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www.tratortem.com.br Desde de 1993 IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pelo ECT 100 N° 100 WWW.CANALBIOENERGIA.COM.BR REMETENTE Caixa Postal 4116 A.C.F Serrinha 74823-971 - Goiânia - Goiás Mala Direta Postal Básica 9912258380/2010-DR/GO Mac Editora EDIÇÕES GOIÂNIA/GO MARÇO DE 2015 ANO 9 Nesta edição, o CANAL – Jornal da Bioenergia traz diversas novidades em seu projeto gráfico e uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido ao longo de nove anos

100€¦ · 3 IMPRESSO-Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pelo ECT 100 N° 100 REMETENTE Caixa Postal 4116 A.C.F Serrinha 74823-971 - Goiânia - …

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Desde de 1993

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pelo ECT

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WWW.CANALBIOENERGIA.COM.BR

REMETENTECaixa Postal 4116

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Mala Direta PostalBásica

9912258380/2010-DR/GOMac Editora

EDIÇÕES

GOIÂNIA/GO MARÇO DE 2015 ANO 9

Nesta edição, o CANAL – Jornal da Bioenergia traz diversas novidades em seu projeto gráfico e uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido ao longo de nove anos

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Diretora Editorial: Mirian Tomé DRT-GO-629 - [email protected] | Gerente Administrativo: Patrícia Arruda -

[email protected] | Atendimento comercial: Tatiane Mendonça - [email protected] | Editor:

Evandro Bittencourt DRT-GO - 00694 - [email protected] | Reportagem: Cejane Pupulin, Ana Flávia Marinho,

Evandro Bittencourt e Mirian Tomé | Direção de arte: Fernando Rafael Salazar - [email protected] | Contato comercial:

(62) 3093-4082 / 4084 - [email protected] | Banco de Imagens: UNICA - União da Agroindústria Canavieira de

São Paulo: www.unica.com.br; SIFAEG - Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás: www.sifaeg.com.br

| Redação: Av. T-63, 984 - Conj. 215 - Ed. Monte Líbano Center, Setor Bueno - Goiânia - GO- Cep 74 230-100 Fone (62) 3093

4082 - Fax (62) 3093 4084 - email: [email protected] | Distribuição para as usinas sucroenergéticas, de biodiesel e

cadeias desses segmentos | Impressão: Ellite Gráfica – [email protected] | CANAL, o Jornal da Bioenergia não se

responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nas reportagens e artigos assinados. Eles representam, literalmente, a opinião

de seus autores. É autorizada a reprodução das matérias, desde que citada a fonte .

Em sua centésima edição, o CANAL – Jornal da Bioenergia, apresenta importantes novidades: O veículo

ganha formato e projeto gráfico novos. Ao longo dessa jornada, em que nos de-dicamos com o nosso melhor esforço à cobertura dos mais diversos e relevantes aspectos da cadeia produtiva das ener-gias renováveis e do açúcar, estivemos sempre pautados no compromisso de levar informação de qualidade aos nos-sos leitores e oferecer o melhor retorno a nossos parceiros comerciais.

Nesta nova fase do Jornal, seguimos

igualmente comprometidos em oferecer a melhor informação, analisando cenários que possibilitem uma clara compreen-são do presente e perspectivas coerentes do que está por vir. A nova diagramação traz fontes mais modernas para os textos e melhor distribuição das imagens e dos demais elementos gráficos, tornando a leitura mais fácil e atraente. O formato, nas medidas 25 cm de largura por 35 cm de altura, dá mais praticidade para ma-nusear, transportar e guardar o jornal.

A visualização dos anúncios ficou es-pecialmente favorecida, facilitando a fi-

xação de marcas e produtos. Nesta nova fase do jornal também ampliamos o le-que de formatos de anúncios, o que am-plia o poder de escolha dos anunciantes. A interface entre as versões impressa e on-line agora oferece uma experiência mais dinâmica aos leitores, especial-mente em smartphones e tablets, os dispositivos mais modernos e eficientes na comunicação digital. Na página do sumário do Canal, um QR Code leva o usuário diretamente para as edições an-teriores, facilitando a pesquisa.

Confira as novidades. E boa leitura!

destaques

Carta do editor

Etanol 2gBrasil entra definitivamente na era

do etanol de segunda geração

produzido em escala comercial.

Tecnologia amplia horizontes do

setor sucroenergético.

PEsquisaMelhoramento genético de

plantas visando a alimentação

humana e produção de

energia tem reflexos positivos

em toda a cadeia produtiva

CaPim-CamalotEPresença da planta invasora

em lavouras de cana-de-açúcar

requer atenção e manejo

adequado para evitar perdas de

produtividade

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Baixe o leitor de QR Code no seu celular e acesse todas as edições do Canal, Jornal da Bioenergia.

O CA NAL é uma pu bli ca ção men sal de cir cu la ção na ci o nal e es tá dis po ní vel na in ter net nos en de re ços: www.ca nal bi o e ner gia.com.br ewww.si fa eg.com.br

Canal, mais maduro E rEnovado

Mi ri an To méedi tor@ca nal bi o e ner gia.com.br

é uma pu bli ca ção da MAC Edi to ra e Jor na lis mo Ltda. - CNPJ 05.751.593/0001-41

canalbioenergia canalBioenergiaWWW.CANALBIOENERGIA.COM.BR (62) 3093-4082 | 4084

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etanoldutoCom previsão de chegar

à Goiás ainda no primeiro semestre de 2015, as obras do Sistema Logístico de Etanol, conhecido como Etanolduto, ainda não atingiram as terras goianas. Tal atraso, segundo reportagem do Estadão, se deve decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de travar o financiamento de R$ 5,8 bilhões para a empresa responsável pelas obras, Logum Logística, continuar a obra.

O motivo para o BNDES protelar o financiamento é o suposto envolvimento de três empresas sócias que compõem a Logum serem investigadas na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A Petrobras, que detém 20% de participação, a Odebrecht, que tem outros 20%, e a própria Construtora Camargo Corrêa, com 10%.

Outro ponto de avaliação é a ex- diretoria da Logum. O então presidente Roberto Gonçalves, é ex-integrante de uma equipe que se reportava ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator na Lava Jato. A empresa foi submetida a uma auditoria interna.

AntigAsexpectAtivAsNo início do segundo

semestre de 2014, a Logum Logística revelou que Goiás receberia a implantação do etanolduto. E que o município de Itumbiara, no sul do Estado, receberia um terminal terrestre. Quirinópolis e Jataí também receberiam o alcoolduto. Atualmente, a assessoria da Logum afirma que o projeto ainda está em fase de licenciamento, mas não revela data, prazo e o andamento das obras.

usina de Quirinópolis vai processar milho

inaugurada usina de produçãode etanol a partir da batata-doce

A usina São Francisco, instalada em Quirinópolis (GO), vai passar a operar também com milho a partir de janeiro de 2016. O projeto permitirá a produção de etanol de milho, eletricidade e o DDGS (sigla em inglês para Resíduos Secos de Destilaria Contendo Solúveis) - uma espécie de farelo de milho que é extraído na produção do etanol e usado para ração animal.

O projeto visa o fim da ociosidade da usina no período de entressafra - de dezembro até o fim de março - e também durante safra, nas ‘janelas’ em que a chuva impedir a colheita da cana. O

cronograma é fabricar nos primeiros doze meses de operação 80 milhões de litros de etanol com o uso de milho, metade do que a unidade produz a partir da cana - 160 milhões de litros. E em três anos, atingir a produção de 200 milhões de litros de etanol de milho, superando a de cana-de-açúcar.

Para permitir o processamento do milho será investido na Usina São Francisco R$ 160 milhões. Do total, 70% serão financiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o restante, de capital dos sócios – Cargil e SJC Bioenergia.

Uma usina para produção de etanol a partir da batata-doce foi inaugurada no dia 23 de março, no Campus da Universidade Federal do Tocantins em Palmas. O projeto é uma parceria entre a UFT e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O reitor da universidade, Márcio da Silveira, disse que “a batata-doce cria uma importante alternativa de produção, pois além de ser economicamente viável, também é ambientalmente correta”. Ainda de acordo com o reitor, o programa também busca potencializar a educação profissional no Tocantins e possibilitar a inclusão de aproximadamente 20 milhões de pessoas da região norte do Brasil, que estão fora das oportunidades geradas com biocombustíveis.

O projeto que deu corpo à primeira usina de produção de álcool de batata-doce no campus da Universidade Federal do Tocantins, em Palmas, nasceu em 1996, por meio de um projeto de pesquisa elaborado pelo professor Márcio Antônio da Silveira, com um investimento inicial de R$ 20 mil, feito pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Hoje, o projeto conta com um aporte financeiro de R$ 1,2 milhão e envolve em média 44 profissionais, sendo 25 doutores, 9 alunos de mestrado e 10 acadêmicos de graduação.

Luiz

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panorama

redução do uso da água no setor sucroenergético

O setor sucroenergético vem contribuindo decisivamente para a redução da taxa média de captação de água, passando da faixa de 15 a 20 m3/t de cana para a faixa de 1 a 2 m3/t de cana. Ou seja: uma redução próxima de 95 % na captação de água.

“Essa queda no consumo hídrico foi proporcionada por investimentos em reuso de água por meio de tratamento e recirculação, otimização do balanço hídrico industrial e adoção de novas tecnologias como, por exemplo, a limpeza a seco da cana”, diz André Elia, Consultor ambiental e de recursos hídricos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

“Ao contrário do que se imagina a produção de cana no Brasil não é irrigada, principalmente na região canavieira do Centro-Sul, não havendo, portanto, conflito de água no setor rural, o que representa um forte indicador de sustentabilidade para a produção canavieira brasileira”, diz Elia.

Aliado ao uso racional da água industrial e a não dependência de irrigação, soma-se a produção de bioeletricidade a partir do bagaço de cana-de-açúcar. A estimativa é de que em 2014 a energia de biomassa tenha gerado uma economia de 14% dos reservatórios hidrelétricos das regiões Sudeste e Centro-Oeste (responsável por 60% do consumo brasileiro).

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palavra do espeCialista

Vivemos uma época de acentu-ada volatilidade nos mercados e tecnologias do agronegócio.

Tudo que é sólido desmancha no ar e isso nos leva à questão da resiliência, um conceito que está na ordem do dia entre estrategistas e gestores de negócios. Sem resiliência não há sal-vação, diriam os mais afoitos, diante inquietude do nosso tempo.

Primeiro, vamos ensaiar uma definição de resiliência, para falar-mos todos de uma mesma coisa: é a capacidade própria de um sistema para resistir a choques inespera-dos, reparar-se quando necessário e prosperar quando as condições forem adequadas. O pressuposto da resiliência é que, sim, as falhas acontecem, mas é possível projetar sistemas que podem rapidamente se recuperar dos fracassos.

A resiliência seria fator chave para organizações, produtos e pro-cessos conseguirem manter uma certa estabilidade. Aplicando-se ao setor de alimentação e agricultura, esse conceito remete à capacidade das nossas cadeias alimentares - tecnologias, sistemas de produção e

Coriolano Xavier é Vice-Presidente de

Comunicação do Conselho

Científico para Agricultura

Sustentável (CCAS), Professor

do Núcleo de Estudos do

Agronegócio da ESPM.

Para EstratEgistas E gEstorEs dE olho no futuro

indústria - para continuar a fornecer alimentos para o mundo, mesmo diante de impactos mais radicais, sem precedentes, no campo ambien-tal e econômico.

Em um mundo em rápida mu-dança, portanto, a nossa capacida-de de articular sistemas alimentares resilientes será essencial, não só para as nossas organizações, mas para o crescimento econômico e bem estar humano. É comum se falar que sete princípios estão na raiz da resiliência. Como se fossem sete características ou atitudes de gestão e liderança.

Flexibilidade: Esteja sempre pron-to para mudar seus planos, quan-do eles não estiverem funcionando como você esperava. Não alimente a esperança (ou certeza) de que as coisas vão se estabilizar.

Descentralização: Sistemas cen-tralizados parecem fortes, criam uma certa percepção de invulnerabilidade. Mas quando eles falham, em geral o fracasso é bem mais catastrófico.

Colaboração: Tire proveito farto da integração tecnológica, especial-mente com parceiros que oferecem informação compartilhada. Isso

acelera o tempo, multiplica recursos e aumenta conhecimentos.

Transparência: Não esconda seus sistemas; em geral, com transparên-cia é mais fácil descobrir onde os problemas podem estar. Comparti-lhe seus planos e preparativos e ouça quando as pessoas apontam falhas.

Diversidade: Não acredite em um único tipo de solução para desafios ou novas situações.

Vigilância: Falhas ou fracassos acontecem, é claro. Mas certifique--se, sempre, de que o DNA de uma situação dessas não seja sinal de que as coisas podem desandar.

Previdência: Você não pode pre-ver o futuro, mas pode ouvir seus pas-sos se aproximando. Antecipar situa-ções e se preparar para elas é vital.

