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101 Belas Ilustrações

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Histórias comoventes e transformadoras. Para emocionar, ensinar e fixar a mensagem. Podem ser usados em boletins, jornais, programas de rádio, palestras, seminários, encontros e principalmente para emocionar e divertir o leitor. Autor: Jaziel Guerreiro Martins. Formato: 14x21. Número de páginas: 152. ISBN: 85.7459-215-2

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Capítulo 1

AMOR

AMIZADE

PERDÃO

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1. O IMPERADOR CHINÊS

Conta-se que certo imperador chinês, quando foi avisado arespeito de uma insurreição que estava se desenvolvendo emum das províncias do seu império, disse aos ministros do seugoverno e aos chefes militares que o cercavam:

— Vamos. Sigam-me. Destruirei os meus inimigos imedia-tamente.

Quando o imperador e suas tropas chegaram ao lugar ondese encontravam os rebeldes, ele os tratou com tanta brandurae amabilidade que, em gratidão, todos se submeteram a elevoluntariamente.

Aqueles que compunham a comitiva do imperador pensa-ram que ele ordenaria a imediata execução de todos os quehaviam se rebelado contra o seu domínio, mas ficaram grande-mente surpreendidos ao vê-lo tratando-os com tanto carinhoe afeto. Intrigado com a humilhante atitude do soberano e jul-gando-o um quase covarde, o primeiro-ministro, um tantoagastado, perguntou:

— É desta forma que Vossa Excelência cumpre sempre asua ameaça? Não nos disse no início da caminhada que viría-mos aqui para vê-lo destruir os seus inimigos?

E prosseguiu:— Ora, a única atitude que tomou foi a de anistiá-los com

um gesto humanitário... Estamos todos verdadeiramenteestarrecidos com o perdão indiscriminado e, sobretudo, com ocarinho extremado que premiou a cada um dos revoltosos.

Depois de ouvir atenciosamente a censura do seu ministroe ainda outras tantas críticas feitas pelos demais auxiliares, oimperador, tomado de um sereno ar de generosidade, disse-lhes:

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— Sim, lembro-me que prometi solene e decididamentedestruir todos os meus inimigos. E agora eu lhes pergunto,vocês estão vendo algum inimigo meu? Certamente que não,pois a todos tenho feito amigos.

Essa é uma verdade sem contestação. Podemos destruir osinimigos pela força, pela violência, pela soberania. Entretanto,feito isto, não há dúvidas, muitos outros inimigos nascerão emface da atitude prepotente. Todavia, quando se procuraganhar um inimigo com gestos de amor, de compreensão ebondade, fatalmente surgirão muitos outros amigos que, atraí-dos pela experiência vivida pelo semelhante, também se dei-xam transformar, seguindo o exemplo de amor e perdão emrelação aos inimigos.

2. UMA JORNADA DE CURA

Elisabeth tinha apenas 16 anos quando seu professor de inglêsa sequestrou e lhe tirou a vida. Sua mãe, Carolyn, ficou tãodeprimida com o acontecido que todas as noites bebia até dor-mir. Passou a negligenciar seus outros quatro filhos. Dia apósdia ela amaldiçoava o assassino. Ele lhe retirou o hálito devida. Ele destroçou a vida de uma adolescente risonha quetecia planos para o futuro.

Nada diminuía a dor de Carolyn, nem a ausência de qual-quer motivo evidente para aquele crime terrível. Nem acondenação do professor à prisão perpétua. O ódio a consu-mia. Começou a ter dores de cabeça constantes, dor nas cos-tas. Depois de algum tempo, mal conseguia ficar de pé.

Seis anos se passaram assim, lentos, doloridos, sofridos.Até que, certo dia sua irmã morreu. Durante o funeral, alguma

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coisa a impressionou. Foi um trecho do Pai Nosso, a respeito doqual nunca, até então, ela meditara: “assim como nós perdoa-mos a quem nos tenha ofendido.”

Ela procurou literatura a respeito do perdão. Talvezencontrasse uma resposta para sua vida. Foi visitar o túmulode Elisabeth. Pela primeira vez leu com atenção o que estavagravado na lápide: “o mundo precisa agora é de amor.” Logo,Carolyn estava repetindo em voz alta, como se fosse um man-tra, as palavras: “quero perdoar Ray.”

