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1ª série EM - Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL – RF 2018 – PORTUGUÊS TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Tu não verás, Marília, cem cativos Tirarem o cascalho, e a rica, terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada serra. Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de ouro No fundo da bateia. Marília de Dirceu. Tomás Antônio Gonzaga. 01. Que retrato da época o poeta retrata no texto, levando-se em consideração om tempo e o lugar em que ele viveu? TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES MEMÓRIA Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido (esquecido, que só existe na lembrança) contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis (palpáveis) tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. 02. O título do poema de Drummond é confirmado ou negado pela interpretação adequada da última estrofe do texto? Explique. 03. Assinale com V o que for adequado ao poema de Drummond, e com F o que não for. ( ) informativo. ( ) subjetivo. ( ) ficção. ( ) linguagem literal. ( ) linguagem figurada. ( ) linguagem apropriada a um grande público. 04. Lembrando-se das discussões em sala de aula e de qual o propósito do estudo de Literatura na escola, diga quais os elementos essenciais para a definição de Arte. 05. a) Campanhas publicitárias comumente evidenciam problemas sociais. Qual a situação foi apresentada pela parte não-verbal do cartaz? Explique-a (e leve em consideração quem seria o autor da imagem). b) A partir da resposta anterior e da análise do cartaz, qual a finalidade do texto ao lado?

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1ª série EM - Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL – RF 2018 – PORTUGUÊS TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Tu não verás, Marília, cem cativos Tirarem o cascalho, e a rica, terra, Ou dos cercos dos rios caudalosos, Ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negro Do pesado esmeril a grossa areia, E já brilharem os granetes de ouro No fundo da bateia.

Marília de Dirceu. Tomás Antônio Gonzaga.

01. Que retrato da época o poeta retrata no texto, levando-se em consideração om tempo e o lugar em que ele viveu? TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES MEMÓRIA Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido (esquecido, que só existe na lembrança) contra o sem sentido apelo do Não.

As coisas tangíveis (palpáveis) tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão.

02. O título do poema de Drummond é confirmado ou negado pela interpretação adequada da última estrofe do texto? Explique. 03. Assinale com V o que for adequado ao poema de Drummond, e com F o que não for. ( ) informativo. ( ) subjetivo. ( ) ficção. ( ) linguagem literal. ( ) linguagem figurada. ( ) linguagem apropriada a um grande público. 04. Lembrando-se das discussões em sala de aula e de qual o propósito do estudo de Literatura na escola, diga quais os elementos essenciais para a definição de Arte. 05. a) Campanhas publicitárias comumente evidenciam problemas sociais. Qual a situação foi apresentada pela parte não-verbal do cartaz? Explique-a (e leve em consideração quem seria o autor da imagem). b) A partir da resposta anterior e da análise do cartaz, qual a finalidade do texto ao lado?

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06. A importância da preservação do meio ambiente para a saúde é ressaltada pelos recursos verbais e não verbais utilizados na propaganda da SOS Mata Atlântica. Explique como os elementos não-verbais contribuem com a criação do sentido do anúncio junto aos recursos verbais.

07. Explique a associação estabelecida entre texto verbal e não-verbal criada para dar sentido ao anúncio publicitário

08.

a) Os infográficos apresentam informações de forma sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica, etc. Indique dois exemplos, do infográfico reproduzido acima, em que a informação é apresentada por meio de linguagem não verbal. b) Considerando o veículo em que foi publicado, a revista Planeta Sustentável, qual é a finalidade desse infográfico? 09. Observe o cartum ao lado, há a presença tanto de linguagem verbal quanto não-verbal. Explique como as duas linguagens juntas (a verbal e a não-verbal) dão sentido ao cartum.

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10. A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”. E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma: “Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome: chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase no conto: a) Cite a palavra, presente nos trechos do conto, que está associada ao caráter subjetivo que a imagem física das pessoas apresenta. b) Explique por que o nome da mulher é uma ironia do autor. TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES “(...) E, páginas adiante, o padre se portou ainda mais excelentemente, porque era mesmo uma brava criatura. Tanto assim, que, na despedida, insistiu: - Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua.”

(João Guimarães Rosa, A hora e a vez de Augusto Matraga, em Sagarana.)

