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0 UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA LEIDE DAIANE CONCEIÇÃO DE MIRANDA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Radiologia Convencional e Odontológica Brasília / DF 2015

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    UNIVERSIDADE PAULISTA

    CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

    LEIDE DAIANE CONCEIO DE MIRANDA

    RELATRIO DE ESTGIO SUPERVISIONADO

    Radiologia Convencional e Odontolgica

    Braslia / DF

    2015

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    LEIDE DAIANE CONCEIO DE MIRANDA

    RA B681AD0

    RELATRIO DE ESTGIO SUPERVISIONADO

    Radiologia Convencional e Odontolgica

    Relatrio de Estgio Supervisionado realizado com 150 horas apresentado Universidade Paulista UNIP como requisito parcial para concluso do curso de Graduao em Tecnologia em Radiologia

    Orientador: Prof. Glicio Oliveira Valgas

    Braslia / DF

    2015

  • 2

    ... os que no aprendem a duvidar e a

    criticar sero sempre servos. A

    aceitao passiva das respostas pode

    abortar o desenvolvimento da

    inteligncia.

    Augusto Cury

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    RESUMO

    Este relatrio reporta-se ao aprendizado e conhecimento adquiridos durante a

    realizao na Secretaria Municipal de Sade de Correntina do estgio curricular

    obrigatrio nesta primeira parte de prticas supervisionadas do curso de Graduao

    em Tecnologia em Radiologia realizado na Universidade Paulista e foi realizado com

    o intuito de demonstrar o conhecimento adquirido nesta importante etapa da vida

    acadmica onde busca-se nesta fase entrelaar o conhecimento terico ao prtico,

    vivenciando em um ambiente real de trabalho as situaes encontradas pelo

    profissional da radiologia aprendendo assim, in loco as rotinas, normas e condutas

    para a realizao de exames radiolgicos com finalidade de diagnstico, onde foi

    aprendido posies, incidncias e tcnicas radiolgicas com a finalidade de se

    produzir imagens de qualidade para o auxlio diagnstico valendo-se de

    equipamento de radiao ionizante, onde envolveu-se tambm mtodos de

    radioproteo, parte tambm relevante deste perodo de aprendizagem, pois

    verifica-se que a radiologia mais do que simplesmente produzir imagens para

    diagnstico, deve se preocupar com os efeitos produzidos/decorrentes pelo uso

    incorreto da radiao ionizante, aprendendo portanto, como manipular um aparelho

    de raios-x para a realizao de exames radiolgicos convencionais com e sem

    contraste e exames odontolgicos, onde ficou evidenciado que este mtodo de

    diagnstico uma importante ferramenta de auxlio diagnstico, sendo ao mesmo

    tempo rpido, acessvel, barato, podendo ser utilizado por pessoas dos mais

    diferentes tipos de constituio fsica.

    Palavras chaves: Estgio. Radiologia. Convencional. Odontolgico. Radioproteo.

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    LISTA DE SIGLAS

    ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    BaSO4 Sulfato de Brio Hidratado

    CEO Centro de Especialidades Odontolgicas

    CNEN Comisso Nacional de Energia Nuclear

    CNES Cadastro Nacional de Estabelecimento de Sade

    CONTER Conselho Nacional de Tcnicos em Radiologia

    CRTR Conselho Regional de Tcnicos e Tecnlogos em Radiologia

    HMLJA Hospital Municipal Dr. Lauro Joaquim de Arajo

    IOE Indivduo Ocupacionalmente Exposto

    INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

    NR Norma Regulamentadora

    PS Pronto Socorro

    RT Responsvel Tcnico

    SATR Supervisor de Aplicao das Tcnicas Radiolgicas

    SPR Supervisor de Proteo Radiolgica

    SVS/MS Servio de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade

    UNIP Universidade Paulista

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    SUMRIO

    1 INTRODUO..........................................................................................................

    2 OBJETIVOS...............................................................................................................

    2.1 Objetivo Geral........................................................................................................

    2.2 Objetivos Especficos............................................................................................

    3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTGIO.................................................................

    3.1 1 Etapa - Centro de Especialidades Odontolgicas..........................................

    3.1.1 Atividades realizadas no CEO............................................................................

    3.1.2 Fotografias do Estgio (CEO)...........................................................................

    3.2 Impresses sobre o Estgio no CEO...................................................................

    3.3 2 Etapa Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Arajo.........................................

    3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA...........................................................................

    3.3.2 Fotografias do Estgio (HMLJA)...........................................................................

    3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de trax .....................................

    3.4.1 Rotina desenvolvida........................................................................................

    3.5 Impresses sobre o Estgio no HMLJA...............................................................

    4 ANLISE TCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTGIO...........................................

    5 FUNDAMENTAO LEGAL E TERICA: REVISO DE LITERATURA.................

    6 CONSIDERAES FINAIS........................................................................................

    REFERNCIAS..............................................................................................................

    ANEXOS...................................................................................................................

    APNDICES............................................................................................................

    PLANILHAS DE AVALIAO......................................................................................

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    1 INTRODUO

    A apresentao do presente relatrio de estgio curricular obrigatrio tem a

    inteno de demonstrar a prtica vivenciada em um ambiente real de trabalho, onde

    so realizados diariamente exames radiogrficos, valendo-se da utilizao de

    radiao ionizante para a realizao dos mesmos.

    Sabe-se que o estgio em campo uma importante etapa da vida acadmica

    para a formao do profissional das tcnicas radiolgicas e que somente com a

    vivncia na prtica de situaes reais que se consegue formar um profissional com

    qualidade, preparado para o ingresso no mercado de trabalho e para o exerccio

    efetivo da profisso escolhida e durante este perodo que se dirimem as dvidas

    que porventura possam existir, podendo assim entrelaar o conhecimento terico ao

    prtico ampliando assim o conhecimento acadmico-cientfico.

    A metodologia utilizada durante o estgio curricular obrigatrio foi a

    qualitativa, visto que foi revisada ampla literatura antes de imergir no campo de

    estgio propriamente dito aliada a pesquisa documental e pesquisa de campo onde

    levantou-se dados relevantes para o projeto de estgio, vindo a exemplificar

    detalhadamente o campo de estgio e como foi o aproveitamento do mesmo,

    finalizando com a realizao na prtica de exames radiogrficos sob superviso de

    profissional habilitado e devidamente inscrito no Conselho Regional de Tcnicos e

    Tecnlogos em Radiologia (CRTR).

    Este relatrio visa demonstrar o conhecimento adquirido durante a realizao

    do estgio obrigatrio no somente do uso das tcnicas radiolgicas para realizao

    de exames, mas tambm como se geram as imagens dos exames realizados, como

    so revelados os filmes planos radiolgicos, e como so tratados os rejeitos

    radiolgicos provenientes de revelaes de pelculas e filmes perdidos por algum

    motivo, alm claro, de tratar tambm do tema radioproteo, visto que os

    profissionais das tcnicas radiolgicas no so somente as pessoas que realizam os

    exames em si, eles devem estar atentos s normas existentes para sua prpria

    proteo, visto que ele um indivduo ocupacionalmente exposto radiao

    ionizante, mas tambm h que se preocupar com a exposio dos usurios do

  • 7

    servio, alm de toda a comunidade de um modo geral, visto que o descarte

    inadequado dos rejeitos reflete no meio ambiente.

    Para melhor compreenso este relatrio foi dividido em 6 partes, sendo a

    primeira a introduo, a parte atual, onde se d a apresentao inicial do relatrio,

    quais os mtodos utilizados para a realizao do referido estgio, evidenciando

    assim quais os objetivos se almejam.

    Destarte, evidentemente a segundo parte deste relatrio relata os objetivos

    deste estgio curricular obrigatrio, incluindo o objetivo geral que a finalidade

    maior desta etapa, exemplificando ento os objetivos especficos que em conjunto

    vo tornar possvel o intento maior que a formao profissional.

    Na terceira parte o tpico se referir ao campo de estgio propriamente dito,

    ser relatado localizao, estrutura fsica, equipamentos, filmes e qumicos

    utilizados, condio geral do ambiente e adequao, alm de relatar como foi o

    estgio, as atividades executadas, inclusive com imagens e fotografias, interao

    com a equipe, onde analisar-se- de forma crtica a postura dos profissionais da

    unidade, as rotinas, os mtodos de radioproteo e controle de qualidade alm de

    descrever a impresso geral da(s) unidade(s) e mtodos utilizados.

    Para alcance da terceira parte ser feita uma anlise crtica do funcionamento

    da unidade com descrio dos problemas encontrados, sejam em nvel de

    profissionais, gerenciamento ou controle de qualidade da unidade de estgio.

