fluente e expressivo.

A atividade da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão de sua capacidade de movimento, entendendo como seu corpo funciona.

Oliveira (2001), menciona que uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi à dança. Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior (60.000 ª C.).

De acordo com o autor, a dança tinha características lúdicas como ritualísticas, em que havia manifestações de alegria pela caça e pesca ou dramatizações pelos nascimentos e funerais.

O ensino da dança nas aulas de educação física assume um papel importante para que os educandos possam conhecer o seu corpo, compreender as relações que são estabelecidas entre o fazer, o conhecer, o interpretar e o apreciar dança, pois a dança deve ser vista como criação ou aprendizado de um determinado vocabulário de movimentos, pois a dança envolve conceitos, procedimentos e atitudes, ela permite que os alunos tenham oportunidade com a dança de falar

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seus desejos, experiências,, estabelecendo relações com seu corpo e com o do colega, compartilhar idéias e opiniões.

A dança é uma das maiores formas de manifestação e expressão do movimento humano, pois ensina tanto quanto qualquer outro conteúdo da educação física é um meio quase ilimitado de aprendizagem.

Nanni (2003), diz que as danças em todas as épocas da história, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus estados de espírito, permeios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais. Para tanto, o conhecimento de si mesmo e da dança passa pela necessidade de conhecer sua própria história e manifestações culturais de seu povo.

Neste sentido a dança visou a vida, a saúde, a religião, a morte, a fertilidade, o vigor físico e sexual, também permeando os caminhos terapêuticos e educacionais, estabelecendo assim, uma diversidade interessante para esta manifestação.

Ferrari (2003), fala que a dança além de atividade física é, “educação”, sendo indispensável para que o indivíduo entenda o que e porquê fazer o movimento, pois o movimento expressivo antes de tudo dever ser consciente.

È importante que as pessoas se movimentem tendo consciência de todos os gestos. Precisam estar pensando e sentindo o que realizam, tendo a sensação de si mesmas, situando o homem como um ser no mundo, pois a dança é uma ferramenta preciosa para o indivíduo lidar com suas necessidades, desejos, expectativas e também servir como instrumento para seu desenvolvimento individual e social.

Pereira (2001), coloca que a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/ com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem novos sentidos, movimentos livres. Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade, dando condições de fazer emergir um individuo com conhecimento de suas verdadeiras possibilidades corporais-expressivas.

Marques (2003), ressalta que os conteúdos específicos da dança são: aspectos e estruturas do aprendizado do movimento (aspectos da coreologia, educação somática e técnica), disciplinas que contextualizem a dança (história, estética, apreciação e crítica, sociologia, antropologia, música, assim como saberes de anatomia, fisiologia e cinesiologia) e possibilidades de vivenciar a dança em si (repertórios, improvisação e composição coreográfica). Mas é importante levarmos em consideração o contexto dos alunos, respeitando suas próprias escolhas, opiniões e criações, e desta forma a educação através da dança possibilita a formação de cidadãos com uma visão mais critica autônoma e participativa desta sociedade em que vivemos.

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Giffoni (1973), diz que a prática da educação física completa e equilibra o processo educativo e acrescenta como opção nesta área, a dança em todas as suas formas de exercício, destacando que a mesma apresenta-se como uma das atividades mais completas, além de concorrer de forma acentuada para o desenvolvimento integral do ser humano.

Para Cunha (1992), a dança merece destaque junto á educação física, complementando as atividades de ginástica, lúdicas, esportivas e recreativas, pois existe uma complementação entre a dança e a educação física, permitindo a otimização das possibilidades e potencialidades de movimento e a consciência corporal para atingir objetivos relacionados à educação, saúde, etc. Mas Pereira (2001), ressalta que para que esses objetivos sejam alcançados em aulas de dança, na educação física, o conteúdo desenvolvido deve caracterizar-se por uma lógica didática com relação a seus objetivos, á organização dos conteúdos, á escola metodológica, aos procedimentos a serem tomados. Sobretudo, todas essas decisões devem ser tomadas sob uma concepção de educação e, portanto, de educação física, para que efetivamente o professor venha a escolher o caminho correto para a consecução dos seus objetivos educacionais.

A dança nas aulas de educação física favorece a possibilidade de se elaborar um currículo que não se restrinja ao ensino de esporte, levando o educador a assumir uma atitude consciente na busca de uma prática pedagógica mais coerente com a realidade, em que a dança leva o individuo a desenvolver sua capacidade criativa numa descoberta pessoal de suas habilidades, contribuindo de maneira decisiva para a formação de cidadãos críticos autônomos e conscientes de seus atos, visando a uma transformação social.

Sabemos que a escola e seus alunos são parte de um contexto social, e os sujeitos inseridos neste contexto em suas ações diárias, o reflexo do meio em que vivem impregnados de características, que foram assimiladas e reconstruídas ao longo da vida, portanto, a escola é um espaço social importante em nossas vidas, pois recebe influencias de diversos fatores históricos, culturais e sociais.

De acordo com Saraiva (2005), a dança pode se constituir numa rica experiência corporal, a qual possibilita compreender o contexto em que estamos inseridos. È a partir das experiências vividas na escola que temos a oportunidade de questionar e intervir podendo superar os modelos pré-estabelecidos, ampliando a sensibilidade no modo de perceber o mundo.

A dança deve ser abordada nas aulas de educação física, em sua dimensão cultural, social e histórica, de modo a ressignificar valores, sentidos e códigos sociais. Como linguagem social, a dança permite a transmissão de sentimentos e expressão de afetividade nas esferas do trabalho, da religiosidade, dos costumes, que podem ser marcadas

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singularmente pela criação dos gestos que caracterizam um sujeito (SOARES, 2000).

