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Pet Ação Agora o bicho vai pegar Pet Entrevista Letras para quem não tem voz Pet Comportamento Os gatos também têm babá Pet Educação A solidão canina é realmente o problema? Ano II - No 10- Fevereiro/ 2011 O sexto sentido dos animais

#11 - Fevereiro 2011

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Revista Conexão Pet, edição de Fevereiro de 2011

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Page 1: #11 - Fevereiro 2011

Pet AçãoAgora o bicho vai pegar

Pet EntrevistaLetras para quem não tem voz

Pet ComportamentoOs gatos também têm babá

Pet EducaçãoA solidão canina é realmente o problema?

Ano II - No 10- Fevereiro/ 2011

O sexto sentido dos animais

Page 2: #11 - Fevereiro 2011

Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os direitos

reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Cachorrolândia

Carlos Leandro HenemannFelipe Villegas

Gustavo CampeloJacqueline Rapkiewicz

Marúcia de Andrade CruzNorma Lima

Rafaela PintoRoberta Camara

Sinara Foss

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Pet Saúde

Educação Pet

Pet Comportamento

O sexto sentido dos animais

Celebridades do Bem

Pet Esporte

Pet Alerta

Pets pelo Mundo

Diários de PetSitter

Plantão Vet

Pet Ação

Felinos em Foco

Pet Entrevista

Pet Risadas

6

10

12

14

20

26

32

34

36

28

Editorial

Caros leitores,

Quem tem a experiência de conviver com animais certamente já se perguntou: como ele sabia que eu estava chegando em casa? Como ele sabia que ia chover? Como ele sabe que estou doente e fica ao meu lado? Algumas pessoas acreditam que os animais possuem um sexto sentido, para outras o assunto é controverso. É isso que discutimos em nossa matéria de capa.

Sabemos também que infelizmente nossos amigos animais não são respeitados como deveriam... a cantora Rita Lee resolveu propor a criação de um Bope Animal para denunciar maus tratos e colocar a boca no trombone. Veja em “Pet Ação”.

Também falamos ainda sobre animais que latem muito quando ficam sozinhos, babá de gatos, cuidado com os felinos na velhice, entrevista com a escritora e ativista Sinara Foss, alimentação natural para pets e muitos outros temas!

Espero que gostem de mais uma edição preparada no capricho!

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os direitos

reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Cachorrolândia

Carlos Leandro HenemannFelipe Villegas

Gustavo CampeloJacqueline Rapkiewicz

Marúcia de Andrade CruzNorma Lima

Rafaela PintoRoberta Camara

Sinara Foss

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Pet Saúde

Educação Pet

Pet Comportamento

O sexto sentido dos animais

Celebridades do Bem

Pet Esporte

Pet Alerta

Pets pelo Mundo

Diários de PetSitter

Plantão Vet

Pet Ação

Felinos em Foco

Pet Entrevista

Pet Risadas

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Editorial

Caros leitores,

Quem tem a experiência de conviver com animais certamente já se perguntou: como ele sabia que eu estava chegando em casa? Como ele sabia que ia chover? Como ele sabe que estou doente e fica ao meu lado? Algumas pessoas acreditam que os animais possuem um sexto sentido, para outras o assunto é controverso. É isso que discutimos em nossa matéria de capa.

Sabemos também que infelizmente nossos amigos animais não são respeitados como deveriam... a cantora Rita Lee resolveu propor a criação de um Bope Animal para denunciar maus tratos e colocar a boca no trombone. Veja em “Pet Ação”.

Também falamos ainda sobre animais que latem muito quando ficam sozinhos, babá de gatos, cuidado com os felinos na velhice, entrevista com a escritora e ativista Sinara Foss, alimentação natural para pets e muitos outros temas!

Espero que gostem de mais uma edição preparada no capricho!

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Se você tiver alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagem para [email protected] e ela poderá ser publicada aqui.

Mensagens dos leitores

4

Sou uma protetora de animais e fiquei muito feliz em

receber informações sobre o portal. Continuem a enviar as novidades.

Celina CestariPorto Alegre/RS

Q u e r o dar meus parabéns pelo website,

gostei muito! Sou Esteticista Canino e Felino há dez anos. Já trabalhei em São Paulo, Minas

Gerais, Brasilia, Rio Grande do Sul, e no momento estou no Rio de Janeiro. Gostaria de sugerir que o Conexão Pet oferecesse espaço de classificados de

emprego para tosadores e veterinários.

Wagner Campos VinhalRio de Janeiro/ RJ

Adorei a matéria sobre as resoluções de ano novo para pets.

Nunca tinha pensado nisso, mas nossos animais também precisam de estímulos para mudar ao longo da vida.

Muito interessante a matéria!Regina Telles

Blumenau/SC

Sou uma protetora de animais e fiquei muito feliz em receber informa-

ções sobre o portal. Continuem a enviar as novidades.

Celina CestariPorto Alegre/RS

Parabéns à Equipe do Conexão Pet por ressaltar os animais em suas

notícias diárias sobre as enchentes da serra no RJ. Enquanto a grande mídia não dava aten-ção, vocês já estavam lutando por eles!

Márcio RamosDuque de Caxias/RJ

Gostei muito de saber como vivem os animais na

Alemanha. É uma pena que eles não sejam tão respeitados assim em nosso país.

Mariana T. AlvarengaSão Paulo/SP

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Mensagens dos leitores

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Sou uma protetora de animais e fiquei muito feliz em

receber informações sobre o portal. Continuem a enviar as novidades.

Celina CestariPorto Alegre/RS

Q u e r o dar meus parabéns pelo website,

gostei muito! Sou Esteticista Canino e Felino há dez anos. Já trabalhei em São Paulo, Minas

Gerais, Brasilia, Rio Grande do Sul, e no momento estou no Rio de Janeiro. Gostaria de sugerir que o Conexão Pet oferecesse espaço de classificados de

emprego para tosadores e veterinários.

Wagner Campos VinhalRio de Janeiro/ RJ

Adorei a matéria sobre as resoluções de ano novo para pets.

Nunca tinha pensado nisso, mas nossos animais também precisam de estímulos para mudar ao longo da vida.

Muito interessante a matéria!Regina Telles

Blumenau/SC

Sou uma protetora de animais e fiquei muito feliz em receber informa-

ções sobre o portal. Continuem a enviar as novidades.

Celina CestariPorto Alegre/RS

Parabéns à Equipe do Conexão Pet por ressaltar os animais em suas

notícias diárias sobre as enchentes da serra no RJ. Enquanto a grande mídia não dava aten-ção, vocês já estavam lutando por eles!

Márcio RamosDuque de Caxias/RJ

Gostei muito de saber como vivem os animais na

Alemanha. É uma pena que eles não sejam tão respeitados assim em nosso país.

Mariana T. AlvarengaSão Paulo/SP

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Ovelhas do tráfego

Pet Notas

A brincadeira do título é pra falar das divertidíssimas ovelhas encomendadas pela prefeitura da cidade de Gland, na Suíça. Versões estilosas dos clássicos cavaletes, elas têm diversas funções. Da interdição de ruas e desvios em acessos de eventos até mesmo como inusitados bancos, são fabrica-das em concreto ou polietileno e o aca-bamento pode ser em qualquer cor e ter a aplicação de faixas refletivas. Medem 80 x 44 x 32 cm. Lenço de baleia

As baleias de cores vibrantes são na verdade decorativas porta-caixas de lenços, perfeitas para todo mundo, mas principal-mente para quem sofre com rinites e ataques de espirro. Feitas à mão, elas são pintadas, desgastadas (para dar um ar vintage), data-das, assinadas e numeradas para garantir um produto de primeira. São várias cores e dois tamanhos, pequeno e grande, e cada um custa 29,99 dólares na www.etsy.com.

BBC

Cachorros d'água

Um anel que salva vidas

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

8

São quatro raças bem divertidas que estão sempre prontas para ajudar. Seja na hora de regar plantas, seja para molhar o cabelo antes de cortar. Estes simpáticos cãezinhos são aqueles dispensers em spray. Basta girar para tirar a "cabeça-tampa" e encher d'água. A língua é o gatilho para fazer a água espirrar. Custam 35,50 dólares cada na www.pylones-usa.com.

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

A designer de joias Jes MaHarry criou um anel, que além de lindo, irá beneficiar muitos focinhos carentes. Ela mesma tem um rancho na Califórnia que abriga 20 diferentes animais, todos resgatados. Parte da renda obtida com a venda dos anéis vai para o abrigo Canine Adoption Rescue League (CARL). Com parte da renda obtida com a venda de outras peças da coleção, a designer ajuda mais de dez diferentes entidades que cuidam de animais. As peças podem ser encontradas em www.jesmaharry.com.

Camiseta a favor dos pit bulls

Além de estilosas e ecologicamente corre-tas (são feitas de algodão orgânico), as camisetas lançadas pela JACA ajudarão uma associação que encontra lares definitivos para pit bulls nos Estados Unidos. Cinco dólares da venda de cada peça será desti-nada à instituição. Além de ajudar os simpáti-cos cães, a iniciativa estimula uma forma am-bientalmente correta de produção, já que as estampas são feitas artesanalmente, com baixa emissão de carbono na produção, e baseada nas leis do comércio justo. Para conhecer as peças, visite www.jusanimalium.com.

ReproduçãoCom informações de Bem Legaus e People Pets

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Ovelhas do tráfego

Pet Notas

A brincadeira do título é pra falar das divertidíssimas ovelhas encomendadas pela prefeitura da cidade de Gland, na Suíça. Versões estilosas dos clássicos cavaletes, elas têm diversas funções. Da interdição de ruas e desvios em acessos de eventos até mesmo como inusitados bancos, são fabrica-das em concreto ou polietileno e o aca-bamento pode ser em qualquer cor e ter a aplicação de faixas refletivas. Medem 80 x 44 x 32 cm. Lenço de baleia

As baleias de cores vibrantes são na verdade decorativas porta-caixas de lenços, perfeitas para todo mundo, mas principal-mente para quem sofre com rinites e ataques de espirro. Feitas à mão, elas são pintadas, desgastadas (para dar um ar vintage), data-das, assinadas e numeradas para garantir um produto de primeira. São várias cores e dois tamanhos, pequeno e grande, e cada um custa 29,99 dólares na www.etsy.com.

BBC

Cachorros d'água

Um anel que salva vidas

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

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São quatro raças bem divertidas que estão sempre prontas para ajudar. Seja na hora de regar plantas, seja para molhar o cabelo antes de cortar. Estes simpáticos cãezinhos são aqueles dispensers em spray. Basta girar para tirar a "cabeça-tampa" e encher d'água. A língua é o gatilho para fazer a água espirrar. Custam 35,50 dólares cada na www.pylones-usa.com.

Reprodução

Reprodução

ReproduçãoA designer de joias Jes MaHarry criou um anel, que além de lindo, irá beneficiar muitos focinhos carentes. Ela mesma tem um rancho na Califórnia que abriga 20 diferentes animais, todos resgatados. Parte da renda obtida com a venda dos anéis vai para o abrigo Canine Adoption Rescue League (CARL). Com parte da renda obtida com a venda de outras peças da coleção, a designer ajuda mais de dez diferentes entidades que cuidam de animais. As peças podem ser encontradas em www.jesmaharry.com.

Camiseta a favor dos pit bulls

Além de estilosas e ecologicamente corre-tas (são feitas de algodão orgânico), as camisetas lançadas pela JACA ajudarão uma associação que encontra lares definitivos para pit bulls nos Estados Unidos. Cinco dólares da venda de cada peça será desti-nada à instituição. Além de ajudar os simpáti-cos cães, a iniciativa estimula uma forma am-bientalmente correta de produção, já que as estampas são feitas artesanalmente, com baixa emissão de carbono na produção, e baseada nas leis do comércio justo. Para conhecer as peças, visite www.jusanimalium.com.

Reprodução

Com informações de Bem Legaus e People Pets

Reprodução

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Ovelhas do tráfego

Pet Notas

A brincadeira do título é pra falar das divertidíssimas ovelhas encomendadas pela prefeitura da cidade de Gland, na Suíça. Versões estilosas dos clássicos cavaletes, elas têm diversas funções. Da interdição de ruas e desvios em acessos de eventos até mesmo como inusitados bancos, são fabrica-das em concreto ou polietileno e o aca-bamento pode ser em qualquer cor e ter a aplicação de faixas refletivas. Medem 80 x 44 x 32 cm. Lenço de baleia

As baleias de cores vibrantes são na verdade decorativas porta-caixas de lenços, perfeitas para todo mundo, mas principal-mente para quem sofre com rinites e ataques de espirro. Feitas à mão, elas são pintadas, desgastadas (para dar um ar vintage), data-das, assinadas e numeradas para garantir um produto de primeira. São várias cores e dois tamanhos, pequeno e grande, e cada um custa 29,99 dólares na www.etsy.com.

BBC

Cachorros d'água

Um anel que salva vidas

Paulo Toledo Piza/G1

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São quatro raças bem divertidas que estão sempre prontas para ajudar. Seja na hora de regar plantas, seja para molhar o cabelo antes de cortar. Estes simpáticos cãezinhos são aqueles dispensers em spray. Basta girar para tirar a "cabeça-tampa" e encher d'água. A língua é o gatilho para fazer a água espirrar. Custam 35,50 dólares cada na www.pylones-usa.com.

Reprodução

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A designer de joias Jes MaHarry criou um anel, que além de lindo, irá beneficiar muitos focinhos carentes. Ela mesma tem um rancho na Califórnia que abriga 20 diferentes animais, todos resgatados. Parte da renda obtida com a venda dos anéis vai para o abrigo Canine Adoption Rescue League (CARL). Com parte da renda obtida com a venda de outras peças da coleção, a designer ajuda mais de dez diferentes entidades que cuidam de animais. As peças podem ser encontradas em www.jesmaharry.com.

Camiseta a favor dos pit bulls

Além de estilosas e ecologicamente corre-tas (são feitas de algodão orgânico), as camisetas lançadas pela JACA ajudarão uma associação que encontra lares definitivos para pit bulls nos Estados Unidos. Cinco dólares da venda de cada peça será desti-nada à instituição. Além de ajudar os simpáti-cos cães, a iniciativa estimula uma forma am-bientalmente correta de produção, já que as estampas são feitas artesanalmente, com baixa emissão de carbono na produção, e baseada nas leis do comércio justo. Para conhecer as peças, visite www.jusanimalium.com.

ReproduçãoCom informações de Bem Legaus e People Pets

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Ovelhas do tráfego

Pet Notas

A brincadeira do título é pra falar das divertidíssimas ovelhas encomendadas pela prefeitura da cidade de Gland, na Suíça. Versões estilosas dos clássicos cavaletes, elas têm diversas funções. Da interdição de ruas e desvios em acessos de eventos até mesmo como inusitados bancos, são fabrica-das em concreto ou polietileno e o aca-bamento pode ser em qualquer cor e ter a aplicação de faixas refletivas. Medem 80 x 44 x 32 cm. Lenço de baleia

As baleias de cores vibrantes são na verdade decorativas porta-caixas de lenços, perfeitas para todo mundo, mas principal-mente para quem sofre com rinites e ataques de espirro. Feitas à mão, elas são pintadas, desgastadas (para dar um ar vintage), data-das, assinadas e numeradas para garantir um produto de primeira. São várias cores e dois tamanhos, pequeno e grande, e cada um custa 29,99 dólares na www.etsy.com.

BBC

Cachorros d'água

Um anel que salva vidas

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

8

São quatro raças bem divertidas que estão sempre prontas para ajudar. Seja na hora de regar plantas, seja para molhar o cabelo antes de cortar. Estes simpáticos cãezinhos são aqueles dispensers em spray. Basta girar para tirar a "cabeça-tampa" e encher d'água. A língua é o gatilho para fazer a água espirrar. Custam 35,50 dólares cada na www.pylones-usa.com.

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

A designer de joias Jes MaHarry criou um anel, que além de lindo, irá beneficiar muitos focinhos carentes. Ela mesma tem um rancho na Califórnia que abriga 20 diferentes animais, todos resgatados. Parte da renda obtida com a venda dos anéis vai para o abrigo Canine Adoption Rescue League (CARL). Com parte da renda obtida com a venda de outras peças da coleção, a designer ajuda mais de dez diferentes entidades que cuidam de animais. As peças podem ser encontradas em www.jesmaharry.com.

Camiseta a favor dos pit bulls

Além de estilosas e ecologicamente corre-tas (são feitas de algodão orgânico), as camisetas lançadas pela JACA ajudarão uma associação que encontra lares definitivos para pit bulls nos Estados Unidos. Cinco dólares da venda de cada peça será desti-nada à instituição. Além de ajudar os simpáti-cos cães, a iniciativa estimula uma forma am-bientalmente correta de produção, já que as estampas são feitas artesanalmente, com baixa emissão de carbono na produção, e baseada nas leis do comércio justo. Para conhecer as peças, visite www.jusanimalium.com.

ReproduçãoCom informações de Bem Legaus e People Pets

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Pet Saúde

Nos últimos anos, a busca por saúde e um estilo de vida e alimentação mais simples e naturais têm sido a tônica da rotina de muitos seres humanos. Mas se nós estamos querendo viver mais e melhor, é natural que procuremos o mesmo para nossos compa-nheiros de todas as horas – os animais.

Ao decidir abrir um restaurante de comida natural para pets, Roberta Camara (em

13

10

sociedade com o sueco Jorgen) iniciou uma caminhada de muitas pesquisas para desco-brir de que nutrientes os animais necessitam e o que é mais palatável para eles. A Pet Delícia tem uma zootecnista especializada em nutrição animal, Ana Paula Pereira, e também uma veterinária, Mônica Pitrez, que desen-volveu os quatro sabores trabalhados pela marca (carne, frango, cordeiro e filhotes).

Amenizar a agressividade do meu pet

12

Tornar meu animal mais corajoso:

1314

Fazer com que meu cão e gato sejam amigos

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Alimentação natural para

Com a crescente demanda, restaurante de comida natural para pets é aberto no Rio de Janeiro

Além de contar com a colaboração dessas duas profissionais, Roberta e Jorgen convi-daram pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo- UNESP, para analisa-rem nossas receitas e para nos orientarem quais alimentos eram benéficos ou maléficos para os cachorros.

Segundo Roberta, o alimento tem registro do Ministério da Agricultura e oferece inúmeras vantagens em relação a uma ração comum, como, por exemplo, garantia de maior longevidade, menor propensão a doenças e alergias, pelos mais bonitos, limpeza dos dentes mais fácil e cães mais ativos.

No espaço, localizado em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os “pet-clientes” podem degustar amostras da refeição antes de comprá-las. Os alimentos podem ser adquiridos frescos ou congelados, sendo que a primeira opção deve ser consumida em até três dias.

“O maior objetivo do nosso restaurante é divulgar uma outra modalidade de alimenta-ção para cachorros no Brasil, a de alimentos naturais cozidos. No nosso espaço de degustação o dono de cachorro pode ver ime-diatamente a satisfação ao testar um novo produto, que é inovador no Brasil”, afirma Roberta.

Ao que parece, animais e donos estão sendo receptivos à novidade: “Muita gente nos procura porque os cachorros não comiam ração e eles cometiam o maior erro que um proprietário pode cometer: complementavam a ração com peito de frango”, comenta Roberta.

Para os totós que enfrentam problemas de peso, a Pet Delícia oferece um programa indi-vidualizado para o animal, coordenado pela

zootecnista Ana Paula, para auxiliar na dieta de redução de peso.

Além do espaço em Copacabana, a Pet Delí-cia também é revendida em pet shops e em breve poderá ser encontrada em São Paulo. “Já temos convites para revenda em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus”, comemora Roberta.

Para os donos de gatinhos, Roberta informa que em breve haverá refeições para o paladar exigente e refinado dos bichanos.

Pet Delíciawww.petdelicia.com.br

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Pet Saúde

Nos últimos anos, a busca por saúde e um estilo de vida e alimentação mais simples e naturais têm sido a tônica da rotina de muitos seres humanos. Mas se nós estamos querendo viver mais e melhor, é natural que procuremos o mesmo para nossos compa-nheiros de todas as horas – os animais.

Ao decidir abrir um restaurante de comida natural para pets, Roberta Camara (em

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sociedade com o sueco Jorgen) iniciou uma caminhada de muitas pesquisas para desco-brir de que nutrientes os animais necessitam e o que é mais palatável para eles. A Pet Delícia tem uma zootecnista especializada em nutrição animal, Ana Paula Pereira, e também uma veterinária, Mônica Pitrez, que desen-volveu os quatro sabores trabalhados pela marca (carne, frango, cordeiro e filhotes).

Amenizar a agressividade do meu pet

12

Tornar meu animal mais corajoso:

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Fazer com que meu cão e gato sejam amigos

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Alimentação natural para

Com a crescente demanda, restaurante de comida natural para pets é aberto no Rio de Janeiro

Além de contar com a colaboração dessas duas profissionais, Roberta e Jorgen convi-daram pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo- UNESP, para analisa-rem suas receitas e para darem orientação sobre quais alimentos eram benéficos ou maléficos para os cachorros.

Segundo Roberta, o alimento tem registro do Ministério da Agricultura e oferece inúmeras vantagens em relação a uma ração comum, como, por exemplo, garantia de maior longevidade, menor propensão a doenças e alergias, pelos mais bonitos, limpeza dos dentes mais fácil e cães mais ativos.

No espaço, localizado em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os “pet-clientes” podem degustar amostras da refeição antes de comprá-las. Os alimentos podem ser adquiridos frescos ou congelados, sendo que a primeira opção deve ser consumida em até três dias.

“O maior objetivo do nosso restaurante é divulgar uma outra modalidade de alimenta-ção para cachorros no Brasil, a de alimentos naturais cozidos. No nosso espaço de degustação o dono de cachorro pode ver ime-diatamente a satisfação ao testar um novo produto, que é inovador no Brasil”, afirma Roberta.

Ao que parece, animais e donos estão sendo receptivos à novidade: “Muita gente nos procura porque os cachorros não comiam ração e eles cometiam o maior erro que um proprietário pode cometer: complementavam a ração com peito de frango”, comenta Roberta.

Para os totós que enfrentam problemas de peso, a Pet Delícia oferece um programa indi-vidualizado para o animal, coordenado pela

zootecnista Ana Paula, para auxiliar na dieta de redução de peso.

Além do espaço em Copacabana, a Pet Delí-cia também é revendida em pet shops e em breve poderá ser encontrada em São Paulo. “Já temos convites para revenda em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus”, comemora Roberta.

Para os donos de gatinhos, Roberta informa que em breve haverá refeições para o paladar exigente e refinado dos bichanos.

Pet Delíciawww.petdelicia.com.br

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Educação Pet

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Cada vez mais recebo ligações de pessoas desesperadas por terem recebido mais uma reclamação de vizinhos ou uma multa do condomínio. Essas pessoas dizem não saber mais o que fazer com os cães que destroem objetos da casa e latem ou choram o tempo todo. Esse comportamento em cães é mais comum do que imaginamos. Hoje em dia é muito corriqueiro que os cães fiquem sozi-nhos em casa enquanto as pessoas saem para trabalhar e aparentemente essa seria a causa do problema. Mas não é! Os cães que apresentam esses sintomas sofrem por não terem suas necessidades saciadas.

Eu sempre digo aos meus clientes: “Nós já ficamos pouco tempo com nossos animais, o que é compreensível e aceitável, mas temos que dar qualidade a esse pouco tempo que dedicamos a eles. Temos que saber o que podemos ou não fazer.”

Todo cão precisa gastar energia física e

A solidão canina é

realmente o problema?

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e pa-lestrante. Ele é diretor da empresa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets

www.gustavocampelo.com.br

mental. Energia física se gasta passeando. Passear com cães não significa levar o cão até a esquina para fazer suas necessidades e retornar para casa. Passear com cães significa sair de casa e caminhar, sem parar, por pelo menos 30 minutos diários (para cães de pequeno porte). Se seu cão e você são atletas, podem correr também. Peça ajuda ao médico veterinário de sua confiança para saber o quanto cada animal pode fazer de exercício.

