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GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 108ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conama. Brasília/DF. 28 de Novembro de 2012. (Transcrição ipsis verbis) Empresa ProiXL Estenotipia 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 1 2

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GOVERNO FEDERALMINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

108ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Meio Ambiente, Conama.

Brasília/DF.28 de Novembro de 2012.

(Transcrição ipsis verbis)Empresa ProiXL Estenotipia

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O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Pessoal vamos nos dirigindo aos respectivos lugares, vamos começando a colocar as coisas em ordem para começarmos. Pessoal, turma, nós vamos começando a Ministra já está no Ibama, está em reunião com o Presidente do Ibama, deve chegar brevemente, nós vamos começando nesse meio tempo. Perdão, a Ministra já se encontra no recinto. Já está aqui. Nós vamos dar início então.

MESTRE DE CERIMÔNIAS – Pedimos a todos que tomem seus lugares para que possamos dar início à Cerimônia. Bom dia, solicitamos a todos que se acomodem e desliguem seus aparelhos de telefone celular ou os programe para função silenciosa, neste momento damos início à cerimônia de assinatura do acordo de cooperação para implementação do cadastro ambiental rural dos Estados. Já compõem a mesa a Ministra de Estado do Meio Ambiente, Isabella Mônica Vieira Teixeira, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente Francisco Gaetani, o presidente do Ibama Volney Zanardi Júnior, o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, o presidente do Instituto Chico Mendes Roberto Vizentin, o secretário do Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Paulo Guilherme Cabral, a secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo. As tratativas para assinatura de acordo de cooperação técnica com os Estados tiveram início após a promulgação do Decreto nº 7.029/2009, esse decreto criou o programa federal de apoio a regularização de imóveis rurais, programa mais ambiente, que tinha como instrumento o cadastro ambiental rural- CAR, por tratar de decreto presidencial, criando o mais ambiente no âmbito da União, não gerou obrigações para as unidades da federação, os trabalhos desenvolvidos para implementação do mais ambiente e do cadastro ambiental rural, criaram os fundamentos para que o CAR e o programa de regularização ambiental- PRA, fossem relevados a Lei por meio da Lei nº 12651, de 25 de maio de 2012, o PRA veio substituir o mais ambiente, como evidenciando pelo decreto nº 7830, de 17 de outubro de 2012, que revogou o decreto nº 7029 de 2009, isso por que a Lei nº 12651 de 2012 e o Decreto nº 7830 também de 2012, incorporaram os preceitos do programa mais ambiente, assim o Ministério do Meio Ambiente veem articulando com os Estados o estabelecimento de parcerias para implementação do cadastro ambiental rural e do programa de regularização ambiental. Uma vez que as prerrogativas legais da gestão ambiental são deles, essa parceria é formalizada por meio de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica- ACT e seu respectivo plano de trabalho. O acordo permite que o Ministério do Meio Ambiente, disponibilize dentre outras coisas o módulo de adesão do sistema de Cadastro Ambiental Rural-CAR, para os Estados que não possui sistema próprio, a disponibilização de imagem de satélite de tecnologia de alta Resolução para auxiliar o processo de cadastramento e o apoio nas ações de divulgação e capacitação. Nesse momento a senhora Ministra do meio ambiente Isabela Teixeira assinará o acordo para implementação do Cadastro Ambiental Rural nos Estados do: Acre, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Paraná, Sergipe, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Roraima e Goiás, que oportunamente serão assinados pelos seus respectivos governadores.

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A SRª. ISABELA TEIXEIRA (Ministra do MMA) – Rio Grande do Sul, está aqui o representante? Por favor, quem assina é o governador comigo, o senhor vai ser como testemunha, tem atrás o secretário com o presidente do Ibama, cadê o presidente do Ibama, Volney. Estado do Piauí, Estado de Rondônia, eu estou assinado o plano de trabalho, deixa-me assinar o Acordo de Cooperação, Estado de Goiás, está aí o representante do Estado de Goiás, secretário? A Jaqueline. Assina aqui e aqui Jaqueline, ela já assinou o plano de trabalho agora e a aqui, o Estado do Ceará, o governador, vocês assinam embaixo tudo bem, Sergipe, o representante do Estado do Sergipe está aí? Bom o representante do Estado de Sergipe não está no plenário ainda, Paraná? Espírito Santo? Estado do Amazonas? Estado do Mato Grosso do Sul? Estado do Acre?

MESTRE DE CERIMÔNIAS – Neste momento para falar em nome de todos os Estados que assinaram o Acordo de Cooperação para implementação do cadastro ambiental rural para falar como representante de todos os Estados, eu convido o senhor Carlos Edegard de Deus, representando o governo do Acre.

O SR. CARLOS EDEGARD DE DEUS (Secretário de Estado de Meio Ambiente do Governo do ACRE) - Em nome de todos os secretários de meio ambiente e dirigentes de órgão estaduais, em nome da ABEMA, eu queria cumprimentar a senhora Ministra, o senhor presidente do Ibama, seu Gaetani, Secretário-Executivo, diretor do Conama, todos os senhores Conselheiros, é um prazer muito grande nós estarmos aqui neste momento que eu acho que é um momento histórico, é um divisor de águas na situação da regularização ambiental do nosso País. E eu me sinto muito honrado de estar participando deste momento aqui. Eu ontem estava fazendo uma pequena brincadeira com o Deusdará, nós nesse mesmo auditório aqui em 2002 senão me engano, aprovamos aquela revisão, fizemos parte, Deusdará era o presidente era o presidente da Comissão do Conama, Comissão temporária do Conama para revisão do código florestal, e o Acre, eu no caso era Secretário-Executivo, e nós estávamos relembrando aqueles momentos e falando graças a Deus que depois de tantos anos, nós conseguimos, eu acho que não foi a melhor formatação, talvez a formatação ideal, mas foi a formatação de consenso que esse novo código florestal vem para implantação da gestão dos recursos florestais do nosso País. Eu gostaria de dizer também que é uma satisfação muito grande está participando deste momento, repetindo, porque eu considero como uma divisor de águas, então a partir deste momento, nós estamos com todo um aparato tecnológico que nós não tínhamos há 10 anos, com esse apoio que o Ministério do Meio Ambiente e Ibama vão poder dar para os Estados, a possibilidade concreta também de acessar os recursos necessário para implantarmos o nosso cadastro ambiental rural e na consequência o PRA. Então, mais uma vez reafirmo que é um desafio, como a Ministra colocou ontem na reunião que tivemos na sede da ABEMA, é um desafio estarmos entregando esse cadastro até 2014, por se foi uma meta estabelecida, um pedido que a Ministra fez e nós vamos nos empenhar, o Acre já se adiantou, todos os Estados têm várias iniciativas, mas gostaria de falar aqui do Acre,

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Governador Tião Viana, que não pode estar presente, mas mandou um braço a todos. Está encaminhando para a assembleia Legislativa uma lei, instituindo o cadastro ambiental no Estado e PRA, foram também uma Comissão do Estado com várias secretarias e também convidando o Ibama e Incra para participarem desse Grupo de Trabalho, para formatar o decreto que vai regulamentar o cargo no Estado. E nós já avançamos também em um projeto piloto que nos deu uma experiência para que possamos acelerar o processo daqui para frente, incluindo mais de 7 mil propriedades de três município lá no Estado do Acre, um Estado que tem 40 mil propriedades que se comparado com Amazonas, com o Pará, é muito pequeno é uma comparação que nos permite talvez avançarmos rapidamente e cumprirmos essa meta. Então, senhora Ministra, meus parabéns pelas iniciativas todas que o Ministério do Meio Ambiente teve e pelo protagonismo que o Ministério do Meio Ambiente teve na aprovação do novo código florestal, e posso dizer para a senhora que o espírito dos secretários, pelo que eu senti ontem na nossa reunião é de pró- atividade de estarmos cumprindo essa meta de implantarmos um cadastro ambiental rural até 2014, muito obrigado um grande abraço.

MESTRE DE CERIMÔNIAS – Nós agradecemos as palavras do Senhor. Carlos Edegard de Deus, que representa aqui o governo do Estado do Acre. Passamos a palavra. Então, à Ministra Isabela Teixeira.

A SRª. ISABELA TEIXEIRA (Ministra do MMA) – Bom dia, a todos os Conselheiros participantes dessa reunião, convidados. Primeiro eu gostaria de dizer da minha particular alegria, de está podendo assinar hoje, esses onze primeiros termos de cooperação, e ter assinado ontem o primeiro termo de cooperação de agricultura familiar que assinamos FETRAF, na sua plenária nacional, e já ter assinado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que já está implementando o seu sistema de cadastro ambiental rural, numa estratégia, onde eu fui informada em parceria com a secretaria estadual de agricultura. O movimento que está sendo feito é um movimento que compreende na realidade o engajamento de todos os atores que tem responsabilidade direta, tanto na realização do cadastro ambiental, quanto os atores que deve se cadastrar, por isso o diálogo que político que o Ministério tem conduzido e de buscar todas as associações, todos os parceiros para fazermos junto o cadastro ambiental rural. Nós temos cerca de cinco milhões e quatrocentas mil propriedades que serão objeto de cadastramento ambiental rural no Brasil e estamos na expectativa de concluir esse processo até 2014, seguindo o prazo que a Lei dá sem buscar prorrogação. Querer rever prazos e prazos. Isso significa que nós vamos precisar de um engajamento muito grande, não só dos Estados mais também de municípios estratégicos em função da experiência que nós temos de aplicação de carros no Brasil, como também vamos precisar de um engajamento da sociedade e o próprio controle social desses resultados do ponto de vista do que significa os déficits associados a recuperação ambiental de propriedades rurais no Brasil. Mas, eu tenho aqui a informação também que um outro Estado está a beira de assinar que é o Estado do Maranhão, só uma questão da troca de notas entre as consultorias jurídicas e vamos,

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reitero o pedido a todos os secretários de estados que fiz eu fiz ontem na reunião da ABEMA, que todos possam concluir os esforço nos âmbitos de seus Estados para assinatura do termo de cooperação que compreende não só apoio aos Estados nas suas atividades no cadastramento ambiental regional, como capacitação, apoio no processo, mas também o acordo que dá as bases para nós consolidarmos aquilo que vai ser a plataforma eletrônica que vai hospedar, o sistema nacional de cadastramento ambiental Rural o CAR, o SICAR, que foi instituído pelo Decreto da Senhora Presidenta da República. Esse é o objetivo primeiro de um processo absolutamente estratégico de recuperação e de restauração de florestas no Brasil em áreas de preservação permanente de reserva legal e de entendermos de fato quais são os desafios que nós temos, tanto do ponto de vista de regularização, por exemplo, de assentamentos rurais de país, ontem o INCRA anunciou a instituição do programa assentamentos verdes, exatamente em torno de priorizar o cadastro ambiental rural e priorizar nos assentamentos com foco na Amazonas legal a questão do licenciamento ambiental desses assentamentos. Portanto, o INCRA entrou no Ministério do Desenvolvimento Agrário, com ações específica, com assistência técnica, com capacitação, com recursos alocados para que os assentados possam ter essa regularização também no caminho que nós estamos adotando, há um esforço do Governo em promover, como também é um esforço do Governo de construir os mecanismos e os instrumentos necessários para o controle disso e tornar as informações disponíveis, uma vez que, o sistema o SiCAR e parte do SINIMA, o Sistema Nacional de Informação do Meio Ambiente, instituído pela própria Lei nº 6938, e me lembrando toda vez que se fala se SINIMA das discussões que tínhamos na Secretaria Especial do Meio Ambiente sobre a concepção do SINIMA. Bom, então, esse é um passo importante, e um passo importante que dialoga com um trabalho extenso que terá que ser feito de regulamentação do código florestal, cujo demos apenas o primeiro passo no Decreto da Presidenta da República que dá uma regra geral de remetendo à normativas tanto do Ministério do Meio Ambiente, com vias Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério da Agricultura, e também remetendo aquilo que a lei confere aos regulamentos dos Estados, nós tivemos reunião na ABEMA, essa reunião foi modelada com os resultados de um processo de capacitação que o Ministério vem fazendo com os Estados em torno do cadastro ambiental rural e os próprios Estados compartilharam junto com a ANAMMA aquilo que são pontos de vistas, questões que ainda precisam ser objetos de debates e de entendimento técnico e jurídico para que tenhamos um regulamento muito especifico. Uma outra questão importante é que o Ministério continua ouvindo vários segmentos da sociedade, em torno de suas demandas, técnicas, natureza jurídica e política sobre a regulamentação código florestal e sobre o controle da implementação do código florestal. E vamos dar prosseguimentos a essas consultas, e faremos reuniões de balanço mostrando possíveis estratégias, que nós poderemos fazer uso para uma regulamentação eficiente, uma regulamentação que é infralegal e que não está somente no poder Executivo da União, a União dar à regra geral, mas a estratégia, vamos trabalhar com os Estados, por exemplo, no que diz respeito a regulamentação de rios intermitentes no semiárido. Então, eu encomendei Agência Nacional de Águas um estudo sobre rios intermitentes no Brasil, uma vez que pouco se tem referência em base cartográfica, sobre rios intermitentes, a situação dessa vegetação, quais são as técnicas de restauração e se sobrepormos, rio

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intermitente no cerrado, tem uma característica, e se colocarmos rios intermitentes no semiárido onde há maior concentração de rio intermitente, nós temos uma outra característica, mas o debates precisa acontecer e acontecerá para que a regulamentação seja de fato com base no conhecimento existente e com base também num olhar não só ambiental, mas social, porque numa situação onde eu tenho propriedades sem água e sem vegetação, qual é a visão de restauração que poderá ser colocada, eu não estou falando só de rios intermitentes, estou falando de todos os rios, qual é o debate, como é que nós iremos buscar, quais são os custos associados quais são os prazos e como é que nós asseguramos, podemos assegurar de fato uma recuperação ambiental, sem que o produtor tenha comprometimento da viabilidade econômica da sua propriedade. Para os grandes não é problema, o problemas é para os pequenos e para médio muitas vezes, dependendo da situação que a sua propriedade esteja. Esse trabalho será extremamente complexo não é fácil de ser feito, eu tenho conversando com algumas entidades ambientalistas demonstrando do ponto de vista de questionamentos e de alternativas tecnológicas, inclusive com universidades também por onde nós podemos ir, a Embrapa tem sido uma parceira nessa interlocução e nos temos que buscar esses novos caminhos de regulamentação do código florestal, e que isso possa a partir do quadro geral orientar ou dá uma base sólida para que os Estados façam suas regulamentações específicas, onde, por exemplo, recebi a Notícia que o Estado do Rio de Janeiro discutiu um código florestal estadual, uma lei estadual, a partir do que vem da Lei federal, e definir em lei aquilo que vai ser o regime que será aplicado no código florestal no Estado do Rio de Janeiro. Então, tem variações sobre o mesmo tema, como nós falamos e que há um esforço de acompanhamento de suporte técnico, de capacitação e de tornar disponível o sistema que o Ibama desenvolveu junto com o Mistério do Meio Ambiente, o sistema está pronto, o próprio Estado do Rio de Janeiro já está usado o sistema, obviamente cada vez que alguém usa, sinaliza-se que é importante aperfeiçoar isso ou aquilo, é da dinâmica da capacidade de instala lá, de cada Estado. Portanto, esses termos de cooperação, os Estados que não têm o sistema de cadastro ambiental rural, muitos têm. Os que têm vão usar os seus e nos vamos integrar a base da plataforma do SiCAR, aqueles que não tem, poderá fazer uso do sistema do Ibama, gratuitamente com as imagens de satélite já compradas já serão tornadas disponíveis obviamente mediante a assinatura dos convênios e os compromissos do entrega dos Estados, nós teremos de trabalhar com o sistema de entrega, ou seja, com metas, como é que nós vamos buscar mobilizar para que possamos uma clareza dos bons resultados e sobre as dificuldades que nós possamos enfrentar em relação a cadastrar todo mundo, e obviamente eu também pedi que nesses termos de cooperação envolvendo os Estados da Amazonas, mas todos os Estados, que fosse tornado disponíveis para o Ibama no formato da base eletrônica do Ibama, todas as autorizações de supressão de vegetação de plano de manejo, aquilo que em 2006 quando a lei mudou, e não ficou, ficou cada um com sua competência, não necessariamente numa visão sistêmica, e agora com o novo código florestal essa visão sistêmica está novamente assegurada e as informações passaram a fluir ao Ibama o que nos permitirá por exemplo ao anunciar taxas de desmatamento na Amazônia dizer o que de fato autorizado e o que não é autorizado, o Ibama só tem condição de dizer sobre o que ele autoriza, normalmente as informações não estão necessariamente aliadas e aí nós poderemos passar a enxergar

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prazos de concessão, de autorização etc., como é que isso fica compatível ou não com as rotinas da fiscalização. Esse processo todo está sendo construído, e está sendo construído também com aquilo que eu anunciei ontem, um projeto que foi que foi muito duro de ser desenvolvido, mas está todo mundo de parabéns que é o auto de infração eletrônico, seria até bom depois trazer aqui para o Conama ver como é que o Ibama passa com o auto de infração eletrônico, acabando com isso, com a discricionariedade do fiscal ao digitar. Eu pedi para fazer um levantamento das coordenadas de vários autos de infração e descobri que tinha autos de infração nos Estados Unidos, dentre outros países, no Brasil, isso porque digita errado, está no meio da chuva, você pode errar e com isso gera o comprometimento da validade do auto, ou até mesmo a discricionariedade de preencher a caracterização da infração ambiental de maneira errada, isso também leva a nulidade do auto, como um estudo feito por nós junto com Advocacia Geral da União, tem um grupo permanente trabalhando com o Ibama de mudar o sistema de cobrança de multas do Ibama, eu tenho a Agência Nacional de Águas como a agência mais eficiente do Governo Federal de cobrança de multa e tenho o Ibama com o Instituto Chico Mendes, mudando exatamente essa performance em relação a cobrança de multa um de mais de um ano, isso levou na realidade quase três anos, eu pedi que fosse feito isso, ouve um esforço muito grande, e isso vai ser superinteressante porque isso vem com as imagem de satélite compradas, então já tem, eu vou conseguir cruzar, o fiscal vai saber depois juntando com o CAR qual é situação daquela propriedade, qual é a área embargada, se ele invadiu área embargada, se foi autorizado a suprimir x e desmatou três x, tudo isso vai ser possível se construído nessa nova base tecnológica que é o esforço que nós estamos fazendo de modernização do Ibama, em relação a parte de tecnologia de informação. Também isso compreenderá, todos os autos de infração serão com código de barras, o que permite nós controlarmos na base da central. E também espero que até o final do ano que vem, o Dr. Volney me de todas a licenças ambientais, com código de barra e com controle do que vai está acontecendo, só saberemos o que está acontecendo, o que o empreendedor está fazendo, como é que são as vistorias tudo até 2014, entregaremos um novo Ibama, e entregaremos com isso uma nova visão de gestão ambiental pública do Brasil, com controle, com transparência, com acesso a informação, obviamente com todas as salva guarda que a legislação decide, por exemplo no que diz respeito a segredos industriais, informações reservadas sobre proprietários, empreendedores, isso a lei protege, mas isso será disponível para que o Governo entenda dentro de suas rotinas como e que esses processos são convergentes e como podemos aperfeiçoar o processo de controle e de qualidade da informação ambiental associado àquilo que são as funções mais tradicionais dos órgão ambiental, literalmente, controle, monitoramento e fiscalização. Ontem eu também fiquei muito feliz, porque nós anunciamos a menor taxa de desmatamento da Amazônia, num ano que foi marcado por muitas complexidades, dificuldades, todos vocês acompanharam o debate do código florestal e viram muito bem a pressão que todos nós estamos trabalhando, todos os órgãos ambientais em torno de controlar o desmatamento da Amazônia e anunciamos 4.656km² que é a menor taxa da Amazônia baixamos o 5.000km² que são os 90% do polígono o INCRA acha que a variação não será expressiva por conta de que é um ano com mais de 90% sem cobertura de nuvens, ou seja, o dado do prodes é um dado muito próximo daquilo que será divulgado como é a rotina da divulgação. Eu

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confesso que eu fico meio às vezes estarrecida, quando um feito como esse, e nós não temos reconhecimento muitas vezes das pessoas, e hoje eu me deparei com a imprensa questionando que o governo estaria escondendo os dados de outubro do DETER, para que não chegássemos na COP escondendo dados. Deixa eu explicar, eu já disse isso em mais de uma coletiva, mas eu vou explicar novamente. Nós estamos divulgando os dados do DETER, qualificando os dados em campo, por que nós vamos o ano que vem lançar o DEGRAD, estamos aperfeiçoando o dado do DETER corte raso e o DETER degradação ambiental, onde tem queimada, falso positivo, área com autorização. Então, nós estamos fazendo isso, e ninguém divulgou isso, e nós dissemos que o dado de agosto do DETER deste ano, que remeteu a 522km², 60% disso eram degradação, não era um corte raso, como o INPIA junto com o Ibama testaram. Mas, eu vou dá um dado do DETER agora, para que não pare nenhuma dúvida que eu não estou escondendo dado nenhum, o dado do DETER de 2011 foi 385km², outubro, ou 386km² se vocês quiserem arredondar, o dado do DETER de 2012 é 277km² reduziu o desmatamento na Amazonas, em outubro, então eu quero dar transparência porque quando aumentar eu não estou dizendo que o desmatamento está sobre controle, aliás ontem, eu mostrei publicamente as novas técnicas de crime ambiental que estão sendo praticadas em relação ao desmatamento, como por exemplo os tratores pintados de verde dentro da floresta para ninguém vê os tratores camuflados, esperam chover e sai, derruba a floresta, depois na seca tira, como eu mostrei, e aqui eu vou fazer um pedido público aos secretários de estado da Amazônia, reitero o pedido, acabem com a prática de correntão no Estado, cadê os decretos estaduais proibindo o correntão, é mais do que um crime, e inaceitável que o Brasil tem até desmatamento que alguém coloque dois tratores e um correntão e continua acontecendo na Amazônia e gente que prometeu que ia tirar isso e não tirou, então eu estou cobrando publicamente, por que eu não posso fazer um Decreto a não ser que eu faça uma lei, proibindo o uso do correntão, mas eu não posso isso é competência estadual, eu já pedi aos governadores, e ontem eu mostrei a volta da prática do correntão com dois tratores pintados ou não pintados puxando derrubando cerrado, cerradão e floresta na Amazônia, como também está voltando a prática do fogueteiro o cara que toca fogo de moto, que tinha sido abandonado, fogueteiro como temos no morro do Rio de Janeiro no tráfico que anuncia aos traficantes quando a polícia está chegando, anunciam quando o Ibama está chegando e sai um cara de moto tacando fogo em época de seca e saem queimando a floresta inteira, para depois cortar, eu ontem mostrei a fotos, como mostrei o desmatamento ilegal em unidades de conservação e em terra indígena, tem gente que está praticando o manejo florestal em terras indígena, não estou dizendo em nenhum momento que não haja controle, toda vez que eu diminuir o desmatamento, mas vamos ter dificuldade de controlar, porque nós vamos nos deparar com situações cada vez mais críticas, por exemplo ontem tivemos morte de um companheiro nosso de assentamento, exatamente nunca disputa no Amazonas entre grilagem de terra e quem está assentado protegendo a floresta. Agora eu também estou dizendo que há um esforço enorme de nós, nosso, em reduzir o desmatamento da Amazônia e que eu gostaria muito de ter o reconhecimento principalmente da área ambiental, por que somos todos nós que estamos construindo essa nova realidade no Brasil. Eu não acredito em pequena política, eu acredito numa política estruturante de gestão ambiental nesse país que faça com que acabe com essa

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falsa ideia que meio ambiente não leva a desenvolvimento sustentável ou a desenvolvimento. Agora, a taxa mais histórica de desmatamento o Brasil foi aplaudido ontem, e no Brasil aqui, poucas foram as reações de reconhecimento de que há algum esforço, aliás há questionamento sobre a validade do que está sendo feito. O desmatamento vai começar e podemos ter desmatamento flutuando sim, nós estamos enfrentando dificuldades na ponta, inclusive em período como agora de chuva que tradicionalmente não se tem desmatamento, pelo menos na escala nós estamos observando em campo que novas áreas estão sendo objetos de desmatamento, não são as áreas tradicionais não, são novas áreas usando camuflagem que a fiscalização tem que se antecipar, inclusive usando as forças armadas, e nós estamos em campo fazendo isso. Então, eu estou sendo muito objetiva não estou escondendo dados, as informações estão sendo trabalhadas. Ano que vem nós teremos uma nova família de satélite mostrando que vamos enxergar mais do que nós enxergamos hoje. Estou mostrando o esforço que estamos fazendo no governo federal e com alguns Estados, que não são todos os Estados infelizmente porque não tem condições para resposta, o esforço da sociedade, e eu tenho certeza o que Brasil vai sim entregar, vai continuar com o desmatamento legal na Amazonas e vai acabar com o desmatamento na Amazônia, esse é o objetivo da sociedade brasileira, naquilo que tem uma lei nossa que diz que nós temos que reduzir o desmatamento. Estamos cumprindo a lei. Então, não há nenhuma intenção do Governo de esconder dados. Ao contrário só que nós estamos qualificando os dados e se nós pegarmos o perfil dos dados do que eu acabei de falar, tem coisas que se eu pegar por Estados, por exemplo, eu tenho cerca de 71% dos polígonos oferecidos em outubro para o Ibama, pelo DETER, 71% foram checados em campo, esse é o trabalho que vem sendo feito e esse número de 70% deles está associado de fato, nesse caso a corte raso, mas que 17% estão associadas a degradação florestal, e que apenas menos de 2% estão associados à questão de autorização e supressão, portanto, são legais, e o que o falso positivo é da ordem de 3%. São dados de campo, dados que estão sendo feitos junto com o INPI para qualificar a informação que vem para a fiscalização e aperfeiçoar ano que vem o sistema de controle. Então, eu estou realmente muito feliz pelo esforço que todos tiveram todos nós assumimos de reduzir o desmatamento, e mais do que isso de possibilitou a assinatura do cadastro ambiental rural, de mostrar que é possível sim nós darmos passos em torno da regularização ambiental, embora tenha cada vez mais trabalhos. A parceria com o INCRA, buscando, saída, situações mais delicadas que eu tenho em termos de combater o desmatamento legal, tem haver com a regularização ambiental dos assentamentos. Que depende dos licenciamentos que é a competência dos Estados. Então, a solução está nessa sala, o Conama já fez Resolução específica, já capacitamos, passamos três anos fazendo o programa e não conseguimos melhorar nem 5% da competência de dar resposta pelos Estados do licenciamento dos assentamentos existentes. E esse é o debate, que nós precisamos fazer se nós queremos realmente tratar de regularização ambiental e de redução ao desmatamento. Como também é importante entender qual é o impacto da infraestrutura que o país vai se desenvolvendo, qual o impacto das terras indígenas, como é que as operações de fiscalizações com a Polícia Federal são feitas. As pessoas contam histórias sempre parciais, mas está havendo o desmatamento, nós temos que combater o desmatamento, o garimpo ilegal, está acontecendo em terra indígena, nós temos que

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combater o crime ambiental. E eu vou combater sempre que for informada que tiver crime ambiental nós vamos atrás para punir porque a lei nos diz que nós temos que fazer isso. É importante que todo mundo tenha serenidade nas informações, o Ministério está totalmente disponível, nós temos flutuações, agosto nós temos um dado alto, em setembro já reduzimos o desmatamento, outubro, nós conseguimos reduzir o desmatamento abaixo do que foi no ano passado em relação ao DETER. Novembro nós estamos esperando, estamos com dois desafios, está dando pico e temos cobertura de nuvens, o satélite não está enxergando, portanto nós estamos a campo sem olhar o que está acontecendo, sem ter todas as informações necessárias; dezembro nós estaremos em campo, não terá recesso, nós teremos fiscalização todos os dias do ano. Agora é preciso que nós tenhamos cooperação dos Estados e Municípios, naquilo que é o aperfeiçoamento do sistema de controle de desmatamento e da regularização ambiental dos produtores rurais. Daí a importância do ato que nós assinamos agora e que eu espero até o final do ano, nós assinarmos em relação aos outros Estados e começarmos 2013 com uma ação estratégica de realmente colocarmos o carro na rua e fazer essa regularização, ou pelo menos identificar onde é que nós estamos e qual é o debate que faremos sobre PRA, esse tem prazo, até maio de 2013, esse é extremamente complexos, eu vou ouvir o Ministério Público Federal, vou chamar as associações do Ministério Público, vou conversar para entender onde é que estão os problemas, tenho conversado com juízes para saber como que nós podemos formatar algo que é completamente novo. Nós precisamos buscar esses caminhos para que o regulamento seja um regulamento absolutamente um regulamento aplicável e que tenha a credibilidade para todos nós, e que de retorno para área ambiental naquilo que é objetivo do Código. Finalmente eu quero fazer um comentário a respeito das últimas notícias veiculadas na imprensa, na Operação Porto Seguro, envolvendo a Agência Nacional de Águas. Eu instaurei uma Comissão Especial de Verificação e Constatação de todos os problemas, eventuais problemas associados à gestão do diretor Paulo Vieira, que está afastado de suas funções. O presidente da Ana. Eu fiz essa comissão especial presidida pelo Corregedor-Geral da Agência Nacional de Águas, nós temos muita tranquilidade pelas informações que estão sendo prestadas, primeiro que na ANA todas as decisões são do colegiado, segundo porque a diretoria da ANA é uma diretoria técnica, ele não participava não tinha envolvimento direto em ações que pudessem levar a questionamentos da posição da ANA. Todas as decisões da agência são registradas em ata e obviamente isso está lá disponível para quem quiser ter acesso. O presidente da ANA me assegura que não há nenhum problema, a ANA está absolutamente tranquila, nós vamos abrir tudo e apurar detalhadamente toda e qualquer ação que possa sugerir qualquer situação que não seja adequada aos procedimentos que a Lei determina para as Agências e os procedimentos que Presidenta da República determina para o Governo. Então, o processo foi instaurado e em 60 dias nós teremos o resultado desses processos e as providências legais serão tomadas se algum mal feito for identificado. Ele está afastado, eu pedi o afastamento dele à Presidenta da República, conforme nos termos da lei das agências, nós não podemos demitir, nós temos que fazer um processo administrativo disciplinar e em seguida verificar o resultado e pedir o afastamento definitivo, mas ele está afastado e vão seguir as investigações como todo o Governo, conforme as medidas que a senhora Presidenta da República determinou. Hoje foi

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veiculado uma notícia sobre a questão do licenciamento ambiental de um porto feito pelo Ibama, já conversei com o presidente do Ibama, não tem nenhum questionamento do porto ao contrário, aliás o jornal está equivocado nas suas informações, o licenciamento começou em 2009, é um licenciamento em São Paulo, que consta anuência de todos, IPHAN, FUNAI, os estudos técnicos foram revistos, de qualquer maneira nós vamos tornar uma nota no site do Ibama, mostrando transparência, nós não temos nenhum questionamento, a equipe técnica que fez é uma equipe de todo o Brasil, o Ibama tem técnicas diferenciadas de mobilizar especialistas, exatamente para evitar que possa sugerir qualquer tipo de vício, ser o mesmo analista analisando sempre uma determinada carteira de tipologia de empreendimento. Então, nós temos mecanismos internos do instituto que assegura que nós tragamos técnicos de todo o Brasil para fazer parte do Brasil das equipes de licenciamento e com isso não tem esse vício, e toda e qualquer reunião feita pelo Ibama, com o empreendedor e qualquer licenciamento está registrado em ata e isso não acontece em restaurantes, como podem sugerir, isso só acontece no Ibama sempre com mais duas pessoas e no final tem uma ata que consta do processo, dos autos. Então, eu pedi ao presidente do Ibama que avaliasse tornando essas informações disponíveis, deixando claro que do nosso ponto de vista não estamos vendo nada que possa comprometer o ter qualquer questionamento sobre as decisões da Agência Nacional de Águas, mas estamos investigando porque ele era o diretor do Ibama, que o Doutor Volney está encarregado de fazer essa avaliação com a diretoria, mas não tem nada que sugira um questionamento como hoje vem no jornal dizendo do licenciamento. Aliás, inclusive com manifestação do Governo do Estado de São Paulo favorável ao licenciamento. Então essa é uma visão geral do que nós estamos vivendo, estamos encerrando o ano que eu acho um ano positivo, considerando a Rio Mais 10, considerando os debates do Código, considerando os debates absolutamente estratégicos sobre consumo e sobre sustentáveis, sobre essa questão agora que vem pós Rio Mais 20, sobre objetivos do milênio, e ter uma nova agenda ambiental importante e agora nós vamos para Dohas, esperamos com isso enfrentar talvez a última pedrada do ano que é viabilizar, buscar os novos caminhos que assegurem os compromisso dos países desenvolvidos, e mais do que isso, assegure condições de um novo acordo global como foi o resultado de Dubin ano passado. Então, o Conama vai ter um balanço do que foi feito, vamos discutir, ouvir a pauta do Conama, tem moção, um debate, mas acho que nós temos um ano muito proveitoso, obviamente com algumas dificuldades, um ano completo sobre o ponto de vista, mas um ano que a área ambiental assume uma nova postura e uma nova estrutura no diálogo político sobre as questões do desenvolvimento. E este conselho sai fortalecido dos embates que ele acabou sendo exposto, particularmente numa situação que insistentemente muitos segmentos queriam tirar a competência e o caráter deliberativo desse Conselho. E o Conama se mantém do seu jeito, na sua formação original, com a composição ampliada e com espaço político e democrático que ele é para discutir as políticas públicas e políticas ambientais desse país. Eu termino o ano achando que demos passos importantes e temos muito trabalho pela frente e é importante que nós não tenhamos qualquer dúvida, que nós estamos trabalhando para fazer uma política ambiental mais sólida, mais inclusiva, socialmente mais justo que tenha aderência em todos os Estados e todos os Municípios desse País. Ano que vem, vem implementação de LC 140, vem Política Nacional de Resíduos

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Sólidos, N coisas que nós vamos debater nesse conselho e eu tenho certeza que nós avançaremos cada vez mais no processo de gestão ambiental no Brasil. Eu quero parabenizar a equipe do Conama, todos os meus dirigentes de órgãos federais, também o secretário de Estado, os participantes do Governo Federal, todos os membros da sociedade civil, enfim, desejar a todos um feliz Natal, já está chegando o final do ano, e um ano novo que vai se colocar com muito trabalho, é isso que posso prometer para vocês. Vai ter mais trabalho do que foi em 2012, mas espero que consigamos com isso ter o desafio de implantar Cadastro Ambiental Rural em parceria com os Estados e Municípios, a lei dá o papel a vocês, aos Estados e Municípios supletivamente ao Ibama, nós estamos aqui para fazer essa coordenação e fazer valer aquela concepção do SISNAMA que o Dr. Paulo em 79 discutia ainda com o Dr. Cavalcante, mostrando a importância de o sistema estar traduzindo na federação brasileira, antes de uma Constituição falar disso. O Sistema Nacional de Meio Ambiente é estruturado no Sistema Federativo Brasileiro. É uma visão moderna e que nós precisamos nos adaptar às demandas. Até hoje essa lei nos ensina muito, ela não tem nada de extemporânea, ela na verdade dá passos importantes para aquilo que hoje algumas leis estão reconhecendo como o caso das cotas ambientais. Então, lá atrás se discutia e agora você vem com cota regulamentando e dizendo como pode funcionar. E o Conama que tem o seu papel assegurado, suas funções asseguradas. Então, um bom dia para vocês, uma boa reunião, um bom Natal, um bom ano novo, e muito trabalho para fazermos desde a regulamentação de instrumentos econômico do Código, o pagamento de serviços ambientais, discussão do projeto de lei, Metas de Aichi, mudança do clima, Nagoya, consumos sustentável, enfim, tem uma pauta, resíduos sólidos, químicos, agrotóxicos... Se quiserem eu posso falar aqui o que vem, problemas de padrões de qualidade do ar do Brasil, revisão disso, coisas que são importantes, agroecologia, o novo acordo que foi feito, a Comissão está instituída, a política está sendo construída, o plano está sendo construído, quer dizer, são novas bases que estamos fazendo em relação... O Bolsa Verde com setenta mil famílias sendo cadastradas. Tem muita coisa que foi feita em 2012 e que nós vamos ter que trabalhar mais em 2013. Um bom dia a vocês, eu vou pedir vou para me retirar porque eu terei que ir para Belo Horizonte daqui a pouco para o prêmio do Wernec, e depois terei que ir a São Paulo, mas fica um abraço meu para vocês e muito obrigada pela cooperação, parceria e amizade de todos os Conselheiros do Conama naquilo que foi a luta política 2012 em relação à política ambiental brasileira. Obrigada de coração e vamos trabalhar mais para reduzir mais o desmatamento e, Donizete, o cerrado entrar na agenda para nós segurarmos o cerrado. Essa é uma prioridade, foi o pacto que fiz com vocês e estou esperando termos essa ação articulada. Muito obrigada e um bom dia a todos.

(Palmas).

MESTRE DE CERIMÔNIAS – Nós queremos registrar a presença do Presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais do Meio Ambiente, o senhor Hélio Gurgel. Com a palavra da Ministra Isabela Teixeira nós damos por encerrada a

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cerimônia de assinatura do acordo de cooperação para implementação do Cadastro Rural dos Estados. Passamos novamente a palavra para o senhor secretário do Ministério do Meio Ambiente, Francisco. Muito obrigado a todos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Pessoal enquanto processamos eu queria declarar aberta a 108ª Reunião Ordinária do Conama, dizer que temos quórum. Fazer uma pergunta simples, se por acaso nós podemos considerar aprovada a transcrição da 107ª reunião ordinária de 12 e 13 de setembro. Se não houver nenhuma manifestação contrária vamos considerar aprovada a ata. Está aprovada a ata da 107ª Reunião Ordinária de 12 a 13 de setembro. A reunião de hoje é uma reunião de final de ano, nós tivemos a fala da Ministra, tivemos um relato sobre a questão, a evolução do desmatamento, e uma síntese do balanço das principais ações que estão em curso nesse momento no Ministério. Vamos dar sequência a nossa programação ordinária. Nós temos algumas questões para conversarmos com vocês. Algumas inversões de pauta. Vamos lá. O primeiro ponto eu queria aproveitar a ocasião para nós introduzirmos os nossos novos representantes. Nós vamos fazer a apresentação dos novos Conselheiros, vou pedir para a Adriana ler os nomes dos mesmos e que eles se levantem para que nós possamos conhecê-los. Então, vamos lá. Adriana, novos conselheiros do Conama.