A criatividade, em hipótese alguma, deve ser considerada imperativo, sem que haja uma reflexão mais aprofundada da importância da dança, pois o desenvolvimento da consciência analítica e crítica é o que traz significado ao dançar. Assim, torna-se possível incentivar o grupo a que desenvolva gestos e movimentos que valorizem a subjetividade e a experiência sensorial do próprio corpo, neste sentido, a dança contribuirá para a saúde, enriquecerá a sociabilidade, podendo refletir os diversos aspectos culturais dos povos.

A dança é tanto um fenômeno artístico, como expressivo, comunicativo, humano, que se entrelaça com outros aspectos da vida humana, com o sistema de comunicações, de crenças de aprendizagem, de relações sociais e políticas (HANNA, apud SARAIVA, 2003).

A dança é um conhecimento produzido pela humanidade e precisa ser redimensionada no âmbito escolar, situando-a historicamente, socialmente, como forma de ampliar opiniões e conceitos.

A linguagem da dança desenvolve no aluno a alegria de ser, de viver e a espontaneidade, pois o objeto central da dança é o movimento, que se apresenta das mais variadas formas, por meio de atividades de experimentação das possibilidades de movimento, improvisação, composições coreográficas e de processos de criação e recriação de repertórios já conhecidos, tornando o conhecimento significativo para o aluno.

A dança serve como suporte ao desenvolvimento cognitivo-motor do educando, mostrando que o corpo pode ser utilizado na aprendizagem, proporcionando um desenvolvimento corporal amplo da consciência corporal em relação ao mundo, e tem como finalidade a expressão dos sentimentos mais nobres e profundos da alma humana, implantando harmonia em nossas vidas.

Mas para que a dança não perca sua importância, as aulas deverão ser executadas de forma criativa e não como técnica, performance, copiada, tornando assim as aulas mais atraentes, levando a educação física ao engajamento no processo educativo, onde o professor deverá sempre respeitar a individualidade de cada aluno, pois a dança é um privilégio de todos, um excelente método capaz de auxiliar na formação pedagógica, desenvolvendo nos alunos uma consciência corporal enquanto sujeitos transformadores do tempo e do espaço.

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3-PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

• Artes e o Folclore Paranaense

A disciplina de artes pode trabalhar com o Folclore Paranaense, envolvendo os temas como a Etimologia da palavra cultura, conceitos de cultura e folclore.A Festa Junina é um tema muito interessante e envolvente para ser trabalhado com os alunos, dando-lhes uma concepção histórica e o papel da escola, fazendo uma pequena introdução, traçando suas origens; as diferentes interpretações advindas de conceitos religiosos, morais e ideológicos; o contexto social da manifestação; os elementos presentes na festa junina e seus devidos significados, como a fogueira, os fogos de artifício, bombas, traques, os balões, bandeiras e mastros, enfeites e ornamentações, comidas e bebidas típicas, as brincadeiras, sinhazinha e sinhozinho, confecção de convites para a festa, desenhos das vestimentas , etc.

Origem da festa junina

A festa junina é a segunda maior festa comemorada no Brasil perdendo somente para o carnaval. É uma festa de celebração aos três mais importantes santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Veja mais detalhes sobre a festa junina:

A celebração da Festa Junina surgiu em conseqüência do solstício de verão na Europa, norte da África e Oriente Médio, período em que os povos celtas, bretões, sardenhos, bascos, persas, egípcios, sírios e sumérios realizavam rituais de fertilidade para favorecer o crescimento da vegetação e a fartura das colheitas. Apesar das celebrações serem consideradas pagãs, a Igreja Católica não poderia apagá-las da história dos povos, com isso, foram adaptadas às comemorações da festa de São João, que se originou no dia 24 de junho, dia do solstício.

A festa no Brasil

Os dias de São João, Santo Antônio e São Pedro são no mês de junho, por isso, as comemorações que ocorrem durante todo o mês foram denominadas de “Festa Joanina”, especialmente em homenagem a São João. Segundo alguns historiadores, o nome joanina teve origem nos países europeus católicos no século IV. Quando veio para o Brasil foi modificado para junina. A tradição de comemorar a Festa de São João foi trazida pelos portugueses, logo incorporada aos costumes dos povos negros e indígenas.

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Datas da festa

As celebrações têm início no dia 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio e terminam no dia 29 do mesmo mês, dia de São Pedro. Mas o auge da festa ocorre entre os dias 23 e 24, dia de São João.

Comidas típicas

Canjica: Doce tipicamente brasileiro. Seus ingredientes são o milho, leite e açúcar. Também podemos acrescentar o amendoim e o leite-de-coco.

Pamonha: É uma comida feita de milho, típica do centro-oeste brasileiro. O milho verde é ralado e junto com essa massa é adicionado sal ou açúcar. Depois disso, a massa é colocada em "copos" feitos com a própria casca do milho, que é cozida posteriormente.

Milho cozido: Muito simples, é necessário apenas cozer e temperar o milho.

Pipoca: O milho é colocado na panela, é “estourado”, temperado e servido.

Maçã-do-amor: As maçãs são mergulhadas em uma calda de açúcar, glucose e corante vermelho, são espetadas em um palito de picolé para servir como cabo, depois que a calda seca estão prontas para serem servidas.