Podemos gastar energia mental do animal o tempo todo. A melhor maneira é sempre exigir disciplina. Acreditem, deixar claro a hierarquia da casa faz com que o cão fique mais tranquilo. Lembrem-se sempre que não devemos e não precisamos usar violência para isso. Podemos, com atitudes simples, mostrar qual é a hierarquia. Por exemplo, sempre devemos nos alimentar antes que nossos cães. Quando for oferecer o alimento

deles, sempre peça que obedeça a um comando de obediência antes. Pode ser um comando simples, como o “senta”. Outra coisa simples e muito importante é sempre exigir um comando antes de entregar o brinquedo do cão.

Cães não são pessoas em miniatura. Podemos sim tratar os cães como cães sem que seja preciso maltratá-lo para isso. Com atitudes simples como as que eu descrevi acima podemos evitar uma série de proble-mas.

Ok, mas seu cão já está com problema, o que fazer?

A primeira coisa é entender que se a gente não mudar o cão também não muda. Temos que nos organizar e achar tempo para cuidar dos cães como eles merecem ser cuidados. Coloque em prática as atividades citadas acima.

Quando forem sair de casa e o cão ficar chorando ou latindo, não fiquem dando bronca do outro lado da porta. Simples-mente saiam. Mais cedo ou mais tarde o cão pára de chorar. Dar bronca na porta somente piora o problema. Outro erro comum é dar um biscoito, deixar a TV ou o rádio ligado, sair de casa na ponta dos pés para o cão não perceber. Vamos ser realistas, cães são mais espertos do que isso e tentar enganá-los dessa maneira é tentar enganar a si próprio. Além disso, mesmo que os cães sejam

enganados isso não resolve o problema. Ao invés disso, dê uma boa caminhada antes de sair de casa, o cão vai adorar e com certeza ficará mais tranquilo com o passar do tempo.

Um dos maiores prejudicados nessas situações são os vizinhos. Uma boa dica é avisá-los do problema que estão enfrentando e se possível, pedir para eles contarem quanto tempo o cão fica latindo ou se lamen-tando depois que você sai de casa. Essa informação irá ajudar como medidor se seu esforço está surtindo efeito ou não. Outra ajuda que os vizinhos podem fazer é não tentar acalmar os cães, conversando pela porta. Nem tentar dar bronca no cão. Isto somente piora o problema.

Eu realmente acredito que vizinhos terão seu problema mais rapidamente resolvido ajudando no tratamento desses cães. Outras saídas como chamar a polícia ou ação judi-cial geralmente não trazem bons resultados, além de criarem inimizade.

*Por Gustavo Campelo

Você sai de casa e seu cão não para de latir; saiba como contornar a situação

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Educação Pet

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Cada vez mais recebo ligações de pessoas desesperadas por terem recebido mais uma reclamação de vizinhos ou uma multa do condomínio. Essas pessoas dizem não saber mais o que fazer com os cães que destroem objetos da casa e latem ou choram o tempo todo. Esse comportamento em cães é mais comum do que imaginamos. Hoje em dia é muito corriqueiro que os cães fiquem sozi-nhos em casa enquanto as pessoas saem para trabalhar e aparentemente essa seria a causa do problema. Mas não é! Os cães que apresentam esses sintomas sofrem por não terem suas necessidades saciadas.

Eu sempre digo aos meus clientes: “Nós já ficamos pouco tempo com nossos animais, o que é compreensível e aceitável, mas temos que dar qualidade a esse pouco tempo que dedicamos a eles. Temos que saber o que podemos ou não fazer.”

Todo cão precisa gastar energia física e

A solidão canina é

realmente o problema?

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e pa-lestrante. Ele é diretor da empresa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets

www.gustavocampelo.com.br

mental. Energia física se gasta passeando. Passear com cães não significa levar o cão até a esquina para fazer suas necessidades e retornar para casa. Passear com cães significa sair de casa e caminhar, sem parar, por pelo menos 30 minutos diários (para cães de pequeno porte). Se seu cão e você são atletas, podem correr também. Peça ajuda ao médico veterinário de sua confiança para saber o quanto cada animal pode fazer de exercício.

Podemos gastar energia mental do animal o tempo todo. A melhor maneira é sempre exigir disciplina. Acreditem, deixar claro a hierarquia da casa faz com que o cão fique mais tranquilo. Lembrem-se sempre que não devemos e não precisamos usar violência para isso. Podemos, com atitudes simples, mostrar qual é a hierarquia. Por exemplo, sempre devemos nos alimentar antes que nossos cães. Quando for oferecer o alimento

deles, sempre peça que obedeça a um comando de obediência antes. Pode ser um comando simples, como o “senta”. Outra coisa simples e muito importante é sempre exigir um comando antes de entregar o brinquedo do cão.

Cães não são pessoas em miniatura. Podemos sim tratar os cães como cães sem que seja preciso maltratá-lo para isso. Com atitudes simples como as que eu descrevi acima podemos evitar uma série de proble-mas.

Ok, mas seu cão já está com problema, o que fazer?

A primeira coisa é entender que se a gente não mudar o cão também não muda. Temos que nos organizar e achar tempo para cuidar dos cães como eles merecem ser cuidados. Coloque em prática as atividades citadas acima.

Quando forem sair de casa e o cão ficar chorando ou latindo, não fiquem dando bronca do outro lado da porta. Simples-mente saiam. Mais cedo ou mais tarde o cão pára de chorar. Dar bronca na porta somente piora o problema. Outro erro comum é dar um biscoito, deixar a TV ou o rádio ligado, sair de casa na ponta dos pés para o cão não perceber. Vamos ser realistas, cães são mais espertos do que isso e tentar enganá-los dessa maneira é tentar enganar a si próprio. Além disso, mesmo que os cães sejam

enganados isso não resolve o problema. Ao invés disso, dê uma boa caminhada antes de sair de casa, o cão vai adorar e com certeza ficará mais tranquilo com o passar do tempo.

Um dos maiores prejudicados nessas situações são os vizinhos. Uma boa dica é avisá-los do problema que estão enfrentando e se possível, pedir para eles contarem quanto tempo o cão fica latindo ou se lamen-tando depois que você sai de casa. Essa informação irá ajudar como medidor se seu esforço está surtindo efeito ou não. Outra ajuda que os vizinhos podem fazer é não tentar acalmar os cães, conversando pela porta. Nem tentar dar bronca no cão. Isto somente piora o problema.

Eu realmente acredito que vizinhos terão seu problema mais rapidamente resolvido ajudando no tratamento desses cães. Outras saídas como chamar a polícia ou ação judi-cial geralmente não trazem bons resultados, além de criarem inimizade.

*Por Gustavo Campelo

Você sai de casa e seu cão não para de latir; saiba como contornar a situação

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O serviço de pet sitting é cada vez mais comum no Brasil (vide nossa coluna Diários de Pet Sitter): as pessoas ficam mais tranquilas em deixar seus animais em casa, aos cuidados de um profis-sional de confiança.

No caso dos gatos isso pode ser ainda mais fundamental: os bichanos geral-mente sofrem mais ao deixar o ambiente a que estão acostumados, então ficar em casa pode ser uma excelente pedida, desde que aos cuidados de um profis-sional de confiança e que conheça e entenda as necessidades do animal.

Rafaela Pinto atua como cat sitter no Rio de Janeiro. Desde pequena é apai-xonada por animais, especialmente gatos, e tem três gatinhos adotados. Como já tinha experiência em cuidar de felinos e adorava passar tempo com eles, decidiu unir o útil ao agradável e se tornou “babá de gatos”: “Como nunca posso me ausentar por períodos prolon-gados devido aos gatos e não sou muito

então resolveu investir no nicho e criou o site www.catsittersonhos.com para divul-gar seus serviços.

O retorno foi positivo logo de início: “As pessoas que me procuram, ficam mara-vilhadas com meu serviço e dizem que precisavam de algo deste tipo há muito tempo, porque já estavam sem graça de pedir para o vizinho olhar ou porque já tiveram problemas em algum aspecto. Por exemplo, o vizinho botava comida, mas não trocava a água. E quando volta-vam de viagem, o gatinho estava estres-sado, muito provavelmente porque a pessoa que tomou conta dele não dedi-cava um tempo para atenção, carinho e brincadeiras, um diferencial do meu tra-balho e que traz tranquilidade aos

clientes, através dos vídeos e fotos que envio diariamente”, relata a cat sitter.

Claro que, lidando com animais tão especiais e de personalidade marcante, Rafaela já tem algumas histórias diverti-das para compartilhar: “Meu primeiro serviço já foi uma grande prova de fogo e foi o mais divertido de todos! Foram ONZE gatos num apartamento em Copa-cabana e o atendimento durou cinco dias. Antes de viajar, a cliente preencheu uma ficha cadastral com seus dados, do veterinário e uma para cada gatinho. Uma gatinha em especial, a Zileide, tinha uma mania curiosa de entrar no quarto de empregada através de uma janela altís-sima da cozinha para roer as coisas lá de dentro. Todos os dias, quando chegava e

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de viajar, decidi abraçar a profissão. O que ocorria já há muitos anos com certa frequência era dos meus pais ou amigos viajarem e eu tomar conta dos gatos sem receber nada por isso”, explica Rafaela.

Ela tinha um emprego estável como administradora, mas não estava feliz com sua rotina. “Em março de 2010, me desliguei de vez da empresa em que tra-balhava e comecei a pensar em projetos que incluíssem animais. E numa con-versa informal com minhas amigas Mônica e Tatiana, elas sugeriram que eu abrisse um hotel para gatos. Mas isto já existe no Rio e no meu ponto de vista, além de não ser o ideal para um gato, não era o ideal para mim. Com um hotel, um empreendimento de grande porte, dificilmente eu ‘colocaria a mão na massa’, ou seja, nos gatos”, conta Rafa-ela.

Após uma breve pesquisa, ela viu que o serviço de cat sitting é muito popular no exterior, e pouco difundido no Brasil,

quando saía de lá, cerca de duas horas e meia depois, eu fazia uma contagem para ver se todos os onze gatos estavam pre-sentes. Era muito engraçado, e se eles começavam a correr pela casa, eu tinha que começar tudo de novo! Teve um dia que a Zileide tinha sumido. Eu recontei os gatos umas três vezes, nervosa, até me dar conta de que ela deveria ter entrado no quarto de empregada. Fui à cozinha incrédula dar uma olhada no buraco, era alto demais e não me parecia ter nen-huma superfície de apoio pra ela saltar até lá. Enfim, abri a portinha do quarto de empregada que ficava do outro lado do apartamento, no corredor, e lá estava ela feliz da vida roendo um rolo de papel higiênico! Esses gatos são todos muito figuras”, diverte-se Rafaela.

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Os gatos também têm babá

Bichanos não gostam muito de deixar seu ambiente; já pensou em contratar uma

babá para eles?

- Confira com clientes anteriores as referências do profissional a ser con-tratado;

- Deixe carteiras de vacinação e infor-mações do médico veterinário do animal com a cat Sitter;

- Deixe telefones de contato com o profissional para casos de emergência;

- Fale ao profissional sobre os hábitos e temperamentos do gato;

- Deixe petiscos e brinquedos de preferência do gatinho à disposição do profissional.

CUIDADOS AO CONTRATAR UM SERVIÇO DE CAT SITTING

Rafaela Pinto

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O serviço de pet sitting é cada vez mais comum no Brasil (vide nossa coluna Diários de Pet Sitter): as pessoas ficam mais tranquilas em deixar seus animais em casa, aos cuidados de um profis-sional de confiança.

No caso dos gatos isso pode ser ainda mais fundamental: os bichanos geral-mente sofrem mais ao deixar o ambiente a que estão acostumados, então ficar em casa pode ser uma excelente pedida, desde que aos cuidados de um profis-sional de confiança e que conheça e entenda as necessidades do animal.

Rafaela Pinto atua como cat sitter no Rio de Janeiro. Desde pequena é apai-xonada por animais, especialmente gatos, e tem três gatinhos adotados. Como já tinha experiência em cuidar de felinos e adorava passar tempo com eles, decidiu unir o útil ao agradável e se tornou “babá de gatos”: “Como nunca posso me ausentar por períodos prolon-gados devido aos gatos e não sou muito

então resolveu investir no nicho e criou o site www.catsittersonhos.com para divul-gar seus serviços.

O retorno foi positivo logo de início: “As pessoas que me procuram, ficam mara-vilhadas com meu serviço e dizem que precisavam de algo deste tipo há muito tempo, porque já estavam sem graça de pedir para o vizinho olhar ou porque já tiveram problemas em algum aspecto. Por exemplo, o vizinho botava comida, mas não trocava a água. E quando volta-vam de viagem, o gatinho estava estres-sado, muito provavelmente porque a pessoa que tomou conta dele não dedi-cava um tempo para atenção, carinho e brincadeiras, um diferencial do meu tra-balho e que traz tranquilidade aos

clientes, através dos vídeos e fotos que envio diariamente”, relata a cat sitter.

Claro que, lidando com animais tão especiais e de personalidade marcante, Rafaela já tem algumas histórias diverti-das para compartilhar: “Meu primeiro serviço já foi uma grande prova de fogo e foi o mais divertido de todos! Foram ONZE gatos num apartamento em Copa-cabana e o atendimento durou cinco dias. Antes de viajar, a cliente preencheu uma ficha cadastral com seus dados, do veterinário e uma para cada gatinho. Uma gatinha em especial, a Zileide, tinha uma mania curiosa de entrar no quarto de empregada através de uma janela altís-sima da cozinha para roer as coisas lá de dentro. Todos os dias, quando chegava e

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de viajar, decidi abraçar a profissão. O que ocorria já há muitos anos com certa frequência era dos meus pais ou amigos viajarem e eu tomar conta dos gatos sem receber nada por isso”, explica Rafaela.

Ela tinha um emprego estável como administradora, mas não estava feliz com sua rotina. “Em março de 2010, me desliguei de vez da empresa em que tra-balhava e comecei a pensar em projetos que incluíssem animais. E numa con-versa informal com minhas amigas Mônica e Tatiana, elas sugeriram que eu abrisse um hotel para gatos. Mas isto já existe no Rio e no meu ponto de vista, além de não ser o ideal para um gato, não era o ideal para mim. Com um hotel, um empreendimento de grande porte, dificilmente eu ‘colocaria a mão na massa’, ou seja, nos gatos”, conta Rafa-ela.

Após uma breve pesquisa, ela viu que o serviço de cat sitting é muito popular no exterior, e pouco difundido no Brasil,

quando saía de lá, cerca de duas horas e meia depois, eu fazia uma contagem para ver se todos os onze gatos estavam pre-sentes. Era muito engraçado, e se eles começavam a correr pela casa, eu tinha que começar tudo de novo! Teve um dia que a Zileide tinha sumido. Eu recontei os gatos umas três vezes, nervosa, até me dar conta de que ela deveria ter entrado no quarto de empregada. Fui à cozinha incrédula dar uma olhada no buraco, era alto demais e não me parecia ter nen-huma superfície de apoio pra ela saltar até lá. Enfim, abri a portinha do quarto de empregada que ficava do outro lado do apartamento, no corredor, e lá estava ela feliz da vida roendo um rolo de papel higiênico! Esses gatos são todos muito figuras”, diverte-se Rafaela.

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Os gatos também têm babá

Bichanos não gostam muito de deixar seu ambiente; já pensou em contratar uma

babá para eles?

- Confira com clientes anteriores as referências do profissional a ser con-tratado;

- Deixe carteiras de vacinação e infor-mações do médico veterinário do animal com a cat Sitter;

- Deixe telefones de contato com o profissional para casos de emergência;

- Fale ao profissional sobre os hábitos e temperamentos do gato;

- Deixe petiscos e brinquedos de preferência do gatinho à disposição do profissional.

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O serviço de pet sitting é cada vez mais comum no Brasil (vide nossa coluna Diários de Pet Sitter): as pessoas ficam mais tranquilas em deixar seus animais em casa, aos cuidados de um profis-sional de confiança.

No caso dos gatos isso pode ser ainda mais fundamental: os bichanos geral-mente sofrem mais ao deixar o ambiente a que estão acostumados, então ficar em casa pode ser uma excelente pedida, desde que aos cuidados de um profis-sional de confiança e que conheça e entenda as necessidades do animal.

Rafaela Pinto atua como cat sitter no Rio de Janeiro. Desde pequena é apai-xonada por animais, especialmente gatos, e tem três gatinhos adotados. Como já tinha experiência em cuidar de felinos e adorava passar tempo com eles, decidiu unir o útil ao agradável e se tornou “babá de gatos”: “Como nunca posso me ausentar por períodos prolon-gados devido aos gatos e não sou muito

então resolveu investir no nicho e criou o site www.catsittersonhos.com para divul-gar seus serviços.

O retorno foi positivo logo de início: “As pessoas que me procuram, ficam mara-vilhadas com meu serviço e dizem que precisavam de algo deste tipo há muito tempo, porque já estavam sem graça de pedir para o vizinho olhar ou porque já tiveram problemas em algum aspecto. Por exemplo, o vizinho botava comida, mas não trocava a água. E quando volta-vam de viagem, o gatinho estava estres-sado, muito provavelmente porque a pessoa que tomou conta dele não dedi-cava um tempo para atenção, carinho e brincadeiras, um diferencial do meu tra-balho e que traz tranquilidade aos

clientes, através dos vídeos e fotos que envio diariamente”, relata a cat sitter.

Claro que, lidando com animais tão especiais e de personalidade marcante, Rafaela já tem algumas histórias diverti-das para compartilhar: “Meu primeiro serviço já foi uma grande prova de fogo e foi o mais divertido de todos! Foram ONZE gatos num apartamento em Copa-cabana e o atendimento durou cinco dias. Antes de viajar, a cliente preencheu uma ficha cadastral com seus dados, do veterinário e uma para cada gatinho. Uma gatinha em especial, a Zileide, tinha uma mania curiosa de entrar no quarto de empregada através de uma janela altís-sima da cozinha para roer as coisas lá de dentro. Todos os dias, quando chegava e

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de viajar, decidi abraçar a profissão. O que ocorria já há muitos anos com certa frequência era dos meus pais ou amigos viajarem e eu tomar conta dos gatos sem receber nada por isso”, explica Rafaela.

Ela tinha um emprego estável como administradora, mas não estava feliz com sua rotina. “Em março de 2010, me desliguei de vez da empresa em que tra-balhava e comecei a pensar em projetos que incluíssem animais. E numa con-versa informal com minhas amigas Mônica e Tatiana, elas sugeriram que eu abrisse um hotel para gatos. Mas isto já existe no Rio e no meu ponto de vista, além de não ser o ideal para um gato, não era o ideal para mim. Com um hotel, um empreendimento de grande porte, dificilmente eu ‘colocaria a mão na massa’, ou seja, nos gatos”, conta Rafa-ela.

Após uma breve pesquisa, ela viu que o serviço de cat sitting é muito popular no exterior, e pouco difundido no Brasil,

quando saía de lá, cerca de duas horas e meia depois, eu fazia uma contagem para ver se todos os onze gatos estavam pre-sentes. Era muito engraçado, e se eles começavam a correr pela casa, eu tinha que começar tudo de novo! Teve um dia que a Zileide tinha sumido. Eu recontei os gatos umas três vezes, nervosa, até me dar conta de que ela deveria ter entrado no quarto de empregada. Fui à cozinha incrédula dar uma olhada no buraco, era alto demais e não me parecia ter ne-nhuma superfície de apoio pra ela saltar até lá. Enfim, abri a portinha do quarto de empregada que ficava do outro lado do apartamento, no corredor, e lá estava ela feliz da vida roendo um rolo de papel higiênico! Esses gatos são todos muito figuras”, diverte-se Rafaela.

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Os gatos também têm babá

Bichanos não gostam muito de deixar seu ambiente; já pensou em contratar uma

babá para eles?

- Confira com clientes anteriores as referências do profissional a ser con-tratado;

- Deixe carteiras de vacinação e infor-mações do médico veterinário do animal com a cat Sitter;

- Deixe telefones de contato com o profissional para casos de emergência;

- Fale ao profissional sobre os hábitos e temperamentos do gato;

- Deixe petiscos e brinquedos de preferência do gatinho à disposição do profissional.

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O serviço de pet sitting é cada vez mais comum no Brasil (vide nossa coluna Diários de Pet Sitter): as pessoas ficam mais tranquilas em deixar seus animais em casa, aos cuidados de um profis-sional de confiança.

No caso dos gatos isso pode ser ainda mais fundamental: os bichanos geral-mente sofrem mais ao deixar o ambiente a que estão acostumados, então ficar em casa pode ser uma excelente pedida, desde que aos cuidados de um profis-sional de confiança e que conheça e entenda as necessidades do animal.

Rafaela Pinto atua como cat sitter no Rio de Janeiro. Desde pequena é apai-xonada por animais, especialmente gatos, e tem três gatinhos adotados. Como já tinha experiência em cuidar de felinos e adorava passar tempo com eles, decidiu unir o útil ao agradável e se tornou “babá de gatos”: “Como nunca posso me ausentar por períodos prolon-gados devido aos gatos e não sou muito

então resolveu investir no nicho e criou o site www.catsittersonhos.com para divul-gar seus serviços.

O retorno foi positivo logo de início: “As pessoas que me procuram, ficam mara-vilhadas com meu serviço e dizem que precisavam de algo deste tipo há muito tempo, porque já estavam sem graça de pedir para o vizinho olhar ou porque já tiveram problemas em algum aspecto. Por exemplo, o vizinho botava comida, mas não trocava a água. E quando volta-vam de viagem, o gatinho estava estres-sado, muito provavelmente porque a pessoa que tomou conta dele não dedi-cava um tempo para atenção, carinho e brincadeiras, um diferencial do meu tra-balho e que traz tranquilidade aos

clientes, através dos vídeos e fotos que envio diariamente”, relata a cat sitter.

Claro que, lidando com animais tão especiais e de personalidade marcante, Rafaela já tem algumas histórias diverti-das para compartilhar: “Meu primeiro serviço já foi uma grande prova de fogo e foi o mais divertido de todos! Foram ONZE gatos num apartamento em Copa-cabana e o atendimento durou cinco dias. Antes de viajar, a cliente preencheu uma ficha cadastral com seus dados, do veterinário e uma para cada gatinho. Uma gatinha em especial, a Zileide, tinha uma mania curiosa de entrar no quarto de empregada através de uma janela altís-sima da cozinha para roer as coisas lá de dentro. Todos os dias, quando chegava e

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de viajar, decidi abraçar a profissão. O que ocorria já há muitos anos com certa frequência era dos meus pais ou amigos viajarem e eu tomar conta dos gatos sem receber nada por isso”, explica Rafaela.

Ela tinha um emprego estável como administradora, mas não estava feliz com sua rotina. “Em março de 2010, me desliguei de vez da empresa em que tra-balhava e comecei a pensar em projetos que incluíssem animais. E numa con-versa informal com minhas amigas Mônica e Tatiana, elas sugeriram que eu abrisse um hotel para gatos. Mas isto já existe no Rio e no meu ponto de vista, além de não ser o ideal para um gato, não era o ideal para mim. Com um hotel, um empreendimento de grande porte, dificilmente eu ‘colocaria a mão na massa’, ou seja, nos gatos”, conta Rafa-ela.

Após uma breve pesquisa, ela viu que o serviço de cat sitting é muito popular no exterior, e pouco difundido no Brasil,

quando saía de lá, cerca de duas horas e meia depois, eu fazia uma contagem para ver se todos os onze gatos estavam pre-sentes. Era muito engraçado, e se eles começavam a correr pela casa, eu tinha que começar tudo de novo! Teve um dia que a Zileide tinha sumido. Eu recontei os gatos umas três vezes, nervosa, até me dar conta de que ela deveria ter entrado no quarto de empregada. Fui à cozinha incrédula dar uma olhada no buraco, era alto demais e não me parecia ter nen-huma superfície de apoio pra ela saltar até lá. Enfim, abri a portinha do quarto de empregada que ficava do outro lado do apartamento, no corredor, e lá estava ela feliz da vida roendo um rolo de papel higiênico! Esses gatos são todos muito figuras”, diverte-se Rafaela.