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Bom dia a todos. São vários novos Conselheiros, alguns titulares, outros suplentes. Então quem estiver presente, por favor, levante e eu aproveito para lembrá-lo que nós estamos pedindo uma foto digital dos senhores para que possamos colocar no site. Pelo Ministério das Cidades, Fernando Siríaco de Miranda, como titular; Ministério do Desenvolvimento Agrário, Carlos Eduardo Portela, como suplente; Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Beatriz Carneiro, suplente; Evandro Soares, também suplente; Ministério dos Esportes, Cláudia Bernardo, como titular, Flávia Calumbi Barreto Mota; Ministério da Fazenda, Ricardo Coelho de Faria, suplente; Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República; Raimunda Celestina de Macena, titular, Fabiana Moreira Vicentin, suplente; Secretária de Relações Institucionais da Presidência da República; Paulo André Argenta, titular, Danilo Geniari de Souza, suplente; Secretaria Geral da Presidência, Diogo Santana, titular, Juliana Miranda, suplente, Fernando Antônio dos Santos Matos, suplente; Ministério Público Federal, José Leônidas Belém de Lima, titular; Governo do Espírito Santo, Cláudio Denicolli dos Santos, suplente, Tarcísio Fuga, suplente; Governo de Minas Gerais, Zuleica Estela Torquetti; Governo da Paraíba, Cristiano Zenai de Paiva, suplente, Laura Maria Farias Barbosa, suplente; Governo de Alagoas, Luiz Napoleão Casado Neto, titular; Governo da Bahia, Maria Cristina Teles de Araújo Guedes, suplente. Esses são os nossos novos Conselheiros

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom, nós temos o momento tribuna livre agora. Eu queria dizer que hoje a tribuna livre vai ter uma

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dimensão mais elástica do que a de sempre. Até me chegou aqui uma manifestação de flexibilização do tema tribuna livra, nós sempre flexibilizamos esse tempo, esses 15 minutos tem sido uma referência e não vai ser hoje que vamos cumpri-lo à risca. Peço só apenas que todos aproveitem o tempo ao máximo com a objetividade que é necessária para os nossos trabalhos. Vamos lá.

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Eu vou ler quem já está inscrito. João Carlos de Carli, CNA; Daniel; Paulo Brack, pela Bioeste, Francisco Soares, Tonhão, Dr. Paulo Nogueira Neto, Bocuhy, Zuleica, André Lima, Donizete. Mais alguém ainda se inscreve? Funatura. Fábio, pela Funatura. Dr. Paulo pela SBPC. Ministério da Justiça, Rodolfo. Dalton do Piauí.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Se todos respeitarem o tempo, nós já temos o dobro da tribuna livre, o dobro do tempo previsto.

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Primeiro é a CNA.

O SR. JOÃO CARLOS DE PETRIBU DE CARLI FILHO (CNA) – Senhor secretário, senhora diretora, colegas, membros da mesa, convidados. A CNA vem hoje aqui fazer um convite a todos aqui presentes, para o seminário de lançamento da 3ª edição do Guia de Financiamento da Agricultura Baixo Carbono. Eu vou ler o convite, e na entrada nós colocamos alguns exemplares dos guias que vão ser entregues, um que trata do guia de financiamento e o estudo de viabilidade econômica para a agricultura de baixo carbono. A confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, CNA, em parceria com a Embaixada do Reino Unido, apoio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, da Embrapa, do Banco do Brasil e patrocínio do Bradesco e Associação dos Produtores de Floresta Plantada, realizam o projeto ABC Capacitação. Na segunda fase do projeto foram desenvolvidos diversos estudos com o objetivo de identificar, as tecnologias de baixo carbono disponíveis para cada cultura, assim como calcular o custo de adaptação da agricultura convencional para o baixo carbono. Esses estudos auxiliarão tanto no desenvolvimento da governança entre os diversos atores, visando efetiva aplicação de recursos disponíveis, a divulgação junto aos produtores rurais, das tecnologias e as boas práticas da agricultura de baixo carbono. Nesse sentido convidamos vossa senhoria para participar do seminário de lançamento da 3ª edição do Guia de Financiamento da Agricultura de Baixo Carbono, a realizar-se no auditório da CNA, aqui na Quadra 601 Norte, SGAN 601, módulo K, Brasília, no dia de hoje, das 09h00 as 17h00, onde serão apresentados o resultado desses estudos e cases que comprovam os ganhos na adoção de boas práticas. Atenciosamente senadora Kátia Abreu, presidente da CNA. Então, convido a todos para participar desse evento, cheguei um pouco atrasado porque eu estava participando da abertura e é uma

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forma de nós demonstrarmos que o setor agropecuário está tentando se engajar na agricultura sustentável de baixo carbono. Obrigado.

O SR. NÃO IDENTIFICADO – Bom dia a todos e a todas. Nós representantes de Entidades Ambientalistas da Sociedade Civil no Conama nesse biênio 2010/2012, partidários do resgate e fortalecimento deste conselho, protestamos contra os inúmeros retrocessos na área ambiental do País. Resultado de uma visão centrada no crescimento econômico e pela falsa premissa de que meio ambiente é um entrave. O processo de Licenciamento ambiental no Brasil nos diferentes âmbitos, segue sobre pressão dos setores econômicos que não estão acostumados a respeitar, por exemplo, as áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e tampouco pensar em sustentabilidade. Consideramos que sem estudos profundos de viabilidade ambiental que incluam avaliações ambientais estratégicas e a capacidade de suporte dos diferentes ecossistemas e bacias, torna-se necessária a revisão de todos os grandes projetos governamentais que foram lançados nos últimos anos, sem levar em conta as questões ambientais. Trazemos aqui a papel do Conama que tem o seu papel esvaziado priorizando muito mais a regulamentação de normas, muitas delas desrespeitadas no processo de licenciamento ambiental e negligenciando a avaliação da política ambiental brasileira, uma de suas competências. Como exemplo verificou-se a condução desastrosa do processo de aprovação do Novo Código Florestal, onde as entidades ambientalistas tentaram de várias formas alertar para a necessidade de uma intervenção mais incisiva por parte do Conselho e do Ministério do Meio Ambiente. Porém não compreendidas e também não atendidas. No que se refere à questões centrais da política ou da conjuntura ambiental brasileira, como a matiz energética, a infraestrutura e a Rio Mais 20, os temas tratados nesses quase dois anos, foram conduzidos de forma desigual e profundamente inadequada, privilegiando-se longos pronunciamentos de gestores governamentais sem dar oportunidade e tempo para debate entre as autoridades e os Conselheiros. No que se refere à retomada do processo democrático no Conama, deve reavaliar o regimento interno aprovado que representa hoje muito mais um bloqueio às iniciativas e a participação democrática das entidades. Várias demandas da área ambiental trazidas pelas ONGs infelizmente foram desconsideradas no plenário do Conselho e em Câmaras Técnicas, gerando arquivamento de propostas de Resoluções, sem as devidas alternativas de encaminhamento, principalmente por parte dos setores do Governo. Nesse mês de novembro estamos realizando uma reunião plenária sem uma pauta importante, perdendo a oportunidade para o debate de temas centrais da política ambiental brasileira. Diante do exposto clamamos para que nos próximos anos o Conama reassuma o seu papel para o qual foi criado. E recomendamos que trate de forma prioritárias as funções como órgão maior do Sistema Nacional de Meio Ambiente. Assinam essa declaração o Movimento Verde de Paracatu, representando as ONGs nacionais, o Instituto Bioeste da Região Nordeste, FURPA, da região Nordeste, Canindé região Norte, SOS Amazônia, região Norte, Ingá, região Sul, AMAR, região Sul, PROAM, região Sudeste, FBCN, ISPN, Ecodata e CNS. Muito obrigado.

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(Palmas).

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Soares, da FURPA. Eu vou pedir para os próximos se irem se encaminhando ali para ficar mais rápido.

O SR. FRANCISCO RODRIGUES SOARES (FURPA) – Quero aproveitar para agradecer a atenção que recebemos aqui dos conselheiros do Conama, da Ministra Isabela Teixeira, na condição de representantes das ONGs do Nordeste. E deixar também um pedido ao setor elétrico do Ministério de Minas e Energia para que reveja o projeto da construção de três hidrelétricas antieconômicas na bacia do rio Parnaíba, Piauí/Maranhão, em Floriano, Amarante e Palmeirais, com a produção de 54, 56, em torno de 64 megawats, com pouca energia para muito impactos socioambientais, em prejuízo para a navegabilidade, se escala dos peixes e para a agricultura familiar, além das populações quilombolas que lá existem. Outro pedido que eu deixo para a Ministra Isabela Teixeira, no sentido de criar o parque nacional da Serra Vermelha onde se encontra a maior biodiversidade do Nordeste, pondo fim, um problema sério que ocorre na região, a produção do carvão vegetal, as carvoarias que estão abastecendo, alimentando os polos siderúrgicos de Minas Gerais. Nosso obrigado aos Conselhos do Conama.

O SR. ANTÔNIO EUSTÁQUIO VIEIRA (MOVER) – Bom dia a todos companheiros. Vim aqui fazer um breve relato, nem é relato, são umas breves palavras, porque o Movimento Verde está se pedindo do nessa reunião, cumprimos quatro anos de mandato, onde nós fomos escolhidos por mais de 600 entidades cadastradas no Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas para representar nacionalmente essas entidades aqui. E quero dizer para vocês, que foi um aprendizado, uma oportunidade que tivemos de estar como ente público, sempre atuando com ternura, buscando diálogo, o entendimento que é o que nós achamos, que é de fundamental importância para que cheguemos no equilíbrio tão sonhado por todos nós, e isso quero dizer para vocês que tem muito a ver com nossas experiência no Comitê de Bacias Hidrográficas onde nós aprendemos que temos que sentar à mesa para discutir conjuntamente as demandas e chegarmos a um consenso que é o que a sociedade precisa para que ela caminhe aqui dentro. Tivemos oportunidade de fazer muitos amigos, aprender com todos aqui presentes, e cumprindo à risca a confiança que as entidades ambientalistas do Brasil tiveram na gente. É uma entidade que tem no noroeste de Minas, que foi eleita por entidades que nós não conhecemos, por pessoas que não conhecemos, eu acredito nisso baseado nas nossas atuação pelos colegiados do país afora, inclusive em 4 Comitê de Bacias, sendo dois deles Comitês Federais, que é o Paranaíba e o Comitê do Rio São Francisco. Não posso dizer aqui que contribuímos com o processo, mas nós fizemos todo o possível, usando a nossa experiência para buscar essa harmonia que nos acreditamos ser de fundamental importância, prova tanto que quando nós entramos há 4 anos atrás nós tínhamos o próprio movimento ambientalista

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rachado dentro do Conama, e hoje nós temos um movimentado ambientalista caminhando junto com a sociedade civil, quase, na totalidade. Então, acho que aconteceram muitos avanços sim, embora não fizemos o que nós às vezes sonhávamos em fazer, mas conseguimos alguns avanços. Pelo lado do Movimento Verde não apresentamos nenhuma moção, mas trabalhamos na questão do amianto, através a Fernanda Gianasi e estamos deixando como herança para esse colegiado uma proposta, uma minuta proposta via FBCN que versa a respeito da construção e manutenção das estradas rurais no Brasil. Nós sistemas que temos um milhão e oitocentos mil quilômetros de estradas, 300 mil quilômetros de estradas asfaltadas e mais ou menos um milhão e meio de estradas vicinais causando 70% da morte dos corpos d’água. Então, nós esperamos que os companheiros no futuro possam apreciar essa Resolução e aprová-la para o bem das águas do nosso País. Eu acredito que nós ainda temos muito a fazer, mas podemos fazer, mas para isso nós precisamos do entendimento, fruto de diálogo e de uma conversa de todos os setores. Eu vi a Ministra falando hoje aqui, que eu queria deixar também esse recado, quando ela disse que estava regularizando a questão do Cadastro Rural e não sei o quê, fiscalização ferrenha para que não aconteça ilegalidade. Eu acho que na mesma proporção que nós temos a fiscalização, nós deveríamos ter um trabalho de conscientização da sociedade, nós não temos outro caminho a não ser o da conscientização da sociedade. Então, ficam aqui essas palavras e o agradecimento pelo apoio e pela amizade e acolhida dos demais companheiros. E nós vamos continuar aqui na Bacia do Rio Paracatu, no Noroeste de Minas, se precisarem de alguma contribuição é logo aqui em Paracatu, a 200 quilômetros de Brasília. Muito obrigado.

(Palmas).

O SR. PAULO – A minha proposta é a seguinte, nós ficamos todos aqui profundamente chocados quando vieram representantes do Ministério da Saúde, e nos disseram da situação trágica que se instala em uma parte do Estado Rio de Janeiro, que está poluído pelo funcionamento da fábrica Thyssen alemã, de tecnologia alemã e é um assunto extremamente de complexo, mas pelo que eu estou seguramente informado se o se o Conama solicitar um reexame técnico em questão, inclusive junto ao Governo alemão, isso seria um passo inteiramente necessário, digamos assim, para que haja uma revisão do problema, para que tecnicamente esse problema fique em ordem. O que não podemos é concordar com uma questão que por falta técnica está causando mortes no Estado do Rio de Janeiro, mortes confirmadas pelo Ministério da Saúde. É um assunto que nós temos que tocar para adiante e fazer com que seja solucionado da melhor maneira. Eu fiquei profundamente chocado naquela reunião, quando conversei com o técnico brasileiro, que disse que no bairro de Copacabana a poluição atmosférica também é muito grande e tal, querendo dizer que era coisa semelhante. São coisas totalmente diferentes, é uma fábrica que trata da produção de aço, de ferrogusa causa poluições totalmente diferentes daquelas que ocorrem no bairro de Copacabana. Então, é preciso rever essas bases com seriedade para solucionar o problema. Muito obrigado.

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(Palmas).

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – André.

O SR. ANDRÉ LIMA (Planeta Verde) – Eu quero com a licença do Dr. Francisco do professor Paulo Nogueira Neto, saudar a todos os Conselheiros e Conselheiras deste Conama, e dizer que o que eu quero colocar aqui é menos na condição de representante de organização do setor ambientalista e mais mesmo na condição de Conselheiros do Conama pela honra que tenho em compor esse Conselho. E quero colocar o nosso interesse, desejo e preocupação em relação à implementação do Código Florestal Brasileiro. Primeiro, antes de tudo também parabenizar o Governo pelo esforço que vem fazendo na redução de combate ao desmatamento na Amazônia, de fato esse dado se confirmado com as revisões posterior que o INPI faro com 100% das cartas, é um dado auspicioso e ele revela que as políticas que vem sendo adotadas desde 2003, com a criação da Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia vem acertando nas medidas. E eu tive a oportunidade e a felicidade de compor a equipe do Ministério e ajudei a formular uma parte das políticas que vem sendo implementadas, a política dos Municípios críticos, embargos, crédito etc.. Então, eu quero parabenizar, já que a Ministra reclamou que os ambientalistas não a saúdam, eu quero fazer esse ato de reconhecimento desse esforço. Em relação ao Código Florestal, de certa forma uns mais, outros menos sabem da posição que nós temos em relação a um dos retrocessos que ele trás em relação principalmente ao passivo ambiental, boa parte dele ficará para trás, de áreas de preservação permanente, de reserva legal, mas eu não quero entrar no mérito e aprofundar esse debate porque acho que ele já foi feito e o registro também já foi feito em relação a isso. O que nos preocupa agora é que precisamos, temos a obrigação e a responsabilidade de implementar aquilo que é necessário ser implementado em relação ao Código Florestal. Acho que hoje nós demos um passo importante, embora ainda um passo, digamos, no sentido mais político e burocrático, precisamos ter a efetividade na implantação dos programas de regularização ambiental nos Estados e do Cadastramento Ambiental Rural. E é nesse sentido que pelo Instituto de Direito pelo Planeta Verde, nós caminhamos à Presidenta deste Conselho uma solicitação de criação de um Grupo de Trabalho no âmbito da Câmara Técnica de Florestas para monitoramento, integração, harmonização na implementação dos planos de regularização ambiental, cuja centralidade está nos Estados, embora os municípios tenham também uma parcela de responsabilidade, o setor privado obviamente também o tem, mas no sentido de assumirmos enquanto Conselho Nacional de Meio Ambiente, instância política mais alta, colegiada e participativa da nossa República brasileira no sentido de viabilizar a efetiva implementação do que precisa ser implementado no Código Florestal, esse Conselho não pode passar a reboque ao largo, na periferia desse debate, simplesmente tomando conhecimento de medidas aqui ou acolá que

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vem sendo adotadas no sentido da sua implementação. O que nós estamos propondo é que de fato esse Conselho possa acompanhar de perto a evolução da implementação dessa legislação, de sorte que daqui a dois anos, o prazo estabelecido pela lei para a efetiva implementação prorrogável, sabe, nós não sejamos pegos de surpreso com as dificuldades que sabemos que todos os entes da federação terão de implementar, e aí voltemos a vivenciar aquilo que vivenciamos em relação ao Decreto, que foi pedido de prorrogação de prazos ou iniciativas legislativas que façam retroceder em relação ao que foi possível acordar em relação a Código. Os planos de regularização ambiental previstos na legislação do Novo Código Florestal, podem se transformar em um grande amálgama em relação a uma série de ações ambientais fundamentais não só para a redução de desmatamento e regularização “burocrática” de imóveis rurais, mas de fato a restituição de determinados ecossistemas como, por exemplo, na Mata Atlântica, nós teremos um desafio gigantesco de recomposição de matas ciliares, principalmente. Então, é nesse sentido que nós estamos empenhados em fazer com que esse conselho possa de fato acompanhar esse processo, motivo pelo qual encaminhamos à Presidente do Conama, passamos por uma reunião do CIPAM que acolheu a recomendação, a solicitação, embora entenda que o mais adequado não seja um Grupo de Trabalho, e sim um grupo assessor do plenário do Conama, e eu entendo que isso também atende a demanda porque o que nós precisamos é um isso, um grupo instituído pelo plenário do Conama para acompanhar, monitorar e assessorar o Conama em relação à implementação do Código, podendo realizar reuniões técnicas, podendo promover, por exemplo, que eu já coloco como uma grande sugestão aqui, um seminário às vésperas do prazo que será agora em maio de 2013, para que possamos todos os Estados e a iniciativa privada trazer a sua mobilização e o que foi feito até então, e nós podermos debater e nivelar por cima a implementação do Código Florestal. Eu agradeço a oportunidade de pode estar apresentando essa formulação e estamos aí a disposição para esclarecer as eventuais dúvidas a respeito da proposta.

(Palmas!)

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Os próximos, Bocuhy e Zuleica.

O SR. CARLOS ALBERTO HAILER BOCUHY (PROAM) – Bom dia a todos. Em primeiro lugar, eu gostaria de parabenizar a Secretaria Executiva do Conama pela realização do Seminário sobre Capacidade de Suporte Ambiental das Regiões Metropolitanas. Esse é um assunto de ponta e de grande preocupação, não só no Brasil, mas para muitos países que lidam com a questão, eu diria para o grande desafio de gestão de metrópoles e dizer, noticiar aqui que os representantes da Argentina, que estiveram no nosso seminário que ocorreu no ano passado, eles vão promover um seminário semelhante no mês de março, tentando trabalhar de forma integrada e conjunto essa questão de limites de capacidade de suporte, indicadores ambientais

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para regiões metropolitanas. Com isso nós damos um passo muito importante na possibilidade de estabelecimento de políticas para as regiões metropolitanas, que realmente, pelo que se constata, a nossa sociedade, ela não dá conta dessa realidade das metrópoles hoje. A segunda questão, eu queria apoiar a proposta do André Lima no sentido de que o Conama se debruce sobre as questões do Código Florestal. Apenas com mais uma colocação, André, que seria da necessidade de zelarmos pelo não retrocesso das conquistas sociais, aquilo que a sociedade brasileira conquistou em termos de proteção ambiental não pode ser retirado. A tese jurídica é essa, e nós estamos defendendo essa posição. Então, eu creio que é nessa linha que devamos caminhar. E o finalmente eu gostaria de saudar o Tonhão que está se despedindo, porque ele fez um grande esforço para implementar no seio do movimento ambiental, uma cultura de paz. Eu acho que isso é extremamente importante, porque o movimento ambientalista, aguerrido, necessariamente aguerrido, independente, muitas vezes esquece de praticar algumas questões que são de linhas premissas do próprio movimento. E o Tonhão sempre nos lembrou da importância dessa cultura de paz. Ele vai para Índia agora, ele já foi monge budista para quem não sabe, mas então, nós tivemos um grande avanço com a presença do Tonhão no sentido de refletirmos ir sobre essa articulação em tela do movimento brasileiro. Obrigado.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Bom dia a todos. Eu gostaria de aproveitar os poucos minutos que eu tenho para expressar os problemas e conflitos que temos no Brasil que nós vimos identificando. E chamar a atenção para uma coisa muito importante que aconteceu recentemente, gravíssima e que fere todos com todos os valores que nós possamos, que nós tentamos ainda manter vivos e atuantes. Seu trata do caso relacionado a agrotóxicos, que é um dos problemas mais graves que o Brasil enfrenta hoje com a questão do Código Florestal. Porque a política atual é de liberação quase que total, não fosse o trabalho da Anvisa que faz um trabalho de avaliação toxicológica dos produtos que as empresa Agroquímicas tentam colocar no mercado e depois, a partir dali já não há mais controle praticamente. Então, graças ao trabalho que a Anvisa vem fazendo, principalmente na figura do Dr. Luiz Cláudio Meireles, que há 12 anos estava à frente da diretoria de toxicologia, de análise de avaliação toxicológica, ele descobriu que haviam graves irregularidades acontecendo, ele descobriu que uma certa gerência estava falsificando assinaturas dele para libertar agrotóxicos no mercado. Ao invés de ele ter sido recompensado com o direito a uma investigação profunda, e afastamento daqueles que cometeram o crime, ele é que foi exonerado, o Luiz Cláudio foi exonerado, depois de ter feito um trabalho excelente, como eu acabei de dizer, e ele escreveu uma carta, não sei se a carta foi publicada na íntegra pela Folha de São Paulo, mas eu recebi, não sei se todos receberam essa carta, em redes públicas, redes comunitárias da cidadania. Ele disse que então... Porque ele tomou as atitudes que ele deveria tomar, de avisar a diretoria da Anvisa, e a diretoria levou 41 dias sem responder absolutamente nada, ele fez o que tinha que fazer, avisou ao Ministério Público Federal, e pediu que investigassem o que estava acontecendo, porque entre outras medidas logicamente medidas que ele tomou, por exemplo, informar as empresas que se eles tivessem de comercializar o produto porque estavam com documentos falsos em mãos. Isso aí é um problema muito sério,

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porque ele também lembra que não é só um simples evento que aconteceu, que começa ali e termina ali. Na verdade nós temos uma questão muito mais grave no seio da sociedade, dentro do Congresso que é o grande poder da indústria química e enquanto que o pessoal que luta pela saúde pública e pela preservação do meio ambiente não tem o mesmo poder. Então esse desequilíbrio se mantém, não existe uma regulação para que esse equilíbrio se instale no País, e o resultado é esse tipo de coisa que nós vimos, essa situação escandalosa em que um funcionário é mandado embora, exonerado por ter denunciado a falsificação de assinaturas dele para libertação de agrotóxicos no País. Só para terminar, porque não adianta, isso está na Internet, qualquer um pode digitar lá e encontrar, Anvisa, Luiz Cláudio Meireles exonerado da Diretoria de Avaliação Toxicológica. Ele lembra o seguinte: na carta que ele escreveu, nesse contexto destaco alguns fatos que vêm ocorrendo e cujo objetivo é de retirar competências da saúde, ou flexibilizar sua atuação. Eles têm sido debatidos e repudiados por essa gerência, pelo retrocesso que representam para a sociedade. O projeto de lei ele lembra vários projetos de lei no Congresso, que são escandalosos também para um cidadão comum que quando vê isso fica chocado e tem que ficar mesmo. O Projeto de Lei, PL 6299/2002, ao qual foram apensados outros PLs, aí tem uma lista de PLs, que não preciso ler, que estão tramitando na Comissão de Constituição da Câmara Federal, e que tiram competências da Anvisa e do Ibama nas avaliações de Agrotóxicos. Como os senhores sabem, existe um GT que é formado pelo Ibama, Anvisa e Ministério da Agricultura, para antes de qualquer liberação de agrotóxicos no mercado. Então, eles querem tirar logicamente, onde existe alguma resistência na defesa da saúde do meio ambiente no País, que é justamente a Anvisa, não sabemos como é que vai ficar a Anvisa depois da saída do Luiz Cláudio, quem vão colocar no lugar, para quem essa pessoa vai aturar, para quais interesses, e o Ibama, que ainda faz a avaliação no aspecto da produção ambiental dos agrotóxicos. Então, o Ibama tem uma função extremamente importante e existe já uma tentativa, depois da tragédia do Código Florestal, teremos a tragédia da estrutura de ainda alguma proteção que porventura nós possamos acreditar que exista, já que o País é maior consumidor de agrotóxico do Planeta por hectare, não é porque o Brasil é grande que ele é o maior consumidor, existem estudos que provam que o Brasil é o maior consumidor, muito mais do que, por exemplo, a Índia, em proporção. Outra coisa que a indústria agroquímica pretende, provavelmente são eles que estão, lógico, interessadíssimos em desestruturar essa estrutura. A criação de uma Agência Nacional de Agroquímicos, que foi veiculada pela mídia e que cujo conteúdo informa que um dos fatores impeditivos da implementação da nova agência seria a resistência dos técnicos da Anvisa. Ao mesmo tempo em que o Luiz Cláudio é exonerado da Anvisa. As tentativas... Houve tentativa de desqualificação da Consulta Pública de 02/2011, oriunda da revisão da Portaria 1392, que estabelece critérios cientificamente autorizados para avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos. Durante o período da Consulta Pública o setor é regulado, chegou a propor que essa revisão fosse suspensa. As tentativas permanentes... Aí têm tentativas, enfim, ele diz que são tentativas permanentes de desqualificar o trabalho de proteção da saúde pública e do meio ambiente. Ele se sentia já sufocado dentro da Anvisa. A pressão era enorme e ele diz também o seguinte. Oito produtos ainda estão pendentes de conclusão, a proibição do metamidofós é emblemática pelo tanto que onerou as atividades da equipe, as

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tentativas de flexibilização da legislação com o intuito de permitir a criação de normas que autorizem as alterações de composição e o reprocessamento de produtos sem critérios técnicos fundamentados. É isso que eu queria informar e avisá-los que cada como cidadão procure se cuidar, o Brasil, o brasileiro consome 8, 10 quilos de agrotóxicos por ano, ou por mês. Não sei. Não duvidaria que fosse por mês, se a pessoa não consome produtos orgânicos, provavelmente essa constatação foi científica, foi recentemente lançada nos jornais. Cada um dos senhores está correndo risco de vida, sem contar a vulnerabilidade das mulheres grávidas, das crianças e da soberania do País em última análise, porque se nós criamos gerações de pessoas contaminadas com gravíssimas problemas neurológicos e de saúde, que País vamos ter daqui 30 anos se não... Se 2012 não terminar com tudo. Mas, acho que tem que ter assim... Então, eu quero dizer que a preocupação do Planeta Verde em relação ao acompanhamento da implementação do Código Florestal, nós apoiamos, como também solicitamos que o Conama acompanhe essa questão dos agrotóxicos com muito cuidado, esse assunto envolve os corpos das pessoas que estão aqui, mas a saúde pública e o meio ambiente em geral, não adianta lutarmos só pela proteção das florestas se elas serão de alguma maneira destruídas, por exemplo, pela morte das abelhas, se você destrói todo o sistema de polinização, como é que você quer colocar toda a ênfase só na agenda verde? Tem que dar mais ênfase à Agenda Marrom. Muito obrigada.

(Palmas).

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Donizete e depois Paulo.

O SR. DONIZETE JOSÉ TOKARSKI (ECODATA) – Senhores e senhoras, bom dia. Gostaria de abordar uma questão que para mim foi a nossa promessa enquanto candidatos da região Centro Oeste para representar as ONGs aqui nesse Conselho, que é debater o Cerrado. E nesse fim de mandado que estamos tendo pela segunda vez, e como um dos Conselheiros mais antigos desse Conselho, e que eu considero aqui o nosso mestre, o Dr. Paulo, mas eu já passei em outra época pelo Conama, e agora mais recentemente representando as ONGs da região Centro Oeste. Eu quero levantar um ponto que a Ministra fez uma promessa quando tomou posse como Ministra do Meio Ambiente. E ela disse no seu discurso de posse que eu não me preocupasse que o Cerrado ia ficar mais em evidência que a minha careca. Com essas palavras eu realmente achei que teríamos um programa mais firme, mais democrático, mais abrangente de defesa e conservação do Cerrado. Mas, o que tenho visto, infelizmente, é o avanço da minha calvície e o desmatamento do Cerrado na mesma proporção. Então, com essa forma até de pejorativa de tratar desse assunto extremamente importante, eu gostaria de dizer que o desmatamento do Cerrado continua, célere, basta ver pelos rios do Cerrado, o sistema de agricultura convencional ainda provoca, além do desmatamento, que os rios se tornem verdadeiros caldos de

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solos, de material terroso que está sendo depositado nas gigantescas e pequenas represas que represam praticamente todos os rios do Cerrado. Então, esse problema é extremamente grave, é necessário repensar imediatamente o processo de ocupação da agricultura para que nós promovamos uma agricultura com mais oportunidades, com mais diversidade e com atividades associadas ao controle e à qualidade ambiental. A qualidade ambiental que estamos vendo hoje pelos rios é de que nós estamos detonando os nossos solos, a nossa riqueza da região, principalmente da região do Cerrado. É fundamental que o Ministério do Meio Ambiente apresente imediatamente os dados sobre o desmatamento do Cerrado, com controle absoluto disso, porque o cerrado do Piauí, do Maranhão, do Tocantins, de Goiás, do Mato Grosso, de Minas Gerais, de Mato Grosso do Sul e aqui do Distrito Federal, eles estão praticamente sofrendo, principalmente nas fitofisionomias que são mais fáceis para o processe de mecanização e restarão somente aquelas fitofisionomias que tem a maior dificuldade que estão em regiões mais quebradas. Então, eu faço o apelo aos senhores e senhoras do Conama, que tratem dessa questão do cerrado nos próximos anos, como a Ecodata não pode mais participar pelo processo eleitoral, nós queremos que esse legado da discussão do Cerrado permaneça aqui com nossos colegas. E queria fazer duas sugestões bem rápidas ao Ministério, tendo em vista que agora nós estamos no período de enchente, é que o Ministério promova imediatamente uma oficina com grandes órgãos de imprensa do Brasil para debater e demonstrar como se deve apresentar os problemas que as chuvas que assolam o País nesse período, que as chuvas não soterram as casas porque todos o ano tem chuva e as casas que estão colocadas nas áreas de risco que são o problema para a questão social do País, e econômica do País. Que as chuvas que aqui alagam as ruas e as cidades é o problema de incompetência também da gestão pública por falta de um sistema de escoamento pluvial e de contensão da água e de impermeabilização do solo. Que o Ministério promova essa oficina com os jornalistas, com os órgãos de imprensa para mostrar uma outra face das Notícias que são dadas pela grande mídia, que diz: a chuva matou 50 pessoas, a chuva acabou com as casas nas Serra, nos morros, na beira de rios. A ocupação humana é que tem feito essa situação porque a chuva todo ano acontece. Em 2010 nós tivemos aqui em Brasília uma situação semelhante que aconteceu nos eixos que foram inundadas, aconteceu de novo, já foi replicado e certamente do jeito que está ano que vai ser pior ainda vem pela impermeabilização do solo. E uma outra sugestão que eu gostaria de dar aqui para o Conama uma vez que estou saindo é que em todos os eventos onde participem as autoridades do Ministério do Meio Ambiente, como uma tentativa de fortalecer a representação e a representatividade do Conama, que os Conselheiros do Conama quando estiverem participando de algum ato do Ministério do Meio Ambiente, principalmente a Ministra, que faça referência à presença dos Conselheiros do Conama onde a Ministra estiver participando, para enaltecer e qualificar os representantes do Conama e dar representatividade, dar visibilidade ao Conama, porque muitas vezes o Ministério do Meio Ambiente enfatiza a presença de pessoas e deixa de manifestar a presença dos Conselheiros do Conama. Entendo que essa medida simples que pode ser adotada muito bem pelas autoridades do Ministério do Meio Ambiente. E finalizando eu gostaria de deixar o meu agradecimento a todos que tiveram a paciência de ouvir, reclamando, cobrando, políticas públicas para o Cerrado, fizemos diversas moções, apresentamos proposta de Resolução e

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continuaremos, a Ecodata, nós continuaremos na luta em defesa do Cerrado e espero que esse conselho também abra mais os olhos defender Cerrado e que tenha visibilidade não só de alguns biomas, mas que tenha a visibilidade de todos os biomas que estão sofrendo assim como o cerrado, a caatinga e o Pampa. Muito obrigado a todos pela atenção e bom final do ano, bom ano novo, que tenha um ótimo trabalho no próximo ano. Obrigado.

O SR. PAULO ROBERTO MARTINI (Comunidade Científica) – Já em várias reuniões anteriores nós ouvimos muitas questões relacionadas com biomas, principalmente o cerrado. Agora, novamente estivemos aí. Então, nós identificamos um projeto que possa ajudar muito essa questão do monitoramento, não só do bioma Cerrado, mas também dos outros biomas. Então, eu trouxe alguns exemplos aqui para mostrar para vocês. Esse é um projeto que chama Panamazônia, ele é um projeto alternativo, acredito que ele vai entrar na agenda do MMA e do Ibama proximamente porque ele traz alguns avanços no que se refere a monitorar os biomas, alguns já completamente e outros em desenvolvimento. Esse slide eu já mostrei na outra reunião, à esquerda nós temos o mapa da América do Sul, tomado com imagens moldes e que nós temos ali indicados os desmatamentos do ano de 2010, 2009. Aqui à direita, para mapear tanto desmatamento, quanto as queimadas, nós precisamos ter no nosso procedimento mapear com bastante precisão a hidrografia, tanto dos rios quanto das represas, dos lagos etc.. Então, ali à direita você também tem o Mapa da América do Sul, onde nós realçamos a parte de hidrografia. Bom, o seguinte. Então, na questão das queimadas, nós temos esse número aqui que eu chamei de primeiros resultados do projeto, mas acho que isso aí são as primeiras perplexidades do projeto, porque realmente os números que nós chegamos são números bem interessantes. Isso aqui é o período de queimadas do arco de fogo do Panamazônia que envolve mão, Pará, Tocantins, o Mato Grosso, Rondônia, Acre, a Bolívia e parte do Peru. Então, para cada Estado ali em quilômetros quadrados estão indicadas as áreas queimadas que nós identificamos nesse arco, nesse período de 2010 e 2011, e nós chegamos em um número ali bastante... Ali está em torno acho que de 14.000 quilômetros quadrados, algo com 114 milhões de hectares queimados naquele período. Se nós somarmos a Bolívia e somarmos o Peru, nós chegamos a esse arco da América do Sul em torno de 18 milhões de quilômetros quadrados. Isso quando falo em 18 quilômetros quadrados a ideia não é muito boa, é melhor transformar isso é campo de futebol, que daí fica mais fácil. Um milhão e oitocentos mil campos de futebol realmente é um número muito grande, 18 milhões é maior ainda. Aqui é uma questão da hidrografia, aqueles mapas que eu mostrei anteriormente para vocês, nós usamos o pixel mais tradicional dos mosaicos da Nasa e das imagens do Terra e Água, são as duas plataformas que passam, uma passa de manhã às 10h00, outra passa às 14h00. Então, imediatamente após a passagem essas imagens são processadas, lá no centro da NASA e daí transformadas em imagens. Aí nós pegamos essas imagens diariamente e selecionamos só aquela parte central, que nós chamamos de filé, onde o pixel não tem distorção, o pixel nessa hora tem 250 metros de resolução. Nós reamostramos esse pixel para 100 metros e nós temos praticamente conseguido, no caso do Parque das Emas, nós conseguimos em 30 dias, em 25 passagens do Parque das Emas, sem

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cobertura de nuvens. Nós acompanhamos o parque naquele ano que ele queimou mais, esse ano ele não queimou, nós conseguimos identificar o início da queimada, os focos de incêndio, depois os focos crescendo e depois os focos completamente encerrados em três dias. No 10º dia depois desse 3ª que dia que nós vimos as queimadas, nós começamos a verificar o brilho do verde surgindo no parque, ou seja, se a pessoa de repente não pegou a imagem, que nós pegamos, quer dizer, pegamos a imagem de 45 dias depois provavelmente ele não vai ver essa área queimada dentro do parque o parque vai voltar a ter o brilho do verde como ele tinha anteriormente, as primeiras chuvas já liquidam a fatura. Então, é extremamente complicado de fazer o mapeamento das áreas queimadas. Eu não estou falando de focos que isso é uma coisa que o Doutor Alberto tem feito ao longo dos anos. Estou falando dessa novidade que são as áreas queimadas. Então, o que nós fazemos ali? Nós pegamos o mosaico e depois tiramos do mosaico a imagem seguinte. O que é imagem seguinte? São os vetores. A distorção praticamente nenhuma, naquela imagem anterior eu tenho as linhas e na imagem seguinte eu tenho os vetores, cada pontinho azul está identificado em latitude e longitude. E aí está o início do mapa da América do Sul, nós estamos terminando esse Mapa para levar para a ANA para ter toda apresentação disponibilizada. Aí o caso mais recente que nós fizemos para o pantanal do Araguaia que conforma a Ilha do Bananal e mais a bacia que alimenta uma fossa tectônica, onde você tem a assinatura de varjão. Então, a dimensão desse pantanal, talvez é maior do que qualquer um dos outros pantanais compartimentado, quer dizer, ele não é maior do que pantanal, mas é maior eventualmente do que o Pantanal de Cárceres, do que o pantanal do Taquari, do pantanal de Corumbá individualmente. Aí são as áreas queimadas do Mato Grosso feito por mosaico, que nós restituímos lá de 1980, vocês vejam que em 1980 já muita área queimada em Mato Grosso. Aqui a diferente dos biomas, lá em Roraima. Aqui você tem o bioma Amazônia, aqui o bioma dos campos, novamente esse limite está lá por retificado e nós avançamos para dentro da Venezuela. Então, nós temos dentro dos campos da Venezuela a extensão desse bioma aqui e até onde ele vai. Isso aqui o resultado final, nós queremos com o projeto, nós queremos colocar a nível de municípios brasileiros eventualmente, da Panamazônia, aqui no caso de Cascalheira no Norte do Mato Grosso onde você tem um passagem do bioma floresta aqui em cima, para o bioma savana aqui embaixo. Aqui, nós temos todo o número de cerrados avaliados por quilômetros quadrados, quanto foi queimado naquele ano, quanto foi desmatado naquele ano e a mesma coisa se que aplica à floresta. Aqui embaixo se coloca um gráfico, a precipitação que é aquela linha azul, e aquelas pontas são índices de vegetação, saber o quanto de assinatura verde tinha município ao longo do ano. Ok. Essa é a informações que eu tinha que dar. Muito obrigado.