    Como endosso, na quarta parte ser feita uma anlise tcnica da unidade,

    onde a inteno no ser somente apontar erros, mas indicar possveis solues ou

    correes onde elas caibam, valendo-se para tal intento de argumentos

    fundamentados.

    Na quinta parte para alicerar o tpico anterior, ser feita reviso de literatura

    especfica, procurando assim encontrar fundamentao para o estgio prtico aliado

    aos estudos j realizados sobre as tcnicas radiolgicas, sobre radioproteo e se

    orientando tambm em legislao especfica sobre o assunto, aplicando ento

    conceitos j existentes sobre o tema.

    Nas consideraes finais, a sexta parte, sero tecidos comentrios sobre as

    impresses encontradas no campo de estgio, finalizando com possveis

  • 8

    contribuies para a melhoria do funcionamento do servio, alm de se apresentar

    as consideraes pessoais do estagirio em relao vivncia do estgio curricular

    supervisionado.

    Finalizando este captulo, ainda que no descrito anteriormente como parte

    do relatrio de estgio curricular obrigatrio, h que se ressaltar que o presente ser

    enriquecido com elementos como anexos e apndices relativos realizao do

    referido estgio onde se apresentaro situaes vivenciadas e documentao

    pertinente realizao do mesmo, como planilhas de avaliao e carga horria

    cumprida, alm de treinamento realizado antes da realizao do referido estgio.

  • 9

    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

    Capacitar o estudante para a correta utilizao das tcnicas radiolgicas para

    a realizao de exames de radiodiagnstico, utilizando-se para tanto de aparelhos

    de Raios-X convencional e odontolgico, observando as normas de segurana e de

    radioproteo, preparando-se para a futura vida profissional.

    2.2 Objetivos especficos

    Conhecer uma unidade de radiodiagnstico;

    Conhecer normas e rotinas de funcionamento;

    Receber o paciente para a realizao do exame;

    Interagir com o paciente;

    Interagir com a equipe de forma multiprofissional;

    Fazer anotaes em livros prprios;

    Reportar-se ao orientador e ao supervisor de estgio para dissoluo de

    dvidas existentes;

    Orientar e posicionar o paciente para a realizao do exame;

    Manipular aparelhos de emisso de radiao ionizante sob superviso;

    Aplicar as tcnicas radiolgicas adequadas para a realizao do

    procedimento;

    Realizar a revelao dos filmes em processadoras automticas ou manuais;

    Realizar condutas dentro do projeto de radioproteo proposto;

    Realizar o estgio com postura aberta a novos conhecimentos, mas com

    viso crtica em relao possveis erros detectados.

  • 10

    3 CONHECENDO O CAMPO DE ESTGIO

    O estgio realizado foi dividido em duas etapas, sendo a primeira semana

    relativa realizao das atividades em um Centro de Especialidades Odontolgicas

    (CEO) encontrado em uma unidade de sade designada Centro de Sade Jos

    Mendona (CS II) e quanto segunda parte do estgio, quatro semanas, o mesmo

    foi realizado em uma unidade hospitalar de nome Hospital Municipal Dr. Lauro

    Joaquim de Arajo (HMLJA), onde se realizam exames radiolgicos convencionais

    (raios-x) com e sem aplicao de rdio-frmacos.

    O estgio foi realizado de forma a se contemplar 30 horas semanais conforme

    disposto na Lei 11.788/2008 no Captulo IV, Artigo 10, Inciso II, que diz:

    Artigo 10. A jornada de atividade em estgio ser definida de comum acordo entre a instituio de ensino, a parte concedente e o aluno estagirio ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatvel com as atividades escolares e no ultrapassar: [...] II 6 (seis) horas dirias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educao profissional de nvel mdio e do ensino mdio regular. (BRASIL, 2008, n.p. Grifo nosso).

    Assim sendo, o estgio de cinco semanas, foi dividido entre radiologia

    odontolgica, realizada na primeira semana em um CEO, ficando as quatro semanas

    consecutivas para a realizao do estgio curricular em radiologia convencional em

    uma unidade hospitalar, somando-se assim ao final uma carga de 150 horas de

    estgio curricular obrigatrio.

    3.1 1 Etapa - Centro de Especialidades Odontolgicas

    Ao chegar ao campo de estgio em meu primeiro dia, encontrei-me com o

  • 11

    profissional das tcnicas radiolgicas que iria ser meu supervisor de campo ao qual

    me recebeu com simpatia e veio me apresentar equipe e ambientar-me com a sala

    de procedimentos realizados na unidade.

    O CEO encontra-se alocada dentro de uma unidade de ateno bsica de

    porte I ao qual presta servios comunidade como exame laboratorial, atendimento

    de fisioterapia, alm claro dos servios odontolgicos, implantados na unidade

    pelo programa federal Brasil Sorridente (Fig. 1).

    Figura 1 Unidade de Radiologia CEO

    Fonte: Elaborado pela autora

    A unidade de porte considervel possui recepo com bancos de espera, 03

    consultrios odontolgicos, 02 salas de fisioterapia, um laboratrio para exames de

    rotina e de emergncia, alm de sala de expurgo, sala de coleta de materiais, sala

    para arquivo e digitao de resultados, sala de agendamentos, sala da

    administrao, copa, cozinha, sala de esterilizao e obviamente uma sala de

    exames radiolgicos odontolgicos.

    No total a unidade conta com 06 odontlogos que se revezam em turnos

    matutino e vespertino, 02 fisioterapeutas, 03 tcnicas em laboratrio, 03 auxiliares

  • 12

    de higiene dental, 02 biomdicos, 04 auxiliares de manuteno, copeira, uma

    diretora administrativa e o tcnico em radiologia.

    Inicialmente o tcnico em radiologia mostrou-me o aparelho de raios-x

    odontolgicos da unidade, demonstrando como inicializar seu funcionamento e como

    se dava a revelao dos filmes utilizados no exame, onde a revelao feita de

    forma manual em uma cmara escura porttil (Figs. 2 e 3).

    Figura 2 Aparelho Raios-X Odontolgico Figura 3 Cmara escura porttil

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    O aparelho de raios-x da unidade um aparelho da marca GNATUS, modelo

    do tipo 70E Timex Parede (Fig. 4), aparelho leve, porttil de fcil manipulao com

    caixa de comando digital e em auto-relevo (FIg. 5).

    Posteriormente fui orientada como proceder no procedimento de revelao

    dos filmes radiogrficos dos exames realizados, onde foi aberta a cmara escura

    porttil e pude ver o sistema de revelao como feito, onde h trs

    compartimentos, na sequncia da esquerda para a direita contendo as qumicas e a

    gua para a lavagem, onde ficam nesta ordem: revelador, gua, fixador (Figs. 6 e 7).

  • 13

    Figura 4 Aparelho GNATUS Figura 5 Caixa de comando

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 6 Sistema de revelao Figura 7 Qumicos

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    Confesso que fiquei bastante ansiosa para realizar meu primeiro exame

    radiolgico sob orientao supervisionada, pois este o momento mais esperado

    durante a realizao do curso, a aplicao de toda teoria que voc j estudou

  • 14

    sendo utilizada na prtica, onde se v o resultado do seu trabalho quase que

    imediatamente.

    Antes, porm conheci como so os filmes radiogrficos utilizados na unidade.

    So filmes de tamanho 22 x 35 mm, fui informada que existiam outros tamanhos de

    filme, porm na unidade s havia este tipo de filme (Fig. 8 e 8.1).

    Figura 8 Filme da unidade Figura 8.1 Filmes radiogrficos intra-orais

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Biasoli Jr. p. 12

    Ao ambientar-me com a unidade e passado o primeiro deslumbramento,

    atentei-me s condies tcnicas da unidade, utilizando deste modo uma viso

    crtica em relao ao campo de estgio, ento percebi que a unidade continha

    somente um avental plumbfero (Fig. 9), ao qual o tcnico ou o odontolgo que

    estivessem realizando o exame deveriam utilizar expondo assim

    desnecessariamente o paciente radiao ionizante, alm de que a sala de exames

    no continha sinalizaes de alerta evidenciando assim a falta de proteo

    radiolgica como indicado na Portaria ANVISA 453/98 e na NR 32 (Fig. 10).

  • 15

    Figura 9 Avental plumbfero (nico) Figura 10 Ausncia de Sinalizao

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    Seguindo as orientaes contidas no tpico Dicas para o Inicio do Estgio da

    cartilha que recebi do professor orientador Gleicio Oliveira, no fiz comentrios ou

    questionei com o supervisor de campo ou o odontlogo, deixando assim para relatar

    tal fato neste trabalho e posteriormente sanando dvidas na unidade de ensino.