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Os gatos também têm babá

Bichanos não gostam muito de deixar seu ambiente; já pensou em contratar uma

babá para eles?

- Confira com clientes anteriores as referências do profissional a ser con-tratado;

- Deixe carteiras de vacinação e infor-mações do médico veterinário do animal com a cat Sitter;

- Deixe telefones de contato com o profissional para casos de emergência;

- Fale ao profissional sobre os hábitos e temperamentos do gato;

- Deixe petiscos e brinquedos de preferência do gatinho à disposição do profissional.

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Neste mês de fevereiro a empresa Pet Life comemora cinco anos, mas quem ganha pre-sente são seus parceiros e consumidores. A empresa lança a Linha Ouro, a primeira linha do mundo, do segmento pet, que lança shampoos com ouro em sua fórmula.

A LINHA OURO contém um pingente de 20 x 15 mm com a logomarca Pet Life folheada em ouro como brinde (isso mesmo, BRINDE) para seus clientes. E este mimo vem dentro dos produtos, acompanhado de uma etiqueta com foto indicando detalhes do brinde do lado de fora dos produtos.

Os parceiros que ajudam a vender Pet Life vão ganhar um pingente folheado a ouro velho de 35 x 28 mm.

Os cinco anos de sucesso da Pet Life pre-cisavam ser celebrados de forma especial, e é isso o que a empresa está se propondo a fazer, incluindo clientes e parceiros na comemoração: “Queríamos comemorar cinco anos lançando um produto que trouxesse benefícios tanto para a Marca Pet Life quanto para os nossos clientes. Fizemos algumas pesquisas de produtos no mercado nacional e internacional e não encontramos

Pet Life é ouro na comemoração de seus cinco anos

nada no segmento veterinário que tivesse ouro na sua formula. Ai começou a correria entre fornecedores de matérias primas e em-balagens para criar algo diferente com rela-ção ao produto e a embalagem. Além disso, queríamos presentear o consumidor com uma lembrança desses cinco anos, então surgiu a ideia do pingente folheado em ouro para o cliente final e do pingente folheado em ouro velho para os parceiros”, explica o engenheiro Alessandro, da Pet Life.

Além de todas as novidades que certa-mente movimentarão o mercado pet e trarão muitos benefícios para consumidores e seus bichinhos, a Pet Life também fará uma festa no inicio de fevereiro para os parceiros que ajudaram no crescimento e consolidação da empresa no concorrido mercado pet.

Nestes cinco anos de uma história vito-riosa, não só a marca Pet Life foi fortalecida, mas também outros produtos do segmento: “Um marco importante para nós foi a aber-tura de portas para utilizar o nosso know how para fabricar para outras marcas e tipos de produtos que não fossem da Pet Life. Isto nós

aproximou de outras empresas que têm o mesmo tipo de produtos à venda, forta-lecendo a empresa como fabricante de produtos veterinários do nosso segmento. Além disso, o desenvolvimento da empresa Aless Kanaan Quimica é de impressionar, crescendo três ou quatros vezes ao ano com-parado com o ano que passou. É de deixar qualquer empresa com água na boca!”, comemora o engenheiro Alessandro.

O engenheiro Alessandro agradece a todos que fizeram e fazem parte do sucesso da Pet Life: “Em primeiro momento agrade-cer a DEUS por termos a oportunidade de oferecer ao mercado um produto que vem crescendo e se destacando no meio de tantas marcas e produtos. Depois a todos que acreditam nos produtos da Linha Pet Life como referencia de inovação e diferen-cial no mercado veterinário que é tão concor-rido”.

Além de shampoo, a Linha Ouro também vai contar com sabonete de 75g e loção per-fumada de 120ml. Logo no começo de feve-reiro, a linha estará à venda em todo o Brasil para fazer seu pet brilhar ainda mais.

Empresa lança primeira linha de produtos voltados ao mercado pet no mundo que

contem ouro em sua formulação

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Neste mês de fevereiro a empresa Pet Life comemora cinco anos, mas quem ganha pre-sente são seus parceiros e consumidores. A empresa lança a Linha Ouro, a primeira linha do mundo, do segmento pet, que lança shampoos com ouro em sua fórmula.

A LINHA OURO contém um pingente de 20 x 15 mm com a logomarca Pet Life folheada em ouro como brinde (isso mesmo, BRINDE) para seus clientes. E este mimo vem dentro dos produtos, acompanhado de uma etiqueta com foto indicando detalhes do brinde do lado de fora dos produtos.

Os parceiros que ajudam a vender Pet Life vão ganhar um pingente folheado a ouro velho de 35 x 28 mm.

Os cinco anos de sucesso da Pet Life pre-cisavam ser celebrados de forma especial, e é isso o que a empresa está se propondo a fazer, incluindo clientes e parceiros na comemoração: “Queríamos comemorar cinco anos lançando um produto que trouxesse benefícios tanto para a Marca Pet Life quanto para os nossos clientes. Fizemos algumas pesquisas de produtos no mercado nacional e internacional e não encontramos

Pet Life é ouro na comemoração de seus cinco anos

nada no segmento veterinário que tivesse ouro na sua formula. Ai começou a correria entre fornecedores de matérias primas e em-balagens para criar algo diferente com rela-ção ao produto e a embalagem. Além disso, queríamos presentear o consumidor com uma lembrança desses cinco anos, então surgiu a ideia do pingente folheado em ouro para o cliente final e do pingente folheado em ouro velho para os parceiros”, explica o engenheiro Alessandro, da Pet Life.

Além de todas as novidades que certa-mente movimentarão o mercado pet e trarão muitos benefícios para consumidores e seus bichinhos, a Pet Life também fará uma festa no inicio de fevereiro para os parceiros que ajudaram no crescimento e consolidação da empresa no concorrido mercado pet.

Nestes cinco anos de uma história vito-riosa, não só a marca Pet Life foi fortalecida, mas também outros produtos do segmento: “Um marco importante para nós foi a aber-tura de portas para utilizar o nosso know how para fabricar para outras marcas e tipos de produtos que não fossem da Pet Life. Isto nós

aproximou de outras empresas que têm o mesmo tipo de produtos à venda, forta-lecendo a empresa como fabricante de produtos veterinários do nosso segmento. Além disso, o desenvolvimento da empresa Aless Kanaan Quimica é de impressionar, crescendo três ou quatros vezes ao ano com-parado com o ano que passou. É de deixar qualquer empresa com água na boca!”, comemora o engenheiro Alessandro.

O engenheiro Alessandro agradece a todos que fizeram e fazem parte do sucesso da Pet Life: “Em primeiro momento agrade-cer a DEUS por termos a oportunidade de oferecer ao mercado um produto que vem crescendo e se destacando no meio de tantas marcas e produtos. Depois a todos que acreditam nos produtos da Linha Pet Life como referencia de inovação e diferen-cial no mercado veterinário que é tão concor-rido”.

Além de shampoo, a Linha Ouro também vai contar com sabonete de 75g e loção per-fumada de 120ml. Logo no começo de feve-reiro, a linha estará à venda em todo o Brasil para fazer seu pet brilhar ainda mais.

Empresa lança primeira linha de produtos voltados ao mercado pet no mundo que

contem ouro em sua formulação

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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Oscar: o gato que previa a morte

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

Divulgação

Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

Divulgação

O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Page 21: #11 - Fevereiro 2011

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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Oscar: o gato que previa a morte

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

Divulgação

Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

Divulgação

O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

22 2322 23

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Page 22: #11 - Fevereiro 2011

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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Oscar: o gato que previa a morte

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

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Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

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O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

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Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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Oscar: o gato que previa a morte

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

Divulgação

Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

Divulgação

O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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OSCAR: O GATO QUE PREVIA A MORTE

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

Divulgação

Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

Divulgação

O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

22 2322 23

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Page 25: #11 - Fevereiro 2011

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Nossos amigos têm a intuição mais aguçada que a nossa?

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Na mitologia e religião

Da mitologia ocidental à oriental, o cão figura ora como fera e ora como divindade. Uma das mais famosas imagens ocidentais é a de Cérbero: besta presente na mitologia greco-romana é o filho de Tifão e Equidna, inimigo de Zeus, era irmão do cão bicéfalo Ortros e da Hidra, a serpente de sete cabeças. De sua união com Quimera nasceram o Leão de Nemeia e a Esfinge. Cérbero vivia na entrada do reino do deus Hades e costumava latir muito. Para aplacar sua ira, os mortos lhe davam um bolo feito de farinha e mel, presente que seus parentes deixavam nos túmulos.

Outro conhecido cão mitológico da Grécia é Argos, cujo dono era Odisseu. Na Odisseia de Homero, foi Argos o único a reconhecer o herói quando este retornou para casa, morrendo logo depois disso. Outros cães presentes na mitologia grega são Argyreos e Chryseos, feitos de prata e ouro respectivamente, confeccionados pelo deus Hefestos; Ortros era o cão companheiro de Gerião, conhecido por ter sido morto por Hércules. Ainda no ocidente, o cão também figurou nas mitologias nórdica, com os Kenning, as conhecidas montarias das valquírias; germânica, com Barghest, lobo domesticado pelos goblins; celta, com Failinis da lenda dos 'argonautas' gaélicos, e Bran, o cão de Finn; e egípcia, com Anúbis.

No lado oriental da mitologia, este animal aparece como Tien-koan, o cão celestial chinês; e como Hōkō, a besta de cinco caudas da mitologia japonesa. Como híbrido, o cão também figura, mas na mitologia do Antigo Egito, como um cinocéfalo, macaco com cabeça de cão. Os cinocéfalos chega-ram à Idade Média, sendo populares as lendas

como a de São Cristóvão com a cabeça de cão.Nas religiões o cão também possui o seu papel.

Para os judeus, apesar de considerados impuros por se alimentares de restos, fosse de cadáveres, fosse de lixo, também eram vistos positivamente, devido à palavra do Talmude. Este afirma que os cães devem ser tolerados e que o acesso ao alimento ritualmente impuro foi a recompensa concedida por Deus aos cães, retribuindo o silêncio destes na noite em que os israelitas começaram o êxodo do Egito, além de um cão ter sido dado por Deus a Caim como sinal de proteção.

No Catolicismo, apesar do início preconceituoso da Idade Média, a imagem dos cães passou a ser positiva desde a narrativa do nascimento de Jesus, no qual figuraram como cães de pastoreio, até a história do cão Giggio, sempre defendendo São João Bosco. Para a religião islâmica, os cães, antes vistos como párias e com o decreto de Maomé para seu extermínio, continuam vistos como animais a serem evitados e eliminados.

No desenvolvimento da sociedade

Enquanto no Egito os cães eram reverenciados como conhecedores dos segredos do outro mundo, na Grécia antiga cães semelhantes a galgos mo-

dernos eram relacionados aos deuses da cura. Tem-plos que abrigavam dezenas de cães eram mantidos para que os feridos pudessem ser levados para lá e ter suas feridas lambidas pelos cães. O próprio Homéro disse na sua obra: “Infeliz do homem que não tiver um cão para lamber suas feridas…”

Além de agentes da cura, os cães também desempenharam outro papel na Grécia antiga. Eles combatiam junto com os exércitos. Grandes cães molossos acompanharam os exércitos de Alexan-dre, O Grande, da Macedônia e se espa-lharam pelo mundo. Estes cães eram considerados armas de guerra. Eles eram os ancestrais do atual Dogue do Tibete e seguiram as tropas de Alexandre quando estas retornavam para casa, vindas de campanhas na Ásia e se espalharam pela Europa, chegando à Hungria, originando raças como o komondor, à Alemanha e outros países originando diversas raças de cães molossos.

O próprio Império Romano tinha como símbolo a loba que amamentara os fundadores da cidade. Mas a participação mais famosa dos cães em Roma foi outra. Dentre os diversos animais que os roma-nos fizeram lutar no coliseu para diversão do público havia grandes cães. Uma das principais atrações eram cães molossos e o Wolfhound

arena para matar prisioneiros, cristãos e escravos vestidos com peles de animais. Estes cães eram tão apreciados pelos romanos que algumas raças quase foram levadas à extinção, tal foi o número de espécimens que importaram para matar e morrer na arena ou apenas para desfilar em Roma.

Com o fim do Império Romano e o início da Idade Média, o mundo entrou em outra fase, e conse-quentemente os cães também. A igreja católica foi a instituição mais influente no mundo durante esta época. Neste período ocorreram a peste negra, a inquisição e as cruzadas e todos estes eventos influ-enciaram a criação de cães no mundo. No início da idade média os cães já estavam espalhados pela Europa, levados do oriente médio para toda a região mediterrânea pelos mercadores fenícios e aden-trado o continente seguindo soldados romanos.

Durante a peste negra que assolou a Europa e parte da Ásia, os cadáveres se amontoaram nas cidades e campos, muitos destes corpos, antes de serem queimados, acabavam servindo de alimento para os cães que viviam nas periferias das cidades. Os cães perderam o seu antigo prestígio de divin-dades para serem temidos como seres relacionados a morte e às “forças das trevas”. Durante grande parte da Idade Média, a influência da igreja atingiu diretamente os cães. A mentalidade supersticiosa da época fez dos cães, principalmente os pretos, animais de bruxas, relacionados com vampiros e lobisomens. Milhares de lobos foram mortos por incentivo da santa inquisição na tentativa de se caçar lobisomens. Decretos foram baixados onde se dizia que se, qualquer pessoa acusada de bruxaria, estivesse presa, a espera de julgamento pela igreja e fosse visitada por um cão, gato ou pássaro, seria imediatamente considerada culpada de bruxaria e

ria desenvolver sua própria variedade de cachorro, selecionando-os de acordo com sua preferência dentro dos canis do seu castelo. Na Inglaterra, a rainha Elizabeth I mantinha em seu canil particular os pocket beagles uma variedade de beagles desenvolvida em seu próprio canil, que atualmente não existe mais.

As Grandes Navegações chegaram ao novo mundo e trouxeram consigo cães. Embora os cães não fossem desconhecidos dos povos pré-colombianos, muitas variedades novas foram intro-duzidas pelos conquistadores europeus. Nas guer-ras empreendidas contra os nativos, cães fareja-dores eram utilizados para encontrar e matar índios. Diz-se que na atual República Dominicana milhares de indígenas foram derrotados por uma tropa de 150 soldados de infantaria, 30 cavaleiros e 20 cães rastreadores.

CÃES NA GUERRA

Explorados e correndo sérios riscos de ferimen-tos e até mesmo de morte, os cães continuam sendo usado como armas de guerra. Uma prática bárbara que o ser humano insiste em ver como normal.

- Cães-de-guerra são relatados entre os egíp-cios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexan-dre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em

recipientes de bronze para incendiar acampamen-tos inimigos;

- No século XVI, na guerra franco-britânica, Hen-rique VIII utilizou mais de 500 cães contra Carlos V da França;

- Os conquistadores usaram cães no aniquila-mento dos impérios inca e asteca. Os índios dos EUA aproveitavam seus cães como sentinelas, na captura de invasores e como fonte de alimento;

- Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incor-porava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra (em clara vantagem contra os cerca de 250 cães sanitários da França) e incor-porou mais 35.000;

- Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África;

- A União Soviética utilizou 40.000 cães “suici-das”, armados com bombas para conter o avanço da divisão Panzer alemã. Desde quando o cão pode ser suicida se nem pediu para estar ali?;

- Os Pastores Alemães, na Itália se destacaram como cães paraquedistas;

- Como muitas mensagens eram interceptadas, o Yorkshire, levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de “cães de ligação” que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta;

- As Forças Armadas Americanas classificaram como “heróis anônimos” os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil

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irlandês. Estes cães de tamanho gigantesco e temperamento dócil eram trazidos diretamente das colônias romanas na Bretanha e da Europa continental, deixados sem comida e depois eram soltos na

queimada na fogueira.Foi só após a chamada “idade das trevas”, que os cães voltaram a ter

algum prestígio. Principalmente os cães dos nobres. Cada família nobre pode-

soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detec-tar explosivos.

NA FICÇÃO

Os cães estão presentes na ficção há tempos. Seja em livros, filmes e desenhos, é impossível não recordarmos alguns deles.

Criação dos estúdios Disney, os 101 Dálmatas foram um desenho animado rodado pela primeira vez em 1961, que viraram filme 35 anos mais tarde, com direito a uma continuação chamada 102 Dálmatas. Viraram também jogos de video-game, pelúcias, roupas e acessórios.

Também criação deste estúdio é o cão Pluto, da raça bloodhound, companheiro do rato Mickey. Criado em 1950, sua personalidade quase humana o tornou famoso pelo mundo. Em 1941, o desenho Me dê uma Pata, protagonizado pelo canino, conquistou o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

Assim como os dálmatas, Pluto também é estampado em diversos produtos, bem como outro famoso cão da vida do rato norte-americano: Pateta, cuja primeira aparição em desenho animado foi em 1932.

Nos desenhos animados, Scooby-doo, o dina-marquês criado no ano de 1969 por Iwao Taka-moto, e Snoopy, cão da raça beagle, personagem

da história em quadrinhos Peanuts criado por Charles Schulz, destacaram-se por permanecerem em exibição nas televisões ao redor do mundo, e por figurarem em diversos produtos e também bandas desen-hadas. Scooby inclusive foi às telas do cinema com dois filmes.

Nos quadrinhos, Bidu, cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa, e Ideiafix, minúsculo companheiro do Obelix, também ganharam muitos fãs.

Já no cinema e na literatura, destacam-se Lassie, cadela que deu nome à série e ao famoso filme rodado ao lado de Elizabeth Taylor; Rin-tin-tin, astro de quase trinta filmes, detentor de uma estrela na Calçada da Fama e um dos primeiros cães do mundo a se tornarem celebridade; e Marley, um cão real que marcou a vida de uma família e saiu do livro escrito por John Grogan para as telas do cinema em Marley & Eu. Publicação e película contaram a história do pior cão do mundo com o maior coração de todos.

O Tsunami que castigou a Ásia em dezembro de 2004 chamou a atenção para o sexto sentido dos animais. Apesar de ondas gigantes terem entrado até 3,5 quilômetros terra adentro na maior reserva ecológica da ilha, onde existem milhares de animais, não houve registro de mortes deles na localidade.

Apesar de alguns cientistas permanecerem céticos diante da possibilidade de um “sexto sentido animal”, muitos admitem a possibilidade dos animais possuírem capacidades sensoriais avançadas que os humanos não têm. Alguns procuram explicações relacionando os sentidos apurados dos animais com estímulos sensoriais microscópicos e invisíveis. Os especialistas expli-cam que os animais com sentidos altamente desenvolvidos (visão, audição e olfato) reagem mais às mudanças no ambiente do que os huma-nos.

As pesquisas mostram que muitos peixes são sensíveis a vibrações de baixa frequência e podem detectar o menor tremor. Outros animais são igual-mente sensíveis – os elefantes parecem ser capazes de detectar vibrações infrassom na Terra com suas patas. Será que os elefantes que fugiram para as Colinas de Khaolak sentiram os tremores causados pelo terremoto submarino perto de Sumatra?

Um caso de sexto sentido animal aconteceu nas águas do litoral da Florida, nos Estados Unidos. 14 tubarões galha-preta, eletronicamente marcados, foram observados saindo do seu território em Sarasota – fato inédito durante os quatro anos de monitoramento – aproximadamente 12 horas antes de o furacão Charley atacar a região. Eles se mantiveram afastados da área por mais duas semanas, antes de voltarem aos seus hábitats.

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OSCAR: O GATO QUE PREVIA A MORTE

As manifestações descritas acima podem pare-cer muito corriqueiras para aqueles que convivem com animais. E que tal um gato que previa a morte? Em julho de 2007 uma história publicada no periódico New England Journal of Medicine fasci-nou e despertou curiosidade no mundo todo: a matéria relatava que um gato podia "prever" as mortes de pacientes em uma casa de saúde várias horas antes de eles morrerem.

Oscar, um gato adotado pela equipe da Casa de Saúde e Reabilitação Steere em Providence, no estado americano de Rhode Island, fez pelo menos 25 previsões bem-sucedidas, nas quais os pacientes morreram horas após o gato sentar ao lado de seus leitos. Após a equipe da casa de saúde ter percebido a capacidade de Oscar, eles começaram a alertar as famílias sempre que o gato

Será que estes peixes sentiram a chegada do furacão? Os fatos apontam para uma resposta afirmativa.

Na China, um grupo de especialistas em sismo-logia em Nanning, província de Guangxi, decidiu usar cobras para prever abalos sísmicos. Monitora-ram, 24 horas por dia, um conjunto de cobras e ninhos delas, com o intuito de prever tremores de terra. Eles acreditam que as cobras podem sentir a libertação de energia que dá origem aos tremores de terra cerca de 120 horas antes de os sismógra-fos os registarem e de os humanos sentirem o chão a tremer debaixo dos pés.

Pesquisa aponta: donos acreditam na intuição

de seus pets

Uma pesquisa realizada em outubro de 2010 nos Estados Unidos fez a seguinte pergunta: “Como seus animais externam sua preocupação?”. As respostas foram: 64% dos entrevistados disseram que eles se abrigam em um local seguro; 56% que os animais choram ou vocalizam de alguma forma; 52% que eles ficam hiperativos, erráticos ou fazem movimentos inesperados e 36% que eles latem ou miam incessantemente.

Timothy Gilbert conta que toda vez que uma tempestade se aproxima, suas cadelas Emma e Bella, ficam vagando sem rumo, latem e, por fim, escondem-se embaixo da cama.

Ele acredita que os animais já nascem com um sexto sentido e ficam mais aptos a mostra-lo se possuem uma forte ligação com seus donos: “Algu-mas pessoas acreditam, por causa dessas mani-festações que têm um cachorro bobo e preguiçoso”, afirma Gilbert.

assumia seu posto próximo ao paciente. A maioria das famílias tolerava ou mesmo agradecia a sua presença, apesar de Oscar ficar estressado se forçado para fora do quarto de um paciente mor-rendo, miando atrás da porta.

Histórias de animais com habilidades notáveis não são raras. Há muito tempo existem histórias de cães que detectam vários tipos de câncer com seu faro. Um estudo comprovou depois que os cães podiam sentir evidência de câncer de bexiga ao farejá-lo na urina. Algumas pessoas que sofrem de uma forma grave de epilepsia usam cães especial-mente treinados fornecidos por instituições de caridade. Esses cães avisam seus donos sobre convulsões iminentes, dando lambidas ou fazendo algum outro sinal. Uma mulher disse que seu cão regularmente lhe dá um aviso com antecedência de 40 minutos, permitindo que ela vá para um local seguro para não se preocupar com perigos quando ela tem convulsões.

Os cães que sentem convulsões buscam cheiros sutis e mudanças nas características dos seus donos (como pupilas dilatadas). O seu treina-mento, que leva pelo menos um ano, lhes ensina a avisar seus donos. Apesar de estarmos acostuma-dos a ouvir falar de cães que aprendem a ajudar os cegos ou a buscar pessoas feridas, o caso de Oscar é mais curioso. Cientistas acreditam que cães podem sentir doenças nos outros devido à sua origem evolucionária como os lobos, que precisa-vam ser capazes de detectar quando algum animal na matilha estava ferido ou doente.

Para biólogo, sensitividade dos animais é inquestionável

O biólogo inglês Ruppert Sheldrake defende uma teoria: os animais têm sexto sentido e podem adivinhar o que o dono está pensando ou sentindo. O animal que mais impressionou Sheldrake é o cãozinho Jeiti. Em dezenas de testes, Jeiti teria demonstrado alguma forma de comunicação mental com a dona, Pam Smart.

Um cachorro é de fato capaz de pressentir o

momento em que a dona volta para casa? Uma equipe de tevê austríaca utilizou duas câmeras para descobrir. Uma ficou na casa, registrando todos os movimentos de Jeiti. A outra acompanhou Pam em uma volta pela cidade.

Os relógios das duas câmeras estão sincroniza-dos. Os pais de Pam não sabem a hora em que ela vai voltar, nem os cinegrafistas, nem a própria dona do cachorro.