“(...) Então, Augusto Matraga fechou um pouco os olhos, com sorriso intenso nos lábios lambuzados de sangue, e de seu rosto subia um sério contentamento. Daí, mais, olhou, procurando João Lomba, e disse, agora sussurrando, sumido: - Põe a bênção na minha filha..., seja lá onde for que ela esteja... E, Dionóra... Fala com a Dionóra que está tudo em ordem! Depois morreu.”

(Idem, p. 413.)

11. O segundo excerto, de certo modo, confirma os ditos do padre apresentados no primeiro. Contudo, “a hora e a vez” do protagonista não são asseguradas, segundo a narrativa, pela reza e pelo trabalho. O que lhe garantiu ter “a sua hora e a sua vez”? 12. “A hora e a vez” de Nhô Augusto relacionam-se aos encontros que ele tem com outro personagem, Joãozinho Bem-Bem, em dois momentos da narrativa. Em cada um desses momentos, Nhô Augusto precisa realizar uma escolha. Indique quais são essas escolhas que importam para o processo de transformação do personagem protagonista. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES NEGRINHA (Monteiro Lobato) Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta?? Não. Fusca, mulatinha escura, de cabe-los ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos de vida, vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre farrapos de esteira e panos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada pelos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo no céu. Entaladas as banhas no trono uma cadeira de balanço na sala de jantar, — ali bordava, recebendo as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o padre. Ótima, a D. Inácia. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva sem filhos, não a calejara o choro da sua carne, e por isso não suportava o choro da carne escrava. Assim, mal vagia, longe na cozinha, a triste criança, gritava logo, nervosa: — Quem é a peste que está chorando aí? Quem havia de ser? A pia de lavar pratos?? O pilão?? A mãe da criminosa abafava a boquinha da filha e corria com ela para os fundos do quintal, torcendo-lhe em caminho beliscões desesperados: — Cale a boca, peste do diabo!! No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio, desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer... Assim cresceu Negrinha — magra, atrofiada, com olhos eternamente assustados. Órfã aos quatro anos, ficou por ali, feita gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia a ideia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos. Aprendeu a andar, mas não andava, quase. Com pretexto de que, às soltas, reinaria no quintal, estragando as plantas, a boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão de porta. — Sentadinha aí, e bico!! Hem?? Negrinha imobilizava-se no canto, horas e horas. — Braços cruzados, já, diabo!!

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Cruzava os bracinhos, a tremer, sempre com o susto nos olhos. E o tempo corria. O relógio batia uma, duas, três, quatro, cinco horas — um cuco tão engraçadinho! Era seu divertimento vê-lo abrir a janela e cantar as horas com a bocarra vermelha, arrufando as asas. Sorria-se, então, feliz um momento. 13. Apesar da semelhança física, o “casal de pretos velhos” com quem vivia Matraga tem comportamento doméstico muito diferente do de Negrinha. Explique essa diferença e cite um pequeno trecho do conto Negrinha que a comprove. 14. Negrinha, ao longo do conto, sofre castigos físicos, morais e psicológicos intensos. Sabendo disso: a) Quem é responsável por eles? b) Cite um trecho do texto acima, composto por substantivo e adjetivo, que mostre como é vista ironicamente a pessoa responsável pelos castigos. 15. 3Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso? Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também emitimos 1gás carbônico, um dos principais gases do 6efeito estufa. Atitudes simples como trocar lâmpadas incandescentes pelas 4fluorescentes e puxar da tomada os aparelhos que não estão em uso reduzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de 2CO2 na atmosfera. 5Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor Qual a linguagem predominante no texto, denotativa ou conotativa? Justifique sua resposta. 16. E aqui, antes de continuar este espetáculo, é necessário que façamos uma advertência a todos e a cada um. Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada.

FERNANDES, M.; RANGEL, F. Liberdade, liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2009.