    Preste muita ateno no tcnico e nos estagirios mais antigos. Mesmo que no concorde com as suas colocaes voc no deve question-los. A forma mais adequada fazer uma analise do ocorrido colocar nos relatrios, embasando-se nas nossas bibliografias. Desta forma poderemos dar um retorno, mas adequado e dirimir as suas duvidas. (PROF. GLICIO, 2015).

    Dando seguimento ao estgio supervisionado obrigatrio percebi que s

    vezes o tcnico em radiologia se ausentava da sala e o prprio odontlogo realizava

    o exame radiolgico, o mesmo alegou a portaria 453/98 da ANVISA, confesso que

    fiquei um pouco receosa, pois tanto a Lei 7.394/85, quando o Decreto 92.790/86,

    ambos em seu 10 artigo trazem o texto: Art . 10. Os trabalhos de superviso da

    aplicao de tcnicas em radiologia, em seus respectivos setores, so da

    competncia do Tcnico em Radiologia. (BRASIL, 1985, 1986), porm

  • 16

    posteriormente verifiquei e detectei no tpico 3.32 e 3.33, onde percebi inclusive que

    no mesmo item no inciso B havia resguardo para que eu prpria realizasse tambm

    o exame radiolgico.

    QUALIFICAO PROFISSIONAL 3.32 Nenhum indivduo pode administrar, intencionalmente, radiaes ionizantes em seres humanos a menos que: a) Tal indivduo seja um mdico ou odontlogo qualificado para a prti ca, ou que seja um tcnico, enfermeiro ou outro profissional de sade treinado e que esteja sob a superviso de um mdico ou odontlogo. b) Possua certificao de qualificao que inclua os aspectos proteo radiolgica, exceto para indivduos que estejam realizando treinamentos autorizados. 3.33 Para responder pela solicitao ou prescrio de um procedimento radiolgico necessrio possuir formao em medicina ou odontologia, no caso de radiologia odontolgica. (ANVISA, 1998, n.p. Grifo nosso).

    Por fim o meu primeiro dia resumiu-se a observar como os exames eram

    realizados, como os filmes eram revelados e as tcnicas utilizadas, alm dos

    posicionamentos. Fiquei tambm conhecendo o modelo de solicitao de exames

    radiogrficos utilizados na unidade, onde me atentei que na unidade somente

    realizavam-se os exames radiolgicos chamados periapicais que so indicado para

    estudos individuais ou de grupos de dentes, proporcionando atravs de uma imagem

    bi-dimensional uma viso da anatomia dentria e das estruturas que circundam o

    dente. (FENELON, 2014).

    Figura 11 Radiografia periapical

    Fonte: Google imagens

  • 17

    Ao final do primeiro dia de estgio, j havia me adaptado ao ambiente, houve

    boa receptividade por parte de toda a equipe, e com a perspectiva de eu prpria

    realizar a manipulao do aparelho, posicionar o paciente, realizar a tcnica

    radiolgica adequada e em seguida revelar a radiografia, foi um momento de grande

    ansiedade para que o prximo dia de estgio logo viesse por chegar para tal

    momento.

    3.1.1 Atividades realizadas no CEO

    Data Hora Entrada

    Hora Sada

    Total de horas

    Atividades desenvolvidas

    05/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

    horas

    Conhecendo a unidade, o equipamento, mtodo de revelao e funcionamento do aparelho.

    06/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

    horas

    Limpeza do equipamento, anotao em livro prprio, revelao da primeira radiografia.

    07/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

    horas

    Posicionamento do paciente, ligando o aparelho, acompanhando a realizao do exame, revelao de radiografias.

    08/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

    horas

    Realizao do primeiro procedimento de utilizao do aparelho, ao qual fiz meu primeiro exame radiogrfico acompanhada.

    09/01/2015 07:00 h 13:00 h 06

    horas

    Utilizao de tcnicas radiolgicas para exame radiogrfico, manipulao do aparelho, posicionamento do paciente, preparo da carga e disparo no equipamento, toda conduta feita sozinha, sendo observada. (vrias vezes). Revelao manual.

  • 18

    3.1.2 Fotografias do Estgio (CEO)

    A seguir demonstrarei atravs de imagens parte do estgio curricular

    obrigatrio realizado no CEO, onde tive meu primeiro contato com um equipamento

    de radiodiagnstico, conheci o mtodo de revelao realizado na unidade, alm de

    realizar meu primeiro procedimento valendo-se das tcnicas radiolgicas.

    Um momento emocionante na vida de qualquer estudante e que se projeta

    para o mesmo entusiasmo no exerccio da futura profisso.

    Figura 12 Preparo da tcnica Figura 13 Posicionamento do paciente

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

  • 19

    Figura 14 Realizao do disparo Figura 15 Revelao Manual

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    3.2 Impresses sobre o Estgio no CEO

    A primeira a impresso de que o servio de radiologia da unidade deixa a

    desejar no quesito radioproteo e controle de qualidade. No h tambm uso de

    dosmetros pelos profissionais que operam o aparelho de radiografias, visto que

    tanto o tcnico em radiologia quanto o odontlogo quando em uso do aparelho no

    foi verificado o uso do dosmetro.

    Tambm no h sinalizaes de sala de raios-x (luminoso ou letreiro), quase

    sempre a auxiliar do odontologista encontra-se na sala durante a realizao dos

    exames sem vestimenta adequada (avental plumbfero), visto que o nmero deste

    equipamento insuficiente para o servio a proteo radiolgica na unidade ento

    nulo o que extremamente grave, considerando-se que uma desvantagem

    apontada aos mtodos de diagnstico com raios X a dose de radiao ionizante

    recebida por pacientes e trabalhadores. (LIMA, 2009, p. 5).

  • 20

    O servio tambm no apresenta a figura do Supervisor de Proteo

    Radiolgica ou do Supervisor de Aplicao das Tcnicas Radiolgicas, tais fatos

    contrariam a Portaria SVS/MS 453/98, assim como a situao descrita

    anteriormente, alm da NR 32 e Resoluo 11/11 do Conselho Nacional dos

    Tcnicos em Radiologia (CONTER), o que consta que se atende somente ao

    tpico 3.34 da portaria 453 que diz que para responder pela funo de RT

    necessrio possuir: a) Formao em medicina, ou odontologia, no caso de radiologia

    odontolgica. (BRASIL, 1998).

    A sala de procedimentos no baritada (revestida de argamassa de barita),

    material utilizado porque tem agregado um minrio de alta densidade (barita) ou

    sulfato de brio hidratado (BaSO4) prestando-se proteo radiolgica, o que

    tambm demonstra estar fora das normas para radioproteo (NPR, 2014).

    Quando aos resduos de radiografias inutilizadas, filmes velados, qumicas

    vencidas, no me foi apresentada a destinao final de tais produtos, no se tendo

    visto na unidade sala de recolhimento adequado para esses materiais.

    Quanto estrutura em si, equipamento e sistema de revelao as mesmas se

    apresentaram aparentemente satisfatrias a que se prope que a realizao de

    exames radiolgicos simples, com imagens satisfatrias, o servio realmente peca

    por no contar com um programa de radioproteo ou mesmo preveno de riscos

    ambientais.

    3.3 2 Etapa Hospital Municipal Dr. Lauro J. de Arajo

    Na segunda semana do estgio supervisionado, apresentei-me na unidade

    HMLJA, hospital pblico de porte I contendo cerca de 40 leitos, com leitos para

    internaes na rea de cirurgia geral (6), clnica geral (6), Unidade de isolamento (1),

    obstetrcia clnica e cirrgica (15) e pediatria (8), alm de contar com leitos de

    observao e pronto socorro (Fig. 16).

  • 21

    Figura 16 CNES HMLJA

    Disponvel em:

    http://cnes.datasus.gov.br/Exibe_Ficha_Estabelecimento.asp?VCo_Unidade=2909302801574

    Situado estrategicamente Avenida Tancredo Neves, Setor Colina Azul em

    uma avenida que estendida BR-324, na sada da cidade, onde obrigatoriamente

    trafega todo o fluxo de veculos que atravessa o municpio, facilitando, at

    mesmo, o atendimento em situaes de emergncias, como acidentes de

    trnsito que uma ocorrncia bastante comum na unidade (1).

    H em seu quadro funcional 128 funcionrios efetivos das mais diferentes

    reas que vo de servio de higiene hospitalar, passando por profissionais tcnicos

    em sade e cerca de, 22 prestadores de servios, em sua maioria mdicos (1).

