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1 POLÍTICA INTERNACIONAL 1.1. RELAÇÕES INTERNACIONAIS: CONCEITOS BÁSICOS, ATORES, PROCESSOS E INSTITUIÇÕES CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. Brasília: FUNAG, 2012. (pp.69-98) FERRAMENTAS CONCEITUAIS DO SABER INTERNACIONAL 1. DEFINIÇÕES DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS O problema do universalismo: “Todo universalismo está atrelado a projeto hegemônico com manuseio de poderes explícitos e implícitos específicos” (p.69). Questões a serem respondidas: O que são (onticidade) e o que devem ser (deonticidade) as Relações Internacionais? O pensador internacional: “discreto uso dos instrumentos de dominação, na percepção foucaultiana, com o rótulo ou a chancela de cientificidade para legitimar ações que nem sempre são ingênuas, neutras ou imparciais” (p.71). Crítica à aparente neutralidade da ciência: Escola de Frankfurt: “a pretensa neutralidade científica com sua objetividade e impessoalidade quando estruturada em epistemologias sociais, humanas e políticas” (p.71). AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 1. COMO ENTENDIMENTO DOS VALORES DOS POVOS – Jackson & Sorensen “disciplina de Relações Internacionais (RI) procura entender como os povos estão providos ou não de valores básicos: segurança, liberdade, ordem, justiça e bem-estar” (p.72). 2. COMO COMPREENSÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL – Pontes Nogueira & Messari “as teorias das Relações Internacionais têm a finalidade de formular métodos e conceitos que permitam compreender a natureza e o funcionamento do sistema internacional, bem como explicar os fenômenos mais importantes da política mundial” (p.72). 3. COMO CONSEQUÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE ESTADOS E DE SUA SOBERANIA – Hedley Bull (escola inglesa) “O ponto de partida das relações internacionais é a existência de estados, comunidades políticas independentes, cada uma das quais possui um governo e afirma sua soberania com relação a uma parte da superfície terrestre e a um segmento da população humana” (p.72). 4. COMO POLÍTICA INTERNACIONAL E CAMPO INTERDISCIPLINAR Goldstein “IR is about international politics. To some extent, however, the field is interdisciplinary, relating international politics to economics, history, sociology and other disciplines” (p.72). 5. COMO INTERAÇÕES CONSTANTES ENTRE OS ATORES, REUNINDO CAPITAIS DE FORÇA-PODER-INTERECE – Thales Castro

1.1. RELAÇÕES INTERNACIONAIS_CONCEITOS BÁSICOS, ATORES, PROCESSOS E INSTITUIÇÕES

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    POLTICA INTERNACIONAL

    1.1. RELAES INTERNACIONAIS: CONCEITOS BSICOS, ATORES, PROCESSOS E

    INSTITUIES

    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.69-98)

    FERRAMENTAS CONCEITUAIS DO SABER INTERNACIONAL

    1. DEFINIES DE RELAES INTERNACIONAIS

    O problema do universalismo: Todo universalismo est atrelado a projeto hegemnico com manuseio de poderes explcitos e implcitos especficos (p.69).

    Questes a serem respondidas: O que so (onticidade) e o

    que devem ser (deonticidade) as Relaes Internacionais?

    O pensador internacional: discreto uso dos instrumentos de dominao, na percepo foucaultiana, com o rtulo ou a chancela de cientificidade para legitimar aes que nem sempre so ingnuas, neutras ou imparciais (p.71).

    Crtica aparente neutralidade da cincia: Escola de Frankfurt: a pretensa neutralidade cientfica com sua objetividade e impessoalidade quando estruturada em epistemologias sociais, humanas e polticas (p.71).

    AS RELAES INTERNACIONAIS 1. COMO ENTENDIMENTO DOS

    VALORES DOS POVOS Jackson & Sorensen

    disciplina de Relaes Internacionais (RI) procura entender como os povos esto providos ou no de valores bsicos: segurana, liberdade, ordem, justia e bem-estar (p.72).

    2. COMO COMPREENSO DO SISTEMA INTERNACIONAL Pontes Nogueira & Messari

    as teorias das Relaes Internacionais tm a finalidade de formular mtodos e conceitos que permitam compreender a natureza e o funcionamento do sistema internacional, bem como explicar os fenmenos mais importantes da poltica mundial (p.72).

    3. COMO CONSEQUNCIA DA EXISTNCIA DE ESTADOS E DE SUA SOBERANIA Hedley Bull (escola inglesa)

    O ponto de partida das relaes internacionais a existncia de estados, comunidades polticas independentes, cada uma das quais possui um governo e afirma sua soberania com relao a uma parte da superfcie terrestre e a um segmento da populao humana (p.72).

    4. COMO POLTICA INTERNACIONAL E CAMPO INTERDISCIPLINAR Goldstein

    IR is about international politics. To some extent, however, the field is interdisciplinary, relating international politics to economics, history, sociology and other disciplines (p.72).

    5. COMO INTERAES CONSTANTES ENTRE OS ATORES, REUNINDO CAPITAIS DE FORA-PODER-INTERECE Thales Castro

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    As Relaes Internacionais [...] se materializam na forma de contatos, de articulaes e de interao constante recorrente entre os diversos atores (estatais, no estatais e individuais), em negociaes (fechadas ou abertas) e em diversas formas de interlocuo (pacficas ou belicosas). As Relaes Internacionais renem diversas foras dinmicas que sintetizam e distribuem capitais de fora-poder-interesse em tempo real e em diversas escalas (nveis de anlise) ou, de formas mais tecnicamente apropriada, diversas sistemias. (p.73)

    6. COMO CONJUNTO DE CONTATOS ENTRE GRUPOS ORGANIZADOS - Ricardo Seitenfus

    Definem-se como conjunto de contatos que se estabelecem atravs de fronteiras nacionais entre grupos socialmente organizados. As relaes internacionais surgem quando dois ou mais grupos socialmente organizados intercambiam bens, ideias, valores e pessoas, tanto num contexto juridicamente definido quando de maneira circunstancial e pragmtica (p.73).

    7. COMO MANIFESTAO EXTREMA DA TRAGDIA HUMANA Martin Griffiths

    Contemporary IR theory exhibits a wide variety of competing worldviews. To be sure, they are not all mutually exclusive. [] IR theory in the twenty-first century is therefore inextricably pluralistic. This situation is a cause neither for alarm nor for celebration in the name of diversity for the sake of it. [] An appropriate starting point, I believe, is to recognize IR AS AN EXTREME

    MANIFESTATION OF HUMAN TRAGEDY (p.74).

    8. COMO DRAMA MUNDIAL E PRODUTO DA FRAGMENTAO SOCIAL, POLTICA E ECONMICA John Rourke

    The interplay of international relations stems primarily from worlds political, economic and social fragmentation. The global drama has a cast of national actors that are often at odds with one another. Although these actors, or countries, are often at peace, and although there are many examples of cooperation and humanity can be found in them, they are also full of ambition, self-serving righteousness, and greed. [] the world drama is important and deserves our careful attention (p.75).

    OS TRS PRINCPIOS CONCEITUAIS DAS RELAES INTERNACIONAIS John Stoessinger

    1. Tenso entre a luta pelo poder e luta pela ordem;

    2. Divergncia entre as imagens que as naes fazem dos assuntos internacionais, e uma das outras entre si e a realidade internacional qual realimente (p.73);

    3. Luta do oriente contra o ocidente.

    A IMPOSSIBILIDADE DE PREVER E DE PROVER SOLUES SIMPLES PARA AS PROBLEMTICAS INTERNACIONAIS & A COMPLEXIDADE DE SUAS QUESTES Hans Morgenthau

    The most formidable difficulty facing a scientific inquiry into the nature and ways of the international politics is the AMBIGUITY OF THE MATERIAL with which the observer has to deal. The first lesson the student of the international politics must learn and never forget is that THE COMPLEXITIES OF INTERNATIONAL AFFAIRS MAKE SIMPLE SOLUTIONS

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    AND TRUSTWORTHY PROPHECIES IMPOSSIBLE. It is here that the scholar and the charlatan part company. IN EVERY POLITICAL SITUATION CONTRADICTORY TENDENCIES ARE AT PLAY WHICH TENDENCY WILL PREVAIL IS ANYBODYS GUESS. The best the scholar can do, then, is to trace the different tendencies which, as potentialities, are inherent in a certain international situation (p.75).

    2. PRINCIPAIS FERRAMENTAS CONCEITUAIS ESTADO:

    SOBERANIA:

    ESTATOCENTRISMO:

    HEGEMONIA

    PODER

    POLARIDADE

    LATERALIDADE

    CAPITAIS DE FORA-PODER-INTERESSE

    PADRES DE DISUAO-NORMAS-VALORES

    CONSTRANGIMENTOS

    BALANA DE PODER

    TEORIA DO PODER GRAVITACIONAL

    ORDEM MUNDIAL

    DILEMAS DE SEGURANA

    LEALDADE

    CONTROLABILIDADE

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    3. FENOMENOLOGIA DO NOME OBJETOS PROPEDUTICOS DO MACROAMBIENTE: COMUNIDADE, SISTEMA, SOCIEDADE E CENRIO INTERNACIONAL

    Definio de Macroambiente: o canal-base por onde os atos e fatos so apresentados e assimilados pelo sujeito cognoscente por meio de processo anterior de simetria, direcionalidade e pertinncia (pr-ordem) (p.86).

    A PARTIR DO TERMO, SE CENRIO, COMUNIDADE, SE SISTEMA, SE SOCIEDADE possvel IDENTIFICAR A ESCOLA DAS RELAES INTERCIONAIS UTILIZADA

    EX. DEFINIO DE GUERRA VISO REALISTA: A guerra

    como patologia do CENRIO internacional: uma das variveis do jogo de poder internacional em um ambiente de entropia e de dilemas de segurana internacionais. [...] um conjunto de objetos materiais e imateriais por meio do uso intenso e recorrente da violncia militar (e/ou paramilitar) institucionalizada entre Estados (p.87).