Apesar desses princípios, que fique claro que resiliência é um as-sunto complexo e difícil de imple-mentar. Requer comportamentos que contrariam expectativas, ou são vistos como contrários ao que está funcionando - mesmo quando o que funciona é propenso a falhas. Parece ironia, mas resiliência exige vontade resiliente.

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reúso da água

Pesquisa da unicamP desenvolve método de irrigação a Partir de dejetos gerados Pela universidade. utilização Pode aumentar a Produção em 250%

Esgoto doméstico para

irrigar a canaAna Flávia Marinho

Pesquisadores da Universidade Estadu-al de Campinas (Unicamp) desenvol-veram um método de irrigação das

lavouras de cana-de-açúcar a partir do rea-proveitamento do esgoto doméstico. Após o tratamento dos dejetos produzidos nos próprios laboratórios e salas da universidade, meio hectare foi irrigado, tendo a produção mais que duplicado, se comparada à média do Estado.

A linha da pesquisa foi escolhida devido ao fato de o Estado de São Paulo ter como característica a forte presença das mo-noculturas de cana- de--açúcar, café e laranja. “A partir do sistema que fica aqui na escola, tratamos nosso esgoto de banheiro, cozinha e laboratório,” expli-ca o professor Edson Matsura, orientador dos trabalhos de pós-gra-duação desenvolvidos sobre o assunto.

trAtAmentoO tratamento do esgoto doméstico uti-

lizado pelos pesquisadores é composto por duas partes. A primeira consiste na separa-

ção de resíduos líquidos dos sólidos. Em se-guida, a parte liquida é levada para um local onde plantas são irrigadas com a água, de qualidade ainda duvidosa. “Ela ainda não está adequada para ser devolvida para o rio. Quando se faz o primeiro tratamento, ainda há muito nitrogênio, sódio, potássio, fósforo. A partir de um segundo tratamento, com plantas aquáticas, boa parte do excesso de nutrientes é consumida”, explica Matsura.

O resultado do processo é a água tratada utilizada para ir-

rigação de cana, que é feita por gotejamento enterra-

do, já que hoje não existe legislação que permita que se utilize essa água diretamente em cima da planta. O sistema, sujeito a entupimen-

to, deve ser monitorado constantemente.

“Temos toda a parte de colocação de agua bastante lo-

calizada. Como a quantidade é ma-nejada adequadamente, não temos excesso. Por isso, não há o temor de que se alcan-cem os lençóis freáticos. Como o manejo é adequado, permite que deixe exatamente a quantidade de água necessária, bem como a colocação de adubo.”

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AplicAçãoOs estudos tiveram início no ano de

2011. Hoje, a quantidade que se colhe de cana é de 200 toneladas por hectare, bem maior que a média de São Paulo, que é de 80 toneladas por hectare. Todo o estudo foi re-alizado numa área de meio hectare de terra, dentro da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp.

No que se refere à utilização do método de irrigação nas lavouras de cana, ainda não se pode mensurar os custos para as usinas. Porém, para realização das pesquisas du-rante três anos, que resultaram na elabora-ção de quatro trabalhos de pós-graduação e estudos de seis alunos de iniciação cientí-fica, foram financiados R$300 mil pela Fun-dação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Por se tratar de um experimento peque-no, teríamos que fazer um trabalho junto a uma usina para passar para o mercado”, aponta o professor. Segundo ele, a ideia é que nos próximos meses haja esse trabalho de colaboração. Um possível problema seria a disponibilidade de esgoto por parte das usinas para essa destinação. “O que se pode-ria fazer é com que parte do esgoto da cida-de fosse tratado e se tornasse água de reuso.”

Do ponto de vista econômico, a diferen-

ça que se nota no campo é o aumento de produção por área plantada. Já do ponto de vista ambiental, os ganhos são ainda maiores, segundo o professor da Unicamp. “Às vezes, o agricultor não vê por esse lado. Hoje a gente não pode valorar esse ganho ambiental, mas esse é tema para um próximo trabalho.”

O professor Edson Matsura chama a atenção para o fato de se tratar de uma pes-quisa específica, não podendo ser aplicada, ainda, a plantas frutíferas, por exemplo. Nas grandes cidades, por sua vez, também seria necessário fazer um tratamento no qual fos-sem retirados da água os metais pesados.

Grupo de pesquisa envolvido no uso da água de esgoto para irrigação

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Evandro Bittencourt

Com a reportagem es-pecial A Nova Frontei-ra, o Canal – Jornal da

Bioenergia circulou pela pri-meira vez no mês de agosto de 2006. Naquele momento, dávamos o primeiro passo de um projeto editorial que buscava mostrar a todo o País como o setor sucroenergético se expandia em direção a no-vas áreas produtivas localiza-das, principalmente, nos Estado de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, despontando como um novo e im-portante polo de produção.

O momento era de grande confiança

no futuro das energias limpas e renováveis e os investimen-tos liderados por diversas empresas se multiplicavam. A necessidade de criar alter-nativas ao combustível fóssil mobilizou forças políticas e econômicas, cabendo ao Bra-sil, por suas vantagens com-petitivas, liderar esse proces-so e dar exemplo ao mundo. A produção de etanol em lar-ga escala, de bioeletricidade e de biodiesel, este por meio

do programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), chamou a atenção de vários países, tamanho o entusiasmo e os recursos financeiros e tecnológicos em-pregados.

canal chEga à cEntésima Edição

com a mais ampla cobErtura do

mundo das EnErgias rEnovávEis

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Carga tributária sobre os biocom-bustíveis, falta de incentivos à bioele-tricidade, apesar do grande potencial, externalidades positivas dessa fonte e os problemas enfrentados com a ociosidade do parque industrial pro-dutor de biodiesel são alguns dos temas recorrentes das nossas repor-tagens. Os avanços tecnológicos al-cançados pela pesquisa, a exemplo do desenvolvimento de variedades melhoradas de cana-de-açúcar e de novos métodos de plantio e a ex-pansão do processo de mecanização também mereceram rigorosa cober-tura jornalística.

Acompanhamos a rápida e vigo-rosa evolução da energia eólica em curso no Brasil, a construção de no-vos parques e a evolução tecnológi-ca que deu forte impulso ao setor. A energia solar, que ainda recebe pouca atenção do governo federal, também tem sido tema de diversas reporta-gens, assim como o biogás.

O trabalho criterioso desenvolvido por nossos editores e repórteres ren-deu o reconhecimento por meio de importantes prêmios de jornalismo em níveis nacional e regional, como a classificação entre as três melhores reportagens no prêmio Massey Fer-gusson de Jornalismo, com a matéria O Brasil precisa dessa energia; o primei-ro lugar no prêmio Faeg/Senar de jor-nalismo, com a matéria o Diferencial que desenvolve o campo; segundo lu-gar no Prêmio Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), com a matéria Dos consultórios para as usi-nas; primeiro lugar na categoria Web-jornalismo do prêmio TRT Goiás de Jornalismo, com a matéria Aplicação da lei avança nos canaviais e garante saúde e segurança ao trabalhador e o primeiro prêmio na categoria Jorna-lismo Impresso Especializado da 5ª Edição do Prêmio Top Etanol, com a matéria Combustível para o futuro.

Maduro, premiado, reconhecido pelo seu compromisso com o deba-te dos principais temas do setor de energias renováveis, o Canal – Jornal da Bioenergia chega à 100ª edição com orgulho pelo que já foi feito e entusiasmo pelo trabalho que ainda está por vir. Renovado, o CANAL se apresenta agora em novo formato, mais moderno, compacto e atrati-vo, inclusive em sua versão on-line e em seu portal, com a qualidade de sempre.

a oPinião dE quEm faz o jornal E dE quEm rEPrEsEnta o sEtor

O trabalho desenvolvido por veí-culos especializados, como o Canal- Jornal da Bioenergia, na divulgação e debate dos principais temas do setor de energias renováveis tem ajudado as cadeias produtivas a pensar e debater assuntos fundamentais, como as polí-ticas públicas, regulamentação, tecno-logias. Para fomentar esse debate, o CANAL busca a atualização constante do perfil das diferentes indústrias des-se universo e da conjuntura dos diver-sos segmentos da área.

A diretora editorial do CANAL – Jornal da Bioenergia, Mirian Tomé, ressalta nesta trajetória, que agora chega à centésima edição, a cobertu-ra dos avanços e dos diversos entraves enfrentados pelo setor de energias renováveis. “Ainda somos bem jovens como veículo de comunicação, mas, sem falsa modéstia, trazemos em nos-sa história muita experiência e com-prometimento com a qualidade e a ética. Trilhamos esses anos todos tes-temunhando os altos e baixos do setor de energias renováveis. E nessa traje-tória, nossa equipe, formada por pro-

fissionais de primeira qualidade, vem trabalhando com afinco para informar, de maneira bem embasada, sobre a realidade da produção de etanol, açú-car, bioeletricidade, biodiesel, energia solar e eólica. “

Mirian também destaca a longa cri-se enfrentada pelo setor e a cobertura sempre atenta do CANAL, preocupada em bem informar, discutir e antecipar perspectivas. “Temos muito orgulho de cada edição que produzimos e de cada dia de atualização de nosso por-tal. Todo esse trabalho, temos que res-saltar, foi feito quase sempre em meio a muitas dificuldades. As crises fre-quentes que assolaram e assolam o se-tor de bioenergia tornaram a sobrevi-vência financeira do jornal um grande desafio. Infelizmente, quando a crise afeta um segmento produtivo os cor-tes em investimentos acabam sendo elevados. A comunicação é uma das áreas que mais sofrem. Os anúncios viram raridade. Mas, apesar de todas as dificuldades, sobrevivemos. Temos confiança num futuro melhor e vamos firmes em busca dele.”

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formador dE oPinião

fontE dE ComuniCação

Sobre o trabalho desenvolvido pelo CANAL e a percepção da socie-dade brasileira em relação ao agro-negócio, ao setor de energias reno-váveis e, em especial, à agroenergia, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, coordenador do Centro de Agronegócios da Funda-ção Getúlio Vargas e Presidente da Academia Nacional da Agricultura, diz: “Uma coisa interessante é que a sociedade brasileira, de maneira geral, é muito alheia, não toma po-sições em relação ao agronegócio, mas no caso específico da agroener-gia, a defende.”

E prossegue, citando o trabalho desenvolvido pelo CANAL: “Há, cla-ramente, uma posição positiva pró agroenergia e instrumentos que transitem entre a sociedade e o se-tor produtivo, a exemplo do Canal – Jornal da Bioenergia, que traz sem-pre informações relevantes sobre os temas mais importantes, desempe-nham um papel importante na for-mação da opinião pública.”

Para André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergé-tico e dos sindicatos das indústrias de fabricação de Etanol e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Si-façúcar), “sem dúvida nenhuma o CANAL tem sido uma grande fonte de comunicação do Setor Sucroenergético, contribuindo com informações que ressaltam a importância do setor para a socie-dade goiana e brasileira. Parabéns pelas cem edições!”

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linguagEm inovadora

A presidente-executiva da Asso-ciação de Produtores de Açúcar, Eta-nol e Energia (Biocana), Leila Alencar Monteiro de Souza, diz ser de fun-damental fundamental importância para todos os setores da economia contar com um veículo de informação que traz notícias contextualizadas. “E quando se trata do setor de energias renováveis, isto se torna indispensável. Os temas apresentados pelo periódi-co são retratados de forma a ampliar o debate sobre questões do cotidia-no das empresas e da sociedade em geral. O Canal – Jornal da Bioenergia tem um compromisso com a verda-de e a realidade dos fatos. Considero relevante e destacada a atuação dos profissionais deste veículo. De forma objetiva e clara auxiliam os leitores a fundamentar opiniões sobre temas variados; com uma linguagem inova-dora, sem dúvida, o Canal figura entre os principais meios de comunicação do setor, sendo um importante elo junto a cadeia produtiva.

Sobre os nove anos de atuação e 100 edições publicadas, Leila Alencar afirma que o CANAL – Jornal da Bioenergia “se mantém fiel à sagrada missão de infor-mar. Com qualidade de textos, riqueza de imagens e opiniões de especialistas em assuntos diversos, o Canal consegue se diferenciar no mundo editorial. E este profissionalismo dedicado diariamente pela equipe que prepara cada publi-cação é o reflexo desta marca: 100 edi-ções! Atingir este patamar é um grande desafio! Parabéns! Afinal, seriedade, pai-xão e responsabilidade com a notícia são marcas indeléveis do Canal. É uma honra para o setor sucroenergético po-der contar com esta importante fonte de notícias.”

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rEflExõEs rElEvantEs

A presidente-executiva da asso-ciação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Silva Gannoum, destaca que “o trabalho desenvolvido pelos canais de mídia especializados em energias renováveis é de suma importância para informar a população sobre a re-levância em ter uma matriz energética diversificada e renovável, e atualizar os empreendedores sobre as últimas discussões sobre os projetos, novas regulações e desenvolvimento destas fontes renováveis não convencionais.