    Desta vez j menos ansiosa, fui novamente recepcionada pelo tcnico de

    radiologia do servio onde novamente percebi a mesma receptividade, interesse em

    dividir as experincias e os conhecimentos

    _____________________

    (1) Contedo adaptado do PIM V G-Rh Acadmico Emilio Jos de O. Queiroz

  • 22

    Fui conduzida sala do servio de radiologia da unidade, onde pude perceber

    que a sala apresenta boas condies e dimensionamento (37,5 m2) para o

    atendimento individual a que se prope (Fig. 17) dispondo em anexo uma cmara

    escura com processadora automtica para revelaes de filmes radiogrficos (8,75

    m2) e possui tambm um tanque de 13 lts para revelaes manuais caso necessrio

    por algum problema na processadora, a cmara escura dispe de luz vermelha de

    segurana, exaustor de ar e pia com torneira conforme recomendado na portaria 453

    e NR 32 e a sala de exames dispe de sinalizao luminosa e letreiros na entrada

    conforme orientam as referidas portaria e NR citadas (Figs. 18, 19, 20 e 21).

    Figura 17 Conhecendo a sala de exames

    Fonte: Elaborado pela autora

  • 23

    Figura 18 Entrada da Sala de Raios-X Figura 19 - Aparelho de 500 mA, mural e mesa bucky

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 20 - Processadora automtica de filmes Figura 21 - Luz de segurana e exaustor de ar

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

  • 24

    Iniciadas as atividades do estgio, fiquei conhecendo o funcionamento da

    processadora, como ela funciona e como se faz tambm a revelao manual,

    princpio que j havia sido visto durante o estgio em radiologia odontolgica, pois

    os filmes so imersos na qumica na mesma sequncia de revelador, gua, fixador e

    nova lavagem em gua para retirada do excesso de produtos qumicos.

    Foi demonstrada a parte interna da processadora e como se d a limpeza e

    troca das qumicas (Fig. 22), alm de ficar conhecendo os tipos e tamanhos de

    filmes utilizados para cada exame.

    A processadora da marca Macrotec, com velocidade de revelao

    controlada, tambm com termostato de controle para aquecimento adequado das

    qumicas utilizadas na revelao. A troca dos produtos feita de forma automtica,

    controlando a entrada ou sada dos produtos de forma automtica, sem a

    necessidade de manipular estes produtos.

    Aprendi como revelar manualmente uma radiografia em um tanque prprio,

    procedimento em que se demora mais para se ter o exame pronto, visto que a

    secagem feita de forma espontnea, pendurando-se as colgaduras que seguram o

    filme individualmente para imerso nas qumicas e aguardando secagem que dura

    cerca de 20 minutos, o que se fosse rotina seria extremamente demorado para a

    dispensao dos exames realizados (Fig. 23).

    Figura 22 Processadora por dentro Figura 23 Revelao Manual

    Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

  • 25

    Na sala do servio de radiologia encontra-se em utilizao, avental plumbfero

    (02 unidades), protetor de tireide, aparelho de raios-X de 500 mA com colimador,

    mural bucky e mesa bucky com gavetas em bom estado e funcionando sem

    problemas, cabine de proteo com vidro plumbfero para disparos, painel de

    controle com tabela padro conforme indicado na Portaria 453 SVS/MS, tanques

    para armazenamento dos qumicos que posteriormente so recolhidos para a devida

    e correta destinao por empresa especializada, que tambm recolhe as

    radiografias veladas, de m qualidade ou expostas acidentalmente luz.

    Na sala de exames tambm tem um negatoscpio para visualizao das

    radiografias depois de reveladas para se conferir a qualidade das mesmas para s

    ento dispensar ao paciente.

    O aparelho da unidade um conjunto radiolgico marca SHR modelo SH 500

    F com variao de 100 a 500 mA, com mesa e mural bucky, cabine de disparo

    baritada e toda a sala tambm revestida de argamassa de barita, alm de proteo

    de chumbo nas portas, tornando assim a sala adequada para a realizao dos

    exames.

    O servio funciona com 03 tcnicos em radiologia que se alternam em turnos

    de 04 ou 06 horas conforme a escala ou dia da semana, ficando o servio noturno a

    cargo de sobreaviso, sendo necessrio chama-se o tcnico para a realizao do

    exame.

    A unidade possui contrato de dosimetria e os dosmetros so em nmero

    suficiente para todos os profissionais do setor (Figs. 24 e 25), alm de todo efetivo

    para radioproteo, como dito anteriormente com aventais plumbferos, protetor de

    tireide, sala baritada, portas adequadas, contando no somente com avisos

    externos, como internos para orientao dos usurios do servio (Figs. 26 e 27).

    Os filmes utilizados na unidade so os filmes:

    18 x 24 cm

    24 x 30 cm

    30 x 40 cm

    35 x 35 cm

    35 x 42 cm

  • 26

    Figura 24 Relatrio de dosimetria

    Figura 26 Radioproteo

    Fonte: Elaborado pela autora

    Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 25 Dosmetros termoluminescentes

    Fonte: ProRad Consultores S/S Ltda / Dir. Admist. HMLJA

  • 27

    Figura 27 Sinalizao de segurana externa e interna

    Fonte: Elaborado pela autora

    Fonte: Elaborado pela autora

    No se pode deixar de mencionar neste tpico que fiquei conhecendo os

    diversos tipos e tamanhos de chassis e a quais regies e tipos de exames os

    mesmos se destinam, ao mesmo tempo em que fui orientada do funcionamento e

    acionamento da mesa e mural bucky, como se introduz o chassi na gaveta, como

    centralizar o foco do aparelho e a colimao, alm da importncia do colimador visto

    que o mesmo diminui a incidncia da radiao emitida, diminuindo, portanto a carga

    a qual o indivduo ser exposto.

    Fiquei conhecendo tambm um modelo de aparelho de raios-x bastante

    antigo, segundo o tcnico do servio o aparelho deveria ter mais de 25 anos, porm

    ainda estava em funcionamento e operando perfeitamente, pois segundo o prprio o

    equipamento havia passado por uma manuteno e trocado o foco em cone por um

  • 28

    colimador, viabilizando assim seu uso, um aparelho porttil da marca SH, modelo

    SH 30, com 30 mA, que quando se precisa ir em uma enfermaria com paciente

    acamado sem condies de locomoo, no centro cirrgico ou na unidade de pronto

    socorro quando em caso de acidentes o mesmo transportado e realizado o

    exame radiogrfico, agilizando assim o atendimento (Fig. 28).

    Figura 28 Aparelho porttil de 30 mA

    Fonte: Elaborado pela autora

    Depois de conhecer todo o funcionamento da unidade comecei ento o

    estgio na prtica, onde comecei com as anotaes, com clculos de potncias,

    sempre se orientando pela tabela existente no equipamento e posteriormente

    fazendo as revelaes na processadora automtica na cmara escura, reposio de

    filmes nos chassis, at que no terceiro dia no segundo campo de estgio iniciei a

    realizao de todo o procedimento de aplicao das tcnicas radiolgicas. Fui

    autorizada atender o paciente desde o incio, foi quando recebi a solicitao,

    anotei em livro prprio, posicionei o paciente, posicionei o equipamento, utilizei o

    colimador para delimitar a rea, fui para a cmara de disparo e realizei o disparo,

    fazendo uma radiografia de mo em duas incidncias (PA + Perfil), passei o filme

    pelo passa chassis, recebi na cmara escura, retirei o filme do chassis, fiz a

    revelao, repus o filme no chassi vazio, conferi a qualidade da revelao no

  • 29

    negatoscpio e finalmente dispensei o exame para o paciente. Todo o procedimento

    foi feito sob superviso direta do tcnico responsvel pelo servio no momento (Figs.

    28, 29, 30 e 31). .

    Figura 28 Realizao da conduta e procedimento

    Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 29 Realizao da conduta e procedimento

    Fonte: Elaborado pela autora

  • 30

    Figura 30 Realizao da conduta e procedimento

    Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 31 Realizao da conduta e procedimento

    Fonte: Elaborado pela autora

  • 31

    Foi tambm realizado um ensaio com emisso de radiao ionizante em

    diversos tipos de materiais para verificao de como a radiao penetra em

    diferentes densidades, comprovando que a tcnica radiolgica a ser utilizada varia e

    depende de que tipo de imagem se deseja produzir (Fig. 32).

