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10º Fórum Científico e 24º Fórum de Iniciação Científica PIBIC

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Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho

Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo

XXXXIIVV FFÓÓRRUUMM DDEE

IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA

PPIIBBIICC//CCNNPPqq ee IINNIICCIIAAÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA –– FFCCMMSSCCSSPP

22001155//22001166

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APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS COM BOLSA PIBIC/CNPq e INICIAÇÃO CIENTÍFICA FCMSCSP

VIGÊNCIA – 2015/2016

COMISSÃO CIENTÍFICA DA FCMSCSP

Prof. Dr. Adriano Namo Cury - Membro Titular

Prof. Dr. Igor Bastos Polonio - Membro Titular

Profa Dra. Karina de Cássia Braga Ribeiro – Membro Titular

Profa. Dra. Kátia de Almeida - Membro Titular

Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio - Membro Titular

Profa. Dra. Marcele Pescuma Capelletti Padula - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Benedito Menezes - Membro Titular

Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica - Membro Titular

Profa. Dra. Maria Fernanda Silber Caffaro - Membro Titular

Prof. Dr. Paulo Augusto Ayrosa Galvão Ribeiro - Membro Titular

Prof. Dr. Pedro Paulo Chieffi - Membro Titular

Prof. Dr. Quirino Cordeiro - Membro Titular

Prof. Dr. Rogério Pecchini - Membro Titular

Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves - Membro Titular

Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias - Presidente

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O XXIV Fórum de Iniciação Científica da FCMSCSP é o momento de coroamento do

trabalho de todo um ano, desempenhado por nossos alunos, pesquisadores, professores e

orientadores.

Agradecemos à Diretoria da FCMSCSP e aos orientadores pelo apoio recebido assim

como aos consultores do CNPq que participaram desde a seleção até a avaliação final dos

trabalhos.

A Comissão Científica espera que este seja o início de uma carreira de sucesso para

nossos jovens pesquisadores.

Comissão Científica da FCMSCSP

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PP RR OO GG RR AA MM AA ÇÇ ÃÃ OO

Dia: 26 de outubro de 2016.

Local: Auditório Zeferino Veloso (sala 3), Auditório Christiano Altenfelder e Auditório Prof. Dr. Orlando J. Aidar

Horário: das 10:00 às 13:00 horas – Apresentação Oral dos Trabalhos Contemplados para a Comissão Externa de Avaliação do PIBIC/CNPq e IC-FCMSCSP – Vigência 2014/2015 e

a Comissão Científica da Faculdade.

O Comitê Externo de Avaliação do CNPq será constituído por:

Prof . Dr. Franc isco Romero Cabral

Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde (Nível Mestrado e Doutorado) da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert

Einstein. Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira Professor Associado MS-5 da Disciplina de Anestesiologia, Departamento de Cirurgia, USP, e médico do Hospital das Clínicas / SP. Prof. Dr. Mauricio Simões Abrão

Professor Associado pelo Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo, e médico responsável pelo Setor de Endometriose da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo.

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TRABALHOS

RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2015/2016 Apresentação Oral

Comitê Externo: Prof. Dr. Francisco Romero Cabral

01. Colonização de fossas nasais e orofaringe por Staphylococcus Aureus em crianças e adolescentes

com HIV/Aids acompanhados na Santa Casa de São Paulo.

Autor(a): Raul dos Reis Ururahy – 3º ano Medicina Co-autor(a): Sandy Daniele Germano Munhoz – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica

02. Análise do mecanismo de ação dos ácidos graxos como inibidores de proliferação celular.

Autor(a): Thiara Alves Matos – 1º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Wagner Ricardo Montor

03. Níveis séricos de imunoglobulinas em pacientes com LLC: algum impacto diagnóstico?

Autor(a): Fábio Lima da Silva – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone

04. Síntese e avaliação da interação de peptídeos com células tumorigênicas em cultura celular. Relevância para o estudo de glioblastoma. Autor(a): Mayara Gomes Rangel – 3º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio 05. A importância da degradação mitocondrial para a neuroproteção em diferentes modelos celulares da esclerose lateral amiotrófica.

Autor(a): Pedro de Souza Lucarelli Antunes – 1º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock

06. Ação in vitro da molécula Delta-Theraphotoxina-Vd2 no crescimento do fungo Tricophyton rubrum. Autor(a): Pedro Loureiro Porto – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Thomaz Augusto Alves da Rocha e Silva

07. Avaliação das alterações l itêmicas decorrentes da administração de lítio em microdoses. Autor(a): Marcelo Tognato Ximenes – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Hudson Sousa Buck

08. Estudo comparativo do perfi l imunohistoquímico entre carcinomas primários da mama e s uas metástases ósseas. Autor(a): Alexandre Joji Yagi – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Fabiana Toledo Bueno – Residente 2º ano Orientador (a): Profa. Dra. Geanete Pozzan 09. Perfi l de susceptibilidade de bactérias colonizadas do trato genital inferior de pa cientes submetidas

à histerectomia laparoscópica. Autor(a): Paulo Augusto Ayrosa Galvão Ribeiro Filho – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica

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10. Estudo dos efeitos da Cimifuga Racemosa L. Nutt em mulheres após a menopausa, usuária s de

tamoxifeno ou inibidores de aromatase para o tratamento de câncer de mama. Autor(a): Luana de Cássia de Jesus Rigonati – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Sônia Maria Rolim Rosa Lima

11. Síntese de um possível inibidor de fibrilas e sua vali dação in vitro. Relevância para o tratamento da doença de Alzheimer. Autor(a): Jorge Michel Antonopoulos – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio

12. Ação de peptídeos antioxidantes frente à disfunção mitocondrial em diferentes modelos celulares da esclerose lateral amiotrófica.

Autor(a): Daniel Pereira Ayres Netto – 1º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Tatiana Rosado Rosenstock 13. Estudo do possível papel neuroprotetor do receptor B2 para bradicinina na doença de Alzh eimer.

Autor(a): Giuliana D'Amaro – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Hudson Sousa Buck

14. Contribuição da disfunção da sintase de óxido nítrico e de seu cofator, a tetrahidrobiopterina, no desenvolvimento do carcinoma de mama. Autor(a): Gabriel Roberti de Oliveira – 2º ano Medicina Co-Autor(a): Lívia Tomazin Maebuti – 2º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Fabiana Henriques Machado de Melo 15. Quantificação do índice proliferativo Ki67 em tumores neuroendócrinos através da análise de

imagem digital. Autor(a): Maíra Leite Basile – 3º ano Medicina

Co-autor(a): Fábio Seiji Kuga – 3º ano Medicina

Orientador: Profa. Dra. Fabíola Del Carlo Bernardi

16. Atividade antifúngica "In Vitro" do gel vaginal de Schinus Terebentifolius Raddi sobre cepas do

gênero Candida Albicans. Autor(a): Marina Santos Noia – 3º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Sonia Maria Rolim Rosa Lima

# TODAS AS SÉRIES REFEREM-SE AO ANO LETIVO DE 2015.

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP

Vigência - 2015/2016 Apresentação Oral

Comitê Externo: Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira

01. Interferência dos hábitos nutricionais no perfi l metabólico de pacientes com síndrome dos ovários

policísticos em obesas e não obesas. Autor(a): Milena Martello Gonçalves – 2º ano Medicina

Co-autor(a): Helena Proni Fonseca – 3º ano Residência

Orientador(a): Prof. Dr. José Mendes Aldrighi

02. Mapa da expansão geográfica da tuberculose entre os imigrantes sul -americanos na região metropolitana de São Paulo, período de 2008 a 2013.

Autor(a): Flávio Guinsburg Hamburger – 1º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Cássio Silveira 03. Avaliação das características de lesões císticas pancreáticas.

Autor(a): Caroline Schiave Germano – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Tercio de Campos

04. Alteração da atividade eletroencefalográfica em pacientes com episódio depressivo moderado ou

grave submetidos à estimulação do nervo trigêmeo: ensaio clínico fase II, duplo cego, randomizado, sham controlado.

Autor(a): Maria Clara Silveira de Carvalho – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Mariana Martins Tocchio – 2º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Pedro Shiozawa

05. Frequência de displasia esquelética em crianças com baixa estatura e pequenas para idade gestacional.

Autor(a): Isabella Piazza Bitencourt – 5º ano Medicina

Co-autor(a): Melanie Mayumi Horita – 5º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Alexsandra Christianne de Moura Ribeiro

06. Avaliação do desempenho do "Programa consultório na lua" como estratégia para o controle da tuberculose na área central da cidade de São Paulo. Autor(a): Lariane Monteiro Barbosa – 2º ano Medicina

Co-autor(a): Mariana Glasser Peluso – 2º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Oziris Simões 07. Ouvindo usuárias de pílula anticoncepcional na cidade de São Paulo.

Autor(a): Luciana Rascov Brisolla – 3º ano Medicina Co-autor(a): Maíra Leite Basile – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Tania di Giacomo do Lago

08. Aplicabilidade da escala de risco anticolinérgico em idosos hospitalizados. Autor(a): Vitória Lana Massarente – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Milton Luiz Gorzoni

09. Perfurações traumáticas da membrana timpânica: recuperação funcional imediata com o uso de fragmento de membrana de celulose bacteriana. Autor(a): Dino Rafael Pérez Miranda – 5º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Osmar Mesquita de Sousa Neto

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10. Acesso a serviços de saúde e desigualdade social em quatro grupos de moradores da região central de São Paulo. Autor(a): Giuliane Galeote Ramires Fernandes da Costa – 3º ano Medicina Co-autor(a): Lucas Seabra Fernandes – 3º ano Medicina

Orientador: Profa. Dra. Rita Barradas Barata 11. Estado de saúde física e mental e vulnerabilidade social em moradores do centro de São Paulo. Autor(a): Lucas Seabra Fernandes – 3º ano Medicina

Co-autor(a): Giuliane Galeoti Ramires Fernandes da Costa – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Rita Barradas Barata

12. A competência do juízo moral dos graduandos de enfermagem de uma instituição privada. Autor(a): Lucy Caroline da Silva – 6º Semestre Enfermagem Orientador(a): Profa. Dra. Maria Ângela Repetto

13. Infi ltração do sistema nervoso central em pacientes com linfoma difuso de grandes células B. Autor(a): Bárbara Tannús Franco – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone 14. Morte súbita cardíaca: Estudo em autopsias no serviço de verificação de óbito (SVO) da Baixada

Santista. Autor(a): Maria Carolina Calli Mortati – 4º ano Medicina Co-autor(a): Bruna de Paiva Anacleto – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Geanete Pozzan

15. Impacto da cinesioterapia laboral na qualidade de vida dos auxiliares de enfermagem do centro cirúrgico de um hospital terciário.

Autor(a): Victor Notari de Campos – 1º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Vera Lúcia dos Santos Alves 15. Caracterização do processamento fonológico em pacientes com quadro de esquizofrenia.

Autor(a): Mirna Abou Raffé – 7º Semestre Fonoaudiologia Orientador(a): Profa. Dra. Ana Luiza Navas

# TODAS AS SÉRIES REFEREM-SE AO ANO LETIVO DE 2015

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS CONTEMPLADOS

Bolsas PIBIC/CNPq e IC – FCMSCSP Vigência - 2015/2016

Apresentação Oral Comitê Externo: Prof. Dr. Maurício Simões Abrão

01. Efeito da estimulação do nervo trigêmeo para o tratamento de fibromialgia: Ensaio clínico fase II,

randomizado, duplo cego. Autor(a): Michel Silvio Dualibi – 4º ano Medicina Co-autor(a): Bruno El Guercio Von Sydow – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Quirino Cordeiro Junior

02. Avaliação do volume hipocampal em pacientes pediátricos obesos: estudo caso controle. Autor(a): Leonardo Sardas – 3º ano Medicina Co-autor(a): Felipe Storti Martins – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Ricardo Riyorti Uchida 03. Resposta inflamatória, quimiosensitiva, neurohormonal, estresse oxidativo em pacientes obesos

graves submetidos à cirurgia bariátrica. Autor(a): Carina Pita Lottenberg – 1º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Alberto Malheiros

04. Estudo comparativo entre técnicas de anestesia geral balanceada e anestesia geral l ivre de opioides e seus efeitos intra e pós-operatórios em pacientes submetidos à cirurgia de colecistectomia por via laparoscopica. Ator(a): Cristiane Kaori Onari – 2º ano Medicina

Orientador(a): Profa. Dra. Ligia Andrade da Silva Telles Mathias 05. Segurança da estimulação do nervo trigêmeo em pacientes com fibromialgia: ensaio clínico fase I,

randomizado, duplo-cego. Autor(a): Will ian Andrade Silva – 3º ano Medicina Co-autor(a): Thales Marcon Almeida – 3º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Quirino Cordeiro Junior

06. Avaliação da apoptose nos carcinomas de nasofaringe. Autor(a): Vinicius Roéffero Brambilla – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Roberto Antonio Pinto Paes 07. Estudo da atividade "in vitro" do gel vaginal de Shinus Terebenthifolius Raddi em Candida Albicans, Staphylococcus Aureus e Escherichia Coli.

Autor(a): Sun Young Lee – 3º ano Medicina rientador(a): Profa. Dra. Sônia Maria Rolim Rosa Lima 08. Morfometria baseada no Voxel de substância branca de pacientes pediátricos obesos: estudo caso-

controle. Autor(a): Felipe Storti Martins – 3º ano Medicina Co-Autor(a): Leonardo Sardas – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Ricardo Riyorti Uchida 09. Estudo comparativo da associação entre tipo de anestesia e desfecho pós -operatório em pacientes submetidos à cirurgia colorretal usando bomba de PCA sem opioide e com uso de opioide.

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Autor(a): Jorge da Silva Kawano – 4º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Marcelo Vaz Perez 10. Hipovitaminose D e proteinúria em receptores de transplante renal. Autor(a): Diogo Cesar dos Santos – 4º ano Medicina

Co-autor(a): Will ian da Cunha Gripp – 4º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens 11. Interpretação da formação de fibrilas amiloidais em sequências peptídicas. Relevância para a

diabetes mellitus tipo II. Autor(a): Ricardo Lobato Chinarelli – 3º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Luciana Malavolta Quaglio

12. Evolução das anormalidades citológicas nos últimos 10 anos na Santa Casa de São Paulo. Autor(a): Débora Lempkovitz Manor – 5º ano Medicina Co-autor(a): Débora Davalos Albuquerque Maranhão – 5º ano Medicina

Orientador (a): Profa. Dra. Adriana Bittencort Campaner 13. Profilaxia de infecções relacionadas à derivação ventriculoperitoneal.

Autor(a): Alexandre Welikow – 4º ano Medicina Orientador(a): Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos 14. Prevalência de contaminação bactérias multirressistentes nos teclados da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo. Autor(a): Celina Prado de Lima Souza – 2º ano Medicina Co-autor(a): Rachel Momente Miquelin – 2º ano Medicina Orientador(a): Profa. Dra. Alessandra Navarini

15. Análise da função mitocondrial nas variantes constitucionais do cr escimento e puberdade. Autor(a): Diogo de Lacerda Veiga – 3º ano Medicina

Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Alberto Longui 16. Avaliação da cirurgia transesfenoidal endoscópica para controle dos adenomas secretores de hormônio do crescimento (GH).

Autor(a): Caroline Martins dos Santos Leopoldo – 4º ano Medicina Co-autor(a): Felippe Martins dos Santos Leopoldo – 5º ano Medicina Orientados(a): Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos

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RESUMO DOS TRABALHOS Comitê Externo: Prof. Dr. Francisco Romero Cabral

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Nome do trabalho: Colonização de fossas nasais e orofaringe por staphylococcus aureus em crianças e adolescentes com HIV/AIDS Autor: Raul dos Reis Ururahy

Co-autora: Sandy Daniele Germano Munhoz Orientador: Prof. Dr. Marcelo Jenné Mimica

RESUMO INTRODUÇÃO: Staphylococcus aureus é agente frequentemente relacionado a diversas infecções em seres humanos, sendo a colonização pela bactéria um fator de risco para o desenvolvimento de processo infeccioso. Além disso, em s i tuações de queb ra das barreiras natura is há incremento dessa predispos ição, como em pacientes sob uso de cateteres venosos e próteses , ou também em contextos de imunossupressã o, como é o caso dos pacientes com HIV/Aids , em que há acentua ção do risco vinculado à coloniza ção. A maior parte dos dados encontrados na literatura atual sobre colonizaçã o por S. aureus em pacientes com HIV/Aids é referente a adultos, observando-se taxas de colonização variando de 9,3% a 82,2%, dependendo do tamanho da amostra . Pouco se sabe sobre a

epidemiologia da colonização e infecções por S. aureus em crianças e adolescentes infectados pelo HIV, os quais, assim como os adultos infectados, também têm fatores predisponentes, como taxas elevadas de imunossupressão, uso frequente de antibióticos e cateteres intravasculares, além de contato com serviços de saúde, que podem aumentar o ri sco de infecção, principa lmente por MRSA. Nos

poucos estudos existentes, as taxas de colonização em crianças e adolescentes com HIV/Aids variam de 0,77% a 45,16%, tamb ém sendo influenciadas pelo tamanho da populaçã o estudada. Desse modo, considera-se importante e necessária a realiza ção de estudos relacionando colonizaçã o e infecção por S. aureus em

crianças e adolescentes com HIV/Aids , a fim de melhor conhecer as caracterís ticas epidemiológicas desses processos .

OBJETIVO: O estudo teve como principal objetivo a avaliação das taxas de colonização por S. aureus das fossas nasa is e orofaringe de crianças e adolescentes com HIV/Aids, almejando, posteriormente, relacionar fa tores de risco para a colonização e o possível desenvolvimento de infecções associadas a esses microrganismos nesse grupo especí fico de pacientes (objetivo secundário).

MÉTODO: O desenho do estudo previu a avaliação de crianças e adolescentes com HIV/Aids acompanhados no Ambulatório de Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no Ambulatório da Criança no Serviço de Atenção Especia l i zada Pediátrico em Guarulhos, no Ambulatório de Infectologia Pediátrica da Policlínica Centro em São Bernardo do Campo e no Ambulatório de Infectologia Pediátrica da Policlínica Sulem Osasco (portanto, tratou-se de um estudo multicêntrico). A abordagem dos pacientes e respectivos responsáveis ocorreu durante o atendimento de rotina desses e contou com as devidas expl icações , a lém de acesso ao Termo de Assentimento Livre e Esclarecido ou Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Mediante consentimento, houve a coleta de swabs de fossas nasais e orofaringe e semeadura em placas de ágar sangue, ágar mani tol e meio cromogênico no Laboratório de Microbiologia da FCMSCSP. As colônias foram submetidas à coloração de Gram e provas bioquímicas tradicionais, com o objetivo de detectar S. aureus, e, quando detectado, foram submetidas a testes de susceptibilidade ao s antimicrobianos [seguindo as di retrizes recomendadas pelo Cl inica l and Laboratory Standards Insti tute (CLSI)].

RESULTADO: No tota l , 80 pacientes participaram do estudo, sendo 18 (22,5%) do Ambulatório de Infectologia Pediátrica, Santa Casa de Mise ricórdia (São Paulo), 34 (42,5%) do Serviço de Atenção Especializada Pediátrico, Ambulatório da Criança (Guarulhos), 13 (16,3%) do Amb ulatório de Infectologia Pediátrica, Policlínica Centro (São Bernardo do Campo) e 15 (18,8%) do Ambulatório de Infectologia Pedi átrica, Policlínica Sul (Osasco). O S. aureus foi identificado em 59 pacientes, correspondendo a uma taxa global de colonização de 73,7%. A colonização somente em

fossas nasa is ocorreu em 14 (23,7%) casos e, apenas em orofaringe, em 15 (25,4%). Dos 59 pac ientes colonizados , 30 (50,8%) apresentaram colonização nos dois s ítios . Quanto aos resultados de susceptibilidade a antimicrobianos, observou-se que a taxa de colonização pelo MRSA foi de 6,8%, tendo s ido

encontrado em quatro pacientes. Três (75%) foram isolados em orofaringe, e somente um em fossas nasa is (25%). Dos quatro MRSA isolados , três apresentaram perfi l fenotípico de CA-MRSA (Community Associated MRSA).

Va le destacar também que não foi observada correlação entre os parâmetros associados ao HI V, representados pela carga vi ra l e contagem de CD4, com a colonização/infecção pelo S. aureus.

CONCLUSÃO Diante dos resultados , observou-se que a taxa global de colonização por S. aureus encontrada no grupo estudado, 73,7%, é s ignificativamente superior às mais a ltas dentre as presentes na l iteratura pediátrica (variando entre 0,77% a 45,16%). Is so se deve

possivelmente às características da metodologia adotada no projeto, como a coleta de swab de mais de um sítio e a utili zação de meio seletivo para semeadura. Desse modo, é vá lido destacar a relevância da coleta dupla, pois 15 (25,4%) de nossos pacientes apresentavam colonização exclusiva de orofaringe e não teriam s ido identificados, caso fossem adotados procedimentos tradicionais (avaliaç ão apenas

de fossas nasais). Ademais, evidenciou-se também uma maior taxa de MRSA em orofaringe, o que corrobora a importância da coleta de amostra desse s ítio.

Dentre o universo de 59 pacientes estudados, quatro (6%) deles apresentaram S. aureus res istente à oxaci l ina. Apesar da incidência ba ixa, o achado ilustra a possibilidade de colonização e infecção por bactérias mais agress ivas nesses pacientes . É digno de nota o achado, dentre os quatro MRSA, de três cepas com características fenotípicas de CA-MRSA. Já foi relatado anteriormente no nosso meio,

inclus ive pelo nosso grupo, a ocorrência de ta is clones , tanto na comunidade como no ambiente hospita lar. Di ferentemente da literatura, não houve correlação entre os parâmetros associados ao HIV (carga vi ra l e contagem CD4) com a colonização/infecção pelo S. aureus, possivelmente devido ao número l imitado de pacientes e à alta taxa de colonização pelo agente

constatada, o que l imitou a comparação das variáveis relacionadas à presença ou não da bactéria .

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Nome do trabalho: análise do mecanismo de ação dos ácidos graxos como inibidores de proliferaçao celular Autor: Thiara Alves Matos Orientador: Wagner Ricardo Montor

RESUMO Introdução: De todos os tipos de câncer que acometem a mama, 80% dos casos são de carcinomas, es pecialmente ductais, que podem se dividir em subtipos de acordo com seu padrão de expressão molecular. Desta forma, embora exista

uma vasta gama de alterações nos cânceres de mama, estes tumores são subdivididos com base no resultado final desta somatória de alterações: entre aqueles que expressam os receptores hormonais de estrógeno e/ou progesterona (luminal A), os que expressam o receptor HER-2 (Her-2+) e os que não expressam nenhum destes (triplo negativo).

O potencial de inibição de proliferação de áci dos graxos da família ômega-3 e 6, já foi verificado sobre linhagens celulares derivadas de tumores de mama humanos, como as l inhagens MCF-7 (ER+), MDA-MB-231 (triplo negativo) e SKBr3 (HER-2+). Objetivo: Avaliação da alteração do equilíbrio redox como possível mecanismo envolvido na inibição da proliferação de

células tumorais de mama, especificamente nas l inhagens MCF-7 (ER+), MDA-MB-231 (triplo negativo) e SKBr3 (HER-2+), representativos da maioria dos tumores encontrados na clínica. Método: Avaliação da formação de espécies reativas de oxigênio e a atividade de superóxido dismutase,

fornecendo uma visão global do estado redox destas células e como este é alterado pelo tratamento com os ácidos graxos. Diferentes concentrações de ácidos graxos e tempos de tratamento são util izados nesta análise. Análise estatística Anova de uma e duas vias. Resultado: Dois experimentos foram propostos: quantificação da atividade de SOD e quantificação de EROS. A atividade

global de SOD na linhagem MCF-7 estava diminuída, mostrando que, ao serem tratadas com os ácidos l inolênico e EPA/DHA, apresentam menor detoxificação via superóxido dismutase. A l inhagem MDA-MB-231, no entanto, apresenta aumento de atividade de SOD quando tratada com CLA e com ácido linoleico. Esperava -se que este aumento de SOD fosse devido a um aumento de EROS mas, ao contrário, encontramos menor quantidade de EROS nestas. Nossa hipótese é que,

em um momento muito inicial, EROS se eleva e estimula a produção de SOD, que então elimina estes EROS. Esta hip ótese se confirma quando observamos nível normal de EROS para estas células quando tratadas com EPA/DHA por 2 horas. CLA mostra diminuição de EROS nesta fase aguda, provavelmente porque seu efeito é ainda mais agudo. Neste período de 2

horas, a SOD não foi capaz de eliminar todos os EROS formados pelo tratamento com ácido linoleico, o que ocorre quando o tratamento persiste por 24 horas. O ácido linolênico diminui a atividade de SOD em MCF-7, mas não se observa alteração do conteúdos de EROS nestas células nas primeiras 24 horas. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na produção de EROS ou

atividade de SOD na linhagem SKBR-3, embora pareça haver uma tendência de aumento de formação de EROS quando EPA/DHA são usados, justamente quando morte acontece intensamente para estas células. Conclusão: Há alteração do equilíbrio redox, no que diz respeito a atividade de SOD e formação de EROS. No entanto, estas respostas são muito imediatas e, para melhor caracterizar o papel deste mecanismo de controle, outras enzimas, como

catalase e glutationa peroxidase, precisam ser analisadas, bem como outros tempos de tratamento, para definição do que é causa e do que é efeito.

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Nome do trabalho: Níveis séricos de imunoglobulinas em pacientes com LLC: al gum impacto diagnóstico? Autor: Fábio Lima da Silva

Orientador: Carlos Sergio Chiattone

RESUMO

Introdução: Imunossupressão com infecções frequentes têm grande importância na morbidade e mortalidade de pacientes com LLC. Apesar do conhecimento que hipogammaglobulinemia pode contribuir para infecções em pacientes com LLC, o valor prognóstico sobre a sobrevida é controverso. No nosso centro, fazem rotineiramente os níveis de

dosagem de Ig no momento do diagnóstico LLC. Com este estudo pretendemos mostrar impacto prognóstico dos níveis de Ig alterações em pacientes com LLC. Objetivos: Avaliar e correlacionar com o prognóstico os valores de imunoglobulina ao diagnóstico nos pacientes

portadores de LLC. Método: Foram analisados retrospectivamente 183 pacientes com diagnóstico de LLC típico entre data do diagnóstico para características clínicas e laboratoriais (sexo, idade, CBC, CD38, Beta -2-microglobulina, albumina, teste Binet, teste de Coombs direto e níveis de Ig) e sobrevivência (geral e tempo para o primeiro tratamento). A análise estatística foi

feita no IBM SPSS v.20. Resultado: O tempo mediano de acompanhamento da série foi 52 meses. A idade média foi 65 (34 -90) e 98 pacientes eram do sexo masculino (52,1%). A maioria deles, 61,1% (n = 110), foram Binet A, 17,8% (n = 32) Binet B e 21,1% (n = 38) Binet C. Coombs direto teste foi positivo em 9,9% dos casos (n = 16). CD38 foi positivo em 23,3% (n = 40).

O nível de IgG, IgM e IgA foi alta em 15,3% (n = 29), 6,9% (n = 13) e 6,3% (n = 12), respectivamente, e era baixo em 26,5% (n = 50), 35,6 % (n = 67) e 36% (n = 68), respectivamente. Vinte e três pacientes (12,2%) tinha tanto IgG, IgM e IgA diminuídos, e 57,7% tinham pelo menos um subtipo Ig em nível baixo.

