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COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.2
11. GERENCIAMENTO DE EMERGÊNCIA
Os elementos do PGR até agora abordados estão relacionados à prevenção,
ou seja, objetivam estabelecer medidas para fazer com que os acidentes não
ocorram. Entretanto, algo pode não ocorrer conforme planejado e a empresa
deverá estar preparada para dominar e minimizar eventuais acidentes.
É fácil perceber que a preparação para emergência não pode existir de
maneira isolada. Obrigatoriamente, o gerenciamento de emergência depende e
sofre influência dos demais elementos do PGR.
Evidentemente que a preparação de emergência para o Complexo Industrial
do Pecém – CIP deverá ter por base a Identificação e Avaliação dos Riscos
conforme disposto no Capítulo 3 deste documento. Entretanto alguns pontos
importantes serão explicitados no que tange a implantação de uma
Organização para Gerenciar Emergências durante sua operação:
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.3
• Em primeiro lugar, não se deve confundir Organização de Emergência
(O.E) com Brigada de Emergência. A Brigada de Emergência tem como
função, dentro de uma O.E., o que se chama de “ataque direto”, ou seja,
apagar um incêndio, conter um derramamento, etc. A Brigada de
Emergência é, obviamente, muito importante, porém não suficiente, posto
que em uma emergência sejam necessárias outras funções, como
comunicação, logística, aspectos jurídicos, etc.;
• As funções, recursos e área de atuação da Organização de Emergência
devem ser compatíveis com os riscos identificados;
• Dentro da documentação da Organização de Emergência deve fazer
parte um organograma e um descritivo das funções que compõem esta
organização;
• Deve ser oficialmente nomeado um responsável por esta organização
com as seguintes características:
− Ser o responsável pelas atividades de preparação e manutenção da
organização;
− Ter nível hierárquico compatível com os riscos presentes na atividade.
Por exemplo, no caso do Complexo Industrial do Pecém – CIP, deve
responder ao principal executivo responsável pela operação e
manutenção deste empreendimento (gerente, superintendente ou
diretor);
− Deve ser estabelecido, de maneira formal, um programa anual das
atividades desta organização.
Para a montagem do programa anual de atividades da Organização de
Emergência (O.E) é imprescindível, mesmo que superficialmente, abordar
alguns aspectos relacionados com os Planos de Ação de Emergência – PAE.
Se fizermos uma analogia entre este sistema (O.E + PAE) com as atividades
futebolísticas, por exemplo, pode-se afirmar que O.E é o time de futebol e o
Plano de Ação de Emergência – PAE é a jogada ensaiada.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.4
Portanto, em se tratando do Complexo Industrial do Pecém – CIP devem-se
listar as possíveis emergências e montar, de maneira formal, os Planos de
Ação de Emergência, levando em consideração:
• Perfeito conhecimento dos riscos e das emergências associadas;
• Identificação e especificação de Planos de Ação de Emergência para
cada risco ou conjunto de riscos correlatos explicitando a data de
emissão e número de revisão;
• Para cada uma das Hipóteses Acidentais prevista no EAR, considerar
sua abrangência e respectivos impactos;
• Ações a serem tomadas como conseqüência da emergência, inclusive
com o envolvimento da população, principalmente daquela diretamente
afetada;
• Sistemática de comunicação interna e externa;
• Recursos humanos e materiais disponíveis;
• É importante não esquecer que, mesmo agindo de maneira profissional
e eficiente em uma emergência, o Complexo Industrial do Pecém – CIP
terá que provar que agiu desta maneira. Isto pode fazer uma tremenda
diferença nas conseqüências do acidente (multa, indenizações, limpeza,
etc.);
• Planos de ação (ação, responsável e prazo) para melhorias;
• Simulação anual dos Planos de Ação de Emergência;
• Nome e assinatura dos responsáveis pela emissão e atualização do
Plano de Ação de Emergência.