(Palmas).

O SR. DALTON MELO MACAMBIRA (Governo do Piauí) – Bom dia a todos. Queria cumprimentar o Secretário Executivo, Francisco Gaetani. E começar essa tribuna livre dando uma informação para o bem da verdade, esse jornal aqui Folha do Meio

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Ambiente tem insistido em falar da devastação da Serra Vermelha no Piauí e, aliás, alguns Conselheiros tem repercutido essa matéria nos diversos debates aqui no Conama. Até uma moção com de mentiras foi aprovada aqui no Conama por um voto, com abstenção do Governo Federal, dos delegados do Governo Federal. Isso me entristeceu muito porque o Ministério do Meio Ambiente trabalhou com o Estado do Piauí, foi algo absolutamente consensuado entre o Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes e o Governo do Estado do Piauí, no sentido de construirmos uma proposta de ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões que está ao lado da Serra Vermelha. Pois bem amigos, o Parque Nacional da Serra das Confusões tinha 502.000 hectares, meio milhão de hectares e em acordo com o Governo Federal, com o Ministério do Meio Ambiente, trabalhando juntos, ampliamos, discutindo em audiência pública com os municípios, com os prefeitos, com os vereadores, com os produtores, com os trabalhadores rurais dos municípios, em várias audiências públicas, nós e o Governo Federal, estava lá o MAA e o Instituto Chico Mendes, ampliamos em Decreto assinado no final de 2010, pelo então Presidente Lula, ampliamos o Parque Nacional da Serra das Confusões. Sobre a Serra Vermelha em 336.000 hectares. Então, o Parque Nacional da Serra das Confusões, que praticamente incorporou toda a Serra Vermelha, que está sendo dito aqui, está sendo devastada pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado, aliás, secretário Francisco Gaetani, o jornal diz, segundo informação de um Conselheiro aqui do Conama, que o receberam propinas para aprovar, para continuar destruindo a Serra Vermelha, funcionários do Ibama do Piauí, funcionários do Ibama de Brasília, está dito aqui, publicado, além de funcionários e gestores do Governo do Estado do Piauí. Então, isso é muito grave, o que está sendo dito aqui, depois de dois anos que o Parque Nacional de Serra das Confusões, ao ser ampliado em comum acordo pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado, incorporou todo o Parque Nacional, toda a chamada área da Serra Vermelha e hoje nós temos o maior parque do Brasil para proteção do bioma Caatinga, que é o Parque Nacional da Serra das Confusões, que tinha meio milhão de hectares e ao ser ampliado sobre o Parque Nacional, sobre a Serra Vermelha, hoje conta com 838.000 hectares. Poucos Estados do Brasil tem um parque desse tamanho, talvez só os Estados amazônicos. Então queria começar desfazendo essa mentira. Os nazistas usavam essa técnica, repetir uma mentira milhares de vezes para transformá-la em verdade, esse jornal mente e mentem aqueles Conselheiros que mesmo sabendo da verdade repercutem isso no jornal e no plenário do Conselho, infelizmente. Queria também parabenizar aqui a Ministra Isabela Teixeira pela condução firme, dedicada com excelência técnica dos debates com o Congresso Nacional, para a aprovação do novo Código Florestal. Acho que a Ministra demonstrou além de liderança, competência técnica com toda a sua equipe. E acho que o trabalho vai ter resultados e resultados importantes que nós vamos estar colhendo os frutos dentro em breve. Queria também me permitam, agradecer o apoio do Ministério do Meio Ambiente que está dando um enorme suporte ao Governo do Estado do Piauí, com recursos do Banco Mundial para que nós possamos monitorar em tempo real, num programa para o combate de queimadas e desmatamento ilegal no cerrado do Piauí. Isso é um programa importante que o MMA junto com recursos do Banco Mundial... Hoje mesmo está acontecendo uma oficina no Estado do Piauí com representantes do Banco, com representantes do Ministério do Ministério do Meio Ambiente e vários órgãos estaduais

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e federais debatendo essa importante ação que vai se juntar à sala de situação que está sendo implantada pela Agência Nacional de Águas. Queria agradecer aqui também o Dr. Vicente Abreu, para monitorar enchentes e outros eventos climáticos extremos. A sala de situação, portanto, englobar todas essas informações. Queria também afirmar aqui a importância do que foi dito aqui pela Ministra Isabela. Nós podemos estar dando uma virada importante na história do Licenciamento ambiental do País, as imagens de satélites com resolução de 1 para 5 metros que irão ser disponibilizadas aos Estados e nós assinamos hoje aqui essa cooperação, além da disponibilização do Sistema de Cadastro Ambiental Rural, também vai ser um instrumento fundamental para que os Estados possam ter maior segurança no cadastramento das propriedades e o passo seguinte obviamente é licenciamento ambiental com mais segurança técnica e mais segurança ambiental. Isso aqui é de fundamental importância. Queria também informar ao Conama que o Governo do Estado do Piauí, com recursos da CODEVASF e o apoio do Instituto Chico Mendes, depois de 10 anos de criado, que é o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, o maior patrimônio do povo do Piauí e do Maranhão, porque o rio une os dois Estados, e a bacia atinge também o Estado do Ceará. Nós estamos implantando depois de 10 anos de criado o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, com a sua delimitação, com regularização fundiária, isso é possível a partir desse processo de parceria do Governo do Estado com o MMA, com o Instituto Chico Mendes, e os recursos vindos da CODEVASF para o Programa de Revitalização da Bacia do Parnaíba. E nesse sentido, inclusive, nós estaremos realizando nos próximos dias 4 e 4, em Teresina, um grande seminário com representantes dos três Estados, o Ministério do Meio Ambiente vai estar representado, o presidente da Agência Nacional de Águas, porque nós estamos discutindo concretamente a implantação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, que envolve Piauí, Ceará e Maranhão, um importante seminário que ocorrerá em Teresina nos dias 4 e 5 de dezembro. Por isso para nós é sempre uma satisfação muito grande estar aqui no Conama, sempre que pudemos vir estaremos presentes, quando não o nosso suplente estará aqui presente porque entendemos que esse plenário é o grande espaço democrático do debate das questões ambientais desse País e deve ser sempre fortalecido como espaço democrático, mas, sobretudo, tem que ser o espaço da verdade, o espaço que possa envolver o poder público, mas também a sociedade civil, porque assim a Constituição definiu que o meio ambiente é responsabilidade do poder público e da sociedade, e essa conquista nós não podemos deixar passar. Muito obrigado.

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Nós temos César Victor e depois já aviso Firmino do Rio de Janeiro e Nilo do MMA.

O SR. CÉSAR VITOR (Centro Oeste) – Bom dia a todos e a todas. Eu represento a região Centro Oeste aqui, e nós vamos passar a palavra para a Débora Calheiros que representa a Rede Pantanal, que faz parte da região centro Oeste e vai apresentar uma questão relacionada com questões energéticas. Antes, porém, gostaria só de anunciar, acabamos de publicar esse documento que encontra-se na entrada, que é

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sobre a Estrada Parque do Marajosa, que é uma proposta de reconhecimento oficial no território do Mosaico Sertões Veredas Peruaçu que é uma estratégia bastante interessante, essa questão de trabalhar mosaicos de unidades de conservação e áreas protegidas, que o Ministério do Meio Ambiente tem dado bastante apoio para essa questão juntamente com o poder , poderes públicos estaduais e a sociedade civil. Então, nós estamos lá no território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu propondo que a estrada que passa no território que tenha o reconhecimento de estrada parque Marajosa, uma vez que o território é um canário da obra de Guimarães Rosa. Então, eu gostaria muito que os senhores tivessem acesso a esse documento para conhecer essa proposta aqui. E esse projeto é um projeto executado pela Funatura, com o apoio comunicado europeia, que através do projeto que é executado pelo SPM aqui do Brasil. Muito obrigado. Débora, por favor.

A SRª. DÉBORA CALHEIROS (Rede Pantanal) – Bom dia a todos. Eu agradeço muito à Funatura e a SPM por nos ajudar nessa possibilidade de trazer a demanda do Pantanal aqui para o Conama. Inclusive, essa demanda foi uma sugestão resultante da audiência que tivemos com a Ministra de Meio Ambiente no final de agosto, e até o Dr. Vicente da ANA estava lá, e o senhor Francisco também. E nós estamos aqui para apresentar a questão que é da proliferação de centrais hidrelétricas na bacia formadora do Pantanal. A bacia do Alto Paraguai. Ali nos slide os senhores podem ver a bacia, no lado brasileiro, e os vários tons de azul são a área sujeita a inundação e às chuvas que fazem, e delimitam a planície passível de inundação que é a planície pantaneira. Ali como funciona a hidrologia do sistema, a movimentação de águas do sistema, nós vemos que na época das chuvas você tem o Norte recebendo água e ali no Sul, e depois essa água do Norte Pantanal Norte escoa pelo principal rio da bacia que é o rio Paraguai. Nós temos um trabalho muito grande com o Ministério Público Federal, que vou conseguiu através de uma ação civil pública uma decisão judicial para suspender os licenciamentos das hidrelétricas na região, que são 135 empreendimentos nos principais rios formadores da Bacia e cada rio tendo o seu pulso inundação, o seu fluxo de águas alterado e, por conseguinte, o pulso de inundação do sistema Pantanal um como todo será alterado. Essa é a nossa preocupação, levamos essa preocupação para o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, na Câmara Técnica de Análise de Projetos, porém, essa preocupação está lá há dois anos, sem reuniões nessa Câmara Técnica, um processo extremamente questionável da não atuação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos nessa questão energética do Pantanal. Aí a própria Ministra colocou que tivéssemos trazendo essa demanda aqui para o Conama e estamos aqui solicitando que o Conama analise e peça, por favor, uma reunião específica para uma questão porque são milhares de pessoas que dependem da pesca tanto profissional, quanto turística, milhares de empregos, milhões de reais em dependência da produção pesqueira, é um serviço ambiental que o Pantanal presta para a sociedade pantaneira e também na área de pecuária. A pecuária tradicional do pantanal também depende do pulso de inundação da entrada de nutrientes, da produção de nutrientes da própria planície para enriquecer as pastagens nativas que servem a três milhões de cabeças que são criadas na planície. Ali vocês podem ver a localização das hidroelétricas, nos principais rios da bacia, 44 já estão em operação,

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sendo que essas 44, por dados da própria EPE, a Empresa de Pesquisa Energética representam 70% do potencial hidrelétrico da bacia, ou seja, ao nosso ver, da sociedade civil e dos pesquisadores da região. Eu sou pesquisadora, nós temos... A bacia já contribui com energia para o país, 70% é um nível altíssimo de aproveitamento hidrelétrico comparado à Alemanha e Japão. Então, mais do que isso é comprometer a qualidade ambiental do pantanal, necessitamos de rios livres de barragens para poder ter produção pesqueira do qual dependem milhares de pessoas, ribeirinhos, e comunidades, só de pescadores profissionais são 10.000famílias, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e de comunidades, mais de 2.000 comunidades ribeirinhas. Então, é um caso social muito sério que não está sendo avaliado nessa questão e infelizmente, no dia do rio Paraguai, no dia 14 de novembro, comemorando lá em Cárceres, soubemos da decisão, da liminar judicial que infelizmente o Ibama faz parte, a AGU faz parte dessa liminar, caindo a decisão judicial de suspensão dos licenciamentos na bacia, em prol única e exclusivamente do princípio da precaução e do princípio do limite. O ambiente tem um limite de uso, isso está descrito em compêndios técnicos e científicos, nas conversões internacionais, Ramsar, nós temos duas moções, duas recomendações no Comitê Nacional de Zonas Úmidas sobre a questão do Pantanal, e viemos aqui então, por favor, solicitar aos membros e Conselheiros do Conama que olhem para a região, que também faz parte do cerrado, a parte alta da bacia que está ali em branco ao redor, está em nível de desmatamento entre 60 e 80%, com suas nascentes e as áreas de preservação permanente desrespeitada totalmente, expansão da soja e da cana, de arroz, dentro da planície, desrespeitando inclusive o zoneamento da cana. Então, é uma questão gravíssima em que legislação, ciência e os direitos da sociedade civil, bem lembrados aqui, inclusive no Art. 225 da Constituição, que o Pantanal é considerado patrimônio nacional, estão sendo desrespeitados em prol única e exclusivamente de um usuário, desrespeitando a Lei de Recursos Hídricos que contempla os usos múltiplos. A energia, volto a dizer, a Bacia do Alto Paraguai já fornece energia para o País, e mais do que isso é comprometer a sustentabilidade do funcionamento hidroecológico do sistema e as comunidades ribeirinhas tradicionais, povos tradicionais, e os pescadores profissionais. Isso é gravíssimo para nossa região. Essa questão foi discutida ontem em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, pela sensibilidade do deputado Sarney Filho para a região, e ele se comprometeu a formar um GT sobre essa questão. Volto a dizer, a perda de energia elétrica no país é altíssima, a necessidade de energia elétrica é em horário de pico é 13% em média, por conta de chuveiro elétrico num País Tropical. A perda da transmissão é em torno de 15 a 20%, sendo que o ideal seria em de torno de 6%, só a redução dessas perdas e dessas desnecessidades de chuveiros elétricos nós poderíamos preservar o Pantanal e a Bacia do Alto Paraguai. E eu também queria solidarizar com o pesquisador destituído da Anvisa porque eu sou pesquisadora, sofro perseguições, e sofro também assédio. E aqui eu me coloco também ontem na Câmara dos Deputados nós pedimos uma audiência pública sobre criminalização de pesquisadores e técnicos na área ambiental, assédio, perseguições e falta de dignidade profissional para exercer sua profissão com ética e dignidade. Muito obrigada.

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(Palmas).

O SR. LUIZ FIRMINO MARTINS PEREIRA (Rio de Janeiro) – Bom dia a todos. Eu pedi a palavra aqui em função da fala do Dr. Paulo Nogueira para que não paire qualquer dúvida sobre as ações do Estado do Rio de Janeiro, em relação ThyssenKrupp. Eu queria primeiro Dr. Paulo, dizer que eu não sei que fonte de informação que estão lhe alimento porque o senhor usou a expressão “pessoas estão morrendo”. Isso é... Não há no conhecimento do Estado, qualquer morte relacionada a qualquer episódio ou qualquer situação da TKSSA. Então, esse é um ponto fundamental, nós não somos loucos no Estado e não teríamos qualquer atitude conivente com algo dessa natureza. Na última reunião aqui em que eu fiz uma apresentação e mostrei todo o processo de Licenciamento da empresa, eu meu comprometi a encaminhar o relatório da saúde para os técnicos, e assim eu fiz para o Alexandre Pessoa, da Fiocruz, encaminhei esses relatórios onde não se estabelece essa correlação, se faz uma série de recomendações que o Estado está adotando dentro do Licenciamento. Entre a última reunião e essa ocorreu um episódio de emissão lá na região, esse episódio não ocorria desde 2010, nós tivemos um episódio em Agosto de 2010, quando a empresa entrou em funcionamento, um episódio em Dezembro de 2010 e veio aconteceu outro agora. E eu aqui afiancei a vocês que os equipamentos de controle que nós exigimos, a nossa área técnica extremamente competente do Rio de Janeiro foi quem determinou os equipamentos a serem implantados porque não existem em nenhuma Siderúrgicas do mundo, porque em nenhuma Siderúrgicas está tão próxima a residências quanto essa. Então, nós exigiremos equipamentos que não existem enclausuramentos, temos uma Web Cam 24 horas por dia filmando o alto forno, toda a região central do coração, onde as emissões podem ocorrer, e esse episódio do dia 26 não ocorreu em função de nenhuma dessas áreas, o episódio ocorreu acreditem porque a empresa não molhou, não umidificou pilhas de material que estavam expostos no terreno. Então, ela foi imediatamente autuada numa multa eu nós pegamos o máximo valor, na realidade nos aplicamos quatro multas diferentes no valor de dez milhões e meio de reais pela situação dela não ter molhando uma pilha e esse material ter chegado a uma comunidade que está a menos de dois quilômetros do local. Eu quero só ressaltar a vocês que nós trabalhamos, todos nós que licenciamos trabalhamos com padrões Conama, quem estabelece os nossos padrões de emissão e de qualidade do ar, é o Conama. Então, nem nesses três episódios nós temos registros nas estações de violação dos padrões Conama, o que mostra que nós precisamos talvez adequar nossas discussões sobre padrões Conama aqui, para dar maior segurança pra população e nós temos padrões de qualidade do ar diferenciados para partículas totais, principalmente aquelas maior de 2,5 migras, que são partículas grandes, não inaláveis que são as que foram detectadas na comunidade nessas três ocasiões em dois anos. O INEIA instalou duas estações de partícula inalável, esta sim é que pode fazer mal à saúde comprovadamente e elas estão muito abaixo dos índices inclusive da Organização Mundial de Saúde. Então, eu quero só dizer que nós temos a situação absolutamente, do nosso ponto de vista, sobre controle, mas como eu adverti aqui da ultima vez é delicado, nós temos uma planta Siderúrgica com comunidades residindo a partir de 500 metros dessa, Siderúrgica. Então, realmente uma situação que inspira

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bastante cuidado e que nós vamos ter que manter a atenção. Por fim dizer que foi eu que comentei com o senhor, mas eu não comparei e não justifiquei que Copacabana tem um ar pior do que a Região de ThyssenKrupp, eu apenas disse que o nosso padrão Conama, por partículas, se eu pegar as estações de Copacabana, elas têm valores mais altos do que as estações do entorno da ThyssenKrupp. Eu só fiz essa comparação para entender que nós temos padrões Conama e que são respeitados em todas as áreas, não só nas áreas industriais, mas nas áreas urbanas também. Jamais isso foi usado e jamais seria usado como uma justificativa para que você permita algum padrão diferente. Na realidade a empresa tem padrão rigoroso de emissão e de controle de qualidade do ar que nós mesmos estabelecemos aqui neste Conama. Então, eu queria como eu me dispus da última vez, vou estar sempre à disposição para trazer todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. Encerrando aqui eu queria aproveitar para dar três informes aqui. O Rio de Janeiro já regulamentou a LC 140, o Conema do Rio de Janeiro já definiu o que é impacto local, já definiu o sistema único de portal, hoje no Rio de Janeiro todo Licenciamento se inicia num único portal, que direciona para Município, PNEA ou Ibama, automaticamente. Então, o sistema já está funcionando. O segundo informe seria com relação ao cumprimento da nossa Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Rio de Janeiro encerrará ano que vem todos os lixões, hoje 90% do lixo do Estado já está indo para aterros sanitários, e os que faltam o Estado acabou de aprovar uma lei e entrou nos consórcios municiais e vai suportar os custos dos pequenos municípios que representam os 10% que faltam. Portanto, ano que vem o Rio de Janeiro, talvez antecipando até em um ano não terá mais lixão e cumprirá a nossa Política de Resíduos Sólidos. E por fim, a Ministra adiantou aqui, o Rio de Janeiro já está estudando um código florestal fluminense que não é para entrar em conflito com tudo que foi feito, mas pelo contrário, preencher lacunas e especificidades para o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tem um relevo que todos aqui sabem, de bastante áreas acidentadas, e a questão principalmente de topo de morro nos afetou muito. Então o Rio de Janeiro fará normas mais restritivas para topo de morro, em especial, algumas questões ligadas à garantia da reserva legal e outros pontos que esse grupo de trabalho está produzindo e eu trarei para o conhecimento, acho que importante que dentro do espírito que foi trazido pela Ministra, de que cada Estado e afeiçoar e adaptar o Código, já que o regramento nacional dificilmente atenderá a todas as nossas necessidades. Então, eu peço que transmita à Ministra esses três avanços do Estado, que coadunam com o esse esforço que ela hoje nos colocou aqui do Ministério em implantar o nosso Sisnama e as nossas ferramentas de controle. Obrigado.

(Palmas).

O SR. PAULO NOGUEIRA-NETO (ADEMA) – Eu quero dizer que nós todos aqui recebemos essa delegação do Ministério da Saúde, eu não estou inventando isso, duas pessoas dessa delegação disseram que têm pessoas morrendo ou que já morreram. Então, isso me impressionou profundamente. Não estou inventando isso. Eu estou repetindo que pessoas do Ministério da Saúde, em caráter oficial vieram aqui

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falar. Outra coisa também, é que em relação a material particulado de punição, isso é a comparação do Bairro de Copacabana, com as proximidades lá da fábrica de ferrogusa, mas eu não me referia à quantidade, meu me referia à qualidade. São duas coisas de qualidades completamente diferentes. Essa foi a minha observação e continua válida. Quanto ao Conama, eu não conversei pessoalmente com os técnicos do Conama, mas tenho a notícias de que eles... Preocupa eles serem citados como responsáveis, digamos assim, por decisões tomadas pelo Estado do Rio de Janeiro. Eu sugiro até que sejam convidados os técnicos do Conama para vir em aqui esclarecer essa questão. É isso que eu queria dizer para esclarecer. Eu continuo a afirmar que é preciso fazer um reexame completo do que significa os trabalhos dessa usina de origem alemã, porque eu tenho notícias também de que todos os técnicos alemães estão de acordo. Mas isso é uma coisa, é uma notícia que eu falo com reserva porque eu ouvi diretamente de nenhum técnico alemão. Mas, de qualquer maneira eu acho que os fundamentos técnicos estão causando problemas e eles devem ser que profundamente reexaminados. Seria o mínimo que se pode esperar. Muito obrigado.

(Palmas).

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Duas ultimas inscrições. Nilo e Miguel.

O SR. NILO SÉRGIO DE MELO (DEA/MMA) – Vou ser breve. Quero apenas aqui reiterar um convite aos Conselheiros do Conama, antes, porém, não posso deixar de dar um recado que a secretária Samyra me pediu que transmitisse aos conselheiros das entidades ambientalistas que estão se despedindo nesta Plenária, essa atual bancada que foi eleita e que durante esse período exerceu o mandato com bastante brilhantismo, com bastante empenho. Nós sabemos da luta e do empenho das entidades ambientalistas neste Conselho desde que o Dr. Paulo Nogueira Neto estabeleceu no primeiro regimento as entidades ambientalistas sempre ajudaram a caracterizar esse conselho como um Conselho democrático, participativo. Isso não quer dizer que não enfrente dificuldade, nós sabemos que enfrenta, mas de toda forma junto com as outras bancadas aqui, de Governo Federal, Municipal, setor empresarial, Governo Federal as entidades ambientalistas têm feito um trabalho que tem que ser aplaudido e tem que ser de alguma maneira homenageado. Então, eu quero só dar os parabéns para essa bancada que deixa o Conama, nós já estamos em franco processo eleitoral, já com entidades, inclusive candidatadas das cinco regiões do País, e até o final de janeiro, início de fevereiro devem ser então, as mais de 600 entidades do CNEA votam nessas próximas que virão representar o setor aqui no Conselho. O convite que eu quero fazer é porque hoje no final da plenária, eu acredito que a plenária deve ir até as 18h00, um pouquinho mais talvez, mas logo após a conclusão da Plenária eu vou pedir que os Conselheiros permaneçam um pouco mais aqui, porque nós vamos lançar essa publicação do Ministério do Meio Ambiente, foi um edital público do MMA que selecionou 25 experiências de educação ambiental em agricultura

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familiar em todo o país. São experiências muito interessantes, sãos as soluções que a população, os agricultores, os pescadores estão trazendo para o desafio da sustentabilidade no Brasil, porque antes de nós estabelecermos o nosso Programa de Educação Ambiental na agricultura familiar, nós resolvemos ver o que é que o Brasil está encontrando soluções, como é que os pescadores, as empresa, os agricultores estão resolvendo o impasse entre a questão de boa qualidade de trabalho com o uso responsável racional dos recursos naturais. E foram mais de 60 experiências encaminhadas 25, elas estão reunidas nesse livro que nós lançamos hoje, previsão 18h30, logo após a plenária do Conama. Então, o Ibama, inclusive quer fazer um agradecimento especial ao presidente do Ibama, Volney, porque o Ibama cedeu um pequeno coquetel que vai ser oferecido aos Conselheiros e aos participantes desse lançamento, também o Instituto Chico Mendes que está colaborando no trabalho dessa publicação. Muito obrigado

(Palmas).

O SR. MIGUEL SCARCELLO (Representante região Norte SOS Amazônia) – Boa tarde senhoras e senhores. Quero primeiramente parabenizar o Ministério pelos resultados do controle do desmatamento na Amazônia, para quem vive na região sabe o quanto isso é difícil, o quanto isso é trabalhoso para os órgãos que aturam na região cumprir esse papel, e de certa maneira, segue isso numa tendência de mudança de um referencial superimportante e que estabelece um novo horizonte para o desenvolvimento da região. E que junto com esse mecanismo de controle, também os investimentos que estão sendo feitos para que possamos ter uma nova base para o desenvolvimento da região, também continue porque nós temos que fato buscar alternativas para que a floresta volte a ser a grande referência econômica que ela foi há mais de um século atrás. Eu quero aproveitar para falar também sobre dois fatos inicialmente que me chamaram a atenção. O primeiro que saiu no noticiário que o projeto sobre distribuição dos royalties atinge diretamente a única fonte do Fundo Clima. O Fundo Clima é um fundo relacionado à Política Nacional de Mudanças Climáticas e que vem para distribuir recursos para que se invistam em iniciativas para que se alterne a base das atividades que permite, estimulam a emissão de gases para efeito estufa, e também apoiando projetos tanto do setor não governamental, como recursos não reembolsáveis e também disponibilizando recursos reembolsáveis. E aí vem a segunda Notícia: é que os recursos reembolsáveis do Fundo Clima praticamente não foram acessados. Eles são emprestados a juros de quase 5% e isso praticamente não tem demanda, posso estar enganado, se eu estiver enganado com essa informação, por favor, o Ministério pode me esclarecer e informar melhor a respeito. E que o Ministério da Fazenda fez uma proposta para o Conselho Monetário Nacional para reduzir essa margem, mas infelizmente o Conselho Monetário questionou a proposta e o Ministério da Fazenda teve que retirar a proposta. Eu coloco aqui uma questão em relação a isso, se estimula a continuidade da produção de automóveis com IPI mais baixo, por que não pensar num mecanismo que diminua os juros para aqueles que são empreendedores e querem acessar do Fundo Clima com juros mais baixos e

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possam desenvolver tecnologias que possam diminuir emissão de gases por efeito estufa. Isso é uma contradição que para mim é bastante ruim, perigosa, que vem em contrário com toda a política que temos trabalhado e que o Ministério tem se esforçado. E aí eu retorno ao Conama, e retorno à minha fala da última vez que estive nesse Plenário, que é até uma fala da Ministra hoje, de ser um espaço de discussão e políticas ambientais. Nós aqui nunca discutimos políticas. Então, já que nós temos essa competência. Que está no Art. 7ª do Decreto 99274, de avaliar a implementação e a execução da política e promover a integração, esse fato para mim é um exemplo de como nós poderíamos estar contribuindo no Ministério numa situação como essa. Eu sei que a Ministra vai se esforçar para que os recursos sejam garantidos para o Fundo Clima, já que existe no PL de lei a mudança royalties do petróleo, um recurso que vai para o Ministério fazer uso, e eu espero que seja mantido o valor, ou aumente o vamos para o Fundo Clima. Mas, que o Conama poderia estar tendo atuação nesse caso, poder estar contribuindo para isso, e esse é o espaço de nós discutirmos e sugerirmos caminhos para que o Ministério possa enfrentar com muito mais firmeza essa situação no âmbito dos outros Ministérios e no âmbito das negociações que os parlamentares e quem elaborou essa lei. Realço isso em isso em relação também a outro artigo, que é competência do Conama, que é promover integração dos órgãos colegiados de meio ambiente, resgato aqui a proposta do Dr. Maurício Andres, que veio a um tempo atrás propor uma conexão do Conama com o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, acho que a três reuniões atrás. E agora, diante do que minha colega trouxe, da situação. E ela faz essa proposta, nós temos uma série de colegiados no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, e que poderia está congregando pautas, discutindo os assuntos de interesses muito afins, e que eu acho que nós aqui não insistimos e não focamos nisso. Eu acho que é nosso papel de buscar e promover essa integração. Então, quero com isso reiterar a iniciativa junto com o Dr. Francisco Gaetani, que nós estivemos na primeira do CIPAM, reiterei na segunda reunião do CIPAM, há duas semanas atrás, de nós pautarmos o mais rápido possível um mecanismo de como o plenário pode vir a trabalhar a discussão as inúmeras políticas ambientais que o país tem hoje, principalmente qual a metodologia a ser adotada para nós avaliarmos as políticas, para avaliarmos a implementação e execução dessas políticas. Isso para nós é muito importante porque nós temos que aperfeiçoar esse processo, os Estados estão aqui, eles recebem o efeito disso na ponta e o aperfeiçoamento disso é justamente com o dia a dia. E eu acho que o Conama é o espaço para que isso aconteça. Então, vai aqui minha nova... Reitero minha recomendação da reunião passada, eu sei que o Dr. Francisco Gaetani está sensibilizado para que isso aconteça. E espero no que próximo ano nós possamos avançar com mais operacionalidade de como isso possa vir acontecer aqui no nosso plenário. Bom dia a todos e obrigado.

(Palmas!)

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom pessoal, antes do almoço temerariamente eu queria rapidamente fazer alguns comentários rápidos com relação à Tribuna Livre, que como vocês podem ver demorou um pouco mais do

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que 15 minutos. Primeiro eu queria agradecer de público a contribuição do Tonhão, Donizete, a atuação deles aqui nesse período. Eu sei que para muitos aqui é um esforço muito grande, em prejuízo de suas famílias, de suas outras atribuições profissionais, dizer que a qualidade da contribuição de todos é igual independente das opiniões, da concordância, das discordâncias, mas dois em particular eu queria dizer, que do meu ponto de vista pessoal, prestar meu reconhecimento e meu tributo a eles. Segundo, pegando algumas das falas particularmente o Daniel, do André e do Miguel aí no fundo. Eu acho que nós estamos vivendo um ciclo, e esse ciclo, talvez uma inflexão e um ciclo e esse ciclo coloca alguns desafios para o Conama. Desafios à qualidade da dinâmica do funcionamento, nós recepcionamos a proposta encaminhada pelo Planeta Verde em relação ao Código Florestal, e estamos vendo como podemos nós podemos recolocá-la do ponto de vista de operacionalização, porque isso remete à discussão do formato que é um ponto que o Miguel após a última reunião discutiu conosco, nós precisamos encontrar um formato mais adequado, um formatado mais não, um formato adequado para discutirmos e problematizarmos as políticas ambientais que não sejam apenas o que nós temos ensaiado aqui. Eu acho que as exposições que temos tido são um avanço, hoje a tarde nós vamos ter mais algumas, o Daniel na fala dele, fala em simetria, eu acho que o lugar não é esse da exposição. Nós trazemos aqui pessoas para fazerem exposições e para responderem perguntas. Na primeira nós tivemos um problema de tempo com o Ministro Márcio Zimmerman, na segunda tivemos um pouco mais de discussão com a apresentação do Nelson, embora com algumas confusões relacionadas ao formato, hoje vamos ter mais algumas na parte da tarde, mas eu acho que esse formato de exposição e perguntas não é também, não é uma discussão, é um processo de informação, esclarecimento. Ainda não é o formato adequado para ter uma atuação que incida sobre essas políticas. A ideia apresentada pelo Planeta Verde de monitorarmos e discutirmos mais paripasso a implementação do Código é uma ideia interessante, tudo que vem e a melhor forma de operacionalizá-la. Quando me apresentaram a proposta eu fomentei, bom, curiosamente nós temos uma Câmara de Florestas que está entrouxada numa discussão com o Marcílio, se não me engano, nós comentarmos sobre isso, criarmos uma Grupo de Trabalho numa Câmara atrofiada eu não sei se é o caminho, nós vamos discutir entre nós, nos comprometendo a trazer à plenária uma proposta para discutirmos melhor um formato adequado para qualificarmos as discussões sobre as políticas. Queria fazer também alguns comentários muito rapidamente em relação à questão do Cerrado. Nós vamos trazer nessa sequência de aumentar o patamar de informação dos Conselheiros... Você perdeu o agradecimento à sua participação, mas reitero o sua presença, vamos sentir muito a sua falta. Em relação ao Cerrado nós vamos trazer exposições sobre algumas ações que estão sendo tomadas em relação ao Cerrado. Basicamente o PP Cerrado, o projeto de cooperação técnica com a Embaixada Britânica e um grande projeto de doadores internacionais chamado FIPE, com uma perna com Cadastro Ambiental Rural, outra perna Inventário florestal, nós vamos pedir para o Paulo Guilherme e para o Hummel informarem sobre esses projetos que devem se iniciar ano que vem. Em relação ao Fundo Clima, há uma orientação da presidenta que se descarimbar o recurso, descanalizar todo esse recurso para educação. Essa é prioridade do Governo para negociação em curso, nós já estamos fazendo gestões para que haja uma compensação particularmente nos não

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reembolsáveis, que são gerenciados pelo Ministério, os reembolsáveis infelizmente o desempenho ficou muito aquém do esperado, houve num primeiro momento o esforço que nós conseguimos que baixasse os juros oferecidos por iniciativa nossa e como os gerados da economia baixaram mais ainda, estão tendo que ser abaixados de novo. Não houve... A retirada que houve na época foi por uma questão técnica, não foi uma questão política. Mas, mesmo com juros baixando mais ainda, o fundo foi relativamente pouco utilizado, isso nos preocupa muito e temos atuado com o BNDES para entender melhor as razões disso, mas esse que recursos é gerenciado pelo BNDES, é uma linha de financiamento em meio a muitas. O que nós estamos procurando fazer é se efetivamente o recurso não for para essa área, pelo menos o não reembolsável que é gerenciado pelo Ministério, não seja prejudicado. Então, esse é um outro ponto que eu queria deixar registrado. Em relação à fala da Zuleica, nós vamos colocar como proposta nossa, que o CTA faça uma exposição numa das próximas plenárias nossas, sobre a dinâmica de funcionamento dos problemas para nós podermos conversar um pouco mais sobre isso também. Eu acho que são problemas sérios, reais e é de todos que discutamos isso com mais propriedade. Com relação à exposição do Paulo da SBPC, eu achei interessante, queria só dizer que nós estamos procurando tanto do ponto de vista do projeto com as imagens, quanto do ponto de vista de algumas ações do Fundo da Amazônia, financiar ações nos outros países da região, disponibilizar recurso particularmente para Venezuela, Guianas, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador possam ter esse monitoramento. Então, o Fundo Amazônia está alocando recurso. Uma das prioridades é justamente essa. Esse trabalho tem que ser articulado melhor com o INPI e depende da qualidade das propostas apresentadas, mas muito bem vinda a sua exposição. Sobre Bocuhy, cadê ele? Já saiu. Eu só queria convidá-lo, sexta feira os Ministros do Mercosul vão estar aqui para discutir a questão ambiental, se ele estiver na cidade e quiser dar um oi, nós vamos continuar perseguindo a nossa agenda ambiental. Para concluir eu queria voltar à fala da Daniel no início sobre... Foi uma fala muito dura, que tem vários elementos que eu particularmente não concordo, particularmente em relação aos dados, mas tem um ponto da fala dele que eu acho importante nós termos em mente, ele fala da questão do esvaziamento do Conama, como eu disse, eu não acredito que se trate de esvaziamento, eu acho que se trata de uma inflexão e uma mudança de qualidade de papéis, mas tem uma questão do esvaziamento que eu acho que ele tem alguma razão e aqui eu faço, do ponto de vista do Ministério na parte que nos cabe nesse latifúndio uma autocrítica. Eu acho que nós temos espaço para aproveitar do Conama, muito mais propositivo, de formulação e de agregação que nós não estamos ocupando, e o esvaziamento do Conama depende da capacidade dos seus membros agregarem propostas, trazerem para a discussão e viabilizarem ações inovadoras. Nós vivemos num momento diferente na política ambiental do país hoje, mas que recoloca para todos aqui presentes o desafio de uma participação qualificada e construtiva. Nós do Ministério, eu acho que podemos fazer mais e vamos buscar fazer mais, Com isso eu encerro os trabalhos da parte da manhã. Dizer que na parte da tarde, nós vamos fazer uma pequena inversão de pauta para que o Dr. Tolmasquim possa fazer sua apresentação no início para contar com uma discussão que tem inclusive a ver com a fala um pouco da Débora sobre o Plano Decenal de Energia. Peço apenas para manter o formato de uma exposição e de perguntas e peço, e vou lembrar em função da discussão que eu tive com o Paulo na

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Plenária passada. Quando nós trazemos um convidado aqui, é uma oportunidade também desse convidado conhecer o Conama. Então, chamar atenção para isso porque o Dr. Tolmasquim é um play nesse processo e eu acho que temos que aproveitar a presença dele aqui de forma mais adequada e mais produtiva possível. Então, retomamos às 14h00 para o almoço. Obrigado.

(Intervalo para o almoço)

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Pessoal, sem mais delongas, nós vamos começar o nosso trabalho na parte da tarde e eu queria convidar o Dr. Maurício Tolmasquim para conduzir a sua apresentação, após a apresentação nós vamos abrir um tempo para debates. Um tempo de meia hora, peço apenas que as perguntas por ocasião dos debates sejam curtas, para nós podermos aproveitar o máximo aqui. Ele tem um compromisso tem que sair depois, e peço para que nós começar rapidamente. Obrigado.

