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1 Sistemas Financeiros Bibliografia Utilizada: Peter Howells & Keith Bain (2001) Economia Monetária: Moedas e Bancos. Rio de Janeiro: LTC, capítulo1; Cardim et alli (2007) Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos, capítulo15 Professor Fabiano Abranches Silva Dalto Departamento de Economia da UFPR SE 506 Economia Monetária e Financeira

1 Sistemas Financeiros Bibliografia Utilizada: Peter Howells & Keith Bain (2001) Economia Monetária: Moedas e Bancos. Rio de Janeiro: LTC, capítulo1; Cardim

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Sistemas Financeiros

Bibliografia Utilizada:Peter Howells & Keith Bain (2001) Economia Monetária: Moedas e Bancos. Rio de Janeiro: LTC, capítulo1;Cardim et alli (2007) Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos, capítulo15

Professor Fabiano Abranches Silva DaltoDepartamento de Economia da UFPRSE 506 Economia Monetária e Financeira

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Estoques de montadoras sobem a nível crítico e Fiat dá férias coletivasApesar do resultado recorde no semestre, empresas já acumulam carros nos pátios em quantidade equivalente a 33 dias de vendas07 de julho de 2011 | 0h 00 Cleide Silva - O Estado de S.PauloA indústria automobilística fechou o semestre com venda recorde de 1,73 milhão de veículos, mas começa a se preocupar com o alto estoque nos pátios das fábricas e revendas. No fim de junho, havia 342 mil carros à espera de compradores, o equivalente a 33 dias de vendas. Para evitar que ultrapassem a margem considerada crítica pelo setor, acima de 35 dias, algumas empresas vão diminuir o ritmo de produção.Belini diz que o grande número de marcas atuando no mercado justifica, em parte, o elevado estoque. A inadimplência nos financiamentos é outro fator que destoa do bom resultado do semestre, embora, segundo Belini, não chegue a ser preocupante.O atraso nas prestações vencidas há mais de 90 dias é de 3,6% de todos contratos, numa trajetória crescente. Era de 2,6% em janeiro, foi a 2,8% em fevereiro, a 3% em março e a 3,2% em abril.

24 Aug 2011 Valor Economico Felipe Marques De São Paulo

Crédito a veículos perde força

Caiu o ritmo de crescimento do crédito para veículos no primeiro semestre, ao mesmo tempo em que as taxas de inadimplência aumentaram. Somados os novos negócios feitos com crédito direto, leasing e consórcios, houve um total de R$ 75,2 bilhões em operações, em comparação a R$ 68 bilhões nos primeiros seis meses de 2010. O aumento foi de 10,56%, muito inferior aos 29,79% alcançados em igual período do ano passado. Pressionado pelas medidas macroprudenciais, o crédito direto desacelerou fortemente. O crescimento deste ano, de 9,85%, é muito inferior aos 81,26% do ano passado.

26 Aug 2011 Valor Economico Cristiano Romero De Brasília Jovens puxam crédito

imobiliárioJá são os jovens os maiores tomadores

de crédito imobiliário no Brasil. Na Caixa Econômica Federal, responsável por mais de 75% dos empréstimos para

a compra da casa própria, os clientes com até 35 anos representaram 52% do

público tomador dos financiamentos concedidos de janeiro a julho — dez

pontos percentuais acima do registrado em igual período de 2010.

Apesar da crise e do desaquecimento da economia, a Caixa reviu para cima a

projeção para o financiamento habitacional em 2011. No início do

ano, previa crescer 6,6%, totalizando R$ 81 bilhões em desembolsos. Agora, a expectativa é chegar a R$ 90 bilhões, com alta de 18,75% em relação a 2010.