A peça Liberdade, liberdade, encenada em 1964, apresenta o impasse vivido pela sociedade brasileira em face do regime vigente. Qual expressão conota esse impasse e quais os sentidos ela apresenta no texto? Leia estes textos, em que se aborda a aprovação pelo MEC do livro Por uma vida melhor e se discutem questões relacionadas ao ensino da língua materna e responda às próximas questões. Texto 1 - Falando errado Morro e não consigo ver tudo. Na quadra da vida em que nos encontramos, esta expressão popular se torna latente. O Ministério da Educação aprova o uso do livro “Por uma vida melhor”, da “Coleção Viver, Aprender”, cujo conteúdo ensina o aluno a falar errado. É isso mesmo! A justificativa tem uma certa pompa ao criar um novo apêndice linguístico, quando fundamenta que o aluno do ensino fundamental deve aprender a usar a “norma popular da língua portuguesa”. Os autores da obra defendem o uso da “língua popular” afirmando que a “norma culta não leva em consideração a chamada língua viva”. Ora, ora! Temos, aí, tempos revolucionários, que implicam novas regras na comunicação e expressão. Há poucas semanas foi o surgimento de projeto de lei que determina a extinção de palavras estrangeiras em escritas oficiais e em publicidades. Agora, em documento oficial - um livro aceito pelo MEC -, escreve-se errado para ensinar a falar errado. Assim sendo, não poderemos criticar [...] a quantidade de lastimáveis programas no horário nobre da televisão e outras barbaridades perpetradas à cultura brasileira.

SANTOS, Milton. Jornal do Comércio, 17/5/2011. Disponível em:<http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=62332>. (Fragmento). Acesso em: 20 jun. 2011.

Texto 2 - Polêmica ou ignorância? Discussão sobre livro didático só revela ignorância da grande imprensa [...] Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. [...] Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito [...]

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Nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa não significa automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento. O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta “língua certa”, no exato momento em que a defendem, empregar regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: “Como é que fica então as concordâncias? ”. Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a pergunta...

BAGNO, Marcos. Disponível em: <http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745>. (Fragmento). Acesso em: 20 jun. 2011.

17. Explicite o ponto de vista defendido em cada texto e cite argumentos que os autores mobilizam para defender sua posição. 18. No final do texto 2, o autor cita a fala de um jornalista como exemplo que contraria a gramática normativa. Identifique a regra gramatical a que se refere o autor e explique por que ela não foi respeitada na fala do jornalista citado. 19. Reescreva a frase do jornalista, de modo a adequá-la à norma do português padrão. 20. Explique por que o autor do texto qualifica a situação de emprego da frase do jornalista como “divertida”. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES O trecho a seguir foi extraído de "Iracema". Ele reproduz a reação e as últimas palavras de Batuiretê antes de morrer: "O velho soabriu as pesadas pálpebras, e passou do neto ao estrangeiro um olhar baço. Depois o peito arquejou e os lábios murmuraram: - Tupã quis que estes olhos vissem antes de se apagarem, o gavião branco junto da narceja. O abaeté derrubou a fronte aos peitos, e não falou mais, nem mais se moveu." (José de Alencar, "Iracema: lenda do Ceará". Rio de Janeiro: MEC/INL, 1965, p. 171-172.) 21. a) Quem é Batuiretê? b) Identifique os personagens a quem ele se dirige no trecho acima. 22. Nesta obra apresenta-se uma tese sobre o nascimento lendário do primeiro cearense, que representaria também uma teoria sobre o brasileiro. a) Que personagem da obra representa essa tese? b) Qual o significado do nome dado a ele por Iracema? TEXTO PARA A QUESTÃO 23 O Pajé falou grave e lento: - Se a virgem abandonou ao guerreiro branco a flor de seu corpo, ela morrerá; mas o hóspede de Tupã é sagrado; ninguém o ofenderá; Araquém o protege. José de Alencar, "Iracema". 23. Considerando, no contexto da obra, a caracterização da personagem Martim, explique por que foi apenas quando estava sob o efeito do "vinho de Tupã" que ele manteve, pela primeira vez, relações sexuais com Iracema. TEXTO PARA A QUESTÃO 24 Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros; Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.

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24. Esse trecho é o início do romance "Iracema", de José de Alencar. Sobre essa obra assinale com V as afirmações que considerar corretas e com F as falsas. ( ) Iracema e uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da América. ( ) as personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os Tabajaras e os Pitiguaras. ( ) busca fundir num mesmo código as imagens de um lirismo romântico e alguns modos de nomeação e construção da língua tupi. ( ) defende a superioridade da cultura indígena sobre a européia, tal como o demonstra o desfecho desse romance idealizante. ( ) dispõe-se a desenvolver a história de uma virgem que, resistindo ao colonizador, representa o poder da natureza indomável. 25. O trecho seguinte pertence ao romance Iracema (1865), de José de Alencar: “Refresca o vento. O rulo das vagas precipita. O barco salta sobre as ondas e desaparece no horizonte. Abre-se a imensidade dos mares; e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo. Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas, e te poje nalguma enseada amiga. Soprem para ti as brandas auras; e para ti jaspeie a bonança mares de leite! ” O barco mencionado no fragmento a) transporta o corpo de Iracema em ritual fúnebre indígena. b) conduz Moacir, o primeiro cearense ainda criança, para o exílio. c) dirige-se, para novas conquistas de territórios, ao sul do país. d) parte da Europa, levando o colonizador português ao Ceará. e) nenhuma das alternativas está correta.

26. Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas funções comunicativas. Qual a finalidade desse anúncio e para quem ele é destinado?

27.Qual a função da linguagem (emotiva, conativa, referencial, fática, poética ou metalinguística) predominante no anúncio? Identifique 03 (três) elementos textuais que comprovem sua resposta. Leia os textos abaixo para responder às questões 28 e 29 TEXTO I Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou.

LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio. 1989.

TEXTO II Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou

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os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.

PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986.

28. Há uma função da linguagem em comum predominante nos dois textos. Identifique-a e justifique sua escolha. 29. Além da função em comum identificada na questão anterior, cada um dos texto utiliza estratégias textuais diferentes em sua constituição. Qual a outra função da linguagem predominante no texto II? Identifique 3 estruturas que comprovem sua resposta. 30. Indique qual figura de linguagem predomina nas alternativas abaixo: a) O céu está mostrando sua face mais bela ......................................................................................................... b) Eduardo tem um olhar frio, desesperador....................................................................................................... c) A menina quebrou a perna da cadeira.............................................................................................................. d) Li William Shakespeare várias vezes………………………………………………………………………… e) Eles choraram rios de lágrimas......................................................................................................................... f) Aquela garota é tão bela quanto os campos floridos na primavera.................................................................... g) O aluno foi convidado a se retirar da sala devido a seu comportamento........................................................... h) Passei dias e noites em busca de uma resposta.................................................................................................. i) Nem sequer lhe respeitavam os cabelos brancos................................................................................................ j) Um relacionamento nasce, cresce, reproduz-se, e, algumas vezes, acaba......................................................... 31. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da 1esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem – se algum houve –, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e enfim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de 2mor espanto: que não se muda já como 3soía

Camões, Sonetos, 2001.

1esperança: esperado. 2mor: maior. 3soer: costumar (soía: costumava). A sinestesia (do grego syn, que significa “reunião”, “junção”, “ao mesmo tempo”, e aisthesis, “sensação”, “percepção”) designa a transferência de percepção de um sentido para outro, isto é, a fusão, num só ato perceptivo, de dois sentidos ou mais.

(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)

Transcreva o verso do poema de Camões em que se verifica a ocorrência de sinestesia. Justifique sua resposta. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO É bem feliz, se existe, em que não veja, Que filho tem, qual chora: és livre; parte! — Acaso tu supões que me acobardo, Que receio morrer! — És livre; parte! — Ora não partirei; quero provar-te

Que um filho dos Tupis vive com honra, E com honra maior, se acaso o vencem, Da morte o passo glorioso afronta. — Mentiste, que um Tupi não chora nunca, E tu choraste!... parte; não queremos Com carne vil enfraquecer os fortes. [...]

(DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In: "Clássicos da Poesia Brasileira". São Paulo: Galex, [s/d]. p. 73-87.)

32. Percebe-se que o trecho acima, do poema Juca Pirama, fala sobre o choro de um personagem. Sabendo disso, e lembrando que se trata de obra da 1ª Geração Romântica Brasileira, responda: a) Qual o motivo do personagem em questão ter chorado neste momento da obra? b) Qual fato da história do Brasil mais influencia a temática central desta geração?