O SR. MAURÍCIO TOLMASQUIM (Presidente da Empresa de Pesquisa Energética) – Boa tarde a todos, é uma honra poder está aqui, participar do Conama, poder apresentar o que estamos fazendo no setor enérgico em termos de planejamento. Falar em pouquinho falar um pouco sobre as questões das emissões de gases efeito estufa, como é que nós estamos vendo o que vai acontecer nos próximos 10 anos. Então, fazer uma apresentação, e é claro que vou estar aberto a dúvidas, comentários, que tenha que os senhores e as senhoras tenham. Bom, o primeiro cenário geral, em termos como é que está a emissão de gases de efeito estufa devido ao consumo e a produção de energia no mundo? Se nós formos olhar, o Brasil apesar disso de ser a sexta economia em termo do PIB, as exibições do setor energético equivale apenas a 1,2% das emissões dos setores energéticos no mundo. Para se ter uma ideia, a China que tem 24% das emissões, os Estados Unidos 19% das emissões, a China a emissões da China do setor energético chinês, representa vinte vezes a emissão do setor energético brasileiro. Porque o Brasil tem essa posição de destaque no mundo? Porque ele tem uma matriz que é diferenciada em relação aos demais países. Enquanto as renováveis no Brasil representam 44% da matriz energética brasileira. Então, olha só em termo de setor energético, enquanto o Brasil 44% da matriz energética brasileira de renováveis no mundo apenas 13% é de renováveis e se nós pegarmos os países da OCDE menos de 8% é de fonte renováveis. Então, o Brasil tem em nível de matriz energética mundial, sem dúvida alguma é um exemplo para o mundo. Se nós formos olhar em termo do setor elétrico, a situação do Brasil é ainda de maior destaque, apesar de o Brasil ser a sexta economia do mundo, seu setor elétrico é responsável apenas por 0,3% das emissões gases efeito estufa dos setores elétricos do mundo. O setor elétrico brasileiro emite cem vezes menos que o setor elétrico chinês. Então, o Brasil no que diz respeito a emissões de gás de efeito estufa, o seu setor energético está numa situação muito destacada. Eu fiz aqui um gráfico em que na abscissa tem o PIB per capita e na ordenada a emissão especifica, quanto que você

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gramas de CO2 se emite para gerar um quilowatt hora de energia. Então, nós vemos o seguinte que o Brasil dentre os países todos, só a Noruega e a Suíça que tem um coeficiente de emissão menor que o brasileiro. Sendo que países que, se nós pegamos nessa faixa de baixa, nessa faixa cor-de-rosa aí, nós ver os países com baixa emissão especifica de CO2, nós vemos que nesses países você tem países como a França que tem baixa emissão porque é toda nuclear, países como a Suíça que é metade nuclear e metades hidrelétrico, ou País como o Brasil, Canadá e Noruega que são países majoritariamente elétricos. Vocês vejam que mesmo a Dinamarca que é um País que tem 25% de óleo, que tem uma estratégia de renováveis. Ela emite, em termos de coeficiente específico emite mais de três vezes, quase 4 vezes mais do que produzir um quilowatt hora na Dinamarca você emite quase quatro vezes mais para produzir um quilowatt hora de energia no Brasil. E a Dinamarca tem uma história interessante, porque ela tem 25% de eólica, mas como é que ela consegue fazer, gerenciar, porque o País tem o maior percentual disso. Porque ela faz parte do nosso ‘pool’, ela é vizinha da Noruega. Então, de dia ela gera pouca eólica e compra hídrica na Noruega, e de noite vende eólica para Noruega. É claro como a Noruega é per capita o seu sistema é dinamarquês, norueguês compra energia muito barata e vendem energia muito cara para a Dinamarca, porque eles estão fazendo papel de per capita do sistema dinamarquês. Aqui é o sistema elétrico, se nós olharmos o sistema elétrico porque as emissões são baixas? Porque no mundo as renováveis representam menos de 20% da geração de energia elétrica mundial. No Brasil quase 90% da geração de energia elétrica vem de renováveis. A principal fonte que abastece de energia ao mundo é o carvão, 40% da energia elétrica gerada no mundo vem do carvão. No Brasil o carvão é responsável por 1% da geração de energia elétrica do Brasil. No mundo acabou de sair, estão sendo instaladas atualmente, vão ser instaladas proximamente cerca de mil térmicas a carvão que estão sendo instaladas atualmente no mundo. Como é que nós estamos o nosso papel de fazer o planejamento, como é que nós estamos vemos o crescimento do Brasil? O Brasil deve crescer em torno de 5% no período de 2016 a 2021, 4,4 no período 2011 a 2016 com um crescimento médio de 4,7% ao ano. Para fazer o planejamento a primeira ação que nós temos que adotar a fonte de energia, a melhor fonte de energia que existe é aquela energia que não é necessária produzir, é a eficiência energética. Não existe nada, porque se você consegue atender ao mesmo serviço consumindo menos energia, isso não só é inteligente do ponto de vista econômico, mas é inteligente do ponto de vista ambiental, social porque, você está prestando aquele serviço precisando de menos energia. Nós consideramos que nos próximos 10 anos, o Brasil pode economizar equivalente a 48 terawatts horas. O que significa isso? Significa que nós tiramos do plano, deixamos de colocar no plano, usinas totalizando um pouco mais de 11 mil megawatts, é como se você tivesse deixado fora do plano uma Tucuruí e uma Xingó, ou fora do plano. Pelas hipóteses de aumento de eficiência elétrica. Considerando também a questão de eficiência energética, sobretudo, melhoria de eficiências de automóveis, além de outros mecanismos isso leva a em 2021 uma economia equivalente. Aí o barril de petróleo é só uma unidade comum para medir, mas equivalente a 478 mil barris dia de petróleo, é claro que isso é só está somando várias fontes de energia, não é só petróleo. É só para ter uma ideia, o Brasil hoje, consome dois milhões de barris por dia. Se nós, nós formos olhar dentro desse total as fontes que emitimos nós estaríamos evitando entre 2011

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2020, graças a eficiência energética 174 milhões de toneladas de CO2 de emissões. O que é 174 milhões de toneladas de CO2? Cento e setenta e quatro milhões de toneladas. É tudo que o transporte rodoviário brasileiro emitiu em 2011, nós estamos supondo que as ações de eficiência energética permitem você evitar o equivalente ao que o setor rodoviário emitiu em 2011. Então, aqui é uma visão geral, uma expansão de 65 mil, quase 66 mil megawatts com diferentes fontes, a hidrelétrica ainda preponderando um aumento muito grande das outras fontes renováveis. Eu vou detalhar um pouquinho esse cenário. Em termo de elétricas, nós praticamente considerando entradas de nova térmica, só uma térmica de 700 megawatts, no período 2015 a 2021. Está entrando as térmicas que foram contratadas nos leilões anteriores, que são as térmicas que estão aqui. Dá um total 8.800 megawatts, sendo que o planejado é praticamente zero. Em termos de outras renováveis, quer dizer, renováveis sem ser as novas renováveis, eólica biomassa e TCH, nós estamos considerando vinte e dois mil megawatts, vinte e dois mil e quinhentos, sendo que desse vinte e dois e quinhentos, nova mil e cem já foram contratados e já estão em construção. E nós vamos ainda contratar nos leilões treze mil megawatts, para ter uma ideia Itaipu tem quatorze mil megawatts, então, o que tem falta contratar é mais ou menos uma Itaipu. Se formos olhar desses vinte e dois mil megawatts, quatorze, 63%, quatorze mil megawatts, ou seja, uma Itaipu é de eólica. Que é realmente a fonte que está hoje mais competitiva, e que está mais interessante, crescendo mais. Nós devemos chegar, em 2014, hoje nós temos algo como dois gigawatts instalados, 2014 nós devemos ter 7 giga instalados em termos de eólica. O Brasil ano que vem se eu não estou errado, nós hoje estamos em vigésimo lugar em termos de capacidade instalada, ano que vem o Brasil vai saltar para top ten. Estaremos entre os 10 maiores países com capacidades instaladas de eólica, em termos de incremento de capacidade no ano. Ano que o Brasil deverá está disputando o quarto lugar com a Alemanha em termos de incrementos de capacidade eólica no ano. E a principal fonte ainda é a hidrelétrica com trinta e três mil megawatts, sendo que desses trinta e três mil, vinte e um mil já foram contratados e já estão em construção e 11 mil é o ainda falta a ser licitado. Lembrando que o Brasil tem o potencial é o terceiro maior potencial hídrico do mundo depois da Rússia e da China, e só utilizou um terço desse potencial, dois terços não foram utilizados. Então, aqui são algumas das usinas que estão planejadas, eu não vou passar por elas, porque toma tempo, mas eu queria ir adiante. Nós fizemos um gráfico em que nós analisamos essas usinas projetadas, segundo o impacto ambiental, e o benefício vamos dizer, os impactos e benefícios. Então, quanto mais para a direita, ou mais para cima, menor o impacto maior o benefício, quanto mais próximo do zero menor é o benefício e maior é o impacto. Então, nós vemos que tem três regiões a região, a primeira rosa é onde você tem menor benefício e maior impacto, e a região verde é onde você tem maior benefício e menor impacto. E a amarela é a intermediara. Então, as usinas planejadas sejam na zona verde, seja na zona amarela. Aí teríamos que pegar cada uma delas, nós poderíamos depois nós podemos levantar aqui, vamos lá. A área total dos reservatórios planejados 16.456 km², isso representa algo como 0,08% da área do território nacional. Se nós formos pegar em termo de perda de vegetação nativa representa 0,06% da área da Amazônia legal e em termos de área alagada por potência significa 0,15 km² por megawatts. Hoje a média das hidrelétricas no Brasil é para cada megawatts ter um reservatório 0,49. Então, é bem menor do que a média, e

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sessenta e duas mil pessoas impactadas. Bom, vou falar um pouquinho das hidrelétricas, porque esse é o tema que geralmente gera mais debate, e eu acho que é importante nós aprofundarmos e discutirmos. Nós temos dois modelos de hidrelétrica, temos os modelos das hidrelétricas para as áreas de antropizárias e para as áreas não antropizadas. Para as áreas antropizadas o melhor exemplo são as usinas de Jirau, Santo Antonio e Belo Monte que eu vou falar um pouquinho. Então eu vou pegar as usinas do Rio Madeira. O projeto original da usina do Rio Madeira, era um projeto de uma usina única. Não existia Jirau e Santo Antonio era uma usina única e a área do reservatório é esta área azul clara na figura, que é a área do reservatório. Como este reservatório era relativamente um reservatório maior, se resolveu não fazer uma usina única, e fazer sim duas usinas. Para minimizar o impacto reservatório. É claro do ponto de vista ambiental, essa solução é melhor, do ponto de vista é muito energético essa solução é muito pior. Porque que é muito pior? Porque em uma hidrelétrica Uma é uma fonte intermitente, na forma eólica, da mesma forma que é a solar. A única diferença da hidrelétrica é que a hidrelétrica ela pode estocar água, e o estoque de água a poupança de água da hidrelétrica é, aquele reservatório é a poupança de água da hidrelétrica. No Brasil estocava água nos seus reservatórios para vários anos. Então, nós poderíamos passar 4 anos sem períodos secos que o operador do sistema nem piscava. Hoje nós temos uma situação que a cada ano os reservatórios dependem de um período único para que a chuva chegue, porque se não você tem o problema de risco de racionamento e para isso a solução encontrada foi assinar mais termoelétrica, e eu vou chegar lá. Mas, vamos voltar à questão da Jirau de madeira. Então, Santo Antônio e Jirau ficaram para cada megawatts gerado como uma área alagada de 0,09 em Santo Antonio, 0,08 em Jirau, já considerando a calha do rio. Quer dizer, se você considerar o que extrapola a calha do rio, esse valor é muito menor, lembrando que a média brasileira é 0,49. Se vocês pegarem Belo Monte é menor ainda, é 0,05, quer dizer, dá mais ou menos 10 vezes a menos do que a média brasileira. Então, isso que estou falando, aqui é a evolução da regularização, o que é isso aqui? É a energia armazenada sobre a carga do sistema. Então, o que nós temos de energia armazenada está caindo, e, portanto, para atender a carga. Qual é a solução, 2008 nós levamos um susto, porque nós levamos um susto? Porque o período úmido demorou a chegar, e todo mundo ficamos realmente ali preocupados. E a partir de 2008, falou: não podemos ficar mais nessa situação, temos que ter consciência que estamos em um País que não tem mais reservatórios suficientes. Portanto, temos que operar as hidrelétricas de maneira eficiente, estipulou, portanto, nível meta nos reservatórios. Falamos: não vamos deixar os reservatórios esvaziarem abaixo de certo nível, e esperar que a chuva venha, nós vamos fixar, passou de um tem certo nível, fixar um nível que pode está a cada mês, se passou daquele nível nós acionamos as térmicas antecipadamente para evitar que o reservatório baixe. Então, existe um ‘tremdof’, menos reservatório, significa menos impacto local, mas significa mais custos e mais poluição é claro porque você tem que operar aquelas térmicas para não deixar que os reservatórios abaixem e deixe o País em risco. Aqui é a cidade que foi construída Nova Mutum Paraná para o pessoal de Jirau, então, ali é o posto policial, posto de saúde, o centro comercial de moradia. E aqui é como que eram as moradias antes e as moradias depois das pessoas que foram deslocadas. Aqui é escola, que tinha antes, e agora a escola atual da nova cidade. Aqui era a vila principal. E a nova vila. Aí é e

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interessante o seguinte: em Santo Antônio resolveu-se usar para evitar o impacto da migração das pessoas, resolveu-se capacitar as pessoas da localidade. Então, isso daí é uma cena eu tive lá, na época com o Presidente Lula, eu me lembro, eu vi a emoção que ele teve na hora em que ele viu cada um contando a sua história. E as pessoas que não tinham a mínima perspectiva que agora estavam guiando tratores, tendo profissão, ou seja, 70% dos trabalhadores são pessoas da região, que foram capacitadas para trabalhar na obra e ganharam uma profissão. Outro caso interessante é a usina de Belo Monte. O projeto de Belo Monte é um projeto muito antigo, é um projeto que vem dos anos oitenta, esse era o inventário original do Xingu, onde você tinha essas usinas com esses grandes reservatórios. É claro que isso foi feito numa época em que tinha o meio ambiente não tinha tanta importância, e isso é incompatível com a questão preservação ambiental, e, portanto, foi feito um novo inventário reduzindo drasticamente os reservatórios. Então, Cararau virou a área amarela, e virou a área verde Belo Monte. Araraquara virou Altamira, Ipixiúma virou Pombal, e Caiapó virou São Félix. Porém, dado que mesmo assim essas usinas, o montante de Belo Monte ainda trazia algum um impacto, o Conselho Nacional de política energética por uma Resolução que é assinada pelo Presidente da República resolveu que não fará nenhuma outra usina a montante do Xingu, além de Belo Monte. As usinas a montante do Xingu é claro que elas são uma maneira de regularizar a Belo Monte. E o que é regularizar a Belo Monte? É a caixa d'água permite você de certa forma que Belo Monte tivesse água durante o ano todo. Além disso, o próprio Belo Monte, ela mesmo com a redução de, quando foi feito Belo Monte, mesmo com a redução do reservatório, ela ainda atingia três áreas indígenas, são áreas verdes aí no mapa. E tinha uma área de reservatório de 1.225 km², para não atingir essas áreas indígenas o projeto foi refeito. E foi bolado um canal que evita que essa área chamada volta grande Xingu, onde tem as comunidades indígenas sejam afetadas. Esse canal é uma obra gigantesca, que justamente foi feita com esse objetivo. Essas são as comunidades que iriam ser afetadas se a usina fosse projeto, aquele projeto pegando a volta do Xingu, seria a arara do volta grande que tem 107 índios, Paquisandra que tem 81 índios e Juruna do km 17 tem 37 índios. Então, foi feito um esforço por causa desses duzentos e vinte e cinco cidadãos brasileiros. Esse projeto desse canal, a estimativa que tinha 6 bilhões de reais, para justamente evitar que essas três comunidades, esses duzentos e vinte e cinco brasileiros, fossem afetadas de alguma forma. Então, é uma preocupação muito grande, e eu acho que é justa, porque são minorias e tem que serem respeitadas. O que às vezes é injusta quando de fora falam que não está se preocupando com essas comunidades. Não muito pelo contrário, é um valor expressivo de recursos que eu não sei se outro cidadão brasileiro, tem gente que as vezes, passa um viaduto na frente da casa, tiram uma pessoa, e não, passam túnel, e quisera que todos tivessem essa mesma situação que é justa. Então, Belo Monte atenderá a 18 milhões de residências, são sessenta bilhões de pessoas ou o correspondente a todo o consumo residencial de eletricidade na Argentina que são aproximadamente trinta e quatro milhões de megawatts horas ano. Esse é o que ela pode do benefício. Questões muito colocadas foram feito todo esse esforço para não atingir aquela comunidade na volta grande do Xingu, agora mesmo assim se tomou outro cuidado não podia alagar, mas também não se devia tirar água daquelas populações que é vital para elas. Então, foi acertado o seguinte: no período de vazão mínima registrada nos oitenta últimos

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anos na volta grande do Xingu é de quatrocentos metros por segundo, esse é o valor mínimo dos últimos oitenta anos. Então, ficou acertado que no período de seca não poderia passar menos de setecentos metros cúbicos pelo segundo, ou seja, no período seco vai passar a partir de agora, quase o dobro que passava normalmente em situação natural no período seco. E no período úmido, vão 4 mil metros cúbicos por segundo, sendo que se tiver um período que tenha dois anos não pode, não pode ter quatro mil metros cúbicos por segundos. Se tiver um ano com quatro mil cúbicos por segundo, no outro tem que ter oito mil metros cúbicos por segundos, justamente para a questão de o eco sistema ser preservado das margens. Então, a energia de Belo Monte, gerada por Belo Monte. Belo Monte gerou o que, uma usina a fio d’água. O que é uma usina a fio d’água? É uma usina que gera o que passa ela não acumula água. Como ela é uma usina que gera o que passa pelas turbinas, e a fluência varia muito durante o ano. Então, tem período que vai passar só mil megawatts, tem outros períodos que vai gerar onze mil megawatts. Em média, está gerando quatro mil e quinhentos e setenta e um megawatts médios. É claro que se você for olhar do ponto de vista puro da engenharia, essa seria uma usina eficiente? Não, não é uma usina eficiente, é claro, uma usina, mas do ponto de vista de conciliar os interesses econômicos com os ambientais, talvez seja, por quê? Porque não essa maximizar geração de energia que importa, você tem outros critérios que são também importantes. Então, não se construir usinas a montante reduzem a energia gerada em Belo Monte, reduzir o reservatório para ela vetar a volta grande de Xingu reduz a energia de Belo Monte. Permitir que houvesse uma vazão mínima para atender as comunidades indígenas, reduz a energia gerada por Belo Monte, mas isso é justo? É Justo. É justo porque é uma conciliação entre o que o País precisa e o respeito às comunidades local. Agora, não é justo é aquela ineficiente, ela é ineficiente por quê? Se você olhar sobre esse ponto de vista estrito da engenharia, se você olhar sobre o ponto de vista da ambiental, social, ela talvez não seja tão ineficiente. Mas a perda de energia seja justificada, porque a micro maximização da energia gerada por ela teria um impacto que não seria razoável de submeter às populações locais a este impacto. Porque eu falo de áreas antropizadas? Essa é uma foto da área de Belo Monte, 60% da área de Belo Monte serão ocupadas, a foto é essa, são pastagens próximas. Então, aqui são fotos típicas da região de Belo Monte. E aqui são as condições sócias ambientais das populações que vão ser removidas. Então, aqui tem cinco mil famílias que vivem nessas palafitas que são alagadas durante o período do ano. Aqui mais uma foto dessas comunidades. E elas vão optar se elas são indenizadas em dinheiro ou se elas passarão a morar nessas novas residências de alvenaria, com esgoto e água tratada, porque isso não vai ser só para elas, vai ser para a cidade inteira. Essa é a escola de Vitória do Xingu, a sala de aula atual, e ali a nova escola. Bom, vamos supor que não construíssemos Belo Monte. Nós precisaríamos de alguma outra fonte firme. Eu podia apelar aqui e falar em térmica carvão, eu não vou falar, vamos supor que fossem térmicas a gás. Nós para gerarmos a mesma energia que Belo Monte vai gerar, nós precisaríamos de 19 usinas termoelétricas de 500 megawatts a gás que emitiriam dezenove milhões de toneladas de CO2. Dezenove milhões de toneladas de CO2, para se ter uma ideia é mais do que o setor elétrico inteiro emitiu em 2007. Significaria que apenas não tendo Belo Monte, nós dobraríamos a emissão no setor elétrico brasileiro por não ter. Eu não estou falando da térmica a carvão, porque uma térmica a carvão

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emite duas vezes mais, que uma térmica a gás. Se nós fôssemos colocar térmica a carvão, esse valor seria duas vezes maior, é claro que nós, a ideia não teria muito sentido fazer térmica a carvão. Mas, isso é para as áreas antropizadas. E para as áreas não antropizadas? Para as áreas não antropizadas o desafio é diferente, se para as áreas antropizadas a hidrelétrica deve ser um vetor de desenvolvimento regional sustentável, ela tem que levar, a usina tem que ajudar a preservar o meio ambiente, tem que ajudar a aumentar a renda de população local, e reduzir as desigualdades que existem. Nas áreas não antropizadas o desafio é não deixar que o homem chegue, é não deixar ou minimizar este impacto humano, é tentar deixar a natureza, é o mais incólume possível. Então, tem o caso das usinas plataformas, que nós estamos discutindo, ainda está sendo desenvolvido o conceito, porque e a ideia é como conceber uma usina que ao contrário das usinas de Jirau, Santo Antonio, Belo Monte, que a ideia era desenvolver uma região é você evitar que as pessoas sejam atraídas para aquela região. Então, estamos discutindo como fazer isso, como ter o mínimo de operários, como depois de desmantelar o acampamento e reflorestar, como impedir que famílias pessoas vão para aquela região. Então, é uma discussão que ainda está em andamento. Bom se nós vamos olhar esse planejamento. Então, nós temos o seguinte. O Brasil hoje em termos de capacidades instaladas, não geração, capacidade instalada, 84% é renovável, nós em 2021 continuaríamos com 84% renovável. Mas com uma mudança importante, a hidrelétrica, apesar de termos absolutos ser a mais expressiva, ela em termos relativos perde participação. Então, a hidrelétrica que hoje representa 72% da capacidade, em 2021 vai enfrentar 64%, e porque nós conseguimos manter a percentagem de renováveis? Porque a eólica que hoje é 1% pula para 9% da participação da matriz em 2021. Então, você tem uma redução da hidrelétrica, tem uma manutenção da biomassa, da PCH e tem o aumento expressivo da energia eólica. Vamos olhar agora finalmente a questão de emissões de gases do efeito estufa, como é o cenário em termos de emissões de gás de efeito estufa? Primeiro uma comparação, para cada quilowatt hora gerado no mundo, em média se emite quinhentos gramas de CO2. Para gerar um quilowatt hora em média no mundo se emite quinhentos gramas de CO2. Para gerar o mesmo quilowatt hora no Brasil se emite em média 64 gramas de CO2. Então, a meta colocada em Copenhague do setor energético, era de nós atingirmos, nós teríamos se nada fosse feito, nós atingiríamos em 2020 uma emissão de 868 milhões de toneladas de CO2 no setor energético. A meta de emissão tinha dois limites, um inferior a de 634 e o superior de 680. O que nós vamos atingir em 2020 é seiscentos e, se for nesse cenário que nós estamos planejando é 622 de milhões de toneladas de CO2 que dá um pouco abaixo do limite inferior que nós estipulamos em Copenhague. E que tem a lei e tem o decreto. Então nós estaremos um pouquinho abaixo da meta inferior como estipulado. Há uma pequena modificação dos componentes, eu não vou entrar em detalhes, porque eu queria dar um espaço para as discussões. Eu acho que aqui é interessante, se nós olharmos então, em 2021, os dois últimos indicadores o que é a intensidade em carbono do uso da energia? Intensidade de carbono diz o seguinte: para produzir uma tonelada equivalente de petróleo, quantos quilogramas de CO2 você emite? Então, a nossa meta era que nós mantivéssemos o mesmo número de 2005. Então, nós estamos vendo o seguinte: que nós estamos até baixando, para produzir uma tonelada equivalente, nós vamos emitir menos CO2. E o outro indicador interessante é a

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intensidade de carbono da economia, porque para produzir um dólar de PIB, quanto é que você emite pelo consumo e produção de energia como um todo? Não só energia elétrica é energia como um todo. E nós estamos conseguindo apesar disso de o Brasil ter uma intensidade baixa de carbono no seu setor energético, nós vamos conseguir ainda abaixar até 2021. Que dizer, hoje nós temos para cada real, para cada mil reais nós emitimos cento e dez quilogramas de CO2. Nós vamos baixar para 106 quilogramas de CO2 o que permite, quer dizer, o Brasil vai crescer mantendo essa sua característica de ter uma economia abaixa intensidades de Carbono. Eu acho que é isso. Então, eu queria agradecer e colocar a disposição para perguntas e comentários.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom, eu queria agradecer a exposição do Dr. Tolmasquim e abrir para o debate, peço só que as perguntas sejam feitas no microfone de forma objetiva, precisa e rápida, para darmos tempo de mais pessoas fazerem as perguntas. Pergunta pessoal. E rápidas. Vamos lá. Ele vai responder de três em três.

O SR. FRANCISCO SOARES (FURPA) – Eu ouvi atentamente e quero aqui ficar que nós ambientalistas não somos inimigos do desenvolvimento e nem tampouco da produção de energia através de hidrelétrica. O que nós questionamos sempre é determinadas hidrelétricas que geram muitos impactos socioambientais e deixam para os diversos setores impactos que nunca serão corrigidos. Por exemplo, nós temos hidrelétricas que se foram construídos e nunca fizeram as eclusas, nós temos projetado para o Piauí eram cinco hidrelétricas, uma de Ribeiro Gonçalves, uma de Uruçuí que já foi considerada antieconômica de Uruçuí, mas ficaram três aí, a de Floriano, a de Amarante de Palmerais que já foram levadas a leilões da ANEEL em Recife duas vezes e ninguém se interessou em arrematar. Veja por que. Uma delas produz 56 megawatts, uma 58, e outra 64, juntando as três hidrelétricas não produziram 180 megawatts. Inundarão áreas de agricultura familiar, áreas de quilombolas, áreas que jamais serão recuperadas com o tempo. Então, é o que eu digo o que eu peço até ao setor elétrico hoje, na minha fala de tribuna livro, que sejam revista, as três hidrelétricas projetadas para o rio Parnaíba porque pelo lado sócio ambiental, elas gerarão muito mais impacto do que benefícios sociais. Tenho certeza que o setor elétrico não vai querer interesse em manter proposta de hidrelétrica que não vai aparecer nenhum investidor interessado em arrematar. Essas três do Piauí são três exemplos de hidrelétricas que deve ser revista, porque não trarão nenhum benefício para a produção de energia e nem tampouco para a social e econômica. Por isso que eu falo ao Dr. Maurício que veja, reveja porque nós não somos inimigos da rede elétrica. Porque eu acho que as alternativas de energia, é óbvio que a energia solar e devemos crescer muito porque nós temos um potencial muito grande lá na pedra do sol em Parnaíba para superar, compensar essas três hidrelétricas que poderão ser construídas. Então, deixamos a nossa observação e dizer que realmente as hidrelétricas, elas geram energia com menos impacto, mas por outro lado tem que ser projetada. Porque nós temos uma hidrelétrica a exemplo do que não deve ser feita a 54 anos de Barra de Boa Esperança que até hoje não foram construídas (...). E essas três que estão projetadas, nem teriam

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eclusas, e nem tampouco a escada dos peixes para reproduzir no período da reprodução das piracemas. Por isso é que nós pedimos que seja revista com carinho, e evite um problema maior, porque tem muitas pessoas que ficarão, os quilombolas ficarão sem habitação, sem assentamentos humanos para a produção. Então, muito obrigado.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Próximo.

O SR. SAINT CLAIR HONORATO SANTOS (Ministérios Públicos Estaduais) – Saint Clair Ministério Público dos Estados. Boa tarde a todos. Boa tarde a mesa.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Repita sua identificação para ele porque não deu para ouvir.

O SR. SAINT CLAIR HONORATO SANTOS (Ministérios Públicos Estaduais) – Boa tarde meu nome é Saint Clair represento o Ministério Público dos Estados, boa tarde a todos. Sempre o (...) vem aqui no Conama, eu porque fui o percussor dessa discussão no Brasil. Não sei se isso é uma honra ou é um demérito, dentro do Ministério Público, sempre as demandas que recebemos não é relação ao futuro, o futuro nós almejamos o melhor de todos para todos e para nós. Mas, nós temos sempre a referência do passivo, eu já requeri no Conama várias vezes a questão aqui do passivo, gostaria que esse requerimento hoje se transformasse em algo por escrito, porque já falei isso aqui outras vezes e talvez por ter falado e não ter escrito, nós não levamos essa condição disso, até onde deveríamos ter levado. Meu questionamento é em relação ao passivo ambiental das indústrias instaladas, eu falo de Balbina, por exemplo, que tem lá um paliteiro magnífico e tem uma população que foi atingida e que está lá esquecida ao lado do problema e como problema. Temos Samuel que é outro paliteiro muito bonito lá também para ser visitado, um ponto turístico também para que os senhores conheçam, uma usina que se chama popularmente de vaga-lume ele funciona um período, acaba a água, ela é desativada e depois tem volta com a ocorrência das chuvas gosto. Então, eu queria saber o que representa esse passivo ambiental e social para a nação, em termos financeiros, porque nós queremos que essas empresas paguem e faça o ressarcimento adequado a Nação Brasileira dessa situação. São pequenos dois exemplos, eu estou pedindo do Brasil inteiro. Vamos olhar para Minas Gerais, as PCH estão entrando lá, Santa Catarina a mesma situação. Fiz este mesmo relato aqui a respeito de cem PCHs no Estado do Paraná, as respostas que recebi por escrito, tanto do Conselho de recursos hídricos, se não estou enganado, é que isso era um problema do Estado do Paraná, um problema local, a especialidade não tem problema. Só que todos os rios de lá estão barrados, todas as hidrelétricas apresentam problemas, todas as hidrelétricas do Paraná tem passivo ambiental. E parece que nós estamos falando sempre de um lindo futuro que nos espera, que as coisas estão muito bem. E que nós temos que ter calma, tranquilidade, que nós temos que endereçar aqui o melhor dentro

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do Conama, para essas situações. Mas infelizmente, o Ministério Público não consegue calar sobre o passado. Então, gostaria que o Conama fizesse isso solicitasse ao Ibama ou a quem de direito, para que nos apresente o passivo de todas as hidrelétricas do Brasil para que nós possamos resgatar isso para a sociedade brasileira porque os problemas estão lá e ainda não foram resolvidos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Zuleica.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Boa tarde. O meu nome é Zuleica Nycz, eu represento a AMAR, Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária, Região Sul do Brasil. A nossa preocupação é que o senhor não mostrou nas suas projeções de emissão de gases de efeito estufa o projetasso que vem aí do Waste to Energy. O Waste to Energy É a incineração de resíduos sólidos urbanos. Então, é uma grande moda que vai está sendo importada da Europa do Japão, porque as tecnologias obsoletas precisam ser vendidas para alguém. Então, nós já sabemos mais ou menos para onde que vem. Não preciso falar o nome do País. A pressão é grande nós descobrimos, inclusive. Bom, antes de mais nada, eu quero informar que porque que eu estou falando Waste to Energy. Porque são fontes de energia à base de lixo, mas não é resíduo inerte ou resíduo classe dois, porque qualquer resíduo inerte ou classe dois se queimado se transformará num resíduo perigoso. Os órgãos ambientais não têm estrutura para fiscalizar nem mesmo o que já existe que já foram licenciados, os senhores imagine incineradores, o custo de uma amostragem de oxinas e furanos emissão é simplesmente proibitivo para um órgão ambiental, e o órgão ambiental ainda não descobriu que deveria cobrar isso do empreendedor. Então, os que nós temos no Brasil são as sementeiras, por exemplo, queimando resíduos perigosos gerando energia que não estão na base legislar computados. Estão gerando CO2, essas coisas todas, e o órgão ambiental não consegue fiscalizar porque não tem recursos e não descobriu ainda o mecanismo que faça com que o empreendedor pague de forma autônoma esses, isso é um detalhe da questão do Waste to Energy. O problema agora é que isso vai ser, vão inundar o Brasil, vão pressionar todas as prefeituras do Brasil para que queime os seus resíduos mesmo que a Política Nacional de Resíduos Sólidos não diga isso. Porque eu afirmo isso? Porque eu recebi um documento do BNDS fazendo a maior propaganda do Waste to Energy, querem financiar adoidado incineradores em tudo o que é lugar e vão dar preferência para cidades com mais de quinhentos mil habitantes. Quer dizer, quanto mais gente é eu não sei se é um genocídio que nós podemos chamar, ou é um projeto em desenvolvimento, estou um pouco na dúvida ainda. Agora, eu acho que Sr. Tomasquim quando o senhor falou que o Brasil tem uma matriz maravilhosa em relação à China, o senhor não pode esquecer que onde tem emissão no Brasil tem comunidades afetadas, e para essas comunidades um relatório desses para ONU não serve para nada. Porque uma comunidade afetada por um termo elétrica a carvão, para ela pouco interessa se o Brasil tem menos emissões do que a China. Então, são duas perguntas: porque o Brasil não está de um lado uma parte do Governo defendendo a incineração para produzir energia, e quando todos nós sabemos que isso vai aumentar a matriz do

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País? Sem contar, o mais importante para mim são os danos da saúde, os danos da biodiversidade, isso para mim o mais importante. Mas, me pergunto como é que fica esse relatório, e é isso, eu acho que por enquanto o Sr. poderia explicar do WTE que é o mais importante. Se isso é uma política do Ministério de Minas e Energia, como é que o senhor explica isso, considerando que a política nacional de resíduos sólidos ela estabelece que a incineração é a última alternativa e já estão bombando financiamentos públicos para isso. Obrigada.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Vamos separar essas três primeiras e depois as outras três.

O SR. MAURÍCIO TOLMASQUIM (Presidente da Empresa de Pesquisa Energética) – Francisco você falou eu acho que duas coisas uma questão das reclusas. Olha as reclusas não são responsabilidade do Ministério de Minas e Energia a construir eclusas, está ligada à questão dos transportes. O que nós fazemos? Todos os projetos de habilidade atualmente nós prevemos o espaço para eclusa, se for necessário ser constituído. O que nós não podemos deixar é o que consumidor de energia elétrica pague pela eclusa, quem tem que pagar pela eclusa é o orçamento da União, na hora porque é uma obra ou quem for usar eclusa. Mas, normalmente é o orçamento da União, se for passar para a conta do consumidor de energia elétrica a questão do transporte, você acaba onerando indevidamente o consumidor que não necessariamente vai usar aquilo. Então, nós prevemos, nós somos no setor elétrico totalmente favorável as eclusas, achamos que é um ganho para o país, está previsto e estamos dispostos a colaborar com o setor de transportes sempre que ele queira vir a construir. Só não podemos fazer que no leilão, o consumidor as energias elétricas paguem por isso. O Sr. Saint Clair do Ministério Público, a questão do passível ambiental, eu acho que foi mais voltado talvez aqui, eu não tenho desconhecimento, eu desconheço essa questão de passivo ambiental de alguma usina, mas talvez seja uma questão mais relacionada aqui pelo o que foi narrado alguma demanda que foi feita ao Conama ou ao Ibama, eu não sei. Então, eu não vou me meter aqui na resposta porque não sei o que exatamente o que vocês informaram, eu não tenho ciência de um passivo que tenha sido adotado, que exista. Quanto a essa questão da incineração de resíduos sólidos, não existe no nosso planejamento nós não indicamos essa via, nós não estamos considerando ela. Eu acho que se tem alguma iniciativa ela é marginal, porque eu pelo menos desconheço, pode ser que o BNDES tenha um algum financiamento, mas não me parece ser uma coisa grande, pelo menos eu desconheço, nós certamente não consideramos no planejamento essa alternativa.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Débora.

A SRª. DÉBORA CALHEIROS (Rede Pantanal ONGs e Movimentos Sociais) – Boa tarde a todos. Eu sou Débora Calheiros, estou aqui representando a Rede Pantanal

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ONGs e Movimentos Sociais, que congrega ONGs da Bolívia, Paraguai, Brasil na Bacia do Alto Paraguai. O senhor Colocou, Sr. Tolmasquim, que o justo é a geração de energia com respeito as comunidades locais. Então, eu queria colocar a questão da problemática da bacia do Alto Paraguai cujos próprios dados da EPE dizem que 70% do potencial hidrelétrico da bacia já estão instalados, e que isso é um nível alto de aproveitamento hidrelétrico de uma bacia hidrográfica comparados com o aproveitamento com a bacia do Paraná. Então, a bacia do Paraguai é muito menor, com muito mais comunidades atuando, dependendo a pesca. Tem cidades como Kochi, Cáceres etc., a própria Corumbá que dependem da pesca e do turismo de pesca e uma barragem seja ela fio d’água, ou não, seja ou uma PCH ou uma usina hidrelétrica, ela impede a migração dos peixes que dela dependem milhares de pessoas. Então, eu queria que o senhor... E recentemente entrou a EPE entrou na justiça uma liminar caçando a decisão judicial de suspensão do licenciamento das hidrelétricas e PCHs da região, que é extremamente justa, foi uma discussão extremamente forte da sociedade local, dos pesquisadores locais, com o apoio do Ministério Público Federal, e o apoio também da justiça federal. Então, para que ter mais, hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai sendo a maioria delas PCHs, que fornecem pouca energia no âmbito geral e 70% já está instalado. O potencial já está instalado em operação. E a outra pergunta é como fazer uma devida regularização para o Ibama também para o Ministério do Meio Ambiente, uma devida regularização da proliferação de PCHs no Brasil que tem pouquíssima regularização, planejamento mínimo de atingidos por essas regiões, por esses empreendimentos. Na região do Jauru, por exemplo, são cinco PCHs e uma grande usina, e a populações ribeirinhas e os pescadores profissionais estão completamente desassistidos. Então, o passivo ambiental e social das hidrelétricas não se resume a apenas a área de inundação do reservatório, e sim a perda de qualidade de vida geração de renda, e emprego dessas pessoas. Obrigado.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Miguel.

O SR. MIGUEL SCARCELLO (Representante região Norte SOS Amazônia) – Boa tarde Sr. Maurício. Sou Miguel Scarcello, sou representante da região Norte pela entidade SOS Amazônia. A respeito das usinas creio que seja o mesmo sistema de Belo Monte e Samuel, e Jirau e Santo Antônio, eu quero dizer. Eu queria a informação, qual essa o nível da água do rio a montante das usinas, na época que não tem chuva?

O SR. MAURÍCIO TOLMASQUIM (Presidente da Empresa de Pesquisa Energética) – Qual usina de onde?

O SR. MIGUEL SCARCELLO (Representante região Norte SOS Amazônia) – Das três. É o mesmo sistema? Qual o nível da água na época que não tem chuva? Como essa que ela vai ficar como é que ela funciona? Que nós sabemos que o Madeira quando não está chovendo, as balsas que atravessam para o Acre na BR364 se

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arrastam. Então, eu queria entender como é que vai funcionar, gerar energia mesmo que seja menos numa situação como essa? Outra coisa, quanto a Belo Monte, quando é que ela vai se pagar a geração de energia, a venda dessa geração de energia vai pagar o investimento que estamos fazendo para que ela seja construída? E terceiro, qual essa é a programação de investimento para a construção de grandes usinas hidrelétricas desse porte que está sendo feito em Belo Monte no País, principalmente na Amazônia, em que Estados, em que rios, em que bacias hidrográficas isso vai acontecer?

