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10-03-2016 - portal.arsnorte.min-saude.ptportal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal... · 10-03-2016 1. (PT) - Diário de Notícias, 10/03/2016, Mais um milhão de consultas

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10-03-2016

Revista de Imprensa10-03-2016

1. (PT) - Diário de Notícias, 10/03/2016, Mais um milhão de consultas e urgências no privado em 2015 1

2. (PT) - Diário do Minho, 10/03/2016, USF Bracara Augusta evocou Dia da Mulher com rastreio 3

3. (PT) - Correio do Minho, 10/03/2016, Hospital ensina a prevenir incontinência urinária 4

4. (PT) - Público, 10/03/2016, Internados compulsivamente ficam muitas vezes sem acompanhamento apósalta

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5. (PT) - Jornal de Notícias, 10/03/2016, Doentes duais sem internamento 6

6. (PT) - Jornal de Notícias, 10/03/2016, Centro de saúde perde 2000 utentes 7

7. (PT) - Correio da Manhã, 10/03/2016, Ordem exige médicos 8

8. (PT) - Correio da Manhã, 10/03/2016, TAC e cancro 9

9. (PT) - Sábado, 10/03/2016, "O futuro doente será gestor da sua doença" - Entrevista a Pedro Pita Barros 10

10. (PT) - Correio da Manhã, 10/03/2016, apoio a 50 doentes 13

11. (PT) - Destak, 10/03/2016, Cegueira evitável a alastrar 14

12. (PT) - Jornal de Notícias, 10/03/2016, Zika Vacina não virá a tempo desta epidemia 16

13. (PT) - Visão, 10/03/2016, HIV , más notícias e esperança 17

14. (PT) - Diário de Notícias, 10/03/2016, Eventos e campanhas. Como pôr uma associação a funcionar 18

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Tiragem: 26552

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 25,50 x 29,46 cm²

Corte: 1 de 2ID: 63508020 10-03-2016

Mais um milhão de consultas e urgências no privado em 2015 Saúde. Aumento dos seguros e da utilização na ADSE levaram privados a fazer 8,6 milhões de urgências e consultas, muito mais do que em 2014

RETRATO DO SETOR

1855 > milhões de euros É o valor de faturação de 2015 dos 105 hospitais privados associados à APHP e de outras unidades.

633 > milhões de euros em prémios de seguros de saúde em 2015 (mais 7,5%). Ao todo, serão 2,3 milhões de segurados.

257 329 > cirurgias em 2015 Produção no privado, maisil 765 do que em 2014. Houve ainda 857 2221 consultas e urgências.

4100 > partos em 2015 No grupo Lusíadas, que fez 30 mi( cirurgias, 700 mil consultas e 280 mil atendimentos urgentes.

3,8 > milhões de exames em 2015 Na Luz Saúde, que teve lucros de 21,8 milhões. Fez 1,7 milhões de consultas e 552 mil urgências.

DIANA MENDES

Os hospitais privados fizeram 8,6 milhões de consultas e urgências no ano passado, mais quase um mi-lhão do que em 2014, segundo a As-sociação Portuguesa de Hospitali-zação Privada (APHP). No caso das urgências, já realizam cerca de um quarto do total no país.° setor, que em 2015 faturou cerca de 1855 mi-lhões de euros, tem crescido em to-das as áreas, "porque há mais pes-soas com seguros, uma maior utili-zação dos utentes com ADSE e porque tem investido numa medi-cina de qualidade", clizArtur Osório Araújo, presidente da APHP.

O também dirigente do grupo Trofa Saúde salienta que as pessoas recorrem ao privado sobretudo por causa das consultas e das urgên-cias, que cresceram 14% e 9,3%, respetivamente, segundo informa-ção dos 105 hospitais associados

da APHP. Foram ainda efetuadas 257 mil cirurgias, mais 4,8% do que no ano anterior.

"Há grande procura de atos sim-ples. Consultas como as de pedia-tria, ginecologia, medicina interna ou saúde oral estão em crescimen-to, mas está a ser mais frequente os utentes procurarem-nos para ter um médico de família ou assisten-te. É uma questão de qualidade ter alguém que siga o doente no seu percurso, mesmo não sendo o mais rentável para um privado."

O setor lucrativo fez 6,8 milhões de consultas (mais 836 mil), um pouco mais de metade das que são feitas por ano no Serviço Nacional de Saúde (SNS), excluindo as con-sultas nos centros de saúde, que superam 20 milhões. No caso das urgências, o privado fez 1,76 mi-lhões (mais 149 mil), enquanto o SNS faz pouco mais de seis mi-lhões. O ministro da Saúde, Adal-berto Campos Fernandes, já referiu

que uma das metas é reduzir este número em 10% e reforçar o aten-dimento nos centros de saúde, com mais exames, análises e con-sultas de outras especialidades.

Seguros e ADSE em alta O contínuo crescimento dos gru-pos privados, que passaram de uma faturação de 750 milhões de euros para 1855 em 2015 (valores estimados), deve-se, em parte, a uma maior procura da parte de be-neficiários da ADSE. O DN noticiou ontem que a despesa média por utente cresceu 46% em cinco anos porque quem tem ADSE opta cada vez mais pelo setor privado. Um subsistema que deve ser alargado.