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES O capítulo O MUNDO COBERTO DE PENAS, do romance VIDAS SECAS (Graciliano Ramos), inicia-se com a seguinte descrição feita pelo narrador: "O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. (...). Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o sul. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. Sinha Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cabras, que lembrança! (...) Um bicho de penas matar o gado! Provavelmente Sinha Vitória não estava regulando." 33. Sinha Vitória vê a chegada das aves ao bebedouro do gado como um sinal. De acordo com o enredo de VIDAS SECAS, o que simboliza a chegada das aves? 34. Pela visão de mundo que predomina no romance como um todo, reflita e responda: com qual das 3 gerações da poesia romântica brasileira há mais proximidade esta obra? Explique TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO "Junto a meu leito, com as mãos unidas, Olhos fitos no céu, cabelos soltos, Pálida sombra de mulher formosa Entre nuvens azuis pranteia orando. É um retrato talvez. Naquele seio Porventura sonhei doiradas noites. Talvez sonhando desatei sorrindo Alguma vez nos ombros perfumados

Esses cabelos negros, e em delíquio Nos lábios dela suspirei tremendo. Foi-se minha visão. E resta agora Aquela vaga sombra na parede - Fantasma de carvão e pó cerúleo, Tão vaga, tão extinta e fumarenta Como de um sonho o recordar incerto."

(AZEVEDO, Álvares de. VI Parte de "Idéias Íntimas")

35. Baseando-se na leitura do texto de Álvares de Azevedo, assinale a única alternativa INCORRETA: a) Considerando os aspectos temáticos e formais do poema, pode-se vinculá-lo ao segundo momento do movimento romântico brasileiro, também conhecido como "geração do spleen" ou "mal do século". b) A presença da mulher amada torna-se o ponto central do poema. Isso é claramente manifestado pelas recordações do eu-lírico, marcado por um passado vivido, que sempre volta em imagens e sonhos. c) O texto reflete um articulado jogo entre o plano do imaginário e o plano real. Um dos elementos, entre outros, que articula essa construção é a alternância dos tempos verbais presente/passado. d) Realidade e fantasia tornam-se a única realidade no espaço da poesia lírica romântica, gênero privilegiado dentro desse movimento. e) Apesar de utilizar decassílado, esse poema possui o andamento próximo ao da prosa. Esse aspecto formal é importante para intensificar certo prosaísmo intimista da poesia romântica. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia. Do peito para trás era tudo insensibilidade e esquecimento. Mas o resto do corpo se arrepiava, espinhos de mandacaru penetravam na carne meio comida pela doença. Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente Sinha Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo. Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

VIDAS SECAS. BALEIA

36. O trecho acima pertence ao capítulo Baleia. Sabendo disso, diga o que ocorre com esta personagem e o porquê da decisão sobre ela tomada por Fabiano. 37. Leia o texto. "Cuidado com as palavras Uma moça se preparou toda para ir ao ensaio de uma escola de samba. Chegando lá, um rapaz suado pede para dançar e, para não arrumar confusão, ela aceita. Mas o rapaz suava tanto que ela já não estava suportando mais. Assim, ela foi se afastando e disse: -Você sua, hein!!! Ele puxou-a, lascou um beijo e respondeu: -Também vô sê seu, princesa!!!"

(www.mundodaspiadas.com/arquivo/2006-2-1.html. Adaptado)

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a) Tendo como base a frase da moça, explique o que ela quis dizer e o que o rapaz entendeu. b) Explique, do ponto de vista fonológico, o que gerou a interpretação do rapaz. 38. As regras de acentuação ortográficas nos ajudam a compreender as palavras durante o processo da escrita. Mesmo conhecendo seu funcionamento, algumas palavras geram dúvidas sobre o uso do acento. a) Por que o termo “herói” recebe acento e o adjetivo “heroico” não é acentuado? b) O que ocorre durante o processo de acentuação de “juiz” e “juízes”? 39. Explique a crítica da tirinha e como a polissemia foi empregada neste contexto. 40. Observe a manchete de um jornal: Começa novo plano da polícia contra os assaltos no trânsito. a) A letra “c” é empregada diversas vezes, mas não representa o mesmo fonema. Explique e Justifique. b) Ocorre o mesmo com a letra “s”? Justifique. 41. A manchete acima usou a palavra “trânsito”. Explique por que ela foi acentuada e porque no trecho abaixo a palavra não recebeu acento “Eu transito sempre por esta via”. 42. O texto abaixo apresenta inadequações, de acordo com a norma padrão. No caminho de Montevideo, dirigindo pela rota beira-mar obrigatóriamente voce vai passar pelo porto de Montevideo, lá existe um mercado muito sofisticado com ótimos restaurantes. Vale [a pena] uma parada para almoçar no El Palenque, um dos melhores restaurantes do Uruguai para comer carnes, é incrivel lá dentro! Paramos para conhecer, mas não almoçamos no El Palenque dessa vez, pois estavamos com o almoço marcado na Bodega Bousa e depois a visita a vinicola. Seguimos viagem pela rota 5 em direção a Bodega Bousa (fique atento as placas, pois voce pode passar despercebido por elas).