    VISO IDLICA-ROMNTICA E LEGALISTA: A guerra como uma aberrao, uma ilegalidade, um desvio da conduta moral dos povos que deve ser abolida da COMUNIDADE internacional.

    VISO SOCIOLGICA: A guerra a violncia organizada promovida pelas unidades polticas entre si. A violncia s guerra quando exercida em nome de uma unidade poltica (apud Bull,

    p. 88). SISTEMA/ SOCIEDADE internacional.

    COMUNIDADE INTERNACIONAL Pressupostos de harmonia,

    entendimento inter partes, boa f, isonomia, humanitarismo e pacifismo nos relacionamentos que so mediados pela norma jurdica internacional (p.89).

    Ruptura da paz: os institutos vigentes de mediao, de arbitragem e de cooperao jurdico-diplomtica de resoluo pacfica de controvrsias surgem como meio de evitar a escalada das tenses que possam gerar conflito armado (pp.89-90).

    PREVISIBILIDADE DO COMPORTAMENTO DOS ATORES: atitudes guiadas pela AXIOLOGIA/PRINCIPIOLOGIA dos Padres de Dissuao-Normas-Valores.

    Princpios jusnaturalistas kantianos;

    Ilha perfeita, pacfica, estvel e comunitria de Thomas More;

    Vontade geral de Rousseu; Pacifismo idealista:

    idealizao dos fenmenos. EX.: PACTO DE PARIS DE 1928:

    PACTO DE BRIAND-KELLOG Ilegalidade da guerra; BRA: aderiu-lhe e

    ratificou-o em 1934. CARTA DA ONU

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    CONTEDO: Ideal-principista; tico e moral-legalista; Idlico-teleolgico.

    PLASTICIDADE, AMBIVALNCIA PROPOSITAL, VAGUEZA: BRECHAS E RELATIVISMOS.

    NORTEADORES DE ATOS GNOSIONLGICOS DESEJADOS MULTILATERALMENTE E NO FUNCIONAL COMO AS RELAES DENSAS DE FORA-PODER-INTERESSE (p.92).

    LIBERALISMO DE LNHA JURDICA E REPUBLICANA

    Jean-Jacques Rousseau O homem naturalmente

    pacfico e medroso: diante do menor perigo, sua primeira reao fugir. O que o levou luta s a fora do hbito e da experincia. [...] S ao ingressar na vida social, com outros homens, ele decide atacar, e S SE TORNA UM SOLDADO DEPOIS QUE CIDADO. [...], PORTANTO, NO H UMA GUERRA GERAL ENTRE OS HOMENS, e no verdade que a espcie humana tenha sido criada s para se dedicar destruio mtua (p.93).

    CENRIO INTERNACIONAL Realismo clssico, neoclssico

    e neorrealismo. O cenrio internacional

    calcado na desigualdade inerente aos Estados e se retroalimenta de contradies (p.93).

    Espelha as desigualdades profundas dos Estados com seus nveis de desenvolvimento socioeconmico, peso poltico, aspectos demogrficos e, sobretudo, capacidade blica e determinismos geopolticos (p.93).

    Clausewitz: a guerra como poltica por outros meios.

    Maquiavel e Hobbes. Tese de Kennedy: Emergncia

    e queda de grandes potncias correlacionadas s mudanas nas polaridades e ao advento de ordens internacionais.

    SISTEMA INTERNACIONAL Escola Inglesa de RI Controlabilidade por regras

    estabelecidas. Sistema Internacional =

    Poltica Internacional: as unidades polticas independentes que no reconhecem superior poltico e que se consideram soberanas estabelecem relaes contnuas e organizadas (p.94).

    ARON: a guerra ser sempre uma possibilidade real dos clculos de poder dos atores estatais internacionais. No se pode descarta-la.

    EPI: Economia Poltica Internacional

    primazia dos focos onde a competitividade das relaes econmico-sociais e financeiras internacionais se

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    mostra patente (p.95).

    O Estado-Mercado. Promoo da lgica do ganho

    financeiro; aumento das perspectivas geogrficas e expanso.

    DESTERRITORIALIZA-O: ATUAL ESTGIO DO IMPRIO DA GOVERNANA CORPORATIVA TRANSNACIONAL: apagamento das fronteiras nacionais e da existncia da geografia estatocntrica como objetivo de maximizao do lucro (p.95).

    SOCIEDADE INTERNACIONAL

    Escola inglesa: Bull, Wigh, Watson.

    ordem estatal internacional por meio de vnculos, regras e instituies estruturadas para produzir decises vinculantes entre os atores nacionais.

    NOO DE VNCULO diferencia sistema internacional de sociedade internacional.

    Sociedade de Estados: grupo de Estados, consciente de certos valores e interesses comuns, formam uma sociedade, no sentido de se considerarem ligados, no seu relacionamento, por um conjunto comum de regras e participam de instituies comuns (p.96).

    SOCIEDADE INTERNACIONAL

    Escola inglesa: Wight, Bull e Watson.

    ponto de vista de uma possvel ordem estatal internacional por meio de vnculos, regras e instituies estruturadas para produzir decises vinculantes entre os atores internacionais (p.95).

    Diferena entre sistema internacional e sociedade internacional:

    Grau de vnculo, de intencionalidade e de entendimento comum.

    Ponto fulcral da Escola Inglesa.

    Sociedade internacional: busca evitar as escolhas entre o egosmo estatal e o conflito armado externo; entre a benevolncia humana e a cooperao, apresentadas no debate clssico entre o realismo e liberalismo (p.96).

    ANARQUIA: existe, mas h um conjunto de regras, valores e instituies que normatizam a conduta dos Estados gerando certa organizao previsvel (p.96).

    A system of states (or international system) is formed when two or more states have sufficient contact between them, and have sufficient impact on one anothers decisions, to cause them to behave at least in some measure as parts of a whole. A society of states (or international society) exists when a group of states, conscious of certain common interests and common values, form a society in the sense that they conceive themselves to be bound by a common set of rules in their relations with one another (p.97).

    A SOLIDARIEDADE! (Clvis Bevilqua).

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    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.99-123)

    ESTATOLOGIA TEORIA DO ESTADO NAS RELAES INTERNACIONAIS

    1. ORIGENS, CONSTITUVIDADE E OPERACIONALIDADE OS DEBATES DE PRIMEIRA E DE SEGUNDA GERAO: FRMALIDADE E SUBSTANCIALIDADE DO ESTADO

    CARACTERIZAO GERAL DO ESTADO:

    o principal componente do amplo fenmeno da interao internacional [...], o Estado tem centralidade e prerrogativas unvocas que o distingue, de forma pontual, de outros atores internacionais (p.99).

    O ESTADO MEIO E FIM; o Estado agente e paciente dos objetivos complexos da vida externa e interna (p.99).

    O ESTADO NACIONAL forjado na violncia e, como tal,

    representa a priori a lgica da manifestao e da materializao das foras sociais de profundo e longo alcance (pp.99-100).

    Resultante da transio entre o medievalismo e o renascimento humanista dos sculos XVI e XVII.

    PAZ DE WESTPHALIA (1648).

    ESTATOCENTRISMO: primazia da estatalidade e da personalidade jurdica no mbito interno e externo (p.100).

    DEFINIO DE MAQUIAVEL Viso geral: inclui diversas

    potestades civis e eclesisticas. ESTADO: Todos os Estados, todos

    os governos que tiveram e tm autoridade sobre os homens so Estados e so ou repblicas ou principados (p.100).

    2. SOBRE AS ORIGENS DO ESTADOS Primeira grande sistematizao e

    explanao do surgimento do Estado: cristianismo da Idade Mdia. O direito divino dos reis.

    As cinco concepes sobre a origem do Estado:

    Teoria da vontade divina (Paine, Lus XIV);

    Teoria Contratualista (Hobbes, Locke, Rousseau).

    Teoria da Explorao das Classes (Marx e Engels).

    Teoria da fora (Gumplowicz).

    Teoria Naturalista (Burke, Spencer).

    As cinco concepes em dois EIXOS TEMTICOS:

    Sociologismo histrico: teoria da vontade divina, teoria contratualista e teoria da explorao de classes.

    Estado como evidncia da evoluo de um punhado de necessidades humanas. Somente no Estado o homem tem vida plena, j que era um animal poltico e gregrio (p.100).

    Culturalismo: teoria da fora e teoria naturalista.

    Teoria antropolgica. Germinao do

    Nativismo. Nacionalismo: produto do

    culturalismo estatal, inicialmente de cunho romntico e, posteriormente, de mbito realista-materialista (p.103).

    ESTADO: gerado pela expanso e ampliao do processo de controle social e poltico dos agrupamentos humanos (p.101)

    A EXPORTAO DO MODELO DE ESTADO NACIONAL PARA O ORIENTE E PARA A FRICA:

    hegemonia do Ocidente com suas ferramentas de dominao e de interveno simblica do outro (p.102).

    INSTABILIDADES: consequncia do mimetismo institucional exportado pelo modelo ocidental.

    O ESTADO WEBERIANO Detentor do monoplio

    legtimo do uso da violncia.

    O poder se concentra e se monopoliza no que

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    tange formulao e aplicao das polticas visando ao controle social e ordem poltica (p.102).

    O ESTADO EM LOCKE Ente promotor e

    materializador do direito positivo (do contrato social lockiano).

    rbitro das relaes sociais.

    O ESTADO EM NORBERT ELIAS No surge de forma

    racional e intencional. matriz est na agncia da

    violncia institucionalizada sob forma de gerar coeso dos sditos, em primeiro momento, e aos cidados em momento histrico posterior (p.103).