Constantino Sakellarides, con-sultor do Ministério da Saúde, dis-se ao DN que é urgente a mudança na ADSE, que tem de ser "bem ge-rida, devidamente remunerada e que não se pode alargara um pon-to em que passe a haver um SNS

Cirurgias fora do SNS em caso de atraso na resposta

ONCOLOGIA O Ministério da Saúde admite recorrer às unidades pri-vadas quando o tempo de espera para operar um cancro ponha em causa a vida do doente, uma so-lução que existia apenas em si-tuações multo raras em anos an-teriores. Em 2014, mais de sete mil das quase 45 mil cirurgias na área do cancro foram realizadas após o tempo máximo garantido por lei, um aumento de 4,6% num ano e que foi ainda maior nas ci-rurgias prioritárias (8,3%). Nuno Miranda, o diretor do programa nacional para as doenças onco-lógicas, admitiu há dias a "possi-bilidade de deslocar casos menos graves para os conven-cionados para aliviar os hospi-tais públicos. Dessa forma, estes poderão responder às situações mais urgentes e mais comple-xas, como os cancros da cabeça e do pescoço".

dos pobres". "O SNS deverá ser transformado para que as pessoas, em particular a classe média que o sustenta, o apreciem e o reconhe-çam como algo delas."

Mas a ADSE não é a única razão para a subida dos privados. Os por-tugueses optam também em maior número por um seguro de saúde. Em 2014, 2,2 milhões ti-nham um, refere a Associação Por-tuguesa de Seguradores. O presi-dente da APS, Pedro SebcasVale, re-fere ao DN que "o crescimento homólogo do número de pessoas seguras no final do terceiro trimes-tre de 2015 correspondia a 2,8%", pelo que haverá mais 61 mil segu-rados em 2015. Artur Araújo diz que "as pessoas fazem seguros e procuram mais as unidades por-que podem marcar consultas e exames com rapidez e ter resposta em pouco tempo."

Apesar da grande atividade ci-rúrgica e de internamento, esta é uma "maior aposta de quem tem ADSE, porque não há limites de plafond. Este é, infelizmente, um problema que devia ser resolvido nos seguros. Quem tivesse um se-guro integral deveria poder ter uma redução no imposto".

Apesar da subida da procura em detrimento do SNS, Artur Araújo defende a existência dos dois siste-mas, e que o "privado complemen-ta o SNS". Tal como no público, "está a registar mais médicos em dedicação exclusiva, que é o que se pretende, para dar qualidade aos cuidados e seguimento ao doente." Além dos horários alargados e da rapidez, há novas apostas, "como a telemedicina e consultas com maior recurso a tecnologia".

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Tiragem: 26552

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,36 x 8,13 cm²

Corte: 2 de 2ID: 63508020 10-03-2016

SAÚDE

Mais um milhão de consultas e urgências no privado em 2015 • Os hospitais privados fizeram 257 mil cirurgias e 8,6 milhões de consultas e urgências no ano passa-do, sendo estas já um quarto do total do pais. O setor faturou cerca de 1855 milhões de euros, fruto do au-mento da utilização de seguros e da ADSE. PORTUGAL PÁG. 20

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 9

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Área: 7,33 x 8,79 cm²

Corte: 1 de 1ID: 63509879 10-03-2016USF BRACARA AUGUSTA EVOCOU DIA DA MULHER COM RASTREIO

saúde As profissionais da Unidade de Saúde Familiar Bracara Augusta – médicas, enfermei-ras e secretárias clínicas –, promoveram um dia internacional da mulher especial.

«O "Dia da Mulher" ficou marcado pela or-ganização de um rastreio virado para as utentes do sexo feminino, que culminou na avaliação de cerca de duas dezenas de utentes, procuran-do rastrear doenças como o cancro do colo do útero, com um novo método agora existente na USF», disse fonte da unidade de saúde, acres-centando que as utentes foram convidadas a participar nos dias anteriores e no próprio dia.

Segundo a coordenadora da USF, Isabel Sil-va, «a recetividade foi muito boa e as utentes aplaudiram a ideia», salientando este tipo de ações. Até porque se trata de uma doença que mata 65 mulheres todos os anos.

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Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 8

Cores: Preto e Branco

Área: 10,02 x 11,97 cm²

Corte: 1 de 1ID: 63510736 10-03-2016

SAÚDE| Redacção |

A incontinência urinária, maisconhecida como perda invo-luntária de urina, é uma pato-logia que afecta 20% da popu-lação portuguesa com mais de40 anos. Para assinalar o Diada Incontinência Urinária, ce-lebrado a 14 de Março, os Ser-viços de Urologia, Ginecolo-gia e Obstetrícia e MedicinaFísica e Reabilitação do Hos-pital de Braga unem-se na con-cretização de um programa deiniciativas dirigido à comuni-dade.

Amanhã, o Serviço de Urolo-gia promove, das 9 às 12 horasuma acção de detecção precoce

da patologia, que pretende in-formar e sensibilizar a popula-ção acerca dos sinais de alerta.Esta acção, de inscrições limi-tadas e marcação obrigatória, atoda a população que apresentesintomas desta doença e deveser marcado através do contac-to telefónico 253027381, dis-ponível das 8.30 horas às 12 e13 horas, às 17.30 horas.

No sábado decorre no Hospi-tal de Braga uma sessão paraprofissionais de saúde, sobre aIncontinência Urinária e o Ser-viço de Medicina Física e Rea-bilitação promove das 9 às 13horas, no Centro de Conheci-mento do Hospital de Braga,sessões de reabilitação dosmúsculos do soalho pélvico.

Amanhã e sábado

Hospital ensina a prevenirincontinência urinária

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Tiragem: 32904

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 15,54 x 30,51 cm²

Corte: 1 de 1ID: 63508930 10-03-2016SÉRGIO AZENHA

Não há dados nacionais sobre o número de pessoas que são internadas compulsivamente desde 2007

Há pessoas com problemas de saú-

de mental que depois de terem si-

do internadas compulsivamente

recebem alta e fi cam sem qualquer

acompanhamento, correndo o pe-

rigo de descompensarem, afi rma

Jorge Costa Santos, presidente da

Comissão para Acompanhamento

da Execução do Regime de Inter-

namento Compulsivo — a estrutura

voltou a funcionar no ano passado,

após seis anos de vazio.