11.1. PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA Como citado anteriormente, o Complexo Industrial do Pecém – CIP deverá
implementar Planos de Ação de Emergência e, quando necessário, envolver as
comunidades adjacentes à área.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.5
A referida implementação deve contar com a presença das lideranças
comunitárias, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e SEMACE e deve ser
consubstanciada em documento formal (meio físico e multimídia interativa) com
cópias suficientes para serem repassadas aos interessados diretos.
Sugere-se que a implementação do PAE esteja concluindo até o final da
construção do CIP o qual deverá conter informações gerais sobre o
empreendimento, a circunvizinhança e características ambientais nas
proximidades do empreendimento / comunidade, medidas mitigadoras e de
controle de acidentes, ações a serem postas em prática, documentação
fotográfica (antes e durante e após o acidente) e mapas georeferenciados
11.1.1. Estrutura do PAE
Este item trata de como deve ser apresentado o Plano de Ação de Emergência
o qual deve ser composto dos subitens abaixo explicitados.
11.1.1.1. Informações Gerais
Contempla informações gerais sobre o Complexo Industrial do Pecém – CIP,
Grupo Gestor e Região objeto do PAE.
No que se refere a cada unidade do Complexo Industrial do Pecém – CIP,
deve-se indicar: Razão Social, CNPJ, CGF, Endereço, Telefone, Fax, Pessoa
para Contato.
No que se refere ao Grupo Gestor, deve-se indicar: Endereço, Telefone, Fax,
Pessoa para Contato.
No que se refere a Região onde está inserido o Empreendimento e núcleo
habitacional (se existir): Localização, Descrição Física e Geográfica,
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.6
Distribuição Especial da População (Matriz de Ocupação Humana),
Circunvizinhança (Resumo), Pontos Notáveis.
11.1.1.2. Circunvizinhança
O levantamento da circunvizinhança, num raio de 3.000 metros a partir das
Coordenadas UTM do ponto de simulação de modelos matemáticos
desenvolvidos para cada núcleo habitacional, deverá constar: edifícios
residenciais, prédios mistos, casas unifamiliares, instituições de ensino, centros
comerciais, estacionamentos, instituições financeiras, postos de combustíveis,
estabelecimentos comerciais individuais, hospitais, centros comunitários,
postos médicos e supermercados.
De acordo com o Estudo de Análise de Risco realizado para o CIP está
previsto um contingente de 8614 pessoas trabalhando diariamente durante a
operação deste empreendimento.
O Estudo de Análise de Risco mostrou também que a ocupação humana da
área apresenta uma média de 73,0 hab./km2. A ocupação ocorre de maneira
bastante fragmentada, apresentando apenas algumas poucas áreas com uma
maior concentração.
Na Tabela 11.1 é mostrada a Matriz de Ocupação Humana do Estudo de
Analise de Riscos (item 3.5 do EAR).
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.7
Tabela 11.1 – Identificação das Regiões Densamente Habitadas
no Entorno do Empreendimento.
Tabela 11.1 – População Envolvida - Números de Pessoas.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.8
11.1.1.3. Pontos Notáveis
Nas proximidades da área onde está instalado o CIP verificam-se a existência
de algumas residências, pertencentes à população local. Após entrevistas aos
moradores do entorno, constatou-se uma média de 3,8 moradores por casa.
Verificou-se que os principais riscos identificados no entorno são: terminais da
Petrobras ao norte alem de grandes áreas densamente povoadas a oeste,
sudeste e noroeste, bem como pequenas áreas residenciais a nordeste e sul
do empreendimento.
11.1.1.4. Caracterização Ambiental
O Estado do Ceará apresenta aproximadamente 92% de sua área influenciada
pelo clima semi-árido, ocasionando efeitos prejudiciais sobre as condições
humanas e naturais tais como: ocupação do solo, recursos hídricos superficiais
e subterrâneos, processo pedogenéticos de formação dos solos e aptidão
agrícola dos mesmos, modelado da paisagem e tipos de vegetação.