Elementos Quadrilha

A quadrilha é uma dança em compasso de 6 / 8, na qual quatro pares se situam frente a frente. Originou-se na Inglaterra, nos séculos XIII e XIV. Através da Guerra dos Cem Anos, a França assimilou alguns elementos culturais ingleses. A França adotou a quadrilha, tornando-a uma dança nobre. Rapidamente se espalhou por toda a Europa, sendo assim uma dança presente em todas as atividades festivas dos nobres. No Brasil, a quadrilha é feita através de um animador que vai pronunciando frases enquanto os demais participantes se movimentam de acordo com as mesmas.

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Fogueira

Além de ser um símbolo da reunião de amigos e famílias, a fogueira tem outros significados: proteção contra espíritos maus, purificação, agradecimento e homenagem a deuses.

Balões

Significam uma oferenda aos céus para realização ou agradecimento por pedidos realizados.

Pau-de-sebo

É uma brincadeira em que a pessoa tem que escalar um mastro, de no mínimo 5 metros de altura, para conseguir algum prêmio no alto do mastro.

Fogos de artifício

Segundo a crendice popular, o som dos fogos de artifício espanta maus espíritos e desperta São João para a festa.

Casamento caipira

Encenação típica, quase sempre igual, em que a noiva fica grávida antes do casamento. O noivo tenta fugir, porém é preso pelo delegado e seus soldados, que o obrigam a casar com a noiva.

Simpatias

Proteção e Alegria: Encha uma bacia com água e adicione cravo, alecrim e manjericão. Deixe descansar. No dia de São João jogue a mistura do pescoço para baixo e peça proteção e alegria. Enxugue levemente.

Conhecer seu amor: No dia de São Pedro, junte um pouco da comida servida no almoço e no jantar. Antes de dormir, prepare a mesa com uma toalha branca, o prato com a comida e os talheres e vá dormir. Em sonhos você conhecerá seu amor.

Arranjar namorado: Pegue uma fita branca e uma vermelha e amarre em Santo Antônio. Enquanto dá os nós faça o pedido. Reze um pai nosso e coloque o santo de cabeça para baixo pendurado sob a cama. Só retire o santo quando alcançar a graça.

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Decidir com quem namorar: Na noite de São João, escreva o nome dos pretendentes em pequenos pedaços de papel e enrole. Jogue dentro de uma bacia com água. O que primeiro desenrolar será seu futuro namorado.

Quem morre primeiro: Da fogueira de São João retire dois pedaços de carvão e jogue numa bacia com água. Se o maior carvão afundar o marido morre primeiro, se os dois pedaços afundares o casal morre junto e se os dois pedaços boiarem o casal viverá muito.

Proteção e Alegria: Encha uma bacia com água e adicione cravo, alecrim e manjericão. Deixe descansar. No dia de São João jogue a mistura do pescoço para baixo e peça proteção e alegria. Enxugue levemente.

Conhecer seu amor: No dia de São Pedro, junte um pouco da comida servida no almoço e no jantar. Antes de dormir, prepare a mesa com uma toalha branca, o prato com a comida e os talheres e vá dormir. Em sonhos você conhecerá seu amor.

Arranjar namorado: Pegue uma fita branca e uma vermelha e amarre em Santo Antônio. Enquanto dá os nós faça o pedido. Reze um pai nosso e coloque o santo de cabeça para baixo pendurado sob a cama. Só retire o santo quando alcançar a graça.

Decidir com quem namorar: Na noite de São João, escreva o nome dos pretendentes em pequenos pedaços de papel e enrole. Jogue dentro de uma bacia com água. O que primeiro desenrolar será seu futuro namorado.

Quem morre primeiro: Da fogueira de São João retire dois pedaços de carvão e jogue numa bacia com água. Se o maior carvão afundar o marido morre primeiro, se os dois pedaços afundares o casal morre junto e se os dois pedaços boiarem o casal viverá muito.

Brincadeiras

Corrida de sapatos,Carrinho de mão,Dança da laranja,Acertar no alvo,Catar amendoim,Corrida de funis,Colocar bigode no caipira,Corrida do saci,Corrida de sacos,Ovo na colher,Corrida de três pés,Pau de sebo,Correio elegante,Jogos de argola,Pescaria,Tiro ao alvo,Toca do coelho.

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• Origem e evolução da dança através do tempo

Diante tantos problemas provocados pela excessiva compartimentalização do conhecimento, sabemos da necessidade da interdisciplinaridade, onde a mesma vem integrar componentes curriculares na construção do conhecimento, promovendo avanços como a produção de novos conhecimentos, deixando de ser fragmentado, onde a relação do conhecimento se dá de forma global, dando sentido e significado ao conteúdo trabalhado.A partir deste princípio, é importante que os conteúdos das disciplinas sejam vistos como instrumentos culturais, necessários para que os alunos avancem na formação global e não como fim de si mesmo, favorecendo assim, que as ações se traduzam na intenção educativa de ampliar a capacidade do aluno de expressar-se através de múltiplas linguagens, posicionar-se diante da informação, interagindo de forma crítica e ativa, passando a valorizar o que é construído e não o que é transmitido. Desta forma, o conteúdo dança pode ser trabalhado juntamente com várias disciplinas, por exemplo, a disciplina de história pode trabalhar a “Origem e evolução da dança através do tempo”.

Pré-história

A dança foi uma das primeiras formas de expressão artística e pessoal.

Pinturas de dançarinos foram encontradas em paredes de cavernas na África e no sul da Europa na pré-história. Estas pinturas podem ter mais de 20 mil anos. As cerimônias religiosas que combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico.

Estas cerimônias devem ter sido realizadas para reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças também podiam realizar-se por outras razões: como nascimento, curar um enfermo ou lamentar uma morte.

