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Os profissionais de educação da rede municipal do Rio de Janeiro aprovaram, na assembleia de 03/11, participar em 11 de novembro (sexta-feira) do Dia Nacional de Greve e Paralisações convocado pelas cen- trais sindicais, Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular. Os profissionais que trabalham em dois turnos vão parar por 1 hora no turno da ma- nhã para discutir os diversos ataques que o governo ilegítimo de Temer, a Câmara de Deputados e o Judiciário estão lançan- do contra os trabalhadores e que já estão repercutindo na rede municipal. Na parte da tarde, esses profissionais participarão do ato no Centro do Rio. Já os profissionais que trabalham em escolas de turno integral também vão paralisar por uma hora no tur- no da manhã para debater a situação e, à tarde, sairão mais cedo para também par- ticipar do ato convocado pelas centrais – a manifestação no Centro do Rio terá concen- tração às 17h, na Candelária. O que a escola precisa discutir? Teto de Gastos 1 - No Senado, a PEC 55 (foi aprovada an- tes pela Câmara como PEC 241) limita pe- los próximos 20 anos qualquer governo que pretenda realizar um pesado investimento em saúde, educação, assistência social e Previdência. Não importa mais o aumen- to da arrecadação dos gastos federais, esta emenda determina que os mesmos não poderão crescer acima da inflação acumulada no ano anterior. Assim, ela revoga uma conquista da sociedade pre- vista pela Constituição Federal de 1988, que vincula os investimentos em saúde e educação à evolução da arrecadação federal, o congelamento das remunera- ções dos servidores públicos da União e do Piso Salarial Nacional do Magistério – veja o gráfico da página 4. Mordaça nas Escolas? 2 - “Lei da mordaça” – tanto a lei Es- cola sem partido quanto o PL 1411/2015, que está em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados, formada em sua maioria por deputados favoráveis ao PL, criam a figura do assédio ideológico, prevendo penas para educadores e estu- dantes. Terceirização 3 - (PL 4.330/2006): o PL da terceiriza- ção ilimitada, que está no Senado. REFORMA NO ENSINO MÉDIO 4 - A MP 746 implanta uma reforma do ensino médio, que condena definiti- vamente o futuro das classes populares ao trabalho precário e mal remunerado 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à educação! O gráfico mostra como a PEC 55, a "PEC Michel Temer" (ex-PEC 241, agora 55), vai atingir em cheio todos os serviços essenciais, congelando os investimentos por 20 anos; por outro lado, quase metade dos gastos referen- tes ao pagamentos de juros e amortizações da dívida não serão atingidos pelo controle da PEC. Ou seja, quem o governo federal quer que pague pela crise é a classe tra- balhadora, que é a que mais utiliza os serviços públicos. Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro Edição Fechada em 07/11/2016

11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à ... · 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à educação! O gráfico mostra como a PEC 55, a "PEC Michel Temer"

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Page 1: 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à ... · 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à educação! O gráfico mostra como a PEC 55, a "PEC Michel Temer"

Os profissionais de educação da rede municipal do Rio de Janeiro aprovaram, na assembleia de 03/11, participar em 11 de novembro (sexta-feira) do Dia Nacional de Greve e Paralisações convocado pelas cen-trais sindicais, Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular.

Os profissionais que trabalham em dois turnos vão parar por 1 hora no turno da ma-nhã para discutir os diversos ataques que o governo ilegítimo de Temer, a Câmara de Deputados e o Judiciário estão lançan-do contra os trabalhadores e que já estão repercutindo na rede municipal. Na parte da tarde, esses profissionais participarão do ato no Centro do Rio. Já os profissionais que trabalham em escolas de turno integral também vão paralisar por uma hora no tur-no da manhã para debater a situação e, à tarde, sairão mais cedo para também par-ticipar do ato convocado pelas centrais – a manifestação no Centro do Rio terá concen-tração às 17h, na Candelária.

O que a escola precisa discutir?