(http://cozinhachic.com/diario-de-viagemmontevideo-vinicolas-e-restaurantes).

Reescreva as palavras com problemas de acentuação e justifique seu emprego. 43. Comparando-se os casais protagonistas de O Guarani (Peri e Ceci) e Memórias de um sargento de milícias (Leonardinho e Luisinha), responda: O que os opõe em relação à caracterização escolhida pelos autores? 44. Considere as seguintes afirmações sobre a obra de José de Alencar. I - Em IRACEMA, narram-se as aventuras e desventuras de Martim Francisco, português, e Iracema, a indígena dos lábios de mel, casal que simboliza a união dos dois povos nas matas brasileiras inexploradas. II - Em SENHORA, Aurélia herda uma fortuna que a salva da pobreza e lhe permite comprar um marido, Seixas, de quem já fora namorada e com quem manterá um casamento perturbado por conflitos e acusações mútuas. III - Em O GUARANI, as aventuras de Peri, bravo guerreiro indígena, são norteadas pela necessidade de servir e proteger a jovem virgem loira Ceci, cuja integridade física é ameaçada por malfeitores e indígenas perigosos. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas III c) Apenas I e II d) Apenas II e III e) I, II e III

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO Manuel Antônio deseja contar de que maneira se vivia no Rio popularesco de D. João VI; as famílias mal organizadas, os vadios, as procissões, as festas e as danças, a polícia; o mecanismo dos empenhos, influências, compadrios, punições que determinavam certa forma de consciência e se manifestavam por certos tipos de comportamento (...). O livro aparece, pois, como sequência de situações.

(Antônio Cândido, "Formação da Literatura Brasileira")

45. Podemos entender a "sequência de situações" a que se refere Antônio Cândido como uma série de pequenos relatos no interior de MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, de Manuel Antônio de Almeida. Sabendo disso, cite duas condições que levaram Leonardinho a se casar com Luisinha ao final da obra. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O crítico Alfredo Bosi, em sua 'História Concisa da Literatura Brasileira', tece algumas considerações sobre o romance 'Senhora', de José de Alencar: Se admitimos que a [mola do enredo] é o fato de o jovem Seixas casar-se pelo dote, em virtude da educação que recebera, damos a Alencar o crédito de narrador realista, capaz de pôr no centro do romance não mais heróis (...) mas um ser venal, inferior. O que seria falso, pois o fato não passa de um recurso. 46. Cite uma passagem de Senhora que permita considerar Seixas como um "heroi" e não como um "ser inferior". TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO O narrador de SENHORA, romance de José de Alencar, descreve assim o aposento de Fernando Seixas antes do casamento com Aurélia: A um canto do aposento notava-se um sortimento de guarda-chuvas e bengalas, algumas de muito preço. Parte destas naturalmente provinha de mimos, como outras curiosidades artísticas, em bronze e jaspe, atiradas para baixo da mesa, e cujo valor excedia de certo ao custo de toda a mobília da casa. Um observador reconheceria nesse disparate a prova material de completa divergência entre a vida exterior e a vida doméstica da pessoa que ocupava esta parte da casa. Se o edifício e os móveis estacionários e de uso pessoal denotavam escassez de meios, senão extrema pobreza, a roupa e os objetos de representação anunciavam um trato de sociedade, como só tinham cavalheiros dos mais ricos e francos da corte. 47. A descrição acima dá especial atenção a uma característica de Seixas que está diretamente relacionada ao rompimento de seu noivado com Aurélia. Que característica é essa? 48. Leia a tirinha ao lado e responda: A comicidade da tirinha é criada no último quadrinho. Quais os processos de formação de palavras presentes na expressão “sobremesariano”?

49. Na tirinha ao lado, o ratinho Níquel Náusea usa uma estratégia para conseguir comida. Para isso, imita um pássaro. Qual é o nome do processo de formação de palavras explorado no 2º quadrinho? Indique mais três expressões com o mesmo processo e dê seu significado.