    Figura 32 Ensaio com emisso de radiao em diferentes materiais

    Fonte: Emilio Jos de Oliveira Queiroz CRTR 5642T

    Este ensaio realizado com o acompanhamento do supervisor de campo foi

    bastante esclarecedor, pois foi verificado na prtica como a radiao produz

    imagens a partir de diferentes materiais com diferentes densidades, sendo utilizados

    dois balonetes com gua, tendo um balonete um ponto metal dentro para se

    verificar, um cubo de madeira, um cubo de gesso, um tubo de plstico e uma lmina

    de bisturi (metal).

    Foi notado que a tcnica radiolgica a ser utilizada vai depender do que se

    deseja observar na imagem e que a nitidez varia de acordo com a densidade do

    material a ser observado, alm da espessura, sendo verificado o que

    radiopacidade e radiolucidez.

  • 32

    O supervisor de campo demonstrou tambm como produzir uma identificao

    em uma radiografia sem o uso de marcadores de chumbo, algo extremamente

    primrio, mas com eficcia, pois se escrevendo em um pedao de papel o que se

    deseja identificar com caneta esferogrfica comum e com tinta preta e se colocando

    dentro do chassi na rea em que ser emitida a radiao ionizante, aps a revelao

    nota-se que a radiao passou pouco pela tinta da esferogrfica, pois a mesma

    segundo explicao do supervisor apresenta em sua composio chumbo para

    fixao da pigmentao da cor no papel ficando ento gravada na chapa,

    identificando assim a radiografia sem o uso de marcadores de chumbo (Fig. 33).

    Figura 33 Identificao na radiografia com papel e caneta esferogrfica preta

    Fonte: Emilio Jos de Oliveira Queiroz CRTR 5642T

    O estgio demonstrou que onde no h tcnicas de revelao digital como

    em grandes hospitais ou grandes centros, os profissionais aprendem ou criam

    tcnicas que tornam o servio eficiente dentro do que se prope, pois em

    determinados locais como o INSS, por exemplo, s so aceitas radiografias com

    identificao impressa na chapa

  • 33

    3.3.1 Atividades realizadas no HMLJA

    Data Horrio

    Entrada

    Horrio

    Sada

    Total de

    horas

    Atividades desenvolvidas

    12/01/2015

    07:00 h

    13:00 h

    06 horas

    Conhecendo a unidade, o equipamento,

    funcionamento da processadora, anotaes,

    reposio de filmes nos chassis, conhecendo

    tipos de filmes, rotinas da unidade

    13/01/2015

    07:00 h

    13:00 h

    06 horas

    Aprendendo a fazer limpeza no equipamento,

    entendendo o funcionamento das gavetas,

    mural e mesa bucky, anotaes, revelando um

    filme, ensaio com emisso de radiao em

    diferentes tipos de materiais

    14/01/2015

    07:00 h

    13:00 h

    06 horas

    Realizado o 1 exame sob superviso, realizei

    a recepo do paciente, posicionei, colimei o

    aparelho, realizei o disparo, recebi o chassi,

    revelei, entreguei ao paciente aps conferir

    qualidade da imagem, anotaes

    15/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Participando efetivamente da rotina da

    unidade, realizando exames sob superviso

    (radiografias diversas)

    16/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Avaliao do ambiente, assumindo rotina,

    realizando exames diversos em diversas

    incidncias, limpeza e manuteno do

    equipamento

    19/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Elaborando rotina para exames de raios-x de

    trax, assumindo a unidade sob superviso,

    realizando exames diversos

    20/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Acompanhando administrao de rdio-

    frmacos para exame contrastado

    (uretrocistografia), revelao, entrega de

    exames

    21/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Realizando exames em aparelho porttil em

    paciente acidentado na sala de emergncia,

    manipulao de equipamento, paciente e

    orientao (sob superviso)

    22/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Assumindo a rotina, fazendo radiografias

    diversas em vrias incidncias, feita

    radiografia de seios da face com utilizao de

    cone de limitao de dose para melhorar a

    imagem, revelaes,

    23/01/2015 07:00 h 13:00 h 06 horas Integrao total com o ambiente, assimilao

    da rotina, domnio parcial das tcnicas,

    segurana para realizao de exames, limpeza

    do equipamento, troca das qumicas da

    processadora aps limpeza

  • 34

    3.3.2 Fotografias(2) do Estgio (HMLJA)

    A seguir demonstrarei atravs de fotografias, parte do estgio em radiologia

    convencional, onde conheci como se produz imagens radiogrficas utilizando-se de

    tcnicas diversas, inclusive conhecendo um aparelho bastante antigo, algo que em

    grandes centros provavelmente nenhum profissional da radiologia recm formado

    viu ou ir ver.

    ____________________

    (2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estgio

  • 35

    ____________________

    (2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estgio

  • 36

    ____________________

    (2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estgio

  • 37

    ____________________

    (2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estgio

  • 38

    ____________________

    (2) Todas as imagens foram elaboras pela autora durante o estgio

  • 39

    3.4 Desenvolvimento de rotina para radiografias de trax

    Durante o estgio, percebeu-se que depois das radiografias solicitadas por

    traumas diversos foi constatado que o maior nmero de radiografias solicitadas

    foram radiografias do trax e por esse motivo descreveremos como rotina o

    atendimento a este tipo de exame.

    3.4.1 Rotina desenvolvida

    Bezerra (2014) descreve como rotina de trax a rotina ambulatorial, onde

    geralmente o paciente fica em posio ortosttica e deambulando, em posio ereta

    em perfil e PA e a rotina de paciente acamados ou sem locomoo como em

    traumas, encontrando-se, portanto em dificuldade ou impossibilidade de movimentos

    por exemplo, ficando geralmente em decbito dorsal com o raio central tendo que

    entrar anteriormente e saindo posteriormente (AP).

    Segundo Prenda (2012) o biotipo exige uma considerao especial na

    radiografia de trax, para posicionamento do chassis no bucky mural e/ou mesa,

    conforme demonstrado na figura 34

    Figura 34 Posicionamento do chassis

    Fonte: Prenda, 2012.

  • 40

    Logo sabendo-se a posio do chassi no mural ou mesa bucky ou quando

    feita a radiografia no leito ou cadeira, verificamos a instrues a serem passadas

    para o paciente para uma melhor realizao do exame(3):

    Instruo para a respirao no momento do exame, visto que qualquer

    movimento torcico ou pulmonar pode resultar em borramento da imagem;

    Instruo para manter apnia na hora do disparo.

    Quanto posio dos marcadores no filme:

    Paciente em ortosttica = numerador fica no canto superior direito.

    Paciente sentado = numerador fica no canto lateral direito.

    Paciente em decbito = numerador fica no canto inferior direito.

    Filmes utilizados:

    Filmes do tamanho 35 x 43 para homens, 35 x 35 para mulheres e filmes 18 x 24

    para crianas.

    Destarte, sabendo-se os filmes, posies e rotina pr-estabelecidas, inicia-se

    o atendimento ao usurio, onde se chegando unidade de atendimendo, verifica-se

    as solicitaes existentes, confere-se os diferenciais do pedido como solicitao de

    rotina, paciente internado, paciente com trauma, possibilidade de locomoo alm

    de fatores como idade ou patologia se for o caso.

    Cumprida esta primeira etapa, dar-se- incios aos procedimentos de

    realizao dos exames solicitados, onde como exemplo citaremos na unidade que

    quando estvamos por iniciar as atividades deparamo-nos com alguns pacientes de

    rotina para fazer o exame dentre deles uma senhora idosa com dificuldade de

    _____________________

    (3) Adaptado de Bezerra (2014), artigo publicado no blog radiologia para estudantes

  • 41

    locomoo devido a sequela de AVC, onde a mesma foi selecionada como a

    primeira a ser feito o exame, avisando aos demais usurios do servio por qual

    motivo a estvamos colocando como primeira paciente a ser realizado o

    procedimento.

    Em seguida anotando a solicitao em livro prprio, adentramos com a

    paciente na sala de exames, orientando aos familiares que aguardassem do lado de

    fora da sala durante a realizao do exame conforme disposto nas normas de

    radioproteo.

    O exame teve que ser realizado com a paciente sentada em uma cadeira de

    rodas, sem o uso do mural bucky visto que a paciente no se mantinha em ortostase

    e sentia dores para ficar em decbito dorsal na mesa bucky (Fig. 35).

    Figura 35 Posicionando a paciente e o RC para o exame

    Fonte: Elaborado pela autora

    Realizado o exame, foi feito ento a etapa da revelao do filme radiogrfico,

    solicitando ao familiar que acompanhasse a paciente enquanto aguardavam a

    revelao do filme para entrega do mesmo. Toda a etapa entre chamada, anotao,

    realizao do exame com revelao e entrega deve ter durado em torno de 16

  • 42

    minutos, ao trmino entregou-se o a radiografia para o acompanhante e foi feita a

    orientao quanto entrega do mesmo para o mdico solicitando do exame.