Quando consideramos apenas o IgA, 42,3% (n = 80) de alteração demonstrada em seus níveis (baixa ou alta). O nível sérico de albumina foi inferior a 4,5 g / dL em 63,2%(n=115), 4,0 g / dl em 20,3%(n=37) e 3,5 g / dL em 9,3%(n=17). Na análise univariada (Kaplan-Meier) de sobrevida global, Binet com estadiamento alto (B e C) (p = 0,001), níveis de

IgG alterados (alto ou baixo) (p = 0,017), níveis de IgA alterados (p <0,001), qualquer nível Ig baixa ( p <0,001), teste de Coombs positivo (p = 0,006), Beta-2-microglobulina maior do que 2,5 mg / dl (p <0,001) e expressão de membrana CD38 mostrou pior prognóstico, sexo masculino mostraram uma tendência a diminuir a sobrevida (p = 0,098) . O modelo multivariado (regressão de Cox) selecionando apenas nível de IgA alterado (p = 0,002), Coombs (p = 0,022) e

para microglobulina Beta-2 alta (p = 0,001), com impacto na sobrevida. 108 pacientes com Binet A foram incluídas na análise de sobrevivência para o primeiro tratamento com seguimento médio de 58 meses. Na análise univariada para albumina baixa(P = 0,039), o nível de IgA alterado (p = 0,003), qualquer

nível de Ig baixo (p = 0,037) e para microglobulina beta -2 alta (p <0,001) foram significativas, permanecendo apenas os níveis de IgA alterados (p = 0,04) e níveis altos de beta-2 alta microglobulina (p = 0,006) na análise multivariada. Conclusão: O nosso estudo sugere que um nível de IgA alterada (alta ou baixa) pode ser associado com um pior prognóstico dado que foi observado que o tempo tanto para início do tratamento, quanto para sobrevida dos pacientes

analisados foram menores. Isso poderia ser explicado pela supressão imune (depressão do sistema imunológico da mucosa em caso de níveis baixos de IgA) e maior susceptibil idade para infecções bacterianas (causas de mortalidade não foram avaliadas). O tempo mais curto para o primeiro tratamento parecem ser explicadas da mesma maneira.

Talvez nível de IgA alterado pode estar associada a uma doença progressiva e mais agressiva, hipótese que deve ser mais investigada. Apesar de tudo, o viés de um estudo retrospectivo como esse (perda de seguimento, valores em falta) falta de FISH e estado mutacional IgVH no diagnóstico, os dados obtidos apontam para a importância da avaliação do nível de Ig no momento do diagnóstico.

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Nome do trabalho: Síntese e avaliação da interação de peptídeos com células tumorigênicas em cultura celular. Relevância para o estudo em Glioblastoma. Autor: Mayara Gomes Rangel

Co-autor: Orientador: Prof. Dra. Luciana Malavolta.

RESUMO

Introdução: Peptídeos estão sendo util izados há várias décadas para o tratamento de diversos tipos de doenças e, são agora considerados como ferramentas biologicamente ativas, pois um número enorme de funções biológicas e fisiológicas é controlado por essas moléculas (Pasha & Gupta, 2010). Assim, os peptídeos tornaram-se alvos importantes na concepção de fármacos para o tratamento de uma grande variedade de doenças do sistema nervoso

central (SNC), tais como isquemia, doenças inflamatórias, doenças neurodegenerativas, e enxaq ueca aguda e crônica (Moghbeli et al., 2010; Sipos et al., 2010). Além disso, estudos recentes mostram a util ização de vários peptídeos como possíveis alternativas terapêuticas, principalmente no tratamento do câncer. Entre elas podemos citar: inibição da angiogênese, marcação de células tronco, interação com integrinas, indução da apoptose tumoral, bloqueio da

sinalização intracitoplasmática do EGFR entre outros (Pasha & Gupta, 2010). Apesar dos recentes avanços no tratamento do câncer cerebral, pacientes portadores de tumores malignos ainda apresentam um prognóstico ruim. Nessa classe de tumor, do tipo infi ltrante, a taxa de sobrevida é inversamente proporcional ao grau do tumor. Os

tumores de grau IV (glioblastomas) representam 50% de todos os astrocitoma s, com uma sobrevida inferior a um ano (Beck et al., 2011). Dessa forma, o entendimento das interações entre peptídeos e as células tumorais de glioma pode resultar em uma alternativa terapêutica menos agressiva e, possivelmente, mais eficiente. Objetivo: O presente projeto tem como objetivo principal a análise da interação de moléculas peptídicas com células

tumorais de glioma em cultura celular para avaliação da interferência do crescimento e possível indução de apoptose das células tumorigênicas. Método: a) Síntese de Peptídeos em Fase Sólida (SPFS). Os peptídeos propostos foram sintetizados pela estratégia Fmoc/tBut (Fields &Noble, 1990). A purificação dos peptídeos foi efetuada por cromatografia l íquida de alta eficiência

(HPLC) preparativo e a sua caracterização analítica envolveu, não somente o próprio HPLC do tipo analítico, quanto a análise de aminoácidos e espectroscopia de massas util izando o equipamento LC/MS Waters. b) Cultura Celular. Células C6 de glioma de ratos Wistar foram cultivadas em mei o Dulbecco’s Eagle (Gibco,

Gaithersburg, MD), com 10% de soro bovino fetal (Invitrogen) a 37º C (5% CO 2), onde alcançaram a confluência de 90%. Para a contagem de células, foi util izado o volume de 10 µL do meio contendo às células e 10µL de Azul de Tripan (Sigma). O procedimento foi realizado em câmara de Neubauer. c) Curva de Crescimento. Após a contagem celular, foi determinada a concentração celular a ser util izada nos

experimentos de curva de crescimento. Assim como os estudos de viabilidade, todos os grupos foram avaliados em triplicatas: grupo controle (somente células) e grupos tratados (células tratadas com os peptídeos propostos). O crescimento celular foi avaliado nos dias 0, 1, 3, 5 e 7, para a construção da curva de crescimento celular e avalia r a sua

proliferação e/ou inibição das células C6 nos grupos experimentais. A cada três dias é trocado o meio dos poços para evitarmos morte celular. d) Scratch test: Células foram plaqueadas em alta densidade em placa de 12 wells até atingirem confluência de 90%. Foi feito um sinal de + no meio do poço e observou-se após 24 horas, se havia migração celular para a região do sinal.

e) MTT. O protocolo de MTT foi aplicado para avaliar se os peptídeos propostos provocavam alterações no metabolismo celular após 24 horas de tratamento. Resultado: Os peptídeos propostos foram sintetizados, caracterizados e purificados de maneira eficiente, com rendimentos ao redor de 60%. Os três experimentos acima propostos foram realizados com as seguintes sequências:

Glu-Asp-Glu-Asp-Tyr-Phe-Glu-Leu-Val (Peptídeo 1) e Gly-Val-Ile-Thr-Arg-Ile-Arg (Peptídeo 2). O peptídeo 1 somente mostrou resultados significativos nos testes com 200µM. Já o peptídeo 2 mostrou resultado altamente significativo desde a concentração de 50 µM na curva de crescimento. No scratch test com o peptídeo 1, somente a concentração

de 200 µM mostrou interferência na migração celular. O mesmo teste com o peptídeo 2 mostrou diminuição significativa na migração celular nas concentrações de 100 e 200 µM. No MTT tes t resultados semelhantes foram encontrados: o peptídeo 1 não mostrou interferência no metabolismo celular em nenhuma concentração; o peptídeo 2 mostrou diminuição da atividade metabólica nas concentrações de 100 e 200 µM.

Conclusão: Os resultados obtidos com o peptídeo 1 avaliado mostrou que somente a dose de 200µM provocou uma

diminuição significativa da proliferação das células tumorais. A mesma concentração deste peptídeo pareceu diminuir a

capacidade migratória da célula tumoral. E em nenhuma concentra ção houve alteração da atividade metabólica celular

quando comparados ao controle positivo. Já o segundo peptídeo testado mostrou atividade indutora de apoptose nas

três doses, embora mais pronunciada nas doses de 100 e 200 µM. A migração celular também fo i significantemente

diminuída com o tratamento nas concentrações de 100 e 200 µM. Nessas mesmas concentrações houve diminuição

estatisticamente significativa da atividade metabólica verificada pelo teste MTT. Para avaliar se esse mesmo peptídeo

provoca alteração nas propriedades invasivas e formadoras de colônia do tumor, mais testes serão necessários.

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Nome do trabalho: A importância da degradação mitocondrial para a neuroproteção em diferentes modelos celulares da Esclerose Lateral Amiotrófica.

Autor: Pedro de Souza Lucarelli Antunes Orientador: Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO Introdução:

Foram descritas diversas alterações mitocondriais na ELA como mutação da citocromo c oxidase e deleção do DNA mitocondrial (DNAmt), alteração dos níveis das UCPs (mitochondrial uncoupling protein), modificação da conformação e favorecimento da fissão. Recentes evidências sugerem que a autofagia distingue as mitocôndrias danificadas a serem

degradas através de modificações em seu potencial de membrana e que, por sua vez, essa pode ser resultado de alterações na maquinaria de fusão e fissão mitocondrial. Objetivo: Determinar, em diferentes modelos da Esclerose Lateral Amiotrófica, a viabilidade de neurônios expostos a peróxido de

hidrogênio e proteínas desacopladoras da cadeia transportadora de elétrons (FCCP), bem como alterações nos níveis de auto(mito)fagia e a sua relação com a sobrevivência/viabilidade celular. Método: Para a realização dos experimentos de viabilidade celular, foram util izadas culturas estabeleci das de neurônios (SH-

SY5Y) cultivadas em meio DMEM F12, suplementado com 1% de Pen/Strep, 1% de aminoácidos não essenciais e 10% de SFB. As células foram plaqueadas em MW 96 de acordo com o objetivo dos experimentos, sendo util izada, primeiramente,

10.000 células por well e posteriormente padronizado a util ização de 20000 células por well. As células foram mantidas a 5% CO2 e 37ºC. O plaqueamento permitiu o teste de 2 controles (H 2 O, DMSO à 1%), além de Rapamicina (indutor da autofagia) à 0,5 e 1 µM por 24 horas, 3 metil -adenina (bloqueador da autofagia) à 5 e 10 mM por 24 horas, além de H2O2, à 0,5, 1 e 2 mM

em duplicata por 10 e 20 minutos e FCCP à 2,5µM em duplicata por 5 e 10 minutos, totalizando 3 experimentos (n=3). As placas, após o tratamento com as drogas citadas, foram submetidas à teste de Viabilidade Celular com o método colorimétrico do MTT (3- (4,5-Dimethylthiazol-2-yl) -2,5-diphenyltetrazolium), util izando apenas o Vial A do kit da

Molecular Probes™, dissolvido em 1mL de PBS estéril. O protocolo util izado incluía a retirada do meio consumido das placas, adicionando 100µL de meio novo e 10 µL de MTT (vial A). A placas eram novamente incubadas por 4 horas à 37ºC e era retirado 85 µL de meio, deixando apenas 25 µL, o qual teria adicionado 50 µL de DMSO em cada well, com intuito de dissolver os cristais formados na presença de enzimas intracelulares, em células viáveis, onde o próprio MTT é

convertido, por redução, a formazan, que se apresenta como cristais de cor roxa. A placa era novamente inc ubada à 37ºC por 10 minutos e então lida à 540nm no espectrofotômetro. A seguir, foram realizados ANOVA seguido do “post -hoc” de Bonferroni como método de análise estatística. A probabilidade de p<0.05 foi considerada significantemente diferente para as comparações realizadas.

Resultado: Os experimentos para viabilidade celular util izando-se o método colorimétrico MTT foram realizados para testar a capacidade de diferentes concentrações de H₂O₂ a induzir modificações nos níveis de sobrevivência celular, ass im como

os moduladores de autofagia e o protonóforo FCCP. Podemos observar que a H₂O₂ não alterou a taxa de morte celular em nenhuma das concentrações testadas. Frente a isso, começamos a realizar testes com o tert-Butyl hydroperoxide. Notou-se, também, uma pequena taxa de neuroproteção promovida pela Rapamicina e 3 -MA, denotado pela maior viabilidade celular com a presença destas drogas.

Conclusão: Podemos concluir que não houve variações estatisticamente significativas entre o grupo controle e os grupos tratados com água oxigenada e FCCP em diferentes concentrações e tempos de tratamento, sugerindo resistência celular. Por outro lado, a ausência de morte celular na presença de Rapamicina e 3 -MA é um bom indicativo de que tais concentrações não são tóxicas. Entretanto, devido ao desvio, mais experimentos serão realizados.

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Nome do trabalho: Ação in vitro da molécula Δ-Theraphotoxina-Vd2 no crescimento do fungo Tricophyton rubrum Autor: Pedro Loureiro Porto

Orientador: Thomaz Augusto Alves da Rocha e Silva

RESUMO

Introdução: As aranhas são artrópodes que se diferenciam dos insetos por possuírem um sistema nervoso bastante centralizado e não possuírem antenas. Habitam todos os continentes, com exceção da Antártida, e estão presentes em quase todos os habitats terrestres. Possuem quatro pares de patas, são segmentadas em abdômen e cefalotórax e util izam as quelíceras para inocular o seu veneno. A bioquímica do veneno das aranhas é bastante estudada, na

tentativa de obter, por exemplo, novos princípios ativos com aplicabilidade na medicina. Um dos principais compostos dos venenos são os peptídeos, moléculas formadas por aminoácidos cujo grupo amina se l igou ao grupo carbóxilo por meio de uma ligação peptídea. Os peptídeos são divididos de acordo com o número de aminoácidos interligados, o que

lhes confere conformações estruturais quartenárias. Ao estudar a aranha Vitallius dubius, encontrou-se em seu veneno dois peptídeos: P1 e P2. Estudos subsequentes concluíram que a molécula P2, também denominada Δ-Theraphotoxina-Vd2, possuía maior atividade antibiótica, porém com resultados não específicos. Essa pesquisa pretende expandir o conhecimento antibiótico da molécula P2, especificamente como agente antifúngico para onicomicoses.

Objetivo: Testar a concentração inibitória mínima da molécula P2 em cultura de Tricophyton rubrum. Método: O T. rubrum foi coletado de pacientes pelo serviço da Dermatologia da Irmandade da Santa Casa de São Paulo e cultivado em ágar sabouraud. Purificou-se a amostra cultivada e dela fez-se um caldo seguindo a escala de McFarland

para semear novas culturas em ágar sabouraud, nas quais foram aplicada diferentes concentrações da molécula P2, administradas por intermédio de discos de papel fi ltro para comparar com o crescimento controle sem fármacos antifúngicos (controle negativo) e com cetoconazol (sabidamente eficaz contra o T. rubrum). Além disso, a molécula em questão foi testada, também, em meio líquido em placas de múltiplos poços. Toda e qualquer placa que foi

contaminada com qualquer agente que não o T. rubrum foi excluída do projeto. Foi definido como eficaz em inibir o crescimento do fungo a apresentação de um halo de inibição, a ser comparado com o do cetoconazol.Devido à baixa atividade da P2, optou-se por realizar, no último experimento, o veneno bruto da aranha, além da P2, o cetoconazol e o disco controle negativo. Elevou-se a concentração da P2 para essa última etapa.

Os resultados dessa última etapa ainda não foram visualizados, pois não houve crescimento do T. rubrum de forma satisfatória para poder avaliar se há ou não inibição de crescimento. Resultado:A molécula P2, em baixas doses, não é capaz de inibir o crescimento do T. rubrum tanto em meio líquido,

quanto em meio sólido. Conclusão: Apesar dos testes preliminares com a molécula Δ-Theraphotoxina-Vd2 ter apresentado capacidade de inibir o crescimento de C. albicans em meio líquido, não foi observado o mesmo efeito em cepas de T. rubrum, até o presente momento, tanto em meio líquido, quanto em meio sólido. Não ficou claro, ainda, se há necessidade de doses

maiores da P2 para atingir a CIM para o T. rubrum ou se não há atividade contra este resistente fungo.

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Nome do trabalho: Avaliação das alterações l itêmicas decorrentes da administração de lítio em microdos es. Autor: Marcelo Tognato Ximenes Orientador: Prof. Dr. Hudson de Sousa Buck

RESUMO

Introdução: Atualmente os sais de lítio, são muito util izados para o tratamento de afecções psiquiátricas, como transtorno bipolar, segundo a Associação Brasileira de Neurologia, com doses entre 600 a 1800 mg por dia. Nunes et al.

mostrou que pacientes bipolares, com tratamento à base de lítio, na forma de carbonato de lítio, apresentaram uma menor prevalência da doença de Alzheimer (DA), de forma que o l ítio pode ser a ba se de uma nova terapêutica para a DA. Alguns estudos mostram a eficácia de microdoses, ou doses subterapêuticas, para o tratamento de depressão, da

doença de Huntington e da DA sendo que pacientes submetidos às microdoses de carbonato ou gluconato de lítio tiveram uma estabilização no declínio cognitivo. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo estabelecer a melhor forma de coleta de sangue para a quantificação

da litemia, assim como padronizar o método de quantificação de lítio e comparar a alteração na litemia sanguínea a partir da ingestão de microdoses de lítio, por meio de cápsulas de carbonato de lítio ou pela suplementação alimentar Método: De acordo com valores de litemia basais encontrados durante a pesquisa bibliográfica, em conjunto com o departamento de estatística da FCMSCSP encontramos que a quantidade mínima de voluntárias deveria ser de 3

indivíduos. Para o projeto contamos com 5 voluntários saudáveis, com idades entre 20 e 40 anos, selecionados por conveniência com assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) envolvendo seres humanos da ISCMSP. O lítio foi administrado na forma de microdoses de carbonato de

lítio em cápsulas (contendo 1,5 mg de carbonato de lítio), de forma que os participantes tomaram 1 cápsula por 2 semanas, 2 cápsulas por uma semana e 3 cápsulas na semana seguinte. O sangue foi coletado por funcionários do SESMT da FCMSCSP, em tubos de coleta a vácuo contendo heparina de sódio como anticoagulante, consist indo em 8 coletas de sangue dos voluntários ao longo de 35 dias, de forma que a concentração de lítio ingerida

farmacologicamente foi de 1,5mg por 14 dias, 3,0mg por 7 dias e 4,5mg por mais 7 dias. A coleta 1 refere-se ao valor basal de lítio no sangue dos voluntários, de forma a comparar o valor basal da l itemia com as concentrações futuras. A coleta 2, 3 e 4 foram realizadas com o intuído de avaliar se a l itemia já teria alcançado um valor constante com a administração de 1,5mg de lítio a partir do 4º dia , ou se há necessidade de uma administração mais longa do

medicamente para aumentar a concentração do lítio no sangue, assim como as coletas 7 e 8 foram obtidas para avaliar se com 4 dias após o encerramento da administração do lítio o voluntário voltaria aos valores basais de litemia obtidos inicialmente. Após as coletas parte do material foi armazenado em geladeira (5°C) e o restante foi centrifugado, de

forma que o soro e a porção celular foram armazenados separadamente ( -80°C), permitindo uma análise dos componentes independentes. Considerando as doses util izadas não promovem alterações detectáveis por espectrometria de chama, que é o método padrão em análises clinicas, foi estabelecido que a l itemia das amostras seria determinada em um Espectrômetro de Massa de Alta Resolução com Fonte de Plasma Indutivo (ICP-MS), que

detecta metais na ordem de fentomol. Para esta etapa foi estabelecida a colaboração com o Prof. Dr. Marco Aurélio Arruda do Instituto de Química da Unicamp, que é responsável por um equipamento ICP-MS multiusuário. Resultado: As amostras foram coletadas conforme descrito e encaminhadas para análise, porém, devido a um problema de refrigeração da sala em que está instalado o equipamento, ainda não foi possível processar as amostras

no ICP-MS. Conclusão: Não ausência dos dados que serão obtidos no ICP-MS ainda não podemos obter conclusões. O estudo terá andamento e será finalizado assim que o equipamento voltar a operar.

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Nome do trabalho: “Estudo comparativo do perfi l imunoistoquímico entre carcinomas primários da mama e suas metástases ósseas” Autor: Alexandre Joji Yagi Co-autor: Fabiana Toledo Bueno Pereira

Orientador: Geanete Pozzan

RESUMO

Introdução: O câncer de mama é o câncer que mais acomete as mulheres. As estimativas indicam 57 120 novos casos em 2014. Os principais fatores de risco para desenvolver o câncer de mama são hormonal e genético. Uma das

complicações do câncer de mama é a metástase óssea. A interação das células tumorais com o estroma do sítio metastático apresenta papel fundamental para o estabelecimento da metástase. Mais de 50% dos casos de metástase ocorrem nos ossos, sendo esse o principal sítio metastático do câncer de mama, particularmente relacionado aos casos de subtipo molecular luminal.

Objetivo: Descrever as características epidemiológicas do câncer de mama das pacientes que desenvolveram metástases ósseas. Comparar o perfi l imunoistoquímico/molecular do câncer de mama em seu sítio primário e nas metástases ósseas.

Método: Foram levantados os casos de metástases ósseas por câncer de mama operados no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no período de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2013. Foram revistos blocos e lâminas referentes às metástases ósseas, sendo realizado o estudo imunoistoquímico para classificação molecular pelo método de TMA (“tissue microarray”). Os casos foram classificados em 3 perfis moleculares básicos: luminal, HER2 e

triplo-negativo. Resultado: O estudo abrange 36 casos de mulheres com metástases ósseas de sítio primár io mamário, com idade variando de 35 a 88 anos (média de 62 anos). Somente uma paciente apresentou a metástase óssea como primeira manifestação da neoplasia e a fratura do osso patológico foi observada em 22 casos (61%). O fêmur foi o segmento

ósseo mais acometido (61%). A correlação entre o subtipo molecular do câncer de mama primário e metastático foi possível em 15 casos. Nestes, os tumores primários eram assim distribuídos: 10 luminais, 3 HER2 e 2 triplo -negativos. Dos 10 casos luminais, em 8 a metástas e manteve o mesmo perfi l molecular e em 2 casos houve transformação para

triplo negativos. Os 3 casos de Her2 e os 2 casos de triplo negativos mantiveram o mesmo perfi l molecular nas metástases. Conclusão: As metástases ósseas de câncer de mama dificilmente se apresentam como a primeira manifestação da neoplasia, comprometendo preferencialmente esqueleto axial e porção proximal dos membros de mulheres. Ocorrem

mais frequentemente relacionadas ao subtipo molecular luminal e os perfis imunoistoquímicos do sít io primário e da lesão metastática tendem a ser os mesmos.

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Nome do trabalho: Perfil de susceptibilidade de bactérias colonizadas do trato genital inferior de pacientes submetidas a histerectomia laparoscópica. Autor: Paulo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro Filho Orientador: Prof. Dr. Marcelo Mimica

RESUMO

Introdução: A histerectomia é uma das cirurgias mais frequentes do mundo, tendo diversas indicações; A analise do perfil de susceptibilidade se faz necessária devido às infecções do pós-operatório, sendo assim necessária para melhor entendimento da flora vaginal, bem como dos principais patógenos relacionados às infecções. Objetivo: Analisar o perfil de susceptibilidade das bactérias isoladas das culturas positivas de pacientes submetidas a histerectomia total laparoscópica. Método: Foram selecionadas prospectivamente as pacientes submetidas a histerectomia total laparoscópica, operadas pelo sector de Endoscopia e Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da ISCMSP, sendo então realizada a análise das amostras de D0 (antes da cirurgia). Foram colhidos três swabs com conteúdo de fundo de saco. Assim o 1º swab destinado a placa de Agar sangue para cultura de secreção, o 2º swab foi aplicado em lâmina para realização da bacterioscopia, e por fim o 3º swab foi aplicado em meio seletivo para pesquisa de Streptococcus grupo B.Todas as culturas foram analisadas pelo mesmo observador, com as leituras 48hs após semeadura. Resultados: Foram analisadas amostras de 64 pacientes ao longo do ano, tabulando-se então a presença das bactérias detectadas, bem como o perfil de susceptibilidade das mesmas. Analisou-se então o perfil de susceptibilidade principalmente dos Enterococcus spp., Streptococcus bovis, Streptococcus grupo B, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Enterobactérias. A maior prevalência foi de Staphylococcus (29,7% das pacientes), seguido da Escherichia coli (25%). Na análise dos perfis de susceptibilidade, deve-se destacar a presença de 52,6% MRSA dentre os Staphylococcus, uma resistência à penicilina de 33,3% entre os Streptococcus bovis e 50% entre os Streptococcus grupo B, além de uma resistência entre as Enterobactérias de 14,6% a cefazolina, 12,2% a amicacina, 9,7% a ceftriaxone, 7,3% a ciprofloxacina, não sendo encontrada resistência a Meropenem. Conclusão: Nosso estudo demonstrou frequente presença de S. aureus e Enterobactérias, incluindo cepas resistentes aos antimicrobianos. Nesse panorama, o estudo da colonização do trato genital de pacientes submetidas a histerectomia é de fundamental importância para o estabelecimento de medidas adequadas de controle e prevenção de infecções.

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Nome do trabalho: Estudo dos efeitos da Cimicifuga racemosa L. Nutt em mulheres após a menopausa usuárias de tamoxifeno ou inibidores da aromatase para o tratamento do câncer de mama

Autor: Luana de Cássia de Jesus Rigonati Co-autor: Orientador: Sônia Maria Rolim Rosa Lima

RESUMO

Introdução: Mulheres usuárias de Tamoxifeno ou Inibidor da Aromatase para o tratamento do câncer de mama

frequentemente apresentam sintomas vasomotores devido as suas ações antiestrogênicas. A terapia hormonal, padrão-ouro para tratamento desses sintomas, é contra -indicada devido ao risco de recidiva tumoral. Uma das alternativas são os medicamentos derivados da Cimicifuga racemosa L. Nutt (CR). Apesar de seu mecanismo de ação

ainda não totalmente esclarecido, pesquisas já publicadas demonstraram ações reconhecidamente benéficas na melhora dos sintomas climatéricos sem efeito no tecido mamário. Objetivo: Avaliar os efeitos da Cimicifuga racemosa L. Nutt nas ondas de calor, função sexual e flora vaginal em mulheres com câncer de Mama usuárias de tamoxifeno ou inibidores de aromatase.

Métodos: Realizou-se estudo clínico caso-controle em mulheres voluntárias que estavam no período após a menopausa, com queixa de sintomas vasomotores tratadas de Câncer de Mama e em uso de tamoxifeno ou inibidores da aromatase. Quarenta e cinco pacientes responderam ao questionário de Índice Menopausal de Kupperman e Blatt (IMKB) (21 casos e 24 controles), 24 mulheres (13 casos e 11 controles) responderam ao Female Sexual Function

Index (FSFI) e de 25 (11 casos e 14 controles) foram colhidas amostras de flora vaginal por meio de swab. O Grupo Estudo recebeu 1comprimido via oral (20mg) de 12h/12h de extrato seco de Cimicífuga racemosa L. Nutt. O Grupo Controle não recebeu o fitomedicamento. O estudo foi realizado por seis meses e houve três encontros: T0 (primeiro),

T3 (após três meses) e T6 (após seis meses), foram aplicados questionários (Índice de Kupperman e Blatt e FSFI) nos três encontros e realizado coleta da flora vaginal com swab em T0 e T6. Resultados: Quando comparamos os Índices de Kupperman e Blatt do Grupo de Estudo observamos melhora significante dos sintomas vasomotores já nos três meses iniciais quando comparado ao T0 (27,0 ±9,9 versus 18,3 ±10,7)

(p=0,010) e nos seis meses de acompanhamento (27,0 ±9,9 versus 17,9 ±10,1) (p=0,006). A avaliação da função sexual através do FSFI não apresentou diferença significante entre os grupos. Houve semelhança na composição da flora vaginal em ambos os grupos. Conclusões: O estudo mostrou que mulheres com Câncer de Mama tiveram melhora nos sintomas vasomotores com

uso da Cimicífuga racemosa L. Nutt. observado nos T3 e T6. Não houve melhora do FSFI nos diferentes tempos e grupos estudados assim como não houve modificação na flora vaginal.

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Nome do trabalho: Síntese de um possível inibidor de fibrilas amiloidais e sua validação in vivo. Relevância para o tratamento da doença de Alzheimer.