O regime pluviométrico cearense caracteriza-se, de modo geral, por apresentar
irregularidade das chuvas no tempo e no espaço, altas temperaturas e altos
índices de evapotranspiração. Estas condições climáticas desfavoráveis
aliadas à retirada da cobertura vegetal nativa sem qualquer critério aceleram os
processos de intemperismo dos solos, contribuindo para a degradação
ambiental no Estado.
O pequeno potencial hidrogeológico do Estado deve-se a predominância de
terrenos cristalinos em relação aos sedimentares, uma vez que nos terrenos
sedimentares, faixa litorânea, por exemplo, se concentram o maior potencial de
recursos hídricos subterrâneos, ainda que não suficientemente explorados.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.9
Os aspectos climáticos da região foram analisados tomando-se como base a
estação meteorológica de São Gonçalo – PCD1 da FUNCEME – Fundação
Cearense de Meteorologia. A referida estação encontra-se localizada nas
coordenadas 506416 E e 9596558 N (Vide Mapa de Macro localização – Anexo
I) ficando, portanto, a aproximadamente 10 km de distância linear até o centro
da área do CIP. A escolha desta PCD deveu-se a sua proximidade ao PECÉM,
bem como as condições de relevo e de uso e ocupação solo.
Adotando-se a classificação climática preconizada por Thornthwaite e
tomando-se como base a estação meteorológica mencionada (PCD), o clima
dessa região é classificada como DdA'a', onde:
D = Clima semi-árido com índice efetivo de umidade variando entre -20 e
- 40%;
d = Pequeno ou nenhum excesso de água no decorrer do período,
referindo-se á variação anual do índice de aridez;
A = Clima megatérmico, determinado pelo índice de eficiência térmica,
dado pelo acúmulo da evapotranspiração no ano;
‘a’ = Baixa variação estacional (expressa a porcentagem de
evapotranspiração no verão).
A intensidade e distribuição das precipitações pluviométricas em uma região
dependem de fatores como topografia, altitude e disposição do relevo,
proximidade do mar e dinâmica das massas de ar. Na região que compõe o
conjunto de municípios próximos de São Gonçalo e Caucaia, a distribuição
média anual é irregular com variações que oscilam entre 800 e 1.400 mm,
segundo a FUNCEME.
Os maiores índices anuais se dão no trimestre março/abril/maio,
correspondendo ao período chuvoso, e no período compreendido entre os
meses de junho e janeiro encontram-se os menores índices pluviométricos,
1 Plataforma Automática de Coleta de Dados Meteorológicos e Ambientais. Altura do sensor: 10 metros.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.10
caracterizando o período seco. Estes menores índices acentuam-se na medida
em que se avança em direção ao interior, adentrando na região do sertão semi-
árido.
A precipitação média de meia hora, uma hora e 24 horas para Caucaia/PECÉM
é mostrada na Tabela 11.2.
Tabela 11.2 – Precipitação Pluviométrica (mm) para a Região do Pecém.
- ½ hora 1 hora 24 horas Máxima 53 80 180
Fonte: FUNCEME
Em termos gerais, há certa variação térmica na região formada pelo conjunto
de municípios próximos ao Pecém, o que se traduz em uma considerável
amplitude térmica em virtude de fatores geográficos de topografia, dinâmica
atmosférica, altitude e proximidade do mar que, combinados, possibilitam a
identificação e delimitação de zonas distintas tais como a zona litorânea e as
zonas serranas que apresentam temperaturas mais amenas, e estas vão se
acentuando à medida em que se avança em direção ao interior para o sertão
semi-árido.
Na zona litorânea, em que está inserido o município de São Gonçalo e
Caucaia, (de acordo com a PCD), as temperaturas são mais amenas e
homogêneas com amplitude térmica sempre inferior a 5ºC. As temperaturas
médias anuais variam em torno de 25 e 28ºC e sofrem atenuações decorrentes
da ação da Convergência Intertropical (CIT) que abrange todo o Estado, da
ação dos ventos alísios de SE e das perturbações em suas correntes. As
variações diurnas são bem mais acentuadas que as das áreas serranas, com
máximas de 30ºC e mínimas superiores a 20ºC, sendo mais comuns aquelas
próximas a 26ºC.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.11
A Tabela 11.3 apresenta os valores mínimos, médios e máximos para esta
variável.