13h: Pam está na cidade. Jeiti não se mexe.14h50: É o momento crítico. A produtora da

equipe de tevê diz a Pam: é hora de voltar para casa.

A filmagem indica que 11 segundos depois que Pam se levantou para voltar, Jeiti foi à janela e lá permaneceu, até a chegada da dona. Pam voltou de táxi, porque os cães reconhecem o barulho do motor dos carros dos donos.

Conclusão de Sheldrake: o cachorro não usou a audição, nem o olfato, para perceber que a dona estava chegando. Na verdade, a quilômetros de distância, ele teria percebido o momento em que a dona tomou a decisão de voltar.

“O que me impressionou foi que tentamos de todas as formas explicar o comportamento desse cão através de causas naturais, mas não consegui-mos. Ele certamente mostrou que tem alguma capacidade telepática. O cachorro parece estar reagindo à intenção das pessoas”, diz Sheldrake.

Mas como o pensamento sai da cabeça do dono e chega à cabeça do cachorro? Sheldrake afirma que existem campos invisíveis, como ondas de rádio, através dos quais informações e sentimen-tos circulam, independentemente da distância. Isso, sustenta o inglês, vale para qualquer bicho, seja de estimação ou não.

Alguns pesquisadores são céticos quanto ao trabalho de Sheldrake, mas a experiência não deixa de ser impressionante, especialmente para quem convive com animais e já vivenciou histórias tão ou mais interessantes do que esta.

Até cão de estrela de Hollywood tem sexto sentido

Recentemente a atriz Natalie Portman (uma das prováveis indicadas ao Oscar deste ano), revelou que crê na sensibilidade aguçada de seu cão, Whiz. “Quando ele está em uma sala cheia de gente ele procura se sentar bem na frente da pessoa que não gosta de cachorros e vai rolar no chão, mostrando a barriga”, afirmou a estrela.

De acordo com Natalie, o animal usaria esta técnica, justamente ao identificar pessoas que não gostam muito de cães e sua atitude seria uma tentativa de fazer amizade com elas e, quem sabe, mudar sua opinião a respeito do melhor amigo do homem.

Animais se comunicariam com humanos por telepatia

Ainda de acordo com o polêmico biólogo Rupert Sheldrake, os bichos podem se comunicar por telepatia com as pessoas. Segundo ele, os laços afetivos que unem os cães e gatos aos seus donos criam o "canal para essa comunicação telepática". É essa a tese dos "campos mórficos",

que Sheldrake defende em seu livro, "Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home" (Cães que sabem quando seus donos estão chegando em casa).

“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles convivem. Essas afini-dades é que são responsáveis pela comunicação”, afirma Sheldrake.

De acordo com o inglês, Cachorros são mais sensíveis que gatos, que são mais sensíveis que cavalos e papagaios. No entanto, ele enfatiza que não houve consideráveis discrepâncias quando diferentes raças de cães foram testadas.

Além da telepatia, Sheldrake destaca outras capacidades dos animais: “Eles têm senso de direção e premonições. O senso de direção depende de laços que unem o animal à casa. É um outro tipo de campo mórfico. O animal está ligado à sua casa por esse campo. Por isso ele é capaz de achar o caminho de casa”.

E você? O que acha do sexto sentido dos animais? Já teve alguma experiência interessante com seu amigo? Conte para nós! Envie para [email protected]

O sexto sentido dos animais

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Alguns cães sabem com antecedência quando o dono vai chegar

O gato Oscar ficou famoso por prever mortes nos EUA

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O biólogo Rupert Sheldrake

Rupert Sheldrake ORG

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Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Page 26: #11 - Fevereiro 2011

Rostos famosos em prol dos animais

Eles não vieram ao mundo a passeio. Sabem que têm um grande espaço e influência na mídia, e utilizam esse poder de forma positiva: dando voz aos nossos amigos animais que não podem falar em causa própria.

Jennifer Aniston

A atriz que ficou mundialmente conhecida como a Rachel, da série “Friends”, já mostrou seu amor por um cão muito agitado no filme “Marley & Eu”. Na vida real, a estrela também faz questão de mostrar a importância dos cães em sua rotina: recentemente ela declarou que encontra amor incondicional em seus cães, Norman e Dolly: “Realmente a forma mais incondicional de amor que você pode encontrar é com um cachorro". Norman é companheiro de longa data da atriz, com 15 anos, e Dolly tem quatro.

Lúcia Veríssimo

Sempre que pode, a atriz defende os direitos dos animais em entrevistas e através de seus perfis em redes sociais. Lúcia mantém uma fazenda-modelo chamada Independência, onde mantém animais em pastos especiais, e não os vende para abate e nem mesmo para consumo próprio, já que é vegetari-ana. No estatuto da propriedade, os funcionários são proibidos de manter os animais presos.

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Celebridades do bem

Isis Valverde

A bela atriz que atualmente dá vida à Marcela da novela “Ti Ti Ti” é uma amante dos animais e usa sua imagem para defendê-los. Recentemente, ela posou para um calendário da ONG carioca Suipa, recheada de outras celebridades fotografadas com alguns dos animais abrigados pela instituição. Isis se apaixonou pela a cachorrinha com a qual posou para uma das fotos e levou-a para casa. Um belo exemplo!

Jesse Eisenberg

O ator é um dos atuais queridinhos de Hollywood. Em filmes como “Adventureland” e “Zombieland” ele inter-preta nerds carismáticos e charmosos. Com seu último filme “A Rede Social” não tem sido diferente. Ele ganhou até mesmo o título de “Geek Mais Sexy” pela revista Entertainment Weekly. Em entrevista ao pro-grama de Conan O´Brien, Eisenberg revelou que faz lar adotivo para diversos gatos até que encontrem uma casa definitiva: “Eu tenho dois gatos agora, mas eu estou em uma lista onde eles podem entregá-los na minha casa. Ser um pai adotivo de gatos é basicamente ter inquilinos entrando e saindo", disse o ator. Fofo, não?

Reuters

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Malena Ramos

Page 27: #11 - Fevereiro 2011

Rostos famosos em prol dos animais

Eles não vieram ao mundo a passeio. Sabem que têm um grande espaço e influência na mídia, e utilizam esse poder de forma positiva: dando voz aos nossos amigos animais que não podem falar em causa própria.

Jennifer Aniston

A atriz que ficou mundialmente conhecida como a Rachel, da série “Friends”, já mostrou seu amor por um cão muito agitado no filme “Marley & Eu”. Na vida real, a estrela também faz questão de mostrar a importância dos cães em sua rotina: recentemente ela declarou que encontra amor incondicional em seus cães, Norman e Dolly: “Realmente a forma mais incondicional de amor que você pode encontrar é com um cachorro". Norman é companheiro de longa data da atriz, com 15 anos, e Dolly tem quatro.

Lúcia Veríssimo

Sempre que pode, a atriz defende os direitos dos animais em entrevistas e através de seus perfis em redes sociais. Lúcia mantém uma fazenda-modelo chamada Independência, onde mantém animais em pastos especiais, e não os vende para abate e nem mesmo para consumo próprio, já que é vegetari-ana. No estatuto da propriedade, os funcionários são proibidos de manter os animais presos.

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Celebridades do bem

Isis Valverde

A bela atriz que atualmente dá vida à Marcela da novela “Ti Ti Ti” é uma amante dos animais e usa sua imagem para defendê-los. Recentemente, ela posou para um calendário da ONG carioca Suipa, recheada de outras celebridades fotografadas com alguns dos animais abrigados pela instituição. Isis se apaixonou pela a cachorrinha com a qual posou para uma das fotos e levou-a para casa. Um belo exemplo!

Jesse Eisenberg

O ator é um dos atuais queridinhos de Hollywood. Em filmes como “Adventureland” e “Zombieland” ele inter-preta nerds carismáticos e charmosos. Com seu último filme “A Rede Social” não tem sido diferente. Ele ganhou até mesmo o título de “Geek Mais Sexy” pela revista Entertainment Weekly. Em entrevista ao pro-grama de Conan O´Brien, Eisenberg revelou que faz lar adotivo para diversos gatos até que encontrem uma casa definitiva: “Eu tenho dois gatos agora, mas eu estou em uma lista onde eles podem entregá-los na minha casa. Ser um pai adotivo de gatos é basicamente ter inquilinos entrando e saindo", disse o ator. Fofo, não?

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Divulgação

Malena Ramos

Page 28: #11 - Fevereiro 2011

O Agility é um esporte praticado por duplas compostas de um cão e seu condutor. As regras iniciais foram baseadas no hipismo. O objetivo é terminar a prova sem cometer infrações e no menor tempo possível, tornando assim o agility uma prova de habili-dade, onde a velocidade é critério decisivo de desempate.

Qualquer cão, seja ou não de raça, pode praticar o agility desde que suas condições de saúde assim o permitam. Os cães são distribuídos em categorias de acordo com seu tamanho: mini, midi e standard.

28 29

Pet Esporte

No Brasil, o esporte existe há, aproxima-damente, 15 anos, sendo que em 1997 ocor-reu seu primeiro match (prova não oficial) e em 1998 houve a realização do primeiro campeonato oficial da modalidade.

Quem já viu um cão praticando agility, sabe o quanto eles parecem se divertir com a modalidade. Entretanto, ainda não é muito popular no Brasil. De acordo com Bruno Reis Amaral, da Extreme Agility, o fato acontece por algumas razões: “Para um esporte se tornar popular, podemos considerar os seguintes aspectos: regras conhecidas pelos

15

habitantes do país: somente os praticantes de agility conhecem as regras; o esporte ser bastante praticado e assistido: o agility possui campeonatos regionais apenas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Per-nambuco. Existem praticantes em outros estados. Porém, sem a possibilidade de organizar campeonatos regionais. O agility tem duas competições a nível nacional, o Campeonato Brasileiro e a Copa CBA, ambas realizadas somente em São Paulo, por inúmeros fatores. Assim como no futebol, existem escolas, onde os condutores e seus cães aprendem agility. São Paulo é o estado campeão em escolas. São mais de 20. No Rio de Janeiro, temos cerca de nove escolas. O esporte precisa de maior divulgação e de mais escolas para que condutores não pre-cisem sair do seu bairro e viajar mais de 50 quilômetros para poder treinar; o esporte tem uma grande popularidade histórica: o esporte ainda é novo. São apenas 15 anos de história”, lista Amaral.

Bruno Amaral é biólogo, professor de agi-lity e pratica o esporte desde 2006 com as cadelas da raça border collie Laika e Lois Laine. Ele foi campeão carioca em 2008 e 2009 com a cadela Laika e ficou em terceiro lugar no mesmo torneio em 2009/10 com a mesma cadela. “Saímos do campeonato faltando duas etapas, pois a Laika ficou em resguardo para ter seus filhotes. Estávamos em primeiro lugar quando isso ocorreu”, explica Amaral.

Se você ficou empolgado para ver seu cão pulando obstáculos por aí, é preciso ficar atento. Há algumas contraindicações ao esporte: cães que apresentem hiperaqueci-mento, problemas respiratórios, cardíacos e artrite estão proibidos de fazer agility. “É importante não iniciar treinamentos com saltos, antes de um ano de idade do cão, pois, sua estrutura óssea não está total-mente formada”, alerta Bruno.

Quer ter muita diversão com seu amigo e tirar vocês dois do sedentarismo? Procure uma escola gabaritada para treinar o agility: “A grande maioria das escolas é represen-tada por profissionais gabaritados. Quando não são veterinários, são adestradores expe-rientes ou biólogos”, afirma Bruno Amaral.

36

Esporte AnimalAgility é diversão garantida para humanos e pets

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Extreme Agility

Extreme Agility

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O Agility é um esporte praticado por duplas compostas de um cão e seu condutor. As regras iniciais foram baseadas no hipismo. O objetivo é terminar a prova sem cometer infrações e no menor tempo possível, tornando assim o agility uma prova de habili-dade, onde a velocidade é critério decisivo de desempate.

Qualquer cão, seja ou não de raça, pode praticar o agility desde que suas condições de saúde assim o permitam. Os cães são distribuídos em categorias de acordo com seu tamanho: mini, midi e standard.

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Pet Esporte

No Brasil, o esporte existe há, aproxima-damente, 15 anos, sendo que em 1997 ocor-reu seu primeiro match (prova não oficial) e em 1998 houve a realização do primeiro campeonato oficial da modalidade.

Quem já viu um cão praticando agility, sabe o quanto eles parecem se divertir com a modalidade. Entretanto, ainda não é muito popular no Brasil. De acordo com Bruno Reis Amaral, da Extreme Agility, o fato acontece por algumas razões: “Para um esporte se tornar popular, podemos considerar os seguintes aspectos: regras conhecidas pelos

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habitantes do país: somente os praticantes de agility conhecem as regras; o esporte ser bastante praticado e assistido: o agility possui campeonatos regionais apenas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Per-nambuco. Existem praticantes em outros estados. Porém, sem a possibilidade de organizar campeonatos regionais. O agility tem duas competições a nível nacional, o Campeonato Brasileiro e a Copa CBA, ambas realizadas somente em São Paulo, por inúmeros fatores. Assim como no futebol, existem escolas, onde os condutores e seus cães aprendem agility. São Paulo é o estado campeão em escolas. São mais de 20. No Rio de Janeiro, temos cerca de nove escolas. O esporte precisa de maior divulgação e de mais escolas para que condutores não pre-cisem sair do seu bairro e viajar mais de 50 quilômetros para poder treinar; o esporte tem uma grande popularidade histórica: o esporte ainda é novo. São apenas 15 anos de história”, lista Amaral.

Bruno Amaral é biólogo, professor de agi-lity e pratica o esporte desde 2006 com as cadelas da raça border collie Laika e Lois Laine. Ele foi campeão carioca em 2008 e 2009 com a cadela Laika e ficou em terceiro lugar no mesmo torneio em 2009/10 com a mesma cadela. “Saímos do campeonato faltando duas etapas, pois a Laika ficou em resguardo para ter seus filhotes. Estávamos em primeiro lugar quando isso ocorreu”, explica Amaral.

Se você ficou empolgado para ver seu cão pulando obstáculos por aí, é preciso ficar atento. Há algumas contraindicações ao esporte: cães que apresentem hiperaqueci-mento, problemas respiratórios, cardíacos e artrite estão proibidos de fazer agility. “É importante não iniciar treinamentos com saltos, antes de um ano de idade do cão, pois, sua estrutura óssea não está total-mente formada”, alerta Bruno.

Quer ter muita diversão com seu amigo e tirar vocês dois do sedentarismo? Procure uma escola gabaritada para treinar o agility: “A grande maioria das escolas é represen-tada por profissionais gabaritados. Quando não são veterinários, são adestradores expe-rientes ou biólogos”, afirma Bruno Amaral.

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Esporte AnimalAgility é diversão garantida para humanos e pets

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

Extreme Agility

Extreme Agility

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Como todos sabemos, a região serrana do Rio de Janeiro foi devastada por uma forte enxurrada que causou deslizamentos, provo-cando a morte de muitas pessoas e animais.

Assim como as pessoas, os animais também sofrem muito com as enchentes e os deslizamentos que atingiram a região serrana do RJ. Conforme temos noticiado aqui no Conexão Pet, há muitos animais feri-dos, que necessitam de tratamento vete-rinário e muitos estão abandonados ou per-deram seus donos na tragédia.

30 31

Pet Alerta

Para ajudar, faça uma doação para uma das organizações da listagem abaixo:

Veterinários na Estrada:www.veterinariosnaestrada.com.brConta para depósitos:Banco BradescoAgencia: 2925-4Conta corrente: 4090-8Titular: Amélia Margarida de Oliveira – ME CNPJ 10-470-628-0001-04

15

GAPA - Grupo de Assistência e Proteção aos Animais Itaipava

(24) 2222-8419

SuipaSociedade União Internacional Protetora

Dos Animais – Banco ItaúAgência: 0584Conta Poupança: 54979-4 / 511

(complemento)CNPJ é 00.108.055/0001-10www.suipa.org.br

UnividaInstituto Univida de Proteção AnimalBanco ItaúAgência: 6542Conta corrente: 06841-3www.univida.org.br

Grupo EstimaçãoBanco ItaúAgência: 6103Conta Corrente: 19918-5CNPJ: 08.996.430/0001-17www.estimacao.org

AnimavidaTel: (24)2222-2085As doações para a ONG Animavida podem

ser deixadas em dois pontos:

Loja Armazém do GemmalEstrada União Indústria, 2733 - Itaipava

(em frente à Cerâmica do Luís Salvador)

Clínica Veterinária BicharadaEstrada União Indústria, 10661 – Itaipava

Projeto Pêlo Pró[email protected]

COMBINABanco do BrasilAgência 0335-2Conta Poupança 15565-9. Em nome de Juliana Maria B. da MattaCPF 038845347-85.Telefone:(22) 2523-9295

Abrigo da SerraBanco do BrasilAg: 0741-2C/C: 39911-6CPF: 256156967/53Em nome de Eliane T. M. Leão

36

Os animais precisam de ajuda no RJ

Para adotar animais vítimas da tragé-dia, entrem em contato com a veterinária Andréa Lambert:

Twitter: @alambertvet Contatos:(21) 9632-8115

[email protected]

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Como todos sabemos, a região serrana do Rio de Janeiro foi devastada por uma forte enxurrada que causou deslizamentos, provo-cando a morte de muitas pessoas e animais.

Assim como as pessoas, os animais também sofrem muito com as enchentes e os deslizamentos que atingiram a região serrana do RJ. Conforme temos noticiado aqui no Conexão Pet, há muitos animais feri-dos, que necessitam de tratamento vete-rinário e muitos estão abandonados ou per-deram seus donos na tragédia.

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Pet Alerta

Para ajudar, faça uma doação para uma das organizações da listagem abaixo:

Veterinários na Estrada:www.veterinariosnaestrada.com.brConta para depósitos:Banco BradescoAgencia: 2925-4Conta corrente: 4090-8Titular: Amélia Margarida de Oliveira – ME CNPJ 10-470-628-0001-04

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GAPA - Grupo de Assistência e Proteção aos Animais Itaipava

(24) 2222-8419

SuipaSociedade União Internacional Protetora

Dos Animais – Banco ItaúAgência: 0584Conta Poupança: 54979-4 / 511

(complemento)CNPJ é 00.108.055/0001-10www.suipa.org.br

UnividaInstituto Univida de Proteção AnimalBanco ItaúAgência: 6542Conta corrente: 06841-3www.univida.org.br

Grupo EstimaçãoBanco ItaúAgência: 6103Conta Corrente: 19918-5CNPJ: 08.996.430/0001-17www.estimacao.org

AnimavidaTel: (24)2222-2085As doações para a ONG Animavida podem

ser deixadas em dois pontos:

Loja Armazém do GemmalEstrada União Indústria, 2733 - Itaipava

(em frente à Cerâmica do Luís Salvador)

Clínica Veterinária BicharadaEstrada União Indústria, 10661 – Itaipava

Projeto Pêlo Pró[email protected]

COMBINABanco do BrasilAgência 0335-2Conta Poupança 15565-9. Em nome de Juliana Maria B. da MattaCPF 038845347-85.Telefone:(22) 2523-9295

Abrigo da SerraBanco do BrasilAg: 0741-2C/C: 39911-6CPF: 256156967/53Em nome de Eliane T. M. Leão

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Os animais precisam de ajuda no RJ

Para adotar animais vítimas da tragé-dia, entrem em contato com a veterinária Andréa Lambert:

Twitter: @alambertvet Contatos:(21) 9632-8115

[email protected]

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Pets pelo Mundo

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Quando falamos em França, e pensamos na capital Paris, logo imagens de luxo vêm à cabeça: champagne, perfumes, grifes carís-simas... no entanto, não é só disso que os franceses gostam: eles também amam os animais!

Em vários estabelecimentos é possível ver parisienses passeando alegremente com seus cães: eles vão a restaurantes, andam de carro e até mesmo são vistos no metrô! Muitas lojas também aceitam os animais em seu interior, com medo de desagradar os exigentes clientes amantes dos animais.

Outro ponto que chama a atenção é a edu-cação dos animais: “Todo mundo tem cachorro aqui. Quem tem casa, tem cachorro grande. Quem tem apartamento, cachorro pequeno. Dizem que a educação na Europa é uma das melhores e isso estende-se aos ani-mais. Aqui não é nada comum o adestra-mento com profissionais. Cada dono educa seu cachorro e para meu espanto, dá certo! Os cachorros são muito educados”, explica o brasileiro Felipe Villegas, morador de Paris.

Felipe e a esposa Alessandra levaram um

França?

Como vivem os animais na

t í p i c o represen-tante SRD para terras parisienses: “O Xinelo é um SRD adotado através da Cachorrolân-dia (http://cachorrolandia.nafoto.net). Ele saiu das ruas da Zona Norte de São Paulo para as ruas da capital francesa!”, diverte-se Felipe.

Engana-se quem pensa que os franceses enchem seus animais de frufrus e perfumes: “Nos pets há uma grande variedade de produ-tos, mas nada muito exagerado! Aqui não há perfumes, coleiras de perolas, sapatinhos ou afins. Existem sim produtos adaptados para o frio, como roupinhas impermeáveis”, relata Felipe.

Mas nem tudo é permitido aos animais

franceses. De forma geral, o acesso de pets a praias é proibido. Mas é claro que como no Brasil, há o jeitinho francês, e muitos burlam a fiscalização para levar seus animais no passeio.

O respeito pelos companheiros animais parece ser parte da personalidade dos fran-

ceses: “Nunca vi um cachorro abandonado na rua, nunca vi nenhum cachorro

abaixo do peso... o animal é respeitado e não é descartável.

Muitos dos cães que vejo fazendo caminhada, já não

são mais garotos, e estão ali, firmes e fortes! Uma curiosi-dade: os mendigos daqui também têm ao lado seus fiéis companheiros de quatro patas”, conta Felipe.

Os franceses estimam tanto a companhia dos ani-

mais de estimação, que até mesmo em presídio eles são

permitidos! Em uma cadeia de Estrasburgo, as autoridades

deram animais de estimação aos detentos, com o objetivo de acalmá-

los e deixa-los mais felizes. E não é que a iniciativa deu certo? De acordo com a direção do presídio, os encarcerados ficaram mais calmos, menos violentos e têm uma relação melhor com os carcereiros.

O governo pretende expandir o projeto para outros presídios do país, como forma de ajudar no preparo do detento em seu retorno à sociedade.

Mas não é só de trabalho social que é feita a vida dos pets franceses. A cidade de Bernwiller oferece um clube de férias para os animais de estimação. Com diárias que variam de 11 a 17 euros, o local oferece banhos e diversas atividades para cães e gatos.

Especialmente em Paris, os animais são vistos em todos os lugares

Uma curiosidade que mostra o amor dos franceses por seus cães: em uma pes-quisa, quarenta por cento dos entrevistados, apontaram seus cachorros como as coisas mais importantes de suas vidas!

A população de animais de estimação na França é de, aproximadamente, 18.5 mil-hões de animais. Os franceses gastam três bilhões de euros com os animais por ano. Castrar uma cadela custa entre 130 e 300 euros, dependendo do tamanho do animal. Já a cirurgia em uma fêmea de gato fica em torno de 120 euros. Deixar o totó fazer número dois na rua é ilegal e pode gerar multa de 450 euros.

Dados da França

Capital: ParisPopulação: 62. 616 milhõesMoeda: EuroLíngua oficial: FrancêsClima: Tropical de AltitudeHá, aproximadamente, 18,5 milhões de

pets na Alemanha. Há cerca de 17 cães para cada 100 pessoas no País, uma das taxas mais altas do mundo.

* Com informações de justlanded.com

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Pets pelo Mundo

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Quando falamos em França, e pensamos na capital Paris, logo imagens de luxo vêm à cabeça: champagne, perfumes, grifes carís-simas... no entanto, não é só disso que os franceses gostam: eles também amam os animais!

Em vários estabelecimentos é possível ver parisienses passeando alegremente com seus cães: eles vão a restaurantes, andam de carro e até mesmo são vistos no metrô! Muitas lojas também aceitam os animais em seu interior, com medo de desagradar os exigentes clientes amantes dos animais.