Autor: Jorge Michel Antonopoulos O rientador: Profª. Drª. Luciana Malavolta Quaglio

RESUMO Introdução: Os casos mais conhecidos de doenças relacionadas com agregações de segmentos peptídicos e proteínas no organismo são as denominadas amiloidoses que se caracterizam pelo depósito de fibrilas amiloidais no organismo e está associado com dezenas de doenças degenerativas humanas entre elas o mal de Alzheimer, diabetes do tipo II,

Príon, Huntington e também Parkinson. A doença de Alzheimer (DA) é histologicamente caracterizada pela presença de numerosas placas senis e enovelamentos neurofibrilares no cérebro, acompanhado de perda neuronal maciça, onde o peptídeo β-amilóide, um peptídeo contendo entre 39 e 43 aminoácidos, é o maior componente dessas placas. Assim, é desnecessário salientar a importância em se entender e inibir precocemente a formação das placas amiloidais, neste caso, relacionada diretamente pela manifestação do mal de Alzheimer que acomete milhões de pessoas no mundo

inteiro. Objetivo: O presente projeto tem como objetivo principal a síntese e a validação in vivo de um possível inibidor que in vitro apresentou alta capacidade de desagregação/dissol ução de fibrilas amiloidais relacionadas com o peptídeo β-amilóide (1-42). Método: O inibidor proposto foi sintetizado através da síntese de peptídeos em fase sólida util izando a estratégia

Boc/Bzl, purificado e caracterizado util izando métodos como o HPLC e espectroscopia de massas. A avaliação da capacidade de inibição foi realizada através da quantificação das placas amiloidais em cortes histológicos de cérebro de camundongos da linhagem: B6.Cg-Tg(PDGFB APPSwInd)20Lms/2J (transgênico) e analisadas em microscópio ótico Nikon Eclipse E-600 com contagem manual: dividindo o número de placas pelo número de cortes analisados. Os animais foram separados em 2 grupos: sendo que cada grupo é composto por 6 animais cada que estão foram

submetidos a um procedimento c irúrgico, na qual é injetado 3μL do possível inibidor no hipocampo em concentrações de 100μM e 200μM. Resultado: Caracterização e obtenção do inibidor proposto. Os cromatogramas obtidos em HPLC permitiram a identificação da substância sintetizada e o grau de sua pureza. E o espectrômetro de massa forneceu o peso molecular

dos picos. Desta forma, o pico referente à substância sintetizada saiu no tempo de aproximadamente 15 minutos em 60% de acetonitrila. Através do processo de purificação em HPLC preparativo foi possível obter o composto puro com rendimento de aproximadamente 50%. Processo cirúrgico. Após anestesiados, os animais foram submetidos a uma tricotomia da região cranial e em seguida a um corte, expondo o crânio. Então, através do Bregma mediu-se a distância adequada para se atingir o hipocampo (2mm para baixo e 2mm para direita/esquerda). Na metade direita realizou-se uma incisão na calota craniana, seguido da injeção de 3μL de solução controle. Na outra metade injetou -se 3μL da solução contendo o inibidor nas concentrações de 100 e 200µM. Os animais foram sacrificados em 48h. Cortes histológicos. Foram obtidos cortes histológicos por congelamento (20μm) do hipocampo cerebral util izando -se um criostato (Micron-Zeiss, Alemanha). Os cortes foram coletados diretamente em lâminas de vidro, previamente

gelatinizadas para evitar-se o desprendimento dos cortes. Os conjuntos de cortes histológicos foram mantidos a -80°C até a data do processamento histológico. No ato da preparação, as lâminas congeladas foram lavadas em PBS 5 vezes e incubadas em solução de Tioflavina S 0,1% em PBS com 0,1% em triton por 5 minutos. Após este procedimento foram lavadas em PBS 2 vezes, incubadas em etanol 70%, por 5 minutos e lavadas novamente em PBS por 3 vezes. Ao término os cortes foram cobertos com lamínula util izando-se Fluoromount + DAPI (Fluoroshield with DAP, Sigma). Todo o processo foi realizado na penumbra. A análise foi feita em microscópio ótico Nikon Eclipse E-600 e as placas fotografadas logo após a coloração e c ontadas manualmente, quatro lâminas por animal e analisadas dividindo o número de placas pelo número de cortes analisados. Conclusão: Foi possível sintetizar, purificar e caracterizar o possível inibidor com sucesso. Os procedimentos foram realizados de maneira eficiente e com baixíssima morte de animais o que caracteriza o domínio da técnica cirúrgica

util izada. A análise das lâminas e tabulação dos dados nos permite concluir que o inibidor é capaz de dissolver placas amiloides in vivo, como era o objetivo do trabalho.

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ome do trabalho: Ação de peptídeos antioxidantes frente à disfunção mitocondrial em diferentes modelos celulares da Esclerose Lateral Amiotrófica Autor: Daniel Pereira Ayres Netto Co-autor: Luciana Malavolta Quaglio Orientador: Tatiana Rosado Rosenstock

RESUMO

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa irreversível que leva à perda de

neurônios motores seguida de atrofia muscular, eventualmente avançando para paralisia respiratória e morte. Essa doença pode ou não possuir componentes hereditários, e seu mecanismo ainda é indeterminado. Entretanto, já foi descrito o aumento de estresse oxidativo em modelos celulares e animais contendo a enzima superoxido -dismutase Cu/Zn (SOD1), uma enzima mitocondrial relacionada à redução do estresse oxidativo, mutada, correspondente a

aproximadamente 15% dos casos familiares. Nesse contexto, este trabalho propôs -se a avaliar a atuação de peptídeos antioxidantes, já descritos em literatura, para evitar o dano devido ao aumento de estresse oxidativo em modelos celulares de neurônios (SH-SY5Y), permitindo a promoção da neuroproteção e o fortalecimento da hipótese acerca da

participação do aumento do estresse oxidativo na fisiopatologia da ELA. Objetivo: Verificar a ação de peptídeos antioxidantes frente à disfunção mitocondrial e a sobrevivência/viabilidade

celular em um modelo da Esclerose Lateral Amiotrófica: neurônios após a exposição a peróxido de hidrogénio (H 2O2).

Método: Os peptídeos Thr-Arg-AsnTyr-Tyr-Val-Arg-Val-Leu-OH e H-β-Ala-His-OH, descritos e l iteratura por possuírem

ação antioxidante, foram sintetizados util izando técnica de síntese em fase sólida Fmoc e caracterizados por cromatografia l íquida de alta performance (HPLC) e espectrometria de massa. Foram estabelecidas culturas celulares de neurônios SH-SY5Y em meio DMEM:F12 suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB), 1% de aminoácidos não

essenciais e 1% de Penicil ina/Streptomicina e mantidas a 5% de CO 2 e 37°C. As células foram plaqueadas em placas

multiwell com 96 poços cada, cada poço com células contendo 200 μL do meio de cultura, e tratadas água oxigenada (0,5, 1 e 2 mM, cada um por 10 e 20 minutos), modelo farmacológico de estresse oxidativo, água estéril (2 mM por 20 minutos), controle da água oxigenada, e o peptídeo Thr-Arg-AsnTyr-Tyr-Val-Arg-Val-Leu-OH (50 e 100 μM, ambos por

24 horas), para todos os experimentos. A viabilidade celular foi analisada através do método colorimétrico do MTT (3 -(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium) e a leitura foi realizada ao comprimento de onda de 540 nm após 4 horas de incubação. O potencial de membrana mitocondrial foi avaliado através do método de incubação com TMRE

(Tetramethylrhodamine) (50nM, 1 hora, a 37ºC) e a detecção de espécies reativas de oxigênio foi realizada através da incubação com DCF (2',7'-dichlorodihydrofluorescein diacetate) (20 µM, 30 min, 37ºC). Ambos os fluoróforos foram ressuspendidos em meio de microscopia. A leitura ocorreu na faixa de comprimento de onda de 590 nm para o TMRE e 520 nm para o DCF; fluorescência basal l ida por 5minutos, e por mais 5 minutos após a adição do protonóforo FCCP

(10µM). Os resultados foram repetidos 3 vezes cada um, todos com duplicatas. Resultado: A avaliação de viabilidade celular através do método colorimétrico do MTT não apresentou resultados

estatisticamente significativos após incubação com H2O2 e com o peptídeo Thr-Arg-Asn-Tyr-Tyr-Val-Arg-Val-Leu-OH. A

avaliação do potencial de membrana mitocondrial através da incubação com TMRE e a detecção de espécies reativas de oxigênio através da incubação com DCF a presentaram grande variação entre os experimentos e l inhas de fluorescência instáveis. Conclusão: A falta de significância estatística entre o grupo controle e os grupos tratados com água oxigenada em

diferentes concentrações e tempos de tratamento, sugerem resistência celular. Por outro lado, o gráfico do MTT não apresentou variações estatisticamente significativas entre o grupo controle e os grupos tratados com peptídeos, sugerindo que o peptídeo Thr-Arg-Asn-Tyr-Tyr-Val-Arg-Val-Leu-OH não apresenta ação tóxica frente ao modelo

neuronal SH-SY5Y e pode ser estudado como um agente antioxidante. Em relação aos experimentos com DCF e TMRE, observamos linhas de base de fluorescência instáveis, muito ruído nas leituras e grande variação de leitura entre os 3

experimentos realizados, impossibilitando a conclusão de que o tratamento prévio com H2O2 e o peptídeo antioxidante

levou a diferentes níveis de estresse oxidativo.

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Nome do trabalho: Estudo do possível papel neuroprotetor do receptor B2 para bradicinina na doença de Alzheimer Autor: Giuliana D’Amaro Co-autor: João de Alcântara Cheloni Orientador: Hudson de Sousa Buck

RESUMO Introdução: As cininas bradicinina (BK) e calidina (Lys -BK) são oligopeptídeos l iberados no plasma ou fluído intersticial pela clivagem dos cininogênios pelas calicreínas. Atuam ativando dois tipos de receptores acoplados a proteína G, nomeados como B1 e B2. O receptor B2 (BKB2R) é considerado constitutivo, e sua estimulação leva a uma rápida

dessensibilização. A maioria das ações das cininas é mediada pelo BKB2R, que apresenta alta afinidade pela BK e alta sensibilidade por baixas concentrações do antagonista sintético icatibant (HOE140). O receptor B1 (BKB1R) possui alta afinidade pela des-Arg9BK and Lys-des-Arg9-BK. Sua distribuição nos tecidos é l imitada em condições fisiológicas, sendo expresso em condições patológicas como doenças neurológicas crônicas.

Objetivos: Este estudo tem por objetivo determinar a participação dos receptores B2 para bradicinina no desenvolvimento da doença de Alzheimer, com ênfase no seu possível papel neuroprotetor preventivo ou terapêutico. Os objetivos específicos são: avaliar o aprendizado e a memória espacial dos animais, comparando os diferentes grupos

(transgênicos e não transgênicos) nas diferentes idades (12 e 15 meses). Identificar a localização e distribuição dos receptores B2 no cérebro, nas áreas do hipocampo e córtex, determinando em quais tipos celulares (neurônios, astrócitos ou células da glia) estes receptores estão localizados. Método: Todos os animais foram criados e fornecidos pelo biotério do Departamento de Ciências Fisiológicas da FCMSCSP. A memória espacial dos camundongos foi avaliada pelo labirinto terrestre de Barnes. A latência para encontrar a caixa de escape e outros parâmetros de navegação foram registrados. Os animais foram submetidos a uma prova por dia, durante cinco dias (treinos). O primeiro dia é considerado o período de aquisição. Uma semana após a quinta sessão, é realizada a prova teste, com a qual se objetiva avaliar a memória de longo prazo dos animais. Os animais foram avaliados em caixa de atividade motora um dia antes das atividades no labirinto terem início. Todas as sessões no labirinto foram fi lmadas e analisadas posteriormente através do sistema “smart video tracking. Ao final do período experimental os animais foram anestesiados com isoflurano e decapitados para a extração dos cérebros. As amostras foram imediatamente congeladas em dimetilbutano à –50º C e armazenadas à –80º C. Posteriormente, foram preparadas lâminas com cortes histológicos obtidos das amostras dos cérebros retirados. Foi utilizado apenas um dos hemisférios de cada amostra, e os cortes (transversais) foram obtidos com uso de criostato. As lâminas foram armazenadas à -80ºC. Para a colocalização do tipo celular e receptores B2 foi realizada imunofluorescência com dupla marcação. Para localizar o receptor do tipo B2 foi util izado o anticorpo primário anti-receptor B2 (ABR012, alomone), associado com o anticorpo primário anti -NeuN, marcador de neurônios (ab190195, AlexaFluor), ou com o anticorpo primário anti-GFAP, marcador de astrócitos (GFAPCY3, ab49874). As análises de colocalização foram feitas utilizando-se o programa ImajeJ. Foi realizado o cálculo do coeficiente M1 de colocalização de Manders, utilizando-se o método Coloc 2. Sub-regiões avaliadas: CA1, CA2, CA3, GRDG, PoDG. Para os resultados obtidos foi util izada a ANOVA de duas vias. Foi aplicado o pós -teste de Bonferroni. Foi considerado estatisticamente significativo p < 0,05. Resultados: Análises de Comportamento: Entre o primeiro e o quinto dia de treino, houve significativo aumento no tempo gasto pelo animal no quadrante alvo*, assim como no tempo gasto no alvo (buraco de escape), em ambos os grupos. Com relação ao tempo de permanência no alvo, foi verificada diferença estatística entre os grupos, tendo este tempo sido maior no grupo de animais transgênicos (G9 – TG, 15 meses; n=8) do que no grupo de animais não transgênicos da mesma idade*

(G10 – WT, 15 meses; n=10). Observou-se também que a latência para encontrar a caixa de escape dos grupos G10 e G9 diminuiu significativamente do primeiro ao quinto dia de treinamento, mas não houve diferença significativa entre os grupos transgênicos e não transgênicos. Na sessão teste (dia 6), realizada uma semana após o último dia de treino, a latência dos animais do grupo G9 (TG, 15 meses) foi significativamente maior que a dos animais do grupo G10 (WT, 15

meses). O mesmo se deu com os animais de 12 meses, em que os animais do grupo G7 (transgênicos; n=3) apresentaram maior latência do que os animais do grupo G8 (não transgênicos; n=10). Análises de Imunofuorescência: Foram preparadas lâminas com cortes histológicos a partir das amostras dos seguintes animais: 2 animais do grupo G10, 1 animal do grupo G7 e 1 animal do grupo G9. Deu-se início às análises de imunofluorescência para determinar a

colocalização dos receptores B2 para bradicinina, tendo sido util izadas até o momento as lâminas relacionadas anteriormente. Entretanto, o número de imunofluorescências realizadas não permite correlação comportamental e morfológica dos receptores B2.

Discussão: A formação da memória compreende aquisição, consolidação e recuperação de informação. Esses processos requerem alterações morfológicas nas sinapses que incluem aumento e fortalecimento de novas conecções neurais (Kandel, 2001). Na avaliação da memória espacial dos animais, realizada por meio do labirinto terrestre de Barnes, o período de aquisição corresponde à sessão de treinamento do dia 1. A partir deste até o 5 ° dia, avalia-se a capacidade

de aprendizado dos animais relacionada à tarefa (encontrar o alvo, a caixa de escape). Uma semana após o quinto dia, na qual não são realizados treinos, os animais são submetidos à sessão teste (dia 6), através da qual se aval ia a memória de longa duração. Do primeiro ao quinto dia de treinos, o aumento no tempo gasto no quadrante alvo foi observado em todos os grupos avaliados. Não foi observada diferença entre os transgênicos e seus controles de mesma

idade. Esse dado sugere que tanto os animais transgênicos (G9, G7) quanto os não transgênicos (G10, G8) foram capazes de aprender a tarefa. Portanto, comparados aos seus controles, os animais transgênicos não apresentaram déficit de aprendizado nos experimentos comportamentais. Entretanto, foi observado significativo aumento da latência

dos animais transgênicos na sessão teste (dia 6), sugerindo que estes animais não foram capazes de reter e/ou evocar a memória de longa duração.

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Nome do trabalho: Contribuição da disfunção da sintase de óxido nítrico e de seu cofator, tetrahidrobiopterina, no desenvolvimento do carcinoma de mama Autor: Gabriel Roberti de Oliveira Co-autor: Lívia Tomazin Maebuti Orientador: Fabiana Henriques Machado de Melo

RESUMO Introdução: O câncer de mama caracteriza-se pela proliferação celular descontrolada em tecido mamário. Esse tipo de câncer é o que mais acomete as mulheres em todo o mundo, sendo, portanto, a maior causa de morte por câncer entre as mulheres. Processos biológicos como sobrevivência, apoptose e proliferação celular são regulados pelas baixas concentrações de espécies reativas de oxigênio (EROs) que são geradas a partir da respiração aeróbica da célula durante o metabolismo. As células tumorais possuem uma característica peculiar quanto à atividade antioxidante, mantendo um ambiente pró-oxidante, o que contribui para a transformação maligna e progressão tumoral. Os níveis de O2

•− e H2O2 são, portanto, determinados pelo equilíbrio entre a

geração de espécies reativas de oxigênio e o sistema antioxidante das células cancerosas. Já foi observado que o aumento de EROs, devido a alterações na expressão e atividade da enzima NADPH oxi dase, está associado ao desenvolvimento do carcinoma de mama. Recentemente, a sintase de óxido nítrico (NOS) disfuncional foi descrita como fonte de ânion superóxido, fato que ocorre na ausência do seu cofator, a tetrahidrobiopterina (BH4). Entretanto, não se sabe qual é a contribuição da BH4 no desenvolvimento tumoral, embora já fosse descrita a relação entre a BH4 e alterações dos níveis de EROs. Objetivo: Avaliar a contribuição das enzimas do ciclo da tetrahidrobipterina (BH4) no desenvolvimento do carcinoma de mama. Método: 1) Cultivo de células – util izamos em cultura celular as seguintes l inhagens: MCF-7, MDA-MB-231, SKBr3 (células de carcinoma ductal de mama) e MCF10A (célula epitelial de mama humana normal - controle). 2) Extração de RNA – após a cultura celular, o tecido foi lavado 2 vezes com PBS autoclavado e gelado. Após isso, adicionou-se o reagente TRIZOL e seguiu-se o protocolo descrito no projeto. Em seguida, a concentração das amostras foi determinada em espectrofotômetro. Para determinar a integridade do RNA, as amostras foram separadas eletroforeticamente em gel de agarose. 3) Realizou-se o tratamento de RNA com DNASE-I sem atividade rnásica (RNASE-FREE DNASE-I) das l inhagens celulares, para que se realizem as reações de transcriptase reversa (DNA complementar). 4) Realizou-se Real Time PCR em duplicata técnica dos seis primers correspondentes às enzimas GTP ciclohidrolase I (GTPCH-I), GTPCH-1 feedback regulator protein (GFRP), Sepiapterina redutase (SR), 6-piruvoiltetrahidropterina sintase (PTPS), dihidrofolato redutase (DHFR) e dihidropterina redutase (DHPR). 5) Análise estatística realizada após a aquisição dos dados dos ensaios em laboratório. Resultado: Os dados dos gráficos foram extraídos através da comparação entre quatro linhagens celulares cujo controle é a MCF-10A. Os gráficos correspondentes às enzimas da via de salvamento – DHFR e DHPR – mostraram diminuição da expressão dessas enzimas nas l inhagens celulares MCF-7 e SKBr3 se comparadas ao controle. Em contrapartida, houve aumento na expressão da linhagem triplo negativa MDA-MB-231. Em se tratando da via de novo, observamos padrões semelhantes entre a expressão das enzimas GTPCH-I e PTPS, na qual houve aumento significativo apenas na linhagem MDA-MB-231. Já na expressão da enzima GFRP nota-se diminuição significativa nas l inhagens MCF-7 e MDA-MB-231. Além da análise dessas enzimas, a expressão da SR foi aumentada na SKBr3. As análises descritas são estatisticamente significativas. Conclusão: Observou-se diminuição da expressão das enzimas DHFR e DHPR nas l inhagens MCF-7 e SKBr3 em relação à MCF-10A, sugerindo se comportarem de maneira semelhante, apesar de serem o oposto quanto à expressão dos receptores de estrógeno e progesterona. Esses resultados sugerem que a regeneração da BH4 a partir da BH2 que é uma biopterina oxidada está comprometida através da via de salvamento, contribuindo para o desacoplamento da sintase de óxido nítrico (NOS) e aumento dos níveis de ânion superóxido. No entanto, em relação à via de novo, observamos aumento da expressão da enzima limitante na síntese, a GTPCH-I, e diminuição da enzima GFRP, que segundo alguns trabalhos, regula a expressão e atividade da GTPCH-I. Esse resultado pode ocorrer como uma alternativa de manter os níveis intracelulares de BH4 e a função da NOS nas células tumorais de mama, evitando o aumento da produção de ânion superóxido. Em contrapartida, os resultados mostraram diminuição da expressão da enzima PTPS, que é posterior à GTPCH-I na síntese da BH4.

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Nome do trabalho: QUANTIFICAÇÃO DO ÍNDICE PROLIFERATIVO Ki67 EM TUMORES NEUROENDÓCRINOS ATRAVÉS DA ANÁLISE DE IMAGEM DIGITAL. Autor: Maíra Leite Basile

Co-autor: Fábio Seiji Kuga Orientador: Fabíola Del Carlo Bernardi

RESUMO

INTRODUÇÃO: Tumores neuroendócrinos (TNEs) são neopl asias epiteliais com diferenciação neuroendócrina, caracterizadas por possuírem a mesma origem embrionária endodérmica, de comportamento incerto, agressividade variável, com amplo espectro de tumores biologicamente diferentes, variando de baixo a alto grau , sendo os critérios de classificação mal definidos para fatores prognósticos e evolução.

OBJETIVOS: Descrever e analisar o perfi l cl ínico-epidemiológico e anatomopatológico dos pacientes diagnosticados com tumores neuroendócrinos na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) durante o período de maio de 2004 a maio de 2014 e comparar o índice do Ki67 por análise digital com o de estimativa visual entre os vários órgãos acometidos.

MATERIAL E MÉTODOS: Obtenção dos casos no banco de dados do Serviço de Anatomia Patológica da ISCMSP e separação dos blocos de parafina e lâminas dos casos selecionados. Os cortes histológicos foram incubados com o anticorpo Ki67 (Mib-1 clone, 1:160; Dako Corporation, carpinteria, CA, USA). Foi considerado positi vo núcleos das

células tumorais corados na tonalidade marrom. As lâminas coradas pelo Ki67 foram digitalizadas no 3DHistech Pannoramic Scanners (3Dhistech, Budapeste, Hungria), util izando a objetiva 20x. Nas imagens obtidas foram identificados e selecionados os campos com maior positividade (hot-spots) em aumento de 40x. Estes campos foram exportados em formato de imagem de alta resolução e analisados através do software de análise de imagem (Image

Pro Plus), onde foi obtido o índice de Ki67, representado pelo número de células tumorais positivas/número total de células tumorais. Foram analisadas no mínimo 1000 células por lâmina. Os casos foram divididos em 4 grupos quanto ao índice do Ki67 (menos que 1%; de 1 a 5%; maior que 5 a 25% e maior que 25%). Para a análise comparativa entre os

métodos de contagem do índice do Ki67, usamos o teste de Pearson para correlação e análise Kappa para concordância. RESULTADOS: Foram levantados 101 casos de tumores neuroendócrinos do trato gastrointestinal e 32 de pulmão, analisamos 53 desses casos, alguns não havia material no bloco de parafina e outros não obtivemos os blocos. Além de

uma análise global, foi feita uma análise órgão a órgão. No espaço amostral analisado, tem-se 21 pacientes do sexo masculino (39,6%), com idade entre 15 e 85 anos (média = 55,8 anos, mediana = 58 anos) e Ki67 entre 0 a 56%. No sexo feminino, foram analisadas 32 pacientes (60,4%) com idade entre 27 e 87 anos (média = 55,3 anos, mediana = 54 anos) e Ki67 entre 0 e 100%. De acordo com o sitio pr imário temos: Estomago: 16 casos (8 masculinos e 8 femininos),

com média, mediana e intervalo etário de 53,9; 50,5 e de 38 a 86 anos, respectivamente. A média, mediana e intervalo do Ki67 foram de 12,1; 3,2 e 0 a 56%, respectivamente. Intestino delgado: 10 casos (4 masculinos e 6 femininos), com média, mediana e intervalo etário de 56,5; 64 e de 50 a 87 anos, respectivamente. A média, mediana e intervalo do

Ki67 foram de 11,7; 3 e 0 a 51,8%, respectivamente. Intestino grosso: 6 casos (2 masculinos e 4 femininos), com média, mediana e intervalo etário de 61,7; 58 e de 40 a 85 anos, respectivamente. A média, mediana e intervalo do KI67 foram de 14,4; 4,3 e 0 a 69,5%, respectivamente. Apêndice cecal: 4 casos (2 masculinos e 2 femininos), com média, mediana e intervalo etário de 37,5; 27,5 e de 15 a 80 anos, respectivamente. A média, mediana e intervalo do KI67 foram de 0,4;

0,35 e 0 a 0,9%, respectivamente. Pulmão: 17 casos (5 masculinos e 12 femininos), com média, mediana e intervalo etário de 52,6; 58 e de 29 a 67 anos, respectivamente. A média, mediana e intervalo do KI67 foram de 17,4; 3 e 0 a 100%, respectivamente. Constatou-se uma correlação relevante entre os métodos de estimativa visual e na contagem digital (p<0,001) quando

comparamos os 4 grupos, porém com uma concordância razoável (kappa=0,338). Não houve correlação entre o tamanho do tumor e presença de metástase com o índice digital do Ki67. Não foram encontradas diferenças significativas entre as médias do índice do Ki67 por localização do sitio pri mário.

CONCLUSÕES: Dos casos válidos houve um predomínio do sexo feminino e com a idade média um pouco abaixo da literatura, em torno de 60 anos. Observamos que a análise digital e a estimativa visual tiveram uma correlação positiva, a impressão é que o visual subvaloriza, enquanto no digital os valores são maiores. Não estabelecemos um critério de classificação entre baixo e alto grau dos tumores através do índice digital de Ki67 pela ausência de dados quanto à

evolução do paciente e devido ao pequeno espaço amostral.

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Nome do trabalho: Atividade antifúngica “in vitro” do gel vaginal de Schinus terebintifolius Raddi sobre cepas do gênero Candida

albicans Autor: Marina Santos Noia Orientador: Prof. Dr ͣ Sônia Maria Rolim Rosa Lima Co-orientador: Prof. Dr ͣ Suely Ueda

RESUMO

Introdução: A candidíase vulvovaginal é uma infecção fungica caracterizada por sinais e sintomas de inflamação vulvovaginal na

presença de espécies de Candida. Configura a segunda vulvovaginite mais frequente, sendo que a espécie Candida albicans é um dos principais agentes etiológicos. O tratamento da candidíase vulvovaginal é l imitado aos derivados poliênicos e azóis, e o fluconazol é considerado um dos fármacos de escolha . A pouca variedade de fármacos e seu uso disseminado são fatores que contribuem para a resistência dos fungos às drogas disponíveis no mercado. Assim, como forma de aumentar o arsenal

terapêutico, a pesquisa de plantas medicinais, se faz interessante. A a roeira-da-praia (Schinus terebentifolius Raddi), uma planta medicinal, é tradicionalmente empregada no tratamento de infecções do trato genital, e comercializado sob a denominação de Kronel ®, Substâncias presentes no extrato do Schinus terebentifolius Raddi apresentam atividade antimicrobiana. A atividade antifúngica da planta, para a espécie Candida albicans, foi confirmada em diversos trabalhos pela inibição do crescimento fúngico

(SCHMOURLOA G et al., 2005; FREIRES et al., 2011; MOURA-COSTA GF et al., 2012; ALVES LA et al., 2013). Considerando essa atividade antimicótica do extrato do Schinus, foi motivo de nosso interesse o estudo da ação do gel vaginal Kronel® contra cepas de Candida albicans, tanto de forma isolada, como associada ao antifúngico fluconazol, que é considerado uma das drogas de

escolha para o tratamento clínico da candidíase. Objetivo: Avaliar o perfi l de suscetibil idade das cepas do gênero Candida albicans frente ao gel vaginal à base de Schinus terebintifolius Raddi de forma isolada e associada ao fluconazol. Método:Para a realização dos testes util izamos o extrato aquoso das cascas da planta S. terebinthifolius Raddi. O extrato aquoso

foi obtido a partir de amostras do gel vaginal Kronel ®, do laboratório Hebron. Trinta (30) cepas de Candida albicans, provenientes da micoteca de cepas de pacientes do hospital, foram semeadas através de “swabs” na placa de 60mm de Agar Sabouraud, com um inóculo de 1,5 x 10

8 UFC, em tubos com meio nutriente TSB ou BHI e em

seguida colocados discos da marca Cecon ® contendo: Extrato aquoso do gel a base de Schinus terebinthifolius Raddi, colocados em discos virgens nas placas

previamente semeadas com Candida albicans. Fluconazol 25μg

Fluconazol 25μg + 15 μL do extrato aquoso do gel de Schinus terebinthifolius.