Tabela 11.3 – Temperatura Ambiente (oC) para a Região de Caucaia.
Mínima Média Máxima Absoluto 20 - 33,3 Das Mínimas - 23,5 - Anual - 26,6 - Das Máximas - 29,9 - Fonte: FUNCEME
Para o estudo desse parâmetro climático, tomou-se novamente por base a
estação meteorológica de referência (PCD), localizada no município de São
Gonçalo do Amarante. Foram analisados 17.124 dados coletados do período
de 01/01/2004 a 15/12/2005. Os parâmetros, em forma de Tabela,
disponibilizados pela PCD foram:
• Data da Coleta (Coleta diária);
• Hora da Coleta (Coleta de hora em hora – 00:00 às 23:00);
• Velocidade dos Ventos (em m/s);
• Direção Predominante (em graus).
A partir desta Tabela Geral montou-se um Banco de Dados no MS-Access,
conforme mostra Figura 11.1.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.12
Figura 11.1 – Banco de Dados em MS-Access mostrando a Tabela GERAL fornecida pela PCD/FUNCEME.
A partir deste Banco de Dados foram realizadas diversas CONSULTAS (Figura
3.1), com o objetivo de elaborar uma Rosa dos Ventos relativa à Direção
Predominante dos Ventos, sua respectiva Intensidade e Freqüência de
Ocorrência por Classe - Figuras 3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3,6, 3.7 e 3.8.
Figura 11.2 – Banco de Dados em MS-Access mostrando as CONSULTAS realizadas quanta a direção predominante dos ventos e sua intensidade.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.13
Figura 11.3 – Rosa dos Ventos – Direção Predominante e Magnitude dos Ventos (DIA/NOITE) na região do PECEM.
Figura 11.4 – Distribuição da Freqüência de ocorrência (%) por classe (faixa – m/s). (DIA E NOITE) na região do PECEM.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.14
Figura 11.5 – Rosa dos Ventos – Direção Predominante e Magnitude dos Ventos (DIA) na região do PECEM.
Figura 11.6 – Distribuição da Freqüência de ocorrência (%) por classe (faixa – m/s). (DIA) na região do PECEM.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.15
Figura 11.7 – Rosa dos Ventos – Direção Predominante e Magnitude dos Ventos (NOITE) na região do PECEM.
Figura 11.8 – Distribuição da Freqüência de ocorrência (%) por classe (faixa – m/s). (NOITE) na região do PECEM.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.16
A partir da análise realizada pode-se concluir que:
• A direção predominante dos ventos na região d CIP referente ao período
analisado, tanto diurno quanto noturno, sopram de Leste (90o) para Oeste
(270°);
• As intensidades dos ventos nesta região referente ao período analisado,
tanto diurno quanto noturno, foram maiores no sentido Leste (90°). Os
valores médios foram:
− Geral (Diurno e Noturno) = 3,80 m/s;
− Diurno: 4,70 m/s;
− Noturno: 2,73 m/s.
• Uma visão completa da modelagem referente à Rosa dos Ventos
encontra-se no ANEXO III.
Para a variável Pressão Atmosférica a Tabela 11.4 apresenta os valores
mínimos, médio e máximo para a região do PECÉM.
Tabela 11.4 – Pressão Atmosférica (mbar) para a Região do PECÉM
Mínima Média Máxima 1.007,4 1.008,7 1.010,0
Fonte: FUNCEME
No que se referem à Umidade Relativa do Ar, os dados mínimos, médios e
máximos são apresentados na Tabela 11.5.
Tabela 11.5 – Umidade Relativa do Ar (%) para a Região do PECÉM.
Mínima Média Máxima 73,0 79,0 85,0
Fonte: FUNCEME
As condições do clima no momento da ocorrência de um acidente com
liberação de nuvem inflamável ou tóxica influenciam principalmente na
extensão da dispersão e conseqüentemente em suas conseqüências. Os
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.17
fatores primários que influenciam as condições do clima são a velocidade do
vento, temperatura do ar e a estabilidade atmosférica.