50. Observe que a palavra “carinho” aparece nos dois quadrinhos. De acordo com o contexto, a expressão “carinho” é derivada do termo “caro”? Explique. (Para isso, apresente também os sentidos possíveis da palavra neste contexto).

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51. Relacione os radicais latinos a seus significados e dê um exemplo de seu uso

Significado Radical Exemplo

( ) 1. além de a) sub

( ) 2. substituição b) i/in

( ) 3. para baixo c) trans

( ) 4. negação d) contra

( ) 5. oposição e) vice

52. Leia abaixo o trecho da música de Arnaldo Antunes para responder à questão. Envelhecer A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer A barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer Os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer Os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer Qual o processo de formação da palavra “envelhecer”? Indique mais três palavras com o mesmo processo. 53. Observe as palavras abaixo: Ambas apresentam o morfema “a” junto ao radical. Nos dois casos, o morfema apresenta a mesma classificação? Se houver diferença, indique-a e explique-a. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES CXXXV Otelo Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, - um simples lenço! - e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se, hoje são precisos os próprios lençóis, alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas. Tais eram as ideias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos intervalos não me levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam quase todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.

(Machado de Assis, "Dom Casmurro")

54. "Um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo." E para fazer de Bentinho o Dom Casmurro, ou seja, alguém com a certeza da traição, o que aconteceu? 55. "Os lenços perderam-se, hoje são precisos os próprios lençóis, algumas vezes nem lençóis há, e valem só as camisas. " No romance A Relíquia, de Eça de Queirós, também é por meio de uma vestimenta que se comprovam os encontros amorosos de Teodorico em sua viagem pela Terra Santa. Diga que roupa é essa e quem a dá de presente a Teodorico. 56. Em A RELÍQUIA, de Eça de Queirós, várias são as mulheres com quem Teodorico Raposo, o herói e narrador, se vê envolvido. Dentre elas, podemos citar Mary, Adélia, Titi, Jesuína, Cibele. Uma dessas personagens é

CASA – GATA

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importantíssima para a trama do romance, já que acompanha o narrador desde a infância, e deve-se a ela a origem de todos os seus infortúnios posteriores. Quem é e o que fez ela para que o plano de Raposo não desse certo? 57. Em A RELÍQUIA, de Eça de Queirós, encontramos a seguinte resposta de Lino, comprador habitual das relíquias de Raposo: "Está o mercado abarrotado, já não há maneira de vender nem um cueirinho do Menino Jesus, uma relíquia que se vendia tão bem! O seu negócio com as ferraduras é perfeitamente indecente... Perfeitamente indecente! É o que me dizia noutro dia um capelão, primo meu: 'São ferraduras demais para um país tão pequeno!...' Catorze ferraduras, senhor! É abusar! Sabe vossa Senhoria quantos pregos, dos que pregaram Cristo na Cruz, Vossa Senhoria tem impingido, todos com documentos? Setenta e cinco, Senhor!... Não lhe digo mais nada... Setenta e cinco!" Relate o episódio que faz com que Lino dê essa resposta a Raposo. 58. Todas as afirmativas sobre o narrador de MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, de Machado de Assis, estão corretas, EXCETO a) Assume a condição de defunto autor para rever sarcasticamente a sua própria vida. b) Faz constantes usos de metalinguagem, leitor incluso e digressão. c) Interrompe com frequência o fluxo da narrativa para conversar com o leitor. d) Mantém um compromisso com a verdade ao retratar fielmente a realidade dos fatos, nunca omitindo informações ou mentindo ao leitor. e) Usa de metáforas para discorrer sobre o tempo, o amor e a miséria humana. 59. No site de suporte técnico da Microsoft, há a seguinte orientação: “Se [o usuário] fazer algumas alterações nas propriedades de site da Web do ASP.NET 2.0 e clique na guia ASP.NET no Gerenciador do IIS, o serviço W3SVC pode ser reiniciado inesperadamente. ”

(Disponível em http://support.microsoft.com/kb/953343/pt-br.)

As formas verbais “fazer” e “clique” estão mal empregadas e deveriam ser substituídas no padrão culto da língua por quais formas verbais? 60. “Muitos imaginam que os que “falam errado” falam de qualquer jeito. Mas é bastante fácil mostrar que, de fato, os que “erram” apenas seguem outras regras. O problema é que essas regras não são aceitas ou são consideradas desvios. Vejamos um exemplo: É comum que crianças digam “Mamãe fazeu um bolo gostoso!” e “Eu também sabo abrir esse pacote de bolacha”. O que estão fazendo? É simples: ...