As placas, em duplicata, foram incubadas em estufa a 35±2°C, por 24 e 48 horas, para a determinação da susceptibil idade antifúngica. A mensuração dos halos de inibição do crescimento fúngico foi realizada por meio de um paquímetro manual em

24h e 48h Resultado: Diâmetro de halo de inibição (mm), no tempo de incubação 24 e 48 horas, do fluconazol, associação fluconazol + S. terebinthifolius Raddi (duas amostras), extrato aquoso do gel a base de S. terebinthifolius Raddi (duas amostras)

(n:29) (n:1)

Amostra Candida albicans 24h 48h 24h 48h

Fluconazol 0,00 0,00 22 22

Fluconazol + S. terebinthifolius 0,00 0,00 14 14

Fluconazol + S. terebinthifolius 0,00 0,00 13 13

S. terebinthifolius 0,00 0,00 0,00 0,00

S. terebinthifolius 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 96,67% 3,33%

O valor 0,00 indica que não houve formação do halo de inibição Fonte: Laboratório de microbiologia da FCMSCSP, 2015

Quando comparamos os diâmetros dos halos de inibição (mm) em 24 e 48 horas das amostras testadas: o extrato aquoso de S. terebinthifolius Raddi, fluconazol e associação fluconazol + extrato aquoso de S. terebinthifolius Raddi, frente às cepas de C. albicans não houve diferença significante no diâmetro dos halos formados em nenhuma amostra (teste de Wilcoxon).

Conclusão: O extrato aquoso de Schinus terebinthifolis Raddi não apresenta atividade antifúngica frente as cepas do gênero Candida albicans in vitro. No entanto, deve-se levar em consideração o caráter de resistência das cepas testadas, uma vez que são provenientes de pacientes de um hospital de alta complexidade da cidade de São Paulo, e possuem resistência prévia ao fluconazol. É importante salientar que apesar da ausência de halo de inibição de crescimento foi verificado melhora do

microbioma tanto na presença do Schinus terebinthifolius, quanto na presença do fluconazol isolado. Para o fluconazol também não houve formação de halo de inibição.

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RESUMO DOS TRABALHOS

Comitê Externo: Prof. Dr. Joaquim Edson Vieira

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Nome do trabalho: Interferência dos hábitos nutricionais no perfil metabólico de pacientes com Síndrome dos Ovários Policísticos obesas e não obesas Autor: Milena Martello Gonçalves Co-autor: Dra Helena Proni Fonseca

Orientador: Prof. Dr. José Mendes Aldrighi

RESUMO

Introdução: A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum na idade reprodutiva, cursando com anovulação, irregularidade menstrual e hiperandrogenismo. Não obstante, são verificadas alterações metabólicas, que incluem hiperinsulinismo, resistência insulínica (RI), síndrome metabólica, obesidade, anormalidades no perfil lipídico, predisposição para diabetes tipo 2 (DM II) e doença cardiovascular (DCV). Apesar de estar bem determinado cientificamente que o excesso de peso tem efeito deletério no perfil metabólico, pouco é pesquisado sobre a influência da dieta nesses parâmetr os de metabolismo. Objetivos e Métodos: O presente estudo, do tipo transversal, teve como objetivo avaliar a interferência dos hábitos alimentares no perfil metabólico e antropométrico de mulheres no menacme com e sem SOP, por meio de testes antropométricos, metabólicos laboratoriais e um questionário validado de frequência de consumo alimentar (QFCA). Resultado: A avaliação antropométrica e metabólica confirmou o perfil anômalo das pacientes com SOP, como já evidenciado na literatura. Já a análise da dieta não evidenciou diferença estatística significativa entre a ingestão de gorduras (“Média SOP” = 75,3; Média “Não SOP” = 73,0; p = 0.616) e fibras (“Média SOP” = 15,6; Média “Não SOP” = 15,8; p = 0.862) nos dois grupos avaliados. Independentemente do diagnóstico, ambos os grupos apresentam ingestão muito semelhante de gorduras e fibras. Conclusão: É provável que a dieta não explique, por si só, a anormalidade metabólica das pacientes com SOP, mas mecanismos da própria doença ainda precisam ser melhor estudad os para a compreensão de fato do padrão metabólico nas pacientes com SOP.

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Nome do trabalho: Estudo sobre a distribuição dos casos de tuberculose em imigrantes sul -americanos nos distritos da área central da cidade de São Paulo, 2008-2014 Autor: Flávio Guinsburg Hamburger Orientador: Prof. Dr. Cássio Silveira Coorientador: Prof. Dr. Manoel Carlos de A. S. Ribeiro

RESUMO

Introdução: A imigração de sul-americanos para São Paulo é significativa e se dirige, em especial, aos distritos da área central. Estes imigrantes têm características demográficas e epidemiológicas próprias, exigindo políticas de saúde especificas, em especial em relação à tuberculose, que apresenta elevado número de casos nesta população. Objetivo: Comparar as características demográficas, epidemiológicas e clínicas dos casos de tuberculose notificados à Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo entre imigrantes sul -americanos e brasileiros e imigrantes de outras origens, de 2008 a 2014, nos distritos administrativos da região central do Município de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal com dados secundários obtidos do sistema TBWeb, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa. Os critérios de inclusão foram ter tido tuberculose no período de 2008 a 2014, com tratamento na região central do município de São Paulo. Os critérios de exclusão foram a ausência de dados quanto a nacionalidade ou o distrito de tratamento do paciente. Dados demográficos, epidemiológicos e cl ínicos disponíveis no sistema TBWeb foram estatisticamente analisados com o software SPSS 21.0. Aplicou-se teste t para variáveis quantitativas e qui-quadrado ou teste de Fisher para as qualitativas. Se adotou p<0,05 como significativo. Resultado: Entre 2507 casos de tuberculose estudados, 666 (26.6%) foram entre imigrantes sul -americanos. Estes imigrantes eram mais jovens (26±11 vs. 40±16 anos; p<0.0001) e trabalhavam mais frequentemente em oficinas de confecções de roupas (88 vs. 2%; p<0.0001). Diagnósti co de tuberculose é feito em maior proporção em centros de saúde primários nos imigrantes sul -americanos quando comparados a brasileiros e outros imigrantes (73 vs. 52%; p<0.0001). Os imigrantes sul -americanos tinham menos comorbidades [alcoolismo (3 vs. 12%); AIDS (4 vs. 35%)] e maior índice de resultados favoráveis (Cura - 72 vs. 61%; Óbito - 3 vs. 10%; p<0.001). Conclusão: Tuberculose é comumente associada à pobreza e condições de vida precárias, mas este estudo mostra que as características dessa precarização diferem entre os imigrantes sul-americanos e brasileiros e imigrantes de ouras origens. Isto reforça a necessidade de políticas de saúde específicas para cada grupo e adaptadas às necessidades individuais destas populações.

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Nome do trabalho: Avaliação das características das lesões císticas pancreáticas

Autor: Caroline Schiave Germano Co-autor: Mateus Quaresma Mendonça Orientador: Tércio de Campos

RESUMO

Introdução: Exames de imagem são frequentemente solicitados em pacientes portadores de l esões císticas do pâncreas para determinar a conduta a ser tomada. Se a decisão de operar ou de realizar tratamento conservador não for influenciada pelos resultados da imagem, este procedimento pode ser injustificável. O diagnóstico das

lesões císticas pancreáticas envolvem o uso da ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. No entanto, algumas lesões são erroneamente diagnosticadas, levando a uma conduta igualmente errada por parte da equipe médica, com consequências graves

aos pacientes. Como a Santa Casa de São Paulo sedia o Centro Franco Brasileiro de Ecoendoscopia (CFBEUS), cujo objetivo destina -se a difundir a ecoendoscopia no Brasil e na América Latina, nossos dados serão emb asados principalmente neste método diagnóstico, bem como nossas conclusões do trabalho.

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar os pacientes portadores de lesões císticas pancreáticas submetidos ou não a abordagem cirúrgica; e as características da ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e ecoendoscopia que tiveram relação direta com o diagnóstico. Levando-se em consideração o

crescente diagnóstico de lesões císticas pancreáticas, muitas vezes incidentais, e que em algumas impõem-se tratamento cirúrgico e em outras apenas seguimento, foi questionado: quais as características dos exames de imagem que tem relação com o diagnóstico dessas lesões? Método: Foram estudados pacientes portadores de lesões císticas pancreáticas submetidos ou não a abordagem

cirúrgica; pertencentes ao Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo atendidos no período de 2009 a 2015 ( 6 anos) e que realizaram ecoendoscopia, com ou sem análise citológica associada. Incluíram-se no trabalho pacientes com idade maior ou igual a 16 anos atendidos na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e que realizaram ecoendoscopia na investigação das lesões pancreáticas,

sendo excluídos 10 pacientes por es cassez de dados, obtendo-se uma casuística total de 55 doentes. As lesões císticas foram divididas com relação ao seu diagnóstico final em pseudocisto e cistos verdadeiros e estes grupos foram comparados através dos testes t Student e Qui -quadrado, considerando p<0,05 como significante.

Resultado: Obtivemos a faixa etária média dos pacientes (52 anos), 20 do sexo masculino (35,1%) e 35 pacientes do sexo feminino (64,9%). A prevalência das lesões obtidas foram: 48% pseudocisto pancreático, 27% cistoadenoma seroso, 11% mucinoso,bem como de IPMN e 2% tu de Frantz, a prevalência da localização foi a cabeça do pâncreas (35%). Em relação ao sexo observamos que cistos verdadeiros são mais frequente no sexo feminino, assim como os

cistos serosos. Acerca da correlação da idade com o diagnóstico, viu-se que a média de idade no subgrupo do pseudocisto foi de 44, menor do que nos demais, com significância estatística. Subtende-se que a doença base, pancreatite, correlacionada principalmente a doença bil iar e ao consumo alcoólico, atinge uma faixa etária menor.

Sobre o diagnóstico de pseudocisto pancreático, observamos que a grande maioria dos pacientes apresentavam necrose pancreática delimitada (walled-off necrosis). Esse achado associado à um contexto clínico de panc reatite são definitivos para o diagnóstico.

Conclusão: Comparando-se os resultados, nosso trabalho em muito se aproxima com a literatura no que tange à prevalência das características das lesões, mas não à localização das mesmas. Observamos um certo número de diagnósticos indeterminados, alguns deles talvez justificados por não termos acesso a outros exames. Ainda assim, vimos que em alguns casos, mesmo util izando-se de toda propedêutica

armada, não encontramos um diagnóstico definitivo. Pôde-se concluir, no entanto, que: os pseudocistos são os cistos de pâncreas mais prevalentes; a idade, o sexo do paciente e a localização no pâncreas podem auxiliar no diagnóstico da lesão; e os métodos de imagem em conjunto

associados com as variáveis citadas constituem a melhor maneira de diagnóstico pré-operatório no momento. Assim, apesar de algumas limitações presentes neste trabalho, por se tratar de um estudo retrospectivo, resultando em falta de alguns métodos de exame e o não acompanhamento da resolução de todos os casos, a amostra estudada foi considerada significativa em relação ao número de pacientes, semelhante a muitos estudos da

literatura internacional, e pôde contribuir com informações relevantes em relação à conduta a ser tomada frente ao diagnóstico de lesão pancreática.

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Nome do trabalho: Alterações da atividade eletroencefalográfica em pacientes com episódio depressivo moderado ou grave submetidos à estimulação do nervo trigêmeo: ensaio cl ínico fase II, duplo-cego, randomizado, sham controlado Autor: Maria Clara Silveira de Carvalho Co-autor: Mariana Tocchio

Orientador: Pedro Shiozawa

RESUMO

Introdução: Novas estratégias não medicamentosas têm ganhado espaço no cenário da pesquisa cl ínica em psiquiatria como

o caso da estimulação do nervo trigêmio (TNS). O aparelho de aplicação de TNS mais util izado atualmente é o neuroestimulador externo EMS400. A estimulação elétrica é realizada com uma freqüência de 120 Hz, com pulsos de onda com duração de 250 microsegundos e ciclos de 30 segundos. O estímulo elétrico determina um pulso de onda bifásico e

assimétrico, ajustável de 0 a 100mA. O nervo trigêmeo leva informação para importantes estruturas cerebrais, incluindo o núcleo solitário, o lócus ceruleus, o nervo vago e o córtex cerebral. Estas áreas são conhecidas por participarem no desencadeamento e na inibição de uma epilepsia. O nervo trigêmeo também envia sinais específicos ao córtex cingulado anterior, este envolvido no humor, na atenção e nas tomadas de decisões. O estímulo elétrico externo do nervo trigemio

atinge áreas cerebrais específicas com ação modulatória, atuando como uma interessante estratégia terapêutica. Objetivo: Verificar, entre os grupos ativo e simulado, as mudanças da atividade elétrica cerebral de acordo com o EEG. Método: O presente estudo trata-se de ensaio cl ínico fase II, randomizado, duplo-cego, sham controlado. Foram recrutados 40 pacientes com diagnóstico de episódio depressivo moderado/grave . Estes pacientes foram randomizados para protocolo

experimental de TNS ativo ou simulado para avaliação de mudanças no registro eletroencefalográfico pré e pós protocolo de estimulação. A randomização foi feita em bloco, em que haverá permuta na ordem e no tamanho dos blocos. A randomização foi gerada através do site www.randomization.com por um estatístico que não foi l igado diretamente à pesquisa. A alocação

dos pacientes foi feita através de envelopes selados, opacos e padronizados. A intervenção ativa consistiu em protocolo de 10 sessões (uma ao dia) de duração de 30 minutos cada a uma freqüência de 120Hz com pulsos de duração de 250 microsegundos. A intensidade da corrente foi individualmente estabelecida e foi equivalente a uma sensação leve não dolorosa de parestesia (aproximadamente 50mA). A intervenção sham consistiu em uma estimulação inicial até que uma leve

parestesia seja alcançada, e então se desligava o equipamento após 60 segundos. Como desfecho primário temos a comparação entre os grupos ativo e placebo referentes à mudança da atividade elétrica cerebral de acordo com o EEG. As análises estatísticas foram feitas com os programas Stata 12 SE. As análises foram consideradas significativas para um p <0,05.

Para o desfecho principal utilizaremos um modelo geral l inear com uma var iável dependente categórica (mudança na atividade cortical de acordo com o tipo de onda do EEG) e duas vari áveis independentes categóricas: tempo (dois níveis, correspondentes a o dia inicial e final) e grupo (dois níveis). Resultados Esperados: Esperamos observar que os pacientes submetidos ao protocolo de TNS ativa apresentarão alteração ao

EEG pós estimulação, relacionadas ao efeito clínico o que não ocorrerá no grupo simulado. Resultados: Resultados preliminares - fase aberta - Foram observadas mudanças EEG após o protocolo de intervenção principalmente em relação bandas Alfa e Delta. Na verdade, foi possível ver um aumento na ativação da banda Delta tanto para a condição de olhos abertos quanto para olhos fechados. Para os olhos fechados, o aumento foi difuso sobre o couro

cabeludo, com a excepção dos eléctrodos FP1 e T4. Para os olhos abertos, o aumento na ativação foi localizado nas áreas fronto-parieto-occipital bilateralmente e, no lobo temporal, foi mais proeminente no hemisfério esquerdo incluindo sites T3 e T5 e T6 somente sobre à direita. Alpha 1 e 2 também apresentaram mudança expressiva, mas apenas para a condição olhos

fechados. Topograficamente, o aumento mais expressivo ocorreu na área parieto-occipital, bilateralmente, especialmente no P4 e O1 na faixa de banda Alpha 1 e P4 e Pz para Alpha 2. As mudanças na Theta, Gama e Beta foram menos expressivas, com um redução difusa leve de ondas Gama. Nossos resultados demonstraram mormemente aumento da banda Delta em pacientes submetidos a protocolos de TNS. Estes dados estão em acordo com publicações anteriores. Na verdade, um estudo

com voluntários saudáveis apresentou aumento tanto do poder Delta e Teta na área frontal direita quanto de Beta e Gama em região parieto-occipital direita após uma única sessão de estimulação transcutânea do nervo vago (tVNS). As mudanças foram sustentadas por 20 min após o protocolo experimental. Outras estratégias de neuromodulação como a estimulação transcraniana por corrente contínua também tem sido correla cionadas com aumento Alfa e Delta em diferentes protocolos

experimentais. As ondas delta são normalmente associadas com o sono profundo, mas estudos de neuroplasticidade tem gradativamente apontado uma participação desta frequência específica nas condiç ões de plasticidade induzidas como, por exemplo, em casos de experimentos com neuromodulação não-invasiva. Por conseguinte, enquanto o efeito a longo prazo de

protocolos de estimulação do cérebro pode induzir excitabilidade cortical, o aparecimento de onda s delta parece ser um processo paralelo relacionadas com "rearranjo neuronal" para re-estabelecer a homeostase outrora perdida pelo processo mórido primário. De maneira contrastante, o ritmo alfa posterior é regulado pelos circuitos tálamo -corticais e o aumento do ritmo encontrado após o protocolo experimental de TNS pode ser associado com a modulação intrínseca da via

trigeminotalâmico. Conclusão: Nossos resultados iniciais demonstram as mudanças de atividade elétrica cerebral para pacientes com depressã o submetidos a protocolo experimental de TNS. Algumas limitações do estudo, no entanto, devem ser abordadas frente ao

pequeno poder de nossas conclusões como o caráter experimental não-controlado e a pequena amostragem. Os resultados de uma fase controlada com adequado tamanho amostral poderão elucidar quais os reias mecanismos associados com a melhora dos sintomas depressivos em pacientes submetidos a protocolo experimental de TNS.

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Nome do trabalho: Frequência de displasia esquelética em crianças com baixa estatura e pequenas para idade gestacional Autor: Isabella Piazza Bitencourt

Co-autor: Melanie Mayumi Horita Orientador: Alexsandra Christianne Malaquias de Moura Ribeiro

RESUMO Introdução: As causas baixa estatura incluem causas primárias (anormalidades cromossômicas e gênicas) e secundárias (uso de medicamentos, doenças crônicas e retardo do crescimento intrauterino). Dentre as causas primárias, as displasias ósseas

(DO) apresentam-se como um grupo heterogêneo de doenças associadas a anormalidades no desenvolvimento e crescimento do esqueleto. Seu espectro clínico pode variar de quadros extremamente leves (estatura normal e início precoce de osteoartrose) até casos letais (osteogênese imperfeita tipo II). A determinação da etiologia da baixa estatura é importante para a previsão da altura final, a possibilidade de melhorar o manejo clínico e o aconselhamento genético

em futuras gestações. Objetivo: Determinar a frequência de displasia esquelética em crianças com baixa estatura e pequenas para idade gestacional.

Método: Foram selecionados 56 pacientes PIG que não recuperaram a estatura até dois anos de idade cronológica. Foram coletados dados de gestação e nascimento, história familiar de baixa estatura e avaliação antropométrica (altura total (AT) e sentada (AS), envergadura, comprimento do braço e antebraço e perímetro cefálico) do paciente e dos pais. As

medidas antropométricas foram expressas com Z-escore para idade e sexo. Foi considerado desproporção quando o z-escore da AS/AT foi > que 2 desvios-padrão acima ou abaixo da média. Quarenta e um pacientes realizaram estudo radiológico que incluiu RX de crânio, quadril, coluna total e membros inferior e superior.

Resultado:

O Z-AT foi de -1.9 ± 1.2 e o Z-AS/AT foi de -0.1 ± 1.7 no total de crianças. Os meninos foram mais velhos (12.4 ± 3.0 vs 10.0 ± 2.9 anos, p = 0.01) que as meninas, mas não foram encontradas diferenças entre os sexos em relação ao Z -AT, Z-IMC, Z-AS/AT e Z-envergadura. Nove (22%) foram considerados desproporcionais (4 com Z-AS/AT > 2 e 5 pacientes, <-2).

Seis desses 9 pacientes não apresentaram alterações no estudo radiológico. O estudo esquelético mostrou que 10 dos 41 pacientes (24%) apresentaram alterações esqueléticas. Achados radiológicos sugestivos de displasia esquelética foram encontrados em 3 dos 41 pacientes (7%) e alterações inespecíficas foram encontradas em outros 7 pacientes. Os 10 pacientes com alterações no RX apresentaram menor estatura ( -2.7 ±

1.7 vs -1.6 ± 0.9, p = 0.01) e menor envergadura (-3.2 ± 1.7 vs -2.2 ± 1.0, p = 0.03) do que os pacientes que não apresentaram alterações esqueléticas. A análise do estudo radiológico ainda está pendente em 15 pacientes dos 56 pacientes selecionados.

Conclusão: As crianças PIG são um grupo heterogêneo e as causas de sua baixa estatura nem sempre são encontradas. Nesses pacientes, o diagnóstico de displasia esquelética deve ser considerado. Um exame físico cuidadoso dos pacientes e de seus pais pode identificar uma baixa estatura desproporcional, envergadura alterada, alteração da relação estatura

sentado/estatura, deformidades, como a de Madelung, escoliose, entre outros achados sugestivos de displasia óssea. Apesar da exposição à radiação, radiografias ósseas podem ser realizadas para complementar a investigação dos pacientes PIG sem causa estabelecida para a baixa estatura e alterações antropométricas. Diagnóstico molecular também deve fazer parte dos exames complementares na investigação de displasia óssea. Todas essas medidas podem

melhorar o seguimento dos pacientes PIG com baixa estatura.

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Nome do trabalho: Avaliação do desempenho do “Programa Consultório na Rua” e do Programa “PACTU” como estratégias para o controle da tuberculose na área central da cidade de São Paulo. Autor: Lariane Monteiro Barbosa

Co-autores: Mariana Glasser Peluso Orientador: Prof. Dr. Oziris Simões

RESUMO

Introdução: Desde a época de Hipócrates a tuberculose (Tb) é reconhecida como uma doença fatal. No entanto, o seu agente etiológico, o Mycobacterium tuberculosis, foi descoberto a penas em 1882 e o arsenal terapêutico tornou-se suficiente somente na década de 1950. Ainda hoje, dados de incidência e mortalidade revelam que a Tb continua

sendo um importante problema de saúde no âmbito mundial, o que exige o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. No Brasil, a Tb é um problema de saúde pública intimamente associado às desigualdades sociais. Na população em situação de rua, o risco de adoecimento por tuberculose é 44 vezes maior em relação à população com residência fixa. Além disso, a associação da tuberculose com a infecção pelo HIV e a emergência e propagaçã o de cepas

resistentes agravam esse cenário. Nesse contexto, surgem os Consultórios na Rua (CnaR), destinados a atuar frente aos diferentes problemas e necessidades de saúde da popula ção em situação de rua, inclusive na busca ativa e cuidado aos portadores de Tb. Em 2015, foi implementado pelo Programa Municipal de Controle da Tuberculose de São Paulo o

Programa “PACTU” pela cura da Tb. Esse projeto tem como estratégia tratar tuberculosos em situação de rua, com abordagem que vai muito além da cura da doença, mas visa também o resgate da autoestima, da cidadania e da sua inclusão social. Objetivo: Avaliar a efetividade do “Programa Consultório na Rua”, e do programa “PACTU” no Centro de Saúde Escola

Barra Funda Dr. Alexandre Vranjac ( CSEBF), na aplicação das tecnologias disponíveis para o controle da tuberculose. Método: Trata-se de uma pesquisa avaliativa, por meio da análise de dados secundários, das ações de controle da tuberculose em unidades básicas de saúde, por meio do “Progra ma Consultório na Rua” e PACTU, entre 2014 e 2015. Em estudo retrospectivo, cuja análise será feita a partir de registros obtidos no banco de dados do Setor de Vigilância

Epidemiológica do CSEBF. As comparações entre proporções serão estabelecidas por meio do cálculo dos intervalos de confiança, com nível de confiança de 95%. Resultado: No ano de 2014 foram diagnosticados 33 casos de tuberculose, com 39,3% dos casos na população com

residência fixa e 60,6% casos na população em situação de rua. Dos pacientes com residência fixa 61,5% receberam alta cura, 23,07% foram transferidos e 15,4% abandonaram o tratamento. Na população em situa ção de rua 40% receberam alta (dois foram transferidos para o programa PACTU em 2015), 45% abandonaram o tratamento e 15% foram transferidos. Analisando os dados de 2015 constata-se que 31 casos foram diagnosticados, destes 54.84% eram

pessoas com residência fixa e obteve-se 41.18% de alta, 11.76% abandonaram tratamento, 11.76% fora m transferidos e 35.3% eram casos sem desfecho até a data da coleta de dados, pois foram diagnosticados no final de 2015. Nessa mesma amostra, a proporção de indivíduos em situação de rua foi de 45.16%, destes houve 28.57% de abandono, 50% receberam alta, 7.15% transferência e 14.28 % de casos sem desfecho, sendo todos atendidos pelo programa Pactu,

que foi instituído em 2015. Conclusão: Pode-se observar que no ano de 2014 houve uma taxa de abandono de 45% entra as pessoas em situação de rua, enquanto essa taxa foi de 15% entre a população com residência fixa. A taxa de cura entre as duas as

populações foi semelhante, mostrando que o maior problema é o abandono entre aqueles que não têm residência fixa. No entanto, no ano de 2015 com a instituição do programa PACTU a taxa de abandono entre a população em situação de rua caiu para 28%, mostrando que esse programa consegue reduzir a taxa de abandono do tratamento de tuberculose nessa população. Embora o gradiente entre as proporções comparadas apresentem diferenças, os

intervalos de confiança não permitem afirmar que sejam significativas. Esse resultado provavelmente se deve ao pequeno tamanho das amostras analisadas. Em 2015 os pacientes acompanhados pelo PACTU apresentaram taxa de cura maior se comparado pelo total da sub amostra, e semelhante se a comparação é feita pelo sub total, ou seja por

aqueles cujo desfecho já havia se estabelecido no fim da coleta de dados. Assim, o PCnaR consegue atender a população de rua, no entanto, como cuidam desses indivíduos em muitos aspectos, a taxa de abandono no tratamento de tuberculose ainda é alto. Em contrapartida, os resultados mostram que O PACTU, por atender apenas a população de rua com tuberculose, conseguiu diminuir as taxas de abandono do tratamento e aumentou o índice de alta cura

nessa população. Entretanto nas duas situações as diferenças encontradas não podem ser consideradas significativas por meio de analise pelo intervalo de confiança.

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Nome do trabalho: Ouvindo usuárias da pílula anticoncepcional na ci dade cidade de São Paulo Autor: Luciana Rascov Brisolla Co-autor: Maíra Leite Basile, Tania Di Giacomo do Lago

RESUMO

Introdução: O último estudo populacional sobre práticas contraceptivas em São Paulo ocorreu há mais de 50 anos.