    A FORMALIZAO DE UM ESTADO:

    Via da revoluo. Via da unificao (caso

    talo-germnico). Via da autonomia e da

    sublevao (caso estadunidense e de boa parte das repblicas latino-americanas) (p.103).

    ESTADO EM AJUSTE (Von HUMBOLT)

    ajustado determinadas realidades com suas prprias justificativas morais (p.104).

    TENDNCIA REALIDADE = PRTICA NEM VEZES RACIONAL

    AS GERAES DE DEBATE SOBRE A NATUREZA E O FUNCIONAMENTO DOS ESTADOS

    1 GERAO: Formalista. Separao do

    Estado de meras posses territoriais, departamentos ultramarinos ou regies administradas por outros Estados.

    No aborda: eficcia e efetividade de governo; a relao de encaixe entre Estado e sociedade civil.

    2 GERAO: Elementos

    substanciais: capacidade de autogoverno e de legitimao e efetividade do aparelho burocrtico nacional.

    Debate sobre Estados Falidos (failed states) ou Quase-Estados (quase States).

    CHOMSKY: Conceito de Estado Falido problemtico por estar atrelado a uma lgica de poder e a um determinado processo ideolgico categrico com linhas hegemnicas especficas (p.105).

    3. TEORIA FORMAL DE ESTADO: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E RECONHECIMENTO (Anlises de 1 Gerao)

    Elementos Constitutivos: Dados histricos; fatos a

    priori; no domnio da historicidade na formao nacional e de seus processos especficos (pp.105-106).

    Processos de Reconhecimento: Ato e fato poltico-

    discricionrio: representa ato deliberado externo (por terceiros) de

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    homologao dos contedos constitutivos de um novo Estado (p.106).

    O ESTADO NASCE como um FATO HISTRICO e como um FATO POLTICO-JURDICO-DIPLOMTICO

    O ESTADO EM EMMER VATTEL (1758)

    So corpos polticos, sociedade de homens unidos em conjunto e de foras solidrias.

    Objetivo: alcanar segurana e vantagens comuns.

    Atuao: deliberam e tomam decises em comum, tornando-se uma pessoa jurdica de entendimento e vontade prprios.

    Capacidades: obrigaes e direitos.

    O ESTADO EM JEAN BODIN um governo justo

    daquilo que lhes comum com poder soberano, sendo o poder soberano absoluto e perptuo (p.106).

    O ESTADO EM HANS KELSEN comunidade criada por

    ordem jurdica nacional (em contraposio a uma ordem internacional) (p.107).

    O ESTADO EM HEGEL O Estado a REALIDADE EM ATO

    DE LIBERDADE CONCRETA; ora a liberdade concreta consiste em que a individualidade pessoal e seus interesses particulares recebem seu pleno desenvolvimento e reconhecimento de seus direitos para si (nos sistemas da famlia e da sociedade civil), ao mesmo tempo em que se integram ao interesse geral (p.107).

    O ESTADO EM FRANCISCO REZEK ostenta trs elementos

    conjugados: uma base territorial, uma comunidade humana

    estabelecida sobre essa rea, e uma forma de governo subordinada a qualquer autoridade exterior (p.107).

    O ESTADO EM MARTIN VAN CREVELD

    o Estado como entidade corporativa abstrata dotada de personalidade, [...] sendo soberano, recusa-se a repartir com os outros as funes acima [...], sendo territorial, exerce tais poderes sobre as pessoas que vivem entre suas fronteiras e somente sobre elas. Em terceiro lugar, o que mais importante, uma instituio abstrata (p.108)

    O ESTADO EM BECKER LUCKMAN Forjado na guerra, na violncia e

    no revolucionarismo, no mbito interno ou externo, gerando, assim, mitos que so importantes sua fundao e construo social institucional de sua realidade (p.108).

    O ESTADO EM JOHN KEEGAN A guerra est na origem do

    Estado, ela precede o Estado, a diplomacia e a estratgia por milnios [...] A histria escrita do mundo , em larga medida, um histria de guerras, porque os Estados em que vivemos, nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independncia (p.108).

    O ESTADO EM VAN CREVELD est em declnio. Da Europa

    ocidental frica, voluntria e involuntariamente, muitos Estados esto se fundindo em comunidades maiores ou desmoronado (p.108).

    O ESTADO EM KANT Forma Imperi, difere,

    portanto, da forma regminis, a do governo.

    O ESTADO BRASILEIRO Nascimento histrico: 7 de

    setembro de 1822. Grito do Ipiranga. Independncia.

    Nascimento poltico-jurdico: CONSTITUIO de 1824 e RECONHECIMENTO DOS EUA.

    SOBERANIA

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    pressupe o direito de decretar guerra e celebrar a paz com outros Estados, de representao diplomtica e consular, de celebrar tratados, de solicitar prestao jurisdicional em tribunais internacionais e de representar e ser representado em instncias multilaterais com exerccio de voto, de voz e de agenda (p.110).

    O ESTADO COMO MACROPROJEO DOS INDIVDUOS, DE SUAS INSTITUIES E SEUS PROCESSOS INTERNOS E COM RELAO AOO EXTERIOR QUE ESTO TUTELADAS SOB SUA SUMMO POTESTAS (p.10).

    O que no exclui Estados eclesisticos (Santa S), nem Estados teocrticos (Ir).

    Tampouco os Microestados: a exemplo: Kiribati, Nauru e Palau.

    O ESTADO PERANTE O CENRIO INTERNACIONAL

    PERSPECTIVA BILATERAL. PERSPECTIVA

    MULTILATERAL. RECONHECIMENTO DE ESTADOS Uma prerrogativa poltica. o ato de reconhecimento (esfera

    meramente bilateral) representa a ACEITAO DA PERSONALIDADE JURDICA INTERNACIONAL a partir dos atos com f pblica do novo Estado [...] Tal ato repousa na ao discricionria, unilateral, soberana do reconhecimento dos Estados preexistentes pelos Estados adventcios u novos, portanto, o direito ao reconhecimento , no fundo, uma prerrogativa poltica (p.111).

    RECONHECIMENTO EXPLCITO OU IMPLCITO

    Explcito: por nota, declarao ou acordo diplomtico do Estado j existente ao Estado novo (p.112). * tratados coletivos, ato final de uma conferncia de vrios Estados.

    Implcito: atravs de tratado comercial ou envio de representao diplomtica mtua entre os Estados pactuantes (p.112). *silencioso.

    RECONHECIMENTO INDIVUDUAL OU COLETIVO

    Individual: atravs de uma relao bilateral ou unilateral (p.112).

    Coletivo: um grupo de novos Estados passa a ser reconhecido por uma organizao internacional ou por um nico Estado (p.112).

    AS TEORIAS DE RECONHECIMENTO DE ESTADO

    TEORIA CONSTITUTIVA A EXISTNCIA DE UM NOVO

    ESTADO DEPENDE DO RECONHECIMENTO DE ESTADOS PR-EXISTENTES.

    Benjamin Disraeli: colnias no deixam de ser colnias pelo mero fato de terem tornado independentes (p.112).

    Aceitao tcita da superioridade jurdica dos pases centrais: sem o seu reconhecimento, no h novo Estado.

    TEORIA DECLARATRIA constar e declarar a existncia

    dos novos Estados, sem emitir juzo normativo de valor sobre eles (p.113).

    1936: Instituto de Direito Internacional consagrou e adotou essa teoria.

    RETROATIVIDADE E IRREVOGABILIDADE

    Retroatividade: o reconhecimento vlido desde o momento em que surgiu, no podem ser suspenso.

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    Irrevogabilidade: uma vez aceito, no se pode voltar atrs no reconhecimento de um novo Estado.

    O RECONHECIMENTO AUFERE AO ESTADO PERSONALIDADE JURDICA E COMPETNCIA INTERNACIONAL

    CONDIES IMPOSTAS PELO RECONHECIMENTO

    Respeito a certos valores consagrados nos tratados internacionais.

    Adeso Carta da ONU. Respeito aos Direitos

    Humanos. Recurso soluo pacfica

    de litgios. DOUTRINA STIMSON: o uso da

    fora no est prescrito na criao de novos Estados.

    RECONHECIMENTO DE GOVERNO Os governos so dinmicos a

    partir de condicionantes eleitorais domsticas [...] O Estado, como pessoa jurdica de Direito Pblico, permanece de forma perene, embora se reconhea, na doutrina de Direito Internacional, a sucesso e extino de Estados bem como sua unio real e pessoal (p.114).

    DOUTRINAS DE DEFINIO DA LEGITIMIDADE DOS GOVERNOS

    Doutrina Tobar (1907) o novo governo s devia

    ser reconhecido se obtivesse apoio popular (p.114).

    Doutrina Betancourt nega o reconhecimento a

    governos latino-americanos oriundos por meio de golpes de Estado ou de rupturas da ordem constitucional vigente (p.114).

    Doutrina Estrada (1930) condena o

    comportamento dos governos estrangeiros que se ponham contra legitimidade das autoridades internas (p.114).

    Contrria Doutrina Tobar.

    RECONHECIMENTO NO CAMPO UNILATERAL

    Reconhecimento da Repblica de Montenegro pelo Brasil: 2006

    1: publicao do Reconhecimento da Independncia, ressaltando a inteno de iniciar o processo com vistas ao estabelecimento de relaes diplomticas.

    2: Estabelecimento de relaes diplomticas e sua publicao.

    Reconhecimento do ESTADO PALESTINO com FRONTEIRAS ANTERIORES AO ANO DE 1967: 2010

    Trechos da Carta do Presidente Luiz Incio Lula da Silva ao Presidente da Autoridade Nacional Palestina, uma reposta ao pedido do ltimo para o reconhecimento do Estado palestino pelo Brasil.

    o Brasil tem defendido, em particular durante meu Governo, a concretizao da legtima aspirao do povo palestino a um Estado coeso, seguro, democrtico e economicamente vivel, coexistindo em paz com Israel (p.116).