A Lei de Saúde Mental prevê, des-

de 1998, que o internamento com-

pulsivo de doentes mentais se faça de

acordo com um conjunto de regras

que têm de ser validadas pelos tribu-

nais. Podem requerer o internamen-

to médicos “no exercício das suas

funções”, “autoridades de Saúde” e o

Ministério Público (MP). Tem de estar

em causa “uma situação de perigo”.

A mesma lei prevê que deve existir

uma comissão para receber as recla-

mações das pessoas internadas com-

pulsivamente, visitar os hospitais e

comunicar com os internados, so-

Internados compulsivamente ficam muitas vezes sem acompanhamento após alta

licitar ao MP a correcção de situa-

ções de violação da lei e recolher de

dados sobre a sua aplicação. A au-

sência desta estrutura durante seis

anos mereceu, aliás, a Portugal duas

chamadas de atenção por parte do

Comité Europeu para a Prevenção da

Tortura e das Penas ou Tratamentos

Desumanos ou Degradantes do Con-

selho da Europa.

Em funções há cerca de um ano,

o presidente da comissão de nove

membros, Jorge Costa Santos, diz:

“A percepção que temos é que há um

número signifi cativo de pacientes

com alta de internamento compul-

sivo que fi cam sem acompanhamen-

to, o que nos preocupa.” O médico,

professor de Psiquiatria na Facul-

dade de Medicina da Universidade

de Lisboa, afi rma que alguns destes

doentes, muitos sem rede familiar,

“perdem-se na comunidade”. “Têm

alta, deixam de tomar a medicação

e descompensam.” Depois, o que

muitas vezes acontece é que “ou têm

comportamentos que levam as auto-

ridades policiais a agir com vista ao

reinternamento ou fi cam entregues a

si mesmos, em sofrimento, sem qual-

quer tipo de apoio terapêutico”.

Não há dados nacionais sobre o

número de pessoas internadas com-

pulsivamente desde 2007. Por isso, o

médico informa que a comissão deci-

diu criar uma nova base de dados on-line onde os médicos deverão intro-

duzir estes episódios, que deve avan-

çar no início do próximo semestre.

Além do registo do internamento,

o objectivo é também fazer o acom-

panhamento do doente ao longo do

seu processo terapêutico após o in-

ternamento, por exemplo, registando

passagens para internamento com-

pulsivo em ambulatório (fora do hos-

pital), seguimento numa unidade de

saúde mental na área de residência.

Desde que a comissão entrou em

funções recebeu apenas uma recla-

mação de um doente e fez uma visita

inspectiva, com entrevistas aleató-

rias a doentes e a médicos, ao Centro

Hospital Psiquiátrico de Lisboa. “Não

encontrámos nada de especialmente

gritante.” As reclamações podem ser

feitas para o email comissaointerna-

[email protected].

No passado a comissão esteve por

nomear por problemas associados a

ajudas de custos, esclareceu em tem-

pos o director do Programa Nacional

para a Saúde Mental, Álvaro de Car-

valho. Jorge Costa Santos diz que o

funcionamento da actual comissão

continua muito fragilizado pela difi -

culdade de fazer face às despesas de

deslocação de membros que têm de

vir de todo o país para participarem

nas reuniões da comissão na Direc-

ção-Geral de Saúde, em Lisboa.

No último ano em que há dados a

nível nacional, em 2007, os interna-

mentos compulsivos representavam

quase 10% das admissões de doentes

em psiquiatria (1911 em 19.356).

Saúde mentalCatarina Gomes

Comissão vai criar base de dados online para que médicos registem episódios e façam o seguimento dos pacientes

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Tiragem: 74277

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

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Corte: 1 de 1ID: 63508023 10-03-2016

Adição Doentes duais sem internamento

• A Associação Nacional do Doente Adicto e Dual alertou ontem para a necessidade de melhor acompanhamento mé-dico e falta de instalações para internamento de doentes mentais com problemas de adição (doente dual). Os medi-camentos para estes doentes "são caros e quase nada com-participados". denunciam.

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Tiragem: 74277

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 15,83 x 10,80 cm²

Corte: 1 de 1ID: 63508131 10-03-2016

Centro de saúde perde 2000 utentes LOUSADA O centro de saúde de Meinedo. em Lousada, ficou. nos últimos meses, sem 2000 utentes, transferidos, sem o seu consenti-mento, para o centro de saúde de Caíde Rei e para extensões do cen-tro de saúde de Lousada. Quem o denuncia são os vereadores do PSD, que garantem ainda que a me-dida visa "esvaziar" o centro de saúde para, em seguida, o encenar.

Ao IN, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) não confirma nem desmente a transfe-rência de utentes. Mas assegura que aquela unidade de saúde é para manter em funcionamento.

"Assistimos a uma clara tentati-va de esvaziar o número de utentes para poderem dar cumprimento ao Vereadores do PSD estão preocupados

encerramento do centro de saúde, como há mais de dois anos é defen-dido pelo Conselho Clinico do Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte", defende o vereador Leonel Vieira. O autarca acrescenta que "estão a ser criadas todas as condições para encerrar o centro de saúde. até porque com a continua diminuição de utentes di-ficilmente haverá condições para que em Meinedo seja criada uma unidade de saúde familiar".

lá o presidente da Junta de Mei-nedo, Pedro Moreira, diz que "a po-pulação, na sua maioria idosa, está muito receosa quanto ao futuro do centro de saúde". Mas garante que. se necessário for, os habitantes es-tão dispostos "a lutar para conti-nuar a ter o centro de saúde".