Outro ponto que chama a atenção é a edu-cação dos animais: “Todo mundo tem cachorro aqui. Quem tem casa, tem cachorro grande. Quem tem apartamento, cachorro pequeno. Dizem que a educação na Europa é uma das melhores e isso estende-se aos ani-mais. Aqui não é nada comum o adestra-mento com profissionais. Cada dono educa seu cachorro e para meu espanto, dá certo! Os cachorros são muito educados”, explica o brasileiro Felipe Villegas, morador de Paris.

Felipe e a esposa Alessandra levaram um

França?

Como vivem os animais na

t í p i c o represen-tante SRD para terras parisienses: “O Xinelo é um SRD adotado através da Cachorrolân-dia (http://cachorrolandia.nafoto.net). Ele saiu das ruas da Zona Norte de São Paulo para as ruas da capital francesa!”, diverte-se Felipe.

Engana-se quem pensa que os franceses enchem seus animais de frufrus e perfumes: “Nos pets há uma grande variedade de produ-tos, mas nada muito exagerado! Aqui não há perfumes, coleiras de perolas, sapatinhos ou afins. Existem sim produtos adaptados para o frio, como roupinhas impermeáveis”, relata Felipe.

Mas nem tudo é permitido aos animais

franceses. De forma geral, o acesso de pets a praias é proibido. Mas é claro que como no Brasil, há o jeitinho francês, e muitos burlam a fiscalização para levar seus animais no passeio.

O respeito pelos companheiros animais parece ser parte da personalidade dos fran-

ceses: “Nunca vi um cachorro abandonado na rua, nunca vi nenhum cachorro

abaixo do peso... o animal é respeitado e não é descartável.

Muitos dos cães que vejo fazendo caminhada, já não

são mais garotos, e estão ali, firmes e fortes! Uma curiosi-dade: os mendigos daqui também têm ao lado seus fiéis companheiros de quatro patas”, conta Felipe.

Os franceses estimam tanto a companhia dos ani-

mais de estimação, que até mesmo em presídio eles são

permitidos! Em uma cadeia de Estrasburgo, as autoridades

deram animais de estimação aos detentos, com o objetivo de acalmá-

los e deixa-los mais felizes. E não é que a iniciativa deu certo? De acordo com a direção do presídio, os encarcerados ficaram mais calmos, menos violentos e têm uma relação melhor com os carcereiros.

O governo pretende expandir o projeto para outros presídios do país, como forma de ajudar no preparo do detento em seu retorno à sociedade.

Mas não é só de trabalho social que é feita a vida dos pets franceses. A cidade de Bernwiller oferece um clube de férias para os animais de estimação. Com diárias que variam de 11 a 17 euros, o local oferece banhos e diversas atividades para cães e gatos.

Especialmente em Paris, os animais são vistos em todos os lugares

Uma curiosidade que mostra o amor dos franceses por seus cães: em uma pes-quisa, quarenta por cento dos entrevistados, apontaram seus cachorros como as coisas mais importantes de suas vidas!

A população de animais de estimação na França é de, aproximadamente, 18.5 mil-hões de animais. Os franceses gastam três bilhões de euros com os animais por ano. Castrar uma cadela custa entre 130 e 300 euros, dependendo do tamanho do animal. Já a cirurgia em uma fêmea de gato fica em torno de 120 euros. Deixar o totó fazer número dois na rua é ilegal e pode gerar multa de 450 euros.

Dados da França

Capital: ParisPopulação: 62. 616 milhõesMoeda: EuroLíngua oficial: FrancêsClima: Tropical de AltitudeHá, aproximadamente, 18,5 milhões de

pets na Alemanha. Há cerca de 17 cães para cada 100 pessoas no País, uma das taxas mais altas do mundo.

* Com informações de justlanded.com

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Diários de Pet Sitter

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O início de 2011 foi muito triste para a minha atividade de pet sitter. O final de 2010 foi uma correria, especialmente entre os dias 23 de Dezembro de 2010 e 2 de Janeiro de 2011. Nesta época muita gente viaja e meus serviços foram, felizmente, requisitadíssi-mos, muita gente me ligando de véspera, mas alguns não pude atender. Por sorte uma colega, voluntária como eu de uma ONG, ela tem cães e gatos, iniciou sua atividade de pet sitter no final do ano também e pude indicar alguns clientes a ela, suprindo assim a demanda do pessoal por cuidados com seus pets enquanto estavam fora!

Voltando ao motivo da minha tristeza no começo do ano, entre todos estes clientes do final do ano, estava uma turminha reservada desde Setembro/2010, dois gatos, o Black e a Marie, e uma cadelinha daschund, a Tussy, que ficam dentro da casa; na parte de trás da casa as cadelas Lakshmi e Sati que têm um canil e quintal enormes, todos queridíssimos com a babá. A cadelinha Tussy, tinha aten-ção especial, pois estava com gravidez

psicológica e por ser idosa, já não se movi-mentava com tanta agilidade, mas sempre vinha me receber com o rabinho abanando.

Quando ela começou a comer menos, pos-sivelmente pela saudade de seus papis, levei patêzinho e misturei na ração seca, ela voltou a comer normalmente, sempre tirava a pequena da caminha e levava para o tape-tinho no sofá, dando muuuito carinho pra suprir a saudade de seus papis, mas, apesar de todo meu esforço, faltando poucos dias para seus papis voltarem de viagem, quando cheguei pra cuidar da turminha, encontrei manchas de sangue pelo chão e como os dois gatos estavam bem, tinham me recebido alegremente como de costume, fui correndo ver a Tussy, ela estava molinha em sua cama, nem conseguia abanar o rabinho como sempre e havia uma mancha de sangue mis-turada com pus em sua caminha, onde ela estava.

No mesmo momento liguei para a vete-rinária que cuidava da Tussy desde que era bebê e com minha descrição ela diagnosticou

piometra (infecção no útero). Levei a pequena prontamente para atendimento na clínica, assim que chegou ela foi colocada no soro, mas na cirurgia para remoção do útero e ovários infeccionados, ela não resis-tiu... estava muito fraca. Na manhã seguinte, a Dra. Mercedes me ligou informando da triste notícia, coube a mim buscar seu cor-pinho... a vet colocou a Tussy em sua caminha, parecia que estava só dormindo, e estava, dormindo o sono eterno, dos justos, dos que deram e receberam muuuuito amor em sua vida. Foi assim que enterrei a pequena Tussy sob um cedro centenário no quintal de sua casa, acomodada em sua caminha, como se fosse a Branca de Neve dormindo e que acordaria com o beijo do príncipe encantado!

A causa da partida da Tussy foi uma infecção no útero, se tivesse sido castrada quando ainda era jovem, talvez tivesse a oportunidade de viver mais alguns anos ao lado de seus papis queridos e dos quais ela sentia tanta falta e sem a presença deles, foi enterrada por mim que dei o meu melhor a ela por alguns dias.

Geralmente, na minha pré-visita, antes de iniciar os cuidados aos bichinhos enquanto seus papis estão fora, uma das perguntas que faço é se o bichinho é castrado, muitos são, mas alguns dizem que não tem razão, já que não irão permitir a cruza, ou pior, dizem

que querem ter uma cria antes de castrar e ficar com um filhote ou têm "dó" de fazer o bichinho passar por uma cirurgia. O que tenho a dizer, primeiro que castração é um ato de amor para com seu bichinho! Castrar enquanto é jovem previne doenças na velhice, como a piometra nas fêmeas e câncer de próstata nos machos, não sou veterinária, mas converso muito com o vet dos meus quatro gatos e nesta troca de ideias tenho base pra aconselhar 100% a castração! Dó é não castrar e quando seu bichinho for velhinho ter que passar por uma cirurgia de emergência com poucas chances de sobreviver!

Quando pensar em cruzar seu bichinho para ter um filhote, pense também que nem todos os adotantes são bons e responsáveis como você, lembre-se de que tem muitos cães e gatos abandonados que precisam de lares, que na sua cidade existem abrigos com mais de 50, 100, 2.000 bichinhos abrigados que merecem um lar amoroso e responsável como o que você pode dar!

Castração é tudo de bom, não só para a saúde do seu bichinho, mas também para conter a superpopulação de animais aban-donados, bem como para dar oportunidade para vários bichinhos que precisam e espe-ram por novos e bons lares!

Pensem nisso!Beijos e até a próxima edição!Jacque

Castrar é preciso!*Jacqueline Rapkiewicz ([email protected]) é pet sitter e realiza trabalhos de dog walker.

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Diários de Pet Sitter

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O início de 2011 foi muito triste para a minha atividade de pet sitter. O final de 2010 foi uma correria, especialmente entre os dias 23 de Dezembro de 2010 e 2 de Janeiro de 2011. Nesta época muita gente viaja e meus serviços foram, felizmente, requisitadíssi-mos, muita gente me ligando de véspera, mas alguns não pude atender. Por sorte uma colega, voluntária como eu de uma ONG, ela tem cães e gatos, iniciou sua atividade de pet sitter no final do ano também e pude indicar alguns clientes a ela, suprindo assim a demanda do pessoal por cuidados com seus pets enquanto estavam fora!

Voltando ao motivo da minha tristeza no começo do ano, entre todos estes clientes do final do ano, estava uma turminha reservada desde Setembro/2010, dois gatos, o Black e a Marie, e uma cadelinha daschund, a Tussy, que ficam dentro da casa; na parte de trás da casa as cadelas Lakshmi e Sati que têm um canil e quintal enormes, todos queridíssimos com a babá. A cadelinha Tussy, tinha aten-ção especial, pois estava com gravidez

psicológica e por ser idosa, já não se movi-mentava com tanta agilidade, mas sempre vinha me receber com o rabinho abanando.

Quando ela começou a comer menos, pos-sivelmente pela saudade de seus papis, levei patêzinho e misturei na ração seca, ela voltou a comer normalmente, sempre tirava a pequena da caminha e levava para o tape-tinho no sofá, dando muuuito carinho pra suprir a saudade de seus papis, mas, apesar de todo meu esforço, faltando poucos dias para seus papis voltarem de viagem, quando cheguei pra cuidar da turminha, encontrei manchas de sangue pelo chão e como os dois gatos estavam bem, tinham me recebido alegremente como de costume, fui correndo ver a Tussy, ela estava molinha em sua cama, nem conseguia abanar o rabinho como sempre e havia uma mancha de sangue mis-turada com pus em sua caminha, onde ela estava.

No mesmo momento liguei para a vete-rinária que cuidava da Tussy desde que era bebê e com minha descrição ela diagnosticou

piometra (infecção no útero). Levei a pequena prontamente para atendimento na clínica, assim que chegou ela foi colocada no soro, mas na cirurgia para remoção do útero e ovários infeccionados, ela não resis-tiu... estava muito fraca. Na manhã seguinte, a Dra. Mercedes me ligou informando da triste notícia, coube a mim buscar seu cor-pinho... a vet colocou a Tussy em sua caminha, parecia que estava só dormindo, e estava, dormindo o sono eterno, dos justos, dos que deram e receberam muuuuito amor em sua vida. Foi assim que enterrei a pequena Tussy sob um cedro centenário no quintal de sua casa, acomodada em sua caminha, como se fosse a Branca de Neve dormindo e que acordaria com o beijo do príncipe encantado!

A causa da partida da Tussy foi uma infecção no útero, se tivesse sido castrada quando ainda era jovem, talvez tivesse a oportunidade de viver mais alguns anos ao lado de seus papis queridos e dos quais ela sentia tanta falta e sem a presença deles, foi enterrada por mim que dei o meu melhor a ela por alguns dias.

Geralmente, na minha pré-visita, antes de iniciar os cuidados aos bichinhos enquanto seus papis estão fora, uma das perguntas que faço é se o bichinho é castrado, muitos são, mas alguns dizem que não tem razão, já que não irão permitir a cruza, ou pior, dizem

que querem ter uma cria antes de castrar e ficar com um filhote ou têm "dó" de fazer o bichinho passar por uma cirurgia. O que tenho a dizer, primeiro que castração é um ato de amor para com seu bichinho! Castrar enquanto é jovem previne doenças na velhice, como a piometra nas fêmeas e câncer de próstata nos machos, não sou veterinária, mas converso muito com o vet dos meus quatro gatos e nesta troca de ideias tenho base pra aconselhar 100% a castração! Dó é não castrar e quando seu bichinho for velhinho ter que passar por uma cirurgia de emergência com poucas chances de sobreviver!

Quando pensar em cruzar seu bichinho para ter um filhote, pense também que nem todos os adotantes são bons e responsáveis como você, lembre-se de que tem muitos cães e gatos abandonados que precisam de lares, que na sua cidade existem abrigos com mais de 50, 100, 2.000 bichinhos abrigados que merecem um lar amoroso e responsável como o que você pode dar!

Castração é tudo de bom, não só para a saúde do seu bichinho, mas também para conter a superpopulação de animais aban-donados, bem como para dar oportunidade para vários bichinhos que precisam e espe-ram por novos e bons lares!

Pensem nisso!Beijos e até a próxima edição!Jacque

Castrar é preciso!*Jacqueline Rapkiewicz ([email protected]) é pet sitter e realiza trabalhos de dog walker.

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Plantão Vet

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A tarefa de escrever sobre a conduta de um colega é deveras espinhosa, principal-mente para que não seja interpretado como antiético ou conivente. Nesta coluna tentarei ser imparcial, lembrando que não é nossa função julgar, estamos tentado elucidar alguns pontos e ajudar a evitar que situações como estas não mais ocorram. Como já escrevi em outras situações semelhantes, estamos tristes pela medicina veterinária ser noticiada desta forma.

Fatos graves envolvendo médicos vete-rinários e estudantes de medicina vete-rinária não deveriam acontecer. Mas ocor-rem, como foi o caso do Negão o cão SRD (Sem Raça Definida) que fora resgatado para ter uma nova chance de encontrar um lar, e que foi vítima de supostos maus tratos, negligência e/ou mesmo desconhecimento por parte do médico veterinário que fora con-tratado para manter ou tratar do paciente. Ou de um cão que teve seu corpo incendiado há alguns anos, por um estudante de me-

Respeito e lealdade na

medicina veterinária

seja ele de qual área pertença. Maus profis-sionais não são uma exclusividade da me-dicina veterinária, há desvios de conduta em policiais, babás, médicos, advogados, mecânicos, pedreirios, domésticas que são capazes de atos repugnantes e desumanos.

E quando estes fatos ganham repercussão e publicidade, acabamos “tomando partido”, julgando e condenando... Mas como evitar que casos como estes cheguem ao ponto que chegaram?

Acredito que a escolha do profissional seja o primeiro passo. Para isto vamos discorrer sobre quesitos importantes para a escolha:

A formação do médico veterinário é gene-ralista, ou seja, ele é treinado para atender desde uma galinha, formular rações, fazer cesarianas, produzir requeijão, inspecionar restaurantes dentre inúmeras áreas absolu-tamente distintas. É durante a graduação que o futuro médico veterinário vai definindo por aptidão e afinidade ao que ele se dedi-cará. Após a graduação há inúmeras formas disponíveis para que o profissional mantenha-se atualizado, através de congres-sos, livros, periódicos, cursos, especializa-ções etc. É importante ressaltar que ninguém entende de tudo o tempo todo e, por isso, se faz necessário que a humildade esteja pre-sente, pois ela dita a prudência e o medo de errar, para não se aventurar em áreas de pouca afinidade. E se o erro acontece para todos, com certeza ele é menos frequente para os mais bem treinados, equipados e atualizados.

O local onde o profissional presta seus serviços. Isto é algo que sempre gerou muita confusão para os clientes. Mas em linhas básicas e diretas, não é legalmente per-mitido que internamentos, cirurgias e pro-

dicina veterinária. Para saber mais sobre o caso Negão, acesse o link - www.anda. jor.br/2010/12/17/cao-s a u d a v e l - e - a b r i g a d o - -t e m p o r i a -mente-em-clinica-veterinaria-e-morre-vitima-de-maus-tratos-e-negligencia/

O que agrava o quadro é que a respon-sabilidade imputada recai sobre o médico veterinário, profissional treinado para impedir situações como estas e principal-mente salvar vidas!

Ainda que chocantes e revoltantes, são fatos isolados e muitas vezes são tratados sem a imparcialidade necessária. Para isto existem instâncias adequadas que garantem a apuração dos fatos e a penalização dos envolvidos quando comprovada a culpa.

Situações como estas são muito mais complexas do que imaginamos, pois envolvem conceitos, valores, criação, educa-ção, amor, dentre tantos pontos da formação do caráter e da conduta de um profissional,

Por Carlos Leandro Henemann *

cedimentos mais complexos sejam feitos fora de clínicas e hospitais veterinários. Assim como médicos não realizam cesari-anas em uma mulher no seu consultório, o médico veterinário não pode fazer uma cirur-gia em locais sem infraestrutura, condições de esterilidade e equipamentos de segu-rança para atender adequadamente situa-ções de emergência. Por exemplo, uma parada respiratória sem equipamento para ressuscitação e cilindro de oxigênio pode transformar uma anestesia para castrar uma gata em um óbito sem possibilidade de reversão. Aspectos básicos como higiene são bons indícios dos cuidados que serão dispensados ao seu animal de estimação.

Que tipo de serviço está sendo contratado. Se todos os riscos, prós e contras foram discutidos exaustivamente pelo médico veterinário e se há cumplicidade por parte do proprietário. A medicina é uma ciência de exceção e juridicamente é considerada ativi-dade de meio, ou seja, a garantia não pode ser exigida. Para exemplificar melhor, uma gata submetida à cirurgia de castração, com o procedimento executado em clínica bem equipada: neste caso, o médico veterinário é obrigado a garantir o sucesso da cirurgia (deixar a gata incapaz de gerar filhotes), mas não pode assegurar a vida, pois a anestesia pode acarretar óbito por risco inerente ao procedimento.

Para cirurgias como remoção de tumores, ortopédicas ou de maior complexidade, que sejam verificadas as credenciais do cirurgião que vai realizar o procedimento. Mesmo para procedimentos rotineiros como tratamentos periodontais (remoção de tártaro dentário) são imprescindíveis exames para avaliar as condições anestésicas do paciente e em

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alguns casos há necessidade de tratamento com antibóticos e antiinflamatórios prévios à cirurgia para evitar infecções oportunistas.

No caso de internamentos e hospedagens recomendamos que o cliente visite e acom-panhe a evolução do quadro, em que condições o paciente está sendo mantido e se a gaiola está limpa.

Tomados os cuidados básicos, já estare-mos prevenindo vários problemas, mas se mesmo assim constatem indícios de proble-mas, sempre há possibilidade de procurar uma segunda opinião.

Com relação ao respeito e a lealdade, todo médico veterinário tem obrigação de respeitar e ser leal com o cliente, com o paciente e consigo. Ninguém nos obriga a fazer o que não queremos, mas quando assumimos um tratamento, junto com ele vem a responsabilidade cível, ética e crimi-nal. A criminal e a cível podem gerar penas de caráter corretivos e pecuniárias e punitivos. A ética, aplicada pelos conselhos regionais de medicina veterinária, são penas morais que vão de advertências reservadas até cassação do diploma.

Todo médico veterinário é sujeito a reponder por negligência, imperícia ou imprudência. São consideradas negligências situações onde o médico veterinário deixa de prestar atendimento ou socorro ao paciente colocando em risco sua integridade física. Imperícia é quando se tenta executar um pro-cedimento ao qual é incapaz por treinamento inadequado. E a imprudência é tentar fazer algo sem estimar os equipamentos e materi-ais necessários para tal.

As denúncias de averiguação podem ser feitas junto aos CRMV’s de forma anônima. Como exemplos são cirurgias em con-

sultórios, atendimentos em petshops, venda de produtos ilegais. Já as denuncias onde se apura a responsabilidade do profissional e de seus atos, precisa ser feita de forma pes-soal, com identificação do denunciante e denunciado, acompanhado de provas (receitas, fotos, laudos, notas fiscais etc.) que serão protocoladas e darão início ao pro-cesso ético disciplinar.

Para finalizar, é de bom tom orientar que a divulgação de atos, atribuindo responsabili-dade, supostamente praticados por qualquer pessoa, o mesmo vale para médicos vete-rinários, sem a devida comprovação e enquanto o processo não tiver transitado em julgado, pode gerar ações de indenização e reparação de danos morais.

E que a Justiça pode tomar decisões que a nós podem parecer injustas, mas não podemos retroceder buscando formas ilegais de promover a “nossa justiça”, pois todos são considerados inocentes até que se prove o contrário.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pós-graduado em Clínica Médica e Cirúr-gica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).

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A tarefa de escrever sobre a conduta de um colega é deveras espinhosa, principal-mente para que não seja interpretado como antiético ou conivente. Nesta coluna tentarei ser imparcial, lembrando que não é nossa função julgar, estamos tentado elucidar alguns pontos e ajudar a evitar que situações como estas não mais ocorram. Como já escrevi em outras situações semelhantes, estamos tristes pela medicina veterinária ser noticiada desta forma.

Fatos graves envolvendo médicos vete-rinários e estudantes de medicina vetre-rinária não deveriam acontecer. Mas ocor-rem, como foi o caso do Negão o cão SRD (Sem Raça Definida) que fora resgatado para ter uma nova chance de encontrar um lar, e que foi vítima de supostos maus tratos, negligência e/ou mesmo desconhecimento por parte do médico veterinário que fora con-tratado para manter ou tratar do paciente. Ou de um cão que teve seu corpo incendiado há alguns anos, por um estudante de me-

Respeito e lealdade na

medicina veterinária

sionais não são uma exclusividade da me-dicina veterinária, há desvios de conduta em policiais, babás, médicos, advogados, mecânicos, pedreirios, domésticas que são capazes de atos repugnantes e desumanos.

E quando estes fatos ganham repercussão e publicidade, acabamos “tomando partido”, julgando e condenando... Mas como evitar que casos como estes cheguem ao ponto que chegaram?

Acredito que a escolha do profissional seja o primeiro passo. Para isto vamos discorrer sobre quesitos importantes para a escolha:

A formação do médico veterinário é gene-ralista, ou seja, ele é treinado para atender desde uma galinha, formular rações, fazer cesarianas, produzir requeijão, inspecionar restaurantes dentre inúmeras áreas absolu-tamente distintas. É durante a graduação que o futuro médico veterinário vai definindo por aptidão e afinidade ao que ele se dedi-cará. Após a graduação há inúmeras formas disponíveis para que o profissional mantenha-se atualizado, através de congres-sos, livros, periódicos, cursos, especializa-ções etc. É importante ressaltar que ninguém entende de tudo o tempo todo e, por isso, se faz necessário que a humildade esteja pre-sente, pois ela dita a prudência e o medo de errar, para não se aventurar em áreas de pouca afinidade. E se o erro acontece para todos, com certeza ele é menos frequente para os mais bem treinados, equipados e atualizados.

O local onde o profissional presta seus serviços. Isto é algo que sempre gerou muita confusão para os clientes. Mas em linhas básicas e diretas, não é legalmente per-mitido que internamentos, cirurgias e pro-cedimentos mais complexos sejam feitos

dicina veterinária. Para saber mais sobre o caso Negão, acesse o link - www.anda.jor.br, artigo de 2010/12/17 sobre cao saudavel e abrigado temporiamente em clinica veteri-naria e morre vitima de maus tratos e negli-gencia.

O que agrava o quadro é que a respon-sabilidade imputada recai sobre o médico veterinário, profissional treinado para impedir situações como estas e principal-mente salvar vidas!

Ainda que chocantes e revoltantes, são fatos isolados e muitas vezes são tratados sem a imparcialidade necessária. Para isto existem instâncias adequadas que garantem a apuração dos fatos e a penalização dos envolvidos quando comprovada a culpa.