Objetivos: identificar a prevalência de uso e o perfi l das mulheres residentes no município de São Paulo que util izam o CO como método anticonceptivo. Método: Inquérito de base populacional representativo da população feminina em idade fértil residindo em cada região de saúde do município de São Paulo. Uma amostra probabilística de 4 mil mulheres de 15 a 44 anos de idade

foi selecionada em 2 estágios: sorteio de setores censitários seguido de sorteio de domicíl ios. Um banco de dados contendo todas as variáveis relativas 1015 usuárias de CO foi analisado. Resuiltado: Dentre as 2869 mulheres sexualmente ativas 27,2% faziam uso de contraceptivo oral (CO) e 8,9% uso combinado de CO e camisinha resultando em uma prevalência de 36,1%. A idade predominante de uso é dos 20 aos 29 anos com queda acentuada a partir dos

40. A prevalência de uso foi menor entre evangélicas e maior nas católicas, sem religião e que professam outras religiões. O uso da pílula é crescente conforme o aumento da escolaridade, havendo um salto entre as que completaram o fundamental. Mulheres pertencentes às classes ABC fazem mais uso de CO que as de classe DE. Cor

não se mostrou fator significante. Mulheres com plano de saúde usam mais frequentemente CO. O uso da pílula é decrescente conforme o número de gestações . Mulheres que tem fi lhos usam menos anticoncepcional oral do que as que não os tem. Mulheres em um relacionamento estável, mas que não moram com parceiro são as usuárias preferenciais de pílula. Apenas 11,6% usuárias obtiveram o CO no SUS ou farmácia popu lar. Apenas 33,69% já

procurou o SUS para obter a pílula e as que não o fizeram afirmam, principalmente, não saber da possibil idade de obtenção pelo SUS. Dentre as mulheres que procuraram o SUS, 58,86% tiveram sucesso em todas as ocasiões. Quanto a classificação de uso, 17,33% das usuárias de pílula deixaram de tomá -la pelo menos um dia no último mês

pois esqueceram. Mulheres que fazem uso incorreto constituíram 5,98% das usuárias de PA em compensação a taxa dessas mulheres que tiveram relação nos últimos 30 dias foi menor em comparação com as que fazem uso correto, mostrando que mulheres mais engajadas na atividade sexual fazem um controle mais rigoroso de sua anticoncepção. CONCLUSÕES: O perfi l da usuária de CO são mulheres dos 20 aos 29 anos, com maior escolaridade, pertencentes as

classes sociais mais altas (ABC), que em boa parte possuem plano de saúde, não possuem filhos, nunca engravidaram e encontram-se em um relacionamento estável, mas não moram com o parceiro, sendo que esses dados não sofrem alteração quando comparados entre as cinco regiões de saúde do município. Foi notável que a cobertura do SUS é insuficiente para as usuárias de PA, evidenciado pelos motivos da falta de procura e pela altíssima porcentagem de

mulheres que, em pelo menos uma ocasião, procuraram o sistema para obtenção do método contraceptivo e não obtiveram sucesso.

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Nome do trabalho: Aplicabilidade da escala de risco anticolinérgico em idosos hospitalizados

Autor: Vitória Lana Massarente Orientador: Milton Luiz Gorzoni

RESUMO

Introdução:Efeitos colaterais e interações medicamentosas são comuns e com graves consequências em idosos.Fármacos com propriedades anticolinérgicas são frequentemente relacionados a tais efeitos.Rudolph et al.(2008) desenvolveram Escala de Risco Anticolinérgico (ERA),uma ferramenta simples para estimar o risco de efeitos

colaterais provocados por medicamentos anticolinérgicos,e que é dividida em 4 grupos de fármacos pontuados de 0 a 3, sendo o risco proporcional à soma dos pontos (risco grave 3).

Objetivo: O objetivo deste estudo é definir a aplicabilidade da ERA como preditor de risco para iatrogenias em idosos, definindo grau de risco anticolinérgico (e portanto de seus efeitos colaterais como boca e olhos secos, quedas, tonturas e delirium). Identificar também os fármacos de risco anticolinérgico mais frequentemente util izados nessas

enfermarias. Método:Foram analisados prontuários de idosos (60 anos) hospitalizados em leitos de Clínica Médica de hospital de

ensino (Santa Casa de São Paulo). Analisou-se a primeira prescrição feita (a do dia de internação)na folha de prescrições do prontuário de cada paciente. Sobre essa prescrição, aplicou-se a ERA nos casos coletados. Seguiu-se

protocolo para coleta de informações com os medicamentos l istados na ERA e suas respectivas pontuações. Após a somatória dos medicamentos totais e dos medicamentos de risco anticolinérgico nas prescrições de cada paciente, todos os dados obtidos pelos prontuários foram tabulados em planilhas de Microsoft Excel. As variáveis an alisadas incluem as quantitativas (idade, quantidade de medicamentos, pontuações obtidas nas escalas) e qualitativas (sexo,

medicamentos util izados). Criou-se tabelas de frequência e estatísticas descritivas (média, mediana, valores mínimos e máximos). A análise estatística foi realizada com auxílio do software Epi Info 6. As variáveis quantitativas foram analisadas pelo método do qui quadrado. Usou-se razão de prevalência para comparar as variáveis qualitativas, com intervalo de confiança de 95%, tendo s ignificância estatística quando probabilidade de erro <5%.

Resultado: Incluiu-se 214 idosos (94 homens e 120 mulheres), idade média de 71,6±12,0 anos. O consumo médio de 7,4±1,1 medicamentos e de 0,9±0,7 medicamentos l istados na ERA. Os fármacos da ERA de maior prevalência foram Metoclopramida (66,6%), Ranitidina (11,7%), Haloperidol (6,1%), Quetiapina (3,5%) e Carbidopa -Levodopa (2,5%). A

pontuação na ERA variou entre 1,03±0,7 (sendo que 28% com zero pontos;57,1% com 1;6,5% com 2; e 8,4% com ≥3). A Metoclopramida foi prescrita em 53,2% dos casos, mas só realmente administrada em 7,4%. Não houve diferença com significância estatística ao cruzar dados de faixas etárias com prevalência de medicamentos da ERA, pontuação da ERA e prescrição de Metoclopramida.

Conclusão: À medida que a população envelhece, há mais idosos expostos a risco anticolinérgico. A polifarmácia em idosos aumenta interações medicamentosas, efeitos adversos e traz graves conseqüências. Sendo assim, necessário é melhor quantificação do potencial antimuscarínico em idosos para auxiliar profissionais da saúde a identificar efeitos adversos e reduzir iatrogenias. A ERA, apesar de ser um instrumento prático e fácil de ser aplicado, na população

estudada, não apresentou alto valor preditor de risco, devido ao baixo número médio de medicamentos da ERA. Assim sendo, apresenta pouca relação estatística como fator causal direto em efeitos anticolinérgicos. Contudo, sua aplicação e a análise dos dados permitiu identificar medicamentos com ação anticol inérgica util izados com frequência nos

pacientes deste estudo: Metoclopramida, Ranitidina e Haloperidol. Dado que chamou atenção durante a coleta de dados foi a ampla prescrição de Metoclopramida(na maioria das vezes nem ao menos sendo util izada), o que nos leva a questionar se o seu uso está sendo excessivo, especialmente em idosos, que poderiam ser favorecidos com o uso de outros antieméticos que não elevam esse risco (ex: Dimenidrinato). É necessária maior instrução às equipes médicas e

de enfermagem quanto a esse tipo de prescrição, pois a substituição por outro fármaco é uma medida simples e que pode ter grande valor.

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Nome do Trabalho: “Perfurações traumáticas da membrana timpânica: Recuperação funcional imediata com o uso de fragmento de membrana de celulose bacteriana”

Autor: Dino Rafael Pérez Miranda Orientador: Prof Dr. Osmar Mesquita de Sousa Neto

RESUMO

Introdução: A perfuração da membrana timpânica (MT) é uma ocorrência frequente nos dias atuais, principalmente nos centros urbanos mais violentos como é a cidade de São Paulo. Na perfuração traumática, a principal causa se relaciona a violência sofrida pelo paciente por um terceiro, ou mesmo por manuseio de objetos pontiagudos no conduto auditivo externo pelo próprio paciente. Como consequênc ia desta perfuração, pode haver perda auditiva, geralmente do tipo condutiva, e acompanhada por s intomas como: plenitude auricul ar, zumbidos, autofonia e infecções da orelha média . Tendo em vis ta a conduta expectante no manejo da perfuração traumática da membrana timpânica, e a manutenção dos sintomas incômodos ao paciente até sua completa cicatrização, este estudo propõe a colocação de um fragmento de membrana de celulose bacteriana (Bionext®) sobre a área lesada do tímpano, com a proposta de ofe recer

recuperação funcional imediata e com provável a lívio dos sintomas. Kato et al (2008) mostrou que a cicatrização com este materia l ocorre de forma similar à espontânea e sem nenhum malefício tecidual. Enquanto a maioria dos trabalhos da literatura descreve a colocação de material autólogo ou heterólogo com o objetivo de avaliar a velocidade de cicatrização da membrana, este estudo tem o di feren cia l de

propor a ava l iação da melhora cl ínica e funcional da audição após colocação do Bionext®. Objetivo: Ava l iar o impacto nos sintomas e s ina is dos pacientes que sofreram perfuração da membrana timpânica e que foram

submetidos à colocação de fragmento de membrana de celulose bacteriana (Bionext®). Método: O estudo proposto se trata de um ensaio clínico e prospectivo, onde serão incluídos pacientes acima de 15 anos, independentes do sexo, com perfuração traumática da membrana timpânica, uni ou bilaterais. Serão excluídos do estudo pacientes que no motivo da

primeira consulta se apresentem com otorréia, ou que não sejam capazes de responder a anamnese ou de colaborar com o exame fís ico e/ou procedimento de colocação da membrana de celulose bacteriana sobre a MT traumatizada. Preenchidos os cri térios de seleçã o, os indivíduos que aceitarem participar do projeto deverão preencher um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e assiná-lo na primeira

consulta. Após o exame físico identificar que há uma perfuração na membrana timpânica e que seja de origem traumática segundo his tória colhida, será preenchido o questionário individual, em que o paciente será perguntado sobre o grau de incômodo desta s i tuação

graduando-o de 0 (zero) a 10 (dez), sendo 0 sem incômodo nenhum e 10 grau máximo de incômodo, responderá também se apresenta zumbido, autofonia ou diminuição da acuidade auditiva e logo após será submetido a um teste de audiometria para identi ficar poss ível deficiência auditiva. Feito a colocação do Bionext® as mesmas perguntas do questionário deverão ser realizadas novamente, bem como

um novo teste de audiometria. Assim, teremos elementos para avaliar de forma objetiva e subjetiva a recuperação (ou não) funcional auditiva do paciente, sendo ele próprio seu controle. Resultados: No tota l 23 pacientes preencheram os cri térios de inclusão e foram selecionados para o estudo. Dentre eles , 47,8% (n=11) eram do sexo masculino e 52,2% (n=12) do sexo feminino. A idade variou de 15 a 51 anos (média 29 ± 11,01). Dentre os s intomas ava liados, os mais frequentes foram plenitude aural, seguido de zumbido e autofonia, sendo referidos em 100% (n=23), 100% (n=23) e 95% (n=22) dos casos, respectivamente. Com relação a etiologia, observou -se que a maioria 52,1% (n=12) das perfurações da membrana timpânica foram causadas por violência e agressão física, tendo 21,7% (n=5) dos pacientes o tapa como mecanismo de trauma, 17,4%

(n=4) agressão por soco e 8% (n=2) não souberam referir como foram agredidos. Dos demais pacientes, 30,4% (n=7) perfuraram o tímpano com cotonete e 13% (n=3) sofreram trauma durante atividade esportiva. Ao graduar o tamanho da perfuração em graus I, I I, I II e IV, sendo grau I uma perfuração pequena lesando até 25% de toda MT, grau II perfuração média atingindo de 26 a 50%, grau III de 51 a 75 % e grau IV uma ampla perfuração que seria maior do que 75% de toda a MT, constatou-se que a grande maioria das perfurações traumáticas da MT era menor do que 50% sendo encontrado nesta amostra 57,1% (n=12) das lesões grau I e 42,9% (n=9) grau II, não sendo encont radas

amplas perfurações em nenhum dos pacientes avaliados. O grau de lesão não pô de ser avaliado em 2 pacientes. Ao serem questionados sobre o grau de incômodo que a perfuração timpânica lhes causava, graduando -as de 0 (zero) a 10 (dez), sendo zero sem nenhum incômodo e 10 máximo desconforto, separamos os resultados em leve (0 a 3), mo derado (4 a 7) e grave (8 a 10), e desta forma obtivemos

os seguintes resultados; antes da colocação da membrana de celulose 74% (n=17) referiam grave incômodo, 21,7% (n=5) demonstra ram grau moderado de incômodo e 4,3% (n=1) apresentava leve incomodo. Após a colocação do Bionext® 74% (n=17) refreri ram melhora importante das sensações de zumbido, autofonia e plenitude aural e passaram a não ter mais desconforto, ou tê -lo de forma mais leve, e

apenas 6 paciente (26%) referiu grau moderado de incomodo. Nenhum paciente apresentou grave sensação de incomodo. Conclusão: A pel ícula de celulose bacteriana (Bionext ® ) nos pacientes portadores de perfuração traumática da membrana timpânica se

mostrou bastante efetiva, podendo-se observar melhora s ignificativa da graduação dada aos s intomas em cada indivíduo aval iado, a lém de melhora nos resultados audiométricos. Deve-se levar em consideração a existência de outros fatores que podem interferir nos critérios acima em análise, tais como tamanho da perfuração e mecanismo de trauma, contudo a amostra deste trabalho foi relativamente

homogênea, e foi encontrado apenas um paciente com perfuração acima de 50% de toda a área da membrana timpânica. Com relação ao mecanismo de trauma, também em concordância com os achados na literatura, como Moo Kyun (2011) e Sayin et a l (2013), a maioria (52,1% - n=12) tiveram como etiologia algum tipo de violência, estudos estes também realizados em grandes centros urbanos, como Seoul e Is tambul respectivamente. O uso da película de celulose bacteriana para o fechamento de perfurações traumáticas da MT se mostrou

bastante efetivo no que se diz respeito a melhora cl ínica de s intomas incômodos , como autofonia , zumbido ou plenitude aural,

contudo ainda é necessário a aplicação de novos métodos para avaliar a melhora da função auditiva.

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Nome do trabalho: Acesso a serviço de saúde e desigualdade social em três grupos de moradores da região central de São

Paulo Autor: Giuliane Galeote Ramires Fernandes da Costa Co-autor: Lucas Seabra Fernandes

Orientador: Rita Barradas Barata RESUMO

Introdução: O acesso ao serviço de saúde no Brasil ainda é desigual para diferentes grupos. Como se sabe, a magnitude das

iniqüidades em saúde varia entre e no interior de sociedades e em territórios. Dessa forma, este p rojeto pretende analisar o acesso a serviços de saúde em grupos específicos de moradores da área central da cidade de São Paulo: moradores que não apresentam vulnerabilidade social, moradores com vulnerabilidade social e imigrantes latino -americanos.

Objetivo: Analisar as desigualdades no acesso a serviços de saúde em grupos populacionais com diferentes graus de vulnerabilidade social vivendo na área central do município de São Paulo. Método: O estudo principal foi um estudo transversal realizado por meio de inquérito domicil iar de moradores da Região da Sub-Prefeitura da Sé no Município de São Paulo, estratificados segundo os graus de vulnerabilidade social existentes na

região. Os estratos com ou sem vulnerabilidade foram compostos por 500 indivíduos cad a. Para migrantes calculou-se uma amostra mínima de 250 indivíduos. O acesso a serviços de saúde foi avaliado através de questões relativas à cobertura por planos de saúde, satisfação com a

cobertura e os serviços oferecidos, tipo de serviço de saúde habi tualmente util izado, procura por serviços de saúde nos 30 dias anteriores ao inquérito, motivos para não procura, tipo de estabelecimento procurado, internação hospitalar, satisfação com o atendimento e acesso a serviços de saúde bucal. As variáveis intervenientes foram: Idade, sexo, escolaridade, renda

familiar e estado de saúde avaliado pela primeira pergunta do SF12: Em geral você diria que a sua saúde é muito boa, boa, regular, ruim ou muito ruim? A análise comparativa dos indicadores de desfecho nos es tratos amostrais foi realizada através de razões de prevalência com os respectivos intervalos de confiança. Foram util izados modelos de regressão de Poisson para análise multivariada dos diferenciais encontrados quando os dados permitiram.

Resultado: Foram encontrados fatores relevantes para os desfechos estudados nos três grupos. Segundo a Tabela 3, a renda influencia a probabilidade de ter plano de saúde no grupo com e sem vulnerabilidade, e quanto maior a renda maior a chance de se ter plano de saúde. A escolaridade influencia apenas no grupo com vulnerabilidade social, para o qual quanto maior o grau de escolaridade, maior a proporção de indivíduos com plano de saúde. Grupo etário, sexo e estado de saúde não afetam

significativamente a probabilidade de ter plano de saúde nos dois grupos. Já de acordo com a Tabela 4, sexo e o estado de saúde influenciaram a procura por serviço no grupo sem vulnerabilidade social, mostrando que as mulheres e os indivíduos que classificaram seu estado de saúde como regular, ruim e muito ruim procuraram mais o serviço de saúde nos últimos 30

dias. O estado de saúde também foi relevante no grupo sem vulnerabilidade. Já no grupo dos imigrantes foi relevante a escolaridade, pois quanto maior o grau de escolaridade, maior foi a pr ocura por serviços de saúde. Finalmente, a Tabela 5 mostrou que no grupo sem vulnerabilidade, quanto maior a idade, menor a escolaridade e melhor o estado de saúde, menor o intervalo de tempo da última vez que se foi ao dentista. No grupo com vulnerabilidade social houve relevância do grupo etário

e sexo, sendo que as mulheres e os mais velhos foram os que mais procuraram o serviço. Conclusão: Apesar dos diferentes graus de vulnerabilidade social dos grupos estudados e das diferenças nas condições de vida dos indivíduos dentro de cada grupo o estudo mostrou que o acesso aos serviços de saúde é relativamente alto em todos os

grupos. Há várias diferenças, entretanto, quanto à cobertura por seguros privados, tipo de serviços mais util izados, razões para não util ização, grau de satisfação e acesso a serviços odontológicos. Tanto a procura por serviços de saúde quanto as taxas de internação foram semelhantes nos três grupos a despeito da composição por idade e sexo, da escolaridade e da renda e ainda

do estado de saúde. Conclui -se dessa forma que, mesmo em uma cidade como São Paulo, onde a oferta de serviços, tanto públicos quanto privados, é relativamente grande, observa -se a existência de diferenciais no acesso e uso de serviços de saúde entre diferentes grupos sociais caracterizados por maior ou menor grau de vulnerabilidade.

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Nome do trabalho: Estado de Saúde Física e Mental e Vulnerabilidade Social em Moradores do Centro de São Paulo Autor: Lucas Seabra Fernandes Co-autor: Giuliane Galeote Ramires Fernandes da Costa Orientador: Rita Barradas Barata

RESUMO

Introdução: Comparação do estado de saúde física e mental e da vulnerabilidade social de quatro grupos de moradores da região central de São Paulo, util izando dados do inquérito domicil iar.

Objetivo: Analisar as desigualdades no estado de saúde física e mental em grupos populacionais com diferentes graus de vulnerabilidade social vivendo na área central do município de São Paulo.

Método: Neste subprojeto foram analisados dados coletados em um projeto principa l que consiste em estudo transversal

realizado por meio de inquérito domicil iar de moradores da Região da Sub-Prefeitura da Sé no Município de São Paulo, estratificados segundo os graus de vulnerabilidade social. Três estratos foram determinados: moradores sem vulnerabilidade, moradores com vulnerabilidade, e imigrantes bolivianos. A análise comparativa dos indicadores de

desfecho (Estado de Saúde Auto Referido, Depressão e Limitação Física) nos três estratos amostrais foi realizada através de taxas de prevalência e razões de prevalência com os respectivos intervalos de confiança. As variáveis intervenientes foram: Grupo etário (jovem, adulto jovem, adulto e idoso), sexo, nível de escolaridade, renda familiar (em categoriais de salários mínimos de 2008) e grau de atividade física, avaliado segundo a aplicação do IPAC com os resultados agrupados por nível de

atividade (inativo, pouco ativo, ativo e ativo com repercussão sobre a saúde) . Foram util izados modelos de regressão de Poisson para análise multivariada dos diferenciais encontrados quando os dados permitiram. Resultado: Fatores protetores e prejudiciais foram encontrados em diferentes grupos para Estado de Saúde Auto Referido, Depressão e Limitação Física. Para Estado de Saúde Auto Referido, segundo a Tabela 3, ser jovem se apresentou como fator

protetor nos grupos sem vulnerabilidade e com vulnerabilidade, além de renda alta neste, e escolaridade, naquele. Para Depressão, segundo a Tabela 4, a escolaridade se mostrou protetora no grupo sem vulnerabilidade, enquanto ser mulher se mostrou como fator protetor, tanto para o grupo com vulnerabilidade, quanto para o grupo de imigrantes bolivianos. Neste

último, ser jovem também se mostrou como fator protetor para Depressão. Quanto à Limitação Física, segundo a Tabela 5, ser jovem se mostrou como fator protetor para os grupos sem vulnerabilidade e com vulnerabilidade. Os demais fatores apresentaram-se como insignificantes estatisticamente. Conclusão: Fatores protetores, como idade jovem, renda alta, escolaridade a vançada e gênero feminino, foram

encontrados no estudo com significância estatística para diferentes desfechos (Estado de Saúde Auto Referido, Depressão ou Limitação Física), variando de acordo com cada grupo estudado. Outros estudos devem ser realizados p ara se poder explicar os mecanismos como esses fatores protetores atuam ou deixam de atuar em diferentes situações de

vulnerabilidade, além de verificar se algum outro fator protetor poderia ser identificado com significância estatística em diferentes grupos, em casos de espaço amostral maior.

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Nome do trabalho: A Competência do Juízo Moral dos Graduandos de Enfermagem de uma Instituição Privada

Autora: Lucy Caroline da Silva Orientadora: Profª Drª Maria Angela Repetto

RESUMO

Introdução: Refletindo sobre o agir dos profissionais de enfermagem na prática de cuidar do paciente, percebe-se que suas ações, independentemente de quais sejam, são expressões fenomênicas de um sistema de crenças e

valores relativos à saúde, doença, vida, morte, entre outros. A competência do juízo moral foi definida por Lawrence Kohlberg como “a capacidade de tomar decisões e julgar moralmente (isto é, baseado em princípios internos) e agir de acordo com tais juízos”. Objetivos: Conhecer a competência do juízo moral dos graduandos de enfermagem do último ano do curso de

graduação em Enfermagem de uma instituição privada e analisar as diferenças no desenvolvimento da “competência do juízo moral” entre estes mesmos graduandos de Enfermagem, util izando os resultados do mesmo questionár io aplicado no primeiro semestre do grupo.

Método: Estudo descritivo, exploratório de abordagem quantitativa, realizado em uma faculdade privada, na cidade de São Paulo; A coleta de dados foi realizada após a aprovação do projeto pelo CEP(CAAE: 436461515.4 .0000.5479), no período de setembro de 2015 á fevereiro de 2016.A amostra foi constituída por 29 graduandos do curso supracitado, sendo 17 do 7º semestre, e 12 alunos do 8º semestre. Seis fichas do Teste de Julgamento Moral,

respondidas pelos mesmos alunos para a comparação entre as respostas dos discentes quando estavam no 1º semestre (2012-1) e entre os mesmos no 8º semestre (2015-2). O instrumento foi Moral Judgement Test Extended (MJTxt), validado para português do Brasil.

O programa SPSS Versão 13.0 para a criação do banco de dados. Aplicado dos testes não paramétricos Mann- Whitney Test e o teste Willcoxn para a análise das diferenças no

desenvolvimento da competência do juízo moral entre os graduandos de Enfermagem. Resultados: Quanto á caracterização dos alunos, o sexo o feminino (25-86,20%); alunos que trabalham na área (auxiliar ou técnico de enfermagem), (20-69%),e a faixa etária,21 a 25 anos (12-41,38%) foram os mais frequentes.

Na análise comparativa do escore C, da competência de juízo moral, observou-se que os discentes do 7º e 8º semestres do curso de graduação em enfermagem, numa escala de 0 a 100 pontos tiveram uma média de 40,6 a 48,3 apresentando progressão durante o curso, porem a diferença dos escores C, entre a progressão da competência do juízo moral dos 7º e 8º semestres, não teve significância (p= 0,43). Na comparação dos discentes dos 1º e 8º

semestres, respectivamente numa escala de 0 a 100 pontos, apresentaram uma média de 24,6 a 55,6 os resultados foram influenciados pelo pequeno número da amostra (seis alunos), além do valor alto do escore C de uma aluna, e dos valores de regressão dos dois alunos. O teste de Wilcoxon mostrou que apesar da progressão de quatro

discentes, não teve significância (p= 0,249). Conclusão: Com esse estudo concluímos que houve progressão na Competência do Juízo Moral, de acordo com o escore C, entre os discentes dos 7º e 8ª semestres do curso de enfermagem de uma instituição privada. Porém ao ser realizado o teste de Mann-Whitney, verificou-se que não houve significância. Na comparação entre os alunos do

1º semestre (2012-1) e do 8º semestre (2015-2) da Competência do Juízo Moral, observou-se que houve progressão, porém faz-se necessário ressaltar que, somente seis alunos participaram do estudo, uma aluna obteve um escore C com alto valor; dois na média, um com discreto valor, e dois regrediram. Tornando - se necessário a necessidade de mais estudos sobre o desenvolvimento moral do graduando de enfermagem ao longo de sua formação.

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Nome do trabalho: Infiltração do sistema nervoso central em pacientes com linfoma difuso de grandes células B Autor: Bárbara Tannús Franco Orientador: Professor Doutor Carlos Sérgio Chiattone

RESUMO

Introdução: O Linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) é o subtipo mais comum de linfomas não-Hodgkin, correspondendo a 25% destes. Sabe-se que envolvimento secundário do Sistema Nervoso Central neste subtipo ocorre em 5-10% dos casos e está associado à agressividade da doença, à refratariedade ao tratamento e ao óbito na maioria dos casos. Objetivo: : Definir a incidência de infiltração do sistema nervoso central (ISNC) em pacientes com LDGCB na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo ( ISCMSP), bem como o tempo para a ocorrência do evento, a localização da ISNC, a causa do óbito e a sobrevida dos pacientes com e sem infiltração. Método: Realizou-se uma a análise retrospectiva de prontuários médicos de 192 pacientes com diagnóstico de LDGCB, submetidos a quimioterapia com antracíclicos + rituximabe com ou sem profilaxia para o SNC, no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2015. Resultado: Dos 192 pacientes analisados, 17 (8,8%) apresentaram infiltração SNC em um período de 53,7 meses de seguimento. As características clinico-laboratoriais relevantes deste subgrupo foram: idade mediana de 59 anos; 77% estádio III ou IV; 64% com sintomas B; índice prognóstico internacional maior que dois em 76%; 36% com biópsia de medula óssea positiva e 47% destes haviam realizado profilaxia para o SNC. A mediana de tempo entre o diagnóstico e a ISNC foi de 4,2 meses, enquanto que a da ISNC até o óbito foi de 1,2 meses. Observou -se que a topografia mais frequente da ISNC foi a leptomeninge e a toxicidade a quimioterapia foi a principal causa de óbito. A sobrevida dos pacientes com e sem ISNC foi de 0,7 e 5,2 anos, respectivamente. Conclusão: A incidência de infiltração do SNC nesta coorte foi de 8,8%, à semelhança de outras séries já descritas. A ISNC permanece, nos dias atuais, como uma complicação grave, com prognóstico reservado e de alta morbimortalidade.