A ARS Norte alega que "deu já instruções à direção do ACES para ter atenção especial àquela unida-de de saúde, tendo em conta a ne-cessidade de poder satisfazer as so-licitações dos utentes". R.B.M.

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Tiragem: 149073

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Âmbito: Informação Geral

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Os exames TAC emitem radiação 10 mil vezes mais forte que o ralo-X

SAÚDE

Ordem exige médicos ALERTA O Pacientes sujeitos a radiação pior que um raio- X CRISTINA SERRA

AOrdem dos Médicos (OM) vai pedir ao Ministério da Saúde a contratação de

radiologistas para assegurarem as Urgências hospitalares no Norte do País 24 horas por dia. "Nenhum hospital público do Norte, com Urgência Poliva-lente, tem médico radiologista a partir das 00h00 ou da 01h00. Se houver um doente urgente, não pode fazer raio-X nem eco-grafia", afirmou ao CM Miguel Guimarães, presidente da Sec-ção Regional Norte da OM. Numa situação dessas, o

doente faz uma TAC, que é lida por telerradiologia. "O doente é sujeito a uma radiação dez mil vezes mais forte que um raio-X e há estudos que comprovam o aumento brutal de casos de cancro devido à radiação. Os

EUA já não recomendam o exa-me a crianças", referiu o médi-co. Ao CM, fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Saúde afirmou que os "doentes

realizam os exames de radiolo-gia que são prescritos e o relató-rio é efetuado por especialistas de radiologia recorrendo à te - lerradiologia". Adianta não ha-

PORMENORES

Organização de Urgências A Ordem dos Médicos defende que, pelo menos, um dos gran-des hospitais do Norte - São João, Santo António (ambos no Porto) ou Gaia - tenham radiolo-gista de noite para assegurar as Urgências dessas unidades. Braga e Almada também não têm radiologistas à noite.

Opção pelos privados A contratação de especialistas estrangeiros é uma das solu-ções apontadas pela Ordem dos Médicos, devido à escassez de recursos no SNS, por opção em trabalhar no privado, estrangei-ro ou reformas antecipadas.

ver falta de resposta de radiolo-gia e que são contratados todos os especialistas que têm sido formados e.com disponibilida-de para trabalhar no SNS. •

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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CORREIO DA SAÚDE José Manuel Silva

BASTONÁRIO DA ORDEM DOS MÉDICOS

TAC e cancro

TAC implica uma dose de radiação centenas de vezes

superior ao Rx-normal, o que tem riscos associados! Foi estudada a incidência de cancro em 680 000 pes-soas que fizeram urna TAC na infância ou adolescên-cia (BMJ 2013; 346: f2360). Verificou-se que a inci-dência de cancro era 24% superior nas pessoas que tinha feito TAC, um risco que aumentava por cada TAC efetuada.

Estes resultados são mui-to importantes e devem estar na mente de todas as pessoas que, por vezes, pressionam os médicos para pedirem exames que

AS RADIAÇÕES 1ÊM RISCOS. OS EXAMES Só

DEVEM SER FEITOS QUANDO NECESSÁRIOS

implicam radiação. As ra-diações têm riscos. Os exa-mes só devem ser feitos quando necessários.

Este risco deve fazer-nos preocupar, igualmente, porque muitos hospitais do país não têm radiologistas de serviço durante a noite, o que significa que, nesse período, não há possibili-dade de serem feitas eco-grafias aos doentes que de-las necessitem. Ou espe-ram pela manhã ou é feita uma TAC, pelos técnicos, com a respetiva dose de ra-diação, que depois é lida à distância por t elerradiolo-gia, com atrasos e menor qualidade potencial. Em ambos os casos não é boa prática médica! É funda-mental que todas as urgên-cias médico-cirúrgicas e polivalentes tenham ra-diologistas 24h/dia!

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Tiragem: 100000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

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Área: 18,00 x 25,30 cm²

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Entrevista

"O futuro doente será gestor

da sua doença"

O economista, de 49 anos, especialista em Saúde, vai presidir ao Tagus Academic Network for Knowledge — um consórcio entre a

José de Mello Saúde, a CUF e a Universidade Nova de Lisboa. Por Joana Carvalho Fernandes e Mansa Cardoso (fotos)

PEDRO PITA BARROS

Amissão do hospital está a mudar - é preciso pre-parar a chegada do "doente do futuro". E

isso implica estreitar a distância entre o consultório e o laboratório. Pedro Pita Barros, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa (UNL). assinou na terça-feira. dia 8. um protocolo com a José de Mello Saúde (JMS). Pretexto: a construção do Hospital CUF Tejo, que abre em 2018 e quer dar mais espaço à in-vestigação. Objectivo: estimular o conhecimento cientifico "útil" e pólo ao serviço da Saúde.

Como vai concretizar-se a par-ceria? A relação já existe no ensino mé-dico - a Faculdade de Ciências Médicas tem ligações ao Hospital CUF infante Santo. Agora. com o CUF Tejo. pensou-se que seria uma boa oportunidade para po-tenciar a investigação de uma for-ma útil, aumentar as ligações na área da Medicina e alarga Ias a

o "Não creio

que o Serviço Nacional de Saúde esteja

à beira da ruptura"

CUF Tejo O novo hospita• será em Alcantd-ra. Vai ter urna área de 75 mil

metros quadra-dos e 200 camas de internamento

outras áreas que a construção de um novo hospital propicia. Já identificámos sete.

Quais são? Très na área da Medicina - investi-gação translacional [investigação que integra da investigação básica à clinicai. desenvolvimento de doutoramentos, investigação clíni-ca - e as outras quatro são de fora da Medicina. No campo da Econo-mia e Gestão. temos consuiting labs, ligados a logística e opera-ções. um centro de Bio Direito (com a Faculdade de Direito), aná-lise de big data. (com a Nova Infor-mation Management School), e te-remos também um projecto asso-ciado a e- learning, de divulgação dos trabalhos feitos dos dois lados.