Os sociólogos acreditam que a dança exerceu um papel importante na caça e em muitas outras atividades da vida pré-histórica. Os cientistas estudam as danças de várias culturas

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porque as formas de dança de um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida

Idade antiga

Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.

Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.

As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas incluíam músicas alegres.

Idade média

Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares.

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Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.

Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.

Renascimento

A Renascença, que começou na Itália em torno de 1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns aos outros.

Catarina de Médicis, membro da família que governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547, e levou para a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em 1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.

Além de produzir espetáculos, os mestres de dança ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo, a saltitante galharda, a solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.

O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a 1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente, durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos

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seus papéis favoritos, o de Apolo, deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de "Rei Sol".

Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.

Romantismo

O Romantismo foi um movimento artístico que deu grande importância à individualidade e à liberdade de expressão pessoal. Até então, a maioria dos balés girava em torno dos deuses e deusas, mas com o Romantismo passaram a tratar de pessoas comuns. Muitos enredos de balés do século XIX tinham como personagens seres imaginários, como fadas e silfides (espíritos do ar).

No século XIX, grande parte das danças sociais que se popularizaram na Europa e na América começou com o povo. Outra vez, a nobreza em vez de lançar moda imitava os camponeses que dançavam valsas e polcas.

Idade moderna

A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock.

A dança teatral obteve o seu maior sucesso comercial nos filmes e comédias musicais.

Grande número de novas danças populares surgiram e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing. Surgiu então o rock'n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e obedecem a uma seqüência marcada de

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passos. A dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos.

A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchin ou Béjart, como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte: sua visão pessoal, a literatura e suas observações.

A dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas. Não é mais uma arte de elite, mas se transformou num meio de diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em televisão, cinemas e praças.

4- CONTEXTUALIZAÇÃO

• As Atividades Rítmicas e expressivas como meio na Educação Física

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Antigamente as manifestações rítmicas, como os brinquedos cantados, as danças, os movimentos naturais com música e as atividades percussivas, estavam muito presentes na vida do ser humano, dentro da família e da escola.Porém, hoje, em decorrência da tecnologia, moradias pequenas, falta de espaço e outros aspectos culturais e sociais, são quase inexpressivas na cultura de jovens e crianças. Cabe a nós educadores reconhecermos e valorizarmos as manifestações rítmicas, no sentido de serem integradas na educação, como conteúdo pedagógico para a aquisição de conhecimento e desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo-emocional, pois sabemos que uma das funções da educação física é propiciar aos alunos o acesso a um conhecimento organizado a respeito da cultura humana do movimento, permitindo o crescimento pessoal dos alunos e ao mesmo tempo, a consideração a respeito da sua relevância social,ou seja, a consideração a respeito de quanto um conteúdo é capaz de contribuir para a promoção de uma convivência social responsável, digna, justa, pautada pelo diálogo, solidariedade e respeito mútuo, ampliando a percepção de si mesmos e do meio circundante através da experiência motora. As atividades rítmicas e expressivas possuem a capacidade de propiciar discussões a respeito de contextos culturais diferentes, bem como a possibilidade de permitir experiências rítmicas expressivas e coreográficas em níveis de complexidades crescentes á medida que evolui a escolaridade, devendo sempre privilegiar a discussão a respeito de sua origem histórica e cultural e da capacidade de exprimir sentimentos e emoções através dos diferentes ritmos, gestos e coreografias, podendo aplicar, modificar e ampliar os conteúdos em situações escolares ou não. O termo educar significa favorecer e promover mudanças na organização comportamental do ser humano em relação ao movimento e a vida, e para isso, é necessário termos claro o porque, para que e de que forma vamos desenvolver nosso tema, quem são os alunos, quais suas necessidades e interesses, quais os objetivos principais que queremos alcançar com eles, quais valores nortearam nossa aula, para daí sim, relacionar as atividades de acordo com esses aspectos.

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Para que tudo isso ocorra, é fundamental que o professor tenha conhecimento da cultura do grupo que vai trabalhar, auxiliando na ocorrência de uma maior interação com o aluno, tornando-o parceiro no processo de crescimento e desenvolvimento, promovendo novos conhecimentos mais complexos, possibilitando assim, o aprimoramento de sua criatividade e interpretatividade. O conteúdo a ser trabalhado deve estar de acordo com o desenvolvimento físico, mental e afetivo-social do grupo, de suas características. A monotonia deve ser evitada, pois é através de atividades atraentes que mantemos o interesse e o entusiasmo pela aula, devendo ser de forma lúdica, através da variabilidade e diversidade de atividades, através das experiências rítmo-motoras sendo exploradas de diferentes formas e situações, proporcionando interesse, disciplina, aprendizagem, cidadania, socialização, respeito, autonomia, cooperação, envolvimento e compromisso. Devemos compreender as atividades rítmicas em uma perspectiva de crescimento e desenvolvimento motor, visando uma educação integral do ser humano, pois sua finalidade essencial é estimular e desenvolver o ritmo físico, educar o ritmo emocional e proporcionar conhecimentos indispensáveis do ritmo musical. Mas para isso, devemos enfatizar conteúdos que dão ênfase ao movimento, através de vivências e experiências diversas, possibilitando a expressão corporal e a educação rítmica, desenvolvendo o domìnio motor, cognitivo, social e afetivo. O ritmo e o movimento devem ser estimulados e orientados das mais variadas formas, direções, trajetórias e intensidade, mantendo assim, o interesse e a motivação do aluno pelas aulas, estimulando as diversas condutas, mas sempre com ludicidade para atingir características fundamentais de fluência, impulso, ritmo e expressividade. Uma outra forma de manter o interesse, a motivação e a participação pela aula, são variar os recursos acústicos utilizados, como a percussão corporal, usando palmas, voz, apito, assobios, etc, o instrumental, usando pandeiros, tambores, madeiras, etc, e o musical, utilizando a folclórica, popular e de massa, selecionando-as de acordo com sua clareza na pulsação, proporcionando a sensibilidade, a percepção e a conscientização do seu ritmo individual, do grupo e da música,

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proporcionando uma melhora na expressão corporal, estimulando o instinto rítmico e desenvolvendo o senso rítmico dos praticantes.