Situações como estas são muito mais complexas do que imaginamos, pois envolvem conceitos, valores, criação, educa-ção, amor, dentre tantos pontos da formação do caráter e da conduta de um profissional, seja ele de qual área pertença. Maus profis-

Por Carlos Leandro Henemann *

fora de clínicas e hospitais veterinários. Assim como médicos não realizam cesari-anas em uma mulher no seu consultório, o médico veterinário não pode fazer uma cirur-gia em locais sem infraestrutura, condições de esterilidade e equipamentos de segu-rança para atender adequadamente situa-ções de emergência. Por exemplo, uma parada respiratória sem equipamento para ressuscitação e cilindro de oxigênio pode transformar uma anestesia para castrar uma gata em um óbito sem possibilidade de reversão. Aspectos básicos como higiene são bons indícios dos cuidados que serão dispensados ao seu animal de estimação.

Que tipo de serviço está sendo contratado. Se todos os riscos, prós e contras foram discutidos exaustivamente pelo médico veterinário e se há cumplicidade por parte do proprietário. A medicina é uma ciência de exceção e juridicamente é considerada ativi-dade de meio, ou seja, a garantia não pode ser exigida. Para exemplificar melhor, uma gata submetida à cirurgia de castração, com o procedimento executado em clínica bem equipada: neste caso, o médico veterinário é obrigado a garantir o sucesso da cirurgia (deixar a gata incapaz de gerar filhotes), mas não pode assegurar a vida, pois a anestesia pode acarretar óbito por risco inerente ao procedimento.

Para cirurgias como remoção de tumores, ortopédicas ou de maior complexidade, que sejam verificadas as credenciais do cirurgião que vai realizar o procedimento. Mesmo para procedimentos rotineiros como tratamentos periodontais (remoção de tártaro dentário) são imprescindíveis exames para avaliar as condições anestésicas do paciente e em alguns casos há necessidade de tratamento

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com antibóticos e antiinflamatórios prévios à cirurgia para evitar infecções oportunistas.

No caso de internamentos e hospedagens recomendamos que o cliente visite e acom-panhe a evolução do quadro, em que condições o paciente está sendo mantido e se a gaiola está limpa.

Tomados os cuidados básicos, já estare-mos prevenindo vários problemas, mas se mesmo assim constatem indícios de proble-mas, sempre há possibilidade de procurar uma segunda opinião.

Com relação ao respeito e a lealdade, todo médico veterinário tem obrigação de respeitar e ser leal com o cliente, com o paciente e consigo. Ninguém nos obriga a fazer o que não queremos, mas quando assumimos um tratamento, junto com ele vem a responsabilidade cível, ética e crimi-nal. A criminal e a cível podem gerar penas de caráter corretivos e pecuniárias e punitivos. A ética, aplicada pelos conselhos regionais de medicina veterinária, são penas morais que vão de advertências reservadas até cassação do diploma.

Todo médico veterinário é sujeito a reponder por negligência, imperícia ou imprudência. São consideradas negligências situações onde o médico veterinário deixa de prestar atendimento ou socorro ao paciente colocando em risco sua integridade física. Imperícia é quando se tenta executar um pro-cedimento ao qual é incapaz por treinamento inadequado. E a imprudência é tentar fazer algo sem estimar os equipamentos e materi-ais necessários para tal.

As denúncias de averiguação podem ser feitas junto aos CRMV’s de forma anônima. Como exemplos são cirurgias em con-sultórios, atendimentos em petshops, venda

de produtos ilegais. Já as denuncias onde se apura a responsabilidade do profissional e de seus atos, precisa ser feita de forma pes-soal, com identificação do denunciante e denunciado, acompanhado de provas (receitas, fotos, laudos, notas fiscais etc.) que serão protocoladas e darão início ao pro-cesso ético disciplinar.

Para finalizar, é de bom tom orientar que a divulgação de atos, atribuindo responsabili-dade, supostamente praticados por qualquer pessoa, o mesmo vale para médicos vete-rinários, sem a devida comprovação e enquanto o processo não tiver transitado em julgado, pode gerar ações de indenização e reparação de danos morais.

E que a Justiça pode tomar decisões que a nós podem parecer injustas, mas não podemos retroceder buscando formas ilegais de promover a “nossa justiça”, pois todos são considerados inocentes até que se prove o contrário.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pós-graduado em Clínica Médica e Cirúr-gica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).

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A tarefa de escrever sobre a conduta de um colega é deveras espinhosa, principal-mente para que não seja interpretado como antiético ou conivente. Nesta coluna tentarei ser imparcial, lembrando que não é nossa função julgar, estamos tentado elucidar alguns pontos e ajudar a evitar que situações como estas não mais ocorram. Como já escrevi em outras situações semelhantes, estamos tristes pela medicina veterinária ser noticiada desta forma.

Fatos graves envolvendo médicos vete-rinários e estudantes de medicina vetre-rinária não deveriam acontecer. Mas ocor-rem, como foi o caso do Negão o cão SRD (Sem Raça Definida) que fora resgatado para ter uma nova chance de encontrar um lar, e que foi vítima de supostos maus tratos, negligência e/ou mesmo desconhecimento por parte do médico veterinário que fora con-tratado para manter ou tratar do paciente. Ou de um cão que teve seu corpo incendiado há alguns anos, por um estudante de me-

Respeito e lealdade na

medicina veterinária

sionais não são uma exclusividade da me-dicina veterinária, há desvios de conduta em policiais, babás, médicos, advogados, mecânicos, pedreirios, domésticas que são capazes de atos repugnantes e desumanos.

E quando estes fatos ganham repercussão e publicidade, acabamos “tomando partido”, julgando e condenando... Mas como evitar que casos como estes cheguem ao ponto que chegaram?

Acredito que a escolha do profissional seja o primeiro passo. Para isto vamos discorrer sobre quesitos importantes para a escolha:

A formação do médico veterinário é gene-ralista, ou seja, ele é treinado para atender desde uma galinha, formular rações, fazer cesarianas, produzir requeijão, inspecionar restaurantes dentre inúmeras áreas absolu-tamente distintas. É durante a graduação que o futuro médico veterinário vai definindo por aptidão e afinidade ao que ele se dedi-cará. Após a graduação há inúmeras formas disponíveis para que o profissional mantenha-se atualizado, através de congres-sos, livros, periódicos, cursos, especializa-ções etc. É importante ressaltar que ninguém entende de tudo o tempo todo e, por isso, se faz necessário que a humildade esteja pre-sente, pois ela dita a prudência e o medo de errar, para não se aventurar em áreas de pouca afinidade. E se o erro acontece para todos, com certeza ele é menos frequente para os mais bem treinados, equipados e atualizados.

O local onde o profissional presta seus serviços. Isto é algo que sempre gerou muita confusão para os clientes. Mas em linhas básicas e diretas, não é legalmente per-mitido que internamentos, cirurgias e pro-cedimentos mais complexos sejam feitos

dicina veterinária. Para saber mais sobre o caso Negão, acesse o link - www.anda.jor.br, artigo de 2010/12/17 sobre cao saudavel e abrigado temporiamente em clinica veteri-naria e morre vitima de maus tratos e negli-gencia.

O que agrava o quadro é que a respon-sabilidade imputada recai sobre o médico veterinário, profissional treinado para impedir situações como estas e principal-mente salvar vidas!

Ainda que chocantes e revoltantes, são fatos isolados e muitas vezes são tratados sem a imparcialidade necessária. Para isto existem instâncias adequadas que garantem a apuração dos fatos e a penalização dos envolvidos quando comprovada a culpa.

Situações como estas são muito mais complexas do que imaginamos, pois envolvem conceitos, valores, criação, educa-ção, amor, dentre tantos pontos da formação do caráter e da conduta de um profissional, seja ele de qual área pertença. Maus profis-

Por Carlos Leandro Henemann *

fora de clínicas e hospitais veterinários. Assim como médicos não realizam cesari-anas em uma mulher no seu consultório, o médico veterinário não pode fazer uma cirur-gia em locais sem infraestrutura, condições de esterilidade e equipamentos de segu-rança para atender adequadamente situa-ções de emergência. Por exemplo, uma parada respiratória sem equipamento para ressuscitação e cilindro de oxigênio pode transformar uma anestesia para castrar uma gata em um óbito sem possibilidade de reversão. Aspectos básicos como higiene são bons indícios dos cuidados que serão dispensados ao seu animal de estimação.

Que tipo de serviço está sendo contratado. Se todos os riscos, prós e contras foram discutidos exaustivamente pelo médico veterinário e se há cumplicidade por parte do proprietário. A medicina é uma ciência de exceção e juridicamente é considerada ativi-dade de meio, ou seja, a garantia não pode ser exigida. Para exemplificar melhor, uma gata submetida à cirurgia de castração, com o procedimento executado em clínica bem equipada: neste caso, o médico veterinário é obrigado a garantir o sucesso da cirurgia (deixar a gata incapaz de gerar filhotes), mas não pode assegurar a vida, pois a anestesia pode acarretar óbito por risco inerente ao procedimento.

Para cirurgias como remoção de tumores, ortopédicas ou de maior complexidade, que sejam verificadas as credenciais do cirurgião que vai realizar o procedimento. Mesmo para procedimentos rotineiros como tratamentos periodontais (remoção de tártaro dentário) são imprescindíveis exames para avaliar as condições anestésicas do paciente e em alguns casos há necessidade de tratamento

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com antibóticos e antiinflamatórios prévios à cirurgia para evitar infecções oportunistas.

No caso de internamentos e hospedagens recomendamos que o cliente visite e acom-panhe a evolução do quadro, em que condições o paciente está sendo mantido e se a gaiola está limpa.

Tomados os cuidados básicos, já estare-mos prevenindo vários problemas, mas se mesmo assim constatem indícios de proble-mas, sempre há possibilidade de procurar uma segunda opinião.

Com relação ao respeito e a lealdade, todo médico veterinário tem obrigação de respeitar e ser leal com o cliente, com o paciente e consigo. Ninguém nos obriga a fazer o que não queremos, mas quando assumimos um tratamento, junto com ele vem a responsabilidade cível, ética e crimi-nal. A criminal e a cível podem gerar penas de caráter corretivos e pecuniárias e punitivos. A ética, aplicada pelos conselhos regionais de medicina veterinária, são penas morais que vão de advertências reservadas até cassação do diploma.

Todo médico veterinário é sujeito a reponder por negligência, imperícia ou imprudência. São consideradas negligências situações onde o médico veterinário deixa de prestar atendimento ou socorro ao paciente colocando em risco sua integridade física. Imperícia é quando se tenta executar um pro-cedimento ao qual é incapaz por treinamento inadequado. E a imprudência é tentar fazer algo sem estimar os equipamentos e materi-ais necessários para tal.

As denúncias de averiguação podem ser feitas junto aos CRMV’s de forma anônima. Como exemplos são cirurgias em con-sultórios, atendimentos em petshops, venda

de produtos ilegais. Já as denuncias onde se apura a responsabilidade do profissional e de seus atos, precisa ser feita de forma pes-soal, com identificação do denunciante e denunciado, acompanhado de provas (receitas, fotos, laudos, notas fiscais etc.) que serão protocoladas e darão início ao pro-cesso ético disciplinar.

Para finalizar, é de bom tom orientar que a divulgação de atos, atribuindo responsabili-dade, supostamente praticados por qualquer pessoa, o mesmo vale para médicos vete-rinários, sem a devida comprovação e enquanto o processo não tiver transitado em julgado, pode gerar ações de indenização e reparação de danos morais.

E que a Justiça pode tomar decisões que a nós podem parecer injustas, mas não podemos retroceder buscando formas ilegais de promover a “nossa justiça”, pois todos são considerados inocentes até que se prove o contrário.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pós-graduado em Clínica Médica e Cirúr-gica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).

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Fatos graves envolvendo médicos veter-inários e estudantes de medicina vetrerinária não deveriam acontecer. Mas ocorrem, como foi o caso do Negão o cão SRD (Sem Raça Definida) que fora resgatado para ter uma nova chance de encontrar um lar, e que foi vítima de supostos maus tratos, negligência e/ou mesmo desconhecimento por parte do médico veterinário que fora contratado para manter ou tratar do paciente. Ou de um cão que teve seu corpo incendiado há alguns anos, por um estudante de medicina veter-

Respeito e lealdade na

medicina veterinária

seja ele de qual área pertença. Maus profis-sionais não são uma exclusividade da me-dicina veterinária, há desvios de conduta em policiais, babás, médicos, advogados, mecânicos, pedreirios, domésticas que são capazes de atos repugnantes e desumanos.

E quando estes fatos ganham repercussão e publicidade, acabamos “tomando partido”, julgando e condenando... Mas como evitar que casos como estes cheguem ao ponto que chegaram?

Acredito que a escolha do profissional seja o primeiro passo. Para isto vamos discorrer sobre quesitos importantes para a escolha:

A formação do médico veterinário é gener-alista, ou seja, ele é treinado para atender desde uma galinha, formular rações, fazer cesarianas, produzir requeijão, inspecionar restaurantes dentre inúmeras áreas absolu-tamente distintas. É durante a graduação que o futuro médico veterinário vai definindo por aptidão e afinidade ao que ele se dedi-cará. Após a graduação há inúmeras formas disponíveis para que o profissional mantenha-se atualizado, através de congres-sos, livros, periódicos, cursos, especializa-ções etc. É importante ressaltar que ninguém entende de tudo o tempo todo e, por isso, se faz necessário que a humildade esteja pre-sente, pois ela dita a prudência e o medo de errar, para não se aventurar em áreas de pouca afinidade. E se o erro acontece para todos, com certeza ele é menos frequente para os mais bem treinados, equipados e atualizados.

O local onde o profissional presta seus serviços. Isto é algo que sempre gerou muita confusão para os clientes. Mas em linhas básicas e diretas, não é legalmente per-mitido que internamentos, cirurgias e pro-

inária. Para saber mais sobre o caso Negão, acesse o link - www.anda. jor.br/2010/12/17/cao-s a u d a v e l - e - a b r i g a d o - -t e m p o r i a -mente-em-clinica-veterinaria-e-morre-vitima-de-maus-tratos-e-negligencia/

O que agrava o quadro é que a respon-sabilidade imputada recai sobre o médico veterinário, profissional treinado para impedir situações como estas e principal-mente salvar vidas!

Ainda que chocantes e revoltantes, são fatos isolados e muitas vezes são tratados sem a imparcialidade necessária. Para isto existem instâncias adequadas que garantem a apuração dos fatos e a penalização dos envolvidos quando comprovada a culpa.

Situações como estas são muito mais complexas do que imaginamos, pois envolvem conceitos, valores, criação, educa-ção, amor, dentre tantos pontos da formação do caráter e da conduta de um profissional,

Por Carlos Leandro Henemann *

cedimentos mais complexos sejam feitos fora de clínicas e hospitais veterinários. Assim como médicos não realizam cesari-anas em uma mulher no seu consultório, o médico veterinário não pode fazer uma ciru-rgia em locais sem infraestrutura, condições de esterilidade e equipamentos de segu-rança para atender adequadamente situa-ções de emergência. Por exemplo, uma parada respiratória sem equipamento para ressuscitação e cilindro de oxigênio pode transformar uma anestesia para castrar uma gata em um óbito sem possibilidade de reversão. Aspectos básicos como higiene são bons indícios dos cuidados que serão dispensados ao seu animal de estimação.

Que tipo de serviço está sendo contratado. Se todos os riscos, prós e contras foram discutidos exaustivamente pelo médico veterinário e se há cumplicidade por parte do proprietário. A medicina é uma ciência de exceção e juridicamente é considerada ativi-dade de meio, ou seja, a garantia não pode ser exigida. Para exemplificar melhor, uma gata submetida à cirurgia de castração, com o procedimento executado em clínica bem equipada: neste caso, o médico veterinário é obrigado a garantir o sucesso da cirurgia (deixar a gata incapaz de gerar filhotes), mas não pode assegurar a vida, pois a anestesia pode acarretar óbito por risco inerente ao procedimento.

Para cirurgias como remoção de tumores, ortopédicas ou de maior complexidade, que sejam verificadas as credenciais do cirurgião que vai realizar o procedimento. Mesmo para procedimentos rotineiros como tratamentos periodontais (remoção de tártaro dentário) são imprescindíveis exames para avaliar as condições anestésicas do paciente e em

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alguns casos há necessidade de tratamento com antibóticos e antiinflamatórios prévios à cirurgia para evitar infecções oportunistas.

No caso de internamentos e hospedagens recomendamos que o cliente visite e acom-panhe a evolução do quadro, em que condições o paciente está sendo mantido e se a gaiola está limpa.

Tomados os cuidados básicos, já estare-mos prevenindo vários problemas, mas se mesmo assim constatem indícios de proble-mas, sempre há possibilidade de procurar uma segunda opinião.

Com relação ao respeito e a lealdade, todo médico veterinário tem obrigação de respeitar e ser leal com o cliente, com o paciente e consigo. Ninguém nos obriga a fazer o que não queremos, mas quando assumimos um tratamento, junto com ele vem a responsabilidade cível, ética e crimi-nal. A criminal e a cível podem gerar penas de caráter corretivos e pecuniárias e punitivos. A ética, aplicada pelos conselhos regionais de medicina veterinária, são penas morais que vão de advertências reservadas até cassação do diploma.

Todo médico veterinário é sujeito a reponder por negligência, imperícia ou imprudência. São consideradas negligências situações onde o médico veterinário deixa de prestar atendimento ou socorro ao paciente colocando em risco sua integridade física. Imperícia é quando se tenta executar um pro-cedimento ao qual é incapaz por treinamento inadequado. E a imprudência é tentar fazer algo sem estimar os equipamentos e materi-ais necessários para tal.

As denúncias de averiguação podem ser feitas junto aos CRMV’s de forma anônima. Como exemplos são cirurgias em con-

sultórios, atendimentos em petshops, venda de produtos ilegais. Já as denuncias onde se apura a responsabilidade do profissional e de seus atos, precisa ser feita de forma pes-soal, com identificação do denunciante e denunciado, acompanhado de provas (receitas, fotos, laudos, notas fiscais etc.) que serão protocoladas e darão início ao pro-cesso ético disciplinar.

Para finalizar, é de bom tom orientar que a divulgação de atos, atribuindo responsabili-dade, supostamente praticados por qualquer pessoa, o mesmo vale para médicos veter-inários, sem a devida comprovação e enquanto o processo não tiver transitado em julgado, pode gerar ações de indenização e reparação de danos morais.

E que a Justiça pode tomar decisões que a nós podem parecer injustas, mas não podemos retroceder buscando formas ilegais de promover a “nossa justiça”, pois todos são considerados inocentes até que se prove o contrário.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pós-graduado em Clínica Médica e Cirúr-gica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).

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Além de inúmeros hits na história da música brasileira, Rita Lee também faz fama por seu amor aos animais e polêmicas posta-das no Twitter. Juntando as duas últimas, a cantora resolveu defender a criação de um movimento chamado “Bope Animal”.

O objetivo do movimento não é vestir os animais de preto, e sim incentivar as denún-cias em casos de crueldade contra os ani-mais: “Quem maltrata bicho é covarde, se você der uns berros e apontá-lo na rua já está prestando serviço”, afirmou a cantora em uma postagem na rede social.

A OBA (Operação Bope Animal) já conta com um perfil no Twitter e busca cadastrar voluntários em todo o Brasil para que hajam de forma organizada pela defesa dos direitos dos animais.

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Pet Ação

“Um de nossos objetivos é conscientizar as pessoas de que não se deve maltratar os ani-mais. Pretendemos também incentivar a adoção, ao invés da compra, afinal, amigo não se compra, não é?”, questiona Norma Lima, presidente do fã-clube de Rita Lee, que ajuda na divulgação e coordenação da OBA.

Para quem se interessar pelo projeto, basta enviar um e-mail para [email protected]. Norma informa que eles já contam com mais de 300 inscrições, algumas inclusive vindas de outros países.

Além do perfil no Twitter (@Bope_Animal), o blog do fã-clube de Rita (ritalee.blog.terra.com.br) também tem divulgado os princípios e as ações que a OBA pretende adotar.

Mediante renda a ser buscada através de patrocínios, sensibilizar participantes para:

15

Agora O BICHO vai pegar!

36

Fã-clube da cantora Rita Lee lança Operação Bope Animal, em busca de respeito aos ani-mais

I. Estimular a adoção de animais ou viabilizar a construção de espaços nos quais possam ficar recolhidos (sendo urbanos e/ou silvestres), mantendo-os salvos e expostos para adoção;

II. Lutar para extinguir o comércio ilegal de animais urbanos e silvestres em feiras livres, bem como todos os tipos de rinhas (animais treinados para exercitar a raiva em disputas por dinheiro);

III. Incentivar a consciência do cidadão para o fato de, ao adquirir um animal, compreenda ser o responsável pela sua qualidade de vida, alimentação adequada, medicação, vacinas, pro-teção e carinho, honrando e respeitando o compromisso, sem dele se desfazer;

IV. Promover e fiscalizar leis impe-dindo o uso de equipamentos e acessórios que venham a ferir ou prejudi-car os animais, como por exemplo, ferra-duras inadequadas nos cavalos usados para puxar carroças, assim como car-roças mais leves, de alumínio, para diminuir o peso durante o transporte;

V. Acrescentar em caráter obrigatório, junto ao MEC, no currículo escolar, a disciplina Preservação Ambiental;

VI. Acabar com a atrocidade no qual são submetidos os animais nas experiências de laboratórios, como cobaias indefesas.

Page 41: #11 - Fevereiro 2011

Além de inúmeros hits na história da música brasileira, Rita Lee também faz fama por seu amor aos animais e polêmicas posta-das no Twitter. Juntando as duas últimas, a cantora resolveu defender a criação de um movimento chamado “Bope Animal”.

O objetivo do movimento não é vestir os animais de preto, e sim incentivar as denún-cias em casos de crueldade contra os ani-mais: “Quem maltrata bicho é covarde, se você der uns berros e apontá-lo na rua já está prestando serviço”, afirmou a cantora em uma postagem na rede social.

A OBA (Operação Bope Animal) já conta com um perfil no Twitter e busca cadastrar voluntários em todo o Brasil para que hajam de forma organizada pela defesa dos direitos dos animais.

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Pet Ação

“Um de nossos objetivos é conscientizar as pessoas de que não se deve maltratar os ani-mais. Pretendemos também incentivar a adoção, ao invés da compra, afinal, amigo não se compra, não é?”, questiona Norma Lima, presidente do fã-clube de Rita Lee, que ajuda na divulgação e coordenação da OBA.

Para quem se interessar pelo projeto, basta enviar um e-mail para [email protected]. Norma informa que eles já contam com mais de 300 inscrições, algumas inclusive vindas de outros países.

Além do perfil no Twitter (@Bope_Animal), o blog do fã-clube de Rita (ritalee.blog.terra.com.br) também tem divulgado os princípios e as ações que a OBA pretende adotar.

Mediante renda a ser buscada através de patrocínios, sensibilizar participantes para:

15

Agora O BICHO vai pegar!

36

Fã-clube da cantora Rita Lee lança Operação Bope Animal, em busca de respeito aos ani-mais

I. Estimular a adoção de animais ou viabilizar a construção de espaços nos quais possam ficar recolhidos (sendo urbanos e/ou silvestres), mantendo-os salvos e expostos para adoção;

II. Lutar para extinguir o comércio ilegal de animais urbanos e silvestres em feiras livres, bem como todos os tipos de rinhas (animais treinados para exercitar a raiva em disputas por dinheiro);

III. Incentivar a consciência do cidadão para o fato de, ao adquirir um animal, compreenda ser o responsável pela sua qualidade de vida, alimentação adequada, medicação, vacinas, pro-teção e carinho, honrando e respeitando o compromisso, sem dele se desfazer;

IV. Promover e fiscalizar leis impe-dindo o uso de equipamentos e acessórios que venham a ferir ou prejudi-car os animais, como por exemplo, ferra-duras inadequadas nos cavalos usados para puxar carroças, assim como car-roças mais leves, de alumínio, para diminuir o peso durante o transporte;

V. Acrescentar em caráter obrigatório, junto ao MEC, no currículo escolar, a disciplina Preservação Ambiental;

VI. Acabar com a atrocidade no qual são submetidos os animais nas experiências de laboratórios, como cobaias indefesas.

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Por Marúcia de Andrade Cruz*

Felinos em Foco

A melhor idade também chega para os gatos

Nossos amigos, companheiros peludos, vivem em regras gerais uma média de vida um quarto do tempo que nós seres humanos vive-mos, isto quer dizer que optar pela companhia deles requer os cuidados desde filhotes até a idade avançada, pois em toda fase da vida existem alguns cuidados especiais.