“Esta discussão, que envolve refle-xões sobre segurança no suprimento energético e sustentabilidade ambien-tal, é muito relevante para os investi-dores do setor de energias renováveis. Os assuntos são diversos e uma mídia confiável se torna essencial até para a tomada de decisões das empresas. Além disso, as entrevistas e matérias, como as do Jornal da Bioenergia, com experientes especialistas sobre diver-sos temas, é uma divisão de experiên-cias com o leitor que gera mui-to conhecimento.”

Em relação ao Portal, Elbia destaca os links sobre Ensino e Pes-quisa e também sobre Legislações. Esta reunião de informações, de fácil acesso a todos os interessados e pes-quisadores, é muito importante para a difusão de conhecimento sobre esta área. “Minha avaliação é extremamente positiva. O trabalho desenvolvido pelo Canal – Jornal da Bioenergia traz um conteúdo extremamente relevante e essencial para os seus leitores. O Setor Eólico Brasileiro espera continuar con-tribuindo com o Jornal da Bioenergia, fornecendo dados e entrevistas, sem-pre que solicitado.”

tEmas atuais a imagEm do sEtor

sintonia Com os fatos

Mário Campos Ferreira Filho, presidente-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, presidente do Sindicato da Indústria da Fabricação do Álco-ol (MG) e presidente do Sindicato do Açúcar (MG), observa que “os temas abordados pelo Canal são sempre atuais e colaboram no sentido de am-pliar o conhecimento sobre o setor e eliminar mitos, com a publicação de matérias envolvendo as áreas política, econômica, ambiental e social! Para-béns ao jornal CANAL pelos nove anos de cobertura do setor, de forma séria e diversificada, procurando abranger todas as regiões produtoras. “

Sobre a atuação do CANAL ao longo dos seus noves anos de exis-tência, Antonio Cesar Salibe diz:” O Canal – Jornal da Bioenergia, tem, de forma destacada, contribuído muito para valorizar a imagem do setor bioenergético. Nestes nove anos e 100 edições, trouxe a seleto público o que há de mais impor-tante em nosso segmento, sempre cumprindo seu papel, enquanto mídia especializada, de trabalhar em conjunto com as ações e o dia--a-dia das usinas e entidades repre-sentativas deste setor.

A UDOP parabeniza o CANAL pela extraordinária marca de nove anos e 100 edições de trabalho, sempre excelente, desenvolvido por vocês. Desejamos ainda, uma eternidade de boas notícias e novas edições ao Canal – O Jornal da Bio-energia.”

Antonio Cesar Salibe, presiden-te-executivo da União dos Produto-res de Bioenergia (Udop), afirma que acredita muito “no bom trabalho de-senvolvido pelas mídias especializa-das. Estes veículos se somam às ações desenvolvidas pelas entidades que re-presentam este segmento, com o ob-jetivo de trabalhar a imagem do setor e ainda trazer ao público as novas tec-nologias e sistemas de produção da cadeia bioenergética, tão importante para o saldo do PIB brasileiro, mas que ainda não é valorizado de forma satis-fatória pelo poder constituído.

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avaliação dos rEPórtErEsPara a repórter Ana Flávia Ma-

rinho, escrever para um jornal es-pecializado de alto gabarito como o Canal – Jornal da Bioenergia é desafiador e, ao mesmo tempo, bastante prazeroso. “Acompanhar o mercado de perto, seus altos e baixos, oportunidades e crises, leva a uma reflexão acerca da im-portância econômica que o setor

energético possui para o País. Mesmo não tendo feito parte do nascimento do jornal, tenho or-gulho de fazer parte dessa equi-pe que busca se aprimorar a cada dia, trilhando um caminho ínte-gro de sucesso e com destaque nacional pela qualidade.”

Cejane Pupulin, também re-pórter do CANAL, afirma que o

CANAL possibilita a ela cresci-mento profissional e pessoal. “O veículo permitiu ampliar minha visão sobre o setor de energias renováveis, confirmando sua im-portância para a economia e para a população brasileira. É um pra-zer escrever para um jornal que preza pela qualidade do conteú-do e pelo seu público.”

PautaPara dEbatEs

conhecimento sobre tais informa-ções de interesse para a própria so-ciedade, legitimando a importância do etanol, açúcar e da cogeração de

Alexandre Andrade Lima, presi-dente da União Nordestina dos Pro-dutores de Cana-de-Açúcar (Unida) afirma que “ao repercutir aconteci-mentos do setor sucroenergético, bem como pautar debates relevantes para o desenvolvimento de toda ca-deia produtiva da cana-de-açúcar, o Canal – Jornal da Bionergia tem cum-prido, no decorrer desses nove anos de existência, o valioso papel social de fazer com que a sociedade tome

energia fabricada pelas usinas. Portanto, o trabalho desenvol-vido pelo CANAL é indispensá-vel para o progresso do País.”

O dirigente da Unida ainda pa-rabeniza o CANAL por manter uma linha editorial que favorece o desen-volvimento do setor sucroenergéti-co, ao dar visibilidade à produção de energia limpa e renovável, por meio da produção do etanol. “Isso é fabulo-so, pois estimula a maior consciência social sobre a fabricação e consumo do nosso combustível em detrimen-to à gasolina. Mas também valori-zamos a abordagem de conteúdos com temas relativos à produção de açúcar e energia. Além disso, por op-tar sempre em trazer novidades, ten-dências e práticas exercidas no setor, o CANAL também contribui para o próprio segmento sucroenergético, auxiliando na tomada de decisões técnicas e políticas.”

rEfErênCia Em informaçãoTatiane Mendonça, executiva de atendimento da área comercial do jornal, diz sentir-se privilegiada por fazer parte da

história do Canal Jornal da Bioenergia. “Sempre no departamento comercial, pude acompanhar junto aos leitores e anun-ciantes a trajetória de sucesso da publicação. O CANAL chega à maturidade como referência em informação sobre o setor sucroenergético e de bioenergia.É muito bom fazer parte dessa brilhante equipe. E que tenhamos ao longo dos anos mui-tas outras edições para informar e comemorar.

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teCnoshow Comigo 2015

de 13 a 17 de abril, feira de tecnologia rural reunirá mais de 500 exPositores em rio verde (go)

e as tendências do mercado mundial se-rão apresentadas.

Para os participantes, o conhecimen-to sobre novas tecnologias e outras solu-ções para o agronegócio também chega-rá por meio de palestras, com a presença, em Rio Verde, de especialistas de diversas partes do País. Os dois auditórios do CTC vão receber mais de 100 palestras e dinâ-micas, com temas ligados, direta ou indi-retamente, às áreas agrícola, econômica, pecuária e sustentabilidade.

“A economia nacional passa por um momento muito turbulento. Por isso, o produtor precisa se atualizar em todas as questões do que acontece no País e no mundo. Teremos a presença de técnicos nas mais diversas áreas do conhecimento. O que pretendemos é fazer uma feira ade-quada às necessidades do produtor, em todos os sentidos. E vamos fazer”, garan-tiu Antonio Chavaglia.

meio AmbienteO tema preservação do meio ambien-

te terá destaque dentro da Tecnoshow Comigo 2015. O Circuito Ambiental, uma das diversas atividades da programação da feira, apresentará a exposição “Planeta Inseto”, parceria da COMIGO com o Insti-tuto Biológico, de São Paulo. Com aborda-gem pedagógica, a mostra demonstrará as características dos insetos, sua impor-tância dentro do meio ambiente e demais curiosidades. As visitas deverão ser agen-dadas com antecedência pelas escolas, com turmas de alunos permanecendo de 1h a 1h30 dentro do Circuito.

tecnosHoW comigo 2015Período: de 13 a 17 de abrilLocal: Centro Tecnológico Comigo (CTC), em Rio Verde (GO)www.tecnoshowcomigo.com.br

técnicas para aumentar a produção e a competitividade do agronegócio

Considerada a maior feira de tecno-logia rural do Centro-Oeste e po-sicionada entre as quatro maiores

do Brasil, a Tecnoshow Comigo 2015 será realizada de 13 a 17 de abril, no Centro Tecnológico Comigo (CTC), em Rio Verde (região sudoeste de Goiás). Em sua 14ª edição, o evento tem entre os seus focos apresentar técnicas e soluções para au-mentar a produção e a competitividade do agronegócio goiano no mercado in-ternacional.

Organizada e realizada pela Coopera-tiva Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (COMIGO), a feira deve registrar público acima de 100 mil pessoas durante os cinco dias. “Todos os expositores já confirmaram presença. Os espaços estão todos alocados. Isso é um ponto positivo. Temos certeza de que a feira vai ter a mesma robustez das ante-riores”, afirma o presidente da COMIGO, Antônio Chavaglia.

Mais de 500 expositores vão ocupar os 60 hectares de área do CTC – 11 pavilhões (animais e empresas). O público presente terá acesso ao que existe de mais moderno em colheitadeiras, tratores, pulverizadores, plantadeiras, ensiladeiras e uma infinidade de produtos. Em exposição, aproximada-mente 2,5 mil máquinas. Haverá, inclusive, as tradicionais dinâmicas de máquinas, quando os equipamentos são demonstra-dos em área específica do CTC.

No segmento da pecuária, exemplares dos melhores reprodutores e matrizes de gado leiteiro e de corte, de equinos e ovi-nos, dentre outros, estarão à mostra. Na agricultura, novidades do setor produtivo

Há 14 anos nasceu o conceito da feira de tecnologia rural, que logo passou a ser um referencial em todo o Centro-Oeste. A cada edição, a feira, hoje denominada TECNOSHOW COMIGO, não só apresenta experiências tecnológicas realizadas por diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas que auxiliam o produtor rural, mas reúne expositores de grandes segmentos do setor agropecuário, em uma área montada em 60 hectares com completa infraestrutura. Mais informações em www.tecnoshowcomigo.com.br.

sobrE a tECnoshoW Comigo

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etanol 2g

da promEssa à vanguardaem Plena crise do setor sucroalcooleiro, inauguração da Primeira Planta comercial do Hemisfério sul coloca brasil entre os Pioneiros e abre sinal verde Para uma verdadeira corrida tecnológica

Líria Rezende

Aumentar a produção de biocom-bustível apenas utilizando a palha e o bagaço da cana-de-açúcar, sem

ampliar a área plantada. O que antes era um sonho distante agora se torna realida-de com a produção em escala comercial do etanol celulósico, também conhecido como de segunda geração ou simples-mente 2G, no município de São Miguel dos Campos, em Alagoas. Inaugurada em setembro, a Bioflex 1, unidade da empresa GranBio, tem capacidade inicial para pro-duzir 82 milhões de litros de etanol por ano. A expectativa é aumentar a capacidade em até 50% por hectare e alcançar um custo de produção 20% mais barato se compa-rado ao do tradicional etanol de primeira geração, fabricado a partir do caldo ou melaço obtidos com a moagem da cana.

O feito coloca o Brasil entre os precursores da iniciativa juntamente com os Estados Unidos, que lançou sua usina 2G também em setembro de 2014, e Itália, a primeira a inaugurar uma planta deste tipo, em 2013. E o principal: acena com novas esperanças para os produtores brasileiros, que pode-rão incrementar significativamente a oferta

e os lucros sem aumentar a área de canaviais, utilizando matéria-prima ainda bastante desperdiçada e res-ponsável por dois terços do poten-cial energético da cana. Tanto em âmbito internacional quanto na-cional outras instituições saíram na frente e entraram de vez na disputa tecnológica, a exemplo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e da Raízen, internamente, além da China, que anunciou a construção do que, segundo ela, será a maior planta do mundo, estimada em mais de US$ 320 milhões.

“O etanol 2G já é uma atividade economicamente viável dentro e fora do Brasil. Além de representar o pioneirismo do País no setor de biotecnologia industrial, reforça seu potencial de reassumir a liderança em biocombustíveis renováveis. Nossa vantagem foi ter enxergado antes que este projeto daria certo aqui. Assumimos o risco inerente à inovação e saímos na frente”, desta-ca a Granbio. A meta da empresa, que investiu US$ 190 milhões na construção da unidade alagoana e

outros US$ 75 milhões no sis-tema de cogeração de vapor

e energia elétrica em par-

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ceria com a Usina Caeté, do Grupo Carlos Lyra, é inaugurar uma unidade por ano até o início da próxima década, atingindo um bilhão de litros de etanol celulósico. “Até 2022, investiremos R$ 4 bilhões na cons-trução de mais dez unidades industriais. Estamos definindo locais e investimentos das próximas plantas que serão anunciados em um momento apropriado”, informa a assessoria de imprensa. A empresa afirma que já tem contratos fechados e que não terá controle sobre o preço final do produ-to, já que não vende direto ao consumidor. Além de ajudar a suprir a demanda interna por etanol, a meta é exportar 50% da pro-dução para os Estados Unidos, a depender das condições de mercado.