5- SÍTIOS

• Conexão Dança

Neste sítio você poderá encontrar sugestões das mais variadas leituras, artigos, festivais de dança e outras curiosidades e questões que falam sobre o universo da dança.

• Dança de Salão

O sítio apresenta inúmeros artigos e históricos sobre a dança de salão,como a história dos ritmos, dicas de CDs, vídeos on-line, estilos diferentes de danças, benefícios da dança de salão, entrevistas com bailarinos, dicas de livros e filmes.

• Folclore Brasileiro

O sítio nos traz diversas manifestações folclóricas, como músicas, religião, festas, brincadeiras infantis típicas, danças, trazendo seu histórico, personagens, vestimentas e instrumentos musicais utilizados. Nos traz também mitos e lendas do folclore brasileiro, um dicionário de folclore para estudantes, tornando mais clara e acessível às manifestações folclóricas brasileira.

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6- SONS E VÍDEOS

• ELA DANÇA EU DANÇO

O filme relata a realidade de um jovem que por depredação de um auditório pertencente a uma escola de artes estava pagando pena, como faxineiro, onde ele cruza com uma linda dançarina. O romance começa na escola, onde os dois participam de uma apresentação de dança, para serem possivelmente selecionados para uma grande companhia de dança, e os dois juntos provam que basta somente uma oportunidade na vida para fazer um sonho virar realidade.

• VEM DANÇAR

Este filme foi baseado em uma história real, onde um professor de dança, certa noite, presenciou um jovem depredando totalmente um carro. Pierre Dulance, interpretado por Antonio Banderas, resolve fazer sua contribuição social e se oferece para dar aulas de dança, com métodos clássicos em uma Escola do subúrbio, para jovens rebeldes, de um bairro pobre de Nova York, onde a indisciplina reinava. Mas o professor chocou-se com o ritmo hip-hop dos alunos, onde eles acabam se unindo, criando um novo estilo para competir em um grande campeonato de dança.

7- IMAGENS

A imagem nos mostra crianças se expressando através de movimentos que promovem a interação com o mundo, do mais simples gesto , ao conjunto de ações simbólicas que

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compõem a linguagem da dança, onde o corpo e o movimento são fundamentais ao desenvolvimento das crianças, estabelecendo relações entre corpo e mente, pois cada movimento pode ter uma interpretação individual, dependendo da cultura em que ele ocorre.Através da linguagem do corpo, os alunos vivenciam a intensidade de cada movimento, sentindo a dança em todos os sentidos, ajudando a lidar com seus desejos, necessidades e expectativas, contribuindo para o desenvolvimento individual e social.Um outro significado que a imagem transmite são as crianças em círculo, de mãos dadas, onde demonstra que todos são iguais, unidos, ligados, provocando sentimentos de harmonia, beleza e amor, possibilitando ao indivíduo expressar-se criativamente, sem exclusão e de forma não reprodutiva, pois cada aluno traz para a escola valores e vivências corporais diferenciadas.A dança como manifestação coletiva é fundamental para que cada um experimente a plasticidade do corpo, suas potencialidades motoras e expressivas, levando os alunos a reconhecer e identificar semelhanças e contrastes, procurando a coordenação entre diferentes expressões e habilidades apresentadas com respeito e cooperação.

8- PROPOSTA DE ATIVIDADES

• A criatividade do aluno nas aulas de Dança

As atividades a serem realizadas serão práticas, tendo como principal objetivo, a expressão corporal e criatividade dos alunos. O método a ser utilizado será o trabalho individual, em dupla e em trios. Proposta de trabalho. 1- Alunos espalhados pela sala, cada qual com um pedaço de pano, uma toalha ou até mesmo um jornal nas mãos.O professor colocará uma música e os alunos se movimentarão à vontade pela sala, expressando-se como quiserem.

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2- Em duplas, cada um com um pedaço de fita de TNT nas mãos. Os dois ficarão frente à frente, segurando em sua mão a ponta da sua fita e na outra mão a ponta da fita do colega.O professor colocará diversos ritmos musicais, sendo 30 segundos de cada um e a dupla se movimentará livremente pela sala, expressando-se, porém a dupla não poderá soltar a ponta das fitas. 3- Três alunos, frente à frente, formando um triângulo, e determinando entre eles quem será o nº 1, nº 2 e nº 3. O professor dirá um desses três números, e o número chamado ficará de costas para os outros dois números. Os outros dois números ficarão automaticamente com sua frente para as costas do número chamado pelo professor. O número chamado então, executará um movimento qualquer e os outros dois imitarão. Assim o professor vai chamando os outros números e colocando outros ritmos. Os alunos serão avaliados conforme sua cooperação, criatividade, compreensão e apreensão do conteúdo trabalhado.