Como vai funcionar? De forma muito descentralizada dentro da Universidade, e ao ritmo a que as pessoas conseguirem fazer andar os projectos. O professor que trata do assunto 'A' falará com a

pessoa da JMS que está interessada no terna. Depois fazem um anexo ao protocolo do consórcio, que são basicamente folhas simples em que descrevem a acção que vai ser tra-tada. As pessoas estão entusiasma-das com o projecto, com a pers pectiva de poderem fazer algo que sai da rotina e que pode ter algum impacto em termos de investigação e de actividade clínica.

O objectivo é integrar alunos no mercado de trabalho? Não é a parte central do consórcio. Além de na qualificação das pes-soas que trabalham no Hospital -clínicos com potencial para desen-volver investigação mais avançada - haver vários pontos onde o pro-jecto pode ser útil. Por exemplo. na logística. O circuito dos medica-mentos, a segurança dos resíduos... Tudo isso implica urna série de co-

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Tiragem: 100000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

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Área: 18,00 x 25,30 cm²

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nhecimentos. A Universidade pode ajudar a desenhar os circuitos dentro do hospital.

Escolheram um nome em inglês porque os investidores estran-geiros são um alvo? Não. A escolha significa apenas que a UNL atribui uma grande impor-tância à internacionalização. Se ca-lhar daqui a uns anos será em chi-nês frisos'. Ir buscar Investidores não é o trabalho da Universidade.

E em relação ao orçamento? Arrancamos a custo zero para to-das as partes. para além do tempo envolvido. Há muitas coisas que podem fazer-se sem ter financia-mento à partida. As pessoas dentro da Universidade já fazem activida-des que podiam ser mais bem fei-tas em colaboração com a JMS, e a IMS tem actividades que. ligando-

-se à Universidade, podiam ser mais bem feitas. Estamos num es-forço de coordenação de projectos que podem ser desenvolvidos en-tre os dois lados sem ter de ir bus-car orçamento a lado nenhum. No futuro, se houver possibilidade de candidaturas a financiamentos de investigação podemos pensar nis-so. Por exemplo: fala-se muito de que Portugal vai pouco aos fundos estruturais e aos fundos europeus de investigação. Isto pode poten-ciar algumas candidaturas, Não pensamos em financiamentos de outra natureza. Claro que o grupo Mello Saúde terá de pensar no fi-nanciamento do seu hospital. mas essa não é a preocupação do consórcio.

Quando espera que o projecto atinja a velocidade de cruzeiro? Ao fim de dois, três anos. dado que

o O economista Pedro Pita Barros fotografado esta segunda-feira. dia 7. na reitoria da Universidade Nova de Lisboa

o "O futuro doente vai precisar de

um acompa- nhamento

diferente. Ele próprio será

gestor da sua doença"

parte do interesse está associado ao novo hospital. Haverá aspectos que fará sentido acompanhar du-rante o tempo de construção. Por exemplo, segurança de edifícios é uma área onde o departamento de engenharia civil pode ter alguma contribuição, os circuitos ligados à parte de Engenharia do Ambiente, mesmo a logística. Outras coisas podem ser de acompanhamento mais permanente. Acredito que nas áreas de gestão. de direito, de aná-lise de dados, haja necessidades permanentes e ideias interessantes a explorar dos dois lados. com al-guma permanência.

Como se coordenará o trabalho? Terá de haver reuniões com algu-ma periodicidade. O conselho di-rectivo é constituído por pessoas da universidade e da ¡MS, em paridade. A presidência será ro- O

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Tiragem: 100000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

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Área: 18,00 x 24,81 cm²

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O cativa - um ano da Universidade, outro da José de Mello Saúde.

Este hospital apresenta-se como um hospital do futuro. Ficará mais próximo da Universidade e menos do Hospital? Não é um hospital universitário no sentido tradicional do termo, mas também não é um hospital desliga-do da investigação. A ideia do hos-pital como coisa estática, que é construído num edifício e depois se mete lá pessoas que tratam outras pessoas, é algo que não vai funcio-nar no futuro. Os hospitais vão ter de ser entidades mais dinâmicas, de ter uma ligação diferente para fora. O futuro doente vai precisar de um acompanhamento diferente no seu domicilio. de uma parceria diferen-te no tratamento que vai ter na sua terapêutica. ele próprio será gestor da sua doença. Isso implica que o hospital se pense de forma diferen-te. Os hospitais do futuro vão ter de estar em permanente adaptação. A Universidade pode ajudar.

Idealmente, como estará a fun-cionar este projecto em 2020? Além de os alunos da Nova Medical School continuarem a ter as suas aulas e a sua formação nessa nova unidade, esperaria que houvesse, com regularidade, um cruzamento interessante de clínicos do hospital que fizessem os seus doutoramen-tos na UNL, fomentando o conhe-cimento nos dois lados. Gostaria também que houvesse nas outras áreas de intervenção da Universi-dade estágios ou alunos que circu-lassem pelo hospital e conheces-sem essa realidade e contribuíssem para melhorar o seu funcionamen-to. E é possível que surjam também áreas diferentes, que neste mo-mento não antecipamos. e que consigamos incorporá-las durante o processo.