    Nos ltimos anos, o Brasil intensificou suas relaes diplomticas com todos os pases da regio, seja pela abertura de novos postos, inclusive um Escritrio de Representao em Ramal; por uma maior frequncia de visitas de alto nvel, de que exemplo minha visita a Israel, Palestina e Jordnia em maro ltimo; ou pelo aprofundamento das relaes comerciais, como mostra a srie de acordos de livre comrcio assinados ou em negociao (p.117).

    Por considerar que a solicitao apresentada por Vossa Excelncia justa e coerente com os princpios defendidos pelo Brasil para a Questo Palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o

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    Estado palestino nas fronteiras de 1967 (p.117).

    RECONHECIMENTO NO CAMPO MULTILATERAL

    ARTIGO 4 DA CARTA DA ONU.

    Elementos subjetivos: ser amante da paz e ter capacidade de cumprimentos das obrigaes estipuladas na Carta.

    Processualstica: indicao do CSNU, com posterior endosso da AGNU.

    refora-se, portanto, a tese de que o nascimento de um Estado no , exclusivamente, um mero fato histrico estanque e isolado, mas tambm um fato poltico-jurdico (p.118).

    4. TEORIA SUBSTANCIAL DO ESTADO: ESTADOS FALIDOS E OS QUASE ESTADOS

    CRITRIO: REAL, EFETIVA E EFICAZ CAPACIDADE GOVERNATIVA.

    especialmente no campo de MANUTENO DA ORDEM PBLICA, ESTABILIDADE JURDICA INTERNA E COESO DO EIXO POLTICO-SOCIAL (p.118).

    Conceito weberiano de Estado: uso legtimo da violncia. No caso dos Estados falidos ou dos Quase Estados, o aparelho burocrtico passa a no ser, reconhecidamente, o nico a usar e ter legitimidade e legalidade sobre o monoplio da violncia, permitindo que outras foras subnacionais (grupos tnicos, faces rivais, agentes politicamente organizados e articulados, cls armadas) usem de tal expediente (p.119).

    COMO MINORAR OS PROBLEMAS DOS ESTADOS FALIDOS?

    Uso de interveno humanitria em curto e em mdio prazo.

    Uso de interveno visando reconstruo do pas e de suas instituies (nation-building) de longo prazo.

    Crtica de David Chandler sobre as intervenes humanitrias:

    has not won long-term international legitimacy because it has failed to convince the majority of the worlds governments, who fear that they sovereign will be threatened, [] There is no international consensus on any new international framework or amendment to the UN Charter restrictions on the use of force because both Western and non-Western states recognize that the blurring of domestic and international responsibilities could be fundamentally destabilizing (p.120).

    JURIDICAMENTE: NO H FALNCIA DO APARELHO ESTATAL.

    Mundo acadmico anglo-saxo: Estado falido no campo da segurana pblica e da manuteno da ordem civil, humanitria e poltica.

    Problemtica dos refugiados. Estados Falidos: SOMLIA 1991: disputa pelo poder local;

    Frente Democrtica de Salvao da Somlia (FDSS), Movimento Nacional Somali (MNS) e Movimento Patritico da Somlia (MPS): queda do presidente Siad Barre.

    Beligerncia frente a uma interveno internacional em prol de questes humanitrias.

    Guerra civil encabeada por Mohamed Aideed X milcias de Ali Mahdi e Mohamem Farah Aidid.

    Interveno dos EUA sob a chancela da ONU: BUSH, reeleio, tentava reproduzir a

  • 13

    popularidade da Guerra do Golfo (1991): fracasso da presena norte-americana custou-lhe a reeleio.

    Libria Membro da ONU desde 1945. Independente desde 1847: uma

    rea de refgio para os escravos recm-libertos no eixo atlntico.

    Lngua oficial: ingls 1990: conflito tnico. National Patriotic Front of Libria:

    lder Charles Taylor. 1992: CSNU: embargo de armas. 2003: formao de uma fora

    multinacional de paz. UNMIL. Misso de reconstruo: Peace-

    building mission e United Support Office in Liberia.

    OS QUASE ESTADOS SUDO Maior pas em rea fsica da

    frica. 2000: Sinais de pouca efetividade

    e eficcia de governana aps o GENOCDIO em regio do DARFUR.

    2009: expulso de 13 agncias humanitrias do pas, como retaliao ao mandato de priso determinado pela Corte Penal Internacional por crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocdio.

    PROBLEMA: Sudo no assinou nem ratificou o Tratado de Roma que a base normativa do Tribunal Penal Internacional, criado em 2002, com sede em Haia.

    Quando no h efetividade e eficcia, ento se pode denominar o Estado falido; enquanto a efetividade e a eficcia forem baixas ou quase nulas, causando, no curto prazo, rupturas do tecido social e poltico nacional, sem, contudo, demonstrar falncia do aparato nacional, ento se pode denominar tal situao de quase-estado (p.123)

  • 14

    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.156-170)

    CONCEITOS 1. RELAO ENTRE POLTICA INTERNA E

    EXTERNA: LINKAGES E VETORES Separao entre Poltica Interna e

    Poltica Externa tornou-se menos clara:

    Por causa da atual lgica assimtrica dos processos de globalizao, regionalizao e interdependncia complexa (p.56).

    Influncias recprocas entre PE e PInt.

    Ambas as polticas so produtos de foras diversas, manuseadas complexamente por diversos atores polticos, diplomticos, sociais e econmicos (p.156).

    CONCEITO DE EIXO DE CONEXO ou de LINKAGE

    relao integrada das temticas da agenda interna e externa como fonte produtora de posturas e posies do Estado nas Relaes Internacionais (p.157).

    CASO DE LINKAGE ENDGENO: Caso brasileiro: poltica domstica

    de combate fome e pobreza. uma prioridade interna brasileira

    que tem passado a ocupar importncia na agenda externa da ONU e da FAO (p.157).

    Os fatos polticos e sociais de um Estado, [...] fazem com que seu comportamento diplomtico possa ser mais endgeno quando a agenda e a poltica domstica influenciam quase integralmente o comportamento externo do Estado ou exgeno quando as principais temticas das RI possuem fora para influenciar e determinar o curso do

    comportamento exterior da nao (p.158).

    Caso de linkage endgeno e exgeno: Antiterrorismo norte-americano.

    Doutrina Bush, ps-11 de setembro.

    PE e PInt dos EUA: unilateralismo interventivo, guerras preventivas, autodefesa antecipatria.

    PE dos outros pases: tornou-se tambm prioridade de agendas e de comportamento interno e externo, mesmo que estes no tenham a urgente priorizao da preocupao com o terrorismo como

    os EUA (p.159).

    2. DOS FUNDAMENTOS DO PODER As relaes entre desejo, poder e

    interesse so mais complexas do que se acredita e no so necessariamente os que exercem o poder que tm interesse em exerc-lo, os que tm interesse em exercer no o exercem e o desejo do poder estabelece uma relao ainda

    singular entre o poder e o interesse (p.161).

    AQUISIO DE PODER: necessidade consequente de preserv-lo ou mesmo de aumenta-lo (p.161).

    A tessitura dinmica do poder revela [...] a alma dos Estados e de seus principais lderes (p.161).

    LUGARES COMUNS DA AQUISIO DE PODER

    Vitria em guerras, processos de conquista ou anexaes, renovao do parque blico e progresso do contingente militar de primeira linha.

    OUTRAS FONTES DE PODER Crescimento sustentado do

    PIB e elevao dos investimentos estrangeiros diretos (IED);

    Vitrias em contenciosos na OMC;

    Expanso do mercado consumidor;

    Ampliao da capacidade competitiva externa;

    Aumento da produo energtica nacional;

    Liderana em tecnologia e pesquisa.

    EXPRESSES DE FREIOS DO PODER, DE INSTITUIO DE PESOS E DE CONTRAPESOS

    Jusnaturalismo de linha internacionalista-principista:

  • 15

    Suarez e Vitria. Bodin, Hume, Locke,

    Rousseau, Montesquieu, Hegel.

    Jay, Hamilton, Adams e Jefferson, fundadores do presidencialismo norte-americano.

    Estabelecimento de uma mecanizao institucionalizada do poder do Leviat e dos cidados que, em seu nome, o manobram (p.162).

    DOMESTICAO INSTITUCIONALIZADA

    Pouco efetiva na histria. Exemplos bem-sucedidos:

    Regimes de Direitos Humanos, pois-1948.

    TNP (1968). PAX DEMOCRATIA:

    redemocratizao da Amrica Latina na dcada de 1980.

    CRATOLOGIA: estudo cientfico do poder e de suas dinmicas atreladas rea internacional (p.163).

    PODER (SENTIDO AMPLO) inserido em quais cenrios e

    contextos onde h relao e interao humana [...] O Congresso, o Executivo, O Judicirio, as unidades da federao, as foras armadas e os demais rgos coercitivos, os partidos polticos e seus sistemas de aliana e os processos

    eleitorais do campo externo (pp.163-164).

    ESTRATGIA DOMINANTE X ESTRATGIA PARTILHADA (TEORIA DOS JOGOS)

    ganhos mtuos se houver estratgia partilhada de jogo de soma positiva entre os atores envolvidos (p.164): renncias pontuais e aes racionais de partilha de resultados.

    caso contrrio, ento a estratgia dominante acabar por revelar uma lgica de soma zero, isto , a perda quase completa para um dos atores envolvidos (p.164).

    PODER (EM SENTIDO RESTRITO) rgos de Estado em todos

    os seus nveis, e tambm fora dele (p.164),

    CONCEITO DE AUTORIDADE E ESTRUTURAS DE PODER

    Autoridade manifestao indireta do poder, em especial, na sua dimenso potencia (poder potencial) (p.165).