Outras vantagens do etanol 2G incluem o custo reduzido com matéria-prima, a não competição com alimentos e a baixa emis-são de gás carbono. “O etanol 2G da Gran-Bio é o combustível produzido em escala comercial mais limpo do mundo, com uma intensidade de carbono de 7,55 gCO2/MJ, índice comprovado pelo Air Resources Bo-ard (ARB), da Califórnia”, garante a empresa.

Ainda de acordo com a Granbio, a esco-lha de Alagoas para sediar a primeira planta “foi crucial para o desenvolvimento do pro-jeto”, considerando-se os parceiros inova-dores, a boa capacidade de usinas e a es-trutura portuária da região. Cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos foram gera-dos com a instalação da unidade industrial, que levou vinte meses para ser concluída e hoje conta com 71 integrantes, em um time multidisciplinar de profissionais oriun-dos inclusive de outros Estados nas áreas de petroquímica, química, papel e celulose, além do setor sucroenergético de primeira geração.

Já em Campinas (SP), a empresa, que firmou convênios com universidades bra-

sileiras e estrangeiras, conta com um Cen-tro de Pesquisas em Biologia Sintética, formado por vinte pesquisadores, sendo 11 PhDs. “É importante destacar que esse projeto tornou-se viável graças a uma série de parcerias tecnológicas. A tecnologia de pré-tratamento, Proesa®, foi desenvolvida pela italiana Beta Renewables, empresa que colocou em operação a primeira fábrica de etanol 2G no mundo. Há também os forne-cedores de enzimas, a dinamarquesa Novo-zymes, e de leveduras, a holandesa DSM”, acrescenta a assessoria.

Para a produção do etanol 2G, a unida-de utiliza a palha e bagaço excedentes da colheita mecanizada comprados de par-ceiros locais. O sofisticado processo de fer-mentação, a partir de açúcares extraídos da celulose da planta e com uso de leveduras, atualmente dura cinco dias, mas o alvo é chegar a três. “A GranBio gera novos empre-gos ao aproveitar algo que era deixado no campo, a palha da cana-de-açúcar, que não

tinha nenhuma finalidade econômica. A empresa emprega mais de 200 pessoas na colheita de palha em Alagoas, atualmente. É um emprego qualificado, pois exige trei-namento para operar máquinas de ponta”, ressalta. Posteriormente, a ideia é utilizar também biomassa de cana-de-açúcar, va-riedade desenvolvida a partir do cruzamen-to genético de tipos ancestrais e híbridos comerciais de cana-de-açúcar que resulta em uma planta robusta, com maior teor de fibra e potencial produtivo, ideal para a fa-bricação de biocombustíveis e bioquímicos de segunda geração.

Já o Centro de Tecnologia Canavieira espera comercializar a tecnologia em, no máximo, dois anos. Reconhecido interna-cionalmente pelas pesquisas em cana-de- açúcar e com mais de quatro décadas de experiência, o CTC tem uma planta piloto na sede, em Piracicaba (SP), e deu início em junho de 2014 à operação da planta de-monstrativa no município de São Manuel, interior paulista, visando investir na fabrica-ção do etanol celulósico.

Com capacidade de processamento de cem toneladas de biomassa diariamente, a Usina São Manoel começou a ser constru-ída em agosto de 2013 e recebeu investi-mentos de R$ 80 milhões. A meta é que a unidade permaneça em fase de demons-tração por um período de 12 a 18 meses e só então entre em escala comercial. “A expectativa é justamente testar todos os processos para que a tecnologia se torne comercial em 2016/2017. O importante é a capacidade de entregar mais etanol a um custo igual ou inferior ao atual”, enfati-za o diretor de Etanol de Segunda Geração do CTC, Robson Freitas. Ele explica que a planta tem por objetivo demonstrar a in-vestidores, acionistas e clientes o potencial da tecnologia. Conforme o executivo, o grande diferencial é que apenas o projeto do CTC garante uma integração completa

Robson Freitas, diretor de Etanol de Segunda Geração do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC)

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com o atual parque industrial já existente nas usinas, o que reduz o investimento. Di-ferentemente de outros projetos em anda-mento no País, a ideia é usufruir de toda a infraestrutura de uma usina convencional, que produz o etanol de primeira geração, acoplando a tecnologia necessária à produ-ção do 2G. “Dessa forma, quem já faz etanol de primeira geração poderá escolher entre aumentar sua produção de etanol, fazer mais açúcar ou ainda produzir energia elé-trica, dependendo da demanda do setor”, esclarece.

Segundo a assessoria de imprensa do CTC, a Usina São Manoel foi escolhida por seu histórico de inovação e excelência, assim como pela adequação técnica às necessidades do projeto, que vem sendo desenvolvido com recursos próprios des-de 2007 e conta com parte dos R$ 350 mi-lhões provenientes do Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquí-mico (Pais), com financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e da Financiadora de Estu-dos e Projetos (Finep). Entre as parcerias feitas pelo Centro estão a Pöyry Engenha-ria e a austríaca Andritz, além de empresas internacionais fornecedoras de enzimas.

A perspectiva é que o E2G chegue ao

mercado em breve, a custo igual ou me-nor do que o etanol de primeira geração e com desempenho idêntico nos motores dos veículos flex. “A viabilização da tecno-logia significará um importante aumento no volume total produzido deste biocom-bustível, sem expansão dos canaviais e de modo sustentável. Traduzindo em nú-meros, significa passar dos atuais 85 litros por tonelada de cana para perto de 120 lt/ton de cana já no início da utilização des-ta tecnologia”, divulgou o CTC em seu site. Além disso, ao optar pela melhor forma de

aproveitar o bagaço excedente dependen-do do cenário mais rentável no momento, será possível flexibilizar a produção e au-mentar o mix de produtos das usinas. “Em relação ao meio ambiente, o etanol celu-lósico está ajudando a substituir a gasoli-na reduzindo as emissões por quilômetro rodado, com diminuição na poluição das grandes cidades.

Para a economia nacional, além das vantagens ambientais, o novo processo, quando implantado em larga escala, per-mitirá a produção de outros equipamen-

Projeto do CTC tem integração completa com o parque industrial já existente nas usinas Div

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ação

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Fonte: GranBio

tos e insumos com consequente geração de empregos de alta qualidade. O etanol celulósico recoloca o Brasil na liderança mundial dos biocombustíveis e leva rique-za para o interior do País.”

Quem também corre contra o tempo é a Raízen, joint-venture formada entre a Esso e a Cosan que espera começar a produzir o etanol de segunda geração em escala co-mercial até o final deste ano. A expectativa é que a unidade, na Usina Costa Pinto, em

Piracicaba (SP), atinja sua capacidade plena de produção já no primeiro semestre de 2015, totalizando 40 milhões de litros de etanol celulósico anualmente, sem precisar aumentar a área cultivada.

Em setembro de 2013, a empresa re-cebeu um aporte de R$ 207,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES) para a construção da planta. Se a experiência der certo, o gru-po, detentor de 24 usinas, já anunciou que

pretende erguer outras sete unidades 2G no País, com investimentos em torno de R$ 2 bilhões nos próximos oito anos.

Os testes incluíram parceria com a fábri-ca da Iogen, no Canadá, e a meta é trabalhar ininterruptamente, sem pausas de ativida-de durante a entressafra da cana. Conforme estimativas da Raízen, o etanol de segunda geração é oito vezes mais sustentável em comparação com o de primeira geração, que comprovadamente emite 50% menos CO2.

No começo, serão usados bagaço e palha de cana-de-açúcar. Uma espécie mais eficiente de cana está em desenvolvimento.

BIOMASSA

A matéria-prima entra no reator e sua estrutura é rompida, dando acesso às fibras de celulose e hemicelulose.

PRÉ-TRATAMENTO1 2

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Os açúcares são transformados em etanol pela ação de microrganismos geneticamente modificados (leveduras).Como o etanol de segunda

geração é produzido

FERMENTAçãO

Enzimas atuam como catalisadores na quebra das fibras de celulose em açúcares mais simples de serem fermentados.

HIDRóLISE ENzIMÁTICA

Processo de purificação do etanol, tornando-o próprio para uso. Ao final, ele será idêntico ao tradicional.

O etanol de segunda geração sai da indústria e é levado aos postos de combustível.

DESTILAçãO DISTRIBUIçãO

LOGíSTICA

LOGíSTICA

BIOMASSA

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melhoramento da Cana

instituições e centros de Pesquisa aPostam em novas variedades de cana que Prometem mais Produtividade e adaPtabilidade

Lavoura e Laboratório: dois lados dE uma boa safra

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Líria Rezende

“Variedade é fator fundamental. A base de toda a indústria açucareira ainda se chama variedade”, alerta o

presidente da Sociedade dos Técnicos Açu-careiros e Alcooleiros do Brasil (Stab), José Paulo Stupiello. O estudioso e consultor de mais de cem usinas e destilarias dentro e fora do País defende a qualidade das amostras, em vez da quantidade, além de reciclagem constante, capacitação de colaboradores e gestão. “Laboratório é onde você perde e onde você ganha dinheiro”, enfatizou, pon-derando que a agroindústria da cana-de- açúcar é uma atividade de detalhes. Ativida-de esta que, apesar do cenário de crise no setor, coloca o Brasil em posição de prota-gonismo mundial: maior produtor de cana- de-açúcar, maior produtor e exportador de açúcar e segundo maior produtor de outro de seus derivados, o etanol.

Destaque nas pesquisas voltadas para obtenção de novas cultivares de cana há mais de vinte anos, com um total de 78 variedades RB lançadas, a Rede Interuni-versitária para o Desenvolvimento do Setor Sucronergético (Ridesa) vem selecionando variedades que já estão ou estarão, em bre-ve, ocupando áreas expressivas em novas fronteiras como Goiás, Tocantins, Mato Gros-so e Mato Grosso do Sul. São elas: RB867515, RB855453, RB855536, RB835054, RB855156, RB928064, RB92579 e RB966928.

Segundo Roberto Chapola, pesquisador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de- Açúcar da Universidade Federal de

São Carlos (PMGCA/Ridesa/UFSCar), o forte período de estiagem enfrentado pela região Centro- Sul na última safra é um impulso a mais às pesquisas. “Para os pesquisadores envolvidos com melhoramento genético, a seca que vem ocorrendo em São Paulo foi uma oportunidade de observar o compor-tamento dos materiais nessa situação de es-tresse, tanto as variedades comerciais como os clones em processo de seleção. Varieda-des mais rústicas, com bom desempenho em condições desfavoráveis de cultivo, po-dem minimizar os prejuízos decorrentes da falta de chuvas. Hoje, a variedade com me-lhores resultados em ambientes restritivos é a RB867515, que desde 2007 vem sendo a mais plantada e cultivada em São Paulo e Mato Grosso do Sul”, ressalta.

Sobre o lançamento contínuo de novas cultivares, ele conta que a importância prin-cipal é disponibilizar variedades competiti-vas, com potencial genético para aumentar a produtividade do canavial. A substituição de variedades é gradual, diz o doutor em Agronomia, e sua velocidade depende da

segurança que passam aos produtores. “De modo geral, o nível de adesão é bom. As va-riedades RB966928 e RB965902, por exem-plo, foram liberadas em 2010 e já estão entre as dez mais plantadas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, de acordo com o Censo Varie-tal realizado em 2014”, aponta.

Em 2010, quando aconteceu a mais re-cente liberação, a Rede disponibilizou nada mais nada menos que treze novas variedades ao setor sucroenergético. “Quando se decide substituir uma variedade, o processo ocorre gradualmente, de forma que o produtor vá adquirindo confiança nas novas variedades ao longo do tempo. Entretanto, um estudo realizado recentemente por nossa equipe mostrou que o fator determinante para que a substituição de uma variedade ocorra mais rapidamente é a sua suscetibilidade a doen-ças. As variedades antigas que continuam sendo cultivadas são resistentes às principais doenças e, por isso, passam muita segurança aos produtores. Isso nos mostrou que a re-sistência às doenças deve ser prioridade nos programas de melhoramento.”

O CTC possui seis polos de melhoramento genético regionais, dois deles no Centro-Oeste

Roberto Chapola, pesquisador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de São Carlos

“Qualquer variedade de cana que não for manejada adequadamente corre sérios ris-cos de não apresentar os resultados espera-dos. Por isso, o diálogo entre os profissionais do melhoramento e do setor produtivo deve ser constante”, adverte Roberto Chapola, pesquisador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de- Açúcar da Universida-de Federal de São Carlos. De acordo com ele, para que uma variedade expresse ao máxi-mo o seu potencial, é necessário que seja alocada nos ambientes recomendados e sua época de colheita, respeitada.