Teto de Gastos1 - No Senado, a PEC 55 (foi aprovada an-

tes pela Câmara como PEC 241) limita pe-los próximos 20 anos qualquer governo que pretenda realizar um pesado investimento em saúde, educação, assistência social e

Previdência. Não importa mais o aumen-to da arrecadação dos gastos federais, esta emenda determina que os mesmos não poderão crescer acima da inflação acumulada no ano anterior. Assim, ela revoga uma conquista da sociedade pre-vista pela Constituição Federal de 1988, que vincula os investimentos em saúde e educação à evolução da arrecadação federal, o congelamento das remunera-ções dos servidores públicos da União e do Piso Salarial Nacional do Magistério – veja o gráfico da página 4.

Mordaça nas Escolas?2 - “Lei da mordaça” – tanto a lei Es-

cola sem partido quanto o PL 1411/2015, que está em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados, formada em sua maioria por deputados favoráveis ao PL, criam a figura do assédio ideológico, prevendo penas para educadores e estu-dantes.

Terceirização3 - (PL 4.330/2006): o PL da terceiriza-

ção ilimitada, que está no Senado.REFORMA NO ENSINO MÉDIO4 - A MP 746 implanta uma reforma

do ensino médio, que condena definiti-vamente o futuro das classes populares ao trabalho precário e mal remunerado

11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55

e os ataques à educação!

O gráfico mostra como a PEC 55, a "PEC Michel Temer" (ex-PEC 241, agora 55), vai atingir em cheio todos os serviços essenciais, congelando os investimentos por 20 anos; por outro lado, quase metade dos gastos referen-tes ao pagamentos de juros e amortizações da dívida não serão atingidos pelo controle da PEC. Ou seja, quem o governo federal quer que pague pela crise é a classe tra-balhadora, que é a que mais utiliza os serviços públicos.

Informativo do Sindicato Estadual dos Profissionais

da Educação do Rio de JaneiroEdição Fechada em

07/11/2016

Page 2: 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à ... · 11 de novembro: 1 hora contra a PEC 55 e os ataques à educação! O gráfico mostra como a PEC 55, a "PEC Michel Temer"

11/11 – 1 hora de paralisação no dia nacional de lutas e participação no ato público

convocado pelas centrais sindicais, às 17h, na Candelária;

19/11 – às 10h, reunião do núcleo de estudos da educação infantil, no auditório do

Sepe Central.

19/11 – às 14h, assembleia da rede municipal (local a confirmar)

25/11 – Dia Nacional de Lutas.

Vamos nos organizar! Vamos construir esta luta! Vamos marcar esse dia com a nossa

contribuição e reacender o ânimo da categoria rumo a paralisações integrais e greves!

Porque só conquistamos lutando!

A sociedade brasileira vive um período dos mais sombrios desde o fim da ditadura militar. Sob o pretexto de evitar a doutrina-ção política dos estudantes, setores ultracon-servadores lançaram a proposta “Escola sem partido” - um processo de criminalização dos profissionais de educação. Essa criminaliza-ção tem dois instrumentos: anteprojetos de lei para serem apresentados no Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores de todo o País e uma notifi-cação extrajudicial para as famílias denuncia-rem os supostos casos de doutrinação.

Na prática, os defensores da Lei da Morda-ça querem um modelo de educação e de es-cola esvaziados de crítica e incapazes de via-bilizar o processo de formação plena e cidadã dos estudantes. É com esse mesmo sentido de golpear os serviços públicos essenciais e particularmente a Educação que o governo golpista de Temer editou recentemente, sem nenhuma discussão com a sociedade, uma medida provisória que reformula para pior o ensino médio; além de ter aprovado, em 1º turno, na Câmara de Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional 241, que congela os investimentos no serviço público por 20

do qual o capital tanto precisa para am-pliar os seus lucros.