    Schopenhauer: Portanto, o jogo nos mais fcil quando temos de nosso lado uma autoridade respeitada pelo adversrio (p.165).

    Estruturas de Poder: esferas de coordenao e de

    subordinao (p.165). Estruturas verticais de poder: linha

    subordinativa. Estruturas horizontais de poder:

    cunho coordenativo. Autoridade horizontal: Exemplo:

    isonomia entre Estados. AUTORIDADE PODER

    Caso do CSNU: Autoridade: conferida pelos

    Captulos V ao VII (artigos 23 ao 51).

    Poder: manter a paz e a segurana internacional.

    O PODER DE VETO, todavia, impede que o PODER DE MANTER A PAZ E A SEGURANA seja efetivado faticamente.

    AUTORIDADE HEGEMONIA A configurao polarizada das

    RI faz com que o termo hegemonia seja mais adequado do que o de autoridade.

    A hegemonia e seu exerccio no possuem, na grande maioria dos casos na histria poltica ocidental recente, uma fonte legal-legitimante a priori [como a autoridade possui], sendo a mesma fundada em arbitrariedade originada e um hiperpoder de um ou mais atores internacionais (Estados)

    (p.166). A hegemonia vem primeiro,

    embora possam ser institudas fontes a posteriori de legalizao e legitimidade.

  • 16

    RIQUEZA PODER Riqueza tampouco per se

    poder (p.167). Caso de Luxemburgo: renda

    per capita de US$ 81.200. Embora o estoque de

    recursos seja um diferencial, se a riqueza no estiver estruturada em um planejamento estratgico de Estado de longo prazo como tambm no estiver conjugada de outras determinantes de poder, ento, certamente, no

    ser fator determinante (p.167).

    Caso da OPEP: Fundada na

    Conferncia de Bagd de 1960.

    no tem gerado ganhos sociais distributivos expressinhos tampouco tem alterado a lgica dos capitais de fora-interesse-poder para que estes possam atingir o status de potncia

    mdia consistente (p.167). Caso do Mal Holands ou da

    Doena Holandesa: sobrevalorizao do cmbio do pas gerando declnio do setor produtivo-manufatureiro, especulao por meio de muitas redes vinculadas ao setor petrolfero, causando, por fim, um processo danoso de

    desindustrializao (p.168). PODER & O ATIVO E O PASSIVO DE

    PODER PODER: AMEAA (PODER

    POTENCIAL) + EFETIVAO DE CONFLITOS ARMADOS E DE INSTRUMENTOS COERCITIVOS (PODER ATUAL)

    Bertrand Russel: poder consiste na produo de efeitos desejados (p.169).

    Hans Morgenthau: o poder pode abarcar tudo que

    estabelea e mantenha o controle do homem sobre o homem. Assim, o poder engloba todos os relacionamentos sociais que prestam a tal fim, desde a violncia fsica at os mais sutis laos psicolgicos mediante os

    quais a mente de um ser controla

    uma outra (p.169). Raymond Aron: Diferena entre pouvouir

    (prximo do poder atual) e puissance (prximo ao poder potencial).

    poder ou potncia a capacidade de fazer, produzir ou destruir [...] de influir sobre a conduta ou os sentimentos dos outros indivduos (p.169).

    IDENTIFICANDO A RELAO DE PODER ENTRE OS ESTADOS

    tamanha influncia e persuaso que altera o comportamento de outro Estado soberano por meio de mecanismos de trocas, de recompensas ou mesmo de

    coao (p.170). ATIVO DE PODER:

    um crdito, um exigvel de um terceiro ator internacional como parte da moeda de troca do jogo de favores e de influncias bem

    calculas das RI (p.170). PASSIVO DE PODER:

    um endividamento material ou imaterial; uma necessidade de resposta ao exigvel de

    terceiro(s) (p.170). IRAQUE: um exemplo dos ativos de

    poder: manipular a interveno [...]

    como meio de domnio e controle dos ativos de poder no Iraque, na forma de acesso s imensas reservas de petrleo e gs com contratos de prospeco e

    explorao privilegiados (p.170).

  • 17

    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.203-239)

    1. A GRAMTICA DO PODER INTERNACIONAL: LIDERANA, SUPREMACIA E HEGEMONIA; POLARIDADE E LATERALIDADE; GOVERNANA E ORDEM MUNDIAL

    POLARIDADE a quantidade e centros ou polos

    produtores de poder hegemnico em uma rea geogrfica especfica ou em uma macrossistemia (p.205).

    Unipolar; bipolar; tripolar; quadripolar ou multipolaridade; pentarquia ou multipolaridade; hexapolo ou multipolaridade.

    grandes concentraes de capitais de fora-poder-interesse, levando os demais pases a um amplo e pleno reconhecimento do exerccio de

    hegemonia por um ou mais pases (p.206).

    Huntington: dos anos 90 ao incio do

    sculo XXI: mundo seria unimultipolar.

    Uma superpotncia solitria, o nico monolito hegemnico, os EUA.

    (+) pulverizao de potncias regionais de estatura.

    POLARIDADE GUERRAS SISTMICAS H autores que afirmam que,

    em pentarquias, a paz e a estabilidade sistmica so mais fceis de serem concretizadas.

    Ex.: Concerto Europeu. Outros pensadores veem na

    bipolaridade, como a da Guerra Fria (1945-1991), as condies mais propcias para a paz sistmica.

    Ex.: Tanto a Primeira Guerra quanto a Grande Guerra ocorreram em sistemas multipolares.

    AMRICA LATINA: Tripolaridade: clara liderana do Brasil, do Mxico e da Argentina.

    Venezuela e Chile seriam pases emergentes.

    LATERALIDADE mera quantidade de pares em

    dilogo, no nmero de entes na interao diplomtica.

    Bilateralidade: noo patente. Multilateralidade: perspectiva da

    interao de um Estado junto a um organismo internacional ou bloco econmico de exerccio pleno de

    personalidade jurdica (p.207).

    ORDEM MUNDIAL produto direto e ftico do exerccio da

    hegemonia de um ou mais Estados e, por seu turno, a chave para o conhecimento

    da natureza macropoltica (p.208). cada momento histrico corresponde

    uma determinada ordem mundial com sua governana estabelecida pela

    polaridade (p.208). Conceito de Axiologia:

    valores sociais, morais, intelectuais e filosficos de um determinado grupo hegemnico (p.208).

    ORDEM MUNDIAL A GOVERNANA ESTABELECIDA E IMPOSTA PELO (S) PAS (ES) HEGEMNICO (S) AOS DEMAIS.

    formadas delegam aos pases vencedores e hegemnicos, portanto, SUPRALEGALIDADE E SUPERLEGALIDADE EXTRNSECA (p.209).

    GOVERNAA MUNDIAL a maneira e a forma de

    estabelecimento do relacionamento internacional entre as partes diretamente envolvidas no complexo do cenrio internacional (p.206).

    GOVERNANA GOVERNO governo estabelecido pelo

    consenso da maioria, pelo consentimento do tecido social que, por meio sufrgio, delega

    poderes a um governo aceito (p.209).

    HEGEMONIA sendo hegemnico visto como um

    portador de interesses residuais de Estados que esto no escalonamento distributivo menor (p.210).

  • 18

    A fundao das ordens mundiais somente possvel pelo pas ou grupo de pases que exerce a hegemonia (p.210).

    Hegemonia significa liderana global irrestrita.

    Gramsci e Arrighi: hegemonia representa um

    Estado com capacidade plena de portar o interesse geral e ser assim percebido pelos demais

    Estados (p.210). Dupas:

    nao hegemnia aquela que conduz o sistema de naes a uma direo desejada por ela, mas, ao faz-lo, consegue ser percebida como buscando o

    interesse geral (p.210).

    SUPREMACIA Estgio anterior ao de hegemonia. poderes ampliados em rea

    especfica da vida internacional (p.210).

    h preponderncia global das prioridades e preferncias do pas em ascenso na busca de maximizao dos seus interesses prprios aos pases (p.210).

    Adstrita ao soft ou ao hard power.

    LIDERANA o reconhecimento de pases de uma

    determinada sistemia na aceitao do exerccio da preponderncia de um Estado sob os demais (p.211).

    certo apoio s aes empreendidas pelo(s) pas(es) lder(es) de acordo com as prioridades de sua prpria agenda internacional ou regional (p.211).

    AES CONCEBIDAS COMO DE INTERESSES COMPARTILHADOS.

    Liderana se exerce! diante de maior estatura [...] os

    seguidores acabam por aceitar tal dinmica (p.211).

    A

    2. PANORAMA CRATOLGICO DO INCIO DO SCULO XXI: NOVAS E VELHAS HEGEMONIAS, BRICS, G-8 E AS RELAES INTERNACIONAIS

    Poder econmico-financeiro + poder militar + ampla sistemtica das variveis do poder:

    Constrangimentos materiais: Limitaes

    oramentrias; Dependncia

    energtica externa; Questes ambientais

    e climticas desfavorveis a um amplo desenvolvimento econmico sustentvel;

    Morfologia territorial interna.

    Constrangimentos imateriais: Poltica externa; Projeo

    internacional deficitria;

    Pouca vontade e mobilizao poltica interna.

    Ps-11 de Setembro e Ps-Crise Financeira Global:

    NOVA TRIPOLARIDADE EM GESTAO!

    h oportunidades recriadas para a dinmica do comrcio exterior na sia-Pacfico, no Atlntico Sul, especialmente pelo petrleo no pr-sal, na Amaznia e na Europa (p.215).

    PROCESSO DE EROSO DO HIPERPODERIO DOS EUA:

    Para Chomsky: eroso iniciada a partir da derrota no Vietn.

    Para Todd: 11 de Setembro e as fraudes contbeis da Enron.