Além disso, algumas práticas agrícolas devem ser seguidas, como preparo e corre-ção do solo, adubação adequada, controle eficiente de pragas, manejo de plantas in-festantes e colheita em solos com umidade adequada, evitando-se o pisoteio excessivo das soqueiras. O melhoramento genético em cana-de-açúcar é um processo longo, que dura de doze a quinze anos, desde o

cruzamento até a liberação de uma nova variedade, como relata o estudioso. Duran-te esse período, ocorre a seleção para as mais diversas características, com foco para a resistência a estresses bióticos (doenças e pragas) e abióticos (tolerância à seca, altas ou baixas temperaturas, por exemplo). O ob-jetivo final é se aproximar ao máximo da va-riedade ideal, ou seja, aquela capaz de reunir o maior número de características favoráveis.

Outra frente de trabalho da Ridesa é a pesquisa com variedades transgênicas de cana-de-açúcar, tendo potencial para, no mínimo, dez projetos diferentes, já que cada universidade integrante da Rede pode es-tabelecer seu próprio programa. Conforme Roberto Chapola, pesquisas neste sentido atualmente vêm sendo desenvolvidas prin-cipalmente nas universidades federais do Paraná (UFPR), Viçosa (UFV), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Goiás (UFG), com o envol-vimento de 25 pesquisadores.

manEjo CorrEto é fundamEntal

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ação

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Divulgação/RIidesa

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No caso da UFSCar, as pesquisas com variedades transgênicas são realizadas com outras instituições públicas, tendo como foco o aumento do teor de sacarose e to-lerância à seca. O docente enfatiza que, embora recursos tanto de órgãos públicos quanto de parceiros privados sejam rele-vantes, esse tipo de pesquisa continua de-masiadamente cara e demorada, sendo ne-cessária a continuidade dos investimentos. “Com a adoção da transgenia em cana, os programas de melhoramento convencio-nal terão seu espaço garantido. Um ponto chave nesse processo é a escolha correta da variedade, pois o risco na obtenção de transgênicos é alto quando se aposta em clones sem valor econômico.”

Como o processo da cana transgênica é dispendioso em tempo e recursos, ressal-ta o pesquisador, o caminho mais seguro é obtê-la a partir de variedades de expres-são comercial e clones em fase de pré-lan-çamento. Portanto, a transgenia em cana dependerá de programas sólidos e compe-titivos de melhoramento genético conven-cional”, esclarece o professor.

Se variedades mais produtivas, com alto teor de sacarose e resistência às prin-cipais doenças trazem maior rentabilidade aos produtores, tornando a atividade mais competitiva, em tempos de crise do setor sucroenergético esse potencial torna-se evidente e ainda mais necessário. “A crise

aumEnto da saCarosE E tolErânCia à sECa

no setor impactou, de alguma forma, não só as pesquisas desenvolvidas pelo melho-ramento, mas também aquelas desenvolvi-das em outras áreas. Entretanto, essa crise

Foco das pesquisas da Ufscar são variedades com maior teor de sacarose e resistência à seca

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tem nos incentivado ainda mais a continuar buscando variedades mais competitivas e que possam ajudar o setor a enfrentar as suas dificuldades”, avalia Chapola.

Para o gerente de Melhoramento Ge-nético do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Hugo Campos, as pesquisas são fun-damentais a fim de que o setor acelere a produção de açúcar ou etanol, permitindo aumentar o lucro do produtor, desenvolver uma agricultura mais respeitosa ao meio ambiente e reduzir o risco da produção da cana-de- açúcar. “Acredito que o custo re-lativo das variedades é muito baixo dentro do custo total do plantio, então é difícil es-tabelecer alguma relação entre a crise atu-al e melhoramento genético, as pesquisas desenvolvidas. Contudo, nosso trabalho cotidiano e a produtividade das variedades CTC mitigam os efeitos da crise no setor. O melhoramento genético é uma ferramen-ta muito efetiva para desenvolver as novas variedades que o setor sucroenergético brasileiro precisa, especialmente quando se atravessa uma crise complexa e longa”, assinala.

Reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento de tecnologias inova-doras há mais de quarenta anos, o Centro conta com 28 variedades registradas em seu portfólio e atualmente estuda a imple-mentação de mudanças tecnológicas para acrescentar ainda mais competitividade às variedades CTC. “Hoje trabalhamos com muito ânimo e intensidade, e com tecno-logia única, para desenvolver variedades de cana-de-açúcar tolerantes às principais do-enças da cana, como ferrugem alaranjada, ferrugem marrom, carvão, mosaico, escal-dadura, amarelinho e mancha de curvulá-ria. Além disso, estamos desenvolvendo va-riedades especificamente para ambientes restritivos e tolerantes à seca”, adianta.

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Hugo Campos, gerente de Melhoramento Genético do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC)

Produto mais recente lançado pelo CTC, a série 9000 inclui três variedades desenvol-vidas especificamente para o Cerrado brasi-leiro. Campos explica que a cana-de-açúcar tem se expandido para a região Centro--Oeste, que de forma geral apresenta solos de baixa fertilidade e um clima bastante característico, quente e seco, cenário que demanda o desenvolvimento de cultivares adaptadas. “Uma variedade desenvolvida para climas mais amenos não se adapta fa-cilmente a condições adversas. O CTC pos-sui seis polos de melhoramento genético regionais, sendo dois deles no Centro-Oes-te. Isto permite realizar o longo processo de desenvolvimento de uma nova variedade totalmente adaptada às condições difíceis do Cerrado, além da adaptação à mecaniza-ção das operações agrícolas. Dessa manei-

variEdadEs EsPECífiCas Para o CErrado brasilEiro

ra, estas variedades produzem mais e são mais longevas, ou seja, permitem um nú-mero maior de cortes que variedades mais antigas desenvolvidas em outras regiões e

introduzidas nos estados do Centro-Oeste. As variedades CTC9001, CTC9002 e

CTC9003, recomendadas para as fronteiras agrícolas, são exemplos de novas varieda-des criadas sob o conceito regional utilizado pelo melhoramento genético do CTC”, reve-la o diretor. Além destas, a variedade CTC15 é outra adaptada às condições adversas de clima. “Três anos atrás, o CTC atualizou seu processo de desenvolvimento de varieda-des, o que permite agora lançamentos de variedades adaptadas às características de cada região”, acrescenta.

Segundo Hugo Campos, a adoção de uma nova variedade depende da caracte-rística de cada usina: “as mais inovadoras aderem mais rapidamente do que aquelas de perfil tradicional, que necessitam de vá-rios anos de testes antes da adoção de um novo produto”. De forma geral, continua, uma nova variedade é bem recebida pelos produtores, que solicitam mudas a fim de multiplicar e conhecer o material em sua própria área produtiva. A diferença, mais uma vez, é que inovadores e proativos fa-zem uma multiplicação mais acelerada e com melhor qualidade que conservado-res, conseguindo dados consistentes com o novo material, o que leva à adoção para uma área relevante da usina, repercutindo no aumento da produtividade.

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Hugo Campos, gerente de Melhoramen-to Genético do Centro de Tecnologia Ca-navieira (CTC), afirma que as variedades de cana Bt fornecem ao produtor um excelente controle da broca durante todo o ciclo da cultura, reduzindo as aplicações de insetici-das e a exposição do homem aos agroquí-micos, além de serem “mais amigáveis ao meio ambiente”, já que evitam a utilização de água e óleo diesel para aplicação tratori-zada dos inseticidas ou mesmo deriva cau-

sada pelas aplicações aéreas. Além disso, “evitando a entrada de trator

no canavial, a variedade Bt colabora para me-nor compactação do solo e pisoteio do cana-vial”. Na análise do estudioso, com o avanço de variedades transgênicas, o melhoramento convencional de cana-de-açúcar não tende a perder espaço. Pelo contrário. Campos de-fende que a variabilidade genética criada me-diante plantas transgênicas somente gera va-lor para o produtor quando é combinada com

a variabilidade desenvolvida por meio do me-lhoramento tradicional. “Muitas empresas co-meteram o grosso erro de acreditar que a bio-tecnologia pode ‘aposentar’ o melhoramento genético tradicional, mas isso não acontece. Por exemplo, todas as empresas mais avan-çadas em biotecnologia em outras culturas como Bayer, Basf, Dow, Monsanto, Dupont, Syngenta integram os avanços transgênicos com os avanços do melhoramento genéti-co. A função das variedades transgênicas na

Ainda conforme o pesquisador, a esco-lha da variedade é um fator fundamental para o sucesso do cultivo da cana-de-açú-car, e a substituição ou eliminação gradual de variedades mais antigas se dá por meio de um processo cíclico. “Os produtores constantemente olham variedades mais jovens e as comparam com variedades mais antigas. Com o passar do tempo, as mais antigas ficam susceptíveis a doenças e defasadas em relação à tecnologia de pro-dução, sendo ultrapassadas por variedades de maior produtividade e mais modernas. Dessa maneira, estas variedades mais anti-gas paulatinamente deixam de ser planta-das até serem totalmente substituídas por uma nova variedade”, pontua.

“Nós do CTC não nos preocupamos em ter lançamentos todo ano. Só lançamos novas variedades quando elas realmente podem oferecer ao produtor um benefício adicional às já existentes. O lançamento constante é importante para aumentar as alternativas aos produtores. Recomenda-mos que uma variedade ocupe no máxi-mo 15% da área de cana da usina, como gerenciamento do risco fitossanitário. Assim, é importante que nosso progra-ma de pesquisa disponibilize alternativas competitivas aos produtores para comple-tar o plantel varietal. Somem-se a isso os diversos tipos de solos presentes nas usi-nas, cada um exige um tipo de variedade. Também temos que entregar ao mercado variedades de diversas maturações para que a usina possa realizar a colheita du-

suCEsso do Cultivo dEPEndE da adEquação da variEdadE

redução da aplicação de inseticidas

rante toda a safra, otimizando a moagem da usina. As variedades de maior sucesso deixam o mercado de modo mais lento, e mais cedo ou tarde são substituídas por novas variedades”, explana o gerente.

Variedades lançadas reúnem não só as características pensadas pelos melhoristas, mas também aquelas demandadas pelo mercado e constantemente em mudança, conforme a evolução do setor sucroenergé-tico. Campos explica que, a cada ano, o CTC avalia e discute os clones mais promissores, isto é, as cultivares mais aptas a se transfor-

marem em novas variedades, que seguem para testes finais de campo. “Temos espe-rança de que alguns destes clones possam superar as variedades já existentes e então serem introduzidos em 2015”, informa.

Já as variedades transgênicas estão em pesquisa avançada no CTC, com genes Bt que controlam a broca-da-cana. “Acreditamos que serão as primeiras variedades transgênicas de cana desenvolvidas no Brasil. Nosso pla-no é obter todas as aprovações regulatórias em 2017 para a realização do lançamento no mercado”, adianta o pesquisador.

Além de desenvolver variedades superiores de cana-de-açúcar, CTC fornece assessoria técnica especializada aos produtores

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cana-de-açúcar é muito importante, mas sem melhoramento genético elas não gerarão va-lor para o setor sucroenergético brasileiro. O que você precisa é de uma parceria entre o desenvolvimento de gens transgênicos úteis para maior produção de cana, açúcar ou álco-ol e o melhoramento convencional”, conclui.

“O direcionamento da pesquisa é mui-to simples: nós desenvolvemos inovações e tecnologias que o mercado precisa e de-manda. É o cliente e suas necessidades que direcionam nosso trabalho. Deste modo, todas as nossas variedades e tecnologias agregam valor ao setor sucroenergético. Po-rém, como os prazos da pesquisa são mais longos que os prazos do mercado, no CTC estamos acelerando o programa do melho-ramento genético, e hoje o número de anos de pesquisa necessitados para desenvolver uma nova variedade é 30% a 40% mais cur-to que no passado. Esta é uma tendência geral do melhoramento genético das cultu-ras, para assim responder de maneira mais rápida e efetiva à constante mudança que acontece no mundo e aos novos desafios que o mercado precisa resolver”.

Outro ponto crucial é o pacote tecno-lógico necessário para que uma variedade possa expressar seu potencial. “A nível glo-bal, acredita-se que os acréscimos de pro-dutividade das culturas se devem, mais ou

menos, 50% à variedade e 50% ao pacote tecnológico. A combinação da melhor va-riedade com um pacote tecnológico fraco gera somente resultados ruins. O pacote tecnológico depende da área, condições do solo, clima, presença de insetos, plantas da-ninhas, doenças etc. Para maximizar o lucro das variedades CTC, deve-se seguir o pacote tecnológico ótimo para cada condição, pois

nossas variedades oferecem o potencial genético para uma ótima produtividade. Eu acredito que o CTC é a única empresa brasileira que, além de desenvolver varieda-des superiores de cana-de-açúcar, fornece assessoria técnica especializada aos produ-tores, aumentando assim a lucratividade e satisfação de nossos clientes”, declara.