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23 Aug 2011 Valor Economico Assis Moreira De Genebra Bancos têm US$ 1,6 trilhão de reservas em excesso nos EUAOs bancos nos EUA já têm US$ 1,65 trilhão em reservas depositadas no Federal Reserve acima do valor mínimo exigido pela autoridade monetária. Por sua vez, grandes companhias acumulam enorme quantidade de ativos líquidos. Desde outubro de 2008, as reservas obrigatórias (10% para os depósitos líquidos) e as excedentes dos bancos no Fed são remuneradas em apenas 0,25% ao ano. Patrick Artus, do banco francês Natixis, nota que o excesso de reservas dos bancos indica que a forte criação de liquidez pelo Fed não aumentou a distribuição de crédito no país. Principalmente porque há pouca demanda por financiamento imobiliário. A dimensão do excesso de reservas vem sendo usada na discussão sobre possível mudança na política do Fed — que poderá ser anunciada pelo presidente da instituição, Ben Bernanke, em aguardado discurso na conferência de Jackson Hole, sexta-feira. Richard Fischer, do Fed de Dallas, diz que as reservas adicionais e o volume de ativos líquidos das empresas mostram que a economia não está sendo freada por escassez de fundos. E, assim, a liquidez adicional teria pouco ou nenhum efeito na atividade econômica. Para Joseph Abate, do Banco Barclays Capital, em Nova York, os bancos estão com excesso de reservas “por precaução”. Mas ele concorda que cortar a já baixa remuneração, de 0,25%, terá pouco efeito. Teoricamente, isso levaria os bancos a transferir suas reservas para outro lugar. Se nos Estados Unidos o dinheiro flui para o Fed porque a economia não reage, na Europa os depósitos dos bancos no Banco Central Europeu têm crescido devido ao receio de que o sistema financeiro seja atingido por eventual calote soberano. Com isso, as instituições temem emprestar umas às outras. O foco agora está na necessidade dos bancos de funding em dólares, depois que um banco europeu teve de pegar US$ 500 milhões no Banco Central Europeu (BCE), por sete dias, semana passada. O custo pago pelos bancos europeus para obter funding em dólares está no nível mais alto desde 2008. Os dólares escassearam porque os investidores americanos — incluindo os “money market funds”, que compram títulos de dívida de curto prazo — preferem evitar papéis das instituições financeiras europeias mais expostas aos países da periferia da região com problemas de endividamento. Para Michael Symonds, da Daiwa Capital Markets, “enquanto durar a incerteza sobre a dívida soberana na zona do euro, as condições de funding para bancos europeus vão continuar tensas”.

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Em que consiste o Sistema Financeiro?

Segundo nossos autores o Sistema Financeiro pode ser definido como:

“uma série de mercados para instrumentos financeiros, e os indivíduos e instituições que negociam nestes mercados” (Howells e Bain, p.3)

ou

“Sistemas financeiros,..., constituem-se de instituições e mercados voltados para a viabilização de transações com promessas de pagamento a ser realizado no futuro, feitas por agentes, que se tornam assim devedores;e aceitas por outros agentes, como direitos a serem exercidos na mesma data, tornando-se com isto credores dos primeiros.”(Cardim et alli, p.212)

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Uma definição alternativa poderia ser:

“Sistemas financeiros são um conjunto complexo de instituições – organizações, normas, convenções, hábitos de pensamento e de comportamento – que definem os instrumentos financeiros, as condições e o ambiente/contexto econômico em que os indivíduos/organizações estabelecerão as transações financeiras”

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1. Intermediação entre unidades superavitárias e deficitárias;

2. Serviços financeiros: seguros, pensões, consórcios etc;

3. Mecanismo de pagamentos (emissão de moeda);

4. Instrumento de ajuste de portfólio.

Quais são as funções desempenhadas pelos sistemas financeiros?

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Quem forma o sistema financeiro?