9- SUGESTÃO DE LEITURA

• DANÇA...ENSINO, SENTIDOS E POSSIBILIDADES NA ESCOLA

Neste livro, Débora Barreto nos traz os sentimentos relacionados à dança, as superações do ser humano através da dança, as limitações da imaginação e opiniões sobre o que é a dança, porque a dança é restrita a algumas pessoas; a magia que envolve as pessoas que dançam. Ela coloca que a escola é o espaço formal de aprendizagem, onde o tema deveria ser tratado como um conhecimento corporal a ser vivido pelos alunos.

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• DANÇA NA ESCOLA

As atividades propostas provocam situações em que as crianças utilizarão seu corpo por inteiro, descobrindo através de experimentações e vivências ações que dele possam emergir.Para os profissionais, fica a mensagem de que a vida está diretamente ligada aos processos de transformação do conhecimento e da experimentação do corpo como um movimento humano consciente. A obra auxilia o profissional, transformando a dança numa forma de o educando vivenciar experiências de conhecimento, de definir sua auto-organização e de melhorar sua qualidade de vida, contribuindo para momentos de prazer, espontaneidade, criatividade e formação integral.

• DANÇANDO NA ESCOLA

A autora, através de vários artigos, nos leva a refletir sobre as diferentes abordagens que permitam problematizar, articular, criticar e transformar as relações entre a dança, o ensino e a sociedade. Aborda práticas de dança na escola, dando ênfase no papel do corpo na dança, e a dança criativa.

10- DESTAQUES

• Casa de Maria - Assistência a menina.

CASA DE MARIA A Casa de Maria é uma organização beneficente não governamental e cristã, afiliada ao Centro Assistencial da Diocese de Toledo. Desenvolve atendimento voltado à proteção integral da criança e do adolescente carentes de 6 a 16 anos, no período complementar à escola.O trabalho social desenvolvido pela Casa de Maria através de vários projetos, presta atendimento a 500 crianças e

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adolescentes, extensivo a seus familiares, garantindo-lhes acesso à escola e no período complementar, a participação em projetos interligados e complementares, abrangendo as diversas dimensões humanas: educacional, espiritual, lúdica, de saúde, física, de lazer, de habilidades para a vida em sociedade, de iniciação profissional (na condição de aprendiz).Entre estes programas a Casa de Maria desenvolve o Projeto Vida e Arte, no qual está inserido o projeto de danças folclóricas brasileiras e através do qual apresenta o espetáculo “Dançando pelo Brasil”.JUSTIFICATIVA: A desigualdade estrutural brasileira trás consigo uma grande parcela da população brasileira em condições indignas de vida, lutando cotidianamente pela sobrevivência. Tal situação faz com que as famílias abandonem seus filhos à própria sorte ou procurem inseri-los precocemente no mercado de trabalho informal. Dentro de um contexto desfavorável ao desenvolvimento da infância e da adolescência, torna-se imprescindível desenvolver de um modo eloqüente, projetos culturais que garantam os direitos sociais constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), facultando-lhes o desenvolvimento humano e social a que têm como direito. A diversidade cultural que caracteriza o país tem na arte e na cultura uma de suas expressões mais significativas, constituindo um amplo leque de possibilidades de aprendizagens. A arte e a cultura possibilitem à criança e ao adolescente o desenvolvimento do conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, agindo com perseverança na busca do conhecimento e no exercício da cidadania.Possibilita também o desenvolvimento de habilidades humanas e sociais, através da cooperação com os outros membros do grupo, aceitando responsabilidades por desempenhar sua parte na situação do grupo, trazendo importantes benefícios ao processo educativo infanto-juvenil.

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Com a finalidade de colaborar na formação integral de crianças e adolescentes, e tendo na área cultural, em especial na música, na expressão corporal, na dança e no teatro um caminho saudável de resgate e de reconstrução de vida, a Casa de Maria propõe com o projeto cultural “Vida e Arte” o desenvolvimento da socialização e da auto-estima, rumo a construção de novos projetos de vida.

OBJETIVO GERAL: Possibilitar através do conhecimento musical, do teatro e da expressão corporal e dança, o desenvolvimento humano e social de crianças e adolescentes vítimas da pobreza e dos maus tratos a ela inerentes.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:a. Desenvolver oficinas de e dança: folclóricas, populares e outras. b. Desenvolver oficinas de expressão corporal e teatro. c. Desenvolver a auto-estima e a motivação, o autocontrole e a autoconfiança.d. Possibilitar a expansão da personalidade e novas perspectivas de vida.e. Favorecer a melhoria das atividades escolares, através do desenvolvimento do interesse, da atenção, da motivação.

PROJETO DANÇANDO PELO BRASIL A partir do ano de 2003, a Casa de Maria através do programa Vida e Arte iniciou um novo projeto com a participação de meninos da comunidade com aula e oficinas de dança folclórica brasileira. O grupo se apresentou em diversos eventos culturais em escolas, clubes, universidades, teatros, etc.Em 2005 com o aprimoramento do grupo foi realizado no Teatro Municipal de Toledo o espetáculo de danças folclórica intitulado “DANÇANDO PELO BRASIL” com duração de 1h. O Grupo participou de diversos eventos importantes em toda região Oeste do Paraná e em algumas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. É composto por 35 Participantes com idade de 12 à 19 anos.