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Nome do trabalho: Morte Súbita Cardíaca: estudo em autópsias no serviço de verificação de óbito (SVO) da Baixada Santista. Autor: Maria Carolina Galli Mortati Co-autor: Bruna de Paiva Anacleto Orientador: Geanete Pozzan RESUMO Introdução: A morte súbita cardíaca (MSC) decorrente de um evento natural e inexplicável aparece de forma relevante entre as principais causas de morte. Acomete todas as faixas etárias desde neonatos, crianças, adultos e idosos e, em relação ao gênero, comprometem principalmente os homens. A grande frequência e a variedade de causas de MSC levanta a necessidade de um estudo sistematizado que possibilite o diagnóstico correto. Objetivo: O objetivo geral deste trabalho foi investigar as principais causas de morte súbita na Baixada Santista, de acordo com sexo e faixa etária, com particular interesse nos casos de MSC. Dentre os objetivos específicos, procuramos levantar o número de casos de morte súbita e identificar a contribuição das causas cardíacas (MSC). Descrever as causas mais prevalentes neste grupo, além de identificar a porcentagem dos casos de morte súbita sem causa aparente e sem alteração morfológica cardíaca, considerados de provável etiologia cardíaca. Método: Realizamos o levantamento de todas as necropsias realizadas pelo Serviço de Verificação de Óbito de Santos entre os anos de 2012-2014, identificando os casos morte súbita e, entre estes, os casos de morte súbita cardíaca. A análise descritiva dos dados foi realizada levando-se em consideração a distribuição quanto ao sexo, causa básica e idade, dividindo-se em dois grupos: ≤ 35 e > 35, .. Foram levantados os relatórios das necropsias, na tentativa de obter maiores informações. Resultado: Foram levantados os atestados de óbito de 3317 autópsias realizadas no SVO de Santos, no período de 2012-2014, sendo 586 (17,66%) diagnosticadas como MS. Destes, 579 casos (98,8%) foram diagnosticados como MSC. As mulheres foram acometidas em 40,41% dos casos e homens em 59,58%. A principal causa de morte súbita cardíaca foi a cardiopatia isquêmica representando 56,47% dos casos analisados, acometendo particularmente pacientes maiores que 35 anos. Em nosso levantamento a cardiopatia isquêmica foi seguida da cardiopatia hipertensiva (25,56%).Dentre os diagnósticos de miocardiopatias (12,60%), a miocardiopatia dilatada representou a forma mais prevalente, com 50 casos (8,63%). Nos pacientes mais jovens, ≤ 35 anos (2,93%), a principal causa de MSC foram as miocardiopatias com 41,17%. Durante a análise dos diagnósticos, nos deparamos com alguns termos imprecisos como cardiopatia hipertrófica e cardiopatia dilatada, não sendo possível classificar adequadamente estes casos, mesmo após a avaliação do relatório definitivo, quando disponível. Estes casos representaram 3.79%. Outro dado observado em nosso estudo foi que em 1,20% dos casos, classificados aqui como indefinidos, não havia menção da doença básica cardíaca. Conclusão: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte súbita, correspondendo a 98,8% dos casos de morte súbita, neste levantamento. A cardiopatia isquêmica é a causa mais prevalente, particularmente nos pacientes acima de 35 anos. Nos pacientes jovens, as miocardiopatias foram as causas mais frequentes. A falta de padronização no exame do coração e na terminologia utilizada nos atestados de óbito continua sendo um problema. O diagnóstico morfológico adequado de MSC ainda carece de um treinamento adequado dos patologistas que realizam estas necropsias, visando inclusive a padronização dos termos utilizados no atestado de óbito. A utilização de protocolos pelos diferentes serviços de verificação de óbito poderia ajudar a melhoras os dados estatísticos

brasileiros de morte súbita.

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Nome do trabalho: Impacto da cinesioterapia laboral na qualidade de vida dos auxiliares de enfermagem do centro cirúrgico de um hospital terciário Autor: Victor Notari de Campos Orientadora: Profa Dra Vera Lúcia dos Santos Alves

Introdução: A atividade física pode gerar impacto positivo na qualidade de vida. No ambiente de trabalho essa atividade pode ser implantada com a cinesioterapia laboral (CL). O profissional de enfermagem é apontado como o que possuí maior risco para doenças ocupacionais devido à sua rotina de trabalho com jornadas estafantes, desrespeito ao ritmo circadiano, dimensão inadequada de mobiliário e riscos de lesões posturais. Ainda assim, não encontramos pesquisa focada em auxiliares de enfermagem que trabalham em centro cirúrgico sendo expostos a protocolos de CL. Objetivo: Analisar o impacto da cinesioterapia laboral na qualidade de vida dos auxiliares de enfermagem do centro cirúrgico. Método: Foi um estudo prospectivo, controlado, randomizado e cego, registrado no Clinical trials (NCT02479477) com 46 auxiliares de enfermagem do centro cirúrgico de um hospital terciário da cidade de São Paulo, após a aprovação do CEP sob CAAE: 14076613.0.0000.5479. Os participantes selecionados foram randomizados em dois grupos, controle e intervenção. Todos os voluntários responderam o questionário de qualidade de vida (SF-36). O protocolo consistiu na mobilização ativa das articulações dos ombros, cotovelos, punhos, quadris, joelhos e tornozelos, alongamento ativo de grandes grupos musculares como extensores e flexores de braço, flexores e extensores de cotovelos, punhos e mãos, músculos da coxa e tríceps sural. Para análise foi usado o teste de Mann-Whitney para dados não paramétricos e para dados pareados o test-t. O nível de significância utilizado foi ≤ 0,05. Resultados: Os dois grupos não tiveram diferenças significantes em relação à idade e ao tempo de serviço, assim como em relação ao gênero (p=0,191. Da mesma forma, não houve diferenças significantes entre os grupos nos oito grandes domínios do SF-36, na avaliação inicial. Após aplicação do protocolo, o grupo controle não mostrou diferenças significantes em nenhum domínio do SF-36, enquanto que o grupo intervenção exibiu melhora significativa em todos os domínios, especialmente na capacidade funcional (p=0,001), aspectos físicos (p=0,001) e dor (p=0,001). A comparação entre os dois grupos na reavaliação mostrou diferença significante em todos os domínios do questionário, principalmente na capacidade funcional (p=0,000), aspectos físicos (p=0,002) e dor (p=0,000). Conclusão: A prática de cinesioterapia laboral teve impacto positivo na qualidade de vida de auxiliares de enfermagem do centro cirúrgico.

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Nome do trabalho: Caracterização do processamento fonológico em pacientes com quadro de esquizofrenia Autor: Mirna Abou Rafée Orientador: Ana Luiza Navas

RESUMO

Introdução: A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica que afeta cerca de 1% da população e tem manifestações

altamente incapacitantes. Dentre elas, os défi cits de linguagem tem sido amplamente discutidos e abordado na

literatura. Tem-se descrito a respeito da alteração formal do pensamento, déficit no componente semântico e

fonológico da linguagem.

Objetivo: Caracterizar o processamento fonológico em pacientes com quadro esquizofrênico

Método: Participaram desta pesquisa 12 sujeitos, de 18 a 34 anos de idade. Os participantes foram

divididos em 2 grupo, sendo 6 deles pertencentes ao grupo pesquisa (GP) e 6 deles pertencentes ao

grupo controle (GC). Foram realizados os testes nessa mesma ordem de apresentação: prova de

nomeação rápida de objetos e dígitos, prova de memória imediata de ordem direta e indireta, prova de

fluência verbal e prova de repetição de pseudopalavras.

Resultado: Na análise do desempenho geral do grupo, verificou-se que quando comparados, o GP

obteve um rendimento inferior em todas as provas. Dentre o que se observou notou -se uma maior

latência de respostas e velocidade no processamento da informação.

Conclusão: Apesar da correlação entre as variáveis e indicativos de déficit no processamento

fonológico, a amostra restrita utilizada não permitiu caracterizar a alteração como parte do distúrbio

psiquiátrico.

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RESUMO DOS TRABALHOS

Comitê Externo: Prof. Dr. Maurício Simões Abrão

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Nome do trabalho: Efeito da Estimulação do Nervo Trigêmeo para o Tratamento de Fibromialgia: ensaio clínico

fase II, randomizado, duplo-cego. Autor: Michel Silvio Duailibi Co-autor: Bruno vonSydow

Orientador: Prof. Dr. Quirino Cordeiro Júnior RESUMO

Introdução: Fibromialgia (FM) é uma síndrome reumática não articular, de origem desconhecida, caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica, e presença de múltiplas regiões dolorosas, denominadas tender points,

especialmente no esqueleto axial. Em alguns países da América do Norte e da Europa, é uma das entidades clínicas com maior índice de incapacidade. Tratamento para essa entidade nosológica ainda não foi satisfatoriamente estabelecido, tornando a pesquisa por novas terapêuticas áreas de grande interesse de estudo. Dentre essas novas abordagens, surge

a estimulação transcutânea do nervo trigêmeo (TNS). A estimulação elétrica é realizada com uma frequência de 120 Hz, com pulsos de onda com duração de 250 microssegundos e ciclos de 30 segundos com intensidade variável de 0 a 100mA a depender do limiar individual. O ramo estimulado é o Oftálmico, exatamente sobre a emergência do nervo pelo foramén supraorbital. O nervo trigêmeo leva informação para importantes estruturas cerebrais, incluindo o núcleo

solitário, o lócus ceruleus, o nervo vago e o córtex cerebral pré-frontal. Estas áreas são conhecidas por participarem na via descendente da analgesia e estarem associadas a patofisiologia da Fibromialgia. Ensaios clínicos para epilepsia e depressão mostram marcada melhora sintomática de diversas funções executivas tendo como efeito final uma melhora global dos quadros patológicos.

Objetivo: Um estudo piloto para Fibromialgia foi realizado recentemente e sugere um grande potencial de uso para esse transtorno. De posse dessas informações, o presente ensaio clínico tem como objetivo primário avaliar o efeito da Estimulação do Nervo Trigêmeo (TNS) sobre sintomas dolorosos avaliados por escala visual analógica em pacientes

portadores de fibromialgia. Método: Critérios de inclusão: (1) pacientes entre 18 e 69 anos; (2) pacientes com diagnóstico de fibromialgia por profissional habilitado; (3) concordância em participar do estudo conforme o preconizado no TCLE. Os pacientes poderão estar fazendo uso de medicamentos (os mesmos serão controlados através de métodos estatísticos na análise -

regressão). Como critérios de exclusão citamos: (1) pacientes com indicação psiquiátrica de internação hospitalar; (2) pacientes com comorbidade psiquiátrica; (3) pacientes com diagnóstico de transtorno de personalidade; (4) presença de doenças neurológicas ou clínicas graves como neoplasias em atividade, doenças neurodegenerativas e doenças crônicas descompensadas. Técnica: A TNS será aplicada pelo simulador externo EMS400. A estimulação será conduzida a uma

freqüência de 120Hz com pulsos de duração de 250 microsegundos. A intensidade da corrente será individualmente estabelecida e deve ser equivalente a uma sensação leve não dolorosa de parestesia (aproximadamente 50mA). Eletrodos (25cm2) serão colocados na fronte justo acima do forâmen supraorbital, bilateralmente. Desenho de estudo: A

randomização será feita em bloco, gerada através do site www.randomization.com por um estatístico que não estará l igado diretamente à pesquisa. A alocação dos pacientes será feita através de envelopes selados, opacos e padronizados. Após o paciente assinar o termo de consentimento livre e esclarecido o envelope será aberto e este será alocado ao tratamento, de forma codificada. O envelope será identificado com um número aleatório que será atribuído a cada

paciente. O estudo será duplo-cego. A estimulação simulada consiste em aplicar a corrente programada como no protocolo ativo, mas interromendo-se a estimulação após 60 segundos iniciais. gerando os mesmos efeitos sobre a pele de uma intervenção verdadeira. O aparelho de TNS a ser util izado será desligado pelo aplicador. Desta forma, o paciente

da TNS permanece cegado durante toda a intervenção. O pesquisador responsável por entrevistar e avaliar os doentes também estará cegado. Desfecho primário: A avaliação da sintomatologia será realizada por equipe de saúde devidamente treinados na aplicação de escalas psicométricas os quais estarão cegos perante à inter venção realizada. O desfecho principal será medido através da VAS após o final das 10 sessões consecutivas de TNS. Os desfechos serão

mensurados em 4 ocasiões (início, fim das 10 sessões, 1 mês após o fim, 3 meses após o fim). Caso haja perda do paciente, para que o escore da última observação possa ser imputado no cálculo do desfecho final (Intetntion to treat analysis - last observation carried foward). Análise estatística: Util izaremos o teste ANOVA. A hipótese principal será considerada válida se a interação tempo x grupo não for significativa (p <0,05).

Resultado: Até o presente momento, o estudo foi conduzido com 34 pacientes, sendo 33 (97%) destes do sexo feminino. A idade média dos participantes foi de 47,15, com desvio padrão de 12,05. Quanto ao desfecho primário do estudo, a multianálise de variância não nos permitiu rejeitar a hipótese nula (f=0,21, p>0,05). Dessa forma, não podemos atestar

diferenças entre o grupo tratamento e o grupo simulado nos três tempos medidos (figuara 1). Há, no entanto , uma diferença com probabilidade significativa (p=0,0021) na melhora entre os diversos tempos do estudo independente do grupo. A TNS tem sido investigada como abordagem terapêutica não-invasiva para o tratamento de pacientes com fibromialgia. Os poucos estudos realizados no meio científico mostram resultados ainda muito incipientes, porém,

promissores na resolução de quadros álgicos. O presente estudo falhou em demonstrar uma diferença entre os grupos ativos e os grupos simulados. O fato se justificada pelo tamanho amostral ainda insuficiente para demonstrar um tamanho do efeito adequado para a técnica. Dessa forma, um estudo com um número de indivíduos maior deverá ser conduzido. Lembramos ainda a dificuldade técnica de realizar o cegamento dos pacientes sendo possível a existência de

um viés de performance. Conclusão: Concluímos que, nesta amostra de pacientes, não podemos afirmar que exista diferença estatística entre o grupo ativo e o grupo estimulado.

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Nome do trabalho: : Avaliação de volume hipocampal em pacientes pediátricos obesos: um estudo caso controle

Autor: Leonardo Sardas Co-autor: Felipe Storti Martins Orientador: Ricardo R. Uchida

RESUMO Introdução: A obesidade infantil é hoje um problema de saúde pública. NO Brasil, 4,1% das crianças tinha m sobrepeso em 1974 e, segundo o IBGE, em 2006 esse dado já ultrapassava 30% das crianças. A obesidade é considerada como uma condição bastante complexa. Diversos estudos de neuroimagem em obesidade têm

contribuído para entendimento da neurobiologia da mes ma. Entre as estruturas identificadas na circuitaria relacionada com a obesidade, destaca-se o hipocampo. Importante na regulação de emoções e bastante sensível a estresse físico e emocional, lesões de hipocampo tem sido implicados em diversas patologias neuropsiquiátricas.

Alguns estudos de volumetria de hipocampo em adolescentes têm demonstrado diminuição em portadores de obesidade em relação a magros. Estas alterações parecem ser secundárias á obesidade e estão relacionadas com alterações como déficts cognitivos e resistência insulínica. Ao nosso conhecimento não foram ainda realizados estudos de volumetria de hipocampo e mediadores inflamatórios. De fato, estudos têm demonstrado alterações no perfi l inflamatório de pacientes obesos.

Objetivo: O presente estudo procurará investigar alterações do volume hipocampal em adolescentes obesos, correlacionando estas alterações com a dosagem sérica de mediadores. A hipótese a priori é de diminuição de volume hipocampal no grupo de obesos. Além disso, investigaremos possíveis correlações entre os volumes e o perfi l inflamatório. Método: Serão selecionados 60 pacientes adolescentes obesos, emparelhados com 60 controles saudáveis, sem doença

clínica, neurológica e psiquiátrica atual ou pregressa relevante. O término da s coletas ocorrerá na primeira semana de setembro. Os voluntários foram selecionados no ambulatório de obesidade infantil da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) e através de anúncios na comunidade. Critérios de exclusão e contra -indicações de Ressonância Magnética:

objeto ferromagnético no corpo (próteses ósseas, clipes metálicos, etc), marcapasso cardíaco e gravidez. Foram avaliados pressão arterial, peso, estatura, índice de massa corporal, glicemia, insulinemia, colesterol total e frações e triglicérides. Para a análise das imagens de ressonância magnética, serão util izadas apenas 40 imagens, 20 do grupo de adolescentes obesos e 20 do grupo controle e em cada um desses grupos, teremos 10 imagens de meninas e 10 de meninos.

Para as amostras serem mais homogêneas, util izaremos as imagens dos 20 adolescentes mais velhos de cada grupo. As imagens de pacientes foram obtidas em um aparelho Achieva 3.0 T Philips, pertencente ao Instituto de Radiologia da FMUSP. O aluno será treinado pelo docente na técnica de volumetria manual. Após alcançar bons níveis de confiabilidade medidas através do Coeficiente de correlação intraclasse o aluno iniciará as medidas oficiais (para maior detalhamento metodológico

ver referência 6). Será util izado o aplicativo de medidas manuais gratuito MRIcro, disponível em (http://www.mricro.com), rodado em um computador pessoal comum. Foram coletadas medidas quantitativas de TNF -α, IL-1β, IL-6, IL-10 e amilóide sérico a, proteína c reativa, leptina e insulina. A análise estatís tica dos dados será realizada através do programa estatístico

“Stata 13.1 for Mac”. Dados paramétricos serão analisados através de teste t de Student. Já dados não paramétricos por Wilcoxon rank-sum (variáveis contínuas) e teste Qui Quadrado (variáveis categóricas). Os pais e os próprios pacientes somente podem participar do presente estudo após leitura e assinatura do termo de consentimento informado. No presente estudo, util izamos como critério para obesidade a definição da Organização Mundial

da Saúde (OMS) para obesidade infantil (www.who.int/growthref/en). A mesma faz uso de uma tabela de distribuição populacional baseada em escores Z Resultado: O projeto sofreu com atrasos, principalmente devido aos problemas apresentados pelo aparelho de ressonância

magnética. Por conta disso, a coleta de imagens foi finalizada no começo do mês de agosto, inviabilizando a entrega dos resultados finais junto ao presente relatório. Entretanto, a seguir, iremos expor alguns dados clínicos relevantes que já foram obtidos. No grupo controle, temos dados para atribuir o escore Z de 19 dos 20 pacientes, sendo que 17 se encontram na categoria eutrófica e 2 em extrema magreza. No grupo de pacientes obesos, os 20 se encontram em obesidade grave.

Quanto aos outros parâmetros avali ados, apenas o peso e a Pressão Arterial Sistólica foram diferentes significativamente. Os outros achados permitiram parear as amostras. Controle Média Desvio Padrão Obesos Média Desvio Padrão Teste p

Peso 19 53,91 7,89 20 92,56 15,15 Wilcox Rank Sum

Z=-5,33

P=0,00

Altura 19 1,66 0,08 20 1,67 0,07 T TEST T=-0,61

P=0,53

PA sist. 18 107,66 9,48 17 127,35 12,00 T test T=-5,39

P=0,00

PA diast 18 73,16 9,85 17 77,65 12,12 T test T=-1,0

P=0,30

Idade 20 15,05 0,85 20 15,05 0,82 Q²=0,14 P=0,9

Conclusão: Apesar de ainda não termos as análises das imagens de ressonância magnética para a discussão principal do projeto, podemos perceber certas características distintas entre os grupos. A partir dos dados coletados, percebemos que há

uma diferença significativa no peso, mas não na altura ou idade entre os grupos. Assim, ao analisarmos o IMC e o Escore Z, temos confiança de que as diferenças encontradas devem-se às diferenças de peso, e portanto, podemos nos assegurar da qualidade dos grupos para o nosso presente estudo. Além disso, foi constatada uma diferença entre a Pressão Arterial Sistólica dos grupos controle e obeso não podendo inferir o

impacto desse achado na análise das imagens, tampouco se o achado é simplesmente motivado pela obesidade.

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Nome do trabalho: Resposta inflamatória, quimiossensitiva e neuro-hormonal e estresse oxidativo em pacientes obesos

submetidos a cirurgia bariátrica Autor: Carina Pita Lottenberg Orientador: Carlos Alberto Malheiros

RESUMO

Introdução: A Obesidade é, atualmente, considerada grave problema de saúde pública, e é causadora de uma série de transtornos metabólicos. Há forte correlação entre a obesidade e complicações cardiovasculares devida à resposta

inflamatório de baixo grau que ocorre na obesidade. Dessa forma, é importante observar se os substratos patofisiológicos secretados na obesidade que resultam em risco cardiovascular são alterados após a perda de peso desencadeada pela cirurgia bariátrica.

Objetivo: Esta investigação tem como objetivo avaliar o efeito da cirurgia bariátrica em citocina pró- inflamatória, adipocina anti -inflamatória e hormônio derivado de adipócito. Materiais e métodos: A investigação foi realizada em 61 indivíduos obesos (8 homens e 53 mulheres, de 18 a 63 anos, com Índice de Massa Corpórea de 35,7 a 52 kg/m

2 ) submetidos a cirurgia bariátrica recrutadas no Hospital da

Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo. Pacientes com IMC>55 kg/m2, instabilidade clínica, instabilidade

mental ou expectativas não realistas da cirurgia foram excluídos. As amostras de sangue foram coletadas durante o período de jejum para a análise de TNF-α, adiponectina e leptina por meio do método ELISA. O teste t de Student foi util izado para análise estatística por meio do pgrama GraphPad Prisma

Resultados:

Cirurgia

Bariátrica

TNF-α

(pg/mL)

Adiponectina

(pg/mL)

Leptina

(pg/mL)

n=61

Pré 0,90 ± 0,8* 0,38 ± 0,33* 1,94 ± 0,55*

Após 6 meses 0,23 ± 0.25* 1,29 ± 1,62* 0,48 ± 0,40*

Comparação entre Pré x Pós 6 meses: p<0.0001. Teste T de Student

Discussão: A inflamação tem relação com a obesidade e com diversos outros fatores, como risco cardiovascular, hipertensão e resistência a insulina. O principal achado desta investigação foi o fato de a cirurgia bariátrica ter induzido melhora no perfi l inflamatório como decorrência da perda de peso. A perda de peso como consequência do by -pass gástrico aumenta significativamente as concentrações plasmáticas de adiponectina e reduziu substancialmente o TNF -α

e leptina. As respostas inflamatória e humoral tendem a normalizar pós cirurgia bariátrica e por conseguinte a redução do risco cardiovascular e da resistência à insulina e normalização da pressão arterial sistêmica. A adiponectina aparenta ter efeito protetor na síndrome metabólica atuando como fator anti -aterogênico.

Conclusão: A cirurgia bariátrica induziu mudanças benéficas nós processos inflamatórios e nos níveis de leptina 6 meses após a realização deste procedimento.

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Nome do trabalho: Estudo comparativo entre técnicas de anestesia geral balanceada e anestesia geral l ivre de opioides e

seus efeitos intra e pós-operatórios em pacientes submetidos à cirurgia de colecistectomia por via laparoscópica Autor: Cristiane Kaori Onari Orientador: Profa. Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias

RESUMO

Introdução: Aproximadamente 95% das doenças do trato bil iar são atribuíveis à l itíase da vesícula bil iar. As técnicas

cirúrgicas vêm se aperfeiçoando com o objetivo de diminuir o traumatismo, a morbimortalidade e o período de internação, favorecendo assim, diminuição do tempo de internação hospitalar, melhor recuperação do paciente e redução de custos na assistência hospitalar.

A via cirúrgica, o regime de hidratação, o uso de opioides no intra -operatório e o tipo de analgesia pós -operatória podem influenciar os desfechos pós -operatórios. As principais complicações clínicas associadas aos procedimentos laparoscóp icos incluem modificações hemodinâmicas e ventilatórias no intra-operatório, náuseas e/ou vômitos e íleo pós -operatório, os quais podem ser

intensificados pelo uso de técnicas anestésicas baseadas em agentes agonistas dos receptores opioides. Objetivo: Avaliar o efeito da anestesia geral balanceada baseada em opioides comparada com a anestesia geral l ivre de opioides no controle hemodinâmico intra -operatório e o desfecho das duas técnicas anestésicas no pós operatório imediato.

Secundário: quantificar o consumo de opioides e analgésicos, assim como as complicações no pós -operatório (náusea e vômito, íleo paralítico, prurido) e tempo de internação associadas a cada técnica anestésica. Método: O estudo foi prospectivo duplamente encoberto randomizado. Foram avaliados 40 pacientes submetidos a

cirurgia eletiva colecistectomia laparoscópica, que foram divididos aleatoriamente em dois grupos (grupo geral l ivre de opioide [GF] e grupo geral balanceada [GB]). Ao final da cirurgia, quando foram retirados os trocartes, foi solicitado à equipe cirúrgica a infi ltração das incisões com 12ml de bupivacaína com vasoconstritor 0,5%. Foi avaliada a intensidade da dor pós -operatória util izando-se a escala numérica verbal (ENV) na RPA. Os

desfechos secundários avaliados foram presença de íleo, náusea/vômito (escala de Apfel), prurido, tempo de permanência na recuperação pós anestésica, tempo total de internação hospitalar e presença de complicações cirúrgicas. Resultado: Foi verificado que o esquema multimodal util izado no grupo de pacientes submetidos a anestesia geral l ivre de opioides foi eficaz no controle hemodinâmico intra e pós -operatório imediato (RPA). Não se evidenciou diferença

estatística entre os 2 grupos na alta da RPA e na enfermaria quando foi avaliada a presença de ruídos hidroaéreos, confirmando que o íleo pós cirúrgico é multifatorial e técnicas anestésicas com ausência total de opioides não interferem na sua gêneses e resolução precoce.

Realizou-se infi ltração da ferida cirúrgica ao final do procedimento com anestésico local em ambos grupos e a ausência da dor na ferida operatória registrada em maior proporção no GF evidencia um controle mais eficiente dos mecanismos álgicos e inflamatórios através do esquema multimodal. Quando avaliados os pacientes por contato telefônico verificou-se que o uso de analgesia suplementar foi

necessário para 100% do GBAL e 80% do GF (Tab. 7), estes dados demostram que 20% do grupo GF (esquema multimodal) não precisaram de nenhum tipo de analgesia suplementar após alta hospi talar provavelmente por diminuição da resposta inflamatória a cirurgia.

Conclusão: Uma limitação desse estudo foi o uso do isoflurano, anestésico inalatório que de acordo com os achados na literatura tem efeito emetizante. Verificou-se que no intra e pós-operatório imediatos o esquema multimodal é uma técnica eficaz e segura podendo ser util izada como alternativa a técnicas baseadas em opioides em pacientes submetidos a colecistectomia via laparoscópica. Os resultados do presente estudo sugerem a criação de novas técnicas de esquemas

multimodais assim como o aperfeiçoamento das existentes com o intuito de diminuir a morbidade associada a técnica anestésica e suas consequências tendo como resultados a melhor satisfação dos pacientes e a diminuição dos custos hospitalares

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Nome do trabalho: Segurança da Estimulação do Nervo Trigêmeo em pacientes com Fibromialgia: Ensaio Clínico Fase I,

Randomizado, Duplo-Cego. Autor: Will ian Andrade Silva Co-autor: Thales de Almeida Silva

Orientador: Quirino Cordeiro Júnior RESUMO

Introdução: A neuromodulação não-invasiva engloba uma variedade de tratamentos que possuem em comum três

aspectos: (1) são técnicas focais de estimulação de áreas do Sistema Nervoso Central (SNC); (2) util izam eletricidad e (correntes elétricas) para estimular estas áreas, de maneira não-invasiva; (3) possuem um objetivo terapêutico – ou seja, tratamento de doenças neurológicas ou psiquiátrica, seja em monoterapia, seja em terapia adjuvante com fármacos ou

outras intervenções. Diversos estudos mostram a necessidade de comprovação de eficácia e segurança dessas técnicas terapêuticas antes de sua util ização no tratamento da população geral. Nesse contexto, há uma enorme demanda de estudos científicos com esses objetivos. A TNS é analisada com prestígio como uma estratégia terapêutica útil e promissora para a gestão de transtornos depressivos, ansiosos e de dor nos dias de hoje. Quanto a segurança, a técnica é geralmente

bem tolerada em protocolos de estudos de pesquisa (DeGiorgio, 2011). Efeitos colaterais são infrequentes, quando existem são transitórios e leves, mas incluem irritação cutânea, cefaleia e pressão na fronte. Entretanto, o potencial da técnica para o tratamento da Fibromialgia ainda não foi explorado em protocolo de pesquisa amplo. Assim, deve-se realizar abordagem específica para segurança do uso da TNS nesses pacientes. Nesse sentido, o presente estudo trata -se

de ensaio clínico randomizado, duplo-cego, sham-controlado. Foram recrutados pacientes com diagnóstico de Fibromialgia em seguimento no ambulatório de Dor da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Objetivo: O objetivo desse estudo é verificar a segurança da técnica em um estudo com voluntários acometidos de

fibromialgia. Método: Ao início e no fim do protocolo de 10 sessões , com duração de 30 minutos, desfechos cognitivos (Montreal Cognitive Assessment - MoCa), alterações de humor (Hamilton Depression Scale - HAMD) e variabilidade da frequência cardíaca, além de outros efeitos colaterais, foram monitorados. Salienta-se que a investigação por efeitos adversos foi

realizada por pesquisador treinado. Desta maneira, observou-se tanto medidas mais objetivas sobre segurança cognitiva e modificações do humor, por meio de escalas clinicas validadas (MoCA e HAMD), quanto o relato dos pacientes sobre a ocorrência ou não de efeitos referidos durante o protocolo de estimulação, sendo os seguintes efeitos adversos questionados: cefaléia; cervicalgia; dor no local de colocação dos eletrodos; parestesia; tin ido; eritema no local de

colocação dos eletrodos; sonolência; dificuldade de concentração; mudança de humor e outros. Em caso de perda do paciente, para que o escore da última observação pudesse ser imputado no cálculo do desfecho final foi util izado o Intention to Treat Analysis - last observation carried foward.