Mercados FinanceirosOrganizados

Instituições Financeiras

Superavitários:Firmas, Famílias etc

Deficitários:Firmas, Famílias, etc

Anárquico

Estruturado

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a) Prestamistas e Prestatários

1. Unidades superavitárias, são aqueles indivíduos/organizações cujas receitas correntes superam as despesas correntes;

2. Unidades deficitárias, são aqueles indivíduos/organizações cujas despesas correntes superam as receitas correntes;

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Seja Rc = receita corrente e Dc = despesa corrente;Para simplificar, restringiremos as despesas correntes a C =

consumo e I = investimento;Assim, temos:(Rc – C) – I >0 superávit financeiro (SF)(Rc – C) – I <0 déficit financeiro (DF)

1. Um superávit financeiro pode ser usado na compra de ativos financeiros (M2; M3; M4) pelo agente superavitário, tornando-o prestamista; ou pode ser acumulado na forma de moeda (M1), o que não significa conceder empréstimo;

2. Um déficit financeiro requererá do agente deficitário a venda de algum ativo acumulado, o que não envolve tomada de empréstimo; ou que se financie com outro agente, obtendo meios de pagamentos em troca de uma dívida, tornando-se um prestatário.

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Condições para tornar o superávit financeiro em empréstimo

1. O agente superavitário concederá empréstimo de sua riqueza financeira de acordo com suas avaliações de retorno, risco e liquidez do prestatário;

2. O agente deficitário procura reduzir os custos do empréstimo tomado e compatibilizar o fluxo temporal de despesas com as receitas previstas.

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b) As instituições financeiras1. São firmas que operam com vistas à obtenção de lucro, de

crescimento e participação de mercado;

2. As instituições financeiras são agentes que criam ativos para os agentes superavitários (fornecendo alternativas de aplicação) e passivos para os agentes deficitários (fornecendo meios de pagamentos);

3. Elas também criam liquidez, supostamente, por possuírem vantagens de escala na obtenção de informação e no gerenciamento de riscos para os clientes;

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Vantagens de se Negociar com Instituições Financeiras

1. Transformação de vencimentos;

2. Redução do risco: a) diversificação;

b) conhecimento especializado;

3. Reduz custos de pesquisa, de transação e monitoramento para os clientes;

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Em uma palavra, o que as instituições financeiras criam que as

tornam empresas cruciais no funcionamento do sistema

financeiro?

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Tipos de Instrumentos e Mercados FinanceirosInstrumentos Negociados:Depósitos bancáriosCertificados de depósitosLetras do Tesouro NacionalLetras Estaduais e MunicipaisAções

Contratos futuros: de moeda, de opções etc

Seguro de vidaPensõesSwaps

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Tipificação de Mercados de Acordo com Diferentes Critérios

Forma da Transação:

Crédito

Títulos

Participação de Terceiros

Acesso ao Mercado

Objeto da Transação

Curto-prazo

Longo-prazo

Mercado Monetário

Mercado de Capitais

Títulos de propriedade

Títulos de dívida

Primário

Secundário

Público

Privado

Recursos

Riscos

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Efeitos do Sistema Financeiro sobre o resto da Economia Nível da Demanda: criação de meios de

pagamentos aumenta o nível da demanda

Ex: a) Empréstimo diretoEmprestador: Ativos R$100Tomador: Ativos Passivo R$100

Total de Ativos: R$100Total de Passivos: R$100

b) Via IntermediárioEmprestadores: Ativos R$100 PassivoIntermediário: Ativos R$100 Passivo R$100Tomador: Ativos Passivo R$100

Total de Ativos: R$200Total de Passivos: R$200

Essa criação de meios de pagamentos, como vimos, ou se dá pelo aumento de M ou por via do aumento da velocidade de circulação da moeda na equação de trocas

MV = PY

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Composição da Demanda Agregada: quer isto dizer que o sistema financeiro pode facilitar ou dificultar o aumento da taxa de investimento em relação a outras componentes de gasto

Juros

Investimentos

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Alocação de recursos: o sistema financeiro é um mecanismo de carrear recursos entre atividades econômicas.

Se for eficiente no sentido paretiano, o sistema financeiro carreará os recursos para aquelas atividades mais lucrativas;

Se houver qualquer “falha de mercado”, o sistema financeiro não será eficiente no sentido paretiano