    Dando andamento ao atendimento, chamado o paciente por ordem de

    chegada conforme orientao da direo da unidade, excetuando-se situaes de

    emergncia ou idosos conforme orienta o estatuto do idoso e crianas que choram

    muito ou ficam desinquietas.

    Todo o trabalho realizado na seguinte ordem:

    Chamada;

    Anotao em livro prprio;

    Escolha do filme adequado;

    Identificao no filme;

    Posicionamento do chassis no mural ou mesa bucky, observando-se a

    convenincia do servio e do paciente;

    Orientaes quanto respirao, posicionamento, etc.

    Escolha da tcnica adequada e disparo;

    Retirada do chassi da gaveta da mesa ou mural;

    Colocao do material no passa chassis;

    Retirada do chassis na cmara escura, inserindo o filme na processadora

    automtica;

    Recarregamento do chassis;

    Retira do filme da processadora;

    Conferncia da qualidade da imagem no negatoscpio;

    Entrega e liberao do paciente;

    Chamada do prximo paciente.

    Em condies normais, com pacientes orientados, deambulando e

    colaborativos, todo este procedimento dura em torno de 08 minutos.

    Vale salientar para enriquecimento deste relatrio que durante o expediente,

    foi solicitado um exame radiolgico de trax de uma paciente que havia sofrido um

    trauma por acidente automobilstico trazida pelo SAMU e que de pronto foi

    comunicado aos demais pacientes que aguardavam para a realizao de exames

  • 43

    radiolgicos a situao, tendo que se ausentar da sala por algum tempo para a ida

    ao pronto socorro para atendimento da referida paciente.

    Transportou-se o aparelho de raios-x porttil at a unidade do PS onde se

    deparou com uma paciente em uso de colar cervical, na maca da ambulncia e com

    todas as vestimentas, tornando o exame mais dificultoso, pois com a paciente

    deitada, com roupas, utilizando colar cervical e na maca no podendo movimentar-

    se mais complicado a realizao do exame, porm o mdico exigia o exame

    radiolgico antes mesmo de o prprio ter realizado o exame fsico adequado,

    inclusive sem realizar as etapas do atendimento de emergncia que prev entre

    outras coisas a exposio do paciente para avaliao de leses existentes. porm

    no havia o que se contestar com o mdico e o exame foi realizado e que

    posteriormente ao avaliar a imagem notou-se um que a paciente usava soutien com

    metal o que poderia ter comprometido a avaliao da imagem (Fig. 36) . A situao

    foi comunicada e explicada ao mdico do planto.

    Figura 36 Paciente com vestimentas, na maca e imagem comprometida

    Fonte: Elaborado pela autora

    Ademais durante o transcorrer do estgio, a rotina foi mantida dentro do que se

    props e que era pr-estabelecido pela instituio.

  • 44

    3.5 Impresses sobre o Estgio no HMLJA

    Durante o estgio do HMLJA pude perceber que os profissionais que

    trabalham com as tcnicas radiolgicas na unidade (tcnicos em radiologia) nem

    sempre seguem as normas de radioproteo. Por vezes vi exames serem realizados

    com a porta aberta e quando o aparelho porttil era transportado para a o PS ou

    enfermarias os exames eram realizados sem a devida distncia de segurana para

    com os demais pacientes no local ou acompanhantes, chegando at mesmo a ver o

    tcnico realizar um desses exames sem a vestimenta plumbfera, vestimenta essa

    que inclusive quando se necessitava de acompanhante para a realizao de algum

    procedimento na sala de exames, jamais foi oferecido para o acompanhante ou

    dada alguma orientao para o mesmo sobre os riscos da radiao e a

    radioproteo.

    No HMLJA, como no CEO no existe a figura do SATR, ficando o diretor

    mdico como supervisor da unidade, o que contraria a Lei 7.394 que normatiza que a

    superviso de aplicao das tcnicas radiolgicas de competncia do tcnico e do

    tecnlogo em radiologia e a Lei 12.842/13 (Lei do Ato Mdico) em seu artigo 4,

    pargrafo nico que diz 7o O disposto neste artigo ser aplicado de forma que

    sejam resguardadas as competncias prprias das profisses de [...] tcnico e

    tecnlogo de radiologia., no existindo tambm um programa de proteo

    radiolgica, uma avaliao peridico do aparelho existente na unidade, alm de no

    existir no local uma cpia impressa da Portaria 453/98 da ANVISA como a mesma

    institui, no deixando acesso nem para os demais profissionais do hospital, como

    para os pacientes e usurios do servio de tais informaes sobre o que vem a ser

    um exame que se utiliza radiao ionizante (raios-x) ou o que vem a ser

    radioproteo.

    No h um gerenciamento efetivo, no h controle de qualidade, perdem-se

    muitas radiografias por erro de posicionamento (Fig. 37), expondo

    desnecessariamente o paciente realizando novo exame.

    A identificao do filme sempre colocada no canto direito superior

    independentemente se o paciente estiver em p, sentado ou deitado onde na figura

  • 45

    38 nota-se que o paciente por estar deitado, inclinou a cabea, prejudicando a

    imagem, alm de estar identificado no canto superior direito como se estivesse de p,

    tornando necessria a realizao de novo exame.

    Figura 37 Radiografia perdida por erro de posicionamento

    Fonte: Elaborado pela autora

    Figura 38 Radiografia perdida por erro de posicionamento e identificada errneamente

    Fonte: Elaborado pela autora

    Paciente no centralizado no

    mural (imagem cortada).

  • 46

    Por fim, conforme visto na figura 39, os exames de um modo geral chegam s

    mos dos tcnicos em radiologia da unidade incompletos, pois quase nunca as

    solicitaes vm corretamente preenchidas, ou seja, o mdico apenas solicita o

    exame indicando a rea a ser radiografa, mas no especifica as incidncias que o

    mesmo deseja, dando margens inclusive para exames incompletos, pois se o

    tcnico desejar o mesmo realiza o exame em apenas uma incidncia, visto que a

    solicitao est incompleta.

    Figura 39 Solicitao sem especificao de incidncia desejada

    Fonte: Unidade de radiologia do HMLJA

    De um modo geral, apesar de o estgio ter sido considerado satisfatrio, a

    unidade em si mostra-se bastante defasada principalmente no quesito

    radioproteo. Conta a favor o fato de a unidade contar com programa de controle

    de radiao recebido pelos tcnicos da unidade atravs de dosimetria alm da

    unidade estar com sinalizao de segurana interna e externamente na sala de

    exames. Peca por no seguir a legislao pertinente ou nomear pessoas

    responsveis legalmente pela unidade na diviso de vigilncia sanitria ou junto ao

    CRTR.

    Ausncia da incidncia desejada

  • 47

    4 ANLISE TCNICA SOBRE O CAMPO DE ESTGIO

    Como j pontuado nos captulos anteriores, a Secretaria Municipal de Sade

    de Correntina em suas unidades de radiodiagnstico pouco tem feito no sentido de

    se atingir um projeto de radioproteo adequada.

    Os profissionais das tcnicas radiolgicas alegam que tm chefe demais,

    pois enfermeiros, mdicos, o secretrio de sade alm de outros profissionais como

    odontlogos e fisioterapeutas interferem nos procedimentos e se sentem chefes do

    servio, incumbindo os profissionais com solicitaes desnecessrias e mal

    solicitadas ou solicitadas inadequadamente, tornando o servio quase que acfalo,

    pois no h responsvel tcnico, no h superviso de aplicao das tcnicas

    radiolgicas, no h protocolos de proteo e os prprios profissionais da rea no

    trabalham com o princpio da otimizao da exposio de radiao ionizante.

    As radiaes ionizantes so utilizadas em diversas reas da medicina, como tal a sua utilizao deve ser feita de maneira correta, para que os benefcios possam ser produzidos em detrimento dos danos que estas possam causar, ao paciente e ao meio ambiente. A radiologia diagnstica constitui uma poderosa ferramenta utilizada pela medicina. Neste contexto, a adoo de uma cultura de proteo radiolgica e de garantia da qualidade deve ser uma tnica, na atual tendncia, de oferecer aos usurios dos servios transparncia no que diz respeito a segurana e eficcia dos exames radiolgicos. (MACEDO e RODRIGUES (2009), apud SECCA e BRASIL).