É mais simples fazer projectos deste tipo com um privado do que com um público? É mais fácil fazer com quem tiver vontade. A UNL também tem a criação do Centro Médico Universi-tário de Lisboa com o Centro Hos-

o O vice-reitor vai assumir a presidência do consórcio Tagus Academic Network for Knowledge durante um ano

Professores Os projectos do consórcio

deverão envolver cerca de 20

docentes seniores da Universidade Nova de Lisboa

pitalar de Lisboa Central. Quem ti-ver vontade de trabalhar connosco. achamos bem e estamos dispostos a isso. O consórcio [com a JMSI nào especifica nenhuma exclusividade de parte a parte. Por exemplo, a UNL não tem Farmácia - se houver actividades nesse campo, eles terão de procurar outra Universidade.

Esta iniciativa é uma forma de responder aos cortes? Não. Não há neste momento ne-nhuma fonte prevista de financia-mento associada ao consórcio. É natural que se a investigação for de elevada qualidade tenha impacto no desenvolvimento de novos pro-jectos, e que esses, sim, possam ter financiamentos de fontes diversas.

Saindo do âmbito do consórcio: num estudo sobre o impacto das políticas na Saúde entre 2011 e 2015 que lhe foi encomendado pelo Ministério da Saúde con-cluiu que as barreiras no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) não aumentaram. Isso

quer dizer que o SNS não está à beira da ruptura, como se diz? Não creio que esteja ã beira da ruptura. Quando falamos de SNS e em ruptura, temos de pensar em duas dimensões muito diferentes. Uma é: o SNS está com os seus ser-viços, a sua prestação assistencial, à beira de colapsar ou não? E de-pois há a componente financeira: os recursos financeiros que têm

direccionados para o SNS têm sido suficientes ou não? Claramen-te, durante os anos de ajustamento manteve-se em grande medida toda a prestação assistencial. Hou-ve casos episódicos de dificuldades que deviam ter sido evitados, mas o sistema como uni todo não co-lapsou, de facto, e sobreviveu fi-nanceiramente muito à conta de cortes orçamentais nos salários e no campo do medicamento. Os se-gundos podem ser permanentes. mas os primeiros, no campo sala-rial, não são. Vai haver claramente um desafio nos próximos anos com a reversão de medidas da rroika, corno cortes salariais ou o regresso á semana de trabalho de 35 horas.

Como devemos olhar para episó-dios como o da morte, no fim do ano passado, de um jovem de 29 anos no Hospital de São José? A lógica de se dizer que devia ter havido recursos disponíveis para ali pode tornar-se rapidamente in-sustentável. Não conseguimos ter um hospital central à porta de cada freguesia. Nesse caso mediático põe-se a questão de perceber se foi uni erro, se um evento adverso. Há coisas que acontecem e que não são evitáveis. Temos de perceber se fizemos tudo o que estava ao al-cance. dentro do conhecimento que existe. para evitar que aconte-cesse. E o que nos falta conhecer.

Preside à comissão para estudar a reformulação da ADSE (o sub-sistema de saúde dos funcioná-rios e aposentados do Estado), que entrou em funções no início deste mês. Como serão as próxi-mas semanas? Toda a comunicação será feita pelo Ministério da Saude. O

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CASTELO DE PAIVA APOIO A 50 DOENTES Um protocolo celebrado on-tem entre o Instituto Portu-guês de Oncologia (IPO) do Porto e uma associação de Castelo de Paiva vai melhorar o apoio a 50 doentes do concelho.

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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SobrecargainevitávelIncidência do glaucomavai aumentar, o queimplicará mais recursos.Doença continua aser mal compreendida.

Desconhecem-seonúmerocertodevítimasdoladrãosilenciosoque,

sob a forma de glaucoma, se tornoua segunda causa mundial de cegueira.Estima-se que, por cá, afete qualquercoisacomocemmilpessoas,masépos-sívelqueestasejaumaestimativacon-servadora,acreditaJoséMouraPerei-

CARLA MARINA [email protected]

ra, oftalmologista no Centro Hospita-lar e Universitário de Coimbrae coor-denadordoGrupoPortuguêsdoGlau-coma.Ecomtendênciaacrescer,comumasobrecargaevidentenosserviçosde oftalmologianacionais.

«É seguro dizer que a incidência deglaucomavaiaumentarentrenósees-tima-sequeaté2020atinja80milhõesde pessoas em todo o mundo», confir-mao médico. «E os doentes com glau-coma, por serem crónicos e necessita-rem de acompanhamento para todaa vida desde o diagnóstico, têm sobre-carregado um pouco por todo o Paísos serviços de oftalmologiado ServiçoNacional de Saúde.» É, por isso, «pre-visívelqueasdificuldadesaumentem».

Doençamal compreendidaNa semana dedicada, em todo o mun-do,aalertarparaadoença,tambémporcá se quer «informar e alertar a popu-lação para a necessidade de preveniruma doença que não se faz anunciar,masquenospodecegar»,cominiciati-

Doença é conhecida como ladrãosilencioso, mas tem tratamento

123RF vas de sensibilização e rastreios. Atéporque, emborasemcurae sendo difí-cilcontrolaroseuaparecimento,«apre-vençãoéapalavra-chave»,jáqueé«per-feitamentepossívelevitarasconsequên-cias mais gravosas da sua progressãomediante tratamento».

Para isso, no entanto, é preciso quea população «esteja informada e queprocure os cuidados de saúde adequa-dos». O que nem sempre acontece. Deresto, reforça José Moura Pereira, «oglaucomaéumadoençamalcompreen-didae desconhecidadamaioriadapo-pulação.Osprópriosdoentesdesconhe-cem a potencial gravidade e implica-ções, assim como os familiares próxi-mosquetambémtêmumriscoaumen-tado de desenvolver estadoença.»

Glaucoma é asegunda causa decegueira no mundoe estima-se que afetecem mil portugueses

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ATUALIDADE • 03

Cegueiraevitávela alastrarGlaucoma é a segunda causa para

a cegueira e a sua incidência vai subir.Prevenção é crucial, mas descurada.