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A Casa de Maria traz neste espetáculo um grande número de danças e ritmos, traduzindo a expressiva diversidade cultural representada pelas manifestações regionais da cultura popular retratando as cores e sons das cinco regiões brasileiras.O show busca valorizar as nossas raízes, mostrando o Brasil através das músicas, figurino e coreografias. Um show de grande beleza e a imensa riqueza cultural do Brasil.Direção geral: Solanger Maria Mascarello Roteiro do Espetáculo: Abertura: Gralha Azul

• Cua Fubá- Fandango do Paraná- (PR) Região Sul • Lageana- Fandango do Paraná- (PR) Região Sul • Facão Guarani- (SP)– Região Sudeste • Siriri- (MS)- Região Centro Oeste • Tamboril (MG-SP) – Região Centro Oeste e Sudeste • Maneiro Pau (RJ)- Região Sudeste • Ciranda do norte(PE) – Região Nordeste • Ciranda de Adulto (PE)- Região Nordeste • Maçarico (PA) - Região Norte • São Gonçalo – ( 1º, 2º e 3º Oficio) Folclore Brasileiro • Camaleão- Região Norte/ Nordeste • Coco do Sertão- Região Nordeste/ Nordeste • Coco de Praia- Região Nordeste/ Nordeste • Frevo - (PE) Região Nordeste • Enceramento – Istoé o que é.

Obs.: Além deste espetáculo o grupo apresenta uma grande variedade de coreografias de diversas regiões brasileiras.

NÚMERO DE PARTICIPANTE: Meninas: 20 Meninos: 16 Dados gerais: – Entidade Mantenedora: CENTRO ASSISTENCIAL DA DIOCESE DE TOLEDOCNPJ: 78.679.545/0001-63Endereço: Rua Gal. Rondon, 2006 – CentroCEP: 85.902-090

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Fone/fax: (045) 252 14 17 e-mail: [email protected] - ParanáResponsável pela entidade: Dom Francisco Carlos Bach – Diretor- Presidente - Entidade Executora:CASA DE MARIA - ASSISTÊNCIA À MENINACGC: 78. 679.545/0010-54

Endereço: Rua Gal. Câmara, 833 – Bairro Santa Clara IV

CEP: 85. 908-180Fone/Fax: (045) 252 50 40 – Fone: 252 95 99 e-mail: [email protected] - PR Responsável pela entidade: Adiles Donadel – Presidente

11- NOTICIAS

• CANTIGAS DE RODA PARA ADULTO DANÇAR

A notícia fala sobre a representatividade da dança circular; sobre o sentido do círculo e das mãos dadas; um pouco da história e de sua origem; seus objetivos e valores; a função do focalizador; quem são os participantes. No texto, a professora Bia Esteves, coloca que as danças circulares proporcionam o crescimento e a transformação do ser humano, buscando o conhecimento de si mesma. A dança circular deve ser integrada entre as atividades rítmicas e expressivas a serem trabalhadas na escola, pois a dança em si desenvolve no ser humano, a compreensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona, expressando-se com maior inteligência e autonomia, pois um dos objetivos educacionais da dança é a compreensão da estrutura e do funcionamento corporal e a investigação do movimento humano.

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Como atividade lúdica a dança permite a experimentação e a criação, contribuindo para o desenvolvimento doas aspectos motores, sociais, cognitivos e afetivos do ser humano.

12- PARANÁ

• Fandango do Paraná

Fandango do ParanáFERNANDO CORRÊA DE AZEVEDO

O Fandango, no Paraná, é uma festa típica dos caboclos e pescadores habitantes da faixa litorânea do Estado, na qual se dançam várias danças regionais, denominadas marcas do Fandango.

Temos registrado perto de trinta marcas diferentes, e muitas outras existem ainda, próprias de cada região em que se dança o Fandango. As que temos anotado são as seguintes: Anu, Xarazinho, Xará-Grande, Queromana, Tonta, Dondon, Chamarrita, Andorinha, Cana-Verde, Marinheiro, Carangueijo, Violão-de-Fita, Meia-Canja, Chico, Tiraninha, Lageana, Passeado, Feliz, Serrana, Sabiá, Recortado, Caradura, Sapo, Tatu, Porca, Estrala, Pipoca, Mangelicão, Coqueiro, Pega-fogo e outras, umas conhecidas em certas zonas e outras, noutras.

As danças se dividem em dois grupos: as batidas e as valsadas ou bailadas. As primeiras se caracterizam pelo sapateado forte, barulhento, batido a tamanco ou sapato. Abafam quase completamente a música do conjunto. Esse bater do tamanco se chama em alguns lugares rufar. Nas segundas não há sapateado. São uma espécie de valsa lenta, em que cada dançarino baila em geral com o mesmo par, mais se arrastando do que dançando

Não há comando que oriente o desenrolar da coreografia. Os dançarinos seguem a música, aliando à sua

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execução uma série de convenções sabidas por todos e aprendidas em casa desde crianças.

O ritmo da dança, nos valsados, é diferente do ritmo da música, sendo este último bem mais rápido. Aliás, toda a música do Fandango é quase só ritmo. A linha melódica é muito indeterminada e por vezes imperceptível.

A única voz de comando que se ouve no Fandango é dada como sinal para indicar o fim de qualquer marca: ô de casa! - gritada por um dos violeiros. A esse grito as mulheres saem da roda e os homens batem o arremate.

As marcas batidas, embora se componham de partes batidas e valsas, terminam sempre no batido, com um batido forte, uníssono, dado simultaneamente por todos os bailarinos.

Antes do início do Fandango ou nos intervalos das marcas, geralmente os cavalheiros batem sapateando pela sala, sem música, por sua própria conta, com fim de convidar, influir e chamar as damas, e, ao mesmo tempo, provocar o início da dança.