    Macedo e Rodrigues (2009) explicitam que um programa de controle de

    qualidade em radiologia (PCQ) analisa e avalia as doses de radiao por rea,

    medio das doses individuais dos indivduos ocupacionalmente expostos (IOE),

    calibrao dos equipamentos, teste de fuga de cabeote, testes de constncia e

    quantificao de pelculas inutilizadas, considera-se que as unidades, tanto de

    radiologia odontolgica, quanto a de radiologia convencional efetivamente esto

    muito aqum do que pode determinar como controle de qualidade em radiologia,

    tornando a situao da unidade considerada do ponto de vista tcnico como grave,

    visto que radiao ionizante vai muito alm de dar disparos e revelar filmes.

  • 48

    A impresso que foi passada durante o estgio a de que nas unidades do

    campo de estgio o exame de raios-x considerado meramente somente mais um

    exame complementar, no havendo por parte das pessoas responsveis a

    preocupao de se aplicar o que diz a legislao relacionada.

    Nas unidades de radiologia odontolgica o descarte dos resduos no feito

    adequadamente, na unidade de radiologia convencional o armazenamento no

    feito de forma correta, armazenando-se os filmes inutilizados e os qumicos em

    ambiente imprprio (um cantinho na sala de revelao), onde se aguarda por

    tempo indeterminado que uma empresa que recolhe e processa esse material venha

    busc-lo e depois de a empresa recolher tais produtos a secretaria de sade no

    sabe que destino dado para os mesmos.

    Do ponto de vista tcnico muito h o que se fazer para melhorar a situao

    em que se encontram as unidades que serviram para campo de estgio, acreditando

    que com interesse e boa vontade por parte dos gestores na rea da sade local h

    como reverter a atual situao, desde que se respeitando a legislao vigente e

    adequando o funcionamento das unidades, dando treinamentos e capacitaes para

    os profissionais que no so da rea da radiologia e orientando e capacitando os

    demais profissionais da unidade, inclusive os profissionais das tcnicas radiolgicas,

    afinal utilizando-se de raios x nos procedimentos em radiodiagnstico para se

    alcanar o intento desejado, h que se ter em mente que o paciente que obtm o

    benefcio do exame, devendo para tanto utilizar-se de todos os meios de

    radioproteo, inclusive para os IOE para que as doses sejam to baixas quanto

    razoavelmente praticveis. (OLIVEIRA, 2014).

    Acredito que os profissionais das tcnicas radiolgicas da unidade tm

    capacidade e conhecimento para tal mudana, afinal so profissionais com

    especialidade em radiodiagnstico, o que parece faltar na unidade reconhecimento

    e valorizao profissional, assim como a aplicao correta das normas e legislaes

    vigentes sobre o assunto.

  • 49

    5 FUNDAMENTAO LEGAL E TERICA

    Em uma tarde, na Universidade de Wurzburg, na Alemanha, deu-se incio

    histria da radiologia, mais exatamente no dia 08 de novembro de 1895, quando o

    fsico W. C. Roentgen, fazia suas pesquisas em um tubo de raios catdicos,

    inveno do ingls W. Crookes. Roentgen conseguiu ento projetar a imagem dos

    ossos de sua mo em uma tela. Fascinado, mas ainda confuso Roentgen decidiu

    chamar sua descoberta de Raios-X - smbolo usado em cincia para designar o

    desconhecido. (ARRUDA, 1996).

    Desde ento, mtodos muito alm da chamada radiologia convencional foram

    desenvolvidos valendo-se de radiaes ionizantes, mas que jamais tiraro o mrito

    do cientista Roentgen.

    O tema por si s j bastante interessante, porm atentaremos para os

    conceitos inerentes a uma das profisses que adentram o fascinante mundo da

    radiologia, o tecnlogo em radiologia, profisso regulamentada por lei, reconhecida

    como graduao em nvel superior e que conta com valorosos profissionais.

    Baseando-se na Lei 7.394/85 que regula sobre os profissionais das tcnicas

    radiolgicas, o CONTER em seu cdigo de tica dirigido aos profissionais por ele

    abrangidos enuncia os fundamentos e condutas necessrias para a prtica das

    profisses de Tecnlogo em Radiologia, relacionando seus direitos e deveres aos

    profissionais inscritos no sistema CONTER/CRTR, apontando que para o exerccio

    da profisso impe-se a inscrio do mesmo no CRTR da respectiva jurisdio ao

    mesmo tempo em que o referido profissional conta como objeto da sua profisso

    entre outras atribuies o de radiologia no setor de diagnstico mdico.

    Porm, no Brasil, existem outras leis que disciplinam a utilizao da radiao

    ionizante, fazendo-se necessrio ento a normatizao de atividades que dela

    fazem uso, como a Portaria 453/98 da ANVISA que Aprova o Regulamento Tcnico

    que estabelece as diretrizes bsicas de proteo radiolgica em radiodiagnstico

    mdico e odontolgico, dispe sobre o uso dos raios -x diagnsticos em todo

    territrio nacional e d outras providncias.

  • 50

    Ainda sobre o tema radiao ionizante e radioproteo dispomos ainda da

    Portaria GM 485, de 11 de novembro de 2005 e Portaria GM 939 de 18 de novembro

    de 2008, que formam a NR 32 que trata sobre segurana e sade no trabalho em

    servios de sade no captulo 32.4 Das Radiaes Ionizantes, onde h o seguinte

    texto:

    32.4.1 O atendimento das exigncias desta NR, com relao s radiaes ionizantes, no desobriga o empregador de observar as disposies estabelecidas pelas normas especficas da CNEN e da ANVISA, alm do MS.

    32.4.2. obrigatrio manter no local de trabalho e disposio da inspeo do trabalho o plano de proteo radiolgica PPR, aprovado pela CNEN, e para os servios de radiodiagnstico aprovado pela vigilncia sanitria. (BRASIL, 2005).

    Portanto, pode ser perceber que a radiologia mais do que uma simples

    profisso que produziro imagens para diagnstico mdico, por isso ento a

    capacitao cada vez maior dos profissionais que dela faro uso, criando-se ento a

    figura do Tecnlogo em Radiologia, profissional de nvel superior, com formao

    tcnico-cientfica alm do tcnico em radiologia, profissional que at bem pouco

    tempo era praticamente o nico responsvel nesta rea pela produo de imagens.

    Para Dimenstein e Netto (2002) os raios X tm seu uso em radiologia voltado

    para fins diagnsticos, assim como a radioterapia para o tratamento de certas

    doenas e por isso a importncia de que a correta manipulao dos aparelhos e

    equipamentos utilizados seja uma constante preocupao por parte do profissional

    que o utiliza.

    Evidencia-se ento a importncia da melhor capacitao dos profissionais que

    manipularo estes equipamentos, afinal sabemos que mais de um sculo aps sua

    descoberta por Roentgen, os raios X ainda ocupam lugar de destaque no arsenal

    de diagnstico por imagens. (DIMESTEIN e NETTO, 2002).

  • 51

    a ento que entra o profissional Tecnlogo em Radiologia, ele tem uma

    formao superior em carga horria e conhecimento terico-tcnico-cientfico ao

    profissional de nvel mdio, profissional mais capacitado para dentro da sala de

    exames ter total autonomia para realizar o procedimento, responsvel pela proteo

    radiolgica de todos os presentes durante o procedimento (CADU, 2011).

    Porm todo cuidado se faz necessrio, por isso a necessidade de se conduzir

    todo o procedimento de forma correta, respeitando as normas de radioproteo e as

    tcnicas radiolgicas, alm do princpio da justificao da dose e neste ponto que

    entra na formao profissional o estgio curricular, pois onde o estudante entrar

    em contato com situaes reais, com o inesperado, com a emergncia, com

    situaes que nem sempre a princpio esto sob nosso controle, fugindo de tudo

    aquilo que se v em sala de aula, em livros ou laboratrios.

    Passerini (2007, p. 30) descreve o estgio curricular como:

    [...] Estgio Curricular Supervisionado [] aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuao como objeto de estudo, de investigao, de anlise e de interpretao crtica, embasando-se no que estudado nas disciplinas do curso, indo alm do chamado Estgio Profissional, aquele que busca inserir o futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas de atuao. (PASSERINI, 2007, p. 30).

    Da a importncia do estgio curricular na formao do futuro profissional para

    a sua insero no mercado de trabalho, pois ao final do curso o mesmo poder

    executar gerenciar e supervisionar os servios e procedimentos radiolgicos,

    atuando conforme as normas de biossegurana e radioproteo em clnicas de

    radiodiagnstico, hospitais, policlnicas, laboratrios, indstria, fabricantes

    (comrcio) e distribuidores de equipamentos hospitalares. Possuir habilidades

    tcnicas e conhecimentos de gesto, interagindo com a equipe mdica e tcnica.