5 - PL 257: Com a desculpa de promo-ver a reestruturação fiscal e dialogar com demandas dos governos estaduais, ame-aça com medidas de contenção de custos que vão do arrocho salarial dos servido-res à privatização de estatais, implícita na possibilidade da União aceitar ativos per-tencentes aos Estados (empresas públicas e participações acionárias majoritárias – para futura venda). Isto implicará numa queda da qualidade do serviço público, prejudicando usuários e servidores. Tam-bém abre a possibilidade do não cumpri-mento da política de valorização do salário mínimo.

6 - As alterações na política do Pré-sal através do PLS 131/2015, retirando a ex-clusividade da Petrobrás na exploração do Pré-sal, flexibiliza a soberania energé-tica do Brasil e compromete gravemente os recursos que se originariam do Fundo Soberano para financiar, entre outras po-líticas, a educação e a saúde (75% para a educação e 25% para a saúde). Mais uma meta do PNE que se tornará inócua, pois não haverá recursos para a equiparação da remuneração média do magistério a de outras categorias profissionais de mesma escolaridade ou para o estabelecimento do piso salarial nacional aos funcionários da educação.

7 - Importantes conquistas no campo da política educacional estão em pleno pro-cesso de desarticulação e de esvaziamen-to. O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária e as licenciaturas de edu-cação do campo correm um sério risco de extinção. A redução orçamentária para o primeiro, em 2017 já é da ordem de R$ 5 milhões. O próprio ENEN corre risco, por causa da retaliação do governo federal às ocupações das escolas que estão ocorren-

do em todo o país.

8 - A SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão) do MEC está inviabilizada, na prática, com a exoneração de diversos fun-cionários. As políticas desta secretaria per-mitiram que, de 2007 a 2012, o número de alunos com necessidades especiais nas es-colas regulares passasse de cerca de 306 mil para mais de 620 mil, um aumento de 102,78%. O seu enfraquecimento significa um retrocesso nas políticas direcionadas àqueles mais desprotegidos e precariza-dos socialmente como as diversas popula-ções quilombolas, indígenas, camponeses e ribeirinhas.

9 - Reformas da previdência e trabalhis-ta: aumento do desconto, da idade para aposentadoria e fim da aposentadoria es-pecial e diferenciada, na qual o magisté-rio feminino perderá duplamente. Na área trabalhista, alterações almejadas pelo ca-pital há muito tempo, enfraquecendo o poder de negociação dos sindicatos – o julgado prevalecendo sobre o legislado; ou seja, a decisão de um juiz prevalecerá sobre as leis existentes! E também a reti-rada de benefícios históricos dos trabalha-dores como o 13º e a multa de 40% sobre o FGTS.

10 - É gravíssima a decisão do STF que autoriza o executivo a cortar o salário do funcionalismo em greve, atacando o direi-to de greve. Na Câmara dos deputados, o Projeto de Lei 3262/12 altera as regras sobre prestação de serviços essenciais du-rante as greves. Conforme a proposta, a categoria deve manter em atividade equi-pes de trabalhadores que correspondam a 70% do efetivo. Em discussão, a educação como um serviço essencial.

anos – agora a PEC tramita no Senado com o nº 55.

Contra esses ataques, dezenas de entida-des em todo o país e também aqui no esta-do Rio, inclusive com a participação do Sepe, criaram a Frente Escola sem Mordaça, que luta por uma escola democrática, acolhedo-ra das diferenças, de qualidade referenciada nas demandas da sociedade e que realize amplos debates sobre questões do cotidiano, de gênero e de diversidade, da juventude, da História e da realidade social, econômica e política brasileiras.

A Frente defende os professores como le-gítimos Educadores, profissionais por uma Escola sem Mordaça que devem ser valori-zados, com suas carreiras estruturadas e atu-ando em condições dignas de trabalho. Os atuais movimentos de ocupações das esco-las públicas em vários estados demonstram a necessidade da gestão democrática e com-partilhada da escola e dos processos edu-cativos. Convidamos todos que defendem a democracia e a escola pública a se somarem nessa luta, promovendo debates e construin-do comitês no local de estudo, de trabalho e moradia.

CALENDÁRIO

A sociedade se une contra o projeto “Escola sem partido”