O Fandango é dançado em toda faixa litorânea do Paraná, mesmo ao pé da Serra do Mar e já bastante afastado, portanto, das praias, como em Morretes e Porto de Cima. Na zona praieira, conserva-se nos melhor nos locais distantes dos balneários e das cidades, ainda não atingidos pela civilização: como o Pontal do Sul, na Praia de Leste; a barra do rio Guaraguaçu; o Rio dos Medeiros; a Serra Negra, etc. Nas zonas balneáreas, como Matinhos, Caiobá e Guaratuba, já perdeu muito dos seus característicos.

É usual o emprego da expressão folgadeira para designar as mulheres que participam do Fandango. Os homens são folgadores. Aliás, é de se ver a atitude apática e indiferente das mulheres, andando molemente, com as mãos metidas nos bolsos dos casacos, sem trejeitos nem

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requebrados. Fisionomias absolutamente inexpressivas. O seu entusiasmo pela dança, que é sincero, não se manifesta absolutamente no exterior.

O Fandango tem, no Paraná, uma vitalidade e uma pureza raras, embora a tendência, em nossos dias, seja para o seu total desaparecimento, dentro de mais duas ou três gerações. Os que mantêm a tradição do Fandango vívida e pura são os velhos e os homens feitos. Os jovens da nova geração já não querem dançar o Fandango, sentem-se envergonhados e preferem as danças modernas.

As marcas valsadas são intercaladas entre as batidas, para descanso dos bailarinos, intercalando-se geralmente uma valsada depois de duas ou três batidas. O sapateado batido a tamanco, com a violência com que é usado, é um exercício exaustivo, que deixa os dançarinos do Fandango tresandando a suor e com a camisa alagada. É conhecido, no Balneário de Caiobá, o sr. Machadinho, cujo pai tomou o nome de Machado, porque, com a força com que batia o Fandango, quebrava as tábuas do soalho. Os Fandangos são dançados sempre em recinto fechado, isto é, dentro de casa, e onde o chão seja de madeira, de modo que haja a devida ressonância do batido.

O sapateado é feito exclusivamente pelos homens. As mulheres não batem no Fandango.

Em Serra Negra, no Rio dos Medeiros e em outros pontos da Baía de Paranaguá, o Fandango é dançado em cima do arroz, a fim de "tirá-lo do casco". A isso se chama "fazer gambá". Alia-se assim ao Fandango uma função econômica, altamente proveitosa.Fonte: AZEVEDO, Fernando Corrêa de. Aspectos folclóricos

do Paraná. Edição do Conselho Municipal de Cultura de Paranaguá. Curitiba, 1975

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• Origem e evolução da dança através do tempo

Diante tantos problemas provocados pela excessiva compartimentalização do conhecimento, sabemos da necessidade da interdisciplinaridade, onde a mesma vem integrar componentes curriculares na construção do conhecimento, promovendo avanços como a produção de novos conhecimentos, deixando de ser fragmentado, onde a relação do conhecimento se dá de forma global, dando sentido e significado ao conteúdo trabalhado.A partir deste princípio, é importante que os conteúdos das disciplinas sejam vistos como instrumentos culturais, necessários para que os alunos avancem na formação global e não como fim de si mesmo, favorecendo assim, que as ações se traduzam na intenção educativa de ampliar a capacidade do aluno de expressar-se através de múltiplas linguagens, posicionar-se diante da informação, interagindo de forma crítica e ativa, passando a valorizar o que é construído e não o que é transmitido.Desta forma, o conteúdo dança pode ser trabalhado juntamente com várias disciplinas, por exemplo, a disciplina de história pode trabalhar a “Origem e evolução da dança através do tempo”. Pré-história

A dança foi uma das primeiras formas de expressão artística e pessoal.

Pinturas de dançarinos foram encontradas em paredes de cavernas na África e no sul da Europa na pré-história. Estas pinturas podem ter mais de 20 mil anos. As cerimônias religiosas que combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico.

Estas cerimônias devem ter sido realizadas para reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças também podiam realizar-se

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por outras razões: como nascimento, curar um enfermo ou lamentar uma morte.

Os sociólogos acreditam que a dança exerceu um papel importante na caça e em muitas outras atividades da vida pré-histórica. Os cientistas estudam as danças de várias culturas porque as formas de dança de um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida

Idade antiga

Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.

Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.

As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses

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gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas incluíam músicas alegres.

Idade média

Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares.

Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.

Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.

Renascimento

A Renascença, que começou na Itália em torno de 1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de

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dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns aos outros.

Catarina de Médicis, membro da família que governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547, e levou para a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em 1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.

Além de produzir espetáculos, os mestres de dança ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo, a saltitante galharda, a solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.

O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a 1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente, durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos seus papéis favoritos, o de Apolo, deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de "Rei Sol".

Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.

Romantismo

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O Romantismo foi um movimento artístico que deu grande importância à individualidade e à liberdade de expressão pessoal. Até então, a maioria dos balés girava em torno dos deuses e deusas, mas com o Romantismo passaram a tratar de pessoas comuns. Muitos enredos de balés do século XIX tinham como personagens seres imaginários, como fadas e silfides (espíritos do ar).

No século XIX, grande parte das danças sociais que se popularizaram na Europa e na América começou com o povo. Outra vez, a nobreza em vez de lançar moda imitava os camponeses que dançavam valsas e polcas.

Idade moderna

A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock.

A dança teatral obteve o seu maior sucesso comercial nos filmes e comédias musicais.

Grande número de novas danças populares surgiram e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing. Surgiu então o rock'n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e obedecem a uma seqüência marcada de passos. A dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar

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estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos.

A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchin ou Béjart, como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte: sua visão pessoal, a literatura e suas observações.

A dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas. Não é mais uma arte de elite, mas se transformou num meio de diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em televisão, cinemas e praças.