Resultado: O presente estudo foi conduzido com 38 pacientes de um “n” total previsto de 40 indivíduos, ocorrendo dois drop-outs e sendo 37 destes pacientes do sexo feminino (97,5%). A idade média dos participantes foi de 47,15 com um desvio padrão de 12,05, sendo 19 pacientes alocados no grupo ativo e 20 pacientes alocados no grupo de intervenção simulada. Em relação ao desfecho primário do estudo, considerando como hipótese nula (h0) a de que não há diferença

em efeitos adversos entre o grupo ativo e a estimulação simulada, não foi possível rejeitá -la em todos os efeitos adversos questionados com exceção de cervicalgia para o grupo de intervenção simulada, cujo resultado probabilístico significati vo foi de p=0,034 (p<0,05). Para os outros efeitos adversos, considerando-se grupo ativo e grupo de intervenção simulada, o

valor de p foi maior que 0,05 e os resultados foram os seguintes: cefaleia – p=0,234; dor no local de colocação dos eletrodos – p=0476; parestesia – p=0,869; eritema no local de colocação dos eletrodos – p=0,323; sonolência – p=0,882; dificuldade de concentração – p=0,152; mudança de humor – p=0,365; outros – p=0,946. Conclusão: A TNS tem sido investigada como abordagem terapêutica nã o-invasiva para o tratamento de pacientes com

Fibromialgia. Os poucos estudos realizados têm mostrado resultados ainda incipientes, porém promissores, no tratamento de pacientes com diferentes quadros clínicos neurológicos e psiquiátricos. No que diz respeito à segurança da técnica, em relação aos efeitos adversos mais prevalentes para a TNS relatados na literatura científica (desfecho principal deste estudo), esta investigação obteve sucesso ao demonstrar que não houve diferença estatisticamente significan te da

presença ou ausência desses efeitos entre os grupos ativo e de intervenção simulada, sendo que o único efeito com p<0,05 restringiu-se ao último grupo, logo não decorreu da estimulação em si. Vale ressaltar ainda que como outros efeitos colaterais relatados pelos pacientes foram citados: vertigem e dor na face.

Quanto aos desfechos cognitivos, mensurados pela MoCA, e os transtornos de humor, avaliados pela HAMD, não foram observadas alterações significativas em relação aos quadros clínicos iniciais do s pacientes (avaliados em t0).

Ademais, deve ser lembrada ainda a dificuldade técnica de realizar o cegamento dos pacientes, sendo possível a existência de um viés de performance.

Em suma, pode-se concluir que, nesta amostra de pacientes, não foi possível negar h0 e, por conseguinte, pode-se afirmar que não houve diferença estatisticamente significante em relação à presença de efeitos adversos entre os grupos ativo e de estimulação simulada para TNS em pacientes com Fibromialgia.

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Nome do trabalho: Avaliação da Apoptose nos Carcinomas de Nasofaringe

Autor: Vinicius Roéffero Brambilla Co-autor: Orientador: Roberto Antônio Pinto Paes

RESUMO Introdução: O Carcinoma de Nasofaringe (CNF) é uma neoplasia epitelial maligna da região da cabeça e pescoço, subdividida (OMS 1991) em “carcinoma queratinizado” e “carcinoma não queratinizado”, com os subtipos “diferenciados” e “indiferenciados”. O carcinoma linfoepitelial/linfoepitelioma (CL) é considerado uma variante morfológica do carcinoma

não queratinizado subtipo indiferenciado com positividade para o vírus Epstein -Barr (EBV). Os carcinomas queratinizados apresentam pontes intercelulares e queratinização evidentes à microscopia óptica, quando esses achados são poucos evidentes classificamos como carcinoma epidermoide pouco diferenciado (CEC). Caso essas características não sejam

encontradas na avaliação microscópica da lesão primária ou metástase em linfonodos cervicais, há grande probabilidade de se tratar de um carcinoma não queratinizado diferenciado (CnQD) ou indiferenciado (CL), sendo o EBV negativo no primeiro. Em estudo anterior no Serviço de Anatomia Patológica do Hospital da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) comparando métodos para pesquisa de EBV, o método de hibridização in situ (ISH) mostrou-se mais

eficiente do que a imunoistoquímica (IHQ) para o diagnóstico de tumores não queratinizados. Nesse estudo, observou -se que os carcinomas queratinizados comumente apresentaram numerosas células apoptóticas e abundante anaplasia, enquanto os carcinomas não queratinizados indiferenciados apresentaram quase ausência de células apoptóticas e maior regularidade na anaplasia, com cromatina frouxa e macronucléolo eosinofíl ico (dados não publicados). Com essas

observações houve um interesse em estudar o papel da apoptose nos carcinomas de nasofaringe queratinizados (CEC) e não queratinizados (CnQD) diferenciados e indiferenciados (CL). Objetivos: Os objetivos do trabalho são: a) levantar casos de carcinoma de nasofaringe de 1996 a 2014, inluindo os casos do trabalho citado com 22 casos; b) reclassificar em

carcinoma epidermoide pouco diferenciado e carcinoma não queratinizado diferenciado ou indiferenciado (l infoepitelioma); c) comparar o índice de positividade nas cél ulas tumorais da Caspase 3 e do Bcl -2 (anti-apoptose) nos 3 tipos e analisar a eficiência de uma possível util ização desse índice como ferramenta no diagnóstica diferencial. Métodos: Os casos de carcinoma de nasofaringe foram selecionados a partir do banco de dados do Serviço de Anatomia Patológica

da ISCMSP entre 1996 a 2014. O critério de inclusão incluiu a disponibilidade de material em bloco de parafina para a realização das reações de imunoistoquímicas para as pesquisas da caspases 3 e Bcl -2. Levantamento de dados como sexo, idade, localização do tumor, diagnóstico através dos métodos de microscopia (HE), imunoistoquímica (quando realizada previamente) e o método de CISH (pesquisa do vírus EBV). O índice de positividade das células tumorais foi a razão entre o

número de células positivas e o total de células contadas (positivo e negativo), após as reações as lâminas foram digitalizadas no programa Panoramic viewer e as áreas com “hot spots” foram recortadas e avaliadas em um analisador de imagem (Image-Pro Plus) em aumento de 400x. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS 10.0 com teste T

independente e ANOVA. Resultados: Foram levantados 85 casos, dos quais 51 foram analisados com estudo imunoistoquímico. Desses, 10 eram pacientes do sexo feminino e 41 do sexo masculino, com idade média de 50 anos, variando entre 14 e 75 anos. Quanto à localização das neoplasias havia 14 de rinofaringe, 9 de faringe, 11 de orofaringe, 14 de nasofaringe e 3 classificados com metástase em linfonodo. Primeiramente os casos foram classificados não

considerando a pesquisa do EBV, assim distribuídos 26 casos de CEC, 8 de CL e 17 de CnQ. Desses casos, em apenas 8 houve pesquisa do EBV através do método CISH (anteriormente a este estudo). Quando consideramos essa pesquisa há uma alteração na classificação, com 28 casos de CEC, 13 de CL e 10 de CnQ. Na análise da comparação da média dos

índices de positividade dos dois marcadores entre os três grupos houve diferença significante para o Bcl -2 entre o CEC e o CL nas duas classificações com p=0,008 (sem EBV) e p=0,003 (com EBV). A comparação entre os três grupos houve significância para o Bcl -2 com p= 0,001 (sem e com EBV), para a caspase não houve diferença significante com p=0,065 (sem EBV) e p=0,058 (com EBV). A maior média de positividade do Bcl -2 (sem EBV) ocorreu nos casos de CnQ (média de

37% de células positivas) e a menor para os CEC (8,6%), quando consideramos os casos com pesquisa do EBV a média do Bcl-2 do CEC foi de 9,5%, CL de 28% e CnQD de 45%. A comparação da média da caspase 3 entre CL e CnQ no grupo com EBV o p=0,055, a média da caspase para os CL foi de 0,91% e do CnQ foi de 0,13%. Conclusão: Através dos dados levantados e estudos realizados é possível inferir que há uma diferença nos indices de anti -apoptose (Bcl-2) entre CEC

pouco diferenciado, Carcinoma não queratinizado e carcinoma linfoeptelioma, mostrando que há um fator anti -apoptótico da via intrínseca nos casos de carcinoma não queratinizados e que essa diferença poderia ser util izada como um poss ível método para realizar, ou auxiliar no diagnóstico de tumores com esses tipos histológicos, de forma mais rápida e barata.

Os achados parecem fundamentar as observações feitas no trabalho citado e s ugerem a existência de um “padrão” que pode ser melhor comprovado através de outros métodos, como por exemplo, a pesquisa do virus EBV pelo método de CISH, e a util ização de outros marcadores l igados as vias da apoptose como CD95 (receptor de ativação da apoptose). A caspase, apesar de não apresentar diferença significante mostrou uma tendência entre os CL e CnQ, a

expressão da caspase foi baixa nos três grupos, com uma média menor nos casos de CnQ (0,13% com EBV e 0,36% sem EBV), como as caspases são cisteínas proteases que coordenam e regulam a via extrinsec a da apoptose, dependendo do método estudado a expressão da caspase pode indicar a ativação ou a presença da caspase. No nosso caso a imunoistoquímica indicou a presença da proteína onde os casos de CL tinham uma expressão maior em relação ao CnQ,

sugerindo baixa apoptose nesse tipo de neoplasia.

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Nome do trabalho: Estudo da atividade “in vitro” do gel vaginal de Schinus terebentifolius Raddi em Candida albicans,

Staphylococcus aureus e Escherichia coli Autor: Sun Young Lee Orientador: Prof. Dr ͣ Sônia Maria Rolim Rosa Lima

RESUMO Introdução: A vaginose bacteriana representa um dos principais distúrbios ginecológicos, resultante de uma infecção

causada pela proliferação anormal do microbioma vaginal natural. As medicações antibióticas ou quimioterápicas

util izadas atualmente para o seu tratamento (drogas como metronidazol e clindamicina) podem interferir no microbioma

vaginal, podendo piorar a colônia de bactérias vaginais, uma vez que podem destruir, além dos microrganismos

patogênicos, os lactobacilos naturais, fundamentais para o mecanismo de defesa contra infecções. Por este motivo, a taxa

de recidiva é bastante elevada e o desenvolvimento de sintomas de candidíase vaginal torna -se frequente. O Schinus

terebinthifolius Raddi é uma planta medicinal conhecida no Brasil como “aroeira da praia”, largamente encontrada desde o

l itoral norte ao litoral sul brasileiro. Na literatura científica, relata -se que essa planta apresenta atividade antimicrobiana e

atua efetivamente no controle da vaginose bacteriana, ao reduzir a população anaeróbica da vagina e eliminar os sintomas

decorrentes, sem prejudicar a flora endógena. A indicação terapêutica à base de Schinus terebinthifolius Raddi é bastante

relevante para as pacientes com vaginose bacteriana , pois o uso medicinal da aroeira está muito difundido entre a

população, principalmente a nordestina. Entre as vulvovaginites, a candidíase vulvovaginal (CVV) é um diagnóstico

presente na prática diária em ginecologia e sua incidência tem aumentado drasti camente. É um distúrbio ocasionado pelo

crescimento anormal de fungos, principalmente de Candida albicans (84% dos casos de CVV). Objetivo: Avaliar in vitro a

eficácia do Schinus terebinthifolius Raddi e sua suscetibil idade na associação da Candida albicans e Escherichia coli e à

associação da Candida albicans e Staphylococcus aureus, analisando o potencial de redução desses microrganismos frente

à aroeira e sua posterior associação com antimicrobianos. Método: Para os testes realizados foram util izadas 01 cepa ATCC

de C. albicans, 32 cepas de S. aureus e 32 cepas de E. coli. Em cada experimento, preparou-se 5 tubos de ensaio contendo

(1) 1,0 ml de C. albicans; (2) 1,0 mL de S. aureus ou E. coli; (3) 1,0 mL de C. albicans + 1,0 mL de S. aureus ou E. coli; (4) 1,0

mL de C. albicans + 1,0 mL de S. aureus ou E. coli + 1,0 mL de Schinus; (5) 1,0 mL de C. albicans + 1,0 mL de S. aureus ou E.

coli + 1,0 mL de Schinus + 01 disco de cetoconazol. Após 24h de incubação, semeou -se as soluções em uma placa de 150

mm de Agar Muller-Hinton, dividida em cinco partes, reincubou-se por 24h e 48h para observação e comparação do

crescimento dos microrganismos, analisando se houve redução ou não de sua multiplicação. Os resultados foram

submetidos à análise estatística e o método util izado foi o Teste de McNemar. As hipóteses levantadas foram: H0 - Não

existe diferença na redução; H1 - Existe diferença; sendo p < 0,05 para haver significância do resultado. Resultado: Nas

partes 1 (C. albicans), 2 (S. aureus ou E. coli) e 3 (associação de C. albicans com S. aureus ou com E. coli) de todas as placas

de Agar Muller-Hinton, foram considerados crescimentos máximos dos respectivos microrganismos presentes. As

referências util izadas para comparar a redução de colônias das partes 4 e 5 em relação às partes 1 e 2 (crescimento

máximo) de cada placa dos experimentos foram: não cresceu (colônia), redução acentuada (do crescimento para menos

que 10 colônias) e redução mínima (do crescimento, ou seja, menor que o crescimento máximo e maior que 10 colônias).

Na parte 4 (C. albicans + S. aureus ou E. coli + Schinus), após 24h de incubação, houve redução significante de colônias de

S. aureus maior que a de C. albicans (p = 0,000), redução significante de colônias de E. coli maior que a de C. albicans (p =

0,048) e, ao comparar a redução de crescimento entre ambas as bactérias, redução significante de colônias de S. aureus

maior que a de E. coli (p = 0,027). A tendência permanece após 48h de incubação embora, em alguns resultados, não seja

possível calcular o valor de p devido à l imitação do teste de McNemar. Na parte 5 (C. albicans + S. aureus ou E. coli +

Schinus + cetoconazol), a redução da multiplicação de colônias de S. aureus continuou maior que a de C. albicans, com

valor significante (p = 0,000), houve redução significante de colônias de E. coli maior que a de C. albicans (p = 0,027) e

redução significante da multiplicação de S. aureus superior à de E. coli (p = 0,001). Conclusão: Com relação ao crescimento

das colônias dos microrganismos quando isolados (partes 1 e 2), considerados crescimentos máximos, foi observada

redução da multiplicação destas quando colocadas no mesmo meio (C. albicans com S. aureus ou E. coli) associadas ao S.

terebenthifolius e, posteriormente, adicionado o cetoconazol. Comparando-se fungos e bactérias, evidenciou-se que a

redução destas foi maior que a daqueles. Entre as bactérias, a diminuição do crescimento foi maior em S. aureus do que

em E. coli. Sabendo-se que o tratamento de vaginose bacteriana com medicações antibi óticas pode alterar a flora vaginal

natural, com possibilidade de alterar importantes mecanismos de defesa contra infecções, como a candidíase vaginal, o gel

de aroeira pode ser uma indicação de tratamento da vaginose bacteriana, pois combateria os agentes patogênicos sem

prejudicar a flora endógena. A redução significante do crescimento de S. aureus quando submetida ao Schinus poderia ser

estudada com maior profundidade para tratamento de dermatites. Para melhor avaliação da eficácia do Schinus

terebenthifolius Raddi no tratamento de vaginose bacteriana, mais estudos devem ser realizados com maior número de

amostras destas e outras bactérias, analisando possíveis efeitos sobre o ecossistema vaginal.

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Nome do trabalho: Morfometria Baseada no Voxel de substância branca de pacientes pediátricos obesos: um

estudo caso-controle Autor: Felipe Storti Martins Co-autor: LeonardoSardas

Orientador: Ricardo R Uchida RESUMO

Introdução: A obesidade infantil é hoje um problema de saúde pública. No Brasil, 4,1% das crianças tinham sobrepeso em 1974 e, segundo o IBGE, em 2006 esse dado já ultrapassava 30% das crianças. A obesidade é considerada como uma

condição bastante complexa. Diversos estudos de neuroimagem em obesidade têm contribuído para en tendimento da neurobiologia da mesma. A morfometria Baseada no Voxel é uma técnica lançada há cerca de 15 anos e já amplamente util izada. Quase

completamente automatizada e muito mais rápida que métodos tradicionais, é capaz de detectar alterações de volu me em toda á área cerebral. Tem sido bastante util izada em estudos de neuroimagem estrutural em obesidade, mas, relativamente, com poucos estudos focando em substância branca. Em pacientes pediátricos, estudo demonstra aumento difuso de volume de substânci a branca. Já em adultos, estudos tem demonstrado diferença em direção oposta, de

diminuição de volume de substância branca. Nesse contexto, nosso estudo pode ter uma contribuição significativa. Nossa população em estudo apresenta perfi l de idade intermediá rio entre os estudos supracitados. Além disso, avaliaremos também o perfi l inflamatório de nossos voluntários. Isso nos permitirá responder se adolescentes tem alterações de volume de substância branca, em que direção é esta diferença, em que localização estas diferenças ocorrem e se estas

têm relação com o perfi l inflamatório dos voluntários, dando-nos uma possível explicação para esta discrepância entre os estudos pregressos. De fato, estudos têm demonstrado alterações no perfi l inflamatório de pacientes obesos.

Objetivo: O estudo possui caráter exploratório, a procura de alterações do volume regional de substância branca em adolescentes obesos, correlacionando estas alterações com a dosagem sérica de mediadores inflamatórios. Método: Serão selecionados 60 pacientes adolescentes obesos, emparelhados com 60 controles saudáveis, sem doença clínica, neurológica e psiquiátrica atual ou pregressa relevante. Já contamos com todas as imagens já coletadas. Os

voluntários são selecionados no ambulatório de obesidade infantil da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) e através de anúncios na comunidade. Critérios de exclusão e contra -indicações de Ressonância Magnética: objeto ferromagnético no corpo (próteses ósseas, clipes metálicos, etc), marcapasso cardíaco e gravidez. Serão avaliados pressão

arterial, peso, estatura, índice de massa corporal, glicemia, insulinemia, colesterol total e frações e triglicérides. As imagens de pacientes estão sendo obtidas em um aparelho Achieva 3.0 T Philips, pertencente ao Instituto de Radiologia da FMUSP. A MBV será realizada através do pacote Statistical Parametric Mapping, version 8 (SPM8), executada no interpretador de comandos MATLAB 6.1.0.450 release 12.1. Para maior detalhamento metodológico, ver Uchida et al,

2008..

Estão sendo coletadas medidas quantitativas de TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-10 e amilóide sérico a, proteína c reativa, leptina e insulina.A análise estatística dos dados será realizada através do programa estatístico “SPSS 8.0 for Windows, 1997”. Dados paramétricos serão analisados através de teste t de Student. Já dados não paramétricos por teste Qui Quadrado.Os pais e os próprios pacientes somente podem participar do presente estudo após leitura e assinatura do

termo de consentimento informado. Resultados: O projeto sofreu atrasos, principalmente devido aos problemas apresentados pelo aparelho de ressonância magnética. Por conta disso, as analises de neuroimagem não foram concluídas, impossibil itando resultados baseados

nelas. Entretanto, já obtivemos dados clínicos significativos que foram apresentados no relatório final. Conclusão: Devido aos atrasos acima descritos, não foi possível chegar a uma conclusão final correlacionando a Morfometria Baseada em Voxel de Substancia Branca e a Obesidade Infantil, uma vez que nao foi possivel analisar as neuroimagens. No entanto, os dados apresentados no relatório final já mostram algumas diferenças significativas entre o

grupo de pacientes e o grupo controle. Com o final das coletas das imagens, estamos realizando as anal ises da mesmas.

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Nome do trabalho: Estudo comparativo da associação entre o tipo de anestesia e desfecho pós -operatório em pacientes submetidos à cirurgia colorretal usando bomba de pca sem opioide e com uso de opioide

Autor: Jorge da Silva Kawano Orientador: Prof. Dr. Marcelo Vaz Perez

RESUMO Introdução: O câncer colorretal (CCR) representa uma das principais causas de morte por câncer no mundo. No Brasil, o CCR está entre as cinco primeiras causas de mortalidade por câncer. As cirurgias necessárias para tratamento de câncer colorretal representam um estresse cirúrgico importante para os pacientes e estudos mostram que a técnica anestésica pode influenciar no resultado de longo prazo das cirurgias abdominais. Objetivo: A pesquisa tem por objetivo avaliar o efeito da analgesia com bomba de infusão contínua peridural no período

pós-operatório de cirurgia colorretal e quantificar o consumo de opioide, assim como as complicações no pós -operatório (sedação, bradicardia, hipotensão, náusea e vômito, íleo paralítico) e satisfação do paciente. Método: Serão avaliados 30 pacientes submetidos à cirurgia eletiva colorretal. O estudo prospectivo duplo -encoberto. Trinta pacientes submetidos à cirurgia colorretal serão divididos aleatoriamente em dois grupos (grupo morfina peridural GM e grupo bupivacaína peridural GB). No grupo GM será administrado 2 mg de morfina via peridural diluída em

bupivacaína 0,125% 5ml no início do procedimento, associada a infusão contínua peridural de soro fisiológic o 10 mL/h. No grupo GB será administrado bupivacaína 0,125% 5ml no início do procedimento, associada a infusão contínua de bupivacaína 0,125% e clonidina 1mcg.ml -1. Todos os pacientes receberão analgesia multimodal com dipirona 2g EV 6/6h, cetoprofeno 100mg 12/12h, se ENV maior que 5, será administrado morfina 2 mg EV 10/10 min dose máxima de 15mg.

Resultado: Os resultados foram analisados por meio do programa SPSS. O tamanho total da amostra foi de 18 pacientes (9 para morfina, 6 para clonidina e 3 exclusões por não preenchimento dos critérios de inclusão). Foram realizadas comparações dos diversos desfechos pós -operatórios em relação ao tipo de medicamento util izado (morfina x clonidina). A escala de dor foi tratada por meio do Teste de Kruskal -Wallis e as demais análises foram feitas baseando-se no Teste Exato

de Fisher. Obteve-se uma melhor analgesia com o uso de morfina, encontrando-se um p < 0,05 (p=0,005). Não houve diferença estatística significante para os desfechos náusea/vômito (p > 0,6), íleo para lítico (p > 0,4), hipotensão (p > 0,7) e resgates de morfina (p > 0,3). Houve significância estatística em relação à quantidade de bólus de PCA solicitados pelos pacientes, sendo maior naqueles com o uso de clonidina, perfazendo um p < 0,005 (p=0,006), este fato pode ser explicado

devido ao tempo de latência da clonidina ser, aproximadamente, metade daquele verificado na morfina. Analisando o nível de satisfação dos pacientes, foi possível verificar que tanto com o uso de morfina quanto com a clonidina, a s atisfação foi boa, não havendo diferença estatística significante entre o uso dos dois medicamentos, o valor encontrado foi de p > 0,4

para o desfecho Satisfação. Conclusão: A satisfação dos pacientes foi boa com o uso dos dois medicamentos. Os efeitos col aterais como íleo paralítico e náusea/vômito foram estatisticamente iguais para ambos os fármacos, porém sabe-se que os opioides predispõem ao surgimento desses efeitos, a não significância pode ter ocorrido pela amostra ter sido menor que a esperada para a

conclusão do estudo. O estudo foi prejudicado pelo conturbado período financeiro que vive a Santa Casa de São Paulo, nos últimos meses houve uma sistemática redução das cirurgias eletivas culminando com o cancelamento total delas nas últimas semanas. Diante dessa situação, o tamanho da amostra teve um revés significativo, estando a resolução desse fato além da capacidade dos envolvidos no trabalho, por se tratar de uma causa institucional. Porém diante dos resultados

conseguidos, pode-se dizer que ambos os medicamentos foram efetivos para o bom desfecho pós -operatório dos pacientes, possivelmente sendo a clonidina mais efetiva que a morfina quando se levar em consideração a provável menor incidência de náusea/vômito e íleo paralítico atribuída à clonidina, o que poderia ter sido constatado com o tamanho

original da amostra pretendida no estudo.

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Nome: Hipovitaminose D e proteinúria em receptores de transplante renal

Autores: Diogo Cesar dos Santos, Co-autor: Will ian da Cunha Gripp Orientadora: Profa. Dra. Yvoty Alves dos Santos Sens

RESUMO

Introdução: A síntese endógena de vitamina D se inicia na pele, a partir de 7 deidrocolesterol (7 -DHC), que sob ação da luz

ultravioleta, transforma-se em vitamina D3 (colecalciferol), que será convertida pelos hepatócitos em calcidiol (25(OH)D). A vitamina D2 (ergosterol), obtida através da ingesta, também sofrerá transformação hepática em 25(OH)D, que é a principal forma de armazenamento da vitamina D. O processo de ativação da 25(OH)D se d á principalmente nos túbulos

renais proximais, processo em que a enzima 1-α-hidroxilase, sob estímulo do PTH¹, faz uma reação de catalisação que resulta no produto 1,25-diidroxi-vitamina D (1,25(OH)2D) que é a forma ativa da Vitamina D².

A 1,25 (OH)2 D – forma

ativa da vitamina D - desempenha importantes funções em diversos processos fisiológicos, como regulação do metabolismo do cálcio e fósforo, mantendo concentrações plasmáticas adequadas para mineralização óssea. Tam bém, a

1,25 (OH)2D regula a proliferação, diferenciação e apoptose tanto de células normais quanto neoplásicas, e sua deficiência aumenta o risco de câncer, doença cardiovascular, doença autoimune, diabetes mellitus tipo 2 e doenças infecciosas

3. Em

receptores de transplante renal, diversas alterações clínicas e laboratoriais podem ocorrer após o transplante e comprometer o prognóstico. Entre elas, a proteinúria é uma alteração indicadora de menor sobrevida

4, podendo estar

presente em até 97% dos pacientes um ano do transplante e 94% dos pacientes com mais de um ano de transplante 5

. A vitamina D é reconhecidamente um elemento renoprotetor em pacientes com DRC

6,7 e há estudos em animais com

doença renal mostrando que o tratamento com agonistas do receptor de vitamina D (VDRA) tem diminuído a albuminúria,

inibido a glomeruloesclerose e a inflamação glomerular 8

. Há autores que demonstram relação entre hipovita minose D e proteinúria em receptores de transplante renal

9 e há evidências de que a suplementação com vitamina D tem diminuído a

proteinúria em pacientes transplantados renais 10

Objetivo: Analisar a relação entre vitamina D e proteinúria de 24h em pacientes receptores de transplante renal.