Meses depois, resolveu escrever ao assassino: “cansei desentir raiva de você. Posso visitá-lo?” Onze anos depois damorte de sua adorada filha, Carolyn visitou o assassino na pri-são. Ela disse a ele o que Elisabeth significava para ela.O quanto ela sofria. Ambos acabaram chorando. Quando elasaiu da prisão, naquele dia, sentia-se uma pessoa diferente.Seu coração estava leve. Ela havia lançado algo fora: a mágoa,a raiva que tanto a haviam consumido naqueles longos e arras-tados onze anos de ausência de sua Elisabeth.

Os amigos, espantados, não conseguiam entender a suaatitude. A sua resposta era:

— O perdão foi o maior presente que dei a mim e aos meusfilhos.

Atualmente Carolyn trabalha como mediadora num pro-grama para vítimas de crimes violentos. Em paz consigomesma, ela afirma que foi uma incrível jornada de cura quesalvou a sua vida. E a jornada se chama perdão.

Na Irlanda do Norte foi realizado interessante estudo com17 adultos que haviam perdido parentes por causa da violên-cia terrorista. Com uma semana de treinamento para o perdão,seu sofrimento mental caiu cerca de 40%. Também foi consta-tado 35% de redução das dores de cabeça, dor nas costas e

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insônia. Vale a pena perdoar! É uma questão de desejar o bempara si mesmo.

3. POR QUE AS PESSOAS GRITAM?

Um dia, um mestre indiano, preocupado com o comporta-mento dos seus discípulos, que viviam aos berros uns com osoutros, fez a seguinte pergunta:

— Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ouquando não se entendem?

— Gritamos porque perdemos a calma — disse um deles.— Mas por que gritar quando a outra pessoa está ao seu

lado? — questionou novamente o pensador.— Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos

ouça retrucou outro discípulo.O mestre volta a perguntar:— Não é possível falar com a outra pessoa em voz baixa?Os alunos deram várias respostas, mas nenhuma delas con-

venceu o velho pensador, que esclareceu:— O fato é que quando duas pessoas gritam é porque,

quando estão aborrecidas, seus corações estão muito afasta-dos. E, para cobrir esta distância, precisam gritar para que pos-sam escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estive-rem, mais forte terão de gritar, para que possam ouvir umas àsoutras, por causa da grande distância.

E continuou o sábio:— Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas,

não gritam; falam suavemente. Por quê? Porque seus coraçõesestão muito perto. A distância entre elas é pequena. As vezes,seus corações estão tão próximos que nem falam, somente sus-

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surram. E quando o amor é mais intenso, não necessitamsequer sussurrar, apenas se olham o que basta. Seus coraçõesse entendem. E justamente isso que acontece quando duaspessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:— Quando vocês discutirem, não deixem que seus cora-

ções se afastem, não digam palavras que os distanciem mais,pois chegará o dia em que a distância será tanta que não maisencontrarão o caminho de volta.

4. CADA UM DÁ O QUE TEM DE MELHOR

Uma família de missionários acabara de se mudar para umnovo campo. Cidade pequena, pacata, muita coisa para fazerem termos pastorais. Depois de alguns dias, após arrumaremtoda a mobília, conhecer os mercados da cidade, panificado-ras, etc., estavam radiantes de alegria e esperançosos pelosnovos desafios a enfrentar.

Numa tarde, alguém bate à porta. A missionária vai aten-der. É alguém segurando um pacote de presente em suas mãos.A pessoa entrega o presente e vai embora. Há um cartão assi-nado pela mulher do prefeito. A missionária está extrema-mente feliz: recebendo um presente de boas-vindas da pri-meira dama da cidade.

Ao abrir o pacote, a missionária começa a chorar de tris-teza pelo que havia dentro. Era um composto de estrume decavalo, vaca e porco. A mulher quase vomita ao sentir o odordo esterco animal. Por vários meses não conseguia dormir e abela impressão inicial tinha ido embora com o acontecido.

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Meses depois, soube-se que a esposa do prefeito estariafazendo aniversário. A missionária resolve mandar-lhe umpresente. Compra lindas flores e com um belo arranjo mandaentregar-lhe. Ao receber o presente, a mulher fica estupefata.São flores lindas, maravilhosas. Percebe, também, que há umlindo cartão acompanhando o buquê. Ao abri-lo, lê a seguintemensagem:

— Cada um dá o que tem de melhor.