Como acontece com todos os progra-mas de melhoramento, as variedades lan-çadas pelo Centro tem recomendações específicas que devem ser seguidas pelo produtor – caso contrário, os resultados não serão os esperados. “Como exemplo, a varie-dade CTC9 é uma das mais ricas do merca-do brasileiro, com maior teor de açúcar. Seu plantio é recomendado em solos bons, e a colheita deve ser feita no início da safra, até julho. Seguindo estas instruções e reali-zando um bom manejo, ela oferecerá exce-lente produtividade em toneladas de cana por hectare e com alto teor de açúcar por tonelada. No entanto, se o produtor plan-tar essa variedade em solos fracos, inférteis, e realizar sua colheita no final da safra, em outubro, não terá um resultado satisfatório. De outra maneira, temos a variedade CTC15 que é uma das mais produtivas em solos in-férteis, solos fracos, e que não deve ser co-lhida no início da safra, e sim entre julho e setembro”, ilustra o pesquisador.

a combinação da melHor variedade com um Pacote tecnológico fraco gera somente resultados ruins. O pacOte tecnOlógicO dePende da área, condições do solo, clima, Presença de insetos, Plantas daninHas, doenças etc.

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No Rio Grande do Sul, outra nova fronteira agrícola, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cli-ma Temperado) apostou dois anos atrás em nove variedades indicadas especi-ficamente para a região, contradizen-do a ideia de que as geadas seriam um empecilho à implementação da cultura da cana-de-açúcar no Estado. Após seis anos de articulação, experimentação em campo e testes, a instituição e parceiras lançaram cultivares voltadas ao setor de produção de álcool com média e alta produtividade agrícola, condições regu-

lares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, além de colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido. Dados divulgados pela Embrapa revelam uma produção média de 96 toneladas por hectare, enquanto as cultivares já co-nhecidas registravam 34 toneladas/ha. Para se chegar a este resultado, os testes incluíram 22 colheitas, envolvendo onze municípios gaúchos. A expectativa dos melhoristas é alcançar a marca de 300 mil hectares dedicados à cultura no Esta-do, e isto num futuro próximo. Outra uni-

dade da Embrapa, a Agroenergia, traba-lha com a transgenia da cana-de-açúcar, utilizando o gene Dreb2A para tolerân-cia à seca, também por meio de diversas parcerias, inclusive com uma instituição de pesquisa japonesa. O gene Dreb já foi testado em diferentes culturas de impor-tância econômica para o Brasil, como ar-roz, amendoim e soja. Os resultados mais eficazes foram verificados em plantas que toleraram doze dias de déficit hídri-co, apresentando melhor desempenho do que as não-transgênicas, segundo a Embrapa.

variEdadEs EsPECífiCas Para a rEgião sul

Senar em ação

PisCiCulturaSegundo dados do Ministério da Pesca

e Aquicultura (MPA), o crescimento popula-cional, a alteração no padrão de consumo e o aumento do poder de compra têm gerado uma pressão sobre a demanda por alimentos de boa qualidade. Dentre estes alimentos o pescado apresenta um grande destaque, por ser considerado um alimen-to facilmente digerível, altamente protéico e de baixo valor calórico, e ainda excelente fonte de vitaminas e minerais.

Goiás é um estado privilegiado em ex-tensão territorial e recursos hídricos, sendo contemplado com três regiões hidrográ-ficas: região Hidrográfica Tocantins/Ara-guaia; região Hidrográfica do São Francisco e região Hidrográfica do Paraná.

Assim, a piscicultura é uma boa opção para o Estado rico em água e rios. Essa ativi-dade tem vantagens por ser uma produção contínua - com duas ou três safras por ano - além de ser reconhecida como uma ação de agregação de renda à propriedade. As-

sim, com o objetivo de fomentá-la, o Senar AR/GO conta hoje em seu portfólio com um treinamento de Piscicultura, com carga horária de 24 horas. No curso são aborda-das temáticas referentes às diversas formas de criação e manejo das diferentes espé-cies, legislação, qualidade da água, despes-ca e comercialização, entre outros temas.

Entre os anos de 2012 e 2014, foram formadas 337 turmas do treinamento, tota-lizando 3.876 participantes. Deste total, 142 turmas foram formadas somente no ano passado. Segundo a coordenadora Técnica, Samantha Leandro de Sousa Andrade, os

números demostram o grande avanço no interesse pela cadeia aquícola, em parte pelo estímulo dos governantes para tal área.

“Apesar de ainda encontrar diversos obstáculos, como a burocracia referente às certificações de licenciamento ambiental e outorga d’água, a atividade se encontra acelerada no Estado, graças ao aporte hí-drico do território e situação de celeiro de grãos”, complementa Samantha.

O interessado no curso deve entrar em contato com o Sindicato Rural mais próxi-mo ou procurar o Senar (62) 3412-2700 ou www.senargo.org.br

Interesse pelo treinamento em piscicultura é crescente no Estado de Goiás

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palavra do espeCialista

Após um 2014 conturbado, com fechamento de usinas, queda da moagem de cana e números

de safra desanimadores, o setor sucro-alcooleiro começa 2015 com a busca por novas saídas para sua recuperação.

A cogeração de energia a partir da biomassa desponta como a principal alternativa de negócio nas usinas. De acordo com a CCEE – Câmara de Co-mercialização de Energia Elétrica, entre 1 e 13 de janeiro a cogeração a partir do bagaço de cana e outras biomassas cresceu 107% no país em comparação com o mesmo período de 2014.

Foram 783 MW médios gerados no período, 90% produzidos por usinas de cana. Contudo, alguns especialistas co-mentam sobre uma possível queda, já que a safra atual de cana e o estoque de bagaço e palha não será suficiente para manter o ritmo.

A verdade é que o setor pode sim manter e até acelerar o ritmo de produ-ção de bioenergia – aumentando sua participação na matriz elétrica brasilei-ra – com um planejamento energético que contemple outras fontes de bio-massas, como o sorgo biomassa.

Registrado em 2013 no Ministé-rio da Agricultura, o sorgo biomassa Palo Alto tem a finalidade específica de produzir biomassa para geração de

Tatiana Gonsalves é Vice-Presidente

Comercial da Nexsteppe

para a América do Sul.

a biomassa E o sEtor suCroEnErgétiCo Em 2015

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energia. A planta é uma cultura de ciclo explosivo, que atinge o ponto de co-lheita e queima eficiente em caldeiras entre 120 e 140 dias, com rendimento de aproximadamente 35 toneladas por hectare. Exigindo menos água e ofere-cendo mais resistência ao calor do que outras fontes conhecidas de biomassa, como eucalipto e capim-elefante, o híbrido de sorgo pode ser plantado na entressafra da cana, tornando-se uma fonte de matéria-prima renovável para produção de energia e etanol 2G a pre-ço competitivo e em escala.

A biomassa dedicada, alinhada a um planejamento de plantio e colheita, oferece às usinas maior disponibilidade de matéria-prima.

O Palo Alto é uma fonte única em sua capacidade de fornecer desde calor, até eletricidade de base intermitente (e também despachável) em usinas ter-moelétricas e o Brasil possui vantagens globais em termos de clima, geografia, infraestrutura e know-how para sua produção. Em média, 1 tonelada de sorgo produz 0,33 MW. Em caldeiras de alto desempenho este número pode chegar a 1 MW a cada duas toneladas da matéria-prima. Em 2014, o preço da energia no mercado spot alcançou a marca de R$ 822,83 por MWh, teto es-tabelecido pela Aneel.

leilões de energiAEm meio a novas previsões de cri-

se energética e aumento de preço da energia elétrica em 2015, o MME – Mi-nistério de Minas e Energia divulgou em dezembro a realização de cinco leilões de energia em 2015.

O mercado regulado de energia também é uma boa opção para as usi-nas venderem possíveis excedentes de eletricidade. A biomassa ganhou desta-que no Leilão A-5, realizado em dezem-bro do ano passado. Tradicionalmente associada a outras modalidades reno-váveis como solar ou eólica, a biomassa conseguiu participar do certame com preços mais competitivos.

Segundo a Cogen – Associação da Indústria de Cogeração de Energia e a Unica – União da Indústria de Cana--de-Açúcar, em 2014 a geração por biomassa foi equivalente a poupar 14% das águas dos reservatórios de hidrelé-tricas das regiões Sudeste e Centro-Oes-te, responsável por 60% do consumo de eletricidade e onde ficam os principais parques de caldeiras para a produção de energia elétrica por biomassa.

Foram muitos os fatores que contri-buíram para que o ano passado fosse de crise para o setor: estresse hídrico, política de preços desfavoráveis e falta de apoio ao uso de biomassas renová-veis. Por outro lado, novidades como as possibilidades de venda de energia, as primeiras plantas de etanol 2G no País e o crescente interesse pelo biogás mos-tram que este setor ainda tem muitos mercados para explorar com o apoio da biomassa.

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Capim-Camalote

invasoraé amEaça às lavouras dE cana

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Cejane Pupulin

Originária do continente africano, a espécie Rottboellia cochinchinensis, o capim-camalote, ou no Nordeste

conhecido como rabo de lagarto, já se en-contra disseminada em mais de 50 países e 18 culturas, entre as quais se destacam a cana- de-açúcar, arroz, milho, feijão e soja.

Têm-se notícias que essa planta daninha chegou à América do Sul há mais de 30 anos e atrapalha o desenvolvimento dos canaviais em São Paulo – o maior produtor do País – e também a região de Campos, no Rio de Ja-neiro, no Paraná e Mato Grosso do Sul.

Em São Paulo, a disseminação da planta seguiu o trajeto da linha férrea, passando pelas cidades de Mococa, Porto Ferreira, Pi-racicaba, Igarapava, Dumont e Santa Rita do Passa Quatro. O assessor técnico da Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) da área de cana-de-açúcar, Alexandro Alves, afirma que ainda não há casos registrados em Goiás.

A principal característica da planta é o alto poder de disseminação. Ela pode produ-zir até 15 mil sementes. Um pedaço de caule também pode gerar outra planta.

O capim camalote é uma planta invasora de efeito alelopático, isso é, que mata e ini-be o crescimento das plantas ao redor. “Ela compete com a cana pela busca por água, luz e nutrientes”, explica o assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

Assim, nas regiões canavieiras, o capim- camalote se destaca por causar perdas signi-ficativas de produtividade. O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Carlos Alberto Ma-thias Azani, mostra que a planta daninha mo-nopoliza a plantação e reduz a produtividade nos canaviais em até 80% para áreas de cana soca, e de até 100% em cana planta.

Considerando as distintas regiões cana-vieiras do mundo, estima-se que existam cerca de mil espécies de plantas daninhas. O capim-camalote está classificado entre as 12 piores invasoras da cultura, devido à sua agressividade.

A eliminAçãoA prevenção é a melhor forma de com-

bater a dispersão do capim-camalote pelo País. Em áreas onde a planta ainda não é vista é importante o produtor ter atenção na aquisição de mudas e sempre limpar o maquinário que será utilizado. “Geralmente, a usina não tem paciência para limpar a má-quina e seguir para a outra área. A semente do capim-camalote pode estar fixa em par-tes da cana e até mesmo do maquinário”,

em áreas onde a

Planta já se instalou a

indicação é o manejo químico Pesado

Carlos Alberto Mathias Azani, do IAC: planta pode provocar perdas de até 100% nas lavouras

orienta o pesquisador do IAC. O assessor da Faeg também destaca que

é primordial o monitoramento da área. “Um profissional qualificado consegue identificar a planta daninha, evitando que ela semeie e, assim, se prolifere”, complementa.

Em áreas que a planta já se instalou a in-dicação é o manejo químico pesado. “Não existe um herbicida 100% eficaz para esse caso”, explica Carlos Alberto Mathias Azania. Quando o canavial está em fase de soqueira, a indicação é a associação de dois químicos. Já com a cana instalada é indicado a aplica-ção do herbicida amicarbazone ou do com-posto de diuron, hexazinoma e sulfumetu-rom metílico.

Mesmo com a aplicação dos herbicidas o capim-camalote ainda resiste. Assim, para eliminar o restante da planta do canavial é indicado o uso da bomba costal com MSMA ou uma mistura de ametrina e trifloxysulfu-ron. “Na aplicação é preciso estar atento para não atingir a cana também”, complementa.

o futuroPara os especialistas, a planta daninha

tem potencial para atingir todo o território brasileiro. “O produtor pode retardar o de-senvolvimento do capim–camalote com a conscientização sobre o manejo correto e a limpeza das máquinas”, afirma o pesqui-sador do IAC.

O assessor da Faeg destaca que, com a crise do setor sucroenergético, desde o ano de 2008 muitas áreas canavieiras não rece-beram um bom controle de pragas. “O mau controle das pragas favorece a dissipação mais rápida e ampla pelo País”, conclui.