Método: Foram incluídos no estudo retrospectivo de análise de prontuários os receptores de transplante renal acompanhados no ambulatório de Nefrologia da Santa Casa de São Paulo. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO - pacientes com idade ≥ 18 anos, transplantados renais há mais de seis meses, com dosagem de vitamina D e proteinuria de 24h. CRITERIOS DE EXCLUSÃO - Pacientes sem acompanhamento ou com dados insuficientes. Pacientes com sintomas e sinais de infecção ou

diagnostico de neoplasia, seis meses antes do estudo. MÉTODO - O estudo incluiu 83 receptores de transplante renal (RTR) adultos, de ambos os sexos. Foram analisados retrospectivamente os dados demográficos, clínicos e bioquímicos (vitamina D sérica, cálcio, fosforo, depuração de creatinina (CKD-EPI (ml/min/1,73m²)), PTH e proteinúria de 24h

(considerada normal < 300 mg em 24h). Calculou-se a prevalência de hipovitaminose D (vitamina D < 30ng/ml), e posteriormente foram comparadas as características demográficas, clini cas e bioquímicas dos pacientes com e sem hipovitaminose D. ANÁLISE ESTATÍSTICA- Os dados obtidos foram tabulados no Microsoft Excel 2010 e comparados pacientes com e sem hipovitaminose D pelo teste t ou qui -quadrado, quando adequado. Os dados foram expressos em

medias±desvio padrão ou frequências, e considerados significantes se P ≤ 0,05. Resultados: Hipovitaminose D esteve presente em 60,2% (50/83) dos RTR. A comparação dos dados demográficos e clínicos entre os pacientes com valores normais de Vitamina D (n=33) com pacientes com hipovitaminose D (n=50) não

mostrou diferença significante. Também não houve diferença significante nos valores de cálcio, fosforo, PTH ou depuração de creatinina. Entretanto, RTR com hipovitaminose D mostraram maior prevalência de proteinúria que pacientes com valores normais de Vitamina D (72% versus 33,3%, P=0,001). Conclusão: Na população estudada de receptores de transplante renal, a prevalência de hipovitaminose D foi alta e

observou-se associação entre hipovitaminose D e a presença de proteinúria. Alguns autores também encontraram essa associação em receptores de transplante renal, mas ainda não foi demonstrado relação causal direta entre hipovitaminose D e proteinúria.

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Nome do trabalho: : Interpretação da Formação de Fibrilas Amiloidais em Sequencias Peptídicas. Relevância para o Diabetes mellitus Tipo II.

Autor: Ricardo Lobato Chinarelli Orientador: Profª Drª Luciana Malavolta Quaglio

RESUMO

Introdução: Embora extremamente relevante, o problema da agregação de peptídeos e proteínas ainda está longe de ser elucidado. Em termos fis iológicos, as patologias relacionadas a essas agregações são as denominadas amiloidoses que se caracterizam pelo depósito de fibrilas amiloidais no organismo. Desta forma, a amiloidogênese é um importante processo

biofísico, que está associado a dezenas de doenças degenerativas humanas, entre elas, a Doença de Alzheimer (DA) e o Diabetes Mellitus Tipo II (DM-II). O presente estudo tem como objetivo avaliar o processo de formação de fibrilas amiloidais de segmentos peptídicos relacionados à DA e ao DM-II, correlacionando com fatores físico-químicos que possam inibir este processo.

Objetivo: O principal objetivo deste trabalho é coletar características físico-químicas adicionais das sequencias amiloidais para termos de uma melhor compreensão do fenómeno de as sociação complexa da cadeia peptídica desta especial classe de sequências agregantes, relacionados com DA e DM- II para posterior proposição de rotas alternativas para inibir ou reverter esse tipo de processo .

Método: Para atingir o objetivo , os fragmentos peptídicos ATQRLANFLVHSS e SNNFGAILSS , ambos responsáveis pela agregação de peptídeo amilina ( hIAPP ) relacionado com o DM- II e a sequência HQKLVFFAED , um dos fragmentos responsáveis pela agregação do péptido β- amilóide , responsável pela DA foram sintetizados . Depois dos processos de

síntese de péptidos em fase sólida, caracterização e purificação dos mesmo , estudos de solubilidade foram realizados em diferentes tipos de solventes ( fortemente eletrofíl icos e nucleofíl icos ou neutras ) à esper a de ver uma correlação direta entre a polaridade do meio e solubilidade . A dispersão de luz e de fluorescência, técnicas espectroscópicas, foram util izadas para avaliar o grau de associação / dissociação desses mesmos peptideos , bem como a formação de f ibrilas

amilóides util izando a fluorescência de ThT Resultado: Os estudos de solubilidade mostraram que as forças de dissociação deste tipo de agregados tais como as sequências destes péptidos parecem ocorrer de forma mais favorável em solventes com caracteristicas de serem fortes

doadores de eletrons ( DMSO ) ou forte aceitador de electrons ( HFIP ) . Quando a água , um solvente fortemente eletrofil ico, foi adicionado a outros solventes orgânicos polares fortes pode ser observada uma diminuição significati va na solubilização de todos os péptidos, mesmo que em diferentes graus sendo maior quando misturado com DMSO e , em menor grau , com o HFIP . Estes resultados indicam que existe um efeito de neutralização entre a molécula de a água ácida

e o DMSO básico, mas este efeito não ocorre com o HFIP ácido . Além disso , através da combinação de fluorescência e dispersão da luz com os dados obtidos nas experiências de solubilidade , foi possível concluir que os agregados de fragmentos peptidicos desempenha um papel crucial na sua grande propensão para a formação de fibrilas .

Conclusão: O entendimento do complexo mecanismo de associação/dissociação destes peptídeos é de fundamental relevância para a proposição de possíveis inibidores de formação de fibrilas amiloidais relacionados tanto a DA quanto ao DM-II. Baseado nos resultados obtidos foi possível chegar preliminarmente a hipóteses onde solventes com elevada diferença entre os termos AN e DN são bons desagregantes de fibrilas amiloidais. Produtos químicos também baseados nos conceitos de AN e DN

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Nome do trabalho: Evolução das anormalidades citológicas nos últimos dez anos na Santa Casa de São Paulo Autor: Débora Lempkovitz Manor

Co-autor: Débora Davalos de Albuquerque Maranhão Orientador: Adriana Bittencourt Campaner

RESUMO

Introdução: O câncer de colo uterino é um problema de saúde pública no mundo pois representa o quarto tumor mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte por câncer em mulheres no mundo. Embora de fácil detecção

precoce e cura, no Brasil, é a terceira localização primária de incidência e de mortalidade por câncer em mulheres. Para se prevenir do câncer de colo do útero, existem dois tipos de condutas a serem tomadas: a prevenção primária e a secundária. A prevenção primária está relacionada ao controle da exposição aos fatores de risco, principalmente à diminuição do risco de contágio pelo HPV. A prevenção secundária, por sua vez, está relacionada à sua detecção precoce e

é essencial para um bom prognóstico, pois mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura. Nas mulheres assintomáticas, essa detecção é realizada através do rastreamento da doença e de suas lesões precursoras pelo exame citopatológico (Papanicolau), estabelecido pelo Ministério da Saúde. Objetivo: Levantar e correlacionar os dados de exames de citologia oncológica, realizados nos últimos dez anos nos

hospitais da Santa Casa de São Paulo. Bem como correlacionar os dados obtidos com as diretrizes atuai s brasileiras buscando possíveis pontos de melhoria no sistema de rastreio do câncer de colo uterino. Método: Estudo retrospectivo realizado através do levantamento dos resultados de todas as citologias cérvico -vaginais

realizadas no Hospital da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo entre janeiro de 2006 e dezembro de 2014 e aprovado pelo comitê de ética CAAE:31062814.3.0000.5479. Os dados foram obtidos no Centro de Processamento de Dados (CPD) desta instituição. Resultado: Foram analisadas inicialmente um total de 178.421 citologias cervico-vaginais, colhidas em um período de 8

anos. Deste total de exames foram excluídas do estudo 1.346 citologias, que foram classificadas como insatisfatórias, restando um total de 177.075 de citologias satisfatórias. As citologias satisfatórias foram divididas ainda como adequadas à avaliação (presença de epitélio escamoso associado a outro epitélio glandular ou metaplásico), e inadequadas. Observa -se

que a adequabilidade das citologias s ofre importante declínio a medida que a idade progride, com pico de queda a partir dos 45 anos. A prevalência das anormalidades citológicas vem se mantendo estável com o passar dos anos, com variação mínima entre 4 e 6%, apesar de o HPV estar aumentando sua incidência na população. Podemos verificar que a citologia ASCUS (57,14%) foi a mais encontrada, seguida pela citologia LIEBG (20,75%). Ambas somam mais do que 77% dos casos

alterados. Verifica-se que a LIEBG é mais comumente encontrada em adolescentes e mulheres jovens, diminuindo sua prevalência com o evoluir da idade, enquanto as outras alterações (ASC-US, ASC-H, AGC E LIEAG) aumentam sua prevalência com o evoluir da idade. Conclusão: A porcentagem de citologias alteradas ao longo dos 8 anos estudados manteve-se estável por volta de 5%,

apesar do aumento da incidência do HPV em nossa sociedade. As principais alterações são as de baixo grau (ASCUS e LIEBG)- 77% das alterações citológicas. Entretanto, as lesões sabidamente de alto grau somam 8% de todas as citologias alteradas, o que ainda representa uma preocupação à nível de saúde pública.A maior porção de citologias alteradas se

encontrar no grupo das mulheres na menacme (o que pode ser explicado principalmente pela maior exposição das mulheres na menacme ao vírus do HPV, devido ao maior número de relações sexuais em relação às mulheres na pós menopausa), entretanto aquelas de maior grau se concentram nas mulheres em pós menopausa. Diante disso, é questionável o atual programa de rastreio determinado pelo Ministério da Saúde, que prevê a realização do teste de

Papanicolau para mulheres até os 64 anos, com dois exames negativos nos últimos 5 anos, apenas.11

Talvez uma maior extensão em relação a idade máxima de realização do Papanicolau pudesse prevenir a existência de lesões de alto grau e malignas do colo do útero nessa idade. Além disso, nas mulheres na pós menopausa se concentra a maior porcentagem de amostras inadequadas (presnça apenas do epitélio da ectocervice), devido principalmente ao processo d e atrofia vaginal

que acontece nesse periodo, tornando o rastreio de lesões malignas do colo do útero menos efetivo. Talvez adicionando-se outro método aliado ao Papanicolau no rastreio, como a captura híbrida para HPV, torne-o mais eficaz

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Nome do trabalho: Profilaxia de Infecções Relacionadas à Derivação Ventriculoperitoneal Autor: Alexandre Welikow Orientador: Américo Rubens Leite dos Santos

RESUMO

Introdução: A derivação ventriculoperitoneal (DVP) é o procedimento neurocirúrgico mais comum para o tratamento da

hidrocefalia. Ainda que de baixa complexidade técnica, a DVP apresenta taxas de infecção pós -operatória entre 0,19% a 50% (Choux et al, 1992), com médias entre 10% a 20% (Lee et al, 2012; Reddy et al, 2012; Gutierrez -Murgas et al, 2014). A detecção precoce da infecção, sendo em 50% dos casos no primeiro mês do pós -operatório e em mais de 90% ao longo dos seis primeiros meses, leva a considerar que os microrganismos patogênicos foram introduzidos no momento da

intervenção (Camboulives et al, 2002). Muitos desses agentes são bacterianos e estão presentes na flora cutânea do paciente como Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus, Propionilbacterium spp. e do gênero Corynebacterium. Na maioria das vezes, entretanto, estes não são identificados na pele do paciente, sugerindo assim, outras fontes de contaminação (Choux et al, 1992). Múltiplos estudos propõem diferentes técnicas preventivas para a redução de taxas de

infecção, adotando rígidas medidas pré, peri e pós -operatórias de técnica cirúrgica e de antibióticoprofilaxia (Choux et al, 1992; Fail lace, 1995; Mottolese et al, 2000; Pattavilakom et al, 2007; Kestle et al 2011; Parker et al, 2015). Para o melhor aproveitamento dos protocolos, o reconhecimento de possíveis determinantes das infecções do sistema nervoso central

(SNC) relacionadas a DVP é uma importante ferramenta no direcionamento da equipe para a prevenção primária destas infecções. Objetivo: Quantificar e descrever a taxa de infecção por paciente e descrever a infecção relacionada a o cateter de DVP por etiologia, por resultados laboratoriais e por técnicas cirúrgicas observadas na Disciplina de Neurocirurgia da ISCMSP de

2013 a 2015. Método: Estudo de coorte retrospectiva com amostra consecutiva considerada homogênea e calculada de 8 4 indivíduos. Critérios de inclusão: indivíduos submetidos a cirurgias eletivas de colocação de DVP de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. Critérios de exclusão: a. Indivíduos que tenham colocado outras DVPs antes do período de estudo, b. Que

apresentem infecção ativa do SNC durante a cirurgia conforme os critérios diagnósticos deste estudo adaptados do Centers for Disease Prevention and Control (CDC) e do National Healthcare Safety Network (NHSN) (Horan et al, 2008), c. Que apresentem conflitos de informações entre prontuário impresso e histórico eletrônico do paciente, e d. Que tenham

marcações de infecção em serviços externos à ISCMSP. Para definição de infecção-relacionada-ao-cateter de DVP foi util izado um instrumento adaptado de Conen (Conen et al, 200 8) e do CDC e do NHSN (Horan et al, 2008). Para a coleta de informações foi criado um questionário respondido por meio da pesquisa ativa em prontuários. O banco de dados criado foi em seguida revisado por dois pesquisadores independentes e analisado combin ando informações. Foram util izados

para a descrição estatística variáveis categóricas como frequências analisadas pelo Fisher Exact test e por Mantel -Haenszel, e variáveis contínuas como média e mediana. São considerados significantes p ≤ 0,05. Resultado: 112 prontuários requisitados no Serviço de Arquivo Médico e Estatística da instituição, onde 81 (72,3%) foram

acessados. 15 indivíduos infectaram de um total de 70 cirurgias, quantificando taxa de 21,42% IRAC por cirurgia; com idade média de 35,6 anos e média de 37,73 dias após a cirurgia, sendo que 53,34% infectou dentre o primeiro mês e 100% infectou nos primeiros 6 meses do seguimento; taxas de infecção por etiologia: 31,57% pós infecciosa, 5,27% trauma e 15,79% malformações, tumor cerebral, pós -hemorrágica e hidrocefalia de pressão normal cada. A primeira responde por 6

de 15 casos de IRAC, e 10 dos casos sem IRAC com p = 0,091 não significante por Fisher Exact-test. 9 culturas de líquor positivas (60%), sete isolaram Staphylococcus aureus (SA) (77,8%) e duas Staphylococcus coagulase-negativa (SCN) (22,2%). Três hemoculturas foram positivas (20%), duas isolaram SA e uma SCN, sendo os microrganismos isolados no líquor e no sangue concordantes entre os 3 pacientes. Técnicas cirúrgicas: topografia ventricula r do cateter (frontal direita ou

esquerda, parietal direita ou esquerda, ou outra), tipo de válvula (Sophysa, CODMAN ou outra) e tempo de cirurgia (≤ 60 ou > 60 minutos), não sendo encontrada nos três, diferença estatisticamente significante (p = 0,674, p = 0,659 e p = 0,541, respectivamente). Conclusão: A DVP apresenta alta taxa de IRAC e o conhecimento de seus determinantes direciona a prevenção primária infecciosa

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Nome do trabalho: Prevalência de Contaminação de Bactérias Multirresistentes dos Teclados da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Autor: Celina Prado de Lima Souza Co-autor: Rachel Momente Miquelin

Orientador: Alessandra Navarini

RESUMO

Introdução: Equipamentos e materiais diversos de uso comunitário podem albergar uma microbiota bacteriana mista bastante rica e representar potenciais fontes de infecção para os usuários. A correta desinfecção nem sempre ocorre com a frequência apropriada, de maneira que entramos em contatos com microrganismos contaminantes presentes no ar

ambiental ou aderidos ao equipamento pela sua util ização pela comunidade. Singh et al (2002), preocupados com a transmissão e a contaminação de objetos de uso pessoal, analisaram a contaminação dos pagers util izados por profissionais que estão envolvidos diretamente no atendimento a pacientes e concluíram que em 3/100 pagers (3%) as culturas revelaram a presença do Staphylococcus aureus resistentes a Meticil ina (MRSA)1. Esses novos testes são

atrativos porque ressaltam a importância da higiene das mãos e das superfícies. A cada ano as empresas americanas perdem cerca de US$ 1.685 por funcionário em razão de ausências do serviço e de idas ao trabalho mesmo quando estão doentes (o que espalha os germes entre seus colegas). Existem três grupos de bactérias: aq uelas exclusivamente

patogênicas, as que constituem a microbiota transitória e a microbiota normal, que é basicamente indicativa de bactérias e fungos residentes permanentes de certos locais do corpo. Sendo assim, a microbiota normal do corpo humano é encontrada na maioria dos indivíduos, habitando pele e mucosas, podendo determinar infecções raramente ou em pacientes imunocomprometidos. Microrganismos patógenos são aqueles capazes de causar doença; agentes que

raramente causam infecção em indivíduos imunocompetentes, mas geram infecções graves em indivíduos imunocomprometidos serão classificados como "patógenos oportunistas". Pessoas com má higienização das mãos podem servir como fonte de infecção para outros indivíduos tendo contato com estas superfícies, e o número de indivíduos e aglomerações humanas aumentam esse processo. É de interesse, portanto, a avaliação do papel destas superfícies

eventualmente contaminadas por microrganismos potencialmente patogênicos através de uma pesquisa relacionando: algumas características deste ambiente, a presença de possíveis agentes infecciosos e a discussão do potencial patogênico dos mesmos para o ser humano.

Objetivo: Esse presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência da contaminação de bactérias multirresistentes dos Teclados da FCMSCSP e avaliar o perfi l de sensibil idade dessas bactérias. Método: Os materiais util izados foram os teclados eletrônicos da FCMSCSP e o método foi o seguinte: 1 - A coleta foi feita através de meio de transporte Stuart (swab com ponta de algodão e haste de plástico com meio semi -

sólido). 2 – Separação dos meios de cultura e semeaduras. 3 – Incubação de 18h a 48h. 4 – Identificação.

5 – Resultados. Resultado: Das 154 amostras que coletamos, tivemos 19 amostras negativas e 135 amostras positivas. Das 135 positivas, 15 também continham fungos (Rhodotorula sp., Aspergil lus sp., Pennicil ium sp. e Trichophyton mentagrophytes). Das

bactérias patogênicas que entramos tivemos: dezesseis Staphylococcus aureus (sendo que três delas eram MRSA e uma delas era tembém Gene ERM +), uma Klebsiella pneumoniae, sete Enterococcus sp e uma Pseudomonas aeruginosa. Das bactérias não patogênicas que encontramos tivemos: noventa e três Staphylococcus epidermidis, setenta Micrococcus sp., seis Corynebacterium sp, 42 Bacillus subtilis e um Streptococcus grupo viridans. Ou seja, 89% das bactérias que

encontramos eram não patogênicas e das bactérias patogênicas que encontramos, apenas as MRSA eram resistentes a antibióticos, todas as outras se mostraram sensíveis nos testes de antibiograma. Conclusão: Foi encontrado neste estudo bactérias patogênicas e bactérias da microbiota normal, observando que os

teclados devido manipulação com as mãos são susceptíveis a serem contaminados por bactérias causadoras de i nfeção podem atuar na comunidade como meio de transporte para bactérias resistentes aos antibióticos.

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Nome do trabalho: ANÁLISE DA FUNÇÃO MITOCONDRIAL NAS VARIANTES CONSTITUCIONAIS DO CRESCIMENTO E PUBERDADE Autor: Diogo de Lacerda Veiga Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Longui

RESUMO

Introdução: Variantes normais do tempo de início da puberdade são representadas pela Aceleração Constitucional de Crescimento e Puberdade (ACCP) e pelo seu padrão oposto de maturação, o Retardo Constitucional de Crescimento e Puberdade (RCCP). Estas variantes são consideradas como os extremos do espectro de normalidade no tempo puberal. O metabolismo, o crescimento e o balanço energético da célula são relacionados com a eficiência mitocondrial, e podem potencialmente modular o crescimento puberal. Nossa hipótese de trabalho é que polimorfismos no DNA mitocondrial (DNAmt) podem estar relacionados com as variantes do desenvolvimento ACCP e RCCP. Objetivo: Analisar o complexo III do DNAmt, buscando SNP’s diferenciais associados às variações de crescimento. Método: Incluimos 84 indivíduos: 14 RCCP ; 20 ACCP e 50 mulheres adultas e saudáveis controles com média de desenvolvimento puberal normal. O experimento é constituido pela extração do DNAmt a partir de leucócitos de sangue periférico; e amplificação do complexo III do DNAmt, seguido pelo seu sequenciamento e análise estatística. Resultado: O sequenciamento de 20 casos de ACCP e 14 casos de RCCP nos possibilitou identificar que o SNP G15301A é diferencial entre os grupos e está presente com uma frequência de 75% no grupo de ACCP. O trabalho apresenta atualmente 50 controles, os quais já estão amplificados com os primers do CYTB e estão na fase de sequenciamento. Com esses controles será possível saber a frequência do SNP G15301A na população com desenvolvimento puberal normal. Outros SNPs também foram identificados como diferenciais, porém com menor relevância, tais como: C14911T e A15824G. Conclusão: Neste estudo foi possível identificar SNPs presentes em indivíduos com ACCP e RCCP. Em face da subsequente comparação da presença desta mutação nos casos com e nos controles e sua análise estatística, poderemos averiguar se há possibilidade de que tais variantes do DNAmt estejam relacionadas a estas variações constitucionais do desenvolvimento e puberdade. Estudos futuros devem utilizar ensaios funcionais para investigar o impacto desses SNPs na função mitocondrial.

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Nome do trabalho: Avaliação da cirurgia transesfenoidal endoscópica para controle dos adenomas secretores de hormônio do crescimento (GH) Autor: Caroline Martins dos Santos Leopoldo Co-autor: Felippe Martins dos Santos Leopoldo Orientador: Prof. Dr. Américo Rubens Leite dos Santos

RESUMO

Introdução: Níveis elevados de hormônio de crescimento (GH, "Growth Hormone") e do fator de crescimento semelhante a insulina(IGF-1, "Insuline-like growth factor 1), estão relacionados a acromegalia sendo os tumores na hipófise sua principal causa. O objetivo no tratamento é a normalização dos níveis de GH, IGF -1 e assim reduzir os sintomas e a mortalidade. As opções terapêuticas incluem: terapia medicamentosa, cirúrgica e radioterapia, sendo o tratamento cirúrgico o tratamento de primeira linha. A técnica microcirúrgica transesfenoidal, foi a principal via cirúrgica para esse tipo de tumor, já a técnica endoscópica é uma recente inovação que permite a abordagem de lesões supra e parasselar de forma mais eficiente, especialmente em paciente com macroadenomas invasivos. Objetivo: O objetivo do estudo é analisar o resultado da cirurgia de ressecção endoscópica transesfenoidal para controle de adenomas secretores de GH. Método: Revisão retrospectiva baseada em análise de prontuários de 23 pacientes acromegálicos que foram submetidos `a cirurgia transesfenoidal endoscópica. Controle da doença foi definido com GH basal <1ng/ml, nadir de GH no teste oral de tolerância a glicose menor que 0,4 ng/ml e IGF-1 normal para a idade do paciente, na última consulta. Resultado: No geral, a taxa de remissão endocrinológica foi 39,1% (9 pacientes). Enquanto todos microadenomas alcançaram controle hormonal, apenas um terço dos macroadenomas obtiveram remissão da doença. A presença de extensão suprasselar, invasão do seio cavernoso e altos níveis de GH no pré -operatório foram associados a menores taxas de controle da doença. A complicação mais comum foi diabetes insipidus e a mais grave foi um acidente vascular encefálico isquêmico. Conclusão: A abordagem endoscópica transesfenoidal e uma técnica segura e efetiva para controle dos adenomas hipofisários secretores de GH. A abordagem ao seio cavernoso pode aumentar a morbidade da cirurgia. As extensões suprasselar e de seio cavernoso podem ser um obstáculo a ressecção completa desses tumores

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RELAÇÃO DOS TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

SEM BOLSA – FCMSCSP Apresentação Oral

01. Correlação entre variáveis antropométricas, espirométricas e funcionais em adolescentes obesos Autora: Daniela Costa Malheiros

Co- autora: Nathalia Ferreira Mendes de Oliveira Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia dos Santos Alves 02. Impacto do treinamento combinado na força muscular respiratória de pacientes com escoliose

idiopática do adolescente Autor: Bruno Derwood Mills Costa de Carvalho Orientadora: Profa Dra Vera Lúcia dos Santos Alves

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Nome do trabalho: Correlação entre variáveis antropométricas, espirométricas e funcionais em adolescentes obesos Autora: Daniela Costa Malheiros Co- autora: Nathalia Ferreira Mendes de Oliveira Orientadora: Vera Lúcia dos Santos Alves

RESUMO

Introdução: A obesidade pode afetar o sistema respiratório com aumento de gordura corporal e alterações na mecânica respiratória, tolerância ao exercício, força e endurance dos músculos respiratórios. Objetivo: Correlacionar variáveis antropométricas, espirométricas e funcionais em adolescentes obesos. Método: Este estudo observacional avaliou prospectivamente 15 adolescentes entre 12 e 16 anos, sem comorbidades prévias, irregularmente ativos ou inativos, de ambos os gêneros após aprovação do CEP sob CAEE 34634414.5.0000.5479. Na avaliação os participantes realizaram medidas de peso, altura, espirometria para análise de volumes e capacidades pulmonares e familiarização para cada teste físico de capacidade funcional. Foram realizados o teste da caminhada dos seis minutos (TC6’) e teste do degrau de seis minutos (TD6’) sendo respeitado um intervalo de 30 minutos entre cada teste. A análise de dados foi realizada pelo programa SPSS para observação das correlações de interesse com nível de significância de 5%. Resultado: Observou-se correlação forte e positiva entre capacidade vital forçada (CVF) e volume expiratório forçado no primeiro minuto (VEF1) com a idade (r=0,70; p<0,05); entre VEF1 com massa corporal (r=0,71; p<0,05) e estatura (r=0,86; p<0,05). Houve correlação moderada e positiva entre FEF25-

75% e a estatura (r=0,69; p<0,05); entre CVF e estatura (r=0,68; p<0,05), massa corporal (r=0,63; p<0,05) e IMC (r=0,57; p<0,05); e entre VEF1 e IMC (r=0,56; p<0,05). Ao correlacionar idade, as variáveis antropométricas e espirométricas com a distância percorrida no TC6’ e o número de degraus atingidos no TD6’, observou-se uma moderada e negativa correlação entre estatura e distância percorrida (r=-0,57; p<0,05); e fraca e negativa correlação entre idade, massa corporal, IMC e variáveis espirométricas com os desfechos dos testes funcionais, com um coeficiente de correlação entre 0,39 e 0,20 (p>0,05). Ao correlacionar desfechos entre si observou-se correlação moderada e positiva (r=0,55) entre a distância percorrida e o número de degraus alcançado. Conclusão: Adolescentes obesos com maior adiposidade apresentam menor desempenho em ambos os

testes funcionais, embora demonstrassem maiores valores espirométricos.

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Título do trabalho: Impacto do treinamento combinado na força muscular respiratória de pacientes com escoliose idiopática do adolescente Autor: Bruno Derwood Mills Costa de Carvalho Orientadora: Profa Dra Vera Lúcia dos Santos Alves

RESUMO

Introdução: O exercício sistematizado pode ser utilizado no tratamento de pacientes com escoliose idiopática do adolescente (EIA) que apresentam limitação na força muscular respiratória. Objetivamos assim avaliar as respostas do treinamento combinado na força muscular respiratória dos pacientes com EIA. Método: Foram acompanhados 20 voluntários de ambos os gêneros com deformi dade vertebral ≥ 45 graus, avaliados com radiografia para mensuração do ângulo de Cobb, aleatoriamente encaminhados de um hospital público e universitário do estado de São Paulo de janeiro de 2014 a deze mbro de 2015 após aprovação do CEP com CAEE 16710613.5.0000.5479 e registrado no Clinical Trials (NCT02413788). Todos realizaram as medidas das pressões respiratórias máximas dada pela pressão inspiratória máxima (Pimáx) e expiratória máxima (Pemáx) um dia antes e um dia após o término das 36 sessões de trei namento dado por um protocolo de exercício combinado que contou com exercício aeróbio (30 minutos em esteira) somado ao resistido (oito grupamentos musculares treinados em 10 minutos com uma série de oito repetições em cada grupo). Para a análise estatística do conjunto de dados foi utilizado o programa SPSS 13.1, com a descrição de médias e a aplicação do Teste t Student para observação de correlações. O nível de significância utilizado foi de 0,05.

Resultados: Os pacientes tiveram 91% de aderência às sessões do protocolo. Houve melhora estatisticamente

significante nos valores de Pimáx e na Pemáx com p=0,000.

Conclusão: Concluímos que os pacientes com escoliose idiopática do adolescente apresentam re sposta positiva ao treino combinado na força muscular inspiratória e expiratória máxima.

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