    MOMENTO DE TRANSIO no somente do ponto de vista

    do capital globalizado, mas

  • 19

    tambm da mutante natureza da diviso e distribuio residual do poder entre os Estados-Naes, com desdobramentos para novas formas de terrorismo

    anticivilizacional (p.216).

    3. RADIOGRAFIAS SOBRE O ATUAL ESTGIO DE DISTRIBUIO DO PODER MUNDIAL

    DADOS 2013 (base 2012) e DADOS 2012 (base 2011). Fonte: Indexmundi.

    POPULAO

    32 Argentina 42,192,494

    45 Venezuela 28,047,938

    103 Paraguai 6,541,591

    134 Uruguai 3,316,328

    PIB em trilhes de dlares norte-americanos pela paridade do poder compra (PPC)

    21 Argentina 725.6

    34 Venezuela 378.9

    91 Uruguai 51.56

    104 Paraguai 35.8

    Fora Militar: disponibilidade de efetivo de primeira linha

    32 Argentina 10,038,967

    45 Venezuela 7,013,854

    100 Paraguai 1,678,335

    134 Uruguai 771,159

    Reservas em Moeda Estrangeira e ouro em bilhes de dlares norte-americanos (conceito de caixa)

    42 Argentina 46,350,000,000

    52 Venezuela 26,910,000,000

    73 Uruguai 10,300,000,000

    89 Paraguai 5,096,000,000

  • 20

    Consumo dirio de barris de petrleo dia (bpd) por pases

    23 Venezuela 746,000

    28 Argentina 618,000

    99 Uruguai 45,200

    111 Paraguai 31,000

    Anlise dos dados: BRICS h significativa nfase para o

    indicador cratolgico de ascenso para os quatro pases (ndia, China e Brasil e, em um quadrante de mais reduzida conformidade, Rssia) (p.220).

    Um novo polo de poder: previso: entre 2020 e 2035.

    PIB: Medida do sculo XX: havia uma

    nfase em considerar a estatura do poder internacional de um pas pelo critrio da macroeconomia atrelada qualidade de vida [...] CONFIRMADOR DA ANTIGA ESTRATIFICAO PIRAMIDAL DE PODER (p.221).

    Atualmente: apenas o PIB calculado pela PPC.

  • 21

    4. PREVISES E RADIOGRAFIAS CRATOLGICAS FUTURAS: ENCAIXE E DIFUSO DE POLARIDADES REDEFINIDAS

    Fonte: documento oficial do Ministrio da Defesa do Reino Unido, 2010.

    A MACROECONOMIA DOS EUA deve sentir os efeitos de novas crises

    sistmicas do capitalismo liberal financeirizado a partir da deteco do da senilidade do prprio sistema de acumulao flexvel ps-fordista liberal-desterritorializado centrado nos EUA (p.225)

    A REDISTRIBUIO DO PRODUTO MUNDIAL BRUTO AGREGADO

    um movimento duplo de redistribuio [...] por novos atores estatais emergentes que entraram, de forma competitiva, na lgica da globalizao e da integrao competitiva, ELEVANDO O CUSTO, OUTRORA BARATO, DE MO DE OBRA ABUNDANTE NESSES LOCAIS (p.225).

    CRESCENTE CAPACIDADE DE COMPRA DE ATIVOS

    Anlise do FMI sobre os pases emergentes: compra de ativos, tanto de portflio, quanto em investimentos durveis de capitais (p.225).

    O PIB DOS BRICS: previses NDIA: deve atingir e superar o PIB

    real da Itlia em 2014, da Frana em

    2017, da Alemanha em 2021 e do Japo em 2026 e, finalmente, dos EUA, somente aps 2050 (p.226).

    BRICS: as projees de crescimento para o Brasil, Rssia, ndia e China indicam que, por volta de 2040-2050, esses pases alcanaram em conjunto a poro global detida pelo G-7 (p.226).

    SIA h uma clara ascenso de poder no

    extremo asitico que, no longo prazo, contrabalanaria o hegemonismo norte-americano isolado dos dias de hoje (p.229).

    JAPO X RPC Nacionalismo recente (e incipiente)

    [...] corporificado pelo governador de Tquio, Shintaro Ishihara (p.228).

    Poder fortalecer-se por causa dessas duas possibilidades:

    1. incapacidade dos EUA de proteger, efetivamente, o Japo [...] das ameaas e pretenses nucleares na Pennsula da Coreira (p.228).

    2. declinismo relativo dos EUA na vaga temporal 2012-2020 (p.228).

    RPC: a RPC tender a aumentar seus interesses na regio ditando as prprias regras (p.228).

    POSSVEL AUMENTO NA FORMAO DE ESTADOS-TAMPES

    para contrabalancear as foras menores e de oposio e tambm para conter presses migratrias (p.229).

    cumprem um papel de relevncia estratgica no mapeamento geopoltico e geoeconmico no contexto das rotas comerciais, martimas e das transies tecnolgicas (p.229).

    ORIENTE MDIO Manuteno da atual matriz

    energtica dos combustveis fsseis. Democratizao: ps-Primavera rabe

    e guerras civis: poder se tornar uma rea de influncia mista e simultnea

  • 22

    por parte dos EUA, da UE [...] e do consrcio asitico centrado na RPC (p.229).

    OCEANIA constituiria, via ANZUS, rea de

    influncia direta dos EUA com seu interesse estratgico na sia-Pacfico" (p.230).

    *ANZUS: Austrlia + Nova Zelndia + EUA: Tratado de Aliana Militar Defensiva, 1951.

    SEGURANA: um novo desenho geopoltico

    1. Reforma CSNU; 2. ZOPACAS Novo desenho geopoltico. SEGURANA ECOLGICA +

    SEGURANA ALIMENTAR + SEGURANA ENERGTICA.

    QUESTO CLIMTICA transformando-a de low politics para

    high politics, em contorno da sobrevivncia e tema de defesa estratgica pra muitos Estados, uma vez que, neste contexto, os combustveis fsseis j teriam atingido seu esgotamento (p.230).

    5. HIPTESES DE PREVISO SOBRE O CENRIO INTERNACIONAL E SUAS POLARIDADES

    MOTIVO PARA O ADVENTO DE TRANSIO HEGEMNICA

    Istvn Meszros: Para Alm do Capital:

    poder ocorrer justamente pelas estruturas e pela prpria natureza ambivalente do capitalismo financeirizado global e sua geocultura de contradies insustentveis (p.235).

    Immanuel Wallrstein: O fim do mundo como concebemos:

    j est em curso, tendo em mente a importncia da economia no poder de um Estado (p.235).

  • 23

    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.258-268)

    ATOS E FATOS INTERNACIONAIS: CORRELAES E DINMICAS

    1. DEFINIES: FATO INTERNACIONAL: ocorrncia de relevncia no domnio

    das Relaes Internacionais, podendo esta ser causada, diretamente, pela interveno humana ou pela ao natural. (p.258).

    ATO INTERNACIONAL: materializado em letra legal e tem

    por objetivo reger, sistemicamente, os sujeitos da ordem jurdica internacional que so, por excelncia, Estados e organismos internacionais. (p. 259).

    representa uma tentativa de regulao dos vrios fatos internacionais... (p.259).

    h um esforo concentrando dos sujeitos internacionais (sic) Estados pelo princpio de competncia originria, organismos internacionais pelo princpio de competncia derivada e tribunais internacionais pelo princpio da necessidade de reconhecimento de sua jus dire em fortalecer a institucionalizao dos atos internacionais, gerando, assim, maiores poderes fiscalizatrios e coercitivos sobre a conduta externa (p.260).

    2. CONCEITO DE SISTEMIA (NVEIS DE ANLISE)

    Sistemias = nveis de anlise. 1: MACROSSISTEMIA: estudo dos

    atos e fatos de nfase global. diz respeito aos atuais 6,8

    bilhes de habitantes deste cenrio internacional. Diz respeito, ademais, aos recortes conjuntos de 192 Estados, reconhecidos pela ONU, com suas distribuies geogrficas, interdependncias e particularidades. (p.261).

    2: MESOSSISTEMIA: estudos dos atos e fatos regionais e sub-regionais.

    A UNASUL est vinculada a uma unidade mesossistmica

  • 24

    de anlise. O SADC, fundado em 1980, uma entidade de cooperao e integrao da frica Austral, portanto, mesossistmica (p.262).

    3: MICROSSISTEMIA: centrada no Estado, no estudo das unidades subnacionais (provncias, estados, municpios etc) e no indivduo (policymaker).

    1 subclassificao: Anlise das historicidades, das

    instituies (formais e informais) e dos processos do Estado nacional.

    2 subclassificao: Posio dos atores com poder

    de veto (veto players), as relaes entre coalizes governamentais, avaliao das suas unidades subnacionais.

    3 subclassificao: Estudo sobre atos, gestos,

    fatos e decises de personalidades especficas, incluindo sobre suas escolhas e suas variaes decisrias e alianas formadas por lderes (policymakers) dos Estados.

    3. A NOO DA ANTISSISTEMIA E PARAGOVERNANA GLOBAL

    Prefixo anti-: rivalidade e radicalismo. a grande marca [...] o carter e o

    alcance incisivo da militncia com seus institutos de violncia, agresso e intimidao na derrocada de uma determinada ordem mundial (p.264).

    Comum: engajamento combativo. MAS: pacifismo gandhiano: uma

    forma de antissistemia. Antissistemia e paragovernana: lados

    de uma mesma moeda Prefixo para-: contrariedade e

    oposio. TERRORISMO: Lxico da poltica: origem: radicalismo

    jacobino entre 1793 e 1794. Definio do Departamento de Estado

    dos EUA: violncia indiscriminada contra alvos no combatentes como manifestao fantica e de linha poltico-ideolgica (p.267).