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Paulo.

O SR. PAULO – Boa tarde, Dr. Tolmasquim. Eu tinha algumas perguntas a serem feitas aqui, uma delas, se refere ao que o Sr. falou sobre a eficiência energética, eu creio que mesmo assim o Brasil ainda ele tem uma economia e uma forma modo de vida ainda do meu ponto de vista energívoro e perdulário, caso dos chuveiros elétricos, caso shopping Center, que é um de lojas que ficam com uma série de equipamentos ligados o dia inteiro, e nós vemos que falta uma política no sentido de que a maior eficiência energética, e menor perda. E colocaria outra questão, em relação às áreas prioritárias para a conservação das biodiversidades, ou seja, áreas que as bacias devem ser consideradas, eu não sei se nos estudos da IPEA, foi levado em consideração, inclusive trabalhos já feitos lá pelo Rio Grande do Sul, pela FEPAN e ICEMA Fundação Estadual de proteção ambiental a Drª. Dolores Pimenta que é uma das coordenadoras da avaliação ambiental integrada do rio Taquari Antas, o Dr. Fernando Becker era o colega lá na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Dr. Rafael Cruz também da UNIPAMPA, que vem trazendo a necessidade de áreas de desbarramento. Então, nós estamos aqui questionando no sentido de que, hoje nós temos cerca de dois terços, quase 70% das hidrelétricas construídas em áreas prioritárias para conservação da biodiversidade. E aí essa operação é que significa o seguinte: os rios, eles resguardam as APPs não são simplesmente 0,0 tantos por cento de florestas. Porque nós temos os ecossistemas, como os ecossistemas lóticos e que uma transformação de ecossistema lótico e lêntico, você altera totalmente os processos ecológicos. Isso vai contra a Constituição, isso cria uma série de extinções de peixes de piracemas e etc. Então, nós estamos diante de uma, não é perda simplesmente de floresta e aí tem a questão dos ribeirinhos também, que eles não podem ser considerados como 0,0% da população brasileira. Porque eles são muito importantes, fazem parte da população brasileira eles têm que ser considerados, a sua cultura e eles só vive nessas condições. Então isso tudo nós gostaríamos que ficassem nos estudos da IPEA, consulta a FEPAN, enfim. Ao um trabalho belíssimo que foi feito, e que consagrou que um terço das hidrelétricas da bacia do rio Taquari Antas, elas não podem ser construídas pela capacidade de suporte. Então, a capacidade de suporte do rio, aqui foi a Débora falou também, um percentual em que a área já está ocupada. Então, nós queremos que seja considerado sim, um percentual da capacidade de suporte desses cursos de água, que acima dele, nós vamos ter um impacto muito grande que não é viável do ponto de vista socioambiental. Obrigado.

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A SRª. SILVANA CARTAXO (BIOESTE) – Boa tarde, boa tarde, Dr. Maurício. É Geovana Cartaxo do Bioeste e representante das ONGs ambientalistas do nordeste, eu sou do Ceará e vi aí com grande alegria o aumento das eólicas como fonte de energia renovável nos próximos anos. O Ceará é um dos maiores potenciais eólico do País. No entanto, uma preocupação que há um conflito infelizmente, um paradoxo das ONGs ambientalistas lá no Ceará e das comunidades pesqueiras com as eólicas. Saber se o senhor tem conhecimento disso, se tem alguma ação de prevenção desses conflitos, uma das coisas que eu observei, lamentando esses conflitos constantes, inclusive, que encarece o licenciamento, retarda o licenciamento aquela Resolução do Conama em que dispensa aí a rima nem é cumprida no Ceará, todas têm é a rima, porque é ha conflito aberto. E uma das coisas aqui, as eólicas elas fecham ao contrário da Europa, por exemplo, que eu vi eólica com plantação, embaixo, com criação de gado lá no Ceará. Elas fecham as dunas, elas fecham as áreas de acesso à praia dos pescadores e isso é realmente é um convite desnecessário, eu não sei se vocês têm alguma medida, algum conhecimento desse problema, para realmente diminuir, e tornar mais rápida essa expansão da energia eólica. Outra pergunta, também conversando com alguns pequenos empresários que fazem aqueles aerogeradores de condomínio e tal eles reclamam muito do alto custo ainda do equipamento e altos impostos, se há previsão realmente de incentivo real a esses aerogeradores. Obrigado.

O SR. PAULO ROBERTO MARTINI (Comunidade Científica) – Em 78. Paulo Roberto Martini, substituto do Conselheiro do SBPC. Meus cabelos brancos aqui em 78 fecharam as adufas de Itaipu e certamente você era um rapaz que está começando a estudar, talvez. Então, naquela época havia um problema, mais do que de repente, quer dizer, é tão importante quanto o ambiental, que era a questão das Sete Quedas de Guaíra, as adufas iam fechar e como estão até hoje, 220 km acima da barragem, as águas subiram 18 metros e encobriram a... Tanto que nós usamos muito uma imagem que nós fizemos para o consórcio na época, antes do fechamento das adufas, para que o consórcio tivesse o registro das quedas para poder mostrar para os visitantes lá, no... Disse: olha, antes da, é um dos serviços muito honesto, da parte do consórcio e tal, de qualquer maneira havia opções na época, que eu me lembro para conservar esse patrimônio universal, que ainda está lá, só que está de baixo d'água, uma hora dessas a água vai varrer aí. E as Sete Quedas vão aparecer, eu certamente não vou está aqui, mas de qualquer maneira a decisão para fazer esse tipo de engenharia, ela passou por um conjunto enorme de pessoas que eram contra aquilo. E até hoje nós estamos para descobrir onde é que está o eixo da decisão desse tipo de situação, isso é uma coisa talvez que você possa nos ajudar. Onde que está o eixo da decisão da construção dessas barragens a despeito de todos esses problemas que nós discutimos aqui. Em algum buraco negro na história, onde a coisa é decidida e nós estamos aí atrás tentando buscar alguma alternativa, isso é uma coisa que pode nos ajudar, com certeza. Outra coisa é um comentário também, nós sabemos que as águas da Amazônia têm altíssima culpa dos gases de efeito estufa. Quando nós pegamos, isso é feito por medidas de torres acima do dossel, parece mais ou menos o seguinte: só na

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várzea quando a várzea se enche de água que se eutrofiza aquele conjunto de biomassa que está ali, são lançadas na atmosfera 100 giga de toneladas de carbono. Hoje de manha eu falei em escala aqui, nós falamos em hectare é melhor falar em campo de futebol. Então, em giga com unidade de carbono é melhor falar em elefante, são 6 milhões de elefantes por ano que as águas das várzeas do rio Amazonas joga na atmosfera. E hoje esse carbono está parecendo nos modelos, os modelos estavam incompletos, inconscientes, e assim por diante. Se tu tens uma ideia em relação a essas várzeas amazônicas, em relação a elefantes quantos elefantes essas represas nossa estão produzindo aí?

O SR. MAURÍCIO TOLMASQUIM (Presidente da Empresa de Pesquisa Energética) – A primeira foi a Tâmara que eu respondi. Eu acho que é a Débora que foi a primeira. A questão das PCHs. Débora, Pantanal não é? Mas tem a ver com a questão do PCH. Olha que questão interessante Débora, tem um conjunto ambientalista, que é contra a grande hidrelétrica, mas é a favor da pequena central hidrelétrica. Então, por exemplo, a pequena se for acima de certo número, de certo tamanho é considerado que ruim, que não é renovável, inclusive que é uma coisa contra a física que é a energia do sol, mas tudo bem. E se for abaixo é bom, e é vale a pena. Então, eu não concordo com essa visão, eu acho, pode ter PCH que é ruim e pode ter grandes hidrelétricas que é boa e pode se pensar boa e grande hidrelétrica ruim, eu não concordo. Então, eu acho não eu só estou dando força para, eu estou falando o seguinte: só estou falando como é complexa a questão, porque eu travei já vários debates, em vez de fazer uma, faz 100 pequenas. Será que 100 pequenas o impacto é menor do que uma grande? Pode ser, pode não ser. Então, você é interessante, que você trouxe uma questão, você está questionando justamente a pequena. Então, eu estou falando como o debate é complexo, dentro da própria questão ambiental, existe um conceito que é considerando verdade, que se for pequena não tem problema. E eu não queria entrar específico lá na discussão, só para dizer o seguinte: a IPEA ela não planeja PCH. PCH é uma autorização que a NEL dás e depende da construção que o órgão ambiental estadual dê a licença. Então, no fundo quem decide se vai ter ou não vai ter é o órgão ambiental que dá licença ou não dá licença, não existe leilão de PCH, quer dizer, então, está fora do nosso planejamento. O que é a PCH é autorização, vai lá empreendedor olha pede a autorização a ANEEL, e o que ele precisa para poder construir é que o órgão ambiental de a licença. Então, ela não entra aqui, mas eu achei interessante a sua colocação, porque ela levanta essa questão que eu acho que é bastante pertinente, e tem PCHs que podem ser boas outras que não. O Miguel se eu não me engano do SOS Amazônia, falou uma questão da nave da navegabilidade, inclusive, se eu entendi um pouco a questão. Em Madeira, na realidade, ele permitiria a que os bolivianos tivessem acesso ao Atlântico. Quer dizer, hoje, o rio que não tem navegabilidade passaria a ter, graças ao Madeira. Eu me lembro, que as primeiras transparências que eu apresentava do Madeira era uma transparência que aparecia as usinas Jirau e Santo Antonio e eclusas, e eu falava essa frase. Na época, foi em outra época, falavam para mim Tolmasquim não mostra essa eclusa porque na área ambiental não vão aceitar essa questão da eclusa e isso vai complicar a questão da hidrelétrica. Eu não entendia bem direito porque que era contra a eclusa, porque a eclusa e tal, mas eu até

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tirei da minha transparência e tal. Eu quero está bom, eu vou fazer aqui a hidrelétrica e eu não entendo porque que a eclusa, então, eu não vou entrar nesse debate aqui. Mas, que mesmo nisso tem questões porque têm alguns que acham que pode ser um vetor de impacto. Outros que não, é uma questão polêmica, mas eu estou falando que nem isso tem indício uma unanimidade. Eu não saberia dizer exatamente o nível, que a pergunta sua foi mais específica do nível, a montante, eu não sei lhe dizer, poderia pesquisar, mas eu não sei lhe dizer exatamente. Quando a venda se Belo Monte se paga? Claro, o que é bonito o negócio de Belo Monte? O bonito é o seguinte: nós apesar de todas as exigências, você ter reduzido reservatórios, ter um volume de compensação muito grande, você ainda ficou com uma energia que é muito barata, foi 78 reais megawatts, foi uma das mais baratas que já teve no leilão no Brasil. O que mostra que mesmo você atendendo as necessidades de compensação, você ainda assim era interessante. Então, você alguém se fosse um cara mais economicista fala: puxa então, se não tivesse nada daquilo, essa energia seria mais barata ainda, mas é claro eles não podem olhar por este lado. Mas o que é interessante, é que mesmo tendo essas compensações ainda assim, ficou interessante. O programa de usinas tem no PDE, está na internet, tem lá o planejamento por ano, eu aqui não daria para passar, mas está na Internet o plano decenal de energia, e com todas as obras dos Estados. O Paulo falou da questão da eficiência energética, falou da questão do chuveiro elétrico, eu concordo, eu acho que o chuveiro elétrico é o terror do setor elétrico. Porque o pessoal chega de tomar o banho todo mundo liga aquele aparelhinho, sobe a carga enorme, e é uma desgraça. Então, o chuveiro elétrico, é um terror de todo mundo, e é um grande problema, o problema é que ele é barato a bessa. Você colocar um chuveiro elétrico é barato. Agora, tem a questão, você trocava gás, se toda a infraestrutura de gás etc., a fotovoltaica, a solar, essas coisas, tem o problema do sol, você vai tomar o banho tem que ser naquela hora, então, tem alguns problemas que são... Agora, eu concordo é uma questão pertinente do ponto de vista e vamos dizer termo dinâmico é uma imoralidade o chuveiro elétrico. Mas nós por isso temos uma iniciativa, e eu sou contente porque posso dizer que foi eu quem convenci em uma reunião, que tinha ainda na época do Presidente Lula, que foi com a Ministra Dilma que foi colocar painel solar para aquecer água em todas as casas do Minha casa minha vida. Isso aí modesta a parte foi nós que fizemos a proposta vai ter em todas as casas, e justamente isso elimina a questão do chuveiro elétrico. Que é uma questão, aumenta a eficiência e dá um ganho de renda para aquelas pessoas daquelas casas. A Geovana falou da questão do conflito das eólicas. Eu acho, quer dizer, isso aí acontece em alguns países, você tem na Holanda, aquela história no in my backyard, não no meu jardim, bonito, mas desde que não seja perto de minha casa. Então, você já tem algumas reações lá, eu acho no que Brasil, nós temos tanto espaço, que eu realmente acho que colocar, tem que colocar em cima da duna é um mau gosto profundo, porque você tem, não falta espaço. Agora eu acho que isso aí cabe aos órgãos ambientais locais discutir. Quer dizer, eu não vou aqui ficar eu acho que nós temos um potencial hoje, para eólica monumental, tem outro problema Geovana com questão a eólica é que você consegue licenciamento para fazer eólica. Mas não consegue o licenciamento para construir a linha para trazer a eólica para a cidade. Então, isso está com uma situação, uma porção de parque construído no interior da Bahia pronto. Mas não consegue a licença para construir ali a transmissão para ali. E aí você vai acabar

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inviabilizando, ter uma maior dor de cabeça monumental, quer dizer, não adianta, o vento está lá. Olha essa história dessa eólica é interessantíssimo foi colocado no interior da Bahia, são comunidades super pobres que o cara começou, primeiro olhar com super desconfiança quando viram um cara lá com o negócio da eólica. Aí depois que eles começaram,que o dinheiro começava a pinga todo o mês, eles ficavam assim: moço vai dá eólica aqui no meu terreno. Dá eólica aqui, dá vento aqui? Dá torre aqui no meu terreno, porque a torre para eles e era renda. Então, agora o parque que está lá, o que acontece, nós não tem conseguimos transmitir porque não tem a licença para a linha porque os órgãos estadual não deu. Incentivar (...) de geradores já tem que tem redução de ICMS, tem uma série de incentivos para os aéreos geradores que até é questão de ordem de outras fontes. Então, você tem, é muito gozado isso, então, por exemplo, o pessoal da biomassa é contra a eólica porque elas ganham pouco leilão, e falam que eles ganham leilão porque tem incentivo. O pessoal da PCH é contra a eólica porque é perde o leilão, porque a eólica tem incentivo. Então, é uma infelicidade geral porque a eólica justamente tem incentivo. E eu falo: olha a questão não é tirar o incentivo da eólica é vocês conseguirem também se mobilizarem e conseguirem incentivo para a fonte de vocês, mas eles acham que é uma competição injusta e realmente a eólica está ganhando todos os leilões. O Paulo falou da questão da decisão, olha, eu acho que nós temos no Brasil um processo bastante democrático, eu me lembro que eu fui à China falando do Madeira, e os chineses estavam tentando entender como é que era o processo brasileiro. Eu falei: “não, nós temos estudos depois nós fazemos audiência pública, vê opinião, tem uma questão”. E aí ele perguntou, “mas se as pessoas não quiserem”? Eu falei: “nós não construímos”. Aí ele ficou assim realmente, aí até o cara falou: “Tolmasquim, não está nos hábitos deles isso”. Então, por quê? Porque lá é uma coisa, vai fazendo e acabou. Eu acho que no Brasil nós temos uma coisa que eu acho que nós temos que se orgulhar e é deste processo. É isso aqui, nós estamos aqui sentados conversando, discutindo, podemos ter opiniões divergentes, certamente algumas concordantes, outras não, nós estamos democraticamente discutindo e debatendo. Eu acho que nós temos um processo interessante no Brasil, sempre claro, pode ser melhorada, agora nada, nenhuma decisão isso é uma coisa que assim que eu vim para o Governo eu aprendi. Nada é unânime, você normalmente está desagradando alguém, quando você tenta agradar a todos, você acaba desagradando a todos, quer dizer, você. Então, governar é isso, é ouvir, escutar, analisar, avaliar, e tomar decisões, em algumas horas atende a uns e outra atende a outro. Por exemplo: essas usinas que são a fio d’água, é que vocês não sabem, criaram uma revolta no setor da eólica enorme, porque o pessoal acha, quer dizer, os engenheiros etc., eu sou engenheiro também. Acham que nós estamos fazendo é uma dominação, você está pegando um potencial e está dilapidando o potencial que o Brasil tem. Então, você tem, quer dizer, tem pessoas que estão realmente achando que é um leso a pátria o que está sendo feito. Que o Governo está abrindo mão dos seus recursos e você tem debates que são peço pesadíssimo. Então, tem de tudo, e você não vai conseguir agradar a todos. Então, tem outro, mas porque que, então, faz nuclear que é melhor, não é. Eu acho que essas coisas é assim mesmo, nós vamos debatendo e vai se tentando achar soluções, eu acho que quando a solução ela é um meio termo, nem todo mundo fica totalmente, mas todo mundo não fica totalmente descontente. Nós estamos aqui naquela coisa, não foi àquela solução

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que seria a minha ideal, mas pelo menos eu ganhei alguma coisa. Eu acho que esse caminho do meio que nós vamos tentando fazer.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Tolmasquim queria agradecer a sua paciência e a oportunidade de está aqui conosco ajudou muito, esclareceu, remeteu algumas questões, mas também que na verdade não dizem respeito à EPE, questões relacionadas ao licenciamento ambiental dos Estados, questões relacionadas a Política Nacional de produção e consumo, mas fica aqui o nosso agradecimento, muito obrigado, podemos disponibilizar a apresentação ao pessoal. Ótimo eu lhe agradeço muito.

O SR. MAURÍCIO TOLMASQUIM (Presidente da Empresa de Pesquisa Energética) – Obrigado a todos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom pessoal nós temos as moções para trabalhar, vamos começar rapidamente aqui com a primeira moção, proposta de moção relacionada ao apoio às comunidades, perdão, a proposta de Resolução do Conama, que institui o calendário. Essa é uma Resolução que já se considera aprovada. Em relação às moções a primeira proposta de moção, é já por as comunidades Santa Quitéria e Itatira potencialmente atingidas pelos impactos e mineração de urânio e fosfato de Itatiaia. Nós vamos fazer o seguinte: cada moção é uma fala a favor da moção e outra fala a contrária à moção, e vamos proceder a votação quando for o caso. Nesse caso a proposta apresentada pelo Bioeste, antes de submeter ao contraditório nós temos uma informação a dar que é de fato o licenciamento do empreendimento está sendo conduzido pelo Ibama, e ainda não foi concluído. Os estudos de impacto ambiental. Se ainda assim concluído.

A SRª. GEOVANA MARIA CARTAXO DE ARRUDA FREIRE (BIOESTE) – Dr. Gaetani, eu queria parabenizar o relatório do Ibama que está bem completo...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Já terminou?

A SRª. GEOVANA MARIA CARTAXO DE ARRUDA FREIRE (BIOESTE) – Não. Que mostra bem o conflito e a situação e eu acho até que serve o relatório do Ibama para mostrar que desde 2004, essa população vive essa insegurança da instalação. Eu gostaria muito que esse relatório fosse apresentado para os Conselheiros porque, para dá exatamente essa dimensão do complexo do licenciamento até porque ele é emblemático e mostra esse descontrole ambiental. E essa discussão que vai se iniciar aqui no Conama sobre licenciamento, eu acho que tem várias lições para tirar desse confuso processo, que desde 2004 ocorre em Santa Quitéria entre a Semace, fosfato,

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o CNEM e o Ibama. Se possível se fosse possível apresentar eu agradeceria, mas não retiro.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom. É porque a informação que eu obtive foi... Márcio cadê o Márcio? É porque a informação que eu tinha ela não estava concluída ainda. Por que eu tinha pedido suspensão por consideração posterior, mas... Dr. Márcio.

O SR. MÁRCIO FREITAS (Ibama) – Bom tarde a todos, Márcio Freitas Conselheiro do, representando o Ibama. De fato o processo de licenciamento ambiental não iniciou. Então, nós não produzimos relatórios, o que nós produzimos foi uma Nota Técnica e disponibilizamos para os Conselheiros, ficou disponível no site desde outubro, se eu não estou enganado e nesta Nota nós fazemos um amplo histórico de todo o processo de licenciamento e como bem colocou a Geovana, de fato começaram o processo de licenciamento em 2004. Ainda em 2004 o Ibama invocou a CIA a responsabilidade de ter um licenciamento que havia iniciado no Estado, e houve uma longa tramitação e batalha jurídica que está relatada nessa Nota Técnica disponível no site. Que acabou concluindo pelo parecer favorável a que o licenciamento foi feito em nível federal pelo Ibama. E esse licenciamento está apenas iniciando e já foi emitido o termo de referência, e estamos aguardando o estudo de impacto ambiental do empreendedor, portanto, não há o que se falar em empreendimento instalação de empreendimento, porque não houve instalação de empreendimento. Houve uma LP e uma LI dada pelo órgão ambiental do Estado do Ceará, mas elas foram revogadas durante esse processo de discussão da competência de licenciamento. Portanto, nós entendemos que não há sentido na moção, mas nos colocamos a disposição que em outra oportunidade de fazer uma apresentação se julgar pertinente. Embora nós ainda não tenhamos o empreendimento, portanto, não temos população atingida, não temos nem sequer a LP avaliada, portanto, não tem nem a viabilidade do empreendimento definida também. Então, julgamos que é muito prematura uma moção desta natureza, mas ficamos as disposições para dá maiores esclarecimentos, inclusive envolvendo a CNEM porque também é um assunto de competência da CNEM além do papel do Ibama do processo de licenciamento. Não sei se esclareço, mas...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Marcio o encaminhamento proposto ou se mantém o moção, ou nós substituímos a moção por uma apresentação em uma próxima reunião de um informe por parte do Ibama, e da CNEM. Atenderia?

O SR. DANIEL (Instituto Bioste) – Daniel do Instituto Bioste. O problema é que o Bioeste não se candidatou a reeleição. Então, nós não voltamos mais ao Conama.

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O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Isso independe, nós nos comprometemos a fazer o informe, convida vocês, por isso não. Veja, não tem problema nenhum em votar a moção aqui e ter sim ou não, só nós achamos importante que seja aprofundada a discussão que vocês estão levantando.

A SRª. GEOVANA MARIA CARTAXO DE ARRUDA FREIRE (BIOESTE) – Eu agradeço, eu acho que é importante que seja aprofundado, mas de qualquer forma eu queria defender a moção até porque, como nós não voltamos, eu não vou está aqui para defender ou para argumentar. A questão é muito séria a questão do licenciamento em três aspectos, este licenciamento do material radioativo no Brasil. O próprio licenciamento tem que ser de urânio, tem um relatório da Câmara Federal muito interessante que coloca que questiona o próprio CNEM como órgão, que ele é incentivador, ele é regulador, ele é fiscalizador e é licenciador. Então, ele reúne sozinho todas as funções é a raposa tomando conta das galinhas e dos ovos, e isso essa moção apesar de não ter empreendimento, eu acho que não se justifica não votá-la porque a questão do urânio, ela se repete também em Caitité. Então, nós temos um histórico de reiteradas, descumprimentos da UnB em relação a todas as medidas condicionais de licenciamento em postos. Então, é por isso que nós estamos aqui pedindo essa moção para incluir a população da forma mais cuidadosa possível nas discussões porque até no relatório do próprio em Ibama nesse parecer no item 67 Dr. Márcio, a UnB publicou no Diário Oficial da União e no Jornal do Comércio o pedido de licenciamento. O Jornal do Comércio fica em Pernambuco, o Ceará, não tem a nada a ver, nós não tomamos conhecimento, o licenciamento não está sendo público de fato. Então, já tem irregularidade até neste licenciamento, o que coloca mais uma vez essa necessidade de aprovar uma moção para que a população seja realmente escutada e ouvida, porque nós não temos segurança de um diagnóstico epidemiológico de todas as reivindicações que a população já tem e que já se sente insegura. Eu só trouxe isso aqui, porque a população está mobilizada lá, são mais de 27 comunidades já identificadas pela ONG TRAMAS, e que não foram ouvidas em nenhum momento, e são oito anos agora não está licenciada, mas ele ficou licenciado. O fosfato ficou licenciado com licença de instalação local. Então, gerou realmente essa apreensão e a notícia, inclusive de retirada de material de urânio e de uso em poços de cada, isso não está esclarecido, se ocorreu como ocorreu. Ha todo no Brasil, a todo um histórico de total sigilo é obscuro esses processos de energia nuclear, é conhecido isso, o relatório da Câmara Federal aponta que o Brasil tem um licenciamento semelhante ao do Paquistão e do Irã, isso é documento da Câmara Federal de 2007. Caitité está no relatório 10 fica na plataforma de direitos humanos como descumprimento de direitos humanos. Então são precedentes muito sérios para não haver essa solidariedade em relação a essas comunidades, eu até entendo, essa discussão, essa crítica, essas moções, porque moção é não é o instrumento, mas uma das lições desse processo que eu queria até propor, e eu acho que vão discutir a renovação do processo de licenciamento a 001 86 é que seja tratado de forma diferenciada os empreendedores que descumprem reiteradamente as condicionantes do licenciamento que não tem isso previsto na legislação. E seria uma medida necessária para que os licenciamentos não aconteçam como tem acontecido aqui com a UnB que reiteradamente descumpriu

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todos os pareceres do Ministério Público com a decisão judicial para que o licenciamento fosse ao Ibama. Obrigado.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom nós vamos encaminhar, então, a solicitação de Bioeste, a votação da moção, os que tiverem a favor da moção de apoios as comunidades de Santa Quitéria, Itatira potencialmente atingidas pelos impasses de mineração de urânio, fosfato em Itatiaia, por favor, ergam seus crachás. Os que são contrários ao encaminhamento da moção, por favor, ergam seus crachás. Abstenções? Os demais aqui presentes. Então, nós vamos rejeitar a moção. O segundo processo respeito a proposta de solidariedade das vítimas da contaminação por metais tóxicos causadas pela disposição inadequada de rejeitos da mineração e queima de carvão mineral da região Norte e Norte pioneira do Estado do Paraná. A proponente é a AMAR, os relatores o Paulo pelo INGÁ, deve falar encaminhar a favor da moção. Perfeito.

O SR. PAULO BRACK (INGÁ) – O INGÁ então, ele é favorável a essa moção considerando que o direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, o direito a saúde assegurados pela Constituição. Considerando os documentos oficiais da ANEEL, nos quais já afirma categoricamente que essa termoelétrica não atende a legislação ambiental, em especial as emissões de óxido de enxofre. Considerando que ha mais de 10 anos, não ha a renovação licença ambiental de operação. Considerando vários trabalhos também, que afirmam o risco à saúde humana, relacionados a esses poluentes, considerando todos esses estudos, documentos oficiais da ANEEL, que até essa contaminação do solo e dos cursos de água pelos metais tóxicos oriundos da mineração e da queima de carvão mineral na termoelétrica do Figueira. Considerando que não há medidas compensatórias, destinadas a população exposta a essa contaminação, com variações de riscos previstos no processo de licenciamento ambiental na termoelétrica de Figueira. Então, somos pela solidariedade as vítimas da contaminação por metais tóxicos causados pela disposição inadequada dos rejeitos da mineração e da queima do carvão mineral da Região Norte, Norte pioneiro do Estado do Paraná. Problema este que afeta também as futuras gerações a biodiversidade e cujas vítimas não foram destinatárias de nenhuma medida medi mitigatórias, ou compensatória os danos sócios ambientais sofridos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Vai encaminhar contrário Saint Clair?

O SR. SAINT CLAIR HONORATO SANTOS (Ministérios Públicos Estaduais) – Não favorável.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Ta, mas nós

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combinamos então, vamos abrir uma exceção dessa vez, mas eu vou deixar bem claro é um encaminhamento favorável, e outro contrário.

O SR. SAINT CLAIR HONORATO SANTOS (Ministérios Públicos Estaduais) – Eu pensei que ele era relator da matéria.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Perfeitamente por isso nós estamos abrindo exceção exatamente por isso. Porque o Paulo foi o relator, nós temos o relator, o relator encaminhando de uma vez depois, os contraditórios se não me engano. Essa é a Cilene. Fique a vontade.

O SR. NÃO IDENTIFICADO – Peço desculpas não entendi.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Não tem problema.

O SR. NÃO IDENTIFICADO – Parece-me que tivemos ao longo da manhã aqui um desfolhar da questão ambiental do Brasil como um todo, tivemos aqui mais essa manifestação de que o licenciamento ambiental está sendo desconsiderado, decisão judicial determinando. Então, este é o respeito às instituições públicas infelizmente que nós temos no Brasil, não sei se é pelos empreendedores ou pela situação do País, como um todo. E esse licenciamento para quem não conhece a região, nós já vimos no GIBI o que é uma mina de carvão, aquele ambiente escuro, pintado pelo carvão, aquelas construções de madeira. Então, também a quem tem aquela lembrança romântica de uma mina de carvão, de uma construção de uma mina de carvão podem ir visitar lá a Figueira que também é um monumento turístico que nos traz a lembrança, é aquilo que nós vimos muitas vezes nas revistas em quadrinhos. E que infelizmente traz uma realidade muito trágica que é a contaminação do ambiente como um todo e a contaminação das pessoas que lá trabalham e da população que está em (...). E este é um descaso de uma companhia elétrica, que foi de uma companhia elétrica para essa companhia para mais energia, que está nos passivos ambientais que eu citei a pouco, e está no total, desrespeito ao licenciamento. Eu acho que essa indicação que dada ha pouco de que nós precisamos melhorar os nossos mecanismos aqui de controle em relação a licenciamentos. Eu acho que é essa é uma proposta que virá certamente por escrito. Por quê? Porque é um descumprimento do licenciamento, não há a aderência do empreendedor, as medidas mitigatórias o órgão ambiental vai lá não fiscaliza, não multa, a situação da patente está lá o caso de contaminação, nós não vemos a aplicação da medida jurídica. Então, o que deveria ser? Ele deveria está impedido certamente de promover novos licenciamentos, enquanto aquele empreendimento que ele é o responsável não for regularizado. Eu acho que é uma forma de controle muito interessante. Então, é importante lembrarmos e por isso sou favorável a moção que lá não temos só uma mina de carvão, não só uma poluição atmosférica que é de todos

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nós, infelizmente, não é só daquela empresa é para nós todos seres humanos, mas também temos uma população lá de trabalhadores que está exposta permanentemente e que não está sendo considerada.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Espera aí, (...). Já houve um encaminhamento favorável, já houve relatoria, vamos agora ver o encaminhamento contraditório em relação a essa, depois passamos para a próxima moção. Por quê?

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – É que eu estou autora da moção...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – O Paulo relatou não?

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Não ele foi o relator do pedido de vista, eu sou a autora da moção.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Não o combinado aqui Zuleica foi o seguinte, haveria uma manifestação favorável...

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – É que eu gostaria de fazer um comentário sobre o texto.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Acho que não vai ajudar a moção. Você fica a vontade, eu acho que não vai ajudar a moção. Por favor.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – É o esclarecimento sobre, várias pessoas me perguntaram como é que a empresa poderia estar trabalhando ha dez anos operando sem licença ambiental. Então, eu acho que essa a oportunidade de eu explicar para todo mundo, a empresa tentou fazer uma re-potenciação da usina, alguns anos atrás, a Liga Ambiental entrou com uma ação, uma ONG paranaense entrou com uma ação contra a re-potenciação. Porque a usina tem um passivo desde a década de 50, não resolvida, o judiciário deu razão para a Liga Ambiental e mandou arquivar o processo de re-potenciação. Então, houve uma burla aqui para conseguirem burlar o processo, foi necessário solicitar uma revisão da licença, uma renovação da licença o IAPE não deu, e a empresa então, continua operando com base, esperando uma renovação. É uma coisa meio esquizofrênica, vamos dizer assim, mas é assim que se dão os licenciamentos ambientais no Brasil hoje. Então, uma empresa opera produzindo

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poluição sem licença ambiental, e o órgão ambiental não fechou a empresa. Então, é isso.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Pois não. Ceicilene que vai encaminhar pelo Ministério ou o Governo do Paraná?

O SR. LUIZ MOSSATO PINTO (Presidente do Instituto Ambiental do Paraná) – Boa tarde Sr. Conselheiro. Eu sou Luiz Tarcisio Mossato Pinto, Presidente do Instituto Ambiental do Paraná. E queria fazer uma colocação, eu acho que não só essa moção, e as demais que devem vir do estado. Primeiro dizer do respeito e da consideração que nós temos, tem sim pelos ambientalistas e pelos órgãos do Estado, se não tinha anteriormente, nesse Governo está tendo. E nós temos a oportunidade de discutir e achar as melhores soluções para todos os casos. Algumas coisas eu gostaria de colocar, primeiro o encaminhamento desses procedimentos, na minha visão acho que deveria ser dado antes, ou apresentado toda a documentação. A secretaria de Estado do Meio Ambiente, ao Instituto Ambiental do Paraná e ao Conselho estadual do meio ambiente, onde nós possamos está discutindo isso primeiramente no Estado e depois numa sequência. Se o Estado não tomar uma decisão aí sim partir para uma moção nessa linha. Mais uma questão recentemente e tivemos sim o secretário teve uma reunião com os ambientalistas e nessa reunião ficou acordado de se apresentar todas as documentações referentes a essas contaminações para que nós possamos realmente aprofundar nos estudos, discutir os estudos, tomar as soluções que o Estado tem que tomar. Dentro dessa linha não temos em nenhum momento, a preguiça ou a vergonha de discutir com qualquer setor, estamos lá a disposição para discutir e achar soluções viáveis para o Estado. Outra questão que eu queria deixar muito claro, que nada contra as moções, mas dá-se a impressão que o Estado é um dos Estados que tem um péssimo desenvolvimento na área ambiental, e isso não é realidade. Então, eu queria deixar muito claro a vocês, que pode ser que tenha algum passivo ambiental, e que isso também veio dos governos anteriores, e nós não podemos em um momento desses, em dois anos de gestão está assumindo passivos de vinte, trinta anos atrás sem discutir o processo. E gostaria de enfatizar mais uma vez que o Estado de Paraná é rico sim, tem uma biodiversidade que é uma das mais diversas de todo o País, em cima disso, em cima dos trabalhos que vem sendo feito pelo Secretário do Meio Ambiente, pelo Governo do Estado do Paraná, e pelo Instituto Ambiental do Paraná, merece sim um respeito e uma consideração por esses atos, não estamos fugindo de nenhum debate, de nenhum discurso, mas acho que isso desvendaria ser primeiramente discutido no Estado, para depois nós trazermos um processo desses a nível do Conama. Obrigado, boa tarde a todos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Ceicilene você faz questão de falar ou eu posso encaminhar a moção? Como? Nós vamos combinar o seguinte: daqui para frente fala o proponente um a favor e um contra, salvo o proponente for contra. É o seguinte é o que nós combinamos no início das moções, se

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vocês quiserem, nós colocamos esse encaminhamento em votação. Querem que coloque em votação este encaminhamento? Não precisa então as próximas moções serão encaminhados pelo relator e depois um parecer favorável e um contrário antes das votações, salvo quando um abre mão em função do relator ter a posição coincidente. Então, essa moção, por favor, os que tiverem a favor da moção relacionada a solidariedade das vítimas de contaminação por metais tóxicos causada pela disposição inadequada de rejeitos da mineração e da queima do carvão mineral no Norte e Norte Pioneiro do Estado do Paraná. Os que estiverem a favor da moção, por favor, levantam os seus crachás. Os que são contrários ao encaminhamento da moção? A moção foi rejeitada. A próxima moção encaminhada pela AMAR relatada pela AMAR, eu peço que relate proposta de moção de solidariedade das vítimas da contaminação por metais tóxicos causados pela atividade de mineração e metalurgia de chumbo na região do Vale do Ribeira. Zuleica, por favor.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Fazer a apresentação da moção.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Relatar. Exatamente.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – A próxima que eu tenho aqui é do Xisto, deixe-me dar uma olhada na minha ordem aqui. Qual que o senhor anunciou? Desculpa.