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Âmbito: Informação Geral

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Zika Vacina Mio virá a tempo desta epidemia

• A Organização Mundial de Saúde alerta que uma vacina contra o vírus de Zika pode chegar "demasiado tarde" para ter impacto na atual epidemia na América Latina. "As candi-datas mais avançadas ainda demorarão vários meses para poderem ser usadas em en-saios clínicos com humanos", disse a diretora-geral-adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny.

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Opinião

Deputada do Partido Socialista

Isabel Moreira

A sida infetou cerca de 47 000 pessoas no nosso país desde 1985, tendo sido diagnosticados 1093 novos casos em 2013. A taxa é de cerca de 10,5 infeções por 1000 habitantes. Apesar das possibilidades de tratamento e controlo, o HIV foi responsável por 226 mortes no ano de 2013. Há doentes silenciosos: cerca de 25 mil pessoas em Portugal podem estar infetadas pelo vírus sem saberem. Portugal destaca-se pela

negativa por continuar a ter diagnósticos tardios. O número de pessoas infetadas, mas não diagnosticadas, é assustador.

Sabemos duas coisas: a erradicação da infeção pelo HIV pela terapêutica antirretroviral ainda não é atingida; no entanto, existe um número crescente de fármacos que reduzem a mortalidade e morbilidade associadas ao HIV. Assim, iniciando terapêutica, não há uma sentença de morte, há uma doença crónica, com a qual se tem uma vida relativamente normal, com mobilidade, trabalho, vida amorosa, vida social, expectativas, uma vida, mas com estigma.

É preocupante verificar um retrocesso, quando sabemos que a taxa de infeção por HIV – no que toca a novos casos – surge em pessoas com comportamentos heterossexuais e em faixas etárias muito jovens (17-18 anos). A mesma informação é-nos dada por quem trabalha no terreno com casos de “homens que têm sexo com homens”.

Há fatores essenciais a ter em conta: 1) a evolução da doença para crónica gerou uma descontração comportamental; 2) a sensibilização, a relação de quem se testa com quem testa, implica uma rede de proximidade que dê confiança a quem procura ajuda. Muitos dos médicos de família não estão preparados para lidar com a sexualidade gay, com a explicitação verbal e descomplexada da sexualidade entre homens ou de sexo entre mulheres, porque ainda estão formatados para a relação homem/mulher.

Daí serem tão importantes os centros de proximidade, como é o caso do CheckpointLX, “um centro de base comunitária, dirigido aos homens que têm sexo com homens (HSH), para o rastreio anónimo, confidencial e gratuito do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), aconselhamento sexual e referenciação aos cuidados de saúde. Toda a equipa é constituída por técnicos HSH” – ler toda a informação sobre este centro aqui – http://www.checkpointlx.com/. É um dos centros de rastreio do GAT (www.gatportugal.org).

Hoje é tempo de se iniciar uma discussão séria sobre a PrEP. É essencial ler na íntegra o texto da autoria dos

responsáveis pelo CheckpointLX com o título Queremos PrEP em Portugal: (http://dezanove.pt/queremos-prep-em-portugal-857728)

PrEP significa Profilaxia pré-Exposição e consiste na toma de um medicamento, um antirretroviral (usado para tratar pessoas que vivem com HIV), para prevenir a infeção em pessoas negativas. Como se pode ler no link que reproduzi, estamos perante uma estratégia de prevenção que tem uma eficácia perto dos 100%.

Em Portugal, as novas infeções por HIV entre Homens que têm sexo com Homens (HSH) tem vindo a aumentar. De acordo com dados do CheckpointLX e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), a incidência do HIV nos HSH é de 3.36 em cada 100, por cada ano. Em

Lisboa, a cada ano que passa, mais de 3 em cada 100 HSH infetam-se de novo. Para além disso, 80% dos HSH não infetados são elegíveis e poderiam beneficiar da PrEP, o que simultaneamente significa que 80% dos HSH têm um risco elevado de se infetarem. Em 2014, num estudo efetuado junto de HSH, 2/3 mostraram-se interessados em utilizar PrEP como estratégia de prevenção. O uso do preservativo não controlou a infeção por HIV em Portugal – é a nossa realidade: a PrEP vem ajudá-lo na sua tarefa. A PrEP não é para todos – é dirigida a pessoas de risco elevado e também uma escolha individual.

Tenho uma coisa por segura. Este é um tempo político. A PrEP, em linguagem não médica, uma vacina, é política, é luta política e é decisão política. Foi assim nos anos oitenta. Será assim agora.

É preocupante verificar um retrocesso, quando sabemos que a taxa de infeção

por HIV – no que toca a novos casos – surge em pessoas com

comportamentos heterossexuais e em faixas etárias muito jovens (17-18 anos)

HIV – más notícias e esperança

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O ano inteiro a pedir dinheiro para financiar os sorrisos nos hospitais EXEMPLO A associação Nariz Vermelho, criada em 2002, teve desde o iní-cio o objetivo de ser 100% autossuficiente. Ou seja, não depender de ver-bas do Estado para funcionar, explica Carlota Mascarenhas, do departa-mento de fundraising da instituição. Assim, trabalham o ano inteiro para

juntar os 800 mil a um milhão de euros necessários para trabalharem. "Precisamos de pagar aos 22 doutores palhaços que visitam as crianças em 13 hospitais?" Ao longo do ano fazem-se campanhas de rua, candida-turas a projetos e apela-se à responsabilidade social das empresas.