5. AMOR PELOS INIMIGOS

Quando Abraão Lincoln estava em campanha para a presi-dência dos Estados Unidos, um de seus ferrenhos adversáriosera Edwin McMasters Stanton. Ele odiava Lincoln e usavacada oportunidade para denegrir Lincoln perante a popula-ção, frequentemente usando discussões amargas e duras natentativa de embaraçá-lo.

No processo de escolha de seus ministros após ganhar aeleição, ele escolheu vários ministros e estava muito preocu-pado sobre a importantíssima escolha para a pasta do Ministé-rio da Guerra. Ele escolheu Stanton! O presidente do partidode Lincoln levantou um tumulto quando soube da escolha dopresidente. Inúmeros conselheiros vieram até Lincoln paradizer-lhe que ele estava cometendo um grande equívoco:

— Senhor Presidente, isso é um erro extremamente grave!Já se esqueceu de todas as coisas horríveis que ele disse sobre osenhor? Ele é nosso inimigo. Ele vai sabotar seus programas.

O presidente respondeu que sabia de tudo isso, mas eleachava que Stanton era o melhor nome para esse trabalho.

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E, ele como presidente, tinha a responsabilidade de escolher omelhor.

Como Ministro da Guerra, Stanton prestou incontáveisserviços ao presidente e à nação. Depois do assassinato de Lin-coln, muitas belas declarações e maravilhosos discursos foramfeitos sobre ele, mas as palavras de Stanton permanecem entreas melhores. Estando em pé ao lado do sarcófago do presi-dente, ele afirmou que Lincoln foi um dos maiores homens quejá viveram sobre a face da Terra e que seu nome ficará vivo porincontáveis gerações.

6. AMOR AOS INIMIGOS

Certo pai tinha três filhos. Ele tinha medo que seus filhos bri-gassem por causa da herança que ele iria deixar. Então, resol-veu distribuir os bens antes de morrer. Na hora de entregar umdiamante que possuía, e que representava uma relíquia dafamília, ele propôs uma empreitada para os três filhos para verquem iria ficar com o diamante, pois não podia dividi-lo.

— Empreendei uma viagem. Correi o mundo e voltai den-tro de um ano. Aquele que tiver praticado a mais bela açãoreceberá o diamante.

No devido tempo os três filhos regressaram para casa.O mais velho dirigiu-se ao pai, dizendo:

— Encontrei na minha viagem um estrangeiro moribundoque me confiou um saco cheio de moedas de ouro, sem exigirrecibo algum. Seria fácil reter o dinheiro, mas devolvi-ointacto à viúva do estrangeiro.

O pai respondeu:

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— Meu filho, fizeste o que um homem honrado deve fazer.Era teu dever devolver o dinheiro. Aquele que retém bensalheios não é um homem digno.

O segundo filho declarou:— Eu caminhava à beira de um lago, quando uma criança

escorregou e caiu nele. Se eu não a tivesse socorrido, ela teriamorrido afogada. Tive o prazer de salvá-la.

— Tua coragem, filho meu, merece elogios e eu não osregateio. Tu verdadeiramente seguiste a lição de Cristo aosapóstolos quando disse que era para os cristãos socorrerem unsaos outros.

O terceiro tomou a palavra:— Uma noite encontrei meu inimigo dormindo à beira de

um abismo. Ao menor movimento, despenhar-se-ia nele.Tomei-o em meus braços e conduzi-o a um lugar seguro.

— Abraça-me, meu filho. Dou-te o diamante. Retribuir omal com o bem, ser o benfeitor do próprio inimigo é a mais altadas virtudes.

7. APARÊNCIAS ENGANAM

Num orfanato igual a tantos outros que existem por todaparte, havia uma pobre órfã, de sete anos de idade. Era umacriança lamentavelmente sem atrativos, de maneiras grotes-cas, evitada pelas outras, e abertamente malquista pelos pro-fessores. Por essa razão, a pobrezinha vivia no maiorisolamento. Ninguém para brincar, ninguém para conversar...Sem carinho, sem afeto, sem esperança... Sua única compa-nheira era a solidão.

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A supervisora do orfanato aguardava intrigada uma des-culpa legítima para livrar-se dela. E um dia surgiu, visivel-mente, um bom pretexto. A companheira de quarto damenina informou que ela estava mantendo correspondênciacom alguém de fora do orfanato, o que era categoricamenteimpedido. Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu umpapel num cedro. A supervisora e seu auxiliar mal puderamencobrir a alegria que a revelação lhes ocasionara. Foram tirarisso a limpo o mais rápido possível. E, somando-se ao auxiliar,pediu para que a testemunha os acompanhasse a fim de lhesmostrar a prova do delito.

Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção à árvorena qual estava posta a carta. De fato, lá estava um papel suave-mente colocado entre os ramos. A supervisora abriu irrequi-eta, o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que preci-sava para livrar-se daquela menina tão desagradável aos seusolhos. Todavia, para sua decepção e contrição, na porção depapel um tanto socado, pôde ler a seguinte mensagem:

— A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu gosto devocê.

Os três investigadores ficaram tão decepcionados quantoimpressionados com o que leram. Decepcionados porque per-deram a oportunidade de desembaraçar-se da menina indese-jável e deslumbrados porque notaram que ela era menos per-versa do que eles próprios.

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8. O AMOR NUNCA SE PERDE

Certo rapaz de 17 anos acabara de levar o fora da namorada.Durante três anos, eles tinham compartilhado muitos amigos ediversos lugares favoritos. Agora, no último ano do segundograu ele estava só. Ela conhecera, durante as férias, um outrogaroto pelo qual se apaixonara.

André se sentia como a última das criaturas na face daterra. No treino de futebol, ele errou vários passes e, pela pri-meira vez, fez várias faltas.

Mal acabou o treino, lhe disseram que o treinador queriafalar com ele.

— E então, filho? Garota, família ou escola, qual dessascoisas está lhe incomodando?

— Garota. Mas como o senhor adivinhou?— André, eu sou treinador de futebol desde antes de você

nascer e todas as vezes que vejo um craque jogar como umnovato do time reserva, o motivo é um desses três.

André lhe falou que estava com muita raiva. Havia confiadona menina, dera a ela tudo o que tinha para dar e o que é queganhou com isso? O treinador, então, lhe disse:

— Boa pergunta. O que foi que você ganhou com isso?O treinador pegou várias folhas de papel e pediu a André

que pensasse sobre o tempo que passou ao lado da moça.Ele deveria listar todas as experiências boas e ruins que conse-guisse lembrar. E saiu, dizendo que voltaria dentro de umahora.

André começou a lembrar. Recordou do dia que a convi-dou para sair pela primeira vez e ela aceitou. Lembrou tambémque, se não fosse pelo incentivo dela, ele jamais teria tentadouma vaga no time de futebol. Pensou nas brigas que tiveram.

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Não lembrou todos os motivos pelos quais brigavam, mas lem-brou-se de como se sentia feliz quando conseguiam conversare resolver os problemas. Foi assim que ele aprendeu a se comu-nicar com os outros e a buscar acordos. Lembrou-se tambémde quando faziam as pazes. Era sempre a melhor parte. Lem-brou-se de todas as vezes que ela o fez sentir-se forte, necessá-rio e especial.

Encheu o papel com a história dos dois, das férias, das via-gens feitas com a família, brincadeiras na escola e tranquilospiqueniques a dois. E, na medida em que as folhas iam ficandoescritas, ele se deu conta do quanto ela o ajudara a crescer e ase conhecer melhor. Ele teria sido uma pessoa diferente semela. Ele era muito melhor agora. Quando uma hora mais tarde,o treinador retornou, André se fora. Deixou um bilhete sobre amesa do treinador que dizia o seguinte:

— Treinador, obrigado pela lição. Acho que é verdadequando dizem que é melhor amar e perder do que jamais teramado. A gente se vê no treino.

9. ESCREVA NA AREIA

Diz uma lenda que dois amigos viajavam pelo deserto e, emum determinado ponto da viagem discutiram. Na discussãoum deles esbofeteou o outro. O outro, agredido e ofendido,sem nada dizer, escreveu na areia:

— Hoje, meu melhor amigo, me bateu no rosto.Seguiram a caminhada e chegaram a um oásis onde resol-

veram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou aafogar-se, sendo salvo pelo amigo que antes o havia agredido.Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:

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— Hoje, meu melhor amigo, salvou-me a vida.Intrigado, o amigo lhe perguntou:— Por que depois que lhe bati, você escreveu na areia e

agora escreveu na pedra?Sorrindo, o outro amigo lhe respondeu:— Quando alguém nos ofende, devemos escrever na areia,

onde o vento do esquecimento e do perdão se encarrega deapagar. Porém, quando nos faz algo de bom, deveremos gravarna pedra da memória do coração, onde vento nenhum domundo poderá apagar.

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