Sempre é importante preocupar-se com a alimentação, vacinação, everminação e “check-up” para os gatinhos mesmo que eles não apresentem alguma alteração no dia a dia, assim fica muito mais fácil observar os primeiros sinais sutis da idade avançada (melhor idade!)

Observamos que uma boa parte dos gatinhos vive em ambientes mais seguros nos dias de hoje, isto é, abrigados e longe dos perigos das ruas, como atropelamentos e envenenamentos e alcançando assim a senilidade! Os gatos, por não apresentarem diferentes portes assim como os cães, seja qual for a raça ou suas mes-clas (misturas de raças) vê-se que ao redor dos dez anos de idade eles iniciam a idade avan-çada. É nesta fase que podemos perceber algu-mas alterações de comportamento que podem sugerir disfunção cognitiva, e o que significa isto? Com o passar do tempo, as células do organismo vão sendo renovadas, e com a chegada da idade adulta os tecidos dos órgãos não assumem a mesma estrutura de quando

jovem, pois os órgãos não são poupados durante a vida e tendem a envelhecer, e cada órgão ao envelhecer será responsável por uma enfermidade e por certos sinais clínicos. E a disfunção cognitiva é uma síndrome associada ao envelhecimento cerebral e seus sinais são denominados declínio cognitivo. Mas é impor-tante que este diagnóstico seja realizado descartando-se outros distúrbios e com o auxí-lio da observação atenta da família.

Alguns sinais mais comuns que podemos observar: micção e/ou defecação fora da liteira, andar sem destino pela casa, vocaliza-ção sem motivo aparente, dificuldade para des-pertar do sono, ficar acordado em horários inco-muns.

Portanto fique atento a estes sinais, ou a apenas um deles e procure o auxílio de um veterinário comportamentalista e gateiro! Assim, juntos, poderão oferecer melhor quali-dade de vida para um companheiro de todas as horas!

A GUARDA-RESPONSÁVEL É UM ATO DE AMOR!!!

SEJA COMPROMETIDO COM O BEM-ESTAR E A SAÚDE DE SEU COMPANHEIRO!!!

* MV, MsC, Marúcia de Andrade Cruz (CRMV 4357/PR) Médica Veterinária, Clínica Veterinária Mania de GatoProfessora Clínica de Gatos, UTP 42

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Por Marúcia de Andrade Cruz*

Felinos em Foco

A melhor idade também chega para os gatos

Nossos amigos, companheiros peludos, vivem em regras gerais uma média de vida um quarto do tempo que nós seres humanos vive-mos, isto quer dizer que optar pela companhia deles requer os cuidados desde filhotes até a idade avançada, pois em toda fase da vida existem alguns cuidados especiais.

Sempre é importante preocupar-se com a alimentação, vacinação, everminação e “check-up” para os gatinhos mesmo que eles não apresentem alguma alteração no dia a dia, assim fica muito mais fácil observar os primeiros sinais sutis da idade avançada (melhor idade!)

Observamos que uma boa parte dos gatinhos vive em ambientes mais seguros nos dias de hoje, isto é, abrigados e longe dos perigos das ruas, como atropelamentos e envenenamentos e alcançando assim a senilidade! Os gatos, por não apresentarem diferentes portes assim como os cães, seja qual for a raça ou suas mes-clas (misturas de raças) vê-se que ao redor dos dez anos de idade eles iniciam a idade avan-çada. É nesta fase que podemos perceber algu-mas alterações de comportamento que podem sugerir disfunção cognitiva, e o que significa isto? Com o passar do tempo, as células do organismo vão sendo renovadas, e com a chegada da idade adulta os tecidos dos órgãos não assumem a mesma estrutura de quando

jovem, pois os órgãos não são poupados durante a vida e tendem a envelhecer, e cada órgão ao envelhecer será responsável por uma enfermidade e por certos sinais clínicos. E a disfunção cognitiva é uma síndrome associada ao envelhecimento cerebral e seus sinais são denominados declínio cognitivo. Mas é impor-tante que este diagnóstico seja realizado descartando-se outros distúrbios e com o auxí-lio da observação atenta da família.

Alguns sinais mais comuns que podemos observar: micção e/ou defecação fora da liteira, andar sem destino pela casa, vocaliza-ção sem motivo aparente, dificuldade para des-pertar do sono, ficar acordado em horários inco-muns.

Portanto fique atento a estes sinais, ou a apenas um deles e procure o auxílio de um veterinário comportamentalista e gateiro! Assim, juntos, poderão oferecer melhor quali-dade de vida para um companheiro de todas as horas!

A GUARDA-RESPONSÁVEL É UM ATO DE AMOR!!!

SEJA COMPROMETIDO COM O BEM-ESTAR E A SAÚDE DE SEU COMPANHEIRO!!!

* MV, MsC, Marúcia de Andrade Cruz (CRMV 4357/PR) Médica Veterinária, Clínica Veterinária Mania de GatoProfessora Clínica de Gatos, UTP 32

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Pet Entrevista

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Sinara Foss resolveu unir o útil ao agradável. Como é escritora e ama os ani-mais, decidiu juntar as duas paixões e fazer livros interessantes sobre animais. Em “Diva-gações de Sissi” é a própria cadelinha quem narra a história.

Sinara é graduada em Letras – é tradutora e intérprete de inglês e alemão, dá aulas de idiomas e uma protetora apaixonada por animais, que utiliza a ferramenta que melhor domina – as letras – para defender e consci-entizar a população sobre os direitos dos animais.

A autora publicou os livros “Memórias de Um Cachorro Velho”, “Nossas Vidas”, “Mu-lheres”, “Divagações de Sissi”, “As Aventu-ras de Sissi e Sua Turma no Futuro”, e se pre-para para lançar mais um título, “Em Busca de um Mundo Melhor”, na Feira do Livro de Canoas (RS), em abril.

Em entrevista à Conexão Pet, Sinara fala sobre seus livros e sua luta pelos animais, confira!

Conexão Pet - Como teve início sua rela-ção com os animais?

Sinara Foss - Minha relação com os ani-mais vem desde que eu me conheço por gente... eu morava no interior de Santo Antônio da Patrulha (RS), numa localidade chamada Catanduva Grande, e tínhamos muito contato com animais de todos os tipos, não só gatos, cães e cavalos, gado, mas outros também. Dormíamos com gatos na cama, tínhamos cachorros na casa da nossa avó. O primeiro cão que me marcou foi o Príncipe, era baixinho e de pelo amarelo, todo invocadinho e metido a valentão. Quando brigava com outros maiores, gritávamos muito e chorávamos... sem ajuda de adultos,

às vezes atirávamos água fria na tentativa que o largassem. E o primeiro gato foi o Fifi, um gatinho todo preto, muito malandro, mas como não era castrado não durou muito e sumiu. Nesta localidade, havia um matadouro que pertencia a um açougue na frente da minha casa... uma vez por semana matavam o gado e subíamos tristes na cerca pintada de cal branco enquanto o sangue vermelho ainda quente escorria para o campo de grama verde em meio a gritos e pedidos de socorro que ninguém ouvia. Essas lembranças são amargas e eu gos-taria muito de esquecer, de apagar ...

CP- E sua carreira de escritora teve início quando?

SF – Eu, já na segunda série, dizia que queria ser escritora, aos setre anos... acho que já nasceu comigo... lia muitos livrinhos e adorava fazer redações. Na adolescência percebi que escrever era o que eu realmente queria para mim, que escrever era o que me fazia feliz. Meu primeiro livro foi “Memórias de um cachorro velho”, editado em 1994, onde eu relatava a vida de Xolo, o meu primeiro resgate das ruas alguns anos antes. Procurei editoras que quisessem publicá-lo, mas nunca encontrei... recebia sempre respostas negativas dizendo que o livro era bom, mas que não valia a pena para eles por eu ter um nome desconhecido. Não venderia e, portanto, não daria lucro. Quando eu fui para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fazer espe-cialização, paguei a edição do meu próprio bolso, com a bolsa de estudos que eu rece-bia.

CP- Logo que começou a escrever, perce-beu que os animais seriam um tema para suas obras?

SF - Um escritor não consegue fugir de si mesmo ao escrever. Não tem como. Desde cedo eu percebi isso e sobre isso fiz meu trabalho de conclusão da faculdade: “The Reflections of Franz Kafka’s Life in his work”, e de certa forma a dissertação de mestrado “Coetzee’s Foe: A Reading on History and Fiction”. Eu, e acredito, qualquer escritor, escreve a partir de sua visão de mundo sobre determinado assunto. Não há como fugir de você mesmo ao escrever. Você é você sempre... como animais são uma parte muito importante da minha vida, escrevo sobre o assunto. Como tenho muitos “pals” – assim que eu chamo os meus animaizinhos, cada dia tenho algo novo, suas relações e inter-relações uns com os outros e com o nosso ambiente. Só quem tem “Pals” sabe a que me refiro. Logo que comecei a escrever, percebi que queria fazer uma literatura enga-jada numa causa nobre e justa.. logo no inicio percebi que eu queria lutar pelos animais.

CP - O que pretende despertar nas pes-soas com os seus livros?

SF - Eu pretendo e espero que um dia os animais possam ser considerados como seres e não como bens que podem ser usados, pesquisados, comidos. Eles também têm direito à vida assim como nós.... quem disse que os seres humanos é que podem mandar, desmandar e decidir os destinos das outras espécies? Muito fácil o ser humano se intitular o senhor de tudo e começar a agir como tal. Discordo disso. Escrevo sob a ótica dos animais na tentativa

Letras para quem não tem VOZ

Escritora gaúcha une duas paixões: literatura e animais em busca de conscientização

que as pessoas acordem e percebam sobre esses verdadeiros amigos e companheiros, para que as pessoas percebam o tesouro que é ter um amigo fiel, amizade incondicio-nal, que nunca lhe critica e está sempre ao seu lado, mesmo quando você o escorraça.

CP- Qual é a maior dificuldade que você percebe nas pessoas em sua relação com os animais?

SF - As pessoas consideram os animais como bens que podem ser usados para qualquer fim, apenas para servir. Os seres “humanos” matam para comer, usam em experiências em prol de uma ciência desnecessária.... usam couro, peles para roupas.... são tantos os “usos“ que o ser ”humano” faz dos animais que chega a me irritar pra responder. Os animais também têm vontades próprias, direitos que devem ser respeitados. Um dia, não sei quando, mas um dia ainda sonho em ver isso mudar, se não no meu período de vida, pelo menos no da minhas filhas.

CP - Como você definiria um “protetor de animais”?

SF - Protetor de animais é aquele que não come carne de nenhum tipo. Como diz George Bernard Shaw “Animals are my friends... and I don't eat my friends." (“Animais são meus amigos... e eu não como meus amigos.”). Eu, não gosto da ideia de defender uns e comer os outros.. ou defende todos ou nenhum. Protetor é ver um animal na rua precisando de ajuda e recolher, mesmo sem saber na hora aonde vai colocá-lo. Protetor não pensa muito, o seu primeiro e único instinto é curar, tirar dali, salvar,

amenizar a dor...dar amor! Protetor é parar o carro na estrada para xingar um carroceiro que bate em seu cavalo, é denunciar maus tratos não importa se de rico ou de pobre, de um influente ou de um Zé ninguém. Geral-mente um protetor anda endividado (risos): deve em pet shops, farmácias e vete-rinários... o dinheiro nunca chega para tantos. Protetor tem a casa cheia, de gatos e cachorros, os seus próprios mais os outros que estão de passagem. Protetor enche a casa dos familiares de cães e gatos na esper-ança de “encontrar um lar” e muitos ficam. Protetor custa a dormir pensando nas contas e em como vai pagá-las, mas quando con-segue, dorme bem e relaxado pensando nos animais que recolheu e que naquele mesmo momento estão abrigados do frio, da chuva e com as barriguinhas cheias. Mas não con-deno ninguém: tem muita gente boa que ainda come carne e faz um trabalho bonito com cães e gatos... sempre há um começo, sempre há um acordar.

CP - O que diria às pessoas que querem ajudar os animais e não sabem como?

SF - Eu queria dizer às pessoas tantas coisas! Há tanto a ser dito pelos animais... não poderia dizer em um parágrafo ou dois. Comecei as “Divagações de Sissi” com essa ideia e já estou no livro cinco da coleção “Em busca de um Mundo Melhor”. Sempre há o que dizer, porque sempre há algo novo! Mas eu quero dizer: adotem: ao adotar você be-neficiará os SRD (Sem Raça Definida) e os de raça, todos sofrem com o comércio – uns explorados , enfraquecendo, morrendo em lojas e os outros morrendo nas ruas atro-pelados doentes e famintos; adote uma ONG

se não tem espaço para criar: tem muitas ONGS sérias por esse Brasil afora. Seja um padrinho financeiro e também dê banhos, passeios... quantos anjos estão em canis mu-nicipais tristinhos, sujinhos precisando de um passeio e de um banho; castre cães e gatos, financie castrações de cães e gatos; incen-tive os cães e gatos comunitários: castrados, dividem o carinho e também a despesa. Eu poderia ficar aqui horas, dias falando sobre isso, dando ideias... há muito o que fazer, basta querer! Olhar, observar e realmente VER, e então FAZER!

Para conhecer mais sobre o trabalho de

Sinara, acesse www.sinarafoss.com.br

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Sinara Foss resolveu unir o útil ao agradável. Como é escritora e ama os ani-mais, decidiu juntar as duas paixões e fazer livros interessantes sobre animais. Em “Diva-gações de Sissi” é a própria cadelinha quem narra a história.

Sinara é graduada em Letras – é tradutora e intérprete de inglês e alemão, dá aulas de idiomas e uma protetora apaixonada por animais, que utiliza a ferramenta que melhor domina – as letras – para defender e consci-entizar a população sobre os direitos dos animais.

A autora publicou os livros “Memórias de Um Cachorro Velho”, “Nossas Vidas”, “Mu-lheres”, “Divagações de Sissi”, “As Aventu-ras de Sissi e Sua Turma no Futuro”, e se pre-para para lançar mais um título, “Em Busca de um Mundo Melhor”, na Feira do Livro de Canoas (RS), em abril.

Em entrevista à Conexão Pet, Sinara fala sobre seus livros e sua luta pelos animais, confira!

Conexão Pet - Como teve início sua rela-ção com os animais?

Sinara Foss - Minha relação com os ani-mais vem desde que eu me conheço por gente... eu morava no interior de Santo Antônio da Patrulha (RS), numa localidade chamada Catanduva Grande, e tínhamos muito contato com animais de todos os tipos, não só gatos, cães e cavalos, gado, mas outros também. Dormíamos com gatos na cama, tínhamos cachorros na casa da nossa avó. O primeiro cão que me marcou foi o Prín-cipé, era baixinho e de pelo amarelo, todo invocadinho e metido a valentão. Quando brigava com outros maiores, gritávamos muito e chorávamos... sem ajuda de adultos,

às vezes atirávamos água fria na tentativa que o largassem. E o primeiro gato foi o Fifi, um gatinho todo preto, muito malandro, mas como não era castrado não durou muito e sumiu. Nesta localidade, havia um matadouro que pertencia a um açougue na frente da minha casa... uma vez por semana matavam o gado e subíamos tristes na cerca pintada de cal branco enquanto o sangue vermelho ainda quente escorria para o campo de grama verde em meio a gritos e pedidos de socorro que ninguém ouvia. Essas lembranças são amargas e eu gos-taria muito de esquecer, de apagar ...

CP- E sua carreira de escritora teve início quando?

SF – Eu, já na segunda série, dizia que queria ser escritora, aos setre anos... acho que já nasceu comigo... lia muitos livrinhos e adorava fazer redações. Na adolescência percebi que escrever era o que eu realmente queria para mim, que escrever era o que me fazia feliz. Meu primeiro livro foi “Memórias de um cachorro velho”, editado em 1994, onde eu relatava a vida de Xolo, o meu primeiro resgate das ruas alguns anos antes. Procurei editoras que quisessem publicá-lo, mas nunca encontrei... recebia sempre respostas negativas dizendo que o livro era bom, mas que não valia a pena para eles por eu ter um nome desconhecido. Não venderia e, portanto, não daria lucro. Quando eu fui para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fazer espe-cialização, paguei a edição do meu próprio bolso, com a bolsa de estudos que eu rece-bia.

CP- Logo que começou a escrever, perce-beu que os animais seriam um tema para suas obras?

SF - Um escritor não consegue fugir de si mesmo ao escrever. Não tem como. Desde cedo eu percebi isso e sobre isso fiz meu trabalho de conclusão da faculdade: “The Reflections of Franz Kafka’s Life in his work”, e de certa forma a dissertação de mestrado “Coetzee’s Foe: A Reading on History and Fiction”. Eu, e acredito, qualquer escritor, escreve a partir de sua visão de mundo sobre determinado assunto. Não há como fugir de você mesmo ao escrever. Você é você sempre... como animais são uma parte muito importante da minha vida, escrevo sobre o assunto. Como tenho muitos “pals” – assim que eu chamo os meus animaizinhos, cada dia tenho algo novo, suas relações e inter-relações uns com os outros e com o nosso ambiente. Só quem tem “Pals” sabe a que me refiro. Logo que comecei a escrever, percebi que queria fazer uma literatura enga-jada numa causa nobre e justa.. logo no inicio percebi que eu queria lutar pelos animais.

CP - O que pretende despertar nas pes-soas com os seus livros?

SF - Eu pretendo e espero que um dia os animais possam ser considerados como seres e não como bens que podem ser usados, pesquisados, comidos. Eles também têm direito à vida assim como nós.... quem disse que os seres humanos é que podem mandar, desmandar e decidir os destinos das outras espécies? Muito fácil o ser humano se intitular o senhor de tudo e começar a agir como tal. Discordo disso. Escrevo sob a ótica dos animais na tentativa

Letras para quem não tem VOZ

Escritora gaúcha une duas paixões: literatura e animais em busca de conscientização

que as pessoas acordem e percebam sobre esses verdadeiros amigos e companheiros, para que as pessoas percebam o tesouro que é ter um amigo fiel, amizade incondicio-nal, que nunca lhe critica e está sempre ao seu lado, mesmo quando você o escorraça.

CP- Qual é a maior dificuldade que você percebe nas pessoas em sua relação com os animais?

SF - As pessoas consideram os animais como bens que podem ser usados para qualquer fim, apenas para servir. Os seres “humanos” matam para comer, usam em experiências em prol de uma ciência desnecessária.... usam couro, peles para roupas.... são tantos os “usos“ que o ser ”humano” faz dos animais que chega a me irritar pra responder. Os animais também têm vontades próprias, direitos que devem ser respeitados. Um dia, não sei quando, mas um dia ainda sonho em ver isso mudar, se não no meu período de vida, pelo menos no da minhas filhas.

CP - Como você definiria um “protetor de animais”?

SF - Protetor de animais é aquele que não come carne de nenhum tipo. Como diz George Bernard Shaw “Animals are my friends... and I don't eat my friends." (“Animais são meus amigos... e eu não como meus amigos.”). Eu, não gosto da ideia de defender uns e comer os outros.. ou defende todos ou nenhum. Protetor é ver um animal na rua precisando de ajuda e recolher, mesmo sem saber na hora aonde vai colocá-lo. Protetor não pensa muito, o seu primeiro e único instinto é curar, tirar dali, salvar,

amenizar a dor...dar amor! Protetor é parar o carro na estrada para xingar um carroceiro que bate em seu cavalo, é denunciar maus tratos não importa se de rico ou de pobre, de um influente ou de um Zé ninguém. Geral-mente um protetor anda endividado (risos): deve em pet shops, farmácias e vete-rinários... o dinheiro nunca chega para tantos. Protetor tem a casa cheia, de gatos e cachorros, os seus próprios mais os outros que estão de passagem. Protetor enche a casa dos familiares de cães e gatos na esper-ança de “encontrar um lar” e muitos ficam. Protetor custa a dormir pensando nas contas e em como vai pagá-las, mas quando con-segue, dorme bem e relaxado pensando nos animais que recolheu e que naquele mesmo momento estão abrigados do frio, da chuva e com as barriguinhas cheias. Mas não con-deno ninguém: tem muita gente boa que ainda come carne e faz um trabalho bonito com cães e gatos... sempre há um começo, sempre há um acordar.

CP - O que diria às pessoas que querem ajudar os animais e não sabem como?

SF - Eu queria dizer às pessoas tantas coisas! Há tanto a ser dito pelos animais... não poderia dizer em um parágrafo ou dois. Comecei as “Divagações de Sissi” com essa ideia e já estou no livro cinco da coleção “Em busca de um Mundo Melhor”. Sempre há o que dizer, porque sempre há algo novo! Mas eu quero dizer: adotem: ao adotar você be-neficiará os SRD (Sem Raça Definida) e os de raça, todos sofrem com o comércio – uns explorados , enfraquecendo, morrendo em lojas e os outros morrendo nas ruas atro-pelados doentes e famintos; adote uma ONG

se não tem espaço para criar: tem muitas ONGS sérias por esse Brasil afora. Seja um padrinho financeiro e também dê banhos, passeios... quantos anjos estão em canis mu-nicipais tristinhos, sujinhos precisando de um passeio e de um banho; castre cães e gatos, financie castrações de cães e gatos; incen-tive os cães e gatos comunitários: castrados, dividem o carinho e também a despesa. Eu poderia ficar aqui horas, dias falando sobre isso, dando ideias... há muito o que fazer, basta querer! Olhar, observar e realmente VER, e então FAZER!

Para conhecer mais sobre o trabalho de

Sinara, acesse www.sinarafoss.com.br

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Pet Entrevista

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Sinara Foss resolveu unir o útil ao agradável. Como é escritora e ama os ani-mais, decidiu juntar as duas paixões e fazer livros interessantes sobre animais. Em “Diva-gações de Sissi” é a própria cadelinha quem narra a história.

Sinara é graduada em Letras – é tradutora e intérprete de inglês e alemão, dá aulas de idiomas e uma protetora apaixonada por animais, que utiliza a ferramenta que melhor domina – as letras – para defender e consci-entizar a população sobre os direitos dos animais.

A autora publicou os livros “Memórias de Um Cachorro Velho”, “Nossas Vidas”, “Mu-lheres”, “Divagações de Sissi”, “As Aventu-ras de Sissi e Sua Turma no Futuro”, e se pre-para para lançar mais um título, “Em Busca de um Mundo Melhor”, na Feira do Livro de Canoas (RS), em abril.

Em entrevista à Conexão Pet, Sinara fala sobre seus livros e sua luta pelos animais, confira!

Conexão Pet - Como teve início sua rela-ção com os animais?

Sinara Foss - Minha relação com os ani-mais vem desde que eu me conheço por gente... eu morava no interior de Santo Antônio da Patrulha (RS), numa localidade chamada Catanduva Grande, e tínhamos muito contato com animais de todos os tipos, não só gatos, cães e cavalos, gado, mas outros também. Dormíamos com gatos na cama, tínhamos cachorros na casa da nossa avó. O primeiro cão que me marcou foi o Prín-cipé, era baixinho e de pelo amarelo, todo invocadinho e metido a valentão. Quando brigava com outros maiores, gritávamos muito e chorávamos... sem ajuda de adultos,

às vezes atirávamos água fria na tentativa que o largassem. E o primeiro gato foi o Fifi, um gatinho todo preto, muito malandro, mas como não era castrado não durou muito e sumiu. Nesta localidade, havia um matadouro que pertencia a um açougue na frente da minha casa... uma vez por semana matavam o gado e subíamos tristes na cerca pintada de cal branco enquanto o sangue vermelho ainda quente escorria para o campo de grama verde em meio a gritos e pedidos de socorro que ninguém ouvia. Essas lembranças são amargas e eu gos-taria muito de esquecer, de apagar ...