    O VELHO TERRORISMO: atrelado ao Estado-nao: associado separao ou busca de autonomia de um grupo social (p.265).

    ETA, IRA e Tigres Tamil (Sri Lanka).

    Embate comunismo-capitalismo.

    terrorismo da independncia.

    NOVO TERRORISMO: Transnacional. Atinge tanto os

    pases centrais como os pases perifricos.

    Simbolismo dos atos: mais atrelado alta capacidade destrutiva de imagens, cones, emblemas, representaes e matrias (p.266).

    MESMO QUE CONTENHAM, EM SEU BOJO, ELEMENTOS LEGTIMOS DE REFORMA DO ATUAL STATUS QUO INTERNACIONAL DE ASSIMETRIA CRESCENTE, o novo terrorismo representa ameaa s instituies democrticas ocidentais, aos valores jusfilosficos iluministas e ao respeito aos direitos humanos.

    Combate: Diplomacia preventiva;

    Definio do ex-Secretrio-Geral da ONU, Boutros-Ghali: em Agenda para a paz.

    Maior isonomia; Dilogo multilateral; Respeito pela poltica coletiva

    (decises no foro da ONU).

  • 25

    CASTRO, Thales. Teoria das Relaes Internacionais. Braslia: FUNAG, 2012. (pp.427-463)

    ONTOLOGIA DAS RELAES INTERNACIONAIS 1. DEBATES CONJUNTURAIS: ATORES,

    AGENTES OU SUJEITOS INTERNACIONAIS?

    ATORES INTERNACIONAIS: entes que exercem, influenciam ou

    amoldam, direta ou indiretamente, o cenrio internacional (p.428).

    so entes participativos e de representatividade no cenrio internacional de exerccio de influncia dos fatos internacionais (p.429).

    1. Exerccio de titularidade; 2. Exerccio de representatividade; 3. Capacidade de influncia, de

    mando e de alterao dos atos e dos fatos internacionais.

    Intepretao da realidade projeo de interesses.

    essencial o desempenho de papis complexos na dinmica da poltica internacional com base na disponibilidade do capital fora-poder-interesse (p.428).

    PONTO DE VISTA JURDICO: apenas os Estados so atores, o que implica a existncia de atores estatais (no existindo, pois, atores internacionais). S os Estados tm o summa potestas.

    ATORES SUPRANACIONAIS: Chefe de Governo; Chanceleres; Laureados do Prmio Nobel

    da Paz; Organismos internacionais; Algumas ONGs.

    SUJEITOS INTERNACIONAIS: O termo etimolgico sujeito diz

    respeito sujeio e submisso ao conjunto de normas jurdicas vigentes em um determinado sistema legal internacional (p.430).

    PERSONALIDADE JURDICA de DIP. Parmetros bem definidos de

    comportamento: padres de dissuaso-normas-valores.

    AGENTES INTERNACIONAIS: um ente que, em si, traz a

    operacionalidade dos objetivos utilitrios

    e de maximizao do retorno em sentido lato (p.430).

    Esfera da economia poltica internacional. associada agncia, ou seja, ao processo

    ou ao efeito mediante algumas condicionantes (p.430).

    Diferente de atores internacionais por ter uma finalidade pragmtica-utilitria no plano econmico.

    os sujeitos em razo de suas vises denticas esto estruturados no iderio da comunidade internacional (p.431).

    2. TIPOLOGIA DOS ATORES INTERNACIONAIS

    ATORES ESTATAIS: os PARADIGMAS WESTPHALIANOS do

    Estado e seus elementos constitutivos (territorialidade delimitade, populao permanente, governo aceito e reconhecido, poder soberano) constituem objetos primazes de funcionamento (p.432) dos atores estatais.

    (+) VALORES LATINOS: pacta sunt servanda (os tratados devem ser cumpridos), consuetudo est servanda (o costume deve ser respeitad) e par in parem nom habet imperium (entre Estados iguais no h poder de imprio).

    ESTATALIDADE INDIVIDUAL: materializao de pessoa especifcica

    que comissionada (concursada) pela esfera pblico-estatal para determinadas funes (p.432).

    Ex.: Diplomatas e Primeiros-ministros.

    ESTATALIDADE INSTITUCIONAL: despersonalizao das entidades

    pblico-estatais (p.432).

    Ex.: Estado brasileiro; Legislativo argentino; Judicirio paraguaio.

    3. ESTATALIDADE E SUAS DINMICAS DERIVADAS: A SUPRAESTATALIDADE E A INFRAESTATALIDADE

    ATORES SUPRAESTATAIS: organismos internacionais e outras

    coletividades estatais no pleno exerccio

  • 26

    inequvoco de personalidade jurdica, criados por desgnio volitivo dos Estados pela cesso, renncia ou delegao da summa potestas (p.433).

    Organismos internacionais; Alguns blocos geoeconmicos: UE e

    Mercosul.

    ATORES INFRAESTATAIS: Algumas reas infranacionais de

    exerccio limitado (parcial) permitido pelo Estado nacional de titularidade poltica internacional (p.435).

    Ex.: Catalunha, Pas Basco, Porto Rico, regies semiautnomas.

    Paradiplomacia: associada infraestatalidade.

    Atores infraestatais: so unidades subnacionais que podem ter capacidade poltico-jurdica de negociao e articulao internacional, mediante anuncia plena e expressa da autoridade do governo central (p.435).

    ATORES ANTIESTATAIS (OU PARAESTATAIS)

    Grupos revolucionrios, guerrilheiros ou fundametalistas que, por meio do uso da violncia, da intimidao, dos armamentos e da disciplina paramiliar visa a minar a autoridade do Estado e de sua soberania (p.435).

    FARC e ELN; Sendero Luminoso; Al Quaeda; IRA; ETA; Tigres Tamil.

    4. A ESTATALIDADE REDEFINIDA NO CONTEXTO DOS DESAFIOS DA POLTICA INTERNACIONAL CONTEMPORNEA

    1. ESTADO ABSOLUTISTA: Hobbesiano. Apogeu de poder no sculo XVI. Por que absoluto? o ator estatal

    (pessoal ou institucional) assumia postura de total controle com arbitrariedade e autojustificada legitimidade e legalidade para todos os assuntos de sua competncia material (pblica e privada) (p.437).

    2. ESTADO LIBERAL-CONTRATUALISTA: Moldes das revolues

    burguesas: a Americana, em 1776, e a Francesa, em 1789.

    3. ESTADO MNIMO LIBERAL: SCULO XX.

    Lembre-se que a SANTA S e a SOBERANA ORDEM MILITAR DE MALTA (SMOM) so Estados, embora de um tipo peculiar.

    SMOM: instituio medieval de assistencia humanitria, fundada no sculo XI, com sede em Roma, e que tem status de membro observador permanente na ONU.

    de MALTA: repblica que se tornou independete da GB em 1964.

    1648-1690: NOVA ORDEM: WESTPHALIA (+) TRATADO DE PAZ DOS PIRINEUS

    Guerra Franco-Espanhola: terminada em 7 de novembro de 1659:

    Marco do declnio imperial-hegemnico espanhol nos mares e na geopoltica;

    Perodo de consolidao da fora francesa.

    5. ATORES NO ESTATAIS propsitos especficos [...], no possuem

    vinculao com o Estado [...] no se deve interpretar que no existe um compromisso com o arcabouo jurdico institucional (p.438).

    AS GCTS GRANDES CORPORAES TRANSNACIONAIS

    Importantes e de grande peso econmico-comercial e finaneiro.

    Influncia poltica sobre os Estados.

    Criam desterritorializao e transnacionaldade em tempo real.

    Lgica neoliberal de GOVERNANA CORPORATIVA TRANSNACIONAL.

    Razo da interdependncia crescente entre os Estados e os mercados internacionais.

    O MERCADO, portanto, assume, nessa perspectiva, relevo de influncia em vrios setores da vida pblico-estatal e com desdobramentos para o tecido social (p.438).

    DO TERCEIRO SETOR: AS REDES, A ESFERA PBLICA NO ESTATAL E AS ONGS GLOBAIS:

    Organizaes no governamentais de atuao diversa em escala global, cujos princpios de resgate social, do imperativo tico e humanista e da maximizao do dever-ser transnacional so tnicas essenciais de seu comporamento (p.439).

  • 27

    Ex.: Comit Internacional da Cruz Vermelha; Anistia Internacional; Human Rights Watch; Mdicos Sem Fronteiras; Viva Rio; Greenpeace; World Wildlife Fund.

    Importante papel na redefinio da agenda internacional.

    There is no concptual basis on which to ascribe agency or autonomy of any kind to nonstate actors Martha Finnemore.

    6. ATORES INDIVIDUAIS A PESSOA HUMANA COMO AGENTE-PACIENTE

    capacidade de influncia na poltica internacional por meio de sua atuao e histria pessoal (p.440).

    Ex.: Gandhi, Dalai Lama, Madre Teresa, Rigoberta Mench, Osama Bin Laden.

    PARA A PAZ: Comum: laureados do Prmio Nobel.

    Obama: Nobel da Paz em 2009: no um ator individual, obviamente: um ator estatal (individual).

    PARA A GUERRA: Conceito de guerra assimtrica:

    inaugurado no dicionrio das RI: planejamento e execuo de aes armadas em clulas terroristas contra Estados (p.442). --- ESTADO X ATORES PARAESTARAIS OU ANTIESTATAIS.

    FAZ-SE NECESSRIO UM NOVO CONTRATO SOCIAL ENTRE O SECULAR E O RELIGIOSO.