A SRª. NÃO IDENTIFICADA – É a mineração metalurgia de chumbo na região do Vale do Ribeira.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Se quiser inverter podemos inverter também.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Podemos inverter eu acho que todo mundo tem na mesma ordem? Bom, a questão do Vale do Ribeira. Antes de mais nada, eu gostaria de explicar para os senhores porque que nós fez todas essas moções em solidariedade as vítimas não é para acusar as autoridades do Governo atual de que ele é culpado e ele precisa ser crucificado no Conama. Nós não temos essa visão, a nossa visão é mais ampla, nós temos uma visão de realmente de solidariedade a primeira coisa é solidariedade realmente às vítimas. As vítimas são um fato inegável. Eu acho que o Tarcisio do IAPE não vai negar que esse passivo existe, e que precisa ser discutido, como você mesmo disse, mas as vítimas estão lá, talvez mais de uma geração a essas alturas. Então, a moção é em solidariedade as vítimas, o primeiro ponto. O segundo ponto é trazer para o Conama, não pontos que deveriam ser tratados em nível local no Paraná, mas é porque são temas que estão acontecendo no Brasil inteiro. Então, nós

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trouxemos os fatos que nós temos maior documentação no nosso Estado com intenção, porque o que está acontecendo aqui no Ibama no Conama? As grandes questões não estão sendo discutidas, com muito esforço nós conseguimos trazer o caso da TK, da Thyssenkrupp com muito esforço, levou quase 6 meses uma negociação intensa, a Plenária concordou em trocar uma moção por um debate, depois a diretoria do Conama não queria mais o debate. Nós tivemos na parte intercecional entre duas Reuniões Ordinárias um debate intenso para que o Governo cumprisse a decisão da Plenária. Quer dizer, vocês estão vendo as dificuldades que é trazer as grandes questões para o Conama. E que estão relacionadas intimamente com a função primordial, que é nós discutimos os grandes licenciamentos do País, quer dizer o que acontece em uma siderurgia lá na Bahia de Sepetiba, está acontecendo em outros lugares, nós conseguimos evitar em alguns lugares mobilização, mas em outros não. Então, aqui voltando o caso de Figueira, que foi rejeitada, era uma moção de apoio às gerações e comunidades afetadas, são crianças e crianças que tiveram suas vidas totalmente, e o Conama se recusou, a Plenária do Conama se recusou a prestar essa solidariedade. Isso é muito significativo e nós vamos até o fim, se o Conama se recusar a prestar solidariedade a todas as comunidades, estará se recusando a prestar a todas as comunidades no Brasil afetadas por este empreendimento, não é só do Paraná, não estão só prejudicando o Paraná. A questão da mineração de chumbo em Adrianópolis ela é muito famosa, ela é muito parecida com o caso da Bahia, Santo Amaro da Purificação, que é uma tragédia que aconteceu em Santo Amaro. A mesma tragédia aconteceu no Alto do Paraná no Vale do Ribeira. Até mesmo uma Assembléia Legislativa do Estado do Paraná se envolveu com estudos, foram feitos publicações, a situação é dramática lá até hoje, não fosse o esforço da sociedade civil, entrar com ações civis públicas, o apoio do Ministério Público Estadual. E hoje nós não teríamos uma primeira decisão da justiça mandando fazer os estudos para que futuramente haja compensação às vítimas, a moção é para as vítimas lembre-se, não é para culpar ninguém que está aqui sentado. Embora as instituições que muitas vezes os senhores representam cometeram erros gravíssimos no passado. Então, essa responsabilidade tem que ser assumida pelos atuais representantes, não é Tarcisio? Concorda comigo. Mas as populações estão lá, o passivo está lá, e essa é uma realidade, é uma realidade que precisa ser enfrentada. Então, a nossa discussão aqui no Conama já que nós não conseguimos trazer essa discussão para o Conama, de uma maneira mais organizada e que gere benefícios para as comunidades contaminadas e que funcione como uma prevenção, já que nós não conseguimos isso. Então, nós trouxemos a moção. Então, o fato de ela está publicado no site do Conama, de ela ter incomodado um monte de pessoas, já é um fato positivo para nós, porque mostra que existe uma resistência da sociedade se solidarizar com aqueles que são mais fracos mais vulneráveis, mostra como nós estamos aquém de uma sociedade evoluída, desenvolvida. Quer dizer, nós estamos tão longe do desenvolvimento quanto mais nós tentamos nos desenvolver mais atrasados vamos ficando, isso tem sido visto em todas as discussões que nós tentamos trazer aqui para o Conama. Nós não somos muito inteligentes, nós temos que reconhecer isso, não somos capazes de solidarizar com as comunidades atingidas, com as crianças, com as mulheres grávidas, não somos capazes de estabelecer medidas compensatórias, o DNPM não foi capaz de exigir o condicionamento da área, quando a empresa operou. Mas deu licença para ela, quer

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dizer, na hora de obter algum favor, algum lucro, os licenciadores são muitos generosos, na hora de exigir o descomissionamento dessas minas com responsabilidade e se houver um eventual prejuízo, exposição de contaminação para aquelas comunidades que foram afetadas e não foram sequer consultadas. Aí nessa hora toda mundo se acovarda e não quer saber. Mas esse é o Brasil. Então, nós estamos aqui para mostrar o Brasil para vocês, só falta uma música agora, uma cortina se abrindo. E eu gostaria de então, ouvir quem é contra uma moção de solidariedade das vítimas da contaminação que são gerações e gerações no Vale do Ribeira. (Palmas!).

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Ceicilene, eu posso fazer uma proposta aqui entre você, por favor, pode chegar.

O SR. NÃO IDENTIFICADO – Zuleika, é o seguinte: tem mais 7 moções de solidariedade aqui. Eu acho que foi muito... Cadê você? Colocou com muita propriedade o seu argumento, mas o argumento sem querer ser irônico um assunto tão sério, pouco das vezes nós não somos tão inteligente assim, mas a questão da solidariedade é muito pouca muitas vezes frente aos problemas. O problema real foi colocado pelo Dr. Saint Clair anteriormente, nós estamos vivendo uma situação de vários buracos negros de licenciamento. Têm várias situações do licenciamento onde o Governo Federal não tão aspa a jurisdição, pouca jurisdição está num campo cinzento. Então, o que eu proporia, não está aí com a regulamentação da LC140 na ordem do dia, na próxima Plenária do Conama nós fazermos uma boa discussão sobre a questão do licenciamento ambiental do ponto de vista das competências nas instâncias de Governo e das instâncias de recursos em relação a essa situação. Eu acho que nós temos que enfrentar o debate substantivamente. Então, o que eu ia sugeri é que fosse suspendidas as moções e que nós fizéssemos uma discussão na próxima Plenária sobre a questões desses buracos do licenciamento. Nós estamos numa situação perigosa, porque existem muitas insuficiências, muitas indeterminações e nós não estamos enfrentando esse problema. Então, o que eu proporia primeiro a vocês, a Magda é a possibilidade de suspender essas moções para fazermos esse debate sobre licenciamento, em particular sobre as instâncias de licenciamento federal, estadual, municipal para enfrentarmos essa discussão, é só uma proposta, se vocês não aceitarem nós continuamos o encaminhamento normal.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Eu tenho uma contraproposta, essa a nossa última plenária aqui deste mandato. Eu não pretendo voltar para o Conama, eu estou bastante desapontada, espero que melhore, desejo o melhor, mas eu vejo que a minha luta vai continuar por uma maneira que eu achar mais positiva, mais eficaz. Porque eu perco muito tempo aqui, falando de coisas óbvias e essas coisas óbvias não são compreendidas, porque está faltando um elemento aí no processo que é muito delicado que é o coração. Então, quando falta o coração é melhor darmos um passo para trás. Eu, a minha contra proposta eu tenho uma demanda reprimida com essas moções,

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porque eu me preparei para fazer a defesa, eu tenho uma demanda que nós chamamos de reprimida, os ambientalistas costumam dizer isso. E eu poderia então, falar um pouquinho de cada um dos problemas que causaram como uma forma pedagógica para aqueles ouvidos, ou que possam entrar alguma informação nova, e eu deixaríamos essa minha última contribuição ao Conama, essa é a nossa proposta como Instituição AMAR.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Não exclui a outra. Você pode falar dar todo o depoimento, relatar as novas moções, mas eu estou propondo um encaminhamento.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Eu entendi, eu não sou contra o seu encaminhamento, mas não suspender a discussão. A minha contraproposta é para não suspender a discussão para que eu possa relatar cada uma mais brevemente, já que o argumento principal eu já dei, e nós encaminharíamos. Eu concordo com o senhor.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Está bom. Então, nós vamos fazer o seguinte: você relata as novas moções e nós nos comprometemos a organizar uma discussão na próxima Plenária sobre licenciamento do plano estadual, municipal, federal do ponto de vista da LC140 e vamos trazer para essa discussão essas situações de indeterminação que vem sendo trazidas aqui, recorrentemente a situações diferentes. Tudo bem assim? Então, eu peço para você relatar Zuleika esses 9 casos e nós na próxima reunião fazermos uma discussão. Ceicilene. Pois não. Tudo bem, você, por favor, relate. Se for o caso depois, Ceicilene ou quem quiser falar a respeito dos nove casos depois relata os pontos especiais. Mas, nós vamos fazer uma discussão do ponto de vista mais substantivo na próxima reunião do Conama. Obrigado.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Pois bem, então, posso prosseguir? A outra moção que eu tenho aqui na minha ordem, não sei se na ordem dos senhores que está aí é a moção sobre s questão a refinaria de Xisto de Betuminoso no município de São Mateus do Sul. Trata-se Petrosix é uma empresa, não sei se os senhores sabem, mas São Mateus do Sul quando nós chegamos lá nós começamos a ficar com dor de cabeça em questão de dez, quinze minutos, pelo menos eu fico toda vez que eu vou lá. Não tem controle nenhum pelo jeito porque a cidade está sempre envolvida em uma nuvem. Recentemente houve episódios também de autorização para que a empresa jogasse, colocasse, destinasse, enfim colocasse resíduos urbanos e perigosos nas casas das minas, que gerou um processo de contaminação dos lençóis freáticos violentos, tem até uma ação do Ministério Público nesse sentido, o Ministério Público Federal. Então, a moção seria pela solidariedade as vítimas que é praticamente toda a cidade. E os visitantes também, os viajantes que também são vítimas porque não é só os trabalhadores e as populações e a biodiversidade. Nós não temos uma avaliação de

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como a biodiversidade é afetada pela poluição. A outra moção é sobre o incêndio no depósito de resíduos tóxicos, no aterro de resíduos tóxicos em Curitiba, foram dois incêndios. Esses incêndios são muito convenientes, porque eles destroem o passivo ambiental que deveria estar no aterro, depositado de forma segura. Nós descobrimos que a mesma empresa é só entrar na Internet pessoal, isso está público, não é eu que estou inventando e nem tenho esse hábito de passar informações inverídicas para os senhores, então, os senhores já me conhecem, procura na Internet o incêndio de aterro e resíduo perigoso e vão encontrar pelo menos cinco, em Betim Minas Gerais, da mesma empresa, com o mesmo nome. Então, acontece que embora o órgão ambiental tenha reconhecido que a fumaça era extremamente tóxica só podia ser, e que afetou toda a população, o órgão ambiental, por exemplo, no caso dão Paraná sem querer acusar ninguém absolutamente, porque aquilo foi uma decisão de um funcionário na época. Eu não sei, como é que isso seu deu dentro do órgão, não sei, o que importo é que para a população, eu como cidadã, eu li no jornal que, o órgão ambiental, multou em apenas vinte mil reais. Então, é um bom negócio. Receber resíduos tóxicos que custa uma fortuna e depois acontecem esses incêndios e a população fica exposta as substâncias tóxicas de difícil conexão causal, quer dizer, se começar essas pessoas migram e você nunca vai saber o que aconteceu com a saúde delas vinte anos depois. Então, é muito fácil está muito fácil para o lado de lá, e muito difícil para o lado de cá, para se ter o equilíbrio na situação, é preciso fortalecer os órgãos ambientais, sem sombras de dúvida. Eles precisam está equipados para fiscalizar, eles precisam investigar as origens dessas coisas. A outra Resolução é sobre recicladores de baterias e acumuladores do norte do Paraná, isso também é uma coisa que está acontecendo no Brasil inteiro, por favor, no é uma coisa que acontece só na Paraná, todo mundo sabe, quem trabalha na área ambiental sabe, quem é aqui de órgão estadual sabe. O problema da reciclagem é um problema gravíssimo volto a dizer: o Conama não poderia ter fechado aqueles dois GTs que estavam discutindo lâmpadas, a logística reversa de lâmpadas de mercúrio e de eletro eletrônicos. Porque eletros eletrônicos são produtos perigosos, não é qualquer pessoas que pode fazer reciclagem de um eletro eletrônico ele emite substâncias tóxicas, inclusive poluentes não persistentes além de metais. E eu tenho visto campanhas e campanhas no Brasil inteiro, inclusive de órgãos governamentais envolvendo catadores que são pessoas totalmente que não estão preparados para fazerem reciclagem de eletro eletrônico, estão envolvendo essas pessoas em projetos populistas. E isso aí é um crime contra as pessoas e contra o meio ambiente. E o Brasil não tem até hoje, foram liberadas as lâmpadas de mercúrio dizendo que economizava energia e esqueceu-se de fazer a logística reversa disso, resultado: hoje não tem nada na pauta, porque era para nós estarmos votando hoje uma Resolução sobre a logística como deve ser que tecnologia seriam aceitáveis e etc., etc. Então, essa questão aqui das recicladoras de baterias já vem de longa data, isso aí o Brasil já tem o processo de reciclagem por conta do valor que essas baterias têm, do chumbo valioso no mercado. Resultado as populações estão sofrendo as consequências e as empresa estão recebendo os lucros tudo licenciado. A outra moção, essa é bem grave mesmo, acho que o Ministério de Minas e Energia deve ter ficado assustado com isso, suponho, porque como é que nós podemos ter uma usina licenciada para a queima de bagaço de cana que de repente começa a queimar pneus? Então, essa moda em queimar pneus em fornos que foram projetados para bagaço de

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cana, só podia dar no que deu. Está escrito na moção, o que deu, nós temos uma ação, a Promaq outra ONG do Paraná, entrou com uma ação e levou lá 10 anos mais ou menos algo que um órgão ambiental poderia resolver em cinco minutos, a ONG teve que entrar com ação no judiciário para conseguir alguma coisa dez oito anos depois. Então, vocês podem imaginar a quantas anda o licenciamento ambiental no Brasil, portanto, mais um motivo para reforçar porque a sociedade tem que se judicializar se nós temos órgãos ambientais para resolver isso? Que são sustentados com o dinheiro do contribuinte, então, é uma bitributação ao cidadão, porque a ONG sem recursos, todos os voluntários, são obrigados a entrar com ação civil pública para defender os seus direitos, porque o Governo é o seu principal inimigo. Então, é uma coisa absurda, isso não pode ser chamado desenvolvimento e nem de inteligente. Eu não sei tem mais alguma moção? Tem. Você poderia falar dessa. Espera aí.

O SR. PAULO BRACK (INGÁ) – Eu creio que na linha do que falou a Zuleica, dois pontos ali, concordando com a senhora em relação à questão do licenciamento, me parecem que tem dois outros aspectos que podem também nós levarmos adiante. Um deles é a questão, não sei se isso existe, mas o mapa pelo menos uma atualização dos mapas das áreas críticas o Brasil pela questão da poluição, dos passivos ambientais. Então, eu acho que isso é uma questão importante, e que exista um processo de participação da sociedade e que esse mapa identifique sim essas áreas. E aí não teríamos aqui só as áreas do Paraná e ao mesmo tempo essas populações também sejam identificadas por parte dos órgãos dos agentes públicos, sejam a justiça e órgãos ambientais e administração como um todo. Para que estas populações tenham políticas públicas afirmativas e, além disso, possibilidade primeira de eliminação desses passivos como também outras políticas que venham a desenvolver atividades que não sejam essas ligadas a atividades que venham a trazer poluentes. Então, eu trago aqui para conjugar na mesma linha que o senhor falou, em relação a questão do licenciamento, a questão do mapa das áreas críticas do ponto de vista de, eu aí talvez, solicitaria esclarecimento talvez se já exista isso. E que essas populações identificadas isso, elas tenham políticas públicas para que se possa superar essa situação. Então, eu diria isso também, se refere a moção em relação aos atingidos também pelas hidrelétricas em que essas populações elas tenham do ponto de vista que já sabemos que tem decretos em relação a uma diferença do ponto de vista da avaliação dos atingidos, mas que eles tenham sim cada vez mais políticas públicas que venham encontrar alternativas de atividades que incorpore essas populações e que se esses passivos sejam não mais existentes.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Só para esclarecer que na verdade a 7.9 e a 7.10, refere-se a atingidos por hidrelétricas, e a 7.11 a populações indígenas, vamos antes de entrar nas em que o Paulo colocou em relação a proposta feita até a 7.8, que envolve a questão do encaminhamento. Eu fiz uma proposta e queria ouvir se vocês concordam ou não concordam com o encaminhamento? A Zuleica já praticamente relatou, mas eu preciso saber se vocês concordam ou não, se não vamos votar uma por uma e vê o que acontece. Saint Clair

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você quer falar?

O SR. SAINT CLAIR HONORATO SANTOS (Ministérios Públicos Estaduais) – Eu só gostaria de contribuir com a questão do licenciamento. No caso, por exemplo, dessa queima acidental dos resíduos, esse depósito de resíduos está dentro da zona urbana, quer dizer, é uma falha do licenciamento, para esse empreendimento, se bem me recordo foi solicitado estudo de impacto ambiental. Então, se tem o risco de um gravando como esse, de acidente de provocar fumaças tóxicas dentro do ambiente urbano, certamente não deveria ser licenciado naquele local, o local dele deveria ser uma zona industrial, etc., devidamente confinado, afastado do ambiente urbano, nós sabemos que a fumaça não tem fronteiras, é óbvio, mas o risco imediato nós devíamos ter evitado. Então, quer dizer, o licenciamento nesse caso foi de fundamental importância para que o problema tivesse outras dimensões do que poderia ter tido. Então, esse é uma alerta porque nós temos normalmente pensado que o Instituto do estudo de impacto ambiental não tem sido adequado, nós temos exigido muito com a insistência do estudo do impacto ambiental que acaba sento caro. Mas é nesse local e nessas ocasiões que essas discussões são feitas. Então, os órgãos ambientais normalmente evitam pedir o estudo do impacto ambiental, porque importa em mais custos etc. Mas também o estudo de impacto ambiental nós vamos ter lá as famosas medidas mitigadoras e compensatórias, é lá que a discussão vai ser feita e apresentada ao empreendedor. Então, quando nós relativizamos o licenciamento, nós corremos esses riscos. O outro comentário é em relação ao outro licenciamento, só me recordar da moção para lembrar qual era o comentário que eu queria fazer. Empresta-me a relação, por gentileza. Que é a mesma situação em relação ao licenciamento. Da Fábrica de bateria, reciclagem de bateria. Não é desse Governo, o Tarcisio fique tranquilo que nós não estamos aqui para crucificar ninguém, nós estamos falando de licenciamento. Inclusive, o órgão ambiental tem mais unção sobre licenciamento de reciclagem de bateria, quem é especialista aqui no tema sabe que para você reciclar bateria, você tem que conter os poluentes. Nós não podemos fazer uma reciclagem de bateria de fundo de quintal. O que vem a Resolução e diz? Vamos exigir isso e isso, então, você pode fazer a sua reciclagem. Só que não vai a questão de fundo, aquela empresa é uma pequena empresa sem capital que vai entrar em uma atividade que exige capital, ela não pode querer fazer uma reciclagem de bateria com um forninho de fundo de quintal. Ela tem que fazer em fornos adequados, com filtros adequados, com a segurança adequada e se isso não está sendo exigido nesse licenciamento, vai acontecer o que está acontecendo no Paraná. Nós temos vários recicladores, vários passivos ambientais, abandonaram os seus passivos lá, foram, embora, fecharam, quebraram, e a sociedade, está arcando com esse custo. Falha mais uma vez no licenciamento, essas empresas tem que ter capital, porque senão ela não pode colocar um filtro lá adequado. Então, é esse o mecanismo que eu queria sugerir, que nós tentássemos nessas discussões nossas do licenciamento, aperfeiçoar esse modelo, porque nós estamos deixando com isso, com essas brechas os passivos para a sociedade com como bem elencou a Zuleika.

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O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Pessoal eu vou recolocar a questão das, nós estamos entrando no mérito das discussões. Eu preciso saber se vocês concordam ou não com a suspensão sem medida dessas moções até a 7.8, e retomar depois, ou se vocês desejam votá-las hoje, eu preciso ouvir Ceicilene, Petrobrás. Se vocês concordam com essa suspensão ou não?

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Boa tarde. Ceicilene do Ministério de Minas e Energia. Secretário, nós concordamos com a proposição apresentada, no entanto nós gostaríamos de fazer uma pequena observação em relação aos comentários que foram feitos aqui. Pode ser?

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Vamos fazer o seguinte: nós vamos seguir com a palavra franqueada para vocês, mas nós não vamos votar essas moções hoje.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Ok. Sem votação, está suspensa.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Para suspender essas moções, vamos retomar esse assunto no ano de uma discussão mais aprofundada sobre licenciamento ambiental, as insuficiências e lacunas que esses casos estão mostrando em relação a licenciamento nos Estados. Depois todos podem falar então.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Concordamos e nos colocamos a disposição para fazer parte dessa discussão. Então, eu vou chamar o senhor Edson da Petrobrás para ele fazer uma pequena observação em relação aos impactos no município de São Mateus do Sul.

O SR. EDSON (PETROBRÁS) – Boa tarde a todos. Nós preparamos uma apresentação bastante rápida a respeito da questão das atividades de mineração de Xisto em São Mateus do Sul que a Petrobrás faz lá já cerca há 40 anos.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Isso não é surpresa, nós vamos admitir essa apresentação, mas eu peço a você e a todos os outros aqui, quando tiverem apresentações me Informem antes, que nós estamos contrabandeando informações na Tribuna Livre, estamos contrabandeando apresentações nas votações, eu adoro apresentações, então, nós vamos ver apresentação. Mas eu peço que vocês me informem antes, porque eu me sinto um pouco enganado, então tudo bem, e vamos

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continuar, mas me avisem antes. Está bom. Vamos em frente.

O SR. EDSON (PETROBRÁS) – Está bem, mas eu prometo é bem rápido mesmo, é super rápido, sete minutos não mais do que isso. Então, essa moção nos surpreendeu por causa do... É muito sete minutos? Entendi dois. Bom, enfim, essa moção nos surpreendeu porque a nossa atividade lá já tem quarenta anos, nós começamos no final da década de sessenta, um detalhe importante, eu sou morador de São Mateus do Sul ha vinte e seis anos, tenho dois filhos, são mateuenses orgulhosamente. Então, eu tenho endereço pelo Google, qualquer pessoa pode ver o endereço da minha casa, Manoel Furtado Neves 13, 13, 81 muito bem. Os estudos que suportaram essa moção creio eu, é um estudo acadêmico que buscou a identificação de metais presentes em casca de árvores e estabeleceu uma relação da concentração desses metais com o material particular do PM 2/5 que é um particular de inalável e com isso tentar co relacionar a incidência de doenças respiratórias na população são mateuense, inclusive eu, mas enfim. Eu faço um resumo bastante breve da moção só para trazer informações, corroboro muito à opinião do Tarcisio do IAPE, a questão de nós trazermos informações sim porque a abrangência de moções é perigosa para todos. Então, nós não podemos tratar em bloco temos que ver especificamente, analisar para que possamos realmente contribuir com informações. Por favor, a próxima transparência. Então, esse estudo, tem alguma questão muito importante quanto a premissas, a primeira premissa que é muito aparentemente é muito simples, mas ela compromete todo o estudo. A direção dos ventos predominantes foi equivocada no estudo, você fala: o que tem que ver isso. Por causa da dispersão e do efeito que vento faz encarrear os poluentes particulardos. Então, o Norte geográfico está errado no estudo, a direção dos ventos predominantes também está equivocada. Então, todo o arcabouço montado em cima das conclusões nos remete a fazer perguntas sobre os resultados. Então, eu listei alguns dos itens importantes que eu considerei nos estudos feitos, é um estudo acadêmico, feito nos anos de 2006, e o trabalho foi emitido em 2009. Então, tem questões do sentido dos ventos predominantes, simplesmente você entrar no site de meteorologia do Estado do Paraná o Simepar, por exemplo, você vai observar quais são os ventos predominantes da cidade de São Mateus do Sul. Por favor, a próxima transparência. Eu trouxe um mapa, isso aí vocês podem encontrar no Google São Mateus do Sul, eu moro perto daquela seta do Norte a direita, as atividades de mineração do Xisto em São Mateus do Sul, estão na primeira bola lá em cima na indicação, a parte mais administrativa mais embaixo. E eu coloquei ali também o desenho das rodovias que é um corredor dos grandes frigoríficos de Santa Catarina. Então, um tráfego intenso, e infelizmente no estudo isso não foi considerado, é um verdadeiro tremo de caminhões que circula pela cidade, e cortam a cidade diariamente porque a abastecimento das principais capitais do Sudeste, oriundas dos grandes frigoríficos do interior de Santa Catarina. Sadia, Perdigão, Chapecó e estratégico. Então, o movimento ali é muito grande o tráfego é muito grande, e isso justifica várias concentrações de silício que foram observadas, esse tipo de questão tem que ser considerado no estudo. Por favor, vamos a frente. Ali está a rosa dos ventos com os ventos predominantes, a direita embaixo, enquanto que no próximo slide vocês vão observar que o estudo mostra uma direção quase que totalmente contrária, um erro de

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quase cento e oitenta graus, enfim esse daí é uma separata do estudo que mostra concentração, por exemplo, de silício que é exatamente onde naquele biquinho ali nós temos o entroncamento de rodovias. Isso são aspectos importantes, outras questões importantes, muito importantes. A casca de árvore identificou elemento de ferro, silício, e enxofre, por quê? Porque o solo da região que está sobre a irati, tem essa característica, se pegássemos uma cidade do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais inevitavelmente teríamos o elemento ferro, também um identificador. Por uma questão muito simples no fundo da minha casa tem xisto, se eu fizer um furo de mais talvez meio metro nem isso, a casa onde eu moro o baldrame é sobre uma pedra de xisto. Então, isso é muito interessante e tem que ser levado em consideração. Por favor, a próxima. Ali mostra o entroncamento das rodovias, a questão da metodologia que eu comentei com vocês, eu vou fazer um resumo por causa do tempo, enfim são vários pontos de cunho técnico que tem importância na hora de se fazer uma análise, e, sobretudo, na hora de se concluir uma moção. Vamos em frente, por favor. O relatório também tem aquela questão dos dados da saúde pública, que infelizmente ano são muitos ricos, infelizmente para uma série histórica, porque no final das contas o trabalho tem que estabelecer uma relação de causal entre a atividade de mineração de xisto e a doença das pessoas. E tem que estabelecer uma relação biunívoca e essa relação ela fica é muito questionável tecnicamente em cima das premissas do estudo, esse é o ponto que temos que nos aprofundar mais do que simplesmente votar a moção de uma maneira de bloco. Enfim as conclusões que nós tiramos o problema de direção do vento, a influência das rodovias não foi considerado, a presença do corredor, a presença dos elementos traços ferros, enxofre e silício que são características do solo de São Mateus, aliás, não só de São Mateus, mas do todos os municípios vizinhos que estão sobre a Formação Irati. Formação Irati é uma acumulação de xisto só para vocês terem uma ideia ela vai do interior de São Paulo até Sul de Santa Catarina, Norte do Rio Grande do Sul é uma cobrinha que se ver no mapa é uma cumulação muito grande e é característicos esses elementos traços. É por isso que foi detectado, nas cascas de arvore e do material particular de São Mateus do Sul. Claro, nós estamos em cima daquele material. Enfim, no final ali a moção fala das vítimas, não houve caracterização do grupo chamado vítima, não como um técnico da Petrobrás, mas como morador da cidade, eu tentei procurar na paróquia que eu faço parte porque eu atuo também na comunidade, perguntando aos vizinhos quem são essas vítimas. Não ha caracterização de vítimas, pela imprensa local, estadual, nas entidades de classe, no sindicato, não existe uma delineação do grupo chamado vítima que nos leva a perguntar a moção em solidariedade às vítimas, a mim, por exemplo, vinte e seis anos lá. Bom, esse é o recado que eu queria trazer para vocês, obrigado.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom então do 7 ao 8, perdão até o 7.8 nós vamos rediscutir essas questões no campo do licenciamento das pós-final Plenária. A 7.9, 7.10, 7.11 eu queria sugerir, aí Paulo porque está muito genérico, e ao mesmo tempo, eu acho que o Governo do Paraná também tem o que dizer se nós poderíamos retomar esse assunto, mais qualificado, porque o que você sugere no mapa dos impactos sobrepondo no caso é as hidrelétricas, são populações e o outro é por comunidades indígenas. Essas regionalizações são distintas, nós

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podemos trazer aqui, se o nosso representante do Estado do Paraná se dispuser, fizer uma apresentação aqui na próxima reunião do Conama sobre esses impactos para uma qualificação. Se vocês toparem, eu estou fazendo isso aqui gente, não é no sentido de desmoralizar as moções, é para valorizar as moções. Eu acho que nós estamos votando a moções é para qualificar melhor. Então, se vocês concordarem, aí eu pergunto ao Paulo e ao Mossato se vocês consideram essa possibilidade dessa apresentação sobre esses dois aspectos, populações ribeirinhas e comunidades indígenas no Estado do Paranoá, e dá um tempo também para o Governo se organizar para poder preparar essa informação melhor. Pois não Paulo.

O SR. PAULO BRACK (INGÁ) – Bom eu acho que na realidade também a nossa intenção também no pedido de vistas era realmente aprofundar algumas questões que não fossem específicas, claro que tem fato específico, nós temos que decidir sobre ele. Mas, considerando que provavelmente essas moções não vão ser aprovadas até com nós já vimos na primeira, mas que esse assunto ele pode... Eu até gostaria aqui que procurador pudesse também complementar algumas questões em relação ao Paraná. Eu creio então, que pode, não sei se...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – No campo da exposição?

O SR. PAULO BRACK (INGÁ) – É só nós não estaremos mais lá também, estamos terminando a nossa...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Nós convidamos vocês, como convidamos também a Zuleica, se for necessário para essa discussão do Bioste, porque faz parte dessa transição para o novo ciclo, vocês fizeram uma história aqui importante para nós, feliz ou infelizmente os problemas continuam. E vocês são parte da solução dos problemas, então, vamos trazê-lo também para a próxima reunião na Plenária para participar deste debate. Tudo bem.

O SR. PAULO BRACK (INGÁ) – Eu gostaria que aqui o Procurador também pudesse complementar alguma questão.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Perfeito.

O SR. EDSON (PETROBRÁS) – Embora seja repetitiva essa discussão nós vamos fazer mais a frente como já está pautado pelo licenciamento felizmente, isso é muito bom, mas a questão da Petrobrás é a mesma situação. Eu vou falar aqui do

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licenciamento.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Edson, pois é, mas nós já superamos isso, nós já estamos em outra conversa. Nós estamos na conversa das populações ribeirinhas e das populações indígenas, aquelas outras todas nós estamos suspendendo o SINERGI para podermos discutir licenciamento na próxima Plenária.

O SR. EDSON (PETROBRÁS) – Eu estou entendendo, só estou me manifestando dizendo que nós repentinamente, voltamos à questão do licenciamento. No caso da Petrobrás a empresa está dominada pela cidade, ou a cidade se constituiu por causa da imprensa. O que aconteceu? A cidade fica sujeita a todos aqueles elementos da imprensa, isso é uma discussão judicial inclusive. Certamente vai se chegar se tivermos as luzes suficientes para chegar lá, é dizer que a cidade está mal situada, que as pessoas têm de sair de lá porque elas estão contaminadas, estão se contaminando. É o caso da moção anterior, sobre chumbo, a cidade, era a comunidade que trabalhava na empresa. Certamente vão tem que ser realocados de lá, essa é a discussão judicial também neste caso. E da população ribeirinha de barragem é a mesma situação a população estava lá, chegou à barragem e eles foram afetados. O que houve? Novamente o licenciamento vem sendo descumprido. Por isso eu falei no passivo da área. Por quê? Porque as empresa não estão cumprindo o que deveria ser licenciamento, a Resolução 001 de 1986, e nós já estamos bem avançadas já em 2012 ainda não foi cumprida em relação às barragens antigas do Estado do Paraná, que deveriam apresentar seus estudos, e as soluções para as situações que vieram. As novas com a palavra o órgão ambiental, porque também não vejo o cumprimento daquilo lá, tanto que foram também foram ao código florestal e retiraram a obrigação dos 100 metros. Novamente nós...

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Se você tiver alguma coisa para agregar, mas nós estamos repetindo podemos ir para frente? Vamos lá.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Secretário, eu gostaria de entender melhor a sua sugestão de encaminhamento.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Suspensão (...) das moções, dessas moções.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Oito para a nove?

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O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Do dois até a oito. Por uma discussão sobre licenciamento qualificada na próxima Plenária, da 7.4 a 7.8, nove perdão as outras duas, e três, perdão são duas sobre hidrelétricas e uma sobre comunidades indígenas nós vamos trocar por uma discussão onde vai haver uma exposição do Governo do Paraná sobre essas duas situações envolvendo comunidades ribeirinhas e populações indígenas também na próxima Plenária, para que haja uma qualificação da discussão.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Então não seria uma nova reformulação da moção?

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Eu vou repetir pela última vez, porque todos vocês querem... Espera aí, todos vocês querem discutir e votar, eu estou propondo não votar, se vocês quiserem votar, nós votamos agora, não tem problema nenhum. Eu estou fazendo isso porque eu acho uma moção do Conama uma coisa séria para ser votada com a banalidade que eu acredito que vocês vão votar aqui. Então, estou propondo pela última vez, as propostas relacionadas a licenciamento vão dá lugar a uma discussão sobre licenciamento estadual, municipal, federal na próxima reunião, as proposta relacionadas a populações ribeirinhas e indígenas vão dá lugar a uma apresentação pelo Governo Estadual para que se discuta o assunto em que se suspenda (...) as moções. É a última vez que eu repito. Alguma dúvida? Se tiver pergunte.

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Com todo o respeito secretário e como representante do Conama, é o seguinte: eu estou apenas questionando o seu encaminhamento. Hoje a Plenária do Conama foi o tempo inteiro destinadas a ONGs.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – O Ceicilene nós encaminhamos aqui a reunião como... Espera aí...

A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Não há Ministério que brigue mais que em relação à qualidade das moções.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – A condução dos penais aqui nós já encaminhamos aqui várias reuniões com o tempo distribuído favorecendo emprego, favorecendo empresas, favorecendo ONGs. Agora se hoje você se sente prejudicada sinto muito.

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A SRª. MARIA CEICILENE ARAGÃO MARTINS RÊGO (MME) – Está ok, obrigada.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Então, nós retiramos as moções. Acho que conseguimos um avanço nessa discussão então, que é discutir essa questão, tanto do licenciamento quanto a questão das ribeirinhas, dos povos indígenas que está afetando o Brasil inteiro. Eu só queria solicitar que essa discussão seja então, encaminhada pela Diretoria de Apoio do Conama, convidando também todos aqueles órgãos que não são ambientais, mas que estão relacionados com as atividades que nós temos falado de suas atividades principais. Mineração, petróleo, barragens, então o DNPM, nenhum órgão licenciador vai dar licença se não tiver antes se não me engano uma autorização. Então, como o, por exemplo, estou dando como exemplo, então envolver aquelas instituições do Conama que estão relacionadas com o licenciamento para que seja uma discussão completa, pode ser?

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – É uma boa ideia, nós vamos ver como é que faz isso dentro da proposta que foi feita aqui pelo Mossato em função do formato. Essa discussão tem muitas partes intervenientes vamos ver como nós trazemos isso. Mossato.

O SR. LUIZ MOSSATO PINTO (Presidente do Instituto Ambiental do Paraná) – Só para fazer um esclarecimento e uma contribuição Conselheiro. Volto a dizer essas discussões tem que ser debatidas no Estado, e finalizadas no Estado. Caso não seja finalizada e sim trazer para uma discussão no Conama. E volto a dizer que nós estamos abertos a todas essas discussões, seja de PCH, seja de CGH, de Petrobrás, de COPEL se tiver contaminação as empresa vão fazer sim, a descontaminação. Agora eu não posso ficar trabalhando em cima de suposições, por isso eu solicitei a apresentação dos documentos comprobatórios para que nós possamos judicialmente ou através da Secretaria de Estado do meio ambiente IAPE interditar, fazer a compensação disso. Obrigado Secretário.

O SR. FRANCISCO GAETANI (Secretário-Executivo do MMA) – Bom nós teremos na próxima Plenária então, dois momentos um relacionado ao licenciamento ambiental e o outro relacionado a situação do Estado do Paraná em relação a populações ribeirinhas e populações indígenas. Nós vamos dar sequências aos trabalhos, eu vou passar a condução para o Dr. Deusdará em função de ter que sair para viagem agora, desejo a todos um bom Natal, e até ano que vem obrigado.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Eu pediria ao Engenheiro colega Rume, por favor, aqui presente. Nós vamos entrar agora na fase de painel e informes, nós vamos fazer uma inversão rápida. Hummel.

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A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) – Chamando Hummel que já é um assunto pautado em outras Plenárias e que agora o Hummel tem a obrigação pela Lei de Florestas públicas. Fique a vontade.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Hummel Presidente do serviço florestal brasileiro. Hummel você precisa de quanto tempo? Rápido. Ótimo, depois nós abrimos a palavra para vocês, se vocês tiverem eventualmente alguma dúvida. Abrir o debate.