(Adaptado de POSSENTI, Sírio. Questões de linguagem. São Paulo: Parábola, 2011, p.33.)

Qual seria a resposta dada pelo autor, ou seja, o que gera os desvios acima? 61. Preencha os espaços com as formas adequadas dos verbos indicados entre parênteses: a) Governo ____________________ orçamento e omite gastos essenciais com Rio-2016. (esconder – presente do indicativo) b) O serviço de meteorologia ____________________ que haverá um tornado em Sul. (prever – presente do indicativo) c) Michel Temer cede, e Eliseu Padilha _______________________ articulação política do governo. (tentar – presente do indicativo) d) A Bolsa de Valores nunca mais _______________________________ seus índices de 2008. (ter – pretérito perfeito do indicativo) e) Associação Paulista de Valets entrará com ação se a Prefeitura de SP não _________________________ norma de cupons. (fazer – futuro do subjuntivo) 62. Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João I.

(Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.)

No contexto, indique o tempo e o modo em que está conjugado o verbo “enche” e justifique seu uso no contexto

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63. Saímos à varanda, dalí à chácara, e foi então que notei uma circunstância. Eugênia coxeava um pouco, tão pouco, que eu cheguei a perguntar-lhe se machucara o pé. A mãe calou-se; e a filha respondeu sem titubear: _ Não, senhor, sou coxa (manca) de nascença. O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril: e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Em qual tempo e modo está conjugado o verbo “machucara”? O verbo destacado poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por qual forma composta? 64. Água-Mãe Jogava com toda a alma, não podia compreender como um jogador se encostava, não se entusiasmava com a bola nos pés. Atirava-se, não temia a violência e com a sua agilidade espantosa, fugia das entradas, dos pontapés. Quando aquele back1, num jogo de subúrbio, atirou-se contra ele, recuou para derrubá-lo, e com tamanha sorte que o bruto se estendeu no chão, como um fardo. E foi assim crescendo a sua fama. Aos poucos se foi adaptando ao novo Joca que se formara nos campos do Rio. Dormia no clube, mas a sua vida era cada vez mais agitada. Onde quer que estivesse, era reconhecido e aplaudido. Os garçons não queriam cobrar as despesas que ele fazia e até mesmo nos ônibus, quando ia descer, o motorista lhe dizia sempre: — Joca, você aqui não paga. Quando entrava no cinema era reconhecido. Vinham logo meninos para perto dele. Sabia que agradava muito. No clube tinha amigos. Havia porém o antigo center-forward2 que se sentiu roubado com a sua chegada. Não tinha razão. Ele fora chamado. Não se oferecera. E o homem se enfureceu com Joca. Era um jogador de fama, que fora grande nos campos da Europa e por isso pouco ligava aos que não tinham o seu cartaz. A entrada de Joca, o sucesso rápido, a maravilha de agilidade e de oportunismo, que caracterizava o jogo do novato, irritava-o até ao ódio. No dia em que tivera que ceder a posição, a um menino do Cabo Frio, fora para ele como se tivesse perdido as duas pernas. Viram-no chorando, e por isso concentrou em Joca toda a sua raiva. No entanto, Joca sempre o procurava. Tinha sido a sua admiração, o seu herói. 1 Beque, ou seja, o zagueiro de hoje. 2 Centroavante. (Água-Mãe, 1974.) No primeiro parágrafo, os verbos destacados estão em que tempo e modo? Por que foi usado essa forma verbal?

Orientações:

1. A avaliação de RECUPERAÇÃO FINAL será composta por 10 questões,

retiradas desta lista de 64 questões. Não haverá necessidade de realização

de trabalho complementar.

2. A média necessária para aprovação nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será 5,0 (cinco) pontos.

3. O aluno que NÃO atingir a média necessária nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será encaminhado para a realização das Avaliações de EXAME

FINAL.

4. Os resultados da RECUPERAÇÃO FINAL serão divulgados no dia 21 de

dezembro, a partir das 15h; assim como, os dias e horários das avaliações de

EXAME FINAL.

5. O calendário abaixo poderá sofrer alterações por razões técnicas ou

pedagógicas.

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