    PRAXEOLOGIA DAS RELAES INTERNACIONAIS 1. BREVE DINMICA HISTRICO-EVOLUTIVA

    (NO PARAMTRICA) CONVERGNCIA MULTIDISCIPLINAR DA PRXIS DAS RELAES INTERNACIONAIS

    Praxeologia: analisa, cientificamente, a interao em si e como se apresanta aos vrios sujeitos [...] a partir desta, outras reas e subreas se estruturam, tais como: SEGURANA INTERNACIONAL que, por seu turno se subdivide em ESTUDOS DA GUERRA (POLEMOLOGIA) e ESTUDOS SOBRE A PAZ (IRENISMO).

    DIALTICA IREN-POLEMOS: A dialtica guerra-paz.

    2. O SISTEMA PR-WESTPHALIANO E A GNESE DE WESTPHALIA: A PAZ DE AUGSBURGO (1555)

    Paz de Augsburgo: reconhecimento do Estado como unidade poltica mxima de esfera externa (p.448).

    Conflito entre a Igreja Catlica e a Liga de Esmalcada.

    Regies germnicas pertencentes Liga: rompimento com o papado, expulso de bispos.

    Contexto de formao das nova religies.

    Politizao das religies ps-Lutero: papel central na poltica: demandas por reconhecimento, por liberdade religiosa e por cidadania no corao da futura Alemanha (p.449).

    INSTITUIU ORDEM CONSTITUCIONAL DO ESTADO PRINCIPESCO.

    Sem a qual no haveria a ordem de Westphalia, a do Estado rgio absolutista, pois institui-se a liberdade de culto, mesmo restrita ao Sacro Imprio Romano e no inclusiva dos calvinistas e dos anabatistas.

    FAZEM PARTE DE UM MESMO FENMENO: Paz de Augsburgo (1555) Paz de Westphalia (1648) Paz de Utrecht (1713).

    Utrecht: ps fim a guerra *dita* de sucesso espanhola: tanto a coroa francesa (neto de Lus XIV, Felipe dAnjou) quanto coroa austraca acreditavam ter direito de ascender ao trono espanhol.

    3. O MARCO DO SISTEMA ESTATOCNTRICO WESTPHALIANO (1648) E AS ORDENS MUNDIAIS SUBSEQUENTES

    Frana: hegemonia. Tratado de Paz dos Pirineus

    (1659) Agravamento da crise

    financeira dos Habsburgos no incio dos anos 1600.

    As guerras destroem as ordens mundiais; as conferncias de paz constroem novas ordens mundiais.

  • 28

    TRANSFORMAES NOS FORMATOS DOS ESTADOS

    Diviso de Philip Bobbit: 1. ESTADO PRINCIPESCO: 1515-1555. 2. ESTADO RGIO: 1618-1648. 3. ESTADO TERRITORIAL: 1667-1713. 4. NAO-ESTADO: 1792-1815. 5. ESTADO-NAO: 1914-1990. ESTADO-MERCADO: final do sculo XX

    e sculo XXI.

    4. OS SCULOS XX E XXI: ENTRE VIENA (1815), VERSALHES (1919) E YALTA (1945) A CONSTRUO DAS RELAES INTERNACIONAIS CONTEMPORNEAS

    VIENA 1815: necessidade de extino do

    revolucionarismo bonapartista (p.451).

    FRANA: RESTAURAO DA DINASTIA DE BOURBON

    Restaurada pela Conferncia de Aix-la-Chappelle.

    Foras polticas internas: Ultraliberais: liderados pelo

    Conde de Artois, posteriormente corado como Carlox X;

    Liberais-independentes: liderados por Lafayette;

    Constitucionalistas: liderados por Guizot.

    REIS: Louis XVIII (1815-1824); Carlos X (1824-1830); Luis Felipe de Orleans (1830-1848).

    NAPOLEO III 1852 revolucionarismo: QUESTIONAMENTO DA ORDEM DE VIENA.

    FORMAO DA SANTA ALIANA. FORMAO D QUADRUPLA ALIANA

    (depois virou Quintupla Aliana); PRU, RUS, AUS-HUN e ING. (FRA entra depois).

    O QUE HAVIA DE COMUM nas vrias conferncias realizadas ao longo do sculo XIX?

    1. Manuteno e preservao da ordem de 1815;

    2. Valores de conservadorismo;

    3. Antirrevolucionarismo; 4. Legitimidade dinstica; 5. Hegemonia compartihada.

    CONSULTAS POR CONFERNCIAS:

    Troppau; Laibach; Aix-la-Chapelle; Verona; Londres.

    LIBERALISMO: precisava ser debelado pela reao conservadora.

    FRACASSOS DA ORDEM DE VIENA: 1. Abalos da Primavera dos

    Povos com a primeira tentativa fracassada de unificao italiana e germnica em 1848;

    2. Guerra da Crimeia. 3. Crises balcnicas. 4. Unificao Italiana. 5. Unificao Alem.

    GUERRA DA CRIMEIA: armistcio em 1856.

    Tratato de Paris. PERDA DA COESO:

    Unificao Alem: BISMARCK chanceler entre

    1871 e 1890 - e GUILHERME I (1871-1888)

    Ultrarrealismo: consolidao do nacionalismo alemo (volksdeutsche).

    mquina do fim do mundo, segundo Henry Kissinger.

    Unificao Italiana. Risorgimento: Camilo Carvour (conde*).

    CONFERNCIAS DE PAZ DE HAIA (1899 E 1907).

    tinham um camuflado viis realista embutino em um discurso idealista-principista de reduo de armamentos (p.453).

    Proposta do czar Nicolau II: meio de angariar equilbrio blico com roupagem de boa-vontade e pacifismo (p.453).

    AVANOS NA DECODIFICAO E SISTEMATIZAO DO DIP:

    Disciplinamento do jus ad bellum (direito de decretao de guerra) e do jus in bello (direito de conduta dos beligerantes).

    Haveria uma terceira conferncia que foi cancelada por causa da I GM.

  • 29

    PROPOSTA voltada para a consolidao da igualdade jurdica e CRIAO DE UM TRIBUNAL INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM entre os Estados.

    Por que Haia? Cidade de Hugo Grcio.

    Ideia de Estado: tese sociobilogista, de um ciclo de nascimento, crescimento, maturidade, caducidade e declnio/extino (p.454).

    ONU o principismo legalista de

    instrumentos legais, como a Carta da ONU, esconde uma VORAZ REALPOLITIK de MANUTENO DO STATUS QUO VIGENTE, torando a to desejada paz e segurana internacionais (p.454).

    Sistema de consulta em alto nvel: Dumbarton Oaks: 1944: EUA,

    URSS e Reino Unido. FRA: s entrou em um

    segundo momento. So Francisco: 1945. capacidade de enforcement

    (cogncia ou coercitividade) dos vencedores, expressa no rgo de consultas o futuro Conselho de Segurana (p.454).

    Sistema de Yalta (1945): partilhado poder

    hegemnico entre EUA e URSS luz dos longos ciclos hegemnicos (k-waves) (p.455).

    CSNU: CHI: vai entrar desde sua

    formao, com a liderana de Chang Kai-Chek, no CSNU.

    Oposio inicial de todos os pases envolvidos (o P3), exceto a URSS, que pressionou.

    REFORMA DE 1965: 10 membros

    rotativos. (antes eram 6).

    NOVA ORDEM MUNDIAL NO MAIS EUROCNTRICA.

    Declnio da GB e incio da cortina de ferro (W. Churchill).

    5. O FINAL DO SCULO XX E SUAS RELATIVIZAES PS-WESTPHALIANAS

    Estados soberanos + atores no estatais (GCTs e ONGs) + indivduos + OIs.

    PROCESSO DE REGIONALIZAO E DE GLOBALIZAO: constante integrao e fragmentao dos objetos da prxis internacional contempornea a ps-moderna (p.456).

    NORMAS INTERNACIONAIS: fragilidade e incapacidade de acompanhar o poder hegemnico dos pses centrais.

    PRIMAZIA DA PAZ: prima facie que as trocas entre os Estados necessitam de um estado relativo de paz, estabilidade e segurana para se consolidarem e expandirem (p.457).

    6. O SUMA POTESTAS PARTILHADA MACROESTATAL, FRAGMENTAO E O COMUNITARISMO DO SCULO XXI

    Partilha: agregao e conflitos. Guerra:

    1. Ato jurdico e fato poltico; 2. Agente de modificao do

    padro comportamental do Estado envolvido no conflito armado.

    Nem todo o ato de violncia dirigido por um Estado em outro considerado como guerra (p.458).

    PARA SE FAZER GUERRA NO PRECISO FORMALIZAR A GUERRA.

    Declarao de estado de guerra no conditio sine qua non de ato qualificador de conflitos armados. (p.458).

    OS 4 TIPOS DE GUERRA: Definio de Joshua

    Goldstein:

  • 30

    COMUNITARISMO INTEGRATIVO: Formao de blocos

    geoeconmicos: MODELO NORTE-

    AMERICANO: zonas de livre

    comrcio conservando a soberania do pas em todos os aspectos (p.461)..

    MODELO EUROPEU: Corrigir distores

    nacionais; Quatro liberdades:

    a. Livre circulao de pessoas;

    b. De bens; c. De capitais; d. De valores.

    7. ESPECTRO DE COMPORTAMENTO E INTERAO (ECI) DOS ESTADOS: ALIANAS, COALIZES, APATIA, DISTANCIAMENTOS E RUPTURAS

    DICOTOMIA AMIGO-INIMIDO: Carl Schimitt: toda a formao do Estado com sua interao externa depender do sentido real e existencial dessa dicotomia (p.462).

    PAZ DE CEMITRIO: atribuda a eventos

    devastadores, como no desfecho vitorioso da Trplice Aliana na Guerra do Paraguai (1864-1870), ou a segurana armada, usualmente utilizada como descriao do perodo da guerra fria (p.462).

    KEEGAN: todas as civilizaes tm origem na guerra [...] a guerra precede o Estado, a diplomacia e a estratgia por vrios milnios (p.463).