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meLhoramento genético

para todos

pesquisa

Líria Rezende

Em uma ilha remota próxima ao Polo Norte e habitada por focas, ursos po-lares, aves e leões marinhos, um su-

per cofre abriga um dos maiores tesouros da humanidade e, ao mesmo tempo, uma riqueza de valor incalculável. Amostras sele-cionadas de praticamente todos os vegetais existentes permanecem armazenadas de-baixo de uma montanha onde a temperatu-ra nunca ultrapassa os 20ºC negativos. Mais conhecido como Arca do Fim do Mundo, uma espécie de Arca de Noé subterrânea dos alimentos, o Banco Global de Sementes de Svalbard, na Noruega, conta com amos-tras de diversos países e tem capacidade para guardar 4,5 milhões de sementes em embalagens hermeticamente lacradas e, acredite, a salvo de terremotos, inundações, aquecimento e até mesmo explosões nu-cleares e queda de asteróides. É o que os es-pecialistas em melhoramento genético de

plantas chamam de acessos, isto é, amos-tras reduzidas com sementes represen-tativas de diferentes populações de uma mesma espécie. A caixa forte foi inaugura-da em 2008 e, de lá pra cá, já recebeu do Brasil acessos de três culturas seculares, bá-sicas na nossa agricultura e extremamente presentes na alimentação cotidiana: milho, arroz e, mais recentemente, feijão – todas cedidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e réplicas de cole-ções nucleares já existentes no País.

Do distante arquipélago de Svalbard para terras tupiniquins, o feijão que você come na sua casa passou por no mínimo quinze anos de pesquisa. É o que garante o coordenador da Coleção Nuclear de Feijão Comum da Embrapa Arroz e Feijão, Jaison Pereira. Ele explica que as 514 variedades de feijão depositadas este ano na caixa forte nórdica são uma cópia da coleção nuclear, compilação estratégica que reúne linhagens, cultivares melhoradas e acessos tradicionais

Pesquisas desenvolvidas ao longo de anos estão atentas à crescente demanda Por alimentos e energia

Jaison Pereira, coordenador da Coleção Nuclear de Feijão Comum da Embrapa Arroz e Feijão

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tiplicar mais sementes, é preciso haver um estoque mínimo. À medida que a gente vai multiplicando, disponibilizamos para aqueles que solicitaram primeiro. No próximo ano, a expectativa é conceder mais variedades para outras instituições e pesquisadores, a fim de que possam enriquecer suas pesquisas. É o que chamamos de valoração, aumentar o va-lor do germoplasma, produzir novos genes”, esclarece Jaison Pereira.

REFLExoS no CAMpo E nA MESANa prática, o melhoramento genético de

plantas visando a alimentação humana tem seus reflexos no campo e na mesa, sobretu-do em tempos de aumento da demanda por produção de alimentos. Maior produtividade, resistência a fatores climáticos e tolerância a pragas e doenças, minimizando o uso de in-sumos agrícolas e os impactos ambientais de pulverizações com agrotóxicos, estão entre as principais vantagens, como aponta o co-ordenador. “O melhoramento de plantas em si tem uma contribuição muito grande para o agronegócio brasileiro. É um trabalho ex-tremamente múltiplo e importante para toda a cadeia produtiva, do pequeno ao grande agricultor, e também para o consumidor final. Se a lavoura produz mais, há mais oferta, pre-ço menor e um produto sempre novo, recém--colhido, na mesa do consumidor, sem falar em segurança alimentar e maior qualidade nutricional”, salienta o pesquisador. Ele pon-tua que, apesar de não ser pioneiro, o Brasil segue como referência em se tratando de melhoramento genético para a agricultura de clima tropical. “O sucesso da humanidade se deve à agricultura e, sobretudo, ao melhora-mento de plantas”, acrescenta.

“Não teria tanta gente se alimentando no Planeta se não houvesse melhoramento ge-nético, isso ninguém discute. É a tecnologia mais fundamental com a qual a agricultura pode contar, mais que adubação ou controle de pragas, por exemplo, é o que tem de mais satisfatório e importante para melhorar a pro-dutividade”, enfatiza o diretor de Genética do Instituto Agronômico de Campinas, Carlos

C o -l o m -bo. Fun-dado por D. Pedro II em 1887, inicialmente para atender a cafeicul-tura, o IAC é reconhe-cidamente pioneiro na pesquisa latino-americana de culturas como algodão, cana, mandioca, amendoim, arroz, feijão e soja. A propósito, cultura expressiva na agricultura brasileira, a soja é um caso in-teressante que exemplifica a importância do setor de melhoramento. De acordo com o diretor, o que era impossível cerca de trinta anos atrás hoje é realidade graças às pesqui-sas na área: plantação de soja no norte do Maranhão, na linha do Equador. Isso porque a soja plantada na China, de dias curtos e habituada à latitude alta, não daria certo em território brasileiro, já que necessita de certa quantidade de luz inexistente nos países tro-picais. “Foi a seleção genética de plantas de dias longos que possibilitou seu desenvolvi-mento por aqui”, relata.

Carlos Colombo conta que, em termos de melhoramento, o feijão “está lá na frente”, lapidando o que já se possui, tudo sempre em cadeia. “O feijão é um bom exemplo. Du-rante muito tempo, o melhoramento visava produtividade, quilos por hectare. Um feijão tem que ser resistente a doenças, tolerante à seca etc. Enfim, uma planta produtiva é uma planta sadia. De uns dez, quinze anos pra cá, o mercado consumidor começou a exigir qua-lidade do feijão tipo carioca na panela. Tem feijão que, depois de colhido, vai oxidando e escurece. Isso não atrai quem vai comprar, prefere-se o mais claro, grãos que não escu-reçam com o passar do tempo. Tempo de cozimento menor é outra característica que também é genética. Isso é o mercado que está exigindo, funciona em cadeia. O melho-ramento tem que enxergar todo o processo. Além disso, o custo de produção não pode ser caro, pois prejudica tanto o produtor quanto o consumidor”, assinala o diretor.

cultivados pela população brasileira desde a década de 1970. Trata-se de uma amos-tra representativa porque é o suprassumo de uma biblioteca viva ainda maior, cien-tificamente denominada Banco Ativo de Germoplasma, que totaliza 18 mil acessos de feijão de todos os continentes. Sediado em Santo Antônio de Goiás (GO) e prestes a completar quatro décadas no próximo ano, este é o maior banco brasileiro de germoplasma de feijão comum e o quarto maior do mundo, segundo o pesquisador. Nele, sementes de feijão de tipos bastante consumidos, como carioca, preto, mulati-nho, roxinho e jalo, dentre outras, ficam ar-mazenadas a uma temperatura entre 10ºC a 12ºC e 20% de umidade.

Acontece que (não é difícil imaginar) entre 18 mil acessos e 500 acessos, é bem mais fácil trabalhar com uma quantidade reduzida, porém variada. “Este é o objeti-vo da coleção nuclear, reduzir o número de acessos, selecionar o material mais di-vergente possível e sempre ter uma pos-sibilidade maior de trabalho e alcance. A coleção é dinâmica, podem entrar novos genótipos nela.

Uma coleção nuclear não pode ser muito grande, não pode dificultar o tra-balho de atender o melhoramento gené-tico de plantas, porque senão fica inviável. Muita coisa que é guardada acaba sendo repetida. É o que a gente chama de redun-dância, a coleta de material aparentado em várias partes do País”, explica Jaison.

“O Banco Global faz solicitação a alguns países potenciais que são referência em certa cultura. O Brasil é o que mais produz e mais consome feijão, que mundialmente é extremamente importante, sobretudo para os países mais pobres, porque é considera-do a carne do pobre. O Brasil planta feijão desde a época dos índios, e este material está sendo adaptado há mais de 500 anos, o que cria um acesso regionalizado, adap-tado a muito calor, muita seca, por exem-plo. Então acaba sendo um germoplasma importantíssimo em termos mundiais”, ressalta o coordenador. Em outras palavras, estes bancos funcionam como um verda-deiro backup, resguardando uma seleção sofisticada da variabilidade genética de de-terminado alimento.

Destinada à pesquisa e produção de novas variedades, a Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa foi estruturada nos últi-mos sete anos e é resultado de um trabalho incansável – adjetivo, aliás, bem conhecido dos geneticistas. A ideia é selecionar os grãos mais divergentes, ou seja, aqueles que não têm parentesco entre si, possibi-litando maior variedade. Em julho último, outra cópia foi cedida ao Instituto Agro-nômico do Paraná (Iapar), e a perspectiva é disponibilizá-la a diferentes instituições, inclusive da China e de países da África. “É um processo continuado, precisamos mul-

Carlos Colombo, diretor de Genética do Instituto Agronômico de Campinas (IAC)

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Mas é um outro produto que vem concentrando os esforços do pesqui-sador Carlos Colombo nos últimos oito anos. A menina dos olhos do diretor de Genética do IAC é a macaúba: “não de-manda muita água, ocorre em ambientes bastante secos, tem óleo de qualidade igual ou superior ao dendê e apresenta produtividade naturalmente alta”, como destaca Colombo.

Palmeira nativa que ocorre do Méxi-co ao norte da Argentina e em todas as regiões do Brasil, o fruto da macaúba, algo em torno de cinco centímetros de diâmetro, tem chamado a atenção dos pesquisadores do IAC pelo alto teor de óleo, visando também a alimentação hu-mana, mas sobretudo a geração de ener-gia. “O teor do óleo da polpa vai de 10% a 72%, ou seja, é muito grande a variação. “O objetivo é criar novas variedades da planta, uma alternativa de grande poten-cial para produção de biodiesel”, aponta o responsável.

Ele explica que, naturalmente, a ma-caúba chega a produzir anualmente qua-tro mil quilos de óleo por hectare, consi-derando-se 400 plantas por hectare. Para ter uma ideia do que isso representa, a soja, principal matéria-prima para ob-tenção de biodiesel no País, registra uma quantidade dez vezes menor, cerca de

420 quilos por hec-tare, o girassol, 890, a mamona, 1.320 quilos de óleo por ano, e o dendê, que exige muita água, seis mil quilos. “Com o melhoramento da macaú-ba, a expectativa é chegar a oito mil quilos de óleo por hectare”, relata o diretor. A expectativa é lançar uma cultivar de macaúba daqui a oito anos.

Usada há muito tempo na alimenta-ção por produtores locais, principalmen-te no Mato Grosso, a macaúba também é bastante conhecida em Minas Gerais, onde o óleo da polpa é tradicionalmen-te usado para fazer sabão. Nos primeiros anos de estudo, os esforços se concen-traram na seleção de variedades, com intenso contato entre melhorista e pro-dutor. “A macaúba é muito interessante para populações de baixa renda, isso porque ela é perene, você planta uma só vez e a mesma planta produz por anos seguidos, a exemplo do café. Além disso, pode-se usar a entressafra para plantar outras coisas, você não vai mecanizar, não exige terrenos planos. É uma alter-nativa importante para essas populações que não plantam culturas mecanizadas porque não dispõem de solo, ambiente e condições propícias”, diz.

PotEnCial Para gErar EnErgia

O que parece redundante resume bem a complexidade deste trabalho: se melhoramento, como o próprio nome diz, é desenvolver uma coisa melhor do que já existe, a tendência é que, quan-to mais variedade houver de uma de-terminada planta e quanto mais ela for pesquisada, mais difícil se tornará o me-lhoramento em algum estágio. Para os especialistas, não é nenhuma novidade nem contradição, mas sim algo inerente à atividade. “A planta mais recente em termos de melhoramento no Brasil é a macaúba. A gente observa uma variabi-lidade grande em quantidade de óleo, fruto, caule. É muito fácil achar coisa boa no começo. Daqui a uns cem anos, quem continuar vai ter muita dificulda-de, esgotando a variação que interes-sa, pois terá se chegado a um patamar. Melhoramento depende disso, é fazer o melhor”, analisa.

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PionEirismo no mElhoramEnto da Cana

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Com o mais antigo programa de melho-ramento de cana-de-açúcar em atividade no País, desde 1933, a unidade do IAC em Ribei-rão Preto (SP) foi escolhida há pouco mais de um ano para acolher a terceira réplica da coleção mundial da cultura – as outras estão na índia e nos Estados Unidos. O diretor do Centro de Cana IAC, Marcos Landell, explica que a instituição sempre teve uma coleção, mas começou a dialogar internacionalmente para deter um arquivo com maior variabilida-de genética.

Ao todo, são 1.500 variedades de cana vindas principalmente das regiões de origem, na Ásia, como índia e China. E a escolha do País não foi à toa, relata o pesquisador: se deve à importância estratégica na produção de cana e, também, à insistência do próprio IAC. “Neste primeiro ano de operação, em co-operação com a iniciativa privada, trouxemos 200 materiais dos Estados Unidos que estão sendo introduzidos, mantidos em quarente-na, para que não haja risco de novas pragas. Agora o esforço é aumentar a capacidade de importação através da ampliação do quaren-tenário do IAC, quem sabe com 300, 350 por ano. Para o Brasil, a coleção tem significado econômico. Estamos importando este mate-rial, que está hoje em Miami, e a expectativa é que em três ou quatro anos tenhamos con-cluído esta tarefa”, pontua Landell.