A estabilidade atmosférica é uma estimativa da mistura turbulenta do ar.
Condições estáveis da atmosfera representam baixa turbulência e condições
instáveis, alta turbulência.
As condições atmosféricas são normalmente classificadas de acordo com seis
classes de estabilidade de Pasquill (denominados pelas letras A até F), como
mostrado na Tabela 11.6. As classes de estabilidade são correlacionadas com
a velocidade do vento e a quantidade de luz solar.
Durante o dia, o aumento da velocidade do vento resulta em uma maior
estabilidade atmosférica, enquanto que a noite é o contrário. Isto é devido a uma
mudança no perfil das temperaturas verticais do dia para a noite. Dentro das
classes de estabilidade, a letra A representa as condições menos estáveis,
enquanto a letra F representa as mais estáveis.
Segundo o “Guidelines for Chemical Process Quantitative Risk Analysis”
(Capítulo 2, páginas 112 a 115), a maioria das pessoas usam as classes de
letras do Pasquill porque elas têm produzido resultados satisfatórios e são
fáceis de usar. Portanto, a tabela de Pasquill (Tabela 11.6) permite que a
estabilidade atmosférica seja estimada pelas condições de luz solar e
velocidade do vento local.
Com base nestas informações e considerando os dados da PCD de São
Gonçalo do Amarante, pode-se afirmar que a classe de estabilidade
atmosférica para o PECEM é:
• Geral: C (26,8 % de Freqüência);
• Diurno: C (32,9 % de Freqüência);
• Noturno: F (36,3 % de Freqüência).
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.18
Tabela 11.6 – Condições Meteorológicas que definem as Classes de Estabilidade de Pasquill-Gifford (Gifford, 1976).
INSOLAÇÃO DE DIA CONDIÇÕES DE NOITE QUALQUER HORA VELOCIADADE
DO VENTO (m/s)
Forte Moderado Leve Nublado ou > 4/8 de nuvem
≥3/8 de nebulosidade
Nublado pesado
< 2 A A-B B F F D 2-3 A-B B C E F D 3-4 B B-C C D E D 4-6 C C-D D D D D > 6 C D D D D D
Fonte: Guidelines for Chemical Process Quantitative Risk Analysis, pg.114.
Legenda:
A: Condições extremamente instáveis
D: Condições neutras
B: Condições moderadamente instáveis
E: Condições levemente estáveis
C: Condições levemente instáveis
F: Condições moderadamente estáveis
Para este estudo serão adotados os seguintes valores para caracterização dos
aspectos meteorológicos:
Tabela 11.7 – Condições Meteorológicas da área do empreendimento.
Parâmetro Diurno Noturno Média Temperatura (°C) 29,9 23,5 26,70 Umidade Relativa (%) 85% 73% 79% Velocidade dos Ventos (m/s) 4,70 2,73 3,72 Direção dos Ventos (Leste / Oeste) 90° / 270° 90° / 270° 90° / 270° Estabilidade Atmosférica C F C
11.1.1.5. Medidas de Prevenção e Remediação
Vide Capítulo 4 deste documento
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.19
11.1.1.6. Ações a Serem Implementadas
Vide Capítulo 4 deste documento
11.1.1.7. Distância de Isolamento e Evacuação
As distâncias iniciais de isolamento e evacuação do local de uma emergência
devem se fundamentar nas características de severidade da ocorrência.
A separação mínima aceitável pelos experts em segurança entre pessoas
desprotegidas e a emergência consideram a distância mínima de isolamento de
15 metros e a de evacuação igual à definida na modelagem dos riscos
individuais (Vide EAR).
O isolamento e a evacuação inicial baseiam-se nos primeiros 20-30 minutos.
A mobilização deve ser iniciada pelo isolamento de uma área circular seguindo-
se a evacuação de locais que se encontram no sentido do vento.