O SR. ANTONIO CARLOS HUMMEL (Serviço Florestal Brasileiro) – Boa tarde a todos e a todas. O serviço florestal brasileiro, anualmente tem obrigação de lei de mandar nosso relatório de gestão de florestas públicas para o Senado Federal, o Conama e outras instituições. E nós temos assim sempre todo ano nós estamos vindo aqui apresentar este relatório de gestão. Agora houve várias tentativas de nós apresentarmos esse informe é informe de 2011 ainda. Então, eu vou tentar, muito rapidamente já até inseri alguma coisa de 2012, porque nós estamos um pouco atrasado com essa informação. Acho que a primeira coisa que nós temos que citar é que com relação ao funcionamento da Comissão de gestão de florestas públicas. Inclusive, nós temos alguns membros do Conama que participa dessa Comissão. Nós conseguimos no âmbito de 2011, que ela funcionasse regularmente, ou seja, então, instrumento de participação da sociedade de controle social em cima da Lei de gestão de florestas públicas, e no ano de 2011 ele funcionou regularmente. Nós também publicamos, nós temos uma publicação anual que é o plano anual de outorga, esse plano anual de outorga são os cenários de concessões florestais. Ou seja, esse é um instrumento que nós publicamos anualmente até o dia 31 julho de cada ano, nós já publicamos do ano que vem, mas eu estou falando ainda do ano anterior. Então, esse um plano que nós encaminhamos para o Conama também, esse plano anual de outorga. O cadastro de florestas públicas, esse nós fazemos anualmente uma atualização da quantidade de florestas públicas que nós temos nesse País seja terra pública federal, estadual e municipal. Aqui até 2011, nós tínhamos um acréscimo de 12 bilhões de hectares com relação ao ano de 2010, ou seja, nós atingimos em 2011, 296 milhões de hectares de florestas públicas nesse País. Esse mapa detalha o que é floresta pública estadual, municipal que fim que está destinado, se é conservação de uso sustentável, se é área indígena, se é área protegida e também cita as terras públicas não destinadas. Nós finalizamos agora esse mapa está sendo confeccionado e nós podemos trazer numa próxima reunião, o de 2012. Então, hoje, o cadastro consta com 307 milhões de hectares de florestas públicas nesse País. Houve um acréscimo em torno de oito milhões de hectares. E acho que é um número para essa Plenária aqui pensar sempre, nós temos ainda na Amazônia em torno de setenta milhões de hectares de terras públicas não destinadas. Ou seja, que não tem uma destinação formal, que seja unidade de conservação, que seja assentamento, que seja área indígena. Ou seja, que é uma área que nós temos que pensar muito bem o que a nós

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podemos fazer com isso. São números que quando nós fazemos uma análise criteriosa do cadastro, eu acho que nós temos que debruçar muito sobre isso para nós não deixarmos que isso seja uma opção para grilagem e para ocupação, para exploração ilegal de madeira. Concessões florestais. As concessões florestais como eu falei anteriormente elas tem a previsão no PAOF que é feito anualmente. As concessões florestais, elas avançaram muito principalmente na concepção dos seus editais, em 2011, já agregando um pouco 2012, que está difícil de falar sobre 2011. Nós tivemos em 2011, 2012, o funcionamento pleno das concessões florestais na Floresta Nacional do Jamari com três concessionários, nós tivemos funcionamento pleno agora em 2011 e 2012, na Floresta Nacional de Saracá, nós estamos finalizando essa semana à abertura dos editais da Floresta Nacional de Jacundá em Rondônia, e mais um lote em Saracá. E temos preparado o lançamento de três editais, que estava previsto agora, mas deste final de ano ficou para o final do mês de janeiro, mais em torno de um milhão de hectares, que são as florestas nacionais de Trepori, Amana e Altamira, todas no Estado do Pará, todas na região da BR 163. Esses editais nós esperamos que no mês de fevereiro já estivessem na praça. E eu acho que uma coisa importante que foi feita este ano, mas eu gostaria de registrar que nós firmamos contrato com o IFC, Banco Mundial e BNDS, para fazer uma modelagem piloto econômico, financeira, estruturação de uma concessão florestal nas florestas nacionais de Itaituba I e II. Ou seja, esse olhar de fora é muito importante para nós, porque nós vamos poder ter uma expertise de instituições que atuam em outras áreas de concessão florestal desse País. Então, porque a concessão florestal é uma modelagem nova, principalmente a turma do IFC que trabalha no mundo inteiro com concessões não florestal, vai trazer um novo olhar para o serviço florestal brasileiro. E com certeza eu acho que os editais de concessão florestal, eles vão ser aperfeiçoados. Eu acredito que nós brincamos muito que nós já estamos na quinta geração de edital, ou seja, aperfeiçoamos muito estes editais, mas com certeza, eles ainda podem ser melhorados. E assim um pouco, sobre as concessões florestais sem entrar em detalhe, com certeza, em função dos últimos debates que nós temos talvez as concessões florestais, seja uma das, talvez eu não digo a única porque tem outras opções. Mas a grande opção para nós termos uma economia florestal madeireira sustentável na Amazônia, ou seja, se nós não aproveitarmos essa oportunidade das concessões florestais, ter uma discussão, bastante profunda das terras públicas não destinadas na Amazonas, eu acho que um dos poucos caminhos que nós temos para estabelecer uma economia madeireira sustentável é esse. A questão de nós corrermos para as terras privadas nós sabemos que os limites de terra privada na Amazônia principalmente com florestas é muito pequeno. Então eu acho que esse é um debate que não cabe aqui nesse momento, mas acho que ele é muito importante para essa Plenária ter conhecimento. Aqui um pouco onde está andando as concessões florestais, mas eu já citei. Uma coisa importante também que se fortaleceu em 2011, 2012, foi a implantação do Fundo Nacional de desenvolvimento florestal. Hoje nós temos uma atuação muito forte na caatinga, eu acredito que o manejo comunitário e familiar na caatinga ele está ganhando escala, principalmente atuando em assentamento rurais, e basicamente a grande fonte de recursos para nós atuarmos na caatinga, foram parcerias com o Fundo Clima e com o Fundo Caixa. Então, acho que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal ele criou uma estratégia de chamada que está tendo sucesso principalmente

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na caatinga, se vocês quiserem mais detalhes depois, nós podemos mandar os relatórios que estão sendo preparados com relação ao Fundo. O inventário Florestal Nacional também, talvez seja a política mais estruturante na área florestal, o serviço florestal está desenvolvendo, eu acho o que mais importante, foi nesse ano de 2011, eu estou já jogando para 2012, novamente. Nós temos um arranjo financeiro, que conseguiu ter recursos para nós terminarmos o inventário florestal o primeiro ciclo dele até 2015. Nós temos recursos assegurados na ordem em torno de 4, 5 fontes de cento e vinte milhões de reais, cento e trinta milhões de reais, onde a grande novidade, a grande notícia, que nós conseguimos, nós estamos para assinar o contrato agora no mês de novembro, dezembro com o Fundo da Amazonas para fazer um inventário florestal na Amazônia. Talvez seja o grande desafio nosso, mas esses recursos estão assegurados. Então, estão assegurados os recursos do Cerrado, estão assegurados os recursos também para a caatinga e Centro Sul, e também está havendo uma adesão muito enorme dos Estados, inclusive alguns estão presentes aqui para aportar recursos para esses inventários serem realizados. Nós já realizamos o inventário florestal de Santa Catarina, Distrito Federal, está em aberto edital Ceará, Sergipe, e Rio de Janeiro e já está prevendo o edital. E essa semana já foi lançada o edital também do Estado do Paraná. Eu acho que o grande desafio nosso era nós termos um arranjo financeiro, para colocar essa vinte e duas mil amostras no campo e esse arranjo nós já conseguimos. Uma coisa que todo mundo reclama a questão da informação e da transparência na área florestal, da qualidade das informações já está em estágio bastante avançado o sistema nacional de informação florestal. Esse arranjo para a implantação dele que envolve bastante os Estados, e várias instituições e também através de um projeto de cooperação que envolve a execução doe inventário florestal nacional também, nós temos recursos assegurados para a implantação do sistema nacional de informação florestal. Mas tem vários desafios dentro do sistema, talvez o principal desafio hoje é uma estratégia de nós sabermos o tamanho, o jargão técnica que é da conta satélite das florestas do Brasil, ou seja, quanto vale a economia florestal dentro do PIB Nacional. Eu acho que é uma estratégia para o serviço florestal ter uma parceria forte com a FAO, está sentando com o IBGE também, ou seja, nós precisamos ter essa contabilidade. Essa contabilidade que todo mundo vê de 4% do PIB Nacional, é uma conta mágica que existe, mas isso aí não tem um fundo mesmo de cálculo que a sociedade possa refletir sobre essa participação das florestas no PIB Nacional. Então, acho que esse é um desafio, e ele é presente dentro do Sistema Nacional de informações florestais. Gente era isso muito rapidamente, o pessoal me alertou, Hummel é um informe não é nenhuma palestra, eu tentei colocar para vocês o que nós fizemos muito rapidamente. Esse é não é o relatório de atividades do serviço florestal, eu alerto sobre isso, é apenas o que consta no relatório de gestão. O relatório de gestão o Conama já disponibilizou no site, onde tem detalhe de tudo isso, e eu ressalto que nós já estamos preparando o de 2012, vamos ver se ano que vem nós conseguimos Adriana um esforço do Conama. No início do ano, nós fazermos essa apresentação, porque se não os dados ficam um pouco defasados e fica até difícil de nós falarmos, muito obrigado e nós ficamos a disposição para qualquer pergunta.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Hummel. Obrigado por

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você manter o tempo estipulado. Eu perguntaria aos senhores Conselheiros se tem algum questionamento, ou algum pedido de esclarecimento? Por gentileza, Paulo. Em seguida o outro Paulo.

O SR. PAULO – Que foi citado rapidamente aqui algum trabalho relacionado com a FAO e eventualmente eu ouço muito falar no sistema florestal brasileiro do REDD. Então, eu queria que talvez pudesse comentar um pouco mais sobre isso, ou sobre a FAO. Qual é a relação da FAO com o serviço florestal?

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Vamos deixar para fazer as perguntas me bloco, que você aproveita, por gentileza. Paulo.

O SR. PAULO – Boa tarde, Sr. Antonio, agradecendo aí também a apresentação eu teria três perguntas. A primeira delas em relação às florestas públicas na Amazônia se a possibilidade de intervenção com estradas, não poderia induzir a ocupação, uma ocupação que pode incrementar uma ocupação irregular, enfim e o desmatamento. Segundo a questão dos inventários florestais se eles estão dos Estados, por exemplo, incorporando os mais baratos parâmetros da biodiversidade que não só a árvore em pé, volume de madeira, como nós vemos em alguns trabalhos. Ou seja, a floresta ser vista no seu todo, incluindo o máximo de biodiversidade, em terceiro lugar a questão do setor florestal, e aí tem uma discussão. E eu lhe perguntaria, porque me parece, que os plantios chamados plantios florestais talvez estivessem mais ligados ao Ministério da Agricultura e não ao Ibama, desculpe ao Ministério do Meio Ambiente, considerando que são lavouras de árvores. Eu acho que aí, às vezes existe essa confusão do setor florestal e me parece que seria o setor de madeira, celulose, enfim, silvicultura, fazer essa discussão, porque se não, essa confusão acaba para muita gente jogando tudo no mesmo saco e não nós sabemos que não é. Obrigado.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Conselheiro. Tem alguém quer se inscrever? Passo a palavra então para o Hummel, por favor.

O SR. ANTONIO CARLOS HUMMEL (Serviço Florestal Brasileiro) – Primeiro com relação à FAO. A FAO tem expertise em várias áreas e na área florestal é mundialmente reconhecida, e a FAO também tem vários padrões, com relação a levantamentos florestais, o mestre de produtos florestais no mundo, assistência técnica. Ou seja, existe um amplo leque, com relação ao trabalho da FAO. Especificamente com relação ao serviço florestal, nós temos uma cooperação financeira e técnica com a FAO para execução do inventário florestal nacional, de apoiar a execução do inventário florestal nacional. Ou seja, tem um escopo enorme de atuação, mas basicamente atuação da FAO nesse momento com o serviço florestal, é para apoiar a execução do inventário florestal nacional. E a FAO foi muito importante

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para nós, no sentido de apoiar o serviço florestal e discutir uma metodologia. Discutir uma metodologia de inventário florestal nacional para a Suécia, para a Suíça que já faz isso ha 100 anos, os Estados Unidos já faz ha cento e tanto, a China ha quarenta. O Brasil apesar de ser um País de potencial florestal basicamente. Nós conhecemos hoje as florestas do Brasil, do que se perde de floresta que passa no Jornal Nacional. Então, a tarefa do inventário florestal nacional, um pouco já respondendo a pergunta do colega é conhecer as florestas brasileiras por dentro, a qualidade das nossas florestas, realmente a pergunta se nós vamos levantar toda a biodiversidade. Com certeza não, o escopo do inventário florestal nacional, é de conhecer a floresta, ter o enfoque muito forte no carbono porque a realização do inventário florestal nacional ele vai dá um upgrade enorme para o Brasil para nós conhecermos a biomassa desse País. Inclusive nessas negociações internacionais nós vamos ter um valor mais exato desse carbono que nós temos nas florestas brasileiras, mas essa pergunta, não é a primeira vez que faz para nós. Nós estamos associando, dependendo dos Estados nós podemos agregar mais levantamentos, porque não é uma coisa barata, você fazer levantamento no País inteiro com 22 mil pontos amostrais? É muito mais caro, alguns Estados, como o Rio de Janeiro, como Sergipe e estão querendo que nós adensemos as parcelas, ou seja, uma amostragem mais intensiva para algumas regiões, alguns querem em regiões de uma bacia hidrográfica especial, outros onde tem um avanço da fronteira industrial. Então, porque isso? Mas na medida do possível, ou seja, o que for possível levantar e nós vamos levantar, mas isso vai depender muito também dos arranjos institucionais e financeiros, mas basicamente nós vamos levantar a vegetação que nós temos naquela parcela, vai ter uma análise da paisagem também através do geo processamento. E uma coisa importante também o aspecto social daquela floresta, naquela região que está sendo medida, tem questionários também para nós avaliarmos a relação daquela população com aquela floresta. Mas basicamente é isso, depois eu posso passar para vocês também qual é a metodologia do inventário e em um primeiro instante o que nós vamos fazer de medição. Com relação à floresta pública na Amazônia eu sempre digo que é pouca coisa setenta milhões de hectares com ou sem estrada, ela está sendo objeto de grilagem, com ou sem estrada em algum momento você tem um processo de especulação em cima dessas terras. Então, se nós hoje temos uma dificuldade mesmo em terras públicas destinadas que são os assentamentos, são áreas indígenas, são as unidades de conservação nós temos dificuldades para impedir invasões e evitar a exploração madeireira. E agora numa terra que em tese ela está sem dono, ou seja, está sem uma proteção, uma proteção forte. Então, por isso que nós temos colocado, nós fizemos estudo bastante detalhado, junto com IPAM dessas terras não destinadas na Amazônia e ter uma discussão muito forte do que nós poderíamos fazer com essas terras. Esse é um estudo que está disponível no site do serviço florestal brasileiro também, mas se tiver alguém interessado nós podemos mandar em PDF para os emails, só deixar o email comigo e eu mando esse documento. Com relação às florestas plantadas, eu acho que florestas plantadas ou não ela não deixa de ser floresta, cada uma tem uma destinação, eu tenho certeza, eu já vi floresta plantada, em grande parte do mundo, a floresta plantada, ela não deixa de ser floresta plantada. Nós temos florestas plantadas com trinta quarenta anos, repetindo o papel, claro que é nunca igual a uma floresta nativa, mas uma floresta plantada ela não deixa de ser floresta. No dia em que nós

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considerarmos florestas plantadas, que é uma lavoura, a área ambiental vai perder muito. Então, eu acho que o esforço nosso é de incorporar nos plantios florestais independente da destinação se é papel ou celulose os requisitos ambientais que nós achamos necessários e suficientes para aquilo ali ser considerado um bom plantio. E outra coisa o problema não é basicamente a árvore em si, é a forma que nós fazemos o plantio. Então, eu acho que o esforço é de nós caracterizarmos a melhor forma que nós queremos fazer esse plantio, se é com corredores, se é com manejo da paisagem. Essa é uma discussão eu acho importante, mas a questão das florestas plantadas, elas não podem se resumir simplesmente que é uma lavoura e ela podem ser plantada de qualquer jeito, de qualquer forma. Eu acho que a área ambiental só teria a perder, se nós desvinculássemos essa discussão de floresta plantadas da dimensão ambiental e julgar ela simplesmente para a área agrícola, nós ficaríamos mais um item aí que nós perderíamos a governança e a discussão. Eu acho muito importante que nós tenhamos governança sobre esse tema. Eu acho que assim rapidamente Deusdará eu acho que era isso. Muito obrigado, e estamos a disposição. (Palmas!).

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Hummel. Nós vamos fazer um informe que ficou agora que ficou pendente da reunião passada, e esse informe está baseado em uma Resolução que trata de pneus e inservíveis, antes um pouco do cadastro rural, vou pedir ao Marcio. Marcio dez minutos está bom? Ok. Senhores Conselheiros essa matéria não está pautada, mas ela estava pendente da reunião anterior, então, para cumprir essa pendência eu vou abri dez minutos para o Ibama, para o Márcio fazer esse relatório sobre pneus inservíveis.

O SR. MARCIO FREITAS (Ibama) – Na verdade, esse é informe é uma obrigação estabelecida na Resolução 416, que estava pautada na reunião anterior, e por falta de quorum acabou não sendo apresentada. A Renata que é a responsável pelo setor não está presente, eu vou procurar apresentar da melhor maneira possível, por favor. Bom eu não sei se todos têm conhecimento do que estabelece a Resolução, mas ela prevê um cálculo determinação da quantidade de pneus inservíveis gerados a partir do mercado de reposição. Então, essa é a fórmula que nós adotamos. Em 2011 a obrigação pela Resolução, portanto, era de destinação de quarenta e seis milhões, trezentos e setenta e três mil e oitocentos noventa e oito pneus ou transformando isso em toneladas que é a forma como nós controlamos, aliás, é a única forma possível de se controlar em função de diferentes tipos de pneus com que nós trabalhamos. São setecentos e setenta e nove mil toneladas então, de pneus inservíveis que nós deveríamos ter destinadas de forma ambientalmente adequada em 2011. Essa destinação, ela é calculada de maneira distinta entre os fabricantes e os importadores de pneus, portanto, nós controlamos de maneira diferente os dois e só para nós termos uma ideia os importadores são responsáveis por trinta e 38% do mercado de reposição e os fabricantes 62%. Então, a meta de destinação total de 545 mil toneladas, está assim dividida, duzentos e oitenta mil fabricantes, e duzentos e sessenta e cinco mil importadores. E essa meta nós tivemos efetivamente destinados quatrocentos e sessenta e duas mil, quer dizer, eu tinha me referido isso foi o volume efetivamente

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destinado, com aqueles valores de fabricantes e importadores. Isso significa que do ponto de vista dos fabricantes a meta foi superada, e do ponto de vista dos importadores de pneus a meta não foi atingida. Tivemos 66% da meta dos importadores de pneus e 101% da meta de fabricantes. Porque essa dificuldade? Em primeiro lugar o número e o porte dos importadores de pneus é muito grande, e os pequenos importadores, muitas vezes não tem uma estrutura ainda montada para fazer essa destinação. A Resolução mudou em 2009, porque até de 2004 até 2009, os importadores eram obrigados a fazer à destinação breve a importação. E isso acabou o controle que o Ibama fazia, acabou demonstrando que nós ficávamos muito sujeitos ao que nós chamávamos “destinação de papel”. O importador no afã de internalizar a sua carga acabava comprando um certificado de destinação que não necessariamente assegurava o Ibama que aquela destinação havia sido feita. Então, nós mudamos a forma, em 2009 a forma de controle, mudou a Resolução, e a partir daí nós passamos a controlar mais e começou a aparecer, então, esse furo de destinação. De qualquer forma o valor de destinação de pneus se nós pensarmos na extensão do País se nós pensarmos na forma informal como é feita muita vezes a troca de pneu e a vida útil de pneu e até mesmo a falta de controle da expressão veicular nós podemos imaginar que 85% de destinação ambientalmente adequada de pneus inservível é uma meta invejável. É um índice invejável se nós pensarmos em destinação de resíduos, principalmente de resíduos que tenham reciclagem bastante complicada e um mercado não tão atrativo assim. Se nós analisarmos do ponto de vista de destinadores, nós vamos ver que 55% é co processamento e 15%, outras destinações, e recicladora que aí está o reprocessamento da borracha, a transformação da borracha em artefatos de borracha para a reciclagem perfazem os 30%. Com os 85% estão divididos basicamente em co processamento e reciclagem. E aí por região destinação, nós vemos que o grosso da destinação é onde está o grosso da frota veicular, nenhuma novidade neste aspecto. Aí são os pontos de coletas de pneus servíveis declarados pelos responsáveis, em 2011, todos eles fazem parte do cadastro técnico federal, estão registrados lá devidamente licenciados, e controlados pelo Ibama. Então, essa é a distribuição do País em 2011 dos pontos destinação. É isso, mas deixa eu só comentar, que essas empresas que não tiveram a meta atingida, os importadores de pneu, foi feita uma grande ação de fiscalização, que está no relatório escrito que foi entregue ao Conama, e está disponível pelo DConama, ali detalha as ações que o Ibama tomou em relação ao cumprimento da meta. Nós fizemos uma grande ação de fiscalização e identificamos, foram autuadas mais trinta e sete empresas, e além da atuação e da multa, eles naturalmente vão ser obrigados a dá destinação a esses pneus sob pena de não poder importar. Rapidamente é isso, eu fico a disposição para alguns esclarecimentos.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Que os Conselheiros se inscrevessem para algum esclarecimento, questionamentos. Zuleica, por favor.

A SRª. ZULEICA NYCZ (AMAR) – Eu só queria te perguntar uma coisa, Márcio, bem rápido. A minha preocupação é a destinação também, tem toda uma logística, vocês

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tem um trabalho desgraçado para controlar o País inteiro, que fabricante, o importador assuma a sua responsabilidade e tal. E apresente os dados e tal. Mas tem a parte também da questão da destinação. É a mesma coisa, que eu estava falando agora a como eu disse ha pouco lâmpadas e eletro eletrônicos, como exemplo, é importante que a Política Nacional faça os acordos setoriais para que os fabricantes se responsabilizem e tal, mas quem é que vai tecnicamente estabelecer, dizer simplesmente: ah será exigido uma destinação ambientalmente que é adequada, ninguém diz qual é. Não que deva dizer, ou que não deva dizer, a questão é que tem que ser discutido isso. Porque em alguns casos é preciso apontar a tecnologia mais, a tecnologia não o fabricante da tecnologia, não para dá reserva de mercado como fomos acusados na época em que defendemos o refino do óleo lubrificado contaminado. Mas porque nós defendemos uma categoria de processo industrial. Que por acaso se chamava refino e existiam quatro, cinco, seis plantas no País cada uma usando uma tecnologia diferente, mas todas produzindo o mesmo efeito no final do processo. Então, era isso que nós defendíamos aquele processo, a mesma coisa se dá com os pneus. Eu, por exemplo, não sou favorável a queima de pneus, mas entendo que parece que pelo menos o Ministério entende ou o Ibama que é adequado ambientalmente, que eu acho não é. A questão é o que vocês estão fazendo exigindo?

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Zuleika. Alguém... Geovana.

A SRª. GEOVANA MARIA CARTAXO DE ARRUDA FREIRE (BIOESTE) – Geovana. Nossa eu acho que eu me confundi, eu estava anotando e vi no primeiro slide que era 799 mil toneladas a meta, depois o senhor disse que foi destinado a 462. Eu anotei errado? Não era essa... Unidades eu anotei... Em toneladas setecentos... Não a meta. Entendi, era essa a dúvida. E a outra dúvida é se esse relatório das multas e de ações de fiscalização se tem o que efetivamente foi recolhido porque nós sabemos que tem uma baixa, muito baixa efetividade das multas do Ibama com muitos recursos, pouca de fato efetividade. Então, se isso é levado em conta os resultados, se isso de fato funciona e em que porcentagem?

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Por favor, Márcio, por gentileza.

O SR. MARCIO FREITAS (Ibama) – Bom eu vou procurar ser breve porque eu estou roubando o tempo, aqui da reunião. Em relação à pergunta da Zuleika eu queria dizer o seguinte: o Ibama desde que começou a colocar em prática a Resolução do Conama com esta questão. O que é ambientalmente adequado? Porque a Resolução só fala ambientalmente adequado e não diz o que é. Naturalmente a primeira linha de corte, é que esteja licenciado pelo órgão ambiental para fazer essa destinação, não há como fugir disso. A segunda questão é que nós não podemos também obrigar uma determinada tecnologia de destinação, sempre vai haver e temos que deixar em aberto

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o surgimento de novas, por exemplo, tem asfalto borracha que surgiu aí no final da década de 90, foi uma boa solução para essa destinação, e ela não existiria quando foi feita a Resolução. Então, nós temos que deixar uma margem para que ou mesmo usem materiais de construção em piso antiderrapantes que estão usando hoje. Tudo isso está crescendo muito em relação ao co processamento. O coe processamento era destinação digamos assim mais corriqueira, aquele valor, que hoje é aí em torna de 50% chegou a ser 80% em outros anos. Porque é a destinação mais simples digamos assim, com o processo junto em um forno de cimento, e resolve o problema da destinação, não é do ponto de vista ambiental o mais desejado, mas estando licenciados para essa finalidade, nós sempre aceitamos e vamos continuar aceitando. Teremos que discutir no âmbito da própria Resolução maneiras de incentivar mais uma em detrimento de outras, mas a dificuldade o que Ibama tem como órgão de controle é que nós não podemos extrapolar o nosso mandato. O nosso mandato é o mandato de cumprimento da Resolução dentro do que os órgãos, dentro do que o SISNAMA estabelece e como regramento para que um determinado serviço de estabeleça. Então, esses serviços de reciclagem são todos eles licenciados pelo o órgão estadual ambiental são feitas vistorias e nós temos acompanhado isso, inclusive agora com o fato do cadastro técnico federal. Está sendo conveniado com os Estados o nosso controle sobre isso aumentou e muito e em relação a questão da efetividade das multas, esse é um problema que o direito de ampla defesa e de recursos tanto do ponto de vista administrativo como jurídico continua vigorando. Nós não temos como impedir e nesse caso específico como essa ação de fiscalização foi feita lá pelo meio do ano, nós ainda, boa parte desses autos ainda não terminaram o processo sequer administrativo que dirá o jurídico. Por exemplo, saber qual é a efetividade final da ação, mas é importante também destacar o que a Ministra colocou hoje de manha que com auto de infração eletrônica, com uma série de aperfeiçoamentos que o Ibama está fazendo a tendência é diminuir pelo menos o grau de recursos e aumentar a efetividade das multas que são aplicadas. Rapidamente seria isso, eu fico a disposição e sugiro que qualquer proposta de alteração ou aperfeiçoamento seja levada a Câmara Técnica correspondente no Conama para se discutir. Obrigado.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Márcio, Conselheiro do Ibama. Nós temos mais dois informes, o cadastro ambiental rural que a Engenheira florestal Rita Coelho que é a Diretora do Departamento de Biodiversidade de Florestas do Ibama vai fazer. A ideia é se nós tivermos tempo e fôlego ouvir um pouco sobre o plano de regularização ambiental que o Secretário Paulo Cabral, se puder fará a apresentação. E finalmente a Ministra pediu fazer uma breve apresentação, que me permita apresentar um técnico do Ibama que irá fazê-la sobre auto de infração eletrônica. Então, nós só temos esses três pontos, primeiro agora o cadastramento ambiental rural, Rita, por favor. Quanto tempo que você precisa? Quinze a vinte minutos e depois nós abrimos para perguntas.

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Boa tarde a todos, quase boa noite. A nossa apresentação seria feito pelo Secretário Paulo Guilherme, que não pode está aqui

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agora porque está fazendo uma entrevista, mas o propósito seria fazer uma visão geral do sistema de caráter experimental rural, o papel do MMA e do Ibama, nesse processo. Eu vou falar brevemente sobre isso, até porque grande parte a Ministra já falou hoje mais cedo e fazer a apresentação do sistema, sistema CAR que está sendo desenvolvido na plataforma do Ibama. Vou fazer uma apresentação rápida também, para não prolongarmos muito considerando o adiantado já da hora. Em relação ao CAR só vou reforçar que o papel do Ministério e do Ibama nesse processo, é realmente de está fazendo, definindo as regras gerais do funcionamento do cadastro rural estabelecido pela Lei 12.651. Nós estamos se respaldando no art. 29 que é o que cria o cadastro ambiental rural e tudo o que nós temos feito em relação ao sistema tem tentado se manter dentro do escopo da lei, nem mais nem menos. Então, realmente o que nós estamos pedindo ali está definindo as regras básicas mínimas necessárias que a lei pede, colocando isso dentro do sistema cadastramento rural. O sistema está pronto como já foi dito hoje mais cedo, e o propósito dele é está disponibilizando para aqueles Estados que não tem sistema de cadastramento rural, ou está entregando com os Estados que já possui sistema de cadastramento rural. A partir de hoje com a assinatura dos onze acordos mais o Estado do Rio de Janeiro que nós já tínhamos acordo assinado, daqui para segunda feira nós vamos está fazendo um plano de trabalho para está implementando o sistema para esses Estados que já assinaram o acordo de pressão técnica. Esse é o nosso propósito, o nosso primeiro passo, e continuamos aguardando o pronunciamento dos demais Estados para a assinatura dos acordos, a equipe está a disposição, Ministério e Ibama. Eu acho que não precisa repetir o que foi dito de manhã, não.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – O que os Conselheiros acham? Precisa que avançar mais alguma informação, querem alguma pergunta?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Se não nós avançamos para a apresentação do sistema.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Posso apresentar o sistema, então? Por gentileza, Ri, por favor.

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Então, vamos lá. O sistema CAR ele está na plataforma do Ibama como eu falei, esse é o site do CAR cadastramento rural, que é o que vai está entrando no ar semana que vem para os Estados que já assinaram acordos. Deixar bem claro, os Estados que não assinaram acordo de pressão técnica não vão conseguir acessar o site do CAR, não vão conseguir acessar o sistema, só aqueles que assinaram acordo. Então, está aí o site esse é um ambiente de teste, então, nós já temos um login uma senha já pré-estabelecida, é só acessar o CPF e senha, os caracteres de segurança e entrarmos no sistema. Nós vamos fazer uma declaração de móvel nova, o primeiro passo é a identificação do imóvel onde nós

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colocamos o nome da propriedade, do imóvel rural, se ele está e zona urbana ou rural. O tipo de ocupação se é propriedade ou posse, endereço, Estado município, descrição de acesso ao imóvel que é como você chega ao imóvel, destaca a opção de você poder incluir o número do NIF, Que é o número de registro na Receita Federal. E o código do imóvel do INCRA, que é o CCIR que é o número de cadastro no INCRA. Essas informações que não têm o asterisco vermelho não são obrigatórias, mas tendo essa informação pode ser posta ali. Qual o propósito disso? Como já foi dito hoje mais cedo também o Ministério está num empenho muito grande junto ao INCRA para está fazendo a integração dos bancos de dados do Ministério, do CAR com o banco de dados do INCRA. Uma vez feita essa integração, na hora que o interessado, ou a pessoa que está o usuário estiver fazendo o seu CAR, na hora que ele colocar o CPF lá em cima automaticamente nós vamos puxar já as informações de NIF, de NIF não, do CCIR do INCRA. Isso vai ser automático, hoje não tem isso, mas já vai ter a informação que nós vamos poder está cruzando com o banco de dados do INCRA. Na sequência a matrícula do imóvel onde a pessoa pode está descrevendo a matrícula o número da matrícula, ou os números das matrículas, pode ser mais de uma matrícula dentro do mesmo imóvel. E ali ele tem que definir por último, o parcelamento do imóvel dizer para nós se o imóvel é parcelado, se é fracionado ou condomínio. Se ele disser que sim abre o campo para você preencher quem é o detentor da fração, CPF, e número da matrícula. A cada preenchimento você dá o adicionar e ele vai incluindo lá embaixo, todos os CPFs. Lembrando que fracionado, nós entendemos que é aquele imóvel que tem a mesma função de atividade, e é área contínua, mas que é do mesmo CPF. Então, a pessoa pode fazer ali um fracionamento, ele tem um pedaço que é imóvel rural, que é propriedade rural que ele tem documento e um pedaço que é uma posse, ele pode fazer essa definição, esse detalhamento aí. Ele disse que vai ser fracionado e coloca o número da matrícula, quanto ele tem de matrícula em hectares e quantos hectares ele tem em posse. E o compartilhado e o condomínio é aquela situação onde você tem um imóvel e onde tem vários proprietários, você faz a descrição de todos os proprietários que estão nesse mesmo imóvel. A cada página você tem que gravar os dados se não você não segue para frente. Os anexos, eu não vou detalhar, mas é onde você pode está, vou ler duas perguntas, é onde você pode está incluindo os documentos de comprovação da propriedade, ou posse. Isso é opcional não é obrigatório, e tem algumas perguntas como: você possui reserva legal averbada? A proposta é: aqueles proprietários que já tinham reserva legal averbada antes da nova lei, ele pode está identificando ali, porque esse está desobrigado de fazer nova averbação, ele já tem averbação, e possui área consolidada antes de 22 de julho de 2008. Ele vai responder sim ou não, e depois vocês vão ver na parte geo que ele vai ter a possibilidade de estar fazendo o croqui dessa área consolidada. A próxima aba é do módulo geo onde tem as perguntas, observem que elas aparecem todas sem valores, e nós vamos clicar no mapa onde nós vamos fazer os croquis das áreas de perímetro do imóvel, APP, reserva legal. Essa parte geo está sendo toda re-customizada, ela já estava pronta, está sendo refeita e este, redesenho de todo o sistema, especificamente do módulo geo, já foi feito considerando as contribuições dos seminários que ocorreram aqui em Brasília. Que foram feitos pelo MMA, foram três semanas de seminário com todos os órgãos estaduais, representantes de todos os Estados, onde nós recebemos uma série de considerações, contribuições, críticas e

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nós estamos implementando já com essas contribuições. Então, na hora em que você abre o geo automaticamente ele já puxa o limite do município que foi selecionado lá na parte cadastral do imóvel, aí você tem a opção de dar o zoom ir para a esquerda, direita e aí vamos fazer o perímetro do imóvel. Vou demonstrar só algumas funcionalidades só para nós fecharmos até o resumo, para sair o documento o recibo. Essas ainda são imagens Google, como foi dito também mais cedo as imagens novas já foram compradas mais ainda não chegaram a Brasília. Então, no prazo aí de chegar para semana que vêm, eles têm até sessenta dias para entregar todo o pacote. São trinta mil imagens. E aí estamos naquela fase de teste que nós temos que está validando então, nós temos que está por amostragem olhando algumas imagens, vê se está dentro da especificação para poder dá o ok. Estamos nesse processo agora. Então, está ali desenhamos o polígono da propriedade, o azul já é a área consolidada, que ele fez um polígono de área consolidada, pedi para abrir a aba, ali naquela aba preta a direita, que ali já aparece automaticamente o nome da propriedade, o código do imóvel. Que a cada carga vai gerar um número, o código do imóvel, o nome do imóvel, município, as propriedades do imóvel. A área do imóvel que foi o que nós acabamos de fazer de croqui, então 85 hectares, área consolidada 14,65. Então, você tem a opção também de fazer a área de servidão, área líquida do imóvel é o total do imóvel, na seqüência nós podemos está fazendo o perímetro da APP. Não vamos desenhar a APP não, só para nós ganharmos tempo, mas é a mesma lógica. A APP ela pode ser em linha ou em polígono, se for rio com mais de dez metros de largura automaticamente você é direcionado para fazer já um polígono, não uma linha. E APP hídrica, que eu estou me referindo lógico. A reserva legal nós vamos desenhar a reserva legal que é obrigatória. Ali também aproveitar e explicar, nessas opções de geo, você pode desenhar o que é o croqui, que é nós fizemos, você pode está digitando as coordenadas. A APP na reserva legal, se nós vamos dizer se ela está dentro do imóvel, então, tem os campos onde você pode quem já tem a informação pode está digitando as informações. Outra opção é o azimute a distância, importação de arquivos CSV, ou importação do arquivo shapefile. Então, isso aí já contemplando as sugestões que nós temos do seminário de outras opções que não só o desenhar, ou fazer o croqui. Vamos fazer uma reserva legal rapidamente só para nós batermos os quantitativos. Todo polígono que é feito ele pode ser editado ou excluído. Da mesma forma, feito o polígono ele vai fazendo já o resumo das percentagens. Então, reserva legal deu 8,5 hectares, ele faz o cálculo de reserva legal fora ou dentro do imóvel, se nós tivéssemos feito fora ele já deu ali 17. Indicativo de reserva legal pela lei, que aí para cada bioma, cada tipo de vegetação vai ter um percentual diferente. Área consolidada e área de vegetação natural que nós fizemos, lembrando que área de vegetação natural é toda vegetação que não está em uma área consolidada que não está antropizada. Nós fizemos ali propositadamente uma área de vegetação natural que não é a mesma que nós desenhamos para a reserva legal, para nós vemos o quantitativo que vai dá de reserva legal a ser recuperada. Porque nós não identificamos toda a área de reserva legal como área de vegetação natural. Então, ali área de vegetação legal degrada alterada, antropizada 4,62 hectares. E aí esses valores uma vez gravados eles retornam para aquela aba anterior onde aparece o quantitativo do que foi desenhado. Então, já está ali os valores preenchidos automaticamente, da mesma forma se tiver interesse de incluir o responsável técnico pelo desenho, tem essa possibilidade esse

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campo não é obrigatório. Cada Estado vai depender da regulamentação estadual definir algumas regras de negócio no sistema. Então, isso aí tem que ser uma conversa de Estado para Estado para saber como vai funcionar. E aí o recibo feito o CAR. Essas são as condições, aí nós trazemos informações gerais, deixando bem claro que isso aí é apenas um recibo de entrega da declaração de inscrição ao CAR, isso não é um documento válido, averbação de reserva legal, não é um documento válido para posse ou propriedade, não dá essa validade, isso está escrito aí. E deixando claro também que esse sistema, esse recibo não quer dizer que o CAR está homologado. O CAR pode ser automatizado no caso do imóvel que não tem reserva legal degradada, que ele identifica que a reserva legal já havia sido averbada antes da Lei 12.651, não tem APP degradada. Nessas condições nós podemos está automatizando o CAR, se assim o Estado entender para sair um formulário dizendo que o cara está 100%. A lógica do sistema que nós estamos construindo do módulo de análise é muito semelhante ao da Receita Federal. Essa foi a forma que nós encontramos para não correr o risco de, hoje está saindo um documento 100%, onde diz que a propriedade dele está ok, e amanhã outro usuário faz um CAR que sobrepondo esse imóvel e aí esse CAR do dia anterior, já passa a ser um CAR a amostra já ter uma sobreposição de CAR. Então, nós não estamos mais emitindo o papel, um documento que nós havíamos pensado inicialmente de CAR homologado. Vai ser a lógica da receita, onde você diariamente você pode entrar no sistema, e vê o status daquele CAR. Então, hoje o CAR pode está o status ok, mas amanhã se tiver outro CAR em sobreposição, ele já vai para uma análise ou fica suspenso. Isso vai está sendo visualizada no módulo de análise, essa é a proposta. Uma vez declarado que li e que concordo com os termos, emite. Então, o recibo que é um o único documento que ele vai poder está imprimindo ou salvando em relação ao CAR que é o que a pessoa precisa para saber. Eu fiz o meu CAR está ali o documento o recibo que ele fez o CAR dele. Agora a questão de localização de reserva legal, de áreas a ser recuperada, isso vai depender da análise do Estado. Nós não falamos do PRA, os documentos comprobatórios eles estão naquele campo na parte de cadastro do imóvel, mas não estão obrigatórios. Ele pode está fazendo o upload desse documento, e colocando no CAR. Isso que eu estava explicando, esse recibo não significa que o CAR dele não vai precisar ter complementações ao CAR não quer dizer isso é a mesma lógica da Receita Federal, todos nós vamos lá e fazemos a nossas declarações, não quer dizer que nossa declaração esteja 100%, nós podemos esquecer um documento pode retificar depois. É a mesma lógica, a pessoa está declarando as informações de cadastro do imóvel rural, mas isso vai para uma análise do Estado.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Edgar. Pega o microfone para gravar as suas perguntas, por favor. Secretário do Meio Ambiente do Estado do Acre, Carlos Edgar de Deus.

O SR. CARLOS EDGAR DE DEUS (Secretário do Estado do Acre) – Estou fazendo a seguinte pergunta para ela: primeiro se ele vai entrar com os documentos comprobatórios das informações que ele está passando ali e segundo quando vai

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haver ou como é que vocês pensaram a questão da homologação. Porque ele vai precisar de algum documento para poder dar entrada no financiamento, banco, etc., para poder dizer: eu estou regular perante o órgão ambiental. Como é que vocês estão pensando isso?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Só repetir. Em relação a documentação do sistema ele prevê a entrada da documentação só que no CICAR Nacional, esse upload de documentos não é obrigatório. Isso aí vai ser uma regra de negócio que cada Estado vai ter que definir e aí nós trabalhamos essa customização. Em relação ao documento de homologação de CAR homologado como eu estava dizendo, hoje não tem esse documento de CAR homologado. O que ele vai ter é o recibo comprovando que ele fez o cadastro da inscrição dele do CAR no sistema. E a proposta seria uma coisa automática que a cada dia, você possa entrar no sistema, o técnico do órgão estadual ou o próprio banco poder entrar no sistema visualizando a situação e o status daquele CAR no sistema. Mas, da mesma forma, se o Estado entende que tem que ter um documento formal de CAR homologado, nós podemos aprimorar isso e pode customizar.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – João, por gentileza. Só um minutinho. Rita, já terminou a sua apresentação? Já estamos na fase de debates? Já. Então, por favor. Você imagina um membro da CNA pedindo para a Presidência da mesa perguntar para ele. Maria, leva o microfone, por favor. Esse Conselheiro.