Criar novos tipos de cana-de-açúcar para atender a indústria sucroenergética é o prin-cipal objetivo do Centro de Cana IAC, reorga-nizado há vinte anos. Detentor, dentre vários projetos, de 22 variedades sucroalcooleiras, sendo duas com características forrageiras que passaram a ser referência nacional por atender o importante segmento da pecuária de corte e de leite, o Centro vem estudando desde 2009 tipos selvagens, mais rústicos, para desenvolver uma nova cana voltada à produção de energia via biomassa. “A cana-energia, como chamamos, tem alta capaci-dade de acúmulo de biomassa, alto teor de fibra e baixo teor de açúcar”, conta Landell. Ele observa que enquanto a planta conven-cional registra de 10% a 13% de fibra, o novo biótipo apresenta acima de 20%, podendo atingir valores superiores a 30% de fibra. Já o teor de açúcar, próximo a 17% na conven-cional, passará para 1% a 3% na cana-energia.

Na prática, isso significa o dobro ou triplo de produtividade quando consideradas as novas possibilidades do etanol de segunda geração, utilizando-se para industrialização a cana- energia. A expectativa, conforme o diretor, é que a tecnologia esteja disponível no merca-do dentro de quatro anos.

“Estamos criando o novo tipo de cana a partir de um cenário da futura indústria que irá fazer uso desta matéria-prima. Os progra-mas de melhoramento brasileiros estão num exercício de tentar prever como será a indús-tria que vai converter e, assim, selecionar ge-nótipos que venham atendê-la com grande eficiência. Esse exercício é bastante difícil para nós, pois o desenvolvimento de uma nova cultivar pode durar até quinze anos. Então, temos que nos antecipar em mais de uma década quando realizamos as nossas hibrida-ções, visando produzir os novos tipos que vão atender à indústria de quase duas décadas depois. O melhor seria se tivéssemos uma si-nalização segura da área industrial quanto aos processos que serão utilizados para o proces-samento da nova matéria-prima que estamos “inventando”. Para nós, é um esforço redobra-do”, admite o pesquisador.

“Vinte anos atrás, fizemos um exercício para imaginar qual seria a canavicultura do

século 21, qual a cana ideal para atender este novo cenário, como seria plantada e colhi-da, se teria ou não mão de obra suficiente e chegamos à conclusão que todo processo de plantio e colheita seria mecanizado. Pas-samos a projetar a cana ideal para atender aos processos de mecanização, selecionan-do aquelas com hábito de crescimento mais ereto, uniformidade biométrica dos colmos e grande capacidade de perfilhamento que garantisse canaviais mais longevos, mesmo sob trânsito mais intenso de equipamentos nos talhões.

Com certeza, sofreríamos impacto e ris-co de pisoteio maiores. Então essa cana teria que ter uma habilidade extra para se perpe-tuar, com bastante perfilhamento e, também, maior capacidade de fechamento das entreli-nhas, sombreando e reduzindo, assim, o efeito de plantas daninhas. Tudo isso se confirmou, e a planta ideal para atender a canavicultura atual é bastante próxima desta que projeta-mos há vinte anos. Hoje, nós acreditamos que haverá dois tipos de cana: a cana-de-açúcar e a cana-energia, esta última para atender co-geração e produção do etanol de segunda geração. Podemos ser exatos nesta prospec-ção de cenários do mesmo modo que acer-tamos vinte anos atrás, mas podemos nos equivocar nesta projeção. É um risco inerente à pesquisa”, relata Landell.

Com três décadas dedicadas à pesquisa, o diretor avalia que os projetos de melho-ramento genético no País estão bem estru-turados quando comparados ao que é feito em outras regiões canavieiras do mundo, mas alerta para deficiências na área de apro-veitamento efetivo de recursos humanos treinados nas universidades e instituições públicas. “O melhoramento genético de ca-na-de-açúcar hoje é muito dependente de investimento privado. Por um lado, isto indica a sensibilidade da área de produção para um segmento da pesquisa de extrema importân-cia para a sustentabilidade do negócio sucro-energético. Por outro lado, este modelo de financiamento está suscetível às intempéries econômicas, como as que estamos passando no momento, colocando em risco a continui-dade de importantes projetos e estudos que darão sustentabilidade ao setor nas próximas décadas”, alerta.

Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC: ampliação da coleção de variedades

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Atender os mercados de etanol, de primeira e segunda gerações, e bio-diesel tem sido o foco das pesquisas de melhoramento genético da Em-brapa Agroenergia, como explica o pesquisador Alexandre Alonso. Coor-denador do projeto Palmáceas para Produção de óleo e Aproveitamento Econômico de Co-produtos e Resídu-os, ele destaca duas culturas conside-radas tradicionais, com sistemas de cultivo, logística e escala de produção já bem desenvolvidos: cana-de-açúcar e palma de óleo.

No primeiro caso, em vez de traba-lhar novas cultivares via melhoramen-to tradicional, a unidade, sediada em Brasília (DF), desenvolve variedades de cana transgênicas mais tolerantes a estresses abióticos, principalmente frio, e adaptáveis à seca. “O objetivo é desenvolver novas variedades que possam ampliar a área de cultivo com a espécie pela inclusão de áreas hoje consideradas não aptas”, esclarece o pesquisador.

EmbraPa tEm foCo no Etanol E biodiEsEl

Alexandre Alonso, coordenador do projeto Palmáceas para Produção de Óleo e Aproveitamento Econômico de Co-produtos e Resíduos da Embrapa Agroenergia

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Já no caso da palma de óleo, a Embra-pa possui um programa de melhoramento estabelecido que vem, ao longo dos anos, disponibilizando materiais genéticos su-periores, cientificamente chamados i.e. híbridos intra e interespecíficos, que re-sultam maior produção de cachos e óleo por hectare. “A finalidade é disponibilizar materiais genéticos mais produtivos e com maior resistência a estresses bióticos e abióticos”, pontua o coordenador. Além dessas culturas, também é desenvolvido o melhoramento de outras espécies co-mumente agrupadas como potenciais, pinhão-manso e macaúba, visando me-lhorar características relacionadas à arqui-tetura da planta para sistemas de cultivo intensivo. “Ambas as espécies destacam-se pela elevada produção de óleo, e o obje-tivo das pesquisas atualmente é conhecer sua diversidade e iniciar o seu processo de adaptação para cultivo tecnificado”, conta.

Alonso lembra que o País é hoje refe-rência no mercado de agroenergia, princi-palmente devido ao sucesso obtido com o etanol produzido a partir da canade--açúcar e do biodiesel a partir do óleo de soja. “O caso da soja é emblemático, pois sem todo o trabalho de melhoramento de-

senvolvido com a espécie não seria possível o culti-vo extensivo em áreas de Cerrado. Alonso ressalta que os resultados do me-lhoramento benefi-ciam desde o ho-mem do campo, passando pelas empresas, até chegar ao c o n s u m i d o r final. Ele pon-dera que, para muitas culturas, o desenvolvimento de novas cul-tivares mais produtivas via melhoramento pode significar um salto de produção, tor-nando o empreendimento mais lucrativo e/ou sustentável. Já no caso das espécies destinadas à produção de biodiesel, pros-segue o coordenador, existe ainda um im-portante componente social. “Empresas produtoras de biodiesel devem garantir a compra de matéria-prima de pequenos agricultores familiares.

O desenvolvimento de matérias-primas mais produtivas, portanto, tem grande po-

tencial de geração de empregos, especial-mente no que tange à agricultura familiar. Em ultima instância é a população que se beneficia das pesquisas em melhoramento genético, pois a disponibilização de mate-riais genéticos mais produtivos contribui para a garantia da segurança energética, para o aumento da quantidade e qualidade dos produtos – nesse caso, biocombustí-veis e coprodutos –, e também para a gera-ção de empregos e renda”, afirma.

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A CNH Industrial Parts & Service registrou um novo recorde de linhas expedidas num único mês, despachando um total de 186.824 mil linhas em dezembro passado. Outro recorde alcançado foi o de separar, num único dia (27 de dezembro), 10.966 mil linhas. O número representa as linhas de cada pedido impressas em e uma nota fiscal.

O registro do volume atendido demonstra a eficiência das equipes dos Centros de Distribuição de Peças de Sorocaba (SP) e Cuiabá (MT), onde são recebidas, estocadas e despachadas as peças genuínas para as concessionárias do grupo CNH Industrial. O recorde mensal anterior havia sido registrado em outubro de 2014 com 170.544 mil linhas.

Para o gerente de logística responsável pelos Centros de Distribuição da CNH Industrial, Sergio Cavalheiro, os dados demonstram o comprometimento da equipe. “Foi um ano em que superamos muitos desafios e conseguimos atingir as metas, batendo recorde de eficiência e melhorando cada vez mais nosso atendimento ao cliente”, explica.

Os números de 2014 impressionam. Em comparação a 2013, a quantidade de linhas expedidas aumentou em 4%, atingindo a marca de 1,82 milhões de linhas. O montante também representa um recorde no peso e no volume de peças despachadas num único ano. Em 2014 foram embarcadas 17,2 mil toneladas de peças genuínas em 374 mil volumes. “Os números estão relacionados ao crescimento da sinergia estabelecida entre as marcas do grupo CNH Industrial”, comenta Cavalheiro.

Em 2014, a CNH Industrial Parts & Service também foi reconhecida com nível máximo de excelência no atendimento, tornando-se referência do setor na América Latina. “Nosso trabalho visa sempre o cliente final, para que ele tenha a peça certa, no lugar certo e no tempo certo e na quantidade certa.” A Unidade de negócios é a responsável pela logística de peças genuínas das marcas Case IH, Case Construction, New Holland, New Holland Construction e Iveco.

A Siemens coloca em operação o novo Centro de Energias Limpas em Ludwigsfelde, Alemanha, onde serão testados queimadores de turbinas a gás. Os processos de combustão em turbinas serão examinados e validados com o objetivo de aumentar a eficiência dos equipamentos Siemens e melhorar sua flexibilidade no uso de diferentes combustíveis líquidos e gasosos. O centro de testes recebeu um investimento total de 100 milhões de euros.

“Nossas turbinas a gás são altamente eficientes e as usinas de ciclo combinado são marcadas por seu alto grau de disponibilidade e flexibilidade, além de suas baixas emissões. Em nosso novo centro de testes, podemos desenvolver pesquisas mais intensivas sobre tecnologia de queimadores,

independentemente de instalações de testes externas”, afirmou Christopher Steinwachs, chefe do segmento de negócios em Large Gas Turbines pertencentes à divisão de Power and Gas da Siemens.

Em uma turbina, diferentes combustíveis são combinados com ar sob alta pressão e inflamados em até 24 queimadores, dependendo do modelo. O portfólio da Siemens inclui modelos com capacidade de geração entre 5 e 400 megawatts (MW). O novo centro, construído em uma área de 36 mil metros², faz parte da planta de fabricação de turbinas a gás da empresa em Berlim e desempenhará um papel fundamental no desenvolvimento de novas turbinas e na modernização das já existentes.

Desde o começo de março, os pequenos agricultores podem adquirir pelo programa Mais Alimentos, exclusivamente pela marca New Holland, itens de agricultura de precisão, como GPS e piloto automático, junto ao trator TL 75 cabinado.

A iniciativa de levar ao setor ferramentas que auxiliem a sua profissionalização partiu da marca. Segundo Rudimar Rigo, gerente de vendas especiais, a New Holland percebeu que a nova geração de pequenos agricultores tem grande interesse pela Agricultura de Precisão. “Os filhos

dos produtores, que estão começando a cuidar dos negócios da família, têm plena consciência da importância da utilização da

tecnologia, até então utilizada apenas em grandes propriedades, para o aumento

da produtividade e redução de custos”, relata Rigo.

O trator TL 75 cabinado, com GPS e piloto automático, pode ser financiado

pelo Mais Alimentos com prazo de até 10 anos para pagamento, juros de 2% e até

três anos de carência, se houver necessidade. De acordo com o gerente da New Holland,

logo após a liberação do Ministério do Desenvolvimento Agrário os negócios já começaram a ocorrer.

cnh registra recorde de expedição de peças

siemens inaugura novo centro de testes

agricultura de precisão no mais alimentos

A Nexsteppe participou pela primeira vez da 18ª edição da Tecnoagro 2015, realizada em Chapadão do Sul (MS) com a apresentação de híbridos Palo Alto de sorgo biomassa. O híbrido é dedicado à produção de bioenergia.

Segundo a vice-presidente Comercial da Nexsteppe para a América do Sul, Tatiana Gonsalves, tanto a macrorregião de Chapadão do sul quanto a de Chapadão do Céu, em Goiás, têm demonstrado crescimento no interesse em produzir biomassa nos próximos anos, seja por instalação de novas caldeiras de energia para exportar para a rede ou pela instalação de uma usina de etanol de milho que precisa de biomassa adicional.

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