A situação deve ser continuamente reavaliada, proporcionando ajustes nas
distâncias de isolamento e evacuação decorrentes de mudanças no cenário da
emergência tais como, variação na direção dos ventos ou descoberta
inesperada de vítimas.
As ocorrências de novos incidentes com ou sem efeito dominó indicam a
necessidade de aumentar as áreas de isolamento e evacuação.
Em muitos casos, se houver incêndio, os riscos de intoxicação podem ser
menos importantes do que os riscos de fogo e/ou explosão.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.20
Substâncias inflamáveis, incendiando-se com risco de explosão, requerem,
normalmente, maiores áreas de isolamento em todas as direções.
Caso a nuvem da substância penetre por entre edifícios ou desloque-se para
outras áreas, poderá afetar pessoas que se encontram além das distâncias
especificadas, devendo haver, então, o aumento correspondente nas distâncias
de evacuação.
A evacuação é por si só, um procedimento de alto risco devendo, portanto,
considerar a possibilidade de pessoas localizadas em edifícios serem
abrigadas no próprio local, desde que este possa ser bem fechado e as
entradas de ar, inclusive ar condicionado, desligados.
Pessoas localizadas em andares superiores de edifícios altos em áreas de
evacuação podem estar mais seguras permanecendo em seus locais se os
equipamentos que permitem entradas de ar estiverem desligados, evitando-se
a circulação interna de vapores perigosos.
É vital que sejam mantidas comunicações com pessoas responsáveis no
interior de edifícios, para que sejam notificadas sobre mudanças na situação da
emergência.
As pessoas abrigadas em edifícios devem ser alertadas para não formarem
concentrações em frente às janelas ou em locais com visão direta da
emergência, devido ao perigo de serem atingidas por fragmentos metálicos ou
de vidro em caso de fogo e/ou explosão.
11.1.1.8. Comunicação de Emergência
Para a emergência de pequeno porte, a comunicação se processará da
seguinte forma:
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.21
a) Qualquer pessoa que presenciar a ocorrência do sinistro entra em
contato com o CIP comunicando a ocorrência do acidente, e esta tomará
todas as providências cabíveis para solucionar a ocorrência;
b) O CIP imediatamente comunica o fato ao responsável pelo Grupo
Gestor que irá avaliar a situação, e tomará todas as providências para
acionamento da equipe de socorro e outros setores que julgar
necessário.
Para emergências de médio e grande porte, a comunicação tem prioridade
sobre as demais.
Para comunicação de médio e grande porte, diante das palavras-chave2
repetidas três vezes (por exemplo: “INFLAMÁVEL, INFLAMÁVEL,
INFLAMÁVEL, EMERGÊNCIA, EMERGÊNCIA, EMERGÊNCIA”) cessam todas
as comunicações em desenvolvimento, fazendo-se silêncio geral e mantendo-
se em situação de alerta durante a comunicação da emergência para que se
estabeleça prontamente o contato entre o local da emergência e o CIP. O
sistema de comunicação utilizará os telefones de emergência conforme
discriminado a seguir.
• Telefones de Emergência
Deverão ser considerados Telefones de Emergência:
a. Aparelhos (Vermelho) a serem instalados dentro do próprio CIP e nos
Núcleos Habitacionais em local estrategicamente definido pelo Grupo
Gestor.
b. Número a ser definido pelo CIP, localizado em sua sede, reservado
especificamente para este fim;
c. Número a ser definido na sede do Grupo Gestor;
2 As palavras-chaves deverão ser negociadas entre o Grupo Gestor e o CIP.
COMPLEXO INDUSTRIAL DO PECÉM – CIP PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCO
11.22
d. Corpo de Bombeiros;
e. Defesa Civil e
f. SEMACE
11.1.1.9. Documentação Fotográfica
É de responsabilidade do Grupo Gestor o levantamento fotográfico durante e
após o acidente.
11.1.1.10. Mapas georreferenciados
O Grupo Gestor deverá possuir para cada núcleo habitacional, dentro do raio
de 3.000 metros conforme já especificado, mapa georeferenciado da respectiva
área.