Eventos e campanhas. Como pôr uma associação a funcionar 1Pundraising.Ações para conseguir donativos são essenciais na vida das instituições de soli-dariedade social e em Portugal já existem algumas que são financiadas apenas desta forma

ANA BELA FERREIRA

A venda do pequeno nariz verme-lho ajuda a conseguir dinheiro para pagar aos doutores palhaços que animam as crianças internadas em 13 hospitais. Esta é uma das ferra-mentas de angariação de fundos que a Operação Nariz Vermelho desenvolve diariamente. "Todos os dias temos de lutar para ter donati-vos que nos permitam cumprir o orçamento", aponta Carlota Mas-carenhas, do departamento de fundraising da Nariz Vermelho, uma das poucas instituições de so-lidariedade social que em Portugal sobrevivem unicamente com do-nativos, maioritariamente de em-presas, mas cada vez mais de parti-culares e "de projetos de financia-mento", explica a responsável.

A ideia de pedir donativos para garantira sustentabilidade finan-ceiras das organizações é cada vez mais defendida por quem trabalha neste setor. Mas pedir dinheiro às pessoas e conseguir atingir os oh-

jetivos também implica seguir al-gumas regras.

Primeiro é preciso encontrar as pessoas que se possam identificar com a missão da instituição em causa, convidá-las a conhecer o trabalho que aí se faz. No fundo "envolvê-las na causa", aponta Ma-dalena da Cunha, da Call to Action, uma empresa de consultoria em fundraisinge que hoje organiza, na Gulbenkian, o 8.° seminário sobre o tema. "Os grandes dadores são tratados à pinça. É preciso identifi-car as pessoas que podem estar interessadas em ajudar a causa. Ou então convidá-las para fazer coisas que gostam: jogar golfe, um cocktail, um jantar, por exemplo."

Neste primeiro contacto, a me-lhor opção não é partir para o pedi-do de dinheiro. "Deve começar-se por pedir conselhos sobre o fun-cionamento da organização e só mais tarde quando as pessoas esti-verem envolvidas na causa é que se pede o donativo", acrescenta Ma-dalena da Cunha.

Estes grandes dadores podem

MECENATO

Lei prevê benefícios fiscais para quem dá

> Para que o mecenas tenha direito a benefícios fiscais, os donativos não podem ser en-tregues em troca de nenhu-ma contrapartida. Se os do-nativos (financeiros ou em espécie) forem entregues a entidades públicas está pre-vista uma majoração de 20% quando este é feito por uma empresa e nos casos do apoio nas áreas de teatro, música, ópera e bailado a majoração é de 40%. Nas doações de parti-culares a dedução é de 25%. Quando os donativos são en-tregues a entidades privadas, a majoração inscrita na lei é de 20%, para as empresas, e no caso de pessoas singulares a dedução à coleta permitida é de 25% do total.

ser particulares ou empresas. E há casos em que a instituição oferece também algo em troca dos donati-vos. É exemplo disso o Convento dos Cardaes - acolhe mulheres adultas com multideficiência que permite o uso dos seus espaços para eventos. Um privilégio, expli-cam na sua página online, para quem der donativos a partir dos 2000 euros, que passam também a contar com os benefícios fiscais previstos na lei do mecenato (ver caixa ao lado).

Criar o hábito de dar Em Portugal, o sistema de angaria-ção de fundos para instituições do setor social ainda não está muito difundido. Neste campo, "a culpa não é da sociedade civil. O que aprendemos nas regras de fitndrai-singé que é a organização que tem de criar este hábito nas pessoas", aponta Madalena da Cunha.

A sócia da Call to Action, que aconselha instituições em matérias de angariação de fundos e marke-tingsocial, lembra que esta área é

O SETOR SOCIAL

55 000 > instituições de solidariedade O terceiro setor (o social) tem já um peso considerável na economia. Dados do INE, citados pelo Banco de Portugal, indicam que em 2013 havia 55 mil orga-nizações nesta área, que empregavam 260 mil pessoas e com um contributo de 2,8% no PIB nacional.

12,7 > milhões de euros Uma das formas de financiar as institui-ções de solidariedade é através da con-signação de 0,5% do IRS a uma organi-zação. No imposto de 2014 foi pela pri-meira vez ultrapassada a marca dos dez milhões de euros. Os contribuintes doa-ram 12,7 milhões, a 2255 instituições.

1 000 000 > de orçamento anual A Operação Nariz Vermelho estipula um orçamento anual, que ronda os 800 mil a um milhão de euros, verba depen-dente de donativos. "Todos os dias temos de tentar angariar esse dinheiro para continuar o nosso trabalho."

fundamental para a sustentabili-dade financeira das mesmas. "Há organizações internacionais que em Portugal vivem de donativos nacionais, e está na hora de as ins-tituições portuguesas fazerem o mesmo." Para tal as organizações têm de dizer às pessoas que exis-tem e"venderem-se junto de quem pode ajudar".

Uma atitude que ainda não é predominante em Portugal: "As pessoas dizem-nos muitas vezes que nunca contribuíram porque nunca lhes pediram", lamenta Ma-dalena da Cunha. Lembrando que se por um lado "sabemos que as instituições de solidariedade não devem depender do Estado, por outro lado não há donativos regu-lares. Para gerar receitas é preciso que as pessoas contribuam". Do lado das instituições, cabe-lhes desenvolver equipas exclusivas para se dedicarem ao fundraising, contactando possíveis dadores, or-ganizando eventos de angariações de fundos, vendas de Natal, candi-datando-se a projetos de financia-mento, usando plataformas de crowdfunding.

Porém, este é urn setor diferente, uma vez que não é só quem recebe os donativos que ganha alguma coisa. "Os dadores mais envolvidos nas causas sentem um enorme pra-zer de ajudar. Pedir dinheiro não custa, mas quem pode dar sente-se bem", aponta Madalena da Cunha. Este é um mercado em que o "fun-damental é trazer as pessoas para a causa e criar em patia com elas".

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