O SR. JOÃO CARLOS DE PETRIBU DE CARLI FILHO (CNA) – João Carlos, CNA. Não é que eu queria que fosse mais célere, porque o pessoal está meio cansado. Você afirmou ali que o CAR não vai fazer o registro da reserva legal, como é que vai ser feito o registro da reserva legal então? Se não é mais averbado em cartório e você tem que registrar no órgão ambiental?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Expressei-me mal. Quando eu falei da reserva legal é que separar dois momentos, primeiro aquele que já havia reserva legal averbada antes da lei 12.651, esse não tem que averbar de novo, a lei não diz isso. Então, ele só tem que comprovar que ele já tinha reserva legal averbada. Então, ele pode dizer sim ou não, se sim ele pode fazer o upload do documento do imóvel dizendo onde ele tem reserva legal averbada. Se não, no sistema ele vai fazer o croqui da localização de reserva legal. A lei deixa claro que a localização da reserva legal, o órgão estadual vai ter que analisar que é o que ele perguntou do CAR homologado. Então, não é que ele não vai fazer o registro, eu só quero separar que aquele documento de recibo não diz para o usuário de não que a reserva legal dele já está averbada. Não é aquele recibo, porque o CAR dele vai ter que passar por uma análise para uma validação do órgão estadual para aí assim, para ele ter a reserva legal averbada.

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O SR. JOÃO CARLOS DE PETRIBU DE CARLI FILHO (CNA) – Prometo que é a última. João Carlos Di Carli, CNA. E para aquela pessoa que fez a abertura da propriedade antes da Legislação vigente de reserva legal, vai ter algum campo dentro do sistema para ele afirmar isso? Que fez a abertura da propriedade rural antes de existir a Legislação de reserva legal?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Não. Hoje o sistema não está prevendo uma pergunta, uma crítica neste sentido, está na Lei, mas não temos, nós anotamos. Vai está na lei e vai está registrado no sistema todas as informações daquele imóvel.

O SR. ROBERTO MORENO (Ministério da Agricultura) – Roberto Moreno Ministério da Agricultura. Está na lei, mas vai ter que esperar decreto para ver como é que vai funcionar, mas esse detalhe nós vamos ter que esperar o decreto para ver qual é o funcionamento para a aplicação da lei. Realmente tem alguns problemas, mas é difícil. Então, esses em especial. Esse detalhe de a temporalidade em que a terra foi convertida, a fórmula de você comprovar a necessidade de comprovar tudo isso ainda vai ter que vir por decreto. Vamos chamar isso de exceções, inclusive aquele problema na Amazônia legal, quando era de 50 depois passou para 80. Então, esse problema não adianta que não aqui no CAR que vai resolver, é lá no decreto e depois o que for necessário traz para cá. A minha pergunta é chata eu já me identifiquei, a minha pergunta é chata. Cálculo de topo de morro está previsto?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Eu não mostrei, mas está previsto. Vocês querem voltar para ver? Não estamos ainda com essa tecnologia toda, mas nós tendo, não temos ferramenta para isso ainda hoje.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Mas algum esclarecimento? A desculpa, companheiro, por favor, não sei o seu nome.

O SR. LUIZ FERRARI (SEMA/Bahia) – Luiz Ferrari Conselheiro pelo SEMA da Bahia. Algumas questões, primeiro a confiabilidade desse desenho feito a mão, me parece muito inseguro isso. A outra questão ali na confiabilidade é se a média do agricultor familiar não faz isso só, vai precisar de apoio técnico, se vocês têm estimativa de custo de apoio técnico, se vocês têm estimativa de custos para isso, quanto que vocês acham que cada agricultor familiar vai precisar de apoio técnico, e quanto vai custar. A Bahia tem seiscentos e cinqüenta mil agricultores familiares, seiscentos e cinquenta mil propriedades familiares. Nós estamos chutando que o custo é acima de mil reais por propriedade para fazer isso, e nós achamos que este desenho feito à mão não é confiável, tem que ter ponto colhido em campo. A outra coisa, além desse custo de viabilidade é a questão da regularidade, para efeito de crédito, sem o PRA está

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regularizado considerando que a maior parte de propriedades familiares tem algum déficit de reserva legal e APP. Então, sem o PRA, nós não vamos resolver a questão de regularidade, isso para mim é muito grave. A outra questão é a questão técnica também desse sistema de que como é que você vai poder depois fazer um PRA aí, quer dizer, ele vai comportar PRA também? Então, são questões que estamos preocupando bastante na Bahia em relação qual vai ser a utilidade do CAR, não resolve a maior parte do nosso passivo e ele pode impor um custo para o Estado que está estimando perto de um bilhão de reais para o Estado da Bahia, e esse prazo de dois anos é irreal até em termos de capacidade técnica do Estado de fazer isso. Não só do Estado mesmo, técnicos disponíveis no Estado para conseguir operar isso nesse prazo de dois anos que é o que está apontando.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Conselheiro eu só vou pedir essa é a última intervenção? Ninguém está inscrito, então, responderia e nós passaríamos para o último bloco para ver se há possibilidade do (...), se vocês tiverem interesse em apresentar o auto de infração eletrônica. Nós temos o Paulo Cabral falando do PRA. Alexandre de Tocantins? Não então, vamos responder SEMA Bahia, você responde junto, e é melhor. Passa para o Conselheiro de Tocantins, por gentileza.

O SR. ALEXANDRE TADEU DE MORAES RODRIGUES (Tocantins) – Rita só em relação ao desenho. Alexandre Tocantins, eu já tinha me identificado, então eu esqueci. Mas a lei determina pelo menos um ponto de amarração. Então, eu acho que esse CAR aí deve está prevendo essa situação se não o próprio Ministério descumprir a Lei fica meio difícil de nós entendermos. Então, é só nesse sentido, essa colocação porque se não tiver a coordenada geográfica, não faz sentido. Está certo.

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Se eu esqueci alguma coisa, você me cobra.

A SRª. ADRIANA SOBRAL BARBOSA MANDARINO (Diretora do DConama) - Rita só um minutinho. Você está nos ajudando passando o microfone, eu... Nós um segundo sem fio senão nós vamos pedir para as pessoas irem ali mesmo, porque senão atrapalha para você.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – É o caso do João que está cansado de ter ficado sentado a tarde toda e está muito cansado.

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Deixa-me ver se eu me lembro, eu falo da ordem. Bahia, em relação ao croqui, correto. Realmente não temos como garantir a confiabilidade dos dados que vão está sendo postos ali em croqui. Nós mesmos trabalhamos com isso, eu já falei com o Joel se eu fizer ali não vai ficar 100% o limite

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de uma propriedade, se você comparar for comparar com as coordenadas. A proposta é trazer uma ferramenta que seja fácil, rápida para nós termos em menor tempo possível uma maior quantidade de informações, considerado os prazos que a própria Lei trouxe. Não estamos imaginando que nós vamos ter com o CAR de imediato, informações de 100% de confiabilidade. Não é esse o nosso propósito, o nosso propósito é de ter a informação, ter uma entrada mesmo de informação de dados que é o cadastro, e daí nós irmos afinando isso com o tempo. Lembrando que como eu falei o simples, a simples inscrição no CAR não garante ao usuário nenhum benefício, ele não vai poder ter uma fazer autorização de supressão, fazer manejo, nenhuma atividade de imediato. Isso vai ter que passar por uma análise do Estado e um processo de licenciamento do Estado, onde nós vamos poder está refinando essas informações, postas no CAR. Esse é o raciocínio. É a suspensão das sanções. Mas eu falo assim o CAR, vamos separar CAR de PRA eu vou falar do PRA. Eu estou falando de CAR, estamos falando só da inscrição do cadastramento rural. Não estamos falando do PRA. Então, em relação ao croqui, em relação ao PRA que você falou. Agora o Guilherme já chegou, ele vai entrar em mais detalhes sobre isso. Em relação ao PRA, como eu disse antes, já tinha um módulo de PRA, mas é o que nós estávamos construindo para o programa mais ambiente que foi revogado com o Decreto que saiu. Estamos refazendo todo esse processo, isso vai depender de regulamentação do PRA, enquanto não sair a regulamentação no PRA, não tem como nós implementarmos no sistema o PRA o módulo PRA, mas vai ter sim. O sistema está previsto para ter um módulo de PRA, não tem como você só fazer o cadastro, se você não vai ter a complementação para chegar até o final da reavaliação ambiental daquele imóvel. Então, tem que ter o PRA e o prazo está na Lei também, até maio do ano que vem. Até maio do ano que vem nós temos que ter o PRA pronto. Então, esse é o prazo que nós temos e estamos trabalhando nisso como prioridade. A próxima regulamentação que vai sair é em relação ao PRA.

O SR. ROBERTO MORENO (Ministério da Agricultura) – Qual é a escala do mapa, as fotografias, tem ideia da ordem de grandeza da escala? Um para cem mil, um para um milhão?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – As imagens vão ser para cinco metros.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Vamos ajudar a terminar, por favor. Tem a resposta do ponto de amarração?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Ponto de amarração você chegou a perguntar sobre isso também. Estamos trabalhando nessa definição do ponto de amarração, também para sair por regulamentação, para podemos definir isso, não tem definição sobre pontos de amarração, já pesquisamos e estamos trabalhando em cima disso para sair em regulamentação.

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O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Bom ainda ha uma inscrição. Muito obrigado. Mas ainda ha uma inscrição você queria fazer uma pergunta?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – Só ele em questão de custos. Não tem como nós ajudarmos, cada Estado vai realmente ter uma previsão de custo diferente, cada Estado vai ser uma realidade.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Eu pediria depois que o companheiro da Bahia tivesse a oportunidade após a reunião e nós temos uma solenidade, a Secretária Samyra já chegou do lançamento do livro Boas Práticas em educação ambiental da agricultura familiar vai dar abertura a um seminário. Então, eu pediria que se pudéssemos fazer um entendimento informal para nós podermos aprofundar as suas dúvidas e até eu gostaria de pessoalmente de conversar contigo, mas na mesa não me permite este tipo de coisa. Então, a última pergunta, por favor.

O SR. ROGÉRIO TOLETO (CONTAG) – O meu nome é Rogério Toleto. Eu sou da CONTAG. O que você apresentou o programa para aquele sistema ideal que você tem Internet de tem alto velocidade, tem mais tal, tal o que vocês estão pensando para regiões que não tem isso? De que forma vai ser feito isso?

A SRª. RITA COELHO (Ibama) – É o que está em processo de elaboração também que é o CAR offline é o mesmo sistema que nós apresentamos aqui, só que para ser feito sem internet, a mesma lógica da Receita Federal nós baixamos no nosso computador, faz a declaração e depois só envia. É o CAR offline.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Nós depois podemos disponibilizar algumas informações adicionais e promover algumas conversas bilaterais após a reunião. Eu pediria ao Secretário dos extrativismos do desenvolvimento rural o Dr. Paulo Cabral que fizesse a apresentação sobre plano de regularização ambiental.

O SR. PAULO CABRAL (Secretário do Extrativismo do Desenvolvimento Rural) – Quase boa noite. Então, boa tarde para todos e todas. Eu vou procurar ser bastante rápido dinâmico aqui, porque estou percebendo que o pessoal está massacrado um pouco já no final da reunião. Eu queria até ficar ali embaixo também como a Ri, mas me recomendaram que eu ficasse aqui para poder ir passando os slides. O que eu vou apresentar aqui pessoal é uma copilação de alguns apontamentos que nós colhemos de três seminários que nós realizamos com os órgãos ambientais estaduais. Então, os órgãos ambientais federais no caso o Ministério, o Ibama e CMBIL junto com os órgãos

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estaduais, nós nos reunimos discutimos várias questões relacionadas ao cadastro ambiental junto também relacionado ao PRA, e aqui tem alguns apontamentos do que foram colocadas. O que não significa que isso aqui já seja um instrumento normativo, que já esteja definido que vai ser empatado de uma ou de outra forma. Mas são inclusive recomendações que foram colocadas pelo conjunto dos órgãos e estão mais consensuadas e grande parte delas estão passando por uma fase de regulamentação. Então, isso que eu estava dizendo faz parte de um... Então, como eu estava dizendo essa é uma copilação de resultados desses três seminários realizados recentemente. Pode passar o próximo, por favor. E aí, então, vou tentar ser bastante objetivo e rápido para cansá-los menos o possível. Então, algumas dessas questões, inclusive eu acredito que a Rita já tenha abortado eu vou ter que repetir para reforçar um desses aspectos. Informações mínimas são as exigidas pela Legislação. Então, nós estamos procurando de fato nos ater ao que a Legislação já estabelece. Então o que o novo código florestal definiu é o que nós estamos implementando, estamos procurando não ir além do que está colocado, isso inclusive é uma reflexão séria e importante para ser feito, porque a estratégia agora é colocar o maior número de imóveis rurais, dos cinco milhões de imóveis rurais do País, cadastrados em apenas dois anos. Então, como o esforço é muito grande não é recomendado inventar mais complicação, quanto mais simples e objetivo, melhor, como no caso para a Legislação. Não haverá dois cadastros, às vezes nós encontramos produtores ou outras pessoas com essa preocupação, se tem o CAR do Estado e se tem o CAR da União, o CAR federal e o CAR estadual. Não existe isso, é um CAR único, é um sistema único, alguns Estados já têm o sistema, já tem norma, já tem Legislação para isso. Esses CAR que já foram elaborados e vão ser integrados dentro do sistema nacional. E então, vai ser apenas um único CAR o produtor não vai ter que passar por constrangimento de ter então que fazer um CAR no Estado e fazer outro CAR no órgão federal, Então, esse é um ponto já bem estabelecido pela Legislação. Essa questão da integração que será feito então através da web server, entre todos os sistemas, tanto usar pré-existente aqueles que já estão em operação, e também aqueles que vão por acaso, utilizar o sistema que foi desenvolvido pelo Ministério e o Ibama. O sistema de cadastro deverá permitir a atualização dos dados foi o que a Rita estava informando recentemente, agora. A inscrição do CAR o sistema deve ser feita preferencialmente nos Estados e nos município, é o que também a Legislação já estabelece. E aí por consequência quem faz a avaliação da prova, CAR é o órgão estadual ou no caso dele delegar essa competência também para o órgão municipal, quando ele faz a gestão florestal. Sistema de cadastros desenvolvidos pela União pode ser adotado, customizados pelos Estados então, essa é a oferta que nós fizemos a partir dos acordos de cooperação que já foram assinados hoje. A informação apresentada ela é declaratória esse é um ponto importante. Henri abordou muito bem sobre este aspecto, cabe a responsabilidade da informação cabe ao produtor. Ele que está informando a sua situação, a responsabilidade, portanto, é dele não é do analista que vai confirmar aprovar o CAR. Os Estados devem promover integração dos municípios agora esse aí é na descentralização, nós já sabemos que isso já ocorre em alguns Estados, já ha atribuição compartilhada com os municípios para na época fazer a representação da reserva legal e isso então deve ser ampliada e nós precisamos, inclusive trabalhar isso junto com os Estados, para que nós possamos chegar a chegar a apoiar alguns

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municípios também. Estão sempre sendo feito o diálogo primeiro com os Estados, então, os OEMAS é vão nos dizer a situação de cada um desses municípios, como que está este arranjo, quais os municípios que têm essa capacidade, e quais deles que vão está de fato envolvidos no processo de cadastramento. Os pequenos produtores não terão a exigência de ART e serão apoiados também, inclusive para poder implementar o CAR, fazer o seu CAR. Então, nós já estamos fazendo isso, a Ministra deu conhecimento hoje, ontem foi assinado um acordo de cooperação também, com a FETRAF, vamos fazer isso com a CONTAG e com os demais movimentos para apoiar essas organizações para que ela possam apoiar os seus filiados a fazer o cadastramento. Assim como também com a CNA e outras entidades, a OCB que já está também no processo de construção desses acordos de cooperação. Aí é de responsabilidade dos médios e grandes produtores, detentores de imóveis fazer por conta própria o seu cadastro. A análise de documentação fundiária não deveria ser uma responsabilidade do órgão ambiental. Então, as vezes nós percebemos uma certa preocupação do órgão ambiental de querer também entrar nessa seara da regularização fundiária. O próprio INCRA pelas conversas que nós estamos tendo os entendimentos que nós estamos construindo, ele próprio está revendo isso, quem confirma no caso a posse da propriedade é o cartório, não é nem o próprio INCRA. Então o INCRA está inclusive revendo as suas normas de certificação para tornar também o processo mais célere, mais rápido e de fato o INCRA se incumbir daquilo que era a sua responsabilidade. Então, nós queremos, inclusive propor aos órgãos ambientais junto com o INCRA, nós esclarecermos esses procedimentos, o que o INCRA exige, qual é o papel dele, porque também estamos entregando a base de dados do INCRA, tantos dos imóveis já certificados como dos outros que foram e estão em processo de certificação para ter maior segurança na hora de identificar de fazer a identificação do perímetro dos imóveis. Então, essa é uma informação também que já vem sendo demandada pelos órgãos ambientais. Também a Henri acabou de informar isso, os dados de CPF, CNPJ da Receita Federal, os outros dados também do âmbito dos Governos estaduais e do próprio INCRA também para essa comprovação de propriedade ou posse. Usar os mecanismos de malha fina, análise mais detalhada, em alguns casos nós estamos buscando também construir algumas ferramentas para automatizar essa análise de identificação da cobertura vegetal. Então, algumas ferramentas estão sendo desenvolvidas para auxiliar no processo de verificação depois que o CAR é inserido na base de dados dos OEMAS. Então, nós sabemos que esse é um ponto de estrangulamento, de equipe técnica nos órgãos ambientais que de vazão, que de celeridade nesse processo de análise. É importante que haja a aquisição permanente de margens essa era uma intenção do Governo Federal como foi feito agora, já estamos iniciando, hoje já recebemos as imagem da região Sul, Sudeste e centro Oeste e até dezembro, estamos com o mapeamento completo de todo território nacional, e a intenção é seguir periodicamente fazendo essa aquisição. Ok. Está indo rápido, vocês estão conseguindo entender? Está muito cansativo, ou não? Podemos ir tocando? Vamos seguindo o barco, então vamos. Bom o PRA aqui também não é nada ainda de norma já estabelecida, alguma coisa está no Decreto 78 30, mas as outras questões estão em construção. A Ministra, inclusive informou isso hoje de manhã, um ponto que nós temos que nos debruçar juntos principalmente com os órgãos ambientais, para fazer essa construção dada como, e também já tínhamos mencionado

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as especificidades de cada Estado, claro que cada Estado deve fazer assim como a Lei estabelece a sua normatização específica. Então, as regras gerais a União estabelece, mas aquilo pontualmente o Estado vai de fato ter essa incumbência de regulamentar. Então, aqui tem uma estratégia federal estadual estabelecida, de forma conjunta e entregadora. Então, isso que nós queremos está em construção, ontem tivemos a reunião com a Abema, para fazer esse processo de forma conjunta, esse seminário que foram realizados, inclusive serviu para já levantar esses pontos. O Estado realiza a interface mais direta com os produtores e a União participa no apoio indireto a recuperação dessas áreas. A adesão ao PRA ela é voluntária, e tem também o compromisso a necessidade do produtor já ter feito o cadastro ambiental para que ele possa aderir ao PRA. Então, a vantagem do fato de ter o próprio cadastro é a adesão ao PRA. Evitar a guerra ambiental nós estamos chamando, aos modos que a guerra fiscal nos casos de compensação que pode ser feito em mais de um Estado. Então, também é uma forma, é uma necessidade de os Estados buscar construir esse entendimento conjunto. Os PRA em andamento eles não perdem a validade, embora devam está registrados no CAR. Então, nós sabemos existem tanto no órgão federal, como no órgão estadual e isso em que ser para que o Estado possa acompanhar, ele também está integrado na base no sistema, para acompanhar essa verificação. É preciso entregar também os PRAS estaduais, com as multas federais do Ibama, e esse processo de integração de web server é exatamente para isso também que é uma necessidade que vai ser demandada. Há necessidade de se criar um arranjo de governança entre Abema, ANAMMA e como atores centrais também desse processo para fazer essa é recomendação que surgiu dos participantes desses seminários. É fundamental envolver os gestores municipais porque esses de fato estão mais próximos, e vão ser mais demandados dos produtores, inclusive pelas próprias organizações que os representa. Deverá ser considerada a possibilidade de a União oferecer apoio técnico e financeiro, na execução dos PRAS estaduais, a exemplo do que eram os subprogramas do programa mais ambiente, o Decreto 7.029, que foi revogado em função do Decreto 7830, que passa então, o PRA a cumprir o seu papel. Lá estava prevista sobre os programas a intenção da União, assim como já ocorre com a ascendência de imagens, é também apoiar para as outras formas de apoio aos Estados para essa recuperação. Aí no caso, por exemplo, a própria ATERA Assistência técnica há uma ação do MDA, do INCRA, de contratação de ATER que deve ser também orientada para esse tipo de trabalho. Então, necessariamente alguns conteúdos, desses contratos, dessas chamadas devem abordar desde a elaboração do CAR, como também da implementação das tecnologias de recuperação das áreas. Aqui tem instrumentos financeiros e econômicos para estimular a regularização ambiental. Então, aí vem a questão do pagamento do serviço ambiental, que a Ministra mencionou hoje de manhã e outras formas, outras linhas de créditos que possam apoiar essa recuperação. Na regulamentação... Opa faltou uma frase ali. Na regulamentação geral da Lei 12.651 ha que tratar dos casos de compensação entre Estado e dentro dos mesmos biomas, isso já estava, já tinha me referido anteriormente. Bom então, estratégia, aqui é mais rapidamente então, o que tem feito até então para apoiar todo esse tipo de ação que é previsto e que vai ser necessária para tanto implementar o CAR quanto o PRA? Está a disponibilização do sistema eletrônico do CAR desenvolvido pelo Ministério e pelo Ibama. Então, isso já fruto do acordo de

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cooperação já que estão sendo assinada, a aquisição de imagens de cobertura nacional, que passa já a ser disponibilizadas, campanhas de divulgação. Então assim que for dada a data definitiva para implementação do CAR, haverá uma campanha nacional de informação para orientar o produtor, onde ele busca apoio, como ele faz o seu cadastro. A intenção nossa também de criar uma espécie de um observatório nacional, tanto do CAR como do PRA, para disponibilizar as informações, inclusive que a Legislação determina sobre o avanço, o progresso tanto do CAR quanto do PRA. Bom, dentro dessa estratégia então de apoio para a implementação já no ano passado, através do Sicobe chamada pública, nós estabelecemos cinco convênios com órgãos ambientais estaduais para apoiá-los na implementação do desenvolvimento de suas próprias ferramentas do cadastro ambiental. Entidades representativas também dos produtores foram celebradas dois convênios, este ano nós sofremos um impacto, que tivemos que destinar o nosso recurso para compra de mais, mas mesmo assim, vai ser possível estabelecer, novos três convênios com outros órgãos ambientais e também com entidades representativas dos produtores. E a ideia é seguir com esse trabalho para ampliar também e apoiar os Estados nessa ação. Bom, outras ações também de busca de recursos nós temos iniciativas junto ao FIP que é um trabalho desenvolvido basicamente no bioma Cerrado, que vai de ter um componente forte então do cadastro ambiental rural. Existem outros projetos, um desenvolvido pelo mapa relacionado ao ABC, que nós estamos integrando também, fazendo um esforço conjunto, com a somatória de esforços e especialmente naqueles municípios que tem maior ocorrência de desmatamento no cerrado. Também o apoio do KSW, também para a realização do cadastro ambiental rural nessa fase de transição do Cerrado e Amazônia. O fundo da Amazônia que está voltado basicamente para o bioma Amazônia, mas também que pode fazer apoio a outros Estados, pessoalmente no CAR que é um instrumento de monitoramento. O DEFRA que é um recurso do Governo inglês, também ha uma possibilidade de apoio para o que nós estamos construindo para a realização do cadastro ambiental rural em municípios prioritários do cerrado. Bom, aí algumas ações que já vem sendo feita, é o PNC rural, um programa de capacitação relacionado também a questão da educação ambiental que nós temos feito junto com a Secretária Samyra que logo na seqüência vai poder apresentar algumas iniciativas nesse sentido. Capacitação dos técnicos sobre o CAR enquanto ele ainda estava em desenvolvimento já neste ano e também vamos dar seqüência para preparar, fazer uma formação de facilitadores que possam ajudar a orientar a implementação do cadastro, execução em si. Capacitação de técnicos também dos OEMAs, todos os OEMAs já passaram por capacitação a educação ambiental e a regularização ambiental. Então, é uma estratégia para que as próprias organizações da agricultura familiar façam a sua capacitação, seus multiplicadores para que eles possam chegar até os seus feriados, o seu quadro social, orientados do que a Legislação estabelece, qual é o procedimento para a regularização, como promover o acesso ao CAR e ao PRA. Porque isso também já está acontecendo, com aquelas entidades que nós já estabelecemos os convênios. Já está acabando viu pessoal. Calma só um pouquinho. Acordos de cooperação técnica também que aí nós estamos construindo com a OCB, com a CNA, com a FETRAF, com a CONTAG e outras instituições que fazem parte da CNI, por exemplo, outras entidades que tem demonstrado interesse, que já assumiram responsabilidades de implementar, apoiar o cadastro ambiental rural como o GTPS da pecuária

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sustentável. Como também a moratória da soja são várias entidades que tem manifestado esse interesse, nós sabemos que, inclusive os Estados também já estão construindo essas parcerias, recentemente nós tivemos lá no Estado da Bahia, o Secretário Eugênio promoveu uma reunião com sete órgãos estaduais lindeiros ali da Bahia e estávamos nos informando isso, que ele também está construindo parcerias empresas locais que tem interesses de está apoiando os produtores nesse processo de cadastramento. Os acordos de cooperação já foram assinados hoje, esse conjunto de 11 Estados e o Rio de Janeiro que já tinha sido feito alguns meses atrás e outros os demais Estados estão tramitando, algumas já estão aqui. E nós vamos fazer esse apoio, esse corpo a corpo agora com os Estado para conseguir até dezembro nós completarmos o conjunto de todos os Estados com os acordos já assinados. Articulação também com outros órgãos de Governo, então, o MDA e o INCRA, tanto no cadastramento dos assentamentos de reforma agrária, a Ministra fez uma referência ao programa assentamentos verde que o INCRA está lançando, está construindo, e nós estamos participando desse esforço que promoverá o cadastramento desses assentamentos, dos lotes dos assentamentos como também dos territórios quilombolas. O MDA também junto com o INCRA essa é o acesso a base de informação também dos imóveis georreferenciados, que já forma certificados e estão em processo, vão compor também essa base de trabalho. O PRONAG sustentável desenvolvido pelo MDA, que visa fazer também essa identificação ambiental e produtiva do imóvel é uma ação que nós estamos em pareceria, inclusive vão utilizar as imagens que foram adquiridas para também potencializar o trabalho e gerar essas informações do uso dessas áreas. O mapa e a Embrapa também, é aí que eu estava fazendo referência já no trabalho do ABC, esse trabalho que também está na área do cerrado, como outras iniciativas que o mapa também tem a Embrapa. A Embrapa nós vamos apoiar desenvolver em conjunto web ‘ambitec’ que vai poder servir para dar um conjunto de informações uma base para o PRA. Então, que o produtor vai a partir de que ele faz o seu cadastro, identificar o seu bioma, identificar as espécies nativas que são recomendas para serem plantadas naquele bioma, naquela região, onde está a sua propriedade. As características dessas espécies de época de plantio, de forma de plantio, de obtenção de sementes como que ele faz para produzir em um viveiro dentro da propriedade as tecnologias de recuperação, as várias tecnologias de recuperação dessas áreas. Então, a Embrapa está desenvolvendo essa web ambitec em parceria com o Ministério para também associar ao CAR. Então, na medida em que ele faz o CAR, ele consegue já linkar com o web ambitec e obter todas essas informações técnicas para sua recuperação. Aí acabou era só isso então. Fico a disposição no caso que tenha alguma, alguém aí que tenha fôlego para fazer alguma pergunta.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado Secretário Paulo Guilherme. Estás aberta as inscrições para esclarecimentos. Muito obrigado em não havendo... O Conselheiro do... Cadê o microfone, por gentileza. Vem aqui na frente Vicente fazer a pergunta. Vicente fizeram você... Obrigado.

O SR. VICENTE FALCÃO (Secretário do Meio Ambiente Mato Grosso) – Boa tarde.

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Vicente Falcão Secretário do Meio Ambiente Mato Grosso. É apenas só para ser mais pró-ativo nessa vontade dessa regularização Paulo, eu acho fundamental o papel do INCRA. Quando antes de eu assumir a Secretaria de Meio Ambiente, eu era secretário de políticas ambientais e fundiárias no Estado e nós fizemos uma parceria com o MDA através do Terra Legal, porque quando concluído o processo de legalização dessas áreas, através do Terra Legal o pequeno produtor da agricultura familiar, já recebe o desenho da sua propriedade, inclusive, com suas coordenadas geográficas. E nós fizemos uma tentativa de que aproveitaríamos os nossos órgãos de extensão rural, treinamos os técnicos da extensão rural para que alocasse nesse mapa da coordenada geográfica da propriedade no desenho as áreas de APP e a possivelmente a área de reserva legal. Então, eu tenho aqui, é primordial seria muito interessante, ganharíamos tempo até escala nisso se o INCRA através do MDA, desculpa não é o MDA, é o Terra Legal e também quando ele faz essa identificação do CCIR as propriedades rurais, como um todo já têm as suas coordenadas. Se o INCRA possibilitar fazer a interface do sistema de cadastro dele para fazer o componente ambiental, eu tenho comigo, que nós ganharíamos escala. Agora precisaria aí uma intervenção muito forte do Ministério do Meio Ambiente para que possamos fazer isso, principalmente com a agricultura familiar no programa do Terra Legal. Era só isso.

O SR. PAULO CABRAL (Secretário do Extrativismo do Desenvolvimento Rural) – Vicente pode ficar tranquilo que isso já está assegurado e o seu Estado, inclusive é uns dos que já tem maior cobertura de imóveis que já foram certificados com o geo referenciamento já certificado pelo INCRA. Praticamente todo o Mato Grosso já está certificado. Então, essa base é um compromisso já do INCRA de nos disponibilizar e ele vai está dentro do sistema como um todo, como mesmo você já disse, quando o produtor acessar para fazer o cadastro, ele já baixa a própria certificação que o INCRA já fez.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado Secretário Paulo Guilherme. Não havendo mais nenhuma inscrição nós temos uma solenidade às 18hs. 30min, e outra ali preparando as coisas, eu queria abrir cinco minutos está bom para você Julio Smith? Só porque a Ministra incumbiu de fazer uma pequena e brevíssima apresentação sobre o auto de infração eletrônica, então o Julio da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama vai rapidamente apresentar. Eu queria que o Paulo continuasse aqui na mesa comigo. Agora eu não sei se é Júlio, mas Smiths eu já acertei no sobrenome, o primeiro nome é que eu errei. Por favor.

O SR. JAIR (Ibama) – Boa tarde e boa-noite já quase está passando das 18hs, eu sou Jair, estou aqui como Coordenador de normatizações esporte e fiscalização na Diretoria de proteção ambiental do Ibama.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Não está audível não, afasta um

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pouquinho, não está...

O SR. JAIR (Ibama) – E me coube ao final do evento eu vou fazer uma breve apresentação, até dispensei o Power Point que ali tinha, eu acho que é mais atrativo nós falarmos e expor aqui a solução de trabalho na área de fiscalização ambiental, para conhecimento do público. Então, o Ibama visando modernizar e melhorar os processos de trabalho em relação à fiscalização ambiental está implementando, a partir de primeiro de janeiro, o sistema chamado auto de infração eletrônica. Que de maneira muito simples é um sistema composto por um kit de equipamentos portáteis, com conectividade a internet, conectividade remota alta que permite ao agente de campo de fiscalização fazer a atividade de fiscalização dele. Identificar as conformidades, identificar os inícios as suas características e, por conseguinte como constatado lavrar os termos de fiscalização ambiental. Auto de infração, termo de embargo e assim por diante. O que é interessante no equipamento é da solução como um todo, permite a instituição ter um controle desde o início do processo de trabalho, de todas as atividades que o agente realiza e dos resultados do que levou essa atividade. Então, isso do ponto de vista gerencial e operacional tem ganhos em qualidades. E sobre o outro aspecto do ponto de vista coercitivo que o Estado acaba atuando, você melhora e muito os autos de infração, muitos dos quais aqui perpassam ao Conselho para julgamento, melhora a qualidade desses autos e certamente também vai melhorar a efetividade dessa autuação. Outras características do equipamento. A princípio ele está voltado a atividade de fiscalização ambiental, mas ele também vai atender em média prazo outras atividades (...) da instituição, um exemplo disso é o próprio CAR, então, permite o agente em campo verificar esses dados cadastrados, declarar e tudo o mais em decorrência de alguma atividade de fiscalização. Até melhorou o som aqui agora. Permitirá que ele possa verificar a situação daquelas declarações, se existe conformidade, enfim APP reserva legal e por diante. Além disso, em outros processos de controle da instituição, o controle de produtos florestais uma situação de controle de fauna, espécies (...) comercio exterior, também permite remotamente acessar informações corporativas, e verificar esses elementos fiscalizados, controlados. O outro objetivo também que está por trás disso tudo, é a instituição ela vislumbra ampliar o controle social nesse processo de trabalho, com a possibilidade de toda a informação digitalizada eletrônica a expectativa é de disponibilizar essas informações na internet. E aí o cidadão poderá verificar quem foi fiscalizado, em que situação, quem foi autuado, a situação que esse processo se encontra para julgamento o que foi pago de multa o que não foi pago. E também em especial aqueles que não tiveram atuação, foram fiscalizados, e se mantém em conformidade ambiental. Então, é um projeto que tem um investimento anual de mais de três milhões de reais e está lá sendo implementado em todo o Brasil a partir de janeiro de 2013. Para o final de 2013, 2014 é que nós tenhamos também o julgamento, a análise para processual nos julgamentos desses autos de infração que se tem de maneira eletrônica. Assim nós acabamos evitando papel, se ganha celeridade e também o controle dessas informações. Eu acho no que início a Ministra comentou alguns desses fatos, ontem na entrevista, ela deu também destaque ao próprio controle da conduta do servidor, dessas atividades. Então, é um elemento de transparência e também muitas vezes de se evitar desvio de conduta,

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corrupção e assim por diante. Eu acho que eu estou sendo bastante sucinto colaborando com a vontade que dá mesmo de tentar encerrar e continuar com a programação é esses os elementos que eu queria expor. E me coloco a disposição aqui da instituição para outros esclarecimentos, antes mesmo da apresentação, alguns órgãos já tiveram interesse. Muito obrigado. Se tiver perguntas, ou não.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Alguma pergunta, algum esclarecimento? Jair muito obrigado. Parabéns. Bom, gente eu vou encaminhar para o encerramento eu só queria fazer o Nilo, por favor, para ele fazer a introdução do seminário. Ou a senhora quer fazer pessoalmente? As 18h e 30 Ministério nós vamos ter o lanço do livro, nós estamos convidando todos os Conselhos e Conselheiros para continuarem presentes conosco, o seminário vai ser a abertura hoje, mas tem amanhã e depois. Não é Secretária? É melhor a senhora falar, porque que já estou tão cansado. O Nilo já está vindo. Eu já vou encerrar. Nilo, por favor, dê as informações do seminário, porque eu já estou...

O SR. NILO SÉRGIO DE MELO DINIZ (DEA/MMA) – Nós já estamos bom primeiro agradecer aí a colaboração do departamento de apoio ao Conama, a Secretaria Executiva de departamento de gestão estratégica do Ministério, e a presença aqui dos Conselheiros e Conselheiras, que aguardaram até este momento. Eu acho o que debate estava bastante interessante, mas de toda forma agora vai ficar, vamos dizer uma agenda mais positiva porque o seminário que nós vamos abrir daqui a pouquinho, nós já estamos convidando as pessoas estão lá fora para adentrar o Plenário. É um seminário, que inicia na verdade, abre hoje com a presença aqui da nossa Secretária Samyra Crespo, do Secretário Paulo Guilherme, do nosso querido Paulo Nogueira Neto que também vamos convidá-lo para compor a mesa. E também com a presença... Tem mais autoridades, eu não estou agora com o nome de todas, o presidente do Ibama Valmir Zanades, também vai nos homenagear aqui com essa abertura do seminário. Mas nessa abertura nós estamos também lançando um livro com vinte e cinco experiências que foram selecionadas em todo o país, são experiências muito interessantes, algumas das pessoas que são Conselheiros do Conama participam de algumas experiências, mas por vias das dúvidas nós trouxemos todos os representantes das vinte e cinco experiências, eles estão aqui fora. Montaram aqui uma exposição dos trabalhos que eles vem realizando eles estão presentes, estão sendo convidados agora para adentrar o salão, aqui ao Plenário. Nós vamos, inclusive, distribuir um certificado a todos eles, eu vou pedir um pouquinho da paciência de vocês. Mas o objetivo nosso é iniciar essa cerimônia de abertura do seminário e lançamento do livro, dentro de cinco minutos, vamos apenas colocar aqui, fazer um arranjo do nosso circo aqui rapidamente, e nós em cinco minutos inicia essa cerimônia tem um mestre de cerimônia que é o Eli que vai fazer aqui o trabalho aqui para montagem do dispositivo. Como se diz nos mestres de cerimônias e aí em seguida nós damos início, vai ser no máximo uns quarenta minutos, de atividade lá fora aguardando vocês, terá um Coffee Break singelo para ninguém sair daqui com fome. Está bom. Então é só isso. Eu agradeço a presença de todos, a Presidência por essa

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colaboração.

O SR. RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO (MMA) – Obrigado, Nilo. Bem encerrando eu queria desejar a todos os Conselheiros e as Conselheiras um feliz natal, um ano novo cheio de saúde e paz e queria agradecer o DConama na pessoa de todos os técnicos e apoio administrativo na pessoa da Drª. Adriana. E um bom retorno para a cidade de origem, que Deus abençoe a todos vocês, até o próximo ano. Muito obrigado.

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