    (UNIP, 2005).

  • 52

    6 CONSIDERAES FINAIS

    Ao final deste primeiro estgio curricular obrigatrio percebi a importncia da

    profisso de Tecnlogo em Radiologia, pois compreendi que se trata de um

    profissional com autonomia para a utilizao de tcnicas radiolgicas que envolvem

    o uso de radiaes ionizantes em seres humanos que serviro como base para um

    diagnstico mdico, algo primordial para o tratamento de diversas patologias.

    Consegui compreender a importncia do uso da radiao ionizante para o

    benefcio da coletividade indo muito alm do que se l em livros e se assiste em sala

    de aula, complementando, portanto toda a teoria vista em estudos e laboratrios.

    Claro que no pude deixar de notar que a radiologia vai muito alm de

    apertar botes como muitos podem pensar e que quando se trata de radiologia

    existem regras, mtodos e tcnicas radiolgicas, incluindo-se a a radioproteo,

    que determinam o conjunto de normas que fazem o uso de tais radiaes muito mais

    seguro para os seres humanos e o meio ambiente.

    Estagiando, vivenciei na prtica situaes que encontrarei como profissional

    da radiologia, deparei-me com mtodos que s conhecia na teoria e aprendi como

    o funcionamento de um servio de radiologia na prtica, in loco, mesmo que o de

    radiologia convencional, que foi o primeiro mtodo de utilizao da radiologia para

    diagnstico mdico. Encontrei um local para estgio que contava tambm com um

    aparelho bastante antigo, algo que muito poucos profissionais recm sados das

    faculdades iro encontrar ou ver a no ser em museus e vi como era o trabalho

    desses profissionais antigamente, indo desde o uso de um aparelho analgico at o

    uso de revelao manual para manipulao e revelao das pelculas radiogrficas

    utilizadas para a produo de imagem.

    Conheci e compreendi o uso das tcnicas radiolgicas para a visualizao de

    diferentes materiais com diferentes densidades, compreendendo ento que para o

    que se pretende visualizar utiliza-se a tcnica adequada.

    Compreendi tambm para que serve a radioproteo e a sua importncia e

    como um primeiro passo na minha formao acadmica, este estgio

    supervisionado foi deveras enriquecedor, tornando a minha caminhada muito mais

  • 53

    promissora, florescendo em mim a vontade ento de ir cada vez mais longe na

    profisso.

    Desenvolvendo vrias atividades sob superviso de um profissional da rea e

    empenhado em passar adiante seus conhecimentos, vivenciei o dia a dia do

    profissional da radiologia medica, onde desenvolvi experincia para poder atuar na

    rea e me tornar uma profissional da profisso que escolhi.

    Alcancei em meu entendimento ao trmino do estgio que esta etapa

    concluda contribuiu para minha compreenso sobre os deveres, os direitos e as

    responsabilidades que incumbem aos profissionais das tcnicas radiolgicas,

    acreditando ter alcanado meu intento que era de adquirir conhecimento prtica da

    profisso, o que a inteno maior do estgio supervisionado.

    Claro que encontrei obstculos, tive dificuldades, mas eles esto no caminho

    para serem transpostos, pois para se alcanar o sucesso profissional h que se ter

    muito mais do que todo o conhecimento adquirido em livros, tem que se

    experimentar, viver na prtica, h que se meter a mo na massa e ir alm do

    saber, pois o bom profissional sabe o que tem para se fazer, tem conhecimento para

    faz-lo.

    Por fim, mesmo encontrando um servio de radiologia sem a normatizao

    adequada a unidade do campo de estgio mostrou-se bastante valorosa, pois os

    profissionais que laboram nesta rea vem se s voltas com profissionais

    despreparados para trabalhar em equipe, mas que como em qualquer ambiente ou

    situao encontrada com a capacitao adequada toda situao adversa pode ser

    sanada e espero que isso acontea na unidade onde completei meu primeiro

    estgio.

    Guardarei profundo carinho por todos ao mesmo tempo em que agradeo

    essa experincia to valorosa e que muito contribuiu para o meu engrandecimento

    no s como estudante ou futura profissional das tcnicas radiolgicas, mas

    enriqueceu-me como ser humano.

  • 54

    REFERNCIAS

    ANVISA. Portaria SVS/MS n 453, de 1 de junho de 1998 - dispe sobre o uso dos raios-x diagnsticos em todo territrio nacional e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 13 jan. 2015. ARRUDA, Walter Oleschko. 100 anos da descoberta dos raios x. Arq.

    Neuropsiquiatria. 1996; 54 (3): 525-531. Disponvel em: . Acesso em 29 jan. 2015. BEZERRA, Andra G. Posicionamentos do Trax e Abdome. Artigo publicado no

    blog Portal Radiologia. Disponvel em: . Acesso em: 22 jan. 2015

    BIASOLI Jr. Antonio. Tcnicas Radiogrficas Princpios Radiogrficos,

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    BRASIL. Decreto 92.790 de 17 de junho de 1986 Regulamenta a Lei n 7.394/85.

    Disponvel em: . Acesso em 16 jan. 2015.

    BRASIL. Lei 7.394 de 29 de outubro de 1985 Regula o Exerccio da Profisso de

    Tcnico em Radiologia. Disponvel em: < http://www.planalto. gov.br/ccivil 03 / leis / l

    7394.htm>. Acesso em: 16 jan. 2015.

    BRASIL. Lei 10.741 de 11 de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Disponvel em:

    . Acesso em: 19 jan.

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    BRASIL. Lei 11.788 de 25 de setembro de 2008 Dispe sobre o estgio de

    estudantes. Disponvel em: . Acesso em: 17 jan. 2015.

    BRASIL. Lei 12.842 de 10 de julho de 2013. Dispe sobre o exerccio da medicina.

    Disponvel em: . Acesso em: 25 jan. 2015.

    CADU, Carlos Eduardo. O mundo da Radiologia e importncia dos profissionais

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    CONTER Conselho Nacional dos Tcnicos em Radiologia. Resolues. .

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  • 55

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    aplicadas aos raios X. So Paulo: Editora Senac, 2002.

    FENELON. Radiologia e Tomografia Odontolgica. Radiografia periapical.

    Disponvel em: . Acesso em: 10 jan. 2015.

    GOOGLE, Imagens. Raios-X periapical. Disponvel em: .

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    MACEDO, Helga Alexandra Soares. RODRIGUES, Vitor Manuel Costa Pereira.

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    Educao Matemtica) Universidade Estadual de Londrina. Londrina: UEL, 2007. PRENDA, Marcos. Posicionamento & Tcnicas Radiolgicas. FACINOR Slides

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    QUEIROZ, Emilio J. de Oliveira. PIM V Hospital Municipal Dr. Lauro Joaquim de

    Arajo. Projeto apresentado como requisito parcial para graduao de Gesto de

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    SANTOS, Jos Clebson dos. Relatrio de Estgio Supervisionado I e II - Curso

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    SOUZA, Ricardo Mengue de; BALDISSEROTTO, Matteo; PIVA, Jefferson Pedro;

    ICAZA, Edgar Enrique Sarria. Uso da radiografia de trax na unidade de

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    TOCINO, Irena. et. al. Raios-X de Trax no Leito de Rotina Diria. Colgio

    Brasileiro de Radiologia Critrio de Adequao do ACR. Biblioteca Virtual.

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    UNIP. Cursos de Graduao Tecnlogo em Radiologia. Disponvel em:

    . Acesso em: 30

    jan. 2015.

    UNIP. Guia de normalizao para apresentao de trabalhos acadmicos da

    Universidade Paulista / Biblioteca Universidade Paulista, UNIP. Revisada e

    atualizada pelas bibliotecrias Alice Horiuchi e Bruna Orgler Schiavi. 2012.

  • 57

    ANEXOS

    Anexo I Declarao de Curso em Segurana do Trabalho

  • 58

    Anexo II Vista Ilustrada do aparelho de raios-X utilizado no estgio

  • 59

    Anexo III Layout da sala de exames radiolgicos

  • 60

    Anexo IV Aparelho radiografia odontolgica

  • 61

    Anexo V Relatrio de Dosimetria

  • 62

    Anexo VI Esquema da processadora

  • 63

    APNDICES

    Apndice I Protetor de tireide

  • 64

    Apndice II Caixa de armazenamento dos dosmetros

  • 65

    Apndice III Fotografias

  • 66

    Apndice IV - Fotografias