CP- E sua carreira de escritora teve início quando?

SF – Eu, já na segunda série, dizia que queria ser escritora, aos setre anos... acho que já nasceu comigo... lia muitos livrinhos e adorava fazer redações. Na adolescência percebi que escrever era o que eu realmente queria para mim, que escrever era o que me fazia feliz. Meu primeiro livro foi “Memórias de um cachorro velho”, editado em 1994, onde eu relatava a vida de Xolo, o meu primeiro resgate das ruas alguns anos antes. Procurei editoras que quisessem publicá-lo, mas nunca encontrei... recebia sempre respostas negativas dizendo que o livro era bom, mas que não valia a pena para eles por eu ter um nome desconhecido. Não venderia e, portanto, não daria lucro. Quando eu fui para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fazer espe-cialização, paguei a edição do meu próprio bolso, com a bolsa de estudos que eu rece-bia.

CP- Logo que começou a escrever, perce-beu que os animais seriam um tema para suas obras?

SF - Um escritor não consegue fugir de si mesmo ao escrever. Não tem como. Desde cedo eu percebi isso e sobre isso fiz meu trabalho de conclusão da faculdade: “The Reflections of Franz Kafka’s Life in his work”, e de certa forma a dissertação de mestrado “Coetzee’s Foe: A Reading on History and Fiction”. Eu, e acredito, qualquer escritor, escreve a partir de sua visão de mundo sobre determinado assunto. Não há como fugir de você mesmo ao escrever. Você é você sempre... como animais são uma parte muito importante da minha vida, escrevo sobre o assunto. Como tenho muitos “pals” – assim que eu chamo os meus animaizinhos, cada dia tenho algo novo, suas relações e inter-relações uns com os outros e com o nosso ambiente. Só quem tem “Pals” sabe a que me refiro. Logo que comecei a escrever, percebi que queria fazer uma literatura enga-jada numa causa nobre e justa.. logo no inicio percebi que eu queria lutar pelos animais.

CP - O que pretende despertar nas pes-soas com os seus livros?

SF - Eu pretendo e espero que um dia os animais possam ser considerados como seres e não como bens que podem ser usados, pesquisados, comidos. Eles também têm direito à vida assim como nós.... quem disse que os seres humanos é que podem mandar, desmandar e decidir os destinos das outras espécies? Muito fácil o ser humano se intitular o senhor de tudo e começar a agir como tal. Discordo disso. Escrevo sob a ótica dos animais na tentativa

Letras para quem não tem VOZ

Escritora gaúcha une duas paixões: literatura e animais em busca de conscientização

que as pessoas acordem e percebam sobre esses verdadeiros amigos e companheiros, para que as pessoas percebam o tesouro que é ter um amigo fiel, amizade incondicio-nal, que nunca lhe critica e está sempre ao seu lado, mesmo quando você o escorraça.

CP- Qual é a maior dificuldade que você percebe nas pessoas em sua relação com os animais?

SF - As pessoas consideram os animais como bens que podem ser usados para qualquer fim, apenas para servir. Os seres “humanos” matam para comer, usam em experiências em prol de uma ciência desnecessária.... usam couro, peles para roupas.... são tantos os “usos“ que o ser ”humano” faz dos animais que chega a me irritar pra responder. Os animais também têm vontades próprias, direitos que devem ser respeitados. Um dia, não sei quando, mas um dia ainda sonho em ver isso mudar, se não no meu período de vida, pelo menos no da minhas filhas.

CP - Como você definiria um “protetor de animais”?

SF - Protetor de animais é aquele que não come carne de nenhum tipo. Como diz George Bernard Shaw “Animals are my friends... and I don't eat my friends." (“Animais são meus amigos... e eu não como meus amigos.”). Eu, não gosto da ideia de defender uns e comer os outros.. ou defende todos ou nenhum. Protetor é ver um animal na rua precisando de ajuda e recolher, mesmo sem saber na hora aonde vai colocá-lo. Protetor não pensa muito, o seu primeiro e único instinto é curar, tirar dali, salvar,

amenizar a dor...dar amor! Protetor é parar o carro na estrada para xingar um carroceiro que bate em seu cavalo, é denunciar maus tratos não importa se de rico ou de pobre, de um influente ou de um Zé ninguém. Geral-mente um protetor anda endividado (risos): deve em pet shops, farmácias e vete-rinários... o dinheiro nunca chega para tantos. Protetor tem a casa cheia, de gatos e cachorros, os seus próprios mais os outros que estão de passagem. Protetor enche a casa dos familiares de cães e gatos na esper-ança de “encontrar um lar” e muitos ficam. Protetor custa a dormir pensando nas contas e em como vai pagá-las, mas quando con-segue, dorme bem e relaxado pensando nos animais que recolheu e que naquele mesmo momento estão abrigados do frio, da chuva e com as barriguinhas cheias. Mas não con-deno ninguém: tem muita gente boa que ainda come carne e faz um trabalho bonito com cães e gatos... sempre há um começo, sempre há um acordar.

CP - O que diria às pessoas que querem ajudar os animais e não sabem como?

SF - Eu queria dizer às pessoas tantas coisas! Há tanto a ser dito pelos animais... não poderia dizer em um parágrafo ou dois. Comecei as “Divagações de Sissi” com essa ideia e já estou no livro cinco da coleção “Em busca de um Mundo Melhor”. Sempre há o que dizer, porque sempre há algo novo! Mas eu quero dizer: adotem: ao adotar você be-neficiará os SRD (Sem Raça Definida) e os de raça, todos sofrem com o comércio – uns explorados , enfraquecendo, morrendo em lojas e os outros morrendo nas ruas atro-pelados doentes e famintos; adote uma ONG

se não tem espaço para criar: tem muitas ONGS sérias por esse Brasil afora. Seja um padrinho financeiro e também dê banhos, passeios... quantos anjos estão em canis mu-nicipais tristinhos, sujinhos precisando de um passeio e de um banho; castre cães e gatos, financie castrações de cães e gatos; incen-tive os cães e gatos comunitários: castrados, dividem o carinho e também a despesa. Eu poderia ficar aqui horas, dias falando sobre isso, dando ideias... há muito o que fazer, basta querer! Olhar, observar e realmente VER, e então FAZER!

Para conhecer mais sobre o trabalho de

Sinara, acesse www.sinarafoss.com.br

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Pet Entrevista

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Sinara Foss resolveu unir o útil ao agradável. Como é escritora e ama os ani-mais, decidiu juntar as duas paixões e fazer livros interessantes sobre animais. Em “Diva-gações de Sissi” é a própria cadelinha quem narra a história.

Sinara é graduada em Letras – é tradutora e intérprete de inglês e alemão, dá aulas de idiomas e uma protetora apaixonada por animais, que utiliza a ferramenta que melhor domina – as letras – para defender e consci-entizar a população sobre os direitos dos animais.

A autora publicou os livros “Memórias de Um Cachorro Velho”, “Nossas Vidas”, “Mu-lheres”, “Divagações de Sissi”, “As Aventu-ras de Sissi e Sua Turma no Futuro”, e se pre-para para lançar mais um título, “Em Busca de um Mundo Melhor”, na Feira do Livro de Canoas (RS), em abril.

Em entrevista à Conexão Pet, Sinara fala sobre seus livros e sua luta pelos animais, confira!

Conexão Pet - Como teve início sua rela-ção com os animais?

Sinara Foss - Minha relação com os ani-mais vem desde que eu me conheço por gente... eu morava no interior de Santo Antônio da Patrulha (RS), numa localidade chamada Catanduva Grande, e tínhamos muito contato com animais de todos os tipos, não só gatos, cães e cavalos, gado, mas outros também. Dormíamos com gatos na cama, tínhamos cachorros na casa da nossa avó. O primeiro cão que me marcou foi o Prín-cipé, era baixinho e de pelo amarelo, todo invocadinho e metido a valentão. Quando brigava com outros maiores, gritávamos muito e chorávamos... sem ajuda de adultos,

às vezes atirávamos água fria na tentativa que o largassem. E o primeiro gato foi o Fifi, um gatinho todo preto, muito malandro, mas como não era castrado não durou muito e sumiu. Nesta localidade, havia um matadouro que pertencia a um açougue na frente da minha casa... uma vez por semana matavam o gado e subíamos tristes na cerca pintada de cal branco enquanto o sangue vermelho ainda quente escorria para o campo de grama verde em meio a gritos e pedidos de socorro que ninguém ouvia. Essas lembranças são amargas e eu gos-taria muito de esquecer, de apagar ...

CP- E sua carreira de escritora teve início quando?

SF – Eu, já na segunda série, dizia que queria ser escritora, aos setre anos... acho que já nasceu comigo... lia muitos livrinhos e adorava fazer redações. Na adolescência percebi que escrever era o que eu realmente queria para mim, que escrever era o que me fazia feliz. Meu primeiro livro foi “Memórias de um cachorro velho”, editado em 1994, onde eu relatava a vida de Xolo, o meu primeiro resgate das ruas alguns anos antes. Procurei editoras que quisessem publicá-lo, mas nunca encontrei... recebia sempre respostas negativas dizendo que o livro era bom, mas que não valia a pena para eles por eu ter um nome desconhecido. Não venderia e, portanto, não daria lucro. Quando eu fui para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fazer espe-cialização, paguei a edição do meu próprio bolso, com a bolsa de estudos que eu rece-bia.

CP- Logo que começou a escrever, perce-beu que os animais seriam um tema para suas obras?

SF - Um escritor não consegue fugir de si mesmo ao escrever. Não tem como. Desde cedo eu percebi isso e sobre isso fiz meu trabalho de conclusão da faculdade: “The Reflections of Franz Kafka’s Life in his work”, e de certa forma a dissertação de mestrado “Coetzee’s Foe: A Reading on History and Fiction”. Eu, e acredito, qualquer escritor, escreve a partir de sua visão de mundo sobre determinado assunto. Não há como fugir de você mesmo ao escrever. Você é você sempre... como animais são uma parte muito importante da minha vida, escrevo sobre o assunto. Como tenho muitos “pals” – assim que eu chamo os meus animaizinhos, cada dia tenho algo novo, suas relações e inter-relações uns com os outros e com o nosso ambiente. Só quem tem “Pals” sabe a que me refiro. Logo que comecei a escrever, percebi que queria fazer uma literatura enga-jada numa causa nobre e justa.. logo no inicio percebi que eu queria lutar pelos animais.

CP - O que pretende despertar nas pes-soas com os seus livros?

SF - Eu pretendo e espero que um dia os animais possam ser considerados como seres e não como bens que podem ser usados, pesquisados, comidos. Eles também têm direito à vida assim como nós.... quem disse que os seres humanos é que podem mandar, desmandar e decidir os destinos das outras espécies? Muito fácil o ser humano se intitular o senhor de tudo e começar a agir como tal. Discordo disso. Escrevo sob a ótica dos animais na tentativa

Letras para quem não tem VOZ

Escritora gaúcha une duas paixões: literatura e animais em busca de conscientização

que as pessoas acordem e percebam sobre esses verdadeiros amigos e companheiros, para que as pessoas percebam o tesouro que é ter um amigo fiel, amizade incondicio-nal, que nunca lhe critica e está sempre ao seu lado, mesmo quando você o escorraça.

CP- Qual é a maior dificuldade que você percebe nas pessoas em sua relação com os animais?

SF - As pessoas consideram os animais como bens que podem ser usados para qualquer fim, apenas para servir. Os seres “humanos” matam para comer, usam em experiências em prol de uma ciência desnecessária.... usam couro, peles para roupas.... são tantos os “usos“ que o ser ”humano” faz dos animais que chega a me irritar pra responder. Os animais também têm vontades próprias, direitos que devem ser respeitados. Um dia, não sei quando, mas um dia ainda sonho em ver isso mudar, se não no meu período de vida, pelo menos no da minhas filhas.

CP - Como você definiria um “protetor de animais”?

SF - Protetor de animais é aquele que não come carne de nenhum tipo. Como diz George Bernard Shaw “Animals are my friends... and I don't eat my friends." (“Animais são meus amigos... e eu não como meus amigos.”). Eu, não gosto da ideia de defender uns e comer os outros.. ou defende todos ou nenhum. Protetor é ver um animal na rua precisando de ajuda e recolher, mesmo sem saber na hora aonde vai colocá-lo. Protetor não pensa muito, o seu primeiro e único instinto é curar, tirar dali, salvar,

amenizar a dor...dar amor! Protetor é parar o carro na estrada para xingar um carroceiro que bate em seu cavalo, é denunciar maus tratos não importa se de rico ou de pobre, de um influente ou de um Zé ninguém. Geral-mente um protetor anda endividado (risos): deve em pet shops, farmácias e vete-rinários... o dinheiro nunca chega para tantos. Protetor tem a casa cheia, de gatos e cachorros, os seus próprios mais os outros que estão de passagem. Protetor enche a casa dos familiares de cães e gatos na esper-ança de “encontrar um lar” e muitos ficam. Protetor custa a dormir pensando nas contas e em como vai pagá-las, mas quando con-segue, dorme bem e relaxado pensando nos animais que recolheu e que naquele mesmo momento estão abrigados do frio, da chuva e com as barriguinhas cheias. Mas não con-deno ninguém: tem muita gente boa que ainda come carne e faz um trabalho bonito com cães e gatos... sempre há um começo, sempre há um acordar.

CP - O que diria às pessoas que querem ajudar os animais e não sabem como?

SF - Eu queria dizer às pessoas tantas coisas! Há tanto a ser dito pelos animais... não poderia dizer em um parágrafo ou dois. Comecei as “Divagações de Sissi” com essa ideia e já estou no livro cinco da coleção “Em busca de um Mundo Melhor”. Sempre há o que dizer, porque sempre há algo novo! Mas eu quero dizer: adotem: ao adotar você be-neficiará os SRD (Sem Raça Definida) e os de raça, todos sofrem com o comércio – uns explorados , enfraquecendo, morrendo em lojas e os outros morrendo nas ruas atro-pelados doentes e famintos; adote uma ONG

se não tem espaço para criar: tem muitas ONGS sérias por esse Brasil afora. Seja um padrinho financeiro e também dê banhos, passeios... quantos anjos estão em canis mu-nicipais tristinhos, sujinhos precisando de um passeio e de um banho; castre cães e gatos, financie castrações de cães e gatos; incen-tive os cães e gatos comunitários: castrados, dividem o carinho e também a despesa. Eu poderia ficar aqui horas, dias falando sobre isso, dando ideias... há muito o que fazer, basta querer! Olhar, observar e realmente VER, e então FAZER!

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Sinara, acesse www.sinarafoss.com.br

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Pet Risadas

Roedores DivertidosSelecionamos fotos divertidas e inusitadas de roedores para animar o seu dia. Sorria!

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Pet Risadas

Roedores DivertidosSelecionamos fotos divertidas e inusitadas de roedores para animair o seu dia. Sorria!

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O vínculo entre o idoso e o animal de estimação pode ser muito mais forte do que em outras fases da vida. “O animal torna-se a própria família da pessoa”, diz a psicóloga e terapeuta Fernanda. O medo de perder o amigo animal pode ser maior, mas deve ser enfrentado da mesma forma, como em qualquer outra fase. “É preciso lidar com o luto. É bom sempre olhar pelo lado positivo, para o que o idoso ganhou com a convivência.”

Há também o outro lado: o risco de o bichinho perder o dono. “As pessoas precisam pensar por outra perspectiva, no lado do animal, que também sofre. Há o risco das duas coisas acontecerem e a família deve estar preparada para adotar esse animal ou dar suporte caso o idoso perca seu amigo”, afirma Ceres. u

Parceiro de vida saudável

O companheiro de caminhada de Luiz Fernando Ribeiro de Campos, 65 anos, é Pudim, um york-shire terrier de 8 anos e meio. Os dois andam, em média, uma hora por dia. Antes de o yorkshire ser adotado pela família, há três anos, Luiz não tinha o hábito de caminhar. “Ele precisa caminhar e eu também. É um incentivo. Passei a ir com ele e criei o hábito.”

A médica veterinária Cristina Coelho Neto, do Consultório Veterinário Vetclin, considera a camin-hada uma das melhores formas de o cachorro e o dono compartilharem momentos de lazer e se exercitarem. “O idoso se anima e se cuida mais porque precisa estar bem para acompanhar o cachorro. Ele sabe que o bichinho depende dele.”

O médico de Luiz Fernando ficou feliz com a rotina trazida pelo yorkshire. Depois de dez anos, a diabete e a hipertensão estão controladas. “A atividade física foi fundamental. Quando Pudim desanima, pego ele no colo e continuo camin-hando, mas normalmente nós dois seguimos o mesmo ritmo, ele é ligeirinho.”

Na alegria e na tristeza

Um animal de estimação trata da mesma forma as crianças, os jovens ou idosos. Ele ouve todas as histórias sem criticar e, se preciso, não liga de passear todo dia no mesmo lugar. “É uma amizade incondicional, eles aceitam o dono indiscriminadamente e demon-stram afeto sempre. O resultado é a promoção da autoestima”, afirma a médica veterinária Ceres.

A alegria que os pequineses Nuno, Nina e Bebel trazem para a vida de Norma Amaral, de 70 e poucos anos (como ela gosta de dizer), pode ser percebida em dois minutos de con-versa. É só ouvi-la contar sobre quando Nina, de 3 anos, brinca de esconde-esconde ou quando os três resolvem sentar no sofá na hora do noticiário da tevê. “Eles assistem comigo. Cada um tem seu lugar no sofá. Às vezes, Bebel, de 1 ano, quer pegar o lugar de outro e dá briga”, conta.

Norma mora sozinha e não consegue mais imaginar sua vida sem os cachorrinhos. “Só quem tem sabe a alegria que eles podem dar. É só chegar em casa e ver que estão me espe-rando e o dia fica mais bonito. Não vou dizer que eles não me dão trabalho, porque dão sim, mas é compensador.”

Vivian Hauer, de 77 anos, também não con-segue imaginar como seriam suas manhãs sem a cantoria animada do seu canarinho de 4 anos. O nome dele? Roberto Carlos. “Quando ganhei o Roberto logo vi que ia ser um ótimo cantor, então dei o nome. Ele anima a casa. Já tive outros passarinhos, mas eles não viveram muito tempo. Espero que o Roberto viva muito ainda.”

Doutores da alegria e da amizadeDizer que eles são fiéis é pouco para descrever o que um animal de estimação significa na vida de

pessoas mais velhas. A companhia de um bichinho melhora a autoestima, traz alegria e estimula a prática de exercícios

“Os animais de estimação funcionam como um suporte emocional. Com o tempo, acumulamos perdas afetivas, físicas e até de papel na sociedade. A companhia de um mascote dá estabilidade e faz com que a pessoa recupere funções”, explica Ceres Berger Faraco, médica veterinária, doutora em psicologia e autora de trabalhos sobre terapia assistida por animais.

Cuidados A saúde do idoso é frágil e precisa de algumas medidas para evitar acidentes

QuedasCachorros muito pequenos podem fazer com que o idoso tropece em casa. É preciso educar o animal e deixar os cômodos sem obstáculos.

Unhas bem cortadasA pele da pessoa mais velha é frágil e pode machucar facilmente. As unhas dos animais devem estar sempre aparadas para evitar acidentes.

SolÉ sempre bom lembrar: passeios devem ser feitos em horários em que o sol é mais fraco, no início da manhã ou no fim da tarde. Isso vale para o idoso e para o cão. Também é preciso usar protetor solar.

MordidasAlguns cães têm o hábito de morder. O costume é mais comum nos de pequeno porte. A única solução é o adestramento.

Fontes: Cristina Coelho Neto, médica veterinária do Consultório Veterinário Vetclin; Roberto Luiz Lange, médico veterinário da Clínica Santa Mônica.

Além de mandar a solidão embora, quem tem um animal de estimação tem uma rotina mais sau-dável. Imagine o quanto é preciso se movimentar para cuidar de um bichinho: colocar comida, limpar a casa ou gaiola, brincar. “São estímulos para as atividades físicas. Isso pressupõe um ganho em mobilidade”, afirma Ceres.

Recuperar funções pode significar um recomeço. “É um novo sentido para a vida do idoso, que geralmente fica bastante tempo sozinho. Faz com que ele sinta menos a ausência de familiares e também se considere útil para alguém”, diz Fernanda Cidral, psicóloga clínica e terapeuta.

Não é à toa que existem vários estudos científicos que comprovam os benefícios que um animal de companhia pode trazer à saúde do idoso, entre eles a melhoria de quadros de doenças crônicas, como diabete ou hipertensão. A médica veterinária Leticia Séra Castanho, fundadora e coordena-dora do Projeto Amigo Bicho, de Curitiba, promove encontros entre animais e idosos em tratamento de mal de Alzheimer ou Parkinson. “Há uma melhor resposta a terapias de um modo geral, porque aumenta a resposta imunológica e a sensação de bem-estar. Ao contar as histórias de seus animais e falar sobre o passado, os idosos estimulam a memória. Quando eles escovam os pelos dos cachor-rinhos ou fazem carinho, treinam a coordenação motora.”

Mais sociáveis

Não falta assunto para quem tem animais de estimação. É por isso que os especialistas dizem que eles são como facilitadores soci-ais. “É diferente passear sozinho e com um cachorro, por exemplo. Sempre vai ter alguém para perguntar alguma coisa ou trocar experiências. Assim essas pessoas acabam aumentando o círculo de amigos”, diz a médica vererinária Ceres Faraco.

Quando Lilian Nogueira resolveu comprar um gatinho persa para a sua mãe, Marlene Gon çal ves Dias, de 73 anos, a ideia era que ela se sentisse menos sozinha. “Eu viajava muito e ficava preocupada. No começo, ela não gostou, mas foi só eu levar Joy para casa e vi que se dariam bem. Ela briga, brinca com o gato, educa. Antes minha mãe era mais quietinha e fechada, hoje está bem mais ativa.”

Marlene concorda: “Fico mais alegre com Joy”. Agora Lilian não viaja tanto, mesmo assim, quem cuida de tudo, inclusive dos mimos, é sua mãe. “Refogo almeirão e esca-rola para misturar na ração, ele gosta muito.”

A psicóloga Fernanda Cidral alerta para o fato de que a pessoa mais velha não deve se restringir somente à relação com o animal e evitar o contato com outras pessoas. “Um cachorro não vai substituir a família ou os filhos. O contato humano é indispensável. A pessoa pode dosar isso e não se fechar muito, mas aproveitar o contato para treinar habilidades sociais, como se comunicar ou demonstrar afeto.”

* Esta matéria foi originalmente publicada no site do jornal Gazeta do Povo.

Amigo ideal Não importa se é um cachorro de raça ou um vira-latas, um gato ou mesmo um passarinho. A preferência por um ou outro depende dos hábitos da pessoa. Saiba como escolher o companheiro perfeito:

Tamanho:O porte é definitivo na hora de adotar o animal. Cães de raça grande são muito fortes e podem arrastar o idoso em uma caminhada. O ideal são as raças médias, de mais ou menos oito quilos.

Idade:Filhotes, não! Além de ter de educar o animalzinho, vai ser difícil acompanhar o ritmo dele. Cães adultos são mais indicados. Que tal adotar um vira-latas mais velho? A vantagem de ter cães adultos, de 5 ou 6 anos, é que tanto o dono quanto o animal estarão no mesmo ritmo.

Raças:Alguns cães de médio porte são muito agitados, como o beagle e o cocker spaniel. Essas raças precisam ser educadas. Lhasa apso, poodle ou mesmo os cães de focinho curto – pug e buldogue inglês – são mais tranquilos.

Bichano:Gatos também demonstram carinho, mas não gostam de passear e são menos sociáveis. Por isso são os amigos ideais de idosos que têm menos mobilidade e não podem andar muito.

Pequeninos:Os pássaros podem ser ótimos companheiros, principalmente as espécies que têm o costume de cantar, como canário ou pintassilgo. A calopsita também é uma boa opção, pela interação com o dono.

Fontes: Cristina Coelho Neto, médica veterinária do Consultório Veterinário Vetclin; Roberto Luiz Lange, médico veterinário da Clínica Santa Mônica.

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